AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES TO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PE LA LE I DE DI R EI PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O A PRÁTICA SEXUAL DURANTE ANTONIO ALBERTO RITO DO CU M EN TO PR OT EG ID O PERÍODO GESTACIONAL Prof. Orientador: MS.Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2013 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A PRÁTICA SEXUAL DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL ANTONIO ALBERTO RITO Monografia apresentada ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em sexualidade. Orientador: MS. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2013 AGRADECIMENTOS A Claudio Varejão, meu querido irmão de fé e amigo, companheiro de muitas lutas... Por ter compartilhado de todas as etapas de elaboração deste trabalho, sempre muito atencioso, compreensivo e dedicado, sobretudo pelo carinho e entendimento demonstrado para que este pudesse ser realizado com êxito, e pela amizade e pelo incentivo sempre presente. Para você, meu reconhecimento e afeto! DEDICATÓRIA Aquele que é o verdadeiro criador e autor de todas as coisas, “a vida”, DEUS! Aos meus “queridos” pais, Ritto e Cleonis (Niti), por terem me preparado e ensinado o significado da vida. Para eles, todo o meu amor e carinho. RESUMO Esta monografia apresenta como fonte de estudo e foco central analisar a sexualidade, “a prática sexual durante o período gestacional”. Período este que se mostra enriquecidos de incertezas próprias oriundas desse espaço de tempo gratificante, e circunstancialmente pode vir a ser o gerador de uma variedade de questionamentos. Visto que a gravidez é um fenômeno comum na trajetória de vida de uma mulher. A expressão da sexualidade, “a prática sexual”, é influenciada por aspectos anatômicos, fisiológicos e psicológicos, subsistindo ainda uma grande indução de mitos, tabus, questões de crenças religiosas, etc. Devido a todo esse agrupamento de fatores o casal grávido vivencia a necessidade de várias ações conjuntas que envolvem adaptações na evolução da gravidez. Comumente, as alterações somáticas, psico-afetivas e socioculturais encontram-se sempre presentes neste período gravídico. Estas alterações repercutem a vários níveis no relacionamento do casal, implicando com que ambos busquem novas formas de melhorar ou manter a qualidade de vida e uma “prática sexual” segura e ativa, e de extrema valia, pois tende a gerar sentimentos profundamente prazerosos e com isso conceber uma intimidade estável. A manutenção da mesma ainda contribui de forma significativa para uma interação e bem-estar do casal. Salvo quando houver alguma recomendação/aconselhamento de ordem médica de restrição ou de neutralização da “prática sexual”, por uma questão simplória de acarretar risco de vida para a mamãe e o bebê. É pertinente ressaltar que caso venha ocorrer a recomendação para o refreamento da “prática sexual” com penetração, o casal tem a faculdade de buscar novas práticas “alternativas” em prol de continuar vivenciando a sua sexualidade por intermédio de uma condição inexorável afim de manter a vida sexual satisfatória, através de estimulação erótica. A vida sexual vai mais além do que a estimulação da região genital, abrange o comprometimento do casal e da corroboração do outro. Sendo assim, este estudo é focado na investigação da “prática sexual ativa” durante o período gestacional. METODOLOGIA Esta monografia será construída através da metodologia de pesquisa bibliográfica, sem desenvolvimento de pesquisa de campo, tendo como embasamento teórico a obra “Psicologia na Gravidez” da autora Maria Tereza Pereira Maldonado e de outros teóricos que se fizerem essenciais, bem como revistas, artigos científicos especializados, internet, etc., que versam sobre o tema abordado. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I – MITOS, CRENÇAS SOCIAIS E TABUS 1.1 – Período Gestacional 09 1.2 – Relacionado à Sexualidade 11 CAPÍTULO II – O CASAL E O PERÍODO GESTACIONAL 2.1 – O Casal Grávido 13 2.2 – A Gravidez E o Contexto Biopsicossocial 14 2.3 – O Desenvolvimento de Papéis Sexuais: Masculino e Feminino 15 Capítulo III – O Casal grávido e a Adequação Materna/Paterna 3.1 – Fatores Psicossexuais 19 3.2 – Fatores Fisiológicos 20 3.3 – Fatores Psicossociais 22 Capítulo IV – Fases da Gravidez 4.1 – 1º. Trimestre 25 4.2 – 2º. Trimestre 27 4.3 – 3º. Trimestre 29 Capítulo V – A Prática Sexual Durante a Gravidez 5.1 – Manifestação de Desejo 32 5.2 – Manifestação de Incerteza 36 Conclusão 42 Bibliografia 44 8 INTRODUÇÃO Esta monografia apresenta como foco central de estudo “A Prática Sexual durante o Período Gestacional”, onde se apresenta enriquecido de incerteza próprias oriundas desse espaço de tempo gratificante e que circunstancialmente pode ser o gerador de uma variedade de questionamentos fortalecidos por crenças, tabus e mitos sociais com deferência à sexualidade do casal. A argumentação principal é investigar o relacionamento sexual durante o período gestacional entre o casal e as causas que possam produzir ou que apresentem algumas consequências na manutenção ou não da prática sexual no transcurso da gestação. Este período pode registrar modificações acentuadas na vida do casal grávido em um contexto biopsicossocial. Visamos investigar se ocorre a possibilidade da existência de algum fator que possa ser o agente acarretador de mudanças ou modificações próprias que por ventura seja o opositor ou não da manutenção da prática sexual ativa durante o período gestacional. E analisar se a maternidade é uma das fases da vida do casal que pode ocorrer afastamentos de corpos e ou forçosamente a possibilidade de um dos parceiros preferir a abstinência de contatos físicos. Neste sentido, visamos verificar se em qualquer etapa da vida a sexualidade do ser humano e inclusive a prática do ato sexual, podem ser vivenciado conscientemente recheado de desejos, emoções, sensações intensas e motivações. E da mesma forma procurar constatar se a consciência que a sexualidade desde os primórdios de nossa existência faz parte integralmente de nossas vidas. 9 CAPÍTULO I MITOS, CRENÇAS SOCIAIS E TABUS 1.1 – Período Gestacional A gravidez ao longo da história dos seres humanos sempre esteve presente em mitos, crenças sociais e tabus. A sábia cultura de nossos ancestrais nos deixa como legado algumas crenças que reforçam receios que não tem sentido ou razão de ser. Simultaneamente, associado a questões religiosas e socioculturais, os mitos e tabus influenciam e aconselham a gestante não ter relação sexuais ativa durante o período gravídico-puerperal. “A nossa sociedade é, ainda, muito marcada por mitos e crenças relacionadas com a sexualidade, que foram resistindo ao passar dos anos, apesar de muitos estudos que já foram feitos mostrando que não passam de opiniões deturpadas e de conceitos falsos, que podem ter repercussões graves nas vivências e no desenvolvimento dos indivíduos. Eles são o reflexo de uma tradição social que se foi construído ao longo do tempo, tradição essa que se tornou em verdades indiscutíveis” (REIS, 2011, p.2). No Jornal da UNICAMP, Fava ressalta que tabus inibem desejo sexual na gravidez, e que as práticas sexuais durante o período gravídico da mulher tem por costume reduzir com uma variação de 40 a 60%. Essa diminuição é comumente atribuída a fatores de ordem psicológica, física ou emocional, somando-se a alguns velhos tabus e mitos, primordialmente o religioso que tolhe o desejo sexual feminino (FAVA, 2003, p.1). Ainda, é citado que alguns mitos recorrentes que a nossa sociedade alimenta até o dia de hoje sobre a manutenção da prática sexual durante o período gestacional. Segundo a professora e médica tocoginecologista Maria Cristina Lazer; crenças religiosas: “a masturbação masculina e feminina é pecado” e as práticas sexuais são vistas como impuras e incompatíveis com o conceito de “santidade” associado a maternidade”, outros mitos existentes: 10 “medo de a mãe machucar o bebê durante o ato sexual” e “medo de que o ato sexual possa desencadear parto prematuro” (Id, p.1). Uma quantidade elevada de mulheres no período puerperal opta por dar mamadeira para seu neném pelo motivo em temer de ficar com os seios flácidos e feios. Este é um dos mitos mais propagados sobre a amamentação e o principal causador pela resolução de amamentar por um mínimo de tempo possível, ou até de secar o leite artificialmente (MALDONADO E DICKSTEIN, 2010, p.129). Além deste, outro mito muito divulgado repetidamente refere-se ao espaço de pessoas entendem que o bebê tem de se ajustar a um horário inflexível de alimentação; como exemplo, aquele bebê que se alimenta de três em três horas com leite materno, sente o desejo de mamar com um intervalo menor (a cada duas horas e às vezes até mesmo de hora em hora). A primeira suspeita incide sobre o leite materno – “não está sendo suficiente”; “está aguado”; “é fraco” (Id, p.p.129-130). Outro mito comum que ajuda a aumentar a instabilidade da mãe que amamenta e a conceituação pseudocientífica que se refere a quantidade “gramas” que o bebê precisa ingerir em cada refeição (Id, p.131). “(...) Como no seio não se pode medir a quantidade de leite, surge a necessidade de saber se o bebê mamou o número de gramas, ‘recomendado’. Na realidade, essa medida não é importante: só o bebê sabe a quantidade ideal de leite para cada refeição e, no seio farto, ele retira o que precisa, nem mais nem menos, como acontece com os adultos, a quantidade de alimento necessário para saciar a fome variável de bebê para bebê” (Id, p.p.131-132). Os cuidados alimentares fazem parte do período gestacional e do aleitamento, e os mesmos sofrem influências de vários fatores, inclusive mitos, crenças populares e tabus. Nos quais, a maior parte deste não apresenta nenhum tipo de respaldo científico (HAYASHI, 2012, p.1). Alguns mitos populares que exercem influência na crendice popular, como: a mulher grávida se alimenta por dois e se o desejo não for acatado, o bebê vai nascer com alguma marca; todo alimento ingerido pela mãe vai para o leite, e este pode a vir fazer algum mal ao bebê; alimentar-se com canjica e 11 ingerir cerveja preta vai aumentar a quantidade de leite materno e o tornar mais forte; recém nascido com peso baixo ou prematuro não deve ser alimentado; no espaço de tempo entre uma mamada e outra é necessário das água ao bebê (Id, p.p.1-2). Culturalmente, alguns mitos, crenças sociais e tabus enraizados nas pessoas a respeito da mulher no período gestacional sobrevive até os dias de hoje. Ilustrando: as mulheres não devem de forma alguma manter relações sexuais durante a gravidez, o medo de magoar o feto é o principal responsável por este modo de pensar; as grávidas devem se alimentar por dois; quando a barriga da grávida é redonda é menina, bicuda é menino; se a grávida tiver azia o bebê é cabeludo; se os desejos de comer algo não for saciado, o bebê nasce com a cara deste alimento; se a grávida tocar em gatos, o bebê nasce com chiadeira; se a grávida usar cinto, o bebê nasce com o cordão umbilical enrolado ao pescoço; quando a lua é nova, o trabalho de parto à vista (REIS, 2011, p.p.4-5) 1.2 – Relacionado à Sexualidade A sociedade é ainda nos dias atuais muito delimitadas por mitos, crenças e tabus, principalmente quando tem como referência a sexualidade humana e a sua forma de ser percebida. Ainda que exista muito estudo e pesquisa sobre a mesma até agora, evidencia opiniões que foram concebidas ao longo do tempo. Mitos que são originários de ideias pré-concebidas sobre a sexualidade: um autêntico homem tem relações sexuais frequentemente; para o sexo ser bom tem de haver o orgasmo; a satisfação da mulher está na potência do pênis; com a idade a mulher deixa de ter prazer para o sexo; mulheres fisicamente que não chama atenção, não conseguem ser sexualmente felizes; a mulher que não é bela não consegue satisfazer o companheiro; depois da menopausa a mulher perde o desejo sexual; o ato de experimentar a prática sexual precocemente é valorizada para os rapazes, enquanto que nas meninas é valorizada a castidade (Id.p.2). Outros mitos bem comuns de serem comumente: a masturbação é doença e um ato pecaminoso; o sexo é algo altamente sujo; o sexo é algo 12 muito cansativo; o homem tem que estar sempre preparado, apto e pronto para o sexo (PARISSOTO, 2012, p.1). Em uma visão geral alguns mitos, crenças sociais e tabus sobre a sexualidade humana que perpetua a cultura popular. Exemplos: a prova da virgindade é o hímen; durante a gravidez as mulheres não tem desejo sexual; durante o período menstrual o coito traz um risco de infecção; aquelas pessoas que se abstém de sexo são os que gozam de mais saúde; o tamanho do pênis influi no prazer; a ereção avisa a necessidade de relações sexuais imediatamente; o homem nunca falha; quando mais se pratica, maior é o desgaste (sexual, psíquico, físico, etc.); a virgindade é o tesouro da mulher; a mulher apresenta menos necessidade de sexo que o homem; a menopausa marca o fim da vida sexual da mulher; o desempenho desportivo são prejudicados pela relação sexual realizada na noite anterior; o álcool e estimulante sexual; a mulher não deve manifestar interesse e ter iniciativa frente ao sexo; a mulher não deve ter nenhum relacionamento sexual durante a menstruação; o orgasmo feminino deve ser simultâneo ao do homem; a mulher deve finalizar o ato sexual assim que o homem tenha ejaculado, o sexo acaba com o gozo do homem. (REIS, 2011, p.p.4-5). 13 CAPÍTULO II O CASAL E O PERÍODO GESTACIONAL 2.1 – O casal Grávido A sexualidade do casal perante a gravidez vai depender consideravelmente do suporte do que cada um tem para oferecer ao outro do modo particular de ser de cada um, ou até quem sabe o modo habitual de agir e de como esta nova etapa de suas vidas será encarada. No exato momento em que o casal toma o conhecimento de que estão grávidos, principia-se uma sucessão de acontecimentos que os conduzirá a imensuráveis transformações biopsicossociais. O estado afetivo de prazer e as relações íntimas durante o ato sexual subsidia de maneira expressiva uma ação recíproca de bem-estar e completude, usualmente a maternidade está intimamente conectada à sexualidade e à intimidade do casal. “Infelizmente, a maioria dos trabalhos sobre os aspectos psicológicos do ciclo grávido-purperal concentram-se quase exclusivamente “nas modificações da mulher e atentam pouco para a paternidade como transição e interinfluência do casal nas respectivas maneiras de vivenciar a gravidez” (MALDONADO, 1984, p.p.24, 25). A gravidez é um fenômeno natural com significativas pautadas em vínculos, sonhos e desejos e é para ser sempre vivenciada a dois. O diagnóstico positivo de gravidez requer e promove acentuadas adaptações emocionais, físicas, biológicas e sociais inclusive no relacionamento sexual do casal grávido. As posturas relativas à gravidez reproduzem crenças extremamente enraizadas a respeito da reprodução, na ocasião que ocorre a gravidez, se o bebe foi planejado e se o mesmo é desejado os sentimentos afloram peculiaridade no relacionamento do casal, a sensatez e as reações à perspectiva de ser mãe. O futuro genitor do mesmo modo defronta desafios em antecipação à paternidade. 14 “Na mulher psicologicamente saudável, a gravidez constitui uma expressão de seu senso de auto realização e identidade como mulher. Muitas mulheres descrevem a gravidez como uma experiência criativa que gratifica uma necessidade narcisista fundamental, no sentido de que outro ser humano, uma extensão da própria mãe, está sendo produzido” (KAPLAN, 1993, p.38). A maneira como a mulher vivencia estas novas questões de estar grávida, tende a solidificar a sua relação com o conjugue, que por sua vez, do mesmo modo tem que se adaptar ao futuro papel de pai. 2.2 – A Gravidez no contexto Biopsicossocial De acordo com Maldonado, a gravidez é um estádio intermediário que constitui o processo modelar do desenvolvimento humano, Implicando e tornando necessário uma adequação e o restabelecimento do equilíbrio do casal a nível psicológico e fisiológico: “Em relação ao casamento, a gravidez também pode levar a maiores níveis de integração e aprofundamento no relacionamento do casal, mas por outro lado, pode romper uma estrutura frágil e neuroticamente equilibrada. Para a mulher que quer excluir o marido de sua vida, para o homem que sente intensos ciúmes do filho que vai nascer, assim como sentiu em relação ao irmão mais novo, para a mulher que não superou sua dependência infantil em relação à própria mãe, ou para que se sente inferior pelo fato de ser mulher, a gravidez pode constituir uma ameaça ao casamento ou ao equilíbrio emocional” (MALDONADO, 1984, p. 23). Essa interação permite ao casal vivenciar um amadurecimento sexual que aparece concomitantemente ao amadurecimento intelectual e emocional, o corpo se desenvolve, novas atividades sexuais surgem e suscita o desenvolvimento da mente, o ambiente sofre modificações intensas, as características peculiares das sensações afetivas e sexuais se transformam. Todas essas particularidades que acompanham esse estádio geram uma série de dúvidas e angústias, atitudes e pensamentos provocando uma série de crises. O resultado dessas crises, até podem ter seu lado positivo ou não, vai depender exclusivamente das condições ambientais e do auxílio de cada um, no que vai acarretar na pessoa uma expectativa em relação ao outro. 15 2.3 – O Desenvolvimento de Papéis Sexuais: Masculino e Feminino O papel sexual do indivíduo é semelhante à sua identidade de gênero, na dimensão em que a pessoa percebe a si mesmo como homem ou como mulher. O papel sexual do mesmo modo abrange a identificação com a maneira de ser (modos) comportamento masculino e comportamento feminino, culturalmente aprovado de como o indivíduo deve se comportar. Comportamento este pré-determinado pela sociedade. As expectativas de mudanças sociais viabiliza o aparecimento de condutas ambíguas, à medida que a sociedade torna-se bem mais condescendente do que no passado em suas expectativas para os sexos, os papéis estão se tornando cada vez mais menos rígidos. Na maior parte das culturas, ao longo da história tem se previsto que as mulheres dediquem-se profundamente grande parte do seu tempo ao cuidado dos afazeres domésticos e das crianças, ao mesmo tempo em que os homens fariam o papel de provedores e protetores. As mulheres teriam o dever de ser obedientes e zelosas, e os homens ativos, agressivos e competitivos. “(...) A humanidade é dividida em duas categorias imutáveis: os homens e as mulheres. As outras diferenças são então desprezadas ou abolidas. Três representações são possíveis a partir daí. Ou a diferença sexual é pensada em termo de complementaridade, e a mulher se torna um alter ego do homem, dividindo com ele um prazer carnal e um papel social” (ROUDINESCO, 2003, p. 117). A humanidade impõe papéis de modelos de comportamentos para ser seguido, mas com a evolução dos tempos vem ocorrendo mudanças culturais. E, o indivíduo aleatoriamente é imposto a seguir a forma ideal, que a sociedade entende como sendo a mais ajustada relativa aos papéis sexuais. Ainda, segundo Roudinesco, além de dividir o prazer carnal e um papel social: “(...) Ou é interiorizada, e a mulher é classificada em sua espécie de tipo zoológico: monstro, andrógina, lésbica, prostituta, ou é idealizada, e a mulher se torna um ‘suplemento’, heterogêneo à ordem simbólica: a louca, a mística, a virgem na primeira representação, a feminilidade da mulher e sempre associada à maternidade, ao passo que nas 16 duas outras o feminino e o materno são dissociados, e a mulher é então incapaz de realizar a tarefa procriadora a ela imposta pela natureza e pela cultura” (Id, p.p.117.118). Com a presença em todas as sociedades, os papéis sexuais são os comportamentos, interesses, atitudes, habilidades e traços de personalidade que uma determinada cultura considera adequada para homens e mulheres. Entretanto, atualmente os papéis sexuais nas culturas ocidentais estão cada vez mais diversificados e flexíveis. O papel sexual é concebido de maneira variável tanto para os homens e para as mulheres, existem entre ambos os modelos que até bem pouco tempo atrás era pertencente somente ao universo masculino ou ao universo feminino. A sociedade moderna delimita com muita clareza e exatidão a representação sexual de cada um, ou seja, qual o papel pertencente ao homem? O que é definido para ele? E, para a mulher? Qual a sua representação perante a sociedade? As características específicas do papel sexual vêm reguladas como um conjunto de critérios/princípios que regulam regras de conduta referentes a comportamentos, procedimentos, valores e reações emocionais que são reputados ao próprio, e conveniente a cada ser sexualmente socializado. Contemporaneamente, comprovamos que papel masculino e igualmente o feminino, são muito bem sentenciados e claros. Em nível de conduta temos conhecimento que essas particularidades de cada ser humano diferenciam de papéis de gênero masculino e/ou feminino. “O papel sexual é compreendido como o componente social do exercício da sexualidade, e entendido como (um comportamento típico de gênero). O que ocorre é que, desde o nascimento (ou talvez até antes dele, como expressão do desejo dos pais de filhos de determinado sexo) somos impregnados de um modelo de comportamento. Sem dúvida, os papéis sexuais são impostos pela cultura, como o sexo biológico foi determinado pela fecundação e pelos fatores endócrinos” (MARZANO, 2005, p.3). Atualmente, as características proeminentes dos papéis sexuais não são mais estabelecidas definitivamente, e os mesmos estão sujeitos a mudanças. A 17 evolução do papel sexual feminino nos tempos atuais manifesta-se distintamente em funções de padrões éticos que estão em vigor e em função de diferentes momentos. O papel sexual é do mesmo modo estabelecido psicologicamente em razão da pressão social obrigado pela Lei, pela moral e pelos costumes. Socialmente, as pessoas que não se ajustam às normas sociais prenunciadas, são julgados como sendo um ser desviante, e consequentemente tendem a exprimir indício de desordem psicológica e/ou social. A ascendência social se faz presente de forma distinta, essencialmente a respeito de valores e atitudes própria de cada gênero sexual, os quais regularmente são internalizados as atitudes adequadas aos papéis de gênero, tornam público automaticamente a maneira de como comportar-se socialmente. Conforme Parker, Nagem, Lakoff & Jonhson e Amaral, que se reuniram e identificaram as possíveis metáforas contidas nos estereótipos dos papéis sexuais/sociais, da seguinte forma (BARCELAR, 2007, p.1): 2.3.1 – Masculino: Pai ativo, metáfora de que é o sexo forte, nobre, o coronel, o galo do terreiro, machão; como explicação têm o poder, ação, virilidade, sexo forte e um sexo frágil, com poder maior que o outro; as consequências é que têm padrão duplo de moralidade e autoridade para dominar. 2.3.2 – Feminino: Mãe concubina, passiva, cuja metáfora é o sexo frágil, o sexo belo, a santa, a galinha; como explicações citam fraqueza, passividade, conduta irrepreensível ou conduta reprovável e como consequências, um desprestígio das funções femininas e opressão das mulheres. As influências culturais promovem a criação de gêneros diferentes ou unicamente as acentuam. A presença de papéis semelhantes em terminada cultura insinua que pelo menos algumas dessas diferenças o seu conteúdo possam ser inatas. Entretanto, as diferenças psicológicas, estão subordinadas à subjetividade de cada sujeito ou à realidade apresentada pelo seu estado de consciência. 18 CAPÍTULO III O CASAL GRÁVIDO E A ADEQUAÇÃO MATERNA / PATERNA A gravidez em si forma a essência de um fenômeno biológico comum para todos os seres vivos, “espécie humana”, é um acontecimento igualmente fisiológico, psicológico, social e somente peculiar aos seres vivos. As sensações de vulnerabilidade e apreensão são normais, o sentimento de incerteza acompanhado de certo medo a respeito de encontrar-se numa fase de grande transformações físicas e psicológicas são bem mais visível quando se trata da primeira gestação. Para o casal grávido, este momento é tão especial, é um espaço de tempo pleno de adaptações de múltiplos sentidos: físicas, emocionais e existenciais e igualmente sexuais. A necessidade de adaptações nesta fase não é uma vantagem concedida somente às mulheres, os homens do mesmo modo também passam e vivenciam um processo adaptativo que tem a ver com a reorganização do seu futuro papel paternal. É neste sentido que um novo olhar sobre a gravidez vem ganhado espaço, onde a proposta é estabelecer a experiência da procriação no contexto do casal. Segundo Maldonado e Dickstein: “A preocupação com as transformações do corpo na gravidez é um aspecto da preocupação com a transformação da vida e dos vínculos que acontecem por ocasião da vida de um filho. Comumente, a mulher canaliza grande parte da atenção e da energia para seu interior, de modo que as sensações novas, físicas e emocionais, assumem grande importância” (2010, p.68). A gravidez é um tempo presente único de um estádio para a paternidade, individualizado por umas variedades de mudanças e adaptações. Entretanto, todas estas fases vão causar transformações generalizadas nas diversas vertentes da relação íntima do casal (Id. P.68) 19 3.1 – Fatores Psicossexuais O comportamento sexual do ser humano é resultado de um conjunto de fatores que mantém relações de interação restrita entre si e se completam por interesses comuns. Estes fatores são: identidade sexual, identidade de gênero e comportamento sexual, essa tríade de fatores atingem o crescimento, o desenvolvimento das pessoas, de modo que o somatório destes três fatores é nomeado de Fatores Psicossexuais. “A sexualidade é algo mais do que o sexo físico, coital ou não, é algo menos do que todos os aspectos do comportamento dirigidos à obtenção de prazer” (KAPLAN, SADOCK e GREBB, 1997, p.616). Esses autores mencionam que a sexualidade de uma pessoa está profundamente inter-relacionada com a totalidade de sua personalidade, afetando o seu autoconceito, suas relações com o próximo e seus padrões gerais de comportamento, que é virtualmente impossível atribuir a ela uma individualidade (id, p.616). Em relação a todos os adventos acima citados, não podemos deixar de considerar e especificar que a gravidez e a maternidade é um período de transição e de inter-relacionamento nos quais exprimem transformações, não só no bem estar da mulher, mas também no organismo da mesma, alterando o seu psiquismo e consequentemente toda a sua organização psicossexual. Esta fase e o espaço de tempo na qual ocorre a maior incidência de sintomas provenientes de algum transtorno psíquico. Arquétipo mais comum é a depressão na gravidez e depressão pós-parto. Fatores psicológicos tem a capacidade de produzir e ocasionar sérias complicações durante a gestação, bem como para o parto e aproximadamente a seis semanas após o parto (puerpério). Tais fatores podem ser ocasionados pela soma de respostas mentais e físicas causados por “stress existencial e intensa ansiedade”. “Nas últimas quatro décadas a gravidez tem sido estudada como um período de desenvolvimento psicológico e social de elevada importância. Um estudo sobre a transição para a paternidade e a maternidade deveriam ser consideradas como etapas de transição de papéis no contexto ciclo vital da 20 família, e onde a gravidez é entendida como mais uma etapa do desenvolvimento com tarefas próprias e adequadas a essa fase do ciclo vital da família” (GOMES, 2009, p.p.26-27). Ao passo que na mulher, a gravidez sustenta acentuada e profunda alterações do perfil corporal, no homem essas alterações podem gerar significativas manifestações principalmente quanto determinado pais assumem o papel de grávido. Alguns autores atribuem a essas manifestações como sendo a “Síndrome de Couvade”, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas psicossomáticos observados em alguns pais durante o período de gravidez. Esta síndrome resume na alteração de sintomatologia somática ou psicológica da participação ativa paterna no período gestacional. Sinais e sintomas pertinentes a essa síndrome: ganho de peso, variação súbita de humor, sono excessivo, dor de dente, desejos, perda de apetite, náuseas, vômitos e enjoos. Todas estas alterações são de origem psicológica gerada a partir das experiências pessoais vividas pelo homem grávido. 3.2 – Fatores Fisiológicos O sinal mais importante presumível da presença de uma gravidez é um atraso de uma semana que ocorre no período menstrual. Ulteriormente são vivenciados sinais de inchaço e intensa sensibilidade dos seios, modificações em seu tamanho e forma, náusea com a existência de vômitos ou não, fadiga e micção repetida. Entretanto, sob o aspecto hormonal, a gravidez, no seu começo, ocorre o prolongamento das alterações que se produzem no período que precede a menstruação, que tem a finalidade em ajustar o organismo materno à gravidez. “Todas as alterações que ocorrem no organismo da mulher servem como preparação para o recebimento e sobrevivência do novo ser. Estas modificações que ocorrem durante a gravidez estão entre as mais significativas que o corpo humano pode sofrer. Presentes desde o comento da concepção até o pós-parto essas alterações são essenciais para a manutenção da gestação, desenvolvimento do feto, parto, puerpério e par a lactação subsequente” (REZENDE, 2009, p.3). 21 Em grande parte das mulheres a compreensão da gravidez vem por meio de sintomas de náuseas ou vômitos, os quais têm por costume aparecer pela manhã, e ainda enfatiza que todos esses desconfortos constantemente são causados através de excitações sensoriais e mais circunstancialmente olfativas (Id, p.3). É comum durante a gravidez o surgimento de varizes ou micro varizes, basicamente em seguida ao quarto mês de gravidez, em razão das alterações que realiza-se no sistema circulatório e a complicação que pode vir ocorrer no retorno venoso pelo aumento de peso e compreensão de alguns vasos (id, p.4) Na gestação, uma das razões para o aparecimento das varizes está associada a ação de hormônio, indispensável para a manutenção da gestação. Mais do que isso, o útero cresce e comprime os vasos pélvicos que estabelecem comunicação com os vasos das pernas. Os resultados dessas alterações no sistema circulatório, igualmente são causadores pela sensação de cansaço e o inchaço nas pernas no transcurso gestacional. (...) Afirmam que a gravidez representa um período de completo desenvolvimento funcional, do qual participa toda a economia materna e que põe à prova, todos os tecidos do organismo, incluindo sistema reprodutor endócrino, respiratório, musculoesquelético, cardiovascular, tegumentar, imune e urinário, neurológico gastrointestinal, (DELASCIO e GUARIENTO, 2009, p, 3). Uma das maiores alterações fisiológicas que ocorre na gravidez, tem o sistema hormonal como sendo o grande responsável por estas alterações no organismo da mulher. Sob este aspecto, a gravidez é no seu começo o prolongamento das modificações que se compõem no período pré-menstrual e que desempenha a função em adaptar o organismo materno à gravidez e, posteriormente, proteger a vida do bebê. “Os hormônios são de grande importância durante a gestação, os principais são: a progesterona, a gonadotropina coriônica humana (HCG), o estrogênio, o lactogênio placentário humano (HPL) e a somatomamotropina coriônica humana: progesterona, o seu principal papel é relaxar a musculatura do útero, crescimento das mamas, aumento no tamanho da vagina, desenvolvendo assim os grandes e pequenos lábios, 22 aumento da pelve oara facilitar a passagem do bebê na hora do parto. Além de participar na mamogenese. HCG, tem papel fundamental na gestação, pois a placenta não consegue produzir progesteroana e estrogênio se encarrega pela função. Estrôgeneo, se encarrega pela função de promover o aumento à elasticidade da parede do útero e do canal cervical, participa no metabolismo do ácido fólico e na mamogênese.HPL, sua principal função é no processo de iniciação de produção de leite, conhecida com lactogênese. ‘Somatomatropina coriônica humana, participa na nutrição adequada do feto e também tem a função de ajudar em seu crescimento” (ZOLLER, 2008, p.1) Todos esses hormônios igualmente desempenha importante papel durante a gestação, entre outras relações pertinentes a sua fisiologia, é necessário que sejam mantidos principalmente os seus valores adequados, e tanto a mamãe e o bebê se sentirão bem em todo percurso da gravidez e pósparto. 3.3 – Fatores Psicossociais A gravidez é um momento muito especial na vida de um casal, é diversificada e delimitada por uma interação complexa de fatores de caráter cultural e social. É indubitavelmente afetada pela capacidade que o ser humano tem em conviver com o seu semelhante e pela peculiaridade circunstancial de vida e pela cultura na qual está inserida os papéis sexuais e concebido por dispor de carácteres próprios pertencentes para a mulher e para o homem. “(...) As novas condições de vida econômica e política atraem cada vez mais o homem para fora de casa; torna-se, então necessário delegar à mulher a função de educadora. A maternidade, até então uma função sobretudo biológica, passa ter uma função social” (MALDONADO, 1984, p.18) O papel sexual é associado ao comportamento psicossocial do ser humano e é evidenciado como o elemento que compões socialmente o direito de todas as pessoas em exercer plenamente a sua sexualidade. Maldonado (1984) ratifica que a gravidez é uma fase de passagem de um estado a outro que é parte integrante do processo de desenvolvimento onde acontece uma sucessão de mudanças tanto na identidade, tal qual no 23 papel do homem e da mulher. Todo este acontecimento pode traduzir e trazer à tona conflitos passados de relacionamento com os pais, irmãos e demais componentes da família, bem como, do próprio casal. Entretanto, pode aparecer com evidências experienciais altamente agradáveis vividas no âmbito familiar de ascendência ou no próprio casamento. As relações préestabelecidas com pessoas de seu convívio social igualmente influenciam no processo gestacional. Tanto as mulheres como os homens em vários momentos da gravidez sentem-se ambivalentes em relação a tornar-se pais. Os papéis familiares são muito importantes nesta etapa de vida do casal grávido, tanto na maternidade como na paternidade são respostas de desenvolvimentos e experiências construídas com base na sociedade (Id, p.22). A gravidez é sintetizada como um acontecimento normal na vida da mulher, contudo é muito mais que um simples evento, a gravidez é um processo que se ajusta no ciclo pertencente à vida da mulher, como sendo um momento magnífico e complexo. No ponto de vista psicossocial, representa um estímulo à adaptação da mulher como pessoa. Em seu espaço intrapessoal projetam as suas ansiedades e as suas expectativas, e ainda nesse espaço que se definem novas representações sociais, novas expectativas e atitudes (GOMES, 2009, p.17). Compartilhar sentimentos, anseios, frustrações e triunfos com os outros e entre si fortifica os laços entre o casal grávido e tende ajudar a família a perceber que a situação, hoje existente é resultado do crescimento de cada um como ser humano. Os modelos humanistas ilustrado por Maslow, fantasia as pessoas como responsável e atuantes em seu próprio desenvolvimento através da escolha, da criatividade e da auto realização. (Id, p.17) 24 CAPÍTULO IV FASES DA GRAVIDEZ A gravidez é a fecundação (união) do gameta masculino o “espermatozoide” com o gameta feminino o “óvulo”. A fecundação acontece no interior das trompas e é um processo dinâmico, já que o óvulo se desloca em direção ao útero, impelido pelos movimentos ondulatórios da trompa. “Havendo a fecundação, o óvulo, após alguns dias, chega ao útero e se fixa, como se fosse em um ninho, macio como uma manteiga, acolhedor, e aí ele se desenvolverá até a data do parto. Esta fixação do óvulo no útero é chamado de nidação. Isto acontece mais ou menos na 4ª.semana de gestação, mas é claramente visível a ultrassonografia no decurso da 6ª. Semana de gestação. No início da gravidez, com 18 dias de fecundação, o coração do embrião já bate, mas só é detectável através da ultrassonografia a partir da 7ª.semana de gestação” (MAGALHÃES, 2005, p.41). Na gravidez, o corpo da mulher começa apresentar alterações e os primeiros sinais evidenciados são as mamas que aumenta de tamanho e ficam intensamente sensíveis, sendo que a maior sensibilidade incide nos bicos das mamas. Até quando a roupa encosta neles produz um acentuado desconforto/incômodo. A cintura se alarga e é bem habitual sentir pequena quantidade de cólicas, esse sinal de cólica é a chegada do ovo ao útero (Id, p.41). “Em uma gravidez normal é comum ter náuseas , choro fácil, sonolência, fome em excesso (perigo!). Não é normal ter sangramento, cólicas excessivas, vômitos constantes etc. O pré-natal é a prevenção do aborrecimento. A medicina deve ser preventiva e não curativa. Portanto, a necessidade de se fazer o acompanhamento mensal com o médico é de vital importância, para que se possa detectar com rapidez qualquer problema logo no seu início, evitando maiores danos à mulher e ao feto” (Id, p.p.,42-43). De acordo com Magalhães, o pré-natal fundamenta-se em visitas mensais ao médico “obstetra”, no qual o mesmo fará um checkup e verificará o 25 peso da gestante, a sua pressão arterial, efetuará a medição do fundo do útero e a circunferência abominável. Além de apertar o tornozelo a fim de se verificar se há edemas (inchaços) nos pés ou até nas pernas (MALDONADO, 1984, p.43). Os exames pré-natais são de grande valia, pois através deste pode se detectar uma variedade de doenças que causam sérios prejuízos à saúde da mamães e do bebê até a 30ª. Semana de gestação as visitas ao médico obstetra é mensal, daí em diante, até a 37ª.semana as visitas são quinzenais e por fim a partir desta (37ª.semana) as visitas passam a serem semanais até o dia do parto (Id, p.24). Conjuntamente, com o acompanhamento pré-natal com o médico obstetra, o atendimento e aconselhamento psicológico no pré-natal é de grande valia. O atendimento e aconselhamento no parto e pós-parto não trata-se simplesmente em ajustar a saúde mental e emocional. A psicoterapia atua como um suporte para atender a essa nova perspectiva materna e paterna na busca de que seja alcançada uma melhor qualidade de vida para os pais e bebês (id, p.24). 4.1– 1º. Trimestre Esse período é caracterizado por modificações da aparência relativamente pequena no aspecto corpóreo da mulher: em leve aumento ou pequenas mudanças da forma da barriga ou dos seios, que adquirem sensibilidade. O corpo até este momento não tomou para si o aspecto grávido, os movimentos do embrião até então não são sentidos pela mãe. “A percepção da gravidez pode ocorrer bem antes da confirmação pelo exame clínico e até mesmo antes da data em que deveria ocorrer a menstruação. Não é raro a mulher captar em nível inconsciente as transformações bioquímicas e corporais que assinalam a presença da gravidez e expressar esta percepção através de sonhos ou ‘intuições’. Em contraposição há mulheres que só ‘descobrem’ a gravidez no quarto ou quinto mês, ou porque tem pouca sintonia com o próprio corpo e negam a existência das transformações da gestação, ou porque na história ginecológica há episódios de amenoréia prolongada, ou porque sangramentos eventuais no primeiro trimestre são confundidos com menstruação” (Id, p. 27). 26 No exato momento que esta percepção vem à tona na forma de consciente ou inconsciente da gravidez e que se principia a formação do vínculo de dependência materno-filial e das mudanças na rede de intercomunicação familiar (Id, p.27). No primeiro trimestre, o feto ainda não é realmente sentido, e as modificações do esquema corporal, até agora encontram-se discretas. Por conseguinte, as manifestações mais habituais da ambivalência são os sentimentos de suspeita mais ou menos fundada entre estar ou não grávida. Mesmo após o exame clínico positivo que, por sua vez, igualmente, tende a trazer a lembrança uma mistura de sentimentos de contentamento, apreensão, irrealidade e, em alguns casos, franca rejeição (Id, p. 28) A oscilação de sentimentos que se instaura a partir do principiar da gravidez mostra outro aspecto de grande relevância: a reação inicial perante a gravidez não permanece em toda vida. Uma norma de procedimento inicial de rejeição pode dar lugar a um comportamento de aceitação e vice-e-versa (Id, p.28). Neste trimestre a mulher já começa a demonstrar algumas manifestações, o que é muitíssimo comum, e uma das primeiras é a hipersonia: quando ocorre uma necessidade excessiva de dormir, o que é normal. É como se o organismo se ajustasse com o propósito de aceitar as tensões fisiológicas suplementares tornando bem maior a necessidade de dormir (Id, p.29). Além da manifestação acima a mulher vivencia neste primeiro trimestre, outros sintomas comumente possíveis de ocorrer: as náuseas e a hipernese gravídica “excesso de vômito” (Id, p.29). “Kaplan (1960) supõe que as mudanças hormonais do início da gravidez explicam em parte a ocorrência de náuseas e vômitos, pois diminuem o limiar bioquímico destes sintomas. No entanto, a grande amplitude de variação quando a ocorrência, persistência e severidade destes sintomas sugerem a influência de fatores psicológicos na etiologia (Id, p.29). 27 10 Outras manifestações comuns durante a gravidez são o desejo (necessidade interna exclusiva de ingerir determinado alimento, especialmente não desejado fora da gravidez) e as “aversões” (repugnância intensa por determinados tipos de alimentação ou bebida, em tempo algum sentido antes. Os desejos supostamente requer mais atenção do quê as aversões também são comuns e é possível que estes fenômenos estejam intrinsecamente relacionados (Id, p.30) Igualmente, manifestações comumente deste trimestre são: o aumento do apetite, as oscilações de humor, o aumento da sensibilidade, aumento da irritabilidade (Id, p.p.32-33). Por fim, resumindo, os aspectos psicológicos de maior importância nesse período de gravidez são: a percepção da gravidez (consciente ou inconsciente), o começo da formação materna-final. Manifestações habituais: hipersonia, náuseas, vômitos, desjos e aversões, aumento do apetite, oscilações de humor (aumento de sensibilidade a aumento da irritabilidade). 4.2 – 2º. Trimestre No ponto de vista emocional, estre trimestre é reputado como sendo o mais estável. Sendo que os primeiros movimentos fetais causam um grande impacto e estes movimentos fetais é um fenômeno genuíno neste trimestre. É nesse exato momento que a mulher tem a sensibilidade de sentir o feto como um fato concreto dentro de si. “É com a percepção dos movimentos fetais que se instalam mais decisivamente na mãe, os sentimentos de personificação do feto. A mulher passa a atribuir ao feto certas características pessoais, segundo sua interpretação dos movimentos: o feto pode se sentir como ‘carinhoso’ ou ‘delicado’, se os movimentos são percebidos como suaves; ou ao feto podem ser atribuídas características de agressividade e ataque, se os movimentos são sentidos como brusco ou violentos(...)” (Id, p.24). Os movimentos fetais indicam uma agressão ao corpo da mãe, como se o feto tivesse a intenção de destruí-la. Os movimentos fetais do tipo ritmado eram considerados como impressão de prisão e anseio em sair do útero; em um terceiro momento, as grávidas só podiam dormir de costas, porque quando 28 não ocorria isto e o feto se movimentava, considerava como se fossem “queixas” do mesmo por estar sendo incorretamente comprimido (Id, p.34). “A ambivalência pode manifestar-se na interpretação dos movimentos fetais de várias maneiras: pelo alívio de sentir os movimentos, sinais de que o feto está vivo e ansiedade quando não consegue perceber os movimentos surgindo o temor de que algo não esteja bem” (Id, p.35). Pode-se perceber, logo que a interpretação dos movimentos fetais forma a essência de uma fase da formação de vínculos materno-filial onde, na fantasia da mãe, o feto imediatamente começa obter características próprias e a se comunicar com a mãe por meio da diversidade dos seus movimentos (Id, p.35). Os movimentos fetais causam efeitos diferenciados no marido e, geralmente, é muito impetuoso; existe a mobilização de valores e inveja no homem, pela impraticabilidade de ter a sensação de sentir o feto desenvolverse dentro de si (Id. p.35). Partindo desse sentimento de inveja, várias respostas podem ocorrer: a criação de uma conjuntura triangular adulta em que o marido participa dos movimentos fetais sentindo-os transversalmente pelo ventre da mulher, e comunicando-se com o feto por um sistema semelhante de personificação efetuado pela mulher, o feto, por conseguinte ainda “in útero”, já é inserido na dinâmica do relacionamento familiar (Id, p.35). De modo que, essa mobilização de inveja no marido ressuscita antigos sentimentos de concorrência fraterna, vivido em relação à própria mãe quando a mesma encontrava-se grávida dos irmãos; então o marido tende a perceber o feto como um verdadeiro intruso que vá literalmente tomar a sua posição privilegiada perante a mulher repelindo-o a segundo plano (Id. p.35). Neste trimestre, o feto se movimenta com muita frequência e seus deslocamentos são facilmente percebidos, os pais tentam sentir com as mãos, mas tudo indica que os bebês apreciam fazer uma travessura e geralmente para de se mexer neste exato momento, frustrando os futuros pais (MAGALHÃES, 2005, p.48). 29 É através de seus movimentos que os bebês começam a evidenciar seu temperamento, ainda na barriga das mamães. Aquele bebê que muito se mexe, pode ter a convicção de que ele será uma espoleta, em contrapartida bebê que se mexe menos, pode ter a convicção que serão bem mais calmos. Os bebês, além disso, pode dispor de seu momento de soneca, como se encontra do lado de fora, aí ele deixa de se mexer (Id. p.48). “Suplicy (1987) afirma que a segunda fase da gestação caracteriza-se pelo aumento do desejo sexual na maioria das mulheres. Nete período, geralmente, a mulher já aceita o fato de ser mãe; seu corpo grávido começa a se definir e já pode ver-se dos sintomas comuns do primeiro trimestre” (LECHT e MARTINS, 2003, p.3). Os aspectos psicológicos de maior influência de natureza íntima, neste trimestre, consistem na sensação dos primeiros movimentos fetais; personificação do feto (o bebê imaginado). Manifestações mais comuns são: alterações do esquema corporal, alterações do desejo e desempenho sexual, introversão e passividade ou aumento de atividade (MALDONADO, 1984, p.34). – 3º. Trimestre Com a aproximação do momento da mulher entrar em trabalho de parto e em vias de dar à luz, o seu nível de “ansiedade” tende a aumentar. Até porque com a vinda do bebê, vai ocorrer uma mudança de rotina. A ansiedade é especificamente aguda nos dias que precede a data prenunciada, e tende a tornar-se mais forte quando a data prevista é passada. Os sentimentos são geralmente um pouco contraditório; o desejo de ver o bebê nascer e findar a gravidez e concomitantemente o desejo de prolongar a gravidez. Para protelar a necessidade em ter que fazer novas adaptações exigidas pela chegada do bebê. “No último trimestre o grande volume uterino é o fator que condiciona a maioria dos sinais e sintomas. Assim ocorrem com frequência pirose e o enfartamento, a sensação de dificuldade respiratória, o aparecimento ou agravamento de varizes, o edema dos membros inferiores e a síndrome de hipotensão supina, devido à compressão da veia (...) Neste período são igualmente frequentes à fadiga e ao desconforto 30 físico, assim como dificuldades em adormecer e repousar” (GOMES, 2009, p.26). Os medos próprios da maternidade em alguns casos se expressam em sonhos e fantasias conscientes previamente e após o parto. É bastante comum sonhar com o parto. É bastante comum sonhar com o parto, com o bebê e com as alterações do esquema corpóreo; as expectativas relacionadas a si mesmo como mãe e em relação ao bebê são questões frequentemente explícita em sonhos (MALDONADO, p.41). “Gilman (1968) estudou o conteúdo manifesto dos sonhos de 44 primíparas com o objetivo de verificar se os sonhos ajudam a entender as tensões psicológicas da gravidez e a capacidade de adaptação à situação de maternidade. Observou que a metade dos sonhos relatados eram sobre o bebê e quase metade continha elementos de infortúnios, danos e ameaças à mãe ou ao bebê. Concluiu que os sonhos refletem claramente o impacto da gravidez” (Id, p.42). É nesta perspectiva que o sonho tem a faculdade em mobilizar e incorporar mecanismo de adaptação que contribuam para enfrentar uma das tensões mais importantes do ciclo vital feminino. As fantasias conscientes relacionadas a si mesmo como mãe e ao bebê igualmente são de suma importância. Assiduamente exprimem o temor de que a particular hostilidade, que faz parte da ambivalência, destrua o feto. O temor em ter um filho portador de alguma deficiência física exprime claramente este tema (Id, p.43). “A ansiedade, a apreensão e o temor estão sempre presentes em diferentes graus de intensidade, em toda a gravidez. Um dos menos mais comuns é o ter um filho com algum defeito físico ou mental” (MALDONADO e DICKSTEIN, 2010, p.75) Esses medos podem ser provenientes de sentimentos de culpabilidade e em alguns momentos inconscientes e antigos, associado ao medo de castigo por ter feito alguma coisa inadequada (Id, p.76). É muito comum na gravidez sonhar com o parto e o sexo do bebê. Os sonhos exprimem desejos, fantasias e temores que existem perante a possibilidade de ter um filho. Muitas gestantes sonham que o bebê nasça sem que tenha percebido e ele aparece andando e falando (Id, p.76). 31 Além disso, outro sonho comum é sonhar que o neném nasceu bem antes do previsto e nenhuma pessoa teve o tempo necessário para arrumar tudo o que fosse essencial a fim de aguardar sua vinda (Id, p. 77). Ao longo da gravidez a mulher vai se planejando para o parto e a maternidade, vai especificamente conceber fantasias sobre o bebê e dá início a preparação de sua chegada (GOMES, 2009, p.29). “Durante a gravidez todas as atenções tendem a recair sobre a mãe. O pai é visto como tendo um papel secundário ou é mesmo colocado à margem de todo o processo. No entanto, as mudanças sociais e culturais verificadas nas últimas décadas têm provocado profundas alterações nos papéis dos elementos da família, tornando a função paternal mais participativa e exigente” (Id, p.106). Em suma, a experiência que o pai leva da gravidez, são transformações de cunho pessoais e sociais que tendem ter tantos significados positivos, tal qual a companheira. O pai vivencia alterações psicológicas quase imperceptíveis na transição para a paternidade (Id, p.106). Neste período, os aspectos psicológicos de maior importância são: a proximidade do parto, as manifestações mais acentuadas, aumento da ansiedade, temores de não ter um filho saudável e a preferência de sexo (id.p.106). 32 CAPÍTULO V A PRÁTICA SEXUAL DURANTE A GRAVIDEZ 5.1– Manifestação de Desejo A gravidez, visto que se apresenta como um fenômeno natural pertencente ao curso de vida da mulher, igualmente, manifesta-se como um período que conduz a uma variedade de mudanças em seu desenvolvimento pessoal e social. Concomitantemente são múltiplas as exigências provenientes de adaptações em todos os sentidos, em razão das alterações psicossomáticas, psicoativas e socioculturais que a evolução da gravidez envolve. Para o casal o processo gravídico é um período recheado de adaptações físicas, emocionais, existenciais e do mesmo modo sexuais. É essencial ressaltar que a necessidade de adaptação não é pertinente e nem um privilégio reservado somente para as mulheres, mas também para o homem. A gravidez reflete em diversas formas no relacionamento do casal, implicando em que os dois construam adaptações singulares com o objetivo de prover ou aperfeiçoas a qualidade de vida, na qual, ambos usufruam antes da gravidez acontecer. O desejo sexual no transcurso da gravidez sofre mudança de mulher para mulher, do mesmo modo sucede com o homem. No entanto, verifica-se uma propensão em ocorrer uma diminuição à medida que a gravidez vai se desenvolvendo. “Homens e mulheres não vivem a sua sexualidade da mesma forma. Ao longo da vida verifica-se um padrão diferente na atividade sexual, assim como uma maior ênfase nos aspectos emocionais e relacionais da sexualidade (...)” (GOMES, 2009, p.36) Como já vimos para o casal, o período gestacional é um momento de adaptações e a sexual é uma das mais importantes, pois tende a mexer com a sexualidade. O desejo e prazeres sexuais podem ser vivenciados de uma 33 maneira que enriqueça a identidade de uma pessoa e valorize as relações, podendo ser vivida de forma paradoxal como alguma coisa altamente excitante e que potencia o desejo e o prazer (Id, p.33). Durante o período gestacional a expressão da sexualidade pode sofrer modificações profundas e significantes e ao passo que uns casais não apresente problemas no relacionamento sexual, outros manifestam grande preocupação. Esta variedade de sentimento é estimulada por fatores físicos, emocionais, de interação. Mitos sobre o sexo na gravidez: questões religiosas; questões religiosas; questões socioculturais; problemas de disfunção sexual, mudanças físicas na mulher (Id, p.37). Fundamentado nesse conjunto de fatores, a mulher por um longo tempo foi aconselhada a não manter as relações sexuais ativa no transcurso da gravidez. Nos dias atuais, o acesso às informações sobre a sexualidade está muito mais presentes no cotidiano das pessoas, incentivando maior participação na busca do prazer sexual. No período da gestação, a vida sexual não se resume só na manipulação da região genital, vai muito mais além, implica o comprometimento do casal e a aprovação do outro. Durante a gravidez, o sexo e a sexualidade tem a faculdade e devem preservar e aumentado o erotismo da mulher, afim de que ela possa se sentir desejada sexualmente, mesmo sofrendo transformações corporais. (SOUTO; BRANDOLT; KRUEK; TAVARES; BITELBRON, 2012, p.3). A sexualidade da mulher durante a gravidez resultará, entre outros motivos, de como a mulher se percebe, se avalia e se valoriza nessa etapa de vida. Enfim, resultará substancialmente de sua autoestima. Ter a sensação que é amada e esta atraente, além da realidade, ou não dos atos de estar sendo realmente amada, realmente atraente, além do comportamento de seu companheiro em mostrar que existe ainda seu sentimento por ela, vai depender exclusivamente por ela, vai depender exclusivamente de sua autoestima e consequentemente de sua afetividade1 (2008, p.p.1-2). 1 <http.www.psiqweb.med.br/site/?area=no/lernoticia&idnoticia=141>, (p.1-2). Acesso em 20.02.2013. 34 “Para alavancar a vida sexual e a satisfação do desejo erótico-sexual é preciso entender que alguns pontos precisam ser bem vividos ou resolvidos anteriormente: (...) 1º. Lugar, que vocês dois não carreguem culpas ou medos relacionados ao sexo. (...) Culpa, ideias de pecado, imoralidade ou algo impuro que foram absorvidas em vivências familiares ou religiosas podem estar amarradas no seu emocional, e aquela sensação de estar fazendo algo errado pode ser um balde de água fria no seu desenvolvimento sexual e no seu prazer. Por isso é preciso que vocês dois desejem e se permitam, acreditando realmente que sexo é algo gostoso e que pode ser naturalmente vivido entre duas pessoas que se gostam de qualquer faixa de idade, sem motivo de vergonha ou repressão. (...) É importante estar atento à relação e tentar promover sempre a retomada de prazeres corporais, sociais e relacionais” (GAVRANIC, 2010, p.p.4-5). Com a baixa autoestima, a atividade sexual, evidentemente, tem motivo para passar por alterações relevantes durante o período gestacional, a vida em si relacionada ao casal está iminentemente em perigo. E, a insegurança da gestante se manifesta, propiciando a clara impressão de que o seu parceiro está violentando-se ou fingindo sentimentos que não existem. A suspeito que o parceiro está simulando sentimentos e que o mesmo está procurando outra, favorece a criação de um clima de discórdia, e com isso a relação do casal passa por um momento de instabilidade2 (2008, p.3). A descoberta do desejo sexual vivenciada no período gestacional requer adaptações à esta nova realidade. Em muitas mulheres os sentimentos ambivalentes tem a capacidade de fazer pensar que como pode o próprio corpo que gera um novo ser, do mesmo modo tem apetite sexual e quer ter relações sexuais. Para algumas gestantes, o ato de exercitar a sexualidade torna-se muito mais prazeroso e intenso, do que na faze não gestacional. (SOUTO; BRANDOLT; KRUEK; TAVARES; BITELBRON, 2012, p.4). “Em nossa sociedade existe a ideia de que durante a gravidez, o desejo sexual passa por algumas transformações, tanto no homem como na mulher, podendo haver a inibição do desejo sexual, assim como o aumento dele por parte do casal. A gravidez pode ser vista como um teste de maturidade emocional do casal, sendo que desafia alguns conflitos latentes. O casal começa também a redefinir seus papéis na 2 <http.www.psiqweb.med.br/site/?area=no/lernoticia&idnoticia=141>. 20.02.2013. Acesso em 35 nova família que passa a existir. Os sentimentos de maternidade e paternidade surgem e podem roubar espaço do relacionamento homem-mulher, interferindo no desejo sexual. A variação do desejo sexual da mulher grávida dependerá principalmente de suas condições psicológicas e do grau de aceitação da gravidez. Sentir-se amada e valorizada pelo parceiro, pode fazer com que a gestante sintase atraente, independente das alterações corporais advindas da gravidez (...)” (Id, p.4). No transcurso da gravidez, algumas mulheres tendem a liberar sua sexualidade mais naturalmente, em muitos casos experimenta pela primeira vez o orgasmo pleno, levando a alguns homens a estranhar este comportamento de suas mulheres, pois não e condizente com imagem até então idealizada da figura materna, “culturalmente assexuada e pura”. Assim sendo, passam a esquivar-se e evitar o contato físico relacionando-o como um ato pecaminoso, e, portanto, altamente inadequado e apropriado a esta situação presente3. (2008, p.1). Masters e Johnson (médico e psicóloga) em suas pesquisas científicas e laboratoriais na área da psicologia e da filosofia do ato sexual publicaram os primeiros ensaios sobre a fisiologia da resposta sexual humana, como sendo a fase do desejo sexual um fenômeno semelhante, igualmente nos homens como nas mulheres. (GOMES, 2009, p.40). O desejo é uma experiência subjetiva, uma necessidade física ou psíquica, um impulso, causado pela estimulação de um sistema neurológico específico, o qual é o produtor de sensações que nos conduz a buscar ou ficar receptivo a uma atividade sexual. É a primeira fase do ciclo de resposta sexual e é constituído em um sentimento de atração sexual por alguém. O agente provocador do desejo são fatores subjetivos, mutáveis numa pessoa em divergente momentos e também ao longo da vida (Id, p.41). “O desejo sexual, ou libido, é experimentado na forma de sensações específicas que levam o indivíduo a buscar ou tornar-se receptivo a experiências sexuais. Tais sensações são produzidas pela ativação física de um sistema neural específico do cérebro. Quando este sistema se acha em 3 <http.www.psiqweb.med.br/site/?area=no/lernoticia&idnoticia=141>, p.1. Acesso em 20.02.2013. 36 atividade, a pessoa se sente ‘excitada’, talvez experimente sensações genitais, ou vaga inclinação para a atividade sexual, pode estar interessa em sexo, disposta a uma relação sexual, ou apenas irrequieta. Essas sensações desaparecem após a gratificação sexual, isto é, o orgasmo. Quando este sistema está inativo, ou sob influência de forças inibidoras, a pessoa não se interessa por questões eróticas, ‘perde o apetite’ pela atividade sexual e torna-se ‘assexuada’”. (KAPLAN, 1993, p.28). Conforme Kaplan há ocorrências de distúrbios na fase do desejo, ou seja, o desejo sexual hipoativa e a inibição do desejo sexual (IDS) são síndromes normais no homem e na mulher. A pessoa hipoativa é assexuada, age como se seus circuitos encontrassem “interrompidos”. Deixa de sentir atração pelo assunto, não se vale do momento propício. É de se indagar se essa hiperatividade do desejo sexual procede da ausência de atividades, os centros sexuais ou da sua inibição ativa (Id. p.33). 5.2.- Manifestação de Incerteza Existem muitas incertezas por parte do casal gravídico da manutenção ou não da relação sexual ativa durante o período gestacional. Reflexo da ausência de informações, atrelado a outros fatores que cooperam como gerador dessas incertezas, em razão de que a nossa sociedade inscreve em sua história influências sequenciais de eventos decorrentes de mitos, tabus e crenças religiosas e populares em deferência a sexualidade humana. “Quando uma mulher engravida, a sexualidade do casal é quase sempre afetado por dúvidas e medos angustiantes. Eles receiam que as relações sexuais provoquem um aborto ou que magoem o futuro filho, e nestas por mais esclarecido que se esteja, o peso da cultura popular e os seus presságios, leva a que os casais sustentem suas práticas nas crenças” (GOMES, 2009, p.13). Os mitos, os tabus e as crenças em torno da prática do relacionamento sexual durante a gravidez, em grande parte sem nenhum fundamento, podem trazer danos à sexualidade do casal gravídico: “socialmente”, a maternidade é vista como um sinônimo de pureza é totalmente dissociada do ato sexual (Id, p.14). No período da gestação, muitas fantasias existentes vêm à tona e, entre elas, sem dúvida alguma tem relação com as atividades sexuais do casal 37 gravídico. Temos a faculdade de ratificar, no entanto que com a exclusão das condições anômalas, como gravidez de risco de abortamento ou parto prematuro, cólicas por contrações uterinas, perda de sangue ou ruptura da bolsa com perda de líquido, período final de gestação gemelar, suspeita ou confirmação de doença sexualmente transmissível, a sexualidade do casal gravídico deve ser exercitada na sua plenitude (LINS, 2009, p.61). O sexo na gravidez são varias as mudanças que ocorrem e as transformações se fazer presente desde o seu início, tanto no corpo como na mente. Os hormônios femininos deixam a mulher com sensações que podem gerar a diminuição da libido e o desejo de fazer sexo. Em contrapartida, o homem pode expressar a sensação de “protetor” percebendo a sua mulher como mãe e não mais como amante. Se distanciando dela para protegê-la e não causar prejuízo ao bebê ou mesmo ocasionar um aborto4 (p.1). A frequência de relações sexuais no período gestacional pode diminuir, embora cada casal gravídico seja um caso único, isto significa que enquanto algumas mulheres grávidas não têm relações sexuais, outras intensificam a sua frequência e sentem-se mais gratificadas. Além do receio em magoar o feto durante a relação sexual, existem mulheres que julgam não estarem mais atraentes devidos aos seus aspectos físicos. Diferentemente, ao contrário gostam de vivenciar a gravidez e ratificam tirar partido das alterações transitórias do seu corpo com o intuito de vivenciar o cotidiano da sexualidade (GOMES, 2009, p.14). Diversos tipos de comportamento o homem apresenta durante a gravidez de sua companheira, ao passo que alguns apresentam desconforto por fazer “amor/sexo” com uma mulher no período gestacional. A grande maioria destes aceitam as alterações físicas transitórias que se sucedem da gravidez e alguns homens chegam a sentir um maior desejo sexual por sua companheira (Id, p.14). “Um estudo gestação a diretamente período. O 4 sobre a sexualidade mostrou que durante a disposição e o bem-estar da gestante estão ligados com a vida sexual ativa durante este estudo também mostrou que fatores, como Sexo na gravidez – Usufrua desse Momento <http://guiadobebe.uol.com.br/sexo-nagravidez/>. Acesso em 27.02.2013. 38 sonolência, tristeza, culpa e medo em relação ao sexo, correlacionam-se negativamente na vida sexual do casal” (ARAÚJO; SALIM; GUALDA; SILVA, 2012, p.553) Mas um estudo sobre a sexualidade durante o período gravídico aponta que a vida sexual pode ser bem mais ativa neste momento de desconfortos corporais e sintomas físicos não estiveram presentes. Contudo, existem clara comprovações que o interesse pela atividade sexual mostra um leve declínio no primeiro trimestre, em compensação no último trimestre da gestação acentua-se. Estes dados, entretanto, são diversificados entre as gestantes. (Id, p.553). A atividade sexual no ser humano não tende exclusivamente a procriação, ainda que a atividade hormonal seja determinante para a reprodução da espécie humana. O coito no período gestacional deve ser realizado sem grande impedimentos, mas comumente a frequência é reprimida pelos médicos e também pelos costumes, o que dá mais intensidade às forças culturais inibidoras da sexualidade (OLIVEIRA, 2012, p.1). Os manuais e obras desenvolvidas e aprofundadas sobre a obstetrícia muito pouco ou quase nada destinam ser a este assunto. Entretanto Master e Jonhson analisaram 111 mulheres entre 21 e 43 anos investigando a atividade sexual atingida pela gravidez. Conforme estes autores no “primeiro trimestre da gravidez”, o interesse pela atividade sexual apresentou uma grande inconstância, partindo desde a reprovação voluntária nas mais diversas formas físicas de contato sexual até a majoração do interesse e da prática sexual ativa (Id,p.1). No segundo semestre, o que ficou evidenciado foi o crescimento elevado do grau de atividade sexual influída pelo interesse, pela faculdade de conceber fantasias e por sonhos de práticas sexuais. O ato ou o efeito de busca de práticas sexuais. O ato ou o efeito de busca do coito pela mulher foi a pretensão significativa deste período. Os autores do mesmo modo verificaram um aumento da conduta sexual e da realização multi-orgásmica do oito. A frequência dos sonhos eróticos foram muito mais numerosos (Id, p.1). No terceiro trimestre, as gestantes pela primeira vez demonstram uma intensa redução na frequência do coito, algumas delas, por resolução 39 procedente do médico foram orientadas a absterem-se de relações sexuais. Nas mulheres que já tinham gerado um filho. A reação foi similar, todavia em menor intensidade do que nas primíparas. Neste trimestre ocorre uma acentuada queda na frequência da atividade sexual generalizada. Algumas mulheres, entretanto, informaram que aceitavam o coito neste período com o intuito simplesmente em satisfazerem seus companheiros. (Id, p.1). Os autores Masters e Jonhson que na prática ocorreu uma diminuição de 40 a 60% na atividade sexual dos casais no período gestacional. Os possíveis fatores que influenciaram para a diminuição do coito no 1º.trimestre provém: de medo de perder a gestação, rejeição, a gravidez, e/ou ao parceiro, problemas físicos (náuseas, vômitos, azia, cefaleia, etc.), aconselhamento médico e proibição religiosa. No 2º. Trimestre a elevação do desejo seria justificado pela reiteração da feminilidade, segurança de consolidação da gravidez com a perda do medo de abortar. No 3º. Trimestre a redução da atividade sexual provém da modificação corporal com eventual queda da autoestima pelo não ajuste de sua imagem corporal com a sexualidade. Outros fatores que foram levados em conta seriam a queda de interesse do companheiro, pois é usual a dissociação entre sexo e maternidade, a ansiedade e medo do parto e o aconselhamento de restrição feito pelo médico (Id.p.1). O primeiro trimestre: à medida que o parceiro se adequa ao novo estado gestante, sua parceira pode sentir a sensação de desconforto e enfrentar enjoos, por vergonhada particular aparência. Ela será capaz de perder o contato com a sua sexualidade, e possivelmente seu interesse pelo sexo diminua. No segundo trimestre várias mulheres grávidas atingem um desejo altamente estimulado de contato sexual à medida que os desconfortos fisiológicos do início da gestação diminuem. A gestante inicia a se acostumar com o corpo e estabiliza a gravidez. Ela pode vivenciar sua nova forma física e os primeiros chutes do bebê como ratificação de sua feminilidade. Além disso, o seu organismo começa a produzir elevados níveis de hormônios sexuais, progesterona e estrógeno (HEINOWITZ, 2005, p.92). “Como o homem chega ao segundo trimestre? Mais comum que tenha o apetite sexual reduzido. A queda do interesse 40 pelo sexo pode derivar de preocupações com o conforto da parceira ou com a responsabilidade da paternidade. Ele pode não ter nenhuma disposição para os contatos sexuais por medo de rejeição e esperança de evitar decepções” (Id, p.92). Concomitantemente com as transformações no corpo da gestante geralmente ocorre a redução do apetite sexual masculino, nova forma física, novos cheiros e novas sensações. O homem pode entender que não existe mais “espaço demais”. O movimento do bebê. Entretanto, a motivação do feto é naturalmente uma reação por reflexo ao movimento ou ao som. O bebê não interfere no ato sexual nem sendo perturbado pelo mesmo (Id, p.p.92-93). Certamente algumas ideias de cunho religiosas ou semi-científicas podem ter um papel tênue na diminuição da sexualidade neste trimestre. Provavelmente você já tenha ouvido alguém falar que relações sexuais e orgasmos femininos, produzido muitas vezes, impede o oxigênio de chegar ao feto, ou que praticar o ato sexual com uma mulher grávida é anti-higiênico e antinatural. Qualquer dessas asserções vale uma reflexão (Id, p.93). No terceiro trimestre, algumas mulheres tendem estar menos ativas sexualmente durante o final da gravidez. Muitas restringem as relações sexuais por imaginar que devem limitá-las, ou por acreditar que o seu parceiro não tem mais interesse, em contrapartida, outras se privam do exercício por temor de contaminar o feto ou de iniciar prematuramente os trabalhos de parto através do orgasmo. Várias mulheres são refreadas. O desconforto físico e a redução da mobilidade, por nenhum desses fatores, essencialmente opõem que a gravidez desfruta de um “grand finale” abundantemente sexual (Id, p.93). As orientações médicas referentes às relações sexuais no terceiro trimestre, comumente aconselha parar com o ato sexual duas a quatro semanas antes da data prevista para o parto. É um princípio arbitrário e um pouco comum, adequado às maneiras de ser própria da gestação de cada casal. A cessação antecipada se legitima quando ocorrem sangramentos ou riscos de parto prematuro, ou quando as membranas se rompem. Na inexistência dessas condições, as limitações ao sexo não apenas se confirmam 41 como podem opor a criação de um importante laço que é anterior ao nascimento da criança (id, p.p.94-95). “Os parceiros que dão prazer um ao outro durante os meses da gestação criam laços profundos antes do nascimento. Para manter a atividade sexual durante a gravidez, seja criativo, vocês podem descobrir juntos diversas maneiras em transformação e a mudança do centro de equilíbrio de sua parceira” (GOMES, 2009, p.95). O sexo alternativo é a solução mais eficaz para a continuidade do ato sexual na gravidez. A falta de agilidade e o desconforto não devem ser o motivo para necessariamente amortecer o sexo. É muito fácil agregar adaptações de posição e procedimentos inventivos a qualquer repertório sexual (Id, p.95). 42 CONCLUSÃO Na extensão deste estudo monográfico, foi constatado que a sexualidade para o casal grávido depende exclusivamente de diversos fatores, principalmente o psicológico. E, que tal qual a mulher o homem também passam por adaptações físicas e emocionais. Mesmo com a quebra de paradigma de que na sociedade contemporânea a sexualidade é um tema que vem sendo estudado e pesquisado com frequência, e que as informações e respostas pertinentes acerca de suas questões chegam mais facilmente. Mesmo assim, algumas pessoas ainda associam a prática do ato sexual somente à penetração, e com isso, afasta-se de outras formas de se obter a satisfação, o “prazer” e estimular e “excitar” a sexualidade da mulher. A manutenção da prática sexual no período gestacional é intimamente influenciada por uma multiplicidade de fatores fisiológicos, psicológicos e socioculturais, subsistindo ainda a presença de alguns mitos, tabus, crenças sociais e religiosas que podem induzir a mulher e o seu companheiro ao refreamento da atividade sexual durante o período gestacional. Alguns casais preferem deixar de lado a prática sexual durante a gestação, por falta de conhecimento ou talvez por um excesso de zelo, “cuidado”, com o bebê pelo receio que no momento do ato sexual pode machucá-lo. É apropriado ressaltar que a manutenção da prática sexual pelo casal grávido pode ser recomendado em alguns casos. Neste aspecto ocorre a criação de vínculos, uma “tríade”, uma dependência afetiva materna-paternafilial, ou seja, uma intercomunicação familiar. Existem muito pouca indicação e sinal para limitar ou até mesmo descontinuar ativamente a vida sexual do casal durante o período gestacional. Salvo quando houver alguma recomendação/aconselhamento médico de restrição, por uma questão de risco de vida da mamãe ou do bebê: ou seja, como prévia de aborto, possibilidade de parto prematuro, gestação múltipla, sangramento durante a relação sexual, etc. 43 Entretanto, é pertinente ressaltar que quando ocorrer por aconselhamento médico a suspensão da prática sexual com a “penetração”, o casal grávido tem a faculdade de recorrer a práticas alternativas em prol de vivenciar a sexualidade por intermédio de uma condição inexorável, a fim de manter a vida sexual altamente satisfatória através de estimulação recíproca. Conclui-se que a gravidez é um período de transição que exige adaptações em todos os sentidos, e como não podia deixar de ser a manutenção da prática sexual, também está incluída por adaptações. O casal grávido precisa se adaptar a este novo momento que vai mudando com o curso de tempo na gestação. Nesse caso, no momento que não existe nenhuma restrição de ordem médica, a manutenção ativa da prática sexual durante o período gestacional pode e deve ser exercida e vivida normalmente, é saudável e ainda traz em seu conteúdo benefícios para o casal redescobrir e vivenciar jogos eróticos e sexuais. A manutenção da atividade sexual é altamente vantajosa e interconjugal do casal. 44 BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Natalúcia Matos; SALIM, Natália Rejane; GUALDA, Dulce Maria Rosa; SILVA, Lúcia Cristina Florentino Pereira. Corpo e sexualidade na Gravidez. Publicado em 2012. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n3/04.pdf. Acesso em 27 de fevereiro de 2013.. BARCELAR, Dom. Papéis Sexuais (2007). Disponível em http://oitavo.c.blogs.sapo.pt/9162.html. Acesso em 16 de abril de 2013. DELASCIO, D..GUARIENTO, A (2009). Aspectos Psicossociais e emocionais que Envolvem a Gravidez Tardia. Disponível em http://www.webartigos.com/artigos/aspectos-psicossociais-e-emocionais-queenvolve. 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