8º ENCONTRO NACIONAL DE INOVAÇÃO EM FÁRMACOS E MEDICAMENTOS Sessão de Pôsteres R E S U M O S D OS T R A B A L H O S 2014 Sessão de Pôsteres R E S U M O S D OS T R A B A L H O S 8º ENCONTRO NACIONAL DE INOVAÇÃO EM FÁRMACOS E MEDICAMENTOS 1ª edição Organização Mariana Sandroni Autores Alaíde de Sá Barreto • Ana Luiza G. Millas • André Luis Rossi de Oliveira • Angela Malheiros • Ann Kramer • Antônio Amaral Barbosa • Benedicto de Campos Vidal • Bruna Farias Alves • Bruna Silva Lanes • Bruno Coelho Resende de Castro • Camila Ornelas Lobo Rodrigues • Camila Pizoni • Carla Cris na de Freitas da Silveira • Carlos Alberto Manssour Fraga • Charles Ferreira Mar ns • Ciro Gonçalves e Sá • Claudia Cris na Hastenreiter da Costa Nascimento • Claudia Nascimento • Claudia Regina Cantreva • Edison Bi encourt • Erika Coelho Serra • Fabiane Lobato • Fernando M. do Monte • Fernando Silva Guimarães • Francilene de Fa ma Fernandes • Francisco Augusto Burkert Del Pino • François Noel • Gláucio Diré Feliciano • Guilherme Teixeira Voss • Ivana Correa Ramos Leal • Ivana Pizarro Nassif • Janaína Dias • Janaína Victoria Dias Tokuda • João Luiz Viana dos Santos • João V.w. Silveira • Jorge Luiz Coelho Matos • Josiane de Oliveira Feijó • Juan P. Hinestroza • Juarana Dal Mas • Karin Bruening • Karoline Mota • Kathryn A. B. S. da Silva • Ka a Costa de Carvalho Sabino • Leandro Augusto Carvalho Azevedo • Le cia Flausino • Lucas Rafael D'arruiz Barbosa • Lucas Rodrigues Albion de Castro • Marcia Maria de Souza • Marcia Regina Gabardo Camara • Marcio Nunes Corrêa • Maria Auxiliadora Caldas • Maria Beatriz Puzzi • Maria da Conceição Monteiro • Mariana C. Costa • Marilena Cordeiro Dias Villela Corrêa • Marina Le cia do Carmo Caxito • Marina Oliveira Daneluz • Marina S. Machado • Mateus Gonçalves Rodrigues • Matheus Corrêa • Priscilla Viana Palhano • Rachel Raymond Khalili • Rafael da Fonseca Prietsch • Rafaela R. Silva • Raquel Galli Lucena • Regina Coeli Nacif da Costa • Renata Leivas de Oliveira • Rubens Alves Pereira • Ruth Meri Lucinda-Silva • Simone Alves • Suzana Broschiver • Tailyn Zermian • Taína da Fonseca Cavalheiro • Tania Mari Bellé Bresolin • Ta ana Felix Ferreira • Thamires de Oliveira, Tiago J. Bonomini • Tiago Luersen • Verônica Freire Silva • Victoria Gomes Tokuda • Wanise Borges Gouvea Barroso Rio de Janeiro 2014 Apresentação A Sessão de Pôsteres do Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos ( E N I F arMed) reúne anualmente projetos inovadores produzidos por pesquisadores e profissionais de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do setor farmacêutico, tanto em pesquisas “de bancada” como de gestão. O objetivo do espaço é abrir oportunidades para o desenvolvimento de novas tecnologias e promover a formação de parcerias entre a indústria e pesquisadores, além de ser um ponto de encontro de todos os membros da cadeia produtiva. Este ano, o 8º ENIFarMed vai exibir 25 trabalhos que foram criteriosamente selecionados pelo Cômitê de Seleção do evento, que reúne diversos especialistas e profissionais da área farmacêutica. 3 Prêmio Reconhecimento Técnico Prêmio RT Justamente para dar mais destaque aos projetos, o 8º ENIFarMed vai reconhecer o mérito e o conteúdo inovador dos seis melhores trabalhos por meio de mais uma edição do Prêmio Reconhecimento Técnico. O Prêmio será oferecido aos seis trabalhos que demonstraram maior foco no mercado, conteúdo inovador e relevância social. Como Prêmio, os vencedores receberão a certificação e realizarão uma apresentação oral de seus trabalhos para todos os participantes do evento. Um momento único que pretende ampliar a visibilidade de propostas promissoras, que podem se desdobrar em importantes resultados a partir da integração de empresas, universidades, centros de pesquisa e órgãos de governo. Assim, esta publicação apresenta os resumos dos trabalhos aprovados, inclusive os seis pôsteres premiados que estão indicados pelo selo da premiação. 4 Veja os depoimentos dos premiados em edições anteriores do Prêmio Reconhecimento Técnico: “ A utilização de líquidos iônicos é uma alternativa para diminuição do emprego de certos solventes nocivos impactando diretamente na redução do custo, da periculosidade operacional e na preservação do meio ambiente. Tal fato está inserido no contexto de preservação ambiental de processamentos químicos, abordado na Rio+20 realizado em junho de 2012 Sergio Falomir Pedraza, Nortec Química ” “ O projeto atingiu os objetivos propostos, e atualmente, Farmanguinhos produz o mesilato de imatinibe para o MS através de uma parceria para o desenvolvimento produtivo (PDP) com a Cristália S.A. Por outro lado, o “know how” obtido no processo de síntese deste insumo farmacêutico ativo (IFA) propiciou o desenvolvimento de novos derivados do imatinibe. Estas novas substâncias apresentam atividade antineoplásica em células resistentes, superior aos fármacos utilizados na terapia de pacientes com LMC, além de não apresentarem citotoxicidade. No momento, estão sendo patenteadas e negociadas com uma empresa que irá investir no desenvolvimento das etapas de avaliação pré-clínica e clínica Monica Macedo Bastos, Farmanguinhos/Fiocruz 5 ” Comitê de Seleção para a Premiação Reconhecimento Técnico: Presidente do Comitê: Alaide Barreto, UEZO Alessandra Micherla Nascimento, UEZO Ana Claudia Dias de Oliveira, Abifina André Faraco, UFMG André Helal Gonçalves, BIOTEC AHG Antonia Maria Cavalcanti de Oliveira, IVB Carlos Tagliati, UFMG e In Vitro Cells Gláucio Diré Feliciano, UEZO Julia Paranhos, IE/UFRJ Luciene Amaral, INPI Luis Lopez Martinez, BIOTEC AHG Luíz Eduardo Cunha, IVB Marco Antonio Mota da Silva, UEZO Maria Behrens, Farmanguinhos Marize Valadares, UFG Paulo Roberto F. de Carvalho, UNESP Roberto Santos, IFES Ronaldo Pedro da Silva, UFRJ e Nanobusiness Sergio Mecena, IVB e UFF Thomas Gerlach, Bbfinancial Sumário 8 Prêmio RT L 1º U G A R 9 Importância das PDPs Alexandre Souza [et al.] Copaiba oleo‐resin promoting collagen production from Human Dermal Fibroblasts in PLGA scaffolds for for Wound Care Applications Ana Luiza Garcia Millas [et al.] 10 Otimização de processo de extração a partir de extratos de Piper aduncum com potencial antimicrobiano Angela Malheiros [et al.] 11 Análise químico biológica de um extrato hidroalcoólico de Punica granatum (romã) Ariza Gomes Peixoto [et al.] 12 Mapeamento e avaliação do processo de transferência de tecnologia entre um laboratório público e uma empresa privada para a produção de um medicamento biológico Bruna Silva Lanes [et al.] 13 Reestruturação organizacional no âmbito da Fundação Ezequiel Dias: os desafios de criar uma estrutura moderna e eficiente Bruno Coelho Resende de Castro [et al.] Prêmio RT L 4º U G A R 14 Capacitação tecnológica da indústria farmacêutica brasileira – um legado da produção de genéricos? Caio Victor Machado França do Nascimento [et al.] 15 Estudo do perfil patentário do Atazanavir 16 Planejamento estrutural e síntese de novos derivados N‐Aril‐Piperazínicos candidatos a fármacos antipsicóticos Carla Cristina de Freitas da Silveira [et al.] Ciro Gonçalves e Sá [et al.] Prêmio RT L 6º U G A R 17 Dispositivo intravaginal biodegradável para administração de cálcio em ruminantes Fernando Silva Guimarães [et al.] 18 Anti‐inflamatórios não‐esteroides e esteroides dispensados na drogaria 19 Cooperação para transferências de tecnologia: uma análise das parcerias para o desenvolvimento produtivo da Fundação Ezequiel Dias Francilene de Fátima Fernandes [et al.] Francisco Antônio Tavares Junior [et al.] 6 20 A PDP para produção de Insumo Ativo para Medicamento Oncológico no Brasil Jean Daniel Peter [et al.] 21 Big data em saúde: a TRM como abordagem complementar para inovação e competitividade em fármacos Jorge Magalhães [et al.] 22 Repositor Eletrolítico de Cobre (REC) como ferramenta para reduzir o impacto ambiental causado por pedilúvios em sistemas pecuários Lucas Rafael D'Arruiz Barbosa [et al.] 23 Experiência brasileira de controle de preços de medicamentos nos anos de 1990 Marcia Godoy [et al.] 24 Avaliação do efeito antitumoral in vitro do extrato puro e da fração diclorometano da planta Euphorbia tirucalli Mayara de Azeredo Rezende [et al.] 25 Desenvolvimento de laboratório de P&D compartilhado para absorção de transferência de tecnologia no modelo de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) Priscilla Viana Palhano [et al.] 26 Implantação de um escritório de gerenciamento de projetos para parcerias de transferência de tecnologia e de implantação de novas estruturas: o caso da Fundação Ezequiel Dias Priscila Fernanda Morais Chaves [et al.] Prêmio RT L 5º U G A R 27 Géis inteligentes com butafosfan para uso em veterinária 28 Impacto da incorporação das TIC no Curso de Especialização em Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade na Modalidade EAD Rafael da Fonseca Prietsch [et al.] Regina Coeli Nacif da Costa [et al.] Prêmio RT L 3º U G A R 29 Nanoemulsões como plataforma para otimização da atividade anti‐ inflamatória tópica do extrato das cascas de Rapanea ferruginea Ruth Meri Lucinda‐Silva [et al.] 30 Proposição de uma lista dos princípios ativos e medicamentos estratégicos para a atenção oncológica no Brasil Simone Alves [et al.] 31 Análise espectrofotométrica de estudos físico‐químicos de um extrato de um extrato aquoso de Aloe Vera Thamires de Oliveira [et al.] Prêmio RT L 2º U G A R 32 Estudos de Modelagem Molecular para a Identificação de Novos Inibidores Seletivos de Aldeído Desidrogenase 2 (ALDH‐2) Thayssa T. S. Cunha [et al.] 7 Alexandre Souza Importância das PDPs Alexandre Souza, Karin Bruening e Ivana Pizarro Nassif Blanver Resumo: As parecerias para o desenvolvimento produtivo (PDPs) representam uma impotante ferramenta para o desenvolvimento da produção nacional de medicamentos e insumos estratégico para a saúde no Brasil, uma vez que permite a cooperação ente o setor público (laboratórios oficiais) e privado (produtores de princípios-ativos e farmacêuticos acabados) com regras claras, responsabilidades, prazos e objetivos preestabelecidos. Nesse contexto, o laboratório oficial é o indutor do desenvolvimento tecnológico farmacêutico no país por ser a ponta final da cadeia produtiva de medicamentos estratégicos para o governo, ou o comprador do produto final, o qual foi desenvolvido pelos parceiros privados, que são a indústria farmoquímica e farmacêutica nacional. A esses últimos cabe, portanto, investir em tecnologia para produção local em troca da garantia de compra pelo governo por um período de 5 anos. Ademais, os parceiros privados também se comprometem a produzir localmente com redução de preço inicial, e gradativa ao longo dos 5 anos, determinando uma redução dos gastos do governo com o sistema único de saúde. Dessa forma, o país gera tecnologia, aumenta a capacitação e capacidade produtiva nacional. Reduz o peso na balança comercial com a importação de medicamentos e a vulnerabilidade do SUS em relação à dependência externa. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 8 Ana Luiza Garcia Millas Copaiba oleo-resin promoting collagen production from Human Dermal Fibroblasts in PLGA scaffolds for for Wound Care Applications Ana Luiza G. Millas1, Juan P. Hinestroza2, Ann Kramer3, Joao V.W. Silveira1, Maria Beatriz Puzzi4, Edison Bittencourt1, Benedicto de Campos Vidal5 1 Department of Materials and Bioprocesses Engineering, School of Chemical Engineering, State University of Campinas/UNICAMP, Sao Paulo, Brazil. Department of Fiber Science and Apparel Design, Cornell University, 135 Human Ecology Building, Ithaca/NY. 3 The Electrospinning Company, Rutherford Appleton Laboratory, Harwell Oxford, OX11 0QX, UK 4 Department of Medical Clinic, School of Medical Science, State University of Campinas/UNICAMP, Sao Paulo, Brazil. 5 Department of Cell Biology, Institute of Biology, State University of Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brazil 2 Palavras-chave: Electrospinning, microfibers, poly(lactic-co-glycolic acid), Copaifera langsdorffii, skin, Tissue Engineering, scaffolds, would healing Resumo: The treatment of massive full-thickness burns with engineered skin substitutes has shown promise in clinical trials. The majority of skin substitutes are comprised of fibroblasts and/or keratinocytes on natural or synthetic polymers scaffolds. Electrospinning may generate fibers scaffolds with greater homogeneity. The proposed research used PLGA microfiber based tissue scaffolds and validate their use as a unique skin substitute for wound healing. However, there are possibilities of incorporating plantbased therapeutic oleoresins in theses matrix to accelerate wound healing as well as to avoid scar formation. We incorporated Copaiba oleo-resin extracted from the Copaifera langsdorffii plant species that is native to the tropical region of Latin America, particularly to the Amazon region into the scaffolds. Copaiba oleoresin is an FDA approved compound known for its wound healing, anti-inflammatory, analgesics, antifungal and antimicrobial functions. Cell distribution, proliferation, organization, and maturation were assessed on each scaffold type in vitro. Histological evaluation using primary fibroblasts revealed that collagen are produced by the cells in 6 days seeding. These results indicate that PLGA scaffolds are cytocompatible and can be used to fabricate skin substitutes with optimal cellular organization, potentially reducing wound contraction compared to other scaffolds. These advantages may lead to reduced morbidity in patients treated with skin substitutes fabricated from PLGA, copaiba oleo-resin. O novo organograma revelou-se em uma roupagem mais moderna e ágil pela representação de uma direção participativa e democrática. O princípio da eficiência na administração pública nos levou a inovar na representação da estrutura reduzindo níveis desnecessários, extinguindo áreas duplicadas, unificando áreas correlacinadas e criando áreas não representadas com o intuito de reduzir o tempo para a tomada de decisão e trazendo uma representação sistêmica da fundação. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] Prêmio RT L 9 1º U G A R Angela Malheiros Otimização de processo de extração a partir de extratos de Piper aduncum com potencial antimicrobiano Letícia Flausino, Mariana C. Costa, Fabiane Lobato, Matheus Corrêa, Tailyn Zermiani, Tiago J. Bonomini, Marina S. Machado, Ruth Lucinda-Silva, Angela Malheiros NIQFAR,Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Brasil Palavras-chave: Piper aduncum, CLAE, extrato padronizado, PIBITI/CNPq Resumo: Muitas variáveis podem influenciar no rendimento de uma substância durante o processo de extração e desenvolvimento de um extrato padronizado, dentre elas estão o estado de divisão da droga, a natureza, a concentração do solvente e o tempo de extração. Dentre as substâncias encontradas na planta Piper aduncum destacam-se a Myrigalona G, ácido hidroxitabagônico e o éster metílico do ácido 2,2-dimetil-6-carboxicroman-4-ona. Estas substâncias apresentam potencial antitumoral e antimicrobiano. O objetivo deste trabalho foi otimizar o processo de obtenção das substâncias de interesse a partir das folhas de Piper aduncum, assim como correlacionar com o potencial antimicrobiano. Na etapa 1 avaliou-se o líquido extrator: misturas hidroalcoólicas em variadas proporções (etanol a 70%, 90% e 100%) e acetato de etila, com tempo de extração 48h. Na etapa 2 selecionou-se o etanol 90% e modificou-se a proporção droga-solvente: proporções de 1:05, 1:10 e 1:15, tempo de extração: 48h. Etapa 3 avaliou-se o tempo de extração por maceração estática: tempos de 2 dias, 4 dias e 6 dias. Na etapa 4 foi avaliado o processo de maceração por maceração dinâmica: tempos de 2h, 4h e 8h. Líquido extrator: etanol 90%. Em todas as etapas a proporção droga-solvente foi 1:10. As análises foram feitas em triplicata. Os extratos foram avaliados quanto ao rendimento em massa extraída e em função das substâncias de interesse através de cromatografia em camada delgada (CCD) e por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os extratos apresentaram-se similares quanto a composição química nas analises por CCD e CLAE com diferenças nas concentrações. A análise por CLAE foi decisiva na escolha dos melhores métodos para a otimização da extração das substâncias de interesse. Escolheu-se o etanol na proporção 90% como o líquido. Já na proporção droga-solvente, observou-se uma semelhança entre os resultados da proporção 1:10 e 1:15. Portanto, a proporção escolhida foi a de 1:10, pelo menor gasto de solvente, o que proporciona menores custos. Já a maceração dinâmica o tempo de 4 horas foi similar a maceração estática por 4 dias. A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que o solvente, a proporção droga-solvente, o tempo de extração e a agitação são fatores que influenciam no processo de extração dos metabólitos a partir das folhas da Piper aduncum. Estes resultados são importantes tendo em vista a possibilidade de obtenção de um fitoterápico a partir desta espécie vegetal. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 10 Ariza Gomes Peixoto Análise químico biológica de um extrato hidroalcoólico de Punica granatum (romã) Peixoto, A. G.1; Nascimento, C. C. H.C.1,2; Azevedo, L.A.C1,3; Barreto, A. S.1,2; Diré, G. F1,2 1 UEZO, Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste 2 Docente UNESA, Universidade Estácio de Sá 3 Docente FAETEC, Fundação de Apoio à Escola Técnica Palavras-chave: Punica granatum, difusão em disco, genotoxicidade, mutagenicidade, Staphylococcus aureus Resumo: Os medicamentos fitoterápicos são derivados de plantas medicinais e/ou suas partes com características farmacológicas conhecidas. O emprego destas plantas tem sido incentivado pela Organização Mundial da Saúde, já que a cultura da utilização ainda é tradicional devido a fatores benéficos e curativos conferidos a seus usuários. O desenvolvimento de medicamentos antimicrobianos é importante para o surgimento de novas fontes terapêuticas para o tratamento de doenças infecciosas, tendo em vista que bactérias têm a característica de tornarem-se resistentes a ação de antibióticos. Sendo assim, objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de um extrato hidroalcoólico da cascas do fruto de Punica granatum quanto a sua possível genotoxicidade, citotoxicidade e ação mutagênica frente a bactéria Staphylococcus aureus (ATCC 8096). Para obtenção do extrato, as cascas foram desidratadas , trituradas e submetidas à extração com etanol e, após isto, o extrato obtido foi rotoevaporado. Para avaliar a citotoxicidade foi empregado o método de difusão em disco de ágar nutriente. Após a padronização da turvação de solução salina (NaCl 0,9%) por UFC comparando-se com a escala de Mc Farland a 0,5 foi avaliado o crescimento bacteriano frente a presença de discos impregnados de diferentes volumes de extrato e antibióticos. Para a determinação de genotoxicidade e mutagenicidade, além do referido extrato foram empregados como agentes genotóxicos e mutagênicos o peróxido de hidrogênio (H2O2) e o Cloreto Estanoso (SnCl2). Os resultados mostram que o extrato em questão possui efeito semelhante a dos antibióticos Gentamicina e Cloranfenicol e ainda, que o extrato possui atividade semelhante a do cloreto estanoso e do peróxido de hidrogênio, que são agentes que interferem no genoma bacteriano. Com a análise dos resultados obtidos pode-se sugerir que o extrato hidroalcoólico das cascas do fruto de Punica granatum possui ação citotóxica, genotóxica e provavelmente mutagênica, porém há a necessidade de análises mais específicas para melhor elucidar a presença desta última característica. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 11 Bruna Silva Lanes Mapeamento e avaliação do processo de transferência de tecnologia entre um laboratório público e uma empresa privada para a produção de um medicamento biológico Lanes, B. S. , Mattos, J.L.C., Tokuda, J.D.V., Palhano, P.V. Instituto Vital Brazil Palavras-chave: Tecnologia, indústria farmacêutica, conhecimento, inovação, transferência de tecnologia Resumo: O objetivo do trabalho é mapear e avaliar os processos de transferência de tecnologia de produção de um medicamento biológico entre um laboratório público farmacêutico e uma empresa privada farmacêutica detentora da tecnologia, indicando as competências de ambas. A metodologia utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa será um estudo de caso, de caráter exploratório, composto por quatro fases: levantamento bibliográfico e documental, entrevistas com os principais stakeholders, mapeamento da transferência de tecnologia e das fases de produção e, finalizando, avaliação crítica dos resultados obtidos, considerando os principais benefícios e obstáculos do estudo de caso apresentado. Com isso, espera-se ter um diagnóstico situacional da produção de medicamentos biológicos, considerando as principais rotas tecnológicas, as parcerias de desenvolvimento produtivo (PDPs), as transferências de tecnologias e inovações e as regulamentações aplicáveis, enfatizando a relevância para a saúde pública no Brasil. Mapeando a transferência de tecnologia e das fases de produção de uma PDP será possível demonstrar através da avaliação crítica dos resultados anteriores, os benefícios e as problemáticas ocorridas ao longo do processo de transferência de tecnologia, apontando possibilidades para a melhor atuação de cada um dos laboratórios, o público e o privado em estudo. O Brasil é uma das economias de maior importância no cenário mundial, porém possui um déficit tecnológico considerável, deparando-se com o desafio da modernização, através da negociação da tecnologia com seus detentores. Neste contexto, a transferência de tecnologia possibilita o setor industrial farmacêutico a acessar tecnologias inovadoras, internalizar e desenvolver novas tecnologias de alto valor agregado, induzir a inovação, produzir em escala e velocidade demandadas pelo mercado, reduzir preços de produtos estratégicos para a saúde, resultando no aumento do acesso da população aos medicamentos, contribuindo assim, para a diminuição do déficit tecnológico. Conclui-se que o projeto será a base para estruturação e execução das fases de produção de um medicamento estratégico dentro de um laboratório público oficial farmacêutico, uma vez que apresentará um diagnóstico situacional, auxiliando na tomada de decisão para expansão de sua atuação visando a promoção da saúde pública brasileira. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 12 Bruno Coelho Resende de Castro Reestruturação organizacional no âmbito da Fundação Ezequiel Dias: os desafios de criar uma estrutura moderna e eficiente Bruno Coelho Resende de Castro e Lucas Rodrigues Albionti de Castro Fundação Ezequiel Dias (Funed) Palavras-chave: Organograma - Estratégia - Estrutura organizacional - Planejamento Resumo: Mudanças significativas na Estrutura Organizacional impactam diretamente na agilidade e na tomada de decisão de uma empresa. Por isso, a importância dessas mudanças estarem alinhadas à estratégia institucional de tal forma que contribuam para o alcance dos resultados almejados. O objetivo desse trabalho é apresentar tanto o processo de revisão da estrutura funcional da Fundação Ezequiel Dias, bem como os impactos de tais mudanças. A Fundação Ezequiel Dias é uma instituição pública, ligada ao Governo de Minas Gerais. Dentro da Fundação encontramos quatro grandes negócios distintos sendo dois finalísticos, um de suporte e um que abrange as duas concepções. No início de 2013, o organograma da FUNED era composto por 4 a 6 níveis. Dentro das peculiaridades da FUNED podemos definir que a fundação é composta por uma indústria farmacêutica, de um laboratório referência em vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, de uma área de pesquisa e desenvolvimento e uma área de suporte administrativo central. Na estrutura antiga definida tínhamos 154 áreas divididas nos diversos níveis. Tendo em vista esta característica da fundação encontramos vários desafios para conseguir definir uma representação da estrutura condizente com suas especialidades e que pudesse retratar o sistema como um todo. Optamos por utilizar o Organograma Solar ou Radial. Ressalte-se que a nova representação não priorizaria a representação hierárquica da instituição, mas sim a representatividade do sistema caracterizando o trabalho integrado e colaborativo. Nesse sentido, caracterizamos no organograma três níveis representados pelo nível estratégico, tático e operacional. Definiu-se, então, que o nível estratégico da instituição seria composto pelo Comitê Gestor. O nível tático foi definido como Divisões e o operacional como Serviços. No âmbito da indústria farmacêutica continuamos a utilizar a estrutura funcional representado no nível tático por 7 divisões, contemplando as funções de Planejamento da Produção, Desenvolvimento de Produtos, Controle da Qualidade de Materiais e Produtos, Assuntos Regulatórios, Produção Animal, Produção de Medicamentos e uma área de Qualidade Industrial. Estruturando o nível tático por atividades do processo foram definidos os serviços responsáveis pela operação. Desta feita conseguimos reduzir a estrutura da indústria em níveis e áreas, passando de 59 áreas para 27 áreas. Os benefícios desta nova estrutura podem ser aferidos não apenas no que tange a agilidade da instituição, mas também na redução de custos com a operação e manutenção. Ao todo, reduzimos para 107 áreas proporcionando uma economia anual prevista de R$ 440.000/ano somente em gratificações de chefias. O novo organograma revelou-se em uma roupagem mais moderna e ágil pela representação de uma direção participativa e democrática. O princípio da eficiência na administração pública nos levou a inovar na representação da estrutura reduzindo níveis desnecessários, extinguindo áreas duplicadas, unificando áreas correlacinadas e criando áreas não representadas com o intuito de reduzir o tempo para a tomada de decisão e trazendo uma representação sistêmica da fundação. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 13 Caio Victor M. F. do Nascimento Capacitação tecnológica da indústria farmacêutica brasileira – um legado da produção de genéricos? Caio Victor Machado França do Nascimento1 e Julia Paranhos2 1 MSc, aluno de doutorado em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inovação em Doenças Negligenciadas (INCT-IDN). 2 PhD, professora-adjunta do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do Grupo de Economia da Inovação na mesma instituição. Palavras-chave: capacidades tecnológicas, indústria farmacêutica, medicamentos genéricos Resumo: A análise de capacidades tecnológicas constitui uma importante abordagem na investigação do potencial inovador de indústrias. No setor farmacêutico, o fortalecimento dos recursos necessários para promover a inovação tecnológica tem especial relação com as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) realizadas pelas empresas. Ademais, processos de imitação e engenharia reversa também podem representar importantes fontes de aquisição de capacidades tecnológicas, especialmente para indústrias de países em desenvolvimento (Bell e Pavitt, 1993). Com a regulamentação da produção de medicamentos genéricos no Brasil (Lei nº 9.787/99), a indústria farmacêutica nacional teve uma clara oportunidade de capacitação através da cópia de medicamentos originais. Neste sentido, o presente estudo buscou identificar, através da análise de dados secundários, os possíveis efeitos da produção de medicamentos genéricos sobre as capacidades tecnológicas das empresas farmacêuticas brasileiras, tendo por base a avaliação de indicadores pertinentes ao setor. Avaliando-se comparativamente as Pesquisas de Inovação (PINTEC), realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008 e 2011, identificou-se: (i) uma ligeira redução no número de empresas inovadoras que declararam realizar atividades internas de P&D; (ii) um aumento real de aproximadamente 127% nos investimentos em P&D, acompanhado pelo maior aporte de recursos públicos no financiamento destas atividades; (iii) continuidade na prevalência de atividades de P&D contínuas frente às ocasionais; (iv) a nítida evolução dos gastos com capacitação de pessoal (de R$ 15 milhões para R$ 59 milhões), apesar da clara redução no número de empresas que promoveram tais práticas. Com base em estatísticas do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), observou-se um ligeiro aumento no número de patentes em fármacos concedidas a residentes no Brasil, passando de três em 2008 para onze em 2011. Segundo informações disponibilizadas pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos anos de 2008 e 2011, residentes no Brasil protocolaram, em média, 35 pedidos de patentes em fármacos (CIP A61K) via Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT, do inglês). Em paralelo, dados de patentes reunidos na base FamPat, acessada por meio da plataforma Questel Orbit®, revelaram dois períodos de maior expressividade nas atividades patenteamento de cinco das maiores indústrias farmacêuticas de capital nacional. Neste sentido, ressalta-se uma evolução do número de patentes envolvendo novos produtos em seus escopos de proteção. Os resultados apresentados são consistentes com as perspectivas de expansão para o setor farmacêutico brasileiro. Por outro lado, não é possível afirmar que os notáveis aumentos nos esforços em capacitação tecnológica foram induzidos somente pelo sucesso comercial de medicamentos genéricos. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] Prêmio RT L 14 4º U G A R Carla Cristina de F. da Silveira Estudo do perfil patentário do Atazanavir Carla Cristina de Freitas da Silveira, Marilena Cordeiro Dias Villela Corrêa e Wanise Borges Gouvea Barroso Farmanguinhos/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Palavras-chave: Atazanavir; Patente; HIV/Aids Resumo: A proteção de medicamentos através de patentes pode perdurar por muitos anos, podendo incluir o princípio ativo, processo de síntese, uso terapêutico, formulações, entre outras. O Atazanavir é um medicamento antirretroviral, inibidor de protease, amplamente utilizado, aprovado nos Estados Unidos pelo FDA, em 2003, para uso no tratamento de HIV. Constitui um dos medicamentos para o tratamento do HIV/Aids, de 2ª geração, que participa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde. O estudo consiste em verificar o perfil patentário do produto farmacêutico Atazanavir a partir da base de dados Thomson Reuters Integrity, disponível nos Periódicos da Capes, de forma a compreender o desenvolvimento, a produção e a comercialização do medicamento. Na busca, empregou-se a palavra-chave “atazanavir” no campo “Quick Access to Key Drugs & Biologics Information” na base de dados e foram recuperados 48 documentos de patentes. Analisou-se os países, os depositantes, os principais inventores e a evolução das tecnologias relacionadas ao atazanavir nos documentos de patente. O primeiro pedido depositado ocorreu em 1997, solicitando a proteção para a molécula e apenas em 2008 e 2013 observa-se um crescimento expressivo na publicação dos depósitos, com 7 e 13 documentos publicados, respectivamente, englobando a proteção para novos processos, formas de dosagem e composições. Os Estados Unidos está entre os principais países depositantes, com 41,6% de depósitos, seguido pela Índia e China, com 20,8% e 14,5%, respectivamente. No Brasil foram depositados 7 pedidos envolvendo a tecnologia do atazanavir. A Titularidade das patentes é diferenciada ao longo do ciclo de patenteamento do medicamento, com diferentes participantes no desenvolvimento da droga, começando com o detentor, Novartis e seu licenciado Bristol-Myers Squibb, que originou a composição, totalizando 11 documentos de patentes. Na participação de outras entidades como novos depositantes, licenciados, pesquisadores e outros, destaca-se a empresa Ranbaxy, com 4 documentos envolvendo polimorfos, processos de obtenção, intermediários e formulação. Não foram observados inventores isolados como depositantes, todos os documentos apresentam inventores ligados às empresas, universidades ou centros de pesquisa. O sistema de patentes, criado para promover a inovação, possibilita diversos tipos de proteção, permitindo que uma mesma molécula obtenha outras proteções por patente através de melhorias desenvolvidas por pesquisas posteriores. De acordo com o perfil de evolução dos depósitos de patentes, o crescimento ocorre a partir de 2007 e se mantém até 2014. A proteção não ocorre apenas no país de prioridade, mas também em outros países, onde se espera requerer a proteção para o produto ou se deseja produzi-lo ou comercializá-lo. *Para contato com o autor envie e-mail para: carlasilveira@far.fiocruz.br 15 Ciro Gonçalves e Sá Planejamento estrutural e síntese de novos derivados N-ArilPiperazínicos candidatos a fármacos antipsicóticos Ciro Gonçalves e Sá(PG)1; Fernando M. do Monte(IC)2; Rafaela R. Silva(PG)2; François Noel(PQ)2; Carlos Alberto Manssour Fraga(PQ)1 1 LASSBio-Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2 LFBM-Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Palavras-chave: N-Aril-Piperazínicos, Antipsicóticos, Dopaminérgicos, Serotoninérgicos Resumo: A esquizofrenia é uma doença que afeta cerca de 24 milhões de pessoas n o mundo. Seu tratamento é feito com antipsicóticos típicos e atípicos, tendo os atípicos, eficácia relativa contra os sintomas negativos e cognitivos, apresentando perfil multi-alvo, com antagonismo dos receptores D2 e ação nos receptores 5-HT2A e alguns antipsicóticos também modulam receptores 5-HT1A. Trabalhos anteriores do nosso grupo relataram a descoberta de LASSBio-579, novo protótipo antipsicótico com perfil de afinidade pelos receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos similar ao da clozapina. Objetivando otimizar o perfil de ação por receptores serotoninérgicos descrevemos neste trabalho uma nova série de análogos funcionalizados de LASSBio-579, planejados através das estratégias de homologação e funcionalização do grupamento farmacofórico N-fenilpiperazina. A síntese dos novos compostos explorou na etapa chave a reação de Sonogashira do 1-(4-clorofenil)-4iodo-pirazol com o pent-4-in-1-ol catalisada por paládio e cobre3. Em seguida, os alcoóis intermediários foram tosilados e substituídos nucleofilicamente pelo tratamento com a respectiva N-fenilpiperazina funcionalizada. Após a caracterização estrutural, os compostos foram submetidos à avaliação da afinidade por diferentes receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 16 Fernando Silva Guimarães Dispositivo intravaginal biodegradável para administração de cálcio em ruminantes Josiane de Oliveira Feijó, Rafael da Fonseca Prietsch, Fernando Silva Guimarães, Camila Pizoni, Guilherme Teixeira Voss, Renata Leivas de Oliveira, Taína da Fonseca Cavalheiro, Francisco Augusto Burkert Del Pino, Rubens Alves Pereira, Marcio Nunes Corrêa Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (NUPEEC) – Faculdade de Veterinária Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Palavras-chave: N-Aril-Piperazínicos, Antipsicóticos, Dopaminérgicos, Serotoninérgicos Resumo: A diminuição dos níveis de cálcio no sangue pode ocasionar uma fragilidade óssea, resultando na osteoporose em humanos. Estima-se que até 2020 ela afetará mais de 10 milhões de mulheres. Em vacas leiteiras, a diminuição dos níveis de cálcio (hipocalcemia) também é um achado comum, devido ao aumento da produção de leite, sendo uma doença economicamente importante, causando perdas diárias de quase 3 kg de leite, até seis semanas após o parto, reduzindo a vida produtiva do animal em até 3,4 anos. Na medicina veterinária encontramos animais com diferentes tamanhos corporais, com barreiras de absorção de fármacos distintas que geralmente requerem terapias de longa duração e com poucas administrações. Atualmente existem terapias de prevenção e tratamento da hipocalcemia em ruminantes, entretanto a maioria requer várias administrações, causando grande estresse para os animais, além do aumento da mão de obra no caso de grandes sistemas de produção. Diante destas problemáticas, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um dispositivo intravaginal polimérico biodegradável de liberação sustentada de formiato de cálcio para uso em ruminantes. O dispositivo é formado por uma rede matricial polimérica biodegradável, produzida pela polimerização de monômeros de óxido de etileno, com baixa toxicidade e quimicamente inertes. A biodisponibilidade de cálcio a partir dispositivo foi avaliada em ovelhas, comparando-se com uma solução convencional de administração oral. Observamos que o dispositivo intravaginal apresentou maior biodisponibilidade de cálcio (P=0,001) em comparação à solução oral, mantendo seus níveis elevados por até 4,5h (figura 1). Isso comprova não apenas que o dispositivo pode garantir uma liberação sustentada de formiato de cálcio no ambiente vaginal, mas também que a substância tem uma considerável absorção pela via intravaginal. Além de ser uma forma de administração pouco invasiva, esta via também pode reduzir as perdas de primeira passagem, proporcionando uma melhor eficácia do fármaco. A solução oral de formiato de cálcio, apesar de ter apresentado uma biodisponibilidade menor, talvez pela sua passagem pelo rúmen, ainda é bastante utilizada em medicina veterinária, principalmente para situações de severidade clínica. Todavia, o dispositivo intravaginal desenvolvido apresenta-se como uma forma inovadora para administração de cálcio, útil na prevenção e tratamento da hipocalcemia em ruminantes, além de não ser tóxico para os animais e nem para o meio ambiente. Apresentando o formato similar a um projétil, o que favorece a sua adaptação à vagina, o dispositivo apresenta-se como uma alternativa inovadora para a administração de cálcio em ruminantes. Além disso, a versatilidade deste dispositivo permite que ele possa ser adaptado para administração de fontes de cálcio em outras espécies animais, ou ainda servir como alternativa à administração oral, para veicular outras substâncias que são parcialmente degradas no rúmen. Prêmio RT *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected]; [email protected]; [email protected] L 17 6º U G A R Francilene de Fátima Fernandes Anti-inflamatórios não-esteroides e esteroides dispensados na drogaria Francilene de Fátima Fernandes Faculdade Pitágoras – Campos Poços de Caldas, MG Palavras-chave: Anti-inflamatórios, dispensação, drogaria Resumo: Os anti-inflamatórios são fármacos, cuja finalidade é a contenção e a reversão da inflamação. OBJETIVO - O objetivo deste estudo é analisar a proporção de AINEs e AIEs dispensados em uma determinada drogaria, na cidade de Campestre – MG. Trata-se de um estudo retrospectivo observacional, que reuniu , registrou e analisou o banco de dados de uma determinada drogaria, no município de Campestre- MG, o período em analise foi de 01/03/2014 á 31/03/2014, onde foram selecionados os medicamentos AINEs e AIEs, para analise dos resultados. Verificou-se que os anti-inflamatórios mais dispensados são da classe dos AINEs com 65%, restando 35% consumo de AIEs. Esta diferença ocorre, devido a vários efeitos colaterais dos AIEs e a toxicidade. O AIEs mais consumido foi a betametasona, com 51%. Em segundo, a dexametasona estando com 33%. A prednisona 13% e a hidrocortisona 3%. O de maior dispensação foi à nimesulida chegando 26% entre todos os AINEs. Este dado se confirma, com o estudo em Fernandópolis, pois a nimesulida esteve em primeiro lugar dos medicamentos mais consumidos entre os AINEs e AIEs. O acido acetilsalicílico apresentou em 18 % da dispensação, no estudo em Fernandópolis, ele também manteve em terceiro lugar dos mais prescritos. Este elevado consumo pode ser comparado com os seus efeitos terapêuticos, pois possuem propriedades analgésica, antipiréticas e anti-inflamatórias. De uma forma geral, o consumo dos AINEs é alto, porem deve-se levar em conta os efeitos colaterais, como gastrite e úlceras gástricas. Cabe ao farmacêutico, o papel de orientar os pacientes sobre o uso correto destes medicamentos, com o farmacêutico realizando corretamente a atenção farmacêutica, e o médico prescrevendo o medicamento correto, a automedicação dos anti-inflamatórios vai diminuir. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 18 Francisco Antônio Tavares Junior Cooperação para transferências de tecnologia: uma análise das parcerias para o desenvolvimento produtivo da Fundação Ezequiel Dias Alisson Bruno Luzia, Fernanda de Oliveira Esteves, Francisco Antônio Tavares Junior, Juliane Camargos Soares, Mariana Cristina Pereira Santos e Ricardo Assis Alves Dutra Fundação Ezequiel Dias (Funed) Palavras-chave: tecnologia, transferência, políticas públicas, desenvolvimento produtivo Resumo: A Fundação Ezequiel Dias (Funed) é uma das instituições referência em saúde pública no país. Instituição centenária, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), cumpre sua missão de participar da construção do Sistema Único de Saúde, protegendo, promovendo e recuperando a saúde. Atualmente é um dos laboratórios públicos oficiais que participam da política das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo. Esta política cumpre o importante papel de ampliar o acesso aos medicamentos, além de gerar maior capacidade produtiva para o país e possibilitar grande incremento de receitas para os laboratórios públicos oficiais (por exemplo, a receita da Fundação Ezequiel Dias saltou de um patamar de R$ 32 milhões de reais para cerca de R$ 380 milhões de reais/ano). O objetivo deste trabalho é realizar uma análise das (07) sete parcerias aprovadas para a Fundação Ezequiel Dias, sob a ótica da literatura que versa sobre cooperação, redes e alianças estratégicas. Park e Ungson (2001) apontam como causas para potenciais fracassos em alianças: a rivalidade entre as firmas; o risco de oportunismo; os retornos assimétricos, a apropriação de recursos e a barganha adversa; a complexidade gerencial; a dificuldade de coordenação / desajuste estrutural / estratégico; os custos de agência e burocráticos / rigidez organizacional. Assim, foi construído com base nesta teoria um questionário, apontando as variáveis críticas a serem gerenciadas pela Assessoria de Parcerias Estratégicas criada junto a presidência na Fundação Ezequiel Dias para realizar a gestão das parcerias estratégicas da organização. Buscou-se assim, identificar subsídios para que a Fundação Ezequiel Dias amplie o valor gerado pelas parcerias de transferência de tecnologia, em especial as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), a partir da identificação de pontos fortes e oportunidades de melhoria. Observou-se que aspectos da governança contratual e da governança processual devem ser gerenciados no intuito de assegurar a redução das assimetrias de informação e ampliar a confiança entre as partes. Entre os entrevistados – profissionais que vivenciaram e ainda vivenciam estas parcerias percebe-se que em função de falta de condução apropriada da relação de parceria, bem como falta de alinhamento dos objetivos e falta de compreensão do conceito de cooperação, o andamento das transferências de tecnologia pode ser prejudicado, bem como podem-se criar barreiras e empecilhos ao processo. Sendo assim, este trabalho aponta um conjunto de recomendações a serem seguidas, visando fortalecer a execução desta política no âmbito da Funed. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 19 Jean Daniel Peter A PDP para produção de Insumo Ativo para Medicamento Oncológico no Brasil Jean Daniel Peter e Robert Caggiano Globe Química Palavras-chave: tecnologia, transferência, políticas públicas, desenvolvimento produtivo Resumo: O Brasil assistiu a um processo acentuado de desindustrialização que teve início na década de 90, promovido pela abertura indiscriminada às importações de produtos de todos gêneros. Estatísticas recentes demonstram que mais de 95% dos fármacos consumidos no Brasil são importados, ou seja, produzimos menos de 5% de nossas necessidades. Há uma clara dependência dos fármacos importados, refletindo-se também na independência estratégica do país e no desequilíbrio da balança comercial do setor. Para tentar reverter este processo, o Governo Federal, através de uma política de desenvolvimento produtivo e de inovação, elencou os medicamentos estratégicos para o Sistema de Saúde Pública SUS e identificou o Complexo Industrial da Saúde como prioritário para desenvolvimento da produção de fármacos e medicamentos estratégicos no país. Com as PDP's do setor da Saúde, o mercado público procura estimular a produção nacional. Através dos Laboratórios Oficiais em parceria com as empresas privadas do setor, uma série de medicamentos antes importados passaram e outros em breve passarão a ser produzidos de uma forma verticalizada, desde as moléculas de partida, passando pela síntese dos intermediários e dos fármacos, até o medicamento. A grande maioria dos medicamentos para tratamento dos diversos tipos de câncer são importados e os valores relacionados são bastante elevados. No caso da primeira PDP na área de Oncológicos, que visa a produção do Mesilato de Imatinibe no Brasil, foi estabelecido um arranjo produtivo diferenciado e adequado para garantir o abastecimento contínuo ao Ministério da Saúde. São dois laboratórios públicos e cinco empresas privadas nacionais (sendo dois laboratórios farmacêuticos, duas farmoquímicas e uma empresa de química fina). A PDP foi estabelecida em 2012 e no mesmo ano a Globe Química S.A. inaugurou uma nova Planta para produção do insumo farmacêutico ativo desta PDP. Ainda em 2012 Globe Química S.A. desenvolveu a rota de síntese para obtenção do insumo ativo para medicamento oncológico. Em 2013 foi finalizado o Estudo de Estabilidade do Insumo Ativo nacional, que atende perfeitamente as especificações dos laboratórios farmacêuticos. Ainda em 2013 foi produzido o primeiro lote de medicamento com IFA nacional para que fosse preparado o dossiê para inclusão do fornecedor nacional (Globe Química S.A.) no Registro do Medicamento Mesilato de Imatinibe. O processo já foi protocolado na ANVISA e aguarda a finalização deste processo para que a PDP possa entregar medicamento nacional com matéria-prima nacional. Entre os resultados obtidos destacamos o novo medicamento produzido no Brasil, o investimento na nova planta farmoquímica gerando novos empregos no setor, o investimento em tecnologia e pesquisa para definição da rota de síntese do insumo ativo. A economia para o Ministério da Saúde obtida com este medicamento produzido no país é da ordem de Setenta Milhões de Reais ao ano, possibilitando a ampliação da assistência farmacêutica aos usuários do SUS. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 20 Jorge Magalhães Big data em saúde: a TRM como abordagem complementar para inovação e competitividade em fármacos Jorge Magalhães1, Suzana Borschiver2, Wanise Barroso1, Zulmira Hartz3 1 2 Núcleo de Inovação Tecnológica. Farmanguinhos/Fiocruz Núcleo de Estudos Industriais e Tecnológicos – NEITEC. Escola de Química EQ/UFRJ 3 Instituto de Higiene e Medicina Tropical – IHMT/Universidade Nova de Lisboa Palavras-chave: inovação, Big data, oncológicos, fármacos Resumo: O Brasil pertence ao grupo de países que pesquisam, porém possuem um Sistema de Inovação imaturo, aquele em que ainda se observa a presença de algumas instituições com interações frágeis entre seus participantes. Um dos fatores é a necessidade da incorporação da ciência nos negócios de acordo com as características de cada setor, pois estes apresentam trajetórias tecnológicas diferentes (Lundvall, 2010; Mytelka, 2000). O país pertence ao grupo de nações emergentes que mais se destacarão no cenário internacional no que diz respeito ao desenvolvimento e crescimento econômico (Fundação Getúlio Vargas, 2011; IBGE, 2011). A área de saúde, especificamente a químicafarmacêutica – setor de alta densidade tecnológica e com elevada dependência de fármacos e medicamentos, se torna premente monitorar e prever cenários da Translação do Conhecimento (TC) da pesquisa básica a aplicada. Gadelha et al (2012), ressalta que é necessário compreender a Saúde a partir de sua dimensão social e como fonte de riqueza, configurando um Complexo econômico e industrial da Saúde (CIS) que vincula segmentos industriais de alto dinamismo e a prestação de serviços assistenciais. Nesse sentido, a Technology Road Mapping (TRM) monitorada num observatório de tendências, demonstra ser eficaz para identificar e estudar cenários prospectivos e promover a TC de fármacos e medicamentos. Este trabalho objetivou desenvolver metodologia para o monitoramento das tendências tecnológicas para fármacos e medicamentos, no que tange a inovação e competitividade da área. Para tal, no formato de um Observatório Tecnológico, com matrizes e mapas de conhecimento do TRM. Considerando que cerca de 50% dos dados do Big Data são relativos a área da saúde, pode-se concluir que há necessidade de que sejam desenvolvidas novas metodologias de diagnóstico no intuito de superar o limite humano de análise dos dados; como o uso de ferramentas específicas de “data mining” e até licenças para acesso a base de dados. (HUBERMAN, 2012; NAKAYAMA et al, 2008; MAGALHAES et al, 2013). Considerando um modelo de tendências tecnológicas, cuja dimensão a ser analisada está ligada ao horizonte de tempo, isto é, como num 'observatório', deve-se contemplar dimensões temporais de ambiente tecnológico, como: a presente (curto prazo considerado até 4 anos) mais relacionada à aplicação de metodologias de inteligência competitiva, e a dimensão futuro (médio prazo entre 5 e 10 anos; longo prazo mais de 10 anos) mais ligada à aplicação de metodologias. Para cada dimensão, as variáveis a serem monitoradas são temas tecnológicos (estado da arte, tendências futuras, riscos do desenvolvimento tecnológico); regulações; dinâmica do desenvolvimento tecnológico (investimentos em P,D&I, motivações e gargalos para o desenvolvimento de tecnologias, nível de cooperação tecnológica); questões mercadológicas; e principais atores (concorrentes, parceiros, agências reguladoras, ministérios, universidades). Nesse âmbito, executa-se o ciclo PDCA de gestão para constante atualização e monitoramento, com identificação, extração, mineração de dados no Big Data da saúde através de uma “translação do conhecimento”, ou seja, proporcionar aos tomadores de decisão a informação essencial e leva-la até a apropriação da inovação pela sociedade. Exemplifica-se, numa análise geral, a existência de 28770 documentos (patentes, artigos e relatórios científicos), cujos dados essenciais para analisar seriam difíceis em curto tempo. Portanto, correlacionando em subtemas consistentes da área, ocorre uma redução para 4820 documentos agrupados em 36 “core information” que seriam potenciais inovativos (figura 1) . Dos 150 documentos obtidos, formaram-se 37 clusters dispostos por cores. 17 tratam do 'impacto' sobre o tema pesquisado, 14 associados à dengue, 5 câncer etc. Essa abordagem facilita visualização e resgate dos principais documentos na área. O termo 'Big data' se relaciona em dados com o termo 'saúde' 43% na internet. De acordo com o Twitter Statistics há 550 milhões de usuários com média de 58 milhões de tweets/dia, onde os TOP 5 países são EUA, Brasil, Japão, UK e Indonésia. Há necessidade de aliar novo contexto de Big data em saúde com novas ferramentas de análise como o TRM. Nessa abordagem, a proposta de observatório de saúde com TRM poderia contribuir para munir os gestores tomadores de decisão, promovendo rapidamente a identificação, análise e ações não somente de saúde pública, mas como diferencial para inovação e competitividade do CIS. *Para contato com o autor envie e-mail para: jorgemagalhaes@far.fiocruz.br 21 Lucas Rafael D'Arruiz Barbosa Repositor Eletrolítico de Cobre (REC) como ferramenta para reduzir o impacto ambiental causado por pedilúvios em sistemas pecuários Antônio Amaral Barbosa; Bruna Farias Alves; Lucas Rafael D'Arruiz Barbosa; Marina Oliveira Daneluz; Tiago Luersen; Raquel Galli Lucena; Mateus Gonçalves Rodrigues; Rubens Alves Pereira; Charles Ferreira Martins; Francisco Augusto Burkert Del Pino, Marcio Nunes Corrêa Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (NUPEEC) – Faculdade de Veterinária Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Palavras-chave: afecções podais, cobre, pedilúvio, ambiente Resumo: O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo e cresce a uma taxa anual de 4%, superior aos países que ocupam os primeiros lugares. Os animais responsáveis por esta produtividade sofrem diversas doenças durante sua vida produtiva, entre as quais, as afecções podais se destacam pelos grandes prejuízos que causam, podendo reduzir a produção leiteira em até 300 kg por vaca/ano, gerando grandes prejuízos econômicos. Atualmente a melhor forma prevenção das afecções do sistema locomotor de bovinos é a utilização de pedilúvios, que são tanques para banhar as patas dos animais com a função de fortalecer o estojo córneo do casco e diminuir a carga microbiana local. O sulfato de cobre, o formaldeído e o sulfato de zinco são substâncias empregadas na forma de soluções nos pedilúvios, porém pouco se sabe sobre o impacto ambiental que elas podem causar, principalmente o sulfato de cobre. O cobre em solução, pode afetar a textura, o pH, a matéria orgânica e a interação de elementos do solo, além disso pode contaminar o lençol freático, representando um risco eminente para o ecossistema, bem como para a saúde animal e humana. Outra implicação comum na utilização do sulfato de cobre é intoxicação crônica dos animais que pastejam em locais que tiveram a adubação com dejetos contaminados. Diante da dificuldade de eliminação de resíduos de cobre utilizado nos pedilúvios e da sua impossibilidade de substituição pelos benefícios terapêuticos que desempenha, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um processo de captura de sulfato de cobre dos pedilúvios, como forma de reaproveitá-lo minimizando a poluição ambiental. O sistema desenvolvido é composto por um reator eletrolítico que gera um processo de eletrodeposição em que os íons de cobre presentes na solução do pedilúvio são capturados para a superfície metálica de um eletrodo, a partir de um campo elétrico suprido por energia elétrica externa. Esse processo é semelhante ao mecanismo de galvanização, no qual ocorre a eletrodeposição de um metal sobre outra superfície metálica. Os procedimentos experimentais foram projetados em escala laboratorial utilizando 8 litros de solução aquosa de sulfato de cobre 3%. Em 2 horas foi observada significativa deposição sobre a placa, mostrando que a taxa de reciclagem do cobre pode chegar a 30%. Diante disso, é possível estimar que quanto maior for a carga elétrica utilizada, mais rapidamente e maior quantidade de cobre reutilizável pode ser retirada do pedilúvio. O diferencial deste projeto está no fato de que a prevenção de afecções podais em bovinos está dependente do uso de pedilúvios, considerado o melhor método para diminuir lesões podais graves e prejuízos. Porém, o risco de contaminação ambiental é o fator limitante. Com isso, o REC apresenta-se como uma alternativa inovadora que abre a possibilidade não apenas de reduzir, mas talvez eliminar os riscos de contaminação do solo e da água, de uma forma econômica, contribuindo também para a preservação ambiental. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 22 Marcia Godoy Experiência brasileira de controle de preços de medicamentos nos anos de 1990 Marcia Regina Gabardo Camara e André Luis Rossi de Oliveira Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Palavras-chave: política de preços, medicamentos, políticas públicas, acesso Resumo: As despesas com medicamentos no Brasil e em muitos outros países têm aumentado desde 1994. No Brasil, entre 2003 e 2012, a despesa pública com fármacos subiu 309%, e, em 2012, representou cerca de 14% do orçamento nacional em saúde. O rápido crescimento destas despesas, tanto no Brasil como em países desenvolvidos, causa preocupações sobre a sustentabilidade dos sistemas de saúde. O controle de preços é uma estratégia utilizada em 26 países para conter os gastos farmacêuticos. Os defensores do controle de preços de medicamentos acreditam que o seu uso permite menores gastos totais, menores preços individuais, e equilibra as forças deste imperfeito mercado. Entretanto, os seus opositores acreditam que o controle de preço cria escassez de produtos; incentiva a adoção de práticas contábeis enganosas; reduz a inovação; e não tem impacto sobre as despesas de saúde. No Brasil, desde 1808, o governo adota regras antitruste, boas práticas de fabricação, e mecanismo de controle de preços para regular o setor farmacêutico. Na década de 1930, a prática de controle de preços foi intensificada e a sua transgressão foi definida como crime contra a economia. Entre as décadas de 1960 e 1990, o governo criou mecanismos para controlar os preços da economia visando a estabilização econômica e combate à inflação. Entretanto, não obteve êxito, e , em 1989, a inflação atingiu é a taxa de 2,500%. Entre 1992 e 2000, o mercado farmacêutico no Brasil experimentou períodos de controle e de liberdade dos preços. Em 1999, o governo criou o atual corpo regulatório do mercado farmacêutico: ANVISA e Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Desde de 2001, os preços e reajustes de medicamentos são controlados pela CMED. Por isso, o objetivo deste trabalho é estimar o impacto do controle de preços adotado no Brasil, entre junho de 1994 e dezembro de 2000, no consumo de medicamentos. Para isso, foram adotados métodos de mínimos quadrados ordinários e mínimos quadrados de dois estágios, testes de raiz unitária, e dois modelos de cointegração. Foram selecionadas três séries mensais: valor das vendas de medicamentos; volume de vendas, e salário médio. Utilizou-se ainda duas variáveis binárias: uma para os meses em que houve o controle de preços; e outra para os meses de inverno. A partir disso foram conseguidos os seguintes resultados: a) a elasticidade-renda é 0,43; b) cada variação percentual nos preços acontece uma queda de 0,25% na quantidade vendida de medicamentos; c) a variável de controle de preços indicou que a regulação teve um efeito positivo sobre as vendas, aumentou o consumo de medicamentos em 4,8% e reduziu o preço em 1,5%; d) a análise da velocidade de ajuste indicou que mudanças na renda se refletem rapidamente no consumo de medicamentos. A experiência internacional e brasileira mostra que a regulação do setor tem sido eficaz no controle de preços, mas há crescimento dos gastos com medicamentos porque novas tecnologias têm preços mais elevados, e nem sempre são acompanhadas de maior efetividade. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 23 Mayara de Azeredo Rezende Avaliação do efeito antitumoral in vitro do extrato puro e da fração diclorometano da planta Euphorbia tirucalli Katia Costa de Carvalho Sabino, Ivana Correa Ramos Leal, Marina Letícia do Carmo Caxito e Mayara de Azeredo Rezende Instituto Nacional de Câncer (INCA) Palavras-chave: Euphorbia tirucalli, atividade antitumoral, inovação, produtos fitoterápicos Resumo: A planta Euphorbia tirucalli, popularmente conhecida como Aveloz, é considerada uma importante planta para o tratamento de tumores, principalmente nas regiões norte/nordeste do Brasil. A relação desta planta com a atividade antitumoral foi observada empiricamente a partir da incidência de tumores naquela região. A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma desordem caracterizada pelo acúmulo de leucócitos malignos na medula óssea e/ou sangue periférico. Os medicamentos alopáticos comuns para tratar esta patologia podem causar efeitos citotóxicos, ou não produzir um efeito esperado, tornando o tumor resistente ao tratamento. O objetivo deste trabalho é caracterizar in vitro o efeito antitumoral do extrato puro e da fração diclorometano da planta Euphorbia tirucalli, e a relação deste efeito com a indução da morte tumoral das linhagens de LMC. Para isso, como metodologia, foi realizada a maceração das folhas em etanol a 70%, seguido de filtração e secagem a 60°C. O extrato obtido foi fracionado por partição líquido-líquido. A fração diclorometano foi analisada por cromatografia gasosa acoplada ao detector de massas (CG-EM). As linhagens tumorais K562 e Lucena foram imunofenotipadas por citometria de fluxo. O efeito antitumoral da Aveloz foi avaliado através dos ensaios de MTT, Ciclo Celular e Morte Celular. As análises de CG/EM demonstraram como componentes majoritários os ácidos esteárico, palmítico e málico. O tratamento da linhagem tumoral K562 tanto com o extrato puro quanto com a fração diclorometano revelou um decréscimo na atividade mitocondrial (55.2 ± 0.2 N=3 e 64.13 ± 0.9 N3, respectivamente). Ainda, foi observada uma modulação importante do ciclo celular na fase G1, com significante aumento da fase precoce de morte celular (47.02 ± 5.01% N=3). Em relação à linhagem tumoral Lucena, somente o tratamento da fração diclorometano da E. tirucalli induziu uma redução da atividade mitocondrial (56.3 ± 2.3% N=3), mudanças no ciclo celular na fase G1e aumento na fase precoce de morte celular (43.55 ± 7.7% N=3). O extrato puro desta planta não demonstrou nenhum efeito terapêutico em todos os ensaios realizados, sugerindo que os constituintes químicos antitumorais estão presentes na fração diclorometano. Estes dados sugerem que a fração diclorometano da E. tirucalli contém moléculas com promissora atividade antitumoral, e que podem representar uma inovação na linha de produtos fitoterápicos antitumorais. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 24 Priscilla Viana Palhano Desenvolvimento de laboratório de P&D compartilhado para absorção de transferência de tecnologia no modelo de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) Bruna Silva Lanes, Janaína Dias, Victoria Gomes Tokuda, Jorge Luiz Coelho Mattos, Claudia Regina Cantreva, Maria Auxiliadora Caldas, Priscilla Viana Palhano e Erika Coelho Serra Instituto Vital Brazil Palavras-chave: Laboratório Compartilhado; P&D; Transferência de Tecnologia, Biomedicamentos; Parceria para o Desenvolvimento Produtivo Resumo: O objetivo deste trabalho é desenvolver parâmetros de um modelo de laboratório de P&D para Biomedicamentos compartilhado com empresas parceiras visando absorção do processo de transferência de tecnologia, no Instituto Vital Brazil. Para o desenvolvimento de uma planta compartilhada com parceiros externos, foram estruturadas ações estratégicas em 3 áreas distintas sendo elas: Jurídica, Técnica, e Arquitetônica. A primeira etapa relacionada ao Departamento Jurídico e ao processo seletivo de parceiros através do Parque Tecnológico da Vida (PTV), avaliando o tipo de instrumento mais adequado através do qual o parceiro irá viabilizar sua parceria com o instituto. A segunda etapa é baseada nas rodadas de reuniões que ocorreram entre os corpos técnicos especialistas em biomedicamentos, tanto do instituto quanto do parceiro para discutir: Portfólio de produto que será desenvolvido no laboratório; quais salas irão compor o laboratório; quais equipamentos serão alocados; número de pesquisadores que cada área comporta e estruturação de turnos de trabalho. A terceira etapa envolveu o corpo técnico do instituto e a Assessoria de Arquitetura, onde foram definidos padrões de informações a serem disponibilizadas, que servirão de base para o desenvolvimento das etapas seguintes do projeto, que envolvem a definição do partido, desenvolvimento do estudo preliminar e, posteriormente o projeto executivo. Em relação ao Instrumento Jurídico, foi definido que a empresa parceira passa por um processo de seleção sendo submetido à um escritório de negócio, ligado conjuntamente ao Instituto Vital Brazil e ao PTV, composto de membros representantes de diversas instituições de pesquisa e universidades, os quais aprovam ou não a parceria com a empresa. Uma vez aprovado, será desenvolvido um instrumento jurídico de Acordo de Cooperação Técnica associado à um Termo de Confidencialidade visto que a parceria para o compartilhamento deste laboratório envolverá apenas o desenvolvimento do produto fruto da PDP e não a produção do produto final, de forma que o Instituto Vital Brazil possa apenas absorver conhecimento, tornando-se apto ao processo produtivo. Como contrapartida a empresa parceira poderá oferecer além da transferência de conhecimento, obras de adequação do espaço físico cedido e instalação de equipamentos de acordo com as negociações realizadas entre as partes. Do ponto de vista técnico e arquitetônico, o resultado se apresenta conjuntamente, visto que o trabalho requer uma equipe multidisciplinar para idealizar a área, envolvendo departamento de arquitetura e biomedicamentos, onde o laboratório estruturado numa forma de plataforma em que as pessoas poderão trabalhar, em equipamentos de maneira individualizada, diferentes linhas de produtos em fase de Upstream (crescimento celular) e Downstream (etapas de purificação e filtração esterilizante) num ambiente que será compartilhado, trabalhando por campanha. Espaços como os de armazenamento de material, envase e liofilização, lavagem e câmara fria, também poderão ser compartilhados. O sucesso do compartilhamento estruturado neste modelo também está na escolha dos softwares de utilização dos equipamentos, aos quais permitirão múltiplos logins de acessos individuais, garantindo o sigilo de dados para cada usuário, assim como os parâmetros calibrados para cada equipamento. Quanto à equipe foi definido que a capacidade máxima de integrantes deverá ser de no máximo o dobro de pessoas que o laboratório comportará, separado em turnos (Ex: 20 indivíduos se dividirão em 2 turnos de trabalho, considerando a capacidade do local e os 20 espaços físicos para armazenamento de amostras individuais). O modelo de laboratório compartilhado para P&D se mostra promissor para a instituição pública, visto que o parceiro pode trazer agilidade na implantação da área, assim como disponibilização de conhecimento para o laboratório oficial, dentro do modelo de PDPs. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 25 Priscila Fernanda Morais Chaves Implantação de um escritório de gerenciamento de projetos para parcerias de transferência de tecnologia e de implantação de novas estruturas: o caso da Fundação Ezequiel Dias Felipe Estevan de Oliveira Azevedo, Fernanda de Oliveira Esteves, Fernanda Aparecida de Oliveira, Francisco Antônio Tavares Junior, Itália Viviani de Lacerda Capanema, Priscila Fernanda M. Chaves Fundação Ezequiel Dias Palavras-chave: políticas públicas, saúde, tecnologia, gerenciamento de projetos Resumo: Participando, atualmente, de 07 (sete) projetos de Transferência de Tecnologia (TT), a Fundação Ezequiel Dias (Funed) é um laboratório público oficial que completa, em 2014, 107 anos de existência. Ao analisar os aspectos críticos para os avanços pretendidos nos últimos anos, identificou-se a importância de fortalecer internamente o conceito de gerenciamento de projetos, com a definição de responsabilidades, estabelecimento de cronogramas, monitoramento intensivo, priorização alinhada ao planejamento estratégico da instituição e criação de incentivo específico para gerentes de projetos e equipes. O objetivo deste trabalho é apresentar o atual estágio de implantação do Escritório de Projetos Estratégicos (EPE) da FUNED e seu grau de contribuição para os projetos de TT (sobretudo as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo aprovadas para a Funed) e para os projetos de implantação de novas estruturas produtivas. Para tanto, foi elaborado um questionário que busca identificar, na visão dos gerentes de projetos e suas equipes, dos sponsors e dos principais stakeholders internos da própria instituição, como as práticas de gerenciamento de projetos aplicadas na Funed sob a coordenação do EPE, vem colaborando para os avanços nos projetos. Os resultados foram consolidados por categoria de participante, totalizando 27 questionários aplicados. Observou-se que, considerando as dez áreas de conhecimento do Gerenciamento de Projetos, na opinião dos gerentes, escopo e tempo foram as áreas de maior desenvolvimento desde a implantação do EPE, pelo fato de que as mesmas não estavam consolidadas anteriormente e pela maior clareza de sua importância. Por outro lado, o custo e as partes interessadas foram as áreas de menor desenvolvimento. Na visão das equipes de projeto, integração e recursos humanos foram as áreas de maior melhoria, pois foi dada maior clareza de sua importância. Já as áreas de menor melhoria foram custo e aquisição. Tanto para os gerentes, quanto para as equipes, os resultados apontaram que há alinhamento dos projetos a estratégia da instituição, bem como apoio efetivo da alta direção e do EPE na condução e desenvolvimento das ações, ressaltando o reconhecimento da instituição. Passando aos sponsors e stakeholders, no que tange ao desempenho das equipes e conhecimento dos gerentes de projeto, a avaliação foi de muito bom e bom desempenho para ambas as categorias. Por sua vez, o apoio da alta direção foi muito bom em 75% das respostas. Com base nos resultados encontrados é possível inferir que o impacto da implantação do Gerenciamento de Projetos na Funed é visto como positivo e enriquecedor para a instituição, tanto na visão dos participantes, quanto na visão dos beneficiários diretos da metodologia. Prova disto é que a avaliação geral é que houve boa implementação do Escritório de Projetos na Funed. Por sua vez, a expectativa de retorno para o cidadão, que é o principal cliente da instituição, foi em maioria muito bom. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 26 Rafael da Fonseca Prietsch Géis inteligentes com butafosfan para uso em veterinária Rafael da Fonseca Prietsch, Josiane de Oliveira Feijó, Fernando Silva Guimarães, Renata Leivas de Oliveira, Francisco Augusto Burket Del Pino, Rubens Alves Pereira, Marcio Nunes Corrêa Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (NUPEEC) – Faculdade de Veterinária Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Palavras-chave: butafosfan, géis termosensíveis, veterinária Resumo: A indústria farmacêutica veterinária é um mercado crescente que movimenta mundialmente milhões de dólares por ano e seu interesse econômico por novos métodos de liberação de fármacos é cada vez maior, devido ao considerável valor comercial. No setor veterinário, principalmente em animais de produção, o desenvolvimento de sistemas de liberação controlada e biodegradáveis é uma estratégia interessante para administração de fármacos, representando uma alternativa para superar aspectos indesejados relacionados às características farmacocinéticas, farmacodinâmicas e facilidade de administração em grandes rebanhos. Além disso, por ser uma formulação polimérica biodegradável, pode contribuir para a segurança alimentar através de uma produção animal sustentável. Os géis termo reversíveis são formulações líquidas à temperatura ambiente que geleificam à temperatura fisiológica (37 °C) graças à formação de agregados de micelas que conferem firmeza ao gel permitindo uma liberação controlada dos fármacos nele incorporados, sejam hidrofílicos ou hidrofóbicos. Diante do exposto, o objetivo deste projeto foi desenvolver uma formulação de butafosfan com geleificação termicamente induzida para uso em veterinária. O butafosfan é um fármaco muito utilizado em animais de produção, com eficácia comprovada na diminuição do déficit energético, redução da incidência de doenças e consequente aumento da produtividade. As formulações desenvolvidas são compostas por polímeros, aos quais são incorporadas diferentes concentrações de butafosfan. Depois disso, as formulações são avaliadas in vitro, onde a temperatura de geleificação e o perfil de liberação do fármaco são determinados. Estas avaliações servem para determinarmos in vitro o tempo e a temperatura em que as soluções poliméricas geleificam, mimetizando o que acontecerá quando em contato com a temperatura corporal do animal. A aplicação dos polímeros “inteligentes” em veterinária, já iniciou com sucesso em animais de companhia, mas em animais de produção ainda existem poucos estudos, o que traz grandes perspectivas quanto à utilização destas ferramentas, prevendo-se grandes avanços num futuro próximo. A versatilidade e o potencial inexplorado destes polímeros tornam este tipo de sistema um dos maiores potenciais para explorarmos domínios da química, biologia, farmácia e medicina veterinária, tendo como objetivo primordial a criação de soluções e estratégias terapêuticas inovadoras, otimizando a sua eficácia e eficiência. Além disso, o butafosfan, apesar dos benefícios comprovados, está apenas disponível na forma de solução injetável, o que dificulta seu uso em grandes rebanhos devido às repetidas doses necessárias. Por isso, o desenvolvimento de um sistema de liberação sustentada, através de um gel de formação in situ, representa uma grande inovação para a terapêutica veterinária, pois amplia as possibilidades de utilização do butafosfan, podendo ser administrado tanto pela via intramuscular quanto subcutânea. Prêmio *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] RT L 27 5º U G A R Regina Coeli Nacif da Costa Impacto da incorporação das TIC no Curso de Especialização em Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade na Modalidade EAD Regina Coeli Nacif da Costa e Maria da Conceição Monteiro Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Palavras-chave: educação a distância, saúde pública, tecnologias da informação e comunicação Resumo: A Organização Mundial de Saúde assumiu o compromisso de estimular o desenvolvimento de Políticas Públicas, a fim de inserir as Medicinas Tradicionais no Sistema Oficial de Saúde. Mediante a aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), através Decreto nº. 5.813, de 22 de junho de 2006. A fim de atender às diretrizes da Política, foi criado o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). Neste contexto, insere-se o Curso de Gestão da Inovação em Medicamentos da Biodiversidade que qualifica gestores a fim de desenvolver propostas de intervenção na cadeia produtiva de medicamentos da biodiversidade, na perspectiva de uma visão dinâmica da inovação comprometida com o retorno social e ambiental. Este curso vem sendo desenvolvido desde 2008 na modalidade presencial no Estado do Rio de Janeiro, na unidade Farmanguinhos da Fiocruz, por iniciativa do Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde- NGBS. Após qualificar quatro turmas, houve a necessidade de se expandir a sua abrangência e, assim, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Publica (ENSP) foi criado um curso a distância (EAD), a fim de levar essa qualificação aos seis biomas brasileiros. Com a incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação- TIC- o Curso adquire maior dinamismo, efetividade, consistência e relevância, a partir das ações coletivas que os ambientes informatizados em rede podem facilitar. Os suportes tecnológicos utilizados: videoconferências, fórum, aulas virtuais, web conferências, chat, entre outros recursos oportunizam a multidirecionalidade em rede. O espaço virtual disponibilizado pela Escola Nacional de Saúde Pública- ENSP- contará com assessoria técnico-científica de professores e pesquisadores da Fiocruz e de instituições parceiras representativas da comunidade científica nacional e internacional. Como conclusão, este curso contribui para o desenvolvimento de ações relevantes à melhoria do setor econômico do país e promove a integração entre as diferentes áreas da cadeia tecnológico-produtiva de medicamentos da biodiversidade e o envolvimento e a participação das comunidades locais antes distanciadas dos grandes centros, configurando-se como importante estratégia para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes no Brasil, provendo a necessária oportunidade de inserção socioeconômica das populações de territórios caracterizados pelo baixo dinamismo econômico e por indicadores sociais precários. O uso de tecnologias permite o estabelecimento de uma rede bem estruturada em pesquisa e desenvolvimento com grande potencial para o desenvolvimento de produtos e potencializa o desenvolvimento local e a construção coletiva do conhecimento. *Para contato com o autor envie e-mail para: reginanacif@far.fiocruz.br 28 Ruth Meri Lucinda-Silva Nanoemulsões como plataforma para otimização da atividade antiinflamatória tópica do extrato das cascas de Rapanea ferruginea Juarana Dal Mas, Tailyn Zermiani, Marcia Maria de Souza, Kathryn A. B. S. da Silva, Angela Malheiros, Tania Mari Bellé Bresolin, Ruth Meri Lucinda-Silva NIQFAR, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Palavras-chave: Nanoemulsão, Rapanea ferrugínea, Atividade anti-inflamatória, Nanotecnologia Resumo: Uma das recentes alternativas para veículos emulsionados na área farmacêutica, com o objetivo de otimizar a administração tópica de fármacos, é a nanoemulsão. Nanoemulsões são dispersões com tamanho de gota em escala nanométrica e que por suas características como transparência, fluidez e estabilidade frente a problemas comuns em emulsões, têm sido estudadas como veículo para fármacos com baixa absorção dérmica. Em estudos prévios com a casca da planta Rapanea ferruginea, ficou demonstrada a atividade anti-inflamatória do extrato bruto quando administrado por via oral e endovenosa. O presente estudo teve por objetivo avaliar a influência do veículo nanoemulsionado sobre a atividade anti-inflamatória tópica do extrato das cascas de R. ferrugínea. Foi desenvolvida uma nanoemulsão contendo miristato de isopropila como fase oleosa e uma combinação de tensoativos poletoxilados. O extrato mole das cascas foi incorporado na fase oleosa da nanoemulsão nas concentrações de 0,25 e 0,5%. As formulações foram caracterizadas quanto ao teor de marcadores por CLAE, distribuição de tamanho, potencial zeta, características organolépticas e reológicas. A atividade anti-inflamatória tópica foi avaliada usando o modelo de edema de orelha induzido por óleo de cróton. A atividade das nanoemulsões foi comparada com cremes contendo o extrato na mesma proporção e dexametasona como controle positivo. A nanoemulsão desenvolvida apresentou coloração caramelo claro, com textura cremosa, tamanho médio de gotícula de 47,88 ± 8,20 com índice de polidispersibilidade de 0,228 e potencial zeta de -34,7 ± 1,15 mV. A análise reológica demonstrou comportamento pseudoplástico tixotrópico. A quantificação do marcador do extrato na nanoemulsão representou 111% para o ácido mirsinoico B (53,03 ± 0,03 µg/g de formulação) e 106,31% para o ácido mirsinoico A (54,10 ± 0,08 µg/g de formulação). A nanoemulsão contendo o extrato da R. ferruginea demonstrou efetiva atividade anti-inflamatória em modelo de edema de orelha. A formulação contendo 0,25% do extrato apresentou maior potencial de inibição do processo inflamatório do que a nanoemulsão contendo 0,5% e os cremes contendo 0,25 e 0,5% de extrato. Os resultados permitem concluir que as nanoemulsões apresentam-se como plataformas terapêuticas capazes de potencializar a ação do extrato das cascas de R. ferrugínea em modelo in vivo de inflamação tópica. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] Prêmio RT L 29 3º U G A R Simone Alves Proposição de uma lista dos princípios ativos e medicamentos estratégicos para a atenção oncológica no Brasil ALVES, S.1; FERREIRA, T. F.1,; BORSCHIVER, S.2; RODRIGUES, C. O. L.1; DOS SANTOS, J. L. V.1; KHALILI, R. R.1; SILVA, V. F.1; MOTA, K.2 2 1 Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Palavras-chave: Tratamento de câncer, Antineoplásicos, Neoadjuvantes Resumo: Segundo levantamento da ABIQUIF, o déficit da cadeia produtiva farmacêutica brasileira registrou mais um recorde em 2013, com um crescimento de 14%, saltando de US$ 6.637 bilhões em 2012 para US$ 7.568 bilhões em 2013. Atualmente, o Brasil importa cerca de 70% dos princípios ativos comercializados ao longo desta cadeia, com grande parte deste volume destinado ao tratamento do câncer, que é a segunda maior causa de mortalidade no país. Segundo dados do IMS Health, em 2009 as vendas do setor de medicamentos para tratamento do câncer no Brasil atingiram o recorde de US$ 17 bilhões. Neste cenário, é evidente a importância da compreensão do mercado de oncológicos no Brasil e do mapeamento da dependência externa no setor de antineoplásicos para que possam ser traçadas estratégias de investimento capazes de diminuir a dependência externa e o déficit comercial do segmento. Em dezembro de 2005, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Atenção Oncológica, com o objetivo de alcançar a melhoria da qualidade do serviço prestado, oferecendo assistência especializada e integral. Contudo, tal Política Pública é baseada em procedimentos quimio e radioterápicos e não em medicamentos, não havendo padronização ou fornecimento de antineoplásicos diretamente a hospitais ou a usuários. Desta forma, inexiste uma relação dos medicamentos e insumos ativos neoplásicos e neoadjuvantes que indique as demandas mercadológicas deste segmento no país e a real necessidade da produção local. O presente trabalho sugere a definição de uma lista dos princípios ativos e medicamentos estratégicos para a atenção oncológica no Brasil baseada na legislação aplicável e que tem sido direcionada a redução dos custos deste tratamento. Para tal definição foram realizadas buscas bibliográficas em documentos públicos dos Ministérios da Saúde e da Fazenda, tais como: atas de pregões de compra pública de antineoplásicos por Hospitais Universitários; Convênios federais que concedem isenção de ICMS e de PIS/CONFINS (Lista Positiva) para os Estados em operações com tais medicamentos, Rol de medicamentos de tratamento oncológico domiciliar (ANS) e Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). Além disso, foi também realizado um estudo de caso com um hospital público de grande porte do Rio de Janeiro para verificação da lista atual de antineoplásicos em uso. A base de dados resultante contabiliza um total de 133 substâncias químicas adotadas no Brasil no tratamento de câncer, sendo 108 antineoplásicos e 25 neoadjuvantes. Os resultados iniciais do estudo apontam que não existe muita coincidência entre as várias fontes no que se refere a um apontamento de substâncias mais estratégicas, não havendo nenhuma substância que citada em todas estas fontes e que se não considerada a RENAME há uma substância comum a todas as fontes (o antineoplásico Dasatinibe) além de um grupo de 13 substâncias comuns a todas as outras fontes exceto a de concessão de isenção de PIS/COFINS. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 30 Thamires de Oliveira Análise espectrofotométrica de estudos físico-químicos de um extrato de um extrato aquoso de Aloe Vera Peixoto, A. G.1; Nascimento, C. C. H.C.1,2; Azevedo, L.A.C1,3; Barreto, A. S.1,2; Diré, G. F1,2 1 UEZO, Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste 2 Docente UNESA, Universidade Estácio de Sá 3 Docente FAETEC, Fundação de Apoio à Escola Técnica) Palavras-chave: Punica granatum, difusão em disco, genotoxicidade, mutagenicidade, Staphylococcus aureus Resumo: Os medicamentos fitoterápicos são derivados de plantas medicinais e/ou suas partes com características farmacológicas conhecidas. O emprego destas plantas tem sido incentivado pela Organização Mundial da Saúde, já que a cultura da utilização ainda é tradicional devido a fatores benéficos e curativos conferidos a seus usuários. O desenvolvimento de medicamentos antimicrobianos é importante para o surgimento de novas fontes terapêuticas para o tratamento de doenças infecciosas, tendo em vista que bactérias têm a característica de tornarem-se resistentes a ação de antibióticos. Sendo assim, objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de um extrato hidroalcoólico da cascas do fruto de Punica granatum quanto a sua possível genotoxicidade, citotoxicidade e ação mutagênica frente a bactéria Staphylococcus aureus (ATCC 8096). Para obtenção do extrato, as cascas foram desidratadas , trituradas e submetidas à extração com etanol e, após isto, o extrato obtido foi rotoevaporado. Para avaliar a citotoxicidade foi empregado o método de difusão em disco de ágar nutriente. Após a padronização da turvação de solução salina (NaCl 0,9%) por UFC comparando-se com a escala de Mc Farland a 0,5 foi avaliado o crescimento bacteriano frente a presença de discos impregnados de diferentes volumes de extrato e antibióticos. Para a determinação de genotoxicidade e mutagenicidade, além do referido extrato foram empregados como agentes genotóxicos e mutagênicos o peróxido de hidrogênio (H2O2) e o Cloreto Estanoso (SnCl2). Os resultados mostram que o extrato em questão possui efeito semelhante a dos antibióticos Gentamicina e Cloranfenicol e ainda, que o extrato possui atividade semelhante a do cloreto estanoso e do peróxido de hidrogênio, que são agentes que interferem no genoma bacteriano. Com a análise dos resultados obtidos pode-se sugerir que o extrato hidroalcoólico das cascas do fruto de Punica granatum possui ação citotóxica, genotóxica e provavelmente mutagênica, porém há a necessidade de análises mais específicas para melhor elucidar a presença desta última característica. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] 31 Thayssa T. S. Cunha Estudos de Modelagem Molecular para a Identificação de Novos Inibidores Seletivos de Aldeído Desidrogenase 2 (ALDH-2) Thayssa T. S. Cunha*(PG)1,2, Carlos Mauricio R. Sant'Anna (PQ)2,4, François Germain Noël (PQ)1,3, Carlos Alberto M. Fraga (PQ)1,2 1 2 Programa de Pós-Graduação em Farmacologia e Química Medicinal, ICB, UFRJ Laboratório de Avaliação e Síntese Substâncias Bioativas (LASSBio®), ICB, UFRJ 3 Laboratório de Farmacologia Bioquímica e Molecular, ICB, UFRJ 4 Departamento de Química, ICE, UFRRJ Palavras-chave: Cocaína, ALDH-2, ancoramento molecular, triagem virtual Resumo: Estudos utilizando modelos animais de autoadministração indicam que o sistema mesolímbico, constituído principalmente por neurônios dopaminérgicos da Área Tegmental Ventral (VTA), envolvidos no sistema de recompensa, é o principal responsável pelo mecanismo de dependência da cocaína. Além de estar presente no fígado atuando na conversão de acetaldeído a ácido acético por ocasião da ingestão de etanol, juntamente com a enzima ALDH-1, a enzima ALDH-2 se encontra na VTA atuando no metabolismo da dopamina. Foi demonstrado que isoflavonóides antioxidantes como a daidzina (IC50 = 1,26 μM) e análogos estruturais são inibidores seletivos da ALDH-2. A inibição da ALDH-2 mostrou-se como uma estratégia interessante no tratamento da dependência, visto que modula de maneira indireta a biossíntese de dopamina, apenas quando esta é estimulada por ocasião da utilização de cocaína. A identificação de novos padrões estruturais se mostra importante no âmbito do tratamento de dependência à cocaína e neste contexto, a quimioteca do LASSBio® apresenta mais de 1800 moléculas cadastradas, que podem ser estudadas para diversos alvos moleculares. Este trabalho teve como objetivo a validação de uma metodologia de triagem virtual utilizando o programa de ancoramento molecular GOLD 5.2 (CCDC) para identificação de potenciais ligantes da enzima ALDH-2 utilizando a quimioteca do LASSBio®. RESULTADOS: A validação da metodologia de triagem virtual envolveu duas etapas. Na primeira etapa, o programa GOLD 5.2 e suas funções de pontuação foram validados a partir do reancoramento do ligante cocristalizado (daidzina) à estrutura cristalográfica da ALDH-2 (PDB 2VLE). Dentre as quatro funções avaliadas, a função ChemPLP foi a escolhida por identificar uma conformação do ligante com RMSD de 0,613 Å em relação à conformação do ligante cocristalizado. A análise visual do ligante cocristalizado daidzina permitiu observar interações importantes que explicam as razões moleculares de sua afinidade pela ALDH-2, auxiliando na caracterização do perfil de interação de outros ligantes. A segunda etapa visou avaliar a capacidade do programa GOLD 5.2 em selecionar compostos ativos (44 compostos com IC50>0,04μM) da literatura versus compostos inativos (44 compostos com IC50>1μM) no qual a função ChemPLP apresentou maior capacidade em identificar os compostos ativos através da análise do parâmetro de enriquecimento curva ROC, apresentando valor de 0,67. A partir dos estudos realizados pode-se concluir que o programa GOLD 5.2 foi validado para o ancoramento molecular da daidzina, representando de maneira fidedigna as interações moleculares com a ALDH-2. Ademais, o parâmetro de enriquecimento curva ROC permitiu identificar a função ChemPLP como a mais adequada na identificação de compostos ativos e a partir destes resultados a triagem da quimioteca do LASSBio® pode ser realizada para identificar novos ligantes da ALDH-2. *Para contato com o autor envie e-mail para: [email protected] Prêmio RT L 32 2º U G A R Sociedade Brasileira Pró‐Inovação Tecnológica (Protec) Av. Churchill, 129 ‐ Grupo 1101 ‐ Centro ‐ Rio de Janeiro ‐ RJ ‐ CEP 20020‐050 Tel.: (21) 3077‐0800 / Fax.: (21) 3077‐ 0812 | www.protec.org.br Presidente: João Carlos Basilio Vice‐presidentes: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, Paulo Skaf e Robson Braga de Andrade Conselheiros: Carlos Alexandre Geyer, Celso Antônio Barbosa, Dante Alario Junior, Franco Pallamolla, Humberto Barbato, Luiz Aubert Neto, Ogari de Castro Pacheco e Paulo Godoy Diretoria: Roberto Nicolsky, Fabián Yaksic e Fernando Varella Diretor‐geral: Roberto Nicolsky Coordenadora: Mariana Sandroni Gerente de Marketing e Eventos: Alexandre Nicolsky Av. 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