CURSO
TÉCNICO
1º Semestre de 2013 - 1º Módulo
Disciplina: Português Técnico
Professor (a): Carla Cristina Tanganelli
Fátima Cristina de Sousa
CENTRO EDUCACIONAL TÉCNICO SUZANENSE • Telefone: 4747-1500
Sumário
O QUE É UMA MONOGRAFIA? ........................................................................................................... 14
NORMAS ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ....................................................... 17
ELEMENTOS ESTRUTURAIS .............................................................................................................. 17
ORGANIZAÇÃO DE MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E TESE .......................................................... 18
REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 18
(NBR 14724 – ABNT)1 .......................................................................................................................... 18
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO ..................................................... 21
SEMINÁRIO ........................................................................................................................................... 26
MODALIDADES DE REDAÇÃO ........................................................................................................... 28
RESUMO ................................................................................................................................................ 28
RESENHA .............................................................................................................................................. 29
TEXTO PUBLICITÁRIO ......................................................................................................................... 30
REDAÇÕES TÉCNICAS........................................................................................................................ 30
MODELO DE REQUERIMENTO ........................................................................................................... 30
PROCURAÇÃO ..................................................................................................................................... 31
PROCURAÇÃO ..................................................................................................................................... 32
NOME ..................................................................................................................................................... 39
OBJETIVO ............................................................................................................................................. 39
GRAMÀTICA ......................................................................................................................................... 40
ONDE
AONDE ........................................................................................................ 42
MAS
MAIS ............................................................................................... 42
MAU
MAL ....................................................................................................... 43
AFIM
A FIM ................................................................................................ 43
DEMAIS
DE MAIS .............................................................................................. 43
CRASE ................................................................................................................................................... 44
PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................ 45
CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA .................................................................................... 49
REFORMA ORTOGRÁFICA ................................................................................................................. 49
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA .................................................................................................................... 51
ALGUNS ERROS GRAMATICAIS ........................................................................................................ 53
ATIVIDADES .......................................................................................................................................... 54
ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ................................................................................... 55
Estudando o texto ................................................................................................................................ 57
A Palavra ............................................................................................................................................... 60
Interpretação de Textos ....................................................................................................................... 62
17 de julho ............................................................................................................................................. 62
Em Busca do Ouro ............................................................................................................................... 66
O FANÁTICO ......................................................................................................................................... 71
Pega ladrão, Papai Noel! ..................................................................................................................... 75
GRAMÁTICA ......................................................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 89
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ALGUMAS QUALIDADES DESEJÁVEIS NO SEU TEXTO
Impessoalidade
Todo trabalho redacional deve ter caráter impessoal. Pra tanto, deve-se
escrever em terceira pessoa, evitando referências pessoas, como “meu
trabalho”, “meus estudos”. Em tais casos, utilizam-se expressões como “o
presente trabalho”, “o presente estudo”. É comum usar-se ainda a primeira
pessoa do plural: “chegamos à conclusão...”, “julgamos...”. Evite-se ainda o uso
de “a gente” e de “você” no texto.
Objetividade
A objetividade de um texto é determinada, principalmente, por dois
aspectos. Primeiro é preciso dizer ao leitor somente aquilo que é necessário.
Isso não significa escrever pouco, pois em muitas situações a necessidade de
informações pode ser maior, o que pode implicar textos mais longos.
Ser objetivo, ainda, organizar a informação por ordem de importância.
Primeiro é preciso dizer qual a ideia principal e só depois detalhar colocando as
secundárias. Deve-se ter sempre em mente aquilo que se deseja dizer ao seu
leitor. Só depois então explicar o porquê, quando, onde, e como isso se deu. O
texto jornalístico é um bom exemplo de como atingir grande grau de
objetividade.
Além disso, grande número de expressões e vocábulos dá margem a
interpretações subjetivas, comprometendo o valor do trabalho. Em vez de
escrever que a sala era grande e espaçosa, por exemplo, deve-se dizer: a sala
media 12m de comprimento por 8 m de largura. A linguagem deve, portanto, ser
objetiva, precisa e isenta de qualquer ambiguidade.
A função informativa
A linguagem enquanto instrumento de comunicação, pode desempenhar
funções distintas, convém indicar aqui pelo menos as principais, a fim de que se
tenha presente a função característica da linguagem científica. Enquanto a
linguagem literária tem função expressiva, adequada à comunicação de
emoções, tendo em vista objetivos estéticos, a linguagem científica e a
tecnológica são essencialmente informativas, visando à transmissão de
conhecimentos, é técnica, de ordem cognoscitiva e racional, firmada em dados
concretos, a partir dos quais analisa e sintetiza, argumenta e conclui.
Enquanto a primeira deve impressionar, agradando pela elegância e evocação
de valores estéticos, a segunda deve esclarecer pela força de argumentos.
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A clareza, característica primordial.
Toda e qualquer questão deve, portanto, ser anunciada com absoluta
clareza e precisão, já que se deve buscar o máximo de inteligibilidade. As
palavras são revestimento das ideias. Para haver clareza de expressões é
preciso haver clareza de ideias, pois esta é a condição primeira e indispensável
de uma boa redação científica. Devem ser evitadas, por exemplo, palavras
inespecíficas, adjetivos e advérbios.
A simplicidade
A simplicidade no escrever é sinal de clareza de pensamento. Deve-se
escrever do modo direto, sóbrio, sem uso de jargão, livre de outros enfeites que
só fazem distrair. É muito comum encontrar textos escritos quase que totalmente
na ordem inversa, tornando complexos a leitura e o processamento das
informações. Para evitar isso, é importante certificar-se sempre: o sujeito, o
verbo e seu complemento aparecem nesta ordem na frase? Além disso, evitemse períodos longos, com inúmeras orações intercaladas, pois tornam a leitura
pesada: não se diga tudo num único período. Pelo contrário, multipliquem-se as
frases. Isso facilita e torna o estilo mais ágil. O parágrafo pode até ser longo
(10,15 linhas, por exemplo), mas deve ser constituído de períodos menores.
Assim, teremos dois ou três pontos finais no meio dele, sem mudar, porém de
linha. Deve-se fazer todo o esforço para que o texto seja simples. E essa não é
tarefa fácil.
O uso do vocabulário comum
É importante que se escolham os termos mais adequados às idéias que
se quer exprimir e determinar sua significação exata. O redator deve conhecer
em primeiro lugar a significação exata do termo empregado. Enquanto para o
botânico, por exemplo, o termo rosa designa a flor da roseira, a planta da família
das rosáceas, o poeta poderá utilizar o mesmo termo para designar mulher
bonita. Embora o vocabulário deva ser simples, evitem-se as expressões
coloquiais e as figuradas.
A coesão textual
É importante, ao construir textos, estabelecer relação entre os termos que
formam as orações, entre as orações que formam os períodos, entre os
períodos que formam os parágrafos e, por fim, entre os parágrafos que formam
o texto. Essa relação, denominada coesão, se dá através do uso dos recursos
coesivos ou conectivos, auxiliando a leitura, pois torna os textos mais claros.
Os principais mecanismos coesivos são a coesão referencial e a coesão
sequencial. A primeira dá conta da manutenção da referência, permitindo a
retomada do que já foi dito sem precisar repetir palavras e expressões, enquanto
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simultaneamente se constroem os significados pertinentes ao assunto. Já a
segunda permite que o texto progrida, garantindo que não haja oposição frontal
entre as ideias. A ausência de elementos coesivos deixa lacunas no texto que
possibilitam diferentes interpretações. Embora na literatura isso seja uma
qualidade textual, no texto científico, isso é um defeito a ser evitado.
A coerência textual
A coerência pode ser definida como a totalidade de sentido que o texto
representa. Depreende-se a coerência textual através da construção e
organização dos elementos que compõem o texto e de sua adequação a uma
situação externa a que ele se vincula. Para ser coerente, é necessário que cada
parte esteja em harmonia com o restante do que foi escrito. Assim, por exemplo,
não se pode chegar a conclusões que não se relacionam com o que se discutiu
anteriormente.
Unidade textual
O primeiro atributo de um texto – para ele ser considerado como tal – é a
unidade, que se define, em princípio, pela sua completude. Um texto tem
unidade, quando suas diversas partes se juntam e se articulam formando um
todo único, que pode ser identificado em sua totalidade e em suas partes.
A ausência de qualquer uma das partes constitutivas do texto pode comprometer
o sentido de sua mensagem.
Dissertação
Introdução
A dissertação deve ser estruturada obrigatoriamente em três partes:
introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução, da qual falaremos agora, deve, em princípio, constituir-se de
um parágrafo, no qual apresentamos o assunto, o tema a ser analisado, sem, no
entanto, discuti-lo ainda.
Caso o tema seja do tipo polêmico, que exige uma tomada de posição por
parte do autor, a introdução deverá ter um tópico frasal (frase-núcleo) que
registra a tese, ou seja, essa posição.
Vejamos um exemplo de introdução.
Tema – A redação tem um peso significativo nos vestibulares, por isso, aqueles
que não conseguem escrever um bom texto, de vez em quando repetem a
questão “Há validade de se continuar a exigir redação nessas provas?” E você,
o que pensa a respeito?
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Introdução –
A juventude de nossos dias não lê e não escreve, a não ser quando é
obrigada. Consequentemente, expressa-se mal e tem um vocabulário
extremamente limitado. De quem é a culpa? Da escola? Da televisão? O certo é
que a obrigatoriedade da redação no vestibular, indiscutivelmente tem diminuído
a tristeza desse cenário.
Qualquer leitor, ao ler esse trecho, entende perfeitamente que o assunto
em questão é a aplicação da redação nos vestibulares, além de entender,
também, que a pessoa que está escrevendo é favorável à existência da redação
nesses vestibulares. O leitor é informado disso exatamente através do tópicofrasal, o qual é, ao mesmo tempo, a sua tese, ou seja, a posição que ele adota e
defenderá na sua redação: “O certo é que a obrigatoriedade da redação no
vestibular, indiscutivelmente tem diminuído a tristeza desse cenário”.
A sequência da dissertação, após a introdução, é o desenvolvimento.
Nele, o autor, da redação deverá apresentar os argumentos em defesa de sua
tese.
Desenvolvimento
O desenvolvimento é a segunda parte da dissertação e é chamada
também de persuasão ou argumentação porque é nessa parte que o autor da
dissertação defenderá a tese apresentada na introdução. É no desenvolvimento
que estarão as ideias, os pontos de vista, enfim, os argumentos com que o autor
provará que a sua tese é correta, verdadeira. A argumentação deve ser sólida,
convincente.
A argumentação é a parte maior da redação dissertativa, mas,
principalmente, é a essência desse tipo de texto. Afinal de contas, é nela que se
revelam as informações que o redator tem sobre o assunto, a sua capacidade de
estruturar ideias e de conduzir o raciocínio etc.
Conduzir o raciocínio por meio de uma sequência lógica entre as ideias,
de forma a haver coesão, é um fator muito importante do desenvolvimento, pois
ele deve desaguar com naturalidade na conclusão.
Vejamos agora, a parte argumentativa ou o desenvolvimento da redação iniciada
anteriormente.
Desenvolvimento –
Para muitos jovens, a redação obrigatória do vestibular é a única ocasião
em que ele se vê obrigado a escrever de forma mais racional, sequente e organizada. Nesse texto, ele precisa refletir sobre um assunto e escrever seu texto
de acordo com isso e de uma forma tal que os professores que compõem a
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banca examinadora entendam tudo com facilidade. Esse texto precisa, ainda,
obedecer às normas gramaticais.
Por aí se percebe porque a redação obrigatória do vestibular contribui
para a melhoria da escrita de jovens brasileiros.
Mandar um e-mail para um amigo, ou conversar pessoalmente ou por
telefone com esse amigo, é muito diferente das exigências expostas acima,
porque nessas formas de comu-nicação com pessoas com quem convivemos
normalmente, falamos, geralmente, um português coloquial. Nessas
oportunidades, o jovem não tem nenhuma daquelas preocupações “cobradas”
no vestibular. Além disso, para prestarmos o vestibular, costumamos ter aulas
de redação, nas quais adquirimos todas as noções exigidas, e, assim, vamos
melhorando nosso raciocínio argumentativo e nossa capacidade de nos
expressarmos em língua escrita. É pena que a maioria dos jovens nem essa
oportunidade tem, porque é apenas “uma meia dúzia” de privilegiados que
prestam o vestibular.
Conclusão
A conclusão de uma dissertação, no geral, constitui-se de um parágrafo.
Quanto ao conteúdo, deve-se considerar que ele é decorrência da introdução e
da argumentação do desenvolvimento; portanto, deve-se, na conclusão, resgatar
e corroborar as ideias defendidas nessas duas partes. Caso o tema permita,
pode-se apresentar alguma solução para a problemática discutida. A conclusão,
muitas vezes, por ser a última parte da redação, tende a ser negligenciada pelo
autor, o que desnivela a qualidade do trabalho em relação às partes anteriores.
A seguir, a conclusão da redação com que vimos trabalhando até aqui.
É evidente que a aplicação da redação nos vestibulares não soluciona
todas as deficiências do ensino brasileiro e nem as agressões ao idioma pátrio,
mas, ainda que a longo prazo, ela vem dando a sua contribuição para minorar
parte dessas tragédias.
Podemos perceber que uma dissertação bem redigida apresenta
necessariamente perfeita articulação de ideias. Para obtê-la, é necessário
promover o encadeamento semântico (significado, ideias) e o encadeamento
sintático (mecanismos que ligam uma oração à outra). A coesão (elemento da
frase A retomado na frase B) é obtida, principalmente, através dos elementos de
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ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa de
orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto.
Tendo por base um levantamento elaborado por Othon Moacyr Garcia
(Comunicação em Prosa Moderna), arrolamos os elementos de ligação mais
usuais empregados na dissertação – advérbios, locuções, conjunções e
preposições. Os itens seguintes encerram o significado de cada grupo de
elementos da ligação.
Prioridade, relevância
Em primeiro lugar, antes de mais nada,
primeiramente,
acima
de
tudo,
principalmente,
primordialmente,
sobretudo.
Tempo (frequência, duração, ordem, Então, enfim, logo, logo depois,
sucessão,
anterioridade, imediatamente, logo após, a princípio,
posterioridade)
pouco
antes,
pouco
depois,
anteriormente,
posteriormente,
em
seguida, afinal, por fim, finalmente,
agora, atualmente, hoje, frequentemente,
constantemente,
às
vezes,
eventualmente,
por
vezes,
ocasionalmente, sempre, raramente, não
raro,
ao
mesmo
tempo,
simultaneamente, nesse ínterim, nesse
meio tempo, enquanto, quando, antes
que, depois que, logo que, sempre que,
assim que, desde que, todas as vezes
que, cada vez que, apenas.
Semelhança,
comparação, Igualmente, da mesma forma, assim
conformidade.
também, do mesmo modo, similarmente,
semelhantemente, por analogia, de
maneira idêntica, de conformidade com,
de acordo com, segundo, conforme, sob
o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto
que, como, assim como, bem como,
como se.
Condição, hipótese
Se, caso, eventualmente.
Dúvida
Talvez, provavelmente, possivelmente,
quiça, quem sabe, é provável, não é
certo, se é que.
Certeza, ênfase
De certo, por certo, certamente,
indubitavelmente, inquestionavelmente,
sem dúvida, inegavelmente, com toda
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certeza.
Surpresa, imprevisto
Inesperadamente,
de
súbito,
imprevistamente, surpreendentemente.
Ilustração, esclarecimento
Por exemplo, isto é, quer dizer, em
outras palavras, ou por palavras, ou por
outra, a saber.
Propósito, intenção, finalidade.
Com o fim de, a fim de, com o propósito
de.
Perto de, próximo a ou de, dentro, fora,
Lugar, proximidade, distância.
mais adiante, além, acolá, lá, ali,
algumas preposições e os pronomes
demonstrativos.
Em suma, em síntese, em conclusão,
Resumo, recapitulação, conclusão.
enfim, em resumo, portanto, assim,
dessa forma, dessa maneira.
Causa e consequência, explicação.
Por consequência, por conseguinte,
como resultado, por isso, por causa de,
em virtude de, assim, de fato, com efeito,
porque, porquanto, pois, que, já que,
uma vez que, visto que, como, portanto,
por conseguinte, logo, pois, que.
Contraste,
oposição,
restrição, Pelo contrário, em contraste, com, salvo,
exceto, menos, mas, contudo, todavia,
ressalva.
entretanto, embora, apesar de, ainda
que, mesmo que, posto que, conquanto,
se bem que, por mais que, por menos
que.
Ou...ou,
ora...ora,
Alternativas
quer...quer,...seja...seja,já...já,nem...nem.
Narração
Contar histórias é um hábito ou uma atividade muito antiga do ser
humano; falamos de uma prática que existe entre os homens desde os primeiros
ancestrais e nos acompanha até a atualidade. Não precisamos ir muito longe
para ver o fascínio que diferentes formas de narrativa provocam na sociedade.
Exemplos práticos não nos faltam: quem nunca se pegou narrando um trecho de
um filme de que gostou muito ou o episódio de uma novela a um amigo próximo,
ou mesmo relatando um episódio trágico ou cômico de sua vida?
Desta forma, narrar seria basicamente contar, relatar uma história a partir
de uma sequencia de ações lógicas, praticadas por um conjunto de
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personagens, em um determinado espaço e tempo. Um texto que atende a
essas especificidades denomina-se Narração. Vale lembrar que, atendendo a
esses requisitos, um texto narrativo pode apresentar-se por meio de uma
estrutura em prosa ou em verso. O texto em prosa é dividido em parágrafos. Em
contrapartida, o texto em verso é estruturado em estrofes; trata-se do que,
convencionalmente, chamamos de poesia.
Após esse importante esclarecimento, podemos, então, afirmar que os
elementos constitutivos de uma narração são:
Narrador: quem conta a história;
Personagens: pessoas, animais e objetos inanimados personificados etc.;
Tempo: temporalidade em que se dá o desenrolar das ações das personagens;
Espaço: lugares em que ocorrem as ações das personagens.
Alguns desses elementos constitutivos da narração merecem atenção
especial. São eles: narrador e personagens.
Ao constituir uma narrativa, o autor pode optar por narrá-la em primeira ou
terceira pessoa. Tal opção é norteada pela visão de mundo e dos fatos que
pretende ver revelada em seu texto. Denominamos esse ponto de vista do
narrador de foco narrativo.
A narrativa em primeira pessoa, narrador-personagem, apresenta os
acontecimentos a partir do ponto de vista de alguém que participa da história. O
foco narrativo em primeira pessoa faz com que os acontecimentos narrados
estejam comprometidos com a visão de uma das personagens.
Segue um exemplo do foco narrativo em primeira pessoa:
“Tinha-me lembrado a definição que José dera deles, ‘olhos de cigana
oblíqua e dissimulada’. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia,
e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se ficar e examinar. Só me
perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a
doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu
outra ideia o meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de
perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles.”
Já, no foco narrativo em terceira pessoa, aquele em que se conta a
história e não se participa das ações, o narrador não está diretamente envolvido
com os acontecimentos narrados. Há dois tipos de foco narrativo em terceira
pessoa: narrador-observador – que relata os acontecimentos como um mero
espectador das ações das personagens – e o narrador-onisciente que, apesar
de não participar da história, conhece tudo sobre ela.
Exemplo de narrador-observador:
...De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se,
apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um
homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
- Olhe se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
- É verdade, concordou Honório envergonhado.
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Exemplo de narrador- onisciente:
"Aurélia concentra-se de toda dentro de si; ninguém ao ver essa gentil
menina, na aparência tão calma e tranquila, acreditaria que nesse momento ela
agita e resolve o problema de sua existência; e prepara-se para sacrificar
irremediavelmente todo o seu futuro."
Descrição
A descrição é a reprodução verbal de um objeto, uma pessoa, um lugar
mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizados. Na
descrição, o emissor provoca na mente do receptor uma impressão sensível, procura
fazer com que o leitor “veja” na sua mente um objeto material ou um processo espiritual.
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de
transmitir uma impressão autêntica.
Descrever é mais que apontar, é pintar, é criar. Descrever é dar ilusão da
vida pela imagem sensível do pormenor material. Por isso, impõe-se o uso de
palavras específicas, exatas.
Há mensagens descritivas que fornecem estímulos para a visualização de
uma realidade fixa, parada – descrição estática. Neste caso, predominam os
chamados verbos de ligação: ser, estar, parecer, ficar e alguns que possam
funcionar como tal.
Por outro lado, há mensagens descritivas que excitam a visualização de
uma realidade em movimento – descrição dinâmica. Neste caso, predominam os
nomes que denotam ações, movimentos, processos (por exemplo: queda veloz,
vento, chuva, corrida, pulo...) e os verbos que denotam ação, movimento (por
exemplo: pular, ventar, correr, chover).
Descrição Estática
“(...) na semi-escuridão do quarto, com a lâmpada elétrica apagada, a
mortiça e azulada luz da noite lá de fora reflete palidamente o branco-pretobranco-preto do teclado do piano. Uma minúscula e frágil estrela de reflexo
disputa também, à luz, a atenção do silêncio, o senhor da noite, e sai do metal
da cama e outra, mais ousada em seu tênue brilho, sai do espelho oval, acima
da pia. Há mais um brilho, mais humilde ainda que os demais, sai tinteiro do
níquel sobre a mesa, onde, apesar da visão prejudicada, percebem-se folhas de
papel em desordem, de mistura com canetas e lápis pretos. O tampo da mesa
nada reflete pelo verniz antigo e opaco. A um canto de sua superfície, uma
quase invisível garrafa de Chateau, indistintamente vazia ou cheia.
Os objetos esperavam fazendo coro com o silêncio da noite, maior.
Esperavam, mesmo que aparentemente nada estivesse para acontecer, apenas
esperavam (...)”
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A fala dos esquecidos – Paco Regueira
Descrição Dinâmica
“Ela (Rita Baiana) saltou em meio da roda, com os braços na cintura,
rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a
direita, com uma sofreguidão de gozo carnal num requebrado luxurioso que a
punha ofegante; já correndo de barriga empinada, já recuando de braços
estendidos, a tremer toda (...).Depois, como se voltasse à vida, saltava um
gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo,
subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e
cerrado, freneticamente, erguendo e a baixando os braços, que dobrava, ora
um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra...”
Aluísio Azevedo
Descrição Objetiva e Subjetiva
A descrição objetiva ocorre quando temos a intenção de transmitir
precisão sobre o objeto ou cenário descrito. Assim, abordaremos os aspectos
principais, usaremos palavras que não deixem margem para mais de uma
interpretação (denotação) e o envolvimento do autor acaba sendo impessoal. Já,
na descrição subjetiva, o descrito é feito de acordo com a pessoalidade e
emoção do autor, podendo até interferir-se mais de uma interpretação
(conotação).
Impropriedades na linguagem
Outro aspecto que diz respeito à qualidade necessária da linguagem do
texto dissertativo é o fato de que, usualmente, ocorrem determinadas
imperfeições na linguagem, muitas vezes notadas só após cuidadosa leitura.
Essas falhas são identificadas, genericamente, como impropriedades (da
linguagem). Algumas delas, as mais comuns, são abordadas a seguir.
Ambiguidade – Identificamos a ambiguidade em uma frase ou período que
apresenta duplo sentido, o que gera confusão quanto à ideia que deveria ser
expressa.
Exemplo – O guarda levou a linda moça para a sua casa.
Da forma como está redigida, ficamos sem saber se o guarda levou a moça para
a sua própria casa, dele (do guarda), ou se ele a levou para a cada dela. Essa
ambiguidade é facilmente detectável no pronome “sua”.
Redundância – Ocorre redundância quando repetimos uma ideia
desnecessariamente.
Exemplo: Há três horas atrás o casal efetivou a união no cartório.
Nesse período, o verbo haver já indica passado, tempo decorrido e essa ideia é
repetida pelo advérbio “atrás”. Para a frase ficar correta, teria que ser eliminada
uma das duas formas.
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Clichês – O que caracteriza os clichês são frases ou expressões muito usadas,
repetidas através do tempo e aparentam verdades absolutas, não raro,
preconceituosas. São chamados também de chavões, lugares-comuns e frases
feitas.
Exemplo – A lua banhava de prata os telhados da pequena cidade.
Eco – Constitui eco a repetição muito próxima de palavras que tenham sons
iguais. Isso acontece por existirem palavras muito usadas e que têm certas
terminações, como o verbo no gerúndio, o advérbio terminado em mente, os
substantivos em ão, entre outras.
Exemplo – Foi ao casamento sem o nosso consentimento.
Obscuridade – Obscuridade significa “falta de clareza”. Vários motivos podem
determinar a obscuridade de um texto: períodos excessivamente longos,
linguagem rebuscada e má pontuação. Observe:
Encontrar a mesma ideia vertida em expressões antigas mais claras, expressiva
e elegantemente tem-me acontecido inúmeras vezes na minha prática longa,
aturada e contínua do escrever depois de considerar necessária e insuprível
uma locução nova por muito tempo.
Pleonasmo ou redundância – consiste na repetição desnecessária de um
termo.
Exemplos – A brisa matinal da manhã enchia-o de alegria.
Ele teve uma hemorragia de sangue.
Convém notar, no entanto, que bons autores costumam recorrer ao pleonasmo
com função estilística, a fim de tornar a mensagem mais expressiva. Nesse
caso, o pleonasmo não é considerado defeito. Veja os exemplos abaixo:
A mim, ensinou-me tudo. (Fernando Pessoa)
A ti, trocou-te a máquina mercante. (Gregório de Matos)
Cacofonia – A cacofonia (ou cacófato) consiste na produção de som
desagradável pela união das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de
outra.
Exemplos – Nunca gaste dinheiro com bobagens.
Uma herdeira confisca gado em Mato Grosso.
Estas ideias, como as concebo, são irrealizáveis.
Prolixidade – A prolixidade consiste na utilização de mais palavras do que o
necessário para exprimir uma ideia; é, portanto, o oposto da concisão. Ser
prolixo é ficar “enrolando”, “enchendo linguiça”, não ir direto ao assunto.
O QUE É UMA MONOGRAFIA?
Dissertação desenvolvida acerca de um tema específico, relacionado ao
curso, a especialização. Tem que ter um valor representativo e obedecer a uma
metodologia científica.
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Investiga um assunto não só com profundidade, mas também todas as
partes envolvidas, de acordo, com a finalidade do trabalho.
Características
Trabalho escrito, sistemático e completo;
Tema específico;
Estudo pormenorizado e exaustivo abordando vários aspectos e ângulos do
assunto;
Metodologia científica;
Importância do seu trabalho, relevância.
Estrutura
Introdução – apresentação do tema, sua relevância, referência à trabalhos
anteriores;
Desenvolvimento – fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, que é expor
e demonstrar. Três estágios: explicação, discussão e demonstração;
Conclusão – resumo completo. Síntese da argumentação. Síntese da reflexão.
Trabalho ( para as disciplinas)
Capa; Folha de rosto; Sumário; Introdução; Desenvolvimento; Conclusão;
Referência; Anexo (caso tenha).
*Capa
Proteger o trabalho;
Deve ser apresentado nesta ordem:
1. Nome dos colaboradores da equipe;
2. Título do trabalho;
3. Cidade;
4. Ano.
*Folha de Rosto
Componente pré-textual mais importante:
1. Nome dos colaboradores da equipe;
2. Título do trabalho;
Nota seguinte:
Trabalho exigido na Disciplina de... do 1º Módulo do Curso... CETÉS, sob
orientação do...
Cidade;
16
Ano.
*Sumário
O Sumário ou Índice é componente obrigatório;
Apresenta o esquema geral do trabalho Título das divisões (tópicos do trabalho);
Número da folha em que se inicia cada divisão (tópico);
Não se numera.
*Introdução
Apresentação do tema;
Objetivo do trabalho;
Justificar a importância da pesquisa realizada;
Começa a numeração das páginas.
*Desenvolvimento
Ideias principais;
Corpo do trabalho;
Dividido por tópicos que deverão aparecer no “Sumário”.;
A palavra “Desenvolvimento” não é usada, devendo ser substituída pelo título do
trabalho.
*Conclusão
Expressar sua opinião a respeito do tema tratado;
Apresentar os resultados da pesquisa, ou seja, o que se propôs na “Introdução”
e se comprovou no “Desenvolvimento”.
*Referência
Trata-se da relação das obras consultadas, obedecendo à norma da ABNT: NBR
6023 Referências Bibliográficas.
1.Livro:
BURKE, Richard Carlos. Televisão Educativa: uma nova aventura. São Paulo:
Cultura, 1974.
2. Enciclopédia:
Enciclopédia Delta Larousse. 3 ed. Rio de Janeiro: Delta, 1977, V.3.
3. Revista:
VEJA. São Paulo: Abril, v.35, nº. 33, ago. 2002.
17
4. Jornal:
Folha de São Paulo. São Paulo, 13.05.01 Folhateen, p. 04.
5. Internet:
<http://www.terra.com.br>. Acesso em 22. Ago. 2005.
Dicas
Quando não for possível localizar o local de publicação, usa-se “Sine Loco”,
abreviada entre colchetes: [S.1.].
Quando não for encontrada a editora, usa-se a expressão latina “sine nomine”,
abreviada entre colchetes: [s.n.].
Quando não for encontrado o local e a editora, utilizam-se ambas as
expressões, abreviadas, entre colchetes: [S.1: s.n.]
Quando nenhuma data de publicação for encontrada, registra-se uma data
aproximada entre colchetes: [1969?].
*Formatação Padrão ABNT
Folha – A-4;
Margens – esquerda: 4 cm com encadernação de capa dura/ 3cm encadernação
comum;
Direita e inferior: 2 cm;
Superior: 3 cm;
Espaçamento – 1,5 (entre linhas);
Fonte – Arial ou Times New Roman (12 para o texto normal; e 14 para o título
“negrito e centralizado”);
Sempre texto justificado;
Número de Página – Margem superior à direita.
NORMAS ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Pré-textuais
Textuais
Capa
Argumentação
Folha de rosto
(Capítulos)
Folha de aprovação
Dedicatória
Agradecimentos
Epígrafe
Resumo
em
língua
vernácula
Resumo
em
língua
estrangeira
Pós-textuais
Referências
Glossário
Apêndice (s)
Anexo (s)
Índice (s)
18
Lista (s)(figuras, tabelas,
siglas,
símbolos
e
abreviaturas)
Sumário
Observação: Os itens sublinhados são opcionais. Diagramação de quadro
baseada em: AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes
para elaboração de trabalhos acadêmicos. 7ª Ed. Piracicaba: UNIMEP, 1999. Pág.
209.
ORGANIZAÇÃO DE MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO E TESE
REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO
(NBR 14724 – ABNT)1
19
Formato
O trabalho deve ser digitado em papel branco, formato A4.
Letras (Fonte)
Utilizar na digitação Times New Roman ou Arial com fonte de trabalho 16
para títulos, 12 para o texto e 10 para citações acima de 3 linhas, notas de
rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas.
Margem e Espacejamento
As folhas devem apresentar margem esquerda e superior de 3 cm; direita
e inferior de 2 cm. Todo o texto deve ser digitado em espaço duplo de
entrelinhas, exceto para as citações, de rodapé, referências, fichas
catalográficas, legendas das ilustrações e tabelas, natureza do trabalho (nota ou
20
justificativa), objetivo, nome da instituição a que está sendo apresentado e área
de concentração – que são digitados em espaços simples.
Os títulos das
ilustrações são separados dos textos que os precedem ou que os sucedem por
dois espaços duplos.
Lombada
É o elemento que reúne as margens internas das folhas, sejam elas
coladas, costuradas, grampeadas ou mantidas juntas de outra maneira. Deve
conter os seguintes elementos: nome do autor impresso longitudinalmente e
legível do alto para o pé da lombada, elementos alfanuméricos de identificação,
ano de depósito (da entrega para avaliação).
Verso da Folha de Rosto
O verso da folha de rosto deve conter a ficha catalográfica com as
informações necessárias, elaborada de preferência por bibliotecário da
instituição onde será defendida, conforme o Código de Catalogação AngloAmericano vigente.
Citações e Notas de Rodapé
São aposentadas de acordo com as indicações de norma NBR 10520 –
ABNT.
Referências
A sua elaboração deve seguir as especificações da NBR 6023 – ABNT.
Siglas
Quando aparece pela primeira vez no texto, o seu nome completo
precede a sigla, colocada entre parênteses. Nas seguintes, a sigla aparece
sozinha.
Equações e Fórmulas
Para facilitar a sua leitura, são destacadas no texto. Na sequencia normal
do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte seus
elementos (expoentes, índices e outros). Quando destacadas do parágrafo são
centralizadas e, se necessário, deve-se numerá-las. Quando fragmentadas em
meio de uma linha, por falta de espaço, devem ser interrompidas antes do sinal
de igualdade ou depois dos sinais de adição, subtração, multiplicação e divisão
(NBR 14724, 2002, p. 6).
21
Ilustrações
Qualquer que seja o tipo, sua identificação aparece na
“precedida da palavra designativa de seu número de ordem de
texto, em algarismos arábicos, do respectivo título e/ ou legenda
forma breve e clara” (Op. cit., p.6). Inseri-las de preferência o
possível do trecho em que são comentadas.
parte inferior,
ocorrência no
explicativa de
mais próximo
Tabelas
As tabelas seguem as informações estaticamente tratadas de acordo com
o IBGE (1993).
Encadernação
O trabalho deve passar por um processo de encadernação com capa dura
na cor do curso ou em espiral com capa plastificada.
Títulos sem Indicativo Numérico
Os títulos denominados errata, agradecimentos, listas, resumo, sumário,
referências, glossário, apêndices, anexos e índices devem ser centralizados de
acordo com a NBR 6024.
Elementos sem Título e sem Indicativo Numérico
Constam desses elementos a folha de aprovação, a dedicatória e a
epígrafe.
Indicativo de Seção
O indicativo numérico de seção precede seu título, devendo vir alinhado à
margem esquerda e separado deste por um espaço de caractere.
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Instruções para elaboraççao do relatório de estágio
Para a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), relatório é um
documento onde é exposto, em detalhes, o desenvolvimento de um ato ou de
uma incumbência o andamento de uma investigação, a evolução de um
empreendimento turístico, comercial, industrial ou financeiro.
Assim sendo, o Relatório de Estágio visa descrever o local onde foi
realizado o Estágio, no período realizado, relatando as atividades desenvolvidas
22
pelo estagiário, assim como apresentar observações, análises e sugestões
referentes à temática abordAda em cada plano do Estágio. Requisitos como
objetividade, informação, precisão e boa apresentação devem estar presentes
no Relatório.
O uso de uma linguagem adequada deve fazer parte do desenvolvimento,
ora de forma narrativa, descritiva ou dissertativa, de acordo com os itens
apresentados, bem como o aprofundamento do tema em maior ou meno grau,
conforme a importância das atividades desenvolvidas.
Estrutura do Relatório de Estágio:
Capa
Deverá conter os seguintes dados:
Nome da escola;
Local do estágio;
Curso realizado;
Período do curso (mês e ano);
Nome completo do estagiário;
Ano da formatura.
Folha de rosto
Deverá conter os seguintes dados:
Local do estágio;
Seção onde realizou o estágio;
Período do estágio (dia/mês/ano);
Nome completo do estagiário;
Ano da formatura.
Sumário
É a enumeração das principais divisões ou seções do trabalho, na ordem em
que sucedeu o trabalho.
Agradecimentos
(opcional, porém se houver dedicatória, é obrigatório ter agradecimento)
Devem ser mencionadas pessoas ou instituições que colaboraram direta ou
indiretamente para a realização das atividades de estágio. É a primeira página
que apresenta numeração impressa e seu número deve ser o total de páginas
anteriores, com exceção da capa.
23
Dedicatória
(opcional)
Elemento opcional constitui-se na homenagem a professores, familiares, amigos
e outros.
Índice de ilustrações ou Anexos
É a relação de tabelas, quadros e figuras existentes no trabalho. Deve ser
apresentada em folha distinta inluindo-se o número da figura, o título e a página.
Introdução
A introdução é importante para orientar aquele que vai ler o relatório. Deve
conter informações de quem fez o relatório, o que contém, como e por que foi
feito o estágio. Aborda o assunto de maneira generalizada e breve, entre uma e
duas páginas.
Por tratar-se de relatório (relato pessoal), em todo o relatório é usada a primeira
pessoa do singular explicitando, claramente, o que você fez o que você
aprendeu.
Caracterização da empresa
Uma breve descrição da empresa em que foi realizado o estágio, como histórico,
localização, caracterização (micro, pequena ou grande empresa), principais
produtos e serviços oferecidos ou qualquer outra informação que achar
pertinente.
Objetivo do Estágio
Objetivos do estágio: se for resolver um problema, especificar o problema
analisado ou resolvido na empresa ou se for realizar tarefas condizentes com as
atividades técnicas da área, especificar as tarefas.
Fundamentação teórica
Relatar de forma sucinta as bases teóricas (conhecimentos) que foram usadas
para desempenhar as funções durante o Estágio Supervisionado (pode-se,
inclusive, citar as disciplinas que teve ou tiveram maior impacto no
desenvolvimento do trabalho.
Atividades desenvolvidas
Resumo de atividades desenvolvidas durante o período de estágio, tais como:
24
* Descrição teórica – resumo da teoria envolvida no processo ou método
analítico conforme a ocupação.
* Descrição experimental – desenvolvimento do trabalho prático, com detalhes
sobre a manipulação de instrumentos e equipamentos em geral.
* Corpo de relatório – resumo das atividades desenvolvidas durante o período,
tais como: estudos, tarefas, projetos, reuniões, cursos, visitas etc. Se necessário
incluir gráficos, desenhos ou ilustrações que deverão ser numerados e inseridos,
se possível, logo após a sua referência no texto. Caso contrário, deverão constar
em folhas anexas ao relatório, identificadas por “Anexo I”, “Anexo II” etc.
Cada atividade desenvolvida no estágio se constituirá de um subtítulo (deve
constar no Sumário).
Resultados e Análise
No caso de um estágio com resolução de problemas, ressaltar e analisar os
dados utilizados para isso, de preferência na mesma ordem em que foram
relatados no item Metodologia. No caso de tarefas repetidas (rotineiras) e os
resultados e produto final for semelhantes, evitar a repetição de informações.
Conclusão
Aqui a reflexão é sobre o estágio no todo, e não em cada uma das atividades,
como no desenvolvimento. É a oportunidade que o estagiário tem de dar sua
opinião sobre a validade do estágio orientado ou supervisionado, a importância
do mesmo para sua vida profissional, se a teoria aprendida no decorrer do curso
contibuiu, pesou na realização do estágio.
Referências Bibliográficas
A lista de referência inclui todas as fontes bibliográficas consultadas,
referenciadas ou citadas no realatório, organizadas de forma alfabética seguindo
as normas descritas abaixo:
Livro/ relatório
AUTOR (ES). Título: subtítulo. Edição (se não for a primeira). Local: Editora,
ano, número de páginas. (elementos complementares, se necessário)
Exemplos:
TANAKA, E. Adobe Photoshop 4 for Windows 95. Rio de Janeiro: Axcel Books
do Brasil, 1997. 162. (Curso Básico e Rápido).
CORREA FILHO, F. C.L.; SÁ, A.M. Projeto Natividade. Goiânia: Cvonvênio
Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM)/Companhia de Pesquisa
de Recursos Minerais (CPRM),1980.120 p. (Relatório técnico, v. 1).
Artigo em periódico
25
AUTORES (ES). Título do artigo. Título do periódico, local, volume, número,
página inicial e página final, mês, ano. ( elementos complementares, se
necessários).
Exemplo:
FERREIRA, M.C. Análise espacial da densidade de drenagem em Sistema de
Informação Geográfica através de um modelo digital de distâncias interfluviais.
Geociências, São Paulo, v. 18, p. 7 -22, 1999.
Documentos eletrônicos
A citação de documentos eletrônicos é feita citando o assunto, site e data.
Exemplo:
CUNHA, E. Os Sertões. São Paulo: Três, 1984. Disponível
http://users.cmg.com.br/secult/. Acesso em: 4 jun. 2001.
em:
Asssinaturas
Citar nome e função de todas as pessoas envolvidas, na seguinte ordem:
Responsável Técnico (com registro);
Supervisora do estágio;
Coordenador do curso;
Estagiário ( nome completo sem abreviação).
Formatação gráfica do Relatório
Papel
O formato de papel recomendado para a impressão deve ser o A4 (210x297). O
documento deve ser produzido usando-se apenas o anverso (frente do papel).
Tipo e tamanho de letra
Recomenda-se o uso da fonte Times New Roman, tamanho 12 ou Arial,
tamanho 11.
Entrelinhas
Para o texto corrido espaço 1.5;
Para referências bibliográficas espaços simples e entre elas espaço duplo.
Numeração das páginas:
Numerar as páginas sequencialmente, com algarismos arábicos, no canto
superior direito;
Conta-se da folha de rosto, embora só deva ser numeradas à partir da
introdução.
Margens
26
Superior: 3 cm;
Inferior: 2 cm;
Esquerda: 3 cm;
Direita: 2 cm.
Entregar os relatórios sem encadernação, apenas folhas soltas em um saco
plástico pra correçã
SEMINÁRIO
O que é?
O seminário é considerado uma forma de estudo que envolve pesquisa
(busca, investigação), discussão e debate das informações. Compreende a
busca de informações sobre um tema (preparação do trabalho) e,
posteriormente, o debate sobre este em plenário.
Para que serve?
Possibilita o desenvolvimento da capacidade de pesquisar (buscar,
investigar) e sistematizar a análise dos dados, para posterior explanação.
Como se estrutura?
Clássico em grupo – é de responsabilidade de grupos pequenos (5 ou 6
integrantes cada um). A exposição é realizada por uma pessoa ou distribuída
entre os integrantes;
Grupo – é estudado um tema genérico (visão geral), e, depois, cada grupo
aprofunda uma parte. São organizados os grupos em função do número de
subtemas. Os grupos contam com alguns integrantes que assumem papéis
predeterminados;
Coordenador – pode ser o professor ou um dos alunos. É responsável pela
coordenação e organização das reuniões de trabalho, propõe temas de estudo,
indica bibliografia e dá o parecer final do trabalho;
Relator – é o representante do grupo na hora da apresentação;
Secretário – registra as conclusões parciais e finais do trabalho;
Participantes – os integrantes que participam dos debates com perguntas,
opiniões, colocando objeções etc.
O que estuda?
Os temas abordados fazem parte, geralmente, de uma disciplina, para
serem aprofundados ou complementados; outro tipo de tema é o atual, de
interesse geral, para atualizar informações.
Como se organiza?
27
Todo seminário tem uma sequencia de organização prática do trabalho
São definidos os temas, os componentes (papel de cada um), o cronograma de
atividades. Esse primeiro momento pode ser sempre orientado pelo coordenador
ou pelo professor;
Delegação de responsabilidades de estudo (que investiga o quê) com
assessoria permanente do professor;
Apresentação de resultados e participação de discussão e debates.
Como é preparado?
O seminário conta com um processo de elaboração do trabalho a ser
apresentado, que corresponde ao mesmo abordado na segunda unidade deste
material:
Elaboração de fichas-guia para orientar a apresentação;
Preparação do material de ilustração, como transparências, cartazes etc.;
Ensaio da apresentação, considerando tempo, vocabulário, ilustrações.
Roteiro
Plano – deve expressar as idéias-chave por meio de desenvolvimento de títulos
e subtítulos. Estabelece as inter-relações dos aspectos estudados;
Conteúdo – deve ser dividido em partes, com linguagem clara. Usar as próprias
palavras;
Introdução e conclusão – é de elaboração pessoal, objetiva e clara;
Referência – indicada de forma completa, respeitando as normas da ABNT;
Participantes do grupo – relação completa;
Data – da apresentação.
Como é apresentado?
Após a preparação no interior dos grupos, ou individualmente, sempre
com a assessoria do professor e seguindo o processo já explicado, a classe se
reúne:
O relator, ou o grupo, apresentará aos demais colegas os resultados dos
estudos, respeitando a ordem lógica do trabalho;
Em seguida, a classe participará dos debates, procurando
esclarecimentos ou reforçando argumentos;
Finalmente, o coordenador fará uma síntese do trabalho, podendo
recomendar outros estudos, caso avalie o apresentado com incompleto;
A apresentação oral contempla o domínio do assunto pelos integrantes
do grupo, clareza na exposição na que diz respeito a conceitos sequência de
ideias e sua inter-relação e adequação da apresentação ao tempo previsto;
28
O aluno que faz a exposição: autocontrole, dicção (entonação, timbre e
altura), vocabulário adequado e acessível a quem escuta, postura correta;
relação com a classe (empatia);
Utilização e elaboração adequada dos recursos.
Como é avaliado?
Por meio de critérios estabelecidos tanto para a apresentação escrita
como para oral.
Esse tipo de atividade pode contribuir para a criação de hábitos de estudo
e para a sistematização da busca e do tratamento de informações para
desenvolver trabalhos específicos. Portanto, a prática da atividade precisa ser
estimulada.
MODALIDADES DE REDAÇÃO
RESUMO
O resumo tem por objetivo apresentar, com fidelidade, ideias ou fatos
essenciais contidos em um texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que
envolve habilidades como: leitura competente, análise detalhada das ideias do
autor, descriminação e hierarquização dessas ideias, além de redação clara e
objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é
de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e
apresentação de fatos, processos etc.
O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que
se destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor
original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do
texto, sem a emissão de comentários ou de juízos de valor por parte do autor do
resumo. Dito de outro modo trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão
original, mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais.
Para se construir um resumo, é necessário saber identificar os aspectos
imprescindíveis de uma história ou situação, isto é, os elementos que tornam
aquele episódio ou narrativas únicas e particulares, subtraindo detalhes
meramente descritivos e situações que não interferem na condução dos fatos.
Segue-se o resumo de uma obra monumental: Odisséia, atribuída ao
poeta Homero. Enquanto Ilíada, do mesmo autor, é a representação da vida
guerreira e da época heróica, Odisséia representa a vida doméstica, narrações
de viagens e aventuras maravilhosas. É uma narrativa gigantesca, composta de
vinte e quatro cantos e doze mil versos.
29
RESENHA
A resenha é um texto que além de resumir o objeto, faz uma avaliação
sobre ele, uma crítica, apontando aspectos positivos e negativos. Trata-se, pois,
de um texto de informação e opinião, o que obriga o resenhista a conhecer
bastante a área, posto que irá fazer análises e julgamentos.
Por ser, em geral, publicada em jornais e revistas, a finalidade da resenha é
divulgar objetos de consumo cultural, como livros, filmes, peças de teatro etc., e
isso explica seu caráter efêmero, pois “envelhece” rapidamente, muito mais que
outros textos opinativos. Daí sua extensão depender sempre do espaço que a
mídia reserva para esse tipo de texto, não tendo, na verdade, um tamanho
padrão, mas sim variável, conforme o segmento da revista ou jornal.
Ainda segundo a mesma fonte da PUC-RS, do conteúdo citado
anteriormente, é possível redigir uma resenha seguindo alguns passos:
O que deve constar numa resenha?
Devem constar:
O título;
A referência bibliográfica do autor da obra resenhada;
O resumo ou síntese do conteúdo;
A avaliação crítica.
Redação – “A crítica”
É um tipo de redação que aprecia e avalia livros de caráter científico ou
literário, além de manifestações artísticas ligadas ao cinema, ao teatro, à
música, etc.
Desempenha um importante papel na divulgação cultural, uma vez que
orienta o leitor a esse mundo, oferecendo-lhe os dados necessários para que ele
se decida entre ler ou não determinado livro, assistir ou não a certo filme etc.
Características da crítica
Não há uma receita precisa para uma boa crítica. São
condenáveis, entretanto, posições extremas diante do objeto a ser comentado,
como apreciação humorística superficial ou apreciação técnica seca.
Por meio de uma linguagem clara e ágil, adequada ao veículo que
a transmite, uma crítica deve fornecer ao leitor:
Uma referência bibliográfica ou os dados técnicos do objeto em
estudo;
Informações gerais sobre seu autor, diretor, produtor etc.;
Um resumo de seu conteúdo;
30
Uma avaliação quanto à forma, conteúdo, originalidade e
importância;
Para arrematar, um título atraente e uma boa dose de
sensibilidade, que naturalmente, contribuem para atrair a atenção e o interesse
do leitor.
TEXTO PUBLICITÁRIO
O poder da palavra é que convence o mercado. A criatividade, ritmo e
informalidade da mensagem é o que fica a imagem na mente do seu público.
Uma imagem, por si só, já desperta o interesse das pessoas. Mas e se essa
imagem vier acompanhada de frases criativas e persuasivas? Com certeza o
resultado da sua propaganda será imensurável.
Essa é a tarefa da relação publicitária nesse tipo de redação, os textos
têm o poder de persuadir, motivar e até seduzir o consumidor.
Uma pequena frase, que seja, vai conversar com o seu público e fazê-lo
aceitar determinados produtos ou ideias.
Numa propaganda, a imagem é importante por que ela seduz, mas é o texto que
vende.
REDAÇÕES TÉCNICAS
As redações técnicas são aquelas que empregam modelos
preestabelecidas. Elas exigem habilidade, porém, não implicam em criatividade.
São consideradas técnicas as redações comerciais, administrativas e jurídicas.
Esta última difere das demais porque emprega termos utilizados apenas na área
jurídica, porém, também segue modelos estabelecidos.
Entre as redações técnicas citam-se: requerimento, abaixo-assinado,
procuração, correspondência comercial e administrativa, atas, relatórios etc.
Requerimento
Requerimento é um pedido que se faz a alguém para que sejam
providenciados determinados bens ou serviços.
MODELO DE REQUERIMENTO
São Paulo, __ de __________ de _________
31
Excelentíssimo Senhor___________________ (nome do Prefeito)
Digníssimo Prefeito do Município de São Paulo
_______________(nome
_________________situada
CEP___________,
da
requerente),
________________(
telefone________,
FAX
CNJP
endereço
nº
completo),
______________,
e-mail
_________________, vem por meio deste, solicitar a Vossa Excelência a
concessão do Título de Utilidade Pública Municipal, por se tratar de entidade
dedicada à _______________ (indicar a finalidade da entidade), para o que
apresenta a documentação anexa.
Nestes Termos
Pede deferimento,_________________________________
(assinatura do Presidente da Entidade)
PROCURAÇÃO
Consiste em um texto, de caráter documental, que tem a finalidade de
outorgar a alguém o direito de tratar de negócios em nome de outrem. A
procuração estabelece, legalmente, os direitos específicos conferidos a
determinada pessoa. Na grande maioria das vezes, esse texto tem a firma
reconhecida, portanto, deve ser registrado em Cartório, sendo que a maioria dos
Cartórios já dispõe de modelos de Procuração, que podem ser adaptados aos
diversos fins a que se dirigem. Observemos alguns exemplos:
Uma procuração particular simples pode ser usada para as atividades em
que não e exigida uma procuração pública. Neste modelo de procuração devemse conter os seguintes dados:
A palavra PROCURAÇÃO no centro da folha;
Data;
Nome, endereço, estado civil, identidade e CPF do outorgante
(individuo que passará poderes a outra pessoa.);
Nome, endereço, estado civil, identidade e CPF do outorgado
(individuo que receberá os poderes);
Os poderes que o outorgante estará dando ao outorgado
(representar perente repartições municipais, estaduais e federais,
autárquicas, podendo pagar, receber, quitar, etc.);
Data de validade da procuração;
32
Reconhecimento de firma em cartório. (Geralmente em casos em
que a assinatura do outorgante não for igual a do documento
indicado).
Segue modelo de Procuração:
PROCURAÇÃO
Eu,_________________________ portador (a) da RG n._____________
brasileiro(a), _______________ (estado civil) e domiciliado(a) à rua
_________________________,
nº
____,
bairro
____________
_______________, na cidade de _____________________ estado ____,
nomeio e constituo o meu (minha) bastante procurador(a) ________________,
portador(a) da RG nº ____________, Brasileiro(a), _______________ (estado
civil), residente e domiciliado à rua ____________________________, bairro
____________________,n.º_____, na cidade de ______________________
estado
____,
para_______________________________junto
ao
____________________.
Podendo atuar em conjunto ou separadamente, responsabilizando-se por
todos os atos necessários e indispensáveis ao fiel cumprimento deste
instrumento, dando tudo por bom e valioso, cessando os efeitos deste a partir
da(o)____________________________________________________________
____________ (finalidade) OU válido até ____/____/______.
_____________________________________
(Local e data )
__________________________________
(Assinatura)
Abaixo-assinado
33
Trata-se de um requerimento de várias pessoas, reivindicando algum
direito, protestando contra algum ato lesivo, ou simplesmente manifestando
algum tipo de apoio. Este, também contém autoridade destinatária, exposição do
problema, pedido a ser feito e, ao final, os nomes e assinaturas dos solicitantes/
manifestantes. Observe o exemplo desse tipo de documento.
MODELO
DE
ABAIXO-ASSINADO
SOLICITAÇÃO DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO DE PRAÇAS PÚBLICAS
Exmo.
Senhor
Prefeito
do
Município
de
___________
Senhor Prefeito,
Os abaixo-assinados, a seguir identificados, vêm à presença de V.Exa.
expor
e
solicitar
o
que
segue:
As praças públicas (nomes e local) encontram-se praticamente destruídas
e abandonadas e transformadas em ponto de encontro de marginais, fatos estes
que
impedem
a
sua
utilização
pelo
cidadãos desta
Cidade.
(Expor
outros
fatos,
se
necessário)
Certos de que V.Exa. saberá respeitar os direitos dos cidadãos de
nossa Cidade, os abaixo-assinados solicitam imediatas providências destinadas
à reconstrução e devida preservação dos bens públicos acima nomeados.
__________________________________
(cidade, data)
Assinaturas:
Nome
Qualificação
Ata
Endereço/
Assinatura
34
Ata é um documento no qual são registrados os relatos expostos em uma
reunião, assembleia ou convenção. Veja os exemplos:
Ata da Assembleia Geral dos moradores da Vila
Esperança.
Aos vinte e seis dias do mês de novembro de dois mil e um, às dezoito horas e
trinta minutos, na “Associação Amigos do Bairro da Vila Esperança”, realizou-se
a sexta reunião do ano corrente, presidida pelo Sr. João da Silva, secretariado
por mim, Maria da Silva, tendo as presenças dos senhores José de Sousa,
Paulo Pereira, Antônio Ferreira e das senhoras Ana da Silva, Maria de Souza e
Joana Pimenta. Lida à ata da reunião anterior, ela foi aprovada sem emendas.
Seguindo a ordem do dia, procedeu-se ao estabelecimento das metas a serem
concretizadas no próximo ano de dois mil e dois, as quais transcrevo a seguir: 1.
Construção de guaritas nas ruas de maior movimento e contratações de
guardas-noturnos; 2. Plantio de árvores na praça central; 3. Construção de uma
nova área de lazer. Nada mais havendo, o Senhor Presidente deu por encerrada
a reunião e eu, Maria da Silva, lavrei a presente ata, a qual vai devidamente
assinada por todos os participantes.
Comentários
* As atas costumam ser lavradas (registradas) em livro próprio ou em
folhas soltas, numeradas e rubricadas;
* O texto deve ser digitado ou manuscrito e não pode haver rasuras;
* No caso de erros, registra-se a expressão digo. Se o erro for detectado
apenas no fim da redação, empregue a expressão em tempo, e registre as
devidas correções.
* Não se deixam espaços em branco, a fim de que se impossibilite a
introdução de modificações;
* Os números sempre aparecem por extenso e as abreviações não são
utilizadas;
* A ata deve ser assinada pelos participantes da reunião.
Ofício
35
Através de ofício as autoridades traçam informações, fazem
comunicações e convites. Essa redação obedece a certos padrões. Os ofícios
devem ser numerados e fazer constar o nome da autoridade a qual se destinam
e o do emissor, além dos cargos ocupados pelos mesmos. O nome e cargo do
destinatário são registrados no pé da página, do lado esquerdo e o papel a ser
utilizado deve ser ter o tamanho “ofício”. O assunto é objetivo e após a
exposição do mesmo, redigi-se a saudação.
O ofício pode ser estruturado da seguinte forma:
Timbre (nome e símbolo do orgão público);
Índice e número, iniciais da instituição pública e número do
doumento;
Local e data, sempre à direita;
Vocativo (nome e cargo do destinatário);
Texto, assunto tratado e suas implicações;
Fechamento:
o Atenciosamente, para destinatários de mesma hierarquia ou
subalternos.
o Respeitosamente, para destinatários de hierarquia superior.
Assinatura, acompanhada de nome e cargo;
Endereço (forma de tratamento, nome do destinatário e seu cargo,
localidade e destino da correspondência).
(papel timbrado da empresa)
São Paulo, 04 de maio de 2001.
Ofício nº. ____/2013
Assunto: Furto na Unidade Escolar
Prezado Senhor,
Servimo-nos do presente para comunicar Vossa Senhoria o furto ocorrido
nesta Unidade Escolar no dia____/____/2013, conforme o Boletim de
Ocorrência nº_________DP, propondo a instauração de Apuração Preliminar.
(relato do fato)
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Estamos encaminhando em anexo a Planilha contendo a relação dos objetos
furtados.
Atenciosamente.
___________________________________
(assinatura e carimbo do diretor)
Ilmo Sr.
Paulo Roberto Pereira da Silva
Dirigente Regional de Ensino
DER Leste
São Paulo - SP
Carta Comercial e Carta de Apresentação
Carta Comercial
A carta comercial, também chamada de correspondência técnica, é um
documento com objetivo de se fazer uma comunicação comercial, empresarial.
A redação comercial tem como características comuns:
_clareza: o texto, além de ser claro, deve ser objetivo, como forma de
evitar múltiplas interpretações, o que prejudica os comunicados e
negócios;
_estética: a fim de causar boa impressão, o texto deve estar bem
organizado e dentro da estruturação cabível. Não pode haver rasuras ou
“sujeiras” impregnadas ao papel;
_linguagem: seja conciso e objetivo: passe as informações necessárias,
sem ficar usufruindo de recursos estilísticos. Seja impessoal, ou seja, não
faça uso da subjetividade e de sentimentalismo. E por fim, escreva com
simplicidade, mas observando a norma culta da língua.
Como fazer uma carta comercial? Vejamos a estrutura que deve ser
seguida:
-O papel deve ter o timbre e/ou cabeçalho, com as informações
necessárias (nome, endereço, logotipo da empresa). Normalmente, já
vem impresso;
37
_Coloque o nome da localidade e data à esquerda e abaixo do timbre.
Coloque vírgula depois do nome da cidade! O mês deve vir em letra
minúscula, o ano dever vir junto (2008), sem ponto ou espaço. Use ponto
final após a data;
_Escreva o nome e o endereço do destinatário à esquerda e abaixo da
localidade e data;
_Coloque um vocativo impessoal: Prezado(s) Senhor(Senhores), Caro
cliente, Senhor diretor, Gerente, etc.;
_Inicie o texto fazendo referência ao assunto, tais como: “Com relação
a...”, “Em atenção à carta enviada..”, “Em atenção ao anúncio
publicado...”, “Atendendo à solicitação...”, “Em cumprimento a...”, “Com
relação ao pedido...”, “Solicito que...”, “Confirmamos o recebimento”,
dentre
outras.
Observação: Evite iniciar com “Através desta”, “Solicito através desta”,
“Pela presente” e similares, pois são expressões pleonásticas, uma vez
que está claro que o meio de comunicação adotado é a carta;
_Exponha o texto, como dito anteriormente, de forma clara e objetiva.
Pode-se fazer abreviações do pronome de tratamento ao referir-se ao
destinatário: V.Sª.; V. Exa.; Exmo.; Sr.; etc.;
_Corresponde ao fecho da carta, o qual é o encerramento da mesma.
Despeça-se em tom amigável: Cordialmente, Atenciosamente,
Respeitosamente, Com elevado apreço, Saudações cordiais, etc.
Observação: Evite terminar a carta anunciando tal fato (Termino esta) ou
de forma muito direta (Sem mais para o momento, despeço-me).
Modelo de carta comercial
Loja da Maria
Maria e Cia. Ltda.
Comércio de utensílios
Av. João, 1000
Goiânia – GO
38
Goiânia, 03 de março de 2008.
Ao diretor
Joaquim Silva
Rua das Amendoeiras, 600
Belo Horizonte – MG
Prezado Senhor:
Confirmamos ter recebido uma reivindicação de depósito no valor três mil
reais referente ao mês de fevereiro. Informamo-lhe que o referido valor foi
depositado no dia 1º de março, na agência 0003, conta corrente 3225, Banco
dos empresários. Por favor, pedimos que o Sr. verifique o extrato e nos
comunique o pagamento. Pedimos escusas por não termos feito o depósito
anteriormente, mas não tínhamos ainda a nova conta bancária.
Nada mais havendo, reafirmamos os nossos protestos de elevada estima e
consideração.
Atenciosamente,
Amélia
Gerente comercial
Sousa
Carta de Apresentação
Este tipo de correspondência é utilizado quando alguém tenta se colocar
no mercado de trabalho ou está em busca de um novo emprego. Apesar de ser
documento pessoal, exige alguns cuidados como a objetividade e precisão nas
informações.
A carta de apresentação, invariavelmente, é acompanhada do currículo
(curriculum vitae) do profissional. Caso seja citada alguma qualificação ou
atividade do pretendente, o currículo deve ser coerente com essa informação.
Podendo ser enviada por e-mail ou pelo correio, é interessante, desde que
possível, que ela seja entregue pessoalmente pelo autor, o que cria a
possibilidade de contato pessoal, ainda que preliminar, com alguém da empresa
contratante. Exemplo:
São Paulo, 18 de fevereiro de 2009.
Ao Departamento de Pessoal da Companhia Aliança S.A.
Ilmos. Srs.
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De acordo com o anúncio publicado no jornal O Dia, de 15 de fevereiro,
candidato-me à vaga de engenheiro mecânico dessa renomada empresa, por
possuir as qualificações e os pré-requisitos profissionais descritos no referido
anúncio.
Anexo meu curriculum vitae para a devida apreciação.
Atenciosamente,
–––––––––––––––––––––––––––––––
José Luís de Matos
Currículo
Trata-se de um documento usado na solicitação de um emprego. Nele
estão concentradas as principais informações relativas à vida profissional e
acadêmica do interessado a uma vaga empregatícia.
Você verá um modelo básico de apresentação de um currículo, de acordo
com as tendências atuais:
NOME
Idade:
Estado civil:
Endereço:
Tel. Cel.:
E – mail:
OBJETIVO
________________________________________________________________
_____
ESCOLARIDADE
Curso:
Cursando :
Escola:
ATIVIDADES EXTRA CURRICULARES
40
Curso:
Local:
Horas/ Período (datas):
Curso:
Local:
Horas/ Período (datas):
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Empresa:
Ocupação:
Período:
Empresa:
Ocupação:
Período:
PERFIL PROFISSIONAL
Ao setor de Recursos Humanos dessa empresa, com a finalidade de apreciação
do meu currículo. Tenho como objetivo: aprender e colaborar para ajudar no
crescimento da empresa e no meu aprendizado. Sendo assim, acredito no
trabalho em equipe, o bom relacionamento e no enriquecimento pessoal e
profissional.
GRAMÀTICA
PROBLEMAS GERAIS DA LÍNGUA CULTA
Este tema pretende oferecer a você orientações sobre aspectos gerais da língua
portuguesa culta. Consiste, portanto, numa oportunidade de aperfeiçoar seu
desempenho no que diz respeito à grafia e ao emprego apropriado de formas e
expressões que no cotidiano causam problemas a quem pretende falar ou redigir
português culto.
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Acreditamos que muitas coisas que veremos a seguir já foram estudadas em
sua vida escolar anterior. Nesses casos, aproveite o que vamos dizer para
avaliar seu conhecimento. É importante que você definitivamente incorpore tais
detalhes ao seu manuseio escrito (e falado, nas situações apropriadas) da
língua portuguesa.
Formas e grafia de algumas palavras e expressões
POR QUE
PORQUÊ
POR QUÊ
PORQUE
A forma por que pode ser a sequência de uma preposição (por) e um
pronome interrogativo (que). Em termos práticos, é uma expressão equivalente a
“por qual motivo”, “por qual razão”. Veja alguns casos em que ela ocorre:
* Por que você agiu daquela maneira?
* Não se sabe por que tomaram tal decisão.
* Não é fácil saber por que a situação persiste em não melhorar.
* Leia a mátria intitulada: “Por que os corruptos não vão para a cadeia”. É
impressionante!
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final,
de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser
grafada por quê, pois devido à posição na frase, o monossílabo que passa a ser
tônico, devendo ser acentuado:
* Ainda não terminou? Por quê?
* Você tem coragem de perguntar por quê?
* Claro. Por quê?
* Não sei por quê!
Há casos em que por que representa sequência preposição + pronome
relativo, equivalendo à “pelo qual” (ou alguma de suas flexões “pela qual”, “pelos
quais”, “pelas quais”). Em outros contextos por que equivale a “para que”.
Observe:
* Estas são as reivindicações por que estamos lutando.
* O túnel por que deveríamos passar desabou ontem.
* Lutamos por que um dia este país seja melhor.
Já a forma porque é uma conjunção. Equivalendo a “pois”, “já que”, “uma vez
que”, “como”. Observe seu emprego em outros exemplos:
* Sei que há algo errado porque ninguém apareceu até agora.
* Você continua implicando comigo! É porque eu não abro mão de minhas
ideias?
42
Porque também pode indicar finalidade, equivalendo a “para que”, “a fim
de”. Trata-se de um uso pouco frequente na língua atual:
* Não julgues porque não te julguem.
A forma porquê representa um substantivo. Significa “causa”, “razão”,
“motivo” e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo,
por exemplo). Como é um substantivo, pode ser pluralizado sem qualquer
problema:
* Dê-me ao menos um porquê para sua atitude.
* Não é fácil encontrar o porquê de toda essa confusão.
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ONDE
AONDE
Aonde indica ideia de movimento ou aproximação. Opõe-se a donde, que
exprime afastamento. Veja nos exemplos que a forma aonde costume referir-se
a verbos de movimento:
* Aonde você vai?
* Aonde querem chegar com essas atitudes?
* Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos?
* Não sei aonde ir.
Onde indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato.
Normalmente, refere-se a verbos que exprime estado ou permanência. Observe:
* Onde você está?
* Onde você vai ficar nas próximas férias?
* Discrimine os locais onde as tropas permanecem estacionadas.
* Não sei onde começar a procurar.
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______
MAS
MAIS
Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo a “porém”, “contudo”,
“entretanto”:
* Tentou, mas não conseguiu.
* O país parece ser viável, mas não consegue sair do subdesenvolvimento.
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Mais é um pronome ou advérbio de intensidade, opondo-se normalmente
a menos:
* Ele foi quem mais tentou; ainda assim, não conseguiu.
* É um dos países mais miseráveis do planeta.
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______
MAU
MAL
Mal pode ser advérbio, substantivo ou conjunção. Como advérbio,
significa “irregularmente”, “erradamente”, “de forma inconveniente ou
desagradável”. Opõe-se a bem:
* Era previsível que ele se comportaria mal.
* Era evidente que ele estava mal-intencionado porque suas opiniões haviam
repercutido mal na reunião anterior.
* A seleção brasileira jogou mal, mas conseguiu vencer a partida.
Mal como substantivo, pode significar “doença”, “moléstia”; em alguns
casos, significa “aquilo que é prejudicial ou nocivo”:
* A febre amarela é um mal de que já nos havíamos livrado e que, devido ao
descaso, voltou a atormentar as populações pobres.
* O mal é que não se toma nenhuma atitude definitiva.
O substantivo mal também pode designar um conceito moral, ligado à
ideia de maldade; nesse sentido, a palavra também se opõe a bem.
Há uma frase de que a visão da realidade nos faz muitas vezes duvidar:
* “O mal não compensa”.
Quando conjunção, mal indica tempo:
* Mal você chegou, ele saiu.
Mau é adjetivo. Significa “ruim”, “de má índole”, “de má qualidade”. Opõese a bom e apresenta a forma feminina má:
* Trata-se de um mau administrador.
* Tem um coração mau.
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__
AFIM
A FIM
Afim é um adjetivo que significa “igual”, “semelhante”. Relaciona-se com a ideia
de afinidade:
* Tiveram comportamentos afins durante os trabalhos de discussão.
* São espíritos afins.
A fim surge na locução a fim de, que significa “para” e indica ideia de finalidade:
* Tentou mostra-se capaz de inúmeras tarefas a fim de nos enganar.
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DEMAIS
DE MAIS
Demais pode ser advérbio de intensidade, com o sentido de “muito”;
aparece intensificando verbos, adjetivos ou outros advérbios:
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* Aborreceram-nos demais: isso nos deixou indignados demais.
* Estou até bem demais!
Demais também pode ser pronome indefinido, equivalendo a “os outros”.
“os restantes”:
*Apesar de ter chegado até lá como integrante de um grupo, resolvi partir
sozinho, deixando aos demais a liberdade de escolher. Fiquei sabendo
posteriormente que os demais membros da comissão também acabaram
abandonando os projetos.
De mais se opõe a de menos. Refere-se sempre a um substantivo ou
pronome:
* Não vejo na da de mais em sua atitude!
*Decidiu-se suspender o concurso público porque surgiram candidatos de mais.
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CRASE
A crase é o encontro de dois fonemas idênticos (a+a) representado na
escrita pelo acento grave (`). Portanto, é necessário que haja uma palavra
anterior que exija A e uma palavra posterior que aceite A.
Ex.:
Quem obedece, obedece A ALGUÉM.
Se esse alguém for A AUTORIDADE.
Ou seja: Obedeça À AUTORIDADE.
Observe que o verbo obedecer exige a preposição a e o substantivo
autoridade aceita o artigo a. Temos aí, portanto, um encontro de dois as. Para
ter certeza da ocorrência da crase, podemos nos valer de alguns artifícios.
REGRAS PRÁTICAS
Regra 1
Troca de preparação
Ocorre crase se for possível substituir “À” por “PARA A”:
Ex.:
Comunicaremos os resultados da auditoria à empresa
Comunicaremos os resultados da auditoria para a empresa
Entretanto:
Concedeu-se a todos os funcionários adiantamento salarial
Concedeu-se para todos os funcionários adiantamento salarial
Regra 2
Troca por masculino
Ocorre crase se, ao trocar a palavra posterior por uma masculina, resultar AO.
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Ex.:
Recorreremos à enfermeira de plantão.
Recorreremos ao enfermeiro de plantão.
Entretanto:
Chamaremos a enfermeira.
Chamaremos o enfermeiro.
Regra 3
Troca o pronome demonstrativo “aquele, aquilo ou aquela” por “este, isto ou
esta”.
Ocorre se crase, se resultar A ESTA, A ISTO ou A ESTA.
Ex.:
Referiu-se àquele procedimento.
Referiu-se a este procedimento
Entretanto:
Você seguiu aquele procedimento?
Você seguiu este procedimento?
Regra 4
Troca da palavra feminina que antecede os relativos “que, qual ou quais” por
uma masculina.
Ocorre crase se na troca resultar “ao que, ao qual, aos quais”.
Ex.:
A médica à qual nos referimos está na empresa há alguns anos.
O médico o qual nos atendeu está na empresa há alguns anos.
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PONTUAÇÃO
TEXTO
COMUNICAÇÃO DESEJADA
a. Se a justiça o condena, eu não o a) Ideia favorável à ideia de justiça.
absolvo.
b. Se a justiça o condena, eu não: b)Ideia contrária à ideia de justiça.
absolvo.
a. A multidão alucinada gritou:
a) a multidão não queria a morte
“Não matem o criminoso!”
do criminoso.
b. A multidão alucinada gritou:
“Não, matem o criminoso!
b)a multidão queria a morte do
criminoso.
46
a.Irás, voltarás, nunca perecerás na a)
a pessoa jamais morrerá na
guerra.
guerra.
b. Irás, voltarás nunca; perecerás na
guerra.
b) a pessoa certamente morrerá na
guerra.
a.
Deixo os meus bens à minha a)o autor deixa os seus bens para sua
irmã, não ao meu sobrinho. Jamais irmã.
será paga a conta do alfaiate; nada
aos pobres.
b.Deixo os meus bens à minha irmã? b)o autor deixa os seus bens para o
Não! Ao meu sobrinho. Jamais será seu sobrinho.
paga a conta do alfaiate; nada aos
pobres.
c)o autor deixa os seus bens para
c.Deixo os meus bens à minha irmã? pagar a conta do alfaiate.
Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate; nada aos
pobres.
d) o autor deixa os seus bens aos
pobres.
d. Deixo os meus bens à minha
irmão?
Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate? Nada! Aos
pobres.
A pontuação é mais um requisito a ser muito considerado na estruturação
de um texto argumentativo. Essa afirmação parece óbvia, afinal, qualquer texto
deve ser pontuado adequadamente, mas como o texto dissertativo lida
fundamentalmente com ideias ou argumentos que precisam estar interligados
para formarem um todo compreensível, nele, os cuidados com o item pontuação
devem ser redobrados, particularmente no que diz respeito à vírgula.
De acordo com o professor Júlio Nogueira, podemos dividir os sinais de
pontuação.
Sinais de pausa – a vírgula, o ponto-e-vírgula, os dois-pontos e o ponto final;
Sinais de expressão – reticências, exclamação e interrogação;
Sinais de citação e explicação – aspas, parênteses e colchetes;
Sinais do discurso direto – travessões.
1. – A fundamentação pessoal na pontuação
Há, indiscutivelmente, um fundamento pessoal na pontuação, que
transcende à rigidez das normas, porque se fundamenta no estilo de cada
escritor. Encontramos escritores mais abundantes em vírgula e dois-pontos, ao
passo que outros empregam estes sinais com parcimônia. Tão subjetivo se torna
o problema sobre este aspecto, que vamos encontrar, entre outras, razões por
47
causas psicológicas, necessidade de clareza, estilo e ritmo e, considerando que
estamos tratando da redação escolar, da clareza das frases, enfim, da
linguagem, é absolutamente indispensável, e é por isso mesmo que a vírgula,
então, reveste-se de importância fundamental, pela contribuição decisiva que
pode dar nesse sentido.
1. 1 – Vírgula
Norma geral:
Emprega-se a vírgula nas pausas a partir de uma entonação natural do texto.
* Homens, mulheres, crianças corriam muito.
* Possuíam terras, ouro, diamantes.
* Os soldados, todas as semanas, farão testes.
* O Oscar, funcionário competente, foi promovido.
* Receba, estimado amigo, o meu braço.
* Sou, disse ele, um homem pobre.
A vírgula e as orações
No geral, as orações são separadas por vírgula, havendo exceções definidas.
* Chegou, parou, olhou muito, mas nada percebeu.
* O Sol, que é uma estrela, aquece a Terra.
* Se tu vieres, avisa-me.
* Eu o cumprimento, embora ele não responda.
* Conseguirás o respeito, falando a verdade.
Exceções:
* Quero que me ajudem. / Tive medo de que me traíssem. (orações
substantivas)
*Os mendigos que jantaram já estão dormindo. (oração adjetiva restritiva)
A vírgula na omissão de verbo
* Os valorosos levam as feridas, e os venturosos, os prêmios. (Foi omitida a
forma verbal levam, após a palavra venturosos.
A vírgula nas datas
* São Paulo, 5 de maio de 2000. (A vírgula separa a data da localidade.)
A vírgula com expressões explicativas
Exemplos: por exemplo, ou melhor, outrossim, por outro lado, ou seja, isto é,
quer dizer.
* Veja, por exemplo, a reação da noiva.
* Eu sabia de tudo, quer dizer, eu desconfiava.
1. 2 – Ponto-e-vírgula
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Usa-se para separar em blocos as orações de uma sequência de várias
delas.
Exemplos:
*Uns trabalham, esforçam-se, exaurem-se; outros se divertem, folgam, distraemse.
* Se crescermos, trabalharmos, vigiarmos em silêncio; orarmos e soubermos
esperar; alcançaremos.
Observação: o ponto-e-vírgula é para uma pausa maior que a da vírgula, mas
menor que a do ponto.
1. 3 – Dois-pontos
Para iniciar uma citação
*Observando os procedimentos capitalistas, Laerte concluiu: “Quero ser feliz e
até rico, mas não às custas da desgraça do outro”.
Nas enumerações e explicações
*Comprei o que precisava: tintas, lixas, pincéis e telas.
* Renego certas atitudes, por exemplo: a crítica sem critério imparcial.
1.4 – Travessão
Para indicar a mudança de interlocutor no diálogo.
* – Tu não irás?
– Não, estarei muito ocupado.
Para separar palavras ou expressões sobre as quais se quer chamar a
atenção do leitor.
Concluirá que a uma realidade social – a língua – corresponde uma realidade
individual – a linguagem.
1. 5 – Aspas
Nas citações ou transcrições indicando autoria alheia.
*A verdade antiga de Churchill, “nunca tantos deveram tanto a tão poucos”, é
mais verdade ainda, hoje.
Em palavras estrangeiras ou gírias.
* O país ainda carece de “know-how” nesse campo.
ALGUNS ERROS GRAMATICAIS:
PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS
Homônimas – são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual.
seção (divisão) cessão (ato de ceder) sessão (reunião, assembleia)
Parônimas – são aquelas que possuem grafia e pronúncia parecidas.
49
comprimento (extensão) cumprimento(saudação).
Algumas palavras homônimas e parônimas mais usadas:
Absolver – inocentar, perdoar.
Absorver – sorver, consumir, esgotar.
Acender – pôr fogo, alumiar
Acidente – acontecimento casual
Incidente – episódio, aventura
Apreçar – perguntar preço, dar preço
Apressar – antecipar, abreviar
Aprender – tomar conhecimento, instruirse
Apreender – apropriar-se, assimilar
mentalmente
Ascender – subir
Acento – tom de voz, sinal gráfico
Assento – lugar de sentar-se
Acerca de – sobre, a respeito de
Cerca de – aproximadamente
Há cerca de – faz aproximadamente
Acostumar – contrair hábito
Costumar – ter por hábito
Afim de – semelhante a, parente de
A fim de – para, com a finalidade de
Amoral – indiferente à moral
Imoral – contra a moral, libertino, devasso
Arrear – pôr arreios
Arriar – abaixar, descer
Assoar – limpar o nariz
Assuar – vaiar, apupar
Bucho – estômago
Buxo – arbusto
Caçar – apanhar animais ou aves
Cassar – anular
Calda – xarope
Cauda – rabo
Cavaleiro – aquele que sabe andar a
cavalo
Cavalheiro – educado
Docente – referente a professores
Eminente – ilustre, excelente
Iminente – que ameaça acontecer
Emergir – vir à tona
Imergir – mergulhar
Emigrar – sair da pátria
Cédula – documento, chapa eleitoral
Sédula-cuidadosa, ativa
Cela – pequeno quarto de dormir
Sela – arreio
Censo – recenseamento
Senso – raciocínio, juízo claro
Cerração – nevoeiro denso
Serração – ato de serrar, cortar
Cesto – balaio
Sexto – numeral ordinal (seis)
Chá – bebida
Xá – título do ex-imperador do Irã
Coser – costurar
Cozer – cozinhar
Cheque – ordem de pagamento
Xeque – lance de jogo no xadrez
Delatar – denunciar
Dilatar – alargar, ampliar
Desapercebido – desprevenido
Despercebido – sem ser notado
Descrição – ato de descrever, expor
Discrição – reservada, qualidade de
discreto
Descriminar – inocentar
Discriminar – distinguir
Despensa – onde se guardam alimentos
Dispensa – ato de dispensar
Desapercebido – desprevenido
Despercebido – que não percebeu
Destratado – maltratado com palavras
Distratado – desfazer o acordo, o trato
Destinto – que se destingiu
Distinto – diverso, diferente
Discente – referente a alunos
Mal – antônimo de bem
Mau – antônimo de bom
Mandado – ordem judicial
Mandato – procuração
Ótico – relativo ao ouvido
Óptico – relativo à visão
Paço – palácio
Passo – passada
50
Imigrar – entrar num país estranho para
nele morar
jogo, entendiar
Infestar – causar danos
Esperto – ativo, inteligente, vivo
Experto – perito, entendido
Espiar – observar, espionar
Expiar – sofrer castigo
Estático – firme, imóvel
Extático – admirado, pasmado
Estrato – tipo de nuvem
Extrato – resumo, essência
Flagrante – evidente
Fragrante – perfumado
Fluir – correr
Fruir – gozar, desfrutar
Fusível – aquele que funde
Fuzil – arma história: narrativa de fatos
reais ou fictícios
Estórias (origem inglesa) – narrativas de
fatos fictícios
Incerto – impreciso
Inserto – introduzido, inserido
Incipiente – principiante
Insipiente – ignorante
Inflação – desvalorização do dinheiro
Infração – violação, transgressão
Infligir – aplicar pena
Infringir – violar, desrespeitar
Intercessão – ato de interceder, de intervir
Interseção/intersecção – ato de cortar
Laço – nó
Lasso – frouxo, gasto, bambo, cansado,
fatigado
Lista – relação, rol
Listra – risca, traço
Peão – aquele que anda a pé
Pião – brinquedo
Procedente – proveniente, oriundo
Precedente – antecedente
Prescrito – estabelecido
Proscrito – desterrado, emigrado
Recrear – divertir, alegrar
Recriar – criar novamente
Ruço – grisalho, desbotado
Russo – da Rússia
Sexta – numeral
Cesta – utensílio de transporte
Sesta – descanso depois do almoço
Sortir – abastecer
Surtir – produzir efeito
Tacha – pequeno prego
Taxa – tributo
Tachar – censurar, pôr defeito
Taxar – estipular
Tráfego – movimento, trânsito
Tráfico – comércio lícito ou não
Vadear – passar ou atravessar a pé ou a
caval
Vadiar – vagabundar
Vale – acidente geográfico
Vale – recibo
Vale – do verbo valer
Viagem – substantivo – a viagem
Viajem – forma verbal que eles viajem
Vultoso – volumoso
Vultuoso – atacado de congestão na
face
Xácara – narrativa popular em verso
Chácara
–
pequena
propriedade
campestre
Conserto – reparo
Concerto – sessão musical, acordo.
49
CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA
REFORMA ORTOGRÁFICA
O que muda com a reforma da língua portuguesa
As novas regras da língua portuguesa incluem fim do trema e devem
mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as
mudanças:
** HÍFEN
Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes
ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra",
"infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r
-ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "interresistente" e "super-revista";
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma
vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada”.
**TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados.
**ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição);
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o
artigo);
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo");
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da
preposição com o artigo)
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera"
(preposição arcaica).
**ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"
50
**ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo
dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será
"creem", "deem", "leem" e "veem" ;
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam
"enjoo" e "voo”.
**ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia",
"idéia", "heróica" e "jibóia"
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de
ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e
"baiuca"
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido
de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de
verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir),
passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem
**GRAFIA
No português lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são
pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam
"ação", "ato", "adoção" e "ótimo"
2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão
grafadas como no Brasil -"erva" e "úmido” .
51
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem
situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente
daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação.
Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela
pronúncia ou organização da frase.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma
forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e
extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o
sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto.
Essas diferenças constituem as "variações lingüísticas". Seja na fala seja na
escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de culta ou
padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar.
O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota de
nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser
poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de
variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.
A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução,
niveladas pela escola. Ela é mais restrita, pois constitui privilégio e conquista
cultural de um número reduzido de falantes. Já a linguagem coloquial pode
ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, utilizada para
satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as
formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas
perdoáveis – deslizes gramaticais.
A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É
natural, expressiva, livre de convenções sociais. Observe o texto:
52
53
ALGUNS ERROS GRAMATICAIS
54
ATIVIDADES
55
ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
O homem que foi colocado numa gaiola
Certa noite, o soberano de um país distante estava de pé à janela,
ouvindo vagamente a música que vinha da sala de recepção, do outro lado do
palácio. Estava cansado da recepção diplomática a que acabara de
comparecer e olhava pela janela, cogitando sobre o mundo em geral e nada de
particular. Seu olhar pousou num homem que se encontrava na praça, lá
embaixo ____ aparentemente um elemento da classe média, encaminhando-se
para a esquina, a fim de tomar um bonde para casa, percurso que fazia cinco
noites por semana, há muitos anos. O rei acompanhou o homem em
imaginação ____ fantasiou-o chegando a casa, beijando distraidamente a
mulher, fazendo sua refeição, indagando se tudo estava bem com as crianças,
lendo o jornal, indo para a cama, talvez se entregando ao ato do amor com a
mulher, ou talvez não, dormindo, e levantando-se para sair novamente para o
trabalho no dia seguinte.
E uma súbita curiosidade assaltou o rei, que por um momento esqueceu
o cansaço. “Que aconteceria se conservassem uma pessoa numa gaiola, como
os animais do zoológico?”
No dia seguinte, o rei chamou um psicólogo, falou-lhe de sua idéia e
convidou-o a observar a experiência. Em seguida, mandou trazer uma gaiola
do zoológico e o homem de classe média foi nela colocado.
A princípio ficou apenas confuso, repetindo para o psicólogo que o
observava do lado de fora: “Preciso pegar o trem, preciso ir para o trabalho,
veja que horas são, chegarei atrasado!” À tarde começou a perceber o que
estava acontecendo e protestou, veemente: “O rei não pode fazer isso comigo!
É injusto, é contra a lei!” Falava com voz forte e olhos faiscantes de raiva.
Durante a semana continuou a reclamar com veemência. Quando o rei
passava pela gaiola, o que acontecia diariamente, protestava direto ao
monarca. Mas este respondia: “Você está bem alimentado, tem uma boa cama,
não precisa trabalhar. Estamos cuidando de você. Por que reclama?” Após
alguns dias, as objeções do homem começaram a diminuir e acabaram por
cessar totalmente. Ficava sorumbático na gaiola, recusando-se em geral a
falar, mas o psicólogo via que seus olhos brilhavam de ódio.
Após várias semanas, o psicólogo notou que havia uma pausa cada vez
mais prolongada depois que o rei lhe lembrava diariamente que estavam
56
cuidando bem dele ___ durante um segundo o ódio era afastado, para depois
voltar ___ como se o homem perguntasse a si mesmo se seria verdade o que o
rei havia dito.
Mais algumas semanas passaram-se e o prisioneiro começou a discutir com o
psicólogo se seria útil dar a alguém alimento e abrigo, a afirmar que o homem
tinha que viver seu destino de qualquer maneira e que era sensato aceitá-lo.
Assim, quando um grupo de professores e alunos veio um dia observá-lo na
gaiola, tratou-os cordialmente, explicando que escolhera aquela maneira de
viver; que havia grandes vantagens em estar protegido; que eles veriam com
certeza o quanto era sensata a sua maneira de agir etc. Que coisa estranha e
patética, pensou o psicólogo. Por que insiste tanto em que aprovem sua
maneira de viver?
Nos dias seguintes, quando o rei passava pelo pátio, o homem inclinavase por detrás das barras da gaiola, agradecendo-lhe o alimento e o abrigo. Mas
quando o monarca não estava presente o homem não percebia estar sendo
observado pelo psicólogo, sua expressão era inteiramente diversa ___
impertinente e mal-humorada. Quando lhe entregavam o alimento pelas
grades, às vezes deixava cair os pratos, ou derramava a água, e depois ficava
embaraçado por ter sido desajeitado. Sua conversação passou a ter um único
sentido: em vez de complicadas teorias filosóficas sobre as vantagens de ser
bem tratado, limitava-se a frases simples como: “É o destino”, que repetia
infinitamente. Ou então murmurava apenas. “É”.
Difícil dizer quando se estabeleceu a última frase, mas o psicólogo
percebeu um dia que o rosto do homem não tinha expressão alguma: o sorriso
deixara de ser subserviente, tornara-se vazio, sem sentido, como a careta de
um bebê aflito com gases. O homem comia, trocava algumas frases com o
psicólogo, de vez em quando. Tinha o olhar vago e distante e, embora fitasse o
psicólogo, parecia não vê-lo de verdade.
Em suas raras conversas deixou de usar a palavra “eu”. Aceitara a gaiola. Não
sentia ira, zanga, não racionalizava. Estava louco.
Naquela noite, o psicólogo instalou-se em seu gabinete, procurando
escrever o relatório final, mas achando dificuldades em encontrar os termos
corretos, pois sentia um grande vazio interior. Procurava tranquilizar-se com as
palavras: “Dizem que nada se perde, que a matéria simplesmente se
transforma em energia e é assim recuperada”. Contudo, não podia afastar a
ideia de que algo se perdera, algo fora roubado ao universo naquela
experiência. E o que restava era o vazio.
(MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo, 9ª edição, Petrópolis.
Vozes, 1982, p. 121-3 – Coleção Psicanálise VIII)
57
Estudando o texto
Vocabulário
Com auxílio de um dicionário, escreva o significado das palavras retiradas do
texto:
soberano
______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______
vagamente______________________________________________________
_______
_______________________________________________________________
_______
diplomático______________________________________________________
______
_______________________________________________________________
_______
cogitar__________________________________________________________
______
_______________________________________________________________
_______
indagar_________________________________________________________
_______
_______________________________________________________________
_______
súbito__________________________________________________________
_______
_______________________________________________________________
_______
veemente_______________________________________________________
_____ __
_______________________________________________________________
_______
monarca________________________________________________________
_______
objeção_________________________________________________________
_______
_______________________________________________________________
_______
sorumbático_____________________________________________________
_______
_______________________________________________________________
_______
sensato_________________________________________________________
_______
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Por que o soberano estava entediado?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
O que o soberano fez para acabar com seu tédio?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
Qual a reação do homem ao ser colocado dentro de uma jaula?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
_______________________________________________________________
_______
O que aconteceu com o homem após várias visitas do monarca?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
_______________________________________________________________
_______
Por que, após algum tempo, o homem passou a afirmar que “escolhera aquela
maneira de viver”?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________
Qual o comportamento do homem em relação ao rei após “aceitar a gaiola”?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
59
_______________________________________________________________
_____________________
Por que, longe do rei, a expressão do homem era “impertinente e malhumorada”?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
Explique o trecho: “Sua conversação passou a Ter um único sentido: em vez
de complicadas teorias filosóficas sobre as vantagens de ser bem tratado,
limitava-se a frases simples como: ‘É o destino’, que repetia infinitamente”. Ou
então murmurava apenas: ‘É’.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
_______________________________________________________________
_______
Qual a reação do psicólogo ao notar que o homem “aceitara a gaiola”?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
____________________________
Levantando as principais ideias do texto
O texto desta unidade discute dois assuntos interessantes; a reação do
homem, diante da falta de liberdade e de livre arbítrio e a atuação antiética de
um profissional importantíssimo, o psicólogo.
Proposta de redação:
Escreva uma dissertação a partir da colocação a seguir:
“O psicólogo, como profissional de saúde, promotor de saúde, é um profissional
que deve empregar seus conhecimentos de Psicologia para que sua sociedade
tenha as condições necessárias e adequadas para existir, para produzir e se
reproduzir, para que impere neste conjunto social o bem-estar físico, mental e
social. Enfim, atua para que haja saúde em sua sociedade.”
(BOCK, Ana M. Bahia et alii. Psicologias – uma introdução ao estudo de
60
Psicologia. Editora Saraiva, 6ª edição, 1994, São Paulo, p. 160-162)
A Palavra
“Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar
que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto numa pessoa que acabo de
conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente
ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa
que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com
a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer
alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém.
Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e
distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois
esqueci.
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário, e o canário não
cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canário cantar; que falasse com ele,
cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto
quando trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer
companhia, algum tempo, outro canário cantador; até mesmo que ligasse o
rádio um pouco alto durante uma transmissão de jogo de futebol… mas o
canário na cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiando
uma pequena frase melódica de Beethoven – e o canário começou a cantar
alegremente. Haveria alguma secreta ligação entre a alma do velho artista
morto e o pequeno pássaro cor de ouro?
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta
antigo – foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi
como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma
princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo;
iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas
esperanças.”
(Braga, Rubem. “A Palavra”, In: Al de Ti, Copacabana!
5ed., Rio de Janeiro, Sabiá. 1963, pp. 195-196)
61
Estudo do texto
1. (VUNESP) Comparando os dois primeiros parágrafos do texto,
podemos perceber uma oposição entre eles. Essa oposição aponta para duas
consequências do ofício do cronista ao agir sobre o mundo, através das
palavras. Quais são essas duas consequências?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________
2. (VUNESP) É possível perceber que o texto desenvolve, paralelamente
à história do cronista, duas outras histórias estruturalmente semelhantes. Quais
são essas histórias?
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_______________________________________________________________
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3. (VUNESP) Qual é a ideia principal da crônica de Rubem Braga que
tem como título “A Palavra”?
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_______________________________________________________________
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4. (VUNESP) Explique o sentido das expressões grifadas no seguinte
enunciado do texto: “Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer,
uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas.
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________
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Interpretação de Textos
Interpretar é aprofundar o sentido de um texto. É explorá-lo nos seus aspectos
de forma (gramaticais e estilísticos) e de conteúdo (aspectos semânticos e
mesmo contextuais, tais como sociológicos, psicológicos, etc.) Nos exames
vestibulares, as questões de interpretação de textos têm abordado basicamente
a “compreensão”. Tem havido, ainda, questões de revisão gramatical a partir
dos textos. Selecionamos para estas aulas textos que lhe permitam conhecer
uma grande variedade de questões desse tipo.
FUVEST – 1ª FASE
17 de julho
Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras,
polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e
diretores, importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um
tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de
anúncios, e disse comigo:
— Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros
desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas
para alugar, amas-de-leite, cobradores, coqueluches, hipotecas, professores,
tosses crônicas…
E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como
fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo.
Quando voltou à tona trazia entre os dedos esta pérola:
“Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de
meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído,
e também com meios de vida, que esteja como ela cansado de viver só;
resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M. R., anunciando,
a fim de ser procurada essa carta.”
Gentil viúva, eu não sou homem que procuras, mas desejava verte, ou,
quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu
vales alguma cousa mais que o comum das mulheres. Aí de quem está só!
Dizem as sagradas letras; mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio.
Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o
63
positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, a
longa e aborrecida experiência? Não queres amar; estás cansada de viver só.
É a cláusula de ser o esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra
que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficam desde já excluídos
os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião
de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor,
é claro, desde que impões a clausula de meia-idade, zona em que as paixões
arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há
de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que
também possua. E há de ser instruído, para encher com as causas do espírito
as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de
Constantinopla.
Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio
lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante,
aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como
se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: “Não é a
tempestade que me aflige, é o enjôo do mal”. Viúva minha, o que tu queres
realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjôo. Vês que a travessia
ainda é longa, — porque a tua idade está entre trinta e dous e trinta e oito
anos, — mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para
matar esse mal cruel e indefinível. Não te contentas com o remédio de Sêneca,
que era justamente a solidão, “a vida retirada, em que a alma acha todo o seu
sossego”. Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas
queres menos um companheiro que uma companhia.
Machado de Assis, A Semana, 1892.
1.
(FUVEST) Em qual dos elementos abaixo se baseia a imagem mais
recorrente no texto?
a)água
b) terra
c) ar
d) fogo
e) sol
2.
(FUVEST) No trecho “Ficam desde já excluídos os sonhadores…” (§ 6°),
entende-se que os sonhadores ficam excluídos do grupo dos que:
a) Tem condições de serem escolhidos;
b) Desejam comprar um bilhete de loteria;
c) Sacrificam os outros;
d) Querem um diálogo de amor;
e) Amamos o mistério.
64
3.
(FUVEST) No trecho “…precisas de um preparado para matar esse mal
cruel e indefinível.” (§ 7°). o “mal” é:
a) A falta de amor;
b) O tédio da solidão;
c) O enjoo do mar;
d) A saudade do casamento;
e) A aproximação da velhice
4.
(FUVEST) De acordo com o texto, o cronista teve desejo de ver a viúva
porque :
a)
b)
c)
d)
e)
5.
Ela era distinta e interessante;
Ela possuia bens que a tornavam independente;
Ela lhe parecia superior às outras mulheres;
Ela estava triste e precisava de consolo;
Ele também estava cansado de viver só.
(FUVEST) De acordo com o texto, o capitão:
a) Pretendia,, por motivos pessoais, deixar suas funções de guarda do
imperador;
b) Não suportava mais a solidão das prolongadas viagens marítimas;
c) Tinha a saúde abalada pelo sacudir constante do navio;
d) Estava aborrecido porque tinha conflitos com seus companheiros de
trabalho.
e) Devia procurar a solução para seu problema dentro de si mesmo.
6.
(FUVEST) Infere-se do texto que, na opinião do cronista:
a) a viúva, tendo sido feliz no primeiro casamento, desejava retornar no
segundo o ritmo daqueles dias que se haviam ido;
b) b) o primeiro marido da viúva fora uma pessoa séria e aborrecida, que
poucas alegrias lhe dera enquanto vivo;
c) c) a viúva pretendia encontrar, no segundo casamento, uma vida cheia
de aventuras e viagens emocionantes;
d) d) o verdadeiro objetivo da viúva era constituir uma fortuna razoável,
juntando suas posses às do futuro marido;
e) e) a morte do primeiro marido deixara na vida de sua mulher um vazio
que ela desejava preencher com outro casamento.
7.
(FUVEST) De acordo com o texto:
65
a) o eventual pretendente à viúva deve procurar resposta a sua carta na
redação do jornal;
b) b) a viúva, ou alguém em seu lugar, procurará na redação a carta do
eventual pretendente;
c) c) o jornal veiculará novo anúncio, em resposta aos eventuais
pretendentes da viúva;
d) d) a viúva deixará na redação do jornal uma carta, em resposta ao
pretendente eventualmente escolhido;
e) e) um novo anúncio fará saber ao eventual pretendente que a viúva
oportunamente o procurará.
8.
(FUVEST) Entre os excertos abaixo, assinale aquele em que o autor cria
uma metáfora de “vida”.
a) …como se descompõem os homens, acionistas e diretores,
importadores e industriais…
b) …o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como
fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna
abaixo;
c) …a meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão
perdendo a cor purpúrea e o viço eterno;
d) …a travessia ainda é longa, o mar é agitado, o navio joga muito;
e) …o remédio é a solidão, a vida retirada, em que a alma acha todo o seu
sossego.
9.
(FUVEST) A frase do capitão em sua carta a Sêneca — referida em
discurso indireto (§ 7°) — apresentaria, em discurso direto, a seguinte forma:
a) — Sinto tédio, mas como se há de curar!;
b) — Quero curar-me do tédio que sinto;
c) — Como hei de curar-me do tédio que sinto?;
d) — Sente-se um tédio, mas como curá-lo!;
e) — Qual há de ser a cura para o tédio que sinto?
10.
(FUVEST) “Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que
impões a cláusula da meia-idade.” O segmento grifado poderia ser substituído,
sem alteração de sentido da frase, por:
a) desde que imponhas;
66
b)
c)
d)
e)
se bem que impões;
contanto que imponhas;
conquanto imponhas;
porquanto impões.
Em Busca do Ouro
Foi ali, naquele trecho da Lagoa em frente à sede náutica do Vasco. Um
remador, recolhendo o barco depois do treino, viu alguma coisa brilhando à
beira d’água. Agachou-se, colocou o minúsculo objeto brilhante na palma da
mão e mostrou-o a um companheiro.
Veja o que encontrei. Será que é ouro?
O companheiro sorriu com desprezo.
___ Desde quando tem ouro na Lagoa? – e seguiu em frente.
O remador permaneceu algum tempo olhando para a palma da mão.
Desconfiado, despediu-se dos companheiros e foi a uma joalheria. Era ouro
mesmo! Quem sabe não há um lençol aurífero naquele local? Excitado com a
descoberta, passou em casa disposto a voltar para a Lagoa.
___ Mamãe, onde é que está a peneira?
A mãe não entendeu muito bem a pergunta. Seu filho, uma massa de
músculos, não tinha o menor jeito para cozinha. Das poucas vezes que tentou
quebrar um ovo, esmigalhou-o nas mãos. “Peneira pra quê, meu filho?”
___ Bem... é que nosso técnico aniversaria amanhã. Vamos fazer um bolo
para ele.
O remador botou a peneira num saco de supermercado e retornou à
Lagoa. Lembrou-se dos filmes e fotos de Serra Pelada, colocou-se de cócoras
e começou a garimpar. Álvaro Lenga, economista desempregado que passava
pela Lagoa no seu cooper diário, estranhou aquela cena. Interrompeu a corrida
e foi até o remador, pé ante pé, para não ser notado. Espichou o pescoço e viu
a peneira. Se isso não é uma nova modalidade de pesca, pensou, só pode
ser... ouro! Arregalou os olhos e correu para casa.
___ Simone! – entrou apressado, gritando pela mulher. ___ Cadê a
peneira? A peneira... rápido!
A mulher e os dois filhos, pequenos, observaram Álvaro, assustados.
Álvaro meteu a mão na peneira e foi saindo com a mesma rapidez que entrou.
___ Álvaro, espera... Escuta. Aonde é que você vai?
___ Vou garimpar.
___ Vai o quê? Você ficou maluco?
___ Descobriram ouro na Lagoa Rodrigo de Freitas!
A mulher, meio zonza, pegou o telefone e começou a ligar para amigas e
parentes.
67
_
__ Encontraram ouro na Lagoa...
Quando Álvaro voltou já havia umas 30 pessoas de cócoras procurando
ouro à beira da lagoa. Outras continuavam chegando, moradores dos prédios
próximos, corredores, gente que ia passando de carro. Um senhor de paletó,
gravata, arregaçava as calças. Morava longe – na Barra – e, com medo de não
dar tempo de pegar a peneira, ia garimpar com seu lenço de Cardin. “Dizem
que já encontraram uma pepita de 10 quilos” – comentou enquanto tirava
meias e sapatos, afobado. Álvaro acocorou-se e começou a peneirar.
___ Achei! Achei! – gritou um cavalariço da Hípica, garimpando meio
desajeitado por causa do rombo na sua peneira. ___ Vejam. Achei uma pepita!
Todo mundo parou e correu para ver o tamanho da pepita. Era apenas
um pedaço de brinco de fantasia.
A notícia da descoberta de ouro na Lagoa Rodrigo de Freitas chegou
rápido a Brasília. “Rio já tem sua Lagoa Pelada”.
Às seis da manhã, havia uma multidão incalculável se acotovelando à beira
da Lagoa. Carros parados por todos os cantos, o trânsito completamente.
congestionado. Alguns proprietários de ônibus improvisaram novas linhas,
como Triagem – Lagoa Pelada. Logo apareceram vários camelôs vendendo
peneiras. “Quem vai? Leva três, paga duas. Peneira Serra Pelada, a peneira
que conhece ouro o deste país! Três para o cavalheiro aqui. Oito para a
madame ali. Não precisa empurrar, tem peneira pra todo mundo!” Famílias
inteiras, que antes só se reuniam em aniversários, enterros e pequeniques,
apareciam para garimpar. Foi feita uma foto do
Governador, calças arregaçadas, garimpando junto com o Secretariado.
Apareceram vários socialites pintando no pedaço aurífero. A população estava
fascinada.
No meio daquela confusão, os boatos cresciam desencontrados. Já se dizia
que alguém havia achado uma pepita do tamanho de um tijolo.
No início da tarde, o movimento dobrou. Começaram a chegar os ônibus
com “peregrinos” de outros Estados. O Presidente veio de Brasília, esperando
ser carregado nos ombros por um jovem como em Serra Pelada. Realmente,
ergueram o homem, mas atiraram-no dentro da Lagoa.
Surgiram novos camelôs com vários tipos de peneira: aço, acrílico,
isopor e peneirinha pra crianças. Em cima do canteiro, o Banco do Brasil
tratava de abrir uma nova agência. Um cartaz anunciava um curso intensivo de
garimpagem com professores vindos diretamente de Serra Pelada. Quem,
porém, ganhava mais dinheiro era um ortopedista que montou um pequeno
ambulatório à beira da Lagoa. A nova atividade estava acabando com a coluna
dos garimpeiros cariocas.
Lagoa Pelada alterou a vida da cidade. Um garimpeiro profissional,
trazido de Serra Pelada e recebido com todas as honrarias, declarou em
entrevista à TV Globo que não havia ouro na Lagoa. Os cariocas, porém, não
68
querem nem saber. Preferiam acreditar nas histórias que se contavam à beira
d’água. Além disso, desenvolveu-se todo um comércio voltado para o garimpo.
Era impossível parar. Parada já estava a cidade. No centro, quase deserto,
umas poucas pessoas trabalhavam. Uma delas, o dentista Sérgio Fragoso,
estava em seu consultório, quando viu entrar um de seus clientes. Olhou-o com
surpresa:
___ Hoje não é seu dia... Que houve?
___ Nada... Perdi uma obturação de ouro quando velejava na Lagoa.
NOVAES, Carlos Eduardo. Para Gostar de Ler –
Volume 15 – Ed. Ática – p. 72 a 76 (fragmento)
VOCABULÁRIO:
Cardin, Pierre – estilista francês
Ortopedista – médico especialista em curar deformidades ósseas do corpo
Peregrinos – romeiros, (no texto: imigrantes oportunistas)
Exercícios
1) Todas as expressões foram logicamente interpretadas, EXCETO:
a) “Quem sabe não há um lençol naquele local?”
Hipótese sobre a existência de jazidas de precioso metal.
b) “___ Era ouro mesmo”.
Confirmação das riquezas minerais sob as águas da Lagoa.
c)“.E sorriu com desprezo:
___ Desde quando tem ouro na Lagoa?”
Reação de incredulidade, ironia e desconsideração à indagação.
d) “Desconfiado, despediu-se dos companheiros e foi a uma joalheira”.
Necessidade de consulta a fontes especializadas e competentes.
e) “O remador permaneceu algum tempo olhando para a palma da mão”.
Tentativa de exame com relação à autenticidade do objeto.
2) “Famílias inteiras, que antes só se reuniam em aniversários, enterros e
piqueniques...”
Antes da febre do “ouro”, faltava às famílias:
a) relação amistosa;
b) consideração familiar ;
c) laço de amizade ;
d) convivência no cotidiano ;
e) comportamento ético.
69
3) Identifique a alternativa que pode ser confirmada pelo texto:
a) As riquezas minerais são essenciais ao progresso do país.
b) Há uma crítica com relação a políticos brasileiros.
c) O povo carioca preocupa-se com a preservação de sua cidade.
d) Cautela e determinação são fatores indispensáveis à exploração do ouro.
e) Todos os personagens do texto aderiram à garimpagem como meio de
sobrevivência.
4) Todos os provérbios abaixo podem ser aplicados ao texto, EXCETO:
a) “Macaco esperto não mete a mão na cumbuca”.
“Álvaro meteu a mão na peneira e foi saindo com a mesma rapidez que
entrou”;
b) “Quem arrisca não petisca” .
“Quando Álvaro chegou já havia umas 30 pessoas de cócoras procurando ouro
à beira da Lagoa. Outras continuavam chegando...” ;
c) “Contra a força não há argumentos”.
“Além disso, desenvolveu-se todo um comércio voltado para o garimpo. Era
impossível parar”;
d) “Nem tudo que reluz é ouro”.
“Era apenas um pedaço de brinco de fantasia”;
e) “Quem conta um conto aumenta um ponto”.
“Dizem que já encontraram uma pepita de 10 quilos”.
5) O “lençol aurífero” só não possibilitou lucros:
a) aos trabalhadores do garimpo;
b) aos comerciantes de
peneiras;
c) à nova agência bancária;
d) ao ortopedista do
ambulatório;
e) às companhias de viação.
6) O humor do texto apresenta todos estes ingredientes, EXCETO:
a) Exagero – “... Uma pepita de ouro do tamanho de um tijolo”;
b) Irreverência – “... mas atiraram-no dentro da Lagoa”;
c) Oportunismo – “... Foi feita uma foto do Governador,... garimpando junto com
o Secretariado”;
70
d) Situação caótica – “... Uma multidão incalculável se acotovelando... carros
parados em todos os cantos...”;
e) Ironia – “A mulher e os dois filhos pequenos observaram Álvaro,
assustados”.
7) Predomina no texto um clima de :
a) aventura / ambição;
b) sabedoria / união;
c) tradição / imitação;
d) covardia / competição;
e) experiência / observação.
8) “Um garimpeiro profissional... declarou que não havia ouro na Lagoa”. Os
cariocas, porém, não..
a) querem nem saber. Preferiam acreditar nas histórias...”;
b) Comparando os dois segmentos, conclui-se que não houve;
c) falsidade no depoimento do garimpeiro;
d) reação intencional dos cariocas;
e) imprudência nos atos e crenças;
f) desprezo à razão e ao bom senso
g) predominância da ficção sobre a realidade.
9) Com relação aos personagens garimpeiros, assinale a afirmativa correta:
a) Não se esforçaram para conseguir o que queriam;
b) Usavam técnicas sofisticadas para obter sucesso;
c) Esperavam que as coisas acontecessem por si mesmas;
d) Demonstravam astúcia e sabedoria na busca do ouro;
e) Almejavam o enriquecimento rápido no garimpo.
10) “Estava em seu consultório quando viu entrar um dos seus clientes...
___ Hoje não é seu dia... Que houve?
___ Nada... Perdi uma obturação de ouro quando velejava na Lagoa”.
a) O cliente mencionado era;
b) o remador que treinava na
Lago;.
c) um garimpeiro com problema dentário;
d) mais um personagem a serviço do humor;
e) um exemplo de distração e displicência;
71
f) o causador involuntário da corrida ao ouro.
O FANÁTICO
Os astrólogos diziam que 94 seria um ano regido por Saturno. Pode ser
nos outros países, porque, no Brasil, antes de Saturno, quem pegou a batuta e
o regeu foi a Copa.
A Copa, aqui entre nós, conseguiu até dividir o ano em dois, fazendo do
mês de junho um marco semelhante ao nascimento de Cristo na Antiguidade.
Todos os compromissos da vida nacional, desde janeiro, giraram em torno da
Copa. Eu mesmo, em fevereiro, recusei uma viagem de uma semana à
Califórnia, ao verificar que o embarque estava marcado para o dia 3 A.C.
(antes da Copa). O editor ainda tentou me convencer, afirmando que haveria
transmissão pela TV para os Estados Unidos.
__ Não basta, Jaime. E depois do jogo? Com quem eu vou discutir?
Com americano? Discutir futebol com americano? Pelo amor de Deus...
E não era só isso. Havia todo um clima do país transformado numa
imensa arquibancada: os morteiros, as bandeiras nas janelas e, mais
importante, o grito uníssono na hora do gol, desembainhado da garganta de
115 milhões de torcedores.
Não, nunca. Não iria perder esse
espetáculo.
No dia 15 a.C., iniciei a contagem regressiva, tratando de tomar todas as
providências para que, no primeiro jogo do Brasil, estivesse tão bem instalado
diante da TV quanto o mordomo da Suécia. Logo de cara, convoquei minha
mulher e disse-lhe que iria trocar o velho televisor.
Três dias depois a loja mandou o aparelho. Onde instalá-lo? Não, perto
da janela não, pedi ao técnico, eu costumo pular nos gols do Brasil e posso cair
lá embaixo.
Sim, havia também o detalhe do sofá. Estavam faltando as almofadas.
Você acha que posso assistir a toda a Copa nesse sofá duro assim?
Sabe quantas horas ficarei diante da televisão em junho? Já contei: 80 horas.
Oitenta horas nesse sofá assim, vai me deixar entrevado. Não vou aguentar.
Se as almofadas não vierem, vou sair dos jogos de maca.
No dia do jogo, acordei às 4 da manhã e fui dar uma geral na casa, para
saber se tudo funcionava. Por fim tirei xerox da tabela do torneio e entreguei à
empregada com uma recomendação:
72
__ Coloque na sua mesinha de cabeceira, Maria. E estude-a bem. Todas
as vezes que telefonarem nesse horário, diga que não estou. Não estou para
ninguém, entendeu bem?
__ Fique descansado, seu Carlos. Ninguém vai telefonar. A essa hora,
todos estarão vendo o jogo.
__ Nunca se sabe, Maria. O país está cheio de antipatriotas.
O jogo estava marcado para as 13h e 45 minutos.
Meio-dia e meia vesti minha camisa amarela, minha bermuda verde,
tomei um tranquilizante e fiquei aguardando os amigos. Quinze minutos antes
da partida, já havia umas 60 pessoas na salinha de TV, conversando, numa
expectativa que não será maior no dia em que estivermos aguardando pela TV
a confirmação do fim do mundo. Parecia que iríamos explodir de tanta tensão.
Quando faltavam cinco minutos e já derretíamos sob o calor da emoção, tocou
o telefone interno do prédio:
__ Tá saindo uma fumacinha do capô do seu carro – disse o porteiro.
Mas que diabo! Se o seguro não tivesse vencido, seria capaz de deixar o
carro pegar fogo. Olhei o relógio, ouvi os acordes dos hinos nacionais e achei
que, sendo rápido, daria tempo de ir à garagem. Saltei do elevador, desci,
desliguei o fio de ignição e, em dois pulos, já estava novamente dentro do
elevador. Parou no 1º andar, um garoto que ia comigo saltou, segundo,
terceiro, quarto e tornou a parar, desta vez entre o 5º e o 6º. Enguiçado.
Apertei a emergência, apertei todos os outros botões e, como o elevador
continuava impassível, comecei a esmurrar a porta, as paredes, até que
escutei a voz do porteiro lá embaixo:
__ O senhor está preso?
__ O que você acha? – perguntei indignado. Tire-me daqui, rápido.
Estava aos berros dentro do elevador, quando ouvi o porteiro:
__ Fique tranquilo, doutor, se o Brasil fizer algum gol, eu venho aqui
avisá-lo... já telefonei para a companhia: eles virão logo depois que terminar o
jogo.
__ Depois que terminar o jogo? – repeti aos berros, entre choroso e
malcriado. __ Não quero. Diga a eles que se for para vir depois do jogo NÃO
QUERO! Ou vêm antes ou vou ficar morando nesse elevador pelo resto da
vida.
NOVAES, Carlos Eduardo. “O Balé quebra-nós” p.110 a 112
Editora Nórdica – 4ª Edição – Adaptação
VOCABULÁRIO
Batuta – bastão com que os maestros regem as orquestras
Degenerescência – decadência, degeneração
Probabilidade – possibilidade de realização
73
Exercícios
1) Assinale a alternativa incorreta no que se refere aos argumentos utilizados
pelo narrador para não viajar à Califórnia;
a) existência de compromissos profissionais;
b) Impossibilidade de discussão sobre o evento;
c) Proximidade da realização da Copa;
d) Percepção do clima existente no país de origem;
e) Necessidade de testemunho da vibração nacional.
2) No Brasil, a Copa foi soberana:
a) aos astros, por tornar-se alvo do misticismo popular;
b) Às ciências, por constituir-se em acontecimento absoluto;
c) À população, por submetê-la ao seu funcionamento;
d) À religião, pela divisão do ano A.C. e D.C.;
e) À nação, por tratar-se de comportamento mundial.
3) As “providências” do narrador envolviam tudo isto, EXCETO:
a) comodidade;
b) segurança;
c) funcionalidade;
d) isolamento
e) medicamento.
4) “__ Não estou para ninguém, entendeu bem?/
__ Fique descansado, seu Carlos, ninguém vai telefonar./ A essa hora, todos
estarão vendo o jogo./
__ Nunca se sabe, Maria.”/
Os diálogos estão marcados pela seguinte sequencia:
a) questionamento / aceitação / consequência / desconfiança;
b) entendimento / causa / consequência / negação;
c) negação / entendimento / afirmação / aceitação;
d) afirmação / tranquilizarão / justificativa / dúvida;
e) tranquilizarão / questionamento / justificativa / dúvida .
74
“Quinze minutos antes da partida, já havia umas 60 pessoas na salinha
de TV conversando, numa expectativa que não será maior no dia em que
estivermos aguardando pela TV a confirmação do fim do mundo.”
A melhor interpretação para o trecho destacado está em:
a) A expectativa das pessoas que aguardavam o início do jogo foi igual
àquela demonstrada pelos telespectadores diante do apocalipse;
b) O fim do mundo será anunciado via satélite e, nessa ocasião, a
expectativa dos telespectadores será maior do que aquela demonstrada
pelo narrador e seus 60 convidados;
c) Na possibilidade de se confirmar, pela TV, o fim do mundo, a expectativa
das pessoas que estarão presenciando o momento não será mais
intensa do que essa demonstrada pelos telespectadores, amigos do
narrador;
d) Momentos antes da partida de futebol, os convidados do narrador
conversavam ansiosos, numa demonstração de expectativa que só é
menor do que aquela que perceberá o fim do mundo;
e) A execução dos hinos nacionais, o acúmulo de pessoas na salinha de
TV, a contagem regressiva para iniciar a partida foram responsáveis
pela grande expectativa dos telespectadores que pareciam aguardar o
fim do mundo.
Observe:
“... Achei que, sendo rápido, daria tempo de ir à garagem.”
“Saltei do elevador, desci, desliguei o fio de ignição e, em dois pulos, já estava
novamente dentro do elevador.”
“Parou no 1º andar... segundo, terceiro, quarto e tornou a parar, desta vez
entre o 5º e o 6º. Enguiçado.”
1) A sequencia textual remete à seguinte conclusão:
a) narrador foi imprudente nas suas ações;
b) Faltou um plano adequado à situação esportiva ;
c) Houve falha do narrador com relação à previsão do tempo;
d) As máquinas comprometem a segurança das pessoas;
e) Imprevistos podem acontecer em qualquer situação ;
2) No diálogo final entre o porteiro e o personagem preso no elevador, percebese tudo isto, exceto:
a) desespero;
75
b) resignação;
c) ameaça;
d) cortesia;
e) ordem.
3) O título do texto só não está relacionado à seguinte passagem:
a) “Se o seguro não tivesse vencido, seria capaz de deixar o carro pegar fogo.”
;
b) “Ouvi os acordes dos hinos nacionais e achei que, sendo rápido, daria tempo
de ir à garagem.” ;
c) “No dia do jogo acordei às 4h da manhã e fui dar uma geral na casa.” ;
d) “... Eu costumo pular muito nos gols do Brasil e posso cair lá embaixo.” ;
e) “Sabe quantas horas ficarei diante da televisão em junho? Já contei: 80
horas.”
Pega ladrão, Papai Noel!
Ele não era bem um Papai Noel, era mais um Santa Claus, pois
trabalhava numa cadeia de lojas multinacional, a Emperor Presentes Utilidades
Domésticas, aquela grande, da avenida. Consta, inclusive, que fez um curso de
seis semanas no próprio States para testar e aperfeiçoar sua tendência
vocacional, obtendo boa nota, apesar de cantar o “Jingle Bell” com imperdoável
sotaque latino-americano. Mas seu visual, mesmo sem uniforme, impressionou
favoravelmente a banca examinadora: era gordo, como convém a um Papai
Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir horas inteiras sem
nenhum motivo aparente. Aliás, um Papai Noel é isso: uma mancha vermelha
que sabe rir e às vezes fala.
— Você está ótimo! — disse-lhe o chefe da seção de brinquedos. — As
crianças vão adorá-lo!
Era véspera de Natal e a Emperor andava preocupadíssima com as
vendas, inferiores ao ano anterior. E preocupada com outras coisas, ainda: o
incrível número de furtos, razão por que Papai Noel além de sorrir e estimular
as vendas teria que ser também um olheiro, um insuspeito fiscal de seção.
Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos,
juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros de
um garotinho, quando viu. Viu o que? Um homem, e mais que ele, sua mão
surrupiando um trenzinho de pilha, imediatamente metido numa bolsa
76
promocional da Emperor. Interrompendo em meio seu sorriso, Papai Noel deu
um passo firme e fez voz de vigia:
—Por favor, me deixe ver essa bolsa!
Nem todo susto é paralisante: o homem, sem largar a bolsa, saiu em
disparada pela seção de brinquedos, empurrando pessoas, chutando coisas,
derrubando e pisando em brinquedos. Atrás desse furacão, seguiu outro
furacão, este encarnado, o Papai Noel aludido, que repetia em cores mais
vivas os desastres provocados pelo primeiro. A cena prosseguiu com mais
dramaticidade e ruídos na escadaria da Emperor, pois a seção de brinquedos
era no sexto andar. No quarto pavimento Papai Noel chegou a grampear o
ladrão pelo braço, mas este conseguiu escapar, livrando oito degraus entre o
quarto e o segundo andares. Aí, novamente Papai Noel pôs a mão enluvada no
fugitivo, mas um grupo de pessoas que saía do elevador poluiu a imagem e ele
tornou a ganhar distância.
Na avenida a perseguição teve novos aspectos e emoções. A pista era
melhor para corridas, mas ainda maior o número de pessoas e obstáculos. O
ladrão logo à saída da loja chocou-se com uma mulher que carregava mil
pacotes, pacotinhos e pacotões. Foram todos para o chão. Um propagandista
de longas pernas de pau fez uma aterrissagem forçada, que o aeroporto de
Congonhas teria desaconselhado devido ao mau tempo. O Papai Noel também
empurrava e derrubava, aduzindo ao seu esforço o clássico “pega ladrão!”, um
refrão tão comum na cidade que não entendo como ainda não musicaram. Na
primeira esquina quase… Um carro bloqueou a fuga do homem, que ficou
hesitante enquanto seu colorido perseguidor se aproximava em alta velocidade.
Quando o ladrão do brinquedo entrou numa galeria da Barão, os
espectadores, digamos assim, tiveram a impressão de que se livraram do
Papai Noel. Mas a câmera 2 logo mostrou o santo velhinho, entrando também
na galeria com o mesmo ímpeto dos primeiros fotogramas. Todavia, embora
corresse em milhas e o outro em quilômetros, não conseguia alcançá-lo.
Consta que Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão, de
ponta a ponta, onde é proibida a circulação de pedestres. Também sem
resultado.
A história, que nem historia é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe
lá. Lá, onde?
Naquele quarto de subúrbio.
Aquela noite, o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo
presente das lojas Emperor, o trenzinho de pilha, que tinha luzes diversas e até
apitava, excessivamente incrementado para qualquer garoto pobre.
O menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a
maravilha eletrônica.
— Papai, o senhor não devia ter comprado.
— Mas não comprei.
77
— Ahn?
— Ganhei.
— De quem?
— De Papai Noel, ora. Bom cara. Nem precisei pedir. Ele correu atrás de
mim e me deu o presente. Disse que a pilha dura três meses. Legal, não?
Rey, Marcos. Pega ladrão, Papai Noel!
In: Para gostar de ler. 1. ed. São Paulo, Ática, 1983. v. 8. p.29-31
Interpretação
1) O último período do primeiro parágrafo denuncia que Papai Noel não precisa
ter necessariamente:
a) honestidade;
b) personalidade;
c) dinamismo;
d) afabilidade;
e) cortesia.
4) A julgar pelos parágrafos sexto e sétimo, o adjetivo que melhor caracteriza o
estilo do autor é:
a) hermético;
b) conciso;
c) superficial;
d) agramatical;
e) cinematográfico.
5) O narrador se refere metaforicamente a Papai Noel em todas as alternativas,
exceto em uma delas. Indique-a:
a) “mancha vermelha”;
b) “passo firme”;
c) “furacão encarnado”;
d) “colorido perseguidor”;
e) “santo velhinho”.
6) A veia crítica e irônica do narrador se faz presente na opção:
a) “Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos…”;
b) “… o homem (…) saiu em disparada pela seção de brinquedos…”;
78
c) “… ‘pega ladrão’, um refrão tão comum na cidade que não entendo como
ainda não musicaram.” ;
d) “… o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo presente das
lojas…”;
e) “o menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a
maravilha eletrônica.”.
7) Assinale a referência a Papai Noel que contrasta com as demais:
a) “… Papai Noel deu um passa firme e fez voz de vigia…”;
b) “… Papai Noel chegou a grampear o ladrão pelo braço…”;
c) “O Papai Noel também empurrava e derrubava…”;
d) “… Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão.”;
e) “Nem precisei pedir. Ele correu atrás de mim e me deu o presente.” .
8) Em inglês, Santa Claus é Papai Noel; logo, a personagem do texto não é
bem um Papai Noel porque:
a) Servia a uma multinacional;
b) Era também um fiscal de seção;
c) Aperfeiçoara sua tendência vocacional;
d) Tinha sotaque latino-americano;
e) Trabalhava numa empresa brasileira.
9) O último parágrafo do texto mostra que o pai, diante do filho, preferiu:
a) a verdade à mentira;
b) a mentira à verdade;
c) a verdade a mentira;
d) a mentira e a verdade;
e) a sinceridade à mentira.
GRAMÁTICA
Exercícios
1. Indique os adjetivos práticos correspondentes aos países relacionados a
seguir.
Ex.: Portugal português, portuguesa
1. Irlanda ____________________________
_______________________ _
2. Inglaterra__________________________
______________________
6. China
7. Tailândia
79
3.Japão _____________________________
_______________________
4. Finlândia __________________________
____________________ _
5.Dinamarca_________________________
________________________
8. Escócia
9. Noruega
10.França
2. Complete:
a) Quem nasce no Pará é
______________________________________________________________
________
b) Quem nasce no Paraná é
_______________________________________________________________
_______
c) Quem nasce no Ceará é
_______________________________________________________________
_______
d) Quem nasce no Piauí é
_______________________________________________________________
_______
e) Quem nasce no Amazonas é
_______________________________________________________________
_______
f) Quem nasce em Jundiaí é
_______________________________________________________________
_______
g) Quem nasce em Santa Catarina é
_______________________________________________________________
_______
h) Quem nasce em Maceió é
_______________________________________________________________
_______
i) Quem nasce no Maranhão é
_______________________________________________________________
_______
j) Quem nasce em Manaus é
_______________________________________________________________
_______
3. Forme substantivos destes adjetivos:
Ex.: Belo beleza
a) grande ____________________________
b) esbelto____________________________
80
c) esperto ____________________________
d) claro ______________________________
e) delicado ___________________________
f) certo_______________________________
g) fino ________________________________
h) áspero_____________________________
i) sutil ________________________________
j) duro _______________________________
k) pobre ______________________________
l) rude_______________________________
m) triste ______________________________
n) puro ______________________________
o) cru _______________________________
4. Forme substantivos destes adjetivos:
Ex.: ácido acidez
1.
sensato
______________________________
6.
rígido
________________________
2.
árido
________________________________
7.
flácido
_______________________
3.
macio
______________________________
8.escasso________________________
4.
ávido
_______________________________
9.
límpido
_______________________
5.
pequeno
_____________________________10.
rápido
______________________
5. Derive os verbos das palavras abaixo:
Ex.: tarde entardecer
a) noite _______________________________
b) manhã _____________________________
c) duro _______________________________
d) triste _______________________________
e) negro _______________________________
f) branco_______________________________
g) magro _______________________________
h) rico _________________________________
i) velho ________________________________
j) pobre _________________________________
6. Derive os adjetivos dos substantivos indicados
Ex.: defeito defeituoso
81
a) preconceito ______________________
b) fama ___________________________
c) poder ___________________________
d) assombro ________________________
e) raiva ____________________________
f) melindre _________________________
g) atenção _________________________
h) gosto ___________________________
i) valor ____________________________
j) volume __________________________
7. Derive verbos das palavras abaixo:
Ex.: atual atualizar
a) racional _______________________________
b) total __________________________________
c) eterno ________________________________
d) hospital ________________________________
e) fértil _________________________________
f) útil ___________________________________
g) civil __________________________________
h) humano _______________________________
i) central ________________________________
8) Complete as palavras com S ou Ç:
a) sumi______o
k) far______a
b) sen______ato
l) an______iar
c) proibi______ão
m) propor______ão
d) compul______ório
n) rever______o
e) pul______o
o) con______órcio
f) promo______ão
p) manuten______ão
g) sensa______ão
q) ra______ão
h) man______o
r) fal______idade
i) servi______al
s) imer______ão
j) condu______ão
t) coer______ão
9. Complete as palavras com S ou Z:
82
1. confu______ão
2. ri______onho
3. va______io
4. vi______inho
5. i______ento
6. fu______ilar
7. aga______alho
8. juí______o
9. ra______oãvel
10. co______inhar
11. religio______o
12. pe______adelo
13. re______ar
14. hipóte______e
15. a______arado
16. endeu______a
10.
17. saudo______o
18. bali______a
19. raí______es
20. va______o
21. desli______amento
22. li______o
23. análi______e
24. despre______o
25. bá______iço
26. trapé______io
27. sinu______ite
28. a__________edo
29. rodí__________io
30. lo__________ango
31. rego__________ijo
32. ra__________ura
Complete a série abaixo, com SS ou Ç (ou C):
a) descri__________ão
b) exce__________ão
c) conce__________ão
d) ace__________ível
e) admi__________ão
f) a__________ude
g) agre__________ão
h) alma__________o
i) regre__________o
j) foi__________e
k) extin__________ão
l) arreme__________o
m) elei__________ão
n) opre__________ão
o) exce__________ivo
p) lou__________a
q) posi__________ão
r) so__________ego
s) bên__________ão
t) comp__________a
11.
Complete cas palavras com CH ou X:
a) __________adrez
k) frou__________o
b) pra__________e
l) aga__________ar
c) en__________er
m) ma__________o
d) pran__________a
n) en__________ame
e) bre__________a
o) mo__________ila
f) fei__________e
p) me__________erico
g) cai__________a
q) bru__________a
h) pi__________ar
r) fi__________ a
i) amei__________a
s) dei__________ar
j) __________utar
t) acon__________ego
83
12. Complete a série de palavras com G ou J:
a) gor__________eta
k) está__________io
b) _________Ênio
l) re__________eitar
c) pro__________eto
m) la__________e
d) cora__________em
n) no__________ento
e) re__________ente
o) vora__________em
f) an__________inho
p) ma__________istral
g) ma_______estade
q) prestí__________io
h) conta__________em
r) ima__________em
i) sar__________eta
s) su__________eito
j) con__________elar
t) ob__________eto
13. Comple com SC ou C:
a) na__________ente
b) plá__________ido
c) ob__________eno
d) carí__________ia
e) adoe__________er
f) a______ensorista
g) ra__________cional
h) cre__________ente
i) fa__________inação
j) ra__________ismo
k) fa__________ismo
l) ví__________io
m) a______inte
n) flore__________er
o) re__________ente
p) con__________iente
q) adole______ência
r) de__________ida
s) a_______essível
t) con__________iliar
14. Complete as palavras com com SC, SS, S ou Ç :
a) pi______ ina
b) re______uscitar
c) expan______Ivo
d) dan______ar
e) suí______o
f) ví______eras
g) ân______ia
h) pê______ego
i) retroce______o
j) pan______a
k) di______ípulo
l) man______idão
m) can______ado
n) e______encial
o) exce______ão
p) la______ivo
q) cansa______o
r) preten______ão
s) remane______ente
t) esca______ez
84
15) Complete as palavras com O ou U:
a) escao______lir
b) p______limento
c) cu______rtir
d) nód______a
e) ab______lição
f) ent______pir
g) ca______o
h) tab______ada
i) s______taque
j) jab______ticaba
k) m______rmúrio
l) g______ela
m) b______lir
n) m______ringa
o) trib______
p) b______rburinho
q) t______ssir
r) míng______a
s) b______rbulhar
t) rég______a
16. Empregue corretamente porque, porquê, por que, por quê ou porque:
a) ______________________ viemos à aula hoje?
b) Explique-me o ______________________ de sua revolta.
c) Alguém sabe ______________________ eles ficaram tão zangados?
d) E agora, você está reclamando ______________________ ?
e) Ele me disse que não veio à reunião ______________________estava com
preguiça.
f) Já sei ______________________ ninguém gosta dele.
g) Você vai sair agora? ______________________ ?
h) ______________________ temos de esperar pelos outros?
17. Complete as lacunas com os substantivos adequados, conforme o
exemplo:
Ex.: Quem traduz faz uma tradução.
1. Quem reprime faz uma
__________________________________________________________
2. Quem concede faz uma
__________________________________________________________
3. Quem se demite pede
__________________________________________________________
4. Quem se excede comete um
__________________________________________________________
5. Quem se deprime sofre uma
__________________________________________________________
6. Quem permite dá uma
__________________________________________________________
85
7. Quem se intromete faz uma
__________________________________________________________
8. Quem omite faz uma
__________________________________________________________
9. Quem imprime faz uma
__________________________________________________________
10. Quem adverte faz uma
__________________________________________________________
11. Quem deduz faz uma
___________________________________________________________
12. Quem pretende tem uma
__________________________________________________________
13. Quem resiste mostra
___________________________________________________________
14. Quem tolera mostra
___________________________________________________________
15. Quem compreende mostra
___________________________________________________________
16. Quem subverte faz uma
___________________________________________________________
17. Quem influi mostra
___________________________________________________________
18. Quem confia tem
___________________________________________________________
19. Quem crê tem uma
___________________________________________________________
20. Quem insiste faz uma
___________________________________________________________
18. Preencha as lacunas com ao, aos, a as, à ou às:
a) Fui a o sítio, depois voltei a a cidade.
Fui _______ sítio, depois voltei _______ cidade.
b) A sentença foi favorável a o réu e a a ré.
A sentença foi favorável _______ réu e _______ ré.
b) O atraso será prejudicial a os planos e a as pesquisas.
O atraso será prejudicial ______ planos e _____ pesquisas.
d) Prestou homenagem a as mães e a as avós.
Prestou homenagem _______ mães e ______ avós.
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e) Pedro escreveu a carta a a namorada.
Pedro escreveu ______ carta _____ namorada.
f) Isto se destina a homens ou a mulheres?
Isto se destina ______ homens ou ______ mulheres?
g) O inquilino pagou a conta a a proprietária?
O inquilino pagou ______ conta _____ proprietária?
h) Havia um mau elemento, prejudicial a a brincadeira.
Havia um mau elemento, prejudicial _______ brincadeira.
i) Os alunos ofereceram flores vermelhas a a professora.
Os alunos ofereceram flores vermelhas ________ professora.
j) Fiéis a as aspirações coletivas, estamos sempre com o povo.
Fiéis _______ aspirações coletivas, estamos sempre com o povo.
k) Manuel foi condenado a a prisão por cinco anos.
Manuel foi condenado _______ prisão por cinco anos.
l) Sei que isto poderá ser nocivo a todos.
Sei que isto poderá ser nocivo ______ todos.
m) O orador referiu-se a obras feitas e a tarefas especiais.
O orador referiu-se ______ obras e ______ tarefas especiais.
n) Respeitemos a sinalização. Obedeçamos a a lei.
Respeitemos ________ sinalização. Obedeçamos ______ lei.
o) A medalha foi conferida a as alunas e a os alunos mais aplicados.
A medalha foi conferida _______ alunas e ______ alunos mais aplicados.
p) Cheguei muito tarde a casa e não pude ir a a casa de meu avô.
Cheguei muito tarde_________ casa e não pude ir _______ casa de meu avô.
19. Empregue ou não o acento grave, conforme as regras:
1. Solicitei a secretária que nos informasse a respeito da promoção a ser
enviada a TV.
2. O diretor do Departamento do pessoal referiu-se as novas funcionárias que,
no momento, prestam serviços a Assessoria Econômica da empresa.
3. O cliente se reportou a venda que lhe fizemos de uma máquina destinada a
irrigação de pomares.
87
4. Solicitamos a V.Sa a devolução das obras constantes da relação anexa.
5. Sem outro motivo, colocamo-nos a disposição de V.Sa
6. A Diretoria, cuja solicitação atendemos, incumbiu-nos de estabelecer os
primeiros contatos para a vinda do ilustre conferencista a esta empresa.
7. O orador não se referiu a obras realizadas, nem a planos especiais.
8. Prefiro servir aqui a trabalhar permanentemente a serviço de terceiros.
9. Durante o almoço, estavam a mesa os Diretores Comercial, Administrativo e
de Produção.
10. Preciso ir a Editora, a fim de procurar a obra solicitada. Depois voltarei a
firma e darei a assessoria as informações.
11. Minha iniciativa visa a objetivos dos planos de vendas.
12. Os revendedores irão a Guarujá, a fim de assistirem a importantes
palestras. Depois retornarão as cidades de onde vieram.
13. O Diretor visitará a Alemanha, depois voltará a Itália.
14. Aludimos aquilo que dizia respeito a venda programada.
15. Solicitamos a V.Sa fineza de estabelecer os limites de suas pretensões.
16. Levamos ao conhecimento de V.Sa que tudo saiu a contento e nosso
cliente fez questão de elogiar, de modo especial, a execução fiel do projeto.
20. Complete convenientemente as lacunas com a, as, à, às ou há:
a) Ela sempre mostrava indiferença ________ qualquer conversa.
b) Tens, acaso, pretensão ________ ocupar aquele cargo?
c) Trouxeste as mercadorias destinadas _________ esta praça?
d) “Muitas vezes _______ sintaxe dos escritores modernos obedece mais
_________ riqueza da
e) imaginação do que ______ lógica gramatical”. (Mário Barreto)
f) Esta medalha foi conferida _______ aluna mais aplicada e _______ de
imaginação mais fecunda.
g) Parece ______ mim que esta mudança será prejudicial __________ ela.
h) “As dissensões do Império Visigótico trouxeram __________ Espanha os
muçulmanos”. (Herculano)
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i) _______ dois dias, Pedrinho aqui esteve.
j) Não sei por que Felisberto gosta de trajar-se _______ antiga.
21 ) Complete com parônimo adequado:
a) Apertou o acelerador, o veículo arrancou e atingiu a velocidade máxima.
Estava ______________________________ uma tragédia. (eminente iminente).
b) O velho nos ordenou que descêssemos e voltássemos a pé. Minha revolta ia
____________ em forma de palavrão. (imergir – emergir)
c) Quando o casal comemorou suas bodas de prata, sugerimos que o filho
____________________ a festa. (custeasse – costeasse)
d) Não creio que fosse tão insensível quanto parecia. Era certo que sua
__________impedia demonstrações de alegria. (descrição – discrição)
e)
Os
jornais
comentavam
ainda
o
caso
da
esposa
que_____________________
o marido à polícia. (dilatara – delatara)
f) Ele sabia que era uma covardia bater naquele menino fraco que
___________
de medo. (soava – suava)
g) Recordo a cara de indignação que minhas palavras provocaram nele. Será
que, finalmente, a lição ia __________________________ efeito? (surtir –
sortir)
22) Assinale a alternativa que apresenta pontuação correta:
a) O sinal, estava fechado, os carros, porém não paravam.
b) O sinal estava fechado: os carros porém, não paravam.
c) O sinal estava fechado; os carros porém, não paravam.
d) O sinal estava fechado: os carros porém não paravam.
e) O sinal estava fechado; os carros, porém, não paravam.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Emília... [et al]. Novas palavras: português, volume único. 2ª ed.
São Paulo: FTD, 2003.
CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da Língua Portuguesa / Pasquale &
Ulisses. 2ª ed. São Paulo: Scipione, 2003.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís Filipe Lindley. Nova Gramática do português
contemporâneo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
BASTOS, André Luís de Freitas... [et al]. Língua Portuguesa Total. São
Paulo: S/D.
D’ANGINA, Rosina I. M. Novo Curso de Redação e Gramática. 1ª ed. São
Paulo: Ícone, 2001.
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de monografia, dissertação e
tese. São Paulo: Avercamp, 2004.
90
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