COLÉGIO TERESIANO – CAP/PUC Roteiro de Estudo I Relativo ao 1º BIMESTRE 2ª SÉRIE / ENSINO MÉDIO __/__/2012 Professor (a): Aluno (a): N° LÍNGUA PORTUGUESA Turma: (A) (B) (C) ROTEIRO DE ESTUDOS – 1º. BIMESTRE Estudar nossos mapas interativos Fichas com os exercícios feitos no período Caderno Lembretes APOSTILA I - MORFOLOGIA Sintagma Nominal Sintagma Verbal A Adn. A Adn A Adv Adjet. ou Loc. Adjet. Artigo Advérb ou Loc. NN A Adn Substantivo ou A ADN Pronome substantivo NV A Adn Verbo: Ação Fenômeno da natureza Pronome Adjetivo Numeral Substantivo: é a palavra que nomeia os seres em geral, ações, estado, qualidade, e conceitos. Ex: gato – cavalo – menino – Pedro – canto (cantar) – doença – beleza – justiça etc. ADJETIVO: O adjetivo é essencialmente um modificador do substantivo. Serve: 1o.) para caracterizar os seres ou as noções nomeadas pelo substantivo, indicandolhe: uma qualidade, o modo de ser, o aspecto ou aparência, o estado. 2o.) para estabelecer com o substantivo um relação de tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de procedência etc. 1 NOME SUBSTANTIVO E NOME ADJETIVO É muito estreita a relação entre o substantivo (termo determinado) e o adjetivo (termo determinante). Não raro, há uma única forma para as duas classes de palavras e, nesse caso, a distinção só poderá ser feita na frase. Compare-se, por exemplo: Uma preta velha vendia laranjas. Uma velha preta vendia laranjas. Na primeira oração, preta é substantivo, porque é a palavra-núcleo, caracterizada por velha, que por sua vez, é adjetivo na medida em que é a palavra caracterizadora do termo-núcleo. Na segunda oração, ao contrário, velha é substantivo e preta é adjetivo. Como vemos, a subdivisão dos nomes portugueses em substantivos e adjetivos obedece a um critério basicamente sintático, funcional. ESQUEMA: de superioridade: Pedro é mais estudioso do que Paulo. COMPARATIVO de igualdade: Pedro é tão estudioso como (quanto) Paulo. de inferioridade: Pedro é menos estudioso do que Paulo. Superioridade: Ele é o mais inteligente classe. Relativo Inferioridade: Ana é a menos inteligente da sala. Analítico:O professor é muito inteligente. SUPERLATIVO: Absoluto Sintético : O professor é inteligentíssimo. PRONOME: é a palavra que designa os seres, ou a eles se refere, em caráter estritamente gramatical, isto é, sem jamais nomeá-los nem conferir-lhes um conceito determinado. 2 Classificação a) Pronome pessoal: denota diretamente as três pessoas do discurso. Pode ser pessoal, oblíquo ou de tratamento. b) Pronome possessivo: estabelece uma relação de posse/ pertinência/ ou referência com as pessoas do discurso. c) Pronome demonstrativo: assinala a posição do ser ou do objeto designado, em relação às três pessoas do discurso. d) Pronome indefinido: refere-se sempre à 3a. pessoa gramatical/discurso situada de maneira vaga, imprecisa, ou exprimindo uma quantidade indeterminada. e) Pronome relativo: é uma subclasse especial dos pronomes que possui um duplo papel dentro da frase: por um lado, refere-se a um termo anteriormente expresso, substituído-o na construção; por outro, atua como um conectivo, introduzindo uma oração adjetiva subordinada a esse antecedente. f) Pronome interrogativo: é aquele que se emprega na formulação de uma interrogação direta ou indireta, referindo-se a algum ser ou objeto desconhecido. ADVÉRBIO: é a palavra de natureza nominal ou pronominal que serve, fundamentalmente, para modificar um verbo, ou ainda enfatizar o sentido de um adjetivo, de um outro advérbio e, até mesmo, de toda uma frase, atribuindo-lhes uma circunstância de tempo, modo, lugar, afirmação, negação, dúvida ou intensidade. Por exemplo, a frase Ontem, ela não agiu muito bem. tem quatro advérbios: ontem, de tempo; não, de negação; muito, de intensidade; bem, de modo. As circunstância podem também ser expressas por uma locução adverbial - duas ou mais palavras exercendo a função de um advérbio. Por exemplo, a frase Ele, às vezes, age às escondidas. Tem duas locuções adverbiais: às vezes, de tempo; às escondidas, de modo. VERBOS: Modos, tempos e aspectos verbais a) Modo expressa, fundamentalmente, a atitude do falante, “em face do processo verbal”. Assim temos: Indicativo para expressar uma intenção certa. Subjuntivo para expressar um desejo, uma hipótese etc. Imperativo para expressar uma ordem ou pedido. b) Tempos e Aspecto O tempo expressa basicamente o momento em que transcorre o processo enunciado pelo verbo. O aspecto refere-se ao ponto de vista “do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo”. Assim, as formas perfeitas ou mais-que-perfeitas, seriam tempo verbal e as imperfeitas, aspecto. 3 Tempos Simples INDICATIVO PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO IMPERFEITO PRETÉRITO-MAIS-QUEPERFEITO SUBJUNTIVO PRESENTE --------------------------PRETÉRITO IMPERFEITO IMPERATIVO AFIRMATIVO/NEGATIVO --------------------------- -------------------------- -------------------------- FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO FUTURO ------------------------- --------------------------- Preposição: Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando-os. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo, etc. Por exemplo, na frase Os alunos do colégio assistiram ao filme de Walter Salles comovidos, teremos como elementos da oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição. Observe: de liga alunos a colégio, a liga assistir a filme, de liga filme a Walter Salles. Portanto são preposições. O termo que antecede a preposição é denominado regente, e o termo que a sucede, regido. Portanto em "Os alunos do colégio..." teremos: os alunos = elemento regente; o colégio = elemento regido. CONJUNÇÃO: Chama-se conjunção a palavra invariável que serve para ligar (relacionar, unir) duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração. Podemos ainda dizer que conjunção é o conectivo oracional, isto é, é a palavra que liga orações Ex: Estudo porque preciso. O ignorante vê que o céu é azul. Estudei, mas não passei de ano. Nesses períodos, os vocábulos porque, que, mas são conjunções porque são os conectivos das orações. A compreensão do texto depende do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas as outras disciplinas sem exceção. Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas: I - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto é, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos. 4 II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva. III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentatório. SEMÂNTICA Em sentido largo, pode-se entender semântica como um ramo dos estudos linguísticos que se ocupa dos significados produzidos pelas diversas formas de uma língua. Dentro dessa definição ampla, pertence ao domínio da semântica tanto a preocupação com determinar o significado dos elementos constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o das palavras no seu todo e ainda o de frases inteiras. Sinônimos: formas linguísticas que apresentam o mesmo significado (coragem/destemor; rápido/ligeiro/lépido). Antônimos: formas lingüísticas de significado oposto (progredir x regredir; bom x mau). Polissemia: propriedade que a mesma palavra tem de assumir significados diferentes. Luísa bate a porta. (fechar) Antônio bate o carro no poste. (trombar) O sino bate três vezes. (soar) O coração bate rápido. (pulsar) Obs.: o significado específico assumido pela palavra dentro do contexto linguístico em que ela aparece é denominado significação contextual. Ambiguidade: possibilidade de interpretar de maneiras diferentes a mesma palavra ou frase. Ex: Ministro falará da crise no Canal 17. Denotação: conceito ou significado que uma palavra evoca. Os dicionários trazem dominantemente o significado denotativo das palavras (descrevem conceitos associados a elas). Conotação: conjunto de valores, impressões ou reações psíquicas que se superpõem a uma palavra. Palavras com praticamente a mesma denotação possuem conotações nitidamente diversas. É o caso de amante, amásia, companheira, amigada, concubina. Observações importantes sobre interpretação Diferença entre compreender e interpretar um texto. Compreender consiste em analisar o que está realmente escrito, ou seja, pegar dados do texto (referência) (está para a forma). Interpretar consiste em saber o que se infere (conclui-se) do que está escrito (inferência) (está para o conteúdo). 5 Exercícios: De Gramática e de Linguagem Mário Quintana E havia uma gramática que dizia assim: "Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta". Eu gosto das cousas. As cousas sim !... As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso. As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém. Uma pedra. Um armário. Um ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante...) As cousas vivem metidas com as suas cousas. E não exigem nada. Apenas que não as tirem do lugar onde estão. E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? Não importa: João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, Amigo ou adverso...João só será definitivo Quando esticar a canela. Morre, João... Mas o bom mesmo, são os adjetivos, Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. luminoso. Sonoro. Lento. Eu sonho Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. Ainda mais: Eu sonho com um poema Cujas palavras sumarentas escorram Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, Um poema que te mate de amor Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto... A propósito do texto: Questão 1- Tomando como base o poema acima, conceitue: a) substantivo: b) adjetivo: Questão 2- Retire os cinco primeiros substantivos constantes no poema e faça a análise morfológica: Questão 3- A palavra cousa, hoje em dia, não é mais usada na língua falada. Que variante usamos em seu lugar? 6 Questão 4- Retire do seguinte trecho do poema os adjetivos existentes: “ Para quê? não importa : João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, Amigo ou adverso... João só será definitivo Quando esticar a canela.. Morre, João...” Questão 5- Use seu dicionário e dê o sentido das palavras: a) falastrão b) reticente c) adverso Questão 6- A expressão “quando esticar a canela” faz parte da linguagem informal. Explique o seu significado. Questão 7- Volte ao texto de Mário Quitana e identifique de acordo com a legenda: (1) artigo (2) substantivo (3) pronome (4) adjetivo (5) verbo (6) advérbio (7) numeral Questão 8- Veja o exemplo e faça a análise morfossintática das orações a seguir: 7 a) O cão desapareceu no campo vazio. b) João estava feliz. c) Ficou uma dúvida em cada olhar. d) Ainda não se fez a entrega dos jornais aos assinantes. e) Coube-lhe uma casa por herança. Questão 9- Faça a análise morfossintática das expressões destacadas: a) A volta do professor ao colégio era esperada por todos: - volta: ______________________________________________________ - do professor: ________________________________________________ - ao colégio: __________________________________________________ - era esperada: ________________________________________________ - por todos: ___________________________________________________ b) Permaneci imóvel. - permaneci: __________________________________________________ - imóvel: _____________________________________________________ c) Há bons livros na sua estante. - há: ________________________________________________________ - bons livros: _________________________________________________ - na tua estante: _______________________________________________ d) Um estremecimento elétrico corre pelas veias dos valentes oficiais. - um estremecimento elétrico: ____________________________________ - corre: ______________________________________________________ - pelas veias dos valentes oficiais: _________________________________ e) Obedeça aos regulamentos. - obedeça: ____________________________________________________ - aos regulamentos: ____________________________________________ 8 Questão 10- Leia e analise o texto de Rubem Braga e as opções que ele fez para construí-lo. Depois faça a análise morfossintática das orações ou termos destacados. Aula de Inglês - Rubem Braga — Is this an elephant? Minha tendência imediata foi responder que não; mas a gente não deve se deixar levar pelo primeiro impulso. Um rápido olhar que lancei à professora bastou para ver que ela falava com seriedade, e tinha o ar de quem propõe um grave problema. Em vista disso, examinei com a maior atenção o objeto que ela me apresentava. Não tinha nenhuma tromba visível, de onde uma pessoa leviana poderia concluir às pressas que não se tratava de um elefante. Mas se tirarmos a tromba a um elefante, nem por isso deixa ele de ser um elefante; mesmo que morra em consequência da brutal operação, continua a ser um elefante; continua, pois um elefante morto é, em princípio, tão elefante como qualquer outro. Refletindo nisso, lembrei-me de averiguar se aquilo tinha quatro patas, quatro grossas patas, como costumam ter os elefantes. Não tinha. Tampouco consegui descobrir o pequeno rabo que caracteriza o grande animal e que, às vezes, como já notei em um circo, ele costuma abanar com uma graça infantil. Terminadas as minhas observações, voltei-me para a professora e disse convincentemente: — No, it's not! Ela soltou um pequeno suspiro satisfeita: a demora de minha resposta a havia deixado apreensiva. Imediatamente perguntou: — Is it a book? Sorri da pergunta: tenho vivido uma parte de minha vida no meio de livros, conheço livros, lido com livros, sou capaz de distinguir um livro a primeira vista no meio de quaisquer outros objetos, sejam eles garrafas, tijolos ou cerejas maduras— sejam quais forem. Aquilo não era um livro, e mesmo supondo que houvesse livros encadernados em louça, aquilo não seria um deles: não parecia de modo algum um livro. Minha resposta demorou no máximo dois segundos: — No, it's not! Tive o prazer de vê-la novamente satisfeita — mas só por alguns segundos. Aquela mulher era um desses espíritos insaciáveis que estão sempre a se propor questões, e se debruçam com uma curiosidade aflita sobre a natureza das coisas. — Is it a handkerchief? Fiquei muito perturbado com essa pergunta. Para dizer a verdade, não sabia o que poderia ser um handkerchief; talvez fosse hipoteca... Não, hipoteca não. Por que haveria de ser hipoteca? Handkerchief! Era uma palavra sem a menor sombra de dúvida antipática; talvez fosse chefe de serviço ou relógio de pulso ou ainda, e muito provavelmente, enxaqueca. Fosse como fosse, respondi impávido: — No, it's not! Minhas palavras soaram alto, com certa violência, pois me repugnava admitir que aquilo ou qualquer outra coisa nos meus arredores pudesse ser um handkerchief. 9 Ela então voltou a fazer uma pergunta. Desta vez, porém, a pergunta foi precedida de um certo olhar em que havia uma luz de malícia, uma espécie de insinuação, um longínquo toque de desafio. Sua voz era mais lenta que das outras vezes; não sou completamente ignorante em psicologia feminina, e antes dela abrir a boca eu já tinha a certeza de que se tratava de uma palavra decisiva. — Is it an ash-tray? Uma grande alegria me inundou a alma. Em primeiro lugar porque eu sei o que é um ashtray: um ash-tray é um cinzeiro. Em segundo lugar porque, fitando o objeto que ela me apresentava, notei uma extraordinária semelhança entre ele e um ash-tray. Era um objeto de louça de forma oval, com cerca de 13 centímetros de comprimento. As bordas eram da altura aproximada de um centímetro, e nelas havia reentrâncias curvas — duas ou três — na parte superior. Na depressão central, uma espécie de bacia delimitada por essas bordas, havia um pequeno pedaço de cigarro fumado (uma bagana) e, aqui e ali, cinzas esparsas, além de um palito de fósforos já riscado. Respondi: — Yes! O que sucedeu então foi indescritível. A boa senhora teve o rosto completamente iluminado por onda de alegria; os olhos brilhavam — vitória! vitória! — e um largo sorriso desabrochou rapidamente nos lábios havia pouco franzidos pela meditação triste e inquieta. Ergueu-se um pouco da cadeira e não se pôde impedir de estender o braço e me bater no ombro, ao mesmo tempo que exclamava, muito excitada: — Very well! Very well! Sou um homem de natural tímido, e ainda mais no lidar com mulheres. A efusão com que ela festejava minha vitória me perturbou; tive um susto, senti vergonha e muito orgulho. Retirei-me imensamente satisfeito daquela primeira aula; andei na rua com passo firme e ao ver, na vitrine de uma loja, alguns belos cachimbos ingleses, tive mesmo a tentação de comprar um. Certamente teria entabulado uma longa conversação com o embaixador britânico, se o encontrasse naquele momento. Eu tiraria o cachimbo da boca e lhe diria: __It's not an ash-tray! E ele na certa ficaria muito satisfeito por ver que eu sabia falar inglês, pois deve ser sempre agradável a um embaixador ver que sua língua natal começa a ser versada pelas pessoas de boa-fé do país junto a cujo governo é acreditado. Maio, 1945 10