1 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO GABRIEL ARRUDA BURANI A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE ATENÇÃO NA RENOVAÇÃO DA CNH DOS CONDUTORES. MACEIÓ - AL 2014 2 GABRIEL ARRUDA BURANI A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE ATENÇÃO NA RENOVAÇÃO DA CNH DOS CONDUTORES. Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof.ª. Gomes Calado MACEIÓ - AL 2014 Esp. Vera Cristina 3 GABRIEL ARRUDA BURANI A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE ATENÇÃO NA RENOVAÇÃO DA CNH DOS CONDUTORES. Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. APROVADO EM ____/____/____ _______________________________________________________ PROFA. ESP. VERA CRISTINA GOMES CALADO ORIENTADORA _______________________________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA BANCA EXAMINADORA 4 DEDICATÓRIA Aos meus pais, Maria Ivani de Arruda Burani e Darci Burani, sempre ao meu lado e fundamentais para meu sucesso pessoal e profissional. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço de forma sincera e amorosa aos meus pais Maria Ivani de Arruda Burani e Darci Burani, pelo apoio irrestrito, oportunidades e confianças depositados em mim para a realização deste curso e pesquisa para meu crescimento profissional Agradeço à Samira de Oliveira Rodrigues, pelo carinho e apoio emocional. Agradeço a Professora Vera Cristina Gomes Calado, minha orientadora, pela orientação valiosa e ao Professor Manoel Nascimento, Coordenador do Curso. Agradeço os colegas Beth (de São José dos Campos), Helena (de Itu), Denise (de Sorocaba), Raellany (de Alagoas), Daniela (Sergipe), Ricardo (de Minas) e Taisa (da Bahia) e tantos outros colegas com quem tive contato durante o curso. A conclusão desta pesquisa não seria possível sem a participação dos 34 motoristas que cederam seus dados durante o processo da renovação da CNH em 2013. Agradeço a Deus pela força, oportunidade e pela Sua Luz. 6 RESUMO Esta pesquisa buscou mensurar os níveis de atenção de condutores que exercem atividade remunerada no município de Cerquilho-SP, e buscar a importância desta característica ao motorista, na renovação da CNH. O trânsito é onde o individuo está sempre em contato com outros motoristas, pedestres e vias. A atenção é um dos requisitos a serem avaliados pelo psicólogo, segundo a determinação da Resolução 425/2012 do CONTRAN, uma vez que esta é a habilidade do indivíduo de focar e determinar quais são suas ações em determinado contexto e suas consequências. Autores como Rueda, Sisto, Cambraia, Silva, Bianchi entre outros, que contribuíram para construção do embasamento teórico desta pesquisa. Na avaliação psicológica para obtenção da CNH, é muito comum que a atenção concentrada, dentre tantas outras categorias de atenção como sustentada, difusa e dividida, seja avaliada pelo psicólogo perito. A atenção concentrada pode ser definida como a capacidade de o indivíduo de focar em um estímulo, dentre tantos outros, durante determinado tempo. Durante os meses de Agosto a Novembro de 2013, 34 motoristas que exercem atividade remunerada foram avaliados na clínica do pesquisador com objetivo de renovar a CNH. A bateria de testes avaliou os níveis de Atenção Concentrada de cada participante, por meio dos testes AC e TEACO-FF. Os participantes responderam a um questionário fechado, onde alem de identificação pessoal, responderam sobre segurança no trânsito. Como resultado da pesquisa, verificou-se que a atenção é um fator importante para o motorista, não só teoricamente, mas como característica aferida e conscientizada. Dos 34 participantes 70% deles obtiveram resultado Medio nos resultados dos testes realizados em uma única avaliação, enquanto outros 30% necessitaram realizar uma reavaliação, para a aprovação e renovação da CNH. Todos os participantes reconhecem a importância da atenção para a segurança no trânsito. Palavras-chave: Psicológica. Motoristas Profissionais, Atenção Concentrada, Avaliação 7 ABSTRACT This study aimed to measure the levels of attention from professional drivers in the municipality of Cerquilho - SP and seek the importance of this feature to the driver to the renew your CNH. The traffic is where the individual is always in contact with other drivers, pedestrians and roads . Attention is one of the requirements to be evaluated by a psychologist, according to the determination of Resolution 425/2012 CONTRAN , since this is the individual's ability to focus and determine what your actions in a particular context and its consequences . Authors such as Rueda, Sisto, Batiste, Silva, Bianchi and others who contributed to building the theoretical foundation of this research. In psychological assessment the license to drive it is very common the expert psychologist to do the assessment for driver's focused attention, among many other categories as sustained attention , divided and diffuse. Focused attention can be defined as the ability of the individual to focus on a stimulus, among many others, for a certain time. During the months of August to November 2013, 34 professional drivers were evaluated in clinical researcher in order to renew the CNH . The test battery assessed the levels of Sustained Attention to every participant through the AC and TEACO - FF tests. The participants answered a questionnaire enclosed, where in addition to personal identification, responded on traffic safety. As a result of the research, it was found that attention is an important factor for the driver, not only theoretically, but characteristically measured and conscious. Of the 34 participants 70 % obtained result Medio on the results of tests performed on a single evaluation, while another 30 % required a re-evaluation for approval and renewal of CNH. All participants recognize the importance of attention to traffic safety. Keyword: Professional drivers, Sustained Attention, psychological evaluation. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 01 - Percentil referente ao sexo dos 34 participantes. .................................. 35 Gráfico 02 - Percentil referente a idade dos 34 participantes. ................................... 36 Gráfico 03 - Percentil referente a escolaridade dos 34 participantes. ....................... 37 Gráfico 04 – Percentil referente a Categoria de Habilitação de cada um dos 34 participantes. ................................................................................... 38 Gráfico 05 - Percentil referente aos 34 participantes quanto o percentil resultante do Teste AC......................................................................... 40 Gráfico 06 - Percentil referente aos 34 participantes quanto a classificação resultante no Teste AC......................................................................... 41 Gráfico 07 - Percentil referente aos 34 participantes quanto o percentil resultante do Teste TEACO-FF. ........................................................... 42 Gráfico 08 - Percentil referente aos 34 participantes quanto a classificação resultante no Teste TEACO-FF. ........................................................... 44 Gráfico 09 - Classificação Geral dos Resultados – quanto a quantidade de respostas de cada classificação. .......................................................... 45 Gráfico 10 – Resultado Geral de Classificação AC e TEACO-FF – quanto a frequencia de resultados de cada participante. .................................... 46 9 LISTA DE ABREVIATURA DE SIGLAS AC Teste Atenção Concentrada CFP Conselho Federal de Psicologia CNH Carteira Nacional de Habilitação CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito CRP Conselho Regional de Psicologia CTB Código de Trânsito Brasileiro DETRAN Departamento Estadual de Trânsito SP São Paulo TEACO-FF CIRETRAN Teste de Atenção Concentrada - FF Circuncisão Regional de Trânsito IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13 2.1 Psicologia de Trânsito no Brasil ...................................................................... 13 2.2 Avaliação Psicológica ...................................................................................... 18 2.2.1 Avaliação Psicológica no Trânsito. .............................................................. 19 2.2.2 Condutores que exercem Atividade Remunerada. ...................................... 23 2.3 Atenção .............................................................................................................. 25 2.3.1 Ambiente e o Stress. ...................................................................................... 26 2.3.2 Avaliação de Atenção Concentrada.............................................................. 28 2.3.2.1 Teste AC – Atenção Concentrada .............................................................. 28 2.3.2.2 Teste TEACO-FF .......................................................................................... 30 2.3.3 Relação entre os Resultados do AC e TEACO-FF ....................................... 31 3 MATERIAIS E MÉTODO........................................................................................ 32 3.1 Ética .................................................................................................................... 32 3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 32 3.3 Universo ............................................................................................................. 32 3.4 Sujeitos e Amostra ............................................................................................ 33 3.5 Instrumento de Coleta de Dados ..................................................................... 33 3.6 Procedimentos para Coleta de Dados ............................................................. 33 3.7 Procedimentos para Análise dos Dados ......................................................... 33 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51 APÊNDICE ................................................................................................................ 55 ANEXO ..................................................................................................................... 56 11 1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa buscou mensurar os níveis de atenção de condutores que exercem atividade remunerada no município de Cerquilho-SP. Durante os meses de Agosto a Novembro de 2013, 34 condutores que exercem atividade remunerada foram avaliados na clínica do pesquisador com objetivo de renovar a CNH. A bateria de testes avaliou os níveis de Atenção Concentrada de cada participante por meio dos testes AC e TEACO-FF. Contando com um questionário que auxiliou o pesquisador a obter informações sobre cada participante, foi possível categorizar, analisar e elaborar resultados que permitissem uma melhor compreensão dos dados obtidos durante a realização da avaliação psicológica para a renovação da CNH dos participantes. Os 34 condutores participantes são residentes e atuantes na cidade de Cerquilho, de ambos os sexos, com idades entre 20 e 70 anos, conduzindo os mais diversos veículos automotores e portando diversas categorias de Habilitação. A pesquisa foi realizada em Cerquilho, uma cidade há 143 km de São Paulo, com aproximadamente 40mil habitantes, concentrando 94,83% dos habitantes do município em zona urbana. A cidade é cruzada pela Rodovia SP127 e acessível pelas rodovias SP128 e SP 129. Cerquilho é uma cidade em que não há tráfego pesado de veículos automotores, tampouco há a presença radares eletrônicos. As mudanças nas vias de trânsito se limitavam, basicamente, no controle de sentido de vias, sinalização e manutenção de ruas e calçadas. O ano de 2012, trouxe algumas mudanças no ambiente de trânsito da cidade: em janeiro foram incorporadas às vias de trânsito “lombadas vermelhas” acessíveis aos deficientes físicos. A instalação de semáforos em dezembro de 2012, foi motivada pelo chamado “horário de pico” das 17h às 18h causando um dos poucos horários de trânsito na cidade, onde que era possível ver uma fila de veículos automotores em tráfego lento ou parados na cidade, ainda que por alguns minutos. Estas mudanças, ainda que causassem estranheza aos condutores e pedestres, já demonstra sua eficácia, segundo dados do CIRETRAN local. Segundo dados do IBGE (2010), a cidade conta com uma frota de 21mil veículos automotores, dentre eles automóveis, caminhões, motocicletas e tratores. Uma cidade em que sua economia se baseia na indústria, comércio e agropecuária, é comum encontrar condutores que exercem Atividade Remunerada prestando 12 serviços. Ainda que a cidade não apresente elementos que causem estresse nos condutores como em cidades grandes como São Paulo, onde o trânsito e tráfego pesado influenciam diretamente em ocorrência de infrações e acidentes, as mudanças nas vias, o crescimento e desenvolvimento da cidade de Cerquilho, bem como o tipo do veículo e atividade exercida pelo condutor que exerce Atividade Remunerada, podem abalar seu nível de atenção nas vias de trânsito. Em primeiro momento, esta pesquisa buscou mensurar os níveis de atenção e stress de condutores voluntários, que exercem Atividade Remunerada de diversas áreas de atuação (funcionário público, empresa privada, transporte de doentes, transporte de pessoas) residente e atuante no município de Cerquilho – SP. Os participantes eram poucos e o material de pesquisa era escasso, o que motivou o pesquisador a ampliar o campo de pesquisa e restringir ainda mais o objetivo: mensurar a atenção de condutores que exercem atividade remunerada em diversas áreas de atuação no município de Cerquilho - SP que estiveram em processo de renovação da CNH nos meses de agosto a novembro de 2013. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Psicologia de Trânsito no Brasil Em meados do século XX, quando estudiosos, como Patrizi, chamava atenção da psicologia para o trânsito, iniciou-se no Brasil a invasão de veículos automotores nas vias urbanas e rurais (BIANCHI, 2011), entretanto, as primeiras intervenções de seleção com instrumentos da psicologia, realizadas em 1930, tinham como objetivo avaliar condutores relacionados às ferrovias (SILVA e ALCHIERI, 2007, 2010). A obrigatoriedade de uma avaliação psicológica para conduzir um veículo automotor se fazia presente na sociedade de diversos países nas primeiras décadas do século XX, o que foi abandonado décadas mais tarde pelos mesmos países que conceberam a psicologia para melhorias do ambiente viário. (BIANCHI, 2011) A categorização como status social de um automóvel, advinda do pós-guerra na metade do século XX, fez emergir a necessidade de criar medidas que preventivas saudáveis ao trânsito no País. Inicialmente eram avaliados e restritos de conduzir um veículo automotor, aquele que apresentasse propensão a envolver-se em acidentes. Na década de 1950 surgiram as primeiras categorizações para avaliação psicológica de condutores no Brasil. (SILVA e ALCHIERI, 2007, 2010) Posteriormente, com a legalização da profissão de psicólogos, o DETRAN (Departamento Nacional de Trânsito) institucionalizou a avaliação psicológica para obtenção da CNH. (SILVA e GÜNTHER, 2009). A primeira metade do século XX foi o marco para expansão da seleção de instrumentos para a avaliação psicológica no Brasil. (SILVA, 2012) A popularização do veículo automotor particular emergiu na década de 1990, com amplo apoio do governo. Medidas econômicas como custo reduzido, nacionalização de indústrias e popularização da imagem do carro favoreceram para que o brasileiro almejasse seu próprio carro. A necessidade da Avaliação psicológica para o contexto do trânsito cresceu (ELIAS, 2013). O trânsito é um “uma “negociação” constante, coletiva e conflitiva, pelo espaço” (RUENDA, 2010) um sistema onde circulam não só automóveis, mas pedestres, animais e veículos que não os automotores (como bicicletas, carroças...). Para que este conjunto de variáveis há uma disputa pelo espaço (RUEDA apud 14 Vasconcelos, 1998) e a psicologia do trânsito trabalha para que o ambiente de trânsito flua de forma que não ocorram acidentes ou riscos. O outro se tornou um agressor em potencial, fazendo com que o indivíduo procure por maior segurança. (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 1999, p. 444) Em tempo, é importante destacar que o ambiente de trânsito deve ser fiscalizado com muito rigor, uma vez que o homem acaba por se tornar especialistas em fugir das punições que lhe devem ser aplicadas. (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 1999). O chamado “jeitinho brasileiro” compromete a segurança do trânsito. O ato de dirigir um veículo automotor acaba tornando-se automático para muitos condutores que sequer atentam-se ao seu próprio comportamento no trânsito. Cabe ao psicólogo do trânsito criar ferramentas para que o trânsito e o homem funcionem de forma harmoniosa. Ainda que os comportamentos humanos no trânsito sejam muitos e sua complexidade necessite de estudos que possam beneficiar o homem nesta via tão comum e banalizada, existem outros fatores que devem ser levados em conta, como fatores internos como exemplos: memória, aprendizagem, percepções, personalidade. (THIELEN, 2011). A institucionalização da Psicologia do Trânsito favoreceu centros de pesquisa em todo país para desenvolver projetos que favoreçam o sistema de trânsito no Brasil. Estudos demonstram que há relação entre o comportamento no trânsito e fatores da personalidade. (TAWAMOTO e CAPITÃO, 2010). A Psicologia toma a frente de participação de políticas públicas, o que favorece na legitimação de seu lugar. Dentre as mudanças realizadas na Psicologia estão a necessidade de Aprimoramento no âmbito do Transito (SILVA, 2012). A qualificação profissional exigida para a Avaliação Psicológica de Trânsito, por exemplo, sofreu diversas modificações com a passagem dos anos. A legitimidade do trabalho do Psicólogo do trânsito, tem se dado a partir de uma serie de decretos, resoluções e leis (SILVA, 2012). Inicialmente era exigido um curso de Capacitação de 120 horas, para que o psicólogo fosse credenciado no DETRAN, conforme pode-se ver na Resolução nº80/1998 do CONTRAN, quanto ao Credenciamento: 5.1 – O credenciamento de entidades publicas ou privadas, consoante o que estabelece o artigo 148 do CTB, será feito pelos Órgãos Estaduais de 15 Trânsito dos Estados e Distrito Federal , de acordo com os Critérios estabelecidos no anexo II desta Resolução. 5.1.1 – os psicólogos já credenciados terão um prazo hábil de 2 (dois anos) para se adaptarem ao artigo 148 do CTB , como sociedade civil ou Ltda. 5.2 – Os novos credenciamentos de psicólogos serão feitos segundo critérios dos Órgãos Executivos de Trânsito das Unidades da Federação ou Distrito Federal e de acordo com os critérios aqui estabelecidos: 5.2.1 - Os psicólogos responsáveis técnicos , deverão ter no mínimo 1(um) ano de formado 5.2.2 – Estar com o registro de psicólogo atualizado no respectivo Conselho Regional de Psicologia. 5.2.3 - Ter experiência de um ano na área de avaliação psicológica. 5.2.4 – Ter concluído o Curso de Capacitação para psicólogo responsável pela avaliação psicológica e como Psicólogo Perito Examinador do Trânsito , que será ministrado por Universidades e/ou Faculdades Públicas ou Privadas reconhecidas pelo MEC, reconhecido a nível nacional, independentemente do estado onde tenha sido realizado. (...) 5.4 - A carga horária constará de 120 horas . 5.5 - Os psicólogos já credenciados têm prazo de 2 ( dois )anos para a realização do "Curso de Capacitação para psicólogo responsável pela avaliação psicológica e como Perito Examinador do Trânsito". 5.6 - O psicólogo credenciado deve reciclar-se periodicamente, elevando o nível de conhecimento e a contribuição a oferecer aos sistemas de Trânsito a critério dos setores de Psicologia de cada Unidade da Federação. 5.7 – Todos os exames de avaliação psicológica realizados, poderão ser distribuídos eqüitativamente de acordo com normas estabelecidas pelos Órgãos Estaduais de Trânsito da Unidade da Federação e do Distrito Federal. Foi exigida e regulamentada uma capacitação técnica dos psicologos credenciados e a se credenciarem para realização da avaliação psicológica de peritagem para o trânsito, de 120 horas. O conteúdo programático, abrangia diversos temas pertinentes ao tema, conforme podemos ver no item 5.3, da Resolução nº80/1999 do CONTRAN, quanto o Credenciamento: 5.3 - O conteúdo programático será multidiciplinar dentro das seguintes áreas de estudo: 5.3.1 - Normas e Procedimentos da Avaliação Psicológica e Ética profissional; 5.3.2 - Psicologia do Trânsito prevenção de acidentes: 5.3.3 - Inter – relação da Psicologia do Trânsito com : 5.3.3.1– Psicologia Social – Medicina do Tráfego - Engenharia do Trânsito - Psicologia clínica – patologias específicas , distúrbios compartimentais e psicossociais que determinam o impedimento à direção veicular - Legislação de Trânsito 5.3.4 - Capacitação para o uso das técnicas e instrumentos exigidos na Avaliação Psicológica, normas e procedimentos. 5.3.4.1 – Laudo , parecer e atestado 5.3.5 – Avaliação do candidato ou condutor usuário de álcool , drogas ou portador de enfermidades que o impedem à direção veicular. 5.3.6 -. Noções básicas de Metodologia de Pesquisa na área. 5.3.7 – Peritagem – adequação e reabilitação 16 Uma capacitação multidisciplinar para o exercício da atividade foi ideal para aquele momento. Entretanto, depois de uma década, foi necessára a revisão pelo CONTRAN quanto a avaliação física e mental e avaliação psicológica do Art. 147 do CTB. Mediante a Deliberação 65/2008 do CONTRAN, que alterou o art. 18 da Resolução nº 267/2008 do CONTRAN, constou-se uma mudança quanto os critérios de credenciamento do psicólogo: Art 18. O credenciamento de médicos e psicólogos peritos examinadores de trânsito será realizado pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, observando-se os seguintes critérios: (...) III – o psicólogo deve ter Título de Especialista em Psicologia do Trânsito reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia - CFP, ou ter concluído com aproveitamento o curso “Capacitação para Psicólogo Perito Examinador de Trânsito” (Anexo XVII). (...) § 3º Será assegurado ao psicólogo credenciado que até a data da publicação desta Deliberação tenha concluído e sido aprovado no “Curso de Capacitação para Psicólogo Responsável pela Avaliação Psicológica e como Psicólogo Perito Examinador de Trânsito”, com carga horária mínima de 120 horas/aula, o direito de continuar a exercer a função de perito examinador. § 4º Será assegurado ao psicólogo que até a data da publicação desta Deliberação tenha iniciado ou concluído o “Curso de Capacitação para Psicólogo Responsável pela Avaliação Psicológica e como Psicólogo Perito Examinador de Trânsito”, com carga horária mínima de 120 horas/aula, nos termos da Resolução nº 80, de 19 de novembro de 1998, do CONTRAN, o direito de solicitar o credenciamento até 15 de fevereiro de 2010. § 5º Será assegurado ao psicólogo que até 14 de fevereiro de 2013 tenha concluído o “Curso de Capacitação para Psicólogo Perito Examinador de Trânsito, com carga horária mínima de 180 horas/aula, o direito de solicitar o credenciamento. § 6º A partir de 15 de fevereiro de 2013 serão credenciados apenas os psicólogos portadores de Título de Especialista em Psicologia do Trânsito reconhecido pelo CFP. § 7º Os Cursos de Capacitação para Psicólogo Perito Examinador de Trânsito serão ministrados por Instituições de Ensino Superior de Psicologia, reconhecidas pelo Ministério da Educação. § 8º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal deverão remeter ao DENATRAN, anualmente, a relação dos profissionais médicos e psicólogos credenciados com seus respectivos certificados de conclusão dos Cursos de Capacitação”. A Resolução CONTRAN Nº 267/08, e dentre outros pontos, a alteração quanto a necessidade da Especialização em Psicologia do Trânsito se faz presente. Uma dúvida pairava sobre os psicólogos perito-examinadores de trânsito quanto ao Artigo 18. A priori, o direito do psicólogo Perito-Examinador de Trânsito em exercício ou mesmo aqueles que pleiteavam credenciamento junto ao DETRAN 17 de seu estado, restringiria o credenciamento apenas aos Especialistas em Psicologia do Trânsito a partir de fevereiro 2013. A Resolução 425/12 do CONTRAN veio em resposta, como podemos ver no Artigo 18, quanto ao credenciamento e habilitação do profissional apto a exercer a função de Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito: Art. 18. O credenciamento de médicos e psicólogos peritos examinadores será realizado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, observados os seguintes critérios: I – médicos e psicólogos deverão ter, no mínimo, dois anos de formados e estar regularmente inscritos no respectivo Conselho Regional; (...) III – o psicólogo deve ter Título de Especialista em Psicologia do Trânsito reconhecido pelo CFP ou ter concluído com aproveitamento o curso “Capacitação Para Psicólogo Perito Examinador de Trânsito” (Anexo XVII). (...) § 2º Até quatorze de fevereiro de 2015, será assegurado ao psicólogo que tenha concluído e sido aprovado no curso de “Capacitação para Psicólogo Perito Examinador de Trânsito”, de 180 (cento e oitenta) horas ou curso de “Especialista em Psicologia do Trânsito”, o direito de solicitar credenciamento ou de continuar a exercer a função de perito examinador. § 3º A partir de 15 de fevereiro de 2015, a solicitação para o credenciamento só será permitida aos psicólogos portadores de Título de Especialista em Psicologia do Trânsito reconhecido pelo CFP. O que se pode perceber é a extensão de mais dois anos para realização do curso de Especialista do Trânsito, de forma que o profissional possa se preparar e atualizar profissionalmente e, posterior ao dia 15 de fevereiro de 2015, a prática da Avaliação Psicológica do âmbito do Trânsito se dará apenas aos especialistas. Assim como o imbróglio criado quanto a necessidade da Especialização, outros movimentos na própria classe tomam forma no fortalecimento da Psicologia do Trânsito. Ainda sobre a questão do ambiente em que o Psicólogo do Trânsito está inserido, dele podem surgir dados importantes para o desenvolvimento do transito não só local. Seu resultado pode ser instrumento comparativo e/ou releituras de ideias antigas. São diversos artigos e propostas publicadas por pesquisadores todo Brasil, que colaboram para o conhecimento do panorama da psicologia do trânsito pelo país, e na elaboração e validação de instrumentos para avaliação psicológica. Atualmente o psicólogo do Trânsito atua não só como avaliador dos comportamentos e personalidade de condutores, mas como pesquisador e desenvolvedor de um ambiente das vias de trânsito adequadas e saudáveis. 18 No futuro, o psicólogo deverá criar instrumentos que contemplem não só o motorista como outros usuários do ambiente de trânsito, para melhoria deste ambiente social (SILVA, 2012). 2.2 Avaliação Psicológica No século XIX a Avaliação Psicológica foi utilizada como um dos instrumentos para a legitimação da Psicologia como ciência. Seu objetivo era a avaliação do psiquismo humano. Foram utilizadas três frentes para esta avaliação: a construção de testes por amostragem de processos, construção de testes com base em grupos e a analise de fantasias. A primeira construção de testes, por processos, avaliava o processo envolvido e as operações para a resposta do sujeito pesquisas envolvendo determinado teste apresenta resultados eficazes ou não, caberá ao CFP a divulgação de seus resultados. A construção de testes por base em grupos, relacionado a psicometria, ganhava vulto a medida que os testes evoluíam e eram adaptados a população. Estes eram os testes de questionários e inventários. Por fim havia os testes projetivos, que se baseava na analise das fantasias do sujeito. Em suma: a avaliação psicológica sempre esteve embasada em questões científicas. (TAVARES, 2010). Uma recente nota do CFP (2013) nos trás a definição de Avaliação Psicológica: A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos. Desde 2003, Conselho Federal de Psicologia regularmente aprova ou desaprova determinados testes, por meio do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi). A importância de uma reavaliação dos testes psicológicos regularmente se faz presente, à medida que estudos e adaptações ao meio se modificam com o tempo. É importante ressaltar que não há um consenso na comunidade cientifica sobre a validação das avaliações psicológicas, o que faz a necessidade da avaliação psicológica estar sempre sendo reinventada, aprimorada. Da mesma forma que esta 19 necessidade se faz presente é indiscutível a necessidade da avaliação psicológica ser aplicada e realizada. A formação profissional, uma vez que a avaliação psicológica é restritiva apenas a aplicação pelo psicólogo e a atualização profissional, são instrumentos a favorecerem a legitimidade desta avaliação. (NORONHA e REPPOLD, 2010). O CFP e os CRPs têm trabalhado continuamente para que a informação e a qualificação profissional sejam difundidas entre os profissionais da classe (SILVA, 2012). O psicólogo deve reconhecer os limites de seu trabalho, respeitar os limites de sua atuação, mantendo-se atualizado e comprometido de forma íntegra e respeitosa quanto ao bem-estar do outro. O rigor e a atualização profissional são imprescindíveis, uma vez que “avaliar é uma atividade que implica juízo de valores e requer atenção por parte dos profissionais.” (ANACHE e REPPOLD, 2010). A avaliação psicológica encontra-se em todos os lugares de atuação da Psicologia: nos hospitais, nas clínicas, no judiciário, nas escolas... e no trânsito. 2.2.1 Avaliação Psicológica no Trânsito. Inicialmente utilizada para seleção de funcionários para as ferrovias no Brasil, a avaliação psicológica no Trânsito ganhou força na primeira metade do século XX. Com as políticas públicas legitimando decretos-lei, leis, portarias e resoluções, a psicologia do Trânsito tornou-se não só uma ferramenta avaliativa, mas uma forma de auxiliar o ambiente de trânsito. Em diversos momentos da história do Trânsito no Brasil, a importância da Avaliação psicológica foi questionada. A obrigatoriedade da Avaliação Psicológica na obtenção, renovação ou mudança de categoria na CNH, uma exigência ainda incompreendida pelos usuários do Trânsito. m pesquisa realizada em 2011, Burani investigou a concepção da população quanto a importancia da avaliação psicológica. Durante seis meses, foi perguntado a internautas, por meio de um questionário online, aspectos sobre sua experiência com a avaliação psicológica do trânsito e sua importância. A população participante consistiu 80% por jovens adultos, que não são condutores que exercem atividade remunerada, mas estão ativamente no ambiente do trânsito e que não vêem qualquer importancia na avaliação psicológica para o trânsito. Ainda é obscuro a população os motivos desta avaliação psicológica. 20 Para muitos “é uma forma de arrancar dinheiro do povo”; para outros “é um apsso para comprir a lei”. Entretanto, é necessário investigar se este pensamento é o mesmo que povoa o imaginário do condutor que exerce atividade remunerada, em especial em relação a atenção. Um artigo publicado pelo CRP-08 e DETRAN/PR responde a uma questão que os usuários do transito sempre se fazem: Por que a avaliação Psicológica é obrigatória na obtenção do CNH? O ato de dirigir é complexo, envolve diversas competências, habilidades e atitudes e requer do motorista um bom nível de maturidade emocional e capacidade intelectual, as quais lhe permitem interpretar estímulos e reagir estrategicamente no trânsito (...) a avaliação psicológica tem por finalidade contribuir para promover a segurança dos motoristas. (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DO PARANÁ) É importante que o condutor perceba a relevância da avaliação psicológica para sua própria segurança no transito. A avaliação psicológica no trânsito tem como função principal a classificação do condutor como apto ou inapto para dirigir ou conduzir veículo automotor. È regularizar as ações do homem no ambiente viário. A inexixtencia de um perfil para o motorista faz com que a tarefa de selecionar quem está apto ou não, árdua. (SAMPAIO, 2012). A Avaliação Psicológica no Trânsito busca não só selecionar os condutores aptos como coletar dados concretos para melhorar a qualidade das vias de trânsito, como a prevenção de acidentes, e a busca de soluções para problemas de campo (BIANCHI, 2011). É a Psicologia do Trânsito responsável pelo estudo e prevenção dos acidentes de trânsito, elaboração de ações psicossociais e da relação do homem com o transito (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010). Durante a avaliação psicológica do candidato a CNH, deverão ser aferidos a tomada de informação e seu processamento, tomada de decisão, o comportamento, orientação espacial e traços de personalidade (controle emocional, ansiedade, impulsividade e agressividade), atenção (difusa, concentrada, distribuída), detecção, discriminação, identificação, conhecimento cognitivo, identificação significativa, memória, inteligência, julgamento e juízo crítico. (CONTRAN, 2012) No Artigo 6º da Resolução 425/21 do CONTRAN, quanto as técnicas e instrumentos para se realizar a Avaliação psicológica, temos: 21 I - entrevistas diretas e individuais (Anexo XIV); II - testes psicológicos, que deverão estar de acordo com resoluções vigentes do Conselho Federal de Psicologia - CFP, que definam e regulamentem o uso de testes psicológicos; III - dinâmicas de grupo; IV - escuta e intervenções verbais. Como se pode perceber, os testes são a ferramenta de trabalho principal do psicólogo de trânsito, uma vez que sua aplicabilidade é fundamental para aferir as competências do condutor; “o teste psicológico é um instrumento de avaliação que tem como objetivo obter, num mínimo de tempo, um máximo de informações sobre o examinado” (WERLANG, VILLEMOR-AMARAL & NASCIMENTO, 2010) o resultado dos testes psicológicos são apreciados posteriormente pelo aplicador e então corrigido e comparado a outros resultados previamente determinados, ante a uma pesquisa teórica que o embasou e legitimou como apropriado. Caberá ao psicólogo a responsabilidade técnica dos instrumentos utilizados em cada população que atende (ANACHE & REPPOLD, 2010). Isto é, existem testes cujo elemento a ser avaliado é o mesmo, e o psicólogo perito avaliador de trânsito deverá conhecer uma diversidade de para melhor aplicar e favorecer a qualidade do Trânsito no ambiente que está inserido. O psicólogo deve ter autonomia para escolher os testes que melhor se apliquem a suas necessidades profissionais e sociais (SILVA, 2012). Em todos os casos, o psicólogo deve estar atento ao ambiente em que está inserido ao tratar do trânsito e na aplicação de uma avaliação psicológica para obtenção da CNH. Um mesmo teste poderá ser de fácil entendimento para determinada população, enquanto seu grau de dificuldade para outra é maior. Existem discuções quanto o uso de determinados testes em avaliações, entretanto um dos fatores mais comuns entre o uso de determinado teste e, surpreendentemente, o preço e não sua eficácia para aquela população. Por isso é necessário cuidado, para que não seja infringido o código de Ética do Psicólogo (CFP, 2005) quanto: Art 1º - São deveres fundamentais do psicólogo: (...) Prestar serviços psicológicso de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza destes serviços, utilizando princípios, 22 conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; É dever ético do psicólogo prezar pela qualidade, condições e natureza dos serviços, pricípios, conhecimentos e técnicas que respeitem a ciência psicológica, ética e legislação profissional. A importância da avaliação psicológica no ambiente do Trânsito e a repetição exaustiva dos mesmos testes psicológicos utilizados durante anos devem servir de alerta. É necessária a urgente reavaliação dos instrumentos utilizados para verificação e validação, bem como uma maior produção científica na área. (ANACHE & CORRÊA 2010) É o escasso material destinado ao ambito do trânsito e as pesquisas que buscam melhorar a qualidade dos materiais, bem como a disponibilidade da bibliografia sobre o tema. Aos poucos emergem testes e pesquisas específicos para o trânsito e aos poucos os psicólogos de trânsito vão se apropriando dos materiais e de seu uso. Os manuais dos testes regulamentados, determinam uma classificação e percentil que, de certa forma, determinam uma “média” resultante: Inferior, Médio Inferior, Médio, Médio Superior e Superior. A categoria, em geral, classifica o percentil de pessoas que, ao participarem dos estudos psicométricos da validade dos testes, atingiu um percentil em relação ao total. Existem testes psicológicos, como o caso do teste AC em que a classificação Médio equivale a 30% enquanto o teste TEACO-FF considera 40% um percentil para a classificação Médio. Mas o que isso significa? Um percentil 30% por exemplo, significa que o avaliado atingiu a mesma pontuação que ao menos 30% dos participantes da pesquisa. Segundo exigência da Resolução nº80/1998 do CONTRAN, é definido como Resultado da Avaliação Psicológica: 3 – Do Resultado da Avaliação Psicológica 3.1 – O candidato a CNH ou condutor de veículo automotor, conforme Item 1 deste Anexo. será considerado segundo o parecer do psicólogo: 3.1.1 – APTO quando apresentar desempenho condizente na Avaliação Psicológica para a condução de veículo automotor na categoria pretendida. 3.1.2 – APTO COM RESTRIÇÃO quando apresentar distúrbios ou comprometimento psicológico, que estejam no momento temporariamente sob controle, fazendo constar o prazo de validade para a revalidação da CNH. 3.1.3 - INAPTO TEMPORARIAMENTE quando apresentar alguma deficiência psicológica nos aspectos psicológicos avaliados, que sejam porém passíveis de recuperação ou correção 23 3.1.4 – INAPTO quando apresentar inadequação nas áreas avaliadas que estejam fora dos padrões da normalidade e de natureza não recuperável . 3.2 – Na permissão para conduzir veículos o condutor receberá , no caso de aprovação, o resultado de apto temporariamente por 1 (um ) ano. Ao psicólogo perito examinador, é necessário classificar os condutores como apto, apto com restrição, inapto temporário e inapto. Em termos gerais, a primeira classificação ocorre quando o candidato condutor atingiu a pontuação mínima necessária nos testes psicométricos e, que também estando apto nos outros requisitos da avaliação, está apto para obter, mudar ou renovar a CNH. O candidato com aptidão restrita é aquele que, embora apresente algum disturbio, este está controlado o que permite que ele esteja apto, entretanto sendo passível uma nova avaliação. Um candidato inapto temporário, é aquele que apresentou algum problema durante a avaliação, como uma pontuação e classificação baixa em um ou mais testes psicológicos durante a avaliação, mas que tem possibilidades de melhorar e, que depois de determinado tempo pode ser avaliado novamente. O inapto é aquele que não está apto, para neste caso, conduzir o veículo automotor. Todos os laudos e material da avaliação devem ser arquivados e armazenados em local seguro, por determinado prazo. conforme determina o Conselho Federal de Psicologia. 2.2.2 Condutores que exercem Atividade Remunerada. Condutores que exercem atividade remunerada são todos aqueles que, uma vez habilitados e cumprido as exigências do Código de Trânsito Brasileiro e das Resoluções do CONTRAN, estão aptos utilizar sua CNH como instrumento de trabalho. No Argito 147 do CTB define as condições acerca da Habilitaçao, encontramos uma especificação quanto a identificação do condutor que exerce atividade remunerada: § 5º O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa informação incluída na sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme especificações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela Lei nº 10.350, de 2001) Exercer atividade remunerada é um direito do cidadão que cumpre as exigencias da lei. Entretanto, é necessária a regulamentação e o controle deste tipo 24 de condutor. Ainda segundo Artigo 147 do CTB, é definido que todo candidato a condutor deve se submeter a exames realizados por orgãos executivos de trânsito. São estes exames de aptidão física e mental, bem como avaliação psicológica. Dentre os itens do artigo, emergem o seguinte parágrafo, onde nos atentaremos ao foco desta pesquisa que é o condutor que exerce atividade remunerada: § 3º O exame previsto no § 2º incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à primeira habilitação. (Redação dada pela Lei nº 10.350, de 2001) Somente pela leitura deste parágrafo é possivel perceber que ao condutor que exerce atividade remunerada é necessária a submissão de exames complementares. O que nos trás a pergunta: quando o condutor que exerce atividade remunerada deve ser reavaliado? O artigo 147 do CTB define: § 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) O texto do parágrafo § 3º em complemento ao § 2º definem que a avaliação psicológica também seja complementar à renovação da CNH junto dos demais exames. A Resolução Contran nº. 168/2004, define que: §2º A Avaliação Psicológica será exigida quando da: a) obtenção da ACC e da CNH; b) renovação caso o condutor exercer serviço remunerado de transporte de pessoas ou bens; c) substituição do documento de habilitação obtido em país estrangeiro; d) por solicitação do perito examinador. O condutor que exerce atividade remunerada é submetido a uma nova avaliação psicológica a cada vez que renova sua habilitação, a cada cinco anos, ou a cada três anos se possuir mais de 65 anos. Como a população desta pesquisa é constituída de condutores que exercem atividade remunerada, em processo de renovação da CNH e que por este motivo passaram por avaliação psicológica pericial. 25 Ao se tratar de pessoas que dependem da CNH para uso profissional, não é incomum que o condutor venha depois do expediente para realização da avaliação. Muitos são os casos de condutores que, depois de uma longa viagem e um cochilo, vão à clinica credenciada para realização da avaliação psicológica. 2.3 Atenção Sendo a atenção um fator importante em nosso cotidiano (BRAGA, 2007), a atenção pode ser considerada a habilidade do indivíduo de focar e determinar quais são suas ações em determinado contexto e suas consequências. (FILHO & ABDALLA, 2008), É o ato de selecionar, interpretar e ponderar as ações, com base em experiências do passado e a capacidade da mente em decidir o que fazer frente a estes estímulos (BALBINOTA, TIMMC e ZAROB 2011). Os autores definem como tipos de atenção: atenção seletiva, vigilância, sondagem, e atenção dividida. Existem diversas teorias de atenção que tentam explicar este processo cognitivo de forma que o defina. Citando como exemplo, a teoria do filtro em que dois estímulos são apresentados, e a tomada de atenção é vinculada inicialmente a apenas um deles, percebe-se que a atenção torna-se controladora da percepção (BRAGA apud Broadbent, 2007). Ao passo que, segundo a teoria de Treisman, a atenção não elimina o segundo estímulo, mas a ele não dá importância. Existe também a teoria bottleneck onde todos os estímulos são percebidos, mas a eles é dada uma resposta por vez, ou seja, são percebidos os estímulos e a necessidade de lhes dar atenção. Há também a teoria dos recursos de atenção; esta teoria defende que a atenção é dividida na quantidade de estímulos presentes... e a complexidade de cada um determina a intensidade da atenção. As diversas teorias de atenção não se excluem, mas se completam (BRAGA, 2007). Este estudo focou-se na atenção seletiva, onde o indivíduo exerce a capacidade de se concentrar em determinada atividade em detrimento de outra. Neste caso na habilidade de conduzir o veículo automotor. Ao motorista cabe selecionar as informações do ambiente viário, tomando ciência destes estímulos (como placas de sinalização) sem ocasionar prejuízos a atividade que exerce e ao outro usuário da via. O condutor está passível de encontrar adversidades na via e caberá a ele a tomada de decisões quanto a atitude que tomará. O ambiente viário apresenta inúmeros estímulos que possam fazer com que sua atenção seja 26 prejudicada (BALBINOTA, TIMMC & ZAROB, 2011). Segundo estudos realizados por Rozestraten, a maioria de acidentes ocorridos está relacionada com a falta de atenção do condutor e/ou do pedestre. (BRAGA, 2007) A atenção concentrada é capacidade do indivíduo de selecionar determinado estímulo e dirigir sua atenção a este, por determinado tempo. A atenção concentrada é necessária para o bom aproveitamento do trabalho (CAMBRAIA, 2009), no caso de condutores na atividade de dirigir o veículo automotor. 2.3.1 Ambiente e o Stress. As condições de trabalho e ambientais interferem no trabalho do condutor e em sua saúde física e psicológica: irritabilidade e concentração são exemplos de elementos que sofrem alteração em conformidade com as condições ambientais. Os contínuos deslocamentos do motorista faz com que sofra diversos tipos de pressões ambientais. (BATTISTON, CRUZ e HOFFMANN, 2006) O relacionamento interpessoal no trabalho é importante para o condutor. Existem condutores que dirigem sozinhos, enquanto outros dirigem a companhia de um ajudante ou mesmo de passageiros. Ele assume decisões e responsabilidades por sua vida e daquele que transporta, bem como dos outros usuários nas vias de trânsito. É uma atividade solitária, uma vez que é dele a tomada de decisão, e o bom relacionamento interpessoal (entre o condutor e passageiros, outros condutores e outros usuários do trânsito) tendem a influenciar também eu sua concentração e stress durante a jornada de trabalho. (BATTISTON, CRUZ e HOFFMANN, 2006) A fadiga do motorista com a perda da atenção concentrada. Não só a fadiga, como a idade do condutor também é fator importante em relação a atenção. Aos motoristas é indiscutível o fato de que é necessário que seja mantido o foco (atenção) no momento da direção, para evitar acidentes (próprios e de terceiros) bem como evitar infrações e para primar o bom ambiente do trânsito. (RUEDA & SISTO apud Campagne, Pebayle & Muzet, 2009). Um dos fatores que podem influenciar no comportamento do individuo no transito é o sofrimento psíquico. Existem indivíduos que apresentam adaptação a este sofrimento e seu comportamento é adaptado e coerente, nos mais diversos ambientes, enquanto outros encontram dificuldades em se comportar. Situações estressantes, como o trânsito, influências externas (como estímulos visuais e 27 sonoros) bem como influências internas (sofrimento psíquico) podem desencadear reações diversas que devem ser prevenidas em prol do bem-estar psicológico. (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 1999). Medo é um elemento que influencia na tomada de decisões e na fluência do ambiente de trânsito, bem como nas escolhas do motorista. (BATTISTON, CRUZ e HOFFMANN, 2006) Existem diversos estudos acerca do estresse no trabalho, ou o chamado de estresse laboral. Os fatores causadores do estresse são muitos: medo, agressividade, problemas pessoais, dificuldades na via, relacionamento interpessoal, entre outros fatores que, psíquica e metabolicamente causam mudanças no comportamento do ser humano, neste caso do motorista. (BAPTISTA, RUEDA, SISTO, 2008) Embora existam estudos, nenhum deles confirma que o stress e a atenção tenham uma ligação entre si. O que se sabe, porém, é que os níveis de atenção podem ser afetados pelo stress. (BAPTISTA, RUEDA, SISTO, 2008) Considerando que o ambiente e o stress são fatores de influência direta na vida do condutor que exerce atividade remunerada, estando presentes no dia-a-dia do exercício de sua função, é necessário notar que estes também são fatores importantes. A atenção vem de encontro sendo esta uma habilidade que ajudará o motorista a enfrentar as adversidades que vir a encontrar no ambiente viário. A Resolução nº 425/2012 do CONTRAN, elenca uma série de habilidades que devem ser avaliadas no candidato a CNH, pelo Psicólogo perito Avaliador de Trânsito ou Especialista em psicologia do Trânsito, devidamente credenciados junto ao DETRAN de seu estado. Dentre as características que deve apresentar, destacam-se: 1. Tomada de informação; 2. Processamento de informação; 3. Tomada de decisão; 4. Comportamento; 5. Traços de Personalidade. (Resolução Nº 425/2012, CONTRAN) Tomando como objetivo deste estudo a Tomada de Informação (Atenção) e o Comportamento do condutor, é importante avaliar sua atenção e concentração. Conforme foi citado, são diversos os tipos de atenção a serem avaliadas, e uma grande gama de testes psicológicos aprovados pelo CFP. 28 2.3.2 Avaliação de Atenção Concentrada A avaliação de atenção concentrada emerge em 1895, possivelmente ao passo que a Psicologia se firmava como ciência. Composta por um texto em que o avaliado necessitava assinalar todas as letras “a”, o teste foi modificado e dele emergiram diversos outros como o famoso teste de Toulouse-Pierón e de Bourdon, que embasou a criação do teste de Atenção Concentrada de Cambraia. (CAMBRAIA, 2009) É importante salientar que, ainda que muito utilizado no campo da avaliação psicológica para o Trânsito, o teste AC de Cambraia não foi criado para esta finalidade, ao passo que o teste TEACO-FF de Rueda de Sisto, sim. Para a presente pesquisa, foram utilizados estes dois testes para avaliação dos candidatos e obtenção dos resultados. 2.3.2.1 Teste AC – Atenção Concentrada Dentre muitos testes aprovados para aplicação e uso pelo CFP, está o teste AC de Suzy Vijande Cambraia. Segundo o autor: Atenção concentrada pode ser definida como a capacidade de selecionar uma fonte de informação(...), entre todas as que estão disponíveis em um determinado momento e conseguir dirigir sua atenção (...) para este estímulo ou tarefa a ser realizada no decorrer do tempo. (CAMBRAIA, 2009) Em outras palavras: a atenção concentrada é definida pela tomada de informação e o foco no estímulo durante a tarefa ou o tempo definido. Este teste consiste em localizar dentre 441 estímulos, três símbolos pré determinados (uma seta negra voltada para direita, uma seta apontando para baixo com um ponto no centro e uma seta branca para esquerda), totalizando 147 marcações, ou sete marcações por linha. O avaliado tem cinco minutos para realizar esta tarefa. A correção consiste em localizar os símbolos corretos assinalados e descontar destes os erros e omissões. Publicado pela primeira vez em 1967, o teste consistia em reavaliar os candidatos que já haviam sido testados pelo teste de Toulouse-Pierón, o então único teste de atenção concentrada no Brasil. Depois de alguns estudos optou-se pela 29 utilização de um símbolo comum: um triangulo estilizado que era graficamente representado por uma ponta de flecha nas direções baixo, cima, esquerda e direita. Também foi definido que existiram setas brancas, pretas e com um ponto no centro. Destas doze combinações foram escolhidas três que formariam os estímulos do teste que é utilizado hoje em dia. Como citado anteriormente, o Teste AC não foi criado exclusivamente para o uso para Avaliação Psicológica de trânsito, mas para uma avaliação geral. Entretanto, o teste é amplamente difundido na Avaliação Psicológica no contexto do trânsito. Para este teste é utilizada a escolaridade do avaliado como base para correção. Desde sua criação e publicação em 1967, foram realizadas diversas pesquisas: 1974, 1992, 1995. Em 2001, a Editora Vetor, que detém os direitos de publicação do Teste AC, realizou um estudo de padronização em diversos estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraná, Espírito Santo. Foram detectadas diferenças estatísticas nos resultados e cada estado e para isso foram padronizadas tabelas de correção para cada população. Entre 2008 e 2009 uma nova pesquisa de padronização foi realizada, agora nos estados de São Paulo, Amazonas, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Desta padronização emergiu uma tabela geral provisória com os resultados obtidos. Uma vez que todos os testes psicológicos necessitam uma validade de precisão, a mais recente avaliação de precisão em 2003, o qual foi optado testereteste com uma população de 62 candidatos. Foi resultante um melhor desempenho dos candidatos neste processo. Nos últimos anos, foi realizada a correlação do Teste AC com outros testes que avaliam a Atenção Concentrada. Em 1999, foi realizada uma correlação do Teste AC com os testes TACOM A e TACOM B (TONGUET, 1999), estes para o contexto do trânsito. Obteve-se uma correlação satisfatória entre ambos, entretanto uma correlação maior entre os testes foi impossível de aferir, uma vez que o tempo de aplicação dos testes é diferente. Em 2011, foi realizada uma nova correlação agora entre o AC e o Teste de Atenção Concentrada D2 (BRIKENKAMP, 1990). Nesta ocasião, pode-se afirmar que ambos os testes avaliam a mesma característica. 30 Sendo este um teste amplamente estudado, válido e coerente com o objetivo desta pesquisa optou-se utilizá-lo como elemento de coleta de dados desta pesquisa. 2.3.2.2 Teste TEACO-FF Elaborado com a finalidade de avaliar a Atenção Concentrada de motoristas, o teste TEACO-FF, de Fábian Javier Marín Rueda e Fermino Fernandes Sisto, “avalia a capacidade de uma pessoa em selecionar apenas uma fonte de informação diante de vários estímulos distratores em um tempo pré-determinado..” (RUEDA & SISTO, 2009). O teste consiste na apresentação de 500 estímulos, separados em 20 colunas com 25 estímulos distintos, onde o avaliado deve localizar uma “cruz com quatro pontos em volta”, totalizando 180 alvos, em 4 minutos de aplicação. O resultado emerge da contagem dos estímulos alvo assinalados pelo avaliado, bem como a subtração de estímulos omitidos erros. Estudos psicométricos realizados em 1058 sujeitos, contando com estudantes universitários e motoristas (estes totalizando 460 participantes). Foi analisado o construto por sexo, idade, em razão da escolaridade e estado. Com a avaliação psicológica pericial dos motoristas emergiu a variável categoria da CNH e atividade remunerada e não-remunerada. Estudos de correlação entre testes psicológicos que avaliam Atenção Concentrada e o TEACO-FF foram realizados ao longo dos anos. Um estudo de correlação convergente como Teste AC de CAMBRAIA (2003), que embora tenham encontrado correlações formou-se uma dúvida por parte dos autores quanto o foco da característica aferida pelo teste AC, afirmando a quantidade de estímulos do AC ser caracterizado por um teste de atenção dividida. Foram avaliadas outras correlações com testes como Atenção Sustentada – AS (SISTO, NORONHA, LAMOUNIER, RUEDA & BARTHOLOMEU, 2006), Atenção Dividida – AD (SISTO, NORONHA, LAMOUNIER, RUEDA & BARTHOLOMEU, 2006), Teste Conciso de Raciocínio – TRC (SISTO, 2006), Teste Pictórico de Memória – TEPIC-M (RUEDA & SISTO, 2007), Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho – EVENT (SISTO, BAPTISTA, NORONHA & SANTOS, 2007) 31 que comprovaram a validade do TEACO-FF. O estudo de precisão realizado teve índices de precisão considerados excelentes para o CFP em 2003. Segundo a Tabela 29 do livro Teste de Atenção Concentrada – TEACO-FF de Rueda & Sisto 2009, os resultados dos testes aplicados nos participantes da pesquisa base foram mensurados segundo o exercício ou não de Atividade Remunerada. Esta foi a tabela eleita para que os resultados da aplicação do teste TEACO-FF sejam corrigidos, nesta pesquisa. 2.3.3 Relação entre os Resultados do AC e TEACO-FF Ainda que sejam utilizados dois testes para avaliação psicológica dos participantes, este não se trata de um estudo de correlação psicométrica. Não foi buscado uma eficácia iou mesmo comparação de um teste sobre o outro, ou mesmo retomar questionamentos de determinado autor. Ao analisar as respostas, tabelas e estudos que embasaram a validade dos testes, bem como mecanismos de correção, este estudo usará os dados psicométricos como ponto base para investigar nos níveis de atenção concentrada dos conbdutores envolvidos no processo de renovação da CNH. Como foi citado, é importante medir os níves de atenção do condutor e descobrir qual sua concepção quanto a avaliação psicológica, em relação a sua atenção. 32 3 MATERIAIS E MÉTODO 3.1 Ética Conforme a resolução do Conselho Federal de Psicologia, os dados que embasaram a realização desta pesquisa, fazem parte do arquivo de uma clínica de perícia de Avaliação Psicológica para o DETRAN. Para tanto foi elaborado um Termo de Compromisso de Utilização de Dados (Anexo). Todos os dados foram coletados visando o objetivos da pesquisa, que não incorriam em nenhum tipo de risco, atendendo assim à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, que tem nos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos o atendimento aos 4 princípios da Bioética, a saber, autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça. 3.2 Tipo de Pesquisa A metodologia escolhida para a presente pesquisa foi a análise de dados, posterior a coleta de dados de participantes que compareceram para avaliação psicológica para renovação da CNH. Os dados obtidos são resultado de um questionário e uma avaliação psicológica com a aplicação de testes psicológicos com objetivo de avaliar importância da atenção dos participantes. A pesquisa foi realizada em três fases antes da análise dos dados: Questionário Padrão; Aplicação do teste de atenção TEACO-FF Aplicação do teste de atenção AC. Os dados foram avaliados qualitativa para obtenção de um resultado. A pesquisa Qualitativa parece ter vocação para mergulhar na profundidade dos fenômenos. Os resultados auxiliam o planejamento de ações coletivas e produz resultados passíveis de generalização, principalmente quando as populações pesquisadas representam com fidelidade o coletivo. (BIGNARD, 2001). 3.3 Universo Este estudo abrange a cidade de Cerquilho – SP. 33 3.4 Sujeitos e Amostra Durante os meses de Agosto a Novembro de 2013, foram avaliados 34 condutores que exercem Atividade Remunerada, com idades entre 20 e 70 anos, residentes e atuantes no município de Cerquilho – SP. 3.5 Instrumento de Coleta de Dados Para realização da pesquisa foi utilizado um questionário fechado que foi disponibilizado aos participantes, antes da realização dos testes, e por meio destes foram levantadas questões pessoais e sobre o trânsito (Apêndice). A atenção de cada condutor foi avaliada pelo pesquisador, por meio de dois testes de atenção concentrada: TAECO-FF e AC. Por não ser um teste comum nas avaliações psicológicas no ambiente em que estão inseridos os participantes, foi escolhido o teste TAECO-FF para uma precisa avaliação de atenção concentrada. Ao passo que o AC é um teste cuja familiaridade com a população é comum, uma vez que este é mais comumente aplicado em situações de avaliação psicológica. É possível perceber que os testes escolhidos têm o mesmo objetivo de avaliação o que tornará precisa a obtenção dos resultados e sua análise. 3.6 Procedimentos para Coleta de Dados Foi realizada a aplicação questionário em momento anterior a testagem. Com os dados obtidos na entrevista, foi possível determinar características da população. Uma vez preenchido o questionário, os participantes realizaram os testes de atenção concentrada. Primeiro o TAECO-FF e logo em seguida, o teste AC. Os dados obtidos foram armazenados para posterior análise. 3.7 Procedimentos para Análise dos Dados Uma vez realizado o encontro com os participantes e a aplicação dos testes, os testes foram corrigidos e os dados compilados para obtenção de um resultado global. Para correção dos testes psicológicos: 34 AC – Tabela de Pesquisas 2011 - Percentil em função da escolaridade, de Cambraia 2009, página 58. TEACO-FF – Tabela 29 do livro Teste de Atenção Concentrada – TEACO-FF de Rueda e Sisto 2009, página 86. 35 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos de cada um dos 34 participantes estão relacionados no quadro abaixo, de forma bem simples em primeiro momento. Para melhor análise dos resultados foram elaborados 10 gráficos que serão apresentados a seguir. Questionário Em momento anterior à aplicação dos testes, cada participante que se encaminhou a avaliação psicológica para Renovação da CNH respondeu um questionário sobre suas informações pessoais. Dentre os dados obtidos, foram selecionados alguns deles para compor a presente pesquisa, sendo estes: Sexo, Idade, Escolaridade e Categoria da CNH. Sexo dos Participantes Um importante dado nesta pesquisa é quanto ao sexo dos participantes. A predominância masculina como condutor com atividade remunerada é evidente, somando 97% dos participantes (correspondendo a 33 pessoas). Apenas uma mulher compareceu à clinica para renovação da CNH, o que corresponde a 03% do total de participantes. Gráfico 01 - Percentil referente ao sexo dos 34 participantes. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. 36 Idades dos Participantes As idades dos participantes variou entre 21 a 65 anos. Para favorecer a análise dos dados obtidos as idades foram classificadas como 21-30 anos, 31-40 anos, 41-50 anos, 51-60 anos e 60 anos ou mais. Gráfico 02 - Percentil referente a idade dos 34 participantes. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Assim, obteu-se o resultado: 21-30 anos corresponde a 12% (4 participantes); 31-40 anos corresponde a 41% (14 participantes); 41-50 anos corresponde a 35% (12 participantes), 51-60 anos e e 60 anos ou mais correspondem cada um a 6% (2 participantes). Pode-se então afirmar que mais da metade dos participantes (53%) tem idades entre 21 e 40 anos. Escolaridade dos Participantes Uma categoria muito importante e sempre presente nos estudos dos mais variados testes psicológicos é a escolaridade. Neste estudo, foram detectadas escolaridades diversificadas: Fundamental Ciclo 1 (1ª a 4ª série), Fundamental Ciclo 2 (5ª a 8ª série), Ensino Médio (2º Grau) e Ensino Superior. 37 Gráfico 03 - Percentil referente a escolaridade dos 34 participantes. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Obteve-se o seguintes resultados quanto a escolaridade dos participantes, conforme apresentado no Gráfico 3: Fundamental Ciclo 1 (1ª a 4ª série) corresponde a 24% (8 participantes), Fundamental Ciclo 2 (5ª a 8ª série) corresponde a 35% (12 participantes), Ensino Médio (2º Grau) corresponde a 35% (12 participantes); e Ensino Superior corresponde a 6% (2 participantes). Categoria de Habilitação dos Participantes As categorias de Habilitação permitem classificar quais os tipos de veículos cada condutor está apto e habilitado a conduzir. A categoria AC corresponde veículos motorizados de uma ou duas rodas, bem como veículo motorizado com transporte de cargas, cujo peso bruto total corresponda a 3mil toneladas, exemplos: moto, motoneta e caminhão não articulado, trator, veículos para atividade agrícola e/ou construção; A categoria AD corresponde veículos motorizados de uma ou duas rodas, além de veículo motorizado utilizado em transporte de passageiros, exemplos: van, onibus não articulado, microonibus, transporte escolar, até oito lugares, além do motorista; A categoria AE corresponde veículos motorizados de uma ou duas rodas, e quando a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C e 38 D, mas que seja acoplado reboque, carreta, com mais de 6 toneladas ou que leve passageiros com mais de 8 lugares, ou mesmo trailler, temos como exemplos: onibus de viagem, trailer caminhões de garga. As categorias D e E também correspondem: categoria D a veículo motorizado utilizado em transporte de passageiros, exemplos: van, onibus não articulado, microonibus, transporte escolar, até oito lugares, além do motorista; e categoria E veículos motorizados de uma ou duas rodas, e quando a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C e D, mas que seja acoplado reboque, carreta, com mais de 6 toneladas ou que leve passageiros com mais de 8 lugares. As categorias de CNH dos participantes foram: AC, AD, AE, D e E, conforme pode-se analisar no Gráfico 4: Gráfico 04 – Percentil referente a Categoria de Habilitação de cada um dos 34 participantes. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Para cada categoria, foi obtido os seguintes resultados: participantes com categoria de CNH AC corresponde a 23% (8 participantes); participantes com categoria de CNH AD corresponde a 26% (9 participantes); participantes com categoria de CNH AE corresponde a 12% (4 participantes); participantes com categoria de CNH D corresponde a 18% (6 participantes); participantes com categoria de CNH E corresponde a 21% (7 participantes). 39 Segurança no Trânsito Ainda que não seja possível mensurar com tabelas e gráficos, durante o questionário foi perguntado aos participantes tópicos sobre o ambiente de trânsito. Dentre eles, uma questão sobre acidente de trânsito: “c) O que significa para você o acidente de trânsito?” e outro sobre a segurança “d) O que significa para você a segurança no trânsito?”. (Apêndice) Todos os condutores responderam que para a primeira questão que o acidente ocorre por falta de atenção do motorista e por imprudência. Já para a segunda questão, sobre a segurança, as respostas englobaram desde equipamentos de segurança (cinto de segurança, respeitar as sinalizações) como o uso da atenção durante todo o exercício da profissão. Conclui-se que a atenção é uma habilidade que está conscientemente ligada ao uso da CNH aos condutores participantes. Testes de Atenção Concentrada Nos tópicos seguintes, serão apresentados os Gráficos representando o Percentil dos Resultados em cada teste, bem como sua Classificação. Seguindo as Classificações dos resultados de acordo com as Tabelas dos respetcivos manuais dos testes, obteve-se dois gráficos com a apresentação desta classificação segundo as respostas dos condutores. São as classificações: Inferior, Médio Inferior, Médio, Médio Superior e Superior. Teste AC Para interpretação dos dados obtidos com a aplicação do teste AC foi utilizada a Tabela de Pesquisas 2011 - Percentil em função da escolaridade, do Manual do Teste (CAMBRAIA, 2009). No Gráfico 5, foram apresentados os percentis resultantes do teste AC realizados pelos condutores. Os resultados dos percentis equivalem de 0 a 100%, e foram classificados em grupos decimais para melhor distribuição e visualização dos resultados. 40 Gráfico 05 - Percentil referente aos 34 participantes quanto o percentil resultante do Teste AC. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Logo, pode-se observar quanto ao percentil resultante do teste AC: 28% dos condutores obteve um percentil entre 0-10% (10 participantes); 6% dos condutores obteve um percentil entre 11-20% (02 participantes); 6% dos condutores obteve um percentil entre 21-30% (02 participantes); 17% dos condutores obteve um percentil entre 31-40% (06 participantes); 14% dos condutores obteve um percentil entre4150% (05 participantes); 6% dos condutores obteve um percentil entre 51-60% (02 participantes); 6% dos condutores obteve um percentil entre 61-70% (02 participante); 3% dos condutores obteve um percentil entre 71-80% (01 participante); 8% dos condutores obteve um percentil entre 81-90% (03 participantes); 6% dos condutores obteve um percentil entre 91-100% (02 participantes). Em suma: os resultados entre 0-30% foram obtivos por 38% dos contudotes (14 participantes). Os resultados entre 31-70% foram obtivos por 44% dos condutores (15 participantes). Por fim, os resultados entre 71-90% foram obtidos por 18% dos condutores (06 participantes). Conclui-se assim que 60% dos participantes obtiveram resultado maior ou igual a 30% o que o classificaria como Apto, segundo o manual do teste AC. 41 Uma vez sendo a base do teste AC a escolaridade dos participantes, foi utilizada a tabela da pesquisa de 2001 como base para análise dos resutlados de classificação, conforme apresentado no Gráfico 6. Gráfico 06 - Percentil referente aos 34 participantes quanto a classificação resultante no Teste AC. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Assim sendo, obteve-se como resultado quanto a categoria das respostas no teste AC: 15% dos condutores classificados como Inferior (05 participantes); 26% dos condutores classificados como Médio Inferior (09 participantes); 41% dos condutores classificados como Médio (14 participantes); 12% dos condutores classificados como Médio Superior (04 participantes); 6% dos condutores classificados como Superior (02 participante). Os condutores com resultados Inferior e Médio Inferior equivalem a 41% do total (14 participantes). Os condutores com resultados entre Médio e Médio Superior equivalem a 53% do total (18 participantes). Os condutores com resultado classificado como Superior equivalem a 6% do total (02 participantes). Conclui-se assim que 59% dos participantes obtiveram resultado mínimo a classificação Médio o que categoriza como Apto, segundo o manual do teste AC. 42 Teste TEACO-FF Para interpretação dos dados do teste TEACO-FF, foi utilizada a Tabela 29 do livro Teste de Atenção Concentrada – TEACO-FF de RUENDA e SISTO 2009. A referida tabela foi eleita como base da interpretação dos dados, por conter ali as estatísticas, percentis e classificação de atenção concentrada para atividade remunerada o que cabe a esta pesquisa. No Gráfico 7, foram apresentados os percentis resultantes do teste TEACO-FF realizados pelos condutores. Gráfico 07 - Percentil referente aos 34 participantes quanto o percentil resultante do Teste TEACO-FF. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Os resultados dos percentis equivalem de 0 a 90%, e foram classificados em grupos decimais para melhor distribuição e visualização dos resultados. Logo, podese observar que: 9% dos condutores obteve um percentil entre 0-10% (03 participantes); 9% dos condutores obteve um percentil entre 11-20% (03 participantes); 20% dos condutores obteve um percentil entre 21-30% (07 participantes); 17% dos condutores obteve um percentil entre 31-40% (06 participantes); 9% dos condutores obteve um percentil entre41-50% (03 participantes); 15% dos condutores obteve um percentil entre 51-60% (05 43 participantes); 3% dos condutores obteve um percentil entre 61-70% (01 participante); 12% dos condutores obteve um percentil entre 71-80% (04 participantes); 6% dos condutores obteve um percentil entre 81-90% (02 participantes). Em suma: os resultados entre 0-30% foram obtivos por 38% dos contudotes (13 participantes). Os resultados entre 31-70% foram obtivos por 44% dos condutores (15 participantes). Por fim, os resultados entre 71-90% foram obtidos por 18% dos condutores (6 participantes). Conclui-se assim que 62% dos participantes obtiveram resultado maior ou igual a 40% o que o classificaria como Apto, segundo o manual do teste TEACO-FF. Segundo a Tabela 29 do livro Teste de Atenção Concentrada – TEACO-FF de RUENDA e SISTO 2009, os resultados dos testes aplicados nos participantes foram mensurados segundo o exercício ou não de Atividade Remunerada. Se realizada a verificação e classificação dos resultados segundo a Tabela 27 do manual do TEACO-FF, onde os resultados são classificados segundo: Obtenção, Mudança ou Renovação de CNH as classificações teriam uma diferença de 10% para mais ou para menos, dependendo da pontuação obtida pelo participante. Uma vez que esta pesquisa prima a atividade remunerada como requisito principal para os resultados que se quiseram obter, opto-se pela Tabela 29 como base para correção. Assim, os resultados obtidos foram: 9% dos condutores classificados como Inferior (03 participantes); 29% dos condutores classificados como Médio Inferior (10 participantes); 38% dos condutores classificados como Médio (13 participantes); 21% dos condutores classificados como Médio Superior (07 participantes); 3% dos condutores classificados como Superior (01 participante). Os condutores com resultados Inferior e Médio Inferior equivalem a 37% do total (13 participantes). 44 Gráfico 08 - Percentil referente aos 34 participantes quanto a classificação resultante no Teste TEACO-FF. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Os condutores com resultados entre Médio e Médio Superior equivalem a 59% do total (20 participantes). Por fim, com o resultado de classificação Superior equivale a 3% dos condutores totais, temos 1 participante. Conclui-se assim que 62% dos participantes obtiveram resultado mínimo a classificação Médio o que categoriza como Apto, segundo o manual do teste TEACO-FF. Classificação Geral dos Resultados Com intuito de realizar uma única categoria dos resultados obtidos nos dois testes de Atenção utilizados nesta pesquisa, AC e TEACO-FF, optou-se em agregar todos os resultados quanto a sua Classificação, surgindo assim o Gráfico 9: 45 Gráfico 09 - Classificação Geral dos Resultados – quanto a quantidade de respostas de cada classificação. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Uma vez que os percentis dos testes acabam por diferir entre um resultado e outro (no teste AC 30% é considerado resultado Médio, enquanto no TEACO-FF este mesmo percentil é considerado Médio-Inferior), o pesquisador optou em utilizar a classificação (Inferior, Médio Inferior, Médio, Médio Superior e Superior) para ilustrar melhor o resultado geral desta pesquisa: 12% dos condutores foram classificados como Inferior; 28% dos condutores foram classificados como Médio Inferior; 40% dos condutores foram classificados como Médio; 16% dos condutores foram classificados como Médio Superior; 4% dos condutores foram classificados como Superior. Como resultado Geral, é possível observar que 40% dos resultados dos testes tem suas respostas classificadas como Inferior ou Médio Inferior; 56% dos resultados dos testes têm suas respostas classificadas como Médio ou Médio Superior e 4% dos resultados dos testes tem suas respostas classificadas como Superior. Em suma: 60% das respostas dos testes classificariam como Aptos seus executores. Entretanto, se faz necessária a visualização das respostas de cada participante quanto a sua atenção, agora classificados conforme as categorizações: Inferior, Médio Inferior, Médio, Médio Superior e Superior. Para isso foi elaborado e é 46 apresentado o Gráfico 10 onde está o Resultado Geral de Classificação quanto à frequência de resultados de cada participante. Gráfico 10 – Resultado Geral de Classificação AC e TEACO-FF – quanto a frequencia de resultados de cada participante. Fonte: Dados da Pesquisa. Cerquilho – SP. 2013. Foram classificados os dois resultados obtidos em cada teste, de forma que permita a visualização geral desta bateria de testes de Atenção. Foram categorizados os condutores que obtiveram classificação Inferior em ambos os testes; classificação Inferior e Médio Inferior; Inferior e Médio; Médio Inferior em ambos; Médio Inferior e Médio; Médio Inferior e Médio Superior; Médio Inferior e Superior; Médio em ambos os testes; Médio e Médio Superior; Médio Superior em ambos os testes; e Superior em ambos os testes. Nenhum participante obteve Inferior e Médio Superior ou Superior, tampouco Médio e Superior ou Médio Superior e Superior. Os resultados obtidos nesta análise foram: 3% obtiveram classificação Inferior nos dois testes (01 participante); 12% obtiveram classificação Inferior / Médio Inferior (04 participantes); 6% obtiveram classificação Inferior / Médio (02 participantes); 9% obtiveram classificação Médio Inferior / Médio Inferior (03 participantes); 17% obtiveram classificação Médio Inferior / Médio (06 participantes); 6% obtiveram classificação Médio Inferior / Médio Superior (02 participantes); 3% 47 obtiveram classificação Médio Inferior / Superior (01 participante); 18% obtiveram classificação Médio nos dois testes (06 participantes); 20% obtiveram classificação Médio / Médio Superior (07 participantes); 3% obtiveram classificação Médio Superior nos dois testes (01 participante); 3% obtiveram classificação Superior nos dois testes (01 participante). Com as classificações apresentadas é possível concluir que 76% dos condutores obtiveram ao menos uma classificação Médio nos testes, o que o categorizou como Apto a renovação da CNH, no quesito de Atenção, enquanto 24% dos condutores obteve a classificação Inapto para renovação da CNH, no quesito da Atenção. Estes condutores inaptos expressaram diversos motivos por sua inaptidão: esquecimento de óculos, fadiga, longa jornada de trabalho, problemas pessoais. Estes participantes foram encaminhados para reteste e apenas um deles não conseguiu uma pontuação necessária para classificação mediana, tendo de repetir os testes mais uma vez. 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A cidade de Cerquilho-SP é um a cidade considerada pequena por órgão oficias do Governo, como o IBGE, entretanto já sofre com diversos malefícios do trânsito como em cidades maiores: engarrafamentos em horário de pico, problemas com sinalização e manutenção de vias e uma expressiva frota de veículos. Contando com CIRETRAN próprio e com três psicólogos credenciados pelo DETRAN, os candidatos a obtenção, mudança e renovação de CNH são encaminhados a estes três profissionais mensalmente. Quando proposta esta pesquisa, a cidade não contava com algumas melhorias no trânsito, como a instalação se sinais (farol) e o recapeamento de vias, o que facilitou e favoreceu o ambiente viário. Também quanto a proposta inicial desta pesquisa visava medir os níveis de estresse dos candidatos, entretanto a dificuldade em obter material bibliográfico de pesquisa, tornaria este trabalho teoricamente pobre. Optou-se, então focar em um requisito importante no ambiente de trânsito: a atenção. Durante os meses de Agosto a Novembro de 2013, 34 condutores que exercem atividade remunerada foram avaliados na clínica do pesquisador com objetivo de renovar a CNH. Durante a bateria de testes foi avaliado os níveis de Atenção Concentrada de cada participante por meio dos testes TEACO-FF e AC. Contando com um questionário que auxiliou o pesquisador a obter informações sobre cada participante, foi possível categorizar, analisar e elaborar resultados que permitissem uma melhor compreensão dos dados obtidos durante a realização da avaliação psicológica para a renovação da CNH dos participantes. Os 34 condutores participantes são residentes e atuantes na cidade de Cerquilho, de ambos os sexos, com idades entre 20 e 70 anos. A maioria dos condutores que exercem atividade remunerada e que compareceram para Avaliação Psicológica para renovação da CNH no município de Cerquilho, é composta por homens, com escolaridade entre o Ensino Fundamental Ciclo 2 e o Ensino Médio, com categorias de habilitação diversas. Todos os condutores participantes têm consciência que a atenção é importante no ambiente de trânsito. 49 Destes participantes 24 foram considerados Aptos para renovação da CNH, enquanto 7 foram reprovados e necessitaram realizar um reteste depois de 1 mês de sua reprovação. Quanto os resultados isolados obtidos em cada teste, obtivemos resultados muito próximos em cada um. No teste TEACO-FF, concluiu-se que 62% dos participantes obtiveram resultado maior ou igual a 40% (Médio) o que os classificaria como Apto, segundo o manual do teste; e no teste AC, 60% dos participantes obtiveram resultado maior ou igual a 30% (Médio) o que os classificaria como Apto, segundo o manual do teste AC. Os condutores participantes obtiveram melhores resultados na execução do teste de atenção concentrada TEACO-FF, onde 62% dos participantes obtiveram resultado mínimo a classificação Médio o que categoriza como Apto, segundo o manual do teste TEACO-FF, ainda que a diferença de resultados com o teste de Atenção Concentrada AC, seja cerca de 2%. Foi necessária uma análise mais pontual quanto a classificação obtida por cada participante em ambos os testes. Uma vez realizada a mensuração da freqüência de respostas que cada candidato expressou nos testes, chegou-se a conclusão de que 76% dos condutores obtiveram ao menos uma classificação Médio nos testes, o que o categorizou como Apto a renovação da CNH, no quesito de Atenção, enquanto 24% dos condutores obteve a classificação Inapto para renovação da CNH, no quesito da Atenção. Estes condutores inaptos expressaram diversos motivos por sua inaptidão: esquecimento de óculos, fadiga, longa jornada de trabalho, problemas pessoais. Estes participantes foram encaminhados para reteste e apenas um deles não conseguiu uma pontuação necessária para classificação mediana, tendo de repetir os testes mais uma vez. Uma vez que condutores que realizam atividade remunerada, seja transportando cargas ou vidas, são cidadão que participam ativamente do ambiente de trânsito, níveis de atenção médios a superiores são primordiais. Os condutores avaliados, em sua maioria apresentaram níveis considerados medianos seja na primeira ou na segunda bateria de testes o que os manteve aptos para renovação da CNH. Os fatores para os resultados inaptos foram muitos, o que levanta o questionamento se o fato de conduzir não tenha se tornado uma atividade mecânica e sem importância. A reprovação do candidato na Avaliação Psicológica mostrou-se 50 positiva, uma vez que no reteste os condutores apresentaram suas dificuldades anteriores e obtiveram um melhor desempenho. Uma vez que os condutores participantes têm consciência de que a atenção é importante para segurança no ambiente de trânsito, se comprova a importância da avaliação psicológica para condutores que exercem atividade remunerada. Os condutores que exercem atividade remunerada em Cerquilho-SP apresentam, em sua maioria, níveis adequados de atenção no exercício de sua profissão. 51 REFERÊNCIAS ANACHE, A. A.; CORRÊA F. B.. 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Brasília-DF: Conselho Federal de Psicologia, 2010 1ª Edição. 55 APÊNDICE Questionário IDENTIFICAÇÃO PESSOAL Nome: _______________________________________________________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino - Estado civil: __________________________ Nascido em: ___/___/___ Cidade de Nasc.: _______________ Estado: _________ R.G.:_________________________ CPF:___________________________________ Endereço Residencial: _________________________________________________ Bairro: _____________ Cep: ___________ Cidade: __________________________ Telefone(s): __________________________________________________________ Escolaridade: __________________________ Curso:________________________ Profissão: _____________________________ Cargo: ________________________ Mão que usa para escrever: ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Ambas SOBRE O TRÂNSITO a) Porque pretende obter ou renovar/mudar a categoria da CNH? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ b) Como você pretende utilizar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH)? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ c) O que significa para você o acidente de trânsito? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ d) O que significa para você a segurança no trânsito? __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ e) Acrescente outras informações que julgar importantes (Opcional): __________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 56 ANEXO TERMO DE COMPROMISSO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS Eu Gabriel Arruda Burani, abaixo assinado, pesquisador envolvido no projeto de título: A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE ATENÇÃO NA RENOVAÇÃO DA CNH DOS CONDUTORES, me comprometo a manter a confidencialidade sobre os dados coletados nos arquivos da clínica BURANI – Clínica de Psicologia e Desenvolvimento Humano bem como a privacidade de seus conteúdos, como preconizam os Documentos Internacionais e a Resolução CNS nº 196/96 do Ministério da Saúde. Informo que os dados a serem coletados dizem respeito da Avaliação Psicológica para Renovação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) ocorridos entre as datas de: Agosto 2013 a Novembro 2013. Cerquilho, ___ de _________ de 2013 ____________________ Gabriel Arruda Burani R.G.:34.564.001-9 C.P.F.:353.084.858-10