MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
5
Unidade II
10
15
3 EMPILHAMENTO
20
Falamos na Unidade I sobre a capacidade estática, levando
25 em consideração a armazenagem no piso, sem considerar a
possibilidade de empilhamento. O empilhamento proporciona
30 melhor utilização do espaço vertical, e isso é decisivo para a
definição da capacidade da área de armazenagem.
35
A deficiência na verticalização do armazém é uma das
principais razões para a redução da capacidade de armazenagem.
Empilhar um lote a uma altura de 4 m consome a metade do
espaço do que se o estocasse a 2 m de altura.
O melhor aproveitamento do pé direito requer a utilização
de equipamentos especiais, como modernos sistemas de
empilhamento por prateleiras removíveis ou por gaiolas, de
modo a maximizar a utilização da altura, desde que seja possível
acessar com os equipamentos de elevação disponíveis.
Saiba mais
Algumas imagens de gaiolas ou racks:
Fonte: Fermad - serviços e produtos para logística. Disponível em <http://www.
fermad.com.br/produtos-logistica/Racks/?id=7>.
45
Unidade II
3.1 Problemas de armazenagem quanto ao
aproveitamento do pé direito
A lógica nos diz que os equipamentos de elevação de
mercadorias devem ser adequados ao volume de trabalho e ao
tipo de material utilizado, mas na prática não é o que se encontra.
É muito comum encontrarmos armazéns cujo pé direito seja
bem mais alto do que a capacidade máxima de elevação dos
equipamentos disponíveis. Podemos apontar outros problemas
que afetam a capacidade de armazenagem:
• equipamentos de elevação inadequados à movimentação
das mercadorias recebidas diariamente pelo armazém;
• equipamentos de elevação em más condições de uso, e
por isso baixa capacidade elevação;
• equipamentos em bons estados de conservação, mas com
capacidade de elevação abaixo da capacidade de alguns
volumes recebidos.
Veja a seguir um exemplo de equipamento de elevação:
Empilhadeira hidráulica, de elevação de 1,60 m, com capacidade para 1.000
kg e de tração manual – LM. Disponível em <http://www.dutramaquinas.com.
br/produto/default.asp?secaoID=0&mundoVC=&grupoID=65&subgrupoID=1235
&produtoID=4178>.
Além das dificuldades relacionadas a equipamentos, há
outras dificuldades que seriam importantíssimas na definição
46
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
de capacidade de armazenagem, que devem ser levadas em
consideração:
• A característica da carga a ser estocada, pois a fragilidade
da carga ou da embalagem pode gerar esmagamento das
mercadorias pelo empilhamento.
• Os equipamentos de empilhamento disponíveis, pois a sua
altura máxima de elevação pode ser limitada.
• Possibilidade de queda das pilhas por deslizamento das
embalagens.
Para encontrar a capacidade de armazenagem, vamos
aproveitar o exemplo da Unidade I, no qual a área de estocagem
seria de 3.356 m² considerando as seguintes possibilidades:
a. empilhar 4,0 metros de altura;
b. empilhar 5,0 metros de altura.
Vejamos:
a. 3.356 x 4 = 13.424 m³ de estocagem;
b. 3.356 x 5 = 16.780 m³ de estocagem.
Vamos imaginar agora um produto real, televisores de 42
polegadas:
• TV 42 polegadas:
• dimensões: (L x A x P): 132,0 x 75,0 x 25,0 cm.
P25,0 cm
L 132,0 CM
A75,0 CM
TV LCD 42”
Empilhar
47
Unidade II
Esse produto precisa ser transformado em metragem cúbica
para se ter a mesma linguagem numérica da área do armazém:
Área do armazém, supondo empilhamento de 4 metros:
13.424 m³.
TV 42” = 0,75 x 1,32 x 0,25 = 0,2475 m³.
Se se levar em consideração os espaços nominais, teríamos
que dividir a metragem cúbica do armazém pela metragem
cúbica da embalagem:
13.424 / 0,2475 = 54.238 unidades de TVs, é a capacidade
estática do armazém, mas aproveitando todos os espaços até
atingir 4,0 metros de altura.
Entretanto, as embalagens têm restrições que devemos
considerar; por exemplo, se se empilhar 6 embalagens, isso
atingirá 4,5 metros, então se podem empilhar apenas 5
embalagens, o que atingiria 3,75 metros de altura.
Assim, a capacidade de estocagem seria:
• capacidade de metragem quadrada: 1,32 de largura x 0,25
= 0,33 m² - área da caixa;
• área disponível em m²: 3.356.
Então, a capacidade seria de 3.356 / 0,33 = 10.169 unidades
na base; mas, como vai empilhar 5 níveis, seria: 10.169 x 5 =
50.845 unidades estocadas.
3.2 Fator de estiva
Um problema real que se enfrenta na gestão e no
planejamento das operações de um armazém é que os itens
recebidos não são iguais em dimensões e peso, isso devido à
48
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
diferença de densidade das mercadorias. Mas, para se organizar,
é importante saber a densidade ou a relação peso/volume dos
itens a serem armazenados. Essa relação é chamada de fator de
estiva.
Cada tipo de mercadoria tem um fator de estiva. Então,
como fazer com itens diferentes em peso e volume?
Fator de estiva: é o espaço ocupado
por uma tonelada de uma determinada
mercadoria, expresso em m³ por
tonelada.
Uma forma seria buscar o fator de estiva médio, conhecendo
os fatores de estivas de três itens de pesos idênticos:
Item A = 2,5 m³/t item B = 2,0 m³/t item C = 3,0m³/t
Então: 7,5 m³/t / 3 = 2,5 m³/t
Essa informação é lida da seguinte forma:
Para cada tonelada, precisamos de 2,5 m³ para estocá-las.
Você deve estar se perguntando: Como encontrar esse fator
de estiva de um item qualquer?
Vamos pegar como exemplo a TV de 42”, citada anteriormente,
cujo peso da embalagem seria de 40 Kg por unidade.
Para chegar a uma tonelada, seriam necessárias quantas
TVs?
1.000/40 = 25. Então, 25 TVs pesariam uma tonelada ou
1.000 Kg.
E 25 TVs ocupariam qual volume cúbico?
Uma TV tem 0,2475 m³ (calculado anteriormente). Então,
0,2475 x 25 = 6,18 m³/t.
Como ler essa informação?
49
Unidade II
Cada tonelada desse produto consome 6,18 m³ de espaço,
e são 25 unidades. Cada unidade tem fator de estiva de 0,2472
m³/t aproximadamente (6,18/25).
Quando se for receber 10.000 unidades desse produto, serão
necessários 2.472 m³ para armazená-las. Se se for utilizar espaço
em portos e aeroportos, essa será a base de custo; que será a
mesma nos casos de exportação por navios e aluguel de espaço
em armazém terceirizado.
Outra forma é utilizar a média ponderada:
Vamos supor um armazém com sua lotação comum com
cinco tipos de produtos com pesos e dimensões diferentes.
Para encontrar o fator de estiva médio ponderado, devemos
multiplicar o fator de estiva de cada mercadoria pelo percentual
aproximado do seu peso no total armazenado.
Veja:
Itens
Fator de
estiva
Peso
armazenado
% do armazém
Fator de estiva
ponderado
Fardos
2,5
4,0 t
20
50
Sacarias
2,2
5,0 t
25
55
Caixarias
3,0
6,0 t
30
90
Cartões
3,8
2,0 t
10
38
Tambores
2,0
3,0 t
15
30
20,0 t
100
263
Total
Para calcular a % do armazém, divide-se
o peso de cada mercadoria pelo total
armazenado e multiplica-se por 100.
Ex.: fardos: (4/20) x 100 = 20%.
Total
armazenado.
Assim, o fator de estiva médio será o total (263) dividido por
100 = 2,63 m³/t. Então, na média, cada tonelada utiliza 2,63 m3
para ser armazenada.
50
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
3.2.1 Capacidade estática real
Para sabermos a verdadeira capacidade do armazém, é
necessário conhecer a praça útil, a altura média de empilhamento
e o fator de estiva, pois estes são todos os fatores que interferem
na capacidade de armazenagem.
Vamos pegar exemplos anteriores:
Imagine um armazém com área útil de 3.356 m2 e a
capacidade de empilhamento garantindo a segurança do espaço
de 5 metros de altura; vamos considerar ainda que para as
cargas que recebemos no armazém o fator de estiva médio seja
de 2,63m³/t.
A fórmula da capacidade estática:
CE =
PUx AE
FEM
Em que:
CE = capacidade estática.
PU = praça útil.
AE = altura de empilhamento.
FEM = fator de estiva médio.
CE =
3.356 x 5
= 6.380 toneladas
2, 63
Isso aproximadamente.
Como ler essa informação?
51
Unidade II
Nesse espaço útil para estocagem, e sabendo os tipos de
produtos que normalmente são estocados, é possível estocar
6.380 toneladas.
E se as compras e solicitações apontarem que se terão no
estoque 10.000 toneladas, somando o que já está no estoque
com o que vai receber?
Seria um bom fator indicador de que não se terá capacidade
para armazenagem, seria hora de terceirizar ou construir um
novo armazém.
3.3 Quebra de espaço
Além dos fatores já mencionados na capacidade de
estocagem, é importante conhecermos outro fator, chamado
“quebra de espaço”.
Quebra de espaço são todos os espaços perdidos para a
armazenagem existentes entre e ao redor dos lotes de carga
armazenada.
Não há regras para calcular a quebra de espaço, devemos
levar em consideração o tipo de produto e o volume ocupado.
As principais causas da quebra de espaço são:
• espaço reservado à separação e ao acesso entre os lotes;
• espaços perdidos devido a cargas irregulares, que não
podem ficar juntas nas pilhas;
• espaço ocupado por materiais de separação colocados
entre os lotes;
• espaço ocupado pelos paletes onde a carga é empilhada.
Mesmo sabendo que há grandes oscilações entre os tipos
de produtos, é possível criar uma média de perda na quebra
52
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
de espaço, pois se conhecem os produtos habitualmente
estocados.
Rodrigues (2008) aponta um caminho:
• Pegar um lote já estocado e medir com uma trena o
volume por ele efetivamente ocupado, incluindo os
espaços destinados a seu acesso.
• Verificar o peso do lote em toneladas.
• Calcule o volume em metros cúbicos ocupado por tonelada
da mercadoria, dividindo o volume do espaço ocupado
pelo peso. Esse será o índice para empilhamento nessas
condições de armazenagem.
• Subtraia o fator de estiva do índice para empilhamento
calculado e converta a diferença em um percentual do
fator de estiva. Essa porcentagem será a quebra de espaço
para aquela mercadoria.
Vejamos:
Imagine um lote de sacaria de café armazenado, pesando
80 toneladas. O espaço ocupado pelo lote foi medido com uma
trena, com a qual se chegou às seguintes medidas: 7,2 metros de
comprimento e 5,6 metros de largura e empilhado a uma altura
de 4 metros. Há espaços no entorno de um metro. Que espaço
realmente ocupa esse lote de sacaria?
Obs.:
5,6
7,2
53
Unidade II
Como temos corredores de 1,0 m na base de 7,2 m e 5,6
m, vamos considerar mais 0,5 m, pois, visto que há outras
mercadorias ao lado, o espaço de 1,0 m será dividido por 2.
Assim, a fórmula será:
(7,2 + 0,5) X (5,6 + 0,5) X 4 = 7,7 x 6,1 x 4 = 187,8 m³
Dessa forma, divide-se essa metragem cúbica pelo peso:
187,88 / 80 = aproximadamente 2,35 m³, essa é a metragem
cúbica ocupada pelas sacarias, incluindo os corredores.
Supondo que o fator de estiva de sacaria de café seja de
2,2 m³/t e considerando o Índice de empilhamento calculado
de 2,35m³/t, o acréscimo é de: 2,35 – 2,2 = 0,15, esse é o valor
perdido nos corredores na estocagem desse item.
Portanto, a quebra de espaço é de:
0,15
x 100 = 6, 8%
2, 2
Então, podemos dizer que esse item em particular tem
quebra de espaço de 6,8%.
Para calcular de forma simplificada o espaço aproximado
que será ocupado por um lote, vamos considerar o índice para
empilhamento calculado a partir do fator de estiva e da quebra
de espaço estimada, combinando as informações em uma única
fórmula:
Á =
Area
54
peso x íindice para empilhamento
altura do empilhamento
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Vejamos exemplos:
Qual o espaço necessário para armazenar 80 t de sacos de
café (fator de estiva = 2,2 m³ t; quebra de espaço de 6,8% e
altura média de empilhamento de 4,0 m).
Á =
Area
peso x íindice para empilhamento
altura do empilhamento
Área =
80 x (2, 2 + 6, 8%)
4
Observe que o índice de empilhamento foi somado à
porcentagem de quebra de espaço.
Área =
80 x 2, 35 188
=
= 47, 0 m2
4
4
Qual o espaço necessário para estocar 80 t de CKD (com
fator de estiva de 3,8m³/t, quebra de espaço de 45% e altura de
2,5 metros.
Área =
80 x (3, 8 + 45%) 80 x 5, 51 440, 8
=
=
= 176, 32 m2
2, 5
2, 5
2, 5
Qual o espaço necessário para estocar 80 t de tambores
contendo produtos químicos com fator de estiva de 1,8 m³/t,
quebra de espaço de 20% e altura de empilhamento de 4,5 m.
Área =
80 x (1, 8 + 20%) 80 x 2,16 172, 8
=
=
= 38, 4 m2
4, 5
4, 5
4, 5
Observe que o fator de estiva previamente definido e a
quebra de espaço exigem experiência no trato com os itens
55
Unidade II
armazenados, pois cada mercadoria tem suas implicações em
espaços ocupados e perdas.
Ampliando os conceitos de capacidade de armazenagem,
vamos conhecer agora o “tempo médio de permanência”.
O tempo médio de permanência refere-se ao giro da área,
temos que considerar que o processo de armazenagem está
sempre em plena movimentação, sempre há produtos entrando
e saindo. Com esse conceito, nossa preocupação será saber a
quantidade de carga que pode ser movimentada no armazém
no decorrer de um determinado período.
É possível termos a informação de quantos dias em
média os itens ficam estocados, o que pode ser calculado
dividindo os dias do período considerado pelo giro no
mesmo período.
Exemplo: um estoque que tenha um giro médio de 12 vezes
no ano fica em média quantos dias parado no estoque?
360/12 = 30 dias parado no estoque.
Mas como encontrar esse giro dos itens no estoque?
1. Devemos saber os estoques iniciais.
2. Devemos saber as entradas e as saídas.
3. Devemos ter os saldos de estoque.
Ex.: EI em janeiro: 1.000 unidades – compramos 1.000
unidades e saíram 800 unidades. Então tínhamos 1.000, com
mais 1.000, ficamos com 2.000 unidades e consumimos 800,
sobrando 1.200 unidades. Assim, o estoque médio seria: (EI +
EF)/2 = 1.100.
56
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Para simplificar, vamos supor que o mesmo ocorra nos meses
seguintes; assim, o estoque médio mensal seria 1.100 unidades.
EI
Entrada
Saída
Saldo
EM
Jan.
1.000
1.000
800
1.200
1.100
Fev.
1.200
800
800
1.200
1.100
Mar.
1.200
800
800
1.200
1.100
Abr.
1.200
800
800
1.200
1.100
Mai.
1.200
800
800
1.200
1.100
Jun.
1.200
800
800
1.200
1.100
5.000
4.800
Total
6.600
Assim, o estoque médio mensal seria de 6.600/6 = 1.100
unidades mensais.
Então, qual o giro deste estoque?
Uma fórmula a ser seguida é:
Saída/ EMm
4.800/1.100 = 4,36 vezes no período.
Assim, o tempo de permanência seria: 180 dias do semestre
divididos pelo giro: 180 / 4,36 = 41,8 dias.
Esse tempo de permanência deve ser calculado por produto,
por categoria de produto ou simplesmente por uma média geral,
dependendo dos materiais trabalhados.
Vejamos um exemplo:
Considerando que a capacidade estática para uma mescla
típica de produtos armazenados seja de 4.500 toneladas,
qual seria a capacidade dinâmica anual se o tempo médio de
permanência fosse de 6 dias?
57
Unidade II
Como interpretar:
A lotação do estoque é de 4.500 toneladas, e é consumida
em média em 6 dias. Assim, quanto se poderá estocar nesse
espaço em um ano?
4.500 / 6 = 750 toneladas por dia x 365 = 273.750
toneladas.
Esse armazém tem capacidade dinâmica anual de 273.750
toneladas.
E se o tempo de permanência caísse para 4 dias, qual seria a
capacidade dinâmica anual?
4.500/4 = 1.125 por dia x 365 = 410.625 t por ano.
E se fosse o calculado anteriormente, 41,8 dias?
4.500 / 41,8 dias = 107,65 x 365 = 39.294 t por ano.
Observação:
Veja que o tempo médio de permanência elevado reduz
sensivelmente a capacidade de armazenagem ao longo de
um período de tempo projetado. Isso é o que chamamos de
capacidade dinâmica ou, em outras palavras, a capacidade
estática multiplicada pela quantidade de giros em determinado
período.
Exercício prático
Consideremos um armazém com capacidade estática
máxima de 5.000 toneladas de uma determinada mercadoria.
Vamos entender que esse é o limite de carga que cabe de uma
única vez no armazém. Ele recebe uma proposta para fechar
um contrato para armazenar 200.000 toneladas anuais, com um
58
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
tempo de permanência estimado de 10 dias por lote. É possível
aceitar o contrato?
Como interpretar:
O cliente está propondo consumir os lotes armazenados de
dez em dez dias.
Vejamos:
200.000 t
= 40 giros
5.000 t
Isso significa que, para armazenar 200.000 toneladas no ano,
terá que se encher o armazém 40 vezes no ano.
Assim, o consumo deveria ser:
365
= 9,12 dias
40
Só teremos condições de aceitar o contrato se o consumo for de
menos de nove dias de intervalo e se cada retirada for equilibrada
com novos envios para o armazém. Assim, podemos entender que
cada lote de 5.000 unidades deve ficar somente 9 dias no estoque.
Saiba mais
O que não deve ser feito para não colocar em risco as
operações de armazenagem?
• exceder a capacidade de içamento dos equipamentos
de elevação;
• cobrir com pilhas de mercadorias os dutos de ventilação
e os sistemas de combate a incêndio;
59
Unidade II
• empilhar em alturas que deixe as mercadorias
instáveis;
• empilhar em áreas úmidas;
• armazenar na mesma área itens incompatíveis entre si;
• não seguir as determinações do fabricante da mercadoria.
3.4 Pontos importantes na armazenagem
Um bom planejamento de recebimento deve propor:
• Garantir largura e disposição de corredores de forma a
garantir manobras com segurança dos equipamentos de
movimentação.
• Um armazém limpo e devidamente arrumado, sem objetos
guardados nas áreas de armazenagens.
• Desenhar os fluxos a serem seguidos no chão de forma
visível, isso a fim de evitar acidentes e interferências entre
os equipamentos.
• Indicação em local visível das alturas de empilhamento
recomendadas para cada tipo de produto.
• Zonas de armazenagem bem iluminadas, para garantir a
perfeita visibilidade na operação dos equipamentos.
• Áreas de segurança livres de mercadorias, mantendo
acesso livre aos equipamentos de combate a incêndio.
• Informar a proibição de fumar no armazém.
• Equipes treinadas nos métodos de trabalho e regulamentos
de segurança.
• Não permitir que equipes sem treinamento trabalhem
sem supervisão.
• Armazenar cargas grandes e pesadas próximas à porta.
60
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
• Não empilhar cargas pesadas sobre as leves.
• Reserve áreas específicas para tintas ou líquidos que
possam vazar.
• Armazenar cargas valiosas em zonas seguras e nunca
empilhar nada sobre elas.
• Proceder a inspeções constantes sobre as cargas
armazenadas.
3.5 As operações da armazenagem
3.5.1 Recebimento e descarregamento de veículo
O recebimento é o ponto inicial das operações de um
armazém, então planejá-lo é vital para o sucesso das outras
operações.
A localização dos acessos ao armazém interfere
diretamente na capacidade operacional, uma vez que vai
determinar as distâncias percorridas diariamente pelas
pessoas no armazém.
Outro ponto importante é a dimensão da área de
recebimento, que deve ser de acordo com as necessidades diárias
de recebimento.
É importante pensar ainda nos equipamentos que melhoram
a capacidade de recebimento, como, por exemplo, os niveladores
de docas, que atuam como mecanismo de ligação entre os
edifícios e os veículos. O planejamento dos niveladores deve
levar em consideração as alturas dos cavalos mecânicos e da
carroceria, que podem variar de 1,0 m a 1,5 m de altura, que são
respectivamente as carrocerias de alta capacidade volumétrica
ou de estrutura de engate e os veículos que transportam
contêineres. Tendo como padrão a altura da doca 1,2 m, os
niveladores podem oscilar para cima ou para baixo, facilitando
as operações de descarregamento de veículos.
61
Unidade II
Vejamos alguns exemplos:
Fonte: <http://www.serflabh.com.br/pagina.php?area=produto&cod=5>.
Devemos pensar que um caminhão possui uma largura
interna de 2,30 metros e uma largura externa de 2,45 metros, e
isso será fundamental para a escolha dos niveladores de docas.
4 PRINCIPAIS CUIDADOS NO RECEBIMENTO
Confrontamento de cargas recebidas com espelhos de
compras:
• Um recebimento deve ser previamente informado à
recepção de mercadorias, pois essa informação garante
que se receba aquilo que se espera na quantidade
certa. Qualquer recebimento que não seja informado à
recepção deve ter autorização de um superior ou não será
recebido.
• Deve-se avaliar de forma real as suas disponibilidades de
espaço, equipes e equipamentos para receber cargas em um
dia de trabalho, estabelecendo locais para estacionamento,
pontos de recebimento, fluxos, equipamentos e mão de
obra necessários.
62
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
• Deve-se ainda planejar o escalonamento das chegadas de
caminhões e os intervalos necessários.
• Sempre que possível, manter em zonas separadas as
cargas a serem recebidas e as cargas expedidas, para que
os fluxos não se misturem.
• É importante orientar os veículos para as docas de
recebimento.
• O descarregamento deve ser feito por pessoas e
equipamentos adequados.
• O descarregamento deve ser realizado com rapidez e
segurança, pois o recebimento ágil dará maior eficiência
ao giro de produtos, disponibilizando os itens mais
rapidamente para conferência e liberação.
• Os documentos devem ser conferidos antes de descarregar
os veículos.
Conferência, movimentação e estocagem
A conferência dos itens deve garantir que os itens recebidos
sejam exatamente aquilo que deveria ter sido recebido,
em características técnicas, qualitativas e quantitativas. A
movimentação deve garantir antes de tudo a integridade dos
itens e que todas as operações de recebimento, estocagem
e expedição ocorram sem contratempo e com muita
eficiência.
Guarda dos produtos
A guarda de produtos deve ocorrer respeitando os
endereçamentos, os critérios de vencimentos (PEPS), e, ao mesmo
tempo, proporcionar seletividade, que é o fácil acesso aos itens
e a facilidade na localização, que completa as necessidades de
estocagem dos produtos.
63
Unidade II
Separação de pedidos
A separação dos pedidos pode ser feita das mais variadas formas,
mas sempre no sentido de agilizar o atendimento ao cliente. É uma
atividade que apresenta intensiva movimentação de materiais, em
alguns armazéns chega a ser responsável por custos que giram
em torno de 30% a 40%. Fato apontado por causa do número de
pessoas e equipamentos envolvidos na operação. Essa operação de
separação de pedidos envolve as seguintes operações:
• localização dos produtos no armazém;
• coleta dos produtos;
• contagem e documentação;
• movimentação para localização e formação do pedido.
Estudos apontam que o maior tempo está na movimentação,
assim o tipo de separação a ser efetuado interfere diretamente
na movimentação.
A separação é chamada na logística de picking. Veja a seguir
alguns modelos:
• Picking discreto – é o mais simples, muito utilizado,
consiste em cada operador ser responsável por um pedido
por vez, ele pega apenas um produto de cada vez. Isso
torna a operação mais lenta, mas em alguns casos é
preciso que seja assim.
• Picking por zona – nesse modelo, o armazém é divido
por zona, cada operador é responsável por uma zona, e,
assim, quando ela recebe um pedido, separa somente os
itens da sua zona.
• Picking por lote – nesse modelo, um operador junta
um certo número de pedidos para iniciar a separação,
pegando itens comuns aos vários pedidos. Assim, são
64
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
feitas as coletas de vários produtos em quantidades que
atenda a vários pedidos; em seguida, é feita a distribuição
para cada pedido.
• Picking por onda – muito similar ao discreto, ou seja,
o operador pega um produto por vez, a diferença está
no agendamento de um certo número de pedidos a ser
efetuados.
Embalagem e identificação
A embalagem tem um papel muito importante, que vai
além da proteção física do produto, compreende um conjunto
de operações destinadas ao acondicionamento, proteção,
conservação, transporte e armazenagem de produtos por toda a
cadeia de suprimento. Devendo, ainda, levar em consideração a
disposição dos itens no ponto de venda e posterior reciclagem.
No Brasil, há órgãos técnicos como ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas –, que promovem estudos para
unificar as normas mínimas de segurança das embalagens
adequadas a cada tipo de produto.
4.1 Alguns tipos de embalagens
Embalagem de contenção
É a primeira embalagem, usada para acomodar o produto
unitário, protegendo-o dos agentes externos. Ex.: contenção de
isopor, que protege produtos frágeis. Hoje é muito usado o EPP
– poliuretano expandido –, que é um líquido que toma a forma
do produto na caixa.
Embalagem de apresentação
É a embalagem na qual o produto será apresentado ao
consumidor final nos pontos de vendas ao varejo.
65
Unidade II
Embalagem de comercialização
É a embalagem destinada à comercialização no atacado,
considera um conjunto de produtos.
Embalagem de movimentação
A embalagem de comercialização é agrupada em um processo
denominado de unitização. Com isso, fica mais resistentes aos
agentes externos.
Exemplos:
• Embalagem de apresentação:
• Embalagem de comercialização:
66
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
• Embalagem de movimentação unitizada em um palete:
4.2 Funções da embalagem na armazenagem
Proteção da mercadoria – grande porcentagem das
avarias de produtos armazenados é decorrente de embalagens
inadequadas, e também pela exposição ao sol, chuva, impactos
decorrentes de movimentações ou furtos. É importante saber
que, além de redução de peso e custo, a embalagem deve oferecer
aumento de resistência na movimentação, maior eficiência no
manuseio e no transporte.
Aumentar a eficiência da movimentação – quanto maior
a quantidade unitizada, com segurança, maior é a rapidez na
movimentação; é claro que se devem levar em consideração
os equipamentos, os espaços e a segurança na movimentação,
tanto interna como no transporte externo.
67
Unidade II
Exemplos:
Um produto com dimensões de 20 x 30 x 20 pode ser unitizado
de que maneira em um palete de 1,0 x 1,2, com empilhamento
de 5 níveis?
Nessa posição, é possível colocar 18 unidades na base; como se
pode empilhar em 5 níveis, o palete comporta 90 unidades. Então,
toda a movimentação ocorreria em lotes unitizados de 90 unidades.
Com uma nova unitização, temos:
68
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
20 unidades na base, empilhados em 5 níveis, temos agora
100 unidades no palete; podemos movimentar de 100 em 100
em vez de 90. Supondo descarregar 10.000 caixas, teríamos:
Na primeira opção:
10.000 / 90 = 112 paletes.
Na segunda opção:
10.000 / 100 = 100 paletes.
Pegando as dimensões dos paletes nas duas opções:
Dimensões largura x comprimento x altura.
O palete mede 1,0 x 1,2 x 1,1.
A largura do palete é de 1,0 metro, 1,2 é o comprimento e
1,1 é a altura das caixas empilhadas mais 10 cm do palete.
Então:
1,0 x 1,2 x 1,1 = 1,32 m³
Como economizamos 12 paletes, ocupamos 15,84³ a menos,
o único impeditivo seria em relação ao peso, caso o item
ultrapassasse os limites de segurança.
Identificar, transmitir informações – devem-se identificar
o modelo, a cor, dar instruções de uso e de precauções.
Fonte: Ceagesp. Disponível em: <http://log.esalq.usp.br/home/uploadfiles/
arquivo364.pdf>.
69
Unidade II
Marcas de segurança:
Não pise
Paletização
Marca de
movimentação
Fabricante da
embalagem
Peso e
conteúdo
Posição para
empilhar
Fabricante do
produto
Para a armazenagem, essas informações são importantíssimas,
pois diminuem as avarias.
Saiba mais
Falamos de unitização de cargas, mas o que é e como se
faz a unitização?
Podemos chamar de unitização o processo de agregar,
unir, juntar fisicamente volumes fracionados em uma única
unidade de carga, tornando-se um volume. Pode ou não ter
um padrão de tamanho ou peso, e não deve ser desmontada
até chegar no destino. Traz como resultado maior
facilidade de movimentação, obtendo maior produtividade
operacional.
4.3 Tipos e sistemas de unitização
Pré-lingagem – os materiais são agregados por cintas
sintéticas, como náilon, poliéster etc., descartáveis ou não, que
se entrelaçam, formando línguas com alças que servem para ser
erguidas.
70
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Fonte: Novo Milênio, 2008, p. 28. Disponível em: Disponível em: <http://www.bdtd.
ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2419>.
Lingagem com alças em polipropileno:
Fonte: Banzato; Moura, 1998.
Paletização – é a unitização sobre estrados de madeira, metal,
plástico etc. Podem ser unitizados em paletes produtos em caixas,
tambores, fardos etc., sendo posteriormente percintados ou envolvidos
por filme a quente, integrando-os em uma única embalagem. No
Brasil, são normatizados pela NBR 8253 e NBR 8334 da ABNT.
71
Unidade II
Modelos:
Palete padrão (PBR1)
1.20 m
1.00 m
Formas de paletização:
Arranjo
vazado
Arranjo fileira
interrompida
Arranjo
colmeia
Arranjo duplo
vazado
Fonte: IMAM, 2006.
Big bag – forma de unitização em um contêiner ou em
sacos de náilon ou poliéster.
Exemplos:
Fonte: Banzato; Moura,1998.
72
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Exemplo de unitização especial
Unitizador especial para movimentação e estocagem de
tambores.
Fonte: ibidem.
Exemplos de filme sendo colocado em material:
Fonte: ibidem.
73
Unidade II
Consolidação de cargas e preparação de embarque
Em logística, o termo tem o seguinte significado:
Consolidação de cargas – consiste em criar grandes
carregamentos a partir de vários outros pequenos. Resulta
em economia de escala no custo dos fretes. É preciso um
bom gerenciamento para se utilizar este método, pois é
necessário analisar quais cargas podem esperar um pouco
mais e serem consolidadas. Se mal executada, compromete
a qualidade do serviço de transportes, pois gerará atrasos.
Consiste no processo de análise e agrupamento de cargas de
acordo com as características dos produtos, rotas de entrega e
destinos das entregas em um mesmo veículo, com o objetivo de
reduzir o custo e melhorar o serviço prestado aos clientes por
meio do aproveitamento do transporte.
Pode ser baseada em pedidos por clientes, tipos de produtos,
origem, destino, região, tipo de carga e empresa de transporte. É
muito comum para empresas que mantêm diferentes produtos
em um único armazém, que, embora separados fisicamente, são
despachados de um mesmo local.
O processo de consolidação influencia diretamente o
atendimento ao cliente e a velocidade em que o armazém
pode atender a um pedido. A organização do centro de
distribuição depende da definição de como executar essa
consolidação.
A preparação da carga a ser transportada vai ser de acordo
com o sistema de consolidação definido, deve-se escolher entre
os tipos de picking já discutidos. Essa separação de pedidos
consiste em uma série de atividades que vai desde a retirada dos
itens no estoque até a colocação dos mesmos em um local para
serem carregados no caminhão.
74
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Feita a separação de acordo com as definições
preestabelecidas, é hora de fazer os carregamentos dos
veículos.
O carregamento dos veículos consiste em colocar os produtos
no interior dos veículos conforme ordens de cargas previamente
geradas. O carregamento pode ser influenciado pelos fatores
descritos a seguir:
• Característica do material a carregar
A natureza do material a ser carregado influencia diretamente
no tipo de transporte e na forma pela qual o carregamento será
feito.
Exemplos:
— Materiais a granel, como óleos vegetais, leite, gordura
animal líquida, gasolina, são normalmente armazenados
em grandes tanques e bombeados para os veículos ou
transportados por gravidade.
— Sementes e grãos são armazenados em grandes silos e
transferidos para os veículos de transporte.
— Os bens de consumo, como sabonetes, canetas, cremes
dentais, produtos eletrônicos, são carregados com
auxílio de empilhadeiras.
75
Unidade II
• Planejamento da expedição
O processo de expedição deve seguir as seguintes etapas:
S
e
r
v
i
ç
o
a
o
c
l
i
e
n
t
e
Receber
pedidos
Carregar
veículo
Consolidar
pedidos
Gerar
documento
de transporte
Planejar e
programar
transporte
Liberar
veículo
Estabelecer
rotas de
transporte
Transportar
Fonte: Bertaglia, 2005.
A expedição é, no processo de armazenagem, a última
atividade a ser realizada dentro de um armazém.
A expedição está relacionada com todos os processos
operacionais de um armazém e assegura a eficiência na
distribuição física aos clientes.
Vejamos as inter-relações da expedição com outras áreas:
Sincronia dos processos de recebimento e expedição
através do cross-docking
Recebimento
Espera
Fluxo de
cross-docking
Funções
de apoio
Estocagem
Distribuição
física
Expedição
Seleção e
acumulação
Separação
de pedido
Fonte: Log&MAM – atualidades na armazenagem –, IMAM, 2005.
76
Selecionar
empresas de
transporte
Entregar
produto ao
cliente
Separar
produtos
Instalar
produto
C
l
i
e
n
t
e
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Essas inter-relações estão citadas a seguir:
Recebimento/cross-docking
Muitos armazéns sincronizam seus processos de
recebimento e expedição gerenciando o momento ideal para
receber e expedir. Assim, o cross-docking, que é uma espécie
de estocagem rápida, em que o item chega, é processado de
alguma maneira e rapidamente expedido, o item não fica
estocado. Perceba que receber e expedir estão intimamente
relacionados, ocorrem quase que ao mesmo tempo. Decidir
os itens que serão estocados como cross-docking é parte
integrante do planejamento.
Estocagem
Por causa das características dos fluxos dos mais
variados itens que passam pelo armazém, diversas
alternativas de estocagem podem ser utilizadas, o que pode
interferir no tempo de preparação da carga para expedição
e, consequentemente, na expedição. Se os equipamentos
utilizados, os corredores, as identificações não estiverem
perfeitas, a expedição será comprometida.
Reflexão rápida: Acabo de fazer uma afirmação, você
concorda com ela? Justifique:
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
Responda antes de olhar o padrão de resposta a seguir:
A expedição será comprometida por levar maior tempo
para localização dos pedidos, maior tempo para separação
dos pedidos e preparação, sem contar com a possibilidade
mais real de avarias pela falta de espaços adequados. Assim,
o cliente pode receber os itens atrasados, errados e/ou
avariados.
77
Unidade II
Separação de pedidos
É a inter-relação mais óbvia, pois todo o material separado
de uma área de estocagem deve ser encaminhado para uma
área de expedição. Porém, vale apenas salientar nesse caso
que um processo depende intimamente do outro e durante
um projeto de armazém devemos analisar o impacto de um
sobre o outro. Se a separação for rápida e correta, a expedição
será mais eficiente.
Distribuição física
A estratégia de distribuição física adotada pela
organização interfere também significativamente no processo
de expedição do armazém, como, por exemplo, a decisão
entre expedir cargas fracionadas ou cargas completas: qual
é melhor? Decidir entre expedir lotes grandes ou pequenos:
qual é melhor? Devem-se utilizar veículos de grande ou
de pequeno porte? Devem-se expedir cargas a granel ou
paletizadas?
Movimentação de materiais
O processo e os equipamentos de movimentação de
materiais adotados para o armazém interferem na expedição
de forma direta. Por exemplo: a utilização de transportadores
contínuos, carrinhos elétricos, porta-paletes, empilhadeiras,
niveladores de docas, entre outros, aumentam a eficiência da
expedição.
Tecnologia da informação
A implementação de sistemas de conferência por códigos
de barras, aliados a sistemas de radiofrequência, pode alterar
os procedimentos de expedição.
Fonte: Log&MAM – atualidades na armazenagem – IMAM, 2005.
78
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
EXERCÍCIO
Descreva como funciona na sua empresa cada uma das etapas
citadas. Não haverá certo ou errado, é somente para associar o
que se discute aqui com o como ocorre na sua empresa. Caso não
seja possível, pesquise em uma empresa qualquer e descreva.
Recebimento de pedidos.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Consolidação de pedidos.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Planejamento e programação de transporte.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
79
Unidade II
Estabelecimento de rotas de transporte.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Separação de produtos.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Carregamento de veículos.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Documentação de transporte.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
80
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Preparo de documentação
A documentação a acompanhar o veículo é uma exigência
legal; deve-se tomar cuidados pertinentes quanto às diferentes
exigências por federações do país quanto a tributos. Como critério
de segurança, a emissão de documentos deve acontecer quando
o veículo estiver carregado e pronto para ser liberado, evitando
assim muitos problemas. A questão documental não será foco de
estudo aqui, uma vez que existe legislação pertinente para isso.
Codificação de produtos
Codificação é o processo de identificação dos materiais por
meio de códigos, que podem ser numérico (somente números),
alfabético (somente letras) e alfanumérico (letras e números).
A codificação tem alguns objetivos:
• facilitar a comunicação interna na empresa no que se
refere a materiais e compras;
• evitar a duplicidade de itens no estoque;
• permitir as atividades de gestão de estoques e compras;
• facilitar a padronização de materiais;
• facilitar o controle contábil dos estoques.
Exemplo de codificação numérica:
Exemplo: 12 25 00256 1
12 – grupo equipamentos de informática;
25 – família CPU;
256 – tipo Pentium IV 1G;
1 – origem importado.
81
Unidade II
origem do produto
tipo do produto
família do produto
grupo do produto
O sistema de codificação EAN
Sistema EAN•UCC é um conjunto de padrões que
possibilita a gestão eficiente de cadeias de suprimentos
globais e multissetoriais, identificando com exclusividade
produtos, unidades logísticas, localizações, ativos e serviços. Ele
facilita os processos de comércio eletrônico, propondo soluções
estruturadas para mensagens eletrônicas e viabilizando a total
rastreabilidade das operações. Os números de identificação podem
ser representados por meio de símbolos do código de barras para
possibilitar a leitura eletrônica (óptica) no ponto de venda, no
recebimento, nos depósitos ou em qualquer outra etapa, onde
seja necessária a captura de dados nos processos de negócios.
7 8 9
País
3 dígitos
concedidos
pela EAN
(789=Brasil)
9 9 9 9 9
Empresa
6, 5 ou
4 dígitos
concedidos
pela EAN Brasil
1 2 3 4
Produto
3, 4 ou
5 dígitos
elaborados
pela empresa
9
D.C.
dígito de
controle
(cálculo
algorítmico)
Fonte: EAN Brasil <www.eanbrasil.org.br>.
82
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
O sistema é projetado para superar as limitações
decorrentes do uso de codificações específicas (restritas)
de um setor, organização ou empresa e tornar o comércio
muito mais eficiente e reativo aos clientes.
Além de fornecer números exclusivos de identificação,
o sistema também proporciona informações adicionais, tais
como datas de validade, números de série e números de lote
mostrados na forma de código de barras.
Esses números de identificação também são usados em
mensagens do intercâmbio eletrônico de dados (EDI) para
aumentar a velocidade e a precisão das comunicações.
O sistema EAN•UCC oferece padrões de mensagens
estruturadas EANCOM para EDI, baseado no EDIFACT
(Electronic Data Interchange For Administration, Commerce
and Transport) elaborado pela ONU.
Vejamos alguns equipamentos de movimentação de cargas:
Dispositivo mecânico que, acoplado aos garfos da
empilhadeira, permite movimentar dois tambores.
Fonte: IMAM, 2006.
83
Unidade II
Dispositivo mecânico que, acoplado aos garfos da
empilhadeira, permite içamento e movimentação de cargas
compridas no sentido longitudinal.
Fonte: IMAM, 2006.
Garra hidráulica que abraça a carga lateralmente com
pressão ajustável de acordo com a necessidade.
Fonte: Banzato; Moura,1998.
84
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
Para facilitar o acesso da carga unitizada na carreta-baú, a
plataforma desce até o nível do solo.
Fonte: ibidem.
Içamento de um contêiner flexível por meio de dispositivo
especial.
Fonte: ibidem.
85
Unidade II
Carregamento de um veículo por meio de um carrinho
porta-palete que acessa o interior do veículo por meio de uma
plataforma niveladora.
Fonte: ibidem.
Plataforma de elevação hidráulica, controlada por sistema
de acionamento elétrico.
Fonte: ibidem.
86
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
O carregamento do contenedor sobre rodas é feito com
auxílio de uma plataforma hidráulica fixada na traseira do
veículo, que eleva o carrinho ao nível do caminhão.
Fonte: ibidem.
EXERCÍCIOS
1. Levando em consideração as atividades de armazenagem,
analise o fluxo do pedido a seguir e aponte o erro presente
no fluxo.
Entrada do
pedido
Envia-se para a
logística
Separa-se o
pedido
Consolida-se o
pedido
Confere-se o
pedido
Aprovação de
crédito
Envia-se para
expedição
Roteirização
Embarque
Encerra
Faturamento
87
Unidade II
Qual é o erro que se percebe nesse fluxo?
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
2. Tendo como base as necessidades de recebimento, no fluxo
a seguir, há a falta de uma etapa que pode comprometer
as atividades de estoque. Qual é essa etapa e quais as
possíveis consequências disso?
Receber
pedido
Separar
material
Movimentar
paletes
Montar
paletes
Estocar
paletes
Registrar no
sistema
Encerra
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Respostas dos exercícios
1. Um pedido só será realmente separado quando o pedido
for efetivamente confirmado, e isso ocorre quando o
pedido está pago ou com crédito aprovado. Veja que o
88
MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM
crédito ocorre após a separação do pedido; se o crédito
não for aprovado, o trabalho de separação do pedido foi
perdido.
2. O principal item esquecido foi a conferência dos itens, é
nessa etapa que se verifica a exatidão dos itens recebidos.
A não realização dessa etapa pode trazer quebra de
estoque, interrupção da produção por falta de estoque.
Resumindo
Essa unidade aponta as técnicas de empilhamento como
maneira de economizar espaços e agilizar a movimentação.
Também são abordados:
• O melhor aproveitamento do pé direito com o
empilhamento correto e seguro.
• As técnicas de calcular as capacidades de empilhamento,
fator de estiva.
• Capacidade estática real, conceitos e formas de calcular
quebra de espaço.
• Como o profissional de logística deve conhecer os
pontos importantes na armazenagem e as principais
operações em armazenagem.
• Técnicas de recebimento e descarregamento de
veículo.
• Tipos de picking.
• Aspectos e tipos de embalagens e seus papéis na
armazenagem e comercialização.
• Formas de unitização e equipamentos para unitizar.
• As técnicas de codificação de produtos.
89
Download

Movimentacao e Armazenagem.indb