COLÉGIO SHALOM Ensino Médio – 2ª Série 65 Profº: Clécio Oliveira – Língua Portuguesa Aluno (a) : ______________________________________ Trabalho de Língua Portuguesa Data: Março de 2015 Atividades sobre substantivo Questão 01 - (UNIFICADO RJ) DETERMINISMOS Acho que o caráter de um povo decorre de sua língua, e não o contrário. O constante mau humor do francês, por exemplo, é uma exigência fonética: a língua francesa soa melhor quando exprime alguma indisposição com o mundo ou com um semelhante. Certos sons, em francês, só são perfeitamente atingidos num determinado grau de irritação. O que, à primeira vista, parece uma insanável assincronia entre o francês e o seu fígado ou o seu destino pessoal não passa de um determinismo da pronúncia. Não se pode esperar do francês o gesto largo e generoso de um povo com amplas vogais, como o Italiano. O que se ouve é uma enganosa amargura, fruto das consoantes construtivas. A mania dos alemães de dominar o mundo talvez venha do caráter predatório da sua língua, sempre atrás de maneiras de combinar mais e mais significados numa só palavra. Há quem diga que o ideal alemão é reduzir tudo o que precisa ser dito a uma interminável fileira de sílabas, a uma palavra única que circundaria o globo e tornaria todas as outras línguas obsoletas. Já escrevi que Portugal colonizou a África e o Brasil porque o português falado lá se tornara tão difícil de dizer que precisava de ar. Foi a falta de ar que impeliu as caravelas. O português falado na África e no Brasil é justamente o português de Portugal com mais espaço. O mesmo aconteceu com o inglês americano e australiano em relação ao inglês. Este teria, com o tempo, se tornado incompreensível para seus próprios usuários, se não tivesse adquirido dois grandes continentes, onde pôde respirar e se espraiar. Mas se faz bem à língua o espaço maior pode prejudicar o caráter. Em Portugal ele dizem "ao" onde nós dizemos "ão" e por isso a nossa "corrupção" parece maior, tem a força descritiva de um superlativo. É como se existisse a palavra "corrupcinha", mas. de tão pouco adequada aos nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo, substituída para sempre pelo seu oposto. Nosso português liberado pelo nosso tamanho nos compeliria só aos grandes pecados. A culpa não é nossa, é dos nossos superlativos. Ditongo nasal é destino. (Adaptado - VERÍSSIMO, L.F., In Jornal do Brasil, 8/7/95.) Ao considerar o substantivo "corrupção" uma formação superlativa, o autor pretende salientar, mais do que uma noção de tamanho, uma ideia de: a) b) c) d) e) assimetria afetividade intensidade pejoração quantidade Questão 02 - (UFAM) Assinale a opção constante de substantivo que, no plural, NÃO sofre mudança de timbre (de o fechado para o aberto): a) b) c) d) e) esforço / esforços osso / ossos imposto / impostos esposo / esposos fogo / fogos Questão 03 - (UNIMONTES MG) A BELEZA NÃO É UM ATRIBUTO FUNDAMENTAL 1 Entre os mitos do amor – não provados, porém muito acreditados – encontra-se o da beleza. Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer, e nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou ao extremo de afirmar: “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Já na descrição homérica da guerra de Tróia, atribuía-se o conflito à beleza de Helena, reforçando a crença no poder da 5estética e em sua importância para o florescimento do amor. No entanto, as coisas não se passam bem assim na realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o amor, onde ficariam todos os feios e as feias que conhecemos, provavelmente a maior parte da população? Eles precisariam perguntar ao poeta para que seria a beleza fundamental. Como a beleza é menos frequente do que a feiura, podemos presumir que a maioria formada pelos feios dê valor à 10qualidade que lhes é ausente, e, por essa razão, haveria uma ponderável parcela de pessoas valorizando, até excessivamente, a beleza como qualidade importante na busca de um(a) parceiro(a). Para confirmar essa hipótese, podemos tomar o exemplo do próprio Vinícius de Moraes, que certamente já não primava pela beleza na época em que criou a famosa frase. Frequentemente, vemos casais que nos chamam a atenção exatamente por serem singularmente 15 díspares, pois, enquanto um é muito bonito, o outro é bem o contrário. É provável que isso se deva a um fenômeno bastante comum – a atração dos opostos. Tanto quanto uma pessoa feia pode valorizar a beleza como qualidade que busca em seu parceiro, a pessoa bonita pode se desinteressar por uma qualidade que, para ela, não passa de um dom natural, em geral escassamente apreciado por não ser fruto de um especial esforço, por não ser uma conquista, mas algo recebido, por assim dizer, de mão 20beijada. Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza – como característica desejada no parceiro que buscamos – deve vir numa posição não muito destacada, visto que existem muitas outras qualidades que são de fato mais fundamentais quando procuramos nosso companheiro de viagem pela vida. Honestidade, inteligência, capacidade de amar, diligência, generosidade, bondade, disciplina pessoal e 25saúde são algumas das qualidades que valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua formosura. Daí a sabedoria popular afirmar que “beleza não põe mesa”. Não resta a menor dúvida de que a beleza abre portas, facilita um primeiro contato, cria uma impressão favorável e uma predisposição positiva nas pessoas. Até porque ela tende a ser vista como a expressão externa de algo interno, ou seja, mostra-se como uma prévia de qualidades a serem 30 percebidas posteriormente. Tendemos a acreditar que uma pessoa é boa e inteligente simplesmente porque é bela. Isso, porém, pode se tornar uma faca de dois gumes na medida em que se passa a esperar um melhor desempenho e um maior leque de qualidades em uma pessoa, apenas pelo fato de ela ser bonita. É muito comum encontrarmos entre as mulheres – como corolário do mito da beleza 35fundamental – um outro mito: o da capa de revista. Muitas mulheres tendem a ficar inseguras quando disputam um namorado com outra que consideram mais bonita ou quando percebem seu homem manifestar interesse por uma mulher do tipo “capa de revista”. Na imaginação, acolhem a ideia de que os homens tenderiam a procurar mulheres especialmente bonitas para serem suas parceiras, o que viria a se encaixar com a ideia de que a beleza seria mesmo a qualidade mais valorizada por eles. Podem até 40existir aqueles que colocam a beleza em primeiro lugar, mas é muito provável que sejam minoria. A maior parte dos homens está em busca de mulheres com outras qualidades consideradas mais fundamentais. A qualidade de fato mais importante está na capacidade de cada indivíduo tirar partido dos aspectos positivos de sua aparência. Com isso, cada um de nós mostra que, mais fundamental do que 45ser bonito, é revelar uma atitude de amor, carinho e cuidado consigo mesmo. Isso pode ser percebido por sinais exteriores que, por serem realmente mais valiosos do que a beleza natural, acabam se confundindo com ela. O que acontece, muitas vezes, é que uma pessoa se torna atraente e nos parece bonita devido somente às suas outras qualidades. Luiz Alberto Py Em qual das alternativas abaixo, a palavra destacada é um substantivo? a) “A beleza não é um atributo fundamental.” (título do texto) b) “... qualidades que valorizam uma pessoa mais que simplesmente sua formosura.” (linha 25) c) “... uma pessoa se torna atraente...” (linha 47) d) “É muito comum encontrarmos entre as mulheres...” (linha 34) Questão 04 - (UNIPAR PR) Primeiro foi a devastação, depois a indignação – e agora a ação. Os termos destacados são substantivos abstratos derivados de verbo. Assinale a alternativa em que o substantivo abstrato NÃO deriva de verbo: a) b) c) d) e) A concessão de regalias. A explanação dos versos. A manutenção do automóvel. A cessão de direitos. A solidão dos trabalhadores. Questão 05 - (FUVEST SP) S. Paulo, 13-XI-42 Murilo São 23 horas e estou honestissimamente em casa, imagine! Mas é doença que me prende, irmão pequeno. Tomei com uma gripe na semana passada, depois, desensarado, com uma chuva, domingo último, e o resultado foi uma sinusitezinha infernal que me inutilizou mais esta semana toda. E eu com tanto trabalho! Faz quinze dias que não faço nada, com o desânimo de apósgripe, uma moleza invencível, e as dores e tratamento atrozes. Nesta noitinha de hoje me senti mais animado e andei trabalhandinho por aí. (...) Quanto a suas reservas a palavras do poema que lhe mandei, gostei da sua habilidade em pegar todos os casos “propositais”. Sim senhor, seu poeta, você até está ficando escritor e estilista. Você tem toda a razão de não gostar do “nariz furão”, de “comichona”, etc. Mas lhe juro que o gosto consciente aí é da gente não gostar sensitivamente. As palavras são postas de propósito pra não gostar, devido à elevação declamatória do coral que precisa ser um bocado bárbara, brutal, insatisfatória e lancinante. Carece botar um pouco de insatisfação no prazer estético, não deixar a coisa muito bem-feitinha. (...) De todas as palavras que você recusou só uma continua me desagradando “lar fechadinho”, em que o carinhoso do diminutivo é um desfalecimento no grandioso do coral. Mário de Andrade, Cartas a Murilo Miranda. No texto, as palavras “sinusitezinha” “trabalhandinho” exprimem, respectivamente, a) b) c) d) e) e delicadeza e raiva. modéstia e desgosto. carinho e desdém. irritação e atenuação. euforia e ternura. TEXTO comum às questões: 06 e 07 A DISTÂNCIA ENTRE LÍNGUA E DIALETO Uma das distinções mais nebulosas da linguística continua criando polêmica entre os curiosos O Brasil, frequentemente se diz, é um país de sorte porque, apesar das dimensões continentais, aqui não há dialetos – todos falamos a mesma língua. Também é comum ouvir que as línguas europeias têm muitos dialetos ou que na África as línguas oficiais (dos colonizadores) convivem com dialetos nativos. O que é, então, língua e dialeto? 05 Para o linguista Max Weinreich, “língua é um dialeto com um exército e uma marinha”. Não está longe da verdade. Afinal, a tradicional distinção entre língua e dialeto está fundada em critérios mais políticos do que linguísticos. Língua é um sistema de comunicação formado por sons vocais (fonemas), que se agrupam para formar unidades dotadas de significado (morfemas), que se agrupam para 10formar palavras, que se agrupam (ih, ficou monótono!) para formar frases, que se agrupam para formar textos. Do ponto de vista estritamente linguístico não há nada que distinga língua de dialeto. Ambos os sistemas têm léxico (um inventário de palavras) e gramática (conjunto de regras de como as palavras se combinam para formar frases, parágrafos e textos). 15 Quem fala um idioma nacional e um dialeto regional é tão bilíngue quanto quem fala dois idiomas. Então por que alguns sistemas são chamados de idiomas e outros, não? Dialeto vem do grego dialektos, composto de dia, “através”, e léktos, “fala”. Seria, segundo alguns, uma espécie de fala “atravessada”, um linguajar defeituoso, não conforme às normas do falar estabelecidas pelos gramáticos. A primeira definição de dialeto (que por 20sinal, teria inspirado as posteriores) baseava-se numa visão preconceituosa que a elite ateniense do período clássico tinha em relação à fala tanto das camadas populares quanto dos estrangeiros (nãoatenienses, inclusive gregos de cidades vizinhas). Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer expressão linguística que não seja reconhecida como língua oficial de um país. Assim, um dialeto pode ser tanto uma 25variedade linguística regional do idioma oficial quanto uma língua sem qualquer parentesco com ele. BIZOCCHI, Aldo. A distância entre língua e dialeto. Revista Língua, ano 2, nº 14, dezembro de 2006. pp 54-57. Questão 06 - (UFPI) Em relação à palavra dialeto assinale a assertiva CORRETA: a) Trata-se de um neologismo, pois foi criada de forma inédita pelos gregos; b) Trata-se de uma derivação por prefixação, pois inicia pelo prefixo “dia”; c) Trata-se de um estrangeirismo, pois a palavra tem origem na Grécia; d) Trata-se de um substantivo comum de origem grega; e) Trata-se de um hibridismo, pois nasce a partir da junção de duas palavras gregas; Questão 07 - (UFPI) O vocábulo “língua”, em relação à palavra “português”, guarda uma relação de: a) hiponímia; b) hiperonímia; c) sinonímia; d) homonímia; e) polissemia. Questão 08 - (UFAM) Assinale a opção em que o substantivo, ao ser levado ao plural, não sofre metafonia (mudança de timbre da vogal tônica: o fechado para o aberto): a) b) c) d) e) molho de peixe poço artesiano ovo de codorna corpo de baile posto de saúde Questão 09 - (UNIMONTES MG) Lembrança e esquecimento DULCE CRITELLI 1 “Como é antigo o passado recente!” Gostaria que a frase fosse minha, mas ela é de Nelson Rodrigues numa crônica de “A Menina sem Estrela”. Também fico perplexa com esse fenômeno rápido e turbulento que é o tempo da vida. Não são poucas as vezes em que me volto para algum acontecimento acreditando que ele ainda é atual e descubro 5que ele faz parte do passado para outros. Um exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me a eventos que se passaram nos anos 70 e meus alunos me olham como se eu falasse da Idade Média... E eu nem contei para eles que andei de bonde! A distância entre nós não é apenas uma questão de gerações. Eles nasceram em um mundo já transformado pela tecnologia e pela informática. Uma transformação que começou nos anos 50 e 10 que não nos trouxe somente mais eletrodomésticos e aparelhos digitais. Ela instalou uma transformação radical do nosso modo de vida. Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o jeito de namorar, de vestir, de procurar emprego, de andar na rua e de se locomover pela cidade. Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor da 15vida, do dinheiro e das pessoas... Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda, ele não tem volta. Não se pode ter a experiência dele nunca mais. Por isso, meus alunos e eu só podemos compartilhar o tempo atual. Não podemos compartilhar um tempo que, para eles, é passado, mas, para mim, ainda é presente. Os fatos de 30 anos atrás não são passado na minha vida. Para mim, meu passado não passou e 20 minha história não envelhece. Minha memória pode alcançar os acontecimentos que vivi a qualquer momento, e posso revivê-los como se ocorressem agora. Mas, se eu os narrar, quem me ouve não pode, como eu, vivenciá-los. Por isso, para meus alunos, são contos o que para mim é vida. Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, transformando em palavras o que hoje é ação. Se não forem narrados, os acontecimentos e os nossos feitos passam sem deixar rastros. 25 Faladas ou escritas, são as palavras que salvam o já vivido e o conservam entre nós. Salvam os feitos e os acontecimentos da sua total desintegração no esquecimento. A memória do já vivido e a sua narração numa história é o que possibilita a construção da História e das nossas histórias pessoais. Só os feitos e os acontecimentos narrados em histórias são capazes de salvaguardar nossa existência e nossa identidade. 30 Só conservados pela lembrança é que os feitos e os acontecimentos podem entrar no tempo e fazer parte de um passado. Recente ou antigo. Folha de São Paulo – 20/3/08 Os substantivos usados para dar título ao texto são a) b) c) d) homônimos. sinônimos. antônimos. parônimos. Questão 18 - (IFRS) QUINO. Mafalda 2. São Paulo: Martins Fontes, 2002. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre o emprego das classes de palavras na tira. ( ( ( ( ) ) ) ) O vocábulo aqui é um pronome. O vocábulo veículo é um substantivo. O vocábulo isso é um artigo. O vocábulo ia é um verbo. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) b) c) d) e) F – V – V – V. V – F – F – F. F – F – V – V. V – V – F – F. F – V – F – V. Questão 11 - (UFOP MG) Doença do nosso tempo Mariana Sgarioni 01 Você deve estar pensando: gente teimosa e turrona existe desde que o 02mundo é mundo. Por que só agora se percebeu que isso é um transtorno de 03personalidade que deve ser tratado? Porque a vida nunca foi tão difícil para os 04perfeccionistas. 05 Até poucas décadas atrás, o ritmo mais lento da vida – e do trabalho – dava 06espaço a que o sujeito cabeça-dura se ocupasse com suas obsessões e fosse 07especialista nelas. Um afinador de pianos podia demorar semanas para devolver o 08 instrumento ao cliente, pois seu trabalho dependia somente de talento, aptidão e 09 treinamento. Mas as coisas mudaram: surgiram artefatos eletrônicos que, se não 10substituem perfeitamente o trabalho de um ouvido absoluto, tornam o serviço bem 11mais rápido e com um resultado aceitável para a maioria dos mortais. Pior para os 12afinadores perfeccionistas, inventaram pianos eletrônicos que nunca precisam ser 13afinados. 14 Em resumo: a pessoa precisa saber se adaptar, coisa dificílima para um 15perfeccionista. “Vivemos numa era em que as vidas social, profissional e afetiva 16exigem flexibilidade”, afirma Geraldo Possendoro. “Quem não é flexível fica para 17trás e sofre de ansiedade.” 18 Além disso, a era da informação rápida e fácil – mas nem sempre confiável 19– é o inferno dos perfeccionistas porque os obriga a elevar os próprios padrões de 20exigência. Até meados da década de 1990, um jornalista que quisesse escrever 21sobre afinação de pianos precisaria se desdobrar para achar fontes especializadas 22de informação. Qualquer besteira escrita passaria em branco para a maioria dos 23leitores – só os perfeccionistas teriam disposição para correr atrás dessas fontes. 24Hoje, qualquer tipo de informação – de afinação de pianos a disfunções intestinais 25 do bagre africano – estão disponíveis na internet para o jornalista, seu chefe e 26todos os leitores (ai, Jesus!). 27 Mais fácil que mudar esse mundo é tentar amolecer a cabeça dura dos 28perfeccionistas. Mas como? A psicóloga americana Alice Provost propôs um 29exercício para o grupo que estudou na universidade – uma série de regras que 30 tinham por objetivo livrar essas pessoas de suas próprias regras mentais. Elas eram 31mais ou menos assim: termine o expediente na hora certa; não chegue ao trabalho 32antes da hora estabelecida; faça todas as pausas a que tem direito; deixe a mesa 33bagunçada; determine um número de tentativas para concluir o trabalho e, em 34seguida, entregue o que tiver. “Parecem coisas banais, porque aquilo que alguns 35deles consideram fracasso é algo para o que a maioria das pessoas não dá a 36mínima importância”, diz. Depois pergunte: você foi castigado? A universidade 37deixou de funcionar? Você está mais feliz? Segundo a professora, os cobaias 38 perceberam que se preocupavam demais com bobagens. “Todos ficaram surpresos 39porque tudo continuava funcionando”. In: Superinteressante, março de 2008, p. 69. “[...] termine o expediente na hora certa; não chegue ao trabalho antes da hora estabelecida; faça todas as pausas a que tem direito; [...] e, em seguida, entregue o que tiver.” (linha 31) Assinale a alternativa em que a transposição para o plural está correta: a) terminem o expediente na hora certa; não cheguem ao trabalho antes da hora estabelecida; façam todas as pausas a que têm direito; [...] e, em seguida, entreguem o que tiverem. b) terminem os expedientes na hora certa; não cheguem aos trabalhos antes da hora estabelecida; façam toda pausa que têm direitos, [...] e, em seguida, entreguem o que tiverem. c) terminem os expedientes nas horas certas; não chegues aos trabalhos antes das horas estabelecidas; façam todas as pausas a que tem direitos; [...] e, em seguida, entregue o que tiverem. d) terminem o expediente nas horas certas; não cheguem ao trabalho antes das horas estabelecidas; façam toda pausa que tem direito; [...] e, em seguida, entregue o que tiver. Questão 12 - (IFSP) Responda de acordo com a gramática normativa. O substantivo em destaque está corretamente flexionado no plural em: a) Vários painéus explicativos foram expostos para orientar os visitantes que vêm ao museu. b) Os arqueólogos até hoje tentam decifrar alguns caracteres usados por povos da Antiguidade. c) Os cidadões estão indignados com o aumento excessivo e injusto dos impostos. d) A nova cozinheira sabe preparar deliciosos pãozinhos de milho. e) No salão de cerimônias do clube estavam expostos os troféis do time. Questão 13 - (FUVEST SP) Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas) A enumeração de substantivos expressa gradação ascendente em: a) "menino mais gracioso, inventivo e travesso". b) "trazia-o amimado, asseado, enfeitado". c) "gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas". d) "papel de rei, ministro, general". e) "tinha garbo (...), e gravidade, certa magnificência". Questão 14 - (UNESP SP) Considere o fragmento de um artigo de Mônica Fantin sobre o uso dos tablets no ensino, postado na seção de blogues do jornal Gazeta do Povo em 16.05.2013: Tablets nas escolas Ou seja, não é suficiente entregar equipamentos tecnológicos cada vez mais modernos sem uma perspectiva de formação de qualidade e significativa, e sem avaliar os programas anteriores. O risco é de cometer os mesmos equívocos e não potencializar as boas práticas, pois muda a tecnologia, mas as práticas continuam quase as mesmas. Com isso, podemos nos perguntar pelos desafios da didática diante da cultura digital: o tablet na sala de aula modifica a prática dos professores e o cotidiano escolar? Em que medida ele modifica as condições de aprendizagem dos estudantes? Evidentemente isso pode se desdobrar em inúmeras outras questões sobre a convergência de tecnologias e linguagens, sobre o acesso às redes na sala de aula e sobre a necessidade de mediações na perspectiva dos novos letramentos e alfabetismos nas múltiplas linguagens. Outra questão que é preciso pensar diz respeito aos conteúdos digitais. Os conteúdos que estão sendo produzidos para os tablets realmente oferecem a potencialidade do meio e sua arquitetura multimídia ou apenas estão servindo como leitores de textos com os mesmos conteúdos dos livros didáticos? Quem está produzindo tais conteúdos digitais? De que forma são escolhidos e compartilhados? Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet oferece na escola — acessar e produzir imagens, vídeos, textos na diversidade de formas e conteúdos digitais — implica em repensar a didática e as possibilidades de experiências e práticas educativas, midiáticas e culturais na escola ao lado de questões econômicas e sociais mais amplas. E isso necessariamente envolve a reflexão crítica sobre os saberes e fazeres que estamos produzindo e compartilhando na cultura digital. das queimadas. e) A previsão do Ministro refletia a falta de controle das queimadas. (Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado.) 1 Ao criar um livro, um quadro ou uma canção, o artista brasileiro dos dias atuais tem uma preocupação a menos: parecer brasileiro. A noção de cultura nacional é algo tão incorporado ao cotidiano do país que deixou de ser um peso para os criadores. Agora, em vez de servir à pátria, eles podem servir ao próprio talento. Essa é uma conquista deste século. Tem como marco a Semana de Arte Moderna de 1922, uma espécie de grito de independência artística do país, cem anos depois da independência política. Até esta data, o brasileiro era, antes de tudo, um envergonhado. Achava que pertencia a uma raça inferior e que a única solução era imitar os modelos culturais importados. Para acabar com esse complexo, foi preciso que um grupo de artistas de diversas áreas se reunisse no Teatro Municipal de São Paulo e bradasse que ser brasileiro era bom. O escritor Mário de Andrade lançou o projeto de uma língua nacional. Seu colega Oswald de Andrade propôs o conceito de "antropofagia", segundo o qual a cultura brasileira criaria um caráter próprio depois de digerir as influências externas. 2 A semana de 22 foi só um marco, mas pode-se dizer que ela realmente criou uma agenda cultural para o país. Foi tentando inventar uma língua brasileira que Graciliano Ramos e Guimarães Rosa escreveram suas obras, as mais significativas do século, no país, no campo da prosa. Foi recorrendo ao bordão da antropofagia que vários artistas jovens, nos anos 60, inventaram a cultura pop brasileira, no movimento conhecido como tropicalismo. No plano das ideias, o século gerou três obras que se tornariam clássicos da reflexão sobre o país. "Os Sertões", do carioca Euclides da Cunha, escrito em 1902, é ainda influenciado por teorias racistas do século passado, que achavam que a mistura entre negros, brancos e índios provocaria um "enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo assim, é um livro essencial, porque o repórter Euclides, que trabalhava no jornal "O Estado de S. Paulo", foi ao campo cobrir a guerra de Canudos e viu na frente de combate muitas coisas que punham em questão as teorias formuladas em No último período do texto, os termos saberes e fazeres são a) b) c) d) e) adjetivos. pronomes. substantivos. advérbios. verbos. Questão 15 - (FUVEST SP) “O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa porque geralmente o usamos para designar o que é agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam diminuir sem perder o sentido. E precavida porque também o usamos para desarmar certas palavras que, por sua forma original, são ameaçadoras demais.” [Luis Fernando Veríssimo, Diminutivos] A alternativa inteiramente de acordo com a definição do autor sobre diminutivos é: a) O iogurtinho que vale por um bifinho. b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir interminavelmente das mulheres. c) Gosto muito de te ver, Leãozinho. d) Essa menininha é terrível! e) Vamos bater um papinho. Questão 16 - (UNIFOR CE) … pelo satélite usado nas medições de focos de calor. As palavras grifadas nas frases abaixo fazem o plural de maneira idêntica à palavra grifada acima, EXCETO em: a) O Ministério recebeu o apoio da organização não-governamental. b) O domínio do fogo foi uma bênção para a humanidade. c) Era necessária a redução de focos de incêndio. d) A população foi prejudicada pela fumaça Questão 17 - (UFSM RS) BRASIL, MOSTRA A TUA CARA A busca de uma identidade nacional é preocupação deste século gabinete. "Casa-Grande & Senzala", do pernambucano Gilberto Freyre, apresentava pela primeira vez a miscigenação como algo positivo e buscava nos primórdios da colonização portuguesa do país as origens da sociedade que se formou aqui. Por último, o paulista Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil", partia de premissas parecidas mas propunha uma visão crítica, que influenciaria toda a sociologia produzida a partir de então. João Gabriel de Lima "VEJA", 22 de dezembro, 1999. p. 281-282. No texto, observa-se a ocorrência de alguns substantivos derivados de verbos - os deverbais. Esses substantivos denotam AÇÃO e apresentam as terminações -a, -e, -o. O único substantivo que NÃO faz parte desse grupo é a) b) c) d) e) busca (subtítulo). conquista. grito. século. combate. Questão 18 - (UFF RJ) Cada lugarzinho tem um canto escondido. Um ao meio-dia, um às três da tarde. Cada passarinho tem um canto exclusivo. Às vezes passa um carro, mas só às vezes. E as ondas do mar não param de passar. Quem tem medo de cobra põe sapato. Quem não tem, a mãe obriga a pôr. O mormaço apazigua a cor. Às vezes chove, mas só às vezes. Estende a esteira pra ver as estrelas. Sobre a areia deita-se também. Tudo é cinema. Ninguém precisa de problema. A ciência do palavrão Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha da …, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem. Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal fica lá. E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado. E os palavrões saem como se fossem tiques nervosos na forma de palavras. Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade inigualável. Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem fala diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a linguagem comum. (www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.) Arnaldo Antunes Assinale a opção em que a palavra grifada do Texto retoma e resume ideias anteriormente expressas. a) b) c) d) e) Cada lugarzinho tem Às vezes passa um carro, mas só às vezes. Tudo é cinema. Sobre a areia deita-se também. O mormaço apazigua a cor. Questão 19 - (UNIFESP SP) No texto, o substantivo palavrão, ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta à ideia de tamanho. Tal emprego também se verifica em: a) Durante a pesquisa, foi colocada uma gotícula do ácido para se definir a reação. b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas caminhas. c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar livrinhos que cabem nos bolsos. d) Não estava satisfeita com aquele empreguinho sem graça e sem perspectivas. e) Teve um carrinho de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete. Questão 20 - (UFMS) Leia o trecho da crônica Sexa, de Luis Fernando Veríssimo. [...] - Pai... - Hummm? - Como é o feminino de sexo? - O quê? - O feminino de sexo. - Não tem. - Sexo não tem feminino? [...] mais comuns são os textos atribuídos ou deformados que circulam por aí e que não podem ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou revista é processado se publicar sem autorização do autor um texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a desmentir e dar espaço ao contraditório. Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira liberdade. (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Sexa. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.53-54). Com relação à causa da incompreensão entre pai e filho, assinale a alternativa correta. a) A palavra sexo é masculina, portanto é do gênero biológico. b) Uma confusão entre gênero biológico, natural e gênero gramatical. c) A pergunta do filho se referiu ao gênero gramatical da palavra sexo. d) A palavra sexo é masculina, portanto é do gênero natural. e) O pai entendeu que a pergunta se referiu ao gênero biológico. Questão 21 - (UEMA) Ressentimento e covardia Carlos Heitor Cony, Tenho comentado aqui na Pensata, em diversas crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação específica que coíba não somente os usos mas os abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação indébita. No fundo, é um problema técnico que os avanços da informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-história. Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e escritores em geral, os Disponível em http://www1.folha.uol.com.br Leia o trecho a seguir. "Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira liberdade". Assinale a alternativa que classifica corretamente, do ponto de vista morfológico, os termos destacados. a) b) c) d) e) Adjetivo, substantivo e adjetivo Substantivo, advérbio e verbo Verbo, verbo e adjetivo Substantivo, substantivo e verbo Verbo, substantivo e adjetivo Questão 22 - (UFTM MG) Em nossos dias, o neo-indianismo dos modernos de 1922 (precedido por meio século de etnografia sistemática) iria acentuar aspectos autênticos da vida do índio, encarando-o, não como gentilhomem embrionário, mas como primitivo, cujo interesse residia precisamente no que trouxesse de diferente, contraditório em relação à nossa cultura europeia. O indianismo dos românticos, porém, preocupou-se sobremaneira em equiparálo qualitativamente ao conquistador, realçando ou inventando aspectos do seu comportamento que pudessem fazê-lo ombrear com este – no cavalheirismo, na generosidade, na poesia. A altivez, o culto da vindita, a destreza bélica, a generosidade, encontravam alguma ressonância nos costumes aborígines, como os descreveram cronistas nem sempre capazes de observar fora dos padrões europeus e, sobretudo, como os quiseram deliberadamente ver escritores animados do desejo patriótico de chancelar a independência política do país com o brilho de uma grandeza heroica especificamente brasileira. (Antônio Candido. Formação da literatura brasileira, 2000. Adaptado.) Considere as passagens do texto: • [...] encarando-o , não como gentil-homem embrionário [...]. • [...] cujo interesse residia precisamente [...]. • [...] como os descreveram cronistas [...]. Os substantivos retomados pelos sublinhados são, respectivamente, a) b) c) d) e) pronomes neo-indianismo, índio e índios. neo-indianismo, índio e aborígines. índio, primitivo e aborígines. índio, primitivo e cronistas. índio, neo-indianismo e costumes. Questão 23 - (UFU MG) O princípio, o meio e o fim "De quanta terra precisa o homem?” A pergunta é o título de um conto de Leon Tolstoi. Nele, um sujeito faz pacto com o diabo. Receberá toda a terra que conseguir percorrer a pé, durante um dia, do nascer ao pôr do sol. O homem atravessa as horas sem descanso. Quando o sol já se aproxima do horizonte, não se dá por satisfeito. Corre. Falta-lhe fôlego, mas ele não para. Quer ainda possuir aquele vale, aquele bosque. Quando cai morto de fadiga, o conto explica de quanta terra precisa um homem: se ele não tem consciência de limites, apenas um par de metros lhe bastam. Uma cova não requer mais do que isso. A trágica moral contida no conto sintetiza um mito-chave para a compreensão da crise que nossa civilização enfrenta. O mito do único pecado que os gregos consideravam capital: a arrogância, entendida sobretudo como falta de consciência de limites, como ambição desmedida, como desejo incontrolável de posse e de poder. Para os gregos antigos, a arrogância era o maior de todos os pecados. Era a falha que não tinha remissão. Eles a chamavam hýbris, e acreditavam que incorrer nessa falha acarretava a danação eterna. Insustentável Não é assim, desse modo arrogante – feito de destruição, poluição e exploração insustentável dos recursos naturais – que tratamos nosso planeta-mãe, a Terra? Convencidos de que todas as coisas foram criadas para satisfazer nossos desejos e necessidades, inventamos uma cultura inteiramente destituída de bom senso: a cultura da produtividade e do consumismo insustentáveis. Como no conto de Tolstoi, não conseguimos parar. Derrubamos e queimamos florestas, matamos lagos e rios, poluímos os mares e a atmosfera, extinguimos espécies de plantas e de animais. Sem falar nas mazelas que produzimos para nós mesmos, como perturbações da saúde física, psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e uma carga insustentáveis de trabalho, de produção e de consumismo. Embriagados pelo desejo de posse e de poder, cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da qual somos herdeiros, esquecemos que a arrogância constitui um desequilíbrio maior. Não lembramos que, por uma lei natural, toda ação que leva à perda do equilíbrio gera uma força igual e contrária que procura restabelecê-lo. Essa força, que os gregos chamavam Nêmesis, era simbolizada por uma deusa implacável, avessa a qualquer compromisso, a qualquer oferenda, a qualquer intercessão apaziguadora. Para os gregos, o aquecimento global nada mais seria do que uma das tantas emanações de Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação errônea. Gaia vive Esse tipo de raciocínio, por sinal, há muito deixou de ser formulado no âmbito estrito da filosofia e da religião. Hoje, ele invade o território pragmático da ciência. Cita-se como exemplo a Hipótese Gaia, do cientista inglês James Lovelock. Para ele, a Terra não é uma simples bola mineral a rodopiar pelo espaço afora. Lovelock e seus seguidores entendem nosso planeta como um ser vivo, pulsante, dotado não apenas de um corpo físico, mas também de psique. Um macrosser, em tudo análogo a seu filho, o homem. “Até quando a Terra suportará sem reagir todos os arranhões que estamos produzindo em sua superfície?” A célebre questão de Lovelock, formulada há cerca de três décadas, não precisou esperar muito pela resposta. Ela está aí: o planeta reage às agressões de múltiplas formas e, no momento, a mais ameaçadora delas chama-se aquecimento global. Istoé, 18 de dezembro de 2009. Assinale a alternativa em que a palavra em destaque NÃO está corretamente interpretada de acordo com seu sentido no texto. A) “Sem falar nas mazelas que produzimos para nós mesmos, como perturbações da saúde física, psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e uma carga insustentáveis de trabalho, de produção e de consumismo.” (2º Parágrafo) = doenças. B) “Para os gregos, o aquecimento global nada mais seria do que uma das tantas manifestações de Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação errônea.” (3º Parágrafo) = prejudicial. C) “[...] inventamos uma cultura inteiramente destituída de bom senso: a cultura da produtividade e do consumismo insustentáveis.” (2º Parágrafo) = privada. D) “Embriagados pelo desejo de posse e de poder, cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da qual somos herdeiros, esquecemos que a arrogância constitui um desequilíbrio maior.” (3º Parágrafo) = anterior. GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 15 16 17 18 19 20 21 22 23 14 Atividades sobre Adjetivo Texto comum às questões 1 e 2 Morte e Vida Severina O meu nome é Severino não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; Como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos Iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história da minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. (João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 – adaptado) Questão 01 - (UNIFOA MG) “...sobre as mesmas pernas finas”. A relação sintática existente entre as duas palavras sublinhadas não pode ser observada em: a) b) c) d) e) morte severina presença emigra cabeça grande santo de romaria ventre crescido Questão 02 - (UNIFOA MG) Sobre o adjetivo “severina”, da expressão “Morte e Vida Severina”, que intitula o texto de João Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas estão corretas, exceto: a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados, lutam contra o sistema latifundiário que oprime o camponês. b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens materiais e de afetividade. c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da terra. d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres marginalizados determinada pela morte. e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se repetem física e espiritualmente, sem condições concretas de mudança. Questão 03 - (UNIMONTES MG) COMO SER FELIZ Darlene Menconi Lá se vão mais de 100 dias desde que as primeiras denúncias de corrupção atingiram o governo Lula e lançaram o País numa espécie de desencanto coletivo. A vida seguiu, mesmo que entre a lama e o medo do caos. Mas teve mais. Os furacões Katrina e Rita varreram casas e vidas. No Iraque, corpos queimados viraram estandartes. São tempos difíceis, que nos conduzem a uma inevitável melancolia. Em meio à tormenta, salvaramse os bons indicadores econômicos, como a recuperação da estabilidade, os recordes da exportação e a primeira queda dos juros em 17 meses. Sinais de que melhores dias virão e que vamos começar a ser felizes? Para os cientistas especializados em bemestar e satisfação pessoal, não poderia haver sensação mais equivocada. Não podemos condicionar a felicidade ao futuro. Pensamos que seremos felizes depois de trocar de carro, receber aumento, encontrar um grande amor, reformar a cozinha ou quando nosso time vencer o campeonato. As recentes pesquisas sobre o assunto dizem o contrário, que a felicidade está aqui e no agora. Um grupo de notáveis, composto pelo psicólogo americano Daniel Gilbert, da Universidade de Harvard, e pelo Prêmio Nobel de Economia Daniel Katneman, da Universidade de Princeton, descobriu que a felicidade nunca é tão boa quanto se imaginava nem dura tanto quanto se pensava. O melhor é que o mesmo princípio vale para a infelicidade, que não dura para sempre nem é tão nefasta assim. “Erramos ao tentar prever o que nos fará felizes, seja quando isso significa um romance, seja quando significa um novo carro ou uma refeição suntuosa”, explica o professor Gilbert. Ou seja, uma Mercedes na garagem não vai fazêlo mais feliz. Nem sapatos Manolo Blahnik, muito menos uma televisão de plasma. Tudo isso pode exercer fascínio, trazer conforto, representar uma conquista, mas está longe de trazer uma sensação permanente de satisfação. Definir felicidade é tão complexo e abstrato quanto decifrar a insanidade. Desde a Grécia Antiga, os filósofos estabeleceram uma diferença entre ser e estar feliz. Nos últimos séculos, o tema mobilizou artistas, pensadores, intelectuais e produziu frases antológicas. “O segredo da felicidade é encarar o fato de que o mundo é horrível, horrível, horrível”, resumiu o filósofo Bertrand Russel, prêmio Nobel de Literatura. Já Ingrid Bergman, a atriz de Casablanca, dizia que “felicidade é ter boa saúde e péssima memória”. Para os psicólogos, ser feliz é estar bem. O psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate vai lançar um livro sobre o que ele chama de medo da felicidade. Segundo ele, todos buscam esse estado de espírito privilegiado, mas acabam se desviando da rota ou se autosabotando por desespero. Ele percebe duas maneiras de pensar a felicidade: uma sensação de paz, completude e harmonia ou uma conquista. “O importante é perceber que a felicidade está no processo de chegada ao pódio, e não na permanência nele. Uma pessoa fica feliz ao comprar uma casa, mas esse sentimento se esvai em três semanas”, diz. O psiquiatra propõe que a felicidade seja vista como algo dinâmico. É, em primeiro lugar, na obtenção de quatro requisitos mínimos: saúde física, estabilidade financeira mínima, boa relação afetiva e integração social. A partir dessas conquistas, alcançase o ponto de equilíbrio e o que vier é lucro. A felicidade inclui ainda autoestima, o cuidado consigo e os prazeres intelectuais, como curtir uma boa música, um bom livro, se deleitar com um poema ou uma ideia nova. “Quem passa a tarde de domingo em frente à televisão assistindo ao Gugu ou o Faustão não pode ser plenamente feliz”. Enfrentar os problemas cotidianos já é uma forma de buscar satisfação. “Felicidade é algo que independe do que está a nossa volta. Desfrutar e saborear a vida é o nosso maior compromisso. As coisas ruins também fazem parte da vida e quem aceita isso enfrenta melhor o sofrimento, sem perder os momentos de alegria”, diz o psicanalista Luiz Alberto Py. O ser humano tem uma capacidade inigualável de aceitar e se adaptar. Durante mais de duas décadas, um psicólogo conhecido como Doutor Felicidade procura motivações que levam as pessoas a se sentirem satisfeitas com a vida. Professor da universidade de Illinóis, o americano Edward Diener notou que os dois bem realizados eram aqueles que se cercavam da família, dos amigos e, mais importante, sabiam perdoar. INCM, 1991. temerário: audacioso, atrevido, precipitado. tisnar: sujar, macular, enegrecer. Assinale a alternativa em que o elemento destacado não é um adjetivo. Na fala do filósofo Bertrand Russell “O segredo da felicidade é encarar o fato de que o mundo é a) "...ser o príncipe bom..." (linha 13) horrível, horrível, horrível”, a repetição do b) "...conselheiros bons..." (linha 14) c) "...conselheiros maus." (linha 14) adjetivo: d) "...príncipe mau." (linha 15) a) estabelece uma relação antitética entre o e) "...exemplo de muitos bons..." (linha 19) que se diz sobre a felicidade e o que ela é, de fato b) produz um efeito de intensificação do sentido expresso por ele c) cria um efeito de verdade em relação ao que se diz d) cria em efeito de inverdade em relação ao que se diz Questão 04 - (UEM PR) Arte de furtar Questão é se há-de ter o príncipe muitos conselheiros se um só. (...) Outra questão é se devem ser conselheiros os letrados, se idiotas [leia-se: simples curiosos, amadores], isto é de 5 capa e espada. Uns dizem que os letrados, com o muito que sabem, duvidam em tudo e nada resolvem, e os idiotas, com a experiência sem especulações, dão logo no que convém. Outros têm para si que as letras dão luz a tudo e que a 10 ignorância está sujeita a erros. E eu digo que não seja tudo letrados, nem tudo idiotas. (...) Outra questão se segue a esta (...) se é melhor para a República ser o príncipe bom e os conselheiros maus ou serem os conselheiros bons 15 e o príncipe mau. Se o príncipe se governar por seus conselheiros, diz Elio Lamprídio, que pouco vai em que o príncipe seja mau, se os conselheiros forem bons, porque depressa se faz bom um mau com o exemplo de muitos bons, que muitos maus 20 bons com o exemplo e conselho de um bom. (...) O conselheiro há-de ser prudente e secreto, sábio e velho, amigo e sem vícios, não cabeçudo, nem temerário, nem furioso. Quatro inimigas tem a prudência: primeira, precipitação; 25 segunda, paixão; terceira, obstinação; quarta, vaidade. A primeira arrisca, a segunda cega, a terceira fecha a porta à razão, a quarta tudo tisna. Três inimigos o segredo: Baco, Vênus e o interesse. O primeiro o descobre, o segundo o 30 rende, o terceiro o arrasta. E perdido o segredo do governo, perde-se a República. (...) Excerto do texto anônimo do século XVII.[1652]. Lisboa: Questão 05 - (UFOP MG) Exercício de Ironia Beto Vianna* Votar não é coisa fácil. Ainda mais depois que inventaram essas maquininhas em que não é preciso nem escrever o nome do candidato. Ou o número. Até hoje não vi ninguém denunciar essa eleição informatizada no Brasil como o maior golpe que já se deu em quem não sabe escrever (ao lado do 05celular, do MSN e do orkut). Hoje, não é preciso saber escrever pra votar. Hoje, não é preciso saber escrever. Que histórica ironia: depois de 5.000 anos de evolução da escrevinhação humana, não precisamos mais escrever o voto, e o voto virou-se contra a escrita. Elitista, eu? Vou viajar mais um pouco, que a responsabilidade da pena é 10minha: qualquer bactéria inquilina deste planeta (a maioria, as que eu conheço, pelo menos) sabe viver em paz e harmonia com a próxima. Já o humano (a maioria, os que eu conheço, pelo menos) sofre de democracismo, desde os gregos. É preferível pra esse organismo civilizadíssimo a justiça, a liberdade e a igualdade, ou seja, mais vale o respeito dos outros ao eu do que a 15 responsabilidade individual. Esse é o fundamento da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos. Ah! Como se meu vizinho fosse lavagem pra dar pros porcos, e eu – sempre eu – fosse o supercidadão, pleno de direitos. A minha liberdade começa onde... putz, começa onde eu conseguir que ela comece, e dane-se o resto. Não esqueço nunca esta música do Premê (cito de 20memória, talvez com liberdade poética): “compre já o seu abrigo nuclear e deixe o resto do mundo queimar à vontade lá fora”. Você luta por seus direitos? Parabéns, mas engula comigo o fato que quem inventou isso foram os gregos em um atentado fundacional no 01 Ocidente à coletividade, colocando o Estado a serviço do eu. O Procon, a Lei do Ventre 25Livre, o PSDB e o PT, o PSOL, a carteirinha de estudante, o banheiro público, tudo isso são invenções gregas, milenares. A idéia é a mesma: eu tenho os meus direitos e ninguém tasca, mas o direito do vizinho é problema dele. Cada um com seus problemas, e os meus problemas devem ser resolvidos pelo Estado. 30 Falando em particular do Brasil, enquanto nós, intelectuaizinhos da classe mediana, ficamos reclamando nossos direitos, enquanto nós, operários sindicalizados, conquistamos 44 horas semanais, enquanto todos curtimos o livrearbítrio, a livre imprensa, o livre comércio, o livre-pensar e a luta livre, um monte de outros humanopatas é gerado no sistema educacional brasileiro, esse 35lugarzinho onde a grana – a verba, pra usar o termo de quem faz direito – não vai pra quem é de direito. País capitalista que se preza, como outros existem por aí há 400 anos, o Brasil paga bem o universitário e rouba da criança. Capitalista, num sentido lato da coisa, come criancinha mais rápido e mais deglutido que qualquer comunista stricto sensu. *In: Jornal O tempo, 23/09/2006, p. A9. O adjetivo “inquilina” (linha 10) significa que a bactéria é: a) Um ser minúsculo muito popular no planeta. b) Um ser que habita um planeta que não é seu. c) Um ser que vive em comunidade harmoniosa. d) Um ser mais elitista que o autor do texto. Questão 06 - (UECE) A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08de atentados, ganhadores de gincanas, etc. Por 09outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10discos rígidos e a velocidade das informações, o 11desempenho da memória humana está ficando 12cada vez mais comprometido. Cientistas são 13unânimes ao associar a rapidez das informações 14geradas 02 pelo mundo digital com a restrição de 15nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16porém, que o problema não está propriamente 17nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18delas, o que faz com que deixemos de lado 19atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22e adolescentes, cujo desenvolvimento 23 neuronal acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu o Clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 281994? Não ter uma resposta imediata para essas 29perguntas não deve ser causa de preocupação 30para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35pesquisa para saber o que estava 36 ocorrendo com os funcionários que 37 reclamavam com freqüência de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38homens e mulheres, com idade de 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43lembra o nome da pesquisadora citada?) 44Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46informação em conseqüência do tipo de trabalho 47que essas pessoas exerciam nas empresas, e do 48pouco tempo que dispunham para processá-las, 49somados à angústia de querer saber mais e ao 50excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52conseqüentemente, não conseguiam gravar os 53dados na memória”, afirma. (Fonte Internet: Superinteressante, 2001). Assinale a alternativa em que todas as expressões sublinhadas têm valor de adjetivo. a) Era digital trouxe inovações e facilidades que superaram o que previa a ficção. b) Deixemos de lado atividades que envolvem diversas funções do cérebro. c) Hoje, úteis ou não, as informações é que nos assediam. d) Responda qual era a manchete do jornal de ontem. a) b) c) d) e) Questão 07 - (UFGD MS) Em muitos casos o mesmo período pode ser organizado de diferentes maneiras sem alteração de sentido. Indique a alternativa em que, alterandose a posição do adjetivo ou do pronome destacado, em relação ao substantivo correspondente, não se prova mudança de expressão. A freira encontrouse com o homem pobre. O grande chefe do narcotráfico entregouse à polícia. A palavra foi dirigida a mestres simples. Bonitas moças iam e vinham pela orla marítima. Homem algum é capaz de prever o fim do mundo. vez que há um incoercível destino nacional está corretamente substituído por: a) b) c) d) e) irreprimível. imbatível. indefensável. inconsistente. invencível. Questão 11 "Em meio da viagem, soprou de súbito rijo nordeste, e o mar, que até então se conservara plácido e próspero, encapelou-se raivoso. Em três minutos as ondas esbravejaram já terrivelmente, e a canoa, erguida a grande altura, e de novo arremessada ao pélago, num estardalhaço de vagas, recebia no bojo quantidade de água suficiente para metê-la a pique." (Histórias Brejeiras) Questão 08 - (UFCG PB) Em “A física, a química e a biologia nos forneceram hipóteses que são muito melhores que as oferecidas por qualquer crença em outras dimensões”, o adjetivo “melhores” está no grau a) b) c) d) e) comparativo de superioridade. superlativo relativo de superioridade. superlativo absoluto sintético. superlativo absoluto analítico. comparativo de inferioridade. Questão 09 - (ITA SP) Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: “Já vi muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na expressão. Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre: a) b) c) d) e) obra grandiosa jovem estudante brasileiro trabalhador velho chinês fanático religioso Questão 10 - (UNIFOR CE) O adjetivo sublinhado em Sim, adiamos, uma Em "... e o mar, que até então se conservara plácido e próspero, encapelou-se raivoso" há: a) b) c) d) e) três substantivos e um adjetivo um substantivo e três adjetivos um pronome e três substantivos dois substantivos e três pronomes quatro substantivos e um adjetivo Questão 12 - (UFV MG) Assinale a alternativa em que a mudança de posição entre o substantivo e o adjetivo NÃO pode acarretar alteração semântica: a) O grande traficante assusta a polícia. / O traficante grande assusta a polícia. b) O pobre viciado sofre muito! / O viciado pobre sofre muito! c) O bom filho à casa torna. / O filho bom à casa torna. d) O alto traficante assusta a polícia. / O traficante alto assusta a polícia. e) O velho amigo é que socorreu o viciado. / O amigo velho é que socorreu o viciado. Questão 13 - (UEPB) “Como agravante temos nessa região pobre uma taxa de crescimento demográfico mais rápido do país e dificilmente igualada.” (Correio da Paraíba, 24/05/05) A compreensão do fragmento acima está prejudicada devido a uma ambiguidade na estrutura oracional, provocada pela inadequada distribuição dos substantivos e adjetivos em destaque no texto. Apresentamos, abaixo, outras versões (de I a IV) para expressar a informação. I “Como agravante, temos, nessa região pobre do país, uma alta taxa de crescimento demográfico, dificilmente igualada.” II “Como agravante, temos nessa região pobre do país um rápido crescimento demográfico, dificilmente igualado.” III “Como agravante temos nessa região pobre uma taxa de crescimento demográfico do pais mais rápido e dificilmente igualada.” IV“ Como agravante, temos nessa região pobre uma taxa de crescimento demográfico mais rápida do país e dificilmente igualado.” Indique a alternativa que contém a(s) versão(ões) que expressa(m), claramente, a informação do texto: a) b) c) d) e) Apenas II e IV. Apenas I. Apenas III e IV. Apenas I e II. Apenas III. Questão 14 - (UDESC SC) Assinale a alternativa em que o sentido do adjetivo NÃO se altera, mesmo se ele for colocado depois do substantivo. a) Durante a trilha descobriram-se lindas paisagens. b) Comenta-se que ela é uma simples assistente. c) Descobriram que ele é um falso detetive. d) O programa que estréia hoje está lançando um novo comentarista. e) Nossa equipe contratou um grande especialista para desvendar o caso. TEXTO comum às questões 15 e 16 O suor e a lágrima Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o vôo estava 05atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos. Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o 10trono de um rei desolado de um reino desolante. O engraxate era gordo e estava com calor – o que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando 15posso estou sempre de tênis. Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que 20era abundante. Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo instante o usava para enxugar-se – caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano. 25 E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados. 30 Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar nos restos dos meus dias. 35 Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por míseros tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano, salgado como lágrima. (CONY, Carlos Heitor. Folha de S. Paulo, 19/02/2001.) Questão 15 - (UERJ) A tomada de consciência do personagemnarrador acerca dos abismos sociais vai-se aguçando gradativamente a partir de certo ponto da narrativa. Os primeiros sinais dessa tomada de consciência estão adequadamente representados por um processo de adjetivação presente na seguinte alternativa: a) “Pelo menos aqui no Rio, são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos” ( l. 5 - 7) b) “Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre,” ( l. 8 - 9) c) “O engraxate era gordo e estava com calor” ( l. 11) d) “Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva.” (l. 17 - 18) Questão 16 - (UERJ) As comparações, ao destacarem semelhanças e diferenças entre elementos colocados lado a lado, funcionam como estratégias por meio das quais se ressaltam determinados pontos de vista. Uma comparação está indicada no seguinte fragmento: a) “Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41.” ( l. 1 - 2) b) “caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.” ( l. 23 - 24) c) “e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio.” ( l. 26 - 27) d) “deixei-lhe um troco generoso.” ( l. 31) Questão 17 - (MACK SP) Origem, nascimento e batizado 1 Era no tempo do Rei [...] . 2 Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o 3Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado 4 sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, 5como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do 6 gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão 7nas costas da mão esquerda. Era isso uma declaração em forma, segundo 8os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado [...] . 9 [...] meses depois teve a Maria um filho, formidável menino [...], o 10qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar 11o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o 12que mais interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta 13história. Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias No texto, a) o uso simultâneo de sapatão (aumentativo) (linha 04) e pisadela (diminutivo) (linha 04) reforça a idéia de que Leonardo fingia distração. b) como envergonhada (linha 05) corresponde a uma intensificação do adjetivo, já que a forma destacada é sinônima de “muito”. c) valente (linha 04) e tremendo (linha 06) podem ser entendidos, respectivamente, como “vigorosa” e “vigoroso”. d) cerrado (linha 08) sintetiza a circunstância de que o casal guardava suas manifestações de afeto para os ambientes reservados, isolados. e) formidável (linha 09) é usado de forma irônica, pois o menino, ao nascer, revelou comportamento normal e previsível. Questão 18 - (UFG GO) Uma luta de adjetivos. Touro indomável foi uma solução mais precisa de Ranging Bull do que seria sua tradução literal, “touro enraivecendo”. A adaptação em português enfatiza o aspecto do termo, não a noção de tempo, como o original permitiria. Uma alternativa, Touro irado, tem igualmente menos força que o adjetivo “indomável”. No texto, a adaptação do título do filme em português, substituindo enraivecendo por indomável, confere ao touro a) b) c) d) e) uma habilidade provisória. um estado inconstante. um comportamento oscilante. uma característica permanente. um caráter aventureiro. Questão 19 - (UEL PR) Poema obsceno 1 Façam a festa 2 cantem e dancem 3 que eu faço o poema duro 4 o poema-murro 5 sujo 6 como a miséria brasileira 7 Não se detenham: 8 façam a festa 9 Bethânia Martinho 10 Clementina 11 Estação Primeira de Mangueira Salgueiro 12 gente de Vila Isabel e Madureira 13 todos 14 façam 15 a nossa festa 16 enquanto eu soco este pilão 17 este surdo 18 poema 19 que não toca no rádio 20 que o povo não cantará 21 (mas que nasce dele) 22 Não se prestará a análises estruturalistas 23 Não entrará nas antologias oficiais 24 Obsceno 25 como o salário de um trabalhador aposentado 26 o poema 27 terá o destino dos que habitam o lado escuro do país 28 – e espreitam. (GULLAR, F. Toda poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s. d. p. 338.) O adjetivo “obsceno” presente no título e no poema refere-se a) à permissividade característica de festas populares como o carnaval. b) ao tom de poemas de Gullar, proibidos de figurar em antologias oficiais. c) à situação dos que habitam o lado escuro do país. d) à denuncia de uma condição social. e) à indignação para com a corrupção política do país. Questão 20 - (PUC GO) Naquele tempo Rudêncio servia numa brigada de baloneiros e tinha feito voos sobre o território dos Aruguas para jogar presentes retirados dos Armazéns Proibidos, aqueles objetos vindos do tempo antigo que não nos servem para nada, mas parecem ter muito valor para os atrasados Aruguas. Rudêncio foi aos Aruguas como embaixador especial levando vários caixotes cheios daquelas cabacinhas de vidro que dizem que davam luz antigamente, daqueles tijolinhos achatados que tocavam música e falavam, daqueles cataventos de ferro de vários tamanhos que giravam sozinhos quando se apertava um botãozinho que eles têm no pé, e hoje a gente aperta e não acontece nada, aquelas chapinhas pretas com um buraco no meio, que dizem que também tocavam música, e muitas outras dessas bobagens que os antigos adoravam e que hoje nem sabemos ao certo para que servem. [...] (VEIGA, José J. Os pecados da tribo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 9-10. Adaptado.) Assinale a alternativa que faz uma afirmação correta sobre o uso do adjetivo “atrasados” para caracterizar os Aruguas no texto: a) o uso da palavra “atrasados” no texto se deve ao fato de Rudêncio manifestar, por meio do discurso direto, a sua antipatia em relação àquele povo que, em sua opinião, estava em uma situação evolutiva inferior a outros povos. b) o enunciador, ao caracterizar os Aruguas como “atrasados”, manifesta uma ironia em relação à dominação cultural de um povo por meio de instrumentos considerados sem utilidade prática nos dias atuais. c) a palavra “atrasados” atribuída aos Aruguas no texto manifesta a tendência natural dos escritores em marcar subjetivamente juízos de valor que eles têm em relação a coisas, a pessoas e a povos de maneira geral. d) a forma linguística “atrasados” manifesta a maneira encontrada pelo narrador de conferir objetivamente atributos àqueles que, por alguma razão especial, estão em nível de desenvolvimento cultural e tecnológico diferente da sociedade moderna. GABARITO: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 15 16 17 18 19 20 12 13 14 Bom Trabalho! Prof. Clécio Oliveira