COLÉGIO SHALOM
Ensino Médio – 2ª Série
65
Profº: Clécio Oliveira – Língua Portuguesa
Aluno (a) : ______________________________________
Trabalho de Língua
Portuguesa
Data: Março de 2015
Atividades sobre substantivo
Questão 01 - (UNIFICADO RJ)
DETERMINISMOS
Acho que o caráter de um povo decorre
de sua língua, e não o contrário. O constante mau
humor do francês, por exemplo, é uma exigência
fonética: a língua francesa soa melhor quando
exprime alguma indisposição com o mundo ou
com um semelhante. Certos sons, em francês, só
são perfeitamente atingidos num determinado
grau de irritação. O que, à primeira vista, parece
uma insanável assincronia entre o francês e o seu
fígado ou o seu destino pessoal não passa de um
determinismo da pronúncia. Não se pode esperar
do francês o gesto largo e generoso de um povo
com amplas vogais, como o Italiano. O que se
ouve é uma enganosa amargura, fruto das
consoantes construtivas.
A mania dos alemães de dominar o mundo
talvez venha do caráter predatório da sua língua,
sempre atrás de maneiras de combinar mais e mais
significados numa só palavra. Há quem diga que o
ideal alemão é reduzir tudo o que precisa ser dito
a uma interminável fileira de sílabas, a uma
palavra única que circundaria o globo e tornaria
todas as outras línguas obsoletas.
Já escrevi que Portugal colonizou a África
e o Brasil porque o português falado lá se tornara
tão difícil de dizer que precisava de ar. Foi a falta
de ar que impeliu as caravelas. O português falado
na África e no Brasil é justamente o português de
Portugal com mais espaço. O mesmo aconteceu
com o inglês americano e australiano em relação
ao inglês. Este teria, com o tempo, se tornado
incompreensível para seus próprios usuários, se
não tivesse adquirido dois grandes continentes,
onde pôde respirar e se espraiar.
Mas se faz bem à língua o espaço maior
pode prejudicar o caráter. Em Portugal ele dizem
"ao" onde nós dizemos "ão" e por isso a nossa
"corrupção" parece maior, tem a força descritiva
de um superlativo. É como se existisse a palavra
"corrupcinha", mas. de tão pouco adequada aos
nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo,
substituída para sempre pelo seu oposto. Nosso
português liberado pelo nosso tamanho nos
compeliria só aos grandes pecados. A culpa não é
nossa, é dos nossos superlativos. Ditongo nasal é
destino.
(Adaptado - VERÍSSIMO, L.F., In Jornal do Brasil, 8/7/95.)
Ao considerar o substantivo "corrupção" uma
formação superlativa, o autor pretende salientar,
mais do que uma noção de tamanho, uma ideia de:
a)
b)
c)
d)
e)
assimetria
afetividade
intensidade
pejoração
quantidade
Questão 02 - (UFAM)
Assinale a opção constante de substantivo que, no
plural, NÃO sofre mudança de timbre (de o
fechado para o aberto):
a)
b)
c)
d)
e)
esforço / esforços
osso / ossos
imposto / impostos
esposo / esposos
fogo / fogos
Questão 03 - (UNIMONTES MG)
A BELEZA NÃO É UM ATRIBUTO
FUNDAMENTAL
1
Entre os mitos do amor – não provados, porém
muito acreditados – encontra-se o da beleza.
Diz-se que a paixão pede a beleza para crescer, e
nosso querido poeta Vinícius de Moraes chegou
ao extremo de afirmar: “As feias que me perdoem,
mas beleza é fundamental”. Já na descrição
homérica da guerra de Tróia, atribuía-se o conflito
à beleza de Helena, reforçando a crença no poder
da 5estética e em sua importância para o
florescimento do amor.
No entanto, as coisas não se passam bem assim na
realidade. Se a beleza fosse imprescindível para o
amor, onde ficariam todos os feios e as feias que
conhecemos, provavelmente a maior parte da
população? Eles precisariam perguntar ao poeta
para que seria a beleza fundamental. Como a
beleza é menos frequente do que a feiura,
podemos presumir que a maioria formada pelos
feios dê valor à 10qualidade que lhes é ausente, e,
por essa razão, haveria uma ponderável parcela de
pessoas valorizando, até excessivamente, a beleza
como qualidade importante na busca de um(a)
parceiro(a). Para confirmar essa hipótese,
podemos tomar o exemplo do próprio Vinícius de
Moraes, que certamente já não primava pela
beleza na época em que criou a famosa frase.
Frequentemente, vemos casais que nos chamam a
atenção exatamente por serem singularmente
15
díspares, pois, enquanto um é muito bonito, o
outro é bem o contrário. É provável que isso se
deva a um fenômeno bastante comum – a atração
dos opostos. Tanto quanto uma pessoa feia pode
valorizar a beleza como qualidade que busca em
seu parceiro, a pessoa bonita pode se desinteressar
por uma qualidade que, para ela, não passa de um
dom natural, em geral escassamente apreciado por
não ser fruto de um especial esforço, por não ser
uma conquista, mas algo recebido, por assim
dizer, de mão 20beijada.
Na verdade, se pensarmos friamente, a beleza –
como característica desejada no parceiro que
buscamos – deve vir numa posição não muito
destacada, visto que existem muitas outras
qualidades que são de fato mais fundamentais
quando procuramos nosso companheiro de
viagem pela vida. Honestidade, inteligência,
capacidade de amar, diligência, generosidade,
bondade, disciplina pessoal e 25saúde são algumas
das qualidades que valorizam uma pessoa mais
que simplesmente sua formosura. Daí a sabedoria
popular afirmar que “beleza não põe mesa”.
Não resta a menor dúvida de que a beleza abre
portas, facilita um primeiro contato, cria uma
impressão favorável e uma predisposição positiva
nas pessoas. Até porque ela tende a ser vista como
a expressão externa de algo interno, ou seja,
mostra-se como uma prévia de qualidades a serem
30
percebidas posteriormente. Tendemos a acreditar
que uma pessoa é boa e inteligente simplesmente
porque é bela. Isso, porém, pode se tornar uma
faca de dois gumes na medida em que se passa a
esperar um melhor desempenho e um maior leque
de qualidades em uma pessoa, apenas pelo fato de
ela ser bonita.
É muito comum encontrarmos entre as mulheres –
como corolário do mito da beleza 35fundamental –
um outro mito: o da capa de revista. Muitas
mulheres tendem a ficar inseguras quando
disputam um namorado com outra que consideram
mais bonita ou quando percebem seu homem
manifestar interesse por uma mulher do tipo “capa
de revista”. Na imaginação, acolhem a ideia de
que os homens tenderiam a procurar mulheres
especialmente bonitas para serem suas parceiras, o
que viria a se encaixar com a ideia de que a beleza
seria mesmo a qualidade mais valorizada por eles.
Podem até 40existir aqueles que colocam a beleza
em primeiro lugar, mas é muito provável que
sejam minoria. A maior parte dos homens está em
busca de mulheres com outras qualidades
consideradas mais fundamentais.
A qualidade de fato mais importante está na
capacidade de cada indivíduo tirar partido dos
aspectos positivos de sua aparência. Com isso,
cada um de nós mostra que, mais fundamental do
que 45ser bonito, é revelar uma atitude de amor,
carinho e cuidado consigo mesmo. Isso pode ser
percebido por sinais exteriores que, por serem
realmente mais valiosos do que a beleza natural,
acabam se confundindo com ela. O que acontece,
muitas vezes, é que uma pessoa se torna atraente e
nos parece bonita devido somente às suas outras
qualidades.
Luiz Alberto Py
Em qual das alternativas abaixo, a palavra
destacada é um substantivo?
a)
“A beleza não é um atributo fundamental.”
(título do texto)
b)
“... qualidades que valorizam uma pessoa
mais que simplesmente sua formosura.” (linha 25)
c)
“... uma pessoa se torna atraente...” (linha
47)
d)
“É muito comum encontrarmos entre as
mulheres...” (linha 34)
Questão 04 - (UNIPAR PR)
Primeiro foi a devastação, depois a indignação –
e agora a ação. Os termos destacados são
substantivos abstratos derivados de verbo.
Assinale a alternativa em que o substantivo
abstrato NÃO deriva de verbo:
a)
b)
c)
d)
e)
A concessão de regalias.
A explanação dos versos.
A manutenção do automóvel.
A cessão de direitos.
A solidão dos trabalhadores.
Questão 05 - (FUVEST SP)
S. Paulo, 13-XI-42
Murilo
São 23 horas e estou honestissimamente em casa,
imagine! Mas é doença que me prende, irmão
pequeno. Tomei com uma gripe na semana
passada, depois, desensarado, com uma chuva,
domingo último, e o resultado foi uma
sinusitezinha infernal que me inutilizou mais esta
semana toda. E eu com tanto trabalho! Faz
quinze dias que não faço nada, com o desânimo
de apósgripe, uma moleza invencível, e as dores e
tratamento atrozes. Nesta noitinha de hoje me
senti mais animado e andei trabalhandinho por
aí. (...)
Quanto a suas reservas a palavras do poema que
lhe mandei, gostei da sua habilidade em pegar
todos os casos “propositais”. Sim senhor, seu
poeta, você até está ficando escritor e estilista.
Você tem toda a razão de não gostar do “nariz
furão”, de “comichona”, etc. Mas lhe juro que o
gosto consciente aí é da gente não gostar
sensitivamente. As palavras são postas de
propósito pra não gostar, devido à elevação
declamatória do coral que precisa ser um bocado
bárbara, brutal, insatisfatória e lancinante.
Carece botar um pouco de insatisfação no prazer
estético, não deixar a coisa muito bem-feitinha.
(...) De todas as palavras que você recusou só
uma
continua
me
desagradando
“lar
fechadinho”, em que o carinhoso do diminutivo é
um desfalecimento no grandioso do coral.
Mário de Andrade, Cartas a Murilo Miranda.
No texto, as palavras “sinusitezinha”
“trabalhandinho” exprimem, respectivamente,
a)
b)
c)
d)
e)
e
delicadeza e raiva.
modéstia e desgosto.
carinho e desdém.
irritação e atenuação.
euforia e ternura.
TEXTO comum às questões: 06 e 07
A DISTÂNCIA ENTRE LÍNGUA E DIALETO
Uma das distinções mais nebulosas da linguística
continua criando
polêmica entre os curiosos
O Brasil, frequentemente se diz, é um país de
sorte porque, apesar das dimensões continentais,
aqui não há dialetos – todos falamos a mesma
língua. Também é comum ouvir que as línguas
europeias têm muitos dialetos ou que na África as
línguas oficiais (dos colonizadores) convivem
com dialetos nativos. O que é, então, língua e
dialeto?
05
Para o linguista Max Weinreich, “língua é um
dialeto com um exército e uma marinha”. Não
está longe da verdade. Afinal, a tradicional
distinção entre língua e dialeto está fundada em
critérios mais políticos do que linguísticos.
Língua é um sistema de comunicação formado por
sons vocais (fonemas), que se agrupam para
formar unidades dotadas de significado
(morfemas), que se agrupam para 10formar
palavras, que se agrupam (ih, ficou monótono!)
para formar frases, que se agrupam para formar
textos.
Do ponto de vista estritamente linguístico não há
nada que distinga língua de dialeto. Ambos os
sistemas têm léxico (um inventário de palavras) e
gramática (conjunto de regras de como as palavras
se combinam para formar frases, parágrafos e
textos).
15
Quem fala um idioma nacional e um dialeto
regional é tão bilíngue quanto quem fala dois
idiomas. Então por que alguns sistemas são
chamados de idiomas e outros, não?
Dialeto vem do grego dialektos, composto de dia,
“através”, e léktos, “fala”. Seria, segundo alguns,
uma espécie de fala “atravessada”, um linguajar
defeituoso, não conforme às normas do falar
estabelecidas pelos gramáticos. A primeira
definição de dialeto (que por 20sinal, teria
inspirado as posteriores) baseava-se numa visão
preconceituosa que a elite ateniense do período
clássico tinha em relação à fala tanto das camadas
populares quanto dos estrangeiros (nãoatenienses, inclusive gregos de cidades vizinhas).
Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer
expressão linguística que não seja reconhecida
como língua oficial de um país. Assim, um dialeto
pode ser tanto uma 25variedade linguística regional
do idioma oficial quanto uma língua sem qualquer
parentesco com ele.
BIZOCCHI, Aldo. A distância entre língua e dialeto. Revista Língua, ano 2,
nº 14, dezembro de 2006. pp 54-57.
Questão 06 - (UFPI)
Em relação à palavra dialeto assinale a assertiva
CORRETA:
a)
Trata-se de um neologismo, pois foi criada
de forma inédita pelos gregos;
b)
Trata-se de uma derivação por prefixação,
pois inicia pelo prefixo “dia”;
c)
Trata-se de um estrangeirismo, pois a
palavra tem origem na Grécia;
d)
Trata-se de um substantivo comum de
origem grega;
e)
Trata-se de um hibridismo, pois nasce a
partir da junção de duas palavras gregas;
Questão 07 - (UFPI)
O vocábulo “língua”, em relação à palavra
“português”, guarda uma relação de:
a)
hiponímia;
b)
hiperonímia;
c)
sinonímia;
d)
homonímia;
e)
polissemia.
Questão 08 - (UFAM)
Assinale a opção em que o substantivo, ao ser
levado ao plural, não sofre metafonia (mudança de
timbre da vogal tônica: o fechado para o aberto):
a)
b)
c)
d)
e)
molho de peixe
poço artesiano
ovo de codorna
corpo de baile
posto de saúde
Questão 09 - (UNIMONTES MG)
Lembrança e esquecimento
DULCE CRITELLI
1
“Como é antigo o passado recente!” Gostaria que
a frase fosse minha, mas ela é de Nelson
Rodrigues numa crônica de “A Menina sem
Estrela”.
Também fico perplexa com esse fenômeno rápido
e turbulento que é o tempo da vida. Não são
poucas as vezes em que me volto para algum
acontecimento acreditando que ele ainda é atual e
descubro 5que ele faz parte do passado para
outros.
Um exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me
a eventos que se passaram nos anos 70 e meus
alunos me olham como se eu falasse da Idade
Média... E eu nem contei para eles que andei de
bonde!
A distância entre nós não é apenas uma questão de
gerações. Eles nasceram em um mundo já
transformado pela tecnologia e pela informática.
Uma transformação que começou nos anos 50 e
10
que
não
nos
trouxe
somente
mais
eletrodomésticos e aparelhos digitais. Ela instalou
uma transformação radical do nosso modo de
vida.
Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou
o jeito de namorar, de vestir, de procurar emprego,
de andar na rua e de se locomover pela cidade.
Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de
estudar, de morar e de se divertir. Mudou o valor
da 15vida, do dinheiro e das pessoas...
Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda,
ele não tem volta. Não se pode ter a experiência
dele nunca mais. Por isso, meus alunos e eu só
podemos compartilhar o tempo atual. Não
podemos compartilhar um tempo que, para eles, é
passado, mas, para mim, ainda é presente.
Os fatos de 30 anos atrás não são passado na
minha vida. Para mim, meu passado não passou e
20
minha história não envelhece. Minha memória
pode alcançar os acontecimentos que vivi a
qualquer momento, e posso revivê-los como se
ocorressem agora. Mas, se eu os narrar, quem me
ouve não pode, como eu, vivenciá-los. Por isso,
para meus alunos, são contos o que para mim é
vida.
Mas é assim que corre o rio da vida dos homens,
transformando em palavras o que hoje é ação. Se
não forem narrados, os acontecimentos e os
nossos feitos passam sem deixar rastros.
25
Faladas ou escritas, são as palavras que salvam o
já vivido e o conservam entre nós. Salvam os
feitos e os acontecimentos da sua total
desintegração no esquecimento.
A memória do já vivido e a sua narração numa
história é o que possibilita a construção da
História e das nossas histórias pessoais. Só os
feitos e os acontecimentos narrados em histórias
são capazes de salvaguardar nossa existência e
nossa identidade.
30
Só conservados pela lembrança é que os feitos e
os acontecimentos podem entrar no tempo e fazer
parte de um passado. Recente ou antigo.
Folha de São Paulo – 20/3/08
Os substantivos usados para dar título ao texto
são
a)
b)
c)
d)
homônimos.
sinônimos.
antônimos.
parônimos.
Questão 18 - (IFRS)
QUINO. Mafalda 2. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
afirmações abaixo sobre o emprego das classes de
palavras na tira.
(
(
(
(
)
)
)
)
O vocábulo aqui é um pronome.
O vocábulo veículo é um substantivo.
O vocábulo isso é um artigo.
O vocábulo ia é um verbo.
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
a)
b)
c)
d)
e)
F – V – V – V.
V – F – F – F.
F – F – V – V.
V – V – F – F.
F – V – F – V.
Questão 11 - (UFOP MG)
Doença do nosso tempo
Mariana Sgarioni
01
Você deve estar pensando: gente teimosa e
turrona existe desde que o 02mundo é mundo. Por
que só agora se percebeu que isso é um transtorno
de 03personalidade que deve ser tratado? Porque a
vida nunca foi tão difícil para os 04perfeccionistas.
05
Até poucas décadas atrás, o ritmo mais lento da
vida – e do trabalho – dava 06espaço a que o
sujeito cabeça-dura se ocupasse com suas
obsessões e fosse 07especialista nelas. Um afinador
de pianos podia demorar semanas para devolver o
08
instrumento ao cliente, pois seu trabalho
dependia somente de talento, aptidão e
09
treinamento. Mas as coisas mudaram: surgiram
artefatos eletrônicos que, se não 10substituem
perfeitamente o trabalho de um ouvido absoluto,
tornam o serviço bem 11mais rápido e com um
resultado aceitável para a maioria dos mortais.
Pior para os 12afinadores perfeccionistas,
inventaram pianos eletrônicos que nunca precisam
ser 13afinados.
14
Em resumo: a pessoa precisa saber se adaptar,
coisa dificílima para um 15perfeccionista.
“Vivemos numa era em que as vidas social,
profissional e afetiva 16exigem flexibilidade”,
afirma Geraldo Possendoro. “Quem não é flexível
fica para 17trás e sofre de ansiedade.”
18
Além disso, a era da informação rápida e fácil –
mas nem sempre confiável 19– é o inferno dos
perfeccionistas porque os obriga a elevar os
próprios padrões de 20exigência. Até meados da
década de 1990, um jornalista que quisesse
escrever 21sobre afinação de pianos precisaria se
desdobrar para achar fontes especializadas 22de
informação. Qualquer besteira escrita passaria em
branco para a maioria dos 23leitores – só os
perfeccionistas teriam disposição para correr atrás
dessas fontes. 24Hoje, qualquer tipo de informação
– de afinação de pianos a disfunções intestinais
25
do bagre africano – estão disponíveis na internet
para o jornalista, seu chefe e 26todos os leitores (ai,
Jesus!).
27
Mais fácil que mudar esse mundo é tentar
amolecer a cabeça dura dos 28perfeccionistas. Mas
como? A psicóloga americana Alice Provost
propôs um 29exercício para o grupo que estudou
na universidade – uma série de regras que
30
tinham por objetivo livrar essas pessoas de suas
próprias regras mentais. Elas eram 31mais ou
menos assim: termine o expediente na hora certa;
não chegue ao trabalho 32antes da hora
estabelecida; faça todas as pausas a que tem
direito; deixe a mesa 33bagunçada; determine um
número de tentativas para concluir o trabalho e,
em 34seguida, entregue o que tiver. “Parecem
coisas banais, porque aquilo que alguns 35deles
consideram fracasso é algo para o que a maioria
das pessoas não dá a 36mínima importância”, diz.
Depois pergunte: você foi castigado? A
universidade 37deixou de funcionar? Você está
mais feliz? Segundo a professora, os cobaias
38
perceberam que se preocupavam demais com
bobagens. “Todos ficaram surpresos 39porque tudo
continuava funcionando”.
In: Superinteressante, março de 2008, p. 69.
“[...] termine o expediente na hora certa; não
chegue ao trabalho antes da hora estabelecida;
faça todas as pausas a que tem direito; [...] e, em
seguida, entregue o que tiver.” (linha 31)
Assinale a alternativa em que a transposição para
o plural está correta:
a)
terminem o expediente na hora certa; não
cheguem ao trabalho antes da hora estabelecida;
façam todas as pausas a que têm direito; [...] e, em
seguida, entreguem o que tiverem.
b)
terminem os expedientes na hora certa;
não cheguem aos trabalhos antes da hora
estabelecida; façam toda pausa que têm direitos,
[...] e, em seguida, entreguem o que tiverem.
c)
terminem os expedientes nas horas certas;
não chegues aos trabalhos antes das horas
estabelecidas; façam todas as pausas a que tem
direitos; [...] e, em seguida, entregue o que
tiverem.
d)
terminem o expediente nas horas certas;
não cheguem ao trabalho antes das horas
estabelecidas; façam toda pausa que tem direito;
[...] e, em seguida, entregue o que tiver.
Questão 12 - (IFSP)
Responda de acordo com a gramática normativa.
O substantivo em destaque está corretamente
flexionado no plural em:
a)
Vários painéus explicativos foram
expostos para orientar os visitantes que vêm ao
museu.
b)
Os arqueólogos até hoje tentam decifrar
alguns caracteres usados por povos da
Antiguidade.
c)
Os cidadões estão indignados com o
aumento excessivo e injusto dos impostos.
d)
A nova cozinheira sabe preparar deliciosos
pãozinhos de milho.
e)
No salão de cerimônias do clube estavam
expostos os troféis do time.
Questão 13 - (FUVEST SP)
Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha
infância, nunca em toda a minha vida, achei um
menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a
flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A
mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o
filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com
um vistoso pajem atrás, um pajem que nos
deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de
pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do
Livramento e da Conceição, ou simplesmente
arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E
de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba
fazer de imperador nas festas do Espírito Santo.
De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia
sempre um papel de rei, ministro, general, uma
supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o
traquinas, e gravidade, certa magnificência nas
atitudes, nos meneios. Quem diria que...
Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos.
Vamos de um salto a 1822, data da nossa
independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)
A enumeração de substantivos expressa gradação
ascendente em:
a)
"menino mais gracioso, inventivo e
travesso".
b)
"trazia-o amimado, asseado, enfeitado".
c)
"gazear a escola, ir caçar ninhos de
pássaros, ou perseguir lagartixas".
d)
"papel de rei, ministro, general".
e)
"tinha garbo (...), e gravidade, certa
magnificência".
Questão 14 - (UNESP SP)
Considere o fragmento de um artigo de Mônica
Fantin sobre o uso dos tablets no ensino, postado
na seção de blogues do jornal Gazeta do Povo em
16.05.2013:
Tablets nas escolas
Ou seja, não é suficiente entregar equipamentos
tecnológicos cada vez mais modernos sem uma
perspectiva de formação de qualidade e
significativa, e sem avaliar os programas
anteriores. O risco é de cometer os mesmos
equívocos e não potencializar as boas práticas,
pois muda a tecnologia, mas as práticas
continuam quase as mesmas.
Com isso, podemos nos perguntar pelos desafios
da didática diante da cultura digital: o tablet na
sala de aula modifica a prática dos professores e
o cotidiano escolar? Em que medida ele modifica
as condições de aprendizagem dos estudantes?
Evidentemente isso pode se desdobrar em
inúmeras outras questões sobre a convergência
de tecnologias e linguagens, sobre o acesso às
redes na sala de aula e sobre a necessidade de
mediações na perspectiva dos novos letramentos
e alfabetismos nas múltiplas linguagens.
Outra questão que é preciso pensar diz respeito
aos conteúdos digitais. Os conteúdos que estão
sendo produzidos para os tablets realmente
oferecem a potencialidade do meio e sua
arquitetura multimídia ou apenas estão servindo
como leitores de textos com os mesmos conteúdos
dos livros didáticos? Quem está produzindo tais
conteúdos digitais? De que forma são escolhidos
e compartilhados?
Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet
oferece na escola — acessar e produzir imagens,
vídeos, textos na diversidade de formas e
conteúdos digitais — implica em repensar a
didática e as possibilidades de experiências e
práticas educativas, midiáticas e culturais na
escola ao lado de questões econômicas e sociais
mais amplas. E isso necessariamente envolve a
reflexão crítica sobre os saberes e fazeres que
estamos produzindo e compartilhando na cultura
digital.
das queimadas.
e)
A previsão do Ministro refletia a falta de
controle das queimadas.
(Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado.)
1
Ao criar um livro, um quadro ou uma
canção, o artista brasileiro dos dias atuais tem
uma preocupação a menos: parecer brasileiro. A
noção de cultura nacional é algo tão incorporado
ao cotidiano do país que deixou de ser um peso
para os criadores. Agora, em vez de servir à pátria,
eles podem servir ao próprio talento. Essa é uma
conquista deste século. Tem como marco a
Semana de Arte Moderna de 1922, uma espécie de
grito de independência artística do país, cem anos
depois da independência política. Até esta data, o
brasileiro era, antes de tudo, um envergonhado.
Achava que pertencia a uma raça inferior e que a
única solução era imitar os modelos culturais
importados. Para acabar com esse complexo, foi
preciso que um grupo de artistas de diversas áreas
se reunisse no Teatro Municipal de São Paulo e
bradasse que ser brasileiro era bom. O escritor
Mário de Andrade lançou o projeto de uma língua
nacional. Seu colega Oswald de Andrade propôs o
conceito de "antropofagia", segundo o qual a
cultura brasileira criaria um caráter próprio depois
de digerir as influências externas.
2
A semana de 22 foi só um marco, mas
pode-se dizer que ela realmente criou uma agenda
cultural para o país. Foi tentando inventar uma
língua brasileira que Graciliano Ramos e
Guimarães Rosa escreveram suas obras, as mais
significativas do século, no país, no campo da
prosa. Foi recorrendo ao bordão da antropofagia
que vários artistas jovens, nos anos 60,
inventaram a cultura pop brasileira, no movimento
conhecido como tropicalismo. No plano das
ideias, o século gerou três obras que se tornariam
clássicos da reflexão sobre o país. "Os Sertões",
do carioca Euclides da Cunha, escrito em 1902, é
ainda influenciado por teorias racistas do século
passado, que achavam que a mistura entre negros,
brancos
e
índios
provocaria
um
"enfraquecimento" da raça brasileira. Mesmo
assim, é um livro essencial, porque o repórter
Euclides, que trabalhava no jornal "O Estado de S.
Paulo", foi ao campo cobrir a guerra de Canudos e
viu na frente de combate muitas coisas que
punham em questão as teorias formuladas em
No último período do texto, os termos saberes e
fazeres são
a)
b)
c)
d)
e)
adjetivos.
pronomes.
substantivos.
advérbios.
verbos.
Questão 15 - (FUVEST SP)
“O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo
afetuosa e precavida de usar a linguagem.
Afetuosa porque geralmente o usamos para
designar o que é agradável, aquelas coisas tão
afáveis que se deixam diminuir sem perder o
sentido. E precavida porque também o usamos
para desarmar certas palavras que, por sua forma
original, são ameaçadoras demais.”
[Luis Fernando Veríssimo, Diminutivos]
A alternativa inteiramente de acordo com a
definição do autor sobre diminutivos é:
a)
O iogurtinho que vale por um bifinho.
b)
Ser brotinho é sorrir dos homens e rir
interminavelmente das mulheres.
c)
Gosto muito de te ver, Leãozinho.
d)
Essa menininha é terrível!
e)
Vamos bater um papinho.
Questão 16 - (UNIFOR CE)
… pelo satélite usado nas medições de focos de
calor.
As palavras grifadas nas frases abaixo fazem o
plural de maneira idêntica à palavra grifada acima,
EXCETO em:
a)
O Ministério recebeu o apoio da
organização não-governamental.
b)
O domínio do fogo foi uma bênção para a
humanidade.
c)
Era necessária a redução de focos de
incêndio.
d)
A população foi prejudicada pela fumaça
Questão 17 - (UFSM RS)
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA
A busca de uma identidade nacional é
preocupação deste século
gabinete. "Casa-Grande & Senzala", do
pernambucano Gilberto Freyre, apresentava pela
primeira vez a miscigenação como algo positivo e
buscava nos primórdios da colonização
portuguesa do país as origens da sociedade que se
formou aqui. Por último, o paulista Sérgio
Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil",
partia de premissas parecidas mas propunha uma
visão crítica, que influenciaria toda a sociologia
produzida a partir de então.
João Gabriel de Lima
"VEJA", 22 de dezembro, 1999. p. 281-282.
No texto, observa-se a ocorrência de alguns
substantivos derivados de verbos - os deverbais.
Esses substantivos denotam AÇÃO e apresentam
as terminações -a, -e, -o. O único substantivo que
NÃO faz parte desse grupo é
a)
b)
c)
d)
e)
busca (subtítulo).
conquista.
grito.
século.
combate.
Questão 18 - (UFF RJ)
Cada lugarzinho tem
um canto escondido.
Um ao meio-dia, um às três da tarde.
Cada passarinho tem
um canto exclusivo.
Às vezes passa um carro, mas só às vezes.
E as ondas do mar não param de passar.
Quem tem medo de cobra
põe sapato.
Quem não tem, a mãe
obriga a pôr.
O mormaço apazigua a cor.
Às vezes chove, mas só às vezes.
Estende a esteira pra ver as estrelas.
Sobre a areia deita-se também.
Tudo é cinema.
Ninguém precisa de problema.
A ciência do palavrão
Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a
palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de
ser um? Outra: você já deve ter tropeçado numa
pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha
da …, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos
palavrões do que o senso comum imagina. Mas a
ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes
mostram que as palavras sujas nascem em um
mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a
linguagem comum e o pensamento consciente
ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa
cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos
porões da cabeça. Mais exatamente no sistema
límbico. Nossa parte animal fica lá.
E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A
medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da
síndrome de Tourette. Essa doença acomete
pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a
parte do cérebro cuja função é manter o sistema
límbico comportado. E os palavrões saem como se
fossem tiques nervosos na forma de palavras.
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se
descontrolar de vez em quando, claro. Justamente
por não pensar, quando essa parte animal do
cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções
com uma intensidade inigualável.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia
no sentido mais profundo da palavra. Duvida?
Então pense em uma palavra forte. Paixão, por
exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe
de transmitir toda a carga emocional da paixão
propriamente dita. Mas com um grande e gordo
p.q.p. a história é outra. Ele vai direto ao ponto,
transmite a emoção do sistema límbico de quem
fala diretamente para o de quem ouve. Por isso
mesmo, alguns pesquisadores consideram o
palavrão até mais sofisticado que a linguagem
comum.
(www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)
Arnaldo Antunes
Assinale a opção em que a palavra grifada do
Texto retoma e resume ideias anteriormente
expressas.
a)
b)
c)
d)
e)
Cada lugarzinho tem
Às vezes passa um carro, mas só às vezes.
Tudo é cinema.
Sobre a areia deita-se também.
O mormaço apazigua a cor.
Questão 19 - (UNIFESP SP)
No texto, o substantivo palavrão, ainda que se
mostre flexionado em grau, não reporta à ideia de
tamanho. Tal emprego também se verifica em:
a)
Durante a pesquisa, foi colocada uma
gotícula do ácido para se definir a reação.
b)
Na casa dos sete anões, Branca de Neve
encontrou sete minúsculas caminhas.
c)
Para cortar gastos, resolveu confeccionar
livrinhos que cabem nos bolsos.
d)
Não estava satisfeita com aquele
empreguinho sem graça e sem perspectivas.
e)
Teve um carrinho de dois lugares, depois
um carro de cinco e, hoje, um de sete.
Questão 20 - (UFMS)
Leia o trecho da crônica Sexa, de Luis Fernando
Veríssimo.
[...]
- Pai...
- Hummm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
[...]
mais comuns são os textos atribuídos ou
deformados que circulam por aí e que não podem
ser desmentidos ou esclarecidos caso por caso.
Um jornal ou revista é processado se publicar sem
autorização do autor um texto qualquer, ainda que
em citação longa e sem aspas. Em caso de injúria,
calúnia ou difamação, também. E em caso de
falsear a verdade propositadamente, é obrigado
pela justiça a desmentir e dar espaço ao
contraditório.
Nada disso, por ora, acontece na internet.
Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de
expressão, que é mais expressão de ressentidos e
covardes do que de liberdade, da verdadeira
liberdade.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Sexa. Comédias para se ler na escola.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.53-54).
Com relação à causa da incompreensão entre pai e
filho, assinale a alternativa correta.
a)
A palavra sexo é masculina, portanto é do
gênero biológico.
b)
Uma confusão entre gênero biológico,
natural e gênero gramatical.
c)
A pergunta do filho se referiu ao gênero
gramatical da palavra sexo.
d)
A palavra sexo é masculina, portanto é do
gênero natural.
e)
O pai entendeu que a pergunta se referiu
ao gênero biológico.
Questão 21 - (UEMA)
Ressentimento e covardia
Carlos Heitor Cony,
Tenho comentado aqui na Pensata, em diversas
crônicas, os usos da internet, que se ressente ainda
da falta de uma legislação específica que coíba
não somente os usos mas os abusos deste
importante e eficaz veículo de comunicação. A
maioria dos abusos, se praticados em outros
meios, seriam crimes já especificados em lei,
como a da imprensa, que pune injúrias,
difamações e calúnias, bem como a violação dos
direitos autorais, os plágios e outros recursos de
apropriação indébita.
No fundo, é um problema técnico que os avanços
da informática mais cedo ou mais tarde colocarão
à disposição dos usuários e das autoridades. Como
digo repetidas vezes, me valendo do óbvio, a
comunicação virtual está em sua pré-história.
Atualmente, apesar dos abusos e crimes
cometidos na internet, no que diz respeito aos
cronistas, articulistas e escritores em geral, os
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br
Leia o trecho a seguir.
"Prevalece a lei do cão em nome da liberdade de
expressão, que é mais expressão de ressentidos e
covardes do que de liberdade, da verdadeira
liberdade".
Assinale a alternativa que classifica corretamente,
do ponto de vista morfológico, os termos
destacados.
a)
b)
c)
d)
e)
Adjetivo, substantivo e adjetivo
Substantivo, advérbio e verbo
Verbo, verbo e adjetivo
Substantivo, substantivo e verbo
Verbo, substantivo e adjetivo
Questão 22 - (UFTM MG)
Em nossos dias, o neo-indianismo dos modernos
de 1922 (precedido por meio século de etnografia
sistemática) iria acentuar aspectos autênticos da
vida do índio, encarando-o, não como gentilhomem embrionário, mas como primitivo, cujo
interesse residia precisamente no que trouxesse de
diferente, contraditório em relação à nossa
cultura europeia. O indianismo dos românticos,
porém, preocupou-se sobremaneira em equiparálo qualitativamente ao conquistador, realçando
ou inventando aspectos do seu comportamento
que pudessem fazê-lo ombrear com este – no
cavalheirismo, na generosidade, na poesia.
A altivez, o culto da vindita, a destreza bélica, a
generosidade, encontravam alguma ressonância
nos costumes aborígines, como os descreveram
cronistas nem sempre capazes de observar fora
dos padrões europeus e, sobretudo, como os
quiseram
deliberadamente
ver
escritores
animados do desejo patriótico de chancelar a
independência política do país com o brilho de
uma grandeza heroica especificamente brasileira.
(Antônio Candido. Formação da literatura brasileira, 2000. Adaptado.)
Considere as passagens do texto:
•
[...] encarando-o , não como gentil-homem
embrionário [...].
•
[...] cujo interesse residia precisamente
[...].
•
[...] como os descreveram cronistas [...].
Os substantivos retomados pelos
sublinhados são, respectivamente,
a)
b)
c)
d)
e)
pronomes
neo-indianismo, índio e índios.
neo-indianismo, índio e aborígines.
índio, primitivo e aborígines.
índio, primitivo e cronistas.
índio, neo-indianismo e costumes.
Questão 23 - (UFU MG)
O princípio, o meio e o fim
"De quanta terra precisa o homem?” A pergunta é
o título de um conto de Leon Tolstoi. Nele, um
sujeito faz pacto com o diabo. Receberá toda a
terra que conseguir percorrer a pé, durante um dia,
do nascer ao pôr do sol. O homem atravessa as
horas sem descanso. Quando o sol já se aproxima
do horizonte, não se dá por satisfeito. Corre.
Falta-lhe fôlego, mas ele não para. Quer ainda
possuir aquele vale, aquele bosque. Quando cai
morto de fadiga, o conto explica de quanta terra
precisa um homem: se ele não tem consciência de
limites, apenas um par de metros lhe bastam. Uma
cova não requer mais do que isso.
A trágica moral contida no conto sintetiza um
mito-chave para a compreensão da crise que nossa
civilização enfrenta. O mito do único pecado que
os gregos consideravam capital: a arrogância,
entendida sobretudo como falta de consciência de
limites, como ambição desmedida, como desejo
incontrolável de posse e de poder. Para os gregos
antigos, a arrogância era o maior de todos os
pecados. Era a falha que não tinha remissão. Eles
a chamavam hýbris, e acreditavam que incorrer
nessa falha acarretava a danação eterna.
Insustentável Não é assim, desse modo arrogante
– feito de destruição, poluição e exploração
insustentável dos recursos naturais – que tratamos
nosso planeta-mãe, a Terra? Convencidos de que
todas as coisas foram criadas para satisfazer
nossos desejos e necessidades, inventamos uma
cultura inteiramente destituída de bom senso: a
cultura da produtividade e do consumismo
insustentáveis. Como no conto de Tolstoi, não
conseguimos parar. Derrubamos e queimamos
florestas, matamos lagos e rios, poluímos os
mares e a atmosfera, extinguimos espécies de
plantas e de animais. Sem falar nas mazelas que
produzimos para nós mesmos, como perturbações
da saúde física, psíquica e mental, ao nos
impormos um ritmo e uma carga insustentáveis de
trabalho, de produção e de consumismo.
Embriagados pelo desejo de posse e de poder,
cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da
qual somos herdeiros, esquecemos que a
arrogância constitui um desequilíbrio maior. Não
lembramos que, por uma lei natural, toda ação que
leva à perda do equilíbrio gera uma força igual e
contrária que procura restabelecê-lo. Essa força,
que os gregos chamavam Nêmesis, era
simbolizada por uma deusa implacável, avessa a
qualquer compromisso, a qualquer oferenda, a
qualquer intercessão apaziguadora. Para os
gregos, o aquecimento global nada mais seria do
que uma das tantas emanações de Nêmesis: a
consequência nefasta de uma ação errônea.
Gaia vive Esse tipo de raciocínio, por sinal, há
muito deixou de ser formulado no âmbito estrito
da filosofia e da religião. Hoje, ele invade o
território pragmático da ciência. Cita-se como
exemplo a Hipótese Gaia, do cientista inglês
James Lovelock. Para ele, a Terra não é uma
simples bola mineral a rodopiar pelo espaço afora.
Lovelock e seus seguidores entendem nosso
planeta como um ser vivo, pulsante, dotado não
apenas de um corpo físico, mas também de
psique. Um macrosser, em tudo análogo a seu
filho, o homem.
“Até quando a Terra suportará sem reagir todos os
arranhões que estamos produzindo em sua
superfície?” A célebre questão de Lovelock,
formulada há cerca de três décadas, não precisou
esperar muito pela resposta. Ela está aí: o planeta
reage às agressões de múltiplas formas e, no
momento, a mais ameaçadora delas chama-se
aquecimento global.
Istoé, 18 de dezembro de 2009.
Assinale a alternativa em que a palavra em
destaque NÃO está corretamente interpretada de
acordo com seu sentido no texto.
A) “Sem falar nas mazelas que produzimos para
nós mesmos, como perturbações da saúde física,
psíquica e mental, ao nos impormos um ritmo e
uma carga insustentáveis de trabalho, de produção
e de consumismo.” (2º Parágrafo) = doenças.
B) “Para os gregos, o aquecimento global nada
mais seria do que uma das tantas manifestações de
Nêmesis: a consequência nefasta de uma ação
errônea.” (3º Parágrafo) = prejudicial.
C) “[...] inventamos uma cultura inteiramente
destituída de bom senso: a cultura da
produtividade e do consumismo insustentáveis.”
(2º Parágrafo) = privada.
D) “Embriagados pelo desejo de posse e de poder,
cada vez mais distantes da sabedoria ancestral da
qual somos herdeiros, esquecemos que a
arrogância constitui um desequilíbrio maior.” (3º
Parágrafo) = anterior.
GABARITO:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
15
16
17
18
19
20
21
22
23
14
Atividades sobre Adjetivo
Texto comum às questões 1 e 2
Morte e Vida Severina
O meu nome é Severino
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
Como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença é que a morte severina
ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
Iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história da minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.
(João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997 –
adaptado)
Questão 01 - (UNIFOA MG)
“...sobre as mesmas pernas finas”.
A relação sintática existente entre as duas
palavras sublinhadas não pode ser observada
em:
a)
b)
c)
d)
e)
morte severina
presença emigra
cabeça grande
santo de romaria
ventre crescido
Questão 02 - (UNIFOA MG)
Sobre o adjetivo “severina”, da expressão
“Morte e Vida Severina”, que intitula o texto de
João Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas
estão corretas, exceto:
a)
Refere-se aos migrantes nordestinos que,
revoltados, lutam contra o sistema latifundiário
que oprime o camponês.
b)
Pode ser sinônimo de vida árida, estéril,
carente de bens materiais e de afetividade.
c)
Designa a vida e a morte dos retirantes que
a seca escorraça do sertão e o latifúndio escorraça
da terra.
d)
Qualifica a existência negada, a vida
daqueles seres marginalizados determinada pela
morte.
e)
Dá nome à vida de homens anônimos, que
se repetem física e espiritualmente, sem condições
concretas de mudança.
Questão 03 - (UNIMONTES MG)
COMO SER FELIZ
Darlene Menconi
Lá se vão mais de 100 dias desde que as primeiras
denúncias de corrupção atingiram o governo Lula
e lançaram o País numa espécie de desencanto
coletivo. A vida seguiu, mesmo que entre a lama
e o medo do caos. Mas teve mais. Os furacões
Katrina e Rita varreram casas e vidas. No Iraque,
corpos queimados viraram estandartes.
São
tempos difíceis, que nos conduzem a uma
inevitável melancolia. Em meio à tormenta,
salvaramse os bons indicadores econômicos,
como a recuperação da estabilidade, os recordes
da exportação e a primeira queda dos juros em 17
meses. Sinais de que melhores dias virão e que
vamos começar a ser felizes?
Para os cientistas especializados em bemestar e
satisfação pessoal, não poderia haver sensação
mais equivocada. Não podemos condicionar a
felicidade ao futuro.
Pensamos que seremos felizes depois de trocar de
carro, receber aumento, encontrar um grande
amor, reformar a cozinha ou quando nosso time
vencer o campeonato. As recentes pesquisas
sobre o assunto dizem o contrário, que a
felicidade está aqui e no agora. Um grupo de
notáveis, composto pelo psicólogo americano
Daniel Gilbert, da Universidade de Harvard, e
pelo Prêmio Nobel de Economia Daniel
Katneman, da Universidade de Princeton,
descobriu que a felicidade nunca é tão boa quanto
se imaginava nem dura tanto quanto se pensava.
O melhor é que o mesmo princípio vale para a
infelicidade, que não dura para sempre nem é tão
nefasta assim. “Erramos ao tentar prever o que
nos fará felizes, seja quando isso significa um
romance, seja quando significa um novo carro ou
uma refeição suntuosa”, explica o professor
Gilbert. Ou seja, uma Mercedes na garagem não
vai fazêlo mais feliz. Nem sapatos Manolo
Blahnik, muito menos uma televisão de plasma.
Tudo isso pode exercer fascínio, trazer conforto,
representar uma conquista, mas está longe de
trazer uma sensação permanente de satisfação.
Definir felicidade é tão complexo e abstrato
quanto decifrar a insanidade. Desde a Grécia
Antiga, os filósofos estabeleceram uma diferença
entre ser e estar feliz. Nos últimos séculos, o tema
mobilizou artistas, pensadores, intelectuais e
produziu frases antológicas. “O segredo da
felicidade é encarar o fato de que o mundo é
horrível, horrível, horrível”, resumiu o filósofo
Bertrand Russel, prêmio Nobel de Literatura. Já
Ingrid Bergman, a atriz de Casablanca, dizia que
“felicidade é ter boa saúde e péssima memória”.
Para os psicólogos, ser feliz é estar bem.
O psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate vai
lançar um livro sobre o que ele chama de medo da
felicidade. Segundo ele, todos buscam esse
estado de espírito privilegiado, mas acabam se
desviando da rota ou se autosabotando por
desespero. Ele percebe duas maneiras de pensar a
felicidade: uma sensação de paz, completude e
harmonia ou uma conquista. “O importante é
perceber que a felicidade está no processo de
chegada ao pódio, e não na permanência nele.
Uma pessoa fica feliz ao comprar uma casa, mas
esse sentimento se esvai em três semanas”, diz.
O psiquiatra propõe que a felicidade seja vista
como algo dinâmico. É, em primeiro lugar, na
obtenção de quatro requisitos mínimos: saúde
física, estabilidade financeira mínima, boa relação
afetiva e integração social. A partir dessas
conquistas, alcançase o ponto de equilíbrio e o
que vier é lucro. A felicidade inclui ainda
autoestima, o cuidado consigo e os prazeres
intelectuais, como curtir uma boa música, um bom
livro, se deleitar com um poema ou uma ideia
nova. “Quem passa a tarde de domingo em frente
à televisão assistindo ao Gugu ou o Faustão não
pode ser plenamente feliz”.
Enfrentar os problemas cotidianos já é uma
forma de buscar satisfação. “Felicidade é algo
que independe do que está a nossa volta.
Desfrutar e saborear a vida é o nosso maior
compromisso. As coisas ruins também fazem
parte da vida e quem aceita isso enfrenta melhor o
sofrimento, sem perder os momentos de alegria”,
diz o psicanalista Luiz Alberto Py. O ser humano
tem uma capacidade inigualável de aceitar e se
adaptar. Durante mais de duas décadas, um
psicólogo conhecido como Doutor Felicidade
procura motivações que levam as pessoas a se
sentirem satisfeitas com a vida.
Professor da universidade de Illinóis, o
americano Edward Diener notou que os dois bem
realizados eram aqueles que se cercavam da
família, dos amigos e, mais importante, sabiam
perdoar.
INCM, 1991.
temerário: audacioso, atrevido, precipitado.
tisnar: sujar, macular, enegrecer.
Assinale a alternativa em que o elemento
destacado não é um adjetivo.
Na fala do filósofo Bertrand Russell “O segredo
da felicidade é encarar o fato de que o mundo é a) "...ser o príncipe bom..." (linha 13)
horrível, horrível, horrível”, a repetição do b) "...conselheiros bons..." (linha 14)
c) "...conselheiros maus." (linha 14)
adjetivo:
d) "...príncipe mau." (linha 15)
a)
estabelece uma relação antitética entre o e) "...exemplo de muitos bons..." (linha 19)
que se diz sobre a felicidade e o que ela é, de fato
b)
produz um efeito de intensificação do
sentido expresso por ele
c)
cria um efeito de verdade em relação ao
que se diz
d)
cria em efeito de inverdade em relação ao
que se diz
Questão 04 - (UEM PR)
Arte de furtar
Questão é se há-de ter o príncipe muitos
conselheiros se um só. (...) Outra questão é se
devem ser conselheiros os letrados, se idiotas
[leia-se: simples curiosos, amadores], isto é de
5
capa e espada. Uns dizem que os letrados, com o
muito que sabem, duvidam em tudo e nada
resolvem, e os idiotas, com a experiência sem
especulações, dão logo no que convém. Outros
têm para si que as letras dão luz a tudo e que a
10
ignorância está sujeita a erros. E eu digo que não
seja tudo letrados, nem tudo idiotas.
(...) Outra questão se segue a esta (...) se é
melhor para a República ser o príncipe bom e os
conselheiros maus ou serem os conselheiros bons
15
e o príncipe mau. Se o príncipe se governar por
seus conselheiros, diz Elio Lamprídio, que pouco
vai em que o príncipe seja mau, se os conselheiros
forem bons, porque depressa se faz bom um mau
com o exemplo de muitos bons, que muitos maus
20
bons com o exemplo e conselho de um bom.
(...) O conselheiro há-de ser prudente e
secreto, sábio e velho, amigo e sem vícios, não
cabeçudo, nem temerário, nem furioso. Quatro
inimigas tem a prudência: primeira, precipitação;
25
segunda, paixão; terceira, obstinação; quarta,
vaidade. A primeira arrisca, a segunda cega, a
terceira fecha a porta à razão, a quarta tudo tisna.
Três inimigos o segredo: Baco, Vênus e o
interesse. O primeiro o descobre, o segundo o
30
rende, o terceiro o arrasta. E perdido o segredo
do governo, perde-se a República. (...)
Excerto do texto anônimo do século XVII.[1652]. Lisboa:
Questão 05 - (UFOP MG)
Exercício de Ironia
Beto Vianna*
Votar não é coisa fácil. Ainda mais depois
que inventaram essas maquininhas em que não é
preciso nem escrever o nome do candidato. Ou o
número. Até hoje não vi ninguém denunciar essa
eleição informatizada no Brasil como o maior
golpe que já se deu em quem não sabe escrever
(ao lado do 05celular, do MSN e do orkut). Hoje,
não é preciso saber escrever pra votar. Hoje, não
é preciso saber escrever. Que histórica ironia:
depois de 5.000 anos de evolução da
escrevinhação humana, não precisamos mais
escrever o voto, e o voto virou-se contra a
escrita.
Elitista, eu? Vou viajar mais um pouco, que a
responsabilidade da pena é 10minha: qualquer
bactéria inquilina deste planeta (a maioria, as
que eu conheço, pelo menos) sabe viver em paz
e harmonia com a próxima. Já o humano (a
maioria, os que eu conheço, pelo menos) sofre
de democracismo, desde os gregos. É preferível
pra esse organismo civilizadíssimo a justiça, a
liberdade e a igualdade, ou seja, mais vale o
respeito dos outros ao eu do que a
15
responsabilidade individual. Esse é o
fundamento da Revolução Francesa e da
Independência dos Estados Unidos. Ah! Como
se meu vizinho fosse lavagem pra dar pros
porcos, e eu – sempre eu – fosse o supercidadão,
pleno de direitos. A minha liberdade começa
onde... putz, começa onde eu conseguir que ela
comece, e dane-se o resto. Não esqueço nunca
esta música do Premê (cito de 20memória, talvez
com liberdade poética): “compre já o seu abrigo
nuclear e deixe o resto do mundo queimar à
vontade lá fora”.
Você luta por seus direitos? Parabéns, mas
engula comigo o fato que quem inventou isso
foram os gregos em um atentado fundacional no
01
Ocidente à coletividade, colocando o Estado a
serviço do eu. O Procon, a Lei do Ventre 25Livre,
o PSDB e o PT, o PSOL, a carteirinha de
estudante, o banheiro público, tudo isso são
invenções gregas, milenares. A idéia é a mesma:
eu tenho os meus direitos e ninguém tasca, mas
o direito do vizinho é problema dele. Cada um
com seus problemas, e os meus problemas
devem ser resolvidos pelo Estado.
30
Falando em particular do Brasil, enquanto
nós, intelectuaizinhos da classe mediana,
ficamos reclamando nossos direitos, enquanto
nós, operários sindicalizados, conquistamos 44
horas semanais, enquanto todos curtimos o livrearbítrio, a livre imprensa, o livre comércio, o
livre-pensar e a luta livre, um monte de outros
humanopatas é gerado no sistema educacional
brasileiro, esse 35lugarzinho onde a grana – a
verba, pra usar o termo de quem faz direito –
não vai pra quem é de direito. País capitalista
que se preza, como outros existem por aí há 400
anos, o Brasil paga bem o universitário e rouba
da criança. Capitalista, num sentido lato da
coisa, come criancinha mais rápido e mais
deglutido que qualquer comunista stricto sensu.
*In: Jornal O tempo, 23/09/2006, p. A9.
O adjetivo “inquilina” (linha 10) significa que a
bactéria é:
a)
Um ser minúsculo muito popular no
planeta.
b)
Um ser que habita um planeta que não é
seu.
c)
Um ser que vive em comunidade
harmoniosa.
d)
Um ser mais elitista que o autor do texto.
Questão 06 - (UECE)
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01
A era digital trouxe inovações e facilidades
para o homem que superou de longe o que a
03
ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04
precisávamos correr em busca de informações
de 05nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é
que nos 06assediam: resultados de loterias, dicas
de cursos, 07variações da moeda, ofertas de
compras, notícias 08de atentados, ganhadores de
gincanas, etc. Por 09outro lado, enquanto cresce a
capacidade dos 10discos rígidos e a velocidade
das informações, o 11desempenho da memória
humana está ficando 12cada vez mais
comprometido. Cientistas são 13unânimes ao
associar a rapidez das informações 14geradas
02
pelo mundo digital com a restrição de 15nosso
“disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16porém,
que o problema não está propriamente 17nas
novas tecnologias, mas no uso exagerado 18delas,
o que faz com que deixemos de lado 19atividades
mais estimulantes, como a leitura, que
20
envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21
prejudicados por esse processo têm sido
crianças 22e adolescentes, cujo desenvolvimento
23
neuronal
acaba
sendo
moldado
preguiçosamente.
24
Responda sem pensar: qual era a manchete
25
do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26
novela que antecedeu o Clone? E quem era o
27
técnico da Seleção Brasileira na Copa do
Mundo de 281994? Não ter uma resposta
imediata para essas 29perguntas não deve ser
causa de preocupação 30para ninguém, mas
exemplifica bem o problema 31constatado pela
fonoaudióloga paulista Ana Maria 32Maaz
Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33
relação entre audição e recordação.
34
A pedido de duas empresas, ela realizou
uma 35pesquisa para saber o que estava
36
ocorrendo
com
os
funcionários
que
37
reclamavam com freqüência de lapsos de
memória. Foram entrevistados 71 38homens e
mulheres, com idade de 18 e 42 anos. A
39
maioria dos esquecimentos era de natureza
40
auditiva, como nomes que acabavam de ser
41
ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar
nisso, 42responda sem olhar no parágrafo
anterior: você 43lembra o nome da pesquisadora
citada?) 44Ana Maria descobriu que os lapsos de
45
memória resultavam basicamente do excesso
de 46informação em conseqüência do tipo de
trabalho 47que essas pessoas exerciam nas
empresas, e do 48pouco tempo que dispunham
para processá-las, 49somados à angústia de
querer saber mais e ao 50excesso de atribuições.
“Elas não se detinham no 51que estava sendo dito
(lido, ouvido ou visto) e, 52conseqüentemente,
não conseguiam gravar os 53dados na memória”,
afirma.
(Fonte Internet: Superinteressante, 2001).
Assinale a alternativa em que todas as
expressões sublinhadas têm valor de adjetivo.
a)
Era digital trouxe inovações e facilidades
que superaram o que previa a ficção.
b)
Deixemos de lado atividades que
envolvem diversas funções do cérebro.
c)
Hoje, úteis ou não, as informações é que
nos assediam.
d)
Responda qual era a manchete do jornal
de ontem.
a)
b)
c)
d)
e)
Questão 07 - (UFGD MS)
Em muitos casos o mesmo período pode ser
organizado de diferentes maneiras sem alteração
de sentido. Indique a alternativa em que,
alterandose a posição do adjetivo ou do
pronome destacado, em relação ao substantivo
correspondente, não se prova mudança de
expressão.
A freira encontrouse com o homem pobre.
O grande chefe do narcotráfico entregouse à
polícia.
A palavra foi dirigida a mestres simples.
Bonitas moças iam e vinham pela orla marítima.
Homem algum é capaz de prever o fim do
mundo.
vez que há um incoercível destino nacional está
corretamente substituído por:
a)
b)
c)
d)
e)
irreprimível.
imbatível.
indefensável.
inconsistente.
invencível.
Questão 11
"Em meio da viagem, soprou de súbito rijo
nordeste, e o mar, que até então se conservara
plácido e próspero, encapelou-se raivoso. Em
três minutos as ondas esbravejaram já
terrivelmente, e a canoa, erguida a grande altura,
e de novo arremessada ao pélago, num
estardalhaço de vagas, recebia no bojo
quantidade de água suficiente para metê-la a
pique."
(Histórias Brejeiras)
Questão 08 - (UFCG PB)
Em “A física, a química e a biologia nos
forneceram hipóteses que são muito melhores
que as oferecidas por qualquer crença em outras
dimensões”, o adjetivo “melhores” está no grau
a)
b)
c)
d)
e)
comparativo de superioridade.
superlativo relativo de superioridade.
superlativo absoluto sintético.
superlativo absoluto analítico.
comparativo de inferioridade.
Questão 09 - (ITA SP)
Durante a Copa do Mundo deste ano, foi
veiculada, em programa esportivo de uma
emissora de TV, a notícia de que um apostador
inglês acertou o resultado de uma partida,
porque seguiu os prognósticos de seu burro de
estimação. Um dos comentaristas fez, então, a
seguinte observação: “Já vi muito comentarista
burro, mas burro comentarista é a primeira vez.”
Percebe-se que a classe gramatical das palavras
se altera em função da ordem que elas assumem
na expressão.
Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
a)
b)
c)
d)
e)
obra grandiosa
jovem estudante
brasileiro trabalhador
velho chinês
fanático religioso
Questão 10 - (UNIFOR CE)
O adjetivo sublinhado em Sim, adiamos, uma
Em "... e o mar, que até então se conservara
plácido e próspero, encapelou-se raivoso" há:
a)
b)
c)
d)
e)
três substantivos e um adjetivo
um substantivo e três adjetivos
um pronome e três substantivos
dois substantivos e três pronomes
quatro substantivos e um adjetivo
Questão 12 - (UFV MG)
Assinale a alternativa em que a mudança de
posição entre o substantivo e o adjetivo NÃO
pode acarretar alteração semântica:
a)
O grande traficante assusta a polícia. / O
traficante grande assusta a polícia.
b)
O pobre viciado sofre muito! / O viciado
pobre sofre muito!
c)
O bom filho à casa torna. / O filho bom à
casa torna.
d)
O alto traficante assusta a polícia. / O
traficante alto assusta a polícia.
e)
O velho amigo é que socorreu o viciado. /
O amigo velho é que socorreu o viciado.
Questão 13 - (UEPB)
“Como agravante temos nessa região pobre uma
taxa de crescimento demográfico mais rápido
do país e dificilmente igualada.”
(Correio da Paraíba, 24/05/05)
A compreensão do fragmento acima está
prejudicada devido a uma ambiguidade na
estrutura oracional, provocada pela inadequada
distribuição dos substantivos e adjetivos em
destaque no texto. Apresentamos, abaixo, outras
versões (de I a IV) para expressar a informação.
I
“Como agravante, temos, nessa região pobre do
país, uma alta taxa de crescimento demográfico,
dificilmente igualada.”
II “Como agravante, temos nessa região pobre do
país um rápido crescimento demográfico,
dificilmente igualado.”
III “Como agravante temos nessa região pobre uma
taxa de crescimento demográfico do pais mais
rápido e dificilmente igualada.”
IV“
Como agravante, temos nessa região pobre
uma taxa de crescimento demográfico mais
rápida do país e dificilmente igualado.”
Indique a alternativa que contém a(s)
versão(ões) que expressa(m), claramente, a
informação do texto:
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas II e IV.
Apenas I.
Apenas III e IV.
Apenas I e II.
Apenas III.
Questão 14 - (UDESC SC)
Assinale a alternativa em que o sentido do
adjetivo NÃO se altera, mesmo se ele for
colocado depois do substantivo.
a)
Durante a trilha descobriram-se lindas
paisagens.
b)
Comenta-se que ela é uma simples
assistente.
c)
Descobriram que ele é um falso detetive.
d)
O programa que estréia hoje está lançando
um novo comentarista.
e)
Nossa equipe contratou um grande
especialista para desvendar o caso.
TEXTO comum às questões 15 e 16
O suor e a lágrima
Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer
coisa, quase 41. No dia seguinte, os jornais
diriam que fora o mais quente deste verão que
inaugura o século e o milênio. Cheguei ao
Santos Dumont, o vôo estava 05atrasado, decidi
engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio,
são raros esses engraxates, só existem nos
aeroportos e em poucos lugares avulsos.
Sentei-me naquela espécie de cadeira
canônica, de coro de abadia pobre, que também
pode parecer o 10trono de um rei desolado de um
reino desolante.
O engraxate era gordo e estava com calor – o
que me pareceu óbvio. Elogiou meus sapatos,
cromo italiano, fabricante ilustre, os Rosseti.
Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte
porque quando 15posso estou sempre de tênis.
Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e
começou seu ofício. Meio careca, o suor
encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele
paninho que dá brilho final nos sapatos e com
ele enxugou o próprio suor, que 20era abundante.
Com o mesmo pano, executou com maestria
aqueles movimentos rápidos em torno da
biqueira, mas a todo instante o usava para
enxugar-se – caso contrário, o suor inundaria o
meu cromo italiano.
25
E foi assim que a testa e a calva do valente
filho do povo ficaram manchadas de graxa e o
meu sapato adquiriu um brilho de espelho à
custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão
brilhantes, tão dignamente suados.
30
Na hora de pagar, alegando não ter nota
menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me
olhou espantado, retribuiu a gorjeta me
desejando em dobro tudo o que eu viesse a
precisar nos restos dos meus dias.
35
Saí daquela cadeira com um baita
sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos
não estavam tão sujos assim, por míseros
tostões, fizera um filho do povo suar para ganhar
seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha
daquele brilho humano, salgado como lágrima.
(CONY, Carlos Heitor. Folha de S. Paulo, 19/02/2001.)
Questão 15 - (UERJ)
A tomada de consciência do personagemnarrador acerca dos abismos sociais vai-se
aguçando gradativamente a partir de certo ponto
da narrativa.
Os primeiros sinais dessa tomada de consciência
estão adequadamente representados por um
processo de adjetivação presente na seguinte
alternativa:
a)
“Pelo menos aqui no Rio, são raros esses
engraxates, só existem nos aeroportos” ( l. 5 - 7)
b)
“Sentei-me naquela espécie de cadeira
canônica, de coro de abadia pobre,” ( l. 8 - 9)
c)
“O engraxate era gordo e estava com
calor” ( l. 11)
d)
“Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa
e a calva.” (l. 17 - 18)
Questão 16 - (UERJ)
As comparações, ao destacarem semelhanças e
diferenças entre elementos colocados lado a
lado, funcionam como estratégias por meio das
quais se ressaltam determinados pontos de vista.
Uma comparação está indicada no seguinte
fragmento:
a)
“Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer
coisa, quase 41.” ( l. 1 - 2)
b)
“caso contrário, o suor inundaria o meu
cromo italiano.” ( l. 23 - 24)
c)
“e o meu sapato adquiriu um brilho de
espelho à custa do suor alheio.” ( l. 26 - 27)
d)
“deixei-lhe um troco generoso.” ( l. 31)
Questão 17 - (MACK SP)
Origem, nascimento e batizado
1
Era no tempo do Rei [...] .
2
Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à
borda do navio, o 3Leonardo fingiu que passava
distraído por junto dela, e com o ferrado
4
sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé
direito. A Maria, 5como se já esperasse por
aquilo, sorriu-se como envergonhada do
6
gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um
tremendo beliscão 7nas costas da mão esquerda.
Era isso uma declaração em forma, segundo 8os
usos da terra: levaram o resto do dia de namoro
cerrado [...] .
9
[...] meses depois teve a Maria um filho,
formidável menino [...], o 10qual, logo depois
que nasceu, mamou duas horas seguidas sem
largar 11o peito. E este nascimento é certamente
de tudo o que temos dito o 12que mais interessa,
porque o menino de quem falamos é o herói
desta 13história.
Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias
No texto,
a)
o uso simultâneo de sapatão (aumentativo)
(linha 04) e pisadela (diminutivo) (linha 04)
reforça a idéia de que Leonardo fingia distração.
b)
como
envergonhada
(linha
05)
corresponde a uma intensificação do adjetivo, já
que a forma destacada é sinônima de “muito”.
c)
valente (linha 04) e tremendo (linha 06)
podem ser entendidos, respectivamente, como
“vigorosa” e “vigoroso”.
d)
cerrado (linha 08) sintetiza a circunstância
de que o casal guardava suas manifestações de
afeto para os ambientes reservados, isolados.
e)
formidável (linha 09) é usado de forma
irônica, pois o menino, ao nascer, revelou
comportamento normal e previsível.
Questão 18 - (UFG GO)
Uma luta de adjetivos. Touro indomável foi uma
solução mais precisa de Ranging Bull do que
seria sua tradução literal, “touro enraivecendo”.
A adaptação em português enfatiza o aspecto do
termo, não a noção de tempo, como o original
permitiria. Uma alternativa, Touro irado, tem
igualmente menos força que o adjetivo
“indomável”.
No texto, a adaptação do título do filme em
português, substituindo enraivecendo por
indomável, confere ao touro
a)
b)
c)
d)
e)
uma habilidade provisória.
um estado inconstante.
um comportamento oscilante.
uma característica permanente.
um caráter aventureiro.
Questão 19 - (UEL PR)
Poema obsceno
1
Façam a festa
2
cantem e dancem
3
que eu faço o poema duro
4
o poema-murro
5
sujo
6
como a miséria brasileira
7
Não se detenham:
8
façam a festa
9
Bethânia Martinho
10
Clementina
11 Estação Primeira de Mangueira Salgueiro
12 gente de Vila Isabel e Madureira
13
todos
14
façam
15
a nossa festa
16 enquanto eu soco este pilão
17
este surdo
18
poema
19 que não toca no rádio
20 que o povo não cantará
21 (mas que nasce dele)
22 Não se prestará a análises estruturalistas
23 Não entrará nas antologias oficiais
24
Obsceno
25 como o salário de um trabalhador
aposentado
26
o poema
27 terá o destino dos que habitam o lado
escuro do país
28
– e espreitam.
(GULLAR, F. Toda poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s. d. p. 338.)
O adjetivo “obsceno” presente no título e no
poema refere-se
a)
à permissividade característica de festas
populares como o carnaval.
b)
ao tom de poemas de Gullar, proibidos de
figurar em antologias oficiais.
c)
à situação dos que habitam o lado escuro
do país.
d)
à denuncia de uma condição social.
e)
à indignação para com a corrupção política
do país.
Questão 20 - (PUC GO)
Naquele tempo Rudêncio servia numa brigada
de baloneiros e tinha feito voos sobre o território
dos Aruguas para jogar presentes retirados dos
Armazéns Proibidos, aqueles objetos vindos do
tempo antigo que não nos servem para nada, mas
parecem ter muito valor para os atrasados
Aruguas.
Rudêncio foi aos Aruguas como embaixador
especial levando vários caixotes cheios daquelas
cabacinhas de vidro que dizem que davam luz
antigamente, daqueles tijolinhos achatados que
tocavam música e falavam, daqueles cataventos
de ferro de vários tamanhos que giravam
sozinhos quando se apertava um botãozinho que
eles têm no pé, e hoje a gente aperta e não
acontece nada, aquelas chapinhas pretas com um
buraco no meio, que dizem que também tocavam
música, e muitas outras dessas bobagens que os
antigos adoravam e que hoje nem sabemos ao
certo para que servem.
[...]
(VEIGA, José J. Os pecados da tribo.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 9-10. Adaptado.)
Assinale a alternativa que faz uma afirmação
correta sobre o uso do adjetivo “atrasados” para
caracterizar os Aruguas no texto:
a)
o uso da palavra “atrasados” no texto se
deve ao fato de Rudêncio manifestar, por meio
do discurso direto, a sua antipatia em relação
àquele povo que, em sua opinião, estava em uma
situação evolutiva inferior a outros povos.
b)
o enunciador, ao caracterizar os Aruguas
como “atrasados”, manifesta uma ironia em
relação à dominação cultural de um povo por
meio de instrumentos considerados sem
utilidade prática nos dias atuais.
c)
a palavra “atrasados” atribuída aos
Aruguas no texto manifesta a tendência natural
dos escritores em marcar subjetivamente juízos
de valor que eles têm em relação a coisas, a
pessoas e a povos de maneira geral.
d)
a forma linguística “atrasados” manifesta a
maneira encontrada pelo narrador de conferir
objetivamente atributos àqueles que, por alguma
razão
especial,
estão
em
nível
de
desenvolvimento cultural e tecnológico diferente
da sociedade moderna.
GABARITO:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
15
16
17
18
19
20
12
13
14
Bom Trabalho!
Prof. Clécio Oliveira
Download

Atividades sobre substantivo