2°ANO – ENSINO MÉDIO PORTUGUÊS GABARITO 1. Qual alternativa abaixo completa melhor a seguinte frase: “As manifestações são necessárias, contudo...” a) ...não podemos reclamar. b) ...atrapalham o trânsito. c) ...brigamos pelos nossos direitos. d) ...não chegaremos amanhã. e) ...permanecemos unidos. JUSTIFICATIVA: Identificar relações de coordenação e de subordinação na estrutura frasal; Texto Ritual Este corpo Que agora me veste ainda é casca e casulo de um outro bicho que cresce. Esta capa que me acompanha desde os tempos de criança desce inútil aos meus pés. Sou a ponte que me liga. Sou o gesto que me une. Sol e lua, noite e dia. Sou o fui e o serei. Este tempo que me guarda para um outro amanhecer é lembrança e é promessa, recordação e esperança, morte e vida enoveladas na meada das mudanças. Sementes de sol. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2003, p. 46-47. 2. No trecho do texto “Sol e lua, / noite e dia” aparece a figura de linguagem ANTÍTESE que auxilia na construção do estilo do poema. Marque a alternativa que apresenta outro exemplo desta figura: a) “ Sou a ponte que me liga”. (versos 13-14) b) “...de um outro bicho que cresce.” (verso 5) c) “...morte e vida enoveladas na meada das mudanças.” (versos 29 a 32) d) “...é lembrança / e é promessa, recordação e esperança...”(versos 26 a 28) e) “...ainda é casca/ e casulo...” (versos 3 e 4) JUSTIFICATIVA: Identificar as figuras de linguagem; 3. Sobre o texto é correto afirmar que: a) O eu-poético está preocupado com a mudança ocorrida na sua vida profissional. b) O fim do relacionamento abriu caminho para novas experiências serem vividas. c) O eu-poético manifesta seus sentimentos quanto a sua transformação de criança para um adulto. d) Há, no texto, um tom de despedida da vida já que há o desejo de morte no eu-poético. e) O eu – poético retrata a realidade social vivida por milhares de famílias nordestinas. JUSTIFICATIVAS: Identificar informações implícitas no texto; 4. Leia atentamente o texto abaixo e identifique a tipologia textual: Investir na mulher é investir no futuro Ruth Cardoso * A situação da mulher no Brasil tem melhorado progressiva e rapidamente. Com base em todos os indicadores que temos, percebe-se que as mulheres avançaram muito no que se refere ao nível educacional e à sua participação no mercado de trabalho. A mulher brasileira compara-se hoje à dos países mais desenvolvidos. É uma conquista das próprias mulheres, pois os programas públicos dirigidos à obtenção desse resultado foram praticamente inexistentes. * Zero Hora, dez/2006. Adaptado. a) É um texto narrativo. b) É um texto dissertativo. c) É um texto descritivo. d) É um texto narrativo com traços descritivos. e) É um texto Injuntivo. JUSTIFICATIVA: Identificar a estrutura do texto; 5. No período: “Complexo do Alemão terá UPP a partir de março, diz secretário de Segurança.” Temos: a) duas orações b) três orações c) quatro orações d) uma oração e) Não constitui uma oração JUSTIFICATIVA: Identificar e diferenciar frase, oração e período. 6. Numa situação cotidiana em que o pai telefona para a filha dizendo que chegará atrasado para o jantar, podemos considerar que o emissor é: a) o pai b) a filha c) o telefone d) a fala e) o jantar JUSTIFICATIVA: Identificar a intenção comunicativa do autor 7. Em que frase a seguir NÃO se observa a função referencial? a) IBGE mostra explosão da maternidade precoce, em garotas de 10 a 14 anos. (O Globo) b) Operadoras de telefonia móvel suspenderão as chamadas interurbanas. c) O governador do RJ decretou estado de calamidade pública. d) “Compre baton, compre baton, seu filho merece baton!”. (Propaganda de uma famosa marca de chocolates) e) O policial escapou com vida. JUSTIFICATIVA: Identificar a intenção comunicativa do autor TEXTO É preciso parar pra prender Toda vez que a violência aumenta, as pessoas tendem a clamar por medidas punitivas mais rigorosas para os transgressores das leis. Pedem a pena de morte para os mais perigosos e cadeia para todos quanto saiam do trilho da conduta determinada pela legislação em vigor. Essa é uma reação instintiva e nada racional. Ninguém ignora que hoje no Brasil a prisão não regenera nem ressocializa as pessoas que são privadas da liberdade por terem cometido algum tipo de crime. Ao contrário, é de conhecimento geral que a cadeia perverte, corrompe, deforma e embrutece. É uma fábrica de reincidência e uma universidade às avessas, onde se diploma o profissional do crime. A prisão, essa monstruosa opção, perpetua-se ante a insensibilidade da maioria como uma forma ancestral de castigo. Positivamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. Os egressos do cárcere estão sujeitos a uma outra terrível condenação: o desemprego. Pior que tudo, são atirados a uma obrigatória marginalização. O ex - condenado só tem uma saída: incorporar-se ao crime organizado. A sociedade, que os enclausurou sob o pretexto hopócrita de reinseri-los em seu seio, os repudia. ... Os partidários da volta a métodos bárbaros de repressão não entendem que estão transformando homens em feras e aumentando a legião de desajustados. Eles têm conquistado muito terreno no Brasil, nos últimos tempos, com a prisão cautelar que atinge os inocentes e serve de pretexto para a prática de constantes abusos de poder, e a agravação de penas para crimes hediondos. Procura-se criar uma atmosfera de pânico, que oferece ensejo à pena de morte. Nenhum desses pregoeiros da repressão pensa na prevenção dos delitos, no atendimento aos menores abandonados, na criação de condições sócioeconômicas que impeçam a geração de novos delinquentes. 8. O significado da palavra “egressos” no texto é: a) Reclusos b) Saídos c) Aprisionados d) Detentos e) Castigados JUSTIFICATIVA: Estabelecer relações vocabulares a partir do sentido extraído do texto. 9. Assinale a alternativa correta acerca do texto: a) O autor não apresenta argumentos coerentes sobre o sistema prisional no Brasil. b) O autor não apresenta fundamentos plausíveis com sua argumentação. c) O autor critica o sistema penitenciário brasileiro se baseando em uma argumentação lógica. d) O autor critica o sistema de forma subjetiva, pois ele é um exemplo de egresso do cárcere. e) O autor permite-se não elaborar argumentos que fundamentem suas ideias já que se trata de um texto jornalístico. JUSTIFICATIVA: Inferir significados a partir das informações contidas no texto. 10. Segundo o texto, a sociedade é hipócrita, pois: a) Aceita, instantaneamente, o preso em seu seio. b) Entende o motivo por que o cidadão cometeu o crime. c) Simula ao afirmar que os egressos do sistema penitenciário são inseridos novamente em seu seio. d) Defendem a pena de morte. e) Acreditam que o problema do sistema prisional nunca será sanado. JUSTIFICATIVA: Chegar a conclusões a partir de informações fornecidas pelo texto. 11. Das alternativas abaixo que não comprometem o sentido da frase“Positivamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou." Quando reescritas é: a) Necessariamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. b) Possivelmente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. c) Normalmente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. d) Definitivamente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. e) Atualmente, jamais se viu alguém sair de um cárcere melhor do que quando entrou. JUSTIFICATIVA: Identificar elementos coesivos 12. Para o autor, essa “hipócrita” reintegração dos ex-condenados força-os: a) A retornar ao mundo do crime. b) A conquistar terreno no Brasil. c) A se reinvestirem na sociedade. d) A se empenharem na obtenção de trabalho. e) A colaborarem na manutenção da lei vigente. JUSTIFICATIVA: Desenvolver ideias de forma articulada 13. “Alô! Tem alguém aí?” O recurso estilístico utilizado na frase quanto à função de linguagem é: a) função referencial b) função fática c) função referencial d) função poética e) função emotiva JUSTIFICATIVA: Dominar as funções da linguagem 14. Assinale a opção em que o acento grave indicativo de crase esteja corretamente empregado: a) Todos foram à um restaurante próximo da escola. b) Eu quis me referir à ela. c) Comunicamos tudo à aluna. d) Prefiro ficar em casa à pegar esse trânsito. e) Foi preciso dar presente à todos. JUSTIFICATIVA: Dominar a regência da língua. TEXTO O mito do bom selvagem Raquel de Queiroz Ninguém me diz, mas esse movimento pró-índios já se tornou modernamente, um novo indianismo. Zombava-se, até agora, da grandiloquência do Peri, de O Guarani, da prosa poética de Iracema. Mas só nisto está a diferença com o indianismo. Pois, como já se registram em cores e ao vivo as falas dos índios, não se lhes pode atribuir um discurso igual ao dos solenes tabajaras. Mas se o quadro atual é realista quanto à figura e ao falar dos povos da floresta não se pode negar que é totalmente irrealista a imagem do índio criada pela onda ecológica. O “bom selvagem”, inventado por (...) Rousseau, por Chateaubriand e, aqui, por Alencar e Gonçalves Dias, não deixa longe os Raoni e ritana, celebrados pelos devotos do Santo Daime e pelos astros do rock internacional. Mas a verdade é que o índio é gente de carne e osso, “ser humano”, igual a nós. E, tal como nós, pode ser generoso, valente, leal, criativo ou predador, cruel, ambicioso, etc, etc. Assim como nós, índio é pessoa, dotada das mesmas feições contraditórias que os demais indivíduos da espécie. O atraso no processo civilizador deixou os nossos índios caminhando ainda pela idade da pedra, mas isto não quer dizer que eles desdenhem a civilização por motivos ideológicos ou religiosos. Pelo contrário, índio nenhum recusaria trocar o seu machado de pedra por um de ferro, sua panela de barro por outra de alumínio pode-se dizer mesmo que índio adora artefatos e confortos da sociedade de consumo. Correr no Jipe, atirar de espingarda, cobrir com roupa o corpo nu, no frio. E o índio, eu creio, detesta principalmente é ser tratado como um fóssil vivo, congelado na sua cultura primitiva, para deleite dos estudiosos. E devem detestar também a tal política de os encerrar em reservas, por mais vastas que sejam essas reservas ( jamais respeitadas). A reserva é, na verdade, uma forma de gueto ecológico, onde o “homem branco” isola o selvagem. Aliás, essa expressão, “homem branco”, é de fazer rir, num país como o Brasil. Que “branco” é esse? Serão caboclos amazonenses, paraenses, nordestinos, todos raça quase pura de índio? Ou os mesclados de negro e algum pouco branco, descendo para o Sul? A pobreza do extremo Norte, onde o caboclo é esmagado pela selva, as doenças e o isolamento, ou a dos nordestinos, açoitados pelos rigores do semi-árido, não diferem muito das carências do índio no seu habitat natural. Todos precisam de remédio, assistência – governo! O índio não quer continuar no mato, preservado, feito o mico leão-dourado. Índio é um brasileiro que quer ter acesso à civilização, que é o destino finalda experiência humana. Nós não podemos escolher por eles, temos que lhes dar oportunidades e assistência – o mesmo que devemos às populações ditas “civilizadas”, que vegetam no interior e nas favelas urbanas, em piores condições, às vezes, que os próprios índios. O trabalho de aculturação será penoso, complicado, longo, tal como ainda é o desenvolvimento do resto do país. Veja esse escândalo provocado por Paulinho Paiacã: uma prova da idealização romântica que se faz do índio. Praticam-se diariamente, no Brasil, talvez centenas de estupros, e mal se sabe desses crimes. São assunto de polícia. Mas, cometido por um índio, virou manchete de jornal e tevês. Manchou-se a imagem idealizada, pecou quem não podia pecar, porque dele só se espera a virtude, dentro do ideal do “bom selvagem”. Não se pode esperar que os índios alcancem um tipo de civilização própria, encerrados nas suas reservas e na sua eterna minoridade. Eles têm que vir se juntando a nós, errando e acertando, participando também de nossas dores de crescimento. Sim, o índio, acima de tudo, é um brasileiro, como nós todos, caboclos do mesmo sangue. Não é verdade, meu amigo Marcos Terena? Índio não quer ser fechado em guetos, tem direito a se espalhar pelo país de ponta A ponta se desejar. Com a mesma liberdade com o que percorria, “rápida como a ema selvagem”, a linda Iracema dos lábios de mel. 15. A autora cita o caso de Paulinho Paiacã, muito explorado pela imprensa brasileira, para explicar que a sociedade ainda enxerga o índio como: a) Um “ser humano” como outro qualquer. b) Um ser não civilizado. c) Um objeto da idealização romântica. d) Um homem sem civilidade, e por isso, não detentor de seus instintos. e) Um ser de pouca convivência com os “seres humanos” verdadeiros. JUSTIFICATIVA: Identificar afirmações a partir do contexto 16. Segundo o texto, a reserva indígena é: a) Um lar para os índios. b) Um lugar previamente construído para estudos biológicos c) Um lugar legalmente selecionado a fim de isolar os indígenas. d) Um lugar abandonado pelo Governo responsável. e) Um ambiente que, apesar de hostil, se faz necessário para a manutenção da raça indígena. JUSTIFICATIVA: Chegar a conclusões a partir de informações fornecidas pelo texto. 17. Uma alternativa abaixo abriga uma palavra que define, segundo o texto, o indígena. Assinale-a: a) Monstro b) Corajoso c) Carnívoro d) Humano e) Preguiçoso JUSTIFICATIVA: Reconhecer informações a partir das ideias contidas no texto. 18. No trecho “Assim como nós, índio é pessoa humana...”, ocorre uma figura de linguagem. Marque a alternativa que corresponde a essa figura: a) Metáfora b) Metonímia c) Onomatopeia d) Prosopopeia e) Pleonasmo JUSTIFICATIVA: Dominar as figuras de linguagem. 19. Assinale a única alternativa que apresenta erro quanto à norma culta da língua é: a) O ideal a que aspiramos é conhecido por todos. b) Aonde estiveste hoje? c) O médico assistiu os doentes. d) Custa ao aluno entender a matéria. e) Esqueceu-se do livro. JUSTIFICATIVA: Dominar a norma culta da língua. 20. O depósito bancário foi efetuado, _________já tenho saldo disponível. A opção que melhor completa a lacuna é: a) mas b) ora c) entretanto d) logo e) embora JUSTIFICATIVA: Identificar elementos coesivos