Pe. Antonio José
Com
Deus Faremos
Proezas
Para você que sonha com a realizão das
promessas de Deus em sua vida.
Edições João 10
1
Com
Deus Faremos
Proezas
2
Comunidade “Bom Pastor”
Edições João 10
Rua Hilário de Gouveia, 9º. Andar
CEP. 22040-020 - Rio de Janeiro - Brasil
Telefax: (21) 2236-5721
Primeira Edição -2003
Diagramação: Diácono André Rodrigues
Capa: Tiago Juliani
Todos os direitos autorais reservados
Edições João 10,
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INDICE
O QUE DEUS ESTÁ FAZENDO AGORA?
07
ALIVIANDO-SE DOS FARDOS
10
AO ALCANCE DE NOSSAS MÃOS
14
COM DEUS FAREMOS PROEZAS
17
NÃO PARE AINDA
20
PAGUE SEU IMPOSTO AO SENHOR
23
UM GRANDE QUERER
26
O QUE É FÉ?
29
MAIS LIÇÕES SOBRE FÉ
33
QUANDO A HISTÓRIA CONTINUA
37
SE VOCÊ VIVE PELA FÉ, GUARDE SUAS PALAVRAS
40
NÃO SEJA PEGO DE SURPRESA
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CREIA: DEUS PODE MUITO MAIS!
47
APRENDENDO A TOMAR POSSE DAS BÊNÇÃOS DE DEUS
51
COM JOSÉ, DEUS FALOU POR SONHOS
55
HOJE É DIA DE COMBATER
59
VÁ ADIANTE POR ESTE CAMINHO!
64
4
O QUE DEUS ESTÁ FAZENDO AGORA?
Muitas vezes somos tentados a dizer, em momentos de dificuldade e
tribulação, que temos a impressão de que Deus nos esqueceu, ou então que
nossas vidas estão paradas; parece mesmo que as coisas “não andam”. Talvez
você já tenha experimentado isso em seu coração e dito palavras que revelavam
sua angústia diante da provação. Talvez você esteja vivendo isso neste exato
momento e esteja se perguntando: será que o Senhor pode realmente fazer
algo por mim? Agora que estou passando por isso, será que Ele está fazendo
algo em meu favor?
Querido irmão, é preciso que você compreenda uma grande verdade a
respeito do coração de Deus. Esta verdade diz respeito a você e é a seguinte: o
Pai tem um propósito para a sua vida; Ele tem sonhado com você, com seu
futuro, com uma grandiosa vitória para coroar cada dia de combate em sua
vida. Este propósito de Deus para você permanece mesmo nos dias maus; Deus
tem planos também para estes dias. Ainda que não sejam dias de colheita,
ainda que não sejam tempos de ceifar com alegria, são tempos de semeadura,
dias para arar e plantar na terra que o Senhor lhe deu.
Não despreze as
pequenas sementes de Deus, que são regadas na provação e no sofrimento:
Deus tem uma obra gloriosa a realizar em sua vida começando por elas.
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O Senhor, neste exato momento, está empenhado em fazer algo
grandioso em sua vida. Contudo, se é verdade que uma obra gloriosa de Deus
já está sendo levantada sobre você, também é verdade que esta obra precisa de
um fundamento sólido. A Bíblia diz que a glória de Deus “pesa” (2Cor 4, 17).
Portanto, para suportar o peso da grandiosa glória que Deus quer manifestar é
preciso que você lance um fundamento capaz de sustentá-la. Este fundamento
deve ser lançado hoje, e é o firme fundamento da fé.
O próprio Jesus nos ensinou qual a única condição para que vejamos a
glória de Deus, para que ela se manifeste naquilo que é impossível aos homens.
Hoje é o próprio Cristo Jesus que fala a você, como um dia falou a Marta diante
do túmulo de seu irmão Lázaro.
Diante do seu túmulo, diante do seu
impossível, o Senhor lhe diz:
SE CRERES, VERÁS A GLÓRIA DE DEUS.
(Jo 11, 40)
Esta é a única condição, amado irmão. Não depende de suas forças, de
suas possibilidades, daquilo que você consegue entender ou sentir. Depende
somente da sua fé. O Senhor quer que hoje cuidemos do fundamento, a fim de
que sua obra não desmorone. Tudo na vida cristã é pela fé, tudo se levanta e se
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ergue a partir do fundamento da fé. Sem este fundamento sólido, corremos o
risco de que as obras começadas por Deus em nossa vida, seja uma família ou
um ministério, venham abaixo. Mas nosso Deus é Deus de obras acabadas e
perfeitas. Portanto, tome posse desse dom poderoso que se chama fé, para
que você seja capaz de receber junto com ele todos os outros dons que o Pai
lhe preparou. A partir de hoje, você sabe o que Deus está fazendo: Ele está
construindo uma obra gloriosa sobre a sua vida, ainda que as coisas estejam
difíceis. A você cabe apenas lançar o firme fundamento da fé.
Este livro que você está começando a ler quer ajudá-lo a se firmar sobre
este fundamento.
Poderíamos abordar este tema de várias maneiras, mas
escolhemos falar somente do dom da fé como aquela força interior, colocada
em nós por Deus no dia do nosso Batismo, capaz de nos mover a atitudes
vitoriosas, quando tudo ao nosso redor parece nos levar à derrota. Se você
desejar ter uma visão mais ampla sobre a virtude da fé, recomendamos que
procure obras mais abrangentes como, por exemplo, o Catecismo da Igreja
Católica. Pedimos a Deus que abençoe o seu coração com a unção do Espírito
Santo; que a cada página deste livrinho, o Senhor mesmo possa fazer você
descansar a sua alma nas Suas promessas. E agora, vamos começar juntos
nosso estudo da Palavra de Deus.
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“Eu é que sei que pensamentos
Tenho a vosso respeito,
Diz o Senhor;
Pensamentos de paz
E não de mal,
Para vos dar o fim que desejais”
Jr 29, 11
„
8
ALIVIANDO-SE DOS FARDOS
Palavra-chave: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu
vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou
manso e humilde de coração e achareis o repouso para vossas almas. Porque o
meu jugo é suave e o meu peso é leve”. (MT 11, 28-30)
O Senhor Jesus nunca é pego de surpresa pelas tempestades de nossa
vida.
Por mais repentina e dolorosa que seja a tribulação a que somos
submetidos, Ele já reservou uma promessa para nos consolar em cada dia de
dificuldade. E hoje Ele deseja falar àqueles que têm se sentido cansados e
sobrecarregados debaixo de muitos fardos. Hoje este convite é para aqueles
que estão aflitos e passando por dias de esgotamento: “Vinde a mim”.
Querido irmão, se até agora você não sabia para onde ir, se não sabia a
quem se dirigir para partilhar o peso de tantas dificuldades, aceite este convite
do Senhor e vá a Ele, neste momento, em oração:
“Senhor, estou aqui porque me chamaste. Não sei mais para onde ir nem
a quem recorrer, pois não há ninguém que possa me dar palavras de conforto
em meio a estes problemas que tenho vivido.
Eles têm me esgotado e
sobrecarregado, mas aceito teu convite e desejo o descanso que me
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prometeste. Fala ao meu coração, Jesus, e alivia o cansaço da minha alma.
Amém”.
Muitas vezes é assim que nos aproximamos do Senhor: cansados e
abatidos por tantas lutas. A voz do mundo diz que não devemos procurar a
Deus quando nos sentimos mal ou quando não estamos “dispostos” para isso.
“Estou cansado demais.... Não sinto vontade de rezar... Estou muito agitado por
causa de tantos problemas a resolver...” são algumas das desculpas que damos
para não entrarmos no caminho da oração que nos leva a Deus.
Mas a
sabedoria divina diz outra coisa: exatamente quando nos sentimos cansados e
sobrecarregados é que devemos buscar o Senhor com mais intensidade, porque
para estas horas Ele prometeu nos dar o descanso da fé: “vinde a Mim e Eu vos
aliviarei”
Jesus já detectou o motivo do nosso cansaço.
Sim, é verdade! Ele
percebeu que estamos sobrecarregados, ou seja, estamos carregando um peso
maior do que podemos suportar. O Senhor percebeu que estamos acumulando
fardos que Ele mesmo não deseja que arrastemos pela vida afora. Por isso,
Jesus propõe uma solução: “tomai o meu jugo...que é suave”. O jugo do Senhor
Jesus chama-se “cruz do dia de hoje”. Isso mesmo, pois Jesus disse: “quem
quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e sigame” (Lc 9, 23). O peso-limite que somos capazes de carregar está contido no
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espaço de tempo ao qual chamamos de “hoje”. Isso mesmo, pois Jesus disse:
“quem quiser ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz
e siga-me” (Lc 9, 23).
O peso-limite que somos capazes de carregar está
contido no espaço de tempo ao qual chamamos de “hoje”. Este fardo suave
que recebemos do Senhor, Ele mesmo o prometeu, não seria mais pesado do
que aquilo que podemos suportar. O que passa disso vai além de nossas forças,
é sobrecarga, nos oprime e esgota. Se carregamos uma cruz, não podemos
arrastá-la até amanhã; chegará uma hora, neste mesmo dia de hoje, em que
fincaremos nossa cruz diante do Pai e seremos crucificados nela,, negando a nós
mesmos para recebermos a paz do Senhor (talvez a cruz do seu dia de hoje
chame-se perdão, ou então confiança, generosidade, aceitação, ...). Ainda hoje
esta cruz será suportada e, de maldição que era diante dos nossos olhos, vai se
transformar em bênção e instrumento de Deus para nossa vida.
Quando nos sobrecarregamos com as cruzes do passado, com as cruzes
do dia de ontem, arrastando-as em nosso coração e em nossa mente pelo
ressentimento, pelas lembranças dolorosas, pela mágoa, somos oprimidos pelo
peso excessivo destes sentimentos com os quais somos incapazes de conviver.
Ressentimento quer dizer “sentir de novo”, cada dia, aquilo que foi feito no
passado mas que, por falta de um perdão generoso, machuca ainda no
presente. Estas cruzes do passado precisam ser vencidas; mas só fazemos isso
quando paramos de arrastá-las e, negando a nós mesmos (negando o nosso
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orgulho, que cobra direitos, atenções e aplausos e glórias) somos pregados
nelas através do perdão, orando, amando, tentando novamente...
Quando nos sobrecarregamos com as cruzes do futuro, com as cruzes do
dia de amanhã, antecipando as dificuldades através da ansiedade, do medo, da
insegurança, somos vencidos pela impressão de que as soluções de que
necessitamos ainda não estão em nossas mãos. Nessa hora, pensamos que as
soluções não existem, quando na realidade já estão sendo providenciadas por
Deus.
Não trazer para os próprios ombros as cruzes excessivas do futuro
significa confiar que, ainda quando nossas forças já estão se esgotando, o
suprimento de graças de Deus para nossas vidas está só no início.
Só por hoje, somos chamados a entregar nosso passado e nosso futuro
ao Senhor. A cada dia basta o seu cuidado, mas a sobrecarga de cruzes de
ontem e de amanhã faz de nós pessoas amargas e ansiosas. A cruz do Senhor
Jesus tem dois braços, largos o bastante para alcançar e envolver nosso passado
e nosso futuro, aquilo que feriu nosso coração e aquilo que o amedronta ao
olhar para a frente. Tudo está ao alcance de suas mãos chagadas e poderosas.
“Pelas suas chagas fomos curados! (Is 53, 5) e as feridas do nosso passado não
podem mais embotar os sonhos de Deus preparados para nós. Quanto ao
futuro, podemos ouvir... É Ele mesmo que está à nossa frente, convidando:
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“Vinde a Mim...”.
Podemos receber o descanso do Senhor, agora, vendo-o
glorioso sobre o horizonte de nossas vidas.
Agradeçamos ao Pai por saber que todas as escolhas do passado, mesmo
aquelas erradas e confusas, já foram levadas aos cuidados da sabedoria de Deus
e estão sendo tratadas e restauradas. Agradeçamos por saber que nosso dia de
amanhã está sendo preparado pelas mãos do próprio Deus e que nada de
necessário nos faltará.
Oremos:
Pai querido, bendito seja o teu nome. Obrigado porque me deste Jesus
para ser o descanso de minha alma. Coloco em Jesus minha mente e meu
coração, para que Ele mesmo acalme o meu interior com a sua Palavra e o
sopro do seu Espírito Santo. Obrigado porque, neste dia cheio de combates
que estou vivendo, posso discernir a voz do meu Senhor me chamando para um
lugar seguro: “Vinde a mim”. Entrego-te a minha gratidão porque meu passado
e todos os seus erros não são maiores que a tua misericórdia. Obrigado porque
meu futuro é o campo onde, desde agora, plantas as sementes que, um dia, eu
vou colher em vitória. Em nome de Jesus, deponho todo peso excessivo que
estava sobre mim; tomo a cruz do dia de hoje e, com plena confiança, venço-a
para a glória de Deus.
Em nome de Jesus, tenho paz e conforto em meu
coração, vencendo dia a dia todo tipo de tribulação. Amém.
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“Meus irmãos, tende por motivo
De toda alegria o passardes por várias provações,
Sabendo que a provação da vossa fé,
Uma vez confirmada, produz perseverança.”
Tg 1, 2-3
14
AO ALCANCE DE NOSSAS MÃOS
Palavra-chave: “Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez
prodígios. Sua mão e o seu jugo braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória”. (Sl
97,1)
Você já experimentou a angustiante sensação de saber que algo que
pode mudar a sua vida está fora do alcance de suas mãos? Por mias que você
se esforce ou tente, isso está além das suas forças e parece inalcançável: a
libertação de uma dependência, a cura de uma enfermidade, a mudança de um
relacionamento.
Se não nos animamos com o dom da fé, esta aparente
impotência diante dos problemas pode gerar um cansaço e um desânimo
capazes de nos fazer parar de lutar. Por isso a Palavra de Deus vem em nosso
socorro nos dizendo que para o Deus vivo em quem acreditamos não há
vitórias inatingíveis ou graças inalcançáveis: “Sua mão e o seu braço forte e
santo alcançaram-lhe a vitória”.
Quando nos deparamos com situações cuja solução parece estar além do
alcance de nossas mãos, devemos lembrar que a mão forte e o braço santo do
Senhor vão onde nós mesmos não podemos alcançar. A mão do Senhor vai
além das barreiras, além de distâncias aparentemente intransponíveis, e sempre
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alcança-lhe a vitória. E quando o Senhor alcança mais uma vitória, seu desejo é
trazê-la para bem perto de seus filhos, para o alcance de nossas próprias mãos.
É isto que o Pai deseja fazer a cada dia: alcançar-nos vitórias que
pareciam longínquas e trazê-las para junto de nós, para que possamos nos
apossar delas. O Salmo 148 diz que o Senhor colocou seu poder nas mãos do
seu povo. Essa é a alegria do Senhor: colocar em nossas mãos o seu poder para
que sejamos poderosos nele; colocar em nossas mãos a sua glória, para que
sejamos glorificados nele; colocar em nossas mãos a sua vida, para que vivamos
para Ele. Quando tínhamos nossas mãos amarradas por satanás (pois éramos
escravos do pecado) e não podíamos fazer nada por nós mesmos, o Pai enviou
seu próprio Filho Jesus. Com seu braço forte e santo Ele alcançou a vitória
sobre o pecado e o inferno. Ele tomou para si as chaves da morte e da região
dos mortos (AP 1, 18). Trouxe para junto de nós essa vitória, quebrando nossas
correntes e dando-nos a chance de dispor do seu poder e do dom do seu
Espírito Santo. A partir deste dia duas palavras estão gravadas eternamente em
nosso espírito: “Eu sou a videira e vós os ramos – diz Jesus.
Aquele que
permaneceu em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazer” (Jô 15, 5) e “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4, 13)
Você está usando esse poder que está agora ao alcance de suas mãos?
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A Palavra de Deus diz “Cantai ao Senhor um cântico novo”. Você já
cantou algo para o Senhor hoje? Se já estivermos na metade do dia, talvez já
tenhamos dito muitas palavras de reclamação, mas será que já cantamos ao
Senhor um canto novo? Se ficamos simplesmente repetindo notícias velhas,
“agora estou perdido; não tem mais jeito; acho que não vou conseguir”,
estamos sendo cantores de uma velha cantilena de desânimo, que em nada nos
ajudará a vencer. É preciso aprender a cantar um canto novo, publicar notícias
fresquinhas, que ainda estão por se manifestar; assim estaremos cantando algo
inédito para o Senhor e estaremos profetizando novidades para nossa vida:
“tudo posso naquele que me fortalece”; “somos mais que vencedores”;
“nenhum mal eu temerei”.
O Salmo 97 diz que devemos cantar ao Senhor um canto novo porque
“Ele fez prodígios”, ou, em outra tradução, “Ele operou maravilhas”. Operar
quer dizer “fazer uma obra”.
As obras que o Senhor faz são sempre
maravilhosas, sem defeito. Aquilo que o Senhor está operando em nossas vidas
também é maravilha, pois Ef 1, 4 diz que Ele “nos escolheu para sermos santos e
irrepreensíveis (sem defeito) diante de seus olhos”. Mas como posso dizer, em
meio a tudo isto que estou vivendo, que as obras do Senhor na minha vida são
maravilhas sem defeito? Parece que tudo está dando errado! A Bíblia diz que
“tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8, 28). Isso não
quer dizer que tudo que nos acontece é bom; quer dizer que todas as coisas,
17
mesmo as difíceis, encaminham-se (concorrem, cooperam) para o nosso bem,
para mais uma maravilhosa obra do Senhor.
Mesmo ali onde não somos
capazes de nos sentir vencedores; mesmo ali de onde não podemos esperar
nenhuma vitória, somos convidados a continuar acreditando que não há vitórias
impossíveis para o Senhor. “Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaramlhe a vitória”. Ele está pronto para trazer esta bênção ao alcance de nossas
mãos, que se estendem para Ele pelo poder da fé.
Vamos transformar esta palavra em oração:
Pai querido, louvo a Ti com todas as forças do meu coração. Louvo
especialmente porque eu mesmo sou um troféu de vitória em tuas mãos.
Quando eu estava longe, em trevas de pecado e jazendo no vale da morte,
estendeste através de Jesus a tua mão poderosa e me alcançaste para ti. Eu te
louvo porque eu, que estava longe, agora estou perto de ti e do teu amor.
Obrigado porque hoje também estendes a tua mão para alcançar mais vitórias e
trazê-las para junto de mim, a fim de que eu possa provar que tudo concorre
para o bem daqueles que te amam. Sei que começaste em mim uma obra
perfeita, que não ficará incompleta, mas que será coroada em glória e salvação.
Te louvo, ó Pai, porque teu Filho Jesus é um vencedor invicto que, de vitória em
vitória, conduz-me a uma vida permanente e abundante. Obrigado, Pai, porque
não há vitórias inalcançáveis para ti. Aleluia!
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COM DEUS FAREMOS PROEZAS
Palavra-chave: “Dai-nos auxílio contra o inimigo, porque é vão qualquer
socorro humano. Com Deus faremos proezas: ele esmagará os nossos inimigos”.
(Sl 107, 13-14)
Existem dias em que realizar as mais corriqueiras tarefas parece ser um
desafio assustador.
Quando o desânimo se aproxima, organizar os
pensamentos, o tempo e as ocupações da casa ou do trabalho torna-se algo
quase impossível; o tempo passa e permanecemos amarrados pela tristeza e
por um cansaço que, aparentemente, não têm motivo. O que fazer então?
È hora de fazer proezas. Isto mesmo; é hora de superar o desânimo pela
autoridade dos filhos de Deus.
Encher-se da força do Espírito Santo para
realizar as tarefas do dia pode ser algo bastante revigorante, principalmente se
estamos perdendo a luta contra o desânimo e o abatimento.
Com Deus
faremos proezas, ou seja, faremos aquilo que é preciso e que parece ir além das
nossas forças (que já estão se esgotando debaixo de tantos problemas).
O fato de sermos cristãos não nos exime de exp0erimentar o cansaço.
Grandes profetas tiveram seus dias de abatimento: Moisés, Elias, Jonas. Mas o
que realmente importa é como reagimos a este abatimento.
Se vamos
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aprendendo a conviver com ele, nossa vida vai se atrasando, pois deixamos de
realizar coisas importantes e mesmo necessárias; às vezes até perdemos
oportunidades que não vão mais se repetir.
Se aprendemos a reagir
positivamente (ou seja, sem ansiedade), vamos nos sentindo mais fortalecidos a
cada pequena vitória que alcançamos com a ajuda do Senhor.
Quando os dias de abatimento forem se multiplicando, lembre-se e ore
assim: com Deus eu posso fazer proezas. Com Deus, isso que me parece tão
difícil, pode ser feito a contento e perfeitamente. Ele esmagará meus inimigos
um a um: desânimo, preguiça, falta de perseverança, falta de coragem. Quando
uma tarefa se impuser e parecer superar meus limites estreitados pela tristeza,
lembrarei que “tudo posso naquele que me fortalece” e irei adiante.
“Desperta-te, ó minha alma”. O Salmo 107 é um salmo para aqueles que
precisam de revigoramento espiritual.
É uma oração de despertar ou de
reavivamento, para aqueles que estavam com a mente e o coração atordoados
pelo sono e pela fadiga de repetidos combates. Diz o evangelho de Lucas que
Jesus, tendo orado no monte das Oliveiras e recebido o conforto do Pia, foi ao
encontro de seus discípulos e os encontrou “adormecidos de tristeza” (Lc 22,
45). Quando a tristeza e a depressão se abatem sobre um coração, a alma
desfalece e muitas vezes faz o corpo adoecer. Foi assim também com o profeta
Elias que, depois de vencer tantas batalhas para o Senhor, entrou em profundo
20
esgotamento espiritual e adormeceu debaixo de um junípero, desejando a
morte (1Rs 149, 5). Nesta hora, o Espírito de Deus nos convida a alargar nossos
limites e continuar nosso caminho. Devemos então dizer para nós mesmos:
“Meu coração está firme, ó Deus; desperta-te, ó minha alma; com Deus faremos
proezas”. (Sl 107, 2).
Quando nos tornamos pessoas passivas, renunciando ao nosso direito de
realizar prodígios em nome do Senhor, tornamo-nos presas das circunstâncias.
Ativar a mente e o coração, buscando aprender algo da parte de Deus em todos
os momentos, pode ser o início de grandes mudanças.
O esgotamento
espiritual não é fruto daquilo que se deve e se pode fazer, mas sim do
afastamento de Deus e da falta de perspectivas gerada por ele.
Quando
clamamos pelo auxílio do Bendito Espírito Santo e o tornamos o condutor dos
nossos, passos, Ele nos leva a lugares que nem esperávamos alcançar. Quantas
vezes já nos surpreendemos dizendo “eu pensei que nunca conseguiria fazer
isto” ou “não imaginava chegar onde estou”. Pois Deus ainda quer que vamos
além! Para isso, a cada dia o Senhor nos convida a entrar no descanso da fé
(Hb 4, 3) e encontrar nele as forças de que precisamos para avançar
continuamente e dizer, a cada nova manhã, “com Deus faremos proezas”.
Vamos orar, na presença do Pai:
21
Senhor amado, tu és um Deus cuja bondade se renova a cada manhã.
Olhando à minha frente o caminho a percorrer neste dia de hoje, com todas as
suas lutas e dificuldades, com ousadia posso dizer: “Com Deus farei proezas”.
No teu Espírito me revigorarei e terei a força de um valente guerreiro, para não
voltar atrás diante dos desafios.
Em nome de Jesus, desperto minha alma,
minha mente, meu coração, para que não mais permaneçam adormecidos de
tristeza. Ativo todo o meu ser pela presença do Espírito Santo que mora em
mim, e não aceito mais ver a mim mesmo como vítima das circunstâncias. Em
tudo isto que estou vivendo, vou comportar-me como verdadeiro discípulo de
Jesus, aprimorando-me e amadurecendo meu homem interior, até que esteja
disciplinado na obediência a Deus, na qual tenho sido tão falho. Abençoa, ó
Pai, o meu propósito de realizar proezas, hoje, em nome de Jesus. Amém.
“Vigiai, permanecei firmes na fé,
Sede corajosos, sede fortes!
Fazei tudo na caridade.”
1Cor 16, 13
22
NÃO PARE AINDA!
Palavra-chave: “Eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei,
e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e
ao que bater, se lhe abrirá”.
(Lc 11, 9-10)
Se um dia pudéssemos perceber a quantidade de bênçãos de Deus que
não recebemos, simplesmente porque não fomos perseverantes até o fim em
buscá-las na oração, talvez ficássemos surpresos.
Muitas vezes nos
comportamos, às portas do céu, como crianças travessas às portas de um
desafortunado vizinho: batemos, batemos, mas não esperamos até que a porta
se abra. Em verdade, se pudéssemos explicar o ensinamento de Jesus sobre a
oração com outras palavras, poderíamos fazê-lo assim: bata até que a porta se
abra (e não para de bater antes disso); busque até encontrar (e não deixe de
buscar enquanto não tiver encontrado); peça até que Aquele que pode dar
estenda Suas mãos sobre você (e esteja lá para receber quando isso acontecer).
Quantas vezes já desistimos de orar por uma situação ou por uma pessoa
antes que Deus nos desse a resposta de que precisávamos! Não fomos fiéis à
orientação do Senhor que disse “orai sempre, sem desanimar jamais” (Lc 18, 1).
Mesmo quando a resposta às nossas orações não é aquela que esperamos,
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Deus é muito preciso em responder-nos; devemos portanto permanecer em
oração, até que a resposta de Deus se manifeste. Mesmo quando o Senhor não
se abaixa até nossos planos e idéias (que podem e devem ser expostos em
nossas orações), Ele pode ainda elevar-nos até a sua Sabedoria, partilhando
conosco sua vontade e colocando em nossos corações a paz daqueles que
confiam nos misteriosos desígnios de Deus. Mas não podemos parar de orar
antes que a resposta venha...
Um dia Jesus foi chamado por Jairo, chefe de uma sinagoga, até sua casa
(Lc 8, 40-56). Sua filhinha estava doente de morte, mas o Senhor poderia ainda
curá-la. Jairo tanto acreditava nisso que foi literalmente buscar Jesus e arrastálo até sua casa. Mas ainda nem acabara de falar e uma triste notícia já se fazia
ouvir: a pequena criança acabar de morrer. Então todos perguntam: “por que
incomodar ainda o Mestre?”. Talvez Jesus estivesse a poucos metros da casa de
Jairo, mas todos já davam o caso por encerrado: para que importunar Jesus?
“Vamos deixá-lo ir, pois não há mais nada a fazer!”
O Senhor Jesus, porém, sabia que não importava o que havia com a
menina.
Importava sim que a voz daquele pai aflito tinha sido ouvida.
A
resposta de Jesus a Jairo foi inesperada: “Não temas; crê somente e ela será
salva” (Lc 8, 50). E Jairo e Jesus partiram imediatamente rumo àquela casa em
luto. Chegando lá, a primeira providência de Jesus foi “estancar” o choro e os
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lamentos da vizinhança que enchiam aquele lugar de desespero, para que sua
voz de comando pudesse ser ouvida pela criança: “Menina, levanta-te!” E assim
aconteceu.
Quantas vezes já chamamos o Senhor para junto de nós, para nossa cãs,
para junto de uma pessoa querida que estava quase a se perder. Tristemente,
quantas vezes o Senhor Jesus estava apenas a alguns quarteirões de nossa casa,
de nossa dificuldade, e demos ouvidos àqueles que diziam “para quê orar, para
quê importunar a Deus? Essa situação não pode mais mudar”, e acabamos por
dispensar o Senhor. E voltamos para nossa vida triste e sombria.
Não importa que a situação pareça sem saída; não importa que todos já
tenham dado o caso por encerrado. Se oramos por esta situação, nossa voz
aflita já foi ouvida no céu. Então é hora de esperar por resposta: o tempo que
transcorre entre a oração fervorosa e a resposta clara de Deus é um tempo de
combate espiritual, um tempo em que a expectativa da fé é a única arma (“crê
somente”).
Cuidado! É exatamente nessa hora decisiva que muitas vezes desistimos
de esperar pela chegada do Senhor junto ao problema.
Muitas vezes até
desfazemos as orações que fizemos anteriormente proferindo palavras de
25
derrota e frustração. Ainda não é hora de desistir, pois o Senhor não deu a
última palavra.
Não podemos parar antes da hora. Não podemos desistir de Jesus a
poucos quarteirões de nossa casa, de nossos problemas. Quem sabe agora
mesmo Ele está bem perto, pronto para entrar e transformar o luto em alegria?
Mas nunca experimentaremos isso se desistirmos de orar antes de receber a
última palavra do Senhor. As graças de Deus não são concedidas àqueles que
merecem, mas àqueles que precisam e pedem: “não temas, crê somente”.
Portanto, retomemos agora mesmo nossas orações, renovemos nossa fé e não
desistamos daquilo sobre o que o Senhor ainda tem a última palavra a dar. A
porta já está se abrindo; passemos por ela, pela perseverança da fé, e entremos
em um novo momento de nossas vidas, em nome de Jesus.
Oremos:
Pai amado, retomo hoje, com uma fé crescente, todas as intenções de
oração que já havia enterrado em meu coração. De quantos sonhos e pessoas
eu havia desistido sem que o Senhor mesmo tivesse me orientado e conduzido!
Vou lutar de novo por estes sonhos, vou acreditar de novo nos teus planos para
a vida dessas pessoas. Não desisto antes da hora, pois vou bater até a porta se
abrir, vou pedir até alcançar, vou procurar minha bênção até encontrá-la. Te
louvo, Pai, porque sei que és preciso em tuas respostas e não te emudeces
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diante de um coração atribulado. Sei que tens uma resposta para cada aflição
do meu coração e não vou me contentar com respostas de homens. Em nome
de Jesus, dá-me o teu Espírito de graça e de súplica, a fim de que eu suba te o
teu coração e ore conforme os teus planos e a tua santa vontade, até que ela se
concretize em mim. Amém.
27
PAGUE SEU IMPOSTO AO SENHOR
Palavra-chave: “Tributai ao Senhor, ó filhos de Deus, tributai ao Senhor
glória e poder!” (Sl 28, 1)
O verbo “tributar” significa “pagar tributo”, “pagar imposto”. A Palavra de
Deus nos ensina assim que, tal como pagamos ao governo de nossa nação os
impostos sobre aquilo que compramos e vendemos e sobre as rendas que
conseguimos, assim também devemos pagar imposto Àquele que governa
nossas vidas.
Os impostos recolhidos pelos governos devem ser revertidos em
benefícios para aqueles que contribuem.
Assim também, o imposto que
pagamos ao Senhor é a moeda que ele reverte em bênção para nós mesmo.
Mas, como pagamos este imposto?
Tributamos ao Senhor “glória e poder” quando somos gratos a Ele por
estar sempre no controle em nossas vidas. Pagamos imposto ao Senhor através
do nosso louvor e adoração. Nosso reconhecimento dando crédito a Deus por
nossas vitórias e conquistas, é a moeda do nosso imposto.
E, como tal, o
Senhor a reverte em graças sobre nós. Quanto mais louvamos, quanto mais
28
adoramos, quanto mais exaltamos o nome do Senhor, mais damos a Ele para
que invista em nós. Aleluia!
Como podemos tributar poder ao Senhor? Dando a Ele a oportunidade
de ser poderoso em nossas vidas, abrindo para Ele as portas das situações mais
difíceis, a fim de que Ele possa exercitar em nós o seu poder. Quando lançamos
nossas preocupações sobre o Senhor, com confiança ilimitada, estamos dando a
Ele a chance de exercitar o seu grande poder sobre nós, em nossas tribulações.
Aquilo que damos ao Senhor, isso mesmo Ele nos dará: se damos poder a Ele,
Ele usará seu poder a nosso favor; se damos glória a Ele, Ele mesmo nos
glorificará. Você pode até orar ao Senhor agora, dizendo assim:
Exercita em minha vida, ó Pai, o teu grande poder!
Mas, cuidado! Também podemos pagar impostos indevidos ao inimigo
de Deus.
Fazemos isso dando a ele um crédito que ele não merece, com
palavras de derrota e incredulidade. Ao dizer coisas como: “minha vida é um
inferno”, “não tenho mais solução”, “acho que nem Deus pode me ajudar” e
tantas outras sentenças de derrota e destruição que machucam o nosso próprio
coração e roubam nossa esperança, estamos pagando imposto ao maligno.
Estamos dando a ele a moeda que ele precisa para investir em nossa derrota,
fazendo com que caminhemos mais e mais na estrada da descrença.
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A partir de hoje, não vamos mais pagar imposto ao maligno! O
inferno vai falir, pois não vamos mais lhe dar a moeda de que precisa para
investir contra nós. Mesmo nas horas de tribulação e infelicidade, nossa fé vai
nos levar a reconhecer que o Pai está conosco. Ele governa nossas vidas desde
seu trono de majestade e amor; a Ele todo o crédito, toda a confiança. Nosso
louvor vai alimentar a obra de Deus em nós e essa obra não vai parar! O Salmo
28 diz o que acontece quando os filhos de Deus começam a pagar fielmente
seu imposto de louvor ao Senhor:
“Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas”.
“A voz do Senhor faz-se ouvir com poder”.
“Racham-se os cedros à voz do Senhor”.
“A voz do Senhor abala o deserto”.
“O Senhor impõe limites ao dilúvio”.
“O Senhor dá fortaleza ao seu povo”.
“O Senhor abençoa o seu povo com a paz”.
Quando proclamamos nosso louvor ao Senhor, atestamos que sua
Palavra é verdadeira. Afinal, glória a Deus: Ele prometeu que estaria conosco
todos os dias, até o fim! E se a vitória de Deus ainda não se manifestou, é
porque ainda não é o fim. Então é tempo de louvar, adorar, confiar e recordar
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as promessas de Deus. Quando louvamos, Deus fala e sua voz se faz ouvir
sobre as águas, poderosamente. Ainda que tenha raízes muito profundas e
tenha sido plantado pelo maligno em nossas vidas, mesmo o maior cedro tem
que ceder, sendo derrubado pela Palavra do Senhor. Ainda que atravessemos o
deserto, ainda que um dilúvio se levante contra nós, aleluia: o nosso Senhor é
Aquele que coloca limites ao dilúvio, dizendo às águas “Até aqui vocês
chegaram, mas daqui não vão passar!”
Paguemos nosso imposto devido ao Senhor.
Enviemos ao céu esta
moeda bendita que se chama “ação de graças” e “reconhecimento pela fé”. E o
Senhor, rei justo e soberano, dará fortaleza ao seu povo, abençoando-o com a
paz.
Oremos:
Pai amado, pago fielmente meu imposto a ti. Reconheço a tua presença
em cada dia de minha vida e te dou crédito por todas as vitórias. Agradeço por
tudo e em tudo, pois em tuas mãos está o governo de minha vida. Não pago
mais impostos indevidos ao maligno, não proclamo mais palavras de descrença
e derrota, pois sei que ele já foi vencido em nome de Jesus.
Em nome de Jesus, Pai querido, que a tua voz poderosa se faça ouvir em
minha vida. Ordena ao dilúvio que se espalha sobre as mais diversas áreas da
31
minha vida que ele seja contido.
Concede-me a paz e a fortaleza que
prometeste ao teu povo: fortaleza para lutar e resistir contra as ciladas do
inimigo e paz de vencedor em Cristo Jesus. A Ti, Deus amado, toda minha
gratidão e ação de graças, toda glória e poder. Amém.
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UM GRANDE QUERER
Palavra-chave: “Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: “Que queres
que te faça?” – “Raboni, respondeu-lhe o cego, que eu veja!” Jesus disse-lhe: “Vai,
a tua fé te salvou.” No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus
pelo caminho.”
(Mc 10, 51-52)
O trecho que acabamos de ler é parte do relato da cura milagrosa de
Bartimeu, o cego de Jericó.
É impressionante perceber, nessa passagem, a
desproporção entre os meios e as possibilidades à disposição do cego
Bartimeu, e o desejo que ele trazia em seu coração. Ao menos nesse caso, a
distância entre o querer do coração de Bartimeu e sua possibilidade de
concretizá-lo era também a medida da sua fé; uma fé que foi capaz de salvá-lo
e fazê-lo ver.
Parece que Jesus desejava ouvir daquele homem à beira da estrada uma
declaração de fé diferente. Ao fazer-lhe a estranha pergunta “o que queres que
te faça?”, Jesus dá ao cego a oportunidade de declarar não só o desejo do seu
coração como a confiança de que o Senhor seria capaz de torná-lo real. Jesus
desejava que aquele homem expressasse seu grande querer para que ele
pudesse manifestar o seu grande poder: “faça algo por mim, Jesus, e faça aquilo
33
que eu tanto sonho, mas não posso realizar”. Jesus usou o desejo do coração
daquele homem como matéria-prima para uma grande obra. Na realidade, tão
grande querer como o que Bartimeu alimentava era um sinal de que Jesus já
havia alcançado aquele coração e já estava misteriosamente operando no seu
íntimo. Sem dúvida, Bartimeu já tinha ouvido falar de Jesus e de sua fama de
homem de poder; o Espírito Santo, então, colocou em seu coração o desejo de
experimentar, ele mesmo, este poder, pois “é Deus quem, segundo o seu
beneplácito, realiza em nós o querer e o executar” (Fl 2, 13).
Um dos maiores males detectados em nossa atual sociedade é a
depressão. Um dos sintomas dessa enfermidade é o apagamento do querer,
dos desejos, da “vontade de viver”.
Parece que os objetivos que nos
impulsionam a lutar são tirados do coração, deixando a pessoa sem combustível
para ir adiante.
Frente à história do cego Bartimeu, esta parece ser uma
artimanha do maligno para impedir grandes obras do Senhor. Se, muitas vezes,
Deus usa nosso querer como matéria-prima para seus projetos, então, retirado
o querer do coração, o homem se torna passivo diante do mal e não tem forças
para reagir operando o bem.
Precisamos aprender a estabelecer um grande e firme querer em nosso
interior. Mas se desejamos fazer isso como cristãos, e não como homens velhos
e egoístas, antes de tudo precisamos aprender a transformar a Palavra de Deus
34
num sonho do nosso coração, pela unção do Espírito Santo. Precisamos desejar
vê-la cumprida em nós e ao nosso redor. Sonhar com as promessas de Deus é
dar a Deus base nesta terra sobre a qual ele mesmo pode fazer sua obra. Não
foi isso que o Senhor fez, colocando no coração do povo de Israel o sonho pelo
Messias durante séculos? O Senhor fez deles o povo da expectativa, o povo
que esperava de Deus, porque trazia no coração um grande querer inspirado
por Ele mesmo. E nós, temos sido um povo de grande querer, um povo de
expectativas em Deus? Temos tido visão espiritual larga, não na medida de
nossas possibilidades, mas na medida de sonhos segundo a Palavra?
Um grande querer, mergulhado em grande fé no poder de Deus, é o
início de uma bendita jornada de conquistas. Não podemos permitir que o
maligno roube de nossos corações os sonhos plantados por Deus. Sabemos
que estes sonhos vêm de Deus quando eles vão verdadeiramente além de nós
mesmos (de nossas forças, de nossos desejos egoístas...).
Ainda que não
possamos fazê-los acontecer, devemos desejá-los, buscá-los, até que o próprio
Senhor, que os moldou em nosso coração, comece amoldá-los diante dos
nossos olhos. É ele quem faz, é ele o Autor e o Consumador da nossa fé (Hb 12,
1).
O encontro do cego Bartimeu com o Senhor Jesus aconteceu na estrada
para a cidade de Jericó. Encontraram-se naquele dia dois homens: um que
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possuía um grande querer e outro que tinha um grande poder. Diante do
homem de grande poder, Bartimeu teve total confiança para revelar o querer do
seu coração através de uma oração; não gaguejou, não titubeou, pois era algo
há muito tempo guardado no seu íntimo. Diante deste homem de grande
querer, Jesus não pôde deixar de revelar seu ilimitado poder. A Palavra diz que
“no mesmo instante” Bartimeu ficou curado. Do encontro de um homem que
alimenta um grande querer com o Homem de grande poder, o Senhor Jesus,
sempre se espera algo de maravilhoso;
Se o Senhor Jesus passasse diante de você ainda no dia de hoje e,
voltando-se lhe perguntasse “Que queres que te faça”, você teria uma pronta
resposta a lhe dar?
“Não vos inquieteis com nada;
Mas apresentai a Deus
Todas as vossas necessidades
Pela oração e pela súplica,
Em ação de graças.”
Fl 4, 6
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O QUE É FÉ?
Palavra-chave: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a
respeito do que não se vê.” (Hb 11, 1)
Um dia Jesus foi surpreendido por um pedido muito especial da parte de
seus discípulos. De alguma maneira, este pedido demonstrava a insatisfação
deles com a dimensão de vida que estavam experimentando: “Senhor, aumenta
a nossa fé!” (Lc 17, 5). Quantas vezes você mesmo já fez este pedido ao Senhor
diante de alguma situação difícil? Porém a resposta de Jesus aos discípulos foi
ainda mais surpreendente; o Mestre pareceu mudar o foco da questão: “Se
tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: arranca-te e
transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá” (Lc 17, 6).
Os discípulos estavam preocupados com a quantidade de fé que
necessitavam para mudar suas vidas, enquanto Jesus parece estar mais
preocupado com a qualidade da fé, com o tipo de fé que é capaz de realizar
maravilhas. Há muitas pessoas que pensam que suas vidas estão paralisadas
por que ainda não têm fé o bastante. Pensam, às vezes durante anos, que não
têm a quantidade de fé necessária para que as maravilhas de Deus aconteçam.
E por causa disso não usam a fé que já possuem. Mesmo que esta fé seja do
tamanho de um grão de mostarda, se for o tipo de fé que provêm de Deus, que
coloca em ação o poder de Deus, isto já é o bastante para desencadear, agora, a
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obra necessária para suas vidas. Se perguntássemos ao Espírito Santo que tipo
de fé é esta, capaz de realizar prodígios, Ele nos diria que
Fé é o fundamento da esperança;
É uma certeza a respeito do que não se vê.
Em primeiro lugar, aprendemos a diferenciar fé e esperança: a fé é o
fundamento da esperança. Fundamento é aquilo que se lança hoje para se
construir algo amanhã. Tudo na vida cristão se ergue sobre o fundamento da
fé, o único capaz de suportar o “peso” da gloriosa obra de Deus em nossas
vidas.
O papel da esperança é nos manter na expectativa de que muitas
promessas de Deus um dia ainda se realizarão. O papel da fé é nos fazer viver,
hoje, uma vida segundo a Palavra de Deus e aquilo que ela já nos garante
possuir, lançando assim o fundamento para novas etapas de Deus em nossa
vida. A fé é o fundamento da esperança porque, se provo hoje a fidelidade de
Deus às suas promessas, posso confiar também na realização daquilo que ainda
virá. Em nossa oração, uma das maneiras que temos de esconder a dúvida em
uma bonita embalagem, capaz de torná-la aceitável, é dizendo coisas do tipo:
“Espero que sim. Espero que Deus ouça minhas orações”. Ora, se oramos na fé,
sem guardar dúvida no coração, deveríamos dizer “ Amém. Eu creio que minhas
orações são ouvidas por Deus e que Ele agirá para que tudo concorra para meu
bem”. “Eu creio” e não “eu espero”! Espero os bens futuros que virão, aquelas
bênçãos
eternas
que
o
Pai
preparou
para
nós
e
que
chegarão,
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independentemente do nosso querer e da nossa fé. Creio e me aposso, hoje,
daquelas bênçãos que já foram derramadas e estão à minha disposição pela
oração e pela confiança.
Em segundo lugar: devemos escolher viver numa das seguintes
dimensões. Ou somente na dimensão dos sentidos, daquilo que é possível por
nossas possibilidades humanas, daquilo que nos informam nossa visão e nossos
sentimentos (o apóstolo Paulo chama àquele que vive assim de “homem natural
ou psíquico”, pois conta somente com os recursos disponíveis à sua natureza e
mente limitadas – 1 Cor 2, 14) ou na dimensão da fé, daquilo que nos é
garantido pela Palavra de Deus e pelas possibilidades divinas. Pois fé também é
uma “certeza a respeito do que não se vê”.
Aquilo que sabemos pela fé é muito mais preciso e amplo do que aquilo
que podemos imaginar alimentando-nos somente com as informações que nos
vêm pelo nosso pensar humano. Assim como nossos sentidos nos oferecem a
oportunidade do contato com um vasto mundo de realidades, que chegam até
nossa mente e a preenchem, assim também há em nós, através da ação do
Espírito Santo, a chance de entrarmos em contato com um incrível mundo,
conhecido através da Palavra de Deus e que vai além da nossa mente,
preenchendo também o mais íntimo de nós (nosso espírito): o mundo ou a
dimensão das possibilidades de Deus. O Espírito de Deus, agindo em nós, gera
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a fé, dando-nos acesso a este mundo e colocando à nossa disposição “toda
sorte de bênçãos”. Então, de alguma maneira, enquanto é ativada na oração, a
fé e também uma certeza a respeito daquilo que ainda não se vê, pois o
homem de fé gera na oração aquilo que um dia será visto diante de seus olhos;
ele atualiza todo potencial de bênçãos que existe à disposição daqueles que
experimentam viver na dimensão da fé.
Pela fé, aquilo que sei sobre este momento de minha vida é muito mais
vasto e seguro do que aquilo que posso sentir, imaginar ou prever com as
possibilidades que meus recursos limitados me oferecem. Pela fé, aquilo que
sei em meu interior, através da Palavra de Deus, é muito mais seguro que aquilo
que posso ver e sentir. Hoje decido viver na dimensão da fé.
Vamos reter esta palavra em nosso espírito, transformando-a em
oração:
Pai Santo, hoje vou lançar mão da fé que já me deste. Sei que, ainda que
seja como um grão de mostarda, é o bastante para começar algo novo em
minha vida, pois é o tipo de fé que confia plenamente no teu poder e se
exercita em oração. Construo minha vida, hoje, sobre o firme fundamento da fé;
edifico minha casa sobre a rocha e não sobre a areia, para que resista a toda
tempestade. Trago para o hoje da minha vida todas as promessas que estão
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garantidas para mim na tua Palavra. Vivo na dimensão da fé, contando não
somente com minhas possibilidades, mas com aquilo que Tu mesmo podes
fazer em mim e através de mim. Vou gerando na fé, enquanto oro, as bênçãos
que ainda hoje verei se concretizarem. Obrigado, Pai, porque cuidas de mim e
me guardas debaixo do sangue do teu Filho Jesus, sobre o qual lanço todas as
minhas preocupações do dia de hoje. És digno de fé e de toda a confiança, ó
Pai. Glória e louvor a ti. Amém.
“E, assim,
Cristo habite pela fé em vossos corações
E que sejais arraigados e fundados
No amor.
Assim tereis condições
Para compreender com todos os santos
Qual é a largura e o comprimento
E a altura e a profundidade,
E conhecer o amor de Cristo,
Que excede a todo conhecimento,
Para que sejais plenificados
Com toda a plenitude de Deus.”
Ef 3, 17-19
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MAIS LIÇÕES SOBRE FÉ
Palavra-chave: “Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela
Palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível”. (Hb 11, 3)
Pela fé conhecemos verdades que de outro modo nos permaneceriam
ocultas. Uma dessas verdades é que o mundo foi formado pela Palavra de Deus
e que aquilo que vemos foi gerado por algo que não vemos. Deus disse “Façase” e tudo que há foi feito (Gn 1, 3). Assim foi e assim é: o profeta Isaías diz que
a Palavra de Deus sempre produz o que diz, e nunca retorna para o céu sem ter
realizado seu propósito (Is 55, 11). Também Nm 23, 19 diz que “Deus não é
homem para mentir, nem alguém para se arrepender. Alguma vez prometeu
sem cumprir? Por acaso falou e não executou?
Como essas verdades podem ser aplicadas à nossa vida hoje? Se as
coisas visíveis se originam no invisível, se elas estão enraizadas no céu, no
coração do Pai, então quer dizer que mesmo quando não podemos tocar numa
situação no nível natural, mesmo quando não podemos mudar o que é visível,
podemos tocar e mover a fonte invisível de tudo. “Como?” você pode estar
perguntando! Através da fé exercitada na oração. Podemos alcançar o invisível,
podemos chegar ao coração do Pai, e começar ali a mudar todas as coisas.
Quando não podemos tocar no mundo daquilo que vemos, pela fé podemos
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tocar no que não vemos. Podemos ir moldando no invisível, pela oração da fé,
aquilo que vamos ver um dia diante de nossos olhos. Antes de procurar a
presença dos homens para buscar soluções que ainda não existem, por que não
procurar primeiro a presença de Deus e sua Palavra, para gerar em oração as
respostas que necessitamos?
Igualmente, se o mundo é formado pela Palavra de Deus, esta Palavra hoje está
perto de nós; está em nossa boca e em nosso coração (Dt 30, 14). Devemos
aprender a proclamar esta palavra com autoridade e praticá-la com
perseverança, afim de que ela possa exercer novamente seu poder e recriar o
mundo dentro de nós e ao nosso redor. Se desejamos viver em um mundo
renovado pela Palavra do Senhor, devemos aprender a trazê-la pela fé para
junto de nós; devemos buscar as promessas de Deus e amá-las mais do que
aquilo que o mundo e suas facilidades podem nos prometer (Cl 3, 1).
Palavra de Deus e fé são realidades intimamente ligadas. Se a Palavra é o
instrumento que Deus usa para criar e recriar o mundo, é pela fé que temos
acesso a ela e a fazemos entrar em nossa vida. O que possibilita à Palavra fazer
parte de nossa realidade vital é a fé que lhe damos e que nos permite viver
aquilo que ela nos garante. A Bíblia nos diz que devemos aprender a ouvir a
Palavra como aquilo que verdadeiramente ela é, palavra divina e não humana,
que age em nós realizando aquilo que ela diz (1Tes 2, 13). Isto nós fazemos
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pela fé. Contudo, a Bíblia também nos diz que a fé vem pelo ouvir a Palavra
(Rm 10, 17).
Ou seja, não podemos ter fé além daquilo que ouvimos e
conhecemos das promessas do Senhor. A Palavra entra em ação em nossa vida
pela porta da fé, mas torna-se também o caminho pelo qual a fé pode avançar
com segurança.
Algumas dicas para exercitar, pela fé, o poder da Palavra no dia-a-dia:
1 – Transformar a Palavra de Deus em sonho do nosso coração. Hb 11,
8-12 diz que Abraão, pai de todo o povo de Israel, já estando marcado pela
morte (pois recebeu a promessa de Deus na sua velhice) gerou descendência
numerosa como as estrelas do céu. Como Deus conduziu Abraão? Dando-lhe
uma palavra de ordem, à qual ele obedeceu prontamente, e depois fazendo
Abraão sonhar constantemente com os frutos dessa palavra. O Senhor levava
Abraão a contemplar as estrelas do céu e a areia da praia do mar e dizia em seu
coração: “Abraão, um dia seu povo será assim; você está começando a
concretizar,pela sua obediência e fé, este sonho impossível. A você basta crer e
caminhar, pois a mim cabe abrir para você um caminho onde ainda não existe
caminho”. Só quando assumimos que a Palavra do Senhor foi escrita para nós é
que também podemos vê-la como um canal de comunicação de Deus conosco,
algo vivo e eficaz.
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2 – “Mas a Palavra de Deus, esta não se deixa acorrentar” (2Tm 2, 9).
Nenhum problema ou tribulação que estivermos vivendo ou possamos viver é
capaz de acorrentar a Palavra de Deus, ou seja, torná-la impotente, incapaz de
cumprir-se. É preciso somente manter-se firme nela; e isto é um desafio de fé.
Muitas vezes nossa inconstância nos impede de receber os frutos da Palavra,
pois a abandonamos e voltamos atrás diante das dificuldades.
Devemos
compreender que não está em nossas mãos escolher sofrer ou não sofrer. Mas
está em nossas mãos escolher como sofrer: sozinhos, entregues às nossas
possibilidades, ou com Cristo, para recebermos como fruto da perseverança a
coroa de glória (“Se soubermos perseverar, com Cristo reinaremos” – 2Tm 2, 12).
Não permita que as circunstâncias da vida acorrentem a Palavra que Deus
mesmo deseja cumprir em você. Liberte a Palavra e deixe-a agir, através da fé.
Mantenha-se firme no Senhor, até que a tribulação recue diante do poder de
Deus, pois diz o Senhor: “A verdade sai de minha boca e minha palavra jamais
será revogada” (Is 45, 23)
3 – Nos momentos de dificuldade, não brigue com você mesmo.
É
comum, nestas horas, que muitos cristãos se cobrem manifestar uma fé
aparentemente sólida, pensando que isso os livraria de sofrer. Muitos até nos
perguntam: “como você pode estar reagindo assim? Você não tem fé?” Este
tipo de cobrança é incapaz de nos fazer experimentar o poder de Deus.
Garantindo-nos que a fé não é um simples sentimento humano (e que,
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portanto, pessoas que crêem às vezes também se sentem mal, enfraquecidas), a
Bíblia garante-nos igualmente que ela possui uma origem divina: a fé vem pelo
ouvir a Palavra de Deus e deixar que o Espírito Santo, que mora em nós, a utilize
como arma em nosso favor. Se estamos num momento de crise, não é hora de
nos sentirmos decepcionados; é hora de orar. Mas orar com a Palavra de Deus.
Por quê?
Porque quando oramos com a Palavra, oramos não só com os
problemas, mas já com as soluções. Quando oramos só com nossas palavras
humanas, ficamos com a mente e o coração presos às circunstâncias; quando
oramos com a Palavra, lançamos nossa mente em Deus e a purificamos de todo
engano e cilada do maligno.
São Bento, homem de profunda oração
aconselhava que orássemos os salmos de tal modo que nossa mente e nosso
coração concordassem com aquilo que é dito pelos lábios (cf. RB 19). Ou seja, a
Palavra vai aos poucos moldando os pensamentos daquele que ora e o preserva
da inquietação gerada pelos problemas.
Que tal, ainda hoje, tomar a Bíblia e orar um salmo, para renovar a mente
e o coração?
“Só em Deus
Repousa minha alma,
Só dele me vem a salvação.
Só Ele é meu rochedo,
Minha salvação, minha fortaleza:
Jamais vacilarei.” (Sl 61, 2-3)
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QUANDO A HISTÓRIA CONTINUA
Palavra-chave: “Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifico bem superior
ao de Caim, e mereceu ser chamado justo, porque Deus aceitou sua oferta.
Graças a ela é que, apesar de sua morte, ele ainda fala.
Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao apelo divino, partiu para uma
terra que devia receber em herança. E partiu não sabendo para onde ia. Foi
pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira,
habitando aí em tendas com Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa.
Foi pela fé que a própria Sara cobrou o vigor de conceber, apesar de sua
idade avançada, porque acreditou na fidelidade daquele que lhe havia
prometido. Assim, de um só homem, quase morto, nasceu uma posteridade tão
numerosa como as estrelas do céu e inumerável como os grãos de areia da
praia do mar.
Foi pela fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac, sue único
filho, depois de ter recebido a promessa e ouvido as palavras: Uma posteridade
com o teu nome te será dada em Isaac. Estava ciente de que Deus é poderoso
até para ressuscitar alguém dentre os mortos. Assim, ele conseguiu que seu
filho lhe fosse devolvido. E isso é um ensinamento para nós!
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Foi inspirado pela fé que Isaac deu a Jacó e a Esaú uma bênção em vista
de acontecimentos futuros.
Foi pela fé que Jacó, estando para morrer, abençoou cada um dos filhos
de José e venerou a extremidade do seu bastão.
Foi pela fé que Moisés, uma vez crescido, renunciou a ser tido como filho
da filha do faraó, preferindo participar da sorte infeliz do povo de Deus, a fruir
dos prazeres culpáveis e passageiros.
Foi pela fé que deixou o Egito, não
temendo a cólera do rei, com tanta segurança como se estivesse vendo o
invisível. Foi pela fé que os fez atravessar o mar Vermelho, como por terreno
seco, ao passo que os egípcios que se atreveram a persegui-lo foram afogados.
Foi pela fé que desabaram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete
dias.”
(Hb 11, 4.8-9.11-12.17-21.24-25..27.29-30).
Este longo trecho da carta aos hebreus faz um resumo de séculos de
história tendo como fio condutor uma só palavra: fé. Parece que a Palavra de
Deus deseja nos fazer entender que sempre que se levantam na terra homens e
mulheres de fé, Deus move suas vidas e os faz abençoadores para muitos
outros; e a história avança por caminhos de graça e salvação. Ao mesmo tempo
compreendemos que estas pessoas foram verdadeiros empreendedores,
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embrenhando-se em todo tipo de desafio e ousadas iniciativas, mas sempre
“pela fé”.
Temos neste trecho um verdadeiro “hino da fé”. Um refrão se repete:
pela fé (movidos pela fé, motivados pela fé, caminhando na segurança da fé ),
Abel, Noé, Abraão, Moisés, Josué e tantos outros realizaram grandes escolhas,
escolhendo sempre obedecer a Deus, e viram Deus confirmar seus passos de fé
com frutos de vitória.
Vejamos mais de perto:
Pela fé, Abel ofereceu sacrifício superior;
Pela fé, Abraão partiu;
Pela fé, Abraão habitou na terra prometida;
Pela fé, Sara cobrou vigor de conceber;
Pela fé, Abraão ofereceu;
Pela fé, Isaac abençoou;
Pela fé, Jacó abençoou;
Pela fé, Moisés renunciou;
Pela fé, Moisés deixou o Egito;
Pela fé, Moisés fez atravessar o Mar Vermelho;
Pela fé, desabaram as muralhas de Jericó.
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Pela fé, cada um desses heróis realizou ou empreendeu algo que fez
avançar os planos de Deus. Os planos de Deus avançaram quando um partiu,
quando outro abençoou, quando outro renunciou... Mas todos agiram pela fé.
Os planos de Deus só se atrasam quando, pela dúvida, deixamos de
arriscar um passo de fé. Alguns desses passos serão notórios, como quando se
atravessa o mar a pé enxuto. Outros passos de fé vão custar caro, vão brotar de
um coração doído como o de Abraão que partiu de sua terra natal ou o de
Moisés, que renunciou à segurança do palácio real do Egito. Contudo, sem
estes passos decisivos, a história não continuaria...
Em Sara, a fé tornou-se poder para gerar – pois era idosa quando
concebeu.
Em Abel, fez Deus se agradar de seu sacrifício e considerá-lo
superior. Isaac transformou a fé em bênção, passando-a a seus filhos, que por
sua vez se tornaram multiplicadores da bênção, transmitindo-a às gerações. Por
Josué a fé tornou-se “dinamite”, derrubando as muralhas de Jericó. E você, o
que poderia fazer hoje “pela fé”?
Deus continua tendo planos gloriosos. Esses planos precisam avançar,
mas isso só acontecerá pelas mãos de homens e mulheres de fé, heróis da fé.
Dias em que o poder da fé brilhará glorioso estão por vir; serão dias de colheita,
graças a Deus. Mas não rejeite os dias de plantio, os dias em que é preciso
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semear entre lágrimas. Foi em dias como estes, na vida de Abraão ou Moisés,
que os sonhos de Deus se concretizaram. Pela fé o Senhor conduzirá nossos
dias até aquele dia glorioso em que o veremos face a face e o conheceremos
como somos conhecidos (1 Cor 13, 12)
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SE VOCÊ VIVE PELA FÉ,
GUARDE SUAS PALAVRAS
Palavra-chave:
“Até quando esta comunidade perversa há de
murmurar contra mim? Ouvi as murmurações que os israelitas proferem contra
mim. Dir-lhes-ás: juro por mim mesmo, diz o Senhor, tratar-vos-ei como vos ouvi
dizer”. (Nm 14, 27-28)
O Espírito Santo nos ensina que a fé nasce da escuta da Palavra de Deus
(Rm 10, 17). Não podemos ter fé e não podemos esperar alguma coisa de
Deus, além daquilo que conhecemos de sua Palavra, pois crer é tomar a Palavra
de Deus por verdadeira e agir à sua altura.
Contudo, além de se relacionar com a Palavra de Deus, a fé também tem
muito a ver com as nossas palavras humanas. Aquilo que dizemos deve estar
em conformidade com aquilo que cremos, enquanto a palavra é um dos canais
criadores da realidade e deve estar encharcada de fé. Foi por meio da palavra
que Deus criou o mundo e o recriou em Jesus. A Palavra de Deus é viva e eficaz
e nunca volta para o céu sem ter cumprido aquilo que diz.
Logo, se
preenchemos nossa mente e nossas palavras com a poderosa Palavra do
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Senhor, elas serão um instrumento usado por Deus por recriar nossa visão de
vida, nossos relacionamentos, nosso futuro, nosso mundo enfim.
O Livro de Números nos conta a história da conquista da terra prometida
pelo povo de Israel.
Aprendemos aí o valor de nossas palavras para o
cumprimento dos planos de Deus para nós. Muitas vezes elas são o indicador
que revela se estamos ou não aptos a ingressar na terra prometida. O povo de
Deus havia sido liberto da escravidão do Egito e a mão do Senhor o havia
conduzido até às portas da terra que Ele havia indicado. Antes, porém, de
avançar sobre a terra, Moisés escolheu doze espiões para sondar o território,
seus ocupantes, seus frutos e seus perigos. A missão daqueles homens era, de
algum modo, antecipar a tomada da terra, pois o próprio Senhor já havia
empenhado sua palavra em entregá-la a Israel. Eles deveriam ir e retomar com
palavras de ânimo e motivação, empolgando todo o povo a se apossar do
território da bênção.
Qual não foi a surpresa quando estes valentes guerreiros voltaram ao
acampamento depreciando a terra que o Senhor lhes havia preparado: “É
verdadeiramente uma terra onde corre leite e mel. MAS, os habitantes dessa
terra são robustos, suas cidades grandes e bem muradas. Não somos capazes
de atacar este povo; é mais forte do que nós. A terra que exploramos devora
seus habitantes, e parecíamos gafanhotos comparados com eles”. Todo este
53
relatório, que ao invés da glória de Deus, publicava as barreiras do caminho, era
uma justificativa para a desconfiança.
Verdadeiramente a terra é como o
Senhor prometeu, pois nela corre leite e mel, MAS... Imediatamente o povo de
Deus, que precisava de palavras motivadoras para continuar avançando em sua
meta, começou a murmurar contra o Senhor e Moisés, dando ouvidos às más
notícias trazidas pelos exploradores.
Apenas dois deles, Josué e Caleb,
mantinham-se firmes na certeza de que o Senhor lhes daria a terra que havia
prometido.
O coração de Moisés foi então visitado pelo Senhor, que tinha ordens a
dar ao seu povo: deveriam todos voltar ao deserto, pois não foram achados
dignos de entrar na terra da benção de Deus. De todos aqueles homens, que
tinham visto a glória do Senhor mas que se deixaram levar por palavras de
derrota e se viram como gafanhotos diante dos desafios, somente Caleb e Josué
entrariam na terra prometida. De fato, enquanto todos os outros afirmavam ser
impossível entrar na terra e murmuravam contra o Senhor, estes dois homens
fiéis permaneciam firmes em dizer palavras conformes aos planos de Deus:
“Vamos e apoderemo-nos da terra, porque podemos conquistá-la!”
O Senhor assim explicou o seu modo de proceder a Moisés:
“Juro por mim mesmo, diz o Senhor: tratar-vos-ei conforme vos ouvi dizer”.
(Nm 14, 28)
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Esta é uma lei espiritual: o Senhor nos trata segundo as palavras que nos
ouve dizer. Nossas palavras, que revelam como a fé está agindo no nosso
interior (pois “a boca fala daquilo que está cheio o coração” – MT 12, 34),
alargam ou estreitam o espaço para o fluir da bênção de Deus sobre nós. Diz
PV 6, 2 que o homem pode ficar prisioneiro com as palavras de sua boca: se
fala como um derrotado, viverá derrotas (porque em seu íntimo se vê
derrotado); se profere maldições, viverá maldições (porque se sente um
amaldiçoado). Contudo, se publica as maravilhas do Senhor e narra os seus
feitos, verá aquilo que proclama se concretizar. Se declara que sua sorte está
nas mãos do Senhor, terá o Senhor como fiador de suas palavras, e Ele mesmo
se empenhará em não decepcioná-lo.
Diante dos problemas e tribulações que temos enfrentado, que palavras
têm saído de nossos lábios e chegado ao trono de Deus? Palavras de confiança
e ânimo ou palavras que antecipam a derrota? Temos dito palavras conformes à
Palavra de Deus ou temos dito aquilo que satanás deseja ouvir de nós?
Nossas palavras são nossos pensamentos e desejos dados à luz.
Concebemos pensamentos que alimentam nossa mente e que, cedo ou tarde,
vão se manifestar em nossos lábios. Devemos aprender a abortar pensamentos
de dúvida e descrença, pois eles transbordarão em palavras de desânimo. Ao
contrário, se preenchemos nossa mente com imagens e pensamentos segundo
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o poder de Deus, mesmo nos momentos de pressão, diremos palavras sobre as
quais o Senhor construirá vitória, porque Ele nos trata conforme nos ouve dizer!
Diante dos desafios que nos separam da posse da nossa terra prometida,
que palavras têm saído de nossos lábios?
Vamos orar juntos, agora:
Pai Bendito e amado, eu te agradeço porque o Espírito Santo que reside
em meu espírito, é capaz de me preencher com a tua Palavra de vitória e graça.
Agradeço porque posso inundar minha mente com pensamentos e palavras
segundo a medida do teu poder, ainda quando minhas forças estão se
esgotando.
Diante deste problema que tenho enfrentado (apresente seu
problema ao Senhor agora, em oração) só tenho uma coisa a dizer: Tu és
poderoso para fazer muito mais do que consigo imaginar ou entender. Aleluia,
ó Pai, porque em nome de Jesus eu anulo o domínio de todo pensamento de
derrota sobre mim. Não serei este derrotado que até agora vinha imaginando
em meu interior, mas serei repleto da tua bênção para lutar e superar a
tribulação, rumo à meta que é a tua vontade para minha vida. Neste deserto
que estou atravessando, na fé já proclamo que estou a alguns passos da terra
prometida.
Não direi que diante desta provação sou apenas “como um
gafanhoto”, mas direi como Josué e Caleb: “Vamos e apoderemo-nos da terra,
porque podemos conquistá-la, em Nome do Senhor Jesus. Amém.
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“Porque em verdade vos digo
Que se alguém disser a este monte:
Ergue-te e lança-te no mar,
E não duvidar em seu coração,
Mas acreditar que sucederá tudo o que disser,
Obterá esse milagre.”
Mc 11, 23-24
57
NÃO SEJA PEGO DE SURPRESA
Palavra-chave: “Pela fé na Palavra de Deus, Noé foi avisado a respeito de
acontecimentos imprevisíveis; cheio de santo temor, construiu a arca para salvar a
sua família”. (Hb 11, 7)
É comum ouvirmos as pessoas afirmarem que “a vida prega peças na
gente”.
E é verdade!
Por mais que tentemos nos cercar de garantias e
seguranças, de repente, um acontecimento imprevisto é capaz de mudar todos
os nossos planos e projetos. Nessas horas, muitos são pegos de surpresa e,
incapazes de retomar a paz em seus corações, perdem a esperança em dias
melhores. O que fazer então para não sermos surpreendidos pelos dias maus?
A história de Noé nos ajuda a entender que fazer. Diz a Bíblia que, pela
fé, Noé foi avisado a respeito de coisas imprevistas. A primeira coisa clara é:
Noé possuía uma postura de fé diante da vida; Noé era um homem de fé.
Enquanto seus compatriotas eram incapazes de perceber qualquer problema se
aproximando, enquanto ninguém dava ouvidos aos avisos de Deus, Noé
recebeu de Deus instrução para se preparar para dias difíceis. Enquanto todos
desfrutavam os dias ensolarados sem perceber que algo estava errado em suas
vidas, porque estavam longe de Deus, Noé foi avisado pelo Senhor e usou os
dias de sol, os dias bons, para construir uma arca para si e para sua família. A
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arca não poderia ser improvisada de um dia para o outro.
Ela deveria ser
construída lentamente por um homem de fé, um homem que tivesse ouvido a
tempo as dicas de Deus e não fosse pego de surpresa pelos dias de
adversidade, imprevistos para todos os outros.
Aprendemos então que a fé e as bênçãos que ela produz na vida de um
homem não podem ser improvisadas de um momento para o outro.
As
bênçãos da fé são construídas quando usamos os dias bons para fortalecer
nosso coração na graça de Deus. Quando chegam os dias difíceis, estamos
seguros no Senhor e não somos abalados pela notícia mais clara e mais
assustadora que todos os nossos problemas nos trazem: a notícia de que somos
incapazes de salvar a nós mesmos. Quantos avisos o Senhor nos concedeu a
tempo de arrumarmos nossa vida, construirmos nossa arca, e não percebemos o
que Ele dizia, por não termos uma visão de fé?
Quantas vezes fomos
literalmente abatidos por fracassos imprevistos e até mesmo nos revoltamos
contra o Senhor por causa disso, simplesmente porque nosso coração não
estava serenamente fortalecido pela fé? O Salmo diz que o homem temente ao
Senhor não teme receber notícias más, nem é pego de surpresa por elas,
“porque seu coração está firme e confiante no Senhor” (Sl 111, 7).
Este trecho da carta aos hebreus sobre o qual estamos refletindo
também nos revela o objeto da fé, ou seja, aquilo sobre o que devemos lançar
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nossa fé; aquilo que merece o crédito da nossa fé: a Palavra de Deus. Noé
preferiu dar ouvidos à Palavra do Senhor mais que à palavra dos seus
compatriotas. Dar crédito a uma palavra é confiar ou apostar em que ela seja
verdadeira e agir conforme o que ela diz. Ora, se Noé acreditou no aviso do
Senhor de que um tempo de tempestades e dilúvio iria chegar, o que restava a
fazer senão construir algo que servisse para a salvação dessa catástrofe? Se
déssemos crédito à Palavra de Deus, o que nos restaria a fazer senão viver o
que ela nos promete, à altura do que ela nos pede? O que a Palavra do Senhor
tem nos pedido neste dia de hoje? É à altura destes propósitos que devemos
viver, e assim viveremos pela fé.
Uma outra lição nos vem pela história de Noé: Deus tem planos que
perduram mesmo nos dias maus. Também para os dias difíceis Deus tem um
propósito. Contudo, só o homem de fé está preparado para enfrentar estes
dias sem se abalar, sem se confundir. O Salmo 111 diz que o coração deste
homem é “inabalável, livre de medo, até que possa ver confundidos os seus
adversários” (Sl 111, 8).
O homem de fé também passa por dias sombrios, também é lançado no
dilúvio, mas não perece, pois encontrou na Palavra de Deus a arca na qual se
abrigar.
Ele sabe que nenhuma palavra do Senhor volta atrás diante de
qualquer um dos seus problemas. Ao contrário, as águas da tribulação é que
60
têm que recuar à medida que a arca da Palavra avança. A diferença entre Noé e
seus contemporâneos foi simplesmente esta; Noé ouviu a Palavra do Senhor,
deu-lhe crédito e viveu à sua altura; Noé sabia que os planos de Deus incluíam
dias de sofrimento e preparou-se para vivê-los em fortaleza e confiança. Este
foi o motivo da sua salvação, e de toda a sua família, quando o dilúvio
aproximou-se de suas terras.
As águas revoltas da confusão têm se aproximado de nós? É hora de
ouvirmos os avisos do Senhor para não sermos surpreendidos pelos dias
difíceis, mas encontrarmos refúgio e segurança em Deus até que a tormenta
passe, pois certamente passará;
Oremos ao Senhor, construindo nossa arca:
Pai querido, eu te agradeço porque me dás este dia de hoje para
construir minha arca de salvação. Obrigado porque ainda há tempo para ouvir
a tua voz e obedecer aos teus mandamentos. Obrigado porque, hoje, prefiro
dar ouvidos à tua Palavra que à palavra dos homens. Tua Palavra é verdadeira e
certamente se cumprirá. Sei que teus planos de amor para mim permanecem,
mesmo nos dias maus, e tu não te afastas de mim. Obrigado porque todas as
coisas concorrem para o meu bem, porque te amo e fui escolhido por ti para ser
uma prova diante de todos, da grandeza do teu poder. Usa-me, Senhor, para
que eu possa colocar a muitos dentro da arca de salvação que tem como
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matéria-prima a tua Palavra.
Eu me importo com estes irmãos que estão
náufragos em terrível dilúvio; usa-me, Senhor, para estender as mãos e trazêlos, em segurança, para junto de ti.
Abençoa-me, ó Pai, e torna-me um
abençoador, como fizeste com Noé. Amém.
62
CREIA: DEUS PODE MUITO MAIS!
Palavra-chave: “Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer
infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a Ele seja dada
glória na Igreja, e em Jesus Cristo, por todas as gerações da eternidade. Amém.”
(Ef 3, 20-21)
Em alguns momentos da vida somos surpreendidos por tribulações que
parecem paralisar nossa mente de tal modo que somos incapazes de imaginar
soluções ou encontrar estratégias para uma saída. Vemos o problema se tornar
cada vez mais envolvente, mais forte, enquanto nós mesmos vamos perdendo
as forças e resistências. Falta-nos ânimo até para orar e esperar uma resposta
de Deus. Para esses momentos, contudo, a Palavra de Deus nos garante uma
certeza consoladora:
“Deus pode infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
entendemos”.
Uma intervenção de Deus que vai além daquilo que podemos entender
ou fazer pelas nossas próprias forças, uma resposta que supera infinitamente as
soluções que podemos encontrar sozinhos, a isso chamamos de milagre. A
vida de um cristão espiritualmente sadio deve ser pontilhada por milagres, ou
seja, deve ser o resultado de empreendimentos e conquistas alcançados pela
63
poderosa ação de Deus.
De nossa parte, devemos aprender a viver da fé.
Existem atitudes que levam a vitórias que só seremos capazes de experimentar
pelo poder da fé, pois vão além do nosso entendimento humano (entre essas
atitudes de fé estão, por exemplo, perdoar; viver um dia de cada vez, livres da
ansiedade; orar com confiança em meio aos problemas...). Quando realizamos
estas obras de fé, estamos a um passo de ver a resposta milagrosa de Deus, que
faz frutificar multiplicadamente as boas sementes que lançamos no percurso de
nossa vida.
O que seríamos capazes de realizar, ainda hoje, se realmente
acreditássemos que Deus está a nosso favor, dando aos nossos esforços uma
eficácia sem limites? Que obras seríamos capazes de realizar hoje, não na
medida de nossas forças, mas na medida do poder da fé? Veríamos grandes
mudanças em nossas vidas, se aprendêssemos a dar os passos que levam ao
milagre. Que passos são esses? Quais as realidades que antecedem um milagre
e que devem estar presentes para que ele se manifeste? Vejamos à luz da
Palavra de Deus:
1 – Em Ef 3, 20, vemos que o Pai pode fazer infinitamente mais do que
pedimos ou entendemos. Mas, como Ele o faz? A Bíblia diz que é “pela virtude
que opera em nós”. Ou seja: através do poder ou força (isto é o que quer dizer
“virtude”) que trabalha dentro de nós. Ora, o poder que reside e trabalha em
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nós é o próprio Espírito Santo de Deus. Logo, para que milagres aconteçam,
devemos aprender a deixar fluir em nossas vidas a direção do Espírito Santo.
Quando falamos em milagres, devemos entender que nós também “fazemos a
diferença”, pois o operador de milagres, que é o Espírito de Deus, mora e
trabalha dentro de nós. Deve ser Ele a dar o rumo para nossas decisões, deve
ser Ele a conduzir nossas orações e nossa maneira de pensar.
Assim
comprovaremos que “o que está em nós é maior do que aquele que está no
mundo” (1 Jo 3, 4).
2 – Qual é a matéria prima para o milagre? O que Deus usa para nos dar
aquelas respostas que superam nossas forças e entendimento? Ele usa aquilo
que lhe oferecemos! Um dos maiores milagres de Jesus, a primeira
multiplicação dos pães, começou com apenas cinco pães e dois peixes,
colocados nas mãos do Senhor (MT 15, 13-21). Existem pessoas que pensam
que ainda não chegou a hora da transformação de suas vidas, simplesmente
porque ainda não têm em suas mãos o suficiente para começar a mudança. O
que Deus colocou em nossas mãos, ou mesmo o que restou de nossos sonhos e
das bênçãos que um dia nos foram dadas, já é o bastante para que Ele comece
o milagre, contato que consagremos tudo a Ele, agindo segundo a sua Palavra e
pela fé. Não podemos desperdiçar nada, não devemos desprezar nada que
Deus tenha nos dado, ainda que isso nos pareça insuficiente: pode ser apenas o
começo e certamente é para agora!
65
Devemos aprender, sim, a ser multiplicadores da bênção de Deus. As
bênçãos que o Senhor diariamente nos concede ou se multiplicam ou se
perdem. Assim como na multiplicação dos pães, o pão da bênção, o pão do
milagre, vai ser colocado por Jesus nas mãos daqueles que estão mais próximos,
aqueles que vão parti-lo para servir a outros multiplicadamente. Se o Senhor já
colocou em suas mãos o pequeno pedaço de pão que parece ser esta bênção
do dia de hoje, é você que escolhe perdê-lo ou multiplicá-lo pela fé.
3 – O milagre é gerado na oração, primeiro no coração, pela fé, e depois
diante dos olhos. O evangelho de Mateus (cap. 15, 21-28) conta-nos a história
de uma mulher Cananéia (que não fazia parte do povo de Israel) que obteve de
Jesus a maravilhosa libertação de sua filha, que era atormentada por um espírito
maligno. Esta libertação era o sonho do coração daquela mãe, que o perseguiu
até o fim, ois estava em conformidade com o projeto de Deus (que quer que
todos os seus filhos sejam livres do mal).
O próprio Jesus lhe afirmou: “Ó
mulher, grande é a tua fé! Seja-te feito como desejas”. A fé produz no coração
o desejo de que a maravilhosa vontade de Deus se concretize acima de todas as
dificuldades. E este desejo produz uma oração confiante, que chega ao coração
de Deus e o faz entrar em ação, realizando aquilo que só Ele pode realizar. Este
também é um dos primeiros passos para o milagre: desejar. A passividade
diante de pensamentos de derrota e desânimo impede que cheguemos à
concretização dos sonhos de Deus para nós.
Devemos transformar nossos
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desejos em oração e apresentá-los ao Senhor, confiantemente.
“Todas as
promessas de Deus encontram em Jesus o seu “sim”, e por meio dele o Amém,
para a glória de Deus por nosso intermédio” (2Cor 1, 20). O Pai não negará
cumprir suas promessas de amor a nenhum daqueles que se aproximam dele
através de Jesus, pois o próprio Jesus só pode responder “SIM” às promessas
que ardentemente reivindicamos, para que a bondade do Senhor se manifeste
através de nossas vidas.
4 – Lembremos bem da palavra de Jesus à mulher Cananéia: “Seja-te
feito como desejas”, ou seja, na medida em que desejas e acreditas. Só existe
uma medida para as bênçãos de Deus: nossa fé. Diz o Salmo 32 que a bênção
do Senhor se manifesta em nós “da mesma forma que no Senhor nós
esperamos” ( Sl 32, 22). Portanto, se esperamos pouco do Senhor, pouco vamos
receber. Mas, se de Deus esperamos tudo...
Ore agora ao Senhor,
Pedindo que esta palavra fortaleça sua fé:
Pai amado, eu te agradeço porque podes fazer muito mais do que aquilo
que pedimos ou entendemos. Confio no teu poder e nos teus propósitos de
graça e paz sobre a minha vida. Enche-me cada dia de novo com o teu Espírito
Santo. Dou permissão para que Ele trabalhe em mim e a partir de mim. Que a
ação do teu Espírito em minha vida faça milagres e traga as respostas que
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sozinho não tenho. Entrego tudo que sou e tudo que tenho em tuas mãos.
Usa-me para que se realizem os teus projetos, ainda que eu seja fraco e tardo
em te obedecer. Em tudo e por tudo. A partir de agora, quero buscar a tua
vontade e realizá-la. Quero desejar que tuas promessas se cumpram em mim;
quero que a tua Palavra seja o anelo do meu coração. Assim, sei que milagres
vão acontecer e limites serão rompidos em nome de Jesus, que é Sim e Amém
para os teus sonhos em minha vida. Amém.
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APRENDENDO A TOMAR POSSE
DAS BÊNÇÃOS DE DEUS
Palavra-chave: “Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que
do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo”. (Ef 1, 3)
A Palavra do Senhor nos dá uma valiosa garantia nesse pequeno trecho
da carta aos Efésios. Fala-nos de algo maravilhoso já concretizado, algo que
não pode mais ser apagado, pois já aconteceu (e por isso é expresso no
passado do verbo “abençoar”): por meio de Jesus, o Pai derramou do alto do
céu, sobre nós, todo tipo de bênção que necessitamos para viver a vida
abundante que foi conquistada para nós na cruz. Veja: não recebemos “algumas
bênçãos” ou “poucas bênçãos”, mas todas as bênçãos de que precisamos. Elas
estão todas à nossa disposição, pois são algo que o Pai já nos deu; são uma
conquista que já nos foi garantida em Jesus. O Pai já derramou do céu toda a
provisão de que necessitamos!
Contudo, muitas vezes o que experimentamos em nossas vidas é uma
grande carência de bênçãos, uma profunda falta daquilo que mais necessitamos
para garantir nossa paz e alegria no Senhor.
Como pode ser isso possível
diante daquilo que diz Efésios 1, 3?!?
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Existe uma lei espiritual que nos faz compreender esse estado de coisas.
Segundo essa lei, devemos compreender que o “dar” cabe a eus, mas o
“apossar-se” cabe ao homem. Ou seja, cabe a Deus derramar suas bênçãos do
alto dos céus. E isso Ele já fez! Mas cabe a nós estar preparados para tomar
posse dessas bênçãos.
Muitas bênçãos generosas que o Pai celestial já derramou estão retidas
porque não nos apossamos delas através da fé. O inimigo sabe que não pode
secar o rio das bênçãos de Deus na sua fonte, ou seja, no trono do Senhor. Mas
sabe também que pode represar estas bênçãos, impedindo que elas se
derramem e se espalhem, quando na terra os homens não são capazes de
apossar-se dos dons de Deus.
É isso que ele deseja fazer, tornando-nos
incapazes de criar o clima propício para que as bênçãos se concretizem.
O que fazer, então, para apossar-nos das bênçãos que o Pai já preparou
e derramou sobre nossas vidas?
1 – Muitos dos planos de Deus, antes de se concretizarem diante de
nossos olhos, passam por nossa mente e nossos lábios, em forma de desejos,
pensamentos e palavras. Devemos aprender a tornar nossa mente e nossa boca
canais para a sabedoria e a palavra criadoras de Deus. Fazemos isso assumindo
uma postura de fé diante das situações sobre as quais deve ser derramada a
70
bênção do Senhor. Quando escolhemos olhar para a vida não com os olhos da
carne, limitados por nossas possibilidades, mas com os olhos da fé, guiados
pela Palavra de Deus, assumimos uma postura de fé! Quando escolhemos não
amaldiçoar as pessoas e situações difíceis que encontramos, mas abençoá-las
com palavras de perdão e orações, estamos tendo uma postura de fé. É essa
postura que nos faz capazes de apossar-nos das bênçãos de Deus, que podem
começar como pequenas sementes, mas que têm potencial para crescer e se
multiplicar. Diante de um mal, nossos pensamentos e palavras abençoadores
são um canal da ação transformadora de Deus.
2 – Somos nós que criamos o clima para que a glória de Deus se
manifeste. Devemos aprender a saturar nossa vida, nossas palavras, nossa casa,
nosso ambiente de trabalho, com o louvor de Deus, com palavras de confiança
e gratidão, gerando assim um ambiente de fé, propício para que o Senhor possa
agir. Um ambiente saturado de murmuração, palavrões, blasfêmias, calúnias e
fofocas só faz atrasar os planos de Deus. Não é por acaso que São Paulo inicia
este trecho da carta aos efésios com uma proclamação de louvor „”Bendito seja
Deus...”.
3 – “Sede sóbrios e vigiai! Vosso adversário, o demônio, anda ao redor
de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhes, fortes na
fé” (1Pd 5, 8-9); Nosso objetivo de cristãos, nos diversos lugares onde o Senhor
71
nos colocou, é criar um ambiente favorável para que a bênção de Deus
aconteça, apossando-nos de sua vitória.
À medida que nos tornamos
portadores da glória de Deus, tornamo-nos um problema para o diabo,
dificultando que ele espalhe sementes de maldição. Ele anda como um leão,
procurando a quem devorar.
Isso quer dizer que ele não pode devorar
qualquer um, mas deve buscar suas presas; deve cercar os que estão indefesos
e dar o seu bote. Ele procura a quem devorar porque algumas pessoas são
intragáveis, indigestas, para ele. Quem são essas pessoas? Aquelas que estão
saturadas com o sal do louvor do Senhor. Pessoas que têm palavras de bênção
nos lábios e sentimentos de vitória no coração são indigestas para o inimigo:
ele se aproxima delas, tentando devorá-las, mas tem que passar adiante, com
fome, pois, com o cristão que vive na gratidão a Deus e proclamando as
maravilhas do Senhor, ele nada pode.
Quando nos exercitamos no louvor do Senhor, vigiando nossas palavras
para não nos tornarmos prisioneiros delas, estamos criando o ambiente para
que as bênçãos de Deus se manifestem. Proclamando as maravilhas do Senhor,
mesmo aquelas que ainda não vemos mas sabemos que já foram derramadas,
assumimos uma postura de fé para apossarmo-nos das bênçãos de Deus.
Ore ao Pai assim:
Pai do céu, eu te louvo porque sou um abençoado.
Nada me falta
daquilo que preciso para minha salvação e paz. Eu te louvo porque em Jesus
72
me deste tudo. Em nome de Jesus, aposso-me de todas as graças e bênçãos
espirituais que reservaste para mim.
Recebo tudo que me deste com uma
postura de fé, com pensamentos e palavras de louvor e gratidão. Renuncio a
proferir palavras de dúvida e de maldição e prefiro meditar e proclamar a tua
Palavra criadora e abençoadora. Desejo criar o clima para que tua glória se
manifeste ao meu redor e em minha vida. Encho meu coração e meus lábios
com o teu louvor para ser indigesto a satanás, a fim de que ele não me engane
com suas mentiras. Eu Te louvo, Pai querido, porque cuidas constantemente de
mim. Amém.
“Se Deus é por nós,
Quem será contra nós?
Aquele que não poupou o seu próprio Filho,
Mas que por todos nós o entregou,
Como não nos dará
Também com ele todas as coisas?
Quem nos separará do amor de Cristo?
A tribulação, a angústia, a perseguição,
A fome, a nudez, o perigo, a espada?
Mas, em todas essas coisas,
Somos mais que vencedores
Pela virtude daquele que nos amou”
Rm 8, 32.35.37
73
COM JOSÉ, DEUS FALOU POR SONHOS
Palavra-chave: “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe
apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por
esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo”. (MT 1, 20)
Quando falamos em ”sonhos”, normalmente lembramos as imagens
nebulosas que nos aparecem durante o tempo em que dormimos. Mas existe
um certe tipo de sonho que temos acordados e que muitas vezes se torna o
alvo que perseguimos durante um bom tempo de nossas vidas; enquanto
aqueles que temos à noite, em nosso leito, não passam de recortes de imagens
que se desfazem num instante, os que alimentamos quando estamos acordados
são os alvos pelos quais lutamos com mais tenacidade, até se tornarem
palpáveis e visíveis aos nossos olhos.
É verdade que vemos muitos desses sonhos desmoronarem ao longo do
nosso caminho; e assim também se faz a vida. Mas existem alguns que são
diferentes; parece que eles renovam nossas forças nas horas difíceis e, mesmo
debaixo de muito entulho da vida, teimam em não morrer. Estes são os sonhos
que Deus tem para nós, que vêm de muito longe, como diz o apóstolo Paulo:
“pois o Pai nos escolheu antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis, diante de seus olhos” (Ef 1, 4). Como é bom saber que nós
74
também temos o nosso lugar nos sonhos de Deus e que Ele os partilha
conosco.
Pois José de Nazaré tinha um lugar todo especial nesses sonhos de Deus:
ser protetor da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. Ele teve contudo que
aprender a tomar o seu lugar nos planos do Senhor, abrindo mão, muitas vezes,
dos seus próprios sonhos. E ele pode nos ensinar a viver assim.
Nós todos conhecemos bem a vida de José, que passou para a história
como coadjuvante do maior plano de Deus, a nossa salvação em Cristo Jesus.
Certamente José nunca havia sonhado com algo tão grande. Em seus sonhos
de rapaz, talvez ele fosse o personagem principal, mas suas expectativas não
eram maiores que a pequena cidade de Nazaré. Deus contudo sonhava com
algo que chegaria de um canto a outro da terra e o nome de José fazia parte
deste propósito. Mas era preciso que José deixasse para trás os pequenos
sonhos de Nazaré.
No princípio José não entendeu. Bem que ele tentou. A Bíblia diz que
ele pensava, pensava e muito ponderadamente chegou à conclusão de que
seria melhor abandonar Maria, que não cabia mais em seus pequenos sonhos.
Porém, diz a Escritura que, enquanto assim pensava, José recebeu uma visita.
75
Um anjo do Senhor veio partilhar com ele os sonhos do coração de Deus. E deu
dicas importantes para que José pudesse tomar o seu lugar.
Ao se aproximar, o anjo falou com José como quem fala com um
príncipe, recordando sua linhagem real: “José, filho de Davi”. Parece que o anjo
precisava lembrar a José que ele era descendente do rei Davi, e que seria de um
filho de Davi que viria o Messias. É como se o anjo dissesse: “José, você tem
direito.
Você também é herdeiro; por que não com você?”
Talvez José já
tivesse se apegado tanto aos seus pequenos sonhos que se esquecera de que
poderia fazer parte de algo grande vindo de Deus.
Talvez, diante de tudo
aquilo que estava vivendo, José tivesse medo de perder seus pequenos sonhos
para ganhar algo maior de Deus. Quantas vezes é assim conosco também: só
podemos abraçar as bênçãos de Deus que vêm chegando se temos as mãos
livres para isso. Mas tantas vezes estamos apegados a bênçãos de ontem e
anteontem, agarrados a elas e acomodados com elas, que temos medo de
lançarmo-nos adiante. Hoje também o anjo do Senhor poderia se aproximar de
nós para dizer “Filho de Deus, por que não com você?” Por que não abraçar
algo ainda maior que Deus tem para você, simplesmente porque isso exige mais
uma vez o desafio da fé?”
“Não tenhas medo”, disse o anjo a José. O medo paralisa. Nossa vida se
faz de decisões (arriscadas) e lutas para que essas decisões se concretizem. O
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medo de sofrer, o medo de perder, nos faz adiar ou mesmo evitar decisões. Por
isso muitos dizem: “minha vida está parada. Parece que nada acontece”. O
medo impede que tomemos decisões e vivamos em coerência com elas (mesmo
correndo o risco de errar). Ao afastar o medo do coração de José, o anjo ajudao a tornar-se um homem de decisões, segundo a necessidade dos planos de
Deus. Diz a Palavra que José fez imediatamente conforme o anjo lhe ordenara.
E isso se repetirá outras vezes. Daí por diante a vida de José iniciará uma
marcha sem retorno, cheia de percalços, mas gloriosa de realizações de Deus.
José tornou-se um homem perseguidor dos sonhos de Deus para sua vida; um
homem com o qual Deus falava através de sonhos, não de ilusões.
O anjo do Senhor falou com José através de um sonho para semear em
seu coração os planos de Deus para sua vida. A partir de então, Jesus de
Nazaré foi conhecido como “o filho do carpinteiro”. Deus fez uma obra gloriosa
e deu a José a oportunidade de “assinar” e registrar com seu nome esta
maravilha.
Mas, até que isto acontecesse, quantas vezes José teve que se
lembrar dos sonhos que Deus lhe confiou. Pois existem momentos em nossas
vidas em que a presença de Deus vai permanecer simplesmente em forma de
sonhos e promessas; nessas horas, seremos impulsionados pela esperança.
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Você ainda permite que Deus lhe fale através de sonhos? Ou, muito
racionalmente, você é do tipo de pessoa que diz “tenho meus pés no chão”?
Você tem perseguido os sonhos de Deus para sua vida?
Vamos orar, pedindo que o Senhor ressuscite os sonhos do nosso
coração:
Pai Santo, em nome de Jesus eu te louvo, pois sei que faço parte dos teus
sonhos de amor. Hoje te peço: partilha comigo os teus sonhos; coloca no meu
coração um grande desejo de realizar os teus sonhos sobre mim. Ensina-me a
abrir mão dos meus sonhos pequeninos e egoístas, para que possas me fazer
conhecer e buscar a tua santa vontade para mim. Obrigado, pois sei que nos
dias difíceis o Senhor está presente em mim através de suas gloriosas
promessas.
Obrigado porque, naqueles dias que não forem dedicados à
colheita, poderei plantar as sementes que um dia germinarão, e estas sementes
são os teus sonhos de amor para mim.
Ressuscita estes sonhos no meu
coração, ó Pai, e que eu não me torne uma pessoa amarga por não sonhar.
Abençoa-me, hoje, com uma imensa confiança nos teus planos para mim.
Amém.
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HOJE É DIA DE COMBATER
Palavra-chave:
“Porque ainda que vivamos na carne, não militamos
segundo a carne. Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas,
em Deus, capazes de arrasar fortificações. Nós aniquilamos todo raciocínio e todo
orgulho que se levanta contra o conhecimento de Deus, e cativamos todo
pensamento e o reduzimos à obediência a Cristo”. (2Cor 10, 3-5)
A Bíblia define muitas vezes a vida cristã como um aguerrido combate.
Ensina-nos que é preciso combater “o bom combate da fé” para alcançarmos o
prêmio prometido. Para sermos vitoriosos nessa batalha, contudo, precisamos
de estratégias de luta. Nesta hora, a Palavra de Deus também vem em nosso
socorro, dando-nos lições fundamentais.
Em primeiro lugar: só existe um combate no qual devemos nos envolver.
Só existe uma luta da qual podemos air vencedores em Cristo. Devemos nos
embrenhar somente no “bom combate da fé” (1Tm 6, 12). Todos os outros
combates nos quais nos envolvemos nos transformam fatalmente em
perdedores. Quando satanás nos envolve em confusões, contendas, disputas,
ele está na realidade nos levando a lutar “maus combates”.
Nesta hora é
preciso voltar para a arena da fé. É preciso arrastar o maligno para o campo de
combate da fé, de onde ele sempre sai derrotado.
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Que armas utilizamos no combate da fé? “Armas que não são carnais,
mas poderosas em Deus”.
Quando utilizamos armas carnais (chantagens,
gritarias, maledicências...) é porque já estamos na arena preparada pelo
maligno.
Permanecemos debaixo da sua influência nefasta tanto quanto
aqueles que elegemos como nossos inimigos, e saímos todos perdendo.
Quando usamos as armas do Espírito, é sinal de que estamos lutando o bom
combate da fé e miramos certeiros no verdadeiro inimigo.
Sim, porque podemos errar também o alvo, elegendo inimigos que não
são nossos verdadeiros opositores. A Palavra de Deus diz que nossos inimigos
são espirituais: “porque não é contra homens de carne e sangue que temos que
lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo
tenebroso...” (Ef 6, 12). Quando nos iludimos pensando que é contra esta ou
aquela pessoa que lutamos, vendo-a como inimiga, isso gera em nós medos,
repulsas e desejos de vingança que nos fazem adoecer. É engano do maligno
se olhamos para uma pessoa em nosso trabalho, em nossa casa ou qualquer
outro lugar, como “nosso inimigo número um”. O medo e a ansiedade gerados
por este combate carnal devem ser o sintoma que nos alerta para uma
enfermidade escondida no nosso coração.
É hora de orar e colocar esta
situação nas chagas de Jesus, para que ele cure este mal. Na realidade, estamos
atados a esta pessoa com laços de rancor e mágoa, e devemos pedir ao Senhor
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que nos ate a ela pelos laços benditos do Espírito Santo (paz, perdão,
concórdia...).
Onde se trava o bom combate da fé? Ao falar deste combate, a segunda
carta aos coríntios nos diz que é preciso aniquilar raciocínios e orgulho e cativar
pensamentos. Logo, por estas palavras, parece que este combate se trava no
interior do homem, em sua mente (pensamentos, raciocínios, maquinações...).
Quais são as características deste combate?
1 – Toda guerra é um processo de reconquista. Precisamos expulsar o
inimigo de um território que ele capturou, mas que não lhe pertence. Usar a
mente (pensamentos, raciocínios, imagens) em concordância com a vontade de
Deus é uma reconquista, é um combate espiritual. A reconquista de nossa
mente faz parte da tomada de posse da obra salvadora de Jesus Cristo. Fomos
criados a imagem e semelhança de Deus: nossa mente foi criada para ser um
canal pelo qual passa a sabedoria de Deus que deve se manifestar no mundo.
Pelo pecado, nossa mente foi invadida pela confusão e tornou-se canal de
engano e desvirtuamento da criação. Mas, em Jesus Cristo, agora somos novas
criaturas.
Fomos recriados pelo seu Espírito Santo e nossa mente está
gradativamente sendo restaurada e curada por sua Palavra.
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2 – Nossa mente é reconquistada quando transformada pelo poder da
Palavra de Deus; devemos nos expor constantemente à Palavra do Senhor.
Efésios 6, 17 diz que a espada do Espírito é a Palavra de Deus; ou seja, a espada
que o Espírito Santo maneja para nos defender dos enganos e ciladas do
maligno é a Palavra.
Devemos aprender a preencher nossa mente com
pensamentos em conformidade com a Palavra do Senhor, colocando, assim, nas
mãos do Espírito Santo, esta arma de defesa e ataque que desbarata as amargas
mentiras de satanás.
3 – Firmar a mente e o coração em Deus e em suas promessas, mesmo
em meio às crises, é o melhor remedi para evitar os “raciocínios que se levantam
contra o conhecimento de Deus”. Raciocínios são cadeias de pensamentos e
julgamentos que conduzem a uma conclusão. Ora, se o fundamento de meu
raciocínio é um engano ou uma confusão gerados em minha mente porque
desviei-me da verdade da Palavra de Deus, então todo este raciocínio vai levarme para longe do Senhor. Se as circunstâncias adversas capturaram minha
mente e estão alimentando-a com tristeza e confusão, chegou a hora de
conduzir meus pensamentos novamente a Deus e à sua Palavra. Isto é fonte de
constância e paz em meio ao sofrimento, pois o Senhor conservará em paz
aquele cuja mente está firme nele, porque confia no seu Deus (cf. Is 26, 2).
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4 – A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, no capítulo 2, no versículo
16, diz que nós possuímos “o pensamento de Cristo” ou “a mente de Cristo”.
Reconquistar a mente é fazê-la trabalhar conforme a mente de Cristo que já
reside em nós pelo Espírito Santo, “de modo que haja em nós o mesmo
sentimento que houve em Cristo Jesus”. (e o mesmo pensamento, os mesmos
julgamentos...), conforme Fl 2, 5.
Isso não é algo instantâneo, mas é um
verdadeiro processo no qual se educa a mente para conhecer e buscar a
vontade de Deus. Deixar a mente de Cristo que mora em nós manifestar-se é
um caminho pacificador, pois faz de nós pessoas de absoluta confiança em
Deus e em suas promessas. Fl 4, 7 diz que “a paz de Deus, que supera todo
entendimento, haverá de guardar nossos corações e nossos pensamentos, em
Cristo Jesus”. A paz que se estabelece sobre “condições favoráveis” não suporta
aquilo que vai além do entendimento humano limitado. A paz de Cristo, que
guarda nossos pensamentos e que se estabelece sobre as promessas do
Senhor, permanece mesmo quando nosso entendimento está obscurecido pela
dor e pelas adversidades, conforme diz o Senhor: “Deixo-vos a paz, a minha paz
vos dou. Não vô-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração,
nem se atemorize”. (Jô 14, 27).
A Segunda Carta aos Coríntios, no capítulo 10, no versículo 4, nos diz que
as armas espirituais de que dispomos são poderosas e capazes de arrasar
fortalezas. Sim, pois na vida de cada um de nós existem fortalezas, fortificações
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do exército inimigo, das quais parece que satanás nunca sairá e nós mesmos
nunca conseguiremos conquistar: uma compulsão ou um vício qualquer, um
rancor guardado no silêncio e em doídas recordações do passado... São como
que o último esconderijo do maligno, de onde ele ainda lança seus dardos
inflamados contra nós. Mas diz a Palavra que usando as armas do espírito (leia
Ef 6, 10-17) somos capazes de arrasar estas fortificações. O primeiro passo é
reconhecer que elas existem, reconhecer que atrás daqueles pensamentos e
sentimentos (com os quais até aprendemos a conviver) esconde-se algo que
não é de Deus, um território que ainda deve ser reconquistado. Imediatamente,
buscando combater na constância e dependendo exclusivamente do Senhor
(pois nossas armas são poderosas em Deus), mergulhamos nossa mente na
Palavra, que é remédio para nossas almas (diz o salmo 106: “Enfermos por causa
do seu mau proceder, eram feridos por causa de seus pecados.
Em sua
angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou de suas tribulações. Enviou sua
Palavra para curá-los, para arrancá-los da morte”).
Poderemos então
experimentar o caminho da restauração de nossa mente, segundo a palavra que
diz “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação
do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é
bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. (Rm 12, 2).
A cada manhã podemos nos perguntar: que fontes têm alimentado
minha mente? Quer coisas têm gerado pensamentos e imagens em meu
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interior? Que pensamentos têm preenchido minha mente? Tenho buscado
firmar meus pensamentos em Deus e em sua Palavra ou as circunstâncias
adversas capturaram minha mente a ponto de ter-me levado a esquecer das
promessas do Senhor?
Vamos orar:
Pai Amado, em nome de Jesus, oro pela renovação da minha mente.
Peço o teu Espírito Santo de Verdade, para conduzir meus pensamentos e
raciocínios segundo a tua Palavra e não segundo o que sinto ou consigo
entender.
Purifica minha mente no precioso sangue do teu Filho Jesus.
Renuncio, agora, a alimentar minha mente com coisas que não vêm de ti.
Expulso pensamentos e imagens de derrota e de pecado que tenho permitido
se instalar no meu interior, e preencho a minha mente com aquilo que é
segundo a tua Palavra, com pensamentos e imagens a meu respeito, e a
respeito das pessoas e situações que me cercam, que sejam segundo a tua
vontade. Abençoa, Pai, o meu interior com a fecundidade do teu Espírito e
transforma-me pela renovação da minha mente, em nome do teu Filho e meu
Salvador Jesus.
Eu tenho a mente de Cristo em mim! O Espírito de Deus, que conhece
todas as riquezas de Deus, mora em mim e revela ao meu interior a sabedoria e
os pensamentos de Cristo.
Em nome de Jesus, submeto minha mente ao
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Espírito de Cristo. Em nome de Jesus, ordeno a todo pensamento confuso, a
todo raciocínio mentiroso, a todo esgotamento mental, que seja desvendado
agora e seja vencido pela paz e pela retidão dos pensamentos de Cristo que,
pelo Espírito Santo, já estão à minha disposição. Aleluia!
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VÁ ADIANTE POR ESTE CAMINHO!
Palavra-chave: “Jesus lhes respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14, 6)
Talvez poucas pessoas soubessem definir a si mesmas tão bem como o
próprio Jesus o fez. Em apenas três palavras, Ele se definiu como “Caminho”,
“Verdade” e “Vida”. Parece que por toda a sua vida, Jesus desejou somente que
muitos pudessem passar por este Caminho para se encontrarem nos braços
amorosos do Pai. Muitas vezes o encontramos convidando os mais diversos
personagens: “Vinde e vede” ou então “Siga-me”, como que desamarrando
vidas estagnadas e fazendo-as avançar e romper limites com uma segurança
que só na sua voz se pode encontrar. VENHAM COMIGO, DIZIA O Senhor, e
verão coisas que jamais imaginaram ver.
Ao longo de toda a Bíblia o chamado do Senhor para que avancemos
neste Caminho parece se repetir: “Vinde”, “Venham”. Este chamado é sempre o
início de grandes mudanças, pois é um convite para estar mais perto do Pai. Se
o Senhor nos chama, “Vinde!”, é porque estamos longe e precisamos nos
achegar a Ele. Quando, em meio ao dia-a-dia, as tribulações vão levando nosso
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coração e nossa mente para longe do Senhor, deveríamos percorrer de novo o
Caminho de volta, o Caminho que se chama Palavra, Sacrifício, Ação de Graças
(Eucaristia) e Cristo. “Vinde, Ele é o caminho, andai n‟Ele.” (Col 2, 6).
Vir ao Pai por meio do caminho que se chama Jesus. Este é o convite
que o Espírito Santo faz a cada um de nós, a cada manhã.
“Vinde,
manifestemos nossa alegria ao Senhor, aclamemos o rochedo da nossa
salvação... Vinde, inclinemo-nos em adoração, de joelhos diante do Senhor que
nos criou” (Sl 94, 1.6). Este caminho de volta ao Pai, que se chama Cristo Jesus,
só pode ser percorrido de joelhos, quando estamos inclinados. É na adoração, e
não nos pódios do mundo, que se anda por Ele. De fato, Jesus veio inaugurar
os tempos da adoração em espírito e em verdade; veio nos ensinar e nos dar a
possibilidade de voltar ao Pai reconhecendo sua grandeza e nossa dependência
dele.
O início do percurso pelo Caminho é feito pelo arrependimento.
Começamos a avançar quando vamos a Ele com sinceridade de coração,
revelando não aquilo que gostaríamos de ser, mas aquilo que verdadeiramente
somos. Entre as feridas mais fundas do coração de Jesus, podemos lembrar a
dissimulação do traidor diante da pergunta do Mestre n Jardim das Oliveiras:
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“Amigo, a que vens?” (MT 26, 50). A verdadeira motivação da vinda de Judas
estava escondida atrás de um falso gesto de amizade. Com sua pergunta, Jesus
dava a seu discípulo a última oportunidade de modificar-se; Jesus dava a ele a
chance de vir para se arrepender, vir revelando a verdade do seu coração. A
cada manhã, o Senhor também nos pergunta: “amigo, a que vens?, qual a tua
verdade, hoje? O que precisas encontrar em mim para recomeçar?”
Percorremos o Caminho pela gratidão: “Vinde contemplar as obras de
Deus. Ele fez maravilhas entre os filhos dos homens” (Sl 65, 5). Se satanás tirou
nossos olhos das obras do Senhor, para que contemplássemos suas próprias
obras de destruição e nos entristecêssemos, Cristo Jesus nos faz reconhecer as
maravilhas do Pai, trilhando o caminho de volta para a paz de Deus.
Recebem o convite para trilhar o Caminho aqueles que desejam ouvir e
aprender: “Vinde, meus filhos, ouvi-me: eu vos ensinarei o temor ao Senhor (Sl
33, 12). Vamos ao Senhor, o encontramos e o percorremos na sua Palavra. E ao
ouvi-la, surpreendentemente encontramos forças e somos capacitados a
avançar ainda mais, pelas regiões do impossível: “Senhor, se és tu, manda-me ir
sobre as águas até junto de ti! E Jesus disse a Pedro: Vem!” (MT 14, 29). O
convite de Jesus é para aqueles que desejam avançar na fé.
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O Caminho só pode ser trilhado por aqueles que são generosos. “Uma
só coisa te falta,;vai, vende tudo o que tens e dá-lo aos pobres, e terás um
tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mc 10, 21). Hoje também uma só
coisa nos falta pra seguir o Senhor... Um só ato de entrega, um só ato de
abandono nos falta para irmos livres ao encontro do Senhor. Só uma coisa nos
falta: talvez, só um perdão; só a imolação de um querer egoísta; só um silêncio
de aceitação.
Por fim, Jesus nos chama para a liberdade. Quem recebe o convite do
Senhor de andar por este Caminho, recebe um convite de libertação: “Lázaro,
vem para fora” (Jo 11, 43). Àquele que não é mais capaz de andar, Jesus dá uma
nova chance; Jesus desata com a sua Palavra.
Aquele que já estava
embalsamado pelas faixas do maligno (rancor, desespero, desânimo), Jesus
desata com o seu poder. Basta ouvir o seu convite. “Vem, Vem para fora; vem
após mim neste dia. Não penses que não tens mais caminhos a percorrer.
Ainda não chegaste ao fim; por isso te chamo com insistência: vem, anda por
mim. Meus braços se abrem diante de ti como as margens de uma estrada. Eu
sou teu caminho, fui aberto como um caminho para ti, para que nunca mais te
percas. Avança sobre mim e terás a paz. Retorna a mim e não mais te cansarás.
Se estás cansado, isso é sinal de que tens andado por outros caminhos. Retorna
a mim e eu te darei a paz”.
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Podemos responder ao Senhor dizendo:
Irei contigo, Senhor. Dou agora o primeiro passo em teu caminho, o
passo do arrependimento. Perdoa-me, Senhor, por ter gasto minhas forças
trilhando tantos caminhos que só me levaram para mais longe do Pai. Quero
aprender, Jesus, contigo, a avançar dobrado sobre meus joelhos, reconhecendo
com gratidão as grandes obras do Senhor em minha vida. Leva-me contigo,
Senhor amado, pois onde estiveres aí eu quero estar. Que eu avance de fé em
fé, Senhor, até a realização da tua vontade em minha vida. Bendito Jesus, que
neste dia de hoje eu não me aparte de ti, nem para a direita nem para a
esquerda, mas que te busque, te encontre e caminhe por ti. Amém.
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Priest Antonio José