Apresentação do candidato Pedro António da Silva Abrantes Tenho 34 anos, sou licenciado e doutorado em Sociologia, exercendo atualmente funções como Professor Auxiliar no Departamento de Ciências Sociais e Gestão da Universidade Aberta, e Investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-IUL. Sou natural de Lisboa, já vivi em Madrid e na Cidade do México, tendo regressado recentemente a Lisboa. Sou uma pessoa que cresceu numa família de esquerda, profundamente envolvido com o espírito de Abril, e tendo procurado sempre que os princípios da igualdade, da justiça, da solidariedade e da liberdade pautem os vários domínios da minha vida profissional e cívica. Nunca pertenci a qualquer partido, embora tenha sido simpatizante e eleitor do Bloco de Esquerda, cada vez com menos entusiasmo. Fui voluntário na ONGD Cores do Globo Associação para a Promoção do Comércio Justo, tendo sido presidente da associação e presidente da mesa da assembleia geral, integrado a Coordenação Portuguesa de Comércio Justo e sido o representante nacional na Rede Europeia NEWS. Acredito que a minha formação e experiência enquanto sociólogo, em particular, nos campos da educação, da juventude e das desigualdades sociais, incluindo a participação em projetos europeus nestes domínios pode ser útil para o projeto do LIVRE, assim como a minha participação enquanto ativista na rede de Comércio Justo e a mais recente coordenação da secção de sociologia da educação, da Associação Portuguesa de Sociologia. Nestes vários contextos, ganhei uma grande prática de trabalho em equipa, procurando conjugar diferentes perspetivas e interesses, sem perder os princípios e convicções fundamentais. Além disso, falo e escrevo fluentemente em Português, Espanhol e Inglês, o que é sempre importante na vida política, em particular, na União Europeia. Os princípios de universalismo, igualdade, liberdade, democracia e ecologia têm pautado a minha ação em diversos campos da minha vida cívica e profissional. Penso que são valores fundamentais que importa defender, consolidar e alargar na Europa de hoje. O Parlamento Europeu é um espaço fundamental, não apenas para que estes valores sejam colocados na base do projeto europeu, mas também para se discutir a sua aplicação, nos diferentes normativos europeus e nacionais. A este propósito, é fundamental a cooperação com os representantes de outros partidos europeus que partilhem os mesmos valores. Revejo-me totalmente no programa do LIVRE às europeias. Penso que o poderei aprofundar, em particular, em dois domínios. Por um lado, visto que tenho desenvolvido a minha vida profissional à investigação, docência e avaliação, no campo educativo, creio estar em condições de contribuir para a intervenção do LIVRE neste campo. Penso que é fundamental que o LIVRE, em conjunto com outros partidos de esquerda, possa combater a forte deriva internacional que pretende transformar este sector sob a égide da iniciativa privada, dos exames individuais estandardizados e da segregação precoce dos estudantes, lutando por um sistema que precisamente coloque o universalismo, a igualdade, a democracia e a ecologia na base de sistemas educativos públicos, em toda a Europa. Trata-se de um desafio vasto, mas possível e fundamental para um projeto europeu progressista e com futuro, uma vez que falamos da formação das novas gerações, aqueles que futuramente serão donos da Europa. Por outro lado, a minha experiência de vários anos como ativista na área do comércio justo poderá ser também um importante contributo para o LIVRE, uma vez que existem sistemas económicos e comerciais alternativos, no mundo atual, que podem funcionar como ponto de partida para políticas económicas mais justas e sustentáveis, tanto em termos sociais como ambientais. Por fim, gostaria de assinalar que a minha vontade de apoiar o LIVRE está associada não apenas com a partilha de certos princípios e valores, mas também com a minha convicção de que é possível outra forma de fazer política, nomeadamente, através de uma coerência entre valores e práticas, bem como uma capacidade de construir plataformas alargadas de esquerda, em torno de certas causas fundamentais, seja a nível nacional, seja a nível europeu. Ou seja, eu estou bem consciente dos efeitos nefastos de uma relativa fragmentação da esquerda para a afirmação de uma agenda conservadora e neoliberal, cujo poder é atualmente tão grande que apenas só poderá ser derrotada através de uma grande convergência das esquerdas, em certas causas, o que não significa obviamente a diluição de diferentes perspetivas e filiações que serão até enriquecedoras, caso tenham capacidade de cooperar.