Canoagem
Ambiente e atividade
Vimos que através dos tempos, o ser humano
passou a utilizar de outros meios para
movimentar-se , ou por busca de alimento ou
simplesmente em busca de novos horizontes.
Utilizando-se de diferentes meios de transporte,
dos mais simples até os mais sofisticados.
A natureza oferece as veias d’água que dão vida
ao nosso planeta, sem dúvida um bom lugar para
a conquista de novos horizontes.
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Marcelo Caetano dos Santos
Gestor Ambiental - FMU
Pós Graduação em Gestão Administrativa - UniRadial
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20 anos atuando com esporte de aventura Brasil;
1996 - Campeão Brasileiro de Rafting;
2000 - primeiro lugar: categoria iniciante;
17 anos guia de Rafting;
Guia de caiaque oceânico, em expedições;
Certificado pela American Canoe Association;
Guia de Rafting na Costa Rica, América Central;
Credenciado IRF (Federação Internacional Rafting);
Organizador de provas de corrida de aventura;
Idealizador do hidrospeed no Brasil;
Facilitador de treinamentos outdoor.
Canoagem
• A canoagem é um esporte
náutico, praticado com canoa
ou caiaque, sendo modalidade
Olímpica desde 1936.
História
As canoas foram desenvolvidas no transcurso de milhares de
anos primeiramente pelos povos nativos da América do Norte.
A palavra que conhecemos hoje (canoa) deriva da palavra
Kenu, que significa dugout, um tipo de canoa feito de tronco de
árvore. Por muitos anos (e até mesmo hoje), foi o meio de
transporte mais usado na colonização da América do Norte,
Amazonas e Polinésia.
A canoagem nasceu na Groelândia, onde canoas serviam de
veículo de pesca e trabalho aos esquimós. Existem registros
também de que no século XVI índios americanos utilizavam
canoas feitas de madeira e peles para retirar seu alimento dos
rios e lagos.
Caiaque, na língua local da Groelândia, significa "barco de
caçador", e seu uso era permitido somente aos homens, que
empregavam ossos de baleia, peles e tripas de focas para a
construção da embarcação.
Posteriormente, na América do Norte, surgiram as versões
conhecidas como "canoas canadenses", embarcações feitas
com troncos vazados. A canoagem como é conhecida hoje tem
influência de 1864, quando o escocês MacGregor percorreu os
rios da Inglaterra com seu caiaque Rob Roy.
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Sr. Dico – Saco do Mamanguá
• CBCa - Confederação Brasileira de Canoagem
órgão oficial brasileiro que organiza as atividades esportivas
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Modalidades:
· velocidade
· slalom
· caiaque-pólo
· descenso
· maratona
· oceânica
· rodeio
· canoagem em ondas (caiaque surf)
· Va’a
· rafting
· canoagem turismo
www.cbca.org.br
Canoagem velocidade
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A Canoagem Velocidade é a disciplina mais conhecida da canoagem. Esta
modalidade da Canoagem desenrola-se normalmente em canais
construídos artificialmente, com 2.000 metros de comprimento e 3 metros
de profundidade, sendo todo o percurso de nove pistas balizado. As
competições disputam-se em embarcações muito elegantes e rápidas, mas
muito instáveis, denominadas de: Caiaque (K1, K2 e K4) e Canoa (C1 C2 e
C4). Nas canoas apenas competem os homens. A partir de 2007 a
Federação Internacional de Canoagem reconheceu a prática da mulher na
Canoa. O continente americano é pioneiro nessa modalidade.
Nos Jogos Olímpicos, realizam-se competições nas distâncias de 500 e
1000 metros. Em campeonatos mundiais e campeonatos continentais além
das distâncias olímpicas realizam-se ainda competições de 200 metros. A
modalidade é praticada em embarcações de 1, 2 ou 4 pessoas. Sendo
praticada em Caiaque denomina-se de K1, K2 e K4 conforme o número de
tripulantes da embarcação, sendo em Canoa denomina-se de C1, C2 e C4
respectivamente.
Canoagem slalom
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Modalidade olímpica desde 1992, a Canoagem Slalom é praticada com caiaques ou
canoas em águas rápidas, em percursos que variam entre 250 e 300 metros,
definidos por "portas", que o canoeiro deve percorrer sem faltas e no menor tempo
possível.
Pelas regras da modalidade, os canoeiros devem passar por 18 a 25 "portas",
penduradas por arames suspensos, seguindo a sequência numérica e o sentido
indicado nelas – a favor ou contra a correnteza. O percurso deve ser percorrido duas
vezes (com a soma dos tempos) e penalidades equivalem a um determinado número
de pontos.
Cada ponto é igual a um segundo de acréscimo no tempo final. Tocar com o corpo, a
embarcação ou o remo numa das balizas da porta ultrapassada, por exemplo,
equivale a uma penalidade de dois pontos. Irregularidades mais graves como puxar
a "porta" intencionalmente, cruzar a "porta" na direção inversa, deixar de passar por
uma "porta" ou ultrapassar uma "porta" de cabeça para baixo são punidas com 50
pontos, o que significa um acréscimo de 50 segundos no tempo final. Vence quem
fizer o percurso em menos tempo, incluindo todas as penalidades.
Caiaque-pólo
• O Caiaque-pólo é uma disciplina de canoagem que se
disputa numa área de jogo de 35 por 23 metros,
delimitada em piscinas, rios ou lagos, e cujo objetivo
consiste na marcação do maior número de golos na
baliza adversária, que tem com um por 1,5 metros e
está suspensa a dois metros da superfície da água.
Os encontros têm duas partes de 10 minutos e são
disputados por duas equipas de cinco elementos (três
suplentes com substituições ilimitadas), podendo a bola
ser jogada com a mão ou a o remo.
Canoagem maratona
• A Canoagem Maratona disputa-se com as
mesmas embarcações da Canoagem
Velocidade, apenas diferindo no fato de serem
mais leves. As competições realizam-se em
distâncias superiores a 15 km. Durante a
competição, os atletas são obrigados a realizar
um ou mais percursos em terra correndo com a
embarcação na mão, percurso durante o qual
aproveitam para se alimentar e hidratar.
Canoagem oceânica
• A Canoagem Oceânica é uma disciplina
da canoagem que consiste em realizar um
determinado percurso no mar. São
utilizadas embarcações específicas,
devido às variadas condições que se pode
encontrar ao decorrer da prova.
Canoagem onda
• Modalidade que vem ganhando muitos adeptos nos
últimos anos. No Brasil, se divide em duas classes:
Kayak Surf e Waveski. No Kayak Surf, o atleta surfa
dentro de um caiaque especialmente produzido para
isso. O Waveski é praticado sobre uma prancha
desenvolvida para ter melhor flutuação e estabilidade na
onda. O praticante usa um remo com duas pás e fica
preso à prancha por um cinto, mantendo os pés
encaixados numa pedaleira junto ao bico. Muitas vezes
a expressão Canoagem Onda é usada para identificar
apenas o Kayak Surf.
Freestyle / Rodeio
• O Freestyle é uma das mais recentes variantes
da canoagem. Foi oficialmente reconhecida pela
Federação Internacional de Canoagem em
Outubro de 2004. O objetivo da competição de
Freestyle é realizar num determinado tempo
várias manobras com a embarcação numa onda
de rio, e obter uma pontuação com base na
quantidade de movimentos e variedade de
figuras conforme uma tabela preestabelecida.
Canoa Havaiana
• Canoa com 14 mts de comprimento e 180
kilos, o modelo OC6, ou seja para seis
pessoas, temos modelos para 4 ou 2 e 1
pessoa. Praticado em rios, represas e
mar. De origem da Polinésia e trazido no
Brasil pelo ilustre canoísta santista Pábio
Paiva.
Objetivo
• Estimular a todos deste ambiente, a
praticar uma modalidade de navegação
fluvial tanto em corredeiras, como em
águas calmas, de forma a oferecer uma
conscientização em relação ao meio
ambiente e uma melhor performance
dentro da modalidade.
Turismo / Aventura
•
Turismo de aventura é uma especificidade da
canoagem.
•
O objetivo principal é a aproximação do homem com
a natureza favorecendo a compreensão da sua
grandiosidade e consequentemente o respeito a mesma.
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Ao mesmo tempo, na sua prática, não despreza os
benefícios gerados pela atividade desportiva, pois nesta
modalidade os envolvidos na grande maioria das vezes,
empregam seus esforços em "passeios" que trazem
enormes benefícios ao sistema cardio-pulmonar,
requerendo dos praticantes que mantenham-se com um
bom nível de aptidão física, criando hábitos saudáveis.
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A canoagem turismo inclui dentre outros;
· passeios no mar, rios, lagos e represas;
· expedições e travessias;
· manobra e brincadeira em águas com refluxos,chamada de rodeio;
· a descida de ondas no mar, com manobras similar ao surf;
· a canoagem ecológica de educação ao meio ambiente;
· a descida de corredeiras, chamada de águas brancas.
• Turismo de Aventura
O turismo de aventura é um dos segmentos que
atualmente mais cresce em todo o mundo e
particularmente no Brasil, onde as belezas naturais e a
grandiosidade do país permitem a realização de uma
infinidade de atividades em diversos destinos turísticos.
Inicialmente tratado como uma vertente do turismo de
natureza, o turismo de aventura se disseminou pelo
Brasil, desenvolvendo características próprias e
resultando no surgimento de empresas e profissionais
especializados. Estima-se que hoje existam no país
mais de 2.700 organizações relacionadas ao setor.
Rafting
• Descida de rios encaichoeirados utilizando botes
infláveis;
• Trechos curtos e longos;
• Empresas de turismo de aventura que comercializam e
operam os passeios;
• Atualmente contamos com 60 operadoras no Brasil
dados: ABETA
Abeta - www.abeta.com.br
• Por iniciativa do Ministério Turismo Brasileiro em
2007, foi desenvolvido o Projeto de Normatização e
Certificação das atividades de turismo de aventura
no Brasil;
• Objetivo de padronizar as operações de turismo de
aventura;
• Produziu conjuntos de normas técnicas segundo
padrões ABNT;
• Total de 43 normas publicadas.
Panorama do Rafting Mundial
• 1869 exploração Grand Canyon, Rio Colorado/John Wesley
Powell
• 1896 Nataniel Galloway – mudança assento da embarcação
• 1909 1a viagem comercial – Julios `Stones
• 1960 invenção do bote de borracha– Col. Blashford Snell
• 1970 Rafting ganha muitos adeptos nos USA
• 1980 surgimento embarcação com auto escoamento “ self bailer”
• 1982 entrada da atividade no Brasil – Rio de Janeiro
• 1990 atividade iniciando no Sudeste do Brasil.
Tipos de embarcações de Rafting:
Bote Rafting
Cataraft
Remo Central / Ors
Aspecto
da
embarcação
· Elementos positivos
· Facilidade de remar
· Estabilidade
· Baixa velocidade em águas calmas
· Capacidade de passar por ondas e marolas
· Segurança
· Resistência contra impacto em pedras
· Conforto no sentar
· Flutuação (inclusive com água dentro)
· Capacidade de levar bagagem e utilidades
· Beleza estética
· Adequado para rios com grande volume de água
· Grande número de passageiros
· Auto esgotamento de água
Pontos Negativos
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· Manobrabilidade
· Peso
· Transporte
· Custo
Equipamentos utilizados na prática:
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Colete flutuador
Capacete
Remos
Bombas de ar
Cabo de resgate
Mosquetão
Hidratador
Primeiros socorros
Saco estanque
Dinâmica das águas e cursos nos rios
Queda
Sentido do rio
RESGATE
em águas brancas
Condições climáticas
O elemento natural que mais
influencia a prática da canoagem
em águas brancas é a água da
chuva.
Por isso, fique atento às
alternâncias das estações secas e
chuvosas.
Vazão: volume de água que
passa por uma rio.
Declividade:são quantos metros
o rio desce em determinada
distância.
Pesquisas poderão ser feitas no
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).Eles editam
cartas topográficas em várias
escalas.
• Rio Juquiá
Juquitiba, SP
13,9 m3/s*
• Rio Amazonas
Manaus
165.000 m3/s*
540mts
Declividade
480 mts
5 km
ONDE É PRATICADO
Cada roteiro de Rafting trata especificamente de
uma seção (trecho) de um determinado rio, e cada
seção tem seus níveis de perigo e dificuldade
expressados através de sua classe.
No Brasil devido à sua característica de um país
tropical e localizado próximo a linha dos trópicos a
abundância de rios para a prática da atividade é
abençoada para o povo tupiniquim.
• Para tornar mais fácil o entendimento de análise dos rios
navegáveis, a IRF (Federação Internacional de Rafting)
criou uma classificação padronizada de níveis de rios.
Eles variam de I a VI, e a análise depende da
classificação das corredeiras, isto é, das quedas d'água
e pequenas cachoeiras do rio. Numa avaliação mais
apurada, a classificação depende também do desnível
de relevo (quanto maior o desnível em curto trecho,
mais fortes são as quedas d'água); do nível de água na
régua (em época de seca o rio recebe menos água e as
corredeiras tem menor volume) e, finalmente, do
conjunto de corredeiras de níveis parecidos. Assim, uma
rio que uma queda de nível III, mas seu conjunto é de
II+, é considerado apenas II+.
Nível I
Água corrente com pequenas ondas; pouca ou nenhuma obstrução de
passagens por pedras; ideal para passeios e iniciantes.
Nível II
Corredeiras fáceis com ondas de até 1 metro, altas e largas; passagens claras
e óbvias mesmo sem o reconhecimento por terra; algumas manobras básicas
são necessárias.
Nível III
Corredeiras com ondas altas e irregulares; passagens estreitas que podem
requere manobras complexas; o reconhecimento por terra, feito pelas margens,
pode ser necessário.
Nível IV
Corredeiras longas e difíceis, com passagens estreitas que necessitam de
manobras precisas em águas muito turbulentas; um reconhecimento pela
margem é geralmente necessário e as condições de resgate podem ser
difíceis.
Nível V
Corredeiras extremamente difíceis, longas e muito violentas; passagens
obrigatórias; reconhecimento pela margem mais que necessário; montagem de
esquema de segurança específico.
Nível VI
Quase impossível e muito perigoso; seria a dificuldade do nível V levado ao
extremo da navegabilidade; apenas instrutores e canoístas de muita
experiência podem optar por descer, mesmo assim sob um cuidadoso estudo
das condições do rio, por terra.
Foz do Iguaçu - Brasil
Exemplo de Case
• No Brasil, um trabalho de análise da prática do rafting no
ambiente foi realizado no núcleo Santa Virgínia –
Parque Estadual da Serra do Mar. Nesse trabalho de
RAIMUNDO & VILANI (2000) foi estudada a fauna
presente, com a avaliação da fuga desta das margens
do rio.
• O estudo calculou a capacidade de carga recreacional
(CC) para o ambiente explorado, através do método de
CIFUENTES (1993) adaptado para a realidade local.
Para determinação do número obtido pelo cálculo de
CC, os fatores considerados foram: situação da
cobertura vegetal, situação da fauna (como principal
fator), capacidade operacional.
Comparação da estrutura de Brotas antes e depois da inserção do
turismo ecológico e de aventura no município.
fonte: Revista Néz Adventure, junho 2002.
Os campeonatos oficiais da CBCa e da IRF possuem
uma configuração com 4 provas:
Slalom
Descenso
Tiro de velocidade
Sprint
Competição
Tiro de Velocidade - essa prova é uma etapa classificatória para a prova de Sprint. A
equipe desce um determinado trecho, sozinha, e tenta chegar no final no menor
tempo possível. Há duas descidas, para verificar o melhor tempo;
Sprint Paralelo - da classificação do Tiro de Velocidade são montadas as baterias
do Sprint, ou seja, duas equipes descem o rio ao mesmo tempo. Uma única chance
de ver qual é a melhor. Assim, a que vencer a "corrida", é classificada para as
demais baterias, até chegarem nas oitavas-de-final, quartas e semi e finais.
Slalom - portas com balizas móveis são montadas em cabos que atravessam o rio,
numa altura que permita ao bote passar por dentro dela e que a corredeira ou onda
não a toque na mesma. Assim, os botes têm de fazer o percurso das portas verdes,
chamadas "frente" (passar no sentido da corrente) ou vermelhas, chamadas de
"remonta" (passar no sentido contra, ou seja, remar contra a corrente).
A cada toque nas balizas ou integrante que passar fora de uma delas, a equipe
perde pontos. Pontua melhor quem fizer o percurso em menor tempo, com menos
penalizações.
Descenso - é a prova que mais vale no rafting. Diferente do Tiro de Velocidade, o
Descenso é uma longa descida, em média de 20 a 30 quilômetros, com todas as
equipes descendo o rio juntas. É onde os atletas estão mais concentrados na
remada, na força individual e de equipe e no espírito de coletividade.
Photo: Darren Baker/
Bibliografias:
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The Complete Whitewater Rafter / Jeff Bennet
Whitewater Rafting an introductory Guide / Cecil Kuhne
Whitewater Rafting / Graeme Addison
River Rescue / Les Bechdel & Slim Ray
Canoagem Aventura e Ecologia Fluindo com a Natureza
/ Luis Vitor Hisdorf - EPIL
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