Tema: “Implantação do ensino de informática nas escolas de Manaus” Autora: Ana Maria Lasalvia (Mestranda da Universidade do Amazonas - Curso de Mestrado em Educação). XX CICLO DE ESTUDOS INTERDICIPLINARES DA COMUNICAÇÃO INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação Santos-SP 5 e 6 setembro/1997 R E S U M O Esta pesquisa se propõe a documentar a implantação do ensino de informática nas escolas de Manaus, considerando os seguintes segmentos: 1. Escolas públicas e particulares da rede oficial de ensino; 2. Escolas de computação; 3. Escolas vinculadas ao sistema de franchising (marketing de rede), demonstrando o aprendizado de transição para a informática e os usos e valorização que é dado ao computador nos dias de hoje. 2 Implantação do ensino de informática nas escolas de Manaus Ana Maria Lasalvia * O processo de ensino-aprendizagem está em mutação. Nem os pais, nem as escolas, educadores ou alunos estão no comando pleno dessa transição radical para a multimídia educativa, requerendo um estudo de como essas mensagens estão sendo recebidas e interpretadas pelos receptores. Pais e professores costumam associar o computador à inteligência, precocidade, genialidade matemática e competitividade. A atual geração de classe média, entretanto, passa a ver o computador como um eletrodoméstico a mais para usar e/ou entreter-se. Para as classes subalternas, o computador representa uma oportunidade de ascensão social através da inserção no mundo do trabalho. Enquanto os alunos das classes média e alta estudam com recursos de informática, os alunos das classes subalternas estudam informática para fins profissionalizantes. O Governo, por sua vez, valoriza o processo de informatização como inovação tecnológica propulsora de desenvolvimento. Mas, considerando o contexto sócio-histórico, observamos que a revolução digital alterou o ambiente familiar, confundindo-o com a escola, o local de trabalho e lazer. É necessário considerar também a existência de todo um processo de marketing fazendo a pedagogia e a apologia dos novos meios. Diante dessa realidade, nos propusemos, inicialmente, documentar o processo de informatização das escolas de Manaus. Deparamo-nos com um universo muito grande de escolas particulares e cursos livres de informática, com dificuldade de informações oficiais acerca desse quantitativo e delimitação de um marco histórico nesse segmento. Tornou-se mais exeqüível a coleta de dados na rede pública estadual e particular. Mesmo assim, conseguimos abranger os três segmentos. Esta pesquisa se propõe a documentar a implantação do ensino de informática nas escolas de Manaus, considerando os seguintes segmentos: 1. Escolas públicas e particulares da rede oficial de ensino; 2. Escolas de computação: e 3. Escolas vinculadas ao sistema de franchaising (marketing de rede). No âmbito estadual, o processo de informatização das escolas de Manaus iniciou a partir de 1995, quando foi elaborado o Projeto “Gestão Escolar”, com o objetivo de implantar os CEPs (Centro de Excelência Profissional). Durante o ano de 1996 procedeu-se a execução, com aparelhamento das escolas e início das atividades de ensino. * Ana Maria Lasalvia é formada em Conunicação Social e cursa Mestrado em Educação na Universidade do Amazonas. 3 Dos 189 estabelecimentos de ensino da rede estadual, foram selecionadas 03 escolas para funcionar como CEPs: o Instituto de Educação do Amazonas (CEP em Magistério), o Colégio Amazonense D. Pedro II (CEP em Turismo) e a Escola Estadual Solon de Lucena (CEP em Contabilidade), sendo os dois primeiros localizados no centro da cidade e o último no bairro de São Geraldo, próximo ao centro. Os cursos são gratuitos, pois fazem parte da grade curricular, sendo utilizados os programas DOS - MI - Windows 95 - Word 7.0 - Excel - Power Point. Está sendo aguardada a implantação de softwares educacionais e a conexão com a Internet, para o final de 1997. Por iniciativa de alguns professores, na Escola Estadual Solon de Lucena estão sendo utilizados softwares educacionais nas disciplinas de Biologia, Geografia, Química, Contabilidade (Gerência Contábil) e Educação Física, havendo também à disposição para consulta a Enciclopédia Abril. As aulas nos laboratórios de informática são ministradas apenas aos alunos de 2º Grau. No Colégio Amazonense D. Pedro II e na Escola Estadual Solon de Lucena, aos alunos de 1º Ano; e aos alunos do 1º e 3º ano no Instituto de Educação do Amazonas. A metodologia de ensino é desenvolvida através de aulas teóricas e práticas. O quadro abaixo demonstra o quantitativo de alunos, instrutores, computadores, laboratórios e carga horária nos CEPs: O gráfico a seguir expressa a relação percentual dos alunos matriculados nos CEPs com acesso aos laboratórios de informática. 4 O Projeto “Gestão Escolar” prevê também a informatização de todo o setor administrativo da rede de ensino público estadual. De acordo com o levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Desportos do Estado do Amazonas - SEDUC, em junho/97, já estão instalados 1006 computadores e 393 impressoras em 176 escolas, sendo 03 CEPs e 02 Núcleos de Excelência Profissional, na periferia, um deles no bairro da Cidade Nova e outro no bairro de São José I. A sede (SEDUC) será responsável pelo gerenciamento acadêmico e administrativo, provendo os principais tipos de registro, incluindo também material de consumo, material permanente, merenda escolar, fardamento e livros, no sistema de rede ligada por fibra ótica. A interiorização do ensino de informática deverá ser realizada, a princípio, através de 04 barcos equipados com laboratórios, que sairão com destino ao interior em julho/97, com técnicos do ISAE/FGV para treinar professores. Serão informatizadas 62 escolas - uma em cada município - com previsão de, no máximo, 30 a 45 dias. Essas escolas deverão dispor de um computador com uma placa de fax modem ligada à Internet. Fazem, ainda parte do Projeto: • A manutenção preventiva das escolas, através de 06 caminhões ligados à sede pelo sistema de satélite GPS (Global Position System); • A implantação de uma escola estadual de informática, que funcionará no Colégio Benjamin Constant, no centro da cidade, para a qual serão encaminhados os melhores alunos dos CEPs, com a finalidade de aperfeiçoamento profissionalizante em informática; • A implantação, na sede, do Centro de Treinamento Padre Anchieta, para capacitação e reciclagem de professores. 5 O Projeto é operacionalizado em convênio com a Prodam (manutenção da rede, devendo ser o provedor para Internet), o ISAE/FGV (pessoal técnico para treinar e orientar acerca do funcionamento dos softwares - mantém uma Central de Informática em cada CEP com 2 supervisores e 2 técnicos por turno) e a Technocopy (manutenção do equipamento hardware de marca TDK). O objetivo final do Projeto é constituir uma equipe para elaboração de softwares educacionais. O repasse dos primeiros softwares educacionais deverá iniciar no 2º semestre/97, com a distribuição do MapInfo Professional (Software Gerencial). O Projeto “Gestão Escolar” está sendo executado com recursos exclusivamente estaduais. O programa Nacional de Informática na Educação, do Ministério da Educação e do Desporto - MEC, de novembro/96, pretende iniciar o processo de universalização do uso de tecnologia de ponta no sistema público de ensino, informatizando a escola pública. Em junho/97, a SEDUC recebeu convite para participar das reuniões para início do processo de adesão das escolas. A justificativa dessa ação governamental parte da comprovação de que a informática e as telecomunicações vêm transformando a vida humana ao possibilitar novas formas de pensar, trabalhar, viver e conviver no mundo atual, o que muito modificará as instituições educacionais e outras corporações. Essa realidade torna imprescindível o desenvolvimento de novos hábitos intelectuais de simbolização e formalização do conhecimento, de manejo de signos e representação, além de preparar o indivíduo para uma nova gestão social do conhecimento, apoiada em um modelo digital e interativo. Diante desse contexto, o MEC considera vital para a sociedade brasileira que a maioria dos indivíduos saiba operar com as novas tecnologias da informação e valer-se destas para resolver problemas, tomar iniciativas e se comunicar. E o locus ideal para deflagrar um processo dessa natureza é o sistema educacional. No papel político-estratégico de coordenador da Política Nacional de Educação, criando ou reformulando mecanismos de apoio ao sistema público de educação, o MEC traçou as seguintes diretrizes: fortalecimento da ação pedagógica do professor na sala de aula e da gestão da escola, maior envolvimento da sociedade na busca de soluções educacionais e modernização com inovações tecnológicas introduzidas no processo de ensino-aprendizagem. O Programa Nacional de Informática na Educação se insere no conjunto de ações desenvolvidas em respeito a estas diretrizes, tendo os seguintes objetivos: 1- Melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem; 6 2-Possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares mediante incorporação adequada das novas tecnologias da informação pelas escolas; 3-Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico; 4-Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida. O Programa abrangerá a rede pública de ensino de 1º e 2º graus de todas as unidades da federação. Para o biênio 97/98, está prevista a aquisição de 100.000 computadores, cuja instalação nas escolas respeitará critérios acordados entre SEED/MEC e Secretarias Estaduais de Educação. Deverão ser beneficiadas, nesta primeira etapa (97-98), cerca de 6 mil escolas, que correspondem a 13,40% do universo de 44,8 mil escolas públicas brasileiras de 1º e 2º graus com mais de 150 alunos. A distribuição de quotas por estado estabelece para a região Norte um quantitativo de 8.500 computadores, com média de 8,49% entre as regiões. Ao Amazonas caberá 1.500 computadores, com média de 1,5% entre os estados da região Norte. A informatização das escolas da rede municipal de ensino iniciou em fevereiro de 1997, com a aquisição do Projeto Horizonte, da IBM. Dos 188 estabelecimentos municipais, foram selecionadas 10 escolas, sendo instalado, em cada uma, 01 laboratório com 10 computadores. Enquanto a rede estadual direciona o ensino de informática para o 2º grau, com finalidade profissionalizante, a rede municipal direciona para o 1º grau, com o intuito de inserí-lo no processo pedagógico. Vale ressaltar o trabalho experimental que está sendo realizado com apenas uma turma do Programa de Ensino Básico (Supletivo), 3ª etapa, na Escola Municipal Senador Fábio Lucena. A Coordenação de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) verificou uma redução significativa do índice de evasão e um aumento na freqüência, nessa turma, a partir da implantação do Projeto Horizonte. As dez escolas localizam-se em bairros periféricos, distantes do centro da cidade. Por tratar-se de uma clientela caracterizada pelo baixo poder aquisitivo, as aulas nos laboratórios são opcionais, sendo ministradas uma vez por semana, durante 30 minutos, em horário diverso ao horário normal em que o aluno está matriculado. O nível de freqüência é regular. Os que desistem alegam a necessidade de ajudar os pais em atividades produtivas, tais como vendas diversas, em feiras e atividades de camelô. 7 Em uma das escolas visitadas, com 1250 alunos, participam das aulas com informática 495 alunos, de 5a. e 6a. série, sendo que 270 freqüentam regularmente e 210 eventualmente, verificando-se um índice de evasão de 15 alunos. Nessa escola, a direção recebeu apelo para estender à comunidade o acesso ao laboratório, para fins profissionalizantes. Pretende-se fazer uma experiência aos sábados, com o programa Windows 3.1; a prioridade deverá ser, inicialmente, para os familiares dos alunos. Observa-se que a rede municipal optou por um projeto que utiliza a linguagem LOGO, com base na teoria construtivista. A 1ª oficina pedagógica da rede municipal realizada em 03.04.97, destacou os seguintes aspectos da linguagem LOGO: “LOGO é uma palavra derivada do grego “logos”, que contém ao mesmo tempo a noção de logo-razão, logo-linguagem e logo-cálculo. LOGO é a palavra utilizada no Massachutts Institute of Technology, a partir de 1970, pela equipe de Seymour Papert e Marvin Minsky, para designar um projeto situado na convergência das pesquisas em inteligência artificial e em ciências da educação. LOGO designa simultaneamente uma teoria da aprendizagem, uma linguagem de comunicação e um conjunto de unidades materiais que permita demonstrar os processos mentais empregados por um indivíduo para resolver os problemas que lhe apresentam e aos quais ele propõe uma solução, num contexto de ação sobre o mundo exterior.” Nesse contexto Papert foi levado a desenvolver uma linguagem de educação que possibilitasse falar dos processos intelectuais com as crianças, permitindo-lhes agir sobre o mundo exterior a partir de seus próprios modelos de pensamento. A tecnologia coloca o problema dos elementos materiais capazes de obedecer à criança e produzir fenômenos que ela mesma poderia produzir (deslocar-se, desenhar, lembrar-se). Nesta área, Mach mostrou que a delimitação entre mundo interno, ou psíquico, e mundo externo, ou físico, está longe de ser inata. É a ação que classifica, aos poucos, as imagens, de acordo com estes dois polos. As unidades materiais LOGO devem ser suficientemente “neutras” para não induzir na criança um modo de raciocínio ligado à tecnologia. Elas devem ser capazes de executar todo modo de raciocínio induzido pelo utilizador, evidenciando a diligência intelectual por ele seguida. 8 LOGO é pois, neste terceiro nível, um “micromundo material obediente”, a partir do qual os utilizadores poderão construir e interiorizar, verbalizando-se, um conjunto de diligências que refletem seu universo de pensamento. Em resumo, LOGO é ao mesmo tempo: Uma teoria do conhecimento, na convergência da epistemologia genética de Piaget com as pesquisas de informática sobre inteligência artificial; Uma linguagem de educação, pensada em termos de redução pedagógica de uma linguagem de programação. Um material que permite ao utilizador testar a força de suas idéias testando. A teoria do conhecimento adotada por LOGO faz uma síntese entre a concepção de Piaget sobre o desenvolvimento da criança e o estudo, em inteligência artificial, do problema do pensamento. A criança não é mais um objeto a ser modelado, educado. Ela torna-se sujeito no processo de ensino-aprendizagem. A teoria LOGO propõe um novo modelo de pesquisa em educação: construir novas peças de conhecimento para as crianças. Finalmente, a teoria LOGO privilegia a apropriação da tecnologia pelo utilizador. Baseada na individualização, ela propõe micromundos em software e hardware estruturados, no interior dos quais os utilizadores podem tentar aplicar modelos de pensamento ou descobrir outros novos. Dos 197 estabelecimentos da rede particular de ensino estão informatizadas, aproximadamente, 25 escolas. A maioria adota o ensino com informática a partir da pré-escola até o 2º grau. As escolas salesianas utilizam os softwares educativos do Projeto Horizonte, da IBM, a partir de 1994. Outras utilizam também os programas Windows 95, Word 7.0, Excel 7.0 e Acess. As cinco instituições de ensino superior de Manaus (Universidade do Amazonas, Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas - CIESA, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Instituto Manauara de Ensino Superior - Faculdades Objetivo e Faculdades Nilton Lins) também estão informatizadas. Há grande proliferação de cursos livres, com escolas de pequeno, médio e grande porte. Observa-se que algumas instalam-se próximo a escolas estaduais e particulares. Uma das escolas de grande porte visitadas, Dados Informática, iniciou o suas atividades em 1990. Atualmente, há 750 alunos matriculados, na faixa etária de 12 a 9 50 anos, dispondo de 88 computadores e 12 instrutores. A metodologia de ensino é 90% de aulas práticas. Há também cursos oferecidos pelo Centro de Informática do Senac (240 alunos, 79 computadores e 19 instrutores), Prodam (órgão governamental), ISAE/FGV, Fucapi (598 alunos, 38 computadores, 02 servidores e 04 instrutores). Em 1986 foi criado o Centro Educacional de Ensino Profissionalizante em Informática - CEPI, a primeira escola de informática do Brasil a nível de 2º grau. O Centro Educacional Fucapi - CEEF, desenvolve conhecimentos nas áreas de Qualidade, Marketing, Informação Tecnológica, Design, Formação de Empreendedor, Produção Industrial e Informática. Sua preocupação é a de participar do processo de consolidação do Parque Industrial da Zona Franca de Manaus, usando conceitos modernos de ensino, dinamizando as atividades pedagógicas com o emprego de recursos audiovisuais, laboratórios, microcomputadores, livros e apostilas didáticas. O Projeto Futurekids para Escolas, a maior rede de ensino de informática para crianças no mundo, presente em mais de 3000 estabelecimentos de ensino em 85 países e aprovado pela UNESCO já possui uma escola em Manaus, instalada em junho de 1996. Mais de 350 escolas brasileiras já utilizam o sistema Futurekids. Observamos, assim, que o sistema de marketing de rede já uma realidade na educação brasileira e local, fortalecendo indiscutivelmente o ensino das escolas particulares que, ao contrário das escolas públicas, dispõem de estrutura e capital para desenvolvê-lo. Nélson de Luca Pretto define o significado desse momento histórico como a necessidade de incorporar a imaginação, a afetividade, uma nova razão, não mais operativa e sim baseada na integridade e na globalidade: “A presença desses recursos, como fundamento da nova educação, transforma a escola, que passa a ser um novo espaço, físico inclusive, qualitativamente diferente do que vem sendo. Sua função, nessa perspectiva, será a de constituir-se num centro irradiador de conhecimento, com o professor adquirindo, também e necessariamente, uma outra função. Função de comunicador, de articulador das diversas histórias, das diversas fontes de informação, articulador de um processo educativo que, como sugere Berger ao analisar a presença da informática na sociedade, combine a inteligência mental e a inteligência sensível com a imaginação criadora.” Desse modo, a educação se conduz na direção de uma nova concepção da imagem, da comunicação, da informação e também da língua e da escrita. Finalmente, verificamos que a informatização da educação é uma decorrência da informatização no mundo do trabalho. Em Manaus, essa realidade se comprova com a informatização dos quatro setores produtivos - indústria, comércio, serviços e construção civil - requerendo profissionais com conhecimentos báscios em computação. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOUSSET, Gerárd . O computador na escola. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1985. Manual de Orientação das Atividades Pedagógicas do Projeto Horizonte. Secretaria Municipal de Educação. Manaus, 1997. PRETTO, Nélson de Luca. Uma Escola Sem/Com Futuro. Educação e Multimídia. Campinas/SP, Papirus, 1996. Programa Nacional de Informática na Educação. Ministério da Educação e do Desporto/MEC, novembro, 1996. 11