RELATÓRIO SEMESTRAL
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO
NÍVEL PIEZOMÉTRICO
UHE FOZ DO RIO CLARO
FRC-RS-PIE-CON-0807-0C
AGMA
JULHO 2008
CONSILIU
Meio Ambiente & Projetos
FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico Empreendimento: UHE Foz do Rio Claro Foz do Rio Claro Energia SA Execução: Consiliu Meio Ambiente & Projetos DIRETOR DE NEGÓCIOS DIRETORA ADMINISTRATIVA DIRETORA TÉCNICA CESAR MENEZES LUCIANA SANS DE MENEZES MARIA ALICE CORDEIRO SOARES i FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico Equipe Técnica: GERÊNCIA TÉCNICA DAS FILIAIS COORDENADOR LOCAL DOS PBAS COORDENAÇÃO SANDRA AYRES EOROCLITO ANTONIO TESSEROLI NETO ASSESSORA DA DIRETORIA TÉCNICA GEÓLOGA GEÓLOGO ENGº AMBIENTAL ENGª AGRONOMA ENGª AMBIENTAL ESTRUTURAÇÃO FUNDIÁRIA JORNALISTA APOIO TÉCNICO APOIO TÉCNICO RESPONSÁVEIS PELA EXECUÇÃO ELIANE KEYKO F. NERY NAKAYA ROSÂNGELA TAPIA LIMA ANDRÉ RAFAEL ROSSANI EDUARDO VACCARI DE ARAUJO LUCIANA MACIEL CARDON ANA CECILIA DE LUCA CAMPOS PALMIRO VACCARI CLAUDIA DE CONTO DANIEL BUBINIAK ROSICLEIDE VILA ROSA ii FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico SUMÁRIO 1 Introdução ............................................................................................................................ 2 2 Programa de monitoramento do nível piezométrico ........................................................... 2 3 Nível Freático ........................................................................................................................ 2 4 Descrição dos Trabalhos Desenvolvidos ............................................................................... 4 5 Componentes dos poços de monitoramento ....................................................................... 5 5.1 Especificações Técnicas ............................................................................................... 5 5.1.1 Perfuração ............................................................................................................... 5 5.1.2 Supervisão ............................................................................................................... 5 5.1.3 Equipamentos .......................................................................................................... 6 5.2 Preparação dos poços de monitoramento .................................................................. 7 5.3 Apresentação do relatório da construção dos poços de monitoramento .................. 8 5.4 Condições específicas .................................................................................................. 9 5.4.1 Componentes dos poços de monitoramento .......................................................... 9 5.4.2 Revestimento interno ............................................................................................ 11 5.4.3 Filtro ...................................................................................................................... 11 5.4.4 Pré‐filtro ................................................................................................................ 13 5.4.5 Proteção sanitária .................................................................................................. 13 5.4.6 Tampão .................................................................................................................. 13 iii FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.4.7 Sistema de proteção do tubo ................................................................................ 13 5.4.8 Selo ........................................................................................................................ 15 5.4.9 Preenchimento ...................................................................................................... 15 6 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES.............................................................................................. 16 7 Rede de Monitoramento .................................................................................................... 18 iv FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico APRESENTAÇÃO O represente relatório apresenta as atividades desenvolvidas durante o período de fevereiro a junho de 2008 para o Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico na Usina Hidrelétrica Foz do Rio Claro, executado pela Consiliu Meio Ambiente & Projetos. 1 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 1
INTRODUÇÃO O programa de monitoramento do nível piezométrico tem como objetivo monitorar a elevação do nível do freático, para possível fuga d'àgua, em decorrência de fissuras associadas com a pressão hídrica do reservatório. 2
PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO NÍVEL PIEZOMÉTRICO Este programa tem como característica principal a interface com os de Estudos Geológicos e Geotécnicos e Monitoramento da qualidade da água, portanto optou‐se em instalar um poço de monitoramento que possua as características necessárias para a coleta de dados do nível piezométrico e de parâmetros de qualidade da água. Os objetivos do programa são: •
Controle do nível do freático nas áreas de entorno do futuro reservatório; •
Identificação de áreas potenciais de influência do enchimento do reservatório sobre o sistema aqüífero livre adjacente e analisar sua magnitude e distribuição espacial; •
3
Mapeamento de áreas potenciais de fragilidade a ativação de processos erosivos; NÍVEL FREÁTICO De acordo com (LEINZ, 1998), parte da água da precipitação atmosférica infiltra‐se no solo, onde podemos distinguir duas zonas: a saturada e a zona de aeração, ou não saturada (Figura 1). As zonas em questão encontram‐se separadas por uma camada denominada superfície piezométrica, também conhecida por nível freático, cuja profundidade varia com as mudanças climáticas, com a topografia da região e com a permeabilidade das rochas. 2 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico FIGURA 1 ‐ COMPORTAMENTO DA ÁGUA EM SOLO ARENOSO. NA ZONA NÃO SATURADA VERIFICA‐SE A RETENÇÃO PARCIAL DA ÁGUA, ENQUANTO QUE NA SATURADA A ÁGUA PREENCHE TODOS OS ESPAÇOS VAZIOS ENTRE OS GRÃOS QUE FORMAM O SOLO (LEINZ, 1998). As águas subterrâneas encontrem‐se armazenadas nos poros e fissuras milimétricas das rochas, estas ocorrem em grandes extensões, gerando grandes volumes de águas subterrâneas, constituindo‐se em importantes reservas de água doce. O enchimento de reservatórios artificiais de grande porte tem como umas das suas conseqüências imediatas à elevação do nível de descarga de base natural do sistema aqüífero livre. Ao elevar o nível base local, haverá em conseqüência a inversão temporária do fluxo subterrâneo que passará a ser no sentido reservatório/aqüífero, ocasionando uma onda de elevação do nível estático regional, que se desenvolverá a partir das margens do reservatório em direção ao interior da área de influência. Com o nível de base, ocorre uma obstrução da descarga de base original do aqüífero que em conjunto com a inversão do fluxo subterrâneo passam a contribuir para a elevação da superfície piezométrica no entorno do reservatório. Essas modificações podem ter caráter transitório ou permanente, conforme os estágios de elevação do nível d´água do reservatório e do período de tempo transcorrido. As modificações 3 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico permanentes alterarão as condições superficiais do meio físico, podendo gerar impactos tanto positivos como negativos. Entre os impactos positivos pode‐se mencionar a suavização dos gradientes hidráulicos da superfície piezométrica e entre os impactos negativos o afloramento ou sub‐afloramento das águas subterrâneas nas áreas marginais ao reservatório, causando afogamento de porções morfologicamente deprimidas, afogamento de raízes de plantas e comprometimento de infra‐estruturas. A elevação da superfície piezométrica pode ser responsável também pelo desenvolvimento de fenômenos de instabilização, reativando ou acelerando processos de movimentação de áreas instáveis ou ainda induzindo a formação de novos escorregamentos nas encostas marginais do reservatório. 4
DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS De acordo com o EIA/RIMA da AHE Foz do Rio Claro, a dinâmica das águas subterrâneas apresenta características diferentes para as áreas sedimentares e para as áreas de basalto, sendo que na primeira ocorre intensa recarga dos aqüíferos subsuperficiais, pois os excedentes hídricos encontram condições favoráveis de relevo e solo para que se verifiquem elevadas taxas de infiltração e na segunda o escoamento superficial é predominante. Até o momento não foram instalados poços de monitoramento na área em questão. De acordo com o projeto de engenharia, estão projetados alguns poços de monitoramento na área da barragem. Durante o mês de fevereiro de 2008 foram efetuados atividades de campo objetivando o levantamento geológico‐geotécnico detalhado e também o levantamento de poços de abastecimento existentes na área de influência, sua profundidade, nível da água, bem como estradas, vias de acesso e edificações. O objetivo deste levantamento foi identificar áreas favoráveis à implantação dos poços de monitoramento ao longo da área de influência da barragem. 4 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5
COMPONENTES DOS POÇOS DE MONITORAMENTO 5.1
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS O sistema de monitoramento tem o papel de acusar a influência de uma determinada fonte de poluição na qualidade da água subterrânea. As amostragens são efetuadas num conjunto de poços distribuídos estrategicamente, nas proximidades da área do reservatório (oferecendo subsídios para o diagnóstico da situação). A localização estratégica e a construção racional dos poços de monitoramento, aliadas a métodos eficientes de coleta, acondicionamento e análise de amostras, permitem resultados bastante precisos da qualidade da água subterrânea. Estas especificações basearam‐se na norma NBR 13.895 “Construção de poços de monitoramento e amostragem", junho de 1997, que apresenta as condições exigíveis para construção de poços de monitoramento de aqüífero freático e dados mínimos para apresentação de projeto de redes de monitoramento. 5.1.1
PERFURAÇÃO Na perfuração de poços de monitoramento, são levados em consideração outros fatores, além dos observados na construção de poços para captação de água. Nos poços para monitoramento, a profundidade e o diâmetro de perfuração normalmente são menores. O método utilizado para a perfuração não deve utilizar fluidos de perfuração que possam influir na composição química da água de amostragem. Durante a perfuração é importante acompanhar as variações do nível de água e manter o controle das amostras do solo escavado. A boa descrição do solo e a correlação deste com a respectiva profundidade são importantes na avaliação da profundidade ideal e da melhor forma de acabamento do poço. 5.1.2
SUPERVISÃO A perfuração de poços deve ser supervisionada por profissional habilitado. 5 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.1.3
EQUIPAMENTOS O princípio básico dos processos de perfuração está na desagregação da rocha ou solo por instrumento cortante, triturador ou abrasivo (trado, trépano, coroa diamantada, coroa de vídia), aliado a movimentos de rotação ou percussão. 5.1.3.1
Trado manual É o equipamento mais utilizado para a escavação de poços de monitoramento. É de simples manuseio; o equipamento, a operação e a manutenção são de baixo custo; o método não exige a utilização de fluidos de perfuração. Porém, a perfuração a trado atinge uma profundidade restrita, opera com deficiência na zona saturada e tem como fatores limitantes a presença de crosta dura e de pedregulhos. O fato da amostra de solo ser recuperada na forma desagregada não prejudica de forma acentuada a identificação da seqüência litológica do local. O equipamento consiste em um trado (escavador) e em uma haste composta por seções de 1 m de comprimento, que são rosqueados à medida que a perfuração prossegue. O avanço da perfuração ocorre pela rotação da alavanca, executada manualmente por 1 a 3 homens. Esgotada a capacidade de retenção de solo, o trado é recolhido para a retirada do solo correspondente ao intervalo de perfuração e uma porção da amostra é coletada, acondicionada e etiquetada com os dados de descrição e do intervalo de perfuração. 5.1.3.2
Trado mecanizado O funcionamento é semelhante ao do trado manual; a diferença está no motor, que transmite o movimento de rotação à haste. 5.1.3.3
Percussão com jato de água É basicamente uma sonda a percussão destinada à perfuração em depósitos aluvionares e mantos de intemperismo. Uma torre sustenta o trépano, componente responsável pela desagregação do solo. Um motor imprime ao trépano movimentos de descida e subida. Na sua descida, em queda livre, haverá impacto com o solo, resultando na perfuração. À medida que a 6 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico escavação prossegue, são encaixadas seções de tubos de revestimento para proteção da parede. Para carrear o material triturado é injetada água sob pressão pelo interior da haste que sustenta o trépano. Terminada a perfuração, faz‐se a injeção de pré‐filtro, se necessário, concomitantemente à retirada do revestimento provisório. Nos casos em que as condições de estabilidade da formação o permitam, pode‐se colocar o pré‐filtro e o filtro com o revestimento definitivo, após a retirada do revestimento provisório. O fato da descrição do solo escavado ser feita pela análise da lama resultante da perfuração, a correlação desta com a respectiva profundidade é prejudicada. 5.1.3.4
Rotativa diamantada É um equipamento indicado para terrenos que apresentam limitação à penetração dos equipamentos relacionados anteriormente. O custo desse processo é mais elevado do que nos processos anteriormente vistos. A perfuração se faz pelo processo de abrasão, pela ação da coroa diamantada em movimentos rotativos. Nesse processo é utilizado um fluido de perfuração, que tem por objetivo: a lubrificação e o esfriamento da coroa; o carreamento dos detritos resultantes da perfuração para a superfície; estabilização da parede de perfuração. O fluido mais comumente utilizado é a lama de perfuração (bentonita), mas no caso de poços de monitoramento é recomendável a utilização de água, o que depende das condições de estabilidade e resistência do solo. A amostra de rocha resultante do processo de perfuração é obtida na forma de testemunho, o que permite uma boa avaliação das variações litológicas. 5.2
PREPARAÇÃO DOS POÇOS DE MONITORAMENTO Após o término da construção, o poço deve ser esgotado tantas vezes quantas necessárias, até que se obtenha água com turbidez menor ou igual a 5 N.T.U. Caso seja possível, proceder a uma análise das características dos sólidos em suspensão. 7 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.3
APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DA CONSTRUÇÃO DOS POÇOS DE MONITORAMENTO Após o término da construção, deverá ser apresentado um relatório da construção contendo os seguintes elementos para cada poço: a) data de conclusão construção; b) método de perfuração utilizado e tipo de fluido de perfuração, se utilizado; c) localização real dos poços, em planta topográfica e coordenadas cartesianas; d) cota do solo, no ponto do poço; e) diâmetro da perfuração e diâmetro interno do revestimento; f)
profundidade total do poço; g) descrição do perfil geológico; h) materiais utilizados no revestimento, filtro, pré‐filtro, junções, selo e preenchimento; i)
dimensões e distribuição das ranhuras ou furos; j)
no caso de se usar tela, especificar o tipo de material e abertura da malha; k) volume do pré‐filtro utilizado; l)
volume do selo utilizado; m) método de colocação do selo; e n) procedimento utilizado para o desenvolvimento do poço. 8 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.4
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 5.4.1
COMPONENTES DOS POÇOS DE MONITORAMENTO Os poços de monitoramento, conforme mostra a Figura 2, são constituídos basicamente dos seguintes elementos: a)revestimento interno; b)filtro; c)pré‐filtro; d)proteção sanitária; e)tampão; f)sistema de proteção; g)selo; h)preenchimento; e i)guias centralizadoras. 9 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico FIGURA 2 – PERFIL ESQUEMÁTICO DE POÇO DE MONITORAMENTO
10 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.4.2
REVESTIMENTO INTERNO São tubos de aço inoxidável, ferro fundido ou plástico, encaixados no interior da perfuração, com a função de revestir a parede da mesma ao longo do segmento correspondente à zona não saturada, para evitar desmoronamentos e servir como proteção sanitária. Nota: A escolha do material deverá ser feita em função das características do poluente a ser amostrado. Nos poços de monitoramento, são utilizados com mais freqüência revestimentos de tubo de PVC rígido marrom (JS Classe 12), devido a sua praticidade, baixo custo, resistência e baixa reatividade. O diâmetro deve ser DN 100, suficiente para a introdução do amostrador e para a medição do nível da água. 5.4.3
FILTRO Tem a propriedade de permitir a entrada da água e de impedir a penetração de algumas impurezas clásticas do poço. Há vários tipos de filtro; o mais comum e eficiente é o do tipo ranhurado. Consiste em tubo com ranhuras vazadas, distribuídas como mostra a Figura 3. A largura da ranhura poderá ser de 2 a 3 mm. Recomenda‐se a execução de ranhuras com comprimento um pouco menor do que a metade da circunferência da seção transversal. A distância entre as ranhuras pode ser de aproximadamente 1 cm. O filtro é normalmente construído de PVC. 11 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico FIGURA 3 – FILTROS PARA TUBOS DE PVC TIPO RANHURADO
Dependendo do tipo de solo local, o filtro pode ter uma melhor eficiência quando envolvido por uma manta geotêxtil ou por uma tela de "nylon", a fim de evitar o entupimento das ranhuras. Os filtros dos poços podem ocupar a extensão da zona saturada, tanto nos poços de jusante como nos de montante. O comprimento do filtro depende de vários fatores, basicamente: a)espessura saturada; b)geologia; c)gradiente hidráulico; d)propriedades físico‐químicas e concentração do poluente. 12 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.4.4
PRÉ‐FILTRO Ocupa o espaço anular, entre o filtro e a parede de perfuração. É constituído de areia lavada de grãos quartzosos ou pedrisco de quartzo (inertes e resistentes). Deve ser cuidadosamente disposto, com os grãos bem assentados e minimizando a formação de espaços vazios. A granulometria adequada para pré‐filtro deve ser correspondente a diâmetro maior do que a abertura do filtro. 5.4.5
PROTEÇÃO SANITÁRIA Tem a função de evitar que a água superficial contamine o poço através da infiltração pelo espaço anular. É o conjunto formado pelo selo sanitário e pela laje de proteção. O selo sanitário é o cimento da extremidade superior do espaço anular (30 cm de altura). A laje de proteção é o piso de cimento, construído com pequeno declive ao redor da boca do poço. 5.4.6
TAMPÃO A extremidade superior do tubo (boca do poço) deve ser protegida contra a penetração de substâncias indesejáveis, que podem comprometer os resultados de análise. É necessário instalar tampão removível. Na extremidade inferior do tubo, um tampão fixo (de preferência roscado) tem a função de evitar o carreamento do material constituinte do pré‐filtro. Nota: A variação do nível de água poderá causar uma variação de pressão dentro do tubo de revestimento, dificultando a retirada do tampão. Um pequeno orifício (respiro) no tampão ou no tubo de revestimento (próximo à boca) é uma forma de eliminar esse problema. 5.4.7
SISTEMA DE PROTEÇÃO DO TUBO O tubo de revestimento sobressai ao nível do terreno (0,2 m) para evitar a penetração de água superficial e de elementos estranhos no poço. O sistema de proteção – de alvenaria ou tubo de aço – deve ter dimensões apenas suficientes para envolver a parte saliente do tubo de 13 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico revestimento (ver Figura 4). Uma tampa na parte superior permite o acesso ao poço. Essa tampa deve manter‐se fechada a chave para melhor proteção do poço. Nota: O poço deve ser identificado de forma indelével, permanente e de fácil visualização em sua tampa ou laje de proteção sanitária. FIGURA 4 – PERFIL ESQUEMÁTICO DE POÇO DE MONITORAMENTO
14 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 5.4.8
SELO É um obturador com a função de vedar o espaço anular em torno do tubo de revestimento, acima do limite máximo de variação do nível freático, evitando a contaminação do poço por líquidos percolados pelo espaço anular. Serve também para delimitar camada de interesse dentro da zona saturada. O material vedante (bentonita, cimento) deve obstruir uma pequena parte do espaço anular, o suficiente para impedir a passagem de água de um nível para outro. 5.4.9
PREENCHIMENTO O espaço anular entre a parede da perfuração e a superfície externa do tubo de revestimento deve ser preenchido por material impermeável (argila, solo da perfuração), em toda a extensão não saturada (acima do nível da água), a fim de firmar o tubo de revestimento e dificultar a penetração de líquidos provenientes da superfície. A medição do nível d’água no interior da tubulação destes poços de monitoramento é realizada com uma sonda, comumente denominada de “pio elétrico”, que permite a determinação da cota N.A. com precisão de cerca de 1,0 cm. FIGURA 5 ‐ MODELO DE POÇO DE MONITORAMENTO SENDO COLOCADO EM POÇO COM PROFUNDIDADE MÉDIA DE 25M. A CONSTRUÇÃO DESSES POÇOS TEM POR OBJETIVO PROPICIAR A OBTENÇÃO DE DADOS DE NÍVEL PIEZOMÉTRICO, DANDO UMA IDÉIA DO COMPORTAMENTO HIDRÁULICO DO AQÜÍFERO. 15 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico 6
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Com base no resultado dos Estudos Geológico‐Geotécnicos Complementares e na carta de áreas de risco potencial de erosão apresentados no Estudo de Impacto Ambiental iniciaram os trabalhos de campo, identificando pontos para monitoramento nas áreas de potenciais interferências e novos locais para implantação de poços de inspeção (poços de monitoramento). Implantada rede de medidores, serão realizadas leituras periódicas, onde os dados serão analisados e deverão compor os relatórios de acompanhamento antes, durante e após o enchimento do reservatório. A indicação de medidas corretivas, mitigatórias e compensatórias em caso de impactos sobre dinâmica superficial dos solos e escoamento superficial e também em impactos sobre as infra‐
estruturas serão apresentada após a identificação de situações críticas. O nível de água se eleva no tubo até corresponder à carga hidráulica existente na sua extremidade inferior. Quando o aqüífero explorado é não confinado (freático) e homogêneo, as componentes verticais do fluxo de água subterrânea são geralmente inexistentes ou de grandeza muito pequena de modo que podem ser desprezadas. Assim a qualquer profundidade desse aqüífero a carga ou pressão hidráulica corresponde à altura freática ou altura do freático e, portanto, para medir a sua posição, é indiferente quanto o poço de monitoramento penetra no aqüífero. Quando o perfil não é homogêneo, mas contém camadas permeáveis e semipermeáveis, é preciso tomar cuidado na interpretação da leitura do poço de monitoramento. Na verdade, não se dá preferência ao uso de poços de monitoramento para medida pura e simples do nível freático, sendo preferível o uso de poços de observação. Os poços de monitoramento são úteis e insubstituíveis justamente para detectar a presença de componentes verticais do fluxo subterrâneo, especialmente fluxos ascendentes originados por pressão artesiana, que promovem a elevação e sustentação do freático . Esse tipo de problema é dos mais sérios e de mais difícil solução devido à dificuldade em controlar a pressão artesiana. Na verdade só é possível mediante a perfuração de poços de alívio que penetrem o aqüífero artesiano, o que torna quase sempre a solução antieconômica. Com os resultados obtidos no monitoramento dos diversos poços de monitoramento serão elaborados os mapas do freático para diversos períodos, é possível fazer uma avaliação da 16 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico situação através de sua interpretação, permitindo extrapolar algumas informações de grande interesse. As mais importantes, se referem à direção do fluxo subterrâneo, ao gradiente hidráulico, a identificações de regiões de recarga ou elevações do lençol, depressões do lençol, caracterização de um curso d´água efluente ou afluente. Assim, no mapa é possível identificar as linhas equipotenciais que são as próprias linhas de contorno do freático . Desta forma a direção do fluxo subterrâneo pode ser identificada como sendo perpendicular às equipotenciais, pelo menos aproximadamente como mostra a Figura 6. FIGURA 6 – MAPA DO NÍVEL FREÁTICO INDICANDO AS LINHAS EQUIPOTENCIAIS, LINHAS DE FLUXO E REGIÕES DE RECARGA (A) E DESCARGA (B). Finalmente se pode verificar por esses mapas se um curso d´água é do tipo afluente, isto é, contribui para recarga do freático ou se é efluente, isto é, alimentado pelo freático. Se as linhas de contorno do freático , ao atingir o curso d´água, se curvam em direção ao escoamento (para jusante) indicam que o rio é afluente ou perde água para o freático . Se as linhas se curvam em direção contra a corrente (para montante), o rio é efluente ou é alimentado pela descarga subterrânea, como mostra a Figura 7. 17 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico FIGURA 7 – MAPA DO NÍVEL FREÁTICO INDICANDO REGIÕES DE RECARGA (A) E DESCARGA (B) E CARACTERÍSTICAS DE UM CURSO D´ÁGUA AFLUENTE E EFLUENTE. 7
REDE DE MONITORAMENTO A norma recomenda que sejam instalados poços de montante e de jusante. Os poços de montante, correspondem aos poços instalados a montante em relação ao fluxo preferencial das águas subterrâneas. As amostras coletadas nesse poço deverão servir como indicação da qualidade das águas subterrâneas do local sem a interferência do sistema a ser avaliado. Geralmente um único poço de montante, bem posicionado, é suficiente para o fim destinado. Os poços de jusante correspondem a um conjunto de poços colocados a jusante da área do reservatório, em relação ao fluxo preferencial das águas subterrâneas, de forma a interceptar o fluxo de possíveis poluentes provenientes da área. Como o objetivo destes poços é acompanhar o nível da água subterrânea e também a qualidade da água, e adaptando as recomendações da Norma NBR 13.895 “Construção de poços de monitoramento e amostragem", junho de 1997, que recomenda a instalação de pelo menos um poço a montante e três a jusante do empreendimento, optou‐se por formar a rede de monitoramento com 06 poços de monitoramentos distribuídos ao longo do reservatório 18 FRC‐RS‐PIE‐CON‐0807‐0C ‐ Relatório Semestral – AGMA ‐ Programa de Monitoramento do Nível Piezométrico (Anexo 1), sendo dois a jusante do reservatório e seis a montante, tendo em vista a necessidade de acompanhar as características do reservatório e comparar com a situação a jusante do reservatório. A distribuição é dada para abranger todo o reservatório, através de uma distribuição dos poços, onde foram levadas em consideração as características geológicas, estruturais e direção de fluxo do freático, priorizando as áreas com ocupações que poderão sofrer a influência com a formação do reservatório e conseqüente elevação do freático. A profundidade destes poços de monitoramentos estará diretamente relacionada com o nível d’água atual. Os poços de monitoramentos deverão ser instalados preferencialmente nas proximidades das residências para facilitar o acesso e a proteção dos equipamentos. A locação destes poços de monitoramento deverá ser feita com a companhia de profissional especializado. 19 ANEXO 01
CONSILIU
Meio Ambiente & Projetos
R. Fernando Simas, 631 CEP 80.430-190 Curitiba - Paraná
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