Belo Horizonte, quinta-feira, 18 de março de 2010
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Tradição e confiança
Palácio dos Leilões Galeria de Arte atrai cada vez mais interessados em investir em obras de arte
Maria Helena Dias
(MHD Comunicação) -
Como explicar o fato de,
em meio a crises econômicas, existir um mercado que
continua em crescente expansão? Mesmo durante os
colapsos financeiros que assustaram os Estado Unidos
e o mundo todo no ano passado, o segmento de obras
de arte continua surpreendendo, seduzindo investidores a comprar quadros e
esculturas antigas por milhões de reais.
Desde a década de
1980, quando a arte começou efetivamente a ser vista como “investimento”, é
comum pessoas bem-sucedidas manifestarem o desejo de ingressar nesse ramo. Equiparado aos juros
do mercado de imóveis e à
movimentação da bolsa de
valores, comprar e vender
quadros e esculturas passou a ser um dos investimentos mais seguros do
mundo.
Sucesso nesse segmento em Belo Horizonte está
o Palácio dos Leilões Galeria de Arte, com 37 anos de
mercado e que tem no comando um dos mais tradicionais e conhecidos leiloeiros do país, Marco Antônio
Ferreira Lopes, e sua esposa, a marchand Lucienne Amantéa. Com tradição
e confiança, o Palácio dos
Leilões tem clientes fiéis
espalhados por todo o país, que garantiram ao negócio um crescimento de 30%
em 2009. O local recebe visitas diárias de pessoas in-
teressadas nas obras em exposição, bem como tem um
público cativo participante
dos leilões, seja presencialmente ou por telefone.
Expansão - “Investir em
obra de arte é um procedimento que acaba tornando-se um vício”. Esse é um
dos argumentos de Lucienne para explicar a crescente expansão do Palácio dos
Leilões Galeria de Arte.
Além das cerca de 50 obras
em exposição diariamente,
são realizados quatro leilões por ano, quando o número de telas e esculturas
fica em torno de 200. A cada leilão, a Galeria de Arte
recebe cerca de 300 pessoas em seus 600m2 de área,
uma bela sede em Lourdes.
Mesmo sendo um investimento sério para quem
adquire as peças, cada leilão é um verdadeiro momento de descontração, regado a um bom coquetel,
bate-papos informais e disputas surpreendentes por
obras raras. Para quem
quer começar, os leilões são
excelentes oportunidades,
pois as peças são sempre
ofertadas com lance inicial
30% abaixo do valor real
de mercado. No entanto,
quando a disputa é acirrada, algumas obras acabam
sendo vendidas pelo dobro
do preço inicial.
“As pessoas gostam da
disputa. Recebemos muitas
visitas de outras cidades e
estados em busca de peças
que somente nós disponibilizamos”, revela Lucienne. A animação e o carisma
do leiloeiro Marco Antônio
é outro ponto que acirra a
competição entre os investidores. “Ele instiga a pessoa
à compra, joga com o olhar,
motiva o cliente na disputa”, explica a marchand. O
talento do leiloeiro já rendeu, entre outros, a venda
de um “Di Cavalcanti”, avaliado em R$ 650 mil, bem
como uma tela de Portinari, de R$ 300 mil. Para cada
tipo de quadro, existe um
interesse diferente na compra. Na maioria das vezes,
são investidores e apaixonados por artes plásticas.
cado, também terá um cliente para vendêla”, admite Lucienne. Por ser uma galeria
tradicional, o Palácio dos Leilões é uma das
mais procuradas quando se tem uma obra e
se quer oferecê-la ao mercado.
Segundo Lucienne, poucas pessoas vendem suas obras raras por dinheiro. “As peças mais comercializadas são fruto de herança, para que o valor arrecadado seja
dividido entre os herdeiros. Ou, então, o investidor está mudando de casa e não possui
mais espaço. Também existem aquelas pessoas que vendem uma obra para substituila por outra de melhor valor”, explica.
Primeiro leilão de 2010
Será no dia 13 de abril (terça-feira), às
20h30, o primeiro leilão de 2010 do Palácio
dos Leilões Galeria de Arte. Na ocasião, serão oferecidas cerca de 150 obras, entre telas e esculturas, reunindo grandes nomes
como Burle Marx e Alfredo Volpi, bem como
Inimá de Paula e Amilcar de Castro. Outra
grande atração da noite será as esculturas
de Victor Brecheret, muito aguardadas pelo público.
A grande e boa notícia é que à frente desse leilão estará o leiloeiro Marco Antônio
Ferreira Lopes, em plena recuperação após
um problema de saúde que, por um curto
período, o havia afastado da galeria.
Mas ninguém precisa esperar pelo leilão para conhecer as obras. Desde o dia 8
de março, o Palácio dos Leilões está com as
portas abertas para quem quer ver de perto as peças que serão disputadas em leilão.
A exposição pré-leilão pode ser visitada diariamente das 10h às 21h, na Rua Gonçalves
Dias, 1866, em Lourdes.
Colaborou: Mariana Vasconcellos, da MHD Comunicação | [email protected]
Opinião do Cliente
“Conheço o Palácio dos Leilões Galeria de Arte
há mais de vinte anos. Eu compro e vendo muitas
peças na galeria. Em relação à credibilidade,
confiabilidade e seriedade não existe outra galeria
em Belo Horizonte que seja igual aos profissionais
do Palácio dos Leilões.” Maurício Monteiro –
empresário.
ICEG - Instituto de
Ciências Econômicas e Gerenciais
Parceria Técnica:
Investir
em obra
de arte
é um
procedimento
que acaba tornandose um
vício
Captação de peças
A Galeria de Arte oferece peças dos mais
diversos estilos: contemporâneo, primitivo,
moderno, acadêmico, telas a óleo, desenhos,
gravuras e aquarela. A tradição do Palácio
dos Leilões atrai até mesmo profissionais
de galerias pequenas, pois sabem que certamente encontrarão lá o que procuram.
Além da venda de telas e esculturas, a
marchand Lucienne Amantéa está sempre
aberta para a captação de peças que ela considera que tenham história “É mais fácil ter
cliente para comprar do que para vender. A
captação é muito difícil. No entanto, se você
tem uma boa obra e um bom preço de mer-
Parceria Acadêmica:
Patrocinadores:
JÚLIO HUBNER
Lucienne Amantéa e Marco Antônio Ferreira Lopes prontos para o primeiro leilão de 2010
De pai para filho
Lidar com obras de arte demanda muito conhecimento, sobre artistas, obras e o
mercado, aprendizado que, em muitos casos, começa dentro de casa. Foi assim, de
pai para filho, que a paixão pelos leilões e
artes surgiu na família Ferreira Lopes, há
57 anos, quando o conhecido e admirado
Antônio Ferreira fundou o Palácio dos Leilões, que hoje tem a frente os filhos Rogério
e Marco Antônio Ferreira Lopes. A Galeria
de Arte foi aberta em 1973, 20 anos após a
inauguração do Palácio dos Leilões dedicado à comercialização de veículos em falência e sucatas, e que atualmente funciona
em Contagem.
O Palácio dos Leilões Galeria de Arte é
a mais antiga casa de Belo Horizonte voltada a obras de arte raras, com funcionamento ininterrupto. Administrar uma galeria
de arte não é um trabalho fácil, mas uma
atividade complexa e que exige muito estudo e conhecimento. Numa pesquisa rápida
é fácil listar os inúmeros empreendimentos
deste tipo que foram abertos e fechados durante os últimos anos no país.
A marchand Lucienne Amantéa conta
que, mesmo tendo se formado em administração de empresas, precisou viajar, pesquisar, estudar e frequentar diversos cursos para começar a entender o negócio. “É
preciso conhecer um pouco sobre cada artista, pesquisar suas obras, ler livros sobre
ele, visitar exposições e conhecer suas fases. Já participei de muitos leilões, mas nada como o dia-a-dia, o contato diário com a
arte. Aprender a gostar é o caminho mais
fácil”, ensina.
Além do prestígio de possuir uma relíquia e do prazer de contemplá-la, um quadro ou uma escultura são ótimos negócios
desde que se saiba comprar. Lucienne alerta que apostar em um artista em começo de
carreira é um risco alto. “É mais seguro escolher artistas em ascensão, já conhecidos
pela mídia e pela massa”. Com a morte do
autor, a partir das procuras e da quantidade de obras deixadas, a peça vai adquirindo mais valor e, naturalmente, o seu preço
acaba subindo.
Sonho e história de
época
Leonardo Motta*
Sou obrigado a confessar: se tem
uma coisa que acho muito legal é um
quadro ou uma peça de arte que me
chame a atenção na primeira olhada.
Não que necessariamente para isso ela
tenha de ser feita por um artista famoso, ou ser uma obra rara e cara. É algo meio mágico. Uma força que ao entrarmos no ambiente em que a pintura
ou a peça está nos impulsiona e a visão imediatamente se volta para ela.
É como um imã que te puxa naquela
direção, e lá vai você absolutamente
magnetizado. É muito interessante,
cativante mesmo estar diante de uma
obra dessas que parece ter sido criada
pensando em você e no seu gosto.
Ver uma obra ou visitar uma galeria é um momento de alegria para
a maioria das pessoas. Agora, imagine trabalhar com tudo isso por muitos anos. Visitar o Palácio dos Leilões
Galeria de Arte é uma verdadeira viagem no tempo. E pensar que um lugar
que reúne tais preciosidades está bem
aqui, em Belo Horizonte, pertinho da
gente.
Além deste mundo mágico, entender o trabalho de um leiloeiro deste
nível é um grande aprendizado. Conviver com obras de arte e um público
que valoriza e entende muito o que faz,
torna os problemas do cotidiano mais
amenos. Dá até para esquecer que essa é uma empresa que tem os mesmos
desafios e problemas de todas as outras. Mas considero que ser uma empresa que vive somente de arte é um
privilegio de poucas.
Além do valor intrínseco da venda,
existe em cada peça o valor afetivo, o
valor da paixão pela arte, o reconhecimento ao artista, a paixão pela tendência de uma época, ou seja, na realidade, o que se compra ou se vende é
um sonho.
Parabéns!
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Palácio dos Leilões Galeria de Arte atrai cada vez mais