UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Doutorado em Administração e Turismo ADRIANO SILVEIRA MASTELLA O DISCURSO FEMININO SOBRE O CONSUMO DE BELEZA NA SOCIEDADE PÓS-MODERNA BIGUAÇU 2015 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Programa de Pós-Graduação em Administração Curso de Doutorado em Administração e Turismo ADRIANO SILVEIRA MASTELLA O DISCURSO FEMININO SOBE O CONSUMO DE BELEZA NA SOCIEDADE PÓSMODERNA Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Administração e Turismo da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito à obtenção do título de Doutor em Administração e Turismo. Orientadora: Prof. Dra. Christiane Kleinünbing Godoi BIGUAÇU 2015 ADRIANO SILVEIRA MASTELLA O DISCURSO FEMININO SOBRE O CONSUMO DE BELEZA NA SOCIEDADE PÓSMODERNA Área de Concentração:Organizações e Sociedade Biguaçu, 27 de fevereiro de 2015. Prof. Dra.Rosilene Marcon Coordenadora do Programa Banca Examinadora: Prof.ª Dra. Christiane Kleinübing Godoi UNIVALI Orientadora Prof. Dr. Flávio Ramos UNIVALI Prof. Dr. Ricardo Boeing da Silveira UNIVALI Prof. Dr. Anielson Barbosa da Silva UFPB Prof.ª Dra. Ana Lúcia de Araújo Lima Coelho UFPB iv AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer inicialmente a minha família por todo o suporte que me deu ao longo desta trajetória. As instituições pesquisadas que cederam seus espaços para realização da pesquisa, as mulheres que se dispuseram a participar dos grupos, pelo desprendimento e disposição em contribuírem com a realização desta pesquisa. A Univali em nome de seus professores e funcionários que muito engrandeceram e auxiliaram na minha formação e consequentemente na construção deste trabalho, em especial a professora Christiane Kleinubing Godói, minha orientadora, que acreditou na proposição deste trabalho e não poupou esforços nas orientações para me auxiliar em todas as etapas deste trabalho. Aos meus colegas da Univali que sempre foram parceiros e amigos ao longo de toda esta trajetória. E aos professores que participaram desta banca examinadora que contribuíram muito com o amadurecimento deste trabalho. v RESUMO O presente trabalho tem como objetivo compreender o discurso das mulheres investigadas no que tange as suas práticas de consumo de beleza materializada em produtos estéticos, bem como as origens das crenças incorporadas de padrões culturais de beleza que podem levar a estas práticas de consumo. Para isto, o percurso epistemológico foi traçado a partir do entendimento de uma sociedade pós-moderna e do indivíduo inserido em tal contexto. E a concepção teórica foi construída diante dos entendimentos de: teoria da cultura de consumo, consumo pós-moderno, consumismo, estética, corpo, beleza, padrão de beleza, atratividade física, relações entre mídia e beleza e a mercantilização da beleza. Trata-se de uma pesquisa que trabalhará uma linha qualitativa da tradição espanhola, através do método da Análise Sociológica do Discurso(ASD), e como prática de coleta dos discursos, utilizouse o Grupo de Discussão(GD), que pela primeira vez foi utilizado entre os estudos organizacionais brasileiros. A pesquisa ocorreu com alunas e professoras de duas Instituiçõe de Ensino dos municípios de Joinville e São Francisco do Sul. Os grupos eram formados entre cinco e oito mulheres e as reuniões tinham uma duração entre oitenta e cento e vinte minutos. Nos dias posteriores as reuniões o próprio pesquisador fazia as transcrições dos discursos. Enquanto que o processo analítico do discurso seguiu as seguintes etapas: processos intuitivos, conjecturas pré-analíticas, estilos discursivos, posições discursivas, configurações narrativas, espaços semânticos, representações gráficas, associações, deslocamentos e condensações. Os resultados iniciaram com a descrição de cada um dos seis grupos pesquisados e a cada um deles foi atribuido um nome que mais caracterizam o discurso das mulheres de cada grupo, o grupo um foi chamado de “ escravas do cabelo”, o grupo dois “ megamaquiadas”, o grupo três “ bonitas para o trabalho”, o grupo quatro “ supostas desapegadas”, o grupo cinco “ panicats and patricinhas”, e grupo seis “ tias barbies”. Continuaram com a proposição das conjecturas pré-analiticas que trataram das seguintes temáticas: a autoestima como fator motivador dos cuidados com beleza, a importância dos cuidados com o cabelo, a existência de uma padrão de beleza que é cobrado socialmente, os rituais de ir ao salão de beleza, a aceitação das cirurgias plásicas, o ambiente de trabalho como influenciador dos cuidados de beleza, a influência das mídias no consumo de beleza, e a magreza como fator de detaque nos padrões de beleza.Depois,as configurações narrativas trouxeram principalmente os cuidados com beleza e seu rituais, os padrões de beleza e a influencia da mídia nas relações com beleza. E os espaços semânticos mostraram as relações dos significados das marcas de cosméticos, dos rituais de embelezamento, e do ambiente de trabalho com a beleza.Dentre as principais conclusões desta pesquisa, destacamos a compreensão da importância da beleza, seu consumo, seus cuidados e práticas na vida das mulheres pesquisadas. Observar como este aspecto interfere no seu convívio social principalmente no relacionamento com outras mulheres e na busca da construção das suas identidades femininas e de serem aceitas nos respectivos grupos sociais que transitam. Palavras Chave: consumo da beleza;padrão de beleza; discurso vi ABSTRACT This study aims to understand the speech of women investigated regarding their beauty consumption practices embodied in aesthetic products, as well as the origins of the merged belief cultural standards of beauty that can lead to these consumption practices. For this, the epistemological path was traced from the understanding of a post-modern society and the individual inserted in such a context.And the theoretical framework was built on the understanding of: theory of consumer culture, postmodern consumption, consumerism, beauty, body, aesthetic, beauty standard, physical attractiveness, relationships between media and beauty and the commodification of beauty. This is a research that will work a qualitative line of Spanish tradition through Sociological Analysis of the Discourse on Method (ASD), and as a practical collection of speeches, used the Group Discussion (GD), which for the first time was used among the Brazilian organizational studies. Inquiry was done with students and teachers from two Teaching Instituiçõe the cities of Joinville and Sao Francisco do Sul. The groups were formed between five and eight women and had meetings last between eighty and one hundred and twenty minutes. In the days following the meeting the researcher himself made transcripts of speeches. While the analytical process the speech followed the following steps: Intuitive processes, preanalytical conjectures, discursive styles, discursive positions, narratives settings, semantic spaces, graphics, associations, dislocations and condensations. The results began with a description of each of the six surveyed groups and each was assigned a name that most characterize the speech of women in each group, the group one was called "hair slaves," the two group "mega disguised "the group three" beautiful to work, "the group four" alleged detached ", the five-group" panicats and clueless "and group of six" aunts barbies ". Continued with the proposition of pre-analytical assumptions that dealt with the following themes: self-esteem as a motivating factor of beauty care, the importance of hair care, the existence of a standard of beauty that is socially charged, the rituals of going to salon, acceptance of plásicas surgeries, the job enviroment as influencer of beauty care, the influence of media in consumer beauty and thinness as detaque factor in patterns of beleza.After, narratives settings mainly brought the care beauty and rituals, beauty standards and the influence of media in relations with beauty. And the semantic spaces showed the vii relationship of the meanings of cosmetic brands, the beautification rituals, and the job enviroment with beleza. Among the main conclusions of this research, we highlight the importance of understanding the beauty, consumption, and their care practices in the lives of women surveyed. Observe how this aspect interfere with your social life especially in relationships with other women and the pursuit of the construction of their female identities and to be accepted in their social groups. Key words: Beauty Consumption; Standard of Beauty;Discourse viii LISTA DE FIGURAS Consumo Figurade1 Cosméticos e Serviços relacionados aos cuidados com o cabelo.......... 93 Figura 2 Mapa de posicionamento do grupo um com relação ao tema beleza no ambiente de trabalho......................................................................... Figura 3 Mapa de posicionamento do grupo um com relação ao tema magreza. 124 126 Figura 4 Mapa de posicionamento do grupo dois com relação ao tema cobrança social por beleza..................................................................... 128 Figura 5- Mapa de posicionamento do grupo dois com relação ao tema competição entre as mulheres por beleza.............................................. 128 Figura 6 Mapa de posicionamento do grupo três com relação ao tema motivações para os cuidados com beleza.............................................. 129 Figura 7 Mapa de posicionamento do grupo três com relação ao tema cobrança social por beleza.................................................................................... Figura 8 Mapa posicionamento do grupo quatro sobre a concepção de beleza... 130 132 Figura 9 Mapa de Posicionamento do grupo quatro da relação dinheiro e consumo de beleza................................................................................. 133 Figura 10 Mapa de posicionamento discursivo em relação as motivações e as cobranças relacionadas a beleza........................................................... 134 Figura 11 Mapa de posicionamento do grupo cinco em relação a intimidade com o consumo de cosméticos e seus usos............................................ 135 Figura 12 Mapa de posicionamento do grupo seis com relação a importância da beleza........................................................................................................ 136 Figura 13 Posicionamento do grupo seis em relação a cobrança por beleza............ 137 Figura 14 Relação Padrão de Beleza e Modernidade............................................... 143 ix Figura 15 Aspectos das configurações narrativas dos cuidados e consumo relacionados ao cabelo............................................................................. 161 Figura 16 Aspectos das configurações narrativas dos cuidados e consumo relacionados a maquiagem....................................................................... 161 Figura 17 Cobrança por beleza exercida pelos parceiros......................................... 167 Figura 18 Distorções ligados aos cuidados e consumo de beleza............................ 173 Figura 19 Triângulo Sêmico das análises dos processos de intercâmbio socioculturais dos grupos......................................................................... 174 Figura 20 Mapa dos espaços semânticos relacionado a percepção e importância da beleza................................................................................................... 179 Figura 21 Mapa conceitual do posicionamento das marcas em relação a status e qualidade.................................................................................................. 184 Figura 22 Espaço Semântico a respeito do padrão de beleza................................... 186 Figura 23 Associação entre beleza e competição entre mulheres............................ 187 Figura 24 Associação entre beleza e status.............................................................. 187 Figura 25 Associação entre cuidados com a beleza e aceitação social.................... 188 Figura 26 Associação entre cuidados com beleza e imposição social...................... 189 Figura 27 Associação entre cuidados com beleza e aceitação social...................... 189 Figura 28 Associação entre padrão de beleza e imposição da mídia........................ 190 Figura 29 Associação entre colega de trabalho e influência do consumo de cosméticos................................................................................................ 190 Figura 30 Associação entre cuidados com beleza a consumismo............................ 191 Figura 31 Associação consumo de cosméticos e artificialização da beleza............. 191 x LISTA DE QUADROS Quadro 1 Convenções utilizadas nas transcrições................................................ 81 Quadro 2 Arcabouço do processo analítico do discurso....................................... 84 Quadro 3 Estilo discursivo do Grupo um caracterizado pelas atitudes com relação ao consumo de esmaltes........................................................... 105 Quadro 4 Estilo discursivo em relação a cobrança social por beleza................... 106 Quadro 5 Estilo Discursivo relacionado a preocupação com a magreza.............. 108 Quadro 6 Estilos Discursivos que influenciam o consumo de beleza................... 111 Quadro 7 Estilos Discursivos relacionados a se tornar atraente fisicamente....... 114 Quadro 8 Estilos discursivos relacionados a moda e consumismo....................... 115 Quadro 9 Estilos discursivos relacionado a exposição de imagens e redes sociais.................................................................................................... Quadro 10 117 Estilos discursivos relacionados aos cuidados com beleza com a chegada do verão................................................................................... 118 Quadro 11 Estilos discursivos relacionados aos cuidados com o cabelo................ 120 Quadro 12 Padrão de beleza descrito pelo grupo 1................................................. 137 Quadro 13 Padrão de beleza descrito pelo grupo 2................................................. 138 Quadro 14 Padrão de beleza descrito pelo grupo 3................................................. 139 Quadro 15 Padrão de beleza descrito pelo grupo 4................................................. 139 Quadro 16 Padrão de beleza descrito pelo grupo 5................................................. 141 Quadro 17 Relação dos tipos de cuidados com beleza do grupo 1......................... 144 Quadro 18 Relação dos cuidados com beleza do grupo 2....................................... 146 Quadro 19 Relação dos tipos de cuidados com beleza do grupo 3......................... 151 xi Quadro 20 Relação dos tipos de cuidados com beleza do grupo 4......................... 154 Quadro 21 Relação dos tipos de cuidados com beleza do grupo 5......................... 156 Quadro 22 Relação dos tipos de cuidado com beleza do grupo 6........................... 158 Quadro 23 A influência das mídias nos cuidados e consumo de beleza................. 162 Quadro 24 Influência de homens e mulheres em relação aos cuidados e consumo de beleza............................................................................................... 164 Quadro 25 Cobrança por beleza no ambiente de trabalho...................................... 166 Quadro 26 Descrição dos rituais ligados ao embelezamento presentes no discurso dos grupos............................................................................... Quadro 27 Construção do espaço semântico associado a percepção e importância da beleza no discurso dos grupos...................................... Quadro 28 177 Construção do Espaço Semântico relacionado ao consumo e práticas de beleza................................................................................................ Quadro 29 167 179 Construção do espaço semântico em relação as principais marcas presentes nos discursos dos grupos pesquisados................................... 182 xii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEP- Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa ABIHPEC-Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmáticos ASD- Análise Sociológica do Discurso GD-Grupo de Discussão GECOMP-Grupo de Estudos em Comportamento Organizacional e Métodos de Pesquisa SEBRAE- Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas xiii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA......................................................................................................................... 1 1. 2 OBJETIVOS................................................................................................................ 9 1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................................ 9 1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................. 9 1.3 ORIGINALIDADE E RELEVÂNCIA DO ESTUDO................................................. 10 2 CONHECENDO A PÓS-MODERNIDADE.................................................................. 15 2.1 REFLEXÕES A RESPEITO DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA............................. 15 2.2 DESVENDANDO O TAL INDIVÍDUO PÓS-MODERNO........................................ 21 3 BUSCANDO O ENTENDIMENTO SOBRE CONSUMO E CONSUMISMO............. 26 3.1 O CONSUMO PÓS-MODERNO................................................................................. 26 3.2 VISOES SOBRE O CONSUMISMO........................................................................... 31 4 EXPLORANDO O UNIVERSO DA BELEZA............................................................... 33 4.1 ESTÉTICA.................................................................................................................... 33 4.2 CORPO......................................................................................................................... 35 4.3 BELEZA....................................................................................................................... 41 4.4 PADRÃO DE BELEZA................................................................................................ 46 4.5 ATRATIVIDADE FÍSICA............................................................................................ 51 4.6 MÍDIA E BELEZA....................................................................................................... 55 4.7 MERCANTILIZAÇÃO DA BELEZA......................................................................... 60 5 POSICIONAMENTO METODOLÓGICO..................................................................... 68 5.1 ANÁLISES DO DISCURSO........................................................................................ 68 5.2 GRUPOS DE DISCUSSÃO......................................................................................... 71 5.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA............................................................................ 78 5.4 TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS.................................................. 80 xiv 6 ANÁLISES DOS DISCURSOS PESQUISADOS.......................................................... 86 6.1 DESCRIÇÕES DOS GRUPOS E INTUIÇÕES INICIAIS A PARTIR DAS ANOTAÇÕES DE CAMPO............................................................................................... 86 6.2 FORMULAÇÃO DAS CONJECTURAS PRÉ-ANALÍTICAS................................... 90 6.2.1 A autoestima como principal fator que motiva as mulheres a buscarem cuidados com beleza........................................................................................................................... 90 6.2.2 Os cuidados com o cabelo como principal preocupação,fonte de gastos e como marca de feminilidade......................................................................................................... 91 6.2.3 Oscilação temporal de um padrão de beleza imposto e cobrado pela sociedade....... 93 6.2.4 Salão de beleza como um ritual naturalizado............................................................. 95 6.2.5 Aceitabilidade das cirurgias plásticas pelo grupo social pesquisado......................... 96 6.2.6 O ambiente de trabalho como influenciador dos cuidados com a beleza das mulheres.............................................................................................................................. 98 6.2.7 As mídias como influenciadores dos padrões e do consumo de beleza..................... 100 6.2.8 A magreza como fator principal na busca de se atingir padrões de beleza................ 102 6.3 ESTILOS DISCURSIVOS........................................................................................... 104 6.4 POSIÇÕES DISCURSIVAS......................................................................................... 123 6.5 CONFIGURAÇÕES NARRATIVAS........................................................................... 137 6.6 ESPAÇOS SEMÂNTICOS........................................................................................... 177 6.7 ASSOCIAÇÕES,DESLOCAMENTOS E CONDENSAÇÕES................................... 186 7 CONCLUSÕES............................................................................................................... 197 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 208 APÊNDICE A..................................................................................................................... 221 APÊNDICE B..................................................................................................................... 223 APÊNDICE C..................................................................................................................... 224 1 1.INTRODUÇÃO Neste capítulo veremos alguns pontos que servem de base ao estudo proposto. Nesse sentido, daremos início aos estudos com a contextualização do tema: ressaltando a análise do discurso relacionado ao consumo de beleza feminino, diante da ótica da sociedade de consumo pós-moderna. Também faremos a delimitação do problema de pesquisa, e apresentaremos as contribuições teóricas, metodológicas e práticas; bem como a originalidade presente ao estudo; os objetivos gerais e específicos. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA Inicialmente descreveremos o objeto desta pesquisa que é o consumo de cosméticos e serviços ligados aos cuidados com a beleza e todas as suas relações. Para começar a fazer uma contextualização a respeito do objeto temático da pesquisa, será necessário falar a respeito de beleza. Existe o entendimento de que beleza é um tópico muito antigo na filosofia, e enquanto muitos autores propõem que a beleza é objetivamente a propriedade das proporções, outros definiam beleza como um raro tipo de prazer que pode ser invocado, ou não, por um determinado objeto, tal distinção deste prazer pode ser reconhecida como a perfeição segundo afirma Frohlich (2004). Ao fazer um resgate histórico, García-Uchoa (2010) remete ao Renascimento como primeira época de exaltação a beleza do corpo feminino, uma beleza que era um patrimônio exclusivo das mulheres da aristocracia que possuíam os meios econômicos e o tempo necessário para cultivá-la. Dessa maneira, a beleza foi convertida em um símbolo de status e conflito entre classes sociais. O conceito clássico de beleza mostrado por Guerrero (2007) associa a integração do corpo e espírito, a harmonia com a natureza, a capacidade de gerar amor, desejo e prazer; sendo um conjunto de qualidades que fazem com que uma coisa seja excelente. Já GarcíaUchoa (2010) comenta que ao longo dos diferentes séculos e das diferentes culturas, o conceito de beleza tem evoluído e se adaptado aos gostos e preferências de cada época, incorporando em cada momento uma grande variedade de significados. 2 A beleza tem se tornado um importante tópico de questionamento para a Psicologia, Marketing e para os estudos de consumo, sendo um conceito subjetivo que aparece de três formas ou variações: beleza como teoria impossível, beleza como teoria aparente, e beleza como teoria relativa (VACKER; KEY, 1993). Há teorias que olham a beleza como a propriedade de um objeto que produz uma experiência de prazer em uma situação percebida. Outras visões mostram que a beleza é uma função de qualidades idiossincráticas da percepção e todos os efeitos para identificar que as leis da beleza são um fracasso (REBER; SCHWARZ; WINKIELMAN, 2004). A beleza pode ser vista por apresentar um forte valor conotativo, sendo muito baseado no aspecto visual (HASSENZAHL; MONK, 2010). Ela também tem um papel instrumental fundamental na inspiração dos indivíduos para desenvolverem uma cultura interna individual. Estas estratégias internas para buscarem a felicidade, são precisamente desvalorizadas pela teoria econômica e pela cultura popular, em favor de estratégias externas como na obtenção de commodities e status (GALLAWAY, 2010). Na busca de um detalhamento na temática beleza, encontramos alguns pontos que podem ser estudados como: o padrão de beleza, as relações entre mídia e beleza, e a própria mercantilização da beleza. A existência de um padrão de beleza que glamouriza as mulheres altas, magras e jovens é praticamente uma norma de conduta global de beleza para muitos autores1. E outros conceitos correlatos para entendimento de beleza que foram estudados são de Charters e Pettigrew (2005)2, que conceituam a estética como uma subdisciplina da filosofia originária do século dezoito, para debater sobre a natureza do gosto, um termo usado metaforicamente para a apreciação avaliativa da beleza. A estética também responde como um ato mental ou emocional, ou como uma sensação corpórea. Hoyer e Stokburger-Sauer (2012) mostram que o termo “estética” vem do grego e relata o senso de percepções. Em trabalhos 1 Bañuelos (1994); Edelman (1994); Lauzen e Dozier (2002); Mandoki (2003); Ogle e Damhorst (2005); Gremillion (2005); Brandini (2007); Workman e Caldwell (2007); Jones (2008); Pimentel (2008); Jackson e Chen (2008); Goodman, Morris e Sutherland (2008); Thompson (2009); Wollek (2011); Viscardi, Sottani e Machado (2012); Luo (2012). 2 Também presente nos estudos de: Harvey(1992);Vacker e Key(1993); Lash(1997); Charters (2006)Jamesom(2006); Diessner, Solom, Frost, Parsons e Davidson (2008);Venkatesh e Meamber (2008); Baudrilard(2010); 3 acadêmicos, este termo pode se referir à teoria da beleza ou da sensibilidade das pessoas em relação ao belo, bem como os conceitos relacionados ao corpo3. Nesse sentido, nas sociedades ocidentais, o corpo é o signo do indivíduo, o lugar de sua diferença e distinção, ao mesmo tempo, paradoxalmente, está frequentemente dissociado dele, devido à herança dualista que pesa sempre sobre sua caracterização ocidental (LE BRETON, 2012). Hassan (1983) insiste em afirmar que cada corpo é único, e define os limites de sua identidade. Diante da complexidade que é a beleza, se entende a importância de estudá-la, principalmente no que diz respeito ao seu consumo, ou melhor, ao consumo dos produtos de beleza (cosméticos) e dos serviços ligados aos seus cuidados. Buscando uma maior consistência teórica sobre o objeto estudado e suas relações, foram utilizadas como base studos sobre o Consumo Pós-moderno que serão apresentados na sequência. No intuito de auxiliar na compreensão do fenômeno de consumo na atual sociedade, apresentamos alguns autores que estudam o consumo pós-moderno. O conceito de consumo pós-moderno é uma síntese de características que definem os consumidores como exemplos de indivíduos com mentalidades e estilos de vida que se preocupam com a aparência e identidade (DOMZAL; KERNAN, 1993). A tendência no consumo é de que os consumidores escolham os produtos pela sua aparência e estilo e não pela função principal do produto (LIN, 2011). O consumo também tem se tornado uma característica de nossos ambientes urbanos e o que, e como, tem se manifestado na forma do caminho da vida (MILES, 1998). O processo de consumo, além de ser liberatório, paradoxalmente combina ambos, o real e o imaginário, em um que pode consumir objetos, símbolos e imagens, aumentando a recognição de um ou ambos (FIRAT; VENKATESH, 1995). Ryan, McLoughlin e Keating (2006) afirmam que alguns autores descrevem o consumidor pós-moderno como desanimado e irracional, apesar deste ainda buscar uma maximização da utilidade. A utilidade financeira e econômica não tem sido o foco e sim uma utilidade simbólica que é onipresente no ambiente. Eles ainda descrevem que neste contexto, o indivíduo, a tribo e os consumos coexistem e que tal relacionamento é mediado por várias correntes simbólicas. 3 Outras referências sobre corpo estão presentes nos estudos de:Domzal e Kernan (1993); Varas (1994); Bañuelos (1994); Heras (1995); Askegaard; Gertsen e Langer (2002), Spais e Konstantinakos (2007) e Bauman e May (2010). 4 Com relação à busca de um posicionamento epistemológico ou uma forma de compreender o objeto em questão estudado, optou-se por utilizar uma ótica baseada no entendimento de sociedade do consumo que é para Baudrilard (2010) o resultado do compromisso entre os princípios democráticos e igualitários, que consegue aguentar-se com o mito da abundância e bem-estar, e o imperativo fundamental de manutenção de uma nova ordem de privilégio e domínio. Lipovetsky (1989) reforça essa ideia mostrando que a sociedade é descrita pelos seguintes traços: elevação do nível de vida, abundância de mercadorias e serviços, culto dos objetos e dos lazeres, moral hedonista e materialista, mas é o processo da moda que define propriamente esta era. Esta sociedade de consumo será posteriormente discutida, por estar interligada ao contexto e práticas relacionadas ao consumo de beleza que é o cerne deste estudo. E vivendo numa sociedade de consumo 4 - globalizada, líquida 5 , hipercapitalista, hiperindividualizada6, entre outras qualificações que se possa atribuir7 - em que o “ter” é um valor decisivo, e a expansão do consumismo é corrente 8 , estamos diante de um tempo complexo e incerto, que transforma a realidade dos indivíduos de modo acelerado9, alterando as formas de organização social, no qual o individualismo é perene, principalmente pela mediação da tecnologia10. O consumo surge no cerne dessa sociedade como valor basilar e decisivo para vida de todos os indivíduos, sendo indispensável para as suas sobrevivências11. Cabendo também um olhar a partir do conceito de pós-modernidade e pósmodernismo para complementar essa visão epistêmica sobre o objeto de pesquisa em questão, nesse sentido se faz necessário compreender que os termos pós-moderno, pós-modernismo e pós-modernidade têm sido utilizados e abusados em várias áreas como: arquitetura, teoria 4 Baudrilard (2010) caracteriza como uma sociedade na qual existe uma espécie de evidência fantástica de consumo e da abundância criada pela multiplicação dos objetos, serviços e bens materiais. 5 Termo utilizado por Bauman (2001) como metáfora para captar a presente fase, nova de muitas maneiras, na história da modernidade. 6 Termos utilizados por Lipovetsky (2004) para descrever a sociedade pós-moderna. 7 No texto “A vida na terra”, Toneli (2001) ressalta várias terminologias e seus respectivos autores para descrever a atual era. 8 Tais conceitos são melhor es explorados por Bauman (2008). 9 Pensamento presente em Lipovetsky (2004). 10 Trata-se da visão de Jameson (2006) sobre as manifestações do pós-modernismo na sociedade. 11 Esta ótica sobre a importância do consumo está presente em Bauman (2008). 5 literária, política, filosofia, psicologia, sociologia, teologia, geografia, história, economia, antropologia, estudos de mídia e jurisprudências (BROWN, 1993), e independente das inúmeras diferenças estabelecidas entre estas expressões por diversos autores, o que aqui pretendemos é unificá-las, buscando apenas a uma oposição epistemológica e de época em relação à modernidade e a seu projeto racional positivista. Modernidade que, em busca de ordem, progresso científico e tecnológico, não cabe mais para descrevermos a sociedade contemporânea. Scott (1992) utiliza os termos pós-modernismo e pós-moderno para descrever uma filosofia, uma estética e as condições de vida de certo período da história, caracterizando-se pela ironia, paródia, alusões, mímicas, fragmentações, repetições e misturas de formas e estilos. Yuksel e Mirza (2010) entendem o pós-modernismo como um termo aplicado a um amplo conjunto de apontamentos desenvolvidos na teoria crítica, filosofia, arquitetura, arte, literatura e cultura sendo caracterizado como uma emergente reação ao modernismo. Assim aceitaremos o olhar pós-moderno12 e da pós-modernidade13 como epistemes importantes na compreensão desse estudo. Além desse estudo ter se baseado na ótica pós-moderna, também foi considerada a compreensão de como no caso os indivíduos pós-modernos, especificamente as mulheres, que estão convivendo diante de uma sociedade de consumo e de fenômenos como o consumismo, passam a se identificar com aspectos relacionados ao consumo de beleza. Nesse sentido, a escolha para formação dos grupos foi pelo público feminino, devido a ele ser o maior consumidor de cosméticos, e por que aspectos ligados à feminilidade historicamente indicam a preocupação deste gênero com o corpo e a beleza, sem contar com a infinidade de produtos e áreas do setor de cosméticos voltadas principalmente ao público feminino. E também pelos argumentos de Poran (2002), que tem focado a diferença entre gêneros na experiência de atratividade física, mostrando que o padrão de beleza é muito mais importante para as mulheres do que para os homens. 12 13 Tal termo é aprofundado nas obras de Hassan (1983); Harvey (1992);Hicks (2011). Outros autores que discorrem sobre tal conceito são: Harvey (1992); Bauman (1999); Luke (2001); Bover (2009); Suryaningrum e Anwar (2012). 6 Com o intuito de trazer alguns dados secundários mais objetivos que não é a tônica principal deste trabalho, seguem ainda para efeitos de mostrar a relevância empírica que este trabalho proporcionou, os dados secundários apresentados retratam o setor de cosméticos, visando a melhor compreensão do seu tamanho e de sua importância econômica, a fim de entendermos sua dimensão e complexidade e o quanto ele influencia através de seus produtos, propagandas e referenciais a vida de uma série de pessoas e principalmente das mulheres. Nesse sentido, observa-se que a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos teve um faturamento líquido de imposto sobre vendas de R$ 29,4 bilhões em 2011 (ABIHPEC, 2012). Em relação ao mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos conforme dados da Euromonitor de 2011, o Brasil ocupa a terceira posição. Sendo o primeiro mercado em perfumaria e desodorantes; o segundo em produtos para o cabelo, produtos para higiene oral, masculinos, infantil, proteção solar; o terceiro em produtos cosméticos de maquiagem; o quarto em depilatórios; e o quinto em produtos para pele (ABIHPEC,2012). Essas informações evidenciam a importância do setor de cosméticos do ponto de vista econômico, e mostram que o consumo de cosméticos no Brasil é grande, o que nos credencia a afirmar que o tema consumo de cosméticos e serviços ligados a beleza, é sim relevante e deva ser estudado. Os dados também podem nos remeter a quanto esses produtos são importantes para a vida cotidiana de milhares de brasileiros e nesse sentido compreender como tais pessoas se relacionam com eles, e quais as consequências dessas relações de consumo, o que suscita o interesse para realizarmos tal estudo. Neste momento explicitaremos algumas escolhas realizadas ao longo do estudo. A primeira delas é de pesquisar o consumo de beleza exclusivamente do público feminino. Essa opção aconteceu pelas mulheres serem o público-alvo primário no setor de cosméticos, em virtude do volume consumido, e pela valorização que dão aos benefícios oferecidos, além de que estimuladas pelo clima tropical, vigente na maior parte do ano e em quase todo país, preocupam-se em cuidar do seu corpo e valorizar sua estética, sem contar com o sucesso de mulheres brasileiras como modelos consagradas internacionalmente, criando um padrão muito alto de referência a ser imitado (SEBRAE,2013). 7 O crescimento do consumo de cosméticos no Brasil está relacionado ao aumento do número de mulheres que trabalham fora, entre 1992 e 2012, o aumento do número de mulheres no trabalho formal foi de 157%. Na maioria das vezes elas atuam em funções relacionadas ao atendimento ao público, o que faz que as mulheres busquem estar sempre de bem com a aparência (MUTARI,2013). Outros fatores que destacam a participação dessas mulheres no mercado é o crescimento dos gastos com cosméticos entre as consumidoras da classe C, de 2002 a 2010 passaram de R$ 6 bilhões para R$ 19, 7 bilhões, enquanto que no topo da pirâmide as mulheres aumentaram seu consumo de R$ 12,2 bilhões para R$ 15,8 bilhões. Sendo que 70% das mulheres da classe C acreditam que quem cuida da aparência tem mais chances de sucesso, e 66% buscam realizar refeições mais saudáveis e balanceadas, e 39% buscam emagrecer. Outro destaque é o consumo entre mulheres jovens entre 14 e 19 anos , no qual 60% delas reservam parte de sua mesada ou salário para gastos com maquiagem (SEBRAE,2013). O setor de cosméticos no Brasil cresce mais de 10% ao ano, e as mulheres impulsionam os negócios, pois 79% usam cosméticos diariamente e, mesmo que a participação dos homens neste mercado vem aumentando, as mulheres são fundamentais para o segmento de beleza e cuidados pessoais como destaca o empresário do Grupo Pura Vida Ricardo Prado Filho (REDE MULHER EMPREENDEDORA,2013). Esses argumentos demonstram que tal público, o feminino, são os maiores alvos da indústria de cosméticos, sendo essas as pessoas que mais demonstram interesse pelo tema, consequentemente as que mais consomem e por isso também são cobradas socialmente para estarem de acordo com os padrões e ideais de beleza vigentes. Isso nos mostra o porquê a escolha das mulheres é acertada, pois tal publico são as maiores vítimas da moda e dos rituais de embelezamento ditados pela mídia e disponibilizados pela indústria de beleza através de seus cosméticos e serviços. Além disso, a participação das mulheres cada vez mais efetiva no mercado de trabalho, fez com que elas estejam mais expostas socialmente e convivendo em ambientes competitivos, no qual a construção de sua imagem é importante, e através dos cosméticos e cuidados com beleza elas tem os elementos para melhor se adaptarem a este 8 novo contexto. Sem contar que isto lhes proporciona um aumento em suas rendas que como já mostramos impactou fortemente no crescimento do setor de cosméticos. Para melhor compreender as relações existentes nesta investigação existe a necessidade de buscarmos referentes teóricos nos estudos de consumo pós-modernos, aspectos relacionados à estética, o entendimento de corpo e o conceito de atratividade física, para assim chegarmos ao entendimento de vários aspectos que cercam o fenômeno de consumo feminino de beleza. Com relação a isso, um primeiro fator que podemos suscitar seria a existência de um ideal internalizado de beleza, para ser mais preciso a existências de ideais ou padrões de beleza14 aceitos em determinadas sociedades e culturas. E por que as mulheres buscariam tais padrões de beleza? Para serem mais atrativas fisicamente ou serem aceitas em seus grupos sociais ou ambas as possibilidades. Outro questionamento que poderíamos fazer é: quem influencia as mulheres a buscarem esses ideais e padrões de beleza? A mídia por meio de propagandas e celebridades que referenciam estes padrões, ou outras mulheres do seu convívio social(amigas, parentes e colegas de trabalho) ou o estilo de vida pregado pela sociedade pós-moderna, no qual a imagem tem um papel de destaque e o parecer se sobrepõe ao ser, ou todos esses argumentos conjuntamente. Pensando em um terceiro fator: quais as consequências da busca deste ideal de beleza em diferentes esferas da vida das mulheres? Com relação a sua saúde elas poderiam ter uma melhor saúde por buscarem uma alimentação saudável, manter-se no peso ideal, e fazerem tratamentos preventivos para uma série de problemas e doenças; mas em contrapartida, poderiam ter problemas psicológicos e físicos como: a bulimia, a anorexia e a disformia da imagem corporal por exemplo que são algumas doenças bastante graves que certamente modificariam a vida destas mulheres, por causa desta busca incessante do ideal ou padrão de beleza. A busca dos ideais de beleza também interferem nas relações de trabalho, pois pessoas que atendem tais padrões de beleza tendem a ter carreiras mais promissoras e 14 Alguns autores que reforçam a ideia da existência de um padrão de beleza são: Bañuelos (1994),Mandoki(2003)Brandini(2007),Hamilton, Mintz e Kashubeck-West(2007), Cáceres (2008), Jones(2008),Jackson e Chen (2008),Thompson (2009), Wollek(2011),Herrera e Garrido(2011). 9 bem-sucedidas como evidenciam os estudos de vários autores 15 A busca por uma maior aceitação social também aparece como fator importante e que interfere na autoestima dessas mulheres, pois elas querem se tornar mais atrativas e serem olhadas, referenciadas e elogiadas por seus aspectos estéticos, isto faz com que cada vez mais elas recorram ao consumo de cosméticos e serviços ligados a beleza. Diante da complexidade descrita a respeito da problemática da investigação, ou seja, o consumo de cosméticos e serviços relacionados aos cuidados com a beleza, e todas as relações que tangenciam esse objeto, entendemos que a relevância empírica desse estudo acontece por este objeto estar no cotidiano de um universo enorme de pessoas, e muitas delas lhe dão uma importância significativa em suas vidas, principalmente ao nos referirmos as mulheres como já vimos anteriormente. Além disso, podemos observar que tais mulheres compreendidas como sujeitos pós-modernos são a parte mais frágil, pois, existe uma grande indústria de cosméticos (beleza) que alicerçada pela mídia, que lhe ajuda na criação de estereótipos de beleza e massifica seus padrões, e através dos cosméticos e cuidados ligados à beleza vendem possíveis soluções para as mulheres tentarem se sujeitar a atender aos padrões, sendo que nessa busca podem ocorrer uma série de problemas levando tais pessoas a ter prejuízos físicos, materiais e psicológicos em suas relações diante deste objeto. Assim nos colocamos diante da seguinte problematização. Como se manifesta o discurso das mulheres investigadas no que tange às suas práticas de consumo de beleza materializada em produtos estéticos, bem como às origens das crenças incorporadas de padrões culturais de beleza? 1. 2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Compreender o discurso das mulheres investigadas no que tange às suas práticas de consumo de beleza materializada em produtos estéticos, bem como às origens das crenças incorporadas de padrões culturais de beleza. 1.2.2 Objetivos Específicos 15 Morrow (1990); Johnson, Podratz, Dipboye e Gibbons(2010); Jaeger (2011). 10 – Descrever a narrativa das mulheres sobre as suas práticas de consumo da beleza, com foco maior ao consumo de produtos estéticos – o que consomem, quando, quanto, de que forma, por que. – Compreender a importância das práticas de consumo de beleza e seus rituais no cotidiano das mulheres investigadas. – Identificar no discurso feminino se existe reconhecimento espontâneo da conexão entre suas práticas de consumo com as imposições culturais, tais como a influência da indústria da beleza, da mídia e da atratividade física projetada no outro. – Analisar, no discurso das mulheres pesquisadas, a possibilidade da beleza aparecer como uma imposição ou cobrança da família, do parceiro, do ambiente de trabalho, das redes sociais e das amigas. – Investigar as configurações possíveis de outras crenças associadas ao padrão ideal e a existência de consciência da relação entre essas crenças com as práticas de consumo da beleza. 1.3 ORIGINALIDADE E RELEVÂNCIA DO ESTUDO A construção dos elementos de originalidade do estudo surge a partir da reflexão, durante todo o processo, acerca das conexões não triviais existentes entre as partes do planejamento da pesquisa: epistemologia, contexto de surgimento do problema, teoria que sustenta o problema, objeto/problema de pesquisa e o método. A partir deste momento, passaremos a narrar quais seriam as conexões. As relações que implicam assumir o posicionamento pós-moderno inerente à sociedade do consumo – raras vezes identificado nos estudos de influência norte-americana sobre o tema – constituem por si só em um elemento diferencial. Além disto, estudos relacionados ao consumo de beleza, atratividade, imagem corporal estão relacionados na maioria das vezes a verificações meramente quantitativas sem maiores reflexões interpretativas. Dentre os fatores não triviais neste estudo podemos afirmar que foram utilizadas técnicas de pesquisa qualitativa na área de consumo, pois no mainstream dos estudos de mercado e consumo, principalmente os advindos da escola estadunidense proeminente nesta área, estão os estudos baseados sob uma ótica funcionalista, no qual se destacam os métodos 11 quantitativos para mensurar as percepções dos consumidores sobre uma série de fatores. E também a utilização de estudos sobre o consumo pós-moderno associada a uma ótica pósmoderna, dando uma perspectiva de enfoque diferente ao objeto estudado. Outro fator incomum é o de olhar o consumo de beleza a partir de um contexto da sociedade de consumo, principalmente estudos empíricos que contenham este tipo de enfoque, ou seja, a associação entre consumo de beleza e sociedade de consumo não são triviais aos estudos de consumo no Brasil. Também se pode destacar a compreensão da relação existente entre o consumo de beleza e as características pós-modernas. Isso se confirma ao associar tal consumo às características pós-modernas. Por exemplo, a hiper-realidade, que é entendida por Alveson e Deetz (2010) como a substituição do mundo real em que as simulações têm precedência sobre a ordem social contemporânea, está presente com toda tecnologia alinhada à estética (silicones, cirurgias reparadoras). Os corpos não são mais reais ou “naturais”. Já o pastiche, que segundo Jameson (2006) caracteriza-se pela imitação ridicularizada, está presente quando as pessoas reconstroem seus corpos baseados em referências como celebridades, nariz de um, boca de outro, cabelo igual de outro ainda, ou seja, fazendo uma bricolagem no seu próprio corpo, sem contar com as tatuagens pintadas nos corpos que também alteram sua natureza. Outro ponto seria o sujeito fragmentado e inseguro que busca na beleza seu alicerce sua identificação e aceitação no seu grupo social, na intenção de ser atrativo, estar no padrão. A inter-relação de alguns temas como a relação entre mídia, padrão de beleza incitando o consumo e a mercantilização da beleza é pouco utilizada, pois tais temas são encontrados separadamente em pesquisas. Inicialmente, parte-se da ideia que existe um padrão de beleza feminino global, como afirmam alguns autores. E que a mídia aparece como um influenciador e ditador deste padrão, levando, principalmente, as mulheres a buscarem a obtenção desses padrões, que podem ser, na maioria das vezes, irreais ou inatingíveis, por meio do consumo de bens ou serviços ligados a beleza. A mercantilização da beleza encontra eco em alguns fatores como: o excessivo culto da saúde e da forma, na busca da beleza a qualquer preço, no consumo excessivo de medicamentos e de psicotrópicos, na corrida aos 12 regimes e na busca pela alimentação sadia, na difusão de academias e centros estéticos, e na popularização das cirurgias plásticas. Como contribuições metodológicas podemos citar que o método utilizado para a investigação desta pesquisa também difere dos métodos utilizados nos estudos organizacionais e de consumo brasileiros, que é o Grupo de Discussão(GD) que, segundo Pereda, Prada, Actis e Ortí (2010), é uma prática reflexiva em busca de compreender a importância da realidade social dos grupos por meio das características de seus discursos, colocando-os em relação aos seus contextos de produção, processo que só pode se realizar através da interpretação. Tal conceito fundamenta-se na linha da escola formada por Jesús Ibáñez, Ángel de Lucas, Alfonso Ortí e Luis Enrique Alonso. Desta forma o grupo de discussão é uma técnica mais próxima do discurso informal ou espontâneo, que é onde tem lugar os conflitos sociais (CALLEJO, 2002), e também é apresentado como diferencial do estudo, pois, no Brasil, existe um estudo metodológico-teórico sobre esta prática de pesquisa associada à Tradição da Pesquisa Social Qualitativa na Espanha, publicado por Godoi (2013). Entretanto, ainda não existem estudos teórico empírico utilizando o Grupo de Discussão (GD) como prática de pesquisa no campo organizacional brasileiro. E a Análise Sociológica do Discurso (ASD) também com origem na Espanha com continuidade no Grupo de Estudos em Comportamento Organizacional e Métodos de Pesquisa (GECOMP) no qual vários projetos e pesquisadores desenvolvem estudos utilizando tal método. Sendo que a utilização do Grupo de Discussão como forma de coleta de dados para aplicação de análises utilizando-se da ASD, também se configura algo realizado pela primeira vez em um trabalho empírico dentro dos estudos organizacionais brasileiros. Dessa forma, podemos mencionar que neste estudo trabalharemos com uma linha qualitativa enfatizando a Análise Sociológica do Discurso (ASD), por meio da utilização de Grupos de Discussão (GD), buscando compreender como e qual a importância do consumo de produtos e serviços de beleza. O método do Grupo de Discussão também aparece como uma contribuição para este trabalho, pois trata-se de um método espanhol, ainda sem referências em pesquisas empíricas nos estudos organizacionais brasileiros. Trazendo assim uma forma particular de coleta dos dados e toda uma maneira diferente de definição de parâmetros para a 13 escolha dos desenhos desses grupos, e a análise do discurso do grupo passa continuamente do espaço empírico ao espaço teórico e vice-versa como comenta Ibañez (2003). O método de análise do discurso utiliza a análise dos sistemas sociológicos do discurso, apesar de já utilizada no Brasil nos estudos de Godoi, Coelho e Serrano (2014), foi utilizado pela primeira vez no Brasil para estudos na área de consumo e para avaliar o discurso de grupos. Dentre as contribuições teóricas deste estudo está em olhar o fenômeno de consumo sob uma ótica pós-moderna, centrada nos estudos de consumo pós-moderno, pouco comum nos estudos de consumo brasileiros. Também busca realizar uma contextualização e entendimento da atual sociedade de consumo contemporânea, muitas vezes negligenciadas nos estudos organizacionais. Neste sentido, tem como proposta contribuir para os estudos de consumo brasileiros que pouco se aprofundam nessas epistemes, teorias e contextualizações. Além das teorias que emergirão dos discursos que servirão para avaliarmos quão o consumo de cosméticos e serviços de cuidados ligados a beleza impactam na vida dessas mulheres comuns da sociedade brasileira e o quão tais práticas já estão naturalizadas em suas práticas e aceitas nas suas culturas e grupos sociais. Dentre eles podemos destacar: a existência de padrões e ideais de beleza culturalmente consolidados e aceitos; o ambiente de trabalho como um importante desencadeador do aumento das relações de consumo e cuidados com beleza; a cobrança social exercida para tais mulheres estarem de acordo com os padrões e ideais de beleza vigentes; a importância dos rituais de embelezamentos diários que apesar de serem sacrificantes são ao mesmo tempo prazerosos devido aos seus resultados; a mídia principalmente televisão e internet que trazem informações sobre cosméticos, padrões, comportamentos, referências, rituais e serviços relacionados aos cuidados com a beleza.; e todas as distorções e exageros presentes nos comportamentos em relação aos cuidados e consumo de beleza que podem ser refletidas em doenças físicas e psicológicas, decorrentes de não se atingir aos padrões de beleza vigentes e assim se sentir excluída socialmente. Apesar do consumo de beleza estar presente na vida de todos os indivíduos, são as mulheres as maiores vítimas de tais seduções e apelos. Isto pode ser explicado pelo fato da beleza culturalmente estar intimamente ligada à feminilidade. Isso também fica visível ao percebemos que a ampla oferta de bens e serviços ligados à beleza é dedicada às mulheres, 14 sendo estas também as maiores consumidoras do setor. Nesse sentido a contribuição deste trabalho está na compreensão de como estas mulheres que são as maiores consumidoras, percebem a importância de consumir bens e serviços ligados à beleza, e quais são suas motivações para despenderem tempo, dinheiro e sacrifícios buscando atingir os ideais e padrões de beleza, determinados principalmente pela mídia. Além de propor uma reflexão sobre supervalorização da busca de padrões estéticos, que podem ocasionar doenças físico psicológicas graves, e mesmo problemas de aceitação social pelas pessoas, acabando por se sentirem excluídas dos grupos sociais quando não atingirem os padrões estéticos. A presença de comportamentos como o consumismo também poderão contribuir para um melhor entendimento de como o objeto estudado é extremamente complexo, e nos fazer refletir sobre o quão tal comportamento pode ser danoso à vida destas mulheres. Como relevância social do estudo podemos entender a reflexão sobre a imposição do consumo que é exercido principalmente nas sociedades pós-modernas ocidentais auxiliados pela mídia que impõe padrões e ideais de beleza principalmente para as mulheres, o que pode gerar 15 2 CONHECENDO A PÓS-MODERNIDADE Neste capítulo, refletiremos a respeito da sociedade pós-moderna e dos indivíduos pertencentes a ela. A partir disto, veremos como o paradigma e o entendimento de mundo estão relacionados e influenciam o objeto deste estudo que seriam principalmente a beleza, seus cuidados e o consumo inserido em seu contexto. 2.1 REFLEXÕES A RESPEITO DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA Iniciaremos abordando os termos pós-moderno, pós-modernismo e pós-modernidade. Independente das inúmeras diferenças estabelecidas entre estas expressões por diversos autores, o que aqui pretendemos é unificá-las, buscando apenas a uma oposição epistemológica e de época em relação à modernidade e a seu projeto racional positivista. Modernidade esta que, em busca de ordem e progresso científico e tecnológico, não cabe mais para descrevermos a sociedade contemporânea. Na sequência veremos várias concepções da noção de pós-modernidade. Os termos pós-moderno, pós-modernismo e pós-modernidade têm sido utilizados e abusados em várias áreas como: arquitetura, teoria literária, política, filosofia, psicologia, sociologia, teologia, geografia, história, economia, antropologia, estudos de mídia e jurisprudências (BROWN, 1993). Para Yuksel e Mirza (2010) o pós-modernismo é um termo aplicado a um amplo conjunto de apontamentos desenvolvidos na teoria crítica, filosofia, arquitetura, arte, literatura e cultura, sendo caracterizado como uma emergente reação ao modernismo. O pós-modernismo pode ser explicado por três componentes: a incerteza, a ironia e a hiper-realidade (LIN, 2011). Jameson (2006) levanta que o pós-modernismo como uma ideologia, no entanto, é mais bem compreendido como um sintoma das mudanças estruturais mais profundas na nossa sociedade em sua cultura como um todo ou, em outras palavras, no modo de produção. Segundo Scott (1992), o pós-modernismo e o pós-moderno são termos utilizados para descrever uma filosofia, uma estética e as condições de vida de certo período da história, se caracterizando pela ironia, paródia, alusões, mímicas, formal autoconsciência, fragmentações, repetições e misturas de formas e estilos. Featherstone (1990) aponta que o termo pós-modernismo baseia-se na negação do moderno, um abandono, uma ruptura ou um 16 distanciamento perceptível face às características determinantes do moderno, com forte ênfase no sentido do afastamento relativo entre ambos. Para Johnstone (1987), o termo pósmodernismo tem adquirido fluência, sem ter tido um consenso quanto ao seu significado ou sua legitimidade. Neste sentido o autor propõe três categorias de acordo com as diferentes versões do pós-modernismo: a literária /estética pós-moderna; pós-modernismo históricocultural; e uma teoria pós-moderna. Segundo Bover (2009), a pós-modernidade promove uma nova forma de estruturação psíquica caracterizada por um sistema sociocultural que vai perdendo sua capacidade de fazer referências simbólicas. Sendo uma época dominada pela imagem, e tendo um discurso dominante definido por uma ruptura com o tempo histórico. Não há precisão sobre o tempo de existência da pós-modernidade. Não há acordo sobre datas, nem consenso sobre o que deve ser datado, como assinalam Bauman (1999) e Anderson (1999), ainda que Harvey (1992) tente situar sua primeira aparição no mundo hispânico, na década de 1930. Sequer a entrada do nosso mundo na modernidade é fixada sem humor, tal como relata Dufour (2000, p. 30), a imprecisão de Braudel: em algum lugar entre 1400 e 1800. Alonso (2012) considera que o pós-modernismo veio para acabar com a ditadura do racionalismo e funcionalismo centrais no pensamento moderno, assim como a fé no progresso, na técnica e na história linear e substitui toda esta síndrome de convenções e instituições naturalizadas pelo pensamento normalizador ocidental, por uma nova sensibilidade baseada no ecletismo, na ironia, no ameno, no débil, no hipercomplexo, no mínimo e, sobretudo pela ausência de toda pretensão de encontrar uma razão que possa ser definida fora do relativismo mais extremo. Já Azevedo (2011) afirma que o chamado tempo pós-moderno tem como sua grande marca a pluralidade, e uma sociedade altamente pluralista e carregada de superficialidade e vacuidade. Quantidades enormes de opções para o mesmo produto são colocadas à mostra como em um grande supermercado, cabendo ao indivíduo escolher a oportunidade que mais lhe agrada. Rejeitando a ideia de progresso, o pós-modernismo abandona todo o sentido de continuidade e memória histórica, enquanto desenvolve uma incrível capacidade de pilhar a história e absorver tudo o que nela classifica como aspecto do presente (HARVEY, 1992). O pós-modernismo não pode ser pensado como um modo de análise crítica e revelador de 17 ironias, intertextualidades, e paradoxos. As tentativas para imaginar uma teoria de sociedade pós-moderna ou para delinear o papel do pós-modernismo na ordem social, são essencialmente esforços vãos de totalização e sistematização (FEATHERSTONE, 1990). As influências econômicas e culturais do ocidente sobre o resto do mundo indicam tendências pós-modernas em nível global. Estudos pós-modernos e as possibilidades de influência no marketing e nas organizações podem ser observados como um fenômeno específico (FIRAT, 1992). A hegemonia de um discurso pós-moderno na intelectualidade envolve o uso de termos como: mudança, complexo e novo; e frequentemente tal discurso está associado às pesquisas de consumo com um enfoque naturalista e interpretativista (BROWN, 1993). Hassan (1983) descreve que os tempos pós-modernos são marcados pelo dissenso na cultura da sociedade ocidental, tais tempos são marcados pela indeterminação que evocam: a heterodoxidade, pluralismo, ecletismo, revolta e deformação, desintegração, desconstrução, descontinuidade, decomposição, desmistificação, deslegitimação e destotalização. A explosão da população humana e o atendimento da urbanização da existência aumenta a densidade intelectual do planeta, ampliando as necessidades da mente sem interações físicas, levando a interação de argumentos diferentes gerando a discórdia na sociedade que encoraja o sincretismo da cultura e o pastiche dos estilos. E a mídia apresenta um papel difuso na forma de apresentar suas linguagens para os indivíduos na sociedade que avança com o capitalismo. Firat e Venkatesh (1995) discorrem que o pós-modernismo tem como pontos centrais as ideias de cultura, linguagem, estética, narrativas, modos simbólicos, expressões literárias e significados, sendo que tais fatores apresentam-se como ilusórios e ficcionais, argumentando que as práticas da vida diária são descontínuas, plurais, caóticas, instáveis, com mudanças constantes, fluida e paradoxa, que melhor definem a condição humana. O pós-modernismo também rejeita a rigidez das fronteiras das disciplinas, aceitando o ecletismo de pensamentos e práticas. A flexibilidade pós-modernista para Harvey (1992) é dominada pela ficção, pela fantasia, pelo imaterial, pelo capital fictício, pelas imagens, pela efemeridade, pelo acaso e pela flexibilidade em técnicas de produção, mercados de trabalho e nichos de consumo; no entanto, ela também personifica fortes compromissos com o ser e com o lugar, para a política 18 carismática, preocupações com a ontologia e instituições estáveis favorecidas pelo neoconservadorismo. Na prática pós-moderna, a liberdade se reduz à opção de consumo. Para desfrutá-la, é preciso antes de mais nada ser um consumidor. E o mercado vê com simpatia o choque entre as identidades coletivas comunitariamente administradas, com as ideias de estilos de vida individualmente escolhidos (BAUMAN, 1999). Para Jameson (2006), o pós-modernismo está intimamente relacionado ao surgimento do capitalismo tardio de consumo ou capitalismo multinacional. Azevedo (2011) reforça esta ideia quando aponta que a sociedade pós-moderna tem a mídia como seu maior e mais eficaz instrumento de comunicação e de manipulação, o que gera, consequentemente, uma sociedade altamente consumidora, sobretudo de imagens. Na concepção de Eagleton (1998), o pós-modernismo costuma deixar de reconhecer que o que funciona no nível da ideologia nem sempre funciona no nível de mercado. Se o sistema necessita de um sujeito autônomo no tribunal de justiça ou na cabine de votação; na mídia e nos shopping centers esse sujeito de quase nada lhe serve. Nestes setores pluralidade, desejo, fragmentação e congêneres são essenciais para se atingir tal modo de vida. Nooteboom (1992) complementa que o campo de ideias do pensamento pós-moderno ajuda a melhor compreender os mercados, em particular o dinamismo existente entre as firmas e o ambiente. O pós-modernismo tem especial valor por reconhecer as múltiplas formas de alteridade que emergem das diferenças de subjetividade, de gênero e sexualidade, de raça, de classe, temporal e de localizações e deslocamentos geográficos espaciais e temporais, além de imitar as práticas sociais, econômicas e políticas da sociedade (HARVEY, 1992). Elementos do conhecimento pós-moderno são introduzidos por Hassard (1994) que são: a representação, que consiste em descobrir a ordem genuína das coisas que pode ser considerado ingênuo e equivocado; a reflexividade, habilidade de ser crítico nas suposições intelectuais; a escrita, linguagem vista como independente do mundo real objetivo; a diferenciação consiste em refletir, mas não capturar o processo de desconstrução; a descentralização do sujeito mostra por meio de uma visão logocêntrica do agente humano representando holisticamente e claramente o universo cognitivo. 19 Na visão de Hicks (2011), os debates pós-modernos exibem uma natureza paradoxal. Todos professam, por um lado, os temas abstratos do relativismo e do igualitarismo. Esses temas assumem formas éticas e epistemológicas. A objetividade é um mito, não existe verdade, nenhuma maneira certa de interpretar a natureza ou um texto. Todas as interpretações são igualmente válidas. Os valores são produtos socialmente subjetivos. Culturalmente falando não há valores em nenhum grupo que mereça crédito especial. O universo da sedução, descreve Baudrillard (2002), representa radicalmente o contrário do universo da produção. Não se trata de fazer surgir às coisas, de fabricá-las e produzi-las para um mundo de valor e sim seduzi-las, desviando desse valor, portanto de sua identidade e sua realidade, para levar ao jogo das aparências e do intercâmbio simbólico. A sociedade pós-moderna identifica no dinheiro um meio técnico para reduzir sua complexidade, até por não conhecer outro tipo de intercâmbio além do econômico (CAPDEQUI, 2005). Desta forma os alimentos que cozinhamos, a roupas que usamos, os livros que lemos, os bares que frequentamos e o lugar onde vivemos são exemplos que ilustram como o modo de consumo pode ser utilizado de forma não verbal para comunicar nossas identidades. Forma esta que pode ter um impacto maior, visto que por meio do consumo dizemos coisas que não ousaríamos verbalizar entre estranhos (PEREIRA; AYROSA, 2012). Outra característica que descreve o radical desenvolvimento da sociedade pós-moderna é a hiper-realidade que se refere para a condição da pós-modernidade, em que sinais, imagens ou modelos não estão associados a fatos ou realidades aparentes materiais e objetivas ou idealmente romântica, e sim a uma realidade distorcida, escondida ou criada (SURYANINGRUM; ANWAR, 2012). Alonso (2012) trata o pós-modernismo como um movimento fundamentalmente estético, que converteu o pensamento central da sociedade ocidental atual, e caracterizou-se como elitista, niilista e apocalíptico, sendo complementado pelo mais agressivo neoliberalismo economicista e mercantilizador, até se converter em uma espécie de adorno formal do individualismo proprietário atual. O debate que foca a natureza do discurso e o papel dos sistemas sociais é apresentado por Cooper e Burrel (1988) com o discurso pós-modernista que analisa a vida social em termos dos paradoxos e da indeterminação, por meio da rejeição do agente humano como 20 centro de um controle racional e de compreensão. Além disto, Boisot e McKelvey (2010) declaram que as estratégias pós-modernas problematizam o relacionamento dos atores observados no fenômeno que tem na linguagem a sua mediação. Na visão de Wiess (2000), os pós-modernistas adotam o relativismo filosófico, e compreendem que a verdade é meramente subjetiva, sendo relativa a cada circunstância. Este fato nos leva a aumentar compreensão de organização, examinando rotas filosóficas e históricas para o campo de pesquisa. Hicks (2011) corrobora que os elementos mais importantes da trajetória pós-modernista são o profundo ceticismo quanto à razão e o subjetivismo e relativismo que dele decorrem. Alastuey (2003) coloca também o subjetivismo, a autenticidade, a emoção como fatores de destaque do universo pós-moderno. A perspectiva pós-moderna está presente por meio de uma análise da experiência estética de consumo da vida cotidiana, provocando insights da realidade social para a compreensão deste contexto estético (CHARTERS, 2006). Baudrillard (2002) indica que na era pós-moderna o virtual se opõe ao real, mas sua repentina emergência se ampara nas novas tecnologias, que oferecem a sensação de dissipação e fim. Assim o real tem sido uma forma de simulação, portanto não existe. E o virtual é uma hipérbole da tendência de passar do simbólico ao real, que seria um grau zero, abarcando a noção de hiper-realidade. Para Harvey (1992) o pós-modernismo caracteriza-se pela sua total aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico presente na vida contemporânea, bem como da perda de referências do passado. O autor também destaca que uma importante consequência do pensamento pós-moderno foi acentuar a volatilidade e efemeridade de modas, produtos, técnicas de produção, processos de trabalho, ideias e ideologias, valores e práticas estabelecidas. Esta consequência traz a sensação de que tudo que é sólido se desmancha no ar, enfatizando valores e virtudes de instantaneidade e da descartabilidade. Luke (2001) destaca a pós-modernidade por analisar e interpretar esta nova condição histórico geográfica, político-econômica e ético-cultural, caracterizada pelos negócios globais e pela alta tecnologia que encontra uma nova operação compreendida por algoritmos que integram indivíduos e grupos na proliferação dos espaços mundiais do capital transnacional. 21 2.2 DESVENDANDO O TAL INDIVÍDUO PÓS-MODERNO Neste subcapítulo traremos as relações dos indivíduos diante da sociedade pósmoderna que foi amplamente descrita no subcapítulo anterior. Buscando compreender como os indivíduos se relacionam com esta tal sociedade pós-moderna. Os indivíduos no mundo pós-moderno são multifacetados com identidades conflitantes, necessidades e comportamentos relativos a estas identidades. Para o pós-modernismo, cada indivíduo é único diferente dos outros, e não endossa a unificação das culturas via globalização e reconhece as complexas diferenças culturais das sociedades (YUKSEL; MIRZA, 2010). O entendimento de indivíduo pós-moderno, descrito por Silva, Galhardo e Torres (2011), pode ser traduzido no culto da personalização, no fascínio por si próprio e na constante busca do prazer imaginado, com foco nas necessidades, nos desejos e na representação social de si mesmo. Este indivíduo procura incessantemente o seu lugar no mundo por meio dos objetos, alimentado pelo discurso do espelho mágico que é a publicidade e pelas suas próprias aspirações. O consumo surge como atividade principal e decisiva para o indivíduo pós-moderno (RYAN; MCLOUGHLIN; KEATING, 2006). O conceito de sujeito tem papel central na compreensão do comportamento de consumo, conforme afirma Joy;Sherry Jr.;Troilo e Deschenes(2010) pois, envolve a construção da identidade como preocupação central para cada indivíduo, por meio do uso de produtos, ideias, pessoas e objetos. Esta identidade tem sido vista num nível individual, bem como também trabalhada num nível de interdependência, e, isto é geralmente aceito nas culturas que devem enfatizar um ou outro. O sujeito pós-moderno é conceituado por Hall (2006) como alguém que não tem uma identidade fixa ou permanente, e que é transformado pelos sistemas culturais que nos rodeiam. Esta noção também é apresentada por Firat e Venkatesh (1995) como sendo a versão mais plausível da realidade, que ameaça o entendimento de sujeito centrado e unificado, e traz à tona o sujeito descentrado e fragmentado. Para Maffesoli (2006) o sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, que não são unificadas em um “eu” coerente. Tal visão é reforçada com a característica de sociabilidade, na qual a pessoa representa papéis, tanto dentro de sua atividade profissional quanto no seio das diversas tribos que participa. Este 22 sujeito pós-moderno é aquele que o corpo se integra na sua identidade, sendo este uma das preocupações mais recorrentes do pensamento pós-moderno (EAGLETON, 1998). O indivíduo é responsável pelos seus méritos e fracassos, sendo sua tarefa cultivar os méritos e reparar os fracassos (BAUMAN, 2009). Para Simmel, trata-se de um sujeito dotado de uma nova cultura, afetado pela fragmentação da vida nas cidades, marcado pela técnica e mediado pela mercantilização (MARINAS, 2000).Nestes parágrafos iniciais são descritas as características deste sujeito como fragmentado e multifacetado e o consumo será uma das formas de tentar construir sua identidade. Diante de uma época de desencanto com os valores modernos, sobretudo pela aparição de consequências não desejadas: guerras, genocídios, pobreza, terrorismo, destruição do ecossistema, xenofobia e o excessivo individualismo (AMORES, 2005). O individualismo então aparece como a moral do nosso tempo (BÉJAR, 1989). Ryan; Mcloughlin e Keating (2006) mostram um olhar tardio sobre o individualismo moderno como definição da identidade pós-moderna, e outro olhar sobre o tribalismo pós-moderno definindo a condição identitária em um mundo pós-moderno. Segundo Lipovetsky (2004) o apogeu do individualismo pós-moralista coincide, certamente, com a ascensão dos prazeres privados e das preocupações lancinantes do eu, mas, paradoxalmente, em paralelo com a vontade de ajuda mútua, sem obrigações, sem coerções, livremente, sem exigência de regularidade e disciplina. O autor complementa que a cultura pós-moderna e pós-moralista, com sua valorização do dinheiro e da liberdade individual, estimula o movimento na direção do primeiro eu, na medida em que dissolve a força dos mandamentos éticos inflexíveis, a força das instâncias tradicionais da socialização. Essa cultura individualista que cria um terreno mais permissivo à ultrapassagem de barreiras morais tende a relativizar, banalizar e desculpabilizar certas fraudes. Béjar (1989) coloca que as principais dimensões do individualismo podem ser encontradas no culto ao corpo e na ascensão do valor social do esporte. O processo de constituição do indivíduo pós-moderno representa em todos os domínios, a paixão comunitária. Trata-se do que Maffesoli (2006, p. 15) denomina de a saturação do sujeito, subjetividade de massa, ou ainda de narcisismo de grupo. A história da 23 filosofia ocidental, narrada por Dufour (2000); Eagleton (1998) é, de um modo geral, a narrativa desse sujeito completamente autônomo, ao contrário do sujeito disperso, dividido da ortodoxia pós-moderna recente. Surge aqui novamente a dicotomia clássica, reforçada também pela psicanálise, entre indivíduo (autônomo) e sujeito (dividido). O sujeito pósmoderno aproxima-se, então, do sujeito dividido, fragmentado da psicanálise. É preciso considerar que essa cisão do sujeito – provocada pelo recalque – já era constitutiva do sujeito moderno freudiano. Cabe lembrar também que a tradição liberal não tem necessidade alguma de postular um individualismo ontológico. Apesar de ser esta uma discussão epistemológica, conforme Dufour (2000), qualquer liberal razoavelmente sofisticado pode concordar que o sujeito é culturalmente construído e historicamente condicionado. A visão do sujeito pós-modernista assume o interesse pelo corpo que combina muito bem a desconfiança pós-moderna em relação às grandes narrativas, assim como a paixão do pragmatismo concreto, como afirma Eagleton (1998). O autor complementa que, apesar do corpo nos dar pouca certeza sensorial em um mundo cada vez mais abstrato, ele também serve como instrumento para a paixão dos intelectuais pela complexidade. Bauman (2009) coloca que paradoxalmente a individualidade se refere ao espírito de grupo e precisa ser imposta por um conjunto. Ser um indivíduo significa ser igual a todos no grupo, na verdade idêntico aos demais. Os indivíduos buscam desesperadamente sua individualidade, não há escassez de auxílios, consagrados ou autoproclamados, que se mostrarão totalmente dispostos a nos guiar pelos calabouços sombrios de nossas almas, onde os nossos autênticos “eus” permanecem supostamente aprisionados, lutando para escapar em busca da luz. Na pós-modernidade a tecnologia e a mídia são o verdadeiro sustentáculo da função epistemológica, o qual explica toda mutação na produção cultural. Diante da sociedade de imagens, na qual os sujeitos estão expostos a um bombardeio de imagens todos os dias, começam a viver uma relação muito diferente com o espaço e o tempo, com a experiência existencial, assim como com o consumo cultural (JAMESON, 2006). Os laços se tornam virtuais, a ânsia de estimular o consumo transforma as propagandas em apelos fetichistas e sexistas, levando o indivíduo contemporâneo a uma espécie de sonambulismo, sem saber até 24 onde é sonho e até que ponto é realidade. O homem isolado, ansioso para saciar seus desejos de consumo que já misturam com desejos da libido, se torna alvo fácil dos sistemas escorregadios do mercado (EIDT, 2011). Para Fox, Cooper e Martinez (1992) várias esferas e camadas da condição pós-moderna questionam tanto organizações como indivíduos. O que é identidade, cultura, individualidade, agência, personalidade, contrato legal, contrato social, soberania, a noção de estado, interação, transação, comunicação, troca, representação política, valores fundamentais, o preço da arte, posse, propriedade, liberdade, racionalidade, insanidade, paixão, esquizofrenia? Para Harvey (1992), no pós-modernismo já não se pode conceber o indivíduo alienado no sentido marxista clássico, porque ser alienado pressupõe um sentido de eu coerente, e não fragmentado, do qual se alienar. Mas o pós-modernismo descarta tal possibilidade ao concentrar-se nas circunstâncias esquizofrênicas induzidas pela fragmentação e por todas as instabilidades que nos impedem até mesmo de representar coerentemente, para não falar de conceber estratégias para produzir, algum futuro radicalmente diferente. A diferença é marcadamente uma das características da sociedade da modernidade tardia apresentada por Hall (2006) que, atravessadas por diferentes divisões e antagonismos sociais, produzem uma variedade de posições de sujeitos, isto é, identidades para os indivíduos. Os argumentos da teoria pós-moderna e a pretensão de inaugurar um novo indivíduo postulam a relativização da perspectiva de consciência política, e vulgariza não somente a ideia de razão, como também banaliza e deprecia o que de conflitante existe na história da humanidade, a estrutura de dominação existente (ZANOLLA, 2003). A moral pós-moderna é a dos encantamentos, das operações de mídia essencialmente dirigidas a um ponto específico, circunstanciais e emocionais (LIPOVETSKY, 2004). Nooteboom (1992) levanta que a ideia básica da pós-modernidade reside em que: o indivíduo não tem consciência autônoma, mas necessita de uma interação comunicativa com os outros para desenvolver sua identidade ; os significados não são dados antes da comunicação, mas surgem a partir dela e são dependentes do contexto; que não há o universal e permanente, mas sim o local e temporário de significado do consenso das regras do jogo e continuamente quebram e deslocam o processo de diferenciação e mudança. 25 A criação de identidade envolve a orientação estética dos indivíduos, que para Venkatesh e Meamber (2008), permitem expressar o que eles são, e para as afiliações comunicativas com os outros. Deste modo, o consumo pode ser posicionado como um tema estético, utilizando da estética para construir e comunicar através de experiências personalizadas envolvendo o consumo de arte e de objetos do cotidiano. Estudos contemporâneos mostram que o ambiente corrente é de difícil negociação para os jovens em face às incertezas em suas vidas. Isto acontece particularmente pelos jovens buscarem estabelecer identidades independentes, criarem sua independência de moradia e entrar no concorrido mercado de trabalho (LINDSAY, 2004). A construção de uma identidade envolve como as pessoas pensam seus papéis sociais, indivíduos começam a formar identidades psicossociais associando o indivíduo psicológico com os papéis sociais e representações culturais, indivíduos se articulam a compreensão de uma narrativa identitária conforme descreva Savickas (2012). Bauman e May (2010) afirmam que os indivíduos para buscar suas identidades se juntam em neotribos orientadas pelo consumo que possuem formas de controle heterogêneas, e não se dedicam a monitorar os graus de conformidade no plano coletivo. Assim, os indivíduos podem vaguear livremente de uma neotribo para outra, mudando de roupa, redecorando seu apartamento ou frequentado outros lugares no seu tempo livre. As neotribos são na essência estilos de vida, e estes se relacionam a estilos de consumo. Desta forma se viu que o sujeito pós-moderno é marcadamente individualista, porém está incessantemente buscando aceitação social em suas tribos, que certamente tem no consumo uma das formas mais evidentes de associação. Esta ideia se faz presente quando Ibañez (2003) considera que a sociedade de consumo não inventou os grupos e o acoplamento dos sujeitos individuais na ordem social, o componente libidinal deste vínculo social sempre foi grupal, e sempre tem consistido na captação dos fantasmas individuais por um aparato grupal. No entanto, é a primeira vez que este acoplamento grupal é manipulado conscientemente. 26 3 BUSCANDO O ENTENDIMENTO SOBRE CONSUMO E CONSUMISMO Neste capítulo, exploraremos aspectos teóricos e conceituais que circundam as relações de consumo, e sua face hiperbólica que é o consumismo. Neste sentido, buscaremos suporte no entendimento do consumo pós-moderno e em elementos relativos ao consumismo. 3.1 O CONSUMO PÓS-MODERNO Falar sobre o consumo pós-moderno é fundamental quando se quer contextualizar a sociedade em que vivemos, pois, tal fenômeno sem dúvida alguma, é o cerne das atividades do homem contemporâneo e uma das principais formas de se relacionar com o mundo exterior, buscando construir sua própria identidade. Para Burton (2001), a literatura pós-moderna está repleta de referências com significados sociais e culturais das compras e dos sites de compras como grandes templos do consumo nas sociedades avançadas. Em face de expansão do consumo de massa na sociedade pós-moderna, estudos contemporâneos dão suporte à natureza diversa da construção do consumo por status (CHAUDHURI; MAJUNDAR, 2006). O estudo das práticas mundanas de consumo tem sido muito menos reflexivo do que o interesse na pós-modernidade, o que ocorre acerca do mesmo período, mas é muito mais radical nas consequências para esta disciplina (MILLER, 1995). O consumo surge como sistema que assegura a ordenação dos signos e a integração do grupo; constitui simultaneamente uma moral e um sistema de comunicação ou estrutura de permuta, sendo que a função social ultrapassa os indivíduos e a eles impõe coações sociais inconscientes (BAUDRILARD, 2010). Cooper, McLoughlin e Keating (2005) declaram que essencialmente o valor da ligação social de consumo é o mais importante elemento da sociedade pós-moderna, e alguns múltiplos e mutantes microgrupos representam uma faceta crítica da sociedade, a tribo pósmoderna, tendo esta sociedade pós-moderna como fator fundamental o aumento dos papéis dos consumidores, devido aos avanços tecnológicos de produção. O domínio da sociologia do consumo trabalha diretamente com três variáveis como citam Nicósia e Mayer (1976), estas são: os valores culturais; as instituições e suas normas; e as atividades de consumo. Torna-se possível a relação interativa em tais classes de variáveis. Neste ínterim, as escolhas de consumo são determinadas por circunstancias materiais, diferenças étnicas, de gênero, classe 27 e grupo etário, sendo interpretadas frequentemente com estórias particulares e locais por causa dos seus diferenciais de recursos, e competências sociais e de mobilidade como afirmam Williams et al. (2001).Nesse sentido, Virbalis (2011) afirma que o culto ao consumo na sociedade pós-moderna tem se tornado mais importante do que outras atividades como: trabalho, religião ou política, sendo ele orientado ao prazer e a satisfação. E sem dúvida os objetos de consumo unem sua função material a uma função social, modificando os hábitos de consumo que tem repercutido nas transformações de aspectos transcendentais de nossas vidas (SEÑÁN, 2007). O consumo é uma ferramenta contemporânea para recriar comunidades na sociedade pós-moderna, e o papel do produto no contexto pós-moderno não é mais funcional e sim é um link de valores entre indivíduos e sociedade (MITCHELL; IMRIE, 2011). E o fenômeno de consumo a partir de uma perspectiva pós-moderna se caracteriza pela hiper-realidade, fragmentação, produção e consumo reverso, paradoxo de justaposição de opostos. Partindo desses fatores, os consumidores se engajam em uma série de atos, produzindo significados que elevam o consumo para além do objeto, trazendo um universo simbólico e experiencial que proporciona um ambiente onde a oposição entre alta arte e consumo mundano coexiste e é justaposta (KNIAZEVA; VENKATESH, 2007). Baudrillard (2010) acredita que a verdade do consumo reside no fato de ela não ser função de prazer, mas função de produção, e, portanto, tal como acontece com a produção material, função que não é individual, mas imediata e totalmente coletiva. O consumidor pós-moderno é um indivíduo reflexivo que consome signos para recriar identidades individuais que não são fixas, mas demonstram sua autoimagem momentânea (BURTON, 2001). Tatzel (2003) considera que a tarefa dos consumidores é encontrar um caminho por meio do conflito puxar, empurrar e trazer termos como dinheiro e posses. Buscando descrever a diversidade dos estilos de consumo em termos da disposição de dinheiro e do materialismo. Todo discurso, profano ou científico, acerca do consumo articula-se na sequência mitológica de um conto no qual um homem dotado de necessidades que o impelem para objetos, fontes da sua satisfação. Mas este homem nunca se sente satisfeito, e a história 28 sempre recomeça indefinidamente (BAUDRILARD, 2010). A ilusão do controle é o coração e a alma do capitalismo de consumo, sendo que as condições históricas transformam a formação cultural moderna e contemporânea e as instituições sociais (HAWES, 1992). Zukin e Maguire (2004) acrescentam que a mediação do discurso da cultura de consumo providencia uma linguagem simbólica, aumentando uma linguagem global, por meio da qual homens, mulheres, jovens e crianças pensam sobre suas necessidades. Entretanto é no consumo que os indivíduos contemporâneos se identificam,esta identificação tem seu fim marcado tornando impossível uma relação duradoura entre homens e mulheres, pois, os produtos fabricados pelos mercados móveis e fluidos da contemporaneidade têm como característica máxima a obsolescência programada como aponta Eidt (2011). O conceito de consumo pós-moderno é uma síntese de características que definem os consumidores como exemplos de indivíduos com mentalidades e estilos de vida que se preocupam com a aparência e identidade (DOMZAL; KERNAN, 1993). A tendência no consumo é de que os consumidores escolham os produtos pela sua aparência e estilo e não pela função principal do produto (LIN, 2011). O consumo também tem se tornado uma característica de nossos ambientes urbanos e o que consumimos e como consumismos tem se tornado o caminho da vida (MILES, 1998). O processo de consumo, além de ser liberatório, paradoxalmente combina ambos, o real e o imaginário, em um que pode consumir objetos, símbolos e imagens aumentando, a recognição de um ou ambos (FIRAT, VENKATESH, 1995). A globalização implica em recursos inexauríveis para as trocas nos espaços de consumo local, criando continuas oportunidades para transformar nossas identidades pessoais tão bem como nossos ambientes urbanos. Neste mundo globalizado, hipercapitalista e individualista de massa, parece não haver nenhuma fuga, desfilando uma identidade pessoal, não fugindo de templates comerciais para sedução de espaços urbanos de compras (SPIERINGS; VAN HOUTUM, 2008). Lipovetsky (1989) comenta que a moda não se trata somente de um palco de apreciação do espetáculo dos outros; mas sim é o que desencadeou, ao mesmo tempo, um investimento de si, uma auto-observação estética sem nenhum precedente. Por exemplo, moda 29 como prazer de ver, mas também o prazer de ser visto, de exibir-se ao olhar do outro, desencadeando assim o culto estético do eu. As tendências que dominam as experiências de vida dos consumidores contemporâneas no ocidente, segundo Firat (1992), mostram a dominância do exagerado sobre o concreto; do virtual sobre o atual; o objetivo sobre o subjetivo; consumo sobre produção; imaginário sobre o material; e a imagem sobre o produto. Novas tecnologias, ideologias e sistemas de entrega criam espaços de consumo como uma perspectiva institucional, formado por grupos sociais chaves, enquanto indivíduos homens e mulheres experienciam o consumo como a formação de um projeto, expressando identidade (ZUKIN, MAGUIRE, 2004). A cultura global pós-moderna apresenta na propaganda uma oportunidade clara de repassar suas mensagens para se comunicar ao ethos de consumidores pós-modernos, com execuções criativas que reconheçam quem eles são, o que acreditam e como constroem seu mundo (DOMZAL; KERNAN, 1993). Para Oldenziel et al(2005) os estudos sobre consumo frequentemente consideram como um fator de escolha individual, uma expressão excessiva do materialismo ou a prevenção para as pessoas realizarem sua emancipação completa ou para trabalhar um mundo melhor. Sendo o stress para comprar uma prática subjetiva, influenciada por uma variedade de forças sociais, mecanismos institucionais que restringem as opções de abertura dos indivíduos como complementam Williams et al. (2001). Retondar (2008), por sua vez, coloca que se pode pensar a esfera de consumo como espaço para a produção de subjetividades e constituição de identidades, mesmo sendo estas flexíveis e que se organizam a partir de experiências subjetivas mediadas pelos significados presentes e atribuídas aos produtos e bens de consumo. Enquanto Señán (2007) comenta que a importância do consumo como elemento distintivo das sociedades avançadas atuais e que vem a definir as identidades individuais, nas quais anteriormente tal papel era exercido pelos processos produtivos e o espaço ocupado pelas pessoas. Nos estudos de Lin (2011) encontramos menções sobre o impacto que o pósmodernismo tem no marketing e no comportamento do consumidor, os significados deste impacto, são as transformações que o pós-modernismo traz para o consumo e como fatores 30 com estilo de vida, valores e características pessoais estão correlacionados ao consumo pósmoderno e as tendências em consumo. Ryan, McLoughlin e Keating (2006) afirmam que alguns autores descrevem que o consumidor pós-moderno é desanimado e irracional, apesar deles ainda buscarem uma maximização da utilidade, esta utilidade financeira e econômica não tem sido o foco e sim uma utilidade simbólica que é onipresente no ambiente. Neste contexto o indivíduo a tribo e os consumos coexistem e que tal relacionamento é mediado por várias correntes simbólicas. Nos comentários de Virbalis (2011) encontramos que, quando alguém se torna objeto de consumo, a forma de implantar a si mesmo é consumir, enquanto que a coisa-mercadoria muitas vezes ofusca ou desloca seu proprietário, e a identidade deste último é expressa de coisas que ele tem e procura, neste sentido, todos estes objetos podem causar uma satisfação parcial. Para Wattanasuwan (2005) a criação do sujeito na sociedade contemporânea não é presumível separada do consumo, dessa forma tal sociedade é primeiro e além de tudo uma cultura de consumo, na qual as vidas sociais dos indivíduos operam em uma esfera de consumo. Silva, Galhardo e Torres (2011) complementam que o consumo é feito de representações e da imagem de uma sociedade fortemente ancorada por imagens, na qual as pessoas são avaliadas e identificadas pelas representações dos bens de consumo que possuem. E no ato de consumo o indivíduo move-se, por conseguinte, entre a necessidade e o utilitarismo, e entre o prazer e o imaginário. Contextualizando o papel do consumo Wynne e O'Conor (1998) argumentam que a compreensão do aumento da comodificação da cultura é central para a compreensão do pósmoderno, sendo um necessário precursor da discussão do consumo na cidade pós-moderna. Yang (2011) relata que o erotismo e a sensualidade aumentam nas pessoas o desejo de consumo, por esse fato que o corpo feminino, a beleza feminina, o erotismo e a sensualidade vendem produtos e estão diariamente expostos nas várias mídias, representado marcas, empresas e produtos. Joy, Sherry Jr. Troilo e Deschenes (2010) afirmam que dados extraídos de contextos e ambientes de beleza têm relevância para a teorização dos estudos de consumo. Dentre as principais constatações a respeito do consumo pós-moderno podem ser destacadas: a importância simbólica do consumo, no qual os bens e serviços muito mais 31 consumidos por valores abstratos como o status e prazer, do que por aspectos objetivos e pragmáticos como sua funcionalidade; a rápida mobilidade e fluidez dos mercados ditados pela moda, que por sua vez apresenta uma forte influência da mídia que trazem uma obsolescência programada cada vez mais breve aos produtos; a supervalorização do culto ao consumo em detrimento de outras ações anteriormente valorizadas pelos indivíduos; e a construção de verdadeiros templos de consumo (shopping centers) que utilizam da sedução para venderem a sensação de felicidade, mesmo que esta seja apenas momentânea. 3.2 VISOES SOBRE O CONSUMISMO O consumismo tornou-se algo comum na atual sociedade. Bauman (2008) o conceitua como um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros, permanentes, e neutros quanto ao regime, transformando-os na principal força propulsora e operativa da sociedade. Esta força coordena a reprodução sistêmica, a integração e a estratificação social, além da formação de indivíduos humanos, desempenhando, ao mesmo tempo, um papel importante nos processos de autoidentificação individual e de grupos. Ela também participa das escolhas relacionadas às políticas de vida dos indivíduos. Além disto, o autor identifica o consumismo como um atributo da sociedade, enquanto o consumo é basicamente uma característica dos indivíduos. Bauman (2001) afirma que o espírito que move a atividade consumista não é mais o conjunto mensurável de necessidades articuladas, mas sim o desejo-entidade muito mais volátil, efêmero, evasivo, caprichoso e essencialmente não referencial. É um motivo autogerado, que não precisa de outra justificação ou causa, e por essa razão, está fadado a permanecer insaciável qualquer que seja a altura atingida pelas pilhas de objetos que marcaram seu passado. Em suma, na história do consumismo, passamos pela quebra e descarte de sucessivos obstáculos, os sólidos que limitam o voo livre da fantasia e reduzem princípio do prazer ao tamanho ditado pelo princípio da realidade. Iniciou pela solidez e inflexibilidade da necessidade, que foi posteriormente descartada e substituída pela fluidez do desejo, que também é depois substituído pela substância naturalmente gasosa do querer. Nesse sentido, Bauman (2008) argumenta que a economia consumista se alimenta do movimento de mercadorias e é considerada em alta quando o dinheiro mais muda de mãos, e 32 sempre que isto acontece, alguns produtos de consumo estão viajando para o depósito de lixo. Contudo o consumo aparece como uma forma de busca pela felicidade desta sociedade, além da mola propulsora de crescimento da economia, que se mostra imprescindível em tal modelo de sociedade. O autor também afirma que a cultura consumista é o modo peculiar pelo qual os membros de uma sociedade de consumidores pensam em seus comportamentos ou ainda: pelo qual se comportam de forma irrefletida acerca o que os excita e o que os deixa sem entusiasmo ou indiferentes; daquilo que os atrai e o que os repele; do que os estimula a agir e o que os incita a fugir; o que desejam, o que temem; e em que ponto temores e desejos se equilibram mutuamente. Neste ponto é que a sociedade dos consumidores representam um conjunto peculiar de condições existenciais em que é elevada a probabilidade dos indivíduos abraçarem a cultura consumista, em vez de qualquer outra, e na maior parte do tempo obedeceram seus preceitos com intensa dedicação. 33 4 EXPLORANDO O UNIVERSO DA BELEZA Neste capítulo abordaremos aspectos teóricos e conceituais a respeito de todos os temas que cercam a beleza, nesse sentido, traremos conceitos sobre: estética; definições sobre o corpo; e conceitos relacionados à beleza nos quais estão inseridos os aspectos de noções de beleza, suas relações com as mídias, sua mercantilização, os seus padrões, sua relação com a atratividade física. 4.1 ESTÉTICA Traremos alguns autores com seus entendimentos a respeito de estética, para podermos melhor compreender como tal filosofia está alinhada e essencialmente relacionada ao universo da beleza. A estética é um alto valor na maioria das culturas, sendo que, ao longo da história ocidental, vários filósofos têm argumentado que a beleza é um valor central e de extrema importância nas várias sociedades (DIESSNER; SOLOM; FROST; PARSONS; DAVIDSON, 2008). Charters e Pettigrew (2005) conceituam a estética como uma subdisciplina da filosofia originária do século dezoito, para debater sobre a natureza do gosto. É um termo usado metaforicamente para a apreciação avaliativa da beleza, a estética também responde como um ato mental ou emocional, ou uma sensação corpórea. Enquanto que Hoyer e Stokburger-Sauer (2012) mostram que o termo estética vem do grego e relata o senso de percepções. Em trabalhos acadêmicos, este termo pode se referir a teoria da beleza ou a pessoas com sensibilidade com relação ao belo. O gosto estético do consumidor constitui indivíduos que respondem consistentemente e apropriadamente a estética de consumo de objetos através dos cinco sentidos sensoriais, que estão altamente correlacionados a um padrão externo. O impacto do pós-modernismo no marketing tem sido substancial nas últimas décadas, especificamente na área de estética do consumo como declara Charters (2006). Venkatesh e Meamber (2008) argumentam que a estética é parte da vida cotidiana dos consumidores, que negociam significados estéticos através das experiências de vida cotidiana e práticas de consumo. Esteticamente falando a função da produção do valor de beleza em commodities, que servem de base para trocas, é movimentar o consumo para a existência de 34 um estado de deficiência de beleza para um estado de desejo incorporando de mais beleza (VACKER; KEY, 1993). A respeito da fluência do processo dinâmico da estética são incluídos todos os fatores centrais identificados em teorias objetivistas da beleza, como boa forma, simetria, contraste de profundidade das figuras, bem como algumas variáveis que não têm recebido atenção das tradicionais teorias do prazer estético (REBER; SCHWARZ; WINKIELMAN, 2004).Harvey (1992) complementa que as práticas estéticas e culturais têm particular suscetibilidade à experiência cambiante do espaço e do tempo, exatamente por envolverem a construção de representações e artefatos espaciais a partir do fluxo da experiência humana. Elas sempre servem de intermediário entre o ser e o vir-a-ser. Tal visão é complementada por Charters (2006), colocando a estética como de acordo com a experiência de objetos que provem o consumidor com um elemento de beleza, ou que estão emocionalmente e/ou espiritualmente movidos. A experiência apresenta dimensões simbólicas e tem um forte componente cognitivo, que vai além de aspectos sensoriais e afetivos.Baudrillard (2010) introduz o conceito de kitsch, opositor da estética da beleza e da originalidade a sua estética da simulação: reproduz em toda parte os objetos maiores ou menores, imita os materiais, “macaqueia” as formas ou combina-se de maneira discordante, repete a moda sem a ter vivido. Para Lash (1997), a dimensão estética da reflexividade é o princípio básico do individualismo expressivo na vida cotidiana do capitalismo de consumo contemporâneo. Na vida cotidiana, a reflexividade estética ocorre por meio de um modo de mediação não conceitual, mas mimético. Para tal reflexividade, o que está em questão não são os sujeitos reflexivos, e sim os objetos já reflexivos produzidos pelas indústrias culturais e em circulação nas estruturas de informação e comunicação globais. Estes objetos já são triplamente reflexivos como propriedade intelectual simbolicamente intensiva, como mercadoria e como propaganda. Hoyer e Stokburger-Sauer (2012) definem que as faces hedônicas do comportamento do consumidor relatam para aspectos multissensoriais, fantasiosos e emocionais da experiência de consumo do indivíduo, além de envolverem aspectos estéticos e de gosto. 35 Quanto à estética, os autores ressaltam que, na maioria das vezes, o conceito só é pensado de uma maneira positiva relacionada à beleza. Os indivíduos que têm um senso de estética apurado são descritos como tendo uma maior sofisticação nas preferências sobre o design das coisas. 4.2 CORPO Dando continuidade ao posicionamento teórico, serão descritas algumas reflexões acerca do corpo e toda sua complexidade. Estas descrições têm o intuito de incitar uma relação sobre a importância do corpo na busca da construção de uma identidade, em nossa sociedade pós-moderna de consumo. E também mostrar como tal elemento tem vital importância para estudos relacionados à beleza. O corpo é nossa condição primária de estarmos no mundo. É também o mediador, comunicador e criador de sociabilidade, tendo consciência de si e do que o rodeia. Sendo ele uma mescla de emoções, pensamentos e condições de inteligibilidade, não podemos desconsiderar sua dimensão afetiva passional, simbólica, estética e política. Além disto, o corpo se manifesta em cada sociedade como o território íntimo, público, medular de configuração da identidade, e também como o contexto cultural por excelência para a manifestação das noções de indivíduo, sujeito, pessoa e sociedade (LE BRETON, 2012). Nas sociedades ocidentais, o corpo é o signo do indivíduo, o lugar de sua diferença e distinção, e ao mesmo tempo, paradoxalmente, está frequentemente dissociado dele, devido à herança dualista que pesa sempre sobre sua caracterização ocidental (LE BRETON, 2012). Hassan (1983) insiste em afirmar que cada corpo é único, e define os limites de sua identidade. Enquanto que Selagas (1994) acredita que o corpo deva ser visto como uma mera organização fisiológica ou um suporte, uma máquina habitada por um espírito para se converter na estrutura experiencial vivida no âmbito dos processos e mecanismos cognitivos, causados pelos estímulos na condição básica da possibilidade de representação. No entanto, ele atua também como componente fundamental da ação, mecanismo de individuação e objetivação de objetos, propriedades e acontecimentos. Para Yang (2011), o corpo é um veículo do prazer e uma nova expressão do indivíduo. 36 Bauman e May (2010) identificam que os corpos são inteiramente feitos por genes, não sendo, portanto, um resultado da sociedade. Equivocada, entretanto, é a crença em tal imutabilidade, contudo a condição de viver em sociedade faz uma enorme diferença para os corpos. Os autores também afirmam que desenvolver o corpo vem se tornando um dever, a sociedade estabelece os padrões para uma forma desejável e, como tal, aprovada em relação a qual cada corpo deve atuar para se aproximar daqueles padrões. Os corpos são objetos de condicionamento social. A relação do homem com seu corpo é uma relação social de caráter histórico, e vai se constituindo num processo de transformações sociais e como espaço de caráter significante que vai crescendo na medida em que avançamos em uma sociedade de consumo (VARAS; 1994). Para Heras (1995), o corpo deve ser considerado como um problema central da teoria social contemporânea por várias razões: o corpo ser o objetivo de um amplo mercado de consumidores em sua reprodução, sua representação e seus processos; nas modificações da medicina e na sua mercantilização. O corpo tem se tornado um projeto identitário reflexivo central do indivíduo, e vem se tornando também cada vez mais integrado à vida social, sendo frequente a autoatualização do indivíduo (ASKEGAARD; GERTSEN; LANGER, 2002). Le Breton (2012) destaca que sem o corpo que lhe dá um rosto, o homem não existiria. A existência do homem é corporal, pois viver consiste em reduzir continuamente o mundo ao seu corpo. Sendo que a imagem deste corpo é a representação que o sujeito faz de seu corpo e a maneira pela qual ele aparece mais ou menos conscientemente a partir de um contexto social e cultural particularizado por sua história pessoal. Não sendo ela um dado objetivo e nem um fato, e sim um valor que resulta essencialmente da influência do ambiente e da história pessoal do sujeito. Selagas (1994) complementa que o olhar moderno sobre o corpo é o olhar que o separa da mente, do mesmo modo em que há o enfrentamento do material com o cultural e contrapõe a ação com a estrutura. O indivíduo se relaciona com seu corpo por meio de um modo reflexivo, em que o corpo é um objeto de modelação, um valor estético em si mesmo, um objeto de culto narcisista (VARAS, 1994).O corpo é considerado um produto cultural, com diferentes usos segundo as sociedades, que têm diferentes valores, crenças, cânones estéticos associados a ele. 37 Pois, este corpo é moldado pela organização social e chega a ser um signo da pertença social e da posição dentro de uma ordem social (HERAS, 1995). Para Bourdieu (2000) o corpo e seus movimentos são matrizes universais que estão submetidas a um trabalho de construção social, que não estão nem completamente determinados em sua significação, sexual, especialmente, nem completamente indeterminados de maneira que o simbolismo ligado a eles é convencional e percebido tanto quanto quase natural. Sanchez (2011) identifica elementos que dão conta que o corpo é uma constituição social, baseados no argumento de que quando nascemos não temos a capacidade de perceber e distinguir conscientemente o que é o nosso corpo e o ambiente que o rodeia. Le Breton (2012) acrescenta que o corpo não é fronteira, átomo, mas elemento indiscernível de um todo simbólico. E Selagas (1994) vê a corporalidade como centro da sociedade e da identidade, e em sua produção, reprodução e multiplicação recaem as tensões centrais da configuração dos agentes sociais que em parte os sustentam. O domínio do corpo e como ele é visto pelos outros foram salientados por Bauman e May (2010), sendo que a forma do corpo e a maneira como os indivíduos se vestem e se arrumam, além do modo de andar são mensagens para os outros. Os autores também mencionam que os indivíduos são responsáveis pelas partes e funções de seus corpos, por tudo ou quase tudo com potencial de ser mudado para melhor, nisto se inclui intervenções especificas utilizadas para postergar o processo de envelhecimento nos indivíduos. Para Varas (1994), a relação do homem com a estética e seu corpo pode ser dividida em três períodos de características diferentes. O primeiro período chamado de modelo de consumo tradicional, em que o corpo é entendido como meio de produção, tendo a dimensão significante de uma existência limitada e secreta, que só é percebido por seus reflexos e na expressão de qualidades produtivas. O segundo período caracteriza-se pelo consumo moderno, no qual a relação com o corpo é uma relação de caráter significante, e é um período de ruptura com os valores culturais do período anterior. No terceiro período, a constituição do corpo como signo já é um processo consumado, a linguagem da cosmética voltou-se a uma linguagem autorreferente, e a materialidade dos produtos cosméticos e do corpo aplicam-se ao 38 mesmo tempo em que se perde a áurea das marcas e a representação da cosmética como uma indústria produtora. Vivemos em um tempo no qual se aumenta o foco sobre a perfeição do corpo. O ambiente de marketing está repleto de bens e serviços para a saúde, bem-estar e beleza do corpo e isto implica em nossas almas (ASKEGAARD; GERTSEN; LANGER, 2002). Por sua vez esta busca por um corpo perfeito pode acarretar na insatisfação corporal, que está associada à depressão, baixa autoestima e distúrbios alimentares (SPAIS; KONSTANTINAKOS, 2007). Sibilia (2012) complementa que estamos na era do culto ao corpo e da espetacularização da sociedade, na qual os indivíduos insistem a se converter em imagens com contornos bem definidos. Os corpos humanos são desencantados de suas potências simbólicas para além dos códigos da boa aparência. E a construção do corpo feminino transformando-o em um conjunto de músculos como fisiculturistas é claramente oposta a tradição frágil do corpo ideal feminino, essas mulheres levantam peso para se tornarem visivelmente grandes, construindo corpos que tem o claro potencial de desafiar a tradicional noção de feminilidade (MARKULA, 1995). Bañuelos (1994), entretanto, reconhece que a corporalidadese constitui-se um instrumento de nossa própria personalidade, que também nos serve para tomar contato com exterior, comparando-nos com outros corpos e objetos. Isto é o que podemos chamar de corpo-objeto, que é a representação isolada que nós fazemos de nosso corpo em si mesmo, e corpo-vivido, que se refere à forma de como a nossa corporalidade se manifesta em nossas relações humanas e de socialização. Segundo Domzal e Kernan (1993), a preocupação com aparência é um fator universal, pois nossos corpos são uma expressão palpável de nós mesmos, e representam a nossa classificação social. Diante de um sentimento novo de ser um indivíduo de ser si mesmo, antes de ser o membro de uma comunidade, o corpo se torna a fronteira precisa que marca a diferença de um homem em relação ao outro. O corpo está associado ao ter e não ao ser (LE BRETON, 2012).Implicações culturais da estética do corpo são proeminentes em cada cultura e tem uma forte influência no caminho percebido por homens e mulheres (SPAIS; KONSTANTINAKOS, 2007). O corpo humano está se redefinindo, não apenas pelas maravilhosas soluções técnicas 39 que não param de se multiplicar, mas também por outras transformações que afetam as sociedades ocidentais, cada vez mais aglutinadas e conectadas pelas redes dos mercados globais (SIBILIA, 2012). O corpo funciona como um limite de fronteira, fator de individualização, lugar e tempo da distinção, sendo o traço mais tangível do sujeito, a partir do qual se distendem a trama simbólica e os liames que o vinculava aos membros de sua comunidade. O corpo também permanece como uma âncora única, suscetível de fixar o sujeito em uma certeza, ainda que provisória, mas pela qual ele pode se reatar a uma sensibilidade comum, encontrar os outros, participar do fluxo dos signos e sentir-se sempre capaz de atuar em uma sociedade na qual reina a incerteza (LE BRETON, 2012). Bauman (2010) acrescenta que a atenção está voltada para o corpo, e o corpo tem uma grande interface com o mundo exterior, que não pode sobreviver sem metabolismo, sem a troca de substâncias com esse mundo. O autor também ressalta que as tendências egocêntricas da sociedade contemporânea, uma cultura que promove a estratégia de vida concentrada na busca da sensação de prazer e na aptidão física, são compreendidas como a capacidade de absorver essas sensações e desfrutá-las de forma plena, podendo explicar a grande difusão de enfermidades ligadas ao corpo como bulimia e anorexia. Esta proposição traz a tona uma terrível contradição enraizada na cultura de uma sociedade consumista que seria entre a máxima busca do prazer e a máxima aptidão física. D’Alessandro e Chitty (2011) definem imagem corporal como a percepção que as pessoas têm do seu próprio corpo. Tal percepção é desenvolvida por meio da interação do seu próprio corpo com o ambiente que as cercam. Na sociedade ocidental, a imagem corporal aparece como um importante fator para a construção da identidade, particularmente entre as jovens mulheres, elas também percebem que ter uma boa forma física indica sucesso nos relacionamentos amorosos, e principalmente, sucesso em suas carreiras profissionais. Para Trautmann, Worthy e Lokken (2007), a aparência do corpo é essencial para o desenvolvimento e manutenção do indivíduo, e o grau de satisfação ou insatisfação das pessoas com partes do seu corpo é uma parte integrante do autoconceito, imagem corporal e da autoestima. Os autores também afirmam que mulheres são mais insatisfeitas com seus 40 corpos do que homens, desta forma buscam fazer dietas com maior frequência, buscam efeitos nas roupas que as façam parecer mais magras, e mostram-se mais ansiosas quanto ao peso. Sanchez (2011) afirma que o esquema de imagem corporal é geralmente definido como a sensibilização da estrutura morfológica do corpo, sua forma e extensão, suas partes e sua posição. Este esquema é um legado coletivo, uma avaliação e atributos do nosso corpo, que são apreendidas num contexto social no qual estamos inseridos e são de criação e modificação coletivas, sendo simultâneo a várias formas de identidade do sujeito. Outro fator é o tempo que, segundo Sibilia (2012), despeja em nossos corpos uma porção de coisas indesejáveis, tais como rugas, manchas, varizes, pelancas, adiposidades, estrias e outras aberrações. E com avanço da idade os corpos só podem piorar com o passar do tempo. Bauman e May (2010) colocam que, neste tipo de sociedade, um corpo flácido, acomodado, insípido, sem vigor e apetite, não dá conta dos desafios da vida, que se encontram numa boa forma, num corpo hábil, versátil, ávido de novas sensações, capaz de buscá-las e encontrá-las ativamente, vivendo- as ao máximo tão logo apareçam. A ideia de bem-estar e saúde supõe uma norma a qual o corpo humano se deve adequar, e os desvios significam sinais de desequilíbrio, doença ou perigo. As normas têm seus limites superior e inferior, e, assim, ultrapassar o nível superior é tão perigoso e indesejável quando ficar aquém do nível mais baixo. Em contrapartida, o fitness diz respeito à transgressão de normas e não a adesão a elas, e a saúde tem a ver com a manutenção do corpo em uma condição normal para que funcione: permitindo ganhar o sustento, ter mobilidade, engajar-se em algum tipo de vida social, comunicar-se com outras pessoas e usar as instalações que a sociedade fornece para várias tarefas de vida (BAUMAN; MAY, 2010). Jacobs (2004) traz à tona os conceitos de sociobiologia, que explora quanto o corpo e as experiências físicas têm uma importância central para o indivíduo em sua vida social, enquanto que o conceito de Sociologia do Corpo explora o quanto nossas atitudes através de nossos corpos são socialmente construídas.O corpo é semiótico para Bover (2009) acaba não sendo somente um ente biológico, mas também é um sistema de signos e significados. É uma linguagem em si mesmo, tanto em termos de sua aparência, como em seus movimentos, gestos, e seus comportamentos aprendidos. Assim, a imagem do corpo é a síntese viva de 41 nossas experiências emocionais: inter-humanas, repetitivamente vividas por meio de sensações erógenas, podendo se considerar a encarnação simbólica do sujeito desejante. Segundo Yang (2011), o corpo é delineado como um objeto ameaçador que precisa ser vigiado e mortificado para fins estéticos. Corpos considerados defeituosos, aqueles desfavoráveis a procura de narizes, pernas, rugas e acnes, são alvos de tratamento médico e cirurgias estéticas para que estes defeitos sejam ocultados ou revertidos. Esta transformação, além de constituir um modo de interpelação, no qual as mulheres aprendem a reconhecer-se através de seus feitos físicos, e de um modo se formando um sujeito consumidor ideal, em que as mulheres aprendem a esperar o direito de comprar este novo eu. Buscou-se caracterizar a importância do corpo na construção da individualização do sujeito e sua relação social, pois a temática do corpo cada vez mais ganha destaque e importância, sendo a forma mais tangível que as pessoas têm para se relacionar com o meio exterior, que está cada vez mais fluído, virtual e subjetivo. Além disto, podemos também ressaltar a preocupação, cada vez mais presente na atual sociedade, pela busca da estética e de um corpo perfeito, que nem sempre é possível de ser atingido, o que acaba causando doenças em virtude da insatisfação com suas imagens corporais. 4.3 BELEZA O entendimento do conceito de beleza na concepção de vários autores será exposto nos próximos parágrafos. Com o intuito de expressar uma série de visões sobre o tema que aparece como objeto principal desta pesquisa. A beleza é um tópico muito antigo na filosofia, e muitos autores propõem que a beleza é objetivamente a propriedade das proporções. Enquanto que outros definiam beleza como um raro tipo de prazer que pode ser invocado, ou não, por um determinado objeto. A distinção deste prazer pode ser reconhecida como a perfeição (FROHLICH, 2004). Ao fazer um resgate histórico García-Uchoa (2010) remete ao Renascimento como a primeira época de exaltação a beleza do corpo feminino, uma beleza que era um patrimônio exclusivo das mulheres da aristocracia. Estas, que por sua vez, possuíam os meios econômicos e o tempo necessário para cultivar a beleza, e desta forma, a beleza converteu-se em um símbolo de status e conflito entre classe sociais. 42 O conceito clássico de beleza é mostrado por Guerrero (2007) que associa a integração do corpo e espírito, a harmonia com a natureza, a capacidade de gerar amor-desejo e prazer; através de um conjunto de qualidades que fazem de uma coisa excelente. Enquanto que García-Uchoa (2010) comenta que, ao longo dos diferentes séculos e das diferentes culturas, o conceito de beleza tem evoluído e se adaptado aos gostos e preferências de cada época, incorporando em cada momento uma variedade de significados. Nos parágrafos anteriores, percebe-se que a beleza já é um conceito presente desde a antiguidade e vem se transformando de diferentes formas na sociedade. Veremos a partir de agora a diversidade de olhares presentes no entendimento da beleza. Dentre estes olhares destacam-se os tipos e modelos de beleza e a abrangência do tema para as diversas áreas do conhecimento como na psicologia, sociologia, antropologia, marketing e consumo. A beleza tem se tornado um importante tópico de questionamento para a psicologia, marketing e os estudos de consumo, sendo um conceito subjetivo que aparece de três formas ou variações: beleza como teoria impossível, beleza como teoria aparente, e beleza como teoria relativa. (VACKER; KEY, 1993). Muitas teorias olham a beleza como a propriedade de um objeto que produz uma experiência de prazer em uma situação percebida. Outras visões mostram que a beleza é uma função de qualidades idiossincráticas da percepção, e todos os efeitos para identificar que as leis da beleza são um fracasso (REBER; SCHWARZ; WINKIELMAN, 2004). A beleza pode ser vista por apresentar um forte valor conotativo, sendo muito baseado no aspecto visual (HASSENZAHL; MONK, 2010). Ela também tem um papel instrumental fundamental na inspiração dos indivíduos para desenvolverem uma cultura interna individual. Estas estratégias internas para buscarem a felicidade, são precisamente desvalorizadas pela teoria econômica e pela cultura popular, em favor de estratégias externas como na obtenção de commodities e status (GALLAWAY, 2010). Falar de beleza torna-se uma coisa muito real, que desperta sentimentos intensos e inspira ações que vão da contemplação reverencial e silenciosa, a ousadias de ordem conceitual e/ou material para desfrutá-la e/ou produzi-la, mas que também se furta a uma definição objetiva (TEIXEIRA, 2001). Para Vacker e Key (1993) a beleza é artificial, subjetiva ou relativa, reduzindo os julgamentos de beleza a meras afirmações e as críticas aos 43 modelos de beleza se tornam afirmações arbitrárias. Além disto, a beleza existe como uma realidade universal, que encontra a relação entre as coisas e as propostas humanas, sendo um amplo ideal universal. A beleza também requer uma dimensão metafísica e uma estrutura epistemológica, buscando a atualização de um potencial ou ideal universal. De fato, existem diversos tipos de beleza, que são perpetuados na cultura popular e na mídia de massa. Mas onde se origina uma questão lógica de como os ideais estéticos podem ser representados? Neste sentido existem vários estudos que focam como as pessoas decodificam os estímulos de propagandas e como a beleza influencia em tal fator (SOLOMON; ASHMORE; LONGO, 1992). Pelo mundo, há diferentes percepções culturais sobre o ideal de beleza, que associam o apelo sexual ao status social (SPAIS; KONSTANTINAKOS, 2007). Todas as sociedades desenvolvem ideais de beleza, cabendo aos seus indivíduos conseguir atingi-los. E a aparência física aparece como critério exclusivo para definição deste padrão (BAÑUELOS, 1994). A existência de um modelo estético corporal normativo nas sociedades ocidentais atuais é reconhecida por todos (YÁÑEZ, 2001). E o culto à estética do corpo como meio de reforçar certas identidades culturais tem sido reportado em vários estudos sobre o comportamento do consumidor (PEREIRA; AYROSA, 2012). Desta maneira, é inquestionável que o interesse pela beleza diz respeito a todos os indivíduos em todas as sociedades (TEIXEIRA, 2001). Solomon, Ashmore e Longo (1992) determinam vários tipos de beleza feminina, que podem ser divididos em: beleza clássica, com um físico perfeito e um rosto especial; bonitinha, físico de menininha, ar angelical e informal; sexy e sensual, visual sexy exagerado e jovem; a garota “da próxima porta”, que denota naturalidade e informalidade na sua aparência, visual feminino, leve e romântico. Modelos de beleza também são demonstrados por Cáceres (2008), que apresenta cinco modelos de ideal do corpo do imaginário feminino: 44 modelo 1: que corresponde a um grupo majoritário estudado, no qual as mulheres valorizam um corpo são, forte e atlético, e mostram-se seletivas quanto ao cânone estético idealizado pela mídia, são equilibradas quanto ao seu ideal de corpo; modelo 2: no qual as mulheres se classificam como saudáveis e rechaçam os estereótipos de beleza construídos pela mídia; modelo 3: podem ser denominadas por alternativas, pois não concordam com os valores propostos pela mídia, e se caracterizam por buscar um corpo harmonioso, natural, feminino, limpo, vital ou simplesmente diferente; modelo 4: composto por mulheres que valorizam um corpo magro e perfeito, em conformidade com o estereótipo construído pela mídia; modelo 5: corresponde a mulheres que estão claramente imbuídas de assumir em grau máximo do estereotipo construído pela mídia de um corpo magro, sem defeitos, sexy e jovem, desejam muito se parecer com as mulheres dos anúncios publicitários e consideram atrativas as mulheres magras. A autora também apresenta quatro perfis de autoimagem e experiência com o corpo: perfil 1: caracteriza-se por uma visão equilibrada em contemplar tanto aspectos físicos com qualidades pessoais e humanas; perfil 2 caracterizado por valorizar a juventude; perfil 3: aquele em que as mulheres identificam-se por viver uma perspectiva diferente de viver sua corporalidade, que não se relacionam com valores estéticos ou características físicas visíveis do corpo e sim qualidades humanas e valores como solidariedade, bondade, naturalidade e originalidade; perfil 4: estão aquelas mulheres que valorizam um corpo magro como fator primordial, que é claramente o ideal estético, estando dispostas a qualquer coisa, como: dietas, exercícios, cosméticos, até cirurgias plásticas para obter seu corpo desejado. 45 A beleza é extremamente complexa, dependendo da sociedade e de influencias situacionais, e varia através de definições filosóficas altamente abstratas, para aplicações de definições altamente concretas (LAGMEYER; SHANK, 1995). Marwick (2004) afirma que a definição de beleza não é uma qualidade puramente física ou biológica, mas leva em consideração outras qualidades desejáveis como charme e generosidade, que frequentemente tem peso na avaliação sexual e fashion. Para Teixeira (2001), a diversidade dos cânones de beleza formalizados, assim como as discrepâncias na avaliação de algo como mais ou menos belo, através dos tempos e lugares e por distintos grupos sociais de uma mesma sociedade, está no centro da argumentação sobre a subjetividade inerente à sua percepção. Yáñez (2001) define beleza por meio de dois tipos: a beleza inata, que é sua forma natural sem intervenções, quando o físico da pessoa se adequa aos padrões culturais de beleza; e a beleza adquirida, que expressa à possibilidade, mediante de distintas técnicas de o sujeito modificar seus traços para se aproximar de um padrão social de beleza. E desta forma, o autor entende que a beleza tem sido um fim cultural prioritário nas sociedades complexas. Para Jones (2001) a imagem corporal é como um construto multidimensional, que frequentemente é definido como o nível de satisfação com seu físico (forma, tamanho, aparência geral), sendo um importante aspecto para a autorrepresentação e autoavaliação do indivíduo, principalmente durante a adolescência. A respeito dos estudos na área de imagem corporal, Poran (2002) afirma que as variações entre as experiências das mulheres com o corpo e suas representações corporais são afetadas pela identidade racial, apesar de não ter sido adequadamente investigadas. E Steller e Bermúdez (2011) dizem que, num sentido sociocultural, é permitido que a imagem corporal das pessoas, em especial a imagem feminina, seja mais importante do que qualquer outra qualidade tais como: honestidade, responsabilidade, experiência acadêmica e profissional, vontade de superação, boa disposição, há grande quantidade de valores que são diminuídos pela beleza. Tal beleza é uma qualidade que apresenta uma existência universal e objetiva, sendo um imperativo para as mulheres, além de necessária e natural, porque é biológica, sexual e evolutiva. Woodman e Steer (2011) mostram que, nos estudos de imagem corporal típicos, os participantes respondem sobre o seu atual corpo e seu ideal de corpo, sendo que a 46 discrepância entre o corpo atual e o corpo ideal se refere ao ideal de discrepância, que se relaciona a um número que aponta dificuldades relacionadas com o corpo (insatisfação com o corpo, anorexia e bulimia, dietas excessivas e busca pela magreza) podem ter sido suscitadas na ansiedade psíquica social. A beleza é muito mais do que somente uma pele lisa, seria como uma pele pode ser pintada, adornada e modificada de acordo com os objetivos e motivações de cada desejo do indivíduo (REGAN, 2011). Guerrero (2007) mostra a representação da beleza como uma guerra, pois, o primeiro estágio para aquisição de beleza sempre é um combate. A beleza é associada a termos como combater, reduzir, eliminar, e armas das mulheres; além das mulheres estarem num combate contra flacidez, rugas, gorduras, varizes, celulites, estrias e demais deformações corpóreas. Veblen aparece como um importante observador da condição feminina, e um de seus primeiros artigos dedica-se ao estudo do que se chama a condição bárbara da mulher (CASTILLO,1988).Nos estudos de Florida, Mellander e Stolariick (2011) são encontrados afirmações de que a beleza está significativamente associada à satisfação da comunidade, mostrando o quão tal valor é importante e decisivo no entendimento de várias situações das relações sociais de uma comunidade. Pentina, Taylor e Voelker (2009) conclui que as percepções de consumo têm o corpo como uma condição para o campo dos relacionamentos sociais, ideias culturais, prescrições normativas, e significados morais em relação ao autocontrole e a disciplina. Enquanto que Trautmann, Worthy e Lokken (2007) argumentam que sociedades enfatizam a magreza como medida de sucesso e beleza, e têm acelerado a incidência de distúrbios da imagem corporal e distúrbios do comportamento alimentar. Livramento, Hor-Meyll e Pessoa (2013) mostram que, historicamente, as mulheres sempre se preocuparam com a beleza, mas hoje são responsáveis por ela. De um dever social, a beleza se tornou um dever moral. 4.4 PADRÃO DE BELEZA Na busca por melhor entender a respeito dos padrões de beleza, procuraremos alinhar os conceitos e definições concebidas sobre estes, visando fundamentar sua existência e 47 importância ao tratarmos a beleza e o consumo relativo a ela. Isto porque diante de uma sociedade pós-moderna na qual a imagem e o corpo são supervalorizados e as mídias tem um grande papel de influencia através da moda, a imposição de padrões de beleza é algo que devem surgir naturalmente. Pimentel (2008) discute que, em tempos anteriores, o corpo era visto como algo sagrado. Ele estava sempre sob controle, visando a evitar que o homem caísse em tentação e pecasse, gerando culpa pelos seus desejos e a pela sua sexualidade, sendo que a perfeição era de ordem etérea e ética. Hoje, o que conta é a aparência, os corpos assumem formas padronizadas, tornando-se objetos de desejos. Agora, o pecado é ser gordo, ter celulite, estrias ou rugas; mostrando que a perfeição agora é puramente estética. Esta ideia encontra concordância na visão de Brandini (2007) sobre a fabricação do corpo pós-moderno que utiliza de todas as tecnologias disponíveis no mais alto grau de conhecimento humano: laser como peeling, cirurgia plástica e implante de cabelos; químicas e farmacologia para emagrecer; técnicas para aumentar, endurecer e estreitar formas; materiais sintéticos como silicone e metais como ouro, platina e cobre, para aumentar os “seios”, segurar a face e esticar os ossos. Tudo visando tornar o corpo como ícone do momento presente, o belo e o ideal de acordo com a sua cultura. A cultura do narcisismo está presente na sociedade, pelo valor que os indivíduos depositam nos produtos anunciados pela mídia e nos atributos do culto ao corpo, uma das regras contemporâneas do espetáculo. Corpos esteticamente perfeitos, modelos de uma beleza padronizada, estão presentes em toda parte (VISCARDI; SOTTANI; MACHADO, 2012). Isto por sua vez pode levar a vitimização da beleza que Guerrero (2007) define como a pessoa fanática, disciplinada. que se sacrifica na busca do ideal de beleza, como sendo um caminho para perfeição. Há quase um âmbito religioso, no qual a pessoa transforma-se em um adepto fervoroso ao consumo de produtos e tratamentos, que submetem a sua própria natureza a um rigoroso controle, aderindo cegamente aos dogmas e cânones da religião, que neste caso é a moda. A maioria dos estudos de beleza, segundo Poran (2002), têm focado a diferença entre gêneros na experiência de atratividade física, sendo que o padrão de beleza é muito mais 48 importante para as mulheres do que para os homens. Esse argumento é reforçado quando Jones (2001), em sua pesquisa ao estudar adolescentes de ambos os sexos, mostra que as mulheres comparam mais sua imagem corporal com celebridades. A globalização da indústria de beleza e a criação de um estereótipo americano de beleza constituído por mulheres loiras e de olhos azuis como um padrão global, têm estreitado as variadas formas de beleza e ideais de higiene levantadas por Jones (2008). Este padrão ideal de beleza também é descrito por Brandini (2007) como o modelo anglo-americano de mulheres alvas, de olhos claros, altura superior a 1,75 m e vinte quilos a menos do que o normal. Esse padrão sobrepõe-se sobre os demais, sendo aceito como o padrão de beleza contemporâneo. As mulheres, independente de raça, comparam-se ao padrão de beleza ocidental, que é o padrão de beleza americano de mulher branca, jovem, magra e alta, como declara Thompson (2009). Enquanto Hamilton, Mintz e Kashubeck-West (2007) falam que o padrão de beleza feminino é a mulher que veste “PP” para quadril e cintura e “G” para o busto, tal tipo de corpo é tão mais magro que a média das mulheres e geneticamente impossível para a maioria delas atingir. Este padrão pode não representar culturalmente o padrão brasileiro, embora possa ser incorporado por várias mulheres independente de culturas. O ideal de beleza feminino, segundo Bañuelos (1994), é de mulheres jovens, atrativas, altas, magras, perfeitamente penteadas, maquiadas, desodorizadas, perfumadas, bronzeadas, magnificamente vestidas e geralmente loiras. Já Jackson e Chen (2008) colocam que o conceito de ideal de beleza feminino chinês passa por corpos magros e um rosto atrativo simétrico, com olhos grandes e alertas, nariz reto e boca em forma de cereja. Por outro lado, Lauzen e Dozier (2002) colocam que, diante de um bombardeio simultâneo e persistente de mensagens da mídia, as mulheres continuam a perseguir um padrão irreal de beleza. Pentina, Taylor e Voelker (2009) acrescentam que, com o progresso tecnológico e médico, a quase onipotente natureza dos procedimentos cosméticos pode ser atribuída à existência de um padrão social do ideal de corpo difundido pelas mídias de massas. Sibilia (2012) acredita no mito do corpo juvenil como um valioso capital hiperestimulado, revelando que uma imagem corporal jovem, enxuta e feliz é das uma das mais robustas e tirânicas da nossa época. 49 O ideal americano de imagem do corpo feminino celebra os “peitos”, como um símbolo de feminilidade, peitos justapostos distinguem-se da maternidade a sexualidade, e leva a combinação inevitável destes elementos. Isto justifica a grande procura pelas americanas das cirurgias de implantes de próteses nos “peito”s (EDELMAN, 1994). O novo corpo da mulher moderna chinesa imerge da junção do discurso de consumerismo e globalização, que se preocupam com cuidados diários de saúde, higiene, físicos, beleza, vestimenta e adereços que expressem um estilo de vida particular (LUO, 2012). Thompson (2009) argumenta que o padrão de beleza eurocêntrico em que as mulheres apresentam cabelos longos e lisos, atingindo socioculturalmente a noção de atratividades física de mulheres negras, interferindo em sua autoestima e identidade. Isto demonstra a existência de um padrão imposto e implícito, no qual as mulheres principalmente viram suas vítimas, e não seguí-los as leva a marginalização e exclusão. O corpo transporta uma mensagem que não lhe basta estar em forma, ele precisa parecer em forma. Para convencer quem o observa, ele deve ser magro, elegante e ágil, e, assim, portar a imagem de um corpo atlético, pronto para toda sorte de exercício e qualquer quantidade de tensão que a vida vier lançar sobre ele (BAUMAN; MAY, 2010). Por sua vez, Ogle e Damhorst (2005) acreditam que na sociedade contemporânea ser jovem, ou parecer jovem é um importante valor cultural. As mulheres de meia idade penalizam seu corpo com severas dietas e com um ritmo agressivo de exercícios, almejando o ideal eterno de beleza contemporânea que seria a boneca Barbie (MANDOKI, 2003). As adolescentes americanas também querem ter corpos perfeitos, que se assemelharem a boneca Barbie, o que não é possível atingir de um modo natural, na maioria das vezes. Além disto, as corporações também utilizam do corpo da Barbie na promoção de seus produtos para as jovens garotas (WOLLEK, 2011). Este estereótipo da Barbie está como um padrão de beleza há, pelo menos, cinco gerações, como apontam Herrera e Garrido (2011). Corpos despidos e ousadias eróticas são estimulados no mundo contemporâneo, desde que as linhas das silhuetas dos que o protagonizam sejam perfeitamente lisas, retas e bem definidas, a moral da boa forma em ação, e exige que todos os corpos que exibam contornos planos e relevos bem sarados, como os da pele plástica da boneca Barbie (SIBILIA, 2012). Jovens garotas por todo 50 mundo há muitos anos brincam com bonecas da Barbie, e tal brinquedo passa uma mensagem subliminar para criança sobre a definição cultural de beleza, além de desenvolver imagens mentais nas crianças, que aumentaram suas expectativas ao longo de suas vidas em relação a gênero, etnia, estereótipos e imagem corporal (REEL; SOOHOO; SUMERHAYS; GILL, 2008). O corpo idealizado para Cáceres (2008) vai desde distintos modelos imaginados e desejados, até esquemas de avaliação que se constroem na identidade de gênero como um sujeito social limitado pelas regras e orientações sobre imagens socialmente aceitáveis e com a subjetividade, desde sua singularidade até a vivência com a experiência com a corporalidade. A autora também afirma que o corpo desejado conta com aspectos que se conectam as aspirações e desejos do sujeito, no qual este nível aspiracional concretiza-se em modelos ideais, obedientes à ação socializadora dos meios de comunicação e publicidade, na medida em que apresentam uma imagem estética que se internaliza como ideal de corpo. Por outro lado a elaboração singular que cada mulher leva a cabo desde sua trajetória pessoal e história de vida. Para Bauman e May (2010), o corpo não é somente o local e a ferramenta do desejo, mas também um objeto desse desejo. Sendo o corpo o local do self em permanente exposição, as pessoas tendem a julgar pelo o que podem ver. Mesmo que o corpo não passe de um invólucro da vida interior do indivíduo, são a atração, a beleza, a elegância e o encanto de tal embalagem que seduzirá o outro. Segundo Goodman, Morris e Sutherland (2008), algumas pesquisas mostram que a sociedade e a mídia definem algumas características de beleza que incluem: um corpo magro, grandes olhos, lábios grandes, pele sem imperfeições, e largas bochechas como sendo atributos considerados cross-cultural’s de beleza. A preocupação do corpo na sociedade contemporânea é intensa. Gremillion (2005) declara que alguns antropólogos comparam o ideal de magreza contemporâneo do Ocidente e as preferências por corpos grandes do Oriente, explicando tais anomalias. O autor também comenta sobre o domínio cultural no ideal de corpos euroamericano, e as mulheres que controlam seu consumo por meio de dietas e exercícios, produzindo um novo padrão feminino diferente do antigo padrão doméstico e maternal. 51 A respeito deste padrão de magreza, García-Uchoa (2010) demonstra que isto só acontece em sociedades desenvolvidas, nas quais há abundância de alimentos e este perde seu valor como produto de primeira necessidade. Enquanto Kneipp, Kelly e Wise (2011) salientam a importância da magreza como padrão estético na cultura contemporânea ocidental, com a seguinte explicação: o ideal de magreza está associado ao indivíduo parecer jovem, saudável e bem-sucedido; e a busca deste ideal é principalmente atribuída a jovens mulheres. Para Steller e Bermúdez (2011) o ideal estético corporal feminino atual é o da extrema magreza. E as mulheres, em sua ânsia de conseguir esse ideal praticamente inalcançável, são submetidas a uma série de normas que as escravizam e as mantém permanentemente em um alto nível de preocupação com o corpo e sua estética, sendo que o desejo frustrado de ser uma mulher alta, pernas compridas e cadeiras estreitas gera na população feminina, em geral, uma grande insatisfação corporal. Jefferson e Stake (2009) afirmam que as garotas e mulheres na sociedade ocidental experienciam uma forte pressão social para atingirem o ideal cultural de magreza e a perfeição na aparência. Isto acarreta um maior descontentamento com os seus corpos em comparação a garotos e homens, mostrando que o gênero é um fator importante para diferenciação ao tratarmos insatisfação com o corpo. A insatisfação corporal é um conceito oriundo da psicologia que salienta a discrepância entre a percepção pessoal de aparência corporal e o ideal de aparência corporal. Tal distúrbio é mais comum em adolescentes e jovens mulheres de países ocidentais, e alguns fatores como depressão e baixa autoestima aumentam o risco de insatisfação corporal (MWABA; ROMAN, 2009). 4.5 ATRATIVIDADE FÍSICA A busca por beleza pode estar relacionada às pessoas estarem querendo ser mais atrativas fisicamente e assim conseguirem uma maior aceitação social seja através da obtenção de parceiros ou de serem aceitas no ambiente de trabalho, ou seja, o outro é quem deve me perceber belo. Dessa forma, neste subcapítulo escolhemos abordar aspectos relacionados à atratividade física que muitas vezes decorre como uma consequência ou motivação para a busca da beleza e de seus rituais. 52 A beleza é uma importante força na sociedade contemporânea. Indivíduos se diferem em suas ênfases na atratividade pessoal e isso é significativamente importante em suas vidas (BLOCH; RICHINS, 1993). Ter boa aparência contribui para a atratividade romântica com relação aos outros, admiração social, e se sentir melhor que os outros. (DOMZAL; KERNAN, 1993). Esta beleza é comumente considerada uma característica dos indivíduos, objetos e lugares que são percebidos como prazerosos. Seu entendimento em vários campos do saber é único e está relacionado à estética e à atratividade (YIN e PRYOR, 2012). Além disto, a aparência é uma potencial rota para a aceitação e popularidade. Comparações sociais tornamse um relevante mecanismo para o aprendizado sobre a aparência relacionada às expectativas sociais entre as pessoas e para se autoavaliar em termos dos padrões existentes (JONES, 2001). Jacobs (2004) acredita que pessoas magras e bonitas têm maiores benefícios na atual sociedade. A preocupação com aparência pode refletir a centralidade da aparência e da beleza na vida de todas as mulheres (LAUZEN; DOZIER, 2002). A beleza é importante quando as mulheres são mais percebidas como o produto de sua aparência e como um projeto estético do que como uma necessidade cultural (CAHILL, 2003). As mulheres contemporâneas buscam obter corpos que reúnam os ideais correntes de atratividade (GIMLIN, 2000). Bloch e Richins (1992) colocam que a utilização de cosméticos, joias e certos tipos de roupas usadas como adornos influenciam a atratividade física e dão conotação sexual tanto para homens quanto mulheres em várias culturas. Sendo que o ideal de atratividade feminina varia de acordo com o tempo e as diferentes culturas, alguns estudos mostram que na sociedade ocidental, a percepção de atratividade feminina é maior com mulheres que estão na sua média de peso ideal (PUHL; BOLAND, 2001). Já Rohner e Rasmussen (2011) acreditam que a atratividade física é a covariação de um número positivo de características pessoais tais como: habilidades sociais, potência e ajustamento e habilidade intelectual. A atratividade é influenciada pela memória de informações positivas e negativas, e deve ser capaz de apontar um processo chave que envolve o comportamento dos indivíduos. Para Fabricant e Guld (1993), a atratividade física tem um importante papel nas interações interpessoais, por que providencia facilmente acesso 53 e informação não verbal sobre uma pessoa para outros na forma de ilusões da personalidade. E o uso de maquiagem e outros adornos influenciam a informação não verbal e um desejo de comunicação, apresentando um papel significante em várias culturas para transmitir um estado, uma situação, uma classe social ou status para aumentar a beleza. Cash et al. (1989) colocam que mulheres se preocupam com a perda e o ganho de peso, o uso de variadas roupas, estilos de cabelos e cosméticos, pois, estes são fatores que influenciam a atratividade física bem como inferem características da personalidade. Segundo Johnson, Podratz, Dipboye e Gibbons (2010) indivíduos mais atraentes fisicamente recebem ofertas de salários iniciais maiores, recebem avaliações de desempenho melhores, são em admitidos em maior número percentual em programas acadêmicos, têm maiores taxas de aprovação quando concorrem em cargos públicos, recebem melhores ofertas de barganhas, têm julgamentos mais favoráveis em testes e provas. Isto acontece porque a atratividade atinge as pessoas que interagem com indivíduos atrativos num nível subconsciente, no qual eles são influenciados por um sentimento positivo que resultará em decisões e julgamentos mais favoráveis. Enquanto que para Buunk e Dijkstra (2011) pessoas fisicamente atrativas são percebidas como mais sociáveis, mais autoconfiantes, mentalmente saudáveis, e sexualmente quentes; além de serem percebidos como indivíduos mais familiares. Tais premissas também são presentes nos estudos de Jaeger (2011) que acrescenta que indivíduos atraentes são mais bem sucedidos em casamentos, em seu marketing pessoal no trabalho, são considerados mais amigáveis e com competências de liderança. Uma preocupação da psicologia social com a estética facial foi de investigar como a percepção de atratividade está relacionada a várias variáveis subjetivas (MCKELVIE, 1993). O estereótipo de atratividade física influenciando no comportamento do consumidor também é levantado por Parekh e Kanekar (1994), sendo colocado por meio da hipótese de que a utilização de mulheres atrativas são percebidas como escolhas de produtos superiores, devido à associação entre beleza e bons produtos. Outro fator que remete à preocupação com a estética e com o consumo de beleza é apontado por Stephens; Hill e Hanson (1994), que indicam a insatisfação com o corpo pela maioria das mulheres norte-americanas, fazendo com que consumam produtos para buscar 54 maior atratividade física. Isto deriva de uma cultura de preocupação intensa com o peso, levantando o estereótipo de pessoa gorda, que é associado à pessoa não atrativa e menos popular ou descolada. Na sociedade chinesa as jovens garotas também aparecem insatisfeitas com o seu corpo e preocupadas com seu peso, como afirmam Jackson e Chen (2008). Já para Yáñez (2001), a impossibilidade de se atingir um corpo que esteja nos padrões culturais de sua sociedade, surge como uma forma de fracasso e pesa sobre o resto das dimensões vitais das pessoas, principalmente no caso das mulheres. Jefferson e Stake (2009) complementam que a insatisfação com o corpo é vista como uma preocupação porque tem sido precursora de sérios problemas psicológicos como: depressão, ansiedade social, baixa autoestima e distúrbios alimentares. E corpos jovens comunicam frequentemente o foco em relacionamentos sociais e românticos, este grupo constitui um bom mercado para aumentar a atratividade de produtos como: roupas, cosméticos e adornos (DOMZAL; KERNAN, 1993). A atratividade de modelos de padrão de feminilidade tem um impacto muito forte para as mulheres, principalmente as jovens e adolescentes. Fatores como imagem corporal, autoestima e autopercepção são utilizados para avaliar esta atratividade conforme afirmam Jalees e Majid (2009). Enquanto que Korabik (1981) aponta que a atratividade física tem mostrado uma importante influencia na autopercepção e no relacionamento interpessoal, e as pessoas atrativas fisicamente não somente assumem uma posição de terem um melhor tratamento pessoal, como também têm a expectativa de serem mais felizes que pessoas não atrativas fisicamente. A atratividade física é um importante fator externo, e funciona como um moderador para a memória de informações positivas e negativas, ou seja, a forma pela qual nós devemos ser capazes de apontar um processo cognitivo chave envolvido num comportamento através da atratividade e da não atratividade dos indivíduos (ROHNER; RASMUSSEN, 2011). Nos estudos de Lee et al. (2008) encontramos que a atratividade física tem se mostrado um consistente e importante fator na formação de relacionamentos românticos, nos quais pessoas mais atrativas tendem a terem maiores chances de encontrar parceiros para um relacionamento romântico justamente por serem mais atrativas. Gangestad e Scheyd (2005) analisam como os padrões de atratividade física são compreendidos pela evolução biológica humana, e mostram que mulheres com faces 55 femininas atrativas apresentam uma série de vantagens como: menor incidência de doenças; melhores capacidades reprodutivas; um melhor metabolismo e genótipos mais resistentes a patógenos externos que produzem transformações. Segundo D’Alessandro e Chitty (2011), normas da cultura ocidental ditam que mulheres que são magras são mais femininas e que mulheres são mais atrativas se elas são miúdas e delicadas. Para Markula (1995), dietas são uma importante prática desenvolvida para oprimir as mulheres em nossa sociedade, pelo desejo de perder peso e se manter no inatingível corpo ideal feminino. Dessa forma, as mulheres esperam ser magras para serem atrativas e serem aceitas pela atual sociedade. Segundo Jaeger (2011), a principal explicação das vantagens da atratividade na psicologia social é que ser belo é um bom estereótipo, sendo que o principal argumento deste estereótipo é que indivíduos fazem inferências sobre outros em qualidades baseadas na sua aparência física. O autor afirma que mulheres com faces atrativas e baixos índices de massa corpórea ocupam cargos de mais prestígio em suas carreiras. Enquanto que Forbes, Jung e Hass (2006) colocam que a atratividade física, particularmente atratividade sexual e beleza facial são parte do tradicional papel das mulheres e deve estar associado com substancial poder social e influência, e o uso de cosméticos providencia rapidamente um caminho para aumentar a beleza e por isso aumenta a mediação da beleza pelo poder social. Com o objetivo de serem atrativas para a sociedade, a maioria das mulheres estão preocupadas em vestir-se bem, maquiar-se, fazer dietas, exercícios físicos ou, mais drasticamente, se reconstruir com cirurgias plásticas para mascarar ou alterar as formas corporais (MARKULA, 1995). Diante de uma cultura, na qual a beleza é um importante fator de sucesso para as mulheres, praticar exercícios é uma importante estratégia na perda de peso, e para se tornarem fisicamente mais atrativas como afirma Cogan (2001). A atratividade física é um fator presente em vários contextos sociais como, por exemplo, na seleção de homens e mulheres para o mercado de trabalho, sendo que tal fator veladamente influencia decisivamente tal seleção (MORROW, 1990). 4.6 MÍDIA E BELEZA A mídia tem um papel importante no momento de ditar modas e tendências em relação à beleza e a padrões de beleza. Por isso, faz-se importante analisar quais relações teóricas e 56 conceituais podem ser realizadas entre os estudos de mídia e beleza. Nesse intuito, estaremos abordando aspectos que tangenciem tais assuntos e que auxiliarão a justificar o quão neste estudo tem sua importância. A beleza tem se tornado uma indústria, e a habilidade para reconhecer filmes famosos e personalidades da televisão compartilhando tal conhecimento cultural, vem alinhada à antiga associação entre beleza e artes tem gerados novos significados (CHAKRAVARTY, 2011). A preocupação com a aparência mediada pelas imagens da mídia contribui para que os indivíduos criem suas identidades e isto afetará diretamente suas vidas (BAYER, 2005). A mídia promove a imagem de mulheres idealizadas magras e sexys (MURNEM et al., 2003). Esta idealização da forma feminina americana aparece claramente estampada nas revistas de moda, televisão e cinema (EDELMAN, 1994). Reel, Soohoo, Summerhays e Gill (2008) afirmam que a ideia de corpo feminino perfeito é fortemente influenciada pelos meios de comunicação e outras forças sociais, os autores acreditam que, para serem percebidas positivamente, devem estar em forma e magras. Apesar de que para Markula (1995), o ideal de beleza feminina pregado pela mídia é contraditório: firme, mas bem modelado; adequado, mas sexy; forte, mas magro. A mídia surge como um agente socializador que enfatiza a beleza como uma rota para a aceitação social, influenciando as mulheres a comprar produtos para atingirem tal aceitação (GOODMAN; MORRIS; SUTHERLAND, 2008). Para Jefferson e Stake (2009), a mídia influência nos distúrbios de imagem corporal, sendo que para alguns autores a mídia é a maior fonte de tais distúrbios. Além disso, tem-se notado que a mídia tem retratado a mulher americana mais magra e mais alta do que a média das americanas. Isto leva estas mulheres, ao se compararem com as mulheres idealizadas pela mídia, a sentirem-se mais insatisfeitas com os seus corpos. Markula (1995) aponta que a mídia retrata somente modelos magras e firmes, levantando um ideal fashion que é opressivo, precisamente pela sua singularidade: de que somente mulheres magras e tonificadas são atrativas, e a maioria das mulheres normais se classifica como não atrativas. Em contrapartida, Guerrero (2007) argumenta que a mídia constrói um conceito de corpo humano em seu estado natural como uma realidade inacabada, defeituosa ou imperfeita, 57 sendo que a apresentação dessa imagem negativa busca gerar sentimentos de medo, rejeição e desamparo, levando o destinatário a buscar a proteção por meio da aquisição de produtos de beleza.Cáceres (2008) mostra a capacidade dos meios de comunicação de massa e da publicidade na formação do imaginário social, no qual o corpo feminino é sem dúvida um dos recursos mais utilizados para anunciar todo tipo de bem e serviço. A mídia imperativa entra em consonância com as escolhas narcísicas. O desejo e o estímulo da propaganda tornam-se necessidade absoluta. Neste mundinho de corpos e mentes vazias, o marketing é um grande instrumento que articula o consumo à produção de sentidos para vida. Vive-se a cultura da superficialidade, do vazio e da falta de esperança (PIMENTEL, 2008). A mídia de massa determina que a imagem de um corpo bonito seja o ideal para todos que desejam atingir a felicidade. E o ideal é um produto cultural arbitrário que se busca por meio de dietas, exercícios, maquiagens, cortes de cabelo, roupas e até cirurgias plásticas estéticas, para atingir padrões consensuais de atratividade física imposta pela sociedade (DOMZAL; KERNAN, 1993). Goodman, Morris e Sutherland (2008) colocam que a beleza feminina está positivamente relacionada à propaganda e à venda de produtos. Isto mostra que a beleza feminina é utilizada como importante fator comercial e influenciador de consumo. As propagandas utilizam mulheres bonitas para atrair a atenção para produtos, pois se acredita que a beleza está relacionada à credibilidade, desejo e aspiração. Brumbaugh (1993) também declara que na propaganda é aceita a ideia de que utilizar pessoas bonitas como modelos e celebridades para endossar produtos, resulta numa venda significativa dos produtos e numa maior credibilidade para a propaganda. Enquanto que Antioco, Smeesters e Le Boedec (2012) mostram no seu estudo a compreensão dos efeitos de campanhas publicitárias que utilizam de modelos não idealizadas, pessoas reais em propagandas em comparação com modelos atrativas idealizadas comuns a maioria das campanhas publicitárias. Estereótipos idealizados pela mídia refletem a definição cultural de atratividade. E estudos indicam que indivíduos comparam seu nível de atratividade com os de modelos de propagandas (D’ALESSANDRO; CHITTY, 2011). No entanto, Herrera e Garrido (2011) consideram que em muitas ocasiões a mídia utiliza as imagens femininas reduzindo-as 58 unicamente a objeto de consumo, prazer e espetáculo. Garcia-Uchoa (2010)complementa tal visão ao relatar que a mídia propõe um discurso rígido e um modelo único de beleza feminina, que por sua vez converte o corpo feminino em um estereótipo, um corpo idealizado adaptado às necessidades da moda, um cabide bonito e indiferente para apresentar o produto a ser vendido a qualquer custo. Ironicamente as familiaridades com imagens, linguagens e tecnologias de beleza têm sido acompanhadas pelo desaparecimento de teorias e filosofias de beleza. Isto particularmente surpreende os estudos de mídia, para mídia agora que se torna um virtual monopólio da produção e disseminação de normas e ideias de beleza (CHAKRAVARTY, 2011). Além disto, o discurso publicitário, por meios de seus modelos, nos propõe que um corpo para ser belo deve cumprir de maneira invariável as condições de ser magro e jovem, pois, se vive numa época na qual: juventude, saúde, beleza física e o corpo se apresentam como símbolo de poder e prazer, por um modelo socialmente imposto pela mídia, que nos vende a necessidade de seguir tal modelo para sermos aceitos socialmente (GARCIAUCHOA, 2010).Os tipos de beleza de Solomon, Ashmore e Longo (1992) pretendem ser um produto imaginário e se tornarão um fragmento de estilo de vida utilizados pelos veículos de mídias em propagandas. O uso de celebridades atrativas fisicamente endossa produtos, marcas e anúncios da mídia, pois elas são uma inspiração simbólica associada a grupos de referências e tem um ganho dual do efeito do status da celebridade e o apelo físico (KAMINS, 1990). Segundo Buunk e Dijkstra (2011), as empresas de propaganda assumem que os consumidores desenvolvem uma atitude mais positiva para comprar um dado produto quando este é recomendado por, ou associado com uma mulher atraente. Viscardi, Sottani e Machado (2012) ao analisarem uma revista feminina concluíram que tal veículo colabora para a promoção de conteúdos voltados para uma padronização estética e para o narcisismo, por meio do uso das celebridades nas capas, da escolha das chamadas, das propagandas e de seu conteúdo jornalístico. A revista promove produtos que devem ser consumidos para se atingir o padrão, e promove celebridades sempre magras, jovens, e bem-sucedidas como o padrão ideal a ser seguido. Na busca de uma identificação as 59 leitoras consomem produtos e comportamentos espelhados nessas celebridades. Percebeu-se que a revista valoriza a beleza em grande parte de seu conteúdo, nas seções fixas, capas e propagandas, induzindo as leitoras a se adaptarem às novidades que esse manual de beleza apresenta, a fim de que ela se sinta bem integrada socialmente. Esse tipo de mídia pode gerar consequências negativas, pois, as mulheres podem frustrar-se tentando alcançar uma beleza impossível, o que pode acarretar a realização de procedimentos cirúrgicos a qualquer custo, doenças como anorexia e bulimia, o endividamento entre outros. Já Hamilton, Mintz e Kashubeck-West (2007) mostram que revistas femininas populares têm sido criticadas por promoverem padrões irrealisticamente magros de idealização dos corpos femininos. Pentina, Taylor e Voelker (2009) enfatizam o apelo presente em propagandas a uma imagem corporal não realista, que aumenta o link para a depressão, baixa autoestima e distúrbios alimentares. Esta ideia é também enfatizada por Bissell e Rask (2010) quando em suas pesquisas na área de distorções da imagem corporal sugerem que a mídia é uma das principais variáveis relacionadas ao aumento de distúrbios alimentares, insatisfação corporal, baixa autoestima com o corpo, doenças como anorexia, bulimia e depressão, especialmente em adolescentes e jovens do sexo feminino, devido a ela ser responsável por promover mensagens exaltando a magreza como um ideal de beleza. Isto ecoa nos estudos de GarciaUchoa (2010) que mostram através das campanhas publicitárias atuais a combinação da utilização de modelos reais com as de corpos magros e desamparados, transmitindo uma imagem enferma e deteriorada que contrasta com o que se deveria entender por belo e se considerar saudável. O público mais influenciado por estes modelos são os adolescentes, jovens e pessoas muito perfeccionistas e exigentes consigo mesmas, que tentam a qualquer preço assemelhar seu corpo ao ideal estético publicitário. Nos estudos de Guerrero (2007), encontram-se os anúncios publicitários de produtos de beleza, que são autênticos transformadores enfrentando antagonistas externos como o sol, a água do mar, o vento, os radicais livres, a poluição, o stress da vida moderna, enquanto alguns antagonistas internos como os hormônios que atuam para acumulação defensiva de gorduras, a retenção de líquidos. 60 Enquanto que Sibilia (2012) apresenta a plena vigência de valores que ratificam a cristalização de uma nova moralidade, os cenários privilegiados dos meios de comunicação audiovisuais evitam mostrar a imagem de corpos velhos. Revistas, televisão e cinema utilizam de várias técnicas de edição de imagens para polir e minimizar as imagens dos corpos idosos. A autora complementa que os corpos nus que estão de acordo com a moralidade atual são aqueles sem marcas indesejáveis (celulite, estrias, rugas e manchas) e sem excessos (gorduras e flacidez). A mídia televisiva e o discurso publicitário cada vez mais estabelecem aos seus participantes, principalmente mulheres, um padrão de beleza que se referência em corpos excessivamente magros. Isso pode esconder problemas de saúde graves, como as doenças que afetam as condutas alimentares, que têm sua maior incidência no público feminino, devido à obrigação implícita que leva a mulher a sentir-se pressionada para manter seu corpo dentro dos cânones de beleza estritos e difíceis de se conseguir atingir (GARCIA-UCHOA, 2010). Para Chakravarty (2011) ao analisar no ambiente da Índia o papel moderno da mídia, este tem sido saturado de imagens de perfeição física com aspirações de um corpo social ou nacional, o corpo perfeito como face emblemática de uma autoimagem coletiva. 4.7 MERCANTILIZAÇÃO DA BELEZA Com o intuito de aprofundar aspectos relacionados ao objeto desta investigação -o consumo de beleza -, neste subcapítulo traremos uma fundamentação conceitual e teórica do aspecto mercantil da beleza. Para isto, serão abordados temas relacionados à indústria de beleza e seus vários produtos que vão desde simples esmaltes que tem preços irrisórios até a cirurgias plasticas complexas que podem ser extremamente caras. A indústria de cosméticos tem sido um dos setores mais prósperos do desenvolvimento das economias no mundo. Consumidores investem quantias consideráveis em roupas e cosméticos e tratamentos para preservar e renovar sua atratividade (EISEND; MÖLLER, 2007). Lipovetsky (2004) discorre sobre o avanço do hiperindividualismo, que se centra em várias modalidades de consumo, especialmente por meio do culto da saúde e da forma, a busca da beleza a qualquer preço, o consumo excessivo de medicamentos e de psicotrópicos, 61 a corrida aos regimes e a busca pela alimentação sadia. Isto é reforçado quando Llamas (1994) comenta que nas sociedades atuais está evidente o estabelecimento de categorias humanas hipercorpóreas, em que o corpo físico tem grande representatividade sociocultural na vida das pessoas. Para Garcia-Uchoa (2010), historicamente homens e mulheres vêm adotando cuidados com a beleza como no uso de cosméticos, cuidado com a alimentação, penteados e adereços, práticas comuns e socialmente aceitas. No entanto, esses cuidados derivam para práticas de beleza mais radicais, como as dietas ou as cirurgias estéticas para aumentar, reduzir, alargar, encurtar em definitivo, modificando diferentes partes de nossa anatomia, passando de práticas de belezas em princípio triviais e produtoras de bem-estar, para uma situação de mal-estar em que prevalece a rejeição do próprio corpo, tal como nos é geneticamente dado em favor do desejo de se alcançar um corpo delineado segundo os modelos vigentes. Consumidores gastam bilhões de dólares todos os anos em produtos e serviços para ajudar a melhorar ou modificar suas aparências físicas. Sendo as cirurgias plásticas uma opção que se tornou bastante popular, apesar dos seus vários riscos inerentes a tal procedimento, mais e mais pessoas as buscam por razões estéticas (EISEND e MÖLLER, 2006; ROUNTREE e DAVIS, 2011). O embelezamento e as práticas fashions têm uma longa história, por meio de rituais que são parte de cada cultura. Aliás, várias culturas acreditam que experiências sexuais são evocadas por meio de certas cores, sensos, texturas e sons com o poder de renovar o espírito, bem como inspirar a imaginação (JOY; SHERRY JR. TROILO; DESCHENES, 2010). A promoção para produtos e serviços de beleza na América do Norte foi iniciada nas duas primeiras décadas do século XX, por meio dos comerciais de sabonete, tratamentos de pele e cosméticos, além de novas e revolucionarias técnicas médicas para modificação dos corpos, incluindo as cirurgias plásticas (SCHULLER, 2009). Pimentel (2008) acrescenta que muitas são as ofertas para a mulher parecer diferente, mais bonita, mais desejável e ilusoriamente perfeita: mudar a cor dos olhos, utilizar cosméticos, tatuagem, aumentar ou diminuir partes do corpo como “seios”, lábios e até a “vulva”. Sendo que a existência de espaços exclusivamente femininos como lojas de departamentos, salões de belezas, academias 62 de ginásticas, sites e blogs servem para reforçar a feminilidade característica fundamental do gênero como afirma Scanlon (2007). Além da cosmética e da ginástica, quando estes recursos invasivos se tornam insuficientes, Sibilia (2012) mostra que vale a pena recorrer a medicina estética e a cirurgia plástica, sobretudo se a intenção é resolver problemas como alisar ou rejuvenescer o abdômen, melhorar nariz, orelhas e queixo, recuperar o cabelo, eliminar o pelo corporal, branquear os dentes, perder peso e eliminar gorduras. A valorização do corpo, devido a este refletir sua felicidade e realização enquanto indivíduo, leva as pessoas a buscarem transformar seus corpos, sendo que isto define e legitima a indústria da cirurgia plástica. (COVINO,2001). Adams (2002) acredita que o consumo de beleza tem sido legitimado com sua associação a ciência médica. Isto se evidencia nos cuidados das mulheres com a pele que se utiliza toda tecnologia farmacêutica e médica na busca de novos e revolucionários tratamentos ofertados por salões e clinicas estética. O desejo por consumir cirurgias plásticas incita também pessoas que estão à margem da economia de mercado, mobilizados pelo mito da beleza e pelo marketing em cima destas práticas clínicas, como afirma Edmonds (2007). A medicalização da beleza e da saúde por meio da venda de cosméticos não é o único fator que exacerba a comoditização do corpo feminino (EDELMAN, 1994). Através da história ocidental do corpo, a indústria da cirurgia plástica deriva uma moral filosófica da proposição médica, bem como uma obsessão com a imperfeição física, que mantém o corpo como uma agência da alma, e apela para um paradoxal desejo que transcende o corpo e eleva a materialidade do eu (COVINO, 2001). A busca por um corpo perfeito tornou-se a solução para todos os problemas do indivíduo. No entanto, quando a genética falha só a um requisito imprescindível para isto que é ter dinheiro para custear um novo corpo. A beleza tornou-se um produto de mercado, acessível a todos aqueles que possam pagar seu alto preço, sendo que o grau de beleza é diretamente proporcional ao dinheiro do sujeito (GARCIA-UCHOA, 2010). As tecnologias da ciência médica são protagonistas destacadas e importantes na solução de problemas da sociedade contemporânea, na melhora dos níveis de bem estar e no aumento da qualidade de vida dos cidadãos (JEREZ; DIAZ, 1994). Para Pentina, Taylor e 63 Voelker (2009) procedimentos cosméticos invasivos e não invasivos têm aumentado e se tornado rotineiro na sociedade contemporânea, com o avanço na oferta de novas soluções biotecnológicas de ponta para os indivíduos insatisfeitos com sua aparência. Yang (2011) acrescenta que a tecnologia médica tem possibilitado a construção de um corpo, como um projeto pessoal, por meio de cirurgias plásticas, transplantes de órgãos e cirurgias transexuais. O corpo feminino torna-se base de testes para inovações tecnológicas e novos padrões de consumo. A cultura da cirurgia plástica preocupa no caminho em que práticas sociais e participantes destas cirurgias atendem a urgências físicas específicas. A cirurgia plástica tem se tornado um hábito culturalmente, sustentado por certo número de sociedades, culturas, economias e forças físicas (BLUM, 2005). O crescimento das cirurgias estéticas tem acontecido devido ao desenvolvimento das possibilidades das técnicas médicas para as mudanças de aparência física de forma permanente e veio para resolver vários tipos de problemas de aparência (ASKEGAARD; GERTSEN; LANGER, 2002). Enquanto que Rountree e Davis (2011) afirmam que o aumento da busca por cirurgias plásticas na sociedade norte-americana ocorreu concomitantemente com o aumento dos sentimentos relacionados a comportamentos que imagem corporal pode ser alterada facilmente por meio das cirurgias plásticas, além de uma pressão sociocultural que a beleza é mais importante do que uma imagem corporal negativa. Os bons efeitos da cirurgia plástica tocam a alma e elevam o eu interior, pois, o corpo aparece como um obstáculo que, graças à materialização pelas cirurgias plásticas, consegue refletir o eu interior (COVINO, 2001). Edelman (1994) complementa que o impulso por alterar a aparência pode ser diferentemente definido e executado pelas mulheres ao redor do mundo. O implante de peitos define novos parâmetros corporais, criando a construção de novos padrões sociais. Para Pentina, Taylor e Voelker (2009) as possíveis razões que motivam a busca por cirurgias plásticas encontra na literatura de sociologia médica e antropológica uma preocupação com os macroprocessos do quanto à estrutura de poder na sociedade influencia culturalmente a construção de significados do corpo humano, em particular, as 64 crenças da aceitação das cirurgias cosméticas como resultado de uma universal capitulação para as seduções do capitalismo de consumo. Gimlin (2000) indica que cirurgias estéticas padrões, para alguns teóricos e críticos sociais, é o último símbolo da invasão do corpo humano para a importante busca da beleza física. Enquanto que Schouten (1991) mostra que as cirurgias plásticas podem ser vistas como uma autoimposição pessoal, um rito pessoal de passagem que permite se separar de seus atuais atributos físicos e incorporar outros, se caracterizando um ato de aquisição e consumo. Nos resultados das pesquisas de Rountree e Davis (2011) encontrou-se que a motivação primaria dos indivíduos para realizarem cirurgias plásticas vem da necessidade de remediar alguma percepção de defeito físico, assim como um desconforto emocional consequente deste defeito. Sendo que forças internas e externas devem conspirar para o sentimento de desespero de alguns indivíduos com a percepção de um defeito físico, em que acreditam que a cirurgia plástica é a chave para uma vida melhor, minimizando o sentimento de baixa autoestima geralmente presente. Os autores também identificam outros fatores que influenciam a decisão dos consumidores por cirurgias plásticas que incluem: o desejo de comprar e usar roupas fashions; o desprazer de uma depressão, baixa autoestima, e insatisfação geral com a imagem corporal; minimizar doenças psicológicas; a habilidade de imaginar um caminho diferente para si mesmo; retornar a um passado nostálgico com relação a melhorar seu corpo; a habilidade para se relacionar melhor com amigos, familiares, relações de trabalho, como o desejo de ser mais admirado e ser mais competitivo nas áreas esportivas; e o desejo de se mover a um ideal cultural de beleza. Fatores que influenciam nas escolhas para uma cirurgia plástica são apontados por Pentina, Taylor e Voelker (2009) nos resultados de entrevistas etnográficas, dentre eles se destacam: a insatisfação com o corpo; impressão da gestão por um papel ocupacional ou de atratividade sexual; a simbólica autorrealização ou autotransformação durante um período de transformação em sua vida; controle percebido sobre o próprio destino, e orientações para resultados positivos. 65 Luo (2012) coloca que websites estão repletos de imagens femininas com apelo de consumo para mulheres, sendo que estes apelos são de dois tipos: de corpos glamorosos de modelos, ou o corpo de mulheres comuns, antes e depois de cirurgias plásticas. São mostradas mulheres altas, magras, com belas curvas corporais, sempre alegres e radiantes dando a falsa impressão que cirurgias plásticas são indolores e prazerosas. Atender suas necessidades básicas e valores utilitários, roupas fashions são usadas como uma forma de autoexpressão e projeções de imagens tanto para homens como para mulheres. Isto tem impacto direto modificando os estilos de vida e o desejo de aparecerem como líderes fashions e na tendência como celebridades. Além disto, buscam sentirem-se com um corpo bonito dentro da roupa, percebendo o impacto da aceitação do consumo de roupas (APEAGYEI, 2011). Brandini (2007) coloca que existem vários estatutos de ornamentação do corpo em períodos históricos e culturas diferentes. A busca por significados vividos através da subjetividade, culturas e crenças de um corpo metamorfoseado, fabricado, vestido, estilizado, malhado, sarado, operado é produzida em função de um ideal de beleza tornado vigente pela moda e por significações políticas que ela agrega. Com relação aos meios culturalmente institucionalizados para aquisição de beleza, Yáñez (2001) define a existência de: meios legítimos para aquisição de beleza, que são aqueles que não afetam a natureza corporal, e apenas acentuam a imagem do corpo, como a utilização de maquiagem, dietas alimentares e cortes de cabelos; meios ilegítimos para aquisição de beleza, que são aqueles que transformam de modo definitivo a constituição natural do corpo, como por exemplo, as técnicas de cirurgias plásticas; e os meios tolerados, que transformam a natureza dos corpos de modo temporal e pouco relevante, por meio de tinturas capilares, tratamentos faciais com pequenas cirurgias, maquiagem semipermanente. Tal ideia é reforçada por Guerrero (2007) que distante do modelo de beleza clássico definido pela harmonia, integração com a natureza e o equilíbrio, rejeitado pela mídia, que traduz a ideia de beleza como uma luta contra a natureza; a beleza resulta em ser uma conquista que mescla de vontade com tratamentos e cosméticos. Ela é desenvolvida em duas fases: a destruição da imperfeição natural e a reconstrução de um estado de beleza artificial. 66 Consumidores de produtos de beleza têm dificuldades de expressar necessidades e, consequentemente, dificuldades para encontrar soluções satisfatórias. Deste modo, o consumidor se confronta com as propagandas e as informações disponíveis sobre tais produtos (OGBADU; BAGAJI; SHAIBU, 2012).A pesquisa de Regan (2011) indica resultados em que sensualidade e atratividade física são fatores que influenciam a escolha de como a mulher irá selecionar suas roupas, e também, mulheres que querem ser mais atrativas e sensuais tem a utilizar mais cosméticos. Ao falar da indústria de cosmético, Varas (1994) comenta que a marca alude a determinados aspectos da realidade objetiva e subjetiva, sendo um conteúdo essencial nos anúncios e seus atributos estão ligados a qualidade, no qual o indivíduo buscará uma identificação. Alguns de seus produtos colocam os corpos numa inter-relação importante com eles mesmos, pois afetam a aparência, sendo importante, porque a aparência é a expressão palpável de si mesmo (DOMZAL; KERNAN, 1993). A escolha por produtos de beleza envolve um processo decisório complexo, pois afeta diretamente a aparência do indivíduo, sendo que atributos como textura, aroma, funcionalidade, aparência e preço são decisivos na opção de consumo de produtos de beleza, como afirmam Kim e Seock (2009) em seus estudos sobre o comportamento de consumo de produtos de beleza naturais por jovens mulheres. Além disto, o sistema sensorial de códigos que integram a criação de significados nas roupas permite aos consumidores expressar sua identidade ou intenções por meio da escolha de produtos como colocam Workman e Caldwell (2007). Ao tratarmos do setor de beleza encontramos um importante segmento, que está ligada aos cuidados com a pele, na qual a avaliação de informações multiculturais sobre a complexidade e tonalidades de pele, que guiam laboratórios na formulação de produtos para pele e cosméticos faciais para diferentes grupos étnicos, como apontam Caisey et al. (2006). Outro segmento é o de maquiagem, que pode ser definido como uma subcategoria dos cosméticos, incluindo produtos como batons, sombras de olho, blush, delineador, base e pó. Além de cosméticos, o estilo de vida fashion envolve roupas, acessórios e cirurgias plásticas, 67 todos estes aspectos são utilizados para a atração sexual ou de seu par romântico e outros aspectos da vida social como a aceitação social (FABRICANT; GULD, 1993). A cultura do corpo na China foi amplificada com o boom da indústria de beleza pósmilênio, e a prática da cirurgia plástica passou a ser oferecida como um serviço pelos hospitais chineses, resultando em lucros tremendos (LUO, 2012). Yang (2011) acrescenta que milhões de mulheres chinesas visitam salões de beleza semanalmente e o comprometimento delas com embelezamento e autotransformação é parte do discurso popular nos últimos anos, que legitima a chamada economia da beleza no país, fazendo referência aos concursos de beleza, à competição das modelos para participar de propagandas, cosméticos, cirurgias plásticas, serviços de cuidados de beleza e saúde, televisão e cinema. Na Índia Chakravarty (2011) afirma que o foco no corpo é evidenciado pela difusão de academias de ginásticas e centros estéticos também nas pequenas cidades. O apelo consumista está bastante presente entre os indivíduos de classe média. Sob condições de economia e cultura de globalização, sendo sentido que o marketing e comoditização dos ideais do corpo tem tido efeitos adversos sobre os jovens. Enquanto que Spais e Konstantinakos (2007) concluem em seus estudos que a estética corporal não é somente um fator importante para a construção da imagem das empresas e suas marcas na mídia, mas são também atrativos mercados como pode ser visto na indústria alimentícia, indústria fashion, indústria de beleza e indústria de propaganda. 68 5. POSICIONAMENTO METODOLÓGICO Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual o método utilizado foi a Análise Sociológica do Discurso (Ibánez, Ortí, Lucas, Pereña e Zárraga, Conde, Ruiz, Alonso, Martín-Criado, Serrano, Godoi e Coelho). Como prática de coleta dos discursos, utilizou-se a prática do Grupo de Discussão (Ibáñez, Lucas, Ortí e Alonso, Godoi), inerente à própria Tradição Espanhola de Pesquisa Social Qualitativa. Nesse sentido, a postura do pesquisador corroborou, em termos metodológicos, a perspectiva dialética das relações sociais definidas por Ortí (2010), que descreve a atitude do investigador fundindo a teoria com a vida, co-implicando a relação entre sujeito e objeto, e relativizando a dinâmica conjunta do sujeito e do objeto, projetando, desta maneira, uma crítica de valor sobre os supostos metodológicos do investigador. O autor também descreve a configuração do universo social da pesquisa a partir de relações: de co-implicação, qualitativas, descontínuas, temporais, multidimensionais, ilimitadas e inesgotáveis. A análise da comunicação ao longo do processo de investigação social determina a aplicação de diferentes perspectivas metodológicas na captação e análise dos distintos níveis de condutas e da interação social. Destacam-se três perspectivas: perspectiva fática 16 , perspectiva significativa17, e a perspectiva simbólica (ORTÍ, 2010, p.245-246). 5.1 ANÁLISES DO DISCURSO Existem vários caminhos que mediam o mundo e a percepção de mundo que é o primeiro lócus de análise, neste sentido surge o discurso como um método de análise de campo, conforme declara Manning (1979). Não se trata de um método com enfoque linguístico, mas com enfoque interpretativista, no qual os pesquisadores assumem olhares não objetivos dos textos analisados, e são levadas em consideração as circunstâncias contextuais que influenciam os pesquisadores, cabe uma postura subjetiva na análise dos textos, que também considera um viés cultural (LACITY; JANSON, 1994). O discurso é uma prática articulada com outras práticas também emolduradas na ordem da capacidade discursiva. Discursos relacionados com outros; discursos que se 16 17 Que se concentra na análise dos atos e opiniões. É composta pelos fins inteligíveis que orientam implicitamente a ação e estruturam os discursos como signos e representações ideológicas que as expressam. 69 retroalimentam, que se interpelam, que se interrogam; discursos produtores e solapadores de outros discursos; discursos que se transformam, mas e o que também são passíveis de transformação. Portanto, todo o discurso é uma prática social e tem um contexto de produção (IÑIGUEZ, 2004). Para Gorzarán (1985), a informação primária em forma de discurso é buscada por meio de grupos de discussão e entrevistas individuais, aplicando explícita ou implicitamente os estímulos verbais ou gestuais, derivados de um esquema significativo do campo semântico em que se enquadre a temática do objeto de investigação. Ortí (2010) entende o discurso enquanto expressão manifesta dos desejos, crenças, valores, e fins do sujeito falante que exigem fundamentalmente serem compreendidos e interpretados. Isto começa a ser estudado como práticas qualitativas da investigação empírica dos discursos, e seu enfoque é uma forma de aproximação empírica da realidade social especificamente adequada a compreensão significativa e de interpretação motivacional profunda da conduta dos atores sociais em sua orientação interna - crenças, valores, desejos, imagens pré-consciente, e movimentos afetivos impostos paulatinamente para compreender a dinâmica competitiva própria do mercado capitalista de bens de grande consumo. No contexto deste estudo trabalhamos, portanto, com a Análise Sociológica do Discurso (ASD). Esta corrente está vinculada à Tradição Espanhola de Investigação Social Qualitativa (Ibáñez, 1986; Alonso, 1998; Ortí, 2001; Conde, 2008; Ruiz Ruiz, 2009, dentre outros), comandada principalmente pela Escola Qualitativista de Madri, que emergiu no início dos anos 70. Porém, os primeiros passos e usos desta abordagem iniciaram-se ao final da década de 50 e concretamente nos anos de 60, quando foi dado início à investigação de mercados na Espanha, onde a introdução do capital transnacional traz a flexibilização do regime franquista e seu reconhecimento por parte da comunidade internacional. Este é o início de um novo modelo de consumo de massas instaurado naquela época e que implicou na necessidade de investigações centradas nos potenciais consumidores. A partir de 1973, ainda durante a ditadura de Franco, nasceu o edifício teórico e metodológico da Análise Sociológica do Discurso, que passaria a se constituir como o núcleo fundamental da pesquisa qualitativa na Espanha. (GODOI; COELHO; SERRANO, 2014). 70 As características do discurso foram compreendidas por Conde (2009) como: uma perspectiva da aproximação a realidade social que mantém certo grau de coerência interna e que leva o desenvolvimento de uma visão específica ao respeito;o nível de coerência e consistência interna do discurso é dado por cada momento histórico e pela particular forma narrativa que se adote;é expressado uma série de argumentos verbais mais ou menos trabalhados e articulados; seus materiais constitutivos emergem nas condições concretas da interação social dos sujeitos dos interlocutores da investigação; seus elementos constitutivos são pronunciados pelos interlocutores com uma certa intencionalidade, para induzir uma certa ação social. Ortí (2010) pensa que a representação do conceito de sócio-hermenêutica é uma perspectiva muito adequada para designar a análise sociológica do discurso. Sua concepção pode generalizar a toda compreensão e interpretação de mundo que pretenda contextualizar os intercâmbios simbólicos entre sujeitos, grupos e movimentos; e mediante sua articulação crítica na trama dos processos sócio-históricos estruturais, determina e confere um sentido real. Mas ao mesmo tempo os processos de produção pelas práticas qualitativas, a sócio hermenêutica – ou a Análise Sociológica do Discurso - supõe também o reconhecimento do papel estruturante na interação pessoa/grupo das mediações simbólicas da vida social, enquanto estruturas significantes com uma autonomia relativa. Conde (2009, p. 7) descreve a análise sociológica do discurso como um estilo de investigação social, distante de formalismos automáticos de aplicação universal, que pretende realizar a investigação social com maior rigor possível, tendo um objetivo implícito em cada investigação concreta de melhorar a compreensão dos fenômenos sociais especialmente os relativos à inter-relação do mundo simbólico, do mundo ideológico e os processos de manutenção e mudanças de uma determinada ordem social: a sociedade capitalista e de consumo que domina os países ocidentais. Esse estilo foi configurado a partir dos estudos seminais de Jesus Ibáñez, Alfonso Ortí e Angel de Lucas, núcleo de investigadores que está na origem de certa tradição espanhola na investigação social, e o que lhes interessa são os discursos grupais que possam ser expressos ao longo de uma dinâmica. 71 A identificação entre pós-modernidade e discurso chegou a constituir o próprio término do discurso como portador de um programa teórico completo, que começa com Levi-Strauss, e tem seu principal expoente Foucault, e acaba levando Derrida ao paradoxismo, ao variar o ângulo de aproximação desde o conceito de discurso até o de texto (ALONSO, 2012). 5.2 GRUPOS DE DISCUSSÃO A técnica do grupo de discussão surge no momento em que se desenvolveu o capitalismo de consumo, tendo uma função consultiva, como dispositivo prático no processo de acoplamento dos indivíduos ao capital. Isto vale para o consumo das pessoas, para vinculação delas à máquina do capital (IBÁÑEZ, 2003). Leon (2007) considera que o grupo de discussão possui duas raízes teórico-práticas, marcadas diferenças epistemológicas que pressupõem formas distintas de praticá-las. Uma delas é norte-americana conhecida como focus-group, desenvolvida a partir das técnicas de entrevistas grupais como instrumentos de análise social e psicoterapêutica, desenvolvida por Merton, Fiske e Kendall nas décadas de 30 e 40. A outra é uma versão europeia, mais precisamente espanhola, criada epistemologicamente por Ibanez, denominada grupo de discussão, que será utilizada como base para este projeto. Este grupo de discussão trata de uma técnica conversacional que recolhe a dimensão incoerente do discurso. Esse conceito fundamenta-se na linha da escola formada por Jesús Ibáñez, Ángel de Lucas, Alfonso Ortí e Luis Enrique Alonso, da mesma forma que a Análise Sociológica do Discurso descrita anteriormente. Ambas as práticas emergiram na Espanha, no momento pós-gerra civil e ditadura de Franco, e tiveram seus primeiros estudos profundamente associados ao campo do consumo concebido de uma forma crítica. Para Ibañez (2003, p.135), o grupo de discussão se insere num campo de produção de discursos, no qual o processo de produção desses discursos tem uma forma aparentemente circular. E a atuação do grupo produz um discurso que servirá de matéria-prima para as análises, e estas produzem um discurso a ser utilizado de contexto linguístico para o uso social de seus resultados. 72 Dentre as práticas qualitativas de investigação dos discursos, em particular o grupo de discussão18, enquanto técnica de participação e religação para o estudo e a conduta de grandes massas de consumidores na estrutura da competência do mercado neocapitalista, da chamada sociedade de consumo; bens supérfluos, marcados mais pelo desejo do que pela necessidade e de grande consumo massivo se apresentam como imagens socialmente produzidas, símbolos de status e de pertença a grupos, com o qual é obrigatória a identificação, e cujo valores e significantes devem ser compartidos entre todos os membros do grupo (ORTÍ:2010,p.242). Desta forma, o grupo de discussão é uma técnica mais próxima do discurso informal ou espontâneo, no qual tem lugar os conflitos sociais (CALLEJO, 2002). Para Alonso (1998), o Grupo de Discussão é um projeto de ação comunicativa, no qual os autores tratam de estabelecer um acordo sobre os pontos problemáticos e os núcleos temáticos de sua conversação. O grupo aceita e trabalha comunicativamente o que circula em seu universo, enquanto esculpe e desenha o que sente estranho e desconhecido. Para Ibañez (2003), aplicar a técnica do grupo de discussão visa cumprir objetivos concretos em uma situação concreta não implica em encontrar uma forma canônica de proceder. Todas as formas são boas, mas umas têm determinadas consequências e efeitos, enquanto em outras, o investigador deve estar simplesmente a disposição para calcular os efeitos produzidos do que se decidiu. Ortí (2010) complementa que mediante esta técnica livre ou aberta, se aspira reproduzir o discurso ideológico cotidiano ou discurso básico sobre a realidade social de uma classe ou estrato, representada por sujeitos reunidos, para melhor interpretar em seu contexto os valores motivacionais afetivos do tópico investigado pelo grupo, suas crenças e expectativas sobre o mesmo, assim como a projeção de seus desejos, resistências e temores conscientes e inconscientes. Essa situação faz emergir no grupo emoções básicas, conflitos e as normas sociais dominantes vinculadas ao tópico investigado na macrossituação da classe ou estrato social, a qual os membros do grupo pertençam. 18 O autor aprofunda o conceito, dizendo que a discussão em grupo constitui tão somente uma forma simples de entrar em contato com a realidade, ou melhor uma reprodução teatral da mesma, em condições mais ou menos controladas, no qual os membros do grupo colaboram na definição de um texto de seus próprios papéis, semidiretivamente orientados por um diretor mais ou menos experiente para a condução de um grupo deste gênero, devendo ele ter uma certa empatia e a maior cultura sociológica e histórica geral possível sobre o conhecimento mais adequado do problema discutido. 73 Pereda, Prada, Actis e Ortí (2010) afirmam que o grupo de discussão é uma prática reflexiva que busca compreender a importância da realidade social dos grupos, por meio das características de seus discursos, colocando-os em relação aos seus contextos de produção, processo que só pode se realizar por meio da interpretação, e pelos discursos linhas de enunciação simbólica que expressam posições sociais. Alonso (1998) expõe que o grupo de discussão é um dispositivo estabelecido sobre a base da identidade social e suas representações; sendo estas representações sociais as formas de conhecimento, coletivamente elaboradas e compartilhadas, com uma orientação prática e permanentemente atualizada, e determinam a forma comum em que os diferentes grupos humanos constroem e interpretam sua realidade e de outros coletivos. O autor complementa dizendo que o grupo de discussão é um jogo de linguagem interindividual, uma situação verbal aberta; sua tarefa está marcada e tem como fim a produção de um discurso que servirá de matéria-prima para as análises por parte do investigador social. Para os autores do Colectivo IOE e Ortí (2007), o grupo de discussão não informa adequadamente os atos e práticas das pessoas, mas permite identificar o suporte ideológico de tais comportamentos e as linhas de força que podem dar lugar a novas formas de ação. Para Callejo (1998), o grupo de discussão tem emergido como prática de investigação na sociedade de consumo. No entanto, a atual sociedade começa encontrar problemas para ser reconhecida como tal. Sendo que características desta sociedade como a refletividade e o consenso alimentam-se reciprocamente através do discurso, pois a profundidade do consenso está sustentada por parte dos sujeitos estando presentes na refletividade metodológica centrada na dinâmica e nas análises do grupo de discussão. O grupo de discussão, segundo Cano e Rubio (2005), propicia a produção livre do discurso através da discussão do tema proposto, reproduzindo em sua composição e dinâmica das situações sociais de referência e confrontação ideológica das atitudes e representações sociais a respeito do tema. Em contrapartida, Alonso (1998) mostra que o grupo de discussão é um grupo de consenso que busca alcançar acordos sobre os sentidos das representações sociais. 74 Na opinião de Pereda, Prada, Actis e Ortí (2010), a utilização da metodologia de grupo de discussão se resulta como pertinente para explorar de forma aberta as opiniões, atitudes, motivações e expectativas. A análise do texto produzido em um grupo de discussão permite acender as representações e imagens coletivas que configuram as atitudes, valores e expectativas de um grupo social, e condicionam seu comportamento, dando lugar a opiniões mais ou menos duradouras. Os autores também afirmam que a opção pela utilização da metodologia do grupo de discussão acontece devido à perspectiva, ao alcance e a estratégia desta metodologia que permite um nível maior de profundidade, que transcende o puro conteúdo manifesto através do trabalho de interpretação referido aos processos sociais em jogo. Conde (2009) levanta a importância de uma dinâmica aberta da análise sociológica do discurso com a existência de uma coordenação aberta e não diretiva dos grupos de discussão que permita ao grupo ir configurando com seus rodeios e idas e voltas, com suas associações e desprezamentos, com seus saltos e retrocessos da trama narrativa base da análise do discurso grupal. Para Ibánez, o grupo de discussão é como um artefato cientifico para as análises sociais, no qual a linguagem permite interpretar o mundo cognitivo em sua dimensão estrutural do componente simbólico, e os elementos da linguagem permite aproximar os mapas perceptuais e ideológicos que os sujeitos constroem sobre seu entorno e o conjunto da sociedade (LEON,2007). Frey e Fontana (1991) sugerem que a investigação social pode empregar a técnica da entrevista em grupo no qual os participantes de um contexto social podem ser entrevistados simultaneamente. A entrevista em grupo providencia dados da interação do grupo, definindo as realidades de um grupo social e as interpretações de eventos que reflitam os inputs do grupo. A forma grupal de produção discursiva, para Conde (2008), mostra a diferença do “eu narrativo” tão presente nas entrevistas pessoais, induz a que os grupos de discussão socializados seja relativamente frequente o uso do “nós”, como primeira pessoa do plural, como expressão coletiva e pré-consciente que esta forma de construção grupal e representacional do discurso em função do que o grupo fala e se identifica. 75 A diferença do grupo de discussão para outras práticas de investigações sociais conversacionais como a entrevista é que devido à participação de várias pessoas na situação de observação, permite-se a espontaneidade das expressões e supõe-se a abertura para as contradições (CALLEJO, 2002). Para Ibañez (2010), o processo de investigação mediante grupos de discussão pode ser descrito através das seguintes fases: desenho; formação do grupo com a produção do contexto situacional ou existencial; funcionamento do grupo com a produção de um contexto convencional ou linguístico; e análises e interpretação do discurso do grupo com a aplicação do contexto convencional sobre o contexto existencial. Nas investigações mediante grupos de discussão o desenho é aberto, e o processo de investigação está integrado à realidade concreta do investigador. Esta técnica exige uma mudança, que é o desenho aberto e a integração dos investigadores como seres concretos, como sujeitos do processo, podendo interferir e modificar, imprimindo-se num sujeito do processo de investigação (IBÁÑEZ,2003). Cano e Rubio (2005) indicam que a metodologia de grupo de discussão depende de uma seleção de participantes baseada em características sociodemográficas definidas pelo pesquisador; uma categorização que estabelece um planejamento de categorias de acordo com o tema que se investigará; e as análises dos dados. Leon (2007) explica que, tecnicamente, o grupo de discussão é um grupo de pessoas que são selecionadas para reunirem-se, sendo uma amostra estrutural com características próprias que constituem a dimensão grupal, os informantes têm o direito falar através do seu ponto de vista e frente a outros sujeitos, o que permite uma conversação. A formação do grupo acontece pelo mediador que convoca o grupo e provoca um tema de discussão, determina um espaço para acontecer a reunião e limita o seu tempo. A seleção dos participantes articula-se em duas operações: a determinação algébrica das classes dos participantes e o contato concreto mediante redes topológicas com os participantes (IBAÑEZ, 2010). Devendo incluir nos grupos todos os que reproduzem mediante seu discurso relações relevantes (IBAÑEZ, 2003). Com relação ao tempo da reunião, isto é explícito verbalmente na apresentação, sendo mencionada de forma concreta a duração aproximada da reunião como apresenta Brito (1999). 76 Ibañez (2010) afirma que a reunião do grupo de discussão não pode durar mais de uma hora e meia, sendo que o início e o final devem ser delimitados anteriormente pelo mediador. Em relação ao moderador, Ortí (2010) levanta a necessidade deste não poder introduzir juízos de valor sobre o tema, de adaptar sua linguagem às características do grupo e de ter que manter sua autoridade moral. Além disto, cabe ao moderador intervir o mínimo possível, a não ser que o grupo se cale ou entre em conflito ou derive para outro tema, ou um líder espontâneo monopolize a discussão. Ibañez (2003) coloca que no grupo de discussão, o discurso é provocado explicitamente pelo moderador e todos os elementos da situação tendem a provocar o discurso do grupo implicitamente. O grupo de discussão é um grupo simulado e manipulável. Simulado porque é um grupo imaginário que tem sua existência vinculada a produção de um discurso em um determinado tempo e espaço, sendo que este discurso é sua única possibilidade para interromper o silêncio e as descontinuidades. A manipulação acontece porque o mediador tem na mão todos os fios que movem o grupo, tem o poder para assinalar o espaço e controlar o tempo, também tem o poder de determinar quantos são os membros e quem vai participar do grupo, e ainda lhe cabe de quando este grupo nasce e quando morre. Quanto à escolha do espaço da reunião, a recomendação é de que o local escolhido tenha uma mesa e cadeiras, onde se possa sentar ao redor, e esta mesa deve ser preferencialmente circular, o que facilita a dinâmica grupal. Deve ter também uma boa iluminação e um ambiente com pouca ou ausência de decoração (BRITO 1999). O roteiro é um instrumento que consiste em uma ordenação temática de interesses para os objetivos da investigação. Sua estrutura é sequencial e discorre do mais amplo e vago ao mais concreto e preciso. A maior dificuldade para construir o roteiro reside no planejamento antecipado dos lugares conversacionais pelos quais passarão o grupo, e a tradução operativa dos objetivos específicos de investigações planejados que se adaptem ao esquema de uma conversação real (BRITO 2001). Convém compreender que a representatividade do grupo de discussão não é estatística, pois tem por objetivo tanto captar e representar as posições típicas, quanto também posições extremas que compõem a diversidade do campo social estudado (PEREDA; PRADA; ACTIS; 77 ORTÍ, 2010). O número de participantes de um grupo de discussão está condicionado a cada caso e pode variar entre um mínimo de cinco e no máximo de nove (GORZARÁN,1985). Já para Ibañez (2010), o número de participantes deve ser entre cinco e dez. Ao tratar do desenho de uma pesquisa com a utilização de grupo de discussão, Ramirez (2009) apresenta as seguintes etapas: planejamento dos objetivos e elaboração de um guia de perguntas; seleção dos participantes com a determinação das características de quem deve se reunir; eleição do moderador; determinar o lugar e a data; treinar o moderador; desenvolvimento do grupo de discussão; transcrição e análises das informações e conclusões. Valles (1997) afirma que o número de grupos formados e como eles serão compostos são interrogações básicas que devem ser respondidas em estudos reais. Trata-se de decisões amostrais que em parte se tomam ao projetar o estudo, e em parte, se completa durante o trabalho de campo. Dependerá do caráter mais emergente ou mais projetado do desenho. Além disto, o grupo de discussão não persegue uma representação estatística, e sim uma representação topológica, socioestrutural, de acordo com os propósitos da investigação e as contingências de meios e tempo. Portanto, o número de grupos e sua composição dependerá de critérios amostrais básicos como: a heterogeneidade entre os grupos que orienta a seleção de participantes e sua distribuição em grupos, tratando de reproduzir conversações relevantes ou pertinentes, segundo os objetivos do estudo; e a economia que introduz as constrições de tempo e dinheiro no estudo e pode sustentar o conceito de saturação por mero pragmatismo econômico. Quanto ao papel do moderador, Callejo (1998) coloca que a este cabe estabelecer a agitação que pode auxiliar na aproximação e na construção de uma identidade de grupo, e que, por meio das intervenções do moderador, dá-se sentido à análise do discurso produzido. No entanto, a dinâmica grupal não pode ser dependente de um protagonismo do moderador ou um excesso de moderação. Conde (2009) prega que, para manutenção de uma dinâmica aberta, cabe o mínimo de intervenções possíveis por parte do moderador. Sobre as interpretações e análises dos discursos dos grupos, Ibañez (2010) declara que as interpretações têm um sentido ativo do desejo das pessoas, e a interpretação capta o desejo do grupo, sendo que uma parte desta interpretação está manifesta, outra parte em forma 78 latente. As análises incluem três níveis: synnômo, autônomo e nuclear. O nível nuclear é a captação de elementos de verossimilhanças, como uma verdade definitiva e impossível, nisto surgem as verossimilhanças que são uma simulação da verdade. O nível autônomo é da construção de discursos combinando esses elementos de verossimilhança. O nível synnômo é o nível global e concreto que se funde no aqui e agora, é o ponto de tangência dos discursos com os cursos, no qual podemos distinguir a significação (semântica) do sentido (pragmático). Com relação à transcrição de um grupo de discussão, esta se apresenta como um registro de processos dinâmicos tendo um sentido explícito, um caminho e uma mediação em que se estabelece o sentido socialmente construído, só alcançada por meio da análise interpretativa. Esta análise é iniciada em um nível textual (semântico), no qual se ordena em cadeias sintagmáticas ou narrativas e em cadeias paradigmáticas; e também por meio de análises contextuais (pragmática), considerando um contexto analítico específico e um contexto social amplo, assim como elementos teóricos que permitam uma melhor compreensão do texto analisado (PEREDA, PRADA, ACTID e ORTÍ, 2010). A tarefa da transcrição literal das reuniões de grupos é uma atividade imprescindível para o objetivo da investigação e as análises de possíveis discursos existentes na relação com o objeto de investigação (CONDE, 2009). 5.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA A pesquisa ocorreu nos municípios de São Francisco do Sul e Joinville ambos no estado de Santa Catarina. Mais precisamente, com mulheres estudantes e docentes das instituições de ensino destas cidades. Em São Francisco do Sul, as participantes foram selecionadas dentre as estudantes do Curso Técnico de Administração e as docentes do Instituto Federal Catarinense. Enquanto que em Joinville, as participantes foram selecionadas dentre as estudantes dos Cursos Superiores de Tecnologia em Marketing, RH e o Bacharelado em Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera de Joinville. A escolha por tais instituições para compor a amostra da pesquisa foi acidental ou por conveniência, pois tais instituições eram as mais acessíveis ao pesquisador realizar sua pesquisa. Com relação aos critérios para escolha das participantes, foi levado em consideração a faixa etária, dividida em dois grupos: entre 18 a 35 anos para o grupo das alunas da 79 respectivas Instituições pesquisadas e de 28 a 50 anos com relação ao grupo das docentes das instituições pesquisadas. Outro critério está relacionado à renda familiar: para grupo das alunas das instituições pesquisadas esteve entre R$1542,00 e R$8418,00, que segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil compreende as classes C1, B2 e B1; enquanto o grupo de docentes teve a sua renda familiar entre R$2566,00 e R$12926,00 que, segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil, compreende as classes B2, B1 e A2(ABEP,2012). A ausência maior limitação de critérios é proposital, visando a buscar o que Ibañez (2003) chama de heterogeneidade inclusiva no grupo de participantes, pois um grupo totalmente homogêneo não produziria um discurso ou produziria um discurso totalmente redundante, e a produção de um discurso homogêneo (consenso) deve acontecer pelo intercâmbio das diferenças. Além disto, não se trata de uma amostra estatística regida pela extensão que busca um subconjunto de uma população que reproduz de forma extensiva do conjunto, criando uma situação analógica eles. Mas, trata-se de uma amostra estrutural, que é regida pela compreensão, na qual se busca um subconjunto pertinente para gerar o conjunto de relações que se investiga, criando uma relação homológica entre conjunto e subconjunto (IBAÑEZ, 2003). Os grupos foram compostos de 5 a 8 participantes dos selecionados de acordo com os critérios supracitados, seguindo prescrição de Ibañez (2003), em que um grupo de discussão deve ter entre cinco e dez participantes. E as reuniões tiveram entre 80 e 120 minutos, e coube ao moderador determinar o tempo exato de início e término da reunião dentro deste intervalo, conforme esse entendeu como conveniente. Sobre a postura do moderador, este não poderá manifestar sua autoridade, a não ser que seja uma manifestação consciente e provocativa ou que seja para chamar a atenção quando todos falem ao mesmo tempo, pois desta forma, ele não interfere na verdade oculta e simbólica do grupo que é produto de seus membros. Ele trabalha sobre o discurso do grupo sem participar dele. O trabalho é realizado em dois momentos, durante o tempo da discussão, provocando e catalisando a emergência deste discurso e nas análises quando o discurso do grupo se converte - para seu trabalho - em puro objeto (IBAÑEZ, 2003). Para Brito (2008), 80 cabe ao moderador articular duas tarefas concretas: criar uma situação grupal artificial na qual integrantes se manifestem e falem livremente, de maneira natural e espontânea; e manter o grupo numa situação de trabalho e interesse particular que derive do tema investigado e dos objetivos da investigação. Cabe ao moderador também ser responsável pela provocação inicial que Ibañez (2003) conceitua como a proposta do tema colocada ao grupo no campo de discurso. E a proposta para esta pesquisa seria abordar o consumo de cosméticos e os cuidados de beleza na atual sociedade, além de todos os demais temas que o circundam como: noções de estética, beleza e corpo, padrão de beleza, relações entre consumo e mídia, atratividade física entre outros. Depois do término das reuniões, cabe ao moderador ser o sujeito do processo de análise e interpretação do discurso construído, essas por sua vez, caracterizam-se como a leitura e decodificação das ideologias, que podem ser compreendidas tanto como a mediação linguística da relação dos homens com o mundo ou também como uma conexão direta não mediada nem pela linguagem não intencional. A linguagem pode ser verossímil porque foi produzida em grupo, sendo o discurso do grupo uma produção imaginária, e a verdade do discurso e a realidade do grupo descansam no mesmo suporte: o consenso. O ponto de partida para a intepretação do discurso do grupo é a intuição do investigador que decompõe o discurso em textos plurais que o constituem, e a unidade da estrutura que, de acordo com a lógica de cada texto, as integram. A interpretação apoia-se na hipótese básica de que a realidade fala e os signos significam algo, e as análises silenciam a realidade (IBAÑEZ, 2003). 5.4 TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS A coleta dos dados foi realizada em salas de aulas das respectivas Instituições pesquisadas, que eram um ambiente amplo, bem iluminado e com uma acústica adequada. As reuniões foram gravadas e filmadas, no entanto para as análises apenas se utilizou o áudio das reuniões gravadas. O moderador (pesquisador) aplicou um questionário inicial socioeconômico e temático, disponível no Apêndice A, com a intenção de iniciar uma provocação e exposição inicial sobre o tema. Além disto, o moderador utilizou um roteiro, que é um instrumento utilizado 81 para organizar os interesses relacionados aos objetivos da investigação, como salienta Brito (2001). Este roteiro pode ser encontrado no Apêndice B. Depois do encerramento das reuniões, o moderador aproveitava para redigir os seus diários de campo, anotando as principais temáticas, posições e insights emergidos ao longo do discurso do grupo durante a reunião. Nos dias posteriores às reuniões, eram feitas as transcrições dos discursos pelo próprio pesquisador. Este processo também foi bastante proveitoso para obtenção de insights, complementando o que se interpretou no diário de campo, e também para conseguir um melhor entendimento dos discursos dos grupos. Este processo foi repetido para dada uma das transcrições nos seis grupos pesquisados. A respeito das transcrições utilizou-se as convenções recomendadas por Brown e Yule(1983) adequadas para transcrições extraídas de dados da fala que consequentemente trazem: formas não gramaticais, variações de dialetos, hesitações, repetições e sentenças incompletas. Tais convenções serão mostradas no quadro 1 a seguir. Quadro 1- Convenções utilizadas nas transcirções Ocorrências Símbolos Pausas Curtas “-” Pausas Longas “+” Pausas Extensas (Silêncios) Fonte: Adaptado Brown e Yule (1983) “ ++ ” Além disto, para a identificação dos participantes foi utilizada a letra “P” e um respectivo número que os identifica dentro do grupo para indicarmos com precisão o discurso de cada um destes participantes. As transcrições dos seis grupos investigados pode ser encontrada no Apendice C. Em seguida, foi dado início aos processos de análise do discurso, que mostraram, num primeiro momento, algumas intuições que surgiram dos processos de diários de campos e os insights obtidos ao longo das transcrições. Esta etapa, como o próprio nome já diz, trata-se de um processo intuitivo, no qual se tem uma certa liberdade e criatividade, sem abandonar os objetivos da investigação. Na sequência, foram desenvolvidas as conjecturas pré-analíticas que buscam captar sentido na dinâmica dos grupos e na compreensão da totalidade dos textos, e nos levam a 82 elaborar hipóteses prévias que tratam de expressar e formalizar uma compreensão mais geral do texto. Por meio destas conjecturas é possível dar sentido a um corpus de texto de uma investigação qualitativa. Significam um certo fio condutor que inicia a tecer uma interpretação e análises iniciais, que está em jogo em um texto, partindo de diferentes perspectivas discursivas presentes, sendo possíveis diferentes posições ao longo do texto, sempre relacionados aos objetivos da investigação (CONDE,2009). Essas conjecturas serão descritas e também poderão ser melhor compreendidas por meio das representações gráficas e figuras, que tentam dar um melhor dimensionamento, compreensão e validação delas. Posteriormente, falaremos sobre os estilos discursivos. Recorremos a Conde (2009), que os define como as formas expressivas e idiossincráticas singulares que cada grupo emprega ao desenvolverem a tarefa plantada em função dos objetivos da investigação e de outros procedimentos mais ricos como a análise e, sobretudo, a interpretação dos textos. O autor complementa que os estilos discursivos representam uma espécie de condensação de várias linhas de condicionamentos, na qual a análise é muito importante para o trabalho de análise sociológica do discurso. As análises dos estilos discursivos serão realizadas em cada um dos seis grupos pesquisados, levando em consideração três das condições levantadas por Conde (2009): as características do objeto de investigação que é o consumo de beleza; as motivações e identificações dos grupos com o objeto de investigação; e características mais singulares, biográficas e atitudinais dos grupos em função de alguma característica singular dos mesmos com relação ao objeto de trabalho. Em seguida, foi a vez de descrever as posições discursivas dos grupos que Conde (2009) compreende como a posição discursiva como o trabalho equivalente a responder às perguntas: quem fala? De que posição se fala e se produz o discurso? Para o autor, a análise das posições discursivas tem que ser produzida sempre a partir do que se expressa no texto e aí determinar um “lugar social” e uma específica rede social de produção do discurso. Sendo assim, o desenho prévio do grupo pode nos ajudar a analisar as posições sociais desde que os interlocutores investigados produzam e elaborem opiniões, argumentações e tomadas de posição. 83 As configurações narrativas são outros elementos que foram analisados no discurso dos grupos pesquisados. De acordo com Conde (2009), ela consiste em gerar uma aproximação literal e global do corpo do texto em função dos objetivos da investigação, de forma a produzirmos as primeiras hipóteses sobre aquelas dimensões, eixos ou vetores multidimensionais dos textos que cumpram as seguintes condições: existência no texto de coerência e consistência interna a luz da dimensão elegida, e conectar um sentido geral do texto com um contexto concreto de produção e com os objetivos da investigação. Dentro dos processos de análise, estão os espaços semânticos, para os quais a construção consiste em organizar o conjunto de possíveis associações e agrupamentos que os grupos estabeleçam entre si e outros elementos do seu diálogo, e seja pelos possíveis campos de significações compartidas entre uns e outros, por sua proximidade semântica em relação ao objeto de investigação, ou por qualquer outra razão (CONDE, 2009). As representações gráficas também aparecem como um recurso muito importante para melhor apresentar as análises dos discursos dos grupos pesquisados. Conde (2009) coloca que sua combinação com o texto narrativo é imprescindível para a análise sociológica do sistema de discursos, pois auxiliam na visualização, assinalando alguns passos da apresentação dos principais resultados. Além disto, o autor acrescenta que a representação gráfica auxilia na: visualização da existência simultânea de vários discursos e manifesta as possíveis relações e diferenças entre eles; sugestão da dimensão relacional e contextual gerados em grande parte das investigações qualitativas dos discursos sociais; criação e validação das conjecturas assinalando ao investigador possíveis dimensões que possam refletir em configurações narrativas; forma de manifestar as possíveis evoluções no tempo das posições discursivas, configurações narrativas e espaços semânticos construídos a partir da investigação; e na compreensão do caráter topológico19. Existem também, procedimentos complementares de análise que serão utilizados nesta pesquisa, como a associação, o deslocamento e a condensação. Conde(2009) define que no contexto da análise sociológica do discurso, as associações assinalam a existência de um 19 Consiste no desenvolvimento de uma espécie de espaço de encontro entre palavras do texto narrativo mas próprias e específicas dos discursos e das cifras mais próprias dos estudos quantitativos. 84 campo compartido, de um espaço comum, de uns campos de forças sociais, simbólicas e energéticas, que provocam o dito conjunto de associações. O autor define deslocamento quando, durante uma conversação, passa-se de um tema para outro, podendo ser temático, de conteúdo de expressões significantes e significativas. Ele define a condensação como uma figura de linguagem que vem a significar uma intersecção de várias cadeias associativas e pode ser uma porta de entrada para o latente. A seguir veremos no quadro 2, um arcabouço do processo analítico do discurso utilizado neste trabalho : Quadro 2- Arcabouço do processo analítico do discurso Etapas do Processo Analítico do Discurso Processos Intuitivos Entendimento São as primeiras impressões de leitura dos diários de campo e das transcrições que surgem intuitivamente. Conjecturas Pré-analíticas Seriam hipóteses prévias que buscam captar a dinâmica e os sentidos da compreensão total dos textos. Estilos Discursivos São as formas expressivas que cada grupo emprega em função dos objetivos da investigação. Posições Discursivas Corresponde a quem está falando, a posição de quem está falando e ao discurso produzido. Configurações Narrativas Significa o que se quer dizer com o que se é dito. Espaços Semânticos São associações ou agrupamentos nos quais os grupos estabelecem significações compartilhadas em relação ao objeto de investigação. Representações Gráficas Serve de recurso para melhor apresentar as análises dos discursos dos grupos pesquisados. Associações Refere-se às associações desenvolvidas em uma conversação grupal, que indica quais são os pressupostos psíquicas. inconscientes e as ligações 85 Deslocamento Diz respeito à mudança de tema ao longo da conversação, visando a mudar o terreno da discussão. Condensação É uma figura de linguagem utilizada para mostrar conteúdos que estão latentes. Fonte: Baseado em Conde (2009) 86 6 ANÁLISES DOS DISCURSOS PESQUISADOS Neste capítulo traremos as interpretações e análises do discurso dos grupos pesquisados, levando em consideração a sequência já descrita no capítulo anterior. Traremos os elementos que apareceram no discurso dos grupos e estão diretamente relacionados aos objetivos e ao objeto desta investigação que são a beleza e o consumo ligado a ela. 6.1 DESCRIÇÕES DOS GRUPOS E INTUIÇÕES INICIAIS A PARTIR DAS ANOTAÇÕES DE CAMPO Neste subcapítulo serão descritos de modo resumido os grupos de discussão pesquisados, com o intuito de se fazer uma breve caracterização destes grupos. Para isto foram levadas em consideração as anotações dos diários de campo realizadas pelo pesquisador. Grupo 1: (1h e 37min de reunião) - Alunas do primeiro semestre do Curso de Ciências Contábeis de uma Faculdade Privada de Joinville. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes C1, B2 e B1 sendo que cinquenta por cento delas pertencem a C1. A faixa etária do grupo é entre 18-26 anos. O cuidado com cabelo surgiu como principal fator de beleza no discurso do grupo. Além disto, a moda surgiu como importante influenciador do consumo de cosméticos, assim como a utilização dos blogs como fonte de informações, e a novela de uma importante rede de telvisão como referência para busca de visuais, mostrando a importância de tais mídias como referência para o consumo de beleza. Todas possivelmente fariam alguma intervenção cirúrgica de cunho estético, umas com planos mais concretos, outras ainda indecisas e esperando terminar a juventude para buscar tais tratamentos. O único empecilho para a realização de cirurgias plásticas é o seu custo financeiro. Acreditam que existem cosméticos para todos os bolsos, gastam no mínimo 20% de sua renda com cosméticos, e gostam de comprar esmaltes, mesmo que não os utilizem. Com relação à ritualização da beleza, estão presentes os seguintes discursos: “guardo uma parte do salário para ir ao salão ao menos uma vez por mês”; “compro pacote de unha”; e “alisar o cabelo é importante”. A autoestima aparece como um fator decisivo para os cuidados de beleza e fazer compras ajuda a melhorar o ânimo. O emagrecimento é uma preocupação constante, 87 reclamam não terem tempo para fazer atividades físicas, e tentam cuidar da alimentação, sendo isso um fator fundamental. Buscam cuidar do corpo especialmente no verão devido à grande exposição do corpo e, no inverno, permitem-se comer mais. Relatam que cada ocasião exige um cuidado diferente com o visual, seus maiores gastos são com os cuidados com o cabelo e em segundo lugar com cremes corporais. Não ampliam seus gastos com cosméticos por não terem mais renda. As amigas surgem como referência para a troca de experiências. A atratividade física não apresentou maiores destaques entre as mulheres do grupo. Grupo 2: (1h 29min de reunião) - Alunas do terceiro semestre do Curso Superior de Tecnologia em Recursos Humanos de uma Instituição de Ensino Privada em Joinville. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes B2 e C1 de acordo com o Critério Brasil. A faixa etária do grupo é entre 19-27 anos. A maquiagem apareceu como um dos principais cosméticos consumidos. A autoestima surgiu como uma das principais justificativas para o consumo de cosméticos. A maioria das entrevistadas fariam intervenções cirúrgicas estéticas. Com relação à existência de um padrão de beleza, aceitam sua existência, porém dizem não o seguir, e o descrevem com facilidade. Percebem que os cosméticos lhes trazem segurança e a maioria se preocupa em emagrecer. A mídia é importante, principalmente a televisão. O perfume aparece como um marcador de identidade. A principal motivação para elas se arrumarem são as outras mulheres. Destacaram que têm cuidados especiais com seu corpo no verão. Existem alguns cosméticos que são comprados e não utilizados. Blogs e internet são importantes fontes de informação, geralmente visualizam o produto na TV e buscam mais informações na Internet. Grupo 3 (1h e 27 min de reunião) - Alunas do primeiro semestre do Curso Técnico de Administração de uma Instituição Pública em São Francisco do Sul. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes, C1, C2, B2 e B1. A faixa etária do grupo é entre 18-30 anos. A autoestima apareceu como ponto principal para justificar suas preocupações com a beleza. A preocupação com atratividade apareceu principalmente com relação às mulheres da família (mãe, sogras, irmãs, primas, cunhadas) tendo suas mães como principal referência. 88 Algumas mulheres do grupo não saem sem maquiagem, colocariam “silicone no peito” e entendem que os principais cuidados têm que ser com cabelo e maquiagem. Preocupam-se em concorrer com outras mulheres no ambiente de trabalho com relação aos cuidados com a beleza e o visual, e as mulheres do seu convívio são importantes influenciadoras do seu consumo, além de gastarem em média 20% da sua renda na compra de cosméticos. Não frequentam salões de beleza com frequência, pois preferem gastar comprando bons cosméticos. Sentem a pressão social e a cobrança de seus companheiros, familiares e colegas de trabalho com relação a estarem belas. Apresentam preocupação com a alimentação apesar de gostarem de comer e fazer poucas atividades físicas, sendo que algumas querem emagrecer e outras engordar. Dizem não seguir tendências, e no verão preocupam-se mais com a pele, cabelo e depilação. Poucas fazem atividades físicas. Grupo 4: (1h e 36 min de reunião) - Professoras de uma Instituição Pública de Ensino em São Francisco do Sul. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem as classes: B2, B1 e A2. A faixa etária do grupo é entre 29-40 anos. Falam que a autoestima é o fator que as motiva para consumir cosméticos e serviços de beleza. Acreditam na existência de um padrão de beleza e que este é imposto pela sociedade. Não se arrumam para trabalhar, pois o ambiente é informal e nenhuma das demais professoras se arruma. Dizem não ligar para moda e suas roupas. Não ficou evidente no grupo uma competição com outras mulheres por beleza. Ser magro é entendido como um padrão de beleza. Grupo 5: (1 h e 33min de reunião) - Alunas do 2° semestre dos Cursos Superiores de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e Marketing de uma Instituição de Ensino Superior Privada em Joinville. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes C2, C1 e B2, sendo que cinquenta por cento do grupo pertence à classe C2. A faixa etária do grupo é entre 18-33 anos. Demonstraram ser extremamente consumistas e se preocupar muito com a beleza. Todas querem e pretendem fazer intervenções cirúrgicas estéticas. Entendem que suas amigas influenciam o seu consumo de beleza, além de seus namorados, pois se arrumam para eles. A maioria frequenta periodicamente salões de beleza. 89 Todas as entrevistadas se preocupam com a sua alimentação, algumas frequentam academias, outras gostariam de frequentar ou praticar alguma atividade física. A maquiagem e os cuidados com o cabelo apareceram como suas principais preocupações e cuidados com a beleza. Assumem a existência de um padrão de beleza e o descrevem como ter “peitão”, “bundão” e “barriga chapada” (musculosa) tipo panicat (sic). Inspiram-se em celebridades e as têm como referências de beleza. Acreditam que a beleza está ligada ao dinheiro e elas disseram ter gastos significativos com o consumo de cosméticos. No verão aumentam seus cuidados com a beleza principalmente no que se refere aos cuidados com o cabelo e a pele. A grande maioria tem preocupações com tintura de cabelo e alisamento. Grupo 6: (1h e 20 de reunião) - Professoras de uma Instituição Superior Privada em Joinville. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes B2 e B1, segundo o Critério Brasil. A faixa etária do grupo é entre 31-46 anos. Acreditam na existência de um padrão de beleza tradicional de mulher alta, magra, loira, olho azul, “cabelão” e “peitão”. A autoestima aparece como uma razão para buscarem a beleza. Não conseguem dimensionar o que realmente consomem, mas não se acham muito consumistas, acreditam gastar entre 30% ou mais da sua renda com bens e serviços ligados à beleza. Consomem cosméticos, pois querem se sentir pertencentes ao seu grupo social e se integrarem ao ambiente de trabalho. O Shopping Center é um lugar que as influencia ao consumo de beleza especialmente a loja “O Boticário”. Algumas falaram que buscam informações na internet. A ida ao salão de beleza é semanal para a maioria delas, sendo uma atividade indispensável. O Facebook atua como impositor da cultura da imagem e dos cuidados com imagem e beleza. O cabelo é o cuidado principal para elas, em seguida, a maquiagem, e os cuidados com a pele em geral. A maioria delas não fariam cirurgias estéticas por medo, mais sabem que no futuro poderão necessitar e pensam em um dia fazer. Elas têm celebridades internacionais do cinema e da moda como referências de beleza. Comentaram sobre empresas e profissões que exigem cuidados especiais como maquiagem e estar bem arrumada e deram como exemplo as vendedoras do O Boticário. Arrumam-se conforme seu humor, enquanto algumas se arrumam 90 mais quando estão bem humoradas, outras fazem justamente o contrário, arrumam-se mais quando não estão bem humoradas como forma de se sentirem melhor. 6.2 FORMULAÇÃO DAS CONJECTURAS PRÉ-ANALÍTICAS Na busca de captar sentido na dinâmica dos grupos e na compreensão da totalidade dos textos, fomos conduzidos a elaborar hipóteses prévias que tratam de expressar e formalizar uma compreensão mais geral do texto, no que surgem as conjecturas pré-analíticas. Através destas mostra-se ser possível dar sentido a um corpus de texto de uma investigação qualitativa. Significa um certo fio condutor que inicia a tecer uma interpretação e análises iniciais que está em jogo em um texto, partindo de diferentes perspectivas discursivas presentes, sendo possíveis diferentes posições ao longo do texto, sempre relacionados aos objetivos da investigação (CONDE,2009). 6.2.1 A autoestima como principal fator que motiva as mulheres a buscarem cuidados com a beleza No discurso dos seis grupos pesquisados, o termo autoestima surgiu como o principal fator que motiva essas mulheres a buscarem cuidados com a beleza. Caso fossemos aceitar uma interpretação simplista entenderíamos que essa resposta nos levaria a achar que estas mulheres motivam-se a ter estes cuidados apenas para sentirem-se bem consigo mesmas, no entanto, a objetividade e o “denotativismo” na interpretação não são a única forma de aceitarmos o pressuposto acima. Partindo para uma interpretação mais profunda na continuidade dos discursos nos deparamos com o fato de que o termo autoestima quer dizer mais coisa do que apenas o significado deste termo. Podemos entender que o termo está ligado à busca de uma aceitação perante as outras pessoas, ou seja, ser aceito pelos outros e não apenas se sentir bem. Dessa forma, as pessoas estão constantemente preocupadas com o julgamento das outras pessoas do seu convívio social. Em alguns momentos dos discursos do grupo encontraremos o termo autoestima relacionado a ser elogiado por outras pessoas, o que reforça a interpretação sobre esta noção que se sobrepõe a uma mera interpretação literal e semântica, trazendo uma pluralidade de interpretações ao termo. Essa conjectura pode ser interpretada e justificada principalmente quanto as suas múltiplas interpretações pelas identidades conflitantes atribuídas ao indivíduo pós-moderno, e 91 pelo que descreve Silva, Galhardo e Torres (2011), que o indivíduo pós-moderno tem um fascínio por si mesmo e procura um lugar no mundo através dos objetos, que podemos entender aqui como os cosméticos. Nesta conjectura, podemos observar características do indivíduo pós-moderno já discutido anteriormente neste trabalho, principalmente ao mostrarmos um sujeito fragmentado, não centrado e não unificados num eu coerente como afirmam Firat e Venkatesh (1995) e Mafesoli (2006) ao nos depararmos com esse conflito e não coerência dos indivíduos ao explicarem suas motivações a buscarem cuidados com a beleza. 6.2.2 Os cuidados com o cabelo como principal preocupação, fonte de gastos e como marca de feminilidade Em todos os grupos pesquisados os cuidados com o cabelo emergiram como um dos principais cuidados que as mulheres têm. Para entender tal premissa encontramos várias associações com relações aos cuidados com o cabelo. Inicialmente, quando as mulheres declaram que os cuidados com o cabelo são essenciais para sua autoestima, ou seja, como vimos na conjectura anterior, podemos concluir que isto significa que a questão do cabelo tem tal destaque com a finalidade de que as mulheres se sintam aceitas em seu grupo social. Tal afirmação confirma-se ao encontrarmos discursos como: “o cabelo é a primeira coisa que as pessoas olham” ou “ a prioridade é fazer o cabelo” ou “ no dia seguinte que fui ao salão, quando chego no trabalho todo mundo nota”. Outro fator que pode confirmar a conjectura é a complexidade dos rituais de cuidados com o cabelo que implica na lavação, secagem, corte, tintura, alisamentos, hidratações, entre outras ações. Apesar de as mulheres pesquisadas acharem que tais ações podem ser demoradas e caras não se privam de fazê-las. Algumas destas ações já estão naturalizadas no cotidiano da maioria das mulheres, como a tintura nos cabelos, que se confirmam quando em alguns discursos surgem comentários sobre que é difícil que tenham mulheres com o cabelo virgem (que nunca foi tingido). A importância dos cuidados com o cabelo aparecem quando a maior parte das pesquisadas procuram periodicamente serviços de salão de beleza, e tem cuidados especiais com seus cabelos no verão. 92 Ao falarmos do ambiente de trabalho, este exige que a mulher cuide de seu cabelo para ser aceita e sentir-se igual as suas demais colegas, além disto, tal ambiente influencia as mulheres com relação a tons, cortes e utilização de cosméticos específicos para os cabelos. A mídia principalmente televisiva em suas propagandas, apesar de fantasiosa, difunde a variedade de cosméticos e tratamentos existentes para os cuidados com os cabelos, assim como os cabelos de famosas influenciam as tendências para as demais mulheres – questões que aparecem fortemente no discurso das pesquisadas. Tal papel da mídia fica evidenciado na afirmação de Goodman, Morris e Sutherland (2008) mostrando que a mídia tem um papel socializador que enfatiza a beleza como uma rota para aceitação social, influenciando as mulheres para comprar estes produtos, no caso aqui os produtos de cabelo, e atingirem tal aceitação. No discurso também aparecem sentimentos relacionados à ansiedade de ver os resultados quando se compra um novo cosmético relacionado aos cuidados com o cabelo, e o fato de não quererem encontrar nenhum parente ou conhecido quando sai de casa sem ter arrumado o cabelo. Encontramos também várias definições de cabelos perfeitos no discurso dos grupos pesquisados e que o cabelo longo ou comprido (cabelão) é entendido como um dos fatores da construção de um padrão ideal de beleza. Os rituais de cuidados com o cabelo podem ser compreendidos como algo muito importante e que leve ao prazer e a satisfação para essas mulheres, características essas presentes no conceito de consumo pós-moderno de Virbalis (2011). Este ritual também traz aspectos transcendentais e uma função social que Señan (2007) assinala como fator característico ao consumo. Esta conjectura está relacionada diretamente ao entendimento de Lipovetsky (1989) sobre moda como o prazer de ver, mas também o de ser visto, o de se exibir ao olhar do outro, desencadeando assim o culto estético do eu. No discurso das pesquisadas a preocupação com os cuidados relacionados ao cabelo estão principalmente no olhar e na percepção dos outros, ou seja, eu cultuo à beleza para ser aceita, para pertencer ao grupo social (tribo) ou entrar num padrão. 93 O cabelo está presente como um fator de padrão de beleza nos discursos das mulheres pesquisadas, isto também se confirma quando Bañuelos (1994) descreve que, dentre as características do ideal de beleza feminino, aparecem mulheres perfeitamente penteadas. Na figura 1, a seguir podemos visualizar como é esse consumo relacionado aos cuidados com o cabelo: Figura 1- Consumo de cosméticos e serviços relacionados aos cuidados com o cabelo Presença Serviços Ligados ao Cabelo Grupo 6 o Ausência de Cosméticos Grupo 4 o Grupo 5 Grupo 2 o o Presença de Cosméticos Ligados ao Cabelo Ligados ao Cabelo Grupo 1 o Grupo 3 o Ausência Serviços Ligados ao Cabelo Fonte: Elaborada pelo Autor 6.2.3 Oscilação temporal de um padrão de beleza imposto e cobrado pela sociedade Nos seis grupos pesquisados aparece de forma denotada a aceitação da existência de um padrão de beleza, no entanto, encontraremos distinções na descrição deste padrão. Com relação ao padrão de beleza, podemos levantar alguns fatores presentes no discurso das mulheres pesquisadas. O primeiro fator seria com relação da oscilação e mudança de tempos em tempos deste padrão de beleza, ou seja, não existe um padrão de beleza estanque e permanente no tempo histórico. Este fator fica evidenciado principalmente nos discursos dos grupos 1, 2 e 5,e encontra suporte teórico em Harvey (1992), quando o autor descreve o pensamento pós-moderno e acentua a volatilidade e efemeridade de modas, 94 produtos, ideias, valores e práticas estabelecidas enfatizando valores e virtudes de instantaneidade e descartabilidade. Garcia-Uchoa (2002) afirma ao longo dos diferentes séculos e das diferentes culturas, o conceito de beleza tem evoluído e se adaptando aos gostos e preferências de cada época incorporando em cada momento uma variedade de significados. Esta associação nos faz compreender que esta oscilação do padrão de beleza é comum ao tempo pós-moderno e nos faz acreditar que cada vez mais rapidamente teremos alterações nestes padrões, além de tal fator não ser recente em nossa história. O segundo fator é a imposição deste padrão de beleza pela mídia que indiretamente surgiu em todos os grupos, no entanto está mais evidenciada nos grupos 1 e 5. O fator encontra explicação quando declaramos que a mídia promove a imagem de mulheres idealizadas (MURNEM et al., 2003) e com a ideia do corpo feminino perfeito ser fortemente influenciadas pelos meios de comunicação (REEL; SOOHOO; SUMMERHAYAS; GILL, 2008). Neste sentido, compreende-se que a mídia tem um importante papel na vida das pessoas por interferir diretamente em sentimentos mais íntimos como a aceitação do corpo e da busca por atingirem padrões e consequentemente serem aceitas socialmente. Como terceiro fator é a cobrança social das mulheres com relação a se adequarem a este padrão de beleza, seja nas medidas de roupa( vestir entre trinta e oito e quarenta e dois no máximo), ou tom de pele, ou cor e tipo de cabelo. Os grupos 1, 4 e 5 evidenciaram mais preocupação com este fator. Isto vai ao encontro do discurso de Bañuelos (1994) para o qual todas as sociedades desenvolvem ideais de beleza, cabendo aos seus indivíduos conseguir atingi-los. E a aparência física aparece como critério exclusivo para definição deste padrão. Essa associação confirma e evidencia esta cobrança social por um padrão de beleza, que no discurso do grupo 5 também apareceu na sua imposição para a mulher ser aceita no mercado de trabalho. O quarto fator diz respeito à descrição deste padrão de beleza por parte dos grupos que constrói uma mulher: magra; “peituda" (necessariamente com prótese de silicone), “bunduda”; “coxão” (coxa musculosa); “cinturinha fina”, “barriguinha chapada”; cabelo comprido e preferencialmente liso e ligeiramente musculosa (firme, malhada e sarada - sic), preferencialmente loira de olho azul. Os grupos 3 e 5 definiram tal padrão de beleza como 95 estilo “Panicat”, buscando referência em mulheres que participam de um programa de televisão e possuem características físicas peculiares. Nesta descrição de padrão de beleza vamos encontrar a magreza e ser loira de olhos azuis - características comuns à definição de padrão para os autores Brandini (2007); Jones (2008) e Thompson (2009). No entanto, vamos ver oscilações para demais características principalmente corporais, e o padrão descrito por alguns grupos no estilo “Panicat”, que mostra uma variação no padrão descrito pelos autores. Esta oscilação pode ser explicada pelo fato de seus estudos serem realizados em virtude de diferenças culturais, e já distante temporalmente desta pesquisa. 6.2.4 Salão de beleza como um ritual naturalizado O significado do consumo inclui aspectos relacionados à compreensão de rituais (KNIAZEVA; VENKATESH, 2007), enquanto que as práticas fashion e de embelezamento tem uma longa história de rituais que são parte de cada cultura (JOY; SHERRY JR. TROILO; DESCHENES, 2010). Com relação à noção de natural esta é compreendida como o nível de integração de um objeto ou um fenômeno cultural a um grupo social que percebe este dito fenômeno como algo dado de forma quase natural em torno de sua cultura, como sempre tivesse sido assim, por toda vida (CONDE, 2009). Diante desta noção, buscaremos descrever uma conjectura pré-analítica que pretende analisar o ritual de frequentar salões de beleza como um processo naturalizado dentro do grupo social pesquisado. O ritual de ir ao salão de beleza está como um procedimento natural na vida das mulheres de todos os grupos pesquisados, porém logicamente que os procedimentos realizados no salão de beleza e a frequência ao salão de beleza se modificam. Para algumas mulheres, este ritual de ir ao salão de beleza tem um papel muito além de apenas preocupar-se com os cuidados físicos, e sim também de buscar um suporte psicológico e relacional. Por este motivo pretendemos tratar este ato como um ritual. Os principais procedimentos realizados são com relação ao cabelo: hidratações, escovas, tingimento, progressivas, dentre outros, além disto, outros procedimentos, tais como depilação e serviços de manicure e pedicure também são procurados. O ritual é descrito detalhadamente por uma das pesquisadas do grupo 1, que narra suas idas mensais ao salão de beleza descrevendo os vários serviços aos quais ela se submete, além 96 de ressaltar como tal ritual lhe dá ânimo e faz bem para sua autoestima. Nos depoimentos do grupo 2 apareceram o excessivo tempo gasto no salão de beleza, e o detalhamento dos vários procedimentos realizados neste ambiente. Outra coisa que surgiu no depoimento de uma das pesquisadas: o quanto é comentado no dia seguinte no seu ambiente de trabalho o fato de ter ido ao salão de beleza e modificado seu visual, de forma que tais elogios acabam materializando e evidenciando a importância dos cuidados de beleza e a busca da aceitação social. Para o grupo 3 o ritual do salão de beleza não é tão frequente, pois as pesquisadas deste grupo falaram do custo elevado deste tipo de serviço, apesar de eventualmente frequentarem tais ambientes. O grupo 4 descreveu os serviços de salão de beleza como primordiais e os frequentam regularmente, fazem vários procedimentos mais principalmente: progressiva, tingimento e depilação. Ressaltaram também o cuidado em escolher um profissional competente, pois, descreveram suas desilusões e problemas enfrentados em salões de beleza, mostrando assim a importância deste serviço. Enquanto as pesquisadas do grupo 5 comentaram que as idas ao salão de beleza são importantes para realização de vários procedimentos, principalmente com relação aos cuidados com o cabelo, manicure e depilação, sendo que no verão aumenta a frequência e a procura aos salões de beleza, algumas pesquisadas disseram que quando sobra algum dinheiro já correm para o salão, ou seja, tal serviço é um ritual presente importante e que traz bons resultados, além de ser uma atividade natural na vida das mulheres deste grupo. Para as mulheres do grupo 6 ir ao salão é um ritual obrigatório e frequente, este fato é tão corriqueiro, que no discurso do grupo não apareceu descrição detalhada deste procedimento, parecendo que o ritual já se tornou natural e arraigado à cultura e ao cotidiano destas mulheres. Este grupo por ter uma maior faixa etária está preocupado com outros novos procedimentos de rejuvenescimento, portanto, o ritual do salão é importante e frequente mais não tem tanto destaque para essas mulheres. 6.2.5 Aceitabilidade das cirurgias plásticas pelo grupo social pesquisado A aceitação da utilização de cirurgias plásticas aconteceu na maioria dos grupos, de forma que poucas das pesquisadas foram contrárias a estas práticas. A principal intervenção cirúrgica de interesse das pesquisadas seria a colocação de próteses de “silicone no peito”. 97 No grupo 1 a maioria das mulheres querem fazer intervenções cirúrgicas, principalmente no que diz respeito à colocação de prótese de “silicone no peito”, algumas destas mulheres já estão guardando dinheiro para fazer essas intervenções. Apesar disto, no grupo apareceram críticas às celebridades que fazem cirurgias plásticas em excesso. Para o grupo 2 o tema cirurgias plásticas surgiu espontaneamente e a maioria das mulheres do grupo acha que este recurso é algo natural para corrigir alguma coisa com que a pessoa se sinta mal. A maioria do grupo quer fazer algum tipo de cirurgia plástica e já sabe qual tipo quer fazer. As mulheres do grupo 3 iniciaram criticando as pessoas que fazem cirurgias plásticas em excesso, e dizem que ainda não pensam em fazer por causa da falta de dinheiro, mas, ao serem questionadas, a maioria colocaria prótese de “silicone no peito”. No caso do grupo 4, a maioria das mulheres é favorável à realização de cirurgias plásticas, apesar de no passado elas terem opinião contrária à realização deste tipo de cirurgias. Ainda não fizeram cirurgias por acharem caro e ainda terem outras prioridades. No grupo 5 o tema cirurgias plásticas surgiu espontaneamente em uma das pesquisadas ao justificar que o aumento deste tipo de intervenção acontece porque as pessoas querem seguir o padrão de beleza. Algumas das mulheres do grupo gostariam de fazer algum tipo de cirurgia plástica só não fazem por não terem dinheiro. A cirurgia para colocar próteses de “silicone no peito” é a preferida das mulheres do grupo, sendo que é unânime que tal cirurgia dá um bom resultado deixando a mulher mais bonita. O grupo 6 não discutiu este tema cirurgias plásticas de modo preponderante, apenas uma das pesquisadas tem interesse e já procurou profissionais para orçar procedimentos cirúrgicos, enquanto que outra pesquisada se mostrou contrária à realização de intervenções cirúrgicas. As demais pesquisadas não comentaram tal assunto. A preocupação com a aparência e a construção da identidade do indivíduo pósmoderno é descrita por Domzal e Kernan(1993), sendo que tal contextualização nos auxilia a entender o discurso presente nos grupos pesquisados na necessidade e vontade de buscar a aparência perfeita e se necessário recorrer às intervenções cirúrgicas. 98 Apesar de não termos observado diretamente nos discursos dos grupos, podemos concordar com a afirmação de Yang (2011) de que o erotismo e a sensualidade aumentam nas pessoas o desejo de consumo, de modo que por esse fato é que o corpo feminino, a beleza feminina, o erotismo e a sensualidade vendem produtos e estão diariamente expostos nas várias mídias. E assim, influenciam as mulheres pesquisadas a desejarem ficar com aqueles corpos perfeitos que a mídia constrói. Nesse momento, surgem as intervenções cirúrgicas como a maneira mais rápida e fácil (aparentemente) de se conseguir resultados semelhantes aos das belas mulheres expostas nas mídias. 6.2.6 O ambiente de trabalho como influenciador dos cuidados com a beleza das mulheres O ambiente de trabalho é um importante local que influencia a mulher a ter cuidados com a beleza, isto fica evidenciado no discurso de todos os grupos pesquisados. Mafesoli (2006) em sua visão reforça a característica de sociabilidade, na qual a pessoa representa papéis, tanto dentro de sua atividade profissional quanto no seio das diversas tribos que participa. Neste sentido, dentro deste papel desempenhado no ambiente de trabalho iremos ver como se dá estas relações que influenciam as mulheres em relação aos cuidados e consumo de beleza. Por exemplo, no grupo 1 o tema surgiu espontaneamente quando as pesquisadas comentaram sobre a existência de uma competição entre as mulheres no ambiente de trabalho no que tange a estar arrumada. Esta evidência é reforçada pela frase “ mulher se arruma pra outra mulher”, tal discurso também está presente no grupo 5, além de outros discursos que confirmam nossa conjectura como: “ no meu trabalho é só mulher e várias arrumadas” e “ no meu trabalho tem gente que vai arrumada como se fossem sair”. Outro fator presente ao discurso dos grupos seria com relação à importância de arrumar-se e ter uma boa aparência para ser aceita no mercado de trabalho, ou seja, você ter que estar adequada ao padrão de beleza. Esta temática está presente no discurso dos grupos 4 e 5. Um tema que aumenta a evidência sobre esta proposição é com relação a cobrança das empresas por um padrão de roupa, maquiagem, e cabelo. Isto acontece veladamente até pelos 99 clientes, segundo o discurso daquelas que trabalham atendendo ao público. No discurso das mais jovens se vê que elas não se arrumavam tanto, mas quando iniciaram a trabalhar e passam a ver as outras mulheres do seu ambiente de trabalho arrumadas, começaram a produzir-se também. Isto pode ser explicado quando estudos contemporâneos mostram que o ambiente corrente é de difícil negociação para os jovens em face às incertezas em suas vidas. Isto acontece particularmente pelos jovens buscarem estabelecer identidades independentes, criarem sua independência de moradia e entrar no concorrido mercado de trabalho (LINDSAY, 2004). Este assunto é preponderante no discurso dos grupos 1,2 e 3. Isto é reforçado no discurso do grupo 6 quando elas declaram que se arrumar no ambiente de trabalho não é uma imposição mais uma comparação, e em frases como “ se no seu trabalho elas usam isso você também tem que usar” e “ se as pessoas do seu ambiente de trabalho vão simples, você vai simples, se todo mundo vai no salto você vai ter que ir no salto também.” e “ se tu chega no ambiente de trabalho e alguém tá bem produzida tu já quer chegar na altura.” No grupo 3 emergiram outros temas relacionados à conjectura em discussão, o primeiro diz respeito a alguns tipos de empresas como bancos e lojas de cosméticos, que acabam cobrando muito para as suas funcionárias mulheres irem bem arrumadas. No caso de lojas de cosméticos isto é compreendido facilmente por se tratar diretamente do negócio da empresa, com relação a bancos podemos entender que esteja relacionado à construção de uma imagem de credibilidade por isso este tipo de empresa cobra todo um padrão estético e de vestimenta de suas funcionárias. O segundo é das mulheres do ambiente de trabalho criarem uma roupa e um estilo padrão para ir ao trabalho, visando minimizar a competição de quem vai mais bem arrumada e não inibir as que ganham menos e não tem condições financeiras de se produzir tanto. Outro fator presente é o caso das pessoas que acordam bem mais cedo para se arrumarem para ir ao trabalho, este tipo de caso foi relatado tanto no grupo 4 quanto no grupo 6, descrevendo mulheres que precisam mais de duas horas para se prepararem para ir ao trabalho. As colegas de trabalho que opinam e indicam produtos de beleza que influenciam nas suas compras, sem contar aquelas que até revendem os produtos que utilizam para as demais 100 influenciando elas a este tipo de consumo apareceram no discurso do grupo 5. A colocação pode ser explicada quando Hall (2006) conceitua o sujeito pós-moderno como alguém que não tem uma identidade fixa ou permanente, é transformado pelos sistemas culturais que os rodeiam. E a convivência com pessoas mais jovens no ambiente de trabalho que faz a pessoa se arrumar mais está também presente no discurso do grupo 6. 6.2.7 As mídias como influenciadores dos padrões e do consumo de beleza O primeiro assunto que podemos salientar, presente no discurso dos grupos 1, 4 ,5 e 6, é o papel da mídia ditando e impondo o padrão de beleza a ser seguido. Trata-se de um padrão formado por mulheres magras e altas, de modo que as atrizes de televisão no Brasil são as responsáveis por ditarem as tendências. Este discurso encontra eco nos estudos de Murnem et al. (2003) ao relatar que a mídia promove a imagem de mulheres idealizadas magras e sexies. Esta ideia é reforçada por Edelman (1994) ao afirmar que a idealização da forma feminina aparece claramente estampada nas revistas de moda, televisão e cinema. O padrão vai mudando de tempos em tempos. Também foi identificado no discurso do grupo 1 a influência das novelas com relação a acessórios, esmaltes, cabelo e roupa e foi exemplificado com o caso de uma atriz de brasileira que, em sua personagem de uma novela de uma importante rede de televisão brasileira, utilizava uma cor de esmalte bastante diferenciada e fez bastante sucesso, levando a atriz a lançar uma linha de esmaltes na vida real. Essa celebridade também foi reverenciada no discurso do grupo 2 que falaram sobre seu cabelo, maquiagem, brincos, colares e esmaltes como referência de beleza, o grupo complementa que repara como as famosas em geral estão arrumadas, no seu corte de cabelo e se estão em boa forma física, além disto, as pesquisadas disseram que a televisão chama a atenção porque a imagem atrai tanto que até propaganda de perfume acaba atraindo. O uso de celebridades para endossar produtos tem um resultado muito significativo nas vendas e dá credibilidade ao produto como demonstra o estudo de Brumbaugh (1993). O relato no discurso das mulheres do grupo, mostrou que a celebridade extrapolou o fato de dar credibilidade a um produto, por ter sido responsável pelo lançamento de uma linha de produtos através da figura de sua própria personagem dentro de uma novela. 101 No discurso deste grupo 2 foi relatado que a televisão é o primeiro start de informações sobre cosméticos e, posteriormente, elas vão para internet buscar mais informações sobre aqueles determinados produtos, ver comentários das pessoas que já usaram e ver tutoriais. Outra coisa que apareceu foi que, durante uma novela de uma grande emissora de televisão brasileira, em seus intervalos geralmente passam comerciais de cosméticos. Com relação à televisão o surgimento de programas que alinham as preocupações entre beleza e saúde são cada vez mais frequentes, e vários deles foram citados no discurso das mulheres pesquisadas. Outro tema surgido no discurso dos grupos: 1, 2, 3, 4 e 5 foi a internet que, através de blogs, vídeos, anúncios no Facebook, utiliza fontes de informações para looks, para aprender sobre maquiagens, fazer tranças, curtir páginas de marcas e produtos, tirar dúvidas, ver as novidades, se atualizar. Algumas pesquisadas comentaram sobre a vantagem de se informar através dos blogs, pois as pessoas que falam do produto tem credibilidade por já terem testado estes produtos nelas próprias. A televisão ainda é uma importante mídia, Garcia-Uchoa (2010) reforça a ideia ao dizer que a mídia televisiva e o discurso publicitário cada vez mais estabelecem aos seus participantes, mas principalmente às mulheres um padrão de beleza. Desta forma, a televisão influencia o consumo de cosméticos e dita padrões de belezas e modismos, seja através das tendências lançadas nas novelas e programas que estimulam a juventude a utilizar cabelos coloridos, tatuagens e outros modismos, e das propagandas que mostram desde xampus, perfumes até super escovas elétricas foi apresentado no discurso do grupo 4. O fato de uma participante do grupo 3 ter comprado no mesmo dia da pesquisa um creme que tinha visto na televisão reforça tal argumentação, ou, de uma participante do grupo 5 listar alguns produtos de cabelo que comprou porque viu na televisão, e quer comprar outros que são lançamentos também vistos em propagandas na TV, ampliam a dimensão desta importante mídia. Até as pesquisadas que disseram não assistir muito televisão, falaram que quando tem programas de beleza se interessam em assistir. 102 O bombardeio de produtos na mídia causa desânimo nas participantes do grupo 6, pois se queixam por faltar dinheiro para comprar tudo aquilo que precisam. Prosseguem dizendo que a mídia influencia até na alimentação para ficar bonita. Uma crítica surgida no discurso do grupo 5 foi sobre as propaganda de xampus que mostram as mulheres com aqueles cabelos lindos, e que segundo as pesquisadas estas mulheres mostradas não dá um tom realista, pois estas têm seus cabelos preparados no salão, sendo fantasiosos aqueles resultados mostrados pelos produtos. 6.2.8 A magreza como fator principal na busca de se atingir padrões de beleza Um dos pontos que podemos destacar sobre a presente conjectura é que a magreza como um padrão de beleza está diretamente presente no discurso dos grupos 2, 5 e 6, enquanto que no grupo 1 ser magra é aceito como um padrão imposto pela mídia. Essa magreza como padrão é justificada quando Pimentel (2008) ao afirmar que hoje o que conta é a aparência e o pecado é ser gordo ter celulites e rugas. A magreza como padrão de beleza também é presente nos estudos de Bañuelos (1994); Brandini (2007); Hamilton, Mintz e Kashubeck-West(2007); Jackson e Chen (2008); Goodman, Morris e Sutherland (2008); Thompson(2009); Jefferson e Stake (2009); Steller e Bermúdez(2011) e Kneipp, Kelly e Wise(2011). A preocupação com dietas e com a alimentação apareceu nos grupos 1, 2, 3, 4 e 5, sendo que apenas no grupo 4 se falou que a preocupação é exclusivamente com a saúde, nos demais as preocupações são tanto com saúde como com a beleza. Com relação à prática de exercícios físicos regulares algumas pesquisadas dos grupos 1, 2 ,4 e 5 praticam alguma atividade física, as demais disseram não fazer por falta de tempo. Este comportamento é criticado por Markula (1995), quando ele comenta que dietas são uma importante prática desenvolvida para oprimir as mulheres em nossa sociedade, e o desejo de perder peso para almejar o inatingível corpo ideal feminino. Dessa forma, as mulheres esperam ser magras para serem atrativas e serem aceitas pela atual sociedade. O autor complementa que para serem atrativas para a sociedade a maioria das mulheres se preocupa em vestir-se bem, maquiar-se, fazer dietas, exercícios físicos ou mais drasticamente se reconstruir com cirurgias plásticas para mascarar ou alterar as formas corporais. Sobre cirurgias plásticas no discurso das 103 mulheres dos grupos 4 e 5, aparece por parte de algumas mulheres a vontade de fazer cirurgias de lipoaspiração para tirar gordura corporal e buscar a magreza e um corpo bem delineado, próximo ao padrão. Querer ficar magra para ser atrativa para o parceiro ou ser aceita pelo parceiro ficou evidenciado no discurso do grupo 2. Isto é justificado ao vermos que a atratividade física tem se mostrado um consistente e importante fator na formação de relacionamentos românticos (LEE et al., 2008). Críticas a respeito de mulheres que colocam fotos no facebook de biquíni para mostrar que estão magras, ou celebridades que tiveram filhos e postam fotos poucas semanas depois para mostrar que já estão magras estavam presentes no discurso do grupo 3. No caso das celebridades isto pode ser explicado porque estas desejam aparecer como lideres fashion e ditarem as tendências, assim necessitam serem aceitas socialmente e estarem no padrão da sociedade, como interpreta Apeagyei (2011). O comportamento exibicionista pode ser explicado pelos modelos de beleza de Caceres (2008), no qual um dos modelos apresenta mulheres que querem assumir em grau máximo do estereótipo construído pela mídia de um corpo magro, sem defeitos, sexy e jovem, e desejam muito se parecer com as mulheres dos anúncios publicitários que consideram atrativas e magras. E isto tem que ser mostrado e as redes sociais acabam sendo um instrumento para construção deste estereótipo. Bauman e May (2010) ao afirmarem que o corpo transporta uma mensagem que não lhe basta estar em forma, ele precisa parecer em forma, para convencer quem o observa, ele deve ser magro, elegante e ágil, e, assim, portar a imagem de um corpo atlético, pronto para toda sorte de exercício e qualquer quantidade de tensão que a vida vier lançar sobre ele. Dessa maneira, a pessoa não precisa ser magra e sim parecer magra o que o facebook e as redes sociais podem potencializar o parecer e não o ser, parecer que está totalmente interligado a sociedade pósmoderna. Um tema que surgiu no discurso dos grupos 1, 3 e 5 diz respeito às doenças e distúrbios relacionados à magreza. No grupo 1 isto foi descrito através de relatos sobre parentes e colegas de trabalho que na busca pela magreza exageraram, passaram dos limites, correram riscos de saúde e continuavam se achando feias e gordas. Enquanto que nos grupos 3 e 5 os relatos foram de participantes dos grupos que vivenciaram situações em que ficaram 104 muito magras e sem ter consciência da gravidade dos casos, uma por se sentir muito magra deixava de sair de casa, enquanto a outra emagreceu demais por ser intolerante a lactose e continuar comendo alimentos com lactose, tinha vômitos contínuos como se fosse uma bulimia e consequentemente emagrecia. Tais descrições são justificadas por Viscardi, Sottani e Machado (2012) quando colocam que na busca de uma beleza inalcançável as mulheres se frustram podendo acarretar vários problemas como anorexia e bulimia. Pentina, Taylor e Voelker (2009) reforçam tal argumento ao enfatizarem que a mídia constrói uma imagem corporal não realista que pode acabar causando distúrbios alimentares, depressão entre outras enfermidades. Bissell e Rask (2010) em seus estudos também corroboram que as distorções da imagem corporal sugerem que a mídia é uma das principais variáveis relacionadas ao aumento de distúrbios alimentares, insatisfação corporal, baixa autoestima com o corpo, doenças como anorexia, bulimia e depressão, especialmente em adolescentes e jovens do sexo feminino. Thomsen (2002) em sua pesquisa também salienta que um quarto das universitárias americanas apresentam distúrbios de imagem corporal e transtornos alimentares, tais como, anorexias e bulimias nervosas. 6.3 ESTILOS DISCURSIVOS Para discutirmos sobre os estilos discursivos, recorremos a Conde (2009), que define os estilos discursivos como as formas expressivas e idiossincráticas singulares empregados em cada grupo ao desenvolverem a tarefa plantada em função dos objetivos da investigação e de outros procedimentos mais ricos como a análise e, sobretudo, a interpretação dos textos. O autor complementa que os estilos discursivos representam uma espécie de condensação de várias linhas de condicionamentos em que a análise é muito importante para o trabalho de análise sociológica do discurso. As análises dos estilos discursivos serão realizadas em todos os grupos pesquisados, levando em consideração três das condições levantadas por Conde (2009): as características do objeto de investigação que é o consumo da beleza; as motivações e identificações dos grupos com o objeto de investigação; e características mais singulares, biográficas e atitudinais dos grupos em função de alguma característica singular dos mesmos com relação ao objeto de trabalho. 105 Com relação ao grupo 1, podemos destacar a relação de competitividade entre mulheres para estarem mais bonitas que as demais, no qual os cosméticos aparecem como instrumentos para essas mulheres se tornarem mais bonitas. O fator fica evidenciado em alguns trechos do discurso como: “eu trabalho num lugar que na parte administrativa é só mulher, então lá é uma competição, uma quer trabalhar mais arrumada que a outra.” e “... pro serviço eu sempre vou de salto eu me maquio, isso é de lei, a gente atende os clientes, então temos que estar bem arrumada, perfumada, com um hálito bom, tudo isso, lá é uma competição”. Nestes trechos, encontramos uma forma particular de se relacionar com o objeto de investigação que é o consumo da beleza, mostrando que consumir beleza, ficar bela não está relacionado a uma perspectiva individual e sim de competição com os outros e aceitação pelo grupo social. Outra característica que demonstra um estilo discursivo se refere aos grupos 1 e 3, e diz respeito a relação dos grupos com o consumo de esmaltes, que por serem produtos mais baratos, muitas vezes são comprados e não consumidos. Também há uma compulsão ou compra por impulso, por conta das mulheres do grupo, como observaremos no quadro 3 a seguir: Quadro 3- Estilo discursivo dos grupos 1 e 3 caracterizado pelas atitudes com relação ao consumo de esmaltes Grupo Discurso 1 “Esmaltes eu tenho muitos tu compra mais porque tu quer não porque tu precisas entendeu” “As vezes você não tem nem tempo de fazer a unha mais achou um esmalte bonito você compra” “Sei lá tinha uma época que eu tinha um saquinho de manicure cheio e eu nem usava e secou tudo joguei tudo fora” “Esmalte por ser mais barato e mais fácil de você ir numa farmácia ou no supermercado comprar” “E assim como você vai no mercado pra comprar pão e acaba levando leite com cosmético é a mesma coisa você vê um esmalte ah vou levar vê 106 um creme vou levar vê um batom vou levar” “ Tipo unha tem um monte de gente com unha azul por causa da novela” 3 “Eu tenho uma coleção de esmalte azul eu adoro” Fonte:Elaborado pelo autor Este estilo mostrado no quadro 3 , evidencia e justifica uma atitude particular que tal grupo tem com o consumo de cosméticos, aqui mostrados , principalmente pelo esmalte, mais que por outro lado pode ser exercido por outros cosméticos. Podemos destacar também a verdadeira fascinação das mulheres do grupo pelos cosméticos, que deixam de se preocupar com sua necessidade ou funcionalidade e acabam comprando mesmo sem qualquer motivação racional ou objetiva, surgindo assim uma forma de consumir fortemente marcada pela subjetividade e pela compulsão do ter e não pela necessidade do precisar. Para reforçar tal ideia, Lin (1998) diz que a tendência no consumo é de que os consumidores escolham os produtos pela sua aparência e estilo, e não pela função principal do produto. E isto fica evidenciado com relação ao fator analisado neste estilo discursivo do grupo. Encontramos também no estilo discursivo dos grupos 1, 3, 5 e 6, o modo de como estes se relacionam com a cobrança que a sociedade brasileira impõe a beleza feminina. Esta característica fica evidenciada no discurso do grupo presente no quadro 4 a seguir: Quadro 4- Estilo discursivo em relação a cobrança social por beleza Grupo Discurso 1 “Eu acho assim né que nem todo mundo acaba seguindo este padrão mas é bastante cobrado” “A gente cobra da gente mesmo” “Ai ela é tão descuidada a gente sempre fala né até da gente mesmo assim” “A gente fala dos outros também por isso a gente se cobra tanto” 3 “Meu marido me disse que se eu não fosse ajeitadinha ele não casava comigo” “ Meu namorado briga porque as vezes eu não quero me arrumar” 107 “ Mais corpo a gente é cobrada” 5 “Até por uma aceitação de todos na sociedade” “Até assim o mercado de trabalho exige que você tenha uma boa aparência pra que você possa estar se adequando até mesmo pra uma boa profissão assim tem que ter um padrão de beleza estar bem arrumado o cabelo bem arrumado bem vestido porque as vezes se você não tiver de acordo você não acaba conseguindo entrar no mercado de trabalho em si” “Em casa muito nossa meu namorado já chegou várias vezes mais tu vai assim agora que eu gastei mil reais lá em roupa mais tu gastou tudo isso tá mais toda vez que eu vou sair contigo tu e pergunta se eu vou assim” “Meu cara é muito chato isso toda vez que tu coloca uma roupa tá se sentido linda e a pessoa olha mais tu vais assim então a cobrança já começa dentro de casa” “ Tu também se sente mal tu vai sair com uma pessoa tu olha pra pessoa e vê que a pessoa tá melhor que você tu já fica meio acanhada já fica de lado” “A cobrança tá dentro de casa na verdade quando tu vai pra rua até a própria mídia a mídia também começa uma cobrança” 6 “Eu acho que no Brasil existe uma valorização muito grande com relação à beleza e a gente se cobra sim e eu me flagro cobrando também das outras pessoas por exemplo a minha mãe não usa maquiagem nunca foi na manicure e ela usa um cabelo totalmente branco quantas vezes eu já falei pra ela já sugeri ela não dá importância pra isso inclusive tem gente até que legal cabelinho todo branco né” “A cobrança é grande a cobrança dos outros é grande e assim da sociedade né e assim da profissão você sempre tá bem apresentada e sempre bem para ser aceito e as pessoas sempre te cobram nossa mais que cara de cansada que o que que tu tem” “ Mais na verdade é porque não tá produzida não tá maquiada você tá relaxada então tem a cobrança sim” Fonte: Elaborado pelo Autor 108 Com relação à cobrança pela busca da beleza de atender aos padrões de beleza, isto fica claramente evidenciado nos discursos das mulheres dos grupos que admitem tal cobrança e aceitam sujeitar-se a tais imposições, mostrando uma relação totalmente particular com o objeto investigado na pesquisa. Quanto a isto, destaca-se também a necessidade de ser aceita pela sociedade dentre seus vários aspectos, o ambiente de trabalho também aparece como um ambiente de cobrança para as mulheres com relação à beleza, sendo muitas vezes um critério fundamental para as mulheres serem aceitas e conseguirem ascensão no mercado de trabalho. A cobrança pela beleza também aparece em casa, pelo parceiro principalmente, além de outras mulheres da família e amigas e até da própria mídia. E a cobrança para as mulheres adequarem-se aos padrões de beleza é reforçada por Jefferson e Stake (2009), ao afirmarem que as garotas e mulheres na sociedade ocidental experienciam uma forte pressão social para atingirem o ideal cultural de magreza e a perfeição na aparência, mostrando que essa relação de cobrança para adequação aos padrões extrapola o âmbito da relação das mulheres do grupo 1 com a beleza, podendo ser encontradas em outras situações, contextos sociais e culturais distintos. A busca pela magreza também se destaca ao analisarmos o estilo discursivo dos grupos 1, 2, 3, 5 e 6. Isto pode ser mostrado por meio do discurso presente no quadro 5: Quadro 5- Estilo discursivo relacionado à preocupação com a magreza Grupo Discurso 1 “Eu cuido porque eu engordei muito quando estava grávida e depois que a minha filha nasceu graças a Deus eu consegui perder dezessete quilos e quero perder mais cinco quilos” “Eu acho que não existe mulher que não acha que não tenha nenhum defeito pode ser a mais magrinha que for ela sempre vai achar” “Ela é magrinha mais ela enxerga barriga nela” “Eu vejo barriga em mim” “É pelas duas questões pela saúde e pela estética népra uma mulher que ta querendo emagrecer ela tem que fazer assim eu to usando calça 44 vai lá e compra uma 38 e eu vou entra nessa calça enquanto eu não entrar nessa calça eu não 109 desisto foi isso que eu fiz senão eu não ia conseguir pois eu usava 44 hoje graças a Deus eu estou na 38 então eu consegui chegar lá mas eu ainda quero mais” 3 “Eu cuido em primeiro lugar pela saúde em segundo é pra não ficar gordinha é claro né” “Eu manero mais ou menos exagero num dia manero no outro porque eu quero ficar no mesmo peso igual eu quero maneirar eu tento não engordar eu acho que meu peso tá razoável mais se eu emagrecer tá no lucro” “Eu quero emagrecer” 4 “Eu entendo que existe sim um padrão de beleza e o padrão de beleza que é ditado no momento é ser magro “Tu vai vestir 42 tu não existe imagina 48” 5 “Eles impõe um manequim até 42 só que se tu ver na realidade existindo mulheres 44 46 tem mulheres 38 36 então assim eles impõe um padrão de medida” “ barriga chapadinha” “Barriga chapada cinturinha” “barriguinha” “Barriguinha fina” 6 “Tem existe um que predomina ainda que é a magra” “Ainda mais depois dos quarenta gente você não consegue emagrecer não consegue” “Mais as mulheres entre si disputam para quem é a mais magra tanto que no ano passado quando eu emagreci nove quilos por questão de saúde todo mundo em minha volta como é que você conseguiu isso as mulheres queriam ser assim” “ Se eu já não consigo e ainda falta um tempinho pra chegar nos quarenta e eu não consigo emagrecer eu cuido a semana inteirinha emagreço um quilo ai chega final de semana vai pra pizzaria faz um lanche vai pro restaurante come sobremesa daí chega segunda feira de manhã um quilo a mais daí cuido a semana inteira perde um quilo e final de semana ganha um quilo eu vivo nessa luta” “Dente branco unha feita e magra” Fonte:Elaborado pelo Autor 110 Nos discursos, pode-se observar que a preocupação com a magreza está presente na forma de como essas mulheres se relacionam com o seu corpo e o que elas buscam para atingir este objetivo. Isto pode ser explicado pela existência de um padrão de mulher magra determinado pela mídia, tornando assim quase uma obsessão a perseguição desta magreza. Além disto, o fato da mulher não ser magra a torna excluída de poder vestir uma série de modelos e marcas que estão na moda, levando um grupo de mulheres a exclusão da moda. Esta situação é reforçada quando Jeferson e Stake (2009) ao apresentarem que as mulheres têm um ideal cultural de magreza e a perfeição na aparência. Isto acarreta um maior descontentamento com os seus corpos. E Kneipp, Kelly e Wise (2011) salientam a importância da magreza como padrão estético na cultura contemporânea ocidental. Isto é explicável, pois, o ideal de magreza está associado ao indivíduo parecer jovem, saudável e bem sucedido e a busca deste ideal é principalmente atribuída a jovens mulheres. Outra particularidade presente nesta parte do discurso do grupo é maneira de como elas se relacionam com o seu corpo que encontra concordância com a visão de D’Alessandro e Chitty (2011), que definem imagem corporal como a percepção que as pessoas têm do seu próprio corpo, que é desenvolvido por meio da interação do seu próprio corpo com o ambiente que o cerca. Na sociedade ocidental, a imagem corporal aparece como um importante fator para a construção da identidade, particularmente entre as jovens mulheres, sendo que em suas percepções, ter uma boa forma física não indica somente sucesso nos relacionamentos amorosos, mas principalmente sucesso em suas carreiras profissionais. Além disto, o estilo discursivo do grupo 5 se destaca pela sutilidade ao descreverem o padrão de beleza imposto pela sociedade, no qual a magreza sempre está presente, principalmente quando elas destacam os termos “barriguinha”, “cinturinha”, “barriga chapada” entre outros que evidenciam que a magreza está claramente presente neste padrão de beleza. Enquanto que, no estilo discursivo do grupo 6, foi ressaltado a competição entre as mulheres na busca de um corpo magro e as dificuldades para emagrecer depois de uma certa idade. A maneira que influenciam o consumo também foram destaques marcando uma relação particular entre os grupos e o objeto investigado, principalmente por estarmos tratando 111 sobre os principais pontos propulsores e influenciadores do consumo de cosméticos e beleza, que é nosso objeto de investigação nesta pesquisa. Neste sentido o quadro 6 apresentará de que maneira tais aspectos foram caracterizados no discurso dos grupos: Quadro 6- Estilos discursivos que influenciam o consumo da beleza Grupo Discurso 1 “Eu costumo acessar bastante blogs na questão de maquiagem lojas eu prefiro o Boticário ou outra que tenha a pronta entrega eu não confio em catálogo você não tem como provar” “Eu compro de catálogo o que eu já conheço vamos dizer assim é um perfume eu compro se eu já conheço por exemplo venda de roupa você vê ali uma calça que é 38 mais tem 38 que é 34 tem 40 que é 36 como que você vai provar e depois não tem devolução e você é obrigada a ficar mesma coisa chinelo essas coisas assim, eu acho que cosméticos deve ser a mesma coisa” “Aí vai a questão da tua amiga também ela já comprou tu vê que é bonito” “Eu adoro os lugares que dão amostra grátis por exemplo tem uma menina lá no meu trabalho que é representante Mary Kay ela tinha amostra de perfume e de batom cada um pega e leva a sua, eu acho que isso também influencia bastante, se tu vai num lugar e ganha uma amostra de perfume tem loja que na compra tu acaba ganhando né” “A coisa de tu provar e tu vê como é que fica né” “ Tu acaba ganhando confiança na marca” “Há depende se outros usam você acaba se influenciado e acaba desejando aquilo” 2 “Eu busco ver dicas de maquiagem é um blog que eu tenho bastante acesso” “A questão de dica de maquiagem a gente vê em revista em blog têm bastante informação pra cada tipo de maquiagem” “Esses dia eu vi numa revista uma modelo e eu tinha gostado da cor do batom dela daí tava escrito do lado o nome da cor daí eu fui lá e comprei um batom daquela cor” 112 “A mídia porque não adianta dizer que não a gente tá sempre olhando as famosas bem arrumadas se estão em forma o corte de cabelo” “Televisão pois tudo que é visual te atrai se aquilo que, eu sou bem peruona no meu estilo então se eu vejo uma atriz tipo a Giovana Antonelli eu gosto das coisas que ela usa por exemplo o cabelo eu gosto da maquiagem eu gosto dos esmaltes dos brincos dos colares eu gosto do visual” “O visual te atrai tanto que até propaganda de perfume que dependeria do cheiro e televisão não tem cheiro consegue nos atrair” “Acho que a televisão é a mídia por mais que todo mundo tenha internet a televisão é um campo mais aberto pois todo mundo tem televisão todo mundo consegue vê são coisas diferentes são pessoas diferentes” “Tu vê primeiro na televisão pra depois tu procurares na internet e em outros lugares” 3 “Eu acho que as mulheres do meu convívio no meu caso por exemplo quando eu comecei a trabalhar eu já trabalho a oito anos onde eu to eu não tinha a mínima paciência de me cuidar não sabia o que era maquiagem não estava nem aí pra nada só que daí a mulherada começa a se cuida você vê todo mundo arrumada pra trabalhar você vai querer se arrumar também não vai querer se sentir o patinho feio do local né então é o convívio com as outras pessoas o que influencia mais” “Eu pego mais tendência assim coisa de blogs pra unha quando eu tenho paciência de fazer a unha olho no blog tudo certinho vejo a cor do esmalte compro e eu faço mais maquiagem cabelo é mais coisa de família antes de começar a trabalhar tu nem pensava nisso mais no ambiente de trabalho todo mundo se preocupa” “A mídia atualiza a gente no caso” 4 “As outras pessoas me influenciam isso sim” “A mídia me influencia em algumas coisas” 5 “Lá no meu trabalho teve uma onda assim que uma moça comprou um produto tonalizanteaí todas as loiras do meu trabalho tavam comprando aquele tal do 113 tonalizante porque queriam ficar com o cabelo acinzentado acabou influenciando uma a outra daí ela trazia lá da farmácia não sei da onde e o pote era dezessete reais e ela tava vendendo por vinte pra ela ganhar em cima” “ É porque assim tudo influencia né se você ta na sua casa vamos supor você ta vendo na televisão uma coisa nova você vai querer comprar pra ver como é que é aqui na faculdade se a sua amiga tem um exemplo de um rímel ai esse rímel é bom tu vai querer comprar esse rímel pra ver se é bom” “TV internet blogs face” “ A pessoa usa eu vou querer usar pra ver como é que é qualquer pessoa assim que tiver usando uma amiga ou parente ou até mesmo na balada nossa bem simpática né que rímel lindo ai comprei lá tu já vai comprar vai usar porque a guria ficou tal as vezes pra ti vai ficar terrível né” “Blog e TV pra mim” “Ai eu vi na tv esses dias que tem o bb cream pra pele e agora tem o cc cream pro cabelo to louca pra comprar aquilo meu deus do ceu” 6 “Por indicação bastante a pessoa usou um produto é bom indicou eu vou lá e experimento não vou mais pela mídia não eu vou por indicação” “Eu olho nas revistas na revista Claudia ainda eu olho não eu tenho que fazer alguma coisa eu já passei dos quarenta e nunca consegui ficar desse jeito se eu não fizer nada daí mesmo eu não vou chegar” Fonte: Elaborado pelo autor Dentre os aspectos presentes ao discurso dos grupos, foram mencionados os blogs, os catálogos, as revistas, as amostras grátis, as amigas e a televisão como fatores que influenciam diretamente o consumo de cosméticos. As marcas também aparecem como um fator de credibilidade e confiança, que investigaremos com maior profundidade no decorrer do trabalho. Todo este discurso reforça que a compra de produtos de beleza é um processo decisório complexo, pois afetam diretamente a aparência do indivíduo, sendo que atributos como textura, aroma, funcionalidade, aparência e preço são decisivos na opção de consumo de produtos de beleza como afirmam Kim e Seock (2009) em seus estudos sobre o comportamento de consumo de produtos de beleza naturais por jovens mulheres. Neste 114 sentido são vários e distintos os estímulos que influenciam tal consumo, reforçando a ideia de complexidade de todo este processo. O consumo e os cuidados com a beleza surgindo como fator para se tornar mais atraente fisicamente marca uma particularidade do estilo de discurso dos grupos 1, 2, 3 e 6 , é uma forma particular que o grupo se relaciona com o objeto de investigação da pesquisa. As evidências podem ser demonstradas no quadro 7: Quadro 7- Estilos discursivos relacionados à atratividade física Grupo Discurso 1 “Apesar de a gente se vestir pra gente a gente sempre quer chamar a tenção do outro” “Mais quando a pessoa tá solteira que ela vai se vestir bem pra achar um gatinho vou sair e encontrar várias pessoas depois quando a maioria casa as pessoas não se cuidam tanto como deveriam ah já to casada já desencalhei não preciso mais me cuidar” “Tem muita gente que pensa nesse sentido, mais tem gente que não eu tenho que me cuidar pra segurar meu marido senão ele vai ficar com outra tem um pouco dos dois lados” “Tem aquela coisa você se arruma e sai na rua e alguém fala que você tá linda pronto ganhou o dia” “Ou alguém nossa como você emagreceu aquilo assim meu você trabalha mais fica de sorriso de orelha a orelha meu a melhor coisa de ouvir é isso” 2 “E ser notado as pessoas falarem que você está bonita isso é muito bom” “Quando tu vai no salão e vai no outro dia trabalhar todo mundo fala mudou fez uma coisa no cabelo nossa” “Se alguém chega e te fala nosso como você tá bonita isso te deixa feliz” “Porque assim oh mulher se importa com mulher sempre então assim oh a sua sogra pode ser um estimulo pra você ir arrumada na casa dela” “Não que eu me arrume pra ela mais um estímulo porque a mulher vive em constante competição poxa eu já fui mais bonita ela compete com ela mesma pra eu me sentir mais segura também a vezes eu me arrumo pro meu marido, 115 ah eu sei que ele gosta de chapinha eu não gosto acho que fica sem graça não é real mais ele gosta então as vezes você faz pra agrada e as vezes você faz pra concorrer mesmo” 3 “Agradar as outras pessoas agrada o marido” 6 Eu é pelos dois pra mim e pra me tornar mais atraente até como eu me falei já porque eu sou solteira então pra mim também é interessante esse outro lado essa coisa que aí é só pras mulheres pra mim é mentira é pros homens sim não é só pras mulheres não a gente acaba competindo isso é meio natural assim né mais é pra chamar a atenção com certeza me sentir poderosa bonita principalmente pela idade né” Fonte: Elaborado pelo autor A relação dos grupos com o consumo de beleza estar atrelado à busca pela atratividade física é bastante evidente conforme os discursos do Quadro 7. Quanto a isto podemos também observar que ganhar elogios dos outros é uma motivação bastante prazerosa para estas mulheres, serem notadas, chamar a atenção também é o objetivo. Além disto, a aceitação no grupo social e despertar o interesse do parceiro levam essas mulheres a buscarem cuidados e consumirem produtos estéticos e de beleza conforme os discursos analisados. A importância da atratividade física está presente em Bloch e Richins (1993), quando eles afirmam que a beleza é uma importante força na sociedade contemporânea. Indivíduos diferem-se em suas ênfases na atratividade pessoal e isso é significativamente importante em suas vidas. E também em Domzal e Kernan (1993) que em suas pesquisas relatam o fato de ter boa aparência contribui para a atratividade romântica com relação aos outros, admiração social, e em sentir-se melhor que os outros. Outra relação encontrada no discurso dos grupos foram as percepções da moda e seu estímulo ao consumismo, presentes no estilo discursivo dos grupos 1 e 6, que podem ser notados no quadro 8 a seguir: Quadro 8-Estilos discursivos relacionados à moda e consumismo Grupo Discurso 1 “A moda é boa o consumismo que é ruima vontade de querer comprar comprar comprar” 116 “Se tu não consegue comprar aquilo que os outros tem tu te sente fora da casinha” “Talvez se a gente não acompanha a gente se sente desinformada e desatualizada” “ Por um lado é bom mais por outro lado tem o consumismo eu não sou uma seguidora da moda tenho camisas e calças de cinco anos atrás” “É legal porque tá sempre renovando mais não é uma coisa que é eu siga muito” 6 “Se eu tivesse mais dinheiro eu gastava mais” “Eu sou compulsiva por batom” Fonte: Elaborado pelo autor O discurso da moda não é visto como negativo, pelo contrário, existe um certo fascínio por ele no discurso do grupo. No entanto, esta moda traz consigo o consumismo conforme o discurso do grupo, sendo ele o seu aspecto negativo, apesar deste ser muitas vezes incontrolável e inerente à atual sociedade. A ideia do consumismo pode ser reforçada quando Bauman (2008) o conceitua como um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos e anseios humanos rotineiros, permanentes, e neutros quanto ao regime, transformando-os na principal força propulsora e operativa da sociedade, uma força que coordena a reprodução sistêmica, a integração e a estratificação social, além da formação de indivíduos humanos, desempenhando ao mesmo tempo um papel importante nos processos de autoidentificação individual e de grupos, participando nas escolhas das políticas de vida dos indivíduos. Enquanto que a moda aparece para Lipovetski (1989) como um processo que define nossa era, e que a moda não se trata somente de um palco de apreciação do espetáculo dos outros; mas sim como algo que desencadeia um investimento de si, uma auto-observação estética sem nenhum precedente. Por exemplo, moda como prazer de ver, mas também o prazer de ser visto, de exibir-se ao olhar do outro, desencadeando assim o culto estético do eu. Para Harvey (1992), destaca que uma importante consequência do pensamento pós-moderno foi acentuar a volatilidade e efemeridade de modas, produtos, técnicas de produção, processos de trabalho, ideias e ideologias, valores e práticas estabelecidas. A partir dessas referências, 117 podemos entender porque moda e consumismo são temas presentes no estilo discursivo do grupo, pois, eles caracterizam o tempo pós-moderno e a relação dos indivíduos neste tempo. A exposição da imagem nas redes sociais também aparece na relação atitudinal dos grupos 1, 2 e 5 com o consumo e cuidados com a beleza, pois, a exposição da imagem implica em estar bela e isto pode ser observado no quadro 9 em seguida: Quadro 9- Estilos discursivos relacionados à exposição de imagens e redes sociais Grupo Discursos 1 “ Hoje em dia é difícil alguém que não se preocupe com isto” “ Outro dia tiraram uma foto no meu serviço e a guria postou e eu queria esgoelar ela” “Hoje quando alguém vai tirar uma foto e tu não tá arrumada corre né” “ Qualquer coisa que exponha a tua imagem meu é importante.” “ O contrário se no dia tu tais te achando bonita, tu és a primeira na foto a querer aparecer.” “ Não que seja importante mas é gostoso se expor né” “Se tu tá bem e a outra pessoa vê tuas fotos e fala nossa como você tá bonita na foto” 2 “Não adianta negar que a gente sempre quer as curtidas nas nossas fotos ” “Eu acho que é pra mostrar pros outros que você tá bem ou não tá na verdade porque se tu ta lá em casa e ver que todos teus amigos saíram tu já vai ficar com grilo meu todo mundo saiu e tu tá aqui em casa” “Eu vi uma foto me achei bonita eu vou postar se eu to feliz é um momento legal eu vou mostrar mais não que eu queira mostra que sou melhor que alguém pois eu já tirei muita foto que não postei” “Eu acho que a foto que você publica dependendo das curtidas e dos comentários o ruim pode ser o feedback de como você tá da tua imagem” 3 “Daí eu coloquei um silicone daí é só foto de peito no facebook” “Agora igual as artistas acabou de dar à luz três semana depois já tá postando foto já tô magra” 118 “É que cada vez uma forma diferente né começou com o Orkut depois foi pro facebook agora é esse whatsap de celular pelo amor de deus né agora você entra no ônibus ninguém conversa com ninguém ninguém olha pra ninguém é só ali né” “Aí a menina tá em casa e as vezes não tá fazendo nada põe um biquíni e fica batendo foto do pra espelho pra mostra o corpo pra mostra que tá magra pra mostra isso pra mostra aquilo ai passa cinco quilos de maquiagem” “Tem gente que passa maquiagem só pra tirar foto né” 5 “Não adianta facebook tem que ta bonita da um jeito de colocar um efeito uma coisarada tem que ta top” “Pior que é verdade que nem aquele dia que a gente saiu nas férias que a gente foi lá na padaria tava vocês duas maquiadas e eu não tava maquiada lembra nossa tava a Jessica e a Daniela lindas e eu” Fonte: Elaborado pelo Autor A exposição aparece no discurso do grupos como algo inevitável e muitas vezes prazerosa. No entanto, a condição para esta exposição ser positiva está condicionada à pessoa se sentir bonita. Neste ínterim, justamente que entra a relação com os cuidados e com o consumo de beleza. Isto acontece por estarmos numa era muito relacionada à imagem, à comunicação intensiva e a exposição nas redes sociais. Como esta imagem está cada vez mais exposta, consequentemente, a preocupação em estar bonita ou parecer bonita é cada vez maior. Neste sentido, surge a necessidade de sempre estarem maquiadas e arrumadas para sair em uma foto, pois tal imagem será compartilhada por um grande número de pessoas nas redes sociais, levando assim, a uma preocupação muito maior que as mulheres têm com sua imagem. Esses argumentos encontram força quando Bover (2009) diz que a pós-modernidade é um tempo dominado pela imagem, e tem um discurso dominante definido por uma ruptura com o tempo histórico. Silva, Galhardo e Torres (2011) também reforçam a ideia que a sociedade é ancorada por imagens. Harvey (1992) vai além e afirma que as imagens se tornaram mercadorias. As preocupações em cuidados especiais com o corpo no verão são mais acentuadas conforme o discurso dos grupos 1, 2, 3, 5 e 6 . Isto pode ser confirmado no quadro 10 a seguir: 119 Quadro 10- Estilos discursivos relacionados aos cuidados com a beleza com a chegada do verão Grupo Discurso 1 “Esse ano eu não fui gente só fui pro Capri que é uma praia escondida porque eu to me sentindo anormal assim não consegui” “Acho que toda mulher se preocupa quando vai chegando o verão” “A gente se preocupa com a alimentação ou faz exercício academia” “Talvez tu nem vá pra praia, mais tu sabe que no verão tu vai usar todo um tipo de roupa mais justinha mais curta.” “A quando chega a primavera todo mundo começa a se preocupar” “No verão você vai ter que cuidar bem mais porque você vai usar roupas que o seu corpo vai mais aparecer” 2 “O projeto verão que todo mundo fala” “O fato de você ir pra praia assim é um cuidado você quer pegar um sol quer pegar um bronze quer ficar com a pele bacana quem tem cabelos claros quer tomar um sol para o cabelo realçar a pessoa quer curtir o verão” “Um protetor de cabelo para o cabelo não manchar” 3 “Eu tento dar uma maneirada no verão pra tentar manter o corpo pode colocar o biquíni” “Fazer clareamento de pelinhos depilação essas coisas que a gente se preocupa no verão” “Hidratação do cabelo né porque o mar detona o cabelo” 5 “Salão de beleza fazer cabelo mais quando tem um evento ou ta chegando o verão para retocar as mechas” “Eu vou todo verão tenho que fazer aquelas massagens modeladoras ou aquelas pra tirar as celulites aquelas coisas boas pra ficar bonita pro verão eu tenho que ir no começo de verão pelo menos eu vou” “Sempre tem aquele projetinho verão né com a barriguinha” 6 “Tem que secar as varizes né tem que fazer uma geral” 120 “Protetor e cuidar um pouquinho mais do cabelo” “É muito protetor solar muita água de coco” Fonte: Elaborado pelo Autor Pelo fato das mulheres dos grupos estarem numa cidade próxima ao litoral, o fator cuidados com o verão é mais notório. Inicialmente, fica claro no discurso do grupo que existe esta preocupação e no entendimento delas isto pode ser estendido a qualquer mulher. Isso aparece também de várias formas e relaciona-se diretamente ao consumo e cuidados com a beleza. Uma das formas é a negação de não querer se expor por não estar satisfeita com o corpo, ou a busca de um corpo mais magro, e com isso surge a preocupação em fazer atividades físicas e os cuidados com a alimentação. As motivações para essas preocupações são tanto com relação à exposição nas praias como pelo uso de roupas mais curtas devido à estação mais quente, as preocupações com os cuidados com o cabelo, com a pele e com a depilação também ficam evidenciadas neste período, o que levam essas mulheres a consumirem mais cosméticos e serviços para se adequarem as demandas do verão. Essa preocupação com o corpo pode ser retratada quando Yang (2011) afirma que o corpo é um veículo do prazer e uma nova expressão do indivíduo. Bauman e May (2010) colocam que a sociedade estabelece os padrões para uma forma desejável e, como tal, aprovada em relação a qual cada corpo deve atuar para se aproximar daqueles padrões. Os corpos são objetos de condicionamento social. Ao analisarmos o estilo discursivo dos grupos 2, 3 ,4, 5 e 6, encontramos uma atitude particular no discurso do grupo com relação a um aspecto diretamente ligado ao objeto de pesquisa desta investigação, que seria a preocupação com os cuidados com relação ao cabelo, a busca por um cabelo perfeito e tal característica marca todo um estilo próprio no discurso dos grupos como podemos ver no quadro 11: Quadro 11- Estilos discursivos relacionados aos cuidados com o cabelo Grupo Discurso 2 “Sem ponta dupla sem manchado de sol frizz manchado de tintura progressiva quem fez porque o meu cabelo é bem encaracolado algumas progressivas tem aqui para conseguir que ele fique liso mesmo aí começa a 121 encrespa um pouquinho na raiz daí precisa retocar daí é caro e tem que ficar quatro horas cinco horas sentada é muita batalha pro cabelo tá perfeito” “E nunca vai tá perfeito porque quando tu faz a raiz começa o frizo quando não é o frizo é a ponta dupla” “A não ser que você tenha um cabeleireiro 24 horas daí lava seca deixa ele lindo daí pode ser” “Eu sou uma pessoa que tem muito cabelo quem pega nele vê que é pesado eu chego todo dia em casa eu lavo meu cabelo seco demora bastante pra seca daí passo chapinha porque é muito armado a mulher sofre bastante pra ter um cabelo mais ou menos e ainda não fica aquilo que eu quero” “Cada vez mais toda mulher tem aquilo do cabelo preso eu acho bonito o cabelo cacheado mais dá trabalho pra cuida trata pra sair de casa” “Todo mundo falava que o meu cabelo cacheado era perfeito nossa mais eu gastava muito lavava ele todo dia era perfeito pra quem vê mais eu gastava muito tempo com ele agora que eu fiz progressiva lavo seco um dia sim um dia não” “ O meu cabelo loiro tem que ter muito cuidado porque eu vou pro salão faço as mechas no cabelo fico lá umas quatro cinco horas aí faço uma hidratação daí de três em três meses tem que tá refazendo tem que ta tonalizando tem que pintar nas pontinhas porque o loiro abre muito tem que tá hidratando usando shampoo pra não deixar o cabelo muito amarelo tem que também usa um shampoo pra fazer hidratação no cabelo daí lava seca faz escova faz chapinha o baby lease estraga bastante o cabelo e tu vai ta sempre querer hidratar tá arrumando o cabelo” “Sou escrava do meu cabelo” “Minha prioridade é fazer o cabelo deixando ele melhorzinho o resto a gente vê o que pode” 3 “Acho que o cabelo é uma das coisas que eu mais gasto porque é desde creme pra pentear é condicionador shampoo tem coisas que eu consigo no mercado tem coisas que por ser da Natura eu consigo por catálogo mais é uma coisa essencial que não pode faltar todo dia eu faço a mesma coisa com o cabelo vai lavar” 122 “Ainda bem que o meu cabelo é seco eu tenho preguiça de lavar o cabelo porque o ritual é longo” “O ritual é longo né duas vezes shampoo creme de tratamento condicionador aí o creme de pentear o living aí o óleo ai meu deus” “O meu é mais fácil passo shampoo condicionador passo silicone e também tem a química que eu faço também pra fazer luzes de três em três meses tem que fazer uma hidratação tem que ser uma vez por semana a hidratação” “O cabelo eu acho que é essencial pra todo mundo” 4 “Cabelo é o que eu mais consumo sempre tem que ter dois tipos de creme para cabelo no mínimo e o que eu gasto mais e ão me importo muito em gastar um pouco mais” “Muita coisa para o cabelo porque tenho cabelo crespo cabelo cacheado e assim as vezes coisas que são caras porque eu quero produtos que sejam mais eficientes então tem que gastar eles são mais caros mesmo e faz diferença né” 5 “Eu não fico três meses sem fazer progressiva e isso já fazem dois anos e o meu cabelo não é enrolado e eu não fico isso é uma coisa que veio e não tem como começa a sair uns cabelinhos longo tem que fazer não dá pra ficar sem é um vício que o meu cabelo era enrolado de tanto fazer ele acaba te estragando e obrigando a te fazer de volta meu cabelo era enrolado agora não é mais enrolado é liso em baixo em cima é enrolado aí eu sou obrigado a fazer é uma coisa que eu não vivo sem isso” “É difícil achar uma mulher que tem cabelo virgem que nunca fez nada luzes ela vai fazer é difícil achar alguém que tem cabelo virgem hoje em dia alguma coisa ela fez” “Eu retoco com tinta de cabelo a cada quinze dias em média” “Eu nunca pintei, mais em compensação os alisamentos” “Tá cada vez diminuindo as idades né tu vê crianças fazendo pintando o cabelo” 6 “Por exemplo se tu ir no meu banheiro tem uns dez tipos de shampoo” 123 “Porque ou é tintura ou é luzes além da chapinha que eu tenho que fazer mais eu faço progressiva” “Eu gasto mais com o cabelo também faço alguns procedimentos que se o meu marido descobre o preço que eu pago” Fonte: Elaborado pelo Autor Percebemos, no estilo de discurso dos grupos, que os cuidados com o cabelo exigem das mulheres um ritual longo e cheio de sacrifícios. Nesse sentido apareceu um dualismo que seria buscar a beleza ou a praticidade em relação aos cuidados com o cabelo. Outro fator percebido é que nesta relação das mulheres com os seus cabelos envolve um consumo de uma série de cosméticos ou de serviços, no entanto a busca principal das mulheres do grupo é por um cabelo perfeito. Também notamos a relação altamente passional e sentimental que as mulheres têm em relação aos cuidados com o cabelo. Podemos atribuir isto ao cabelo ser um indicativo ou uma marca de feminilidade ou por elas acharem que o cabelo marca fortemente sua identidade e também remete a uma sensualidade que, consequentemente, é um importante atributo para se tornarem atrativas aos seus eventuais parceiros. Outro fator que se destacou no estilo discursivo sobre tal tema foi a naturalização dos processos de tingimento e alisamento dos cabelos para as mulheres pesquisadas. Estes procedimentos já são arraigados ao cotidiano dessas mulheres e não causam nenhum estranhamento a elas. 6.4 POSIÇÕES DISCURSIVAS Para entender o conceito de posições discursivas, recorremos a Conde (2009), que o compreende como o trabalho equivalente a responder às perguntas: quem fala? De que posição se fala e se produz o discurso? Para o autor, a análise das posições discursivas tem que ser produzida sempre a partir do que se expressa no texto, para aí determinar um “lugar social” e uma específica rede social de produção do discurso. Dessa forma, o desenho prévio do grupo pode nos ajudar a analisar as posições sociais, desde que os interlocutores investigados produzam e elaborem opiniões, argumentações e tomadas de posição. Iniciaremos realizando a descrição do posicionamento discursivo do grupo 1 que, pelo desenho prévio escolhido para o grupo, seriam de jovens mulheres estudantes de uma faculdade privada da cidade de Joinville. O grupo pode ser detalhadamente descrito por 124 alunas do 1° semestre do Curso de Ciências Contábeis, na faixa etária entre 18-26 anos, pertencentes às classes B1; B2 e C1 de acordo com o critério Brasil, moradoras de uma grande cidade para os padrões da região, tanto no aspecto territorial quanto econômico. O primeiro posicionamento analisado diz respeito a como o grupo se posiciona em relação à beleza e ao ambiente de trabalho. Neste sentido, podemos analisar que as mulheres do grupo se colocam na posição de vítimas, por conta tanto das exigências das empresas que cobram da mulher estar arrumada no ambiente profissional, e também pelo ambiente de competição entre as mulheres de nesses ambientes, sendo estas colegas de trabalho e clientes (no caso das que trabalharam em contato direto com o público). Então a beleza aparece no ambiente de trabalho como uma imposição, que não é questionada, é apenas seguida de acordo com o posicionamento do grupo. Foi revelado também um posicionamento relacionado à importância de vender a imagem no ambiente de trabalho. O tema aparece inicialmente com os falantes utilizando a segunda pessoa na forma impessoal, descrevendo de forma hipotética as situações a respeito do tema e na continuidade que surge o discurso em primeira pessoa, no qual os membros do grupo falam de situações reais da sua vivência, apresentando um maior envolvimento com a temática em voga. Na figura 2 será mostrado o posicionamento do grupo com relação às preocupações com a beleza no ambiente de trabalho: Figura 2- Mapa de posicionamento do grupo 1 com relação ao tema beleza no ambiente de trabalho Vender uma boa imagem Competição entre as colegas Beleza no ambiente de trabalho Cobrança das empresas Fonte: Elaborada pelo Autor O segundo tema, no qual encontramos um posicionamento particular do grupo, diz respeito à influência da mídia ditando padrões estéticos e seus efeitos com relação ao 125 consumo e cuidados com a beleza. Com relação a isto, o grupo se posiciona com naturalidade ao expressar que a mídia dita as modas e os padrões das roupas, cosméticos e acessórios utilizados pelas atrizes das novelas da televisão que acabam sendo um sucesso de vendas. Não existindo nenhum tom crítico nem contestador com relação a esses fatores, e sim um pouco de admiração por estas mulheres (atrizes, modelos, e demais celebridades), que simbolizam um padrão, um ideal no qual o grupo de mulheres pesquisado pretende almejar. A naturalidade com relação ao papel que a mídia desempenha, influenciando padrões e modas com relação à beleza, pode ser atribuído ao estarmos vivendo numa sociedade pós-moderna, na qual o indivíduo apenas quer se encontrar ou pertencer a uma tribo e também por estarmos falando de jovens que estão ainda procurando ou formando uma identidade própria. Ao tratarmos o tema cirurgia plástica, o grupo em questão se posiciona mostrando que apenas ainda não realizaram estes tipos de procedimentos devido ao preço, ficando clara, no discurso do grupo, a motivação para fazer cirurgias plásticas, principalmente à colocação de prótese de “silicone no peito”. As cirurgias plásticas são tratadas pelo grupo como uma mercadoria de luxo, que a partir do momento em que houver uma condição financeira melhor, esta será consumida, assim como os cremes, maquiagens e produtos para o cabelo, não trazendo nenhuma estranheza ao discurso do grupo. Dessa forma, podemos entender que acontece uma banalização dos processos de cirurgias plásticas na atual sociedade e isso fica claro ao analisarmos o posicionamento do grupo a respeito deste tema. A ritualização das idas ao salão de beleza também é visível no posicionamento discursivo do grupo, sendo a maioria do grupo composto de jovens e, pertencentes às classes B e C. Os serviços de salão de beleza são utilizados frequentemente pelas mulheres do grupo, e na descrição destes serviços fica evidenciado que existe todo um ritual especial para elas. A necessidade destes serviços não implica apenas o aspecto objetivo do serviço, mas também é uma forma de atender as necessidades psicológicas destas mulheres. O ritual se torna uma coisa corriqueira e natural para elas, que só não consomem mais este tipo de serviço por não terem melhores condições financeiras. Pelas descrições dos rituais, entendemos que as mulheres do grupo o classificam como prazeroso e necessário para suas vidas. 126 A preocupação com a magreza também é um tema que surge no posicionamento discursivo do grupo, pois todas elas têm esta preocupação, e sentem a necessidade de emagrecer. Esta situação pode ser explicada por vários fatores: o primeiro seria pelo padrão de beleza da sociedade estabelecido - o ser magra -, e as referências de beleza como modelos, atrizes, cantoras e demais celebridades, difundidas pela mídia na sua maioria desfilam seus corpos magros. Segundo, pelas mulheres do grupo serem jovens e ainda estarem buscando uma maior identidade, vivenciando uma fase em que a atratividade física tem um papel importante em suas vidas. Por isso, estar magra faz com que estas mulheres se sintam aceitas pelos grupos sociais aos quais pertencem. Essa preocupação com a magreza, ou estar magra pode ser visualizada na figura 3 a seguir: Figura 3- Mapa de posicionamento do grupo 1 com relação ao tema magreza Aceitação Social Referência Magreza Necessidade Fonte: Elaborada pelo Autor Na posição do grupo, também é demonstrado o papel da internet como importante fonte de consultas e de busca de informações, que são utilizadas para que estas mulheres atualizem-se com relação aos tipos de produto, os seus respectivos preços e os seus usos. Nesse sentido, podemos entender que a internet é importante para essas jovens. Principalmente no que tange a troca de experiências sobre todo o universo da beleza e também para se sentirem como outras mulheres consomem beleza. Os blogs de moda e beleza também aparecem no discurso do grupo. Esses locais podem ser compreendidos como refúgios que auxiliam essas jovens a construírem as suas identidades e a estabelecerem um contato social e de pertencimento com seus grupos sociais. Nesse momento, iniciaremos a análise do posicionamento discursivo do grupo 2. Seu posicionamento discursivo passa pelo desenho prévio escolhido para o grupo, que é o de 127 jovens mulheres estudantes de uma faculdade privada da cidade de Joinville. O grupo pode ser detalhadamente descrito por alunas do 3° semestre do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, na faixa etária entre 19-27 anos, pertencentes às classes B2 e C1 de acordo com o critério Brasil, moradoras de uma grande cidade para os padrões da região, tanto no aspecto territorial quanto econômico. A primeira temática escolhida diz respeito ao posicionamento discursivo do grupo com relação à naturalização e ritualização do consumo de cosméticos, partindo do princípio de que o grupo é constituído de mulheres jovens em busca da construção de uma identidade pessoal e profissional, iniciantes, em sua maioria, no mercado de trabalho e em busca de se tornarem mais atrativas fisicamente aos grupos sociais que pertencem. Elas demonstram, ao longo do discurso, um grande apego ao consumo de cosméticos, tornando os rituais de aplicação e o seu uso no cotidiano uma coisa bastante natural e que faz parte do seu universo particular. Com relação a isto, podemos destacar que, a todo momento, ao longo do discurso, elas sempre acabam descrevendo seus rituais de embelezamento, e que eles estão ligados principalmente aos cuidados com a pele com o a utilização de filtros solares, cremes, maquiagem etc. Em um certo momento, elas próprias comentam que praticam o ritual de embelezamento diariamente ao se arrumarem antes de saírem de suas casas. Elas também se posicionam favoráveis à abundância da oferta de produtos ligados à beleza, pois isto faz com que se tenham ofertas para todos os bolsos, inclusive o delas, que são jovens trabalhadoras e estudantes e não possuem muita renda. O segundo tema no qual o grupo se posiciona em seu discurso é a forma de como essas mulheres lidam com a cobrança social por beleza, que lhes é imposta. Isso aparece no fato delas se sentirem muitas vezes sufocadas por haver cobranças de todos os lados, seja por estar no peso, seja para conseguir competir com as outras mulheres, seja para sentirem-se aceitas em seus grupos sociais, aceitas por seus parceiros, e ainda serem aceitas no ambiente de trabalho. Dessa forma, entendemos que tais mulheres, por demonstrarem serem vaidosas e estarem constantemente preocupadas com seus ritos de beleza, são cobradas socialmente para que se adéquem a certos padrões. A exigência destes padrões causa dificuldade na aceitação do peso da cobrança social, que é naturalmente exercida. 128 Na figura 4 mostraremos o posicionamento discursivo do grupo em relação à cobrança social por beleza, imposta a essas mulheres: Figura 4- Mapa de posicionamento do grupo 2 com relação ao tema cobrança social por beleza. Parceiro Ambiente de Trabalho Outras Mulheres Cobrança por Beleza Fonte: Elaborada pelo Autor A terceira temática que aparece no posicionamento discursivo do grupo é a competição existente entre mulheres (quem está mais arrumada). Isto surge no discurso, primeiramente de forma velada, quando algumas se posicionam no sentido de mostrarem a importância de não apenas seguir a moda, mas, de alguma forma, se sobressair perante as outras mulheres. No decorrer do discurso, elas se posicionam claramente a respeito de que as mulheres competem entre si, principalmente com relação à parte estética. Este fator pode ser explicado por tais mulheres serem jovens e estarem buscando ainda uma autoafirmação, e até mesmo, para serem aceitas em seus ambientes e grupos de convivência. A competição pode ser compreendida como um fator causal destas mulheres estarem tão preocupadas com o consumo de cosméticos. Esta competição entre as mulheres por beleza esta presente ao posicionamento discursivo do grupo e pode ser vista na figura 5: Figura 5: Mapa de posicionamento do grupo 2 com relação ao tema competição entre as mulheres por beleza Autoafirmação Competição entre mulheres Sentir-se Superior Fonte: Elaborada pelo Autor Neste momento analisaremos o posicionamento discursivo do grupo 3 que pelo desenho prévio escolhido para o grupo seria o de jovens mulheres estudantes de uma Instituição Federal de Ensino Técnico e Tecnológico pública da cidade de São Francisco do 129 Sul. Tal grupo pode ser detalhadamente descrito por alunas do 1° semestre do Curso Técnico em Administração, na faixa etária entre 18-30 anos pertencentes as classes B1; B2, C1 e C2 de acordo com o critério Brasil, moradoras de uma cidade de porte médio para os padrões da região, tanto no aspecto territorial quanto econômico, apesar de apresentar problemas sociais e estar isolada geograficamente por ser uma ilha. O primeiro aspecto identificado no posicionamento discursivo do grupo são as motivações das mulheres para terem cuidados com a beleza. Quanto a isto foi observado que o grupo acredita que a motivação para se arrumarem é a de não se sentirem inferiores às outras mulheres, para serem notadas pelos outros e para criarem uma marca pessoal. Todos estes fatores podem ser explicados pelas mulheres do grupo por serem jovens e estarem buscando uma identidade enquanto mulher, e também por ainda estarem iniciando suas vidas profissionais. Dessa forma para melhor visualizarmos tal posicionamento, utilizaremos a Figura 6: Figura 6- Mapa de posicionamento do grupo 3 com relação ao tema motivações para os cuidados com a beleza Não se inferiorizar perante outras mulheres Motivações para os cuidados com a beleza Ser notada Criar marca pessoal Fonte: Elaborada pelo Autor A cobrança social por beleza também é um tema presente no posicionamento discursivo do grupo. Isto surgiu num primeiro momento, pela cobrança de namorados ou maridos e a delas próprias, e as cobranças recaem principalmente com relação ao corpo para se manterem magras, e também com relação aos cuidados com o cabelo e ao uso de maquiagem. No entendimento das mulheres do grupo, a cobrança é tão presente e intensa, que já vem influenciando as crianças que, espelhadas em suas mães na maioria das vezes, já 130 buscam também consumir produtos ligados à beleza. No entendimento delas, a cobrança existe por que as mulheres deixaram de ser donas de casa e começaram a trabalhar fora, consequentemente estão mais expostas ao convívio social cotidiano. A cobrança por um corpo magro pode ser entendida pelo fato das mulheres pesquisadas estarem em uma cidade litorânea, que tem várias praias, dando maior frequência à exposição do corpo. Outro ponto que justifica essa preocupação de serem cobradas por beleza, acontece devido ao fato das pesquisadas, em sua maioria, terem entrado a pouco tempo no mercado de trabalho e, consequentemente, estão buscando uma identidade e imagem enquanto profissional. O ambiente de trabalho por si só já exerce uma cobrança pela beleza, seja por você ter que lidar com o público e ter que passar uma boa imagem, ou pela competição que existe com as demais mulheres que trabalham na empresa, e até o fato de algumas empresas exigirem maquiagem ou um padrão de roupa. O fator pode ser melhor visualizado na figura 7: Figura 7- Mapa de posicionamento do grupo 3 com relação ao tema cobrança social por beleza Cuidados com o cabelo Namorados/Maridos Magreza Ambiente de Trabalho Cobrança por beleza Maquiagem Fonte: Elaborada pelo Autor As redes sociais influenciam a preocupação com a imagem e, consequentemente, os cuidados com a beleza também foi um tema presente no posicionamento discursivo do grupo ao criticarem o exibicionismo das mulheres no Facebook, como o de tirar fotos de biquíni em frente ao espelho para exibirem seus corpos magros e sarados. Apesar da grande maioria das pesquisadas fazerem parte de redes sociais, o posicionamento pode ser compreendido pelo fato delas serem estudantes e estarem buscando galgar melhores oportunidades em suas 131 carreiras. E assim elas criticam essas atitudes querendo mostrar que não são fúteis e nem exibicionistas. A preocupação com o corpo também foi constatada no posicionamento discursivo deste grupo. O fato causa uma verdadeira histeria nas mulheres do grupo, seja pelo fato de se acharem baixas, seja pelo temor de engordar, seja por ficar com celulites e/ou estrias. Este posicionamento pode ser explicado, como já falamos, pelas pesquisadas morarem numa cidade litorânea, serem jovens e estarem expondo seus corpos com maior frequência, além de estarem num período de amadurecimento e de aceitação, buscando uma formação para melhor se posicionarem no mercado de trabalho. Em momento algum falou-se ou deu a entender que teriam preocupações com saúde, as questões são de cunho estético, a preocupação com o corpo é que ele esteja belo para ser exibido e naturalmente admirado, invejado, e exaltado. Com relação ao posicionamento discursivo do grupo 4, iniciaremos descrevendo quem é este grupo. Trata-se de professoras de uma Instituição Pública de Ensino em São Francisco do Sul. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes: B2, B1 e A2. A faixa etária do grupo é entre 29-40 anos, moradoras de uma cidade de porte médio para os padrões da região tanto no aspecto territorial quanto econômico, apesar de apresentar problemas sociais e estar isolada geograficamente por ser uma ilha. A primeira temática sob a qual o grupo se posicionou discursivamente seria a respeito da concepção de beleza do grupo. Num primeiro momento, elas falaram sobre a importância da simetria de rosto e corpo. Esta visão pode ser explicada possivelmente por tratarmos de um grupo de professoras que buscaram um conceito mais científico com relação a concepção de belo e beleza. No decorrer do discurso, essa concepção se amplia a um padrão global ditado pela sociedade, sendo até relatado um fato, no qual uma menina acima do peso estava usando uma roupa curta, causando estranheza por estar fora dos padrões. Nesse sentido, elas demonstram aceitar a existência de um padrão ditado pela sociedade, apesar de que, ao longo do discurso, elas neguem se importarem com este padrão. Outra perspectiva apontada no posicionamento discursivo do grupo a respeito da concepção de beleza, esta ligada ao fato de que a beleza é a preocupação das pessoas com os cuidados de beleza. Ou seja, as pessoas que 132 se preocupam em ter cuidados com a beleza serão provavelmente mais belas do que as pessoas que não tem esses cuidados. Este posicionamento se opõe ao primeiro conceito de simetria, pois o primeiro estaria ligado à genética ou fatores que pouco podem ser modificados pela pessoa. Já a nova perspectiva está diretamente relacionada à vontade da pessoa em ficar bonita. Isto foi resumido no discurso do grupo, a junção dos cuidados com o cabelo, maquiagem e roupa diante das condições físicas e corpóreas da pessoa. Podemos explicar que o posicionamento contrasta o conceito científico de simetria e a predisposição da pessoa a ter cuidados com a beleza, demonstrando uma contradição, ou melhor dizendo, a complexidade que cerca as questões a respeito da beleza. Na figura 8 mostraremos o posicionamento do grupo sobre a concepção de beleza: Figura 8- Mapa posicionamento do grupo 4 sobre a concepção de beleza Simetria Concepção de beleza Coerência ao padrão Predisposição aos cuidados com a beleza Fonte: Elaborda pelo Autor Uma outra temática que surge no posicionamento discursivo do grupo é o uso do dinheiro relacionado ao consumo da beleza. Este aparece como um fator importante para se consumir beleza e, apesar das mulheres do grupo terem consciência do seu maior poder aquisitivo em relação a outras mulheres da sociedade brasileira, estas ainda não priorizam a beleza, por entender que ela pode ser efêmera. Estas mulheres mostram-se mais apegadas ao consumo de bens maiores (casa, automóveis entre outros). Esta posição pode ser explicada por essas mulheres serem professoras e terem um maior grau de escolaridade, não se preocupando tanto com a estética, ou, pelo menos, tentam transparecer tal posição. Além disso, o fato de não priorizarem o consumo de cosméticos, em contrapartida ao consumo de outros bens mais tangíveis, possa ser explicado por tais mulheres estarem disputando num ambiente de trabalho posições de destaque com outros homens e assim, passaram a ter valores 133 semelhantes a eles como o de querer consumir casas, carros entre outros bens tangíveis, prioritariamente em relação ao consumo de cosméticos e serviços relacionados aos cuidados com a beleza. Dessa forma, traremos a figura 9 para representar o posicionamento do grupo sobre a temática: Figura 9- Mapa de posicionamento do grupo 4 da relação entre dinheiro e consumo de beleza Alto poder aquisitivo e baixos gastos com beleza Relação entre dinheiro e consumo de beleza Preferência com outros gastos, como bens mais tangíveis (masculinização do consumo) Influência da família para não gastar com supérfluos Fonte: Elaborada pelo Autor Para descrevermos o posicionamento do grupo 5, iniciaremos identificando o grupo que é composto por alunas do 2° semestre dos Cursos Superiores de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e Marketing de uma Instituição de Ensino Superior Privada em Joinville. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes C2, C1 e B2, sendo que cinquenta por cento do grupo pertence à classe C2. A faixa etária do grupo é entre 18-33 anos, moradoras de uma grande cidade para os padrões da região tanto no aspecto territorial quanto econômico. A cobrança da sociedade por beleza funciona como importante fator motivador para as mulheres do grupo, e isto reflete no seu posicionamento discursivo. Elas se posicionam mostrando que, ao mesmo tempo, são fatores que as motivam e também cobram delas cuidados ligados à beleza. Num primeiro momento, aparece o ambiente de trabalho que cobra, por meio dos valores das empresas e até mesmo pela competição entre as colegas de trabalho. Isto acaba sendo também uma motivação para essas mulheres estarem constantemente consumindo e intensificando seus cuidados com a beleza, ficando ainda mais evidente quando, no discurso, elas se posicionam mostrando que recursos como a maquiagem são imprescindíveis para o seu cotidiano. A família, compreendida por mães e namorados, também cobra e estimula tais mulheres a estarem sempre buscando maiores cuidados com a beleza. As amigas e colegas de faculdade também estimulam e cobram delas esta beleza, ou 134 seja, as cobranças vêm de todos os lados. Podemos compreender por que estas mulheres colocam tamanho valor na beleza, afinal são jovens e estão buscando aceitação social na maioria dos ambientes em que transitam (família, trabalho e faculdade). Além disto, no perfil das mulheres deste grupo, destacou-se o fato delas terem muita informação sobre o assunto que pode estar relacionado à importância da beleza na vida dessas mulheres por estarem estudando em cursos de natureza mais relacionada a interação e ao contato com as pessoas. A figura 10 mostrará tal posicionamento: Figura 10- Mapa de posicionamento discursivo do grupo 5 em relação as motivações e as cobranças relacionadas à beleza Ambiente de Trabalho Motivação e cobrança por beleza Faculdade Família (namorados e mães) Amigas Fonte: Elaborada pelo Autor Outro posicionamento discursivo do grupo é a grande intimidade destas mulheres com relação ao consumo de cosméticos e seus usos. Isto aparece ao longo de todo o discurso, no qual elas demonstraram grande intimidade e conhecimento sobre os vários cosméticos, seja relacionado aos cuidados com a pele e maquiagem, aos cuidados relacionados ao cabelo, cremes, hidratantes, esmaltes entre outros, sem contar as várias marcas que fazem parte de suas vidas. A intimidade com os cosméticos e seus usos demonstram a grande importância que eles têm na vida dessas mulheres, pois estão constantemente se informando pelas mídias sobre seus usos e potencialidades, seja pela televisão, internet, redes sociais, além de trocas de experiências com as suas amigas e colegas de trabalho e faculdade. Outro fator que potencializa as informações sobre cosméticos, são as vendas por catálogos que, por meio das revendedoras, disseminam habilmente informações sobre seus produtos. A grande intimidade dessas mulheres em relação ao consumo de cosméticos e seus usos também podem ser 135 explicados por serem mulheres jovens, que estão buscando autoafirmação, além de ainda não terem muitas condições financeiras, e necessitam buscarem muitas informações para conseguirem as melhores ofertas para compra de todos aqueles cosméticos que necessitam diante de seus orçamentos apertados. Com isto através da figura 11: Figura 11- Mapa de posicionamento do grupo 5 em relação à intimidade com o consumo de cosméticos e seus usos Grande Conhecimento das Marcas Intimidade com o Consumo de Cosméticos Busca por informações nas mídias Trocas de Experiências sobre os usos Busca pelas melhores ofertas Fonte: Elaborada pelo Autor Para descrevermos o posicionamento discursivo do grupo 6 podemos identificar que é um grupo composto por professoras de uma Instituição Superior Privada em Joinville. A renda familiar das entrevistadas mostra que elas pertencem às classes B2 e B1 segundo o Critério Brasil. A faixa etária do grupo é entre 31-46 anos, moradoras de uma grande cidade para os padrões da região tanto no aspecto territorial quanto econômico. O posicionamento discursivo inicial do grupo diz respeito à importância da beleza na vida dessas mulheres. Com relação a isso, elas se posicionam dizendo que, com o amadurecimento, a beleza passou a ser mais importante em suas vidas, seja por causa das preocupações relacionadas ao envelhecimento, seja pela diversidade de cosméticos e serviços ligados à beleza, ou ainda, seja por já não precisarem buscar autoafirmação, estando elas estabilizadas profissionalmente, e assim, estão mais motivadas para os cuidados com a beleza. Isto pode ser explicado por terem um poder aquisitivo maior ou por estarem constantemente em contato com o público jovem. Além disto, elas se posicionam confortavelmente neste choque de gerações em que se encontram. Enquanto convivem com suas alunas jovens que 136 estão sempre na vanguarda buscando os novos cosméticos, tratamentos, dicas e ofertas ligadas aos cuidados com a beleza, de outro lado convivem com suas mães, que pouco se preocupam com o consumo de cosméticos e serviços relacionados a clínicas estéticas e salões de beleza. E nesse meio elas, se posicionam tentando acompanhar as gerações mais jovens com os cuidados de beleza, quebrando os paradigmas das gerações de suas mães que não tinham maiores preocupações e cuidados com a beleza. Essas mulheres buscam, já mais maduras, uma forma comedida de se adequarem a esta nova ótica da beleza presente na sociedade. Neste sentido, a figura 12 mostra o mapa de posicionamento discursivo do grupo em relação à importância da beleza: Figura 12- Mapa de posicionamento do grupo 6 com relação à importância da beleza Manter-se jovem Importância da Beleza Conflito de gerações Intensificam-se os cuidados Fonte:Elaborada pelo Autor Outra temática presente no posicionamento discursivo do grupo é em relação à cobrança que as mulheres sofrem da sociedade em relação a beleza. O grupo entende que a cobrança existe, e vem sendo exercida fortemente no ambiente de trabalho que cobra muito no entendimento das mulheres do grupo devido à necessidade de estarem sempre bemapresentadas não que isso seja uma imposição mais existe uma comparação entre as mulheres que trabalham na empresa, e o fato de se trabalhar com jovens aumenta a preocupação delas em se produzirem e tentar acompanhar. Na figura 13 é apresentado um mapa de posicionamento do grupo em relação a cobrança pela beleza: 137 Figura 13- Posicionamento do grupo 6 em relação à cobrança pela beleza Contato com jovens Cobrança pela beleza Ambiente de Trabalho Auto cobrança Fonte : Elaborada pelo Autor 6.5 CONFIGURAÇÕES NARRATIVAS A primeira temática descrita como uma configuração narrativa diz respeito ao entendimento de padrão de beleza de cada um dos grupos. Este padrão de beleza tem sua existência aceita no discurso dos grupos, a escolha por analisar tal tema está relacionada a um dos objetivos específicos do estudo. No quadro 12 expressaremos as definições de padrões de beleza que surgiram no grupo 1, baseado no discurso dele. Quadro 12- Padrão de beleza descrito pelo grupo 1 Definição de Padrão Entendem que o Discurso padrão é ditado “Acho que a mídia passa muito um padrão de principalmente pela mídia; acreditam que beleza mulher magra mulher alta em forma” o padrão vem se modificando, não há “O negócio de padrão de beleza tá se acabando unanimidade sobre este padrão, sequer assim antes sempre era como ela tava falando sobre a sua importância. mulher alta magra e com corpão assim com curva mas agora as pessoas já estão percebendo que isso já não é mais importante” “Antigamente o padrão era a mulher mais gordinha saudável isso já mudou e agora tá mudando de novo” “Que nem na época do Chacrinha as mulheres tinham que ser palpáveis- ter o que pegar depois o padrão ficou as mulheres super magras” 138 “Eu acho assim né que nem todo mundo acaba seguindo este padrão mas é bastante cobrado” Fonte: Elaborado pelo Autor No quadro 13 expressaremos as definições de padrões de beleza que surgiram no grupo 2, baseado no discurso dele: Quadro 13- Padrão de beleza descrito pelo grupo 2 Definição de Padrão Discurso A existência de um padrão de beleza é aceita, e o “ É eu concordo que existe um padrão de modelo grupo entende que o padrão prioritariamente dita que de beleza mais eu acredito que vai do olho de as mulheres devem ser altas, magras, cabelos lisos, quem vê” “peitudas” e “bundudas”. Acreditam que tal padrão “Até porque tá mudando bastante há alguns anos muda periodicamente, e está surgindo um outro atrás aquelas modelos magrézimas e antes disso padrão constituído por mulheres musculosas, que o na década de cinquenta as mulheres eram grupo não entende como belo, mais já aceito em diferentes tinham o quadril enorme e seios bem alguns grupos sociais. fartos e agora já se tem outro perfil são coisas contemporâneas de tempo em tempo” “Antes você ser loira era o sonho de qualquer mulher já não é a mesma coisa, antes você ter um cabelo crespo fazer um permanente e ter um cabelo cacheado era o sonho de todo mundo depois veio a onda do cabelo liso, isso é muito relativo muda de tempo pra tempo” “Hoje existe um padrão de beleza mais daqui a dez anos vai ser totalmente diferente vai muito do período ali” “Hoje é que a gente vê na televisão né a jornalista morena de cabelo liso pras modelos alta loira, magra” “No geral o padrão de beleza que a sociedade prega é uma mulher magra peituda com bunda eu não concordo eu gosto de mulher mais gordinha” 139 “O que tá em alta mesmo são essas mulheres musculosas” “Aqui no Brasil na verdade é o país da bunda a mulher tem que ser bem bunduda ter a bunda bem redondinha tanto que até vi uma informação que no Canadá ou nos EUA não sei tem mulher que tá fazendo cirurgia pra ficar com a bunda igual das brasileiras” “O Brasil tem um padrão de beleza na minha opinião que é a mulher magra” Fonte: Elaborado pelo Autor No quadro 14 expressaremos as definições de padrões de beleza que surgiram no grupo 3, baseadas no discurso dele. Quadro 14- Padrão de beleza descrito pelo grupo 3 Definição de Padrão Discurso A existência de um padrão de beleza é consensual. “O padrão de beleza que a mulherada busca No entanto, não houve um consenso na descrição de agora é um estilo silicone no peito e na bunda” um padrão único. Algumas participantes “O que a mulherada quer é ficar musculosa não descreveram um padrão de mulher com músculos e quer ficar mais meiguinha é um padrãozinho né” excesso de silicone, enquanto outras participantes “Eu não acho que o padrão tipo Fernanda Lima definiram que o padrão é mais feminino. No acho muito magra eu não acho legal e nem entanto, é consensual que o padrão de mulheres Graciane Barbosa que é pesadelo meio termo excessivamente magras não é mais vigente para o assim nem músculo saltando pra tudo quanto é lado mas nem muito magra um corpo feminino” grupo. “Eu também acho que o padrão é mais feminino” Fonte: Elaborado pelo Autor No Quadro 15 expressaremos as definições de padrões de beleza que surgiram no grupo 4, baseadas no discurso dele. Quadro 15- Padrão de beleza descrito pelo grupo 4 Definição de Padrão Grupo 4 Discurso Grupo 4 140 É consenso a existência de um padrão de beleza, “A mais existe uma coisa que você acha bonito e entendendo que ele é imposto pela sociedade. Além feio existe o teu padrão de beleza de bonito e disto, acreditam que ser magra é uma importante feio vai você costuma olhar pra uma coisa e falar exigência deste padrão, pois quem não se ajusta a isso é bonito ou isso é feio” isto tem dificuldades pra comprar roupas na maioria das lojas, principalmente de marcas e grifes “Eu vi uma menina com uma saia muito curta e famosas. ela era mais gorda assim e não adianta pra mim aquilo tava feio mais o quanto realmente aquilo é feio ou o quanto o nosso padrão de hoje acha se fosse uma menina magrinha com uma saia curta talvez aceitasse mais é muito difícil uma pessoa acima do peso com a saia curta fica bonito” “E a beleza externa que hum eu procuro me cuidar mais por causa do padrão que a sociedade exige do que eu realmente quero” “Eu entendo que existe sim um padrão de beleza e o padrão de beleza que é ditado no momento é ser magro” “E o que me deixa muito frustrada no momento que queira ou não queira menos vaidosa que uma pessoa posse ser ela quer estar próxima do padrão de beleza e essa questão de ser magro é tão forte que você pode olhar na vitrine das lojas as roupas bonitas são roupas com números no máximo até quarenta” “É lógico isso tem muito haver com marca, porque as marcas das roupas não querem que a marca da roupa esteja agregada com aquele estereotipo de pessoa ela só que a pessoa magrinha bonitinha e tal é mais a frustração é justamente esta né porque assim não é porque você está acima do peso que o padrão de beleza citado pela sociedade que você é uma pessoa feia 141 e não vai se vestir bem e não tem o seu valor é então eu acho que o mercado peca muito nisso” “E olha lá ainda eu não vou pintar a minha unha de verde como a Giovana Antoneli então eu entendo que celebridades não me influenciam por eu ter plena consciência de que eu estou longe do padrão de beleza delas” Fonte: Elaborado pelo Autor No quadro 16 expressaremos as definições de padrões de beleza que surgiram no grupo 5, baseadas no discurso dele. Quadro 16- Padrão de beleza descrito pelo grupo 5 Definição de Padrão Discurso Assumem a existência de um padrão de beleza e o “Até assim o mercado de trabalho exige que você descrevem como ter “peitão”, “bundão” e “barriga tenha uma boas aparência pra que você possa estar se chapada” (musculosa) tipo Panicat (sic). Entendem adequando até mesmo pra uma boa profissão assim que o mercado de trabalho cobra um padrão de tem que ter um padrão de beleza estar bem arrumado beleza. Acreditam que a mídia desempenha um o cabelo bem arrumado bem vestido porque as vezes papel decisivo na construção e disseminação deste se você não tiver de acordo você não acaba padrão de beleza. O padrão de beleza definido pelo conseguindo entrar no mercado de trabalho em si” grupo está marcadamente focado no corpo, “Porque existem vários tipos de padrões de beleza principalmente “bunda”, “coxas”, barrigas e em si o que pra mim pode ser bonito pra ti pode ser “peitos”, assim como a magreza, despontando feio então não é uma coisa assim que pode como um fator importante para tal padrão. generalizar existe um padrão de beleza aquilo é uma Surgindo com menor intensidade na definição deste forma de beleza existem vários tipos de gosto eu padrão, foi falado em tom de pele e cabelo tenho atração por pessoas gordinhas aí tem pessoas comprido e loiro. que gostam de pessoas mais fortes outros gostam de pessoas altas baixas magrelas então não se pode generalizar meu ponto de vista é este” “A mídia impõe aquilo um padrão de beleza” “Imposto pela mídia tem um” “Mulher violão aquela coisa assim de cabelo longo” “A loira de olho azul” “Eles impõe um manequim até 42 só que se tu ver na 142 realidade existindo mulheres 44 46 tem mulheres 38 36 então assim eles impõe um padrão de medida um padrão de tom pele de cabelo” “Bem fisicamente corpão cabelão” “Daí o que que acontece as mulheres ve aquele padrão que a mídia impõe aquele padrão capa de revista, e acabam se desvalorizando tem mulheres que se desvalorizam por esse fato se menosprezando se achando feia porque a mídia impôs um padrão de beleza só que a realidade é totalmente o oposto” “Isso vai mudando com o decorrer dos anos antigamente as miss tinham tudo corpão e hoje elas são bem mais magras do que eram antes” “Peitão bundão coxão e barriga chapadinha” “Barriga chapada cinturinha” “Estilo panicat né” “Querendo ou não o padrão é muito o corpo né” “Aqui no brasil é mais o bundão” “ Marombada peitão bundão barriguinha” “ Barriguinha fina coxão” “Mais ou menos o padrão de beleza agora é o corpo assim né é a estética” “Isso faz que exista um maior número de cirurgias né próteses de silicone botox prótese no bumbum lipo e assim vai” “Tudo pra entra no padrão de beleza” Fonte: Elaborado pelo Autor No intuito de reunirmos as semelhanças e distinções encontradas no discurso dos grupos a respeito do entendimento de padrão de beleza deles, criamos a figura 14, que expressa melhor tais relações. Essa figura trabalha com dois eixos: um que identifica a importância do padrão de beleza e o outro de modernidade. O primeiro se refere a uma análise diante do discurso dos grupos posicionados de acordo com a importância que cada um dá ao padrão de beleza. O segundo eixo de tempo refere-se ao nível de modernidade relacionado ao 143 padrão de beleza, ou seja, quais grupos descreveriam seus padrões mais de acordo com os tempos atuais. Figura 14: Relação Padrão de Beleza e Modernidade Eixo Padrão de Beleza Cultural (importância) o 5 (sarada) Padrão Século XX o 2(clássico-sarado) o 3(feminina ou forte) Padrão Contemporâneo o 6(beleza clássica) o 4(magreza) Críticas ao Padrão Desapegadas ao Padrão o 1(questionadoras) Natural Eixo Modernidade (importância) Fonte: Elaborada pelo Autor Na Figura 14 encontramos o posicionamento dos grupos de acordo ao grau de importância dado por eles ao padrão de beleza e à concepção de modernidade deles aos atuais padrões vistos na sociedade contemporânea. Com relação a isto, o grupo 1 aceita a existência de tal padrão, mas questiona sua importância. O grupo 2 acredita na existência de um padrão atual de mulher mais musculosa e preocupada com o corpo, porém sua concepção beleza está mais ligada ao padrão clássico de mulher magra e feminina. O grupo 3 está dividido: umas entendem que o padrão está mais ligado ao corpo (mulheres musculosas e malhadas), outras acreditam que o padrão clássico de mulheres magras femininas, rostos delicados ainda devem persistir. Para o grupo 4, a magreza foi um fator decisivo de padrão, principalmente pelo fato da indústria da moda estar totalmente voltada a mulheres magras, e se a mulher não for magra, vai encontrar dificuldades em vestir-se e se aproximar dos padrões. As mulheres do grupo 5 expressam a grande importância de atingir o padrão de beleza, e entendem que ele está muito mais ligado ao corpo: a mulher deve ser magra e forte ao mesmo tempo, com grandes 144 “peitos”, “coxas” e “bunda”. O padrão no entendimento do grupo 6é bastante clássico de mulheres magras, com cabelo liso geralmente loiro e olhos azuis. Esse padrão foi bem conhecido como padrão no mundo ocidental do século XX. O segundo assunto a ser explorado nas configurações narrativas refere-se à identificação do padrão de consumo de cosméticos e serviços ligados a cuidados com a beleza,. Para melhor visualização e validação deste aspecto do discurso utilizaremos algumas tabelas, mais exatamente uma por grupo, que terá três colunas: uma com o tipo de cosmético ou serviço consumido; outra com uma síntese da relação das mulheres do grupo pesquisado com o tal cosmético ou serviço; e os discursos que evidenciam e validam a argumentação proposta. Daremos início a descrição do grupo 1 utilizando o quadro 17 a seguir: Quadro 17- Relação dos tipos de cuidados com a beleza do grupo 1 Tipos de cuidados Narrativa da temática Discurso do Grupo com a beleza Cabelo Os cuidados com o cabelo “O cabelo é o essencial” apareceram como o fator mais “Se o cabelo não está bem o resto não fica bem” importante para as mulheres do grupo, pois, de acordo com os seus discursos, o cabelo é um dos “Acho que é mais cabelo que a gente busca tratamento.” principais fatores na geração da “Mais cabelo as vezes uma limpeza de pele” identidade feminina. Por isso, não dão importância à quantidade de tempo, dinheiro e demais esforços “Acaba comprando mais shampoo esmalte e creme porque é o que tu mais usa” despendidos para terem um cabelo “Na verdade o shampoo o desodorante o creme bonito. Este diretamente fator o influencia são essenciais no dia a dia você usa” humor dessas “Eu acho né o cabelo diz tudo” mulheres. Entendem ainda que cabelos é o fator mais é reparado pelos outros, homens. inclusive pelos “Eu acho que é a pior coisa tu sair de casa com o cabelo desarrumado parece que tudo já não presta cabelo desarrumado parece que é a primeira coisa que as pessoas olham” 145 “Meu marido sempre diz tem que lavar esse teu cabelo ou já assumiu essas tuas mechinhas loiras” “O meu brigou porque eu cortei eu escureci porque eu era loira né me arrependi choro até hoje ele também se arrependeu” “O meu cabelo como ele é volumoso e muito grosso eu faço progressiva uma vez por ano e o meu marido fica falando quando que tu vai fazer isso de novo quando que tu vai deixar o teu cabelo lisinho de novo” “Meu parece que a pessoa até emagrece se você está bem com seu cabelo o resto vai tudo bem” “Pelo cabelo tu vê se ela cuidadosa ou ela não é se tu tem o cabelo bem cuidado o meu agora não tá dizendo muita coisa” “Se eu for lavar e fazer chapinha tudo leva uma manhã” “Eu acho uma hora é o essencial assim” “A maioria das mulheres acaba acordando mais cedo só para arrumar o cabelo” “Por isso que tem mulher que faz progressiva que tu já acorda linda pronta” Maquiagem Aparece como um importante “Tem empresas que até pedem maquiagem” recurso para estética feminina, principalmente para ser utilizado no ambiente de trabalho não é primordial, mas desperta algum interesse, buscam e na até aquelas internet dicas que e “Pra escola eu ainda venho mais largada mais pro serviço eu sempre vou de salto eu me maqueio isso é de lei” “Tu vê uma maquiagem diferente tu já pergunta o que que tu tá usando” informações para melhor utilizar “Eu costumo acessar bastante blogs na questão de maquiagem” 146 “Tutoriais né sempre te ensina alguma coisa este recurso. maquiagem como se vestir ou cabelo” “Agora não se tu for sair vai botar uma maquiagem mesmo que seja só um rímel e um batom mais tu vai passar” Pele A saúde apareceu como um dos “E assim pele espinha” principais pontos de preocupação “Às vezes uma limpeza de pele” no discurso das mulheres do grupo. Logicamente que há a questão estética por trás deste discurso, principalmente por sabermos que os cuidados com a “A pele negra se tu não hidrata ela vai ressecar e vai aparecer mais do que uma pele branca não hidratada pra pele negra mesmo é essencial o que não pode faltar é um creme hidratante” pele são uma eficiente forma de “Eu acho que o cuidado maior que talvez a gente evitar o envelhecimento precoce e tenha que ter com a pele é o cuidado com o sol aparente nas pessoas. que talvez seja o mais perigoso” “Na verdade teoricamente você teria que se preocupar com alimentação e filtro solar” “Isso pode te gerar um câncer de pele mais tarde só pelo simples fato de tu não ter cuidado da tua pele por mais que tenha gente que não ache essas luzes também queimam e o protetor solar eu acho que é essencial como eu passo 99% do dia na frente do computador eu passo muito protetor solar porque a luz do computador também queima” “No cuidado da pele, vai tudo alimentação,protetor solar creme” Fonte: Elaborado pelo Autor Neste momento através do quadro 18 mostraremos como a descrição de tal configuração narrativa aconteceu no grupo 2: Quadro 18 Relação dos cuidados com a beleza do grupo 2 Tipos de Narrativa da temática Discurso do Grupo 147 cuidados com a beleza Maquiagem A apareceu “Questão de beleza varia bastante pode se tanto o maquiagem espontaneamente no início do negócio de se maquia se arrumar como a beleza da discurso do grupo e continuou gente se sentir bem” sendo citada no seu decorrer até ao seu final. Isto demonstra a importância que a maquiagem tem na vida das mulheres do grupo. Podemos analisar que maquiagem “Por isso é que tem vários tons de maquiagem pois é aquilo que a mulher mais vê maquiagem o creme os olhos isso vai aumentando a autoestima da pessoa mas eu acho que a maquiagem e os produtos cosméticos realçam isso na mulher” está associada à beleza: uma não existe sem a outra, aparecendo como coisas indissociáveis. Elas entendem que a maquiagem atua “Eu gasto bastante eu sou muito demorada eu levanto cedo pra justamente poder ficar me maquiando me arrumando” como elemento fundamental para “Depende do tempo que agente tem eu por exemplo construção de uma identidade gosto de tá sempre muito maquiada mais eu nem própria e estilo da pessoa, e sempre tenho tempo de manhã por exemplo mas se também pode mostrar a associação é para ir para uma festa eu vou levar uns quarenta daquela pessoa a uma determinada minutos daí é aquela maquiagem toda detalhada tribo. forma, certinha bonitinha mas quando é de manhã por Dessa compreendemos que a exemplo eu faço rapidinho e fico o dia inteiro maquiagem tem um papel de sempre retocando porque não vai ficar bom né tu destaque e importância na vida de não tem aquele tempo depende se tu tem tempo ou tais mulheres, sendo algo natural e não tem tempo” comum aos seus cotidianos. “Acho que depende do local aonde vai também né é meio específico cada um gosta de se maquiar de um jeito eu gosto de batom vermelho tem gente que não gosta já” “Pois é vai de cada um pra ti ir numa festa tu vai levar umas duas horas pra fazer cabelo maquiagem tudo se tu vai pro trabalho tu leva uma meia hora uns quarenta minutos no máximo dependendo como tu for também” 148 “Depende como ela falou o lugar que tu vai eu gosto de batom vermelho pra trabalhar tu vai colocar uma coisa mais leve pra sair vai colocar uma coisa mais forte eu gosto de me maquiar e sempre vou colocar um batom vermelho ou um tom mais forte mais sempre maquiada independente se eu vou trabalhar ou se não vou trabalhar gosto de tá sempre maquiada” “Sempre que eu posso e tenho tempo eu retoco a maquiagem por exemplo quando eu saio do trabalho eu lavo meu rosto e retoco a maquiagem pra vir pra aula” “De manhã o importante é máscara de cílios e o pó pra tirar a cara de morta no mínimo” “O corretivo tem que ter o corretivo faz parte” É complicado porque assim oh se eu compro uma maquiagem nova eu chego em casa eu já quero me maquiar mesmo que eu vá ficar em casa mais eu quero testar ver como é que vai ficar” “Depende se é pra usar no dia a dia eu uso uma coisa mais popular se é pra uma maquiagem mais elaborada eu compro um produto melhor com mais qualidade pra ter mais durabilidade” “Com relação a produto que mais gosto eu sou viciada em produtos pro olho sombra lápis rímel e batom também eu toda vez que eu posso eu compro um batom nem que seja de cinco reais toda vez que eu posso eu tenho que ir lá comprar eu vejo como uma necessidade e questões como produtos pro corpo e questão de hidratação eu sou mais rígida na compra quero uma coisa melhor” “A maquiagem marca muito o estilo da pessoa você 149 consegue ver o estilo da pessoa como ela se maquia tem uma mulher mais roqueira ela usa maquiagem escura pinta a unha de preto tem uma mulher mais básica que ela sempre vai estar mais básica um lápis no olho um rímel um batom e só tem aquelas gurias que gostam de se destacar já fazem uma maquiagem mais elaborada” “Acho que a maquiagem distingue as pessoas eu trabalho num lugar que eu não gosto da roupa porque não é o meu estilo entende mais é um padrão e eu tenho que seguir aquele padrão que exige estar coma unha feita estar com o cabelo feito estar maquiada isso eu gosto no caso eu tento utilizar aquilo que eu sou naquilo do que eu tenho que ser no caso a minha identidade pois se eu seguir exatamente o que eles querem daí eu não vou ser eu nesse caso a maquiagem a unha o cabelo distingui a pessoa” “A minha maquiagem não dura dois meses tudo pele sombra” “A mesma coisa a maquiagem tu não vais trabalhar com uma maquiagem que tu vais pra balada então existe situações e situações e é lógico se tu vais achar uma maquiagem pra uma festa, você prepara a pele passa um primer para que aquilo fique né, não é só chegar e passar a maquiagem tu tem uma técnica” “Eu acho que depende do mês né tem mês por exemplo que a maquiagem tá acabando daí eu vou lá e gasto duzentos com maquiagem mais eu compro tudo de uma vez compro delineador, que pra mim vai muito eu passo em cima e em baixo e não sio de casa sem passar” “Eu vejo que a mulher se arruma pra outra mulher porque homem não dá bola pra maquiagem” Cabelo O cabelo aparece como um fator “Isso varia o tempo você se arrumando em casa ou 150 importante para os cuidados com a no salão tem vezes que eu fui no salão entrei no beleza entre as mulheres do grupo. começo da tarde e saí no início da noite arrumando No entanto, elas acham caros os o cabelo” tratamentos deixarem necessários os cabelos para bonitos. Descrevem os rituais necessários para buscarem o cabelo perfeito e estes são muitas vezes complexos. Entendem que os cuidados com o “Mais eu quando compro um creme para o tratamento pro cabelo eu fico super ansiosa pra ver se o resultado vai ser bom” “Dai vou secando o cabelo fazendo cauterização com o secador” cabelo chamam a atenção de todas “Pra cabelo eu acho um pouco caro mais eu não as pessoas, e a busca por serviços deixo de fazer pois eu tenho cabelo loiro que resseca de profissionais para os cuidados muito mais eu preciso no caso a tonalização do com o cabelo, apesar de caro, na cabelo” opinião dessas mulheres, mais “E o cabelo que toda mulher tem o fascínio de se também necessária. preocupar de estar com o cabelo bonito e isso é muito caro toda mulher quer principalmente o cabelo toda mulher quer que tivesse um preço mais acessível já que tem tanto salão tanto produto” “Quando tu vai no salão e vai no outro dia trabalhar todo mundo fala mudou fez uma coisa no cabelo nossa” “Quando a mulher sai ela tem que fazer um estudo de caso o que vestir o que fazer no cabelo” “Antes você ser loira era o sonho de qualquer mulher já não é a mesma coisa antes você ter um cabelo crespo fazer um permanente e ter um cabelo cacheado era o sonho de todo mundo depois veio a onda do cabelo liso, isso é muito relativo muda de tempo pra tempo” “A mídia porque não adianta dizer que não agente tá sempre olhando as famosas bem arrumadas se estão em forma o corte de cabelo” 151 “Sem ponta dupla sem manchado de sol frizz manchado de tintura progressiva quem fez porque o meu cabelo é bem encaracolado algumas progressivas tem aqui para conseguir que ele fique liso mesmo aí começa a encrespa um pouquinho na raiz daí precisa retocar daí é caro e tem que ficar quatro horas cinco horas sentada é muita batalha pro cabelo tá perfeito” “A não ser que você tenha um cabeleireiro 24 horas daí lava seca deixa ele lindo daí pode ser” “Eu sou uma pessoa que tem muito cabelo quem pega nele vê que é pesado eu chego todo dia em casa eu lavo meu cabelo seco demora bastante pra seca daí passo chapinha porque é muito armado a mulher sofre bastante pra ter um cabelo mais ou menos e ainda não fica aquilo que eu quero” “Minha prioridade é fazer o cabelo deixando ele melhorzinho o resto a gente vê o que pode” Fonte: Elaborado pelo Autor No quadro 19 serão mostradas as relações dos tipos de cuidados de beleza que ocorreram no grupo 3: Quadro 19- Relação dos tipos de cuidados com a beleza do grupo 3 Tipos de Narrativa da temática Discurso do Grupo cuidados com a beleza Maquiagem A maquiagem aparece no “Eu acho que tem que usar uma maquiagem bem leve discurso do grupo como um de acordo” importante recurso de embelezamento. O ambiente de trabalho aparece como “Eu acho que as vezes uma maquiagem uma coisinha ou outra esconde muita coisa” o principal estímulo para estas “Quando eu levanto de manhã a primeira coisa que eu faço saio do banho e já vou passar uma maquiagem 152 mulheres usarem a maquiagem. que eu gosto” Elas entendem que existe uma “Eu gasto mais com o cabelo e maquiagem pois se eu imposição cultural da mídia, não corrigir as minhas olheiras eu não me acho gente” influenciando as crianças a utilizarem esses recursos, em oposição à geração de suas “Pois é quando a gente acorda já cansada maquiagem ajuda bastante” mães que não utilizavam estes “Acho que a melhor coisa que inventaram foi a recursos. A maquiagem maquiagem” também cria uma identidade “Por exemplo tem pessoas que estão sempre bonitas própria para quem a utiliza, sempre arrumadas você nunca vai ver elas marcando o estilo da pessoa. descabeladas e sem maquiagem sem salto é uma identidade delas” “E a maquiagem é o básico não gosto de passar essas coisa de corretivo pó minha maquiagem é um lápis de olho uma sombra de vez em quando lá um batom” “Eu sou bem engraçada com maquiagem o pó é da Natura que é um pó muito bom o blachet que eu gosto é da Avon não é tudo da mesma linha eu sempre procuro o melhor no meu caso não é todos iguais da mesma marca” “Mais agora as meninas se preocupo muito mais cedo tem menininha de dez doze anos que não vai pra escola sem uma maquiagem já tem menininha de quarta série indo no banheiro passar lápis de olho” “Mas hoje em dia a gente vê que a sociedade cobra a maquiagem da gente assim todas as mulheres porque o que criança quando é pequeninha geralmente ganha aquelas maquiagenzinhas que sai já com água aqueles esmaltes que sai já com água as crianças ganham” “Quando eu trabalhava na Renner tinha que tá toda maquiada eu não gostava não adianta tinha que tá era o padrão da loja exigia isso” 153 Cabelo Aparece como um cuidado “A gente um pouco de tendência também o corte de essencial para tais mulheres, cabelo tintura a cor de unha às vezes você vê alguém que investem tempo e dinheiro usando repetidamente aquilo ali você fica com em cuidados e tratamentos. vontade de usar também porque é diferente tá na moda Desenvolvem um ritual próprio é bonito” para os cuidados com ele. Entendem que o cabelo é um dos principais fatores de beleza “Eu acho que é indispensável para uma mulher principalmente que faz química eu gasto mais com o cabelo” feminina, e é muito reparado por outras pessoas. “Um cabelo bem arrumado uma pele bonita uma maquiagem discreta” “O cabelo e a maquiagem é o principal” “Acho que o cabelo é uma das coisas que eu mais gasto porque é desde creme pra pentear é condicionador shampoo tem coisas que eu consigo no mercado tem coisas que por ser da Natura eu consigo por catálogo mais é uma coisa essencial que não pode faltar todo dia eu faço a mesma coisa com o cabelo vai lavar” “O cabelo é um dos primeiros impactos que a pessoa repara” “Querendo ou não dependendo do corte a gente tem medo vai que estraga mais o meu cabelo” “Agora se eu vou pra uma balada é outra coisa daí eu marco unha dou uma hidratação no cabelo” “E quando eu vou fazer o meu cabelo que eu vou fazer as luzes aí demora umas cinco horas daí tem que fazer mechinha por mechinha descolore enxagua faz hidratação daí é bem demorado mais só faço de três em três meses” “O cabelo eu acho que é essencial pra todo mundo” Fonte: Elaborado pelo Autor 154 No grupo 4 também encontramos aspectos relacionados aos tipos de cuidados com a beleza, conforme veremos no quadro 20: Quadro 20- Relação dos tipos de cuidados com a beleza do grupo 4 Tipos de Narrativa da temática Discurso do Grupo cuidados com a beleza Cabelo Existe uma divisão clara dentro do “Tem pessoas completamente fora dos padrões citados grupo com relação aos cuidados pela sociedade de beleza mais ela se cuida tem o com os cabelos, enquanto parte do cabelo bem cuidado” grupo entende ser importante investir em bons produtos para o cabelo, a outra parte do grupo só faz o básico sem gastar muito. O “Cabelo é o que eu mais consumo sempre tem que ter dois tipos de creme para cabelo no mínimo e o que eu gasto mais e não me importo muito em gastar um pouco mais” único ponto em comum é que todas as mulheres do grupo se preocupam em tingir seus cabelos e entendem este como um processo natural no seu cotidiano. Ao mesmo tempo elas criticam mulheres que gastam muito tempo em rituais para cuidar de seus cabelos. “Eu sou que nem a Marina muita coisa para o cabelo porque tenho cabelo crespo cabelo cacheado e assim as vezes coisas que são caras porque eu quero produtos que sejam mais eficientes então tem que gastar-eles são mais caros mesmo e faz diferença né minha mãe costuma falar ah xampu qualquer um serve não é verdade pelo menos pro cabelo cacheado não é nem um pouco verdade tem que ter um xampu específico direitinho que se adapte então eu gasto bastante dinheiro com xampu condicionador mais não que eu compre muitos mais porque eu gasto com produtos que são caros e que realmente tenham um efeito bom” “O complementando tem um cosmético que eu consumo no mínimo uma vez a cada dois meses quase que como uma obrigação que é a tintura de cabelo” “Em relação ao cabelo realmente, a tinta de cabelo eu uso bastante” “Gostaria até de ser dessas pessoas que vai hidrata o 155 cabelo a cada vinte dias por exemplo” “Eu conheço pessoa que entrava no trabalho as oito e acordava as seis da manhã e o trabalho era uma quadra da casa dela justamente pra tomar banho fazer chapinha escovar o cabelo” “Em relação a consumo eu não falei mais propagandas de televisão me fazem comprar coisas de cabelo com certeza porque eu vejo aquele cabelo lindo maravilhoso que voa que não é por causa do xampu mais eu compro o xampu mesmo assim” “A mídia me influencia com os aparelhos eletrônicos por exemplo eu já tive muita vontade de ter aquelas super escovas que vira e o teu cabelo já sai perfeito” “Eu hoje em dia tenho arrumado o cabelo no salão pra ir a festas porque pra mim faz toda a diferença eu posso tá com um vestido médio mais o cabelo arrumado” Maquiagem Aparentemente dão “Se eu não botar uma maquiagem eu fico muito como não importância e não têm maiores uma visão meio esquisita então pra eu não me maquiar envolvimento com aspectos da todos os dias o que que eu fiz as minhas sobrancelhas maquiagem, mas algumas a usam, são maquiagem definitiva e os meus olhos aqui principalmente para não ficarem embaixo também são maquiagem definitiva então só diferentes das outras mulheres, ou sobrou o batom pra eu passar” seja, serem aceitas nos seus grupos sociais. No demonstram maquiagem que seja para suas vidas. entanto, não o da uso imprescindível “Só que daí eu paro na frente do espelho e pego os apetrechos que eu tenho lá pra maquiagem que é o básico do básico um estojo de sombra que eu ganhei e um estojo de maquiagem que eu ganhei por que eu nunca comprei porque eu acho muito caro não comprei não compro” “É incoerente a maquiagem mais bonita é aquela que é pra parecer natural só que tá uma maquiagem linda só que aquela maquiagem é pra aparecer” 156 “Eu aprendi a maquiar com uma amiga minha tipo de adolescente assim porque a minha mãe não usa maquiagem não sabe minhas irmãs também não e aí as minhas amigas que me ensinaram ai que eu conheci e dica assim mais eu adoro por mim eu fazia esses cursos do Boticário sabe que tu faz assim mais pra usar eventualmente em eventos assim não preciso tá sempre maquiada” “Maquiagem um pouco eu tenho compulsão por maquiagem mesmo que não use todas mais adoro comprar” “Quando eu era adolescente eu me empolgava vendo os catálogos comprava e tudo vencia eu tenho maquiagem que venceu a séculos mais tá lá porque é bem raro eu usar maquiagem” Fonte: Elaborado pelo Autor No quadro 21 encontraremos os aspectos relacionados aos tipos de cuidados com a beleza, expostos pelo grupo 5 : Quadro 21- Relação dos tipos de cuidados com a beleza do grupo 5 Tipos de Narrativa da temática Discurso do Grupo cuidados com a beleza Maquiagem Entendem que a maquiagem “Maquiagem principalmente acho que ninguém sai sem é um recurso fundamental maquiagem aqui” para o embelezamento. Elas “Digamos assim você acorda toma um banho e se maqueia” a utilizam intensamente em seu cotidiano e sempre buscam informações sobre “Meia hora na parte de se arrumar é pra fazer a maquiagem pelo menos” seus tipos e usos. Investem “Comigo já acontece de a própria empresa pede que você já neste tipo de item por que tenha uma boa maquiagem” entendem que a qualidade do “Meu gerente as vezes acaba de eu sair meio em cima da produto pode ter um melhor hora ai e aquele batomzinho Fernanda não vai passar aquele 157 resultado. O ambiente de batomzinho fica legal você fica mais bonita ah se destaca trabalho também é um meio melhor essas coisas assim que eles falam lá” bastante importante para que elas tenham este tipo de comportamento com relação à maquiagem. dizer que torna-se a Podemos maquiagem um recurso importante para aceitação no grupo social, ou melhor, um “A maquiagem da vida né eu sei por mim porque eu sempre to pelo menos com lápis no olho um dia eu fui trabalhar sem o lápis nos olhos as meninas chegaram pra mim nossa você tá com uma cara de cansada” “Uma coisa também pra eu assim a maquiagem reflete muito o meu estado de espírito mesmo quando assim eu to contente as vezes eu me maquio melhor” diferencial na competição “Batom eu não saio posso ir na padaria eu passo batom” com outras mulheres. “Dia de semana é sagrada eu não passar nada de pó base só rímel já pra deixar a pele respirar porque fim de semana é carregada é reboco na cara” “Ruim é quando você tá linda maquiada e do seu lado tá uma loira vamos supor do olho azul ou uma morena do olho verde nem a maquiagem resolve” Cabelo Os cuidados com o cabelo “ O cabelo bem arrumado” aparecem como um fator “Arrumo o cabelo diferente alguma coisa assim” primoridial no discurso do grupo, elas não poupam “ Eu não fico três meses sem fazer progressiva” dinheiro nem esforços para “Eu retoco com tinta de cabelo a cada quinze dias em investirem no tratamento de média” seus cabelos. As mulheres “É difícil achar uma mulher que tem cabelo virgem que mostram relativo apreço por nunca fez nada luzes ela vai fazer é difícil achar alguém que este tipo de cuidado e estão tem cabelo virgem hoje em dia alguma coisa ela fez” constantemente buscando “Ta cada vez diminuindo as idades né tu vê crianças fazendo informações na mídia e com pintando o cabelo” outras mulheres para suas decisões de compra dos “ Eu uso mais é hidratação no cabelo” produtos. A utilização de “Eu comecei a usar um da sou recente que eu comprei é outras mulheres como muito bom meu cabelo tava sem brilho ultimamente deu referência para os cuidados uma revigorada” 158 com o cabelo também “Eu ainda uso o tonalizante aquele xampu roxo pra deixar o aparece no discurso do grupo cabelo mais claro” sejam trabalho, elas colegas de celebridades ou amigas. “Lá no meu trabalho teve uma onda assim que uma moça comprou um produto tonalizante aí todas as loiras do meu trabalho tavam comprando aquele tal do tonalizante porque queriam ficar com o cabelo acinzentado acabou influenciando uma a outra dai ela trazia lá da farmácia não sei da onde e o pote era dezessete reais e ela tava vendendo por vinte pra ela ganhar em cima” “Uma vez a gente saiu pra compra um xampuzinho de cabelo baratinho rapidão eu voltei tinha gastado cem reais com xampu de cabelo ele ficou louco meu devia ter ido com você você gastou tudo isso então querendo ou não a gente gasta em muita coisa tudo que a gente compra” “Creme de cabelo você não pode usar vamos supor tanto tempo só aquele creme tem que mudar senão seu cabelo acostuma e perde o brilho” Fonte: Elaborado pelo Autor Os cuidados específicos com a beleza apareceram também no discurso do grupo 6, como poderemos ver a seguir no quadro 22: Quadro 22- Relação dos tipos de cuidado com a beleza do grupo 6 Tipos de Narrativa da temática Discurso do Grupo cuidados com a beleza Cabelo O cuidado com o cabelo é primordial para o cotidiano das mulheres do grupo, que estão dispostas a investirem tempo e dinheiro para obterem um cabelo bonito e bem arrumado. Entendem que, atualmente, o cabelo comprido está na moda até para mulheres com mais de quarenta, o que não acontecia na geração de “Eu to numa fase que eu acho que eu já devia ter começado mais cedo já devia ter usado mais protetor solar na vida já devia ter feito mais hidratação no cabelo então eu percebo que eu já devia ter começado mais cedo” “Agora se for ver com gastos eu gasto mais com meu cabelo” “Eu gasto mais com o cabelo também faço alguns procedimentos que se o meu marido descobre o preço que eu pago” 159 suas mães. Pintar o cabelo é algo obrigatório no seu cotidiano e as celebridades aparecem como referências para os cuidados com o cabelo “Por que a gente reclama quando eles compram alguma coisa para o carro que é um absurdo que isso é muito caro só que aí quando a gente põe na ponta do lápis quanto que a gente gasta com o cabelo e hidratação e tintura” “E daí usa shampoo usa living usa pra pentear usa pra pontas duplas usa pra tudo então cabelo realmente é o que mais gasta” “Mais o cabelo também gasto mais em cabelo mais eu vou no salão não sei fazer o meu cabelo” “Eu acho que outra coisa interessante também que eu tenho percebido é que as mulheres mais velhas tem se permitido também um cabelo comprido é uma coisa que antes depois dos quarenta” “As pessoas as vezes valorizam mais uma pessoa que tá mais bem vestida mais bem cuidado com o cabelo mais bonito mais maquiada” “Queria só o cabelo da Gisele” “Eu acho legal essas celebridades falando em celebridades inspiradoras pra gente que são né eu olho também e penso né que legal que bonito que cabelo bonito que corte de cabelo legal que pele maravilhosa” “Eu acho que pintar o cabelo é o que a maioria das mulheres fazem” “Tem filho marido e ainda tem que tá produzida tem que cuidar do cabelo tem que ta maquiada” “Protetor e cuidar um pouquinho mais do cabelo” “Você pode estar sem maquiagem sem creme mais geralmente você está com o cabelo escovado” “Se o cabelo estiver bom” “Por isso que eu tenho cabelo comprido porque nesses 160 tempos modernos rapidinho tu tem o que fazer mais no meu caso seria o primeiro o cabelo segundo a maquiagem e por último os cuidados com pele mesmo assim eu passo hidratante mais assim todas as etapas da limpeza tonificação” Maquiagem Aparece como um item “Na minha adolescência assim quinze dezesseis anos a utilizado pelas mulheres do gente todo mundo tinha a mania de passar batom só batom grupo. No entanto, não rosa vermelho e hoje em dia não tanto as meninas de quinze gastam tanto com isso em ou dezesseis anos muita maquiagem no olho blauche isso na comparação aos cuidados nossa época a gente não passava né” com o cabelo. Elas “ Mais também gosto de produtos de maquiagem” mostram que a utilização é algo novo que as gerações das suas mães utilizavam advento e, da com mulher não “ E até maquiagem também né antigamente não se usava tanto assim” o “No meu caso que a minha filha mexe com maquiagem eu no escuto do lado da maquiagem” mercado de trabalho, e o “Agora maquiagem to cheia, maquiagem inteira assim já foi fato delas trabalharem com fora porque eu esquecia porque tinha tanta coisa acabava jovens, vendo essa usando os mesmos no dia-a-dia e acabava ficando lá” utilização excessiva da “A gente tem que começar a fazer como chama aqueles maquiagem pelas novas desapega pra trocar maquiagem” gerações, fazem com que elas see maquiem mais. Isso é para elas sentirem-se mais jovens e para estarem de acordo com as tendências da moda. Fonte: Elaborado pelo Autor Para sintetizar a representação das configurações narrativas relacionada aos tipos de cuidados com a beleza de todos os grupos, utilizaremos a figura 15, na qual serão apresentados os aspectos relacionados aos tipos de cuidados e ao consumo com relação ao cabelo, mostrando sua importância e de que forma foi encontrado no discurso dos grupos: 161 Figura 15- Aspectos das configurações narrativas dos cuidados e consumo relacionados ao cabelo Ausência de economia dos esforços financeiros Percepção alheia Importância Tratamentos e produtos caros Cuidados e consumo relacionados ao cabelo Longos rituais Celebridades como referência Tingimento obrigatório Busca de informações nas mídias e com as amigas Fonte: Elaborada pelo Autor A figura 16 mostrará as configurações narrativas relacionadas aos cuidados e consumo de maquiagem: Figura 16- Aspectos das configurações narrativas dos cuidados e consumo relacionados a maquiagem Primordial na busca do embelezamento Associação Imposição do ambiente de trabalho Buscam informações de tipos e usos Aceitação Social Sinônimo de beleza Algo naturalizado ao cotidiano Fonte: Elaborada pelo Autor Cuidados e consumo relacionados a maquiagem Associação a tribos Diferencial na competição com outras mulheres Criação de identidade própria e de um estilo pessoal 162 A terceira configuração narrativa trata das influências que as mulheres investigadas estão expostas, no que se refere a fatores que as incentivam e motivam na busca por cuidados com a beleza e, consequentemente, pelo consumo de cosméticos e serviços de beleza. Nesse sentido, serão analisados três fatores de influências: as mídias; as outras mulheres; e os homens. Para isto, inicialmente construiremos o quadro 23, que mostrará como as mídias influenciam o consumo ligado a beleza: Quadro 23- A influência das mídias nos cuidados e consumo de beleza Tipo de Mídia Narrativa Grupo Televisão Para o grupo, as atrizes de televisão ditam a tendência da moda para 1 roupas, acessórios, corte de cabelo e também cosméticos. A novela da principal rede de televisão acaba sendo a principal referência tanto, por suas atrizes, como pelas propagandas que ocorrem no decorrer do programa. A televisão é a principal mídia que influencia tais mulheres, e é ela que 2 determina o padrão de beleza a ser seguido, e as famosas da televisão são referência de beleza para as mulheres deste grupo. Elas entendem que a televisão é uma mídia importante, por ela ser acessível a todas as pessoas. É o meio pelo qual elas têm acesso às novidades, tanto por meio das 3 propagandas, como por meio das tendências mostradas pelas atrizes das novelas. Elas mostraram não ter consciência da real dimensão da televisão na influência com relação aos cuidados e consumo de beleza. Entendem que a televisão é um importante meio influenciador da moda e, 4 consequentemente, do consumo feminino. Os programas de moda surgem como referência para buscar dicas sobre como melhor se arrumar, e também as propagandas são um fator decisivo na influência de compra de cosméticos para tais mulheres. As propagandas de cosméticos têm uma influência muito forte no 5 consumo de beleza do grupo, apesar delas saberem que muitas vezes os resultados prometidos nas propagandas são irreais. E programas ligados a beleza também despertam seus interesses. 163 Internet (blogs, Aparece como um importante meio de pesquisa, por meio de vídeos e 1 redes sociais, sites) tutoriais nos quais as mulheres do grupo aprendem a se maquiar, se vestir, arrumar seus cabelos. Utilizam esta mídia também para conferir preços e ver novos “looks”. Para elas, os blogs são bastante úteis pois, elas têm acesso a informações detalhadas sobre o uso dos produtos, por meio de alguém que já os utilizou. O Facebook também traz informações e matérias sobre cuidados e produtos ligados a beleza. Para as mulheres do grupo, a internet aparece como um meio secundário 2 na busca de informações sobre cuidados e consumo de beleza. Primeiro elas têm contato com o produto e/ou serviço na televisão ou com as amigas, para depois recorrem a internet, visando a obter mais informações sobre o determinado produto, ou cuidado especial com a beleza. Apenas os blogs apareceram como meio para busca de informações sobre 3 beleza, mas de forma geral não se interessam muito pelos apelos e informações da internet com relação aos cuidados e consumo de beleza. É um importante meio para a busca de informações e tendências em 5 relação aos cuidados com a beleza. Para isso usam os blogs e as redes sociais. O meio se destaca tanto pela infinidade de informações, como por trazer as novidades e tendências segundo as mulheres do grupo. Fonte: Elaborado pelo Autor Partindo para uma análise do quadro anterior, encontramos o fato de a televisão ainda aparecer como um importante veículo para divulgação e propagação de cuidados ligados à beleza, sendo por meio de seus programas e novelas, usando como referência as celebridades, ou em suas propagandas. A ausência do grupo 6 na análise deste quesito aconteceu por não aparecer diretamente no discurso deste a influência da televisão. Pelo contrário, o grupo apresentou uma postura crítica e avessa à influência das mídias. No entanto, durante o decorrer do discurso, apareceram claramente referências a artistas e celebridades de televisão, colocando em questionamento esta postura do grupo. Os grupos 1, 2 e 5 aparecem admitindo a influência da televisão nas suas práticas e cuidados de consumo de beleza. No grupo 3, tais influências da televisão aparecem, porém em alguns momentos no discurso ele foi 164 minimizado, demonstrando talvez, a falta de consciência sobre o tamanho e nível de influência deste importante veículo de mídia. Com relação à influência da internet (blogs, redes sociais e sites), foi apresentada como fator importante e decisivo na influência das práticas de consumo dos grupos 1 e 5, enquanto tem um papel secundário para busca de informações aos grupos 2 e 3.A ausência dos grupos 4 e 6 aconteceu por não aparecer em seus discursos algo significativo sobre a influência da internet nos seus hábitos e cuidados ligados à beleza. Este assunto ficou à margem do discurso destes grupos. No quadro 24 veremos como as mulheres pesquisadas sofrem influências ou motivamse para buscar os cuidados e o consumo de beleza. Esta influência vem tanto de homens como maridos, namorados ou colegas de trabalho; quanto de como de mulheres como colegas de trabalho, amigas, mães, irmãs, sogras, e cunhadas : Quadro 24- Influência de homens e mulheres em relação aos cuidados e consumo de beleza Quem influencia Narrativa Outras Competição no ambiente de trabalho, no sentido de estar mulheres arrumada. Uma quer aparecer mais do que a outra. Grupo melhor 1 Arrumam-se para as outras mulheres, e gostam de ser elogiadas no 2 ambiente de trabalho. Importam-se com a opinião das mulheres da família de seus namorados ou esposos. Competem com outras mulheres por atenções e elogios. Gostam de ser olhada pelas outras mulheres, e arrumam-se para elas, 3 principalmente por ter muitas outras mulheres no mercado. As mulheres do ambiente de trabalho são o principal influenciador na busca de cuidados com a beleza, pois nele, todas estão preocupadas em estarem bonitas. Dicas de amigas influenciam no consumo de cosméticos. Arrumam-se para as outras mulheres e necessitam ouvir elogios. 4 Adequam-seàs cobranças do ambiente de trabalho. Criticam as colegas técnicas administrativas pelo exagero delas em se arrumarem para o ambiente de trabalho. Vão de salto pra “balada” pra não ficarem por baixo em relação às 5 165 outras, se sentirem mais imponentes e femininas. As amigas e colegas do trabalho e de faculdade são as principais referências para a troca de dicas e práticas com relação ao uso de cosméticos e procedimentos de beleza. Querem usar o mesmo que as outras usam. Não gostam de se sentirem inadequadas em certos ambientes, e por estarem menos arrumadas do que as outras mulheres que estão lá. As mulheres mais jovens são referência na busca de novidades, sejam 6 elas alunas ou filhas. Entendem que o peitão é valorizado pelas mulheres. Estão sempre em disputa sobre quem está mais magra. Aceitam a existência de uma competição entre as mulheres, na qual uma que ficar igual a outra, para se sentirem no grupo social. Uma mulher é referência para a outra. Outros homens Ficar atraente para o outro, mesmo que inconscientemente, é uma 1 motivação. Seja para arranjar um namorado, ou para não perder o seu. A opinião do parceiro é muito importante para sua autoestima. Nesse 2 sentido ficam feridas com as críticas e felizes com os elogios que recebem deles. Buscam se arrumar para se tornarem atraentes para eles. Agradar ao parceiro e serem notadas na rua por outros homens. Os 3 parceiros as incentivam a se arrumarem. Estão preocupadas em estarem mais bonitas e atraentes para seus 4 parceiros. Estão abertas para aceitar as opiniões de amigos e colegas de trabalho. 5 Sofrem com o sapato alto e apertado para estarem bonitas na balada. São cobradas em estarem arrumadas pelos parceiros quando saem com eles e gostam de receber elogios deles também. Buscam valores estéticos diferentes dos delas. São a razão delas se 6 arrumarem e se tornarem mais atraentes. Fonte: Elaborado pelo Autor Observamos que tanto os homens como as mulheres são importantes para influenciar os cuidados e consumo de beleza das mulheres pesquisadas. No entanto, o maior destaque está na influência de outras mulheres que surgem como referência, concorrente fonte de 166 informação, desejos e invejas. Enquanto que os homens aparecem como coadjuvantes neste cenário, no qual elas só se preocupam em se tornar atraentes para eles. Outro assunto que surge como configuração narrativa no discurso dos grupos é a cobrança social por beleza. Este tema apareceu em todos os grupos como uma preocupação por ter que buscar a beleza e ter de estar constantemente tendo cuidados e consumir produtos ligados à beleza . Esta cobrança aparece para estas mulheres se sentirem pertencentes aos seus grupos sociais, para atraírem seus parceiros, para competir em seus ambientes sociais, ou uma autocobrança por influência das mídias tanto no ambiente de trabalho quanto em entre outros lugares. Para melhor explicarmos essa cobrança, iremos demonstrá-la por meio de figuras, cada uma representando essas forças que provocam a cobrança nessas mulheres pesquisadas, sejam estas pessoas ou ambientes. No quadro 25, veremos a seguir como na narrativa dos grupos apareceu a cobrança por beleza no ambiente de trabalho: Quadro 25- Cobrança por beleza no ambiente de trabalho Empresas que definem padrões de roupa, maquiagem, cabelo já colocam uma carga de pressão e cobrança por beleza. A competição entre as mulheres no ambiente de trabalho, no qual uma quer estar mais arrumada que a outra e, consequentemente, aparecer mais que a outra, ou pelo menos se sentir de igual pra igual. A aparência e, consequentemente, a beleza aparecem como importantes critérios para se conseguir entrar no mercado de trabalho, tendo em vista a obtenção de um emprego, visando a serem bem-sucedidas. O ambiente de trabalho apareceu como o primeiro lugar de cobrança que despertou nelas cuidados mais intensos com a beleza. Uniformização do consumo de cosméticos pela cobrança de uma querer parecer com a outra, ou seja, a busca de uma identidade comum e de pertença ao grupo. Criação de um padrão informal entre as mulheres do ambiente de trabalho para não ficarem competindo uma com a outra sobre quem está mais arrumada, e assim se sentirem melhor. As mulheres que trabalham com uniforme buscam se diferenciar através do cabelo, unha e maquiagem. Maquiagem e salto alto geralmente são os artifícios que as mulheres mais identificam como sendo adequados para se sentirem arrumadas no ambiente de trabalho. Fonte: Elaborado pelo Autor 167 Outra forma identificada na narrativa dos discursos foi a cobrança por beleza exercida por namorados, maridos e parceiros, que podemos ver na figura 17: Figura 17- Cobrança por beleza exercida pelos parceiros Arrumar o cabelo Questionamento sobre a ausência de estarem arrumadas Peso Questionam o modo como elas estão arrumadas Exagero na maquiagem Inibem a mulher de se arrumar, dizem não ser necessário Fonte: Elaborada pelo Autor A ritualização dos cuidados e do consumo ligados à beleza apareceram nas narrativas dos grupos. Identificamos que estes processos são importantes para tais mulheres criarem sua identidade feminina, se sentirem pertencentes aos seus grupos sociais e desfrutarem de momentos prazerosos e de convívio social com outras mulheres. Nesse sentido iremos através do quadro 26 descrever e analisar esses rituais: Quadro 26-Descrição dos rituais ligados ao embelezamento presentes no discurso dos grupos. Ritual Análises Idas ao salão de beleza Atividade comum à maioria das mulheres dentre os grupos pesquisados. O fato é compreendido como um momento sagrado, no qual a mulher se desprende de toda sua rotina do cotidiano e tem este momento para ser só seu, para os seus cuidados, para se sentir bela. Apesar de não ser barato, estas mulheres se programam para investirem em tais serviços. Busca de informações na internet A consulta a blogs, vídeos e tutoriais na internet acabam sendo compreendidos como um ritual comum no discurso dos grupos, para buscar informações sobre maquiagem, cabelo, esmalte ou roupas. A 168 prática pode ser entendida como uma busca das tendências na utilização de roupas e cosméticos e uma tentativa de se alinhar ao padrão ditado pela mídia, que tem as celebridades como suas referências. E tal ritual pode ser uma maneira das mulheres se sentirem mais seguras em suas escolhas ligadas ao embelezamento e assim se sentirem aceitas nos ambientes sociais por elas frequentados. Arrumar-se para ir ao trabalho É um ritual obrigatório no cotidiano das mulheres pesquisadas. Cada uma tem o seu tempo para realização dele. As atividades envolvidas podem ser: cuidados com a pele, uso de cremes hidratantes para corpo e rosto, colocação do protetor solar no rosto, maquiagem e os cuidados com o cabelo. Os procedimentos de maquiagem podem variar quanto ao número de procedimentos e cuidados realizados, assim como os cuidados com o cabelo. Cuidados com o cabelo É compreendido como um dos rituais mais importantes, caros, complexos e muitas vezes longos e cansativos do universo de beleza feminino. Envolve atividades, tais como: lavagem, secagem, alisamento, cacheamento, hidratação, escovação, tintura, dentre outras. Esse tipo de cuidado acaba sendo o principal gasto para as mulheres. Elas entendem que o cabelo é o fator da aparência mais percebido pelos outros, e possui destaque perante aos grupos e ambientes sociais em que circulam. O discurso das mulheres dos grupos gira em torno da busca do “cabelo perfeito”, como uma forma de se sentirem belas, mais femininas, e muitas vezes em superioridade na competição com as demais mulheres. Podemos destacar que as principais preocupações que as mulheres investigadas têm com seu cabelo diz respeito a tonalidade e a lisura ou cacheamento deste. Com isso reforçam a necessidade de novas tecnologias, seja no tingimento (luzes e reflexos) ou no alisamento (progressivas e permanentes). Busca pelo emagrecimento Ser magra ou manter-se magra é um importante objetivo presente no discurso das mulheres pesquisadas. Isto mostra que tais mulheres são fortemente influenciadas pelo padrão de beleza imposto pela 169 sociedade e difundido pela mídia. Neste padrão, a magreza aparece como fator primordial e de destaque. Graças a isso, são apresentadas as preocupações com a alimentação e com a realização de exercícios e atividades físicas em seus discursos. Ida a “baladas”, festas e eventos Requer os maiores cuidados com a aparência por parte destas especiais mulheres. Elas investem em serviços profissionais para unha, maquiagem e cabelo, ou fazem elas mesmas estes serviços em casa. Seja como for, dispensam maior tempo e cuidados para se embelezarem antes de participarem destes eventos. Por serem ocasiões especiais, as mulheres buscam ser mais atrativas do que as outras, sendo assim referência e ocupando um papel de destaque em determinado ambiente social. Investem ainda por existir todo um universo de sensualidade e sedução na busca por conhecer novas pessoas, iniciar novos relacionamentos. Dessa forma, para se sentirem seguras em tais eventos, o cuidado com a beleza tem que ser adequado, para que tais mulheres não se frustrem posteriormente. Cuidados especiais no verão Esta época evoca mais cuidados das mulheres pesquisadas, principalmente pelo fato de morarem em cidades litorâneas ou próximas ao litoral e frequentarem a praia ao longo da estação. Para isto, elas intensificam os cuidados com a pele e com o cabelo, pois a intensa exposição ao sol neste período danificam tais tecidos. Também intensificam o cuidado com o corpo que estará em maior evidência, devido ao uso de trajes menores, saias curtas, tops, biquínis e maiôs, necessitando estar em boas condições. Por isto, nos meses que antecedem estes períodos é comum tais mulheres intensificarem os cuidados com a alimentação e a busca por atividades físicas, tentando melhorar seus corpos para serem expostos no verão. Fonte: Elaborado pelo Autor No quadro anterior, observamos que os principais rituais desenvolvidos pelas mulheres dos grupos pesquisados estão relacionados a: cuidados específicos com o cabelo ou emagrecimento; cuidados específicos a determinados ambientes como trabalho, festas, 170 baladas ou eventos; cuidados com determinada época do ano; busca por dicas e informações sobre beleza; ou ir a um prestador de serviço de beleza. Com relação a isto, entende-se que os cuidados com o cabelo e com o corpo (emagrecimento) estão ligados diretamente à busca de um padrão de beleza para aceitação na sociedade para a formação de uma identidade feminina. Já os cuidados para ir a determinados ambientes como trabalho, baladas, festas, e eventos está relacionado a mulher querer ter papel em destaque nestes ambientes em relação a outras mulheres, ou simplesmente de serem aceitas em tais ambientes, estando no mesmo padrão que as outras, além de tais ambientes estarem muito associados a imagem. No ambiente de trabalho, a imagem pode estar associada à credibilidade, sucesso, organização, limpeza; nas baladas e festas podem estar associadas à sensualidade, atitude, modernidade, independência. Os cuidados especiais com o verão aparecem como obrigatórios para tais mulheres poderem expor mais seu corpo nesta estação, assim como cuidarem da saúde de sua pele e cabelo. E o salão de beleza surge como um templo sagrado para a maioria destas mulheres, onde há momentos especiais de embelezamento, que apesar de caros, saciam momentaneamente seus apelos por consumir beleza. Poderíamos ter elencados outros templos ligados à beleza como clínicas estéticas e academias de ginásticas. No entanto, tais serviços apareceram no discurso de poucas mulheres, e em alguns grupos apenas. Por este motivo, não há um maior detalhamento destas relações com estes tipos de serviços. Relataremos, neste momento, as distorções e exageros encontrados ao longo dos discursos dos grupos a respeito dos cuidados e consumo de beleza. O primeiro exagero encontrado foi no discurso do grupo 1 em relação ao consumo excessivo de alguns cosméticos como cremes e esmaltes. Estas mulheres os compravam mesmo sabendo que poderiam não utilizá-los. Este tipo de atitude é resultado dos estímulos da mídia e da grande oferta de cosméticos, que convence as mulheres a comprar sem ter a necessidade, por achar o produto bonito ou achar diferente. As próprias mulheres do grupo, em seu discurso, admitem que os cosméticos geram um comportamento compulsivo nelas, e toda vez que vão comprar um determinado cosmético, acabam levando vários outros que 171 possivelmente não seriam necessários. O esmalte aparece como um cosmético que as mulheres compram em excesso, por ele ser barato e acessível a todas elas. No discurso do grupo 1 também foi identificado vários relatos sobre casos de bulimia ou anorexia que ocorreram com irmãs e amigas das mulheres do grupo. Os fatos trouxeram à tona um certo nível de reflexividade ao discurso do grupo, onde surgiram comentários de que, de ser importante para suas vidas o consumo e os cuidados com a beleza, devem existir limites para não haver problemas de saúde por causa desta busca. Um comportamento aparentemente excessivo é em relação a gastos na compra de produtos muito caros, que apareceu no discurso do grupo 2, tanto com relação a tratamentos de cabelo, como o na compra de perfumes. Apesar delas acharem caros, não deixam de consumir tais produtos. Este sacrifício pode ser compreendido na busca destas mulheres por diferenciais competitivos sobre as outras. Isto lhes dá maior disposição em gastarem uma grande quantia de dinheiro em produtos de beleza, dentro das suas condições financeiras. Este requinte as fazem sentirem-se especiais e diferenciadas em relação às outras mulheres de seu convívio social. Com relação ao discurso do grupo 3, o único comportamento atípico foi de uma das participantes que perdeu mais de vinte quilos e começou um processo depressivo de não querer mais sair de casa por estar muito magra. Ela não detalhou com clareza quais as motivações e comportamentos que a levou a isto, iniciou porque ela estava se sentindo gorda, no entanto ela relatou que não fez nenhum regime específico e também não parou de comer. Tal comportamento pode estar relacionado algum distúrbio alimentar ou distorção de imagem, mas não ficou suficientemente claro. Em poucos meses ela retomou o seu peso ideal. A compra compulsiva por determinados cosméticos apareceu no discurso do grupo 4. Esse fato acontecia principalmente nas compras de maquiagem por catálogo, que eram feitas em excesso e depois que o produto vencia, era jogado fora e nem era utilizado. Outro fator presente foi o uso de cintas modeladoras para ir a alguns eventos e parecerem mais magras. Apesar, de tais utensílios serem ruins e desconfortáveis, algumas mulheres do grupo, em certas ocasiões, usam essa cinta para dar um caimento mais ao vestido. Sacrificam seu conforto físico em troca da imagem, pois o uso dessas cintas aparenta mais magreza para 172 seus usuários. Como vimos anteriormente, a magreza é um fator decisivo no padrão de beleza vigente em nossa sociedade. Para a narrativa das mulheres do grupo 5, surgiram alguns fatores distorcidos. Os primeiros são os sacrifícios de usar sapatos de salto alto apertados para estarem lindas na “balada”. No discurso delas é evidente que é dolorido e sacrificante utilizar aqueles tipos de calçados, mas o importante é estar bela, sentir-se bonita e imponente com seu salto. Este fato é demonstra o quanto a aparência é importante para tais mulheres e como situações como as baladas é um fator essencial para influenciarem estas mulheres a se destacarem. Com isso, surge o pensamento de que todos os sacrifícios e desconfortos são válidos nessas horas. Outro comportamento distorcido seria em relação à compra excessiva de certos cosméticos como batons, esmaltes e cremes, que não são utilizados e depois serão jogados no lixo. Isto acontece por que estes cosméticos são baratos e sua compra não impacta muito no orçamento dessas mulheres. Ocorre também por existir uma grande variedade de oferta destes cosméticos e seu uso esteja condicionado à moda, que por ser transitória, acarreta nas mulheres um busca constante de novas opções destes produtos. Naturalmente descartam naturalmente estão defasados, fora de moda. Além disto, elas se assumem como consumistas e não deixam de comprar o que elas querem, mesmo que tenham que sacrificar um pouco para pagar isto depois. São criticadas por seus namorados e familiares por gastarem excessivamente em cosméticos, mas não ligam para isto. Outro excesso que apareceu foi em relação a uma participante do grupo, que está viciada em fazer atividades físicas. Ela descreveu que faz musculação funcional, muay thay e “zumba”, e diz que não consegue ficar nenhum dia sem fazer uma destas atividades. Ao ponto de ao chegar em casa tarde da noite, liga a televisão para fazer zumba, por não ter tido tempo, ao longo do dia para fazer alguma outra atividade física. Isto demonstra um comportamento nada convencional e a preocupação com o corpo está por traz deste tipo de comportamento. Ao longo do discurso, tal participante também evidenciou que a preocupação com o corpo é um aspecto fundamental de beleza. Outra participante do grupo relatou ter distúrbios alimentares que, devido a sua intolerância à lactose, ao comer alimentos que possuam lactose ela vomita e passa mal, justificando que isso a mantém magro. Tal necessita de uma análise mais complexa pois, indiretamente, a pessoa 173 come algo que sabe que vai fazer mal, e isso não deixa de ser um distúrbio que pode estar indiretamente ligado a beleza, ou a magreza. Na busca para melhor visualizarmos as distorções de comportamento com relação aos cuidados de consumo com a beleza, na figura 18 veremos as principais distorções presente no discurso dos grupos: Figura18- Distorções ligados aos cuidados e consumo de beleza Compra excessiva de cosméticos Distúrbios alimentares e de imagem Calçados e roupas desconfortáveis Excesso de atividades físicas Compra de cosméticos caros Fonte: Elaborada pelo Autor Para sintetizar as configurações narrativas encontradas nos grupos, recorremos a utilização do triângulo sémico de Lévi-Strauss, que trata de dar conta das possíveis estruturas culturais existentes de uma determinada sociedade. Tal figura é um triângulo, em que cada um dos vértices tem a cristalização de um determinado momento histórico da cultura de um grupo social. Um dos vértices traz a noção de “natural”, que seria como determinado objeto ou fenômeno é algo natural e integrado ao cotidiano e a cultura deste determinado grupo; o outro vértice traz a noção de artificial, que seria quando determinado objeto ou fenômeno é percebido como estranho ou anômalo para a cultura de determinado grupo social; e por fim, no terceiro vértice, temos a noção de cultura que seria o meio do caminho entre natural e o artificial. O qual seriam objetos ou fenômenos que ainda não são naturais, mas também não causam mais tanta estranheza ao grupo social (CONDE, 2009). 174 Neste sentido, por meio da figura 19, mostraremos alguns fenômenos extraídos da narrativa discursiva dos grupos pesquisados e como eles seriam enquadrados com relação ao processo de intercâmbio sociocultural dos grupos: Figura 19- Triângulo Sêmico das análises dos processos de intercâmbio socioculturais dos grupos. Cultural (+) Silicone no Peito Tratamentos em clínicas de estética Lipoaspiração Natural(++) Tintura no cabelo Cuidados com a pele Maquiagem diária Cuidados com o peso Unhas pintadas Progressivas e alisamentos no cabelo Artificial(-) Excesso de plásticas Mulheres Musculosas Fonte: Elaborada pelo Autor No intuito de explicar a figura 19, daremos início à análise e descrição dos processos compreendidos como naturais para os grupos pesquisados. O tingimento do cabelo apareceu como um cuidado de beleza importantíssimo em todos os grupos pesquisados, sendo que muitas das pesquisadas não admitem que haja mulheres que não pintem seus cabelos, e acham raro mulheres que não tenham tal cuidado de beleza. O fenômeno pode ser compreendido no sentido do cabelo representar muito para as mulheres na formação de sua identidade feminina, e para manterem-se jovens, escondendo seus cabelos brancos. Além, das mulheres gostarem de se renovar constantemente, acompanhado a moda, que é algo transitório e efêmero e por isto, a tintura do cabelo pode trazer a mudança constante de cores e tons. A progressiva e os alisamentos no cabelo estão presentes como algo do cotidiano de todos os grupos, e isso pode ser compreendido pelo cuidado exacerbado que as mulheres têm com seu cabelo e, pela criação de um padrão de cabelo perfeito, presente na sociedade, que é o cabelo liso e 175 comprido. Graças a isso, o excesso desses cuidados tornou-se tão natural, bem como a busca por tecnologias que facilitem os cuidados cotidianos que essas mulheres têm com o cabelo, diminuindo o tempo despendido e facilitando a rotina diária. A maquiagem, como cuidado diário, apareceu fortemente no discurso dos grupos, que entendem tal artifício como um importante cuidado de beleza essencial para a mulher se diferenciar das outras, tornando-se referência de beleza e de mulher que sabe se cuidar. Além disso, é uma forma dela se sentir parte de seu grupo e de seu ambiente social. Os cuidados com o peso fazem parte da rotina diária das mulheres pesquisadas, seja por meio de cuidados com a alimentação, ou praticando atividades físicas e desportivas. Os cuidados se acentuam principalmente em épocas específicas como no verão, estação em que elas andam com seus corpos mais expostos, intensificando a preocupação e os cuidados com o peso. A preocupação com o peso é plenamente justificada, quando o discurso dessas mulheres indica a magreza como característica essencial para os padrões de beleza descritos pelos grupos. A magreza está sempre presente e em destaque. A utilização de esmaltes e a preocupação de estarem com as unhas feitas, também é são comuns ao discurso dos vários grupos. Isto acontece por tal característica também simbolizar um aspecto para formação da identidade feminina, e por ser uma forma da mulher se diferenciar das outras, se sentir mais bela e passar uma imagem de estar bem cuidada. Os cuidados com a pele também são uma tônica no discurso dos grupos, seja com relação à utilização de protetor solar diário, seja na utilização de cremes hidrantes para o rosto e corpo, como cremes especiais antienvelhecimento. Esses rituais são vistos como naturais e fazem parte do cotidiano destas mulheres. Elas fazem isto com intuito de sempre parecerem jovens, bonitas e bem cuidadas, passando uma imagem bela e positiva para as outras pessoas. Com relação a fenômenos e objetos compreendidos como culturais, foram apresentas as cirurgias para implantação de próteses de silicone nos peitos, as de lipoaspiração para retirar as gorduras excessivas e os tratamentos em clínicas de estética. As próteses de “silicone no peito” foram mencionadas como algo almejado para a grande maioria das mulheres do grupo, que ainda não as têm, acharem caro e não disporem condições financeiras para adquirilas. O medo de realizar a cirurgia também foi mencionado como motivo por ainda não terem 176 adquirido as próteses. Por nenhuma das pesquisadas terem tais próteses, não é possível considerar este fenômeno como natural. No entanto, é importante ressaltar que todas consideram bonito e normal a utilização deste tipo de próteses nos peitos. O uso de tal tecnologia já está bastante difundido no Brasil, por isso tal fenômeno pode ser compreendido como cultural. Além disto, o fato de peitos grandes serem aceitos como padrão de beleza no discurso dos grupos também justifica que isto seja uma coisa já aceita na realidade dessas mulheres. Já a cirurgia de lipoaspiração também é aceita como cultural, pois não faz parte ainda da realidade dessas mulheres, mais muitas delas aspiram futuramente fazer tal tipo de intervenção, sendo perfeitamente aceita entre elas tal cirurgia. Isto pode ser justificado pelo padrão de beleza descrito pelos grupos, sempre enfatizando a magreza. Este recurso cirúrgico seria uma forma da busca por um corpo magro e adequado aos padrões de beleza vigentes. A utilização de tratamentos em clínicas estéticas, apesar de já ter feito por parte das mulheres pesquisadas, não é algo que ocorre com frequência. A grande maioria das mulheres dizem nunca ter frequentado clínicas estéticas por acharem caros os tratamentos ofertados por elas. No entanto, estas mulheres indicam que quando tiverem mais condições financeiras, utilizarão estes serviços. Dessa forma, entendemos que o fenômeno pode ser compreendido como cultural por não estar ligado diretamente ao cotidiano de tais mulheres, fazendo esporadicamente parte da vida de algumas delas. Muitas delas conhecem tais serviços e gostariam de utilizá-los, ou seja, são aceitos por elas. Para tratar dos fenômenos considerados artificiais, ou seja, que são estranhos ao cotidiano das mulheres dos grupos pesquisados, incialmente podemos relatar sobre as pessoas que fazem plásticas em excesso. Este tema apareceu no discurso de vários grupos, principalmente se referindo a celebridades que ficam deformadas pelo excesso de plásticas, aplicações de botox e demais tratamentos estéticos excessivos. Isto foi visto de forma crítica, e tais exageros foram vistos como uma aberração na busca pela beleza, sendo totalmente artificiais e estranhos estas práticas e cuidados com a beleza. Outra prática considerada artificial diz respeito ao excesso de músculos que algumas mulheres, principalmente celebridades, vêm adquirindo, tentando criar um novo padrão estético. No discurso dos grupos está prática foi apresentada como algo condenável e fora de enquadramento para qualquer tipo 177 de padrão de beleza feminino. As mulheres apresentaram posicionamentos críticos a esses tipos de padrões de mulheres excessivamente musculosas, descrevendo este como feio e pouco feminino distante das realidades e padrões de beleza que estas almejam, enquadrando tal fenômeno como artificial. 6.6 ESPAÇOS SEMÂNTICOS Neste capítulo traremos alguns termos que representaram importantes associações e relações de significados presentes no discurso dos grupos, diretamente relacionados aos objetivos e ao objeto de investigação deste trabalho. E para melhor compreender estas relações, recorremos à explicação de Conde (2009) de que,para operacionalização mais adequada dos espaços semânticos, é necessária a compreensão de dois elementos básicos: os atratores semânticos, que são expressões verbais dos símbolos que organizam o campo de significações de cada espaço; e dos fios discursivos, que vinculam um tema a outro, tecendo a trama para relacionar uns e outros espaços semânticos. Posteriormente, para contextualização, passaremos pela construção das análises dos espaços semânticos presentes no discurso dos grupos pesquisados. A primeira construção busca identificar o espaço semântico relacionado à percepção e à importância da beleza. Nesse sentido, mostraremos por meio do quadro 27 como tal temática surgiu em cada grupo: Quadro 27 - Construção do espaço semântico associado a percepção e importância da beleza no discurso dos grupos. Percepção Importância Beleza e Grupos da Atratores Análises Semânticos 1,2,3,5 e Autoestima 6 1,3 e 5 Está associado ao sentir-se bem, ou estar segura com sua aparência, e aparece no discurso do grupo sempre associado a uma justificativa do porquê buscar cuidados com a beleza. O termo também pode ser compreendido como uma forma das mulheres não admitirem que se arrumam por uma imposição social. ou por causa das outras pessoas e, justificam que fazem isso apenas por vontade própria. Ambiente de trabalho É no ambiente competitivo, onde estas mulheres se sentem mais expostas. Por isso a beleza entra neste cenário como uma forma de conforto, segurança, sedução. Além disto, neste ambiente a mulher tem e 178 quer construir uma imagem positiva da sua identidade como profissional e mulher. Também há a competição natural com as demais mulheres que compartilham ambiente, para ser a mais bonita, estar mais bem vestida, melhor maquiada, e chamar mais atenção dos outros. 2 Maquiagem Estes cosméticos são fundamentais e diretamente associados à beleza pelas mulheres do grupo. Sempre que surge o tema beleza, a maquiagem é diretamente associada. Esta associação pode ser compreendida por que os cosméticos relacionados à maquiagem trazem maior segurança e faz com que estas mulheres se sintam mais confiantes, acreditando estarem belas diante de tais recursos. 1, 2 e 3 Reconhecimento No discurso dos grupos, ficou evidente que a beleza é mais importante quando é reconhecida pelos outros. Apesar das mulheres, ao longo do discurso, falarem de autoestima e da importância de estarem bem, elas realmente só se sentem bem quando outra pessoa reconhece algo de belo nelas seja um corte de cabelo, uma maquiagem ou unha diferente, ou percebem que esta mulher está mais magra. Assim podemos afirmar que a beleza, algo já tão subjetivo, é mais importante quando não se restringe apenas ao próprio indivíduo, mas quando é valor compartilhado por mais pessoas. 3 Descrição A associação indica que o belo está ligado ao não exagero, ao não vulgar, a parcimônia na escolha dos cosméticos, roupas e acessórios. Indica também que beleza está relacionada a um equilíbrio. 4e5 Importância Social Compreendem que a beleza é um fator presente na vida das mulheres e cabe a elas terem tais cuidados, uma vez quevivem em uma sociedade que valoriza tal aspecto. Elas precisam desta associação para conseguir conviver nestes ambientes sociais, serem aceitas e não parecerem diferentes das demais. 5 Sacrifícios Esta associação levanta três vieses de interpretação: o primeiro diz respeito às dores que mulheres sentem pela utilização de certas roupas e calçados e em alguns rituais de embelezamento como depilações; o segundo está relacionado aos sacrifícios financeiros que estas mulheres se submetem para investir em cosméticos e tratamentos relacionados à beleza; e o terceiro está relacionado ao tempo gasto com os cuidados de beleza que estas mulheres se submetem. 6 Status Esta relação significa que, no discurso dessas mulheres, surgiu a noção de que , por meio da 179 maneira como a mulher se maquia, cuida da pele, do cabelo e se veste, ela indica seu nível social. Isso faz com que ela mostre para as outras pessoas que tem poder e dinheiro, por meio dos cuidados que demonstra ter com a beleza, e por consumir produtos diferenciados da maior parte das outras mulheres. Interpretamos esta associação de maneira que, conforme a mulher esteja maquiada, a forma e tom do cabelo, suas roupas e calçados, é possível indicar a qual classe social ela pertença. Fonte: Elaborado pelo Autor Visando a uma melhor compreensão das relações construídas a respeito do espaço semântico, associado à percepção e à importância da beleza no discurso dos grupos, utilizaremos a figura 20 para mostrar a relação do tema e seus atratores semânticos: Figura 20- Mapa dos espaços semânticos relacionado a percepção e importância da beleza Ambiente de Maquiagem Trabalho Autoestima Percepção e Importância Reconhecimento da Beleza Status Descrição Sacrifícios Importância Social Fonte: Elaborada pelo Autor Outro fator de interesse para analisarmos o seu espaço semântico diz respeito ao consumo e às práticas diretamente ligadas à beleza. Com relação a isto, faremos uma análise dos significados relacionados aos principais cuidados e tipos de cosméticos consumidos. Também analisaremos as principais marcas citadas ao longo do discurso dos grupos e o espaço semântico de cada uma delas. Assim, por meio da construção do quadro 28, mostraremos o espaço semântico relacionado aos principais cuidados com a beleza: Quadro 28- Construção do Espaço Semântico relacionado ao consumo e práticas de beleza Cuidados com a Grupos Beleza Atratores Semânticos Análises 180 Cabelo 1,2,3,4,5 Bem Cuidado e6 Arrumado ou Perfeito ou hidratado, com uma cor legal, próximo ao Bonito ou Significa que o cabelo está bem lavado, padrão ditado pela mídia. Sem ponta dupla, sem manchas do sol ou de tintura, sem frizz, lisos ou cacheados. 1,2 e 5 Progressiva Técnica utilizada para o alisamento do cabelo, essencial para facilitar as rotinas de cuidados com o cabelo e utilizada por grande parte das mulheres pesquisadas. 1,2,3,4,5 Rituais e6 Pode ser realizado algumas vezes no salão de beleza, ou na maioria vezes pelas próprias mulheres em suas casas. Envolve uma série de etapas como: lavar, secar, hidratar, alisar, cauterizar, pintar, cachear, escovar entre outras. São longos e necessitam de uma série de produtos. Dependendo do cuidado, podem custar caro para tais mulheres, que mesmo assim não abrem mão de realizá-los. 2,5 e 6 Celebridades São referências para tais mulheres em relação aos seus cortes de cabelo. Elas influenciam, por meio da mídia, as tendências para cores, formas e tamanhos. Maquiagem 1,2,3 e 5 Ambiente de Trabalho Algumas empresas exigem seu uso. Em outas empresas, por conta da utilização de uniformes, é uma forma das mulheres diferenciarem-se e destacarem-se das outras. Em alguns ambientes, a maquiagem acaba sendo uma imposição velada pela competição existente com as colegas de trabalho. 1,2 e 3 Informação Buscam em blogs, sites, vídeos tutoriais e revistas sobre os tipos, formas de utilização e preços. 181 1,2,3,4,5 Essencialidade e6 Entendem que esses recursos são essenciais para o embelezamento da mulher. Adoram tais cosméticos e os compram frequentemente, pois esses fazem parte da sua vida cotidiana. É um dos fatores que mais reparam nas outras mulheres. 1,2,3 e 5 Rituais São longos e exigem uma série de etapas e produtos diferentes para sua realização. Quando há ocasiões especiais são ainda mais demorados. Pode ser realizado pelas próprias mulheres em suas casas, como ocorre na maioria das vezes, ou esporadicamente por profissionais em salões de beleza, ou mesmo por amigas ou familiares por conta das ocasiões especiais. 2e5 Experimentação Gostam de experimentar novos produtos primeiro em casa para ver se ficam bons e se poderão ser utilizados posteriormente no seu cotidiano. Pele 1,2,3,4,5 Filtro ou Protetor Solar e6 É utilizado diariamente para preservar a saúde da pele contra doenças e também na busca de manter a juventude, evitando rugas e manchas que causem o envelhecimento. 1,2,3,4,5 Hidratação e6 A busca por cremes e até a ingestão de boas quantidades água diárias são estratégias utilizadas para manter a pele dessas mulheres hidratadas e sadias. 1 Alimentação O cuidado com a alimentação ajuda a manter uma pele lisa, sem espinhas, firme e saudável. 5e6 Envelhecimento Utilização de produtos com ações específicas, exclusivamente antienvelhecimento. visando a ações 182 Fonte: Elaborado pelo Autor Cabe salientar que, na tabela anterior, em alguns momentos foram apresentados alguns um atratores semânticos que possuem o mesmo significado, sendo eles dispostos juntos, no mesmo espaço da tabela. Agora iremos expor, por meio do quadro 29 a construção do espaço semântico das marcas que apareceram no discurso dos grupos, enfatizando a construção simbólica que tais mulheres fazem em relação a elas: Quadro 29Construção do espaço semântico em relação às principais marcas presentes nos discursos dos grupos pesquisados Marcas Grupos Significados Avon 2,3,5 e 6 Associada a produto acessível e popular para se usar no cotidiano, seu principal destaque são produtos relacionados à maquiagem. Por ter muitas revendedoras e vender por catálogo, atinge grande parte das mulheres pesquisadas. Natura 3e5 Associado a produto com boa qualidade, mas acessível, de baixo custo. São destaques suas linhas de perfumaria, cremes para cabelo e maquiagem. Por terem muitas revendedoras e serem vendidos por catálogo, tiveram rápida difusão entre algumas das mulheres pesquisadas. O Boticário 1,3,4,5 e 6 Associado a produtos um pouco mais exclusivos e de qualidade, se diferenciam por terem pontos de venda atraentes espalhados em todo país e o produto estar ali, a pronta entrega. Suas linhas de cremes hidratantes, sabonetes, maquiagem e perfumaria têm um maior destaque. Oferece uma grande variedade e tipos de produtos. Mary Key 1,2, 3,5 e 6 Destaca-se em relação aos produtos de maquiagem e apresenta produtos com uma característica superior e de alta qualidade em relação aos seus concorrentes. É consumido geralmente em ocasiões especiais, por ser considerado caro para algumas das mulheres pesquisadas. 183 Devido a sua qualidade superior, ele rende mais que os produtos dos concorrentes, o que faz com que se diminua a frequência de compra. A marca exerce certo glamour e fascínio entre suas usuárias. MAC 2,3 e 6 São produtos de maquiagem exclusivos, caros, de origem canadense,e de qualidade superior. São associados a luxo e requinte. Por serem importados, não são tão fáceis de adquirir, e por isso algumas mulheres só os utilizam em ocasiões muito especiais. Tresseme 5 Produtos ligados aos cuidados ao cabelo fortemente anunciado pela mídia, mas associado à baixa qualidade, apresentando uma relação custo benefício não tão boa para ser utilizado no cotidiano. Sou 5 Produtos relacionados aos cuidados com os cabelos; visto como um produto de qualidade oferecendo a seu usuário um bom resultado final. Fonte: Elaborado pelo Autor Para uma melhor compreensão e entendimento da importância simbólica que as marcas tiveram para as análises dos espaços semânticos, iremos representar, por meio da Figura 21, um mapa conceitual de posicionamento das marcas presentes no discurso dos grupos. Tal figura terá um eixo denominado status, relacionado à imagem, ao prestígio e à difusão da marca na compreensão do discurso das mulheres pesquisadas. Haverá outro eixo relacionado à qualidade relacionada aos resultados práticos que o produto da respectiva marca proporciona, e ao nível de satisfação com os efeitos proporcionados pelo produto, compreendidos nos discursos dos grupos. 184 Figura 21- Mapa conceitual do posicionamento das marcas em relação a status e qualidade Eixo Status Presença Baixa Qualidade e Famosa Mary Key Tresseme Ausência Excepcional e Exclusiva MAC Boticário Presença Eixo Qualidade Avon Baixa Qualidade e Barata Natura Sou Alta Qualidade e Popular Ausência Fonte: Elaborada pelo Autor A partir da relação entre os eixos qualidade e status, representados na figura anterior, para mostrar o posicionamento das marcas foram criadas quatro formas diferentes de as enquadrarmos como podemos observar em cada um dos quadrantes: baixa qualidade e barata (ausência de status e de qualidade); alta qualidade e popular (ausência de status e presença de qualidade); baixa qualidade e famosa (presença de status e ausência de qualidade) e excepcional e exclusiva (presença de status e de qualidade). Outra possibilidade de exploração em relação ao espaço semântico, pode ser a respeito das concepções dos padrões de beleza e seus significados presentes no discurso dos grupos. Para isto, por meio do quadro 31, construiremos o espaço semântico em relação às concepções de padrão de beleza. Quadro 31- Construção do espaço semântico referente ao padrão de beleza Padrão de Beleza Grupos 1,2,3,4,5 e Atratores semânticos “Magra, bem Significados Atrator relacionado à ausência de gordura no corpo que significa 185 6 fisicamente, “barriga saúde, pessoa bem cuidada, pessoa equilibrada emocionalmente, chapada”, “cinturinha”, pessoa comedida e preocupada em caber nas roupas. “cinturinha fina” 1e2 “Alta” Tal padrão está relacionado ao mundo da moda que exige mulheres altas para seus desfiles. Isto, mais recentemente, também acaba ocorrendo em alguns esportes: a cobrança da altura das mulheres para que estas possam praticar estes esportes. Também dá um ar de superioridade e de ser bem sucedida, forte e saudável, posição de destaque. 2e5 “Cabelo Liso” Relacionado à forma ideal de cabelo, prático e vistoso, modelo eurocêntrico e ocidental. 2,3,5 e 6 ”Peituda”, “Peitão”, ou Imposição de poder, sedução, jovialidade, firmeza, rigidez, cultura “Siliconada” 2,3,5 e 6 “Bunduda”, bunda arredondada” ou estadunidense. Remete a sensualidade, sedução, símbolo de atratividade, cultura latino-americana. “bundão” 5e6 “Cabelo comprido” ou Está relacionado a feminilidade e juventude. Anteriormente era mais “cabelão” utilizado por jovens. Hoje é difundido também em mulheres mais velhas, principalmente por celebridades mais velhas aderirem a esta moda. 5e6 “Cabelo loiro ou loira” Está associado a chamar atenção, ser mais visto, padrão eurocêntrico e ocidental. 6 “Olho azul” Diferente, menos comum associado a um padrão eurocêntrico e ocidental. Fonte: Elaborado pelo Autor Para melhor visualizarmos e compreendermos o espaço semântico a respeito do padrão de beleza, utilizaremos a figura 22 para melhor representar tal relação. 186 Figura 22- Espaço Semântico a respeito do padrão de beleza “Peitão” ou “Siliconada” Alta Magra “Bunduda” ou “Bundão” Padrão de Beleza Cabelo liso Cabelo Loira Olho azul Comprido Fonte: Elaborada pelo Autor 6.7 ASSOCIAÇÕES, CONDENSAÇÕES E DESLOCAMENTOS Deslocamentos Tratam-se de três operações psíquicas desenvolvidas por Freud que foram incorparadas à Análise Sociológica do Sistemas de Discurso, como mecanismos complementares, com o intuito de mostrar todos os dispositivos verbais produzidos ao longo do debate grupal, revelando como são organizadas as possíveis estruturas e dimensões (CONDE,2009). Podemos compreender as associações a partir de Conde (2009), que afirma que as associações entre uns e outros conteúdos, umas e outras expressões, entre um e outro tipo de material verbal do grupo, por mais que sejam ditas não são plenamente conscientes de si mesmos. Essas associações constituíram-se a partir de um espaço comum provocados por campos de forças sociais, simbólicas e energéticas. Os fios discursivos já conceituados no subcapítulo anterior servem de um importante elo para se fazer tais associações no discurso analisado. A primeira associação que encontramos foi a associação da beleza à competição entre as mulheres presente no discurso do grupo 1. Esta associação apresentou o ambiente de trabalho como fio discursivo da associação, isto aconteceu ao longo do discurso quando as mulheres do grupo estavam falando da importância da beleza e relacionaram que a beleza é um fator importante em suas vidas profissionais, e nos seus ambientes de trabalho. Isto ocorria primordialmente por nestes ambientes ocorrerem uma competição entre as mulheres em relação a quem está mais bem vestida, melhor maquiada, com a pele mais lisa e vistosa, com o cabelo mais bonito, a que está mais magra entre vários outros fatores relacionados a 187 estética. Para facilitar a visualização desta relação, a figura 23 mostrará a associação entre beleza e competição entre as mulheres e sua vinculação espontânea em alguns locais como no ambiente de trabalho. Figura 23- Associação entre beleza e competição entre mulheres Competição Beleza entre mulheres Ambiente de Trabalho Fonte: Elaborada pelo Autor No grupo 2 encontramos a associação da beleza ao status, isto ocorreu durante o discurso do grupo no qual se estava falando da importância do dinheiro para as mulheres fazerem seus rituais de embelezamento, e se observou que o dinheiro é importante para a mulher poder investir em bons cosméticos e tratamentos. Porém, o principal fator da associação é que uma mulher bem arrumada, com uma cabelo vistoso, uma pele bonita e boas roupas, determina a forma com que essa mulher transmite uma imagem de ser bem sucedida ter uma boa condição social e consequentemente podemos associar que a beleza está associada ao status, tendo no dinheiro o seu fio discursivo que conduziu a construção dessa associação que podemos ver através da figura 24. Figura 24 -Associação entre beleza e status Status Beleza Dinheiro Fonte: Elaborada pelo Autor No grupo 3 vamos encontrar a associação entre os cuidados com a beleza e a aceitação social. Isto aparece no discurso do grupo quando elas comentavam que o ambiente de trabalho foi onde muitas delas começaram a se preocupar mais intensamente com os cuidados com a beleza, para ficarem no padrão das outras mulheres de tal ambiente, ou seja, se sentirem aceitas socialmente neste ambiente. A associação também acontece entre cuidados da beleza e aceitação social e pode ocorrer em outro ambiente que são as festas e “baladas”, nas quais as 188 mulheres intensificam ainda mais seus cuidados com a beleza buscando tornarem-se mais atraentes para seus respectivos parceiros, serem vista ,admiradas e invejadas em relação a sua beleza pelas outras mulheres. Dessa forma entendemos que tais pretensões e cuidados com a beleza nestes ambientes estão diretamente associados à busca dessas mulheres serem aceitas socialmente. Podemos então afirmar que tanto o ambiente de trabalho, como as festas e baladas atuaram como fios discursivos para a associação entre cuidados com a beleza e a aceitação social que ocorreram no discurso do grupo 3. Para observamos de forma mais adequadas tais associações, utilizaremos a figura 25 que mostrará a associação entre os cuidados com a beleza e a aceitação social. Figura 25 - Associação entre cuidados com a beleza e aceitação social Ambiente de trabalho Cuidados com Aceitação social beleza Festas e “baladas” Fonte: Elaborada pelo Autor Ao longo do discurso do grupo 3, ocorreu outra associação durante a discussão da relação entre beleza e dinheiro, no qual as participantes começaram a discutir sobre cirurgias plásticas, o quão seria importante ou não fazê-las, se eram exageradas ou puramente por vaidade. E os posicionamentos eram divergentes no grupo, mas a grande maioria aceitava a possibilidade de fazer uma cirurgia plástica por motivação estética e o seu único impedimento momentâneo seria o seu custo. Assim algumas participantes do grupo relacionaram o dinheiro, a beleza e as cirurgias plásticas, que constituem uma prática de beleza cara na maioria das vezes e longe de suas realidades e por isto inconscientemente provocaram essa associação . O grupo 4 fez a associação dos cuidados com a beleza a uma imposição social que impõe que elas tenham que passar por rituais sacrificantes que entendem como perda de tempo e dinheiro para estarem adequadas a tal imposição. Apesar de acharem muitas vezes exagerados tais cuidados com a beleza impostos pela sociedade, acabam fazendo para se 189 sentirem aceitas em seus grupos sociais. Nesse sentido entendemos que os sacrifícios de tempo e financeiros aparecem como o fio discursivo nesta associação entre cuidados com a beleza e imposição social que permeiam o discurso deste grupo. E na figura 26 a seguir veremos a tal associação. Figura 26- Associação entre cuidados com a beleza e imposição social Cuidados com beleza Sacrifícios(financeiros Imposição e de tempo) social Fonte: Elaborada pelo Autor O discurso do grupo 5 apresentou algumas associações, inicialmente descreveremos a associação encontrada em relação aos cuidados com a beleza e a aceitação social, essa associação aparece no discurso do grupo quando as mulheres discutiam sobre os cuidados de beleza estarem associados a criação de uma identidade feminina que por sua vez era decisiva na sua aceitação social, dessa forma interpretamos que os cuidados de beleza estão associados à busca da aceitação social, tendo como fio discursivo a criação da identidade feminina, na figura 27 visualizaremos melhor tal associação. Figura 27- Associação entre cuidados com beleza e aceitação social Cuidados com Identidade Aceitação beleza feminina social Fonte: Elaborada pelo Autor Outra associação encontrada no discurso do grupo 5 foi a associação entre padrão de beleza imposto pela mídia, que exclui as mulheres que não se adequam a ele e . Esta associação surgiu ao longo do discursos do grupo ao discutirem a existência de um padrão de beleza e neste momento fizeram tal associação deste padrão de beleza que excludente a imposição pela mídia, nesse caso o fato dele ser excludente aparece como um fio discursivo. Na figura 28 observaremos como acontece tal associação. 190 Figura 28- Associação entre padrão de beleza e imposição da mídia Padrão de Excludente Imposição pela mídia beleza Fonte: Elaborada pelo Autor Ainda, neste grupo 5 encontramos ao longo de seu discurso uma associação entre ambiente de trabalho e consumo de cosméticos permeada pela busca de um padrão único entre as colegas de trabalho, isto ocorreu quando no discurso do grupo foi relatado um caso no qual uma colega de trabalho veio com um cabelo com uma coloração diferente por ter utilizado um novo tonalizante, e isto acabou se tornando uma febre, pois a cerca de quase vinte mulheres que trabalhavam na empresa pediram pra colega trazer um desses tonalizantes para elas também utilizarem. Não só neste caso, mais ao longo do discurso do grupo, observamos casos de influencia de outras amigas e colegas de trabalho com relação a esmaltes, cortes de cabelo e maquiagem. Nesse sentido observamos a existência de uma associação entre as mulheres do ambiente de trabalho influenciando o consumo de determinado cosméticos, devido a busca de um uniformização ou padronização da beleza inconscientemente buscada entre as mulheres nesse ambiente. Assim encontrou-se a associação entre as colegas de trabalho e o consumo de determinado cosmético pelas demais mulheres do ambiente de trabalho, Aqui tem-se como fio discursivo a busca de uma uniformização ou padronização dos cuidados com a beleza em um determinado grupo social, neste caso o das mulheres que trabalhavam na determinada empresa. A figura 29 mostrará tal associação. Figura 29- Associação entre colega de trabalho e influência do consumo de cosméticos Colega de trabalho Influência o consumo de cosmético Uniformização ou padronização da beleza no grupo Fonte: Elaborada pelo Autor Ainda em relação ao grupo 5 outra associação encontrada ao longo de seu discurso foi a dos cuidados com a beleza e o consumismo, isto apareceu quando se discutia a relação da 191 importância do dinheiro para as mulheres buscarem seus cuidados com a beleza, e as mulheres do grupo entenderam que o dinheiro é um fator fundamental para elas obterem seus cuidados com a beleza, pois vai desde a compra de uma base que custa poucos reais, até a anuidade da academia ou a colocação de próteses de silicone dos peitos que já são investimentos maiores, e tudo isto leva a um consumismo desenfreado como as próprias assumem em seus discursos. Assim entende-se que os cuidados com a beleza estão associados ao consumismo e apresenta como fio discursivo o dinheiro. Nesse sentido na figura 30 visualizaremos tal associação. Figura 30- Associação entre cuidados com a beleza a consumismo Cuidados com a Dinheiro Consumismo beleza Fonte: Elaborada pelo Autor Continuando a relatar as associações encontradas no discurso deste grupo, ao longo da reunião quando se estava falando das práticas de consumo de cosméticos das mulheres do grupo e foi se listando as formas de consumo e os cosméticos, quando se falou na utilização de cílios postiços e unhas postiças e isto levou o grupo a reflexão sobre como as mulheres estão utilizando de coisas artificiais e de tecnologias para se tornarem belas, citaram também o silicone como algo artificial ao corpo natural das mulheres. Nesse sentido, compreendemos a existência de uma associação entre o consumo de cosméticos que gera a construção de uma beleza muito artifical ou “fake” cheio de artifícios para mascarar as suas verdadeiras naturezas, e no discurso isto apareceu com o uso de cílios e unhas postiços e até o silicone que podem ser entendidos como fios discursivos desta associação que será melhor vista através da figura 31. Figura 31 - Associação consumo de cosméticos e artificialização da beleza Consumo de Unhas e cilios Beleza cosméticos Postiços artificial Fonte: Elaborada pelo Autor 192 A partir deste momento falaremos sobre outra operação encontrada no discurso dos grupos que é a condensação que é compreendida por Conde (2009), como uma figura de linguagem que vem a ser uma espécie de contração, o relato manifesto que resulta lacônico com relação ao conteúdo latente e articula vários diferentes planos de significações, seria a interseção de várias cadeias associativas como porta de entrada ao latente. No discurso do grupo 2 foi encontrada uma condensação quando foram feitas associações entre a importância do consumo de cosméticos e dos rituais de beleza, principalmente a maquiagem, no qual encontramos latente a busca por uma identidade feminina, sentir-se mulher, que se revelou importante no discurso do grupo. Isto fica ainda mais evidenciado quando em determinado momento discursivo uma participante vem com aquela frase chavão de mulher se arruma pra outra mulher. Outra condensação encontrada é quando no discurso do grupo as participantes relatam a rotina exaustiva dos cuidados e rituais de embelezamento e uma das mulheres concluiu que elas eram “escravas da beleza” enquanto que outra participante declarou da necessidade de um cabeleireiro a disposição vinte e quatro horas por dia para se ter um cabelo perfeito. Isto nos mostra um conteúdo latente no discurso do grupo que o padrão de beleza é irreal e elas estão sempre se esforçando nos cuidados e rituais de embelezamento mais parecem que nunca conseguirão atingir a perfeição ou a menos as suas satisfações. Ao longo da discussão do grupo 4 encontramos uma condensação enquanto elas discutiam sobre a concepção e o entendimento de beleza e uma das participantes relatou que no final de semana anterior tinha visto uma moça na rua com uma saia muito curta e ela estava um pouco acima do peso, e tal imagem a chocou por isto ser agressivo esteticamente, ou melhor uma “forçação de barra” para a moça tentar adequar-se à moda. Isto mostrou de forma latente no discurso do grupo 1 preconceito em relação as pessoas que estão fora dos padrões estéticos, isto ficou mais acentuado quando a participante enfatizou no seu discurso que provavelmente caso a menina em questão fosse magra isso não lhe chamaria a atenção ou passaria despercebido. Em outra parte do discurso as mulheres do grupo enfatizam desse preconceito quando relatam que a própria indústria da moda foca a maior parte da sua 193 produção de roupas para pessoas magras, excluindo um grupo grande de pessoas de ter mais opções para se vestir. Durante o discurso do grupo também chamou a atenção o fato de as mulheres do grupo não terem muita paciência para os rituais de beleza e apenas se forçavam a fazer por uma convenção social. Continuando, o discurso uma participante falou sobre cirurgias plásticas e que até tinha vontade de fazer mais achava muito caro tais procedimentos e com tal dinheiro preferia comprar um carro, estes comportamentos mostram claramente uma condensação, no qual encontramos uma masculinização do comportamento das mulheres do grupo, pois tal impaciência com rituais de beleza e a valorização exacerbada de bens como automóveis é característica bastante masculina na socieade Esse comportamento pode ser compreendido por estarmos tratando de um grupo de professoras de uma instituição pública que são profissionais de destaque no mercado de trabalho, são autossuficientes financeiramente e dessa forma é compreensível que possam ter uma aproximação a comportamentos mais masculinos. O grupo 5 apresentou uma condensação quando falavam da importância da beleza em suas vidas e exaltaram os rituais de beleza, principalmente o uso de maquiagem, com isto apareceu de forma latente que os rituais de beleza são essenciais nas suas vidas, isto fica claramente evidenciado ao comentarem que quando vão a algum lugar sem maquiagem as pessoas as indagam se estão doentes, ou porque estão palídas, isto reforça o quão a maquiagem é um ritual de embelezamento essencial na vida dessas mulheres assim como outros rituais. Ao discutirem a respeito da existência de um padrão de beleza as mulheres do grupo entendem que esse padrão existe e a mídia é a responsável por estabelecê-lo e difundí-lo, apesar de fazerem algumas criticas a tal padrão imposto, ao longo do discurso fica claro que as mulheres do grupo perseguem e almejam atingir tal padrão, dessa forma se configura mais uma condensação, na qual se aceita a existência de um padrão e mesmo apesar de criticá-lo, elas estão em busca dele. Com relação ao discurso do grupo 6, encontramos uma condensação ao longo da discussão a respeito da importância da beleza e das suas percepções.No discurso da mulheres 194 do grupo fica claro que vivem um momento, no qual a beleza e seus rituais cada vez mais são importantes em suas vidas e por estarem mais maduras e terem acesso a informação também se tornaram consumidoras mais exigentes com relação a qualidade dos produtos, e aparece no discurso que tais cuidados se ampliaram em virtude do passar da idade, ou seja de estarem envelhecendo e assim a busca por parecerem mais jovens e assim competirem com as mulheres das novas gerações. Isto fica evidenciado ao longo do discurso quando relatam que por trabalharem com o público jovem percebem que essas novas gerações estão cada vez mais ligadas a beleza e seus rituais, algumas participantes destacaram até a influência de filhas adolescentes que trazem informações sobre novos cosméticos e tratamentos de beleza que são tendência no momento, e também quando descrevem a geração de suas mães que tinham bem menos preocupações e cuidados com os rituais de beleza, assim por querer transgredir os conceitos das gerações anteriores e acompanhar as novidades das novas gerações tais mulheres querem parecer mais jovens. Apareceu outra condensação no discurso do grupo quando discutiam a existência de uma padrão de beleza feminina para mulheres e um para homens e estes apresentavam algumas diferenças entre si. O que ficou latente no discurso é que elas almejam e perseguem o padrão descrito pelas mulheres, até porque ao longo do discurso elas sempre justificam seus cuidados com a beleza por buscarem parecer com as mulheres mais jovens, ou de tentar competir com as outras mulheres de seus ambientes sociais em especial o de trabalho, além de priorizarem cuidados com o cabelo, a pele e o emagrecimento que não aparecem como prioridade ao apresentarem o padrão de beleza que elas entendem que os homens imaginem o de ser o ideário feminino. Outra operação encontrada no discurso dos grupos pesquisados foi a noção de deslocamento que, segundo Conde (2009), ocorre quando durante uma conversa se passa de um tema para outro, ou se muda de conteúdo, ou de expressões significantes ou significados, devido a um setor do grupo querer mudar de assunto da discussão pro qualquer razão. Trata-se de uma mudança temática, em virtude de uma censura estrutural por parte de um indivíduo ou parte do grupo que, por algum motivo inconsciente, não pretende abordar aquele tema. 195 Um deslocamento apareceu no discurso do grupo 3 que foi enquanto discutiam a cobrança social por beleza deslocaram o tema para influência da família e o interesse pela beleza começar cada vez mais cedo já entre as crianças, e enfatizaram a figura da mãe como um primeiro modelo de beleza para a maioria delas, apesar delas posteriormente relatarem que suas mães não terem tantos cuidados de beleza quanto elas e alegaram que isto acontece por serem de outra geração, pela emancipação da mulher no mercado de trabalho entre outras razões. Nesse sentido, tal deslocamento pode ser compreendido como uma fuga da cobrança que é fortemente exercida pela sociedade e ao mesmo tempo uma forma de buscarem em suas mães uma influência ou uma desculpa de não estarem tão atentas e buscando o padrão que a sociedade exige. No discurso do grupo 4 vamos encontrar um deslocamento ao longo da discussão sobre a importância da beleza, quando algumas das participantes fizeram um deslocamento temático alegando que muitas vezes tem preguiça de se arrumar e de se maquiar por não fazer parte de suas naturezas não terem motivação pra isso, apenas fazerem por ser uma convenção social, tal deslocamento pode ser entendido por tais mulheres estarem buscando minimizar a importância dos cuidados com a beleza, trazerem a ele uma conotação superficial, como isto não fosse importante ou significativo para suas vidas. Outra situação na qual presenciamos um deslocamento de repressão ou censura foi quando era discutido sobre buscar soluções estéticas através de cirurgias plásticas e algumas participantes se manifestaram positivamente que gostariam de fazer, até que uma participante contou o caso de sua irmã que quase morreu ao realizar uma cirurgia plástica, e isto foi uma censura estrutural para o grupo, de forma que o tema que acabou se encerrando por ali, inibindo as demais pessoas a se expressarem sobre o assunto deslocando o tema para se falar de emagrecimento e dietas, não voltando mais a se falar de cirurgias plásticas. No discurso do grupo também aconteceu um deslocamento, ao estarem discutindo padrão de beleza feminino, uma participante comentou sobre padrões estéticos entre os homens mais jovens com relação à depilação. O deslocamento pode ter ocorrido pela participante querer desviar o assunto e não discutir o padrão de beleza imposto socialmente para as mulheres, talvez por tão assunto lhe incomodar ou não ser do seu interesse. 196 Ao tratarmos o deslocamento no discurso do grupo 5, encontramos que ao discutirem concepções de beleza algumas participantes do grupo deslocaram a temática e ao invés de falarem sobre concepções de beleza começaram a dizer que o importante era estar bem com si próprio ou sentir-se bem. Este deslocamento pareceu um fuga do tema através de uma forma que as participantes quisessem mostrar um ar de superioridade mostrando que beleza não seria importante, e o importante seria ter autoconfiança e de se aceitar como são, embora que, ao longo do discurso, as mesmas participantes se mostraram bastante preocupadas com a prática de rituais de beleza e no consumo exacerbado de cosméticos o que seria contraditório com que pregaram neste momento da discussão no qual colocaram a concepção de beleza a um segundo plano em suas vidas, como algo supérfluo. Com relação ao grupo 6, encontramos um deslocamento temático ao longo da discussão sobre a importância do dinheiro para as práticas de beleza, sobre o qual algumas participantes disseram que é importante, mas também há mulheres que vivem apenas para se preocupar com a aparência. Nesse sentido elas relativizaram a importância do dinheiro é quiseram dizer que mulheres que trabalham acabam não tendo tempo para todos os rituais de embelezamento, induzindo a pensarmos que mulheres que apenas se preocupam com a beleza são fúteis e desocupadas, dessa forma houve um deslocamento da importância do dinheiro para o embelezamento, para pessoas que focam suas vidas em cima da construção de sua imagem. Percebemos também no discurso do grupo uma censura que aconteceu quando discutia-se a respeito da realização de cirurgias plásticas com finalidade estética e uma das participantes disse da sua vontade de colocar próteses de silicone no peito, e de já estar procurando mais informações e especialistas para consultar e fazer tal cirurgia. Quando outra participante começou a relatar de vários casos de amigas suas que coincidentemente após ter colocado próteses de silicone no peito, acabaram tendo câncer de mama e vindo a falecer por tal enfermidade, tal colocação fez com que as algumas participantes se silenciassem sobre o assunto e outras tivessem posturas próximas contrária a tais cirurgias pelos riscos de tais intervenções. Percebemos a censura claramente neste momento da discussão do grupo que induziu a um deslocamento e uma quebra na sequencia do discurso a respeito daquele tema. 197 7) CONCLUSÕES Pretendeu-se que as principais contribuições desta pesquisa fossem relativas à compreensão da importância da beleza, seu consumo, seus cuidados e práticas na vida das mulheres pesquisadas. Além disso, o estudo observação também constitui uma oportunidade de de como estes aspectos interferem no convívio social das mulheres, principalmente no relacionamento com outras mulheres, na busca da construção da identidade feminina e na sua aceitação no interior dos respectivos grupos sociais em que transitam. Além disto, a integração entre o Grupo de Discussão, como método de coleta de dados, a Análise Sociológica do Discurso, como método de análise, a visão de sociedade pósmoderna e a compreensão do indivíduo que nela habita, tornaram-se fundamentais para o estudo do consumo e dos cuidados com a beleza, Isto nos proporcionou a possibilidade de construir uma série de conjecturas que emergiram ao longo do processo de análise dos discursos pesquisados. A primeira delas diz respeito às práticas de consumo da beleza que emergiram claramente desde as intuições inicias e as conjecturas pré-analíticas até as configurações narrativas, nas quais foram mostradas de forma mais detalhada. Isso foi vislumbrado por meio dos cuidados e consumo relacionados ao cabelo e a maquiagem, o quão é importante para essas mulheres desenvolverem tais práticas em seu cotidiano para tentarem construir suas identidades femininas e sentirem-se aceitas em seus grupos sociais. As práticas de consumo de beleza também apresentaram importantes associações ao analisarmos seus espaços semânticos. Com relação a isto, encontramos que as práticas ligadas aos cuidados com o cabelo significam para as mulheres pesquisadas a busca por um “cabelo perfeito”, que em suas descrições este cabelo perfeito seria um cabelo: bem lavado, hidratado, com uma cor adequada, sem pontas duplas, frizos ou manchas de tinta ou sol, possivelmente lisos ou cacheados. Além disto, essas mulheres estão dispostas a gastar mais dinheiro com estas práticas relacionadas a esses cuidados. No entanto, podemos questionar se as práticas de consumo de beleza são escolhidas por essas mulheres, ou estão sendo impostas pela mídia, pelo ambiente de trabalho, pelas 198 amigas ou parceiros. Apesar deste questionamento, o que podemos categoricamente afirmar é que as mulheres pesquisadas têm em suas vidas inúmeras práticas de consumo de beleza e algumas delas tem um enorme prazer com relação a isto, enquanto que outras sentem-se incomodadas e pressionadas por vários contextos socioculturais a terem que seguir estas práticas de consumo de beleza. A segunda conjectura diz respeito a um consenso entre os grupos pesquisados no que tange à relação da existência de um padrão ideal de beleza. Isto emergiu já nas conjecturas pré-analíticas, nas quais apresentamos que este padrão oscilava temporalmente, portanto, podemos afirmar que tais padrões são transitórios e efêmeros, o que lhes relaciona a uma característica pós-moderna já anteriormente descrita neste trabalho. Dessa forma, podemos perceber a existência da associação entre os conceitos descritos sobre a sociedade e os indivíduos pós-modernos com o objeto de investigação deste trabalho. Além disto, nas configurações narrativas foram apresentadas as descrições de padrão ideal de beleza de cada grupo que emergiram do discurso. Nas descrições destes padrões haviam distinções de grupo para grupo, demonstrando ter acontecido aquilo que Ibañez (2003) chama da produção de um discurso homogêneo (consenso), isto é, que deve acontecer pelo intercâmbio das diferenças. Dessa forma, podemos dizer que o consenso é sobre a existência de um padrão de beleza, apesar de cada grupo ter diferentes formas de construir este padrão. Nas conjecturas préanalíticas também encontramos o papel da mídia de ditar e impor o padrão de beleza a ser seguido. Trata-se- de um padrão formado por mulheres magras, altas, e em boa forma, de modo que as atrizes de televisão no Brasil são as principais referências e responsáveis por ditarem as tendências. Estas análises encontram eco nos estudos de Murnem et al. (2003), ao relatarem que a mídia promove a imagem de mulheres idealizadas magras e sexies. Está ideia é reforçada por Edelman (1994),ao afirmar que a idealização da forma feminina aparece claramente estampada nas revistas de moda, televisão e cinema. Nos espaços semânticos conseguimos construir o que seria o padrão de beleza ideal no entendimento das mulheres pesquisadas que uma mulher: alta; magra; “cinturinha fina”; “barriga chapada”; cabelos liso, compridos e preferencialmente loiros; olhos preferencialmente azuis; “ bunda arredondada”; e “peitos” grandes e “siliconados”. Este 199 padrão é bastante semelhante aos padrões eurocêntricos e norte-americano, apesar de apresentar algumas caraterísticas típicas associadas a beleza latino-americana. Esta idealização de padrões de beleza que encontram nas mídias sua vitrine e nas celebridades suas referências que sustentam uma série de indústrias, como a de cosméticos, vestuário, e comunicação, e que têm interesse em que estes padrões sejam transitórios para cada vez mais desenvolverem novos produtos que atendam as expectativas daquele novo padrão. Isto nos remete ao consumismo, já anteriormente discutido, que é a expressão mais evidente da sociedade pós-moderna. Esta conjectura vem ao encontro das colocações de Bauman e May (2010) de que a sociedade estabelece os padrões para uma forma desejável e, como tal, aprovada em relação a qual cada corpo deve atuar para se aproximar daqueles padrões. A terceira conjectura diz respeito à narrativa de como ocorre, quais as motivações, o quanto consomem, e com que incidência as mulheres pesquisadas realizam suas práticas de consumo de beleza. O consumo em relação a beleza é exercido diariamente entre as mulheres pesquisadas, o que evidenciado por meio de uma das configurações narrativas que dizem respeito aos cuidados com o cabelo: as mulheres não poupam esforços financeiros estando dispostas a consumir tratamentos e produtos mais caros se estes lhes proporcionarem bons resultados; preocupam-se em mantê-los permanentemente tingidos; e estão dispostas a submeter-se a longos rituais. Também emergiram em configurações narrativas os cuidados e consumo de maquiagem que surgiu como: algo naturalizado ao cotidiano da maioria das mulheres pesquisadas; encarado como cuidado primordial para o embelezamento feminino; capaz de auxiliar na criação de uma identidade própria e estilo pessoal; e um diferencial na competição com outras mulheres. Com relação ao quanto consomem, surgiram nas configurações narrativas aspectos relacionados ao consumo excessivo de cosméticos e também a compra de cosméticos muito caros. O primeiro aspecto leva ao consumismo - característica presente na sociedade e no indivíduo pós-moderno – e, inclusive, vários grupos apareceram uma prática bem comum que é a compra do cosmético, mas, no entanto estes não são consumidos , e eles acabam sendo 200 descartados. O segundo aspecto pode levar a pessoa ter problemas com relação ao seu orçamento mensal, sacrificando outros consumos que poderiam ser prioritários. As motivações que levam ao consumo em relação a beleza foram explicitadas inicialmente numa das conjecturas pré-analíticas que mostrou haver um consenso nos grupos de que a autoestima era a principal motivação para essas mulheres exercerem este consumo. No entanto, percebeu-se que no discurso dos grupos o termo autoestima teria outros significados como a busca de uma aceitação perante as outras pessoas e relacionado a serem elogiadas por outras pessoas, o que reforça a interpretação de que esta noção se sobrepõe a uma mera interpretação literal e semântica, trazendo uma pluralidade de interpretações ao termo. Outras motivações apareceram no posicionamento discursivo de alguns grupos que se motivavam com os cuidados com a beleza através da: criação de uma marca pessoal; percepção pelas outras pessoas; e ausência de sentimento de inferiodade em relação as outras mulheres. Com relação às motivações podemos observar elas próprias não conseguem explicar claramente porque consomem produtos relacionados a beleza, possivelmente por estarmos tratando de sujeitos fragmentados com identidades conflitantes e que, através do consumo, buscam construírem suas identidades como vimos anteriormente nas descrições sobre o indivíduo pós-moderno. A quarta conjectura diz respeito à importância dos rituais relacionados às práticas e consumo de beleza encontrados no discurso analisado. O primeiro dos rituais foi identificado nas conjecturas pré-analíticas que é a naturalização do ritual relacionado a “ida ao salão de beleza”, pois este rito foi concebido como um procedimento natural na vida das mulheres de todos os grupos pesquisados. A ida ao salão de beleza tem um papel muito além de apenas preocupar-se com os cuidados físicos, e sim também de buscar um suporte psicológico e relacional, além de buscar informações sobre tendências com relação aos cosméticos e tratamentos de beleza. Os rituais de cuidados com a pele, através da utilização de filtros solares, cremes e maquiagem apareceram no posicionamento discursivo de um determinado grupo, e elas próprias comentam que praticam este ritual de embelezamento diariamente ao se arrumarem antes de saírem de suas casas. 201 Outros rituais apareceram nas configurações narrativas que foram: a busca de informações sobre beleza na internet, que seria a consulta a blogs, vídeos, sites e tutoriais para obter informações sobre maquiagem, cabelo, esmalte ou roupas. Arrumar-se para ir ao trabalho surge como um ritual obrigatório para a maioria das mulheres pesquisadas e envolve principalmente os cuidados com a pele, cabelo e maquiagem; a ida a “baladas”, festas e eventos especiais - situação que requer maiores cuidados com a aparência, para isto dispendem de um tempo maior e algumas vezes recorrem ao auxílio de profissionais; e os cuidados especiais com o verão intensificam os cuidados com o corpo, pele e cabelo pela sua maior exposição ao longo desta estação. Refletindo sobre os rituais de beleza anteriormente citados, podemos compreender que para muitas mulheres realizar este cerimonial pode ser sacrificante, pois, muitas vezes elas se impõem tais rituais para serem aceitas em certos grupos, tribos e ambientes sociais, ou seja, tantos procedimentos ritualísticos acabam sendo indiretamente impostos. Na quinta conjectura formulada observamos a forma como a mídia, a indústria da beleza e a percepção do outro , influencia nas relações de consumo e cuidados com a beleza das mulheres pesquisadas. Inicialmente, a respeito da indústria de cosméticos esta influencia pela sua grande variedade e acessibilidade de ofertas de cosméticos e tratamentos ligados a beleza, pois observamos nos discursos de alguns grupos a frase “tem para todos os bolsos”, referindo-se à existência atual de linhas de cosméticos mais acessíveis com relação a preço, além das várias formas de comercialização que também são características deste tipo de indústria. Além disso, cabe lembrar a quantidade de propaganda que este tipo de indústria faz, o que acaba cooptando as pessoas ao consumo exacerbado destes tipos de produto. A busca para tornarem-se atraentes aos outros é evidenciada nas configurações narrativas que mostram essa preocupações das mulheres no que tange a conseguir um parceiro, ou para manter o seu, seja para ser elogiada por amigas ou colegas de trabalho, ou até para que as outras mulheres lhe citem como referência em relação ao cabelo, pele, corpo, roupas entre outros atributos. Dessa forma, a busca por se tornar atrativa é um determinante,muitas vezes, inconsciente do consumo e da busca pelos cuidados com a beleza, mostrando um pouco da fragilidade do indivíduo pós-moderno que precisa da aceitação do grupo. Esta 202 conjectura pode ser melhor explicada quando Bauman (2009) coloca que, paradoxalmente, a individualidade refere-se ao espírito de grupo e precisa ser imposta por um conjunto. Ser um indivíduo significa ser igual a todos no grupo, na verdade idêntico aos demais. Os indivíduos buscam desesperadamente sua individualidade, não há escassez de auxílios, consagrados ou autoproclamados, que se mostrarão totalmente dispostos a nos guiar pelos calabouços sombrios de nossas almas, onde os nossos autênticos “eus” permanecem supostamente aprisionados, lutando para escapar em busca da luz. Outro fator que surgiu nesta quinta conjectura foi a influência da mídia, que acontece de várias formas, inicialmente nas conjecturas pré-analíticas que associaram a mídia como uma das maiores influenciadoras dos padrões e consumo de beleza. Elas também emergiram nas posições discursivas de alguns grupos, nas mídias como propagadoras das marcas, usos e potencialidades através principalmente da televisão, internet e redes sociais. Em uma das configurações narrativas é mostrado com uma riqueza maior de detalhes a influência de cada um dos principais tipos de mídia. A televisão aparece como o principal meio de comunicação, no qual a maioria dessas mulheres buscam informações sobre beleza. As propagandas são uma ferramenta importante para na influencia do consumo de beleza, mas são os programas de moda e beleza e as atrizes de novelas suas maiores referências para acompanhar as tendências de roupas, acessórios, cortes de cabelo e cosméticos. A internet, blogs, tutoriais, sites e redes sociais significam para alguns grupos pesquisados um meio de buscar informações sobre roupas, maquiagens, tipos e tons de cabelo, também são importantes, pois muitas vezes trazem as tendências e o preço dos produtos. No entanto, tem um papel secundário quando o comparamos com o grau de influência que ocupa a televisão na influência dos padrões e ideais de beleza e no consumo e cuidados relacionados a ela. Na busca de argumentos para explicar este papel de destaque da mídia como influenciadora de cuidados e de consumo de beleza encontrados no discurso das mulheres pesquisadas, surge que associação entre beleza e as artes, que já é antiga, como afirma Chakravarty (2011). E também a preocupação com a aparência mediada pelas imagens da mídia, trazendo impacto significativo para a formação da identidade do consumidor e 203 afetando a vida destes indivíduos. Conforme argumenta Bayer (2005), isto traz à tona a visão pós-moderna em que vivemos numa sociedade baseada na imagem. A força desta imagem, por meio da mídia, influencia na formação da imagem de cada indivíduo. Este indivíduo tem que vender sua imagem nos ambientes sociais que participa e a beleza entra como arma principal para tal transação e construção de imagem do indivíduo. Outra razão que justifica tamanha influência da mídia nas práticas e consumo de beleza, é o papel que estes veículos exercem como um agente socializador que enfatizam a beleza como uma rota para a aceitação social, determinando que as mulheres comprem produtos para atingir esta aceitação, como colocam Goodman, Morris e Sutherland (2008). Ou seja, a beleza aparece como uma linguagem da mídia com o intuito de visar ao consumo, por isso as mulheres aqui pesquisadas não conseguem fugir de seus apelos e atribuem esta responsabilidade à mídia, de forma consciente. Assim este importante veículo que as auxilia a conhecer as tendências e a moda com relação às práticas de embelezamento é também considerado, de forma paradoxal, por vezes de forma negativa: o de ditar um padrão de beleza e o de exercer uma cobrança sobre ele. Como sexta e última conjectura desenvolvida, resgatamos a imposição de uma cobrança exercida pela família, amigas, parceiros, ambiente de trabalho e redes sociais para que as mulheres se adaptem aos padrões ideais de beleza ditados socialmente. Primeiramente, falaremos sobre a cobrança exercida pelo ambiente de trabalho. De acordo com uma das configurações narrativas analisadas encontrou-se que a cobrança acontece no ambiente de trabalho por alguns motivos: o fato de algumas empresas exigirem explicita ou implicitamente padrões de roupas, maquaigens e cabelo, já exerce uma pressão sobre estas mulheres; a competição existentes entre as mulheres no ambiente de trabalho para estarem mais bem arrumada do que as outras; a aparência como um fator decisivo na escolha de candidatas a entrarem no mercado de trabalho ou conseguirem melhores cargos; o fato das mulheres que trabalham uniformizadas buscarem no cabelo e na maquiagem uma forma de se diferenciarem das outras; e a uniformização o consumo de cosméticos pela cobrança de uma dsejar parecer com a outra, ou seja, a busca de uma identidade comum e de pertença ao grupo. Esta cobrança social é mais forte sobre as mulheres porque, segundo Cahill (2003), elas são mais vistas como produtos de sua aparência e como um projeto estético. O ambiente de 204 trabalho é visto como sendo uma cobrança mais intensa, pois se trata de um ambiente competitivo no qual a busca por um espaço profissional é influenciada por uma série de fatores. A beleza neste lócus aparece, pois, como atributo pertencente à construção da imagem da mulher. Além disso, as mulheres veem em seu ambiente de trabalho, as suas colegas como competidoras, não só profissionalmente, mas da atenção de todos. Estes argumentos reforçadores da noção do ambiente de trabalho como opressor em relação à cobrança por beleza das mulheres são narrados por Morrow (1990), que coloca a atratividade física como um importante fator de seleção para a entrada no mercado de trabalho. A cobrança exercida pelo parceiro emergiu nas configurações narrativas, que mostraram: parceiros que inibiam as mulheres na hora em que elas se arrrumavam, dizendo que tudo aquilo não era necessário; cobranças com relação ao peso; e comentários sobre o uso excessivo de maquiagem; solicitações para que elas estivessem mais arrumadas; e pedidos para arrumarem o cabelo também apareceram. Quanto a isto, observamos um forte preconceito exercido pelos parceiros sobre algumas dessas mulheres, que são frontalmente desrespeitadas com relação a sua individualidade e formação identitária. As famílias apareceram exercendo uma cobrança social, fato que emergiu no posicionamento discursivo de um determinado grupo no qual as famílias influenciam as mulheres a não gastarem com cosméticos por estes serem superflúos. No entanto, no posicionamento discursivo de outro grupo as famílias apareceram incentivando as mulheres a buscarem cada vez mais os cuidados com a beleza. Com relação à influência das amigas, surgiram nas intuições iniciais e nos estilos discursivos de alguns grupos, que as amigas são suas principais referências para a troca de experiências e, consequentemente, são influências decisivas em seu consumo relacionado a beleza. Nas configurações narrativas também aparecem que as amigas eventualmente as ajudam a se maquiarem em ocasiões especiais. As redes sociais exercem uma cobrança de modo que nelas a exposição de suas imagens são explícitas e intensas e, nesse sentido, as mulheres preocupam-se em expor boas imagens em todos os momentos, mesmo que tenham que recorrer a recursos tecnológicos para parecerem melhor em tais imagens. Nas intuições iniciais de um determinado grupo, o 205 Facebook apareceu como impositor da cultura da imagem e dos cuidados com imagem e beleza. Nisto suscitamos que a preocupação com a imagem e com o parecer são elementos claramente associados à sociedade pós-moderna e a sua inerente cultura da imagem. Iniciando a descrição das dificuldades encontradas ao longo da trajetória para realização desta tese. A primeira dificuldade encontrada, após a definição do tema, foi o fato de este apresentar um caráter interdisciplinar, tornando a construção da revisão bibliográfica com múltiplos enfoques, dentre estes, os Estudos Organizacionais; Marketing e Consumo; Psicologia, Sociologia, Antropologia, História, Comunicação, Economia, Saúde, Literatura e Computação. Este fator dificultou a busca de referências por tão distintas naturezas, assim como na construção do texto com a compilação de referências de áreas tão distintas. Além disto, a complexidade e interdisciplinaridade do tema acarretaram em dificuldades para a delimitação de um problema único, e para levantar os objetivos da investigação. A utilização do método Grupo de Discussão também foi inovador para o pesquisador, por mais que este tenha-se preparado com uma série de leituras sobre tal método, além de ter lido várias aplicações do método. A dificuldade também pode ter sido encontrada em virtude de ser primeira vez que este método é utilizado no contexto dos estudos organizacionais brasileiros, e pela falta de experiência empírica com a utilização do método por parte do pesquisador. Também podem ser citadas as dificuldades em utilizar como método de Análise Sociológica do Discurso, pela sua riqueza e complexidade, dificultando a interpretação por parte do pesquisador em algumas de suas etapas. Fazendo uma análise geral com relação ao papel do pesquisador enquanto moderador e em relação ao comportamento dos grupos no andamento das reuniões, observou-se que em grupos com alunas, o moderador desempenhou um papel mais ativo, devido à existência de vários momentos de silêncios, apesar de a maioria dos temas surgirem espontaneamente. Em alguns momentos, os temas presentes nos roteiros eram introduzidos sutilmente pelo moderador. Percebeu-se também, que nesses grupos o discurso era mais direto, espontâneo e que as participantes não se policiavam e nem se intimidavam pela presença do moderador e dos demais participantes. Nos grupos com as professoras, o moderador teve uma atuação mais passiva, pois o discurso era contínuo, quase não existindo pausas ou silêncios. Também, 206 nestas reuniões, o roteiro foi praticamente abandonado, uma vez que o moderador pouco interviu e apenas levantou alguns temas mais gerais para a continuação da dinâmica dos grupos. Entretanto, em tais grupos, o discurso pareceu menos espontâneo, mais elaborado e policiado e um pouco mais contraditório. Outra dificuldade da pesquisa foi o preenchimento do diário de campo, que ocorria após as reuniões. Esta dificuldade pode ser atribuída à exaustão do pesquisador, devido à tensão gerada pela logística de se operacionalizar estes eventos. O diário de campo era complementado durante as transcrições. Neste sentido, as transcrições apareceram como um momento importante e esclarecedor, em que mergulhava o pesquisador no discurso do grupo, possibilitando um ir e vir no discurso com calma, melhorando a sua compreensão. Entende-se que tal momento foi rico para o pesquisador vivenciar o discurso que analisado pois, continha todas as entonações, ênfases e sons que permitiram uma melhor compreensão sobre a materialização daquele discurso. Posteriormente, no momento da interpretação e das análises do discurso, veio o momento no qual o pesquisador necessitava de maior criatividade para concepção das configurações narrativas, dos espaços semânticos e posicionamentos discursivos, além das construções de representações gráficas destes elementos, sem contar as incansáveis leituras sobre as literaturas que tratavam mais especificamente das formas de análises que são complexas e podem gerar múltiplas interpretações. Neste momento, as leituras sobre os discursos dos grupos acontecem inúmeras vezes para conseguir buscar as relações e fazer as análises de uma maneira criteriosa e consistente. Tal etapa também preocupava pela forma como eram redigidos e apresentados tais informes. Outro aspecto importante de ser ressaltado seria a respeito dos vários trabalhos futuros que possam ser sugeridos a outros pesquisadores. Acreditamos que alguns temas sejam interessantes para futuras pesquisas. O primeiro deles seriam pesquisas mais específicas, que trabalhassem o setor de vestuário, a moda e a percepção que as mulheres têm ao se adequar as ofertas presentes do mercado, à ditadura do manequim “38”, como observamos em alguns discursos dos grupos, que poderá salientar a crueldade presente nos padrões ditados por tal indústria. Fazer pesquisas enfatizando esta temática pode ser um importante trabalho e, 207 preferencialmente, utilizando a Análise Sociológica do Discurso e Grupo de Discussão também como métodos. Outro tema sugerido está relacionado a um maior entendimento das mídias que pode envolver trabalhos para entender como temas relacionados à moda e consumo são discutidos nas redes sociais por mulheres, podendo ser um estudo etnográfico do pesquisador em tais redes sociais. E também um estudo profundo para compreender esse novo fenômeno de mídia, negócio e status que são os blogs de moda, que acabam cumprindo um papel importante, difundindo informações e conteúdos sobre temas que interessam as mulheres como beleza, roupas entre outros, como suas fundadoras adquiriram fama e um negócio altamente lucrativo dentro da internet. Estudar com maior profundidade temas relacionados a distorções ligadas à área de beleza, como de mulheres viciadas em academias, mulheres com tendências anoréxicas ou bulímicas, mulheres que buscam todos os tipos de tecnologias e invasivas ou não invasivas, pois este tema apresenta relevância social e é direta ou indiretamente causado por toda uma indústria que promove e impõe a beleza como algo fundamental e imprescindível para vida das pessoas. O papel do pesquisador neste trabalho foi o de preparar-se para desempenhar uma importante função como moderador nos grupos pesquisados, desenvolver aspectos teóricos encontrados no campo de pesquisa, ter uma relação mais intensa com o seu objeto de pesquisa mediado pelos discursos grupais, aprender a ouvir, a criar, desconstruir, criticar, sintetizar, escrever, ler, interpretar, analisar, reunir, comunicar e agir, mantendo sempre uma postura ética e de respeito às pessoas que contribuíram e se dispuseram a fazer parte de tal pesquisa, preservando seu anonimato. 208 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS,M.E. Body Authorities:clinicism,experts, and the Science of Beauty. Journal of American& Comparative Cultures. v. 25.i.3-4, p.282–289,2002. ALASTUEY,E.B. Fragmentos de la realidad social posmoderna. Revista Española de Investigaciones Sociológicas. v. 102. p.9-46,2003. ALONSO, L. E. La mirada cualitativa en sociología. 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( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante ( ) extremamente importante 8)Qual o grau de importância da utilização de produtos de perfumaria? ( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante ( ) extremamente importante 9) Qual o grau de importância da utilização de produtos de maquiagem(rosto, olhos,lábios e unhas)? ( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante ( ) extremamente importante 10)Qual o grau de importância da utilização de serviços estéticos(tratamentos ligados a beleza)? ( ) sem importância ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante ( ) extremamente importante 11)Você faria alguma intervenção cirúrgica estética(plástica), ou outros tratamentos invasivos? ( )Sim ( )Não 222 12) Você prática atividades físicas regularmente? ( )Sim ( ) Não 13)Você busca cuidar da sua alimentação? ( ) Sim ( ) Não 14) Onde você busca informação sobre cosméticos? ( )Televisão ( )Revistas Especializadas ( ) Blogs Especializados ( )Sites de Empresas ( )com amigas ( ) com familiares ( )com profissionais(esteticista, cabelereiro, maquiador e etc.) ( ) Rádio ( )Outros: ________________________ 15)Quais suas motivações para consumir cosméticos? ( ) cuidados com a saúde ( ) ser atrativo fisicamente ( ) melhorar sua auto -estima ( )aceitação social ( )outros__________________ 223 APÊNDICE B- ROTEIRO DE APOIO PARA PESQUISA DE CAMPO Roteiro de Apoio Provocações: Importância da beleza. Referências de beleza. Sensações sobre o consumo de cosméticos. Visão sobre abundância da variedade dos cosméticos e tecnologias em relação aos cuidados da beleza. Perçepção de beleza. Cobrança social por beleza. Cuidados com alimentação e atividades físicas. Construção da identidade pela beleza. Estimulos para os cuidados com a beleza(mídia, ambiente de trabalho, amigas, familiares, parceiros). Definição e entendimento de padrão de beleza. Relação dinheiro e beleza.Redes Sociais e Beleza. Cuidados em relação ao verão. Tipo de consumo e os rituais de beleza. Redes Sociais e Beleza. Cuidados em relação ao verão. Tipo de consumo e os rituais de beleza. 224 APÊNDICE C- TRANSCRIÇÕES DOS GRUPOS DE DISCUSSÃO Transcrição Grupo 1 M:Eu queria entender um pouco o que vocês pensam sobre beleza- isto preocupa vocês+ Como vocês percebem isso e como vocês lidam com a beleza+ P1: Não assim pela beleza mais pelo cuidado assim+ P2: pelo se sentir bem-acho que toda mulher que se olha no espelho não quer se sentir mal-pois isso baixa totalmente a autoestima- não sei como é com vocês-mas comigo é assim+ P3: Acho que um pouco até o lado profissional-quando tu trabalhar com pessoas numa empresa- tu tens que ir sempre bem vestida+ P4: Tem empresas que até pedem maquiagem+ P5: tu em busca de uma empresa assim+ + M:Que mais- tu tá falando que empresa exige- sociedade exige aparência+ P4: eu trabalho num lugar que na parte administrativa é mulher-então lá é uma competição-uma quer trabalhar mais arrumada que a outra+Prá escola eu ainda venho mais largada- mais pro serviço eu sempre vou de salto eu me maqueio- isso é de lei-a gente atende os clientes-então temos que estar bem arrumada-perfumada com um hálito bom- tudo isso- lá é uma competição+ P2: tem um ditado que diz que a mulher tem que se arrumar para a outra mulher- apesar de eu não concordar com isso- mas+ P1: uma vai sempre querer aparecer mais que a outra M: o grau de importância na vida de vocês- é uma prioridade+ P3: o cabelo é o essencial+ P5: se o cabelo não está bem o resto não fica bem+ P2: e assim pele- espinha- ressecado- a gente tem que cuidar de tudo+ M: vocês tem algum modelo- alguém que vocês se inspiram+ O que vocês buscam+ P4: acho que não um modelo- sempre tem alguém- como agora aquela da novela de unha azul+ P6: Giovana Antoneli+ P4: a mídia influencia bastante eu acho- com relação a um acessório- a esmalte- cabelo- roupa- influencia bastante mas alguém em específico eu acho que não+ M: Vocês falaram em mídia- de que forma a mídia influencia+ P3: é que tipo eles ditam um padrão para gente seguir- não que isto seja pra sempre igual- isso vai mudando+ P1: são no caso tendências- a televisão no caso as atrizes usaram um tipo de roupa diferente- isso acaba estourando- todo mundo quer uma roupa igual aquela- isso acaba influenciando+ M: tem algum tipo de cosmético em particular+ P4: normalmente são batons+ P 3: como assim uma marca- para maquiagem hoje o que tem de melhor pra mim é Mary Key+ P6: é estorou né+ M: tem um mais importante- que vocês investem mais+ P4: eu sou mais do batom+ P3 eu acho importante o rímel+ P2: eu acho perfume- não adianta tá maquiada e tá fedendo+ Por mais que a pessoa não esteja maquiada ela estando bem arrumada e cheirosa isto é o essencial+ Vamo dar um exemplo assim- um homem feio mais que esteja cheiroso até vai- já naõ adianta te um bonito e estar cheirando a chulé- meu ninguém vai ficar perto- e pelo fato de estar com cheiro ruim ele vai se tornar feio+ M: O que vocês acham da oferta de cosméticos que tem hoje+ Na televisão- nos catálogos- nas lojas- na internet+ P5: ótimo quanto mais opções tiver melhor+ P6: tem opções para todo tipo de bolsos- não quer dizer que ele vai fazer o mesmo efeito do produto mais caropor exemplo eu vou comprar uma sombra azul não que dizer que ele vai ter a mesma qualidade de um produto 225 bom- vai ficar mais tempo na pele e ser mais chamativo+ Mas tanto a pessoa que tiver um o poder aquisitivo mais alto ou mais baixo vai poder adquirir tudo uma sombra um batom- mais a oferta é bastante+ M: Com relação à renda de vocês- quanto vocês consomem é percentual significativo que vocês investem- fora o tempo que for pensar+ P3: Assim por mim eu não vou comprar todo mês uma sombra- só eu sair muito e eu precisar bastante- não exageradamente- eu compro o que for necessário+ P2:Shamppo- condicionador- desodorante isso é todo mês+ P5 se tu for parar pra pensar em tudo que tu gasta dá uma boa percentagem querendo ou não mulher é mínimos detalhes e todo mês é uma coisa que tu vai estar comprando+ P3: tinha uma época que eu era fissurada em creme tinha uns trinta potes de creme- agora vou ter que parar para usar+ M: chega num momento de compulsão de comprar por comprar+ P5 não por necessidade+ P4: esmaltes eu tenho muitos- tu compra mais porque tu quer- não porque tu precisas entendeu+ P2: as vezes você não tem nem tempo de fazer a unha- mais achou um esmalte bonito você compra+ P5 sei lá tinha uma época que eu tinha um saquinho de manicure cheio- e eu nem usava- e secou tudo- joguei tudo fora+ P1: esmalte por ser mais barato e mais fácil de você ir numa farmácia ou no supermercado comprar+ P2: as vezes você vai numa farmácia para comprar outra coisa- mais você vê aquele esmalte e acaba comprando+ P3: E assim como você vai no mercado pra comprar pão e acaba levando leite com cosmético é a mesma coisavocê vê um esmalte ah vou levar vê um creme vou levar- vê um batom vou levar+ M: o que vocês acham de tratamento de beleza e todas as tecnologias que tem- utilizam-ou pensam utilizar+ P3: eu não fiz ainda minha condição financeira- ainda não permite+ ++ P1: Acho que é mais cabelo que a gente busca tratamento+ P6: Mais cabelo as vezes uma limpeza de pele+ M: como que vocês enxergam cirurgia- a gente vê na mídia- televisão- as mulheres colocando silicone nos peitos na bunda- vários tipos de cirurgias nos concursos de miss- elas tiram as costelas- como vocês analisam esse tipo de situação+ P6: Seu tivesse dinheiro eu já dava uns retoques+ P3: eu também+ P6: pro silicone eu já to guardando dinheiro porque agora tive meu filho+ P5: eu penso que não tenha mulher que não queira mudar alguma coisa+ P2: eu to feliz do jeito que eu to+ P1: você está feliz do jeito que tu estas- mais se tu tiveres um dinheiro a mais+ P2: É talvez eu mudaria- mas eu não consigo explicar o que eu faria em mim+ P3: eu mudaria tudo+ P4: um pouco que a gente não vai tanto atrás é por causa do financeiro- pois se tivesse condições eu faria um monte de coisas+ ++ M: qual a referência de beleza pra vocês- o que é bonito+ P1: acho que tá arrumado com simplicidade - sem aquele exagero assim+ P3: sem ser vulgar+ P1:é- a pessoa tá arrumada mas não está escandalosa- não sei esse é o meu pensamento+ P3: o conceito de beleza é muito volúvel- as vezes o que é bonito pra um não é bonito pra outro+ P4: beleza assim- você olha uma pessoa e tem boa impressão acha ai que maravilhosa dela- mais vai conversar com ela- pode passar a achar ela feia+ P2: não tem conteúdo+ P6: acho que é um conjunto de características+ P4 beleza envolve tudo+ P1: não só aparência+ 226 P4: é claro que todo mundo quer ter um corpo magrinho- a gente pensa Juliana Paes toda boazuda+ Acho que esse é o conceito que eles passam para a gente achar que aquilo é beleza+ M: vocês já falaram isso em algum momento- mas vocês entendem que a busca da beleza está ligado ao dinheiro+ P3:sim- muito- quanto maior o teu poder aquisitivo- mais tu vais fazer por ti né- por exemplo eu to agora pesquisando para fazer drenagem linfática- não fiz ainda porque não tenho como faze- mais é uma vontade que eu tenho- seu tivesse dinheiro- com certeza já teria feito todas as sessões- e muito mais coisas assim+ P5: acho que isso influencia bastante+ P3: é mais eu não chego a me enforcar por causa disso+ P2: Não é uma coisa que eu precise urgente por exemplo+ P1 é um desejo não uma necessidade+ ++ M: vocês falaram em algum momento em padrão de beleza+ P4: acho que a mídia passa muito um padrão de beleza- mulher magra- mulher alta- em forma- mas toda mulher que assim tem um outro lado ela sofre um monte e vejo que isto já não é tão belo por esse ponto de vista+ P1: o negócio de padrão de beleza tá se acabando assim- antes sempre era- como ela tava falando- mulher alta magra e com corpão assim com curva- mas agora as pessoas já estão perceben- mais pode não ter conteúdo+ P6: mais se tu for analisar um concurso de beleza+ P2 é mais não é só para modelos altas- magras e bonitas- já tem concurso pra gordinha- baixinha+ P4: antigamente o padrão era a mulher mais gordinha- saudável- isso já mudou e agora tá mudando de novo+ P3: que nem na época do Chacrinha as mulheres tinham que ser palpáveis- ter o que pegar- depois o padrão ficou as mulheres super magras+ P5: e hoje em a mulher tem que ter o conteúdo+ P3: é como se fala a mulher toda malhada- marombada- eu particularmente acho horrível- parece homem+ P2: é mulher musculosa hoje é o que mais tem aparecido+ P3: mais nem todo mundo quer ser assim- nos somos diferentes+ ++ M: que tipo de estímulos que influencia a compra de cosméticos- a mídia outras mulheres- a própria indústria da beleza- as lojas- os catálogos+ P1: sempre que eu ligo a TV tá passando um comercial de cosméticos+ P2: principalmente na novela das nove+ P4: a questão da amizade também se tu compra primeiro e vê que o produto é bom- já pergunto onde tu comprou+ P2: uma passa dica pra outra+ P3: tu vê uma maquiagem diferente- tu já pergunta o que que tu tá usando- teu cabelo tá tão bonito- acho que é importante também influencia+ ++ M:vocês entendem que a beleza ajuda a definir uma identidade- vocês buscam a beleza para definir a identidade de vocês+ P6: eu acho- por exemplo uma pessoa que estuda na minha sala e vem sempre bem arrumada- eu vou lembrar dela daquele jeito+ P2: mesma coisa se eu não tiver bem arrumada- toda largada- ela vai lembra de mim por causa disto+ P6: uma pessoa bem arrumada- tu pode não lembra do nome- mas sempre vai lembrar da imagem dela+ ++ M: que tipo de produtos vocês consomem mais-perfumaria- para pele- pro cabelo- maquiagem- depilatório+Com que frequência+ P3: acaba comprando mais shampoo- esmalte e creme porque é o que tu mais usa+ P2: na verdade o shampoo- o desodorante- o creme- são essenciais- no dia a dia você usa+ P3: é tão importante quanto uma compra do mês+ P5: acho que a parte da perfumaria acaba sendo o essencial+ P6: e quem gosta de perfume não tem só um+ P5: é eu tenho uns três ou quatro+ 227 P2:A depilação também é importante- faz uma sombrancelha- são coisa que quando tu achas que tem que fazer tu faz- tu gasta quanto tem que gastar- é uma necessidade+ P3: a não ser esmalte que tu acaba comprando mais- um creme que tu acaba comprando mais+ P5: batom+ M: Que tipo de creme+ P3: creme pro corpo e rosto+ P2: eu não consigo sair de casa sem passar um creme pro rosto e protetor solar- porque é hábito né!+Passo protetor- passo o creme em cima- posso sair sem batom sem rímel- mas sem o protetor e creme eu não saio+ ++ P6: a pele negra se tu não hidrata- ela vai ressecar- e vai aparecer mais do que uma pele branca não hidratada-pra pele negra mesmo é essencial- o que não pode faltar é um creme hidratante+ ++ M: como é que vocês entendem a cobrança em ? Como vocês vem isso+ P3: eu acho assim né- que nem todo mundo acaba seguindo este padrão- mas é bastante cobrado+ P2: a gente cobra da gente mesmo+ P4: ai ela é bonita- mas se ela usasse o cabelo liso- ou o cabelo cacheado ficaria melhor+ P5: ai ela é tão descuida- a gente sempre fala né até da gente mesmo assim+ P3: a gente fala dos outros também por isso a gente se cobra tanto+ P1: a gente fala tanto dos outros imagina o que não falam de mim+ M: a cobrança vem dos outros- quem são os outros+ P4: a sociedade em geral+ P1: as pessoas que você convive no trabalho- eu- por exemplo- no meu trabalho quando atendo os clientes- eles acabam reparando se a gente tá arrumada ou não- se passou perfume demais ou de menos+ P3: até na hora de uma entrevista isso é decisivo- a pessoa pode ser inteligente e a outra também ser inteligentemas se a pessoa tiver uma postura e apresentação melhor para trabalhar com pessoas- tu vende a tua imagem+ P2: lá em casa- como eu sou casada- meu marido fica sempre me cobrando- vai arrumar esse cabelo- meu esse cabelo tá feio ta na hora de cortar- eu sei não precisa me lembrar- as vezes a gente vai sair e eu preciso passar um batom- e ele dá uma olhadinha assim e nossa precisa ir tão arrumada- claro que precisa e os outros- eles vão olhar pra mim também+ As vezes ele vem me cobrar ah passou perfume demais -teu perfume não tá bom- até em casa a gente é cobrado+ P3: em casa mãe- pai- assim minha mãe chega meu deus tu já tá comendo de novo- tu vai engorda- de fato agora eu to indo num endocrinologista+ P2: e porque tu vê o outro meu deus que coisa horrível eu nunca vou sair assim+ P4: em todos os lados você é cobrado no trabalho você tem que ir arrumada- em casa - na rua as pessoas não vão falar que você não tá legal mais ficam olhando pra ti as vezes do pé a cabeça- e ela tá te olhando porque o porque te achou bonita- ou por que você tá feia ou porque tá com olheira- e a pessoa para fica assim ohhh- é a pior coisa que tem+ P5: é eu penso que nunca seria uma musa de propaganda de cerveja- tem todo aquele glamour- é toda bonitatoda perfeitinha+ +Apesar que beleza um dia acaba++ M: Com que frequências vocês vão a salões de beleza- clinicas de estética- academias de ginásticas- vocês tem algum cuidado com o corpo e com a saúde+ P2: Para mim salão de beleza tem que ser todo mês- quando eu recebo a primeira coisa que eu faço é ir para o salão de beleza- o cabelo eu só corto de três em três meses- mais fazer uma sobrancelha- a unha- depilação e uma hidratação no cabelo é todo mês- isto é sagrado- e eu reservo uma parte do meu salário só para fazer issopara eu me sentir bem- eu não consigo trabalhar o mês inteiro só para pagar conta- e não fazer nada para você não investir na gente+ P1 a gente acaba dando um animo+ P2: é quando a gente faz alguma coisa para nó a autoestima da gente levanta+ P5:quando sai do salão cabelo arrumado unha lisinha sai até leve- o stress do dia a dia você até esquece+ P2: amanhã- por exemplo- que a gente não tem aula- eu já marquei às seis horas da tarde- eu saio direto do serviço e vou para o salão- já falei pro meu marido pega a menina na creche- que eu vou pro salão+ M: é como fosse um ritual+ 228 P2: é como se fosse um ritual- é assim eu que vou todo mês eu já me acostumei com isso- mas se a gente não vai senti falta- parece que não é você que tá ali- não tá com a unha feita com o cabelo arrumado se sente mal+ P4: muitos dos lugares assim salões eles fazem pacotes- por exemplo- neste mês eu aderi um pacote de manicure- e tenho direito de fazer quatro mãos e dois pés- então no caso toda semana eu tenho que fazer a mão e de quinze em quinze dias o pé- eles fazem pacotes- to acaba pagando um valor x por tantas sessões- e to acaba fazendo aquilo uma rotina- dependendo o que for toda semana tem que ir+ P3:e nisso sempre acaba incluindo uma coisa junto uma sobrancelha++ P2:sem contar também que se tu vai no salão tem que ser um salão de extrema confiança- você não vai colocar o seu cabelo na mão de qualquer um- pois se estraga o teu cabelo- a tua autoestima lá no chão+ Eu não corto o meu cabelo aqui- eu corto lá na minha cidade- pois a mulher que corta o meu cabelo eu só tenho confiança nelaeu saio daqui pra Itaiópolis só pra cortar o cabelo- eu não tenho confiança em ninguém daqui+ P1: Eu vi numa propaganda que um salão dava garantia numa escova progressiva-e se tu pensa se tem garantia tu já sabe que não vai ficar bom+ P2 e que tipo de garantia que eles vão dar vai que você fica careca ali- eles vão colar o cabelo de novo++ M: Vocês falaram anteriormente que os cuidados com o cabelo eram o mais importante+ P2: eu acho né- o cabelo diz tudo+ P5: eu acho que é a pior coisa tu sair de casa com o cabelo desarrumado- parece que tudo já não presta- cabelo desarrumado parece que é a primeira coisa que a pessoa olham++ M: e vocês acham que os homens também acham isso+ P2: tenho certeza+ P5: eu acho que sim+ P3:sim+ P2: meu marido sempre diz tem que lavar esse teu cabelo ou já assumiu essas tuas mechinhas loiras+ P3 o meu brigou porque eu cortei eu escureci- porque eu era loira né- me arrependi choro até hoje- ele também se arrepende- to brincando gente+ P2: O meu cabelo como ele é volumoso e muito grosso eu faço progressiva uma vez por ano- e o meu marido fica falando quando que tu vai fazer isso de novo- quando que tu vai deixar o teu cabelo lisinho de novo+ P5: meu parece que a pessoa até emagrece- se você está bem com seu cabelo o resto vai tudo bem+ P3: pelo cabelo tu vê se ela cuidadosa ou ela não é- se tu tem o cabelo bem cuidado- o meu agora não tá dizendo muita coisa+ M: quanto tempo que vocês levam para cuidar do cabelo+ P2: se eu for lavar e fazer chapinha tudo leva uma manhã+ P3: e para fazer hidratação vai tempo né+ M: no dia a dia- no cotidiano+ P4: seu for lavar uma hora pelo menos+ P5: eu acho uma hora é o essencial assim+ P2: a não ser que você levanta atrasada e tem que trabalha-daí vai em cinco minutos tá pronto e vai + P4:Se você não tá atrasada- você faz uma chapinha ou um trançado+ P1: a maioria das mulheres acaba acordando mais cedo só para arrumar o cabelo+ P3: por isso que tem mulher que faz progressiva- que tu já acorda linda pronta+ P2: por isso que eu quero fazer pois daí eu levanto e já vou direto trabalhar++ M: e academia de ginástica- atividades física vocês acham importante+ P2: acho importante- mais o problema é tempo né+ P6: Eu faço depois da aula+ P4: Eu fazia depois que comecei a estudar parei+ P2: eu acordo às sete horas- deixo minha filha na creche- vou busca-la as cinco e dezoito- deixo ela em casa com meu marido- e vou pra aula- quando volto tenho que cuidar de casa- filha- marido- eu tenho que me preocupar com a casa- dai eu não tenho tempo pra fazer academia+ P1: Até tem tempo - mas você tá tão cansada que não tem animo pra ir+ P2: daí não adianta pagar uma academia pra você ficar em casa+ P6: é só você ser disciplinada- eu tenho um filho e só casada- eu só não vou antes porque eu começo a trabalhar muito cedo- mais depois daqui eu vou pra academia e malho mais ou menos uma hora+ 229 P3: eu agora não tenho ido- eu to morando em São Francisco e não tenho tempo pra ir- mas antes eu acordava cinco horas da manhã pra ir a academia+ P1: Antes de ter filho eu era atleta- mais depois que eu tive o Kevin- eu tive que largar- mais fui fazer academiapois eu tenho necessidade de tá fazendo alguma coisa+ P5: Eu acho uma coisa essencial+ P6: eu vejo barriga em mim e a minha perna é fina+ P1: não tem mulher que come tudo o quer- eu sempre tenho que cuidar se comer uma fritura- na próxima refeição eu vou cuidar++ M: Aproveitando vocês cuidam da alimentação P2: bastante P3: eu vou começar a cuidar P2 eu cuido porque eu engordei muito quando estava grávida- e depois que a minha filha nasceu- graças a Deus eu consegui perder dezessete quilos- e quero perder mais cinco quilos+ P6: eu sei que tem coisa que é gordurosa- mais se eu tenho vontade eu vou comer+ P5: eu sempre fui acostumada a comer tudo verde+ P2:é pelas duas questões pela saúde e pela estética né+ Pra uma mulher que ta querendo emagrecer- ela tem que fazer assim- eu to usando calça 44- vai lá e compra uma 38 e eu vou entra nessa calça- enquanto eu não entrar nessa calça eu não desisto- foi isso que eu fiz- senão eu não ia consegui- pois eu usava 44- hoje graças a Deus eu estou na 38- então eu consegui chegar lá- mas eu ainda quero mais+ P4: não é aquela coisa exagerada- e nem todo dia+ M: e querer emagrecer é objetivo de vocês+ P2: eu acho que sempre+ P5: claro pois toda mulher quer ficar bonita+ P3: quem não quer emagrecer quer engordar+ P2: maioria uns 80% das mulheres querem emagrecer- se não for mais né+ P3: Ela é magrinha mais ela enxerga barriga nela+(falando de P6) P5: eu acho que não existe mulher que não acha que não tenha nenhum defeito- pode ser a mais magrinha que for- ela sempre vai achar+ P3: isso porque a gente não se ve inteira- imagina se a gente tivesse olho na mão- meu deus- a gente sabe o que vê no espelho- mais a gente não se ve no todo++ M: Aproveitando o gancho como é que vocês se enxergam diante do espelho+ P6: Depende o dia+ P5: é depende o dia+ P3: é depende como a gente acordou como a gente dormiu+ P2: se for no sábado todo mundo tá linda+ P4: tem uma época que tu ta de TPM- que tu pode tá linda e maravilhosa que tu te olha no espelho- ai eu tou um lixo++ P3: cada dia a gente se sente de uma maneira diferente+ P2: tem dia que tu nem liga- mas tem dia que tu olha no espelho e toma um susto- pode botar dez tipo de roupa ou de maquiagem que tu não vai se sentir bem- principalmente quando sai uma espinha- meu daí tu se sente+ P5: nem fala é o fim+ M: Aproveitando como é que você analisam o cuidado com a pele+ P3: tónicos- adstringente e esfoliante+ P2: eu acho que o cuidado maior que talvez a gente tenha que ter com a pele é o cuidado com o sol- que talvez seja o mais perigoso+ P3: na verdade teoricamente você teria que se preocupar com alimentação e filtro solar+ P2: ah se você não usa o protetor solar- ai você fica lá no sol torrando+ P1: e não toma agua+ P2: isso pode te gerar um câncer de pele mais tarde- só pelo simples fato de tu não ter cuidado da tua pele- por mais que tenha gente que não ache- essas luzes também queimam- e o protetor solar eu acho que é essencial+ Como eu passo 99% do dia na frente do computador- eu passo muito protetor solar porque a luz do computador também queima+ 230 P3: No cuidado da pele- vai tudo- alimentação- protetor solar- creme+ M: Vocês conseguem dizer qual o percentual da renda de vocês é gasto com cosméticos+ P5: eu acho que uns 20%+ P4: não só o rosto e o corpo- a aparência é tudo a roupa o sapato- a bolsa+ P3: tu vê uma coisa diferente não tem como- a gente perde a noção de quanto gasta+ P2: por exemplo a roupa- não adianta você ta ali com um cabelo bonito e com uma roupa que não te agrada+ P3: chega ser incalculável eu acho+ P4: acho que no mínimo uns 20%+ P3: cuidado com a aparência+ P2: tu passa na frente de uma loja ai que coisa bonita+ P5: ainda mais se tu trabalhas no centro né- tu passa na frente de todas as lojas todos os dias- e tu sempre vê alguma coisa diferente- meu eu acho que é uma tentação- shopping então nem se fala+ P3: eu to pra comprar um tênis de academia faz uns três meses- eu ainda não comprei o tênis- mas comprei diversos sapatos++ P1: é tu compras dez coisas que tu não precisas pra compra uma que tu realmente necessitavas+ P6: Consumismo né+ P2: Na época que eu comecei a trabalhar- tinha uns doze ou treze anos assim- eu ia nas lojas e me enchia de blusinha- eu precisava de calça- eu precisava de bermuda- de sapato- mas eu ia na loja pra compra eu não conseguia era só blusinha+ P1: eu também sou assim eu preciso de uma calça jeans- eu chego lá compro uma calça jeans e três blusas- eu preciso de um sapato- compro um sapato e três blusas+ P2: isso é porque a calça talvez as pessoas não percebam que você esteja usando dois dias seguidos- mas a blusinha você tem que tá todo dia com uma diferente+ Eu inha uma pra cada dia do mês- porque eu tinha muita blusinha- depois eu fui me desfazendo+ Agora eu não compro mais muito- só compro o que eu preciso+ P4: A mesma coisa assim pra compra presente pra minha sogra- um creme- ah mais tu não que ver nada pra ti- é a palavra mágica né+ P5: era o que tu tavas esperando escutar+ M: que tipo de produto vocês compram- onde compram - e onde vocês buscam informações sobre cosméticos+ P3: eu costumo acessar bastante blogs- na questão de maquiagem- lojas eu prefiro o Boticário- ou outra que tenha a pronta entrega- eu não confio em catálogo- você não tem como provar+ P2: eu compro de catálogo o que eu já conheço- vamos dizer assim é um perfume- eu compro se eu já conheçopor exemplo venda de roupa-você vê ali uma calça que é 38- mais tem 38 que é 34- tem 40 que é 36- como que você vai provar e depois não tem devolução e você é obrigada a ficar-mesma coisa chinelo essas coisas assim- eu acho que cosméticos deve ser a mesma coisa+ P3: A coisa de tu provar e tu vê como é que fica né+ P2: Por exemplo eu vou na farmácia- tem aqueles provadores de batom- himel ou lapí- eu não vou provar-vai saber em quantas bocas já passaram- ou eu posso pegar uma conjuntivite- mais eu coloco na mão pra ver como é que fica+ P5: Aí vai a questão da tua amiga também- ela já comprou tu vê que é bonito+ P4: eu adoro os lugares que dão amostra grátis- por exemplo tem uma menina lá no meu trabalho que é representante Mary Kay- ela tinha amostra de perfume e de batom cada um pega e leva a sua- eu acho que isso também influencia bastante- se tu vai num lugar e ganha uma amostra de perfume- tem loja que na compra tu acaba ganhando né+ P1: tu acaba ganhando confiança na marca+ M: A marca é importante+ P1: Sim+ P3: Sim- se não for uma marca conhecida dependendo do que for- pode te dar algum problema- alergia uma coisa assim- tu tem ter confiança naquilo- a marca influencia muito- e acaba sendo um fator muito importante++ M: Vocês conseguiriam sintetizar porque buscam a beleza- o que motiva vocês a se arrumarem+ P5: Auto- estima+ P2: Auto-estima+ P4: Auto estima+ 231 P3: Auto estima+ P1: se sentir bem é o que importa+ P6: a auto-estima de vocês se sentir bem consigo mesmo+ P3: tu não sair com medo de+ P5 ninguém te olhar de lado+ P4 e tu também- você se sentido bem é o que importa++ M: Vocês falaram que quando acordam mal- vocês não vão se sentir bonita- não pode acontecer ao contrárioacordar mal e se arrumar pra melhorar+ P3: Mesmo que você se arrume+ P2: você não vai se sentir bem- mesmo que você se arrume- você vai se olhar no espelho e pode ter vontade de chorar+ P6: dependendo do dia você estando com baixa auto-estima- você pode se arrumar igualzinha a semana passada que você tava bem e se sentiu linda- nessa semana você se arrumou igual mais tá se sentindo feia+ P3: Tu pode até se arrumar melhor ta mais bonita- mais daí você não tem aquele brilho- não tá feliz+ P2: e as outras pessoas que convivem com a gente sabem quando a gente não está bem+ M: E o consumo de alguma coisa que vocês estavam querendo não mudam esse humor e esse lado emocional+ P3: Geralmente quando eu brigo com o meu marido eu viro mais consumista+ P5: é eu não quero nem sabem saio e vou pro shopping+ P3: pelo menos eu tenho que comprar alguma coisa+ P1: é a solução dos problemas+ P5: tu tá naquele stress- e tu compra uma coisa mínima que seja- meu tu já fica mais alegre- tu já fica mais felizjá até sai o sorriso+ P2: dai tu tem que acha um dia pra mim usar- e tomara que esse dia chegue logo++ M: A busca da beleza tá relacionada a vocês se tornarem mais atraentes fisicamente+ P3: Acho que inconscientemente sim- apesar de a gente se vestir pra gente- a gente sempre quer chamar a atenção do outro+ P4: Mais quando a pessoa tá solteira- que ela vai se vestir bem pra achar um gatinho- vou sair e encontrar várias pessoas- depois quando a maioria cas- as pessoas não se cuidam tanto como deveriam- ah já to casada já desencalhei- não preciso mais me cuidar+ P2: tem muita gente que pensa nesse sentido- mais tem gente que não - eu tenho que me cuidar pras segurar meu marido- senão ela vai ficar com outra- tem um pouco dos dois lados+ P1: tem aquela coisa você se arruma e sai na rua e alguém fala que você tá linda- pronto ganhou o dia+ P2: ou alguém - nossa como você emagreceu- aquilo assim- meu você trabalha mais- fica de sorriso de orelha a orelha- meu a melhor coisa de ouvir é isso+ M: Vocês falaram em muitos momentos no trabalho- neste sentido não apenas ser atraente para o outro-maridonamorado- ser atraente na vida profissional também não é importante+ P1: Igual ela falou na parte de entrevista de emprego- eu fiz um curso de recursos humanos e teve uma aula que o professor falava como tu deverias ir numa entrevista de emprego- mulheres por exemplo uma calça jeans- uma blusa branca não decotada e cabelo preso- era esse o jeito que as mulheres tem que ir+ Não aquela coisa chamativa nem apagada+ P4: eu trabalhei três meses numa empresa- que o meu supervisor falou pra mim- a gente nunca pediu pras meninas virem com maquiagem- sempre para elas virem sem- não sei se elas exageravam- eu sempre fui do básico lápis no olho um hímel- eu nunca elogiei ninguém nem reclamei com relação a maquiagem- mais o teu jeito de se maquiar é ótimo pode continuar assim- meu como de certo vinham as outras meninas deveriam vir que nem um palhaço né- quando ele falou pra mim- meu meio que ninguém nunca me falou isso e eu até fiquei meio assim- como eu era secretaria e todo mundo que chegava na empresa dava de cara comigo- eu acho que isso até ajudou a empresa+ P2: Talvez alguém lembre de você até por causa da empresa- uma pessoa que foi e viu com uma maquiagem igual de um palhaço- vai lembrar de você pela maquiagem igual de palhaço++ M: Qual a posição de vocês com relação a cirurgias+ P3: eu faria+ P6: se tivesse dinheiro eu faria+ 232 P4: Acho que todo mundo aqui faria+ P2: talvez eu não faria uma cirurgia- e sim uma depilação a laser- pois eu tenho muito pelo nas pernas- nos braços e na axila e isso me incomoda+ P3: Eu faria uma lipoaspiração+ P1: eu gosto da idéia de você tirar daqui e colocar aqui- isso eu faria+ M: Vocês não tem nenhum preconceito quanto a isto+ P2: Não é que eu não faria- mais hoje eu não faria eu com certeza iria investir em outra coisa+ P5: Acho assim oh- a partir do momento que tu podes tu tens condições- não existe mulher que não queira mudar alguma coisa- nem que seja uma coisa mínima+ M: vocês tem que lembrar que hoje em dia vocês são jovens+ P2: talvez daqui a trinta- quarenta- cinquenta anos eu queira- mais agora não penso fazer cirurgia+ P3: eu esticaria tudo- se pudesse mudaria um monte de coisa+ P2: A não ser que tivesse uma cirurgia pra aumentar o tamanho- daí eu faria+ M: E as celebridades que fazem muitas cirurgias plásticas+ P3: Aí tudo tem o seu limite+ P5: Ficar coma cara esticada assim chega a ficar feio+ P2: A Ana maria Braga quando sorri ela fica assim+ P1: é sem expressão nenhuma+ P5: que nem semana retrasada tava passando uma reportagem de uma mulher que tem mais plásticas no mundonossa ela ficou horrível- já nem tem mais identidade+ P3: eles ficam tudo com o rosto igual+ P5: A pessoa começa a tornar aquilo uma obsessão e vai se estragando na verdade porque vai ficando uma coisa ruim+ P2: ela tenta ficar bonita- mais ela acaba ficando feia+ P1: tipo uma coisa que eu nunca faria é aplicar botox+ P2: a eu também- sempre fica feio+ P5: eu não mexeria no nariz- nem nada no rosto+ P1: eu não vi ninguém até agora que tenha colocado botox e ficou bom+ P3: uma vez eu vi uma frase que dizia- eu não lembro quem é o autor e dizia- envelhecer é tão poético que até o sorriso está entre aspas- a eu achei o máximo- acho que é bem isso mesmo+ M: Em algum momento você falaram em blogs- a internet é um meio como busca de informações para o consumo de produtos de beleza+ P4: Normalmente onde eu vejo facebook- sempre aparece umas propagandas assim- daí tu compartilha dizendo o que acho da matéria e tu acaba entrando no blog e vendo outras coisas+ P1: Não é um site ou um blog só- tu vai pesquisando e aparece um mundo+ P5: tu vai no que te chama atenção+ P3: eu vejo muitos vídeos+ P4: tutoriais né- sempre te ensina alguma coisa maquiagem- como se vestir- ou cabelo+ P3: Eu aprendi num vídeo a fazer trança embutida- e como eu sou professora eu fiquei testando em todas as minhas alunas- foi a semana inteira todas de trança imbutida+ M: Então vocês acham que a internet tem um papel importante na busca de informações+ P1: Sim+ P2: Sim+ M: E que tipo de informação vocês vão buscar+ P6: o preço dos produtos+ P2: quando tú que sair- e você diz com que roupa que eu vou+ P5: dai pesquisa dez mil looks na internet+ P4: dependendo da estação- por exemplo verão- vou procurar um vestidinho pra mandar fazer+ P1: Na verdade você acaba procurando o que se vai usar na próxima estação+ P3: Eu procuro de tudo já que oferece de tudo- a questão do blog é bom por causa que as meninas do blog vão falar de tal produto- elas sabem porque já testou nela- como fica a pigmentação- como tu não tem acesso tu fica 233 meio que confiando no que ela falou+ E quando tu vai compra produto- tu vai pesquisa quem já usou e o que tá falando a respeito+ P2: Só que assim- nem todo produto dá pra toda pessoa+ Uma vez eu tive experiência- meu nem quero lembrar mais disto- uma moça fazia limpeza de pele- ah porque eu só uso produto natural- aí falei com uma pessoa que já tinha feito- ah é tranquilo pode fazer é bom os produtos que ela usa é bom- então tá né- fui eu ela aplicou um produto pra limpar- depois passou outro ficou um tanto de tempo no meu rosto- depois passou outro pra tiradepois no mesmo dia a tarde eu tava com a cara daquele tamanho- eu não podia nem sair na rua- eh uma pessoa falou que era bom mais talvez fosse bom na pele dela- na minha pele não deu certo- eu jurei que nunca mais iria fazer limpeza de pele- porque eu tive uma alergia muito feia- tive que tomar medicamento- injeção para tirar aquilo no meu rosto se não a alergia ia passar pelo corpo- nem sempre o mesmo produto dá pra passar em toda pessoa+ M: Vocês se identificam com alguma tribo- pelo modo que vocês se vestem- tem alguma identidade de grupo+ P2: Eu sou do básico+ P3: Acho que tem aquele dia que tu vai e usa aquele estilo mais hippie- tem dia que ta mais moderninha- social+ P2: Acho que também depende a ocasião- porque você não vai numa festa de formatura vestido que nem+ P5: de calça jeans+ P2: é você vai com uma roupa social- você não vai numa festa com uma roupa que não tem nada a ver também+ P3: Numa festa de criança que você vai de roupa social+ P1:Acho que tudo depende do momento+ P6: Tu sempre vai ter o básico no teu guarda-roupa- mais tu sempre vai ter uma peça da tendência- mesmo que tu saiba que depois tu não vai usar mais-mais tu sempre vai ter aquela peça no teu guarda-roupa+ A tendência é aquela que toda loja tem- tu vai sair tu sabe que alguém vai ter aquela estampa- mais mesmo assim tu vai querer ter uma++ M: Sobre celebridades vocês acham que é uma fonte de inspiração é referência+ P6: eu acho que as celebridades americanas se vestem muito bem+ M: Alguem em especial+ P6: Eu adoro a Beyonce- o jeito que ela se veste- a mulher do presidente eu também acho linda- eu acho que os americanos se vestem muito bem+ P1: é porque lá o que eles tão parando de usar aqui ta começando+ P4: eu acho que as atrizes das novelas- na novela passado tinha aquela que todo mundo tava imitando- não lembro o nome+ P2: tinha uma novela das nove- Salve Jorge que tinha a Helo que o pessoal imitava as pantalonas- os cintos e a camiseta pra dentro da calça- coisa que meu fazia uma carinha que eu não via gente usando+ P3: Geralmente é a novela mesmo- que tu acaba vendo- aquela francesinha invertida+ P2: é verdade a unha pintada de vermelho com aquela francesinha na ponta+ P1: Eu lembro de uma novela que ela sempre tava desse jeito esmalte vermelho e a francesinha preta na ponta ou esmalte branco com a francesinha vermelha- e isso acabou muita gente usando o esmalte assim+ P3: Não tem uma pessoa- eu acho que são vária- conforme acaba uma novela- e começa outra- vai mudando né+ P6: A tendência do filho único com brilhante com florzinha+ M: E o esmalte é uma coisa importante pra vocês+ P3: é fissura né+ P4: É um produto acessível- barato- e tu não vai dizer ah vou comprar mês que vem- se tu tiveres dois ou três reais tu compra+ P3: toda vez que tu vai na loja tu compra- independente de pintar a unha+ P2: Eu por exemplo tenho milhares em casa- e vou fazer a unha no salão- é uma coisa que nem sapato- tu tens dois pés- mais em casa tu tens milhares de sapatos+ A questão do esmalte tu tens um laranja- um rosa- um pretomas tu só usa o vermelho- você pode ter todas as cores- mais o que você usa é o vermelho+ P1: Eu por exemplo trabalho no caixa- hoje minha unha tá um lixo- mais você sempre tem que tá com unha feitapois você tá mexendo coma mão e todo mundo vai notar- tem mulher que chega- ai que lindo o teu esmalte- tu sabe eles reparam+ P2: Ai que bonito essa unha quem que fez+ M: Mais alguma coisa sobre celebridade+ 234 P3: Assim eu achava horrível aquela calça saruel- meu deus que coisa horrível- mais de tanto vê- hoje eu tenho duas- e agora eu acho lindo-tu acaba se influenciando- é mais por todo mundo tá usando do que por gosto seu+ M: Veio a tona o consumo excessivo por esmaltes- por ser barato- isso dá prazer pra vocês+ P1: outro dia eu entrei numa esmalteria- uma loja só com esmalte- eu fiquei perdida lá dentro+ P2: eu não achei essa loja ainda nem me mostra++ P1: Meu de todas as marcas de todas as cores- você fica assim perdida+ M: Tem mais algum tipo de produto que vocês usam- tem dia que tu quer se sentir mais fofinha- daí tu põe um de rosas- tem dia que tu quer ir mais despojada dai tu botas outro+ M: Vocês falaram em ter um cabelo bonito- mais vocês não pensam em ter uma identidade própria- um estilo+ P3: Não sei você sempre se espelha em alguém+ P6: eu também acho- é difícil tu criar um modelo tu sempre vai ta se espelhando em alguém- alguma artista+ P4: Pra tu criares teu próprio estilo tu não tem que ligar pra ninguém e ficar por fora de tudo o que os outros pensam- só o que tu gosta- não sei eu não consigo ser assim+ P3: Ah você pode até ter o seu estilo tal- mais você sempre vai comprar uma blusinha que ta na moda e que os outros estão usando- eu acho que um pouco cada um tem o seu estilo- mas também compartilha com os estilos dos outros+ M: O que vocês pensam sobre a moda?+ P3: Acho que é bom assim- porque tu sempre tá se renovando+ P1: A moda é boa- o consumismo que é ruim+ A vontade de querer comprar- comprar- comprar+ P3: Se tu não consegue comprar aquilo que os outros tem- tu te sente fora da casinha+ P2: talvez se a gente não acompanha- a gente se sente desinformada e desatualizada+ P3: Mais dai tem o estilo básico pra você se sentir bem+ P4: Por um lado é bom- mais por outro lado tem o consumismo- eu não sou uma seguidora da moda- tenho camisas e calças de cinco anos atrás+ P2: A calça jeans nunca sai de moda né+ P6: só muda o tamanho mais alta e mais baixa+ P5: é legal porque tá sempre renovando- mais não é uma coisa que eu siga muito+ M: Vocês acham que os cosméticos seduzem vocês- o desejo por aquele esmalte ou por este batom+ P2: querer nem sempre é poder+ P4: há depende se outros usam você acaba se influenciado- e acaba desejando aquilo + P5: As vezes tu gosta dá embalagem e tu compra só por causa da embalagem+ P6: ou ela usa aquele determinado produto- mais não quer dizer que tu usando em casa vai ficar do mesmo jeito+ P2: Se ela foi no salão- tu não sabe se ela fez escova se hidratou- em casa você vai só passar o produto- não vai ser a mesma coisa- você só vai passar e pronto- você não vai ficar com uma toca na cabeça- depois vai secar- vai escovar vai passar chapinha- no salão pode ficar bonito- mais nem sempre em casa você vai ter condições de fazer tudo+ P6: eu tenho amigas- que tu vê o cabelo delas ah é perfeito- não quer dizer que tu passares os produtos vai dar certo+ P4: Você vê propagandas seu cabelo lindo sem gastar um tostão+ P2: Você vai ter resultado de salão em casa- isso dai acho que engana bastante- vai que cola né+ M: Que tipo de cuidado com a beleza que vocês consomem mais- que vocês gastam mais+ P3: Eu gasto com cabelo- sem dúvida+ M: O cabelo é o mais importante por isso vocês gastam mais+ P2: Isso com certeza+ P4: Sim + P1: É+ M: Com relação as redes sociais e o excesso de exposição de imagens- isso aflora a vontade de estar bem- isso influencia vocês+ P2: Hoje em dia é difícil alguém que não se preocupe com isto+ P3: Outro dia tiraram uma foto no meu serviço e a guria postou- e eu queria esgoelar ela+ P1: hoje quando alguém vai tirar uma foto e tu não tá arrumada- corre né+ P2: com certeza vai ser publicado+ 235 P1: O contrario se no dia tu tais te achando bonita- tu és a primeira na foto a querer aparecer+ P5: qualquer coisa que exponha a tua imagem meu é importante+ P3: Não que seja importante mais é gostoso se expor né+ P4: se tu tiver bem né+ P2: se tu tá bem e a outra pessoa vê tuas fotos e fala nossa como você tá bonita na foto+ P3: Se tu tem facebook é porque tu quer se mostrar-mais tu não vai mostrar coisas ruins- tu vai mostrar coisas boas da tua vida- um momento que tu tá feliz- um momento que tu tá com teus amigos- não pode ser de qualquer jeito né- o que tu que mostra para as pessoas é que tu estais bem e tu estais feliz+ P2: é e não que tu tá acabada- mesmo que estejas triste- tu que mostra que tá feliz+ P1: tu que mostra pra você mesma que você tá bem e vai se sentir bem+ M: Nesse mundo virtual a cobrança com as aparências é maior+P3: Dai tu olha no facebook né- olha essa aí casou teve filho-olha o corpão- ela tá acabada- coitada- quando eu falo coitada- pode saber que a pessoa tá destruída+ P4: eu acho que de certa forma tem uma cobrança- tem uma pessoa que tu não vê a anos- quando vê meu deusou aquela do ensino médio né que era linda maravilhosa- dai tu se sente até uma diva né- olha tá acabada++ P4: Ai que horror+ M: Como é que vocês se sentem diariamente sendo avaliadas pela aparência- ou vocês acham que não existe isto+ P3: é assim tem dias que eu acordo e penso em me vestir melhor- mais teve um dia que eu tava horrível- porque eu acordo cinco horas da manhã e escolho a roupa quando eu olhei anoite meu deus- o que é isso o que eu fiztive que vir pra aula assim mesmo- tu já pensa que todo mundo vai olhar- as pessoas podem até não estarem nem reparando em ti mais+ P2: As vezes a pessoa não tá te olhando- mais tu olha pra ela e ela olha pra ti- e tu pensa meu deus ela tá me achando horrível++ M: Qual a coisa mais importante com relação a beleza- sem ser o cabelo- por exemplo o corpo+ P1: Hoje em dia o que ta sendo mais importante é você aliar a beleza com a sua saúde- é que mais tem sido falado e comentado+ P2:tem até uns programas de televisão que tão colocando né- por exemplo o Fantástico que tá colocando o medida certa- preocupação com alimentação e exercício- eles fazem todos aqueles exames+ P5: cuidar da saúde eu acho que é essencial+ P3: as pessoas estão sempre reclamando que não tem tempo- nestes programas eles mostram como a pessoa pode achar um tempo pra pessoa se cuidar- e acabar a desculpa eu não me cuido porque não tenho tempo+ P1: todo mundo acaba tendo tempo o que não tem é animo mesmo+ M: Vocês fazem dietas+ P4: muitas+ P3: eu já tentei fazer e não consegui+ P1: não aquela dieta de passar fome- de cortar aquele tipo de comida- ou comer só do outro- mais uma dieta moderada- se hoje eu comi bastante- amanhã eu tenho que diminuir-aquela coisa de você estar se controlando mesmo+ P2: Na verdade eu fiz mais eu não consegui- saí eu mudei a minha alimentação- eu não comia salada- dai eu comecei a comer salada e feijão ou salada com carne- mais a salada tem que ter por mais que eu não goste- antes eu não sentia falta- mais agora eu não consigo almoçar e não comer salada-mesmo que eu não seja fã muito de salada eu já sinto falta+ M: No cotidiano de vocês cada ambiente-casa- trabalho- faculdade- eventos sociais- ir ao shopping- cada um tem um look específico- um padrão par a roupa e uso de cosméticos+ P5: Eu acho assim não tem como tu ir no shopping com a roupa de balada- não tem como tu ir numa formatura com uma roupa básica que tu usa no dia-a-dia- cada momento tem um determinado look + P3: Hoje- por exemplo- eu tinha que usar uma roupa que eu tivesse que ir no médico e não fosse fora da casinhair trabalhar e vir pra faculdade- mas normalmente eu venho de mudança pra cá- porque eu moro em São Francisco todo dia eu venho com a roupa que vou trabalhar- tomo um banho e boto a roupa que eu venho pra cápois não tem como eu trabalhar com a mesma roupa de vir pra faculdade- pois eu sou professora numa escola de 236 educação infantil- aqui eu venho toda arrumadinha- seu eu fosse assim trabalha eu iria ficar toda remelentaentão lá eu uso mais o uniforme ou uma roupa mais básica+ M: Vocês acham que os cosméticos auxiliam na mudança de papeis que vocês tem ao longo do cotidiano+ P4: tu não vai trabalhar com uma minissaia ou um perfume mais forte+ P3: Em casa tu vais ficar mais confortável- só uso um protetor solar- agora não se tu for sair vai botar uma maquiagem- mesmo que seja só um rímel e um batom- mais tu vai passar+ P4: Se tu for sair anoite então+ P3: daí já é outra coisa+ P2: quando tu vai trabalhar por exemplo- num lugar mais sério o cosmético ajuda bastante+ M: A gente mora próximo ao litoral- vocês no verão se preparam para a praia+ P1: Projeto verão+ P3: esse ano eu não fui gente- só fui pro Capri que é uma praia escondida- porque eu to me sentindo anormal assim- não consegui+ P5: Acho que toda mulher se preocupa quando vai chegando o verão+ P4: A gente se preocupa com a alimentação- ou faz exercício- academia+ P5: é nem que seja corrida ou caminhada uma hora por dia+ P1: talvez tu nem vá pra praia- mais tu sabe que no verão tu vai usar todo um tipo de roupa mais justinha mais curta+ P3: que acaba mostrando mais e o corpo fica mais em evidência+ P2: a quando chega a primavera- todo mundo começa a se preocupar+ P3: Por isso que eu não fui+ P2: O problema é assim talvez tu só se prepara nos três meses que antecedem o verão- porque quando chega outono e inverno- a gente começa a relaxar- você pensa assim tá frio+ P5: ninguém vai ver né+ P2: Se tá frio e tá chovendo é um final de semana- você vai ficar em casa- e você fica em casa fazendo o que+ Comendo né- você vai no mercado comprar o que+ besteira + P5: Você vai pro mercado comprar chocolate pra ficar em casa na frente da TV vendo um filme+ P2: E no verão quem é que vai ter paciência de ficar na frente da televisão com aquele imenso calor+ P4: No verão você vai ter que cuidar bem mais porque você vai usar roupas que o seu corpo vai mais aparecer+ M: O que vocês acham das doenças ligadas a aparência bulimia- anoerexia- esse exageros por magreza de modelos+ P1: A pessoa acaba ficando tão fissurada com a sua aparência- ela fica olhando no espelho e fica se achando que tá gorda+ P2: tipo assim na verdade eu trabalhava com uma amiga minha que ela não era gorda- o peso dela era ideal pra ela assim- só que ela se olhava pelo espelho e ela se achava gorda- o que que ela fez ela não comia- se ela comia ela ia lá vomitar-e ela começou a ficar doente- e ela tava cada veze mais magra- parecia um bambu- e ela começou a ficar doente- ela desmaiava do nada- ficar depressiva- você olhava pra ela ela tava chorando- e ela dizia que ela tava gorda que ela tava feia- dai todo mundo falava que ela precisava engordar- porque ela ficou muito magra ela tava feia- e dai como todo mundo falou pra ela que ela tava feia- dai ela ficou mais depressiva ainda+ P1: A minha irmã ficava semanas sem comer- ela tem um metro e setenta de altura e pesava cinquenta quilos- ela passava semanas sem comer e ela se sentia bem daquele jeito- tanto que ela começou a desmaiar e ficar malchega um ponto tão fissurado na cabeça da pessoa que ela não sabe nem mais o que ela tá fazendo- ela quer tanto aquilo que ela começa a passar dos limites- não tem noção do perigo que vai se tornando aquela obsessão+ P3: Falta de limite de aceitação+ P1: isso não faz bem pra ninguém+ P3: é a mesma coisa as mulheres que tem obsessão por fazer plásticas+ P2: é elas querem ficar bonitas e acabam ficando feias+ M: O que vocês acham de belo em vocês+ E o que não é belo+ P1: Belo é um só meus olhos- o resto+ P4 em mim é meu olhar e o sorriso- e o que eu mudaria em mim é os meus seios que aumentaria um pouco- eu não gosto do meu pé- que parece o pé do meu pai+ 237 P3: eu gosto do meu cabelo as vezes- tem dias que a gente gosta de tudo e tem dias que a gente não gosta de nada+ P2: eu gosto bastante do meu cabelo quando eu faço progressiva e da minha sobrancelha- apesar que hoje ela tá muito feia- amanhã eu vou no salão fazer- e se eu fosse mudar alguma coisa em mim- eu não sei o que eu mudaria- talvez os meus dentes- eu faria um clareamento neles pra eles ficar mais branquinhos+ P3: Eu ao mesmo tempo gosto de tudo e não gosto de nada- as vezes eu meolho no espelho e me acho bem- não mudaria nada em mim me amo- mais tem dia que eu não gosto mais- eu não sei assim dizer+ P2: depende como a gente tá né+ P5: não que tenha que ser aquela cosia perfeita das mulheres que a gente vê na televisão- mulheres malhadasmais eu mudaria algumas coisas- mais o que eu mais gosto é do meu cabelo e do meu sorriso+ P3: daqui uns 5 meses eu vou estar gostando do meu corpo de novo- mais isso é um projeto né por enquanto ele tá dando pro gasto+ Transcrição Grupo 2 M: O que vocês entendem por beleza+ E qual a importância dessa beleza na vida de vocês+ P3: A questão de beleza varia bastante- pode se tanto o negócio de se maquia- se arrumar- como a beleza da gente se sentir bem- estar bem- não só de se arrumar- mas também de se sentir bem+ P4: No caso eu acho que é autoestima pra mim eu me sentindo bonita é o que vale+ P6: Depende as vezes o que é bonito pra mim não é bonito pra pessoa- por isso é que tem vários tons de maquiagem- pois é aquilo que a mulher mais vê maquiagem- o creme- os olhos- isso vai aumentando a autoestima da pessoa- mas eu acho que a maquiagem e os produtos cosméticos realçam isso na mulher+ P3: varia muito de mulher pra mulher- tem mulher que dá bola pra ta com a unha bem feita- tem mulher que não sai de casa sem tá maquiado- tem mulher que não sai de casa sem chapinha- depende muito de uma mulher pra outra o que é mais importante pra ela+ M: Como vocês se enxergam diante do espelho- como vocês se vêm no espelho+ P6: Com ou sem maquiagem++ P3: Depende tem dia que tu acorda bonita- mas tem dia que se tu te maquia vai ficar pior que já tá+ P1: vai depender do teu humor também- tem dia que tu podes se arrumar- e todo mundo acha que tu tá lindamais pra ti tu vai tá feia- e não vai ter quem bote na tua cabeça que tu tá bonita+ P3: tem dia que tu coloca uma roupa e atua amiga diz que tá lindo- mas tu não acha- não adianta pode ser a roupa mais perfeita do mundo+ P5: Geralmente isso acontece em loja- vai provar uma roupa e a vendedora diz que tá lindo- mais se tu não se sente bem não adianta+ P4: eu me olho de manhã ah to mais gordinha aqui- to mais gordinha ali- tem dia que eu já me sinto bemdepende varia+ M: Quanto tempo vocês gastam com beleza? P5: Eu gasto bastante- eu sou muito demorada- eu levanto cedo pra justamente poder ficar me maquiando me arrumando+ P2: Isso varia o tempo você se arrumando em casa ou no salão- tem vezes que eu fui no salão entrei no começo da tarde e saí no início da noite- arrumando o cabelo P3: Depende do tempo que agente tem- eu por exemplo gosto de tá sempre muito maquiada- mais eu nem sempre tenho tempo- de manhã por exemplo- mas se é para ir para uma festa eu vou levar uns quarenta minutos dai é aquela maquiagem toda detalhada certinha- bonitinha- mas quando é de manhã por exemplo eu faço rapidinho e fico o dia inteiro sempre retocando- porque não vai ficar bom né- tu não tem aquele tempo- depende se tu tem tempo ou não tem tempo+ P6: Eu gasto bastante+ P1: Acho que depende do local aonde vai também né- é meio específico cada um gosta de se maquiar de um jeito- eu gosto de batom vermelho- tem gente que não gosta já+ P4: o vermelho não fica legal em mim+ 238 P1: pois é vai de cada um- pra ti ir numa festa tu vai levar umas duas horas pra fazer cabelo- maquiagem tudo- se tu vai pro trabalho tu leva uma meia hora uns quarenta minutos no máximo dependendo como tu for também+ P2: doze minutos eu levo pra fazer a maquiagem de trabalho todos os dias+ P3: Depende como ela falou o lugar que tu vai eu gosto de batom vermelho- pra trabalhar tu vai colocar uma coisa mais leve- pra sair vai colocar uma coisa mais forte- eu gosto de me maquiar e sempre vou colocar um batom vermelho ou um tom mais fortes- mais sempre maquiada- independente se eu vou trabalhar ou se não vou trabalhar- gosto de tá sempre maquiada+ P5: Sempre que eu posso e tenho tempo- eu retoco a maquiagem- por exemplo quando eu saio do trabalho eu lavo meu rosto e retoco a maquiagem pra vir pra aula+ P3: de manhã o importante é mascara de cílios e o pó pra tirar a cara de morta- no mínimo+ P6: O corretivo tem que ter o corretivo- faz parte+ M:Vocês tem alguma referência- alguém que inspira vocês com relação aos cuidados com beleza+ P4: questão de inspiração eu não tenho- mais eu tenho uma pessoa que eu busco ver dicas de maquiagem- é um blog que eu tenho bastante acesso+ P6: uma pessoa assim não- quando é um produto tipo creme eu procuro alguma coisa que vai dar certo na milha pele- e a questão de dica de maquiagem a gente vê em revista em blog- têm bastante informação pra cada tipo de maquiagem+ P3: é uma coisa muito particular- creme- por exemplo- tu vai testando até achar um que fique bom- se tu não encontra tu volta pro teu- maquiagem é a mesma coisa+ P5: Esses dia eu vi numa revista uma modelo e eu tinha gostado da cor do batom dela- daí tava escrito do lado o nome da cor- dai eu fui lá e comprei um batom daquela cor+ P4: Depende nem sempre o que é bonito pra ela é bonito pra mim né- por exemplo esse negócio de tom de batom- cor de esmalte essa coisas- por exemplo fica lindo na mão dela- coloca na minha fica um horror+ P1: Acho que é relativo de pessoa pra pessoa+ P6: eu acho que vai do estilo da pessoa né+ M: Que sensações lhe traz o consumo de cosméticos+ P6: segurança- pois quando tu sai de casa sem o perfume- com a cara limpa- sem a unha feita e com o cabelo desarrumado- eu não quero encontrar ninguém da família do meu esposo+ P1: é bem quando tu sai com o cabelo daquele tamanho que tu vai encontrar o príncipe encantado na rua- e tu fica com aquela cara ahan+ P3: quando tu te arruma tanto ninguém te vê- quando não tu encontra todo mundo+ P4: Mais pra autoestima da pessoa mesmo- pra se sentir bonita pra você e os outros vão também ta comentadose tu tiver com uma roupa feia ou com uma cara feia- tu vai se sentir mal porque os outros vão estar falando de ti porque você está assim+ P2: porque a gente também comenta dos outros né+ P3: é complicado- porque assim oh- se eu compro uma maquiagem nova- eu chego em casa eu já quero me maquiar- mesmo que eu vá ficar em casa- mais eu quero testar- ver como é que vai fica+ P6: mais a sensação assim do cosmético se é um creme eu sinto que eu estou contribuindo para melhorar a sensação da minha pele- esse é o sentimento é a sensação- de repente eu to contribuindo+ P4: é tem produto que é pra cuidar da pele- pra limpar a maquiagem- cuidar dos poros- as vezes você usa- não seis as outras meninas- mais eu quando compro um creme para o tratamento pro cabelo eu fico super ansiosa pra ver se o resultado vai ser bom+ P3: Isso é complicado- pois eu não consigo ter coisas a longo prazo- por exemplo creme pra pele- pro rosto- eu não consigo ver o resultado eu vou esquecendo e nem uso mais- pois eu gosto ver o resultado na hora- por isso eu passo base e passo uma massa corrida+ P6: Eu uso creme todos os dias- de manhã e anoite+ P1: é difícil você usar- pois eu só ponho a maquiagem e tiro depois+ É muito difícil- eu já tentei compra e usei um mês naquela empolgação- depois esquece+ P6: Filtro solar é todos os dias+ P5: eu também sempre++ M: Tem algum tipo de cosmético em especial que vocês gostem mais- que vocês usem mais+ 239 P4:Depende se é pra usar no dia-a-dia eu uso uma coisa mais popular- se é pra uma maquiagem mais elaboradaeu compro um produto melhor- com mais qualidade pra ter mais durabilidade+ P6: Eu geralmente uso uma coisa mais popular como avon- mais de creme eu uso renil pra rugas é claro- pois eu não quero chegar nos cinquenta pior do que já estamos hoje- Mais se é pra ir pra uma festa coisa assim eu uso Mac- Mary Key- mais diariamente avon+ P3: Mais a pergunta tu se refere a marca ou tipo+ M: tanto faz+ P2: Isso vai do bolso da pessoa também+ P3: bem eu acho que isso é meio que um ritual- a gente tá acostumada passa perfume- maquiagem- creme sei lá enfim- se habitua aquele ritual- sai do banho- lavei o rosto- passei aquele creme pra pele- dai vou secando o cabelo fazendo cauterização com o secador+ P4: Com relação a produto que mais gosto- eu sou viciada em produtos pro olho- sombra- lápis- rímel e batom também- eu toda vez que eu posso eu compro um batom nem que seja de cinco reais- toda vez que eu posso eu tenho que ir lá comprar- eu vejo como uma necessidade- e questões como produtos pro corpo e questão de hidratação eu sou mais rígida na compra quero uma coisa melhor+ P2: eu acho que eu sou de pintar a unha com esmalte diferente- mais como eu não tenho muito o dom de fazer a unha- e durante a semana não dá tempo né- é só final de semana- e vai descascando eu fico olhando e me dá uma coisa++ M: Como vocês enxergam a abundância da ofertas de cosméticos+ P5: Muito grande+ P6: é bom porque tem pra todos os bolsos- os gostos e estilos né+ P4: eu acho bom assim essa variedade de marcas- porque vamos supor assim o pó de uma marca não é igual o tom da outra- e assim tem muita variedade no tom da pele- tem pessoa que podem comprar o bege médio da Mary Key e o bege médio da Avon são tonalidades diferentes- então tu tem que conta com uma flexibilidade na questão dos produtos++ M: E os tratamentos de beleza o que vocês acham e as tecnologias- vocês fazem não fazem+ P5: muito caro eu acho que tá assim inacessível- só mesmo assim sei lá+ P6: Eu acho que cabelo é muito caro+ P3: Eu fui pra um tratamento de estria e a mulher queria cobrar dois mil reais- eu achei um absurdo+ P4: Pra cabelo eu acho um pouco caro- mais eu não deixo de fazer- pois eu tenho cabelo loiro que ressaca muitomais eu preciso no caso a tonalização do cabelo- pro corpo assim eu também acho caro+ P2: Outro dia eu fui numa clinica pra ver depilação a laser- pois o que me incomoda é o buço assim- porque tem que ficar toda semana cuidando incomoda- mais meu deus não dá é muito caro+ P6: Assim o que mais incomoda o bolso é tratamento de pele e corporal assim e o cabelo pois- eles sabem que isso incomoda muito a mulher com a parte íntima da mulher a pele- porque meu deus né todo mundo que tá de acordo né- e o cabelo que toda mulher tem o fascínio de se preocupara de estar com o cabelo bonito e isso é muito caro- toda mulher quer principalmente o cabelo toda mulher quer que tivesse um preço mais acessível- já que tem tanto salão tanto produto+ P1: Na verdade que é um preço meio que tabelado assim salão- se eles abaixar- na verdade eles não abaixam nécada um coloca a faca como pode+ P5: Eles sabem que é algo essencial na vida da mulher+ P4: e elas tão pagando pra ficar bonita+ P6: Eu acho que a estética ta muito cara assim- porque hoje em dia é caro- mais também tem muita gente que pode- enquanto tem pessoas que não podem pagar- outras pessoas pagam o dobro no caso para estarem adquirindo estes serviços++ M: O consumo de cosméticos e tratamento de beleza dá mais segurança para o convívo com outras pessoas+ P6: Com certeza++ P3: A autoestima elevada é a melhor coisa que tem- se sentir bem é cinquenta por cento já- senão mais+ P5: E ser notado- as pessoas falarem que você está bonita- isso é muito bom+ P3: quando tu vai no salão- e vai no outro dia trabalhar- todo mundo fala mudou- fez uma coisa no cabelo nossa+ P6: Agrega valor na gente+ M: O que é bonito pra vocês- o que é belo+ 240 P4: Pra mim nada muito extravagante- sempre o mais simples possível+ P3: é muito relativo- nada em excesso fica bom mais a falta as vezes também não é legal+ P5: depende as vezes uma coisa com batom vermelho é bonito pra ela pra mim não vai ficar- depende do estilo da pessoa- não é porque todo mundo tá usando que vai ficar legal pra mim- não tem que ter igual- tem certas tendências que não combinam com algumas pessoas- eu acho que tem que cuidar nisso+ P3: Eu não sou uma pessoa que vou muito na moda- por exemplo- todo mundo tá usando blusa ciganinha é uma coisa que eu nunca vou comprar- justamente porque todo mundo tá usando- se eu ganhar de presente até usaria uma vez- duas mais até pode ser bonito mais todo mundo usa- a partir do momento que todo mundo tem igual o batom da mesma cor por exemplo- dai perde a graça porque a mulher que se destacar em relação a outra- não é questão de competir- mais é questão dela chamar atenção numa coisa eu tenho que me destacar em outra- cada um tem que ter o seu ponto positivo- o seu ponto melhor+ P6: Tem que ser diferente+ P5: Até o ponto que você se sente bem- se tu te veste daquele jeito- maquia daquele jeito e se sente bem ok- o que os outros pensam pra mim não importa+ P4: eu me importo com o que os outros pensam- porque senão a gente não se arrumava- não trabalhava- não fazia nada- pois não se importava com o que os outros pensam+ P1: Como diz o ditado as mulheres se arrumam para as outras mulheres- se fosse pros homens+ P3: Mulher andava de pijama+ P2: ou andava pelada- se fosse pelos homens+ P4: Se fosse por se sentir bem- eu sempre andaria de coque e com uma roupa mais larguinha- mais dependendo onde eu vou não vai ficar legal- aí vai sair na rua com uma calça de moletom as pessoas vão reparar isso em tias vezes até a questão de falar mal desleixada+ P6: Quando a mulher sai ela tem que fazer um estudo de caso- o que vestir- o que fazer no cabelo+ P3: E se você vai num ligar e as mulheres estiverem super arrumadas e você não- você vai se sentir mal- e se você tiver muito arrumada em relação as outras você também vai se sentir mal+ P5: Porque todo mundo fica reparando- olhando++ M: A preocupação com a beleza ajuda vocês a definir uma identidade própria+ P4: eu acho que assim oh- a maquiagem marca muito o estilo da pessoa- você consegue ver o estilo da pessoa como ela se maquia- tem uma mulher mais roqueira ela usa maquiagem escura- pinta a unha de preto- tem uma mulher mais básica- que ela sempre vai estar mais básica- um lápis no olho- um rímel- um batom e só- tem aquelas gurias que gostam de se destacar já fazem uma maquiagem mais elaborada+ P6: Acho que a maquiagem distingue as pessoas- eu trabalho num lugar que eu não gosto da roupa- porque não é o meu estilo entende- mais é um padrão e eu tenho que seguir aquele padrão- que exige estar coma unha feitaestar com o cabelo feito- estar maquiada isso eu gosto- no caso eu tento utilizar aquilo que eu sou naquilo do que eu tenho que ser- no caso a minha identidade- pois se eu seguir exatamente o que eles querem daí eu não vou ser eu- nesse caso a maquiagem- a unha o cabelo distingui a pessoa+ P3: Nesse caso de identidade o que é importante é o perfume- a gente nota totalmente- a gente sente o perfume e já reconhece a pessoa+ P5: Onde eu trabalhava tinha uma mulher ela usava um perfume- eu não lembro o nome- que tinha um cheiro muito forte- toda vez que ela passava no corredor- eu falava lá vem ela- meu marcante assim- não tinha como não ser ela++ M: A busca da beleza tá ligada ao dinheiro+ P2: Não necessariamente+ P3: Tá ligada a dinheiro pra eu conseguir aquele meu padrão próprio- aquele ritualzinho- meu batom- meu rímelmeu perfume- meu cremezinho- eu sei que aquele dinheiro x vai ser pra aquilo- só uma coisinha ou outra que você gostou- você pode testar um esmalte- um rímel novo- um creme novo+ P6: Eu acho que você utilizar os produtos´- os cosméticos as maquiagens não faz disso uma busca por dinheiromais pra quem gosta do conforto daí vai precisar de dinheiro+ P2: eu acho que tá ligado a dinheiro sim- pois quando tu encontra uma pessoa bem arrumada- tu já sabe a classe social dela- quando tu ve uma pessoa mais simples andando no mercado ou no shopping- tu já sabe que ela tem um padrão social mais baixo+ P3: A gente se engana muito+ 241 P2:Tu vê uma bolsa Chanel tu já sabe+ P1: quanto mais dinheiro tu tiver- mais tu vai gastar- tanto com a beleza quanto com coisas superficiais- no caso se eu tivesse dinheiro eu já ia fazer uma plástica- eu acho que todo mundo que tivesse uns+ P3: eu não faria nenhum tipo de plástica- eu adoro malhar- fazer academia- jogar vôlei- jogar futebol- e fazer muita coisa- eu não consigo pensar em entrar numa mesa de cirurgia e ser cortada+ Não que eu goste muito do meu corpo- eu ache que eu seja perfeita- a academia tá aí pra isso- reeducação alimentar+ P2: Uma mulher que tenha o ceio pequeno ou grande demais+ P3: Não que eu não concorde- se não tá bom tem que arrumar mesmo- mais eu pra mim eu não faria- que medoeu acho que não tem necessidade+ P1: Ser assim como o Michael Jacson ser escravo- não até maquiagem deixa mais bonita+ P3: Eu faria tudo de tratamento estético- agora nada cirúrgico- posso mudar de opinião daqui algum tempo+ M: Vocês entendem existir um padrão de beleza+ P3: Não que eu concorde- mais existe- nossa sociedade é preconceituosa- existe muito+ P6: è eu concordo que existe um padrão de modelo de beleza- mais eu acredito que vai do olho de quem vê+ P5: Até porque tá mudando bastante- há alguns anos atrás aquelas modelos magrezimas- e antes disso na década de cinquenta as mulheres eram diferentes- tinham o quadril enorme e seios bem fartos- e agora já se tem outro perfil- são coisas contemporâneas de tempo em tempo+ P4: Agora eles não estão aceitando mulheres muito magras nas passarelas- porque isso acaba incentivando as outras mulheres a não comer+ P6: Antes você ser loira era o sonho de qualquer mulher- já não é a mesma coisa- antes você ter um cabelo crespo- fazer um permanente e ter um cabelo cacheado era o sonho de todo mundo- depois veio a onda do cabelo liso- isso é muito relativo muda de tempo pra tempo+ P4: Hoje existe um padrão de beleza- mais daqui a dez anos vai ser totalmente diferente- vai muito do período ali+ M: Vocês conseguiriam definir este padrão+ P6: Hoje é que a gente vê na televisão- né a jornalista morena de cabelo liso- pras modelos alta loira- magra+ P3: No geral o padrão de beleza que a sociedade prega é uma mulher magra- peituda com bunda- eu não concordo eu gosto de mulher mais gordinha+ P5: O que tá em alta mesmo- são essas mulheres musculosas+ P4: eu até vi uma reportagem de uma mulher- meu deus o que que era aquilo- e tinham vários fãs- homens e mulheres que seguem ela+ P1: tem mulher que com a quantidade de músculos fica masculino- e até a voz altera pelas coisas que elas tomam+ P3: Eu adoro malhar- eu sou rata de academia- mais quando eu to ficando muito- muito musculosa- eu paro daí eu fico um ano sem malhar- daí eu engordo+ P2: Afinal eu acho que a gente tem que ter a nossa feminilidade- mas pra elas isso é bonito- legal+ P4: Muitas mulheres ficam musculosas- por questão de competições tem bastante+ P5: Aqui no Brasil na verdade é o país da bunda-a mulher tem que ser bem bunduda- ter a bunda bem redondinha- tanto que até vi uma informação que no Canadá ou nos EUA não sei- tem mulher que tá fazendo cirurgia pra ficar com a bunda igual das brasileiras++ M: Que estímulos lhes influenciam o consumo de cosméticos- a mídia- as mulheres do seu convívi- a própria indústria de beleza- pela variedade da oferta de produtos ou tratamentos+ P5: A mídia- porque não adianta dizer que não agente tá sempre olhando as famosas bem arrumadas- se estão em forma- o corte de cabelo+ P2: Principalmente a mídia- as vezes os acessórios que elas usam nas novelas- a roupa o sapato - ai depois eu acho que vem a marca- a qualidade- por exemplo a Mary Key ela chegou e foi mostrando a eficiência dos produtos dela- eu gosto muito+ P3: A velha lei da oferta e da procura- quanto mais vai surgindo opções+ M: O que da mídia+ P5: Televisão+ 242 P2: Televisão- pois tudo que é visual te atrai- se aquilo que - eu sou bem peruona no meu estilo- então se eu vejo uma atriz- tipo a Giovana Antonelli- eu gosto das coisas que ela usa- por exemplo o cabelo- eu gosto da maquiagem eu gosto dos esmaltes- dos brincos- dos colares- eu gosto do visual+ P3: O visual te atrai tanto que até propaganda de perfume que dependeria do cheiro e televisão não tem cheiroconsegue nos atrair+ P6: Acho que a televisão é a mídia- por mais que todo mundo tenha internet- a televisão é um campo mais aberto- pois todo mundo tem televisão- todo mundo consegue vê- são coisas diferentes- são pessoas diferentes+ P4: Tu vê primeiro na televisão- pra depois tu procurares na internet e em outros lugares+ P1: tem aquela propaganda do Rexona pros homens que ele passa e chove mulher do lado dele por causa do desodorante- como se fosse acontecer isso só por causa do desodorante- mais é uma coisa que chama atenção no caso+ M: Vocês falaram anteriormente em cabelo perfeito- o que vocês entendem por isso+ P3: Sem ponta dupla- sem manchado de sol- frizz- manchado de tintura- progressiva quem fez- porque o meu cabelo é bem encaracolado- algumas progressivas tem aqui- para conseguir que ele fique liso mesmo- aí começa a encrespa um pouquinho na raiz- daí precisa retocar daí é caro e tem que ficar quatro horas- cinco horas sentada é muita batalha pro cabelo tá perfeito+ P6: E nunca vai tá perfeito- porque quando tu faz a raiz- começa o frizo- quando não é o frizo é a ponta dupla+ P5: Resumindo somos todas escravas da beleza+ P4: A não ser que você tenha um cabeleireiro 24horas- dai lava-seca deixa ele lindo dai pode ser+ P5: Eu sou uma pessoa que tem muito cabelo+ quem pega nele vê que é pesado- eu chego todo dia em casa eu lavo meu cabelo- seco- demora bastante pra seca- dai passo chapinha porque é muito armado- a mulher sofre bastante pra ter um cabelo mais ou menos e ainda não fica aquilo que eu quero+ P4: Cada vez mais todo mulher tem aquilo do cabelo preso- eu acho bonito o cabelo cacheado- mais dá trabalho pra cuida- trata pra sair de casa+ P6: é porque eu sempre fui lisa- então pra mim não tem graça- entendeu+ P3: Todo mundo falava que o meu cabelo cacheado era perfeito- nossa mais eu gastava muito- lavava ele todo dia- era perfeito pra quem vê- mais eu gastava muito tempo com ele- agora que eu fiz progressiva- lavo- seco um dia sim um dia não+ P6: foi cômodo pra você+ P3: eu não sei se eu prefiro liso ou prefiro enrolado- eu fui pelo mais cômodo- meu também nessa correria- era mais pratico+ P4: O meu cabelo loiro tem que ter muito cuidado- porque eu vou pro salão faço as mechas no cabelo- fico lá umas quatro- cinco horas aí faço uma hidratação- daí de três em três messes tem que tá refazendo- tem que ta tonalizando- tem que pintar nas pontinhas porque o loiro abre muito- tem que tá hidratando- usando shampoo pra não deixar o cabelo muito amarelo- tem que também usa um shampoo pra fazer hidratação no cabelo- dai lavaseca- faz escova- faz chapinha- o baby lease estraga bastante o cabelo- e tu vai ta sempre querer hidratar- tá arrumando o cabelo++ sou escrava do meu cabelo++ M: Que tipo de produtos de beleza vocês usam mais+ Tipo perfumaria e desodorante- produtos ligados a pelecabelo- maquiagem para rosto- olhos- unhas- lábios- depilatórios protetores solar+ P3: Todos os produtos citados++ P6: todos os dias é perfume- maquiagem+ P3: é tudo perfume- maquiagem- cabelo+ P4: eu gasto mais com o cabelo- maquiagem para os olhos e esmalte+ P3: A minha maquiagem não dura dois meses- tudo pele- sombra+ P5: Eu sou muito compulsiva pra comprar- então quando eu compro - compro tudo demais- sombra- batonsesmaltes- então é difícil usar todos os produtos que eu tenho+ P2: Eu acho que perfume e desodorante vem em primeiro lugar a parte de higiene e depois logo vem a maquiagem+ M: Com o que vocês gastam mais+ P5: cabelo+ P6:maquiagem+ P4: Maquiagem+ 243 P2 Maquiagem e cabelo+ P3: Eu acho que é relativo na minha casa tudo dura dois meses- a minha maquiagem- o meu perfume- o meu perfume custa 400 reais- e a cada dois meses você tem que comprar- e dói 400 pila mas tem que comprar+ P2: Que perfume é esse+ P3: é o Calvin Klein- e tem outra né tudo que eu uso é origina+ P6: é tem que usa o que é original- não adianta você menti pra você mesma+ P3: Se for o caso eu compro de uma marca mais barata- mais da marca realmente que é+ P4: O original e a réplica tem muita diferença- por exemplo um perfume- tu compra um original a fixação e durabilidade do perfume é muito maior- se você vai comprar um falsificado não vai durar uma hora no teu corpo- e você vai ter que pegar perfume toda hora+ P3: O meu perfume eu passo de manhã e ainda tá no corpo de noite+ P2 de repente não é que ele é falsificado- mais é o tempo que ele fica no corpo+ P6: Mais faz bem pro ego- tais e tais perfumes são caros e eu posso adquirir esses produtos- isso me deixa felizeu sabe que vou passar aquele perfume “pá”+ P3:O triste é quando ta acabando né- antes você passava três espirradas- agora só uma+ P2: pois é perfume é uma coisa cara+ P3: perfume é uma coisa que eu não abro mão de pagar caro- pago 400 reais- mais eu compro todos eles- sempre eu uso um dos três perfumes que eu gosto- e sempre é em torno de 400 e eu só compro eles- porque eu passo eu gosto- eu só ponho de manhã e fica todo o dia- e cheiro é ruim tá todo mundo igual com o mesmo cheiro+ P2: Exclusividade+ P3: isso exclusividade+ P6: perfume eu acho que cada um usa o que gosta- mais pra mim tem que fazer bem pro ego- e tem determinada parte do mês que o ego da mulher tá+ P3: Se você sente o cheiro do seu perfume em outras pessoas- enjoa e você vai mudar de perfume- não é que comprar perfume barato seja ruim- mais se eu vejo perto de mim três pessoas usando o mesmo perfume- eu sou fresca o suficiente que eu não quero mais+ Se eu vejo uma pessoa com a roupa igual eu já não uso mais- imagina o perfume que duas pessoas próximas já usem o mesmo perfume+ P4: eu acho que três perfumes no guarda roupa seja essencial- imagina se tu usando o mesmo já enjoa- se outras pessoas estiverem usando pior ainda+ P5: eu também se eu usa muito aquele perfume eu enjoo- posso amar aquele perfume e no outro mês eu não quero nem ver+ P3: E tem outro problema eu tenho todas aquelas “ites”- rinite- sinusite- então para perfume e creme eu sempre uso os mesmos né- mudo muito pouco++ M:Como vocês utilizam os cosméticos+ Em que ocasiões vocês utilizam+ P6: Depende se eu tiver usando um perfume como o Angel para trabalhar- ninguém vai suportar- pois esse perfume é forte e cansativo- mais se tu for usar pra seduzir ele ezala bem+ A mesma coisa a maquiagem tu não vais trabalhar com uma maquiagem que tu vais pra balada- então existe situações e situações- e é lógico se tu vais achar uma maquiagem pra uma festa- você prepara a pele passa um prime+ P3: Cada situação um procedimento+ P6: Isso justamente++ M: Vocês entendem que existe uma cobrança muito grande da beleza na sociedade brasileira+ P: sim com certeza- sem dúvida+ P6: a brasileira é muito vaidosa+ P5: No caso a gente faz faculdade de RH- no caso de uma entrevista- agente tem que tá vestida corretamente com uma maquiagem certa- até o professor falou você não vai com um vestido de balada curtinho e com uma maquiagem preta- também não vai com terninho pra uma balada- depende do lugar onde a pessoa tá frequentando+ P6: é o caso da mulher brasileira ser muito vaidosa- até mesmo porque existe uma miscigenação muito grande no Brasil- cada ponto do Brasil tem uma mulher diferente um estilo diferente - por exemplo uma mulher que é da Irlanda- a maioria é ruiva-alta é uma mulher com nariz grande e a boca pequena- mas é a beleza natural dela+ Agora já no Brasil não existe índia- branca- preta- morena e eu acho que isso faça a mulher brasileira ainda mais vaidosa+ 244 P3: mas eu acho assim oh a mulher brasileira já cresce com uma cultura de mulher brasileira- e quem vem de fora mesmo já vem a procura da mulher proque mulher brasileira é bonita+ P6: é sexy+ P3: por que mulher brasileira é vaidosa né+ P2: eu tava lendo umas revistas- não sei se vocês já ouviram falar da Preta Gil- eles fazem bastante brincadeiras referente a ela- mais eu acho ela uma mulher muito bonita- muito bem arrumada- o cabelo muito bem arrumadomais os outros fazem piadinha porque ela é gordinha- porque sempre tá sobrando gordurinha entendeu- o Brasil tem um padrão de beleza na minha opinião que é a mulher magra+ P5: Eu conheci um português e quando ele veio pro Brasil ele fez uma comparação que toda mulher no Brasil é igual a milho- porque em Portugal eles gostam muito do milho- e eles compararam a mulher com o milho que é uma coisa que eles gostam+ P3: A mulher brasileira faz muito sucesso no exterior porque ela é diferente+ P1: Acho que tudo que é diferente chama atenção+ P5: Acho que o que chama atenção no Brasil é a diversidade+ O Brasil é meio que uma mistura de tudo é uma miscigenação- tem loira- tem morena- negra+ M: E quem exerce essa cobrança sobre vocês+ P4: Nos mesmas- nosso próprio eu- o ego+ P2: Eu acho que é o que as pessoas pensam da gente- agora eu to gordinha- eu vou emagrecer- eu sou assim pelo menos+ P3: Eu não vejo isso- eu não ligo muito porque os outros falam não- eu tenho um lado independente bem resolvido- eu não ligo o que os outros falam ou os outros acham- lógico nada de muito extravagante- não fugindo do normal+ P2: Agora se alguém chega pra você deu uma engordadinha né-mexe com a pessoa+ P3: Se eu to bem comigo mesma isso não vai me afetar- vou dizer tu acha- eu acho que eu to bem- eu sou assim+ P6 Eu sempre fui gordinha- e dai tem gente que fala porque você não vira modelo plus-size- eu falo que eu não sou bonita pra isso+ P2: Eu acho que cada pessoa tem uma beleza- e dai chega uma pessoa pra você e diz que você engordou- eu acho que é uma falta de educação da pessoa+ P3: Eu acho que se a pessoa tá falando e isso- e tá te afetando- você não está bem contigo mesma- daí você tem que ver o que tem que mudar pra você se sentir bem+ Pois você não está se sentindo bem com você mesma- se as pessoas chegam pra mim e dizem que eu to gorda- eu posso até tá gordinha- mais se eu to achando linda eu não tou nem aí- porque eu tenho muitas amigas gordinhas- que elas são lindas e saem pra balada- e elas chamam a atenção tanto como as magrinha- os meninos chegam nelas e elas não tem nenhum problema com isso é a auto estima delas+ P5: Eu também acho que quando tu tá com a auto estima alta a postura com que você anda muda- o jeito como você olha o jeito como você sorri e as pessoas percebem isso em você+ Tu pode não ser a mulher mais bonita do mundo- mais o jeito que tu se expressa+ P3: Pode não ser a mais bonita do mundo- mais eu to me sentindo bem- o que vem dos outros não vai me afetar+ P1: Isso começa quando você se olha no espelho e se sente bem com essa roupa tudo bem- mais quando você se olha no espelho e não se sente bem consigo mesma+ P3: Eu vou mudar se eu olhar pra mim e não me sentir bem comigo mesma- mais porque eu quero-não por causa dos outros+ P5: Tem muitas mulheres que querem ficar magras por causa do parceiro- eu acho ou ele aceita ela do jeito que ela é pois- a pessoa não precisa ser escrava da outra+ P3: Mais isso vai partir de você se olha no espelho e estar feliz assim- dane-se ninguém vai me influencia a eu não me sentir assim+ P1: Se a pessoa tá no teu lado ela vai te que gostar de ti do jeito que tu é entendeu- e não vai quere que tu mudeas amigas no caso ou outras pessoas- elas vão gostar do jeito que tu é+ P3: Mais se tu ta bem tá feliz- se tu tá mais gordinha- isso nã vai incomodar a pessoa- o que incomoda a pessoa é tu dizendo ai como eu to gorda- ai como eu to feia- ai como eu to magra- o meu cabelo ta ruim- as vezes a gente faz a pessoa notar isso- ah mais se ta feio levanta da cadeira vamos agilizar- vamos maquiar- vamos pro salão 245 vamo pra academia- vamo emagrecer vamos fazer o que for pra você se sentir bem- a pessoa só vai notar em você e só vai fazer mal pra ela- porque tá te fazendo mal- tu que passa isso pra pessoa+ P6: Se a pessoa gosta de você se ela não gosta faz só pra te aporrinhar mesmo+ P3: Mais quando é uma pessoa próxima que nem ela falou o marido assim- isso vai te fazendo mal e afetando que você vai se achar eu to gorda+ P1: Na verdade chega o teu marido fala tu engordou né- por mais que tu teja bem- se é uma pessoa que tu gosta que tá ali do teu lado- tu vai se olhar pra ver será que eu to gorda mesmo- mais não porque eu esteja gorda- mais daí tu vai ter aquele pensamento- dai tu vai se olhar- a eu não to então foda-se a opinião dele+ Primeiro tu vai te olhar pra ver se tu tá mesmo se não for+ P2: igual aconteceu comigo eu não tava num dia muito bom- tava num dia caída meio depressiva e chega uma pessoa e fala isso pra tu não legal entendeu+ P1: não é que vai te afeta e nem fica pra baixo- mais tui vai se olhar pra ver se tu ta mesmo- pra ti ver se tu ta se sentindo assim mesmo+ P5: Comigo também uma pessoa fez um comentário diretamente pra mim sobre estética e beleza- não é uma coisa que me deprimiu- mais meu será que eu estou assim mesma- mais é uma coisa que mexe+ P6: deixa com uma pulga atrás da orelha+ P4: Se eu to me sentindo bem e a pessoa me achar gorda- me achar magra- me achar baixinha- que o meu cabelo ta ruim a minha maquiagem ta feia- se eu to me sentindo bem - pra mim tá bom- se eu tiver me sentindo bem eu sei que as pessoas também vão sentir isso+ P3: Autoconfiança né+ P1: Eu acho que é tanto pro mal quanto pro bem- se alguém te fal nossa como você tá bonita hoje- nossa isso já vai meu+ P6: te enaltecer né+ M: Com que frequência vocês vão a salões de beleza- clinicas estéticas- academias de ginástica- praticam alguma atividade física+ P2: Salão de beleza é mensal+ P3: é todo mês+ P5: Eu não faço unha- não faço cabelo- só faço progressiva- daí eu levo uns seis meses pra voltar+ P1: eu acho que eu vou quando preciso- não é aquela coisa frequente- a eu vou contar o cabelo- ou fazer uma unha- eu vou pra me sentir bem- quando eu preciso eu vou lá e faço+ P4 seu eu tivesse dinheiro eu ia todo mês+ P3: o dinheiro também- mais o tempo eu acho que é mais importante- por exemplo no final de semana- tu vai descansar- por exemplo eu não tenho paciência nenhuma- para no sábado a tarde- eu não vou ficam cinco horas sentada fazendo o cabelo- eu não faço- eu não vou fazer porque é o final de semana que eu vou descansar e unha assim é uma coisa que não dá tempo pra fazer+ P6: A eu faço de quinze em quinze dias+ P3: faço em casa correndinho- eu gosto muito mais eu não tenho tempo+ P5: Minha prioridade é fazer o cabelo- deixando ele melhorzinho o resto a gente vê o que pode+ P2: Eu as vezes termina tudo eu ainda fico no salão lá conversando+ P3:eu já não gosto do ambiente de salão+ P2: eu gosto+ P6: eu vou de quinze dias porque o meu pé dá muita carne na cutícula- e eu uso muito sapato fechado- pra mim eu tenho que ir de quinze em quinze dias fazer pé- mão e a sobrancelha- porque a minha sobrancelha é reta+ P1: Depende mais do ambiente que tu vai também- eu por exemplo a minha irmã é manicure- eu posso por exemplo fica a tarde lá com ela porque é minha irmã né ta me fazendo bem- mais quando eu vou pra cabeleireira- ela faz umas perguntas e puxa assunto pra ser simpática- mais tu não tem o que responder por que não é uma pessoa do teu convívio frequente+ P4:praticar esporte na vida de quem é estudante a gente não tem tempo pra isso- a gente vai pro trabalho- depois pra faculdade e da faculdade pra casa- e a gente não tem tempo pra isso- mais eu gosto eu particularmente gosto muito- por mim eu iria todos os dias pra academia- se tivesse tempo+ P3: eu também iria todos os dias se tivesse tempo- inclusive nos sábados de manhã+ P6: eu caminho no domingo de manhã na Beira rio+ 246 P1: Eu faço Muay-Thay duas vezes por semana- agora que eu não tou trabalhando- mais eu sei que quando eu começar a trabalhar eu não vou conseguir ir frequente como eu to indo agora- porque eu vou da 11 a meia noitee quando eu tiver acordar as seis horas pra trabalha eu não sei se eu consigo guentar o ritmo+ P3: Eu não consigo mais ir malhar+ P4: Mais eu acho essencial o esporte na vida de uma pessoa+ P3: Ai desestressa de uma tal maneira+ M: E algum tipo de tratamento clinica+ P3: Eu não faço pro falta de dinheiro- porque senão eu faria tudo+ P6: São bons mais muito caros+ M: Vocês cuidam da alimentação+ P6: Eu cuido porque eu sou grande né porque se eu não cuidasse então+ P2: Eu tenho tendência a engordar e eu cuido porque eu acho que não pode passar disso+ P4: Eu cuido por questões de saúde- porque eu tenho muito problemas de estomago- e eu evito comer coisa gordurosa durante a semana- mais no final de semana eu extravaso+ P3: eu gosto de comer- eu como bem- mais eu tenho muita restrição alimentar- eu tenho intolerância a lactosealergia a cítrico- eu tenho alergia a um monte de coisa e tem muita coisa que eu não posso comer- eu cuido dessa parte do que eu não posso- comer- pois do resto não cuido- só quando eu to indo na academia que eu me preocupo com a alimentação- eu tomo suplemento- eu cuido da alimentação eu não como gordura- dai eu cuido bastante- mais agora que eu não to fazendo nada só comendo e dormindo- trabalhando e estudando+ P2: Eu cuido da minha alimentação mais se eu tenho vontade de comer um chocolate eu vou lá e como- seu eu sentir vontade de comer um churrasco- uma pizza eu vou lá e como eu não fico me regulando pra isso+ P5: Eu comecei a sentir dor de estomago- porque eu não como verdura nem fruta- o que eu tento fazer agora é comer o menos de besteira possível- porque eu já não comia nada que tinha vitamina- e também comia muita besteira agora eu tenho que cuidar dessa parte- to tentando vencer a minha distancia desses alimentos saudáveis + P1:Eu amo comer salada- minha restrições com os alimentos assim é mais pela saúde do que pela estética+ P3: Eu também pela saúde do que pela estética+ P1: Em casa na hora do almoço eu me acostumei comer pouco por que o meu pai ele me enche muito- faz todo mundo comer salada- vai comer um prato de arroz cheio e com mais coisa- se tu comer salada tu já vai se satisfizer- eu como três vezes por dia na hora do almoço na faculdade e depois em casa e é só isso também- em casa se eu faço um prato maior- o meu pai fica olha que prato de pedreiro- vai virar uma bolinha não sei que- não sei que+ P3: O que eu posso comer eu como bastante-já que o que eu não posso é muita coisa- não posso nada com leitenada ácido- cítrico- chocolate nem pensar eu fico passando mal+ M: Vocês se preocupam com peso- vocês buscam emagrecer+ P3: Eu sinceramente não me preocupo nem um pouco com o peso+ P4: Eu não penso nem emagrecer nem engordar- mais manter o que eu to agora+ P2: Eu to tenteando mudar meu peso desde de que eu ganhei minha filha+ P6: Eu também desde que nasci ++ P2: Por que antes de eu engravidar eu tinha cinquenta e oito quilos- eu engordei os doze quilos normais da gestação- e depois da gestação normalmente a mulher perde bastante- e eu fui ficando com aqueles dez quilos- é sessenta e oito que eu to- e isso permanece e eu fico com isso na minha cabeça pra mim perder- mais só que é difícil+ P5: Eu tenho uma amiga- aí eu quero emagrecer mais não para de comer+ P1: Eu também só assim eu quero emagrecer- mais eu não vou parar de comer- se eu tiver com fome- eu não vou parar de comer porque eu tome achando gorda- eu vou lá e como+ P6: eu tenho problema com negócio de ansiedade- eu sou uma pessoa muita ansiosa- e desconto a minha ansiedade como negócio de comida+ P3: Olha depois que uma amiga minha perdeu vinte quilos em quatro meses com reeducação alimentar- acho que tudo é possível+ P4: É minha sogra perdeu quinze quilos em três meses também só com reeducação alimentar+ P6: tem adieta do Cann lá+ 247 P1: Que dieta é essa+ P6: Aquela que você começa só comendo proteína- depois vai incluindo frutas e vegetais- só que assim né nosso organismo não está acostumado a comer só carne todo dia+ P3: e ele precisa de todas as vitaminas+ P1: Eu acho que é uma coisa que tu tem que ter o hábito- porque aquelas pessoas que tomam aquele shake láporque se tu ficar seis meses tomando claro que tu vai emagrecer- mais se tu parar e voltar a comer de novoclaro que tu vai engordar de novo+ É uma coisa que tu tem que ter o hábito de fazer aquilo sempre+ P3: Essa minha amiga ela foi na nutricionista que fez uma dieta que ela não deixou de comer nada- claro algumas coisas mais pesadas sim- mais ela não deixou de comer muita coisa não- e ela diminui a quantidadeaumentou as vezes e emagreceu bastante+ P1: é igual a uma pessoas que fazer lipo- se ela fazer lipo e continuar comendo no ritmo que ela comia antes daí ela vai engordar mesmo assim daí não vai adiantar de nada+ P3: Cirurgia eu acho que é uma coisa muito extrema+ P6: Eu acho que a cirurgia é corretiva- assim se você tem o seio grande é uma correção- se você tem um nariz sei lá que tem uma coisa que você não goste é uma correção- eu tenho vontade de erguer a sobrancelha eu acho que eu tenho o olho muito caído entendeu+ P1: A minha irmã tinha orelha de abano- ela foi lá e fez a correção- tu te sente mal porque ela não usava o cabelo preso- só o cabelo solto pra lá esconder a orelha- e ela teve que fazer a cirurgia para corrigir aquilo com que ela se sentia mal- se eu tivesse dinheiro eu botava silicone porque eu acho meu peito pequeno- as minhas amigas a maioria tem o peito pequeno e pra elas o meu peito tá bom- só que é uma coisa se eu pudesse melhorar eu melhoraria+ P4: eu acho o meu grande demais- e já ia fazer a cirurgia no final do ano que vem- só que daí eu fui no ginecologista e conversei com o médico- dai ele disse pra esperar ter filho pela questão da amamentação+ P6: Você pode fazer e depois fazer a correção dele- a minha mãe feze a vinte dois anos atrás e até hoje é perfeito+ P1: eu tenho uma amiga que teve que tirar um pouco de seio porque tava dando problema na coluna dela- porque doía muito no caso então- eu acho que vai de pessoa pra pessoa se sentir bem com aquilo+ P6: Vai o que a pessoa acha legal- eu não queria erguer a sobrancelha ficar assim pra sempre+ P3: ah o problema é quando tu a começa a pensar- começa a apontar e achar defeito+ P2: é verdade+ P1: mais o design da sobrancelha se tu muda não muda+ P6: é mais ó que eu já pinto a sobrancelha+ P1: não mais o design tem umas que ficam mais retas outras mais assim+ P6: sim mais esses cabelos são meus- é o estilo- é porque eu tenho uma acidente aqui oh- eu sofri um acidente quando era criança+ M: Vocês conseguem quantificar qual o percentual da renda de vocês é gasto com cosméticos e cuidados com a beleza+ P1: Eu acho que depende do mês né- tem mês por exemplo que a maquiagem tá acabando- daí eu vou lá e gasto duzentos com maquiagem- mais eu compro tudo de uma vez- compro delineador- que pra mim vai muito- eu passo em cima e e em baixo e não sio de casa sem passar+ P2: E varia de quantos eventos você tem nomes e de quantas vezes vai usar aquela maquiagem+ P6: eu sei lá uns 10 ou 12 por cento+ P5: Eu também uns 10 por cento+ M: Vocês conseguem eleger um motivo por que vocês buscam beleza+ P1: Pra se sentir bem na verdade+ P4: Auto estima+ P2: Auto estima esse é o motivo- porque eu tenho a auto estima bem baixa- é pra mim quando eu se arrumo assim eu fico bem melhor- parece que as cosia dão todas certas+ P1: Acho que é bem estar se tu acha que tais bonita as coisas ao seu redor vão ficar bonitas+ P4: tem dia que tu se acorda pode ta descabelada e vai se achar bonita no espelho- mais tem dia que tu te acorda meu deus pode usar tudo pó- corretivo batom base tudo+ P3: tem dia que se melhora estraga e tem dia que se piorar+ 248 M: O que vocês acham do facebook- istagram das redes sociais que trabalham muito com a imagem como é que vocês participam de redes sociais+ P3: Todas+ P2: Sim mais tem pessoas que são muito exageradas na minha opinião+ P6: Não adianta negar que a gente sempre quer as curtidas nas nossas fotos+ P3: é um negócio de status né- eu já fui muito mais ligada nisso a uns quatro anos atrás- não que eu me achavamais meu que era uma pessoa popular na escola assim e tal isso era massa- hoje em dia eu rezo pra pessoa não me conhecer- passar e não me ver- quanto mais gente a gente conhece pior ainda+ P4: eu não gosto das redes sociais porque deixam as pessoas muito expostas- daí eu deixo uma foto de perfil pra as pessoas saber quem eu sou- mais eu não sou de ficar postando+ P1: Eu acho que é pra mostrar pros outros que você tá bem ou não tá na verdade- porque se tu ta lá em casa e ver que todos teus amigos saíram- tu já vai ficar com grilo- meu todo mundo saiu e tu tá aqui em casa+ P3: Eu vi uma foto me achei bonita eu vou postar- se eu to feliz é um momento legal eu vou mostrar- mais não que eu queira mostra que sou melhor que alguém- pois e u já tirei muita foto que não postei+ P4: Ai tira uma foto lavando a louça- tira uma foto lavando o carro+ P6: Mas eu acho que a pergunta dele é em relação à beleza- no sentido assim oh hoje eu to bonita vou postar uma foto minha- entende porque tem gente ah hoje eu fiz a unha vou postar uma foto- ah você nunca fez a unha foi a primeira vez+ P3: Tirar foto da unha desculpa mais eu acho o oh+ P6: Por exemplo eu tenho esse cabelo a trezentos mil anos nunca mudei de visual é a mesma coisa sempre- então porque que eu vou postar uma foto porque eu fiz uma escova- ai novo visual- é o mesmo de visual de sempre só mudou o formato do cabelo- eu acho que as pessoas assim oh distorcem as informações sobre elas- aquilo que já tá exposto a pessoa ainda que ficar ainda pior+ P5: Eu acho que a foto que você publica dependendo das curtidas e dos comentários- o ruim pode ser o feedback de como você tá da tua imagem+ P3: é depende a que se propõe aquela foto- tirou aquela foto porque- eu se ponh uma foto geralmente é aquela coisa é porque eu to bonita é porque eu to feliz alguma coisa assim- não porque hoje eu estou porque eu linda pra tirar uma foto- não por que eu to feliz ou porque pintei o cabelo ontem- não é assim+ P5: se eu tiver feliz e feia não adianta+ P3: Eu já postei fotos muito feias- já postei foto acordando- descabelada com as minhas amigas- já postei foto no hospital- eu internada e a minha amiga ficou lá comigo todos os dias e a gente fazia questão de tirar foto e postar- é coisa de momento e não de ai eu to bonita- se naquele momento eu to legal e quero compartilhar+ P2: Vai da pessoa e da opinião de cada um+ P3: é ai hoje como eu to linda- dai tira uma foto de corpo inteiro pede pra mãe tirar- não que eu me ache tão bonita assim é porque eu gosto de tirar foto- se eu tiver feliz e bonita melhor ainda- mais eu já tirei cada foto carniça que eu não to nem aí+ M: E o cuidado com o corpo chegando próximo do verão- existe alguma coisa especial+ P1: O projeto verão que todo mundo fala+ P3: Todo mundo fala e ninguém faz+ P1: Na verdade chega uns dois meses antes do verão e todo mundo começa a tenta fazer tudo pra ficar+ P3: e acha que em um mês vai resolver+ P4: Na verdade se chega o verão e eu to com uns quilinhos a mais- eu não busco emagrecer- eu procuro um biquíni que vai ficar mais adequado ou coloca uma canga que tapa tudo+ P3: Exatamente+ P2: Desde que não mostre nada tá bom+ M: Mais existe um cuidado especial+ P6: Sim- já até o fato de você ir pra praia assim é um cuidado- você quer pegar um sol- quer pegar um bronze quer ficar com a pele bacana- quem tem cabelos claros quer tomar um sol para o cabelo realçar- a pessoa quer curtir o verão+ P3: Um protetor de cabelo para o cabelo não manchar+ M: A busca da beleza está relacionado a se tornar atraente fisicamente+ P5: Também+ 249 P6: Também+ P4: Eu acho que toda mulher gosta de se sentir bonita- sentir que as pessoas tão achando ela bonita- pode ser um familiar+ P6: Se sentir desejada+ P5: Se alguém chega e te fala nosso como você tá bonita- isso te deixa feliz+ P6: te estimula né+ P3: As pessoas são muito ligadas a emoção- então tudo que te traz emoção positiva é legal- se tu ta bonita se tu fez uma coisa legal é bacana- e a beleza é como qualquer coisa tudo que tu faz e vai te trazer um reconhecimento é legal+ M: Vocês querem ser atraentes fisicamente para as outras mulheres- pros homens pra quem+ P5: Pro companheiro+ P6: Depende as vezes a gente se arruma só para ir na casa da sogra+ P1: Só pra evitar os comentários- né+ P6 porque assim oh- mulher se importa com mulher- sempre então assim oh a sua sogra pode ser um estimulo pra você ir arrumada na casa dela+ P3: Mais não que você queira se arrumar pra ela+ P6: Não que eu me arrume pra ela- mais um estimulo porque a mulher vive em constante competição- poxa eu já fui mais bonita- ela compete com ela mesma- pra eu me sentir mais segura também- a vezes eu me arrumo pro meu marido- ah eu sei que ele gosta de chapinha- eu não gosto- acho que fica sem graça- não é real- mais ele gosta+ Então as vezes você faz pra agrada- e as vezes você faz pra concorrer mesmo+ P3: dependo do momento e da situação+ M:Como é que vocês veem que os homens enxergam vocês+ P5: Eu vejo que os homens enxergam a gente -que a gente se maqueia demais- eu vejo que eles acham que não é necessário- eu vejo isso+ P3: eu vejo que a mulher se arruma pra outra mulher- porque homem não dá bola pra maquiagem+ P1: O meu ex-namorado- se eu ficava sem maquiagem ele falava meu vai passar alguma coisa na cara tá com cara de morta + P3: Eu acho que eles olham é pra unha- maquiagem eles não olham- mais a unha tem que ta impecável+ P1: Eles vão olhar primeiro a beleza de fora pra depois chegar na interior- ela não vai chegar numa menina- ele vai ver se a menina tá linda- tá toda arrumadinha ele vai ficar com uma que não esteja tanto assim+ P6: Depende assim um exemplo-quando eu conheci o meu esposo eu fui exatamente como eu sou- eu não fiquei impressionando ele em nada- eu acho que tudo é da pessoa- ele gosta- ele escolhe a cor do esmalte- eu vocu na manicure e pergunto antes que cor você quer+A cor vermelho morango ou faz uma francesinha- ela gosta de palpita- ele gosta de compra um sapato bem extravagante- ele gosta e sabe o meu estilo- então ele compra aquilo porque ele me conhece- então eu me arrumo de acordo com aquilo que eu gosto+ P3: E também agrada ele+ P6: Agrada ele entendeu- então eu acho assim oh a opinião masculina é importante- não precisa a mulher ser uma escrava disto- pelo outo lado tem o meu irmão que não deixa a minha cunhada usar nada ela é uma pessoa muito bege- e eu já sou aparecendo um carro alegórico- é meu jeito então+ P5: Acho que vai de pessoa pra pessoa+ P1: Tem homem que gosta de mulher simples e outros que gostam de mulher mais chamativa+ P3: Ainda bem que tem gosto pra tudo+ P2: Uns bem diferentes+ M: E com relação a fazer intervenções cirúrgicas com finalidades estéticas fariam ou nã+ P5: Eu faria+ P6: Eu faria+ P4: Eu faria+ P3:Eu por enquanto ainda não faria+ M: Que tipo+ P5: Eu faria no nariz+ P6: eu faria na sobrancelha+ P4: eu diminuiria a mama- queria tirar um pouco da minha bochecha- meu apelido era até esquilo+ 250 P2: eu faria para emagrecer um pouco e eu acho que só+ P1: Eu colocaria silicone- não é aquela coisa que bota só pra mostrar para os outros- não pra tira foto e bota metade do rosto e os peitos- eu ia botar porque eu ia me sentir bem e não para mostrar para os outros+ P4: No meu caso a diminuição do peito não seria no caso só beleza- seria saúde também saúde- porque eu já tenho problema na coluna e isso me prejudica+ P2: Já sei como tu podes conseguir isso pra coluna- pelo SUS+ P4: é mais só depois que eu já tenha tido filho e vai demorar+ P3: Eu só pensando em cortar alguma coisa me dá arrepios+ P6: Eu tenho uma coisa minha- uma vaidade que não é cosmética- eu queria ter um dente de ouro- se eu fosse muito rica- muito- muito rica eu colocaria um dente de ouro- bem aqui na frente++ Eu queria dente de ouro assim só a capinha+ P3: Eu não gosto dos meus dentes- tenho que arrumar logo- mais falta dinheiro- eu não gosto do meu sorriso e eu não tiro foto sorrindo nunca- sério pra ter uma foto minha sorrindo demora+ M: Vocês falaram em estilo- mais vocês se identificam com alguma tribo por utilizarem algum tipo de roupa ou cosmético+ P6: Eu uso o que o meu dinheiro paga+ P1: Acho que depende também- tem roqueiro que anda igual todo mundo anda- a gente no caso assim cada um teu seu estilo próprio- depende também com que tu andas e se ta na moda- por exemplo- quando eu era pequena a moda era saia de prega- meia e boina- porque tu tinha aquela convivência com os outros e tu não ia ser diferente dos outros- porque era meio que uma exclusão no caso+ Mas agora as coisas são totalmente diferentesacho que depende com quem tu andas- igual essas blusas que tu falou lá- a maioria usa pra ta na moda- eu botei eu me senti uma balofa com aquela blusa- eu não compraria pra mim usar+ P4: Eu tenho um jeito muito menina de se vestir- blusa de florzinha de bichinho+ P3: Eu já não gosto de nada de estampado- nada de bichinho de coloridinho- eu sou muito básica+ P6: Eu já gosto tudo de animal print+ P5: também gosto+ P3: eu uso uma coisa ou outra+ P2: Eu gosto de tudo um pouco mais tribo assim eu acho que não tenho+ P4: Eu acho que tem alguma coisa no teu look- na tua maquiagem+ P3: Que te identifica né+ M: Vocês buscam buscar sua identidade através da aparência- mostrar sua personalidade+ P6: é aquilo que você gosta eu acho- é aquilo que ela falou que mais básica eu acho- assim ela vai gostar de cosias mais básicas daqueles tons de roupas daquele estilo- não é que a pessoa queira implantar isso uma identidade é o que ela gosta é o que a pessoa gosta+ P3: tem coisa que nunca vai ver no meu guarda roupa+ P2: é a pessoa que conhece ela já sabe -vai saber o que ela gosta+ P3: eu adoro a cor verde-limão- mais eu não gosto de colorido- eu tenho umas três blusas desta cor e eu não gosto de verde+ P5: Eu não gosto de verde+ P6: Eu já acho lindo o amarelo+ P4: eu também acho lindo o amarelo+ P3: Eu usar uma coisa rosa- gente não dá- naquele trabalho do ano passado se soubesse a briga que foi- porque eu paguei cento e cinquenta reais num vestido que eu nunca vou usar na minha vida- porque eu não usei pois eu estava internada e nunca vou usar+ P5: Ai aquele vestido eu achei tão lindo+ P3: Posso te vender o meu tá novo++ Sério um trabalho que eu nem apresentei poi eu estava internada- pink nada ver comigo gente eu não sou fresca assim- quer dizer eu acho que não+ P2: é isso não tem haver com uma pessoa fresca ou não+ P1: eu acho que depende do modelo que tu vai usar+ P3 Eu já cheguei a ter dezessete regatas pretas no meu guarda-roupas+ P5: eu agora to no branco+ P3: branco e preto+ 251 P6: Eu adoro o branco- mais eu acho que eu tenho que tá muito espirituosa+ P4: A cor de roupa que mais tem no meu guarda roupa é branco- calça branca- blusa branca- casaco branco+ P3: calça branca eu tenho umas duas- e parece que eu to sempre com a mesma roupa- short branco- blusa branca- jaqueta preta- blusa preta- blazer preto+ M: A internet influencia vocês na busca por informações sobre produtos de beleza- de que forma+ P6: A gente vê na televisão e depois procura na internet+ P4: Eu vou procurar comentários sobre os produtos das pessoas que usam para ver se funciona e ver os tutoriais+ P5: Se é bom mesmo né+ M: Vocês falaram anterior mente que tem muitas coisas que vocês compram e acabam nem usando- existe isso+ O que por exemplo+ P4: eu não sou assim se eu compro eu uso- mais aí vai da pessoa- eu tenho maquiagem que eu já comprei algum tempo que eu nunca usei+ P6: é eu tenho um kit daquela maquiagem 3D- eu não sei onde eu tava com a cabeça pra comprar aquilo- eu achei que não tem nada haver comigo pensa uma sombra verde uma preta assim+ P3: verde eu gosto- eu não gosto de colorido pra roupa mais pra maquiagem eu acho legal- vai entender um ser humano assim- não usa colorido mais a maquiagem eu gosto- batom quanto mais rosa melhor- só não gosto de alaranjado+ P6: eu gosto de qualquer cor de batom+ P5: um vermelho que nem o dela+ P6: mais carne+ P5:é já não fica bem pra mim- mais as vezes a gente acaba comprando e acaba nem usando+ P2: pra mim é o esmalte- coloquei uma vez na unha não gostei- não usei mais+ M:Onde vocês compram os cosméticos+ P3: Farmácia- catálogo+ P6: eu não gosto de catálogo- eu gosto de pegar as coisas na mão e levar pra casa- esse negócio de esperar chegar não é comigo+ P4: Depende do produto pra comprar no catálogo- tem que provar pra ver se fica bom- que nem pó- base são coisas que tu tem que ver+ P2: Eu já comprei um pó que eu coloquei na cara eu parecia um fantasma+ M: Vocês tem alguma celebridade que inspira vocês+ P6: eu tenho Catherine Zeta Jones+ P3: Eu tenho o Brad Pitt- eu quero encontrar um gato daqueles então eu tenho que estar linda+ Agora famosa eu né+ P4: como referência nenhum- mais eu olho os tutoriais de maquiagem dela é a Rita Coelho- eu acho bem bacana os vídeos dela- geralmente eu assisto-mais não que eu tenha como referência+ P2: Eu não tenho+ P5: eu também não tenho+ Transcrição Grupo 3 M: O que vocês entendem por beleza+ e porque isso é importante na vida de vocês+ P3: Auto-estima né é importante a gente se sentir bonita+ P5: é importante porque quando tem uma mulher bonita na rua todo mundo olha- quando é uma toda esculhanbada ninguém liga+ P4:se sentir bem né+ P5: Agradar as outras pessoas- agrada o marido+ P2: ficar de bem com a vida também+ P6: mais não muito exagerada+ P4: eu acho que tudo tem um limite+ P2: eu acho que a beleza conta muito pra conseguir um emprego hoje+ P1:É pra emprego é muito importante+ 252 P6: se tiver tatuagens-piercings a mostra na da muito extravagante+ P4: eu acho que tem que usar uma maquiagem bem leve de acordo+ P2: De acordo com cada ocasião+ P5: beleza não é tudo na minha vida mais é importante+ P6: difícil hoje em dia uma mulher que não queira se cuida+ P5: não tem mulher feia- tem mulher sem dinheiro ou mal cuidada++ M: como é que vocês se enxergam diante do espelho+ e como é esse momento+ P6: quando eu acordo é uma negação- eu acho que a gente tenta se sentir bem durante o dia- acordar se olhar no espelho passar um lápis pra as pessoa verem que você tá bem- aparentemente assim- eu acho que as vezes uma maquiagem uma coisinha ou outra esconde muita coisa+ P4: quando eu levanto de manhã a primeira coisa que eu faço saio do banho e já vou passar uma maquiagem que eu gosto+ P5: Eu acho que sempre eu posso melhorar+ P6: Tem dia que eu acordo com muita vontade- ah hoje eu vou me arrumar tem dia que+ P5: tem dia que eu nem penteio o cabelo- depende do dia- tem dia que eu só faço um coque e já era+ P3: em casa eu não sou muito de me arrumar não- sou bem largada+ Mais pra sair tem que ter pelo menos um lapisinho um batonzinho- um rímel tem que ter+ M: Tem alguma referência em que vocês se inspiram para ter os cuidados de beleza- alguma pessoa- algum veículo de comunicação+ P4: Eu faço isso porque eu me sinto bem+ P5: A gente um pouco de tendência também o corte de cabelo- tintura a cor de unha- às vezes você vê alguém usando repetidamente aquilo ali- você fica com vontade de usar também- porque é diferente tá na moda é bonito+ P2: tem acessório- sapato+ P6: Eu sou uma que não sigo moda+ P1: Eu também não- eu uso algo que eu me sinto confortável e pronto+ P6: Depois que passou a moda eu vou lá e compro+ P5: Eu não compro sapato por ser confortável e sim por ser bonito- nem que eu esteja me matando pra andar++ tudo bem que chega anoite eu tenho vontade de ficar descalço+ P4: Eu não vou muito pelo conforto não aquele total confort são bem breguinhas+ P2: Se inspirar a gente se inspira um pouquinho em cada coisa em cada estilo- cada um tem um estilo+ P6: Uma novela uma coisa assim sempre tem alguma coisa pra olhar+ P5: Tipo unha tem um monte de gente com unha azul por causa da novela+ P1: Eu tenho uma coleção de esmalte azul eu adoro+ P3: Eu não gostei dessa moda do azul não+ P1: Não é toda tendência que tu vai seguir né+ P5: Tem coisa que você gosta tem coisa que não+ M: Qual a sensação que o consumo de cosméticos traz pra vocês+ P1: Boa uma sensação boa- principalmente eu que tenho um cabelo cacheado- ajuda bastante senão eu ia ser aquela leoa da propaganda da seda+ P5: Eu acho que é indispensável para uma mulher principalmente que faz química- eu gasto mais com o cabelo e maquiagem- pois se eu não corrigir as minhas olheiras eu não me acho gente ++quando eu acordo eu pareço um panda+ P2: pois é quando a gente acorda já cansada maquiagem ajuda bastante+ P5: Acho que a melhor coisa que inventaram foi a maquiagem+ P1: No meu caso eu não tenho essa experiência+ P4:é porque tu tens uma pele boa no meu caso eu não tenho uma pele boa e tenho que usar um pó+ M: Tem algum cosmético em especial que vocês tem algum apreço- que vocês consumam mais+ P3: eu gosto muito de um creme com filtro- com filtro solar- sei que todos os cremes que eu compro tem que ter filtro+ P5: Meu principal é o protetor solar em primeiro lugar e em segundo e indispensável é o corretivo pra minhas olheiras não vivo sem+ 253 P4: Eu uso o protetor solar diariamente e eu uso pó que é pó- base tudo junto da Natura que eu uso muito- ele muito bom e eu gasto assim com pó muito sempre tenho+ P2: Eu gasto com pó- batom essas coisas- só que eu sempre compro de marcas que durem bastante- que tu possa usar todo dia- mais dura bastante e tu ve o resultado também+ P4: é bom os que dão resultado+ P2: é também base- batom - lapis de olho+ P6: minha maquiagem é básica lápis de olho e sombra+ P3: eu não consigo passa pó base+Eu uso só creme+ P5:Eu não uso sombra+ P6: quando eu saio do banho eu tenho que passar um creme+ P4: Eu uso também eu gosto+ P5: Eu tenho preguiça eu saio do banho eu quero dormir direto+ P6: eu também tenho preguiça mais eu passo assim mesmo- eu não consigo+ M: Como vocês enxergam a abundância de cosméticos que tem em lojas – catálogos- televisão-internet todo mundo ofertando+ P5: Eu acho que é bom porque dá a concorrência dos produtos também- porque quando um produto é muito bom ele não fica tão caro assim- porque tem mil opções+ P2: Pra quem faz não sei se é bom- mais pra quem consome+ P6: eu acho que hoje em dia visam muito esse negócio de concorrência- um invento uma coisinha aqui outro que ir lá e fazer melhor-tem uma cor assim e o outro vai lá e faz- só que a moda ta mudando muito rápido- então alguma coisa acaba sendo esquecida+ P5: tem coisa que em um mês é legal- no outro mês já não é+ P6: E se as pessoas compram em grande quantidade não usa mais deixa escondido+ P5: Ou joga fora ou usa até acabar+ P4: As minhas coisas não sobram- eu uso tudo o que eu compro+ P6: Mais tem gente que compra maquiagem só por comprar né+ P5: Eu só compro quando eu preciso mesmo+ P6: Eu já não compro muita coisa pois eu sei que eu não uso mesmo- base - pó+ P1: Eu não uso mais tenho lá guardado só+ P2: A única coisa que eu mais uso é rímel+ P1 Depende onde tu vai né+ P2: Se tu vai vir pra cá + P5: Seu eu vou pra uma balada eu uso tudo junto e misturado+ P6: Se eu vou em algum evento assim é a minha irmã que me maquia+ P1: Tudo bem se tu vai sair- estudar- mais se tu vai na padaria tu não vai te maquiar toda né+ P5: pelo menos um corretivo eu vou botar- o meu pozinho eu uso sempre- só o meu marido que me vê panda os outros não veem++ M: O consumo de cosméticos e tratamento de belezas dão uma certa segurança maior pra vocês conviverem em sociedade+ P5: Quando eu acho que to legal- o meu humor fica melhor- eu me sinto mais segura- agora se eu to me sentindo feia+ P1: Quando você acorda se arruma- mesmo estando desanimada- da uma animação a mais- dia que tu não faz isso quem tá acostumada é pior+ P5: Não sei se vocês são assim- mais tem dia que eu me acordo e me sinto bem- hoje eu to bem- mais tem dia que eu me acho gorda me acho feia+ P6: Eu as vezes penso to com preguiça- porque tem dia que eu me acordo vou passar um lápis de olho e não consigo já me revolto- se eu não consegui nem passar um lápis eu não vou passar maquiagem e não vou nem sair de casa+ P2: Agora no mercado tem muita mulher- dai a gente se arruma mais pra outras- se tu vais mais ou menos e a tua colega vai super arrumada- tu já não se sente muito bem- pelo menos eu sou assim+ P5: quem não gosta de passar na rua e ser notada- se não olhar mais é porque aí o negócio tá feio+ M: O que vocês entendem como belo+ 254 P5: Eu acho que não é só beleza- os dois lados- o lado da pessoa também- mas o primeiro impacto é o físico não adianta+ P3: Uma coisa que te faz bem- que você goste+ P6: Algo que não te deixe tão vulgar assim+ P4: Que seja discreto+ P5: Não extravagante + P3: Cada um tem um gosto né + P1: Mais nada de exagerado+ P5: Menos é mais + M: Mais o que que é o belo pra vocês+ P2: Esteticamente+ M: Isso+ P2: Um cabelo bem arrumado- uma pele bonita- uma maquiagem discreta+ P5: O cabelo e a maquiagem é o principal + P4: uma pele bem hidratada- bem cuidada- eu não tenho mais acho que é belo+ P3: A gente busca+ P4: Tenta né+ P5: Tá igual o meu cabelo a gente tenta + M: E a preocupação com beleza ajuda a criar uma identidade e criam uma marca específica pra vocês+ Uma forma dos outros enxergar vocês+ P5:Eu acho que sim- um pouco sim- por exemplo tem pessoas que estão sempre bonitas sempre arrumadas- você nunca vai ver elas descabeladas e sem maquiagem- sem salto- é uma identidade delas- que nem tem uma pessoa que trabalha comigo que tá sempre no salto sempre- e eu tem dia que eu não to legal pra usar- é uma identidade dela- tem uma outra conhecida minha que só usa batom vermelho- cheguei é a identidade dela- se tu veres ela sem não é ela- porque ela acorda de manhã- almoça sempre com o batom direto+ E cada pessoa tem o seu estilo também- quando você convive mais tempo com a pessoa- você sabe o que ela gosta o que ela não gosta qual o jeito de se vestir- eu consigo identificar isso nas pessoas assim- as mais intimas assim+ P1: Ela já sintetizou tudo+ M: A busca da beleza está ligado a dinheiro+ P5: Um pouco bastante+ P6: Tem gente que faz absurdo pra se sentir bem- pra agradar os outros não só pra agradar a mim- pois muitas vezes a pessoa não faz só pra ela e sim para os outros- pra mostrar pra eles que ela tem isso+ Eu conheço uma menina que se a gente falasse eu queria tanto aquilo- ela fazia questão de comprar mesmo que ela não usasse aquilo - então as pessoas tem a competir muito um com o outro- então mesmo que se gaste horrores com isso- se sentindo bem e mostrando pro outros+ P5: Eu acho que a questão financeira também influencia porque quando a genética ajuda a gente fica feliz né porque a gente tivesse que consertar uma coisa muito- que tivesse que apela pra uma plástica uma coisa assim- já ia dificultar um pouco- porque a maioria aqui não ia ter condições de plástica+ P1: Sorte que a genética ajuda+ P5:É ainda bem que a genética ajuda né+ P2: A maioria das pessoa que faz é vaidade- pois a maioria das pessoas que fez realmente não é uma pessoa que precisasse+ P5: Algumas eu sei que precisavam tipo orelhinha+ P2: Orelha de abano+ P5: Teve uma amiga minha que fez e ficou bem bonita- no umbigo também tem gente que tem aquele umbigo saltado também tem amiga minha que fez que ficou linda- nariz tem gente que mexe que não precisa as vezes é só vaidade+ P3: Mais tem gente que sofre por causa disso+ P1:Bulling+ P2: Tem gente que começa o nariz- põe silicone- faz a lipo- vai fazendo e nunca tá bom- ai são pessoas que não se aceitam+ P5: Por mais que a genética tenha ajudado ela sempre acha que precisa melhorar+ 255 P5: Ainda bem que é só o professor que vai ouvir+ M: Você acreditam na existência de um padrão de beleza e conseguiriam definir como ele seria+ P5: Padrão de beleza tipo Rodrigo Hilbert++ M: Feminina+ P5 Feminina deixa eu ver+ P6: Giele Bundchen não pelo amor de Deus+ P2: Antigamente eu acho que era aquelas bem magrinhas- agora já são aquelas tipo Panicat- bundão- peitãocoxa toda musculosa- a maioria das mulheres agora é saão e academia+ P3: É só vive pra isso- só pro corpo+ P5: eu conheço mulheres que vivem dentro de academia- eu acho que não tem vida- se privam de tudo né- nem um brigadeiro- tipo a Graciane Barbosa a mulher não come uma colher de açúcar- nada nada vive de dieta- só come aquelas comidas horrorosas- tá só em musculo parece um homem+ P2: O padrão de beleza que a mulherada busca agora é um estilo silicone no peito e na bunda+ P5: Ah mais eu ainda gosto mais das mulheres mais femininas não as muito malhadas+ P2: Sim eu também acho bonito mais se tu for ver o que a mulherada quer é ficar musculosa- não quer ficar mais meiguinha- é um padrãozinho né+ P3: Eu acho mais bonita mulher com corpo feminino mesmo- busto pequeno tudo ajeitadinho proporcional ao corpo dela+ M: Então se vocês fossem descrever qual seria o padrão de beleza atual + P1: Pra mim eu acho que sim é só ver nas revistas+ P5: Pra mim é mais feminino+ P4: Eu também acho que o padrão é mais feminino+ P6: O que todas querem ter hoje em dia é uma cinturinha fininha- um peito gigante+ P5: Eu não acho que o padrão tipo Fernanda Lima- acho muito magra eu não acho legal- e nem Graciane Barbosa que é pesadelo- meio termo assim- nem musculo saltando pra tudo quanto é lado- mas nem muito magra- um corpo feminino+ M: Quais são os estímulos que influenciam a vocês consumir cosméticos+ A mídia- as outra mulheres do seu convívio- a própria indústria de beleza com variedade de produtos+ P5: Eu acho que as mulheres do meu convívio no meu caso- por exemplo quando eu comecei a trabalhar- eu já trabalho a oito anos onde eu to- eu não tinha a mínima paciência de me cuidar- não sabia o que era maquiagem não estava nem aí pra nada- só que dai a mulherada começa a se cuida- você vê todo mundo arrumada pra trabalhar- você vai querer se arrumar também- não vai querer se sentir o patinho feio do local né- então é o convívio com as outras pessoas o que influencia mais+ P4: Eu também concordo com isso ajuda bastante+ P2: Eu pego mais tendência assim coisa de blogs pra unha quando eu tenho paciência de fazer a unha- olho no blog tudo certinho vejo a cor do esmalte- compro e eu faço- mais maquiagem- cabelo é mais coisa de famíliaantes de começar a trabalhar tu nem pensava nisso- mais no ambiente de trabalho todo muito se preocupa+ P5: Tu vai trabalhar num banco por exemplo- a maioria mulherada é bonita- é difícil ver uma mulher feia e mal arrumada em banco- então você já vai entrar com aquela- tem que se cuidar tem que tar apresentável né+ P1: De acordo com o local de trabalho você tem que ta de acordo+ M: E a mídia não influencia vocês+ P3:Pra mim influencia+ P2: Influencia em novidade + P5:Pra mim não - só se sair alguma coisa que eu ache que vale a pena- tipo um creme novo que diz que é muito bom - que me de vontade de usar- quanto a seguir a tendência das mulher das novela ali não+ P2: Quando for um produto novo- isso pode ser legal- tu não foi comprar hoje um creme que passou na TV pras pernas né+ P5: Fui+ P6: Comprei esse também+ P2: A mídia ajuda a tu te interessar por uma coisa e ir atrás+ P6: Mostra as novidades+ P5:Muito mais é o convívio pois eu comprei porque minha amiga diz que usou e é bom+ 256 P1: A mídia atualiza a gente no caso++] M: Que tipo de produtos de beleza vocês consomem+ Desde perfumaria desodorante- cuidados com a pele- com o cabelo- maquiagem para rosto- lábios- unhas- depilatórios- proteção solar- e de que maneira vocês consomem+ Onde compram+ Fazem algum tratamento+ P5: Meu deus a lista é longa+ P1: Acho que o cabelo é uma das coisas que eu mais gasto- porque é desde creme pra pentear é condicionadorshampoo- tem coisas que eu consigo no mercado- tem coisas que por ser da Natura eu consigo por catálogomais é uma coisa essencial que não pode faltar- todo dia eu faço a mesma coisa com o cabelo- vai lavar+ P5: Você lava todo dia o cabelo+ P1: Todo dia eu tenho que lavar o meu cabelo pra eu ficar assim bonito como vocês estão vendo hoje++ P1: Todo dia+ P4 É porque é bem cacheadinho+ P5: Ainda bem que o meu cabelo é seco- eu tenho preguiça de lavar o cabelo- porque o ritual é longo+ P1:Por isso o meu maior gasto é com o cabelo+ P5: O ritual é longo né- duas vezes shampoo- creme de tratamento- condicionador- aí o creme de pentear- o living aí o óleo- ai meu deus++ P1: O cabelo é um dos primeiros impactos que a pessoa repara+ P2: O meu é mais fácil- passo shampoo- condicionador- passo silicone e também tem a química que eu faço também pra fazer luzes- de três em três meses- tem que fazer uma hidratação tem que ser uma vez por semana a hidratação+ P5: Aonde a gente compra os produtos- produtos bons aonde for mais barato assim- eu pesquiso- por tem creme que eu uso pro cabelo que assim tem que ser coisa boa mesmo- shampoo bom- creme bom+ P1: Depende de pessoa pra pessoa- de cabelo pra cabelo+ As vezes o teu produto não aceita no meu cabelo- meu creme é um sarro- tem mercado que tem creme que faz efeito- as vezes na farmácia- tem que dar uma pesquisada no preço+ P5: É sempre olho+ P3:Perfume também- eu gosto de perfume bom- tem que ser bom mesmo- nisso eu gasto um pouquinho- mais isso tu não gasta todo mês né- porque dura um monte+ P1: Os perfumes eu uso os mais populares que são da natura e do boticário+ P5: Eu acho que o perfume é a identidade da pessoa- tem pessoas que eu sinto o cheiro eu já sei quem são- fica marcado assim+ P4: Eu não posso usar perfume que me dá dor de cabeça- não pode nem ter ninguém do meu lado que eu já fico ruim- com perfume eu não posso+ P6: Eu já acho que eu sou bem excluída dessa parte assim- porque pra mim é shampoo e condicionador- não passo creme pra pentear porque estraga o cabelo+ P5: Mais a genética ajuda né+ P6:Agora a genética ajuda- porque a química que eu tive que passar pra ter esse cabelo+ P4: Todo mundo tem química no cabelo+ P6:E a maquiagem é o básico- não gosto de passar essas coisa de corretivo- pó- minha maquiagem é um lápis de olho- uma sombra de vez em quando lá um batom+ P1: Eu pra usar corretivo só quando é bem necessário tem algo bem amostra+ P6: Eu não sei usar corretivo- talvez por isso eu não use- não sei me maquiar+ P5: Passa três pontinhos e espalha++ P1: Rímel que as vezes eu passo quando bate preguiça e um batonzinho básico cor da pele e só- também não uso muita coisa+ P4: Eu sou bem engraçada com maquiagem o pó é da natura que é um pó muito bom- o blachet que eu gosto é da avon não é tudo da mesma linha- eu sempre procuro o melhor no meu caso não é todos iguais da mesma marcaeu sempre procuro o melhor- protetor também eu compro em farmácia que é aquele o La Roche receitado pelo dermatologista+ P5: Protetor eu gosto- compro bom+ P6: Eu já acho que eu não cuido da minha pele- mais eu não sei- eu acho estranho- porque eu não tenho esse costume de passar protetor+ 257 P5: Eu até meus vinte não sabia o que era limpar a maquiagem antes de dormir- não tava nem aí-depois dos vinte você começa a cuidar+ P3: Mesma coisa protetor solar você tem que passar sempre mesmo que não tenha sol+ P5: No inverno normalmente eu passo antes da maquiagem- no inverno não é porque ta nublado que o sol não vai queimar + P6: Eu não passo protetor solar nem pra ir pra praia porque não tem uma coisa que me irrita como protetor solar+ P5: Tem que compra protetor bom- porque absorve tudo+ P6: Eu não sei- agora vou ter eu usar protetor né todo mundo usa- a Jack já me ensinou a passar a base+ P5: A base não o corretivoP2: A gente tá te dando umas dicas aqui o Natália++ P5: Com salão eu já não gasto muito meninas- eu só gasto quando ele tá assim oh indomável+ P1: Eu também+ P5: Daí faço uma hidratação-sei lá a cada três meses- eu tento comprar produto bom pra conseguir da conta em casa- pra não gasta muito também+ P1:Eu tento fazer hidratação em casa-tem o creme que eu compro+ P6: Eu tenho trauma de salão- daí eu corto meu cabelo em casa eu faço tudo em casa+ P1 Tu corta sozinha o teu cabelo+ P4: Sério+ P5: Ensina pra gente+ P6: Eu coloco ele pra frente e corto- eu não gosto de ir porque sempre fazem alguma coisa de errado- eu sempre saio de lá chorando- arrependida de ter ido+ P1: O meu cabelo até eles acertarem o corte fui nums quatro salões e só estragaram o meu cabelo em vez de ficar os cachinhos do jeito que elas cortaram- uma passou a navalha no meu cabelo- onde já se viu passar navalha no cabelo cacheado- armou o meu cabelo de um jeito- fui acertar o meu corte mesmo faz uns três anos- e olha que o ano passado cortei e deixei mais curto e a mulher acertou- porque eu mudei de salão+ P5: Só corta nessa mulher pelo amor de deus+ P2: Eu só vou no salão quando é um evento- um casamento por exemplo daí sim senão também não+ P5: Eu acho que o salão é muito da pessoa- tem que fala mal e o outro gosta- depende quando a pessoa acerta o corte+ P6: A minha tia quando eu frequentava bastante o salão dela assim- sempre que eu ia lá ela inventava de fazer alguma coisa no meu cabelo- testava tudo- daí quando eu mudei de salão eu nuca mais quis cortar fazer um corte diferente assim+ P1: Querendo ou não dependendo do corte a gente tem medo- vai que estraga mais o meu cabelo+ P6: Eu tenho ciúme do meu cabelo- então se for pra fazer alguma coisa eu tenho que tá com muita vontadeentão eu corto meu cabelo em casa- mais é só dois três centímetros para tirar as pontas duplas ou alguma coisa assim- mais também nada muito radical- pois ele não aceita- o meu cabelo ele é mal humorado as vezes+ P5: Rebelde+ P1: Acho que o cabelo de todo mundo é assim+ P6: Eu fui fazer a minha franja pra ficar bonito e ficou parecendo uma toca assim+ P5: Aí eu perguntei pra Natália quem tinha feito a franja dela pra decidir se eu fazia a minha ou não- e porque você não falou que era você mesmo que tinha feito+ P4: Ela tinha cortado em casa+ P6: Faço tudo em casa+ P1: Abre um salão natália+ P6: Não faz isso- eu corto o cabelo do meu namorado- mais ele não gostou muito da última vez++ M: E quanto tempo vocês dispendem pra fazer todos estes rituais+ P3: Depende da ocasião+ M: No dia a dia+ P5: No dia-a-dia o mais rápido possível- porque eu não tenho tempo+ P4: Eu também não tenho muito tempo+ P2: Cinco minutos ou até menos+ 258 P5: Agora se eu vou pra uma balada é outra coisa- daí eu marco unha- dou uma hidratação no cabelo+ P3: É uma hora pra se maquiar também+ P6: Eu tenho que pensar e começa a fazer alguma coisa três horas antes pra eu poder+ P5: Ah não eu penso dois dias antes+ P6: Porque chega na hora testa uma coisa não deu certo testa outra não gostou e daí vai mudando- até não so eu que faço é a minha irmã então ela tem que ter paciência+ P1: É igual eu fui num salão pra minha formatura eu odiei o jeito que a mulher arrumou o meu cabelo- mais igual não tinha tempo- senão eu teria pedido pra ela mudar totalmente o meu cabelo- eu queria uma trança embutida de lado assim que pegasse até o final e ficassem os cachos todos caindo- a mulher não finalizou a trança embutida- ai o meu cabelo não ficou do jeito que eu queria daí sai chorando do salão+ P6: Minha formatura eu não fui nem maquiada- porque não deu tempo de terminar a maquiagem- fui só com base- pó e um Blanchet- não fui com lápis não fui com nada tive que passar tudo na hora assim+ P1: Na minha formatura eu saí do salão eu tive que fazer a maquiagem- maquiagem uma hora antes arrumei tudo bonitinho- porque se eu não gostasse eu tirava+ P5: Eu não maquiagem é sussa+ P1: Porque é uma coisa do dia-a-dia vocês passarem pó- essas coisas- igual eu não uso no meu dia-a-dia daí eu acho estranho as vezes+ P5: Nem a Natália+ P1: Quem sabe a gente pegue o costume agora né Natália+ P6: Vou começar até a passar protetor solar++ P5: Eu fico com um protetor na bolsa+ P6: Eu não tenho um corretivo++ P2: No dia –a-dia eu me arrumo bem rápido- é só sair do banho- vestir a roupa e botar a maquiagem- e quando eu vou fazer o meu cabelo- que eu vou fazer as luzes aí demora umas cinco horas- daí tem que fazer mechinha por mechinha- descolore- enxagua- faz hidratação daí é bem demorado- mais só faço de três em três meses+ P6: Faço em casa tá amiga+ P5: Eu não faço mais em casa não- ultima vez que eu tentei fazer em casa minha amiga eu dava pra arear as panelas com meu cabelo- nunca mais na vida+ P2: Mas é com a toquinha que é só puxar os fiozinhos- com papel alumínio é demorado- tem que fazer mechinha por mechinha depois enxaguar é bem demorado+ P1: Maquiagem eu não saco pra ficar na frente do espelho- fica passando base+ P5: Mais é muito rápido+ P4: É rapidinho pra fazer+ P1: É porque vocês pegaram costume+ P6: Rapidinho- base passa antes ou depois do pó+ P2: Primeiro o corretivo depois a base depois o pó+ P4: Primeiro o protetor+ P6: Não porque minha maquiagem é básica- lápis de olho- sombra fim+ P5: Lápis eu não gosto não me borra escorre tudo sai tudo+ P6: O Igor comprou um lápis muito bom pra mim- mais também pra tirar depois de noite antes de dormir- fico com o rosto até enxado assim+ P3:Toma banho fica aquele urso panda+ P6:A prova d’agua deus me livre+ P5: Tadinho do Igor+ P2: Compra o removedor tira bem facinho+ P6: Eu não compro nem protetor solar- tu acha que eu tenho removedor de maquiagem++ P1: O meu acho que tá lá até vencido- removedor tá lá só por ter+ P4: O meu acaba rápido+ P5: O meu também- quando eu tenho paciência de usar- senão só passo uma água na cara e deu++ M: Vocês entendem que existe uma cobrança muito grande pro beleza na sociedade brasileira+ P3: Sim+ P4: Sim+ 259 P5: Muito- meu marido me disse que se eu não fosse ajeitadinha ele não casava comigo++ P6: Meu namorado briga porque as vezes eu não quero me arrumar- porque as vezes eu acordo mal humorada e não quero++ P5: Se arruma menina- porque aí ele vê as bonitas na rua e daí tá lascada+ P4: Ai é pior né+ P6: Daí uma camaçada de pau quando chega em casa- não aí todo mundo porque tu faz isso porque tu não faz isso- porque tu não faz aquilo- porque tu não faz o cabelo+ P1: O cabelo eu acho que é essencial pra todo mundo+ P6: Tem dia que eu não quero arrumar o cabelo- daí eu só faço um coque- se eu vim de cabelo preso é porque eu tava com preguiça de arrumar o meu cabelo- sei lá as vezes não dá vontade daí o Igor fica me cobrando+ P5: Quando vocês me verem do coque é porque o meu cabelo tá sujo e não deu tempo de lavar++ P1:Ah igual semana passada+ P5: Saí na correria- ai o cabelo fica- não deu tempo+ P1: No meu caso tem dias que o meu cabelo acorda lindo- oh cacheadinho como vocês tão vendo hoje tudo até mais bonitinho+ P4:Acho que todo mundo é assim né tem dia que é tão bom o cabelo tá tão lindo+ P2: Eu não gosto do meu cabelo nenhum dia- sempre que eu vejo ele fico com uma raiva++ P1:Claro que quando a gente fica em casa e vai limpar alguma coisa- o cabelo fica de qualquer jeito- geralmente é um coque e pronto+ Geralmente é assim- mais a sociedade cobra muito+ P6:É cobra bastante- eu tenho cobrado da minha mãe até isso- minha mãe tem um cabelo bem cacheado igual ao seu e ela não cuida do cabelo- fica com trança o dia inteiro- dai quando ela sai - ela faz um banho de creme no cabelo- fica melhor que o teu assim e ela não cuida de nada- aí depois meu pai fica ah porque tu não cuida não sei que+ P5: Tá vendo daí ele olha pras tiazinhas na rua+ P6: Mais minha mãe não dá bola pra isso- porque é obvio que ele olha- mais acho que a gente é muito cobradaeu principalmente- eu não gosto quando o Igor me cobra- ah tem que fazer isso- daí a gente briga- porque eu acho que ele não tá satisfeito comigo+ P5: A mulher principalmente não é cabelo- nem maquiagem- é o corpo- não engordar- não tá gordinha não sei que- porque o homem depois que casa o meu marido pelo menos engordou- pode tá com a pancinha tudo certo e eu não cobro isso dele- agora se engordar vai por biquíni no verão- fica gordinha não dá+ P1: Geralmente quando você tá gordinha- coloca um biquíni e se olha no espelho meu Deus eu to gordinha+ P5: Eu me cobro muito- meu deus- vivo dizendo que eu tenho culote- todo mundo diz que não sabe tem isso em mim+ P1: Mais corpo a gente é cobrada+ P2: É mais a gente nunca tá satisfeita+ P1 Principalmente depois de uma idade até os catorze- quinze anos eu não ligava+ P6: Mais agora as meninas se preocupo muito mais cedo tem menininha de dez doze anos que não vai pra escola sem uma maquiagem- já tem menininha de quarta série indo no banheiro passar lápis de olho- nessa idade eu pegava lápis de olho pra pintar as coisas- pois nessa idade eu não sabia o que fazer com um lápis de olho+ P5: Eu comecei a me interessar com dez anos- novinha- que eu comprei na farmácia escondido uns lápis de olho com brilhinho- que eu ia pra escola só com trajes florescentes- e minha mãe descobriu e confisco os lápis de mim pra mim não usar porque me achava muito novinha pra fazer isso- sabe daí aquilo me traumatizou eu nunca mais quis saber de lápis nada- daí só depois dos quinze que eu voltei a me interessar+ P1: Mas hoje em dia a gente vê que a sociedade cobra a maquiagem da gente assim todas as mulheres- porque o que criança quando é pequeninha geralmente ganha aquelas maquiagenzinhas que sai já com água- aqueles esmaltes que sai já com agua- as crianças ganham+ P5: É porque as crianças vem as mães se arrumando- se a mãe da criança for desleixada ela não vai se interessarmais se ela ver sempre a mãe arrumada ela vai ter vontade- igual a minha cunhada ela tem uma clinica de estética tu acha que as três menina dela não vai ser interessada por beleza- ela tá lá fazendo sobrancelha- e as menina pega a pinça e vai lá tirar pelo de onde não tem pra arrancar- unha feitinha com doze anos- quando eu tirei a cutícula com doze anos- eu comecei a fazer a minha unha sei lá depois de uns dezessete dezoito- com doze anos unha feita- cutícula tirada- vê aquilo ali todo dia+ 260 P2: A mãe influencia a gente- a minha mãe também é muito- também é uma pessoa que é dona de casa- agora as mulheres trabalham- antes as mães eram só donas de casa- agora já não é mais assim+ P6: Minha mãe não é vaidosa- eu acho que eu sou mais vaidosa que a minha mãe- porque ela não gosta- tanto que quando ela sai ela só passa um batom vermelho assim e um lápis- esse dias eu fui passar maquiagem nela ela se sentiu outra pessoa- não seis o que eu fiz- maquiei ela soltei o cabelo- lavei assim- mais ela não gosta- não gosta de pinta unha- passar maquiagem e cuidar do cabelo+ P5: Eu acho que o se arrumar não é só da convivência- no caso influencia as pessoas assim arrumadas e coisa e tal- mais não é só convivência é muito da pessoa+ P2: Auto-estima né+ P5: Igual eu tenho uma irmã só- eu geralmente me arrumo assim- e a minha irmã não liga pra nada- ela sai na rua descabeleada se ela sai cor sim cor não ela não tá nem aí entendeu- e não é porque ela não tem condições ou não tem noção- é porque ela não tem vontade e não tá nem aí+ P1: As vezes ela não tem tempo ou dependendo do local onde ela trabalha- igual minha mãe minha mãe trabalhava numa padaria agora ela foi pra um mercado- minha mãe não pode trabalhar de cabelo solto- maquiada não+ P5: Minha irmã é a mesma coisa- daí ela vive de coque e ela não liga entendeu+ P1: A minha mãe tinha um cabelo por aqui era coisa mais linda quando soltava- minha mãe se revoltou e cortou o cabelo curto e agora usa só um coquinho porque ela não usa o cabelão dela- unha porque ela trabalhava numa padaria+ P5: Nunca pode esmalte né+ P1: Depende muito do serviço né+ P5: É acho que depende tudo do serviço também tem serviço que você vai e se arruma toda+ P1: Igual você já é direto com o público+ P2: Precisa se arrumar+ P1: É essencial você se arrumar+ P5: Agora se for trabalhar em padaria esmalte na unha nunca na vida+ P6: Agora tu chega num ligar vê uma pessoa arrumada assim tu já vai pensar+ P5: Padaria não pode nem brinco nada+ P6: Nem brinco+ P1: Aí já vai do costume só pode mini brinco e olhe lá- minha mãe era balconista ali dependendo lugar minha mãe trabalhou doze anos sempre no coque- nunca na maquiagem nada+ P6: A minha mãe trabalhou sempre de auxiliar de cozinha- ela nunca pintou o cabelo dela+ P5: Minha mãe também não nunca- minha mãe nunca fez a sobrancelha na vida- ai se eu tentar arrancar um pelo dela+ Nunca pintou o cabelo na vida-a unha ela nunca fez uma manicure na vida- e olha que eu falo- mãe eu pago pra você- não ela faz em casa- porque ela não que que tire a cutícula não sei que é mania tem pessoas que tem isso+ P1: Uma das manias da minha mãe é pintar o cabelo dela de vermelho porque ficava bonito que combinava com ela ou escuro- mais faz tempo que ela não faz isso- mas a sobrancelha essas coisas ela sempre faz- ela mais ligada com maquiagem com creme essas coisas assim++ P6: Agora que ela tá em casa ela tá se arrumando mais- que bom- eu acho que ela vai se sentir melhor- até pra ela mesma- e ela não se arruma porque ela não tem vontade- porque ela não sai de casa- e se ela saísse alguma coisa assim- quando ela se arruma da pra ver que ela muda- porque ela não se importa de estar com aquele pneuzinho a mais- porque ela gosta de usar aquelas blusinhas curtinhas- nas festas minha mãe vai de botão leg e aquelas blusinhas que aparece a barriga mesmo com aquelas pelancas todas ela não tá nem aí- e tua mãe calma- não quero saber e ela briga comigo+ P4: Ela se sente bem+ P6: A gente tá fugindo completamente do assunto++ M:O seguinte vocês falaram muito da influência da sociedade mais da família e com relação a emprego como que é a cobrança em torno da beleza na área profissional- com vocês veem isso na empresa- colegas de trabalho+ P4: Acho que aparência ajuda bastante- porque você chegar e ser atendido por uma pessoas assim sei lá suja descabelada+ P1: Fedida+ 261 P2: Não dá certo+ P5: Não precisa ser uma miss né gente- mais pode ser cheirosinha+ P6: Igual falaram se uma menina do teu trabalho vai arrumadinha e eu to indo mais ou menos ai então se sente mal+ P1: Igual tu vê no banco o exemplo- quando entra uma nova já vê e quer seguir o padrão- por isso que no banco é tudo padrão tudo arrumadinha+ P6: Eu acho às vezes exagerado no Boticário+ P2: Ah eu também acho+ P6: Elas ficam com uma cara fechada que não quero falar com ninguém hoje mais com aquela maquiagem+ P4: Maquiagem meio pesada+ P5: Mais é que elas é o cartão de visita da empresa+ P6: Mais tem mulher que não se sente bem trabalhando daquele jeito+ P5: Mais dai muda de emprego+ P3: Quando eu trabalhava na Renner tinha que tá toda maquiada eu não gostava- não adianta tinha que tá era o padrão da loja exigia isso+ P5: Daí muda de emprego+ P3: Mais eu gostava eu só não gostava da maquiagem- mais eu me obriguei a seguir os padrões+ P1: É o padrão- dependendo do lugar tem que ser+ P3: Hoje em dia tá lá aposentado o meu kit de maquiagem lá porque eu não uso- não passo nada no rosto- só batom mesmo- o lápis o rímel acabou+ P2: Lá onde eu trabalho a gente não tem uniforme não tem nada deste tipo- mais é sempre calça jeans e uma blusinha mais bonitinha- sapatilha ou sapato- tem aquela diferença também quem ganha mais quem ganha menos né pra não ficar aquela coisa a pessoa meio deslocada- porque tem aquela pessoa que vai toda arrumada e tu já se sente mal- então é meio que um padrão assim- a calça jeans assim+ P1: O pessoal que ganha mais é sapato- quem ganha menos é sapatilha+ P2: Não lá no escritório é um padrão bem- única coisa que se diferenciam mais é acessório- umas vão com joia umas coisas mais extravagantes- mais em relação assim a padrão de maquiagem e roupa é meio equilibrado+ P5: E tem gente que não tem noção também vai trabalhar num escritório lá e acha que ta trabalhando numa praia- igual você falou né vai trabalhar de saída de praia+ P6: Saída de praia+ P1: Na empresa que ela trabalha sempre tem uns que vão assim+ P5: Se ela for trabalha numa loja de biquíni- uma loja de praia beleza né- mais não num escritório no centro né+ P1: Dependendo da saída de praia é até estranho tu entra dentro de uma loja assim e a pessoa lá com o negócio+ P4: É estranho né- nossa tem gosto pra tudo+ P6: As vezes a empresa em si exige que a mulher esteja bem arrumada- até se você for entregar um currículo alguma coisa assim e tu já não tive pelo menos um mínimo que eles exigem - mesmo que o teu currículo seja maravilhoso- não vão te aceitar- porque a aparência conta bastante+ P3: Ainda mais se for pra trabalhar com público né você tem que estar bem apresentável- senão++ M: Com que frequência vocês vão a salões de beleza- clinicas de estéticas- academias de ginástica ou praticam algum esporte ou atividade física+ P5: Zero+ P3: De veze em quando um dia como hoje assim eu sai fui caminhar na praia dei uma corridinha- então sempre tento mante umas três vezes na semana ou duas vezes+ P6: Eu subo a escada todo dia pra vir pra a aula+ P1: A escada conta+ P5: Gente eu gostaria muito- mais eu não tenho tempo+ P4: Eu não tenho tempo eu fazia academia mais eu parei+ P6: Eu tenho tempo- mais eu tenho preguiça- tem dias quando eu acordo- até quando eu acordo cedo de manhã umas sete e meia oito horas é um horário bom até pra caminhar ou correr- mais também corro deito e durmo o resto do dia+ P5: Eu quero vê se eu começo a fazer uma academia+ P1: Eu quero é andar de bicicleta ai uma hora+ 262 P6: Eu gosto é de andar de ônibus- anda de ônibus é bom ++ P2: Eu combinei com o pessoal do escritório de semana que vem fazer uma experiência de antes de vir pro curso fazer academia- porque eu fico o dia inteiro sentado no escritório e venho pra cá fica mais até as dez horas da noite sentada dai não tem condições+ P5: Mais que horário vocês vão fazer academia+ P2: Das seis as sete uma hora dai venho+ P5: A tá que eu vou acordar a essa hora+ P2: Não das seis da tarde as sete pra vir pra cá+ P4: Eu acordo todo dia as cinco horas da manhã+ P2: Até pra subir essa escada aqui eu não dou conta de subir essa escada- chego no terceiro ali morre-pra subir o morro que eu venho pra cá eu já me sinto exausta- mais atividade física eu não faço+Salão de beleza de três em três meses pra acertar o corte+ P5: Mais que beleza aqui no nosso caso- não é extremamente importante- é importante- mais eu não vou me matar com que não posso pra claro++ M: Vocês cuidam da alimentação+ P3: Eu tento controlar- brigadeiro só final de semana+ P4: Eu cuido muito porque tenho dois filhos e na minha casa eu tento ter muita verdura- bastante fruta- mais meus filhos mesmo comem pouco pão comem muita fruta- eu ensinei isso pra eles- não que eu coma só fruta- a gente come- final de semana a gente exagera+ P1: Coitada das crianças+ P5: Mais sabe que hoje lá no Ervino as crianças é só salgadinho e bolacha recheada- isso é horrível+ P4: Eu não tenho o hábito não até por eles- e pra gente também né+ P5: Eu cuido em primeiro lugar pela saúde- em segundo é pra não ficar gordinha´é claro né+ P4:É tem que ver isso também+ P6: Eu como o dia inteiro- to em casa to comendo- to parada to comendo- eu tenho que me regular também- eu tenho reumatismo com dezoito anos de idade- eu não posso comer coisa com sal porque dai a minha circulação não funciona direito- ai tem que ser tudo certinho tem que ter salada+ P1: Acho que a salada é o principal em todas as famílias assim- um pouco de salada+ P6: O pessoal lá de casa não tem esse costume eu compro as coisas mais é só pra mim- tanto que só eu como salada assim- meu irmão não tem o costume de comer- eu acho que procuro cuidar quando eu treinava eu praticava mais esportes eu cuidava bastante da minha alimentação- eu era bastante rigorosa- ia até pra campeonato tudo- mais depois que eu parei não teve mais jeito+ P5: Ah eu cuido tipo pão eu gosto integral essas coisas- não como muita gordura+ P4: Eu fritura eu nunca faço assim- muito difícil fazer assim+ P5: Fritura é raro eu fazer carne frita- geralmente eu faço carne de panela- assada- mais nunca frita assim- mais também não só daqueles que só comem integral+ P3: De vez em quando é tão gostoso comer uma batata frita+ P5: Durante a semana eu cuido- final de semana eu não to nem aí- como uma panela de salsicha+ P1: Eu acho que duas vezes por semana assim você comer uma besteira até vai+ P5: A Jhenifer come todo dia+ P1: Eu divido tudo com vocês+ P4: Todo mundo engorda junto+ P6: Eu engordo- mais engordo as amigas também+ P1: Eu me controlo- mais quando a minha mãe tá na cozinha+ P5: Tá lascada mãe e pai padeiro+ P1: Mais não pelo fato assim- eu enjoei de comer essa coisas- enjoa- igual meu freezer tá cheio de salgados tudoassado a metade dá pra por no microondas dois minutos- meu deus eu não consigo comer- eu prefiro pegar um caqui e comer- não tenho o hábito de ficar comendo- enjoo+ P6: Quer trocar de casa++ P1: Igual eu almoço assim sempre tem que ter uma salada tudo- mais quando a minha mãe tá na cozinha são comidas boas saudável um arrozinho um feijão- mais quando sou eu tem uma batata frita uma salada- eu vario e 263 não como muita fritura porque dá espinha- mais quando eu posso fazer uma coisa frita eu faço- eu gosto- isso é um problema+ P6: Eu só faço coisa frita tenho preguiça de fazer assado+ P5: Gente uma coxinha coisa frita vocês nunca vão ver comer na vida eu só como coisa assado+ P3: Ai eu adoro coxinha+ P4: De vez em quando eu como não sempre+ P5 Tanto é que quando eu pedi salgado eu pedi empada+ P6: O pessoal lá em casa tá com mania de compra pronto coxinha rissoles pra frita e comer no café da tarde- café da tarde minha mãe pega e frita vinte quibes só pra ela comer- essa mania de comer eu tenho da minha mãe- e eu não consigo- eu prefiro comer uma fruta a tarde do que ficar comendo fritura- o meu irmão se puder pode comer no almoço na janta+ P1: Gordura assim direto+ P5: E o meu irmão é magro+ P1: Ai a genética ajuda+ P6: É a genética lá de casa é boa+ P: A genética é boa o lado físico- mas na área da saúde+ P6: O meu irmão quando ele tiver uns vinte anos assim ele vai descobrir que tem algum problema- ele não é normal- aquele sazon ele não almoça se não tiver dois pacotinhos de sazon em cima da comida+ P1: Que horror gente+ P6: Ele é viciado ou alguma coisa assim- tanto que lá em casa minha mãe faz arroz com sazon para eles- e eu vou lá faço a medida de arroz só para eu comer faço um arroz temperado com alho faço uma coisa mais leve+ P5: Gente eu não uso tempero pronto na comida é um veneno- é puro sódio é não sei que - o meu tempero é bastante alho- meu marido até fala coloca menos alho pelo amor de deus- alho- cebola- sal limão- tudo natural+ P6: Eu também prefiro usar essas coisas natural do que sazon assim+ P1: Principalmente pra saúde né- principalmente quem é mãe quando prepara alimentação se preocupa com a saúde+ P5: Criação também ajuda muito- pois tem pessoas que tem uma alimentação péssima desde de pequenas- lá em casa não a minha mãe tudo natural- os temperos ela nem compra no mercado- ela planta tudo- desde o alho da cebola+ P6: Eu peguei esse hábito do Igor de plantar gente- na casa dele a gente tem a nossa hortinha lá de tudo- na hora do almoço a gente vai lá pega lava- faz- pois se for pra ficar dependendo do pessoal lá de casa eu vou comer sazon o dia inteiro- coxinha o dia inteiro+ P5: Então vai muito da criação também+ P4: É vai muito da criação+ M: E vocês buscam emagrecer+ P3: Sempre+ P4:Eu sempre+ P5: Sempre ++ Assim eu não sou de fazer regime- eu sou péssima- mais eu cuido da alimentação pra vê se dá uma- assim se eu extrapolo num dia- no outro dia eu cuido mais da alimentação- mas eu não vou me matar de fazer regime+ P6: Se eu extrapolo num dia- no outro vou estar extrapolando também porque eu to tentando engordar e não consigo+ P1: Eu manero mais ou menos- exagero num dia manero no outro porque eu quero ficar no mesmo peso- igual eu quero maneirar e u tento não engordar- eu acho que meu peso tá razoável- mais se eu emagrecer tá no lucro+ P3: Eu quero emagrecer+ P6: Tu que emagrecer+ P3: Quero pelo menos uns quatro a cinco quilos+ P5: Nossa pra que guria louca- seu eu chegar com trinta nesse naipe to feliz da vida+ P2: Eu não me preocupo com essa coisa e eu também não cuido- eu nã como fritura- refrigerante essa coisas porque a gente não é disso+ P6: Eu parei com o refrigerante+ P5: Refri lá em casa eu não compro- no máximo é um tang- um suco+ 264 P6: Tang também não é bom tem muito sódio- muita coisa+ P4: Na minha casa eu procuro fazer suco natural- porque o meu menininho ele adora coca- se tiver ele quer o tempo inteiro+ P1: A minha irmã quando a gente compra coca-cola que é geralmente no sábado- para o almoço de domingogeralmente ela acorda e já pergunta tem coca+ P6: Sem comentários lá em casa- coca cola se não tiver na geladeira tem algum problema- dai a Natalia compra limão- laranja pra fazer suco natural e toma sozinha né+ P2: Eu não sei se é saudável lá em casa a gente toma aquele suco de soja Ades- mais o que a gente exagera e gosta bastante é massa- gente faz umas duas vezes no mês uma pizza- a gente sempre faz macarrão+ P5: Toda sexta feira eu tenho que comer um lanche+ P1: Tu é lanche na minha casa uma semana sim uma não eu tenho que comer é pizza+ P4: Nós também é pizza+ P6:Fala pra nó quando vai ter pizza+ P1: Teve ontem eu tava no curso+ P5: Fala pra eles fazerem de final de semana senão você se lasca+ P1: Só sexta ou segunda que eles fazem+ P5: Aqui legal você não comem nenhum dos dois+ P1: Eu não como quente né- mais eles se lembram de mim ai eu esquento no micro-ondas+ P2: Essa preocupação de ficar gorda- assim de engordar por enquanto eu não tenho- eu acho que por enquanto ainda não precisa- talvez quando ficar mais velha+ P4: Eu me cuido porque eu tenho dois filhos já estou com trinta anos+ P5: Tinha uma época que eu tinha neurose- eu não jantava- eu só comia bolachinha integral- cafezinho preto sem açúcar e só+ P1: Igual eu não ligo se emagrecer eu to no lucro- mais eu tenho uma amiga que o dia inteiro ela come bolachinha de sal salgada e chá- e teve uma época que ela tomava purgante né+ P3: Laxante+ P1: Laxante pra ela emagrece- fico com isso na cabeça- e ela é igual a mim ela não é gorda+ P6: Engordar eu já engordei bastante e como sou baixinha e isso faz diferença se eu engordar dois três quilos- o meu peso normal é quarenta e seis e eu cheguei a cinquenta e três quilos+ P5: Nossa quando isso+ P6: Assim que eu comecei a namorar com o Igor- não sei como ele conseguiu namorar comigo- não e eu fiquei uma semana naquela neurose que eu não conseguia comer- eu comia e eu sentia enjoo- náusea e qualquer coisa ai eu vi que eu tava ficando doente- dai eu sai da onde eu tava trabalhando que eu comia o dia inteiro pé de moleque- refrigerante e depois que eu sai do emprego eu comecei a emagrecer naturalmente assim- sem fazer dieta- sem fazer nada- sem parar de comer- só que também igual ao final do ano passado eu cheguei a pesar trinta quilos eu não conseguia engordar e fui emagrecendo emagrecendo de ficar doente de não quere sair de casa porque estava muito magra+ P5: Nossa eu já tinha cinquenta e dois quilos na minha época de quinta série- mais depois que eu estabilizei eu nunca passo de cinquenta e sete+ P1: Eu passei dos meus cinquenta e sete faz tempo++ P6: Eu to tentando engordar agora- alguém dá alguma dica ai do que comer pra engordar+ P5: É só ir pra casa da Jhenifer e comer fritura todo o dia+ P6: Lá em casa tem fritura todo dia- não consigo comer não consigo- de vez em quando um lanche assim uma vez ou outra- com bastante bacon+ P5: Lá do Japa com aquela maionese caseira+ P6: Nossa meu deus+ P1: Detalhe a gente fala bastante em comida mais a gente não exagera+ P5: Verdade eu só como uma lanche- não como dois nem três++ P6: Eu consigo comer dois lanches+ P5: Eu não consigo nem se eu me esforçar+ P2: Eu não consigo eu como meio e olhe lá+ P5: Pizza ir em rodizio é prejuízo três fatias no máximo já+ 265 P1:Ir em rodizio tem aquele preparo tu não come o dia inteiro++ P5: Dai você não come as bordas só os miolo ++ M: Vocês conseguem dizer qual o percentual da renda de vocês é gasto em produtos ou serviços ligados a beleza+Mensalmente+ P5: Pouco+ P3: Acho que também não é muito+ P6: Juntando namorado- pai e mãe acho que uns vinte ou trinta por cento- eu não só de gastar muito dependendo do mês se tiver faltando muita coisa pra mim dai eu vou lá e gasto mais+ P5: Não é todo mês que tu vai gastar tem coisa de cabelo que dirá um monte- os meus cremes de cabelo duram então eu não compro todo mês- maquiagem também perfume dura dois ou três meses- o que compra direto é desodorante- pasta de dente boa- essa coisas+ P1: Lá em casa é sabonete essas coisas- shampoo creme vai dois três- eu tenho cabelo cacheado- minha irmãzinha também- e o cabelo cacheado o cuidado é maior+ P4: Eu vejo pela minha filha que tem cabelo cacheadinho que todo dia tem que cuidar+ M: E quantos porcento mais ou menos+ P5: Eu não chego a vinte por cento+ P2: Eu não sei a porcentagem+ P4: Eu também não sei a porcentagem mais não é muito não+ P2: Na minha casa só sou eu e o meu noivo acho que gasto dez por cento sei lá+ P5: O meu marido o que é caro é só o xampu anti-queda++ M: Vocês falaram em algum momento em verão- e morando numa cidade litorânea- vocês tem algum cuidado especial com o corpo quando chega próximo ao verão- existe algum ritual específico+ P5: No verão mais com o cabelo- um pouco também com a pele+ P6: Eu mais com o cabelo do que com a pele+ P5: Cabelo e pele+ P1: O meu cabelo fica tão lindo no verão e eu não sei porque+ P5: O meu não no verão fica um bagaço- no inverno que eu gosto dele+ P6: No inverno também eu adoro o meu cabelo+ P5: Se eu lavar na agua do mar to lascada+ P1: Eu acho que a pele- não sei se é porque eu gosto de ir pra praia- parece que no verão é tudo melhor++ P5: Pra mim dá na mesma porque eu não tenho tempo de ir pra praia mesmo- eu trabalho que nem uma loca no verão+ P6: Eu acho que no verão eu não me preocupo muito com maquiagem essa coisas assim- é mais com o cabeloagora quando chega invernos essa coisas assim se o cabelo não estiver impecável- a maquiagem não tiver impecável- não tem desculpa- porque não derrete nada+ P4: Protetor solar sempre+ P5: Agora se no inverno eu não passar um creme no rosto anoite eu acordo com a cara toda rachada+ P3: Creme para as mão e pro corpo também+ P5: No verão não é só passar protetor e já era não precisa de maquiagem e de nada assim- mais o cabelo e a pele+ P2: O cabelo e a pele+ P6: Não faço dieta pra verão+ P3: Eu tento dar uma maneirada no verão pra tentar manter o corpo- pode colocar o biquíni++ P4: Pequeninho+ P2: Fazer clareamento de pelinhos- depilação- essa coisas que a gente se preocupa no verão+ P5: É eu me preocupo com depilação eu acho+ P3: Depilação também sempre+ P4: Hidratação do cabelo- né porque o mar detona o cabelo+ P2: Alimentação também que fica mais leve- quando dá tempo eu faço aquele suquinho de beterraba com cenoura- laranja com cenoura+ P1:Verão tá quente você não vai exagerar na comida- você vai querer alguma coisa mais leve+ P3: Mais liquido- só não pode exagerar no sorvete né+ 266 P5: Porque dai engorda- eu posso maneirar na comida- mais agora na sorveteria+ P1: Tem uma sorveteria bem do lado da minha casa+ P6: Abriu uma na esquina da minha casa+ P5:Eu não compro sorvete daqueles pequenininhos- compro aquele de dois litros duma vez++ P1: No verão todo mundo trabalhando e eu fico de babá com ela- acabava a gente de almoçar- arrumava a cozinha- onde é que a gente ia pra sorveteria- era a nossa sobremesa++ M: A gente tá numa época que as pessoas se preocupam muito com a imagem- exposição da imagem- facebooko que isso influencia vocês em relação a beleza+ P6: Acho que depois que inventaram o Instagram todo muito ficou bonito++ P5: Eu acho que a maioria tá exagerada+ P1:Fotoshop+ P5: Ttem gente que tá nessa geração saúde beleza- cuida da tua alimentação- fazer exercício físico por causa que é pra tua saúde- mais tem coisa que tá demais hoje em dia- tem gente que nem trabalha se arrumar um emprego que não der pra malhar- ela prefere passar fome pra não deixar de malhar entendeu+ P1: Igual eu falei antes pro pessoal tem gente que prefere ir para uma academia do que estudar+ P5: Claro igual eu não tenho tempo de fazer academia porque eu trabalho o dia inteiro- tem casa pra cuidarmarido e anoite estuda- pra mim fazer academia eu tenho que para de estudar pra fazer academia- não tem que ser no horário da noite+ P6: Acho que hoje em dia tá todo mundo querendo mostra que tá fazendo- facebook e qualquer coisa do tipo ah eu tenho isso então eu vou mostrar pra todo mundo que eu tenho isso- eu to fazendo isso+ P5: Dai eu coloquei um silicone dai é só foto de peito no facebook+ P6: Ai a menina tá em casa e as vezes não tá fazendo nada põe um biquíni e fica batendo foto do espelho+ P1: Acho ridículo isso+ P6: Pra mostra o corpo- pra mostra que tá magra- pra mostra isso- pra mostra aquilo- ai passa cinco quilos de maquiagem+ P5: Agora igual as artistas acabou de dar a luz três semana depois já tá postando foto já tô magra+ P3: Nem se preocupa com a criança+ P1: Uma coisa que eu acho idiota no facebook é aquela tropa de seguidores++ P6: Por isso eu não tenho facebook+ P5: Eu não tenho problema com isso- o mundo virtual não me influencia em nada- é e-mail- pesquisa na internet e já era- facebook essas coisas eu não ligo+ P1: Facebook eu uso mais pra conversar com o pessoal- igual a minha foto é a mesma do ano passado eu nem troquei+ P3: A minha também+ P5: A minha tá a mesma desde os dezessete anos++ P6: Mais tem gente que atualiza a foto durante a semana- ou se não tá batendo foto de cinco em cinco minutos+ P5: Ou se não ver as curtidas da sua foto tem um treko+ P6: O que está acontecendo de errado porque eu não tenho mais cem curtidas na minha foto vai se lascar+Tem gente que vai curti minha foto aí+ P1: Tá bom dai tu vai lá e curte+ P6: Eu não ignoro a pessoa- sei lá depois de um tempo é tudo- estou me sentindo triste- agora estou respirando voltei a respirar+ P1: A pior coisa é tá indo no banheiro e tirava foto partiu banheiro+ P5: Partiu balada com os amigos-partiu vou engordar+ P1: Eu acho que o pessoal- tem muitas pessoas que estão vivendo mais o mundo virtual do que o mundo real+ P5: Acho muito supérfluo isso é pra se mostrar demais isso+ P6: Essas capinha de telefone- tem uma menina ela tem que ter uma capinha nova ela tem que mostrar que ela tem isso+ P5: É que cada vez uma forma diferente né- começou com o Orkut- depois foi pro facebook- agora é esse whatsup de celular pelo amor de deus né- agora você entra no ônibus ninguém conversa com ninguém- ninguém olha pra ninguém é só ali né+ P2: Ai eu já trabalho o dia inteiro com computador então até dá nojo de ver aquilo++ 267 M: Vocês acham que a busca da beleza está relacionada a estar atraente fisicamente+ P2: Sim totalmente+ P5: Totalmente+ P6: Principalmente pra quem tá solteira hoje em dia+ P2: Não é por saúde coisa nenhuma+ P5: Saúde é só desculpa pra você ficar ali se matando é cem porcento beleza+ P6: Tem gente que essas pessoa que fazem academia- faço porque é bom pra saúde+ P5: Capaz+ P6: Conheço muita gente que faz academia e diz que é por saúde e injeta muita coisa- que parte ta sendo saudável nisto- quer fazer pra aparecer- porque tem gente que ta treinando uma semana e no outro dia que tá bombado++ P5: Cem por cento beleza++ M: Como vocês entendem a utilização de tecnologias e intervenções cirúrgicas para fins estéticos+Concordamdiscordam-fariam ou não fariam+ P1: Depende em que situação+ P3: Se for necessário e tiver incomodando a pessoa muito e a pessoa se sinta excluída né+ P5: Se ela sofrer tipo bulling alguma coisa assim+ P1: Se for bem necessário+ P6: Não ficar fazendo aquilo sempre+ P1: Igual tem uma tia minha que faz aquela redução de estomago- pra que isso- porque não tenta comer alguma coisa saudável primeiro- daí coloca um estomago lá minha tia colocou duzentos e cinquenta ml é menos que a mamadeira de uma criança- não pode tomar vinho senão começa a vomitar- não pode comer demais porque começa a vomitar- tem que ser um tico de nada+ P5 Daí come tudo que é porcaria a vida inteira até estoura ficar desse tamanho- dai depois faz a redução não pode comer nunca mais na vida+ P1: Tem uma conhecida minha que fez redução de estomago- ficou linda-dai foi para uma balada tomou whisky e morreu estorou o estomago dela+ P2: E se tu não cuida volta tudo de novo- volta do mesmo jeito+ P6: Acho que pra se sentir bem essa pessoas que sofrem de obesidade alguma coisa assim+ P5: É porque tem gente que é doença né- mais tem gente que é por má alimentação+ P6: Eu tenho uma amigo que quando ele era criança ele era obeso- ele era excluído ninguém falava com ele- dai ele fez dieta- agora tem o corpo bem definido- não fez redução de nada- porque ele quis se alimentar melhor preferiu fazer esse tipo de coisa- já mãe dele não teve jeito teve que fazer operação- mais hoje em dia ela se cuida- então se for pra pessoa se sentir melhor uma coisa assim até vale a pena- mais se for querer pra ser melhor que a outra pessoa nisso- ou querer aparecer mais é perca de tempo+ P1: Eeu tenho uma conhecida uma mulher lá da praia emagreceu trinta e cinco quilos só fazendo caminhada de manhã e de noite e mudou alimentação+ P4: Ah mudou a alimentação porque só caminha não dá jeito+ M: E vocês pra vocês+ P2: Eu só por necessidade porque eu morro de medo de agulha ou cirurgia e qualquer coisa disso- necessidade mesmo+ P4: Eu só um silicone eu colocaria se eu pudesse+ P5: Silicone eu colocaria+ P3: Eu também colocaria+ P6: Silicone já me passou pela cabeça+ P5: É eu colocaria- mais eu não sei se eu teria coragem de realmente por né+ P3: É eu também+ P6: É uma coisa que já passou na minha cabeça- mais não é que eu faria assim- se eu tivesse dinheiro e oportunidade eu pensaria muito+ P2: Eu morro de medo- daí eu assisti os vídeos dai que eu desisti- já não era muito fã né dai vi agulha- faca+ P4: Corta tudo+ P2: Só por saúde mesmo eu faria alguma coisa+ 268 M: Tem alguma celebridade que inspira vocês ou é referência de beleza pra vocês+ P5: Não+ P1: Não+ P4: Não tem+ P5: Cada um é cada um+ P2: Ai tem tantas mulheres bonitas+ P6: As vezes um cabelo- uma coisa assim diferente- ah eu quero um cabelo igual aquele ali- mais nada de aquela mulher é assim e vou ser igual a ela+ P1: A unha dela tá legal que cor ela usou+ P5: As vezes eu tenho curiosidade que cor nova essa- nossa que lindo tal mais não de ficar parecida+ P4: Porque achou bonito+ M: Vocês se identificam com alguma tribo- com algum grupo de pessoas pelo modo que se vestem+ P2: Tribo dos basicão++ P6: Dos sem dinheiro+ P5: Das onças++ P1: Ah eu sou básica jeans - sapatilha+ P5: Só básica também+ P3: Eu sou bem básica+ P5: Ah eu não sou extravagante- eu sou básica eu acho- eu sigo a Angelina Jolie o menos é mais- mais aquela mulher só usa preto e branco né+ P1: Achei em quem tu se inspira+ P5: Aquela mulher só usa preto- toda festa de gala tá ela lá de preto++ M: Vocês buscam construir sua identidade através da aparência+ P6: Não+ P2: Não+ P3: Eu acho que eu sou bem eu+ P5: Ai eu não sou daquela que meu deus se me ver sem salto eu acho que to louca- tem que ser só salto+ P6: Eu nem ando de salto+ P4: Ah eu gosto de tudo eu ando bastante com salto- rasteirinha acostuma+ P5: Depende do dia+ P6: O dia que vocês me verem de salto é porque tem alguma coisa errada+ P1: Nem pra uma festa uma coisa assim+ P6: Não eu não vou pra festa porque eu não gosto de usar+ P1: Na tua formatura tu não foi+ P6: Na minha formatura eu parecia um pato andando++Eu tenho trauma da minha formatura- o Igor disse que eu parecia um pedreiro sentado assim oh- as meninas tudo- as fotos da minha formatura depois que eu vi eu não quero mais ver aquelas fotos porque todas as meninas sentadas com postura assim- e eu toda torta- toda errada+ Não vou pra festa- fico em casa no fim de semana- se Igor quiser sair ele sai- festa é na casa de alguém alguma coisa assim+ P5: Tu deixa teu namorado sair sozinho+ P6: Eu gosto de usar all star e sapatilha+ P5: Ai all star eu nunca usei na minha vida-nem na vida nem na morte+ P1: Ai eu uso all star de vez em quando+ P6: Eu só não uso mais meu all star porque não tem mais como usar+ P5: All star era na minha fase pré adolescência depois passa essa fase+ P1: Eu so uso sapatilha- adoro sapatilha- entre tênis e sapitilha eu vou lá e compro uma sapatilha+ P5: Eu gosto de coisa mais feminina assim- aquele all star bota ou todo preto com a estrelinha pelo amor de deus+ P1: O bota eu concordo- o all star que eu tenho ele é roxinho+ P5: Tu usa all star bota Jhenifer+ P1: Não é eu odeio all star botas+ P6: Eu tenho um all star bota todo xadrez né+ 269 P1: Desculpa+ P6: Não uso mais+ P1:Meu all star ele é cinza e tem cadarço lilás e é bonitinho- quem não gosta azar o seu++ P6: Meu namorado toda vez que eu saio com ele eu vou ver all star-pra mim é o que eu uso né- agora que eu procuro uma coisa mais menininha- botar uma calça mais+ P1: Mais eu acho que depende da pessoa- eu tenho uma prima que ela estuda medicina- o guarda roupa dela é só all star+ P5: Porque ela vai pelo conforto né+ P1: Mais até antes era só usava all star+ P5: Por mais que machuque o pé a sapatilha eu só uso sapatilha- mais o dia que vocês me verem de tênis vai se raro mais bem raro+ P6: É porque as festas que eu vou- igual a showzinhos de rock no fim de semana alguma coisa assimdificilmente aparece uma menina de vestidão e salto+ P5: É a tribo que você frequenta++ M: Como é que vocês percebem o corpo de vocês+ P5: Do corpo- meio desproporcional++ P6: Meu corpo pequeno- ele é pequeno mais é proporcional- eu queria ser maior só isso+ P5: Eu me sinto bem por enquanto+ P2: Eu gosto do meu corpo+ P1: O único problema é o culote que eu tenho+ P3: Eeu queria ser um pouquinho mais alta+ P4: Eu também+ P2: Única coisa que eu não gosto é celulite o resto tá bom+ P6: Da ultima vez que eu engordei e depois emagreci foi muito rápido- mais não que va aparecer uma celulite eu vou me desesperar+ P1:Aí uma celulite+ P2: Se fosse uma só eu não ia me desesperar não+ P4: Eu também++ P5: Eu não tenho problemas com celulite- sério mesmo- eu nunca vi uma celulite em mim- mais estria eu tenho problema+ P2: Estria eu tenho também+ P4: eu tenho os dois+ P6: Estria eu to ficando preocupada+ P5: Estria o dia que eu engravidar eu tenho até medo de virar a mulher estria++ P4: Eu não tive estria+ M: Se vocês fossem escolher um cosmético que vocês achem indispensável na vida de vocês qual vocês iriam falar+ P5: Um cosmético- corretivo- pó+ P3: O filtro solar+ P4: É meu pozinho+ P2: Não tenho um preferido- gosto de todos+ P4: Eu também gosto de todos mais o que eu não posso ficar sem é o pó+ P1: Condicionador entra de cabelo++ P2: Uma coisa que eu não vivo sem mais não é cosmético é brinco- não saio de casa sem brinco+ P1: Ah eu também não saio de casa sem brinco+ P4: Eu também+ P6: Eu me sinto estranha sem o meu piercing+ M: E tem alguma coisa que vocês comprem bastante+ Algum tipo de cosmético- que as vezes compram em excesso e nem usem tudo+ P6: Desodorante+ P1: Perfurme+ P5: Desodorante+ 270 P4: Ddesodorante+ P3: Desodorante e creme de cabelo+ P5: creme é um saco você fica com mil frascos tudo pelo finalzinho ou pela metade- não espera acabar um pra abrir outro++ P1: Perfume eu acho que bom te vários ali porque você varia+ P6: Não gosto de ficar variando- porque parece que fica misturando cheiro+ P5: Iche perfume eu acho que eu tenho sei lá quantos+ Eu não tenho uma marca registrada de perfume aí esse é cheiro da Jack+ P3: Eu também não tenho+ P1: Eu misturo tudo++ M: Quando vocês falaram de cobrança da sociedade vocês falaram muito de disputa entre as mulheres e algum momento falaram dos namorados- maridos- noivos tal- o que mais influenciam vocês se arrumam pra quem+ P4: Eu pro meu marido+ P5: Eu pro meu marido+ P2: Eu me arrumo pra ele pra ele não olhar pra as outras+ P1: Como eu não tenho namorado eu me arrumo pra mim+ P5: Primeiro é pro meu marido- segundo é para os outros+ P3: Eu tenho que me arrumar bem porque eu tenho uma diferença de idade né+ então eu sempre tenho que tá bem- são dez anos de diferença+ P5: Dez anos+ P3: Então tem que ta bem alinhada+ P1: Nem parece que tu tem trinta- parece que tu tem vinte+ P6:Não parece+ P5: Não ela falou que tinha trinta anos eu fiquei de cara+ P1: A gente penso que tu tava mentindo+ P4: A gente acho mesmo+ P5: Se eu chegar nessa idade magrinha meu deus+ P6: Eu já falei que eu tenho trauma de ser baixinha- mais quando eu vi a Leidi- to feliz agora+ P2: É que nem concorrência de lojas parecidas uma tem que estar mostrando o melhor pra não perder pra outras+ M: Vocês são seduzidas pelo consumo de cosméticos- é uma coisa necessária que vocês não conseguem viver sem+ P5: Não é prioridade+ P1: No meu caso o condicionador eu acho que é importante né+ P3: Eu acho que depende de cada cosmético- tem coisa que agente não vive sem+ P1: É tem coisa que você não vive sem+ P4: É shampoo- condicionador+ P1:Maquiagem também não ligo+ P5: Corretivo eu não vivo sem+ P4: Eu não vivo sem meu pó+ M: Tem alguma marca específica alguma coisa+ P5: Não eu troco bastante até pra testar- ver qual é a melhor+ P2: A maquiagem eu uso da Mary Key- a base é um tubinho assim mais ela dura seis meses e eu uso todo dia+ P1: É bons esmaltes dessa marca- eu to com um desde o começo do ano- muito bom duram bastante+ P5: Meu corretivo é um saco ou eu compro no Paraguai ou eu compro em Curitiba- que é dá MAC+ P1 Como Make Be+ P2: Não Make Be é do Boticário+ P5: Porque gente é perfeito o negócio- cobre assim sem deixar vestígios++ P1: To até me assustando- o marido da Jack+ P6: Tu tá maquiada+ P5: To com corretivo só- eu uso diariamente- mais eu fico triste quando ele tá acabando eu me desespero+ Transcrição Grupo 4 271 M: O que vocês entendem por beleza e qual a importância dessa beleza na vida de vocês+ P3: Pra mim a beleza é uma importância social- eu não me enquadro como uma pessoa instituída de beleza- e também não faço muitos esforços pra fazer parte disso tudo- então pra mim é mais uma questão social- essa questão de beleza- a beleza estética a beleza exterior que é o teu ponto de vista+ P4: A mais existe uma coisa que você acha bonito e feio- existe o teu padrão de beleza de bonito e feio- vai você costuma olhar pra uma coisa e falar isso é bonito ou isso é feio+ P2: Mais o quanto isto é determinado- a gente tá falando só de pessoas pra ficar claro ou beleza como um todo+ P4: De qualquer coisa+ P2:Assim-eu determino muito a questão estética- eu gosto de ver coisas belas- olhar essa paisagem aqui é belo e me faz bem+ P4:Só que a beleza física é determinada pela sociedade muito eu acho né- o que a gente tende achar que é bonito ou não+ P3:Que é o que eu quis dizer+ P2: Eu discuti isso nesse final de semana- eu vi uma menina com uma saia muito curta e ela era mais gorda assim- e não adianta pra mim aquilo tava feio- mais o quanto realmente aquilo é feio- ou o quanto o nosso padrão de hoje acha- se fosse uma menina magrinha com uma saia curta talvez aceitasse mais é muito difícil uma pessoa acima do peso com a saia curta fica bonito+ P4: Eu uso alguns critérios pra definir o que é bonito ou feio- um deles é simetria por exemplo- pra mim na verdade é o pensamento de oposição- eu já tenho uma tendência a achar feio coisas que não são simétricas- então de repente pode ser até gordo ou fora dos padrões globais- mais se tem uma simetria tem um ajuste- eu tenho uma tendência a achar que é bonito+ P2: Pra mim acho que mais harmonioso- nem tanto a simetria- mais ficou harmonioso o conjunto vestiu+ P4: É harmonia também o conjunto+ P3: Uma questão da beleza que eu sempre analiso- também o quanto a pessoa se cuida- não precisa ser bonita pra estar bonita- tem pessoas completamente fora dos padrões citados pela sociedade de beleza mais ela se cuidatem o cabelo bem cuidado- a pele bem cuidada- maquiagem- eu acho bonito- a beleza tem esse conceito pra mim o cuidado que a pessoa tem consigo mesma+ P5: É eu acho que depende muito assim da- por exemplo beleza masculina e beleza feminina- por exemplo tem as pessoas que se arrumam que eu admiro mesmo que não sejam bonitas- mas a questão de cuidar da ter este cuidado com eu admiro bastante mais não consigo aplicar isso na minha vida+ P2: De jeito nenhum+ P3 Idem- idem+ P5: Então assim e pra mim assim por exemplo quando eu era adolescente aí que eu não tava nem aí pra cuidados nem nada específico né- é com o passar do tempo até pela questão profissional- comecei a ter mais alguns cuidados- mais também nunca consegui chegar num ponto- até por questão de rotina de tempo- a mais é só cinco minutos pra se maquiar- beleza mais hoje eu não vim de maquiagem porque eu não tava afim sabe- então eu acho que tem essa questão de autoestima- mais também o de se sentir bem e hoje eu to afim de ir assim de boa sabe- então esse é olhar feminino- agora a questão masculina por exemplo tem muitos artistas atores- ai eu acholindo- eu não acho não acho que não tem nada haver- as vezes um é fora da aí e eu acho bonito- então é muito relativo- um pouco tem o que a sociedade tem como concepção do belo e tem pessoas que são referências demais as vezes até as pessoas que são referência de serem bonitas pra mim não diz muita coisa- então não sei+ P3: A Susana fez me lembrar duma questão que de repente até é importante eu colocar aqui- eu tenho muita preguiça de me maquiar- eu não gosto de me maquiar -mais eu sou muito pálida- muito branca- se eu não botar uma maquiagem eu fico muito como uma visão meio esquisita- então pra eu não me maquiar todos os dias- o que que eu fiz- as minhas sobrancelhas são maquiagem definitiva e os meus olhos aqui embaixo também são maquiagem definitiva- então só sobrou o batom pra eu passar+ P4: Que legal+ P2: Eu eventualmente vou fazer isso com certeza++ P4: E não dá pra perceber+ P3: É bem natural- eu só fiz porque eu tive muita segurança na profissional que iria fazer+ P2: Sim- deus o livre senão pode dar um efeito contrário+ 272 P3: Senão pode dar um aspecto totalmente diferente do que se percebe- como eu tenho uma sobrancelha muito rala- eu fiz realmente de preguiça+ P2: E não se nota+ P3: É ficou muito natural- de preguiça de me maquiar- então antes batom era indispensável pra mim- e hoje eu não ligo nem mais pro batom- porque que eu sei que o meu rosto está um pouquinho mais destacado por causa da sobrancelha e por causa do olho aqui+ P2: Mais sabe que não é todo pessoa que se arruma que eu acho bonita- tem pessoas que mesmo se arrumandoah ela está bem arrumada mais eu não acho necessariamente que ela vai tar bonita- as vezes pode ser um bem arrumado mas que não- eu acho que muito é a pessoa se sentir bonita- e pode parecer cliché mais faz diferença como a pessoa é por exemplo ah eu tenho a minha primeira chefe por exemplo era amiga pessoal minha mais velha tudo- mais era a pessoa mais linda que eu conhecia sabe e não era só a beleza dela- ela era uma pessoa que se cuidava usava creme tudo -mais ela exalava beleza e não era beleza física- com certeza não era- era do jeito dela como ela era assim e pra mim ela- se você disser uma pessoa linda pra mim era ela e ela tem sessenta anos e ela era elegante como um todo- a pessoa que sabe como falar então isso tudo sempre influenciava nela a estar sempre muito bonita sabe+ P5: Agora sim as pessoas percebem quando você se arruma ou quando você não se arruma- no meu caso principalmente que eu não sou cem por cento de andar arrumada né- mais uma coisa que eu consegui observar também pra melhorar um pouco- é que existe uma ciência por traz de você se arrumar- então tem até alguns programas de televisão que falam+ P2: Aadoro ver++ P5: Se você botar um vestido envelope fica mais assim- e eu comecei a observar na hora de comprar eu percebi que eu fico bem nos vestidos envelope+ P3: Dicas né+ P5 : Então essa dicas coisa que eu antigamente eu nem ligava- achava que eu estava linda e não estava+ P2: É a questão da simetria do corpo+ P5: Por falta da noção de roupa- não falo nem de maquiagem nada- mais noção de cabelo- noção de roupa então são conhecimentos que tu vai adquirindo- que as vezes tu observas e acha bonito em outra pessoa- só que tu não sabe qual é o caminho ou qual é a dica+ P2: Ou se te cai bem aquilo+ P5: Exato- exato- tu não consegue te enxergar naquele momento- e tem pessoas que conseguem fazer isso da melhor forma- o que dá bem o que combina com o que -né de que jeito que eu tenho que pintar o olho- porque fica assim ou fica assado+ P4: Bom antigamente se tu nascesse feia tu tava perdida né- você não tinha nenhum recurso- agora hoje+ P2: Tu podes nascer de novo praticamente+ P4: Exatamente+ P2: Fala Letícia+ P5: É a Leticia não falou nada ainda+ P2: Se tu não te meter a gente continua falando+ P4: Beleza focada+ P1: É porque a pergunta foi o que é beleza pra mim né- então eu vou aproveitar o gancho que a Marina fez e pra mim tem dois tipos de beleza- a beleza interna de cada pessoa e a beleza externa-então tem pessoas que em primeira vista tem assim pra mim um ar desleixado ou uma aparência de ser mais velha- e depois de um tempo de convívio com essa pessoa eu passo a achar essa pessoa bonita- eh- os meus relacionamentos por exemplo a maioria foram com homens que outras pessoas falam que são feios- mais pra mim eles eram tão bonitos assim+ P2: O amor torna bonito- a natureza selecionou++ P1: Pra mim tem a beleza interna da pessoa que depois que você vê e convive com esta pessoa e você vê a beleza dessa pessoa de acordo com os seus princípios- uma questão assim de empatia- e a beleza externa que hum- eu procuro me cuidar mais por causa do padrão que a sociedade exige do que eu realmente quero+ P2: Mais a gente se sente bem é pra sociedade mais a gente faz as unhas- olha como eu to bonita+ P1: Eu acho que a gente sente essa autoestima mais alta- porque as pessoas elogiam- como a Andreia já elogiouvocê né eu fiz a unha hoje++ Isso faz aumentar a autoestima da gente+ P5: Acho que tem o custo né de tempo+ 273 P4: De dinheiro também+ P5: Mais também de alguns casos de valor- fazer unha não é caro- mais o custo de tempo você ficar ali+ P2: Paciência né+ P5: De repente tu escolheu um profissional que não é legal- ou aquele profissional que era bom você se deslocou não vê mais- então dispende muita reflexão pra tu acertar+ P3: Essa questão de tempo e paciência eu acho que tá muito ligado também as questões psicológicas nossas- ou minhas melhor dizendo porque que eu não tenho paciência pra me maquiar- porque eu sou ansiosa demais pra perder esse tempo- então eu não tenho paciência pra ficar na frente do espelho me maquiando mais porqueporque eu sou ansiosa eu quero ficar fazendo outra coisa e não me maquiando que pra mim não é importante+ P2: A pessoa que acorda uma hora antes pra fazer chapinha e se maquiar+ P5: Ou seja é importante em função dos outros mais pra você naquele momento tem coisas muito mais importante do que aquilo+ P3: Tanto que se for pra ir numa formatura que geralmente a gente acaba tendo um lugar de destaque- ou a um casamento alguma coisa ai eu dispendo o tempo que for necessário pra fazer uma maquiagem- esse trem tá de marcação comigo+ P4: Tem que esperar o trem+ P5: Então é questão de priorização né+ P3: De priorização- dispendo de tempo mais ou menos- só que eu não tenho coragem de pagar uma maquiadora pra fazer a maquiagem em mim+ P2: Só as que eu conheço+ P4: Só que daí eu paro na frente do espelho e pego os apetrechos que eu tenho lá pra maquiagem que é o básico do básico- um estojo de sombra que eu ganhei e um estojo de maquiagem que eu ganhei- porque eu nunca comprei- porque eu acho muito caro- não comprei não compro+ P2: Ai eu amo maquiagem estou sempre comprando+ P3: Eu compro batom- to sempre comprando- e ai eu fico na frente do espelho lá quinze minutos+ P5: Fazendo experiências+ P3: Não eu já sei as coisas que dão certo pra mim- não perco tempo experimentando cor não- imagina demora muito tempo- é o que eu sei- é o que eu sei o que já da certo pra mim- que já me indicaram ou alguma coisa nesse sentido-então em ocasiões especiais sim eu uso maquiagem- mais no dia-a-dia+ P5: Agora tu falou do maquiador né- só uma vez na minha vida+ P3: Só no meu casamento eu usei+ P5: Duas então no meu casamento e depois que eu fiz um book de gravida que eu contratei uma maquiadoramais assim do casamento eu não gostei- ela botou um batom vermelho e ficou um negócio branco+ P2: Não não a pessoa tem ter noção+ P5: Agora do book eu amei assim amei+ P3: Eu fiz só uma vez quando eu casei maquiagem com um profissional+ P2: É incoerente a maquiagem mais bonita é aquela que é pra parecer natural- só que tá uma maquiagem linda só que aquela maquiagem é pra aparecer+ P3:Apesar de não ser bem o foco aqui né mais eu vou contar essa estória- primeira vez que me maquiaram né uma profissional maquiou foi o dia que eu casei- e o meu marido diz até hoje que quando eu entrei na igreja ele só me reconheceu por causa do meu pai++ P4 Pelo menos ele achou bonito++ P3: Vê se não vai desistir né- diz que ele me olhou e pensou essa não é a minha noiva e olhou pro meu pai- não é ela mesma++ Mais o resultado tanto pra ele para os convidados e pra mim mesma foi bom tá um dia eu mostro as fotos+ P4: Ainda bem+ P2: Eu aprendi a maquiar com uma amiga minha tipo de adolescente assim- porque a minha mãe não usa maquiagem não sabe- minhas irmãs também não e aí as minhas amigas que me ensinaram- ai que eu conheci e dica assim mais eu adoro- por mim eu fazia esses cursos do Boticário sabe que tu faz assim mais pra usar eventualmente em eventos assim- não preciso tá sempre maquiada+ P5: É uma coisa assim que eu não curto muito- por exemplo a minha cunhada trabalha com negócio de maquiagem- dai as mulher num lugar pra se maquiar e ficar bonita pra fazer o antes e o depois- eu não curto 274 isso- gosto mais de ver na TV a que legal tá fla- aquilo ali aplica assim- ah aquele pincel é pra isso não sabiacomprei e tava ali parado agora eu sei pra que que usa sabe então eu+ P2: Eu gostaria de ir sozinha+ P5: Ah sei lá estranho- mais tem um monte de gente que curte- não é o meu perfil- ah vamos fazer um chá e vai todo mundo se arrumar e ficar bela linda e maravilhosa+ P3: Tu vê se eu tenho tempo pra isso+ P5: É pra mim é perda de tempo- perda de tempo sabe+ M: Como é que vocês se enxergam diante do espelho+ P1: Olha hoje em dia eu como uma mulher madura me aceito bem- mais eu já tive complexos principalmente na adolescência- eu tinha muito complexo com o meu nariz- e minha irmã me chamava de nariz de bolinha de natalpois é eu acho que eu aceitei porque as pessoas fora a minha irmã falam que o meu nariz não é grande- eu até pensava em fazer cirurgia plástica no nariz- mais eu acho que essa rixa de irmão- então eu tinha esse complexo do meu nariz achava ele grande e que tinha uma bolinha na ponta- e hoje em dia++ Por causa da mídia porque quando eu era criança o normal era ter peito pequeno né++ Tanto que quando eu entrei na adolescência eu deixava o sutiã apertado para não deixar o peito crescer demais- porque eu não sabia que era hereditário- dormia com o sutiã pra não deixar o peito crescer demais+ P5: Crendices né+ P1: Até usava sapato apertado também pra não deixar o pé crescer demais- porque mulher com o pé grande não é legal- eh meu peito ficou pequeno- acho que isso influenciou também- só que hoje em dia mais por causa da mídia+ P4: É o lance é ter o peitão+ P1: É ter peitão né- só que hoje eu me aceito bem- não tenho coragem de por silicone por ser um procedimento cirúrgico- e tá bom assim- não tá bom mais me aceito assim+ P3: Eu não sou muito amiga do espelho não- tanto que eu olho pra ele o estritamente necessário++ No momento de pentear o cabelo- e passar um batom e olha lá- porque tem algumas coisas que eu não gosto- então eu prefiro não ficar olhando pronto- eu não me aceito tanto quanto a Leticia se aceita assim- e eu faria sim cirurgia plásticafaria sim- eu ergueria um pouco aqui a pálpebra- eu tiraria isso aqui e fazia uma lipoaspiração++ Eu faria sim faria- faria- mais assim tem uma questão muito ligada com questões de beleza- estética- cosméticos e cirurgias pra mim tá muito relacionado a questões financeiras- eu faria- mais eu não sei se eu teria coragem de gastar o dinheiro que me pediriam pra isso entendeu- eu acho que poderia investir numa coisa material de eu comprar sei lá+ P4: Um carro novo+ P3: Sei lá um carro é- do que gasta numa cirurgia plástica- mais se eu tivesse um dinheiro e não tivesse outras necessidades eu faria- mais enquanto eu tiver outras necessidades- eu não teria coragem de gastar o dinheiro em cirurgias plásticas+ P1: Em lipo eu já pensei+ P4: Tá loca tirar o que Leticia+ P1: Antes de ter filho tirar uns pneuzinhos+ P4: Deus me livre+ P1: Mais depois que eu assiti o Doctor Ray vi como é evasivo e tem muita gente que morre né- por isso eu já tirei isso da cabeça- porque eu tenho mais a tendência de fazer as coisas naturais sabe- é por isso que eu tive parto normal- então cirurgia só deixo se precisar mesmo- já tirei isso da cabeçaP4: Nossa mais lipoaspiração pra você- eu esperava qualquer tipo de cirurgia menos essa pra você+ P1:Não antes de eu ter meu filho eu pensei+ P4: Não pelo amor de deus+ P5: Ah eu assim eu não tenho problema com o espelho- porque- porque eu me enxergo bem no espelho- não me enxergo bem é nas fotos- no espelho eu me enxergo bem- olho a foto quem é essa sou eu- não sou eu é outra pessoa- mais acho que isso é um pouco psicológico- até outro dia eu tava conversando um pouco com a Claudia sobre isso- eu não enxergo eu no espelho como eu me enxergo na foto- na foto eu me enxergo gorda- no espelho eu me enxergo ah tem uma coisinha ali que tem que tirar tá- daqui a pouco emagrecendo um pouquinho eu tiromais assim eu sempre tive- sempre fui satisfeita com o meu corpo- até quando eu engravidei da Júlia- porqueporque com a Julia eu engordei quinze quilos a mais e até agora não perdi- pelo contrário pra perde tá horrível 275 assim né- sobre a cirurgia eu tenho vontade de fazer- acho que gastaria com tranquilidade- não ficaria assimdigamos assim+ P3: Com dó do dinheiro+ P5:Com dó do dinheiro nesse sentido- só que já vi as filmagens e a minha irmã já quase morreu em cirurgia plástica- então ela era bem gorda e ela emagreceu por conta dela e aí a pele ficou bem flácida- então eu sabia- a minha família sabia que não tinha outro jeito a não ser ela fazer cirurgia plástica- e elas fez várias ao mesmo tempo- e ela quase morreu- então assim e eu acompanhei todo+ P4: Foi bom pelo menos o resultado+ P5: Sim hoje ela tá com o corpo que eu tinha antes entendeu- mais o que acontece- valeu a pena- só que eu acompanhei todo o pós-operatório+ P2:Ah é terrível+ P5: Minha mãe não tinha condições de acompanhar- então eu sei o que que é passar por isso- mais mesmo assim eu quero fazer- mais eu não sei quando- porque se a minha mãe souber disso- ela não vai querer que eu faça+ P2: sei lá eu acho que eu me sinto bem e eu passo no espelho rápido de repente e varia por exemplo hoje eu coloquei a roupa e olhei ai tá horrível- não vou ficar muito na frente do espelho porque senão eu não saio de casa né- mais to satisfeita- to descabelada normalmente- mais do jeito que eu sou eu gosto- mais eu me prefiro fora do espelho assim eu na vida real eh+ P4: É eu to satisfeita- eu sempre tive problema com peso- minha família é uma família de gordo da parte da minha mãe e eu herdei toda essa genética- então eu sempre fui uma criança gorda- então eu nunca gostei do espelho por causa disso- porque eu sempre tava acima do peso- mais conforme eu fui ficando mais velha- eu passei por varias variações de peso assim severas- de chegar a perder vinte quilos e ganhar dez eh muitas- então hoje eu tenho esse problema que você sente de ai eu olho no espelho eu gosto do que eu vejo- mais vejo foto eu acho horrível- eu não sei se aconteceu com você mais pra mim é muito da variação de peso que eu tive meu cérebro ainda não entendeu ainda a minha forma+ P2: Exatamente+ P4: Eu me olho no espelho eu to vendo uma coisa quando olho numa foto eu to vendo outra coisa- e assim eu não sou a única pessoa- quando alguém pega uma foto minha fala essa aqui é você tem certeza- não é eu não sei o que acontece sabe- eu me sinto bem olho pro espelho e gosto- eu to sempre cuidando do peso até porque como é uma coisa genética- eu vou morrer cuidando do peso- vou morrer em academia- vou tá lá com oitenta anos vou tá na academia lá- mais eu gosto- não tenho nenhuma queixa do espelho+ M: O que você s consomem em termo de cosméticos+ Quais são os cuidados que vocês tem+ P2: O que que tu chama de cosmético+ M: Tudo- xampu- cremes- hidratantes- esmaltes+ P2: Cabelo é o que eu mais consumo sempre tem que ter dois tipos de creme para cabelo no mínimo- e o que eu gasto mais e não me importo muito em gastar um pouco mais- maquiagem um pouco eu tenho compulsão por maquiagem- mesmo que não use todas mais adoro comprar- hidratante e coisas cheirosas e esmalte+ P3: Eu não gosto de coisas cheirosas porque me dá dor de cabeça- não uso perfume- creme tem que ser só pra uma extrema necessidade só se a pele estiver muito seca eu uso e sem cheiro- shampoo- é um shampoo e um condicionador por mês assim vamos dizer- sei lá vinte reais por mês- e as vezes me dá rompantes de consumir batom- a única maquiagem que eu consumo é batom- mais agora depois que eu fiz essa maquiagem definitivanem isso eu tenho comprado mais- nem batom eu tenho comprado mais- porque parece que perdeu a necessidade do batom- então meu gasto é bem pouco mesmo com cosméticos- pouquíssimo- esmalte eu gosto mais não que eu consuma- de vez em quando vou lá na farmácia a gente compra e fica velho lá em casa- as vezes acaba jogando no lixo sem usar- que enfim-eu não consumo quase nada de cosmético+ P4: Eu sou que nem a Marina muita coisa para o cabelo porque tenho cabelo crespo- cabelo cacheado e assim as vezes coisas que são caras- porque eu quero produtos que sejam mais eficientes--então tem que gastar- eles são mais caros mesmo e faz diferença né- minha mãe costuma falar ah xampu qualquer um serve- não é verdade pelo menos pro cabelo cacheado- não é nem um pouco verdade tem que ter um xampu específico direitinho que se adapte- então eu gasto bastante dinheiro com xampu- condicionador- mais não que eu compre muitos- mais porque eu gasto com produtos que são caros e que realmente tenham um efeito bom- zero de maquiagem eu não uso maquiagem em hipótese alguma- tenho meia dúzia de batom porque eu ganhei- não gosto- e coisas pra pele eu uso bastante hidradante+ 276 P2:Pele do rosto+ P4: Do rosto também filtro solar- eu tenho uma preocupação excessiva com a pele- porque eu já tive muitos problemas de pele- muitos de várias naturezas- coisas bizarras até bicho geográfico- sarna++ Tudo pega na minha pele- é verdade- vocês não tem idéia- não fazem idéia de como eu já sofri com essas coisas+ P5: Eu também já peguei sarna++ P4: Eu sempre morei em praia- eu sempre morei em cidade litorânea- dai você passa umas férias numa praia como a de Santos por exemplo que é super poluída- se passa uma temporada lá você volta com alguma coisavocê sempre volta com alguma bicheira que a gente chama né- então eu já sofri muito e eu gasto muito pra proteger a pele- esses hidratantes que você fala sem cheiro- tem uns que são muito bons indicados por dermatologistas e passo todo dia é mais isso mesmo- perfume pouco também- então esse é o tipo de cosmético que eu não gosto+ P2: Aí eu gosto + P3: Só complementando tem um cosmético que eu consumo no mínimo uma vez a cada dois meses quase que como uma obrigação que é a tintura de cabelo+ P4: A sim também é+ P3:Porque trinta por cento dos meus cabelos são brancos geneticamente falando- deve ta mais de trinta por cento agora eu não sei- e dá um ar de muito desleixo se deixar- e aí esse produto eu consumo no cabeleireiro- porqueporque o meu cabelo é muito fino e eu tenho muito pouco cabelo então tem aquelas dosagens de amônia etecetera e etecetera que se não for enganação né a tinta que é usada lá pelo cabelereiro ela tem menos amôniaentão cai menos o meu cabelo- isso é uma coisa então a cada quarenta e cinco dias eu vou ao cabelereiro pra pintar as raízes do meu cabelo por causa dos cabelos brancos- não por uma questão- que dá aquela impressão de desleixo+ P2:dai que tá que engraçado pensem numa mulher grisalha que vocês conheçam e ai que mulher linda- a gente sempre vai achar que a mulher parece velha+ P4: Só aquela do filme o diabo veste prada+ P2: Só que ai um homem grisalho a gente não acha ruim- isso é social não tem como não ser social- não tem como não ser- porque que na mulher é feio e no homem não tem problema+ P3:É verdade+ P5: Em relação ao cabelo realmente- a tinta de cabelo eu uso bastante porque geneticamente desde os seis anos eu tenho cabelo branco- ele branqueia da raiz pra ponta e da pronta para raiz e eu enjoo muito do meu cabelo não só a cor - então as vezes ele tá curto- as vezes ele está cumprido- as vezes tá liso as vezes não tá sabe e aqui o clima favorece mais o cabelo- no mato grosso o clima ressecava muito o cabelo+ E no mato grosso eu também comecei a usar por uma questão do clima creme hidratante que eu não gosto- mais também tem que cuidar muito o cheiro- tem cheiro que é muito enjoativo- então tanto em mim e até nas crianças eu faço massagem para o pé não ficar tão ressecado e tal- então a gente pegou esse hábito do creme hidratante- mais também não é uma coisa assim é de quinze em quinze dias que a gente usa sabe- ahan esmalte sou eu mesmo que pinto as unhasraramente eu vou em lugar pra pintar- não gosto de tinta vermelha também- negócio vermelho assim parece que eu cortei os dedos++ Assim como batom vermelho também- maquiagem assim eu comecei e me acostumei mais a usar maquiagem depois que eu ganhei um estojinho de maquiagem sabe- daí eu começo a repor por exemplo+ P2: Aquele teu rímel azul é lindo+ P5: É não faz nem trinta dias que eu comprei aqueles pinceis de passar sombra e tal-um kitizinho que eu achei bem bacana- então como eu tenho a caixinha da maquiagem eu vou repondo- em relação assim pra pele mesmo eu uso muito um creme mais é farmácia de manipulação que faz- senão realmente a minha pele fica escamando por causa do stress né- já tentei usar aqueles negócios anti-age não sei que -que é um trio que tu passa- mais como eu já tenho esse problema tá lá parado não consigo usa- e se não usa estraga+ P2: Todos os meus cremes duram quinze dias no máximo- eu começo a usar quinze dias direto- depois uma vez por semana- uma vez por mês e dai estraga+ P5: Xampu eu não uso os mais baratos mais também não pagaria cento e quinta ou duzentos reais num xampu- é mais de quinze reais no máximo no condicionador e no xampu né e olhe lá conforme a marca- mais procuro não tenho uma marca única sabe então as vezes é um as vezes é outro- eu não sei se é mito ou não mais parece que ficar só numa parece que cansa ai tu tem que tá mudando um pouco a situação- mais basicamente de cosmético é isso- não tem muito- tem o prime essas questões de maquiagem que eu adotei agora que eu gosto- só que 277 também não é sagrado vim todo dia maquiada pra trabalhar- é de vez em quando quando dá na telha talvez dois dias sim um não- ou três dias não dois sim bem assim- Letícia+ P1: Tá eu gosto mais com produtos para o rosto porque geneticamente a pele da minha mãe é de ter mais rugas sabe- então pra evitar justamente procedimentos mais evasivos como plástica né gasto mais com creme hidratante né essa minha região aqui ela precisa de bastante hidratação- tanto que quando entra no inverno- eu já lavo o rosto ela já resseca- ehhh o hidratante eu uso bastante todo dia- agora o protetor solar eu to usando agora como nunca usei porque eu to fazendo um tratamento a base de acido+ P4: Então precisa+ P1:Tem que usar né- mais como eu sou preguiçosa eu compro o protetor solar e ele vence-pro rosto e ele vence+ P2: No verão eu uso todos os dias+ P1: Tem um que to usando que é com base venceu o ano passado mais eu estou usando ainda++ P3: É muito caro né+ P4: É muito caro eles são caros+ P1: Sim por eu comprar de qualidade- mais hidratante eu não fico sem não- justamente porque eu lavo o rosto e sinto o rosto repuxar aqui nessa região e é uma região que dá bastante ruginha+ P4: Eu também uso bastante+ P1: Daí eu gasto mais é com produto facial- xampu ou eu faço como a mãe da Cláudia acho que qualquer um lava++ P2: Sabão de cocô+ P4: minha mãe quando jovem que era realmente com sabão de cocô mesmo+ P1: Agora que tou com poder aquisitivo melhor compro coisinhas melhores como sabonetes né- mais por causa do cheirinho e por ser melhor mesmo produto de qualidade- por isso só senão+ P5: Eu também só compro quando falta- por exemplo um batom tal tom ai terminou então né+ P1: Sim agora maquiagem eu to fazendo isso porque+ P5: Sombra azul terminou+ P1: Quando eu era adolescente eu me empolgava vendo os catálogos comprava e tudo vencia eu tenho maquiagem que venceu a séculos mais tá lá porque é bem raro eu usar maquiagem++ M:Com que frequência vocês vão a salões de beleza- clinicas de estética- academias de ginastica- ou praticam alguma atividade física++ P3: Eu não pratico atividade física porque sou preguiçosa-apesar de ter consciência que preciso por vários motivos principalmente de saúde- salão de beleza eu vou a cada quarenta e cinco dias pra pintar a raiz do meu cabelo- qual que é a outra pergunta+ M: Clinica de estética+ P3: Clinica de estética- é primeiro eu não vou porque eu acho muito caro- bem que eu gostaria- quando eu fuieu acho muito bonito as pessoas que tem a pele bem lisinha assim sem manchas- e começou aparecer umas manchas no meu rosto e o dermatologista disse que era do sol- daí eu fui fazer esse pilling com ácido- em vez de tirar as manchas da minha pele- aumentou as manchas da minha pele- então eu tive uma experiência péssima com esse tratamento de beleza estético- aí até depois eu fui no dermatologista ele brigou comigo- porque ele disse+ P4: Tinha que ter feito com dermatologista+ P3: Com dermatologista e eu fiz com fisioterapeuta- ele né brigou comigo disse que eu tinha que ir lá falar com ela- eu disse que não que seria minha palavra contra dela- ela ia dizer que eu não cuidei e eu ia dizer que cuideientão eu não vou criar caso- pedi pra ele né pra ver o que ele podia fazer- aí ele me deu mais pilling a base de ácido e eu acabei não fazendo deixa as manchas deixa que fica já me encheu o saco - não faço mais prontoentão ahaa eu já não sou muito chegada a fazer este tipo de coisa ainda quando eu vou fazer ainda dá erradotudo bem que tudo isso tem haver com o financeiro- porque que eu fiz com a fisioterapeuta em vez de fazer com o dermatologista+ P4: Porque era barato++ P3: Porque era mais barato+ P4: Com essas coisas não dá pra brincar+ P3:Logico- só que assim eu to aprendendo- era cem reais mais barato não era um valor tão significativo assim sabe- mais enfim eu ainda quero fazer- mais dai eu quero fazer outra coisa e não quero fazer com ácido- quero 278 fazer aquele outro que é uma vez só que eu quero tirar agora essas manchas que ficaram- que ficou aqui e aqui a laser quero fazer+ P5: Esse creminho que eu passo tira tudo que é mancha+ P3: Eentão eu não frequento muito não- cabelereiro mais por necessidade de pinta mesmo+ P5: Mais eu digo que não é bem assim- porque por exemplo eu tive uma experiência negativa com salão de beleza+ P3: Ah isso volta e meia eu tenho+ P5: Fui num salão de beleza top de linha na beira da praia marca e tal- vou lá né- porque eu era muito acostumada a fazer depilação com uma pessoa que eu conhecia que fazia lá na casa dela em Porto Alegre que não era careira e fazia muito bem feito- ai fui no salão a mulher não arrancou a minha pele- literalmente no outro dia eu tava tomando banho aí que dor de cabeça- acho que vou tomar remédio de dor de cabeça- quando fui olhar tava faltando uns pedaço de pele no joelho- nunca mais né e caro também nem quis voltar lá porque salão cada parte é um preço né+ Assim mais em termos de frequência clinica de estética uma vez em trinta anos++ Salão de beleza agora e tal- antes eu cuidava do cabelo porque era bem cumprido e dava mais trabalho e tinha uma pessoa próxima que fazia e não era tão caro- agora ir no salão de beleza uma vez por semestre- se não for uma vez anual né - senão eu me viro eu mesma em casa não tenho essa- agora é pra fazer academia toda semana eu vou porá levar meus filhos pra fazer alguma atividade e eu não to indo- preciso ir sim é a minha próxima meta é me exercitar se vai ser em academia ou onde vai ser- também em academia tem que ser uma coisa que eu gosteentão eu fazia direto dança+ P2: Ai coisa boa+ P3: Dança é bom+ P5: Dança eu adoro fazer- agora musculação já esteira ficar lá parado- eu gosto com movimento- seja caminhando na praia na cidade tal ou dança que remete a movimento tal- tá até pra abrir um negócios de velas e remo só que é só pra adolescente e eu queria fazer sabe- eu acho legal porque envolve a natureza- eu preciso me exercitar- mais hoje eu não estou conseguindo ainda é- fazer isso né+ P2: Eu agora comecei a fazer a franja lisa que eu acho que faz diferença pro cabelo parecer menos descabeladomais aí eu faço cada vez que eu vou a Pelotas no cabelereiro que eu sei que faz bem do jeito que eu quero e não cobra rios de dinheiro pra fazer isso- gostaria até de ser dessas pessoas que vai hidrata o cabelo a cada vinte diaspor exemplo eu queria ser a pessoa que marca o salão pra fazer a unha toda quinta de manhã- tu gasta quinze reais pra fazer a unha- sessenta reais por mês não é um preço caro pra ti tá bonita porque eu gasto isso num restaurante- mais não vou não consigo não faço isso- não mais gostaria de ir- a natação eu faço três vezes por semana mais nem é tanto pela estética- ó porque faz bem pra cabeça que eu preciso exercitar e também pelo peso pra não deixar ir ao longe assim- o que eu gostaria de fazer que se alguém me desse assim oh Marina essa pessoa faz um trabalho sério- eu faria massagem modeladora que muda bastante o corpo assim- gordura localizada e coisa assim aí eu faria sei lá duas vezes por semana uma coisa assim pra dar uma diferença mesmo não sendo verão os culotes principalmente+ P4: Mais tem que fazer antes do verão né+ P2: Já fiz uma época é bom quando os meus pais pagavam++Mais se eu achasse uma pessoa boa aqui eu faria mesmo++ P4: Eu vou ao salão todo mês mais por conta da depilação- não mais não por conta de cabelo essa coisas- cabelo eu corto uma vez a cada seis meses- dai eu aproveito com a moça que eu faço depilação eu já corto lá com a moça mesmo++No mesmo ambiente né+ P2: Corta esse assim e esse desta forma++ P4: Já que vai fazer outras coisas faz isso também- e ai quando eu corto eu tenho essa preocupação com o tempo que você falou Andreia assim- eu acho que eu to perdendo tempo indo ao salão- eu tenho uma sensação de perda de tempo muito -rande quando eu vou ao salão- então quando eu vou eu tento otimizar- entendeu já que eu vou fazer depilação e até na época de eu cortar o cabelo e pintar ah então tudo no mesmo dia- dai tem uma mulher aqui puxando o meu cabelo - tem uma puxando a minha perna e a outra pintando a minha unha- então essas coisas só acontecem de seis em seis meses-mais todo mês eu vou por causa da depilação e vou na minha cidade+ P2: Porque tem que conhecer+ 279 P4: Então eu saio daqui e vou para Santos e dai já aproveito que já to lá e faço as coisas por lá mesmo- porque o salão funciona sábado né então essa é uma vantagem- mais já fiz tratamento estético- já fiz éhhhh massagem modeladora- funciona- funciona- não é drenagem linfática- drenagem linfática é outro esquema+ P2: É outra coisa né- também já fiz drenagem gosto+ P4: Funciona sim- mais tem que estar acompanhado de exercício- uma alimentação melhor+ P2: E dói+ 4:Dói- bem mais funciona- já fiz não sei se faria de novo porque é bem caro e também tem que ter bastante tempo- tem que+ P2: É isso é uma coisa+ P4: Cada sessão de uma hora+ P2: Tirando deslocamento+ P4: Pois é tirando deslocamento- consome tempo então eu não sei se faria de novo- talvez sim talvez não depende da necessidade e academia eu vou todo dia durante a semana de segunda a sexta+ P3: Eu fiz drenagem linfática depois que o meu filho nasceu+ P4: Ah pra esse caso ajuda também+ P3:Só+ P2: Sim + P4: E tu+ P1: Eu vou em média de uma vez por mês somente por causa da depilação- acho um saco se depilar++ Queria ter nascido homem por causa disso+ P2: Hoje em dia nem sempre+ P1: Mais tem que se depilar-porque é horrível uma mulher com uma perna peluda né+ P4: É social também né++ P5: Gente eu lembro quando veio um pessoal da Alemanha visitar a gente lá do grupo de dança e elas são todas cabeludas nas pernas no sovaco tudo- o impacto++ P4: Tanto que nos Estados Unidos é brazilian wox+ P2:É exatamente é coisa nossa- coma chama depilação brazilian wox- porque a gente que tem a mania de tirar tudo o biquíni por tudo também+ P1: Brazilian vox+ P2: Wox de cera+ P4: É brazilian wox- é então se tu quer fazer depilação- esse tipo de depilação que agente faz a gente tira virilha tira de tudo- nos Estados unidos tem que chegar no salão e pedir uma brazilian wox é uma coisa do brasileiro mesmo isso aí é+ P2:Talvez o nosso lado índio né++ Com menos pelo+ P1: E no meu caso tem que se depilar porque até a adolescência eu raspava- mais eu estava raspando num dia e no outro estava crescendo então tava ficando muito grosso+ P4: Sem contar que tira a pele- se tira pigmento+ P2: Isso faz uma baita diferença+ P1: E tava ficando muito pelo+ P2: Eu uso aceti negro mais acho um saco também+ P5: Gente mais eu me lembro que quando era adolescente- a mãe não deixava- até na hora que eu vou né- eu vou né até por uma questão social- quando eu fui num salão e a mulher botou aquela cera de chocolate e a hora que a mulher puxou- deu vontade de sair correndo deixar só aquela parte depilada e o resto tudo com pelo- que raiva cara e eu chorava chorava chorava+ P2: É tortura se tu for pensar ir lá depilar tirar pelo-isso tudo que a gente faz- tu ficar horas puxando cabelo é um absurdo+ P4: Ah mais nos Estados Unidos se vocês quiserem a gente pode fazer uma vaquinha pra comprar um de testetem uma parada chamada no no+ P2: É chinês+ P4: Não é muito legal- o no no é um aparelhinho que nem esse aqui e ele tem duas hastes assim e passa um raiozinho com um laser aqui na ponta né uspulsar- uspulsante que chama- e ai você pode passar no rostoqualquer parte do corpo não não dói - não agride a pele e o pelo cresce só depois de quarenta dias- no no- não é 280 uma cosia de raspar e nem uma cosia de arrancar- é uma luz- um laser e vai queimando por dentro- o máximo que você se sente é cheirinho de queimado né- máximo que é o cheirinho do pelo né+ P2: Isso é uma cosia estética que eu pagaria+ P4: Trezentos dólares+ P2: Ganhando melhor eu faria alguma coisa a laser mais definitiva- pra que eu precisa-se me depilar uma vez a cada dois meses e olhe lá+ P4: O no no não é uma depilação a laser definitiva que nem aquelas que a gente faz em centro de estética- o no no ele é um aparelhinho só que com uma nova tecnologia entendeu pulsante que a gente chama mais é da hora o negócio é muito sensacional - fui numa mostra lá nos Estados Unidos disto e eu adorei só não tinha dinheiro pra comprar+ P2: Bá isso seria ótimo+ M: Vocês entendem que a busca a beleza está ligada a dinheiro+ P4: Totalmente+ P5: Não entendi se eu ficar bela eu consigo mais dinheiro- eu consigo um marido mais rico assim++ Eu vou conseguir progressões profissionais+ P2: E aquela estória né não existe pessoa feia ou bonita existe pessoa pobre ou rica+ P4: Concordo- total gente- pelo padrão de beleza que a gente estabeleceu né- então assim se você não nasce naturalmente tipo assim um Brad Pit todo simétrico todo ajustado- ai você apela pros recursos+ P5: Tipo Caco Antibes naquele programa- pobre é feio+ P2: Gente mais é+ P3: Eu acho que isso está muito relacionado com o que eu falei no início pra mim né- que eu acho assim que tem pessoas que não são bonitas mais que elas se tornam bonitas pela forma que arrumam o cabelo- se maquiam- se vestem- cuidam do corpo- que se cuida e pra se cuida precisa de dinheiro e eu tenho uma relação com o dinheiro assim muito restrita+ P4: Mão fechada+ P2: Apesar de hoje eu ser muito mais mão aberta do que já fui- mais dinheiro pra mim é utilizado em questões concretas- e pra mim arrumar o cabelo é questão de algumas horas+ P4: É volátil+ P3: Arrumar a unha é questão de alguns dias- talvez pensando desta forma uma cirurgia plástica seria pra uns dez anos+ P2:É por isso que eu não faço porque eu sei que eu voltaria+ P3: É então pra mim tá tudo relacionado a questão financeira- eu não tenho coragem de gastar o dinheiro coma aquilo ali+ P5: Interessante eu fui criada dessa forma também- de economia por tudo+ P3: Até pela nossa formação+ P5: Economia por tudo- o pai e a mãe sempre foram mão fechada e ensinaram a gente a ser mão fechada- ser bem objetivo com relação ao uso do dinheiro- deus o livre o meu pai me dá dinheiro ou pra minha mãe ah vai ao salão de beleza não tinha isso+ P2: Engraçado é como a gente é criado mesmo porque eu vejo amigas minhas que as mães vão ao salão e elas vão ao salão sabe é uma coisa natural assim+ P4: Eu também acho que é de família isso+ P2: Él á em casa como nunca teve- eu sou a pessoas que mais vai ao salão imagina- na minha casa e eu não vou ++ P5: Eu acho que quando isso tá diretamente relacionado sim porque se tu tem um valor- tipo aquela hierarquia de Maslow- primeiro as necessidades básicas- isso já tá na social oh- autoestima então você não tem+ P2:Pois é só que tem gente né que deixa de gastar no básico pra gastar com a beleza que considera essencial e tem+ P5: Não é meu caso+ P1: Eu conheço gente que deixa de pagar conta de luz- conta de telefone porque se preocupa mais com a aparência+ P2: É verdade com a a aparência+ P4: Mais porque a aparência é importante pro trabalho ou não+ 281 P1: Eu acho que pro os dois+ P4: Porque isso depende da tua imagem+ P1: Eu conheço pessoa que entrava no trabalho as oito e acordava as seis da manhã e o trabalho era uma quadra da casa dela- justamente pra tomar banho fazer chapinha escovar o cabelo+ P4: Mais e o trabalho dela era uma pessoa que trabalhava em televisão+ P1: Não em banco+ P5: Tem uma importância também+ P1: Mais ela é extremamente vaidosa- pinta o cabelo de vinte e um e vinte e um dias+ P5: É eu tinha uma colega que também era professora- mais ela tipo assim o cabelo dela era ruim uma pessoa de cor mesmo sabe e ela era loira com o cabelo lisinho sabe- e ela dizia olha eu gasto quase cinquenta por cento do meu salário em salão+ P2: Ela era uma negra loira+ P5: É porque lá em mato grosso o pessoal é meio bugre- mistura do índio né então era normal uma pessoa com a pele bem morena só que loira- lá eles fazem muito isso tem esse tratamento e não era só ela tinha muitas pessoas lá que deixavam mais de cinquenta por cento do salário no salão por conta da aparência+ P2: Engraçado o homem a aparência do homem eu acho que é diferente eu acho que ele vai investir no carro que aparência pra ele é aquilo+ P3: Ah sim+ P2: A mulher é a aparência miúda mais a aparência dela- a imagem dela- eu acho que o homem não é tanto- eu acho que o homem a aparência é o seu carro que os outros vêm como+ P1: Sabe porque porque o carro faz ele pegar mulher+ P3: Claro- é um símbolo de masculinidade pra ele+ P2: De dinheiro né porque não quer dizer nada- quer dizer que ele conseguiu comprar aquele carro+ P4: Quando eu entrar na política eu vou criar o bolsa salão+ P5: Boa bolsa salão beleza gostei+ P2: Mais já não tem+ P4: Quando eu entrar na política- pois já tem a bolsa cultura- vou pedir a bolsa salão+ P2: mais já não tem- ah não algumas empresas fazem bolsa salão- não tem empresas que fazem bolsa salão+ P5: As que se preocupam com a imagem+ P2: É eu acho que eu vi+ P3: Se tivesse a bolsa salão eu sim adquirir a bolsa mais eu ia gastar em outra coisa++ P4: Saí seria desvio de verba++ Isso seria desvio de dinheiro público+ P5: Não ei ia gastar- bolsa beleza+ P3: É um dinheiro a mais gente que você pode colocar numa coisa mais concreta+ P5: Desde que com a bolsa viesse um plus de horas pra você se dedicar mais+ P2: É+ P5: Bem bom hein+ P3: Por isso que eu gastaria o dinheiro com outra coisa+ P4: A bolsa podia ser um misto de dinheiro com tempo no caso+ P2: A moça vai em casa fazer a unha eu acho isso tão sinhá- tipo alguém vem na tua casa++ Muito bem pode ir agora+ P5: Eu já associava as duas coisas já ia na casa da pessoa e já levava as crianças pra brincar com os filhos delaenquanto eu estava lá as crianças já estavam ocupadas+ P2: Ir na casa da pessoa eu já acho diferente da pessoa ir na tua casa+ P4: Ai gente que barato+ M: Eu acho que já foi falado disso anteriormente mais vocês entendem a existência de um padrão de beleza- e se entendem a existência como seria esse padrão de beleza+ P4: Existe+ P2: A gente tá falando de mulheres+ P3: E é de época também+ P4: De época e pra mulher e pra homem- existe um padrão de beleza pra homem também- olha eu vou dizer uma coisa pra vocês assim uma coisa que eu notei eu não sei se aqui em São Francisco a coisa é assim mais eu dou 282 aula pra adolescente a dez anos né os últimos três anos o grupo de adolescentes que eu tenho pego tão muito focado nessa cosia de beleza e os meninos principalmente- meninos fazem depilação- não aceitam ter um pelo no corpo porque as meninas tem nojo- ai pelo no sovaco coisa nojenta+ P2: Credo tu tinha aluno que depilava+ P4: Um aluno não era raro ter aluno com pelo+ P2: Gente guri+ P4: Chegou ali no nono ano no oitavo ano os caras rapam pelo- pelo do peito- do sovaco- perna e tem gente que vai em salão-tem salão começando a ficar especializado nisso de metrosexual+ P2: Tá uma tendência que eu acho de adolescente de homem e mulher muito mais parecido né assim nessa época de adolescente+ P4: E as meninas também- as meninas sempre foram muito cheia né -mais agora assim+ P1: Eu sou das antigas eu gosto de homem com pelo+ P4: Eu também+ P5: Eu também+ P4: Mais essa nova geração não- a nova geração não+ P2: Barba tá na moda agora desde do ano passado- se for ver tem muito homem de barba e eu gosto- eu não sei se eu gosto mesmo ou é porque+ P5: Eu não gosto de homem de barba e sim homem peludo no peito- da barba bem feitinha- tanto que quando o tiago tira os pelos do peito eu falo nem chego perto de ti deixa esses pelos crescer+ P3: Eu entendo que existe sim um padrão de beleza e o padrão de beleza que é ditado no momento é ser magro+ P4: Ser magro sem dúvida+ P3: E o que me deixa muito frustrada no momento que queira ou não queira menos vaidosa que uma pessoa posse ser ela quer estar próxima do padrão de beleza e essa questão de ser magro é tão forte que você pode olhar na vitrine das lojas as roupas bonitas são rupas com números no máximo até quarenta+ P5: 38+ P2: Tu vai vestir 42 tu não existe- imagina 48+ P3: É logico isso tem muito haver com marca- porque as marcas das roupas não querem que a marca da roupa esteja agregada com aquele estereotipo de pessoa- ela só que a pessoa magrinha bonitinha e tal- é mais a frustração é justamente esta né porque assim -não é porque você está acima do peso que o padrão de beleza citado pela sociedade que você é uma pessoa feia e não vai se vestir bem e não tem o seu valor- é então eu acho que o mercado peca muito nisso- se for pra ver em Brasil- quantas Leticias tem e quantas Marinas- AndreiasClaudias e Susanas que são mais+ P2: Com corpo+ P5: A propaganda da Dove Lembra que trabalha bem essa questão+ P4: Qual a dos rostos+ P5: Dos corpos+ P3: Até aqui a proporção vejam é quatro pra uma+ P2: É+ P5: Eu senti um respeito muito grande com o consumidor quando eles fizeram aquilo+ P2: Sim mais eu acho que isso mudou bastante- que eu falo por mim assim como a Claudia- acima do peso desde de criança tudo- eu acho que o modelo não é magra magra- é malhado se tu for ver as mulheres vão pra academia com aquelas calças de ginástica+ P3: Vamos colocar pingos nos is- é gostosa porque tem aquela bunda enorme+ P2: Agora gostosa é diferente de magra+ P3: Bundão peitão+ P5: Cinturinha porque tem que até quebrar o osso da costela em cirurgia+ P3: Ai é que tá quantas são+ P2: Não mais ai é que tá as mulheres se matam na academia pra ficar bonbadona pra ficar gostos pra ficar com um bundão+ P4: E tem gente que a genética não permite+ P3: Não permite eu sou uma que jamais-plástica se eu quisesse+ P2: Mais agora uma coisa que existe e que antes não existia é o plus size+ 283 P4: É verdade tem mesmo+ P2: Eu vejo manequins na praia tem uma loja que o manequim é um manequim maior naquele manequim eu me reconheço e tem outra loja que a gente passa na Barão e tem esse manequim também- e o plus size é isso a ideia de roupas normais- bonitas mais num tamanho maior- porque antes assim oh moda G- o que existia antes era moda G e é um saco que cabe em ti dai tu veste- agora a o menos eu já comprei vestidos e coisas que eu adoro e são do meu tamanho+ P4:Isso é inclusão na moda+ P2: Elas são caras elas são mais caras+ P4: E eu penso assim eu acho que isso vai um pouco por também é ditado por exemplo pelas novelas+ P3: A sim mídias+ P4: Agora essa ultimas novelas tem sempre um gordinho charmoso+ P5: Pois é mais eu acho que força a barra não é uma coisa normal natural é assim beleza não e trabalha muito também essa questão de que roupa que tá usando- que maquiagem que tá usando que cabelo que tá usando- a televisão tem muita pressão em cima- olha o cabelo no caso daquela no superstar aquela meninan que tem lá com o cabelo+ P3: Vermelho+ P5: Vermelho- o que apareceu de adolescente com cabelo pela cidade só aqui em São Francisco do sul um monte de gente de cabelo vermelho+ P4: É verdade+ P3: Eu só quero colocar uma opinião minha sobre o plus size que a Marina falou- eu acho sim que o plus size né tá em evidencia agora e tem até alguns programas de televisão que mostram - lá o tipo de roupa pra as pessoas que estão acima do peso e tal- mais vocês podem notar que tudo isso vem de algo que te aperte muito pra modelar teu corpo+ P2: Os que eu compro não+ P3: Não não o que fica bonito entendeu- o que eu entendo que fica bonito- nesses programas de TV eles colocam lá uma roupinha que fica legal- mais embaixo na modelo - a modelo ta amarrada tá- como que é o nome daquela roupa que é como se fosse um maio+ P4: Um colã+ P3: O tecido é pra segurar mesmo pra não deixar nada cair- sai é claro que fica bonito- agora eu+ P1: Mais eu nunca vi isso pro exemplo no esquadrão da moda+ P3: Nunca viu porque você++ P4: A gente só presta atenção no que a gente precisa++ P3: Exatamente quantas formaturas que eu fui- é bem do esquadrão da moda que eu to falando- a modelo lá+ P4: Ela não tem dobras e tá usando esse negócio- oi negócio tá shape lá+ P2: Meu culote eu só uso saia a tá ++ P3:É bem essas questão das dobras que a Claudia falou porque pra a roupa ficar ajeitadinha- tem que ta tudo durinho e pra tá tudo durinho o que faz você se amarra naqueles sei lá como é o nome daquilo lá+ P5: É como se fosse um reboco uma massa corrida que você passa no rosto+ P4: O conforto vai pro saco+ P3: Agora me digam o seguinte pensem assim oh+ P2: Dai é que tá beleza e conforto não andam juntos+ P3: Isso isso que é o problema isso que eu ia dizer eu jamais+ P5: Mais porque não+ P2: Pela sociedade+ P5: Pois é porque beleza e conforto não podem andar juntos+ P3: Isso que eu to dizendo eu acho oh vou colocar um exemplo assim- se for pra eu colocar um negócio desse que aperta tudo pra vir trabalhar-eu prefiro mudar de roupa do que colocar- senão você fica sabe como dentro de um amendoim dentro da casca que ficam aquelas ondinhas- eu me sinto assim - ou eu coloco cinta modeladora lembrei o nome- ou eu coloco a cinta modeladora e ai coloco a roupa sie lá o vestido+ P5: Imagina tem que ir no banheiro conforme a cinta+ P3: Exatamente- não vou dizer que eu não uso a cinta modeladora eu uso pra ir num casamento pra ir numa formatura e naquele momento depois da licença que eu vou tirar esse negócio que eu vou aproveitar a festa- pois 284 eu não guento mais então essa é a questão do conforto- os tecidos finos que dão caimento tipo esse fininho você tem que usar ele marca tudo+ P2: Marca tudo claro claro+ P3:Se você não colocar uma cinta modeladora por baixo fica como um amendoim dentro da casca+ P2: Sabe que até mulher que seja magra e tenha gordurinha+ P3: Sim P2: Fica feio exatamente exatamente+ P3: Então agora falando da beleza e do conforto eu acho que os dois não andam juntos+ P5: Andam andam- sabe quando que andam quando você é jovem adolescente e tudo cai bem+ P2: Quando tu é naturalmente bela++ P3: Dezesseis anos+ P5: E magro- e aquele período que tu não tem dinheiro e não pode aproveitar tudo pra ficar mais linda- bela e maravilhosa e dai quando tu tem dinheiro tu não encontra aquilo que tu que- ou tu sofre pra ficar bonita ou tu fica feia+ P1: Eu vou abrir umas aspas aí- porque comigo foi justamente o contrário na adolescência eu era mais cheinha e agora eu me sinto melhor- então eu era mais complexada com o meu corpo na adolescência+ P5: E agora ao contrárioP4: E agora você se aceitou é uma questão de maturidade+ P1: Mais eu era assim mais cheinha também né+ P4: Mais você não era gorda- você não tem cara de que já foi gorda um dia+ P1:Também não gostava do meu cabelo hoje eu gosto+ P2: Patinho feio agora tu tais te transformando né+ P5: Eu olho fotos minhas mais novas tá eu era mais magra- mais em termos assim de se cuidar ficar mais-se eu tivesse o corpo de antes e o conhecimento e o dinheiro que eu tenho agora+ P3: Pois é outra estória+ P2: A mesma estória do conforto lembra eu amo usar saia- só que eu só consigo usar saia com esse shortinho só que eu amo usar saia- não importa eu passo esse sacrifício de usar ele pra usar- só que dai sapato eu não consigo passar sacrifício- eu nunca me enfiaria num bico fino pra vir trabalhar morrendo eu não consigo-não não- porque a saia eu acho bonito bico fino não faz tanta diferença+ P3: E ai entra a questão do conforto+ P4: Depende tem sapato bico fino que é confortável+ P2: Não dai é pra mim eu tenho problemas com sapato-problemas+ P3: Eu adoro usar vestido- saia eu não sou muito mais vestido eu adoro usar só que tem que usar com tudo shortinho por baixo por causa das pernas- e sai não me pede pra usar aquele negocio que fica apertando- dai eu prefiro não usar vestido+ P4 :Dai você usa calça o tempo todo né+ P3: Eu prefiro por uma bermuda se ta muito quente- já faz aquelas bermudads de alfaiataria que é mais levezinha e tem um tom mais social- bermuda pra trabalhar tal do que por vestido- apesar de eu adorar achar lindo gostar de usar mais o desconforto faz eu que eu prefira por bermuda+ P2: Pra mim foi o auge esse verão que eu consegui usar saia e vestido o verão inteiro praticamente me senti bela+ P4: O plus size realmente é um negócio muito bem bolado né- tem uma loja plus size lá em Santos que é bem famosa- loja de fabrica tem umas roupas bem estilizadas e os meus maridos sempre foram muito gordos né+ P2: Seus maridos+ P4: É dona flor+ E foi engraçado porque o Adriano tava reclamando de que não tinha roupa- não tinha roupaentão vamos lá na plus size - eu não vou numa loja de gordo- eu falei vamo+ P5: Loja de gordo olha+ P4: Não mais como mudou+ P2: Tu chamar plus size e tu chamar moda G faz diferençab pro marketing né+ P4: dai a mulher perguntou quantos quilos ele tinha mais ou menos qual o seu peso- ai ele 110- 115 a então você é P- ai eu sou P++Isso é ótimo sim- ele se achou o máximo ser P- na plus size entendeu isso foi muito divertido+ P2:Isso pro psicológico faz um bem- porque tem roupa que não te serve porque ela é grande demais- obrigada++ 285 P5: Pior quando tu vai numa loja assim e a mulher te olha de cima a baixo e diz ah mais não tem do teu tamanho++ P2: Ah isso não serve pra ti- ah eu sei o que serve pra mim- traz essa roupa logo+ P4: Aquilo foi legal pra ele- é padrão de beleza é isso aí++ M: Que estímulos que influenciam vocês para o consumo de cosméticos+ A mídia- outras mulheres do convívio de vocês- a variedade de produtos da indústria de cosméticos+ P2: Tudo+ P5: Pra mim a mídia+ P3: Pra mim sem dúvidas são as outras pessoas- que eu sou muito ligada nesse negócio das outras pessoas- tanto é que eu já falei aqui- que eu me sinto muito bem trabalhando aqui em São Francisco do Sul++ Porque eu posso vir trabalhar de camiseta e de sapatilha++ Porque na outra instituição que eu trabalhava eu não conseguia principalmente no período da noite que era sala de aula ir trabalhar sem um salto- então aqui eu estou realizadaporque aqui eu to sendo eu- aqui eu to sendo eu- e eu consigo+ P4: Vem de tênis+ P2: Mulher se arruma pra outra mulher+ P3:É eu olho no meu guara roupa agora gente- eu trouxe- não tem nem a metade do meu guarda roupa aqui em São Francisco- e eu fico olhando o meu guarda roupa lá em Mafra e o que que eu vou fazer com essas roupas agora sabe- mais eu to muito feliz por isso muito feliz- porque aqui eu gosto de usar o sapato confortável que eu gosto de usar- é eu venho com calça jeans- eu venho de camiseta do Instituto eu amo essa camiseta do Instituto pra eu vir trabalhar+ P2: Sim- vocês não se sentiriam mal dando aula arrumadas aqui no Instituto+ P4: Aqui sim+ P2: Aqui eu me sentiria mal pros nossos alunos vir toda arrumada+ P3: Agora onde eu trabalhava antes eu me sentiria mal de vir como eu venho aqui- e lá eu até me arriscava passar uma sombra e tudo de vez em quando pra eu ir trabalhar- porque- porque eu olhava toda aquela mulherada daquele jeito e me sentia assim a formiguinha entendeu+ P5: Cidade praiana ela também te remete um pouco mais+ P3: Isso é totalmente relacionado ao que as outras pessoas usam- então eu vou me influenciar pela Marina pela Leticia- pela Susana e pela Claudia que são as pessoas que trabalham comigo + P4: Pô então tu vai vir de tênis todo dia porque se tu se influenciar por mim+ P5: Eu passei por isso também porque no Mato Grosso a cidade que eu trabalhava a coordenadora de curso tinha que tá de salto as roupas sociais que eu tenho são todas de lá- e lá é bem característico da cidade- a cidade é pequena não tinha muito lugar pra ir não tem praia não tem nada- o shopping ou a igreja era o lugar que o pessoal se arrumava pra ir- quando eu cheguei lá eu tinha saído de Florianópolis- cidade bem praiana assim néeu cheguei lá e tal de chinelinho de dedo- rasteirinha- fui numa loja ou outra pegar uma coisa assim- daí o pessoal fica sondando pra ver o que tu faz- pra ver se não vai dar golpe né- assim que que tu é- assim sou professora- professora me olhou de baixo acima assim né- no shopping até os seguranças daqui a pouco estavam atrás da gente pra ver onde agente ia sabe- então é claro depois que eu voltei pra cá- depois de dez anos lá- as primeiras aulas eu vim bem arrumada e tal - o pessoal oh que chique essa professora que chegou- daqui a pouco eu já++ E não tive estranhamento nenhum assim sabe eu acho que é legal- e eu concordo contigo que é muito bacana quando que o lugar que você trabalha valoriza o que você é- não pela sua aparência- não pelo que você aparenta ser- eu acho que eu me sentiria mal num lugar que eu tivesse que se arrumar e sair toda emperiquitadae tem empresas que são assim- tem empresas que exigem isso- formalmente e informalmente+ P3: Como que chama aquele negócio que tu põe as coisas pra vender- acho que vou pegar meus sapatos de salto eu vou fazer tipo um+ P2:Tipo um brechó+ P3:Um brechó- porque eu não pretendo mais usar aquilo lá+ P5: Porque aqui os sapatos de salto estragam por conta dos paralelepípedos+ P2: Sim sim+ P5: Os meus mesmo tão todos detonados+ P3: Gente eu tenho tanto sapatos de salto - eu tenho tanta roupa social tudo entroxada- casaco- esses casacãobonito que eu paguei seiscentos- setecentos reais- não uso mais+ 286 P4: Ai as vezes eu uso só por usar+ P5: Quando tu enjoa e quiser dar alguma coisa+ P3: Casaco de couro eu tenho uns quatro mais ou menos tá tudo lá- e eu to muito mais feliz da forma que eu to aqui- e eu vou confessar pra vocês que é eu me sinto assim por vocês serem assim- mais eu sou assim+ P2: Ah obvio é da nossa natureza ser assim+ P3: Se vocês fossem diferentes eu com certeza gostaria de me parecer com vocês- é andar de salto- não que eu gostaria- eu faria+ P2: Pra se adequar+ P3: Então pra mim as pessoas diferentes aqui+ P2: É quem tá arrumado+ P3:Isso++ Desculpe mais são as duas pessoas que trabalham no administrativo lá que eu não vou falar nomesque são as pessoas que destoam e se arrumam- andam de salto e fazem questão de fazer maquiagem e vem com roupas diferentes assim- eu quando vejo elas- eu acho elas lindas- as duas no sentido da pessoa bonita assim além de se cuidar tal- mais fico muito feliz de não precisar me vestir como elas+ P5: Mais é interessante ver como o ambiente muda- por exemplo se você pegar como parâmetro de universidades federais- pessoal é tudo professor e professora- pessoal é tudo simples- largado+ P2: Já na particular é diferente+ P5: Exato+ P2: Se tu vai pro direito- saltão- maquiada parece que tá saindo de uma festa pra sala de aula é bizarro+ P5: Tem que ver o que é prioridade- então não sei na percepção que eu tenho de outros ambientes a prioridade é conhecimento- se o cara manja ou não manja- sabe ou não sabe -nos outros a prioridade talvez passe pela aparência ou por outras coisas mais+ P2: Claro tu tá passando uma imagem- não que passar a imagem de desleixo- mais eu sou bem como eu sou+ P3: Aqui eu consigo ser como eu sou- lá eu não conseguia+ P2: Em relação a consumo eu não falei- mais propagandas de televisão me fazem comprar coisas de cabelo- com certeza- porque eu vejo aquele cabelo lindo maravilhoso que voa que não é por causa do xampu mais eu compro o xampu mesmo assim+ P5: Ou que amarra e puxa e quebra o balcão e deixa o cabelo forte++ P2: Isso é- sobre maquiagem eu acho se eu vou nos lugares e vejo eu compro maquiagem- por exemplo- se eu entro no Boticário eu saio com mil coisas- porque eu olho e quero- se uma pessoa ta usando uma coisa legal- eu digo ai sério- uma prima minha por exemplo- olha comprei isso aqui legal eu posso ir e comprar também+ P5: Tipo rímel azul+ P2: O rímel azul- eu acho que eu não compraria porque não combina comigo- combina contigo talvezexatamente eu iria e pediria o rímel azul+ P3: A mídia não me influencia em nada+ P4: A mídia me influencia em algumas coisas+ P3: As outras pessoas me influenciam isso sim- eu assisti um determinado filme que me deixou mais+ P2: Preocupada+ P3: Mais foco- uma coisa que eu já tinha assim pela própria formação e campo de estudo- eu já tinha uma boa visão sobre isso- depois que eu assisti um determinado filme fiquei com isso mais forte ainda- e me convenci - a mídia te influencia e a tu me influencia- entendeu eu sou influenciada pela mídia mais indiretamente pelas pessoas+ P2: Porque é a questão do pertencimento- tu não quer ser o super diferente- tu que pertencer de alguma maneira né- se todo mundo se arruma eu vou tentar me arrumar+ P5: A mídia a mim me influencia assim quando me chama a atenção- aquele batom- po que cor bonita- talvez nem vai ser aquela marca que eu vi que eu vou achar ou que eu vou comprar porque é muito caro- mais eu vou querer um daquele mesmo tom+ P5: Meu deus novela- o esmalte da mulher que estava usando agora- eu quero esmalte dá e diz o nome da personagem- isso é típico eu quero o esmalte da fulana- ah diz que a fulana semana que vem vai estar com esmalte diferente- é esse aqui oh tu que passar-ai eu quero- aí tu põe o esmalte da Giovana Antoneli- aí ela lançou uma marca Giovana Antonelli baseado nos por causa dos personagens dela- ah o batom daquela que matava as pessoas com a seringa- tu sabe a grandona+ 287 P4: A Claudia Raia P2: É exatamente ela tinha um batom que era vermelho e alaranjado- ah não cor do batom da fulana- novela é a melhor coisa para as mulheres quererem tudo igual+ P4: A mídia me influencia com os aparelhos eletrônicos- por exemplo eu já tive muita vontade de ter aquelas super escovas que vira e o teu cabelo já sai perfeito+ P2: Na vida real aquilo é a escova prendendo no teu cabelo++ P3: Aquela que enrola todo o cabelo que a minha irmã tem++ P4: Eu adoraria ter aquilo- se funciona no teste- o pessoal deve tá usando errado não é possível claro que vai funcionar se eles fazem o teste+ P3: A mídia me influencia mais não pra produtos de beleza- principalmente para utilidades domesticas- dai ela me influencia+ P4: Utilidades ligadas a beleza por exemplo secador chapinha- chapinha coprancha de cerâmica com não sei o que+ P4: Eu quero coisa pra cozinha++ P4:Aquele fazedor de unha que tu põe o negócio já pinta a tua unha assim tu põe o dedo- esse negócio eu queria ter- nisso a mídia me influencia++ P2: Pronto respondeu+ M: E celebridades influenciam vocês- é uma referência de beleza alguém pra vocês+ P2: Essa estória de novela acaba sendo uma+ P4:É uma referência mais não que eu queira ser essa pessoa- mais por acha-la bonita+ P5:É porque tá em evidência que tu enxerga que ficou legal ou não ficou legal- algumas coisas que tu olha nossa não ficou legal+ P2: Eu acho que cabelo- olha o cabelo dessa fulana- eu queria tá com um cabelo como o dela- principalmente cabelo crespo estiloso assim- ah eu já fui no salão ah eu quero o cabelo da fulana- sabe não fica obvio- é mais eu não sei roupa coisa assim se eu chego a pensar+ P3: Eu racionalizo da seguinte forma- celebridades estão dentro do estereotipo físico e de beleza que eu considero totalmente diferente ao meu- portanto não me influencia o que elas usam- porque eu sei que a maioria das coisas que elas usam não vai ficar legal em mim+ P2: A não ser esmalte né+ P3: A não ser esmalte é+ P2: Que cabe em todo mundo+ P3: E olha lá ainda- eu não vou pintar a minha unha de verde como a Giovana Antoneli- então eu entendo que celebridades não me influenciam por eu ter plena consciência de que eu estou longe do padrão de beleza delas+ P5: Eu olho criticamente como eu falei por exemplo as vezes tem não necessariamente de as vezes tá lá apresentando o jornal nacional- a aquela roupa lá ficou legal+ P2: Fico de cara quando eu faço isso- eu não to prestando atenção na notícia- eu to olhando olha que maquiagem que não combinou esse to não tá funcionando né+ P5: Ou então a roupa daquela lá que apresenta o super star- eu não gravo o nome aquela loira lá+ P2: Fernanda Lima+ P5: Teve uma vez que ela passou um batom vermelho aquela loira eu achei ridículo - as roupas umas ficaram legais outras não- então eu olho não que eu quero ser igual a ela- eu to olhando criticamente e talvez fazendo alguma associação de ah isso ai talvez fique legal em mim- não isso aqui eu não acho legal+ P2:Na verdade se for pra desejar só as masculinas++ P5: É enfim++ M: Vocês se preocupam com alimentação- buscam emagrecer- como isto funciona com vocês+ P3: Preocupa- me preocupo agora a minha ansiedade não deixa eu cumprir a minha preocupação+ P2: Bom ontem eu comi um chesse++ P4: Eu comi pizza ontem++ P5: Me parece que preocupar preocupa- mais me parece mais pela questão da saúde+ P2: Saúde+ P4:Saúde+ P3:Saúde+ 288 P5: Por exemplo eu sei que eu tenho triglicerídeos alto- faz tempo que eu não faço o exame- e eu sei que to comendo tudo que não pode em relação a isso+ P3: Eu também tenho essa preocupação porque eu tenho algumas doenças genéticas por exemplo que eu não posso comer sal nem gordura de origem animal então eu tenho esse cuidado- procuro não ingerir sódio de produtos industrializados- esse tipo de coisa como a sopa pronta de pacotinho esse caldos de temperos prontosentão eu procuro- procuro não na verdade eu não consumo mesmo porque nossa não lembro quando foi a ultima vez que eu usei um tempero desse na comida- então eu tenho essa preocupação mesmo porque eu faço comidaagora menos por causa da minha situação atual- mais quando eu cozinhava pra minha família pro meu marido e pro meu filho eu tenho um cuidado maior ainda com esse tipo de coisa porque lá em casa ninguém é magro néentão eu sempre tive esse cuidado mais muito mais pela saúde como a Susana falou- a questão do sódio- a questão do colesterol- a questão da hipertensão então eu tenho esses cuidados - mais eu gostaria muito sim de consumir menos alimentos pra emagrecer mais isso não me pertence+ P2: Não eu gostaria de fazer escolhas melhores- eu gostaria de ter uma pessoa que me desse as comidas que eu fosse comer-porque ah tu ser o Ronaldinho e tu te lá a tua Maria que prepara tudo assim- gente demora muito tempo tu comer saudável- tu ir comprar todas as frutas- todos os legumes- cuidando pra que eles não estraguemtu vai todo dia- tu lava tudo aquilo- tu higieniza- não dá tempo- é muito mais prático tu fazer um macarrão ou tu fazer um sandwich de presunto e queijo+ P5: Eu vejo diferente por exemplo hoje pra começar saudável- até porque eu não cozinho bulhufas né- mais pra comer saudável o restaurante- um restaurante bom te da comida bacana- um restaurante bom+ P2: Só que é a falta de opção+ P5: A minha dificuldade e que eu acho que o meu marido não tem essa dificuldade é objetividade- é botar a meta eu vou emagrecer então eu vou fechar a boca e vou comer só isso pra emagrecer e eu não consigo fazer isso+ P3: Acho que tem muito haver com o psicológico- com a ansiedade+ P5: Eeu não consigo fazer isso- porque eu coloco na cabeça eu só vou comer isso hoje beleza- ai chega as amigas ai hoje eu trouxe uma cuca- hoje trouxe amendoim- eu não vou socializar- vou ficar aqui não eu não vou comer não não pode- ah não vou não vou- entendeu eu deixo de compartilhar momentos legais se eu vou- mais eu preciso disso- só que eu também não quero tornar minha vida um saco- hoje pra mim não é prioridade- quando eu botar na cabeça e eu já fiz isso que é prioridade eu vou baixar a cabeça e vou fazer e vou me concentrar e vou até o final- mais tem n variáveis que tem que tá colaborando pra que isso aconteça- o marido é uma delas- as crianças outra+ P4: Se o companheiro se o companheiro não colabora+ P2: Ah tá mais não ele pedir pra vocês emagrecer né+ P5: Não não- é ele não levar pizza pra casa+ P3:Lá em casa a vilã nesse ponto sou eu porque as vezes meu marido até contribui muito mais no quesito não comer bobagem- mais eu não consigo ficar sem a pizza e eu já viciei meu filho nisso- não consigo ficar sem o refrigerante eu já viciei meu filho nisso- então sou eu que sou a vilã- sou eu que chego com a pizza em casa+ P5: E ele fala assim ah é muito simples é só te concentrar pra ti fazer isso- mais eu não consigo- pode ser que ele consiga- não duvido que fazer isso -mais eu não consigo+ P2: Eu nunca consigo comer menos- comer menos pra mim não fico irritada- é a questão de fazer escolhas melhores- eu me planejei esse ano era uma meta minha não pra emagrecer- mais eu queria fazer uma cozinha mais fit- ah não usar grãos uma cosia mais saudável- até mesmo porque eu gosto- só que eu não tenho tempo pra isso- dai todos os grão estragaram dentro do meu armário com bichos dai eu tive que jogar fora++ Dai eu não comprei nada de novo sabe- dai tem sempre o pão na geladeira e iogurte no máximo++ P4: Ou quando você faz distribui pra todo mundo como eu fiz um patê de ricota mais eu só como um pão por dia+ P2: Ou bolo né+ P3: Aquele que a Leticia fez de banana+ P5: Se vai socializando- assim oh eu consegui cuidar bem da minha alimentação quando fui morar eu sozinha não tinha ninguém pra comer junto- não tinha graça- então tá mal comia em casa ia caminhar ia fazer exercício fazer isso fazer aquilo- agora com um grupo familiar ou um grupo de amigos parece que eu vou não vou viver aquele momento sabe- pra mim cada momento é importante né+ P3: Também penso como você- hoje por exemplo vou comer pizza com os alunos né+ 289 P4:Poxa é verdade tinha esquecido disto+ P5: É hoje né+ M: A busca da beleza está relacionada a vocês se tornarem atraente fisicamente+ Como é que vocês entendem isto+ P1:Pra mim não é pra me tornar atraente é pra eu me sentir bem+ P3: É uma questão de auto-estima pra mim+ P5: Talvez se eu me divorciasse algum dia novamente talvez sim+ P4: Verdade gente+ P3: É uma questão de auto estima só isso- saúde e auto estima+ P4: Mais tem um por cento de querer impressionar- eu acho que tem pelo menos um porcento+ P3: Só se for num ambiente novo Claudia porque um ambiente onde todo mundo te conhece não sei+ P4: Não até de você querer impressionar seu próprio marido por exemplo+ P5: Eu acho que não que isso seja meta principal pra isso mais se tu consegue atingir isso+ P4: Tu tens uma porcentagem+ P5: Isso é um plus é um bônus+ P2: Tu queres te sentir desejada sempre+ P4: Tem uma porcentagem- tem coisas que eu já fiz de beleza porque eu queria ser notada por outra pessoa+ P3: Tá a palavra é atraente né- atraente é diferente de bonita- então eu sim quero ficar mais bonita pra uma ocasião especial- é e eu relaciono muito a ocasiões sociais- né eu já citei várias festas- uma formatura alguma coisa- mais não que eu queira parecer atraente+ P2: Eu acho que é por fase de vida se tu ta solteira ou se tu tá+ P5: Ou ocasiões também por exemplo segunda lua de mel+ P4: No meu quesito de beleza tem um porcento que sim é pra ser atraente+ P2: Eu vi as vezes que eu mais investi em beleza foi para entrar no mercado++ Pra poder competir+ P5: Eu achei uma coisa legal- que eu acho que talvez associe as duas coisas- por exemplo uma vez eu tava na praia aí eu me lembro que uma vez eu vi uma moça que eu achei bonita que ela fez uma tatuagem na cintura assim atrás sabe- achei super bonito sei lá se é vulgar ou se não é- mais eu achei bonito- achei sensual- ai tava passando- claro que eu nunca ia ter coragem de fazer tatuagem porque só de olhar pra agulha eu já choro né- dai vi tatuagem de rena na praia- dai as crianças fizeram- ah vou fazer- dai eu achei legal sabe+ P2: E funcionou+ P5:Gostei mais pra mim assim- se o Tiago gostou ou não gostou- mais eu gostei- isso que eu acho que importante - acho que é bem pra autoestima- acho que em primeiro lugar a autoestima- a não ser que tu tenha uma meta focada assim sei lá vou conquistar aquela pessoa- ai mais também se mudar pra agradar o outro- acho que não é por aí+ P2: É o que eu ia pensar- eu acho que as vezes que eu fiquei mais atraente foi quando eu estava sendo eu mesma que dai tu fica tão bem- quando tu finge ser o que tu não é tu não fica atraente- eu acho pelo menos- sabe aquela estória que ovelha não foi feita pra mato- é isso++ P4: Ovelha não foi feita pra mato- tá certo+ P5:Na verdade quanto tu te realiza- e quando tu te sente bem consigo mesma e que tu atrai ah outros olhares assim+ P2: Isso é verdade- porque tu tais com aquela++ M: Como que vocês entendem da utilização das tecnologias de intervenções cirúrgicas com finalidades estéticasvocês já falaram a pouco sobre isso- anteriormente+ P3:Eu é como eu falei eu acho tudo legal e eu gostaria de usar- mais pro enquanto eu não tenho coragem de gastar+ P2: Eu acho aquela coisa é a questão do começar eu tenho amigas de trinta anos- tem uma que é dona de uma clínica estética e outra que é uma dermatologista que trabalha também numa- e que já fazem botox e acham normal com trinta anos fazer botox pra corrigir aqui- ah não mais tem que prevenir- mais pô Marina tu sabe - e eu acho que isso elas começaram a fazer e tão cada vez fazendo mais e eu tenho certeza que dai pra ta fazendo mais coisas que já colocaram silicone também+ P5:Assim eu tenho receio da qualidade do profissional- por exemplo eu tenho uma conhecida que ela foi fazer uma aplicação não sei do que não sei aonde- o cara aplicou errado entrou agua no pulmão- e até hoje ela tá com 290 problemas entendeu- então eu penso assim tem muitas coisas que são novidades que um monte de gente quer fazer - tem essa questão de formação fácil- que em qualquer lugar tu consegue se formar em alguma coisa- então principalmente essa questão invasiva eu teria um pouco de receio- principalmente com relação a qualidade do profissional- isso seria um primeiro momento- e um segundo seriam as consequências e os desdobramentos em relação a isso+ P2: E o quanto vale a pena né- eu sempre fui muito preconceituosa com cirurgia plástica aí que frescura a pessoa ter que fazer cirurgia- mais depois eu mudei essa minha opinião mesmo assim porque as vezes é uma coisa que incomoda muito a pessoa- tipo não mais eu não me reconheço com esse problema- eu acho que nesse caso simmais a pessoa que já é legal- e ela vai melhorar um pouquinho uma coisa que já é boa - passar por todo o riscopor exemplo eu faria do meu culote- realmente a única coisa que eu faria é o dos meus culotes porque eu tenho os culotes muito grandes e é um maior do que o outro- e quando eu uso vestido e saia fica feio- só que aí é que tá eu só faria se eu mantivesse por dez anos o mesmo peso por exemplo- como eu oscilo muito ai eu passaria por toda uma cirurgia e voltaria tudo de novo- eu teria gasto- passado risco pra depois voltar então+ P4: Eu faria cirurgia tem uma que já tá no meu- minha agenda já- vou fazer- faria uma cirurgia nas orelhas aqui pra deixar as duas na mesma simetria+ P3: Essa é uma que eu faria também+ P2: Agora que eu começo a olhar pra orelha de vocês+ mais eu nunca tinha notado+ P4: É bobeira+ P3: É psicológico o quanto que incomoda+ P2: Exatamente cada um sabe o quanto que incomoda+ P3: O quanto que incomoda+ P4: Eu faria já tá na minha agenda- quando eu tiver uma oportunidade nas férias- se faz numa clinica e sai no mesmo dia+ P5:E a tecnologia tá evoluindo- daqui a pouco tem uma- o meu sonho é assim que tivesse alguma coisa assim+ P4: Fosse uma cola que prenda+ P5: Que passa-se assim to pronta vamos comer pizza de novo- volta pra lá++Tá bom de novo+ P2: Podia ser um óculos que todos tivessem++ M: E a respeito do facebook como vocês vem essa imagem e como vocês compreendem essas redes sociaisfacebook+ P4: Eu sou faceboobkiana sou totalmente a favor+ M: A exposição da imagem- a preocupação de expor a sua imagem- como é que vocês veem isso+ P2: O que que tu tá perguntando+ M: Com relação a beleza+ P2: Se isso influenciaria a nossa- quer dizer se arrumar pra pousar no face+ P4: Sei lá mais tem uma coisa embaçada aí- por exemplo eu só publico no face fotos em que eu estou bem+ P2: E os amigos nem sempre fazem isso né+ P4: Os amigos nem sempre fazem isso+ P2: Pô isso é sacanagem tem foto que tu não tá bem+ P5: É que tu não tá bem+ P4: Eu tenho um filtro na minha página então se alguém me marca antes passa por mim- então não vai pra minha página- mais vai pra página da pessoa- dai tudo bem se quiser ver lá+ P2: Foto de biquíni+ P4: Mais eu tenho a preocupação- você está falando é engraçado que eu gosto muito de face - eu to sempre online- e claro a gente sempre controla o que vai colocar lá- essa é uma preocupação sim- eu não publico foto feia cara+ P2: Eu acho engraçado pessoas que se montam pra ir no face- porque isso existe muito né+ P5: Pior é ficar se exibindo lá exposição da figura+ P4: Gente a foto no espelho que virou até musica né- tira foto no espelho pra postar no facebook - é classe A cara- foto no espelho é muito dessa geração- e muito reflexo disso né+ P3: Sobre facebook eu só tenho porque é quase uma imposição social pelos alunos+ P4: É hoje em dia é+ 291 P3: Pelos alunos- não é nem pelo circulo de amigos- é pelos alunos é quase uma imposição social- é só por isso que eu tenho facebook- segundo lugar é ++ Eu sou avessa a fotos- então pra mim eu não tiro foto mesmoentendeu- então lá quando alguém tira uma foto minha que eu me vejo mais ou menos- é a foto que eu coloco lá no perfil tá- mais podem entrar no meu facebook pra vocês verem que não tem foto minha- então tudo que tem no facebook sobre mim são os outros que colocaram- e eu não me exponho quase+ P2: eu não vejo mais pela imagem- mais pelo que eu estou fazendo- eu me importo mais assim oh- tipo eu quis dar uma valorizada no meu face semana passada eu to em lugares bacanas++ Marina tá bombando+ P5: Eu assim quando os alunos postam ou a minha família mesmo posta- eu vou lá ver como é que eu fiquei néih não gostei muito assim mais tá passou- mais eu acho que o face as pessoas no geral as outras pessoas usam muito- eu vejo as outras pessoas assim que usam por descargo psicológico- ai hoje eu to mal- hoje eu to bem- ai hoje eu to linda+ P2: O problema do face é que tu pergunta como você tá se sentindo e a pessoa responde+ P3:Porque tem alguém que escreve e dai alguém responde+ P4: Como você está se sentindo hoje+ P3: To triste briguei com o marido- não eu não me exponho no facebook de jeito nenhum + P2:Outra coisa ruim do facebook as pessoas colocam fotos de - dai quando tu vê no meu face mostra assim o casamento da prima- a formatura de não sei quem- tá todo mundo com o mesmo vestido- o face não deixa repetir vestido+ P3:É uma imposição mercadológica+ P2: Gente- isso é péssimo+ P5: Mais é muito estranho assim quando tu pega alguém com o mesmo perfil é seu profissional- mais com uma outra exposição da figura - né eu acho muito estranho- por exemplo tem professoras que eu conheço sei lá botaram peito- sei lá emagreceram - e tão lá de bikini postando+ P4: Ai eu tenho várias fotos de bikini no face+ P5: Não mais assim- eu acho uma estranheza no sentido da impressão de como eu via a pessoa antes e ela era uma pessoa assim que eu tinha uma percepção diferente- sei lá agora se divorciou do marido e tal- agora tá lá fazendo a exposição da figura muito estranho sabe+ P4: Que entrar no mercado+ P3: Quer se mostrar atraente+ P5: Mais eu acho estranho+ P4: Eu tenho um monte de foto em praia com a galera e vai tira uma foto+ P2: De bikini não existe- no máximo do pescoço pra cima+ P3: O rosto só e olha lá só pra me reconhecerem+ P5: Até foi uma coisa interessante- eu tinha foto no meu face de anos- do book da Julia- tava com a barriga de fora sabe aquela coisa assim- ai tá daqui a pouco eu me dei conta eu vou tirar isso daqui- porque daqui a pouco tem gente- eu vou colocar só pra família+ P2: Achando que tu tá gravida+ P5: Porque tem aquelas coisas+ P4:Filtros+ P5: Porque tem aquela coisa um aluno vê sei lá pode ter alguma interpretação assim como eu tive de outras pessoas entendeu+ P3: Falta de personalidade né- eu com essa de estar fora de casa né- estar longe da minha família melhor dizendo- é veio da escola um bilhete lá que tinha que mandar uma foto da mãe com o bebezinho lá pro dia das mães- como tava só o Claudio em casa ele foi no álbum de fotografias e pego uma foto minha grávida nessa condição eu tava com um topo uma camisa por cima e o barrigão enorme e ele mandou a foto- acho que era quando a mãe tava gravida alguma coisa assim- aí ele pegou essa foto uma das poucas fotos que eu tinha qu me deixava com pouca roupa- e mandou pra escola- e eu fui buscar o João Vitor numa segunda feira que é o dia que eu to lá e que eu vou buscar ele- quando eu olho a foto tava exposta no corredor assim++ P2: Olha eu nua ali++ Na escola do meu filho+ P3: Ai que vergonha- vocês me conhecem um pouco e a hora que eu olhei meu deus o que o Claudio fez comigo me expos ali- e eu tenho assim sou avantajada nos meus ceios- então ficou um volume aqui um enorme aqui++ Mais eu não acredito nisso- dai o que que eu fiz- fui lá e escolhi outra foto que eu tava+ 292 P5: Mais decente+ P4: Pediu pra troca+ P3: Pedi pedi pra trocar- porque eu tava com vergonha- porque eu tava com uma bata que aparecia o barrigão do mesmo jeito- fui lá e pedi pra prof pra trocar- pra não me expor eu não gosto de me expor+ P2: Engraçado porque essa é a única situação+ P3:Talvez até eu me exponha de uma forma que eu não sinta- principalmente pelo tanto- pela quantidade que eu falo né é uma forma de se expor também- fisicamente eu odeio me expor- eu já passei sérios traumas- tinha um monte de foto de mãe na mesma condição que a minha lá na parede- mais eu acho que eu fui a única que foi lá e pediu pra mudar a foto sabe- e ainda briguei com o Claudio é lógico né- por cara como é que você me manda um negócio desse+ M: Qual é o percentual da renda familiar de vocês que é gasto com beleza- consumo de cosméticos- serviços de beleza+ P4: Nem um por cento- nada+ P3 Nem um porcento+ P2: Bá eu não sei calcula+ P4: Bem pouco gasto pouquíssimo com isso+ P5: Se o meu mensal é quarenta aumenta mais vinte do Tiago- mais dez da Julia porque a Julia já nesta fase+ P3: Sei lá calcula uns sessenta reais pra mim pro Claudio e Pro João Vitor+ P4: Não mais contando salão essa coisas tudo então é mais né+ P3: Não é Claudia porque eu pago quarenta no salão a cada dois meses+ P4: tu só paga isso+ P3: Dá uma média de sessenta reais+ P2: Ai eu não sou muito boa controlando meus gastos ai eu não sei+ P4: Ah é eu acho que nem um porcento da minha renda não vai+ P5: O que tem mais peso é a tinta pro cabelo+ P3: É a tinta é mais cara e eu ainda tenho que pagar o serviço né+ P5: Sessenta reais no máximo sou bem econômica nesse ponto+ P4: Cem reais sei lá+ P2:É porque varia eu poderia gastar mais as vezes né tu faz um+ P4: Uma média+ P2: Uma média talvez por aí uns sessenta setenta eu acho+ P5: Mais antes eu gastava mais tinha formatura de seis em seis meses- eu gastava mais pro conta da formaturapor conta dos alunos+ P2: Eu hoje em dia tenho arrumado o cabelo no salão pra ir a festas- porque pra mim faz toda a diferença- eu posso tá com um vestido médio mais o cabelo arrumado+ P5: Todo mundo vai tirar foto com você e vai ficar+ P2: Exatamente o cabelo arrumado faz a diferença- e aí eu pago sessenta reais e acho um absurdo+ P4: Nossa paga barato hein- lá em Santos 40 pra pintar o cabelo nem a pau+ P2: Não arrumar- eu nunca pinto- pra fazer um penteado que vai durar aquela noite- depois vai embora+ P3: Muito dinheiro+ P2: Não mais eu pago- porque tem cabelos e cabelos+ P3: Mesmo porque as vezes que eu fui no cabelereiro pra fazer penteado- eu cheguei em casa lavei e arrumei do meu jeito- então não gasto mais porque não gostei+ P2: Só pra dar uma ar que eu tentei fazer alguma coisa que eu investi naquilo+ P5: Não eu aproveitava pra fazer as progressivas na época pra fazer as formaturas ++ Pra rentabiliza né+ P2: Devo gastar no máximo cem reais+ P3: Sessenta+ P4: Cem também+ P2: Mais no máximo- não quer dizer que eu gaste isto normalmente- não gasto+ P1: Considerando os procedimentos estéticos esse ano to me cuidando mais aplicação na perna né- dai pode por uns dez por cento - que esse ano eu to gastando mais+ P3: Poderosa hein+ 293 P4: Muito bem+ P3: Muito bem Leticia parabéns+ P1: To me cuidando na estética com peeling né- numa media de dez por cento mensal+ Transcrição Grupo 5 M: Qual a importância na beleza na vida de vocês+ P3: cem por cento+ P4: Primordial- o cartão de visitas++ P3: Beleza é o que faz a autoestima de uma mulher+ M: Porque vocês buscam a beleza+ P4:Até por uma aceitação de todos na sociedade+ P3: Autoestima pra ser aceita tudo aquela questão+ P6: Até assim o mercado de trabalho exige que você tenha uma boas aparência pra que você possa estar se adequando até mesmo pra uma boa profissão assim tem que ter um padrão de beleza- estar bem arrumado- o cabelo bem arrumado bem vestido- porque as vezes se você não tiver de acordo- você não acaba conseguindo entrar no mercado de trabalho em si+ M: E que tipos de cuidados que vocês tem com a beleza+ P4: Retocar a raiz do cabelo++ P1: Maquiagem principalmente- acho que ninguém sai sem maquiagem aqui+ P2: Cuidar da pele+ P3: Passar creme no rosto- uma limpeza+ P5: Unhas feitas+ P3: Unha todo final de semana não dá pra ficar sem+ P6: Cuidado com a higiene- e perfume e desodorante+ P3: Perfume todo dia essencial+ P4: Desodorante essencial- sair sem rímel não dá+ P1: Pra mim sem lápis- não saio sem lápis- não vou nem no mercado sem lápis+ P4 O meu é o rímel+ P6: Tem também aquela sombrinha básica- olheira+ P3:É sempre bom passa creme no rosto antes de qualquer maquiagem- pra não sair espinha+ P4:Filtro solar também- depois de alguns anos vem as manchas++ M: O quanto isso influencia na rotina de vocês+No dia a dia ou só eventualmente+ P1: Não dia a dia+ P5: Digamos assim você acorda- toma um banho e se maqueia+ P1: Meia hora na parte de se arrumar é pra fazer a maquiagem pelo menos+ P6: Comigo já acontece de a própria empresa pede que você já tenha uma boa maquiagem- porque como eu lido com pessoas assim- é ideal que você tenha uma aparência legal pra que você esteja atendendo as pessoas assim para que as pessoas se sintam bem- e você é o espelho de como você está no dia né uma boa aparência as vezes você se ajeitar- tando bem ajeitadinha acaba refletindo o seu estado de espírito também+ P4: É o cartão de visita da empresa né- querendo ou não acaba sendo+ P6:Meu gerente as vezes- acaba de eu sair meio em cima da hora- ai e aquele batomzinho Fernanda não vai passar aquele botomzinho fica legal você fica mais bonita- ah se destaca melhor essas coisas assim que eles falam lá+ P1: A maquiagem da vida né- eu sei por mim- porque eu sempre to pelo menos com lápis no olho- um dia eu fui trabalhar sem o lápis no olhos- as meninas chegaram pra mim- nossa você tá com uma cara de cansada+ P6: Doente- aí como você tá pálida+ P3: E as vezes só falta maquiagem+ P4: Só faltou um rímel e um batom+ P2: Uma vez que eu deixei de passar uma lápis- só tava com rímel e aí já perguntam meu você tá pálida+ 294 M: O que é mais importante dos cuidados com a beleza+ Vocês estão falando muito de maquiagem é a maquiagem a mais importante+ P3: Acho que não é toda estética+ P1: O cabelo++ P3: Acho que não pra mim é o corpo- você tem que ir na musculação- tem que ir no zumba- tem que fazer muay thai funcional- tem que fazer as massagens- tem que estar cuidando do corpo- na verdade corpo-rosto- cabelo tudo- mais eu cuido bastante assim de saúde- alimentação- como besteira pra caramba mais agora me controlo e+ P6: Eu já não tenho o mesmo pique né- eu já não cuido tanto da parte estética- não faço exercício físico- não vou pra academia assim- o máximo que eu faço é uma caminhada+ P3: Eu também não era assim- eu só trabalhava né aquela coisa e tinha que trabalhar arrumada eu era secretaria de um advogado- então tu tem que ir arrumada- só que não fazendo exercício físico meu era péssimo- tu ia arrumada mais parecia que tu tava horrível- porque parecia que faltava alguma coisa-dai agora que eu faço exercício- ou assim qualquer coisa dança já melhora- já melhora tua alta estima- pode ser que tu não esta perdendo muito peso+ P6: Tanto tua autoestima quanto tu te sentir mais feminina também em si+ P3: Acho que exercício físico e cuidado com o corpo não pode faltar+ P4: Até pro futuro né+ P3: É até maquiagem essas coisas se tu passa na hora vai ficar linda- mais o cuidado com o corpo- e com a pelemeu vai durar- eu tenho uma amigo mais velho- que ele sempre diz cuida agora porque tu vai ver no futuroporque maquiagem olha Xuxa quanta maquiagem ela fez -mais ela tem que fazer uma estética senão não dá+ P1: Com certeza concordo+ M: Existe alguém que vocês se inspiram na hora de ter os cuidados de beleza de vocês- alguma referencia++ P3: Ai a Juju do Panico- panicat++ P4: É que cada um tem um estilo- eu já prefiro mulher mais feminina- mais pequininha- mais magrinha+ P2: Eu também+ P3: Sabrina Sato+ P4: Não mais bailarina e mais feminina- eu não acho feminina essas Juju+ P3:maromba+ P6: O meu já pela diferença de idade a minha opinião é diferente né- por causa de eu ser bem mais velha que vocês eu+ P3: Não tem um monte de maromba bom++ Ana Maria Braga++ P1: Cada um tem um gosto né- mais tu não pode fugir de tudo né+ P6: Eu já sou mais pelo clássico né- gosto das coisas mais clássicas né+ P2: Eu misturo o clássico com o que está na moda+ P5: Tem muito que cada dia tá de um jeito- tem um dia que tu quer mais ficar na tua- tem um dia que tu que mais chamar atenção+ P1: Ou fase da vida né- eu até dois anos atrás queria andar com uma calça vermelha e uma blusa azul chamando atenção-hoje eu já gosto do beige - do preto+ P5: Exato tem dia que tu quer sair sem maquiagem- o dia que você quer tá linda+ P6: Uma coisa também pra eu assim a maquiagem reflete muito o meu estado de espírito mesmo- quando assim eu to contente as vezes eu me maquio melhor coloco um ornamento né- arrumo o cabelo diferente alguma coisa assim- e dia que eu não to legal menos maquiagem possível batonzinho- lá um lápis no olho coisa do gênero+ P4: Eu também- dia de semana eu sou completamente diferente do fim de semana na verdade+ P3: É dai na balada ela apavora++ P4: Dia de semana é uma coisa e fim de semana é outra- é uma coisa totalmente diferente+ P1: Eu já sou o contrário+ P4: Tem gente no meu trabalho que usa a mesma roupa pra sair e pro trabalho- eu já não totalmente diferentebem básica dia de semana assim+ P6: Tem o dia a dia- o dia da sedução+ P3: Mais tem o happy hour++ M: Com relação a beleza feminina o que é belo pra vocês+ P2: Cílios grandes+ 295 P6: Pra mim é estar bem com si próprio+ P1: Uma pessoa que se sente bonita quando ela chega você percebe- é uma coisa se pessoa tá bem consigo mesma a gente percebe+ P4: Até pela postura da pessoa+ P3: Se tu faz algo que gosta a tua beleza vai aumenta tipo se você tá num dia bom no trabalho tá naquela rotina boa- tua beleza vai aumenta- tu vai usar mais maquiagem ou tu vais cuidar mais do teu corpo- eu acho que beleza é você se sentir bem+ P6: Porque existem vários tipos de padrões de beleza em si- o que pra mim pode ser bonito pra ti pode ser feioentão não é uma coisa assim que pode generalizar- existe um padrão de beleza- aquilo é uma forma de belezaexistem vários tipos de gosto- eu tenho atração por pessoas gordinhas- ai tem pessoas que gostam de pessoas mais fortes- outros gostam de pessoas altas- baixas- magrelas- então não pode-se generalizar meu ponto de vista é este+ P4: É quem gostar da gente vai gostar do jeito que a gente é- eu sempre falo assim++ M:Ela falou em padrão de beleza- vocês acreditam que exista um padrão de beleza+ P4: Existe+ P1: Sim+ P6: Imposto pela mídia tem um+ P3: Mulher violão- aquela coisa assim de cabelo longo+ P4: A loira de olho azul+ P1: Querendo ou não tem que nem ela falou a fortona- gostosona+ P4: A mídia faz isso+ P1: Você vai mostrar para um homem- assim pra mulher isso é diferente- pro um homem aquela mulher- eu arrisco dizer que não vai ter um homem que vai dizer que ela é feia- não existe- mais velho ou mais novo+ P6: Eles impõe um manequim até 42- só que se tu ver na realidade- existindo mulheres 44-46- tem mulheres 3836-então assim eles impõe um padrão de medida- um padrão de tom pele de cabelo+ P3: Mais a mídia impõe+ P4: A mídia impõe aquilo- um padrão de beleza+ P3:Bem fisicamente- corpão- cabelão+ P5: Raramente tu ve uma gordinha fazendo novela- agora colocaram porque tá na moda+ P4:Plus size né+ P6:Ai entra o tal do bulling também- aquela é gordinha porque aquilo lá tal+ P4: Quem é gordinha se sente mal- e pode sofrer até no organismo+ P3: Mais agora não porque tem a questão do processo- pois agora as gordinhas tão em alta- tenho um monte de amiga que agora dizem ah vou ser gordinha- gordinha tá em alta tá na moda- então vai muito pela mídia a mídia que vai dizer qual padrão que vai ser- dai vai de você seguir ou não esse padrão+ P6: Dai o que que acontece as mulheres ve aquele padrão que a mídia impõe aquele padrão capa de revista- e acabam se desvalorizando- tem mulheres que se desvalorizam por esse fato se menosprezando se achando feia porque a mídia impôs um padrão de beleza- só que a realidade é totalmente o oposto+ P4:Isso vai mudando com o decorrer dos anos- antigamente as miss tinham tudo corpão- e hoje elas são bem mais magras do que eram antes+ P5: Cada vez vão mudando+ P3: Cada vez vão mudando mais sempre tem um padrão- vão seguindo modelos diferentes só+ P4: Ao longo das décadas vão mudando- se pegar o meu pai com exemplo assim- eles gostavam mais das mais rechonchudinhas+ M: Teria como vocês descrevessem melhor esse padrão - pois vocês falaram vários padrões mais não definiram nenhum+ P4: Fisicamente certo assim+ P1: Peitão- bundão- coxão e barriga chapadinha+ P4 Barriga chapada- cinturinha+ P3: Estilo panicat né+ P5: Aqui no brasil é mais o bundão+ P1: Cabelão comprido loiro- hoje em dia não é tanto mais loiro+ 296 P3: Querendo ou não o padrão é muito o corpo né+ P5:Marombada- peitão- bundão- barriguinha+ P3:Barriguinha fina-coxão+ P2: Tem homem as vezes que nem olha para o rosto- mais olha o teu corpo+ P3: Mais ou menos o padrão de beleza agora é o corpo assim né- é a estética+ P1:Nnão falam mais ela é bonita- e sim ela é gostosa+ P6: Isso faz que exista um maior número de cirurgias plásticas- né- próteses de silicone- botox- prótese no bumbum- lipo- e assim vai+ P3: Tudo pra entra no padrão de beleza+ P4: Gastam uma fortuna++ M: Como é que vocês enxergam essa abundancia de cosméticos e tratamentos de beleza- vocês fazem- vocês usam-vocês consomem+ P5:Mary Key -Avon+ P1: Tu diz num modo geral né+ M: De modo geral+ P1: Eu não fico três meses sem fazer progressiva- e isso já fazem dois anos- e o meu cabelo não é enrolado- e eu não fico- isso é uma coisa que veio e não tem como- começa a sair uns cabelinhos longo tem que fazer não dá pra ficar sem- é um vício- que o meu cabelo era enrolado de tanto fazer- ele acaba te estragando- e obrigando a te fazer de volta- meu cabelo era enrolado- agora não é mais enrolado- é liso em baixo em cima é enrolado- aí eu sou obrigado a fazer- é uma coisa que eu não vivo sem isso+ P4: É difícil achar uma mulher que tem cabelo virgem que nunca fez nada- luzes ela vai fazer- é difícil achar alguém que tem cabelo virgem hoje em dia alguma coisa ela fez+ P3: É alguma coisa tem que fazer+ P6: Eu retoco com tinta de cabelo a cada quinze dias em média+ P3: Loira né+ P1: Loira+ P5: Eu nunca pintei- mais em compensação os alisamentos+ P2: Tu faz+ P5: Constantes+ P2: Ta cada vez diminuindo as idades né- tu vê crianças- fazendo pintando o cabelo+ P4: Eu com dez anos já comecei a fazer mechas- a partir dos dez anos- minha mãe já deixou eu fazer- e eu já fazia até hoje+ P6: Eu não fazia porque minha mãe proibia- ai vai envelhecer a pele- não sei que é coisa pra velha+ P1: Minha mãe deixou e eu pintei com catorze a primeira vez- mais ficou horrível- eu pintei em casa- também nunca mais+ P4: Porque antes a gente fazia loucuras+ P6: Antes eu usava só um batonzinho- dos vinte em cinco em diante veio pó- base- reniew+ P5: Eu ainda não entrei na fase do reniew+ P1: Ai eu penso nisso também+ P3: Eu já passei é ótimo+ P1:É com 25 a primeira+ P3:É com 25 mais eu tenho vinte e já to passando+ P5: É tu acha que já é bom começar++ P1: É com 25- quando eu fiz 21 eu já pensei meu deus faltam quatro anos- juro eu pensei+ P4: Quando tu emagrece e fica aquele efeito sanfona-eu era bem mais gordinha- eu emagreci- já fiquei com a aparência melhor- dai engorda de novo- emagreci + P3: Dai aparece as estrias e celulite e tem que comprar creme para as estrias+ P4: E estria é uma coisa que você acha que nunca mais vai sair na vida+ P5: Meu é triste- mais tem tratamento+ P2: É mais custa quanto+ É caro+ P4: Bastante festa também acaba com a pessoa++ P3: Muita noitada- dale balada+ 297 P1: Nem fale com esse negócio pé que o pé também conta tu usa produto para o pé essas coisas- eu gosto de festa - antes de eu ir pela primeira vez para uma festa- eu tava falando pra Jessica ontem nossa meu pé era lindoera perfeito- meu pé -meu pé- eu me achava com o meu pé porque eu sou magrinha com o pé gordinho e os dedinhos tudo perfeito+ Daí eu comecei sai um ano direto do calinho que tinha no dedinho mindinho- saiu um calinho no outro dedo e meu dedão veio pra cá- dai eu comecei a usar salto- salto é maior encrenca pro pé+ P5: Pior não é isso- o seu pé tá doendo e você ta com maior sorrisão no rosto+ P1: Nem dói mais- já amortece+ P2: Tudo pela beleza né+ P4: A diferença do homem que vai pra balada de tênis e tá legal- imagina a gente botar um tênis e ir pra balada- a gente sofre né+ P3: E a mulher segue a tendência né- porque ah aquelas lá vão ta de salto- ah vou de salto também+ P4: Todo mundo se sente mais mulherão de salto- é outra coisa quando coloca um salto+ P6: Muda até a postura também dá mais imponência- deixa mais feminina+ P1: É que nem a maquiagem- to com essa roupa aqui se eu chegar na casa da família do meu namorado com essa roupa aqui ninguém vai falar nada se eu botar um salto eu chego lá nossa vai aonde assim+ P5: Exatamente+ P3: Até mesmo se tu se maquiou mais se arrumou pra vir aqui+ P1: O salto é a mesma coisa da maquiagem é um diferencial+ P6: Onde vai ser a festa++ M:Detalhadamente assim- o que vocês consomem se vocês fossem listar- desde perfumaria-desodorantecuidados com o cabelo- cuidados com a pele- maquiagem para rosto-olhos-lábios- unhas- proteção solar- o que vocês consomem mais disso tudo que eu listei+ P1:Tudo isso ai que você falou+ P3: Pode falar marca+ P2: Pode falar marca+ M: Pode+ P1: Eu uso batom da avon- comprei um da mary key e não gostei+ P5: O batom da natura é muito bom+ P4: O himel da babyline- eu uso tipo uma coisa de cada- mais mais é avon+ P3: Eu também uso bastante avon+ P2: Avon- natura+ P5: Batom eu uso boticário- bom+ P3: O himel é dá avon- batom da avon até base que eu uso é da avon eu acho+ P4: A única base que eu compro que é diferenciada é a da Mary Key+ P1: É todo mundo fala+ P4: Quando eu passo faz diferença+ P2: Eu uso mais é hidratação no cabelo- sabonete específico- maquiagem pra sair anoite- protetor solar+ P3: Elseve-pantene+ P4: Eu comecei a usar um da sou recente que eu comprei- é muito bom- meu cabelo tava sem brilho ultimamente deu uma revigorada+ P2: O cheiro é bom+ P5: Nossa muito bom+ P1: É de pacotinho assim+ P4: É de pacotinho+ P3 Ah é+ P4:Eu ainda uso o tonalizante aquele shampoo roxo pra deixar o cabelo mais claro+ P6: O meu ainda é um preto+ P4: Preto+ P6: Ahan+ P1: É que o teu fica amarelo né- o meu também ficava quando eu era loira+ P6: Fica+ P3: Rímel+ 298 P1: Se for listar assim- como eu falei começa lá pelo pé- eu uso um desodorante spray- e uso talquinho na sapatilha- porque quem usa sapatilha sabe que sapatilha é terrível com chulé- ai eu uso creme pro corpo- pro corpo eu deva ter seis cremes diferentes- eu tenho creme pras sardinhas- que eu tenho sardinhas eu to tentando fazer elas sumir+ P2: Esfoliantes- eu uso até babosa natural do pé mesmo eu pego e passo+ P3: No rosto+ P2: Ahan- se for no sol eu passo antes de dormir é muito bom- cicatriza é bom pra tudo assim- eu passo até no cabelo+ P5: Creme eu uso aquele roxo da jequiti ou o rosinha do boticário+ P3: E perfume+ P4: Perfume eu uso aquele da natura Amó+ P5: Eu uso bastante boticário- mais perfeito pra mim são os importados- o cheiro não se compara+ P3: Eu usava importado- mais agora to usando o egeo do boticário- eu uso bastante victoria secret também hidratante+ P5:Victoria secret é muito bom também+ P6: Hoje eu to com linda do boticário+ P2: Boticario eu também uso muito+ P3: É boticario eu também uso+ P1: Ai a gente usa de tudo né++ P5: Ah batom de um esmalte de outro+ P3: Esmalte eu não sei é com a minha manicure- é com o que ela tem+ P1: Eu acho que eu tenho mais esmalte do que roupa- meu deus do céu eu tenho muito esmalte+ P4: Na verdade eu tenho um de cada cor- mais eu tenho vários tons assim daquela cor+ P1: Porque quem faz a unha em casa sabe+ P5: Eu faço em casa+ P1:Dai tu vai pinta e eu quero pintar de rosa- tu olha assim meu deus eu já pintei de todas as cores- é tudo parecido mais pra gente é diferente+ P5: Você tem cinquenta mil esmaltes mais não gosta das cores pra passar+ P1: Dai tu vai comprar um esmalte novo- um rosa- dai tu chega lá nossa+ P4: Mais um rosa+ P1:Igual+ P4:Pois é uma coisa que eu economizo é fazer a unha em casa e se eu saio sei fazer cacho em casa+ P3: Ai eu não sei fazer unha- eu tenho que fazer unha todo final de semana- seu eu for fazer é uma tragédia+ P4:Quem sabe fazer é bom porque economiza né+ P3: É mais eu não sei nem lixar a unha- olha que linda essa eu não sei nem fazer+ P4: Só esse aqui é adesivinho+ P2: Ah não eu decoro também++ P4: E falando de uma coisa que é bem seria também é o teste em animais as vezes a gente para pra pensar- eu tava lendo uma reportagem essa semana- e dai não tem como parar de usar- vou parar de usar então mais todos fazem- a maioria e a avon principalmente- todos os que a gente mais usa+ P1: Agora eu considero a melhor marca de esmaltes e maquiagem de todas a revlon- não sei como é que se pronuncia- é maravilhosa guria+ P4:Não é bom nem para pra pensar mais eu tava lendo uma reportagem essa semana+ P2: Mais pra gente usar tem que ser testado também+ P6: Só que se for parar pra pensar assim em tudo- até na área da saúde a gente acaba utilizando ate o próprio ser humano+ P1: Mais até é um teste involuntário- eu acho que teriam humanos que se candidatariam pra testar- assim como tem humanos que se candidatam pra testar produtos de cabelo- acontece de muita mulher ficar careca- mais elas assinam um contratozinho lá porque ela aceitou fazer o teste- minha madrinha é uma que fez o teste e o cabelo dela caiu todo++ Mais é serio e ela tava ciente+ 299 P4: Mais tem uns que fazem também- não sei que marca que é que eles chamam pra fazer- a minha prima fez- eu também fui lá ser cobaia fez luzes em mim e ficou bom- mais foi minha prima que fez- acho que é dá não sei que marca que é mais eles fazem++ M:Tudo o que vocês compram - vocês consomem ou tem coisas que ficam lá guardada no armário+ P5: Tem esmalte que eu nunca usei- batom- meu eu sou viciada em batom+ P6: Creme pra cabelo- as vezes você compra um meu deus vai pro lixo+ P2: Sou viciada em comprar batom mais no fim fica lá+ P5: Tem batom que eu ainda não usei+ P3: Eu também tem um batom que eu comprei lá e eu olhei olha um batom novo- tu já compro guria faz tempoesse ai eu nem usei ainda+ P1: Eu tenho um esmalte que eu comprei no meu primeiro emprego eu tinha dezesseis anos- eu não usei ele ainda tá lá nossa todo cheio de brilho+ P4: Tá duro+ P1: Não tá novinho porque eu não abri+ P4: Marca boa então+ P1: Não sei é aquele riche+ P3? Colorama+ P1: Não riche+ P4: É tem um batom vermelho que eu comprei na pessoa tava maravilhoso- eu comprei pra mim ficou vulgar+ P5: É horrível quando acontece essas coisas+ P3: quando eu não gostei eu tenho que dar pra alguém- não gostei- vê se gosta+ P2: Que perfume é esse+ P3: Avon+ P2: Ah é ameixa+ P3: Não é afrodisíaco- depois te passo o nome+ P2: Eu comprei um do avon- mais não veio ainda não sei se é o mesmo++ M: Que estímulos influenciam vocês no consumo de cosméticos+ A mídia- outras mulheres do seu convívioamigas- mulheres da sua família- do seu ambiente de trabalho- a variedade de ofertas de cosméticos- ou ficar atraente para namorado- marido- ou parceiro++ P2: Eu acho que as amigas porque quando você gosta de uma cosia você faz questão de falar pra alguém né+ P3:Mmeu usa que é bom+ P2: Dai ela vai lá e te convence sempre assim- tu fala tanto pra pessoa que ela vai lá e acaba indo+ P6: Lá no meu trabalho teve uma onda assim- que uma moça comprou um produto tonalizante- aí todas as loiras do meu trabalho tavam comprando aquele tal do tonalizante porque queriam ficar com o cabelo acinzentadoacabou influenciando uma a outra- dai ela trazia lá da farmácia não sei da onde e o pote era dezessete reais e ela tava vendendo por vinte pra ela ganhar em cima+ P5: É porque assim tudo influencia né- se você ta na sua casa vamos supor você ta vendo na televisão uma coisa nova- você vai querer comprar pra ver como é que é- aqui na faculdade se a sua amiga tem um exemplo de um rímel--ai esse rímel é bom- tu vai querer comprar esse rímel pra ver se é bom+ P6: Aquele colossal meu tá uma febre né+ P5:Uma pessoa do seu trabalho lhe dá uma opinião compra isso que é bom- você vai comprar então é automático né- vai um influenciando o outro- ou experimente aqui+ P6: Agora abre uma ncessaire das gurias que trabalham comigo- acho que não tem uma que não tenha esse colossal na bolsinha+ P2: Eu nem sabia to por fora+ P3: Acho que é mais por influenciar mesmo+ P6: Ai aquele lá é bom como que é o nome+ P3:A pessoa usa eu vou querer usar pra ver como é que é- qualquer pessoa assim que tiver usando uma amiga ou parente- ou até mesmo na balada nossa bem simpática né- que rímel lindo- ai comprei lá- tu já vai comprar vai usar porque a guria ficou tal- as vezes pra ti vai ficar terrível né+ P4: As vezes tu ve na outra pessoa tá legal- mais dai tu compra pra ti+ P3: Mais tu vai comprar pra usar e ver se fica bom em ti+ 300 P5: E se não usar vai ficar lá três meses até acha alguém pra entregar+ P4: E vai se endividar++ P5: E não vai usar+ P3:Por beleza+ P5: É bastante+ M:Aproveitando que vocês falaram em se endividar- vocês acham que a busca por beleza está ligada a dinheiro+ P3: Muito+ P1: Nossa completamente+ P2: Tudo que tu for fazer desde a base que vai aqui que custa três reais+ P6: Até o xampu e o sabonete+ P3: Até a academia que custa- eu faço um combo+ P1: Até a lipoaspiração que eu sei lá quanto é que custa uns dez mil+ P3: Até silicone+ P4: Uma coisa que eu queria colocar era silicone+ P1: Eu também+ P6: No meu caso já é ao contrario eu teria que tirar++ P1:A minha divida agora é isso- eu perdi o emprego por causa disso- porque teve aquela promoção lá na marisa do negocio de banana- e eu tipo tava na experiência e ai eu conversei que não ia ficar- e eles vieram conversar comigo e ai a gente combinou de eu ficar três meses- só que quanto deu quarenta e cinco dias e eu fui lá e comprei- comprei um monte de coisa comprei++ P3: A marisa inteira+ P1: Umas seis peças de roupa- eu sei que o total deu quatrocentos reais- e ai se eu ficasse mais de um mês daria pra pagar tudo- fora aquilo eu já tinha comprado dois brincos que não foram baratos- mais um lenço em outro lugar- mais um casaquinho em outro lugar+ P4: Mais os juros da marisa que não eram baratos+ P1:Não não tem juros não esse que eu comprei e tinha comprado mais essa sapatilha aqui- eu sei que dava certinho eu ficar os três meses e pagar tudo- só que eles me mandaram embora com quarenta dias dai eu to com mil reais pra pagar e sem emprego+ P3: Bem feito não comprou de mim+ P6: Consumismo+ P3: Consumismo- porque não adianta se aquele produto for caro e tu gosta tu vai comprar+ P1: Eu sou compulsiva+ P3:Se aparece lá um xampu que nem pantene+ P2: Eu não compro se não tiver o dinheiro na mão+ P3: Se tu gosta tu vai comprar- não adianta pode ser todo mês+ P5: O meu namorado não deixa eu comprar as coisas sozinha- porque eu sou muito consumista- que nem lençoeu tenho um monte de lenço- não usop praticamente nada- dai eu vou sair cara preciso de um lenço e não vou no meu guarda roupa- compro e não uso- uma vez a gente saiu pra compra um xampuzinho de cabelo baratinho rapidão- eu voltei tinha gastado cem reais com xampu de cabelo- ele ficou louco- meu devia ter ido com você você gastou tudo isso- então querendo ou não a gente gasta em muita coisa tudo que a gente compra+ P1: Eu vou comprar xampu- eu entro na farmácia pra comprar xampu- eu não vou sair da farmácia com menos de dois esmaltes- eu vou compro xampu- condicionador e dois esmaltes- dai eu vejo sei lá um lenço umedecido novo especial dai eu compro um desse dai- dai eu vejo aquelas balinhas sem açúcar que vende na farmácia- não é barato aquilo- eu vou e compro mais duas daquela+ P3: Dai tu faz um mix né compra um xampu- um creme- tu pode sair pra compra um esmalte que tu vai voltar com um esmalte um batom e um rímel+ P1: Eu entrei pra comprar uma base- porque trava secando minha base- eu comprei quatro esmaltes- fui comprar só base e eu pensei não posso comprar nada eu to desempregada não tenho como pagar tudo- comprei quatro esmaltes- mais a base- uma lixa nova e um palito novo+ P3: Mulher é triste gente+ P4: Eu parcelo tudo- prefiro parcela e pagar um pouquinho por mês do que fica pagando muito dinheiro+ P5: Eu não consigo eu sou agoniada acabo gastando tudo de uma vez+ 301 P1: Quando tu parcela tu pode comprar cinco+ P3: Ccompra comigo que não tem juros+ M: Com que frequência vocês vão a salão de beleza+ P3: Todo final de semana eu vou na manicure- e salão de beleza fazer cabelo mais quando tem um evento ou ta chegando o verão-para retocar as mechas+ P4: Isso que eu falar no inverno eu sempre deixo a raiz comprida escura- até porque as vezes é moda a raiz esfumaçada+ P3: É que no inverno é mais escuro- no verão é mais claro+ P4: No verão eu fico loiríssima- não o cabelo todo- mais bastante mecha+ P3: Então no verão tu vai mais no salão do que no inverno+ P4: Pra ficar mais cor de verão+ P1: Eu que faço progressiva dai tem o mar a piscina- minha progressiva dura um mês e meio que é pra durar três+ P3: Ai tu tem que ir lá fazer hidratação e coisarada- dai eu acho que no verão tu vai mais no salão de beleza+ P1: O normal é ir de três em três- eu só corto quando vou fazer progressiva- só pinto quando vou fazer progressiva+ P4: Eu vou a cada seis meses+ P5: Eu pro salão só vou de boa- só vou pra me retocar+ P4:Quando eu tenho um dinheirinho extra eu vou lá só pra cortar as pontinhas- faz uma escova- eu tenho que ir no salão de beleza+ P4: Se a unha eu não fizesse em casa eu teria que ir no salão não tem jeito+ P3: Ah é eu vou todo final de semana- eu posso não ter dinheiro pra comprar um pão- mais tenho que ir todo final de semana no salão pra fazer a unha- porque eu não aguento ver a cor assim toda semana+ P4: Tem que aprender a fazer em casa+ P3: Ai não eu não tenho paciência+ P1: Ai se tu pinta e não gosta tu tira e pinta de volta+ P2: Que ve o que da gosto é tu comprar o esmalte novo e chegar em casa- tu não sabe qual cor que tu vai pintar de tão feliz que tu fica quando tu compra esmalte novo+ P4: Eu faço troca com as minhas amigas de esmalte++ A gente troca esmalte- você usa essa que eu uso a sua++ M: E clinica de estética+ Frequentam ou querem frequentar+ P1: Então eu ganhei um vale massagem a quase dois meses e eu não fui ainda+ P3: Eu vou todo verão tenho que fazer aquelas massagens modeladoras ou aquelas pra tirar as celulites- aquelas coisas boas pra ficar bonita pro verão eu tenho que ir no começo de verão pelo menos eu vou+ P1: Eu acho que quando eu tiver um filho eu vou me preocupar com isso+ P4: Daqui uns trinta anos- assim+ P4: Mais dai depois vai ficar mais difícil ainda+ P6: Eu já marquei pra secagem de varizes uma consulta- pra ta fazendo a secagem das varicozes+ P3: Estética é caro né+ P5: Eu brinco com o pessoal da minha empresa que eu vou pagar um spa pra mim ficar uns meses- sei lá sumirmais eu nunca fui+ P2: Eu também não+ P1: Eu queria ir pra ver esse negocio das sardinhas+ P4: Isso já é um negocio de família se a tua família já é com sardas+ P1: Sabe quem era ruiva a minha bisavó- só eu e a minha madrinha que nascemos ruiva- meu cabelo é alaranjado- tá pintado+ P4: Se a família já tem tendência por exemplo ser gordinha+ P1: Eu tenho tendência dos dois lados não sei como eu to magra+ P3: Eu também- não que eu sou magra mais eu to bem+ P6: Na minha família é tudo magrela- eu era magra depois que eu quebrei pé que eu engordei+ P2: Minha família é toda magra- meu tio tem quarenta anos se bobear eu sou mais gorda que ele- todo mundo é magrinho+ P6: Eu tou prestes a fazer uma cirurgia de redução de mama- o médico já falou vai emagrecer+ 302 P3: Vamos fazer zumba querida+ P1: Mais se tu emagrecer não precisa tirar atrapalha tua coluna+ P6: Não porque a minha coluna tá em formato de S+ P3: Tem que tirar sim a Marisa teve que tirar+ P4: Porque quando eu emagreci eu perdi tudo perdi bunda- perdi coxa- perdi peito+ P6: E tem um outro porem- antes quando eu ainda era magra- eu já tinha bastante volume e eu não achava um sutiã adequado pro meu numero+ P1: Nossa mais é meu sonho+ P3: Uns tem demais outros tem de menos+ P5: Não vai por mim cara não é teu sonho+ P1: É horrível ter peito pequeno- mais porque qualquer blusa que tu põe- olha essa daqui-essa blusa aqui é um exemplo- o decote é toda cortadinha olha o jeito que ela fica aqui em mim+ P6: Eu não acho nada que entra- que por uma blusa não serve+ P5: Tá mais nem sempre você vai achar uma blusa que vai ficar adequada+ P3: Tem que ter peito bonito- tem que colocar silicone+ P2: É tem que colocar+ P4: Mais eu se tivesse cinco mil reais- eu faria outra coisa com certeza a não ser que eu tivesse dinheiro sobrando- mais seu eu tivesse o dinheiro eu faria outra coisa com certeza+ P1: Eu tenho prioridades lógico- o silicone tá em terceiro lugar na minha lista de prioridades++ P4: Se eu tivesse dinheiro sobrando assim+ P2: É porque se tu colocar um vestido decotado assim não vai ficar legal+ P1: É isso que eu ia falar a coisa mais bonita que tem é o peitinho juntinho ali assim+ P5: Mais se é natural não vai ficar bonito-com o silicone fica bonito+ P1: Não pelo homem- é bonito+ P3:Pode ser grande assim natural mais depois de um tempo vai ficar caído- eu quero colocar silicone pra ficar durinho depois que tiver um bebê+ P2: Exato+ P4: Depois de ter filho com certeza+ P5:Só depois que tiver filho+ P1:Ai eu não pretendo ter filho não+ P4: Fazer um empréstimo e colocar um silicone++ P2: Mais é nove anos só depois pode tirar o silicone++ M: Vocês tão falando de silicone e tal- vocês são adeptas fariam cirurgias plásticas+ P6: Sim sem dúvida eu vou correndo+ P5: Seria interessante se sentir com bunda- pelo menos um pouquinho+ P3: Eu tenho medo assim de cirurgia assim+ P4: Eu também tenho+ P3: Mais eu faria+ P6: Como eu já passei por cinco cirurgias eu já perdi o medo+ P1: Eu não sei por que a única cirurgia que eu fiz foi mês passado que eu tirei dois dentes- nunca fiz um ponto não quebrei um osso- nunca me machuquei nada+ P4: Eu também se na hora não ia desistir mais eu tenho vontade+ P3: Eu acho assim oh eu ia lutar mais para parte de não precisar fazer a cirurgia- tipo eu ia focar na academiafocar na alimentação- eu ia partir pra cirurgia+ P2: O peito não tem como fazer+ P3: É o que o peito não tem como ganhar na academia geral mente quem tem bastante peito tem pouco em baixo- é difícil alguém ter proporcional alguma coisa assim- e na academia tu pode ganhar bunda e coxa- agora peito pode até emagrecer e perder mais ainda- é pior né+ P1: Eu já conversei com duas pessoas que fizeram as duas são magrinhas- magrinhas como eu- uma é até mais magrinha que eu assim- uma fez em cada lugar diferente- o que que elas me falaram- a que contou em detalhena hora de tu fazer a cirurgia do silicone- tu vai lá tu chega fica peladinha eles vão lá e te marco++ Dai tu tem 303 que deita numa cama lá tu deita- e eles te dão uma injeção- ah tu vai dormir- meu deus eu não to dormindo será que eu não vou dormir será que eu não vou apagar e ai ela já não lembrou mais de nada+ P3: E depois só acorda uhh- tetinhas+ P1:A primeira coisa que ela fez foi assim oh+ E nenhuma das duas não se arrependem e olha sinceramente ficou lindo+ P4: Olha depois é que tem que cuidar bastante- porque pode ter infecção depois que é o problema+ P3: Tem que cuidar bastante+ P1: Eu só faria nessa clinica que a minha amiga fez+ P4: A minha amiga duas vezes teve que tirar e colocar de novo+ P3: E tu tem que trocar o silicone- ele tem validade na verdade+ P4: Tem de cinco a dez anos+ P1: Meu medo é de não voltar da cirurgia- dormir e não acordar-eu tenho medo disso+ P4: É que toda cirurgia é de risco- se for amputar o dedo é uma cirurgia de risco+ P3: Se for tirar uma unha encravada é uma cirurgia de risco- pode perder o dedo+ P4: É com certeza+ P1: Pode ter uma hemorragia e acontecer uma coisa seria- só que eu sou muito medrosa+ P6: Até mesmo com a própria anestesia em si+ P1: Eu tenho medo é da anestesia do silicone+ P2: É eu tenho medo de agulha- jesus+ P3: Se tu tem medo de agulha não dá pra ti colocar silicone+ P2: Vai ter que passar essa é pior parte a agulha- depois+ P3: Não sente dor- você dorme+ P1: Eu penso no depois- pois as duas falaram a mesma coisa- pois tu vai ter que escolher alguém- a tua mãe- o teu namorado vai ter que ficar de babá contigo uma semana e meia duas semanas em casa pelo menos- porque tu não consegue se vestir- tu não consegue se levantar- sentar sozinha- comer sozinha - tomar banho- ir no banheiro+ P3: Mais depois vale a pena tu coloca um biquíni na praia assim++ P1: Depois que eu comprar um apartamento e um carro- eu vou comprar silicone+ P4: Por isso que eu falo tem umas coisas que a gente tem prioridade antes disso+ P5: Não consegue um apartamento e um carro com os peitão- coloca os peitão e arruma alguém pra te dar o apartamento e o carro++ P3: É que com os peitão tu vai conseguir alguém pra te dar+ P1: É né+ P4: Mais eu vou querer ficar sozinha do que mal acompanhada++ P5: Que horror gente+ P1: Que pecado+ M:Além do silicone alguma outra cirurgia plástica vocês fariam+ P6: Lipo+ P3: Dá pra tirar a bochecha++ P1: Não porque tudo se molda- que nem tu falou né tudo se molda- única coisa que não dá pra se moldar é peito+ P4: Eu tinha curiosidade também pois eu tenho a testa grande mais não tem o que fazer+ P6: Depois mais velha quem sabe a pálpebra+ P2: Eu queria fazer pigmentação talvez+ P3: Pra que que é isso+ P2: Pra preencher as falhas- eu uso lápis+ P5: Eu queria ter uma barriga chapada+ P1: Ter o que+ P5: Uma barriga chapada+ P1: Eu fazia também+ P3: Se tu focar na academia tu consegues+ P5: Será+ 304 P4: Abdominal tu gosta de fazer+ P3: Estética é que te da um corpo imediato+ P4:É porque é depois de seis meses que começa a dar algum tipo de resultado+ P5: Academia+ P4: É academia- musculação+ P3: Três pra quatro meses tu consegue se tu focar+ P5: Quando o corpo tá-só que é foda você desiste+ P3: E tem que parar de beber+ P4: Não tá dando resultado você desiste- tem que persistir né+ P3: É isso é que é tem muita gente que não consegue esperar- tem que ser imediato+ Daí tem que fazer estéticavai lá faz uma lipo e pronto ta com a barriga chapada+ P6: Depois passa e volta tudo de novo se tu não cuidar+ P3: Mais é que nem academia se tu não cuidar da alimentação não vai ficar+ P6: Então tem gente que vai lá faz a lipo- e não muda os hábitos- dai o que que acontece volta tudo de novo+ P1: Dependendo o que tu faz é irreversível depois+ P4:Até redução de estomago+ P1: É que nem redução de estomago- se tu não segue certinho o dano é irreversível- nunca mais vai conseguireu tenho medo+ P3: Esse negocio de comer só um pouquinho pra mim não rola+ P5: Senão vomita né+ P4: Tem pessoas que tem obesidade mórbida- fica lá na fila do SUS+ P6: E outra coisa tem risco de voltar sim- porque o estomago dilata+ P4: Claro que o normal já é assim+ P2: Corre risco de morte se o estomago dilatar+ P3: Ai faz uma academia que é mais fácil gente+ P1: Ai é gostoso fazer academia eu não faço mais porque to endividada+ P4:Eu prefiro fazer um esporte- eu adorava fazer vôlei- eu já sempre trocava por um esporte- agora eu troquei pra fazer dança+ P3: Ai dança é a melhor coisa que tem+ M:Aproveitando que vocês já estão falando- vocês frequentam academia- ou fazem algum esporte- fazem alguma atividade física+ P1:Eu praticava+ P4: Eu to bem sedentária agora+ P3: Eu faço zumb- muay thay- musculação e funcional e eu gosto+ P5: Só isso só e mais nada+ P1: Eu fiz musculação e é maravilhoso é ótimo- muito bom- eu consegui ganhar peso- consegui tudo- ai eu comecei a fazer em Joinville- ai começou o inverno a minha amiga não quis- dai eu não quis ir sozinha porque era longe- a gente ia a pé ou de bicicleta pra ir já se exercitando+ Dai eu comecei a fazer em Itajaí- dai meu namorado começou a querer fazer também- ai eu achei um saco fazer academia com meu namorado- dai eu deixei mais é maravilhoso- meu deus teu corpo fica sempre aquela coisa ali+ P5: Academia faz dois anos que eu to falando que vou fazer- mais ainda não comecei- porque trabalhofaculdade- dai só sobra horário das cinco as seis da manhã pra fazer+ P3: Eu queria fazer zumba- dai eu cheguei na academia eu quero fazer zumba- dai a mulher falou zumba não tem só musculação dai ai odeio fazer musculação néP1: Meu eu adoro+ P3: Aquele negocio de levantar peso paradinho ali- tá pode ser porque eu quero fazer um exercício- comecei na musculação- daqui a pouco ah tem um combo que tu faz musculação- dai agora tem zumba- tem muay thayfuncional- ah quero quero- até agora eu não consigo ver a minha rotina sem fazer um funcional uma zumba- eu fico um dia sem fazer zumba bate a depressão- ai meu deus eu não dancei hoje- tem que dançar hoje- porque tu coloca lá na tv e tu tem que dançar- não adianta é coisa que vira assim rotina- as vezes eu não vou de manhã dai eu chego da faculdade posso chegar tarde que for- meu deus pelo menos tem que fazer perna hoje- dai eu coloco ali- fico ali né com o pijaminha um dois++ Final de semana- meu deus não fiz nada no final de semana- final de 305 semana tem que fazer uma corrida alguma coisa pra se movimentar- se tu não fazer- vai te que pegar uns vinte minutinhos- fazer de conta que tu fez- depois que tu pega essa rotina- acabou essa vida de fica na comilança+ P2:O único esporte que eu praticava era futebol só+ P5: Maravilhoso+ P4: Eu gosto+ P5: Se alguém quiser fazer um timinho+ P4: Se alguém quiser fazer vôlei+ P3: Ah dai é triste vôlei+ P4:Eu também sempre fiz esporte- capoeira- natação que mexe todos os - vôlei fiz seis anos da minha vida sempre fiz ballet também fiz quando era pequeno- sempre mudei a cada dois anos no máximo e eu já pulava pra outro eu enjoo das coisas+ P3: O que eu gosto mesmo é muay thay+ P4: Capoeira fiz um ano e meio ++ M: Vocês cuidam da alimentação+ P1: Não+ P3: Não+ P4:Sim+ P1: Nem fale+ P2: Agora né no ano passado era só no Xsalada+ P1: Bem equilibrada+ P3: É isso que eu ia falar teve uma época que carnaval né-que eu ia desfilar no carnaval né- aquela época ali eu foquei na alimentação né- era só saladinha com frango e iogurte com granola até porque eu não podia fazer exercício só em casa né- então eu tinha que focar na alimentação- e eu perdi bastante quilo- então agora que tu começa fazer exercício não adianta tu tem que cuidar da tua alimentação também senão dá tragédia+ Claro que não me privo de comer besteira- final de semana assim- é porque se tu faz exercício tu come sem ter medo entendeu+ P4: Meu problema é salada que eu não como salada+ P5: O problema é assim parece que a vida fica tão sem graça sem comer aqueles docinhos+ P3:Só que tu não precisa se privar- é só fazer exercício que tu podes comer besteira+ P1: Essa daqui sabe ela anda comigo ela sabe- eu não posso comer- eu sou magra porque eu tomo leit- porque eu não posso comer nada que tem leite- tudo que eu como me faz mal- ou me dá diarreia ou me da- ou eu vomito+ Só que eu não consigo- porque que é horrível- eu passo todo final de semana lá em Itajaí porque o meu namorado mora em Itajaí- ai a vai fazer almoço vai fazer risoto de não sei o que lá- aquele risoto que tem creme de leite não sei o que lá- a tem que separar um tanto pra Tamara porque ela não pode comer leite- ai a gente vai fazer doce de não sei o que lá ai Tamara não pode comer- ai eu vou ali na Cantina tem um pão de queijo desse tamanho ali assim+ P3: Dai ela come e depois passa mal+ P4: Dai tem um X-salada com queijo desse tamanhão assim- e aquela maionese verde+ P5 Nossa aquela proibida+ P4: Eu não posso comer- por isso que eu to magrinha assim ainda- porque eu to comendo leite assim feito umaeu não consigo me cuidar e eu não como pouco+ P5: Olha a bulimia guria+ P1:Oi+ P5: Bulimia come e joga fora- come e joga fora+ P1: Não é porque eu quero- não é vomito é diferente- quando começa me dar dor de barriga- eu fico muito ruimnão é uma dorzinha de barriga ai que dor- é de rolar no chão e gritar de dor- só que eu não consigo não comerque me ver feliz me dá um brigadeiro e um pão de queijo são as coisas que eu mais amo na minha vida+ P3: Isso dai vai da tua na verdade assim se tu mudar a tua alimentação- tipo não é fazer uma dieta mais eu vou diminuir e tu começa assim- ai eu adoro comer leite mais eu não posso comer leite mais eu vou diminuir entendeu- mais tu tem que colocar na tua cabeça- tu tem que focar naquilo se tu focar naquilo tu foca- tipo eu não paro de comer gente- eu como super bem- só que tudo que é demais- tudo que tu comer demais em excessotudo que fizer em excesso é mau- se tu ficar o dia inteiro na academia vai te fazer mail- 306 P5: Posso comer cinco brigadeiros por dia- um em cada horário++ P3: Então se tu controlar tua alimentação- o que tu faz em excesso vai melhorar- não adianta se privar daquilo+ M: Emagrecer então é uma meta vocês buscam emagrecer+ P4: A gente mantem+ P5: No meu caso eu to sempre buscando+ P6: No meu caso já não é a meta já virou obrigação- vai emagrecer senão tu não vai fazer a cirurgia+ P56: Sempre tem aquele projetinho verão né- com a barriguinha+ P3: É projeto verão+ M: Vocês tem cuidados especiais quando chega o verão+ P3:Ssempre tem um a mais- tipo assim- eu me preparo no inverno agora eu to pensando assim- mais antes eu não pensava assim- agora eu penso assim se prepara no inverno pro verão né- lá na academia até tem um negócio assim- ah tu vai conseguir o corpo do verão no inverno- mais tem muita gente no inverno a academia vazia- seis e meia da manhã tu acorda e tu vai e não tem ninguém- agora chega esse sol- de tarde tava assim oh- começa a ficar calor o pessoal meu deus começa a se olhar no espelho com aquela barriguinha ah corre pra academia- não adianta+ P4: Dai acha que vai adiantar projeto verão+ P3: Dai acha que de um mês pro outro ficar panicat+ M:Mais no verão vocês tem cuidados especiais+ P4: Pegar sol é uma coisa muito chata mais eu tenho que ficar lá porque senão fica feio+ P5: Tem a questão do protetor a questão do cabelo+ P6: Hidratação agua se consome muito+ P4: Ah não protetor no rosto é essencial+ P1: Eu tenho muita sede- eu penso em agua eu tenho sede+ P3: Mais no verão tu cuida menos do corpo- porque tem festa- vai caminhar+ P2: Sem falar que dá um desanimo assim tu nem tem vontade pra nada+ P6: E outra coisa até mesmo a maquiagem escorre junto com o suor+ P1: É horrível se maquiar de dia no verão+ P5: O pessoal da empresa que eu trabalhava+ P6: Deixa a pele toda brilhosa+ P4: Eu entro na praia de rímel- e tiro dentro da praia daí só coloco o óculos né++ P1: Meu deus vou me maquiar sempre+ P5: Terrível aquela maquiagem que vai saindo os pedacinhos não aquele que escorre+ P4: Pra começo de conversa o meu não escorre ele começa saindo devagarzinho+ P6: Vai saindo em pelotinha+ P3:É estilo panda+ P4: E dai já coloco o óculos pra ninguém saber que eu passei rímel+ P1: Fica com os cílios todo colado daí++ M: E sobre o facebook essa difusão de rede social- de imagem- instagram coisa e tal- isso faz vocês se preocuparem mais com a beleza e com a imagem+ P4: Tem gente que passa maquiagem só pra tirar foto né+ P3:Não porque tem o filtro né+ P2: Depois tu olha assim a pessoa coloca uma foto tua olha assim- meu deus quando é que foi isso+ P4: Meu deus é aquilo ali+ P6: Não normalmente quando a gente vai postar uma foto escolha as melhores né+ P3: Ou tu tem que colocar um efeito- pode ta horrível- tu tira uma foto sem nada- tu coloca um efeito tu fica linda+ P1: E agora dá pra maquiar- teu um programinha que te maqueia também+ P5: Olha+ P1 Perfect+ P3: Não adianta facebook tem que ta bonita- da um jeito de colocar um efeito uma coisarada tem que ta top+ P2:E essas são as mais curtidas+ P3: É são as mais curtidas+ 307 P4: Ou com peito de fora são as mais curtidas++ P3: Não sei dessas nunca tentei+ P4:Com certeza é o que mais tem por ai+ P1: Pior que é verdad+ Que nem aquele dia que a gente saiu nas férias que a gente foi lá na padaria- tava vocês duas maquiadas e eu não tava maquiada lembra- nossa - tava a Jessica e a Daniela lindas e eu+ P3: Mais na foto a gente ficou legal+ P1: Na na não dá pra ver meu olho branco assim- foi aquele dia que me perguntaram se eu tava com sono+ P3: Ah é+ P1: Eu tava bem empolgada que eu ia sair com elas e tal+ P4: Ai é verdade eu tenho uma raiva quando falam que você tá com sono- você tá cansada- não só não me maquiei+ P6:Você tá doente+ P5: Nossa como você tá palida+ P4: Ai que raiva+ P1: Você tá triste+ P3: É triste é a melhor porque não passou maquiagem tá triste aconteceu alguma coisa+ P2: E a pessoa fica insistindo+ P6:Ai até achar- as vezes não tem nada não deu tempo- ai tem certez- não aconteceu nada+ M: Vocês entendem que existe uma cobrança muito grande das mulheres no Brasil com relação a beleza+ P3: Tem sim+ M: Onde tem essa cobrança+ P6: Em casa+ P1: Em casa muito nossa- meu namorado já chegou varias vezes- mais tu vai assim- agora que eu gastei mil reais lá em roupa- mais tu gastou tudo isso- tá mais toda vez que eu vou sair contigo tu e pergunta se eu vou assim+ P5: Meu cara é muito chato isso- toda vez que tu coloca uma roupa tá se sentido linda e a pessoa olha mais tu vais assim- então a cobrança já começa dentro de casa+ P1:O pior já aconteceu também tu não vai se arrumar pra ir++ P5: Meu um dia eu fiz isso e eu me senti muito mal- a guria chegou pronta pra sair assim - ai eu bem assim você não vai hoje- ai ela eu vou to pronta - ai desculpa tipo fiquei muito sem graça+ P3: A cobrança tá dentro de casa- na verdade quando tu vai pra rua+ P4: Trabalho- os amigos+ P3:Até a própria mídia- a mídia também começa uma cobrança+ P2: Tu também se sente mal tu vai sair com uma pessoa- tu olha pra pessoa e vê que a pessoa tá melhor que você tu já fica meio acanhada- já fica de lado+ P4: Mais tem duas coisas- tu vai num lugar tá todo mundo arrumado e tu ta mais simples- eu prefiro esta simples- do que todo mundo ta simples e eu chiquetosa- assim eu tenho pavor de chegar num lugar tá todo mundo despojado e tu tá meu deus+ P1: Eu já prefiro o contrario+ P3:Pprefiro ta elegante sempre+ P1: Eu também+ P3: Se ferre se a pessoa não tá- tirando na faculdade+ P1: Que nem eu falo o pessoal do trabalho do meu namorado- por mais que o meu namorado não seja rico- meu namorado trabalha num banco- sabe que a maioria do pessoal que tá envolvido com banco é gente de dinheiro- ai a gente sempre vai nas festas do banco- meu deus eu me sinto um lixo- me sinto um lixo porque as gurias chegam+ P5: Meu cara é chato isso+ P1: Elas tão com uma camisa de oncinha- mais elas tão com a camisa de oncinha assim oh- sabe+ P5: Foi igual na expogestão parece que tava todo mundo+ P1: Ahan+ P5: Eu me senti muito mal cara tava todo mundo+ P3: Eu já me preparei já vim com uma leg e bota+ P4: Eu também a gente não sabia esse que é o problema+ 308 P5: Todo mundo de salto fino aquelas mulheres lindas- o que que eu to fazendo com essa roupa+ P1: Eu já fui em várias exposições- em vários outros lugares e não era daquele jeito+ P5: Eu me senti muito mal+ P3: Eu perguntei né- tu já foi na - ah fui- meu lá é chic top- dai eu já fui preparada- a informação é assim tu perguntou+ P4: pois é que dai tu chega num lugar tá todo mundo bem arrumada e tu ta mais simples ou ao contrario+ P5: A desculpa ah é os estudantes né+ P1: Mais nossa eu exagerei eu fui de regata- de regata calça jeans e sapatilha+ P4: Eu fui de blusa xadrez cara- e cheguei lá nossa eu tenho tanta blusa social porque que eu não- fique de cara+ P1:Mais tava exagerado- meu tu olhava só tinha gente rica- até aquelas gurias que tavam ganhado cinquenta reais pra ficar lá de pé tavam muito chique- elas não tavam arrumadas- elas tavam chique+ P5: Querendo ou não tudo cobra+ P1: Em todo lugar+ P5: Tudo tudo++ M: Vocês buscam a beleza para se tornar atraente fisicamente- é importante estar atraente fisicamente+ P3: É+ P1: É a melhor coisa que tem eu to namorando a dois anos eu fui meio que casada com ele- eu morei um ano com ele- eu meio que sei como é a vida de casada- é um saco++ Agora uma coisa que voltou a acontecer depois que a gente voltou a namorar- tipo tu chegar e o teu namorado falar nossa como tu tá linda é bastante bom- é melhor do que qualquer outra pessoa dizer que tu ta linda+ P5: No meu caso é um pouquinho diferente eu moro junto com meu namorado- mais quase todo dia eu recebo elogio- mais eu não sei se é verdade né+ P1: Quanto tempo tu tá morando junto+ P5: A gente mora junto desde de fevereiro- mais a gente começou a namorar- porque antes a gente era melhores amigos- dai agora começou a rolação+ P1: Começou a morar junto desde fevereiro- mais como amigos+ P5: Como amigos agora que a gente ta junto vai fazer dois meses+ P3: Tá no começo ainda+ P5: É sempre tem aquela cosia ai como você ta linda hoje- dai eu já penso meu cara eu to começando agora olha+ P3: Meu namorado fala nossa como tu ta atraente- é claro quantos meses a gente tá++ Calma calma+ P1: Vamo ver daqui um ano+ P3: É se daqui um ano vai falar a mesma coisa+ P1: Pois é bem assim+ P3: Mais tu sempre tem que ta buscando não adianta você acha eu sou uma mulher bonita+ P5: Com certeza+ P2: As vezes tu nem se arruma tanto mais a pessoa ai como essa blusa ficou boa combinou contigo- tu já vai usar aquela blusa mais+ P4: Até outro dia a gente tava conversando disso no meu trabalho e o no meu trabalho é só mulher e varias mulheres arrumadas e tem umas que vão de shortinho e não pode - ai eu tava falando com a menina do meu lado- meu mulher se veste pra mulher mesmo porque aqui não tem homem no meu trabalho lá+ P3: Se veste pra mulher com certeza+ P4: Vem com um shortinho desse e não tem homem aqui se veste pra mulher+ mulher se veste pra mulher+ Mais eu quando to acompanha da com alguém eu me arrumo bem mais do que quando eu saio com as amigas pra balada- no mesmo lugar eu me arrumo bem mais quando eu to acompanhada com alguém com um homem+ P1: Mais eu me preocupo não em me arrumar pro me namorado- por exemplo eu vou numa festa só eu - eu não vou me arrumar tanto quanto eu vou me arrumar se eu for numa festa com o meu namorado-porque eu quero me sentir bonita- pra que ele tenha uma namorada bonita+ P4: Isso exatamente por isso que eu falo quando eu to acompanhada eu me arrumo bem mais do que sozinha+ P3: Eu sempre me arrumo sempre tento tá bonita ou atraente assim independente aonde eu for - independente onde tu for tu tem que ta bonita não pros outros mais pra ti- tu te olha no espelho nossa que terror+ P6: Quando eu saio com o meu namorado eu me arrumo mais+ 309 P3: Pra ir em qualquer lugar- porque as vezes assim porque eu trabalho com mulheres e homens - as vezes eu vou numa cliente tenho que me arrumar obvio+ P1: Antes eu era assim mais agora eu relaxei+ P5: Mais as vezes as pessoas me perguntavam mais você vai se maquiar pra ir ali na padaria Debora- minhas amigas ficavam brabas- meu eu não sei se o meu príncipe encantado vai tá lá me esperando eu tenho que ta arrumada+ P1: Eu troco de roupa- me maquiar eu não me maquio mais mais eu troco de roupa pra ir no mercado+ P6:Até mesmo a roupa que você veste- as vezes te faz te sentir melhor também que nem oh- eu to com o meu uniforme sai do meu trabalho vim direto pra cá- tu acha que eu to me sentindo legal com essa roupa aqui não+ P4: Dia de semana eu não me importo muito assim com+ P3: Com beleza+ P5: Eu assim eu perdi essa- antigamente no começo eu sofria porque eu queria todo dia eu tá bem bem- eu cheguei ao ponto de nem retocar a maquiagem assim+ P3: O fez isso é a rotina- a rotina que faz isso+ P5: Sair do trabalho e já vir pra faculdade- só que assim- eu hoje não quero- todo dia eu passo- só hoje que foi uma exceção todo dia antes de vir pra faculdade eu me arrumo+ P2: Tu tem que cuidar porque se tu deixar uma vez tu deixar duas três++ P5: Cai na rotina+ P2: Foi o que aconteceu comigo ai hoje eu vou sem maquiagem- eu fiquei nossa- o ano passado eu usei menos maquiagem do que usava- agora esse ano eu pensei em mim- vou começar a me cuidar de novo- eu não vou mais fazer isso- ai eu voltei a usar- dai eu to naquela de novo quando eu saio não vou pra lugar nenhum sem maquiagem- até quero tento mais não dá- eu sinto falta+ P1: É que nem aquele dia eu tentei eu fui aquele dia mais dai eu vi que eu tava cansada- meu deus acordei super empolgada que eu ia matar saudade das meninas+ P5: Meu deus o dia que tu não quer passar é o dia que tu falas como você tá pálida+ P1: É terrível+ P3: Batom eu não saio- posso ir na padaria eu passo batom+ P4: Dia de semana é sagrada eu não passar nada de pó- base- só rímel- já pra deixar a pele respirar porque fim de semana é carregada++ É reboco na cara+ P1: Ele falou de atraente né- e falam peito- peito peito- só que o olho é muito mais atraente que o peito+ P4: Como assim eu acho que tem gente que mente ai os olhos- mais eu não sei se não tem coisas mais atraentes+ P1: Eu tenho uma amiga que ela é normal de corpo - sei lá sem graça- não tem peito não tem nada- sei lá uma menina sem graça- ela tem um olhar ela é morena assim+ P3: Olho verde só pode+ P1: Ela é morena assim meio marronzinha ela não é morena negra ela é só assim meio bronzeadinha assim ela é branquinha- ela é bronzeadinha cabelo bem preto e o olho verde+ P3: Falei que é verde- verde ou azul cara+ P1: Ela passa um olho parece que ela tá olhando pra todos os homens assim oh+ P5: Ruim é quando você tá linda maquiada+ E do seu lado tá uma loira vamos supor do olho azul- ou uma morena do olho verde- nem a maquiagem resolve+ P4: Eu também tenho olho azul- mais eu uso lente castanho pra não ficar ofuscando vocês++ P6: Eu é por aí- porque se é na base do corpo- eu já não tenho esse atributos- o que valoriza mesmo é o rosto+ P4: Cada um tem que ver o que te valoriza+ P4: Se tiver um bocão já coloca um batom+ P1: Minha boca é muito grande e eu não gosto da minha boca- porque eu não tenho o lábio grande e sim a boca é grande- quando eu riu minha boca parece horrível++ Eu nem uso batom+ P4: Eu tenho medo de ficar roendo a boca to acabando com a minha boca+ P1: Eu também+ P3: Pois é que nem eu tenho uma amiga- ela só tira foto assim oh- com o olhão sabe- e ela tem o olho bem claro mesmo- meu deus tu só tira foto assim oh- é a única coisa que eu tenho de bonito só dá pra trabalha++ P4: Que nem elas tiram assim oh botam a cara pra parede assim total+ P1: O negocio assim oh- elas tiram foto assim deitada pra frente assim de bruço+ 310 P3: É pra ficar mais juntinho+ P4: Nossa eu acho muito vulgar- mais homens né milhões de curtidas- que linda+ M: Onde vocês buscam informações sobre produtos de beleza- a tv influencia- internet- blogs- sites+ P2: Blog e TV pra mim+ P3: Faceboobk agora- facebook também+ P5: TV- internet- blogs- face+ P3: Tá mais pra facebook pra mim- porque eu não vejo mais quase televisão- agora é mais facebook- instagram+ P2: Eu não assisto muita TV- mais se eu sei que vai passar alguma coisa de beleza eu já fico ligada+ P1: Ai eu vi na tv esses dias que tem o bb cream pra pele e agora tem o cc cream pro cabelo- to louca pra comprar aquilo meu deus do ceu+ P5: Eu já curto no facebook as páginas - no instagram já e tiro todas as duvidas+ P4: Tem aquele programa superbonita que a Grazi+ P1: Ai eu nunca consigo assistir aquilo+ P4: Ai é bem legal- mais o resto é sempre de pequena usando as mesmas coisas- difícil eu troca avon ou não sei que lá- o outro é não sei que+ P1: Mais o que tá internet é sempre primeiro né- quando tu vai ver na TV- fulaninha viu na internet e te falou ah tu viu tal coisa que saiu novo- dai tu vai ver na tv o que a fulana falou+ P6: Ai eu vou pelo que fulana usou e falou ai eu gostei eu já vou usar também+ P3:As vezes eu vou pela dica de cabelereiro também- eu sempre pergunto o que tu ta passando - o que que tu tá usando+ P1: Ai eu gosto de experimentar também+ P2: Eu também+ P1: O sou foi experimentando- dai o sou o xampu+ P2: Muito bom+ P6: Agora fizeram uma propaganda daquele tresseme não sei das quantas eu lavao o meu cabelo fica seco+ P5: Aquele lá mais ou menos+ P3: Cada cabelo é um né+ P1: O meu não fez diferença nenhuma- primeira semana ficou assim né+ P6: As meninas ai porque fica lindo o teu cabelo fica soltinho e fica brilhando- meu usei aquilo lá putz+ P5: É que cabelo é cabelo cada+ P4: É que nem tonalizante eu já passei por vários- tem que era setenta reais que eu comprava e aquilo ali durava um mês- meu deus agora uso um de dez que é melhor fica bem melhor+ P6: Dai quando tu acerta e que ficar comprando só aquele lá dai as vezes tu não acha- dai tu fica batendo perna até achar+ P5: Creme de cabelo você não pode usar vamos supor tanto tempo só aquele creme tem que mudar senão seu cabelo acostuma e perde o brilho+ P4: Eu to passando agora o pantene shampoo e o tonalizante creme+ P5:O meu banheiro o meu namorado fala que parece uma loja de cosméticos porque é cheio de xampu e coisas assim+ P1: Primeiro foi o sou que eu vi na tv - por isso que eu gosto de televisão- depois eu fui lá e comprei o garnier novo para progressiva também vi na televisão propaganda do garnier+ P6: Dai tu olha na televisão aqueles cabelos lindos chacoalha prum lado chacoalha pru outro+ P3: Jequiti+ P4:Define o cacho dai tu passa e o teu cabelo fica pingando aquilo ali- o cacho não fica né- porque o que elas fazem- elas pegam o secador ao contrario pro cabelo ficar desse tamanho e depois fazem uma chapinha+ P1: O pior não é isso- o pior é o que eles mostram na televisão o cabelo quando sai do salão- quando sai do salão realmente o teu cabelo sai maravilhoso- cabelinho assim de doradinho pra fora+ P4: Claro meu deus do ceu+ P5: Chega em casa e vai fazer comida++ P4 Não precisa tu dorme já era+ P1:Que ver progressiva sai do salão+ P5: Tá lindo tá com brilho+ 311 P1: Quanto tu acorda ta assim++ Parece um troço grudado assim na cabeça- é verdade+ M: Onde vocês compram os cosméticos no supermercado- farmácia- catálogo+ P1:Na revistinha P4:Na avon P2: Natura+ P3: Agora é mais consultoras+ P6: Farmácia- mercado+ P3: Mais catalogo eu+ P1: Eu parei de ir na farmácia- porque parece que tu sente o cheiro das coisas+ P3: Eu só compro por catalogo mesmo-ou senão no mercado+ P3: Eu também catalogo ou farmácia+ P6: Ou sou assim quando vou comprar anticoncepcional- vou pegando uma coisinha ali- eu preciso aquele lá quando vejo peguei um monte coisa+ P3: Como eu vendo eu já vou me organizando pra o que vou pedir para o próximo mês+ P1: Eu não gosto de pedir pela revista porque demora- me dá uma agonia+ P2: Ai eu também+ P5: Ai eu gosto você esquece e chega dai dá aquela alegria+ P1: Ai demora dai você já tá sem dinheiro+ P6:Eu ainda tenho desconto em folha de pagamento então ai lascou de vez+ P3: Eu gosto de pedir por revistinha- demora um pouquinho - mais dai ta acabando dai vou pedir já+ P4:Dai num mês que nem aquela base lá- tava quinze e noventa e nove- tá vinte lá no outro já- droga porque que eu não comprei aquele no mês passado+ P1: Ou o perfume no outro mês entra em promoção e ta mais barato+ P5: Ai eu me programo quando tenho que ir num casamento já encomendo+ P4: Tipo aquele perfume que eu comprei pela revistinha da boticário aquele amor ou é natura+ P1: É natura+ P4:É natura- comprei por oitenta e nove e tá sessenta e nove agora- dá uma raiva - vinte reais+ P3: Perfume é uma coisa que eu não compro por catalogo tem que ir na loja+ P1: Eu gosto de todos da natura tem cheirinho de limpeza+ P4: É que é difícil sai pra comprar perfumes essas coisas- eu vejo na revistinha+ P1: Quando tu sai prá comprar perfume em loja é muto caro+ P5: Eu adoro perfume importado- você anda na rua a pessoa te para nossa que perfume você tá usando+ P6: Eu na minha bolsa já to com coisa nova da avon que chegou hoje- dois lápis de olho um demaquilante e um rímel já tão ali na minha bolsa+ P1: Falando nisso eu tenho que compra um desses+ P4: Com a minha base eu to fazendo milagre porque já tá- Mary Kay Age+ P1: Ai eu não consigo usar base de jeito nenhum+ P4: Eu uso base e um pó pra não ficar oleoso+ P6: Eu comprei um lápis marrom pra passar na sobrancelha e um lápis azul pra passa na parte de dentro e demaquilante+ P1: Eu não consigo passar colorido assim- ou é marrom- preto e beige+ P2: Ai eu depende do meu animo+ P6: Eu já é rosa- o marrom ou o azul+ P4: É porque é difícil fazer maquiagem em outras cores+ P3: É por causa do olho dela+ P1: É o olho dela é claro- vai eu botar um azul em ves do preto+ P3: fFca legal eu uso pra caramba+ P1: Nossa eu comprei uma azul assim e comprei uma roxa+ P3: O roxo parece que levou um soco+ P6: Olha o meu estojo assim é 4D só que tem umas cores assim um laranjadão- verdão que eu não consigo usar+ P5: Ai eu uso com um pretinho assim+ P4: Viu que da certo- que nem eu uso preto pra sair viu que da certo+ 312 P5: Preto é lindo né+ P4: Prata é clássico não tem erro- tu não vai errar- as vezes tu vai colocar uma corzinha aqui assim+ P3: Se eu passar tudo preto eu pareço um traveco- meu porque o meu olho é muito escuro- e eu tenho muitos cílios coloco um pouco de preto meu+ P1: O preto tu tem que saber usar né+ P6: Ai eu tenho que comprar rímel que alongue os cílios porque os meus cílios são bem curtinhos+ P4: O meu é cumprido- mais ele é assim oh- eu uso o curvex- meu é assim oh tem que fazer o curvex porque é comprido e caído- eu tenho que fazer curvex- meu é verdade eu uso muito curvex - eu na sexta feira eu tava sem o curvex eu tava me sentindo muito mal+ P2: Eu também uso muito+ P1: Eu nunca usei um dia uma amiga minha usou com rímel e saiu um pedaço- fico uma janela no olho delanunca mais quis saber+ P6: Eu queria aprender a colocar cílios postiços+ P1: Eu também queria+ P2: Eu nunca coloquei+ P3: Eu coloquei quando desfilei no carnaval+ P5: Ai lindo eu comprei cinco joguei os cincos fora- quando eu colava aqui e eu ficava piscando e ia lá pro outro lado+ P2: Tem que ver ficar padrão né- eu coloco só no cantinho se não fica muito artificial+ P6: Tem o inteiro e tem o pra cada cílios ne que ficam mais naturais+ P1 É caro aquele troço- muito caro+ P6: É tem unha postiça- silicone- daqui a pouco acaba usando tudo postiço+ P4: Que ver uma mulher chorando quando quebra a unha+ P6: Existe band-aid e fitinha pra isso+ P5: Eu corto tudo da- pior foi o meu namorado mexendo na minha unha- não quebro e eu quebrei- ai ele não fui eu que quebrei sua unha porque senão você tinha dado um grito feito um escândalo não pode+ P1: Eles tem mania de fazer assim oh e querendo ou não força+ P4: Mais a minha é bem forte- é difícil elas quebrar+ P1: Essa aqui oh sempre quebra- olha o tamanho das outras e olha essa daqui+ M: E qual percentual da renda de vocês gastam com produtos de beleza por mês+ P6: Eu em média uns 200- tem meses que varia mais ou menos uns duzentos reais+ P1: Eu já cheguei a gastar bastante mais agora eu não posso né+ P3:Ddepende de tu comprando tudo creme pro cabelo+ P5: Se é um mês que você vai comprar tudo de uma vez dá aquele impacto+ P1: O mês da progressiva+ P5:Ah é mais se for um outro mês que não de fazer coisas assim+ P6:Em média uns duzentos+ M: Percentual+ P1: Percentual do meu salario+ P4: Nem cinco eu gasto+ P1: Varia muito tem mês que eu compro um monte de coisa e tem mês que eu não compro nada+ P4: Só compro quando acaba- pó eu já tenho eu não vou comprar outro no mês que vem- até acaba demora- base também+ P3: Sei lá uns dez por cento+ P2: Trinta porcento se sai um dinheirinho eu já penso ai o que que eu tenho que comprar e na maioria das vezes é gastar com rosto- maquiagem e cabelo- depois é que vem as outras compras+ P3:É uns trinta porcento+ P1:É que tem algumas coisas que a gente compra todo mês que a gente não tá contando- né tipo o creme pra depilar ou o negocinho- shampoo- condicionador o sabonete intimo - lenço umedecido- eu não vivo sem o lenço umedecido+ P3:Eu não vivo sem o sabonete intimo- um bom sabonete+ P1: Eu também não- meu sabonete é liquido separado do de todo mundo+ 313 P4: Eu já não gosto faz espuma e parece que não lava aquele negócio++ P1: Tem uma esponja que ela é grandona assim parece uma flor de uma velinha- tu pinga uma gota do sabonete na quilo e faz assim oh- nossa sai muita espuma+ P3: Ah não esse sabonete liquido eu não uso só o intimo pra lavar as minhas coisas ali sei lá++ P5:Intima essas coisas intimas+ P1: Se for considerar as outras coisas vai dar uns duzentos reais+ P3: Vai dar uns duzentos reais+ P4: Tu falou depilação- uma coisa que eu economizo também é depilação- o pelo da perna eu tenho bem poucodesde de pequena eu tonalizo- não pinto né- como é que se diz+ P3: Clareia- descolori+ P1: Agora no braço eu tenho que descolorir+ P6: Eu não né+ P4: As vezes é sorte a pessoa nasce numa família que tem uma genética- a minha mãe também nunca tem bem pouco assim+ P3: Meu que bom né+ P1: Eu não faço no inverno+ P6: Tenho pelo que nem homem+ P3: Ai que ver na praia aquelas bolinhas assim- ui que terrível+ P1: Mais faz com cera com cera é muito bom+ P3: Não consigo com cera é muito bom+ P1: Não não dói nada cera é muito bom- no verão eu faço com cera+ P6:Ah pra quem ta acostumada+ P5: Eu nunca usei dói+ P4: Eu nunca+ P1: Não quando eu fiz a primeira vez eu coloquei sozinha- ai eu peguei e fiz assim né e dei um berro e puxei aaahaaaaa- não doeu sabe eu berrei de susto+ P6: Eu comprei aparelhinho+ P3: Eu prefiro fazer tatuagem do que fazer depilação+ P1: Tu tem tatuagem+ P3: Tenho e vou fazer mais uma+ P4: Verdade né- hoje em dia é mais difícil ver alguém que não tem tatuagem do que uma pessoa que tenha+ P1: Ai eu faria mais no nosso trabalho a gente não pode ter- um dia eu quero fazer- quero fazer aqui+ P4: Eu também queria fazer+ P5: Cara como mulher muda de assunto++ P6: Mais tatuagem tem relação com a beleza+ P3: Claro que é- tu olha umas costas vazias e tu olha umas costas com uma borboletinha fica top gente+ P5: No pezinho+ P1: Ai não nas costas eu não faria- no braço eu faria+ P4: Uma tribal aqui assim oh++ M: E com relação a mercado de trabalho entrevista de emprego- no ambiente de trabalho- como é que vocês se comportam e o que vocês acham+ P5: O clássico né+ P1:Maquiagem média roupa sem chamar a atenção+ P4: Roupa clara não roupa preta+ P1: A calça tem que ser escura- a blusa clara e a calça escura+ P5:Uuma roupa que não seja vulgar também+ P4: Pra variar eu preferia que tivesse uniforme P3: Eu sempre trabalhei com uniforme+ P6: Eu já uso uniforme e eu não suporto+ P4:Mmelhor coisa que tem é tu ter uniforme tu não gasta roupa- senão todo dia tu tem que ir com uma roupa diferente+ 314 P1: Eu já trabalhei com e já trabalhei sem- já trabalhei com uniforme feio e com uniforme bonito- o uniforme da ótica lá era bem lindinho+ P6: O meu é feio+ P1: Já trabalhei num que a jaqueta era igual a dela- só que a blusa tu imagina uma camiseta sem manga- aqui assim oh- era um negócio assim -uma camiseta sem manga coisa mais horrorosa- e já trabalhei sem uniforme que no meu primeiro emprego foi sem uniforme nossa é muito melhor tu vai trabalhar quando tu vai atender um cliente tu já vai assim oh+ P5: Tu vai linda- quando eu tava na recepção eu tinha que tá todo dia no salto- é muito bom- dai tu foi pro RH ninguém te vê não consegue nem mais usar salto+ P3: Se as pessoas vão te ver tu vai se arrumar- não pode né na verdade tu tem que se arrumar pra ti+ P3: Eu não consigo trabalhar de salto+ P6: O meu já é encosto né- calça jeans- camisa polo e sem salto+ P1: Eu trabalhei numa ótica que tu era obrigada a trabalhar maquiada+ P4: Eu fiquei vinte dias num lugar e uma coisa que me fez desistir foi também todo vida ter que passar maquiagem-passar maquiagem todo dia não aguento- a pele não aguenta-não dá+ P3: Tem que passa hidratante dai+ P1: Eu gosto de usar mais não se obrigada a usar e tinha que trabalhar de cabelo preso- meu deus é uma óticatrabalhava com o rabo aqui em cima- meu deus do céu é a cosia mais horrível+ P4: O que tem haver né o cabelo com o atendimento+ P6: Eu antigamente era obrigada a ficar com o cabelo amarrado e eu acabei acostumando- dai quando eu solto eu fico com aquela agonia+ P1:E marca né+ P6: Ahan- sim até pra fazer chapinha é aquela coisa pra baixar aquela tranqueira+ P5: Eu ia com coque na recepção ou com o cabelo solto- raramente com o cabelo preso+ P4: Numa entrevista sempre o menos é mais né é um gliter e acabou-se+ P3: Passar um batom vermelho uma maquiagem- não acabou-se né+ P5: Numa entrevista a mulher tem que ta apresentável+ P6: Se eu destapo os olhos- não destapo os lábios né- e vice-versa+ P1: Pra entrevista nem passou batom- é uma cosia que eu não uso pra entrevista não passo batom+ P3: Eu passo+ P1: Perfume nossa quase nada assim- tu vai chegar com cheiro vai que a pessoa que vai te entrevistar não gosta de perfume- muita gente principalmente homem não gosta de perfume- meu namorado não suporta um monte de perfume+ P4: Homem repara muito nas coisas- outro dia tavam falando que a guria tava com uma bola aqui assim- meu deus não sabe nem passar+ P3:Mais se tu for entrevistada por homem é bem pior+ P1: E uma vez eu li que se tu for entrevistada por um homem- o ideal é tu não passar perfume ou passar pouco perfume+ P4: É que o perfume do homem é muito mais cheiroso- pega mais- pode ver é só homem passar aqui aquele cheiro meu deus do ceu+ P1:Mais acho que é de proposito que a mulher sente o cheiro do homem+ P4: Não sei o que que é parece que o perfume da mulher não pega- eu passo passo- e cade meu perfume que eu não sinto cara me dá uma raiva- quando eu era pequena eu comprei aquele trezentos quilômetros que era de homem++ P3: Só pra passar e ficar o cheiro+ P4: Porque o de mulher não fica não sei o que que é o tipo da pele do homem eu não sei oque que é+ P1: Não é eu acho que é porque a gente se acostuma- quando eu compro perfume novo eu sinto meu cheiro um tempão ai depois passa ai eu não sinto mais+ P4: Eu não sinto o meu perfume+ P2: Eu sinto o de homem nossa- mais as vezes você não sente mais a outra pessoa e sente perfume bom é assim+ P5: É verdade+ 315 P1: E sentem sim porque outro dia eu entrei no quarto tava o meu namorado e o meu cunhado e o perfume da natura é fraquinho e vocês sabem que é fraquinho- e eu entrei e todo mundo falou nossa que cheirinho- meu eu tinha passado perfume+ M: Tem alguma celebridade que é referência pra vocês de beleza- vocês se inspiram nela+ P3: Sabrina Sato- A Juju- deixa eu ver quem mais+ P1: Só mulherão+ P3: De homem também+ M: Não de mulher referencia pra você+ P1: Ou você quer ser um homem+ P3: Pra mim eu gosto da Angelica acho ela bem elegante- a Claudia Raia é super elegante é um glamour+ P1: Agora uma que eu queria ser igual que eu queria ser ela assim é a Isabele Drumond - acho que ela tá maravilhosa+ P3: Nem sei quem é+ P5: A Ana Hickman+ P1: Aquela que era Emilia e agora ta galegona+ P5: Nossa aquela guria tá perfeita+ P6: mais o hit agora é a Bruna Marquezine né+ P3: Ai ridícula eu não gosto+ P1: Mais tu já viu como ela é de verdade- tipo eu sigo ela no Instagran eu gosto bastante dela- ela é uma pessoa muito bacana assim- ela usa normalmente quando ela anda de skate- tênis e camisão+ P3: Uma pessoa que eu me inspiro também é a Valeska - Valeska Poposuda+ P1: Não né+ P3: Ela é top é diva muito top+ P4: Aquela que ganhou a fazenda+ P5: Barbara Evans- não gosto dela+ P4: Não dela mais digo do corpo da Barbara Evans aquela mais pequininha e - não sabe a Barabara Evans filha da Monique Evans que ganhou a fazenda- pra mim ela pequininha peitão eu acho ela perfeita- e é difícil pode ver se em redes de celebridades se tem alguém igual ela é só Luciana Gimenez- Nicole Balls é só gente com o corpo assim+ P3: Nicolce Balls meu é tudo de bom+ P4: Tudo Panicat agora a moda é ser Panicat entendeu por isso que é difícil achar alguém magrinha+ P5: Ah mais vamos falar Ivete Sangalo é top também+ P3: é Ivete é top também+ P4:Pela idade dela+ P5: É pela idade que ela tem- teve filho e tudo e temcom aquele corpão e pula igual uma doida+ P4: Aquela também+ P3: Claudia Leite+ P6: Paula Fernandes+ P5: Paula Fernandes é linda+ P3: Eu não gosto da Paula Fernandes+ P6: Parece uma boneca+ P4: E tem aquela que tem uns cinquenta anos a Madona olha o corpo que ela tem+ P1: Tu já viu a mão da Madona- olha o corpo que ela tem+ P4: Olha ela tá muito inteira+ P6:ai quem dera eu chegar na idade dela assim+ P4: Aquela que faz a propaganda também na lá em Balneário que ela faz propaganda no outdoor+ P1:Sei a Sharon Stone+ P4: Isso meu deus que mulher ela tem uns setenta anos já aquela mulher sabia+ P3: Por isso é que eu digo que essas mulheres de maquiagem elas ficam top- agora querendo as Panicat elas podem tirar a maquiagem que elas não ficam tão feia+ P6: Mais elas tem quantos vinte anos+ P1: Nnão elas tem entre vinte e cinco e trinta+ 316 P4:Meu deus eu olho assim parecem que elas tem vinte e tantos já+ P1: Mais eu me espelho bastante em mulher mais velha assim- eu não lembro o nome de nenhuma agora+ P3: Ana Maria Braga+ P1: Não que eu acho a coisa mais linda- quando eu digo mais velha mais velha mesmo- não lembro o nome dela agora+ P5: Hebe+ P1: Que ela era a mãe da mãe da Luisa dessa novela que acabou+ P3: Nossa+ P4:Que ela fez umas letras+ P1: Uma que tem o cabelo curtinho assim- com os cachinhos soltinho- a mulher deve ter uns setenta anos mais ela é perfeita- ela não é uma velha vestida de moça- ela é uma velha vestida de velha chique+ P4: Aquela do cro lá patroa do Cró lá- como que é o nome dela+ P3: Cristiane Torloni+ Não é que nem a Claudia Raia meu a postura dela+ P1:É porque ela era bailarina+ P3: Ela é top+ P4: Ela é bailarina né+ P3: Ela chega aquele sorriso aquela boca elegante eu quero ser igual a ela+ P5: Ai a Kate Perry é linda+ P6: Tem a Fatima Bernardes+ P3: Na verdade também eu me inspiro nessas dai- mais eu me inspiro um pouco na minha família também- eu me inspiro também nas mulheres que estão perto de mim P5: Minha irmã que é modelo internacional+ P2: Eu tenho uma irmã que é modelo e ela já desfilou com o Reinaldo Gianechini- ela mora lá nos Estados Unidos+ M: Vocês buscam construir uma identidade própria através da beleza+ P4: Com cosméticos ou com o físico+ M: Quando vocês vão se arrumar+ P1: Olha eu não busco assim- mais eu acho engraçado- eu até vejo pelas minhas amigas- eu tenho uma amiga que eu sou nossa- minha melhor amiga eu conheço ela desde criancinha- tem coisas que eu saio e eu vejo- não sei se isso que tu tá querendo dizer-eu vejo tal coisa isso é a cara da Chayane - assim como ela sai - o meu namorado mora em outra cidade eles saem juntos- ele sai com os meus amigos lá vão no shopping tal- nossa isso aqui é a cara da Tamara ela iria adorar isso+ P3: É porque tu tem uma identidade é isso+ P1: É- cores alguma coisa especifica é o beige e aquele rosinha salmão- tudo o que eles vem daquela cor nossa a Tamara ia amar aquilo ali- porque eu sempre to atrás do beige e do rosinha salmão+ P4: Eu sempre busco tá mais feminina possível- porque eu já falo besteira- imagina se eu vestir de homem vão achar que eu sou sapatão sei lá eu- por isso eu tento ser o mais feminina possível porque eu já gosto de fala besteira já gosto de+ P3: Eu já é o moderno vê um óculos meu aquilo ali é a cara+ P5: Tipo você pode tá horrível mais se você tá com um óculos de marca- meu você ta linda cara+ P3: Eu olho aquela roupa linda- mais não fica bem em mim- cala a boca é a tua cara moderno- quando eu coloco é a minha cara mesmo+ P1: É que nem tem coisa que tu fala é lindo mais eu não usaria+ P4: É lindo na pessoa né+ P3: Eu não usaria mais tu ia gostar+ P1:Que ver calça de oncinha eu sou apaixonada calça de oncinha - mais eu não usaria+ P3: Eu gosto+ P4: Eu já usei uma de onça assim+ P1: Nossa eu acho lindo+ Queria ter as pernas grossas pra poder usar em mim não ia dar certo+ P4: Onça já expande mais quem tem muito coxão já não fica legal+ P3: É conforme a onça- eu por exemplo uso onça mais é uma onça mais fechada se eu usar uma onça mais aberta+ 317 P1: Eu já acho legal+ P6: Gente mais tem um ponto que assim- hoje lá na loja apareceu uma mulher com uma sapatilha de oncinha a calça de zebra e blusa de onça++ Dai eu fiquei olhando e até perdi o foco ali+ P4: Será que a pessoa não se olha no espelho- tem que se olha no espelho antes de sair de casa- tem uma menina lá também que quando ela tava básica como tu tá bonita hoje- pra ve se ela se tocava entendeu++ Quando ela tava básica com uma calça jeans e com uma blusa preta- como tu ta bonita hoje eu falava pra ela- porque ela sempre usava xadrez aqui- flor aqui- rosa tipo nada combinando né- porque as vezes na tv passa ai animalprint um negócio que em baixo é onça e em cima é zebra entendeu mais fica legal lá dai tu vai querer fazer um negócios desses não+ P6: Que nem uma vez aconteceu comigo eu fui num bailão- bailão mesmo- fui de calça jeans e uma blusinha e salto- dai cheguei lá e tinha uma velha lá e tava com aqueles vestidos embalados a vácuo sabe e branco hein com aquela baita daquela pochete- meu e eu que me acho feia normalmente- eu tava me achando uma beldade lá dentro- meu tu começa a ver cada coisa- eu me diverti tanto analisando a situação sabe+ P1: Tu sai na balada- tu tem que reparar nossa que vaca- nossa que linda- tipo nossa que guria ridícula- tu tem que reparar+ P6: Não se a gente começar o olhar e ver que as pessoas tão se sentindo bem sabe- e as pessoas estavam tão bem consigo mesma- que era visão do inferno né- meu tavam se sentindo assim e tu acha que estavam sentada látodo mundo tirando pra dançar+ P1: E ninguém falou que tava feia- o que eu ia dizer é assim se tu sair como roupa e tu acha que tá bonita- pode ser qualquer um- qualquer um que seje que fale pra ti nossa essa roupa não ficou bem pra ti pronto+ P5: Meu cara é bem assim oh eu coloco uma roupa pra sair amor tá bom- ai não não tá legal sabe aquela coisa de tu fica mal+ P1: Tu nunca mais vai conseguir usar aquela roupa+ P4: Uma coisa que eu tu usando agora é mandar pra as amigas no instagran- no grupo lá+ P1: Whatsup+ P4: Whats up- esse dia eu coloquei uma roupa que eu achei tão legal- e a minha mãe falou não tá legal- postei no grupo nenhuma das minhas amigas gostaram+ P3: Minha mãe falou que é só pra pegar opinião só de mãe ou de irmãs- nunca das amigas porque não adianta+ P4: Minhas amigas já não é assim+ P3: Sempre tem uma amiga que vai falar que tá feio+ P4: Eu tinha uma amiga que ia com a perna de fora e eia com a meia defilada- tava falando isso só pra eu ir com a perna de fora também- ai tira a meia pra te ficar com a perna de fora também- dai tu fica+ P3: Por isso eu to te falando não vai atrás de amiga- elas são tudo vou te dizer+ P1: Essa minha amiga que eu tava falando melhor amiga ela faz moda- não porque ela faz moda é porque ela é uma aluna muito aplicada- e ela tem uma coisa que a maioria das minhas outras amigas não tem- não sei se é porque ela faz moda- mais tipo assim ela consegue vê o que fica bonito em você- vamos dizer eu faço tem a Julia e a Débora ah eu vou saber o que fica bonita pra Débora ou pra Julia- ai é lindo aquele vestido roxo+ P4: Não generalizar pra ela já não fica+ P1: E que nem ela fala a gente sai ela pega e olha isso aqui é lindo combina muito contigo- ela vê o que fica bonito em mim e ela tem outro estilo totalmente diferente que eu- porque quem conhece quem já viu uma pessoa que faz moda sabe como é que a pessoa anda+ P3:Ahan design né e estilo bem próprio+ P1:É completamente diferente- e ela escolhe roupas que eu adoro e eu acho que ficam bem em mim- eu tenho uma bolsa verde e eu tenho uma outra amiga que acha horrível a bolsa- uma bolsa verde bandeira- ela gostou ela achou linda ela quis- eu amo a aquela bolsa saiu com ela todo mundo elogia- que linda a bolsa que chique a tua bolsa- e a minha outra amiga acha feio- só que confio porque foi a minha amiga que entende diz que combinavai dar certo porque ela tá estudando pra isso+ P4: As vezes a pessoa não gostou pra ela e pra ti se tu ta te sentindo bem não tem problema nenhum+ P1: Não tenho nada contra verde+ P6: É mais isso ali que eu acho legal porque as vezes assim você tando bem consigo próprio até mesmo não tá proporcional- mais a pessoa tá com um sorriso bonito a pessoa acaba se tornando bonita em si- acaba atraindo uma beleza própria+ 318 P3: Sorriso é a entrada fundamental+ P4: Ssorriso com um clareamento no dente+ P6: Porque não adianta nada ter aquele externo - a pessoa é uma beldade- mais a pessoa tá com aquele baita bico- aquela pessoa fechadona- meu aonde é que tu vai achar beleza ali a pessoa se apaga+ P4: Verdade muita gente fala que eu tenho cara de brava+ P1: Tu tem cara de brava+ P3: Tu tem cara de brava+ P1: Tu chega bem assim na sala+ P3: Que eu tenho cara de brava e depois que a pessoa me conhece a pessoa me conhece fala meu tu é totalmente diferente- pensei que tu era uma chata nojenta+ P1: Mais eu também todo mundo fala- mais é porque eu tenho a cara meio assim- mais a minha mãe também tem uma cara meio assim++Não é por mal é a minha cara+ P5: Todo mundo fala que eu tenho cara de chata e emburrada+ P6: Mais é uma forma de beleza também+ P1 Pois é+ P5: Cara de nojentinha+ P1: No meu ultimo emprego eu cheguei- quando eu cheguei todo mundo me odiava- ninguém gostava de mim todo mundo ria de mim e falava mal de mim- eles não me suportavam- só que eu quem me conhece mesmo sabe ou você me ama ou você me odeia porque eu sou uma pessoa muito educada eu não minto- se tu perguntar pra mim se eu acho bonito eu acho bonito se eu não acho tá ridículo eu falo a verdade+ P4: É eu sou duas pessoas diferentes quando tu não me conhece e quando tu me conhece bem e ver que eu sou duas pessoas totalmente diferentes- tu olha assim pra mim tu pensa uma coisa se tu me conheceu eu sou outra pessoa++ Eu sou brava envergonhada e quando me conhece sou totalmente diferente eu perco a vergonha eu já falo+ P1: Mais então né quando eu fui lá eu virei amiga das meninas eu falo com elas até hoje- vou lá pra Itajaí vou ver elas e tal- uma chegou em mim uma que é mais querida que eu- tem que junta eu e a Daniela pra dar metade dela de tão simpática que ela é+ P3: Sério+ P1: Ela é muito grossa- ela chegou pra mim e falou pra mim depois que a gente já era amiga e tal né- nossa Tamara tu quando tu entrou aqui eu não te suportava- a minha vontade era de quando tu passar eu te dar um soco na cara- eu não te suportava tu era uma nojenta uma metida- mais agora tu provou pra mim que tu era diferenteagora eu gosto de ti e+ P5: A guria que trabalha no RH comigo eu meu quando eu te via eu te odiava- sério não conseguia passar do seu lado dava vontade de dar uma voadora- hoje em dia a gente é melhor amiga assim e ela também não gostava de mim no começo+ M: Por que que vocês buscam beleza+ P3: Como que é+ M: Por que que vocês buscam beleza+Estarem belas bonitas+ P1: Pele lisinha- cabelo loiro peitão+ P5: É um rímel também+ P3: O que a gente busca pra ficar bonita+ M: O que vocês buscam- quais as motivações+ P6: É pra minha autoestima+ P3: Autoestima também+ P4: Autoestima+ P5: Pra se sentir melhor+ P4: Pra arrumar um namorado++ P1: Isso ai não quer dizer nada+ P3: Acho que pela autoestima porque se eu me achar bonita todo mundo vai me achar também+ P4: Pois é quando eu saio assim e eu não to me sentindo bem com roupa ou esqueci o meu curvex que esses tempos eu esqueci eu não me sinto bem na festa- é se sentir bem mesmo+ 319 P1: Eu não sei é porque é aquilo que eu falei quando eu to sozinha é porque eu quero me sentir bonita porque eu quero que as pessoas olhem pra mim- e quando eu to com o meus namorado eu quero que as pessoas olhem pra ele e nossa como a namorada dele é bonita- tipo são vários motivos- até pela minha mãe também que eu quero que a minha mãe tenha orgulho de mim- são varias coisas assim não tem uma coisa específica+ P3: O meu pai que sempre que eu esteja menos bonita+ P1: Meu pai não+ P6: É uma necessidade própria nossa de se sentir bem tá bem consigo mesmo+ P1:Eu antes agora não faço mais porque não tenho mais tempo- eu chega a fazer quando eu fazia só estágio- eu chega a me maquiar toda só em casa+ P6: Ai eu as vezes faço isso pra ver se essa maquiagem fica legal+ P3: Pra isso ai eu não tenho pique+ P1: É bom porque ninguém me vê- só tava eu ali me sentindo bem+ P4:Ai que tem uma coisa que é muito chato passar maquiagem- quando eu penso meu agora eu vou lá e tenho que passar maquiagem+ P1: Eu não tenho problema em passa e sim em tirar a maquiagem+ P5: Depende do dia tem dia que eu quero passar maquiagem- mais tem dia eu não quero mais eu vou passar+ P3: Eu fico pensando meu e u vou ter que tirar tudo+ P1: Eu também é bem isso que eu penso+ P6: Eu faço assim oh eu vou testar maquiagem ai quando eu acho que tá legal dai eu tiro uma foto ai já posto no face+ P3: Ai tem que tirar uma foto com certeza+ P6: Ai marcar o momento né + P1: Ai eu já não tiro mais porque antes eu tirava e o meu namorado começava a fala porque tu botou a foto porque tu tirou-o dia da foto de de óculos que eu botei o dia que eu ganhei o óculos botei lá e tirei a foto dai regatinha e apareceu aqui o meu peitinho mais meu deus do ceu o meu peitinho++ Ele pegou e falou assim pra mim porque que tu tirou aquela foto decotada- meu deus que decote+ P3: Uma coisa que eu não ligo muito é essa questão de namorado- eu respeito a opinião dele mais eu nãoproblema é teu eu vou usar o que eu quiser+ P1: Mais eu não tirei a foto+ P6: Me conhece assim+ P3: Vou usar e pronto não adianta tipo o meu namorado odeia que eu use vestido curto- mais eu vou usar- ele fala tu vai com esse vestido teu pai não falou nada+ P1:Isso ele não liga+ P3: Se falou mais e dai eu vou assim+ P1: Meu pai não fala+ P6: Eu as vezes fico fazendo look em casa pego uso baby lese assim+ P1: Fica inventando coisa+ P4: Eu faço cacho faço assim com papel alumínio fica igualzinho- na minha capa eu to com um cachão e eu não uso babylease nada+ P2: Com secador tu faz + P3: Com chapinha- coloco papel alumínio e coloco chapinha- papel alumínio+ P2: E não queima o cabelo+ P6: Eu as vezes fico trocando ideia com a minha irmã ela mora em Campinas- porque eu não tenho parentesco aqui ne- moram tudo fora mora no parana mora em são Paulo- então as vezes eu to conversando com as minhas irmãs né- ai elas ai tira uma foto- as vezes eu tiro agora e mando pra elas+ P1: Eu procuro na Internet tambem as vezes eu jogo penteado de transa e jogo lá na Internet ai eu tento fazer+ P6: Eeu jogo assim maquiagem para loiras- maquiagem pra olho+ P2: Olho claro- eu faço isso também+ P1: As vezes tu ta lá tentando fazer uma trança++ M: Mais alguma coisa - muito obrigado+ Transcrição Grupo 6 320 M: Qual a importância da beleza na vida de vocês+ P1: Depende da fase eu acho+ P2: O que eu tenho percebido pra mim- cada vez eu tenho dado mais importância pra isso- eu já tive bem menos preocupada- não sei se é pela idade que a gente vai começando a se preocupar mais- mais cada vez eu vou incrementando mais alguma coisa- agora eu to botando bluche- antes eu não usava++ To até pensando em plástica já+ P1: Não tu não precisa imagina+ P3: Eu também- eu depois dos quarenta eu já procurei mais sei lá mais maquiar talvez seja pra esconder algumas rugas- ai eu acho que com a idade a gente vai dando mais importância é essa questão++ P4: Eu sempre fui vaidosa então só cuido mais é claro- mais com certeza a idade vai chegando a gente tem que começar a cuidar usar mais cremezinhos e tal+ P5: Eu to numa fase que eu acho que eu já devia ter começado mais cedo++Já devia ter usado mais protetor solar na vida- já devia ter feito mais hidratação no cabelo- então eu percebo que eu já devia ter começado mais cedo++ P1: Mais dá tempo ainda++ M: Como é que vocês se enxergam diante do espelho- qual é a percepção que vocês tem de vocês do corpo de vocês+ P5: Eu tenho algumas coisas que eu gosto- gosto bastante- tem algumas coisas que eu quero disfarçar porque eu não gosto e outras que definitivamente eu não gosto+ P1: Queria tirar de uma vez+ P2: Eu tenho melhorado com passar do tempo apesar de estar ficando mais velha- eu acho que- acho não eu sou a mais velha de todas+ P1: Imagina+ P2: Acho que sim Alessandra+ P1: Quantos anos+ P2: Acho que isso não é importante pra pesquisa++ Quarenta e seis+ P1: Ah então é um pouquinho só mais velha+ P2: Então eu acho que eu tenho gostado mais de mim- talvez por eu estar me produzindo gastando um pouquinho mais do que eu já gastei com cosméticos e tendo essa preocupação- eu tenho gostado mais assim tem um saldo mais positivo do que negativo- talvez eu to tendo aquela impressão que algumas pessoas olham as vezes até pras fotos- poxa mais naquela fase eu nem me achava bonita mais hoje olhando pra foto+ P4: Eu até me acho++ P2: É acho que deveria ter me valorizado mais na época- então eu to começando a fazer isso- porque eu nunca tive isso muito não- olhava para o espelho e não gostava muito não+ P1: Mais você era casada nessa época++ P2: Qual época muitas épocas++ P1: Tem uma piadinha que fala assim-uma mulher fala assim pra outra- nossa como tá linda oque você fez+ Me separei+ P2: Na verdade nisso você tem razão- depois que eu me separei+ P1: A gente se cuida mais+ P2: É até a família do meu ex-marido falou isso++Dai eu já tava separada+ P1: Porque dai pode comprar os produtos sem dar satisfação né+ P2: É e também porque a gente quer dar o troco+ P3: Eu acho que quando a gente chega depois dos quarenta a gente tem-olha no espelho e a gente tem que se aceitar assim porque não tem mais jeito né+ P2: É eu acho que é bem por ai mesmo a gente tem que se coçar mais mesmo+ P1: Mais é eu acho engraçado porque na minha adolescência assim quinze dezesseis anos a gente todo mundo tinha a mania de passar batom- só batom- rosa- vermelho- e hoje em dia não tanto as meninas de quinze ou dezesseis anos muita maquiagem no olho- blauche- isso na nossa época a gente não passava né + P2: E não usava lápis no olho+ P1: Não nada lápis no máximo+ 321 P5: Esse dias eu fui nas olimpíadas do meu filho da escola- quando eu cheguei as meninas vieram correndo assim o tia o tia- porque eu sou a tia né- o tia o tia tens lápis de olho+ P1: Doze anos+ P3: Doze anos eu acho+ P5: Elas queriam porque tinham saído de casa e não tinham passado porque as mães não permitem- então elas chegaram lá e queriam o lápis de olho- não infelizmente a tia não tem++ P1: E é tudo né até cílios postiços pro dia a dia assim+ P2: Tanto que eu cheguei a perguntar pras minhas alunas como é que tu consegue ter os cílios deste jeito+ Ah é tal marca- ela já foi passando pra mim aquela cor lá+ P1: Deixa mais comprido+ P2: Isso e tu passa assim- e me explicando o jeito de passar- porque é incrível assim como elas usam no dia a dia- uma coisa que nem em festa as vezes a gente usa+ P1: É exatamente- na nossa época era só passar- agora tem assim tem assim+ P2: Exatamente- exatamente+ P1: A minha filha mais nova quer fazer faculdade de cosmetologia- e ela faz altas maquiagens então já+ P2: E qual a idade dela+ P1: Agora tem dezessete- mais ela com catorze anos já maquiava as outras- ela tem uma caixa de maquiagem assim oh+ P2: Legal++ M: Aproveitando que tipos de cosméticos vocês consomem mais+ Perfumaria- cuidados para pele- produtos ligados ao cabelo- maquiagem para rostos- olhos- lábios- unhas- proteção solar- depilatório- cremes+ Detalhem+ P2: Tudo P1: Um pouco de tudo+ P3: Por exemplo se tu ir no meu banheiro tem uns dez tipos de shampoo+ P1: É+ P2: Eu compro batom todos os meses+ P1: Sério+ P2: Acho que dificilmente eu fico um mês sem comprar batom- eu uso batom vinte quatro horas por dia eu uso batom pra dormir- então eu sou assim- eu sou compulsiva por batom+ P5: Isso é verdade que eu já vi ela tá sempre passando batom+ P1: Que delicia- que legal+ P2: To sempre com batom- sempre sempre- agora se for ver com gastos eu gasto mais com meu cabelo+ P1: Com maquiagem+ P2: Cabelo- com o meu cabelo+ P1:A com o teu cabelo+ P2: Porque ou é tintura- ou é luzes- além da chapinha que eu tenho que fazer mais eu faço progressiva+ P1: Você tem cabelo cacheadinho+ P2: Bem cacheado++ P1: Não acredito sério++ P5: Cabelo de Barbie o dela+ P2: Agora já tenho que fazer progressiva de novo- to aqui decidindo porque já tão as ondas aparecendo- então é uma coisa que eu não fico sem- dificilmente eu vou voltar atrás- voltar a ter cabelo crespo++ P5: Eu gasto mais com o cabelo também- faço alguns procedimentos que se o meu marido descobre o preço que eu pago++ P1: Ele te mata+ P5: Porque a gente reclama quando eles compram alguma coisa para o carro que é um absurdo que isso é muito caro- só que aí quando a gente põe na ponta do lápis quanto que a gente gasta com o cabelo e hidratação e tintura+ P2:E não é qualquer shampoo né+ P5: E daí usa shampoo- usa living- usa pra pentear- usa pra pontas duplas- usa pra tudo- então cabelo realmente é o que mais gasta- mais também gosto de produtos de maquiagem- até um tempo atrás apareceu uma alergia dai eu tive que dar uma maneirada uma segurada pra tentar descobrir qual que é o vilão- alergia nos olhos+ 322 P2: Foi até pro hospital né++ P5: Mais assim consumo produtos de- e agora assim com os cuidados diários sabonete- hidratante são esse populares mesmos assim falando em marca Natura- as vezes do mercado as vezes compra um sabonete intimo se muita preocupação+ P2: E hidratante todos os dias no rosto pra rugas já faz anos que uso- eu uso três vezes ao dia+ P1: Meu deus funciona então+ P5: Não eu não tenho esse hábito+ P1: Eu também não+ P5: Protetor solar eu já consigo passar uma vez por dia+ P1: Eu não consigo+ P5: Dizem que tem que passar duas e na nossa três vezes porque vai até as onze da noite- por causa das lâmpadas frias+ P3: Eu já uso anti-sinais com fator solar que já tem filtro- se esquece do protetor já tem o do anti-sinais+ P2: É pelo menos o rosto tá protegido- mais o pescoço tem tomar cuidado mais eu já passo hidratante até aqui né- até o pescoço tudo+ P1: Eu começo a passar aqui assim no olho- quando alguém vem com alguma promoção que vender Mary Kay Avon aí eu compro- mais eu não uso- uso uma ou duas vezes mais depois eu esqueço pra mim é secundário assim- mais o cabelo também gasto mais em cabelo- mais eu vou no salão- não sei fazer o meu cabelo+ P2: Mais o shampoo não é qualquer um que tu usa+ P1: Não eu nem uso eu só faço no salão+ P2: Porque shampoo também tem que ser um shampoo especial+ P1: Não entendo nada de shampoo- não tenho saco pra entender de shampoo- então vou no cabelereiro+ P2: Ai teu gasto é bem maior+ P1: Dai eu faço pacotinho- por exemplo quatro escovinhas por setenta e cinco reais por mês+ P4: Vale a pena+ P2: Dai vale a pena+ P1:Porque eu não tenho saco de ficar três horas+ P2: Porque o teu cabelo é muito comprido também+ Eu acho que outra coisa interessante também que eu tenho percebido é que as mulheres mais velhas tem se permitido também um cabelo comprido- é uma coisa que antes depois dos quarenta+ P1: Era sempre cabelo curtinho é verdade mesmo+ P2: Então historicamente se a gente for ver se gasta mais porque a gente se permite ter esse cabelo comprido+ P1: O cabelo cresceu é verdade- é mesmo++ P2: É uma diferença também+ P1: E até maquiagem também né antigamente não se usava tanto assim né+ P2: Minha mãe não usa até hoje né- a minha mãe nunca foi pra um salão- nunca fez a unha então compara comigo- é bem diferente mesmo uma geração da outra+ P1: Eu acho que a frequência geralmente de todas as mulheres é uma vez por semana fazer a mão- de quinze e quinze dias o pé mais ou menos- o cabelo mais ou menos toda semana é isso o básico+ M: Aproveitando que vocês estão falando de salão de beleza- qual a frequência que vocês vão a salões de beleza ou clinicas de estéticas+ P4: Salão de Beleza toda semana+ P1: Eu também toda semana+ P2: Eu vou duas vezes por mês+ P4: Se não é a unha eu vou fazer uma hidratação pelo menos- agora fazer a sobrancelha tintura hena+ P2: Ah tem a sobrancelha- tinha esquecido a sobrancelha- é então umas três vezes por mês+ P1: E mais a depilação né+ P2: Ai eu já faço uma unha e já faço tudo junto+ P1: Étem que fazer tudo junto+ P5: No meu caso deve falhar uma semana talvez- pra não dizer que toda semana mais também frequento+ P2: É quando a gente para pra pensar+ P5:É bastante né meu deus+ 323 P1: Por isso que a minha filha quer abri um salão+ P2: Ela tá certa+ M: E clinicas de estéticas+ P1: Eu raríssimo acho muito caro+ P5: Uma vez por ano+ P1: Eu acho que nunca fui+ P2: Eu duas vezes por ano faço massagem relaxante+ P5: Uma vez por ano eu vou lá e faço aquele pacotão- massagem modeladora-massagem contra celulite- algum tratamento de drenagem linfática+ P1: E funciona+ P5: Ela explica que demora uns três meses ou quatro meses pra voltar o que era antes+ P1: Ah entendi- e dura+ P5: Isso- depois a gente tá toda coberta de novo dai não faz mal- chega lá quando começa a esquenta vai lá pra botar as pernas de fora- barriga de fora- botar tudo de fora- depois volta a cobrir tudo de novo- ainda bem que no nosso país- na nossa região dá pra fazer isso né senão+ P4: Eu faço todo ano também+ P5: Uuma coisa que eu percebo que as minhas amigas elas estão gastando assim- eu não cheguei ainda nessa fase eu acho mais eu acho que eu vou chegar- que elas estão investindo em uma coisa assim mais pesada que é a aplicação daquelas coisas de carboxterapia que eu ainda não fiz- essas coisas assim de um peeling mais pesado em estética que eu ainda não fiz+ P2: Tá na hora de eu fazer um negócio desse+ P5: Botox- tem muita gente que eu conheço- mais eu ainda não fiz- mais botox- linhas de expressão- bigode+ P2: Fio de ouro no bigode+ P5: Dai eu fiquei pensando porque que eu não fiz- porque porque eu não cheguei na idade- porque as minhas amigas chegaram nessa idade- então agor+ P1: Chama mais a atenção esse papo né+ P2: Fio de ouro você coloca no bigode chinês+ P1: Ahan+ P2: Dai você preenche com fio de ouro+ P1: Ah u buraquinho- deve ser uma fortuna né+ P2: Não sei eu não consegui descobrir ainda quem faz isso- mais eu quero descobri+ M: E sobre atividade física vocês fazem alguma atividade física+ P2: Eu fazia até alguns meses atrás mais eu quero voltar- eu acho que é fundamental+ P3: Caminhada só+ P5: Mais faz mesmo o Bete o só+ P3: A sim agora voltei né- mais comecei hoje- mais amanhã já vai tá chovendo né+ P1: É não dá prioridade né é quando dá- eu fazia bastante mais dai eu parei- agora to tentando de novo - tá ficando cada vez mais difícil+ P3: O ano passado eu fazia depois eu parei+ P5: No meu caso eu faço natação- faz uns quatro anos que eu nado regularmente- às vezes as atividades profissionais não permitem uma rotina de atividade física- eu não tenho assim paciência pra acordar cinco horas da manhã- quatro e meia da manhã- ou fazer depois das onze horas da noite- não consigo- então a regularidade a frequência não tá dando certo- mais eu faço duas vezes ou pelo menos uma vez por semana atividade física e também faço pilates uma vez por semana+ P1: hum que delícia+ P5: O pilates é mais regular do que a natação- por uma questão não de estética+ P1:Postura+ P5: Mais de saúde daí++ M: O que estimula vocês a consumirem cosméticos é a mídia- são outras mulheres do convívio de vocês- da família- ou do ambiente de trabalho+ P4: É tudo+ P2: As possibilidade de ficar um pouquinho mais jovem- mais bonita com um brilhinho- autoestima eu acho né+ 324 P4: Também acho+ P2: No meu caso também além de tudo isso e de convivência com as pessoas mais jovens também- as próprias alunas- e a questão também de eu não ser casada- então eu acho que é uma coisa meio natural- me produzir mais me arrumar+ P1: É- é mais é legal gente+ P2: Então assim tu tá ali né mostrando que tu tá bem quem sabe tá pronta para um outro relacionamento acho que isso faz parte e daí não tem como tu não te cuida- passo batom arrumo o cabelo+ P1: Bonitinha- bonitinha+ P2: Eu tento né- usar um saltinho né- mais assim pra quem me conheceu ela já me conhece há alguns anos deve perceber o quanto eu venho mudando nos últimos anos- é como se eu tivesse apreendendo- como se cada vez eu tivesse valorizando um pouco mais- algo que antes eu não me importava muito- talvez eu era meio conformadanão me achava muito bonita mesmo- e depois eu comecei a perceber que não é por aí- dá para você fazer transformações- dar pra mudar- eu fiz uma cirurgia no rosto também a dez anos atrás- depois disso também algumas coisas mudaram- eu coloquei aparelho eu fiz duas cirurgias no maxilar e na boca- mexeu com toda minha estrutura da boca- meu sorriso é dez vezes melhor do que era- então eu acho que tudo isso foi estimulando estimulando e fez também que eu mudasse e valorizasse que eu consigo melhorar um pouquinho é possível e a gente vai vai ficando cada vez mais consumista+ P5: E mais vaidosa+ M: Quais os estimulos exatamente por que vocês se cuidam+ P4: Por indicação bastante- a pessoa usou um produto é bom- indicou eu vou lá e experimento- não vou mais pela mídia não- eu vou por indicação+ P1: Eu também acho que não vou pela mídia- quando eu me sinto bem eu to meia feliz eu me produzo- quando eu to meia depre+ P5:Comigo é ao contrário+ P2: Eu sou ao contrário também+ P5: Quanto mais assim oh- hoje eu to sem maquiagem sem nada cabelo seco ao vento porque eu to bem- agora quando eu não to bem+ P1: Agora a gente já sabe+ P5: Já sabe - agora se eu aparece no salto vestida- suspeita+ P2: Eu sou que nem a Daniela+ P5:Dai as pessoas falam nossa que linda+ P1: Ao contrário+ P5: Dai upa- e a pessoa que legal o que que você passou- dai+ P1: É o truqe+ P5: É o truque dai os elogios que a gente recebe- e aquilo vai vai fortalecendo- a melhor roupa e para o dia mais triste porque é o elogio eu acho que é a motivação+ P1: É uma recompensa+ P5: É a motivação que me leva a me preocupa-o meu marido assim não gosta muito sabe- ele não gosta que seja consumista- ela acha que tudo é bobagem-é a gente teve um evento no sábado - dai ele falo assim pelo amor de deus vê se não exagera né- mais porque vou fazer uma maquiagem mais elaborada é um evento social+ P1: Anoite+ P5: Ai não fica feio- mais como fica feio muito pelo contrário- ai eu não gosto fica feio- por mais ue que eu seja totalmente- digamos assim que eu não ligue pra opinião dele+ P1: Independente+ P5: Mais dai eu já cuidei já não fiz um olho tão preto- aí eu já não coloquei o brilho- já fiz uma maquiagem opaca- porque ele falou que não gosta que não acha bonito+ P1: Eles tiram o brilho da gente- engraçado né na gente eles não gostam- mais nas outras eles gostam+ P5: Ah pois é+ P1: Ahan- põe uma mulher toda maquiada na frente deles- eles olham+ P2: Pra mim é importante isso mexe conmigo+ P5: Tu olha a Grazi assim+ 325 P2: Eu olho nas revistas- na revista Claudia ainda-eu olho não eu tenho que fazer alguma coisa- eu já passei dos quarenta e nunca consegui ficar desse jeito- se eu não fizer nada dai mesmo eu não vou chegar++ To pensando até em fazer plastica- até em colocar silicone+ P1: Não tu não precisa+ P2: Coisa que antes eu não pensava muito que eu achava que eu tava tranquila- até porque eu sempre fui magra também- mais hoje em dia eu já fico pensando em me arredondar mais+ P1: É porque assim a gente sempre fica com um padrão de referência né- qual que é o padrão de referência né peitão a tambem quero- bundão ah também quero- pernão- ai tem um monte de mulher com pernão horrivel némais tem um monte de gente querendo seguir- eu acho que referência né+ P3: Mídia+ P2: E as vezes comentário dos outros né+ P1: É+ P2: E a maior parte das mulheres valorizam o peitão+ P1: Aí tambem quero ter peitão+ P2: Fica dificil né tu não concorre neste nível+ P1: É engraçado isso né+ P3: É verdade+ M: Vocês falaram em algum momento em padrão- vocês acham que existe um padrão de beleza+ P1: Eu acho+ P5: Tem+ P1: Tem- existe um que predomina ainda que é a magra- peituda- cabelão- loira de preferência- tem que ter olho azul de preferência- eu acho++ Liso cabelo liso++ P2: E por isso que a gente gasta tanto com o cabelo++ P1: É o padrão né- existem outros- agora tá começando tambem com a midia não tem uma propaganda da natura ou da dove que coloca várias mulheres com o corpo natural-gordinha de barriguinha eu acho que é da dove né que aparecem de calcinha e sutiã mais supernaturias parece que a gente tem que se identificar com aquiloporque né- porque aquilo que é o real gordinha- barriguinha- e vai perguntar pro homem o homem gosta de uma barriguinha- gosta de uma celulite- eu não me importo- eu já vi varias reportagens deles falando que não se importam com celulite+ P5: E qual que era a pergunta mesmo+ M: Se existe um padrão e qual seria+ P5: Tá na minha opinião o padrão é assim não muito gorda e não muito magra- cabelo não muito cheio e não muito lambido- não muita maquiagem- não sem maquiagem- eu acho que o padrão é um equilibrio assim- tem que ter uma harmonia uma simetria- uma coisa tem que combinar com a outra- não adianta ter um peitão caido pra frente- um bundão e ser toda magrela- tem que ser aquela coissa assim- equlibrada+ P2: Agora tambem eu acho que existe uma discrepância o padrão das mulheres e o padrão dos homens- nisso que a Alessandra falou- os homens gostam de uma mulher mais arredondada eles gostam disso pelos que eu tenho pelas pessoas que eu tenho conversado- mais as mulheres entre si disputam para quem é a mais magra- tanto que no ano passado quando eu emagreci nove quilos por questão de saúde- todo mundo em minha volta como é que você conseguiu isso- as mulheres queriam ser assim- e os homens Claudia tá emagrecendo muito né- então assim eu acho que os homens valoriazam uma coisa e as mulheres muitas vezes não percebem isso- querem cada vez ficar mais magras mais não é o que os homens querem- então eu acho que é uma coisa a ser conversada a ser discutida porque as mulheres vão sempre querer estar naquela disputa entre elas e não tão percebendo acham que quando o homem fala não é bem assim- tanto que nesses tempos eu estava conversando com um amigo meu e a mulher dele era obesa e após ela fazer a cirugia de redução de estomago e ela começou a emagrecer- não entrei em detalhes também como que foi eles acabaram se separando- e ele disse que até hoje ele prefere as mulheres mais cheinhas- então e aí++ P1: Talvez seja diferente uma mulher pra olhar e uma mulher pra ter né como parceira é diferente esse padrão de beleza+ P2: Os homens preferem as que tem um pouco mais+ 326 P5: Eu acho que a beleza ela cans- não é que ela cansa eu acho que a gente se acostuma com a beleza- se tem uma mulher que a gente falou totalmente equilibrada ou u homem- a gente tá falando das mulheres né- a gente olha ai que bonita e tal mais depois aquela beleza que a gente achava tão+ P1:Por fora+ P5: É aquela beleza vira padrão vira comum a gente se acostuma com aquela beleza e a gente já nem percebe mais aquilo que fez o tchan quando a gente viu a pessoa pela primeira vez- olha que mulher mais linda+ P4: Verdade+ P5: E ai ela fica no teu dia-a-dia e ai tu convive com ela - ai ela continua sendo bonita mais não é mais aquilocom aquele tchan+ P1: É verdade+ P5: Acostumo- acostumo com o cabelo- acostumou com o tipo de maquiagem que ela usa- com as roupas que ela usa+ P3: Por isso que a gente precisa trocar as cores do cabelo+ M: Vocês entendem que a busca da beleza está ligada a dinheiro+ P5: Não existe mulher feia- é mulher pobre é assim+ M: O dinheiro é importante pra ter beleza+ P5: É+ P1:Pra ter produtos é importante- pra ter produtos+ P5: Se submeter a tratamentos estéticos+ P2: São as duas coisas pra ter produto- mais a beleza também tem o status de+ P1: Claro você vê uma mulher sarada- linda- maravilhosa- e voce pensa claro que com o dinheiro é facil négeralmente a gente fala isso né+ P5: A gente fala mais também ela vive disso- só faz isso+ P4: É vive pra imagem né+ P1: Então não sei né- tem haver+ P2: Mais a preocupação com a beleza ser mais vaidosa te da certo poder- as pessoas as vezes valorizam mais uma pessoa que tá mais bem vestida- mais bem cuidado- com o cabelo mais bonito- mais maquiada+ P1: Mais é engraçado né com as modelos top modelos- geralmente quando tu vai ver uma entrevista na vida pessoal delas o que que elas falam que gostam de ficar de chinelo de shorts rasgado de camiseta sem maquiagem nenhuma- quando elas tão no dia-a-dia delas verdadeiro como elas são com os filhos e com marido em casa né+ P2: Talvez porque no caso delas a beleza é a profissão quanto mais produzidas elas vivem disso+ P1: É vivem disso- vendem a imagem+ P2:Que não é o nosso caso né então talvez por isso seja diferente né+ P1: Então pro marido não cansar da feiura de vez em quando a gente tem que ficar bonita né++ M: O que vocês acham dessa abundência de cosméticos que existe que é exposto pela mídia+ P2: Esse bombardeio+ P5: As vezes me dá um desanimo+ P1: Porque é tanta coisa+ P3:Eu queria ter dinheiro+ P1: Ai também queria ter dinheiro pra comprar umas coisas assim+ P2: Tu não sabe o que funciona o que não funciona+ P1: É por exemplo você tem referências- no meu caso que a minha filha mexe com maquiagem- eu escuto do lado da maquiagem- já creme assim eu não entendo nada- mais por exemplo tu pegas o lápis de olho na farmácia norma- bom mais normal e você pega um lápis de olho da MAC- totalmente diferente- só que no Brasil muito mais caro- né lá fora é o mesmo preço é barato assim- agora quando você compra esse produto no Brasil comparando com o brasileiro nacional é muito caro então a gente acaba ficando com o produto mais barato- mais eu bem que queria comprar um produto melhor que faz efeito- eu já provei e faz efeito é diferente- um batom que não borra- mais é muito mais caro então fica com o mais barato mesmo+ P2: O problema é que tem muita coisa e ai o que que funciona- você não tem condições de ficar pagando pra aquilo e isso as vezes da um desanimo aí vou chegar lá+ P1: Não vou poder comprar aquele+ 327 P2: Talvez eu seria mais bonita se eu tivesse condições de pagar mais tratamentos mais você não tem nem tempo- nem dinheiro pra isso+ P1: É talvez não é maior prioridade na nossa vida eu acho- não é prioridade assim++Por isso que eu acho que é uma fase na nossa vida essa questão de beleza externa é uma fase++ M: Que percentual da renda de vocês acham que vocês gastam com cosméticos+ P1:Por mês+ M: Por mês+ P3: Nossa depende mês+ P4:É bastante+ P2: Eu acho que é três por cento porque tem mês que eu só compro um batom- as vezes mais+ P5: Mais o consumo entra tudo inclusive o salão não é++ M: Tudo- shampoo+ P3: Ah então uns vinte por cento+ P4: Vinte por cento+ P2: Ah eu não coloquei os procedimentos coloquei só os produtos+ P1:É uns vinte por cento as vezes mais as vezes menos+ M: Fazem alguma atividade física- academia+ P1: Ah então vai mais uns trinta por cento+ P3: É trinta por cento+ P5: vai contando centro de estética P4: É vai mais+ P1: Nutricionista é caríssimo- porque agora você vai na nutricionista ela não te dá um cardápio de comida ela tá dá uma lista de vitamina que tu tem que tomar- tá lá é não sei que do peixe omega tres- cascara não sei do quetudo comprimido- minha filha já tem uma pilha tudo comprimido que ela vai tomando+ P2:Tua filha já tá tomando+ P1: É uma fortuna mais ela faz né- ela vai na nutricionista desportiva dai ela direciona pra ganhar massa muscular+ P2: E como ela tá de massa muscular+ P1: Tá indo+ P2: Quantos anos ela tem+ P1: Tem dezessete- mais é geral a moçadinha da idade dela todas assim+ P2: Eu preciso tomar essas vitaminas pra ver se eu fico mais redondinha+ P1: Então vai no nutricionista esportivo depois eu te dou o endereço+ P3: A minha filha de dezessete tá focada em outra coisa+ P5: A tua filha de dezessete tá focada em outra+ P3: Tá focada em outra coisa+ P1: Ah tem no Shopping Mueler no último andar- agora ela viu um tal de comida que não é só pilula-agora dentro dessas lojas que tem comprimido pra estetica tudo- como é que o nome dessa jornalista morena que deve ter uns sessenta anos+ P2: Que adotou umas criancinhas+ P1: Maria+ P3: Glória Maria+ P1: Ela conta que o segredo dela+ P2: Ela toma mas oitenta pilulas por dia+ P1: Quantas? P2: Umas oitenta+ P3: Um absurdo+ P1: Um absurdo mais olha se eu ficar daquele jeito até quero+ P5: Tem umas linhas agoras desses cosméticos+ P1: Só que assim né deve ser tudo francês o que ela compra+ P2: Ela disse que em cada lugar que ela vai cada coisa nova que ela conhece ela já traz daquele país porque ela viaja pouco né+ 328 P1: E ela é linda se fosse pra ficar igual a ela eu tomava+ P2: E ela usa progressiva também né++ P5: Então é bastante o que a gente gasta- então resumindo eu percebo que a gente não tem controle de quanto a gente gasta com isso- mais é muito mais do que a gente imagina+ P1: A minha filha gasta com a maquiagem- com o salão- com a nutricionista- com o salão e com a própria academia e agora com o alimento que compra na própria academia naquela academia gym não sei que com o próprio alimento eles vendem eles tem congelado é equilibrado imagina é uma fortuna+ P2: Uuau+ P1: E fora dermatologista que não existe no plano de saúde+ É trezentos reais por consulta cada vez+ P5: Eu fui naquele negócio de medicina porque tava um absurdo o que o médico tava cobrando particular+ P1:CRM+ P5:Isso e aqui em Joinville eu fui numa dessas associações de medicina e eles disseram que cada médico é livre pra cobrar o que quiserem não existe um teto+ P2: Meu deus como é que não tem dermatologista- é claro que tem no plano de saude+ P1: Nunca já daqui seis meses somente- vai marcar pelo plano só daqui seis meses- no particular é na hora+ P2: Ah entendi- entendi+ P1: Mais eles não olham a parte estética é só doença como nos endocrinologistas também cuidam só de doençase for pra emagrecer elas cobram- consulta da endócrino pra emagrecer é caríssimo trezentos paus a consulta+ P3: Assim vai o salário inteiro+ P5: E pegando um pouco emprestado do marido++ M: Aproveitando vocês cuidam da alimentação+ P2: Sim+ P3: Ah isso sim P1: Eu dependendo da fase eu cuido também+ P5:Cuido mais não cuido tanto quanto deveria+ P1: Isso poderia cuidar mais né+ P2: Eu por ter problemas de saúde eu tenho que cuidar- que é o que me mantem esbelta magra com menos de cinquenta quilos- eu tenho intolerância a lactose e esse final de semana inclusive lá em casa tinha aniversário da minha mãe- já tive uma crise ontem e já tenho que entrar na dieta porque senão eu passo mal- muito mal- muita dor de cabeça- muito ruim- então eu tenho que viver sempre cuidando da minha alimentação- então já é uma alimentação livre dessa gordura do leite- lactose é o açúcar e a gordura- então eu já tenho que cuidar por causa da dieta- então lá em casa a gente já e acostumada a não comer fritura nada disso- então lá em casa a gente cuida bastante- sempre tem umas três legumes e verduras a cada dia no almoço- tranquilo+ P4: Principalmente no final de ano- setembro a gente começa a cuidar mais né- dai fevereiro a gente começa a dar uma relaxada+ P2: Menos roupa- mais exposta+ P4: Isso mesmo tem períodos que a gente cuida mais né++ M: E preocupação com emagrecer vocês tem- fazem dieta+ P1: Constante- ainda mais depois dos quarenta gente você não consegue emagrecer- não consegue+ P5: Se eu já não consigo e ainda falta um tempinho pra chegar nos quarenta e eu não consigo emagrecer- eu cuido a semana inteirinha emagreço um quilo- ai chega final de semana vai pra pizzaria- faz um lanche- vai pro restaurante come sobremesa+ dai chega segunda feira de manhã um quilo a mais- dai cuido a semana inteira perde um quilo e final de semana ganha um quilo- eu vivo nessa luta+ P1: Antigamente quando a gente era mais jovem não né rapidinho você volta o peso+ P2: Mais hoje eu já vejo que tem a questão do metabolismo também- porque eu sempre fui magra- não que eu já não tenha tido um pouco mais de peso- mais ao mesmo tempo esse meu metabolismo acelerado- fa com que eu não guento essas coisas que o pessoal aguenta o dia inteiro sem comer- eu passo mal eu fico ruim de três em três hora- ou de quatro em quatro horas eu tenho que comer alguma cois+ P1: Mais você tá certa+ P3: É tem que comer de três em três horas+ P1: Mais o meu corpo o meu metabolismo pede- a Dani que me acompanha tá perto de mim mais tempo me vê as vezes na reunião eu tendo que pegar um lanchinho uma coisinha+ 329 P1: Mais tá certo+ P2: Porque eu não guento- eu passo mal- da tontura da sintomas de+ P1: Por isso que você tá magra- você que tá certa+ P2: Pois é- mais algumas coisas são da natureza+ P1: Engraçado você estar falando porque a minha filha foi na Nutricionista dai ela falou você tem que comer de três em três horas- mãe eu vou ter que comer de três em três horas eu vou virar uma bola- então acha que o intervalo+ P2: Mais dai você come menos+ P1: Exatamente- então essa relação é errada né comer três vezes por dia você come mais+ P2: Mais se eu quiser como agora eu queria engordar uns três quilos porqu eu acho que to muito- tu não consegue também- tu não consegue porque o teu metabolismo é assim+ P3: Vamos enxertar algumas gorduras minhas em ti+ P2: Além da revolta das mulheres né- revolta que olha++ M: Que sensação que traz o consumo de cosméticos pra vocês+ P3: Na hora você acha que vai ficar uma princesa- depois você vê que não era nada disso+ P1: Mais a sensação é a de comprar e assim ai agora vai- agora vai esticar+ P2: E que nem aquela agua termal vocês já usaram+ P1: Não+ P2: Meu deus isso é magnifico por enquanto só tem importado né+ P1: Mais o que que faz+ P2: Uma agua cheia de minerais assim e francesa- nossa preenche até as ruguinhas assim+ P3:Purifica né a pele+ P1: Mais é pra lavar+ P2:Nossa que chique+ P5: Não conheço+ P4: Nem eu+ P3: E boa pra ti colocar junto com a maquiagem- tu pode misturar junto com a base+ P2: É importada mais ela tem na Catarinense tem vários tipos tem várias marcas e por acaso eu conheci porque eu ganhei de presente+ P1: Ai que lega+ P2: Ganhei de um aluno que trabalhavas na drogaria catarinense- tu lembra do aluno até- e ele me trouxe de presente no final do ano- e ai eu ai que legal- até deixei de lado não sabia o que que era- quando eu comecei a usar meu deus mais isso é magico e é só uma aguinha+ P1: Então engraçado eu acho que a nossa classe financeira assim sei lá a gente não conhece coisa tanto muito boa- a gente conhece o bonzinho que é o que chega- essa peruas tem uns produtos que+ P2: Eu acho que a gente trabalha muito- a gente não tem muito tempo a gente até que- até olha até vê mais assim não dá tempo pra participar+ P1: Mais é que esse produtos caríssimos- essa lancome que fala sei lá que é caríssimo- eu vejo assim as peruas falando ai você já comprou esse- e entre elas e é so entre elas vai- a gente geralmente é natura- avon- Mary Key já é meio caro né- Boticário já é caro+ P2: Mais essa agua termal faz a diferença+ P5: Vou procurar+ P4: Também vou+ P2: tT que usa piscina+ P3: É caro mais não é eu acho que custa quarenta e poucos reais um vidrinho+ P1: Mais dura quanto tempo+ P2: Agora comprei um desse tamanho assim+ P5: Nossa+ P2: Tá durando uns dois meses uns oitenta reais+ P1: Mais você passa quantas vezes por dia+ P2: A uma vez só- as vezes antes de dormir eu passo também ou quando tu sente que a tua pele tá meio ressacada assim do sol- tanto que ele é pra usar pós sol né- pra piscina- pra praia é bem legal interessante++ 330 M: A busca da beleza está relacionada a vocês estarem atraentes fisicamente para maridos- parceiros- noivonamorados+ P2: Exatamente+ P3: Eu acho que é pra me sentir bem+ P1: Eu também sou pra me sentir bem+ P2: Eu é pelos dois pra mim e pra me tornar mais atraente até como eu me falei já porque eu sou solteira então pra mim também é interessante esse outro lado- essa coisa que aí é só pras mulheres- pra mim é mentira- é pros homens sim- não é só pras mulheres não- a gente acaba competindo isso é meio natural assim né mais é pra chamar a atenção com certeza- me sentir poderosa -bonita- principalmente pela idade né++ M: Vocês falaram também em competição com outras mulheres existe isso realmente+ P1: É padrão de referencia né eu acho- ai que lindo esse batom- também quero esse batom- ai da onde é esse rímel que fica assim né+ P5: Eu acho que assim mais pra ficar igual assim+ P1: Igual – padrão- pra padroniza né engraçado+ P5: Não no sentido de competir no sentido da maldade assim+ P1:Não não+ P5: Mais pra você participa daquele grupo- todas usam eu também vou usar né- no teu circulo de amigas elas usam isso você também vai usar no teu trabalho elas usam você também vai usar+ P1: Quem não tem vai ficar meio diferente+ P5: Isso+ P2: No nosso caso que trabalhamos com jovens- é natural mesmo a gente olhar pras meninas de vinte anos que tem a metade da idade da minha idade olhar e dizer poxa é isso que as meninas tão usando- essa estória do rímelpor quanto tempo eu vinha prestando atenção até que um dia eu resolvi perguntar por mais que eu me esforçasse meu rímel não fica igual o dela+ P1: Ahhhh+ P2: Então eu tenho referente- eu também quero esse olhão será que é só o tamanho do cilio+ P3: Compra um curvex+ P2: Pois é eu ainda não tive coragem já me falaram disso+ P3: De fazer+ P1: É bem simples+ P5: Eu já tive e já joguei fora- não conseguia fazer com aquilo++ Botei pra reciclar não conseguia usar+ P2: Eu acho que eu vou ser que nem a Dani- também acho que eu não vou conseguir usar um negócio desse nãomais que a gente olhas as meninas e fica pesando não posso ficar pra trás+ P3: Vocês não tem uma adolescente coloca pega o curvex vai ficar bonito- dai depois vai querer fazer sempre né+ P1: É uma filha adolescente ajuda mais assim ah forçar a você usar uma coisa é esses dias eu passei um blachezinho e ela falou ai que lindo blachezinho- ai você se anima né é engraçado depende de um estimulo mesmo+ P5: Eu tenho filho e talvez ele vai pelo meu marido+ P1: Vai ao contrário+ P5: Ele diz ai que exagero++Meu deus porque esse exagero- aonde que você vai+ P2: O meu filho como ele não tem referencia eu não tenho marido em casa- o meu filho olha nossa mãe tá bonita né+ P1: Ai querido+ P2: Então isso é interessante né e ele é bem observador- e em nenhum momento tem isso já o teu filho tem a referência do teu marido né+ P1: Mais é o marido sempre vai tosar eles tosam mesmo se a gente corta o cabelo assim tão linda e eles nem percebem né- mais se tu põe uma saia curta um batonzão vermelho a unha vermelha+ P3: Já fica feia+ P1: Que engraçado né++ M:Vocês entendem necessárias ou fariam intervenções cirúrgicas com fins estéticos+ 331 P2: Se tu me perguntasse isto a um ano atrás talvez eu diria que não- hoje sim- porque por duas situações que eu já passei uma que eu estava no otorrino e quando eu fui ver a consulta que ele tinha preenchido lá falava em estética facial- tinham as duas coisas otorrino e estética facial- e eu como assim estética facial+ Faz plástica- faz procedimentos né de plástica- sim eu faço- nossa até me ajeitei na cadeira ai eu fui perguntar até por causa da cirurgia que eu fiz no queixo eu acho que dá pra fazer algum tipo de ajuste- e ele disse não mais calma ainda dá pra esperar até chegar aos cinquenta pra dai mexer- mais dá pra mexer- puxar- e começou a explicar algumas coisas- em tão essa foi uma situação de que antes nem me preocupava com isso já aconteceu e esse dias conversando com uma conhecida que nunca tinha pensado em colocar silicone e colocou silicone- ai eu vi como ficou legal e ela mais velha do que eu né e eu fiquei pensando porque não eu sempre tive os seios pequenos e tem ficar usando sutiã de enchimento pra entrar no tal do padrão que nós estávamos falando antes né-ai eu fiquei pensando porque não- e ai tu vai vendo que com o passar dos anos por mais que você faça o procedimento atividade física né tem algumas coisas que tu tem que dar uma mãozinha+ P1: Recalchutar P2: Sim eu sei tem que ajudar porque senão-então eu hoje faria sim já tenho visto preço já tenho conversado com outras pessoas hoje já tenho preocupação mais no meu caso é uma preocupação em função da idade mesmo não é em função só da mídia da moda como eu tive primas na mesma situação que eu com dezessete anos colocaram silicone no seio+ P1: Tá cheio agora+ P2: Não isso nem me passou pela cabeça em fazer isso antes agora depois dos quarenta agora sim agora eu faria+ P1: Eu ao contrário eu antes talvez eu faria e hoje em dia quando eu vejo assim pode ser muita coincidência mais alguma amigas minhas que fizeram silicone depois um mês depois estavam com câncer de mama é pode ser coincidência mais faleceram e tal e agora a sogra da minha filha tá- e foi um mês depois então ela tava linda né e agora hoje ainda a minha filha falou que ela fez mastectomia teve que tirar o silicone- ela falou mãe tá horrível de um lado- ai ela tá fazendo quimio muito pesada aquela quimio vermelha então caiu todo cabelo ai ela tinha feito a um mês a mama e aqui aí ela tá com uma cicatriz enorme aqui e uma enorme aqui e careca- o mãe você olha pra ela ela parece um et- então eu já perdi sete amigas de câncer de mama da nossa idade entre trinta e oito e cinquenta e três a mais velha novas né então e todas assim com estética cuidavam muito então hoje eu fico refletindo muito até que ponto- até a minha filha falou se eu ficar com qualquer câncer sei lá eu não quero nem fazer tratamento nenhuma intervenção- porque ela tá acompanhando dia-a dia de uma pessoa que tem que fazer tudo na quimioterapia- as intervenções cirúrgicas e tudo então ela falou não quero fazer nada- eu também acho que não ia fazer nada -não mexam em mim- ai eu vi uma exposição ai esse dias foi de um fotografo que só fotografou as mulheres com câncer de mama vocês viram+ P3: Lá no Mueller+ P1: Não não lá no Rio de Janeiro umas fotos enormes com mulheres com mastectomia peladas assim+ P2: Eu acho que eu ouvi falar+ P1: Então assim eu fico refletindo ao contrário quanto menos intervenção melhor+ P5: Eu não vou dizer nunca como a Claudia falou pode chegar a minha vez- mais hoje nesse momento hoje eu não me arriscaria tem umas gordurinhas aqui a mais que me incomodam mais eu acho que são de relaxamento se eu pegasse firme na malhação fizesse uns exercícios localizados pilates e tudo conseguiria melhorar muito então não tenho aquela vontade mesmo que eu tivesse dinheiro- hoje também não tenho dinheiro mais também se tivesse dinheiro- eu acho que eu não faria porque eu sou cagona- sou medrosa tenho medo de hospital pago pra não ir tenho medo de ficar+ P1: Piorar sei lá+ P5: É de assim de fazer uma coisa por estética por vaidade- não vou dizer nunca+ P1: Hoje eu sou super contra+ P5: Tem outras coisas que eu não goste aqui aqui aqui que talvez um procedimento mais evasivo daria jeito e talvez ficasse muito bom - mais não tenho dinheiro e tenho medo também de fazer+ P1: Vocês viram aquela bonequinha que tá rolando no facebook é assim oh um cara com uma mão e um estilete de bisturi a mão tamanho real e a bonequinha tipo uma barbie assim ai ela faz assim com a bonequinha ele levanta e tira pelo daqui raspa porque a gente tinha pelo né ai ela pega ali nas partes intimas ele tira tudo porque agora ali também se tira tudo- pois se você quiser você chega na depilação elas perguntam total- anal ou se quer com tatuagem- elas fazem o desenho que o marido pede por exemplo um coração ai ela deixa só o coração ahan 332 é só ir em qualquer depilação e você pergunta tá e depois tirou ai ele pegou colocou um produto ela emagreceu dai tira um pedaço do estomago dai tira um neném gente é chocante isso aí - ai daqui a pouco ela vai naquela pra bronzear e põe um silicone põe o outro dai da uma caída ela põe um maior no final começa a cair tudo ela se desintegra a boneca né aquilo ali não tem uma palavra uma legenda mais é o reflexo do que a gente tá vivendo hoje e você olha meu deus até a sobrancelha né tudo falso+ P5: Ai eu quero ver esse vídeo+ P1: Aqui cabelo tudo falso+ P2: Toda fake+ P1: Toda fake e ai no final começa a desintegrar tudo porque o corpo não aguenta mais+ P2: Eu vi esse dias um vídeo que era uma sátira também com relação a essa valorização e ai mostrava uma mulher lavando o carro toda poderosa aquelas pernonas+ P1: Shortinho aqueles peitão+ P2: Shortinho- ai aquele homem olhando + P1: Lavando o carro que eles adoram+ P2: E ai ele olhando aquela mulher de sainha curta aquela cena assim clássica e dai daqui a pouco mostra ela do outro lado dizendo assim oh era estrangeiro a obra dizendo não exagere nas plásticas de um basta nas plásticas e o rosto era de uma velhinha- então todo o corpo era construído era fake+ P1:Aconteceu esse dias comigo na rua eu vi uma mulher de costas nossa que corpo lindo indo assim parecia uma mocinha dai passou uma velha você via que era uma velha cheia de plástica mais você via que era uma velha é tão estranho isso né+ P2: Não é uma coisa natural+ P1: Não é natural o contraste é muito feio+ P2:Talvez seja aquilo que a Dani fala o medo ao mesmo tempo que a gente quer e vê que é possível- consegue fazer o financiamento e tal- mais daqui apouco você pensa pelo outro lado de celebridades que exageram+ P1: É+ P2: Esses dias eu vi a Luiza Brunet numa entrevista e eu já acho que ela tá passando+ P1: Começo a perder a+ P2: Do ponto acho que ela não precisa ela ainda tem uma beleza exuberante e ela não precisa percebe na entrevista que passava o preenchimento do lábio- porque ela tem um lábio característico dela assim que é mais fininho mais bonitinho mais já ta descaracterizando então se o povo que tem tanto dinheiro já ta perdendo a sua característica principal a sua beleza eu acho que também não por aí+ P5: Aquelas amigas que eu falei que já tão fazendo estes procedimentos de aplicação de botox - elas entendem porque as celebridades se internam- porque você faz o bigode- primeiro essa ruga na testa que é a mais fácil+ P1: Primeira cois+ P5: Que é a mais fácil de resolver a testa- ai viu que deu certo faz o bigode- viu que deu certo o bigode vai aplicar aqui a parte da pálpebra e assim vai+ P1: Só que assim vai caindo de novo+ P5: Isso+ P2: Até porque o botox mesmo que custa uns seiscentos reais para cada vez que tu faz+ P5:Dura noventa dias+ P2: É dura seis meses né- quem que consegue botar um negócio desse+ P1: Fora a tal depilação a laser- que agora elas querem laser o que que é tira definitivamente tudo pra sempre não sei seu dura- dois anos três anos mais na verdade a gente tem que ter esse pelinho de proteção né tira tudo+ P2: Tanto que os outdoors tem né homens e mulheres fazendo a propaganda+ P1: Até os homens né já sem nada aqui+ P2: Não entendo né+ P1: É bem estranho++ M: Anteriormente vocês falaram de celebridades- existem celebridades que inspiram vocês tenham como referência de beleza+ Quem seriam se tem+ P3: Eu queria ser a Julia Roberts+ P2: Eu queria ser a Jenifer Aniston+ 333 P1: Mas sempre quando ela tá simples né porque a Julia Roberts quando ela tá que nem a Gisele Bundchen eu sempre gosto de ver elas na vida cotidiana delas de chinelo acho demais- shortinho quando ela tá toda bonitacomo a Dani falou já perdeu a graça eu já sei como é que é né mais ver ela de verdade+ P2: Na verdade que elas são belas mesmo sem aquela produção+ P1:É sem nada+ P2: Mais ai os pobres mortais é que a gente tem que fazer os procedimentos pra que a gente possa parecer assim tão natural assim como elas- mais não é bem assim que as coisas funcionam né+ P1:É é+ P2: Em geral eu acho que no meu caso eu acho que as referencias são mais internacionais do que nacionais+ P3: Queria só o cabelo da Gisele+ P2: Até porque quem são as que atualmente mais se falam ah as Panicats pra mim não são referências mais pra garotada eu acho que muitas+ P1:Panicats são o que as saradas+ P2: É aquelas do Panico todas+ P5: Eu acho legal essas celebridades falando em celebridades inspiradoras pra gente que são né eu olho também e penso né que legal que bonito que cabelo bonito que corte de cabelo legal que pele maravilhosa- que sobrancelha olha o dente que clareamento né+ P2: Que branco+ P5: Então é assim que a gente repara nas celebridades e que interessante assim que aparece que a mídia mostra a evolução de todas as celebridades pode perceber né aquela Juliana Paes -a Grazi Massafera- a Sabrina Sato como que elas também ao longo dos dez quinze anos que elas estão na mídia também evoluíram umas secaram umas incharam+ P1: Outras colocaram silicone+ P5: Outras colocaram silicone- mudaram nariz e a pele o cabelo próprio estilo também+ P1: A própria cor do esmalte né a Giovana Antoneli sai na acaba na prateleira aquele azul do esmalte- horrível me desculpa azul horrível mais horrível aquele azul na mão- mais acaba + P2: Eu acho lindo aquele azul+ P1:Ninguém nem para pra pensar né- não tudo bem no caso assim na mão acho estranho- é uma coisa assim ninguém para pra pensar sai comprando+ P2: Sai comprando+ P5: Sai comprando vai+ P2: Eu não sou muito chegada a verde+ P1: Mais o azul você gosta? P2: Gosto+ P1:Não porque tá na moda- porque gosta mesmo+ P2: Não é é eu não sei se porque é moda porque a gente vai se condicionando né agora você fez uma pergunta difícil+ P1: É porque eu só vi uma ou duas vezes não consegui assim- porque a propaganda te massacra né é que nem carro né+ P2: Tu já visse quantos tons diferentes que tem na manicure tu já visse muitos- só uma fileirinha daquela gondolazinha dela+ P1: Vários tons+ P2: Todos os tons de azul+ P1: É que nem carro né- saiu um carro- começaram a sair esse carros- porque eu sou da época que tinha pouquíssimos modelos né a gente é da é-de repente começo a sair essa variedade assim que quase não diferencia nada um do outro porque é tão pouca mudança um do outro- nossa que carro feio quando lançavam depois todo mundo tinha aquele carro- até que to achando bonito aquele carro aí compra aquele carro né que loco isso+ P2: Vai acostumando exatamente+ M: Vocês entendem que existe uma cobrança muito grande pela sociedade brasileira em torno da beleza feminina- como é que vocês se sentem diante disto+ P1: Eu acho que a cobrança vem da própria mulher- eu acho já escutei pessoas chegando pra mim falando assim ai hoje você passou um batonzinho e um blachezinho- tipo assim você tá se cuidando nada a ver- eu passo 334 quando to feliz to bem mais pra ela e como se eu estivesse descuidada como se eu não tivesse maquiagem- o meu descuidado é outra coisa quando eu to descuidada eu nem saio de casa+ P2: Eu acho que no Brasil existe uma valorização muito grande com relação a beleza e a gente se cobra sim e eu me flagro cobrando também das outras pessoas por exemplo a minha mãe não usa maquiagem- nunca foi na manicure e ela usa um cabelo totalmente branco quantas vezes eu já falei pra ela já sugeri ela não dá importância pra isso inclusive tem gente até que legal cabelinho todo branco né+ P1: Assumiu corajosa né+ P2: Isso pra mim assim eu não quero ficar assim não é assim que acho legal então do mesmo jeito que eu falo tem outras pessoas que eu falo devem ter outras pessoas que falam também- mais eu acho que no Brasil existe uma cobrança muito maior que em outros lugares em outros países+ P1: Padrão de beleza- eu até tava conversando com uma amiga sobre isso esses dias sobre cabelo branco qual é ai é porque eu não faria cirurgia ai eu também ela falou tá porque ela já fez uma intervenção bem pequenininha pra tirar essa bolsinha aqui e essa quantidade disso+ P2: É o que eu quero fazer também+ P1: Isso e ficou linda- e você não tem nada e não precisa fazer+ P2: Depois a gente conversa que eu vou te mostrar uma fotinho+ P1: Tá ai ela falou o seguinte que dá um ponto aqui no olho dai eles tiram tudo mais ela falou que valeu a pena o esforço tá mais ai ela falou tá mais qual a diferença porque eu falei assim eu sou contra intervenção cirúrgica tá mais qual a diferença de pintar o cabelo de tirar o branco e fazer isso ++Tá o meio é diferente né o processo é diferente né mais é uma intervenção então se tu é contra assim então também não pinta o cabelo né e tudo mundo pinta o cabelo né+ P3: Deus me livre começa aparecer os brancos+ P1: Eu acho que pintar o cabelo é o que a maioria das mulheres fazem- mais do que pé do que maquiagem+ P3:Apareceu cabelo branco me dá desespero+ P2 É complicado+ P5: A cobrança é grande a cobrança dos outros é grande e assim da sociedade né e assim da profissão- você sempre tá bem apresentada e sempre bem para ser aceito e as pessoas sempre te cobram- nossa mais que cara de cansada que o que que tu tem+ P1: Dormiu o dia inteiro+ P5:Mais na verdade é porque não tá produzida não tá maquiada você tá relaxada então tem a cobrança sim++ M: O ambiente de trabalho que vocês frequentam cobra muito de vocês estarem produzidas- estar maquiadaestar com uma roupa diferente a cada dia+ P2: Leve a gente já teve+ P1: Não é assim uma imposição- mais é uma comparação+ P3: É é uma comparação+ P1: Se todo mundo se arruma- você pra mim é uma outra mulher agora- quando você era minha aluna- não assim nada feia- assim não se cuidava- não mais é verdade sempre simplinha eu acho que você tá tão exuberante né- a roupa mais bonita o cabelo mais não é verdade quem conheceu a Bete antigamente+ P2:É eu conheci a Bete antigamente+ P3: Acho que é uma coisa assim da idade a idade vai chegando e a gente vai se cuidando mais+ P1: Não e assim poderosa de uma coisa assim consegui me formei agora sou uma profissional passa uma coisa assim bonita+ P2: Mistura de autoestima com a nova colocação agora+ P3: O status né+ P1: Um amadurecimento né sei lá- não é que cobra como uma imposição- tem lugares que cobra né - tem que vim por exemplo você vai trabalhar no Boticário nessas lojas de cosméticos- você tem curso de maquiagemvocê tem que vir toda maquiagem né mais no dia-a-dia de um trabalho assim normal você vai pelos outros né se todo mundo vai simples você vai simples se todo mundo vai no salto você vai ter que ir no salto né+ P2: É verdade+ P1: Porque se alguém parece diferente simples você já vai ficar assim né é engraçado né++ P2: A gente trabalha com muitas pessoas muitos jovens também eu acho que é meio natural né e como essa garotada anda muito produzida++ 335 P1: Muito na modinha engraçado porque agora a produção deles é tudo rasgado tudo furado aí eu fico pensando como é que eu vou assim né na faculdade não posso a moda tá ao contrário né o chique agora é o estragado né+ P2: Mais daí não dá aí a gente tem que ficar no clássico+ P1: é tem que ficar no clássico ou no máximo jogar uma calça rasgada dai é chiquérrimo+ P3: É boa++ M:Como é que vocês entendem essa preocupação demasiada com a imagem- redes sociais- instagramfacebook+ P2: Aí uma pressão+ P1: Eu acho demais isso aí assim eu não gosto eu não curto aquelas coisas de selfie exagero de maquiagem e foi tanto assim com maquiagem que agora as meninas lá que rolou o selfie sem maquiagem até fica estranho mesmo- porque você olhava elas superproduzidas e de repente você olha sem- mesmo que aquela beleza natural é a bonita mais limpa e tal- mais você fala nossa que palidez que branca porque a referência que hoje a gente tem é o exagero da maquiagem né+ P2: É+ P1: Parece até outra pessoa as vezes dependendo do caso é outra+ P2: Tanto que esses dias tava rolando uma mensagem no face que dizia assim oh eu chego atrasada mais eu não chego feia++Quer dizer tem que se produzir faz parte tinha uns desenhinhos de batom e não sei que então a pressão é grande+ P5: É uma pressão que eu percebi que a gente mesmo entra nessa onda+ P1:É sem ter nada+ P5: A gente sabe que tá errado- trabalha faz atividade física tem uma casa pra cuidar tem três cachorros- tem carro+ P1: Filho- marido+ P5: Tem filho marido e ainda tem que tá produzida tem que cuidar do cabelo tem que ta maquiada+ P1: Dente branco- unha feita+ P5: Dente branco- unha feita e magra além disso tudo mais quem cobra isso da gente+As vezes a gente ta lá do lado+ P1: A gente mesmo+ P3: A gente mesmo se cobra+ P1: Se cobra+ P2: Existe a pressão de fora mais a gente+ P3: É porque tu vai chegar no teu ambiente de trabalho e vai te alguém bem produzida- então tu que chegar tu já quer chegar na altura né+ P2: Exatamente+ P1: Bem assim+ P5: É imposto é imposto+ P2: Mais é desgastante e atire a primeira pedra a mulher que já não se maquiou dirigindo- não dirigindo assim oh+ P1: Uum rímel ou um lápis eu já passei+ P3: Paro no sinaleiro+ P5: Abre a bolsa rapidinho passa logo um batom antes de entrar no lugar e vai+ P2: Com o filho no carro olhando o sinaleiro e aqui colocando o batom+ P1: Mais lembra que a gente tinha uma colega que trabalhava aqui que era professora de inglês eu acho saiu no A Noticia uma reportagem ela vinha toda maquiada lembra+ P5:Sim+ P1: Ela fez uma reportagem no A Noticia contando que ela acordava as cinco da manhã pra começar o processo de maquiagem+ P2: Sério+ P5: Ela era professora de inglês e dava aula particular+ P1: Mais ela era a única que aparecia desse jeito e até era estranho porque era demais hoje em dia talvez não ficasse tão estranho+ P4: É pois é+ 336 P5: Ela era avançada para a época dela+ P1: Acho que ela veio dos Estados Unidos trouxe essa moda de lá+ P5: Isso vários tons de sombra escuro no canto+ P1: Era uma coisa assim+ P2: Mais assim oh eu não consigo pra mim é inadmissível eu sair de casa sem ta com um rímel e um lápis+ P1: Ah o rímel sempre e o batonzinho sempre mesmo pra ir no mercado+ P2: As vezes pra ir na esquina eu até vou mais assim pro trabalho nem pensar nem pensar+ P1: Parece que falta alguma coisa né+ P1:Com certeza ainda mais branca do jeito que eu sou se eu não passar não consigo++ M:Onde vocês compram os cosméticos lojas- supermercados- farmácias- catálogos- internet+ P4: Catalogo e farmácia+ P3: Mais em farmácia e catalogo+ P2: Catalogo e farmácia+ M: E o que vocês compram e que marca vocês compram+ P2: Ah e na cabelereira que também vende+ P1: é isso na cabelereira também- Payot- o boticário também gosto- natura gosto+ P3: Pode olhar o meu catalogo depois+ P1: A depois você me empresta o catalogo+ P5: Eu uso Natura- Boticario eu gosto tem algumas coisas da Avon- por exemplo sabonete hidratante shampoo isso é da Natura ai maquiagem+ P1: É de outra marca+ P5: É de outra marca ai Boticario e da Avon então tem assim umas linhas+ P3: Eu também a base eu gosto da MAC+ P1: Eu pego tudo emprestado das minhas filhas quando é MAC- mais quando é pra comprar eu gosto de comprar o bom e barato né o que é bom não compro marca cara+ P3: Mais batom -rímel essas coisas é tudo da Natura até pelo custo+ P1: Sim sim pra você sai mais barato+ P3:Pra mim é mais barato mais eu gosto bastante de coisa de farmácia também+ P1: Ai adoro uma farmácia+ P3: Hidratante protetor é de farmácia+ M: E tem coisa que vocês compram e não consomem+ P3: Tem+ P4: Tem+ P1: Tem- eu to cheio de coisa que eu comprei na semana passada que eu comecei a comprar é primer porque era muito caro eu comprei um só na semana seguinte eu comprei a base mais eu não usei nada até agora+ P5: Mais porque faltou oportunidade+ P1: Não é porque eu to juntando quando eu tiver o kit completo-a base- o primer- o pó dai não sei o que duma linha lá+ P2: Então daqui um tempo vamos ter uma nova mulher++Uma nova Alessandra+ P1: É de uma marca japonesa aí+ P5: Comigo comprar e não usar é produto pra rosto+ P1: Ai eu também tenho um monte+ P5: Anti-sinais compro do chronos aqueles active do boticário+ P1: Usa usa mais nunca acaba né+ P5: Compro e eu não uso+ P2: Passa pra mim então- eu uso e limpo o pote+ P5: Compro e vence porque eu não uso+ P2: Eu tenho a pele seca eu tenho que usar+ P5: Eu uso dois dias+ P2: Agora maquiagem to cheia- maquiagem inteira assim já foi fora porque eu esquecia porque tinha tanta coisa acabava usando os mesmos no dia-a-dia e acabava ficando lá+ P1: Isso mesmo+ 337 P2: No fundinho lá da nécessaire e nem via então tem batom que depois eu comecei a usar e não gostei e deixaem vez de dar pra alguém não fica+ P1:É fica ali fica ali+ P3: Batom- batom eu já comprei e nunca usei eu não uso muito uso mais hidratante- então já comprei e não usei já estragou já venceu+ P1: É sempre sobra maquiagem+ P2: A gente tem que começar a fazer como chama aqueles desapega- pra trocar maquiagem+ P1: Isso+ P4: Isso+ P1: Vamos fazer uma página desapega maquiagem++ M: E com relação ao verão vocês tem algum cuidado especial para verão+ P2: Tem que secar as varizes né- tem que fazer uma geral+ P1: É cada hora é uma coisa+ P2: E tem as varizes agora que tem que secar- dar uma geralzinha antes de mostrar as pernas+ P4: Protetor solar+ P3: É muito protetor solar muita agua de coco+ P1: Nada especial assim+ P5: Protetor e cuidar um pouquinho mais do cabelo+ P1: É deveria né+ M: Mais vocês não se preparam para o verão+ P1: Já me preparei depende da fase+ P3:É tudo depende+ P1: Quando eu tinha namorado assim ai eu me preparava pro verão passava até um pré um creme que eu acho que é da Natura+ P3: Tinha+ P1: Um creme pra deixar pre bronzeada que passava quinze dias antes do sol um pré sol+ P3: Pré-sol que já deixava bronzeada+ P1: Meu faz um efeito só que depois demorava pra sair o efeito+ P3:Nem existe mais+ P1: Não existe+ P2: Não existe ah da Natura mais tem um do Boticario+ P3: Chegava um tempo que eu usava ele tanto que tu começava a cheirar queimado na tua pele- mesmo sem pegar sol eu sentia um cheiro de queimado+ P2: Eu nunca usei porque eu sempre tive medo de usar porque eu sou muito branca e tinha medo de manchar a pele então eu nunca conseguir usar+ P5: E a moda é ser branco também agora né porque quando a gente vê nesse verão preparação pro verão uma pessoa totalmente bronzeada a gente já desconfia essa pessoa tá louca esse negocio de câncer de pele essa preocupação com essa hidratação toda a pessoa que irresponsável- ate mesmo com as crianças quando a gente vê uma criança queimada do sol onde tava essa mãe que não viu isso- não repôs o protetor essa pessoa não tem+ P3: Lembra aquela menina que trabalhava aqui que toda vida todo verão ela começava lembra da Simone ela fazia bronzeamento artificial+ P1:É+ P3: Hoje ela faz mais ainda+ P2: Eu tenho um pouco de vergonha de mostrar as pernas brancas- mais hoje em dia isso já tá mais tranquilo+ P3: Tem coisa bem pior+ P1: Tem- mais isso é engraçado o que a Dani falou porque na nossa adolescência não existia esse negocio de protetor solar+ P5: E a moda era ficar preto+ P1: E agora a moda porque os médicos e a mídia e a indústria farmacêutica- eu vi uma reportagem esse dias sobre a indústria farmacêutica e a questão de alimentos porque uma alimenta a outra porque não pode isso não pode aquilo- dai você tem que fazer a dieta do glúten- dai você tem que comprar o remédio tal dai uma coisa assim+ 338 P5: Manipulado+ P1: Manipulado totalmente e dai não usava era bonito ser saudável e agora tem que ser branco mais já tão falando que não pode ficar totalmente sem tomar sol - tem que tomar sol um pouco a vitamina D ta sumindo do DNA- então afinal pode ou não pode- tem uma coisa por traz que manipula eu acho a indústria farmacêutica cosmética manipula eu tenho certeza+ P2: Tanto que eu fiz esse tal do exame da vitamina D deu que eu tinha falta eu tomei durante um tanto e o medico me deu mais um tanto ai eu parei mais eu sei de gente quer toma direto assim e eu não vou tomar nada direto porque o problema tá no desequilíbrio das coisas daqui a pouco ta com osteoporose tá com não sei que+ P1:Tem comprimido pra tudo até pro cabelo e pra unha né minhas filhas tomam + P2: Inova+ P1:Inova elas tomam tudo essas coisas e elas falam que funciona mesmo tudo caríssimo+ P2:Eu tenho medo assim tão jovem+ P1: A minha filha vai falar não- não tem como+ P5: Vai mandar comer beterraba pra comer betacaroteno+ P1:Não não isso elas comem+ P2: Pra quem ta solteira vai competir com essa meninas poderosas+ P1: Pode esquecer+ P2: Tem que pensa em plástica não tem como+ P1: Não tem como competir+ P2:Senão não vou arranjar namorado nunca mais+ P5: Hum+ P1: Nem pensar+ P2: Chega a ser desumano+ P1:Desigual essa competição+ P2: Ufh+ P1: Eu que o diga+ M:Vocês acreditam ser importante buscar construir uma identidade através da aparência dos cuidados com a beleza+ Através do uso de cosméticos vocês fazem isso para construir uma identidade própria de vocês+ P1: Depende pra mim não é uma regra isso+ P5: Pra mim eu não sirvo de padrão de nada+ P1: Também não+ P5: Eu não sou conhecida por esse padrão de beleza e estética de cuidados assim+ M: Não padrão digo marcar uma identidade de vocês+ P1: Depende da fase por exemplo que nem eu falei quando eu to numa fase legal eu gosto de me maquiar tanãnãgosto de passar perfume sempre aquele perfume- talvez perfume seja uma coisa que eu sempre goste de manter o mesmo mais é fase tem fase que eu não me arrumo tem fase que eu me arrumo- depende é estado de espirito+ P2: Eu acho que eu fui mudando isso- fui construindo uma identidade a partir do momento que eu fui descaracterizando essa coisa do cabelo crespo essa coisa de Elba Ramalho eu não tenho mais isso e não pretendo voltar ao menos por enquanto não me passa pela cabeça voltar a ficar com o cabelo assim- tem gente que me olha e não me reconhece hoje que me viu a dez vinte anos atrás não me reconhece ai esse dias me viram de cabelo escuro até entenderem quem que é essa pessoa e realmente acho que toda essa construção tem haver com o meu novo momento da pessoa eo do que tou fazendo+ P1: Ppor isso que eu digo que é uma fase né que a gente tá vivendo+ P2: Não sei como é que vai ser daqui em diante por enquanto eu não consigo imaginar voltando atrás- assim fazendo menos né+ P5: Hum hum+ P2: Eu to querendo ficar com cara de rica agora assim++ P1: Como que é cara de rica++ P5: Cara de rica tem cuidado porque cara de rica é cara de velha+ P2: Tu tem que cuidar pra não ficar over muito maquiada muito produzida+ P1: Ah assim parecendo que tá maquiada forçada+ P2: Isso então daqui a pouco tu pode tá passando um pouquinho do limite+ 339 P1: Mulher do carro né que lava o carro+ P1: Exatamente daqui a pouco tu ta passando aquele lápis do olho mais tu já ta mais velha aquilo já não fica de um jeito+ P3: Lavar o carro também já é uma academia porque lavar o carro queima um monte de calorias né++ P2: É engraçada aquela propaganda chama atenção+ M: Qual tipo de cosmético ou cuidado com a aparência que vocês tem mais+ Maquiagem-cabelo e etc+ P1: Cabelo e cabelo+ P3: Cabelo- pro rosto uma base um prime+ P1: Você pode estar sem maquiagem sem creme mais geralmente você está com o cabelo escovado+ P3: Se o cabelo estiver bom+ P1:Ou quando não dá pra escova pega e faz um rabo- um coque um rabo disfarça+ P2: Por isso que eu tenho cabelo comprido porque nesses tempos modernos rapidinho tu tem o que fazer mais no meu caso seria o primeiro o cabelo segundo a maquiagem e por ultimo os cuidados com pele mesmo assim eu passo hidratante- mais assim todas as etapas da limpeza tonificação+ P1: São cinco mais ou menos né+ P2: Eu parei no terceiro+ P1: É+ P2: Eu tenho três a limpeza a tonificação e a hidratação+ P1: Depois tem o prime se você quiser+ P2: Esse eu não incorporei ainda+ P1: Se quise fica uma hora lá no espelho+ P2: Pois é uma hora aonde- ai tu dorme tarde e acorda com olheira- foi dormir tarde ficou lá se dai a relação custo beneficio não funciona também+ P1: É quem tem tempo e dinheiro+ P2: Eu tenho filho pequeno e três gatos não dá pra fazer tudo isso+ P1: É perfeito+ M: E onde vocês buscam informações sobre cosméticos+ P1: Acho que as informações chegam até mim eu não busco eu não vou procurar sempre chega um catalogo uma revista+ P2: Eu vejo em revista e catalogo+ P1: O próprio shopping você tá passeando vê ali O Boticario+ M: Televisão+ P5: Internet+ P1: Televisão muito pouco+ P2: Internet eu não vejo+ P1: Eu observo muito nos shoppings por exemplo agora o Boticário cada vez eles estão com uma arquitetura diferente- agora eles te convidam pra entrar é tudo aberto a porta ali agora tem cadeira de maquiagem que elas já fazem na hora ali+ P2: Quero fazer um curso desse ainda não fiz+ P1:É eles tem umas estratégias de marketing pra+ P2: Tanto que tu podes comprar em produtos o valor que tu paga né o curso+ P1: Agora acho que tem até cartão fidelidade do Boticario então eles vão inventando coisas assim que você vai estratégias de marketing pra ficar atraente+ P2: Na rua também tem isso mais o shopping realmente é um atrativo chama a atenção+ P1: Porque é mais fácil já ta ali as mulheres todas maquiadas as que vendem você olha e fala nossa que linda+ P2: Também quero ficar assim+ P2: Também quero ficar assim+ P1: Quanto custa essa sombra né elas já são as garotas propagandas+ M: Porque vocês buscam beleza- quais as reais motivações+ P1: Autoestima pra mim não é pra ninguém é pra mim+ P3: Pra mim também autoestima+ P2:Com certeza a autoestima+ 340 P5: Se sentir bem+ P1: É+ P2: E um pouco de poder também quando você quer coloca um salto tu tem alguma coisa que muda+ P1: Um up é- pra ficar mais bonitona né+ M: Vocês entendem que vocês consomem muito produtos de beleza- e entendem que há um consumismo em torno disto+ P1: Se eu tivesse mais dinheiro eu gastava mais+ P2: Não eu não acho que eu sou muito consumista não+ P1: Se eu tivesse eu gastava mais eu queria poder gastar mais produto bom- porque não adianta também comprar produto mais ou menos produto bom eu queria comprar+ M: E como vocês vêm a moda os padrões- vocês seguem ou não qual a visão de vocês+ P1: Não eu nunca sigo- sigo o que eu gosto+ P2:Eu não sigo porque eu não sou tão consumista então eu acho que a moda é muito temporária e eu não consigo acompanhar isto+ P1: Acho que nem da tempo mais disso porque muda tudo muito rápido porque se você quer seguir uma moda daqui apouco o que é moda já não é mais moda+ P4: Eu tento assim um pouco mais não porque é moda é porque eu gosto+ P1: Eu acho que é porque a gente gosta mesmo+ P4: Eu gosto+ P2: Acho que essas coisas de cores alguns detalhes+ P1: Misturar cintura alta+ P2: E também assim vê a adequação do que combina contigo eu não acho que pra mim combina sair de shortinho curto com a minha idade ah sou magra tudo bem mais as pernas são um palito mais e dai acho que não combina então e também com a questão da rapidez de mudança e pelo tipo de trabalho que a gente tem+ P5: Nem da pra investir muito né+ P1: Nem dá pra assimilar muito essa moda porque ela muda o tempo todo+ P2: Eu acho que é melhor seguir mais o clássico e aí é como a Aline tava falando um detalhe uma blusinha diferente uma cor eu acho que é mais por aí um sapato que tá na moda dai um restante fica na moda também porque o sapato já tá mais eu não dou conta não de seguir também escraviza eu acho né quando tu começa seguir muito moda é complicado+ M:Mais alguma coisa+ Obrigado+ 341