Agricultura Orgânica – Parte 3
Um dos fundamentos da agricultura orgânica é a não utilização de produtos
industrializados, tanto adubos minerais quanto defensivos agrícolas. Porém a
adubação de plantas com produtos de origem orgânica requer muito conhecimento
técnico, e não basta jogar material orgânico e ver no que vai dar é preciso saber
preparar a adubação, bem como quando e como aplicá-la.
Todo material de origem orgânica tais como: estercos, tortas de filtro, palhas,
material vegetal tanto seco e/ou verde, resíduos orgânicos de toda natureza (bagaços,
cascas, serragem, restos de hortaliças, podas de árvores, entre outros), farinhas de
ossos, etc. Necessitam antes de seu uso agrícola, passar por um processo prévio
conhecido como compostagem.
A compostagem visa adequar o uso do material orgânico, eliminando plantas
daninhas, pragas e doenças presentes no mesmo, solubilizando nutrientes minerais e
evitando danos as plantas (queima ou morte por processos de fermentação do
composto. O processo de compostagem é algo bastante complexo, visto que envolve
uma infinidade de interações microbiológicas especialmente entre fungos e bactérias.
(veja mais em artigos técnicos do site da Associação de Engenheiros de Arquitetos de
Limeira – www.aeal.com.br).
O processo de compostagem é tão importante que nos EUA existem inclusive
especialistas que pesquisam e estudam os mais diversos processos de decomposição
de resíduos orgânicos, visto que em países de clima temperado os processos de
decomposição de matéria orgânica ocorrem mais lentamente que nos trópicos. Fato
este que traz algumas vantagens e desvantagens, tantos em questões ambientais (lixo)
e agrícolas.
Um exemplo clássico da importância da compostagem é a produção de
cogumelos do gênero Agaricus spp. (champignons, cogumelo portobello, etc.). Para
produzi-los é necessário um bom conhecimento sobre compostagem, visto que estes
AEAL - Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Limeira
(19) 3441.4940 - (19) 3701-4940
Av. Antônio Ometto, 475 - Vila Cláudia - Cep 13480-470 - Limeira SP
fungos são conhecidos como decompositores intermediários e necessitam que o
material orgânico seja previamente decomposto assim como a temperatura,
oxigenação (ou não) e umidade devem ser controladas durante todo o processo a fim
de que o composto seja colonizado durante a prévia decomposição por outros
microrganismos que irão auxiliam no desenvolvimento dos cogumelos, através da
liberação de compostos benéficos aos mesmos (veja mais em www.aeal.com.br).
Enfim não é algo tão simples de ser feito sem conhecimento sobre o assunto.
A produção de compostos orgânicos para o uso agrícola não difere muito dos
processos de produção de cogumelos do gênero Agaricus spp. E toda e qualquer
produção de compostos orgânicos inclusive húmus de minhoca é caracterizado como
processo de industrial (procedimento que altere o estado natural de um produto, um
simples corte ou secagem como exemplo). E desta forma é necessário o
acompanhamento de um profissional especializado (Engenheiro Agrônomo ou
Florestal) assim como uma Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. Visto que são
produtos que se mal preparados podem ser veículos de pragas, doenças, plantas
daninhas, agentes tóxicos tanto ao homem, animais e vegetais, entre tantos outros
problemas.
A “adubação verde” é outra modalidade de adubação orgânica, que é realizada
através do corte e compostagem natural das ervas daninhas ou restos de cultura préexistentes ou extraídas de outro lugar (alga euglena, podas, capina, etc,
www.aeal.com.br). Este material geralmente sofre decomposição natural ou receber o
auxílio de compostos microbianos comerciais ou mesmo adubo orgânico previamente
preparado. Alguns produtores fazem o plantio específico de plantas para este fim tais
como: mucuna, feijão de porco, mostarda, ervilhaca, aveia preta, etc. o que não isenta
a presença de um profissional especializado e a emissão de uma ART para os casos
acima citados.
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O uso de compostos orgânicos e/ou adubação verde apresenta inúmeras
vantagens em termos técnicos e econômicos como: redução de custos de produção
(redução ou eliminação da adubação química que tem alto custo na produção
agrícola), controle fitossanitário (plantas daninhas, pragas e doenças veja mais em
www.aeal.com.br), controle de erosão, melhoria da física de solo (descompactação,
aeração, permeabilidade, etc), aumento da população microbiana benéfica no solo,
etc, Assim como uma melhor qualidade do produto final que será oferecido ao
consumidor.
Porém é importante lembrar que a adubação orgânica mal conduzida pode
trazer prejuízos econômicos ao produtor, ao meio ambiente, bem como aos
consumidores, e danos à sua saúde! Mais informações no próximo artigo, até lá
Everaldo
Piccinin
Engenheiro
Agrônomo
Doutor
em
Agronomia
Presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Limeira - AEAL
Inspetor Chefe da Comissão Auxiliar de Fiscalização do Conselho Regional de
Engenharia
e
Arquitetura
CAF
-CREA/SP
de
Limeira
Tesoureiro da União das Associações de Engenheiros e Arquitetos da Baixa e Média
Mogiana - UNABAMM
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