UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL VERSÃO 2005 CAPÍTULO 6 TORQUE POTÊNCIA SISTEMAS DE TRANSMISSÃO MECÂNICA E HIDRÁULICA EM TRATORES T. C. C. RIPOLI M. MILAN C. D. GADANHA JÚNIOR J. P. MOLIN W. F. MOLINA JÚNIOR FUNÇÃO: OS SISTEMAS DE TRANSMISSÃO TEM POR FUNÇÃO TRANSFORMAR O TORQUE E A ROTAÇÃO DOS MOTORES EM TORQUE E ROTAÇÃO NO RODADO PARA CADA SITUAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO VEÍCULO Í EM OPERAÇÕES Ç MOTOMECANIZADAS UTILIZA-SE DE 4 VARIÁVEIS PARA ENCONTRAR-SE ENCONTRAR SE A MELHOR CONDIÇÃO DE TRABALHO: VELOCIDADE FORÇA TORQUE POTÊNCIA FORÇA? É um fenômeno físico capaz de alterar ou tender a alterar o estado de i é i de inércia d uma corpo material t i l (provocar aceleração ou desaceleração) ou deformádeformá-lo. SELEÇÃO ARGENTINA EXEMPLOS DE FORÇAS F V=0 EXEMPLOS DE FORÇAS V = 2 m/s EXEMPLOS DE FORÇAS FORÇA CENTRÍPETA ACELERAÇÃO CENTRÍPETA V1 T1 T2 V2 V2 - V1 V1 V2 ∆V TRABALHO = FORÇA x DELOCAMENTO x COS α PARA α = 0 COS α = 1 TRABALHO = FORÇA x DESLOCAMENTO TRABALHO = FORÇA x DESLOCAMENTO 2 3 TRABALHO DE UMA FORÇA 2.3. F d τ = F . d. cos θ FORÇA DESLOCAMENTO TRABALHO = FORÇA x DESLOCAMENTO TORQUE ((momento, conjugado, j g binário)) É o fenômeno produzido por uma força atuando ao longo de um braço de alavanca,, sobre um ponto de apoio alavanca apoio,, com a tendência de fazer este ponto adquirir rotação. rotação t ã . A força f considerada id d na determinação do torque é aquela tangente ao perímetro do movimento rorativo. rorativo ti . Componente C t considerada Direção da força EXEMPLOS DE TORQUE UNIDADE DE TORQUE (SI): mkgf F NÃO CONFUNDIR COM Kgfm QUE É UNIDADE DE TRABALHO O TORQUE = FORÇA . DISTÂNCIA F F Engrenagem motora b F Engrenagem movida B CAIXA DE CÂMBIO POTÊNCIA F d P= F . d. cos θ ∆t = τ ∆t P= F . d. cos θ ∆t d ∆t =V P=F.V POTÊNCIA NUM MOVIMENTO ROTATIVO P=F.V VELOCIDADE ANGULAR ω= =ω.R θ ∆t θ = 2.π 2.π.n P = F. F 2. 2 π.N.R 2.π NR V= 2.π 2. π.n.R ∆t TORQUE N - Rotação POTÊNCIA NUM MOVIMENTO ROTATIVO P=F F.2. 2 π.N.R 2.π NR TORQUE P = 2. 2 π.N.T 2.π NT NUMA RODA... RODA T = F.r Fr r ω F P = 2.π.N.T ENTRE ENGRENAGENS E POLIAS POTÊNCIA É UMA FORMA DE SE MEDIR A VELOCIDADE EM QUE UMA FORMA DE ENERGIA SE TRANSFORMA EM OUTRA PORTANTO QUANDO SE TRANSMITE PORTANTO, POTÊNCIA ENTRE ENGRANAGENS E POLIAS, POLIAS DEVE DEVE--SE LEMBRAR QUE HÁ CONSERVAÇÃO DE ENERGIA A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DE UMA TRANSMISSÃO Ã DE TRATORES É A Ç DO TORQUE E ALTERAÇÃO VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO ACOPLAMENTO DE ENGRENAGENS. ENGRENAGENS ASSIM, FORMAFORMA-SE UMA CADEIA CINEMÁTICA POR ONDE A ROTAÇÃO DO MOTOR É REDUZIDA E O TORQUE POR ELE FORNECIDO É AMPLIADO N1 r2 r1 N2 T1 P1 = P2 T2 Exemplo de aplicação de transmissão por correias Em máquina estacionária. Transmissão mecânica z z z z z Embreagem C i d Caixa de câmbio â bi Diferencial Redução final Tomada de Potência CABO FLEXÍVEL CORRENTES (VER VÍDEOS NA PASTA “FILMES”) CORRENTES 2 DIFERENCIAL ENGRENAGENS (REDUÇÃO) ENGRENAGENS JUNTA UNIVERSAL HASTE RÍGIDA PARA MÁQUINAS AGRÍCOLAS EM GERAL POLIAS E CORREIAS REGULADOR Transmissão em tratores z Tipos de transmissão z z z Mecânica - a potência é transmitida do motor ao rodado por mecanismos de contato direto ((embreagens g e engrenagens) g g ) Hidráulica - a potência é transmitida através de meio e o fluido u do Hidromecânica - composição de transmissão hidráulica (acoplamento fluido, conversor hidráulico de torque) e transmissão mecânica VISTA PARCIAL DE UM PAINEL DE COMANDOS A evolução histórica do trator Mialhe, 1980 A evolução histórica do trator FORMAS DE UTILIZAÇÃO DA POTÊNCIA DISPONÍVEL NO MOTOR DO TRATOR EXERCENDO TRAÇÃO ACIONAMENTO MECÂNICO ACIONAMENTO HIDRÁULICO DE MÁQUINAS DE MÁQUINAS E 3 PONTOS MOTOR Mialhe, 1980 Trator com transmissão 4 x 2 auxiliar DIFERENCIAL DIANTEIRO ESQUEMA DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DOS TRATORES AGRÍCOLAS CAIXA DE MUDANÇA DE MARCHAS REDUÇÃO Ç FINAL DIFERENCIAL MOTOR EMBREAGEM TOMADA DE POTÊNCIA RODA CAIXA DE MARCHAS DIFERENCIAL REDUÇÃO FINAL EMBREAGEM É O DISPOSITIVO MECÂNICO RESPONSÁVEL POR TRANSMITIR POTÊNCIA DO MOTOR PARA A CAIXA DE MUDANÇA DE MARCHAS FUNÇÕES BÁSICAS: BÁSICAS 9 Transmitir movimento do motor para os demais mecanismos da transmissão, de modo gradativo e suave, sem vibração ou deslizamentos 9 Interromper a transmissão de potência do motor à transmissão permitindo a troca de marchas 9 Permitir a parada do trator ou de equipamentos acoplados à tomada de potência DESACOPLAMENTO (DEBREAGEM) Como funciona? MOTOR GIRANDO MOTOR GIRANDO TIPOS MAIS COMUNS DE EMBREAGENS DE TRATORES EMBREAGEM SECA: Funciona de forma que o disco está em contato direto com o platô e o volante, sem a ação de nenhum lubrificante. lubrificante É o mecanismo mais comum. EMBREAGEM A BANHO DE ÓLEO: O conjunto funciona dentro de óleo da caixa de transmissão. O acionamento e funcionamento é mais suave. Embreagem z Função z Promover ou interromper a conexão motormotor caixa, possibilitando: z z z z arranque do trator mudança de marcha funcionamento independente do motor Direção nos tratores de esteiras (embreagens de direção) ALAVANCAS CAMBIO E REDUZIDA ÊMBOLO E CILINDRO DO LEVANTE HIDRÁULICO BICOS INJETORES ALAVANCA DA TPD TDP EMBREAGEM SISTEMA DE FREIOS DIFERENCIAL ÁRVORE DE MANIVELAS EIXO DE TRANSMISSÃO DIANTERIA CAIXA DE MARCHAS EMBREAGEM MONOMONO-DISCO EMBREADO DEBREADO Embreagem de um disco a ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 DISCO DE EMBRAGEM ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 Embreagem de dois discos ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 Caixa de mudança de marchas z Função z z Transformar torque e rotação N movimento No i t circular i l Caixa de mudança de marchas z Função z z Transformar torque e rotação N movimento No i t circular i l z Potência = Torque x Rotação Caixa de mudança de marchas z Função z z D movimento Do i t circular i l (GIRO DO MOTOR) z z Transformar torque e rotação Potência = Torque x Rotação No movimento linear Caixa de mudança de marchas z Função z z N movimento No i t circular i l z z Transformar torque e rotação Potência = Torque x Rotação No movimento linear z Potência = Força x Velocidade Grupo redutor ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 Grupo redutor ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 1a marcha ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 2a marcha ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 3a marcha h ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 Caixa sincronizada ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 Engrenado d ATARES e LAGUNA BLANCA, 2000 Discos Principais Prato de Pressão Principal Prato de Pressão Secundário Discos Secundários Escalonamento de marchas Transmissões automáticas ái CAIXA DE MUDANÇA DE MARCHAS OU CAIXA DE CÂMBIO CONSISTE DE UMA SÉRIE É DE ENGRENAGENS QUE SERVE PARA REDUZIR O MOVIMENTO DE ROTAÇÃO Ã QUE RECEBE DA ÁRVORE DE MANIVELAS (ADM) MULTIPLICANDO O TORQUE TIPOS DE CAIXA DE CÂMBIO 9 TRANSMISSÃO MECÂNICA CONVENCIONAL 9 TRANSMISSÃO HIDROSTÁTICA OU SEMISEMI-AUTOMÁTICA 9 TRANSMISSÃO HIDRODINÂMICA EIXO PRIMÁRIO CONVENCIONAL LIGADO À EMBREAGEM G EIXO SECUNDÁRIO PARA O DIFERENCIAL C PARA A TDP EIXO INTERMEDIÁRIO CAIXA DE MARCHAS DE 18 VELOCIDADES À VANTE E 4 A RÉ. CAIXA DE MUDANÇA DE MARCHAS OU CAIXA DE CÂMBIO atenção! O QUE SE PERDE EM VELOCIDADE (N) GANHAGANHA-SE EM TORQUE (T) E VICEVICE-VERSA... VERSA TMOTOR . NMOTOR . EfTRANSMISSÃO = TRODADO . NRODADO ALAVANCAS DE CÂMBIO MARCHAS SIMPLES MARCHAS REDUZIDAS TRANSMISSÃO MECÂNICA 9 FUNCIONA COM O ACOPLAMENTO SINGULAR DE PARES DE ENGRENAGENS 9 AS ENGRENAGENS DESLIZAM SOBRE ÁRVORES DE TRANSMISSÃO PARA SE ACOPLAREM UMA ÀS OUTRAS 9 É COMPOSTA BASICAMENTE DE 3 ÁRVORES TRANSMISSÃO MECÂNICA 9 ÁRVORE PRIMÁRIA: ligada g ao disco de embreagem recebe o movimento do motor e introduz potência no mecanismo VOLANTE EMBREAGEM TRANSMISSÃO MECÂNICA 9 ÁRVORE INTERMEDIÁRIA: dá movimento ao secundário, também chamado de grupo. Suas engrenagens são fixas no eixo. VOLANTE EMBREAGEM TRANSMISSÃO MECÂNICA 9 ÁRVORE SECUNDÁRIA: está ligada g ao pinhão do diferencial e tem as engrenagens deslizantes para permitir engrenamento. VOLANTE EMBREAGEM CONDIÇÃO DE ENGRENAMENTO 1. AS DUAS ENGRENAGENS DEVEM ESTAR PARADAS Esta condição é conseguida em duas situações: ç a) Com o motor funcionando e o trator parado e com a caixa de câmbio debreada b) Com o motor do trator desligado CONDIÇÃO DE ENGRENAMENTO 1. AS DUAS ENGRENAGENS DEVEM ESTAR COM VELOCIDADES PERIFÉRICAS IGUAIS Esta condição é conseguida em duas ç situações: a) Com a presença de mecanismo sincronizador i i d b) Com habilidade do operador DETERMINAÇÃO DE RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO Ã MECÂNICA Â n2 N1 = N2 n1 OU N1. n1 = N2 . n2 N = rpm N = NO. DE DENTES QUAL A RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO ENTRE ELAS? RT(1 a 4) = RT1 a T2 x RT2 a T3 x RT3 a T4 RT1 a T2 = 15 / 24 = 0 0,625 625 RT2 a T3 = 15 / 15 = 1,000 , RT3 a T4 = 24 / 15 = 1,6 RT(1 a 4) = 0,625 x 1,0 X 1,6 = 1 PARA CÁLCULOS DE RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO COM BASE NA ROTAÇÃO (N): MOTORA / MOVIDA PARA CÁLCULO COM BASE NO NO. DE DENTES(n): MOVIDA / MOTORA TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA SATÉLITES S S COROA PINHÃO DA C CAIXA DE MARCHAS DIFERENCIAL CAIXA DE MARCHAS TDP FREIO DESLOCAMENTO EM LINHA RETA AS RODAS MOTORAS PRATICAMENTE, MOTORAS, PRATICAMENTE GIRAM COM A MESMA VELOCIDADE ANGULAR. DESLOCAMENTO EM CURVA, CURVA AS RODAS DO LADO EXTERNO DA CURVA IRÃO GIRAR EM MAIOR VELOCIDADE (tangencial) (t i l) DO QUE AS RODAS INTERNAS. ESTA “COMPENSAÇÃO” ENTRE VELOCIDADES É EFETUADA PELO DIFERENCIAL! V1 R1 V2 R2 V1 > V2 R2 > R1 BLOQUEIO DO DIFERENCIAL? AÇÃO DE UM MECANISMO QUE ELIMINA A POSSIBILIDADE DAS RODAS GIRAREM EM DIFERENTES ROTAÇÕES, MESMO EM LINHA RETA. É O CASO DO TRATOR OPERANDO E, UMA RODA TRAFEGANDO SOBRE TERRENO MAIS SOLTO E OUTRA EM TERRENO MAIS FIRME, OCORRENDO DERRAPAGEM NA PRIMEIRA, PREJUDICANDO A MARCHA ADEQUADA DO TRATOR. ATENÇÃO: TRATOR EFETUANDO OPERAÇÃO DE TRAÇÃO DEIXAR O DIFERENCIAL BLOQUEADO, PARA SER TER MENOR PATINAMENTO EM DESLOCAMENTOS DE ESTRADAS DESBLOQUEAR O DIFERENCIAL! DETERMINAR A RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO E A ROTAÇÃO Ç DE UMA RODA MOTRIZ DE 1,80 , m DE DIÂMETRO EFETIVO, SENDO QUE A TRANSMISSÃO ATÉ O RODADO SEGUE O ESQUEMA ABAIXO: DIFERENCIAL CÂMBIO 6 MOTOR A 1200 rpm 4 5 1 7 2 3 RAIO MÉDIO DA ENGRENAGEM 1 = 5 cm RODA NO. DE DENTES DAS ENGRENAGENS: 1 = 15 2 = 90 3 = 25 4 = 85 5 = 20 6 = 90 7 = 80 PARA CÁLCULO COM BASE NO NO. DE DENTES(n): MOVIDA / MOTORA 6 4 5 1 7 2 3 NO. DE DENTES DAS ENGRENAGENS (n): 1 = 15 2 = 90 3 = 25 4 = 85 5 = 20 6 = 90 7 = 80 RT = (n2 / n1) . (n4 / n3) . (n6 / n5) . (n7 / n6) RT = (90 / 15) . (85 / 25) . (90 / 20) . (80 / 90) RT = 6 . 3,4 . 4,5 . O,89 = 81,7 : 1 OU SEJA, PARA CADA 81,7 ROTAÇÕES DO MOTOR A RODA GIRA UMA VEZ. PARA CADA 81,7 ROTAÇÕES DO MOTOR A RODA GIRA UMA VEZ. COMO A RODA TEM UM DIÂMETRO DE 1,80 m... PERÍMETRO DA RODA = 2 . Π . r = 2 . 3,1416 , . 0,90 , = 5,65 , m 1 VOLTA DA RODA = 5,65 5 65 m y VOLTAS DA RODA/min. y = 82,99 82 99 m/min. m/min y = 4,99 km/h 81 81,7 7 rpm NO MOTOR 1200 rpm NO MOTOR PARA CÁLCULO COM BASE NA ROTAÇÃO(N): MOTORA / MOVIDA 6 4 5 1 1200 rpm NO MOTOR 7 2 3 PERÍMETRO DA RODA COMO: RT = 81, 7 : 1 r = 0,9 m VRODA = 2 . Π . r . NRODA VRODA = 5,65 . (1200 / 81,7) = 82, 99 m/min VRODA = (82, 99 m/min) . (60 min / h) = 4,99 km/h “NINGUÉM ENSINA NADA PARA NINGUÉM. PAIS PROFESSORES, PAIS, PROFESSORES LIVROS LIVROS, MULTIMIDIA ETC ETC. SÃO MEIOS QUE FALICITAM O APRENDIZADO DE QUEM QUER APRENDER APRENDER” (T.C.C.Ripoli, 1990) SCT/CNPq/IBICT, 1991 468 p. ED. CERES, 1974 301 p. ED. MANOLE, 1987 307 p. F I M ED. EPUEPU-EDUSP, 1980 289 p.