INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
ADAPTAÇÃO MARGINAL EM PRÓTESES FIXAS
MARIA AUGUSTA TEODORO
Aracaju
2012
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
ADAPTAÇÃO MARGINAL EM PRÓTESES FIXAS
Maria Augusta Teodoro
Monografia apresentada ao Programa de Especialização
em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO
CONTAGEM, como parte dos requisitos para obtenção do
titulo de Especialista.
ORIENTADOR: Patrícia de Sá Barreto Almeida
Aracaju
2012
Catalogação-na-Publicação
Serviço de Documentação Odontológica
Instituto de Ciências da Saúde-Faculdades Unidas do Norte de Minas Gerais\SOEBRÁSNúcleo avançado de Aracaju-Se
Teodoro, Maria Augusta
Adaptação Marginal em Próteses Fixas . Revisão de Literatura. \ Augusta
Teodoro; Orientadora: Prof. Esp. Patrícia Almeida. Aracaju, 2012
44n p.
Monografia (Especialização em Odontologia. Área de Concentração:
Prótese Dentária – Faculdade Unidas do Norte de Minas Gerais – Núcleo
avançado de Aracaju-SE
1. Adaptação Marginal 2. Selamento Cervical
3. Próteses Fixas
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADO
AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
Aracaju, _____/_____/______
Assinatura:
email: [email protected]
Maria Augusta Teodoro
ADAPTAÇÃO MARGINAL EM PRÓTESES FIXAS
Monografia apresentada ao Instituto de
Ciências da Saúde – FUNORTE/SOEBRAS,
como parte dos pré-requisitos para obtenção
do título de especialista em Prótese Dentária.
Área de concentração: Prótese Dentária
Data: __________________
Resultado: ______________
BANCA EXAMINADORA
1) _________________________________________________________________
Julgamento: _________________________________________________________
Assinatura __________________________________________________________
2)__________________________________________________________________
Julgamento: _________________________________________________________
Assinatura __________________________________________________________
3) _________________________________________________________________
Julgamento: _________________________________________________________
Assinatura __________________________________________________________
Dedico este presente trabalho aos meus pais,
filhos, genros e nora.
AGRADECIMENTOS
Ao final de uma jornada cumprida, necessário se faz agradecer àqueles que passaram em
minha vida durante esta jornada:
Agradeço antes de tudo, à Deus.
Agradeço também:
Aos pacientes que contribuíram para meu engrandecimento técnico e profissional na prática
odontológica.
Aos meus queridos pais, que mesmo na distância se fizeram presentes.
Aos meus filhos que em toda essa jornada me apoiaram; sendo para mim esteio de amor e
carinho.
Aos meus mestres que me transmitiram conhecimentos imprescindíveis durante todo este
percurso de especialização profissional. A todos que passaram por mim esculpindo suas
marcas de sabedoria e dedicação.
Em especial, a minha orientadora, a Cirurgiã-dentista Patrícia de Sá Barreto Almeida pelos
conhecimentos transmitidos e pela atenção a mim devotada durante a confecção deste
trabalho de conclusão de curso de especialização.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente ajudaram-me na realização deste.
Meu Deus muito obrigada!!!
RESUMO
Uma adaptação marginal adequada é indispensável para o sucesso do tratamento com prótese
fixa seja ela em metalocerâmica seja ela em cerâmica pura. O desajuste marginal pode causar
exposição do agente de cimentação ao ambiente oral acelerando o seu processo de
solubilidade e permitindo a percolação de líquidos, resíduos sólidos e outros estímulos
potencialmente agressores da polpa, podendo favorecer a retenção de placa bacteriana e
inflamação gengival entre outros problemas. O aumento significativo do uso das próteses
fixas nas últimas décadas despertou o interesse em buscar melhorias neste tipo de tratamento
chegando o mais perto possível da perfeição. Por conta disso diversos estudos têm sido feitos
e diversas técnicas tem sido desenvolvidas com o intuito de otimizar a adaptação marginal das
próteses fixas. O presente trabalho tem por objetivo verificar através de uma revisão de
literatura os fatores que influenciam numa melhor adaptação marginal e a sua importância
para o sucesso do tratamento com prótese fixa. De acordo com a revisão da literatura pôde-se
concluir: 1) A longevidade e o sucesso de uma restauração protética estão intimamente
ligados a uma boa adaptação marginal; 2) A espessura do agente cimentante é de real
importância no assentamento de uma peça protética; 3) O alivio no troquel de gesso é uma
técnica utilizada que reduz significativamente a desadaptação de próteses fixas; 4) O processo
laboratorial de queima e cocção da cerâmica pode ocasionar desadaptação marginal; 6) A
capacidade e destreza do profissional no momento da cimentação é de real importância para o
sucesso de uma prótese fixa bem adaptada.
Palavras-Chave: Prótese fixa, Adaptação Marginal, Selamento cervical
ABSTRACT
An adequate marginal adaptation is essential to the success of treatment with fixed prostheses
in either PFM-ceramic or pure ceramic. The marginal misfit may cause exposure of the
cementing agent to the oral environment by accelerating the process of solubility and allowing
percolation of liquid, solid waste and other potential aggressors to the pulp stimuli, which
may favor the retention of plaque, gingival inflammation and other problems. The significant
increase in the use of fixed prostheses in recent decades has aroused the interest in seeking
improvements in this type of treatment coming as close to perfection as possible. Because of
this, various studies have been made and several techniques have been developed in order to
optimize the marginal adaptation of fixed prosthodontics. The present work aims to verify
through a literature review the factors that influence a better marginal adaptation and its
importance to the success of treatment with fixed prostheses. According to the literature
review it was concluded: 1) The longevity and success of a prosthetic restoration are closely
linked to a good marginal adaptation, 2) The thickness of the luting agent is of real
importance in the settlement of a prosthetic piece, 3) The relief in plaster die is a technique
that significantly reduces the mismatch of fixed prostheses; 4) The laboratory process of
burning pottery and cooking can cause marginal misfit; 5) The ability and skill of the
professional at the time of cementation is of real importance to the success of a well suited
fixed prosthesis.
Keywords: fixed prosthesis, Marginal Adaptation, Cervical sealing.
LISTA DE ABREVIATURAS
Ni-Cr- Níquel Cromo (Verabond II)
Ni-Cr-Ti - Níquel Cromo Titânio. cp (Tritan) (Ti-cp)
Ni-Cr-Be - Níquel Cromo berílio ou (Verabond) (VB)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
10
2 PROPOSIÇÃO
12
3 REVISÃO DE LITERATURA
13
4 DISCUSSÃO
33
5 CONCLUSÃO
37
REFERÊNCIAS
38
10
INTRODUÇÃO
Atualmente a demanda estética na Odontologia está cada vez mais presente. Na
prótese dentária o emprego das próteses fixas aumentou bastante nas últimas décadas não só
devido a estética, mas também ao maior conforto que proporciona a seus usuários pelo fato de
ficar fixa na boca. Questões relevantes como adaptação marginal devem ser levadas em
consideração no critério de confecção das mesmas por ser ela um dos fatores primordiais ao
sucesso deste tipo de tratamento.
A adaptação, ajuste ou selamento cervical são palavras diferentes para designar a
área critica dos preparos dentários com finalidade protética, que é o local onde diferentes
materiais como liga metálica, porcelana e dente se integram com os agentes cimentantes
(MOTTA; PEGORARO; CONTI,2001).
A distância entre as superfícies da restauração e da estrutura dental pode exercer
forte influência na longevidade da restauração. Este espaço interfacial fica preenchido pelo
agente cimentante e, quando superior a 100 μm pode resultar em exposição excessiva deste
agente ao ambiente oral acelerando o seu processo de solubilidade e permitindo a percolação
de líquidos, resíduos sólidos e outros estímulos potencialmente agressores da polpa, podendo
favorecer a retenção de placa bacteriana e inflamação gengival entre outros problemas.
Um selamento marginal adequado deve satisfazer todos os requisitos biológicos,
físicos e estéticos (MOTTA; PEGORARO; CONTI, 2001). No tocante a desadaptação está
pode ser influenciada por muitos fatores e em diversos momentos durante a confecção da
prótese, fatores importantes como espessura do cimento, tipo de término, técnica utilizada
para confecção de cooping, liga metálica, procedimento da cimentação e a habilidade do
profissional são critérios importantes para alcançar a adaptação ideal.
11
Também podem causar desadaptação erros no preparo cavitário, na moldagem, o
vazamento em gesso, a reprodução do troquel e as alterações dimensionais que o material
restaurador pode sofrer.
A presente monografia consiste em um levantamento bibliográfico sobre a
adaptação marginal de próteses fixas, tema este de muita relevância na atual conjuntura da
Odontologia estético-funcional relacionada à Prótese Dentária.
12
2 PROPOSIÇÃO
Verificar por meio da revisão de literatura os fatores que influenciam uma melhor
adaptação marginal na prótese fixa.
13
3 REVISÃO DE LITERATURA
A utilização da prótese fixa na odontologia tem sido cada vez mais crescente seja
ela em metalocerâmica seja ela em cerâmica pura. Independente do material utilizado o
preparo deve ser bem executado favorecendo assim a biomecânica e a adaptação marginal da
mesma.
Segundo Shillingburg et al. (1998) a restauração só poderá subsistir no meio bucal
biológico se suas margens estiverem estreitamente adaptadas à linha de terminação
cavossuperficial do preparo.
Diversos estudos foram feitos a fim de saber quais os fatores que influencia na
adaptação marginal para buscar a sua perfeição.
Nesta revisão de literatura será feita uma divisão não só na ordem cronológica
como também por tópicos para uma melhor compreensão por parte do leitor.
3.1 Adaptação marginal
Ramos Junior et al. (2001) afirmou que a Reabilitação Oral é um processo
extremamente complexo, longo e cansativo, sendo que muitas vezes o profissional não dedica
a devida atenção ao passo final que é a cimentação levando ao fracasso do tratamento.
Para Rocha e Pandolfi (2002) muitos são os fatores e técnicas relacionados com a
precisão de adaptação de uma restauração metálica fundida. Os principais fatores são: preparo
do dente, tipo do material e da técnica utilizada, espessura da película de cimento, perfuração
oclusal, dentre outros. Muitas técnicas propostas para melhora da adaptação destas
restaurações são: enceramento em excesso das margens, alívio interno da fundição por:
14
jateamento, alívio mecânico com brocas, água régia, ataque eletroquímico, perfuração oclusal
ou alívio interno do padrão de cera através de um espaçador no troquel.
Segundo Ricci et al. (2003) falhas na adaptação marginal trazem consequências
danosas aos tecidos dentais, podendo causar injurias ao complexo dentino-pulpar e acarretar o
fracasso do tratamento. Eles ressaltam que as desadaptações observadas após a cimentação
estão associadas a: desadaptação prévia da peça, espessura de película inadequada do agente
cimentante e técnica incorreta de cimentação.
Para Bindo et al. (2009) a adaptação marginal é um dos principais requisitos
envolvidos na longevidade de um trabalho protético. Quanto melhor a acuidade marginal,
menor será a espessura de película de cimento, favorecendo a adaptação da prótese a raiz, área
que é suscetível a inflamação gengival, retenção de placa bacteriana e recidiva de cárie.
Segundo Ribeiro et al. (2010) a adaptação marginal é, impreterivelmente, um dos
mais importantes critérios adotados na avaliação qualitativa dos trabalhos protéticos na rotina
clínica. A presença de fendas marginais na restauração expõe o agente de cimentação ao meio
oral, e quanto maior for o desajuste na margem da restauração, maior será a dissolução da
película de cimento.
3.2 Adaptação marginal em próteses fixas cerâmica pura/ metal free
Adad et al. (2003) em seu estudo teve por objetivo analisar a adaptação marginal
em coroas ceramo-cerâmicas, para isso ele analisou os valores de desadaptação marginal
encontrados para as coroas confeccionadas com os sistemas IPS Empress, In-ceram e Procera
em alguns casos clínicos apontados pela literatura. Os autores observam ainda que as
restaurações confeccionadas pelos recentes sistemas cerâmicos apresentam uma aparência
aproximada do dente natural por não interromper a transmissão de luz e, assim, possuir alta
15
translucidez e profundidade de cor. Uma vez que estes sistemas possuem técnicas sensíveis de
confecção, a adaptação marginal das coroas resultantes se torna crítica, sendo este um fator
importante para o sucesso clínico das mesmas. Após a discussão realizada a luz da revisão de
literatura, os autores concluíram que a desadaptação encontrada para tais sistemas foi
considerada, pelos autores, clinicamente aceitável e nos sistemas de cerâmica avaliados.
A pesquisa de Bruno et al. (2003) teve por objetivo avaliar de forma comparativa
o ajuste cervical de coroas totais de cerâmica pura, obtidas por dois processos de fundição:
técnica da cerâmica aplicada e técnica da cerâmica prensada uniaxialmente. Para realização da
pesquisa foram utilizados: a) troquel de aço inoxidável, simulando o preparo para uma coroa
total com as seguintes características: dez graus de expulsividade e término cervical em
ombro com borda em ângulo agudo de 90º e um milímetro de largura; b) anel espaçador
em aço, com um milímetro e meio de altura e um milímetro de largura; c) conformador
para padronização dos espécimes; d) trinta casquetes de porcelana pura, divididos em dois
grupos: no chamado grupo A, 15 casquetes de porcelana confeccionados pela técnica
convencional de porcelana aplicada e, no segundo grupo, denominado grupo B, 15
casquetes confeccionados pela técnica de prensagem axial em mufla metálica. Concluíram
que as medidas das interfaces de adaptação cervical das peças cerâmicas obtidas pela técnica
da porcelana aplicada e pela técnica da porcelana prensada uniaxialmente mostraram que se
encontram dentro de limites clinicamente aceitáveis e que e a média das medidas das
interfaces de adaptação cervical das peças cerâmicas obtidas pela técnica da porcelana
aplicada se apresentou menor que a da porcelana prensada. A análise estatística dos dados foi
realizada através do teste t de Student, e evidenciou diferença significativa no ajuste cervical
das coroas totais de cerâmica pura obtidas pela técnica de cerâmica aplicada e cerâmica
prensada uniaxialmente, sendo o maior valor apresentado pela técnica de cerâmica prensada.
16
Em 2004 Camargo et al. fizeram uma pesquisa que teve como objetivo analisar e
comparar a adaptação marginal de coroas cerâmicas do Sistema Procera em términos
cervicais de 135° e em chanfro a fim de esclarecer se há diferenças quanto à adaptação
marginal em términos não convencionais como o de 135°. Como metodologia de trabalho os
autores utilizaram 20 preparos cônicos em liga de alumínio com as seguintes características:
diâmetro oclusal (base menor) de 6 mm, diâmetro cervical (base maior) de 7,4 mm, altura de
5 mm, as quais originaram convergência de 16 graus nas paredes axiais. Desses preparos, 10
apresentaram términos cervicais em 135° e 10 em chanfro com 1 mm de raio em toda a
extensão circunferencial do preparo. O diâmetro externo cervical apresentou 9,4 mm. Todos
os preparos foram produzidos por meio de um torno convencional Nardini TB130. A análise
comparativa foi realizada por meio de um microscópio óptico quanto à adaptação marginal.
Com principias conclusões os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente
significante entre as adaptações marginais dos dois tipos de término cervical.
Albert e El-Mowafy (2004) investigaram em seu estudo o efeito de diferentes
cimentos na microinfiltração e adaptação marginal de coroas de porcelana. Para isso eles
utilizaram oitenta molares extraídos que foram divididos em dois grupos. Os dentes do
primeiro grupo foram preparados para receber coroas Procera AllCeram, enquanto o do outro
grupo estava preparado para receber coroas metalo-cerâmicas. Copings foram feitos seguindo
técnicas padronizadas e os grupos foram divididos para a cimentação com cimento de fosfato
de zinco, cimento de ionômero de vidro, cimento de ionômero de vidro modificado por resina
ou cimento resinoso. Espécimes foram submetidos a termociclagem antes dos ensaios de
microinfiltração em seguida seccionado. A microinfiltração foi avaliada usando uma escala de
cinco pontos e a adaptação marginal foi avaliada com um microscópio. Como resultados eles
perceberam que a associação significativa foi encontrada entre o tipo de cimento e grau de
infiltração. Com fosfato de zinco 76% dos copings para Procera AllCeram e 90% de copings
17
para metalo-cerâmicas exibiram microinfiltração extensa. Com ionômero de vidro 49% dos
copings para Procera AllCeram e 66% dos copings para metalo-cerâmica não apresentaram
microinfiltração. Com cimento de ionômero de vidro modificado por resina 10% dos copings
para Procera AllCeram e 84% de copings para metalo-cerâmicas não apresentaram
microinfiltração. Com cimento resinoso, 34% dos copings para Procera AllCeram e 96% de
copings para metalo-cerâmicas não apresentaram microinfiltração. Sendo assim os autores
concluiram que nos dois tipos de prótese fixas, cerâmica pura e metalo-cerâmica, o uso de
cimento resinoso resultou na maior porcentagem de ausência de microinfiltração, enquanto
que o cimento de fosfato de zinco resultou na maior porcentagem de infiltração extensa.
Goldin et al. (2005) realizou um estudo comparando a adaptação marginal de um
sistema de cerâmica prensável ultizando coroas de cerâmica pura e metalocerâmica. Como
metodologia foi utilizado um typodont maxilar onde foi preparado incisivos centrais que
foram moldados e posteriormente vazados com um gesso tipo IV. Foram fabricados 15 coroas
de metalocerâmica, 15 coroas de metal prensado e 15 coroas de cerâmica prensada a
adaptação foi avaliada por um microscópio, e a ANOVA (Análise de variância) foi usado para
comparar os dados. Como resultado observou que a discrepância média marginal para as
metaloceramicas foi de 41 µm, as coroas prensadas forma de 29 µm e as de ceramica
prensada de 25 µm; não havendo assim diferenças significativas entre os grupos.
Oliveira et al. (2007) fez um estudo com o objetivo de avaliar in vitro a adaptação
marginal inicial obtida por copings de três sistemas de cerâmicas diferentes (IN CERAN, IPIS
EMPRESS e PROCERA) com dois tipos de terminação cervical (em ombro 90º e chanfro),
por meio de medição da fenda marginal em microscopia óptica. O sistema In-ceram com
término em ombro apresentou o pior resultado, o sistema em Procera com término em ombro
e chanfro apresentou os melhores resultados. Chegaram a conclusão que o melhor término
18
para a adaptação nestas cerâmicas é com término em chanfro; porém todas ficaram dentro do
patamar de aceitabilidade clínica, 25 a 40 µm.
Em seu trabalho Bindo et al. (2009) teve como objetivo avaliar a adaptação
marginal de uma coroa In-Ceram confeccionada sobre um dente que, após 3 anos, que teve
sua extração indicada pela ortodontia com recomendação de reabilitação com coroa total.
Dessa forma optou-se por uma prótese livre de metal, pois a paciente apresentava sorriso
amplo, gengivas finas e transparentes e uma grande exigência estética. O preparo foi realizado
segundo a técnica da silhueta. A moldagem foi feita com silicone de condensação em duas
etapas, material denso seguido de alívio, com posterior aplicação do material fluido com
seringa paraelastômero. Para o restabelecimento da função, da estética e da proteção do
complexo dentinopulpar e periodontal, foi confeccionado um provisório em resina acrílica
pela técnica direta. A avaliação deu-se por meio de microscópio eletrônico de varredura e
foram encontrados valores de falta de adaptação entre 157 e 390 μm, obtendo uma média
estatística acima do considerado aceitável clinicamente pela literatura. Com principais
conclusões observaram que em relação a avaliação das medidas verificadas na interface
coroa-dente, obtidas de uma coroa em função mastigatória por 3 anos, a acuidade marginal
não se manteve nos padrões recomendados pela literatura, mesmo esta sendo divergente entre
si; o remanescente dentário não apresentou recidiva de cárie durante os 3 anos que esteve em
função; as estruturas de suporte se apresentaram com aspecto clínico saudável após o período
em que a prótese ficou instalada; e apesar de todo o trabalho ter sido elaborado por um
profissional altamente treinado para tal, foi constatada uma falha na adaptação marginal da
coroa, demonstrando a dificuldade inerente ao processo de fabricação de uma peça protética
no dia-a-dia do cirurgião-dentista.
Gonzalo et al. (2009) fez um estudo com objetivo de comparar mudanças na
adaptação marginal de próteses dentárias fixas posterior de 3 sistemas de zirconia fabricados
19
com tecnologia CAD/CAM e próteses dentárias de metalocerâmica posterior fixa fabricados
com a técnica de cera perdida convencional, antes e após a cimentação. Para tanto foram
feitos quarenta moldes mestres de aço padronizados com dois pilares simulando primeiro prémolares mandibulares e foram divididos em 4 grupos: Sistema Lava All-Ceramic, Procera
Bridge Zircônia, VITA In-Ceram 2000 YZ e metalocerâmica. As medições foram feitas com
um programa de análise de imagem no modelo de aço mestre antes e depois da cimentação
convencional com um agente de ionômero de vidro (Ketac Cem Easymix). Os dados obtidos
foram analisados estatísticamente e concluíram que a precisão do ajuste alcançado para os três
sistemas de zircônia estava dentro da faixa de aceitação clínica, contudo entre os três sistemas
de zircônia os Procera Bridge, Zircônia mostrou a menor discrepância. Entretanto na prótese
metalocerâmica ocorreu uma melhor adaptação comparando com todas do sistema zircônia.
Segundo Gordilho et al. (2009) nos últimos anos houve um aumento na qualidade
e na quantidade de restaurações de cerâmica pura e este aumento se deveu principalmente à
superioridade estética que estas restaurações apresentam quando comparadas com as
restaurações convencionais com base metálica. Sabendo que além do fator estético, a
resistência e a adaptação marginal são, também, requisitos fundamentais para a longevidade e
o sucesso das restaurações fixas, os autores realizaram uma revisão da literatura sobre a
adaptação marginal dos principais sistemas de cerâmica pura e observando a analise de
diversos autores que discutiram sobre o assunto concluíram que a alta qualidade de adaptação
marginal das restaurações é essencial para a saúde do órgão dentário e dos tecidos
periodontais; e que em apenas dois trabalhos analisados, algumas restaurações de cerâmica
pura não alcançaram alta qualidade de assentamento marginal, e, portanto, não estavam dentro
dos limites de aceitabilidade clínica de 120μm.
20
3.3 Adaptação marginal em próteses fixas metalocerâmica
Gavelis et al., em 1981, fizeram um estudo para avaliar os efeitos de diversos
tipos de término de preparo no selamento marginal e assentamento oclusal de próteses fixas
cimentadas. Para tanto eles utilizaram oito modelos com tamanhos semelhantes aos de um
molar. Nos preparos tinham 10º de inclinação das paredes axiais, 6 mm de altura e 8 mm ou
10 mm de diâmetro. Os tipos de término cervical dos preparos foram em lâminas de faca com
10 e 8 mm de diâmetro, em ombro 90º com bisel paralelo de 30º e 45º e sem bisel, plano
inclinado 135º e chanfro com bisel paralelo. Com um método padronizado cinco coroas foram
feitas para cada troquel e fundidas em liga de Ouro tipo III, sendo cimentadas sobre modelos
de resina acrílica com pressão dinâmica inicial de 46,5 Kg, onde foi reduzida suavemente para
26 Kg e foi mantida por 10 minutos e logo após a cimentação, as amostras foram seccionadas
e a espessura de cimento foi analisada em três pontos oclusal margem cervical e parede axial.
Observou-se que os melhores resultados foram apresentados pelos términos em lâmina de
faca com 8 mm e 10 mm de diâmetro (31 µm e 34 µm respectivamente), o ombro com o bisel
paralelo (41µm) e chanfro com bisel paralelo (44 µm)
os quais tiveram resultados
semelhantes. Os demais términos obtiveram os seguintes resultados: ombro sem bisel (67
µm), plano inclinado 135º (95 µm), ombro com bisel em 30º (99 µm) e ombro com bisel em
45º (105 µm).
Leonardi et. al (1983) realizaram um estudo sobre a desadaptação marginal em
Próteses Fixas, fundidas em liga de níquel-cromo, usando diferentes revestimentos de sílicofosfato em concentrações de 50%, 75% e 100% de líquido especial, utilizando-se ou não anel
de fundição. As ligas de níquel-cromo apresentam como características: elevada resistência à
oxidação e corrosão no meio bucal, baixa densidade, elevada resistência mecânica e ponto de
fusão em torno de 1.400°C. O elevado ponto de fusão destas ligas implica a utilização de
21
equipamentos, técnicas e materiais apropriados bem como em um alto coeficiente de
contração de fundição. Para este estudo foram selecionados para esta investigação os
seguintes revestimentos: MI - Multivest, The Ranson & Randolph Co., USA; M2 Ceramigold, Whip-Mix Co., USA; M3 - Ceramvest, Kerr Mfg Co., USA; M4- Complete, J.F.
Jelenko Co., USA; todos de natureza fosfatada, acompanhados de líquido especial para
acréscimo de expansão e indicados pelos fabricantes para fundições de ligas de ponto de fusão
entre 1.100 e 1.400°C. Os resultados demonstraram que os fatores revestimento e
concentração de líquido especial foram significativos para o desajuste marginal, e que a
utilização ou não de anel de fundição não influiu na contração da estrutura metálica.
Lovadino e Mondelli (1994) tiveram como objetivo do trabalho verificar a
adaptação
cervical
de
infra-estruturas
metalicas
para
coroas
de
metalocerâmica
confeccionadas com uma liga do sistema Ni-Cr, desenvolvida pelos autores, segundo tipos e
técnicas de expansão dos revestimentos. Os autores usaram como método em sua pesquisa
dividir 4 grupos que utilizavam revestimentos com diferentes materiais de metaloceramica
envolvendo o anel de fundição. Sendo assim, os autores avaliaram o desajuste cervical de
infra-estruturas para metalocerâmicas confeccionadas com uma liga de Níquel-Cromo,
quando variaram o tipo de revestimento e técnicas de inclusão. Como principais conclusões
eles verificaram que os revestimentos utilizados apresentaram performances diferentes; que o
fato de imergir o revestimento Hi-Temp em água à 38ºC e sob pressão de 2,81 kg/cm2
promoveu menores desajustes para este revestimento. Também verificaram que o
revestimento Acquavest apresentou os menores desajustes marginais, não tendo demonstrado
diferenças dentro das técnicas utilizadas.
Morais et al. (1994) realizaram uma pesquisa com trinta dentes molares recémextraídos preparados de modo a possibilitar a confecção de infra-estruturas para coroas
metalocerâmicas, com a finalidade de estudar a resistência á remoção por tração e o desajuste,
22
antes e após a cimentação com dois tipos de materiais fosfato de zinco e ionômero de vidro.
As medidas do desajuste inicial e daquele após a adaptação das infra-estruturas, em relação
aos respectivos preparos, foram realizadas em microscópio comparador. Como resultados do
trabalho os autores observaram que a média do ajuste para a adaptação marginal das infraestruturas antes da cimentação em relação aos preparos do grupo I (fosfato de zinco) foi de
126µm (variação de 56 a 211µm) e do grupo II (ionômero de vidro) foi de 109µm (variação
de 56 a 200µm). Já após a cimentação esta média foi de 18,533µm (variação de 11 a 29µm)
em relação aos preparos do grupo I (fosfato de zinco) e de 20,6µm (variação de 9 a 38µm) em
relação aos preparos do grupo II (ionômero de vidro). No teste de resistência à remoção por
tração para os grupos I e II antes da cimentação, encontraram o valor próximo a zero para
todos os corpos-de-prova. Já após a cimentação mostrou 25.246kgf (variação de 5.40 a
48.70kgf) para o grupo I (fosfato de zinco) e 33. 16kgf (variação de 15.50 a 61.50kgf) para o
grupo II (ionômero de vidro). Concluíram com isso que não houve diferença estatisticamente
significante entre os 2 tipos de cimentos, para os fatores analisados, tais como desajuste e
resistência à remoção por tração após a cimentação. No teste de correlação de Pearson não
mostrou correlação entre desajuste e resistência à remoção entre os dois tipos de cimentos.
Rossetti (1999) em seu estudo realizou um experimento in vitro a fim de verificar
a existência de correlação entre a adaptação marginal e microinfiltração de coroas completas
cimentadas com três diferentes agentes de cimentação. Como metodologia o estudo utilizou
trinta pré-molares humanos que foram preparados para a cobertura integral de coroas com um
ângulo de convergência de 6º, margem chanfro de 1,2 mm de circunferência, e redução
oclusal de 1,5 mm. Coroas de Ni-Cr foram cimentadas com fosfato de zinco (SS White),
cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Rely X Luting Cement) ou cimento
resinoso (Enforce). A adaptação marginal foram avaliadas segundo os critérios da literatura
sob microscópio com precisão de 0.001 mm. Após ciclagem térmica, as coroas foram
23
longitudinalmente seccionadas e pontos de microinfiltração na interface dente-cimento foram
obtidos e registrados. Os resultados foram comparados com o teste ANOVA e concluiu que
não houve fortes correlações entre o desajuste marginal e microinfiltração e que coroas
cimentadas com cimento de ionômero de vidro modificado por resina e cimento resinoso
apresentaram menores escores de microinfiltração que o cimento fosfato de zinco.
Ramos Junior et al. (2001) fizeram um estudo com o objetivo de apresentar o
efeito da recimentação sobre as coroas metalocerâmicas, relatando sua influência sobre o
desajuste marginal, retenção friccional e final. Utilizaram 30 dentes molares humanos que
foram preparados para confecção de infra-estrutura para coroas metalocerâmicas, com
término cervical próximo a junção cimento-esmalte. Para confecção da infra-estrutura
utilizou-se a liga de níquel-cromo e as mesmas foram adaptadas aos respectivos preparos.
Para a cimentação os 30 corpos de prova foram divididos em 3 grupos, sendo que cada grupo
de 10 corpos foi cimentado com um agente cimentante: fosfato de zinco, ionômero de vidro e
cimento resinoso.
Após passar por 4 recimentações sucessivas concluíram que ocorreu
redução no desajuste das coroas sendo de 117mm para o fosfato de zinco, 100mm para o
ionômero de vidro modificado e 120mm para o cimento resinoso; houve também redução da
retenção friccional das coroas da ordem aproximadamente de 82% para o fosfato de zinco,
82% para o ionômero de vidro modificado e 92% para o cimento resinoso; aumento da
retenção final das infraestruturas, quando comparada a última com a inicial, da ordem de
aproximadamente 66% para o fosfato de zinco, 12% para o ionômero de vidro modificado e
30% para o cimento resinoso e
que dependendo do tipo de cimento empregado, as
recimentações sucessivas poderiam interferir no resultado final de um trabalho de pesquisa.
Motta; Pegoraro e Conti (2001) tiveram como objetivos em seu artigo avaliar o
desajuste marginal de coroas totais cimentadas com três tipos de cimentos (Fosfato de Zinco,
Ionomero de Vidro e Resinoso) em umidade de 100%, e verificar a correlação entre o
24
desajuste com o grau de microinfiltracao marginal. Os autores observaram que alguns estudos
clínicos têm demonstrado que a cárie recorrente continua sendo a principal responsável pelo
fracasso de coroas e próteses parciais fixas, e que sua manifestação deve-se basicamente a
incapacidade do paciente higienizar corretamente a prótese e também da má adaptação
marginal das coroas. Com o objetivo de minimizar o efeito da umidade, seja do sulco gengival
ou pelo contato da saliva, alguns autores sugerem a aplicação de uma camada de verniz na
interface dente/restauração para isolar o cimento da umidade do sulco. Como a efetividade
deste procedimento depende do nível gengival do preparo e, levando-se em consideração que
a grande maioria das coroas tem seu termino cervical localizado dentro do sulco gengival,
pode-se concluir que dificilmente esta técnica alcançara seus objetivos. Para tanto os autores
prepararam 30 pré-molares humanos recém-extraídos e aleatoriamente distribuídos em três
grupos. Imediatamente apos a cimentação, a região cervical das coroas e foi envolvida com
algodão embebido em saliva artificial. As medidas de desajuste foram realizadas em
microscópio comparador, antes e apos a cimentação e nas quatro faces das coroas. Após os
testes de ciclagem térmica, os corpos de prova foram submersos em solução de resina básica a
5%, lavados, incluídos em resina e seccionados no sentido vestíbulo-lingual para avaliação da
infiltração marginal. Os resultados da pesquisa não mostraram diferenças estatisticamente
significantes entre os resultados de desajuste e infiltração marginal. Não foi encontrada
também correlação entre a quantidade de desajuste e o grau de infiltração marginal para os 3
cimentos.
No estudo de Garcia et al. (2002) sobre a adaptação marginal com relação a
utilização de coroas metalocerâmicas concluiu que a espessura da película de fosfato de zinco
depende da viscosidade da mistura para a cimentação. Por sua vez, a viscosidade é
influenciada por variáveis na manipulação, como a temperatura e proporção pó/líquido. Além
disso, a espessura da película de cimento pode afetar diretamente o sucesso clínico de uma
25
restauração, uma vez que a quantidade de cimento retida na interface oclusal é determinante
direta da adaptação cervical da coroa. Os diferentes agentes cimentantes requerem diferentes
espessuras de cimento para assegurar um ótimo assentamento.
Com o intuito de analisar a influencia do alivio nos troqueis de gesso na adaptação
e retenção friccional antes da cimentação, Rocha e Pandolfi (2002), fizeram um estudo com
40 dentes humanos recém-extraídos, sendo 20 molares e 20 caninos,nque foram preparados
para a confecção de infra-estrutura de coroas metalocerâmicas, moldados e obtidos os
respectivos troqueis. Após obtenção dos troquéis com gesso especial, dividiram os mesmos,
aleatoriamente, em quatro grupos de dez. Os troquéis de gesso do grupo 1 (molares) e 3
(caninos) não receberam alívio; os do grupo 2 (molares) e 4 (caninos) foram aliviados com
duas camadas de esmalte de unha. Sobre estes troquéis foram enceradas e fundidas infraestruturas para coroas metalocerâmicas utilizando a liga de Ni-Cr DURABOND. Após a
fundição e usinagem estando a peça sem bolhas, realizaram o posicionamento digital da infraestrutura no troquel , prenderam com resina Duralay e fizeram as medidas iniciais do
desajuste. Realizaram os desgastes internos localizados e identificados com líquido
evidenciador Accufilm, com broca esférica nº 3 diamantada em alta rotação, até se conseguir
adaptação clinicamente aceitável. Utilizando-se microscópio, obtiveram as medidas do
desajuste inicial e após a adaptação das infra-estruturas em relação aos preparos. Como
resultados da pesquisa verificou-se que o alivio em troqueis de gesso diminuiu
significativamente o desajuste das infra-estruturas, em relação aos preparos, e que não houve
correlação entre a condição alivio e retenção friccional antes da cimentação. Para as infraestruturas obtidas a partir de troqueis aliviados sempre foram necessários menos desgastes nas
superfícies internas das mesmas, para uma adaptação clinicamente aceitável. Observaram
também que não houve diferença estatisticamente significante entre tipos de dente, molares e
caninos, para os fatores analisados. Assim sendo, concluíram que torna-se necessário a
26
atenção dos profissionais da área, de que aliviando seus troqueis terão menos trabalho para o
assentamento e ajuste de suas pecas protéicas, para que as mesmas tenham uma adaptação
clinicamente aceitável.
Segundo Buso et al. (2003) a longevidade e o sucesso de uma restauração
protética estão intimamente relacionados à sua adaptação marginal, ou seja, ausência de
espaço entre o dente preparado e a coroa. Sua analise na clinica diária é difícil, exigindo
extrema habilidade e sensibilidade do Cirurgião-dentista, sendo que, em algumas situações,
pequenas desadaptações podem passar despercebidas ocasionando problemas futuros. Eles
realizaram um estudo de caso clinico em um paciente que foi acompanhado durante um ano e
meio, na qual relataram as fases clinicas e laboratoriais necessárias para a confecção de coroas
metalocerâmicas com copings obtidos por eletrodeposição, utilizando-se o sistema GRAMM.
Esta nova técnica possui algumas vantagens, como a estética, a adaptação marginal, a
resistência a compressão, a ausência de corrosão marginal, a infra-estrutura com espessura
uniforme e a biocompatibilidade com os tecidos adjacentes. Observaram neste caso clínico
que a adaptação marginal, analisada com sonda exploradora e radiografias, parecia muito
satisfatória, que a estética foi devolvida com sucesso correspondendo às expectativas do
paciente e que o acompanhamento de um ano e meio não revelou qualquer desadaptação de
borda, fraturas da cerâmica ou inflamação dos tecidos adjacentes. Concluiu que esses sistemas
mais modernos e precisos, como o de eletrodeposição, podem-se confeccionar restaurações
com menor fenda marginal, proporcionando o mínimo de película cimentante, adequada
retenção e restabelecimento ou melhora da função e estética do paciente.
Modin et al. (2004) fizeram um trabalho com o objetivo de avaliar o desajuste
cervical de coroas obtidas em ligas de Ni-Cr e Ni-Cr-Ti Níquel Cromo e de Níquel Cromo
Titânio. Os autores observaram que o aperfeiçoamento de ligas metálicas fundidas na
odontologia fica evidenciado pelo aumento crescente de ligas alternativas contendo titânio e
27
derivadas desta. Estas as ligas de níquel-cromo são indicadas para coroas metalocerâmicas
devido à capacidade de reprodução de detalhes, suas propriedades físicas e mecânicas
apropriadas, e principalmente pelo requisito econômico, são as mais utilizadas desde a década
de 30. Com o acréscimo do titânio às ligas fundidas espera-se, dentre outros fatores, a
melhora de seu desempenho biológico, sendo assim, foi desenvolvido uma liga de Ni-Cr-Ti.
Contudo, uma restauração necessariamente deve ter suas margens estreitamente adaptadas à
linha de terminação cavo-superficial do preparo. Com este intuito foi avaliado o desajuste
cervical de peças metálicas fundidas com a liga Tilite Omega (Ni-Cr-Ti), comparando-a à liga
Verabond II (Ni-Cr). Como conclusão da pesquisa observou-se que analise dos dados
permitiu a liga de Ni-Cr-Ti não apresentou diferença estatisticamente significativa quando
comparada à liga de Ni-Cr, podendo ser utilizada com segurança.
O estudo de Buso et al (2005) teve o objetivo de avaliar a adaptação marginal de
copings, antes e após aplicação da porcelana, confeccionados com uma liga de cobalto-crômo,
variando o término cervical. Para tanto três modelos padrão de ácido inoxidável foram usados
simulando preparo de coroa total, com términos cervicais em chanfro, ombro arredondado e
bisel de 135º. Também foram feitos quinze moldes com polivinilsiloxano, utilizando a técnica
da dupla impressão, para cada troquel. Um delineador modificado foi utilizado para manter
constante o eixo de inserção e remoção do modelo padrão durante as moldagens. Os moldes
foram vazados com resina de poliuretano e sobre os moldes aplicado espaçador de troquel a
1mm aquém da margem. Com auxílio de uma matriz, enceramentos com 0,4mm de espessura
foram confeccionados e fundidos em liga de cobalto-crômio. Cinco camadas de porcelana
foram aplicadas e as medidas de desadaptação realizadas antes e após sua aplicação com
auxílio de microscópio óptico de 30 vezes de aumento. Os dados de desadaptação obtidos
foram submetidos ao teste ANOVA de medidas repetidas.
Com os resultados obtidos,
concluiu-se que: os términos com porcelana apresentam maiores desajustes em comparação
28
com os términos sem a porcelana; existe o efeito interação entre a configuração do término
cervical e a presença da porcelana; após os ciclos da queima da porcelana, há aumento da
abertura marginal; e não há diferença, estatisticamente significante, de abertura marginal entre
os términos cervicais após aplicação da porcelana.
Em sua pesquisa Lopes et al. (2006) avaliou-se a influencia do alívio nos troqueis
de gesso sobre o ajuste cervical de casquetes metálicos para coroas metalocerâmicas. Um
dente pré-molar humano foi preparado para coroa total metalocerâmica. Para tanto, foram
realizadas vinte e quatro moldagens pela técnica de moldagem em dois tempos com uma
silicona de adição (Express-3M®) e vazados com o gesso tipo IV (Fujirock®). Os troqueis
obtidos foram divididos em três Grupos de oito: Grupo A (troqueis aliviados com espaçador Spacer Talladium ®); Grupo B (troqueis aliviados com um a película a base de cianocrilato Super Bonder®) e Grupo C (troqueis sem alivio). Os padrões de cera foram incluídos em
revestimento e fundidos com uma liga de Niquel-Cromo (Viron 99 - Bego). Os casquetes
foram ajustados aos seus respectivos troqueis com o auxilio de brocas esféricas carbide
(Komet) em ponta reta e papel teflon (Tectap e ® - BK 95 - Bausch Dental CO.). Uma câmera
digital Sony fez a captação das imagens que foram transpostas para um software de medição
ótica chamado Pró-image. Por meio deste software, mensurou-se o grau de ajuste marginal
entre o termino cervical do dente preparado e casquete metálico. Os resultados mostraram um
grau de desajuste médio de 121µm para o Grupo A, 21µm para o Grupo B e 282µm para o
Grupo C, com diferença estatisticamente significante entre os Grupos A e B em relação a C.
Dessa forma os autores concluíram que o alivio sobre o troquel mostrou-se determinante no
grau de ajuste cervical dos casquetes para coroas metalocerâmicas, sendo sim um dos fatores
preponderantes para uma melhor adaptação marginal.
Em seu artigo Soriani et al (2007) teve como objetivo avaliar o efeito do uso de
espaçadores na adaptação marginal de copings confeccionados em ligas de Ni-Cr (Verabond
29
II) (VB II) e Ni-Cr-Be (Verabond) (VB) e Titânio cp (Tritan) (Ti-cp) fundidos pela técnica de
cera perdida. Para tanto verificaram a partir de uma matriz metálica, e foram obtidos 135
troquéis de gesso resinado tipo IV para confecção dos padrões de cera nas seguintes
condições: sem a presença de espaçador (G0), com uma camada de espaçador (G1) e com
duas camadas de espaçador (G2), com quinze repetições para cada grupo. Foi feito
enceramento de cada troquel e os padrões de cera foram incluídos em revestimento adequado
para cada material. Em cada anel de fundição foram incluídos 3 padrões de cera, sendo cada
um correspondente a cada condição. Cada coping foi adaptado à matriz metálica por meio de
um dispositivo padronizador da pressão de assentamento e depois foi levado ao Microscópio
Óptico para verificação das medidas da desadaptação marginal. Os dados obtidos (µm) foram
submetidos à análise estatística (ANOVA) e teste de Tukey. Para a condição material a liga
VB (118,73) não apresentou diferença estatisticamente significante em relação à liga VB II
(93,40), sendo que estas apresentaram diferença estatisticamente significante em relação ao
Ti-cp (168,35). Com relação as conclusões observou-se que em relação ao fator espaçador,
houve diferença estatisticamente significante entre as três condições (G0=177,31; G1=121,51
e G2=81,66). Com base nos dados obtidos pelo presente estudo, pode-se afirmar que a
presença de duas camadas de espaçador propicia menor desadaptação marginal.
O trabalho de Reolon et al. (2009) teve como objetivo avaliar a capacidade de
percepção da adaptação marginal por meio da sondagem com dois tipos de instrumentos,
executada por cirurgiões dentistas. Como metodologia de trabalho a pesquisa se caracteriza
por ser um estudo exploratório descritivo que foi realizado na clínica dos cursos da Unidade
de Pós-graduação da Faculdade Ingá/Uningá-Passo Fundo/RS. Na fase de coleta de dados foi
requisitado que 44 profissionais de diversos cursos de pós-graduação dessem seus pareceres a
respeito de diferentes desajustes cervicais previamente confeccionados em uma coroa total
metálica fundida sobre o primeiro molar inferior direito de um manequim, utilizando para o
30
exame duas sondas exploradoras de marcas diferentes (Duflex® e Hu-Friedy®). A adaptação
de todas as faces foi percebida corretamente por somente 9,0% (4) dos profissionais com a
sonda Duflex® e 27,2% (12) com a sonda Hu-Friedy®, o que demonstra uma diferença
clínica importante. Como principias conclusões observou-se que a adaptação marginal
satisfatória e o degrau positivo foram os términos mais facilmente identificáveis à sondagem,
enquanto o degrau negativo e o espaço cervical foram os desajustes mais difíceis de serem
identificados corretamente pelos profissionais. A sonda Hu-Friedy® possibilitou maior
precisão no diagnóstico das faces para todos os grupos de alunos pesquisados e os
profissionais do sexo masculino, com no máximo 30 anos de idade, formados há mais de
quatro anos, atuantes somente em clínica particular apresentaram maior percepção clínica aos
desajustes por sondagem com os dois tipos de sondas exploradoras.
Ribeiro et al. (2010) teve como objetivo em seu estudo avaliar os desajustes
marginais que ocorrem em copings para coroas totais metalocerâmicas confeccionados em
liga de níquel-cromo adaptadas a modelos-padrão com términos cervicais em chanfro e ombro
biselado em 45º. Para tanto eles utilizaram dez troquéis metálicos para cada tipo de
terminação cervical a partir de cilindros de aço simulando preparos dentais para coroas totais
metalocerâmicas. Os copings foram adaptados aos respectivos modelos-padrão formando um
corpo-de-prova, sendo sua margem cervical analisada antes e após a cimentação dos mesmos,
com cimento de fosfato de zinco, por meio de um microscópio óptico auxiliado por um
sistema de análise de imagem. Os resultados de desajustes foram submetidos ao teste de
Wilcoxon e T de Student, e as principais conclusões foram que existe diferença
estatisticamente significante de desajuste marginal antes e após a cimentação de copings; em
relação ao término cervical, observou-se que não houve diferença estatisticamente significante
entre término em chanfro e ombro biselado 45º tanto na ausência como na presença da
película de cimento; o término cervical em forma de ombro biselado 45º apresentou as
31
melhores médias de desajuste marginal, tanto antes como após a cimentação dos corpos-deprova.
Almeida et al. (2010) observa que a infraestrutura metálica pode sofrer alterações
durante a cocção da porcelana que comprometem sua adaptação marginal. A utilização da liga
de NiCrTi tem o intuito de minimizar esse efeito por meio do alto ponto de fusão do titânio
presente em sua composição. Dessa forma, os autores avaliaram a influência da temperatura
de cocção da porcelana na adaptação marginal de infraestruturas de NiCrTi em diferentes
formas de preparo. Para isso, foram confeccionados quarenta troqueis metálicos, com as
seguintes combinações término cervical/expulsividade das paredes axiais: 1) ombro/6°; 2)
ombro/20°; 3) plano inclinado/6°; 4) plano inclinado/20°. Sobre cada troquel, foi
confeccionada uma infraestrutura para metalocerâmica. O conjunto troquel/infraestrutura foi
estabilizado com elásticos ortodônticos, dividido em quatro faces equidistantes com três
pontos de leitura cada e uma pressão de cimentação foi simulada. As leituras foram realizadas
em estereomicroscópio (32×). Após a primeira leitura, as infraestruturas foram submetidas
aos ciclos de aquecimento para sinterização da porcelana. Para a repetição das leituras, as
mesmas condições descritas anteriormente foram realizadas. Os dados foram submetidos ao
teste t-Student, ANOVA-1 fator e teste de Tukey. As médias da fenda marginal (µm) antes e
após a cocção da porcelana nos diferentes preparos foram, respectivamente: 1) 111,92 e
127,31; 2) 124,15 e 135,48; 3) 122,19 e 138,77; 4) 166,09 e 186,72. A cocção da porcelana
prejudicou a adaptação, independentemente da forma do preparo. O preparo em plano
inclinado 20° promoveu uma pior adaptação quando comparado aos preparos em ombro 6° e
20°, que foram estatisticamente iguais entre si. O preparo em plano inclinado 6° foi
estatisticamente igual às outras três formas de preparo. Diante disso os autores concluíram
que a temperatura de cocção da porcelana alterou a adaptação marginal das infraestruturas de
NiCrTi em todos os grupos experimentais e que após a cocção da porcelana, a biomecânica
32
do preparo pode influenciar a adaptação marginal das infraestruturas de NiCrTi nos
respectivos troquéis.
33
4 DISCUSSÃO
O sucesso e longevidade de uma prótese fixa esta diretamente ligado a uma boa
adaptação marginal. Falhas nesta adaptação trazem consequências danosas ao órgão dentário,
podendo causar injurias ao complexo dentino-pulpar e aos tecidos periodontais e acarretar o
fracasso do tratamento (BUSO et al, 2003; RICCI et al, 2003; BINDO et al, 2009;
GORDILHO, 2009; RIBEIRO et al., 2010).
Muitos são os fatores e técnicas relacionados com a precisão de adaptação de uma
restauração. Os principais são: preparo do dente e tipo do material e da técnica utilizada,
espessura da película de cimento, perfuração oclusal, dentre outros (ROCHA e PANDOLFI,
2002).
A reabilitação oral é um processo extremamente complexo, longo e cansativo,
sendo que muitas vezes o profissional não dedica a devida atenção ao passo final que é a
cimentação levando ao fracasso do tratamento (RAMOS JUNIOR et al 2001).
As desadaptações observadas após a cimentação estão associadas dentre outras
coisas a espessura de película inadequada do agente cimentante e técnica incorreta de
cimentação (GARCIA et al, 2002; RICCI et al, 2003). Quanto melhor a acuidade marginal,
menor será a espessura de película de cimento e menor a exposição do agente cimentante a
dissolução no meio oral, favorecendo assim a adaptação da prótese a raiz, área que é
suscetível a inflamação gengival e recidiva de cárie (BUSO et al, 2003 BINDO et al, 2009,
RIBEIRO et al., 2010).
Com relação aos tipos de cimentos utilizados não houve diferença estatisticamente
significativa em relação a microinfiltração no uso de cimento fosfato e zinco e ionômero de
vidro (MORAIS et al, 1994; MOTA, PERGORARO e CONTI, 2001). Porém foi encontrada
uma menor microinfiltração com o uso de cimento resinoso e cimento de ionômero de vidro
34
modificado por resina em relação a esses outros dois cimentos (ROSSETTI, 1999;
ALBERTO e EL MOWAFY, 2004).
Num estudo feito com o objetivo de apresentar o efeito da recimentação sobre as
coroas metalocerâmicas foi observado uma redução no desajuste das coroas após sucessivas
recimentações obtendo uma melhor adaptação cervical (RAMOS JUNIOR et al, 2001).
Muitas técnicas foram propostas para melhorar a adaptação marginal das próteses
fixas sejam elas em metalocerâmica sejam elas em cerâmica pura. Algumas dessas técnicas
são: enceramento em excesso das margens, remoção de cera da superfície interna do padrão,
alívio interno da fundição por: jateamento, alívio mecânico com brocas, água régia, ataque
eletroquímico, perfuração oclusal ou alívio interno do padrão de cera através de um espaçador
no troquel (ROCHA e PANDOLFI, 2002).
Uma das
soluções
encontradas
para diminuir significativamente
essas
desadaptações na prótese fixa foi a realização de alívios nos troqueis de gesso. Quando
realizado este alívio o assentamento e ajuste das peças protéticas é feito com mais facilidade
possibilitando assim que as mesmas tenham uma adaptação clinicamente aceitável (ROCHA e
PANDOLFI, 2002 e LOPES et al, 2006).
Outra técnica utilizada para minimizar esses desajustes que se mostrou eficaz foi o
uso de super Bond que minimiza o desajuste marginal com bastante eficácia.
Nos últimos anos houve um aumento na qualidade e na quantidade de próteses
fixas de cerâmica pura e este aumento se deveu principalmente à superioridade estética que
estas próteses apresentam quando comparadas com as próteses convencionais com base
metálica (GORDILHO et al., 2009). Uma pesquisa foi feita com o intuito de analisar a
adaptação marginal nesses tipos de coroas comparando diversos tipos de sistemas de cerâmica
(IPS Empress, In-ceram, Procera) e foi observado que a desadaptação encontrada nos sistemas
avaliados foi considerada clinicamente aceitável (ADAD et al., 2003). Resultado semelhante
35
foi encontrado na revisão de literatura feita por Gordilho et al (2009) em que em apenas dois
trabalhos analisados, algumas restaurações de cerâmica pura não alcançaram alta qualidade de
assentamento marginal, e, portanto, não estavam dentro dos limites de aceitabilidade clínica
de 120μm.
Num outro estudo feito para comparar mudanças na adaptação marginal de
próteses dentárias fixas posterior, antes e após cimentação, de 3 sistemas de zirconia
fabricados com tecnologia CAD/CAM e de próteses dentárias de metalocerâmica fabricados
com a técnica de cera perdida convencional, observou que a precisão do ajuste alcançado para
os três sistemas de zircônia estava dentro da faixa de aceitação clínica entretanto na prótese
metalocerâmica ocorreu uma melhor adaptação comparando com todas do sistema zircônia
(GONZALO et al, 2009).
Outro fator observado relacionando sua influencia na adaptação marginal foi o
tipo de liga utilizada nas próteses fixas em metalocerâmicas. Num estudo feito comparando a
liga de Ni Cr Ti com a de Ni Cr, apesar da primeira ter um melhor desempenho biológico,
observou-se que não houve diferença estatisticamente significante com relação ao ajuste
cervical podendo as duas serem usadas com segurança (MODIN et al, 2004). Pensou-se que a
liga de Ni Cr Ti por ter o titânio um alto ponto de fusão, fosse apresentar uma menor alteração
durante a cocção da porcelana e consequentemente uma menor desadaptação marginal, mas o
que se observou foi que a temperatura de cocção da porcelana alterou a adaptação marginal
das infraestruturas de NiCrTi em todos os grupos experimentais (ALMEIDA et al., 2010).
Os processos de queima de porcelana desenvolvidos no laboratório também
exerce influência numa boa adaptação marginal. Após os ciclos da queima da porcelana
houve aumento da abertura marginal independente do tipo de término utilizado. Porém
observou-se que os términos com porcelana apresentam maiores desajustes em comparação
com os términos sem a porcelana (BUSO et al., 2005).
36
Foram estudados também a relação entre tipos de términos e desajuste marginal.
Apesar do término em chanfro ter sido considerado como o melhor termino para adaptação de
coroa em cerâmica pura (OLIVEIRA et al., 2007), numa comparação feita entre o termino em
chanfro, com o término em ombro 90º e com o término não convencional de 135º observou-se
que não houve diferenças estatisticamente significante entre eles estando todos dentro do
patamar de aceitabilidade de desajuste marginal (CAMARGO et al, 2004; OLIVEIRA et al,
2007). O mesmo foi feito com coroas metalocerâmicas e também observou-se que não houve
diferença estatisticamente significante entre os dois términos comparados que foram em
chanfro e em ombro biselado 45º (RIBEIRO et al, 2010). Apesar de Gavelis et al. em
1981comparando os términos em lâminas de faca com 10 e 8 mm de diâmetro, em ombro 90º
com bisel paralelo de 30º e 45º e sem bisel, plano inclinado 135º e chanfro com bisel paralelo
encontrou melhores resultados de adaptação nos términos tipo em lâmina de faca com 8 mm e
10 mm de diâmetro (31 µm e 34 µm respectivamente), o ombro com o bisel paralelo (41µm)
e chanfro com bisel paralelo (44 µm).
37
CONCLUSÃO
Baseados na revisão da literatura pode-se concluir que:
1. A longevidade e o sucesso de uma restauração protética estão intimamente ligados a
uma boa adaptação marginal;
2. A espessura do agente cimentante é de real importância no assentamento de uma peça
protética;
3. O alivio no troquel de gesso é uma técnica utilizada que reduz significativamente a
desadaptação de próteses fixas;
4. O processo laboratorial de queima e coacção da ceramica pode ocasionar desadaptação
marginal;
5. A capacidade e destreza do profissional no momento da cimentação é de real
importância para o sucesso de uma prótese fixa bem adaptada. O profissional algumas
vezes esquece de ter os cuidados neste momento final causando assim o insucesso no
tratamento.
38
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adaptação marginal em próteses fixas