07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica ENFERMAGEM CIRÚRGICA CENTRO CIRÚRGICO Profa. MsC. Valéria Aguiar BISTURI ELÉTRICO Aparelho que transforma a corrente elétrica alternada de baixa frequência em corrente de alta frequência. Dissecção Corte Secção dos tecidos pela dissolução da estrutura moléculocelular com desidratação e fusão das células próximas ao eletrodo positivo. Finalidades Coagulação Coagular Oclusão dos vasos sanguíneos pela solidificação das substâncias protéicas e retração dos tecidos. Fulguração Cauterizar Coagulação superficial usada para eliminar pequenas proliferaçõs celulares cutâneas e remover manchas. 1 07/05/2015 Bisturi Elétrico Tipos Monopolar CUIDADOS COM A PLACA DISPERSIVA Transforma a corrente elétrica de baixa frequência (60 Hz) em corrente de alta frequência. Necessário placa dispersiva. Realiza as 3 funções. Bipolar Ultrassônico Laser Argônio Unidade eletrocirúrgi ca bipolar, usada apenas para coagulação. Não necessita de placa dispersiva. Funções de corte e coagulação simultânea Vantagem: mínima lesão, reduzida fumaça na SO, menor risco ao paciente. Concentra em uma pequena área grande quantidade de energia, que vaporiza os tecidos, provocando cauterização instantânea dos vasos sanguíneos e linfáticos. Usa feixe de gás de argônio que conduz a corrente. Utilizado para fulguração Responsabilidade do circulante da SO a colocação da placa dispersiva no paciente; Colocar a placa após a posição cgica e zelar para que não haja deslocamento da peça com mudança de posição; Colocar a placa em área de massa muscular com contato uniforme (panturrilha, face posterior da coxa, glúteos) próxima ao sítio cirúrgico e afastada de próteses metálicas; Evitar superfícies pilosas, pele escarificada ou saliências ósseas que diminuem o contato da placa com o corpo; O uso do gel aumenta a condutibilidade entre a placa e o corpo do paciente. Manter o paciente sobre superfície seca, sem contato com partes metálicas da mesa de cirurgia evita choque e queimadura; Atentar para o risco de combustão, quando houver uso de substâncias inflamáveis como antissépticos e anestésicos; Cuidado especial com pacientes portadores de marca-passos. Caso o aparelho não seja bipolar colocar a placa de retorno do paciente próxima da área cirúrgica. 2 07/05/2015 Garrote Pneumático Avaliar os fatores Indicação Finalidade Melhora a visualização do campo cirúrgico, pois reduz a quantidade de sangue na região. Tempo de garrote Nível de pressão Largura torniquete Recomendações de uso do Garrote Pneumático Contra-indicação: infecção extremidade, fratura aberta, má circulação, extremidade com acesso p/ diálise, TVP, PIC elevada, idade. Cirurgias dos MMSS e MMII para menor sangramento ou para reter anestésico em um compartimento promovendo anestesia local. Objetivo Ocluir o fluxo sanguíneo para uma extremidade corporal. Vantage m Diminuir o tempo cirúrgico. Desvanta gem Complicações como neuropatias, atrofias musculares e retardo da reabilitação. Verificar o local de aplicação do garrote, registrando as condições da pele e o pulso periférico. Infundir antibiótico profilático antes da insuflação do garrote (20 minutos antes). Não insuflar o garrote com oxigênio ou óxido nitroso pelo risco de incêndio e elevar o membro alguns minutos antes de insuflar para promover retorno venoso. Aplicar o garrote na maior circunferência próxima à cirurgia. Não mover o garrote após a insuflação, se for necessário recolocar, desinsuflar e mudar a posição. Proteger a pele antes de colocar o garrote. Cuidado com as dobras de pele. Prevenir o acúmulo de líquido na pele próxima ao garrote. Manter o garrotea/o o menor tempo possível: menos de 60 min. MMSS, menos de 90 min. MMII em adultos, menos de 75 min. MMII em cças. Comunicar o tempo de garrotea/to ao cirurgião, registrar local, duração e pressão aplicada. Produzir a desinsuflação coordenada com o anestesista e monitorar a cada 15 min. após a desinsuflação. 3 07/05/2015 Tipos de Anestesia Anestesia Geral Processos Indução Adm. de agentes anestésicos e se prolonga até o momento da incisão cirúrgica. Nessa fase ocorre a entubação. Manutenção Emersão Mantém o paciente em plano cirúrgico até o fim da cirurgia. Pode ser feito com inalação de drogas ou med. EV Superficializa ção do estado da anestesia que coincide com a saída do pacte da SO. Ocorre a retirada dos tubos. Estado de inconsciência reversível, obtido por inalação ou via EV, caracterizado por amnésia, inconsciência, analgesia, relaxa/to muscular e bloqueio dos reflexos autonômicos. Grupos Farmacológicos Hipnóticos: inconsciência e amnésia Opióides: analgesia e proteção contra os reflexos autonômicos Bloqueadores Neuromusculares: imobilidade Bloqueio regional associado: analgesia e proteção autonômica Bloqueio Regional Perda reversível da sensibilidade, pela administração de agente anestésico para bloquear ou anestesiar a condução nervosa a uma extremidade ou região do corpo. Impede a condução estímulo doloroso p/ nervos e troncos Raquianestesia, Intradural, bl. subaracnóide Anestesia regional Intra Venosa Bloqueio de nervo periférico Epidural, peridural ou extradural Bl. Caudal 4 07/05/2015 Raquianestesia Administração de anestésico no espaço Subaracnoídeo. Ocorre bloqueio nervoso reversível das raízes nervosas, gânglios e medula com perda da atividade autonômica, sensitiva e motora. Colocar o leito em trendelemburg para deslocar o anestésico p/ o nível de bloqueio desejado. Complicações Hipotensão pela vasodilatação periférica desencadeada à medida que os nervos simpáticos que controlam o tônus vasomotor, são bloqueados, provocando acúmulo de sangue periférico que resulta em menor retorno venoso e menor débito cardíaco. PCR decorrente de um bloqueio mais alto, associado a hipotensão acentuada que provoca isquemia bulbar. Punção acidental do espaço subaracnoídeo durante a anestesia epidural com paralisia dos músculos respiratórios, com necessidade de entubação imediata e ventilação. Cefaléia pós-punção espinhal, resultante do extravasamento de LCR pelo orifício da punção, o que provoca na posição ortostática, tensão IC, nos vasos e nervos meníngeos e dura-máter que se prolonga até por 2 semanas Enfermagem Cirúrgica Raquianestesia Cuidados Para prevenir a resposta hipotensiva fisiológica, fazer a hidratação prévia. Caso necessário administrar efedrina sob prescrição. No caso de PCR decorrente do bloqueio mais alto, iniciar manobra de ressuscitação cardiovascular imediata. Para cefaléia pós-punção, recomenda-se repouso e hidratação. Se a dor persistir, tamponamento na dura-máter, com administração de 10 a 15ml de sangue autólogo no espaço epidural (blood patch). 5 07/05/2015 Anestesia Epidural, Peridural ou Extradural Administração de anestésico em um espaço entre o ligamento amarelo e a dura-máter. Vantagens Menor incidência de cefaléia se comparada a raquianestesia. Possibilidade de utilização de cateter para anestesia contínua. Desvantagens Maior tempo de latência, menor intensidade de bloqueio e maior possibilidade de toxicidade por anestésico local. Drogas usadas Complicação Lidocaína, bupivacaína e ropivacaína. Associados a adrenalina têm efeito vasoconstritor. Bloqueio insuficiente e falha, dor ou reflexo visceral, dificuldade para passar o cateter epidural, punção acidental da dura-máter com bloqueio espinhal total, PCR, convulsões, hipotensão, hematoma e abcesso peridural. Bloqueio Caudal Indicação Bloqueio de Nervo Periférico Complicação Anestesi a Local Semelhante à anestesia epidural. O bloqueio é realizado por punção do hiato sacral. Alternativa ao bloqueio epidural para procedimentos cirúrgicos obstétricos das regiões perineal e anorretal. Utilizado para analgesia infantil. Injeção de anestésico local próximo a um plexo nervoso (braquial, cervical, lombossacral e femoral). A droga é associada a um vasoconstritor para evitar isquemia e necrose da extremidade. Injeção acidental intravascular ou aplicação de superdose do anestésico local. Bloqueia a condução de impulsos ao longo dos axônios do SNP, pela obstrução dos canais de sódio da membrana, impedindo a despolarização. Essa técnica pode ser realizada pelo cirurgião e monitorada pela Enfermagem. Droga utilizada Lidocaína. 6 07/05/2015 Confirmar identidade do pacte, procedimento programado, alergias e antecedentes; Para anestesia geral, auxiliar o anestesista na entubação; Monitorar ECG, pressão arterial não invasiva e oximetria de pulso; Assistência de Enfermage m Auxiliar o anestesista na punção IV, arterial e venosa central e durante a indução anestésica, ofertando O² com máscara; Prover o material necessário para a fixação da sonda orotraqueal; Para bloqueios, colocar o paciente na posição e proporcionar segurança, tranquilidade e conforto ao pacte e à equipe. Posição do Paciente para o Processo Cirúrgico Facilitar exposição e acesso cgico Fatores de Risco quanto a Posição Cirúrgica Manter o alinhamento corporal Objetivos Preservar função circulatória e respiratória Não comprometi/o vascular e da pele Fácil acesso para infusão venosa, medicamentos e anestésicos Procedimentos cirúrgicos longos: duas horas ou mais de pressão direta podem resultar em ruptura da integridade da pele; Cirurgia vascular: existe a possibilidade da perfusão sanguínea estar comprometida devido à doença do paciente e aos efeitos da anestesia; Condições ósseas desmineralizantes: expõem o paciente a uma situação de risco para fraturas; Sustentação excessiva de pressão ou retração: pode aumentar o dano à integridade da pele. 7 07/05/2015 Pacientes Vulneráveis ao Rompimento da Pele Arteriosclerótico Crianças Idosos Desnutridos Hemiplégico s Anêmico s Diabético Obesos Hipovolêmicos Enfermagem Cirúrgica 8 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica Cirurgias em Posição Dorsal • Todas as cirurgias gerais: • Cirurgia abdominal – laparoscopia, gastrectomia, colecistectomia, apendicectomia; • Cirurgia de tórax anterior - toracotomia; • Cirurgia de MMII; • Cirurgia ginecológica abdominal – cesariana, histerectomia, ooforectomia, salpingectomia. Enfermagem Cirúrgica POSIÇÃO SUPINO COM HIPEREXTENSÃO DA CABEÇA • Paciente em dorsal horizontal com a cabeça hiperextendida. • Manter suporte para sustentar a cabeça e faixa na região frontal para manter a posição. 9 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica • POSIÇÃO SUPINO COM HIPEREXTENSÃO DA CABEÇA - posição usada nas cirurgias: • Pescoço • Face • Algumas cirurgias cranianas • Algumas cirurgias oftálmicas • Intervenções da boca e do nariz. Enfermagem Cirúrgica • POSIÇÃO SUPINO COM ELEVAÇÃO DOS QUADRIS – paciente em dorsal com angulação da mesa na altura do quadril. • Manter suporte nos ombros para sustentar o paciente. 10 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica • POSIÇÃO SUPINO COM ELEVAÇÃO DOS QUADRIS – posição usada em: • Cirurgias vasculares • Cirurgias na região ilíaca • Simpatectomia lombar Enfermagem Cirúrgica 11 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica Decúbito Ventral • Posição utilizada para: • Cirurgias da coluna – microdiscectomia, laminectomia; • Cirurgia intestino baixo – ânus, reto (hemorroidectomia). Enfermagem Cirúrgica Posição Fowler ou Sentada • Paciente permanece semi-sentado na mesa de operação. Frequente nas cirurgias que necessitam de melhor visualização torácica e para acomodação do tecido mamário: • Mamoplastia • Colocação de dreno torácico 12 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica 13 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica Enfermagem Cirúrgica Posição Litotômica • Utilizada para cirurgias ginecológicas via baixa – Histerectomia via vaginal – Colpoperineoplastia – Perineoplastia • Cirurgia Urológica: – Prostatectomia • Região Perianal: – Hemorroidectomia 14 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica Enfermagem Cirúrgica • Posição utilizada também: • Aumento do fluxo sanguíneo arterial para o crânio • Aumento da pressão arterial durante a cirurgia 15 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica 16 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica Posição de Canivete ou Kraske • Posição utilizada para cirurgias: • Proctológicas – hemorroidectomia, retosigmoidoscopia • Fissuras e fístulas anal 17 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica Enfermagem Cirúrgica O circulante tem ainda, as seguintes funções: • Puncionar a veia ou auxiliar na instalação dos soros. • Auxiliar o anestesista na indução e manutenção da anestesia. • Auxiliar a equipe cirúrgica no posicionamento do paciente. • Auxiliar no cateterismo vesical do paciente quando necessário. • Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica. • Auxiliar na anti-sepsia da área operatória. • Colocar a placa dispersiva (placa do bisturi). 18 07/05/2015 Enfermagem Cirúrgica • Auxiliar na colocação dos campos cirúrgicos. • Prover as mesas do instrumentador e do cirurgião assistente com artigos e equipamentos necessários ao ato operatório. • Manter o ambiente asséptico. • Acompanhar a cirurgia provendo ao instrumentador artigos necessários ao ato operatório. • Manter boa iluminação da área cirúrgica. • Controle de perda sanguínea com pesagem de compressas e gaze • Preencher a ficha transoperatória, a fim de fornecer subsídios para a continuidade dos cuidados de enfermagem. 19