Nº3/2009
O Instituto de Desenvolvimento Ambiental Sustentável – IDEAS é uma
organização não governamental que tem como finalidade promover a
proteção da biodiversidade, a conservação do meio ambiente e ações
para o desenvolvimento humano, social, institucional e ambiental em
regiões do Alto Paranapanema e demais áreas de domínio do bioma
Mata Atlântica.
Criado em 2006 a partir de um conceito diferenciado para a gestão de
compensações e programas ambientais, o IDEAS atua principalmente
na Bacia Hidrográfica do Rio das Almas utilizando mecanismos que integrem e promovam o conceito de desenvolvimento sustentável.
O Instituto foi concebido de forma a garantir uma gestão participativa,
transparente e democrática, promovendo a integração entre diversos
órgãos da região. Sua atuação se baseia em dois pilares fundamentais:
busca da melhoria da qualidade de vida e conservação da biodiversidade.
O IDEAS TEM COMO MISSÃO O DESENVOLVIMENT DE AÇÕES QUE
VISAM O RESGATE E VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE REGIONAL, PROPORCIONANDO MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E CONSERVAÇÃO
DOS RECURSOS NATURAIS.
APRESENTAÇÂO
O calendário deste ano tem como diferencial a ecoeficiência, pois é
composto por uma publicação sobre Agroecologia e além do calendário de 2010 que apresenta os Defensores da Natureza, também é
contem os calendários de 2011, 2012 e 2013 o qual lhe da a oportunidade de utilizá-lo por 4 anos, obter conhecimento e ainda mostrar que
é um cidadão com responsabilidade socioambeintal.
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AGROECOLOGIA
A agroecologia é um sistema de produção agrícola alternativa que busca a sustentabilidade da agricultura familiar, resgatando práticas que permitam aos agricultores produzir sem depender de insumos
industriais como agrotóxicos, o que a difere das práticas da agricultura convencional. Vai além das
técnicas orgânicas de cultivo, pois inclui elementos ambientais e humanos, é, praticamente, um modo
de vida que busca resgatar e valorizar o conhecimento tradicional da agricultura de base familiar.
É uma disciplina que engloba princípios ecológicos básicos para estudar, planejar e manejar sistemas
agrícolas que, ao mesmo tempo, sejam produtivos, economicamente viáveis, promovam a conservação dos recursos naturais e sejam socialmente justos.
Em relação à agricultura tradicional, a agroecologia se distingue ao utilizar os recursos naturais, permitindo a renovação do solo de forma natural e mantendo a biodiversidade.
Os sistemas agroecológicos também se desenvolvem por meio de sistemas florestais, onde combinam-se atividades extrativistas com a agricultura familiar sustentável.
A construção da agroecologia implica no desenvolvimento de novos valores que fundamentem as
relações dos agricultores familiares com o mercado, o que requer a criação de diferentes estratégias
de organização e comercialização com base na solidariedade e na ética. Assim, é possível estabelecer
uma aliança entre consumidores e produtores que seja socialmente justa.
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AGRICULTURA ORGÂNICA
A agricultura orgânica ou agricultura biológica é o termo frequentemente usado para a produção de
alimentos e produtos vegetais que
não faz uso de produtos químicos
sintéticos ou alimentos geneticamente modificados, e geralmente
adere aos princípios de agricultura
sustentável. A sua base é holística e põe ênfase no solo. Os seus
proponentes acreditam que num
solo saudável, mantido sem o uso
de fertilizantes e pesticidas feitos
pelo homem, os alimentos tenham
qualidade superior a de alimentos
convencionais. Em diversos países,
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a agricultura orgânica é definida
por lei e regulamentada pelo governo. É um sistema de produção
que exclui o uso de fertilizantes,
agrotóxicos e produtos reguladores
de crescimento, tem como base o
uso de estercos animais, rotação
de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de
pragas e doenças. Esse sistema
pressupõe a manutenção da estrutura e da profundidade do solo,
sem alterar suas propriedades por
meio do uso de produtos químicos
e sintéticos. A agricultura orgânica
está diretamente relacionada a sustentabilidade.
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AGRICULTURA BIODINÂMICA
A Agricultura Biodinâmica propõe ao homem do
campo a superação à unilateralidade materialista
na concepção da natureza, para que eles possam
cada um por si, encontrar uma relação espiritual e
ética com o solo, com as plantas e os animais e
com os coirmãos humanos.
O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o
ser humano que conclui a criação a partir de suas
intenções espirituais baseadas numa verdadeira
cognição da natureza. Propõe transformar a propriedade rural em um organismo em si, concluso
e diversificado; um organismo do qual a partir de si
mesmo é capaz de produzir uma renovação.
O fundamento para tal é a integração de todos os
elementos ambientais agrícolas, tais como culturas
do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras
culturas permanentes, florestas e capões arbustivos, mananciais e várzeas. Caso o organismo agrícola ordene-se em torno desses elementos, nasce
uma fertilidade permanente e atinge-se a saúde do
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solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.
Adubar na biodinâmica significa, portanto, vivificar o
solo e não simplesmente fornecer nutrientes para as
plantas. A grande preocupação que devemos ter é o
que fazer para que isso aconteça. Nesse caso é possível abster-se de muito do que hoje em dia parece
ser imprescindível. Na Agricultura Biodinâmica não
se usam adubos nitrogenados minerais, pesticidas
sintéticos, herbicidas, hormônios de crescimento.
A concepção do melhoramento biodinâmico dos
cultivares ou das raças está em irrestrita oposição à
tecnologia transgênica.
O agricultor biodinâmico aprende dentro do processo
de trabalho, a ser ele mesmo um pesquisador, aprende a participar e transmitir sua experiência a outros
e a estabelecer dentro do seu estabelecimento um
local de formação profissionalizante para gerações
vindouras.
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AGRICULTURA NATURAL
O principio básico da Agricultura
Natural é manifestar o poder do solo
(vitalidade, capacidade, propriedade
e funcionalidade). Obviamente, o
poder fundamental do desenvolvimento das plantas é do elemento solo;
o do elemento água e elemento fogo
são poderes de atuação secundária.
Conseqüentemente, dependendo da
qualidade do próprio solo, tem–se o
resultado bom ou ruim da planta, de
modo que no cultivo, a condição principal é melhorar ao máximo a qualidade do solo. Vamos comprovar que
realmente os seres vivos são constituídos de “Fogo, Água e Terra”, dando
o exemplo de um punhado de folhas
caídas, elas estavam vivas na natureza, e ficaram completamente secas.
O fato de terem ficado secas significa
que o elemento água acabou, e ficaram somente os elementos fogo e
solo, se atearmos fogo nessas folhas,
queimando-as por completo, significa
que acabou o elemento fogo.
Depois desse processo ficou somente
a cinza, que nada mais é do que o elemento solo, pois a cinza retorna ao
mesmo.
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De acordo com o principio da Agricultura Natural, a base é fazer o solo
emanar toda sua força. Observamos
a fertilidade do solo das matas e dos
campos naturais. Há um acúmulo de
resíduos vegetais, tal como folhas, ramos, troncos de árvores e capim seco,
os quais se transformaram em morada
de organismos que os decompõem.
Estes organismos gostam de sombra,
do calor, da umidade e da porosidade
do solo enriquecido por resíduos vegetais. Em 1m2 de solo de campo natural existem pelo menos 360 (trezentos
e sessenta) espécies de organismos
maiores, como: anelídeos de mais de
2cm de comprimentos e centopéias;
2.030.000 (dois milhões e trinta mil
espécies de tamanho médio, como
parasitas, insetos voadores e minhocas
e 1.000.000.000 (um bilhão) de microorganismos, como fungos e bactérias.
Se no solo fértil existe um número
infinito de organismos como os mencionados, isto quer dizer que eles exercem ai um trabalho efetivo. A minhoca
por exemplo, é considerada como uma
excelente produtora de solos fecundos,
pois alimentando-se de resíduos vegetais e de terra, excreta em composto
rico em matérias orgânicas.
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Os elementos não digeridos dessa excreção servem, por sua vez, de alimentos para os organismos
menores. Dessa maneira as minhocas modificam o estado do solo, aumentando a sua porosidade e
contribuindo assim para uma melhor aeração e umidade. Estima-se que a quantidade de terra preparada anualmente por esses anelídeos, em 100m2, oscile entre 38 e 55 toneladas. Baseados nesses
fatos vêem a necessidade de desenvolver uma técnica capaz de tornar o solo cada vez mais produtivo
como um operário experiente. Se o solo for mantido puro e se ele puder manifestar toda sua energia
vital, não surgindo doenças nem pragas, poderemos alcançar uma agricultura que respeite a natureza.
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PERMACULTURA
Permacultura é uma síntese das
práticas agrícolas tradicionais
com idéias inovadoras. Unindo o
conhecimento secular às descobertas da ciência moderna, proporcionando o desenvolvimento
integrado da propriedade rural de
forma viável e segura para o agricultor familiar.
A permacultura, além de ser um
método para planejar sistemas de
escala humana, proporciona uma
forma sistêmica de se visualizar o
mundo e as correlações entre todos os seus componentes. Serve,
portanto, como meta-modelo
para a prática da visão sistêmica,
podendo ser aplicada em todas
as situações necessárias, desde
como estruturar o habitat humano
até como resolver questões complexas do mundo empresarial.
Permacultura é a utilização de
uma forma sistêmica de pensar
e conceber princípios ecológicos que podem ser usados para
projetar, criar, gerir e melhorar
todos os esforços realizados por
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indivíduos, famílias e comunidades no sentido de um futuro
sustentável.
A Permacultura origina-se
de uma cultura permanente
do ambiente, estabelece em
nossa rotina diária, hábitos e
costumes de vida simples e
ecológicos - um estilo de cultura e de vida em integração
direta e equilibrada com o meio
ambiente, envolvendo-se cotidianamente em atividades de
auto-produção dos aspectos
básicos de nossas vidas referentes a abrigo, alimento, transporte, saúde, bem-estar, educação e energias sustentáveis.
Pode se dizer que os três pilares
da Permacultura são: Cuidado
com a Terra, Cuidado com as
Pessoas e Divisão dos excedentes
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AGROFLORESTA
É um sistema de produção em que se plantam árvores juntamente com os cultivos anuais, ou ainda
com a presença de animais. Esta é a forma mais antiga de se fazer agricultura, sendo muito fácil
encontrar exemplos, como o manejo da erva-mate na mata nativa, cultivo agrícola no inicio de crescimento de espécies arbóreas e criação de animais em pastagens parcialmente sombreadas.
A melhor maneira de fazer um sistema agroflorestal é imitar a própria natureza, que possui os meios
mais eficientes que se tem conhecimento para a ocupação do solo.
Ao observarmos o que acontece quando abandonamos uma roça, temos o melhor exemplo de como
plantar em uma terra cansada, sem o uso de venenos ou adubos. A regeneração da floresta inicia
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com a “tigüera” e acontece em harmonia com o ambiente, as plantas que nascem são em grande
número, são bastante rústicas e necessitam de muita luz. Elas proporcionam boas condições para o
estabelecimento de plantas mais sensíveis e exigentes. É através deste processo natural, também
conhecido como sucessão ecológica, que plantas como a erva-mate, mais exigentes em solo mais
sensíveis ao sol, um dia poderão ocupar solo da roça já cansado.
É assim que podemos fazer a agroflorestação, introduzindo inicialmente plantas de sol, espécies arbóreas pioneiras, milho e outras plantas de adubação verde. Depois podem ser introduzidos cultivos
como moranga e feijões, que suportam mais a sombra, neste processo podem ser introduzidos, em
seu tempo outras tantas árvores. Os cultivos que precisam de sol, como o milho, poderão ser plantados novamente com a poda da cobertura vegetal, aproveitando-se a poda de espécies arbóreas para
permitir a entrada de sol e incorporar a matéria orgânica ao solo.
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