Boletim Climatológico Anual – 2013
Portugal Continental
Resumo
O ano 2013, em Portugal Continental, caraterizou-se valores da temperatura média ligeiramente
superiores ao valor médio (período 1971-2000).
O valor médio de precipitação total anual, 939 mm, corresponde a uma anomalia de +57 mm (em
relação ao valor médio 1971-2000) o que permite classificar 2013 como um ano normal. Em termos
espaciais os valores de precipitação foram superiores ao valor médio nas regiões do Norte e Centro e
inferiores em algumas regiões do Sul.
O valor médio anual da temperatura média do ar, 15.39 °C, foi superior ao valor médio (anomalia de
cerca de +0.13 °C). Valores superiores aos registados este ano ocorreram em cerca de 30 % dos anos.
Também o valor médio anual da temperatura máxima do ar foi superior ao valor normal em +0.44 °C,
enquanto que o valor médio anual da temperatura mínima do ar foi inferior em -0.17ºC.
No ano de 2013 ocorreram 3 ondas de calor, nos meses de verão (junho, julho e agosto) e 1 onda de
frio em fevereiro.
Realçam-se os meses de março e novembro. No primeiro caso porque foi 2º mês de março mais
chuvoso em Portugal Continental nos últimos 50 anos; no segundo caso porque foi 4º mês de
novembro mais seco dos últimos 83 anos. Merece ainda referência a queda de neve na 2ª quinzena do
mês de maio e em junho.
Figura 1 - Distribuição espacial da anomalia da temperatura média anual e da percentagem da precipitação anual
em 2013 em relação ao valor médio 1971-2000
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Temperatura
Na Figura 2 representa-se a variabilidade interanual da temperatura média do ar, em Portugal
Continental, desde 1931. No ano de 2013 o valor médio anual da temperatura média, em Portugal
Continental, foi superior ao valor médio, com uma anomalia de +0.13 °C.
Figura 2 - Variabilidade interanual da temperatura média anual em Portugal Continental
Os valores médios no ano da temperatura máxima e mínima do ar foram de 20.94 °C e 9.85 °C,
respectivamente, a que corresponderam anomalias de +0.44 °C e -0.17 °C, em relação ao valor médio.
Na Figura 3 estão representadas as anomalias mensais, da temperatura máxima e mínima do ar,
destacando-se o mês de março com uma anomalia de temperatura máxima de -2.21 °C. O valor de
temperatura máxima do ar de março foi o mais baixo dos últimos 28 anos.
Salientam-se também, os meses de julho a setembro, em relação à temperatura máxima do ar, com
anomalias próximas ou superiores a +2.0 °C. Na temperatura mínima do ar de destacar o mês de maio
com a anomalia mais baixa,-1.66 °C.
Figura 3 – Anomalias mensais (em relação ao valor médio 1971-2000) da média da temperatura máxima
e mínima do ar em 2013, em Portugal Continental
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Precipitação
No ano de 2013, o valor médio anual da quantidade de precipitação foi ligeiramente superior ao da
normal 1971-2000, com um desvio de +57 mm (Figura 4), classificando-se o ano como normal.
Figura 4 - Desvios do total de precipitação anual em Portugal Continental em relação
ao valor da normal 1971-2000
Na Figura 5 destaca-se o mês de março, extremamente chuvoso, com valores de precipitação quase 4
vezes superiores aos valores médios, e o mês de novembro, extremamente seco, com valores de
precipitação muito inferiores aos normais.
Figura 5 – Valores de precipitação total mensal em 2013 e valores médios no período 1971-2000
em Portugal Continental
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Fenómenos Relevantes em 2013
Temperatura
Precipitação
Fevereiro: onda de frio1 em Alcobaça (6 dias), Mértola (6
dias) e Alcácer do Sal (7 dias).
Em março o valor médio da temperatura máxima do ar foi
o mais baixo dos últimos 28 anos.
Queda de neve:
Janeiro: dia 19 na serra da Estrela.
Fevereiro: dias 27 e 28 nas regiões do Norte e Centro em
cotas superiores a 300/400m.
Abril: dias 27 a 29 em alguns locais de Trás-os-Montes e
Beira Interior, acima dos 900 metros.
Maio: dias 16 a 19 nas regiões acima dos 1000/1200
metros.
Junho: dia 7 e nas madrugadas de 17 e 18 Serra da Estrela.
Dezembro: em regiões acima dos 800 metros.
2º Março mais chuvoso em Portugal Continental nos
últimos 50 anos e o 7º desde 1931. Ultrapassados os totais
mensais desde 1941 em alguns locais da Beira Interior,
Estremadura, Ribatejo e Alentejo.
O valor médio da temperatura média do ar em maio foi o
mais baixo dos últimos 20 anos e o da temperatura mínima
o mais baixo dos últimos 30 anos.
No dia 29 de agosto ocorreram valores elevados da
quantidade precipitação no Baixo Alentejo e Algarve.
3 Ondas de calor2 no verão:
Junho: dias 22 a 30 na região Centro ( entre 7 e 9 dias).
Julho: dias 3 a 13. A mais significativa observada em julho
desde 1941 (a par com a de 2006).
Agosto: 9 a 15 de Agosto na Guarda, em Montalegre e em
Mirandela.
4º Novembro mais seco dos últimos 83 anos. Na 2ª
quinzena não se verificou precipitação em grande parte do
território.
Em julho foram ultrapassados os maiores valores da
temperatura máxima em Sines/Monte Chãos e em
Mirandela.
Situação de seca meteorológica em 30 de novembro: 67 %
em seca fraca e 10 % em seca moderada.
Agosto: 6º valor mais alto da temperatura máxima desde
1961.
Em dezembro valores elevados de precipitação nas Penhas
Douradas (97.4 mm), Manteigas (91.5 mm), Viseu (80.6 mm)
e Vila Real/Cidade (76.2 mm), nos dias 24 a 26.
Setembro - 8º valor médio mais alto da temperatura média
do ar desde 1931 e o 5º da temperatura máxima.
Outros fenómenos
Vento muito forte em janeiro: rajadas de 140 km/h no Cabo Carvoeiro, 129km/h na Foia e 116km/h no Porto e em Aveiro.
Tornado no dia 03 outubro em Montemor-o-Novo - existência de um funil consistente com a presença da tromba de um
tornado.
1
Considera-se que ocorre uma onda de frio (do ponto de vista climatológico) quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a
temperatura mínima do ar é inferior em 5°C ao respetivo valor médio diário da temperatura mínima (no período de referência 1961-1990).
2
Considera-se que ocorre uma onda de calor (do ponto de vista climatológico) quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a
temperatura máxima do ar é superior em 5°C ao respetivo valor médio diário da temperatura máxima (no período de referência 1961-1990).
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