Pró-Reitoria de Graduação FABIANA BISPO DOS SANTOS Curso de Engenharia Ambiental Trabalho de Conclusão de Curso ELABORAÇÃO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS DE DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO UNIFAMILIAR ELABORAÇÃO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS DE DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO UNIFAMILIAR Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia AmbientalBispo dos Santos Autora: Fabiana Orientadora: Maria Albertina Orientadora: Maria Albertina Pires Maranhense CostaPires - PhD Maranhense Costa – PhD. Brasília Brasília201- DF 2013 FABIANA BISPO DOS SANTOS ELABORAÇÃO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS DE DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO UNIFAMILIAR Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Ambiental Orientadora: Maria Albertina Maranhense Costa – PhD. Brasília 2013 Pires Artigo de autoria de Fabiana Bispo dos Santos, intitulado PLANILHAS DE DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS UNIFAMILIAR”, apresentado como requisito parcial para obtenção Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: “ELABORAÇÃO DE DE TRATAMENTO do grau de Bacharel em 21 de junho de 2013, __________________________________________________ Prof. Maria Albertina Pires Maranhense Costa - PhD Orientadora Curso de Engenharia Ambiental – UCB __________________________________________________ Prof. Msc. Beatriz Rodrigues de Barcelos Examinadora Curso de Engenharia Ambiental – UCB Brasília 2013 Dedico esse projeto a mulher que mais me incentivou a ser uma pessoa que trilha caminhos do bem, uma pessoa verdadeira e que tem a honestidade como um princípio inabalável e sobre tudo que coloca Deus em primeiro lugar na vida. Dedico a você, Francisca Bispo, minha mãe. AGRADECIMENTOS Primeiramente preciso agradecer a Deus, pois é por meio dEle que tenho o privilégio de estar realizando este trabalho. À minha mãe, Francisca Bispo, aos meus irmãos: Fábio, Paulo, Mayara e Rafael, que demonstram tanto amor. Ao meu esposo, Anderson, pelo carinho mesmo em meio a tanta correria. Às minhas amigas Fernanda, Keisyane e Olívia que iniciaram esse projeto comigo. À professora Maria Albertina pela atenção nas orientações dadas. 6 ELABORAÇÃO DE PLANILHAS DE DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE TRATAMENTO UNIFAMILIAR FABIANA BISPO DOS SANTOS RESUMO Tendo como base um déficit na parte de infraestrutura do saneamento básico brasileiro, como a falta de rede coletora de esgoto e tratamento do mesmo principalmente em regiões menos desenvolvidas. Tem-se por objetivo desenvolver planilhas eletrônicas, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para construção de fossas sépticas com vistas ao tratamento dos dejetos gerados em residências de médio a grande porte, e de pós-tratamento como filtros anaeróbios e sumidouros. O projeto foi realizado de acordo com as normas que regem a construção e operação de todos os sistemas. Visando facilitar o uso do dimensionamento desses sistemas foi elaborada uma planilha eletrônica onde contém os cálculos desses dimensionamentos conforme é exigido pela ABNT, NBR 7229/93 que trata do Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos e a NBR 13969/97 que rege as Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos, onde o usuário irá apenas substituir dados, referente à construção do sistema de tratamento que atende no máximo onze pessoas, e os valores serão apresentados na escala em que foi pedida, dando assim a informação do volume útil para cada sistema que se deseja implantar. Foi agregado ao estudo a relação da condutividade hidráulica do solo do DF com a vulnerabilidade a contaminação. Palavras-chave: Fossa Séptica. Pós-Tratamento. Planilha de Dimensionamento. Vulnerabilidade do Solo. 1. INTRODUÇÃO Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2008, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a situação do esgotamento sanitário no Brasil é deficiente quanto a oferta de serviço. A PNSB indicou a falta de coleta de esgoto em 2.495 municípios, distribuídos pelos estados brasileiros, exceto pelo Estado de São Paulo, onde apenas uma cidade não apresentava o serviço de esgotamento através de rede coletora. Em relação aos dados gerais do Brasil 34,8% das pessoas não tem acesso à rede coletora de esgoto, segundo as grandes regiões. 7 A solução de construção de fossas sépticas para destinação do esgoto doméstico são as alternativas para a população, que não tem o serviço de esgotamento sanitário, evitar o lançamento de dejetos em corpos hídricos e no solo, causadores de grande impacto ao meio ambiente e na saúde, devido a presença de nutrientes (processo de eutrofização) e organismos patogênicos (doenças de veiculação hídrica) (IBGE, 2008). A vulnerabilidade do solo e o risco a contaminação também devem ser observados quando se trata de esgoto sanitário, considerando que a destinação inadequada desses materiais levam a proliferação frequente de doenças e impactos no meio ambiente. As fossas sépticas são alternativas seguras para a destinação dos esgotos domésticos, contudo o que se observa são construções e operações de fossas e tanques sépticos de maneira inadequada. De modo geral, a construção destas fossas são realizadas por profissionais não capacitados quanto as normas e instruções técnicas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que determina Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBRs) que discorrem sobre construção e operação de sistemas de tanques sépticos e disposição final dos efluentes (ABNT, 1993, 1997). As NBRs são importantes para padronizar a construção de fossas sépticas, visando garantir a qualidade do projeto implantado. A não implantação destas implicam no aumento do volume de esgoto causando infiltrações e contaminação no lençol freático e no solo. De acordo com a comunicação verbal, em 2013, com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Distrito Federal- Brasília (CREA-DF), “não exige que o engenheiro responsável registre as obras relacionadas à execução de fossas sépticas”. Portanto, não há nenhum tipo de registro no CREA-DF a esse respeito. Outro problema a ser considerado é que os serviços públicos de tratamento de esgoto muitas vezes são sobrecarregados em algumas épocas do ano, recebendo volume de esgoto maior do que são previstos, como em épocas de chuvas em que as águas pluviais são direcionadas para as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Ao aumentar o volume de esgoto recebido as ETEs são obrigadas a descartar parte do esgoto antes de ser tratado, lançando-os em corpos d’água gerando impacto ao meio ambiente (IBGE, 2008). A solução para descentralização do tratamento do esgoto pelos serviços públicos seria a promoção desses tratamentos em estações unifamiliares, usando tratamentos simples e aplicáveis em residências, principalmente em áreas rurais que não contam com o serviço coletor de esgoto. O objetivo deste projeto de pesquisa é estudar a viabilidade por meio de levantamento bibliográfico para o tratamento de esgoto doméstico e desenvolver planilhas eletrônicas, segundo a ABNT, para construção de tanques sépticos. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO Fossa Séptica O tanque séptico é destinado ao tratamento primário de esgoto doméstico prediais e de condomínios onde ainda não há rede coletora de esgoto. Dessa forma, a fossa tem como principal atividade a remoção da maior parte dos sólidos suspensos presentes no esgoto. Esse material grosseiro é sedimentado e passa por um processo de digestão anaeróbia no fundo do tanque, ocorrendo assim sua estabilização sob condições desse processo. As unidades de 8 tanques sépticos podem ser de forma cilíndrica ou retangular e são de fluxo horizontal. O sistema de tanque séptico deve funcionar obedecendo as distancias mínimas de três metros para árvores e qualquer ponto de rede coletora abastecimento de água e quinze metros de distância de poços freáticos e corpos de água de qualquer natureza para que haja a preservação da qualidade das águas superficiais e subterrâneas (ABNT, 1993). Para o dimensionamento da fossa, Figura 1, são adotados alguns valores mínimos tabelados pela norma para se calcular o volume útil. Sendo assim, a norma diz que para se obter a contribuição de esgoto em L/hab.dia junto com a contribuição de lodo fresco em L/hab.dia se utiliza a Tabela 1. Quanto ao período de detenção dado em dias é determinada pela contribuição em L/dia encontrados na Tabela 2 e a taxa de acumulação de lodo dados em dias por intervalo de limpeza estão disponíveis na Tabela 3, todas presentes neste trabalho. O dimensionamento do tanque séptico se dá pela equação 1: Equação 1 Onde: V= Volume útil, em litros N= Número de pessoas ou unidade de contribuição C= Contribuição de despejos, em litros/ pessoa x dia, ou em litros/ unidade x dia T= Período de detenção, dias K= Taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco Lf= Contribuição de lodo fresco, em litros/ pessoa x dia ou litros/ unidade x dia Figura 1 - Detalhes e dimensões de um tanque séptico de câmara única Fonte: ABNT (1993) 9 SUMIDOURO É uma das formas de pós-tratamentos mais utilizada para a depuração de efluentes final das fossas sépticas. Conhecidos por poços absorventes, os sumidouros geralmente tem formas cilíndricas, e suas paredes são revestidas de alvenaria, onde os efluentes das fossas sépticas são lançados diretamente nos sumidouros, permitindo assim, a infiltração no solo. De acordo com a ABNT (1997, p. 19-20) tem-se: Os sumidouros deverão ter as paredes revestidas de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, ou anéis pré-moldados de concretos, convenientemente furados, podendo ter, ou não, enchimento de cascalho, pedra britada, coque, com recobrimento de areia grossa. As lajes de coberturas dos sumidouros deverão ficar ao nível do terreno, serão de concreto armado, e dotada de abertura de inspeção com tampão de fechamento de hermético, cuja menor dimensão, em seção, será de 0,60 m. As dimensões dos sumidouros serão determinadas em função da capacidade de absorção do terreno, calculada segunda as indicações constantes do Item 10.5, devendo ser considerada como superfície útil de absorção a do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do efluente da fossa. Os sumidouros não deverão atingir o lençol freático. O sumidouro, Figura 2, ou poços absorventes, devem ser construídos com distância mínima de três metros de distância da fossa séptica, e em um ponto com maior declive, que facilitará o escoamento do efluente. Figura 2 – Detalhes e dimensões de um Sumidouro Fonte: ABNT (1997) FILTRO ANAERÓBIO DE LEITO FIXO COM FLUXO ASCENDENTE Utilizado para tratamento de esgotos quando o solo tem sua capacidade reduzida de absorção, e o espaço no terreno é pouco. Indicados para esgotos de baixa carga orgânica e resíduos solúveis, pois se houver muitos sólidos suspensos, maior a possibilidade de entupimento. O filtro anaeróbio é feito de tanques com leito de meio filtrante, onde o efluente da fossa séptica se escoa no sentido ascendente, a parte que possui o meio suporte como filtrante que fica contida no tanque. Com o funcionamento do filtro ficam retidas no material filtrante as bactérias anaeróbias. Segundo Dacach (1990) algumas experiências realizadas, indicam que os filtros anaeróbios de fluxo ascendente, removem do efluente da fossa séptica cerca de 65 a 75% da 10 demanda bioquímica de oxigênio, aproximadamente 64% de sólidos em suspensão, e de 55 a 68% da demanda química de oxigênio. Ao considerar a ação conjunta de fossa séptica e do filtro anaeróbio são removidos do esgoto bruto de 65% a 82% de demanda química de oxigênio, de 89% a 98% de sólidos em suspensão, de 88% a 97% de sólidos em suspensão voláteis e de 60% a 73% de coliformes fecais (DACACH, 1990). Todo o processo de pós-tratamento com filtro anaeróbio deve ser muito criterioso, pois pode sofrer alterações de acordo com as variações de temperatura do esgoto. O efluente do filtro anaeróbio pode exalar odores. Dimensionamento, conforme a ABNT (1997): a) Volume útil (V) V=1,60.N.C.T Equação 2 N= número de contribuintes C= contribuição de esgoto, em litro/pessoa.dia T= período de detenção, em dia b) Seção horizontal (S) S= V/1,80 O diâmetro(d) e a largura (L), não devem exceder a três vezes a profundidade útil (h) de 1,80m. Figura 3 – Detalhes e dimensionamento do Filtro Anaeróbio tipo circular Fonte: ABNT (1997) 2.2 MATERIAIS Segue abaixo o material utilizado neste estudo: a) Levantamento bibliográfico incluindo normas brasileiras para construção de sistemas de tratamento de esgoto doméstico; b) Levantamento bibliográfico dos solos presentes no Distrito Federal (DF); 11 c) Identificação do software Microsoft Office Excel® para a elaboração das planilhas eletrônicas. 2.3 MÉTODOS Os métodos adotados para o desenvolvimento deste estudo foram: a) Aplicação dos sistemas de tratamento e pós-tratamento tendo como base a bibliografia e a ABNT, onde foram elaboradas normas referentes quanto: ao dimensionamento; a distância exigida para construção dos sistemas referente aos corpos d’água e a vegetação; ao tipo de construção, entre outros. b) Mapa Pedológico Digital do DF (2004) adotado para identificar os principais tipos de solos existentes no DF, quanto à vulnerabilidade a infiltração e a contaminação, segundo o critério de condutividade hidráulica. c) O Programa usado para a construção das planilhas é o Microsoft Office Excel®, por ser um programa de planilha eletrônica de cálculo e de fácil manuseio. c.1) Planilhas eletrônicas As planilhas estudadas para o uso preferencialmente unifamiliar é para no máximo 11 pessoas. A contribuição de esgoto e lodo fresco foram observadas por meio da tabela 1 de contribuição diária de esgoto, onde se destacaram dois tipos de padrão de residência: os padrões médios e baixos. Foi automatizado as planilhas para atender o número máximo de pessoas em 11 contribuintes, portanto a faixa de contribuição diária em litros de esgoto chega ao limite de 1500 L/d e o tempo de detenção dos despejos é de apenas um dia. Para a tabela de taxa de acumulação total de lodo em dias por intervalo entre limpezas, optou-se para adotar a média de temperatura ambiente acima de 20º C, tomando como média temperatura ambiente de clima tropical. Após as determinações estabelecidas conforme a situação de tratamento e pós-tratamentos unifamiliar, foi feito o agrupamento destas informações para a planilha de Fossa. c.2) Planilha da Fossa Séptica Na planilha de fossa séptica foi estruturado com base nos dados das Tabelas 1, 2 e 3 da ABNT (1993), para no máximo11 (onze) contribuintes de esgoto por residência. Inserindo a fórmula de volume útil total do tanque séptico (ABNT, 1993, p.4) na planilha e utilizando as informações disposta nas tabelas é possível dimensionar o tanque séptico. A planilha conta também com informações das dimensões por numero de pessoas por residência e a contribuição diária (CREDER, 2006). Para dimensionar a fossa séptica foi feita a planilha de cálculo que utiliza as informações das tabelas e das fórmulas para obter o resultado das dimensões da fossa séptica. 12 Tabela 1 - Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante Cod. Descrição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Unidade Residência alto padrão Residência médio padrão Residência baixo padrão Alojamento provisório Fábrica Escritório Edifícios públicos ou comerciais Escolas Restaurantes e similares Cinemas, teatros e similares Sanitário públicos litros/pess litros/pess litros/pess litros/pess litros/pess litros/pess litros/pess litros/pess litros/ref litros/lugar litros/vaso Contribuição Contribuíção de esgoto ( C ) lodo fresco (Lf) 160 130 100 80 70 50 50 50 25 2 480 1,00 1,00 1,00 1,00 0,30 0,20 0,20 0,20 0,10 0,02 4,00 Fonte: ABNT (1993) Tabela 2 – Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária Período de detenção Contribuição diária (L) Intervalo COD. 1 2 3 4 5 6 7 1.501 3.001 4.501 6.001 7.501 9.001 1.500 3.000 4.500 6.000 7.500 9.000 Tempo de detenção (T) Dias Horas 1,00 24,00 0,92 22,00 0,83 20,00 0,75 18,00 0,67 16,00 0,58 14,00 0,50 12,00 Fonte: ABNT (1993) Tabela 3 - Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio Fonte: ABNT (1993) 13 c.3) Planilha do Sumidouro A planilha de pós-tratamento sumidouro é composta pela tabela de Possíveis Faixas de variação de Coeficiente de Infiltração dependendo do tipo de solo (CREDER, 2006, p. 260). A tabela de coeficiente de infiltração é uma alternativa simples para os testes de percolação, que são necessários nas etapas de implantação do sumidouro segundo a ABNT (1997), com essa tabela e o resultado do Volume útil da fossa séptica, é calculada a fórmula de Área de Infiltração necessária para o sumidouro (CREDER, 2006, p. 258). Para o cálculo das dimensões usou-se uma segunda fórmula da área de infiltração que é utilizado como parâmetros o diâmetro (D) e altura (h) (DACACH, 1990, p.143); usando a área de infiltração pode-se calcular as dimensões do sumidouro. Quadro1 – Faixa indicando os valores de absorção Possíveis faixas de variação de absorção (tabela 3.13 Creder) Faixa Características da constituição dos solos Coeficiente de infiltração m²x dia (Ci) 1 Rochas,argilas compactadas de cor branca, cinza ou preta, variando a rochas alteradas e argilas medianamente compactadas de cor avermelhada 2 Argilas de cor amarela, vermelha ou marrom medianamente compactas,variando a argilas, pouco siltosas e/ou arenosas 20 a 40 3 Argilas arenosas e/ou siltosa, variando a areia argilosa ou silte argiloso de cor amarela, vermelha ou marrom 40 a 60 4 Areia ou silte argiloso, ou arenoso com humos e turfas, variando a solos constituídos predominantemente de areias e siltes Areia bem selecionada e limpa, variando a areia grossa com cascalhos 60 a 90 5 menor que 20 maior que 90 Fonte: CREDER (2006) Tabela 5 - Cálculo de área de infiltração para sumidouro Área de infiltração necessária para sumidouro A= V/Ci A = πD² + π x D x h 4 Fonte: CREDER (2006) c.4) Planilha do Filtro Anaeróbio Na construção da planilha de filtro anaeróbio foi usado a ABNT (1997) como instrumento para os cálculos de dimensionamento, considerando o uso unifamiliar obtém-se o numero máximo de 11 pessoas por residência, por meio dessa informação foi possível montar a tabela de contribuição diária de dejetos e de carga orgânica por tipo de prédio e de ocupantes, destacando para a planilha o tipo de residência de padrão médio e padrão baixo. 14 Como a vazão em litros por dia não ultrapassa 1500 L/d, na tabela de tempo de detenção hidráulica de esgotos por faixa de vazão e temperatura do esgoto foi destacado apenas a faixa de até 1500 L/d de vazão considerando apenas as temperaturas entre 15°C e 25°C e temperaturas maiores que 25°C. Com a fórmula do volume útil do leito filtrante em litros foi capaz de dimensionar o reservatório do filtro anaeróbio utilizando a fórmula da seção horizontal e do lado da seção horizontal (DACACH, 1990). Cruzando as informações na planilha de dimensionamento é possível obter o resultado do cálculo das dimensões do filtro anaeróbio. 2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 2.1 RESULTADOS a ) Automatização das NBRs abaixo visando sua eventual aplicação: - NBR n°7229/1993 que dispõe sobre projeto, construção e operação de sistema de tanques sépticos; - NBR n°13969/1997 que dispõe sobre tanques sépticos - unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos- projeto, construção e operação. b) Vulnerabilidade do Solo no DF Ao analisar os principais solos do DF por meio do Mapa Pedológico Digital (2004), os resultados obtidos foram três classes de solo: os Latossolos, que são mais de 50% da área, os Argilossolos que correspondem a 2,89% e os Cambissolos que ocupam 30,98%. Segundo estudos de GOMES (2002) sobre a condutividade hidráulica natural de varias classes de solo, foi possível desenvolver a tabela 6, que indica os valores de condutividade hidráulica ( porosidade ) correlacionados com as classes de vulnerabilidade dos solos do DF. Ao relacionar a condutividade hidráulica com o potencial de possível infiltração é observado que a vulnerabilidade do Latossolo é alta, a do Argilossolo é moderada e a do Cambissolo pode ser classificada como baixa. Logo, a possibilidade de eventual contaminação do solo no DF, por uso inadequado de fossa séptica, é expressiva, pois o Latossolo constitui mais de 50% de sua área. Tabela 6 - Classes de Condutividade Hidráulica dos Solos Classes de Condutividade Hidráulica (kv) Valores em Kv em m3/s Classes de Solo Área correspondente no DF (%) Alta Latossolos 54,50 Moderada Argissolos 2,89 Baixa Cambissolos 30,98 Fonte: Barbado (2008), adaptado de Gomes et al., 1996. c) Automatização do dimensionamento de tanques sépticos (segundo as NBRs) As NBRs n°7229/1993 e n°13969/1997 identificadas no resultado “a” foram automatizadas visando facilitar o seu eventual uso. 15 O resultado dessa automatização foi o desenvolvimento das seguintes planilhas eletrônicas: (1) para tratamento primário do esgoto a planilha de fossa séptica e, (2) para pós-tratamentos as planilhas de filtro anaeróbio e de sumidouro. A Tabela 7 que indica o calculo de dimensionamento (até 11 pessoas), foi desenvolvida a partir das Tabelas 1, 2 e 3. Na Tabela 1, nos códigos 2 e 3 estão indicando o padrão das residências, já na Tabela 2, foi usado o código 1 para contribuição diária e o tempo de detenção e na Tabela 3 foi usado a taxa de acumulação de lodo conforme o intervalo de limpeza da fossa. Tabela 7 – Exemplo de cálculo de Dimensionamento de fossa para 5 pessoas N° de pessoas Contribuição por tipo de prédio Contribuição diária de esgoto Taxa de acumulação de lodo(k) Volume útil calculado (V) 5 130 650 97 2135 Unidade Litros/dia Litros/dia Litros A Figura 4 apresenta o junção das Tabelas 1, 2 e 3 para o desenvolvimento da Tabela 7 indicando o calculo de dimensionamento de fossa séptica para 5 pessoas. Figura 4 - Planilha fossa séptica no EXCEL®, substituição dos dados para obtenção de resultados de dimensionamento. Resultados obtidos automaticamente com as mudanças dos dados 16 A partir das Tabelas 1, 2 foi desenvolvida a Tabela 8, que exemplifica o calculo de dimensionamento de filtro anaeróbio. Na Tabela 1, nos códigos 2 e 3 estão indicados o padrão das residências, já a Tabela 2, foi usado código 1 para a contribuição diária e tempo de detenção hidráulica do lodo e da temperatura. Na medida em que os parâmetros número de pessoas(N), contribuição de esgoto(C) e tempo de detenção (T) forem alterados o volume útil (V), a secção transversal e o lado da seção horizontal serão automaticamente modificados. Tabela 8 – Exemplo de cálculo de dimensionamento para 5 pessoas TABELA DE CALCULO DE DIMENSIONAMENTO N° de pessoas (N) 5 Unidade Contribuição de esgoto ( C) 100 L/dia Tempo de detenção (T) 1 Volume útil (V) 800 m³ Seção Transversal 444,44 m² Lado da seção horizontal 21,08 m Figura 5 - Planilha Filtro Anaeróbio no EXCEL®, substituição dos dados para obtenção de resultados de dimensionamento. O cálculo da planilha de Sumidouro foi desenvolvido, a partir do Quadro 1 e das Tabelas 5 e 7 onde o volume, diâmetro e altura poderão ser modificados de acordo com a dimensão do projeto. 3.2 DISCUSSÕES A NBR 13969 (1997) dispõe de Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. Esta Norma faz parte de uma série de três normas referentes ao “Sistema de tratamento de esgotos”, sendo a primeira desta série a NBR 7229:1993 - Projeto, construção e operação de 17 sistemas de tanques sépticos, e complementa a parte referente ao tratamento e disposição dos efluentes de tanques sépticos. O benefício das NBRs n°7229/1993 e n°13969/1997 é oferecer aos usuários do sistema local de tratamento de esgotos, que têm tanque séptico como unidade preliminar, alternativas técnicas consideradas viáveis para proceder ao tratamento complementar e disposição final do efluente. Contudo, até a presente automatização das NBRs n°7229/1993 e n°13969/1997 não foram observadas na literatura planilhas contendo os cálculos de dimensionamento de tanques sépticos de forma sistêmica em Excel. Considerando o uso adequado das normas devido a sua automatização, problemas como contaminação por efluente de esgoto doméstico possivelmente serão minimizados em regiões que adotarem os sistemas de tratamento unifamiliar conveniente. A vulnerabilidade do solo tem sido alvo de pesquisas devido aos frequentes problemas de contaminação. Segundo Carvalho (2002) a condutividade hidráulica é um parâmetro que traduz a facilidade com que a água se movimenta ao longo do perfil do solo. Segundo o Mapa Pedológico Digital do DF (2004), o solo do DF é formado por algumas das classes já avaliadas por Gomes (2002) e suas respectivas condutividades hidráulicas. Portanto, este estudo adotou a classificação de solo de Gomes (2002) para identificar o grau de vulnerabilidade natural dos solos do DF, que é formado em sua maioria de Latossolo (54,50%), Cambissolo (30,98%) e Argilossolo (2,98%). Desta forma a classificação do grau de vulnerabilidade natural do solo do DF é representada por alto (Latossolo), moderado (Argilossolo) e baixo (Cambissolo). Enquanto Alves (2009) estudou os solos do Goiás, segundo a classificação de Gomes (2002), para identificar a estimativa da vulnerabilidade natural e risco dos solos à contaminação nas áreas de recarga do Aqüífero Guarani, no sudoeste do Estado de Goiás (SAG/GOIÁS). Alves (2009) verificou que a área classificada como vulnerabilidade muito alta se encontra coberta por Neossolos Quartzarênicos e Latossolos. A conclusão do estudo de Alves (2009) indicou que a vulnerabilidade e risco da área de recarga do SAG em Goiás são elevados devido ao tipo de solo e suas característas com relação a condutividade hidráulica e infiltração e por isso inspiram cuidados, sobretudo preventivos, com o uso, manejo e conservação dos solos. Já Pessoa (2006) estudou a vulnerabilidade natural das bacias hidrográficas brasileiras à tendência potencial de contaminação de águas por agrotóxicos em função dos seus tipos de solos predominante, e concluiu que os solos: Latossolos Argilossolos e Cambissolos, por terem alta permeabilidade, indicaram tendência natural a contaminação de águas subterrâneas e superficiais. 18 O estudo relacionando o tratamento de esgoto utilizado com as características do solo, diminuirá possíveis contaminações, portanto adotar tais normas e procedimentos, citados neste estudo, previnirá eventuais danos ao meio ambiente e saúde. 3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES a) CONCLUSÕES A contribuição da automatização das NBRs n°7229/1993 e n°13969/1997 facilitará a padronização no desenvolvimento de projetos a serem implantados, considerando que os cálculos poderão ser ajustados para suas respectivas aplicações. O grau de vulnerabilidade dos solos é mais um parâmetro que deve ser agregado as NBRs n°7229/1993 e n°13969/1997 devido a possibilidade de contaminação em solos mais permeáveis. b) RECOMENDAÇÕES A continuação deste estudo deve constar à elaboração de uma planilha para outros póstratamentos como vala de filtração e infiltração e planilha orçamentária dos materiais utilizados na construção do tratamento e dos pós-tratamentos na utilização em esgoto unifamiliar, visando facilitar e padronizar a construção de outros eventuais sistemas de tratamento. A avaliação dos padrões de contaminação dos sumidouros devem obedecer a legislação ambiental vigente, visando a proteção do manancial hídrico da área circunvizinha e do solo. DEVELOPMENT OF ELECTRONIC SPREADSHEE SIZING OF TREATMENT SYSTEMS UNIFAMILIAR ABSTRACT: Based on a deficit in the infrastructure of the Brazilian basic sanitation, the lack of sewage collection system and treatment of the same especially in less developed regions. Has the objective of developing spreadsheets, according to the Brazilian Association of Technical Standards (ABNT), for construction of septic tanks with views to the treatment of waste generated in households of medium to large size, and post-treatment as anaerobic filters and sinks . The project was conducted in accordance with the rules governing the construction and operation of all systems. To facilitate the use of dimensioning these systems we created a spreadsheet which contains these sizing calculations as required by ABNT NBR 7229/93 19 which deals with the design, construction and operation of septic tank systems and NBR 13969/97 which governs units for additional treatment and disposal of wastewater, where the user will only replace data for the construction of the treatment system serving a maximum o f eleven people, and the values are shown on the scale that was requested, thus giving information useful volume for each system you want to deploy. Was added to study the relationship of hydraulic conductivity of the DF with vulnerability to contamination. Keywords: Septic Tank, Post-Processing, Spreadsheet Sizing, Vulnerability soil. REFERÊNCIAS ALVES, Thaís Moreira. Vulnerabilidade e risco à contaminação dos solos da área de recarga do Aquífero Guarani no estado de Goiás. Boletim Goiano de Geografia. V.29, n. 1: 135-150, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229: Projeto, Construção e Operação de Sistemas de Tanques Sépticos. Rio de Janeiro, 1993. 15p. ______. NBR 13969: Tanques Sépticos - Unidades de Tratamento Complementar e Disposição Final dos Efluentes Líquidos - Projeto, Construção e Operação. Rio de Janeiro, 1997. 60p. CARVALHO, Laercio Alves de. Condutividade hidráulica di solo no campo: as simplificações do método do perfil instantâneo. 2002. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponíveis/11/11140/tde-29052003-141211/. Acesso em: 201304-13 CREADF- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Distrito Federal. Setor de comunicações. Brasília, 2013. 20 CREDER, Hélio, Instalações Hidráulicas e Sanitárias . 6ª ed. – Rio de Janeiro : LTC, 2006. 423p. DACACH, Nelson Gandur. Saneamento Básico. 1º edição Editora Didática e Cientifica 1979, Rio de Janeiro. 293p. ______.______. 3° edição Editora Didática e Cientifica 1990. 293p. GOMES, M.A.F.: SPADOTTO, C.A.: PESSOA, M.C.P.Y. Avaliação da vulnerabilidade natural do solo em áreas agrícolas: subsídio à avaliação do risco de contaminação do lençol freático por agroquímicos. Pesticidas: R. Ecotoxicol. e Meio Ambiente, Curitiba, v. 12, jan./ dez. 2002. IBGE- Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. In: SANEAMENTO BÁSICO. Brasil: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.p pd>. Acesso em: 01 abr. 2013. JORDÃO, Eduardo Pacheco Jordão; PESSÔA, Constantino Arruda. Tratamento de esgotos domésticos. 3° edição Editora ABES, 1995. PESSOA, Maria Conceição Peres Young; GOMES, Marco Antonio F.; SILVA, Aderaldo de Souza; GUSSAKOV, Karim Cazeris. Vulnerabilidade natural das grandes bacias brasileiras à tendência de contaminação de águas por agrotóxico em função dos tipos de solos predominantes. Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia. e Meio Ambiente, Curitiba, v.16, jan/dez.2006.