10. Ana Carolina Druwe (Unesp)
“Achei muito interessante perceber uma preocupação no teu portfólio que me arrisco a considerar
geracional. Trata-se de uma preocupação com a memória coletiva em tempos de um presente que
se reitera e de uma aparente debilidade do sujeito para estabelecer vínculos de
consequencialidade entre teus atos e as narrativas históricas. Estas questões estavam presentes
na Documenta 13 e de alguma maneira motivam trabalhos de artistas jovens brasileiros, como
Jonathas de Andrade, Guilherme Peters e Renata Lucas, esta última que inclusive participou da
exposição alemã.
Quando você apaga elementos de imagens coletadas em revistas e arquivos fotográficos com
tiner (Exercício para Apagar Pessoas, 2011) ou pigmento corretivo (Estudo para Reorganizações,
2012), parece criar uma impressão de um encontro no tempo. Entre as formas originais e as da tua
pintura, entre vestígios do passado e teu gesto manual de pós-produção. Te anima pensar o papel
da arte na recondução de processos históricos descontinuados? Acha que as ruínas do
modernismo brasileiro, por exemplo, nos legam projetos a serem ativados ou mesmo concluídos
hoje?”
Depoimento retirado de carta enviada por Ana Maria Maia para a artista durante o processo de
acompanhamento crítico.
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10. Ana Carolina Druwe (Unesp) “Achei muito interessante perceber