CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO
COORDENAÇÃO DE ENFERMAGEM
PROF.: ILANA MÍRIAN
Alinne Anne
Ana Amélia
Ataína Tajra
Elsomaria Oliveira
Flaviana Vilar
Floriana Santos
Germano Costa
Letícia Sales
NEOPENTECOSTALISMO E RELIGIÕES
AFROBRASILEIRAS:
SIGNIFICADOS DO ATAQUE
AOS SÍMBOLOS DA HERANÇA
RELIGIOSA
AFRICANA NO BRASIL
CONTEMPORÂNEO*
Por Vagner Gonçalves da Silva
INTRODUÇÃO
• Com mais de quatrocentos anos de escravidão
negra no Brasil, a cultura africana resultou em
uma das principais influências na formação da
cultura brasileira.
• Atendo-nos apenas na religiosidade africana,
esta passou por várias fusões e modificações,
dando origem às chamadas religiões afrobrasileiras.
• Em seu histórico, as religiões afro-brasileiras
sempre foram alvo de perseguições, seja por
críticas feitas por parte da Igreja Católica,
pela grande imprensa ou até mesmo através
de repressões policiais.
• Atualmente, esta intolerância se dá por
parte das igrejas neopentecostais.
NEOPENTECOSTALISMO
• Movimento surgido em meados do século XX
que enfatizava o batismo com o Espírito Santo
e os dons espirituais dizimando o método
litúrgico e incluindo em sua teologia,
doutrinas rejeitadas pela fé apostólica e
ortodoxa.
ASPECTOS HISTÓRICOS
1) O pentecostalismo:
• O início do século 20 testemunhou um dos eventos
mais marcantes da história do cristianismo.
• Fenômenos que até então haviam ocorrido um tanto
esporadicamente, entre grupos minoritários, passaram
a ser parte de um influente e vasto movimento
composto de milhões de adeptos.
• Resultou de uma somatória de influências.
• Logo, o movimento difundiu-se para outras cidades
norte-americanas (especialmente Chicago) e para
outros países.
2) O pentecostalismo no Brasil:
•
•
Pouco tempo depois do seu surgimento nos Estados
Unidos o movimento pentecostal chegou ao Brasil.
Em um conhecido ensaio sobre o pentecostalismo
brasileiro, Paul Freston observa que a história desse
movimento pode ser dividida em três “ondas” de
implantação de igrejas.
TRÊS ONDAS
a) A primeira onda iniciou-se na década de 1910,
com a chegada da Congregação Cristã no Brasil
(1910) e da Assembléia de Deus (1911).
b) A segunda onda pentecostal ocorreu na década
de 50 e início dos anos 60.
c) A terceira onda histórica do pentecostalismo
brasileiro começou no final dos anos 70 e
ganhou força na década de 80.
Ao lado das manifestações espirituais extraordinárias
como glossolália, curas, profecias e exorcismo, os
carismáticos
e
neopentecostais
brasileiros
caracterizam-se por uma forte ênfase na “teologia da
prosperidade,” outra influência norte-americana,
difundida por líderes como Kenneth Hagin e
BennyHinn.
Outro grupo neopentecostal que também dá grande
ênfase à teologia da prosperidade e tem despertado
muito atenção da imprensa nos últimos meses é a
Igreja Renascer em Cristo, fundada em 1985 pelo
“apóstolo” Estevam Hernandes e sua esposa, a bispa
ou “episcopisa” Sônia Hernandes.
RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
• São todas as religiões que tiveram origem nas
Religiões tradicionais africanas, que foram
trazidas para o Brasil pelos negros africanos,
na condição de escravos. Ou religiões que
absorveram ou adotaram costumes e rituais
africanos.
ASPECTOS HISTÓRICOS
• Estima-se que um total de 3.600.000 escravos foram
transportados da África para o Brasil entre os séculos
XVI e XIX (Bastide, 1978: 35), fazendo do Brasil o
segundo maior importador de escravos do novo
mundo.
• Apesar da instituição escravagista ter quebrado as
famílias e espalhado grupos étnicos através do país,
os escravos conseguiram manter alguns laços com
sua herança étnica. Isso aconteceu devido ao fato,
entre outros, dos portugueses usarem a política de
dividir para governar, separando os escravos em
diferentes nações.
• A conseqüência inesperada dessa divisão foi
que o conceito de nação desempenhou um
papel importante para a manutenção de
várias identidades étnicas africanas e para a
transmissão cultural e as tradições religiosas.
• Os escravos africanos eram proibidos de
praticar suas várias religiões nativas.
• Entre as tradições religiosas africanas que
exerceram influência nas religiões afrobrasileiras, o culto aos Orixás e Voduns foram
de capital importância.
• As religiões afro-brasileiras constituem um
fenômeno relativamente recente na história
religiosa do Brasil.
ATAQUES
NEOPENTESCOSTAIS AOS
SÍMBOLOS DA HERANÇA
RELIGIOSA AFRICANA
NO BRASIL
• 1) ataques feitos no âmbito
dos cultos das igrejas
neopentecostais e em seus
meios de divulgação e
proselitismo;
• 2) agressões físicas in loco
contra terreiros e seus
membros;
• 3) ataques às cerimônias
religiosas
afro-brasileiras
realizadas
em
locais
públicos ou aos símbolos
dessas religiões existentes
em tais espaços;
4) ataques a outros símbolos
da herança africana no Brasil
que tenham alguma relação
com
as
religiões
afrobrasileiras;
5) ataques decorrentes das
alianças entre igrejas e
políticos evangélicos.
6) as reações públicas (políticas
e judiciais) dos adeptos das
religiões afro-brasileiras
O PROCESSO SAÚDEDOENÇA
NA VISÃO RELIGIOSA
• O estudo da religiosidade das classes
populares urbanas tem apontado para o papel
central dos cultos religiosos, enquanto
agências terapêuticas.
• No contexto brasileiro, considerando a
pluralidade de cultos religiosos, observa-se
que são oferecidos muitos serviços de cura à
população (RABELO, 1994).
• Entre esses inúmeros serviços, destacam-se
os praticados pelas religiões afro-brasileiras.
Essas religiões representam a possibilidade
de contato com o divino, por meio do qual se
busca a resolução de problemas, seja físico,
psicológico ou mesmo espiritual. Inseridos
nas religiões afro-brasileiras, os terreiros de
umbanda e de candomblé vêm atuando,
consideravelmente, no campo da saúde,
tendo em vista que as pessoas (clientes) que
a eles recorrem, muitas vezes, visam à cura e
ao amparo emocional (CONCONE apud
SANTOS et al, 2004).
• Para os fiéis, principalmente os das igrejas
neopentecostais, que são basicamente
pessoas de nível socioeconômico baixo e
pouca escolaridade (Prandi, 1997), é fácil
aceitar a característica mágica da cura nas
igrejas, pois já há uma visão mitológica do
serviço médico.
• Para Bourdieu (1987), está acontecendo
atualmente uma redefinição da divisão corpo
e alma e, conseqüentemente, da divisão
relativa ao trabalho de cura das almas e do
corpo.
CANDOMBLÉ
• A cura das doenças na perspectiva do
Candomblé envolve a ação dos dois mundos:
material e imaterial, visível e invisível.
UMBANDA
O processo de cura das enfermidades pode ocorrer quando a
intervenção das equipes de Umbanda se soma com as atividades
dos Espíritas kardecistas e outros seres que agem no mundo
astral em benefício da humanidade.
IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
O ritual de cura configura-se como um ato terapêutico, em que
se estabelece um regime a ser seguido e se faz um “diagnóstico”,
uma “prescrição” e um “prognóstico”. A obtenção da graça da cura
está diretamente ligada à subordinação do fiel às normas e aos
ensinamentos da igreja. Ele deve participar das correntes
rigorosamente, assim como faz um tratamento médico.
IGREJA MUNDIAL DO
PODER DE DEUS
A Igreja Mundial do Poder de Deus tem
como principal destaque a cura de doenças
por meio do poder de Deus. Programas de
televisão, jornal, livros e site da referida
Igreja enfatizam os testemunhos de cura
alcançada pelos fiéis que receberam a
oração do Apóstolo Waldemiro.
IGREJA
INTERNACIONAL
DA GRAÇA DE
DEUS
Para os fiéis da Igreja da Graça o ritual de
Cura é associado ao exorcismo e traz a
marca da exterioridade, no que se refere à
idéia de cura divina.
CONCLUSÃO
• A visão de Vagner Gonçalves através de seu
compendio de idéias, é dado um tratamento
analítico e contemporâneo às manifestações
ora convergentes e ora divergentes dos ritos
místicos e religiosos do Candomblé, da
Umbanda e do Espiritismo kardecista
praticado no Brasil, frente ao processo
doutrinário das religiões neopentecostalistas.
• As facções religiosas afro-brasileiras são vistas,
também, como essências culturais e folclóricas, e tanto
a umbanda quanto o candomblé, a “macumba” e o
espiritismo são legados deixados por nossos
antepassados africanos, que praticavam seus ritos
cultuando os exus e orixás, direcionados pelos xamans,
pais e mães-de-santo, desde os idos da escravatura aos
dias atuais, cujos os ritos continuam acesos, em
dinamicidade, e ocupando algum espaço (estima-se
seus seguidores em 1/3 da população brasileira) no
contexto espiritual de nosso povo, principalmente na
sociedade de baixo poder aquisitivo.
• Já o neopentecostalismo é mais recente e está
intimamente ligado ao comportamento da sociedade
moderna do século XX. Se traduz na forma de
ocupação de um nicho de mercado espiritual, onde se
busca os milagres da cura de doenças e moléstias
através da fé, e da possibilidade do alcance do
“paraíso” aqui mesmo na terra, dando uma
reciprocidade à igreja, por parte daquilo que Deus lhe
deu.
• Segundo a abordagem teológica da corrente
neopentecostal, pobreza e enfermidade são
características de uma vida sem fé.
• Via de regra, os pregadores dessa doutrina geralmente
baseiam a cura divina na expiação efetuada por Cristo,
usando para isso o texto de Isaías 53.4-5.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SILVA, Vagner Gonçalves da. Neopentecostalismo e religiões afrobrasileiras: significados do ataque
aos símbolos da herança religiosa africana no brasil contemporâneo. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/mana/v13n1/a08v13n1.pdf > Acesso em: 15/10/2011.
MATOS, Alderi Souza de. O desafio do neopentecostalismo e as igrejas reformadas. Disponível em:
http://www.mackenzie.br/7090.html > Acesso em 25/10/2011.
CONCONE, Maria Helena Villas Boas. A Umbanda nos romances espíritas kardecistas. Disponível
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http://www.msmidia.com/ceprua/artigo-religiao.pdf > Acesso: 01/11/2011.
BITUN, Ricardo. A “remasterização” do movimento pentecostal Igreja Mundial do Poder de Deus.
Disponível em: http://ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wpcontent/uploads/2009/06/02remasterizacao.pdf > Acesso em: 01/11/2011.
PINEZI, Ana Keila. O Mal Exorcizado: cura divina entre os neopentecostais da Igreja Internacional da
Graça de Deus. Disponível em: http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/imp34art05.pdf >
Acesso em: 03/11/2011.
Os homens perdem a
saúde para juntar
dinheiro, depois perdem
o dinheiro para
recuperar a saúde.
E por pensarem
ansiosamente no futuro
esquecem do presente
de forma que acabam
por não viver nem no
presente nem no futuro.
E vivem como se nunca
fossem morrer... e
morrem como se nunca
tivessem vivido.
Obrigado!
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