Tendências em Foco
coluna
Cezar Taurion
([email protected] e blog http://www.ibm.com/
developerworks/blogs/page/ctaurion) é formado em
Economia e Ciências da Computação, atualmente gerente
de Novas Tecnologias Aplicadas da IBM Brasil.
Também pode ser encontrado no Twitter, em @ctaurion.
Open Source em Cloud
Computing!
loud Computing é um tema que vem despertando bastante interesse.
Muitos ainda questionam se não será apenas hype. Não, não é hype. Na
verdade, constantemente aparecem conceitos e tecnologias ditas disruptivas, mas que não “decolam”. Relembrando Clayton Christensen, em
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ou uma nova inovação tecnológica ou um novo modelo de negócio desloca de
forma inesperada uma tecnologia ou modelo já estabelecido. Em TI, podemos pensar de imediato nos HTML/HTTP e no Open Source. Cloud Computing não é uma
inovação tecnológica, pois se baseia em diversas tecnologias já existentes, como
virtualização e grid computing, mas é uma verdadeira disrupção na maneira de se
gerenciar e entregar TI!
nais com muito menor custo, através de intenso compartilhamento de recursos,
economias de escala e simplificação dos processos operacionais. Há um círculo
virtuoso entre eles. A Computação em Nuvem se beneficia do maior uso de Open
Source, porque seu uso elimina dependências críticas que afetariam a entrega de
seus serviços. E quanto mais a Computação em Nuvem utilizar Open Source, mais
maduro e evoluído estes softwares se tornarão, amplificando seu uso. Na verdade,
Open Source pode e deve encontrar na Computação em Nuvem mais um canal
de distribuição. As comunidades Open Source poderão criar código para ser executado nas plataformas como serviço e esta alternativa abre um novo cenário de
obtenção de receitas para estas comunidades: pagamento pelo uso do software
disponibilizados nas plataformas e marketplaces SaaS.
Na minha opinião, a computação em nuvem vai transformar o modelo econômico
da TI, tanto do lado consumidor de TI, quanto do lado dos fornecedores de tecnologias e serviços. Claro que estamos dando os primeiros passos e vemos ainda
muitas incertezas e indefinições. Se olharmos com mais detalhes a Computação
em Nuvem veremos três modelos básicos que são IaaS (Infrastructure as a Service),
PaaS (Platform as a Service) e SaaS (Software as a Service). Esta classificação de
modelos é a mais comumente adotada e, inclusive, recentemente o NIST (US National Institute of Standards and Technology), que define padrões para o governo
americano, liberou documentação onde se baseia nestes modelos para classificar
as nuvens computacionais. Por outro lado, olhando pelo prisma do deployment
(deployment models) podemos classificar as nuvens em privadas (operada dentro
do firewall da empresa), comunitária (compartilhada por determinadas empresas),
públicas (abertas a todos, via internet) e híbridas, que é a composição de duas ou
mais destas nuvens.
O resultado final é que a simbiose entre Computação em Nuvem e Open Source
vão pressionar a indústria de TI como um todo, afetando a margem dos modelos de
comercialização tradicionais. Já vemos as primeiras e bem-sucedidas experiências
baseadas em Open Source, com diversos projetos muito interessantes, como:
C
E como não poderia deixar de ser, o movimento Open Source também está muito
presente na computação em nuvem. Existe uma simbiose entre Computação em
Nuvem e Open Source. Se visualizarmos um massivo data center com milhares de
servidores comoditizados e um ambiente virtualizado, parece claro que o uso de
softwares de código aberto permite reduzir mais ainda os custos operacionais e
reduzir a dependência dos provedores de nuvem dos fornecedores de tecnologia.
Mas existe também uma variável adicional e importante que aumenta a simbiose
entre a Computação em Nuvem e o Open Source. A Computação em Nuvem é basicamente serviço. E serviço é fundamentalmente diferente do modelo tradicional
de comercialização de software, que é feita pelo modelo de licença de uso. Quando
um usuário “compra” um software, ele adquire o direito de usá-lo por algum tempo,
geralmente pela duração do contrato, embora este direito não lhe ceda a propriedade e patentes do software, que continua nas mãos de fornecedor. Este contrato
de licença de uso governa os termos e condições de uso do software pelo usuário
e pode ser modificado pelo fornecedor à sua discrição. Na prática, a licença de uso
determina basicamente as obrigações do usuário.
Serviços, por outro lado, são governados por contratos ou acordos de níveis de
serviço, que definem as obrigações a que o fornecedor acorda, em troca dos
pagamentos pelo usuário. Se não houver cumprimento do acordo, o pagamento
simplesmente não é efetuado. É diferente da licença de uso do software, uma vez
que o usuário paga antecipadamente pelo seu uso e mesmo que o software deixe
de funcionar a contento, ele não tem direito a nenhum ressarcimento. Vemos que a
diferença fundamental é que acordos de nível de serviço definem as obrigações do
provedor, enquanto licença de software determina as obrigações dos usuários.
Computação em Nuvem e Open Source alteram os princípios básicos dos modelos
econômicos da indústria de TI. Open Source elimina as possibilidades dos fornecedores explorarem os termos tradicionais de licença de uso, garantidos por códigos
fechados e proprietários. Computação em Nuvem oferece serviços computacio74 www.mundoj.com.br
a) Hadoop. É a versão open source do MapReduce do Google. http://hadoop.
apache.org/
b) OpenCirrus: https://opencirrus.org/
c) Reservoir: http://www.reservoir-fp7.eu/
d) Enomalism: www.enomalism.com
e) Eucalyptus: www.eucalyptus.com
Neste texto, vou analisar resumidamente um destes projetos, que é o Eucalyptus,
que significa “Elastic Utility Computing Architecture Linking Your Programs To Useful Systems”. Curioso como estes nomes aparecem, não? O Eucalyptus surgiu como
um projeto Open Source acadêmico, na UCSB (University of Califórnia, Santa Bárbara). O Eucalyptus Open Source é encontrado em http://open.eucalyptus.com/. Mas
recentemente foi criada a Eucalyptus Systems para oferecer suporte e desenvolver
produtos adicionais ao sistema Open Source (www.eucalyptus.com).
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ser obtido em http://open.eucalyptus.com/documents/nurmi_et_al-eucalyptus_
UFDI@SFQPSUBVHVTU@QEG5BNCÏNQPEFNPTWFSVNBEFTDSJÎÍPNBJTTVDJOUB
do sistema em um paper disponibilizado no IBM developerWorks: http://www.ibm.
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O Eucalyptus implementa o conceito de IaaS (infrastructure-as-a-Service), implementando nuvens privadas (nuvens on premise). Também, por ser um ambiente
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interajam com a nuvem pública da Amazon, pois usa a mesmo interface de programação. A NASA tem um projeto de Cloud Computing baseado no Eucalyptus, que
é o NEBULA. Este projeto pode ser visto em http://nebula.nasa.gov/. A empresa farmacêutica Lilly também é um case interessante, pois criou uma nuvem privada que
interage com a nuvem da Amazon. Recentemente, o Eucalytpus foi incorporado à
iniciativa de Cloud Computing Open Source do Ubuntu, que é uma bem conhecida distribuição Linux. A base desta iniciativa, o Ubuntu Enterprise Cloud (UEC),
é o Eucalyptus (http://www.ubuntu.com/cloud). O Eucalyptus pode também ser
instalado em outros ambientes Linux, como os das distribuições RedHat e Debian.
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mil downloads mensais. Na minha opinião, é uma alternativa de implementação
de Cloud Computing que deveria ser vista com atenção pelas universidades,
projetos acadêmicos e empresas de serviços que pretendem disponibilizar
nuvens públicas para seus clientes e que têm condições (leia-se investimentos
e técnicos capacitados) de implementar soluções de Cloud Computing baseadas
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