XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 DESCRIÇÃO ESTRUTURAL DA PONTE PÊNSIL ALVES LIMA Daniel de Traglia Amâncio Dr. Lívio Túlio Baraldi (Orientador FEAT – Universidade de Marília) RESUMO Este trabalho tem por objetivo realizar uma descrição estrutural da ponte pênsil Alves Lima (Ponte de Chavantes), localizada sobre o Rio Paranapanema entre os municípios de Chavantes – SP e Ribeirão Claro – PR. O sistema estrutural da construção de Ponte Pênsil é pouco difundido no Brasil, segundo o DER há apenas quatro pontes Pênseis implantadas por todo o território brasileiro. Além disso, é a única ponte pênsil com laterais e pisos de madeira. Segundo dados apresentados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo – DER/SP, é pequena a quantidade de pontes de madeira no estado se comparada ao número de pontes de concreto. Apesar da versatilidade da madeira, sua utilização, em muitos casos, não ocorre por não serem plenamente conhecidas as suas propriedades e desempenho em diferentes situações de uso. Palavras-chave: Ponte Pênsil. Madeira. Estrutura 1 PONTE PÊNSIL ALVES LIMA: BREVE HISTÓRICO A Ponte Alves Lima (Ponte Pênsil de Chavantes), localizada sobre o Rio Paranapanema entre os municípios de Chavantes – SP e Ribeirão Claro – PR, pertence a uma região que foi colonizada através da ocupação de grupos paulistas e mineiros que trouxeram a cultura do café para o local. Ocorre que a transposição dos rios, como é o caso do Rio Paranapanema, pode ser apresentada como uma das grandes dificuldades na hora de escoar a grandiosa produção cafeeira da época. Inicialmente, a passagem pelo rio Paranapanema era realizada através de balsa que, devido a sua precariedade e primitivismo, não oferecia segurança aos usuários e muito menos o escoamento rápido da produção agrícola. Para exportar a produção de café à Europa e América do Norte através do Porto de Santos, era necessário atravessar o rio Paranapanema, a partir do Porto Hermitão, em balsa de madeira para chegar até a Estação Chavantes da Estrada de Ferro Sorocabana. Com o aumento da produção cafeeira na região, os grandes fazendeiros procuraram mobilizar-se para superar as 252 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 dificuldades oriundas dos meios de transporte precários, o que levou à construção de uma estrada de ferro e da ponte pênsil Alves de Lima. A construção da ponte ligando Ribeirão Claro – PR a Chavantes – SP ocorreu no inicio dos anos 20, em especifico no ano de 1918, tendo como principal idealizador o proprietário da fazenda Monte Carlo, Manoel Antonio Alves Lima, localizada nas proximidades do rio Paranapanema. O fazendeiro Alves Lima também era proprietário da firma “Alves Lima e Cia”, dedicada ao comércio e exportação de café. Ciente da necessidade de expansão de suas propriedades, Alves Lima encomendou estudos sobre a construção de uma ponte que facilitasse a travessia do rio Paranapanema. Devido à razões econômicas e às características locais, optou-se por construir uma ponte metade pênsil e metade fixa, com tecnologia inglesa. Contando com a preciosa ajuda financeira do município de Ribeirão Claro, o intuito era favorecer uma ligação entre a Estação Chavantes da Estrada de Ferro Sorocabana com a cidade de Ribeirão Claro. Apesar de sua denominação oficial ser Ponte Alves Lima, uma tentativa de homenagear seu construtor, a ponte é mais conhecida como “Ponte Pênsil de Chavantes”. Batizada na época como “Ponte da Esperança”, a ponte Alves Lima foi construída, segundo Vasconcelos (1993, p.48), pelo engenheiro Celso Valle e inaugurada no dia 04 de dezembro de 1920. Ela apresentava dois vãos vencidos por treliças de madeira tipo Howe, outros dois vencidos por vigas simples, também de madeira e, finalmente, o canal, com vão que media aproximadamente 80m, transposto por uma estrutura pênsil. “A construção da ponte foi iniciada em 12/11/1918 e inaugurada em 04/12/1920, sendo que, originalmente, era composta por dois tramos em treliças de madeira tipo “Howe”, dois tramos com vigas de madeira simples e um tramo pênsil, também de madeira.” (IPT – RT 68114, 2004, p. 3/12) Apesar de sua importância estratégica, poucos anos após o termino de sua construção, em 1924, durante a Revolução Tenentista, que se iniciou com a deposição, pelo exército, do governador paulista Pedro Dias de Campos, os revolucionários atearam fogo à ponte para impedir que forças de fora, em particular gaúchas, tomassem parte da revolta. O responsável pela ordem de atear fogo à ponte foi do Capitão Roberto Costa, que invadiu, com seu exercito, a cidade de Chavantes. Desse modo, a ponte Alves Lima, até então importante meio de transposição na região, transformou-se num monte de madeira carbonizada. Assim que terminou o conflito armado, iniciaram-se as obras de reconstrução da ponte, concluídas em 1928. 253 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Novo conflito armado, no caso à Revolução Constitucionalista de 1932, destruiu novamente a ponte, desta vez com dinamites. Diversas tropas gaúchas que ocuparam o município de Ribeirão Claro durante a revolução, exigindo alimentos e suprimentos diversos da população, tinham como intuito chegar a São Paulo e forçar a rendição das tropas paulistas. De acordo com Vasconcelos (1993, p.48), preocupados com a proximidade dos sulistas, os paulistas dinamitaram a ponte. Desta vez destruíram totalmente o tramo pênsil e danificaram o tramo vizinho. Os estudos para a sua reconstrução iniciaram-se na Diretoria de Obras Públicas da Secretaria da Aviação, conforme informa Vasconcelos (1993, p.48). Tinha-se como objetivo manter a mesma distribuição dos vãos anteriormente adotados, mas seria necessário refazer toda a parte pênsil, pois nada se aproveitou da antiga, quer seja das torres quer das ancoragens. Como as conseqüências econômicas da Revolução Constitucionalista foram desastrosas, afetando os cofres do estado, somente em 1935 o governo paulista conseguiu reconstruí-la. A Companhia Construtora Nacional S.A., responsável pela reconstrução da ponte, fez uso da parte não destruída do tramo isostático e no restante utilizou madeira na confecção do estrado bem como as vigas de rigidez, salvo as diagonais e contradiagonais que são de barra de ferro com seção circular, dispostas para trabalharem somente a tração. Os cabos de aços de suspensão, com diâmetro de 1’ 3/8 em numero de sete cada lado, foram ensaiados pelo IPT que os considerou seguros para o novo uso. A armação dos cabos de suspensão foi feita em ferros duplos T, alojados em poços abertos na rocha e preenchidos com concreto. O contraventamento do estrado ficou apoiado em cavaletes horizontais engastados nas torres de concreto armado. Nas vigas empregou-se a Cabreúva, espécie de madeira resistente e que poderia substituir estruturas metálicas, e pranchões de peroba no estrado. Em sua obra Pontes brasileiras – viadutos e passarelas notáveis, Vasconcelos (1993, p.48) informa que: A ponte metálica mostrou-se onerosa demais para as condições da época, com necessidade de importação da estrutura. Foi então estudada uma estrutura de madeira e o aproveitamento de cabos usados nos planos inclinados da Estrada de Ferro São Paulo Railway, entre Santos e São Paulo. Uma curiosidade: os cabos de aço empregados foram os mesmo que haviam sido utilizados na construção do cimbramento da Ponte de Lussanvira, pela Companhia Construtora Nacional, que também executou esta ponte. 254 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 O novo projeto, idealizado pelo engenheiro Nilo Andrade Amaral, levou em conta a enorme enchente que ocorreu em 1929 e quase alcançou o estrado da ponte. Sendo assim, optou-se por levantar 1,4m no greide em toda extensão da ponte, inclusive encontros e pilares existentes. Segundo o Relatório Técnico 68114 (2004, p. 3/12) do IPT, no dia 15 de novembro de 1935, ocorreu a sua reinauguração com uma grande festa que contou com a presença das autoridades estaduais e municipais. Durante a cerimônia de inauguração, em homenagem ao seu idealizador, recebeu o nome de “Ponte Pênsil Alves Lima”. O Relatório Técnico do IPT nº 68114 de 2004, informa que, no final da década de 60 e início dos anos 70, os tabuleiros foram reformados com madeiramento novo. E as longarinas principais, apoiadas em pilares, foram substituídas por perfis metálicos A terceira tragédia ocorreu em junho de 1983, quando chuvas intensas que caíram sobre quase todo território nacional sobrecarregaram os reservatórios das hidrelétricas das regiões sudeste e sul, obrigando-as a abrirem completamente as comportas para não correrem o risco de provocar uma catástrofe ainda maior. O resultado de tal ação foram inundações sem precedentes e, pela terceira vez, a ponte foi destruída, perdendo sua parte fixa localizada na sua metade paulista, e cedendo a parte pênsil, formando uma curva bem acentuada. Em 1983, a ponte foi danificada por uma enchente do Rio Paranapanema que atingiu um nível acima dos banzos superiores das treliças de rigidez. Ocasionando deslocamento excessivo do tramo pênsil e os seguintes danos: ruptura de dois cabos de aços de suspensão nas emendas com barras de aço de ancoragem do lado São Paulo; ruptura de vários pendurais do lado montante; deformação de pendurais do lado jusante. Ruína dos tramos 1, 2 e 3, apoiados sobre os pilares P1, P2, P3 e P4. (IPT – RT 68114, 2004, p. 3/12) Em 1985, dois anos depois da enchente, a ponte foi recuperada. Para tanto, aproveitou-se o que sobrou do madeiramento antigo e a complementaram com nova madeira. Neste mesmo ano, no dia 02 de dezembro, foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Artístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), através da Resolução nº 65 de 02/03/85, devido ao fato de representar um dos marcos de duas revoluções, a Tenentista e a Constitucionalista, além de atestar o nível de desenvolvimento técnico da engenharia brasileira nas primeiras décadas do século passado, conforme atesta o artigo 1º da Resolução publicado no Diário Oficial de São Paulo de 05 de Dezembro de 1985: 255 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Artigo 1.º - Fica tombado, como bem cultural de interesse histórico-tecnológico, a Ponte Pênsil sobre o Rio Paranapanema, no município de Chavantes, obra que, além de atestar de forma eloqüente o nível de desenvolvimento técnico de nossa engenharia nas primeiras décadas deste século foi cenário de lutas históricas nas revoluções de 1924 e 1930, consagrando-se, portanto, em marco tradicional em nosso Estado. (IMPRENSA OFICIAL, 2011) Foi tombada novamente, em 2001, pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico do Paraná a pedido do secretario municipal de cultura de Ribeirão Claro, Luiz Carlos Fernandes. Abaixo, segue o texto do Livro do Tombo, inscrição nº 140, Processo nº 09/2000: O tombamento foi solicitado pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Claro e representa o interesse na valorização e reconhecimento da população pelo seu reconhecimento histórico-arquitetonico. Também vem complementar o tombamento realizado pelo Estado de São Paulo em 1985, através do CONDEPHAAT. (PATRIMÔNIO CULTURAL DO PARANÁ, 2011) Apesar dos esforços das autoridades de manter a ponte conservada e funcional, o IPT – RT 68114 (2004, p. 4/12) indica desaprumo das treliças de rigidez e ruptura de tirantes devido ao tráfego de caminhões com carga acima da carga prevista em projeto. 2 PONTE PÊNSIL ALVES LIMA: ESTRUTURA Contando com uma extensão de 164m, sendo 82,5m no setor pênsil (ver Foto 1) e 81,5m no setor não pênsil (ver Foto 2), com largura total de 4,10m e 2,88m de vão livre, está apoiada por seis pilares de concreto, suspensa e mantida por 14 cabos de aço apoiados em duas torres de concreto armado, com 18m de altura. 256 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Segundo explicações contidas na obra Espirais do Tempo, da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, publicado em 2006, devido aos altos custos da estrutura metálica na época, utilizou-se o emprego da madeira na estrutura da ponte. Desta forma, também houve o reaproveitamento dos cabos de aço utilizados na tração de trens no plano inclinado da Estrada de Ferro São Paulo Railway. Os cabos de suspensão estão ancorados diretamente na rocha do lado do Paraná. Sendo que no lado de São Paulo descem da torre até o rio com grande inclinação (38,5º) onde há um afloramento da rocha. Tais cabos estão fixados em poços furados na própria rocha com proteção até o nível da enchente máxima por um maciço de concreto ciclópico, que também serve de ancoragem (amarração) dos cabos horizontais de contraventamento do estrado. Os cabos de contraventamento parabólicos estão amarrados a um poste de concreto armado, construído em poço aberto no chão. A inclinação dos cabos é de 15º e os mesmos penetram em poço aberto na rocha. Estes passam por baixo do estrado e em cavaletes horizontais de concreto armado executados nas torres. Fotógrafo: Daniel de Traglia Amancio Foto 1 – Vista montate do tramo Pênsil (trecho suspenso por cabos de aço). 257 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Fotógrafo: Daniel de Traglia Amancio Foto 2 – Vista jusante dos tramos Isostáticos (trechos apoiados sobre pilares). Quantificação das peças estruturais e conectores metálicos da Ponte Alves Lima Tabela 1 – Quantificação de peças de madeira Madeira Peça Quantidade Dimensões (mm) Largura Espessura Madeira Acabamento Comprimento Tramos isostáticos 1. prancha 340 200+-3 160+-2 4000+-5 Itaúba Aplainada 2. prancha longa 40 200+-3 160+-2 5500+-5 itaúba Aplainada 3. base guarda- corpo 38 160+-2 200+-3 4000+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 258 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 4. pilarete 76 200+-3 160+-2 920+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 76 160+-3 160+-2 2000+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 152 80+-3 100+-2 2000+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 7. guardarodas 76 150+-3 300+-5 4000+-5 Itaúba ou ipê Bruta 8. tábua guarda-corpo 76 150+-3 30+-2 4000+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 5. corrimão 6. travamento Tramo Pênsil 9. transversina 76 250+-5 240+-5 6300+-5 Itaúba Bruta 10. prancha 420 200+-3 100+-2 3360+-5 Itaúba Aplainada 140 150+-2 300+-3 4000+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 44 150+-5 300+-5 4000+-5 Itaúba ou ipê Bruta 215 300+-3 80+-3 6000+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 76 200+-3 200+-3 2150+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 15. travamento 152 100+-3 80+-3 3200+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 16. tábua guarda-rodas 120 150+-2 30+-2 400+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 76 200+-3 200+-3 520+-3 Itaúba ou ipê Aplainada 304 200+-3 200+-3 330+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 19. diagonal extremidade 4 290+-5 300+-5 3500+5 Itaúba ou ipê Aplainada 20. prancha diagonal (só do lado São Paulo) 2 290+-3 80+-3 3500+-5 Itaúba ou ipê Aplainada 11. longarina 12. rodas guarda 13. tábua (banzos) 14. montante 17. bloco 18. prisma 259 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Fonte: IPT – RT nº 68114 (2004) Tabela 2 – Elementos metálicos de fixações do tramo Pênsil Nomenclatur a Quantidad e Tipo Local de utilização Dimensões Diâmetr o do furo Parafusos PF-01 266 Barra lisa (com rosca) Transversinas Ø ¾” x 55 - PF-02 76 Francês (horizonta l Guarda-rodas Ø 5/8” x 55 - PF-03 124 Francês (vertical) Guarda-rodas Ø 5/8” x 30 - PF-04 76 Francês Travamento/Transversi na Ø ¾” x 43 - PF-05 76 Francês Travamento/Montante Ø ¾” x 38 - PF-06 784 Francês Vigas compostas Ø 1” x 40 - Arruelas AR-01 76 Arruela Pendurais 16x16x7/8” 23,0 AR-02 304 Arruela Tirantes/Viga 15x15x3/4” 11,5 AR-03 150 Arruela Diagonais 15x15x3/4” 23,0 AR-04 300 Arruela Diagonais 15x15x3/4” 34,0 Pregos (galvanizados a fogo) PR-01 4800 Liso/estria s helicoidais Pranchas/Longarinas 7,6x193m m (26x84) - PR-02 1200 Estrias helicoidais Guarda-corpo 3,9x83mm (19x36) - Chapas CH-01 1254 Plana Transversinas 260 25x10x1/4” XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Fonte: IPT – RT nº 68114 (2004) Diâmetros em polegadas, quando indicados Comprimento em centímetros Espessuras em polegadas Tabela 3 – Elementos metálicos de fixações dos tramos apoiados em pilares Nomenclatura Quantidade Tipo Local de utilização Dimensões Parafusos PF-07 320 Sextavado Chapas de ligação Ø ½” x 24 PF-08 4000 Francês Pranchas/Vigas Ø ½” x 20 PF-09 124 Francês Base Guardacorpo/Pranchão Ø 5/8” x 40 PF-10 160 Francês Travamentos Ø 5/8” x 35 PF-11 124 Francês Guarda-rodas Ø 5/8” x 35 PF-12 80 Francês Guarda-rodas Ø 5/8” x 50 PF-13 160 Sextavado Corrimão Ø 1/2” x 12 Guarda-corpo 3,9 x 83mm (19x36) Base Pilarete 20x20x3/8” Pregos PR-03 500 Estrias helicoidais Chapas CH-02 152 Chapa de aço Fonte: IPT – RT nº 68114 (2004) Diâmetros em polegadas, quando indicados Comprimento em centímetros Espessuras em polegadas Tabela 4 – Quantificação dos elementos metálicos do sistema de suspensão do tramo pênsil 261 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Quantidade Diâmetro Comprimento (peças) (cm) (cm) 4 - - Luvas de emenda dos cabos de suspensão 28 - - Chapas de apoio do pendural nas presilhas 76 - - Chapas das presilhas peça 1 76 - - Chapas das presilhas peça 2 76 - - Chapas (arruelas dos pendurais) 76 - - Barras de ancoragem – lado São Paulo 108 2,54 530 Barras de ancoragem – lado Paraná 108 2,54 120 14 3,9 13781 Grampos das presilhas dos cabos de suspensão 532 1,4 28 Porcas dos pendurais 152 _ _ 76 2,2 619 Elementos Aparelhos de apoio dos cabos Cabos de suspensão Pendurais Fonte: IPT – RT nº 68114 (2004) 3 CONCLUSÂO A ponte Pênsil Alves Lima representa um dos grandes marcos no que diz respeito à construção de pontes de madeira no Brasil. Também representa a enorme capacidade técnica da engenharia brasileira do início do século XX. Tendo sobrevivido às revoltas armadas e ações catastróficas da natureza, a ponte Pênsil Alves Lima resistiu e chega aos dias atuais com sua estrutura modificada em alguns aspectos, mas mantendo os traços inicias e funcionais do primeiro projeto. 262 XI C ON G R ES SO D E E D U C AÇ Ã O DO NORT E PI ON EI R O Educar para a Emancipação: a Reorganização da Escola e do Espaço Pedagógico U E NP -C C H E -C L C A– C A M PU S J A C AR E ZI N HO A N AI S – 2 0 1 1 I SS N – 1 8 0 8 -3 5 7 9 Hoje, restaurada e respeitada como um bem tombado pelo Patrimônio Histórico de dois Estados do Brasil, apresenta um sistema estrutural pouco difundido no Brasil, pois, segundo o DER, há apenas quatro pontes Pênseis implantadas por todo o território brasileiro. Desta forma, realizar uma descrição dos elementos estruturais que a compõem fornecerá informações para o desenvolvimento de novos projetos e novas técnicas na utilização e construção de estruturas de madeira, bem como pesquisas científicas existentes na área. 4 REFERÊCIAS IMPRESSA Oficial. Disponível em: <www.impresaoficial.com.br>. Acesso em: 25 jan. 2011. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Relatório Técnico Nº 68 114: apoio tecnológico para a recuperação da ponte pênsil Alves de Lima. São Paulo: IPT, 2004. PARANÁ. Espirais do tempo. Secretaria de Estado da Cultura. Curitiba: 2006. PATRIMÔNIO Cultural do Paraná. Disponível em:<www.patrimoniocultural.pr.gov.br>. Acesso em: 10 fev.2011. VASCONCELOS, A. C. Pontes Brasileiras: viadutos e passarelas notáveis. São Paulo: Pini, 1993. Para citar este artigo: AMANCIO, Daniel de Traglia. Descrição estrutural da Ponte Pênsil Alves Lima. In: XI CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO Jacarezinho. 2011. Anais. ..UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de Ciências Humanas e da Educação e Centro de Letras Comunicação e Artes. Jacarezinho, 2011. ISSN – 18083579. p.252 – 263. 263