Resumos dos Posteres Interactivos do I Congresso Luso-Brasileiro de Psicologia da Saúde (Faro, 5-7 de Fevereiro de 2009) P2 USO DE CALMANTES E OCORRÊNCIA DE SINTOMAS AFETIVOS EM MULHERES IDOSAS Juliana Polydoro ([email protected]) & Renato Ramos ([email protected]) Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo. O crescimento da população idosa é um fato observado em diversas sociedades industrializadas e a alta prevalência de sintomas ansiosos e depressivos, especialmente entre mulheres nesta faixa etária, ganha importância social. Este estudo avaliou o padrão de uso de calmantes num grupo de mulheres saudáveis com mais de 65 anos de idade comparando-as com indivíduos do sexo masculino. Avaliou-se também a relação entre o uso destes medicamentos e a presença de sintomas afetivos. Foram estudados 61 indivíduos (39 mulheres) com 65 anos ou mais sem patologias clínicas ou psiquiátricas relevantes. O grupo de mulheres idosas mostrou um consumo maior de calmantes em comparação com os homens mas não apresentou maior ocorrência de sintomas ansiosos ou depressivos avaliados pela escala de depressão de Beck e pelo inventário de ansiedade traço-estado de Spielberger. O uso de calmantes esteve relacionado ao uso de múltiplos medicamentos e também à ocorrência de tonturas e quedas. Estes resultados sugerem que o uso de calmante por mulheres idosas pode não estar relacionado à necessidade de tratar sintomas de ansiedade ou depressão. Este uso parece aumentar o risco de quedas que com graves conseqüências para a saúde geral do indivíduo. P3 RELAÇÕES BDSM NO SECOND LIFE: UM ESTUDO EXPLORATORIO NUMA AMOSTRA DE MULHERES Filipa Antónia Barata de Araújo ([email protected]) & Profª Doutora Ana Alexandra Calvalheira ([email protected]) Instituto Superior de Psicologia Aplicada. No presente trabalho pretendemos estudar as interacoes BDSM numa amostra de mulheres, num espaço virtual – o Second Life - com características visuais e interactivas muito particulares. O estudo foi inteiramente conduzido atraves da Internet. Para podermos aceder a uma população internacional, construímos um questionário de autoresposta constituído por 29 itens, que se podem agrupar em oito temas: dados sociodemográficos, actividades no SL, relações BDSM, fantasias sexuais, consumo de pornografia, forma de encarar as relações on-line, avaliação do meio social e abuso sexual. A amostra apresenta uma grande diversidade relativamente à nacionalidade, idade, religião e habilitações literárias. Os dados mostram o SL como um espaço onde os sujeitos dão continuidade à sua vida off-line, bem como uma certa rigidez e carácter repetitivo associados aos comportamentos BDSM off-line. Os dados revelam ainda não existir uma diferença significativa na percentagem de mulheres sádicas/dominantes e masoquistas/submissas, ao contrário do que a literatura sugeria. P4 MÚSICA: MUDANÇA DE HUMOR E RITMO ENTRE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA NA CIDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Sueli da Silva Machado, Roberta Medeiros Alves & Professora Ms.Mirian Ângulo. O objetivo principal deste trabalho foi o de verificar quão presentes estão algumas características atribuídas aos adolescentes, como as descritas na literatura especializada, a partir de suas relações com a música. Para tanto, colaboraram 132 adolescentes entre 15 e 18 anos de uma escola pública. A música é uma forma de expressão das emoções e proporciona diferentes estados de humor. Estudá-la é imprescindível uma vez que expressa emoções dos adolescentes, reivindicações, confrontos com o grupo familiar, necessidades de encontro com os grupos, busca de uma identidade própria, busca de um ídolo (substituindo seus pais), religiosidade ou a ausência dela, necessidade de intelectualizar e fantasiar, . Identificar o perfil musical dos adolescentes e suas preferências de ritmo nos auxiliaram na descoberta de que na oscilação de humor, esta população não muda o seu gosto musical, mas sim, o ritmo deste gosto. O instrumento foi um questionário com 19 perguntas fechadas e 01 aberta, elaboradas a partir das 10 características propostas por Knobel. As respostas dos colaboradores suscitaram a criação de categorias para o auxílio na análise. Os dados foram tratados pelo sistema SSPS, que nos forneceu todas as tabelas de freqüências e os gráficos correspondentes. O estudo permitiu verificar que o modo como a música proporciona essas fantasias e intelectualizações garantiu a confirmação das dez características evidenciando o mundo jovem. Assim a música altera o humor e humor é alterado pela escolha do ritmo musical, garantindo um compromisso social e psicológico no mundo jovem. Permitindo aos adolescentes o encontro consigo próprio e ajudando-o na busca da identidade adulta e no discernimento dos sentimentos. P5 ATENÇÃO E DISLEXIA Maria Inez Ocanã De Luca ([email protected]) & Prof. Dr. Renato Teodoro Ramos ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. A dislexia é definida como um transtorno da aprendizagem de origem neurológica. Disléxicos são pessoas com inteligência dentro da média, sem problemas emocionais, sensoriais, culturais ou educacionais relevantes que, no entanto, enfrentam dificuldades para decodificação da leitura e da escrita. Existem evidências de que alterações na atenção e na velocidade de processamento cognitivo sejam mecanismos envolvidos na dislexia. A exata natureza e dimensão deste fenômeno são ainda pouco conhecidas. Este trabalho investiga anormalidades da função atencional em indivíduos adultos disléxicos através da avaliação da capacidade de se dividir e distribuir espacialmente a atenção. Foram utilizados testes de distribuição espacial da atenção e de segregação das vias visuais, aplicados em dois grupos de indivíduos: disléxicos e controles. Apresentou-se aos participantes uma série de estímulos visuais em diferentes regiões do campo visual. Foi avaliado o tempo de resposta manual a cada estímulo. Resultados parciais sugerem uma deficiência na capacidade de divisão da atenção e\ou na velocidade de processamento e resposta ao estímulo apresentado no grupo com dislexia, corroborando a hipótese inicial acerca da presença de anormalidades atencionais associadas à este distúrbio. A partir deste mapeamento de características cognitivas peculiares espera-se contribuir para o desenvolvimento de técnicas psicoterapêuticas e psicoeducacionais mais eficazes. P6 PSICOTERAPIA GRUPAL COM ADOLESCENTES: UMA EXPERIÊNCIA EM PSICOLOGIA DA SAÚDE Mariana Tavares de Campos ([email protected]), Marília Martins Vizzotto ([email protected]) & Hilda Rosa Capelão Avoglia ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo. A adolescência é um período do desenvolvimento peculiar, em que se observam um conjunto de atitudes contraditórias, porém comuns entre jovens. Este estudo tem como objetivo relatar uma experiência de natureza profilática por meio de psicoterapia grupal com jovens em que se identificaram características específicas do período adolescente no decorrer desse processo. Participaram deste estudo 6 adolescentes do sexo masculino e feminino, com idade entre 13 e 16 anos, moradores de uma comunidade carente e freqüentadores de uma instituição de recuperação social do bairro,local este em que os encontros grupais ocorreram semanalmente. Ao longo dos encontros observou-se nesses jovens características próprias desse período de transição como a necessidade de intelectualizar e fantasiar; crises religiosas; evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterossexualidade; atitude social reivindicatória; contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta e separação progressiva dos pais, tal como indica a literatura. O grupo teve uma evolução como processo, ainda que dentro desse processo tivessem movimentos progressivos e regressivos. Esse trabalho mostrou que embora esses adolescentes fossem oriundos de condições socioeconômicas desfavoráveis, possuíam uma estrutura familiar que favorecia um desenvolvimento psico-afetivo salutar o que facilitou o processo grupal e permitiu a observação de características da adolescência como “síndrome normal”. P7 GRUPOS OPERATIVOS NA CLÍNICA-ESCOLA Alice Beatriz Barretto Izique Bastos & Andréa Moreira Magalhães UniPaulistana, Brasil. Este trabalho busca refletir sobre os grupos operativos na Clínica-Escola junto à disciplina de Psicologia Educacional. Os integrantes são convidados para participarem dos grupos que além de terem o objetivo de aprendizagem, também têm um caráter terapêutico. Como a demanda é grande, pensamos na alternativa de atendimento grupal por meio da técnica de grupos operativos de Pichon-Rivière. A conceituação de grupos operativos, tanto na saúde mental como no ensino, possibilita uma transformação do contexto mais próximo aos sujeitos, assim como dos próprios sujeitos na relação com os outros integrantes do grupo. Aprender na teoria pichoniana é sinônimo de mudança e a técnica de grupo operativo tem uma concepção investigativa, na qual as respostas transformam-se em novas questões que geram novas respostas e conseqüentemente diferentes interrogações. Os grupos caracterizam-se por ser um espaço de escuta, em que o coordenador indaga, pontua, problematiza as falas para dar oportunidade para seus integrantes falarem de si, e poderem elaborar suas próprias questões. Nos últimos 03 anos temos formado grupos de crianças, adolescentes, pais, adultos e mulheres. Os grupos têm contribuído para a construção de um novo olhar sobre os próprios problemas, possibilitando uma aprendizagem partilhada e a busca de novos posicionamentos frente aos sofrimentos. P11 A FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE: UM ESTUDO SOBRE A IMAGEM DO PSICÓLOGO Adriane Nespolo, Luana Nakajima, Noreta Altafine ([email protected]) & Hilda Avoglia ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. Parte da imagem e da função social que o profissional tem advém da formação que recebe. Ao ingressar na graduação o estudante traz consigo uma imagem do profissional que deseja tornar-se. Tratando-se da Psicologia, a diversidade de atuação interfere nessa imagem. Assim, o presente estudo teve como finalidade identificar e relacionar a imagem do psicólogo para alunos do primeiro e do último período do curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo. A amostra contou com 66 estudantes, sendo 28 ingressantes e 38 formandos. O Desenho Temático, conforme Trinca (1997), foi aplicado coletivamente com a instrução de que desenhassem um psicólogo em uma situação qualquer de trabalho. As produções gráficas foram analisadas qualitativamente sendo posteriormente agrupadas por períodos da formação: ingressantes e formandos. Os resultados apontaram o predomínio da atuação em consultório em ambos os grupos. Observa-se, entretanto, que no decorrer da formação este modelo volta-se para a coletividade e para as demandas em saúde e social. Entre os formandos identifica-se maior variedade nas áreas de atuação como Saúde, Esporte, Organizacional e Hospitalar. Embora reconhecendo que muitas variáveis interfiram na imagem profissional, este estudo nos permitiu relacionar o percurso na formação e a construção da imagem profissional. P12 ANÁLISE PSICOLÓGICA DO PROCESSO JURÍDICO NA PERSPECTIVA APRESENTADA NO FILME “UMA LIÇÃO DE AMOR” Renata Zampieri, Amanda Dellevedove, Renata Arantes, Suzana Contieri ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. O presente estudo propõe uma análise psicológica do filme “Uma Lição de Amor”, mais especificamente, sob a perspectiva da psicologia jurídica, o processo jurídico e as tomadas de decisão em relação à guarda da criança. Tendo em vista a perda do pátrio poder é possível questionar a validade dos procedimentos e instrumentos utilizados em relação ao desenvolvimento e o bem-estar da criança, da pessoa com deficiência mental e dos conflitos que possam emergir, uma vez que, a análise possibilitou entender que no processo jurídico não há preparo para lidar adequadamente com o indivíduo que apresenta a deficiência, tratando-o com linguagem que este não compreende e, assim, dificultando sua compreensão da situação que estava sendo experiênciada. Observou-se que a situação do processo jurídico proporcionou mudanças no comportamento da pessoa com deficiência, por meio da interação com a sua advogada, internalizando conhecimentos novos, desenvolvendo habilidades e coordenando o seu Eu. Assim, pode-se afirmar que esta situação possibilitou estímulos que favoreceram seu amadurecimento intelectual, uma vez que este, depende da interação com o ambiente para se desenvolver psiquicamente. P13 AS VICISSITUDES NAS RELAÇÕES CLIENTELA E ATENDENTES EM UMA DELEGACIA DA MULHER Renata Zampieri, Juliana Rodrigues, Renata Arantes, Marilia Vizzotto ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. O presente estudo propõe, a partir de um relato de experiência de estágio, discutir o processo e as variáveis que interferem no atendimento ao público, na sua maioria composto por mulheres adultas de baixa renda, nas delegacias de defesa da mulher de São Paulo. Observou-se que as queixas apresentadas pelas vítimas (geralmente dificuldades de relacionamento familiar e violência doméstica), causavam desconforto nas atendentes. Muitas vezes, em um primeiro contato da clientela com a instituição, suas queixas resultavam aparentes conflitos nas agentes policiais, interferindo nas relações estabelecidas entre ambos. Entende-se que as relações se davam por identificação projetiva, de modo que, a atenção tornava-se exageradamente “acolhedora” ou de total repulsa. Este é um dos aspectos que demonstra despreparo dos funcionários nas relações com a clientela, de modo que se evidencia a necessidade de acompanhamento psicológico das agentes policiais e dos demais funcionários desta instituição. P14 DIFERENÇAS DE GÊNERO VERIFICADAS NA ESCALA DE EXPECTATIVAS /ESPERANÇA APLICADA A UNIVERSITÁRIOS DA AMAZÔNIA (AMAZONAS/BRASIL) Suely A. do N. Mascarenhas1, Rosenir de Souza Lira1 & José Luís Pais Ribeiro2 1 Universidade Federal do Amazonas; 2 Universidade do Porto. O sentimento de esperança influencia o comportamento humano determinando a forma de abordagem dos acontecimentos de modo positivo. A literatura psicológica destaca a influência do fenômeno na determinação do nível de resiliência apresentado diante das dificuldades enfrentadas. Este trabalho objetiva analisar propriedades psicométricas da Escala EE (Snyder et al. 1991 adaptada por Pais-Ribeiro, Pedro & Marques 2006). Os dados foram obtidos junto a uma amostra aleatória constituída por estudantes universitários do Brasil (UFAM). Na análise psicométrica do conjunto de dados obtidos mediante a aplicação da EE, verifica-se diferença significativa favorável ao grupo de sujeitos do sexo feminino. A totalidade das médias registradas sugere a evidência de existência de elevado estilo e padrão no nível de expectativas e esperança quanto ao futuro por parte da amostra de sujeitos participantes. P15 ESCALA DE EXPECTATIVAS /ESPERANÇAS APLICADA A UNIVERSITÁRIOS DO AMAZONAS/BRASIL Alessandra Querino da Silva1, Suely A. do N. Mascarenhas1, Eulina Maria Leite Nogueira1, Rosenir de Souza Lira1 & José Luís Pais Ribeiro2 1 Universidade Federal do Amazonas; 2 Universidade do Porto. Esperança, do latim “sperare”, entendida como sentimento que leva o ser humano a olhar o futuro considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas no presente (Ávila, 1985; Ferreira, 1995). De acordo com a literatura psicológica, a função dos sentimentos nos processos psíquicos consiste, em ativar a ação dos sujeitos, tendo uma importância fundamentala (Dorch, 2002). Neste trabalho estuda-se a esperança como variável psicológica indicadora de expectativas quanto ao futuro e orientação para a vida. Os dados foram obtidos junto a uma amostra de universitários (UFAM), a partir da aplicação da Escala EE (Snyder et al. 1991 adaptada por Pais-Ribeiro, Pedro & Marques 2006). A Escala EE analisa o sentimento de esperança nas dimensões iniciativa - sensação de triunfo e vitória - certeza de conquista de objetivos. Os resultados psicométricos verificados evidenciam perfil positivo dos sujeitos quanto às expectativas e sentimento de esperança em relação ao futuro. P16 AVALIAÇÃO DO OTIMISMO DE UNIVERSITÁRIOS DO AMAZONAS/BRASIL Rosenir de Souza Lira1, Suely Aparecida do Nascimento Mascarenhas1, Alessandra Querino da Silva1, Ivanete Saskoski Caminha2 & José Luís Pais Ribeiro3 1 Universidade Federal do Amazonas; 2 Faculdade São Lucas; 3 Universidade do Porto O otimismo é um sentimento que caracteriza atitude diante dos problemas humanos que consiste em considerá-los passíveis de uma solução global favorável, determinando um comportamento ativo e confiante. É uma palavra de origem latina optimum – o melhor. O fenômeno do otimismo pode ser entendido como disposição psicológica de confiança, atitude de vislumbrar o lado positivo dos acontecimentos. Este estudo tem como propósito analisar propriedades psicométricas da Escala EOPV (Scheier, et al., 1994 adaptada por Pais-Ribeiro & Pedro, 2006) aplicada a universitários brasileiros que integram a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Amazonas. Os resultados psicométricos verificados evidenciam os sentimentos de pessimismo e otimismo que caracterizam o estilo do conjunto de sujeitos participantes da amostra. Os dados analisados neste estudo podem apoiar gestores universitários no sentido de subsidiar uma intervenção psicopedagógica que favoreça a promoção da reflexão-ação junto a universitários de modo a contribuir para realização de ajustes positivos em suas expectativas quanto ao futuro. P17 O BEM - ESTAR SUBJETIVO DE UNIVERSITÁRIOS DA AMAZÔNIA (AMAZONAS/BRASIL) Suely A. do N. Mascarenhas1, Rosenir de Souza Lira1, Luís Sérgio Vieira2 & Saul Neves de Jesus2 1 Universidade Federal do Amazonas; 2 Universidade do Algarve O Bem – estar subjetivo de acordo com a literatura psicológica é indicador de saúde. A saúde é entendida de acordo com a OMS como bem estar físico, psíquico e mental. Na atualidade constitui um bem pessoal tutelado pelo ordenamento jurídico internacional que reconhece a saúde como um direito social. O ambiente social precisa apresentar condições de salubridade como forma de assegurar aos sujeitos condições físicas, emocionais e psicológicas que preservem e promovam sua saúde em todas as dimensões. Neste estudo, são analisadas propriedades psicométricas das escala PANAS e SWLS aplicadas a universitários da Amazônia (Amazonas/Brasil). O estudo deste tema pode ser útil a lideranças educacionais, da saúde e estudantis enquanto agentes coresponsáveis pela gestão dos ambientes de convivência universitária como forma de promover a saúde e o bem estar psicossocial dos protagonistas. P18 DESENVOLVIMENTO BIOPSICOSSOCIAL DE CRIANÇAS: A RELAÇÃO ENTRE PRÁTICA ESPORTIVA E TRABALHO PSICOLÓGICO Cinthia Baeza, Karin Dietz, Renata Zampieri & Rosana Delfine ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. Este trabalho tem por objetivo descrever a experiência do estágio realizado com crianças inseridas na Escola de Esportes da Universidade Metodista de São Paulo a fim de compreender como a participação na atividade física influencia o desenvolvimento biopsicossocial, bem como a importância dos fatores psicológicos para o favorecimento do desempenho motor dessas crianças. Por meio de observações e entrevistas semidirigidas realizou-se o diagnóstico da equipe e, em seguida, o planejamento e efetivação da intervenção, que consistiu na prática de oficinas e técnicas lúdicas, envolvendo temas diversos, dirigidos não só à atividade esportiva como também à formação cidadã. Notou-se, com o passar das atividades, maior conscientização e ampliação da visão das mesmas sobre seus respectivos comportamentos no contexto esportivo e relacional, auxiliando-as na realização das atividades esportivas bem como no convívio social. Outro fator importante diz respeito à ampliação do papel do técnico, que passou a preocupar-se com o desenvolvimento integral e não apenas físico de seus alunos. Sendo assim, percebe-se a constante interação que se dá entre mente e corpo e a necessidade de trabalhar ambos os conceitos de forma indissociável. P19 AUTO-EFICÁCIA E INDICADORES DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO. Elisa Castro1 ([email protected]), Débora Wagner Pinto1 ([email protected]), Clarisse Job1 ([email protected]), Camila Schonerwald1 ([email protected]) & Carolina Chem2 ([email protected]). 1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2 Hospital Santa Rita, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Objetivo: avaliar a auto-eficácia e indicadores de ansiedade e depressão de jovens adultos com câncer de cabeça e pescoço. Essas pessoas podem ficar com a face desfigurada, e sem partes inteiras do rosto. Participantes: 30 pacientes em acompanhamento ambulatorial em um hospital do sul do Brasil, com idade média de 31,73 (dp=5,86), de ambos os sexos, com idade média no diagnóstico de 28,00 anos (dp=7,16) e que passaram por várias cirurgias para retirada do tumor e reconstrução da face (média de 2,66, dp=3,54). Instrumentos: dados sócio-demográficos e clínicos, escala de Auto-Eficácia Geral Percebida e Questionário de Saúde Geral – QSG 12. Resultados: Correlação de Spearman demonstrou correlação negativa significativa entre as variáveis auto-eficácia e indicadores de depressão (r2=-0,649, p<0,01). Teste de Mann-Whitney revelou diferenças entre homens e mulheres. As mulheres apresentaram mais indicadores de depressão que os homens de maneira parcialmente significativa (U=70,500; p<0,09). Análise de regressão linear mostrou que os indicadores de ansiedade e depressão explicaram 48% da variância de auto-eficácia (R²=0,482, P=0,00). Conclui-se que a auto-eficácia e os indicadores depressão são variáveis importantes de ser examinadas em pacientes com câncer na face. É preciso estar atento às pacientes do sexo feminino, podendo ser um grupo vulnerável a transtornos psicológicos. P20 QUALIDADE DE VIDA, ANSIEDADE, DEPRESSÃO E CRENÇAS SOBRE A DOENÇA EM JOVENS MULHERES COM CÂNCER DE MAMA. Elisa Castro1 ([email protected]), Carolina Nunes Salvador1 ([email protected]), Bruna Machado Meneghetti1 ([email protected]) & Carolina Chem2 ([email protected]). 1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2 Hospital Santa Rita, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Objetivo: avaliar a relação entre qualidade de vida, indicadores de ansiedade e depressão e crenças sobre a doença de jovens mulheres com câncer de mama. Participantes: 35 pacientes em acompanhamento ambulatorial em um hospital do sul do Brasil, com idade média de 36,54 (dp=2,87), e idade média no diagnóstico de 33,31 anos (dp=3,76). Instrumentos: dados sócio-demográficos e clínicos, instrumento de qualidade de vida WHOQOL-breve, Questionário de Saúde Geral QSG 12 e Questionário de Crenças sobre a Doença. Resultados: Correlação de Spearman demonstrou correlação entre qualidade de vida (QV) e ansiedade (r2=-0,476, p<0,01), QV e depressão (r2=-0,741, p<0,01), QV e crenças sobre a conseqüência da doença (r2=-0,549, p<0,01), percurso (r2=-0,352, p<0,05), preocupação (r2=-0,531, p<0,01), compreensão (r2=0,422, p<0,05) e resposta emocional (r2=-0,469, p<0,01). Teste de Mann-Whitney revelou diferenças entre mulheres submetidas à cirurgia conservadora e radical. As mulheres mastectomizadas radicalmente acreditam que sua doença vai durar mais tempo (U=71.000, p<0,07) e que tem mais controle sobre sua doença (U=69.500, p<0,06) em comparação às que sofreram cirurgia conservadora. É importante estar atento ao tipo de cirurgia a que elas foram submetidas, pois essa pode ter uma relação com seus pensamentos sobre o câncer e relação com sua qualidade de vida. P21 AUTO-EFICÁCIA, ANSIEDADE E DEPRESSÃO COMO PREDITORES DE QUALIDADE DE VIDA EM JOVENS ADULTOS COM CÂNCER. Elisa Castro1 ([email protected]), Clarissa Ponciano1 ([email protected]), Caroline Thomas1 ([email protected]) & Carolina Chem2 ([email protected]). 1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2 Hospital Santa Rita, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Objetivo: avaliar a qualidade de vida, a auto-eficácia e indicadores de ansiedade e depressão em jovens adultos com câncer. Participantes: 136 pacientes com diferentes tipos de câncer em tratamento ambulatorial em um hospital do sul do Brasil, com idade média de 33,37 anos (DP=5,52). Instrumentos: dados sócio-demográficos e clínicos, questionário de qualidade de vida- WHOQOL-breve, Escala de Auto-eficácia geral percebida e Questionário de Saúde Geral de Goldberg – QSG12. Resultados: Análise de correlação de Pearson mostrou que a qualidade de vida total e suas dimensões tiveram correlação significativa positiva com auto-eficácia e negativa com indicadores de ansiedade e depressão. Análises de regressão linear foram feitas separadamente para homens e mulheres. Para os homens a auto-eficácia e indicadores de ansiedade e depressão explicaram 25% da variância da qualidade de vida total (R²=0.25, P=0,003). Para as mulheres as mesmas variáveis tiveram poder explicativo maior (R²=0,433, P=0.00). Conclui-se que existem diferenças de gênero importantes nos construtos avaliados, e que a auto-eficácia e os indicadores de ansiedade e depressão mostraram-se mais expressivos e importantes nas mulheres com câncer. P22 BEM-ESTAR EM CRIANÇAS - UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA Luísa Silva Tang, Alda Teresa Martins & Saúl Neves de Jesus O estudo do bem-estar em crianças sofreu nos últimos anos um grande aumento, devendo-se tal facto à importância que a OMS tem concedido a este conceito ligado á saúde física, mental e social. A finalidade do presente trabalho é fornecer uma revisão da literatura de todos os estudos de bem-estar realizados com crianças, conduzidos na base de dados Web-of-Science entre 1914 e 2008. Esta revisão pretende responder às seguintes questões: Como é definido o conceito de bem-estar? Qual a dimensão de bemestar (física, mental, social, económica) mais estudada? Quais os indicadores de bemestar infantil? Os resultados demonstraram que o bem-estar é um conceito de difícil definição devido às diferentes dimensões que o caracterizam. Verifica-se um maior número de estudos acerca do bem-estar físico, nomeadamente doenças físicas ou mentais, comparativamente com as dimensões psicológica, social e económica. Assim, parece existir uma maior preocupação em estudar o bem-estar em crianças que apresentam uma condição física ou mental alvo de diagnóstico médico do que em crianças sãs da população em geral. O ambiente familiar, questões económicas, saúde e amigos são alguns dos indicadores de bem-estar mais relatados na literatura. Embora se tenha verificado um aumento do número de estudos e preocupação acerca do bem-estar infantil, constata-se a emergente necessidade de continuar a estudar esta temática, sobretudo ao nível do bem-estar psicológico e social. P23 CLIMA ORGANIZACIONAL E STRESSE NO TRABALHO Delfina Sebastião ([email protected]) Discente da Universidade do Algarve e Universidade Autónoma de Lisboa O presente estudo tem como objectivo investigar a importância do clima organizacional e das percepções individuais no aparecimento do stresse no trabalho. De acordo com alguns autores, conclui-se que existem determinados factores associados ao clima organizacional responsáveis pela indução do stresse no trabalho. A revisão da literatura permite concluir que, as percepções individuais podem influenciar a formação do síndroma do stresse no trabalho e que, cada indivíduo é afectado consoante a sua apreciação face à interacção com o agente agressor. Portanto, o clima influencia o comportamento dos indivíduos, e por conseguinte o rendimento organizacional. P25 O STRESS NO ESTÁGIO PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA DO ORIENTADOR: UM PARALELO ENTRE PORTUGAL E BRASIL Leandra Ferraz1 ([email protected]), Anabela Pereira1, Carlos Francisco1, Natália Ferraz 1 DCE –Universidade de Aveiro. Este projecto foi financiado pela FCT (SFRH/BD/38103/07) Investigações e estudos sobre o stress na vida académica têm sido uma crescente no universo científico, devido a complexidade do impacto negativo do stress na saúde, no bem-estar e rendimento profissional e académico dos docentes e discentes. O presente trabalho tem como objectivo identificar os principais factores de stress nos orientadores do estágio pedagógico em instituições de Ensino Básico e Superior de Portugal e Brasil. Foi realizado um estudo-exploratório comparativo com uma amostra de 24 docentes os quais foram submetidos a uma entrevista semi-estruturadas, sendo 12 de Portugal e 12 do Brasil, divididos de forma homogénea entre os professores orientadores do ensino superior e os do estágio na escola campo. Os resultados obtidos pela análise de conteúdo das entrevistas apontam para uma falta de organização estrutural do estágio, que se resume sobretudo pela falta de cientificidade do estágio, ausência de critérios avaliativos comuns aos orientadores, pela não existência de uma escola modelo onde a teoria e prática se coadunam e também em grande parte pelo descomprometimento dos estagiários. Relativamente às diferenças interculturais sobressai nos orientadores brasileiros um nível mais elevado de stress e o excesso de estagiários como factor de maior discrepância. Em Portugal, a maioria aponta falta de formação específica para orientar/supervisionar o estágio como um dos maiores problemas. As implicações sugerem formação específica para orientação do estágio pedagógico com reforçada atenção às questões de gestão e controlo do stress durante esse período. P26 VARIÁVEIS FAMILIARES E PSICOLÓGICAS EM FILHOS ADULTOS DE DOENTES ONCOLÓGICOS Ricardo Teixeira ([email protected]) & Maria da Graça Pereira ([email protected]) Departamento de Psicologia, Universidade do Minho, Portugal. Introdução: O diagnóstico de doença oncológica tem um impacto no próprio doente, mas também nos seus familiares. Este estudo avalia como os filhos adultos de doentes com cancro lidam com o stress associado à doença dos pais. Método: Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra composta por 86 filhos adultos de doentes com cancro em tratamento quimioterapêutico. Os instrumentos utilizados foram: Depression Anxiety Stress Scales (Lovibond & Lovibond, 1995); Impact of Event Scale (Marmar & Weiss, 1997); Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scales – IV (Olson, Tiesel & Gorall, 1996); Burden Assessment Scale (Reinhart, Horwitz & Touliatos, 1994); Posttraumatic Growth Inventory (Tedeschi & Calhoun, 1996). Resultados: A análise dos dados recolhidos revelou uma correlação positiva entre a morbilidade psicológica e o crescimento pós-traumático, e uma correlação negativa entre a exaustão familiar e o funcionamento familiar. Verificou-se também que a percepção dos filhos adultos acerca da dependência parental está relacionada com o crescimento pós-traumático. Por último, o stress traumático mostrou ser um preditor significativo da exaustão familiar. Conclusão: Os resultados desta investigação revelam a importância do apoio e assistência aos familiares adultos de doentes com cancro, no sentido de se criarem programas ajustados de intervenção familiar. P27 AVALIAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS NA INFÂNCIA Marta Sofia Brás ([email protected]) & José Pestana Cruz ([email protected]). Universidade do Algarve As experiências negativas infantis parecem contribuir para a génese de perturbações psicológicas na adultez; contudo, a avaliação retrospectiva das mesmas encontra-se parcamente desenvolvida, o que estimulou a construção do Inventário de Acontecimentos de Vida Negativos (IAV_N). O IAV_N tem como principal objectivo avaliar a frequência, o impacto e a severidade das experiências negativas vividas durante a infância. Tem como destinatários indivíduos adultos da população geral ou da população clínica. É composto por 25 itens que traduzem diferentes tipos de acontecimentos. Após a fase de pré-teste, o instrumento foi estudado numa amostra de 390 indivíduos. As características psicométricas do IAV_N revelam níveis satisfatórios de estabilidade temporal e de consistência interna (α=0,90), o que suporta a sua fidelidade. Os dados apontam também para a existência de validade facial, concorrente e de constructo. A análise factorial sugere 4 factores: Ambiente Familiar Adverso, Abuso Psicológico, Separações/Perdas e Abuso Físico/Sexual. A cotação pode ser efectuada por categorias discriminantes e/ou por medidas globais dos acontecimentos negativos. Serve tanto para fins de investigação, como para a prática clínica. P28 PAIS E MÃES DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: UMA ANÁLISE DE ASPECTOS PSICODINÂMICOS ATRAVÉS DA TÉCNICA DE DESENHOSESTÓRIA Profª Carolina de Almeida Agustinelli ([email protected]) & Profª. Drª. Marília Martins Vizzotto Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. O presente trabalho descreve aspectos psicodinâmicos de dois pais e duas mães de crianças diagnosticadas com paralisia cerebral através da análise de suas produções na técnica de Desenhos-Estória com Tema. Para tanto, foram realizadas entrevistas e foi pedido que cada participante desenhasse uma criança com deficiência e um pai/uma mãe de uma criança deficiente. A análise dessas produções indicou que os participantes apresentaram recursos defensivos predominantemente regressivos no enfrentamento da deficiência das crianças, especialmente a identificação projetiva e a negação da paralisia cerebral e de seu conseqüente sofrimento. Assim, com utilização de recursos tão primitivos, havia muita dificuldade na lida com a criança e sua limitação; além de que a presença de culpa e da dualidade onipotência/ impotência traziam dificuldades na aceitação de seus filhos. P29 POSSIBILIDADES DE ATENDIMENTO A USUÁRIAS DE DROGAS Fernanda Kimie Tavares Mishima ([email protected]) & Valéria Barbieri ([email protected]) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil O uso de drogas lícitas e ilícitas é alarmante. No Brasil, um dos mais freqüentes é o alcoolismo, que atinge 15% de homens. Além das graves conseqüências (alterações de humor, dificuldades de aprendizagem), há prejuízos na adaptabilidade social e saúde física. Os usuários de drogas são considerados de acesso mais complicado, apresentando dificuldades na adesão ao tratamento. Para investigar a dinâmica de sua personalidade, e por serem escassas pesquisas envolvendo mulheres, este estudo apresenta avaliação psicológica com três drogaditas, entre 28 e 32 anos de idade, dependentes de alguns tipos de drogas e moradoras de uma casa de apoio a dependentes químicas. Houve entrevista, Psicodiagnóstico de Rorschach e Teste de Apercepção Temática (TAT). As figuras parentais foram vistas com ambivalência: ou provendo segurança ou ameaçando, gerando reações de admiração e oposição. Houve sinais de dificuldades de integração da personalidade e aquisição da identidade sexual, com prejuízos na auto-imagem, relações interpessoais e desconforto no contato com as pulsões sexuais. O uso de drogas apareceu como forma de proteção do contato com alguns dos conteúdos internos angustiantes. Como possibilidade terapêutica, pode-se pensar na experiência de um relacionamento afetivo sólido e suficientemente bom com a paciente, buscando integração da sexualidade no self. P30 PREPARAÇÃO PARA O PARTO : CUIDAR ATRAVÉS DE VÁRIOS OLHARES Margarida Santos e Silva Brígido1 & Teresa Silva2 1 A.R.S. Lisboa e Centro de Saúde do Cacém; 2 Centro de Saúde do Cacém Pretende-se a apresentação do programa que decorre no Centro de Saúde para a preparação para o parto. O psicólogo é um dos técnicos que integra a equipa de saúde materna do Centro de Saúde do Cacém. Contribui para o desenvolvimento do programa de prevenção e promoção da saúde, na preparação para a maternidade Pretende-se, com o presente trabalho, caracterizar e contextualizar a intervenção do Psicólogo na equipa, tendo como pano de fundo o trabalho desenvolvido pela equipa de enfermagem na preparação para o parto. Na equipa, tal como no Centro, o psicólogo assume funções de: Assistência directa, através da avaliação e acompanhamento de situações problema. Havendo um número considerável de grávidas foram definidos critérios de referênciação à consulta. formação, através da realização de acções formativas para outros técnicos (médicos de família, enfermeiros) sobre as vivências psicológicas na gravidez e no pós-parto. Participação activa, numa das equipas de preparação para o parto (extensão do Olival) , através do contacto directo ao longo de várias sessões com grávidas e futuros pais, durante o 3ª trimestre investigação, visando aspectos considerados relevantes para a acção (ex: adaptação da mulher ao nascimento de um filho; vivências psicológicas da gravidez; depressão pósparto; estudo sobre adesão à amamentação – ainda em fase de planificação) Em todas elas, pretende-se que o Psicólogo tenha presente 3 áreas (Teixeira &Trindade,1994): Promoção da Saúde; Protecção da Saúde e Prevenção. P31 GABINETE DE PSICOLOGIA – 10 ANOS NO CENTRO DE SAÚDE DO CACÉM. A COMPLEXIDADE DA INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO Margarida Santos e Silva Brigido ([email protected]) Centro de Saúde do Cacém Pretende-se caracterizar e contextualizar a intervenção do Psicólogo num Serviço de Cuidados de Saúde Primários, nomeadamente no Centro de Saúde do Cacém, através da análise critica da consulta. Através da participação em equipas multidisciplinares, com profissionais de saúde como Médicos, Enfermeiros, Assistente Social, Técnico de Saúde Ambiental, o Psicólogo integra os programas de Saúde Infantil, Saúde Escolar, Planeamento Familiar e Saúde da Mulher, Saúde Materna, Cuidados Continuados, valorizando assim, a necessidade de se prestar atenção especial ao bem estar psicológico dos sujeitos e grupos sociais, nomeadamente em diferentes fases do ciclo de vida. Neste Centro o Psicólogo assume funções de: assistência ditrecta, através da avaliação e acompanhamento de situações problema; Como apenas existe um Psicólogo no Centro de Saúde do Cacém, a consulta não está aberta à comunidade, sendo os utentes referenciados ou nas equipas mencionadas ou através do seu médico de família. formação , através da realização de acções formativas quer para agentes da comunidade (professores, acompanhantes de idosos; jovens, etc.) ou a outros técnicos de Saúde investigação, visando aspectos considerados relevantes para a acção (ex: atitudes dos médicos de família face à intervenção do psicólogo, permitindo a organização da consulta) Em todas elas, pretende-se que o Psicólogo tenha presente 3 áreas (Teixeira &Trindade,1994): Promoção da Saúde; Protecção da Saúde e Prevenção. P32 SUPORTE EMOCIONAL E CRIATIVIDADE: POSSIBILIDADES A PARTIR DA TUTORIA A UM PACIENTE COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) E SUA CUIDADORA Isana Marília Ribeiro1 ([email protected]), Maria Suzana Carlsson Ribeiro1 ([email protected]), Antonio Geraldo de Abreu Filho2 ([email protected]), Ana Luiza Steiner1 ([email protected]), Abrahão Augusto J. Quadros3, Profa. Dra. Helga Cristina Silva3, Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira3 & Profa. Associada Leila Cury Tardivo4 ([email protected]) 1 Laboratório APOIAR – USP; 2 UNIFESP – Laboratório APOIAR – USP; 3 ABRELA – UNIFESP; 4 Instituto de Psicologia – Laboratório APOIAR – USP. Introdução:A ELA é uma doença progressiva e degenerativa marcada por sinais de comprometimento dos neurônios motores superior e inferior, com uma expectativa de vida de três a quatro anos. A visão, movimentos oculares e os segmentos sacros inferiores da medula espinhal que controlam os esfíncteres, não são usualmente afetados. A capacidade mental e psíquica não se altera, assim como os sentidos e a percepção à dor. Até o momento, não há cura para essa doença. Objetivo:Promover, através do atendimento domiciliar ao paciente Carlos e à sua mãe Dona Maria (nomes fictícios) que é sua cuidadora, sustentação emocional pela escuta e acolhimento emocional, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida. Método: Qualitativo - Estudo de caso. Resultado:Carlos e Dona Maria receberam apoio e atenção por parte dos tutores, possibilitando lidarem melhor com essa doença que traz muitas perdas e sofrimento psíquico intenso. Conclusão: Os atendimentos foram eficazes no acolhimento da angústia, que inicialmente mostrou-se paralisante, em uma postura de produtividade, ocorrendo uma reformulação interna de Carlos que se encontrava frágil diante do avanço da doença, resultando na publicação de seu primeiro livro editado e de Dona Maria que pôde não só continuar acolhendo as angústias do filho, bem como as suas próprias. P33 QUALIDADE DE VIDA E PERCEPÇÃO DE SUPORTE SOCIAL EM GESTANTES DE ALTO RISCO Maria Heleno ([email protected]), Mirlene Siqueira ([email protected]), Taís Mazzotti ([email protected]) & Gláucia Bechara ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Qualidade de vida (QV) e suporte social (SS) são amplamente estudados com vistas à compreensão de uma existência saudável. O estudo teve como objetivo investigar relações entre domínios de QV (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente) e dimensões de percepções de SS (emocional e prático) em um grupo de gestantes de alto risco. Os dados foram coletados por questionários aplicados a 106 mulheres com idade média de 28,57 anos, a maioria casada (85,8%), de nível sócio-econômico C (56,60%), vivendo a primeira união (74,50%), estando no terceiro semestre de gestação (58,50%), e sem abortamentos anteriores (63,20%). Análises descritivas revelaram escores ligeiramente mais elevados de QV para os domínios “relações sociais” e “psicológico”, enquanto percepção de suporte emocional teve um pequeno predomínio sobre suporte prático. Foram observados índices significativos de correlação entre os quatro domínios de QV e as duas dimensões de percepções de SS. A ANOVA não apontou diferenças significativas entre as mulheres pertencentes aos quatro grupos de risco no que concerne aos domínios de QV e às percepções de SS. Portanto, QV e SS se associam para moldar a vida psíquica saudável de gestantes de alto risco. P34 PROBLEMATIZANDO A RELAÇÃO ENTRE: BULLYING, GÊNERO E SAÚDE Bruna Meurer1 ([email protected]) & Dra. Marlene N. Strey ([email protected]) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Este estudo teve como objetivo refletir sobre a relação entre Bullying, Gênero e Saúde das mulheres trabalhadoras, nos contextos de trabalho. O bullying envolve atos, palavras ou comportamentos prejudiciais intencionais e repetidos contra uma pessoa. Como metodologia utilizou-se de uma revisão de literatura em banco de dados como: Lilacs, Scielo e Medline. O bullying pode causar sérias conseqüências à saúde física e psíquica dos (as) trabalhadores (as), afetando até aqueles sujeitos que não estão envolvidos diretamente. As vítimas apresentam sintomas relacionados ao stress, distúrbios psicossomáticos, doenças físicas, baixa satisfação no trabalho, altas taxas de absenteísmo, numerosas intenções de abandonar a organização, bem como alta rotatividade (Leymann, 1992). Essa forma de violência ocorre sem distinção de sexo nos locais de trabalho, mas segundo a literatura adquire algumas especificidades, que supõem um risco adicional às mulheres em função de toda uma historicidade atrelada à dominação masculina nestes contextos. Nesse contexto, torna-se relevante discutir as implicações desse fenômeno sobre a saúde das mulheres, bem como a necessidade de políticas públicas e intervenções psicossociais mais eficazes. Buscando, assim contribuir para a redução das conseqüências devastadoras dessa forma de violência que atinge diretamente a saúde física e psíquica dos trabalhadores (as), como também às organizações. P37 O GRUPO DE APOIO PSICOLÓGICO ENTENDIDO PELOS FAMILIARES DE PESSOAS COM TRANSTORNOS ALIMENTARES Laura Vilela e Souza ([email protected]), Manoel Antonio dos Santos ([email protected]), Fernanda Kimie Tavares Mishima ([email protected]) & Fábio Scorsolini-Comin ([email protected]). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. O grupo multifamiliar tem tido bons resultados pela troca de experiência entre famílias favorecendo uma coesão grupal e atmosfera de apoio. Buscamos compreender como as famílias de pessoas com Anorexia e Bulimia Nervosa significam a sua participação em um grupo multifamiliar de apoio psicológico. Participaram nesse estudo 37 familiares. Foram audiogravadas 10 sessões grupais, posteriormente transcritas na íntegra e submetidas à análise de conteúdo temática. Essa análise permitiu identificar “tópicos/temas” que emergiram espontaneamente e que estão relacionados aos objetivos do estudo, a saber: quem deveria participar do grupo, por que e como participar, o que mudou após a participação e para que serve esse espaço. Os diversos sentidos sobre qual é a função do grupo geram diferentes construções sobre quem deve e as razões participar dele. Assim, a participação vista em função do familiar adoecido constrói o grupo como um lugar para se falar da doença. Aqui o grupo seria apenas para familiares iniciantes, com os filhos ainda adoecidos. Já o sentido do grupo como um compromisso de ofertar ajuda aos demais participantes, ou o grupo como espaço de dar e receber ajuda faz com que famílias já com seus filhos melhores possam sentir-se legitimadas no grupo favorecendo a troca. (Capes). P38 SIMILARIDADES E DIFERENÇAS ENTRE PSICOPATOLOGIAS DE MULHERES DE DOIS TIPOS DE TRANSTORNOS ALIMENTARES Laura Vilela e Souza ([email protected]), Fernanda Kimie Tavares Mishima ([email protected]), Valéria Barbieri ([email protected]) & Manoel Antonio dos Santos ([email protected]). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. No mundo contemporâneo os transtornos alimentares constituem um dos mais importantes problemas de saúde pública, acarretando prejuízos para a saúde física e mental. Além disso, há graves conseqüências sociais, necessitando de sua compreensão para o uso dos recursos terapêuticos pelos profissionais de saúde. Este trabalho apresenta características psicodinâmicas de mulheres com bulimia nervosa e mulheres com obesidade, dois tipos de transtornos alimentares, destacando similaridades e divergências da organização da personalidade, para compreender e aprimorar os recursos de atendimento. 3 mulheres bulímicas e 3 obesas passaram por avaliação psicológica. Os resultados semelhantes: figuras parentais consideradas ambivalentes; sinais de insegurança e angústia na introjeção da imagem de si como mulheres; dificuldade na relação com os outros, pela desvalorização e baixa auto-estima. Elas demonstraram necessidade de apoio e proteção, mostrando-se dependentes do afeto e aprovação do outro. Houve diferenças na maneira de preencher a lacuna afetiva: as bulímicas se defendiam do desamparo por meio da agressividade quanto a tudo que provinha da mãe, incluindo a função alimentar; já as obesas recorriam ao alimento para abrandar a falta. Sendo assim, no tratamento de tais pacientes, deve-se considerar a particularidade da relação com a comida, para auxiliar no processo de intervenção terapêutica. P39 MORBILIDADE PSICOLÓGICA NOS DOENTES COM SAOS E SEUS/SUAS COMPANHEIRO(A)S E ADESÃO TERAPÊUTICA AO CPAP Rute Sampaio R.1 ([email protected]), M.Graça Pereira, & J. C. Winck Universidade do Minho, Faculdade Medicina, Porto 1 Bolsa FCT- SFRH/BD/38388/2007 Estado de Arte: O Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) constitui actualmente uma das patologias crónicas mais frequentes, estimando-se que 1 a 5% dos adultos do sexo masculino sofre de SAOS nos países ocidentais (Young et al., 2002). Pela sintomatologia e consequências psicopatológicas associadas, torna-se pertinente implicar o doente e companheiro no tratamento de eleição – CPAP (Continuous Positive Airwaiy Pressure). O estado de humor melhora significativamente após o primeiro mês de utilização ininterrupta (Medline et al., 1998). Objectivos: Avaliar em que medida o estado emocional (ansiedade e depressão) varia após o 1º mês de tratamento nos doentes e companheiro(a)s e é preditor de adesão ao CPAP nos doentes. Método: A amostra inclui 30 doentes e companheiros do Hospital de S.João no Porto, recolhida em dois momentos (1ªconsulta e após 1 mês). As medidas utilizadas são o HADS (doentes), STAY e BDI (companheiros) e o cartão do CPAP (medida objectiva de adesão terapêutica nos doentes). Resultados: Verificou-se diminuição da morbilidade psicológica, tanto nos doentes como seus/suas companheiro(a)s após primeiro mês de utilização do CPAP e quer a ansiedade quer a depressão são preditoras da adesão terapêutica do doente. Os resultados enfatizam a importância do cônjuge na adesão terapêutica ao CPAP. P40 MEDIAÇÃO EMOCIONAL NA INTERACÇÃO MÉDICO – PACIENTE COM DIABETES MELLITUS TIPO I Raquel Herrera1([email protected]); Emilio Sanchez2 ([email protected]), Khalid Fekhari3 ([email protected]) & Margarida Varela3 ([email protected]) 1 Instituto Piaget/Viseu, ISEIT; Facultad de Psicologia Salamanca; 2 Universidad de Salamanca; 3 Instituto Piaget/Viseu, ISEIT Nos últimos anos tem havido um interesse crescente pela identificação dos factores que determinam a adaptação à doença crónica. Um dos factores a considerar no processo de adaptação à Diabetes Mellitus de Tipo I é o tipo de ajuda ou mediação oferecida pelos técnicos de saúde. Neste sentido parece pertinente considerar a aplicabilidade de um sistema de análise que foi desenvolvido para observar e registar ajudas (frias/quentes) em contexto educativo, a um contexto de saúde (De Sixte, 2005). Estes contextos partilham as características de um achievement context (Bandura, 1988,1999; Boekaerts, 1995,1999; Boekaerts & Niemivirta, 2000; Carver & Scheier, 1985, 1990, 2000), esperando-se que o sistema permita identificar o tipo de mediação (fria/quente) que é utilizado pelo profissional de saúde, assim como interpretar os seus possíveis efeitos na adesão terapêutica e portanto, na adaptação à doença. Este sistema é particularmente pertinente uma vez que é descritivo, permitindo analisar o que ‘realmente’ o indivíduo faz para ajudar o outro, de forma que os seus estados motivacionais e afectivos facilitem o alcance do objectivo. Este trabalho poderá contribuir para a compreensão do papel da mediação emocional no processo de interacção entre médico, paciente e do objectivo que os vincula. P41 O BIBLIOTECÁRIO E A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE EMPRESAS DO SETOR PÚBLICO E PRIVADO. Laura S. Bolonine1 ([email protected]), Elaine L. Oliveira2 ([email protected]), Vânia Cristina F.da S. R. Pessoa1 ([email protected] & Ana C. Limongi-França1 ([email protected]) 1 Universidade de São Paulo; 2 Universidade Metodista de São Paulo. Em um período onde grandes transformações ambientais, econômicas, políticas, sociais e inovações tecnológicas afetam as atividades laborais alterando não somente as experiências de trabalho como também seus significados e considerando-se o impacto dessas transformações no desempenho específico do trabalho do bibliotecário, o presente estudo teve como objetivo conhecer, dentro deste contexto, sua percepção sobre Qualidade de Vida no Trabalho–QVT. A base metodológica foi o estudo exploratório e análise de conteúdo. Participaram 33 bibliotecários de organizações pública e privadas que responderam a questionário composto por dados de identificação e três questões dissertativas relativas à QVT. Quanto ao significado de QVT identificouse nas três organizações a prevalência de boas condições de trabalho (aspectos ergonômicos), bem estar (aspectos de saúde), e bom relacionamento com colegas e superiores (aspectos psicológicos), este último, porém, com maior freqüência entre os bibliotecários do setor publico. Quanto às ações ou programas de QVT existentes nas organizações, os bibliotecários relacionaram: atividades anti-estresse, serviços de saúde, benefícios e salários, treinamento, valorização, satisfação e clima organizacional, mobiliários, equipamentos, programas de segurança, manifestações culturais e de lazer. O setor publico apresentou o menor número de ações/programas realizados. Evidenciase em ambos os segmentos – público e privado – a inexistência de estratégias bem definidas para uma gestão da QVT. As boas condições de trabalho (estruturais, ergonômicas, tecnológicas e instrumentais) é a categoria de destaque quanto ao o que os pesquisados gostariam que suas organizações desenvolvessem para a melhoria da QVT, evidenciando relação com os impactos das inovações na profissão de bibliotecário. P42 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM SAÚDE ESCOLAR PASSE Ângela Meneses ([email protected]), Débora Cláudio, Nuno Sousa, Rui Tinoco, Margarida Azevedo, Maria Neto ([email protected]) & Delfina Antunes ([email protected]) Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.; Departamento de Saúde Pública. O Programa de Alimentação Saudável em Saúde Escolar (PASSE) é um programa de âmbito regional que pretende operacionalizar projectos relativos ao determinante da saúde, alimentação saudável, em meio escolar. As actividades que preconiza são abordadas de forma integrada, intersectorial e multidisciplinar, sendo a articulação entre a escola e a saúde indispensável. O PASSE tem como base de trabalho as teorias ecológica e da aprendizagem social e pretende que: - A escola ofereça uma alimentação promotora de saúde; - O curriculum seja adequado à promoção da Alimentação Saudável; - Os alunos adquiram competências pessoais de auto-conceito e auto-estima, tomada de decisão, nomeadamente alimentares e desenvolvam atitudes e crenças tendentes a escolhas responsáveis e conscientes. O PASSE tem como características: - Ser um modelo estruturado que disponibiliza materiais prontos a serem utilizados, normaliza procedimentos, envolve equipas multiprofissionais, permitindo a participação de diferentes áreas do saber e a comunidade escolar; - Constituir um estímulo recíproco (saúde/educação) para a implementação e avaliação contínua do projecto; - Permitir agilizar a implementação de programas de promoção da saúde em alimentação. Com esta comunicação pretende-se dar a conhecer o PASSE, os seus objectivos e a metodologia de implementação. P43 PROGRAMA REGIONAL DE EDUCAÇÃO SEXUAL EM SAÚDE ESCOLAR: UM PROJECTO-PILOTO Miriam Gonzaga ([email protected]), Cármen Guimarães, Mª da Paz Luís, Luís Delgado, Manuela Carmona ([email protected]), Maria Neto ([email protected]) & Delfina Antunes ([email protected]) Administração Regional de Saúde do Norte, I.P., Departamento de Saúde Pública O Departamento de Saúde Pública da ARSN, I.P., em colaboração com a Direcção Regional de Educação do Norte, constituiu um grupo de trabalho multidisciplinar para elaborar, implementar, monitorizar e avaliar um Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar (PRESSE). São finalidades do PRESSE contribuir para a diminuição dos comportamentos de risco e para o aumento dos factores de protecção em relação à sexualidade, bem como contribuir para a inclusão nos projectos educativos e nos currículos das escolas da região Norte, de um programa de educação sexual estruturado e sustentado para os alunos do 2º ciclo da região Norte. Este programa será implementado como projecto-piloto, em 22 escolas da Região Norte, no ano lectivo 2008/2009. Para o desenvolvimento do PRESSE foram alvo de formação os profissionais das equipas de saúde escolar e os coordenadores da educação para a saúde das escolas seleccionadas. Após uma primeira fase de formação aos professores destas escolas serão desenvolvidas actividades com os alunos do 5.º ano de escolaridade. Com esta comunicação pretende-se dar a conhecer o PRESSE, os seus objectivos e respectivas actividades, assim como as suas várias fases, o ponto de situação e as linhas de orientação futuras. P44 QUALIDADE DE VIDA DE ADULTOS MADUROS E IDOSOS BRASILEIROS, COM DEFICIÊNCIAS VISUAIS E RESIDENTES EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA Profa. Dra. Marluce A.B.G.Leão ([email protected]), Profa. Ms Eliana F.A.Nascimento ([email protected]), Geovana C. Silva ([email protected]) & Nicolle Lobo ([email protected]) Universidade de Taubaté O ritmo acelerado da população que envelhece no Brasil e a heterogeneidade do seu processo de envelhecimento, têm exigido o enfrentamento de várias questões, entre elas, a atenção para com a qualidade de vida de idosos institucionalizados. Um mapeamento de suas condições de vida e saúde é necessário, para o planejamento de intervenções multidisciplinares. Um programa de extensão de uma universidade pública, desenvolveu esta pesquisa de levantamento junto a adultos maduros e idosos com deficiências visuais, residentes em uma instituição de longa permanência na cidade de Taubaté, no Estado de São Paulo, com o objetivo de avaliar sua qualidade de vida e a condição de saúde mental. Utilizou como instrumentos uma ficha para os dados sócio-demográficos, uma escala de depressão geriátrica (EDG-15) e os inventários de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde - WHOQOL-OLD e WHOQOL-bref. Participaram dezessete sujeitos, de ambos os sexos, com dificiência visual congênita e adquirida, entre 51 e 88 anos. Os resultados obtidos mostram que nove idosos apresentam um quadro de depressão leve. Os inventários indicam a religiosidade como o aspecto responsável pela manutenção da qualidade de vida de quase todos os sujeitos. A análise destes resultados subsidiará futuras intervenções na área de Enfermagem e de Psicologia, visando a promoção de melhores condições de envelhecimento a esse grupo e a qualidade do cuidado oferecido pela instituição. P45 COMORBIDADE ENTRE FOBIA SOCIAL E O ABUSO/DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL: UMA PESQUISA COM PACIENTES DO CENTRO DE PSICOLOGIA APLICADA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Débora Pereira Paiva ([email protected]), Sabrina Maura Pereira, Lívia Ferreira de Araújo & Lélio Moura Lourenço ([email protected]). Universidade Federal de Juís de Fora. A fobia social é caracterizada pelo medo/ansiedade excessivo diante de situações sociais, como ser observado, avaliado e encontrar-se em situações embaraçosas, gerando impedimentos nas diversas esferas da vida. A presente pesquisa tem por objetivo verificar a relação/comorbidade entre fobia social e uso de álcool. Para tanto, foram entrevistados 56 pacientes maiores de 18 anos da clínica-escola do CPA - UFJF, utilizando-se três instrumentos: AUDIT, BAI (Inventário Beck de Ansiedade) e Escala Liebowitz de Ansiedade Social. Embora a literatura demonstre relação entre fobia social e uso de álcool, hipótese central desta pesquisa, os resultados encontrados não confirmaram esta correlação. O coeficiente de Pearson entre os inventários BAI e Liebowitz, não ultrapassou 0,2. O BAI e o Liebowitz não apresentaram correlação de Spearman com o AUDIT (0,76 e 0,47 e 0,90 respectivamente). Comparando-se AUDIT e BAI, 17% apresenta a interação entre consumidor de baixo risco e o indivíduo com ansiedade grave (52,9% BAI e 37,5% AUDIT); e 54,7% estariam nos grupos moderado/grave do BAI. Observando-se o AUDIT e Liebowitz, no grupo sem fobia social, abstinente e de baixo risco encontrou-se 91% dos respondentes. Vale ressaltar que obtivemos parcela significativa de respondentes, não consumidores ou baixo consumidores de álcool, com fobia social moderada. P46 O ESTUDO DA COMORBIDADE ENTRE FOBIA SOCIAL E DESORDENS RELACIONADAS AO USO DE ÁLCOOL Débora Pereira Paiva ([email protected]), Lívia Ferreira de Araújo, Sabrina Maura Pereira & Lélio Moura Lourenço ([email protected]). Universidade Federal de Juiz de Fora. A fobia social configura-se como uma desordem clara e persistente que muitas vezes está associada a outras morbidades. O objetivo do estudo em questão foi realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a fobia social e o abuso/dependência de álcool, observando a incidência do quadro comórbido e os tratamentos mais utilizados em pacientes com esse quadro comórbido. Realizou-se um levantamento das publicações sobre fobia social e abuso/dependência de álcool, principalmente entre os anos de 2002 e 2006, disponíveis em bases de dados nacionais e internacionais, como: CAPES, PsiqWeb, Scielo, Psychinfo. A literatura tem demonstrado uma significativa comorbidade entre a fobia social e desordens no uso de álcool. No entanto, ainda são inconsistentes as evidências acerca da causalidade de tais morbidades. Na tentativa de explicar este quadro comórbido algumas teorias são evidenciadas, como a Teoria de Redução da Tensão e a da automedicação. Os tratamentos mais recorrentes envolvem a terapia cognitivo-comportamental e o uso de fármacos. Muitos artigos sugerem o tratamento deve ser realizado focando as patologias de forma separada, mas estabelecendo um plano seqüencial de ação. P49 PSICOLOGIA E ODONTOLOGIA: NECESSIDADE DE INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS NAS CIÊNCIAS DA SAÚDE Eda Custódio ([email protected]) & Ligia Furusawa ([email protected]) Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e Faculdade Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade Metodista de São Paulo, Brasil Vivemos um momento de promoção e proteção da saúde, enfatizando a manutenção da saúde e prevenção de doenças, a partir dos anos 70, com a segunda revolução da saúde, quando se definiu saúde como estado de bem-estar físico/mental/social, não mais como ausência de doença. Diante de necessidades crescentes de integração das áreas de conhecimento, a Psicologia ganha espaço, inicialmente junto à área médica e mais recentemente em outras áreas da saúde. Enfocamos a inserção da Psicologia na Odontologia, que vem crescendo ultimamente. Nas bases de dados, nota-se maior número de trabalhos em Odontopediatria, início da integração dessas áreas, diante da dificuldade do dentista em lidar com o público infantil. Em seguida, questões de ergonomia no consultório odontológico. Em terceiro lugar, trabalhos enfocando o medo do dentista. Trabalhos mais recentes abordam a necessidade de integrar conhecimentos da Psicologia na Odontologia, resultante da percepção dos profissionais sobre características de personalidade dos pacientes. Atender um paciente com disfunção de articulação temporomandibular (DTM) requer tratamento dentro da especialidade, mas também acompanhamento psicológico e psiquiátrico, pelas características de depressão e quadro neurótico obsessivo, necessitando de cuidados psicológicos para lidar com questões inerentes a essa personalidade que, sem tratamento adequado, acentuam os sintomas da DTM. P51 CRENÇAS SOBRE O IDOSO, A VELHICE E O ENVELHECIMENTO NA VISÃO DE ESTUDANTES DE PSICOLOGIA Marluce Leão ([email protected]) & Viviane Monma ([email protected]) Universidade de Taubaté Verifica-se, atualmente, um aumento da população idosa em nível mundial. No Brasil, essa tendência também se configura uma realidade. Faz-se importante inserir o idoso numa categoria que apresente uma realidade concreta, variável, heterogênea e que considere seu contexto social específico. A velhice deve ser encarada como mais uma etapa de vida com seus pontos positivos e negativos e não como um fim de processo. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma investigação acerca das crenças de estudantes em psicologia em relação ao idoso, a velhice e ao envelhecimento. Como essas crenças influenciam na adesão ao trabalho em psicogerontologia, se há presença de preconceitos e estereótipos e qual é o papel da formação universitária como instrumento de reflexão em relação a esse campo de atuação. Entre os estudantes percebe-se uma visão positiva da velhice, mas em relação à autonomia dos indivíduos idosos há a presença de uma visão mais negativa. Com isso, pretende-se discutir como os estudantes de psicologia encaram essa nova demanda e qual a influência da formação universitária nesta área que se abre como um novo campo de atuação tão necessitado de recursos humanos. P52 ANÁLISE DE ESTUDOS BRASILEIROS SOBRE BEM-ESTAR NO TRABALHO Mirlene Siqueira ([email protected]), Thiago Barbosa ([email protected]) & Carlos Ferraz ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo O modelo teórico de bem-estar no trabalho (BET) é composto por três indicadores: satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Este estudo teve como objetivo sistematizar a metodologia aplicada, os resultados e as conclusões de estudos brasileiros quando analisaram, em diferentes amostras e contextos, o modelo de BET. A análise abarcou 14 estudos concluídos entre 2005 e 2008 que avaliaram a precisão de suas medidas, descreveram os níveis de três indicadores de BET e examinaram os impactos de variáveis pessoais e sócioorganizacionais sobre eles. Participaram dos estudos 2.850 trabalhadores de empresas públicas e particulares do estado de São Paulo – Brasil, sendo 1484 mulheres e 1366 homens. A idade média dos participantes era de 33,20 anos. Os resultados revelaram índices de precisão satisfatórios para as medidas de BET. Também apontaram serem as três dimensões de BET altamente sensíveis aos indicadores de política organizacional centrada nos princípios de troca social. Tais achados indicam que as percepções dos empregados acerca de tratamento justo que recebem da empresa, bem como suas percepções acerca da oferta de suporte por parte do supervisor e da organização são fatores psicossociais com capacidade de explicar proporções significativas da variância das três dimensões de BET. P53 O IMPACTO DE PERCEPÇÃO DE SUPORTE SOCIAL SOBRE O BALANÇO EMOCIONAL DE UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS Antônio Acosta ([email protected]), Claudete Milaré ([email protected]), Elisabete Paiva ([email protected]), Maitê Allegretti ([email protected]), Thiago Barbosa ([email protected]), Úrsula Pereira ([email protected]) & Mirlene Siqueira ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo. Suporte social compreende um fator das relações sociais que tem sido apontado como protetor e promotor da saúde. Balanço emocional consiste em um indicador de bemestar, constituído pela diferença entre a vivência de afetos positivos e negativos. O estudo teve como objetivo analisar o impacto de percepções de suporte social (emocional e prático) sobre o balanço emocional. Participaram do estudo 78 estudantes universitários brasileiros, sendo a maioria do sexo feminino (83,3%) e solteiros (75,6%). Eles responderam a um questionário auto-aplicável contendo duas medidas: Escala de Percepção de Suporte Social (EPSO) e a Escala de Ânimo Positivo e Negativo (EAPN). As análises descritivas revelaram que a percepção de suporte emocional prevalecia sobre a percepção de suporte prático, assim como os afetos positivos sobre os negativos, sinalizando um balanço emocional positivo. Análise de regressão pelo método stepwise apontaram explicações significativas providas por suporte prático sobre o balanço emocional. Portanto, a freqüência com que os universitários vivenciaram mais afetos positivos do que negativos, resultando em um balanço emocional positivo, parece sofrer influência do quanto eles acreditam na existência de pessoas em sua rede social com disposição para lhes oferecer apoio prático, ou seja, lhes fornecer alguma ajuda material ou informacional. P54 PERCEPÇÃO DE INVULNERABILIDADE E EXPERIÊNCIAS COM EVENTOS VITIMADORES DE AGENTES DE DEFESA CIVIL Cecília Melo ([email protected]) & Mirlene Siqueira ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo. O objetivo do estudo foi investigar as relações entre percepção de invulnerabilidade e experiências com eventos vitimadores. Participaram 85 homens e 35 mulheres, com idade entre 23 e 69 anos, agentes da defesa civil da cidade de São Paulo – Brasil. Os dados foram coletados por um questionário contendo a Escala de Percepção de Invulnerabilidade (EPI) e Escala de Experiências com Eventos Vitimadores (EEEV). Os resultados mostraram que os níveis de percepção de invulnerabilidade encontrados levaam a crer que esses profissionais não desprezam comportamentos preventivos, não subestimam os riscos e possibilidades de serem vitimados e tendem a ter adequadas estratégias cognitivas e psicológicas para o enfrentamento e adaptação frente à adversidade. O relacionamento entre as variáveis aponta que o profissional ao entrar em contato com ocorrências diversas de desastres que vitimam a população pode, eventualmente, sentir-se ameaçado, passando por estados de insegurança e autoquestionamento, sentindo a necessidade de rever suas crenças e concepções sobre si e sobre o mundo. Estes profissionais devem atentar para os efeitos que esses atendimentos produzem sobre sua vida pessoal, social e profissional. Novas pesquisas são necessárias para ampliar a compreensão da temática relacionada aos eventos vitimadores e o interesse pela psicologia das emergências e desastres. P55 RELAÇÕES ENTRE PERCEPÇÕES DE SUPORTE E BEM-ESTAR NO TRABALHO EM TELE OPERADORES Thiago Seixas Barbosa ([email protected]), Izabela dos Santos de Oliveira ([email protected]), André Buscariolli ([email protected]), Danilo de Assis Rodrigues ([email protected]) & Mirlene Siqueira ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo. Suporte social é considerado importante fator de promoção e proteção da saúde. Bemestar no trabalho (BET) é um construto composto por três dimensões que caracterizam vínculos afetivos positivos do indivíduo com o trabalho e com a organização. Este estudo teve como objetivo analisar as relações entre três percepções de suporte (social, organizacional e social no trabalho) e as três dimensões de BET (satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo). Participaram do estudo 98 tele operadores, empregados de uma empresa privada situada Brasil, sendo a maioria do sexo feminino, solteira e com idade média de 23,40 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário contendo seis medidas das variáveis do estudo. Análises de correlação bivariada de Pearson revelaram correlações positivas e significativas entre as três dimensões de BET, percepções de suporte organizacional e percepções de social no trabalho, não havendo significância nas relações entre BET e percepções de suporte social. Conforme os resultados, sensações positivas que se vivenciam no ambiente de trabalho através de satisfações, envolvimentos e comprometimentos e, que no conjunto, configuram o BET parecem estar relacionadas ao quanto o trabalhador percebe suportes da organização e de sua rede social no trabalho. P56 PROMOÇÃO DE SAÚDE POR MEIO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA: UM ENFOQUE PSICOLÓGICO Cinthia Baeza ([email protected]), Karin Dietz Universidade Metodista de São Paulo, Brasil. Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de um psicólogo inserido num Programa de Exercício Físico e Saúde, o qual pretende promover qualidade de vida em executivos. Neste processo são supridas as necessidades dos participantes através de um trabalho personalizado, compreendendo a realização de avaliações médicas, nutricionais e psicológicas, a prática de exercícios físicos regulares e, por fim, uma re-avaliação. Como resultado percebe-se que os participantes têm consciência de que a inclusão do exercício físico no cotidiano promoverá estilos saudáveis de vida. Isto não é, entretanto, suficiente para que possam aderir de maneira permanente à pratica de atividade física. Nota-se que as cobranças do dia-a-dia nada mais são do que um fato concreto que justifica o abandono do programa. Pensa-se, de maneira mais ampla, que o sistema em que estamos inseridos faz com que toda e qualquer ação seja realizada no menor prazo possível, o que, desta forma, nos condicionados a apresentar resultados imediatos e exigir de nós mesmos tal atitude perante a vida. Supõe-se, então, que os participantes não consigam vislumbrar um resultado benéfico a longo prazo, fazendo-se necessário realizar um trabalho no qual não só se mude suas respectivas rotinas, mas também a forma de pensarem. P57 A QUALIDADE DE VIDA DE ALUNOS DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO NA MODALIDADE A DISTÂNCIA: CONJUGANDO EDUCAÇÃO, TRABALHO E SAÚDE David Forli Inocente1 ([email protected]), Fabio Scorsolini-Comin2 ([email protected]) & Alberto Borges Matias3 ([email protected]). 1 Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil; 2 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil.; 3 Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. O objetivo é avaliar a qualidade de vida de alunos concluintes de dois cursos de pósgraduação lato sensu na modalidade a distância ofertados por uma universidade pública e um instituto de ensino superior durante 18 meses (2005-2007) em nível nacional. Os cursos possuíam atividades diárias com duração média de duas horas. Houve 245 respondentes, todos funcionários do setor bancário, a maioria na faixa dos 40 anos de idade, sexo masculino, casada e com filhos. O instrumento utilizado foi disponibilizado virtualmente, constituído por questões fechadas e abertas relativas à qualidade de vida. Os resultados apontam que, durante os cursos: 5,9% mantiveram as suas atividades de lazer; 16,8% destacaram que o curso interferiu significativamente nas horas de sono; 13,8% que os cursos ajudaram a melhorar a qualidade de vida; 34,8% aumentaram suas redes de relações; 35,64% que os cursos não interferiram negativamente na qualidade de vida. Os alunos destacaram que as horas diárias de lazer passaram a ser preenchidas pelos cursos, o que, inevitavelmente, interferiu na qualidade de vida e na dinâmica familiar dos mesmos, o que coloca a necessidade de que a carga horária diária seja repensada pedagogicamente para futuras iniciativas com públicos em regime de trabalho integral. P58 DÉFICES COGNITIVOS ASSOCIADOS AO HIV: EXPERIÊNCIAS BRASILEIRAS Flávia Heloísa Dos Santos ([email protected]) & José Roberto Pacheco Filho ([email protected]). Universidade Estadual Paulista, UNESP. Indivíduos com Complexo Cognitivo-Motor relacionado ao HIV (CCMHIV) podem apresentar prejuízos progressivos em aprendizagem, processamento de informações e habilidades motoras, bem como alterações de memória, concentração e velocidade de processamento. Quando os défices cognitivos evoluem, concomitantes a uma queda dos níveis de linfócitos CD4, conceitua-se Demência associada ao HIV, que tem implicações diretas na aderência ao tratamento farmacológico e psicoterápico, bem como nas atividades sociais, ocupacionais e econômicas do paciente. O presente estudo consiste de uma pesquisa junto à base de dados Medline Pubmed realizada em Outubro de 2008, utilizando-se os termos “Aids”, “dementia”, “Brazil” e “HIV”. Foram encontrados 17 trabalhos, sendo que somente 7 discutiam questões relacionadas a demência especificamente. A produção científica encontrada além de escassa é pouco específica no que concerne aos estudos em Neuropsicologia. Uma vez que exames clínico, laboratorial e de neuroimagem corroboram o diagnóstico, mas não o definem; a avaliação neuropsicológica contribui para detecção precoce de prejuízos cognitivos e acompanhamento de sua progressão, o que permitiria uma intervenção farmacológica preventiva frente ao risco de Demência associada ao HIV/AIDS, bem como orientação do paciente e seus familiares sobre o manejo dos défices cognitivos em favor de melhor qualidade de vida. P59 QUANDO A AVALIAÇÃO DO COPING PRECISA DE SER BREVE: ESTUDO DE UMA VERSÃO AINDA MAIS REDUZIDA DO BRIEF COPE J.L.Pais Ribeiro1 ([email protected]) & A.P. Rodrigues2 1 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação; U. do Porto; 2 ISPA-Lisboa O coping é uma variável importante na investigação da interface entre a psicologia e a saúde. Tem como limitação que os protocolos de avaliação são geralmente longos, susceptíveis de constituir uma sobrecarga para os respondentes. O COPE e o BriefCOPE são medidas clássicas de coping, sendo esta ainda muito longa. No presente artigo estudam-se as características de uma medida ainda mais reduzida desta variável adoptando um item de cada uma das 14 dimensões e comparando esta versão de 14 itens com a que tem o dobro dos itens. Participaram no estudo 364 indivíduos, 41,5% do sexo masculino idade M=18,5 anos variando entre 17 e 22. Os resultados sugerem que as duas versões são semelhantes em termos psicométricos, e que a versão reduzida poderá em circunstâncias apropriadas substituir a versão mais longa. Esta versão mais reduzida é considerada uma versão de rastreio e como tal deverá ser utilizada. P61 REPRESENTACIONES DE SALUD EN PACIENTES HIPERTENSOS Francisco Revuelta-Pérez ([email protected]), Rafael Andújar-Barroso ([email protected]), Pedro Medero-Irizo ([email protected]), Aurora Vélez-Morón ([email protected]) & Javier Torres-Peréira ([email protected]). Departamento de Psicología Clínica, Experimental y Social. Área de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Huelva. España. Al margen de las definiciones formales, los pacientes forjan sus propias representaciones cognitivas acerca de la salud. Como señalan diversos autores (Cytryn, 2003; May, 1995), la concepción que los sujetos tienen sobre la salud influye en el comportamiento del paciente crónico. El objetivo de este estudio fue describir las dimensiones que los pacientes hipertensos utilizan para definir la salud y conocer si existen relaciones entre estas dimensiones. La muestra estaba compuesta por 88 sujetos con hipertensión. Hubo 27 varones (30,7%) y 61 mujeres (69,3%) de edades comprendidas entre los 45 y los 86 años (Media=66,73; Desv. Típ.=9,63). Dentro de una entrevista más amplia, se formuló la pregunta “¿Qué es para usted tener salud?”. Las respuestas fueron registradas literalmente. Se obtuvo por cada dimensión mencionada una frecuencia de aparición. Se calcularon también las correlaciones mediante coeficientes Phi entre estas dimensiones. Los resultados señalaban que la mayor parte de los hipertensos utilizaba una sola dimensión en sus definiciones. Además, la dimensión más utilizada fue la que entiende la salud como ausencia de enfermedad. Al mismo tiempo, el análisis de las correlaciones apuntaba que los sujetos que definían la salud como ausencia de enfermedad, no suelen incluir la dimensión psicológica en sus concepciones. P62 SALUD AUTOPERCIBIDA Y ESTRATEGIAS DE AFRONTAMIENTO DEL ESTRÉS EN CUIDADORES FORMALES DE ANCIANOS Revuelta Pérez, Francisco ([email protected]), Andujar Barroso, Rafael Tomás ([email protected]), Torres Pereira, Javier ([email protected]), Medero Irizo, Pedro Luis ([email protected]), Vélez Morón & Aurora ([email protected]) Departamento de Psicología Clínica, Experimental y Social. Área de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Huelva. España. La sociedad está empezando a afrontar el problema de los cuidados del cuidador formal de personas mayores con demencias y trastornos de conducta. En este marco, se constata la importancia que adquiere la salud autopercibida que poseen los auxiliares geriátricos en la aparición de la carga emocional y los trastornos de salud. El objetivo de esta investigación fue comprobar qué diferencias podrían aparecer en las estrategias de afrontamiento del estrés (recopilación de información, búsqueda de apoyo social, etc.), en función de la apreciación personal de la salud que posee el cuidador formal de ancianos. Para ello, se entrevistó a 302 cuidadores formales en 30 centros de diferentes ciudades de España. Se utilizó el cuestionario COPE (Carver, Scheier y Weintraub, 1989), adaptado al español por Crespo y Cruzado (1997). La variable “salud autopercibida” fue medida a través de la pregunta “¿Cómo cree que es su salud en general?”. Las opciones de respuesta fueron: 1) muy mala, 2) mala, 3) ni buena ni mala, 4) buena y 5) muy buena. Los resultados señalaban que los cuidadores formales que tienen una muy buena percepción de su propia salud utilizan estrategias de afrontamiento activo y valoran la salud como la principal preocupación vital. P63 A ENTREVISTA DEVOLUTIVA INFANTIL: UTILIZAÇÃO DE RECURSOS NA ÁERA DA TRANSICIONALIDADE José Danilo Chiaratti Canesin ([email protected]), Áurea Nascente Junqueira Reis ([email protected]), Fernanda Kimie Tavares Mishima ([email protected]) & Valéria Barbieri ([email protected]) Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo Brasil O diagnóstico e atendimento psicoterápico infantil foram estudados por diversos autores, considerando o uso das formas arcaicas de expressão da criança, o brincar. Winnicott relata o brincar como acontecimento na área transicional, como forma de comunicação entre o mundo interno e externo. Para facilitar esse processo há o uso de estórias, que possibilita uma movimentação psíquica proporcionando ao indivíduo o contato com o seu mundo interno. Este trabalho ilustra o caso de uma menina de 6 anos, com queixa de intolerância à frustração. Houve uma entrevista inicial, sessão lúdica e entrevista familiar diagnóstica, indicando um funcionamento primitivo, preso num vínculo simbiótico mantido pela mãe. As reações da criança às separações episódicas da mãe e ao não atendimento imediato de suas necessidades eram intensas e interpretadas como desamor. A devolutiva consistiu na leitura de uma estória, em que a princesa tinha um pássaro doente pelo aprisionamento. Era preciso libertá-lo, enfrentando a frustração da separação e estabelecimento de um novo vínculo. Após irritação inicial e tentativa de retomar um vínculo simbiótico, a criança expressou sua dor através de brincadeiras com temas de união/separação. Houve maior contato com seu mundo psíquico e resgate das vivências de triangulação, proporcionando ganhos terapêuticos durante a triagem. P64 PREOCUPAÇÃO MATERNA PRIMÁRIA NO ATENDIMENTO DE UMA CRIANÇA ADOTIVA José Danilo Chiaratti Canesin ([email protected]), Áurea Nascente Junqueira Reis ([email protected]), Fernanda Kimie Tavares Mishima ([email protected]) & Valéria Barbieri ([email protected]). Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo Brasil Há alterações psicológicas durante a gravidez, a mãe se identifica com o bebê e fica sensível às suas necessidades. Há um processo regressivo, permitido pelo holding e cuidados físicos, que podem ser prejudicados por um funcionamento falso self na mãe, acarretando conseqüências para a criança. Este trabalho apresenta a avaliação psicológica de uma menina adotiva de seis anos, cuja mãe procurou atendimento devido a dificuldades de lidar com as exigências da filha. O processo diagnóstico constou de entrevista inicial com a mãe e métodos projetivos da hora lúdica e entrevista familiar, com intervenções. A criança passou por privações severas na primeira infância, sendo adotada aos 3 anos. A mãe adotiva, com 53 anos e recém divorciada, demonstrava um falso-self, impedindo um contato espontâneo com a filha, demonstrando uma fusão insatisfatória por basear-se nas exigências de seu ideal de ego. Como a fusão aconteceu através de um falso self da mãe, o processo de ilusão/desilusão é prejudicado, levando a menina a utilizar um pensamento mágico, acarretando intenso sofrimento, comprometendo o desenvolvimento do self. Além das influências do falso-self na identificação materna com a criança, há questões sobre as possibilidades de desenvolvimento da preocupação materna primária nos casos de adoção. P65 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM UMA UNIDADE BRASILEIRA ESPECIALIZADA NO ATENDIMENTO EM HIV/AIDS. Joana Filipa Afonso Monteiro ([email protected]) & Marco Antonio de Castro Figueiredo ([email protected]) Departamento de Psicologia e Educação da Universidade de São Paulo, Campus Ribeirão Preto FFCLRP USP A organização do trabalho em saúde incide, diretamente, na qualidade do atendimento prestado e na saúde mental dos profissionais. Desta forma, a visão que os profissionais têm, da organização de seu trabalho, torna-se fundamental. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo identificar em profissionais, que atuam em HIV/Aids, a percepção sobre a organização de seu trabalho. Este trabalho está inscrito em um estudo sobre a visão que profissionais tem de seu processo de trabalho. Enquadrado na abordagem de pesquisa qualitativa, o estudo foi realizado com base em entrevistas individuais, semiestruturadas e áudio-gravadas com 10 profissionais de uma unidade especializada no atendimento em HIV/Aids de um Hospital Geral, vinculado à Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. O material foi analisado sob a perspectiva da hermenêutica-dialética. Os conteúdos das entrevistas transcritas após analisados foram agrupados em Categorias Temáticas. Para os profissionais a forma como seu trabalho esta organizado favorece a disputa de poder, burocratização do trabalho e sobrecarga emocional. Tais constatações relacionam-se à fragmentação das práticas em saúde e necessitam ser rediscutidas pelos serviços visando a melhoria das condições de trabalho e do atendimento prestado, bem como a apropriação do trabalho por parte dos profissionais. (CAPES) P66 ESTUDO SOBRE AUTO-ESTIMA EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA E PARTICULAR Andréa Vidal ([email protected]), Vanessa Estambone ([email protected]), Gabrielle Ritchmann ([email protected]) & Marcelo Buriti ([email protected]) Universidade São Judas Tadeu No processo de envelhecimento a auto-estima tem um papel importante na adaptação biopsicossocial do idoso, influenciando esta fase da vida. Objetivou-se analisar a autoestima com base nas necessidades biopsicossociais da população idosa institucionalizada e não institucionalizada. Participaram da pesquisa 40 idosos do sexo feminino, com idade média de 86,27 e ± 7,15 anos. Para a coleta de dados, utilizou-se uma escala específica sobre auto-estima. Os resultados χ2o=22 e χ2c=7,81, relacionados ao incômodo diante da própria timidez, mostram que existe diferença estatisticamente significante. Observou-se que não há diferença estatisticamente significante, sendo o χ2o=0,74 e o χ2c=35,99, para o sentimento de não gostar de si mesmo. Verifica-se, para a confiança nas próprias capacidades, que existe diferença estatisticamente significante, já que χ2o=12,76 e χ2c=5,99. Conclui-se que a auto-estima em idosos, principalmente em instituições filantrópicas, pode ser caracterizada pela capacidade de socialização, respeitando sua maneira de ser, pensar e agir e confiando em seu potencial. Em instituições particulares, verificou-se que há maior estabilidade dos resultados, não ocorrendo variações significativas em relação a sentimentos e podendo este fator estar intimamente ligado ao histórico de vida de cada um dos participantes da pesquisa. P67 OPINIÃO DE IDOSOS TRABALHADORES SOBRE SUA QUALIDADE DE VIDA Felipe Rocha ([email protected]), Marcelo Piccione ([email protected]) & Marcelo Buriti ([email protected]). Universidade São Judas Tadeu No mundo inteiro o número de idosos tem crescido. A velhice traz conseqüências psíquicas, físicas e sociais. Assim, muitas ponderações são levantadas sobre como a sociedade reagirá ao envelhecimento. Objetivou-se observar a qualidade de vida dos idosos trabalhadores e qual a influência dessas atividades em outras áreas de suas vidas. Foram coletados dados de 36 idosos de ambos os sexos que trabalham atualmente; os dados foram obtidos a esmo, para isso, foram utilizados 36 questionários com 46 questões fechadas e duas abertas. O projeto foi aprovado no CEP 017/2005. Aplicou-se o teste do Qui-quadrado para descobrir se existe diferença estatisticamente significante entre as variáveis. Destaca-se que 77,77% Discordam Totalmente da premissa de que não apreciam muito a vida; 66,66% Discordam Totalmente da hipótese de não receberem força pessoal e apoio provindo de Deus; 44,44% dizem aproveitar a vida Mais ou menos, 2=3,99 e c=9,48, não havendo diferença estatisticamente significante; 41,66% estão Satisfeitos com seu acesso aos serviços de saúde, 2=4,20 e c=9,48, não existindo diferença estatisticamente significante; 36,11% dizem-se Satisfeitos com seu meio de transporte, 2=2,20 e c=7,81, não havendo diferença estatisticamente significante. Conclui-se que os idosos trabalhadores estão satisfeitos com a maioria dos aspectos biopsicossociais que envolvem sua vida. P68 GRUPO DE APOIO A MÃES DE BEBÊS PREMATUROS: ESTUDO EXPLORATÓRIO DOS FATORES TERAPÊUTICOS Rodrigo S. Peres ([email protected]) Universidade Federal de Uberlândia e Universidade de São Paulo Resumo: Estudos sugerem que o grupo de apoio se destaca como uma das modalidades assistenciais mais proveitosas diante da necessidade de oferecer suporte emocional a mães de bebês prematuros. O presente estudo objetiva uma identificação exploratória dos fatores terapêuticos mais operantes em um grupo de apoio voltado a essa população. O grupo é aberto e ocorre em 2 sessões semanais de aproximadamente 1 hora, as quais são coordenadas por 1 psicólogo e contam com cerca de 5 participantes. Para os fins do presente estudo, a identificação dos fatores terapêuticos foi realizada a partir de consultas aos registros referentes a 15 sessões. Adotou-se um sistema classificatório de fatores terapêuticos proposto pela literatura científica especializada. O aprendizado por intermédio do outro, a universalidade, a instilação da esperança e a auto-revelação foram os fatores terapêuticos mais operantes, o que indica que, no grupo, as participantes se mostram abertas a novas informações, sentem-se entre iguais e se dispõem a motivar umas às outras e a expressar sentimentos e pensamentos relacionados às suas vivências. O presente estudo, portanto, possibilitou a apreensão de algumas importantes dimensões do grupo de apoio em questão, fornecendo, assim, parâmetros iniciais para a avaliação de seus alcances e limites. P69 FUNCIONAMENTO DEFENSIVO EM MULHERES ACOMETIDAS POR CÂNCER DE MAMA: ESPECIFICIDADES DE PACIENTES EM REMISSÃO E PACIENTES EM RECIDIVA Rodrigo S. Peres ([email protected]) & Manoel A. Santos Universidade Federal de Uberlândia e Universidade de São Paulo Diversos autores sugerem que a personalidade de mulheres acometidas por câncer de mama é capaz de influenciar o curso da doença, mas poucos contemplam diretamente essa questão. Dessa maneira, uma pesquisa foi realizada visando a comparar aspectos dinâmicos e estruturais de personalidade em pacientes com evolução clínica distinta. O presente estudo é um recorte da referida pesquisa e aborda especificamente a identificação dos mecanismos de defesa prevalentes em mulheres em remissão e mulheres em recaída. Tal recorte justifica-se porque o funcionamento defensivo se destaca como uma das principais facetas da personalidade. O instrumento utilizado na coleta de dados foi o Teste de Apercepção Temática. A avaliação dos resultados foi realizada por juízes especializados, os quais utilizaram um protocolo constituído por diversos indicadores. Observou-se que as pacientes em remissão tendem a um funcionamento defensivo mais apropriado do que as pacientes em recidiva. Afinal, as primeiras se caracterizaram pela utilização contextualizada da intelectualização e da racionalização, ao passo que as segundas demonstraram uma marcante propensão à negação, à denegação e à anulação retroativa. Tais resultados fornecem elementos para uma compreensão inicial de certos processos por meio dos quais a personalidade das pacientes pode influenciar o curso do câncer de mama. P71 A VIVÊNCIA DA ENDOMETRIOSE NO CONTEXTO CONJUGAL: UM ESTUDO DE CASO Ana Paula Parada ([email protected]) & Valéria Barbieri ([email protected]) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. A endometriose é uma doença que, apesar de muito estudada, tem sua etiopatogenia pouco conhecida, e apresenta dificuldades quanto ao diagnóstico e tratamento. Sua incidência varia entre 10 a 15% na população feminina, e 20 a 40% em mulheres inférteis. É definida como a implantação de células endometriais em locais ectópicos indeterminados, mas em sua etiologia devem ser considerados fatores bio-psico-sociais. Neste contexto, este trabalho investigou os elementos psicológicos e conjugais envolvidos nesta doença, por meio de um estudo de caso com um casal infértil devido diagnóstico de endometriose leve. Para sua operacionalização, foram aplicados uma entrevista e o T.A.T. Os resultados encontrados revelaram dificuldades na aceitação da identidade sexual dos cônjuges, necessidades afetivas não satisfeitas, prejuízo na relação com as figuras materna e fraterna, imaturidade emocional e ambivalência frente à maternidade/paternidade. A vivência da endometriose mostrou-se atrelada a altos níveis de ansiedade, estresse e depressão para ambos os cônjuges, além de sentimentos negativos como tristeza, culpa e baixa auto-estima principalmente na mulher, vinculados à idéia de ser “portadora da doença”. Neste caso, a relação conjugal foi prejudicada pela vivência da endometriose, sendo o filho biológico percebido como forma de fortalecimento das relações familiares e evitação da solidão. P72 APRESENTAÇÃO DO SETOR DE TRIAGEM E ATENDIMENTO INFANTIL E FAMILIAR (STAIF) DO CENTRO DE PESQUISA E PSICOLOGIA APLICADA (USP): UMA EXPERIÊNCIA EM FORMAÇÃO Fernanda Kimie Tavares Mishima ([email protected]), Valéria Barbieri ([email protected]) & Ana Paula Parada ([email protected]) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Uma área complexa no trabalho do psicólogo se refere à psicopatologia infantil, pois os sintomas infantis podem ou não perdurar por um longo período de tempo, levando a patologias mais complexas na vida adulta. Por este motivo, uma abordagem precoce das dificuldades psicológicas infantis e sua intervenção se tornam fundamentais na Psicologia Clínica, além da inclusão da família no tratamento da patologia infantil. Na clínica-escola de Psicologia da Universidade de São Paulo, campus Ribeirão Preto, foi implantado um serviço de atendimento infantil, privilegiando o contato familiar e a conseqüente intervenção. Assim, foi criado o Setor de Triagem e Atendimento Infantil e Familiar (STAIF). A triagem consiste em quatro sessões: entrevista inicial com os pais da criança, sessão lúdica com a criança, entrevista familiar diagnóstica (EFD) e devolutiva (com os pais e a criança em separado). Com os dados advindos das triagens, pretende-se construir um programa informatizado para organização do serviço e armazenamento de informações, em conjunto com profissionais de outras áreas, como Ciências da Informação e Documentação e Informática Biomédica. Finalmente, haverá maior rapidez do trabalho administrativo da clínica-escola, bem como possibilidade de pesquisas de caráter sócio-demográfico e estudo das psicopatologias infantis, além da eficácia da intervenção no atendimento infantil. P73 EDUCAÇÃO SEXUAL: QUE FONTES DE INFORMAÇÃO? Catarina Canário1 ([email protected]), Ivone Duarte1 ([email protected]), Cristiana Alves1 ([email protected]), Carla Serrão2 ([email protected]), Miguel Ricou1 ([email protected]) & Rui Nunes1 ([email protected]). 1 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto 2 Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico do Porto Este estudo foi desenvolvido durante os meses de Março a Dezembro de 2006, surgindo da necessidade sentida de compreender quais as fontes de informação privilegiadas pelos estudantes sobre educação sexual, assim como quais os veículos de transmissão de conhecimento preferenciais relativamente ao tema da sexualidade humana. Foi administrado um questionário a 904 estudantes do 10º ano de escolaridade de cinco escolas secundárias da cidade do Porto. De uma forma geral os resultados sugerem que os estudantes, por um lado, consideram que as fontes preferenciais de informação seriam os pais e os especialistas na área da educação sexual (enfermeiros, médicos, psicólogos, entre outros técnicos com formação específica nesta área), ainda que, de facto, seja o grupo de pares a desempenhar esse papel. Quanto à avaliação que os estudantes fazem em relação às práticas de educação sexual existentes na escola, a maioria considera que a educação sexual deveria constituir-se como uma disciplina autónoma e integrada no currículo escolar (70%) considerando que a formação nesta área específica deveria ser ministrada por outros técnicos que não os professores; além da disciplina de educação sexual, os jovens, na sua grande maioria (90%), consideram como importante a existência de um gabinete de atendimento ao aluno na escola. P74 VINCULAÇAO PRÉ-NATAL – ESTUDO COM CASAIS NO SEGUNDO TRIMESTRE DE GESTAÇÃO, NA REGIÃO CENTRO DO PAÍS Ana Camarneiro1 ([email protected]) & João Justo2 ([email protected]) 1 Escola Superior de Enfermagem de Coimbra 2 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa A vinculação pré-natal ou “laço emocional que normalmente se estabelece entre os pais e o seu bebé antes de nascer” (Condon, 1993), é objecto de investigação há pouco mais de três décadas, apesar desta ideia remontar à década de 40. O vínculo estabelecido entre os pais e o seu bebé durante a gestação torna-se fundamental enquanto primeiro estádio de incorporação do bebé dentro da família (Wilson et al. 2000) e início do desenvolvimento dos Modelos Internos Operantes (Siddiqui & Hagglof, 1999). O estudo apresentado tem como objectivos caracterizar e comparar a vinculação prénatal materno-fetal e paterno-fetal em casais no 2º trimestre de gravidez e identificar a influência de factores de natureza sócio-demográfica e obstétrica nesta vinculação. Aplicou-se a Maternal and Paternal Antenatal Attachment Scale – MAAS (Condon, 1993), a uma amostra de 140 casais, no segundo trimestre de gravidez, que frequentam consultas de vigilância pré-natal na Região Centro do País. Verificou-se que, tanto as mães como os pais apresentam níveis de vinculação pré-natal elevados e correlacionados positiva e significativamente. As variáveis sóciodemográficas, tais como idade, escolaridade e profissão não exercem influência na vinculação pré-natal. O planeamento da gravidez influencia a vinculação materno-fetal e o nº de filhos influencia a vinculação paterno-fetal. P75 MORBILIDADE PSICOLÓGICA, OPTIMISMO, SATISFAÇÃO COM O SUPORTE SOCIAL E EXAUSTÃO FAMILIAR EM DOENTES ONCOLÓGICOS E FILHOS ADULTOS DE DOENTES ONCOLÓGICOS Liliana Amorim ([email protected]) & Maria da Graça Pereira ([email protected]). Universidade do Minho A esperança de vida do doente oncológico tem aumentado e, com esta, o encargo de familiares, mais especificamente, filhos adultos. Com o presente trabalho pretendeu-se estudar morbilidade psicológica, optimismo e satisfação com o suporte social, numa amostra de 46 Doentes Oncológicos e numa amostra de 46 Filhos Adultos de Doentes Oncológicos incluindo, nestes últimos, o estudo da Exaustão Familiar. Os instrumentos de avaliação utilizados incluíram: Questionário Sócio-Demográfico (Pereira & Amorim, 2008), Escala de Optimismo LOT-R (Scheier, Carver & Bridges, 1994), Escala de Depressão, Ansiedade e Stress-21 (Lovibond & Lovibond, 1995), Escala de Satisfação com o Suporte Social (Santos, Pais-Ribeiro & Lopes, 2003) e Escala de Exaustão Familiar (Reinhart & Horwitz, 1992). Os resultados indicam que, doentes oncológicos optimistas apresentam menores níveis de morbilidade psicológica e doentes oncológicos casados manifestam menores níveis de depressão; filhos adultos optimistas apresentam menores níveis de morbilidade psicológica, assim como filhos adultos casados. A morbilidade psicológica é superior em filhos cujos pais apresentam neoplasia maligna metastizada e, os níveis de stress e exaustão são mais elevados em filhos cuidadores. Estes resultados apontam para a necessidade de intervenções que favoreçam, uma melhor adaptação à doença pelos doentes oncológicos e, uma diminuição da exaustão familiar nos filhos adultos. P76 NECESSIDADES PSICOLÓGICAS DO CUIDADOR DA PESSOA COM AFASIA Janaína de Carvalho ([email protected]), Dulcimar Batista Alves, Maria Carolina Lizana Monreal & Rosa Elvira Cunha de Oliveira Lar Escola São Francisco - UNIFESP A afasia caracteriza-se por um distúrbio de linguagem causado por uma lesão cerebral adquirida. Os indivíduos com afasia muitas vezes desenvolvem depressão e/ ou outras alterações no humor, ocasionadas pela dificuldade de interação social, isolamento ou freqüentes frustrações ao se expressarem. Um dos fatores importantes para a recuperação psicológica desses pacientes é sua relação com os familiares. Nesse trabalho o relacionamento familiar da pessoa com afasia foi observado no tratamento interdisciplinar em grupo, num centro de reabilitação. O grupo foi realizado semanalmente, com uma hora e meia de duração, durante cinco meses. Um dos objetivos do grupo era oferecer apoio aos participantes, discutir novas propostas de interação aos integrantes, para que consigam reconstruir as interações familiares e sociais. O instrumento de avaliação foi um questionário aberto para 20 cuidadores, aplicado nos últimos dois anos. A maioria dos cuidadores relatou sentimentos negativos frente aos resultados da situação atual; mudanças em sua rotina, favorecendo o paciente, e negligenciando a si mesmo; mas reconheceram mudanças positivas na percepção que tinham do paciente. A conclusão apontou sucesso na interação paciente-cuidador, mas a necessidade de intervenções preventivas com o cuidador, diminuindo assim os riscos mais freqüentes de transtornos de depressão e ansiedade. P77 DEPRESSÃO E ACIDENTE CEREBROVASCULAR: UMA LEITURA PSICOSSOMÁTICA Janaína de Carvalho ([email protected]) & José Tolentino Rosa Universidade Metodista de São Paulo O acidente cerebrovascular é uma doença de grande incidência no Brasil e no mundo. As pessoas que sofrem este tipo de acometimento podem apresentar sequelas variadas, como motoras (principalmente a hemiplegia), cognitivas, sensoriais, sociais, afetivoemocionais e transtornos psiquiátricos, levando a graus variados de dependência. Sendo assim, um estudo psicológico se fez importante pois estas pessoas sofrerão mudanças em suas rotinas e no seu mundo interno. A depressão é o tratamento psiquiátrico mais comum após o acidente cerebrovascular. Através de levantamento bibliográfico sobre o assunto e um estudo de caso representativo dessa população, podemos observar a importância do diagnóstico adequado, pois ainda existem incompatibilidade no diagnóstico da depressão, e pensarmos na possibilidade da história de depressão prévia ao acidente cerebrovascular, diante de uma compreensão psicossomática. P78 ESTRATÉGIAS DE COPING PARENTAL NA DOENÇA PEDIÁTRICA: DADOS PRELIMINARES DA VERSÃO PORTUGUESA DO CHIP Ana Isabel Cunha1 ([email protected]) & Ana Paula Relvas2 ([email protected]) 1 Departamento de Psicologia e Educação. Universidade da Beira Interior. 2 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Universidade de Coimbra. O CHIP - Coping Health Inventory for Parents (McCubbin, McCubbin, Nevin & Cauble, 1981) foi desenvolvido para avaliar a percepção que os pais fazem das suas respostas de coping, para lidar com a vida familiar quando têm um filho seriamente e/ou cronicamente doente. Baseia-a nas teorias de stress e resiliência familiares que consideram o coping como um processo activo que abrange tanto a utilização de recursos familiares existentes, como o desenvolvimento de novos comportamentos e de recursos, com vista a fortalecer a unidade familiar e a aliviar ou reduzir o impacto dos acontecimentos stress. A versão original do CHIP (45 itens) foi traduzida para a língua portuguesa e administrada a pais (n=90) de crianças com diferentes patologias crónicas (e.g. diabetes, asma, outras). Neste estudo, são apresentados os valores de consistência interna relativos aos três factores da escala, correspondentes a três padrões de coping (1.Integração, cooperação e optimismo; 2. Suporte, estima e estabilidade; 3.Comunicação e consulta médica). São apresentados dados comparativos entre pais e mães e descritas as estratégias de coping que se revelam mais úteis para lidar com as dificuldades associadas ao problema de saúde da criança. São discutidas as implicações e a relevância dos resultados deste estudo preliminar. P79 INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA E RELAÇÕES OBJETAIS EM QUADRO DERMATOLÓGICO GRAVE Elisabete Leite ([email protected]) Associação de Psicoterapia e Estudos Psicanalíticos Universidade Metodista de São Paulo Introdução: Estudo clínico de um paciente com diagnóstico de transtorno somatoforme, F45.0 (CID-10). Objetivos: 1. Analisar o funcionamento psíquico de um paciente com psoríase. 2. Avaliar relações interpessoais. 3. Planejar intervenção psicológica. Metodologia: Delineamento estudo de caso sob teoria psicanalítica. O diagnóstico psicológico foi realizado por meio da entrevista clínica e aplicação das treze lâminas do Teste das Relações Objetais de Phillipson (TRO). Trata-se de um jovem de 20 anos, estudante, filho único e residente na região metropolitana de São Paulo. Síntese da Prática: Os dados da entrevista clínica associados aos quadros nosológicos clássicos indicavam as características da enfermidade: lesões de pele purulenta, crises de coceira, apatia, isolamento social, estresse. A história natural da psoríase decorreu do ingresso na universidade com ansiedade frente à responsabilidade nos estudos; queixas de medo; fobia social; insônia; apetite exagerado. Nas respostas ao Teste de Phillipson revelou prejuízos no julgamento da realidade; forte agressividade; ansiedade paranóide; defesas primitivas do ego principalmente a fragmentação. No seu funcionamento psíquico predominaram medos, desejos e defesas do ego, próprios da posição esquizoparanóide com tendências à regressão a estados mais arcaicos. Intervenção Psicológica: psicoterapia de abordagem mista com técnicas psicodinâmicas e comportamentais. Necessidade de atendimento domiciliar diário e aproximação de outros profissionais da saúde. P80 INFLUÊNCIA DA HIDROTERAPIA NO QUADRO DE ESTRESSE INFANTIL EM PACIENTE COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE (ESTUDO DE CASO) Gláucia Nunes, Thaís Sandri, André Radl ([email protected]), Valquiria Gold ([email protected]), Tatiana Sachelli ([email protected]) & Carla Mazzitelli ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo. Distrofia muscular de Duchenne (DMD) é um tipo distúrbio miopático hereditário, caracterizado por fraqueza e atrofia muscular progressiva com conseqüente perda da independência funcional. Por não abranger somente o âmbito físico, mas também o psicológico e o social, origina uma situação de fragilidade e estresse. A hidroterapia pode minimizar a percepção das perdas funcionais, servindo como meio lúdico de expressão destas crianças. Objetivo: avaliar mudanças no nível de estresse em uma criança submetida a hidroterapia. Métodos: foi realizada a avaliação neuropediátrica, aplicada a escala de Stress Infantil (ESI) e de Maturidade Mental do Columbia (CMMS) em um paciente de 10 anos de idade com diagnóstico de DMD. Este paciente foi submetido a 10 sessões de hidroterapia sendo posteriormente reavaliado pelos mesmos instrumentos da avaliação inicial. Resultados: na avaliação inicial o paciente apresentava pontuação indicativa de estresse (19 itens totalmente preenchidos) e na avaliação final este dado não foi mais observado (7 itens preenchidos). A avaliação final evidenciou diminuição da pontuação em todos os aspectos da ESI. Conclusão: este estudo evidenciou diminuição no quadro de estresse infantil após a intervenção com hidroterapia, mesmo que por um curto período de tempo (10 sessões) e em um único paciente. P81 QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES INCLUÍDOS EM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO DOMICILIAR Carolina Bettio1 ([email protected]), André Radl2 ([email protected])2; Carla Mazzitelli2 ([email protected]) & Maria Elisa Piemonte1 ([email protected]). 1 Universidade de São Paulo 2 Universidade Metodista de São Paulo Crianças com Paralisia cerebral (PC) podem apresentar total dependência do cuidador. Em conseqüência das limitações, a família certamente sofrerá modificações, sendo também a saúde do cuidador influenciada pela demanda de cuidados que essas crianças exigem. Objetivo: avaliar mudanças na qualidade de vida de cuidadores incluídos em programa de orientação domiciliar. Método: 11 cuidadores de crianças com PC com idade entre 2 e 13 anos foram avaliados antes do início e após 4 meses das orientações por meio do SF-36. Todos os cuidadores assistiram a uma palestra sobre PC e a seguir receberam orientações de 5 exercícios de acordo com as necessidades da criança. Resultados: a análise estatística pelo teste-t de Student evidenciou resultado estatisticamente significante para o domínio limitação funcional (p=0,041), e tendência à significância para os itens aspectos emocionais (p=0,053) e estado geral de saúde (p=0,079). Conclusão: os resultados sugerem que o fato do cuidador estar mais esclarecido sobre a disfunção e dificuldades apresentadas pela criança e orientado em relação ao manuseio e exercícios a serem realizados, possibilita melhora da sua qualidade de vida. Conclui-se que há a necessidade da implantação de programas de orientação familiar como forma de englobar a família no processo de habilitação da criança. P82 O MAL-ESTAR RELACIONADO COM O TRABALHO EM ENFERMEIROS: UM ESTUDO EMPÍRICO Nuno Murcho1 ([email protected]), Saul de Jesus2 ([email protected]) & Eusébio Pacheco3 ([email protected]) – 1 Instituto da Droga e Toxicodependência - Delegação Regional do Algarve; 2 - Universidade do Algarve – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais; 3 Administração Regional de Saúde do Algarve. Com este estudo pretendemos investigar o mal-estar relacionado com o trabalho em enfermeiros. Foram estudados 499 enfermeiros do Hospital Central de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, e o instrumento de recolha de dados utilizado foi um questionário auto-administrado de tipo misto (com perguntas fechadas e abertas de resposta rápida). Os resultados obtidos, permitiram-nos concluir que o mal-estar relacionado com o trabalho nestes profissionais se situa num nível médio, tendo em conta os valores das escalas utilizada, sendo estes níveis mais acentuados no que concerne aos sintomas físicos de mal-estar. Encontramos também correlações moderadamente positivas com associações muito significativas, entre o mal-estar relacionado com o trabalho com a ansiedade, a depressão, o stresse, a vulnerabilidade ao stresse, as dimensões do burnout, a exaustão emocional e a despersonalização, e correlações moderadamente negativas mas também com associações muito significativas, entre este mal-estar laboral e o comprometimento organizacional, a satisfação no trabalho e a dimensão do burnout, realização pessoal. P83 CULTURA, INIQUIDADE SOCIAL E GÉNERO: CONTRIBUTOS PARA UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO SEXUAL Sónia Pereira, Margarida Gaspar de Matos & Isabel Leal ([email protected]) Nos últimos anos as investigações sobre a sexualidade na adolescência proliferaram um pouco por todo o mundo. No entanto, os estudos qualitativos são ainda escassos, especialmente no que diz respeito ao estudo dos factores que devem ser trabalhados em contexto interventivo. O presente estudo procura caracterizar os factores de risco/protecção associados à sexualidade. Os adolescentes estudados são provenientes de ambientes socioculturais distintos (escola pública vs privada). É utilizada uma metodologia mista: a análise quantitativa engloba a base de dados do estudo HBSC de 2006, onde foram estudados 4877 adolescentes; a análise qualitativa consiste na utilização da técnica do grupo focal, onde são analisados relatos de 72 adolescentes distribuídos por 6 grupos focais. São identificadas algumas características específicas da sexualidade dos adolescentes que vivem em meios mais carenciados, destacando-se a existência de menos informação, menos comunicação com os pais e maior tendência para comportamentos de risco. Após a análise dos resultados é desenvolvido um trabalho de intervenção com todos os alunos do 8º ano das duas escolas (uma sessão por turma). No final do estudo é delineado um programa de intervenção, com actividades para desenvolver ao longo de todo o ano lectivo (24 sessões por turma). P84 STRESS EM OBESOS Sílvia Ouakinin1 ([email protected]), Ana Luisa Santos2, Filomena Sousa2 ([email protected]), Ana Ferro2, Carlos Góis2 ([email protected]), Jorge Caldeira3 & Maria Luisa Figueira4 ([email protected]) 1 Faculdade de Medicina Lisboa; 2 S. Psiquiatria do Hospital de Santa Maria; 3 S. Endocrinologia – Clínica de Diabetes e Nutrição; 4 S. Psiquiatria do Hospital de Santa Maria e Faculdade de Medicina Lisboa. Objectivos - Caracterizar uma amostra de pacientes com excesso de peso ou obesos, avaliando a relação entre factores psicológicos como a ansiedade, a depressão, a vulnerabilidade ao stress, a expressão das emoções e o Indice de Massa Corporal, como indicador do grau de obesidade. Metodologia - A amostra inclui 33 sujeitos da consulta externa de Educação Alimentar (H. Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte) avaliados através de entrevista estruturada e usando o Questionário de vulnerabilidade ao stress (QVS 23), o Inventário Estado-Traço da expressão da Raiva (STAXI) e a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar. Resultados - A idade média dos sujeitos foi de 40 anos e o IMC apresenta uma média de 31,5. O score total do QVS é ligeiramente superior ao nível considerado significativo e correlaciona-se positivamente com os níveis de ansiedade e depressão. Encontramos também correlações significativas entre subescalas do STAXI e factores de vulnerabilidade ao stress (QVS). Conclusão - A raiva, como emoção negativa, eventualmente desorganizadora, bem como a ansiedade e a depressão ainda que subclínicas, poderão influenciar negativamente o controlo ponderal através de uma vulnerabilidade aumentada ao stress. A verificação deste modelo hipotético implica uma amostra maior num estudo longitudinal, que está em curso. P85 ESTUDO DE VALIDADE DA ESCALA DE SITUAÇÕES INDUTORAS DE STRESSE EM ENSINO CLÍNICO DE ENFERMAGEM (POSTER) Susana Margarida Rodrigues Custódio1 ([email protected]), Anabela Maria de Sousa Pereira2 ([email protected]) & Graça Maria dos Santos Batista Seco3 ([email protected]) 1 Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria 2 Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro 3 Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Leiria A experiência do stresse pelos estudantes do ensino superior tem sido um tópico que tem evidenciado a necessidade de identificação dos factores indutores de stresse e suas consequências ao nível da saúde e bem-estar dos estudantes. No caso específico do curso de licenciatura em enfermagem, são vários os momentos da vida académica de cada estudante que podem potenciar crises e vulnerabilidades, entre os quais se destaca o ensino clínico de enfermagem. Os ensinos clínicos são uma experiência crucial na formação em enfermagem, possuindo uma forte componente prática, conferindo aos estudantes a oportunidade de explorarem, integrarem e implementarem o que aprenderam, antes de se tornarem profissionais, constituindo simultaneamente um momento em que as suas aprendizagens, capacidades e desempenho estão a ser avaliadas, podendo ser gerador de insegurança, angústia e medos. Foi no âmbito deste enquadramento conceptual que se desenvolveu uma investigação com o objectivo de construir e validar um instrumento de avaliação das fontes de stresse no estudante em ensino clínico. Com a presente proposta de poster pretendemos, sistematizar as principais propriedades psicométricas e resultados da validação da Escala de Situações Indutoras de Stresse em Ensino Clínico de Enfermagem, obtidos com base nos dados de uma amostra de 1283 estudantes. P86 UM OLHAR PSICANALÍTICO ACERCA DA MATIZAÇÃO DA LOUCURA NA CONTEMPORANEIDADE Karina Santos ([email protected]) & Iraci Garcia ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo - UMESP O contexto atual de nossa sociedade vem sendo palco de uma série de manifestações de comportamentos que variam entre o que parece saudável e patológico. A contemporaneidade traz consigo uma brusca mudança de valores, na qual a informatização, a globalização, as variadas possibilidades de informações, bem como os meios de comunicação de massa corroboram para uma mudança na visão de homem e de mundo. Neste sentido, parece haver mudanças na forma que os sujeitos usam para expressar o sofrimento psíquico. Isso parece ser inigualável aos clássicos casos da clínica tradicional da psicanálise, como os descritos por Freud referentes a neuroses, psicoses e perversões. O sofrimento do homem contemporâneo exige novos paradigmas e mudanças no binômio saúde-doença. Este estudo apresenta uma reflexão acerca das maneiras pelas quais as formas de enlouquecimento podem ser matizadas pelo contexto social, principalmente as coloridas e multifacetadas formas de manifestação de delírios e alucinações. Para tanto, foram discutidos três casos de delírio obsessivo: o caso do “Homem dos Ratos”, de S. Freud e dois casos da clínica psicológica contemporânea, comentados por Attux, Minerbo e Yázige, através dos conceitos de psicose da ação e estruturação de delírios. P87 O BEM - ESTAR SUBJETIVO DE PROFESSORES DA AMAZÔNIA (BRASIL) Rosenir de Sousa Lira1, Suely A. do N. Mascarenhas1, Ivanete Saskoski Caminha2, Luís Sérgio Vieira3 & Saul Neves de Jesus3. 1 Universidade Federal do Amazonas; 2 Faculdade São Lucas; 3 Universidade do Algarve. A saúde psicológica dos professores tem sido objeto de muitos estudos em diversos contextos científicos nos últimos anos (Jesus, 1995; Vieira, 2007). De acordo com a psicologia da saúde, o bem - estar subjetivo é uma característica do bem-estar psicosocial, na atualidade um direito de cidadania. Este estudo analisa propriedades psicométricas das escalas PANAS e SWLS aplicadas a professores da Amazônia (Brasil). Descreve as características avaliadas pelos instrumentos de diagnóstico do bem-estar subjetivo aplicada aos docentes participantes da amostra. O estudo deste tema pode ser útil a lideranças educacionais, da saúde e profissionais co-responsáveis pela gestão dos ambientes de laborais dos docentes como forma de promover a saúde e o bem - estar psicossocial dos professores. P88 ELEMENTOS PSICOSSOCIAS ASSOCIADOS À CONDIÇÃO DE SOROPOSITIVIDADE: A VISÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Joana Filipa Afonso Monteiro ([email protected]) & Marco Antonio de Castro Figueiredo ([email protected]). Departamento de Psicologia e Educação da Universidade de São Paulo, Campus Ribeirão Preto FFCLRP USP Desde o início da epidemia de HIV/Aids estudos comprovam que a relação estabelecida entre profissional e paciente é pautada pelas concepções que o profissional tem da epidemia e de seu paciente. Portanto, tais concepções relacionam-se, diretamente, a qualidade do atendimento prestado. Assim sendo, este trabalho tem como objetivo discutir os elementos psicossociais, que profissionais de saúde que atuam em HIV/Aids, associam a seus pacientes. Este trabalho está inscrito em um estudo sobre a visão que profissionais tem de seu processo de trabalho. Enquadrado na abordagem de pesquisa qualitativa, o estudo foi realizado com base em entrevistas individuais, semiestruturadas e áudio-gravadas com 10 profissionais de uma unidade especializada em HIV/Aids de um Hospital Geral, vinculado à Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Os conteúdos das entrevistas transcritas foram analisados e agrupados em Categorias Temáticas. Foi constatado, que os profissionais não se sentem aptos para suprir, adequadamente, as demandas psicossociais de seus pacientes em virtude das limitações impostas pela especialização em saúde e pela impotência suscitada a forma pela qual a sociedade se organiza e como esta organização se manifesta nas questões relacionadas às condições materiais de sobrevivência. (CAPES) P89 UM MODELO VÁLIDO DE PRÁTICAS DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS - UM ESTUDO CONFIRMATÓRIO Helena Almeida ([email protected]), Luís Faísca ([email protected]) & Saul Jesus ([email protected]). Universidade do Algarve O objectivo deste trabalho é explorar as relações de influência que o potencial motivador da função e outros determinantes exercem nas atitudes ─ de Satisfação Global Orientada para o Cliente e Implicação Afectiva ─ e, nas intenções de comportamento ─ de Intenção de Sair da empresa (de forma negativa) e Passa-Palavra ─ de forma a privilegiar concomitantemente a empresa e os clientes internos e, consequentemente, os clientes externos. Utilizou-se uma amostra heterogénea de 303 trabalhadores pertencentes a diversos grupos profissionais e recorreu-se à análise factorial confirmatória efectuada pelo programa Amos, versão 6.0. O modelo validado identifica nove variáveis consideradas operacionalizações psicometricamente aptas para avaliar atitudes positivas, antecedentes e resultados no trabalho que podem ser adoptadas nas práticas de gestão dos recursos humanos a fim de garantir um sistema adaptado do homem ao trabalho e resultados individuais e organizacionais proficientes. P90 SOLIDÃO E AUTO-ESTIMA: UM ESTUDO COM IDOSOS Isamara Duarte Tavares ([email protected]) & Andréa Temponi dos Santos ([email protected]). Centro Universitário Padre Anchieta – São Paulo, Brasil A solidão resulta de deficiências nas relações sociais da pessoa só, e é vista como um fenômeno psicológico subjetivo. A auto-estima se constrói a partir da importância dos eventos e objetivos de vida. Objetivo: verificar a percepção da solidão e da auto-estima em idosos. Sujeitos: 33 idosos, com idade variando entre 60 e 93 anos. Instrumentos: questionário de dados sócio-demográficos; roteiro de entrevistas sobre solidão; questionário sobre auto-estima de Rosenberg; diagrama de Antonucci. Resultados: para descrever a amostra e suas respostas foram feitas tabelas de freqüência. Concluiu-se que a maioria dos sujeitos define ter um círculo de relacionamentos formado principalmente por amigos. Apesar da maioria dos idosos também relatar sentimentos de solidão, apontando a solidão emocional como a mais evidente, foi observada alta freqüência de idosos que não se percebem solitários. Os idosos também descreveram que possuem redes de relações sociais, determinando ter mais de oito contatos em seu círculo social. Em relação à auto-estima, a maior parte dos idosos a percebe como elevada. P92 A RELAÇÃO ENTRE COMPROMETIMENTO AFETIVO E SOFRIMENTO PSIQUICO NA ORGARNIZAÇÃO: UMA QUESTÃO PARA A PSICOLOGIA DA SAÚDE. Laís Pereira Khoury ([email protected]), Lívia Zanin Lemos ([email protected]), Melina Danza ([email protected]) & José Tadeu Coutinho ([email protected]). Universidade Presbiteriana Mackenzie. A presente pesquisa teve como objetivo investigar o comprometimento afetivo dos empregados de uma empresa multinacional e relacioná-lo ao sofrimento psíquico. O cenário compreende uma multinacional da cidade de São Paulo, Brasil. A amostra foi composta por 69 empregados da área de produção, idade média de 36 anos, sexo masculino, com 5 a 8 anos de casa e nível escolar predominante do 2º grau. Foi aplicado o instrumento ECOA, os dados foram analisados e relacionados ao material teórico sobre sofrimento psíquico. Os resultados apontam forte comprometimento afetivo, significando uma tendência à confiança e identificação com os objetivos e valores da empresa. Os menores resultados reforçam a idéia principal do vínculo afetivo com a empresa e o quanto este reflete na sua adaptação. Os resultados mostram que quanto mais uma pessoa se sente afetivamente comprometida, mais satisfação e bem estar consigo pode apresentar. Porém, a relação entre comprometimento e sofrimento psíquico sugere maiores discussões; por implicar na subjetividade do sujeito, esta relação é contraditória uma vez que o propósito das empresas é manter a supremacia organizacional por meio da definição de regras e mediação entre o desejo do individuo e a realidade, o que pode implicar no sofrimento psíquico do empregado. P93 POSSIVEIS INDICADORES DE ASSÉDIO MORAL EM UMA LINHA DE PRODUÇÃO: PERCEPÇÃO E ENFRENTAMENTO. Adriana Alves Rodrigues ([email protected]) & José Tadeu Coutinho – ([email protected]). Universidade Presbiteriana Mackenzie A presente pesquisa, teve como objetivo verificar a presença de possíveis indicadores de assédio moral e descrever suas implicações no comportamento de operários de uma linha de produção. O cenário foi uma linha de produção de uma empresa na região do Vale do Paraíba, Brasil. A amostra foi composta por dezesseis operários, com mais de dois anos de casa e escolaridade igual ao ensino médio, divididos em dois grupos. O procedimento utilizado para coleta de dados foi a dos grupos focais, balizados em três perguntas, que exploravam relatos de experiências de sofrimento no trabalho, sentimentos frente a essas situações e como essas situações eram enfrentadas. Foram realizados dois encontros com cada grupo de operários, com duração de duas horas cada. O exame dos dados foi por meio da análise de conteúdo. Os principais resultados apontam como possíveis indicadores de assédio moral, as ameaças de desemprego, exposição frente colegas de área e constatação pública de falhas no trabalho, mandos e desmandos por parte das chefias. Como conseqüências, foram relatadas dificuldades de comprometimento organizacional, inadequação ao trabalho e sofrimento psíquico. Como enfrentamento foi relatado episódios de raiva, busca de um novo emprego e boicotes diretos frente às chefias imediatas. P94 AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL NA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ: O BALANÇO DO 1º ANO Ana Margarida Rocha1 ([email protected]), Amélia Palas2, Isabel Leal3 ([email protected]) & João Maroco3 ([email protected]). 1 Centro Hospitalar de Setúbal – Hospital de São Bernardo, Instituto Superior de Psicologia Aplicada; 2 Centro Hospitalar de Setúbal – Hospital de São Bernardo; 3 Instituto Superior de Psicologia Aplicada Com a recente publicação da Lei n.º 16/2007 de 17/Abril, agora regulamentada pela Portaria n.º 741-A/2007 de 21/Junho, a interrupção voluntária da gravidez (IVG) passou a não ser punível, podendo ser realizada por opção da mulher nas primeiras dez semanas de gravidez. Um ano após a implementação da lei, importa perceber como é que os cuidados prestados neste âmbito têm decorrido nos serviços de saúde e como é que os profissionais neles envolvidos têm intervido, mais concretamente os psicólogos. Particularizando para a experiência de uma prática hospitalar, parece ser pertinente fazer não só um enquadramento desta consulta, como também um levantamento de dados estatísticos, que inclua o número de consultas e recidivas. Também relevante, é a caracterização sociodemográfica das mulheres que recorreram à consulta (idade, nacionalidade, estado civil, habilitações académicas, situação laboral), bem como outros aspectos de caracterização como: o número de filhos, de interrupções anteriores, contracepção, antecedentes de psicopatologia, suporte do companheiro e os motivos que levaram à tomada desta decisão. Uma reflexão holística que tenha em conta a complexidade das dimensões envolvidas, tais como as variáveis demográficas, sócio-culturais e psicológicas, permitirá melhor compreender a resposta emocional da mulher face à IVG, e consequentemente adaptar a intervenção técnica. P95 DIFICULDADES E FACILIDADES DOS PAIS NA INSERÇÃO DE CRIANÇAS DE ATÉ TRÊS ANOS DE IDADE EM CRECHE Ana Costa ([email protected]) & Mirian Ângulo ([email protected]). Universidade Metodista de São Paulo Este estudo teve como objetivo verificar facilidades e dificuldades encontradas pelos pais na inserção dos filhos menores de três anos em creche e, se elas estão vinculadas às relações deles com seus próprios pais. Compreendemos que este é um período relevante para o desenvolvimento: tanto de ordem social, como psíquico em que a criança desenvolve o apego, fundamental para seu desenvolvimento. Participaram do estudo, onze pais ou avós de crianças até três anos inseridas em creche. Foi utilizada entrevista semi-dirigida com categorias de análise que verificaram o modo como esses participantes tiveram o relacionamento parental. Após a análise pode-se verificar sentimento de culpa e uma forte relação destes pais demonstrando satisfação e repetindo o modelo que aprenderam e alguns demonstrando a necessidade de educar os filhos de modo diferente. Pode-se levantar a hipótese do uso de mecanismos defensivos tal como racionalização e ambivalência de sentimentos. Notou-se que não é essa separação que indica pais presentes ou não, pois os participantes acompanham a rotina dessas crianças. Percebeu-se o aumento de avós nos cuidados, algumas vezes, mais presentes que os pais. Também foram relatados pontos positivos como a socialização na convivência com outras pessoas e no desenvolvimento intelectual das crianças. P96 STRESSE OCUPACIONAL EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UM ESTUDO COM MÉDICOS E ENFERMEIROS A. Rui Gomes1, Maria C.M. Silva2, Clara Simães3 & Andreia Rodrigues4 1 Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia. Braga. Portugal; 2 Escola Básica dos 2ºe 3º Frei Brandão Caetano. Braga. Portugal; 3 Universidade do Minho, Escola Superior de Enfermagem. Braga. Portugal; 4 Hospital da Misericórdia de Vila Verde. Vila Verde. Portugal. Este trabalho analisou o stresse ocupacional em 155 profissionais da área da saúde (e.g., médicos e enfermeiros) a exercerem em instituições hospitalares e centros de saúde da região norte de Portugal. Foram avaliadas as seguintes dimensões: fontes de stresse, “burnout”, “coping” proactivo, comprometimento organizacional e satisfação e realização profissional. Os resultados apontaram 15% de profissionais com elevado stresse e 6% com exaustão emocional. As análises comparativas (“t-test” para amostras independentes e ANOVA) demonstraram: i) maior tendência das mulheres para problemas de stresse e dos homens para a despersonalização; ii) enfermeiros mais novos/menos experientes evidenciaram mais problemas de instabilidade profissional, salário auferido e excesso de trabalho; iii) solteiros assumiram maior stresse e menor realização pessoal do que os casados; iv) enfermeiros apresentaram mais problemas de stresse do que os médicos; v) profissionais em centros de saúde apresentaram mais problemas de excesso de trabalho e exaustão emocional; vi) profissionais com situações contratuais instáveis relataram maiores problemas de stresse e despersonalização; e vii) profissionais com trabalho por turnos rotativos assumiram maiores problemas de stresse e menor comprometimento organizacional do que os trabalhavam em horários fixos diurnos. No final, são apresentadas algumas indicações para a investigação futura. P97 A CONSULTA DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DO ENFERMEIRO DE FAMÍLIA NA UNIDADE FUNCIONAL A Maria José Vazão ([email protected]), Annette Barros ([email protected]), Cristina Dantas, Fátima Pacheco ([email protected]), Sandra Miguel, Carla Magueja, Manuela Barros & Emília Luz Centro de Saúde de Oeiras O contexto das novas políticas de saúde deu lugar a vários tipos de unidades de prestação de cuidados: unidades funcionais, unidades de saúde familiar e unidades de prestação de cuidados na comunidade. No Centro de Saúde de Oeiras foi dada continuidade à filosofia do enfermeiro de família, outrora a funcionar em contexto de trabalho modular (com origem no projecto alfa) com as chamadas unidades funcionais (UF) e unidades de saúde familiar (USF). As Unidades Funcionais são de extrema relevância no cuidado aos utentes, dando ênfase ao acompanhamento personalizado ao longo do seu ciclo vital, nos três níveis de prevenção. O enfermeiro de família é um elemento de referência na equipa de cuidados, olhando as famílias sob uma perspectiva sistémica. As novas formas de gestão de cuidados e as mudanças que se fazem sentir no Sistema de Saúde tornam mais exigente a profissão de Enfermagem em cuidados de saúde primários, para tal não bastando possuir competências técnicas e relacionais, mas também uma enorme versatilidade e adaptabilidade constantes. Este poster pretende contribuir para dar visibilidade às competências do Enfermeiro em cuidados de saúde primários no contexto da enfermagem familiar e, especificamente, na Unidade Funcional A do Centro de Saúde de Oeiras. P99 O PAPEL DO PSICÓLOGO EM GRUPOS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE: ATENÇÃO AO PACIENTE DIABÉTICO Fábia Segal, Diva Moreno, Viviane Vieira, Julliana Rodrigues, Carlinês de Moraes, Sueli Setin, Luciana Junqueira, Dilma de Oliveira, Samantha r de Andrade & Ana Cristina d’Andretta Tanaka. Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Em um Centro de Saúde Escola de São Paulo (Brasil) são desenvolvidas ações nas quais o psicólogo tem um papel determinado na equipe. Foram realizados 5 grupos com portadores de DM ou cuidadores, por um período de 18 meses.Cada grupo constou de 3 encontros de 2 horas cada. Foram abordados aspectos médicos, a importância da atividade física, o auto-cuidado, aspectos nutricionais, sociais e psíquicos. Nos últimos 3 grupos realizados, 54% dos participantes eram mulheres, 59% casados e 77% idosos. Em resposta a questionário, 73% referiram sintomas como ansiedade, depressão e mau-humor, sendo que destes, 75% relataram esses problemas como interferindo em sua rotina. Em relação aos aspectos emocionais relativos ao Diabetes, os pacientes referiram em sua maioria dificuldade de aceitação do diagnóstico, cuja conseqüência é a falta de adesão à restrição alimentar, bem como dificuldade de convívio social acarretada pela mesma. Essa experiência aponta para a necessidade de um trabalho a ser realizado com esses pacientes onde possam elaborar estas questões psíquicas que têm se mostrado impeditivas de uma boa adesão ao tratamento e assim prejudicam a promoção da saúde. A experiência contribui ainda para o fortalecimento da Psicologia na Saúde. P100 STRESSE OCUPACIONAL EM PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA: PREVALÊNCIA E DIFERENÇAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS Jorge M. P. Afonso1, A. Rui Gomes1 & Isabel Dias2 1 Universidade do Minho - Instituto de Educação e Psicologia –Portugal 2 Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Educação - Portugal Este trabalho avalia o stresse ocupacional em 95 profissionais de segurança pública portugueses. Para tal, aplicámos medidas de stresse global, “burnout”, “coping” proactivo, comprometimento organizacional, satisfação com a vida e satisfação/realização profissional. Os resultados apontaram 54% dos participantes com índices de “stresse” muito significativos. No que se refere aos indicadores de satisfação e realização, observámos os seguintes resultados: i) praticamente ¼ dos participantes não voltariam a escolher a mesma profissão; ii) 7.5% estão bastante insatisfeitos com a profissão, enquanto 37.6% estão bastante satisfeitos com essa actividade; iii) 5.3% apresentam baixos valores de realização profissional e 36.2% assumem elevados índices nesta dimensão. Os resultados de “burnout” apontaram níveis apreciáveis de exaustão emocional (12%), seguidos do cinismo (10%) e da eficácia profissional (8%) (mas nenhum participante registou valores de “burnout” nas três dimensões, em simultâneo). A análise discriminante entre subgrupos da amostra permitiu verificar dois aspectos principais: i) menores níveis de comprometimento organizacional e maior utilização de “coping” proactivo nos profissionais mais novos e/ou inexperientes e ii) maior desejo de abandonar o emprego/trabalho bem como maior cinismo parecem identificar os profissionais mais velhos e/ou mais experientes. No final, os autores discutem algumas implicações para a investigação futura e intervenção nesta classe profissional. P101 IMAGEM CORPORAL E BULIMIA EM UNIVERSITÁRIOS Andréa Temponi dos Santos ([email protected]) & Verônica Marta dos Santos Malvezi ([email protected]) Centro Universitário Padre Anchieta – São Paulo, Brasil. O distúrbio da imagem corporal é um sintoma nuclear dos transtornos alimentares, caracterizado por uma auto-avaliação dos indivíduos que sofrem desse transtorno, influenciada pela experiência com seu peso e forma corporal. Objetivo: verificar os níveis de preocupação com a imagem corporal e a presença de comportamentos alimentares anormais em jovens. Sujeitos: 97 estudantes universitárias do curso de Graduação em Nutrição. Instrumentos: foram utilizados os instrumentos: questionário de dados sócio-demográficos; questionário (BSQ) Body Shape Questionnarie; teste de investigação bulímica de Edimburgo. Resultados: Concluiu-se que a maior parte das estudantes não apresenta preocupação com a imagem corporal, porém, apesar de não apresentar todos os critérios para a bulimia, possui um padrão alimentar não usual. Parte da amostra apresentou escore elevado nos sintomas, apontando para a presença de comportamento alimentar compulsivo com grandes possibilidades de bulimia. Dentre os sujeitos com escores médios e altos para os sintomas, a maior parte apresentou gravidade moderada. P102 IMAGEM CORPORAL E CRENÇAS DISFUNCIONAIS EM MULHERES SUBMETIDAS À CIRURGIA BARIÁTRICA Andréa Temponi dos Santos ([email protected]) & Caroline Batista Alves ([email protected]) Centro Universitário Padre Anchieta – São Paulo, Brasil. As crenças determinam normas sociais na relação com o corpo humano. Mudanças artificiais em seu formato, tamanho e aparência são comuns em toda a sociedade e tem uma importante função social. Objetivo: verificar a imagem corporal e as crenças disfuncionais em mulheres que passaram por cirurgia bariátrica. Sujeitos: foram 15 mulheres em estágio pós-cirúrgico e que se encontravam em atendimento psicológico em um hospital da cidade de Jundiaí – São Paulo. Instrumentos: questionário sóciodemográfico; questionário (BSQ) Body Shape Questionnarie; escala de crenças disfuncionais. Concluiu-se que a maioria das mulheres apresentou leve preocupação com a imagem corporal, sendo que, no geral, as crenças que mais apareceram foram aquelas ligadas ao controle externo. Nas mulheres com preocupação moderada e grave em relação à imagem corporal observaram-se mais freqüentemente as crenças: certos atos são terríveis e pecaminosos; é horrível quando as coisas não são exatamente do jeito que gostaríamos que fossem; as desgraças do ser humano são causadas por pessoas ou eventos externos. P103 ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM SITUAÇÕES DE TRAGÉDIA Márcia Itoh1 ([email protected]), Michely Amaral1 ([email protected]) & Eda Custódio2 ([email protected]). 1 UMESP 2 UMESP/IPUSP A presente pesquisa aborda a experiência de atendimentos psicológicos em situações de emergência ou tragédia, trabalho de intervenção do profissional da psicologia ainda pouco explorado em nosso meio. Vale-se da literatura existente, notadamente sobre a experiência da morte. Nesse contexto, este estudo tem como objetivo conhecer as estratégias utilizadas por psicólogos em situações emergenciais, verificar suas percepções em relação ao atendimento prestado aos pacientes e/ou familiares que viveram situações como estas e sua percepção em relação ao acolhimento prestado a essas pessoas. Foram entrevistados seis psicólogos com experiência nesse tipo de atendimento. As entrevistas foram gravadas e buscaram informações que atendessem aos objetivos. As análises feitas a partir dos conteúdos trazidos pelos participantes permitiram conhecer experiências de atendimento a vítimas de desastres aéreos, de tragédias urbanas, de violência sexual, entre outras. Foram obtidas informações que identificam subsídios necessários para a formação de profissionais relacionados a este tipo de atendimento. Entre elas ressalta-se a importância da modificação na forma de atendimentos psicológicos às vítimas e aos prestadores de serviço em situações de tragédia no local do acidente, a necessidade do desenvolvimento de cursos de especialização para capacitação de profissionais interessados e dispostos a atuar nesta área. P105 AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DO TRATAMENTO NUMA COMUNIDADE TERAPÊUTICA PARA USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS: ESTUDOS DE CASO. Valéria Barbieri ([email protected]) & Alessandro A. Scaduto ([email protected]) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo As Comunidades Terapêuticas (CTs) são instituições de atendimento a usuários de substâncias baseadas em preceitos morais, religiosos, grupos de auto-ajuda e pesquisa científica, com organização e serviços variados e princípios coesos. Apesar de estudos sugerirem sua eficácia, estes são escassos no Brasil. Neste trabalho, são relatados os casos de três adultos com diferentes estruturações de personalidade e prejuízos psicossociais semelhantes, relacionados ao uso de substâncias, avaliados no início e ao final de suas internações numa CT. Para a avaliação psicológica, foram utilizados um roteiro de entrevista semi-estruturado, uma forma reduzida do MMPI (Improved Readability Form) e pranchas selecionadas do TAT. Os indicadores sugerem que o tratamento foi vivido como a única estratégia frente às descompensações, em especial a angústia ligada aos prejuízos nos relacionamentos resultante do uso de substâncias, condizente com a visão das CTs desse quadro como um “transtorno da pessoa inteira”. Ao final do tratamento, os indicadores sugerem uma “recompensação”, representada por menor intensidade das angústias, maior qualidade dos relacionamentos e maior contato com conteúdos pessoais, ainda que marcados por mecanismos de idealização e pelo ideal de ego como instância predominante da personalidade. São discutidos aspectos institucionais/institucionalizantes das CTs, dos quais os casos apresentados servem como ilustração. P107 PERCEPÇÕES DAS FAMÍLIAS E DOS PROFISSIONAIS ACERCA DAS PRÁTICAS DE APOIO PERCOCE NO ALGARVE Helga Nunes1 ([email protected]) & Prof. Doutora GabrielaGonçalves2 ([email protected]) 1 Hospital de Faro 2 Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Departamento de Psicologia. Nos últimos anos tem-se assistido a um crescente interesse pela área da Intervenção Precoce, que se tem revelado uma área de intervenção e investigação em contínuo e fugaz desenvolvimento. Esta investigação enquadra-se no âmbito da Intervenção Precoce, cujo principal objectivo se prende com o estudo das percepções de famílias e profissionais acerca das práticas de apoio precoce e o grau em que o apoio é focado na família ou na criança. Pretende-se analogamente obter uma visão integral do apoio prestado pelas Equipas de Intervenção Directa de Intervenção Precoce existentes no Algarve. Os participantes da investigação foram 125 indivíduos, 90 famílias e 35 técnicos das Equipas de Intervenção Directa sedeadas em 4 IPSSs e que partilham entre si toda a região do Algarve, no que respeita ao trabalho em Intervenção Precoce. Os resultados obtidos nas Escalas "Intervenção focada na família", na percepção das famílias e dos técnicos, permitem-nos concluir que os serviços das EIDs às famílias no ano lectivo 2007/2008, são maioritariamente focados na criança, sendo a esses serviços que os participantes da investigação atribuem maior importância. Verificámos similarmente que os técnicos percepcionam prestar mais serviços do que as famílias percepcionam receber, o que nos permite complementar que famílias e técnicos têm percepções distintas do que ocorre num programa de Intervenção Precoce. Os resultados dos questionários que caracterizam o apoio mostram que o apoio não é implementado de acordo com as práticas recomendadas na literatura mais actualizada. Contudo, as apreciações globais acerca da intervenção são bastante positivas. P110 INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ QUE REALIDADE(S)? Cláudia Gomes ([email protected]), Isabel Martins ([email protected]), Isabel Santos ([email protected]) & Carla Ferreira ([email protected]). Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho E.P.E. As autoras realizam um estudo retrospectivo relativo às Interrupções Voluntárias de Gravidez efectuadas até às 10 semanas (IVG, lei n.º16/2007) no CHVNG/ Espinho E.P.E., no âmbito da “Consulta do 1º Trimestre” que funciona em articulação com a Consulta de Psicologia de apoio ao Serviço de Obstetrícia/ Ginecologia da mesma instituição. Após uma breve caracterização da população que tem solicitado IVG, procede-se à apresentação de alguns dados obstétricos e de adesão respectivamente à consulta de Psicologia e ao uso de métodos contraceptivos relevantes para a saúde da mulher. Com base nas informações recolhidas relativas à população que tem efectuado pedidos de IVG, colocam-se à discussão questões que poderão contribuir para uma maior promoção da prática preventiva e, por consequência, da saúde da mulher, da criança e da família. P111 PREDITORES DE ADESÃO TERAPÊUTICA E AJUSTAMENTO À DOENÇA EM INDIVÍDUOS INFECTADOS COM HEPATITE C: AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS REPRESENTAÇÕES DE DOENÇA, DA AUTO-EFICÁCIA FACE À DOENÇA/TRATAMENTO, DO APOIO SOCIAL, DAS EXPERIÊNCIAS ADVERSAS, DAS ESTRATÉGIAS DE COPING E DA COINFECÇÃO DE VIH Ângela Maia ([email protected]) & Ricardo Faustino ([email protected]) Departamento de Psicologia da Universidade do Minho Os estudos efectuados sobre a adesão terapêutica nas doenças crónicas demonstram que esta é afectada por diversos factores de ordem biopsicossocial. O objectivo desta investigação, incluída no âmbito das doenças crónicas, e na área da Hepatite C (VHC) será avaliar preditores da adesão ao tratamento e ajustamento à doença em indivíduos portadores de infecção. Nesse sentido, iremos analisar a influência das representações de doença, a auto-eficácia face à doença/tratamento, o apoio social e as estratégias de coping, face à adesão terapêutica. A amostra será constituída por indivíduos infectados com hepatite C, que não sejam actualmente consumidores de drogas, e se encontrem em processo de tratamento (ambulatório ou internamento). Serão constituídos dois grupos: indivíduos infectados com hepatite C sem doença associada (grupo 1), e indivíduos portadores de hepatite C com co-infecção de VIH (grupo 2), de forma a verificar a correlação entre variáveis e diferenças entre grupos face à existência de co-infecção. Para tal, iremos numa primeira fase analisar as representações de doença de indivíduos portadores de hepatite C. Estas representações irão ser analisadas na forma como se conjugam com o apoio social e com o sentido de auto-eficácia dos indivíduos face à doença. Numa terceira fase iremos avaliar o impacto destas correlações a 3 níveis: 1) forma e tipo de adesão ao tratamento; 2) estratégias de coping adoptadas pelos pacientes; e 3) ajustamento à doença e tratamento farmacológico, com desenvolvimento ou não de episódios depressivos. O objectivo deste trabalho é a construção de um modelo de investigação que será colocado em prática nos próximos 24 meses serão expostos com base na pesquisa já efectuada. P116 PORTUGUESE AND SPANISH CHILDREN QUALITY OF LIFE Marta Calado Measuring children´s QoL will enable us to know how our children are as well as their perception and feelings about their actual life. The research question is: What is the perception that children (age 9 to 17) have about their Quality of Life (QoL)? The purpose of study is to assess and adapt Huebner´s scales (1994) – SLSS (Student´s Life Satisfaction Scale and MSLSS (Multidimensional Student´s Life Satisfaction Scale) – to the Portuguese population. The research uses a sample of 277 Lisbon students and compare with the Spanish study (Casas, F. and Alsinet, C.; 2000). The results demonstrated a good reliability, a consistent factor structure, a good functioning of the scale in the Portuguese sample, and a pattern of answers consistent with the Spanish and the original results by Huebner, S. (1994). QoL perception in these scales had higher results. This is an excellent social indicator of the health of these children. P117 ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE: UM CONCEITO A SER INTEGRADO. Manuel Morgado Rezende & Andréa Claudia de Souza UMESP O presente artigo aborda o conceito de Escola Promotora de Saúde, que foi mencionado pela primeira vez em 1946, e difundido a partir da Carta de Ottawa (1986). A Psicologia da Saúde pretende centralizar as suas pesquisas e intervenções nos conceitos de promoção, proteção e educação para o bem estar individual, grupal e social que ultrapassem as tradicionais noções de prevenção e tratamento de doenças. Embora presente em toda a documentação do Ministério da Educação e da Saúde - Brasil, a escola promotora de saúde ainda é pouco conhecida por profissionais da área. Essa abordagem coloca a escola como ponto de partida de mudança de valores e crenças presentes na tradicional dicotomia saúde e doenças. Enfatiza-se a relação comunidade e escola como recurso gerador de promoção de saúde. Políticas públicas são essenciais para a aplicação de programas integrados direcionados para a melhoria da Educação e da Saúde. Resumos das Comunicações Orais do I Congresso Luso-Brasileiro de Psicologia da Saúde (Faro, 5-7 de Fevereiro de 2009) C2 PREDICTORES DA INTENÇÃO DE ADOPTAR COMPORTAMENTOS PREVENTIVOS FACE AO HIV/SIDA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO EM ADOLESCENTES PORTUGUESES Maria João Figueiras ([email protected]), Instituto Piaget de Almada Dália Marcelino ([email protected]), Instituto Piaget de Almada Maria Manuela Ferreira ([email protected]), Instituto Piaget de Almada Objectivo: Investigar em que medida a teoria da acção planeada e o modelo crenças de saúde podem predizer a intenção de adoptar comportamentos preventivos para o HIV/SIDA, em rapazes e raparigas adolescentes saudáveis. Método: Trata-se de um estudo transversal, em que participaram 546 adolescentes saudáveis (50% raparigas), que completaram um questionário que avaliou as crenças sobre o HIV/SIDA e as características sócio-demográficas. Foram utilizadas análises de regressão linear. Resultados: Os adolescentes, em geral, apresentam uma baixa percepção de vulnerabilidade e risco de contrair o HIV/SIDA. Apresentam ainda uma atitude positiva face a adopção de comportamentos preventivos, uma forte crença em relação à intenção de vir a adoptar comportamentos preventivos, percepção de controlo do comportamento, benefícios e pista para a acção. Verificaram-se diferenças de género significativas nos predictores da intenção de vir a adoptar comportamentos preventivos. Discussão: Apesar do seu carácter exploratório, as diferenças de género encontradas nos predictores da adopção de comportamentos preventivos têm efeito no processamento cognitivo da informação face à SIDA, e poderão ter implicações na adopção de comportamentos preventivos. C3 A INFLUÊNCIA DA PERCEPÇÃO DA DOENÇA NAS CRENÇAS SOBRE A ESCOLHA DO TRATAMENTO EM DOENTES HIPERTENSOS Maria João Figueiras ([email protected]), Instituto Piaget de Almada Dália Marcelino ([email protected]), Instituto Piaget de Almada Adelaide Claudino ([email protected]), Universidade de Évora Objectivos: Este estudo pretende (1) investigar qual a percepção de doença dos hipertensos e a sua relação com as crenças sobre os medicamentos, (2) e identificar se a escolha do tratamento está relacionada com a percepção da hipertensão. Método: Trata-se de um estudo transversal, em que participaram 191 doentes hipertensos (59% mulheres), e que completaram um questionário anónimo que mediu as crenças sobre a medicação (BMQ - especifico), percepção da doença (Brief-IPQ), escolha do tratamento (medicamento genérico Vs. medicamento de marca) e informação socio-demográfica. Foram utilizadas análises de clusters, qui-quadrado e correlações. Resultados: Os hipertensos apresentam um modelo de senso-comum da doença bem definido e que está associado às crenças sobre o tratamento. Foram identificados 3 clusters diferentes. Os doentes com percepções da doença mais negativas tendem a escolher os medicamentos de marca, no entanto os hipertensos que apresentam uma percepção da doença mais positiva preferem os medicamentos genéricos. Discussão: Os doentes têm crenças específicas sobre o tratamento, e as suas percepções da doença pode influenciar a escolha do tratamento, o que por sua vez poderá ter implicações para a adesão aos regimes terapêuticos. C4 AS DIFICULDADES SENTIDAS PELOS ALUNOS DE ENFERMAGEM NOS ENSINOS CLÍNICOS Hugo Amaro ([email protected])(1); André Nunes (1) 1 – Escola Superior de Saúde Jean Piaget/Algarve; Durante o seu percurso académico, o aluno de enfermagem vivencia um determinado conjunto de situações reais que contribuem para o seu crescimento pessoal e profissional. Este estudo pretende identificar as dificuldades sentidas pelos alunos do 4º ano da Licenciatura em Enfermagem nos Ensinos Clínicos. Foi elaborado um estudo, descritivo e transversal, do tipo qualitativo, em que como método de colheita de dados, foi utilizado um questionário aberto, em que se procurava por um lado identificar as dificuldades sentidas pelos alunos no domínio científico-tecnológico, e, por outro, no domínio sócio-cultural, sendo a população constituída por 75 alunos do 4º do curso de licenciatura em Enfermagem da ESSJPA, em que foi utilizada uma amostra de conveniência, constituída por 30 sujeitos de estudo. A análise de conteúdo efectuada aos dados colhidos permitiu identificar quatro unidades de registo, que constituíam as dificuldades relativas à categoria “Científicotecnológico”, sendo respectivamente as “dificuldades relacionadas com a administração de medicamentos”, “as dificuldades relacionadas com a prestação dos cuidados”, as “dificuldades relacionadas com a organização das matérias leccionadas”, e as “dificuldades relacionadas com problemas de gestão pedagógica”. Na categoria “Sócio-cultural”, identificaram-se cinco unidades de registo, “dificuldades em lidar com o paciente”, “dificuldades em lidar com familiares do paciente”, “dificuldades em lidar com pacientes de outras nacionalidades/etnias”, “dificuldades em lidar com situações de morte”, e, “dificuldades de integração no local de estágio”, em que cada unidade de registo possui as respectivas unidades de contexto que a constituem. C5 VULNERABILIDADE AO STRESSE EM PROFISSIONAIS DE EMERGÊNCIA MÉDICA PRÉ-HOSPITALAR Hugo Amaro ([email protected])(1); Saúl Jesus (1) 1 – Universidade do Algarve O stresse tem sido uma problemática amplamente estudada pela comunidade científica em geral, em que os profissionais de saúde têm sido um grupo alvo preferencial desses mesmos estudos. Todavia, os estudos efectuados com os profissionais de emergência médica pré-hospitalar em Portugal são ainda extremamente reduzidos, embora a problemática se encontre mais desenvolvida em países como os EUA, Canadá e Japão. Neste sentido, interessa compreender de forma mais aprofundada em que medida se encontram estes profissionais vulneráveis ao stresse, sendo este o objectivo principal deste estudo. A amostra foi constituída por 161 profissionais de emergência médica distribuídos pelo território nacional dos quais 42,2% possuem a categoria profissional de TAE/TAS, 31,7% são Enfermeiros e 26,1% são Médicos, tendo sido utilizada uma amostragem por clusters, seguida da técnica de amostragem aleatória. Os resultados indicam a existência de médias globais baixas de vulnerabilidade ao stresse. Todavia existem diferenças estatisticamente significativas entre a vulnerabilidade ao stresse e a categoria profissional, sendo os TAE/TAS aqueles que apresentam valores médios mais elevados, bem como relativamente à deprivação de afectos e rejeição, subjugação e condições de vida adversas. O consumo de álcool relaciona-se com a inibição e dependência funcional, em que são os sujeitos de estudo que não consomem álcool aqueles que apresentam valores médios mais elevados, assim como aqueles que referem dormir menos de 5 horas por dia apresentam valores de subjugação mais elevados. C6 CARACTERIZAÇÃO DO GABINETE DE ATENDIMENTO A JOVENS #CHAT – CARNAXIDE JOVEM Natacha Redol1 & Marina Carvalho2 [email protected]; [email protected] 1 Faculdade de Psicologia da ULHT, 2 Faculdade de Psicologia da ULHT/Serviço de Psiquiatria do CHBA. Com vista à descrição das características psicosociais dos utentes do Gabinete de Atendimento a Jovens #Chat – Carnaxide Jovem, foi estudada a população que recorreu a este Centro, entre Junho de 2005 e Dezembro de 2007, composta por 171 jovens, 45% do sexo masculino e 55% do sexo feminino, com idades entre os 11 e os 29 anos. Os resultados mostraram uma evolução positiva, com um aumento de, aproximadamente, 32.1% no número de utentes ao longo dos anos. No geral, os principais motivos para consulta envolveram a existência de queixas psico-afectivas (38%) e problemas de relacionamento (36.8%). Em 2005, o principal motivo foram as queixas psico-afectivas, em 2006, a violência e, em 2007, os problemas do comportamento alimentar. Os utentes do sexo feminino relataram mais problemas relacionados com a sexualidade, gravidez e queixas psico-afectivas, enquanto que os utentes do género masculino relataram mais problemas de relacionamento. Os jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos relataram também mais queixas psico-afectivas em comparação com os jovens adultos. Os resultados obtidos foram discutidos em termos da sua importância para o desenvolvimento e implementação de programas de prevenção e intervenção, empiricamente validados, e dirigidos especificamente às necessidades encontradas. C7 A FORMAÇÃO ÉTICA DO PSICÓLOGO A PARTIR DA PRÁTICA CLÍNICA COM DEFICIENTES VISUAIS Elisa Villela [email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil. Este trabalho apresenta uma estratégia de formação do psicólogo tendo em vista a geração de profissionais abertos para a diversidade humana, reflexivos e multiplicadores de ações inclusivas. O estágio supervisionado em clínica pode se constituir como um espaço formador (aprendizagem de um ofício) e transformador (de enriquecimento pessoal) para o estudante de psicologia em seu posicionamento ético ante a diversidade. O método de trabalho foi o acompanhamento de um grupo de alunos que participou do programa de atendimento clínico a crianças deficientes visuais e a seus pais. Foram investigadas as repercussões desta prática no aluno. O material constou do registro das supervisões, da narrativa dos alunos antes e após a experiência vivida e o procedimento de Desenhos estórias com tema: uma pessoa com deficiência visual, aplicado no início e no final do estágio. A análise e discussão do material foram norteadas pela concepção psicanalítica Winnicottiana de amadurecimento, que enfoca a existência de uma dialética entre o indivíduo saudável e a fundação de uma sociedade saudável. Transformações rumo a uma aproximação mais madura diante da questão da deficiência e maior disponibilidade para a alteridade foram observadas. A conclusão traz a relevância da oferta de oportunidades de contato e reflexão da prática com pessoas com deficiência no âmbito da formação universitária. C8 PSICOLOGIA DA SAÚDE EM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR: PROPOSTA DE TRATAMENTO CLÍNICO E CIRURGIA BARIÁTRICA Isabel Paegle 1 GOC, UMESP, APEP Tatiana Mello 2 Clínica Privada Ana Beatriz Cintra3 Clínica Privada Jussára Silva4 APEP José Rosa5 UMESP, IPUSP, APEP Trata-se da elaboração de programa psico-educativo aplicado numa clínica especializada, Gastro Obeso Center (GOC) São Paulo, Brasil. Seus objetivos principais são programas de tratamento na redução de peso com manutenção da saúde. O módulo cirúrgico desenvolvido em duas fases: pré e pós-cirúrgica. O delineamento do estudo está embasado na clínica das evidências e prática observacional. Será discutido sob referencial da promoção da saúde e diminuição dos comportamentos de risco. Objetivos 1. promover estratégias de intervenção educacional e psicológica; 2. sensibilizar e conscientizar os obesos frente à situação-problema. 3.Realizar avaliação psicológica ; 4. Planejar sessões de intervenção psicológica. Materiais e procedimentos: recursos multimídia, aulas expositivas e temáticas, técnicas de dinâmica de grupo. Realização de oito encontros quinzenais com a duração de quatro horas, onde cada especialista investe 60 minutos. Participantes: equipe multidisciplinar e paciente de diferentes graus de obesidade. Instrumentos: protocolos das diferentes especialidades; o setor de psicologia utiliza técnica projetiva na forma individual após o término do programa. Desenvolvimento e desfecho: os temas são pré-estabelecidos nas áreas de nutrição, psicologia, medicina e fisioterapia. O acompanhamento do paciente no pós-operatório imediato é importante frente às dificuldades observadas na mudança de estilo de vida, reconstrução da imagem corporal e reedição das primeiras experiências alimentares. 1 Psicóloga Especialista Clínica; Psicóloga consultora do Centro Avançado de Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade Gastro Obeso Center, São Paulo; Especialista em Distúrbios Alimentares e Cirurgia da Obesidade pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Membro da diretoria da APEP, Santo André; Bolsista de Mestrado da CAPES (MEC/Brasil). E-mail: [email protected] 2 Psicóloga clínica; Pós-graduação em Terapia Familiar e de Casal , PUC, São Paulo, Brasil; Especialista em Sexualidade Humana, Faculdade de Medicina ABC, São Paulo, Brasil 3 Psicóloga clínica Pós-graduação em Psicologia Hospitalar, Hospital São Luiz, São Paulo; Transtornos Alimentares - UniMarco; Consultor de Gestão – PUCSP; especialista em Cinesiologia Sedes Sapientiae SP, 4 Doutora em Ciências da Religião (UMESP); Mestre em Psicologia da Saúde (UMESP); Psicóloga Clínica Membro da Associação de Psicoterapia e Estudos Psicanalíticos (APEP), Santo André – São Paulo - Brasil 5 Professor Titular da Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da UMESP; orientador do Programa de Mestrado em Psicologia da Saúde; professor doutor do Departamento de Psicologia Clinica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. C9 SER PAI EM TEMPOS DE DOR Débora Martins, ISPA ([email protected]) António Pires, ISPA (Antó[email protected]) A depressão pós-parto é actualmente considerada um dos factores predisponentes de dificuldades ao nível do desenvolvimento infantil, podendo ter um efeito devastador quer para a mãe, quer para a criança e para a restante família, nomeadamente o cônjuge. Os últimos estudos acerca o assunto parecem concluir que, os factores conjugais, nomeadamente o apoio do companheiro, têm um impacto muito favorável na forma como a nova mãe se adapta à maternidade. Por serem a melhor testemunha do que efectivamente se passa no dia a dia destas famílias, pareceu-nos pertinente estudar a forma como os pais, vivem a depressão pós-parto das suas companheiras e de que forma isso influi e/ou determina o comportamento entre o casal e na relação com o bebé. Por essa razão, decidimos entrevistar, 6 pais cujas companheiras passaram por uma depressão pós-parto, 4 mães que sofreram de depressão pós-parto e 4 pediatras que acompanharam bebés cujas mães deprimiram. Utilizamos a Grounded Theory. As entrevistas foram semi-directivas; aos pais pedia-se-lhes que descrevessem a sua experiência como companheiros de uma mãe com depressão pós-parto, às mães como foi ser uma mãe com depressão pós-parto e que papel desempenhou o companheiro durante esse processo e aos pediatras que descrevessem o que conseguiam observar na consulta de pediatria relativamente aos casais cujas mulheres estariam a passar por uma depressão pós-parto, a relação entre eles e com o respectivo bebé. Desses relatos tentamos encontrar categorias que melhor definissem o impacto que a depressão materna tem no comportamento paterno, e a influência este pode ter no comportamento parental de ambos os membros do casal. Após uma análise atenta dos resultados concluímos que: os companheiros das mulheres com depressão pós-parto vivem este período como um “tempo difícil”, caracterizado essencialmente pela “indisponibilidade materna” e um “bebé problemático”. Referem alguma “perplexidade”, face a esta situação inesperada que parece vir “reactivar vivências e conflitos anteriores” nomeadamente a relação precoce com as próprias mães. A “expectativa face à companheira” é um factor determinante no comportamento paterno. Alguns homens descrevem um grande “ressentimento” e mágoa relativa à depressão da mulher, outros pelo contrário, assumem uma posição de grande “compreensão” ajudando-as neste difícil período das suas vidas. No entanto, todos eles acabam por “assumir o papel maternal” numa tentativa de compensar a indisponibilidade materna. A “Compreensão”, surge como a atitude mais sensata e a que melhores resultados apresenta ao nível da recuperação materna. C10 COLECCIONISMO PATOLÓGICO Mónica Ferreira Gomes Aires Oliveira ([email protected]) O comportamento de coleccionismo patológico (no original em inglês, compulsive hoarding) é caracterizado pela ausência de controlo sobre a aquisição, o armazenamento e o descarte de objectos, acompanhada por significativo sofrimento e prejuízo social. Para compreender melhor o fenómeno e sua terapêutica, serão dados exemplos de um estudo de caso cujas queixas se relacionavam à extrema dificuldade de guardar, organizar e descartar uma grande quantidade de objectos sem real funcionalidade. O Acompanhamento terapêutico foi realizado em ambiente natural com sessões semanais por um ano fazendo parte do Curso de Aprimoramento em Terapia Cognitiva e Comportamental do Hospital das clínicas – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A intervenção teve como objectivo a definição de metas mínimas e tangíveis a cada sessão, intenso apoio terapêutico durante as actividades de organização, limpeza e descarte, selecção e graduação de itens e actividades menos aversivas possíveis, redução de autocrítica, uma relação terapêutica baseada na confiança, e acordos recíprocos, ausência de juízos de valor, algum humor e aceitação experiencial. C11 ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE A IMAGEM CORPORAL E AS ESTRATÉGIAS DE COPING COM O AJUSTAMENTO EMOCIONAL E A SATISFAÇÃO SEXUAL EM MULHERES COM CANCRO DA MAMA SUBMETIDAS A CIRURGIA RADICAL E PARCIAL Valéria Lopes1 & Marina Carvalho2 1 1 [email protected] 2 [email protected] Faculdade de Psicologia da ULHT; CHBA. 2 Faculdade de Psicologia da ULHT/Serviço de Psiquiatria do Com o objectivo geral de analisar a relação entre a imagem corporal e as estratégias de coping, com o ajustamento emocional e a satisfação sexual, foi estudada uma amostra composta por 40 mulheres com cancro da mama, com idades compreendidas entre os 33 e os 64 anos, submetidas a cirurgia radical ou parcial. Os resultados obtidos permitiram concluir que, após a cirurgia, as mulheres relataram uma maior insatisfação a nível sexual e do relacionamento conjugal, e uma pior imagem corporal. As comparações entre grupos, em função do tipo de cirurgia, mastectomia ou tumorectomia, não evidenciaram a existência de diferenças estatisticamente significativas nas variáveis avaliadas. A análise dos factores preditores do desajustamento emocional mostrou que as participantes que relataram utilizar menos estratégias de coping relacionadas com a manutenção da actividade e independência, um melhor relacionamento conjugal antes da cirurgia e que procuraram com mais frequência suporte social para lidar com a doença, apresentaram níveis mais elevados de desajustamento emocional. Os resultados obtidos foram discutidos de acordo com a literatura e as suas implicações para a análise das especificidades das intervenções psicosociais no âmbito da doença oncológica. C12 O PAPEL DAS NORMAS NA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DA ACÇÃO PLANEADA NO SECTOR DA SAÚDE Magda Roberto. [email protected]. Departamento de Psicologia Social e das Organizações. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa. Kathryn Mearns. [email protected]. School of Psychology. University of Aberdeen (Escócia). Reino Unido. Silvia Silva. [email protected]. Departamento de Psicologia Social e das Organizações. Centro de Investigação e Intervenção Social. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa. A não adesão dos profissionais de saúde a regras de segurança (e.g. higienização das mãos) contribui para o aumento de infecções hospitalares (WHO, 2007). Médicos e estudantes de medicina são os profissionais que apresentam menores índices de aderência (CDC, 2003). Modelos sócio-cognitivos (e.g. Teoria da Acção Planeada) têm sido aplicados ao estudo da higienização das mãos (Pittet, 2001). Contudo, a literatura não é clara face ao papel que diferentes preditores (e.g. norma subjectiva) têm na intenção destes profissionais aderirem à lavagem de mãos (Pittet, 2004). Para avaliar os preditores da sua intenção de adesão, testou-se a Teoria da Acção Planeada incluindo a norma moral enquanto possível preditora da intenção. O estudo foi realizado por questionário e incluiu 120 estudantes finalistas de medicina portugueses. Os resultados destacam o papel da norma subjectiva e da norma moral como principais preditores da intenção de higienização das mãos, explicando 14% da variância. Este resultado sugere que, no âmbito da higienização das mãos, deverá explorar-se a significância da componente normativa. Nomeadamente, ao nível da pressão social dos pares e ao nível da pressão moral internalizada pelo profissional, o que poderá ter repercussões na conceptualização de programas de intervenção no sector da saúde. C13 CRENÇAS DE SAÚDE E OPTIMISMO DISPOSICIONAL NO RASTREIO DO CANCRO DA MAMA Alexandra Martins Pereira ([email protected]) – Universidade de Aveiro Anabela Pereira ([email protected]) – Universidade de Aveiro Vítor Rodrigues ([email protected]) – Universidade de Coimbra Nesta investigação pretendemos analisar as percepções individuais de um grupo de mulheres e de que forma é que estas influenciam os níveis de optimismo. A amostra foi constituída por 350 mulheres que realizaram o rastreio do cancro da mama, numa unidade móvel da Liga Portuguesa Contra o Cancro (núcleo de Coimbra), com idades compreendidas entre os 44 e os 73 anos de idade. Como instrumentos de avaliação utilizamos a Escala de susceptibilidade, benefícios e barreiras do rastreio mamográfico (versão portuguesa, Martins Pereira et al., 2008) e o Teste de orientação para a vida, (Monteiro, et al, 2006). Da análise dos resultados constatámos que a percepção de susceptibilidade, benefícios e barreiras do rastreio varia com o estado civil, com a frequência aos serviços de saúde, com a frequência ao rastreio e com o ter ou não filhos. O optimismo disposicional está associado à situação profissional das mulheres, e à história familiar de cancro da mama. Verificamos ainda que o a percepção de susceptibilidade de correlaciona de forma negativa com o optimismo. Daí ser de todo importante a intervir junto destes grupos, a fim de desmistificar crenças e percepções mais ou menos erróneas associadas ao rastreio e cancro da mama. C14 EXPERIÊNCIAS DE VIDA: A MULHER E O CANCRO DA MAMA Alexandra Martins Pereira ([email protected]) – Universidade de Aveiro Anabela Pereira ([email protected]) – Universidade de Aveiro Vítor Rodrigues ([email protected]) – Universidade de Coimbra Ao realizarmos este estudo pretendemos analisar e compreender a experiência de um diagnóstico de cancro da mama. O nosso estudo foi efectuado com quatro mulheres com cancro da mama, sendo duas delas voluntárias do Movimento Vencer e Viver, com idades compreendidas entre os 43 e os 66 anos de idade. Como instrumento de avaliação efectuamos uma entrevista semi-estruturada, individualmente com cada uma das mulheres. A análise da entrevista foi feita através da análise de conteúdo clássica, visto que a amostra era reduzida e o nosso objectivo era compreender todos os sentimentos expressos e os significados e experiências, algo que um computador não pode detectar. Em todas as entrevistas o diagnóstico de cancro da mama surge como um acontecimento stressante, em que é necessário lidar com todo um conjunto de emoções e mobilizar recursos e estratégias para os ultrapassar. Este estudo revelou que os conhecimentos acerca da doença, o suporte social e as estratégias de coping devem ser tidas em consideração no desenvolvimento de estratégias de intervenção com estes grupos. A importância do suporte social e dos grupos de apoio é fundamental para ajudar a mulher a compreender e partilhar sentimentos, diminuindo o isolamento e estigma, prevenindo a ansiedade e a depressão. C15 PRÁTICAS ATUAIS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: O PSICÓLOGO NO HOSPITAL GERAL Fernando Antonio Feitoza dos Santos [email protected] Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ, Brasil A presente comunicação pretende abordar algumas questões relativas ao trabalho que desenvolvemos desde 1987, de forma ininterrupta, no Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Partindo da análise das demandas da instituição, bem como daquelas dirigidas ao psicólogo que realiza sua prática clínica em território médico, sustentamos que caberia a este profissional a abertura de novas possibilidades visando à criação de um espaço de geração de efeitos específicos voltado para a promoção da saúde a partir da assistência integrada a pacientes, seus familiares e equipes. Assim sendo, tendo em vista a consolidação deste espaço, iremos destacar algumas premissas que avaliamos como sendo fundamentais para o desenvolvimento do nosso trabalho. São elas a necessidade de uma reflexão teórico-técnica, a referência institucional e a manutenção das especificidades de cada discurso. A título de ilustração, com o intuito de apontar a implicação de tais premissas no nosso trabalho, traremos o relato de uma situação onde todos esses pontos estão fortemente realçados. C16 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE UM DISPOSITIVO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Paulo Roberto Mattos [email protected] / [email protected] Universidade Federal Fluminense O presente trabalho retrata o percurso de um projeto de construção de um dispositivo permanente de promoção da saúde, ao longo dos últimos 20 anos, visando a potencialização dos recursos de assistência, orientada pela busca de ações integradas, a partir de uma perspectiva clínica ampliada que tem na Psicanálise sua sustentação, mas não sem fazê-lo de maneira crítico-reflexiva, baseada no fato de que a pura aplicação do dispositivo criado por Freud perde a sua consistência quando transposto para contextos diferentes daqueles que lhe deram origem. Neste sentido, o Serviço de Psicologia da Área Cirúrgica (SPAC) do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolve assistência integrada a pacientes, familiares e equipe visando o enfrentamento das circunstâncias críticas que atingem o sujeito, aqui entendido como qualquer um dos atores participantes do contexto, quando o corpo próprio ou do outro, pelo viés da doença, o faz constatar o caráter transitório da vida e podendo, nesse contexto, eliciar uma experiência crítica de sofrimento passível de atingir o registro da insuportabilidade. Importante ressaltar que a perspectiva do trabalho desenvolvido no âmbito do SPAC integra de maneira regular a assitência, o ensino e a pesquisa, sendo a ele associado o Laboratório de Psicopatologia Fundamental, Psicanálise e Psicossomática. C17 NARRATIVA PROTÓTIPO DA DEPRESSÃO Ana Belchior de Sousa* José Pestana Cruz * *Universidade do Algarve ([email protected]; [email protected]) A perturbação depressiva é uma das perturbações psicológicas mais frequentes na população, pelo que emerge a necessidade de a compreender detalhadamente. Os objectivos gerais da presente investigação são identificar as características específicas das narrativas de sujeitos deprimidos acerca da sua história de vida nos últimos cinco anos e analisar, em espelho, as diferenças entre as narrativas de sujeitos deprimidos e não deprimidos. Para o realizar foram recrutados 10 casos clínicos com diagnóstico de depressão atendidos no GPAP da Universidade do Algarve e 10 casos de sujeitos não deprimidos, em tudo equiparados aos primeiros, com excepção da sua condição clínica. A todos foi pedida uma narrativa escrita da sua história de vida, centrada nos últimos 5 anos da sua vida. A análise de conteúdo das narrativas escritas pelos participantes permitiu concluir que os sujeitos deprimidos se diferenciavam do grupo de controlo na medida em que evidenciam um maior número de referências a acontecimentos de vida negativos, sendo que os mais significativos para o grupo clínico são a própria doença, o fim duma relação amorosa, a morte duma figura afectivamente significativa e as emoções negativas associadas. Os acontecimentos de vida são descritos de forma pessimista, evidenciando uma atenção predominantemente auto-dirigida, sem que sejam contempladas perspectivas alternativas. Além disso, os sujeitos deprimidos efectuam atribuições de sentido internas, estáveis e globais face a acontecimentos negativos e atribuições externas, instáveis e específicas no que respeita a acontecimentos positivos. C18 QUALIDADE DE VIDA DE MÃES DE CRIANÇAS COM AUTISMO OU COM PARALISIA CEREBRAL GRAVE Santos, M.A. ([email protected]); Petean, E.B.([email protected]); Miura, R.T.; Fávero-Nunes, M.A. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil Condições como autismo e paralisia cerebral grave acarretam alterações marcantes no ciclo de vida familiar, que podem comprometer a qualidade de vida dos cuidadores. O objetivo desse estudo foi investigar a qualidade de vida em mães de crianças portadoras dessas condições especiais. Participaram da pesquisa 35 mães, sendo 20 de filhos com autismo/transtornos invasivos do desenvolvimento (idade média: mães=40anos; filhos=11 anos) e 15 mães de crianças com paralisia cerebral (idade média: mães=33anos; filhos: 9 anos). Aplicou-se a Escala de Qualidade de Vida WHOQOLBref, complementada por questionário de identificação do perfil sociodemográfico. Para verificação estatística das relações existentes entre as variáveis foi utilizada correlação não-paramétrica. Os resultados mostraram que, nos dois grupos, o domínio mais preservado da qualidade de vida foi o físico, ao passo que o meio ambiente foi o mais depreciado. Os resultados apontam que, independentemente do diagnóstico do filho, ser mãe de criança com condição crônica grave afeta a qualidade de vida, o que reforça a necessidade de considerar as diferentes dimensões desse construto para formular estratégias de apoio psicossocial aos cuidadores familiares. C20 ESCOLA PROMOTORA DE SAÚDE: UM ESTUDO SOBRE OS PROJETOS REALIZADOS Souza, Andréa Rezende, Manuel A pesquisa aborda o conceito ‘Escola Promotora de Saúde’ e sua aplicação através de programas realizados por profissionais de diversas funções. Teve como objetivo principal investigar o conhecimento e a aplicação do conceito. A revisão bibliográfica retrata os diversos projetos realizados em todo o país e a pesquisa de campo foi realizada em quatro escolas do município de São Bernardo do Campo, São Paulo, sendo duas escolas públicas e duas privadas, com um total de quatorze profissionais entrevistados que atuam no Ensino Fundamental II, escolhidos pela direção da escola, por desenvolverem projetos e/ou atividades de promoção de saúde. Para coleta de dados foram utilizados questionário de dados sócio-demográfico e entrevista. O tratamento dos dados utilizou a análise de conteúdo de Bardin. Predominando os projetos individuais ou multidisciplinares, ainda não ocorre a interdisciplinariedade na maioria deles. As atividades nas escolas estudadas estão direcionadas principalmente para o campo da prevenção. Os projetos variam desde atividades de lazer como festas envolvendo a comunidade passando por atividades físicas e programas de prevenção à gravidez na adolescência, entre outros. Concluímos que as concepções do conceito de Escola Promotora de Saúde e sua aplicação, ainda permanecem distantes do previsto pela legislação. C22 O ENTRELAÇAMENTO DA PSICOMOTRICIDADE E DA PSICANÁLISE NO TRABALHO DE UM ADOLESCENTE COM T.O.C. (TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO) Profa. Berenice Ferreira Leonhardt de Abreu, Instituto Sedes Sapientia ([email protected]) Prof. Antonio Geraldo de Abreu Filho, Instituto Sedes Sapientia ([email protected]) Introdução: O presente trabalho refere-se aos atendimentos em psicomotricidade de um adolescente com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), tendo um olhar psicanalítico no funcionamento mental do mesmo. Objetivo: Compreender a dinâmica mental e a intervenção no diagnóstico de TOC, utilizando a psicomotricidade e a psicanálise como forma de organizar o pensamento, trabalhando as defesas do paciente e fazer progredir a fala e as associações livres. Método: O uso de um seriado japonês, história da personagem principal muito parecida com a do paciente Resultados: O paciente conseguiu organizar-se internamente e, por meio das projeções e identificações, pôde elaborar sua compulsividade e diminuir os transtornos que apresentava, conseguindo sentar e estudar para entrar na faculdade. Conclusão: Com o entrelaçamento da psicomotricidade e da psicanálise, pôde-se trabalhar as representações mentais que estavam desligadas de seus afetos e integrar um ego frágil e muito submisso, abrindo espaço para modificar seu modo de pensar e de se comunicar, até então arcaico. C23 ASPECTOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES PROFISSIONAL DO ESTUDANTE DE PSICOLOGIA NA ESCOLHA Prof. Antonio Geraldo de Abreu Filho, Instituto Sedes Sapientiae ([email protected]) Profa. Ana Luiza de Figueiredo Steiner, Laboratório APOIAR-USP ([email protected]) Profa. Berenice Ferreira Leonhardt de Abreu, Instituto Sedes Sapientiae ([email protected]) Dra. Livre Docente Isabel Cristina Gomes, Instituto de Psicologia - USP Este trabalho tem por objetivo verificar as motivações inconscientes presentes na escolha da profissão de psicólogo dos alunos do primeiro e segundo anos de Psicologia, procurando compreender a relação entre conteúdos latente, inconsciente, e manifesto, consciente, desta escolha, com base nos pressupostos da teoria de Melanie Klein. Realizamos esta pesquisa utilizando dois instrumentos de investigação: a Prancha 1 do TAT, tendo por objetivo entender os conteúdos das respostas a nível inconsciente, através do mecanismo de projeção, e a utilização da Entrevista Semidirigida, objetivando que o aluno pudesse agir de modo mais natural, nos propiciando a observação de sua postura, reações e compreender os conteúdos das respostas a nível consciente. Constatamos que os alunos tiveram percepções variadas com relação ao estímulo da Prancha 1 do TAT e várias foram as combinações das reparações apresentadas a níveis inconsciente e consciente. Baseado nas reparações sugeridas por Bohoslavsky, inserimos dois outros tipos de reparação: autêntica/maníaca e maníaca/autêntica, mediante constatação clínica, devido a dinâmica do funcionamento mental apresentada, onde nos detivemos para isso aos elementos citados nas estórias, bem como no contexto em que as mesmas se deram, como o relato foi feito e no tipo de solução apresentada. Verificamos através das análises das respostas, que nem sempre o que foi mostrado a nível consciente pela escolha da profissão de psicólogo, coincidiu com o nível inconsciente, revelando a importância de se levar em consideração a questão do conteúdo inconsciente presente nesta escolha. C24 Relato de uma dupla de tutores no atendimento domiciliar a um paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) Prof. Antonio Geraldo de Abreu Filho, UNIFESP - Laboratório APOIAR-USP ([email protected]) Profa. Ana Luiza de Figueiredo Steiner, Laboratório APOIAR-USP ([email protected]) Prof. Abrahão Quadros, ABRELA – UNIFESP ([email protected]) Profa. Dra. Helga Cristina Almeida Silva, ABRELA – UNIFESP ([email protected]) Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira, ABRELA – UNIFESP ([email protected]) Profa. Associada Leila Cury Tardivo, Instituto de Psicologia –USP ([email protected]) Objetivos: Demonstrar o que se revela no encontro entre um paciente com ELA e a dupla de tutores; buscando compreender o sentido desse encontro. Temática Principal: O desenvolvimento do olhar e da escuta na formação de tutores além da enfermidade. Método: Análise clínica do relato no encontro humano vivenciado entre a dupla de tutores e paciente com ELA. Resultados: A dupla de tutores antes de iniciar as visitas domiciliares, mostrou insegurança, motivada pelas fantasias de como enfrentar uma situação frente a um paciente com ELA; gradativamente com a participação no grupo de formação, puderam redimensionar esta visão, sentindo-se em condições de iniciar a tutoria. No decorrer das visitas, perceberam suas próprias emoções e reações, assim como as do paciente e da família pela identificação introjetiva, vivenciando junto aos mesmos, as angústias e o sofrimento, reconhecendo o modo de funcionamento de cada membro, inclusive do paciente, onde o drama humano foi além da enfermidade. Conclusão: A dupla de tutores trouxe à tona angústias de suas vivências, bem como fatos relacionados a seu histórico pessoal, não deixando que isso interferisse nos atendimentos, havendo um desenvolvimento no modo de olhar e escutar o que o paciente e a família demonstram em seu sofrimento. C27 MAIÊUTICA E CONTEXTO FAMILIAR Nilton Sousa da Silva [email protected] & [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ Instituto de Educação / Departamento de Psicologia O projecto “Maiêutica e Contexto Familiar” é implementado num município brasileiro, no Estado do Rio de Janeiro, e visa conscientizar grupos de gestantes sobre a condição bio-psico-social que envolve o corpo da mulher grávida. E, assim favorecer uma compreensão do processo pré-natal em prol do parto e do posterior desenvolvimento infantil, tudo isto à luz de uma maior conscientização corporal da própria gestante. O projeto aponta para duas dimensões existenciais da gestante: uma é a sociedade, o seu grupo familiar que é permeado pela imbricação de diversos grupos sociais; a outra dimensão aponta para o processo intra-uterino que envolve a gestação e o contexto biopsico-social da mulher grávida. A conscientização é desenvolvida através de diálogos, a “maiêutica socrática”, onde de um lado estão os discentes dos cursos de graduação: ciências biológicas, economia doméstica e educação física; e do outro lado está “a gestante”. A dinâmica desse projeto de extensão é supervisionada por um psicólogo clínico e professor de psicologia, além de contar com a cooperação de outros professores das respectivas licenciaturas envolvidas no projeto, que na grade curricular consta às disciplinas: psicologia do desenvolvimento, psicologia da aprendizagem, psicologia social e dinâmica de grupo. C28 ENFRENTAMENTO E INDICADORES AFETIVOS DA GESTANTE APÓS O DIAGNOSTICO DE MALFORMAÇÃO FETAL Lívia Vasconcelos, [email protected]; Eucia Beatriz Lopes Petean ([email protected]) (Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-S/P). A gestação é um fenômeno complexo que envolve fatores de diversas ordens. Desde a fecundação até a criação de um recém nascido, a gestante e o feto passam por experiências psicológicas, fisiológicas e sociais únicas. Assim, um diagnóstico de malformação fetal provoca uma grande desilusão e descrença para os pais que o vivenciam, os quais se vêem obrigados a fazer o luto do bebê imaginário. O objetivo deste estudo foi conhecer como se estabelece o apego materno-fetal e os modos de enfrentamento de gestantes com diagnóstico de fetos malformados. Participaram 22 gestantes atendidas nos serviços de ginecologia e obstetrícia de duas cidades do estado de São Paulo/Br. Foram aplicadas a Escala de Apego Materno-Fetal e a Escala de Modos de Enfrentamento do Problema (EMEP). Os resultados apontam que a maioria das gestantes apresentam vínculo materno fetal acima do valor determinado pelo instrumento e utilizam como estratégias de enfrentamento a Busca de Praticas Religiosas e/ou Pensamentos Fantasiosos, isto é, estratégias que englobam sentimentos de esperança e fé diante do diagnóstico de malformação fetal. Conclui-se que mesmo frente ao diagnóstico da malformação fetal as gestantes tendem a manter o apego materno fetal e utilizam de diversas estratégias de enfretamento. C29 ASPECTOS ÉTICOS E PSICOLÓGICOS DO ABORTAMENTO NO CASAL Catarina Canário, Miguel Ricou & Bárbara Figueiredo ([email protected]) Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho O presente estudo de investigação tem como objectivo avaliar o impacto do abortamento nos dois elementos do casal, do ponto de vista da evidência de psicopatologia e/ou sintomatologia traumática no período de um e seis meses após o evento. Ao mesmo tempo, pretende estudar, do ponto de vista da ética, o abortamento nas suas diferentes formas, assim como as suas implicações legais. Realizado no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de S. João, este estudo contou com a participação de 50 mulheres e 15 homens. O recrutamento dos participantes foi feito através da consulta do primeiro trimestre, onde se realiza a interrupção voluntária da gravidez e ainda do internamento do serviço, onde foi possível aceder aos casos de abortamento espontâneo e interrupções médica da gravidez. O procedimento implicou o contacto inicial, onde foram esclarecidos os propósitos do estudo e averiguada a disponibilidade das mulheres e dos respectivos cônjuges/companheiros para participar. Uma vez prestado o consentimento livre, informado e esclarecido, foram aplicados o questionário sócio-demográfico, o BSI – Brief Simptom Inventory, a IES r – Impact of Event Scale Revised e o RQ – Relationship Short Questionnaire. A segunda fase da investigação, que decorreu seis meses após o evento, visou identificar sintomatologia psicopatológica referente ao evento, assim como verificar a existência da síndrome pós-aborto, uma das repercussões que o abortamento assumir na saúde mental do casal. C30 EFICIÊNCIA DE UM PROGRAMA ESTRUTURADO DE INTERVENÇÃO EM MULHERES COM FIBROMIALGIA Ana Baptista1 & Marina Carvalho2 1 [email protected] 1Faculdade de Psicologia da ULHT/Hospital de Faro, E.P.E.; 2 [email protected] 2 Faculdade de Psicologia da ULHT/Serviço de Psiquiatria do CHBA. Com o objectivo de analisar a relação entre o impacto da fibromialgia e os principais factores associados a esta doença crónica, bem como a eficiência de uma intervenção cognitivo-comportamental em grupo para o manejo do desajustamento emocional, foi estudada, numa primeira fase, uma amostra composta por 21 mulheres, com idades entre os 32 e os 62 anos, com diagnóstico prévio de Fibromialgia. Os resultados obtidos mostraram que o desajustamento emocional se associou no sentido esperado com o impacto, percepção da doença, suporte social e estratégias de coping. Num segundo momento, foi estudada uma sub-amostra composta por 12 participantes aleatoriamente distribuídas por duas condições: intervenção cognitivo-comportamental de grupo e tratamento habitual (intervenção individual, de base cognitivo-comportamental). Os resultados mostraram, independentemente do tipo de tratamento, uma diminuição dos níveis de desajustamento emocional e da utilização de estratégias de coping desadaptativas. No entanto, o tratamento de grupo mostrou maior eficiência para a diminuição do desajustamento emocional e para a promoção da utilização das estratégias de coping adaptativas. Os resultados obtidos no presente estudo foram discutidos com base nos modelos explicativos e na literatura existente a este propósito, e com base nas suas implicações para a intervenção psicológica neste âmbito. C31 O EFEITO DO DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO SOBRE A IDENTIDADE DO PACIENTE Roberta Scheer Silva1 Fernando Brandalise2 1 Psicóloga formada pela Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça-SC-Brasil. Telefone: 55 48 3224-3660. E-mail: [email protected] 2 Psicólogo do IPAT – Instituto de Psicologia e Acompanhamento Terapêutico, Florianópolis-SC-Brasil. Telefone: 55 48 3024-5406. E-mail: [email protected] A presente pesquisa teve como objetivo identificar como o diagnóstico psiquiátrico interfere na constituição da identidade do usuário do Centro de Atenção Psicossocial de uma região do sul do Brasil. Com intuito de responder a esta questão, foram entrevistados três usuários do referido centro, três familiares e três profissionais que atuam neste tipo de serviço substitutivo. A pesquisa caracterizou-se por ser do tipo exploratória e qualitativa e utilizou entrevistas semi-estruturadas para a coleta de dados. Foram construídas a partir da análise das entrevistas categorias como: periculosidade, redução à doença, diferença e preconceito, descrédito e aceitação da identidade de louco. Os resultados mostraram que existem diversas decorrências do diagnóstico psiquiátrico na vida dos pacientes. Dentre elas é possível perceber que os usuários são vistos de forma diferente após receberem o diagnóstico. Existe um olhar de preconceito atrelado ao estigma existente acerca daquele considerado “doente mental”, que passa a ser visto por este rótulo. Portanto, o diagnóstico psiquiátrico foi considerado algo negativo em relação ao desenvolvimento do tratamento, pois traz decorrências ruins e muitas vezes irreversíveis. Por isso, esta pesquisa provoca reflexões sobre a real importância da comunicação do diagnóstico apontando as implicações que traz à vida de quem o possui. C32 PENSANDO O ESTABELECIMENTO DA CONJUGALIDADE NA CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CASAIS E FAMÍLIAS: PROMOÇÃO DA SAÚDE EM UM AMBIENTE INSTITUCIONAL. Maria Galrão Rios – Universidade de São Paulo, Brasil – [email protected] Isabel Cristina Gomes – Universidade de São Paulo, Brasil – [email protected] O “Laboratório Casal e Família: clínica e estudos psicossociais” foi criado no Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de São Paulo com foco tanto na realização de discussões teóricas e no desenvolvimento de pesquisas científicas que abarquem as características e problemáticas da família contemporânea, quanto no atendimento clínico a casais e famílias na clínica-escola da instituição, apoiados no referencial psicanalítico. O objetivo deste trabalho é o de, apresentando o laboratório e suas atividades, refletir acerca de um aspecto que vem se salientando nos atendimentos à população: a questão do estabelecimento da conjugalidade em termos do preenchimento de um vazio primário – vazio este cunhado nas primeiras relações dos cônjuges em suas famílias de origem, ou ainda sendo transmitido geracionalmente – e dos efeitos que um vínculo conjugal estabelecido nestes moldes pode causar na determinação de uma patologia psíquica no(s) filho(s) destes casais. A intervenção terapêutica em psicoterapia psicanalítica de casais e famílias sob este vértice tem se mostrado efetiva na promoção da saúde e do bem estar, não apenas da criança que porta o sintoma, mas de todo o grupo familiar, podendo ocasionar uma mudança efetiva da dinâmica do grupo. Tal reflexão será ilustrada pela apresentação de vinhetas clínicas. C33 ESCOLHA PROFISSIONAL E QUALIDADE DE VIDA: UMA PRIMEIRA ABORDAGEM VENTURA, Cristina - SENAC ([email protected]) BARBOSA, Joaquim – Universidade Metodista de São Paulo ([email protected]) O presente texto desenvolve reflexão iniciada na dissertação “Ensino profissionalizante: novas oportunidades para antigas opções”, apresentada no Mestrado em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Joaquim Gonçalves Barbosa, cujo objetivo era ampliar o olhar sobre o mundo do trabalho visando resgatar o sentido do mesmo como produtor de bem-estar e felicidade pessoal, contrapondo produtividade e sua interface com o momento da escolha profissional. A atual pesquisa ocorre com alunos de seis cursos técnicos de 18 unidades da instituição SENAC no interior do Estado de São Paulo, tendo como eixo norteador questões que consideram a relação entre formação profissional e bem-estar, buscando indagar o que a profissão e a carreira escolhida significam com relação às variáveis que compõem o sucesso e a satisfação pessoal. Até que ponto uma inadequada escolha profissional pode gerar sentimentos de desprazer e frustração, mesmo quando bem remuneradas? Os conceitos da abordagem multirreferencial permeiam a presente investigação possibilitando um olhar clínico sobre o sujeito, suas inquietações e seu redirecionamento no campo da profissão em contraste com a qualidade de vida. C34 PLANTÃO PSICOLÓGICO: INTERVENÇÕES NAS DEMANDAS EMERGENCIAIS Ligia Pinho-Lopes - UNIP/Brasil- [email protected] Marizilda Donatelli – UNIP/Brasil – [email protected] Silvia Ancona-Lopez – UNIP/Brasil – [email protected] Esta comunicação tem como objetivo apresentar o Serviço de Plantão Psicológico realizado nas Clínicas-Escola da Universidade Paulista (UNIP)/Brasil. Esta modalidade de atenção psicológica se caracteriza por ser um atendimento emergencial que visa trabalhar e acolher a demanda do cliente, geralmente em situação de crise. É um processo de curto prazo que pode durar de uma a quatro sessões, dependendo das necessidades e expectativas do cliente, sendo que este é quem decide se irá participar de um ou mais encontros. A primeira sessão é destinada a exposição e compreensão da queixa e, desde o início, as intervenções são feitas com o intuito de responder à demanda do cliente. Nas sessões subseqüentes, busca-se circunscrever o foco entendendo-o como o principal conflito atual que é originário de conflitos de base que vem se repetindo na vida do cliente. Diferentemente de um atendimento psicoterápico, no Plantão Psicológico a intenção não é trabalhar os diferentes conteúdos, mas sim aquilo que é mais emergente, possibilitando por meio de intervenções pontuais instrumentalizar o indivíduo para o enfrentamento das suas dificuldades. A prática do Plantão Psicológico se mostra eficiente em situações de crise, permitindo que o cliente mobilize mecanismos para o enfrentamento de situações adversas. C35 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO: AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA Sara Monteiro, [email protected], Universidade de Aveiro Carlos Fernandes da Silva, [email protected], Universidade de Aveiro Adriano Vaz Serra, [email protected], Universidade de Coimbra Anabela Pereira, [email protected], Universidade de Aveiro De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a depressão é a maior causa de incapacidade no mundo. Em Portugal, de acordo com o censo psiquiátrico de 2001 da Direcção Geral de Saúde, a depressão foi a segunda patologia psiquiátrica mais frequente, com 14,9% dos casos, numa amostra de 66 instituições de saúde. Desta forma, a depressão emerge como um tema prioritário de saúde pública, em resultado dos seus custos directos e indirectos. Desde os anos 80 tem-se verificado um aumento no desenvolvimento e implementação de programas universais, selectivos e indicados, com vista a reduzir os factores de risco para a depressão, sintomas depressivos e perturbações depressivas. Com o presente trabalho, pretendemos identificar os programas de prevenção da depressão desenvolvidos, em contexto nacional e internacional, assim como os procedimentos adoptados para avaliação da eficácia dos mesmos. C36 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO EM JOVENS ADULTOS: APRESENTAÇÃO DE UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO Sara Monteiro, [email protected], Universidade de Aveiro Carlos Fernandes da Silva, [email protected], Universidade de Aveiro Adriano Vaz Serra, [email protected], Universidade de Coimbra Anabela Pereira, [email protected], Universidade de Aveiro A prevalência da depressão nos jovens adultos é elevada, aparecendo associada a problemas académicos e relações interpessoais incapacitantes. Neste contexto, a implementação de programas de prevenção da depressão assume enorme relevância. O presente trabalho pretende apresentar um projecto de investigação, em progresso, que tem como principais objectivos: (1) sinalizar jovens adultos em risco para o desenvolvimento da depressão, (2) desenvolver e implementar um programa de prevenção da depressão em jovens adultos sinalizados e (3) avaliar a eficácia do programa implementado. A amostra será constituída por jovens adultos estudantes das Universidades de Aveiro e de Coimbra, a quem serão administrados instrumentos de medida para avaliar a sintomatologia depressiva, estilo atribucional, atitudes disfuncionais, neuroticismo e acontecimentos de vida. Com base nesta avaliação, serão constituídos grupos experimentais e grupos de controlo. A eficácia do programa implementado será avaliada em 4 fases (linha de base, durante, fim e 6 meses depois do fim do programa). C37 PLANTÃO INSTITUCIONAL Yara Sayão ([email protected]), Universidade de São Paulo – USP, Instituto de Psicologia. O presente trabalho visa apresentar e discutir uma atuação que articula os campos da Saúde com a Educação num atendimento a profissionais que atuam em instituições públicas. Trata-se de atendimento em grupo, gratuito, oferecido pelo Serviço de Psicologia Escolar da USP a educadores, psicólogos ou outros profissionais da rede pública de Educação ou Saúde. Cada grupo é constituído por profissionais de uma mesma instituição e os atendimentos são mensais com duração de 2 horas, por cerca de 2 anos. A condução desse trabalho é realizada por duas psicólogas com diferentes experiências em pesquisa e intervenção clínica em questões institucionais e grupais. Este trabalho pretende incidir sobre as representações que os educadores têm sobre os alunos/familiares, seu próprio fazer, o grupo ao qual pertencem e a instituição na qual exercem seu trabalho, as dimensões culturais da educação e o papel social da escola e de outras instituições que se ocupam de crianças e adolescentes. Ao discutir essas questões em grupo cria-se a possibilidade de abordar a saúde dos profissionais e das instituições em que atuam na medida em que cria um campo de interlocução entre seus fazeres cotidianos, as possibilidades e limitações de cada instituição e a expectativa social de seu trabalho. C38 TRAUMA NA INFÂNCIA E SAÚDE (FÍSICA E MENTAL) DO ADULTO – RESULTADOS DE UM ESTUDO Ana Paula Amaral Departamento de Ciências Médicas, Sociais e Humanas, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra ([email protected]) A Vaz Serra Serviço de Psiquiatria – Hospitais da Universidade de Coimbra Objectivos: 1) Investigar o impacto das experiências traumáticas precoces na saúde física e mental do indivíduo; 2) Analisar a relação entre a ocorrência de experiências traumáticas precoces e a vulnerabilidade ao stress, na idade adulta. Metodologia: A amostra foi constituida por 552 adultos. Foram utilizados instrumentos de auto-resposta com vista a avaliar a vulnerabilidade ao stress, a saúde física e mental, assim como a ocorrência de experiências traumáticas na infância. Resultados: Saúde mental – quanto maior for o impacto de um ambiente familiar agressivo, da existência de alcoolismo nos pais e da ocorrência de violação, durante a infância, maior a incidência de sintomas psicopatológicos, na idade adulta. Saúde física - a ocorrência de um ambiente familiar agressivo e o abuso sexual constituem as experiências que apresentam relações mais significativas com o estado de saúde actual e com a ocorrência de doença crónica. Os resultados sugerem, igualmente, que quanto maior o impacto de uma ambiente familiar agressivo durante a infância, maior será a vulnerabilidade ao stress, na idade adulta. Conclusões: Os resultados permitem-nos concluir que, quanto maior o impacto das experiências traumáticas vividas na infância, pior o estado de saúde física e mental e maior a vulnerabilidade ao stress, na idade adulta. C39 CASAIS SEM FILHOS: A FERTILIDADE FRENTE À INFERTILIDADE Nídia Vailati (Universidade Presbiteriana Mackenzie – São Paulo – SP) ([email protected]) Este trabalho propõe-se a investigar como se constrói a conjugalidade num casal sem filhos por problemas de infertilidade. Entrevistamos três casais heterossexuais, classe média, brancos, sem filhos até o momento. A análise nos, mostrou que os casais estão em três movimentos diferentes na construção da sua relação conjugal. O primeiro chamado de esperança caracteriza-se por ter o filho fazendo parte do imaginário deste casal. A infertilidade é vivida como algo passageiro e contornável. O segundo chamado de desesperança, onde nele o casal está vivenciando um luto pelas perdas que essa problemática lhe traz, como a falta do filho, a perda da parentalidade e da perpetuação de sua história, pois não poderá haver a transmissão do seu legado pessoal e familiar. O filho está presente no imaginário desses casais, mas podemos perceber uma ambivalência de sentimentos quanto à presença do filho. O terceiro chamado de a busca da fertilidade frente à infertilidade que se faz presente. Aqui, o casal já passou pela vivência do luto e está em busca de uma reorganização e re-significação da sua relação conjugal sem a presença do filho. O casal busca novos objetivos, transformando assim, o que é infértil, numa fertilidade da vivência conjugal. C40 SAÚDE DA FAMÍLIA ADOTIVA Queiroz, Edilene Freire ([email protected], Universidade Católica de Pernambuco Recife, Pernambuco, Brasil [email protected]) Em todos os tempos e culturas, sempre existiram - e sempre existirão - mulheres que, por inúmeras razões, abandonaram ou entregaram suas crias para outros criarem. Vários são os dispositivos criados no sentido de proteger tais crianças, desde a institucionalização à prática da adoção. Debruçando sobre a história da instituição familiar ou sobre as tradições mítico-religiosas é possível perceber que o gesto de adotar, colocando crianças e adolescentes em famílias que não as de origem biológica define um traço típico nos paradigmas de paternidade, maternidade e filiação. Na sociedade brasileira, ainda persiste a crença de que o filho autêntico e verdadeiro é aquele que mantém laços de consangüinidade; já o adotivo aparece como segunda alternativa, quando as tentativas de procriação falham. Nesse contexto, a adoção está carregada de mitos, falsas impressões, medos e distorções do real sentido e significado dessa prática, contribuindo para a recusa de muitas famílias potencialmente capazes de concretizá-la. Repensar a questão do abandono e da adoção significa dar passos no sentido de re-significar valores, desmistificar crenças limitantes e considerar, acima de tudo, o bem-estar da criança e do adolescente. Esse tem sido o propósito do Serviço de Orientação à Filiação Adotiva (SOFIA) criado na Clínica de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco. Pretendemos apresentar nossas reflexões em torno do trabalho de acompanhamento psicológico de candidatos e de pais adotivos. C41 FACTORES ESPECÍFICOS OU FACTORES COMUNS? PROCESSO E MUDANÇA NA PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA Filipe Leão Miranda1, António Pazo Pires1, Guilherme Rui Canta2 1 Instituto Superior de Psicologia Aplicada, 2Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (Hospital Miguel Bombarda) [email protected], [email protected], [email protected] O objectivo deste estudo consistiu na construção de uma teoria sobre o processo psicoterapêutico na Psicoterapia Psicanalítica e verificar a relevância dos factores específicos e factores comuns em relação ao mesmo. Os participantes foram três psicoterapeutas de orientação psicanalítica. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas feitas aos terapeutas e notas de 15 sessões fornecidas por um dos terapeutas (processo psicoterapêutico de um paciente psicótico de 24 anos de idade) analisadas de acordo com o método Grounded Theory. Encontrou-se na base da psicoterapia psicanalítica um processo que se denominou por modificação constante, através do qual se modifica o funcionamento psíquico e estilo relacional do paciente. Este processo opera tanto a nível intrapsíquico como extrapsíquico. Desenvolveu-se um modelo com base no conceito de Catálise Enzimática com o intuito de integrar e relacionar os factores comuns (vínculo terapêutico), os factores específicos (intervenções do terapeuta), características do paciente, características do terapeuta, factores externos e os resultados terapêuticos com o processo central. Conclui-se que tanto factores específicos como factores comuns contribuem para o processo terapêutico numa dinâmica mútua em que nenhum tem um efeito preponderante por si só. C42 VULNERABILIDADE PSICOSSOMÁTICA E FACTORES DE RISCO NO CANCRO DO CÓLON/RECTO Kakoo, E. & Ouakinin, S. Psicóloga, Mestre em Psicossomática. Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital St. António dos Capuchos ([email protected]) Psiquiatra, Prof.ª Auxiliar da Faculdade de Medicina Lisboa. Centro Hospitalar de Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria ([email protected]) Procura-se investigar o funcionamento psicológico e emocional dos pacientes com cancro do cólon ou recto, identificando factores de risco para esta doença, por comparação com um grupo de participantes com outra doença crónica. A população do estudo inclui 82 sujeitos, 47 doentes oncológicos com cancro do cólon ou do recto e 35 diabéticos, como grupo de controlo. Dos doentes oncológicos, 21 são do género feminino e 26 do masculino, tendo idades compreendidas entre 43 e 86 anos. Os dados foram recolhidos usando entrevistas estruturadas e provas psicológicas (HADS e STAXI), sendo analisados com recurso ao software SPSS. Os doentes oncológicos, face aos diabéticos, apresentam um maior controlo das emoções negativas, uma menor propensão a experienciar estados de raiva, bem como a manifestá-la e exprimi-la quando esta é sentida. Dos factores externos identificados salienta-se a influência dos acontecimentos de vida negativos relativamente à disposição e frequência com que os pacientes oncológicos experimentam estados de raiva; e o apoio prestado por familiares/amigos, determinante nos níveis de depressão destes pacientes. Estes factores podem constituir-se como vulnerabilidades do ponto de vista psicossomático, com implicações no desenvolvimento da doença oncológica, dado o abatimento biológico (nomeadamente imunitário) que lhes está, geralmente, associado. C43 O ENSINO E A PESQUISA EM ODONTOPEDIATRIA: O DIFÍCIL CONTROLE DE VARIÁVEIS Gustavo Sattolo Rolim – Faculdade de Ciências Médicas / Universidade Estadual de Campinas Renata Andrea de Sá Rocha – Faculdade de Odontologia de Piracicaba / Universidade Estadual de Campinas Antonio Bento Alves de Moraes – Faculdade de Odontologia de Piracicaba / Universidade Estadual de Campinas Apoio: FAPESP - 06/05811-3 O ensino e a pesquisa em odontopediatria podem ser analisados em termos das recomendações e efeitos de estratégias comportamentais em tratamentos clínicos. No ensino, a transmissão é desvinculada da reflexão; é um aprendizado desprovido de teoria e da análise sistemática. Assim também, na pesquisa brasileira/internacional, verifica-se que a situação odontológica, devido ao seu caráter dinâmico e de longa duração, não apresenta um controle absoluto das variáveis de pesquisa. Tanto o ensino como a pesquisa são negligenciadas variáveis importantes para a implementação dos procedimentos e análise dos resultados. O primeiro objetivo desta comunicação é discutir/contrastar resultados encontrados em pesquisas empíricas e às recomendações. Os efeitos de variáveis como controle restritivo, indicado pelos guias e utilizado em pesquisa são descartados no ensino e na pesquisa. Pode-se afirmar que não há estudo na área odontológica que sistematize um procedimento de intervenção e que avalie e indique recomendações adequadas a cada situação odontológica. O segundo objetivo é apresentar um procedimento preparatório e seus resultados como uma estratégia de ensino e de pesquisa viável para o estabelecimento de situações de enfrentamento. Isto é, é possível realizar estudos controlados e a partir deles propor intervenções comportamentais replicáveis, valorizando a importância da análise sistemática em psicologia aplicada. C44 A DIFÍCIL AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E DE PREPARAÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO E O SOFRIMENTO PSICOLÓGICO Gustavo S. Rolim, [email protected] – Faculdade de Ciências Médicas / Universidade Estadual de Campinas Renata A. de Sá Rocha, [email protected] – Faculdade de Odontologia de Piracicaba / Universidade Estadual de Campinas, Antonio B. A. de Moraes, [email protected] – Faculdade de Odontologia de Piracicaba / Universidade Estadual de Campinas Apoio: FAPESP - 06/05811-3 A submissão de crianças às rotinas odontológicas associa dor/desconforto e falta de controle, ou seja, sofrimento psicológico. Para o manejo destas situações, existem recomendações sobre estratégias cognitivo–comportamentais para estabelecimento de situações de enfrentamento. No entanto, o emprego de estratégias produz interferências. Relatos clínicos e de pesquisa descrevem o aprendizado de respostas de enfrentamento e a realização dos tratamentos, porém não analisam o sofrimento psicológico durante o tratamento. O objetivo desta comunicação é apresentar três trabalhos sobre estratégias (contenção física, distração e simulação), que apresentaram respostas concorrentes ao tratamento. Resultados demonstraram o aprendizado de comportamentos de enfrentamento sem a interrupção do distress behavior. Crianças participam/permitem rotinas, porém apresentam protesto verbal/motor. Observou-se que a situação clínica, tornou-se um evento adequado a aquisição de respostas de enfrentamento, porém não houve a eliminação do sofrimento psicológico. Idealmente a adesão ao procedimento deve envolver o enfrentamento da situação e a redução de respostas de sofrimento. No entanto, o contexto odontológico tem sido avaliado pela realização das rotinas, e não pelo auxílio na diminuição do sofrimento psicológico, o que ainda é um desafio a pesquisa e prática clinica. C45 SAÚDE FEMININA: CONSIDERAÇÕES DO PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO NA OBESIDADE Fernanda Kimie Tavares Mishima – [email protected] Valéria Barbieri – [email protected] Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo, Brasil Considerada uma doença grave, com conseqüências físicas e psíquicas, a obesidade incide no mundo todo. Apesar do aspecto emocional, é mais estudada em sua vertente biológica e genética. Como alternativa, muitos obesos buscam a cirurgia bariátrica, subjugando seus riscos e conseqüências. Diante do aumento dessa conduta, especialmente entre mulheres, destaca-se a necessidade de prevenção e tratamento, envolvendo o aspecto emocional. Este estudo apresenta uma forma de tratamento psicoterápico para mulheres obesas, através do Psicodiagnóstico Interventivo (PI), no intuito de evitar o procedimento cirúrgico e suas possíveis conseqüências. Apresenta-se um estudo de caso com uma obesa grau I (IMC = 32 kg/m²), 37 anos de idade, que já tentou emagrecer através de dietas e exercícios físicos. Fez-se entrevista inicial, Teste do Desenho da Figura Humana (DFH) e Teste de Apercepção Temática (TAT), interpretados pelo método da livre inspeção, segundo referencial psicanalítico winnicottiano. Notou-se presença de sentimentos de desvalorização e inutilidade na função de mulher e mãe, dificuldade nas relações interpessoais e restrição na expressão do self. Ao final, a paciente conseguiu integrar os afetos (especialmente da própria sexualidade), com confiança e perdendo peso. Comprovou-se a importância dos aspectos emocionais nessa doença e uma outra forma de tratamento. C47 VITIMOLOGIA E PSICOLOGIA DA SAÚDE Prof. Dra. Stella Luiza Moura Aranha Carneiro Estagiários de pesquisa : Felipe Jasbick Tonack , Giselle Araujo e Franklin Torres Neto Professora Adjunta da Universidade Estácio de Sá ([email protected]) Atribui-se à violência e a criminalidade um papel central na desarmonia social, tão claro e sintomático do nosso moderno modo de vida. Com a violência urbana a sensação de constante ameaça à vida, à integridade física e a decorrente resposta emocional a esse tipo de evento, começa a se tornar uma ocorrência freqüente na atual realidade social. A intensidade das emoções que emergem do fato gerador do ilícito penal muitas vezes culminam na vítima em sintomas psíquicos de todo tipo, tais como os transtornos de Ansiedade e Estresse Pós-Traumático, podendo ter conseqüências maiores como surgimento de psicopatologias, em muitos casos, incapacitantes. O trabalho com a vitima é demonstrar que ela não é agente passivo do processo criminal, mas sim parte ativa e importante para a efetiva aplicação da justiça. A população a ser pesquisada é a de vítimas de vários tipos de crimes, que tem processos criminais nas primeiras e segundas Varas Criminais do Fórum Regional de Jacarepaguá – Rio de Janeiro – Brasil. Este trabalho terá como método a aplicação de questionário psicossocial, composto de perguntas fechadas e semi-abertas em um primeiro momento e abertas em um segundo momento, para o mapeamento das causas particulares dos sintomas provocados pelo fato criminoso. O tratamento realizado com os dados levantados será estatístico, além de uma interpretação do discurso das vítimas nas entrevistas. C48 VIOLÊNCIA E ÁLCOOL: UMA ASSOCIAÇÃO PERIGOSA NAS ESCOLAS DE NATAL-RN, BRASIL João Pereira [email protected] Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN O aumento das taxas de prevalência registrado nos últimos anos sobre Violência nas Escolas está diretamente associado não só ao consumo do álcool, mas também ao tráfico de outras drogas. O alcoolismo entre adolescentes em Natal acontece cada vez mais cedo e com altas taxas de prevalência entre as jovens. Paralelamente, a violência tem aumentado no ambiente escolar. Esta pesquisa tem como objetivos a) identificar e conhecer a magnitude da violência nas escolas de Natal–RN/Brasil; b) Conhecer a prevalência do consumo de álcool entre os adolescentes; c) relacionar os atos de violência cometidos nas escolas com o consumo de álcool. A amostra é composta por 75 estabelecimentos, sendo 55 públicos e 20 particulares, num total de 48.721 estudantes, de ambos os sexos, ou seja, N = 48.721 alunos na faixa etária dos 14 aos 24 anos. A partir da técnica de amostragem aleatória simples, chegou-se ao número 400 alunos a serem entrevistados, ou seja, n = 400. A coleta dos dados será feita no período de outubro a novembro de 2008. A pesquisa articulará resultados de dois estudos, sendo um sobre violência nas escolas e outro denominado Alcoolismo Juvenil em Natal-RN. C49 A CONCEPÇÃO DE MORTE PARA CRIANÇAS EM FASE FINAL DE VIDA A PARTIR DA ABORDAGEM JUNGUIANA Alessandra A. de Oliveira 1 e Maria Helena P. Franco 2 ([email protected]) (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) 2 ([email protected]) (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) 1 Para a psicologia analítica, a vida é um processo denominado Individuação. Neste processo as perdas são intrínsecas, atuando como oportunidade para o amadurecimento do ego. Como resposta às perdas, o ser humano se enluta. O luto é um processo natural de readaptação ao meio modificado por uma perda. Entretanto, o luto infantil não é validado pelos mais velhos, por acreditarem que na infância não seja possível compreender a situação de perda. Diante disso, a presente pesquisa buscou analisar a forma como crianças sem possibilidades terapêuticas lidam com o conceito de morte. Quatro pacientes hospitalizados em estado grave (4 a 12 anos) foram acompanhados durante três meses para a realização de uma pesquisa qualitativa com referencial teórico junguiano, utilizando-se o procedimento de Desenhos-Estória. Constatou-se que as crianças passam por muitos sofrimentos, desde o tratamento invasivo e dolorido até a solidão que vivem por não se sentirem parte do processo e não serem informadas sobre seu prognóstico. Também se demonstraram desamparadas por estarem cientes de que o conteúdo ocultado está relacionado com a questão da própria terminalidade. Tais fatos reforçam a importância de um acompanhamento destas crianças, de modo a estabelecer melhor qualidade ao seu processo de morrer. Apoio financeiro: FAPESP. C50 O IMPACTO PSICOSSOCIAL DA AUTOMEDICAÇÃO E USO DE PSICOTRÓPICOS ENTRE JOVENS: SOB A ÓTICA DA PROPAGANDA ALMEIDA, Sonia Maria1 RODRIGUES, Marcelo Fabiano2 MATTOS, Danielle Accardo3 RAMOS, Renato Teodoro4 1 Professora da UNIPALMARES e UNIP, Mestranda em Psicologia da Saúde, Universidade Metodista-SP. ([email protected]) 2 Professor da FASM, Mestrando em Psicologia da Saúde, Universidade Metodista-SP. ([email protected]) 3 Professora da UNIP, Mestranda em Psicologia da Saúde, pela Universidade Metodista-SP. ([email protected]) 4 Professor Doutor da Universidade Metodista e da USP ([email protected]) Introdução. Este trabalho trata de um estudo a respeito da influência da propaganda para a educação e formação de uma consciência crítica sobre os perigos do consumo de álcool e outros tipos de drogas chamadas de “socialmente aceitáveis”, para a saúde da população. Objetivo. Buscamos determinar se a propaganda, tanto televisiva como impressa, contribui para a educação da sociedade e modificando seu comportamento de consumo. Metodologia. Utilizou-se o método de análise de discurso para coleta e análise dos dados. Desenvolvimento. A propaganda influencia a educação da sociedade, desencadeando o consumismo, modificando o comportamento. Assim, duas perguntas nortearam a pesquisa: Pessoas com maior grau de escolaridade são seduzidas pela propaganda de medicamentos? A busca pela cura e automedicação vai além da classe social ou da formação? Verificou-se que, ao receber informações sensoriais, áreas cerebrais relacionadas à atenção, emoções e memória ficam ativadas e dependendo do estímulo recebido o emocional é ativado, levando a uma modificação no comportamento e ao consumo. Conclusão. Portanto, as agências de propaganda devem escolher melhor os métodos de abordagem da população, objetivando, a educação de profissionais da saúde da população, melhorando a qualidade das informações sobre medicamentos, fornecidas ao consumidor. C51 ALCOOLISMO EM MULHERES: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA Izete Pereira [email protected] [email protected] Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio grande do Norte - FARN Faculdade de Excelência em Educação do Rio Grande do Norte - FATERN O consumo de álcool é menor entre as mulheres do que entre os homens, mas o impacto pode ser maior provocando inúmeras repercussões sobre a saúde física, psíquica e social. A pesquisa tem como objetivos conhecer a prevalência do consumo do álcool entre mulheres e os agravos provocados à saúde com base na CID 10ª Revisão;Traçar o perfil sócio demográfico das mulheres dependentes de álcool;Identificar as causas do consumo do álcool. Este Estudo de Caso utiliza a pesquisa bibliográfica e documental. Os agravos à saúde que terão interesse para o estudo estão contidas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde(10ª revisão) CID-10 em seus capítulos F10 itens do 1 ao 9: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool. A coleta dos dados será realizada nos Centros de Saúde da Região Oeste da cidade do Natal-RN/Brasil, no período de janeiro a julho de 2009,utilizando uma grelha onde serão registrados os casos de alcoolismo em 2007 relacionados com a CID 10º. O alcoolismo entre as mulheres supera as particularidades no âmbito meramente psiquiátrico sendo necessário identificar as demais áreas de impacto a fim de se implementar medidas preventivas e de promoção da saúde. Os problemas relacionados ao alcoolismo ocorrem, em média, por volta dos quarenta anos. São conseqüências do hábito de beber iniciado muitos anos antes, na maioria das vezes durante a adolescência. Em geral se verifica que a pessoa com problemas com o álcool começa a se habituar através do etilismo social. Nessa prática ela tanto encontra alívio das tensões usuais da sua vida como descobre que suas tensões internas podem ser neutralizadas pela ingestão de bebidas alcoólicas. Com o decorrer do tempo ele se torna cada vez mais dependente da bebida como um meio de reduzir a ansiedade. C52 PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO: REFLEXÃO E PRÁTICA Elisabeth Becker – Universidade Presbiteriana - Mackenzie/Brasil ([email protected]) Silvia Ancona-Lopez – Universidade Paulista - UNIP/Brasil ([email protected]) O picodiagnóstico Interventivo surgiu a partir da necessidade de oferecer ao psicólogo e a seu cliente a oportunidade de uma compreensão compartilhada por ambos das necessidades psíquicas deste último, caracterizando nova concepção da situação diagnóstica. Tal compreensão deve ser realmente útil para o cliente, enquanto sinalizadora de possibilidades contextualizadas e eficazes para a melhoria de sua condição de vida. Deve traduzir um atendimento ao seu pedido de ajuda desde um acolhimento inicial, concretizando-se em uma contínua interlocução e exploração de sentido em cada etapa do processo psicodiagnóstico, efetivando-se em intervenções. Revoluciona-se assim uma prática originalmente pautada pela busca de uma asséptica relação, na qual as técnicas de exame psicológico, desempenhando um papel central, funcionariam ao final mais como um escudo protetor de um profissional onisciente e exclusivamente preocupado em obter respostas classificatórias. Ela é substituída por uma relação democrática, em que o psicólogo estará compromissado em conduzir o processo psicodiagnóstico, utilizando suas técnicas específicas, enquanto vivência enriquecedora para o cliente, caracterizando a proposta de que esse também possa compreender, responsabilizar-se e engajar-se com possibilidade s e enfrentamento de seu sofrimento psíquico. C53 RESILIÊNCIA: ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE COPING POR PACIENTES EM TRATAMENTO RADIOTERÁPICO Wanderley de Paula Junior, Hospital Araujo Jorge (ACCG), Universidade Estadual de Goiás Daniela S. Zanini, Universidade Católica de Goiás O diagnóstico de câncer e o tratamento de radioterapia são fatos que podem ser caracterizados como eventos estressores. Para lidar com as adversidades a pessoa utiliza de coping, definido por Lazarus e Folkman (1984), como um conjunto de esforços cognitivos e comportamentais utilizados com o objetivo de lidar com situações de estresse. Quando o sujeito consegue superar a situação de adversidade e risco de forma positiva pode-se deduzir a presença da resiliência e indicar bem-estar subjetivo. Esta pesquisa, um estudo de caso, transversal, descritiva e explicativa, visa analisar as estratégias de enfrentamento dos pacientes em tratamento radioterápico. A amostra foi constituída de 60 pessoas sendo 40 (66,70%) do sexo feminino e 20 (33,3%) do sexo masculino, com diagnóstico de câncer e em tratamento radioterápico. As idades variaram entre 26 a 82 anos de idade (M = 52, DP = 13,25) . Foram aplicadas as escalas de Bem-Estar Subjetivo (EBES), o Inventário de Resiliência (IR), o Inventário de Sintomatologia de Estresse (ISE) e Coping Response Inventory – Adult Form (CRI-A). Foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 14.0. Os resultados apontam relação significativa entre as estratégias de coping, fatores de resiliência e bem estar subjetivo. Percebe-se que a manifestação de sintomas de estresse psicológicos, maior hiperemotividade, afetos negativos e insatisfação com a vida podem ser explicados pelo uso de estratégias de evitação a problemas. Entretanto, os fatores de resiliência, tais como a inovação e a tenacidade, a satisfação no trabalho e conseqüentemente mais afeto positivo denotam uso de estratégias de afrontamento. C54 GÊNERO, SAÚDE E ADOLESCÊNCIA: UMA REFLEXÃO A PARTIR DO TRABALHO COM A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL Maria Eunice Figueiredo Guedes; E-mail: [email protected]; Universidade Federal do ParáUFPA/Brasil A violência é uma realidade tão antiga quanto à humanidade e pode estar atrelada à “necessidade” de poder que é exercido contra a maioria ou minoria. Deparamo-nos com casos de espancamento e violência sexual que podem provocar morte e/ou deixar seqüelas físicas e psíquicas para o resto da vida. Nesse cenário mórbido, as maiores vítimas são sempre crianças, adolescentes e mulheres. Para pensarmos na articulação entre Gênero e Adolescência, no âmbito da reflexão sobre a violência doméstica e sexual, temos que entender que existe uma mediação entre essas duas questões. Nos baseamos nos trabalhos de Burin (1987); nos estudos sobre Gênero (Scott, 1995; Guedes, 1995; Saffioti, 1995); adolescência (Lavinas, 1997; Ozella, 2000; Peres, 1998; Saffioti, 1989, 1997). Já o atendimento individual e grupal a adolescentes inscritos no Programa de Atendimento a vítimas de violência- PEMA, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza – HUBFS, nos fez compreender como as situações de violência têm possibilitado articulação (ões) entre gênero e saúde mental. Essas duas questões apontam pistas para compreender as queixas e situações, com que nos deparamos hoje no trabalho de intervenção com adolescentes vítimas de Violência Doméstica e SexualVDS. C55 O USO DE NARRATIVAS NA PESQUISA PSICANALÍTICA DO IMAGINÁRIO DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS SOBRE O CUIDADO MATERNO Tania Granato ([email protected]) Renata Russo ([email protected]) Tânia Aiello-Vaisberg ([email protected]) Pontifícia Universidade Católica de Campinas São Paulo, Brasil Tomando o narrar como conduta através da qual a experiência humana é resgatada do esquecimento pelo narrador que, transmitindo-a de maneira absolutamente singular, abre ao outro a possibilidade de viver uma nova experiência, propomos o uso de narrativas como procedimento investigativo dos campos de sentido que fundamentam concepções e vivências na área do cuidado materno e se articulam como imaginário. Elaboramos pequenas narrativas que veiculam conflitos freqüentemente observados em nossa clínica winnicottiana da maternidade, para apresentar a um grupo de estudantes de Educação Física apenas a primeira parte da trama, convidando os pesquisados a completar a história como lhes aprouvesse. Na segunda parte contamos o final da história, criada para a pesquisa, encerrando o procedimento com um momento de reflexão do grupo sobre a experiência materna, então presentificada pela narrativa. Nossos achados preliminares, brevemente descritos neste trabalho, indicam o potencial heurístico de tal procedimento que, respeitando a regra fundamental do método psicanalítico –associação livre e atenção flutuante, presta-se não somente à investigação dos sentidos que sustentam a experiência humana, como também ao questionamento e/ou modificação de idéias e posturas assumidas diante dos conflitos apresentados. C56 COPING E IDENTIDADE COMO FATORES RELEVANTES PARA O SUCESSO/INSUCESSO DO TRATAMENTO PÓS-CIRÚRGICO DA OBESIDADE MÓRBIDA Camargo, Maria Adelaide [email protected] Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia, São Paulo, Brasil Vasconcellos, Esdras [email protected] Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia, São Paulo, Brasil Habr-Gama, Angelita [email protected] Instituto Coloproctologia e Cirurgia Digestiva, São Paulo, Brasil Gama-Rodrigues, Joaquim [email protected] Instituto Coloproctologia e Cirurgia Digestiva, São Paulo, Brasil Lima Jr., Sizenando, [email protected] Núcleo Paulista de Obesidade, São Paulo, Brasil Os interesses econômicos provocam excesso de oferta no campo da alimentação enquanto a ditadura da contemporaneidade impõe ao corpo o desenho da linha reta e vertical. A questão da obesidade tornou-se mundialmente problema de saúde pública cujo tratamento é tarefa difícil, dependente de variáveis intercorrelacionadas exigindo atenção de equipe interdisciplinar de saúde. O tratamento cirúrgico é visto como a mais eficaz opção terapêutica para redução do peso corpóreo de pessoas portadoras de obesidade mórbida, que tenham sido resistentes aos tratamentos médico-terapêuticos convencionais. O presente projeto apóia-se no trabalho da equipe interdisciplinar de saúde nos casos chamados mórbidos, as variáveis psicológicas com eles imbricadas ainda obscuras. Tratam-se de pessoas que se entregaram a uma espécie de imolação ambivalente, real e simbólica ao mesmo tempo, que parecem buscar via-corpo o equilíbrio estético e adaptação autoplástica. Insucessos têm sido empiricamente observados pela equipe interdisciplinar relacionados à manutenção do peso considerado satisfatório, embora ainda não existam estatísticas consistentes no Brasil. A realização da presente pesquisa será balizada pelo conceito de coping, sua relevância está ligada ao fato dos resultados a serem obtidos poderem sinalizar possíveis ajustes no atual modo de abordagem à preparação do paciente para a nova vida após a realização da cirurgia. C57 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE E MULTICULTURALIDADE Maria Manuela da Cruz ([email protected]) Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias : Doutoranda em Ciências da Educação A educação para a saúde constitui hoje uma estratégia prioritária no contexto das políticas nacionais de educação e saúde. Organismos como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a ONESCO, recomendam que a saúde se deve aprender nos estabelecimentos de ensino da mesma forma que as outras ciências. A escola é, então, lugar privilegiado para uma intervenção preventiva que contribua para ajudar a construir boas práticas de saúde e criar competências para uma atitude de cidadania activa. Investir na promoção da saúde nas escolas é uma estratégia eficaz de obter ganhos na qualidade de vida a médio e longo prazo na população. Na política do Ministério da Educação, educar para a saúde em contexto escolar consiste em dotar as crianças e os jovens de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde e bem - estar físico, social e mental . A escola portuguesa de hoje é multicultural, composta por jovens que têm diferentes estilos de vida, diferentes valores e diferentes expectativas face à promoção da saúde e que, como mostram vários estudos, se confrontam com problemas como aculturação, discriminação, intolerância, preconceito, pobreza. Assim, pretendemos neste trabalho exploratório, perceber os fundamentos e os princípios orientadores do Ministério da Educação e das políticas educativas do que é uma escola promotora de saúde, e se esses fundamentos têm em linha de conta a multiculturalidade. Iremos debruçarmo-nos em particular sobre a educação para a saúde no que respeita aos consumos de álcool. tabaco e substâncias psicoactivas nos jovens que frequentam o ensino secundário, uma vez que estes são factores de risco para muitas doenças e que associados a factores de natureza socio económica são geradores de fenómenos de violência e exclusão social.(Matos 2006). C58 PSICOLOGIA EDUCACIONAL E PROMOÇÃO DE SAÚDE: FOME DE AFETO Andréa Magalhães; Roberta Silva - Alunas do 5º. Ano do Centro Universitário Paulistano ([email protected]; [email protected]) Profª. Doutora Alice Beatriz B. Izique Bastos. Este trabalho propõe apresentar uma intervenção realizada por duas estagiárias de psicologia em uma instituição filantrópica que abriga portadores de câncer e seus acompanhantes no Estado de São Paulo. O objetivo foi conscientizar os cuidadores sobre a importância da alimentação tanto para o tratamento, quanto para o bom relacionamento afetivo mãe/filho. O método utilizado foi à técnica de grupos operativos onde os acompanhantes falaram livremente para que estabelecessem interações uns com os outros, partilhassem experiências comuns, e com isso, o coordenador do grupo foi estabelecendo algumas articulações entre as falas e os integrantes com o intuito de direcionar para uma tarefa comum. Foram realizados seis encontros com duração de uma hora cada. Os resultados foram bastante satisfatórios uma vez que as mães falaram abertamente dos seus sentimentos, de suas dificuldades e expectativas. Ocorreram mudanças significativas no comportamento de algumas mães durante as refeições como maior proximidade com seu filho e a percepção que a ligação com seus filhos é permeada pela afetividade. Conclusão: A qualidade do afeto oferecido à criança está profundamente ligada às condições bio-socio-cultural dos cuidadores. A possibilidade de refletir sobre a importância da relação mãe-filho pode influir de maneira positiva nessa interação. C59 PSICOLOGIA CONEXÕES DA SAÚDE E PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA – Catarina Rebelo Neves, UALG ([email protected]) Com Wilfred Bion (1974) apreendemos que a riqueza de um qualquer fenómeno depende da capacidade de observação desse fenómeno mental, a partir do maior número de vértices possíveis. Insere-se nesta linha a reflexão efectuada, assente na posição de outros autores, nos quais ancoramos o nosso entendimento, de que os campos de saber aparentemente tão distantes, como o da Psicologia da Saúde e o da Psicanálise Contemporânea convergem, resultando da sua influência, em enriquecimento mútuo. Referimos aspectos de trabalho realizado na área do HIV/SIDA, que potenciaram o desenvolvimento de competências imprescindíveis ao labor que a clínica psicanalítica impõe; e identificamos em paralelo situações em que as interrogações que a prática clínica colocam se revelam uma mais-valia para as intervenções próprias no âmbito da Psicologia da Saúde. Ilustramos este último com um excerto - vinheta clínica - de La Stanza del Figlio (Nanni Moretti, 2001). Não renegamos a nossa identidade psicanalítica, quando nos revemos numa Psicanálise que privilegia a observação do mundo contemporâneo para aferir neste, o seu lugar, o seu papel, a sua função e colocar-se ao serviço do indivíduo e do seu desenvolvimento. C60 BULLYING COMO SOCIOPATIA ESCOLAR – UM ESTUDO COM ESTUDANTES DO BRASIL (AMAZÔNIA) E DA ESPANHA (VALLADOLID) José Maria Avilés Martinez (1), Suely A. do N. Mascarenhas (2) & Mª Natividad Alonso Elvira (3) (1) Universidade de Valladolid/Espanha (2) Universidade Federal do Amazonas (3) C.P. Francisco Pino, Valladolid/Espanha. O fenômeno bullying pode ser entendido como conduta anti-social que se caracteriza como uma espécie de sociopatia. Em contexto escolar, evidencia-se por comportamentos anti-sociais que afetam, condicionam e determinam os indicadores de qualidade da saúde psicológica e bem-estar psicosocial de estudantes. O tema tem sido objeto de investigação em diversos contextos científicos nos últimos anos (Avilés, 2002, Fante, 2005) especialmente no domínio da psicologia da saúde. A prática do bullying em diversos contextos sócio-culturais afeta o direito dos protagonistas à segurança e à saúde em todas as suas dimensões. Este estudo analisa propriedades psicométricas do Questionário QIMEI (Avilés, 2002/Mascarenhas, 2007) aplicado a estudantes do Brasil (Amazônia e Espanha/Valladolid). Descreve características comportamentais avaliadas pelo instrumento de diagnóstico do bullying aplicado a discentes participantes da amostra. Os resultados verificados podem contribuir para promover a saúde e o bem estar psicosocial dos protagonistas. C61 IMPACTO DA SUBJETIVIDADE NA INSTITUIÇÃO ASILAR Sérgio Henrique Cardoso Este trabalho deteve-se sobre o lócus que a velhice ocupa em nossa sociedade e da maneira que ocorre a perda subjetiva e o processo de mortificação na instituição asilar. No primeiro momento fez-se necessário conceber este homem como ser do desejo (Lacan 1985). Em um segundo momento, tratamos da ausência de autonomia na qual o idoso passa a ser uma ameaça a autonomia do outro e, ao mesmo tempo, lembra a finitude, a morte. O idoso que antes possuía um desejo e manifestava sua subjetividade em sua casa, na instituição lhe é tirado, pois, tudo é controlado por alguém que determina o que é bom e quando é bom. E, por fim, o processo de mortificação do eu, passa pela comunicação impessoal, gerando assim relações sem vínculos com o paciente. Percebemos que a instituição tem a pretensão de, ao “suprir” todas as necessidades básicas do idoso, dar a ele uma qualidade de vida e esquece-se de que este ser precisa desejar e, ao mesmo tempo, ser desejado. Resta-lhe solidão, abandono, a morte que acontece em vida, quando esquecido pela sociedade, pelos parentes. Nessas instituições os idosos “mortos” esperam pacientemente pela morte física. C62 SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL: PANORAMA DAS DEMANDAS E ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS Camila de Aquino Morais <[email protected]> & Sílvia Helena Koller <[email protected]> CEP-RUA/Universidade Federal do Rio Grande do Sul Este estudo apresenta a atual situação dos serviços de saúde no Brasil, enfatizando as principais demandas de cada amostra populacional, homens, mulheres, crianças, jovens e idosos. Tendo o texto constitucional brasileiro como premissa para a garantia dos direitos à saúde, dados sobre a acessibilidade aos serviços são apresentados, apontando aos fatores mais freqüentes que dificultam a efetivação deste direito. Além disso, é fornecido um panorama geral acerca da inserção da Psicologia na área da saúde. Inicialmente, será explicado como tem ocorrido o levantamento das demandas e acessibilidade aos serviços de saúde através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e quais as contribuições que esta tem fornecido para a melhoria da assistência à saúde. Em seguida, os pontos mais específicos acerca das demandas e acessibilidade são apresentados. Por fim, são discutidas as repercussões da atuação dos psicólogos no contexto ecológico humano, que tem consolidado o campo da Psicologia da Saúde no Brasil. C66 A INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL EM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO- O PROGRAMA PEMA: VIOLÊNCIA DE GÊNERO-CRIANÇA E ADOLESCENTE- SERES DE DIREITOS OU DE DISCIPLINA? Maria Eunice Figueiredo Guedes ([email protected]),Universidade Federal do ParáUFPA/Brasil A violência contra crianças e adolescentes que acontece dentro do próprio lar é um fenômeno grave, que não pode ser tratado como um problema que diz respeito somente à família. Segundo o ECA, tanto a comunidade quanto o Estado devem intervir contra práticas consideradas abusivas para garantir a proteção integral destes cidadãos. Por esse motivo é necessário evidenciar as diversas formas de violência que são, segundo a Associação Municipal de Assistência Social- AMAS: violência física; violência sexual; violência psicológica e negligência.É importante ressaltar que normalmente as violências não se dão em separado mas sim em conjunto, visto que não é raro que a violência física e/ou sexual estejam presentes também a psicológica, ou seja normalmente encontram-se emaranhados entre si. Por isso que a violência doméstica é de difícil ser diagnosticada e tratada, por envolver outras questões de âmbito bem maiores do que o ato de violência. Frente a esta de diversidade de tipos de violência é necessário que, as pessoas que estiverem a lidar diretamente com o problema, estejam capacitadas devidamente para abarcar estes problemas com bastante cuidado, para que os envolvidos se sintam cada vez mais encorajados a continuar o tratamento, caso isso estiver a acontecer, e fazer com que as vítimas se sintam acolhidos e protegidos de eventuais constrangimentos. Este cuidado é relembrado pôr vários autores, visto que , o setor saúde freqüentemente é requisitado a atuar frente as questões da violência contra criança e o adolescente.Segundo Minayo (1996, p.13), é necessário reconhecer o quanto é importante a qualificação dos serviços que têm responsabilidade pelo atendimento, pois devem-se estar comprometidos com a efetividade e adequação da assistência nos casos de violência contra crianças e adolescentes. Implantar o PEMA em Belém/Pará foi um serviço importante nessa equação atendimento em saúde/ saúde mental e gênero. C68 AVALIAÇÃO DE DEPRESSÃO, EVENTOS DE VIDA ESTRESSORES E SATISFAÇÃO COM A REDE DE APOIO SOCIAL EM GESTANTES ADOLESCENTES DA REGIÃO DO VALE DOS SINOS/RS, BRASIL: RESULTADOS PRELIMINARES Daniela Centenaro Levandowski ([email protected]) Aline Assman, Bolsista UNIBIC/UNISINOS Amanda Cristina Rödde, Bolsista FAPERGS Aline Scheibel Bárbara Barth Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UNISINOS, RS/Brasil No Brasil, as repercussões emocionais da gravidez na adolescência ainda são pouco investigadas. Portanto, nesse estudo estão sendo avaliados o nível de depressão, os eventos de vida estressores e a satisfação com a rede de apoio entre gestantes adolescentes. Participam do estudo 21 adolescentes, sem problemas de saúde física, que estavam no segundo trimestre da primeira gestação. Em unidades básicas de saúde elas responderam uma Ficha de Dados Sócio-Demográficos, o Inventário de Depressão de Beck (BDI), o Questionário de Suporte Social (SSQ) e o Inventário de Eventos Estressores na Adolescência (IEEA). A idade média das participantes é de 16,33 anos (DP=1,52). Quanto à escolaridade, 76,2% (n=16) têm ensino fundamental incompleto. Apenas três gestantes (14,3%) não têm parceiro e 90,5% não trabalham (n=19). Quanto à depressão, 47,6% (n=10) apresentou nível mínimo e 33,33% (n=7) leve. Embora o número de pessoas apoiadoras tenha sido baixo (entre 0,81 e 3,92), o nível de satisfação com a rede foi considerado satisfatório (5,58). Em média foram citados 18 eventos estressores. Discutir com amigos, rodar de ano na escola, ter brigas com irmãos e ser xingado ou ameaçado verbalmente foram os eventos mais citados. C69 A RELAÇÃO TRABALHO E SAÚDE MENTAL DOS JORNALISTASREPÓRTERES DA MÍDIA IMPRESSA EM JOÃO PESSOA Sara Jane Santos de Santana ([email protected]) Anísio José da Silva Araújo ([email protected]) Universidade Federal da Paraíba Apesar de importantes conquistas trabalhistas, a profissão de jornalista é marcada por múltiplos riscos e morte precoce. Estabeleceu-se como objetivo geral analisar a relação trabalho e saúde dos jornalistas que exercem a função de repórter na mídia impressa de João Pessoa. Como aportes teóricos, a Ergonomia da Atividade, disciplina que, revela a diferença ente tarefa e a atividade de trabalho e a Psicodinâmica do Trabalho, que voidade lta-se ao estudo da relação psíquica com o trabalho, focalizando tanto a dimensão do sofrimento como a do prazer. Quanto ao método, utilizou-se de entrevistas com três editores executivos, dois chefes de reportagem e um chefe de redação; bem como de entrevistas individuais semi-estruturadas com nove jornalistas-repórteres; e observação sistemática da atividade com três jornalistas-repórteres. Os resultados da pesquisa assinalaram: ritmo intenso de trabalho regulado pelo ciclo de fechamento do jornal; agravos à saúde, como Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), problemas gástricos e cardíacos. Quanto as fontes de sofrimento, foram citadas os baixos salários, supressão ou compressão de matérias em função de interesses comerciais, critérios jornalísticos subordinados aos interesses comerciais, produção sob pressão de tempo, o sentimento constante de urgência, horário de trabalho condicionado ao fechamento do jornal, ansiedade, entre outros. C70 STRESSE, ESTRATÉGIAS DE COPING E AUTO-EFICÁCIA EM PROFESSORES Maria Regina Capelo, Delegada Escolar, Secretaria Regional de Educação da Madeira ([email protected]) Margarida Pocinho, Universidade da Madeira ([email protected]) Saul Neves de Jesus, Universidade do Algarve ([email protected]) Neste trabalho apresentamos uma investigação realizada com professores, em que se procura determinar a vulnerabilidade ao stresse, identificar as principais fontes de stresse, estabelecer as principais estratégias de coping, analisar se as estratégias de coping condicionam a presença de stresse laboral e reconhecer se a auto-eficácia percebida é preditora de stresse laboral. A amostra é constituída por cinquenta e quatro professores da ilha da Madeira, cujas respostas ao Questionário sócio-demográfico e profissional, ao Questionário de Vulnerabilidade ao Stress - 23QVS (Serra, 2000), ao Questionário de Stresse nos Professores - QSP (Gomes, Silva, Mourisco, Mota & Montenegro, 2006; Gomes, 2007), ao Coping Job Scale - CJS de Latack (adaptação de Jesus e Pereira, 1994) e à Escala de Avaliação de Auto-eficácia Geral (Ribeiro, 1995) revelam que 20,4% dos docentes são vulneráveis ao stresse; 100% dos docentes vulneráveis ao stresse leccionam no 1.º Ciclo do Ensino Básico; os comportamentos inadequados/indisciplina dos alunos são as principais fontes de stresse; as estratégias de controlo são as mais utilizadas pelos participantes para enfrentar o stresse, seguidas das estratégias de escape e das estratégias de gestão de sintomas. Finalmente, os mesmos denunciam que os professores não vulneráveis ao stresse utilizam principalmente estratégias de controlo e que apresentam níveis mais elevados de eficácia perante a adversidade, bem como, de iniciativa e persistência em relação aos professores vulneráveis ao stresse. C71 SATISFAÇÃO PROFISSIONAL E MOTIVAÇÃO DUMA AMOSTRA DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICOE SECUNDÁRIO EM EXERCÍCIO NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Carlos Loureiro, Secretaria Regional da Educação da Madeira ([email protected]) Margarida Pocinho, Universidade daMadeira ([email protected]) Saul Neves de Jesus, Universidade do Algarve ([email protected]) Poucas décadas se passaram desde que alguns estudiosos se lançaram a pesquisar os problemas da motivação do homem para a realização do seu trabalho. Embora as relações de trabalho tenham evoluído muito, ainda existem muitas dificuldades para se atingir um equilíbrio entre os interesses e as expectativas de empregadores e empregados. É com este pressuposto que surge a escolha deste tema e também após a verificação da inexistência de estudos sobre os interesses dos professores da Madeira. Pretendo com este estudo, contribuir significativamente para a análise sistemática e mais profunda da motivação e satisfação profissional e contribuir para uma melhoria do clima de escola. Assim sendo, o objectivo geral deste estudo consta na análise e comparação das dimensões motivacionais e da satisfação profissional dos professores. Em articulação com o objectivo geral surgem os seguintes objectivos específicos: analisar as variáveis dependentes (motivação inicial a motivação intrínseca, projecto profissional, empenho profissionais, natureza do próprio trabalho, recompensas pessoais, condições materiais de trabalho, relação com os colegas e relação com o órgão de gestão) em função das variáveis independentes (género, estado civil e zona de proveniência); saber se existe diferenças significativas entre os resultados obtidos nas variáveis dependentes dos professores da Madeira e do Continente (ambos a trabalhar na ilha da Madeira); analisar os resultados obtidos nas dimensões motivacionais e compará-los com os recolhidos pelo autor do questionário, em Portugal Continental. Para tal, aplicou-se uma bateria de instrumentos a 337 sujeitos a leccionar na Madeira, em 2008. Os resultados mostram que apesar dos sujeitos estarem motivados profissionalmente, apresentam níveis de satisfação laboral baixos. C72 STRESS DOCENTE NO TERCEIRO CICLO DO ENSINO BÁSICO E NO ENSINO SECUNDÁRIO: UM ESTUDO COM PROFESSORES DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Margarida Pocinho, Universidade da Madeira ([email protected]) Saul Neves de Jesus, Universidade do Algarve ([email protected]) Odeta Pereira, professora do encino básico e secundário e finalista da licenciatura em Psicologia da Universidade da Madeira ([email protected]) Cátia Nunes, finalista da licenciatura em psicologia da Universidade da Madeira A problemática da stress docente assume nos dias de hoje uma importância cada vez mais acentuada. Neste trabalho apresentamos um estudo descritivo realizado junto de professores do terceiro ciclo e secundário de esolas do Funchal, onde se procura comparar o índice de stress dos docentes em exercício na Ilha da Madeira com os da investigação realizada por Saúl Neves de Jesus em território continental. A amostra é constituída por 133 docentes, do quadro de nomeação definitiva, quadro de zona pedagógica, contratados e com diferentes tempos de serviço. Este estudo é um ponto de partida para a análise da situação de stress dos docentes das escolas da R.A.M. Nesta análise constata-se uma média menor, na generalidade, relativamente ao estudo por nós replicado, o que poderá estar relacionada com outros factores tais como estratégias de “coping” e projecto profissional. Muitos profissionais revelam índices de insatisfação e stress no exercício da docência, ou pelo menos, existem aspectos concernentes a essa actividade que contribuem para essas situações. Os professores e a escola atravessam momentos complexos, no entanto, são uma trave mestra para a mudança e para a transformação. Daí a pertinência da análise destas questões por forma a contribuir para melhorias no processo de ensino-aprendizagem e para o aumento dos índices de satisfação profissional dos professores. C73 UM FILHO COM MALFORMAÇÃO CONGÉNITA: ADAPTAÇÃO PARENTAL Brígida Almeida ([email protected]); Hospital de Santa Maria António Pires ([email protected]); Instituto Superior de Psicologia Aplicada Pretendeu-se construir um modelo explicativo das estratégias que os pais de crianças com malformação congénita utilizam para lidar com o nascimento de um filho diferente, procurando compreender de que forma é que estes se adaptam à parentalidade e quais os factores que interferem neste processo. Foram analisadas entrevistas semi-estruturadas de sete pais de crianças com malformação congénita e as notas de uma observação participante de uma mãe, de acordo com o método da Grounded Theory. Verificámos que nas famílias de crianças com malformação são frequentes os sentimentos de culpabilidade, frustração e de incompetência parental (que interferem na própria qualidade das interacções sociais, dos cuidados didácticos e nalguns casos até dos cuidados básicos à criança); o medo da morte do filho ou da agudização da sua condição de saúde; os conflitos ou mesmo desagregações familiares; o isolamento social e a estigmatização; e a sobrecarga financeira, das rotinas familiares e dos cuidados parentais. Verificámos ainda que o processo de adaptação parental parece ser influenciado por alguns factores que podem ser facilitadores ou inibidores deste processo, como as características pessoais dos pais, as relações familiares e conjugais, o temperamento da criança, o tipo de malformação, as expectativas que os pais tinham relativamente ao seu filho, o processo de luto da criança perfeita, a reabilitação e o apoio social. C74 CUIDADORES DOMÉSTICOS: INTEGRAÇÃO NAS AÇÕES EM HIV/AIDS CIÊNCIA/COMUNIDADE Marina Ferreira; [email protected] de São Paulo, Ribeirão Preto Marco Figueiredo; [email protected] - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto Lícia Souza; [email protected] - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto O caráter sócio/político/cultural do contágio por HIV determina mudanças substanciais nas estratégias de enfrentamento à aids que se voltam, ultimamente, para a participação ativa da comunidade nos processos de concepção e implantação de programas voltados às pessoas acometidas. No Brasil, o Programa Saúde da Família (PSF) representa um lócus importante para a realização de ações direcionadas à incorporação da comunidade nas estratégias de atenção em HIV/aids. Visando subsidiar a concepção de programas voltados à inclusão da comunidade nos processos de atendimento em HIV/aids, foram realizados estudos de caso com cuidadores domésticos, permitindo a identificação de alguns elementos importantes à atenção, no contexto domiciliar: enfrentamento de efeitos desagregadores ou adaptativos às perdas ou mudanças bruscas na vida do cuidador, envolvendo a interação e o manejo de tensões na relação com a pessoa cuidada; expectativas relativas à intervenção, identificadas como antecipação induzida de resultados que esperam encontrar na proposta de intervenção ou em contextos que imaginam estar relacionados às ações realizadas; medo de contaminação ou manejo de situações de risco ao longo do cuidado; busca de suporte afetivo e instrumental para o enfrentamento em pessoas conhecidas/amigos/familiares e/ou profissionais de saúde. (CNPq) C75 UM NOVO PROJETO DE VIDA E SAÚDE- UMA DISCUSSÃO DA APOSENTADORIA NA ATUALIDADE Profa.Janes Herdy ([email protected]) -Universidade Federal Fluminense, Depto De Psicologia, GSI/ICHF; Juliana Aragão*; Taina Martinez*; Vivian Pires*; Vivian Valadão*; Lorena Pol*; Mohana Tavares*; Priscila Carla Silva*;Esther Moreira*; Camille Monteiro*; Lara Rafael* *Alunas do Curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense ([email protected]) O projeto visa oferecer aos aposentados e pré-aposentados subsídios necessários para um desengajamento profissional consciente e orientá-los quanto ao tempo livre, possibilitando a estruturação de um novo projeto de vida e saúde. O trabalho é desenvolvido a partir de técnicas de dinâmicas de grupo, interativas e reflexivas, filmes, dramatizações, jogos psicodramáticos, textos, trocas vivenciais programadas em 5 (cinco) encontros. A metodologia com grupos é uma continuidade do projeto de estágio supervisionado intitulado “Desenvolvimento pessoal e organizacional”, que vem se aprimorando e sendo discutido na formação em psicologia, amadurecendo assim, as pesquisas sobre o tema e os contatos realizados com instituições e empresas públicas e privadas. O grupo tem proporcionado a compreensão de que preparar para a aposentadoria é um processo de re-educação para o uso do tempo livre e das rupturas das amarras do capitalismo, possibilitando a redefinição do sentido da vida na descoberta de novos valores para além do trabalho. Enfatiza-se a discussão dos valores do lazer, da produção cultural, do engajamento político, da participação comunitária e do trabalho voluntário, considerando ainda, a discussão das possibilidades de resgatar interesses profissionais substituidos por pressões sociais, econômicas e familiares, assim como, o desejo da permanência no trabalho. C76 TESTE DE EXPRESSIVIDADE EMOCIONAL DE BERKELEY: ESTUDOS EXPLORATÓRIOS PARA UMA POPULAÇÃO PORTUGUESA Franco, M.G* gloria@uma,pt, Beja, M. J* [email protected] *Universidade da Madeira As emoções tem um grande valor adaptativo para os indivíduos, permitindo enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas pelo meio (Plutchik, 1990). Pelo que o seu estudo se releva da maior importância na área da saúde. Por expressividade emocional deve-se entender as mudanças de comportamento (por exemplo, facial e postural que acompanham as emoções,como sejam chorar, rir, corar) (Gross & John, 1998). Apesar desta visão multidimensional da expressividade emocional não ser a única (há uma grande prolifreracao) esta visão e a que agrega maior concordância entre os autores. A construção de novos instrumentos contribui para a clarificação destes construtos. O questionário de expressividade emocional de Berkeley, que constitui o principal objecto deste estudo, avalia três dimensões: expressividade negativa, expressividade positiva e a força do impulso. A amostra deste estudo integrou 150 indivíduos de ambos os sexos do distrito do Funchal com idades compreendidas entre os 18 e os 23 anos e de diferentes culturas. C77 QUESTIONÁRIO DE REGULAÇÃO EMOCIONAL DE BERKELEY: ESTUDOS EXPLORATÓRIOS PARA UMA POPULAÇÃO PORTUGUESA Franco, M.G* gloria@uma,pt, Beja, M. J* [email protected] *Universidade da Madeira A regulação emocional refere.se a todas as estratégias usada para reduzir, manter ou aumentar uma emoção (Gross, 2001). As estratégias de regulação emocional estão implicadas na personalidade, nas emoções na cognição no desenvolvimento social (incluindo a resiliência). Gross and John (2003) mostraram que as estratégias de regulação emocional quando usadas cedo no processe de produção da emoções estão associadas a melhores níveis de bem estar e saúde. Pelo que medidas adaptados para a população portuguesa nesta área tenham a sua pertinência. Dai que um dos principais objectivos deste estudo seja a tradução e adequação deste questionário de regulação emocional. A amostra deste estudo integrou 150 indivíduos de ambos os sexos do distrito do Funchal com idades compreendidas entre os 18 e os 23 anos e de diferentes culturas. C79 PERFIL DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO SOFRIDA POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO SEXO FEMININO NA CIDADE DE NATAL-RN (2005-2008) Lara Dantas – [email protected] - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) João Pereira – [email protected] - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Munique Morais – [email protected] - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Esta pesquisa compreende a primeira etapa de um dos projectos de estudo sobre Violência aos quais se dedica a Base de Pesquisa Exclusão Social, Saúde e Cidadania, da UFRN, e aconteceu através de uma articulação entre Serviço Social e Psicologia. Destacam-se entre os seus objectivos: verificar o índice de violência de género em mulheres que trabalham na área da Saúde, em Natal; caracterizar o perfil destas mulheres com base nos motivos desencadeadores da violência e condições que levaram à apresentação da queixa; observar se há maior incidência do fenómeno dentro de uma profissão específica; suscitar questionamentos e reflexões acerca das implicações desta realidade para a actuação profissional do psicólogo no enfrentamento à violência. Os dados, que datam de Janeiro de 2005 até Janeiro de 2008, foram catalogados a partir dos registros da Delegacia Especializada da Mulher- DEAM, localizada na zona sul de Natal, e foram objecto de tratamento estatístico e análise da morbimortalidade por causas externas. Os resultados desta pesquisa apontam especificidades no perfil destas mulheres, que o distingue daquele perfil de mulheres que sofrem violência de gênero comumente descrito pela literatura, o que evidencia a necessidade de um olhar e tratamento diferenciado sobre a temática neste contexto específico. C80 VIVÊNCIA MATERNA EM GESTANTE DE ALTO RISCO POR DIABETES MELLITUS PRÉ-GESTACIONAL: UM ESTUDO DE CASO Ana Cecília Ferreira Valéria Barbieri Universidade de São Paulo A gestação é acompanhada por estados emocionais característicos, como acessos de ansiedade e de fantasias bem determinadas e específicas, alteração da auto-imagem, mudança de identidade, que se entrelaçam às complexas inter-relações entre fatores hormonais e psicológicos. O presente estudo consiste na análise da vivência materna de uma gestante com Diabetes Mellitus Pré-Gestacional, com o objetivo de verificar as repercussões afetivas dessa patologia no período da gravidez, investigando se a situação de alto risco promove o surgimento de um estado psicológico particular, caracterizado pela presença de conflitos, tensões e angústias existenciais, que possa comprometer tanto a gestação como a experiência materna após o parto. Os instrumentos utilizados foram uma entrevista semi-estruturada e o Teste de Apercepção Temática, avaliado segundo o referencial de Morval. Foi possível constatar que a gravidez de alto risco, segundo a gestante diabética, promove mudanças no estilo de vida, na administração da saúde, no controle glicêmico, e é permeada por sentimentos de vulnerabilidade, receio de perder o controle, incertezas de várias ordens e tensões, ansiedades, sentimentos de perda, aflição, tristeza, medo, raiva e confiança e expectativa diretamente relacionada ao controle glicêmico. A preocupação central da gestante é com o bebê e as possíveis complicações no parto. C81 PREOCUPAÇÃO MATERNA PRIMÁRIA EM GESTANTES DE ALTO RISCO POR DIABETES MELLITUS PRÉ-GESTACIONAL Ana Cecília Ferreira Valéria Barbieri Universidade de São Paulo Considerando a importância da relação mãe-bebê para o desenvolvimento afetivo saudável, é na gravidez que a mãe deve operar uma regressão psicológica para que surja em seu psiquismo a Preocupação Materna Primária, imprescindível para que ela possa compreender as necessidades do filho. Merece atenção a vivência psíquica da gestante, especialmente quando a gravidez é de alto risco, uma vez que essa situação pode gerar uma série de dificuldades, exigindo novas organizações e readaptações afetivas. Diante disso, o presente estudo investigou se a situação de alto risco, pelos conflitos, tensões e angústias que acarreta, poderia comprometer o surgimento da Preocupação Materna Primária. As participantes foram 5 gestantes com Diabetes Mellitus Pré-Gestacional (tipos I e II). Os instrumentos utilizados foram uma entrevista psicológica semiestruturada e o Teste de Apercepção Temática, analisado segundo o referencial de Morval. Os resultados revelaram a presença de sentimentos contraditórios por parte das gestantes, e postura alternada de resignação versus revolta. Mesmo assim, a gravidez foi vista por elas como um momento de expectativa positiva de reparação e projetos pessoais. A doença, significada como um limite, não impediu o movimento regressivo e a identificação com o bebê, descrito como Preocupação Materna Primária. C82 INTERVENÇÃO DE REDUÇÃO DO STRESS BASEADA NO MINDFULNESS PARA DOENTES ONCOLÓGICOS Ricardo Teixeira & Maria da Graça Pereira Universidade do Minho, Departamento de Psicologia, Portugal [email protected] / [email protected] O objectivo desta comunicação livre é (1) fornecer uma visão geral e uma discussão acerca da meditação mindfulness e sua aplicabilidade clínica em oncologia e (2) relatar avaliando criticamente a pesquisa existente e emergente sobre a meditação mindfulness como uma intervenção para doentes com cancro. Para além disso, pretende lançar uma hipótese manualizada de um programa de promoção da saúde e de redução do stress, baseado no mindfulness, explorando os seus efeitos em termos de variáveis biológicas e psicossociais. Estudos estrangeiros referem níveis significativos de mudança em itens psicossociais de avaliação, nos diferentes momentos de avaliação, pelo que a intervenção tem relativa sustentação teórica, embora a necessitar de refinamento empírico. Espera-se que a eventual aplicação da intervenção descrita nesta comunicação permita trabalhar os factores tidos como benéficos para um melhor ajustamento à doença oncológica, aumentando proactivamente a acção do indivíduo doente como interveniente informado do seu processo de adaptação progressiva à doença. São ponderadas as possibilidades e contextos de implementação do programa em estudos com populações oncológicas em Portugal. C84 AVALIAÇÃO DE MUDANÇA EM PSICANÁLISE Vânia Sá ([email protected]) e António Pires (Antó[email protected]) Instituto Superior de Psicologia Aplicada É possível avaliar a mudança estrutural em psicanálise? E a mudança positiva ocorre segundo um padrão sequencial? O objectivo foi estudar a mudança a 4 níveis: sintomas, capacidade adaptativa, insight, e conflitos básicos assim como analisar padrões sequenciais. Foram analisadas as notas de 384 sessões, escritas em discurso directo, correspondentes a 3 anos e 8 meses de uma Psicanálise de uma ex-paciente do segundo autor do estudo através da escala Change After Psychotherapy Scales (CHAP) (Sandell R., 1987). Chegou-se à conclusão que a mudança em psicanálise apresenta um padrão sequencial em que as mudanças vão ocorrendo por níveis, simultaneamente em todas as variáveis, e a mudança estrutural adaptativa corresponde ao nível em que os scores das diversas variáveis (sintomas, capacidade adaptativa, insight e conflitos básicos) apresentam os valores mais elevados. C85 GRAVIDEZ E ABORTO NA ADOLESCÊNCIA: ANÁLISE CONTEXTUAL DE RISCO E PROTEÇÃO Eva Diniz (Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS) ([email protected]) Elder Cerqueira-Santos (Universidade Federal de Sergipe (UFS) ([email protected]) Simone Paludo (Universidade Federal de Rio Grande (UFRG) ([email protected]) Sílvia H. Koller (Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS) ([email protected]) A gravidez precoce pode ser entendida como fator de risco ou proteção na vida dos adolescentes. Foi desenvolvido um estudo exploratório-descritivo, com uma amostra de 1015 jovens de baixo nível socio-económico de Porto Alegre, Brasil, com 14-24 anos, de ambos os sexos, no qual se utilizou um quetionário que abordava gravidez e aborto durante a adolescência. Observou-se maior número de participantes do sexo feminino 52.3%. Na amostra 53.5% dos jovens já tinha iniciado a vida sexual e 64.6% eram homens. Sobressai a baixa idade para a primeira relação sexual (♀ M=14.79 anos; SD=1.4; ♂ M=13.64 anos; SD=1.7). Os resultados obtidos para gravidez (11%) e aborto provocado (10.9%) em adolescentes pertencentes a baixo nível socio-económico são semelhantes aos valores de outros estudos realizados na área. Sobressai a baixa idade para a primeira relação sexual, 8.8% dos participantes referir que nunca recorre a meios anticoncepcionais e cerca de ¼ da amostra apresentar uso irregular de métodos contraceptivos. Discute-se sobre gravidez, uso de métodos anticoncepcionais e aborto, associadas à saúde dos adolescentes. Em Portugal realizar-se-á um estudo com características amostrais equivalentes ao estudo realizado no Brasil que ilustrem os factores de risco/protecção presentes nos episódios de gravidez durante a adolescência. C86 POTENCIAIS FRONTEIRAS DO DIÁLOGO ENQUANTO UMA ALTERNATIVA POSSÍVEL PARA A INVENÇÃO E REINVENÇÃO DA EXISTÊNCIA Adriana Simonsen ([email protected]) – Universidade de São Paulo Ana Alvarez ([email protected]) – Universidade de São Paulo Aline Aveiro ([email protected]) – Universidade de São Paulo Dailza Pineda ([email protected]) – Universidade de São Paulo Débora Albiero ([email protected]) – Universidade de São Paulo Elisa Vieira ([email protected]) – Universidade de São Paulo Helena Musetti ([email protected]) – Universidade de São Paulo Raquel Alves da Silva ([email protected]) – Universidade de São Paulo Sthefânia Carvalho ([email protected]) – Universidade de São Paulo Yara Sayão ([email protected]) – Universidade de São Paulo O presente trabalho é fruto da intervenção de um grupo de estagiárias de psicologia em uma Casa Abrigo na cidade de São Paulo. Destacaremos para análise o modo peculiar como se configuram as relações e diálogos entre os abrigados, relações estas que ao olhar de um observador externo parecem assumir forma ríspida, violenta e pouco afetuosa. De acordo com a legislação brasileira, o abrigamento é uma medida de proteção à criança e ao adolescente em situação de risco por ação ou omissão dos responsáveis e do Estado. Esta medida consiste em moradias provisórias que visam à garantia dos direitos daqueles que se encontram na situação em questão. A partir da articulação entre as experiências vividas na instituição de abrigo, os novos referenciais construídos em decorrência destas para pensar um contexto não familiar e uma compreensão da saúde enquanto promoção da vida e invenção de possibilidades de existência, pretende-se pensar as potencialidades e os sentidos que tais modos de relação podem representar para os sujeitos que neles estão inseridos. Apostamos na dimensão construtiva e afetiva de tais modos de relação, os quais operam como legítimos formadores e mantenedores do vínculo, bem como formas de expressão, afirmação e construção da subjetividade. C88 O MODELO TOUCHPOINT: O NASCIMENTO DA RELAÇÃO, EM CONJUNTO COM OS PAIS. A UTILIZAÇÃO DO MODELO E A SUA RELAÇÃO COM AS REPRESENTAÇÕES MATERNAS DA PARENTALIDADE, ESTILOS DE VINCULAÇÃO MATERNOS E INTERACÇÃO. DIFERENÇAS OU SEMALHANÇAS? Sílvia Duarte, ISPA. [email protected] Eduardo Sá, ISPA. [email protected] O presente estudo tem como objectivo a compreensão e aprofundamento de questões subjacentes ao modelo Touchpoint (Brazelton, anos 70), em sujeitos que frequentam consultas pediátricas. Foi estudada uma amostra de 56 díades, 28 seguidas em consultas pediátricas onde era utilizado o modelo Touchpoint e 28 seguidas em consultas pediátricas sem o modelo Touchpoint. As crianças tinham idades compreendidas entre os 10 dias e os 7 anos, com predomínio de crianças com 2 anos. Para além da observação da interacção na consulta de pediatria, apoiada na escala de observação The Massie-Campbell scale of mother-infant attachment indicators during stress (AIDS Scale, Massie, H., & Campbell, B., 1983), recorremos a dois questionários: o What being the parent of a baby is like (WBPP, Pridham, K.K, 1985) e o Attachment style questionnaire” (ASQ, Feeney, J.A, & Noller, P., 1989). Todos os instrumentos foram sujeitos a análise estatística, recorrendo-se ao teste não paramétrico Kruskal-Wallis e ao Coeficiente de Pearson. Embora os nossos resultados não corroborem as hipóteses inicialmente colocadas, observámos algumas relações entre o tipo de vinculação materno e o modo como as suas próprias vivências afectam o estabelecimento da relação com o filho. O modelo Touchpoint afigura-se como um modelo de referência, no sentido em que apela ao conhecimento do desenvolvimento infantil, ao respeito pelas diferenças de cada família, ao trabalho com os pais, fortalecendo os seus "conhecimentos" e ao trabalho alargado em equipa multidisciplinar, mas que cada profissional deve adaptar ao seu próprio "estilo". Ou seja, é um modelo para ser pensado e interiorizado, para ser partilhado e adoptado como uma filosofia que se segue, adaptado ao contexto em que a família aparece. C90 PROMOÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Gaspar, Tania ([email protected]) 1,2,3,4,5; Ribeiro, José Luís Pais 3; Matos, Margarida Gaspar.1;2; Leal, Isabel4 1 Faculdade de Motricidade Humana (Projecto Aventura Social) / Universidade Técnica de Lisboa 2 Centro de Malária e outras Doenças Tropicais/Instituto de Higiene e Medicina Tropical / Universidade Nova de Lisboa 3 Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação - Universidade do Porto 4 Instituto Superior de Psicologia Aplicada – Lisboa 5 Doutoranda - Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação - Universidade do Porto Fundação para a Ciência e a Tecnologia - SFRH/BD/22908/2005 O presente trabalho visa identificar e caracterizar estratégias de promoção de qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS) em crianças e adolescentes, tendo em conta a perspectiva de crianças e adolescentes, pais e profissionais de educação. Foram utilizados métodos qualitativos através da aplicação da técnica de recolha de dados, grupos focais ou grupos de discussão centrados num tema. Para obter informação de modo a contextualizar, clarificar e interpretar o conhecimento adquirido através da revisão de literatura, nomeadamente, de estudos empíricos realizados neste âmbito. Foram efectuados dezasseis grupos, seis grupos de crianças e adolescentes, quatro grupos de pais e seis grupos de profissionais de educação. O discurso dos participantes foi alvo de análise de conteúdo Os resultados realçam essencialmente, a necessidade de actividades alternativas de ocupação de tempos livre dentro e fora da escola, envolvimento mais activo a parte dos pais e participação mais adequada e competente por parte dos professores na promoção da QVRS em crianças e adolescentes. Estas propostas remetem para a necessidade de uma intervenção conjunta e ecológica entre os vários actores e nos diversos contextos. C91 A PSICOLOGIA POSITIVA NO CONTEXTO BRASILEIRO: HISTÓRIA, PRESENTE E PERSPECTIVAS FUTURAS Fabio Scorsolini-Comin ([email protected]) Manoel Antônio dos Santos ([email protected]) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo, Brasil Dada à recorrência de estudos na perspectiva da Psicologia Positiva a partir da década de 90, o objetivo deste estudo é apresentar uma revisão integrativa sobre este referencial no contexto brasileiro, por meio de artigos indexados nas bases LILACS e SciELO publicados entre 1970 e 2008. Foram localizados 246 trabalhos. Entre as principais contribuições da Psicologia Positiva no Brasil destacam-se: a construção de instrumentos de avaliação e modelos de intervenção, com predominância de estudos de revisão teórica e de correlação com outros conceitos, revelando que este movimento ainda não recebeu a devida atenção do meio científico brasileiro como também, por ser recente, tem mobilizado o desenvolvimento de estudos nacionais predominantemente de fundamentação teórica, uma vez que a maioria dos trabalhos nesta perspectiva foram desenvolvidos no cenário internacional. Pensando nas perspectivas futuras para a área, cada vez mais as pesquisas devem se voltar para os aspectos positivos da personalidade e dos fatores que efetivamente promovem o desenvolvimento, em diferentes contextos de investigação. Pelos trabalhos selecionados, conclui-se que a comunidade acadêmica brasileira está despertando para acompanhar os relevantes avanços da área, favorecendo uma rápida e complexa produção científica no mundo, rompendo com os ideais epistemológicos vigentes até o momento. (FAPESP) C92 NA SAÚDE E NA DOENÇA, FELIZES PARA SEMPRE”: A SATISFAÇÃO CONJUGAL NA PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR PSICOLÓGICO, NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA POSITIVA Fabio Scorsolini-Comin ([email protected]) Manoel Antônio dos Santos ([email protected]) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo, Brasil A satisfação conjugal é um fenômeno complexo de avaliação subjetiva da relação conjugal, obtida após comparação entre o que é percebido no casamento com os modelos e expectativas construídos culturalmente. O objetivo é apresentar uma revisão integrativa da literatura científica acerca do tema, por meio de artigos indexados nas bases LILACS e SciELO (1970-2008), destacando sua investigação pela Psicologia Positiva. Dos 12 trabalhos selecionados, a maioria trata da definição de conceitos relacionados à satisfação conjugal, como ajustamento e qualidade, buscando maior coesão e consistência teórica, uma vez que, no cenário internacional, identifica-se um grande número de estudos que apontam para um alto índice de fatores associados à satisfação no casamento. Encontram-se investigações nos contextos de casais de duplo trabalho, casamentos de longa duração, transição para a parentalidade, construção de instrumentos de mensuração e correlação com outras variáveis como quantidade de filhos, estado de saúde e histórico familiar. As pesquisas resgatadas apontam que o relacionamento conjugal está positivamente associado à saúde, ao bem-estar psicológico e à qualidade de vida, principalmente nos anos de maturidade e velhice, o que se vincula diretamente à perspectiva da Psicologia Positiva, embora aponte-se a necessidade de estudos sistemáticos de correlação em diferentes contextos, como o brasileiro. (FAPESP) C93 CONSUMO DE ÁLCOOL NOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: O PAPEL DAS INTENÇÕES, PERCEPÇÕES DE CONTROLO E DE SI COMO CONSUMIDOR Sandra Fernandes-Machad1; Vera Araújo-Soare2; Falko Sniehotta3, Ana Soares4 1 ([email protected]), University of Minho, Braga, Portugal 2 ([email protected]), Robert Gordon University and the Alliance for Self Care Research, Aberdeen, United Kingdom 3 ([email protected]), University of Aberdeen, United Kingdom 4 ([email protected]), University of Minho, Braga, Portugal Este estudo teve como objectivo relacionar o consumo médio de álcool numa semana normal, assim como o consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking - BD), com a intenção de reduzir o consumo, a percepção de si como consumidor excessivo (PCE) e a percepção de controlo sobre a redução do consumo (PCC). 152 Estudantes do primeiro ano da Universidade do Minho (29,6 % mulheres e 70,4% homens, idade média de 19,22 (d.p.=2.40)) foram avaliados através de auto-relato ao nível do seu consumo de álcool, número de episódios de BD, intenção de redução do consumo, PCE e PCC. Os resultados demonstraram uma correlação negativa entre a PCC e o consumo de álcool, assim como com o BD. Da mesma forma, a PCE está relacionada positivamente com ambas as medidas de consumo de álcool. Verificou-se ainda que quanto maior é a intenção de redução do consumo, menor é o consumo médio semanal. Relativamente às diferenças entre homens e mulheres, encontraram-se diferenças significativas quanto ao consumo de álcool, BD e PCE. Assim, aumentar a PCC e a intenção para reduzir o consumo parecem ser factores cruciais que podem possibilitar a diminuição do consumo de álcool. Futuros estudos devem ser realizados de modo a perceber que variáveis afectam o consumo de álcool junto dos estudantes universitários. C94 QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL: O PENSAMENTO SOCIAL DE PORTUGUESES MIGRANTES Ieda Franken; [email protected] UFPB/Brasil Maria da Penha. L. Coutinho; [email protected] UFPB/Brasil Natalia Ramos; [email protected] UA/Portugal Estudos sobre o fenômeno da migração humana em diferentes espaços e tempos; vetorizam como uma primeva compreensão, a sua multicasualidade. O processo da globalização – comercial, financeira, do trabalho; a desigualdade na distribuição de renda no mundo; o desenvolvimento tecnológico; as políticas dirigidas ao externo, desenvolvida pela maioria dos países; o baixo custo e risco dos transportes; entre outras, pressagiam que esse fenômeno contínuo, marcará o século XXI, como mais um de grandes migrações. Com um enfoque psicossociológico objetivou-se estudar os significados dos construtos “qualidade de vida e saúde mental” entre 45 migrantes portugueses residentes na cidade de Genebra/Suissa. Trata-se de um estudo exploratório de cunho quali-quantitativo, realizado através da entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados mediante a análise de conteúdo, da qual emergiram três categorias com as respectivas subcategorias. Os resultados demonstram que os participantes expressaram valorização dos construtos em aspectos objetivos e subjetivos, e a fragilidade da saúde para os que vivenciam o processo migratório. Esses dados corroboram com diversos estudos (Coutinho 2005; Franken, Coutinho e Ramos 2006), que revelam os movimentos migratórios como a busca de melhor qualidade de vida, sem prescindir de dificuldades de diferentes ordens, entre elas os problemas de saúde física e emocional dos migrantes. C95 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DE MIGRANTES BRASILEIROS – UM ESTUDO NA CIDADE DE GENEBRA/SUISSA. Ieda Franken; [email protected] UFPB/Brasil Maria da Penha. L. Coutinho; [email protected] UFPB/Brasil Natalia Ramos; [email protected] UA/Portugal Arraigados na heterogeneidade histórica, econômica social e cultural das diferentes sociedades humanas; os movimentos migratórios tem sido uma dinâmica, invariavelmente, presente ao longo da história. O Relatório sobre a Divisão de População das Nações Unidas (UNFPA, 2007), menciona que, atualmente, há 191 milhões de migrantes no mundo. Emigrar estar-se-á convertendo para milhões de pessoas num processo que possui níveis de sofrimento psíquicos tão intensos, que chegam a superar a capacidade de adaptação dos seres humanos. Neste artigo apresentam-se alguns aspectos psicossociais analisados de forma quali-quantitavos, presentes no processo migratório de 54 migrantes brasileiros residentes na cidade de Genebra/Suissa. Os aspectos relatados, através de entrevistas semi-estruturadas, indicam os principais tópicos que nortearam as entrevistas: suas trajetórias migracionais, decisão de imigrar, facilidades e dificuldades encontradas no processo de inserção na cultura local, suas relações comunitárias, e sofrimento psíquico experienciado. A análise dos dados corrobora com diferentes estudos (Ramos 2004; Coutinho 2005; Sarrierra 2005; Gonçalves 2005; Patarra 2006), que referem à vulnerabilidade da saúde física e emocional da pessoa migrante. C96 A EXPERIÊNCIA DA MATERNIDADE EM MULHERES QUE SOFRERAM DE ANOREXIA E BULIMIA Ângela Nogueira ([email protected]) António Pazo Pires ([email protected]) Instituto Superior de Psicologia Aplicada O objectivo é identificar as características parentais de mulheres que sofreram de anorexia e bulimia antes da maternidade. Os participantes foram quatro mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e os 39 anos de idade, que sofreram de perturbações do comportamento alimentar (anorexia e bulimia) durante a adolescência e início de idade adulta e que, actualmente, têm filhos entre 1 e 12 anos de idade. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas que foram gravadas e analisadas segundo o método da “Grounded Theory”. Verifica-se uma história comum marcada por uma grande dificuldade em lidar com o corpo e com os afectos e uma baixa auto estima que se revela em sentimentos como o medo de incapacidade ou insegurança na relação com os filhos. As relações de parentalidade aparecem marcadas por sentimentos de grande culpabilização, sobretudo nos primeiros meses de vida da criança, e atitudes de prevenção e cuidado dirigidas para saúde dos filhos. Os resultados indicam também relações de grande proximidade, protecção e preocupação manifestada em relação aos filhos que se vêm a desenvolver após uma fase de afastamento inicial. Este é o primeiro estudo que aborda as características parentais destas mulheres de um modo tão profundo, não se restrigindo à sua classificação ou comparação com mulheres sem este tipo de problemas. C97 MIGRAÇÕES, SAÚDE E LAZER Luísa R. Santos (Instituto Politécnico de Viana do Castelo) – ([email protected]) Carlos Subtil (Instituto Politécnico de Viana do Castelo) Nicole Viana (Centro de Saúde de Viana do Castelo) J.L. Pais-Ribeiro (Universidade do Porto) O estudo das migrações e o processo de globalização relacionam-se com o desenvolvimento dos diferentes países. As desigualdades no desenvolvimento entre países, assim como no seu interior, provocam fluxos de indivíduos de zonas mais pobres para outras com melhores condições de vida. Novos constrangimentos e novas oportunidades aparecem como consequências das migrações. O binómio migração e saúde apresenta interacções tanto mais importantes quanto maiores forem os contrastes sócio-culturais das sociedades de origem e de acolhimento dos indivíduos. O presente estudo pretende melhorar o conhecimento de processos de integração e aculturação de pessoas de diferentes nacionalidades residentes numa mesma localidade, da zona norte, e que recorrem aos serviços de saúde; pretende compreender como se estabelece a relação imigrante-profissional de saúde, relativamente a indivíduos de diferentes sociedades de origem; e pretende, ainda, conhecer padrões de lazer e participação social nos processos de adaptação à sociedade de acolhimento. Participam no referido estudo quatro famílias de diferentes países de origem que frequentam ao centro de saúde. A recolha de dados será feita através de entrevistas às referidas famílias. Serão apresentadas sínteses das entrevistas realizadas e discutidos os resultados. Apresentar-se-á uma proposta de intervenção. C98 GRUPOS DE REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PROFISSIONAL E O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO TRABALHO POR PROFISSIONAIS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF). Joana Filipa Afonso Monteiro ([email protected]) Marco Antonio de Castro Figueiredo ([email protected]) Departamento de Psicologia e Educação da Universidade de São Paulo, Campus Ribeirão Preto FFCLRP USP O Programa de Saúde da Família (PSF), estratégia de atenção primária implementada pelo Ministério da Saúde brasileiro, tem como um dos objetivos superar os limites do modelo hegemônico médico-centrado, a partir da organização dos processos de trabalho em torno de equipes interdisciplinares. Estudos apontam que um dos obstáculos para operacionalização desta proposta, consiste na dificuldade de mudanças das práticas em saúde pautadas na racionalidade técnica, que perseveram na abordagem técnica do cuidado em saúde, dificultando a apropriação do trabalho por parte da equipe. Visando compreender o processo de aprendizagem derivado da práxis, foi realizado um estudo com grupos de profissionais de um Núcleo do PSF, vinculado à Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Os encontros de grupos focais foram áudiogravados e posteriormente transcritos. Embora os grupos tenham sido realizados com a finalidade de coleta de dados, as experiências vivenciadas pela pesquisadora associadas aos conteúdos discutidos nos encontros apontaram para a necessidade de reflexão sobre a prática profissional pelas equipes, sendo a atividade grupal um recurso potencial para favorecer o processo de apropriação do trabalho, no sentido de ajudar a equipe a formular novas formas de atuação, em consenso com os objetivos que inspiraram a criação dos PSF. C99 MAUS-TRATOS NO CONCELHO DE LOULÉ: ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO ABUSO SEXUAL NAS CRIANÇAS ACOMPANHADAS PELO NÚCLEO DE APOIO ÀS CRIANÇAS E JOVENS EM RISCO DO CENTRO DE SAÚDE DE LOULÉ Marta Silva (psicóloga), Ilza Martins (psicóloga), Guilhermina Pacheco (médica), Bárbara Menezes (enfermeira), Elisabete Fortunato (assistente social), Carina Oliveira (estagiária de Psicologia) e Jessica Oliveira (estagiária de Psicologia) ARS-Algarve IP/Centro de Saúde de Loulé ([email protected]) Em Maio de 2007, foi criado no Centro de Saúde de Loulé o Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco (NACJR), na sequência de trabalho desenvolvido pelo respectivo grupo de trabalho da DGS. Anteriormente, e seguindo linha de trabalho similar, existiu, desde 1997 o Núcleo de Apoio à Criança Maltratada, que somente interrompeu funções formais no ano de 2002, com a criação das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, sem no entanto deixar de acompanhar os casos referenciados ao Centro de Saúde de Loulé. A elevada incidência de encaminhamentos por abuso sexual, a relevância actual do tema, a tradição do trabalho efectuado no centro de saúde e na comunidade, e a repercussão sobre a saúde mental das crianças levou a que a equipa se debruçasse sobre os casos acompanhados pelos projectos do Centro de Saúde: Intervenção Precoce, Grupo de Apoio à Saúde Mental Infantil (GASMI) e NACJR, a fim de caracterizar as crianças acompanhadas, suas famílias e o seu enquadramento com as características populacionais do Concelho de Loulé, realizando um estudo que possa servir como base concreta no planeamento do trabalho futuro, especialmente a prevenção e intervenção. O presente trabalho consiste num estudo exploratório, constituído por 2 partes distintas: na primeira parte, apresentam-se os dados globais sobre os maus-tratos, e na segunda parte os dados específicos referentes ao abuso sexual. A amostra foi composta por 173 sujeitos, com idades compreendidas entre os 0 e os 16 anos, residentes no Concelho de Loulé e utentes do Centro de Saúde. Deste total, 21,4% foram sujeitos a abuso sexual. A incidência do abuso é maior no sexo feminino, verificando-se elevada associação com a negligência. As idades mais vulneráveis foram a faixa etária dos 3, dos 7 e dos 8 anos respectivamente. O abusador foi sempre alguém conhecido da criança, com 82% de abuso intra-familiar. O alcoolismo, a doença mental e a violência doméstica assumiram valores significativos dentro da amostra. Interessa-nos conhecer as características psicossociais das famílias da nossa casuística e investigar a existência de relação com os casos de abuso sexual referenciados. Somente após a análise da realidade em que intervimos será possível delinear estratégias adequadas de intervenção e prevenção específica, pelo que os autores se propõem a estudar estes dados e levantar questões de reflexão que possam guiar a prática e maximizar os ganhos em saúde, nas intervenções efectuadas. C100 UM NOVO OLHAR SOBRE O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA Geralda Santos – Universidade Potiguar – UNP ([email protected]) Este trabalho objetiva trazer reflexões e questionamentos que envolvem o processo saúde-doença e o trabalho em saúde. A pesquisa utilizou entrevistas semi-estruturadas com profissionais e futuros profissionais da área de saúde, para levantamento e comprovação de dados consultados na literatura existente. A investigação feita permite alguns saberes, dentre eles: Que é desde os primórdios dos tempos que existe uma preocupação do homem em descobrir formas que explique o processo do adoecimento, englobando as mais diversas teorias, desde a mística até os conhecimentos epidemiológicos. Encontra-se por meio da literatura e reafirma-se por esta pesquisa dados que demonstram uma racionalidade repetitiva nos centros de formação, ou seja, o modelo biomédico é o mais privilegiado e detentor de verdades absolutas. Quanto ao modelo biopsicossocial parece ser mero paliativo seguido de um holístico inexistente. Então, diante do exposto, verifica-se que o inviável é praticável como viável, a sociedade prática, técnica, racional, analítica que tem como oração: “bendita seja a cientificidade” está por todos os lados impedindo o humano de habitar na “humanidade”, de praticar uma verdadeira humanização na saúde, na vida. C101 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA USO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL COM PACIENTES CANDIDATOS À CIRURGIA BARIÁTRICA Isabel Paegle, Psicóloga consultora da Gastro Obeso Center –SP; Especialista em Transtornos Alimentares e Obesidade da Faculdade de Medicina da USP- Hospital das Clínicas –SP; Mestranda Psicologia da Saúde UMESP; Bolsista Capes; Membro da diretoria da Associação de Psicoterapia e Estudos Psicanalíticos (APEP) Santo André-SP, Sócia Fundadora do Instituto Interdisciplinar da Obesidade-(INBIO) São Paulo.,Membro das Especialidades Associadas - Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). José Rosa, Professor Titular da Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da UMESP; orientador do Programa de Mestrado em Psicologia da Saúde; professor doutor do Departamento de Psicologia Clinica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Manoela Galvão, Médica especialista gastroenterologista, vídeo cirurgia bariátrica - Universidade da Bahia.Diretora administrativa da Gastro Obeso Center- SP. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e da Membro da Internacional Federation for the Surgery of Obesity- IFSO. Almino Ramos, Médico especialista em gastroenterologista, vídeo cirurgia bariátrica. Mestre em Cirurgia Digestiva pela UNICAMP. Diretor e Cirurgião da Gastro Obeso Center-SP, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões- CB e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e da SOBRACIL. Membro da Internacional Federation for the Surgery of Obesity- IFSO e Membro da American Society for Metabolic and Bariatric Surgery- ASMBS. Manoel Galvão Neto, Médico gastroenterologista, especialista em vídeo cirurgia bariátrica, fisiologia esofafo-gástrica, cápsula endoscópica da Gastro Obeso Center especialista em Gastroenterologia (FBG), cirurgia digestiva pelo (CBCD), coordenador do Serviço de Avaliação Funcional do Esôfago- Laboratório dos diagnósticos da América., Coordenador Científico da Gastro Obeso Center-SP, Mestre em Cirurgia Digestiva pela FMUSP, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). INTRODUÇÃO: Apresentação de protocolo de avaliação psicológica aplicado em pacientes obesos no período pré-operatório. OBJETIVOS: 1- Detalhar o desenvolvimento do protocolo de psicologia 2- Aperfeiçoar o protocolo. MÉTODO: Delineamento exploratório e descritivo dos protocolos de pacientes entre os anos 2005 a 2008; levantamento bibliográfico. Foram examinados 1.900 protocolos e listados dados sócio-demográficos, grau de obesidade, tipo de cirurgia, aspectos psicológicos, expectativas, objetivos da perda de peso, representação da gordura. RESULTADOS: A avaliação psicológica era feita por meio de entrevista semidirigida individual; após 6 meses de uso da entrevista foram adicionadas novas questões (total de 40), e proposto dezessete encontros (antes e após a cirurgia). Este modelo se mostrou pouco produtivo e o número de questões foi reduzido. A praticidade do protocolo permitiu a inclusão de situações para avaliação da Imagem Corporal, Transtorno Alimentar Compulsivo, Transtorno do Comer Noturno e Transtornos Alimentares não especificados (CID-10). CONCLUSÕES: Recomenda-se atenção na investigação psicológica para diminuir os pensamentos pouco integrados dos pacientes com obesidade em diferentes graus.As respostas com ambigüidade, contradições e discrepâncias entre questões preenchidas e relatadas na entrevista podem prejudicar o aproveitamento dos tratamentos em longo prazo. C102 DIAGNÓSTICO PSICODINÂMICO EM CIRURGIA BARIÁTRICA DE PESSOAS COM OBESIDADE E TRANSTORNO ALIMENTAR José Rosa - UMESP, IPUSP, APEP - Professor Titular da Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da UMESP; orientador do Programa de Mestrado em Psicologia da Saúde; professor doutor do Departamento de Psicologia Clinica, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo ([email protected]) Isabel Paegle - UMESP, GOC, APEP - Psicóloga Especialista Clínica; Psicóloga consultora do Centro Avançado de Gastroenterologia e Cirurgia da Obesidade Gastro Obeso Center, São Paulo; Especialista em Distúrbios Alimentares e Cirurgia da Obesidade pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Membro da diretoria da APEP, Santo André; Bolsista de Mestrado da CAPES (MEC/Brasil) ([email protected]) Jussára Silva - APEP, UMESP - Doutora em Ciências da Religião (UMESP); Mestre em Psicologia da Saúde (UMESP); Psicóloga Clínica; Membro da Associação de Psicoterapia e Estudos Psicanalíticos (APEP), Santo André, Brasil ([email protected]) Pelo delineamento de estudo de caso foram estudados três pacientes com transtorno alimentar em co-morbidade com a obesidade, e as interpretações foram feitas de acordo com a teoria das relações objetais de M. Klein. Casuística: Os três pacientes são participantes de um programa em clínica especializada em cirurgia bariátrica. Residentes na região metropolitana de São Paulo, Brasil; média de idade 31 anos; homem de curso superior completo e duas mulheres com escolaridade nível médio. Os dados coletados indicaram episódios de transtorno alimentar não especificado conforme a CID-10 e não preencheram todos os critérios de transtorno alimentar compulsivo e bulimia nervosa do DSM-IV. Material: aplicação completa do Teste de Relações Objetais de Phillipson (TRO), com 13 lâminas. Procedimento: entrevista semidirigida, para construir a historia natural do transtorno alimentar e da obesidade. Na adolescência surgiram períodos de hiperfagia, vômitos provocados, alta ingestão calórica, impulsividade, desorganização financeira. Síntese: sentimento de culpa associado ao comportamento compulsivo de comer; história familiar de dificuldade de elaboração de perdas ou separação de figuras parentais significativas; clinicamente apresentaram problemas gastro-intestinais. A estruturação das histórias no TRO indicou sintomas depressivos; fantasias de abandono, separação e desamparo; mecanismos de defesa primitivos, como a formação reativa, projeção maciça de conflitos inconscientes; ansiedade confusional; sentimentos paranóides; desejos inconscientes de controle dos impulsos e do mundo externo. Conclusão: recomendação aos pacientes para o programa de psicoterapia breve psicanalítica. C103 DO CORPO ATENTO AO CORPO QUE PÁRA QUIETO: NOVAS PROPOSIÇÕES PARA SE PENSAR A (DES) ATENÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE. Valéria Neves Kroeff Mayer – [email protected] (UNISC) Nos dias atuais, uma atenção que não seja seletiva, focal, sustentada e voluntária é tratada como desatenção. Neste contexto, a hipercinesia do corpo é entendida, muitas vezes, como um sintoma passível de medicalização. Mas existe uma relação direta entre a quietude do corpo e o estar atento do sujeito? Na busca por respostas para este e outros questionamentos, foi realizada uma pesquisa de campo onde se observou a dinâmica de um grupo de crianças no ambiente escolar. O material empírico compõe-se de registros realizados durante os anos de 2006 e 2007, através de caderno de campo, fotografias, filmagens, entrevistas com pais, educadores e crianças, bem como análise de documentos escolares, a fim de poder relacionar dinâmica corporal e o funcionamento da atenção deste grupo de crianças em diferentes atividades. A análise dos dados foi realizada apoiada na perspectiva teórico-metodológica proposta pela Rede de Significações - RedSig (2004). A pesquisa apontou para o fato de que “atenção” é uma palavra com muitos significados e também que o que se entende por atenção pode ser diferente do que se percebe no estar atento dos sujeitos. Estas evidências oportunizam novas reflexões para se pensar sobre o que é, de fato, desatenção. C104 MANIFESTAÇÕES INVOLUNTÁRIAS NA DINÂMICA DO CORPO NA ATENÇÃO VOLUNTÁRIA Valéria Neves Kroeff Mayer ([email protected]) (UNISC) “Pára quieto menino, presta atenção!!”, essa é uma ordem ainda freqüente no dia a dia de muitas crianças, seja no lar ou na sala de aula. Mas será que para prestar atenção é preciso parar quieto? Existem, de fato, manifestações na dinâmica ou na estática do corpo possíveis de sinalizar o ato de estar atento dos sujeitos? Na busca por respostas para este e outros questionamentos, foi realizada uma pesquisa de campo onde se observou a dinâmica corporal de um grupo de crianças no ambiente escolar, nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental. O material empírico compõe-se de registros realizados durante os anos de 2006 e 2007, através de caderno de campo, fotografias, filmagens, entrevistas com pais, educadores e crianças, bem como análise de documentos escolares, a fim de poder relacionar a dinâmica corporal e o funcionamento da atenção das crianças em diferentes atividades. A análise dos dados foi realizada apoiada na perspectiva teórico-metodológica proposta pela Rede de Significações RedSig (2004). A pesquisa propôs a existência de duas manifestações involuntárias na dinâmica do corpo, que podem sugerir um estar atento à tarefa ou situação, são elas: o tônus atencional e as sincinesias. C105 E AGORA O QUE É QUE EU DIGO? Maria João Beja, Universidade da Madeira ([email protected]) Maria da Glória Franc, Universidade da Madeira ([email protected]) Nas áreas da saúde e da psicologia o principal instrumento de trabalho é, para além de qualquer técnica e instrumento, teste ou medicamento, a própria pessoa do técnico com as suas capacidades e competências pessoais e sociais. Contudo, há momentos em que essas capacidades e competências nunca parecem ser suficientes para ajudar o outro, como é o caso dos momentos de sofrimento intensos desencadeado por perdas associadas a doenças graves, e mesmo pela morte. A morte e a sua proximidade desencadeiam um sofrimento tão grande junto aos técnicos que nos fazem desejar ter uma palavra ou frase mágicas que não só resolvam a dor do outro como também nos resolvam tirando-nos dali: e agora o que é que eu digo? Estas questões se muito trabalhadas e investigadas nunca se encontram esgotadas. Todos os anos em muitas escolas muitos alunos por ocasião do estágio convivem pela primeira vez com a dor da morte no outro e, por consequência, em si próprios. E para além de qualquer teoria, técnica e racionalização olham para nós e questionam-nos. E nós talvez por vezes também pensemos: e agora o que é que eu digo? C106 DISSOCIAÇÃO E PERTURBAÇÃO AGUDA DE STRESS: PREDITORES DE PTSD EM VÍTIMAS DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS?! Tânia Pires* & Ângela Maia** *Doutoranda em Psicologia da Saúde na Universidade do Minho, Portugal ([email protected]) ** Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal ([email protected]) Em 2007 morreram mais de 800 pessoas e mais de 3000 ficaram gravemente feridas nas estradas portuguesas. De Janeiro a Maio de 2008 registaram-se mais de 12900 acidentes com vítimas e 267 acidentes mortais. A investigação mostra que as vítimas dos acidentes rodoviários podem desenvolver perturbação psicológica que se mantêm no tempo e interfere com o bem-estar (Blanchard & Hickling, 1995). A dissociação peritraumática e a Perturbação Aguda de Stress (PAS) são importantes preditores para o desenvolvimento de PTSD em diferentes populações expostas a trauma. Neste estudo analisamos a relação e poder preditivo da dissociação e PAS no desenvolvimento de PTSD em vítimas directas de acidentes. Dos 36 participantes avaliados 5 dias após o acidente (T1) e reavaliados 4 meses depois (T2), verificamos que 33,3% (n=12) reúnem as condições necessárias ao diagnóstico de PTSD em T2. Análises correlacionais mostram que quanto mais dissociação (T1) mais sintomas PAS (T1) (rsp =.676, p<.01) e mais sintomas de PTSD (T2) (Rho=.412, p<.05). Os sintomas de PAS (T1) correlacionam-se com sintomas de PTSD (T2) (rsp=.593, p<.01); A dissociação (T1) explica 22,9% da variância de PTSD e a ASD explica 42,4%, sendo fundamental a atenção dos profissionais de saúde a esta população. C107 SEXUALIDADE E QUALIDADE DE VIDA: O DESEJO ENVELHECE? Profa. Dra. Rosane Mantilla de Souza ([email protected]) Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Mestre Ana Carolina de Oliveira Costa ([email protected]) Embora queixas sobre a vida sexual apareçam recorrentemente em grupos de apoio focados em qualidade de vida e envelhecimento, tem sido difícil para os participantes ir além do assinalamento do assunto. Esta apresentação traz uma reflexão sobre as técnicas, conteúdo e implicações teóricas e éticas identificadas no atendimento grupal de 12 homens e mulheres com idade entre 55 e 79 anos que teve a duração de um ano. Com este grupo optou-se pela realização de sessões temáticas intermediadas por fotos de casais em diferentes épocas do século XX e ilustrando diversos padrões de relacionamento (idosos casados, idosos em relações livres como o ficar e casais jovens), músicas e dramatizações. Identificou-se que, embora haja particularidades na maneira como os participantes lidam com o envelhecimento, a maior parte do grupo foi capaz de atualizar seus valores e crenças a respeito do corpo e vida profissional, mas o mesmo não ocorre no que se refere à sexualidade. O procedimento criou um ambiente lúdico e permissivo favorecendo ao grupo tomar consciência e explorar alternativas para o conflito entre o desejo de relação de qualidade e a vivência de casamentos insatisfatórios nos quais não foram capazes de atualizar valores e crenças nem o próprio relacionamento. C108 O IMPACTO DO TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO NA FAMÍLIA: SUBSÍDIOS PARA INTERVENÇÃO FAMILIAR E GRUPOS DE APOIO Profa. Dra Rosane Mantilla de Souza - [email protected] Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Mestra Carolina Gonzaga Sanches Jorquera - [email protected] O traumatismo crânio encefálico (TCE) geralmente provoca alterações neurocomportamentais que exigem importantes reorganizações e adaptações familiares, principalmente quando o incapacitado é o provedor. O objetivo deste trabalho foi buscar subsídios para o atendimento familiar institucional e organização de grupos para filhos tendo se investigado o impacto do TCE na família como um todo e em cada um de seus membros, nos diferentes momentos do adoecimento. Foram realizadas entrevistas familiares e individuais em profundidade, com uma família com duas filhas adolescentes cujo provedor passara por um TCE, analisando-se o processo de 4 anos de adaptação. Embora o sistema tenha se mantido coeso ao longo das fases de adoecimento (crise, re-organização material, reabilitação, cronicidade), a comunicação mãe-filhas e entre estas foi se tornando cada vez mais bloqueada e os sentimentos de abandono e desengajamento mais intensos. O processo central identificado, também enfrentado diferentemente, foi à tomada de consciência da impossibilidade de remissão total dos sintomas e conseqüente demanda de elaboração do complexo luto pelo esposo/pai perdido e ao mesmo tempo ali. Ao final do período de 4 anos todos estavam retomando seus planos de vida, inclusive o portador do TCE que definiu para si o papel de aposentado, a partir do qual encontrou uma perspectiva positiva para as perdas vividas. C109 A GRAVIDEZ E MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA EM UBERABA – BRASIL Reis, Lyria Maria dos(1) Ramos, Natália(2) (1) Mestre em Comunicação em Saúde pela Universidade Aberta ([email protected]) (2) Doutora em Psicologia – Professora Associada Universidade Aberta ([email protected]) A gravidez e maternidade na adolescência são considerados um problema social e de saúde pública em muitos países ocidentais desenvolvidos e em desenvolvimento e podem afectar as jovens e seus filhos de diversas formas. O objectivo principal deste estudo foi conhecer alguns aspectos da gravidez e maternidade na adolescência no município de Uberaba, estado de Minas Gerais, Brasil. Foram realizadas 25 entrevistas a gestantes adolescentes, com idades entre os 14 e 19 anos, em Uberaba, Brasil, no mês de Março de 2007. As entrevistas semi-estruturadas incluiam aspectos demográficos, socioeconómicos, familiares, de saúde e sexualidade, percurso de vida e projecto de vida das adolescentes. Os principais resultados demonstram que 40% das entrevistadas vivem com companheiro, que a maioria (72%) não teve o acompanhamento de ambos os pais durante o seu crescimento e desenvolvimento e que em 76% dos casos, suas mães também foram mães adolescentes. Concluímos que a gravidez e maternidade na adolescência é um objecto de estudo de múltiplas causas e deve ser abordado com múltiplas acções para a sua resolução. As jovens necessitam de mais informação, conhecimento e orientação a respeito da sexualidade e contracepção, mais apoio familiar e de serviços de saúde e sociais adequados às suas necessidades. C110 AUTO-EFICÁCIA E SATISFAÇÃO COM A VIDA EM JOVENS COM PARALISIA CEREBRAL Diana A. Brandão ([email protected]) & José L. Pais Ribeiro ([email protected]) Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto Este estudo pretende avaliar a Auto-Eficácia e a Satisfação com a Vida em jovens com Paralisia Cerebral. A Paralisia Cerebral (PC) é uma incapacidade física, provocada por uma disfunção do controlo muscular, dificultando os movimentos e a postura corporais (NINDS, 2006; WHO, 1993). Descreve um grupo de condições crónicas que se prolongam por toda a vida do indivíduo (UCP, 2001). A Auto-Eficácia (AE) é a crença que os indivíduos têm na sua capacidade para atingir determinado nível de exigência numa tarefa (Bandura, 1995). A AE reduz o impacto do stress no indivíduo, podendo afectar a sua saúde (Pais-Ribeiro, 1995). Participaram neste estudo 68 indivíduos com PC, com idade média de 23 anos; 57,4% do sexo masculino e 42,6% do sexo feminino. Utilizou-se um questionário sócio-demográfico, a Escala de Satisfação com a Vida em Geral (Andrews & Withey, 1976) e a Escala de Auto-Eficácia (Sherer & col., 1982, adaptada por Pais-Ribeiro, 1995). Os resultados sugerem que, em média, os jovens com PC se encontram satisfeitos com a sua vida; e apresentam elevada Auto-Eficácia. Verificaram-se correlações positivas entre as variáveis, salientando a importância de intervenções psicológicas que promovam a auto-eficácia dos indivíduos, no sentido de aumentar a sua satisfação com a vida. C111 A SATISFAÇÃO COM O SUPORTE SOCIAL: ESTUDO EXPLORATÓRIO NUMA POPULAÇÃO DE JOVENS COM PARALISIA CEREBRAL Diana A. Brandão ([email protected]) & José L. Pais Ribeiro ([email protected]) Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto O Suporte Social define-se pela existência ou disponibilidade de pessoas em quem se pode confiar, que se mostram preocupadas, valorizam e gostam do indivíduo (Sarason et al., 1983). Integra os recursos da rede, os comportamentos e as percepções de apoio, associados numa transacção dinâmica entre o indivíduo e o meio (Vaux, 1988). A Paralisia Cerebral (PC) é uma incapacidade física, provocada por uma disfunção do controlo muscular, que dificulta os movimentos e a postura corporais (NINDS, 2006; WHO, 1993). As suas características específicas podem limitar significativamente o estilo de vida do indivíduo, favorecendo, frequentemente, o isolamento social. Pretende-se, assim, avaliar a Satisfação com o Suporte Social de jovens com PC. Participaram 68 indivíduos com PC, com idades compreendidas entre os 16 e os 36 anos; 57,4% do sexo masculino e 42,6% do sexo feminino. Utilizaram-se questionários de auto-resposta: questionário sócio-demográfico e Escala de Satisfação com o Suporte Social (Pais-Ribeiro, 1999). Os resultados sugerem que, em média, os jovens com PC se encontram pouco satisfeitos com o seu suporte social. Especificamente, encontram-se pouco satisfeitos com os amigos, a intimidade, a família e as actividades sociais. Salienta-se, assim, a importância de intervenções psicológicas que promovam o suporte social, particularmente, intervenções em grupo. C112 PREVENÇÃO DA RECAÍDA: SABER SEM RECAIR OU RECAIR SEM SABER? Paula Carrinho (1) Anabela Sousa Pereira (2) 1 Universidade de Aveiro [email protected] 2 Universidade de Aveiro. [email protected] Este trabalho pretende dar a conhecer a metodologia de intervenção baseada na prevenção de recaída em doentes com patologia aditiva. Considerando a relativa escassez de literatura em língua portuguesa é feita uma recensão crítica ao modelo de Alan Marlatt. A Prevenção de Recaída (PR) é um programa de autocontrole direccionado a melhorar a fase de manutenção do processo de mudança de hábitos, cujo objectivo é ensinar os indivíduos que tentam mudar o seu comportamento a prever e lidar com o problema da recaída. Descrevem-se os objectivos terapêuticos, as principais formas de intervenção, bem como a metodologia de avaliação do processo. Considerando que a cessação, a manutenção ou a recaída são processos fluidos e habituais na recuperação da dependência de substâncias, salienta-se a importância de desenvolver programas de tratamento globais, focalizados na redução de risco associada ao consumo de SPA’S (substâncias psico- activas). C113 O DETIDO: SUJEITO BIO-PSICO-SOCIAL Emília Tavares Marques* J. Pais Ribeiro** * Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto e Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo ** Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto Com este trabalho pretende-se fazer uma abordagem de alguns conceitos, tendo em conta a caracterização sócio-demográficas e jurídico-penais da população do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo (EPSCB), tão diversa, quão dispersa pelos seguintes edifícios que o compõem: Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental de Santa Cruz do Bispo (CPSM), onde se encontram internados grande parte dos doentes mentais inimputáveis do país; Unidade Livre de Droga (ULD), destinada ao tratamento de reclusos toxicodependentes; Regime Comum (RC), reservado a reclusos (imputáveis); Casa de Acolhimento de Santo André (CASA), onde se encontram reclusos (a maioria em cumprimento de penas de prisão por dias livres) e residem alguns sujeitos em liberdade definitiva, mas que não têm suporte familiar e nenhuma instituição que os possa receber. Porém, inicialmente, proceder-se-á a uma revisão bibliográfica sobre a Teoria da Autodeterminação, uma breve referência à noção de saúde e problematizar-se-á alguns factores de risco psicossociais e comportamentais que afectam a saúde em meio prisional, tendo em conta as características da referida população. C115 OS ANABOLIZANTES E A PSICOLOGIA DA SAÚDE: CONCEITOS SOBRE O USO E O ABUSO André Faro ([email protected] / [email protected]) Doutorando em Psicologia Social Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador/Bahia/Brasil Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (POSPSI) Partindo-se da questão sobre os custos para se obter um corpo ideal, a presente pesquisa delineou os principais conceitos, benefícios e prejuízos acerca dos anabolizantes entre os praticantes de musculação nas academias de Aracaju (Sergipe/Brasil). Pretendeu-se, também, conhecer a prevalência da utilização destas substâncias entre os participantes. A amostra constituiu-se de 58 indivíduos do sexo masculino, entre 18 e 35 anos de idade, com nível médio e superior predominantes. Como resultado detectou-se que a concepção prevalente quanto aos anabolizantes, e aos seus malefícios, corresponde ao que é divulgado segundo sua utilização sem a prescrição médica: o perigo do abuso e as conseqüências danosas sobre a saúde dos usuários. Já os benefícios observados mostram que há a de percepção que estas substâncias podem gerar resultados imediatos, indicando que, mesmo sendo conotado como nocivo, é um objeto desejado por quem busca uma imagem corporal condizente com as representações sociais do corpo belo na sociedade ocidental. Constatou-se um consumo elevado na população pesquisada, geralmente adquirindo as drogas nas farmácias e utilizando doses acima do recomendado. Foi observada relação estatística significativa entre o uso dos anabolizantes na atualidade e no passado (p<0,05) indicando que sujeitos que já utilizaram anabolizantes tendem a manter o uso. C116 STRESS E OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE: NOVAS PROPOSTAS PARA A PESQUISA NO BRASIL André Faro ([email protected] / [email protected]) Doutorando em Psicologia Social Marcos Emanoel Pereira ([email protected]) Orientador, Professor Doutor em Psicologia Social Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador/Bahia/Brasil Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social (POSPSI) Atualmente o stress é estudado sob a perspectiva da vulnerabilidade individual e coletiva, posto que a dimensão social é assinalada como o fulcro para o delineamento de grupos mais vulneráveis ao adoecimento. É emergente a demanda por novas pesquisas que mapeiem os estressores sociais e psicológicos que incidem sobre um dado grupo social, investigando motivos que possam levar ao aumento da vulnerabilidade ao acúmulo de fatores de risco. O conceito de saúde proposto na análise destes grupos de risco, em uma acepção psicossocial, está imbricado às condições ambientais (exposição a estressores), as características dos receptores (medidas intrínsecas de potencial vulnerabilidade) e aos recursos do receptor (habilidades para lidar ou recuperar-se) diante de uma dada condição de exposição às situações desfavoráveis. Assumindo, portanto, esta definição de saúde como norteadora das pesquisas sobre o stress, desenhou-se um campo atual de estudo neste aporte conceitual – a perspectiva multidimensional – tendo em vista a necessidade de ampliação do seu enfoque teórico e a premência de sua aplicabilidade dentro de parâmetros da saúde coletiva. Logo, assumindo-se a abordagem em que a saúde é considerada como multifacetada pelos determinantes sociais em estudo, conceber o stress como uma variante neste panorama configura a análise de grupos de risco. C117 A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PRATICADA CONTRA CRIANÇAS ADOLESCENTES SEGUNDO CRENÇAS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE E Carla Gebara - [email protected] Lélio Lourenço – [email protected] Pólo de Pesquisas em Psicologia Social e Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora (POPSS/UFJF) - BRASIL O objetivo da presente pesquisa foi delinear o perfil dos profissionais de saúde de um município brasileiro de pequeno porte, bem como analisar suas crenças a respeito da violência doméstica (VD) contra crianças/adolescentes, relacionada ou não ao uso de álcool e drogas ilícitas. Utilizou-se um questionário semi-estruturado, individual e sigiloso, respondido por 66 profissionais, dentre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, odontologistas, farmacêuticos/bioquímicos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos e agentes comunitários de saúde. Especificamente, investigou-se: percepção sobre VD; tipo de VD mais freqüentemente detectado; conhecimento sobre o assunto; grau de parentesco dos agressores; perspectivas/propostas de intervenção; providências tomadas diante de suspeita ou confirmação de VD; correlação entre VD contra crianças/adolescentes e consumo de substâncias psicoativas. Os dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo e indicaram uma forte tendência dos entrevistados a considerar tanto o álcool quanto as drogas como geradores de VD contra crianças/adolescentes, assim como a questão sócio-econômica. Além disso, os resultados deste estudo deixam clara a necessidade de se pensar em intervenções eficazes no plano institucional visto que, no espaço pesquisado, não se desenvolve um projeto específico de prevenção e combate à violência intrafamiliar, nem uma política voltada à capacitação dos profissionais de saúde para lidar com esta problemática. C118 GESTAÇÃO DE RISCO: AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E APEGO MATERNO-FETAL Saviani-Zeoti, Fernanda ([email protected]); Petean, Eucia B.L ([email protected]). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo São Paulo - Brasil O estabelecimento de apego entre bebês e suas mães é fundamental para o bom desenvolvimento infantil. Diversas pesquisas têm se dedicado a estudá-lo, porém, poucas abordam o apego materno-fetal. Este estudo teve por objetivo avaliar os níveis de ansiedade, depressão e o apego materno-fetal em 22 gestantes, comparando gestantes que apresentam gravidez de risco (hipertensas e idade materna avançada, por exemplo) e que apresentam gravidez eutrófica. Foram utilizados os Inventários de Ansiedade e Depressão das Escalas BECK e a Escala de Apego Materno-Fetal de Cranley. Os resultados mostram que a maioria das mulheres com gestação de risco apresentam níveis normais de depressão, entretanto, o mesmo não acontece com relação à ansiedade, em que somente uma delas apresenta níveis normais. Ao se comparar o grupo de gestantes de risco com o grupo de gestantes eutróficas, pode-se constatar que os níveis de ansiedade e depressão nas gestantes de risco são mais elevados. Em relação ao apego materno-fetal, as gestantes de risco apresentam índices mais elevados do que as gestantes eutróficas. Pode-se concluir que gestações de risco necessitam de um acompanhamento pré-natal intenso para que os riscos para o feto e para a própria gestante sejam minimizados. C119 CUIDANDO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM JUNTO AOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR Maria Lúcia de Araújo Andrade1, Márcia Oliva Soléra2 e Sabine Zanotell3 1 Profª Drª – Departamento de Psicologia Clínica –IP-USP. Laboratório Sujeito, Corpo, Sintoma e Instituição IP-USP ([email protected]) 2 Laboratório Sujeito, Corpo, Sintoma e Instituição do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo – Lab. SuCor / IP-USP ([email protected]) 3 Laboratório Interunidades de Estudos sobre as Deficiências do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo – LIDE/IP-USP ([email protected]) No Brasil, a lei sobre o acesso ao ensino regular de alunos com deficiência não garante a permanência e o êxito na escola. Considerando que dificuldades surgem na relação do sujeito com a diferença, os afetos dos profissionais dirigidos à criança podem ser permeados por sentimentos de impotência e mal estar, que se impõem como obstáculos ao processo de inclusão constituindo fonte de sofrimento psíquico. A Associação Pestalozzi, de Osasco, cidade do sudeste brasileiro, realizou, em 2007, intervenção na rede pública de ensino. O Projeto Apoiar dessa Associação propiciou a 357 profissionais uma mudança de atitude frente à diversidade, favorecendo a inclusão da criança com deficiência. O procedimento consistiu em, usando a psicanálise como “instrumento de intervenção”, oferecer oficinas para grupos com aproximadamente dez participantes, com 8 horas de duração. Foram abordadas questões relativas à deficiência e utilizadas situações que favorecessem a elaboração de aspectos psicológicos resistentes ao contato com a diferença. Os resultados apontam para a necessidade da oferta de um espaço de escuta para os profissionais, pois, na medida em que foram acolhidos em suas limitações e potenciais, manifestaram maior capacidade de também olhar, cuidar e escutar os alunos com deficiência. C120 DEPOIS DE TI: RELAÇÃO ENTRE ESPIRITUALIDADE E SAÚDE MENTAL EM PAIS QUE PERDERAM UM FILHO Sónia Nogueira1 & Margarida Varela2 1 ( [email protected]); Instituto Piaget/Viseu – I.S.E.I.T; Associação Apelo – Capelo de Viseu 2 ([email protected]); Instituto Piaget/Viseu – I.S.E.I.T O luto é um processo psico-social, que no seu desenvolvimento normal, visa a transferência, na esfera emocional, da vinculação em relação a um objecto perdido para memórias amenas (Amaro, 2006). O estudo do luto, enquanto processo pertencente ao ciclo vital do ser humano, é extremamente pertinente, se tivermos em consideração a fraca expressão dos estudos desenvolvidos sobre esta temática na área da Psicologia, nomeadamente no que diz respeito a estudos empíricos sobre luto parental. Nestes termos, no presente estudo pretende-se averiguar se existe uma relação entre a espiritualidade e a saúde mental nos pais que perderam um filho. Para tal foi constituída uma amostra composta por 24 indivíduos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 26 e os 68 anos. O protocolo de investigação utilizado é composto por um Questionário de Caracterização Sócio-Demográfica, o Human Spirituality Scale (HSS) e o Mental Health Inventory (MHI). Os resultados obtidos permitiram caracterizar a espiritualidade e a saúde mental de pais em luto assim como, avaliar em que medida a espiritualidade e a saúde mental se relacionam. C121 A PERSONALIDADE PATERNA COMO FATOR PROGNÓSTICO NO TRATAMENTO DA TENDÊNCIA ANTI-SOCIAL Prof.ª Drª. Valéria Barbieri. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]) A importância da família no desenvolvimento infantil é reconhecida pelos clínicos, a ponto de ser incluída em processos avaliativos e terapêuticos de crianças. Contudo, esse ambiente é avaliado principalmente com referência às características da mãe, havendo pouca literatura sobre o papel do pai. O Psicodiagnóstico Interventivo é uma prática clínica que combina atividades de avaliação e intervenção. Aplicado à população infantil, seus resultados dependem da qualidade do meio familiar. Diante da escassez de dados sobre o papel paterno no prognóstico terapêutico da criança, esta pesquisa investigou as características de personalidade dos pais de crianças com tendência antisocial submetidas ao Psicodiagnóstico Interventivo passíveis de associar-se aos resultados terapêuticos. Sete crianças compuseram a amostra, com seus pais sendo avaliados no início do processo pelo Teste de Rorschach. O follow-up dos casos indicou a ocorrência de cinco sucessos e dois fracassos. As características de personalidade dos pais associadas ao sucesso foram a ausência de comprometimentos severos no Teste da Realidade, Controle Pulsional e Relacionamentos Interpessoais, além da apresentação de organização neurótica de personalidade. Portanto, os resultados mostram que a prática clínica avaliativa e terapêutica não pode negligenciar as características de personalidade paterna na indicação terapêutica de crianças e na definição de seus prognósticos. C122 A INFLUÊNCIA DA PERSONALIDADE MATERNA E PATERNA NA ETIOLOGIA DA TENDÊNCIA ANTI-SOCIAL INFANTIL Prof.ª Drª. Valéria Barbieri. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]) O termo anti-social refere-se a distúrbios como o Transtorno Desafiador Opositivo, de Conduta e de Personalidade Anti-Social. Dentre seus fatores etiológicos, o ambiente familiar é considerado o mais importante: conflitos entre os pais, desafeto materno e desconsideração das necessidades da criança têm presença reconhecida neles. Apesar disso, há pouca literatura relativa à personalidade dos pais da criança anti-social. Assim, este trabalho apresenta a avaliação, pelo Teste de Rorschach, de um menino anti-social e de seus pais, visando averiguar de que modo as limitações destes últimos promoveriam as dificuldades do filho. Os resultados da criança indicaram comprometimentos na integração da personalidade e na capacidade criativa, e dificuldades no relacionamento com a mãe. A avaliação da mãe também revelou um relacionamento insatisfatório com a figura materna, permeado por sentimentos de rejeição e abandono, com escasso controle dos afetos. O pai apresentou pouca solidez egóica e precário controle pulsional, além de indícios de falso self. Essas limitações materna e paterna explicam as dificuldades parentais em atender às necessidades de ilusão e desilusão da criança, gerando as falhas ambientais responsáveis pela tendência anti-social. Desse modo, os pais devem ser incluídos na intervenção destinada à criança, de modo a possibilitar algum benefício terapêutico para ela. C123 SINTOMAS DEPRESSIVOS NUMA AMOSTRA DE CRIANÇAS E JOVENS ATRAVÉS DA CES-D Manuel Joaquim Loureiro 1 Ana Maria Silva 2 Sónia Alexandre Galinha3 1 Universidade da Beira Interior ([email protected]) 2 Agrupamento de Escolas a Lã e a Neve 3 Instituto Politécnico de Santarém Este estudo dá-nos conta dos resultados de uma aplicação da Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D) numa amostra de 262 jovens com idades compreendidas entre os 9 e os 17 anos. A esta aplicação presidiram como principais objectivos observar o comportamento da CES-D, inicialmente concebida para o rastreio da depressão na população em geral, quando aplicada a jovens, e, ao mesmo tempo, verificar qual a gravidade da sintomatologia depressiva obtida seguindo uma escala qualitativa proposta por Radloff (1977). Como resultado, constatamos estar perante um instrumento aceitável de um ponto de vista psicométrico (e. g. α=0.80) e encontramos uma percentagem de cerca de 16% de crianças com sintomas depressivos acentuados. C124 “MAMAS DE CRISTAL” – SEXUALIDADE E IMAGEM CORPORAL EM MULHERES MASTECTOMIZADAS Ana Costa [email protected] Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa (ISPA) Ivone Patrão [email protected] ISPA e Centro de Saúde de Odivelas Estudou-se a satisfação sexual e a imagem corporal em mulheres mastectomizadas. Realizaram-se dois estudos. O Estudo 1, realizado numa primeira fase, é quantitativo e o Estudo 2 é qualitativo. No Estudo 1 participaram trinta mulheres activas sexualmente. Para a avaliação das variáveis em estudo utilizou-se: a Escala de Imagem Corporal (Hopwood et al., 2001) e o SEAR (Self-Esteem and Relationship Questionnaire) (Raimundo, 2003). Os resultados mostraram que uma percepção negativa da imagem corporal se associa a uma menor satisfação sexual. No Estudo 2 participaram trinta mulheres sexualmente activas. Aplicou-se a análise de conteúdo (Bardin, 2004) e identificou-se as seguintes categorias para a imagem corporal: reacção à mastectomia, relação negativa com o espelho e com o corpo, percepção alterada de si própria, importância positiva e negativa da reconstrução mamária, olhar do outro, tempo de adaptação, estratégias de compensação da perda e limitações estéticas e físicas. Para a sexualidade, as categorias são: reacção do marido, mudanças no comportamento sexual, estratégias de minimização do desconforto, tempo de adaptação, acontecimentos negativos prévios, influência negativa da imagem corporal na sexualidade e efeitos positivos da mastectomia no casal. A análise das categorias demonstrou dificuldades em lidar com a nova imagem corporal e alterações a nível sexual. C125 AS AÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: UMA ABORDAGEM PSICOSSOCIAL Ana Figueiredo ([email protected]) Marco Figueiredo ([email protected]), Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto Entrevistas semi-estruturadas com 10 agentes comunitários de saúde, pertencentes a Núcleos de Saúde da Família, em Ribeirão Preto, Brasil, permitiram destacar conteúdos relacionados a algumas categorias, no contexto do trabalho realizado: a) instrumental, considerando a mediação como papel profissional; b) psicológico, onde a ambivalência caracteriza a dicotomia entre exigências do trabalho e processos afetivos concorrentes; c) Organizacional, com processos de desintegração que identificam conflitos entre a origem do agente de saúde e as competências técnicas exigidas pela função. Tais resultados são discutidos à luz da racionalidade técnica instalada nas ações sociais e a decorrente perda da visão de totalidade sobre o trabalho realizado. (CNPq) C126 UMA CRÍTICA À TRADUÇÃO DOS MANUAIS DIAGNÓSTICOS: TEORIAS DA SUBJETIVIDADE, DESCONSTRUÇÃO E PSICOPATOLOGIA Conrado Neves Sathler, Doutor em Lingüística Aplicada do IEL/Unicamp. Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clínica. Professor do Centro UNISAL ([email protected]) Carmen Zink Bolognini, Professora Doutora do IEL/Unicamp. Orientadora desse Trabalho de Qualificação de Área ([email protected]) A partir das concepções de subjetividade e desconstrução, buscamos analisar as conseqüências das políticas de tradução e traduções da Psicopatologia dos Manuais e dos Artigos que circulam alguns instrumentos diagnósticos voltados às classificações Psicopatológicas. Considerando-se, então, que o sujeito é, ele mesmo, uma tentativa de tradução e que há uma política que envolve não somente a construção da Loucura como fenômeno social, circunscrito a uma sociedade, mas também a constituição do sujeito louco como produto só existente numa dada sociedade, fruto de um processo específico de subjetivação, o presente artigo aponta para a prática política da tradução como instituição de sujeitos e diferenças, classificando, portanto, (a)normalidades que atendem ao poder/saber e ao poder vigente para além da sociedade disciplinar, mas da sociedade do controle e do consumo. Como atividade política, a tradução não atende a todos os pedidos, pondo em circulação apenas aqueles que devem permanecer ou gerar novas discursividades. Assim, ao privilegiar e abandonar determinados pedidos, a tradução exerce o poder de arconte, que admite que certos conhecimentos circulem e outros sejam esquecidos, atendendo, na mesma demanda a tradição, ou manutenção do estatuto de normalidade numa sociedade, e a tradução, atividade que põe em circulação conhecimentos que devem sobreviver. C127 O TRAUMA COMO FENÔMENO INTERPSÍQUICO Dra Claudia Maria Sodré Vieira, Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU - São Paulo, Brasil) Este trabalho visa apresentar o trauma psíquico como um fenômeno interpsíquico e com o potencial de legado transgeracional. As efetivações das passagens interpsíquicas dãose de três formas possíveis: através de identificações projetivas ou de acting-out, em sua forma positiva, somatização e incapacidade de revèrie e conseqüente vazio de representação, em sua forma negativa. Tais manifestações não se restringem às relações originárias, entre os objetos primários, mas estendem-se à situação terapêutica, evocando no terapeuta experiências homólogas, abrindo a possibilidade de representação e conseqüente elaboração, ou de repetição e conseqüente retraumatização da dupla paciente-terapeuta. Assim, objetiva derivar da passagem do trauma como fenômeno intrapsíquico para interpsíquico, suas conseqüências teóricas e técnicas. Apresenta um caso clínico como ilustração das proposições apresentadas. C128 GRUPOS DE ACOLHIMENTO PARA SERVIDORES PÚBLICOS ATINGIDOS POR SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA Othon Vieira Neto ([email protected]), Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU – São Paulo, Brasil) O objetivo deste trabalho é apresentar um modelo de assistência desenvolvido pelo autor para agentes do sistema penitenciário, policiais militares e bombeiros que vivem cotidianamente situações de violência e de estresse provocado pela natureza do trabalho que executam. A convivência com rebeliões, crimes e mortes produz nesses servidores diversas alterações emocionais, principalmente sintomas de Transtorno de Estresse pósTraumático e Burnout. Em função da pequena disponibilidade de profissionais de saúde mental para atendimento dessa população, foi proposto o Grupo de Acolhimento, que tem como principal objetivo a assistência aos colegas atingidos. A composição do grupo foi realizada com a seleção e treinamento de seus integrantes, que atuam utilizando técnicas de grupo, especialmente o Critical Incident Stress Debriefing (CISD). Sua implantação reduziu as consequências psicológicas do estresse nos servidores, e proporcionou um sentimento de valorização profissional. A proposta contempla ainda a implantação de uma cultura de assistência às vitimas, estendida aos familiares, através da apresentação de um espetáculo teatral escrito e produzido especialmente com essa finalidade. C129 GOING FOR THE GOAL (GOAL): LUTAR PELOS OBJECTIVOS NA ADOLESCÊNCIA Isabel Simões Dias ([email protected]), Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Educação Com este trabalho pretende-se apresentar o programa de intervenção Going for the Goal (Goal), da autoria de Danish e colaboradores (1992) da Virginia Commonwealth University (EUA). Os principais objectivos a atingir com o programa Goal passam por promover competências pessoais e sociais que desenvolvam a resiliência em adolescentes. Ao longo de 10 sessões procura promover competências como a formulação de objectivos, a planificação, a resolução de problemas ou a comunicação, incentivando uma reflexão individual sobre como cada qual se vê no mundo, nas suas relações consigo e com os outros. É um programa aplicado a estudantes mais novos por estudantes-formadores seleccionados cuidadosamente e bem treinados (peer leaders). Os resultados obtidos com este programa referem maior sucesso escolar e menor envolvimento em comportamentos de risco e de agressividade. Em 1996 ganhou o prémio Lela Rowland Prevention Award dado pela Associação Americana de Saúde Mental (National Mental Health Association’s). C130 MORTE NA FAMÍLIA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO ACERCA DA COMUNICAÇÃO À CRIANÇA Vanessa Rodrigues de Lima – USP (Universidade de São Paulo) ([email protected]) Maria Julia Kóvacs – USP ([email protected]) Esse estudo investigou a comunicação à criança da morte de um familiar, objetivando: verificar a adequação dessa comunicação ao nível de compreensão e desenvolvimento cognitivo da criança e compreender como a família participa no processo de elaboração do luto infantil por meio das informações e sentimentos que compartilha ou esconde da criança. Utilizou-se metodologia qualitativa de pesquisa sendo, os participantes, responsáveis por crianças que sofreram a perda por morte de um parente próximo quando tinham entre dois e oito anos. Os dados foram colhidos por meio de entrevistas abertas, posteriormente compreendidas a partir da identificação de categorias recorrentes no discurso dos entrevistados, conforme análise temática. Os resultados trazem a importância de uma comunicação aberta e clara com a criança, adequada a seus níveis de compreensão; salientam os benefícios de compartilhar os sentimentos, apontando para o cuidado do comunicador para com a criança como uma via de mão dupla e, demonstram a força do apoio social da família extensa. Conclui-se que a comunicação da morte de um parente próximo à criança é imprescindível e deve ser revestida de alguns cuidados básicos por parte do comunicador, que deve ser alguém com quem a criança tenha fortes laços de afetividade. C131 O LUTO EM ADOLESCENTES PELA MORTE DO PAI: RISCO E PREVENÇÃO PARA A SAÚDE MENTAL MOTA, Monica; WIESE, Elizabeth. [email protected]; [email protected]. Faculdade de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Este estudo analisa o luto de cinco adolescentes que perderam o pai biológico por morte de causas diversas. Para tanto, investiga manifestações e repercussões relacionadas a essas perdas, a resiliência dos jovens frente a elas, identificando fatores de risco e de proteção para a elaboração desse luto e o desenvolvimento dos adolescentes. Como procedimento, utilizou-se uma entrevista semi-estruturada, com roteiro pré-estabelecido em função dos objetivos propostos e o Inventário de Auto-avaliação para jovens de 11 a 18 anos (YSR), que rastreia problemas de saúde mental. Os resultados indicaram que esse luto na adolescência tem características próprias, distinguindo-se do que essa perda pode acarretar em outras etapas do ciclo vital por conta dos desafios singulares do desenvolvimento nesse período. Assim, a morte do pai biológico representa para o adolescente uma crise, mas também pode ser uma oportunidade para que ele amadureça. Constatou-se ainda a importância do suporte social de uma rede de apoio que compreenda e atenda as necessidades do órfão, representada, sobretudo pela presença de uma mãe (ou cuidador) funcional, para a ressignificação dessa perda. Além disso, se o adolescente apresenta dificuldades para expressar seu luto, ele pode ficar entorpecido e negar as conseqüências dessa perda, comprometendo seu desenvolvimento emocional. C132 RELAÇÕES OBJETAIS DE MULHERES COM DIABETES GESTACIONAL Maria Geralda V. Heleno ([email protected]) Marília M. Vizzotto ([email protected]) Olímpia R. Noronha ([email protected]) Glaucia M. Bechara Taís Mazzotti Universidade Metodista de São Paulo – Brasil Objetivo: Avaliar o equilíbrio psíquico de mulheres com diabetes gestacional. Metodologia: Participaram deste estudo 30 pacientes. Para a coleta de dados utilizou-se o Teste das Relações Objetais de Phillipson (TRO). A análise das histórias foi feita por meio do conteúdo manifesto e latente que permitiu avaliar o equilíbrio psíquico de cada paciente. Resultados e conclusões: A maioria dos casos apresentou predomínio da ansiedade com relações negativas de objeto. A persecutoriedade dos objetos característica da posição esquizoparanóide fazia emergir extrema ansiedade; o ego frágil utilizava mecanismos de defesa primitivos como a paralisação, identificação projetiva patológica e a confusão. Das 30 pacientes apenas 06 (20%) apresentaram equilíbrio psíquico com liberdade para relações positivas. Nestes casos predominaram as relações positivas de objeto. O ego era capaz de suportar a angústia e utilizava mecanismos de defesa como a repressão e a racionalização, próprios da posição depressiva. C133 MEDIAÇÕES FAMILIARES E CONSTITUIÇÃO PSÍQUICA DO JOVEM CONTEMPORÂNEO Edna Queiroz ([email protected]) Universidade Federal de Goiás (UFG/GO) - Brasil Este artigo discute a inserção da família como instância mediadora na vida de jovens que lograram sucesso na formação escolar. Na sociedade moderna, ainda que transformações significativas estejam acontecendo, a primeira e principal instância de socialização é, ainda, a família que continua constituindo um locus de afetividade e de privacidade, no qual, por meio das experiências primárias de natureza emocional, forma-se a estrutura psíquica. As referências procedentes da esfera familiar na constituição social e psíquica dos jovens foram tomadas para orientar esta investigação com egressos da escola pública de ensino médio que obtiveram êxito nos vestibulares dos cursos mais concorridos de uma universidade federal brasileira. Essa condição, incomum no Brasil, instigou a realização de uma análise minuciosa com esses jovens, matriculados nos cursos de Medicina e de Direito da Universidade Federal de Goiás (Brasil). Por meio de entrevistas semi-estruturadas pôde-se examinar a inserção familiar em suas vidas, o que revelou a interiorização eficaz dos processos familiares que se dão a conhecer na tensão constitutiva das relações internas em confronto com a realidade social. O estudo realizado permite afirmar que as famílias dos entrevistados prevalecem como referência fundamental na constituição psíquica dos jovens. C134 OS RISCOS DAS CRENÇAS EM JOVENS PORTUGUESES Victor Cláudio (ISPA, Lisboa, Portugal) [email protected] Paula Sousa (Psicóloga, Lisboa, Portugal) [email protected] O objectivo deste estudo é a comparação das crenças e atitudes sobre sexualidade, saúde, doença e os comportamentos de risco ao VIH/SIDA, em jovens portugueses, de ambos os sexos, entre os 15 e 30 anos, que habitam em cinco distritos, Lisboa, Setúbal, Santarém, Vila-Real e Beja. A amostra é composta por aproximadamente 3000 sujeitos. Utilizamos três questionários: a) Um questionário, que avalia as crenças e atitudes sobre sexualidade, saúde, doença e VIH/SIDA. Constituído por 7 questões de associação livre, 14 questões abertas e 7 questões fechadas; b) Um questionário que avalia comportamentos auto e hetero referentes perante situações de comportamento de risco ao VIH/SIDA. Este questionário é constituído por 12 questões fechadas; c) Um questionário que avalia atitudes e comportamentos sobre a sexualidade e praticas sexuais, constituído por 54 questões fechadas. Os resultados indicam a existência de diferentes crenças e atitudes, no que concerne ao género, região e diferentes grupos etários. Partindo do modelo cognitivo de crenças e atitudes, preconizado por Beck, interpretamos estes resultados e apresentamos propostas de aspectos essenciais a serem incluídos em programas de prevenção primária específicos para cada género, região e faixa etária. C135 IMPACTO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO NO CASAL: ESBOÇO DE UMA TEORIA EMPIRICAMENTE DERIVADA Mafalda Moreira da Cruz António Pazo Pires Instituto Superior de Psicologia Aplicada O objectivo deste estudo consistiu na construção de um modelo sobre o impacto da depressão pós-parto num casal. Os participantes foram 4 homens, com idades compreendidas entre os 31 e os 51 anos, as respectivas mulheres, com idades compreendidas entre os 29 e os 53 anos, e ainda mais duas mães com 27 e 32 anos. As entrevistas semi-estruturadas foram gravadas e posteriormente transcritas e analisadas de acordo com o método “Grounded Theory”. Constatou-se que existe uma acentuada diferença no modo de agir perante esta patologia. A mãe apresenta dificuldades relacionadas consigo mesma, isto é, sente-se sozinha, incapaz de cuidar do filho ou de socializar, bastante cansaço e desânimo, comportamentos estes que acabam por deixá-la insegura e incompreendida, especialmente pelo companheiro. No caso do pai da criança as preocupações são mais viradas para o bem estar da criança e da mulher, embora predomine um sentimento de injustiça e incompreensão mas que, contrariamente à mãe, não os demonstra na tentativa de diminuir os conflitos existentes no casal. Este estudo representa então a primeira investigação empírica sobre como os homens abordam uma depressão pós-parto nas suas companheiras, onde se concluiu que eles tendem a adoptar uma atitude pacífica e submissa face à situação, comportamento este que pode ser verificado mesmo antes do nascimento da criança, isto é, representa uma caracteristica da personalidade e não apenas uma estratégia de adaptação face à depressão. C137 GESTANTES DIABÉTICAS: COMPREENSÃO CLÍNICA E CONSULTAS TERAPÊUTICAS Lucia de Mello Senra do Valle, Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo – SP – Brazil ([email protected]) INTRODUÇÃO: A gravidez permite à mulher o desabrochar de sua feminilidade. Mobilizam-se processos de natureza biológica, psicológica e sócio-cultural. Para a família, ao se multiplicar, terá que dividir o “ninho”- organização de um espaço físico e de um estado mental. Como Psicóloga vimos notando que a gravidez, sendo de alto risco, devido a diabetes gestacional, (DG) desmantela os desejos de um filho saudável, transformando-os em fonte de ansiedades e de sofrimentos. Surgem fantasias de um recém-nascido (RN) internado em UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal). Segundo FREUD (1906/1976) a ansiedade é a resposta do ego à ameaça de um trauma. A tarefa da psicóloga é estar disponível e intervir: para que a gestante co-participe e atinja qualidade de vida, ao invés de quantidade de vida. OBJETIVO: Investigar sobre medidas específicas e gerais de prevenção da doença, promoção e preservação da saúde física e mental das gestantes. MÉTODO CLÍNICO: segundo o método psicanalítico DISCUSSÃO: Os conflitos são elaborados pelas Consultas Terapêuticas. RESULTADOS: diagnóstico e intervenção não se separam. CONCLUSÃO: A intervenção, e acolhimento da terapeuta propiciam evidentes melhoras na qualidade de vida. C138 ESTUDO COMPARATIVO TRANSCULTURAL – BRASIL E PORTUGAL - DA QUALIDADE DE VIDA E ESTRESSE OCUPACIONAL DE ESTUDANTES TRABALHADORES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Cardoso, Wilma ([email protected]); Siqueira, Adriano ([email protected]); Silva, Messias ([email protected]); Souza, Guilherme ([email protected]). Pesquisadores da EEL-USP-Lorena/SP/BR OBJETIVO: Estudo comparativo da qualidade de vida e do estresse-saúde mental dos estudantes trabalhadores. MÉTODO: descritivo-comparativo. População: estudantes da EEL - USP - Brasil e ISMT, Coimbra. Instrumentos de “Qualidade de Vida” e “Estresse e Saúde Mental” respectivamente: “SF 36” (WARE et al. 1994) e “SWS Survey” (GUTIÉRREZ & OSTERMANN, 1994). RESULTADOS: Qualidade de Vida - domínios não prejudicados nos dois grupos: capacidade funcional, dor, estado geral de saúde, aspecto emocional e saúde mental. Domínios prejudicados apenas nos brasileiros: vitalidade, aspecto físico e aspecto social. Estresse e Saúde Mental - 25% dos brasileiros apresentam traços de Estresse e os portugueses 16%; 12,5% dos brasileiros estão comprometidos em sua Saúde Mental e apenas 1,5% dos portugueses, sugerindo que os últimos apresentam mais Saúde Mental e tendem a apresentar menos indicadores de Fatores Psicossociais de Risco. CONCLUSÃO: esses dados sugerem que as diferentes políticas acadêmicas junto aos estudantes trabalhadores influenciam na Qualidade de Vida e na Saúde Mental desses estudantes, evidenciando um comportamento mais saudável dos portugueses. C139 ANÁLISE DESCRITIVA DOS INDICADORES DE BEM-ESTAR NO TRABALHO EM TRABALHADORES DE EMPRESAS PRIVADAS Mirlene M. M. Siqueira ([email protected]), Ion Freitas ([email protected]), Hélio Martins de Araújo ([email protected]), Lúcia Freitas ([email protected]), Oldemar Nunes, Viviane Capecci, Carlos Renato Universidade Metodista Este estudo teve como objetivo, conhecer o grau de percepção de Bem-estar no Trabalho (BET) de profissionais de vários segmentos. Bem-estar no Trabalho é caracterizado por três dimensões: satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Participaram 53 profissionais; 40 do sexo feminino e 13 do sexo masculino. A idade média foi de 32,7 anos, com predominância de solteiros e formação acadêmica superior completo . A maioria não ocupa cargo de chefia. Coletaram-se dados através de três escalas relativas às dimensões referidas – Escala de Satisfação no Trabalho, Escala de Envolvimento com o Trabalho e Escala de Comprometimento Organizacional Afetivo. Dessa pesquisa resultou em média de Satisfação no trabalho; média de Envolvimento organizacional e média de comprometimento organizacional afetivo e respectivos desvios padrão e freqüências. Estudou-se as correlações dessas três dimensões de bem-estar no trabalho. Concluindose que existe correlação positiva e significativa entre Satisfação Geral no Trabalho e Envolvimento com o Trabalho. Além disso, os escores médios pesquisados foram comparados com as respectivas escalas a partir do teste t quanto à satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo a fim de verificar a probabilidade de erro calculada. . C140 INCIDENTES CRÍTICOS NA PROFISSÃO DE INSPECTOR DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DA PJ Guida Manuel1 ([email protected]) & Cristina Soeiro2 ([email protected]) 1 Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais 2 Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais e Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz No âmbito do Projecto de Intervenção em Incidentes Críticos no Contexto de Trabalho de Polícia desenvolveu-se um trabalho de investigação, no contexto da actividade profissional dos Inspectores da Polícia Judiciária, com o objectivo de efectuar um levantamento dos Incidentes Críticos/Acontecimentos Traumáticos e sintomas vivenciados por estes profissionais, numa primeira fase e, posteriormente, delinear soluções e intervenções no sentido de evitar o impacto negativo dos Incidentes Críticos no dia-a-dia. Entendendo-se os Incidentes Críticos como qualquer situação vivida causadora de reacções intensas a diversos níveis, interferindo na capacidade de desempenho no trabalho, poderão supor-se implicações não só a nível profissional e institucional, mas também pessoal, familiar e social, tornando-se o seu conhecimento e prevenção fundamentais. Foi utilizado o Questionário de Incidentes Críticos para a Polícia de Investigação Criminal (Soeiro, 2003), os resultados preliminares apontam para a descrição de pelo menos um incidente crítico pela maioria dos participantes, a maior parte das situações referidas ocorreram durante diligências operacionais e envolveram armas de fogo. Os participantes reconheceram diversos sintomas dos diferentes tipos de reacções apresentadas e na sua maioria apresentaram sugestões de modo a minimizar os efeitos dos incidentes críticos no desempenho profissional. C141 A CONVIVÊNCIA CONJUGAL DIANTE DA EXPECTATIVA DO TRANSPLANTE HEPÁTICO Cristina Maria de Souza Brito Dias (Profª. Drª. Universidade Católica de Pernambuco) ([email protected]) Célia Regina Medeiros (Mestre e Psicóloga do Hospital Oswaldo Cruz, em Recife) ([email protected]) O objetivo geral da pesquisa foi compreender a adaptação dos casais em que um dos cônjuges está na lista do transplante hepático. Foram realizadas entrevistas com seis casais na faixa etária entre 24 a 77 anos, com tempo mínimo de convivência de quatro anos e espera na lista de transplante a partir de seis meses. O diagnóstico da doença foi oriundo de distúrbios metabólicos e virais, dissociados da dependência química. As respostas foram analisadas baseando-se na Análise Temática. Os resultados mostraram que: a entrada na lista do transplante foi vista como um momento de grande tensão e ansiedade, que persiste durante todo o tempo de espera. As necessidades foram a realização rápida do transplante e sanar dificuldades financeiras, em decorrência dos gastos com a doença. Paciência, compreensão, confiança, amor e a fé religiosa foram apontados como recursos para enfrentar a situação. A relação conjugal sofreu abalo, havendo casos que se caracterizaram por maior proximidade e, em outros, afastamento. A relação com os familiares e o grupo social mais amplo também foi afetada. Os projetos e as expectativas de futuro mostraram-se aprisionados à espera do transplante. Conclui-se pela necessidade de um cuidado interdisciplinar que possibilite qualidade de vida ao casal. C142 A EXPERIÊNCIA DE ABANDONO E A NOÇÃO DE RELAÇÃO: UMA REFLEXÃO SOBRE O DISCURSO DAS CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS Etã Costa ([email protected]) & Anabela Albuquerque ([email protected]) Internato Viseense de Santa Teresinha Cada vez mais as crianças surpreendem pela clareza e simplicidade com que vêm, experienciam e compreendem o mundo. Essas experiências tornam-se importantes para um saudável desenvolvimento físico e mental. As crianças que vivem em instituições, apesar de não estarem com as suas famílias de origem, estabelecem padrões de interacção e verbalizam expressões que dão conta da organização e representação daquilo que para elas vai adquirindo significado numa família ou num grupo, seja o grupo de amigos ou outro. A leitura da compreensão da criança sobre a sua condição, sobre as suas relações com a família (e sobre as funções e disfunções da sua família), sobre as suas relações com os pares e com os demais adultos que lidam com ela, permite perceber um pouco do seu “universo pessoal”, facilitando a ajuda que se pode prestar à infância/juventude, especialmente no contexto institucional. Assim, com esse trabalho, pretende-se realizar uma reflexão, com base no discurso de crianças institucionalizadas, acerca do modo como elas experienciam o abandono e vão (re)construindo a noção de relação, fazendo uma ponte para a intervenção ao nível da sua saúde mental, qualidade de vida e bem-estar psicológico. C143 COMER O QUÊ COM QUEM: AMBIVALÊNCIA ATITUDINAL E INFLUÊNCIA SOCIAL INDIRECTA NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR Maria Batista, ISCTE / CIS ([email protected], [email protected]) Luísa Lima, ISCTE / CIS ([email protected]) No quadro teórico da psicologia social, esta investigação centra-se na importância da ambivalência atitudinal (Thompson et al., 1995) e dos contextos sociais (Jonas et al., 2000), em particular no papel das normas, para a compreensão do comportamento alimentar. Roth et al. (2001) identificou duas normas sociais na alimentação que guiam a quantidade do consumo em contextos sociais: a norma de seguir o outro (NSO, em contextos informais) e a norma de comer pouco (NCP, quando é necessário causar uma impressão positiva). Todavia, apesar das evidências de que a qualidade das escolhas alimentares é um factor importante na formação de impressões (Conner & Armitage, 2002; Paulino, 2007), a investigação tem vindo a ignorar a qualidade e a considerar apenas a quantidade. Num delineamento 2 (ambivalência dos participantes face aos alimentos: menos ambivalentes, mais ambivalentes) x 2 (qualidade dos alimentos: saudáveis, não saudáveis) x 3 (normas: sem norma, NSO, NCP), procuramos compreender de que forma a ambivalência dos participantes e a qualidade dos alimentos, determinam a aderência às normas alimentares. É esperado que os participantes mais ambivalentes sejam mais sensiveis às normas e que as normas identificadas por Roth et al. (2001) se apliquem apenas a alimentos não saudáveis. C144 INFÂNCIA ADOTADA, FAMÍLIA E (RE)SIGNIFICAÇÃO DA ADOÇÃO Edna Garcia, Profa Dra do Departamento de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul- RSUNISC ([email protected]) Dulce Zacharias, Profa do Departamento de Psicologia daUniversidade de Santa Cruz do Sul- RS- UNISC Jerto Silva , Prof Dr do Departamento de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul- RS- UNISC A adoção constitui um tema de saúde coletiva e uma problemática psicossocial que urge pesquisas e intervenções no sentido de promoção de processos de subjetivação direcionados para a cidadania. Este trabalho apresenta uma análise sobre dados alcançados através da realização da pesquisa “A Produção Social de Sentidos sobre Adoção”, desenvolvida na região de Santa Cruz do Sul. Sob financiamento do CNPq, FAPERGS e o apoio do Departamento de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, foi possível reconhecer diferentes sentidos acerca da temática estudada. Buscamos realizar entrevistas junto aos cuidadores de crianças institucionalizadas, pais que já realizaram a adoção e sujeitos que ainda aguardavam por adotar. Além disso, foram realizadas atividades com Grupo de Adolescentes e de Crianças institucionalizadas e com Grupo de Acolhimento à Comunidade. Na busca de um caminho para analisar a produção social de sentidos sobre a adoção, escolhemos a proposta teóricometodológica denominada de produção de sentidos do cotidiano, através das práticas discursivas, dentro da perspectiva de conhecimento proposta por Spink (2000). Optamos por realizar uma investigação científica, delineada pela abordagem qualitativa da realidade. Dentre outras constatações, assinalamos que, no âmbito da problemática da adoção, a temática da família e o tema do sentimento de medo, ocupam lugar central, para os quais devemos atentar e produzir estratégias de investigação/intervenção, que viabilizem as atitudes de adoção em acordo com a realidade e o contexto sócio-cultural. Nesta perspectiva, identificamos como uma das possíveis vias para a abertura da adoção menos preconceituosa e, portanto, mais comprometida com a produção de saúde, diz respeito à intervenções que promovam uma ressignificação do termo adoção. C146 O PAPEL DO AJUSTAMENTO MARITAL E DO CONFLITO TRABALHOFAMÍLIA NO STRESS DAS ENFERMEIRAS 1, 2 2, 3 4 Clara Simães , Teresa McIntyre , Scott McIntyre 1 Escola Superior de Enfermagem, Universidade do Minho, Portugal ([email protected]) 2 Departamento de Psicologia, Universidade do Minho, Portugal 3 Department of Psychology, University of Houston, USA 4 School of Human Sciences & Humanities, University of Houston-Clear Lake, USA O presente estudo, investiga a relação entre o ajustamento marital e o conflito trabalhofamília com o distress e a saúde das enfermeiras. Nesta relação, é também explorado o papel das características psicossociais do trabalho, tais como o tempo de serviço, o trabalho por turnos e o suporte social. A amostra é constituída por 100 Enfermeiras que trabalham em dois hospitais Públicos da região norte do país. A média das idades é de 34.32 (DP=9.15). As participantes foram avaliadas através de um questionário Sócio-Demográfico; do Revised Dyadic Adjustment Scale (R-DAS), para avaliar o ajustamento marital; das escalas “Work-Family Conflict and Family-Work Conflict”, na avaliação do conflito trabalho-família; do General Health Questionnaire (GHQ-12) e do Brief Personal Survey-R, versão revista, na avaliação do distress e saúde; e do “Job Content Questionnaire” (JCQ – SS), usado na avaliação das características psicossociais do trabalho. Os resultados revelam uma elevada incidência de distress psicológico nesta amostra (M GHQ = 4.36, DP=2.46) e uma correlação negativa e significativa entre o ajustamento marital e o distress das enfermeiras. O conflito família-trabalho está positivamente e significativamente correlacionado com as respostas de stress, mas negativamente associado ao suporte social do supervisor. Os dados demonstram uma correlação negativa e significativa entre as respostas de stress e o suporte social dos colegas de trabalho. Neste estudo, confirmam-se os elevados níveis de distress encontrados nos profissionais de enfermagem, nomeadamente nas mulheres, dando enfoque a fontes de stress que devem ser consideradas na intervenção psicológica e nas políticas de saúde ocupacional. C147 INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA A PROMOÇÃO DA ADESÃO À TERAPIA ANTI-RETROVIRAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS Eliane Seidl ([email protected]), Andréa Oliveira ([email protected]), Fabrício Almeida ([email protected]) e Larissa Tomasi ([email protected]) Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília e Hospital Universitário de Brasília, Brasil. Objetivo. Relatar a experiência de intervenção cognitivo-comportamental para a adesão à terapia anti-retroviral, junto a pacientes soropositivos com dificuldades de adesão ao tratamento. O presente trabalho representa um dos eixos de projeto de pesquisa e intervenção que conta com apoio financeiro do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde. Método. Pacientes com dificuldades de adesão foram identificados a partir de um estudo preliminar, que investigou a não ingestão ou perda auto-relatada superior a 5% do número de comprimidos/cápsulas de medicamentos anti-retrovirais, na semana ou mês anterior. A intervenção consistiu na realização de sessões individuais, em frequência semanal ou quinzenal. Foram utilizadas técnicas cognitivo-comportamentais: automonitoramento, balanço de vantagens e desvantagens, reestruturação cognitiva para a modificação de crenças disfuncionais sobre o tratamento e a enfermidade. Resultados. Vinte e quatro pacientes participaram da intervenção: dezenove relataram adesão igual ou superior a 95% ao final da intervenção, revelando expectativa de autoeficácia elevada para adesão ao tratamento. Indicadores imunológicos e virológicos foram acompanhados de modo longitudinal, corroborando os dados obtidos por autorelato. Conclusão. A metodologia de intervenção mostrou-se eficaz, permitindo que demandas médicas e psicossociais que dificultavam a adesão fossem identificadas, de modo que a intervenção propiciasse seu manejo e superação. C148 PERCEPÇÃO DE RISCO E PRÁTICAS PREVENTIVAS EM RELAÇÃO ÀS DST/HIV ENTRE UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO SOBRE DIFERENÇAS DE GÊNERO Eliane Seidl ([email protected]), Ana Lúcia Galinkin ([email protected]), Bruno Barbosa ([email protected]), Rogério Magalhães ([email protected]) e Tânia Ribeiro ([email protected]) Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, Brasil Objetivo: Identificar diferenças na percepção de risco e nas práticas preventivas em relação às DST/HIV entre universitários homens e mulheres. Método: Participaram 503 universitários sendo que 266 (53%) eram mulheres, com idades entre 17 a 44 anos (M=21,3; DP=3,2). A coleta de dados baseou-se na resposta anônima e voluntária a questionário auto-aplicável, com itens sobre relacionamento afetivo-sexual, freqüência de uso da camisinha e percepção de risco de exposição às DST/HIV. A análise de dados usou técnicas estatísticas descritivas e teste qui-quadrado. Resultados: Dos participantes, 75,4% referiram que já tinham tido relações sexuais: 86,3% entre os rapazes e 65,5% das moças. Sobre o uso da camisinha, 43,9% dos rapazes informaram uso em todas as relações sexuais nos últimos seis meses, ao lado de 30,2% das moças (p<0,05); 12,2% deles e 22% delas informaram que não usaram camisinha nesse período, diferenciando os dois grupos (p<0,05). Quanto à percepção de provável exposição a risco de infecção pelas DST/HIV, 41,4% deles e 26% delas responderam afirmativamente (p<0,001). Conclusão: Os resultados indicaram diferenças de gênero nos aspectos investigados. Quanto à maior freqüência do uso do preservativo relatada pelos rapazes, os resultados vão ao encontro de pesquisas que apontam maior iniciativa dos homens nessa modalidade de conduta preventiva. C149 ADHERENCIA AL TRATAMIENTO EN ANCIANOS FRÁGILES: INFLUENCIA DEL ESTADO COGNITIVO Y EMOCIONAL Gaspar O1, Melo JA2, Barbero A3, Caraballo G4, Porras E5, Escolar C6, Hidalgo JL7, Barrientos D8, Aires M9, Sánchez J10, Esquivel C11 , Fernández L12 y Antequera R13. 1 Enfermera Gestora de Casos de la Zona Básica de Dos Hermanas. Distrito Sanitario Sevilla Sur 3 Enfermero. Jefe de Negociado. Unidad Promoción de la Salud Sevilla Este-Alcosa-Torreblanca. Sevilla 4 Médico de Familia. Centro de Salud El Cachorro. Sevilla 2 Enfermero Gestor de Casos de Las Cabezas de San Juán y El Cuervo. Distrito Sanitario Sevilla Sur. 5 Médico. Directora Unidad de Gestión Clínica Nª Sª de la Oliva. Alcalá de Guadaira. Distrito Sanitario Sevilla Sur 6 Enfermera Gestora de Casos. Unidad de Gestión Clínica Nª Sª de la Oliva. Alcalá de Guadaira. Distrito Sanitario Sevilla Sur 7 Médico. Unidad de Gestión Clínica Nª Sª de la Oliva. Alcalá de Guadaira. Distrito Sanitario Sevilla Sur 8 Médico. Unidad de Gestión Clínica Montequinto. Dos Hermanas.Distrito Sanitario Sevilla Sur 9 Profesora Colaboradora. Facultad de Psicología. Universidad de Sevilla. 10 Médico. Adjunto Dirección Asistencial. Unidad de Calidad y Procesos. Distrito Sanitario Sevilla Sur. 11 Psicóloga. Becaria. Universidad de Sevilla. 12 Médico Geriatra. Hospital San Lázaro. Sevilla . 13 Profesora Titular. Facultad de Psicología. Investigadora Principal Proyecto “La dependencia en ancianos frágiles y las implicaciones para sus cuidadores o potenciales cuidadores. Un estudio Longitudinal” INSERSO. 2007 ([email protected]) Son varios los motivos que justifican el creciente interés por la adherencia al tratamiento entre los que destacan su elevada prevalencia, su influencia tanto en la disminución de la potencial eficacia de los tratamientos farmacológicos como en los sesgos en la valoración médica de los tratamientos prescritos y, por último, su relación con la hospitalización y el riesgo de mortalidad. Se ha señalado que entre un tercio y la mitad de los ancianos tratados no realizan correctamente la prescripción y que más del 90% toman dosis menores de las prescritas por su médico (Palop y Martínez, 2004). Aunque no se puede afirmar que exista un patrón único característico de los pacientes que no cumplen las prescripciones médicas, algunas de las variables que inciden en la misma son la complejidad del tratamiento, el número de dosis, los efectos secundarios, el apoyo familiar, o variables de personalidad. En el caso de los ancianos, destacan además, los problemas mnésticos y el estado emocional. El objetivo del presente trabajo es analizar la adherencia al tratamiento de una muestra de ancianos frágiles, pluripatológicos y la influencia que sobre la misma ejerce tanto el deterioro cognitivo como al presencia/ausencia de depresión. Para ello, se ha seleccionado una muestra de 120 ancianos frágiles, de los que se han obtenido datos sobre enfermedades, fármacos diarios y fármacos distintos, olvidos y abandonos, el test de Pfeiffer y la escala GDS para la valoración de la depresión en ancianos. Se han realizado análisis descriptivos, correlaciones y análisis de regresión múltiple. C150 DERA: UN NUEVO INSTRUMENTO PARA LA EVALUACIÓN DEL DESAJUSTE EMOCIONAL Y LOS RECURSOS ADAPTATIVOS EN INFERTILIDAD. Rosario Antequera1 , Carmen Moreno-Rosset2 y C.Jenaro3 1 * Facultad de Psicología. Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Sevilla. C/ Camilo José Cela, s/n. 41008- Sevilla ([email protected]) 2 Facultad de Psicología. Departamento de Psicología de la Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED). 3 Facultad de Psicología. Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Salamanca. Dada la ausencia de instrumentos para ayudar a los psicólogos que trabajan con parejas infértiles, presentamos un nuevo instrumento para evaluar el desajuste emocional y los recursos adaptativos de esta población. Se utilizó un diseño transversal para recoger datos de dos unidades de reproducción pertenecientes a dos hospitales públicos. Los análisis preliminares se realizaron con una muestra de 85 pacientes infértiles. Las propiedades psicométricas del instrumento se contrastaron con una segunda muestra de 490 pacientes infértiles. Respecto a la fiabilidad, los índices alfa fueron adecuados para el instrumento y sus factores. En cuanto a la validez, los análisis factoriales de segundo orden resultaron en una solución de 4 factores que explican conjuntamente el 56% de la varianza total. Se realizaron análisis adicionales con una tercera muestra de 50 participantes de la población general emparejada a una de pacientes infértiles. En suma, el instrumento se muestra como una herramienta útil de evaluación psicológica para determinar el ajuste emocional y los recursos individuales e interpersonales, para afrontar el diagnóstico, y tratamiento de la infertilidad. C151 PERCEPCIÓN SUBJETIVA DEL ESTADO DE SALUD EN ANCIANOS FRÁGILES: VARIABLES MODULADORAS Barbero A1, Caraballo G2, Melo JA3, Gaspar O4, Porras E5, Escolar C6, Hidalgo JL7, Barrientos D8, Aires M9, Sánchez J10, Esquivel C11, Fernández L12 y Antequera R13. 1 Enfermero. Jefe de Negociado. Unidad Promoción de la Salud Sevilla Este-Alcosa-Torreblanca. Sevilla 2 Médico de Familia. Centro de Salud El Cachorro. Sevilla 3 Enfermero Gestor de Casos de Las Cabezas de San Juán y El Cuervo. Distrito Sanitario Sevilla Sur. 4 Enfermera Gestora de Casos de la Zona Básica de Dos Hermanas. Distrito Sanitario Sevilla Sur 5 Médico. Directora Unidad de Gestión Clínica Nª Sª de la Oliva. Alcalá de Guadaira. Distrito Sanitario Sevilla Sur 6 Enfermera Gestora de Casos. Unidad de Gestión Clínica Nª Sª de la Oliva. Alcalá de Guadaira. Distrito Sanitario Sevilla Sur 7 Médico. Unidad de Gestión Clínica Nª Sª de la Oliva. Alcalá de Guadaira. Distrito Sanitario Sevilla Sur 8 Médico. Unidad de Gestión Clínica Montequinto. Dos Hermanas.Distrito Sanitario Sevilla Sur 9 Profesora Colaboradora. Facultad de Psicología. Universidad de Sevilla. 10 Médico. Adjunto Dirección Asistencial. Unidad de Calidad y Procesos. Distrito Sanitario Sevilla Sur. 11 Psicóloga. Becaria. Universidad de Sevilla. 12 Médico Geriatra. Hospital San Lázaro. Sevilla . 13 Profesora Titular. Facultad de Psicología. Investigadora Principal Proyecto “La dependencia en ancianos frágiles y las implicaciones para sus cuidadores o potenciales cuidadores. Un estudio Longitudinal” INSERSO. 2007 ([email protected]) Son numerosos los estudios que demuestran la relación que existe entre la percepción subjetiva del estado de salud en ancianos y variables como la mortalidad, la hospitalización o la utilización de los servicios sanitarios. Asimismo se ha señalado la influencia que sobre esta valoración tienen factores tales como el género, la edad, el nivel socioeconómico, el apoyo social, las enfermedades crónicas y el nivel funcional. Dada la simplicidad de la evaluación de la percepción del estado de salud y su elevada correlación y capacidad predictiva con la dependencia y la mortalidad, se ha convertido en un indicador de especial relevancia en la valoración geriátrica integral. El incremento de la población anciana dependiente convierte en un objetivo prioritario la detección de indicadores que predigan los niveles de dependencia y que ayuden a diseñar y realizar intervenciones preventivas. Es en este marco teórico en el que se encuadra el presente trabajo: analizar la percepción subjetiva de ancianos frágiles o predependientes y determinar las variables que inciden en la misma. Para ello, se ha seleccionado una muestra de 120 ancianos frágiles, de los que se han obtenido datos sobre enfermedades, polifarmacia, estado funcional, deterioro cognitivo, estado emocional y necesidad de ayuda no satisfecha. Se han realizado análisis descriptivos, correlaciones y análisis de regresión múltiple. C152 EVALUACIÓN DE LA INTERACCIÓN ENTRE ENFERMERÍA Y MUJER EMBARAZADA: LA ESCALA DE CALIDAD DE LA INTERACCIÓN E.I. Martins (Professora Adjunta da Escola Superior de Saúde de Faro – Universidade do Algarve), R. Antequera (Profesora Titular. Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Sevilla. ([email protected]) y A. López (Profesora Titular. Departamento de Psicología Experimental. Universidad de Sevilla) La calidad de los cuidados de salud depende en gran medida de la calidad de la interacción que se establece entre profesional de salud y los usuarios de los cuidados de salud. Con este estudio se pretende desarrollar un instrumento adecuado para evaluar la calidad de la interacción entre enfermera y embarazada en Atención Primaria. Este estudio incluyó 79 enfermeras que trabajan en los 16 Centros de Salud de la provincia de Algarbe y 117 mujeres embarazadas. Las enfermeras y las mujeres embarazadas cumplimentaron un cuestionario con varias cuestiones iniciales para caracterización socio-profesional y la escala de la Calidad de la Interacción con una versión inicial 35 ítems. El instrumento está configurado por tres dimensiones: Información de Salud, Soporte Afectivo y Competencia Profesional, además ofrece una puntuación total. Después del tratamiento estadístico fueron suprimidos 4 ítems que presentaban valores correlaciónales bajos. La consistencia interna para el grupo de enfermeras es de 0,89 y para el de embarazadas de 0.94. Hemos desarrollado una versión breve de 18 ítems. Consideramos que La escala de Calidad de Interacción es un instrumento valido para evaluar la interacción establecida entre la enfermera y la embarazada en una consulta de Atención Primaria. C153 RASGOS DE PERSONALIDAD, ESTRÉS Y AFRONTAMIENTO EN OPOSITORES A POLICÍA Cano García, Francisco Javier ([email protected]) Garcia Martínez, Jesús ([email protected]) Buero Gallego, Milagros ([email protected]) Aires González, María del Mar ([email protected]) Universidad de Sevilla, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Facultad de Psicología Es un desafío para la Psicología de la Personalidad integrar los diversos niveles de funcionamiento de la persona. En la actualidad existen algunos modelos teóricos integradores, como el Modelo de Dominios Personales de McAdams (1995, 2006), en pleno proceso de validación. En nuestro trabajo pretendemos explorar los vínculos entre rasgos, significados de estrés y utilización de estrategias de afrontamiento en una amplia muestra (más de 300 sujetos, todavía continúa el proceso de evaluación) de aspirantes a policías locales en Andalucía (España). En nuestra comunidad, estas plazas de policía se consiguen en propiedad tras un duro proceso selectivo, que requiere varios años de preparación e incluye pruebas muy diversas. Desde esta perspectiva, preparar la oposición se convierte en una situación estresante prolongada en el tiempo. Estamos realizando análisis, tanto transversales como longitudinales, de las asociaciones entre rasgos (NEO-Five Factors Inventory), significados de estrés (texto libre) y utilización de estrategias de afrontamiento (CSI, Coping Strategies Inventory). Los resultados preliminares avalan el Modelo de McAdams, hallando vínculos entre las variables mencionadas, permitiendo identificar incluso perfiles personales de opositores que implican los distintos dominios personales. C154 SER ENFERMEIRA DE FAMÍLIA Maria José Vazão ([email protected]), Centro de Saúde de Oeiras Desde os tempos pré-históricos a mulher tem um papel como cuidadora na família. Ao longo de diversas guerras, a mulher foi continuando as tradições centenárias de providenciar o bem-estar das famílias e cuidar dos doentes. Durante a revolução industrial, imigrantes foram trabalhar para os primeiros hospitais constituindo esse o começo da saúde pública e da escola de enfermagem. Durante os anos 80, houve uma mudança na visão da família como unidade de cuidados. Os enfermeiros de família começaram a definir o âmbito da sua prática, os conceitos de família e o modo de o ensinarem nas escolas de enfermagem. Desde aí que a saúde familiar se tem vindo a expandir mais como área fundamental que incide os seus cuidados sobre a família. A filosofia do enfermeiro de família visa a prestação de cuidados de enfermagem à família no seu ciclo vital. O ciclo de vida familiar identifica uma sequência previsível de transformações na organização familiar, em função do cumprimento de tarefas bem definida, tendo em vista a diversidade de estruturas familiares que existem actualmente. Esta apresentação visa partilhar, numa perspectiva sistémica, a experiência de sete anos de uma enfermeira de família num centro de saúde da área de Lisboa. C155 RELAÇÃO PAIS-FILHOS, AUTONOMIA, ATITUDES E COMPORTAMENTOS DE SAÚDE DOS JOVENS Margarida Varela1, Etã Costa2 & Pierre Tap3 1 ([email protected]), Instituto Piaget/Viseu – I.S.E.I.T 2 ([email protected]), Internato Viseense de Santa Teresinha 3 ([email protected]), Universidade de Toulouse-le-Mirail, Universidade Autónoma de Lisboa Desde meados do século XX que a teoria da vinculação se tornou fundamental na explicação do desenvolvimento emocional e cognitivo, e da adaptação psicossocial, nomeadamente porque advoga que é através das ligações afectivas que o indivíduo vai criar os internal models, que embora sejam relativamente estáveis ao longo da vida, são passíveis de modificação através de experiências concretas. Partindo do pressuposto de que o padrão relacional com os pais durante a juventude pode ter um efeito determinante nos comportamentos e atitudes do jovem e, consequentemente, no seu bem-estar físico e psicológico, depreende-se que uma relação desajustada com os pais se constitui como um obstáculo ao processo de autonomização do jovem e está associada a comportamentos e atitudes de saúde inadequados. Para testar esta hipótese, utilizou-se um protocolo de investigação composto por: Questionário de Caracterização Sócio-Demográfica; Questionário Sobre As Relações Pais-Filhos; Inventário de Desenvolvimento da Autonomia; Questionário de Atitudes e Comportamentos de Saúde, que foi aplicado a 100 estudantes do ensino superior. Os resultados obtidos permitiram, não só avaliar em que medida a qualidade da relação pais-filhos influencia os níveis de autonomia dos jovens, mas também investigar a relação com as atitudes e comportamentos de saúde destes. C156 O PAPEL DO SEXO E DO TIPO DE PELE NO USO DE PROTECTOR SOLAR E SEUS PREDITORES SÓCIO-COGNITIVOS Ângela Rodriguesa, Vera Araújo-Soares b & Ângela Maia c a Universidade do Minho, Braga, Portugal ([email protected]) b The Robert Gordon University and the Alliance for Self Care Research, Aberdeen, United Kingdom c Universidade do Minho, Braga, Portugal ([email protected]) Os números de cancro de pele têm vindo a aumentar em todo o mundo. Diversos estudos evidenciam que o protector solar (PS) é eficaz na prevenção do cancro de pele. Todavia, a literatura mostra que o uso de PS em adolescentes é reduzido. Este estudo pretende analisar a prevalência de PS em adolescentes e as diferenças entre sexo e tipos de pele neste comportamento e nos seus preditores proximais e distais. A amostra é constituída por 177 adolescentes (62.7% mulheres e 37.3% homens; Midade= 16.4) que completaram medidas de auto-relato sobre dados sócio-demograficos, uso de protector solar e preditores sócio-cognitivos. 86.5% dos participantes usam infrequentemente PS e somente 14,1% usa um protector solar com um FPS superior a 15. Verifica-se que existem diferenças entre sexo (Z = 3.34; p <.001) quanto ao uso de PS, atitudes face ao comportamento, controlo comportamental percebido, planeamento da acção e avaliação do protótipo. Não se observaram diferenças significativas entre os diferentes tipos de pele relativamente ao uso de protector solar e seus preditores. Estes dados evidenciam que os homens podem ser vistos como um grupo de risco face ao uso de PS, mostrando a necessidade de adequar futuras intervenções às diferenças existentes entre sexos. C157 EFICACIA DE UN PROGRAMA DE INFORMACIÓN PREQUIRÚRGICA. UN ESTUDIO LONGITUDINAL Zayas García, Antonio ([email protected]) * Aires González, María del Mar ([email protected])* Guerra Arévalo, Fernando ([email protected]) ** Márquez Ruiz, Álvaro ([email protected]) ** Rodríguez García, María Dolores ([email protected]) ** López Miguel, María José ([email protected])* *Universidad de Sevilla, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, Facultad de Psicología ** Hospital Juan Grande, Jerez de la Frontera (Cádiz) La ansiedad ha ocupado un lugar destacado para la Psicología de la Salud, destacando notablemente su influencia en el proceso de enfermar, la adaptación a la enfermedad o en el desarrollo de los procedimientos médicos. Es precisamente en este último donde se centra este estudio, enmarcándolo en el contexto hospitalario y más concretamente en los procedimientos quirúrgicos. La intervención quirúrgica se considera una situación altamente estresante debido al alto grado de incontrolabilidad que supone. Tal es su impacto que los niveles de ansiedad prequirúrgica se han relacionado con el curso postoperatorio, de modo que los pacientes que sufren más ansiedad antes de la operación son los que se recuperan con más dificultad. Hemos creado un programa de información prequirúrgica con el fin de paliar el impacto negativo que la intervención quirúrgica genera en el enfermo. En este trabajo evaluamos su eficacia en términos de satisfacción del enfermo, ansiedad y calidad del postoperatorio, mostrando resultados bastante satisfactorios en comparación con aquellos que no fueron asignados aleatoriamente al programa. C158 BÚSQUEDA DE INFORMACIÓN MÉDICO-CIENTÍFICA EN INTERNET Y AFRONTAMIENTO DE LA ENFERMEDAD EN EL PACIENTE ONCOLÓGICO Aires González, María del Mar ([email protected]) * Virizuela Echaburu, Juan Antonio ([email protected]) ** Cano García, Francisco Javier ([email protected]) * García Martínez, Jesús ([email protected]) * * Universidad de Sevilla, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, Facultad de Psicología ** Servicio de Oncología Médica, Hospital Universitario Virgen Macarena, Sevilla El cáncer se ha convertido en una de las tres enfermedades con más tasa de búsqueda de información en la Web por parte de los pacientes. Numerosas investigaciones destacan Internet como el segundo medio más importante para obtener información oncológica después del profesional médico, asimismo señalan que las necesidades de información están íntimamente ligadas al estado de ánimo y a la capacidad de adaptación del enfermo. El presente estudio intenta identificar las necesidades de información que presenta el enfermo oncológico, así como conocer la relación que se establece con las estrategias de afrontamiento de pacientes buscadores de información médica en Internet respecto a pacientes no buscadores. Se han evaluado 150 pacientes diagnosticados y tratados por padecer algún proceso oncológico durante los últimos cinco años. Para su evaluación se ha empleado entrevista semi-estructurada acerca del manejo de la información en Internet y utilización de estrategias de afrontamiento (CSI, Coping Strategies Inventory). Cabe destacar que más de la mitad de los pacientes oncológicos de nuestro entorno que buscan información adicional a la que le proporciona su oncólogo la buscan en Internet. A diferencia de aquellos pacientes que no utilizan este medio de información, el enfermo usuario de Internet destaca por presentar una mayor tolerancia al estrés y estrategias de afrontamiento no centradas en la evitación de problemas. C159 ESTUDIO SOBRE NECESIDADES PERCIBIDAS POR LOS PROGENITORES DE MENORES CON ENFERMEDADES DE BAJA PREVALENCIA Moreno García, Inmaculada y Antequera Jurado, Rosario Dpto. Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Facultad de Psicología. Universidad de Sevilla. Se estima que la prevalencia de la Enfermedades Raras en la Unión Europea se encuentra por debajo de 5 casos por cada 10.000 habitantes. Se trata de patología caracterizadas además de, por la escasa prevalencia, por su carácter crónico, las dificultades asociadas a un diagnóstico preciso, así como por la ausencia de una respuesta terapéutica integral. Sin embargo, la repercusión de estas enfermedades no se limita únicamente al propio afectado. Dado el grado de discapacidad que conllevan, las múltiples actuaciones médicas requeridas, unido a los problemas psicológicos asociados explican que estas patologías generen un efecto adverso también en la familia. Los progenitores, cuidadores de los menores afectados, experimentan reacciones de ansiedad, estrés, disminución de autoestima, percepción de rechazo social, etc. En este contexto hemos realizado el trabajo que se expone cuyo objetivo esencial ha sido explorar las necesidades asistenciales y de apoyo psicosocial, percibidas por los padres de menores diagnosticados con Síndrome de Turner, Síndrome de Rubestein Taybi, Acondroplasia y Síndrome de Hunter. Los resultados muestran que la variable grado de afectación física de la enfermedad influye negativamente sobre la valoración de la calidad de vida de los progenitores. Los padres con alteraciones emocionales manifiestan necesidades insatisfechas de información y formación relativas al manejo adecuado de las reacciones emocionales y conductuales asociadas a la enfermedad de sus hijos. C160 TRATAMIENTO MEDIANTE NEUROFEEDBACK DEL TRASTORNO POR DÉFICIT DE ATENCIÓN CON HIPERACTIVIDAD: UN ESTUDIO DE CASO Moreno García, Inmaculada y Lora Muñoz José Antonio Dpto. Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Facultad de Psicología. Universidad de Sevilla ([email protected]) El tratorno por déficit de atención con hiperactividad (TDAH) se encuentra entre las alternaciones más prevalentes en edades infantiles. Las investigaciones realizadas en las últimas décadas han puesto de manifiesto que conlleva severa afectación a nivel individual y familiar (Moreno, 2007). Tradicionalmente el TDAH es tratado mediante la aplicación de terapia farmacológica y/o tratamientos conductuales. Ambas alternativas han obtenido resultados eficaces pero el alcance de su efecto no es universal. Si bien, los estimulantes consiguen resultados con rapidez y el 70% de los sujetos muestran mejoras en inatención reducendo la hiperactividad e impulsividad (Conners, 2002; Wagner, 2002), sus efectos sobre el rendimiento académico, las relaciones familiares y la vida social del niño, aún siendo destacables en muchos casos, se consideran menores (Conners, 2002). Por su parte, la terapia de conducta ha demostrado reducir la sintomatología del TDAH, sin embargo, tras su aplicación no todos los niños exhiben mejoras significativas y su eficacia a largo plazo se considera discutible (Döpfner & Lehmkuhl, 2002). Entre las terapias alternativas investigadas en los últimos años destaca el neurofeedback tanto por su eficacia constatada para reducir los problemas comportamentales característicos como por la mejora apreciada en las variables cognitivas del trastorno, sin efectos secundarios. En este trabajo se expone el programa de tratamiento administrado a un niño de 11 años diagnósticado con TDAH, tipo combinado, que presenta dificultades del aprendizaje y no respondió satisfactoriamente al tratamiento farmacológico. En este caso se realiza un entrenamiento en neurofeedback con el objetivo de disminuir el potencial de las ondas theta así como mejorar el ritmo sensoriomotor (SMR) y las ondas beta. C163 SAÚDE E MODOS DE PERTENCIMENTO: NOTAS SOBRE O ACESSO AO TRABALHO POR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO RIO DE JANEIRO Maudeth Braga Celso Vergne Luiza Teles Colocar a acessibilidade em questão é nossa proposta. Para tanto analisamos o processo de contratação de pessoas com deficiência por empresas na região metropolitana do Rio de Janeiro. A Lei 8.213 de 24/07/91 tornou obrigatório o preenchimento de dois a cinco por cento dos cargos de uma empresa por beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência habilitadas, sob pena de multa. Essa decisão se insere num movimento mais amplo de luta pelos Direitos Humanos, no caso referindo-se a questão do acesso ao trabalho digno. A questão da (in) acessibilidade acentua-se quando pensamos que a obrigatoriedade cria uma situação de direito, um lugar, mas não garante um espaço. Essa intervenção resulta de um Projeto de Extensão do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense no Brasil. Consideramos a percepção da empresa: como as vagas foram criadas e preenchidas? Discutimos a situação com os trabalhadores (candidatos, empregados ou desempregados). Conjugamos observações, entrevistas semi-estruturadas, discussão de textos e vídeos. Tomamos como base algumas questões: Como empregar sem discriminar? Como criar mecanismos institucionais de acessibilidade? Nosso objetivo é ensejar ações de humanização da saúde que ultrapassam o assistencialismo e gerar analisadores das políticas do público e gestão contemporânea. C164 PROJECTO: (O)USAR & SER LAÇO BRANCO - AVALIAÇÃO DAS CRENÇAS DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE VIOLÊNCIA CONJUGAL Fabião, Joana; Caetano, Ana; Fernandes, Isabel; Ventura, Clara; Caetano, Henrique; Martins, Ricardo Este projecto visa a intervenção através de pares de modo a prevenir a violência exercida entre os pares nas relações de intimidade, especialmente a exercida sobre as mulheres. Pretende-se desenvolver conhecimento sobre violência entre parceiros íntimos através da educação por pares e promover competências transversais dos estudantes da ESEnfCoimbra com vista ao futuro exercício profissional. O projecto dirige-se aos estudantes da ESEnfC, e jovens em geral, preconizando: Promover valores de igualdade e de cidadania sensíveis a uma cultura de não-violência. Sensibilizar os estudantes para o fenómeno da violência sobre as mulheres. Neste âmbito, desenvolveu-se um estudo com o objectivo de avaliar crenças específicas envolvidas na tolerância à violência conjugal População Alvo: Estudantes de Enfermagem Amostra: Não probabilística por acessibilidade Instrumento de recolha de dados: Escala de Crenças sobre Violência Conjugal Resultados/conclusões: Os estudantes eram predominantemente do género feminino, com uma média de idades 22 anos, durante o período lectivo só 28,6% residiam com os pais. A escolaridade dos pais situa-se ao nível do ensino básico. Foi identificado um conjunto de crenças que legitimam, normalizam e banalizam a violência conjugal. Verificou-se que o grau de tolerância/aceitação dos estudantes quanto à violência conjugal é baixo. Assim, esta população enquanto futuros enfermeiros, podem contribuir para práticas institucionais e comunitárias promotoras de uma cultura de igualdade de oportunidades e de cidadania, modificando a percepção social sobre este fenómeno. C165 A SAÚDE DO TRABALHADOR EM DEBATE: ACOLHIMENTO NO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE NITERÓI/RJ Dra. Marilene Verthein ([email protected]) – Universidade Federal Fluminense Beatriz Chagas ([email protected])- Universidade Federal Fluminense Gilmar Antonio Soares ([email protected]) - Universidade Federal Fluminense Luiza Tavares ([email protected]) - Universidade Federal Fluminense Marília de Assis ([email protected]) - Universidade Federal Fluminense Pamela da Silva ([email protected]) - Universidade Federal Fluminense Raquel da Costa ([email protected]) - Universidade Federal Fluminense O projeto visa, através de pesquisa-intervenção, afirmar a interface entre a psicologia e a saúde pública, instituindo no processo de formação um compromisso ético, político e social. Tomando como subsídio às leituras de Foucault e Deleuze propõe-se analisar as relações de poder nas sociedades contemporâneas e a genealogia da saúde pública e suas interfaces, nas produções de corpo e subjetividades, na historiografia da Saúde do Trabalhador. Partindo de uma parceria com o Sindicato dos Bancários, através de plantões e da elaboração de reuniões ampliadas é estabelecida uma escuta técnica onde se analisa as questões relacionadas à saúde/doença, discutidas e encaminhadas, em processos grupais, pelos trabalhadores e, também, a produções de subjetividade desencadeadas no cotidiano do trabalho. Embora, tratando-se de uma escuta técnica na qual os instrumentos da ciência psicológica são usados, o objetivo difere da clinica tradicional onde muitas vezes, os problemas coletivos são analisados individualmente. Novas concepções de trabalho, saúde e doença estão sendo produzidas nas práticas cotidianas do SUS e, nesse percurso, novos desafios éticos e políticos são gerados nas intervenções em saúde do trabalhador, entre eles, as novas construções das análises na organização do trabalho e saúde mental; as trocas entre professores, estudantes, técnicos, trabalhadores e sindicalistas. C166 CONDIÇÕES DE ENFRENTAMENTO (COPING) DE ADOLESCENTES PARTICIPANTES DE COMPETIÇÕES DESPORTIVAS Walter Franco Da Rocha, Universidade Metodista de São Paulo - Brasil Esse estudo avaliou o tipo de enfrentamento (coping) de atletas-adolescentes. Foram avaliados 123 estudantes, numa faixa etária entre 15 e 18 anos, sendo 58 meninas e 65 meninos, estudantes do ensino médio de escolas privadas da região da Grande São Paulo. Todos os sujeitos eram atletas, que treinavam e participavam de competições esportivas de âmbito escolar e alto rendimento em categorias de base. Foi aplicada uma escala de enfrentamento (Coping) que continha 43 itens e subdividida em duas categorias de estratégias: aproximação e evitação. Os resultados indicaram uma diferença quanto ao gênero e ao tipo de esporte na utilização das estratégias. Ou seja, houve maior utilização da estratégia de evitação entre as meninas e que praticavam modalidades individuais, enquanto nas modalidades coletivas não encontramos diferenças significativas entre os praticantes do sexo feminino e masculino. De modo que as atletas de esportes individuais apresentavam mais comportamentos impulsivos, redutores de tensão, bem como pensamentos ou respostas que objetivavam negar ou minimizar a gravidade da situação de crise ou conseqüências. Entendeu-se que esse tipo de investigação pode contribuir com conhecimentos e programas que trabalhem o adolescente atleta na melhora de seu rendimento na medida em que esse possa lidar com situações problemas e reduza ansiedade e tensão. C167 ESCALA DE SATISFAÇÃO DO EXAME DE COLONOSCOPIA Silva, C.* Franco, M.G** ([email protected]) * Hospital Central do Funchal **Universidade da Madeira No mundo ocidental, o carcinoma colorrectal (CCR) está rapidamente a atingir o topo das causas de morte por cancro. Enquanto que uma pequena percentagem do CCR incide em doentes de alto risco, geneticamente predispostos (10 a 20%), a grande maioria ocorre esporadicamente em adultos de risco médio, assintomáticos, a partir dos 50 anos de idade ( 80% ). A introdução dum método de rastreio do CCR de âmbito nacional é, assim, uma medida importante e urgente na área da Saúde Pública, com reflexos sociais e económicos evidentes. Vários testes de rastreio têm sido analisados: pesquisa de sangue oculto nas fezes, sigmoidoscopia/colonoscopia esquerda, associação dos dois métodos anteriores, clister opaco com duplo contraste, colonoscopia total. Na opção pelo exame de rastreio a utilizar, a controvérsia é enorme porque nenhum dos testes é ideal. Nos critérios de selecção do exame de rastreio, há que ter em conta, não só a eficácia de cada uma dos testes dum ponto de vista médico, mas também o seu impacto dum ponto de vista psicológico. Para tal, construir-se um teste para avaliar a satisfação dos indivíduos nos diferentes testes de rastreio. O teste é constituído por 27 itens, ponderados numa escala de likert, que avaliam a satisfação dos sujeitos em três dimensões: a preparação cólica, a colonoscopia óptica e a colonoscopia virtual. Nesta comunicação apresentar-se-á o estudo das qualidades psicométricas deste instrumento, quer da sua fidedignidade (alfa de Cronbach), quer da sua validade (análise factorial) A amostra deste estudo integrou 100 indivíduos de ambos os sexos do distrito do Funchal com idades compreendidas entre os 50 e os 74 anos de idade. C168 REDEFININDO SAÚDE A PARTIR DOS CONCEITOS DE NORMATIVIDADE E CRIATIVIDADE: POR UMA CONCEPÇÃO POSITIVA DE SAÚDE Catarina Resende – IESC/UFRJ ([email protected]) - Psicóloga, mestre em Saúde Coletiva e professora de Conscientização do Movimento Luiz Lessa – IESC/UFRJ ([email protected]) - Psicóloga, mestre em Saúde Coletiva e professora de Conscientização do Movimento A definição de saúde como ausência de doença – definição negativa – reduz o processo saúde-doença a seus aspectos biológicos, subestimando a importância dos aspectos psíquicos e sociais. Têm-se como algumas conseqüências a supervalorização de ações biomédicas, a hierarquização das profissões e práticas em saúde. Partindo do pressuposto de que a doença não é o pólo oposto da saúde, este trabalho teve como objetivo redefinir saúde positivamente, de forma a valorizar os aspectos somatopsíquicos e sociais desta e relativizar o papel da doença na definição da saúde individual e coletiva. Para tanto, utilizou-se o conceito de normatividade de Canguilhem e criatividade de Winnicott como pontos de referência para a redefinição aqui proposta. Utilizando-se o método filosófico-conceitual de construção e atualização de conceitos de Martins, saúde foi redefinida como a capacidade que um indivíduo, entendido como unidade somatopsíquica, conquistou ao longo do seu desenvolvimento de ser criativo e normativo, de sentir-se e mostrar-se autêntico e potente frente à vida, apesar dos constrangimentos inerentes ao viver, inclusive o adoecimento. Discutiu-se, ainda, como essa concepção de saúde redefinida pode ser aplicada em diversos âmbitos da Saúde: nas políticas públicas, na clínica, nas práticas corporais (dança e educação somática). C169 QUALIDADE DE VIDA E CANCRO: O PAPEL DA ESPIRITUALIDADE João Paulo Pestana1, David Estevens2 e Joseph Conboy3 1 Psicólogo Clínico e Coordenador do Núcleo de Psicologia da Associação Oncológica do Algarve ([email protected]) 2 Director do Serviço de Psiquiatria do Hospital do Barlavento Algarvio. Mestre em Sexologia e Doutorando em Neuropsicologia Clínica, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias ([email protected]) 3 Doutorado em Psicologia Educacional. Mestre em Estatística pela Universidade de Iowa, EUA. Professor no Instituto Superior Dom Afonso III em Loulé ([email protected]) Objectivo: Este trabalho tentou perceber qual o papel da espiritualidade na qualidade de vida (QDV) de doentes oncológicos submetidos a tratamento de quimioterapia. Métodos: A amostra foi constituída por 23 indivíduos que se encontravam em tratamento no Hospital Central de Faro. A idade dos participantes variou entre 34 e 65 anos, com um valor médio de 48 anos (DP=9,9) e 12 eram do sexo masculino. Os instrumentos utilizados foram FACT-G que avalia a QDV do doente oncológico em quatro domínios, Bem-estar Emocional (BEEM), Bem-Estar Familiar (BEFA), BemEstar Físico (BEFI), Bem-Estar Funcional (BEFU) e ainda FACIT-Sp-12, que avalia o Bem-Estar Espiritual (BEESP). Resultados: Foram encontradas correlações ,01), BEESP e estatisticamente significativas entre BEESP e QDV (r 23 =, 654; p BEEM (r 23 = ,660; p ,01), BEESP e BEFI (r 23 = ,549; p ,01) e ainda entre BEESP e BEFU (r 23 = ,654; p ,01). Estes resultados são semelhantes aos de outros trabalhos realizados nesta área. Conclusões: A espiritualidade pode constituir uma importante estratégia de coping para combater à morbilidade no doente oncológico em quimioterapia. Apesar de serem necessários mais estudos nesta área, a confirmarem-se, estes resultados podem ter implicações clínicas e económicas importantes. C170 TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR: UMA ABORDAGEM HOLÍSTICA, COMPLEXA, INTER/TRANSDISCIPLINAR, INTEGRATIVA E ECOLÓGICA João Viegas Fernandes* e Filomena Viegas Fernandes** *Professor da Universidade do Algarve ([email protected]) **Médica, Delegada de Saúde do Concelho de Loulé O ser humano é uma totalidade integrada, auto organizada e hipercomplexa – holística. Existem inter relações profundas entre as dimensões biofísiológicas, físicas e químicas – corpo; as racionais – mente; as emocionais, afectivas e existências – espírito. A saúde é a resultante de um estado de harmonia, equilíbrio e bem-estar global: corpo – mente – espírito. O equilíbrio e a harmonia interior dependem também das interacções estabelecidas pelos seres humanos com o meio ambiente que os rodeia. A Organização Mundial de Saúde definiu em 1947, saúde como” um estado de bemestar total, físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”. Contudo esta perspectiva holística de saúde tem sido, em regra, ignorada pela medicina ocidental tradicional (alopática) nos cuidados de saúde. O paradigma científico (cartesiano), ainda dominante, baseia-se na atomização e na ultra especialização de conhecimentos científicos, entre e dentro das diversas disciplinas científicas. Este paradigma conduziu à criação de inúmeras especialidades médicas tratando separadamente as doenças do corpo e as chamadas doenças da mente. As doenças da mente também são tratadas por especialistas diferentes quando são catalogadas em neurológicas ou em psíquicas ou psiquiátricas. Como refere Edgar Morin “…as estruturas do ensino promovem a disjunção entre o cérebro e o espírito, sendo o primeiro estudado em biologia, e o segundo em psicologia…Se não concebermos o problema do ser vivo como um problema de auto-organização, estaremos condenados a compartimentá-lo em biologia molecular, genética, anatomia, fisiologia e etologia.” (2002: 195-196) O turismo de saúde é constituído por um conjunto de produtos turísticos que visa promover a saúde fora da zona de residência habitual e em regra em contacto com a natureza. As principais modalidades de turismo de saúde são: o termalismo, a talassoterapia, o climatismo, a recuperação da forma e o turismo médico. Os SPAs, os Centros Talasso e as Termas, cujos tratamentos se enquadram numa perspectiva holística, visam promover e restabelecer o equilíbrio, a harmonia e o bemestar integral dos utentes. Para o efeito ministram diversas terapias que estimulam os cinco sentidos (hidro/massoterapias, aromaterapias, cromoterapias, nutriterapias, musicoterapias, etc), oriundas do conhecimento de várias medicinas (alopática, homeopática, ayurvédica, chinesa, ameríndia e populares), em contacto multi-sensorial com a natureza. C173 AS AVALIAÇÕES DA INFÂNCIA PORTUGUESA SOBRE A SUA QUALIDADE DE VIDA Marta Calado Este trabalho de investigação centra-se na Psicologia Positiva, mais especificamente, nas Avaliações das crianças Portuguesas sobre a sua Qualidade de Vida (QoL). O problema de investigação é: “ Que avaliações têm as crianças entre os 8 e os 12 anos, de ambos os sexos, da sua Satisfação Vital, tendo em conta a situação socio-económica e o local de residência?”. A amostra constituída por 2 sub-amostras, num total de 429 crianças de classe socio-económica média e baixa. O estudo permitiu comprovar o bom funcionamento das escalas SLSS ( Student´s Life Satisfaction Scale) e MSLSS (Multidimentional Student´s Life Satisfaction Scale) de Huebner e bons indíces de validade e fidelidade. Os resultados mostram que as crianças Portuguesas avaliam a sua vida de maneira muito positiva. A partir daqui, podemos investigar melhor a Qualidade de Vida das crianças a partir dos 8 anos em Potyugal, temática ainda pouco estudada. Estudos semelhantes foram realizados na Catalunha (Casas) e nos E.U.A.(Huebner). C174 A VIVÊNCIA DA SEXUALIDADE ADOLESCENTE: UM ESTUDO COM JOVENS AÇORIANAS COM E SEM HISTÓRIA DE GRAVIDEZ Bárbara Nazaré ([email protected]) - Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/43204/2008); Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos, Hospitais da Universidade de Coimbra. Ana Fonseca ([email protected]) - Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos, Hospitais da Universidade de Coimbra. Anabela Araújo Pedrosa ([email protected]) - Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos, Hospitais da Universidade de Coimbra. Raquel Pires ([email protected]) - Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos, Hospitais da Universidade de Coimbra. Maria Cristina Canavarro ([email protected]) – Professora Associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Dr. Daniel de Matos, Hospitais da Universidade de Coimbra. Diversas variáveis relacionadas com a sexualidade, nomeadamente o processo de tomada de decisão relativamente ao início da vida sexual e ao recurso a contracepção, podem ajudar-nos a compreender o fenómeno da gravidez adolescente. Neste trabalho, efectuamos um estudo comparativo, entre 225 jovens sem história de gravidez e 163 grávidas e mães adolescentes, pretendendo identificar as especificidades de cada grupo. Registam-se diferenças na percentagem de adolescentes sexualmente activas [χ2=135,950, p=.000], na idade de início da vida sexual [t=2,696; p=.007] e no número de métodos contraceptivos que conhecem [t=-1,977; p=.049]. Embora apenas 2% das jovens de ambos os grupos refiram não conhecer qualquer método contraceptivo, tal não se traduz em comportamentos, sendo que algumas jovens engravidam sem o desejar. Considerando apenas as jovens que não fazem contracepção, surgem diferenças ao nível das razões que fundamentam essa decisão, sendo, no grupo de controlo, maioritariamente (96,7%) pela inexistência de uma vida sexual activa, enquanto no grupo de adolescentes com história de gravidez se associa à intenção de engravidar, ao facto de a própria e/ou o parceiro não gostar de usar e à subestimação da probabilidade de ocorrência de uma gravidez não desejada. A partir dos resultados apresentados, serão debatidas implicações para a prevenção. C175 FACTORES RELACIONAIS E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Paula Saraiva Carvalho ([email protected]): Aluna de Doutoramento (FCT SFRH/BD/37685/2007); Assistente do Departamento de Psicologia e Educação da Universidade da Beira Interior. Anabela Araújo-Pedrosa ([email protected]) - Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos; Bárbara Nazaré ([email protected]) - Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/43204/2008); Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos Ana Fonseca ([email protected]) - Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos Maria Cristina Canavarro ([email protected]) – Professora Associada da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos Do conjunto de variáveis associadas aos contextos relacionais e sociais susceptíveis de terem influência na adaptação à gravidez na adolescência, o apoio social fornecido poderá revelar-se de extrema importância. Com o objectivo de compreender quais as fontes ou recursos de apoio social identificados como mais significativos na adaptação à gravidez na adolescência, nomeadamente, a percepção de satisfação com o apoio social: i) da mãe; ii) do pai; iii) do namorado; iv) da família do namorado; v) da escola; vi) dos serviços de saúde, vii) dos técnicos de saúde, utilizámos uma amostra constituída por 388 adolescentes, residentes na Região Autónoma dos Açores, subdividida em dois grupos: um grupo de 225 adolescentes sem história de gravidez e outro grupo de 163 grávidas adolescentes. Do estudo comparativo entre os resultados obtidos nos dois grupos, ressaltam diferenças que são discutidas com o intuito de promover a adaptação nesta fase do ciclo de vida, marcada por um acontecimento de vida não normativo. C177 VIVER SEM MAMA: DISCURSO DE MULHERES MASTECTOMIZADAS Adele de Miguel, Aguinaldo Linhan Marques e Silésia Delphino Tosi A modalidade de tratamento cirúrgico mastectomia radical é indicada para determinados casos de pacientes com câncer de mama, possibilitando altos índices de sobrevida. Entretanto, a retirada da mama pode trazer alterações à auto-imagem de algumas pacientes, prejuízos à sua identidade, sexualidade e, consequentemente, à sua vida pessoal e profissional. O objetivo deste estudo é investigar o impacto emocional que a mastectomia radical tem sobre as pacientes com câncer de mama e as conseqüências de caráter psicossocial presentes no período até 6 meses após a cirurgia. Para isso foram realizadas 05 entrevistas, das quais foram selecionadas 03, com pacientes do sexo feminino, com idades entre 60 e 70 anos, que passaram pela mastectomia radical. Os resultados foram analisados utilizando-se a proposta de Spink (2000) para a melhor compreensão das práticas discursivas, quando se trata de produção de conhecimento. C178 A NEGAÇÃO COMO RESPOSTA AO CANCRO MATERNO Cláudia Palma Pereira ([email protected]) António Pazo Pires ([email protected]) Instituto Superior de Psicologia Aplicada Construiu-se um modelo explicativo das estratégias que os filhos de mulheres com cancro da mama utilizam para lidar com a doença oncológica das suas mães, procurando compreender de que forma é que estes se adaptam e quais os factores que interferem neste processo, já que os estudos nesta área são quase inexistentes. Segundo o método da Grounded Theory, foram analisadas seis entrevistas semi-estruturadas realizadas a filhos de mulheres com cancro da mama. Os filhos tendem a negar a doença das mães, como forma de não se confrontarem com as suas consequências físicas e emocionais, bem como a possibilidade de perda da figura materna. Existe a influência de factores facilitadores e inibidores da negação que, conforme a sua manifestação, ora tendem a promover ou bloquear a sua expressão. Os filhos tentam evitar qualquer contacto com a doença materna, em que a comunicação que se estabelece entre os pais e os filhos, a qualidade da relação mãe/filho e o conhecimento da doença parecem ser categorias facilitadoras da negação. No entanto, a noção real da doença, as alterações decorrentes do dia a dia e um discurso marcado pela ambivalência condicionam a expressão deste mesmo mecanismo. C179 INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO VIBRATÓRIO CORPORAL NOS ASPECTOS PSICOLÓGICOS EM MULHERES COM FIBROMIALGIA José Alberto Parraca* José Carmelo Adsuar* Pedro Rufino Olivares* Narcís Gusi Fuertes* *([email protected]) Facultad de Ciencias del Deporte. Universidad de Extremadura Introdução: A Fibromialgia é caracterizada como um síndrome em que existe uma elevada prevalência de sintomas psicológicos, como depressão e ansiedade. Na última década têm proliferado máquinas que produzem vibração controlada ao corpo e que de acordo com várias investigações se crê que possam produzir efeitos benéficos a nível físico e psicológico. Objectivo: Avaliar o impacto de um treino com vibração na percepção da saúde relacionada com a qualidade de vida em mulheres que sofrem de fibromialgia. Metodología: Ensaio clínico randomizado em que se avaliaram 35 mulheres com fibromialgia. A intervenção consistiu num treino vibratório de 3 sessões semanais, durante 12 semanas com uma frequência de 12,5 Hz. Os instrumentos de medida foram os questionários: Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) e 15D. Resultados: O principal resultado foi a tolerância dos pacientes a este programa sem efeitos adversos, e a melhoria da mobilidade. No entanto, as possiveis melhoras a nível psicossocial dependeriam de outros programas ou componentes psicológicos de interação social. Conclusões: Com o treino vibratório corporal individual não se produzem melhoras nos aspectos psicológicos, neste tipo de população. Recomenda-se uma terapia psicológica complementária para obter efeitos positivos sobre os níveis de depressão e ansiedade em pessoas com FM. C180 AVALIAÇÃO DE MUDANÇAS NA PERSONALIDADE NO PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO: ESTUDO DE CASO Sofia Cabrita ([email protected]) e António Pires ([email protected]) Instituto Superior de Psicologia Aplicada O objectivo deste estudo foi o de observar mudanças na personalidade, de uma paciente seguida em psicanálise durante 4 anos, através de notas das sessões transcritas em discurso directo, utilizando o Shedler-Westen Assessment Procedure (SWAP-200) (Shedler & Westen, 1999a, 1999b). A escala SWAP-200 foi aplicada a três momentos distintos: ao primeiro ano, ao final do segundo ano e ao quarto e último ano. Na análise destes três momentos do processo psicoterapêutico identificaram-se vários indicadores de mudança nas dimensões que a escala mede, nomeadamente a diminuição de características na dimensão Depressiva, Narcísica e Disfórica e o aumento substancial de características nas dimensões de maior nível de funcionamento mental e Saúde Psicológica. Os resultados obtidos ajudam a concluir que ocorreu, de forma efectiva, ao longo do acompanhamento psicanalítico, mudança, não só dos traços de personalidade mais característicos e patológicos, mas também dos processos psíquicos subtis. C181 CONTEXTO SOCIOCULTURAL E CARCINOGÉNESE ORAL – RISCOS E PREVENÇÃO! Augusta Silveira ([email protected])1, Cláudia Ribeiro2, Isabel Silva3, Eurico Monteiro4 & Francisco Luís Pimentel5 1-Universidade Fernando Pessoa-Faculdade das Ciências da Saúde; ICBAS; Grupo [email protected] 2- Universidade Católica Portuguesa; Universidade Santiago de Compostela; Grupo [email protected] 3- Universidade Fernando Pessoa-Faculdade das Ciências Humanas e Sociais; Grupo [email protected] 4- Serviço de ORL, Instituto Português de Oncologia do Porto; Universidade Fernando Pessoa; Grupo [email protected] 5- Hospital Infante D. Pedro-Aveiro; Universidade de Aveiro; Grupo PRO-QOL- [email protected] Enquadramento: Na etiologia dos tumores malignos da cabeça e pescoço estão envolvidos múltiplos factores de risco. A presença de factores ambientais é determinante para as fases de iniciação e promoção, representando estas, marcos decisivos no processo de transformação e evolução neoplásica. Objectivo: Discutir a influência do contexto sociocultural no comportamento individual. Determinar as relações entre o comportamento individual e o desenvolvimento da patologia oral maligna. Apontar medidas preventivas, apoiadas na modificação de comportamentos de risco. Material e métodos: Pesquisa bibliográfica efectuada on-line, nas bases de dados Medline e B-on. Análise de variáveis sociodemográficas e clínicas, a partir da avaliação da Qualidade de Vida em 102 doentes oncológicos da cabeça e pescoço no Instituto Português de Oncologia do Porto. Resultados e Conclusão: Da amostra avaliada, 83,3% são homens e 16,7% mulheres. A média de idades é de 59,4 anos com um desvio padrão de 12,1. A média dos anos de escolaridade de 5,0 anos (DP=3,0). Da amostra (14,7%) nunca fumaram, 32 (31,4%) fumam até 1 maço de tabaco por dia, 20 (19,6%) fumam entre 21 e 40 cigarros diariamente, com o máximo situando-se nos 110 cigarros diários. A modificação de comportamentos de risco, como os associados ao consumo de tabaco e de álcool poderá modificar a epidemiologia dos tumores malignos da cabeça e pescoço. . C182 IMPACTO DO TRATAMENTO DA MÁLOCLUSÃO E NA QUALIDADE DE VIDA Cláudia Ribeiro ([email protected])1, Isabel Silva ([email protected])2 & Augusta Silveira ([email protected])2 1- Universidade Católica Portuguesa; Universidade Santiago de Compostela; Grupo PRO-QOL 2-Universidade Fernando Pessoa - Faculdade das Ciências da Saúde; Grupo PRO-QOL Introdução: A maloclusão e o tratamento da mesma, tem impacto nos domínios físicos, psicológicos, sociais, e saúde em geral dos pacientes. Objectivos: Evidenciar o impacto da maloclusão e respectivo tratamento na Qualidade de Vida (QdV) dos pacientes. Metodologia: Pesquisa bibliográfica efectuada on-line, nas bases de dados Medline e Bon, entre 10 de Setembro e 10 de Outubro de 2008. Palavras-chave adoptadas: “orthodontic treatment”; “quality of life”, “treatment of malocclusion”. Resultados: A maloclusão e o seu tratamento podem afectar a fala, mastigação, e saúde física, em termos de dor, apresentando sintomas como problemas gengivas, trauma dentário e em última análise, as desordens temporo-mandibulares. Em termos de saúde psicológica, a maloclusão e respectivo tratamento, podem afectar a atractividade percebida pelos outros e respectiva aceitação social. Conclusão: Uma abordagem mais abrangente e rigorosa, impõe-se como necessidade de avaliação do impacto da maloclusão e respectivo tratamento sobre a QdV do paciente. Para o efeito, devemos empregar instrumentos validados e padronizados na recolha de dados fiáveis. C183 SÍNDROME DE BRASILEIROS BURNOUT EM PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS Inocente,J.J1; Inocente,C.O2; Inocente,N.J3; Reimão,R4 ; Rascle,N5 1 Université Victor Segalen/Psicologia, 3,ter Place de la Victoire 33076 Bordeaux, França ([email protected]) 3 Universidade de Taubaté / Departamento de Odontologia e Psicologia, Avenida Nove de Julho 245, Centro, Taubaté- SP, Brasil ([email protected]) 4 Université Victor Segalen/Psicologia, 3,ter Place de la Victoire 33076 Bordeaux, França 5 Université Victor Segalen/ Psicologia ([email protected]) O objetivo do estudo foi identificar a Exaustão Emocional, Despersonalização e Falta de Realização Pessoal em professores universitários do Vale do Paraíba (SP, Brasil). Metodologia. O tipo de pesquisa foi descritiva e transversal. A amostra foi composta de 510 professores na região do Vale do Paraíba (Brasil). Os instrumentos aplicados foram: Questionário de Identificação da Amostra e Inventário de Burnout de Malasch. Os dados obtidos foram tratados pelo Programa Statistica 5.0 e os principais resultados obtidos por meio de maior freqüência foram: quanto ao gênero (52,9% masculino); a idade variou de 25 a mais de 55 anos; casados (64,7%); número de horas trabalhadas de 41 à 50 horas (27,6%); categoria docente e Mestre (33,9%); a área acadêmica de ciências Humanas (44,7%); tempo total de serviço como docente de 2 a 5 anos (31,%). regime de trabalho de tempo parcial (61,0%); título acadêmico de mestre (41,6%); Pósgraduação em andamento de Mestrado (24,7%). A Síndrome de Burnout apresentou uma prevalência quanto à Exaustão Emocional 98,4%; quanto à Despersonalização à prevalência foi de 59,2% e quanto a Falta de Realização Profissional á prevalência foi de (45,9%). Conclusão: os professores universitários pesquisados apresentam riscos para a Síndrome de Burnout. C184 ESTRESSE OCUPACIONAL E DISTÚRBIO DE SONO EM CIRURGIÕES DENTISTAS BRASILEIROS Inocente,J.J1; Inocente,C.O2; Inocente,N.J3; Reimão,R4 ; Rascle,N5 1 Université Victor Segalen/Psicologia, 3,ter Place de la Victoire 33076 Bordeaux, França ([email protected]) 3 Universidade de Taubaté / Departamento de Odontologia e Psicologia, Avenida Nove de Julho 245, Centro, Taubaté- SP, Brasil ([email protected]) 4 Université Victor Segalen/Psicologia, 3,ter Place de la Victoire 33076 Bordeaux, França 5 Université Victor Segalen/ Psicologia ([email protected]) O estresse ocupacional é uma conseqüência da exposição a fatores de riscos de natureza psicossocial relacionados com as condições de trabalho e a Odontologia tem sido considerada como uma profissão estressante, .O objetivo do estudo foi identificar a relação entre estresse ocupacional. Depressão, Síndrome de Burnou, perfecccionismo, sentimento de solidão e queixas de sono em Cirurgiões Dentistas brasileiros. O tipo de pesquisa foi exploratória/descritiva. A amostra foi composta por 161 Cirurgiões Dentistas brasileiros. Os instrumentos empregados foram: questionário Esforço e Recompensa no Trabalho e o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg. O tratamento dos dados da pesquisa foram realizados pelo Programa Statistical Package for the Social. Os resultados indicaram que a depressão está correlacionada significamente com as subescalas da Síndrome de Burnout e com a duração do sono durante a noite. A análise das variáveis explicativas do fator “má saúde mental” realizada através da regressão linear, mostrou que o desequilíbrio entre os esforços dedicados ao trabalho e as recompensas, o perfeccionismo e o sentimento de solidão explicam 35% da variança nos Cirurgiões Dentistas. Recomenda-se trabalho preventivo para evitar adoecimentos destes profissionais. C185 OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE A VIOLÊNCIA NO IDOSO Adriana Coler, Mestre em Psicologia Social, Doutoranda em Ciências da Saúde – Universidade de Évora. ([email protected]) Dr. Manuel Lopes, Profº Coordenador da Escola Superior de Enfermagem São João de Deus, Vice-Reitor da Universidade de Évora ([email protected]) Apesar da preparação pessoal ou profissional que estamos acostumados a dizer que temos, muitas vezes a incerteza de como tratar a pessoa idosa faz-se presente no nosso discurso. Se se é condescendente, corre-se o risco de lhes faltar com respeito. Se esperamos o exercício da tão falada independência nas actividades rotineiras, pode-se ignorar as suas necessidades. São inúmeras as queixas e demandas. Os profissionais por um lado, estão a trabalhar com boas intenções, mas a reclamar da “falta de tudo”: de recursos materiais, financeiros, educacionais, da falta de tempo. O trabalho pode até ser suficiente mas não é, na grande maioria das vezes eficiente, provocando frustrações para ambos, o paciente idoso e o profissional que lhe assiste. O processo de viver mais tem implicações importantes nos conflitos exacerbados pelo stress da convivência intensiva. Os profissionais de saúde podem ser os primeiros indivíduos a terem acesso a sinais de abuso tendo em suas mãos portanto, a escolha entre silenciar a intenção da fala ou permitir que se escute o que nem sempre está presente no discurso. Suas atitudes em relação as vítimas de violência são portanto, parte da assistência que se presta. C186 RELAÇÕES ENTRE PRÁTICAS DE RISCO E TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA: UM ESTUDO COM JOVENS UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS Profa. Dra. Patrícia Junqueira Grandino ([email protected]) Docente da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH-USP Práticas de risco, como consumo imoderado de álcool e drogas ilícitas, sobretudo na juventude, têm interessado a diversas áreas do conhecimento.Buscando contribuir para o aprofundamento da análise dessa temática, nossa pesquisa parte da análise da noção do risco na contemporaneidade para problematizar os modos como algumas experiências juvenis de risco se relacionam com a transição para a vida adulta. Considerando a noção do risco como possibilidade humana de pensar o futuro como algo a seu alcance, na atualidade ele pode ser percebido tanto como algo que congrega valores de audácia, de desafio e ampliação de conquistas; como também eixo de contenção, de adesão às normas vigentes, presente nos imperativos moralizadores dos discursos sociais. Para os jovens, pode ganhar a condição de ordálio: a busca de significado para a vida no enfrentamento da morte. A pesquisa deriva das reflexões de um projeto extensionista da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP que trabalha com tema da Convivência Universitária. A análise preliminar das demandas que chegam ao serviço social da unidade apontam para questões de sofrimento mental que afligem estudantes universitários e têm como ingrediente amplificador de angústia, o uso imoderado de drogas lícitas e ilícitas. Realizamos um levantamento em toda a unidade sobre o consumo de drogas, por meio de questionário adaptado do CEBRID-UNIFESP. Uma segundo questionário investiga os repertórios interpretativos dos alunos acerca das modalidades de risco. Contemplada com uma bolsa de pós-doutorado pela Fundação Carolina, a pesquisadora analisará os dados em parceria com o grupo de pesquisa coordenado pelo Dr. D. Francisco Revuelta Pérez, da Universidad de Huelva, Espanha. C187 SUPORTE SOCIAL, RELAÇÃO COM FAMÍLIA E EXPECTATIVAS DE FUTURO – JOVENS ADULTOS EM FORMAÇÃO PROFISSIONAL NUMA IPSS Andreia Santo ([email protected]) & Helena Martins ([email protected]) Universidade do Algarve A presença de deficiência na família implica uma reorganização do sistema familiar que envolve um período de adaptação e aceitação. As relações familiares variam entre a rejeição e a sobreprotecção, provocando no indivíduo portador de deficiência sentimentos muitas vezes contraditórios. Por outro lado, a integração social destes indivíduos revela-se difícil, apesar de inúmeras políticas que apelam à inclusão. Neste sentido, este trabalho pretende explorar a percepção de indivíduos portadores de deficiência que se encontram em formação numa IPSS acerca do suporte social e familiar. A amostra foi constituída por 30 formandos da APPACDM de Condeixa-a-Nova com idades compreendidas entre os 16 e os 49 anos (M = 28,6; DP = 10,104). Como instrumentos de avaliação utilizaram-se um questionários sócio-demográfico desenvolvido para o efeito, a Escala de Percepção da Relação com a Família (Peixoto, 1999) e a Escala de Satisfação com o Suporte Social (Ribeiro, 1999). Os resultados parecem que a satisfação com o suporte familiar influencia o gosto pela tomada de decisão e a felicidade no futuro. Por outro lado, as variáveis relacionadas com a satisfação com o curso estão relacionadas com o suporte social. Estes resultados permitem compreender a importância da relação social e familiar deste grupo para o sentimento de satisfação com a formação, sendo que o contexto de formação permite optimizar o sentimento de autonomia, competência e inclusão social. C188 ESTUDO SOBRE O ATENDIMENTO À PACIENTE VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL Silvana Bueno ([email protected]) Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais/Maternidade Odete Valadares O estudo apresenta percepções sobre a saúde mental dos profissionais no atendimento às vítimas de violência sexual e traz a necessidade do contínuo processo de formação para a assistência. A finalidade é contribuir para a prevenção do sofrimento psíquico do profissional, promovendo espaços reflexivos e incluir na formação, diretrizes de saúde pública, aspectos clínicos, jurídicos, psicológicos e sociais, relevantes na assistência. Considerando o número de 263 profissionais envolvidos, organizou-se uma amostra representativa para a composição dos grupos focais. Percebeu-se entraves na construção do atendimento não previstos na formação: desconhecimento da legislação existente e dos procedimentos clínicos definidos no protocolo do MS; pré-conceitos em relação à violência sexual; sofrimento de profissionais mulheres que muitas vezes são vítimas de violência sexual; angústia gerada quando há identificação com a vítima; impotência dos profissionais diante de questões sociais, políticas e na continuidade do tratamento; e o limite como cidadão em intervir no contexto para não ocorrer mais casos. A construção da formação do profissional deve considerar essas questões, pensando na violência, nos seus efeitos nas relações interpessoais, na saúde mental, nas instituições sociais que vão interferir na conduta do profissional no atendimento à vítima de violência e conseqüentemente na adesão e continuidade do tratamento. C189 EVALUACIÓN DE LA CALIDAD DE VIDA Y DE LA SOMNOLENCIA DIURNA EN PACIENTES CON SÍNDROME DE APNEA-HIPOPNEA DEL SUEÑO Ottavia Guglielmi1 ([email protected]), Ana Isabel Sánchez1 ([email protected]), Bernabé Jurado-Gàmez2 ([email protected]) y Gualberto Buela-Casal1 ([email protected]). 1 Departamento de Evaluación y Tratamiento Psicológico, Facultad de Psicología, Universidad de Granada 2 Unidad de Trastorno Respiratorio del Sueño, Hospital Universitario Reina Sofía, Córdoba Introducción: El síndrome de apnea/hipopnea del sueño (SAHS) es una enfermedad crónica caracterizada por una sintomatología heterogénea que puede afectar a la calidad de la vida de quien lo padece. El objetivo de este estudio fue evaluar la calidad de vida y la somnolencia diurna de pacientes con SAHS, así como determinar cual de las variables respiratorias y de sueño asociadas al SAHS se relaciona con la gravedad de los síntomas mostrados por los pacientes. Pacientes y Método: La muestra estaba compuesta por 50 pacientes con SAHS diagnosticados mediante polisomnografía convencional y 50 sujetos sanos. Ambos grupos respondieron al Cuestionario de Salud SF-36, al Cuestionario del Impacto Funcional del Sueño y a la Escala de Somnolencia de Epworth. Resultados: Respecto al grupo control, los pacientes con SAHS obtuvieron peores puntuaciones en todas las variables analizadas. Los factores más influyentes en la gravedad de los síntomas del SAHS resultaron ser la SaO2 basal, el ID3, las variables de calidad de sueño y el índice de masa corporal. Conclusiones: Este estudio confirma la importancia de la evaluación de la calidad de vida de los pacientes con SAHS y el impacto que la obesidad tiene en la gravedad de la enfermedad. C190 DEPRESIÓN Y ANSIEDAD EN PACIENTES CON SÍNDROME DE APNEAHIPOPNEA DEL SUEÑO Ottavia Guglielmi1 ([email protected]), Ana Isabel Sánchez1 ([email protected]), Bernabé Jurado-Gàmez2 ([email protected]) y Gualberto Buela-Casal1 ([email protected]). 1 Departamento de Evaluación y Tratamiento Psicológico, Facultad de Psicología, Universidad de Granada 2 Unidad de Trastorno Respiratorio del Sueño, Hospital Universitario Reina Sofía, Córdoba Introducción: El síndrome de apnea/hipopnea del sueño (SAHS) es una enfermedad crónica caracterizada por repetidos episodios de obstrucción de las vías aéreas durante el sueño. El SAHS ha sido relacionado por varios autores con los trastornos emocionales, pero no hay consenso entre los resultados de las diferentes investigaciones. El objetivo de este estudio fue evaluar la depresión y la ansiedad de los pacientes con SAHS y determinar qué variables polisomnográficas están más asociadas con el humor. Pacientes y Método: La muestra estaba compuesta por 50 pacientes con SAHS, diagnosticados mediante polisomnografía convencional y 50 sujetos sanos. Ambos grupos respondieron al Inventario de Ansiedad Estado-Rasgo y al Inventario de Depresión Estado-Rasgo. Resultados: Los pacientes con SAHS presentaron niveles más elevados de depresión y ansiedad respecto al grupo control. Las variables más asociadas con estos síntomas fueron el IMC, la calidad de sueño y, de manera más limitada, la SaO2 basal y el ID3. Conclusiones: El estudio confirma la relación entre la calidad de sueño y los trastornos del humor, así como la influencia que la obesidad puede tener sobre el deterioro de la salud general y del humor de los enfermos con SAHS. C191 COMPARACIÓN DE LA CALIDAD DEL SUEÑO DE MUJERES QUE SUFREN FIBROMIALGIA CON UN GRUPO CONTROL DE MUJERES SANAS Díaz-Piedra, Carolina¹ y Buela-Casal, Gualberto² ¹ ([email protected]) Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Facultad de Psicología- Universidad de Granada ² ([email protected]) Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológico, Facultad de Psicología- Universidad de Granada La mayoría de las personas que sufren fibromialgia se quejan de problemas de sueño, además del dolor y otros síntomas. Las investigaciones realizadas han encontrado diversas afectaciones en el sueño, entre ellas, la alteración subjetiva del sueño. Los resultados mediante polisomnografía no son concluyentes. En este estudio ex post facto, se pretende conocer las diferencias en las características objetivas y subjetivas del sueño comparando a diez mujeres con fibromialgia con a un grupo control de mujeres sanas en medidas polisomnográficas y de autoinforme: el Índice de Calidad de Sueño de Pittsburgh (PSQI), la Escala de Somnolencia de Epworth (ESS) y la Escala de Creencias y Actitudes Disfuncionales sobre el Sueño (DBAS-18). Encontramos distintas alteraciones en la calidad del sueño, como menor eficiencia de sueño o interrupciones de ondas alfa en fases no REM en el grupo de mujeres con fibromialgia. Los grupos también diferían en las puntuaciones del PSQI y la ESS y en el factor “Consecuencias del insomnio sobre el rendimiento/funcionamiento diurno” del DBAS18. Las alteraciones del sueño en la fibromialgia repercuten de forma importante en la calidad de vida, por lo que es necesaria la identificación de la naturaleza de estos disturbios para poder mejorar su tratamiento. C192 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E BEM-ESTAR NO TRABALHO: UM ESTUDO COM FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Luiz Marcondes ([email protected]) Mirlene Siqueira ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Inteligência emocional é um conceito constituído por habilidades cognitivas (autoconsciência, autocontrole, automotivação, empatia e sociabilidade) para lidar com informações emocionais pessoais e de outrem. Bem-estar no trabalho compreende um estado psicológico compor por vínculos afetivos positivos com o trabalho (satisfação e envolvimento) e a organização (comprometimento afetivo). Este estudo teve por objetivo analisar as relações entre as habilidades da inteligência emocional e as dimensões do bem-estar no trabalho. A amostra foi composta por 164 funcionários de um órgão municipal da cidade de São Paulo – Brasil, do sexo masculino e feminino, idade média de 44,54 anos. O instrumento utilizado continha três escalas para quantificar as três dimensões de bem-estar no trabalho e uma para medir as cinco habilidades da inteligência emocional. Os resultados indicaram que apenas duas habilidades da inteligência emocional (automotivação e sociabilidade) se correlacionaram significativamente com as três dimensões do bem-estar no trabalho. Consoante os resultados obtidos, indivíduos com habilidades para definir metas de vida (automotivação) e manter por longo tempo os laços sociais estabelecidos (sociabilidade) são também os que tendem a desenvolver vínculos positivos com o trabalho e a organização onde trabalham, apresentando níveis adequados de satisfação e envolvimento com o trabalho e compromisso afetivo com o empregador. C193 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: O PAPEL DO MULTIMÉDIA – APRESENTAÇÃO DE UM CASO PRÁTICO (FILME EM 3D) Teresa Pinto 1 António Piedade 2 Pedro Pinto 3 1. Take The Wind, Núcleo de Investigação e Desenvolvimento ([email protected]) 2. Take The Wind, Núcleo de Investigação e Desenvolvimento ([email protected]) 3. Take The Wind, Núcleo de Investigação e Desenvolvimento ([email protected]) A saúde, como um conceito positivo, implica um estado completo de bem-estar e não apenas aausência de doença. A Educação para a Saúde deve, pois, dotar os seus públicos de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções adequadas, ou seja, que promova o seu empowerment. Essas decisões devem basear-se em informações claras e acessíveis, sem moralismos ou veios políticos. Apesar do aumento da procura de informação nestas áreas, a Europa tem andado afastada da Ciência, com sinais de falta de interesse e de motivação, sobretudo por parte dos mais novos. O Multimédia, pelas suas características intrínsecas, introduziu-se com intensidade no dia-a-dia e na aceitação dos indivíduos, sem escolher idades. Porque não utilizá-lo na promoção da Saúde e da Ciência? Neste contexto, apresentamos o casestudy “Potencial de Acção e Epilepsia”, com o qual mostramos como é possível visualizar de forma atractiva conceitos fisiológicos que exigem uma grande capacidade de abstracção. C194 INFLUENCIA Y REPERCUSIONES DEL AUTISMO EN LA PSICOLOGÍA FAMILIAR. INTERVENCIÓN PSICOEDUCATIVA Téllez Trani, Montserrat**; Quevedo Blasco, Víctor José **; Quevedo Blasco, Raúl.* * Universidad de Granada ** Junta de Andalucía (Consejería de Educación) Un niño autista dentro del ámbito familiar ejerce una fuerte influencia psicológica sobre todos sus miembros, en la mayor parte de los casos, negativa, tanto en la relación como pareja de los padres, como en la relación de estos con otros hijos y de los hermanos entre sí. Muchas han sido las interpretaciones, que no tienen que ver sólo con su origen, sobre todo, porque la relación con el niño autista difícilmente manejable por parte de los padres y familiares. Algunas hipótesis han relacionado la interacción anómala padreshijos como causa del trastorno, esto no ha sido demostrado, puesto que dichas observaciones se han realizado tras saber que el niño es autista por lo tanto estarían midiendo el efecto y no tanto la causa. A partir de las dos últimas décadas, existe un acuerdo mayoritario: “el autismo tiene una causa biológica, consecuencia de una disfunción orgánica”. Los profesionales deben proporcionar, redes de servicios y de apoyos formales que mejoren sus competencias, sus capacidades, en definitiva, su calidad de vida. Así estructuramos un “Plan de Intervención psicoeducativa con familias de niños/as con trastorno de espectro autista” a través de una Escuela de Padres dentro de los Centros Escolares. C195 INFLUENCIA DE LA ACTIVIDAD FÍSICA EN EL SUEÑO: UNA REVISIÓN TEÓRICA DE LA LITERATURA Quevedo Blasco, Víctor José **; Quevedo Blasco, Raúl*; Buela-Casal, Gualberto*; Téllez Trani, Montserrat**. * Universidad de Granada ** Junta de Andalucía (Consejería de Educación) Son muchos los estudios e hipótesis que hay acerca del sueño y los factores que lo condicionan, entre ellos la cantidad y calidad de actividad física que se lleva a cabo de forma cotidiana. Tras un análisis de los artículos publicados en la base de datos Web of Science (WoS) y SCOPUS, en el periodo de 1998-2008, se recogen conclusiones que apuntan a que la actividad física es uno de los estímulos que más benefician la calidad del sueño debido a que ésta provoca un agotamiento significativo en los almacenes de energía, donde el sueño, por contra, en una de sus múltiples funciones, sirve de restitución del sistema funcional a sus niveles iniciales, haciendo, pues, que a mayor desgaste energético, mayor calidad y cantidad tendrá el sueño para compensar la fase de agotamiento. Otros estudios demuestran que cuanta mayor diferencia entre los rangos de esfuerzo basal y máximo en la frecuencia cardiaca y la temperatura corporal, hay una relación directamente proporcional con una mayor estabilidad al sueño. De ahí que personas que practican actividad física de forma habitual y correctamente prescrita, al poseer una mayor diferencia cardiaca y temperatura (basal y máxima), el sueño sufre menos probabilidad de verse alterado. C196 ÍNDICES DEL NIVEL DE APRENDIZAJE MOTOR A TRAVÉS DEL ANÁLISIS DE LA MOTIVACIÓN COMO ELEMENTO DE CONTROL COMPORTAMENTAL Quevedo Blasco, Víctor José **; Téllez Trani, Montserrat**. Quevedo Blasco, Raúl*. Universidad de Granada. ** Junta de Andalucía (Consejería de Educación). * Dentro de la psicología aplicada al ámbito de la motricidad, nos encontramos con un área específica denominada “Comportamiento Motor”, la cual, a través de sus dos áreas aplicadas (el control motor y el aprendizaje motor), abarca: a) el desarrollo de los procesos básicos o niveles psicológicos que conforman el esquema comportamental del ser humano, y b) el conjunto de procesos asociados a la práctica que tienden a provocar cambios relativamente permanentes en el comportamiento. El presente estudio concreta y desarrolla unos índices de calidad basados en la variable “motivación” resultante de un estudio realizado a una muestra de 150 sujetos comprendidos entre el último ciclo de la 2ª infancia y la adolescencia. Los resultados obtenidos verifican la hipótesis de partida, es decir, que el grado de selección de los contenidos del aprendizaje motor de estos alumnos no coincide con la motivación de los mismos. C197 ANÁLISIS BIBLIOMÉTRICO DE LAS PUBLICACIONES SOBRE LA APNEA Y LOS HÁBITOS SALUDABLES Quevedo Blasco, Raúl* y Buela-Casal, Gualberto* y Quevedo Blasco, Víctor José. ** *Universidad de Granada ** Junta de Andalucía (Consejería de Educación) Se trata un análisis bibliométrico de artículos publicados sobre apnea y hábitos saludables en las principales bases de datos, como Web of Science (WoS), SCOPUS, PsycInfo y Psicodoc. El objetivo fue obtener una visión general sobre las investigaciones de 1998 a 2007, que relacionen la influencia de los hábitos saludables sobre la apnea obstructiva del sueño. Se analizó el número de artículos publicados, las revistas de relevancia y los autores que más han trabajado en este ámbito. Se hallaron un total de 5.024 referencias de artículos, de los cuales sólo se seleccionaron y analizaron un total de 184 artículos atendiendo a los criterios de inclusión. La revista que mayor artículos ha publicado sobre apnea y hábitos saludables es Journal Sleep (con un total de 13 artículos), seguida de Archives of Internal Medicine (con un total de 10 artículos) y Sleep (con un total de 6 artículos). Atendiendo a los autores, se puso de manifiesto que los dos investigadores que más han publicado sobre la temática son, el epidemiólogo Terry Young y el epidemiólogo y científico Paul Peppard. La poca variedad de estudios, nos indica la importancia de trabajar sobre estos factores saludables de forma directa. C198 ANÁLISIS BIBLIOMÉTRICO SOBRE APNEA DEL SUEÑO EN LAS REVISTAS DE LA WEB OF SCIENCE Quevedo Blasco, Raúl*; Buela-Casal, Gualberto* *Universidad de Granada El objetivo de este estudio fue obtener un mapa geográfico de la producción científica sobre la apnea del sueño mediante el análisis de los artículos publicados en la base de datos del Web of Science del Institute for Scientific Information (ISI) mediante el Social Sciences Citation Index (SSCI) y Science Citation Index Expanded (SCI-EXPANDED) a partir del 1998 hasta 2008. Los datos fueron analizados mediante indicadores cuantitativos (el número de artículos totales y por años, el número de investigadores, la productividad y las revistas que más han publicado). Los países con un mayor número de publicaciones fueron Estados Unidos, Alemania y Canadá. Atendiendo al número de investigadores dedicados a trabajar y publicar sobre apnea, destacan Estados Unidos, Alemania y Japón, siendo David Gozal (con un total de 104 artículos) el autor que más ha publicado, seguido de T. Douglas Bradley y Pierre Levy (con un total de 50 y 42 artículos, respectivamente). Los países más productivos son Suecia, Israel y Canadá y las revistas más importantes fueron Sleep, Chest y American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine. Para concluir, destacar que el año con el mayor número de artículos publicados fue 2007. C199 PROGRAMA COGNITIVO CONDUCTUAL PARA PACIENTES CON APNEA OBSTRUCTIVA DEL SUEÑO MEDIANTE LA IMPLANTACIÓN DE HÁBITOS SALUDABLES Quevedo Blasco, Raúl* y Buela-Casal, Gualberto* *Universidad de Granada. El objetivo de este estudio fue elaborar un programa de intervención cognitivo conductual basado en el modelo Transteórico de Prochaska´s y DiClemente, dirigido a implantar hábitos saludables en pacientes que padecen apnea obstructiva del sueño con el fin de mejorar la sintomatología y mejorar la calidad de vida de estos pacientes. Previo a la intervención, se realizará una evaluación inicial, que consta de 2 sesiones de 60 minutos de duración cada una, para conocer las características concretas de los pacientes que participaran en el programa, donde se evalúa principalmente el estado de salud, la somnolencia, el impacto funcional del sueño, la ansiedad y depresión hospitalaria y el estilo de vida. El programa de intervención esta compuesto de tres módulos: a) higiene del sueño, que consta de 2 sesiones; b) tabaquismo, que consta de 5 sesiones; y c) nutrición y ejercicio físico, que consta de 6 sesiones (en las sesiones 3, 4, 5 y 6, además se realizará un circuito deportivo con una duración de 60 minutos). Cada módulo de intervención tiene una duración de 90 minutos y una periodicidad semanal. Para la evaluación de la eficacia del programa, se realizará un registro polisomnografico antes y después del tratamiento. C200 A MORTE NA FORMAÇÃO MÉDICA: IMPLICAÇÕES PARA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO Geórgia Sibele Nogueira da Silva ([email protected]), Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Professora Adjunta. Doutora em Ciências Médicas - FMUSP Jose Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres ([email protected]), Universidade de São Paulo – USP, Professor titular. Doutor em Ciências Médicas – FMUSP A partir da narrativa de médicos em processo de formação, buscou-se compreender o processo de construção do “ser médico“ e sua relação com o fenômeno da morte, com a finalidade de investigar em que medida essa relação contribui para promover o distanciamento entre as tecnociências médicas e os processos dialógicos do cuidar no cotidiano da prática médica. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com estudantes de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, escolhidos entre todos os períodos de formação. A Fenomenologia Existencial, a Hermenêutica Gadameriana e a Teoria da Ação Comunicativa, de Habermas, constituem a base filosófica do trabalho de produção e interpretação das narrativas. Foram combinadas duas estratégias tecnometodológicas: entrevistas em profundidade com roteiro e oficinas com utilização de “cenas” projetivas. Os estudantes e residentes transitam entre escassos modelos, poucas experiências para nominar e lidar com a morte, e muitos paradoxos. No seu encontro com o paciente à morte, esse cuidador se depara com as dificuldades para não promover a distância entre intenção e gesto em suas interações e recuperar a humanização do cuidado em sua prática. C201 SAÚDE DO HOMEM E A CONSTRUÇÃO DE VULNERA(HA)BILIDADES Geórgia Sibele Nogueira da Silva ([email protected]), Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, Professora Adjunta. Doutora em Ciências Médicas - FMUSP Márcia Thereza Couto ([email protected]), Universidade federal de São Paulo- UNIFESP, Professora Adjunta Pós-Doutora em Ciências Médicas - FMUSP Como se constrói um homem? Quais os caminhos que esta pergunta pode apontar em relação ao adoecimento? São indagações que motivaram este trabalho, resultado do dialogo com duas pesquisas qualitativas. A primeira, “A Construção do adolescer masculino e o uso do preservativo” (2001), na qual os sujeitos da pesquisa foram 15 adolescentes do sexo masculino, na faixa etária entre 16 anos e 24 anos, residentes em Natal – RN. Como estratégias metodológicas, utilizamos entrevistas com roteiro temático, e oficinas, com técnicas projetivas (uso de cenas). Na segunda pesquisa, multicêntrica, intitulada: “Saúde da população masculina na atenção primária: tendência histórica e representações sobre necessidades, acesso e uso de serviços em cidades de quatro estados do Brasil (RN, PE, RJ, SP)”, foi realizado um recorte analisando as entrevistas (120) dos usuários. A Hermenêutica Gadameriana constitui a base filosófica do trabalho de produção e interpretação das narrativas. Defendemos que na construção das masculinidades o homem precisa desenvolver habilidades assertivas, exigidas como “naturais”, um processo que nomeamos vulnera(ha)bilidades", em que os homens em nome da preservação dos estereótipos masculinos tornam-se vulneráveis ao adoecimento. A figura de Thanatos por vezes representa a construção dos nossos homens. C202 MALTRATO TÉCNICO: UNA ESTIMACIÓN EN ADOLESCENTES Y JÓVENES ESPAÑOLAS D. Javier López-Cepero Borrego ([email protected]),Dep de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, U. Sevilla Dr. D. Luis Rodríguez Franco, Dpto de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, U. Sevilla Francisco Javier Rodríguez Díaz, Dpto de Psicología, U. Oviedo Facultad de Psicología, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos La violencia dentro de la pareja es un fenómeno tan cotidiano como preocupante, y tiene como víctima a la mujer en la mayoría de casos. Muestra de ello es que diversos organismos internacionales la señalan como uno de los principales retos de salud comunitaria. Sin embargo, y a pesar de los múltiples esfuerzos realizados desde muchas disciplinas profesionales (psicología, periodismo, pedagogía…), encontramos que parte de las mujeres atrapadas dentro de una relación abusiva no tienen consciencia de su situación. Esta situación recibe el calificativo de Maltrato Técnico. En España, el Instituto de la Mujer propuso, en 2006, un instrumento para evaluar el maltrato técnico. Consiste en un formulario de 13 indicadores de maltrato, en el que se marca la frecuencia con que han sufrido dichos abusos. Responder a veces o con frecuencia al menos a un indicador, junto con la no percepción de maltrato, lleva al etiquetado de maltrato técnico. Nuestro grupo de investigación utiliza un instrumento de elaboración propia, el Cuestionario de Violencia de Novios (CUVINO), que contiene 42 indicadores conductuales de maltrato (con cinco niveles de frecuencia) y preguntas acerca de la percepción de ser maltratada, a través de los cuales fue posible replicar los criterios de evaluación usados por el Instituto de la Mujer. Actualmente disponemos de 711 registros, provenientes de mujeres escolarizadas en territorio español, de entre 16 y 22 años. Nuestros datos provisionales superan el 9,6% de casos apuntados por el Instituto de la Mujer (2006), alcanzando un 65% de la muestra. l avance en la detección de estos casos facilitará, en el futuro, intervenir con mayor celeridad en estos casos solapados, con la consiguiente prevención de daños a nivel personal y comunitario. C203 MALTRATO, MIEDO Y ATRAPAMIENTO: ¿SABEN NUESTRAS JÓVENES CUÁNDO VA MAL UNA RELACIÓN DE NOVIAZGO? D. Javier López-Cepero Borrego ([email protected]),Dep de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, U. Sevilla Dr. D. Luis Rodríguez Franco, Dpto de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, U. Sevilla Francisco Javier Rodríguez Díaz, Dpto de Psicología, U. Oviedo Facultad de Psicología, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos El avance en la investigación de la violencia dentro de la pareja ha permitido recavar datos sobre qué ocurre en las relaciones de noviazgo tempranas, en las que los actores se encuentran en edad adolescente o joven. Las relaciones de pareja establecidas en estas edades tienen un papel primordial de cara al futuro, dado que suponen las primeras experiencias de negociación de los roles y derechos dentro de este tipo de díadas. Muchas son las campañas de prevención de los malos tratos disponibles en los mass media; por ello, resulta extraño encontrar que un porcentaje de las jóvenes que viven relaciones abusivas no cortan inmediatamente con el agresor, una vez se inicia la espiral de violencia. Nuestro grupo de investigación evaluó, dentro de su Cuestionario de Violencia de Novios (CUVINO), tres cuestiones muy interrelacionadas entre sí; la percepción de estar siendo maltratada, haber sentido miedo de la pareja y haberse sentido atrapada dentro de la relación, para comprobar la coherencia entre las tres respuestas. Partiendo de una muestra de 711 mujeres escolarizadas en España de entre 16 y 22 años, fueron seleccionados los datos de las 661 mujeres que respondieron no sentirse maltratadas; de ellas, 52 reportaron haber sentido miedo en ocasiones de su pareja; y de las restantes, 121 afirmaron haberse sentido incapaces de romper la relación aunque quisieran. Esto supone que un 26,17% de las no maltratadas han soportado relaciones abusivas y limitantes, a pesar de lo cual, no lo igualan a maltrato. Las diferencias entre la evaluación molar (sentirse maltratada) y la molecular (indicadores como el miedo y el atrapamiento) nos pone sobre alerta de cara a preparar nuevas campañas de prevención. Se discute la problemática derivada de esta incongruencia. C204 LA PSICOLOGÍA EN LA SALUD PÚBLICA: DISCURSOS, DIFICULTADES Y LÍMITES DE LA FORMACIÓN DE PSICÓLOGOS EN BRASIL Y PORTUGAL Railda F. Alves. Profesora Doctora de la Universidade Estadual da Paraíba – Brasil ([email protected]; [email protected]) Maria do C. Eulálio. Profesora Doctora de la Universidade Estadual da Paraíba – Brasil ([email protected]) María T. M. León. Profesora Doctora de la Universidad de Granada – España ([email protected]) Sylvia A. J. Brobeil. Profesora Doctora de la Universidad de Granada – España([email protected]) Este trabajo presenta parte de los resultados obtenidos en una investigación realizada junto a los psicólogos actuantes en salud pública de la ciudad de Campina Grande, Brasil y del Concelho de Coimbra, Portugal. Los objetivos fueron: conocer las intervenciones llevadas a cabo en la sanidad pública; valorar la adecuación de estas prácticas a cada nivel de atención de salud; conocer los discursos sobre las intervenciones en Atención Primaria de Salud (APS). El estudio fue viabilizado mediante la triangulación metodológica y tuvo como instrumentos de toma de datos un cuestionario, una entrevista en profundidad y un diario de campo. Para deslindar los resultados se utilizó el análisis de contenido. Para demostrarlos, el árbol de asociación de sentidos. Las informaciones cuantitativas fueron obtenidas mediante la estadística descriptiva. Los resultados destacaron las dificultades de los psicólogos en identificar las intervenciones más apropiadas a APS y mostraron que el modelo clínico es, todavía su sustentáculo para el ejercicio de la profesión en salud pública. C205 SATISFAÇÃO SEXUAL: COMO E PARA QUÊ? – UM ESTUDO SOBRE DIFERENÇAS DE GÉNERO NOS DETERMINANTES E CONTRIBUTOS DA SATISFAÇÃO SEXUAL Ana R. Santana ([email protected]), Instituto Superior de Psicologia Aplicada Ana A. Carvalheira ([email protected]), Instituto Superior de Psicologia Aplicada Este trabalho tem como objectivos identificar predictores da satisfação sexual, estudando a sua relação com factores sócio-demográficos e comportamentos sexuais, e analisando respectivas diferenças de género. Estuda ainda em que medida a satisfação sexual contribui noutras áreas da vida em homens e mulheres. Foi realizado com uma amostra de 138 homens entre os 18 e os 57 anos e 271 mulheres entre os 18 e os 59 anos, que participaram no estudo através de um questionário de auto-resposta alojado num site na Internet, e divulgado por e-mail e em blogs. Foram encontradas diferenças significativas face à satisfação sexual nas variáveis "relação de compromisso", "frequência de relações sexuais", "importância das relações sexuais", "dificuldades sexuais", "satisfação com a frequência de relações sexuais", "duração da relação de compromisso" e "orgasmo nas relações sexuais" (as duas últimas apenas nas mulheres). Foram encontradas correlações significativas, fracas/moderadas, nas variáveis "habilitações literárias", "relação de compromisso", "frequência de relações sexuais", "orgasmo nas relações sexuais", "importância das relações sexuais", para ambos os géneros e na "importância do orgasmo" e "orgasmo na masturbação" apenas nos homens. Houve algumas diferenças significativas nos factores que homens e mulheres escolheram como importantes para a sua satisfação sexual e como contributos da sua satisfação sexual, no entanto escolheram o mesmo número de factores pessoais e relacionais, não havendo diferenças neste aspecto. C206 PERSONALIDADE E AUTO-EFICÁCIA EM PAIS DE CRIANÇAS COM EXCESSO DE PESO E OBESIDADE Ana Luísa Rosa ([email protected]), ISPA Prof. Dr.ª Teresa Botelho ([email protected]), ISPA Objectivo: Avaliar a Personalidade e a Auto-eficácia dos pais de crianças com excesso de peso/obesidade, procurando determinar as influências destas variáveis parentais sobre o excesso de peso e obesidade dos filhos. Método: Estudo observacional descritivo, de comparação de grupos. Participaram 60 pais, 30 pais de crianças com excesso de peso/obesidade e 30 pais de crianças sem excesso de peso/obesidade, recolhidos do Hospital Fernando da Fonseca, do Hospital da Luz e da Piscina da Reboleira. Foram utilizados o Questionário de Caracterização Sócio-demográfica, o NEO-FFI-20 (Bertoquini & Ribeiro, 2006) e a Escala de Autoeficácia Geral (Ribeiro, 2001). Resultados: Verificou-se que existem diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. Os pais de crianças com excesso de peso/obesidade mostram valores mais elevados no domínio do Neuroticismo e valores mais baixos nos factores de Autoeficácia, que os pais de crianças sem aquela problemática. Discussão: O perfil de Personalidade e Auto-eficácia dos pais têm um papel fundamental na adopção de comportamentos saudáveis, influenciando, assim, a problemática da obesidade dos seus filhos. Conclusão: O perfil de Personalidade e Auto-eficácia dos pais afirmam-se como variáveis importantes no desenvolvimento e implementação de programas ou estratégias de intervenção com pais de crianças com excesso de peso/obesidade. C207 COMPORTAMENTOS SEXUAIS E BEM-ESTAR NO ENVELHECIMENTO: ESTUDO EXPLORATÓRIO NUMA AMOSTRA DE MULHERES Joana Bento ([email protected]), ISPA Co-autora: Prof. Dr.ª Ana Carvalheira ([email protected]), ISPA Objectivo: Observar em que sentido os comportamentos sexuais das mulheres idosas podem influenciar os seus níveis de Bem-estar. Método: Estudo exploratório e observacional descritivo. Participaram 100 mulheres idosas. Foram utilizados o Questionário de Caracterização Sócio-demográfica, Questionário de Comportamentos Sexuais e a Escala de Ânimo do Centro Geriátrico de Filadélfia (Paúl, 1992). Resultados: Verificou-se que os comportamentos sexuais das idosas influenciam os seus níveis de Bem-estar, nomeadamente nas variáveis “aceitação da sexualidade” e “manutenção das relações sexuais”, onde pudémos verificar que as mulheres que são sexualmente activas e aceitam a sua sexualidade apresentam elevados níveis de Bemestar. Discussão: A sexualidade feminina na terceira idade, parece estar mais associada a uma dimensão psico-afectiva, assim como o bem-estar físico e emocional está associado à intimidade, à companhia e à capacidade de partilhar sentimentos verdadeiros numa atmosfera de segurança. Conclusão: A vida deve ser encarada de um modo integrado e não composta de tempos ou de idades, aos quais as pessoas tenham de se enquadrar, sendo, também, fundamental que a sociedade se liberte de preconceitos e rótulos que, em última instância, reprimem a sexualidade e o bem-estar dos idosos. Resumos dos Simpósios do I Congresso Luso-Brasileiro de Psicologia da Saúde (Faro, 5-7 de Fevereiro de 2009) S1 ATENDIMENTO INTERDISCIPLINAR EM SERVIÇO DE AMBULATÓRIOS ESPECIALIZADOS E HOSPITAL-DIA NO TRATAMENTO DE DOENTES COM INFECÇÃO PELO HIV: ASPECTOS CLÍNICOS, PSICODINÂMICOS E NEUROPSICOLÓGICOS. Coordenador: Dr. Nelson Silva Filho DESORDENS NEUROPSICOLÓGICAS ASSOCIADAS AOS PACIENTES COM HIV/AIDS: AVALIAÇÃO E TRATAMENTO Profª. Doutora Flavia Heloisa dos Santos ([email protected]) Departamento de Psicologia Experimental e do Trabalho – UNESP – Campus de Assis O Brasil é a nação com maior número de registros de Aids na América Latina, segundo o Ministério da Saúde o país alcançou 590.000 casos em 2004. A presença do vírus da imunodeficiência humana (HIV) causa vulnerabilidade do sistema imunológico e torna o organismo suscetível às doenças oportunistas, incluindo danos ao sistema nervoso central. Entre as manifestações neurológicas diretamente associadas ao HIV estão meningite viral aguda, meningite crônica, mielopatia vascular, neuropatias periféricas e demência. Estas manifestações produzem défices em domínios cognitivos como memória, linguagem, atenção, etc., que variam quanto a gravidade, os quais estão associados a não aderência ao tratamento com anti-retrovirais e às psicoterapias, bem como interferem em aspectos sociais e ocupacionais do indivíduo. Os défices cognitivos variam em indivíduos soropositivos sintomáticos e assintomáticos, são mais comuns e intensos na população sintomática e geralmente se caracterizam por alterações de memória, concentração e velocidade de processamento. Embora os indivíduos com HIV/Aids possam apresentar transtornos de humor e outras co-morbidades psiquiátricas, como psicoses e transtorno bipolar; na população assintomática, os sintomas depressivos são freqüentes, porém não devidos ao comprometimento neurológico. O transtorno neurocognitivo associado ao HIV mais incapacitante é a Demência (D-HIV), uma síndrome encefálica, de natureza crônica e irreversível, na qual são progressivamente comprometidos diversos domínios cognitivos. A D-HIV habitualmente é acompanhada ou precedida por uma deterioração do controle emocional, do comportamento social ou da motivação; conforme critérios de Academia Americana de Neurologia, o seu diagnóstico decorre da avaliação clínica e do exame neurológico corroborados pela Avaliação Neuropsicológica. O Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos recomenda que a Avaliação Neuropsicológica de pessoas com HIV/Aids inclua sete domínios cognitivos: i) atenção, ii) memória, iii) velocidade de processamento da informação, iv) abstração, v) funções executivas, vi) linguagem, vii) habilidades vísuo-espaciais, vísuo-construtivas e motoras. A Bateria de Testes Neuropsicológicos para Avaliação de Indivíduos Infectados pelo HIV desenvolvida pela Universidade de Miami e conhecida como “HUMANS” (do inglês HIV University of Miami Annotated Neuropsychological Test Battery in Spanish) inclui a avaliação de transtornos psiquiátricos e dos sete domínios cognitivos referidos; possui versões em inglês e espanhol e atualmente está sendo adaptada para a língua portuguesa pelo Laboratório de Neuropsicologia da UNESP/Assis. A avaliação neuropsicológica destes pacientes contribui para o diagnóstico, prognóstico e reabilitação de disfunções cognitivas, é fundamental para diagnóstico diferencial e acompanhamento longitudinal, e ainda, possui um caráter preventivo, pois, quanto mais precoce a detecção de alterações cognitivas, mais efetivos e estáveis são os ganhos associados às intervenções psicoterapêuticas, farmacológicas e de reabilitação cognitiva para promoção da qualidade de vida de pessoas com HIV/Aids. ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR E INTERDISCIPLINAR EM SERVIÇO DE AMBULATÓRIOS ESPECIALIZADOS E HOSPITAL-DIA E O TRATAMENTO DE DOENTES COM INFECÇÃO PELO HIV Profª. Doutora Lenice do Rosário de Souza ([email protected]) Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem - UNESP – Faculdade de Medicina de BotucatuA Área de Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, São Paulo, Brasil, é referência para atendimento de pacientes com infecção pelo HIV ou aids, atualmente, para uma região que abrange 69 municípios e população de mais de 1.600.000 habitantes. O primeiro caso de aids foi hospitalizado neste Serviço em agosto de 1985 e, desde então, aproximadamente 1.500 pacientes já foram atendidos, estando em seguimento, no momento, cerca de 500 indivíduos. O modelo utilizado para atendimento multiprofissional e interdisciplinar é o Serviço de Ambulatórios Especializados e Hospital-dia desde setembro de 2004. Os diversos profissionais da área da saúde que fazem parte da equipe fixa do Serviço trabalham todos os dias da semana e têm agenda própria. O atendimento médico para acompanhamento e tratamento da infecção pelo HIV e aids ocorre em quatro períodos na semana e conta com docentes da Faculdade de Medicina. O apoio e acolhimento dado por esses profissionais aos pacientes, além do atendimento médico tem sido essencial para o aumento da adesão ao seguimento e tratamento. Outro aspecto facilitador para os doentes é o fato de que todo atendimento ocorre no mesmo ambiente, inclusive coleta de exames complementares, consulta de pronto atendimento, aplicação de medicação injetável e internação em leito dia. Para os profissionais, a oportunidade de discussão dos casos em grupo para adequação de condutas tem sido extremamente útil e pode, muitas vezes, mudar o resultado e o prognóstico do doente. O Serviço conta, também, com um farmacêutico e farmácia própria para dispensação da medicação antiretroviral, que, no Brasil, está disponível, gratuitamente, para todos os indivíduos com infecção pelo HIV ou aids. Neste Serviço de Ambulatórios Especializados, 270 pacientes recebem tratamento anti-retroviral potente, seja em esquema inicial ou de resgate. ASPECTOS PSICODINÂMICOS DE PACIENTES COM INFECÇÃO PELO HIV/AIDS E O MANEJO TERAPÊUTICO Profº. Dr. Nelson Silva Filho (nelsonsf@ assis.unesp.br) Professor do Departamento de Psicologia Clínica – UNESP – Campus de Assis Pretende-se sugerir cuidados no manejo psicoterápico, segundo as possibilidades de interações entre fatores psicodinâmicos, orgânicos e sociais, de um paciente portador da infecção pelo HIV. A paciente foi avaliada no Ambulatório Especial de Moléstias Infecciosas da UNESP- Botucatu. Foram colecionadas informações sobre a história clínica compreendida entre 1995 e 2002. Para as avaliações psicológicas foram utilizados o Teste de Relações Objetais e o Sistema Diagnóstico Adaptativo Operacionalizado. A paciente apresentou depressão crônica do tipo psicótico maníaco depressivo, associado à deterioração do sistema imunológico, com risco de concretização de suicídio, sugerindo prioridade para o oferecimento de psicoterapia. A persecutoriedade determinada por características psicodinâmicas da posição esquizoparanóide se confundem com as segregações e preconceitos vividos por estes indivíduos em seu dia-dia. Resultados anteriores sugerem associações entre tipos de depressão, quantidade de linfócitos T CD4+ e CD8+ por mm3 , carga viral plasmática e interleucinas 10 e TNF-α. S3 PROMOÇÃO DE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E EFICÁCIA ADAPTATIVA. Coordenador: Profa. Dra. Maria Geralda Viana Heleno ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo - Programa de Pós Graduação em Psicologia da Saúde PROMOÇÃO DE SAÚDE, PREVENÇÃO DE DOENÇAS E EFICÁCIA ADAPTATIVA EM PSICOLOGIA DA SAÚDE. Ms. Tania Elena Bonfim, Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto & Profa. Dra. Maria Geralda Viana Heleno ([email protected]) Os modelos paradigmáticos utilizados para a compreensão de saúde e de doença sofreram modificações ao longo da evolução histórica, filosófica e científica. Se antes e, principalmente, durante a idade média, nada se podia conhecer e o fenômeno humano era atribuído ao sobrenatural – divino ou demoníaco, da renascença até o apogeu da idade moderna cresceram as expectativas, as especulações e as investigações sobre as doenças. Valorizou-se a medicina científica e o homem debruçou-se sobre a experimentação e descrição das doenças, de suas causas e efeitos. Priorizou-se assim um modelo chamado de “modelo biomédico”. O valor desse modelo de compreensão da doença foi o de trazer o conhecimento sobre muitas causas, evolução e cura de muitas doenças. Esse modelo de raciocínio, embora eficiente, também trouxe uma outra preocupação e desafio à ciência o aumento populacional com doenças crônicas. Também ainda utilizado e valorizado, esse modelo abriu campo para uma visão mais ampla - aquela que busca a compreensão dos processos de saúde e doença e que abarca os vários setores ou âmbitos da vida humana; um modelo mais próximo daquilo que se chama de “ecológico”. Um modelo que, além da prevenção, privilegia a promoção da saúde. Os vários modelos de raciocínio são ainda indispensáveis na prática e na pesquisa em saúde, porém entende-se que promover e proteger a saúde, ainda é um raciocínio pouco valorizado entre nós. Destaca-se, ainda, que com o aumento de doentes crônicos e com custos elevados em saúde pública, os especialistas buscam a implantação da avaliação de resultados em saúde numa visão que se denomina “gestão de resultados”. Desse modo, observa-se que, mesmo que a gestão de resultados procure resgatar a saúde e obter, com isso, um menor custo, a nossa preocupação é a de que essa visão não parta para um raciocínio exclusivamente numérico epidemiológico e, sim, lance um olhar para uma avaliação qualitativa da saúde. E é nessa determinação que se encontra, na área psicológica, um respaldo na proposta da “eficácia adaptativa” inaugurada e sistematizada por Ryad Simon. A avaliação adaptativa permite uma conseqüente intervenção tanto nos níveis curativos, preventivos quanto promotores de saúde. Permite ainda uma posterior avaliação (EDAO) dos resultados do esperado equilíbrio adaptativo eficaz. Com isso, valoriza-se a qualidade das relações humanas e sua saúde. Destina-se, assim, uma chamada para qualidade das ações em saúde. QUALIDADE DE VIDA E PARQUES PÚBLICOS Profa. Dra. Maria Geralda, Viana Heleno ([email protected]) & Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto É cada vez mais difícil nas grandes metrópoles possuir um estilo de vida saudável. No Brasil, ainda, não se alcançou um patamar excelente referente à promoção de saúde. Em relação à prevenção primária e secundária das doenças, grandes esforços têm sido feitos pelas áreas públicas e privadas para se alcançar níveis satisfatórios. Considerando que a qualidade de vida é conseqüente à promoção da saúde e prevenção das doenças esperase com estes esforços melhorar a qualidade de vida da população. Os parques públicos são aparelhos que se revelaram potencialmente promotores de saúde e de prevenção de doenças e podem ser utilizados pelo público. Nestes lugares as pessoas, de todas as idades, têm oportunidade para realizar atividades livres ou programadas que geram bem estar e saúde, conseqüente melhora na qualidade de vida. Um estudo através do Whoqol-bref realizado com 406 pessoas em dois parques públicos de São Bernardo do Campo – Brasil revelou que elas possuem boa qualidade de vida. Elas freqüentam os parques pela facilidade de acesso, pela beleza, segurança, limpeza, música, por se sentirem bem no parque. Além desses motivos para os jovens o parque é visto como um local de encontro social, a maioria dos jovens entrevistados para esta pesquisa estava em grupo e o que os motiva a freqüentar o parque é a diversão. Para os idosos freqüentar o parque serve também para controlar ou melhorar sua condição de portador de doença crônica e local para se fazer amizade. Para os adultos o parque é, também, um local para se fazer atividades físicas que previnem doenças. Este estudo conclui que de fato estes parques são aparelhos públicos de promoção de saúde e prevenção de doenças. S4 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BRASIL: HISTÓRICO E MODELOS DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO Coordenador: Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós Graduação em Psicologia da Saúde HISTÓRICO DAS DELEGACIAS ESPECIAIS E A INSERÇÃO DO PSICÓLOGO DELEGACIA DE DEFESA DA MULHER E DELEGACIA PARTICIPATIVA E DELEGACIA DO IDOSO Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto & Maria Geralda Viana Heleno ([email protected]) As Delegacias especiais (DP, DDM, DI) representam um novo enfoque de atenção à população no Brasil e foram criadas para reduzir o tempo de espera da comunidade, respondendo mais rapidamente às demandas sociais, mesmo aquelas que não são de cunho policial. As participativas contam com um núcleo de apoio jurídico e psicossocial, composto por estagiários de direito, psicologia, serviço social, que orienta e encaminha as pessoas que buscam a instituição por qualquer razão, seja por alcoolismo, conduta anti-social, conflito familiar, migração, desemprego, investigação de paternidade, crimes contra costume, entre tantos outros. As delegacias da mulher foram criadas com o intuito de atenderem mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, embora um público similar ao da Del participativa também procura essa segunda instituição, a qual, não necessariamente conta com um núcleo de atenção como nas Del participativas, mas em grande maioria contam com atendimento psicológico. É tarefa dos plantonistas acolher as pessoas e oferecer-lhes alternativas para possíveis soluções de suas necessidades. A experiência dos psicólogos nesses plantões tem dado oportunidade de se estudar o perfil dessa clientela, incluindo além de dados sóciodemográficos, o tipo de queixas, a natureza da violência, a resposta da clientela ao encaminhamento, da eficácia do atendimento, além de indicativos para modelos mais adequados de estratégias preventivas. Para essa compreensão, esse trabalho busca discutir essas questões, ilustrando com alguns casos atendidos em plantões realizados nos últimos oito anos. MODELOS DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM CASOS DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA ATENDIDAS EM DELEGACIAS DE DEFESA DA MULHER NO BRASIL Profa. Dra. Marília Martins Vizzotto ([email protected]), Profa. Dra. Maria Geralda Viana Heleno & Profa. Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia Entre as instituições que atendem mulheres em situação de violência doméstica, a delegacia de polícia especializada é o lugar onde se pode fazer representação judicial contra o agressor. Fato que faz desta instituição um local onde a atuação do psicólogo é de grande importância, independente de a mulher ser vítima ou cúmplice da violência. Os atendimentos nessas delegacias são realizados de acordo com a necessidade do usuário e com as possibilidades da instituição. Considerando os vários modelos de atendimento observou-se, após anos de experiência, que o plantão psicológico (PP) e a psicoterapia breve operacionalizada (PBO) são as formas mais indicadas de intervenção psicológica nessas instituições. O plantão é caracterizado pelo acolhimento no momento em que a pessoa experimenta intensa angústia provocada pela situação de violência, associada ao fato de sua exposição publica; ou seja, conflitos que não puderam ser resolvidos no âmbito privado. Outra forma de intervenção é a PBO, cujo atendimento inicia-se com entrevistas que visam identificar a qualidade da adaptação e a psicodinâmica da pessoa, e que indicarão às situações-problema, foco do atendimento. As técnicas de entrevista de acolhimento reservam-se a alguns encontros e mobilizam o sujeito para uma busca de auxílio psicoterapêutico, inclusive para a psicoterapia breve. Porém, pode-se iniciar já no plantão, com a técnica de PBO, de 4 a 12 sessões e que já trará indicativos diagnósticos para um encaminhamento mais efetivo. Todavia, por ser o fenômeno da violência doméstica complexo e multifatorial, esses modelos compõem apenas o primeiro passo no auxílio dessas pessoas. MANUTENÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ENTRE CASAIS: UM ESTUDO DE CASO. Profa. Dra. Maria Geralda Viana Heleno ([email protected]), Profa. Dra. Marilia Martins Vizzotto ([email protected]) & Psicóloga Mirian Sansoni Torossian O objetivo do presente é discutir a violência doméstica sofrida por mulheres como decorrência das relações do casal. Parte-se do pressuposto que os relacionamentos conjugais implicam numa parceria e que a violência pode, muitas vezes, fazer parte dela e ser aceita pelos cônjuges. Analisa-se um caso atendido em um plantão psicológico realizado em uma Delegacia de Defesa da Mulher que ilustra o jogo de identificações projetivas atuantes num casal e que impediu, inclusive, o sucesso da continuidade das intervenções, já que essas passaram a ser “ameaçadoras” ao acordo tácito estabelecido entre os cônjuges na manutenção do casamento e da violência. S5 RISCO PSICOSSOCIAL E RECURSOS PROTECTORES PARA PSICOPATOLOGIA: ABORDAGENS E INTERVENÇÕES Coordenador: Prof.ª Doutora Ida Lemos FACTORES PROTECTORES E FACTORES DE RISCO PSICOSSOCIAL EM ADOLESCENTES COM UM PERCURSO DELINQUENTE. Ida Lemos FCHS, Departamento de Psicologia, FCHS, Universidade do Algarve. O aumento da delinquência juvenil, confirmado por dados oficiais em vários países europeus, tem conduzido a de um crescente interesse na área das Ciências Sociais e especificamente, da Psicologia, sobre os factores que podem aumentar o risco, ou pelo inverso, proteger os adolescentes de enveredarem num percurso delinquente. Atendendo a um conjunto de indicadores considerados na literatura como de risco psicossocial para o desenvolvimento e persistência de comportamento delinquente na adolescência, é nosso objectivo investigar factores de risco psicopatológicos e psicossociais, assim como, factores protectores face ao risco em adolescentes com um percurso delinquente. Na presente comunicação são apresentados os resultados de um estudo conduzido com uma amostra de 63 adolescentes delinquentes, incidindo na análise das relações entre factores de risco psicossocial, índices de psicopatologia e factores protectores ou de resiliência nestes jovens. PROGRAMAS DE PREVENÇÃO, UM RECURSO PROTECTOR? ANÁLISE DO PROGRAMA ATLANTE. Luís Janeiro, Luís Sérgio Vieira, Alexandra Gomes, Vítor Gamboa, & Ana Teresa Martins. Universidade do Algarve O programa Atlante actua ao nível da informação sobre drogas, na percepção sobre os efeitos das substâncias e na intenção de experimentar tabaco e bebidas alcoólicas. Para além da dimensão da informação atribui lugar nuclear ao desenvolvimento de competências. Com recurso a uma amostra de mais de 300 alunos dos 2º e 3º ciclos do ensino básico, analisamos o impacto do programa nas intenções de consumo, num grupo alvo e num grupo de controlo, após dois anos de aplicação do programa. Discutimos as diferenças observadas ao nível dos resultados encontrados após um e dois anos de aplicação do programa, bem como reflectimos, do ponto de vista da investigação, também os resultados que por vezes possam não ser os mais animadores em termos de intervenção. CONTRIBUTOS PARA A VALIDAÇÃO EMPÍRICA DE UM MODELO DE USO PROBLEMÁTICO DE INTERNET EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Antonia María Jiménez-Ros1 ([email protected]), Susana Imaginário2 & Vítor Manuel Pacheco Gamboa3 ([email protected]) 1 Departamento de Psicologia, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, Faro; 2 Licenciada em Psicologia pela Universidade do Algarve; 3 Departamento de Psicologia, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, Faro Caplan (2002, 2003, Submitted) propõe um modelo teórico para explicar o uso problemático que determinados utilizadores fazem da Internet. De acordo com este modelo, alguns indivíduos com características psicopatologicas prévias (ansiedade social, solidão, entre outras) apresentariam uma percepção negativa das suas competências sociais, o que os conduziria a preferir interacções sociais on-line em detrimento das face-a-face. Esta preferência, junto com a utilização da Internet para regular o humor, conduziriam a uma auto-regulação deficiente do uso da Internet quer a nível das cognições, quer a nível dos comportamentos, que se traduziriam em consequências negativas nas esferas familiar, social, académica, profissional e económica. O objectivo fundamental deste trabalho foi proporcionar evidência empírica para o modelo proposto por Caplan (Submitted). Recorrendo a uma amostra de 178 estudantes da Universidade do Algarve, verificou-se que a utilização de Internet com o objectivo de regular o humor disfórico, a preferência por interacções sociais on-line, a preocupação cognitiva face à utilização da Internet e o uso compulsivo desempenham um papel fundamental na explicação do uso problemático de Internet. Enquanto que, contrariamente ao proposto pelo autor, a percepção negativa que o indivíduo tem das suas competências sociais parece não apresentar um papel determinante na explicação desta utilização. A RESILIÊNCIA: POSSIBILIDADES E PROMESSAS PARA A INTERVENÇÃO! Helena Martins Temos vindo a assistir a uma mudança de paradigma, transitando de uma abordagem focalizada nos riscos para a investigação dos determinantes da saúde. O conceito Resiliência, as inúmeras investigações que tem vindo a suscitar, revela a importância fundamental dos comportamentos ligados à saúde e à pesquisa e promoção dos factores de protecção. Pretende-se abordar alguns contributos das Neurociências para uma compreensão abrangente da resiliência. Tentaremos dar eco de questões importantes face a esta temática, analisando as contribuições da Biologia, da plasticidade neural, da Neuroendocrinologia e da Psiconeuroimunologia. Seguidamente, apresentam-se possíveis aplicações destas descobertas no âmbito da Resiliência Educacional, pretendendo explicitar as estratégias que podem ser utilizadas para desenvolver uma maior resiliência nos indivíduos. S6 PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA EM CONTEXTOS DIVERSIFICADOS Coordenador: Maria Cristina Faria ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja CUIDADOS PALIATIVOS NA FORMAÇÃO DOS ENFERMEIROS Maria Cristina Candeia ([email protected]) Hospital do Litoral Alentejano O presente estudo surgiu da preocupação acerca da dificuldade que os enfermeiros têm em cuidar dos doentes em fim de vida e em apoiar as suas famílias, pela carga de sofrimento pessoal e familiar associada ao doente em fase terminal e pela falta de formação em cuidados paliativos. Foi elaborado a partir da experiência vivida pelos enfermeiros na prestação de cuidados ao doente em fase terminal e sua família, internado em serviço de medicina e de cirurgia, tendo como objectivo, conhecer e analisar o conceito de cuidados paliativos dos enfermeiros que prestam cuidados directos aos doentes em fase terminal. O método de colheita de dados foi a entrevista semi-estruturada, no primeiro estudo e o questionário, no segundo, aplicados no primeiro caso aos enfermeiros chefes e responsáveis e no segundo a todos enfermeiros na prestação de cuidados no próprio local de trabalho dos sujeitos. A partir dos dados emergentes da análise dos questionários pretende-se identificar o conceito de cuidados paliativos dos enfermeiros, bem como as lacunas na sua formação em cuidados paliativos. Pretende-se desta forma contribuir para o bem-estar e qualidade de vida do doente terminal e sua família, através da melhoria da prestação dos cuidados de enfermagem. COMPREENDER O ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO A PARTIR DO SUPORTE SOCIAL, QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR SOCIAL DOS INDIVÍDUOS EM IDADE AVANÇADA Vânia Cristina Guiomar ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja O envelhecimento do indivíduo tornou-se uma realidade cada vez mais frequente nos nossos dias, pelo que as alterações demográficas causadas por esta alteração impõem esforços económicos e sociais mais intensos a fim de proporcionar a todos boas condições de vida. Actualmente, o que nos interessa não é só como prolongar a vida dos indivíduos, mas sim como promover um envelhecimento saudável e bem-sucedido. As principais abordagens teóricas indicam que o bem-estar individual e colectivo está relacionado directamente com o contexto social global e complexo em que os indivíduos estão inseridos. Assim, podemos pressupor que a rede de suporte social parece estar intimamente relacionada com a percepção de qualidade de vida e com o bem-estar social dos idosos. A promoção da saúde e os cuidados de prevenção, dirigidos às pessoas idosas, aumentam a longevidade, melhoram a saúde e a qualidade de vida e ajudam a racionalizar os recursos da sociedade. Tendo em atenção os determinantes comportamentais de um envelhecimento activo e bem-sucedido ao longo da vida, a adopção de estilos de vida mais saudáveis e uma atitude mais participativa na promoção de auto-cuidado serão fundamentais para se viver com mais saúde e com qualidade de vida por mais anos. A PROBLEMATICA DO CONSUMO DE TABACO NO ENSINO SUPERIOR Sílvia Garcia Afonso ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja Tabagismo significa abuso de tabaco, sendo o vício de fumar regularmente um número considerável de cigarros, cigarrilhas, charutos ou tabaco de cachimbo. Segundo dados da OMS, cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem anualmente, em todo o mundo, em resultado deste hábito. Por outro lado sendo este tema bastante contraditório os resultados de estudos sobre o consumo de tabaco, efectuados em vários países ocidentais, contribuíram para a generalização da ideia que a maioria dos fumadores começa a fumar na adolescência (antes dos 18 anos de idade) e que, não começando nessa fase da vida, dificilmente se adquirirá esse hábito. No entanto, os dados do Inquérito Nacional de Saúde efectuado em Portugal em 1995/96 mostraram que 39% dos fumadores iniciaram o hábito de fumar entre os 18 e os 24 anos e cerca de 6% depois dos 24 anos, ou seja, cerca de 45% dos fumadores teria começado a fumar depois dos 17 anos de idade. Este dado levantou o problema de saber se a população estudantil universitária também começa a fumar depois da adolescência e se a transição do secundário para a universidade pode constituir um factor de risco relacionado com o hábito de fumar. A CONSCIÊNCIA DE SAÚDE AO LONGO DO CICLO DE VIDA Maria Cristina Faria ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja A partir dos contributos da Psicologia da Saúde, da Psicologia do Relacionamento Interpessoal e do Modelo de Produção de Saúde, analisado e estudado por autores desde a década de 70, podemos compreender melhor a organização do que designamos por Consciência de Saúde, enquanto processo dinâmico e comunicacional que se desenvolve ao longo do ciclo de vida do indivíduo, permitindo a promoção do bemestar e a proteção da saúde. Considerando que a saúde geral percebida pelo indivíduo apresenta uma forte relação com o optimismo disposicional e com a esperança estado, podemos inferir que uma consciência de saúde, cuja orientação de vida seja direccionada para a cultura das emoções positivas e muito em particular, para o optimismo e a esperança, pode contribuir de modo considerável para um investimento do capital do stock de saúde. O presente trabalho teve como principal objectivo tentar compreender as relações que se estabelecem entre os factores psicológicos que determinam um bom stock de saúde ao longo da vida, ao mesmo tempo que procura interpelar até que ponto a consciência de saúde de uma personalidade em devir se encontra relacionada com a capacidade do indivíduo comunicar bem-estar e ter como preocupação vital a construção de saúde individual e social. OS HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEL DOS JOVENS ADULTOS PORTUGUESES João Leal ([email protected])1 & Tomás Calvo2 1 Instituto Politécnico de Beja; 2 Universidade de Cáceres A sociedade tem vindo a alterar os seus comportamentos ao longo das últimas décadas como consequência da evolução da humanidade em termos sociais, políticos, económicos, científicos e tecnológicos, passando dum estilo de vida activo, para um outro em que o sedentarismo e as rotinas predominam. Segundo Giddens (2000) “Os nossos corpos estão a ser invadidos pela influência da ciência e da tecnologia, dando origem a novos dilemas”. A este propósito dizia ainda que o corpo é cada vez mais algo que temos de criar e não simplesmente aceitar. Como consequência as doenças, designadas hoje, crónicas não transmissíveis têm evoluído e, apesar do conhecimento das suas origens, dificilmente conseguem ser eliminadas. A melhor forma de intervir nestes domínios será através da prevenção e neste aspecto, a actividade física e a alimentação parecem ser considerados como dois dos factores determinantes. Estudo realizado entre 2003-2005 e apresentado por Carmo et al (2006), mostrava-nos que em Portugal 52,4% dos sujeitos da amostra eram obesos ou tinham sobrepeso, sendo os valores destes, respectivamente de 13,8% e 38,6%. Num estudo realizado com jovens estudantes do ensino superior, pudemos concluir sobre a existência de elevados índices de sobrepeso/obesidade, baixa capacidade cardiorrespiratória, hábitos alimentares inadequados e um número significativo de sujeitos que fumavam habitualmente. IMPACTO DA (DIS)CAPACIDADE NA (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER COM DEFICIÊNCIA MOTORA Adelaide Espírito Santo ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja O presente trabalho tem como tema: Impacto da (Dis)capacidade na (Re)construção da Identidade da Mulher com Deficiência Motora. Na sua elaboração foi assumido que o processo de construção da identidade de todas as pessoas é algo de dinâmico, desenvolvendo-se nas e pelas experiências intersubjectivas, ao longo do ciclo vital. Assumiu-se também que a deficiência motora tem um impacto marcante no processo de construção da identidade das pessoas, porque o corpo é vivido, especialmente na mulher, por razões de natureza sócio-cultural, como uma parte importante do sentido psicológico. Os dados apresentados são resultado de uma investigação de carácter qualitativo, que nos permitiu concluir que a (dis)capacidade nas mulheres estudadas teve influências importantes no seu processo identitário, especialmente, a partir do momento em que tomaram consciência dessa mesma (dis)capacidad. LESÕES DESPORTIVAS GRAVES: FACTOR DE DESESTRUTURAÇÃO OU DE CRESCIMENTO PESSOAL? José António Espírito Santo ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja Nesta comunicação questionam-se os modelos patogénicos, ainda predominantes na área da saúde, que centram a sua atenção nas debilidades do ser humano. Reflecte-se, a partir de um modelo salutogénico, sobre a importância decisiva das competências e estratégias psicológicas na criação de condições adequadas para que o atleta de alta competição possa enfrentar, resistir, aprender e crescer positivamente perante as situações adversas geradas pelas lesões graves sofridas em contexto desportivo. ESTÁGIO PEDAGÓGICO, DESGASTE PSICOLÓGICO E DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL EM ALUNOS FUTUROS PROFESSORES. José António Espírito Santo ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja Nesta comunicação o autor põe em evidência o papel do estágio pedagógico na preparação para a vida profissional dos alunos-futuros-professores. Descreve algumas das principais fontes indutoras de stress e de mal-estar, associadas ao estágio pedagógico. Reflecte sobre as medidas a adoptar, tendo em vista prevenir e reduzir a vulnerabilidade destes alunos à experiência de stress, no contexto da prática pedagógica. S7 ATENÇÃO PSICOLÓGICA À RELAÇÃO MÃE-BEBÊ: DA GRAVIDEZ DE RISCO AOS CUIDADOS COM A CRIANÇA PEQUENA E COM AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Coordenador: Prof. Dr. J. Tolentino Rosa ATENÇÃO MATERNA PRIMÁRIA E CONSULTAS TERAPÊUTICAS: PROPOSTA DE PREVENÇÃO COMUNITÁRIA Dra. Tereza Marques de Oliveira Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica, Universidade de São Paulo O estado de preocupação materna primária é condição necessária para a maternagem do bebê. Nesta condição a futura mãe recorre a sua própria experiência de ter sido bebê e cuidado por uma mãe. Esta pesquisa situa-se dentro do projeto "Parentalidade Consultas Terapêuticas com Gestantes” desenvolvido na Comunidade de Paraisópolis , São Paulo, Brasil, em parceria com o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis. O objetivo geral foi compreender a eficácia das consultas terapêuticas, criadas e desenvolvidas por Donald Winnicott e posteriormente ampliadas por Serge Lebovic, no favorecimento do estado de preocupação materna primaria na gravidez de alto risco. Os objetivos específicos foram: (a) Prevenir as perturbações médicas e psicológicas que dificultam o desenvolvimento do vinculo mãe – bebê; (b) Mostrar, através do delineamento de “contraste metodológico”, a evolução clinica patológica de um bebê, atendida em consulta terapêutica, a importância da intervenção precoce na gravidez. A amostra de casos emblemáticos foi composta por quatro gestantes com gravidez de alto risco, selecionadas de uma população de 120 grávidas, atendidas entre 2006 e março de 2007. Foram considerados emblemáticos por representar a população quanto a faixa etária, gravidez de risco, móvel de encaminhamento, questões trazidas para as consultas terapêuticas, manejo do caso e número de consultas. Através da análise dos relatos clínicos, foi possível concluir um crescente envolvimento das mães com seus bebês, resultando em maior identificação com eles, o que foi confirmado pela maternagem suficientemente boa que ofereceram depois do nascimento. Nos quatro casos não houve manifestação somática relacionada a vínculos emocionais (como hipertensão, diabetes, infecções). Foi observada também significativa melhora da auto-estima e a presença da esperança, ausentes no início das consultas. Quatro fatores contribuíram decisivamente para esses resultados: o caráter pontual do procedimento e sua potência clínica; a condição psicológica singular na gravidez a formação e sensibilidade das terapeutas que participam deste Projeto e, por fim, a função de rede de apoio desempenhada pela equipe do Programa . A consulta terapêutica mostrou ser um instrumento adequado para o trabalho psicoprofilático também com populações que apresentam este perfil. Para ilustrar a importância do trabalho clínico pela psicoterapia mãe-bebê, método desenvolvido por Serge Lebovici, e o desenvolvimento da preocupação materna primária como prevenção dos distúrbios psicofuncionais e de transtornos graves no bebê, foi incluido um caso de intervenção terapêutica, no qual a intervenção psicológica foi feita com os pais e o bebê. O caso Aline mostrou a importância do trabalho clínico na psicoterapia de bebês e, principalmente, forneceu um contraste metodológico para avaliar a eficácia das consultas terapêuticas no Programa de Apoio a Gestantes no desenvolvimento e manutenção da preocupação materna primária como uma estratégia de intervenção precoce e prevenção na gravidez de risco e de distúrbios psicofuncionais no bebê ou transtornos graves. Concluiu-se que o ambiente de confiança estabelecido no setting de uma terapeuta suficientemente boa e as condições favoráveis propiciadas pela maternagem no período da gravidez se mostrou importante na intervenção precoce e na prevenção secundária de riscos, uma vez que os líderes comunitários são acionados logo no início das dificuldades. A estratégia de consultas terapêuticas foi eficaz na intervenção psicológica na gravidez de alto risco, com resultados satisfatórios para a saúde mental da mãe e seu bebê. CONSULTA TERAPEUTICA: UMA POSSÍVEL INTERVENÇÃO NOS TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS NA INFÂNCIA Tatiana Goulart Machado, Mestre em Psicologia da Saude, UMESP Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde, Universidade Metodista de São Paulo A questão da saúde materno-infantil e o alto índice de transtornos somáticos que afetam a população infantil são preocupantes no cenário brasileiro, sendo a região sudeste a que possui o maior índice de infecções respiratórias em crianças. De acordo com a visão winnicottiana, o bebê nasce num estágio não integrado e aos poucos, graças ao ambiente e principalmente à mãe, vai adquirindo uma coesão entre psique e soma. O transtorno psicossomático caracteriza-se pela falta de coesão entre estas partes, por uma cisão na personalidade. Pesquisas atuais revelam as consultas terapêuticas como uma intervenção eficaz no tratamento destes transtornos na infância, e o presente artigo tem por objetivo ampliar a compreensão destes distúrbios somáticos. Descritores: saúde materno-infantil, psicossomática, infecção respiratória, desenvolvimento psicológico, consulta terapêutica. INTERAÇÕES PRECOCES MÃE-BEBÊ E SUAS RELAÇÕES COM O PAPEL ESCOLAR DE CRIANÇAS COM PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM Dra. Ivete Pellegrino Rosa Departamento de Educação, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Centro Universitário da Fundação Santo André As escolas se preocupam com as metodologias de ensino e de aprendizagem através de sua missão de ensinar, porém, algumas crianças não conseguem sucesso na aprendizagem escolar. Muitas dessas crianças são encaminhadas para cuidados psicológicos ou psicopedagógicos apresentando problemas de aprendizagem. Neste trabalho examinamos o papel da figura da mãe continente, inteligente e sensível nas interações precoces com o bebê, estabelecendo algumas relações com a criança aflita na situação psicopedagógica por não conseguir sucesso em sua aprendizagem escolar. Utilizamos principalmente as idéias da psicanalista Susan Isaacs que apresenta uma série de contribuições no estudo desse momento do desenvolvimento humano. Nas interações precoces mãe-bebê ocorrem processos psíquicos de fundamental importância para o desenvolvimento da vida mental do bebê, podendo ser considerados como alicerce do homem. Quando a criança vai para a escola ela já leva em sua bagagem sua histórica de vida psíquica e já é uma pessoa com condutas firmemente delineadas oriundas de suas vivencias iniciais principalmente com a mãe. Descritores: problemas de aprendizagem, interações precoces mãe-bebê, mundo psíquico, mãe sensível, mãe inteligente, mãe continente. INFLUÊNCIA DAS INTERAÇÕES PRECOCES MÃE-BEBÊ NO PAPEL ESCOLAR DE CRIANÇAS COM PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM Ivete Pellegrino Rosa As escolas se preocupam com as metodologias de ensino e de aprendizagem através de sua missão de ensinar, porém, algumas crianças não conseguem sucesso na aprendizagem escolar. Muitas dessas crianças são encaminhadas para cuidados psicológicos ou psicopedagógicos apresentando problemas de aprendizagem. Neste trabalho examinamos o papel da figura da mãe continente, inteligente e sensível nas interações precoces com o bebê, estabelecendo algumas relações com a criança aflita na situação psicopedagógica por não conseguir sucesso em sua aprendizagem escolar. Utilizamos principalmente as idéias da psicanalista Susan Isaacs que apresenta uma série de contribuições no estudo desse momento do desenvolvimento humano. Nas interações precoces mãe-bebê ocorrem processos psíquicos de fundamental importância para o desenvolvimento da vida mental do bebê, podendo ser considerados como alicerce do homem. Quando a criança vai para a escola ela já leva em sua bagagem sua histórica de vida psíquica e já é uma pessoa com condutas firmemente delineadas oriundas de suas vivencias iniciais principalmente com a mãe. Descritores: problemas de aprendizagem, interações precoces mãe-bebê, mundo psíquico, mãe sensível, mãe inteligente, mãe continente. S8 PROMOÇÃO DE SAÚDE EM CONTEXTOS DIVERSOS Coordenador: Prof. Dr. Manuel Rezende. SITUAÇÕES DE RISCO E DE PROTEÇÃO À SAÚDE DE ADOLESCENTES DA COMUNIDADE SÃO REMO. Manuel Morgado Rezende1 ([email protected]) & Eli Ikuta Shimizu2 ([email protected]) 1 Universidade Metodista de São Paulo e Universidade de Taubté, 2 Universidade Metodista de São Paulo. O objetivo deste estudo foi investigar as situações de risco e de proteção à saúde e à vida, vivenciadas por um grupo de adolescentes de baixa renda. Trata-se de um estudo qualitativo realizado na Comunidade São Remo, caracterizada pela pobreza e violência, localizada no Município de São Paulo, Brasil. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o grupo focal. Participaram 20 adolescentes, divididos em dois grupos, um de 12 a 14 anos e outro de 15 a 18 anos. Foram realizadas três reuniões com cada grupo. As reuniões foram gravadas e posteriormente transcritas e os conteúdos foram tratados pela análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa demonstraram que situações de riscos à saúde estão presentes na fragilidade do suporte familiar, violência causada por terceiros, com ênfase na violência policial, violência psicológica, situações de exclusão social vivenciadas na escola, consumo de drogas e outras condutas transgressoras. Os fatores de proteção detectados foram: família, principalmente, a mãe, religiosidade, professor, e projetos futuros. Conclui-se que as situações de risco à saúde são mais pronunciadas do que as de proteção. FECHAMENTO DE BARES E REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA EM DIADEMA. Marcelo Fabiano Rodrigues ([email protected]) & Manuel Morgado Rezende.([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo As investigações epidemiológicas, no Brasil, apontam que o consumo de bebidas alcoólicas está relacionado como o principal fator de risco implicado na violência doméstica, suicídios e mortes violentas. No intuito de diminuir a violência, em todos os níveis sociais, o município Diadema, optou pelo fechamento de bares, entre 23:00 às e 6:00, conhecido popularmente como “Lei Seca”. O presente trabalho teve como objetivo conhecer a percepção de lideranças sociais e públicas a respeito das políticas públicas na redução do consumo de álcool e da violência na cidade de Diadema, São Paulo, Brasil. Esse estudo, qualitativo-exploratório, foi realizado com seis lideres sociais e governamentais que participaram da execução do programas de restrição de consumo de bebidas alcoólicas. Os participantes foram entrevistados e os resultados foram submetidos à análise de conteúdo. Os entrevistados indicaram que o conjunto de medidas adotadas pelo poder público associado com a adesão da população explicam os êxitos obtidos na redução dos índices de criminalidade ESTUDOS E PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE EM UNIVERSIDADES BRASILEIRAS. Denilson Grecchi ([email protected]) & Manuel Morgado Rezende ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo - UMESP O conceito de Promoção da Saúde difundido pela OMS valoriza a capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde. Este processo não é de responsabilidade exclusiva do setor da saúde, mas de todos os entes envolvidos no contexto social. Assim sendo, as instituições de ensino superior também são agentes de mudança e devem assumir seus papéis como escolas promotoras de saúde, visando constantemente fortalecer sua capacidade de estabelecer ambientes saudáveis para se viver, aprender e trabalhar. O objetivo deste trabalho foi identificar pesquisas e intervenções realizadas no âmbito da saúde mental de estudantes universitários, nos últimos 25 anos, que pudessem corroborar com os conceitos de Promoção da Saúde e Escola Promotora de Saúde da OMS. A partir de descritores específicos, realizou-se um levantamento bibliográfico nas principais bases eletrônicas brasileiras de informação em psicologia (Index Psi, LILACS, PEPsic, SciELO e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações). A análise da bibliografia levantada indicou que os universitários da área da saúde foram os que mais receberam atenção dos pesquisadores, sendo a quantidade de pesquisas realizadas consideravelmente maior do que a de intervenções, evidenciando um acúmulo de saber não vinculado à prática. S9 BEM-ESTAR, SUPORTE SOCIAL E TRABALHO Coordenador: Mirlene Maria Matias Siqueira ([email protected]) BEM-ESTAR NO TRABALHO E BEM-ESTAR SUBJETIVO: OS IMPACTOS DE PERCEPÇÕES DE SUPORTES SOCIAL E ORGANIZACIONAL. Mirlene Maria Matias Siqueira ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Bem-estar subjetivo (BES) compreende satisfações globais com a vida e avaliações subjetivas sobre a freqüência com que se experimentam emoções positivas e negativas. Bem-estar no trabalho (BET) é integrado por três vínculos positivos, sendo dois com o trabalho (satisfação e envolvimento) e um com a organização empregadora (comprometimento afetivo). O estudo analisou os impactos de percepções de suporte social e organizacional sobre BES e BET. Participaram do estudo 238 trabalhadores, sendo a maioria do sexo feminino e com idade média de 28,79 anos, que responderam a um questionário composto de sete medidas escalares das variáveis. Modelos de regressão revelaram que BES e BET poderiam sofrer impactos de suportes. Entretanto, enquanto BES se mostrou sensível tanto às percepções de suporte social quanto organizacional, BET se revelou passível de sofrer impactos apenas de suporte oferecido pela organização. Perceber preocupação e cuidados por parte de organização empregadora torna-se um fator de promoção do bem-estar e de vida mais saudável para o trabalhador. Percepção de suporte organizacional poderia ser apontada como um importante fator no relacionamento entre o indivíduo e a organização, com capacidade de promover o bem-estar tanto na vida pessoal (BES) quanto no ambiente de trabalho (BET), protegendo a saúde dos empregados. BEM-ESTAR NO TRABALHO: INFLUÊNCIAS DAS BASES DE PODER DO SUPERVISOR E DOS TIPOS DE CONFLITO Patrícia Carneiro de Resende ([email protected]) & Maria do Carmo Fernandes Martins ([email protected]) Este estudo investigou a capacidade de predição do modelo constituído por bases de poder do supervisor e conflitos intragrupais e entre supervisor-subordinado no bemestar no trabalho (BET), construto composto por satisfação no trabalho, comprometimento organizacional afetivo e envolvimento com o trabalho. Participaram 130 trabalhadores que responderam a escalas válidas de medida dos três indicadores de BET, de conflitos e de bases de poder do supervisor. Resultados de análise de regressão indicaram que o modelo não predisse BET, mas um de seus componentes, a satisfação no trabalho, medida por quatro fatores: satisfação com o suporte organizacional, com a utilidade social da organização e do trabalho, com relacionamento afetivo no trabalho e com o reconhecimento profissional. Os efeitos de explicação advieram das bases de poder legítimo e de perícia. Conflitos não tiveram impacto estatisticamente significativo nas variáveis conseqüentes. Os resultados sugerem que as bases de poder positivas identificadas podem colaborar para aumentar a satisfação no trabalho. Não foram detectados efeitos positivos de conflitos de tarefa ou negativos de conflitos de relacionamento na satisfação no trabalho nem no comprometimento organizacional afetivo, comumente identificados na literatura. Tampouco foi confirmado o poder de explicação dos conflitos sobre envolvimento com o trabalho. Discussões pautaram-se na literatura. Órgão financiador: CAPES/MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/Ministério da Educação – Governo Brasileiro) – bolsa de Mestrado. RELAÇÕES ENTRE SUPORTE SOCIAL E BEM-ESTAR SUBJETIVO Áurea de Fátima Oliveira1 ([email protected]), Mirlene Maria Matias Siqueira2 ([email protected]), Sinésio Gomide Jr3 [email protected] 1 Universidade Federal de Uberlândia; 2 Universidade Federal de Uberlândia e Universidade Metodista de São Paulo; 3 Universidade Federal de Uberlândia A literatura registra os efeitos benéficos de suporte social sobre indicadores de saúde. Existem evidências de que um dos mais proeminentes indicadores de saúde seja bemestar subjetivo (BES), conceito que engloba satisfação geral com a vida e afetos positivos/ negativos. Este estudo teve como objetivo testar a hipótese de que percepção de suporte social produz impacto positivo sobre BES. A amostra foi composta por 437 pessoas, 365 mulheres e 72 homens, com idade média de 23,93 anos, aos quais se aplicou um questionário que incluía três medidas para aferir: percepção de suporte social, satisfação geral com a vida e afetos positivos e negativos. Análises de regressão linear informaram que o suporte emocional conseguiu explicar maiores proporções das dimensões BES do que o suporte prático. Evidências deste estudo permitem afirmar que quando o indivíduo conta com o apoio emocional dos integrantes de sua rede social ele tende a avaliar sua vida como uma existência feliz e a identificar entre suas experiências emocionais mais incidência de emoções positivas do que negativas. Portanto, suporte social emocional parece se constituir em um importante antecedente que contribui para promover o bem-estar subjetivo e, naturalmente, sustentar uma existência mais saudável. PSICÓLOGOS BRASILEIROS: BEM-ESTAR SUBJETIVO E COGNIÇÕES SOBRE A PROFISSÃO Mirlene Maria Matias Siqueira ([email protected]) & Thiago Seixas Barbosa ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Bem-estar subjetivo (BES) é composto por satisfação geral com a vida e afetos positivos e negativos. Este estudo teve por objetivo analisar a configuração do BES de psicólogos brasileiros e a sua relação com três cognições: justificativas de escolha da profissão e área de atuação, avaliação de características da profissão e intenção de realizar alterações na atuação profissional. Participaram 471 psicólogos, a maioria mulheres, com idade média de 35,92 anos, que responderam a um questionário eletrônico. Por meio de análises de regressão, seis razões específicas de escolha da área de atuação (liberdade de escolha, influência de outros, remuneração, vocação pessoal, status social e mercado de trabalho) produziram explicações significativas para as dimensões de BES, o mesmo não ocorrendo para as seis razões específicas de escolha da profissão. Ao avaliar sete características da profissão, os psicólogos consideraram serem a má remuneração, a credibilidade e o reconhecimento as três mais representativas da profissão, as quais produziram valores significativos de explicações para a variância de BES. As sensações de BES vivenciadas poderiam ser aumentadas pela convicção acerca de características positivas da profissão (credibilidade, prestígio e reconhecimento) e reduzidas por características negativas (desrespeitada, mal remunerada, status inferior dentro de equipes multiprofissionais e elitista). EXPERIÊNCIAS AFETIVAS NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL E SEU IMPACTO SOBRE BEM-ESTAR NO TRABALHO. Wellington Donizetti Silvério (wellingtondsilvé[email protected]) & Mirlene Maria Matias Siqueira ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Crescentes se mostram a preocupação e o entendimento sobre os fatores que impactam o bem-estar geral, o bem-estar no trabalho, a saúde dos trabalhadores e as variáveis emocionais oriundas das relações interpessoais comuns a todo organismo social. O presente estudo teve como objetivo submeter ao teste empírico as relações entre experiências afetivas no contexto organizacional e três dimensões de bem-estar no trabalho - satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo. A amostra foi composta por 253 trabalhadores de uma indústria metalúrgica de autopeças na grande São Paulo - Brasil, sendo 213 do sexo masculino e 29 do sexo feminino, com maior freqüência na faixa etária compreendida entre 26 a 30 anos, distribuída entre solteiros e casados. Foi utilizado um questionário com quatro escalas que avaliaram afetos positivos e negativos, satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Análises de regressão revelaram que o principal preditor das dimensões de bem-estar no trabalho foram os afetos positivos. Assim, parece ser adequado afirmar que bem-estar no trabalho seja um estado psicológico sustentado, em especial, pela vivência de emoções positivas no contexto organizacional, tais como sensações de felicidade, alegria, animação, satisfação e contentamento. S10 AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NA FAMÍLIA: PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES PARA A PRÁTICA INFANTIL EM SAÚDE Coordenador: Profa. Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM CRIANÇAS: A VISITA DOMICILIAR COMO ESTRATÉGIA PARA COMPREENSÃO DA DINÂMICA FAMILIAR Profa. Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo / Brasil Estudos recentes na área da Psicologia da Saúde relatam experiências que utilizaram da visita domiciliar enquanto estratégia diagnóstica e interventiva. É reconhecida a necessidade da leitura do funcionamento familiar para compreensão psicodinâmica, especialmente quando estamos diante da demanda de dificuldades de aprendizagem advindas dos pais ou da escola. Nesse sentido, este estudo teve como finalidade apresentar e analisar a visita domiciliar como estratégia complementar a prática psicológica em um caso de problemas na aprendizagem escolar. A visita domiciliar foi realizada na casa de uma criança de 8 anos, encaminhada ao atendimento psicológico pela escola com dificuldades no processo de aprendizagem. Os dados obtidos, a partir do registro da observação do ambiente e da descrição do espaço geográfico da casa, foram analisados sob uma perspectiva psicodinâmica. Os resultados evidenciam a relação entre a distância espacial e a distância afetiva manifestando a qualidade do vínculo estabelecido entre a criança e sua família. Destacamos que, neste caso, o impedimento de acesso aos cômodos mostrou-se representativo do modelo cristalizado de interação entre pais e filho. Manterem-se protegidos e afastados uns dos outros parece garantir o afastamento das ansiedades e fantasias comprometendo o interesse diante do outro, da escola e do mundo que o cerca. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS: DIAGNÓSTICO A PARTIR DA OBSERVAÇÃO IN LOCO DA FAMÍLIA Dra. Eda Marconi Custódio1 ([email protected], mailto:[email protected], [email protected]) & Hilda Avoglia2 ([email protected] ou [email protected]) 1 Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e Universidade de São Paulo (USP); 2 Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) O diagnóstico biopsicossocial de crianças e adolescentes em situações de violência doméstica exige, dos profissionais da saúde, ações integradas destinadas a ampliar a compreensão desse fenômeno. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo demonstrar a importância da visita domiciliar como estratégia interdisciplinar e complementar a prática diagnóstica no âmbito sócio-psicológico. Foram realizados, descritos e analisados 10 estudos de caso envolvendo situações de violência doméstica. A visita domiciliar teve como finalidade conhecer o ambiente onde ocorre a violência, contou com a com a presença do psicólogo e do assistente social e ocorreram sem a comunicação prévia da família. A demanda foi trazida por uma instituição com atenção voltada aos maus-tratos na infância na Região do Grande ABC / São Paulo, que atende crianças e adolescentes encaminhados pelo Conselho Tutelar ou Poder Judiciário, a partir de denúncias anônimas. A violência doméstica é tratada de modo preventivo e curativo. A atuação integrada permitiu a observação e o diagnóstico das marcas físicas e psíquicas da violência e suas conseqüências. Com base na visita domiciliar, a prática diagnóstica possibilitou a realização concomitante de ações preventivas in loco junto à famílias. Os resultados refletem a exigência da interdisciplinaridade, especialmente quando em situações de violência doméstica. A CRIANÇA AUTISTA: A ENTREVISTA FAMILIAR DIAGNÓSTICA COMO TÉCNICA PARA ATUAÇÃO NO ÂMBITO FAMILIAR. Selma Antonelli ([email protected], mailto:[email protected] & Mariana Cervantes ([email protected], mailto:[email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Considerando-se que a criança autista apresenta algumas características como: atraso no desenvolvimento da linguagem, déficit na imaginação e incapacidade no estabelecimento das relações familiares e interpessoais, o presente estudo teve como objetivo descrever e analisar a psicodinâmica familiar de uma criança com diagnóstico de Transtorno Global do Desenvolvimento, especificamente o autismo. Participaram do trabalho uma família composta por mãe e um filho em idade escolar. Foi aplicado o procedimento da Entrevista Familiar Diagnóstica em sessão única, com duração de 50 minutos, em uma instituição para o tratamento de autistas na região do Grande ABC / São Paulo. Os registros obtidos por intermédio da observação da sessão foram analisados em uma perspectiva psicanalítica a partir dos indicadores apontados por Soifer (1986). Os resultados mostraram certa singularidade no caso, uma vez que, observa-se a presença do “sintoma autístico” como constituinte da estrutura dessa família desde antes do nascimento do filho. A psicodinâmica familiar aponta para o papel do filho autista como depositário da enfermidade do grupo, impedindo seu pleno desenvolvimento. A Entrevista Familiar Diagnóstica mostrou-se um procedimento capaz de facilitar a compreensão da dinâmica familiar inconsciente, permitindo ao psicólogo redimensionar a proposição de intervenções com famílias que convivem com essa enfermidade. S11 PSICOLOGIA E COMPORTAMENTO ALIMENTAR: REFLEXÃO SOBRE DETERMINANTES PSICOSSOCIAIS, COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS Coordenador: Isabel Silva ([email protected]) O “PESO” DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OBESOS E NÃO OBESOS Susana Silva1 ([email protected]) & Ângela Maia2 1 NPCO, Doutoranda em Psicologia Clínica na Universidade do Minho; 2 Professora Auxiliar da Universidade do Minho O comportamento alimentar excessivo pode ser considerado uma estratégia para lidar com a emocionalidade negativa relacionada com a vivência de experiências de adversidade na infância, conduzindo a quadros de obesidade mórbida na idade adulta. O nosso estudo pretende comparar sujeitos obesos candidatos a cirurgia bariátrica (n = 100) e não obesos (n = 80) relativamente à história de adversidade na infância e às estratégias de coping utilizadas na idade adulta. Os sujeitos preencheram: Questionário Sócio-demográfico e História de Vida e Ways of Coping Questionnaire. Os resultados indicam que o total de experiências de adversidade na infância são mais frequentes nos obesos mórbidos do que nos não obesos, havendo diferenças estatisticamente significativas. Encontramos, ainda, diferenças estatisticamente significativas entre os grupos ao nível do coping geral (U = 827,5, p = 0,006) e coping directo (U = 732,5, p = 0,001), sendo os valores médios superiores no grupo de não obesos, isto é, os não obesos utilizam mais estratégias de coping, nomeadamente coping activo, do que os obesos. As experiências de adversidade na infância são mais prevalentes em sujeitos com obesidade na idade adulta. Os sujeitos obesos usam menos estratégias de coping activo e referem mais que utilizam “a comida como uma forma de resolver os problemas”. Atendendo a estes resultados, parece-nos fundamental repensar a avaliação dos candidatos à cirurgia bariátrica bem como o seu acompanhamento num momento póscirurgia, nomeadamente na promoção de estratégias de coping pró-activas. FUNÇÃO FÍSICA, AUTO-ESTIMA, VIDA SEXUAL, CONSTRANGIMENTO EM PÚBLICO E TRABALHO EM INDIVÍDUOS OBESOS CANDIDATOS A CIRURGIA DE OBESIDADE E EM INDIVÍDUOS JÁ SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO Isabel Silva1 ([email protected]), José L. Pais-Ribeiro2 & Helena Cardoso3 1 Universidade Fernando Pessoa; FPCEUP/FCT (SFRH/BPD/28475/2006); NPCO; 2 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto; 3 Hospital Geral de Santo António; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto Objectivos: O objectivo do presente estudo foi analisar se existem diferenças significativas ao nível da qualidade de vida [QdV] (Função Física, Auto-Estima, Vida Sexual, Constrangimento em Público e Trabalho) entre indivíduos candidatos a cirurgia de obesidade e indivíduos já submetidos a esta cirurgia. Método: Participantes: Grupo 1- 104 indivíduos candidatos a cirurgia de obesidade; 88,5% do sexo feminino; com uma idade média de 41,37 (DP=11,19); com um Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 45,06 (DP=9,05). Grupo 2 – 50 indivíduos já submetidos a cirurgia de obesidade; 94% do sexo feminino; com uma idade média de 43,83 (DP=10,74); com um IMC médio de 37,26 (DP=9,56); submetidos a cirurgia em média há 25,39 meses (DP=23,40). * Não se verificou a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos quanto ao sexo, idade, IMC e nível de escolaridade. Material: IWQOL-Lite Procedimento: Os participantes responderam ao questionário no contexto de uma entrevista pessoal e os dados médicos foram consultados no seu processo clínico, após consentimento livre e esclarecido destes. Resultados: Os resultados sugerem que os indivíduos já submetidos a cirurgia de obesidade apresentam melhor QdV em todos os domínios avaliados, com excepção da vida sexual. Conclusão: Os resultados do presente estudo vêm corroborar a ideia de que os doentes submetidos a cirurgia de obesidade apresentam melhor QdV na generalidade dos domínios avaliados. Este dado deverá ser tido em conta aquando da avaliação psicológica dos doentes candidatos a cirurgia. CIRURGIA DE OBESIDADE: SUCESSO E AJUSTAMENTO? Carla Venâncio ([email protected]) 1,3 & Isabel Silva2,3 1 Clínica Dr. António Sérgio; 2 Universidade Fernando Pessoa; 3 Núcleo de Psicologia e Cirurgia de Obesidade da Sociedade Portuguesa de Cirurgia de Obesidade A cirurgia de obesidade tem sido referenciada como o método mais eficaz para o tratamento da obesidade mórbida, devendo integrar o acompanhamento do doente por uma equipa multidisciplinar nas fases pré e pós-cirúrgicas. O sucesso cirúrgico requer mudanças comportamentais significativas e depende grandemente da capacidade do doente para implementar mudanças permanentes no seu estilo de vida, incluindo a adesão a auto-cuidados, regimes nutricionais e de exercício físico, e o desenvolvimento de uma nova relação com o alimento. Actualmente, os resultados obtidos com o tratamento cirúrgico são medidos através da percentagem de excesso de peso perdido e da melhoria nas comorbilidades apresentadas pelo doente. As taxas de insucesso são documentadas na literatura científica como ausência de perda de peso ou dificuldade na manutenção da perda de peso a longo prazo. No entanto, a perda de peso não é garantia de satisfação com os resultados da cirurgia, nem de bem-estar por parte do doente. A presente comunicação pretende promover a reflexão crítica sobre critérios de sucesso e de ajustamento do doente ao tratamento cirúrgico, através da análise de variáveis médico-cirúrgicas, psicológicas, nutricionais e de exercício físico, contribuindo para o desenho de intervenções promotoras dos resultados dos doentes submetidos a cirurgia de obesidade. SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E COMPORTAMENTOS DE AUTOAGRESSÃO NA ANOREXIA E BULIMIA NERVOSAS Sara Cosme ([email protected])1 & Isabel Silva1,2 1 Universidade Fernando Pessoa; 2 Núcleo de Psicologia e Cirurgia de Obesidade da Sociedade Portuguesa de Cirurgia de Obesidade (NPCO) Nas perturbações do comportamento alimentar verifica-se uma persistente insatisfação com o peso e forma corporal, que culmina na busca obsessiva de uma imagem corporal idealizada, sendo que a própria saúde e bem-estar são sacrificados por um comportamento alimentar que se torna problemático. Objectivo: O presente estudo pretende analisar a insatisfação da imagem corporal e a presença de comportamentos de auto-agressão em pacientes com diagnóstico de bulimia nervosa e de anorexia nervosa. Método: Participantes: 50 indivíduos do sexo feminino, 29 com diagnóstico de anorexia nervosa e 21 com diagnóstico de bulimia nervosa. Material: Questionário sócio-demográfico e clínico (em que são avaliados os comportamentos de auto-agressão); e Questionário de Satisfação com a imagem corporal. Procedimento: As pacientes foram avaliadas no contexto de uma entrevista pessoal quando se dirigiam ao hospital para consulta de rotina, após o seu consentimento informado ou consentimento do adulto responsável pela jovem. Resultados: As pacientes com bulimia nervosa apresentam menor satisfação com a imagem corporal do que as pacientes com anorexia nervosa, mas estes dois grupos não se distinguem quanto aos comportamentos de auto-agressão. As pacientes que alguma vez se auto-agrediram apresentam menor satisfação com a imagem corporal do que as que nunca se auto-agrediram. Verificou-se uma relação entre a duração da perturbação do comportamento alimentar e a duração dos comportamentos de auto-agressão na população clínica estudada. Conclusão: Dado que a auto-agressão pode ser um procedimento comum entre aqueles que apresentam perturbações do comportamento alimentar e insatisfação com a imagem corporal, há a necessidade de abordar mais aprofundadamente estas questões na prática clínica, para assim se desenvolver mais amplas e eficazes abordagens de prevenção e tratamento. S12 OS CUIDADOS (IN)VISÍVEIS DA FAMÍLIA Coordenador: Filipe Nave ([email protected]) DO PROJECTO À CONSTRUÇÃO DA FAMÍLIA Filipe Nave ([email protected]) Escola Superior de Saúde de Faro O objectivo desta comunicação é proporcionar uma visão alargada da importância dos cuidados prestados pela família aos seus membros, em diferentes contextos do processo saúde / doença, ao longo do ciclo vital. Estes cuidados, nem sempre “visíveis” e algumas vezes subvalorizados, constituem a estrutura básica de um desenvolvimento saudável e harmonioso, transmitindo, modificando e criando estilos culturais, dos quais a família é recursivamente produtora e produto. É abordado o conceito de cultura organizacional da família e a noção de competências da família em constituir-se, desenvolver-se e manter-se, enquanto sistema e grupo, em permanente interacção com o exterior, promovendo qualidade de vida e bem-estar a todos os seus membros. A AMPLIAÇÃO DA FAMÍLIA PELO NASCIMENTO E PARENTALIDADE. A FORMAÇÃO DE VÍNCULOS COM O BEBÉ ANTES DO NASCIMENTO. Ana Paula Forte Camarneiro ([email protected]) Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra O tempo de gravidez permite aos pais prepararem-se psicologicamente para receber o bebé que, embora não tendo ainda nascido, ocupa já um lugar no seio da família que o aguarda com grande expectativa, podendo-se dizer que é durante a gravidez que a futura criança começa a ter "vida psicológica" para os pais (Justo, 1994). Estudos efectuados nas últimas décadas ilustram alguns aspectos das alterações emocionais que ocorrem durante a gravidez na mulher e no homem. Hoje em dia, o homem que vai ser pai tem também um papel activo na evolução da gravidez significando que os homens estão a tomar consciência da mudança importantíssima que ocorre na sua vida, e procuram ter a sua experiência pessoal (Colman e Colman, 1994). A gravidez, em circunstâncias normais, é um processo vivido a dois e o homem, ao decidir ter um filho, elabora mentalmente a gravidez, podendo até do ponto de vista emocional estar "mais grávido" do que a sua companheira (Sá, 1997). É a partir desta elaboração psicológica que se vai desenvolvendo a vinculação pé-natal materna e paterna, ou laço emocional que se estabelece entre os pais e o seu bebé antes de nascer, conceito que vamos desenvolver e reflectir neste trabalho. A MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA E A PROMOÇÃO E BEM-ESTAR E SATISFAÇÃO Ana Albuquerque Queirós ([email protected]) Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Pretende-se com esta abordagem explorar visões sistémicas que permitam aos profissionais que trabalham na saúde incluir as dimensões multigeracionais das famílias de modo a favorecerem a aquisição de competências individuais e familiares que promovam a saúde, o bem-estar e qualidade de vida de todos os elementos da(s) família(s). O conceito de crescimento pessoal, a teoria dos sistemas intergeracionais são abordadas, bem como o modelo ecológico de desenvolvimento do ser humano integral. O desenvolvimento humano é aqui entendido como um processo dinâmico, que acontece na circunstancia da envolvência do ambiente em que se insere provocando~se assim uma estruturação e re estruturação constante, em que as famílias de origem são fundamentais para a criação de padrões de interacção e comportamentos, mas em que as redes sociais se constituem como elementos fundamentais no modo como se processam as etapas do ciclo vital num interface individuo/família/rede social pessoal. A FAMÍLIA QUE CUIDA EM CONTEXTO DE DOENÇA CRÓNICA AVANÇADA Rosario Antequera Jurado Profesor Titular, Universidad de Sevilla Los notables avances sociosanitarios que se han producido en las últimas décadas han favorecido el aumento de las expectativas de vida, tanto de la población general como de aquellos sujetos que padecen distintas enfermedades crónicas. No debemos olvidar que la enfermedad crónica no sólo afecta al sujeto diagnosticado sino también a todo su núcleo familiar que “enferman con él”. Al igual que el paciente deben superar el impacto que el diagnóstico les genera y reestructurar la dinámica familiar para adaptarse y afrontar exitosamente la crisis familiar. El principal determinante de la sobrecarga derivada de los cuidados es el grado o nivel de dependencia del enfermo. En numerosas ocasiones esta dependencia es un proceso en el que partiendo de las aptitudes para desempeñar las tareas de autocuidado y la autonomía la aparición de distintos factores desencadenantes van mermando paulatinamente estas capacidades En el contexto de la ayuda a los cuidadores adquieren especial relevancia tanto el apoyo social como el institucional. Sin embargo, en muchas ocasiones, ni los enfermos ni los cuidadores conocen la existencia de los recursos disponibles, ignoran cómo pueden acceder a los mismos o no disponen del tiempo y los recursos personales para solicitar las ayudas a las que tienen derecho y que les ayudarían a satisfacer sus necesidades. A estas barreras para la utilización de recursos hemos de añadir el hecho de que las necesidades de este colectivo no son inmutables ni estables y, por tanto, es necesario plantear recursos específicos para momentos o estadios de la dependencia concretos. A FAMÍLIA QUE CUIDA EM CONTEXTO DE DOENÇA MENTAL. A (DIS) FUNCIONALIDADE FAMILIAR EM SAÚDE MENTAL E ADICTOLOGIA Ana Maria Viegas Martins Enfermeira Chefe IDT Faro Considera-se que, a intervenção terapêutica na disfunção familiar, quer no distúrbio psicopatológico, quer social, ou ainda, da organização e comunicação familiar, pode levar a mudanças de estados de doença, comportamentos e estilos de vida. As alterações socio-culturais e de relacionamento que se verificam, podem ser sobretudo problemáticas para os jovens, dada a importância da dimensão relacional no seu desenvolvimento psicossocial. Como em todos os processos de mudança, vive-se um período de ambiguidade e desorganização entre aquilo que foi (a família onde crescemos) e o que será ou se tornará (a família que construímos, onde vão crescer os nossos filhos). Os ganhos acarretados por esta mudança, em autonomia, enriquecimento pessoal e sócio-económico, revelam fragilidades, nomeadamente na instituição familiar, na sua organização e na sua funcionalidade. Sendo que, os dados da investigação comprovam, que as famílias dos indivíduos com problemas ligados a alterações da saúde mental e a comportamentos adictivos são disfuncionais, e essa disfuncionalidade é importante na manutenção dos comportamentos desviantes, então, o que pretendemos é caracterizar o tipo de disfuncionalidade mais frequente, apresentada por esse tipo de famílias, através de procedimentos diagnósticos, implementando um modelo de intervenção adequado à realidade específica. S13 O ESTIGMA NAS DOENÇAS CRÓNICAS: ASPECTOS PSICOSSOCIAIS Coordenador: José Luís Pais Ribeiro ESTIGMA E OBESIDADE Isabel Silva ([email protected])1,4, José Luís Pais-Ribeiro 2,4 & Helena Cardoso 3,4 1 U. Fernando Pessoa; 2 FPCE da Universidade do Porto; 3 Hospital Geral de Santo António; ICBAS da Universidade do Porto; 4 projecto FCT- PTDC/PSI/73175/2006 No presente trabalho apresentam-se os resultados preliminares de dois estudos que se debruçaram sobre a percepção de estigma/discriminação em indivíduos com diagnóstico de obesidade. Método-Participantes:Estudo 1: 198 indivíduos com diagnóstico de obesidade, 84,8% do sexo feminino, com uma idade média de 38,8; (DP=11,47), com um Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 48,76 (DP=8,40). Estudo 2: 104 indivíduos com diagnóstico de obesidade; 88,5% do sexo feminino; com uma idade média de 41,37 (DP=11,19); com um IMC médio de 45,06 (DP=9,05). material:-Estudo 1: ORWELL 97, e Estudo 2: IWQOL-Lite Procedimento: Os participantes responderam aos questionários no contexto de uma entrevista pessoal, após consentimento informado. Resultados-Estudo 1: 68,8% dos participantes referem que as outras pessoas se metem consigo por causa do seu peso por vezes ou frequentemente e 61,3% refere que, quando isso acontece, piora o seu humor. Estudo 2: 50,6% dos participantes refere que, devido ao seu peso, sente vergonha de ser visto em lugares públicos. Para além, disso, 50,6% refere que devido ao seu peso é ridicularizado, gozado ou recebe atenção indesejada. Finalmente, 48,8% dos participantes refere que, devido ao seu peso, se sente discriminado pelos outros. Conclusão-Os resultados dos dois estudos sugerem que a percepção de estigmatização/discriminação é uma realidade entre as pessoas com diagnóstico de obesidade. Para além disso, permitem-nos levantar a hipótese de que a pessoa com obesidade não é apenas vítima do estigma da parte dos outros, parecendo ser também vítima do seu próprio estigma. O ESTIGMA NA ESCLEROSE MÚLTIPLA Luísa Pedro & J. L. Pais Ribeiro ESTES-Lisboa e FPCE.UPorto Nas pesquisas realizadas na MELLINE em 4 de Novembro de 2008, utilizando as palavras chaves “stigma” and “multiple sclerosis”, nos últimos 5 anos, obtivemos 9 artigos científicos. Concluindo assim que existe um numero muito reduzido de investigações, que estudaram o estigma na esclerose múltipla. A Sociedade Americana de Esclerose Múltipla refere-se à percepção de estigma da doença, ao modo como o indivíduo percepciona a imagem que os outros têm dele, ou seja, é o paradigma entre a identidade individual e a interacção com os outros. Em contexto de uma doença como a esclerose múltipla, em que existem sintomas visíveis, tais como: fadiga, alterações cognitivas, alterações da coordenação e equilíbrio, etc., a adaptação do indivíduo à sua nova condição, implica o seu ajustamento ao ambiente que o envolve. Este processo implica um estigma que a doença tem (no caso da esclerose múltipla está muito associada a eventual deficiência), como também ao estigma que o indivíduo tinha anteriormente à sua doença (ex: a percepção de deficiência que o individuo tinha antes do diagnóstico da doença). Grytten (2005,2006) conclui nos seus estudos que a percepção de estigma tem uma forte ligação com as relações sociais. Também, Navarro, Gonzalez, Léon e Michell (2008), estudaram a relação entre qualidade de vida e estigma na esclerose múltipla e concluíram que existe uma forte relação entre estes dois construtos. ESTIGMA NA DIABETES Maria José Vazão & J. Pais Ribeiro C.S.Oeiras Goffman (1963) refere-se a três tipos de estigma possíveis: relacionado com a deformidade física; com o carácter, adição ou doença mental; e tribal, relacionado com a raça ou religião. Mas na literatura encontramos que o estigma é muitas vezes associado também às doenças ou condições crónicas. Estas podem ser mais ou menos estigmatizantes quanto maior ou menor for a sua visibilidade (Joachim & Acorn, 2000). Quando menos visível, a pessoa pode tomar ou não a decisão de encobrimento, com riscos inerentes a qualquer das decisões. Na diabetes, o estigma pode estar relacionado com a monitorização da glicémia capilar e com as injecções de insulina, podendo ser confundido com toxicodependência (Shiu, Kwan, & Wong, 2003). De acordo com Crandell e Moriarity (1995, cit. por Joachim & Acorn, 2000) , a rejeição social dos doentes físicos está associada à severidade da doença e ao grau em que o indivíduo podia ter evitado a doença. Assim, outros factores implicados no estigma da diabetes são a crença de autoinfligimento da doença e indulgência com a comida, doença vista como um sinal de fraqueza ou menos produtividade (podendo pôr em risco o emprego) e discriminação por utilização dos recursos da sociedade. O ESTIGMA NA EPILEPSIA Natália Costa, Madalena Abreu, J. País-Ribeiro, & A.Martins da Silva Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto A epilepsia é uma doença neurológica comum que, desde a antiguidade até aos tempos modernos, em diferentes partes do mundo e em diversas culturas tem sido alvo de vários mitos e preconceitos (Jacoby, 2002). Apesar dos avanços registados ao nível da fisiopatologia da doença e seu tratamento, a verdade é que, actualmente, pessoas com epilepsia continuam a ser alvo de estigmatização (MacLeod & Austin, 2003; Austin et al, 2004; Jacoby, 2002). Nestes últimos anos, têm sido feitos vários estudos com o objectivo de perceber os efeitos colaterais e deletérios do estigma na epilepsia. Baker, Brooks, Buck e Jacoby (1999) demonstraram que o estigma percebido encontrase positivamente correlacionado com sentimentos negativos acerca da vida, assim como, a existência de outros problemas de saúde, baixos resultados no SF-36, dores percepcionadas como resultado da própria doença, bem como a presença marcada de efeitos secundários de medicação anti-epiléptica. Verificou-se também, que o estigma na epilepsia se encontra relacionado com diversos factores, designadamente (factores preditivos de estigma): a frequência das crises, os conhecimentos que as pessoas possuem acerca da epilepsia, o tempo de duração da doença e o tipo de crises, sendo que a contribuição destes factores depende do país de origem dos doentes (Baker, 2002). São já vários os estudos que têm vindo a salientar o impacto negativo do estigma a nível da qualidade de vida, do bem-estar psicológico (Jacoby, 2002), da auto-estima (Panter, 2004), da ansiedade e da depressão (Baker, Brooks, Buck & Jacoby, 1999). Em suma, o estigma associado à epilepsia tem vindo a assumir-se como uma causa significativa de morbilidade psicossocial. É neste contexto que vários autores têm vindo a desenvolver intervenções no intuito de diminuir o estigma associado à epilepsia e de aumentar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desta enfermidade (Birbeck, 2006). DESENVOLVIMENTO DE UMA ESCALA DE AVALIAÇÃO DO ESTIGMA J.Pais Ribeiro1, N.Costa1, M.J.Vazão2, M.Abreu1, L.Pedro3, I.Silva4, H. Cardoso5, A. Martins da Silva5 1 FPCE-UP: 2 C.S. eiras, 3 ESTES-Lisboa, 4 U.Fernando Pessoa-Porto, 5 ICBAS Porto e H.Geral de Sto. António, Porto Link e Phelan (2004) explicam que o estigma ou marca é algo dentro da pessoas e não uma designação ou rótulo que os outros afixam na pessoa. O objectivo do presente estudo é desenvolver uma escala que avalie a percepção de estigma de pessoas que têm uma doença crónica, que possa ser utilizado com qualquer doença. Participaram 259 indivíduos, 30,1% homens, idade média de 49,49 (entre 16 e 85), com um nível de escolaridade média de 8,24 anos (entre 0 e 19), 61% casados ou equivalente. O processo de desenvolvimento dos itens e de validação incluiu quatro fases: (1) investigação e desenvolvimento do conceito; (2) desenvolvimento dos itens e validação preliminar; (3) avaliação da fidelidade e validade; e (4) divulgação. O processo de validação é com base na teoria apoiada e confirmada à posteriori com validação estatística. Iniciou-se com a designação de um item de referência, resultante da pesquisa bibliográfica. Esse item foi: “por causa da minha condição/doença sinto que algumas pessoas se sentem desconfortáveis comigo”. Desenvolvimento de itens que, no final, deveriam ter como referência terem uma contribuição única para a variância do item de referência. Assume-se que os itens “effect indicators” e não “causal indicators” (Fayers, Hand, Bjordal, & Groenvold, 1997). Itens efeito permitem produzir uma escala com um sumário homogéneo com elevada consistência interna, considerada como variável latente, o que tem implicações estatísticas. A escala conservou cinco itens com uma consistência interna de 0,82. A análise factorial confirmatória mostra um CFI = 0,98 e RMSEA = 0,07, confirmando um bom ajustamento. A escala desenvolvida por nós apresenta boas propriedades métricas. S14 INTERVENÇÃO E INVESTIGAÇÃO SOBRE COMPORTAMENTOS SEXUAIS DE RISCO COM ADOLESCENTES E JOVENS Coordenador: Cristina Nunes ([email protected]) SEXUALIDAD Y PREVENCIÓN FRENTE AL HIV EN JÓVENES: UN ESTUDIO COMPARATIVO ENTRE LAS UNIVERSIDADES DE EL ALGARVE Y HUELVA. Alicia Muñoz Silva ([email protected]); Manuel Sanchez Garcia, Cristina Nunes, Ana Teresa Martins. En la presente comunicación se exponen los principales resultados de un estudio comparativo sobre la sexualidad de los jóvenes universitarios de las Universidades de Algarve y Huelva. Aunque existe una voluminosa literatura sobre las conductas de riesgo en la adolescencia, el comportamiento de riesgo en la etapa en la que se sitúan los jóvenes universitarios –la adultez emergente- es menos conocido. Sin embargo, algunos autores destacan que las tasas de prevalencia más altas en conductas de riesgo como abuso de sustancias, conducción a alta velocidad o bajo efecto de drogas o alcohol, o sexo sin protección, se alcanzan en esta última etapa. Así, respecto al tema que nos ocupa, diversas investigaciones han mostrado que los jóvenes suelen tener una baja percepción del riesgo que asumen al tener relaciones sexuales sin preservativo y se sienten poco vulnerables ante la posibilidad de contagiarse con el VIH. Dado que el uso del preservativo es el principal medio de protección frente al VIH, desde un enfoque preventivo es básico analizar los principales factores relacionados con su uso entre los jóvenes. Este es el objetivo de nuestra investigación, que pretende realizar este análisis en una muestra de estudiantes universitarios de España y Portugal. Los resultados del estudio muestran que en España y Portugal, dos países muy cercanos geográfica y culturalmente, existen realidades distintas en referencia a los factores que influyen y explican la adopción de medidas preventivas eficaces por parte de estudiantes universitarios. Otro interesante hallazgo son las diferencias de género encontradas, que se mantienen en ambos países. Estimamos que conocimientos como los aportados por esta investigación son relevantes para poder desarrollar medidas preventivas eficaces para cada contexto social y cultural. Por ello, consideramos de gran relevancia la continuación de este tipo de estudios que analicen las semejanzas y diferencias entre contextos y profundicen en el análisis de los mismos antes de diseñar programas preventivos destinados a los jóvenes, pues se ha mostrado que no está justificada la adopción de medidas usadas en otros contextos sin tener en cuenta la realidad del propio contexto en sí. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O SEXO, SEXO DE RISCO E SEXO SEGURO: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO. Alexandra Gomes ([email protected]), Cristina Nunes ([email protected]). Modelos de processamento socio-cognitivo têm sido amplamente utilizados para a explicação da adopção de comportamentos de risco face ao sexo, como são exemplo a Teoria da Acção Planeada (Ajzen & Madden, 1986) ou o Processo de Acção para a Saúde (Schwarzer, 1992). Porém, a aplicabilidade desses e outros modelos a este contexto da saúde não tem sido bem sucedida, permanecendo a dificuldade em ligar as crenças e atitudes individuais aos comportamentos (Breakwell & Millward, 1997). De facto, a investigação não tem focado a sua atenção nas representações individuais e as representações de grupo, e a sua possível relação com os comportamentos sexuais de risco (Goodwin, Kwiatkowska, Realo, Kozlova, Luu, & Nizharadze, 2004). Perante um contexto que se pode desenvolver entre dois ou mais indivíduos, Bromnick e Swinburn (2003) sugerem que os conteúdos partilhados socialmente poderão facilitar a interpretação dos comportamentos sexuais, permitindo a sua contextualização interpessoal. Nesta perspectiva, torna-se relevante compreender qual a representação social do sexo. A noção de representação social foi inicialmente definida por Moscovici (1973, 1988) como sendo ideias, pensamentos, imagens e conhecimentos que os membros de uma mesma colectividade partilham. Resultam num conjunto de conhecimento do senso comum e de partilha entre indivíduos que geram um agregado de teorias sobre o mundo social que facilitam os comportamentos individuais e permitem aos membros construir uma realidade social (cit in Augoustinos & Walker, 1995). Este estudo tem, portanto, como objectivo central recolher, quer através do método de observação dos meios de comunicação, quer através da associação livre, as representações de sexo, sexo de risco e sexo seguro, numa amostra de jovens adultos, da população Portuguesa. Pretende-se verificar se existem diferenças, quer numa perspectiva social, quer numa perspectiva individual de apropriação da representação social de sexo, permitindo, posteriormente observar se estas diferenças interferem na adopção de comportamentos de risco ou de protecção. CORTOS PARA LA VIDA Angel Hernando ([email protected]) En el presente trabajo se exponen los resultados y conclusiones de una experiencia de colaboración entre la Facultad de Educación de la Universidad de Huelva (Departamentos de Psicología Evolutiva y Educación) y el centro de Secundaria “Pablo Neruda”, para el diseño y producción de cortometrajes que puedan ser utilizados en la intervención sobre conductas de riesgo. Los medios y recursos audiovisuales que se utilizan en la docencia, así como en la prevención sobre conductas de riesgo, suelen ser escasos, caros y raramente contextualizados. Para el caso concreto de la Educación Social, salvo el caso de una filmografía muy específica, no es fácil encontrar vídeos didácticos ad hoc. Hay un tema en especial donde esta carencia es notablemente manifiesta: la prevención de conductas de riesgo en adolescentes. Entendemos que los recursos para la prevención e intervención, diseñados por jóvenes, pueden se más “accesibles” para la actuación sobre éstos mismos, ya que ellos se mueven en el mismo “territorio” donde se habla un mismo “lenguaje” fruto de tener las mismas experiencias, actitudes, intereses, etc., estas características pueden convertirlos en recursos más eficaces y eficientes. Nuestra idea fue la producción de una serie de vídeos relacionados con la prevención de conductas de riesgo en jóvenes y adolescentes. La parte técnica está a cargo del profesorado y el alumnado de los Ciclos de Formación Profesional de Grado Superior “Realización de audiovisuales y espectáculos” e “Imagen” mientras que los aspectos del Guión Literario, la Guía Didáctica y los personajes lo asumen el profesorado y el alumnado de Educación Social de las asignaturas de “Intervención sobre conductas de riesgo”, “Nuevas tecnologías aplicadas a la educación” e “Intervención educativa sobre problemas fundamentales de desadaptación social”. Esta experiencia está resultando muy gratificante, tanto en su proceso como en el producto final y al día de hoy ya contamos con varios vídeos para la prevención e intervención sobre: conductas sexuales de riesgo, violencia de género, drogodependencias y sensibilización ante distintas problemáticas como la esquizofrenia, discapacidad visual, etc. UNA EXPERIENCIA DE EDUCACIÓN AFECTIVO-SEXUAL ENTRE ESTUDIANTES DE SECUNDARIA: ANÁLISIS Y REFLEXIÓN DE LOS RESULTADOS Carmen Santín Vilariño ([email protected]) & Esperanza Torrico Linares ([email protected]). El objetivo principal de este trabajo ha sido el de generar, en una muestra de población adolescente y joven, el interés por modificar determinados comportamientos de riesgo específicamente relacionados con sus relaciones afectivo-sexuales. Igualmente, se pretendía trasladar a los jóvenes la responsabilidad de aprender nuevas conductas y buscar la información que les resulte necesaria u oportuna para conocer mejor las vías de contagio y medios para la prevención del SIDA y otras enfermedades de transmisión sexual. Para ello, a lo largo de dos años se realizó una intervención específica sobre una muestra total de 583 jóvenes escolarizados en diferentes centros educativos de la ciudad de Huelva. Durante el primer año se llevó a cabo un programa de educación afectivosexual (donde se incluía de manera específica la prevención de ETS y concretamente del SIDA) con los grupos de últimos cursos de la ESO (3º y 4ª). Posteriormente, se seleccionó una muestra de jóvenes con la intención de formarles de manera concreta en su labor como mediadores en salud. Estos fueron elegidos primero, por su voluntariedad (es decir, su interés por formar parte de este grupo de trabajo) y, en segundo lugar, por compartir unas características personales que le hicieran más cómodo trabajar con grupos e incitar a la búsqueda de información y cambio de comportamiento Durante el último y primer trimestre de dos cursos consecutivos se desarrollaron las actividades programadas por estos mediadores para acercar la información e incentivar el cambio de actitud y de conducta en sus compañeros. Antes y después de cada fase se realizaron mediciones específicas sobre conocimientos, actitudes y comportamientos sexuales. Por último, se realizó una evaluación de todos los jóvenes, que ahora se encuentran en Bachillerato o Formación Ocupacional, que recibieron la formación inicial, tanto en los centros donde estos mediadores han venido actuando como en los que no se llevó a cabo ninguna actuación posterior a la formación inicial. Los resultados ponen de manifiesto la eficacia del programa, tanto en el incremento de conocimientos como en la modificación de actitudes que les lleva a mantener comportamientos más responsables en vivencia de su sexualidad, sobre todo en aquellos centros donde la actividad de los mediadores ha sido más intensa. Igualmente, puede observase un elevado grado de satisfacción de los jóvenes participantes en la formación de sus iguales. S15 QUALIDADE DE VIDA, ESTILOS DE VIDA E VIOLÊNCIA DE GÉNERO Coordenador: Eusébio Pacheco ([email protected]) AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DO BEMESTAR NO TRABALHO PARA ENFERMEIROS Nuno Murcho ([email protected])1, Eusébio Pacheco ([email protected])2 & Saul de Jesus ([email protected])3 1 Instituto da Droga e Toxicodependência - Delegação Regional do Algarve; 2 Administração Regional de Saúde do Algarve; 3 Universidade do Algarve - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Pretendemos apresentar os resultados da avaliação da aplicação de um programa de promoção do bem-estar laboral para enfermeiros, o qual teve como objectivo a aquisição por estes profissionais de competências facilitadoras de uma vivência equilibrada de afectos e sentimentos negativos, que possibilitassem a emergência de estados cognitivos e emocionais positivos, e que por essa via contribuíssem para uma melhor qualidade de vida global, para uma melhor saúde física e psíquica, para um maior envolvimento no trabalho, bem como para um melhor relacionamento interpessoal. Este programa foi desenhado para ter um total de 14 horas de formação, divididas em duas sessões de sete horas cada, de modo a provocar a menor perturbação possível na organização dos serviços onde trabalham o seus destinatários. Participaram no mesmo 29 formandos, separados em dois grupos de formação, conforme as instituições onde foi aplicado. A avaliação deste programa foi feita mediante a aplicação de um instrumento, no inicio e no fim do mesmo, com a finalidade de medir algumas variáveis relacionadas com o bem-estar laboral, e verificar a sua evolução, tendo sido observado que de modo geral, houve uma melhoria em todos os indicadores pesquisados, pelo que concluímos que este programa foi eficaz. QUALIDADE E ESTILOS DE VIDA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Andreia Pacheco ([email protected]), Alda Martins ([email protected]), Saul de Jesus ([email protected]) & Eusébio Pacheco ([email protected]) A qualidade e os estilos de vida são dois aspectos interligados considerados relevantes pela Organização Mundial de Saúde, tanto no âmbito da avaliação como da intervenção. Esta investigação visa o estudo dos estilos de vida em duas amostras de estudantes universitários em contextos distintos, compreendendo dois objectivos: o primeiro é a adaptação de um instrumento de avaliação de estilos de vida para inglês, e o segundo um estudo comparativo. Os resultados indicam que a adaptação do instrumento proposta é válida, e discutem-se as diferenças e semelhanças obtidas nas duas amostras, esperando que o estudo possa contribuir para realçar os aspectos transversais aos estilos de vida dos estudantes, e aqueles que mais directamente dizem respeito às suas culturas de origem. ESTILOS DE VIDA DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR Alda Martins ([email protected]), Andreia Pacheco ([email protected]) & Saul de Jesus ([email protected]) Nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento significativo das investigações acerca dos estilos de vida dos estudantes do ensino superior. Neste sentido, procurou-se caracterizar os estilos de vida dos estudantes da Universidade do Algarve e perceber de que forma o estilo de vida afecta a motivação e métodos de estudo desses mesmos estudantes. De forma a concretizar os objectivos recorreu-se à Escala de avaliação de estilos de vida e métodos de estudo para o Ensino Superior (Martins & Jesus, 2008). Neste estudo participaram 180 estudantes da Universidade do Algarve de diversos cursos, com idades compreendidas entre 18 e os 43 anos (M = 23,8) e de ambos os sexos (57,78% do sexo feminino e 42,22% do sexo masculino). Em média, os sujeitos inquiridos apresentam estilos de vida razoavelmente saudáveis e os resultados parecem ir de encontro ao modelo desenvolvido por Pacheco, Martins & Jesus (2008), verificando-se que os estilos de vida são afectados directamente pela qualidade vida e motivação. MAUS-TRATOS NO CONCELHO DE LOULÉ: ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO ABUSO SEXUAL NAS CRIANÇAS ACOMPANHADAS PELO NÚCLEO DE APOIO ÀS CRIANÇAS E JOVENS EM RISCO DO CENTRO DE SAÚDE DE LOULÉ Marta Silva (psicóloga), Ilza Martins (psicóloga), Guilhermina Pacheco (médica), Bárbara Menezes (enfermeira), Elisabete Fortunato (assistente social), Carina Oliveira (estagiária de Psicologia) & Jessica Oliveira (estagiária de Psicologia) Administração Regional de Saúde do Algarve ([email protected]) Em Maio de 2007, foi criado no Centro de Saúde de Loulé o Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco (NACJR), na sequência de trabalho desenvolvido pelo respectivo grupo de trabalho da DGS. Anteriormente, e seguindo linha de trabalho similar, existiu, desde 1997 o Núcleo de Apoio à Criança Maltratada, que somente interrompeu funções formais no ano de 2002, com a criação das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, sem no entanto deixar de acompanhar os casos referenciados ao Centro de Saúde de Loulé. A elevada incidência de encaminhamentos por abuso sexual, a relevância actual do tema, a tradição do trabalho efectuado no centro de saúde e na comunidade, e a repercussão sobre a saúde mental das crianças levou a que a equipa se debruçasse sobre os casos acompanhados pelos projectos do Centro de Saúde: Intervenção Precoce, Grupo de Apoio à Saúde Mental Infantil (GASMI) e NACJR, a fim de caracterizar as crianças acompanhadas, suas famílias e o seu enquadramento com as características populacionais do Concelho de Loulé, realizando um estudo que possa servir como base concreta no planeamento do trabalho futuro, especialmente a prevenção e intervenção. O presente trabalho consiste num estudo exploratório, constituído por 2 partes distintas: na primeira parte, apresentam-se os dados globais sobre os maus-tratos, e na segunda parte os dados específicos referentes ao abuso sexual. A amostra foi composta por 173 sujeitos, com idades compreendidas entre os 0 e os 16 anos, residentes no Concelho de Loulé e utentes do Centro de Saúde. Deste total, 21,4% foram sujeitos a abuso sexual. A incidência do abuso é maior no sexo feminino, verificando-se elevada associação com a negligência. As idades mais vulneráveis foram a faixa etária dos 3, dos 7 e dos 8 anos respectivamente. O abusador foi sempre alguém conhecido da criança, com 82% de abuso intra-familiar. O alcoolismo, a doença mental e a violência doméstica assumiram valores significativos dentro da amostra. Interessa-nos conhecer as características psicossociais das famílias da nossa casuística e investigar a existência de relação com os casos de abuso sexual referenciados. Somente após a análise da realidade em que intervimos será possível delinear estratégias adequadas de intervenção e prevenção específica, pelo que os autores se propõem a estudar estes dados e levantar questões de reflexão que possam guiar a prática e maximizar os ganhos em saúde, nas intervenções efectuadas. COMPORTAMENTOS DE RISCO E INFECÇÃO PELO VIH/SIDA NAS MULHERES QUE RECORRERAM AO CAD FARO Fátima Vidinha ([email protected]) & Helena Ferreira ([email protected]) Administração Regional de Saúde do Algarve I.P. Os autores procuram através deste trabalho caracterizar a população de mulheres que procurou o Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce da Infecção VIH/Sida de Faro (CAD Faro), durante um período de 7 anos. No CAD Faro, realiza-se de forma gratuita, anónima e confidencial, testes para detecção precoce da infecção VIH e referenciação eficaz para cuidados hospitalares diferenciados. É oferecido um aconselhamento pré e pós-teste, com o objectivo de se esclarecerem dúvidas, questionarem-se comportamentos de risco, discutirem-se formas de prevenção. Dos 6 025 utentes atendidos, 2 892 eram mulheres. Foram identificadas 27 mulheres infectadas pelo VIH. Avaliaram-se as variáveis: idade; nacionalidade; estado civil; profissão; motivo para realização do teste; testes efectuados anteriormente; consumo de drogas; orientação sexual; comportamento sexual, no que respeita ao número de parceiros nos últimos 6 meses e ao longo da vida; uso do preservativo, com o parceiro habitual e/ou ocasionais; parceiro seropositivo. Caracterizou-se a população de mulheres seropositivas. Compararam-se os dados obtidos, com dados referentes aos utentes do sexo masculino. As mulheres são particularmente vulneráveis à infecção VIH, pelo que se pretende com este trabalho contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida e adopção de estilos de vida mais saudáveis, preocupações da Psicologia da Saúde. S16 VULNERABILIDADE E ESTRATÉGIAS DE EMPOWERMENT PARA A SAÚDE Coordenador: João Hipólito CIRURGIA PLÁSTICA: VULNERABILIDADE OU EMPOWERMENT? Paula Pires ([email protected]) Universidade Autónoma de Lisboa - Departamento de Psicologia e Sociologia. O recurso à cirurgia plástica e estética surge como forma de mudar o corpo, e que embora se tenha de certa forma banalizado e ser cada vez mais acessível a todos, não deixa de ser um procedimento na maioria das vezes definitivo que acarreta riscos para a pessoa não só a nível físico mas também psicológico. Sabemos actualmente muito pouco não só acerca das consequências psicológicas para a pessoa que uma rápida transformação corporal proporcionada pela cirurgia pode ter, mas também das razões que motivam as pessoas para a procura deste tipo de procedimentos. Considerando que existe uma relação entre a motivação para a cirurgia plástica e estética e a avaliação dos resultados pós cirurgia, a nossa investigação parte da hipótese de que as razões que motivam a sua procura podem não estar necessariamente relacionadas com um contexto de vulnerabilidade mas sim com o Empowerment, ou seja como forma de aumentar os sentimento de eficácia e de autonomia e poder pessoal. Pretende-se demonstrar que a decisão de mudar um aspecto do corpo em muitos casos não está directamente relacionado com uma situação de vulnerabilidade mas sim parte de uma decisão pessoal e autónoma reveladora de uma capacidade de tomar decisões e de escolher, e que revela que a pessoa tem a capacidade para colocar em prática esta decisão. EMPOWERMENT E SAÚDE: EQUIPAS E CONTEXTOS INSTÁVEIS Tito Laneiro ([email protected]) Universidade Autónoma de Lisboa O actual ambiente de imprevisibilidade e de rápidas mudanças sociais, organizacionais e individuais, coloca desafios cada vez mais exigentes e complexos a pessoas e organizações. Às pessoas, a demanda de conseguirem neste contexto realizar o máximo das suas potencialidades com um considerável bem-estar, às organizações, a de possuírem pessoas e equipas eficazes que atinjam os seus objectivos e realizem a sua missão. Uma das dimensões consideradas como determinantes para a Saúde/Doença é o trabalho. É nesta actividade que decorre grande parte da vida activa da maioria das pessoas dos países industrializados, desenvolvendo-se essencialmente num contexto organizacional, pelo que as condições em que é realizado são fulcrais para a saúde e a qualidade de vida. Existem organizações que possuem climas que são facilitadores de saúde, de bem-estar e de desenvolvimento pessoal e organizacional (Rego e Cunha, 2005). Crê-se que nestas organizações as estratégias de coping utilizadas pelas pessoas que aí trabalham são mais adaptativas (Rego e Cunha 2005), tornando-se agentes dinâmicos, criando com maior probabilidade neste tipo de clima um funcionamento de elevado desempenho, e edificando climas organizacionais de bem-estar. INFLUÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA VULNERABILIDADE DAS LOMBALGIAS Joaquim Monteiro ([email protected]) Instituição: Universidade Autónoma de Lisboa - Departamento de Psicologia e Sociologia. A espiritualidade é algo para além da existência humana que permite uma ligação com a vida, o amor e a felicidade dando sentido ao sofrimento e retirando esperança das alegrias. Com o aumento da longevidade as doenças crónicas têm cada vez mais relevância. Vários estudos têm vindo a demonstrar a importância da espiritualidade na doença crónica. Por outro lado é cada vez mais evidente que os cuidados de saúde de qualidade têm de ter em linha de conta a espiritualidade do doente. A lombalgia é um problema cada vez mais estudado devido à sua repercussão a nível da pessoa, da família, do trabalho e da sociedade. Algumas pessoas têm alterações graves da coluna mas sentem pouca ou nenhuma dor. Pelo contrário, outras pessoas sem alterações significativas na coluna têm dores intensas. Esta aparente contradição pode ser devida a factores psicológicos que modelam a dor alterando a vulnerabilidade à lombalgia. Os autores apresentam o trabalho que têm desenvolvido na avaliação da intensidade das lombalgias e no nível de espiritualidade fazendo referência à vulnerabilidade de certas pessoas para evoluírem da lombalgia aguda para a crónica A espiritualidade tem de ser encarada como um construto multidimensional havendo o risco de ao ser avaliada pode ser contaminada por outras variáveis. BURNOUT EM TÉCNICOS DE SAÚDE MENTAL PORTUGUESES: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO F. Gysin, R. Brites e J. Hipólito [email protected]) Universidade Autónoma de Lisboa -Departamento de Psicologia e Sociologia. O burnout é um fenómeno cada vez mais presente na realidade dos profissionais portugueses. De natureza ocupacional, o burnout, entendido como um agravamento do stresse relacionado com o desempenho da profissão, pode ser precipitado por inúmeros factores, quer internos, quer externos aos próprios indivíduos. Contudo, a literatura e a investigação indiciam que determinados profissionais, pelas características da sua realidade profissional, serão mais vulneráveis a esta perturbação. Os estudos têm demonstrado que entre os principais afectados por esta perturbação se encontram os profissionais de relações humanas, dos quais destacamos os psiquiatras (entre outros técnicos de saúde mental). Numa amostra composta por 84 profissionais de saúde mental (49 psiquiatras, 14 médicos não psiquiatras, 11 psicólogos, oito enfermeiros e dois outros técnicos), procurou-se avaliar os níveis de burnout, com a utilização da versão portuguesa da escala de burnout de Masclach: Maslach Burnout Inventory (1981). A presente investigação tem como objectivos caracterizar os níveis de exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal destes técnicos, e elaborar uma análise comparativa, relativamente ao género, profissão, estado civil, regime de trabalho (privado/público). Os resultados esperados relacionam-se com diferenças significativas associadas a determinadas particularidades quer dos indivíduos, quer da sua profissão. S17 VULNERABILIDADES E DESENVOLVIMENTO Coordenador: Odete Nunes VULNERABILIDADE E AUTO-EFICÁCIA PARENTAL EM SITUAÇÃO DE DOENÇA DA CRIANÇA Rute Brites ([email protected]) Universidade Autónoma de Lisboa (Departamento de Psicologia e Sociologia) Os sistemas familiares, pela sua complexidade e devido à sua inter-dependência dos factores externos, representam constelações vulneráveis. Em analogia à vulnerabilidade individual, famílias vulneráveis serão aquelas que sofrem o impacto de ameaça(s), que pode(m) afectar o seu funcionamento autónomo, o seu bem-estar e/ou a sua dignidade. A doença crónica da criança, pelas transformações que exige à família, num processo tendencialmente adaptativo, é uma ameaça que, potencialmente, pode atingir e provocar danos nos vários sub-sistemas que a compõem (indivíduo, casal, fratria, etc.). A investigação mostra, inequivocamente, que o diagnóstico de doença crónica feito à criança traz consequências de diversa ordem não apenas a si própria, mas igualmente aos seus pais, e em múltiplas áreas do seu funcionamento. Entre elas o sentimento de competência relativamente à sua função parental, isto é, a percepção de conseguirem desempenhar, de forma válida e activa, o seu papel de mãe/pai. Numa investigação preliminar, procuraremos avaliar o nível de envolvimento nos cuidados de saúde num conjunto de progenitores de crianças com doença crónica, assim como a forma como avaliam a utilidade da sua contribuição para o funcionamento familiar. Os dados obtidos poderão constituir um indicador de auto-eficácia parental e, simultaneamente, de vulnerabilidade familiar. ESTILOS PARENTAIS E STRESSE INFANTIL Mónica Pires ([email protected]; [email protected]) Universidade Autónoma de Lisboa (Departamento de Psicologia e Sociologia) Considerando os pais e o ambiente familiar como desempenhando um papel fundamental nas diversas áreas do desenvolvimento da criança, é pertinente aprofundar o estudo dos factores que poderão afectar o estilo parental maioritariamente adoptado na interacção com os filhos, nomeadamente o stresse. No modelo de stresse parental, os estilos parentais podem sofrer influência da vivência de stresse, resultando em estilos educativos menos eficazes. Também a vivência de stresse parental ou infantil poderá estar relacionada quer pelas relações familiares estabelecidas, quer pelas características dos próprios pais. Pretendemos abordar a temática dos estilos parentais e stresse infantil de ambos os lados da relação pais-filhos, como forma de ultrapassar as limitações de estudos anteiores que acedem em regra apenas à perspectiva dos cuidadores. Incide assim sobre uma amostra urbana de mães e respectivos filhos dos 5 aos 8 anos de idade a frequentar o jardim-de-infância e o 1º ciclo de instituições particulares de solidariedade social e de privadas da região de Lisboa. Trata-se de um estudo correlacional no qual tentaremos aferir se existem ou não relações entre as diversas variáveis. Os resultados encontrados remetem-nos para a confirmação prévia do modelo de stresse parental e para a pré-validação de instrumentos. ENVELHECER COM SAÚDE: ESTILOS DE VIDA PROMOTORES DE BEMESTAR Ana Ribeiro ([email protected]) Universidade Autónoma de Lisboa (Departamento de Psicologia e Sociologia) Temos assistido, nas últimas décadas a uma inversão da curva demográfica que resulta num aumento em proporção do número de adultos considerados idosos (65 anos ou mais). Este facto é, em grande medida, consequência de avanços tecnológicos, nomeadamente nas áreas médica e da saúde, que permitem um aumento da esperança média de vida. Em paralelo, verifica-se que outros fenómenos associados a este aumento do número de anos de vida da pessoa, tornam o adulto idoso um elemento crucial no funcionamento da família (o retomar do papel dos avós) e na comunidade. Mais do que aumentar o tempo de vida parece-nos fundamental investir numa continuada e crescente qualidade de vida daqueles que ultrapassam esta barreira cronológica . Pretende-se, com a presente comunicação, lançar temas para reflexão, considerando o papel que o estilo de vida tem na forma como a pessoa perspectiva e vivencia o seu envelhecimento. S18 AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL E QUALIDADE DE VIDA NAS DIVERSAS FASES DA DOENÇA ONCOLÓGICA: DO DIAGNÓSTICO À SOBREVIVÊNCIA Coordenador: Maria Cristina Canavarro ([email protected]) ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM DOENTES COM SARCOMAS: AJUSTAMENTO EMOCIONAL NAS DIFERENTES FASES DA DOENÇA Tiago Paredes1, Maria Cristina Canavarro2 & Mário Rodrigues Simões3 1 Aluno de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/32380/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 2 Professora Associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Psicóloga Clínica Responsável pela Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos, Dep. de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 3 Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Responsável pelo Núcleo de Avaliação Psicológica da FPCE da UC. O diagnóstico e tratamento do cancro podem resultar em consequências emocionais significativas quer para os pacientes quer para as suas famílias (Bultz & Holland, 2006). De facto, o confronto com uma doença crónica ameaçadora da vida, como é o caso do cancro, conduz invariávelmente a reacções emocionais negativas e a algum grau de perturbação emocional. Se bem que estas reacções esperadas e comuns sejam mais intensas no momento do diagnóstico, para a grande parte dos doentes elas acabam por diminuir de intensidade ao longo do curso da doença, sendo transitórias e podendo ser consideradas como adaptativas e como fazendo parte de uma resposta normal de ajustamento (Fawy, & Fawzy, 1994; Holland et al., 2006). Com efeito, tem sido evidenciado que a maioria dos doentes, após o término dos tratamentos, encontram-se bem ajustados e com um padrão de humor normal. Contudo, para cerca de 20% a 30% dos pacientes, tais reacções emocionais acabam por evoluir para problemas psicológicos clinicamente significativos, nomeadamente para um distúrbio de ajustamento, depressão major ou distúrbio de ansiedade (Moorey, & Greer, 2002). Nesta comunicação pretende-se apresentar os resultados de um estudo que teve como principal objectivo examinar o ajustamento emocional de doentes diagnosticados com cancro do osso e tecidos moles e, mais especificamente, a avaliação da prevalência e níveis de ansiedade e depressão em diferentes fases da doença: diagnóstico, tratamento e follow-up/sobrevivência livre de doença. QUALIDADE DE VIDA E AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL EM MULHERES COM POSSIBILIDADE DE DIAGNÓSTICO E RECENTEMENTE DIAGNOSTICADAS COM CANCRO DA MAMA Anabela Amaral1, Helena Moreira2, Sónia Silva3 & Maria Cristina Canavarro4 1 Aluna de Mestrado; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 2 Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/29132/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 3Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/27704/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 4 Professora Associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Psicóloga Clínica Responsável pela Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos, Dep. de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução dos Hospitais da Universidade de Coimbra. O diagnóstico de cancro da mama tem, habitualmente, um impacto muito significativo no funcionamento psicossocial da doente e na sua Qualidade de Vida (QdV). A fase de diagnóstico tem sido caracterizada na literatura por uma diminuição da QdV e por maiores níveis de psicossintomatologia, nomeadamente, depressão e ansiedade. O período que antecede a confirmação do diagnóstico, tem sido alvo de uma menor atenção por parte dos investigadores, acarretando, também, grande ansiedade e podendo influenciar negativamente a QdV. Este trabalho tem como objectivo analisar o ajustamento psicossocial e a QdV de um grupo de mulheres com possibilidade de diagnóstico de cancro da mama e de um grupo de mulheres recentemente diagnosticadas com esta doença. A amostra é constituída por 53 mulheres que se encontravam a realizar exames complementares de diagnóstico de cancro da mama na Liga Portuguesa Contra o Cancro - Unidade de Aferição; 37 mulheres recentemente diagnosticadas com cancro da mama, recrutadas no Serviço de Ginecologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra; e 53 mulheres sem história de doença oncológica, pertencentes à população geral. Todas responderam a um protocolo de avaliação constituído por uma ficha de dados sociodemográficos e clínicos, pelo World Health Organization Quality of Life para Português de Portugal (WHOQOLBref), e pela Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS). Os resultados deste estudo revelaram que as mulheres recentemente diagnosticadas com cancro da mama não se distinguem da população geral em nenhum domínio e faceta geral da QdV, apresentando, no entanto, melhores resultados no domínio Relações Sociais, comparativamente às mulheres com possibilidade de diagnóstico desta doença (p<.05). Estas últimas, não se distiguem, também, da população geral, em nenhum domínio e faceta geral da QdV. Relativamente aos níveis de ansiedade e de depressão, verificou-se que as mulheres com possibilidade de cancro da mama apresentam-se significativamente mais ansiosas que a população geral (p<.05) e que as mulheres recentemente diagnosticadas com cancro da mama (p<.05). Nestas dimensões, estas últimas e as mulheres pertencentes à população geral, não se diferenciam entre si a um nível estatisticamente significativo. A INTIMIDADE NA RELAÇÃO DE CASAL DA MULHER COM CANCRO DA MAMA: IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA E AJUSTAMENTO PSICOSSOCIAL. Helena Moreira1, Sónia Silva2, Anabela Amaral3 & Maria Cristina Canavarro 1 Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/29132/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 2 Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/27704/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, 3 Aluna de Mestrado; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Introdução: O diagnóstico de cancro da mama é um acontecimento de vida que requer a adaptação, não só da doente, mas também do seu companheiro, implicando uma reorganização do sistema conjugal. A investigação tem revelado que, se muitos casais sentem que a sua relação se tornou mais forte e íntima depois do diagnóstico, outros atravessam um período de grandes dificuldades, podendo mesmo chegar à separação. Do mesmo modo, alguns estudos têm mostrado que a própria relação de casal e a intimidade percebida na mesma, está relacionada e influencia a qualidade de vida e adaptação da mulher à sua doença. Assim, este trabalho tem como objectivo explorar o grau de intimidade percepcionado pela mulher na sua relação, na fase de diagnóstico, e analisar a associação entre esta variável e a sua qualidade de vida e ajustamento psicossocial. Metodologia: a amostra é constituída por 60 mulheres recentemente diagnosticadas com cancro da mama, recrutadas no Serviço de Ginecologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra; e por 60 mulheres sem história de doença oncológica, pertencentes à população geral. Todas responderam a um protocolo de avaliação constituído por uma ficha de dados sociodemográficos e clínicos, pelo World Health Organization Quality of Life para Português de Portugal (WHOQOL-Bref), pela Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS) e pelo Personal Assessment of Intimacy in Relationships (PAIR), que avalia a intimidade em 5 domínios diferentes: (1) intimidade emocional; (2) intimidade social; (3) intimidade intlectual; (4) intimidade sexual e (5) intimidade recreacional. Resultados/Conculsão: As mulheres recentemente diagnosticadas com cancro da mama apresentam um maior grau de intimidade emocional, social, intelectual e recreacional quando comparadas com as mulheres da população geral, à excepção da intimidade sexual, onde não se verificaram diferenças estatisticamente significativas. Paralelamente, verificou-se que a depressão e ansiedade no grupo clínico se correlacionam negativamente com a intimidade sexual e recreacional. Relativamente à associação entre a qualidade de vida e os diferentes domínios da intimidade, constatouse que todos se encontram positivamente associados com os domínios psicológico, relações sociais e ambiente, da qualidade de vida. CRESCIMENTO PÓS-TRAUMÁTICO EM MULHERES SOBREVIVENTES DE CANCRO DA MAMA Silvia Pinto1, Sónia Silva2, Helena Moreira3, & Maria Cristina Canavarro 1 Aluna de Mestrado; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, 2 Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/27704/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, 3Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/29132/2006): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Introdução: A vivência de cancro da mama pode não só acarretar sequelas psicossociais negativas, mas também mudanças psicológicas positivas designadas por Crescimento Pós-Traumático (CPT). Este trabalho tem como objectivo estudar o fenómeno de CPT em mulheres sobreviventes de cancro da mama. Método: A amostra é constituída por 65 mulheres sobreviventes de cancro da mama e por 65 mulheres da população geral. Ambos os grupos preencheram uma ficha de dados sócio-demográficos e clínicos e o “Inventário de Crescimento Pós-Traumáticos” (ICPT). Resultados: As sobreviventes experienciam mais mudanças positivas do que as mulheres da população geral em todos os domínios do ICPT. Controlando o efeito da experiência anterior de acontecimentos traumáticos na população geral, verificou-se que as sobreviventes apresentam resultados mais elevados em todos os índices de CPT comparativamente às mulheres da população em geral sem acontecimento traumático (N=37). Apresentam também níveis de CPT significativamente mais elevados do que as mulheres da população geral que viveram uma experiência traumática (N=28), excepto no domínio “Novas Possibilidades”, onde não se encontraram diferenças estatisticamente significativas. Conclusões: Estes resultados sugerem que a experiência de cancro da mama é susceptível de produzir CPT, parecendo ser mais desafiadora para a mulher do que outros acontecimentos de vida negativos. S19 DECISÕES REPRODUTIVAS E ADAPTAÇÃO À GRAVIDEZ EM SITUAÇÕES DE RISCO ACRESCIDO Coordenador: Maria Cristina Canavarro ([email protected]) INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ: INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS INDIVIDUAIS E RELACIONAIS NO AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO À DECISÃO E À EXPERIÊNCIA DE INTERRUPÇÃO. Maryse Guedes1, Anabela Araújo-Pedrosa2, Teresa Bombas3 e Maria Cristina Canavarro4 1 Aluna de Mestrado da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 2 sicóloga Clínica da Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos, Dep. de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução Humana dos Hospitais da Universidade de Coimbra; 3 édica Obstetra da Maternidade Doutor Daniel de Matos; membro da Consulta de Decisão Reprodutiva; 4 rofessora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Psicóloga Clínica Responsável pela Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos, Dep. de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução. Introdução- A interrupção voluntária da gravidez (IVG) tem sido um tema controverso nas sociedades economicamente desenvolvidas (Pais-Ribeiro & Araújo, 1998). As investigações neste contexto têm sido escassas e encontram-se contaminadas por limitações metodológicas, teóricas, ideológicas e legais (Wilmoth & De Alteris, 1992), não existindo consenso em relação ao impacto psicológico da IVG. Se por um lado alguns autores conceptualizam a experiência de IVG como uma situação susceptível de gerar sequelas emocionais (Speckhard & Rue, 1992), outros consideram que esta vivência envolve respostas emocionais similares às que são observadas na adaptação a outros acontecimentos indutores de stress (Adler et al., 1992). Mediante a recente legalização da IVG, em Portugal, este estudo tem como objectivo avaliar o ajustamento psicológico à decisão e experiência de IVG e explorar algumas variáveis individuais e relacionais que possam influenciar positiva ou negativamente a adaptação a esta resolução reprodutiva. Metodologia: A amostra, recolhida na Maternidade Doutor Daniel de Matos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, é constituída por 53 mulheres grávidas, que procuraram a Consulta de Aconselhamento Reprodutivo entre Dezembro de 2007 e Março de 2008. Este estudo prospectivo envolveu dois momentos de avaliação (antes da IVG, no momento da decisão; duas a quatro semanas após a IVG), com recurso a instrumentos de auto-resposta. Resultados/Conclusão: Envolvendo uma multiplicidade de motivações particularmente de natureza sócio-económica, a decisão de IVG foi avaliada como difícil e geradora de desconforto emocional significativo pelas participantes, o que, no momento da decisão, se espelha em níveis aumentados de reactividade emocional negativa (culpa e ansiedade) e de sintomatologia psicopatológica (somatização, ansiedade, depressão e hostilidade), bem como em níveis mais diminutos de felicidade, comparativamente com a população geral. Embora esta resolução reprodutiva não se revista de contornos traumáticos, as respondentes continuam a experienciar menor felicidade e maior culpa, comparativamente com a população geral, na sequência da IVG. Contudo, comparativamente com o momento da decisão, as participantes evidenciaram um aumento da felicidade e uma diminuição significativa da experiência emocional de ansiedade. Em ambos os momentos de avaliação, a religiosidade revelou associações positivas com várias dimensões de reactividade emocional negativa e de sintomatologia psicopatológica, ao passo que o apoio dos familiares se associou com menores manifestações de sintomatologia psicopatológica. PERTURBAÇÃO EMOCIONAL E STRESS ASSOCIADO À INFERTILIDADE EM CASAIS COM PROBLEMAS DE FERTILIDADE Mariana Moura-Ramos1, Sofia Gameiro2 & Maria Cristina Canavarro3 1 Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/23152/2005): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Assistente da Universidade Lusíada do Porto; 2Aluna de Doutoramento (FCT - SFRH/BD/21584/2005): Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; 3 rofessora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra; Psicóloga Clínica Responsável pela Unidade de Intervenção Psicológica (UnIP) da Maternidade Doutor Daniel de Matos, Dep. de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução. Introdução: A infertilidade é definida como a incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais desprotegidas (WHO, 2000). Durante os últimos trinta anos grandes avanços foram feitos no campo da Reprodução Medicamente Assistida (RMA), permitindo o acesso a novos tratamentos, como a Fertilização In Vitro (FIV). Representando muitas vezes o final de um longo percurso de tentativas diversas por parte do casal, os tratamentos de RMA implicam um investimento emocional considerável e estão associado a níveis elevados de stress (Hynes, Callan, Terry et al., 1992; Boivin & Tafekman, 1995) e perturbação emocional. Objectivos: O objectivo do presente trabalho é estudar a adaptação individual dos indivíduos que recorrem a tratamentos para a esterilidade, nomeadamente a perturbação e o stress relacionado com a infertilidade. Este trabalho constitui um recorte de um estudo longitudinal actualmente em desenvolvimento, que pretende caracterizar os diferentes percursos desenvolvimentais de casais que recorrem a técnicas de RMA quando comparados com os casais com gravidez espontânea. Metodologia: A amostra é composta por casais com problemas de esterilidade, utentes do Serviço de Genética Médica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, avaliados na semana anterior à realização do tratamento no que respeita à psicopatologia (Brief Symptom Inventory; Derogatis, 1993; Versão Portuguesa: M.C. Canavarro, 1995) e ao stress associado à infertilidade Inventário de Problemas de Fertilidade Newton et al., 1999; Versão Portuguesa: M.Moura-Ramos, S. Gameiro & M.C. Canavarro, 2008). Resultados: Os resultados do presente estudo, de índole exploratória, apontam para a presença de preocupações associadas à dificuldade em conceber, designadamente Preocupações Sociais e elevados valores de Necessidade da Parentalidade, nomeadamente nas mulheres. No que se refere à perturbação emocional, os casais do nosso estudo não parecem apresentar reacções psicopatológicas, o que é indicador de um bom ajustamento à infertilidade e aos tratamento RMA. PANORAMA DAS INVESTIGAÇÕES BRASILEIRAS ACERCA DA GRAVIDEZ E DA MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA Daniela Centenaro Levandowski ([email protected]) Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UNISINOS, RS/Brasil A gravidez e a maternidade na adolescência impõem à jovem novas demandas familiares, educacionais e laborais, além daquelas próprias dessa fase de desenvolvimento e da parentalidade. O objetivo deste trabalho foi revisar estudos brasileiros sobre a gravidez e a maternidade na adolescência, publicados nos últimos 15 anos (1993-2008), analisando as suas temáticas, seus aspectos metodológicos e principais achados. Os estudos foram localizados a partir de consulta às principais bases de dados brasileiras (Pepsic, Scielo e BVS-Psicologia), usando-se como termos descritores adolescência e gravidez e adolescência e maternidade. A partir da análise do material encontrado, pode-se perceber a diversidade das temáticas investigadas. Constatou-se a predominância de estudos de caráter quantitativo, de cunho descritivo, com delineamento transversal. Tais estudos revelaram um panorama negativo da gravidez e da maternidade na adolescência. Já os estudos qualitativos indicaram também alguns aspectos positivos dessa condição, como o amadurecimento pessoal. Os relatos negativos foram mais freqüentes no período da gestação, parecendo ocorrer mudanças após o nascimento do bebê. Diante desse panorama, sugere-se que novos estudos investiguem aspectos ligados a esse tema no contexto brasileiro, para balizar a elaboração de intervenções e políticas públicas que contemplem a heterogeneidade desta clientela. DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO PELO VIH/SIDA E ADAPTAÇÃO À GRAVIDEZ E AO NASCIMENTO DE UM FILHO Marco Pereira1 & Maria Cristina Canavarro2 1 Aluno de pós- doutoramento da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Em Portugal, um grande número de mulheres é confrontado com a notícia da sua contaminação com VIH/Sida no decurso dos exames de rotina pré-natal. Sendo que, e de acordo com os dados epidemiológicos mais recentes do nosso país, cerca de 75% das mulheres infectadas se encontram em idade fértil, esta questão tem requerido especial atenção e captado um acrescido interesse empírico. Neste trabalho procuramos caracterizar o processo de adaptação à gravidez de uma amostra de 45 grávidas infectadas pelo VIH, utentes das Maternidades Dr. Daniel de Matos (Coimbra) e Dr. Alfredo da Costa (Lisboa), centrando-nos especificamente no grupo cujo diagnóstico foi efectuado durante a actual rotina pré-natal. Como indicadores de adaptação pessoal avaliámos: a Percepção de Stress, a Sintomatologia Psicopatológica, a Reactividade Emocional e a Qualidade de Vida. Os resultados serão discutidos. S20 PSICOLOGIA DA SAÚDE E PARENTALIDADE Coordenador: Isabel Leal ([email protected]) PARENTALIDADE E OBESIDADE INFANTIL Liliana Monteiro Silva ([email protected]) & António Pires ISPA Considerada pela OMS como uma epidemia, em Portugal, uma em cada dez crianças portuguesas entre os 7 e os 9 anos é obesa e 20% apresenta excesso de peso. Desempenhando os pais um papel preponderante na modelagem das experiências alimentares precoces da criança, este estudo pretende caracterizar o contexto familiar e avaliar de que forma este contexto e o comportamento parental, podem relacionar-se com os padrões alimentares da criança e o seu peso. Foram entrevistadas 14 mães de crianças com diagnóstico de excesso de peso ou obesidade, utentes da Consulta de Obesidade Infantil do Departamento de Pediatria do Hospital de Santarém, EPE. Recorreu-se à entrevista semi-estruturada e a análise dos dados foi feita segundo o método da Grounded Theory. Sublinha-se o tempo que medeia entre o inicio do aumento de peso e a procura de ajuda por parte das mães, maioritariamente promovido pelos técnicos; e a pouca preocupação das mães com a saúde da criança e a ausência de uma atitude pró-activa, levando à adopção de comportamentos contraproducentes face à perda de peso e sem efectivas alterações do padrão alimentares da criança. Estas mães desvalorizam sistematicamente a imagem corporal da criança e demitem-se do seu papel de cuidadoras à medida que a criança se autonomiza, numa atribuição de responsabilidade pelo excesso de peso exclusivamente à criança. ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A INFLUÊNCIA DA ANSIEDADE PARENTAL NA ANSIEDADE INFANTIL Filomena Dias ([email protected]), Ivone Patrão & Pedro Martins ISPA O objectivo principal deste trabalho foi estudar a influência parental na ansiedade infantil. Para esse efeito avaliou-se a ansiedade dos pais, a ansiedade das crianças, a relação entre a ansiedade parental e a ansiedade das crianças, e entre estas variáveis e os pensamentos (positivos, neutros e negativos) e os planos de coping elaborados pelos pais e pelas crianças. Neste estudo de tipo longitudinal e correlacional participaram um total de 79 sujeitos, 31 crianças e 48 pais. A amostra foi recolhida por conveniência através do método de Bola de Neve na Ilha Terceira (Açores). Foram aplicados dois Questionários SócioDemográficos para a caracterização da amostra; a Escala “ Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders (SCARE-R)” versão revista de Muris, Merckelbach, Shmidt & Mayer (1999) para avaliar a ansiedade das crianças; a Escala “Fear Survey Schedule III (FSS-III)” de Arrnindell (1980) para avaliar a ansiedade dos pais; e o instrumento “9 Scripts Potentially Threatening for Anxious Children de Bögels e Zigterman (2000) que permitiu estudar a influência da ansiedade parental na ansiedade infantil. Os resultados obtidos indicam que há uma correlação positiva significativa entre a ansiedade dos pais (mãe+pai) e a ansiedade das crianças. A QUALIDADE DOS CUIDADOS PRESTADOS ÀS CRIANÇAS FILHAS DE MÃES EM PROGRAMA DE METADONA Ana Sofia Silva & António A. Pazo Pires ([email protected]) ISPA Os estudos sobre o comportamento parental com mães toxicodependentes têm-se debruçado maioritariamente sobre as consequências nefastas do abuso de substâncias das mães no desenvolvimento da criança, evidenciando-se uma falta de estudos que aprofundem a experiência e dificuldades sentidas por estas mães, com consequências na relação estabelecida com os filhos e nos cuidados prestados a estes. O objectivo deste estudo é avaliar o comportamento parental de mães toxicodependentes em programa de metadona, durante os dois primeiros anos de vida, bem como avaliar o efeito de variáveis contextuais, tais como a rede social de apoio, apoio do companheiro e a auto-percepção de competência parental sobre a qualidade dos cuidados prestados, sobre a interacção mãe-filho e o desenvolvimento da criança. Os participantes são 51 mães seguidas durante a gravidez numa Maternidade e as suas crianças – 26 mães toxicodependentes em programa de metadona e 25 mães não toxicodependentes, com um índice mínimo de gravidez de risco, constituindo o grupo de controlo. Foram aplicados instrumentos de natureza quantitativa – Escala de Nutrição, Escala de Suporte do Parceiro, Escala de Percepção de Competência Parental, Escala de Actividades de Cuidados à Criança, Escala de Paciência/Irritabilidade Maternal, Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley, Entrevista de Redes Sociais, Índice da Severidade da Adicção – e de natureza qualitativa - Entrevista Entrevista Semi-Estruturada - no final da gravidez 3º, 6º, 12º, 18º e 24º mês de idade da criança. Os resultados apontam para diferenças significativas entre os dois grupos, ao nível do desenvolvimento da criança, do suporte social e do apoio familiar, do cônjuge ou parceiro. COPING DE PAIS FACE AO INTERNAMENTO DE UM FILHO PREMATURO: ESTUDO PRELIMINAR T. Botelho ([email protected]), M. J. Figueiras, I. Morgado, E. Figueiredo, F. Fonseca, L. Ferreira & R. Novais ISPA Objectivos: Avaliar as estratégias de coping face ao internamento de um filho. Método: Utilizou-se um protocolo constituído pelos seguintes instrumentos de avaliação: 1) Adaptação portuguesa do questionário de Folkman e Lazarus “Ways of Coping Questionnaire”- WOC (Ribeiro e Santos, 2001); 2) entrevista de caracterização de dados sociodemográficos, familiares e clínicos da criança. Estudo exploratório e transversal, amostra de conveniência de pais e mães (n= 30) de recém-nascidos prematuros internados numa Unidade Cuidados Especiais Neonatais (UCEN). Excluíram-se os pais com filhos em risco de vida, prognóstico reservado e casos sociais. Resultados: Os resultados reflectem os esforços de coping dos pais para lidar a situação de internamento do filho ou os resultados sugerem que os pais durante o internamento do filho usaram estratégias de coping comuns, nomeadamente estratégias dirigidas ao problema e estratégias de auto-regulação das emoções. Conclusão: A intervenção psicológica junto dos pais de bebés prematuros numa UCEN deve avaliar as estratégias de coping que estão a ser utilizadas por forma a promover o seu bem estar psicológico. AFERIÇÃO PORTUGUESA DE UMA ESCALA DE PREOCUPAÇÕES PARENTAIS: DADOS PRELIMINAES Susana Algarvio ([email protected]), Isabel Leal & João Maroco ISPA Pretendeu-se com este estudo validar uma Escala de Preocupações Parentais, desenvolvida em estudos anteriores (Algarvio & Leal, 2002, 2005; Algarvio, Leal, Maroco e Moreno, 2008), para a população portuguesa. Os participantes foram 300 pais de crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos, a frequentar Escolas Públicas do Ensino Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico de todos os Concelhos de Portugal Continental. A Escala de Preocupações Parentais é constituída por 24 itens divididos por 5 subescalas: Problemas Familiares e Preocupações Escolares, Desenvolvimento Infantil, Preparação, Medos e Comportamentos Negativos, em formato de escala de Likert, com 5 possibilidades de resposta, não me preocupo nada, pouco, razoavelmente, bastante e muitíssimo. PERCEPÇÃO FAMILIAR EM JOVENS OBESOS E COM EXCESSO DE PESO Filipa Jardim & Teresa Botelho ([email protected]) ISPA Esta investigação surge da pertinência em abordar a temática do excesso de peso e obesidade infantis, um dos problemas mais presentes e persistentes dos países desenvolvidos. O objectivo deste estudo foi explorar em que medida o peso dos préadolescentes influencia a percepção da sua dinâmica familiar. Este é um estudo comparativo transversal, no qual participaram 60 jovens, com idades entre os 10 e os 12 anos, sem doenças orgânicas associadas nem perturbações graves do comportamento. Foram divididos em dois grupos de 30: um com excesso de peso/ obesidade, recolhido no Hospital Fernando Fonseca e o outro sem excesso de peso/ obesidade, recolhido no Hospital da Luz e na Piscina da Reboleira. Através da aplicação de um Questionário Sócio-Demográfico e do Teste das Relações Familiares de Bene e Anthony (1985) verificou-se que os jovens com excesso de peso tendem a relacionar-se afectivamente com os pais de forma dicotómica: amor ou ódio. Não são capazes de idealizar as suas figuras significativas, investem pouco em si e têm com a mãe uma relação assente na superprotecção. Conclui-se que estes jovens têm uma identidade frágil e comem, sobretudo, emocionalmente, evidenciando dificuldades na diferenciação de sentimentos e sensações. S21 CORPO E ALMA: DICOTOMIA OU INDISSOLUBILIDADE? Coordenador: Henrique Figueiredo Carneiro CORPO E ALMA NA SAÚDE DO SUJEITO: APORTES PARA A REPRESENTAÇÃO DA SAÚDE EM TEMPOS DE VIOLÊNCIA Henrique Figueiredo Carneiro ([email protected]) A saúde enquanto uma categoria subjetiva é quase sempre pensada sob a ameaça da enfermidade, do mesmo modo que o prazer e a vida são pensados em função dos seus opostos dor e morte. Quais os aspectos que podemos enlaçar a partir destas referências como fundamentais para uma discussão do sujeito e suas representações, considerando que sobre estas categorias subjetivas um mundo de discursos se move, visando exatamente um objeto único: o corpo? Começamos pelo campo dos atos violentos desfechados sobre o corpo do próximo, por assumir um status epidêmico e pela preocupação das políticas de saúde pública. Para situar o sujeito frente ao ato lançado sobre o corpo, vamos ao Fédon, onde Platão indica que Sócrates diante de seus discípulos exibe o corpo memorável do Mestre, um corpo mortal, prestes a ser invadido pela cicuta, mas representável pelo sentido da morte. Em contrapartida, em tempos de atos de violência disseminada, não há corpos memoráveis e sim, corpos esvaziados de suas historias. O próximo é só o outro duplicado, sem trajetória e sem porvir. A representação da vida, do prazer e da saúde, é subvertida pelos seus contrários, isto é, por uma não representação ou, se podemos dizer, pela morte da representação, pela supressão da dor e pela insuportável idéia de adoecimento. No ponto de interseção de todas estas faltas de representação o corpo é o meio que sustenta o último clamor do sujeito. Corpos carregados de sinais, entupidos de objetos, perfurados, cortados, e arrumados pela estetização da morte. Da morte da representação, assistimos a estetização da morte como outra forma de representação. Representações da anatomia, da arte, da religião, todas elas, banhadas de formas plásticas, indicam que sob esta pele subjaz as conseqüências que se transformam em clamor. Esta dinâmica parece ser um grande desafio que desponta hoje como a construção de aportes para a representação da saúde em tempos de violência. Para seguir o eixo discursivo proposto no simpósio “CORPO E ALMA: dicotomia ou indissolubilidade?”, partiremos de uma citação do Fédon, sobre a impossibilidade do sujeito apossar-se apenas dos ideais, sem que se apresentem os contra-ideais e concluímos com uma citação de Nelly Schneidt sobre a morte da representação. No intervalo destas duas citações trabalharemos com o que está além do prazer, além da vida e além da saúde, através de conceitos da metapsicologia psicanalítica. Finalizamos com apresentação de ilustrações que demonstram a estetização da morte como uma tentativa de representação. O CORPO E A DOR: PROCESSOS SUBJETIVOS ENTRE A MEDICINA E A PSICANÁLISE Leônia Cavalcante Teixeira ([email protected]) O corpo sofrente diz do sujeito em padecimento, do seu pathos. As relações da Medicina com a Psicanálise são férteis para abordar ambos os campos a partir de plurais aspectos, porém as questões sobre corpo e alma parecem constituir o solo sobre o qual as interfaces entre os saberes e práticas médicos e psicanalíticos se fundam. Os destinos das ações do médico e do analista, quando problematizados, colorem as peculiaridades das áreas em questão, particularmente as vicissitudes do ato analítico no que este carrega de mais específico e distanciado da prática médica na abordagem do sofrimento. A Psicanálise situa-se nos registros ético, estético e político, daí se relevante a prática clínica e suas vicissitudes. O exercício crítico da Psicanálise inclui o repensar constante e criativo sobre seus limites e suas repercussões, particularmente quando abordamos a dor como destino subjetivo. Nesse sentido, propomo-nos a investigar os lugares da dor física nas fronteiras entre Medicina e Psicanálise, privilegiando as doenças que acometem a pele. Para tanto, priorizaremos as leituras de Freud, Lacan, Winnicott e Anzieu, contextualizando suas contribuições no cenário sócio-cultural atual, no qual a cultura somática delimitada pelo campo biomédico parece nortear os processos subjetivos. CORPO: MATÉRIA PENSANTE E SOFRENTE Edilene Freire Queiroz ([email protected]) No contexto contemporâneo o corpo tem entrado como componente do conflito e não como pano de fundo dos embates entre afetos, pulsões e representações e as patologias do corpo são psicopatologias em respostas ao mal estar produzido pela cultura. Tal problemática nos remete a um longo e complexo processo histórico. As diversas doutrinas gnósticas radicalizam a aversão ao corpo, pois manifestam um ódio ao corpo, considerado a parte maldita do homem porque está sujeito ao envelhecimento, à doença e à morte. Trata-se de um dualismo rigoroso no qual, de um lado, está o corpo, o tempo, a morte, a ignorância, o mal e, do outro, está a alma, a plenitude, o conhecimento, o bem. O corpo aparece, então, como limite insuportável do desejo. A maior parte da filosofia do século XX reconhece, pelo menos em princípio, que a corporeidade é uma condição da vida mental. Spinoza recusou a dicotomia alma/corpo, pois para ele, o pensamento é uma consciência do corpo; corpo e mente não estão relacionados casualmente, são expressões paralelas da única realidade. Na tradição moderna, Nietzsche foi o primeiro a pensar o corpo, o excesso do corpo e o domínio dele mesmo. O corpo e seus excessos na afetividade é, então, o lugar por excelência da passagem à vida. A fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty trata da natureza da percepção do nosso próprio corpo e do lugar dos nossos corpos na percepção de outras coisas. Ele concebe o corpo como encarnação da consciência. Vive-se em um corpo e vive-se de um corpo. Para Freud não há psiquismo sem corpo e para se compreender um é preciso entender o outro. O conceito de pulsão dar conta dessa zona fronteiriça entre corpo e psiquismo. A noção de EU é concebido como uma entidade de superfície que se constitui como mediação entre o psiquismo e a exterioridade e que deriva das sensações corporais. Experimentar as sensações e reações dentro do corpo seria um modo de se estar informado sobre o fora. CORPO E ALMA: PONTUAÇÕES À LUZ DA ESQUIZOFRENIA Ilka Franco Ferrari ([email protected]) & Vera Lopes Besset ([email protected]) A partir da inspiração freudiana, na vertente inaugurada por Lacan, podemos dizer que, por estar inserido na cultura, na linguagem, o sujeito não pode se equivaler, identificarse com seu corpo. Isso não o impede, entretanto, de fantasiar que tem um corpo. Ao mesmo tempo, por não ignorar que “algo fala neste corpo”, “algo pensa neste corpo”, pode acreditar na existência de uma alma como solução para algumas perguntas sem respostas. No Seminário “O sinthoma”, publicado no Brasil em 2007, Lacan afirma que a crença na alma e, mais absurdo ainda, a crença de que se tem uma alma, é decorrente desta certeza do corpo como estranho e, consequentemente, da convicção de que não se é o corpo, Em Radiofonia e Televisão, textos publicados no livro “Outros Escritos”, divulgado em português a partir de 2003, Lacan já alertava que o homem não pensa com sua alma, como imaginavam alguns filósofos. O homem pensa porque a estrutura da linguagem recorta seu corpo que não é pura anatomia. Trata-se de questão colocada por Freud, ao dizer da psique, nada mais que o inconsciente que se estruturava como uma linguagem, ou seja, que supunha o Outro. A alma, nesta direção, só faz sentido como aquilo que se pensa a propósito do corpo. O Deus cristão, por exemplo, não é pura alma, ele se encarna em um corpo. E a experiência psicanalítica iluminou o fato de que o corpo não é um dado primário, ou seja, que o “ser vivente” não é idêntico ao corpo. Para que haja corpo, para que haja sua experiência subjetiva, faz-se necessário uma imagem corporal significada, que se junte ao organismo vivente, em operação que supõe, deste modo, o corpo simbólico que deve ser incorporado. Na psicose, como há carência do simbólico, daquilo que Lacan chamou, a partir de Freud, de significante fálico ordenador e localizador do gozo em zonas erógenas, pois o significante do Nome do Pai está foracluido, acontecem diversas desordens na economia do gozo. Essas desordens se manifestam ao nível de um corpo fragmentado, já que não ordenado em torno das zonas erógenas, resultando no que Freud, ao abordar a esquizofrenia, chamou de linguagem do órgão. Para o esquizofrênico o significante se apresenta fora de sentido, por isto aparece no real, levando Lacan a dizer que o psicótico está fora do discurso, logicamente, fora do discurso do mestre onde se localiza o inconsciente ordenado pela lei fálica, própria da neurose. Em sua luta cotidiana, cabe ao psicótico a tarefa de tentar constituir um corpo, pois, se para o neurótico há a possibilidade de dizer que se tem um corpo, ao psicótico ela é vetada. Na psicose há identidade entre corpo e organismo. O corpo é igual ao organismo. Se eles são iguais, a alma só pode aparecer de forma alucinada e delirante, retorno no real daquilo que não pode ser simbolizado e expresso de forma fantasiada. Há, dessa forma, um trabalho na psicose que mostra a busca de temperar a invasão de gozo não contido pelo significante fálico, vivido como invasão persecutória ou erotômana. S22 ACONTECIMENTOS DE VIDA E AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO: UM CONTÍNUO COGNITIVO Coordenador: José Pestana Cruz DESENVOLVIMENTO AO LONGO DA VIDA - CONTINUIDADE EVOLUTIVA Ana Ribeiro & José Pestana Cruz A GÉNESE DO PERFECCIONISMO: VINCULAÇÃO E ACONTECIMENTOS DE VIDA NEGATIVOS Cláudia Carmo & José Pestana Cruz ESCALA DE ESTILOS DE VIDA PARA IDOSOS (EEVI): CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO Elsa Campôa, Ana L. Ribeiro & José Pestana Cruz NARRATIVAS DE VIOLÊNCIA: ANÁLISE DE HISTÓRIAS DE VIDA DE MULHERES VICTÍMAS DE VIOLÊNCIA CONJUGAL Martine Carapeto & José Pestana Cruz A presente investigação tem como principal objectivo compreender a vulnerabilidade e a predisposição para o estabelecimento e manutenção de relações conjugais abusivas, a partir do ponto de vista das mulheres vitimas. Para isso foram recolhidas e analisadas vinte narrativas de histórias de vida redigidas por mulheres vítimas de violência conjugal. As histórias de vida foram submetidas a análises qualitativas e quantitativas em 9 níveis distintos que, emergiram da sua leitura. A análise efectuada permitiu identificar os diferentes acontecimentos de vida negativos prévios à relação abusiva, as características da relação conjugal e da violência estabelecida, bem como as suas consequências a nível cognitivo, emocional e comportamental. Para além disso, emergiram da análise as atribuições de sentido que a mulher vitima imputa à conduta violenta do parceiro, assim como determinadas características pessoais, como características de personalidade, padrões de vinculação, estilos cognitivos e convicções pessoais básicas. Os acontecimentos de vida negativos (e.g., experiências de vitimação) parecem facilitar e reforçar o desenvolvimento de características pessoais específicas, as quais tendem também, a influenciar a reocorrência desses acontecimentos. Parece assim formar-se um quadro de vulnerabilidade e predisposição para o estabelecimento e manutenção de relações conjugais abusivas, que apresentamos num modelo compreensivo sobre a vitimização. ACONTECIMENTOS DE VIDA NEGATIVOS, PADRÕES DE VINCULAÇÃO E IDEAÇÃO SUICIDA Marta Brás, José Pestana Cruz & Saul Neves de Jesus A vivência de acontecimentos negativos na infância tem sido associada a múltiplos problemas psicológicos na idade adulta, tais como a ideação e conduta suicidas (Dieserud, Forsén, Braverman, & Røysamb, 2002). Todavia, o modo como essas experiências contribuem para o surgimento de ideação e conduta suicidas na adultez continua por ser explorado. Uma das linhas de investigação neste âmbito centra-se nos padrões de vinculação inseguros (Lessard & Moretti, 1998). O presente estudo pretende avaliar a influência de acontecimentos negativos e de padrões de vinculação na manifestação de ideação suicida e investigar se o padrão de vinculação preocupado exerce um papel mediador da relação entre acontecimentos de vida negativos e ideação suicida. A amostra deste estudo foi constituída por 338 sujeitos de ambos os sexos, com uma média de 28,74 anos. Os instrumentos aplicados foram: Inventário de Acontecimentos de Vida Negativos (Brás & Cruz, 2008b), Questionário de Estilo Relacional (Moreira, 2000) e Questionário de Ideação Suicida (Ferreira & Castela, 1999). Em conjunto, os acontecimentos negativos (β=3,10) e o padrão de vinculação preocupado (β=5,00) explicam 20,7% da variância da ideação suicida, enquanto que os acontecimentos negativos (β=3,79) per se explicam 15,1%. A testagem do modelo mediador obteve valores significativos. Conclui-se, assim, que acontecimentos negativos podem influenciar a ideação suicida de forma directa, bem como por mediação do padrão de vinculação preocupado. MOTIVAÇÕES, EXPECTATIVAS E AJUSTAMENTO PSICOLÓGICO À CIRURGIA PLÁSTICA E ESTÉTICA Paula Pires1, José Pestana Cruz2 & João Hipólito3 1 Departamento de Psicologia e Sociologia da Universidade Autónoma de Lisboa; 2 aculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve; 3 Departamento de Psicologia e Sociologia da Universidade Autónoma de Lisboa. As pessoas que procuram a cirurgia plástica têm consciente o desejo de mudar a sua aparência. Embora não consigam por vezes verbalizar de forma clara o que as motivou nesta tomada de decisão, têm expectativas quanto aos resultados não só a nível físico mas também das consequências psicológicas que as mudanças físicas podem trazer. Em ultima instancia esperam que se verifique um ajustamento psicológico às alterações físicas e consequentemente que se verifique uma mudança na suas vidas. O nosso trabalho pretende conhecer a realidade portuguesa em relação às motivações e expectativas que levam as pessoas a recorrer à cirurgia plástica e estética: perceber porque é que a pessoa está interessada na cirurgia naquele momento; como é que a pessoa antecipa que será a sua vida após a mudança física, o que é que os outros pensam sobre a sua decisão de mudar, quais as suas principais preocupações em relação aos resultados, entre outras que podem surgir. O nosso objectivo é a construção de um questionário de motivação para a cirurgia plástica e estética que nos permita um melhor conhecimento dos factores psicológicos que influem na decisão de mudar, mas também conhecer de que forma estes factores podem ter um papel no ajustamento psicológico pós cirurgia. S23 PROMOVENDO A SAÚDE EM CONFIGURAÇÕES FAMILIARES DIVERSIFICADAS Coordenador: Isabel Gomes PROMOVENDO SAÚDE NAS FAMÍLIAS RECONSTITUIDAS Gomes, Isabel. C. ([email protected]) Instituto de Psicologia da USP, São Paulo / SP A psicologia, entre outras áreas, vem discutindo as mudanças que estão ocorrendo na família, principalmente nas ultimas décadas, tendo como referencial histórico o modelo de família tradicional, ou seja, a família constituída pelo casal parental e filhos. Denominamos de novas configurações familiares, outras formas de se relacionar e de viver junto, que, necessariamente, implicam numa ampliação do termo “família”, como conseqüência da contemporaneidade. Nos deteremos nas famílias reconstituídas, advindas do surgimento do divórcio, que encerram novos modelos e papéis: O padrasto (que assume o lugar de pai) na nova família, mas, que abdica da função paterna na família anteriormente constituída. O(s) filho(s), enteado (s), irmão (s), co-irmão (s), numa revivescência edípica com os novos parceiros dos pais e novas fratrias. A mulher, esposa e/ou mãe, elo de ligação ou intromissão entre a relação conjugal passada e o casamento atual. O ex-marido, pai temporariamente, rivalizando com a convivência permanente de outro homem com seus filhos. Padrões complexos de relacionamento que acabam gerando situações conflituosas entre os membros e um sentimento de “orfandade” nos filhos. Através do relato de casos clínicos, discutiremos a dinâmica das relações nessas famílias, no sentido de propor medidas preventivas, visando eliminar esse sentimento de abandono parental. O GRUPO DE REFLEXÃO COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE NO TRABALHO COM FAMÍLIAS ADOTIVAS. Lidia Levy ( [email protected])1; Solange Diuana, ([email protected])2 & P. Glicério Pinho ([email protected])3 1 Departamento de Psicologia da PUC-Rio, Rio de Janeiro, RJ; 2 Coordenadora Café com Adoção, Rio de Janeiro, RJ; 3 Psicóloga da VIJI e Coordenadora do Café com Adoção, Rio de Janeiro, RJ. Os requerentes em processo de adoção têm necessidade de um tempo equivalente a uma gravidez psíquica, precedendo o encontro com a criança. Quando a decisão de adotar decorre da impossibilidade de gerar, um trabalho de luto precisa ser feito tanto para elaborar a referida impossibilidade, quanto as inquietudes diante do desconhecido, as incertezas e dúvidas que os acometem sobre sua própria capacidade de acolher como filho uma criança, que não foi por eles gerada. Da mesma forma, faz-se necessário confrontar a criança ideal, imaginada pelos futuros pais, à realidade da criança a ser adotada, principalmente, quando se trata de uma adoção tardia. A Vara da Infância, Juventude e do Idoso (VIJI) do Rio de Janeiro, tem oferecido um espaço onde a troca de informações e de experiências vem auxiliando diversos sujeitos a trabalhar as fantasias e receios que envolvem a paternidade adotiva. Um grupo de reflexão, denominado “Café com Adoção”, foi criado como uma estratégia para a promoção da saúde das famílias que se constituem pela via da adoção, na Comarca da Capital do Rio de Janeiro. O objetivo deste estudo é descrever seu funcionamento e destacar sua importância na elaboração do processo de filiação. AVÓS GUARDIÃS E SEUS NETOS: IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE Dias, Cristina M. S. B. ([email protected]) Universidade Católica de Pernambuco, Recife / Brasil Sabemos que é crescente a quantidade de avós que estão efetivamente criando os netos devido a circunstâncias diversas. Optamos por utilizar o termo avós guardiãs para designá-las. Elas podem experimentar diversos sentimentos como: perda, ansiedade, estresse relacionado ao isolamento social e à responsabilidade, raiva e rancor contra os filhos que as deixaram em tal situação. Elas podem vivenciar medo de não poderem acompanhar o crescimento dos netos até se tornarem adultos e de não ter quem cuide deles na sua falta. Muitas se sentem inadequadas e acham que falharam como mães e, com isto, apresentam confusão de papel por estarem desempenhando uma função que, na realidade, seria dos pais. Também se queixam de seu estado de saúde (dores de estômago, dores de cabeça, cansaço e outros sintomas) e algumas chegam a desenvolver depressão. As avós tendem a esquecer sua própria condição de saúde para atender às necessidades dos netos. Estes, por sua vez, têm sido vistos como crianças de risco, dependendo do fator que desencadeou sua ida para a casa dos avós e podem apresentar dificuldades a nível escolar, comportamental e, inclusive, depressão. Dessa forma, pretendemos discutir as repercussões na saúde de avós e netos que convivem juntos em tempo integral. S24 SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E MIGRAÇÕES Coordenador: NATÁLIA RAMOS MOBILIDADE INTERNACIONAL DE PESSOAL QUALIFICADO NA ÁREA DA SAÚDE – DESAFIOS E OPORTUNIDADES Maria Da Conceição Ramos ([email protected]) Universidade do Porto Assistimos nos últimos anos ao aumento e diversificação das migrações internacionais e à procura de pessoal qualificado no sector da saúde. Qual o papel destes imigrantes nos países de acolhimento? Até que ponto o seu movimento migratório afecta o desenvolvimento das sociedades de origem, correspondendo ao fenómeno da fuga de cérebros? Procura-se analisar as repercussões da mobilidade internacional de pessoal qualificado da saúde nos países de origem e de acolhimento e os principais desafios e oportunidades que levantam, em particular ao nível da saúde. Nos países de acolhimento os imigrantes contribuem para o funcionamento do sistema de saúde devido ao seu número importante, assegurando também a continuidade dos serviços durante noites e fins de semana e estando presentes nas regiões e áreas mais necessitadas de pessoal de saúde. Para valorizar as competências dos profissionais de saúde estrangeiros e manter a qualidade dos cuidados, os países da OCDE insistem nas políticas de validação das suas qualificações, nas autorizações e condições especiais de entrada no território, iniciativas em favor do recrutamento para zonas rurais e no estabelecimento de códigos de conduta no recrutamento destes trabalhadores. Sendo a saúde um bem público e o acesso aos cuidados um direito fundamental, os objectivos de desenvolvimento do milénio no que diz respeito à saúde são elementos chave da solidariedade internacional, devendo os países de acolhimento e de origem reforçar a sua cooperação para partilharem os benefícios da mobilidade internacional dos profissionais de saúde, oferecendo-lhes oportunidades para utilizar as suas competências onde são mais úteis, dando-lhes condições de emprego adequadas e garantindo também o direito individual à mobilidade. QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO COM BRASILEIROS MIGRANTES Maria da Penha de Lima Coutinho ([email protected])1; Ieda Franken2 & Natália Ramos3 1 UFPB, João Pessoa, Brasil; 2 UFPB/ UAb; 3 UAb, Lisboa A vivência migratória envolve a capacidade de fazer face à mudança que a decisão de migrar origina, como a capacidade de gerir o sentimento de abandono, angústia e perda que as rupturas afetivas, físicas e culturais desencadeiam e a capacidade de reconstrução, de incorporação de elementos da nova cultura. Neste direcionamento esta investigação objetiva estudar a qualidade de vida e saúde mental no contexto da migração internacional com brasileiros imigrantes que residem na cidade de Genebra/Suíça. Participaram do estudo, 101 imigrantes brasileiros de ambos os sexos com idade entre 20 a 55 anos, que foram submetidos a um Questionário sóciodemográfico; técnica de associação das palavras, com três estímulos indutores: migração, qualidade de vida e saúde mental. Os resultados do questionário bio-sóciodemográfico identificaram que os participantes são na sua maioria do sexo feminino (65%), solteiros (59%), inseridos na faixa etária de 20 a 39 anos, com tempo de migração acima de 5 anos (39,3%), e com tipo de migração documentada temporária e/ou permanente (62,3%). Os resultados advindos da técnica de associação livre de palavras apresentaram campos semânticos com similitudes e diferenças, quanto ao conteúdo das representações e de sua estrutura, que se colocam em posições, simetricamente, opostas nos fatores (F1 e F2) em função das variáveis: sexo, tempo e tipo de migração. Vale ressaltar que as representações sobre migração, qualidade de vida e saúde mental no contexto migratório, não existem enquanto entidades isoladas de sua forma de expressão, mas entrelaçadas às experiências e vivências de ordem psicológica, social e cultural. QUALIDADE DE VIDA NO CONTEXTO MIGRATÓRIO: UM ESTUDO COM IMIGRANTES AFRICANOS RESIDENTES EM JOÃO PESSOA - PB, BRASIL Maria da Penha Lima Coutinho ([email protected]), Lúcia Maria dos Santos Barreto & Cristiane Galvão Ribeiro. UFPB, João Pessoa A Qualidade de Vida operacionalizada nesta investigação abrange um conceito polissêmico, que reflete significados e conhecimentos, experiências e valores individuais e coletivos, em diferentes épocas, espaços e histórias. Conceito este que ratifica o da Organização Mundial de Saúde (OMS) que preconiza o mesmo como a percepção do indivíduo quanto ao seu posicionamento no contexto cultural e nos sistemas de valores no qual ele se insere, utilizando seus objetivos, expectativas, preocupações, padrões, como referência. Nesse sentido é mister estudar este fenómeno no contexto da migração, pois em geral, os imigrantes são obrigados a enfrentar situações de isolamento, incompreensão, nova cultura, novos hábitos e muitas vezes a hostilidade, insegurança e a indiferença da população. Esta investigação objectivou estudar a Qualidade de Vida dos migrantes africanos residentes em João Pessoa-PB. Brasil. Utilizou-se como instrumento a escala de mensuração da qualidade de vida WHOQOL-bref. Participaram da pesquisa 102 imigrantes africanos com idade entre 18 e 35 anos, a maioria do sexo masculino (53,8%), solteiros (78,8%) e estudantes (82,7%). Os resultados apontaram no domínio geral um nível médio no que tange aos quatro domínios (X= 3,87 DP=0,66). A avaliação foi mais alta nos domínios psicológico e físico (X = 4, l4 e DP = 0,48; X = 3,87 e DP = 0,45), respectivamente. Em síntese, verificou-se que, apesar das dificuldades encontradas no processo migratório, os resultados demonstraram bons níveis de qualidade de vida, provavelmente devido os participantes viverem em situação legal temporária com vista a um processo de desenvolvimento acadêmico e de obtenção de qualificação profissional. SAÚDE, MIGRAÇÃO E DIREITOS HUMANOS Natália Ramos ([email protected]; [email protected]) Universidade Aberta, Lisboa No mundo contemporâneo, as novas realidades multi/interculturais fazem com que os homens e as mulheres do século XXI, mantenham múltiplas pertenças identitárias e redes transnacionais, conheçam novas oportunidades de desenvolvimento, desenvolvam novas formas de relações sociais e interculturais e novas práticas de cidadania, tenham conquistado novos direitos mas, conheçam, igualmente, novos conflitos, vulnerabilidades e problemas sociais, comunicacionais e de saúde e novas formas de discriminação e de exclusão. Tendo como base resultados de estudos realizados com migrantes de diferentes origens culturais e residentes em contextos culturais diversos, nomeadamente em Portugal, analisa-se e discute-se as múltiplas e complexas relações e variáveis individuais e colectivas, nomeadamente psicológicas, sociais, culturais, ambientais e políticas, implicadas nas questões da saúde e doença, na acessibilidade aos serviços de saúde e, ainda, no processo migratório e de aculturação. Estas variáveis podem originar isolamento, stresse, ansiedade, depressão, conflito, exclusão e doença, elementos que poderão afectar não apenas a saúde mental e física, o bem-estar e a qualidade de vida dos migrantes, como dificultar, igualmente, o seu acesso aos cuidados de saúde e à prevenção e a reivindicação dos seus direitos e exercício de cidadania. Analisam-se, igualmente elementos de protecção e resiliência, capazes de transformar a vulnerabilidade e trauma associados ao processo migratório, num processo criativo, estruturante e dinamizador. S25 PSICOLOGIA DA SAÚDE MATERNO FILIAL Coordenador: Dra. Ivonise Fernandes da Motta INTERVENÇÕES NO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO: PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL Ivonise Fernandes da Mota ([email protected]) Professora doutora do Departamento de Psicologia Clínica, Instituto de Psicologia, USP. Nesta pesquisa investigaram-se as possibilidades de intervenção psicológica abreviada, com a finalidade de fornecer auxílio aos pais no desempenho de suas funções parentais, no sentido de favorecer o desenvolvimento psicológico da criança. Estudamos vinte famílias que procuraram o psicólogo, motivadas fundamentalmente por três razões básicas: algum sintoma apresentado pela criança; momento crítico vivenciado pelos pais ou família; presença específica de angústia acentuada no vínculo por um dos pais ou ambos, com um dos filhos ou com os filhos em geral. Pudemos concluir que quando a relação entre a mãe e a criança é boa, o mesmo se aplica para a maioria dos resultados do atendimento. Há tendência semelhante quanto à relação pai-criança. Se a relação entre os pais é boa, também encontramos uma possibilidade maior do atendimento ser bom. Quando o relacionamento mãe-criança ou pai-criança não é bom qualquer intervenção breve realizada teria por objetivo preparar ou possibilitar as possibilidades de realização de um atendimento psicoterápico de longa duração. Concluímos que o sucesso ou fracasso das intervenções realizadas está relacionado fundamentalmente às condições emocionais dos pais. Confirmamos que um dos aspectos mais valiosos desse tipo de intervenção psicoterápica é o resgate da confiança para a maternidade ou paternidade. CONSULTAS TERAPÊUTICAS COM JOVENS COM FATORES DE RISCO Maria Tereza de Oliveira ([email protected]), Leila Salomão de la Plata C. Tardivo & Ivonise Fernandes da Motta Adolescentes atendidas por um Grupo Assistencial em cidade do sudeste brasileiro no período 2002-2008 participaram de reuniões psicossociais mensais coordenadas pela primeira autora. A cidade, com poucas opções culturais e lazer, aproxima jovens à vida noturna que ficam sujeitos a desenvolver condutas anti-sociais com abuso de álcool e drogas, sexo sem segurança, violência urbana e acidentes. Na referida instituição, educadores e artesões voluntários ministram aulas na instituição em períodos opostos ao que as jovens freqüentam a educação formal e as jovens podem realizar estágio profissional remunerado, supervisionado pela instituição. O atendimento psicológico foi feito através de consultas terapêuticas para lidar com questões de integração e manutenção do vínculo emocional entre elas e com a instituição e apontaram a necessidade eventual de atendimentos diferenciados, como o procedimento projetivo de Desenho Temático com o tema “O jovem em Fartura, nos dias de hoje, como se sente”. No grupo se discutiram as associações dos desenhos, ressaltando aspectos positivos das percepções e das vivências atuais das jovens objetivando ajudá-las em futuras escolhas. Concluindo, pretende-se continuar com as consultas terapêuticas e o grupo funcionando como um setting de acolhimento e facilitação na expressão por meio de alguns instrumentos, como rabiscos coletivos que desenham o presente e sonham o futuro. QUANDO O RELACIONAMENTO DO CASAL INFLUÊNCIA NEGATIVAMENTE NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ Maria Aparecida Mazzante Colacique ([email protected])1 & José Tolentino Rosa2 1 Psicóloga clínica do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP; doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo; 2 Professor doutor do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP; professor titular da Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade Metodista de São Paulo. A convivência inicial de um casal pode dificultar o acolhimento da mulher grávida, com sérios transtornos no vínculo mãe-bebê. As condições favoráveis da família promovem o crescimento mental do filho. A compreensão da comunicação da criança pela família facilitam a psicoterapia da criança que vive em uma ambiente de angústia circulante. O ambiente de holding fortalece a confiança na relação mãe-bebê e as defesas contra a angústia. Casuística: Descreve o atendimento de uma criança de três anos de idade, agitada e com dificuldade interpessoal, com comportamento estranho e solitário. O diagnóstico não encontrou psicopatologia relevante e foi indicada a psicoterapia. Evolução clínica: O atendimento durou 15 anos, com freqüência semanal de duas e três vezes. O casal não acolheu bem o menino ao nascer, a mãe teve dificuldades no aleitamento, sentia raiva do filho. Tomou consciência disso durante a orientação psicológica. Mudou sua atitude e se tornou mais amorosa com o filho, que pode recuperar as partes perdidas e fragmentadas do self. O casal separou-se e o filho ficou mais integrado, podendo viver a agressividade e a criatividade, a medida em que a mãe desenvolveu a maternagem, a preocupação materna primária, com aceitação do filho e de suas limitações. S26 INFORMAÇÃO EM PSICOLOGIA: BREVE PANORAMA DA AMÉRICA LATINA, ESPANHA E PORTUGAL Maria Imaculada Cardoso Sampaio ([email protected]) ORGANIZAÇÃO E ACESSO À INFORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NA AMÉRICA LATINA E CARIBE Maria Imaculada Cardoso Sampaio ([email protected]) (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, BVS-Psi Brasil e BVS ULAPSI Brasil Para que o conhecimento psicológico latino-americano e do Caribe possa integrar-se efetivamente, é essencial que os pesquisadores, profissionais, professores, estudantes e demais pessoas envolvidas com a matéria tenham acesso à informação de boa qualidade produzida na região e publicada em revistas, livros, teses e outros tipos de publicações. Esse acesso só é viável se a informação estiver organizada e disponível em um espaço virtual especialmente desenvolvido para essa comunidade. Nesse sentido, a Biblioteca Virtual em Saúde da ULAPSI (BVS ULAPSI) surgiu como o espaço ideal para a integração do conhecimento gerado na região e que deve ser compartilhado pelos pesquisadores e profissionais da área, auxiliando na solução de problemas, quase sempre comuns, entre povos que sofrem das mesmas mazelas sociais e culturais. A manutenção das fontes de informação da BVS ULAPSI depende da perfeita integração de todos os atores envolvidos com a Psicologia: psicólogos, bibliotecários, editores, analistas e produtores em geral. Assim, a rede que se formou para a cooperação de esforços e compartilhamento de recursos é a responsável pelos avanços do projeto e por alcançar os objetivos propostos, tendo como beneficiários diretos os usuários da informação. PSICODOC – RECURSO PARA ACESSO AO CONHECIMENTO PSICOLÓGICO DESENVOLVIDO NA ESPANHA Consuelo Gallardo ([email protected]) Colegio Oficial de Psicólogos de Madrid, Espanha Desde o ano 1997, o Colégio Oficial de Psicólogos de Madrid edita PSICODOC, base de dados bibliográfica de Psicologia em espanhol e português (http://psicodoc.copmadrid.org). Hoje em dia oferece acesso a 85.000 referências bibliográficas, das quais 10.000 apresentam links ao texto completo (full-text). Mais de 60 revistas incluídas em PSICODOC oferecem seus textos na Internet com acesso livre e gratuito. Inclui de preferência revistas acadêmicas com avaliação de originais duplo cego, além de edições de trabalhos de congressos e livros. Na atualidade PSICODOC é presente em mais de 60 bibliotecas universitárias e recebe os auspícios da Internacional Union of Psychological Science e o patrocínio da UNESCO pela sua contribuição para a difussão das publicações científicas de Psicologia editadas em Espanha, Portugal e América Latina. PRODUÇÃO E ACESSO A FONTES DE INFORMAÇÃO PARA A PSICOLOGIA EM PORTUGAL Manuel Montenegro ([email protected]) Biblioteca Virtual da Universidade do Porto- Portugal Este trabalho faz uma panorâmica da produção e do acesso à informação científica, no campo da Psicologia, em Portugal. Do ponto de vista da produção, é feito um inventário das publicações, principalmente publicações periódicas, editadas em Portugal, em formato papel ou electrónico, sua distribuição ou alojamento e sua indexação nas bases de dados de relevância para a área. Do ponto de vista do acesso, que bases de dados, que portais de informação e que publicações periódicas estão disponíveis, para quem e qual o nível de utilização. Faz-se um destaque para o projecto B-On (Biblioteca do Conhecimento Online). Analisa-se a acessibilidade dos periódicos com maior impacto e são fornecidos alguns dados estatísticos do uso dos recursos pelas instituições-membros deste consórcio. Por fim, reflecte-se sobre o conhecimento que os profissionais têm da possibilidade e das vantagens de uso desses recursos e sugere-se estratégias para o aumento da utilização. REDES DE BIBLIOTECAS DE PSICOLOGIA: UM DESAFIO PARA PORTUGAL Carlos Lopes ([email protected]) Instituto Superior de Psicologia Aplicada - ISPA A documentação em Psicologia, o papel dos bibliotecários nas bibliotecas de Psicologia e a importância da criação de redes de bibliotecas de Psicologia, são alguns dos temas emergentes, decorrentes de todo um processo evolutivo das bibliotecas universitárias de Psicologia, em Portugal. Serão apresentadas experiências que traduzem a mudança das bibliotecas de Psicologia de uma sociedade da informação para a sociedade do conhecimento. A Web of Knowledge e a Biblioteca do Conhecimento Online (b-on) foram projectos pioneiros em Portugal, que permitiram a transformação de bibliotecas tradicionais em bibliotecas híbridas e, das bibliotecas híbridas em bibliotecas digitais. Novas bibliotecas, novas realidades em mudança, assentes na importância actual da literacia da informação no contexto académico e, das acções de formação de utilizadores, introduzem uma nova dinâmica de proximidade das fontes e dos recursos do conhecimento, nos processos de aprendizagem. CONSULTAS TERAPÊUTICAS DE JOVENS COM FATORES DE RISCO Maria Tereza de Oliveira ([email protected])1 & Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo2 1 Psicóloga Clínica pesquisadora do Laboratório APOIAR. 2 Professora Associada do Departamento de Psicologia Clínica da USP; coordenadora do Laboratório APOIAR. O Grupo Assistencial a Meninas Adolescentes de uma pequena cidade do sudeste brasileiro no período 2002-2008, participou de reuniões psicossociais mensais com a primeira autora. As adolescentes tinham poucas opções culturais e de lazer, predominando programas de vida noturna e condutas anti-sociais, com abuso de álcool e drogas, sexo sem segurança, episódios de violência urbana e acidentes. Os educadores e artesões voluntários ministram aulas na instituição em períodos opostos ao que a jovem freqüenta a educação formal. Com 16 e 17 anos, as jovens podem fazer estágio profissional remunerado, supervisionado pela instituição. O atendimento psicológico foi feito através de consultas terapêuticas para lidar com questões de integração e manutenção do vínculo emocional com a instituição e apontaram a necessidade eventual de atendimentos diferenciados, como o procedimento projetivo de Desenho Temático com o tema “O jovem em Fartura, nos dias de hoje, como se sente”. No grupo se discutem as associações dos desenhos, ressaltando aspectos positivos das percepções e das vivências atuais da jovem e ajudá-las em futuras escolhas. Concluindo, pretende-se continuar com as consultas terapêuticas e o grupo funcionando como um setting de acolhimento e facilitação de rabiscos coletivos que desenham o presente e sonham o futuro. Trabalho supervisionado no Laboratório APOIAR, do Instituto de Psicologia da USP. S27 BEM-ESTAR E DOCÊNCIA Coordenador: Luís Sérgio Vieira IMPLEMENTAÇÃO DE BEM-ESTAR PROFISSIONAL E PESSOAL ATRAVÉS DE PROGRAMA DE APOIO AO BEM-ESTAR DOCENTE Adelar Aparecido Sampaio1, Saul Neves de Jesus2, Claus Dieter Stobäus3 & Juan José Mouriño Mosquera4 1 Professor na Faculdade Centro Matogrossense - FACEM e União do Ensino Superior de Nova Mutum UNINOVA, Mestre em Educação pela PUCRS, Porto Alegre - RS, Brasil; 2Universidade do Algarve, Portugal; 2 Professor Catedrático da Universidade do Algarve, Doutor em Psicologia da Educação, Director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Coordenador do Mestrado em Psicologia da Saúde; 3 Professor titular na Faculdade de Educação da PUCRS, Dr. Em Ciências Humanas- Educação. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil; 4 Livre-Docente em Psicologia da Educação, Dr. em Pedagogia, Professor titular na Faculdade de Educação da PUCRS, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil. Nas últimas décadas, estudos sobre mal-estar/bem-estar docente vêm ganhando terreno, por suas implicações na vida pessoal e profissional. Nos apercebemos que, até na Educação, a abordagem via Psicologia Positiva tem ganho espaço. A partir da uma Dissertação de Mestrado (Sampaio, 2008) e posterior debate entre os quatro autores, lembrando da fundamentação teórica utilizada, procuramos aprofundar apenas nos achados quantitativos, obtidos com doze professores do Ensino Fundamental e Médio do Município de Ibema – Paraná/Brasil, entre abril e dezembro de 2006, através de aplicação de Questionário de Auto-imagem e Auto-estima (Stobäus, 1983), Instrumento para Avaliação das Variáveis que Constituem Bem/Mal-estar Docente (Jesus, 1998), trabalhadas com Estatística Descritiva e Inferencial. Os resultados quantitativos, após aplicação de Programa de Apoio ao Bem-Estar Docente, desenvolvido em 19 sessões, com 50 horas, abrangendo as dimensões física, social, cognitiva, afetiva e espiritual, em trabalhos coletivos em sala de aula e saídas a campo, demonstram que houve uma redução considerável nas variáveis de estresse profissional (61.42 pontos, p <0.05), exaustão profissional (154 pontos, p <0.05), um avanço em níveis de auto-imagem e auto-estima (20.83 pontos, p <0.05). Comentamos que este tipo de intervenção favorece o desenvolvimento pessoal/profissional do docente. RESULTADOS QUALITATIVOS DO PROGRAMA DE APOIO AO BEM-ESTAR DOCENTE Adelar Aparecido Sampaio1, Saul Neves de Jesus2, Claus Dieter Stobäus3 & Juan José Mouriño Mosquera4 1 Professor na Faculdade Centro Matogrossense - FACEM e União do Ensino Superior de Nova Mutum UNINOVA, Mestre em Educação pela PUCRS, Porto Alegre - RS, Brasil; 2 Universidade do Algarve, Portugal; 2 Professor Catedrático da Universidade do Algarve, Doutor em Psicologia da Educação, Director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Coordenador do Mestrado em Psicologia da Saúde; 3 Professor titular na Faculdade de Educação da PUCRS, Dr. Em Ciências Humanas- Educação. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil; 4 Livre-Docente em Psicologia da Educação, Dr. em Pedagogia, Professor titular na Faculdade de Educação da PUCRS, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil. Ultimamente, estudos sobre mal-estar/bem-estar docente vêm ganhando terreno, pelas implicações na vida pessoal e profissional. Nos apercebemos que, até na Educação, a abordagem via Psicologia Positiva tem ganho espaço. Partindo de Dissertação de Mestrado (Sampaio, 2008), debatendo entre os quatro autores e lembrando da fundamentação teórica utilizada, procuramos aprofundar apenas nos achados qualitativos, obtidos com doze professores do Ensino Fundamental e Médio do Município de Ibema – Paraná/Brasil, com entrevistas, complementadas com Diário de Campo, trabalhados com Análise de Conteúdo, sobre resultados da aplicação do Programa de Apoio ao Bem-Estar Docente, desenvolvido 50h em 19 sessões (abrildezembro 2006), abrangendo as dimensões física, social, cognitiva, afetiva e espiritual, em trabalhos coletivos em sala de aula e saídas a campo, originando sete categorias: Identificando situações geradoras de estresse no contexto profissional; Estratégias de superação das situações de estresse no contexto profissional; Relações pessoais com aspectos físicos, mentais e espirituais; Formação contínua para o desenvolvimento profissional do professor; Pessoal e profissional: dois lados de uma mesma moeda; Expectativas e contribuições mais relevantes do Programa; Sugestões para prática futura da pesquisa. Concluindo, houve melhora em estratégias de coping docente, relações interpessoais, em indicações de cuidado de si. AFETIVIDADE: A MANIFESTAÇÃO DE SENTIMENTOS NA EDUCAÇÃO Claus Dieter Stobäus1, Juan José Mouriño Mosquera2 & Saul Neves de Jesus3 1 Professor titular na Faculdade de Educação da PUCRS, Dr. Em Ciências Humanas- Educação; 2 LivreDocente em Psicologia da Educação, Dr. Pedagogia, Professor titular na Faculdade de Educação da PUCRS; 3 Professor Catedrático da Universidade do Algarve, Doutor em Psicologia da Educação, Director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Coordenador do Mestrado em Psicologia da Saúde. Sentimentos/afetividade na Educação são temas que poderiam ser mais investigados e debatidos na academia, pois docentes deveriam saber lidar melhor consigo mesmos, conhecer melhor como se produzem e manifestam seus sentimentos/afetividade, para poder lidar melhor também com seus alunos, colegas e familiares de alunos. Nosso Referencial Teórico aborda o desenvolvimento humano como ciclo vital e referencia a Psicologia Positiva. Investigamos qualitativamente, via estudo de caso, testemunhos de docentes sobre seus sentimentos/afetividade, através de entrevistas semi-estruturadas com vinte docentes, entre 31 e 59 anos, que trabalhavam há pelo menos cinco anos, atuando na graduação em Educação Infantil, valorizados por seus alunos e colegas de trabalho, levantando elementos sobre as seguintes Questões de Pesquisa: Como desenvolvem seus sentimentos/afetividade? Que sentimentos/afetividade experimentam os docentes? Qual o papel dos sentimentos/afetividade no trabalho educacional do docente? Que propostas colocam docentes para desenvolver sentimentos/afetividade? Após análise de conteúdo, chegamos às categorias: O papel dos sentimentos no trabalho educacional; Sentimentos experimentados freqüentemente no trabalho docente; Propostas para desenvolver afetividade/ sentimentos; Opinião sobre afetividade; Influência entre desenvolvimento pessoal e profissional; Sentimentos e afetividade em sala de aula, na escola e em casa. Necessitamos educação continuada de afetividade/sentimentos, para desenvolvimento humano mais saudável e positivo. O IMPACTO DO AJUSTAMENTO DOS OBJECTIVOS PROFISSIONAISCARREIRA NA AFECTIVIDADE POSITIVA DOS PROFESSORES. Luís Sérgio Vieira1, Joaquim Armando Ferreira2, Eduardo J. R. Santos3 & Saul Neves de Jesus4 1 Professor Auxiliar da Universidade do Algarve, Doutor em Psicologia da Educação. Presidente da Comissão Científica do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais; 2 Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, Doutor em Psicologia; 3 Professor Associado da Universidade de Coimbra, Doutor em Psicologia, Coordenador Científico da do Instituto de Psicologia Cognitiva, Desenvolvimento Vocacional e Social; 4 Professor Catedrático da Universidade do Algarve, Doutor em Psicologia da Educação, Director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Coordenador do Mestrado em Psicologia da Saúde. A literatura da especialidade e as investigações salientam a importância da perspectiva do ajustamento pessoa-ambiente na interpretação do comportamento vocacional e no estudo do bem-estar subjectivo. No primeiro caso, por exemplo, através do conceito de congruência (Holland, 1997) e no segundo, está associado às abordagens top-down ou modelo temperamental (Robbins & Kliewer, 2000). Recentes investigações sugerem um elevado poder preditivo das metas pessoais na explicação da variabilidade das emoções positivas (Brunstein, 1993; Brunstein, Schultheiss, & Grässmann, 1998; Simões et al., 2000). Considerando os princípios preconizados pela perspectiva do ajustamento pessoaambiente, apresentamos um modelo conceptual que integra 3 grupos de factores: factores pessoais, onde consideramos variáveis vocacionais e traços de personalidade; factores contextuais, que contempla variáveis de clima escolar e variáveis demográficas; e factores da relação pedagógica, definida como território afecto-cognitivocomportamental. Os resultados obtidos, a partir da aplicação do método das regressões hierárquicas, sugerem que os factores pessoais explicam a maior parte da variância na afectividade positiva (18,2%), os factores da relação contribuem com 9,4% e as variáveis de clima escolar e as variáveis demográficos contribuem, cada uma delas, com 1,4%, pelo que o conjunto das variáveis estudadas mostrou-se responsável por 30,4% da variância na afectividade positiva. S28 SAÚDE MENTAL: IDENTIFICAÇÃO, INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO Coordenador: Anabela Sousa Pereira ([email protected]) Departamento de Ciências da Educação, Universidade de Aveiro STRESSE E SAÚDE DO ESTUDANTE DE ENFERMAGEM EM ENSINO CLÍNICO Susana Custódio ([email protected])1, Graça Seco ([email protected])1 & Anabela Pereira ([email protected])2 1 Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria; 2 DCE-Universidade de Aveiro. Aveiro Os ensinos clínicos (EC), parte integrante do plano de estudos do curso de Enfermagem, constituem um momento desafiante que promove o contacto do estudante com a sua futura prática profissional e, simultaneamente, um momento em que as suas aprendizagens, capacidades e desempenho estão a ser avaliadas. Na pessoa do estudante converge assim um duplo papel, o de aprender dado encontrar-se numa fase de formação, e o de fazer, com uma qualidade idêntica à de um profissional, devendo a sua acção constituir uma ajuda para o utente. Este duplo papel desempenhado nos EC é por si só complexo e susceptível de ser gerador de stresse, podendo desencadear situações de mal-estar. Para que se possam propor estratégias de prevenção e de intervenção que minimizem os efeitos do stresse e melhorem a qualidade da prestação dos alunos em EC, bem como a sua saúde, é fundamental identificar e compreender as situações percebidas pelos seus actores como indutoras de stresse. A presente comunicação tem como objectivos identificar, com base nos dados de uma amostra de 1283 estudantes, os factores indutores de stresse em EC e avaliar o nível de stresse dos estudantes e a sua percepção de saúde antes e depois do ensino clínico. STRESSE DO ALUNO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PORTUGAL E BRASIL Anabela Pereira ([email protected])1, Paula Vagos ([email protected])1, Cláudia Chaves ([email protected])2 Paula Carrinho ([email protected])1; Rosa Gomes ([email protected])1, Lívia Andreucci ([email protected])1, Leandra Ferraz ([email protected])1 & Patricia Oliveira ([email protected])3 1 Universidade de Aveiro; 2 ESSV-IPV; 3 FUC-UNICAMPS-Brasil. Esta investigação foi suportada pelas bolsas bolsa de investigação atribuídas pela F CT – SFRH/BD/29574/2006 e SFRH/BD/38103/07. Este trabalho pretende apresentar um estudo comparativo entre estudantes portugueses e brasileiros para identificarmos factores e níveis de stresse em contexto de ensino superior. Recorreu-se a uma amostra de 166 alunos portugueses e 150 brasileiros, de ambos os sexos, os quais responderam ao Inventário de Stress em Estudantes Universitários. Os resultados obtidos indicaram algumas semelhanças nos factores indutores de stresse, contudo ao nível do género sexual são as mulheres (portuguesas e brasileiras) as que apresentavam valores mais elevados de stresse quando comparados com os homens. Ao nível do stress global e quando comparados por nacionalidade, os dados indicam ser os portugueses os que mais sofrem com o stress. Como implicação deste estudo e numa perspectiva de continuidade novos estudos comparativos se encontram actualmente em desenvolvimento em instituições de ensino superior em Portugal e Brasil. PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO NO ENSINO SUPERIOR Isabel Simões Dias ([email protected])1 & Anabela Pereira ([email protected])2, 1 Instituto Politécnico de Leiria, ESEC; 2 Universidade de Aveiro. O presente trabalho tem como objectivo principal apresentar um estudo no Ensino Superior no âmbito da promoção da saúde mental.Para a realização deste estudo recorremos ao Programa de Promoção de Competências Pessoais e Profissionais em Educação de Infância (PPCPPEI) e ao Inventário Depressivo de Beck – (BDI 2ªedição). O PPCPPEI é um programa de intervenção psico-educativo concebido para estudantes do Ensino Superior que contempla o estudo de oito competências pessoais e profissionais identificadas como pertinentes no âmbito da Educação de Infância: autoconhecimento/auto-conceito/auto-estima; comunicação interpessoal; gestão da agenda pessoal; trabalho em equipa; resolução de problemas; observação/avaliação; planificação e reflexão.Para avaliar o impacto do PPCPPEI na promoção do bem-estar, realizou-se um estudo quasi-experimental com 114 estudantes do Ensino Superior recorrendo-se ao Inventário Depressivo de Beck – 2.ª Edição (BDI-II).Os resultados obtidos revelam ganhos nos sujeitos do grupo experimental no que respeita à saúde mental. INTERVENÇÃO EM COMPORTAMENTOS DE RISCO NA UNIVERSIDADE Anabela Pereira ([email protected])1; Elisa Motta2, Carolina Pinto2, Olga Bernardino2, Ana Melo2, Joana Ferreira2, Mª João Rodrigues2. 1 DCE-Universidade de Aveiro; 2 GAP_SASUC, Universidade de Coimbra ([email protected]) O presente trabalho visa dar a conhecer os resultados de um programa de intervenção ao nível da prevenção de comportamentos de risco, SIDA e IST, em alunos no Ensino Superior, com base num modelo de desenvolvimento de competências no jovem adulto. Foi construído, implementado e criado o programa de intervenção, tendo por base uma metodologia do tipo quasi- experimental aplicada a uma amostra de 58 estudantes (M=16; F=42)com idades compreendidas entre 17 e 41 (M=22,43; SD=4,23). Os resultados indicaram que, quando comparados o grupo experimental com o grupo controlo, houve alterações significativas ao nível da melhoria das competências promotoras de comportamentos de saúde. Além disso os resultados de avaliação global do programa foram muito gratificantes sendo indicadores da utilidade deste tipo de intervenção. São ainda referidas algumas implicações deste estudo para a promoção do sucesso, bem-estar e prevenção de comportamentos de risco no Ensino Superior. LUA NA SECOND LIFE OU APOIO PSICOLÓGICO VIRTUAL: RESULTADOS DA FASE EXPERIMENTAL Anabela Pereira ([email protected])1, José Tavares1, Gustavo Vasconcelos1, Paula Vagos1, Luísa Santos1, Sara Monteiro1, Pedro Almeida2, Luís Pedro2, Carlos Santos2, Cátia Figueiredo2, Mariana Fortuna2, Marília Moita2, Rui Rodrigues2 & Helder Castanheira3 1 DCE-Universidade de Aveiro; 2 DECA-Universidade de Aveiro; 3 SAS-Universidade de Aveiro. Esta investigação foi suportada pelas bolsas de investigação atribuída pela F CT – SFRH/BD/30085/2006 e SFRH/BD/29574/2006. Este trabalho pretende dar a conhecer os resultados de uma experiência única no país realizado num ambiente virtual LUA na Second life, que ofereceu apoio psicológico, bem como alertar os profissionais de Saúde e Educação no sentido da utilização desta plataforma para a promoção e educação para a saúde mental Envolveu uma equipa multidisciplinar: 11 peritos de tecnologias da informação (settlers); 5 Psicólogos e 3 Investigadores (terapeutas e formadores); 15 estudantes de psicologia (peer counsellor); tendo sido visitados por 178 avatares dos quais 112 (pacientes) solicitaram consulta psicológica. Os resultados indicaram que a maior parte dos pedidos de ajuda ocorreram ao fim de semana 19.6% e 80.4% durante a semana; relativamente à hora de ocorrência, 1.8% decorreu de madrugada (1h – 6h59), 29.5% de manha, 21.4% de tarde e 47.3% de noite. Dos problemas salientam-se: relações com amigos (27.3%); relação com o namorado/a (27.3%); isolamento e solidão (18.2%) e sintomas depressivos (18.2%) e insatisfação com a imagem corporal (9.1%). São referidas algumas implicações das vantagens e desvantagens da utilização deste tipo de ajuda na Second life, bem como alguns cuidados éticos e deontológicos a ter neste tipo de apoio. RESILIÊNCIA: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PORTUGAL E BRASIL Lívia Andreucci ([email protected])1, Anabela Pereira ([email protected])2, Maria de Lurdes Cró ([email protected])3 & Amarílis Rocha ([email protected]) 4 1 Universidade de Aveiro; 2 Universidade de Aveiro; 3 Instituto Politécnico de Coimbra, ESEC; 4 Escola Superior de Saúde de Viseu. Esta investigação foi suportada por uma bolsa de investigação atribuída pela F CT – SFRH/BD/29574/2006. O presente trabalho tem como objectivo dar a conhecer um estudo comparativo entre crianças portuguesas e brasileiras sobre a resiliência, orientado para a promoção de competências pessoais e sociais, treino de aptidões, de resolução de problemas e desenvolver auto-estima. São apresentados os objectivos, metodologia do programa, os estudos preliminares resultantes da tradução e adaptação para a língua portuguesa de Portugal e do Brasil, bem como os resultados de um estudo piloto com a aplicação programa Strong Start, realizado na zona Centro de Portugal e numa escola no interior do estado de São Paulo, no Brasil. São referidas implicações psicopedagógicas recorrentes deste estudo para profissionais de educação e pais orientadas para a promoção do desenvolvimento de competências e aptidões para a resolução de problemas, do bem-estar e do sucesso das crianças para que melhor possam lidar com as adversidades de vida visando o equilíbrio da sua saúde física e mental. INTERVENÇÃO DE GRUPO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: CONTRIBUTO PARA A SAÚDE MENTAL DAS MULHERES COM CANCRO DA MAMA Ana Torres ([email protected]), Anabela Pereira ([email protected]), & Sara Monteiro ([email protected]) Departamento de Ciências da Educação, Universidade de Aveiro O cancro é uma das principais causas de morte e o cancro da mama é a causa de morte por cancro mais comum entre as mulheres. Compreende-se, assim, que as doenças neoplásicas, e particularmente o cancro da mama, constituam uma prioridade do plano nacional de saúde, a par das doenças mentais, que são patologias com elevada comorbilidade com as doenças oncológicas. É, neste contexto, que tem sido premente o desenvolvimento de intervenções psicológicas com intuito de diminuir a morbilidade destas doentes. Parece existir suporte empírico para afirmar a eficácia das intervenções de grupo de orientação cognitivo-comportamental em doentes com cancro e especificamente em mulheres com cancro da mama. Neste trabalho propomo-nos a apresentar um programa de intervenção de grupo cognitivo-comportamental para doentes com cancro da mama, referindo-nos também aos resultados terapêuticos que têm sido alcançados com este tipo de intervenção. S29 PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA PEDIÁTRICA: ALGUMAS PESQUISAS BRASILEIRAS. Profa. Dra. Sônia Regina Fiorim Enumo ([email protected]) CONCEPÇÕES E VALORES DE ESCOLARES SOBRE O PROCESSO DE DOAÇÃO DE SANGUE. Profa. Dra. Gimol Benzaquen Perosa ([email protected])1 & Ms. Regina Pagotto Bossolan ([email protected])2 1 Departamento de Neurologia e Psiquiatria, Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva, Botucatu, SP, Brasil; 2 Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, Botucatu, SP, Brasil. Baixos índices de doação de sangue levaram hemocentros a desenvolver programas de conscientização na mídia e escolas. Visando subsidiar programas de Educação em Saúde, esta pesquisa investigou a percepção de escolares sobre a doação de sangue - sua importância, fantasias, sentimentos e fontes de informação. Aplicou-se, em 145 escolares (pré-escola, 2ª e 4ª série; 6, 8 e 10 anos de idade): provas piagetianas (avaliação cognitiva), entrevista individual sobre esses temas; um dilema sobre doar e não-doar; e a elaboração de um desenho para sensibilizar as pessoas a doar sangue. O conceito de doação apoiou-se em sua finalidade: uma forma de ajudar alguém (74% das entrevistas; 56,5% dos desenhos; 71% das justificativas no dilema); dados estes relacionados a valores de generosidade e solidariedade - slogans mais veiculados nas campanhas. Crianças mais velhas tinham um número significativamente maior de informações, mas, toda amostra apresentou alto nível de desinformação ou informações errôneas. Justificativas emocionais foram dadas para a não-doação. A família foi a principal fonte de informação (escola: 5,5%). As campanhas educativas mostraram alcance limitado nessa população escolar. Discute-se o papel da escola nos programas de Educação em Saúde, especialmente naqueles voltados à aquisição de comportamentos no longo prazo, que visam à coletividade. DESEMPENHO COGNITIVO, LINGÜÍSTICO, COMPORTAMENTAL E ACADÊMICO DE PRÉ-ESCOLARES BRASILEIROS PREMATUROS E NASCIDOS A TERMO. Ms. Christyne Gomes Toledo de Oliveira ([email protected])1, Profa. Dra. Sônia Regina Fiorim Enumo ([email protected])2, Ms. Romildo Rocha Azevedo Jr. ([email protected])3, Profa. Dra. Kely Maria Pereira de Paula ([email protected])4 & Ariadne Dettman Alves ([email protected])5 1 Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; bolsista da CAPES); 2Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Programa de PósGraduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq); 3Centro Universitário Vila Velha, Vila Velha, ES, Brasil); 4 Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; 5 estudante de Psicologia Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil, bolsista de IC/CNPq. Prematuridade e baixo peso ao nascer são fatores de risco para o desenvolvimento e desempenho escolar. Esta pesquisa analisou as relações entre condições de nascimento e desenvolvimento de 34 crianças, aos 5 anos de idade, nascidas em hospital público da Serra, ES, Brasil, divididas em dois grupos: 17 crianças pré-termo e com baixo peso (G1-PT-BP), e 17 crianças nascidas a termo e peso ≥2.500g (G2-AT). As áreas avaliadas foram: (a) cognitiva – provas psicométricas não-verbais (Escala de Maturidade Mental Columbia e Matrizes Progressivas Coloridas de Raven) e assistidas (Children’s Analogical Thinking Modifibility - CATM, protocolos de operações e comportamentos facilitadores do desempenho cognitivo, e de comportamentos afetivomotivacionais - Applications of Cognitive Functions Scale-ACFS); (b) lingüística (Teste de Vocabulário por Imagens Peabody - TVIP e Lista de Avaliação do Vocabulário Expressivo - LAVE); (c) acadêmica (Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para Alfabetização - IAR); (d) comportamental (Child Behavior Checklist-CBCL). G1(PT-BP) se diferenciou de G2(AT), com desempenho inferior nas áreas: acadêmica, lingüística expressiva (LAVE), comportamental e cognitiva. Houve correlações entre idade gestacional e desempenho cognitivo (Columbia) e lingüístico (LAVE), e entre peso ao nascimento e operações cognitivas e comportamentos facilitadores (CATM). Os dados confirmam a necessidade de acompanhamento do desenvolvimento dessas crianças. (Apoio: CNPq, CAPES/FAPES). BRINCANDO NO HOSPITAL: INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA PARA CRIANÇAS HOSPITALIZADAS COM CÂNCER. Profa. Dra. Alessandra Brunoro Motta ([email protected])1 & Profa. Dra. Sônia Regina Fiorim Enumo ([email protected])2 1 Centro Universitário de Vila Velha, Vila Velha, ES, Brasil); 2 Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil) A avaliação de estratégias de enfrentamento tem se constituído um recurso importante para a elaboração de técnicas de intervenção adequadas à minimização de riscos ao desenvolvimento global de crianças com câncer. Visando avaliar os efeitos de um programa de intervenção psicológica utilizando recursos lúdicos com fins terapêuticos, 12 crianças, de 7 a 12 anos de idade, internadas em hospital público infantil de Vitória, ES, Brasil, foram avaliadas, no pré e pós-teste, pelo Instrumento Informatizado de Avaliação do Enfrentamento da Hospitalização (AEHcomp), que pontua 10 comportamentos facilitadores e 10 não-facilitadores da hospitalização. A amostra foi distribuída em 2 grupos: G1 (3 meninos e 3 meninas), submetido à intervenção psicológica centrada no problema (Média= 4,2 sessões/criança) e G2 (4 meninos e 2 meninas), submetido à rotina de recreação do hospital. No pré-teste e no pós-teste, os grupos não se diferenciaram significativamente quanto à média de comportamentos facilitadores (pré-teste- G1: 2,05; G2: 2,28 e pós-teste - G1: 2,10; G2: 2,50) e nãofacilitadores (pré-teste- G1: 0,87; G2: 0,63 e pós-teste- G1: 0,45; G2: 0,47). No pósteste, G1 apresentou uma diminuição significativa na média de comportamentos nãofacilitadores (pré-teste: 0,87; pós-teste: 0,45), sugerindo possível efeito positivo do programa de intervenção centrado no problema. (Apoio: CNPq). S30 SIMPÓSIO: A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA SEXUAL DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: OS AGRESSORES SEXUAIS EM FOCO Coordenador: Prof. Dr. Antonio Augusto Pinto Junior ([email protected]) A VIOLÊNCIA SEXUAL DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO DISCURSO JURÍDICO: UM ESTUDO DOCUMENTAL Patrícia Silva ([email protected])1, Antonio Pinto Júnior ([email protected])2, Maria Amélia Azevedo (lacri@!usp.br)3, Viviane Guerra ([email protected])3; Neide Fróis ([email protected])4 & Fabiana Vieira ([email protected])4 1 Universidade Estácio de Sá/ Brasil (Responsável); 2 UNISAL/Brasil; 3USP/ Brasil; 4CRIA/Brasil O presente trabalho faz parte de um Projeto de Pesquisa Temático (FAPESP/ n. Processso 2005/60339-5) que visa produzir dados sobre e com os agressores sexuais por práticas de violência doméstica contra crianças e adolescentes, com o propósito de construir estratégias co-participativas e dialógicas na produção de conhecimento, na elaboração de programas de prevenção e na discussão ética sobre sua historicidade. O objetivo deste trabalho é apresentar o estudo relativo à análise documental de 40 processos/prontuários de pais cumprindo pena em uma unidade prisional no estado de São Paulo. Para o referido estudo, em cada processo/prontuário foi destacada a caracterização dos dados sócio-demográficos, da violência, do agressor, da vítima, da família e das ações institucionais. Tal sistematização inicial possibilitou a construção de um perfil com dados de identificação e a análise do discurso produzido sobre o agressor e a vítima. Desta forma, os dados produzidos neste trabalho, analisados posteriormente em conjunto com os demais procedimentos, além de ampliar a compreensão sobre a complexidade do fenômeno da violência sexual doméstica contra crianças e adolescentes, contribuiu para construção de parâmetros de reflexão e de ação em projetos para o seu enfrentamento. A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DOS AGRESSORES SEXUAIS SOBRE A INFÂNCIA A PARTIR DO PROCEDIMENTO DE DESENHO-ESTÓRIA COM TEMA Leila Tardivo ([email protected])1; Antonio Pinto júnior ([email protected])2, Maria Amélia Azevedo (lacri@!usp.br)3, Viviane Guerra ([email protected])3, Márcia Santos ([email protected])4 Fabiana Vieira ([email protected])4 & Luis Verónica ([email protected])4 1 USP/Brasil- Responsável; 2 UNISAL/Brasil; 3 USP/ Brasil; 4 CRIA/Brasil Essa apresentação se refere à parte de uma pesquisa apoiada pela FAPESP (Processo 2005/60339-5), com o objetivo de, além de outros, compreender a representação social da infância de agressores sexuais condenados e cumprindo pena por terem cometido abuso sexual no âmbito doméstico. São 26 homens, com idades entre 27 e 56 anos de idade, submetidos a aplicações individuais do procedimento de Desenhos Temáticos, sendo dada a instrução para desenharem uma criança, contarem uma história sobre o desenho e oferecerem um título para a produção. Os dados mais relevantes dizem respeito à concepção de uma infância extremamente adultificada, predominando elementos de adultos nos desenhos e nas associações e de aspectos diretamente ligados à erotização e à concepção da criança como sedutora. Outro aspecto relevante refere-se ao grande número de desenhos de figuras femininas, com coincidência entre o sexo da figura desenhada e o sexo da vítima da violência. Como conclusão, esse estudo confirma achados da literatura, que mostram a representação que os mesmos têm da infância: adultificada e muitas vezes responsabilizada pelo abuso, mostrando-se importante para embasar práticas preventivas em famílias e populações de risco, e para a construção de uma concepção de criança como ser de direitos. O DISCURSO DOS AGRESSORES SOBRE O FENÔMENO DE VITIMIZAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E SUA PREVENÇÃO Antonio Pinto Júnior ([email protected])1, Maria Amélia Azevedo (lacri@!usp.br)2, Viviane Guerra ([email protected])2, Leila Tardivo ([email protected])2, Patrícia Matta ([email protected])3, Neide Fróis ([email protected])4, Márcia Santos ([email protected])4, Fabiana Vieira ([email protected])4, Luis Verónica ([email protected])4 & Fabiana Albuquerque ([email protected])4 1 UNISAL/Brasil - Responsável; 2 USP/ Brasil; 3 Universidade Estácio de Sá/ Brasil; 4 CRIA/Brasil A violência sexual doméstica contra crianças e adolescentes é, hoje, considerada um importante problema de saúde pública e que exige ações e programas eficientes de combate e prevenção. Considerando que a maioria das pesquisas na área não leva em consideração os discursos dos agressores sexuais, este estudo (vinculado ao Projeto Temático –FAPESP, n. 2005/60339-5) objetiva compreender o que os autores deste tipo de violência contra a criança pensam acerca do ato cometido e sobre as formas de prevenção. Para tanto, foram entrevistados 30 agressores sexuais (pais e padrastos) de crianças e adolescentes, que cumprem pena em uma penitenciária no Brasil, buscando investigar sua história pregressa, os motivos que os levaram a praticar a violência sexual e as suas sugestões para a elaboração de um programa eficaz na área da prevenção. A análise dos dados aponta que a violência sexual doméstica contra crianças se insere em um padrão abusivo de relacionamento interpessoal dos envolvidos; que a maioria dos participantes não assume o crime cometido, ou projeta na criança / adolescente a responsabilidade pelo fato, por meio da sedução; e que acreditam que os programas de prevenção na área devem focar a vigilância, a repressão e o controle, principalmente da vida familiar. S31 SOFRIMENTO PSÍQUICO DE CRIANÇAS: RELAÇÕES ENTRE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO Coordenador: Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo RELAÇÕES ENTRE SINAIS DE DEPRESSÃO E OBESIDADE INFANTIL: RESULTADOS PRELIMINARES Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo ([email protected]) Instituição: Universidade de São Paulo Esse estudo é parte de uma pesquisa ampla, apoiada pelo CNPq (obesidade infantil: o peso do sofrimento psíquico da criança-305507/2007-9 pq - bolsa produtividade) que visa estudar as relações entre o aumento alarmante da obesidade infantil, independente do nível sócio – econômico e a saúde mental, em especial dados sobre ansiedade e depressão. Apresentamos os resultados preliminares de crianças entre 6 e 15 anos provenientes de duas Escolas do Estado de São Paulo, divididos em dois grupos: experimental, com crianças com IMC de sobrepeso ou obesidade, e o controle com crianças das mesmas escolas (sem sinais de obesidade). Foram realizadas entrevistas com as crianças e adolescentes e aplicados o questionário de depressão infantil (Kovacks) e Desenho da Figura Humana. Serão apresentadas as relações entre os dados no questionário elaborado por Kovacs (1983), e validada em nosso meio por Barbosa, e feitas algumas comparações com sinais presentes nas figuras humanas, em especial os indicadores de depressão e ansiedade. Observamos uma tendência ao aumento da obesidade e são apresentadas figuras humanas com sinais: tamanho pequeno, linha frágil, e sombreamento. São também mostrados os dados quantitativos no questionário com as relações entre o aumento de peso, entre outros sinais. Discutem-se medidas preventivas e interventivas junto a crianças e adolescentes, em função do sofrimento psíquico presente nesse grupo. O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO DE CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Antonio Pinto Junior ([email protected]) & Leila Salomão de La lata Cury Tardivo ([email protected]) Universidade Salesiana, Universidade de São Paulo A violência doméstica contra crianças e adolescentes (em suas diferentes modalidades: física, sexual e psicológica) além da causar dor física, gera na criança o que chamamos de sofrimento moral. Os vários estudos na área têm apontado para os muitos sentimentos derivados desta experiência de vitimização: aflição, sentimento de dilaceramento, tormento, medo, angústia etc. A partir disso, torna-se necessário o desenvolvimento de projetos de intervenção clínica que procurem compreender e minimizar o sofrimento, além de melhorar a qualidade de vida destas crianças/adolescentes vitimizados. O presente trabalho procura abordar, a partir do referencial psicanalítico winnicottiano e de enquadres diferenciados de atendimento, as formas de acompanhamento psicoterapêutico da criança/adolescente em situação de violência doméstica, e mais especificamente em sua modalidade sexual. Trata-se da proposta de atendimento desenvolvido pelo Projeto Apoiar vinculado ao Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo em parceria com o Centro de Referência à Infância e Adolescência de Guaratinguetá/SP. Serão apresentadas as formas de intervenção psicoterapêutica de crianças e adolescentes vitimizados no âmbito doméstico que procuram diagnosticar precocemente e intervir de forma o mais precoce possível, minimizando, assim, o sofrimento e promovendo um melhor nível de saúde a esta população. ANÁLISE DA DEPRESSÃO E LUTO DE UMA CRIANÇA INDÍGENA ATENDIDA EM OFICINAS TERAPÊUTICAS Tania Bonfim ([email protected]) & Marilia Martins Vizzotto ([email protected]) Universidade Metodista de São Paulo Descreve conteúdos psíquicos, sinais de depressão e tentativas de elaboração do luto de uma criança indígena. Esse relato é parte de um trabalho psicoterapeutico realizado em forma de oficinas grupais numa aldeia indígena Guarani Mbya de São Paulo. O material clínico foi extraído basicamente de uma seqüência de “Procedimento de Desenhos de Família com Estórias”, de uma menina de 9 anos de idade, analisados sob a ótica psicanalítica. As análises permitiram a identificação de conflitos advindos da morte de sua irmã – um bebê de meses de idade. As dificuldades de elaboração do luto estavam relacionadas ao surgimento de culpa persecutória que, por seu caráter paranóide impedia a elaboração e ocasionava franca melancolia. Destaca-se a importância do diagnóstico e das interações afetivas no tratamento dessas crianças indígenas, embora consideramos que sua constituição e dinâmica psíquica nada se distingue daquele já conhecido e estudado pela cultura ocidental não indígena. S32 ENVELHECIMENTO E SOFRIMENTO EMOCIONAL: COMPREENSÃO E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Coordenador: Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo QUALIDADE DE VIDA E DEPRESSÃO EM IDOSOS: POSSÍVEIS RELAÇÕES Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo ([email protected]) Universidade de São Paulo Essa apresentação se refere a uma parte de uma pesquisa mais ampla que vem sendo realizada com o apoio do CNPq (Qualidade de Vida e Depressão em Idosos de São Paulo: Estudo de Validação do Teste Projetivo - SAT - processo n. 401649/2007-5) sendo apresentados os resultados de 33 idosos (moradores em abrigo e casas), 9 do sexo masculino e 24 do feminino divididos em grupo experimental (com depressão, pelo BDI) e controle (sem depressão), com uma média de idade de 74,33 anos. Foram realizadas entrevistas iniciais, e aplicados os instrumentos BDI e WHOQOL Bref. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico, sendo encontrados nesses instrumentos alto nível de precisão. Foram feitas as comparações entre os dados nos domínios do WHOQOL e o BDI, com relações entre depressão e prejuízos na qualidade de vida. Observou-se que os idosos moradores no abrigo apresentam melhor qualidade de vida do que os moradores em casas; e aumento na qualidade de vida com o passar da idade. E evidenciou-se a presença de depressão como um dado que leva a um comprometimento da qualidade de vida, independente da idade.Evidenciou-se pelos dados nos instrumentos e pelas entrevistas a necessidade de os idosos serem ouvidos e atendidos. Assim se torna cada vez mais premente que sejam desenvolvidas e implementadas propostas de enquadres terapêuticos junto a essa população. VELHICE E DEPRESSÃO: A OFICINA DE CARTAS, FOTOGRAFIAS E LEMBRANÇAS COMO INTERVENÇÃO PSICOTERAPÊUTICA GRUPAL Claudia Aranha Gil ([email protected])1, Tânia Maria José Aiello Vaisberg ([email protected])2 & Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo ([email protected])3 1 Psicóloga Clínica,Doutoranda do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia Clínica da Universidade de São Paulo; 2 Professora Livre Docente do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Professora da Pontificia Universidade Católica de Campinas; 3 Psicóloga Clínica,Professora livre docente do Departamento de Psicologia Clinica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Apresentamos neste estudo as reflexões sobre o atendimento psicoterápico grupal de idosos com sintomas depressivos. Nas Oficinas Psicoterapêuticas, por meio de enquadres clínicos diferenciados inspirados na Psicanálise Winnicottiana, aos pacientes são apresentadas materialidades de diversas naturezas com o objetivo de facilitar a comunicação emocional. A Oficina psicoterapêutica de Cartas, Fotografias e Lembranças tem sido dirigida a um grupo que mantém a configuração atual há um ano, do qual fazem parte cinco homens com idade entre 60 e 73 anos, com sintomas depressivos. Neste enquadre, os pacientes são convidados a trazer para a sessão cartas, fotografias e objetos, que são afixados ou apoiados em um quadro magnético e durante uma hora e meia falam sobre as recordações despertadas. A partir desta experiência, temos observado que os objetos apresentados possibilitam o lembrar e o compartilhar as lembranças em um ambiente sustentador, favorecendo uma resignificação do passado no presente e a criação de perspectivas futuras, onde o lembrar pode ser entendido como possibilidade de integração do Self; que por sua vez, constitui-se como fator de proteção contra os estados depressivos. Concluímos que este enquadre favorece o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo, promovendo a melhora dos sintomas depressivos e possibilitando experiências emocionais mutativas. A ARTEPSICOTERAPIA SER E FAZER NO ATENDIMENTO AO PACIENTE IDOSO Tânia Maria Jose Aiello Vaisberg, Roberta Elias Manna Pontifícia Universidade Católica de Campinas As Oficinas Terapêuticas de Criação “Ser e Fazer”, que tem sido utilizadas com êxito no atendimento a pacientes idosos, surgiram no contexto de um conjunto de pesquisas motivadas pela busca de modalidades de atendimento psicológico por meio dos quais se viabilize uma extensão dos benefícios oriundos do saber psicanalítico a segmentos da população geralmente deles excluídos. Em sessões grupais, organizadas com apresentação de uma materialidade mediadora, visa facilitar a comunicação emocional e a ocorrência de experiências integradoramente criativas, fundamentadas no cultivo do holding como intervenção terapêutica básica. A emergência do gesto espontâneo e criador, gera, uma retomada de integração pessoal por meio da qual se supera a exclusão de si mesmo, pré-requisito sem o qual o individuo não alcança o (re)estabelecimento de vínculos socialmente significativos. O estilo clínico Ser e Fazer decorre da adoção da perspectiva psicopatológica winnicottiana, que privilegia, como fontes de sofrimento emocional, o distanciamento do si-mesmo e a exclusão da convivência social e comunitária. Em função de sua configuração, esta modalidade de atendimento presta-se muito à consideração da condição existencial de grande numero de pessoas idosas, que são afetadas por múltiplas perdas, auto-distanciamento e tendências ao isolamento. São apresentadas ilustrações clinicas de oficinas de bordados e tapeçarias. S33 TRAUMA E VIOLÊNCIA: ATUAÇÕES DA PSICOLOGIA DA SAÚDE Coordenador: Othon Vieira Neto A PSICOTERAPIA BREVE DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA DO TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO Dra. Claudia Vieira ([email protected]) Faculdades Metropolitanas Unidas, FMU- São Paulo, Brasil Este trabalho tem o objetivo de defender a proposta, adotada pelo autora, da necessidade de uma postura e técnicas diferenciadas para o tratamento do Transtorno de Estresse pós-Traumático, quadro que afeta muitas pessoas hoje em dia como conseqüência dos atos de violência a que a população brasileira está cotidianamente exposta. Parte de uma compreensão psicanalítica de trauma que enfatiza os efeitos no aparelho psíquico que culminam com a impossibilidade de representação da experiência traumática e dos processos vinculativos de acordo com o processo secundário. Compreende o Transtorno de Estresse pós-Traumático como uma neurose atual, desta feita os sintomas desse quadro não são uma expressão simbólica e sobredeterminada dos conflitos infantis. Apresenta uma proposição técnica específica voltada para a eliminação dos sintomas desse transtorno baseado na compreensão teórica discutida. É apresentado um caso em que a mudança da postura adotada e da técnica utilizada, proporcionou uma grande redução dos sintomas apresentados. UM PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA EM UMA INSTITUIÇÃO Othon Vieira Neto ([email protected]) Faculdades Metropolitanas Unidas,FMU – São Paulo, Brasil O objetivo deste trabalho é apresentar um programa desenvolvido em um banco brasileiro para assistência dos funcionários que passam pela experiência de assalto ou seqüestro com finalidade de assalto às agências. Após as ações violentas, muitos funcionários vitimados e seus familiares desenvolviam sintomas de Transtorno de Estresse pós-Traumático, acarretando diversos prejuízos pessoais e ocupacionais. O Brasil apresentas altos índices de criminalidade, alcançando a taxa de mais de oito mil crimes violentos por dia, no país. Muitos desse crimes são dirigidos a instituições financeiras, principalmente na forma de assaltos armados às agências durante o expediente e na forma de sequestros de familiares de gerentes com o objetivo de assalto aos bancos. Esses atentados produzem, além do sofrimento emocional, queda no desempenho laboral, aumento do absenteísmo e deterioração do ambiente de trabalho, com consequente diminuição do lucro. Para redução das consequências bio-psicosociais que essas ações violentas produzem em suas vítimas, um banco brasileiro, com a cooperação técnica do autor, desenvolveu um programa de atuação multidisciplinar envolvendo as áreas de saúde, segurança, jurídica, recursos humanos e negocial que atuam em onjunto com as famílias e equipes atingidas, sem prejuízo da prestação de serviços à comunidade. S34 DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL E PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL. REABILITAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL DE PESSOAS COM DOENÇAS MENTAIS Coordenador: Manuel Viegas Abreu OS QUATRO PILARES INTEGRADORES DO PROCESSO TERAPÊUTICO DAS PSICOSES E A COMPLEXIDADE BIO-PSICO –SOCIO- AXIOLÓGICA DO COMPORTAMENTO HUMANO Manuel Viegas Abreu Apesar dos progressos inegáveis que a Psicofarmacologia, a Psicopatologia e a Psiquiatria conheceram no decurso do século passado, sobretudo a partir da difusão dos fármacos antipsicóticos atípicos, da integração de serviços de psiquiatria e saúde mental nos hospitais gerais e do movimento de desinstitucionalização, estamos ainda muito longe de uma prática terapêutica abrangente e integrada que corresponda à complexidade bio-psico-socio-axiológica do comportamento humano e das suas alterações patológicas, para usarmos a designação de Sílvio Lima (1958). De facto, em Portugal e em muitos outros países, a prática terapêutica dominante em Psiquiatria tem continuado focalizada no tratamento médico-farmacológico não atendendo, ou atendendo muito secundariamente, a três outros componentes do processo terapêutico que são tão fundamentais como o tratamento médico-farmacológico:1) a informação e a formação dos doentes e das respectivas famílias; 2) a reabilitação, o desenvolvimento vocacional e inserção das pessoas doentes em actividades profissionais; 3) a redução do estigma e da exclusão social, pela transformação do desvalor e dos preconceitos associados às doenças mentais. É no contexto de uma “abordagem holística” recomendada pela OMS que se inscrevem as quatro comunicações livres deste Simpósio. DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL E SAÚDE MENTAL - RAZÕES PARA A CRIAÇÃO DE UM CENTRO DE DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL. Eduardo Santos e João Pedro Leitão Em Portugal estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas sofrem de doença mental crónica e marcadamente incapacitante. Paralelamente deparamo-nos com uma notória inexistência de estruturas e serviços que prestem apoio ao doente na transição HospitalFamília-Comunidade. Perante a falta deste tipo de estruturas, a maioria destes doentes experiencia o risco de exclusão social extrema, agravado pelo estigma e discriminação, dificultando-lhes a reabilitação possível e a valorização das suas capacidades e potencialidades. A criação do “Centro de Desenvolvimento Vocacional para a Promoção da Saúde Mental” pretende alcançar 4 objectivos principais: 1) Organizar e avaliar acções de luta contra o estigma, discriminação e exclusão social dos doentes mentais; 2) Fornecer apoio, informação e orientação a doentes e familiares, com vista a melhorar a sua qualidade de vida e a reforçar a rede de apoio social; 3) Promover formação junto de professores, jornalistas, profissionais de saúde, etc, contribuindo para a redução do estigma e reabilitação psicossocial e profissional; 4) Planear e implementar projectos de investigação/acção, e monitorizar os efeitos dos programas de intervenção terapêutica e integração social. Tendo por finalidade prioritária contribuir para a inclusão social das pessoas com doença mental, visando o desenvolvimento das suas potencialidades e o desenvolvimento cultural das comunidades de inserção, a criação desta instituição, no âmbito da saúde mental, reveste-se de manifesta actualidade e de grande relevância social. REABILITAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL: EVOLUÇÃO, PRINCÍPIOS E REALIDADES Carina Viera Teixeira A mudança de paradigma na área da psiquiatria e saúde mental que tem vindo a ocorrer nos últimos anos com o processo de desinstitucionalização de doentes mentais do foro das psicoses, aliado ao encerramento dos hospitais psiquiátricos, pressupõe o desenvolvimento de condições e respostas que garantam a sua integração efectiva na comunidade. No presente trabalho, pretende-se, numa primeira fase, analisar o percurso histórico das formas de tratamento em saúde mental, de forma a melhor compreendermos o contexto da emergência dos novos modelos de reabilitação de base comunitária. Posteriormente, serão descritos os modelos de reabilitação psicossocial, nas vertentes profissional (formação profissional, emprego protegido e emprego apoiado) e residencial, enfatizando a sua importância para o processo de recuperação dos doentes mentais de evolução prolongada. Ao mesmo tempo, pretende-se ilustrar esses modelos com os programas de reabilitação psicossocial da Associação de Reabilitação Social e Desinstitucionalização de Doentes Psiquiátricos (ARSDOP), uma experiência nacional paradigmática na área da reabilitação de doentes do foro das psicoses. CAMINHOS DA REABILITAÇÃO E INSERÇÃO PROFISSIONAL NA ARSDOP: ALGUNS CASOS DE SUCESSO Patrícia Gonçalves A ARSDOP – Associação de Reabilitação Social e Desinstitucionalização de Doentes Psiquiátricos, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem como Missão Implementar/Promover Programas de Reabilitação para a Integração de Pessoas portadoras de doença mental na Comunidade. Tal Missão só pode alcançar os seus objectivos se todo um trabalho for realizado entre vários parceiros, ou seja, utentes, familiares, profissionais de saúde, técnicos de reabilitação e os vários intervenientes dos serviços da comunidade. Uma visão holistica, a colaboração e compreensão mútua permitem criar e desenvolver programas que correspondam às necessidades dos utentes e à promoção da sua autonomia. Os casos a apresentar espelham esta realidade. S35 IMPACTO NA SAÚDE DE EXPERIÊNCIAS ADVERSAS E TRAUMÁTICAS Coordenadora: Angela Maia ([email protected]) DOS MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA AOS COMPORTAMENTOS DE RISCO NA IDADE ADULTA: UM MODELO CONCEPTUAL. Ricardo Pinto([email protected])1 & Angela Maia([email protected])2 1 Doutorando em Psicologia da Saúde na Universidade do Minho, Portugal; 2 Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal O reconhecimento de que os maus-tratos na infância são frequentes, levou ao interesse pelo estudo do seu impacto, quer na infância, quer ao longo da vida, tendo-se verificado serem um predictor significativo de comportamentos de risco para a saúde. Entre os comportamentos de risco que têm sido associadas às experiências de contam-se o uso/abuso de substâncias ilícitas, a dependência da nicotina e do álcool, exposição a comportamentos sexuais de risco, que envolvem infecções sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência. Apesar destas evidências, são muitas as limitações metodológicas que subsistem, nomeadamente, nos estudos que utilizam metodologias retrospectivas para avaliar a relação entre os maus-tratos e adaptação actual, bem como as dificuldades na operacionalização dos constructos de “abuso” e “negligência”, e o facto de os maus-tratos serem conceptualizados em termos de categorias genéricas, pouco específicas em termos de comportamentos e experiências concretas. Neste trabalho propomo-nos rever a literatura sobre a relação entre exposição a maltrato na infância e comportamentos de risco em jovens, apresentando um modelo conceptual que explica esta relação. Abordaremos ainda os problemas metodológicos do estudo da relação entre história de vida e comportamentos de saúde. RELAÇÃO ENTRE SAÚDE E PSICOPATOLOGIA EM VÍTIMAS DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS Tânia Pires ([email protected])1 & Ângela Maia ([email protected])2 1 Doutoranda em Psicologia da Saúde na Universidade do Minho, Portugal; 2Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal. A perturbação psicológica após envolvimento directo em acidentes rodoviários ou atropelamentos é frequente, mas a investigação sobre os sintomas psicopatológicos das vítimas não enfatizam o papel da saúde no desenvolvimento e manutenção de perturbação psicológica. Neste estudo, com 36 vítimas de acidentes rodoviários avaliadas 5 dias (T1) e 4 meses (T2) após o acontecimento, foi analisada a saúde física e psicossocial (SIP), a psicopatologia geral (BSI), e a PTSD (EARAT). As análises correlacionais mostram que quanto pior a saúde psicossocial (em T1) mais sintomas de psicopatologia em T1 (rsp=.464, p<.01) e em T2 (rsp=.484, p<.01), sendo que quanto pior a saúde em T2 mais sintomas de psicopatologia nesse momento (rsp=.531, p<.01). As análises de regressão permitem concluir que a saúde física e psicossocial (T1) explica 40,3% da variância de psicopatologia nesse momento; e a saúde física e psicossocial (em T1 e T2) explicam, respectivamente, 40,1% e 37,1% da variância de PTSD 4 meses após o acidente. Estes dados enfatizam o papel do estado de saúde após um acidente no desenvolvimento e manutenção de perturbação psicológica e sugerem que se deve ter em consideração o nível de funcionamento como factor de risco para desenvolver perturbação psicológica após um acidente. EXPOSIÇÃO ADVERSA, PSICOPATOLOGIA E QUEIXAS DE SAÚDE EM BOMBEIROS PORTUGUESES Cláudia Carvalho ([email protected])1 & Ângela Maia ([email protected])2 1 Aluna do Mestrado integrado em Psicologia Clínica na Universidade do Minho, Portugal; 2Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal. Os Bombeiros estão continuamente expostos a adversidade como vítimas secundárias e frequentemente experienciam situações que os ameaçam directamente, podendo inclusive colocar a sua própria vida em perigo. A exposição cumulativa a adversidade pode ter consequências pejorativas no equilíbrio psicológico e afectar o bem-estar físico. Este estudo teve como principais objectivos analisar a prevalência de exposição a adversidade em Bombeiros do Norte de Portugal bem como as suas queixas físicas e psicológicas. Os 296 participantes foram avaliados em relação a Exposição e impacto de Acontecimentos Traumáticos, Lista de Acontecimentos de Vida, sintomas de PTSD e queixas psicológicas (BSI) e físicas (RSCL). Os resultados revelam uma exposição muito elevada a adversidade, tendo 12% sintomas de perturbação pós-stress traumático e 17% sintomas de psicopatologia geral. Existe uma relação entre a gravidade e o impacto da exposição, a psicopatologia e as queixas físicas, sendo esta relação particularmente elevada com os sintomas de PTSD. Todas estas variáveis são predictoras das queixas físicas. Os resultados deste trabalho indicam a importância de serem adoptadas medidas que permitam não só o treino dos Bombeiros para desenvolverem estratégias adequadas para lidar com a adversidade, como também a obtenção de apoio (psicológico, social) continuado e, sobretudo, perante as situações mais difíceis. HISTÓRIA DE ADVERSIDADE E DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS: DOS COMPORTAMENTOS DE RISCO AOS PROBLEMAS DE ADESÃO TERAPÊUTICA Ricardo Faustino1 & Angela Maia([email protected])2 1 Doutorando em Psicologia da Saúde na Universidade do Minho, Portugal; 2 Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal. A ideia de que as principais causas de morte nas sociedades desenvolvidas se devem a comportamentos e estilos de vida está já bem fundamentada e é uma das razões para que a psicologia da saúde tenha um vasto campo de investigação e acção. Compreender os factores que contribuem para aumentar a probabilidade de se ter comportamentos de risco que põem em causa a sobrevivência, como acontece com os comportamentos de risco para contrair o VIH e a Hepatite C, pode ajudar a desenvolver programas de prevenção que tenham em atenção as reais características destas pessoas. Por outro lado, é reconhecido que existem problemas de adesão terapêutica naqueles que recebem o diagnóstico de doenças infecto-contagiosas. Neste trabalho serão abordados os dados da literatura sobre a relação entre história de adversidade e comportamentos de risco para doenças infecto-contagiosas, tendo um foco especial na hepatite C e VIH, duas problemáticas que impõem desafios muito específicos aos psicólogos da saúde quer devido à necessidade de elaborar programas de prevenção que visam reduzir a incidência destas doenças, quer no que se refere à adesão terapêutica após o seu diagnóstico. HISTÓRIA DE ADVERSIDADE E INDICADORES DE FUNCIONAMENTO ACTUAL EM SUJEITOS ALCOÓLICOS Márcia Campos([email protected])1 & Ângela Maia([email protected])2 1 Aluna do Mestrado integrado em Psicologia Clínica na Universidade do Minho, Portugal; 2´Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho, Portugal Apesar de ser reconhecido que as experiências adversas aumentam a probabilidade de se desenvolver comportamentos de risco para a saúde, são escassos os estudos que procuram compreender a relação entre alcoolismo e experiências adversas na infância. O presente estudo procurou caracterizar as experiências adversas vividas na infância, bem como várias áreas de funcionamento actual num grupo de alcoólicos, nomeadamente a satisfação e violência conjugal e perturbação psicológica (ansiedade e depressão). Neste sentido, foram avaliados 60 indivíduos adultos alcoólicos de ambos os sexos. Os resultados indicam que os sujeitos alcoólicos apresentam histórias de vida muito adversas, onde predomina o abuso físico, negligência física, abuso de substâncias no ambiente familiar, abuso emocional e doença mental na família. A média de experiências adversas vividas na infância é muito elevada e superior aos dados encontrados na comunidade. Verificou-se ainda que há uma grande prevalência de perturbação psicológica, nomeadamente ansiedade e depressão, sendo que estes sintomas, tal como a violência e a insatisfação conjugal, são predictas pela história de adversidade. Estes dados apontam para a necessidade de se compreender o alcoolismo como uma parte importante da história de vida de sujeitos maioritariamente com experiências muito inadequadas de cuidado familiar. S36 ASPECTOS COGNITIVOS DA CONSTRUÇÃO DA DOENÇA E A VIOLENCIA Coordenador: Jesús Garcia-Martínez ([email protected]) SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS AO PAPEL DE VÍTIMA: A CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE AFRONTAMENTO EM FRENTE AO ACOSSO ESCOLAR EM ESTUDANTES COM ALTOS E BAIXOS INDICADORES DE CONDUTA ANTISOCIAL Orellana-Ramírez, Mª Carmen ([email protected])1, Guerrero-Gómez, Rafael ([email protected]) 2 & Garcia-Martínez, Jesús ([email protected])1 1 Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Facultad de Psicología. Universidad de Sevilla, España; 2 Centro de Orientación y Psicología “Cerro del Águila”, Sevilla, España. Poente: Mª Carmen Orellana-Ramírez Apresenta-se um estudo descritivo dos vínculos entre conduta anti-social e significados atribuídos à mesma, referido em concreto às respostas potenciais das vítimas. O objetivo é encontrar que recomendações ou respostas diferenciais se elaboram sobre as vítimas uma vez que se controla o grau de conduta anti-social do informante. Uma mostra de 187 estudantes de ensino secundário (rango de idade 12-18 anos) completou tanto a sub-escala A de o questionário AD de conduta anti-social (Seisdedos, 1988) e responderam a uma pergunta aberta na que se lhe indagava sua concepção a respeito do papel de vítima. Dita pergunta foi analisada mediante um enfoque de teoria fundamentada (Orellana-Ramírez, 2008) até gerar uma série de categorias que respondem à diferente enfoque de afrontamento. Neste estudo apresenta-se uma análise de correspondências múltiplas que vincula o tipo de estratégias propostas pelos sujeitos com seu grau de conduta anti-social e estabelece-se uma tipologia destes vínculos. Referencias: Seisdedos, N. (1988). Cuestionario AD. Madrid: TEA. Orellana-Ramírez, M. C. (2008). Yo sólo me defiendo, no soy culpable. Un esbozo de teoría fundamentada sobre el significado del acoso escolar para sus protagonistas. Trabajo de investigación para la obtención del Diploma de Estudios Avanzados. Universidad de Sevilla. VIOLENCIA EN RELACIONES DE NOVIAZGO ADOLESCENTE Rodríguez Franco, Luis ([email protected]) & Antuña Bellerín, Mª Ángeles Facultad de Psicología. Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Sevilla, España Las cifras y estadísticas sobre las víctimas de la violencia de género en España indican la magnitud del problema y la resistencia de este fenómeno a la extinción. Se han desarrollado campañas de prevención (primaria, secundaria y terciaria) orientadas específicamente a las víctimas a través de programas sociales que tratan de mejorar la disposición de las mujeres afectas a denunciar a los agresores, programas de concienciación, de apoyo a través de casas de acogida, programas de tratamiento para los agresores, cambios en el sistema penal y judicial que aceleren los juicios y permitan la pronta emisión de órdenes de alejamiento y un largo etcétera. A pesar de ello, las cifras de víctimas (sean de morbilidad o mortalidad), siguen siendo insostenibles. Nuestro equipo viene desarrollando desde 1998 nuevos planteamientos y aportaciones a este tema que básicamente consisten en considerar que la permanencia y estabilidad de los roles de víctimas y agresores se inicia en las primeras relaciones de noviazgo. Nuestros datos confirman que en más de 2000 parejas de adolescentes de entre 16 y 21 años, cabe esperar alrededor de un 6.5% de mujeres víctimas de Violencia de Género (aunque más del 80% de las parejas han admitido conocer a otras parejas que han sido y están siendo objeto de maltrato por parte de sus respectivos novios), que las actitudes sexistas están ya presentes tanto en mujeres como varones en esas edades, y de la existencia de actitudes excesivamente tolerantes tanto en mujeres como en varones ante comportamientos que claramente pueden ser definidos como de agresión de género. CONSTRUÇÃO DO MALTRATO E INTENSIDADE DA SINTOMATOLOGIA Rafael Guerrero-Gómez ([email protected])2, Jesús Garcia-Martínez ([email protected])1 & Mª Carmen Orellana-Ramírez ([email protected])1 1 Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Facultad de Psicología. Universidad de Sevilla, España; 2 Centro de Orientación y Psicología “Cerro del Águila”. Sevilla, España. Poente: Rafael Guerrero-Gómez O objetivo deste estudo é encontrar os vínculos entre indicadores de psicopatología e constructos pessoais numa mostra de mulheres maltratadas (n=24). Durante as três primeiras sessões de psicoterapia administraram-se a versão espanhola da prova de sintomas de Derogatis (SCL-90-R, 2000) e uma grelha. Os constructos se categorizaram mediante o procedimento de análise de conteúdo proposto por Feixas et al. (2002) e procedeu-se a quantificar a freqüência de constructos na cada categoria. Também se considerou a natureza do primeiro constructo eliciado e a do constructo mais relevante. A mostra dividiu-se em função do índice global de sintomas em duas categorias dicotômicas (alta e baixa intensidade) e mediante estatísticos não paramétricos se comprovam as diferenças em ambos os grupos em função do tipo de construção realizada. Contraste-los entre a natureza do primeiro constructo e o constructo mais relevante efetuaram com o estatístico de correspondências múltiplas para ambas as mostras. Os resultados orientam-se para uma leitura clínica da orientação da terapia em função da intensidade da patologia e o tipo de construção realizada. Referencias: Derogatis, L. R. (2002). Cuestionario de 90 síntomas-revisado, versión española. Madrid: TEA; Feixas, G.; Geldschläger, H. & Neimeyer, R. A. (2002). Content analysis of personal constructs. Journal of Constructivist Psychology, 15 (1), 1-19. PALAVRA FINQUE: GRELHA, VIOLÊNCIA DE GÊNERO, SINTOMATOLOGIA, CONSTRUÇÃO DA VIOLÊNCIA. DOMINIOS DE LA PERSONALIDAD EN PACIENTES DE FIBROMIALGIA Buero Gallego, Milagros ([email protected]), Alcocer Gómez, Elísabet ([email protected]), Cano García, Francisco Javier ([email protected]), Garcia Martínez, Jesús ([email protected]) & Rodríguez Franco, Luis ([email protected]) Universidad de Sevilla, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Facultad de Psicología, Sevilla. Espanha. Desde el Modelo de Dominios Personales de McAdams (1995, 2006), podemos abordar la personalidad preguntándonos qué tiende a hacer, qué hace y quién es una persona, denominados respectivamente rasgos, adaptaciones características e identidad. Dicho modelo asume vínculos complejos a todos los niveles de funcionamiento personal, lo cual requiere validación empírica con todo tipo de poblaciones. En este sentido, el presente estudio pretende explorar las conexiones entre los tres dominios en una muestra de 25 pacientes fibromiálgicas en contraste con otra muestra de personas sanas extraída de la población general. Para investigar el nivel de rasgos nos basamos en la Teoría de Cinco Grandes (Costa y McCrae, 1990) utilizando el Inventario NEO reducido (TEA, 2005); para investigar el nivel de adaptaciones características y el de identidad utilizamos la Teoría de Constructos Personales mediante la Técnica de Rejilla (Kelly, 1955), analizada por el programa informático Record (Feixas y Cornejo, 1996). Exploramos asociaciones bivariadas entre rasgos, contenido de los constructos personales, estructura cognitiva y construcción del sí mismo, emergiendo así gran cantidad de información sobre el funcionamiento personal en sujetos sanos y enfermos. S37 INNOVACIONES EN EL ABORDAJE PSICOLÓGICO DE LA ENFERMEDAD CRÓNICA Coordenador: Francisco Javier Cano García ([email protected]) AJUSTE A LA ENFERMEDAD ONCOLÓGICA Y DISCREPANCIAS ENTRE CUIDADOR Y ENFERMO. Aires González, María del Mar ([email protected])1, Antequera Jurado, Rosario ([email protected]) 1, Blanco Picabia, Alfonso ([email protected])2 1 Universidad de Sevilla, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos, Facultad de Psicología, Sevilla; 2 Universidad de Sevilla, Departamento de Psiquiatría, Facultad de Medicina, Sevilla. En los últimos años asistimos a un progresivo incremento de personas que son diagnosticadas de alguna enfermedad oncológica. Esta situación que supone para los enfermos una pérdida importante de autonomía, así como de la calidad de vida, se acentúa cuando están recibiendo quimioterapia, llevando normalmente asociada la necesidad de depender de otras personas, habitualmente familiares, que les proporcionan la atención y el cuidado que requieren. Por su parte, la tarea de cuidar presenta numerosas dificultades y problemas que pueden afectar directa e indirectamente al cuidador y en consecuencia al enfermo. Por lo que cuidador principal y enfermo percibirán y experimentarán la enfermedad y el cuidado de forma muy variada. El presente trabajo pretende explorar el nivel de ajuste a la enfermedad en la díada cuidador-enfermo, así como el grado de correlación que existe entre las creencias del enfermo acerca de la situación de su cuidador y la percepción del cuidador de su propia realidad. Para ello se ha empleado entrevista semi-estructurada acerca de las características del cuidado y Cuestionario de Formas de Afrontamiento (RodríguezMarín y cols., 1992), GHQ-28 (Goldberg e Hillier, 1979), Sobrecarga del Cuidador (Zarit y Zarit, 1982), ISEL (Cohen y cols., 19 85) y Satisfaction With Life Scale (Diener y cols., 1985). Cabe destacar que las discrepancias observadas entre las parejas revelan la existencia de diferencias significativas en las características de la situación de cuidado y el apoyo social recibido, mientras que la concordancia entre ambos se asocia a una vivencia más positiva de la enfermedad. ESTRATEGIAS PARA LA PREVENCIÓN DE LA DEPENDENCIA: EL ESTUDIO DE LOS ANCIANOS FRÁGILES. Rosario Antequera Jurado ([email protected]) Facultad de Psicología. Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos. Universidad de Sevilla. El convertirse en un anciano dependiente representa un proceso sobre el que inciden determinados factores que disminuyen la capacidad de los ancianos para enfrentarse a sus circunstancias y merman su capacidad para llevar a cabo sus actividades de la vida diaria abocándolos hacia los distintos grados de dependencia. A estos ancianos se les denominan frágiles y constituyen una población diana para las intervenciones geriátricas y gerontológicas precisamente por su elevada vulnerabilidad. Aunque no existe una definición totalmente consensuada sobre los criterios que ayudan a detectar a los ancianos frágiles, existen una serie de indicadores que son, en realidad, predictores de dependencia y mortalidad y entre los que se encuentran factores médicos, psicológicos, sociales y ambientales. Entre estos indicadores encontramos un escaso apoyo social y familiar que dificulta aún más la autonomía y las posibilidades de permanecer en la comunidad de estos ancianos y lo convierten en la principal fuente de demanda de recursos sociosanitarios e incluso de institucionalización. Es este el marco en el que se encuadra el presente trabajo, con el pretendemos determinar la importancia de los factores emocionales y cognitivos implicados en la transición de “anciano frágil” a “anciano dependiente”. ESTUDIO DE LAS REACCIONES EMOCIONALES EN PACIENTES PEDIÁTRICOS QUE HAN SUFRIDO QUEMADURAS Y NIÑOS HOSPITALIZADOS PENDIENTES DE CIRUGÍA MENOR. Inmaculada Moreno García & Gracia Delgado Pardo Dpto. Personalidad, Evaluación y Tratamientos Psicológicos, Facultad de Psicología, Universidad de Sevilla. Si bien existe una amplia tradición investigadora referida a los efectos asociados a la hospitalización infantil, en los que ha quedado de manifiesto que las reacciones de estrés y ansiedad observadas en los niños se asocian a diversas circunstancias, entre ellas, a) Hospitalización, b) Tipo y naturaleza de la enfermedad que origina esa circunstancia y c) Procedimientos médicos desarrollados, apenas se han realizado estudios encaminados a comparar muestras de niños hospitalizados sometidos a actuaciones médicas recomendadas pero de naturaleza invasiva. En el trabajo que se expone a continuación se estudia la ansiedad infantil detectada en menores que han sufrido quemaduras y niños ingresados, pendientes, en el momento de la investigación, de cirugía menor. Los objetivos del estudio son los siguientes: a) investigar el impacto psicológico, en términos de reacciones emocionales y conductuales, de las quemaduras infantiles durante los primeros días de hospitalización, b) estudiar la ansiedad observada en los niños hospitalizados por traumatismos y otras patologías, pendientes de cirugía menor y c) determinar si la ansiedad observada en ambos grupos (quemados y menores hospitalizados por cirugía menor) se relaciona con la hospitalización o más bien, con el motivo de la misma. Han participado un total de 69 niños distribuidos en dos muestras equiparables en cuanto al tamaño y rango de edad, comprendido, en ambos casos, entre 7 y 14 años. Se trata de: a) 33 pacientes pediátricos hospitalizados con quemaduras y b) 36 niños ingresados en Servicio de Cirugía Infantil del Hospital Universitario “Virgen del Rocío” de Sevilla pendientes de cirugía menor por patologías de frecuente ingreso en estas edades (digestiva, urología, traumatismos, etc.). IACD: UNA MEDIDA DE LAS ADAPTACIONES CARACTERÍSTICAS AL DOLOR CRÓNICO Cano García, Francisco Javier ([email protected]), Rodríguez Franco, Luis ([email protected]) & López Jiménez, Ana ([email protected]) Universidad de Sevilla, Departamento de Personalidad, Evaluación y Tratamiento Psicológicos Facultad de Psicología, Sevilla. Desde el Modelo de Dominios Personales de McAdams (1995, 2006), podemos abordar la personalidad preguntándonos qué tiende a hacer, qué hace y quién es una persona. El dominio correspondiente a la segunda de las preguntas es el denominado de adaptaciones características, entendidas como comportamientos contextualizados en lugar, tiempo y/o rol. Este dominio se ha revelado fundamental para comprender el papel de los procesos psicológicos en la experiencia dolorosa. Fundamentado en una muestra de 381 pacientes con diversos diagnósticos de dolor crónico, atendidos en el Servicio Andaluz de Salud (Andalucía, España), el IACD se compone de 90 ítems procedentes de la reducción de siete instrumentos previos, y evalúa 19 variables agrupadas en cuatro grandes procesos psicológicos: lenguaje interno negativo, creencias de control y eficacia, estrategias de afrontamiento y conductas de dolor. El instrumento ha demostrado elevadas validez de constructo, concurrente y fiabilidad. El IACD está en proceso de a convertirse en el primer instrumento de evaluación psicológica del dolor crónico comercializado en España (TEA Ediciones). S38 PSICOFISIOLOGIA DA EXPRESSÃO FACIAL DA EMOÇÃO Coordenador: Prof. Doutor Freitas-Magalhães ([email protected]) EXPRESSÃO FACIAL: O EFEITO DO SORRISO NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO. ESTUDO EMPÍRICO COM PORTUGUESES Freitas-Magalhães e Erico Castro Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab), Faculdade de Ciências da Saúde (FCS-UFP), Universidade Fernando Pessoa. E-mail: [email protected]. Este artigo dá conta de uma investigação sobre o efeito do sorriso no tratamento da depressão. A amostra envolveu 160 participantes portugueses distribuídos pelos grupos etários 25-44 anos (40 mulheres, M= 33.5, DP= 6.5; 40 homens, M= 34.7, DP= 6.6) e 45-65 anos (40 mulheres, M=51.1, DP= 4.7; 40 homens, M= 53.6, DP= 4.4) Confirmou-se que o sorriso largo e o sorriso superior são os tipos que exercem mais efeito terapêutico. O efeito dos tipos de sorriso largo e superior é mais intenso e frequente nas mulheres do que nos homens. Constatou-se, também, o efeito terapêutico do sorriso em função da idade, isto é, o grupo dos 45-60 anos registou índices de franca melhoria do seu estado de saúde mental em relação ao grupo dos 25-44 anos e verificou-se que, perante a exibição dos tipos de sorriso largo e superior, os participantes passaram a valorizar, em crescendo, mais os pensamentos positivos do que os negativos. IDENTIFICAÇÃO E RECONHECIMENTO DAS EMOÇÕES BÁSICAS EM DEPENDENTES DE ÁLCOOL. ESTUDO EMPÍRICO COM PORTUGUESES Erico Castro & Freitas-Magalhães Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab), Faculdade de Ciências da Saúde (FCS-UFP), Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal. Website: http://feelab.ufp.pt. E-mail: [email protected]. As expressões faciais são indicadores do estado emocional. Freitas-Magalhães (2007) desenvolve a teoria da função simbiótica da emoção em contexto social. O homem sem emoção não fazia sentido, como não fazia sentido a emoção sem o homem. Após o estudo pioneiro sobre o reconhecimento das emoções básicas em dependentes de álcool (Freitas-Magalhães e Castro, 2007), o presente estudo pretende demonstrar qual o efeito do álcool na percepção psicológica das emoções e avaliar consequentes défices cognitivos na identificação e reconhecimento das emoções básicas (alegria, tristeza, cólera, surpresa, aversão, medo e desprezo). No estudo empírico, será utilizada a plataforma informática i-Emotions (i-E) (FreitasMagalhães e Castro, 2007). O RECONHECIMENTO DAS EMOÇÕES BÁSICAS NA EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL Joana Batista & Freitas-Magalhães Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab), Faculdade de Ciências da Saúde (FCS-UFP), Universidade Fernando Pessoa, Rua Carlos da Maia, 296, 4200-150, Porto, Portugal. Website: http://feelab.ufp.pt. E-mail: [email protected]. O reconhecimento das emoções básicas pela expressão facial considera-se fundamental no processamento emocional. Atendendo a que as estruturas do Lobo Temporal Mesial são cruciais no seu processamento, com destaque para as conexões amígdalahipotálamo, e tendo em conta que uma lesão na amígdala condiciona o reconhecimento e expressão facial de uma emoção, propõe-se com este estudo pioneiro avaliar o reconhecimento das emoções básicas e determinar a sua localização cerebral em indivíduos com Epilepsia do Lobo Temporal sem lesão e com lesão do lobo temporal (esquerdo e direito), através de Ressonância Magnética Funcional. Para análise do reconhecimento das emoções será utilizada a base pioneira de expressões faciais F-M Portuguese Face Database (F-MPF) de Freitas-Magalhães (2003). EMOÇÕES E TOXICODEPENDÊNCIA. Catarina Santos & Freitas-Magalhães Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab), Faculdade de Ciências da Saúde (FCS-UFP), Universidade Fernando Pessoa, Rua Carlos da Maia, 296, 4200-150, Porto, Portugal. Website: http://feelab.ufp.pt. E-mail: [email protected]. Esta linha de investigação é sobre a identificação e reconhecimento das emoções básicas em toxicodependentes institucionalizados. A amostra envolveu 30 participantes portugueses do sexo masculino com idades compreendidas entre os 23 e os 50 anos de idade (M= 33.2; DP= 7.2). Confirmou-se que participantes apresentam padrão de dificuldades na identificação e reconhecimento das emoções básicas, com excepção da alegria, tristeza e surpresa, o qual foi decrescendo ao longo dos quatro momentos da administração do teste i-Emotions (i-E) (Freitas-Magalhães e Castro, 2007). Verificou-se ainda que o respondente homem é mais assertivo ao estímulo do mesmo género. S39 PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA EM CONTEXTOS DE SAÚDE E DE DOENÇA Coordenador: Maria Cristina Faria ([email protected]) PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR DA PARTURIENTE ATRAVÉS DA PREPARAÇÃO PARA O PARTO Maria Úrsula Santos ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja O presente estudo foi concebido com o objectivo de investigar se a preparação para o parto poderá ter alguns contributos na forma como é vivido ou experienciado o trabalho de parto e parto. A amostra é composta por participantes que se encontram no período pós-parto, cuja média de idades situa-se no grupo etário dos 25-30 anos, e às quais foi solicitado o preenchimento do Questionário de Saúde Geral (Goldberg 1978), Escala de Avaliação da Ansiedade, Depressão e Stress de Lovinbond, Escala de Percepção Subjectiva de Satisfação Materna no processo de maternidade, e o Questionário de Bem Estar na Maternidade. Tendo em conta as variáveis principais, alertamos para o facto da frequência de programas de preparação para o parto diminuir os níveis de ansiedade e depressão e promover o bem-estar no processo de maternidade. A mesma frequência não interfere com os níveis de stresse, percepção de saúde geral e percepção subjectiva de satisfação na vivência de maternidade. Destacamos que são as mulheres primíparas e com maiores habilitações literárias que mais frequentam este tipo de programas. Independentemente da frequência ou não deste tipo de programas o processo de maternidade é considerado como uma experiência maravilhosa e complexa, única na vida de um casal. PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS INCONTINENTES Sílvia Maria Montez ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja Os estudos indicam que a incontinência urinária interfere de forma negativa na qualidade de vida das pessoas afectadas, desencadeando grandes modificações no modo como vivem o seu dia a dia e como se relacionam com os outros. A presente investigação procura contribuir para a elaboração de um modelo teórico de promoção da qualidade de vida e do bem-estar dos incontinentes urinários, a partir da avaliação da Qualidade de Vida, Apoio Social Expressivo, Auto-Conceito e Estratégias de Coping. Para avaliar o Apoio Social percepcionado pelos incontinentes, é criada de raiz uma escala: a Escala de Apoio Social Expressivo (EASEIU), que apresenta um total de 19 itens e compreende sete sub-escalas (Apoio de Amigos, Problema nas Relações Interpessoais, Apoio Íntimo, Apoio Familiar, Apoio de Saúde, Interacções Laborais e Conflito). A amostra é de 171 incontinentes, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 23 e 89 anos. Os resultados revelaram que a Incontinência Urinária tem efectivamente um impacto negativo na Qualidade de Vida dos incontinentes e que o Apoio Social expressivo parece ser a variável independente que mais interfere na Qualidade de Vida destes. Perante a problemática e os resultados obtidos são propostas várias estratégias de intervenção que visam a promoção do bem estar da população estudada. ESPERANÇA, COPING E APOIO SOCIAL EM IRMÃOS SAUDÁVEIS DE CRIANÇAS E JOVENS COM LEUCEMIA Maria João Vilhena ([email protected])1 & Salomé Vieira Santos ([email protected])2 1 União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR); 2 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Lisboa O presente estudo, que se inscreve num mais lato, visa a caracterização da esperança, do coping e do apoio social num grupo de irmãos saudáveis de crianças e jovens com leucemia. Para avaliar as dimensões referidas utilizou-se a adaptação portuguesa de cada um dos seguintes instrumentos: Children’s Hope Scale (Snyder et al., 1997), Coping Across Situations Questonnaire (Seiffge-Krenke & Shulman, 1990) e Social Support Questionnaire (Sarason, Sarason, Shearin, & Pierce, 1987). Participaram no estudo 58 jovens (com idades entre os 11 e os 17 anos), tendo-se constituído dois grupos: Grupo 1 – irmãos saudáveis de crianças e jovens com leucemia (N=29); Grupo 2 – irmãos saudáveis de crianças e jovens sem doença crónica (N=29). Em ambos os grupos controlou-se a idade e o sexo dos jovens, e a escolaridade do pai. Os resultados mostram que os grupos não se diferenciam significativamente na esperança, mas que se diferenciam no coping não-activo (total e domínios) e no coping activo - self, distinguindo-se ainda na percepção de apoio social (disponibilidade e satisfação), sendo esta mais favorável no Grupo 2. Discutem-se os resultados situando-os na literatura existente. COMPORTAMENTOS DE ADESÃO AO RASTREIO DO CANCRO DO CÓLON E RECTO Fernanda Isabel Grou ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja Em Portugal, o cancro do cólon e do recto têm elevada incidência e é uma das principais causas de morte, apesar de não existirem dados actualizados, em 2003 o número de novos casos atingia os 3000, esta realidade seria diferente com um programa de rastreio, aproximadamente 90% dos cancros são curáveis na fase inicial. O objectivo deste estudo foi avaliar as crenças de saúde da população com mais de 40 anos e investigar a sua influência nos comportamentos de adesão ao rastreio do cancro do cólon e recto. É um estudo de tipo descritivo, correlacional, exploratório e transversal. A amostra é constituída por 90 pessoas, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 40-70 anos e sem história clínica associada à doença. Procedeuse à aplicação da adaptação para o Cancro do Cólon e Recto da Escala de Crenças de Saúde aplicada ao Cancro do Colo do Útero (avaliar as crenças de saúde), do Questionário de Comportamentos de Adesão (comportamentos de adesão), do Teste de Orientação de Vida (optimismo) e como fundamento teórico utilizou-se o Modelo de Crenças de Saúde e o Modelo Transteórico de Prochaska & DiClemente. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES: RELAÇÃO ENTRE OS VALORES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E A MOTIVAÇÃO PARA FAZER UMA ABORDAGEM DIFERENCIADA ÀS VITIMAS Maria Paula Canelas ([email protected]) Instituto Politécnico de Beja Com este estudo pretendemos investigar se existe alguma relação entre os valores dos profissionais de saúde relativamente à violência doméstica exercida contra as mulheres e a motivação para lhes fazer uma abordagem diferenciada nos serviços de saúde. Vamos investigar a tendência feminista ou tradicionalista dos valores dos inquiridos, a respectiva preparação e motivação para lidar com as mulheres vítimas de violência e as estratégias de coping que utilizam perante determinadas situações de stresse profissional. Os profissionais de saúde participantes no estudo são enfermeiros e médicos do Hospital José Joaquim Fernandes de Beja, representando cada grupo profissional 50% do total da amostra. Para estudar a população, fez-se a sua caracterização sócio-demográfica, utilizaram-se duas questões que a caracterizam relativamente ao grau de motivação e preparação para abordar de forma diferenciada as mulheres vítimas de violência doméstica, usou-se a escala de valores de violência doméstica contra as mulheres (Lee Ann Hoff, 1990) e o Questionário de estratégias de coping (Pais-Ribeiro & Santos, 2001). Os resultados encontrados apontam para a tendência feminista dos inquiridos sem que haja interferência significativa das variáveis sexo e profissão. Existe relação entre as variáveis motivação e preparação: A população mais preparada é simultaneamente a mais motivada para a abordagem diferenciada às mulheres. Resumos dos Workshops do I Congresso Luso-Brasileiro de Psicologia da Saúde (Faro, 5-7 de Fevereiro de 2009) W1 SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS DA SAÚDE SEXUAL NA ADOLESCÊNCIA EM PORTUGAL E NA AMÉRICA LATINA Margarida Gaspar de Matos ([email protected]), PhD 1, Mónica Borile ([email protected]), MD 2; Electra Gonzalez ([email protected]), MA SW3; Marta Reis ([email protected]), Msc4; Lúcia Ramiro ([email protected]), Msc5 & Equipa Aventura Social. 1,4,5 Projecto Aventura Social - Faculdade de Motricidade Humana / Universidade Técnica de Lisboa; 2 Ministerio de Educación de la Pcia de Río Negro. Escuela de Medicina, Universidad Nacional del Comahue, Argentina; 3 Centro de Medicina Reproductiva y Desarrollo Integral del Adolescente, Facultad de Medicina, Universidad de Chile. O aumento das IST’s, da gravidez indesejada e de outros riscos ligados à actividade sexual, faz com que os jovens sejam considerados um grupo de intervenção prioritário em termos de saúde sexual e reprodutiva. A educação sexual tem como objectivo fundamental formar, desenvolver atitudes e competências nos jovens, permitindo que estes se sintam informados e seguros nas suas escolhas (GTES, 2005; 2007; 2007a). Analisando os resultados do estudo português HBSC/OMS (Currie et al., 2004; Matos e equipa do Projecto Aventura Social & Saúde, 2006), verificamos que os factores de risco e protecção que determinam os comportamentos sexuais de risco dos adolescentes são inúmeros. Este facto aponta para uma educação sexual que incida em intervenções do tipo preventivo, de carácter universal, abrangendo toda a população escolar e respectivos contextos de vida: escola, família e grupo de pares; mas também em intervenções mais específicas e intensivas, nos subgrupos identificados como de “risco”. Neste trabalho analisam-se as semelhanças e as diferenças entre o contexto de Portugal e o da América Latina, na sequência da licença sabática do primeiro autor. Mais detalhes deste percurso podem ser lidos em www.umaventurasocial.blogspot.com. Analisam-se, também, as suas consequências para as Políticas de Saúde e Educação para e com os adolescentes, nomeadamente na área da saúde sexual e reprodutiva. Palavras-chave: Educação sexual, comportamentos sexuais, jovens, políticas de saúde e de educação W2 ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DA AVALIAÇÃO DA HISTÓRIA DE MAUSTRATOS E TRAUMA EM CONTEXTOS DE SAÚDE Angela Maia ([email protected]) Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do Minho A investigação tem mostrado que as experiências de abuso e negligência na infância não são raras, e que as pessoas com história de vida mais adversas têm mais psicopatologia, avaliam a sua saúde de forma mais negativa, têm mais comportamentos de risco para a saúde e mais queixas físicas e utilizam mais os serviços médicos. A exposição a adversidade na idade adulta dá origem a padrões semelhantes, sabendo-se, por exemplo, que cerca de 32 % das utentes dos centros de saúde são vítimas de violência doméstica e que após experiências potencialmente traumáticas aumenta a utilização dos recursos de saúde. Neste workshop abordaremos as estratégias para avaliar a história de maus-tratos e a exposição a trauma e os desafios que se colocam nesta avaliação, e salienta-se a necessidade de planear formas de intervenção que tenham em conta a história de vida da pessoa. Considerando que a exposição a diferentes formas de maltrato é um problema de saúde pública, reflecte-se sobre o papel do psicólogo da saúde para a sua prevenção e sobre as questões éticas envolvidas. W3 LUTO ANTECIPATÓRIO AS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS, FAMILIARES E SOCIAIS DIANTE DE UMA MORTE ANUNCIADA José Paulo da Fonseca ([email protected]) PUC/SP A família, enfocada aqui sob a ótica sistêmica (Bertalanffy), participa intensamente da dor quando um de seus integrantes adoece. Uma doença grave exige novos modos de enfrentamento, mudanças de postura tanto do paciente como de sua família e amigos, que sofrem múltiplas perdas, períodos longos de adaptação e interações freqüentes com o sistema de saúde. O Luto Antecipatório, aquele que ocorre antes da perda real e tem as mesmas características e sintomatologia do processo de luto normal, ou seja, aquele que ocorre pós-morte, pode ser influenciado tanto por fatores intrapsíquicos como interpsíquicos, por fatores culturais e sociais. Atuamos na psicoterapia domiciliar a pacientes, seus familiares e amigos quando há uma doença em estágio avançado. Como trabalhamos com perdas, temos um referencial sobre o estabelecimento de vínculos: a teoria do apego de John Bowlby. Corpo, mente e ambiente estão integrados, interferindo uns nos outros e todos no seu conjunto. Nosso olhar, então, é o sistêmico. Numa psicoterapêutica do Luto Antecipatório atuamos sob a perspectiva do paciente, das pessoas íntimas, de outros envolvidos e do cuidador. Contextualmente, há intervenções nos processos intrapsíquicos individuais, nos processos interacionais com o paciente adoentado e nos processos familiares e sociais.