Modelos O que, por que, quando, qual e como Marcelo C. M. Fonseca Pediatra Intensivista – UNIFESP Gerente do Núcleo de Pesquisas Clínicas – UNIFESP Assessor do Reitor da UNIFESP Cientista sênior da Axia.Bio – Empresa Brasileira Especializada em Economia da Saúde 11 Modos de estudar um sistema Sistema Experimentação com o próprio sistema Experimentação com um modelo do sistema real Modelo físico Solução analítica *Simulation, 22 Modeling & Analysis (3/e) by Law and Kelton, 2000, p. 4, Figura1.1 Modelo matemático Simulação Por que modelar? • Aumentar nossa compreensão de sistemas complexos e fundamentais – Identificar a causa de eventos observados • Comparar intervenções ou políticas alternativas • Ajudar na tomada de decisões – Fazer a política • Analisar riscos • Predizer tendências futuras 33 O que são modelos? São uma forma de representar a complexidade do mundo real de uma maneira mais simples e compreensível Buxton MJ, Drummond MF et al. Health Econ 1997; 6:217-227 44 Que modelo é esse? Estudos clínicos – Protocolos com critérios de inclusão e exclusão – Realizado em ambiente que pode não ser reproduzido no mundo real – O tratamento é fornecido e estritamente monitorado – Adesão ao tratamento é reforçada tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde – Parâmetros de eficácia e não de eficiência – Potencialmente podem ser sujeitos a manipulação e a viés – Geralmente são caros e demandam tempo Khan ZM; Miller DW. Clin Ther 1999; 21(5):896-915 55 Que modelo é esse? Meta-análise – Estudos escolhidos de acordo com critérios estritos – Realizados em ambiente que podem não ser reproduzidos no mundo real • Os tratamentos são fornecidos e estritamente monitorados • Adesão ao tratamento é reforçada tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde – Parâmetros de eficácia e não de eficiência – Premissas sobre a síntese estatística – Potencialmente podem ser sujeitos a manipulação e a viés Buxton MJ, Drummond MF et al. Health Econ 1997; 6:217-227 66 Modelos matemáticos • Utilizam a linguagem mais precisa inventada pelo homem • Usa o poder desta linguagem para nos permitir raciocinar e analisar Assim: • Um modelo matemático é uma descrição de um sistema usando conceitos e linguagem matemáticos 77 Caracterizando um modelo matemático • Determinístico ou Estocástico – O modelo tem componentes estocáticos (probabilísticos) • Estático ou Dinâmico – O tempo é uma variável significante? • Contínuo ou Discreto – O estado do sistema evolui continuamente ou somente em pontos discretos no tempo? – Contínuo: mecânica clássica – Discreto: filas, inventário, loja modelos de máquinas 88 Taxonomia dos modelos Modelo do sistema Determinístico Estático Estocástico Dinâmico Estático Dinâmico Contínuo Contínuo 99 Discreto Discreto Então… • Modelar: construir um arcabouço conceitual que descreva um sistema – Declarar claramente o problema a ser estudado, objetivo e escopo – Assegurar que o modelo realmente avalia o problema ou a doença – O arcabouço conceitual deve estar relacionado ao problema e não baseado na disponibilidade de dados • Escolha dos comparadores – A representação conceitual deve ser usada para identificar incertezas na estrutura do modelo (e estudá-las na análise de sensibilidade) – Alguns sistemas são melhor representados por certos tipos de modelos 10 10 Tipos de modelo Característica do problema 11 11 Tipo de modelo • Simples, não dinâmicos • Árvores de decisão • Baseado em estados de saúde – Explosão de estados • Modelo de transição de estados – Microsimulação • Interações • Modelo de transmissão dinâmica, Simulação de eventos discretos Como modelar • Identificação do sistema – Análise do problema com estabelecimento das condições nas quais o sistema será observado • Estados iniciais, condições de término, variáveis a serem observadas e suas magnitudes, especificação dos dados a serem coletados • Representação do sistema em uma estrutura organizada – Mapeamento dos objetos do sistema, suas relações, processos e comportamentos • Desenho do modelo – Descreve processo de extrair da representação do sistema somente as características essenciais do sistema original • Codificação do modelo – Transformar a representação estruturada do sistema em estruturas de dados e procedimentos computacionais 12 12 Como modelar • Credibilidade do modelo – Estágio I - verificação se a lógica interna do modelo está funcionando – Estágio II – validação do modelo. O resultado do modelo é adequado para o seu propósito e consistente com com as premissas • Formatação do resultado do modelo – Intuitivo e informativo 13 13 Macro etapas para o desenvolvimento de modelos farmacoeconômicos Levantamento das informações clínicas e econômicas pertinentes Determinação da árvore de decisão e seus componentes (Agudo ou crônico) Identificação da conduta local para o tratamento da doença em questão Modelo Farmacoeconômico Microcosting em valores locais Resultados com a conduta e custos locais e validação 14 14 Input dos dados na árvore de decisão construída Quando modelar? • Extrapolar dados observados em estudo clínico – Basear-se em estudo clínico é justificável quando acredita-se que a terapêutica não terá efeitos de longo prazo mas em muitas situações este não é o caso • Correlacionar parâmetros intermediários de estudos clínicos ao resultado final de saúde – Improvável que haja correlação direta entre intermediário e final – Custo de intervenções em doenças crônicas não é restrito ao curto prazo • Generalizar o ambiente – Do estudo para prática – De local a local Khan ZM; Miller DW. Clin Ther 1999; 21(5):896-915 Buxton MJ, Drummond MF et al. Health Econ 1997; 6:217-227 15 15 Quando modelar? • Sintetizar comparações head to head onde não há estudos relevantes • Predizer custos e conseqüências de alternativas terapêuticas – Custo efetividade • Desenhar uma avaliação para reduzir a incerteza Khan ZM; Miller DW. Clin Ther 1999; 21(5):896-915 Buxton MJ, Drummond MF et al. Health Econ 1997; 6:217-227 16 16 Cuidados nas modelagens REAL MODELO O modelo precisa ser o mais simples e próximo possível da realidade 17 17 Cuidados nas modelagens A simplicidade é desejável • transparência • validação • descrição Com complexidade suficiente para responder a questão 18 18 O balanço Uso apropriado dos dados clínicos Transparência Modelo 19 19 Uso meticuloso de dados observacionais Validação OBRIGADO! [email protected] 20 20