1
Título:
Avaliação do conhecimento sobre produtos light e diet entre alunos da Universidade
São Francisco.
Short title:
Conhecimento sobre alimentos light e diet entre alunos.
Knowledge about light and diet food between students.
Autores:
Juliana Jorge1, Vanessa Aparecida Camargo Luiz1, Pérola Ribeiro2
1
Aluna do curso de graduação em Nutrição pela Universidade São Francisco,
Bragança Paulista, SP, Brasil.
2
Doutora em Ciência pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora
doutora assistente do curso de Nutrição da Universidade São Francisco (USF), SP,
Brasil.
Endereço da instituição:
Universidade São Francisco (USF)
Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José
CEP: 12916-900 – Bragança Paulista – SP
Endereço para correspondência:
Pérola Ribeiro
Av. São Francisco de Assis, 218 – Jardim São José
CEP: 12916-900 – Bragança Paulista – SP
Telefone: (11) 4034-8206
E-mail: [email protected] ou [email protected]
2
RESUMO
Os produtos diet e light há algum tempo, se avolumam nas prateleiras dos
supermercados, chamando a atenção de pessoas preocupadas com a saúde e a
estética. O objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento sobre produtos light e diet
entre os alunos, regularmente matriculados nos cursos de graduação de Nutrição, da
Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista. Aplicou-se um questionário
entre os alunos regularmente matriculados no curso de graduação em Nutrição da
Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista. Os resultados obtidos a partir
do questionário foram analisados através de estatísticas descritivas básicas acerca
dos itens avaliados. A maioria dos alunos acertou a definição e a finalidade de
utilização dos alimentos light. Somente 29% dos alunos acertaram que alimentos diet
são aqueles que devem conter em sua composição isenção ou, no máximo, 0,5% de
açúcar. Mais de 95% dos alunos conhecem o público alvo ao qual os alimentos diet
são destinados. Conclui-se que a maioria dos alunos entrevistados sabe diferenciar
produtos light de diet e a sua finalidade de uso. Entretanto, alguns estudantes do curso
de Nutrição se confundiram com os conceitos de diet e light, principalmente, quanto à
redução de nutrientes mínima dos produtos light e diet.
Palavras-chave: alimentos diet e light, legislação, produtos modificados, alimentos
formulados
3
ABSTRACT
Diet and light products, for some time, been accumulating on the shelves of
supermarkets, drawing the attention of people concerned about the health and
aesthetics. The aim of this study was to evaluate the knowledge about diet and light
products among students, regularly enrolled in undergraduate courses of Nutrition,
University of San Francisco. It was applied a questionnaire among students regularly
enrolled in graduate programs in nutrition in the San Francisco University. Results from
the questionnaire were analyzed using descriptive statistics about the basic items
evaluated. Most of the students hit the definition and purpose of use of light foods. Only
29% of students hit that diet foods are those that must include in their composition
exemption or, at most, 0.5% sugar. More than 95% of students know the target
audience to which the diet foods are intended. It follows that most students interviewed
know differentiate products from light diet and their purpose of use. However, some
students in the course of Nutrition is confused with the concepts of diet and light,
mainly regarding the reduction of nutrient minimum of light and diet products.
Keywords: diet and light food, legislation, modified products, formulated foods
4
INTRODUÇÃO
Segundo AQUINO et al. (2003)1 a demanda de alimentos industrializados no país
aumentou após a abertura econômica. Os alimentos que apresentaram maior
crescimento de vendas, a partir de 1994, foram às preparações prontas para o
consumo, sopas desidratadas e macarrão instantâneo, demonstrando uma forte
tendência à escolha de produtos mais elaborados. A diversidade e o aumento da
oferta de alimentos industrializados podem influenciar os padrões alimentares da
população, principalmente a infantil, uma vez que os primeiros anos de vida se
destacam como um período muito importante para o estabelecimento de hábitos. O
consumo inadequado, em excesso e muito freqüente destes alimentos, pode
comprometer a saúde nesta fase e na idade adulta. Muitos alimentos industrializados
são ricos em gorduras e carboidratos refinados, apresentando elevados valorares
energéticos. Por outro lado, o incremento da industrialização pode ter um impacto
positivo para a alimentação, no que se refere ao acesso a alimentos modificados,
fontes alimentares e/ou enriquecidos com nutrientes que possam contribuir também
para o melhor valor nutritivo da dieta.
Concomitantemente, nos últimos anos, vem crescendo o consumo de produtos light e
diet. Estes produtos estão direcionados a pessoas que apresentam algum distúrbio no
metabolismo de açúcar (diabéticos) ou mais recentemente, consumidores que estão
em busca de produtos alimentícios de menor aporte calórico2.
Segundo a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
(SVS/MS) n° 27, de 13/01/98, que aprova o regulamento técnico referente à
informação nutricional complementar, o termo light significa uma alegação de uma
propriedade nutricional que o produto possui no sentido de redução do teor de
determinado nutriente ou teor calórico3. Para que um alimento seja considerado light, a
redução deve ser de no mínimo 25% em relação ao similar convencional. E esse
processo implica, geralmente em diminuição do valor energético, ou seja, o produto
será útil para dietas de emagrecimento ou controle de peso, uma vez que apresenta
redução de calorias. Uma grande parte dos produtos alimentícios industrializados,
contendo um teor considerável de açúcares e/ou gorduras em sua composição, já
apresenta sua versão light, ou seja, redução no teor de açúcar, de gordura ou até
mesmo de ambos4.
Atualmente, os produtos light têm sido utilizados no tratamento de pessoas com
obesidade, com o objetivo de reduzir o valor calórico das preparações ou dos
alimentos, em relação aos níveis de açúcares e gorduras, assim podendo aumentar a
oferta de alimentos em sua dieta hipocalórica5.
5
Por outro lado, segundo a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério
da Saúde (SVS/MS) n° 29, de 13/01/98, que aprova o regulamento técnico referente a
alimentos para fins especiais, os alimentos com alegações diet, na embalagem,
necessitam de uma redução bastante severa de um determinado nutriente6. Esse
nutriente pode ser qualquer um e não somente o açúcar, como muitos pensam. Assim,
um alimento com uma redução drástica no conteúdo de sódio pode ser indicado para
hipertensos e apresentar a alegação diet. Um alimento para ser considerado diet,
tomando como o exemplo o conteúdo de açúcar, necessita ser isento ou conter no
máximo 0,5% de açúcares em sua composição4.
Embora a palavra adoçante seja usada pela população para designar sabor doce, a
Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) n° 38,
de 15/01/98, que aprovou o regulamento técnico referente a adoçantes de mesa,
estabeleceu que adoçante é todo produto especificamente formulado para conferir
sabor doce aos alimentos e bebidas. Já a designação adoçante dietético refere-se a
formulações
tendo
como
base
os
edulcorastes
não
podendo
conter
os
monossacarídeos glicose e frutose e o dissacarídeo sacarose7. Conseqüentemente,
somente os adoçantes dietéticos são indicados para os portadores de diabetes
mellitus4.
RICHTER & LANNES (2007)8 ao estudarem bombons para dietas especiais,
comerciais, controle e especiais (diet/light) constataram que o conteúdo de
carboidratos dos bombons especiais era significativamente menor quando comparado
com os demais. Além disso, o bombom especial apresentava 25,7% de redução do
valor calórico total comparado ao produto comercial e 20,6% quando comparado com
o produto controle, o que não o caracterizaria como um alimento light, onde a redução
deve ser de, no mínimo, 25% comparada com seu similar.Com relação à textura, a
substituição do açúcar por edulcorantes foi satisfatória, permitindo o seu consumo,
inclusive, pela população diabética.
O objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento sobre produtos light e diet entre os
alunos, regularmente matriculados nos cursos de graduação de Nutrição, da
Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista.
6
MÉTODOS
A avaliação do conhecimento dos alunos diante dos produtos light e diet pode ser
classificado como uma pesquisa exploratória, a qual formula questões ou problemas
vislumbrando desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com
um ambiente, fato ou fenômeno para aprofundar em pesquisa futura ou ampliar
conceitos9.
A pesquisa para avaliar o grau de conhecimento de produtos light e diet foi realizada
mediante a formulação e aplicação de um questionário pré-testado entre os alunos
regularmente matriculados no curso de graduação em Nutrição da Universidade São
Francisco, campus Bragança Paulista. Foram aplicados cento e cinco questionários
em setembro de 2008.
O questionário foi elaborado com questões estruturadas relacionadas a conceitos de
produtos light e diet, contendo 9 questões.
Os resultados obtidos a partir do questionário foram analisados através de estatísticas
descritivas básicas acerca dos itens avaliados. Os resultados foram analisados através
de tabelas de freqüência simples e porcentagem.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade
São Francisco (protocolo CAAE: 0127.0.142.000-08). Os voluntários foram informados
de todos os objetivos e procedimentos desse estudo e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando sua participação no estudo.
7
RESULTADOS
A TABELA 1 mostra a distribuição dos alunos do curso de graduação em Nutrição,
segundo o semestre e o sexo. Cento e cinco alunos do curso de nutrição responderam
o questionário, sendo que 16,2% (17/105) dos alunos estão cursando o segundo
semestre, 29,5% (31/105) do quarto, 30,5% (32/105) do sexto e 23,8% (25/105) do
oitavo. Desse total, 6,7% (7/105) são do sexo masculino e 93,3% (98/105) são do sexo
feminino.
A TABELA 2 apresenta o conhecimento dos alunos do curso de graduação em
Nutrição sobre alimentos light. Oitenta e sete por cento (91/105) dos alunos
responderam que alimentos light apresentam redução de um determinado nutriente.
Setenta e quatro por cento (77/105) assinalaram que produtos light são aqueles que
devem, em relação ao similar convencional, apresentarem redução de, no mínimo
25% de qualquer nutriente. Noventa e sete por cento (102/105) dos alunos
responderam que consumiriam produtos light para auxiliar na perda de peso. Setenta
e quatro por cento (78/105) dos alunos responderam que os produtos light podem ser
utilizados no tratamento da obesidade com o objetivo de reduzir o valor calórico das
preparações ou dos alimentos.
O GRÁFICO 1 apresenta a porcentagem de acerto entre os alunos do curso de
graduação em Nutrição, da Universidade São Francisco sobre alimentos light. Oitenta
e sete por cento (91⁄105) dos alunos acertaram que alimentos light são aqueles que
apresentam redução de um determinado nutriente (Questão 1). Setenta e quatro por
cento (77⁄105) dos alunos responderam corretamente que produtos light são aqueles
que devem, em relação ao similar convencional, apresentarem redução de, no mínimo,
25% de qualquer nutriente (Questão 2). Noventa e sete por cento (102⁄105) dos alunos
acertaram que o consumo de produtos light auxilia na perda de peso (Questão 3).
Setenta e quatro por certo (78⁄105) dos alunos responderam acertadamente que os
produtos light podem ser utilizados no tratamento da obesidade com o objetivo de
reduzir o valor calórico das preparações ou dos alimentos (Questão 4).
A TABELA 3 apresenta o conhecimento dos alunos do curso de graduação em
Nutrição sobre alimentos diet. Sessenta e quatro por cento (67/105) dos alunos
definiram alimentos diet como aqueles que devem conter em sua composição isenção
de açúcar. Noventa e um por cento (95/105) dos alunos responderam que produtos
diet são aqueles que podem ser usados por pessoas que necessitam de alimentos
para fins especiais. Para 93% (98/105) dos respondentes, os diabéticos devem
consumir, preferencialmente, produtos diet. Cem por cento dos alunos responderam
que não se pode consumir produtos diet em grandes quantidades. Para 92% (97/105)
8
dos respondentes, o consumo excessivo de alimentos light e diet pode comprometer a
saúde.
O GRÁFICO 2 apresenta a porcentagem de acerto entre os alunos do curso de
graduação em Nutrição, da Universidade São Francisco sobre alimentos diet. Somente
29% (31/105) dos alunos acertaram que alimentos diet são aqueles que devem conter
em sua composição isenção ou, no máximo, 0,5% de açúcar (Questão 1). Noventa por
cento (95/105) dos alunos responderam corretamente que produtos diet são aqueles
que podem ser utilizados por pessoas que necessitam de alimentos para fins especiais
(Questão 2). Noventa e três por cento (98/105) dos alunos acertaram que diabéticos
devem consumir, preferencialmente, produtos diet (Questão 3). Quando questionados
sobre a afirmação de que produtos diet não engordam, por isso pode-se consumir em
grandes quantidades, 100% (105/105) dos alunos acertaram que essa afirmação é
falsa (Questão 4). Com relação à afirmação de que o consumo excessivo de alimentos
light e diet pode comprometer a saúde, 100% (105/105) consideraram essa afirmação
falsa (Questão 5).
9
TABELA 1: Distribuição dos alunos, do curso de graduação em Nutrição da
Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista, segundo o sexo. 2008.
Semestres do curso de Nutrição
Total (n=105)
2º. (n = 17)
4º. (n = 31)
6º. (n = 32)
8º. (n =25)
n (%)
n (%)
n (%)
n (%)
Masculino
1 (6%)
1 ( 4%)
1 (4%)
4 (16%)
7 (6,7%)
Feminino
16 (94%)
30 (96%)
31 (96%)
21 (84%)
98 (93,3%)
17 (16,2%)
31 (29,5%)
32 (30,5%)
25 (23,8%)
105 (100%)
Sexo
TOTAL
n (%)
10
TABELA 2: Conhecimento sobre alimentos light entre os alunos do curso de
graduação em Nutrição, da Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista.
2008.
Semestres do curso de Nutrição
Variáveis
2º. (n = 17)
4º. (n = 31)
6º. (n = 32)
8º. (n =25)
Total (n=105)
n (%)
n (%)
n (%)
n (%)
n (%)
12 (70%)
23 (74%)
31( 96%)
25 (100%)
91 (87%)
B. Não contêm açúcares
1 (6%)
2 (7%)
0 (0%)
0 (0%)
3 (3%)
C. Não engordam
4 (24%)
6 (19%)
1 (4%)
0 (0%)
11 (10%)
A. 10% de qualquer nutriente
3 (18%)
4 (12%)
4 (12%)
3 (12%)
14 (13%)
B. 25% de qualquer nutriente
9 (53%)
19 (61%)
27 (84%)
22 (88%)
77 (74%)
C. 50% de qualquer nutriente
5 (29%)
8 (26%)
1 ( 4%)
0 (0%)
14 (13%)
0 (0%)
0 (0%)
2 (6%)
0 (0%)
2 (2%)
17 (100%)
31 (100%)
29 (90%)
25 (100%)
102 (97%)
0 (0%)
0 (0%)
1 (4%)
0 (0%)
1 (1%)
A. Retirar os açúcares da alimentação
2 (12%)
1 ( 3%)
3 (9%)
1 (4%)
7 (7%)
B. ↓ níveis de gorduras da alimentação
4 ( 24%)
10 (32%)
3 (9%)
3 (12%)
20 (19%)
C. ↓ valor calórico das preparações ou
11 (64%)
20 (65%)
26 (82%)
21 (84%)
78 (74%)
Questão 1: Produtos light são aqueles que:
A.
Apresentam
redução
de
um
determinado nutriente
Questão 2: Produtos light são aqueles que
devem, em relação ao similar convencional,
apresentarem redução de, no mínimo:
Questão 3: Em qual dessas situações você
consumiria produtos light:
A. Para perder massa muscular
B. Para auxiliar na perda de peso
C. Como suplemento nutricional
Questão 4: Os produtos light podem ser
utilizados no tratamento da obesidade com o
objetivo de:
dos alimentos
11
GRÁFICO 1: Porcentagem de acerto entre alunos do curso de graduação em
Nutrição, da Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista, sobre
alimentos light. 2008.
12
TABELA 3: Conhecimento sobre alimentos diet entre os alunos do curso de
graduação em Nutrição, da Universidade São Francisco, campus Bragança
Paulista. 2008.
Semestre do curso de Nutrição
Variáveis
2º. (n = 17)
4º. (n = 31)
6º. (n = 32)
8º. (n =25)
Total (n=105)
n (%)
n (%)
n (%)
n (%)
n (%)
A. Isenção de açúcar
9 (52%)
21 (67%)
18 (56%)
19 (76%)
67 (64%)
B. Isenção ou no máximo 0,5% de açúcar
7 (42%)
9 (29%)
9 (28%)
6 (24%)
31 (29%)
C. De 20 a 30% de açúcar
1 (6%)
1 (4%)
5 (16%)
0 (0%)
7 (7%)
A. Qualquer tipo de dieta
1 (6%)
1 (3%)
1 (4%)
0 (0%)
3 (3%)
B. Perda de peso
1 (6%)
1 (3%)
5 (15%)
0 (0%)
7 (7%)
15 (88%)
29 (94%)
26(81%)
25(100%)
95 (90%)
A. Produtos diet
16 (94%)
30 (94%)
28 (88%)
24 (96%)
98 (93%)
B. Produtos light
0 (0%)
0 (0%)
1 (3%)
1 (4%)
2 (2%)
C. Nenhum dos dois
1 (6%)
1 (6%)
3 (9%)
0 (0%)
5 (5%)
0 (0%)
0 (0%)
0 (0%)
0(0%)
0 (0%)
17 (100%)
31 (100%)
32 (100%)
25 (100%)
105 (100%)
16 (96%)
27 (87%)
29 (91%)
25 (100%)
97 (92%)
1 (4%)
4 (13%)
3 (9%)
0 (0%)
8 (8%)
Questão 1: Produtos diet são aqueles que
devem conter em sua composição:
Questão 2: Produtos diet são aqueles que
podem ser usados para:
C.
Por
pessoas
que
necessitam
de
alimentos para fins especiais
Questão
3:
Diabéticos
devem
consumir
preferencialmente:
Questão 4: Produtos diet não engordam, por
isso
pode-se
consumir
em
grandes
quantidades. Essa afirmação é:
A. Verdadeira
B. Falsa
Questão 5: O consumo excessivo de alimentos
light e diet pode comprometer a saúde. Essa
afirmação é:
A. Verdadeira
B. Falsa
13
GRÁFICO 2: Porcentagem de acerto entre alunos do curso de graduação em
Nutrição, da Universidade São Francisco, campus Bragança Paulista, sobre
alimentos diet. 2008.
14
Discussão
O sobrepeso e a obesidade têm avançado de forma significativa nas últimas décadas,
representando um dos principais fatores de risco para o surgimento e evolução de
doenças crônicas não transmissíveis, particularmente, as cardiovasculares, diabetes e
alguns tipos de cânceres10.
Neste contexto, a alimentação é um importante determinante da saúde e, em busca
por um peso saudável, um número cada vez maior de pessoas vem lançado mão dos
mais diversos tipos de dietas e de produtos light e diet com ou sem apoio nutricional e
médico11. Os produtos diet e light, há algum tempo, se avolumam nas prateleiras dos
supermercados, chamando a atenção de pessoas preocupadas com a saúde e a
estética. Entretanto, o consumidor não está suficientemente esclarecido sobre o
significado destes termos e acaba utilizando-os de forma inadequada devido, em
grande parte, à falta de compreensão das declarações de rotulagem12.
No Brasil esse setor teve um crescimento de 30% no ano de 2002. Em alguns
estabelecimentos, a linha de produtos especiais chega a representar 20% de todos em
exposição.
Segundo a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
(SVS/MS) n° 27, de 13/01/98, que aprova o regulamento técnico referente à
informação nutricional complementar, o termo light significa uma alegação de uma
propriedade nutricional que o produto possui no sentido de redução do teor de
determinado nutriente ou teor calórico3. Para que um alimento seja considerado light, a
redução deve ser de no mínimo 25% em relação ao similar convencional.
Por outro lado, segundo a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério
da Saúde (SVS/MS) n° 29, de 13/01/98, que aprova o regulamento técnico referente a
alimentos para fins especiais, os alimentos com alegações diet, na embalagem,
necessitam de uma redução bastante severa de um determinado nutriente6. Um
alimento para ser considerado diet, tomando como o exemplo o conteúdo de açúcar,
necessita ser isento ou conter no máximo 0,5% de açúcares em sua composição.
Os alimentos para fins especiais podem atender a situações específicas de saúde,
proporcionar melhor qualidade de vida e ampliar variações na terapia nutricional de
portadores de distúrbios fisiológicos. A divulgação de informações corretas sobre a
definição dos produtos diet e light é crucial no mercado para que o consumidor possa
escolher adequadamente os alimentos. Alguns setores da mídia e empresas privadas
têm engendrado esforços pontuais de esclarecimento do consumidor, todavia, não tem
havido campanhas públicas expressivas neste setor.
15
OLIVEIRA et al. (2005) 13 ao avaliarem o grau de informação sobre produtos light e diet
com cem consumidores de dois hipermercados na cidade de Campinas, observaram
que somente 36% dos entrevistados têm o nível mínimo de informação para um
consumo adequado e consciente dos produtos light e diet, de forma a melhor
aproveitar os benefícios que tais alimentos podem oferecer. Nossos resultados
demonstram que somente 29% dos alunos entrevistados sabem a correta definição de
alimento diet e 87% sabem o que são alimentos light.
Embora não tenhamos avaliado se o conhecimento sobre produtos light e diet está
relacionado com a faixa etária e⁄ou ao nível de renda, sabe-se que esse conhecimento
é proporcional ao aumento da faixa etária e da renda13. Entretanto, constatou-se que a
maioria dos alunos entrevistados (97%) entendem que o impacto da nutrição sobre a
saúde é importante ou muito importante e que a principal razão para o consumo de
produtos light é evitar o ganho ponderal de peso, fatores análogos aos relatados pelos
consumidores entrevistados por OLIVEIRA et al. (2005) 13.
Uma importante ação do Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), foi a rotulagem nutricional obrigatória, sendo
considerada um importante instrumento no contexto da promoção da alimentação
saudável14. LIMA et al. (2003)15 consideram a rotulagem nutricional uma estratégia
valiosa de educação nutricional, uma vez que os consumidores podem selecionar
melhor os alimentos a serem adquiridos. Entretanto, a American Diabetes Association
(ADA) (ADA, 1988)16 salienta que o rótulo do alimento não compensa as deficiências
de conhecimentos em Nutrição. Para as informações contidas nos rótulos serem bem
utilizadas, o indivíduo deve ser adequadamente esclarecido através de estratégias de
educação nutricional que facilitem a interpretação das declarações de rotulagem.
A educação nutricional tem papel importante na promoção de hábitos alimentares
saudáveis, objetivando proporcionar os conhecimentos necessários e a motivação
coletiva para formar atitudes e hábitos de uma alimentação sadia, completa, adequada
e variada17.
De acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN, 2002)18, a população
brasileira, ainda precisa de ações que auxiliem a fazer uso integral do que lhe está
sendo apresentado. Maior detalhamento dos dados nutricionais é necessário, como
forma de ampliar os recursos de avaliação dos produtos por parte dos consumidores e
como instrumento de apoio na educação nutricional e nos tratamentos dietoterápicos.
Desta forma, ações estratégicas de educação nutricional associadas à rotulagem dos
alimentos são necessárias, principalmente como parte fundamental do processo de
prevenção do aumento da prevalência de distúrbios alimentares no país. E neste
16
contexto, o nutricionista desempenha papel fundamental, e deve ter conhecimento
preciso a respeito dos conceitos de alimentos light e diet, para melhor orientar seus
clientes na escolha precisa e correta desses alimentos.
17
Conclusão
Conclui-se que a maioria dos alunos entrevistados sabe diferenciar produtos light de
diet e a sua finalidade de uso. Entretanto, alguns estudantes do curso de Nutrição se
confundiram com os conceitos de diet e light, principalmente, quanto à redução de
nutrientes mínima dos produtos light e diet.
18
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Rotulagem nutricional e obrigatória de alimentos e bebidas embaladas,
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Avaliação do conhecimento sobre produtos light e diet entre alunos