O boneco Barnabé: como tudo começou Josué Alves Ferreira Capelão da Educação Básica do Colégio Presbiteriano Mackenzie – São Paulo Fevereiro de 2014 Meu nome é Josué Alves Ferreira, sou pastor presbiteriano e capelão do Instituto Presbiteriano Mackenzie há 15 anos. Tenho um amigo que se chama Barnabé; muitos o conhecem. Algumas pessoas me perguntam como iniciei minhas atividades com bonecos, então, vou contar uma história que já completou 33 anos (1981/2014) e ainda hoje me traz muita alegria. Em 1980, aos 20 anos de idade, fiz a preparação no IBEL (Instituto Bíblico Eduardo Lane) em minha cidade, Patrocínio-MG. O meu objetivo era falar do amor de Deus, mas ainda não tinha em mente qual era o plano que Ele tinha para a minha vida. Naquela época, ainda cursava o Ensino Médio e todos os dias levava meu violão para a escola para falar sobre o amor de Jesus, que havia me alcançado. Muitas experiências foram vividas ali no Instituto e também na escola e queria ter logo uma experiência em campo para, em seguida, ir para o Seminário. Diversos campos de trabalho surgiram, mas eu ainda tinha de concluir o Ensino Médio, que não havia terminado por diversas circunstâncias. A única alternativa que me deu oportunidade de continuar os estudos foi ser professor de Ensino Religioso para as escolas de Paraíso, Rosalândia e Miranorte (no estado de Tocantins, antes localidades pertencentes a Goiás), tarefa difícil por causa das dificuldades de transporte na época, mas, com a graça de Deus, comecei o meu trabalho. Havia feito um curso de Educação Física no SEDEF, em Belo Horizonte, e passei a ser professor dessa disciplina para todas as crianças, desenvolvendo ainda mais o meu relacionamento com elas. A escola era da Igreja Presbiteriana de Paraíso e, nas atividades que tínhamos no templo, usava o meu violão para, com músicas, brincar com as crianças e, assim, contava minhas 1 histórias com flanelógrafo. Foram momentos maravilhosos. Certa vez, havia visto, quando estava no IBEL, um jovem com um boneco. O nome do rapaz era Narciso, e ele havia sido meu colega de infância, se formado e estava no campo. Naquele momento, de passagem por Patrocínio, suas apresentações com o boneco ficaram em minha mente. No meio do ano de 1981, fui para São Paulo participar do casamento de minha tia Abigail e encontrei-me com um jovem chamado Paulo Ciola na casa de minha tia Hulda. Ele era irmão de Rubem Ciola, que trabalhava com bonecos e como ventríloquo. Paulo conhecia a técnica, me ensinou e, além disso, me ofereceu uma apostila que instruía a “como fazer seu boneco de gesso”, só que em inglês. Voltei para o campo com a apostila, tentei traduzi-la, mas não consegui. Mesmo assim, comecei meu trabalho com os bonecos. Havia formado um conjunto de jovens e as músicas que cantávamos eram, em sua maioria, para adultos, mas coloquei algumas voltadas para as crianças, sendo que uma delas falava sobre a criação; “Deus fez o arco-íris, fez o arrebol...”. As missionárias que ali trabalhavam, principalmente a Cristina, fizeram todo o cenário que cantávamos na música e os fantoches de mão representando os animais. Com isso, eu pegava a vaquinha e começava a apresentar todos os outros bichos. A criançada e os adultos amaram e então começamos a viajar pela região. Devido a esse fato, fui tentando a aprender mais, além de treinar ventríloqua e o uso de fantoches. Tínhamos uma Coordenadora das escolas do norte de Goiás que era americana, a D. Martha Little, e logo pedi que me ajudasse a traduzir a apostila que o Paulo havia me passado. Ela levou a apostila para o quarto e pouco tempo depois voltou dizendo que estavam faltando páginas nela e não havia como traduzi-la. Ela me disse o seguinte: “Vamos orar e pedir a Deus que lhe dê um boneco para o trabalho”. Fiquei triste, mas por pouco tempo. Meia hora depois, lá estava D. Martha me chamando e dizendo o seguinte: “Deus respondeu nossa oração. Um grupo de jovens dos Estados Unidos pediu para que eu verificasse algo para o trabalho com crianças no Brasil para que eles pudessem fazer uma doação”. Logo em seguida, ela disse: ”É o seu boneco”. Dois meses depois, ela estava de volta com uma missionária americana chamada Lee, que trouxe lindos bonecos de todos os tipos e um boneco de ventríloquo para mim. Coloquei-lhe o nome de Frederico em homenagem ao Rev. Frederico Dincks, meu engraçado professor no IBEL. Além disso, a missionária Lee me ofereceu os moldes do boneco que ela tinha. Consegui um casaco preto com minha mãe e fiz do molde do boneco mais bonito, o boneco mais feio que já vi: o Zé Afonso. Assim, passei a ter três bonecos e não queria me desfazer de nenhum, por isso comecei a treinar três vozes diferentes para eles: a vaquinha, Zé Afonso e Frederico. Em 1982, fui ser evangelista na cidade de Miranorte e me casei no meio do ano com a Sônia. Ela já me havia ajudado a fazer o Zé Afonso junto com D. Noádia, membro da Igreja de Miranorte. Continuei o trabalho com as crianças da escola utilizando os bonecos que já tinha. Em 1983, fomos para o Seminário de Recife, o SPN (Seminário Presbiteriano do Norte), e como já possuía experiência e gostava do trabalho com crianças, fui convidado a trabalhar com a Igreja Presbiteriana da Madalena. Fiquei ali dois anos e, nos outros dois posteriores, fui para a Primeira Igreja Presbiteriana do Recife, sempre contando histórias com os bonecos. Quando terminei o seminário, em 1987, fui já licenciado para Lagamar-MG. Lá formei uma equipe de fantoches e viajamos por toda a região alcançando crianças para Jesus. No meio de junho, recebi um convite para ir ao IBEL, pois D. Martha havia voltado dos Estados Unidos para fazer uma visita ao Brasil e gostaria de me ver. Fui até Patrocínio e lá pude revê-la. Para minha surpresa e alegria, ela trouxe um boneco bem grande e profissional para mim. O nome era complicado e pedi para mudar. Coloquei “Barnabé”, pensando no Barnabé da Bíblia e no 2 comediante brasileiro. Além disso, a música de Guilherme Kerr me tocava bastante e contava a história do Barnabé bíblico. Comecei a trabalhar mais com esse boneco e me dedicar em histórias para ele. Com o passar do tempo, ele se tornou conhecido. Fui ser Pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e, em 1994, fui eleito Secretário Nacional da Infância da Igreja Presbiteriana do Brasil. Passei então a viajar para todas as regiões do Brasil e tive oportunidade de servir a Deus em nossa denominação. Em 1995, fizemos o primeiro trabalho para TV, com um vídeo feito pela Luz Para o Caminho, em Campinas, contando histórias. Desde então, pais me pedem material para ajudar com as crianças, que muitas vezes não têm o que assistir. Meu objetivo sempre foi transmitir a Palavra de Deus de uma forma divertida e didática, esperando que a criança pudesse entendê-la e também praticá-la. Em 1997, fui para Brasília trabalhar no Colégio Presbiteriano Mackenzie e, desde então, o Barnabé se tornou Mackenzista. Em 2003, viemos trabalhar no Colégio Mackenzie São Paulo. O projeto do DVD teve início em 2009, quando gravamos com os bonecos Caio, Ana e Pedro um programa sobre a Páscoa. Naquela época, esse DVD foi distribuído apenas para as crianças do Mackenzie São Paulo, depois fui para Minas Gerais no Sítio do Barnabé e lá gravamos dois DVDs. Quando retornamos para São Paulo, fomos convidados e apresentamos à TV Mackenzie um projeto para gravação de um programa de TV que poderia ser disponibilizado em DVDs para as crianças. Distribuímos os DVDs inicialmente para as crianças do Colégio Mackenzie São Paulo e agora temos a alegria de participar do Sistema Mackenzie de Ensino. Que isso possa servir para diversão e edificação das crianças do Sistema Mackenzie de Ensino! 3