Cloud Computing: o reflexo das políticas de segurança nas organizações de grande porte Cloud Computing: the reflection of the security policies in large organizations Cloud Computing: el reflejo de las políticas de seguridad en las grandes organizaciones Débora Cristiane Silva1 Augusto Nogueira Zadra2 Resumo: Este artigo tem como tema uma análise da computação em nuvem sob a perspectiva do compartilhamento de informações virtuais. Este tema tem representado um desafio na evolução e na solução atual da tecnologia da informação, tendo-se em vista que este instrumento implica em alavancar possibilidades de compartilhamento de informações, como também, apela para novos códigos de postura quanto ao sigilo destas informações. Realizou-se uma pesquisa do tipo bibliográfica para esclarecer este tema. O estudo permitiu mostrar que é tênue a fronteira da divulgação de informações e os códigos existentes de proteção a este acervo. Palavras-chave: Computação em Nuvem. Evolução. Tecnologia da Informação. Abstract: This article has as its theme an analysis of cloud computing from the perspective of the virtual information sharing. This theme has been a challenge in the evolution and current information technology solution, taking into account that this instrument involves leveraging possibilities for information sharing, as well as calls for new codes stance regarding confidentiality of such information. We performed a literature search type to clarify this issue. The study show that it is possible to dim the border dissemination of information and the protection of existing codes to this collection. Keywords: Cloud Computing. Evolution. Information Technology. Resumen: Este artículo tiene como tema un análisis de la computación en nube desde la perspectiva de la puesta en común de información virtual. Este tema ha sido un reto en la solución de la evolución y la tecnología de la información actual, teniendo en cuenta que este instrumento implica que aprovechan las posibilidades de intercambio de información, así como las convocatorias de nueva postura con respecto a los códigos de la confidencialidad de dicha información. Se realizó una búsqueda bibliográfica tipo para aclarar esta cuestión. El estudio muestran que es posible atenuar la difusión frontera de la información y la protección de los códigos existentes para esta colección. Palabras clave: Cloud Computing. Evolución. Tecnologías de la Información. 1 INTRODUÇÃO Este artigo tem como tema a computação em nuvem, termo designado em inglês como Cloud Computing3. A computação em nuvem refere-se a um formato de 1 Graduando Bacharelado em Sistemas de Informação pela Faculdade Infórium de Tecnologia. Email: [email protected] 2 Graduado em Ciência da Computação, Especialista em Engenharia de Software, Mestrando em Tecnologia da Informação. E-mail: [email protected] 3 Neste artigo utilizar-se-á indistintamente o termo em inglês e português. Revista Pensar Tecnologia, v. 4, n. 1, jan. 2015 computação no qual aplicativos, dados e recursos de Tecnologia da Informação (TI) são disponibilizados aos usuários como serviço, por meio da internet e são pagos de acordo com o uso do serviço adquirido. Com o crescimento global do mercado de tecnologia da informação, cresce também a nossa dependência dos serviços de TI. As organizações têm buscado por serviços que agregam relações de custo/benefício, e que possam mesclar serviços próprios com os serviços terceirizados. Com a Cloud Computing, muitos aplicativos, assim como arquivos e outros dados relacionados, não precisam mais estar instalados ou armazenados no computador do usuário ou em um servidor próximo. Este conteúdo passa a ficar disponível nas nuvens, isto é, na internet, ficando sob a responsabilidade das empresas fornecedoras de serviços, as tarefas, de desenvolvimento, armazenamento, manutenção, atualização, backup, escalonamento, etc. O usuário não precisa se preocupar com nenhum destes aspectos, apenas como acessar e utilizar. (ALECRIM, 2008). Apesar dos aspectos positivos e dos benefícios, há alguns desafios para as empresas envolvidas na promoção da Cloud Computing, como a segurança e confiabilidade. Para que o usuário confie grande parte de seus sistemas e arquivos a um terceiro, esse terá de garantir que os dados estejam devidamente protegidos e 100% disponíveis. Isso ainda é crítico quando se trata de informações empresariais altamente sensíveis, como processamento de dados financeiros. Isso terá de ser regulado para garantir a segurança das informações. A forma como esses serviços serão cobrados, também é outra questão que se impõe. Os fornecedores que antes vendiam caixas de software ou hardware terão que migrar para o modelo de venda de serviços. (IDGNOW, 2008). A computação em nuvem terá impacto na estrutura dos custos das empresas e, portanto poderá ocasionar um efeito significativo na criação de novos negócios e até mesmo no desempenho macro econômico de um país. A computação em nuvem apresenta bases satisfatórias e, analisadas em nível de soluções de segurança e desempenho em algumas aplicações na nuvem, poderá destacar-se o alto rendimento e a diminuição do impacto do desempenho dos Personal Computers (PCs) dos utilizadores e/ou organizações. (SILVA, 2014). Apesar de ser apontada como o futuro dos meios de armazenamentos, podendo usufruir das diversas aplicações, recursos computacionais compartilhados e configuráveis, por intermédio da internet, sem precisar estar instalados ou armazenados no computador do usuário, ou servidor local, como utilizar os serviços e, questionam-se ainda, quais os benefícios, a computação em nuvem pode trazer às grandes organizações. Assim delimitou-se este tema a uma análise da computação em nuvem, tendo com perspectiva os benefícios e riscos. Na computação em nuvem todos os serviços e manutenção dos dados são fornecidos por um provedor de nuvem. Nesta perspectiva, o cliente (usuário) não tem acesso aos processos que estão em execução ou onde os dados estão armazenados, – essa abstração de atividades se deve justamente ao dinamismo inerente da nuvem. Ou seja, o cliente não tem controle sobre todas as movimentações de seus dados na nuvem. O objetivo geral é apresentar as vantagens e desvantagens a serem alcançados com a adoção de uma política que incentive a adoção da computação em nuvem, demonstrando como regular o seu uso, evitando contratações de serviços que possam produzir impactos negativos nas organizações de grande porte. São objetivos específicos: conceituar o termo Cloud Computing; identificar os benefícios potenciais que podem ser obtidos pelos consumidores de serviços; descrever as práticas de Cloud Computing, para auxiliar os consumidores de serviços de computação em nuvem, a identificar a questão dos riscos, para gerenciá-los, de modo a contratar serviços de acordo com suas aplicabilidades. A pergunta norteadora do estudo é no sentido de investigar se a adoção da computação em nuvem atende as expectativas nas organizações, ou seja, se a tecnologia Cloud Computing pode contribuir para o compartilhamento de informações virtuais. Justifica-se a relevância da pesquisa deste tema, tendo em vista a crescente tendência no setor de TI, em adotar a Cloud Computing, bem como avaliar as práticas e padrões de implementação. Com o intuito de mesclar serviços próprios com os adquiridos de terceiros, as empresas precisam ter conhecimento sobre as potencialidades e riscos dos serviços que envolvem a Cloud Computing. Quanto à metodologia de estudo, trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória, para qual se buscou reunir uma base conceitual e teórica para explicitar o tema proposto. Utilizou-se como técnica a pesquisa bibliográfica, fontes secundárias, tendo como base em autores tais como Chaves, (2011); Veras, (2012). Para compreensão deste tema, este artigo foi dividido em quatro seções. A seção 1, esta introdução é indicativa do estudo; a seção 2 apresenta os conceitos com uma abordagem teórica sobre o tema de Cloud Computing; a seção 3 caracteriza o objetivo do estudo; a seção 4 discorre sobre as conclusões obtidas. 2 ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE A CLOUD COMPUTING Partindo do princípio, quando os recursos de infraestrutura eram centrados numa arquitetura de computação distribuída ou client-server (cliente-servidor) e com o advento da internet, gerando o acesso e compartilhamento de informações, ficamos habituados a armazenar arquivos e dados, e a utilizar aplicações de maneira on premise (instalados no local). (ALECRIM, 2008). Os recursos de infraestrutura evoluíram, e esse mercado atualmente, está promovendo outra grande mudança, relacionada a serviços contratáveis sob demanda, permitindo aquisição por pacotes que englobam software, recursos de dados, e hardware, definidos por nível de serviço, ou seja, as organizações poderão ter disponíveis, aplicações, armazenamentos e processamentos, em servidores que podem ser acessados por qualquer computador, através da internet. Nessa formatação, os usuários dos serviços não precisam se preocupar com o local físico onde ocorre o armazenamento dos dados e processamento, importando, a disponibilidade e segurança dos serviços, conforme o nível acordado entre clientes e provedores (CHAVES, 2011). Segundo Carr4 (2008, apud CHAVES, 2011, p. 7): A computação está se tornando uma utilidade e, uma vez mais, as regras econômicas que determinam o modo de trabalhar e viver das pessoas estão sendo reescritas, à semelhança do que ocorreu no passado, por exemplo, com a eletricidade e a telefonia. Data centers operados isoladamente por empresas estão sendo substituídos por serviços providos num ambiente comum, a Internet, por instalações centralizadas de processamento de dados. Face às vantagens econômicas do modelo de utilidades, as instituições e organizações estão repensando o modo pelo qual de dispõem a comprar e usar a TI – ao invés de destinar volumes expressivos de recursos de caixa para adquirir computadores e programas, elas estão considerando conectar-se a este novo ambiente. Trata-se de uma mudança tão significativa que promete não apenas impactar a função de TI das instituições e organizações, mas também surpreender a indústria da computação como um todo. A Comstor5 (2013) especializada em estudo na área de TI projeta um crescimento significativo do armazenamento em nuvem até 2016. Fonte: http://blogbrasil.comstor.com 4 CARR, Nicholas G. The big switch: rewiring the world, from Edison to Google. New York, NY (US): W.W. Norton, 2008. 5 Blog de referência sobre a Tecnologia da Informação. O termo Cloud Computing já tem quase uma década de uso em tecnologia da informação, conforme afirmam Aymerich et al. (2008, apud CHAVES, 2011, p. 13), “[...] a expressão Cloud Computing foi empregada pela primeira vez em 2006 pelo Chief Executive Officer, CEO, do Google, Eric Schmidt, para referenciar a computação empregando os recursos da Internet.” “Cloud Computing é a remodelagem da computação. Este tipo de computação será fornecido como serviço, assim como, a energia e, esta nova forma de entregar e receber serviços de TI é que se convencionou chamar de Cloud Computing.” (CARR, 2008, apud VERAS, 2012). A Computação em Nuvem tem como principal característica a transformação de modos tradicionais de como as empresas utilizam e adquirem os recursos da Tecnologia da Informação (TI). De forma mais ampla, sua abordagem parte do princípio de que toda a infraestrutura de TI como hardware, software e gestão de dados e informação, até então tratadas como um ativo das empresas usuárias passa a ser acessadas e administradas por estas, através da internet com o uso de um navegador da rede de computadores. Neste sentido conforme assinalam Elsenpeter; Velte e Velte (2012, p. 4): “A computação em nuvem possibilita utilizar aplicações via internet, em qualquer lugar e independente de plataforma, com a mesma facilidade de tê-las instaladas em nosso computador; mais frequentemente, será um data Center remoto.”. Vaquero et al. (2009, apud VERAS, 2012, p. 33-34), especificam a Cloud Computing: [...] é um conjunto de recursos virtuais facilmente utilizáveis e acessíveis, tais como hardware, software, plataformas de desenvolvimento e serviços. Estes recursos podem ser dinamicamente reconfigurados para se ajustarem a uma carga de trabalho (WORLOAD) variável, permitindo a otimização do seu uso. Este conjunto de recursos é tipicamente explorado através de um modelo pague-pelo-uso, com garantias oferecidas pelo provedor através de acordos de nível de serviços. A Computação em Nuvem é uma mesclagem dos fundamentos técnicos de áreas como virtualização de servidores, Grid Computing (Computação em Grade), software orientado a serviços, gestão de grandes instalações (Data Centers), dentre outras. Trata-se de um modelo eficiente para utilizar softwares, acessar, armazenar e processar dados por meio de diferentes dispositivos e tecnologias web. Na prática, a computação em nuvem seria a transformação dos sistemas computacionais físicos de hoje em uma base virtual. (CASTRO; SOUSA, 2012). De forma mais ampla, o paradigma da Computação em Nuvem parte do princípio de que todos os recursos de infraestrutura de TI (hardware, software e gestão de dados e informação), até então tratada como ativos da empresa usuária passa a ser acessados e administrados por estas através da internet (Nuvem) com o uso de um simples navegador da rede mundial de computadores, utilizando-se qualquer tipo de equipamento – celulares inteligentes, notebooks, netbooks, desktops, etc. Fornecedores de tecnologia passam a prover a infraestrutura e os serviços capacitados para atender a essa demanda. (CASTRO; SOUSA, 2012, p. 1). Para complementar o tratamento da Cloud Computing, Veras (2012, p. 1) ressalta que: “Cloud Computing só é efetiva quando possui o(s) Datacenter(s), seu principal componente, provido com recursos de Virtualização.” Explicitando esta questão Veras (2012, p. 77), afirma que: [...] um Datacenter (ou Data Center) é um conjunto integrado de componentes de alta tecnologia que permitem fornecer serviços de infraestrutura de TI de valor agregado, tipicamente processamento e armazenamento de dados, em larga escala, para qualquer tipo de organização. Os DataCenters e suas conexões formam a infraestrutura da nuvem, quer seja pública ou privada. Completando o cenário da Cloud Computing, Veras (2012, p. 128) indica que: Virtualização é o posicionamento de um servidor físico em vários servidores lógicos. É uma camada de abstração entre hardware e o software que protege o acesso direto do software aos recursos físicos do hardware. A Virtualização permite que a camada de software (aplicações e sistema operacional) seja isolada da camada de hardware. Normalmente a Virtualização é implementada por um software. a) Características essenciais O National Institute of Standards and Technology apresenta algumas características essenciais de Cloud Computing: Autoatendimento sob demanda (On-Demand Self-Service): funcionalidades computacionais são providas automaticamente sem interação humana com o provedor de serviço. Amplo acesso a serviços a rede (Broad, Broad Network Acess): recursos computacionais estão disponíveis através da Internet e são acessados via mecanismos padronizados, para que possam ser utilizados por dispositivos moveis e portáteis. Pool de Recursos (Resource Pooling): recursos computacionais (físicos ou virtuais) do provedor são utilizados para servir a múltiplos usuários. Os recursos são atribuídos dinamicamente e realocados conforme a demanda. Elasticidade rápida (Rapid Elasticity): as funcionalidades computacionais devem ser rápidas e elasticamente providas, assim como rapidamente liberadas. Os recursos podem se tanto ampliados e reduzidos de forma dinâmica. O usuário dos recursos deve ter a impressão de que ele possui recursos ilimitados, que podem ser comprados em qualquer quantidade e a qualquer momento. Serviço de mensuração (Metered Service): os sistemas de gerenciamento utilizados pela Cloud Computing controlam e monitoram automaticamente os recursos para cada tipo de serviço. Esse monitoramente deve ser transparente para o provedor de serviços, assim como para o consumidor dos serviços utilizado. (NIST, apud VERAS, 2012). b) Modelos de serviços A arquitetura dos sistemas de Software envolvidos na entrega de serviços de nuvem envolve múltiplos componentes Cloud. Atualmente a computação em nuvem está dividida em três tipos de serviços, conforme Veras (2012, p. 36): Infraestrutura como um serviço (Infrastructure as a Service – IaaS): referese ao fornecimento de infraestrutura computacional como serviço, que envolve processamento e armazenamento de forma transparente. Através de mecanismos de virtualização, o usuário possui controle sobre máquinas virtuais, armazenamento, aplicativos instalados e recursos controláveis na rede. Um exemplo de IaaS é a Amazon EC2. Plataforma como um serviço: (Plataform as a Service – PaaS): refere-se a um tipo de serviço de computação em nuvem que oferece um conjunto de hardware e software, facilitando a implantação de aplicações sem o custo e a complexidade de compra e gerenciamento de softwares subjacentes. Exemplos de PaaS são a AppEngine do Google e o Windows Azure da Microsoft. Software como um serviço (Software as a Service – SaaS): é um software distribuído como serviço por provedores, implementado em plataforma Web, e acessado pelos clientes por aplicações como o browser (navegador). Todo o controle e gerenciamento da rede, sistemas operacionais, servidores e armazenamento é feito pelo provedor de serviço. Exemplos de SaaS são o Apps e o SalesForce.com. Atualmente existem vários fornecedores que oferecem serviços de nuvem. As ofertas dos produtos comercializados e os preços variam de acordo com o provedor. Abaixo, alguns provedores destes serviços: Amazon é uma das pioneiras a oferecer serviço de nuvem pública, por exemplo: Elastic Compute Cloud (EC2), oferece serviços de máquinas virtuais e ciclos escalonáveis de CPU para as empresas; Serviços de armazenamento (S3) permite ao cliente armazenar arquivos no serviço de armazenamento virtual Amazon; Simple Queue Service (SQS) permite a comunicação entre máquinas utilizando o message-passing API; SimpleDB serviço da Web que permite mapeamento de dados on-line. O Google disponibiliza o Google Drive, oferece o Google Applications, que é uma oferta de SaaS (Software as a Service) e o Google Application Engine, que é um serviço de PaaS (Plataform as a Service); Chrome OS, um sistema operacional desenvolvido para rodas em nuvens. A Microsoft oferece uma solução de computação em nuvem chamada Windows Azure, que é um sistema operacional que permite às empresas rodarem os aplicativos Windows e armazenarem arquivos e dados, utilizando os Data Centers Microsoft. De acordo com Velte (2012, p. 21-22), os principais componentes da plataforma de serviços Azure são: Windows Azure: serviços de hospedagem, gerenciamento armazenamento variável em baixo nível, computação em rede de comunicação; Microsoft SQL Services: disponibiliza serviços de banco de dados e relatórios; Microsoft.NetServices: disponibiliza aplicações baseadas em serviços dos conceitos .Net Framework, como fluxo de trabalho; Live Service: oferece compartilhamento, armazenamento e sincronização de documentos, fotos e arquivos por meio de PCs, telefone, aplicativos e Web Sites; Microsoft SharePoint Services e Microsoft Dynamics CRM Services: utilizados para conteúdos de negócios, colaboração e desenvolvimento de soluções em nuvem. Se tratando da expansão da computação em nuvem podemos complementar que as aplicações que estão atualmente no mercado, não foram totalmente desenvolvidas apoiando no conceito de computação em nuvem, mas em algumas funcionalidades que esta tecnologia oferece, como as ferramentas de e-mail, quando as mensagens eram armazenadas no cliente de e-mail, no computador dos usuários. c) Modelos de implantação Existem quatros modelos de implantação de Cloud Computing que estão divididos em Nuvem privada, Nuvem pública, Nuvem Comunitária e Nuvem Híbrida. Segue abaixo um breve conceito sobre cada modelo: Nuvem Privada (Private Cloud): a infraestrutura de nuvem é provisionada para uso exclusivo de uma organização. Os Recursos de TI, aplicativos, computação, armazenamento e sistema de rede são oferecidos com serviço, sob demanda e com pagamento de acordo com o uso. Os serviços oferecidos são utilizados pela própria organização, não estando publicamente disponível para uso geral. Em alguns casos pode ser gerenciada por terceiros. Forbes Insights (2010) sugerem dois tipos básicos de nuvem privada: Nuvem Privada, hospedada pela empresa: modelo interessante quando aspectos de compliannce e controle precisam ser considerados. Nuvem Privada, hospedada em provedor de serviço: modelo interessante para aplicações de forma geral e aplicações de missão crítica. Nuvem Pública (Public Cloud): a infraestrutura de nuvem é provisionada para uso público, através do modelo pague por uso. São oferecidos por organizações públicas ou por grupos industriais que possuem grande capacidade de armazenamento. Nuvem Comunitária (Community Cloud): a infraestrutura de nuvem é compartilhada por diversas organizações e suporta uma comunidade que possui interesses comuns. A nuvem pode ser gerenciada pelas organizações que fazem parte da comunidade ou por terceiros, podendo existir tanto fora como dentro das organizações. Nuvem Híbrida (Hybrid Cloud): a infraestrutura de nuvem é uma composição de duas ou mais infraestrutura de nuvens distintas, que continuam a serem entidades únicas, conectadas por uma tecnologia padronizada ou proprietária, que permite a portabilidade de dados e aplicações. 3 PRÁTICAS EM CLOUD COMPUTING A onda do momento no mercado de tecnologia da informação é a computação em nuvem, e as corporações aderiram a esta prática. Para os CIOs6, conhecer a novidade é o primeiro passo para uma estratégia bem-sucedida. Destacam-se três práticas na gestão da TI corporativa no que diz respeito às nuvens: 1. Conheça a nuvem: Para ter sucesso com a nuvem, análise quais os tipos de aplicações são mais aderentes ao seu tipo de negócio da empresa. 2. Converse com fornecedores: o uso da tecnologia e sua evolução são imprescindíveis nas empresas que buscam seu crescimento, com isto o conhecimento do uso de cloud vem agregar valor a qualquer empresa. Depois de conversar com vários fabricantes e prestadores de serviços e verificar suas ofertas, conte a eles o que você espera quando pensa em uma boa solução de Cloud Computing. 3. Insista na transparência: ganhe conhecimento sobre segurança e gestão da continuidade de negócios perguntando tudo o que puder aos fornecedores. Informações detalhadas darão a você maior capacidade de gerenciamento do ambiente. (CIO, 2008). 6 CIOS significa Chief Information Officer, diretor ou gerente de TI, responsável pela área de informática de uma empresa. a) Benefícios da Cloud Computing Cloud Computing é considerado como prioridade por grande parte das empresas com altos investimentos em TI e, segundo Veras (2012, p. 46): [...] o principal benefício da Cloud Computing é o ganho de escala propiciado pela arquitetura. Por exemplo, servidores sem uso representam um problema tanto no aspecto do gerenciamento quanto no aspecto do consumo de energia. Servidores a plena carga e servidores a baixa carga consomem energia de forma próxima, portanto, servidor sem uso é sinônimo de ineficiência. Principais benefícios de Cloud Computing (Canal Comstor7, 2013): Escalabilidade, Flexibilidade e Fácil Administração: um dos grandes benefícios trazidos pela computação em nuvem é a possibilidade de aumentar recursos de acordo com sua necessidade. A tecnologia permite que o usuário aumente ou diminua a quantidade de recursos contratados, de forma simples e ágil, sem a necessidade de alterar contratos. De forma geral, as próprias empresas usuárias do serviço conseguem administrar essa mudança por meio de painéis de controle online. Acessibilidade Global: através da Cloud Computing é possível disponibilizar uma única aplicação para milhares de usuários conectados. E para acessar os dados disponíveis “na nuvem” a partir de qualquer lugar, basta ter uma conexão com a internet. Agilidade: para projetos que exijam uma rápida implantação, a computação em nuvem é muito atrativa. Em pouquíssimo tempo, é possível contratar a infraestrutura necessária, sem se preocupar com a compra de hardwares e softwares, infraestrutura ou manutenção. Você consegue envolver menos pessoas no processo e obter o resultado esperado em menos tempo, proporcionando maior vantagem competitiva. Maior produtividade: a Cloud Computing permite que pessoas gastem mais tempo trabalhando em atividades que gerem valor para a empresa do que em questões puramente operacionais. Isso faz com que você 7 Canal Comstor trata-se de um site que aborda sobre negócios inerentes à Tecnologia da informação. utilize melhor sua equipe, reduza o tempo de execução de trabalhos e aumente a produtividade. Melhor colaboração entre equipes: utilizar a computação em nuvem aproxima consideravelmente as equipes. Como o serviço é compartilhado por múltiplos usuários, independente de onde estejam localizados, tornase muito mais fácil trabalhar em conjunto. Os usuários podem acessar ferramentas e informações quando e onde precisarem, conectados por plataformas colaborativas em nuvem. Fácil gerenciamento e manutenção: em serviços de Cloud Computing, toda a infraestrutura do serviço utilizado, bem como sua atualização e manutenção, fica por conta do provedor do serviço. Mas também é possível que você gerencie e monitore seus dispositivos de forma remota, administre falhas, vulnerabilidades, acessos de usuários, alocação de servidores, tempo de uso e muito mais. Compatibilidade de software e atualização automática: com a tecnologia de Cloud Computing, não é necessário instalar softwares em diversas máquinas. Qualquer aplicação pode ser disponibilizada em nuvem e utilizada por todos. Se houverem atualizações no software, os usuários já contarão com a última versão no momento do acesso. Melhor preço relativo: geralmente, o custo dos serviços na computação em nuvem são inferiores aos dispêndios demandados por uma operação própria, pois os consumidores pagam apenas pelos recursos efetivamente utilizados, sem a necessidade de manter uma parcela de capacidade ociosa para fazer frente a situações de pico. Melhor mobilização de recursos de pessoas e infraestrutura: como os equipamentos não necessitam ser instalados nas necessitam ser instalados nas dependências das empresas usuárias, não são requeridas atualizações em sistemas elétricos, alocação de espaço físico, modificações em sistema de refrigeração e outras semelhantes. Também diminui a demanda por ampliação do quadro de pessoal alocado a TI, quer sejam profissionais contratados ou terceirizados. b) Os riscos da Cloud Computing Chaves (2011, apud VERAS, 2012, p. 54), apresenta a consolidação dos riscos inerentes a Cloud Computing: Riscos operacionais: falta de privacidade devida, por exemplo, a deficiências de isolamento no ambiente de nuvem, falta de integridade que pode ser provocado por agentes de software, suporte inadequado por parte do provedor ocasionado por uma série de fatores incluindo pessoal mal preparado, baixo desempenho dos serviços contratados, ataques por saturação não detectados a tempo, dificuldades para provisionar ou liberar recursos e baixa ou nenhuma interoperabilidade entre aplicativos. Riscos de negócio: indisponibilidade temporária por parte do provedor e até não continuidade, que seria uma interrupção definitiva por parte do provedor. Riscos estruturais: não conformidade com padrões e legislação, limitações na forma de realizar o licenciamento de software, aprisionamento feito pelo provedor e má reputação do provedor, oriunda de baixa qualidade de serviços prestados. c) Os setes problemas de segurança De acordo com a Gartner, empresa de consultoria voltada para desenvolvimento de tecnologias, a Cloud Computing, tem “atributos únicos que demandam análise de risco em áreas como integridade de dados, recuperação e privacidade, e avaliação de questões legais em áreas como e-discovery, compliance e auditoria” (COMPUTERWORLD, 2008). A Gartner aconselha aos clientes, os procedimentos relacionados para adoção da Cloud Computing, com base na descrição no artigo do site COMPUTERWORLD (2008). 1. Acesso privilegiado de usuários: dados sendo processados fora da empresa trazem um nível inerente de risco. As áreas de tecnologia da informação permitem acesso aos usuários, a dados que alem de serem sensíveis, necessitam de privilégio específicos para acesso. 2. Compliance com regulamentação: as empresas são regulamentadas para provisionar a integridade dos dados que processam, quando essas informações são gerenciadas por um provedor de serviços. Provedores de serviços tradicionais estão sujeitos a auditores externos e a certificações de segurança. 3. Localização dos dados: Na Visão da Gartner, a importância da localização de dados é acentuada, dada a opção de escolha da localidade onde serão armazenados os dados, pois assim, os clientes sabem exatamente onde estão localizados fisicamente as suas informações. 4. Segregação dos dados: dados de uma empresa na nuvem dividem tipicamente um ambiente com dados de outros clientes. A segregação de dados é defendida pela Gartner, que apenas a criptografia para a segurança dos dados, não é o suficiente. Ele apresenta que é necessária a separação dos dados, pois caso, um ambiente seja utilizado por vários clientes, e, caso ocorra erro de criptografia no ambiente, os dados de todos os clientes serão corrompidos. 5. Recuperação dos dados: em relação à recuperação dos dados, para a Gartner, é necessário também que seja fornecido a replicação dos dados, pois caso ocorra algum desastre no local físico de armazenamento dos dados, estes estarão seguros em outra localidade, além do local atual. 6. Apoio à investigação: Gartner também apoia a utilização de uma cláusula contratual para garantia da legalidade das informações que são armazenadas pelos fornecedores de serviços de cloud. 7. Viabilidade em longo prazo: Para a Gartner, a viabilidade em longo prazo é uma característica importante para o fornecedor de cloud, pois, caso ocorra a falência ou mudança de dono da empresa fornecedora, haja garantia de continuidade dos dados oferecidos por esta empresa. 4 CONCLUSÃO Este estudo visou explorar questões relevantes sobre um tema atual no campo da Tecnologia da Informação (TI), a Cloud Computing. É uma transformação relevante na indústria da TI, relacionada com a gerência para entrega e o consumo de serviços de tecnologia. Essa transformação terá um impacto tanto para a indústria da informação, quanto para a sociedade. A computação em nuvem representa uma transformação na forma de consumir tecnologias de informação e comunicação, como também em influências significativas nas desenvolvimento relações de socioeconômico sociedade, com capacidade para aqueles que saibam de promover explorar suas potencialidades. É uma realidade que não pode ser ignorada. Contrariar essa realidade pode significar perdas significativas para uma organização. Uma avaliação constante que demonstre quais serão os benefícios a serem alcançados pelo negócio, além de todos os riscos envolvidos, é uma estratégia bem sucedida, quando da adoção da Cloud Computing. Torna-se necessário conhecer os modelos de implantações e serviços disponíveis, por essa tecnologia. A adoção a partir de um piloto, para aquisição de maturidade, é uma boa alternativa. REFERÊNCIAS ALECRIM, Emerson. O que é Cloud Computing (computação nas nuvens)? 2008. Disponível em: <http://www.infowester.com/cloudcomputing.php>. Acesso em: 10 mar. 2014. CANAL COMSTOR: Principais benefícios de Cloud Computing. Disponível em: <http://blogbrasil.comstor.com/blog/bid/251036/Principais-benef%C3%ADcios-deCloud-Computing>. Acesso em 12 mar. 2014. CARR, Nicholas G. The big switch: rewiring the world, from Edison to Google. New York, NY (US): W.W. Norton, 2008 apud CHAVES, Sidney. A questão dos riscos em ambientes de computação de nuvem. São Paulo, 2011. 150 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde01022012-183255/pt-br.php>. Acesso em: 02 abr. 2014. CASTRO, Rita; SOUSA, Verônica. Segurança em Cloud Computing: Governança e Gerenciamento de Riscos de Segurança. Ceará, 2012. 7 p. Artigo - Mestrado Profissional em Computação - Universidade Estadual do Ceará (UECE) - Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) - Mestrado Profissional em Computação UECE/IFCE (MPCOMP) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Disponível em: < http://www.infobrasil.inf.br/userfiles/26-05-S5-1-68740Seguranca%20em%20Cloud.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2014. CHAVES, Sidney. A questão dos riscos em ambientes de computação de nuvem. São Paulo, 2011. 150 p. Dissertação (Mestrado em Administração) Programa de Pós-Graduação em Administração - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-01022012-183255/ptbr.php>. Acesso em: 02 abr. 2014. CIO: Melhores práticas em cloud computing. Disponível em: <http://cio.com.br /tecnologia/2008/10/27/melhores-praticas-em-cloud-computing/>. Acesso em: 04 de abr. 2014. COMPUTERWORLD: Conheça sete dos riscos de segurança em Cloud Computing. Disponível em: http://computerworld.com.br/negocios/2008/07/11/>. Acesso em 04 de abr. 2014 ELSENPETER, Robert; VELTE, Anthony; VELTE, Toby. Computação em Nuvem: uma abordagem prática. 1ª ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2012, 334 p. IDGNOW: Cloud computing: entenda este novo modelo de computação. Disponível em: <http://idgnow.com.br/ti-corporativa/2008/08/13/cloud-computing-entenda-estenovo-modelo-de-computacao/>. Acesso em: 10 mar. 2014. SILVA, Pedro Paulo Cesar. Cloud computing: Estudo do impacto nas organizações. Instituto Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu – Portugal, 2011. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10400.19/1125>. Acesso em 30 Mar. 2014. VERAS, Manoel. Cloud Computing: nova arquitetura da TI. 1ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2012, 214 p.