UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Andréa Trajano Vieira
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA
ABORDAGEM DE GERENCIAMENTO PARA O
PROCESSO NA ORICA BRASIL LTDA.
Lorena – SP
2005
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Andréa Trajano Vieira
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA
ABORDAGEM DE GERENCIAMENTO PARA O
PROCESSO NA ORICA BRASIL LTDA.
Monografia apresentada para obtenção do
Certificado de Especialização em MBA
Gestão
Industrial
e
Negócios
do
Departamento de Economia, Contabilidade,
Administração
e
Secretariado
da
Universidade de Taubaté.
Orientador: Prof. Dr. Francisco C.L de Melo
Lorena – SP
2005
Andréa Trajano Vieira
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA ABORDAGEM DE
GERENCIAMENTO PARA O PROCESSO NA ORICA BRASIL LTDA.
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP
Data: __________________
Resultado: ______________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Francisco Cristóvão Lourenço de Melo
Universidade de Taubaté
Assinatura ________________________________
Prof. Dr. José Luiz Gomes da Silva
Universidade de Taubaté
Assinatura ________________________________
Prof. Ms. Augustinho Ribeiro da Silva
Assinatura ________________________________
Universidade de Taubaté
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Francisco Cristovão Lourenço de Melo, pela orientação durante todo o
trabalho e pela paciência com as dúvidas e encontros postergados.
A Orica Brasil Ltda pelo auxílio financeiro e oportunidade de participar deste curso.
E pela aprendizagem proporcionada durante o curso: Unitau e professores.
RESUMO
O
trabalho
desenvolvido
apresenta
a
conceituação
básica
para
o
desenvolvimento de novos produtos, suas etapas e suas implicações na produção.
Enfoca o ciclo de vida do produto e a documentação necessária. Destaca as
características intrínsecas ao produto.
Trata – se de um estudo de caso que apresenta a atual configuração dos
procedimentos seguidos na Orica Brasil e etapas consideradas durante o
desenvolvimento de um novo produto avaliando os pontos fortes e as
oportunidades de melhoria. É abordado, então um projeto de melhoria do processo
atual considerando variáveis que impactam fortemente em todo o processo
tornando o processo mais estruturado e flexível de acordo com o desenvolvimento
a ser feito.
Palavras-chave:
Desenvolvimento de novo produto; ciclo de vida do produto; estratégia de desenvolvimento.
ABSTRACT
It presents a basic conceptualization for the development of new products, its
stages and its implications in the production. It focuses the cycle of life of the
product and the necessary documentation. It detaches the intrinsic characteristics to
the product. It deals with a case study that presents the current configuration of the
procedures followed in the Orica Brazil and stages considered during the
development of a new product evaluating the strong points and the chances of
improvement. Then it presents a project to improve of the current process
considering parameters that influences in all the process becoming the
structuralized process more and flexible the in accordance with development to be
made.
key words:
New product development, life cycle of the product, development strategy.
7
SUMÁRIO
Agradecimento .................................................................. ...................
4
Resumo .................................................................. ................... ........
5
Abstract .................................................................. ................... ........
6
Lista de tabelas .................................................................. ...................
8
Lista de abreviaturas e siglas ...................................................................
9
Lista de figuras .................................................................. ...................
10
1 – Introdução .................................................................. ...................
11
1.1 Problema ....................................................................................
11
1.2 Objetivos .................................................................. ...................
12
1.3 Delimitação do estudo .......................................................................
13
1.4 Relevância do estudo .........................................................................
13
1.5 Organização do trabalho ................................................ ...................
13
2 – Revisão de literatura....................................................... ...................
15
2.1 Definição de produto......... ... ........................................................
15
2.2 Tipos de novos produtos ...................................................................
16
2.3 Projeto do produto ............................................................................
16
2.4 Conceito do ciclo de vida ..................................... ..........................
18
2.5 Estratégia para desenvolvimento de novos produtos .......................
20
2.6 Processo de desenvolvimento de novos produtos .............................
20
2.7 Técnicas para desenvolvimento de novos produtos ..........................
23
2.8 Documentação do produto ....................................... ...................
24
3 – Metodologia .................................................................. ...................
25
4 – Processo de desenvolvimento de produto na Orica .. ................... .. ...
26
4.1 Breve histórico ....................................... ................... ........ ........
26
4.2 Processo atual ....................................... ................... ........ ........
26
4.3 Análise do sistema atual .................................................................. .
29
4.4 Proposta do novo modelo ..................................................................
32
4.4.1 Modelo proposto e considerações ...................................................
32
4.4.2 Análise do modelo proposto ................................... ...................
35
4.4.3 Aplicação do modelo ....................................................................
38
4 – Conclusão .................................................................. .............. ............
43
Referências .................................................................. ...................
44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Desenvolvimento de estratégia........................................................................... 18
Quadro 1 – Forças e fraquezas na atual metodologia para desenvolvimento de produto na
Orica Brasil Ltda. ................................................................................................................. 28
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BOM – Bill of material
CEDOC – Centro de documentação
ISO – International Organization for Standardization
PCP – Programação e controle de produção
ERP – Entreprise resource planning
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fases do ciclo de vida do produto .................................................................... 17
Figura 2 – Método esquematizado para desenvolvimento de produto ............................. 20
Figura 3 – Etapas consideradas no processo de desenvolvimento de produto na Orica .. 27
Figura 4 – Etapas consideradas no novo modelo proposto para Orica Brasil Ltda............ 33
Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto .................................................. 34
Figura 6 – Aplicação do formulário ................................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO
Desenvolver produtos é um dos processos-chave para a competitividade na
manufatura. Vários fatores tais como: concorrência, tecnologia, redução do ciclo de vida dos
produtos e consumidores mais exigentes fazem com que as empresas busquem agilidade,
produtividade e alta qualidade que é dependente da eficiência e eficácia da empresa neste
processo.
Pode-se dizer que o sucesso de uma empresa se relaciona diretamente com a
capacidade de satisfazer ou superar as expectativas dos clientes; o que faz com que o
projeto de seus produtos, seja um bem tangível ou um serviço; adquira extrema importância.
O grau de incerteza no início do processo de desenvolvimento de produto é elevado
e é justamente nesta etapa que se seleciona a maior quantidade de soluções construtivas.
As decisões entre alternativas no início do ciclo de desenvolvimento são responsáveis por
85% do custo do produto final. O custo de modificação aumenta ao longo do ciclo de
desenvolvimento.
Torna-se portanto, um desafio por si só, a tarefa de gerenciar as incertezas
envolvidas num processo de desenvolvimento de produto, onde as decisões de maior
impacto têm que ser tomadas no momento em que existe um maior número de alternativas
e grau de incerteza.
1.1 O PROBLEMA
Cada área específica carrega uma visão específica sobre o desenvolvimento de
produto. A engenharia tende a tomá-lo como atividades específicas de cálculos e testes;
programadores visuais como o resultado de estudos de conceito; administradores como algo
mais abstrato, independente do conteúdo tecnológico e voltado para os problemas
organizacionais e estratégicos e muitos outros.
12
O que ocorre, é que estas visões distintas geram muitos problemas e ineficiências.
Isto porque qualquer desenvolvimento implica em conhecimentos de diversas destas visões.
O que faz com o processo se torne integrado e que dependerá da consideração de diversos
fatores das mais diversas áreas do conhecimento para um resultado final apropriado.
Portanto, torna-se necessário integrar estas visões de modo a convergirem em uma
imagem única e integrada do processo de desenvolvimento de produto.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Neste trabalho será apresentada uma visão sobre os conceitos básicos na qual
serão apresentadas as etapas a serem consideradas no desenvolvimento de um novo
produto aplicável à realidade da empresa Orica Brasil Ltda.
1.2.2 Objetivos Específicos
Alcançar entendimento geral sobre o processo de desenvolvimento de novo produto
e, ao mesmo tempo, sugerir alterações, quando cabíveis a estrutura atual utilizada na Orica;
a fim de dar ao processo maior autonomia e estrutura que permita reunir as diversas
variáveis de forma que os departamentos envolvidos sejam informados de maneira
adequada, reduzindo a possibilidade de retrabalhos.
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Este trabalho abordará em linhas gerais o processo de desenvolvimento de um novo
produto e as etapas a serem consideradas. Será abordado o desenvolvimento de
detonadores elétricos sismográficos como exemplo do modelo proposto.
Não serão apresentados resultados de custos e detalhes do processo.
13
1.4 RELEVÂNCIA DO ESTUDO
A escolha da temática abordada por este trabalho, surgiu em favor de um
entendimento mais detalhado do processo de desenvolvimento de produto de forma
sistêmica. Estudar este processo é extremamente válido, pois, além de propiciar uma visão
sobre o processo, trará melhor sistematização e alternativas a serem consideradas para que
a decisão não sofra reveses, além de proporcionar maior agilidade na tomada de decisões.
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Capítulo 1: traz a introdução e a justificativa para o estudo do problema, bem como a
delimitação.
Capítulo 2: Trata da revisão de literatura, no qual se procurou definir produto, como
o processo de desenvolvimento de produto é tratado e as etapas que devem ser
consideradas bem como as informações a serem consideradas e a importância de um
processo bem estruturado para se garantir uma eficácia superior nos resultados.
No capítulo 3 será descrito a metodologia, isto é, como o problema será abordado no
capítulo posterior.
Capítulo 4: inicialmente apresenta a empresa da qual o estudo trata e traz o modelo
atual e a proposta para modificação do modelo tornando-o mais robusto e mais eficaz e
também uma aplicação considerando o modelo proposto.
Capítulo 5: apresenta a conclusão do trabalho através da discussão do modelo
proposto.
14
2 REVISÃO DA LITERATURA
A revisão tem o objetivo de informar sobre os conceitos do desenvolvimento de
novos produtos através da análise da literatura com base em vários autores.
2.1 Definição de produto.
Segundo Churchill (2003, pg. 234) um produto, do ponto de vista de marketing inclui
além de bens ou serviços, marcas, embalagens, serviços aos clientes e outras
características que acrescentem valor para os clientes. E nesse sentido, podem ser
vendidos para consumidores ou organizações e caracterizados como tangíveis (bens) ou
intangíveis (serviços).
De acordo com Kotler (2000, pg. 416) um produto é algo que pode ser oferecido a um
mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os produtos comercializados incluem bens
físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e
idéias.
São identificados sete níveis de hierarquia de produto, a saber:
- Família de necessidade: a necessidade central que sustenta a existência de uma
família de produtos. Exemplo: segurança.
- Família de produtos: todas as classes de produtos que podem satisfazer uma
necessidade central com razoável eficácia. Exemplo: poupanças e renda.
- Classe de produtos: um grupo de produtos dentro da família de produtos que têm
uma certa coerência funcional. Exemplo: instrumentos financeiros.
- Linhas de produtos: um grupo de produtos dentro de uma classe de produtos que
estão intimamente relacionados porque desempenham uma função similar, sendo vendidos
para os mesmos grupos de clientes e comercializados através dos mesmos canais, ou que
se incluem em determinadas faixas de preço. Exemplo: seguros de vida.
15
- Tipo de produto: um grupo de itens dentro de uma linha de produtos que
compartilham uma das diversas formas possíveis do produto. Exemplo: seguro de vida
pessoal
- Marca: o nome, associado a um ou mais itens da linha de produtos, que é usado
para identificar a fonte ou caráter do item ou dos itens. Exemplo: Prudential.
- Item: uma unidade distinta dentro de uma marca ou linha de produtos que se
distingue pelo tamanho, preço, aparência ou outro atributo. Exemplo: seguro de vida anual
renovável da Prudential.
2.2 Tipos de novos produtos
Para Churchill (2003, pg. 262) há várias maneiras de classificar novos produtos; e do
ponto de vista da empresa, são classificadas as seguintes categorias:
- Produtos novos para o mundo: invenções que não existiam anteriormente;
- Novas categorias de produtos: produtos novos para uma empresa, mas não novas
invenções;
- Adições a linhas de produtos: são extensões da linha de um determinado produto;
- Melhorias em produtos: são produtos novos à medida que representam versões
alteradas de produtos já existentes.
- Reposicionamento: são produtos reposicionados para novos usos ou novos
mercados.
2.3 Projeto do produto.
Gaither (2001, pg. 97) escreveu que para obter sucesso atualmente, as empresas devem
construir uma infra-estrutura que lhes permita:
1. desenvolver e projetar rapidamente novos produtos, estes devem ser inovadores de qualidade
superior e além disto se comprometer com uma política de melhoria contínua dos projetos de
produtos existentes.
2. Construir sistemas flexíveis de produção que se caracterizem pela produção de produtos de
excelente qualidade e custo mais baixo e que possam modificados a fim de atender eventuais
necessidades de clientes.
16
Esta estrutura exige, indubitavelmente, alterações fundamentais no tocante ao projeto
e desenvolvimento de produtos e aos processos de produção. Adicionalmente, o projeto de
produto afeta diretamente sua qualidade, os custos de produção e a satisfação do cliente. O
projeto de produtos e serviços, torna-se assim, crucial para o sucesso na competição global.
O planejamento de processo será intenso para novos produtos e serviços, mas
replanejamento também poderá ocorrer quando a capacidade necessita de mudança, as
condições de mercado ou de negócios se modificam ou se máquinas tecnologicamente
superiores se tornam disponíveis.
Segundo Martins (1999, pg. 13-14) o projeto do produto passa a ser um elemento
básico de vantagem competitiva, podendo ser diferenciado quanto a seu custo, com menor
número de peças, mais padronização, modularidade, etc., e a sua qualidade, robustez e
inexistência de falhas ( estudos demonstram que até 80% dos problemas de qualidade
decorre do projeto do produto e não dos processos produtivos.) O desenvolvimento de
novos produtos é um campo específico de trabalho, extremamente dinâmico, que conta com
especialistas nos mais variados campos do saber humano. Produtos devem ser
desenvolvidos observando-se as seguintes condições:
Funcionalidade: o produto deve ser funcional, de fácil utilização, considerar os
aspectos ergonômicos envolvidos, ser compatível com as preocupações de preservação do
meio ambiente, etc.
Manufaturável: ser apoiado em tecnologia conhecida e facilmente fabricado
Vendável: deve agradar aos clientes e ser vendável, esta última condição é prérequisito para o atendimento das anteriores.
De acordo com Churchill (2003, pg. 262) os lideres do setor em termos de crescimento de
vendas e lucratividade obtêm quase metade de suas receitas de produtos desenvolvidos nos cinco
anos anteriores. Em comparação, as empresas com menos sucesso obtêm apenas 11% de seus
lucros a partir de novos produtos.
17
2.4 Conceito do ciclo de vida.
Para Martins (1999, pg. 14) o ciclo de vida de um produto tem se tornado mais curto
o que faz com que as empresas procurem uma dinâmica e flexibilidade cada vez maiores.
Este ciclo é constituído, basicamente de quatro fases mostradas na Figura 1 e descritas
como:
- INTRODUÇÃO: fase inicial, com baixo volume de vendas, baixo volume de
produção, pedidos sob encomenda e sob medida, produção em pequenos lotes. Muitos
produtos não passam dessa fase;
- CRESCIMENTO: aumenta a demanda e são modificados os processos produtivos
devido a imposição do produto no mercado.
- MATURIDADE: há estabilização na demanda e nos processos industriais.
Geralmente o produto já atingiu alto grau de padronização.
- DECLÍNIO: demanda decrescente. O produto passa a perder participação no
mercado.
VENDAS
Introdução
Crescimento
Maturidade
Figura 1 - Fases do ciclo de vida do produto
MARTINS (1999, pg. 14)
Declínio TEMPO
18
Churchill (2003, pg. 240) indica que existem recomendações gerais para o
desenvolvimento de estratégia em cada estágio do ciclo de vida de um produto. Esta
estratégia deve abranger os objetivos que se deve atingir em cada uma das etapas; bem
como as ações em relação ao produto e preço do mesmo e sua distribuição no mercado.
O desenvolvimento de estratégia para cada uma das fases do ciclo de vida do
produto é mostrada na Tabela 1.
Tabela 1 - Desenvolvimento de estratégia - CHURCHILL (2003, pg. 241)
Dimensão da
estratégia
Objetivos
básicos
Introdução
Crescimento
Maturidade
Declínio
Estabelecer um
Aumentar vendar
Defender a
Limitar os custos
mercado para o
e participação de
participação de
ou reavivar vendas
tipo de produto
mercado
mercado da marca
e os lucros
Proporcionar alta
Melhorar a
qualidade,
qualidade,
acrescentar
acrescentar
serviços para
recursos para
aumentar o valor
distinguir a marca
Proporcionar alta
Produto
qualidade,
selecionar uma
boa marca
Geralmente alto,
Preço
para recuperar
Alto por causa da
os custos de
alta demanda
desenvolvimento
Distribuição
(no. de canais)
Limitado
Tornar o produto
novo e continuar
oferecendo alta
qualidade
Baixo, refletindo a
intensa
Variável
concorrência
Maior, para
Maior e mais
atender
incentivos para
demanda
revendedores
Limitado
2.5 Estratégia para o desenvolvimento de novos produtos.
Segundo Martins (1999, pg. 14~15) a forma como a empresa desenvolve novos
produtos faz parte de sua estratégia empresarial de longo prazo e pode ser, basicamente de
três formas:
Vender o que fabrica: desenvolve novos produtos com base na tecnologia que
possui (product-out).
19
Fabricar o que pode vender: Ouve a voz do mercado. Fabrica aquilo que o
mercado quer, muitas vezes antecipando-se e até mesmo criando necessidades de
consumo para seus produtos ( market-in)
Estratégia mista: a empresa utiliza as duas estratégias anteriores, procurando
maximizar seus recursos produtivos e de desenvolvimento de novos produtos.
2.6 Processo de desenvolvimento de novos produtos.
Deve-se seguir uma metodologia para que o processo criativo seja dividido em
etapas, conforme esquematizado por Martins (1999, pg. 15) na Figura 2.
Geração de idéias: nessa fase é lançada uma idéia inicial, seja a partir da
tecnologia disponível ou de estudos e pesquisas de mercado. As área de competência,
recursos humanos e materiais, as tecnologias específicas, a disponibilidades de recursos
financeiros, etc. constituem os aspectos internos da empresa. São considerados aspectos
externos os nichos de mercado, as tendências de desenvolvimento da tecnologia e a
concorrência.
Especificações funcionais: define-se os objetivos do produto: sua função, suas
características básicas, como será fabricado, fontes de suprimento de matérias-primas e
demais insumos, os mercados que deverá atender, quanto deverá custar, vantagens e
desvantagens em relação a seus concorrentes, etc.
Seleção de produto: fase na qual se determina um produto que atenda os dois
requisitos anteriores.
Projeto
preliminar:
análise
minuciosa
da
manufaturabilidade
do
produto,
incorporando-se a seu projeto as alterações decorrentes proveniente da soma do
conhecimento dos departamentos envolvidos.
20
Aspectos internos
Aspectos externos
Geração da idéia
Especificações funcionais
Seleção do produto
Projeto preliminar
Construção do protótipo
Testes
Projeto final
Introdução
Avaliação
Figura 2 - Método esquematizado para desenvolvimento de produto
MARTINS (1999, pg. 15)
Construção do protótipo: esta fase dependerá do produto que está sendo
desenvolvido, fase na qual é construído um modelo reduzido para ser previamente testado e
em seguida um protótipo.
Testes: o protótipo é submetido a testes nas mais variadas condições, fazendo-se
análise de sua robustez, do grau de aceitação pelo mercado, de seu impacto junto aos
concorrentes, etc. Pode-se fazer um delineamento de experimentos para verificar a resposta
do produto quando submetido a situações previamente estabelecidas.
Projeto final: o produto é detalhado, com suas folhas de processo, lista de materiais,
especificações técnicas, fluxogramas de processos, etc.
21
Introdução: coloca-se o produto no mercado, começando a primeira fase de seu
ciclo de vida.
Avaliação: periodicamente, faz-se uma avaliação do desempenho do produto; então
são introduzidas as alterações necessárias ou, tendo o produto já passado pela fase de
maturidade e estando em declínio, é retirado do mercado.
Para Gaither (2001, pg. 101) o projeto de produto pode afetar
a qualidade do
produto, custo da produção , o número de fornecedores e os níveis de estoque; deve-se
então visar a facilidade de produção durante o projeto.
Três conceitos estão estreitamente relacionados com o ato de projetar para obter
facilidade de produção:
- Especificação: descrição detalhada do material, peça ou produto. De maneira
geral, peças produzidas com tolerâncias mais rígidas se encaixarão melhor, mas produzi-las
pode ter um custo maior.
- Padronização: atividade do projeto que reduz a variedade entre um grupo de
produtos ou peças, o que comumente, resulta num volume unitário maior, o que pode levar
a custos de produção menores, qualidade de produto mais elevada, maior facilidade de
automação e menor investimento em estoques;
- Simplificação de um projeto é a eliminação dos recursos complexos de forma que
a função pretendida seja executada com custos reduzidos, qualidade mais elevada ou maior
satisfação do cliente.
2.7 Técnicas para desenvolvimento de novos produtos.
Há várias técnicas utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos, as mais
usualmente utilizadas serão citadas a título de conhecimento:
22
- Engenharia robusta: é assim denominada o conjunto de técnicas que permite dar
ao projeto do produto, as características de qualidade que façam com que o produto não
apresente defeitos tanto nas variações do processo produtivo como nas situações mais
adversas; dentre as técnicas pode-se citar o delineamento de experimentos.
- Engenharia de valor: esta técnica foca basicamente: a redução do número de
componentes, o uso de materiais de menor custo e a simplificação do processos. A
metodologia consiste na avaliação do produto e seus componentes determinando valor para
estes últimos.
- Projeto modular: são projetados vários produtos finais diferentes, com várias
aplicações através de módulos; o que reduz custos através de melhorias na qualidade,
redução dos prazos de entrega e aumento de funcionalidade.
- Engenharia simultânea: técnica na qual as fases consecutivas ocorrem ao mesmo
tempo, o que reduz o período gasto para o lançamento do produto; traz também a vantagem
da qualidade ser superior pois a contribuição dos envolvidos no processo é maior e as
chances de sucesso no mercado tornam-se maiores pois os possíveis clientes foram
previamente consultados.
Segundo GAITHER (2001, pg. 99) projetar produtos e projetar processo para
produzir os produtos eram, tradicionalmente, atividades distintas; essa abordagem, porém
tomava muito tempo para colocar novos produtos no mercados, esta lacuna é preenchida
com o uso da engenharia simultânea .
Qualquer que seja a técnica adotada, o sucesso de um novo produto também é
influenciado pela duração do tempo que é desenvolvido, segundo CHURCHILL (2003, pg.
283) as organizações podem aumentar as chances de que seus novos produtos tenham
sucesso encurtando seu tempo de desenvolvimento, pois levar produtos ao mercado mais
rapidamente dá aos concorrentes menos tempo de chegar primeiro. Maneiras importantes
23
de encurtar o tempo são usar equipes interfuncionais, aplicar tecnologia, delegar autoridade
e utilizar uma base de conhecimentos especializados.
2.8 Documentação do produto.
Um processo auxiliar, mas não menos importante é a documentação do produto,
este deve ser registrado após a definição ou alteração do mesmo, segundo Martins (1999,
pg. 19~21) as formas mais usuais de documentação são:
Explosão: faz-se um desenho do produto “explodido” em seus componentes e
respectivas especificações.
Diagrama de montagem: o produto é documentado através da definição da
seqüência de montagem do mesmo.
Estrutura analítica: Define-se a composição do produto em seus níveis hierárquicos,
isto é, parte-se do produto final e os componentes são descritos em ordem de simplificação.
Lista de materiais (BOM – Bill of material): são listados todos os materiais que
compõem o produto.
24
3.0 Metodologia
Com as etapas do desenvolvimento de produto detalhadas na revisão de literatura, o
tema será abordado da seguinte maneira:
a)
apresentação do processo atual realizado na Orica Brasil com seus pontos
favoráveis, os pontos deficientes e as oportunidades de melhoria bem como o fluxograma do
processo atual. Neste tópico também será apresentado um breve histórico da empresa.
b)
Com o conhecimento do processo atual e suas particularidades, será proposto
um modelo com o objetivo de suprir os pontos fracos no sistema atual. O modelo será
construído a partir da análise do processo atual e será constituído de um formulário e de um
novo fluxograma para desenvolvimento de novos produtos. baseado na Figura 2 – Método
esquematizado para desenvolvimento de produto contida na revisão de literatura;
25
4.0 Processo de desenvolvimento de produto na Orica .
4.1 Breve histórico
A empresa tem suas origens em 1917 com a fundação da Rupturita em Nova Iguaçu
– RJ. Nas décadas seguintes surge a Indústria Química Mantiqueira, em Lorena. Com a
fusão das empresas citadas, surge a Explo Brasil (1977).
Nos anos 80, a ICI (Imperial Chemical Industries) assume o controle da Explo Brasil.
E em 1998, a Orica adquire o negócio de explosivos da ICI no mundo inteiro.
A Orica é uma empresa australiana que atua em diversos países em quatro tipos de
negócios: fertilizantes, tintas, químico e explosivos. É líder mundial no setor de explosivos e
é neste setor que atua no Brasil, tendo a certificação ISO desde 1997 e adquiriu a
certificação em projetos mais recentemente em 2003.
4.2 Processo atual para desenvolvimento de novos produtos
Atualmente a estrutura da área de desenvolvimento de produto conta com um
engenheiro de produto que especifica, define e desenvolve os produtos solicitados em sua
maioria, pela área comercial.
Na última auditoria interna, o departamento foi considerado como um ponto fraco no
sistema da qualidade, dado o número de não conformidades encontrados; as ocorrências
basicamente estavam ligadas a falta de sistematização do processo e em alguns
desenvolvimentos não foram encontradas evidências de validação e/ou registro de
documentação, conforme exigido no procedimento interno da empresa.
A estratégia adotada geralmente é a de product out, porém existem aplicações de
estratégia mista.
Quase que na sua totalidade, o desenvolvimento se dá em nível de adições e/ou
melhorias em linhas de produtos e em termos de hierarquia de produto é feito ao nível de
linhas e tipos de produto. Muitas das solicitações exigem somente uma embalagem
26
apropriada para um embarque em modal distinto àquele usualmente adotado, bem como
alteração de características como comprimento ou tempo de espera em um produto já
existente.
As áreas afetadas e solicitadas para dar suporte a um novo desenvolvimento são:
Engenharia ( criação / atualização de desenhos), PCP ( para criação / alteração estruturas
no ERP), Aquisição ( compra de novas matérias primas), Produção e o CEDOC ( que
mantém atualizadas as informações do novo produto).
Todas áreas, porém são acionadas pós-desenvolvimento para que condições e
informações básicas necessárias sejam criadas para atender a produção do item solicitado.
O procedimento para desenvolvimento de produto está descrito em norma interna
intitulada Projeto e desenvolvimento que foi baseada nas diretrizes da normas ISO
9001:2000 e a abordagem adotada é fortemente voltada para estratégia : product-out.
Por outro lado, há um outro procedimento que não tem sido utilizado para avaliações
durante o desenvolvimento de novos produtos chamado: Lançamento de novo produto e
que aborda a atuação da área comercial e da área de marketing antes que o produto seja
desenvolvido. Neste são considerados todos os aspectos comerciais relevantes para a
decisão da criação de um produto novo.
A norma interna esclarece o que deve ser feito em cada etapa, prevendo a criação
de um documento contendo os seguintes itens:
- escopo do projeto e requisitos de entrada ( as especificações e características
solicitadas para um determinado produto)
- análise crítica e alternativas propostas
- requisitos de saída ( as especificações e características do produto já desenvolvido)
e validação ou aceitação das áreas envolvidas
A Figura 3 mostra uma visão geral do procedimento adotado e das etapas que são
consideradas durante o processo.
27
Identificar a
necessidade
Fase inicial
Designar um líder
Formar
equipe
Fase de definição
Definir requisitos de
entrada
Análise crítica do
projeto e alternativas
Planejamento
Fase de planejamento
Execução
Verificação do
projeto
Fase de implementação
Validação do
projeto
Revisão
do projeto
Fase de revisão
Figura 3 – Etapas consideradas no processo de desenvolvimento de produto na Orica
28
4.3 Análise do sistema atual
No Quadro 1 foram listados pontos relevantes no sistema atual com objetivo de
avaliar o sistema em sua totalidade para evidenciar quais pontos devem ser revistos para
melhor controle e aproveitamento do processo.
Pontos fortes
-
Estrutura do processo está montada.
-
As solicitações partem de departamentos específicos, o que facilita o trânsito de
informações
-
As etapas exigidas para o desenvolvimento estão descritas no procedimento do
sistema de qualidade
-
Há uma certa autonomia para se desenvolver um produto novo.
Pontos deficientes
-
Apesar das etapas estarem descritas no procedimento, alguns pontos não são
seguidos conforme descrito.
-
A aplicação da estrutura falha na interação entre os departamentos, fazendo com
que as informações não estejam disponíveis aos interessados.
-
As informações não são centralizadas, o que dá margem a desatualizações e
retrabalhos.
-
A informação não é estruturada de maneira a dar autonomia a produção de como
o produto deve ser produzido.
-
Não há avaliação de custo e/ou previsão de vendas em todos os processos.
-
A falta de consenso na criação favorece a descontinuação do processo de
criação do produto em etapas intermediárias.
-
Gera estruturas de produto que não são utilizadas.
-
Os envolvidos no processo nem sempre reconhecem / cumprem sua função por
desconhecimento ou por conflito / falta de informações.
-
A metodologia não é estruturada de maneira a ser aplicada em todos os
processos.
-
O procedimento atual não abrange de uma maneira sistematizada, o trabalho
prévio que deve ser feito pela área comercial e marketing para avaliação do mercado.
Quadro 1 - Forças e fraquezas na atual metodologia para desenvolvimento de
produto na Orica Brasil Ltda.
29
A abordagem será discutir os pontos fracos listados no Quadro 1 e propor melhorias
a partir disto. Os pontos serão listados em blocos ligados a uma deficiência em comum.
Deficiências n° 1: CONSENSO E ENVOLVIMENTO DAS ÁREAS PERTINENTES
- O procedimento atual não abrange de uma maneira sistematizada, o trabalho prévio
que deve ser feito pela área comercial e marketing para avaliação do mercado.
- Não há avaliação de custo e/ou previsão de vendas em todos os processos.
- A falta de consenso na criação favorece a descontinuação do processo de criação
do produto em etapas intermediárias.
- Gera estruturas de produto que não são totalmente utilizadas devido a mudanças
de prioridade na criação dos produtos.
Considerações:
O ponto em comum nos itens listados como deficiência n°1 é a ausência da
consideração dos aspectos externos e um uso deficiente dos aspectos internos conforme
discutido no item 2.6 – processo de desenvolvimento de produto, isto faz com que a etapa
da geração de idéias desconsidere informações relevantes na continuidade do processo. O
consenso entre as áreas que devem ser envolvidas é extremamente importante no início do
desenvolvimento para que este seja executado com o menor retrabalho possível.
Proposta:
Como já existem duas normas internas sobre lançamento de produtos: uma
abordando a área técnica e a outra, a comercial; o ideal é que os dois procedimentos sejam
unificados e que o departamento comercial e marketing participem de maneira efetiva com
informações como análise de oportunidade de mercado, levantamento de mercado,
estratégia de marketing, preço, etc.; conforme previsto no procedimento que engloba a
atuação da área comercial.
30
Deficiências n° 2: AUSÊNCIA DE SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO
- Apesar das etapas estarem descritas no procedimento, alguns pontos não são
seguidos conforme descrito.
- A metodologia não é estruturada de maneira a ser aplicada em todos os processos.
Considerações:
A estrutura existente não é utilizada de maneira sistemática possibilitando diferenças
de procedimentos e registro da documentação entre os vários processos.
Proposta:
Com a unificação dos procedimentos proposta para eliminar a deficiência n°1, devese em paralelo treinar os envolvidos e usar um roteiro previsto para todo e quaisquer
desenvolvimento, neste roteiro deverá constar as etapas exigidas pelo procedimento
unificado.
Deficiências n° 3: USO E DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
- A aplicação da estrutura falha na interação entre os departamentos, fazendo com
que as informações não estejam disponíveis ao interessados.
- As informações não são centralizadas, o que dá margem a desatualizações e
retrabalhos.
- A informação não é estruturada de maneira a dar autonomia a produção de como o
produto deve ser produzido.
- Os envolvidos no processo nem sempre reconhecem / cumprem sua função por
desconhecimento ou por conflito / falta de informações.
31
Considerações:
Apesar das informações básicas estarem descritas em um documento que circula
entre os envolvidos e é posteriormente arquivado, são necessárias informações adicionais
na ocasião do planejamento e execução por parte da produção.
Proposta:
Melhorar o formulário utilizado para conter as etapas previstas no procedimento
interno e levantar as informações necessárias das áreas envolvidas bem como um
consenso para as ações e testes que devem ser feitos .
4.4 Proposta de novo modelo e considerações
4.4.1 Modelo proposto e considerações
O novo modelo sugere usar o modelo vigente, fortalecendo os pontos deficientes de
maneira a dar uma maior consistência ao processo.
As propostas feitas no item 4.2 podem ser resumidas em etapas:
a) unificar os dois procedimentos internos
b) fazer um novo fluxograma considerando-se as etapas mostradas na figura 2 – Método
esquematizado para desenvolvimento de produto contida na revisão de literatura; cuja
maior relevância será considerar as informações provenientes da área comercial no
inicio do processo e através deste, admitir uma maior flexibilidade ao sistema.
c) Através
do
fluxograma,
criar
um
formulário
que
atenda
aos
requisitos
de
desenvolvimento de um produto em todas as suas particularidades.
d) Após a conclusão das etapas acima, propiciar treinamento formal para as áreas
envolvidas.
Além disto, deve-se ainda considerar um ponto importante, fazer com que o sistema
seja flexível para admitir tanto uma modificação simples em um produto já existente quanto
32
no desenvolvimento de um novo produto. Para isto, no início do processo, deverá ser
identificado e feita uma distinção entre ambas as situações, devido a complexidade exigida
no desenvolvimento de um novo produto quando comparada a um simples modificação em
um produto existente.
A primeira etapa trata apenas de unir os procedimentos de maneira a garantir maior
consistência ao processo de desenvolvimento. Como o objetivo do trabalho não é a simples
transcrição das normas internas da Orica Brasil Ltda., a evidência do novo modelo se dará
pela construção do novo fluxograma, conforme Figura 4 e o formulário será construído a
partir das etapas definidas pelo novo fluxograma.
33
Fase
Identificar a
inicial
necessidade
Fase
Desenvolvimento de novo
Alteração em produto
produto
existente
de
definição
Avaliação comercial e
marketing
Designação do
líder
Definição e requisição de
Definir requisitos de entrada
recursos
Fase
de
Formação
planejamento
Análise crítica do projeto
da equipe
Definição: projeto e
alternativas
Aprovação da
modificação
Execução
Fase
de
implementação
Verificação / validação
do projeto
Revisão
Fase
do projeto
de
revisão
Figura 4 – Etapas consideradas no novo modelo proposto para Orica Brasil
34
4.4.2 Análise do modelo proposto
Com a união dos procedimentos internos, o departamento comercial e de marketing
dará início ao processo através do levantamento de informações que objetivam suprir e
justificar o desenvolvimento de um novo produto. Torna-se, porém, relevante a devida
identificação da necessidade; isto é: se o processo diz respeito a um novo produto ou se
trata de uma modificação em produto já existente. Com esta identificação, o departamento
comercial tratará o processo com maior ou menor complexidade; pois fica evidente que um
produto já existente não exige as mesmas informações que requer um produto totalmente
novo. Esta distinção foi evidenciada tanto no fluxograma quanto no formulário a ser utilizado,
com isto o sistema se torna mais estruturado, apesar de flexível.
Esta flexibilidade é evidenciada no fluxograma pelas setas em pontilhado que
admitem uma realimentação durante qualquer etapa que se faça necessária.
O formulário, por sua vez, facilita que toda a informação referente ao processo esteja
reunida em um só documento, trazendo também evidência de consenso entre as áreas e
está descrito na Figura 5.
Com este modelo, a engenharia de produto ainda detém a responsabilidade do
desenvolvimento de um produto, porém faz com que outras áreas sejam envolvidas no início
do processo; o que se verifica mais vantajoso, pois reduz a possibilidade de retrabalho.
Nº do registro:
Produto:
Descrição:
Gerente do projeto ou solicitante/ departamento:
Data:
Nº da RM:
Líder:
Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto (continua próxima página)
35
Parte A – IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE - Preenchido pelo solicitante
1. Tipo do registro
Novo produto
Alteração produto existente
2. Data da solicitação
3. Produto que deve ser criado / alterado
Se aplicável : Classificação do produto / UN
Se aplicável : Código do produto no SAP ou
similar
4. Diferenciação de produtos já existentes
5. Custo previsto do produto
6. Prazo de entrega solicitado
7. Tipo de embarque:
Marítimo
Aéreo
Rodoviário
Parte B – FASE DE DEFINIÇÂO - Preenchido pelo líder
8. Escopo
9. Requisitos de entrada
9.1 Requisitos funcionais (especificações)
9.2 Requisitos de desempenho
9.3 Outros requisitos: (se aplicáveis: custo, prazo, estatutário, regulamentares, etc.)
10. Análise crítica nº 1
10.1 A planta tem capacidade para fabricação do novo produto?
10.2 Produto - base que deve ser alterado
Característica
PRODUTO
Atual
Proposto
10.3 Será necessário análise de risco? (se sim, nomear responsável)
10.4 A análise crítica viabiliza a continuidade do projeto?
10.5 Todos requisitos de entrada podem ser cumpridos? Caso negativo, justificar.
10.6 Quais as alternativas propostas caso os requisitos de entrada não possam ser
cumpridos na sua totalidade?
Análise crítica nº 2 (caso a 1ª análise crítica não seja aceita):
11. Definição do projeto e alternativas:
Com base no item 10. análise crítica, o projeto será definido como segue:
Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto. (continua próxima página)
36
Parte C – FASE DE PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO - Preenchido pelo líder
12. Testes e ações necessárias para criação do novo produto
Ação / Teste (nº do STP)
Responsável
Data
13. Aceitação da equipe envolvida
Nome
Área
Assinatura
14. Alterações no sistema de qualidade / SHE / Engenharia (procedimentos, especificações,
formulários, tabelas, desenhos, equipamentos, LIA, RT, treinamento de pessoal, etc.) Colocar nº e revisão onde
aplicável.
15. Estrutura SAP do produto
Nome
Unidade
Quantidade
16. Novas especificações e/ou alterações nas matérias primas
16.1 (nome do produto, matéria prima ou componente):
16.2 Embalagem
OPÇÃO 1
OPÇÃO 2
Nome / código SAP
Nº do desenho
É homologada?
Pode ser usada para este produto?
Limite de peso?
17. Custo avaliado do novo produto
18. Requisitos de saída (especificação final do produto e outras informações relevantes)
Entrada
Saída
19. Verificação
19.1 O produto foi fabricado conforme os requisitos acordados?
20. Validação
20.1 A performance do produto está conforme especificações?
Parte D – ENCERRAMENTO - Preenchido pelo líder
21. É necessário preencher check list de encerramento F04_ 01? ( anexar, se aplicável)
22. Formalização do encerramento:
Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto
37
4.4.3 Aplicação do modelo
A Figura 6 apresenta o formulário sugerido no modelo utilizado para uma
determinada família de produto da Orica Brasil Ltda.
Família: Detonadores elétricos
Linha: Espoletas sismográficas
Estratégia adotada: market-in
As principais vantagens obtidas é estruturar o processo de desenvolvimento de
produto, permitir eventuais reavaliações no sistema quando necessário, melhorar interação
entre departamentos da empresa e bem como atuação efetiva do departamento comercial e
de marketing durante o processo decisório do desenvolvimento.
Nº do registro: 246
Data:
Produto: Detonador elétrico Mantesis
Nº da RM: 156/05
Descrição: Criar Mantesis 20 m – solicitação Petrobrás
Líder:
11/11/05
XXX
Gerente do projeto ou solicitante/ departamento: XXXX
Parte A – IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE - Preenchido pelo solicitante
1. Tipo de registro
Novo produto
x
Alteração produto existente
20/10/05
2. Data da solicitação
3. Produto que deve ser criado / alterado
Espoleta
Mantesis
Se aplicável : Classificação do produto / UN
elétrica
sismográfica
Se aplicável : Código do produto no SAP ou similar
4. Diferenciação de produtos já existentes
Comprimento dos fios: 20 m
5. Custo previsto do produto
Info. não disponibilizada.
6. Prazo de entrega solicitado
05/12/05
7. Tipo de embarque:
Marítimo
Aéreo
Rodoviário
Figura 6 – Aplicação do formulário. (continua próxima página)
x
38
Parte B – FASE DE DEFINIÇÂO - Preenchido pelo líder
8. Escopo:
Incluir produto Mantesis 20 m no sistema de qualidade, definindo as
características de especificação, embalagem e disponibilizando o produto para vendas.
9. Requisitos de entrada
9.4
Requisitos funcionais (especificações): Bobina do produto deve ter 20 m de
comprimento e pode ser bobinada em forma de 8 conforme informação do XXXXX.
9.5
Requisitos de desempenho: Não aplicável para esta solicitação.
9.6
Outros requisitos: (se aplicáveis: custo, prazo, estatutário, regulamentares, etc):
Norma de recebimento da Petrobrás: N-1217
10. Análise crítica nº 1
10.1
A planta tem capacidade para fabricação do novo produto?
A bobina é uma matéria prima e pode ser solicitada em qualquer metragem desde que
previamente especificada, não afetando, portanto, a capacidade de fabricação do produto.
10.2 Produto - base que deve ser alterado: bobina de fio completa para Mantesis ( Caderno
de especificação de matéria prima – página 17 / desenho 04458 página 3)
PRODUTO
Característica
Comprimento
total do fio.
Atual
Proposto
Várias metragens
Incluir comprimento de 20 m
10.3
Será necessário análise de risco? (se sim, nomear responsável) Não aplicável.
10.4
A análise crítica viabiliza a continuidade do projeto? Sim.
10.5
Todos requisitos de entrada podem ser cumpridos? Caso negativo, justificar. Sim
10.6 Quais as alternativas propostas caso os requisitos de entrada não possam ser
cumpridos na sua totalidade? Não aplicável.
Análise crítica nº 2 (caso a 1ª análise crítica não seja aceita):
NÃO APLICÁVEL
Figura 6 – Aplicação do formulário. (continua próxima página)
39
11. Definição do projeto e alternativas:
Com base no item 9. análise crítica, o projeto será definido como segue:
Incluir metragem de 20 m para espoleta elétrica mantesis, bobinada em forma de 8
acrescentando nos requisitos de saída quaisquer alterações que se façam necessárias na
especificação do produto em decorrência do comprimento dos fios. (resistência elétrica total,
quantidade por caixa, peso bruto e líquido.)
Com exceção dos itens assinalados acima, o produto segue com a mesma configuração atual,
isto é: tipo de ponte elétrica, corrente máxima de não detonação, corrente mínima de
detonação, corrente para séries, tempo de atraso, resistência hidrostática e classificação de
risco.
Serão embaladas 20 peças por caixa ( caixa utilizada : p/ mercado interno.) A quantidade foi
definida, ao se tomar por base que a caixa tem capacidade para 500 m de bobina e 100
detonadores ( tabela 102T010 C: quantidade por caixa 100 bobinas até 5 m ). E que serão
embalados somente 20 detonadores e 400 metros de fio.
Parte C – FASE DE PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO - Preenchido pelo líder
12. Testes e ações necessárias para criação do novo produto
Ação / Teste (nº do STP)
Responsável
Data
Incluir no sistema de qualidade todas as alterações referentes
a inclusão do produto.
Informar inclusão do comprimento bem como especificação a
RJC ( fabricante terceirizado do produto)
Consenso com fornecedor da bobina de fio para fornecimento
de bobinas com 20 m de comprimento.
Verificar com fornecedor alterações no custo da matéria prima
Criar estrutura do produto no SAP
13. Aceitação da equipe envolvida
Nome
Área
Assinatura
Qualidade
Suprimentos
14. Alterações no sistema de qualidade / SHE / Engenharia (procedimentos,
especificações, formulários, tabelas, desenhos, equipamentos, LIA, RT, treinamento de
pessoal, etc.) Colocar nº e revisão onde aplicável.
Itens afetados
102T010 C
102T011L
Treinamento
-
Figura 6 – Aplicação do formulário. (continua próxima página)
-
40
15. Estrutura SAP do produto ( consumo para 1000 unidades)
Nome
Quantidade
Unidade
Componente 1
peças
Componente 2
peças
Componente 3
mm
Componente 4
mm
16. Novas especificações e/ou alterações nas matérias primas
Não haverá alteração de especificação da bobina de fio completa e sim, inclusão da metragem
de 20 m para as tabelas listadas no item 13.
Embalagem
OPÇÃO 1
Nome / código SAP
CX. PAP.
OPÇÃO 2
-
Nº do desenho
XXXXX
-
É homologada?
Não
-
Somente para mercado interno
-
Pode ser usada para este produto?
Limite de peso?
Considerar XX pçs detonadores
-
17. Custo avaliado do novo produto: como o produto foi mudado somente em relação ao
comprimento, sem que quaisquer outras matérias primas tenham sido alteradas, o custo do
produto deverá seguir o mesmo padrão atual levando-se em conta a adição da 4 metros de fio
no seu total.
18. Requisitos de saída (especificação final do produto e outras informações relevantes)
Entrada
Saída
Comprimento do fio: 20 m
Comprimento do fio: 20 + 0, 15 m
Bobinado em 8
O produto será bobinado em 8.
-
Resistência elétrica total:
19. Verificação
19.1
O produto foi fabricado conforme os requisitos acordados?
20. Validação
20.1
A performance do produto está conforme especificações?
Figura 6 – Aplicação do formulário.
41
5.0 Conclusão
Com as alterações propostas neste trabalho, o departamento de engenharia de
produto da Orica Brasil Ltda., terá mais autonomia e sistematização quando houver
necessidade de um novo desenvolvimento bem como para adaptações aos produtos
existentes.
A interação da área comercial e marketing será mais eficaz de modo a reunir e suprir
as informações relevantes para o processo de decisão sobre a continuação do
desenvolvimento. Do ponto de vista da qualidade, a estrutura proposta preenche os
requisitos exigidos pela ISO 9000; reduzindo a possibilidade de não-conformidades.
Apesar de não ter sido abordado, os conhecimentos adquiridos durante a elaboração
deste trabalho permitirão ajuste futuro no novo modelo para se considerar variáveis que
num segundo instante devem ser consideradas.
42
REFERÊNCIAS
CSILLAG, João Mário. Análise de valor. 1ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1985.
GAITHER, Norman.; FRAZIER, Greg. Administração da produção e operações. 8ª
Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. 1ª Edição. São Paulo: Editora
Saraiva, 1999.
CHURCHILL, Gilberto A. Marketing: criando valor para o cliente. 1ª Edição. São Paulo:
Editora Saraiva, 2003.
KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10ª Edição.
São Paulo: Prentice Hall, 2000.
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DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA