UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Andréa Trajano Vieira DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA ABORDAGEM DE GERENCIAMENTO PARA O PROCESSO NA ORICA BRASIL LTDA. Lorena – SP 2005 UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Andréa Trajano Vieira DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA ABORDAGEM DE GERENCIAMENTO PARA O PROCESSO NA ORICA BRASIL LTDA. Monografia apresentada para obtenção do Certificado de Especialização em MBA Gestão Industrial e Negócios do Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e Secretariado da Universidade de Taubaté. Orientador: Prof. Dr. Francisco C.L de Melo Lorena – SP 2005 Andréa Trajano Vieira DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS: NOVA ABORDAGEM DE GERENCIAMENTO PARA O PROCESSO NA ORICA BRASIL LTDA. UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP Data: __________________ Resultado: ______________ BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Francisco Cristóvão Lourenço de Melo Universidade de Taubaté Assinatura ________________________________ Prof. Dr. José Luiz Gomes da Silva Universidade de Taubaté Assinatura ________________________________ Prof. Ms. Augustinho Ribeiro da Silva Assinatura ________________________________ Universidade de Taubaté AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Francisco Cristovão Lourenço de Melo, pela orientação durante todo o trabalho e pela paciência com as dúvidas e encontros postergados. A Orica Brasil Ltda pelo auxílio financeiro e oportunidade de participar deste curso. E pela aprendizagem proporcionada durante o curso: Unitau e professores. RESUMO O trabalho desenvolvido apresenta a conceituação básica para o desenvolvimento de novos produtos, suas etapas e suas implicações na produção. Enfoca o ciclo de vida do produto e a documentação necessária. Destaca as características intrínsecas ao produto. Trata – se de um estudo de caso que apresenta a atual configuração dos procedimentos seguidos na Orica Brasil e etapas consideradas durante o desenvolvimento de um novo produto avaliando os pontos fortes e as oportunidades de melhoria. É abordado, então um projeto de melhoria do processo atual considerando variáveis que impactam fortemente em todo o processo tornando o processo mais estruturado e flexível de acordo com o desenvolvimento a ser feito. Palavras-chave: Desenvolvimento de novo produto; ciclo de vida do produto; estratégia de desenvolvimento. ABSTRACT It presents a basic conceptualization for the development of new products, its stages and its implications in the production. It focuses the cycle of life of the product and the necessary documentation. It detaches the intrinsic characteristics to the product. It deals with a case study that presents the current configuration of the procedures followed in the Orica Brazil and stages considered during the development of a new product evaluating the strong points and the chances of improvement. Then it presents a project to improve of the current process considering parameters that influences in all the process becoming the structuralized process more and flexible the in accordance with development to be made. key words: New product development, life cycle of the product, development strategy. 7 SUMÁRIO Agradecimento .................................................................. ................... 4 Resumo .................................................................. ................... ........ 5 Abstract .................................................................. ................... ........ 6 Lista de tabelas .................................................................. ................... 8 Lista de abreviaturas e siglas ................................................................... 9 Lista de figuras .................................................................. ................... 10 1 – Introdução .................................................................. ................... 11 1.1 Problema .................................................................................... 11 1.2 Objetivos .................................................................. ................... 12 1.3 Delimitação do estudo ....................................................................... 13 1.4 Relevância do estudo ......................................................................... 13 1.5 Organização do trabalho ................................................ ................... 13 2 – Revisão de literatura....................................................... ................... 15 2.1 Definição de produto......... ... ........................................................ 15 2.2 Tipos de novos produtos ................................................................... 16 2.3 Projeto do produto ............................................................................ 16 2.4 Conceito do ciclo de vida ..................................... .......................... 18 2.5 Estratégia para desenvolvimento de novos produtos ....................... 20 2.6 Processo de desenvolvimento de novos produtos ............................. 20 2.7 Técnicas para desenvolvimento de novos produtos .......................... 23 2.8 Documentação do produto ....................................... ................... 24 3 – Metodologia .................................................................. ................... 25 4 – Processo de desenvolvimento de produto na Orica .. ................... .. ... 26 4.1 Breve histórico ....................................... ................... ........ ........ 26 4.2 Processo atual ....................................... ................... ........ ........ 26 4.3 Análise do sistema atual .................................................................. . 29 4.4 Proposta do novo modelo .................................................................. 32 4.4.1 Modelo proposto e considerações ................................................... 32 4.4.2 Análise do modelo proposto ................................... ................... 35 4.4.3 Aplicação do modelo .................................................................... 38 4 – Conclusão .................................................................. .............. ............ 43 Referências .................................................................. ................... 44 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Desenvolvimento de estratégia........................................................................... 18 Quadro 1 – Forças e fraquezas na atual metodologia para desenvolvimento de produto na Orica Brasil Ltda. ................................................................................................................. 28 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BOM – Bill of material CEDOC – Centro de documentação ISO – International Organization for Standardization PCP – Programação e controle de produção ERP – Entreprise resource planning 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fases do ciclo de vida do produto .................................................................... 17 Figura 2 – Método esquematizado para desenvolvimento de produto ............................. 20 Figura 3 – Etapas consideradas no processo de desenvolvimento de produto na Orica .. 27 Figura 4 – Etapas consideradas no novo modelo proposto para Orica Brasil Ltda............ 33 Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto .................................................. 34 Figura 6 – Aplicação do formulário ................................................................................... 37 1 INTRODUÇÃO Desenvolver produtos é um dos processos-chave para a competitividade na manufatura. Vários fatores tais como: concorrência, tecnologia, redução do ciclo de vida dos produtos e consumidores mais exigentes fazem com que as empresas busquem agilidade, produtividade e alta qualidade que é dependente da eficiência e eficácia da empresa neste processo. Pode-se dizer que o sucesso de uma empresa se relaciona diretamente com a capacidade de satisfazer ou superar as expectativas dos clientes; o que faz com que o projeto de seus produtos, seja um bem tangível ou um serviço; adquira extrema importância. O grau de incerteza no início do processo de desenvolvimento de produto é elevado e é justamente nesta etapa que se seleciona a maior quantidade de soluções construtivas. As decisões entre alternativas no início do ciclo de desenvolvimento são responsáveis por 85% do custo do produto final. O custo de modificação aumenta ao longo do ciclo de desenvolvimento. Torna-se portanto, um desafio por si só, a tarefa de gerenciar as incertezas envolvidas num processo de desenvolvimento de produto, onde as decisões de maior impacto têm que ser tomadas no momento em que existe um maior número de alternativas e grau de incerteza. 1.1 O PROBLEMA Cada área específica carrega uma visão específica sobre o desenvolvimento de produto. A engenharia tende a tomá-lo como atividades específicas de cálculos e testes; programadores visuais como o resultado de estudos de conceito; administradores como algo mais abstrato, independente do conteúdo tecnológico e voltado para os problemas organizacionais e estratégicos e muitos outros. 12 O que ocorre, é que estas visões distintas geram muitos problemas e ineficiências. Isto porque qualquer desenvolvimento implica em conhecimentos de diversas destas visões. O que faz com o processo se torne integrado e que dependerá da consideração de diversos fatores das mais diversas áreas do conhecimento para um resultado final apropriado. Portanto, torna-se necessário integrar estas visões de modo a convergirem em uma imagem única e integrada do processo de desenvolvimento de produto. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Neste trabalho será apresentada uma visão sobre os conceitos básicos na qual serão apresentadas as etapas a serem consideradas no desenvolvimento de um novo produto aplicável à realidade da empresa Orica Brasil Ltda. 1.2.2 Objetivos Específicos Alcançar entendimento geral sobre o processo de desenvolvimento de novo produto e, ao mesmo tempo, sugerir alterações, quando cabíveis a estrutura atual utilizada na Orica; a fim de dar ao processo maior autonomia e estrutura que permita reunir as diversas variáveis de forma que os departamentos envolvidos sejam informados de maneira adequada, reduzindo a possibilidade de retrabalhos. 1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Este trabalho abordará em linhas gerais o processo de desenvolvimento de um novo produto e as etapas a serem consideradas. Será abordado o desenvolvimento de detonadores elétricos sismográficos como exemplo do modelo proposto. Não serão apresentados resultados de custos e detalhes do processo. 13 1.4 RELEVÂNCIA DO ESTUDO A escolha da temática abordada por este trabalho, surgiu em favor de um entendimento mais detalhado do processo de desenvolvimento de produto de forma sistêmica. Estudar este processo é extremamente válido, pois, além de propiciar uma visão sobre o processo, trará melhor sistematização e alternativas a serem consideradas para que a decisão não sofra reveses, além de proporcionar maior agilidade na tomada de decisões. 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Capítulo 1: traz a introdução e a justificativa para o estudo do problema, bem como a delimitação. Capítulo 2: Trata da revisão de literatura, no qual se procurou definir produto, como o processo de desenvolvimento de produto é tratado e as etapas que devem ser consideradas bem como as informações a serem consideradas e a importância de um processo bem estruturado para se garantir uma eficácia superior nos resultados. No capítulo 3 será descrito a metodologia, isto é, como o problema será abordado no capítulo posterior. Capítulo 4: inicialmente apresenta a empresa da qual o estudo trata e traz o modelo atual e a proposta para modificação do modelo tornando-o mais robusto e mais eficaz e também uma aplicação considerando o modelo proposto. Capítulo 5: apresenta a conclusão do trabalho através da discussão do modelo proposto. 14 2 REVISÃO DA LITERATURA A revisão tem o objetivo de informar sobre os conceitos do desenvolvimento de novos produtos através da análise da literatura com base em vários autores. 2.1 Definição de produto. Segundo Churchill (2003, pg. 234) um produto, do ponto de vista de marketing inclui além de bens ou serviços, marcas, embalagens, serviços aos clientes e outras características que acrescentem valor para os clientes. E nesse sentido, podem ser vendidos para consumidores ou organizações e caracterizados como tangíveis (bens) ou intangíveis (serviços). De acordo com Kotler (2000, pg. 416) um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os produtos comercializados incluem bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. São identificados sete níveis de hierarquia de produto, a saber: - Família de necessidade: a necessidade central que sustenta a existência de uma família de produtos. Exemplo: segurança. - Família de produtos: todas as classes de produtos que podem satisfazer uma necessidade central com razoável eficácia. Exemplo: poupanças e renda. - Classe de produtos: um grupo de produtos dentro da família de produtos que têm uma certa coerência funcional. Exemplo: instrumentos financeiros. - Linhas de produtos: um grupo de produtos dentro de uma classe de produtos que estão intimamente relacionados porque desempenham uma função similar, sendo vendidos para os mesmos grupos de clientes e comercializados através dos mesmos canais, ou que se incluem em determinadas faixas de preço. Exemplo: seguros de vida. 15 - Tipo de produto: um grupo de itens dentro de uma linha de produtos que compartilham uma das diversas formas possíveis do produto. Exemplo: seguro de vida pessoal - Marca: o nome, associado a um ou mais itens da linha de produtos, que é usado para identificar a fonte ou caráter do item ou dos itens. Exemplo: Prudential. - Item: uma unidade distinta dentro de uma marca ou linha de produtos que se distingue pelo tamanho, preço, aparência ou outro atributo. Exemplo: seguro de vida anual renovável da Prudential. 2.2 Tipos de novos produtos Para Churchill (2003, pg. 262) há várias maneiras de classificar novos produtos; e do ponto de vista da empresa, são classificadas as seguintes categorias: - Produtos novos para o mundo: invenções que não existiam anteriormente; - Novas categorias de produtos: produtos novos para uma empresa, mas não novas invenções; - Adições a linhas de produtos: são extensões da linha de um determinado produto; - Melhorias em produtos: são produtos novos à medida que representam versões alteradas de produtos já existentes. - Reposicionamento: são produtos reposicionados para novos usos ou novos mercados. 2.3 Projeto do produto. Gaither (2001, pg. 97) escreveu que para obter sucesso atualmente, as empresas devem construir uma infra-estrutura que lhes permita: 1. desenvolver e projetar rapidamente novos produtos, estes devem ser inovadores de qualidade superior e além disto se comprometer com uma política de melhoria contínua dos projetos de produtos existentes. 2. Construir sistemas flexíveis de produção que se caracterizem pela produção de produtos de excelente qualidade e custo mais baixo e que possam modificados a fim de atender eventuais necessidades de clientes. 16 Esta estrutura exige, indubitavelmente, alterações fundamentais no tocante ao projeto e desenvolvimento de produtos e aos processos de produção. Adicionalmente, o projeto de produto afeta diretamente sua qualidade, os custos de produção e a satisfação do cliente. O projeto de produtos e serviços, torna-se assim, crucial para o sucesso na competição global. O planejamento de processo será intenso para novos produtos e serviços, mas replanejamento também poderá ocorrer quando a capacidade necessita de mudança, as condições de mercado ou de negócios se modificam ou se máquinas tecnologicamente superiores se tornam disponíveis. Segundo Martins (1999, pg. 13-14) o projeto do produto passa a ser um elemento básico de vantagem competitiva, podendo ser diferenciado quanto a seu custo, com menor número de peças, mais padronização, modularidade, etc., e a sua qualidade, robustez e inexistência de falhas ( estudos demonstram que até 80% dos problemas de qualidade decorre do projeto do produto e não dos processos produtivos.) O desenvolvimento de novos produtos é um campo específico de trabalho, extremamente dinâmico, que conta com especialistas nos mais variados campos do saber humano. Produtos devem ser desenvolvidos observando-se as seguintes condições: Funcionalidade: o produto deve ser funcional, de fácil utilização, considerar os aspectos ergonômicos envolvidos, ser compatível com as preocupações de preservação do meio ambiente, etc. Manufaturável: ser apoiado em tecnologia conhecida e facilmente fabricado Vendável: deve agradar aos clientes e ser vendável, esta última condição é prérequisito para o atendimento das anteriores. De acordo com Churchill (2003, pg. 262) os lideres do setor em termos de crescimento de vendas e lucratividade obtêm quase metade de suas receitas de produtos desenvolvidos nos cinco anos anteriores. Em comparação, as empresas com menos sucesso obtêm apenas 11% de seus lucros a partir de novos produtos. 17 2.4 Conceito do ciclo de vida. Para Martins (1999, pg. 14) o ciclo de vida de um produto tem se tornado mais curto o que faz com que as empresas procurem uma dinâmica e flexibilidade cada vez maiores. Este ciclo é constituído, basicamente de quatro fases mostradas na Figura 1 e descritas como: - INTRODUÇÃO: fase inicial, com baixo volume de vendas, baixo volume de produção, pedidos sob encomenda e sob medida, produção em pequenos lotes. Muitos produtos não passam dessa fase; - CRESCIMENTO: aumenta a demanda e são modificados os processos produtivos devido a imposição do produto no mercado. - MATURIDADE: há estabilização na demanda e nos processos industriais. Geralmente o produto já atingiu alto grau de padronização. - DECLÍNIO: demanda decrescente. O produto passa a perder participação no mercado. VENDAS Introdução Crescimento Maturidade Figura 1 - Fases do ciclo de vida do produto MARTINS (1999, pg. 14) Declínio TEMPO 18 Churchill (2003, pg. 240) indica que existem recomendações gerais para o desenvolvimento de estratégia em cada estágio do ciclo de vida de um produto. Esta estratégia deve abranger os objetivos que se deve atingir em cada uma das etapas; bem como as ações em relação ao produto e preço do mesmo e sua distribuição no mercado. O desenvolvimento de estratégia para cada uma das fases do ciclo de vida do produto é mostrada na Tabela 1. Tabela 1 - Desenvolvimento de estratégia - CHURCHILL (2003, pg. 241) Dimensão da estratégia Objetivos básicos Introdução Crescimento Maturidade Declínio Estabelecer um Aumentar vendar Defender a Limitar os custos mercado para o e participação de participação de ou reavivar vendas tipo de produto mercado mercado da marca e os lucros Proporcionar alta Melhorar a qualidade, qualidade, acrescentar acrescentar serviços para recursos para aumentar o valor distinguir a marca Proporcionar alta Produto qualidade, selecionar uma boa marca Geralmente alto, Preço para recuperar Alto por causa da os custos de alta demanda desenvolvimento Distribuição (no. de canais) Limitado Tornar o produto novo e continuar oferecendo alta qualidade Baixo, refletindo a intensa Variável concorrência Maior, para Maior e mais atender incentivos para demanda revendedores Limitado 2.5 Estratégia para o desenvolvimento de novos produtos. Segundo Martins (1999, pg. 14~15) a forma como a empresa desenvolve novos produtos faz parte de sua estratégia empresarial de longo prazo e pode ser, basicamente de três formas: Vender o que fabrica: desenvolve novos produtos com base na tecnologia que possui (product-out). 19 Fabricar o que pode vender: Ouve a voz do mercado. Fabrica aquilo que o mercado quer, muitas vezes antecipando-se e até mesmo criando necessidades de consumo para seus produtos ( market-in) Estratégia mista: a empresa utiliza as duas estratégias anteriores, procurando maximizar seus recursos produtivos e de desenvolvimento de novos produtos. 2.6 Processo de desenvolvimento de novos produtos. Deve-se seguir uma metodologia para que o processo criativo seja dividido em etapas, conforme esquematizado por Martins (1999, pg. 15) na Figura 2. Geração de idéias: nessa fase é lançada uma idéia inicial, seja a partir da tecnologia disponível ou de estudos e pesquisas de mercado. As área de competência, recursos humanos e materiais, as tecnologias específicas, a disponibilidades de recursos financeiros, etc. constituem os aspectos internos da empresa. São considerados aspectos externos os nichos de mercado, as tendências de desenvolvimento da tecnologia e a concorrência. Especificações funcionais: define-se os objetivos do produto: sua função, suas características básicas, como será fabricado, fontes de suprimento de matérias-primas e demais insumos, os mercados que deverá atender, quanto deverá custar, vantagens e desvantagens em relação a seus concorrentes, etc. Seleção de produto: fase na qual se determina um produto que atenda os dois requisitos anteriores. Projeto preliminar: análise minuciosa da manufaturabilidade do produto, incorporando-se a seu projeto as alterações decorrentes proveniente da soma do conhecimento dos departamentos envolvidos. 20 Aspectos internos Aspectos externos Geração da idéia Especificações funcionais Seleção do produto Projeto preliminar Construção do protótipo Testes Projeto final Introdução Avaliação Figura 2 - Método esquematizado para desenvolvimento de produto MARTINS (1999, pg. 15) Construção do protótipo: esta fase dependerá do produto que está sendo desenvolvido, fase na qual é construído um modelo reduzido para ser previamente testado e em seguida um protótipo. Testes: o protótipo é submetido a testes nas mais variadas condições, fazendo-se análise de sua robustez, do grau de aceitação pelo mercado, de seu impacto junto aos concorrentes, etc. Pode-se fazer um delineamento de experimentos para verificar a resposta do produto quando submetido a situações previamente estabelecidas. Projeto final: o produto é detalhado, com suas folhas de processo, lista de materiais, especificações técnicas, fluxogramas de processos, etc. 21 Introdução: coloca-se o produto no mercado, começando a primeira fase de seu ciclo de vida. Avaliação: periodicamente, faz-se uma avaliação do desempenho do produto; então são introduzidas as alterações necessárias ou, tendo o produto já passado pela fase de maturidade e estando em declínio, é retirado do mercado. Para Gaither (2001, pg. 101) o projeto de produto pode afetar a qualidade do produto, custo da produção , o número de fornecedores e os níveis de estoque; deve-se então visar a facilidade de produção durante o projeto. Três conceitos estão estreitamente relacionados com o ato de projetar para obter facilidade de produção: - Especificação: descrição detalhada do material, peça ou produto. De maneira geral, peças produzidas com tolerâncias mais rígidas se encaixarão melhor, mas produzi-las pode ter um custo maior. - Padronização: atividade do projeto que reduz a variedade entre um grupo de produtos ou peças, o que comumente, resulta num volume unitário maior, o que pode levar a custos de produção menores, qualidade de produto mais elevada, maior facilidade de automação e menor investimento em estoques; - Simplificação de um projeto é a eliminação dos recursos complexos de forma que a função pretendida seja executada com custos reduzidos, qualidade mais elevada ou maior satisfação do cliente. 2.7 Técnicas para desenvolvimento de novos produtos. Há várias técnicas utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos, as mais usualmente utilizadas serão citadas a título de conhecimento: 22 - Engenharia robusta: é assim denominada o conjunto de técnicas que permite dar ao projeto do produto, as características de qualidade que façam com que o produto não apresente defeitos tanto nas variações do processo produtivo como nas situações mais adversas; dentre as técnicas pode-se citar o delineamento de experimentos. - Engenharia de valor: esta técnica foca basicamente: a redução do número de componentes, o uso de materiais de menor custo e a simplificação do processos. A metodologia consiste na avaliação do produto e seus componentes determinando valor para estes últimos. - Projeto modular: são projetados vários produtos finais diferentes, com várias aplicações através de módulos; o que reduz custos através de melhorias na qualidade, redução dos prazos de entrega e aumento de funcionalidade. - Engenharia simultânea: técnica na qual as fases consecutivas ocorrem ao mesmo tempo, o que reduz o período gasto para o lançamento do produto; traz também a vantagem da qualidade ser superior pois a contribuição dos envolvidos no processo é maior e as chances de sucesso no mercado tornam-se maiores pois os possíveis clientes foram previamente consultados. Segundo GAITHER (2001, pg. 99) projetar produtos e projetar processo para produzir os produtos eram, tradicionalmente, atividades distintas; essa abordagem, porém tomava muito tempo para colocar novos produtos no mercados, esta lacuna é preenchida com o uso da engenharia simultânea . Qualquer que seja a técnica adotada, o sucesso de um novo produto também é influenciado pela duração do tempo que é desenvolvido, segundo CHURCHILL (2003, pg. 283) as organizações podem aumentar as chances de que seus novos produtos tenham sucesso encurtando seu tempo de desenvolvimento, pois levar produtos ao mercado mais rapidamente dá aos concorrentes menos tempo de chegar primeiro. Maneiras importantes 23 de encurtar o tempo são usar equipes interfuncionais, aplicar tecnologia, delegar autoridade e utilizar uma base de conhecimentos especializados. 2.8 Documentação do produto. Um processo auxiliar, mas não menos importante é a documentação do produto, este deve ser registrado após a definição ou alteração do mesmo, segundo Martins (1999, pg. 19~21) as formas mais usuais de documentação são: Explosão: faz-se um desenho do produto “explodido” em seus componentes e respectivas especificações. Diagrama de montagem: o produto é documentado através da definição da seqüência de montagem do mesmo. Estrutura analítica: Define-se a composição do produto em seus níveis hierárquicos, isto é, parte-se do produto final e os componentes são descritos em ordem de simplificação. Lista de materiais (BOM – Bill of material): são listados todos os materiais que compõem o produto. 24 3.0 Metodologia Com as etapas do desenvolvimento de produto detalhadas na revisão de literatura, o tema será abordado da seguinte maneira: a) apresentação do processo atual realizado na Orica Brasil com seus pontos favoráveis, os pontos deficientes e as oportunidades de melhoria bem como o fluxograma do processo atual. Neste tópico também será apresentado um breve histórico da empresa. b) Com o conhecimento do processo atual e suas particularidades, será proposto um modelo com o objetivo de suprir os pontos fracos no sistema atual. O modelo será construído a partir da análise do processo atual e será constituído de um formulário e de um novo fluxograma para desenvolvimento de novos produtos. baseado na Figura 2 – Método esquematizado para desenvolvimento de produto contida na revisão de literatura; 25 4.0 Processo de desenvolvimento de produto na Orica . 4.1 Breve histórico A empresa tem suas origens em 1917 com a fundação da Rupturita em Nova Iguaçu – RJ. Nas décadas seguintes surge a Indústria Química Mantiqueira, em Lorena. Com a fusão das empresas citadas, surge a Explo Brasil (1977). Nos anos 80, a ICI (Imperial Chemical Industries) assume o controle da Explo Brasil. E em 1998, a Orica adquire o negócio de explosivos da ICI no mundo inteiro. A Orica é uma empresa australiana que atua em diversos países em quatro tipos de negócios: fertilizantes, tintas, químico e explosivos. É líder mundial no setor de explosivos e é neste setor que atua no Brasil, tendo a certificação ISO desde 1997 e adquiriu a certificação em projetos mais recentemente em 2003. 4.2 Processo atual para desenvolvimento de novos produtos Atualmente a estrutura da área de desenvolvimento de produto conta com um engenheiro de produto que especifica, define e desenvolve os produtos solicitados em sua maioria, pela área comercial. Na última auditoria interna, o departamento foi considerado como um ponto fraco no sistema da qualidade, dado o número de não conformidades encontrados; as ocorrências basicamente estavam ligadas a falta de sistematização do processo e em alguns desenvolvimentos não foram encontradas evidências de validação e/ou registro de documentação, conforme exigido no procedimento interno da empresa. A estratégia adotada geralmente é a de product out, porém existem aplicações de estratégia mista. Quase que na sua totalidade, o desenvolvimento se dá em nível de adições e/ou melhorias em linhas de produtos e em termos de hierarquia de produto é feito ao nível de linhas e tipos de produto. Muitas das solicitações exigem somente uma embalagem 26 apropriada para um embarque em modal distinto àquele usualmente adotado, bem como alteração de características como comprimento ou tempo de espera em um produto já existente. As áreas afetadas e solicitadas para dar suporte a um novo desenvolvimento são: Engenharia ( criação / atualização de desenhos), PCP ( para criação / alteração estruturas no ERP), Aquisição ( compra de novas matérias primas), Produção e o CEDOC ( que mantém atualizadas as informações do novo produto). Todas áreas, porém são acionadas pós-desenvolvimento para que condições e informações básicas necessárias sejam criadas para atender a produção do item solicitado. O procedimento para desenvolvimento de produto está descrito em norma interna intitulada Projeto e desenvolvimento que foi baseada nas diretrizes da normas ISO 9001:2000 e a abordagem adotada é fortemente voltada para estratégia : product-out. Por outro lado, há um outro procedimento que não tem sido utilizado para avaliações durante o desenvolvimento de novos produtos chamado: Lançamento de novo produto e que aborda a atuação da área comercial e da área de marketing antes que o produto seja desenvolvido. Neste são considerados todos os aspectos comerciais relevantes para a decisão da criação de um produto novo. A norma interna esclarece o que deve ser feito em cada etapa, prevendo a criação de um documento contendo os seguintes itens: - escopo do projeto e requisitos de entrada ( as especificações e características solicitadas para um determinado produto) - análise crítica e alternativas propostas - requisitos de saída ( as especificações e características do produto já desenvolvido) e validação ou aceitação das áreas envolvidas A Figura 3 mostra uma visão geral do procedimento adotado e das etapas que são consideradas durante o processo. 27 Identificar a necessidade Fase inicial Designar um líder Formar equipe Fase de definição Definir requisitos de entrada Análise crítica do projeto e alternativas Planejamento Fase de planejamento Execução Verificação do projeto Fase de implementação Validação do projeto Revisão do projeto Fase de revisão Figura 3 – Etapas consideradas no processo de desenvolvimento de produto na Orica 28 4.3 Análise do sistema atual No Quadro 1 foram listados pontos relevantes no sistema atual com objetivo de avaliar o sistema em sua totalidade para evidenciar quais pontos devem ser revistos para melhor controle e aproveitamento do processo. Pontos fortes - Estrutura do processo está montada. - As solicitações partem de departamentos específicos, o que facilita o trânsito de informações - As etapas exigidas para o desenvolvimento estão descritas no procedimento do sistema de qualidade - Há uma certa autonomia para se desenvolver um produto novo. Pontos deficientes - Apesar das etapas estarem descritas no procedimento, alguns pontos não são seguidos conforme descrito. - A aplicação da estrutura falha na interação entre os departamentos, fazendo com que as informações não estejam disponíveis aos interessados. - As informações não são centralizadas, o que dá margem a desatualizações e retrabalhos. - A informação não é estruturada de maneira a dar autonomia a produção de como o produto deve ser produzido. - Não há avaliação de custo e/ou previsão de vendas em todos os processos. - A falta de consenso na criação favorece a descontinuação do processo de criação do produto em etapas intermediárias. - Gera estruturas de produto que não são utilizadas. - Os envolvidos no processo nem sempre reconhecem / cumprem sua função por desconhecimento ou por conflito / falta de informações. - A metodologia não é estruturada de maneira a ser aplicada em todos os processos. - O procedimento atual não abrange de uma maneira sistematizada, o trabalho prévio que deve ser feito pela área comercial e marketing para avaliação do mercado. Quadro 1 - Forças e fraquezas na atual metodologia para desenvolvimento de produto na Orica Brasil Ltda. 29 A abordagem será discutir os pontos fracos listados no Quadro 1 e propor melhorias a partir disto. Os pontos serão listados em blocos ligados a uma deficiência em comum. Deficiências n° 1: CONSENSO E ENVOLVIMENTO DAS ÁREAS PERTINENTES - O procedimento atual não abrange de uma maneira sistematizada, o trabalho prévio que deve ser feito pela área comercial e marketing para avaliação do mercado. - Não há avaliação de custo e/ou previsão de vendas em todos os processos. - A falta de consenso na criação favorece a descontinuação do processo de criação do produto em etapas intermediárias. - Gera estruturas de produto que não são totalmente utilizadas devido a mudanças de prioridade na criação dos produtos. Considerações: O ponto em comum nos itens listados como deficiência n°1 é a ausência da consideração dos aspectos externos e um uso deficiente dos aspectos internos conforme discutido no item 2.6 – processo de desenvolvimento de produto, isto faz com que a etapa da geração de idéias desconsidere informações relevantes na continuidade do processo. O consenso entre as áreas que devem ser envolvidas é extremamente importante no início do desenvolvimento para que este seja executado com o menor retrabalho possível. Proposta: Como já existem duas normas internas sobre lançamento de produtos: uma abordando a área técnica e a outra, a comercial; o ideal é que os dois procedimentos sejam unificados e que o departamento comercial e marketing participem de maneira efetiva com informações como análise de oportunidade de mercado, levantamento de mercado, estratégia de marketing, preço, etc.; conforme previsto no procedimento que engloba a atuação da área comercial. 30 Deficiências n° 2: AUSÊNCIA DE SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO - Apesar das etapas estarem descritas no procedimento, alguns pontos não são seguidos conforme descrito. - A metodologia não é estruturada de maneira a ser aplicada em todos os processos. Considerações: A estrutura existente não é utilizada de maneira sistemática possibilitando diferenças de procedimentos e registro da documentação entre os vários processos. Proposta: Com a unificação dos procedimentos proposta para eliminar a deficiência n°1, devese em paralelo treinar os envolvidos e usar um roteiro previsto para todo e quaisquer desenvolvimento, neste roteiro deverá constar as etapas exigidas pelo procedimento unificado. Deficiências n° 3: USO E DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES - A aplicação da estrutura falha na interação entre os departamentos, fazendo com que as informações não estejam disponíveis ao interessados. - As informações não são centralizadas, o que dá margem a desatualizações e retrabalhos. - A informação não é estruturada de maneira a dar autonomia a produção de como o produto deve ser produzido. - Os envolvidos no processo nem sempre reconhecem / cumprem sua função por desconhecimento ou por conflito / falta de informações. 31 Considerações: Apesar das informações básicas estarem descritas em um documento que circula entre os envolvidos e é posteriormente arquivado, são necessárias informações adicionais na ocasião do planejamento e execução por parte da produção. Proposta: Melhorar o formulário utilizado para conter as etapas previstas no procedimento interno e levantar as informações necessárias das áreas envolvidas bem como um consenso para as ações e testes que devem ser feitos . 4.4 Proposta de novo modelo e considerações 4.4.1 Modelo proposto e considerações O novo modelo sugere usar o modelo vigente, fortalecendo os pontos deficientes de maneira a dar uma maior consistência ao processo. As propostas feitas no item 4.2 podem ser resumidas em etapas: a) unificar os dois procedimentos internos b) fazer um novo fluxograma considerando-se as etapas mostradas na figura 2 – Método esquematizado para desenvolvimento de produto contida na revisão de literatura; cuja maior relevância será considerar as informações provenientes da área comercial no inicio do processo e através deste, admitir uma maior flexibilidade ao sistema. c) Através do fluxograma, criar um formulário que atenda aos requisitos de desenvolvimento de um produto em todas as suas particularidades. d) Após a conclusão das etapas acima, propiciar treinamento formal para as áreas envolvidas. Além disto, deve-se ainda considerar um ponto importante, fazer com que o sistema seja flexível para admitir tanto uma modificação simples em um produto já existente quanto 32 no desenvolvimento de um novo produto. Para isto, no início do processo, deverá ser identificado e feita uma distinção entre ambas as situações, devido a complexidade exigida no desenvolvimento de um novo produto quando comparada a um simples modificação em um produto existente. A primeira etapa trata apenas de unir os procedimentos de maneira a garantir maior consistência ao processo de desenvolvimento. Como o objetivo do trabalho não é a simples transcrição das normas internas da Orica Brasil Ltda., a evidência do novo modelo se dará pela construção do novo fluxograma, conforme Figura 4 e o formulário será construído a partir das etapas definidas pelo novo fluxograma. 33 Fase Identificar a inicial necessidade Fase Desenvolvimento de novo Alteração em produto produto existente de definição Avaliação comercial e marketing Designação do líder Definição e requisição de Definir requisitos de entrada recursos Fase de Formação planejamento Análise crítica do projeto da equipe Definição: projeto e alternativas Aprovação da modificação Execução Fase de implementação Verificação / validação do projeto Revisão Fase do projeto de revisão Figura 4 – Etapas consideradas no novo modelo proposto para Orica Brasil 34 4.4.2 Análise do modelo proposto Com a união dos procedimentos internos, o departamento comercial e de marketing dará início ao processo através do levantamento de informações que objetivam suprir e justificar o desenvolvimento de um novo produto. Torna-se, porém, relevante a devida identificação da necessidade; isto é: se o processo diz respeito a um novo produto ou se trata de uma modificação em produto já existente. Com esta identificação, o departamento comercial tratará o processo com maior ou menor complexidade; pois fica evidente que um produto já existente não exige as mesmas informações que requer um produto totalmente novo. Esta distinção foi evidenciada tanto no fluxograma quanto no formulário a ser utilizado, com isto o sistema se torna mais estruturado, apesar de flexível. Esta flexibilidade é evidenciada no fluxograma pelas setas em pontilhado que admitem uma realimentação durante qualquer etapa que se faça necessária. O formulário, por sua vez, facilita que toda a informação referente ao processo esteja reunida em um só documento, trazendo também evidência de consenso entre as áreas e está descrito na Figura 5. Com este modelo, a engenharia de produto ainda detém a responsabilidade do desenvolvimento de um produto, porém faz com que outras áreas sejam envolvidas no início do processo; o que se verifica mais vantajoso, pois reduz a possibilidade de retrabalho. Nº do registro: Produto: Descrição: Gerente do projeto ou solicitante/ departamento: Data: Nº da RM: Líder: Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto (continua próxima página) 35 Parte A – IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE - Preenchido pelo solicitante 1. Tipo do registro Novo produto Alteração produto existente 2. Data da solicitação 3. Produto que deve ser criado / alterado Se aplicável : Classificação do produto / UN Se aplicável : Código do produto no SAP ou similar 4. Diferenciação de produtos já existentes 5. Custo previsto do produto 6. Prazo de entrega solicitado 7. Tipo de embarque: Marítimo Aéreo Rodoviário Parte B – FASE DE DEFINIÇÂO - Preenchido pelo líder 8. Escopo 9. Requisitos de entrada 9.1 Requisitos funcionais (especificações) 9.2 Requisitos de desempenho 9.3 Outros requisitos: (se aplicáveis: custo, prazo, estatutário, regulamentares, etc.) 10. Análise crítica nº 1 10.1 A planta tem capacidade para fabricação do novo produto? 10.2 Produto - base que deve ser alterado Característica PRODUTO Atual Proposto 10.3 Será necessário análise de risco? (se sim, nomear responsável) 10.4 A análise crítica viabiliza a continuidade do projeto? 10.5 Todos requisitos de entrada podem ser cumpridos? Caso negativo, justificar. 10.6 Quais as alternativas propostas caso os requisitos de entrada não possam ser cumpridos na sua totalidade? Análise crítica nº 2 (caso a 1ª análise crítica não seja aceita): 11. Definição do projeto e alternativas: Com base no item 10. análise crítica, o projeto será definido como segue: Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto. (continua próxima página) 36 Parte C – FASE DE PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO - Preenchido pelo líder 12. Testes e ações necessárias para criação do novo produto Ação / Teste (nº do STP) Responsável Data 13. Aceitação da equipe envolvida Nome Área Assinatura 14. Alterações no sistema de qualidade / SHE / Engenharia (procedimentos, especificações, formulários, tabelas, desenhos, equipamentos, LIA, RT, treinamento de pessoal, etc.) Colocar nº e revisão onde aplicável. 15. Estrutura SAP do produto Nome Unidade Quantidade 16. Novas especificações e/ou alterações nas matérias primas 16.1 (nome do produto, matéria prima ou componente): 16.2 Embalagem OPÇÃO 1 OPÇÃO 2 Nome / código SAP Nº do desenho É homologada? Pode ser usada para este produto? Limite de peso? 17. Custo avaliado do novo produto 18. Requisitos de saída (especificação final do produto e outras informações relevantes) Entrada Saída 19. Verificação 19.1 O produto foi fabricado conforme os requisitos acordados? 20. Validação 20.1 A performance do produto está conforme especificações? Parte D – ENCERRAMENTO - Preenchido pelo líder 21. É necessário preencher check list de encerramento F04_ 01? ( anexar, se aplicável) 22. Formalização do encerramento: Figura 5 – Formulário para desenvolvimento de produto 37 4.4.3 Aplicação do modelo A Figura 6 apresenta o formulário sugerido no modelo utilizado para uma determinada família de produto da Orica Brasil Ltda. Família: Detonadores elétricos Linha: Espoletas sismográficas Estratégia adotada: market-in As principais vantagens obtidas é estruturar o processo de desenvolvimento de produto, permitir eventuais reavaliações no sistema quando necessário, melhorar interação entre departamentos da empresa e bem como atuação efetiva do departamento comercial e de marketing durante o processo decisório do desenvolvimento. Nº do registro: 246 Data: Produto: Detonador elétrico Mantesis Nº da RM: 156/05 Descrição: Criar Mantesis 20 m – solicitação Petrobrás Líder: 11/11/05 XXX Gerente do projeto ou solicitante/ departamento: XXXX Parte A – IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE - Preenchido pelo solicitante 1. Tipo de registro Novo produto x Alteração produto existente 20/10/05 2. Data da solicitação 3. Produto que deve ser criado / alterado Espoleta Mantesis Se aplicável : Classificação do produto / UN elétrica sismográfica Se aplicável : Código do produto no SAP ou similar 4. Diferenciação de produtos já existentes Comprimento dos fios: 20 m 5. Custo previsto do produto Info. não disponibilizada. 6. Prazo de entrega solicitado 05/12/05 7. Tipo de embarque: Marítimo Aéreo Rodoviário Figura 6 – Aplicação do formulário. (continua próxima página) x 38 Parte B – FASE DE DEFINIÇÂO - Preenchido pelo líder 8. Escopo: Incluir produto Mantesis 20 m no sistema de qualidade, definindo as características de especificação, embalagem e disponibilizando o produto para vendas. 9. Requisitos de entrada 9.4 Requisitos funcionais (especificações): Bobina do produto deve ter 20 m de comprimento e pode ser bobinada em forma de 8 conforme informação do XXXXX. 9.5 Requisitos de desempenho: Não aplicável para esta solicitação. 9.6 Outros requisitos: (se aplicáveis: custo, prazo, estatutário, regulamentares, etc): Norma de recebimento da Petrobrás: N-1217 10. Análise crítica nº 1 10.1 A planta tem capacidade para fabricação do novo produto? A bobina é uma matéria prima e pode ser solicitada em qualquer metragem desde que previamente especificada, não afetando, portanto, a capacidade de fabricação do produto. 10.2 Produto - base que deve ser alterado: bobina de fio completa para Mantesis ( Caderno de especificação de matéria prima – página 17 / desenho 04458 página 3) PRODUTO Característica Comprimento total do fio. Atual Proposto Várias metragens Incluir comprimento de 20 m 10.3 Será necessário análise de risco? (se sim, nomear responsável) Não aplicável. 10.4 A análise crítica viabiliza a continuidade do projeto? Sim. 10.5 Todos requisitos de entrada podem ser cumpridos? Caso negativo, justificar. Sim 10.6 Quais as alternativas propostas caso os requisitos de entrada não possam ser cumpridos na sua totalidade? Não aplicável. Análise crítica nº 2 (caso a 1ª análise crítica não seja aceita): NÃO APLICÁVEL Figura 6 – Aplicação do formulário. (continua próxima página) 39 11. Definição do projeto e alternativas: Com base no item 9. análise crítica, o projeto será definido como segue: Incluir metragem de 20 m para espoleta elétrica mantesis, bobinada em forma de 8 acrescentando nos requisitos de saída quaisquer alterações que se façam necessárias na especificação do produto em decorrência do comprimento dos fios. (resistência elétrica total, quantidade por caixa, peso bruto e líquido.) Com exceção dos itens assinalados acima, o produto segue com a mesma configuração atual, isto é: tipo de ponte elétrica, corrente máxima de não detonação, corrente mínima de detonação, corrente para séries, tempo de atraso, resistência hidrostática e classificação de risco. Serão embaladas 20 peças por caixa ( caixa utilizada : p/ mercado interno.) A quantidade foi definida, ao se tomar por base que a caixa tem capacidade para 500 m de bobina e 100 detonadores ( tabela 102T010 C: quantidade por caixa 100 bobinas até 5 m ). E que serão embalados somente 20 detonadores e 400 metros de fio. Parte C – FASE DE PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO - Preenchido pelo líder 12. Testes e ações necessárias para criação do novo produto Ação / Teste (nº do STP) Responsável Data Incluir no sistema de qualidade todas as alterações referentes a inclusão do produto. Informar inclusão do comprimento bem como especificação a RJC ( fabricante terceirizado do produto) Consenso com fornecedor da bobina de fio para fornecimento de bobinas com 20 m de comprimento. Verificar com fornecedor alterações no custo da matéria prima Criar estrutura do produto no SAP 13. Aceitação da equipe envolvida Nome Área Assinatura Qualidade Suprimentos 14. Alterações no sistema de qualidade / SHE / Engenharia (procedimentos, especificações, formulários, tabelas, desenhos, equipamentos, LIA, RT, treinamento de pessoal, etc.) Colocar nº e revisão onde aplicável. Itens afetados 102T010 C 102T011L Treinamento - Figura 6 – Aplicação do formulário. (continua próxima página) - 40 15. Estrutura SAP do produto ( consumo para 1000 unidades) Nome Quantidade Unidade Componente 1 peças Componente 2 peças Componente 3 mm Componente 4 mm 16. Novas especificações e/ou alterações nas matérias primas Não haverá alteração de especificação da bobina de fio completa e sim, inclusão da metragem de 20 m para as tabelas listadas no item 13. Embalagem OPÇÃO 1 Nome / código SAP CX. PAP. OPÇÃO 2 - Nº do desenho XXXXX - É homologada? Não - Somente para mercado interno - Pode ser usada para este produto? Limite de peso? Considerar XX pçs detonadores - 17. Custo avaliado do novo produto: como o produto foi mudado somente em relação ao comprimento, sem que quaisquer outras matérias primas tenham sido alteradas, o custo do produto deverá seguir o mesmo padrão atual levando-se em conta a adição da 4 metros de fio no seu total. 18. Requisitos de saída (especificação final do produto e outras informações relevantes) Entrada Saída Comprimento do fio: 20 m Comprimento do fio: 20 + 0, 15 m Bobinado em 8 O produto será bobinado em 8. - Resistência elétrica total: 19. Verificação 19.1 O produto foi fabricado conforme os requisitos acordados? 20. Validação 20.1 A performance do produto está conforme especificações? Figura 6 – Aplicação do formulário. 41 5.0 Conclusão Com as alterações propostas neste trabalho, o departamento de engenharia de produto da Orica Brasil Ltda., terá mais autonomia e sistematização quando houver necessidade de um novo desenvolvimento bem como para adaptações aos produtos existentes. A interação da área comercial e marketing será mais eficaz de modo a reunir e suprir as informações relevantes para o processo de decisão sobre a continuação do desenvolvimento. Do ponto de vista da qualidade, a estrutura proposta preenche os requisitos exigidos pela ISO 9000; reduzindo a possibilidade de não-conformidades. Apesar de não ter sido abordado, os conhecimentos adquiridos durante a elaboração deste trabalho permitirão ajuste futuro no novo modelo para se considerar variáveis que num segundo instante devem ser consideradas. 42 REFERÊNCIAS CSILLAG, João Mário. Análise de valor. 1ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1985. GAITHER, Norman.; FRAZIER, Greg. Administração da produção e operações. 8ª Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. MARTINS, Petrônio Garcia. Administração da produção. 1ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1999. CHURCHILL, Gilberto A. Marketing: criando valor para o cliente. 1ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10ª Edição. São Paulo: Prentice Hall, 2000.