<faltando> <faltando> <faltando> <faltando> Entrevista Marcelo Marigo introdução frustrada na década de 80, observa-se o crescimento da quantidade de profissionais interessados em aprendê-la, forçados pela necessidade de oferecer novas possibilidades de tratamento a seus pacientes. É imprescindível, entretanto, a necessidade de um treinamento consistente nessa técnica a fim de que o profissional se habitue aos procedimentos de colagem indireta, além das dificuldades inerentes ao trabalho na superfície lingual, o que altera principalmente a relação entre o ponto de aplicação da força e o centro de resistência do dente. Sempre preocupado com o crescimento da Ortodontia lingual no país, para que seja realizado de forma consistente, trazendo benefícios para pacientes e profissionais, o Prof. Dr. Marcelo Marigo fundou a Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), sendo hoje o presidente desta Instituição. À frente da ABOL, o Prof. Dr. Marcelo Marigo promove cursos com profissionais mundialmente reconhecidos, dos quais tivemos a honra de participar, visando agregar os especialistas praticantes desta técnica e manter a qualidade da Ortodontia lingual no Brasil. Como membros da ABOL, é com imensa satisfação, portanto, que apresentamos o Prof. Dr. Marcelo Marigo, Reitor da Universidade do Vale do Rio Doce para falar deste assunto, tão importante para nós, diante da realidade da Ortodontia atual. • Especialista, mestre e Doutor pela UNICAMP • Presidente da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual – ABOL • Professor titular de Ortodontia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) • Reitor da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) • Membro da Academia Mineira de Odontologia (cadeira nº 6) • Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da (UNIVALE) A Ortodontia lingual, introduzida na década de 70 por Kraven Kurz, tem hoje seu crescimento exigido principalmente pela demanda dos pacientes adultos, cada vez em maior número nos consultórios de Ortodontia e intolerantes quanto ao desconforto estético imposto pelo aparelho convencional. Seu crescimento no cenário mundial é inegável com o mérito de vários profissionais preocupados em desvendarem as particularidades desta técnica. No Brasil, após uma R Dental Press Ortodon Ortop Facial Silvia Augusta Braga Reis – Profa. Assistente de Ortodontia da Universidade Metodista de São Paulo; Coordenadora do 1º Curso Brasileiro de Tratamento Ortodôntico em Adultos Liliana Ávila Maltagliati – Profa. Titular de Ortodontia da Universidade Metodista de São Paulo; Coordenadora do curso de Especialização em Ortodontia da Universidade Metodista de São Paulo; Coordenadora do 1º Curso Brasileiro de Tratamento Ortodôntico em Adultos 11 Maringá, v. 9, n. 3, p. 11-14, maio/jun. 2004 Entrevista mosos e provavelmente sofrem mais corrosões pela lingual e ainda estão mais próximos aos tecidos gengivais, podendo causar reações de hipersensibilidade ao metal desprendido pelo processo de corrosão. No meu conhecimento ainda não temos braquetes lingual “níquel free”. Dependendo da sensibilidade do paciente a esses metais, a técnica estaria contra indicada. Atualmente desenvolvo pesquisa nesse sentido. 1) Qual é a melhor indicação para o uso da Técnica Lingual na Ortodontia contemporânea? Kurt Faltin Jr. Segundo Didier Filion e outros nomes de destaque na técnica, todos os arcos podem ser colados, todas as más oclusões podem ser tratadas. Porém em minha prática, mesmo que apenas de 1998 até agora, quanto à Ortodontia lingual, vejo algumas restrições, não técnicas, contudo de praticidade de aplicações. Como a técnica necessita de um período de adaptações, entendo que a criança deva estar excluída de nosso quadro de indicações. A melhor indicação estaria realmente, direcionada àquele paciente adulto que não aceita o desconforto visual metálico dos braquetes e nem mesmo os mais discretos, como os de cerâmica. Precisamos de muita motivação, e a motivação estética vem a compensar os desconfortos de adaptação ao aparelho lingual. 4) Na UERJ, temos proporcionado experiência com Ortodontia Lingual aos nossos alunos de especialização após um ano de curso (em horário integral) e mesmo assim eles têm tido muitas dificuldades com a técnica. Ao seu ver, como deveria ser introduzido o ensino da Ortodontia Lingual nos cursos de especialização? Seria conveniente uma experiência prévia de alguns anos com Ortodontia Vestibular? Marco Antônio Almeida Fico muito satisfeito em saber que faz parte do projeto pedagógico de seu curso de especialização a Ortodontia lingual. Coordeno aqui na Universidade, o curso Latu Sensu em Ortodontia e também tenho a Ortodontia lingual como parte de nosso projeto. Entendo que este é o caminho, ou seja, introduzir a técnica aos alunos de especialização com responsabilidade e supervisão capacitada. A oportunidade dos alunos iniciarem a técnica numa instituição séria é pouco comum, sendo assim, independentemente das dificuldades encontradas pelo iniciante, entendo que estamos no caminho certo. 2) Quais são os cuidados principais que deveremos tomar no uso dessa técnica relacionados com a biomecânica em Ortodontia? Kurt Faltin Jr. Os cuidados e preocupações são as mesmas das técnicas convencionais, ou seja, atenção no seu diagnóstico e planejamento, ancoragem, etc. Porém, temos uma resposta negativa nos casos de extrações, que se não tivermos o cuidado de neutralizarmos, o efeito “bowing”, que abre a mordida, já que a maior dificuldade da técnica é o controle e fechamento da mordida aberta. Uma atenção especial deve ser dada à ancoragem na mecânica lingual, que quando comparada à vestibular, há maior perda de ancoragem. 5) No Rio de Janeiro, profissionais se intitulam especialistas em Ortodontia Lingual através de cursos por correspondência, dando uma conotação mais “marqueteira” do que científica à técnica. Tal fato não poderia induzir ao segundo fracasso da Ortodontia Lingual, como ocorreu nos anos 80? Marco Antônio Almeida Penso que a Ortodontia anda meio banalizada 3) Existem contra-indicações para o seu uso? Kurt Faltin Jr. Como toda técnica podemos ter contra-indicações ou mesmo limitações de resultados, principalmente, repito, nos casos de mordida aberta. Tenho uma preocupação quanto à biocompatibilidade dos braquetes linguais. São mais volu- R Dental Press Ortodon Ortop Facial 12 Maringá, v. 9, n. 3, p. 11-14, maio/jun. 2004 MARIGO, M. por pessoas que não são qualificadas e usam o marketing enganoso para se promoverem. A técnica lingual não foge disso. Essa é a razão principal da necessidade de fortalecermos a Associação Brasileira de Ortodontia Lingual. Para que esses “profissionais” possam ser alertados quanto à necessidade de maior consciência e prática da técnica com qualificação. Estes profissionais citados pelo colega estarão, sem dúvida, fadados ao insucesso, porque a técnica não permite falta de domínio, os resultados serão desastrosos. E concordo sim, se os que dedicam com qualificação técnica não desenvolverem projetos de conscientização ampla, podemos estar comprometidos como no passado. 8) Em sua opinião, qual é a melhor forma para um ortodontista iniciar seu aprendizado na técnica lingual? Luis Gonzaga Gandini Jr. Conforme relatei na questão do Prof. Marco Antonio Almeida, entendo que já poderíamos estar introduzindo o interessado à técnica durante os cursos de especialização. E, aqueles que já possuem o título, naturalmente devem investir em cursos com maior carga horária e se possível nos cursos onde tenha conteúdo de typodont (tradicional), quando o profissional poderia estar acompanhando todo o desenvolvimento do trabalho. A Associação Brasileira de Ortodontia Lingual estará oferecendo um curso desse nível no segundo semestre deste ano. 6) No contexto da Ortodontia no Brasil, qual a expectativa de crescimento da Ortodontia Lingual? Leopoldino Capelozza Filho Penso que temos uma perspectiva fabulosa com crescimento da técnica no país e no mundo. Tive a oportunidade de participar de congressos da Sociedade Européia de Ortodontia Lingual em Bruxelas e Berlim e pude notar claramente este crescimento. Principalmente nos trabalhos científicos, quando passaram a ser mais profundos e sérios. Este ano, em junho ele será em Barcelona e tenho absoluta certeza que grandes avanços serão o destaque nesse evento. Contudo, estaremos dependentes de ações em nosso país para que não aconteça o relatado pela pergunta do colega Marco Antônio Almeida. 9) Quais as razões que o Sr. encontra para justificar a um profissional a necessidade de que ele caminhe na direção da Técnica Lingual? Luis Gonzaga Gandini Jr. Penso que a maior necessidade parte do próprio paciente. Hoje já existe uma exigência estética maior por parte do paciente adulto, que já é maioria em nossas clínicas. A Técnica Lingual é uma alternativa de um tratamento ortodôntico estético e na competitividade atual a técnica lingual passa a ser um diferencial... 10) O Sr. considera que os princípios biomecânicos e os tipos de movimentos obtidos, bem como tendências dos efeitos colaterais, para trabalhar-se por vestibular e lingual são semelhantes? Exemplifique. Luis Gonzaga Gandini Jr. A busca é a mesma, ou seja, aproximarmos ao máximo da normalidade. A biomecânica da Técnica Lingual tem algumas vantagens em relação à técnica vestibular. Devemos levar sempre em conta o centro de resistência (CR) do dente e o local da aplicação das forças, bem como as distâncias inter braquetes. Na técnica lingual normalmente os braquetes estão posicionados mais próximo do CR do dente, sendo assim existem diferenças biomecânicas consideráveis 7) Olhando numa perspectiva bem ampla, qual seria a maior vantagem e a maior desvantagem da Ortodontia lingual? Leopoldino Capelozza Filho Sem dúvida, a questão estética é a maior vantagem da técnica. Se submeter a um tratamento ortodôntico sem o “desconforto” do visual metálico é o anseio de diversos pacientes adultos. Entre as maiores desvantagens poderíamos enumerar o desconforto da adaptação, o custo e as dificuldades técnicas. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 13 Maringá, v. 9, n. 3, p. 11-14, maio/jun. 2004 Entrevista e acredito em melhores resultados biológicos utilizando forças mais leves na Técnica Lingual. Como já relatamos na pergunta do professor Kurt há efeitos colaterais que precisam um maior controle da aplicação dessas forças na Técnica Lingual. caso, as reações biológicas individuais e por fim a qualidade técnica do profissional. Quanto as dificuldades, considero sem dúvida a técnica lingual com um grau bem superior à vestibular. 12) Quais são os fatores mais importantes a serem controlados para se atingirem resultados finais de excelência? Luis Gonzaga Gandini Jr. Principalmente o fator que precede o tratamento – a fase laboratorial. É fundamental para bons resultados que tenhamos uma precisão nos passos laboratoriais. Outro fator que acrescentaria é o controle de ancoragem. 11) Em termos de excelência de resultados e dificuldades para atingí-los faça um comparativo entre a Técnica Lingual e a vestibular. Luis Gonzaga Gandini Jr. Não vejo distinção das técnicas no que se diz respeito à excelência dos resultados, ambas dependem de fatores já conhecidos: a colaboração do paciente, as dificuldades inerentes ao próprio Kurt Faltin Jr. -Presidente da Associação Brasileira de Ortodontia. -Formado pela PUC de Campinas. -Pós-graduado em Ortopedia maxilar pela Universidade de Bonn – Alemanha. -Doutorado (Doutor em Medicina Dentística) em Ortopedia pela Universidade de Bonn – Alemanha. -Professor Titular da disciplina de Ortodontia da UNIP. -Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UNIP. -Pertence a APCD, SPO, SPrO, AAO, Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral, ABOM, Sociedade Alemã de Ortopedia Maxilar, Foundation Ort. Research. -Escreveu vários artigos no Brasil e Exterior, além de capítulos em diversos livros. -Ministrador de Conferências e cursos no Brasil e no Exterior. Luiz Gonzaga Gandini Jr. -Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil- Disciplina de Ortodontia, na Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus Araraquara. -Pós-graduado em Odontologia, nível de mestrado e doutorado, pela Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista - UNESP, campus de Araraquara. -Prof. Adjunto clínico do departamento de Ortodontia da Baylor College of Dentristy – Dallas/USA. -Pós-doutorado na Baylor College of Dentristy – Dallas/USA. Leopoldino Capelozza Filho -Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. -Responsável pelo Setor de Ortodontia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, em Bauru-SP. Marco Antonio Almeida -Prof. Titular de Ortodontia UERJ -Research Fellow Universidade da Carolina do Norte -Mestre em Ortodontia UFRJ -Livre Docente em Ortodontia UERJ -Coordenador do Curso de Mestrado em Ortodontia UERJ R Dental Press Ortodon Ortop Facial 14 Maringá, v. 9, n. 3, p. 11-14, maio/jun. 2004 Cursos e Eventos 7º Congresso Internacional de Odontologia da Amazônia I Encontro de Ortodontia da Amazônia Data: 01 a 04 de julho de 2004 Local: Centro de Convenções do Hotel Sagres - Belém - PA Informações: (21) 2522-2613 www.congresso2004.com.br III Orto Rio Premium Congresso Internacional de Ortodontia Data: 08 a 10 de julho de 2004 Local: Rio Othon Palace Hotel Copacabana - Rio de Janeiro - RJ Informações: (21) 2522-2613 www.sbo.org.br [email protected] VIII encontro do Núcleo de Estudos Ortodônticos MBT - Brasil Data: 06 e 07 de agosto de 2004 Local: Casa dos Médicos (R. Napoleão Antunes Ribeiro Homem, 432 Presidente Prudente-SP) Informações: (18) 222-4285 [email protected] www.neombt.com.br Xth International Symposium on Dentofacial Development and Function Data: 08 a 12 de agosto de 2004 Local: Costa do Sauípe - Bahia - Brasil Informações: CR Promoções e Eventos Tel./Fax: +55 (11) 6131-2300 / 6131-9631 e-mail: [email protected] Peter Sinclair Data: 24 e 25 de setembro de 2004 Local: Rio Othon Palace Hotel - Rio de Janeiro Informações: Secretaria da ORTHO UERJ (21) 2569-3829 / 2567-8779 CCO - Curso Continuado de Ortodontia Data: 10 de outubro de 2004 Local: S.P.O. - São Paulo - SP Informações: Solange M. de Fantini (21) 3082-8440 / 3081-6717 [email protected] 14º Congresso Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares Data: 09 a 12 de outubro de 2004 Local: Expo Center Norte - São Paulo - SP Informações: (11) 5574-7966 / 5573-6334 [email protected] 9º Encontro Internacional de Ortodontia-Bauru Data: 19 e 20 de novembro de 2004 Local: Universidade de São Paulo - Campus Bauru - SP Informações: (14) 3235-8437 / 3223-2100 [email protected] R Dental Press Ortodon Ortop Facial 15 Maringá, v. 9, n. 3, p. 15, maio/jun. 2004 Acontecimentos Primeiros brasileiros aprovados pelo Exame do Board Nacional Diretoria e Diplomados no primeiro exame do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. Sentado e ao centro o Dr. Jack Dale, dos Estados Unidos. Os diretores do BBO e o Dr. Jack Dale. Da esquerda para a direita: Estélio Zen, diretor secretário; José Nelson Mucha, 1º diretor; Ana Maria Bolognese, diretora tesoureira; Dr. Jack Dale; Roberto Mario Amaral Lima Filho, diretor presidente; Telma Martins de Araújo, 2ª diretora e Carlos Jorge Vogel, diretor presidente eleito. Estabelecido em agosto de 2000 pela Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR), o Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) realizou seu primeiro exame no período de 19 a 21 de março de 2004 em São Paulo. Os especialistas que se preparam para o exame submeteram seus casos clínicos, acompanhados em longo prazo, à banca examinadora composta pela diretoria do BBO e agraciada pela presença do Dr. Jack Dale, representante do Board Americano. Os brasileiros que receberam a certificação do primeiro Exame do BBO foram: Ademir Brunetto Curitiba – PR Arno Locks Florianópolis - SC Carlos Alberto Estevanell Tavares Porto Alegre – RS Deocleciano da Silva Carvalho São Paulo - SP Eduardo M. Santayana de Lima Porto Alegre – RS Gerson Luiz Ulema Ribeiro Joinville - SC Hiroshi Maruo Curitiba - PR Jaime Sampaio Bicalho Brasília - DF Jonas Capelli Júnior Rio de Janeiro – RJ Kurt Faltin Júnior São Paulo - SP Lauro Soares Bezerra Recife - PE Luciano da Silva Carvalho São Paulo - SP Orlando Motohiro Tanaka Curitiba – PR Roberto Rocha Florianópolis - SC Ronaldo da Veiga Jardim Goiânia - GO Sadi Flávio Horst Porto Alegre - RS Suzana Maria Deon Rizzatto Porto Alegre – RS Dentofacial Orthopedics ao Dr. Roberto Mario Amaral Lima Filho, durante o 104 Congresso da Associação Americana de Ortodontia, nos últimos dias 30 de abril e 4 de maio último, o Dr. Jack Dale proferiu as seguintes palavras elogiando a realização do Board Brasileiro: “Foi uma honra e um privilégio ser convidado como consultor externo para esse exame. Achei que a organização do exame pelos diretores do BBO foi de altíssima qualidade. O presidente Roberto Mario Amaral Lima Filho, certificado pelo ABO, juntamente com sua esposa Anna Letícia Lima (in memorian) teve a honra de receber o prêmio Case Report of the Year do College of Diplomates of the American Board of Orthodontics, deu um exemplo excelente, sendo um modelo para o novo BBO. A diretoria do BBO, tendo Roberto Mario Amaral Lima Filho; Carlos Jorge Vogel, Estélio Zen, Ana Maria Bolognese, José Nelson Mucha e Telma Martins de Araújo, realizou um ótimo trabalho. A documentação estava padronizada e apresentava altíssima qualidade. Quando eu examinava qualquer um dos casos clínicos, constatava que, de um lado ao outro da sala de exame, eram idênticos. Que bom seria se o padrão de excelência, apresentado naquela sala de exame, existisse em todo o mundo. O exame foi dividido em duas partes: A) Exame escrito sobre os casos apresentados pelo BBO: Os candidatos provenientes de 8 estados brasileiros tiveram 4 horas para examinar 2 casos apresentados pelo BBO na hora do exame. Foi solicitado aos candidatos que avaliassem esses casos estabelecendo diagnóstico e lista de problemas, objetivos, plano de tratamento e planos alternativos de tratamento. Para isso, puderam efetuar traçados cefalométricos e utilizar quaisquer procedimentos que fossem necessários. O Dr. Jack Dale, um dos grandes incentivadores da iniciativa da ABOR, mostrou-se impressionado com a organização do BBO e com a qualidade dos casos apresentados. Aproveitando a entrega de um prêmio concedido pela revista American Journal of Orthodontics and R Dental Press Ortodon Ortop Facial 16 Maringá, v. 9, n. 3, p. 16-17, maio/jun. 2004 B) Apresentação de Casos: Os 10 casos de cada candidato incluíram 6 com más oclusões específicas e 4 opcionais. Os casos foram colocados na sala de exame na sexta-feira para serem examinados na sexta-feira e no sábado. Os mesmos casos foram retirados no domingo pela manhã antes da discussão realizada com todos os candidatos e todos os examinadores na forma de mesa redonda. A discussão durou 2 horas, proporcionando aos candidatos a oportunidade de dar sugestões e aos examinadores aprendizado com relação a esse primeiro exame. Os diretores não mediram esforços para estimular a participação dos candidatos no futuro, fazendo com que eles sentissem que fazem parte desse projeto vital. O lema do Brasil é ‘Ordem e Progresso’ O Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial conseguiu expressar fielmente esse lema por meio da perfeição. Eles certamente fizeram ‘progresso’ e o fizeram passo a passo com ‘ordem’.” Concluiu o Dr. Jack Dale. Brasileiros marcam presença na AAO Da esquerda para a direita: Laydir de la Torre de Curitiba/PR; Adilson Ramos, de Maringá/PR e Gustavo Vivaldi de Curitiba/PR. Os professores José Fernando Castanha Henriques e Guilherme Janson com o aluno de mestrado Raphael Pirelli Henriques, todos da FOB – USP. Realizado nos últimos dias 31 de abril, 1, 2, 3 e 4 de maio, a 104 reunião anual da American Association of Orthodontics reuniu grandes nomes da Ortodontia mundial em Orlando, Flórida – EUA. Expoentes como Björn Zachrisson, Hans Paulsen, Roberto Justus, Tomas Graber, Vincent Kokich, Ravindra Nanda e James McNamara ministraram conferência nesse que é considerado o melhor e maior congresso da Ortodontia internacional. Diversos cursos e palestras enriqueceram o evento. Também foi marcante a participação de ortodontistas brasileiros, com apresentação de quase 200 trabalhos entre conferências, pôsteres e comunicações orais. Entre os conferencistas brasileiros destacaram-se as conferências dos professores Kurt Faltin Jr, atual presidente da associação Brasileira de Ortodontia, e do Reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Eustáquio Araújo. A delegação da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) novamente sobressaiu-se no Congresso. Representando o departamento de pós-graduação em Ortodontia da FOB, os professores Guilherme Janson e José Fernando Castanha Henriques conduziram para o Congresso 19 trabalhos dos alunos de mestrado e doutorado da instituição. Sob orientação dos professores, os painéis da FOB enfocaram temas de grande importância para a Ortodontia contemporânea como, por exemplo, o abordado pelo pós-graduando do mestrado Marcos Janson cujo título “Interdisciplinary Treatment of Localized Juvenile Peridontits: a New Perspective to an Old Problem”, que tratou da questão do tratamento interdisciplinar. Os professores Adilson Luiz Ramos (AMO/Dental Press e Prof da UEM -Maringá), Roberto Rocha (UFSC- Florianópolis), além do especialista Gustavo Vivaldi Rodrigues (de Curitiba/PR) estavam entre os brasileiros que fizeram apresentações orais. Entre os pôsteres demonstrativos presentes ao evento, 87 tinham assinatura de brasileiros, o que qualificou a presença do país entre as mais destacadas do evento. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 17 Maringá, v. 9, n. 3, p. 16-17, maio/jun. 2004 Novos Produtos Braquete Tip-Edge Plus Muito difundido no Brasil pelo Professor Messias Rodrigues, o uso do braquete Tip-Edge na técnica Straight-Wire acaba de ganhar um novo capítulo com o lançamento do braquete Tip-Edge PLUS. Caracterizado por um exclusivo slot horizontal, através do qual é introduzido um arco de níquel-titânio durante o início do terceiro estágio, o braquete Plus elimina a possibilidade de colocação de molas de verticalização indevidas, tornando muito mais fácil o ensino da técnica. Além de permitir a delegação do acompanhamento do estágio três ao pessoal auxiliar, o aparelho elimina a necessidade dos auxiliares de torque e proporciona um total controle rotacional do dente durante o terceiro estágio. A verticalização mesiodistal e o torque são alcançados por meio do fio de nitinol Reflex. TP Orthodontics Brasil - Soluções Gerenciais para a Ortodontia fabricante dos braquetes dessa técnica, esclarece toda e qualquer dúvida sobre a novidade pelo DDG 080013.0016. A empresa, cujo site é www.tportho.com.br, possui sede na Rua Alameda Oxford, 185 Vila Inglesa Cep 17603-680 - Tupã S.P, fone (0**14) 3404-3400. Novidades Editoriais Diagnóstico em Ortodontia Esta obra apresenta e discute amplamente as possibilidades de tratamento, com intuito de definir quando vale a pena tratar e o que tratar, apresentando inúmeros casos clínicos, experiências de acompanhamento por muitos anos e novas perspectivas de Diagnóstico em Ortodontia. Conhecido pelo domínio de uma excelente prática clínica, aliada a um profundo conhecimento científico, o autor reuniu na obra sua experiência de mais de 30 anos como profissional e docente. Dividido em capítulos que falam sobre a morfologia facial e traçam novas opções para o diagnóstico ortodôntico, o livro está tendo uma excelente receptividade por parte do público. “Este livro foi produto da organização de conhecimentos que adquiri durante minha vida ortodôntica. Quando entendi que as limitações e possibilidades da Ortodontia eram determinadas pelo padrão de crescimento dos portadores das más oclusões, nasceu o conceito de padrão. A partir daí, o que fiz foi organizar uma classificação das más oclusões considerando o fator etiológico primário, que é o padrão de crescimento. A intenção é permitir a compreensão deste conceito e as suas múltiplas conseqüências. Reconhecer limites permite planejar o que pode ser feito, o que é a chave para o sucesso.” Leopoldino Capelozza foi responsável, por mais de 25 anos pelo setor de Ortodontia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio Faciais da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP, considerado uma referência mundial para o tratamento de fissuras lábio-palatais. Dono de uma respeitável capacidade de comunicação e uma didática reconhecida em diversos locais do país, Leopoldino sempre buscou elevar a Ortodontia brasileira por meio do incentivo à pesquisa. Sem esquecer que as observações do bom clínico influenciam decisivamente para o sucesso do tratamento, o professor escreveu uma obra que espelha a sua visão da ciência: o diagnóstico deve ser baseado no padrão facial do paciente, R Dental Press Ortodon Ortop Facial 18 respeitando-se suas características hereditárias e, principalmente, utilizando evidências científicas. Dental Press Editora Av. Euclides da Cunha, 1718 - Zona 5 Maringá / Paraná / Brasil Fone/Fax: 44 262-2425 www,dentalpress.com.br Maringá, v. 9, n. 3, p. 18, maio/jun. 2004 Artigo Inédito A influência da redução do espaço nasofaringeano na morfologia facial de pré-adolescentes Ary dos Santos-Pinto*, Ricardo Fabris Paulin**, Ana Cláudia Moreira Melo***, Lídia Parsekian Martins**** Resumo A redução do espaço nasofaringeano devido à hipertrofia adenoideana leva a adaptações posturais da cabeça, mandíbula, língua e lábios, podendo causar alterações no padrão esquelético facial. Foram coletadas 98 teleradiografias em norma lateral de pré-adolescentes na faixa etária de 7 a 10 anos na Clínica de Ortodontia da F.O. Araraquara, as quais foram selecionadas levando-se em consideração a dimensão da imagem do espaço nasofaringeano (ENF) (correspondente à menor distância do dorso do palato mole à parede faringeana posterior). As radiografias foram divididas em 3 grupos: Grupo I (estreito), ENF entre 1,7 e 5,1mm; Grupo II (médio), ENF entre 5,2 e 7,6mm; Grupo III (amplo), ENF entre 7,7 e 12,9mm. Utilizamos duas medidas angulares e seis medidas lineares para caracterizar a morfologia facial. As médias e o desvio padrão de cada medida efetuada foram obtidas, e por meio de teste de análise de variância (ANOVA), verificou-se diferença não significativa entre os grupos para as variáveis: ANperp, p=0,07; PgNperp, p=0,058, comprimento mandibular, p=0,15, comprimento maxilar, p=0,06, diferença maxilomandibular, p=0,98, eixo facial, p=0,96, altura facial inferior, p=0,84 e significativa na variável plano mandibular (p<0,01). Portanto, a redução do espaço nasofaringeano está associada a alterações no plano mandibular, que apresentou valores maiores com a diminuição do espaço nasofaringeano. Palavras-chave: Obstrução nasofaringeana. Crescimento facial. Hipertrofia adenoideana. atuam durante as fases de crescimento craniofacial. Dentre outros, a função respiratória alterada tem sido associada a modificações no crescimento normal das estruturas esqueléticas faciais10,15,18,20,29 que resultam em alterações significativas da aparência facial do indivíduo na fase adulta. O bloqueio parcial ou total das vias aéreas superiores, tal qual observado na hipertrofia adenoi- Introdução A busca pelos fatores determinantes da morfologia facial tem sido uma preocupação dos pesquisadores e clínicos envolvidos no tratamento de deformidades dentofaciais. As características estruturais morfológicas da maxila e mandíbula, que definem o padrão facial de cada indivíduo, estão sujeitas à influência de fatores ambientais que * Professor Assistente Doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. ** Aluno do Curso de Pós-Graduação (Mestrado), área de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. *** Aluna do Curso de Pós-Graduação (Doutorado), área de Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Professora Adjunta da Disciplina de Ortodontia da UNIP-São José do Rio Preto. **** Professora Assistente Doutora da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 19 Maringá, v. 9, n. 3, p. 19-26, maio/jun. 2004 A influência da redução do espaço nasofaringeano na morfologia facial de pré-adolescentes boa avaliação da morfologia e posição das estruturas dentofaciais, o que a torna um instrumento de grande utilidade no diagnóstico da obstrução nasal e das alterações estruturais da face. deana, tem sido apontado como fator relacionado a mudanças respiratórias de nasal para bucal envolvendo uma série de adaptações posturais incluindo posição alterada de lábios, língua, mandíbula e cabeça1. Alterações morfológicas craniofaciais são esperadas em função destas adaptações posturais14,21,22,25. Dentre os métodos de avaliação do padrão respiratório, a história clínica e o tamanho do espaço aéreo em radiografias cefalométricas de perfil têm demonstrado boa correlação entre si e mostraram ser de grande utilidade no diagnóstico da obstrução nasofaringeana9. A radiografia cefalométrica lateral, segundo Thuer et al.24, fornece informação equivalente ao exame rinomanométrico, que é um método de avaliação do padrão respiratório mais objetivo. A distância do palato mole à parede faringeana posterior obtida na radiografia cefalométrica lateral tem mostrado ser superior a outros métodos radiográficos na determinação do tamanho da adenóide e do espaço nasofaringeano24,28,30. Segundo Vig et al.28, a especificidade deste método no diagnóstico da respiração bucal é de 83,3%, a sensibilidade de 31,8%, enquanto que a precisão de uma predição negativa é de 50% e positiva de 70%. Porém, Wormald e Prescott30 encontraram uma sensibilidade de 66% e especificidade de 96% entre a sintomatologia e medições do espaço nasofaringeano com valor de predição negativa de 96% e positiva de 60%. Estes autores reportaram uma boa correlação entre o método radiográfico e os achados obtidos através de endoscopia30. Cohen et al.4 indicaram que a imagem radiográfica do tamanho da adenóide e da obstrução nasofaringeana se aproxima das dimensões reais entre 85% a 88% dos casos, e as disparidades entre o achado radiográfico e a observação intra operatória direta eram devida à subestimação destas dimensões em 77% a 78% dos casos. Além de fornecer informações a respeito do espaço nasofaringeano e hipertrofia adenoideana, a radiografia cefalométrica lateral permite uma R Dental Press Ortodon Ortop Facial Proposição Em vista da ausência de parâmetros definidos para se determinar a partir de que ponto uma redução do espaço nasofaringeano causado por hipertrofia adenoideana promove modificações do padrão esquelético-facial, é propósito deste estudo avaliar as modificações do padrão facial em função da redução do espaço nasofaringeano. Material e Método Para o presente trabalho, foram selecionadas 98 radiografias cefalométricas em norma lateral obtidas de pré-adolescentes, sendo 68 do gênero feminino e 30 do gênero masculino, com idade variando de 7 a 10 anos (idade média de 8,4 anos), dentre as existentes nos arquivos de prontuários do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Todas as tomadas radiográficas foram feitas na Disciplina de Radiologia do departamento de Diagnóstico Oral e Cirurgia da mesma Faculdade utilizando-se o aparelho Funk Orbital X15. As crianças foram posicionadas no cefalostato de forma a manterem o plano de Frankfort paralelo ao solo e instruídas a manterem os dentes em oclusão e lábios levemente cerrados. Os fatores de exposição foram 84 Kvp, 80 mA, tempo de exposição de 0,6 segundos para Ecrans Lanex e filme TMG. Os filmes foram revelados através da processadora automática Rubzomatic 130-BEM. As radiografias foram selecionadas com base na faixa etária pretendida para estudo e na dimensão da imagem do espaço nasofaringeano, definido como a menor distância entre a parede dorsal do palato mole e parede faringeana posterior (adpm)5, de forma a obtermos três grupos distintos com número idêntico de indivíduos (Fig. 1; Tab. 1; Gráf. 1, 2): 20 Maringá, v. 9, n. 3, p. 19-26, maio/jun. 2004 SANTOS-PINTO, A.; PAULIN, R. F.; MELO, A. C. M.; MARTINS, L. P. Grupo I (estreito) = ENF ≥ 1,7 ≤ 5,1 mm Grupo II (médio) = ENF ≥ 5,2 ≤ 7,6 mm Figura 1 - Telerradiografias de perfil caracterizando os três grupo avaliados. Grupo III (amplo) = ENF ≥ 7,7 ≤ 12,9 mm Tabela 1 - Caracterização dos grupos. Intervalo de Confiança Espaço Faringeano Média D.P. Mediana L.I. L. S. Mínimo Máximo Estreito 3,55 0,89 3,50 3,24 3,86 1,70 5,10 Médio 6,38 0,81 6,10 6,08 6,67 5,20 7,60 Amplo 9,57 1,66 9,05 8,98 10,17 7,70 12,90 10.5 10.0 9.5 14 9.0 Idade (anos) 12 AD (mm) 10 8 6 4 8.0 7.5 7.0 2 0 8.5 6.5 N= 34 estreito 32 médio Espaço Faringeano 32 amplo Feminino Gráfico 1 - Caracterização dos grupos em função do tamanho da adenóide. 25 9 estreito Masculino 22 médio 10 21 amplo 11 Espaço Faringeano Gráfico 2 - Caracterização dos grupos em função da idade. a distância da base da língua à parede faringeana posterior ao nível do plano oclusal, fosse maior que 13 mm14,15. Para obtenção dos pontos cefalométricos utilizados neste trabalho, foram feitos traçados das estruturas anatômicas e demarcação dos pontos de referência (Tab. 2, Fig. 2) em papel Ultraphan fixado sobre as radiografias selecionadas e com Com a finalidade de eliminarmos uma possível influência da hipertrofia amidaliana sobre os resultados, foram eliminados do estudo todos os casos nos quais era visualizada a imagem das amídalas ou em que a base da língua estivesse deslocada anteriormente por hipertrofia deste tecido. De forma objetiva, estes eram casos em que a medida do espaço bucofaringeano (bl-bf), definido como R Dental Press Ortodon Ortop Facial N= 21 Maringá, v. 9, n. 3, p. 19-26, maio/jun. 2004 A influência da redução do espaço nasofaringeano na morfologia facial de pré-adolescentes Tabela 2 - Pontos cefalométricos. N S Co Ptm Or Po ENA ad pm Ba A Go Pg Me Gn Figura 2 - Pontos cefalométricos. S Sela, ponto central da imagem da sela túrcica N Násio, ponto mais anterior da sutura frontonasal Or Orbitário, ponto mais inferior do assoalho da órbita ENA Espinha Nasal Anterior, ponto mais anterior do palato duro, na interseção da parte ântero-superior da maxila A Ponto A, ponto mais profundo da concavidade anterior da maxila Pg Pogônio, ponto mais anterior do mento Gn Gnátio, ponto mais anterior e inferior do contorno da sínfise mentoniana Me Mentoniano, ponto mais inferior da sínfise mentoniana Go Gônio, ponto mais posterior e superior do contorno do ângulo goníaco Ba Básio, ponto mais inferior e posterior da base do crânio Po Pório, ponto no limite mais superior do meato auditivo Co Condílio, ponto mais posterior e superior do côndilo Ptm Pterigomaxilar, ponto mais posterior e superior da fossa pterigomaxilar ad Adenóide, porção mais anterior da adenóide pm Palato mole, ponto da metade anterior do contorno posterior do palato mole Tabela 3 - Variáveis analisadas. Variável Descrição Plano Mandibular Ângulo formado entre o plano mandibular (GoMe) e a base do crânio (SN) A-Nperp Distância do ponto A à linha perpendicular ao plano de Frankfort passando por N Pg-Nperp Distância do ponto Pg à linha perpendicular ao plano de Frankfort passando por N Comprimento Mandibular Distância linear entre os pontos Co e Gn Comprimento Maxilar Distância linear entre os pontos Co e A Diferença maxilo-mandibular Diferença entre o comprimento mandibular e maxilar Eixo Facial Angulo formado pelas linhas Ba-Na e PTM-Gn Altura Facial Inferior Distância da espinha nasal anterior ao ponto mentoniano forma de conferência dos dados obtidos e com a finalidade de diminuir a possibilidade de erro. Resultados O planejamento estatístico foi dirigido de forma a avaliar a distribuição e normalidade dos valores obtidos. Foi aplicado teste estatístico exploratório de forma a obter as médias, desvio padrão e erro padrão de cada medida efetuada. A análise da influência da dimensão do espaço nasofaringeano sobre o padrão de crescimento craniofacial foi realizada através de testes de correlação e a diferença entre os grupos verificada por meio da análise de variância (ANOVA) com nível de confiança de 95% (Tab. 4). Testes complementares foram efetuados para determinar quais grupos apresentaram valores médios diferentes entre si (Tab. 5, 5A, 6; Fig. 3). A análise estatística foi efetuada com auxílio do programa estatístico SPSS. o auxílio de um negatoscópio num ambiente escuro. Os pontos cefalométricos obtidos, foram digitados em programa cefalométrico específico (DFPlus). Este programa foi modificado para a obtenção das medidas lineares e angulares escolhidas de acordo com os objetivos do estudo proposto (Tab. 3). Este procedimento foi realizado duas vezes num intervalo de duas semanas como R Dental Press Ortodon Ortop Facial Discussão Existe evidência experimental de que a função muscular alterada pode influenciar a morfologia craniofacial8,25, e devido a isto, a função nasores- 22 Maringá, v. 9, n. 3, p. 19-26, maio/jun. 2004