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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
EDUARDO PAES
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CLAUDIA COSTIN
SUBSECRETARIA DE ENSINO
REGINA HELENA DINIZ BOMENY
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO
MARIA DE NAZARETH MACHADO DE BARROS VASCONCELLOS
COORDENADORIA TÉCNICA
ELISABETE GOMES BARBOSA ALVES
MARIA DE FÁTIMA CUNHA
SANDRA MARIA DE SOUZA MATEUS
ORGANIZAÇÃO
BEATRIZ ALVES DOS SANTOS
CARLOS FERNANDO GALVÃO
MARIA DE FÁTIMA CUNHA
REVISÃO
ANTONIO AUGUSTO ALVES MATEUS FILHO
LEILA CUNHA DE OLIVEIRA
SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA
CAPA
ALDINEA SEVILHA
JACQUELINE MAC-DOWELL
MARIA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA
ILUSTRAÇÕES
ALDINEA SEVILHA
JACQUELINE MAC-DOWELL
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E/SUBE/CED/CT
ANA PAULA LISBÔA. CARLA DA ROCHA FARIA. CLOVIS DE FIGUEIREDO NEVES FILHO. EDUARDA CRISTINA
AGENOR DA SILVA LIMA. EDWIGES ARAÚJO REGO. ELISABETTH MARTINS FEIO BRANDT. EULÁLIA
PIMENTA SOUZA DE OLIVEIRA. FÁTIMA BLANCO CAVALCANTI. GINA PAULA BERNARDINO CAPITÃO
MOR. JANAINA CRUZ DA SILVA. JULIA YOLANDA PAES MENDES. LEILA CUNHA DE OLIVEIRA. LETÍCIA
CARVALHO MONTEIRO. MARCIA CRISTINA FERREIRA GARCIA. MÁRCIA DA LUZ BASTOS. MARCO AURÉLIO
PEREIRA VASCONCELOS. MARCO UBIRATAN MIRANDA DE CASTRO. MARIA ANGÉLICA PAMPLONA
ALGEBAILE. MARIA DA PENHA MACEDO TOZZI. MARIA LÚCIA DE SOUZA E MELLO. MARTHA FRANCISCA
DA SILVA. MOISÉS DE CARVALHO FILHO. MONICA DOS SANTOS MARINS SOARES. NATÁLIA VALÉRIA
GASPAR NETO CORRÊA. NICANOR VIEIRA TRINDADE. NÚBIA VERGUETTI. PATRÍCIA LORENA QUITÉRIO.
RENATA RAMOS SADER. RENATA SURAIDE SILVA DA CUNHA BRANCO. ROBERTO ANUNCIAÇÃO
ANTUNES. ROSANGELA SANTORO FRANCISQUINI. ROSANIA RANGEL TEIXEIRA. SARA LUISA OLIVEIRA
LOUREIRO. SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA. SONIA REGINA DA SILVA RODRIGUES. VALÉRIA BARBOSA
ARAÚJO. WELLINGTON MARTINS MACHADO. MARCIA DA LUZ BASTOS. HAYDEE COSTA. ANDRÉA
BARRETO M. POÇA.
E/SUBE/CED/GEF
ANA CRISTIAN THOMÉ VENENO. ARALCINEA DORJEHAH L. S. NOGUEIRA. MARIA CRISTINA DE LIMA.
E/SUBE/CED/ACOMPANHAMENTO
ELAINE OLIVEIRA DOS SANTOS. ELIZABETH DOS ANJOS COVAS. ENILDA MARIA SANTOS D’ALMEIDA.
ROSEMARY MEDEIROS SABINO. SHIRLEY CUPOLILLO FERREIRA. SONIA FERREIRA LARRUBIA FOLENA.
TÂNIA RANGEL DO SACRAMENTO.
E/SUBE/CRE/GED
VANA MARIA SILVA DE OLIVEIRA(E/SUBE/1ªCRE/GED). ROSIMERE DO NASCIMENTO LIMA GAMEIRO
(E/SUBE/1ªCRE/GED). JACIRA DA PAIXAO FERNANDES (E/SUBE/2ªCRE/GAQ). ANDREA DA PAIXÃO
FERNANDES (E/SUBE/2ªCRE/GED). PATRICIA SIROTHEAU DE ALMEIDA EICHLER (E/SUBE/2ªCRE/GED).
MARIA LUCIA DA MOTTA MOSQUEIRA (E/SUBE/2ªCRE). TANIA MARIA FERREIRA TARGINO
(E/SUBE/2ªCRE). MARIA INEZ ZAIN BRAZUNA (E/SUBE/2ªCRE). ELIANE MARIA FLORIANO DA PAIXAO
(E/SUBE/3ªCRE/GED). PAULO JOSE DE ALMEIDA RIBEIRO (E/SUBE/3ªCRE/GED). MARIA DALVA DANTAS
(E/SUBE/4ªCRE/GED). NOEMIA D. ALMEIDA OLIVEIRA (E/SUBE/4ªCRE/GED). ANA PAULA SIMOES PINTO
(E/SUBE/4ªCRE/GED). JOSE HENRIQUE DE FREITAS AZEVEDO (E/SUBE/5ªCRE/GED). GUILHERME F. DE
AZEVEDO DEGOU (E/SUBE/5ªCRE/GED). DESIREE CHAVES COSTA (E/SUBE/5ªCRE/GED). DENISE CRISTINA
RIBEIRO DE SOUZA TOME (E/SUBE/6ªCRE/GED). CHRISTIANE MARIA COSTA CARNEIRO PENHA
(E/SUBE/6ªCRE/GED). PRISCILA FRISONE COSTA (E/SUBE/6ªCRE/GED). ANA MARIA CARNEIRO
ABRAHAO. (E/SUBE/7ªCRE/GED). MARIA DAS GRAÇA CAVALCANTI DE SÁ LIMA E/SUBE/7ªCRE/GED
DIALA AZEVEDO (E/SUBE/8ªCRE/GED). SORAIA GALDINO ORNELAS DA COSTA (E/SUBE/8ªCRE/GED).
MARCELO FERNANDES DO NASCIMENTO (E/SUBE/8ªCRE/GED). EDILENE RAMOS (E/SUBE/8ªCRE/GRH).
JOSELIA PEREIRA BENTO (E/SUBE/9ªCRE/GED). LINDA LUIZA DE AZEVEDO MACEDO E/SUBE/9ªCRE/GED). DANIELE DE OLIVEIRA FRANCO ACUNA (E/SUBE/9ªCRE/GED). HELENA DORA
WSTAZKA (E/SUBE/10ªCRE/GED). HUMBERTO OZORIO DE FIGUEIREDO FILHO (E/SUBE/10ªCRE/GED).
ALVARO JORGE MADEIRA BORGES DE ALMEIDA (E/SUBE/10ªCRE).
1
E/SUBE/1ª CRE
FABRICIA FIGUEIRA CRAVINHO - E/SUBE/CRE(01.01.001). HENRIQUE CYRILLO CORREA NETO E/SUBE/CRE(01.01.004). PAULO PEREIRA NUNES - E/SUBE/CRE(01.01.004). ANA LUCIA SOUZA DOS
SANTOS -E/SUBE/CRE(01.01.005). LEONARDO SILVA CAMPOS - E/SUBE/CRE(01.01.007). ALINE BAPTISTA
CASTANHEIRA - E/SUBE/CRE(01.01.008). JOSE CARLOS GONCALVE5 DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE
(01.01.009). WILLIAM BARCELLOS - E/SUBE/CRE(01.01.009). ROSALINA PIRES DA LUZ E/SUBE/CRE(01.02.002). JORGE ALBERTO ALVES MESQUITA - E/SUBE/CRE(01.02.004). NATALIA
GERASSO - E/SUBE/CRE(01.02.004). ELISABETE PINHEIRO COSTA - E/SUBE/CRE(01.02.005). CRISTIANE
TIOZZO - E/SUBE/CRE(01.02.007). ANDRE DA SILVA CABRAL CORREIA - E/SUBE/CRE(01.02.007). RENATA
TORRES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.02.501). FABIO GONCALVES NOGUEIRA - E/SUBE/CRE(01.03.001).
TANIA REGINA DOS SANTOS BARBOSA - E/SUBE/CRE (01.03.004). MARCIA COUTINHO D. IPPOLITO
BOMFIM - E/SUBE/CRE (01.03.004). MAURICIO AVILEZ VARGAS - E/SUBE/CRE(01.03.004). ANA SHIRLEY
SA DE OLIVEIRA – E/SUBE/CRE (01.03.004). SUELI CARVALHO LANCETTA - E/SUBE/CRE(01.03.005).
MARIA ALDINA DE JESUS PINTO - E/SUBE/CRE(01.03.005). SUELI MAURICIO LEAL FILHA E/SUBE/CRE(01.03.006). SIMONE FLORES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.07.001). FERNANDA MARIA
CARDOSO DE OLIVEIRA AFONSO - E/SUBE/CRE(01.07.001). MARCIA ANDRADE DAMASCENO E/SUBE/CRE(01.07.001). DEBORA ANA DA SILVA JORGE - E/SUBE/CRE(01.07.001). ANTONIO JOSE
MIRANDA PEREIRA - E/SUBE/CRE(01.07.002). ALEXANDRE ROQUE DE ARAUJO - E/SUBE/CRE(01.07.003).
ANA VIRGINIA AYRES BARBOSA - E/SUBE/CRE(01.07.004). DENISE FERREIRA NUERNBERG E/SUBE/CRE(01.07.007). FILIPPE DE LIMA GOMES - E/SUBE/CRE(01.07.009). TATIANE DA CRUZ SILVA
COELHO - E/SUBE/CRE(01.07.009). REGINA WEINERT LA BELA DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.07.011).
ELIANE SOUZA PECANHA - E/SUBE/CRE(01.07.011). ANDREA SOARES BARBOZA E/SUBE/CRE(01.07.011). MARIA MARGARETH BARLETA ABREU - E/SUBE/CRE(01.07.012). BIANCA
GOMES DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.07.502). EDNA MARIA AUGUSTO DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.21.002).
ANDRÉLUIS DA SILVA JUNIOR - E/SUBE/CRE(01.21.002). DENISE DIAS BARIFOUSE E/SUBE/CRE(01.23.002). ORLANDO RODRIGUES DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.23.002). AUDREY SANTOS E
SANTOS - E/SUBE/CRE(01.23.002). LUIS HORÁCIO DUTRA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.23.002).
FERNANDO JOSÉ CORREA - E/SUBE/CRE(01.23.002). REINALDO NUNES DO NASCIMENTO E/SUBE/CRE(01.23.004). WAGNER LUIZ G. MORAES - E/SUBE/CRE (01.01.001). CLAUDIA GRUBMAN E/SUBE/CRE (01.02.001). PAULO PEREIRA NUNES - E/SUBE/CRE 01.02.504. LUIZ GERALDO DOS SANTOS
JR. - E/SUBE/CRE (01.07.002). MARIA DE FÁTIMA G. CASTRO - E/SUBE/CRE (01.07.002). ESTER MARIA
MORA - E/SUBE/CRE (01.07.012). RICARDO P. LINHARES - E/SUBE/CRE (01.02.004). NEUZA DA SILVA
ELIAS E/SUBE/CED (01.07.007). SOLANGE SIMÕES COMERLATO - E/SUBE/CED (01.07.004). ALEXANDRE
ROQUE DE ARAUJO - E/SUBE/CED (01.07.003).
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E/SUBE/2ª CRE
ALFEU OLIVAL BARRETO JUNIOR E/SUBE/CED (02.06.020). EDNO PIENTZNAUER JUNIOR E/SUBE/CRE(02.04.001). VALERIA MARIA OLIVEIRA SANTOS SENRA - E/SUBE/CRE(02.04.004). ILDENIR
SANTOS OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.04.011). LUCIA HELENA CAYRES MENESCAL - E/SUBE/CRE(02.04.014).
SIMONE GEANE BERGER - E/SUBE/CRE(02.04.014). SANDRA SILVA COSTA - E/SUBE/CRE(02.04.014).
ROSELI MARITAN DE ABOIM COSTA - E/SUBE/CRE(02.04.014). CLAUDIA LUCIA CABRAL DE ARAUJO E/SUBE/CRE(02.04.015). LUCIA INES DELPASSOS PAIVA - E/SUBE/CRE(02.04.017). CLAUDIA DA ROCHA
VAZ - E/SUBE/CRE(02.05.004). VALERIA SIMEÃO DUARTE - E/SUBE/CRE(02.05.008). MARIA ALICE
GOULART DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.05.009). ANDRE LUIS MARCONDES - E/SUBE/CRE(02.06.002).
DEBORA DE SOUZA CORREA E/SUBE/CRE(02.06.003). ADRIANA SOARES MAGDALENO E/SUBE/CRE(02.06.004). CLAUDIA ANDREA LAFAYETTE PINTO - E/SUBE/CRE(02.06.005). ANDREA DE
CARVALHO CONCEICAO - E/SUBE/CRE(02.06.006). BEATRIZ MANSO DUTRA E SILVA E/SUBE/CRE(02.06.008). RAQUEL LANA BRAGA COSTA - E/SUBE/CRE(02.06.010). ANA HELENA DA ROSA E
SILVA ESTEVES - E/SUBE/CRE(02.06.015). FERNANDO SOUZA PAULO - E/SUBE/CRE(02.06.020). ROBERTA
ESTEVES DA ROCHA - E/SUBE/CRE(02.06.020). LILIA MARCIA DE ALMEIDA SILVA - E/SUBE/CRE(02.08.002).
NUBIA CERQUEIRA DO ESPIRITO SANTO - E/SUBE/CRE(02.08.003). MONICA REGINA SANTOS DE MACEDO
- E/SUBE/CRE(02.08.004). MARIA CRISTINA DE ANDRADE MACEDO - E/SUBE/CRE(02.08.004). CARMEN
LUCIA TAVARES POMPEU - E/SUBE/CRE(02.08.007). ROBERTA GEORGIA KURRIK - E/SUBE/CRE(02.08.007).
MARCIA SCHIECK CHAVES LOPES - E/SUBE/CRE(02.08.008). TEREZA CRISTINA AROUCA FRAMBACH E/SUBE/CRE(02.08.009). REGINA BRASILIA DE ABREU OLIVEIRA SACRAMENTO - E/SUBE/CRE(02.08.010).
ROSILANE RIBEIRO MARALHAS - E/SUBE/CRE(02.08.010). ALEXANDRE ANTONIO FRAMBACH E/SUBE/CRE(02.08.012). MARIA CRISTINA ZAMITH CUNHA - E/SUBE/CRE(02.08.012). SEBASTIAO VIEIRA E/SUBE/CRE(02.08.017). NORMA EUGENIA FERREIRA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.08.502). LENITA DE
SOUSA VILELA - E/SUBE/CRE(02.08.502). MARCIA CARDOSO DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.08.502). VERA
LUCIA AMPARO SANT ANNA - E/SUBE/CRE(02.09.001). DANIELE CATALDI FERNANDEZ E/SUBE/CRE(02.09.003). GUACYRA PEREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(02.09.008). ROBERTA RODRIGUES
MATTOS DE ANDRADE ROJAS PEREIRA - E/SUBE/CRE(02.09.011). VERA NACIA DUARTE FRANCO E/SUBE/CRE(02.09.013). MARCELO MIRAGAYA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.09.020). RAFAEL CARDOSO
REGO - E/SUBE/CRE(02.09.021). ANDRE LUIZ DA SILVA TEIXEIRA - E/SUBE/CRE(02.09.021). SILVANE DE
CASTRO OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.09.023). MARIA DE LOURDES DE ATHAYDE COSTA CINTRA E/SUBE/CRE(02.09.026). JORGE DE ALMEIDA VARGUES - E/SUBE/CRE(02.09.026). SUSANA LOURENCO
FERNANDES PINTO - E/SUBE/CRE(02.27.004). MARCUS VINÍCIUS DOS S. DELPHIM - E/SUBE/CED
(02.06.012). ALEXANDRE A. FRAMBACH - E/SUBE/CED (02.08.012).MARIA CRISTINA Z. CUNHA E/SUBE/CED (02.08.012). WILSON SANTOS BRAGA - E/SUBE/CED (02.09.019). MARCELO DA CONCEIÇÃO
SILVA - E/SUBE/CED (02.06.019). ADRIANA SOARES MAGDALENA - E/SUBE/CED (02.06.004).VALÉRIA
SIMEÃO DUARTE - E/SUBE/CED (02.05.008). FÁTIMA AZAMOR DA COSTA - E/SUBE/CED (02.09.020).
SILVANE DE CASTRO OLIVEIRA - E/SUBE/CED (02.09.023). DENISE V.G. NOVO - E/SUBE/CED (02.06.020).
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E/SUBE/3ª CRE
FERNANDO LUIZ AUGUSTO DE SOUZA FARIA - E/SUBE/CRE(03.12.006). DAYSE CRISTINA REIS LOPES
ROCHA - E/SUBE/CRE(03.12.009). MARIA JOSELMA BRITO - E/SUBE/CRE(03.12.010). JENNY DA SILVA
PIRES - E/SUBE/CRE(03.12.012). ANDRE DARINO DE OLIVEIRA BORGES - E/SUBE/CRE(03.12.016).
MONICA SILVA DE ARAUJO - E/SUBE/CRE(03.12.016). CLAUDIA DO VALE MADEIRA TERRA POMAR E/SUBE/CRE(03.12.019). ROSE ELEN SANT ANNA VITORIANO - E/SUBE/CRE(03.12.030). ELISABETE
GONCALVES NUNES - E/SUBE/CRE(03.12.031). MARCIO DA ROCHA FRANCELLINO E/SUBE/CRE(03.12.033). MARCO ANTONIO ANANIAS - E/SUBE/CRE(03.12.501). LUCIO FLAVIO CEDROLA
LOURES - E/SUBE/CRE(03.12.503). MARIA ELIZABETE DE LIMA FERNANDES BORGES E/SUBE/CRE(03.13.002). CLAUDIA VALLE LAURENZANO - E/SUBE/CRE(03.13.002). ELIZABETE DE JESUS
RODRIGUES - E/SUBE/CRE(03.13.008). VERA LUCIA FERREIRA MACHADO - E/SUBE/CRE(03.13.008).
ELIZABETH BRIGIDO PEREIRA - E/SUBE/CRE(03.13.022). CRISTINA APARECIDA DA SILVA CARNEIRO E/SUBE/CRE(03.13.030). ANDRE LUIZ DOS PASSOS - E/SUBE/CRE(03.13.030). SONIA MARIA ALCANTARA
DA CRUZ - E/SUBE/CRE(03.13.036). GEISA FERREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(03.13.037). ZORAIDA DORIA
PEREIRA - E/SUBE/CRE(03.13.044). MARISA DA FONSECA SARMENTO - E/SUBE/CRE(03.13.044). TARCIO
CORDEIRO RAMOS - E/SUBE/CRE(03.13.046). ELANE SILVEIRA CORREA - E/SUBE/CRE(03.13.050). MARCIA
MOREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(03.13.503). MARIETA PINTO MAROTTA - E/SUBE/CED (03.13.022).
BIANCA GOMES BARBOSA DE SOUZA - E/SUBE/CED (03.12.603). GILDA MARTINS ROTTI - E/SUBE/CED
(03.013.501). LEGNER WAGNER P. DE MATTOS - E/SUBE/CED (03.012.005). CLÁUDIA VALLE
LAURENZANO - E/SUBE/CED (03.012.002). MARCELLY LESSA GONÇALVES - E/SUBE/CED (03.012.009).
CELINA DA SILVEIRA RIBEIRO - E/SUBE/CED (03.13.052). FLÁVIA MACÊDO DA SILVA - E/SUBE/CED
(03.13.044). JENNY DA SILVA PIRES - E/SUBE/CED (03.12.012). CLÁUDIA DO VALE MADEIRA - E/SUBE/CED
(03.12.019). FERNANDO LUIZ AUGUSTO DE SOUZA FARIA - E/SUBE/CED (03.12.006). VÂNIA TEIXEIRA
TALHADO - E/SUBE/CED (03.12.015). MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA DA ROCHA -E/SUBE/CED (03.12.501).
E/SUBE/4ª CRE
MARIANGELA ENNE MEDINA - E/SUBE/CRE(04.10.004). REGINA DE LIMA MENCARELLI E/SUBE/CRE(04.10.004). SUELI VIEIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(04.10.009). MARLI VIEIRA DE OLIVEIRA
- E/SUBE/CRE(04.10.009). ELOA MACIEL GARCIA - E/SUBE/CRE(04.10.010). ALVARO CHIANELLI DE
AZEREDO - E/SUBE/CRE(04.10.010). JORGE DE CASTRO MENDES - E/SUBE/CRE(04.10.010). RITA DE
CASSIA PEREIRA PACHECO - E/SUBE/CRE(04.10.016). DENISE DE SOUZA FREITAS E/SUBE/CRE(04.10.018). LUIZ GERALDO DOS SANTOS JUNIOR - E/SUBE/CRE(04.10.018). RONALDO
MIRANDA ARDENTE - E/SUBE/CRE(04.10.021). WALACE DA SILVA SOUZA - E/SUBE/CRE(04.10.022).
MARILENE GUIMARAES DE SA MENDES - E/SUBE/CRE(04.10.023). SONIA REGINA PINTO BARBOSA E/SUBE/CRE(04.10.023). SONIA MARIA DA SILVA MACIEL - E/SUBE/CRE(04.10.025). LEANDRO FERREIRA
DOS SANTOS DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.10.501). MARIA DE FATIMA GONCALVES CASTRO E/SUBE/CRE(04.11.008). HUMBERTO CAMELO DE FREITAS - E/SUBE/CRE(04.11.008). LUIZ ROBERTO
CONGUNDES SALVADOR - E/SUBE/CRE(04.11.009).
4
E/SUBE/4ª CRE
ANDERSON FELIX FERNANDES - E/SUBE/CRE(04.11.013). NEUDIMAR FERREIRA LEITE E/SUBE/CRE(04.11.202). SANDRA MARIA JARDIM SERRA PIRES - E/SUBE/CRE(04.11.202). MARIA
ALEXANDRA DA PURIFICACAO LEVANDEIRA GONCALVES - E/SUBE/CRE(04.20.001). LILIAN CRISTINA
ASSUMPCAO DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.001). LYZIA TOSCANO DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.004).
TEREZINHA SILVA SEIXAS FILHA - E/SUBE/CRE(04.20.004). ALESSANDRA BRUNO E/SUBE/CRE(04.20.012). DANIEL SANTOS SOUZA - E/SUBE/CRE(04.20.012). ANA LUISA AMORIM
PENEDO MACHADO - E/SUBE/CRE(04.20.013). EDNA CATARINA DE MELO ALVES E/SUBE/CRE(04.20.014). FERNANDO NEY DE OLIVEIRA LIMA TELLES - E/SUBE/CRE(04.20.015). EDVAR
VASCONCELLOS - E/SUBE/CRE(04.20.017). MARCIA CRISTINA DO LIVRAMENTO FRAGA E/SUBE/CRE(04.20.020). NEZIO ENEAS NUNES - E/SUBE/CRE(04.20.020). LEONARDO DE FREITAS
GONÇALVES - E/SUBE/CRE(04.20.020). ROSANA FERRANTE DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.021).
ANGELICA SILVANA DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.023). CRISTIANE MARIANO LEITE E/SUBE/CRE(04.20.024). MARCELO DE SOUZA LEITE - E/SUBE/CRE(04.20.024). MARIA TEREZA DE SOUZA
- E/SUBE/CRE(04.20.029). KELLY LUIZ SOUZA DOS SANTOSM - E/SUBE/CRE(04.20.029). FRANCILEIDE
MARIA GOMES MANNARINO - E/SUBE/CRE(04.20.030). VAGNER LUIZ BELCHIOR MESQUITA E/SUBE/CRE(04.20.030). MARCELE AUGUSTA PADILHA MONTEIRO ROCHA - E/SUBE/CRE(04.20.030).
ANA PAULA DE MOURA BOURRUS SANTOS - E/SUBE/CRE(04.20.201). CELI CONCEICAO MAGALHAES
ARAUJO - E/SUBE/CRE(04.20.501). EDILSON FERNANDES DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.501). ELIZETE
PEREIRA MAXIMO BARBOSA - E/SUBE/CRE(04.20.501). ANDRE LUIZ OLIVEIRA DA SILVA E/SUBE/CRE(04.30.002). LUIZ FILIPE - E/SUBE/CRE(04.30.005). TATIANA PEREIRA DE CARVALHO E/SUBE/CRE(04.30.503). GUILHERME MARINHO MOITA - E/SUBE/CRE(04.31.017). ANGELA MARIA
SANTANNA FIGUEIREDO - E/SUBE/CRE(04.31.018). LUIZ CARLOS THOMAS COELHO E/SUBE/CRE(04.31.018). ROBERTO MUCHULI MARQUES BUSTO - E/SUBE/CRE(04.31.019). BARBARA
ANDREZA MOREIRA DE ALCANTARA - E/SUBE/CRE(04.31.023). LUIZ HENRIQUE DE MELO ROSA E/SUBE/CRE(04.31.026). ITALA DE OLIVEIRA TAVARES - E/SUBE/CRE(04.31.026). MONIQUE DE JESUS
ASSUNCAO - E/SUBE/CRE(04.31.026). JOYCE SANTANA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.31.027). PAULO
ROBERTO FERREIRA - E/SUBE/CRE(04.31.502). MARIA JULIA DE ALENCAR DUARTE E/SUBE/CRE(04.31.502). ELOÁ MACIEL GARCIA – E/SUBE/CE (04.10.010). RICARDO NEVES – E/SUBE/CED
(04.10.016). MAYARA NERES MATOS – E/SUBE/CED (04.10.018). MÔNICA P. DE MEDEIROS - E/SUBE/CED
(04.10.501). RITA DE CÁSSIA BRAGA DE SOUZA - E/SUBE/CED (04.11.002). PATRÍCIA SANTOS DE
OLIVEIRA - E/SUBE/CED (04.11.005). TATIANA R. OLIVEIRA – E/SUBE/CED (04.11.009). LÍDIA SANTOS
ARRUDA - E/SUBE/CED ( 04.11.020). MARIA DO CARMO PASTOR SALADICH - E/SUBE/CED (04.20.015).
ELAYNE CRISTHINE F. CÉSAR SOUZA - E/SUBE/CED (04.20.012). LUIZ ANTONIO FERREIRA - E/SUBE/CED
(04.20.012). VERA LÚCIA S. REIS - E/SUBE/CED (04.20.019). SÉRGIO HENRIQUE DE S. GUERRA E/SUBE/CED (04.20.029). MARIA DE FÁTIMA TEIXEIRA PEREIRA – E/SUBE/CED (04.30.003). LIZIE DE
SOUZA CALMON - E/SUBE/CED (04.31.006).
5
E/SUBE/5ª CRE
NILCE BARBOSA DE MATTOS - E/SUBE/CRE(05.14.011). ROSEMARY REZENDE GIMENES E/SUBE/CRE(05.14.011). ANA PAULA DA SILVA LESSA - E/SUBE/CRE(05.14.018). ISABELE DE OLIVEIRA
NUNES - E/SUBE/CRE(05.14.019). ANDREA DUARTE FERREIRA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(05.14.019).
RENAN FERNANDES LOURO - E/SUBE/CRE(05.14.019). ERIKA FRANCO RIBEIRO - E/SUBE/CRE(05.14.019).
ANA VALERIA ARSENIO DE ANDRADE - E/SUBE/CRE(05.14.027). SHIRLEI MACHADO E/SUBE/CRE(05.14.028). ANDREIA GREGORIO LOIOLA OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(05.14.029). CLAUDIA
MARIA FERNANDES BREVES - E/SUBE/CRE(05.15.001). MARINALDO AVELINO DA SILVA E/SUBE/CRE(05.15.001). IENY COSTA BENTO - E/SUBE/CRE(05.15.001). CATIA MACANA FERNANDES E/SUBE/CRE(05.15.001). LEANDRO CARNEIRO - E/SUBE/CRE(05.15.001). AMAURY GOMES DE ALMEIDA E/SUBE/CRE(05.15.002). ROSEMARY APARECIDA DA COSTA GOMES - E/SUBE/CRE(05.15.010).
MARCELLO RIBEIRO SALLE - E/SUBE/CRE(05.15.011). VANIA REGINA JORGE DA SILVA E/SUBE/CRE(05.15.011). RENATA BERNARDO ANDRADE - E/SUBE/CRE(05.15.012). CLAUDIA CRISTINA
DA SILVA - E/SUBE/CRE(05.15.016). MICHELLE DA SILVA BOTELHO - E/SUBE/CRE(05.15.016). MARCIA
CRISTINA DOS SANTOS PEREIRA - E/SUBE/CRE(05.15.020). DANIEL DE CASTRO DIAS E/SUBE/CRE(05.15.020). MARIA ANGELICA BARROS QUADROS - E/SUBE/CRE(05.15.021). DANIELE
BLANCO CAVALCANTI - E/SUBE/CRE(05.15.025). SANTANA MARIA PAIVA CARVALHO E/SUBE/CRE(05.15.031). EMILIA LEITAO VARELLA DA SILVEIRA - E/SUBE/CRE(05.15.032). ISABEL
CRISTINA DE OLIVEIRA MENDONCA - E/SUBE/CRE(05.15.032). JULIANA DE ABREU CORDEIRO E/SUBE/CRE(05.15.032). REGINA CELIA DUARTE COUTO - E/SUBE/CRE(05.15.038). ANGELA SANTOS
FRANCA - E/SUBE/CRE(05.15.038). NILCEA ALMEIDA DA SILVA COUTO - E/SUBE/CRE(05.15.039).
JOSEMILSON DA SILVA - E/SUBE/CRE(05.15.041). LUCIA REGINA DE PAULA DUARTE
E/SUBE/CRE(05.15.041). JOSE AUGUSTO ORTIZ ALEXANDRE - E/SUBE/CRE(05.15.045). CATERINA RIZZO E/SUBE/CRE(05.15.045). SILVIO UBIRATAN CORREA - E/SUBE/CRE(05.15.045). MICHELLE TAVARES DE
VASCONCELOS
PAIVA
E/SUBE/CRE(05.15.045).
LILIANE
HENRIQUES
FERNANDES
E/SUBE/CRE(05.15.045). NIVEA MUNHAO VILAS BOAS DE MAGALHAES - E/SUBE/CRE(05.15.045). MARIA
AUXILIADORA PEREIRA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(05.15.047). LUCIANO PALMARES DE SOUZA E/SUBE/CRE(05.15.052). ANDERSON CARLOS DOS SANTOS BAPTISTA - E/SUBE/CRE(05.15.060). ADECI
ALEXANDRE DE MESQUITA - E/SUBE/CRE(05.15.062). JOSÉ AUGUSTO ORTIZ ALEXANDRE - E/SUBE/CED
(05.15.045). ALEXANDRE NEVES LOPES - E/SUBE/CED (05.14.022). SINARA GONÇALVES S. COLLODETTI E/SUBE/CED (05.14.032). REGINA CELIA DUARTE COUTO - E/SUBE/CED (05.15.038). ROSANE PRAÇA DE
MATTOS - E/SUBE/CED (05.15.039). VANESSA DUPHEIM PINHEIRO - E/SUBE/CED (05.15.039). LUIZ
CLÁUDIO ESPÍRITO SANTO DE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (05.15.055).
6
E/SUBE/6ª CRE
MARCIA CRISTINA BRAHIM DA SILVA JUNQUEIRO - E/SUBE/CRE(06.22.002). ALBANETE REIS GONCALVES
- E/SUBE/CRE(06.22.003). GILMAR DA SILVA COSTA - E/SUBE/CRE(06.22.005). EDNA ALVES CARNEIRO E/SUBE/CRE(06.22.005). LUIS CLAUDIO RANGEL SUHETT - E/SUBE/CRE(06.22.006). CHRISTIAN SILVA
MOTTA - E/SUBE/CRE(06.22.006). NIVEA MUNIZ VIEIRA - E/SUBE/CRE(06.22.006). FABIO MELO GARCIA
DA CRUZ - E/SUBE/CRE(06.22.007). LUCIANA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.22.007). MARIA CRISTINA
CHAGAS LEITE - E/SUBE/CRE(06.22.008). LAURINEIDE DE FRANCA SOARES - E/SUBE/CRE(06.22.008).
MARA IONE GOMES GALVAO PINTO - E/SUBE/CRE(06.22.008). ZULEIKA CARDOSO DEGANI E/SUBE/CRE(06.22.009). GLORIA MARIA DE SOUZA PADILHA - E/SUBE/CRE(06.22.011). JACQUELINE
BENTO MARQUES PEREIRA - E/SUBE/CRE(06.22.014). SANDRA BIANCHI AGUIAR RAPOSO E/SUBE/CRE(06.22.014). ALICE VILAS SINTZ - E/SUBE/CRE(06.22.016). FATIMA FIGUEIRA CONTREIRAS E/SUBE/CRE(06.22.018). EDIMAR FERNANDES DA SILVA - E/SUBE/CRE(06.22.019). RENATA MARIA
FERREIRA DA COSTA SANTOS - E/SUBE/CRE(06.22.020). SONIA MARIA DA SILVA OLIVEIRA E/SUBE/CRE(06.22.022). LUIZ OTAVIO CRUZ - E/SUBE/CRE(06.22.022). MARCELO MOURA FERREIRA E/SUBE/CRE(06.22.022). RAFAEL ALVES ROSSI - E/SUBE/CRE(06.22.024). CAROLINE RANGEL CHAVES E/SUBE/CRE(06.22.024). ELGA CONCEICAO DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(06.22.026). MEIRE CRISTINA
LIMA LOBATO - E/SUBE/CRE(06.22.027). MARCIA SOUSA COELHO - E/SUBE/CRE(06.25.002). ROBERTO
PEREIRA LIMA - E/SUBE/CRE(06.25.003). IVANIRA SOUZA LEITE - E/SUBE/CRE(06.25.005). REGINA DE
FATIMA DE MATTOS LINS VAZ - E/SUBE/CRE(06.25.011). ANA CLAUDIA ABRANTES DA SILVA E/SUBE/CRE(06.25.016). BERNARDO REGIS GUIMARAES DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.25.018). MARIA
IOLANDA MARANDOLA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(06.25.021). IURI RODRIGO DO NASCIMENTO E/SUBE/CRE(06.25.027).SUMARA DA COSTA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(06.25.027). LUCIENE PEREIRA
MARTINS - E/SUBE/CRE(06.25.031). SIMONE PEREIRA DE SANTANA - E/SUBE/CRE(06.25.032). DOUGLAS
DE SOUZA OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.25.205). ANDREIA COSTA MENEZES - E/SUBE/CRE(06.25.205).
CLAUDIA QUEIROZ DE SOUZA SANTOS - E/SUBE/CRE(06.25.206). GISELE CARDOSO CORDEIRO E/SUBE/CRE(06.25.501). VÂNIA LÚCIA DE SÁ SOARES - E/SUBE/CED (06. 25.502). JOYCE CARVALHO DE
SOUZA - E/SUBE/CED (06. 25.501). ROSÂNGELA DIAS LAMOGLIA BRANDÃO – E/SUBE/CED (06.25.204).
JEANE TOSI SIQUEIRA - E/SUBE/CED (06.22.012). LAROZE PEREIRA LOPES - E/SUBE/CED (06.22.010).
ALINE GONÇALVES CORRÊA - E/SUBE/CED (06.25.026). TATIANA SANTOS RABELLO - E/SUBE/CED
(06.22.008). SIMONE GAMA DE ARAÚJO - E/SUBE/CED (06.25.004). MAURO LUIZ SILVA SANTANA E/SUBE/CED (06.25.031). LÍGIA ALVES DOS SANTOS SOUZA - E/SUBE/CED (06.22.007). VIVIAN E TEIXEIRA
DE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (06.22.026). LUCIO MAURO DE SOUZA FRANCISCO - E/SUBE/CED (06.25.005).
7
E/SUBE/7ª CRE
MICHEL VIEIRA DE LIMA E SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.027). FERNANDA MARTINS CORDEIRO ALVES E/SUBE/CRE(07.16.027). CARLA BISPO AZEVEDO - E/SUBE/CRE(07.16.028). KELLY CRISTINA BARBOZA DA
SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.030). PATRICIA DOS SANTOS CORREA - E/SUBE/CRE(07.16.033). ADRIANA
PIRES MARCIAL - E/SUBE/CRE(07.16.039). CARLOS JORGE DA SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.046). PAULA
FERREIRA FALHEIRO - E/SUBE/CRE(07.16.501). DORA HELENA PAPIER BANDEIRA DE MELLO E/SUBE/CRE(07.24.004). HELSON PATURY E SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.008). SILVINA MARIA LEAL DE
SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.008). EVANILDA RODRIGUES SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.010). WANDA
AURORA DE SOUZA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(07.34.502).DENISE MARIA CARVALHO BARBOSA E/SUBE/CED (07.16.033). FLÁVIA FRANCISCA DA SILVA - E/SUBE/CED (07.16.609). MARIANA CARDOSO
ALVES DA COSTA FRANCO - E/SUBE/CED (07.16.210). SÔNIA IGNARRA - E/SUBE/CED (07.24.008).
EVANILDA RODRIGUES SOUZA - E/SUBE/CED (07.24.010). DENISE REIS LIMA - E/SUBE/CED (07.16.048).
ANDRÉ LOUREIRO RIBEIRO DE BARROS - E/SUBE/CED ( 257.062.0). MARYNÊS MEIRELLES - E/SUBE/CED
(07.24.005). VALDEIRDA COSTA LOBO - E/SUBE/CED ( 07.16.040). VALÉRIA BRAUNS CAZELGRANDI
SOUTINHO - E/SUBE/CED (07.16.003).MARIA GRACINDO CARDOSO GARCIA CONDE - E/SUBE/CED (07.24.014).
E/SUBE/8ªCRE
DAGOBERTO BUARQUE DE ASSIS - E/SUBE/CRE(08.17.012). LUCAS DA SILVA BARBOZA E/SUBE/CRE(08.17.012). SUELI CARDOZO ARRABAL FERNANDES - E/SUBE/CRE(08.17.013). MAICON DOS
SANTOS DI CARLANTONIO DE CASTRO - E/SUBE/CRE(08.17.016). DANIEL DE CASTRO FERNANDES
COELHO - E/SUBE/CRE(08.17.016). VANESSA BARRETO XAVIER - E/SUBE/CRE(08.17.019). CHRISTINA
FERREIRA GONCALVES - E/SUBE/CRE(08.17.027). SELMA MELO DE PINHO - E/SUBE/CRE(08.17.035). ANA
MARIA QUINTA NOGUEIRA - E/SUBE/CRE(08.17.041). DEBORA ASSIS DOS SANTOS E/SUBE/CRE(08.17.041). SIMPSON DE BRITO MELO BAUMANN - E/SUBE/CRE(08.17.048). MARIA INES
FREITAS DA SILVA DANTAS - E/SUBE/CRE(08.17.048). AMANDA CARVALHAL RABELLO E/SUBE/CRE(08.17.050). NEUZA DE ANDRADE SILVA E/SUBE/CRE(08.17.054). FERNANDO TORRES DE
ANDRADE - E/SUBE/CRE(08.17.056). MONICA DOS SANTOS MARINHO NUNES - E/SUBE/CRE(08.17.070).
ANNA CAROLINA MENDONCA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.17.075). ELZA LUCIA MOREIRA DA SILVA E/SUBE/CRE(08.17.501). THAIS DO AMARAL E SILVA FERREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.001). VILMA SOUZA
DA SILVA - E/SUBE/CRE(08.33.007). DANIELE CRESPO DE MORAIS - E/SUBE/CRE(08.33.011). MARILENE
GIL PORTELLA LIMA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(08.33.012). SIMONE FONTES DE SOUSA RIBEIRO E/SUBE/CRE(08.33.012). MONICA SILVA DO AMARAL - E/SUBE/CRE(08.33.012). MARCELUS SILVA DA
SILVEIRA - E/SUBE/CRE(08.33.017). ANGELA CRISTNA DE QUEIROZ CHAVES - E/SUBE/CRE(08.33.018).
MARISA COSTA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.021). MARIA CIDALIA PIRES PEREIRA MOTA CAMPOS E/SUBE/CRE(08.33.021). SANDRA MENDONCA DO NASCIMENTO - E/SUBE/CRE(08.33.022). ARLAN DA
COSTA MARCELLO - E/SUBE/CRE(08.33.022). PAULO COUTO CORREA - E/SUBE/CRE(08.33.026). LUIS
FERNANDO DIAS DA SILVA - E/SUBE/CRE(08.33.030). LUCIA BATISTA BANDEIRA -
8
E/SUBE/8ªCRE
E/SUBE/CRE(08.33.031). EMILIA GIORDANO - E/SUBE/CRE(08.33.031). PAULO ROBERTO MONSORES DA
MOTTA JUNIOR - E/SUBE/CRE(08.33.033). SILVIA REGINA D ASSIS SANTOS - E/SUBE/CRE(08.33.033).
IRISNETE MENDONCA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.034). SUZANA OLIVEIRA DE SOUZA E/SUBE/CRE(08.33.034). ALESSANDRA CARLA CARDOSO DE SOUZA - E/SUBE/CRE(08.33.040). ANA
PAULA DA COSTA MOREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.040). CHRISTINA SIMONIN LAURIANO E/SUBE/CRE(08.33.048). LEDA MARIA CIDONIO - E/SUBE/CRE(08.33.201). REJANE DA SILVA DE OLIVEIRA
RODRIGUES DE ALVARENGA - E/SUBE/CRE(08.33.602). PAULO COUTO CORRÊA - E/SUBE/CED
(08.33.026). ANA CLAUDIA T. BARCELLOS - E/SUBE/CED (08.17.503). VIVIANE MENEZES MAINENTI E/SUBE/CED(08.17021).REGINA M. FERNANDES - E/SUBE/CED (08.17.013). LEILA BRASIL COUTINHO E/SUBE/CED(08.33.018). MARIA LUIZA DE A. KRAFZIK - E/SUBE/CED (08.33.011).JOÃO RODRIGO
MAGALHÃES VAZ - E/SUBE/CED (08.33.016). REGINA MARQUES FERNANDES - E/SUBE/CED (10.19.019).
E/SUBE/9ª CRE
ROSANA DE OLIVEIRA SILVA DE SOUTO - E/SUBE/CRE(09.18.002). SERGIO FERNANDES PICCOLI E/SUBE/CRE(09.18.006). URSULA DA CRUZ SANTOS - E/SUBE/CRE(09.18.006). CAMILE LAUDEAUZER DE
CARVALHO ALVES - E/SUBE/CRE(09.18.006). ELIANE DA SILVA LIMA - E/SUBE/CRE(09.18.007). SERGIO
VEIGA FERREIRA - E/SUBE/CRE(09.18.010). CATIA CRISTINA MOFATO FRADE DA SILVA
E/SUBE/CRE(09.18.010). LUCI REGINA DA SILVA - E/SUBE/CRE(09.18.011). JULIO CESAR NOGUEIRA E/SUBE/CRE(09.18.013). SOLANGE DA SILVA GUIMARAES - E/SUBE/CRE(09.18.020). MARIA NAZARETH
PONTES - E/SUBE/CRE(09.18.020). GISELI VIANA VAZ - E/SUBE/CRE(09.18.020). GLORIA REGINA DE
SOUZA SANTOS MACEDO - E/SUBE/CRE(09.18.020). JORGE LUIZ RIBEIRO DE LIMA E/SUBE/CRE(09.18.026). ANA MARIA DOS SANTOS PINTO - E/SUBE/CRE(09.18.027). ROSANA HUGUENIN
DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(09.18.032). MONICA MENDES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.033). MARIA
ELIANE PIMENTEL CORTES - E/SUBE/CRE(09.18.033). BRUNO GOMES HOSP - E/SUBE/CRE(09.18.034).
LUIS FELIPE CHAGAS DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.036). LAURENTINA MENEZES VALENTIM E/SUBE/CRE(09.18.042). DANIEL SANTOS ALVES DA SILVA - E/SUBE/CRE(09.18.045). SABRINA DA SILVA
MELLO - E/SUBE/CRE(09.18.048). VALDETE AMARAL BRITO DE AS - E/SUBE/CRE(09.18.049). ROSIMARY
NUNES DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(09.18.050). CLAUDIA DOS SANTOS FERREIRA MATOS MESQUITA UBE/CRE(09.18.059). ALINE DA SILVA PASSAU - E/SUBE/CRE(09.18.061). ABRAHAO JOSE ALVES FILHO E/SUBE/CRE(09.18.070). ELISA FARIAS DE OLIVEIRA LIMA - E/SUBE/CRE(09.18.071). REINALDO SANTOS DE
CARVALHO - E/SUBE/CRE(09.18.075). SHIRLEY RODRIGUES FERREIRA - E/SUBE/CRE(09.18.076). ARI DE
BRITO BAPTISTA - E/SUBE/CRE(09.18.077). LOUYZE MARTINS GOMES - E/SUBE/CRE(09.18.077). JANE
CORREA BRANDAO - E/SUBE/CRE(09.18.078). CRISTINA JOSE REIGOTO NUNES - E/SUBE/CRE(09.18.083).
CARLOS EDUARDO DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.083). ALINE DE ALMEIDA MONTEIRO E/SUBE/CRE(09.18.086). FABIANA DOS SANTOS DE OLIVEIRA- E/SUBE/CRE(09.18.086). ROSANGELA
MATTOS DE CARVALHO - E/SUBE/CRE(09.18.088) . VIVIANE CRISTINA DA SILVA DE OLIVEIRA -
9
E/SUBE/9ª CRE
E/SUBE/CRE(09.18.205). CASSIA MARIA FERNANDES IZUMI - E/SUBE/CRE(09.18.501). JOAO
RICARDO BRAGA DE PINHO - E/SUBE/CRE(09.18.504). PEDRO JERONIMO RODRIGUES BAPTISTA
- E/SUBE/CRE(09.18.510). ANA CRISTINA MOREIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(09.18.803).
WLADMIR D’ OLIVEIRA HERCULES - E/SUBE/CED(09.18.506). AMANDA TEIXEIRA DOS SANTOS E/SUBE/CED (09.18.032). SANDRA DA SILVA GUIMARÃES - E/SUBE/CED (09.18.061). DIENE EIRAS
DINIZ - E/SUBE/CED (09.18.091).
E/SUBE/10ª CRE
PATRICIA MATOS IBRAHIM - E/SUBE/CRE(10.19.005). JORGE PAULO PEREIRA DOS SANTOS E/SUBE/CRE(10.19.007). LEILA FARAH ATALLAH - E/SUBE/CRE(10.19.008). MARILIA DE CASTRO ROSA
TARGUETA - E/SUBE/CRE(10.19.016). RONISIA MORAES MACHADO DA SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.016).
MARIA LUCIA DE OLIVEIRA DA CONCEICAO - E/SUBE/CRE(10.19.018). LUIZ PAULO DA SILVA E/SUBE/CRE(10.19.021). ZILDA GOMES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(10.19.024). ANDRE LUIZ DE MACEDO
E/SUBE/CRE(10.19.031). CLAUDIA DE SA AMARO - E/SUBE/CRE(10.19.037). ANA LUIZA KARAM DA
COSTA MIGUEL ALVES MARQUES - E/SUBE/CRE(10.19.039). ANTONIO CARLOS BATISTA SUZANO E/SUBE/CRE(10.19.045).1010 MARLIZE RIBEIRO SILVA DA MATTA - E/SUBE/CRE(10.19.045). SINVALDO
DO NASCIMENTO SOUZA - E/SUBE/CRE(10.19.047). ODAIR DA CUNHA GARCIA - E/SUBE/CRE(10.19.047).
NORMA SUELI BATISTA DE SANTANA - E/SUBE/CRE(10.19.047). MARIA EDNA SANTANA E/SUBE/CRE(10.19.052). NADJA GARCIA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(10.19.055). WAILA VIEIRA GOMES E/SUBE/CRE(10.19.057). JULIO CESAR REGADAS DE ASSUNCAO - E/SUBE/CRE(10.19.062). LEILA MARIA
DA SILVA CUNHA - E/SUBE/CRE(10.19.062) - RENATA MACEDO MAIA DA SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.201).
MARCOS ALEXANDRE PONTES DE MEDEIROS - E/SUBE/CRE(10.19.201). MARINA ISABEL BRESSANE
RESENDE GUIMARAES - E/SUBE/CRE(10.19.202). CLAUDIA MEDINA DE ALMEIDA RIBEIRO E/SUBE/CRE(10.19.202). RAFAEL CARVALHO SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.205). FERNANDA DO
NASCIMENTO MAIA - E/SUBE/CRE(10.19.206). CARLA NUNES CURSINO - E/SUBE/CRE(10.19.210). ELIETE
FERREIRA PIRES - E/SUBE/CRE(10.19.611). MARIA CELINA SILVA FREIRE GENTIL E/SUBE/CRE(10.26.001). MONICA MAZZA DE MATTOS - E/SUBE/CRE(10.26.008). KALIL MIGUEL SAAD
NETO - E/SUBE/CRE(10.26.010). CARLOS ALBERTO DOS SANTOS RIBEIRO - E/SUBE/CRE(10.26.016).
ALINE SCRIBELK DE C. MACIEL - E/SUBE/CRE(10.26.018). CLAUDENIR CAZATI PEREIRA E/SUBE/CRE(10.26.021). SIMONE PINTO DE ASSIS CORREA - E/SUBE/CRE(10.26.201). FABIANO SCANZI
CASTELLO RIBEIRO - E/SUBE/CRE( 10.19.037). LUIZ FELIPE VIEIRA FERRÃO - E/SUBE/CRE (10.19.058).
TEREZA HELENA NUNES FONSECA - E/SUBE/CRE (10.19.035). MÔNICA JORDÃO REIS DA SILVA E/SUBE/CRE (10.19.007). VÂNIA MARIA MACHADO DE ARAÚJO - E/SUBE/CRE (10.26.013).
10
Carta de Princípios Escolares para um mundo sustentável
Com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio +20, a Secretaria Municipal de Educação, por meio de discussões
com as 1.069 escolas da rede municipal, elaborou a Carta de Princípios Escolares
para um Mundo Sustentável. Com o objetivo de criar novos hábitos nos alunos,
tornando-os cidadãos conscientes e preocupados com a questão da sustentabilidade, o
documento lista 20 princípios que devem ser executados pela Rede nos próximos anos.
Desde 2009, a Secretaria vem trabalhando o tema da sustentabilidade em todas
as unidades da Prefeitura, por meio dos Cadernos Pedagógicos e das Orientações
Curriculares, que são distribuídos para todos os professores e alunos do 1º ao 9º ano
do Ensino Fundamental. Em setembro de 2011, a Secretaria realizou o seminário
Sustentabilidades e a Sala de Aula: Valores Éticos e Formação Cidadã, já como um
processo de preparação para a Rio +20. Nesse contexto, foi também promovido um
fórum de discussões com todas as escolas, a partir do qual foi elaborado um conjunto
de ações para serem executadas pela Secretaria e por toda a comunidade escolar.
Além disso, durante o mês de realização da Rio +20, os professores e alunos do
1º ao 5º ano receberão a Cartilha de Sustentabilidade. Já os professores do 6º ao 9º
ano vão receber um documento, que consiste nos resultados do seminário
Sustentabilidades e a Sala de Aula: valores Éticos e Formação Cidadã.
Entendemos que é durante o Ensino Fundamental que os alunos constroem seus
valores individuais e, por isso, todos os temas que dizem respeito a uma ética frente a
nossos contemporâneos e às futuras gerações devem ser trabalhados. Mais do que
garantir o acesso de nossas crianças às salas de aula, com uma educação de
qualidade, queremos garantir que todas tenham direito a um futuro melhor, formando,
assim, jovens autônomos, competentes e solidários.
Claudia Costin
Secretária Municipal de Educação
11
School Charter – Principles for a Sustainable World
On the verge of Rio +20 United Nations Conference on Sustainable Development,
Rio de Janeiro Municipal Secretariat of Education promoted a series of discussions
gathering all schools run by the city government (a total of 1,069), which resulted in a
document that sets forth 20 principles to be adopted and accomplished by the
Municipal Educational System throughout the following years. This is called The
School Charter – Principles for a Sustainable World and it aims at helping students
adopt new habits and become citizens who are aware of how relevant an issue
sustainability is.
Since 2009, following the Curriculum Guidelines, all municipal schools have been
discussing sustainability issues, which are included in the pedagogical materials
developed for teachers and students from the 1st to the 9th grade. In September 2011,
the Sustainability and the Classroom Seminar: ethical values and citizenship was held
by Rio de Janeiro Municipal Secretariat of Education as a preparation for the main
event, Rio + 20 United Nations Conference. During the seminar a discussion forum
was established resulting in a set of actions to be implemented by the municipal
schools in cooperation with the Municipal Secretariat of Education.
Furthermore, in the month of Rio + 20 Conference, first to fifth grade teachers and
their students will receive a handbook on sustainability. Likewise, The School Charter Principles for a Sustainable World, the approved document from Sustainability and the
Classroom Seminar: ethical values and citizenship, shall be distributed to teachers and
students from the sixth to the ninth grade.
We all bear in mind that it is along Primary and Secondary Schools that pupils build up
their moral values. Hence, all issues concerning ethical responsibility towards
contemporary and future generations must be explored. Thus more than ensuring all
children have access to basic education of high quality, we want to ensure their right to
a better future. Our role is to improve young people's autonomy and strengthen their
competences as well as to foster attitudes of solidarity.
Claudia Costin
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AGRADECIMENTOS
O presente livro é resultado de um trabalho coletivo. De nada nos adiantariam, atuando
em educação pública, todos os sonhos que acalentamos, todos os desafios que nos movem,
não fosse a possibilidade de realizar sonhos e de vencer desafios que o trabalho coletivo
permite. Este trabalho foi parte de nossos sonhos, foi desafio a enfrentarmos e vencermos.
Hoje, é sonho realizado, mais uma etapa vencida, graças à força realizadora que tem o
trabalho coletivo de produzir bens comuns. Este livro é um bem comum.
Sonho realizado, desafio vencido, é hora de agradecermos. Nosso primeiro
agradecimento, todo especial, vai para as Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino do
Rio de Janeiro, que, através de seus professores, alunos, pais e responsáveis, direção e
funcionários, participaram da realização deste livro.
Agradecemos aos colegas do Nível Central da Secretaria Municipal de Educação – SME
pelo competente e indispensável apoio que deram à realização do fórum Sustentabilidades e a
sala de aula: valores éticos e formação cidadã, ocorrido nos dias 13 e 14 de setembro de 2011.
E, também, às Coordenadorias Regionais de Educação – CRE, parceiras em todos os
momentos e neste, em especial, por intermédio de suas Gerências de Educação (GED),
parceria fundamental sempre e especialmente em todas as etapas de concretização desse
sonho.
Agradecemos, ainda, a nossos valiosos colaboradores:
• Revista Ciência Hoje, representada pela Profª Maria Del Carmen Guadalupe Chude,
Diretora Pedagógica do Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE);
• FIRJAN, por intermédio do Sr. Luiz Augusto Azevedo, Gerente de Meio Ambiente, da
Srª Carolina Zoccoli Carneiro, da Equipe de Meio Ambiente e da Srª Cláudia do Canto
Wilkoszynski, Analista de Projetos Especiais.
Agradecemos, por fim, e de modo especialíssimo, aos palestrantes dos dois dias do
fórum, Profª Anice Esteves Afonso, Prof. Dr. Haroldo Mattos de Lemos, Prof. Dr. Jacques
Marcovitch, Prof. Dr. José Carlos Milléo, Prof. Lincoln Tavares Silva, Prof. Dr. Luiz Felipe
Guanaes Rego, Prof. Dr. Manoel Martins de Santana Filho, Profª Drª Maria Teresa Tedesco
Vilardo Abreu, Sr. Matthews Shirts, Prof. Dr. Sergio Besserman e Prof. Dr. Silvério de Paiva
Freitas pelas ideias e pelas palavras que iluminaram as cabeças e confortaram os corações de
todos os participantes.
A todas e a todos o nosso reconhecimento pela realização e pela construção coletiva de
um bem comum, pela renovação de nossa capacidade de sonhar e de enfrentar os novos
desafios, para fazer o que se impõe ser feito. Que este bem comum se faça semente e que a
semente germine e possa gerar seus bons frutos: outros bens comuns.
Equipe da Coordenadoria de Educação
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Sumário
1. Artigos
1.1 Integrando sustentabilidades: temas para um debate sobre Educação Ambiental ...................... 15
1.2 A sustentabilidade escolar fazendo escola nas sustentabilidades da vida .................................... 21
1.3 Desenvolvimento Sustentável ........................................................................................................ 25
1.4 Sustentabilidade ............................................................................................................................. 30
1.5 A construção da sustentabilidade em sala de aula ......................................................................... 41
1.6 Reconsiderando a questão demográfica e sua relação com a sustentabilidade ............................ 46
1.7 O socioambiental: escola, casa e comunidade como unidades de partilha de vida........................ 54
1.8 A sustentabilidade na escola – uma proposta prática ................................................................... 61
1.9 Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã ............................. 65
1.10 Empresas viáveis, cidades sustentáveis ........................................................................................ 70
2. Princípios Escolares para um mundo sustentável..................................................................................... 73
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Integrando sustentabilidades: temas para um debate sobre Educação Ambiental
Professora e Mestre Anice Esteves Afonso
Professora da Faculdade de Formação de Professores/Departamento de Geografia e
Doutoranda em Geografia no Programa de Pós-Graduação em Geografia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
O debate acerca das responsabilidades escolares é amplo e a Educação Ambiental
(EA) vem se firmando como mais uma delas. Não há, porém, um consenso entre os
profissionais na escola sobre como isso deve ocorrer ou sob responsabilidade de
quem. Proposta para ser inserida no currículo como tema transversal de caráter
interdisciplinar, corre o risco de ser tratada a partir do senso comum, sem o necessário
aprofundamento teórico e metodológico.
O campo ambiental vem se consolidando como científico há décadas. Os discursos
relacionados à causa ambiental estão associados a concepções e sensibilidades
variadas. Alguns dos discursos intrínsecos ao campo ambiental derivam de influências
culturais vindas de outros momentos históricos, grupos sociais distintos e suas formas
de ver o mundo. Essas perspectivas foram sendo reelaboradas na medida em que as
transformações no espaço natural e nas relações sociais criaram situações novas,
reações sociais, rearranjos espaciais e de poder distintos.
Nos últimos 50 anos, diversos eventos marcantes contribuíram para sustentar ações
políticas cada vez mais estruturadas em relação à problemática ambiental. O caráter
político do movimento ecologista se configurou mais claramente por volta dos anos
1960, especialmente nos países mais industrializados, em que o nível de degradação
(sócio) ambiental era mais expressivo. No entanto, a dimensão e visibilidade das
reivindicações ambientais se disseminaram no plano internacional rapidamente.
Pressões sociais convergiram e levaram ao surgimento de organismos ambientais,
legislação específica e associações civis voltadas à questão ambiental em todo o
mundo. Tais pressões levaram a ONU, em 1972, a criar o PNUMA (Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente) que apoiou, desde então, as conferências
internacionais sobre Meio Ambiente. A partir dos anos 1980, o discurso ambiental se
tornou socialmente mais disseminado. Multiplicaram-se as chamadas Organizações
Não Governamentais (ONGs) e partidos políticos ligados aos movimentos
ambientalistas que passaram sistematicamente a denunciar problemas e a pressionar
governos em defesa da causa ecológica.
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Em 1987, foi apresentado o “Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum”, no qual foi
introduzido o conceito de desenvolvimento sustentável. A ideia geral seria a de
relacionar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, permitindo a
habitabilidade da Terra às gerações futuras. Apesar de o conceito ser muito aceito, há
quem o considere ineficaz por ter sido elaborado mais como uma estratégia para
sustentar o ‘desenvolvimento’ do que para viabilizar a proteção da Natureza.
Em função da pressão do movimento ambientalista internacional e interno, foi incluído,
na Constituição Brasileira de 1988, um capítulo sobre o meio ambiente, no qual a
Educação Ambiental (EA), em todos os níveis de ensino, passou a ser dever do Estado.
Atualmente, as políticas públicas de EA vêm sendo construídas no MMA e MEC –
ministérios do Meio Ambiente (perspectiva de EA não formal, a ser implementada por
empresas públicas e privadas, organizações não governamentais etc.) e Ministério da
Educação (perspectiva de EA formal, escolar).
Em 1992, realizou-se, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Eco-92. Os países participantes
elaboraram acordos internacionais para o controle das ações sobre o ambiente, entre
os quais se destacam a Agenda 21, um amplo programa de ações sustentáveis
relacionadas a diferentes aspectos ambientais, a serem implementadas durante o
século XXI pelos países signatários. Do ponto de vista institucional, a Declaração da
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi, ocorrida em
1997, é considerada um marco fundador da Educação Ambiental (EA) a nível
internacional.
Essas e outras conferências organizadas pela ONU e também no Brasil por instituições
como o Ministério do Meio Ambiente e o da Educação, colocaram em evidência a
importância de consolidar uma Agenda 21 Escolar, desde o nível nacional até o local.
Os requisitos para implementar tal iniciativa incluem a participação de segmentos
sociais ligados à coletividade escolar, para levantar problemas socioambientais
relevantes e sugerir alternativas de intervenção a fim de minimizá-los, sempre
buscando envolver o poder público, empresas, voluntários etc. Cabe ao educador
ambiental o conhecimento prévio das condições naturais, sociais e culturais
precedentes, a fim de não ser identificado como alguém com sugestões alienadas e
impróprias. O educador ambiental teria, ainda, o papel de mediar a interação entre os
participantes – alunos e membros da comunidade em geral – o que não é tarefa
simples: requer preparo profissional, tempo e condições materiais.
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A Lei Federal Nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
estipula que a EA deva ser promovida em todos os níveis de ensino. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) de 1996 sugerem o tratamento do tema “Meio
Ambiente” em abordagem transdisciplinar, considerando “os aspectos sociais,
econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos” a fim de possibilitar
uma visão integrada do ambiente da escala global à local. Em 1999, foi promulgada a
Lei Nº 9.795 de Política Nacional de Educação (PNEA), instituindo a obrigatoriedade
da EA em todos os níveis e modalidades de ensino, mas como uma prática educativa
integrada, sem a inclusão de uma disciplina de EA nos currículos escolares.
Percebe-se que, a nível institucional, a demanda pela EA vem se consolidando. Isso
também ocorre em diversos segmentos da sociedade e entre educadores em diferentes
níveis e meios. Tal demanda exige reflexões de caráter teórico e metodológico a fim de
situar a prática docente em educação ambiental, um campo tão vasto quanto polêmico.
Os que buscam atuar neste campo devem saber que são muitas as estratégias de
abordagem do tema, metodologias de trabalho, práticas pedagógicas e/ou políticas,
que variam conforme as concepções de Natureza, de Ambiente e mesmo de Educação
dos envolvidos.
Ponto de vista teórico- filosófico:
reconhecem-se
três perspectivas
de maior influência
no Brasil
MARXISTA, representada
por Carlos Frederico
Loureiro e Carlos Walter
Porto Gonçalves.
FENOMENOLÓGICA,
representada por
Michele Sato.
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HERMENÊUTICA,
representada por Isabel
Carvalho e Marcos
Reigota.
Do ponto de vista metodológico, destacam-se duas diretrizes que orientam as
estratégias docentes de EA:
a) na perspectiva comportamental, a ênfase é dada à realização de atividades
práticas (individuais e coletivas) para mitigar ou resolver problemas ambientais:
soluções técnicas como coleta seletiva e reciclagem de lixo, consumo ‘consciente’ de
água e energia, reflorestamento, plantio de hortas, proteção de mananciais etc.
b) na perspectiva atitudinal, prioriza-se discutir sociedade, ética e cidadania, o
que inclui questionar modelos de produção e consumo, exploração socioeconômica,
riscos e vulnerabilidade socioambientais, conflitos entre interesses privados e bens
públicos, modelos de sustentabilidade social e ambiental. Essa perspectiva tem
objetivos muito mais abrangentes e radicais, pois sugere novos atores políticos,
sensibilizados, mobilizados e estruturados para transformar a sociedade e reverter o
quadro de degradação socioambiental por ela gerado.
Na prática, o tratamento dado ao tema nas escolas tem enfrentado grandes desafios.
Do ponto de vista operacional, muitas das dificuldades resultam das características
atuais do magistério na maior parte do país (falta de tempo, de recursos, obrigação de
cumprir programas curriculares específicos, falta de apoio pedagógico e mesmo
institucional etc.). No entanto, há que também considerar o despreparo metodológico e
teórico de muitos educadores, já que, em sua maior parte, não possuem formação
específica para atuar em EA.
Isso talvez explique o predomínio do enfoque comportamental, ligado ao estímulo de
procedimentos mecânicos como reciclar lixo, não “poluir” o “ambiente”, plantio de
mudas etc – muitas vezes até bem sucedidos como modo de sensibilização para a
questão ecológica. Cabe aqui a crítica em relação ao uso do termo ‘conscientização’
ambiental: geralmente, os educandos estão conscientes dos riscos e da gravidade da
maior parte dos problemas ambientais, mas são absolutamente incapazes de reverter a
situação, decorrente de modelos políticos e de produção de agentes hegemônicos.
Acredito que toda ética e toda noção de cidadania pressupõem um conjunto de
comportamentos pró-ativos, mas também algumas restrições a que nos submetemos
em nome de algo maior ou de uma coletividade. A que ética ambiental e a que
sustentabilidade seremos solidários? Por um lado, a ética ambiental pode exigir
mais responsabilidade e mudanças de atitude no sentido de restringir padrões de
consumo, exigir cuidados com dejetos, limitar a expansão de áreas edificadas e
cultivadas a fim de preservar a biodiversidade, águas, ar e solos. Por outro lado, a
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sustentabilidade ambiental pode estar associada a benefícios sociais imediatos, como
redução de gastos com insumos – de energia e água a materiais de construção e papel
–, melhorias na qualidade de vida e novas oportunidades de geração de emprego e
obtenção de renda. Dessa relação cunhou-se a noção de sustentabilidade
socioambiental. Assim, sustentabilidade ambiental e social são aspectos que podem
– e devem – estar integrados.
Ao apresentar uma parcela das concepções que envolvem educação ambiental fica
claro que há grandes perspectivas para os educadores que acreditam poderem
mobilizar transformações culturais, sociais e institucionais através da EA. O fato desta
não ter um conteúdo programático pré-estabelecido e não estar inserida formalmente
na carga horária de nenhuma disciplina cria dificuldades, mas abre oportunidades: a
rigidez dos currículos oficiais não é tão grande que impeça o aproveitamento do volume
e diversidade de informações disponíveis sobre o tema. Na escola (ainda) é possível
estimular o pensamento crítico, a reflexão e a participação (cidadania).
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Referências bibliográficas
ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais: o caso do movimento por
justiça ambiental. Estudos Avançados. [online]. v. 24, n. 68. 2010. p. 103-119.
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias
da Educação Ambiental no Brasil. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2001. p. 229.
_______.Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 3 ed. São Paulo: Ed.
Cortez. 2008. p. 256.
LOUREIRO, Carlos Frederico; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo
Souza (Orgs.) Repensar a Educação Ambiental: um olhar crítico. São Paulo: Ed.
Cortez, 2009.
LOUREIRO, Carlos Frederico; TREIN, Eunice; TOZONI-REIS, Marília Freitas de
Campos; NOVICKI, Victor. Contribuições da Teoria Marxista para a Educação
Ambiental Crítica. Cad. Cedes, Campinas, vol. 29, n. 77, 2009. p. 81-97. Disponível
em http://www.cedes.unicamp.br
PEDRINI, Alexandre de Gusmão. As Políticas Públicas Nacionais com Educação
Ambiental no Brasil: evolução e perspectivas. (traduzido do inglês). In: AZEITEIRO,
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em http://www.cpd1.ufmt.br/gpea/pub/pedrini_pp_ea.pdf. Acesso realizado em junho de 2011.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da
globalização. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 2006.
REIGOTA, Marcos; POSSAS, Raquel & RIBEIRO, Adalberto (Orgs.). Trajetórias e
narrativas através da Educação Ambiental. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003.
SATO, Michele & CARVALHO, Isabel Cristina de Moura.
pesquisa e desafios. Ed. Artmed. 2005.
Educação Ambiental:
SCOTTO, Gabriela; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura; GUIMARÃES, Leandro
Belinaso. Desenvolvimento Sustentável. Petrópolis, Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2007.
TRISTÃO, Márcia. A educação ambiental na formação de professores: rede de
saberes. São Paulo: Ed. Annablume, 2004.
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A sustentabilidade escolar fazendo escola nas sustentabilidades da vida
Professor Doutor Carlos Fernando Galvão
Geógrafo, Doutor em Ciências Sociais e Organizador do Fórum
Sustentabilidades e a Sala de Aula: Valores Éticos e Formação Cidadã
Professor de Geografia da Coordenadoria de Educação da
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ)
Desenvolver é uma palavra cujo significado remete tanto ao ato de tornar alguma coisa
melhor, quanto ao ato ou efeito de suster algo ou alguém. Nesse sentido, termos como
“exploração desenfreada” ou “consumo sem limites” não podem mais ser a base das
ações e comportamentos das pessoas e das sociedades.
A Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro vem realizando uma
série de ações para que a prática pedagógica do professor e a aprendizagem de seu
conjunto de alunos, desde a Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental,
contemplem a nova visão/percepção de mundo, originada do conjunto de ideias e
estudos relativos às sustentabilidades. É o que mudará os comportamentos e é para
isso que trabalhamos, pedagogicamente, em sala de aula, em particular, e na
Secretaria Municipal de Educação, como um todo.
Desenvolver, segundo o Dicionário Houaiss, tanto pode ser o ato de fazer crescer,
tornar-se maior e/ou mais forte, mais volumoso, quanto pode ser o de tirar o que
envolve ou cobre (algo). Sustentável, baseando-nos na mesma fonte, é aquilo que pode
ser sustentado, o que é passível de sustentação – que, por sua vez, é o ato ou efeito
de sustentar-se, também podendo ser considerado como o ato ou efeito de
conservação. Em complemento, sustentáculo é o que sustém (algo), apoio ou suporte,
ao passo que sustentar é o mesmo que suportar, suster ou carregar um peso.
Isso posto, o que vem a ser “Desenvolvimento Sustentável” ou, como alguns preferem
chamar, “Sustentabilidades” (assim mesmo, no plural)? Em que tal conceito se baseia?
A quem beneficia? Quem dele deve fazer uso?
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O termo Ecologia, vindo do grego e que quer dizer “estudo da casa” (eco = casa; logos
= estudo), possui a mesma raiz filológica que Economia, “leis da casa” (eco = casa;
nomos = leis). Foi cunhado por Ernst Haeckel no livro Generelle Morphologie der
Organismen (1866). Haeckel era zoólogo, artista, escritor e professor de anatomia
comparada, mas, apenas em 1972, durante a realização da Conferência de Estocolmo,
Suécia, da ONU, o termo entrou, definitivamente, nas palavras de ordem dos
organismos governamentais e dos movimentos sociais. Não obstante, foi o evento
realizado na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, a “Eco 92”, que deu aos estudos e
trabalhos ecológicos o seu impulso significativo. Vários eventos mundiais foram
realizados desde então, tanto de modo indireto, como as conferências Habitat, da ONU,
quanto de modo direto, como a “Rio + 10”, que teve lugar na África do Sul, em 2002.
Neste ano, 2012, os olhares e as expectativas internacionais se voltam, uma vez mais,
para o Rio de Janeiro, sede da “Rio + 20”, entre os dias 20 e 22 de junho.
Os anos 1970 foram pródigos em ações na área ecológica, as quais, contudo, não
eram muito bem vistas pelas sociedades em geral, senão apenas por seus militantes,
posta a ignorância no sentido pleno da palavra, o de ignorar o quão importantes eram
os estudos ecológicos e suas ações. Isso era tanto verdade que os militantes
ambientalistas receberam, nesse período, a alcunha nada lisonjeira de “ecochatos”.
Sim, talvez alguns fossem, talvez alguns sejam, afinal, a chatura é inerente ao ser
humano. Mas... pensemos: todos os chatos são, realmente, “chatos”? Quer dizer,
existe ao menos um tipo, comumente classificado como chato mas, que, na verdade, é
um sujeito, não raro com uma visão de futuro mais apurada do que a média e que
percebe, hoje, não o que vai acontecer no futuro, mas possibilidades de consequências
futuras, pelo que estamos a fazer no presente?
O futuro não é, ele se possibiliza, dizia o filósofo existencialista francês Jean-Paul
Sartre e, na mesma toada, Paulo Freire afirmava que o mundo não é, está sendo. E
quais são nossas possibilidades futuras, quer dizer, quais são as possibilidades de
aprendermos, coletivamente, a usar racionalmente o planeta, tonando-o mais
aconchegante e, ao mesmo tempo... sustentável, em todas as várias formas de
sustentabilidade que podemos pensar e viver (econômica, cultural, política, ambiental etc.)?
22
Quem responde, socialmente, pela libertação de nossas mentes e corações de alguns
supostos desígnios do Deus Mercado? Do apelo ao consumo desenfreado, inclusive e,
às vezes, principalmente, do desejo por aquilo que não precisamos ter, o que só agrava
a situação ambiental, em todas as suas acepções? Afinal, trabalhar sensorial e
cognitivamente o Meio Ambiente é muito mais do que salvar as árvores! É isso, mas é
também salvar as próprias condições de manutenção e renovação de todas as formas
de vida do planeta, garantindo sua continuidade com qualidade. E, reforçando, é
garantir as condições de existência da vida, posto que, se, num rompante de loucura,
não alterarmos os caminhos que estamos trilhando, a situação ambiental da Terra
tornar-se-á difícil, senão impossível ao sustento da vida, tal como a conhecemos, tal
como a vivemos. Contudo, num laivo de sanidade, quem sabe as ações que resultaram
nesse livro possam evitar o desastre dessa morte não desejada por ninguém, mas
anunciada por muitos e tantas vezes? E que ações são essas?
Retomando a discussão do próprio conceito de “Desenvolvimento Sustentável” ou de
“Sustentabilidades” e considerando o desenvolvimento, inicialmente tomado em seu
significado menos conhecido, o de desembrulhar, o de descobrir algo, retirando-lhe o
envoltório, o que as sociedades humanas devem buscar é aquilo que, ambientalmente
falando, ainda não existe: um jeito de usufruir do planeta sem destruí-lo, preservando,
como dito acima, as condições de habitabilidade e vivência, e não apenas para nós,
mas para todas as formas de vida, já que a ação antrópica, ou seja, do Homem, afeta a
todos os demais seres vivos. Desde a Revolução Industrial, iniciamos um processo que
julgávamos sem limites: o de extrair o que chamamos de recursos naturais, processá-lo
industrialmente e vendê-lo comercialmente. Já vimos, porém, que esse modelo fordista,
de produção em massa, para uma exploração em massa, não é sustentável sob
qualquer aspecto em que seja analisado. Na pós ou na hipermodernidade tudo se
fragmentou, inclusive o conhecimento. Sabe-se cada vez mais coisas, entretanto,
talvez se saiba cada vez menos sobre elas. Concepções dialéticas dão lugar a
linearidades que só empobrecem o debate e limitam as ações, superespecializadas que
estão as ciências e as humanidades as quais, deste modo, veem muito bem uma
árvore sem ter noção do que seja a floresta.
Sem religarmos os saberes e sem que adotemos visões mais integradoras,
continuaremos a propor soluções pontuais para problemas sistêmicos. Não vai dar
certo, como não tem dado. O compromisso com as sustentabilidades não pode ser
uma busca por novas produtividades e lucros, mas sim uma busca por um novo
sentido de vida social, por um novo paradigma de satisfação das necessidades e
desejos humanos, numa expressão: por um mundo sustentável (a vida).
23
Referências bibliográficas
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1 ed. Instituto Antônio Houaiss de
Lexicografia. Rio de Janeiro: 2001.
GALVÃO, Carlos Fernando & MEFFE, Corinto. Democracia: do conceito à prática, da
representação à participação. São Paulo: Editora Claridade, 2010.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Agenda 21 Local – Resultados
Selecionados. Brasília, 2012.
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Desenvolvimento Sustentável
Doutora Glória Cristina da Silva Lemos
Doutorando Ismael Lourenço de Jesus Freitas
Professor Doutor Silvério de Paiva Freitas
Setor de Plantas Daninhas e Medicinais
do Laboratório de Fitotecnia do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias
(CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
A exploração econômica irracional dos recursos naturais pelo homem e o crescimento
rápido da população humana, especialmente nas regiões mais pobres, são os principais
fatores responsáveis pela destruição ambiental. Isto porque o aumento demográfico e/ou
o crescimento econômico no modelo atual predominante resulta em demanda cada vez
maior de recursos naturais para a produção de alimentos, roupas, casas, transportes e
tudo o mais relativo às necessidades da vida humana, cuja origem são matérias-primas
extraídas da natureza. Consequentemente, os recursos primários disponíveis na
natureza, resultantes de milhões de anos para se formarem, vão se esgotando em ritmo
acelerado. Não se pretende, em absoluto, que o homem deixe de utilizar os recursos da
natureza (isto nem seria possível). Pretende-se apenas que se faça utilização racional
do meio ambiente, de modo a preservá-lo para as gerações que nos sucederão (Costa
& Cjarup, 1992).
No final do século XX, presenciou-se o crescimento da conscientização em relação à
degradação do meio ambiente, decorrente do processo de desenvolvimento. O
aprofundamento da crise ambiental, juntamente com a reflexão sistemática sobre a
influência da sociedade neste processo, conduziu a um novo conceito – o de
desenvolvimento sustentável. Este conceito alcançou destaque inusitado a partir da
década de 1990, tornando-se um dos termos mais utilizados para se definir um novo
modelo de desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento sustentável que teve sua
origem no debate acadêmico iniciado em Estocolmo, em 1972, e consolidado, em 1992,
com a realização da Eco-92, defende que a satisfação das necessidades das gerações
atuais não pode comprometer a capacidade de satisfação das necessidades de gerações
futuras (Louzada, A. 2008).
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Entre todas as ocupações humanas, a agricultura tem lugar de destaque porque gera
emprego e riqueza, além de produzir fibras, celulose, madeira e os alimentos necessários
à produção da energia vital que garante a sobrevivência do ser humano, sua saúde e seu
pleno desenvolvimento. Entretanto, todas as atividades agrícolas interferem no
ecossistema de forma mais ou menos agressiva, e devem ser amenizadas pelo devido
planejamento e emprego de tecnologias disponíveis, a fim de garantir recursos naturais
para as próximas gerações. Todavia, o modelo econômico atual tem por base a
exploração predatória dos recursos naturais e é sustentado pela ideologia pragmática do
consumismo exacerbado, que chega a associar padrões de consumo com cidadania.
Assim, a sociedade consumista é anticonservacionista e torna-se responsável pela
degradação acelerada da natureza. O Informativo “Correio da UNESCO” no 7 de 1993,
coloca uma preocupação quanto às consequências do desperdício de alimentos e de
matérias-primas por parte das regiões mais ricas do Planeta Terra. O simples ato
cotidiano de deixar a torneira aberta, enquanto se escova os dentes, resulta em agressão
ao meio ambiente, pois a água para chegar até a torneira depende de infraestrutura de
captação (mais represas), tubulação (produz poluição desde a extração da matéria-prima
até a fase final da industrialização) e tratamento (produtos químicos), além dos
processos de distribuição, requerendo energia em todas as etapas.
O consumismo desenfreado das regiões industrializadas gera um desperdício
prejudicial aos povos de regiões em desenvolvimento: cada habitante dos países ricos
consome de 6 a 52 vezes mais carne; 10 a 35 vezes mais energia; 14 a 15 vezes mais
papel que cada habitante dos países em desenvolvimento. Além disso, uma infinidade
de objetos plásticos invade os rios e oceanos, matando, anualmente, cerca de dois
milhões de pássaros e 100 mil mamíferos marinhos que são atingidos por tais objetos
ou ficam presos neles (Almeida et al. 1986).
No Brasil, além do desperdício de 20% da produção de grãos e 30% da produção de
hortaliças e frutas, por causa de mau armazenamento, transporte inadequado e
negligência, existe o exemplo clássico de desperdício que ocorre diariamente na mesa
dos brasileiros. Supondo que durante uma refeição de 184 milhões de habitantes,
cada pessoa deixa no prato um grão de arroz e um de feijão, tem-se um
desperdício de 184 milhões de cada um dos grãos por refeição.
26
Considerando-se que um grama de arroz contém 32 grãos e um grama de feijão
contém quatro, determina-se que a perda anual seja de cerca de 5.750kg de arroz e
46.000kg de feijão por refeição. Para manter esse desperdício durante 365 dias,
observando-se a produtividade média dessas duas culturas, seria necessário cultivar
pelo menos 915ha de arroz e em torno de 27.450ha de feijão. A energia entra em
todas as etapas de produção, desde o preparo do solo até a colheita, além de
produtos químicos como fertilizantes, corretivos e defensivos agrícolas, que são
espalhados no ambiente (Costa & Cjarup, 1992).
O Brasil produziu em 2010 cerca de 153 milhões de toneladas de grãos (CONAB,
2011), quando seriam necessários 180 kg de grãos hab-1 ano-1 para uma boa
alimentação da população. Logo, bastaria destinar apenas 35 milhões de toneladas de
grãos para alimentar a população atual do Brasil, que é de 190.755.799 pessoas, ou
seja, menos de vinte e cinco por cento da produção de 2010 seria suficiente para que
não houvesse fome em nosso país.
O desenvolvimento sustentado associa a qualidade de vida de todos os seres
humanos à qualidade do meio ambiente, mas para que isto seja possível é
necessária a redução dos desperdícios e uma política de educação para todos, com
uma política econômica que permita melhor distribuição de renda.
Os produtores rurais, para atender à demanda de produtos exigidos pela população,
têm que proteger as plantas cultivadas, nas diversas regiões agrícolas do planeta, de
30.000 espécies de plantas daninhas (1.800 causam sérias perdas), de 3.000 espécies
de nematóides (100 causam severos danos), de 800.000 espécies de insetos (100.000
são devastadoras) e de 100.000 agentes causadores de doenças (fungos, bactérias,
vírus etc.) (ANDEF, 2008).
Outra preocupação que deve ser levada a sério numa agricultura racional é a
conservação do solo e da água. Segundo Mazuchowiski & Derspsch (1988), a
natureza leva, em média, 400 anos para formar um centímetro de solo. Assim, a terra
arável (30cm de profundidade) levou pelo menos 12.000 anos para se formar e não se
pode permitir que um manejo inadequado vá destruir essa riqueza em pouco tempo
devido à erosão, contaminação por agrotóxicos e/ou por outros danos.
O plantio direto surgiu como tecnologia alternativa para minimizar esses problemas.
Contudo, o êxito da tecnologia depende do fator humano, verificando-se que, para
obtenção da palhada usada no plantio direto, os produtores utilizam herbicidas sem a
preocupação ou o conhecimento necessário à tecnologia de aplicação destes produtos.
Os problemas aumentaram com a utilização das plantas transgênicas resistentes ao
glyphosate e devido ao aumento indiscriminado no uso dos agrotóxicos.
27
Atualmente, o mercado brasileiro de agrotóxicos é um dos maiores do mundo, com 107
empresas aptas a registrar produtos, representando 16% do mercado mundial.
Ressalta-se que a entrada desses produtos, em território nacional, aumentou 236%
entre 2000 e 2007, dentre os quais do total de agrotóxicos utilizados na agricultura,
55% são de herbicidas, 22% de inseticidas, 15% de fungicidas e 8% de outros. O Brasil
ocupa a terceira colocação no ranking mundial como consumidor de agrotóxicos,
superado apenas pelos Estados Unidos e Japão (ANDEF, 2008).
Os herbicidas, quando aplicados de modo indiscriminado, podem causar inúmeros
problemas como intoxicação do trabalhador, do consumidor, das plantas cultivadas,
contaminação do ar, do solo e da água, levar ao aparecimento de plantas daninhas
resistentes que, por sua vez, vão requerer elevação das doses e/ou de novos
produtos para o seu controle. A eliminação de inimigos naturais, de pragas, de
doenças e de plantas daninhas até então sem importância pode se transformar em
problemas sérios para a agricultura, por não terem mais seus competidores naturais e
pela redução da biodiversidade.
Esses problemas vêm preocupando pesquisadores do mundo inteiro, pois até o início
de 2010, já foram identificados 346 biótipos de plantas resistentes aos herbicidas com
diferentes mecanismos de ação. Entretanto, devido à mega utilização do glyphosate no
plantio direto, nas culturas transgênicas, resistentes ao glyphosate, na fruticultura e em
áreas não agrícolas, como a capina química urbana, a resistência ao glyphosate
passou a ser um sério problema no mundo, resultando, atualmente, em 19 espécies de
plantas daninhas resistentes ao glyphosate.
No Brasil, segundos dados do Conselho de Herbicidas – Consherb (2010), estima-se
uma área de 5,6 milhões de hectares infestados com plantas resistentes ao glyphosate,
das quais 3,3 milhões de ha com a Conyza spp (Buva), um milhão ha com Lolium
multiflorum (Azevém), 0,03 milhão ha Digitaria insularis (Capim-amargoso), entre
outras, onde os estados mais atingidos são Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso
do Sul.
Os critérios normalmente utilizados para analisar o desempenho dos projetos de
pesquisa relacionados à produção agrícola são relação custo-benefício, produtividade e
produção total, nem sempre considerados com a devida seriedade, nem com os
aspectos relacionados com a saúde pública e com os impactos ambientais, resultando
no surgimento de problemas sérios. Hoje, muitos projetos que foram considerados
como modelos de produção se transformaram em contribuição negativa para o meio
ambiente ou podem até mesmo se tornar uma catástrofe ecológica.
28
Na avaliação dos aspectos ecológicos, tanto a desconsideração como a
supervalorização do impacto ambiental, não são benéficas ao desenvolvimento
sustentável, uma vez que ambas analisam, exclusivamente, uma única face do problema.
Isto pode ocorrer devido à falta de conhecimento, negligência, intenções destrutivas ou
pelas consequências imprevisíveis das novas tecnologias. Assim sendo, o ensino, a
pesquisa e a extensão devem estar direcionados e integrados na busca de alternativas
viáveis para solucionar os problemas atuais em todos os setores da sociedade.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, F. W.; YOKOMIZO, Y.; FERREIRA, M. S. F.; ÚNGARO M. T .S.; PUGA, F.
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29
Sustentabilidade
Professor Doutor Haroldo Mattos de Lemos
Presidente do Instituto Brasil PNUMA
(Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
Professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Presidente do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
Superintendente do Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental ABNT/CB-38
Presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
Associação Comercial do Rio de Janeiro
1. Problemas Ambientais Globais: Desafios do Século XXI
Se fizermos um exercício de voltar no tempo, poderemos constatar as profundas
modificações que a raça humana provocou na Biosfera nos últimos dois séculos. A
população humana levou milhares de anos para atingir a marca de 1 bilhão de habitantes,
em 1802. Cerca de cem anos depois, em 1900, a população humana já somava 1,5
bilhão, e cem anos após, em 2000, a população já tinha atingido 6,1 bilhões de
habitantes. Isto é, aumentou seis vezes nos últimos 200 anos.
A economia mundial aumentou 10 vezes entre 1950 e 20001 e a produção industrial nos
anos 80 já era mais de sete vezes maior do que nos anos 50. A industrialização provocou
uma acelerada urbanização: em 1900, a população urbana do mundo era inferior a 1/3 da
população rural, mas em 2007 já era maior que a população rural.
População (bilhões)
1
2
3
4
5
6
Ano
1802
1928
1961
1974
1987
1999
Anos até o
próximo bilhão
126
33
13
13
12
?
Quadro 1 – A "explosão" populacional
30
Como consequência, a degradação do meio ambiente passou a produzir efeitos diretos
e claramente identificáveis sobre as comunidades, como dificuldades para servir água
potável à população, poluição dos rios e lagos pelos esgotos domésticos e industriais,
poluição do ar pelos sistemas de transportes e pelas indústrias e necessidade de
remover e tratar o lixo produzido pela população.
O crescimento da economia e da produção industrial resultou num ritmo de
consumo de recursos naturais maior do que o crescimento da população. Por
exemplo, enquanto no Século XX a população foi multiplicada por 4, o uso de água
para as atividades humanas cresceu 6 vezes. Como consequência, várias regiões do
mundo enfrentam hoje o problema da escassez de água.
A maioria dos pesqueiros mundiais estão sobre-explorados, isto é, estamos pescando
mais peixes do que eles conseguem se reproduzir. Um relatório produzido pelo Banco
Mundial e pela Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO,
divulgado no dia 8 de outubro de 2008, confirma a depleção dos estoques.
Pesqueiros e a frota pesqueira sobredimensionada são responsáveis por perdas
significativas nas operações de pesca marítima nos últimos anos. Recentemente, o
Canadá foi obrigado a fechar 40 mil empregos na área da pesca do bacalhau.
Em consequência do crescimento da população e do uso acelerado dos recursos
naturais, a humanidade vai enfrentar durante este Século XXI vários desafios
ambientais globais. Entre eles: o aquecimento global e suas consequências como a
elevação do nível dos mares; o esgotamento de recursos naturais importantes como o
petróleo e água, particularmente nas regiões em desenvolvimento em que a população
continua a crescer.
2. Desenvolvimento Sustentável
O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi cunhado pela Comissão Mundial
Independente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela Srª Gro Harlem
Brundtland, ex-Primeira Ministra da Noruega, que divulgou e apresentou às Nações
Unidas, em 1987, seu relatório final intitulado “Nosso Futuro Comum”. Nele, o
desenvolvimento sustentável foi definido como "Aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas
próprias necessidades".
31
O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito com o qual é fácil concordar,
pois é puro bom senso, mas é extremamente complexo e controvertido quando se tenta
aplicá-lo no nosso dia a dia. Para alcançarmos a sustentabilidade serão necessárias
mudanças fundamentais na nossa forma de pensar e na maneira como vivemos,
produzimos, consumimos etc.
3. A capacidade de suporte da Biosfera
Vamos analisar o funcionamento da nossa Biosfera. Recebemos de fora do nosso sistema
a energia solar, que é absorvida pelas plantas na terra e pelas algas no mar, sendo
transformada pela fotossíntese em energia química contida na estrutura vegetal formada.
A matéria orgânica vegetal e animal é um recurso renovável: alimentos como trigo e
arroz, combustíveis como madeira e álcool, materiais para vestimentas como algodão.
Na Biosfera temos recursos não renováveis como materiais (minério de ferro e outros)
e combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) que, juntamente com os
recursos renováveis da biomassa, são transformados em bens e serviços de que
precisamos para a nossa vida diária (alimentos, transportes etc.). Ao produzir estes
bens e serviços, geramos resíduos e poluição que, parcialmente tratados ou não, são
jogados na Biosfera para que sejam absorvidos. A produção de bens e serviços
também libera energia degradada em calor.
A disponibilidade de recursos (renováveis ou não) para transformarmos em bens e
serviços e a capacidade da Biosfera para assimilar resíduos e poluição formam o que
chamamos de capacidade de suporte da Terra.
4. Os três grandes desafios para o desenvolvimento sustentável
O que devemos fazer, na prática, para atingir o desenvolvimento sustentável? A nosso
ver, existem três grandes desafios que precisam ser superados.
a) Disponibilidade de Recursos Naturais
O primeiro desafio é garantir a disponibilidade de recursos naturais que transformamos
em bens e serviços necessários à nossa vida cotidiana. O alerta sobre a possibilidade
do esgotamento de recursos naturais estratégicos – que aconteceria por volta de 2050
32
– nos foi apresentado pelo Primeiro Relatório do Clube de Roma, “Limites do
Crescimento”, publicado em 1971, e confirmado pelo relatório “Além dos Limites",
publicado em 1992. Com relação à disponibilidade de recursos naturais, precisamos
fazer a distinção entre os recursos naturais renováveis e os não renováveis.
É fácil entender que estaremos usando os recursos renováveis de acordo com o
conceito de desenvolvimento sustentável, quando respeitarmos a velocidade de
renovação (ajudada artificialmente ou não) destes recursos. Por exemplo, se
plantarmos mais árvores do que cortarmos, ou se pescarmos, respeitando a velocidade
de reprodução dos peixes, estaremos na direção do desenvolvimento sustentável. Com
relação a estes dois exemplos, tanto no Brasil quanto no mundo, estamos no caminho
contrário ao da sustentabilidade, pois a derrubada de florestas nativas continua e os
estoques pesqueiros estão sendo drasticamente reduzidos.
Quanto aos recursos não renováveis, não podemos simplesmente deixar de utilizá-los
porque não são renováveis. Com o nível de consumo atual e com o crescimento projetado,
o petróleo deverá acabar dentro de 50 anos. Devemos utilizar os recursos não renováveis
de forma tal a permitir que tecnologias alternativas sejam desenvolvidas, em tempo, para
substituí-los quando começarem a ficar escassos. Assim, antes de atingir o limiar de
esgotamento do petróleo, já precisaremos dispor de alternativas e infraestrutura física
instalada para substituir o petróleo e seus derivados combustíveis.
b) Respeitar os limites da Biosfera para assimilar resíduos e poluição
Significa não jogar sobre a Biosfera resíduos e poluição (decorrentes da produção e
uso de bens e serviços) em quantidades e velocidade superiores à capacidade de
autodepuração da Biosfera. Esta capacidade de autodepuração depende da
biodegradabilidade do resíduo (quanto mais biodegradável, maior a capacidade de
assimilação), das condições locais, da quantidade de resíduo sendo lançada. O alerta
sobre este problema nos foi apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente – PNUMA, em 1982, em virtude do aparecimento dos Problemas
Ambientais Globais. De fato, as concentrações de vários tipos de resíduos e poluição
estão crescendo, tanto no ar quanto na água e nos solos.
33
c) Questão social: necessidade de redução da pobreza
O Terceiro Relatório do Clube de Roma, “Para uma Nova Ordem Internacional”,
divulgado em 1976, concluiu que “antes de atingirmos os limites físicos do nosso
planeta (significa a disponibilidade de recursos naturais e a capacidade da Biosfera
para absorver resíduos e poluição), ocorrerão graves convulsões sociais provocadas
pela grande desigualdade entre os países industrializados e os países pobres”.
Se aceitarmos que os desafios básicos e fundamentais para atingirmos o
desenvolvimento sustentável são os três mencionados acima, a definição dada pela
Comissão Brundtland pode ser ampliada para: "aquele que atende às necessidades do
presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas
próprias necessidades, respeitando a capacidade de suporte da Biosfera e reduzindo a
pobreza em nível mundial.” Qualquer tipo de atividade humana pode ser analisado à luz
destes três desafios, para verificar-se se está ou não na direção do desenvolvimento
sustentável.
5. Ações importantes para o Desenvolvimento Sustentável
Vamos discutir, a seguir, algumas ações estratégicas que são necessárias para iniciar a
transição na direção do desenvolvimento sustentável:
a) Estabilização da população mundial
As Nações Unidas estimam que a população mundial cresça cerca de 50% até 2050,
passando dos atuais 6.1 bilhões para 9.3 bilhões de habitantes (World Population
Prospects, The 2000 Revision, Divisão de População, Departamento de Economia e
Assuntos Sociais, Nações Unidas, Nova York, 2001). Como a população dos países
desenvolvidos deve permanecer estável, todo o crescimento populacional até 2050
acontecerá nos países em desenvolvimento, isto é, cerca de 3 bilhões de habitantes
adicionais. Se hoje, com pouco mais de seis bilhões de habitantes, já temos problemas
com a possibilidade de esgotamento de recursos naturais estratégicos e com a
quantidade de resíduos e poluição que jogamos diariamente na Biosfera, no futuro
estes problemas tendem a se agravar significativamente. Embora existam grandes
diferenças regionais, quanto mais rápido atingirmos a estabilização e quanto menor for
esta população, melhor.
34
b) Melhoria da educação em todos os níveis
Talvez a ação mais importante para nos ajudar a atingir o desenvolvimento
sustentável seja a melhoria da educação em todos os níveis, particularmente nos
países em desenvolvimento. Já vimos que a melhoria do nível de educação ajuda a
reduzir o crescimento populacional. É também fundamental para possibilitar que os
políticos possam adotar medidas de longo prazo, que muitas vezes impõem sacrifícios
em curto prazo, indispensáveis para o desenvolvimento sustentável.
c) Novo indicador de desenvolvimento
Os índices utilizados nos atuais Sistemas de Contabilidade Nacional para medir o
desenvolvimento econômico, como o Produto Interno Bruto, não refletem o
esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente. Se o PIB de um
país está "crescendo" em virtude da exploração cada vez mais rápida de sua única
reserva mineral (minério de ferro, por exemplo), a realidade só será sentida quando
houver esgotamento da reserva mineral, e a consequente queda do PIB. O Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento – PNUD, associa outros fatores, como expectativa de vida, grau de
alfabetização e mortalidade infantil ao PIB de um país, para evitar em parte o erro que
pode acontecer com a análise do PIB isoladamente. Mas também não leva em
consideração o esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio medindo,
desde 2002, Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Comissão de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. São 60 indicadores de quatro áreas:
econômica, ambiental, social e institucional.
d) Colocar a economia a favor da sustentabilidade
Significa fazer uma reforma tributária para taxar mais o que queremos reduzir (como
uso de recursos naturais escassos e geração de resíduos) e taxar menos o que
queremos aumentar (emprego e renda). Em 1994, a Noruega criou uma taxa sobre
emissão de carbono de origem fóssil e reduziu a taxa sobre empregos. Aqui no Brasil
temos o exemplo do ICMS Ecológico, cujo pioneiro foi o Estado do Paraná.
35
6. Conclusão
Apesar dos avanços que já conseguimos, existem grandes desafios à frente. O
Relatório "Planeta Vivo 2008", produzido pela WWF – Fundo Mundial da Vida
Selvagem, alerta que a Humanidade consome atualmente 30% mais recursos naturais
do que o planeta é capaz de repor. Levando em conta o crescimento populacional, a
evolução tecnológica e o desenvolvimento econômico, até 2050 o homem consumirá o
dobro da capacidade da Terra. O relatório afirma que, se a produção de alimentos e de
bens de consumo não for aprimorada, já em 2030 a população começará a sentir uma
queda considerável na qualidade de vida.
O conceito de "Pegada Ecológica" (Ecological Footprint) foi criado por Willian Rees e
Mathis Wackernagel, que publicaram em 1995 o livro Our Ecological Footprint:
Reducing Human Impact on the Earth. É uma medida do que consumimos da natureza,
em termos de água e terra produtiva que ocupamos para produzir todos os recursos
que consumimos e para absorver todos os resíduos que geramos. O planeta dispõe
de 10.8 bilhões de hectares produtivos, que é menos que 25% de sua superfície. A área
produtiva disponível a cada habitante do planeta é cerca de 1,8 hectares (ha), mas hoje
os norte-americanos já usam mais do que o quíntuplo, ou seja, 9,71ha. Um habitante
de Bangladesh possui uma pegada de cerca de 0,5 hectares.
Em 1961, a humanidade usava 70% da capacidade produtiva da Terra. Porém, a partir
dos anos 80, com o crescimento populacional e o consequente aumento do consumo, a
capacidade do planeta em fornecer os recursos necessários para as atividades
humanas passou a ser insuficiente. Por volta de 1999 já consumíamos 25% a mais do
que a capacidade de regeneração do planeta (pegada ecológica global per capita de
2,2 ha). Em outras palavras, o planeta precisaria de um ano e três meses para gerar os
recursos usados pela humanidade num único ano. Criamos assim um déficit
insuportável para as gerações futuras. Várias ONGs lançaram programas para cálculo
da pegada ecológica, entre elas a Global Footprint Network (www.footprintnetwork.org).
Alguns países, como o Brasil e Argentina, apresentam uma biocapacidade maior que
sua pegada ecológica, ao contrário de outros, como México, Holanda, Japão e Estados
Unidos. Se todos os habitantes da Terra tivessem o nível de consumo norte-americano,
precisaríamos de três Terras semelhantes a nossa para garantirmos os recursos
energéticos e materiais suficientes.
36
Herman Daly, Economista Senior do Banco Mundial durante a Rio 92, afirma em seu
artigo “Economics in a Full World”, publicado na Scientific American em setembro de
2005: “A exploração de recursos naturais é tão intensa que não podemos mais
fingir que vivemos em um ecossistema ilimitado. A humanidade precisa fazer a
transição para uma economia sustentável – que respeite os limites físicos
inerentes ao ecossistema mundial e garanta que continue funcionando no futuro.
Se não fizermos essa transição, poderemos ser punidos com uma catástrofe ecológica
que reduziria sensivelmente nosso padrão de vida.”
Hoje, a sustentabilidade de qualquer região dentro do sistema global é altamente
dependente da sustentabilidade de várias regiões distantes. Nenhum país ou região
pode ficar independente nesta situação ou alcançar sustentabilidade sozinho. Pela
primeira vez na história evolutiva da humanidade, o interesse individual a curto prazo e
o interesse nacional não convergem com interesses de longo prazo da humanidade.
Daí a importância do Relatório “Visão 2050 – A Nova Agenda para as Empresas”
(Vision 2050 – The New Agenda for Business), lançado pelo Conselho Empresarial
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable
Development – WBCSD), em fevereiro de 2010, baseado em estudos das Nações
Unidas e outras instituições, como o Global Footprint Network – GFN. Ele foi produzido
por 29 empresas do WBCSD, de 14 setores industriais e discutido em 20 países com
centenas de outras empresas, instituições públicas e especialistas da sociedade civil. O
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) publicou,
no final de 2010, sua tradução para o português, que está disponível no seu site.
O relatório afirma que se mantivermos o mesmo padrão de desenvolvimento e o
mesmo modelo de negócios (business as usual), em 2050, com 9 bilhões de habitantes
na Terra, os serviços ambientais – produção de alimentos, regulação do clima, água e
ar respirável – não atenderão à demanda. A sustentabilidade vai exigir decisões de
longo prazo como, por exemplo, a melhoria da educação em todos os níveis. Mas a
grande maioria dos governos toma decisões de curto prazo, voltadas para manter o
poder nas próximas eleições.
O Vision 2050 apresenta um planejamento de médio para longo prazos, de 2010 até
2050, e discute as condições e ações necessárias para que, em 2050, o mundo esteja
caminhando para atingir a sustentabilidade. O objetivo final é que, em 2050, os 9
bilhões de habitantes que teremos na Terra vivam todos bem – com alimentos
suficientes, moradia, água potável, saneamento, transporte, educação e saúde –, mas
dentro dos limites do que este pequeno e frágil planeta pode oferecer e renovar a
cada dia.
37
Para atingir a sustentabilidade, precisaremos adotar mudanças fundamentais nas
estruturas de governança, na economia, nos negócios e no comportamento
humano. Estas mudanças são necessárias, factíveis e oferecem grandes
oportunidades de negócios para empresas que adotem a sustentabilidade como
estratégia. Mas as mudanças não serão de responsabilidade apenas das empresas. O
nosso futuro depende, como nunca antes na história, do que empresas, governos e
cidadãos fizerem agora, de forma coordenada e integrada.
As empresas que planejam a médio e longo prazos sabem que os recursos naturais
deste pequeno e frágil planeta são limitados, e a humanidade já está usando mais
recursos naturais do que o planeta é capaz de regenerar.
Viver bem significa manter um padrão de vida que possibilite condições econômicas
suficientes para que as pessoas tenham acesso à educação, saúde, mobilidade,
alimentação básica, água de boa qualidade, energia, habitação e bens de consumo.
Mas este padrão de vida deve ser baseado nos recursos naturais disponíveis, sem
afetar a biodiversidade, o clima e os ecossistemas.
Vision 2050 enfatiza que “business as usual” não vai atingir a sustentabilidade e nem
assegurar prosperidade econômica e social. A sustentabilidade vai exigir mudanças
radicais, começando agora. Uma das certezas que temos hoje é que, em 2050, a
vida será muito diferente para a humanidade. Neste caminho para atingir
sustentabilidade, a mudança de comportamento humano e a inovação social
serão tão importantes quanto inovações tecnológicas.
O WBCSD acredita que o mundo já tem o conhecimento, a ciência, as tecnologias, as
habilidades e os recursos financeiros necessários para alcançar os objetivos do Vision
2050. As fundações para grande parte do que será necessário fazer deverão ser
construídas já na próxima década.
Em 21 de fevereiro de 2011, durante a 26ª sessão do Fórum de Ministros do Meio
Ambiente e Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente – PNUMA foi lançado um estudo – “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos
para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza” – que mostra que
um investimento de 2% do PIB mundial (cerca de 1,3 trilhão de dólares por ano) em
dez setores estratégicos pode ser o início da transição rumo a uma Economia Verde
com baixo carbono, gerar um desenvolvimento mais eficiente no uso de recursos
naturais, além de combater a pobreza. Os dez setores são: agricultura, construção,
abastecimento de energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transportes, manejo de
resíduos e água.
38
O relatório mostra que o mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global em uma série de
subsídios que, geralmente, prolongam a insustentabilidade do uso de recursos tais
como combustíveis fósseis, agricultura e pesca. Afirma também que, a curto prazo, a
queda dos níveis de emprego em alguns setores como o da pesca será inevitável caso
não ocorra a transição rumo à sustentabilidade. Na realidade, em virtude dos
subsídios dados às grandes frotas pesqueiras de países desenvolvidos, estamos
retirando os peixes nobres do mar com uma velocidade superior à da sua reprodução.
Um dos objetivos da Economia Verde seria criar um número de empregos "novos" –
desde o setor de energia renovável até o de agricultura sustentável – que compensem
aqueles perdidos na antiga economia de alto carbono. Um investimento anual
de
1,25%
do
PIB
mundial
em
eficiência
energética
e
energias
renováveis poderia reduzir a demanda global por energia primária em 9% em 2020 e
em 40% até 2050, e a economia de capital e de gastos com combustível na geração
de energia seria de 760 bilhões de dólares entre os anos de 2020 e 2050.
Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, afirmou: “O
mundo está de novo a Caminho do Rio, mas em um planeta muito diferente daquele da
Cúpula da Terra que se realizou no Rio de Janeiro em 1992. A Rio 2012 surge em um
contexto de rápida redução de recursos naturais e de alterações ambientais aceleradas
– desde a perda de recifes de coral e florestas à crescente escassez de terra produtiva;
desde a necessidade urgente de fornecer alimento e combustível às economias até os
prováveis impactos das alterações climáticas descontroladas. Devemos avançar para
além das polarizações do passado, entre desenvolvimento e meio ambiente, entre
Estado e mercado e entre norte e sul. Com 2,5 bilhões de pessoas vivendo com menos
de dois dólares por dia e com um aumento populacional superior a dois bilhões de
pessoas até 2050, é evidente que devemos continuar a desenvolver e a fazer crescer
as nossas economias. No entanto, esse desenvolvimento não pode acontecer à custa
dos próprios sistemas de apoio à vida na terra, dos oceanos e da atmosfera que
sustentam as nossas economias e, por conseguinte, as vidas de todos nós. Economia
Verde é uma resposta à questão de como manter a pegada ecológica da
humanidade dentro dos limites do planeta. Visa a relacionar as demandas
ambientais para a mudança de rumo aos resultados econômicos e sociais – em
particular, o desenvolvimento econômico, o emprego e a igualdade”.
Em 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável será
novamente realizada na Cidade do Rio de Janeiro – a Rio + 20, e seu tema será
“Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza”. Reafirmando
39
a importância e urgência do tema, o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Kimoon, em seu discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), em 31 de
janeiro de 2011, pediu uma “ação revolucionária” para alcançar o desenvolvimento
sustentável, ao alertar que o consumo desatento de recursos do último século é “um
pacto de suicídio global”. Alguns cientistas e autores já falam em “decrescimento
econômico socialmente sustentável”.
Nossa conclusão final: acabou a era da abundância, estamos entrando na era da
escassez, e precisamos aprender a conviver com ela. Crescimento sustentável não
pode existir. Mas lembro que a Humanidade pode se desenvolver sem
necessariamente crescer em termos de consumo de energia e recursos naturais. Para
atingir o desenvolvimento sustentável, será necessário investir na melhoria da
educação, em todos os níveis, principalmente nos países subdesenvolvidos. Num
mundo submetido a um rápido e profundo processo de mudanças e à crescente
interdependência entre os países, a educação adquire a responsabilidade fundamental
de contribuir efetivamente para o desenvolvimento de um espírito de solidariedade,
cooperação e tolerância, ingredientes necessários para a construção de uma sociedade
mais democrática, ambientalmente sustentável e socialmente mais justa.
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TIMBERGEN, J.. Para uma Nova Ordem Internacional. Livraria Agir Editora, 1978.
40
A construção da sustentabilidade em sala de aula
Professor Doutor Jacques Marcovitch
Professor da Universidade de São Paulo (USP), da qual foi reitor.
A desinformação ambiental no Brasil é bem maior do que se pensa. Enquanto
professores do ensino fundamental e médio chegaram a um nível de conhecimento do
tema suficiente para o exercício da cidadania, a maioria dos alunos desconhece até
mesmo o vocabulário básico para a sua compreensão.
Aqui se propõe um exercício cognitivo centrado na métrica do desempenho ambiental,
que os faça buscar o significado de palavras-chave, de modo que alcancem o que pode
ser chamado de alfabetização ambiental. São exemplos algumas poucas palavras
como ecossistema, biodiversidade, bioma, eficiência energética, uso racional da água,
gestão de dejetos, gases de efeito estufa e sustentabilidade ambiental. Palavras-chave,
pesquisadas em textos no universo da internet, podem levar os jovens a uma
percepção que professores, na justa medida, aprofundarão em sala de aula.
Tal jogo de aprendizado, remetendo a uma pesquisa sem complexidade, poderá render
bons resultados. A cada semana, uma palavra. Desta forma, os vocábulos são
trabalhados em diálogos e textos breves, podendo os professores dar os
desdobramentos necessários.
Como apoio à pedagogia da sustentabilidade ambiental em sala de aula, há uma
promissora tendência em trabalhos acadêmicos e, de modo geral, nos estudos que
apresentam a sustentabilidade como eixo temático. Vem acontecendo, neste segmento
do saber, e deveria acontecer com maior celeridade, uma bem-vinda transição da
retórica útil, mas insuficiente, para as métricas verificáveis.
41
Talvez o ponto de partida para estas novas formas de abordagem esteja no sempre
lembrado relatório de Nicholas Stern que, lucidamente, insistiu na prevalência do fazer
sobre o sonhar e quantificou, no caso das mudanças climáticas, os graves prejuízos da
inércia. Mas a questão não se esgota no mero uso de cálculos para demonstrar
situações de fato. Na administração de políticas sustentáveis, sejam públicas ou
privadas, é preciso lidar mais rigorosamente com as informações. O Conselho de
Segurança da ONU pediu, recentemente, ao secretário-geral Ban Ki-Moon, que todos
os relatórios sobre o clima, no âmbito da Organização, incluam projeções confiáveis
sobre os impactos causados pelo aquecimento global.
Também no universo dos negócios aprofunda-se a noção de responsabilidade com uso
de informações aos consumidores quando se anunciam determinados produtos e
mesmo a imagem de uma corporação. Prevalece, hoje, no meio corporativo mundial,
uma grande resistência às lacunas informativas na transmissão de dados à sociedade.
O IIRC (International Integrated Reporting Committee), câmara constituída de
lideranças empresariais e da sociedade civil, elegeu os seguintes princípios básicos do
uso de indicadores em qualquer documento: relevância e verificação; acessibilidade às
informações; compreensão e clareza; comparabilidade e consistência.
Atualmente, porém, o uso de indicadores de sustentabilidade é voluntário e as
empresas escolhem o que querem divulgar em seus balanços. Essa tendência mudará.
As novas regras do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR)
incluem princípios indeclináveis na veiculação de anúncios: Veracidade – as
informações ambientais devem ser verdadeiras e passíveis de verificação e
comprovação; Exatidão – as informações ambientais devem ser exatas e precisas,
não cabendo informações genéricas e vagas; Pertinência – as informações
ambientais veiculadas devem ter relação com os processos de produção e
comercialização dos produtos e serviços anunciados; Relevância – o benefício
ambiental salientado deverá ser significativo em termos do impacto total do produto e
do serviço sobre o meio ambiente, em todo seu ciclo de vida, ou seja, na sua
produção, uso e descarte. Estes princípios levarão toda empresa que se gabar de ser
sustentável em suas peças publicitárias a provar quais os diferenciais que as tornam
verdes. Além disso, a análise de anúncios publicitários, pelo prisma destes princípios
em sala de aula, contribui também para a construção da sustentabilidade ambiental.
42
Vários fatores, porém, tornam o ambiente para a inovação ainda mais favorável no
Brasil. Para promover a sustentabilidade ambiental no Brasil, cabe priorizar as
seguintes direções:
- cumprir as metas anunciadas pelo Brasil em Copenhague que incluem a redução do
desmatamento na Amazônia e a implantação do mecanismo REDD;
- adotar métricas de sustentabilidade ambiental fixadas com clareza para que seja
assegurada sua rigorosa verificação;
- aumentar, nos currículos de todos os níveis de ensino, em especial das escolas
técnicas e das faculdades de engenharias, o estudo da sustentabilidade ambiental e
suas métricas de desempenho ambiental;
- valorizar os processos de inovação que almejam o desenvolvimento de
conhecimentos, de produtos e processos indutores da preservação dos recursos
naturais e redutores da emissão de Gases de Efeito Estufa;
- aprimorar os processos de registro de patentes no Brasil, adotando para as
tecnologias verdes, um “fast track” para sua análise de pedidos de patentes.
A métrica do desenvolvimento
O Indicador de Desenvolvimento Humano 2011 mede dimensões básicas do
desenvolvimento relacionadas à saúde, educação e renda. A saúde é medida pela
expectativa de vida. A educação é medida pela média de anos de educação de adultos
e também pela expectativa de anos de escolaridade para crianças. A renda é medida
pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em PPP$ 2005 constante. Na
classificação do IDH 2011 o Brasil obteve o índice 0,718, numa escala que varia de 0 a
1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho.
O IDH 2011 do Brasil tem obtido avanços significativos e permanentes, mas continua
abaixo da média da América Latina (0,731). O desempenho brasileiro teria que
melhorar para alcançar outros países latino-americanos como Chile (0,805), Argentina,
(0,797), Uruguai (0,783), Cuba (0,776), México (0,770), Panamá (0,768), Peru (0,725) e
Equador (0,720).
Outras formas de mensuração do desempenho das nações também vêm sendo
experimentadas. Quando se trata de refletir sobre o futuro global, vemos que estes
novos exercícios relativizam o peso do Produto Interno Bruto na caracterização do
desenvolvimento. E podemos considerá-los cada vez mais orientadores na complexa
leitura do nosso tempo.
43
Cenário demográfico
Métrica não específica da sustentabilidade ambiental, mas presente nela e, às vezes,
decisiva em todos os desafios contemporâneos, a demografia é a grande bússola para
medir o futuro. Em 2011, o mundo chegou aos sete bilhões de habitantes. Para o final
do século, vários cálculos, inclusive o que aponta redução populacional, estão
circulando nos estudos pertinentes.
A Organização das Nações Unidas adotou o critério de trabalhar com a hipótese média,
10 bilhões de habitantes em 2100. Para isso considerou um viés de alta que levaria o
mundo à cifra explosiva de 15,8 bilhões de moradores e um viés de baixa reduzindo o
ritmo de queda populacional em todos os continentes (exceto a África). Este último,
situando-se no patamar de 6,2 bilhões de indivíduos, seria inferior ao que atingimos no
ano em curso. A média estimada pela ONU impõe todas as precauções lícitas, que
incluem itens diversos, entre estes o controle da natalidade e a educação. Avultam,
ainda, os esforços para garantir segurança alimentar e abastecimento de água às
multidões vindouras.
Todos os estudos defendem o encolhimento da população do mundo em que viverão os
beneficiários das nossas preocupações ou as vítimas da nossa irresponsabilidade. E
não basta simplesmente que se usem preservativos ou se estabeleça obrigatoriedade
dos métodos contraceptivos. Embora o Brasil, nos últimos dez anos, tenha baixado a
taxa de fecundidade, só em 2040 a população local vai efetivamente diminuir.
Um especialista brasileiro em estudos populacionais, George Martine, deixou nos
jornais uma advertência que serve de premissa para a adoção de métricas
demográficas: “Planejamento familiar não tem efeito retroativo. Cerca de 80% do
crescimento populacional projetado é inercial. Mesmo que a taxa de fecundidade caia
abruptamente em todos os países, a população continuará crescendo por um bom
tempo e temos que discutir como nos adaptar a essa nova realidade.”
Conclusão
Quando se trata de fixar objetivos para a construção da sustentabilidade ambiental, a
métrica não é aposta e muito menos declaração de intenções. Deve relacionar-se,
nestes casos, a todas as variáveis que cercam o tema. Depois, para medir os
resultados, ela incorpora os mesmos fundamentos utilizados para fixá-las. A
transparência deve ser um procedimento indeclinável. O mesmo se dá na composição
e caracterização informativa de um projeto, produto ou serviço. Não há espaço, no
mercado sustentável, para a chamada conta de chegar.
44
Abordar a sustentabilidade ambiental na escola significa transformar a sala de
aula em espaço de construção de novos conhecimentos. Novos conhecimentos
que contribuem, entre outros, para elevar a eficiência energética, racionalizar o uso da
água, diminuir a geração de dejetos e promover o seu aproveitamento e reduzir as
emissões de gases de efeito estufa. Trata-se de encontrar, junto com os estudantes,
formas de viabilizar a melhoria do bem-estar humano, em harmonia com a natureza.
Referências bibliográficas
BESSERMAN, Sérgio. A lacuna das informações ambientais. In: TRIGUEIRO, André
(Coord.). Meio Ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
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Abril, 2009. Disponível em: http://graphics.eiu.com/PDF/Cisco_Innovation_Complete.pdf
Environmental Performance Index (EPI), 2010. Ranking & Scores. Yale University,
Disponível em: http://epi.yale.edu
GOIS, Antônio. Muvuca planetária. In jornal Folha de São Paulo, 14, ago. 2011, p. 4/5,
Ilustríssima.
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http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3837&lay=p
de
MARCOVITCH, Jacques. Para Mudar o Futuro: Mudanças Climáticas, Políticas
Públicas e Estratégias Empresariais. São Paulo: Edusp/Saraiva, 2006.
World Economic Fórum:
http://www3.weforum.org/docs/WEF_GlobalCompetitivenessReport_2010-11.pdf
45
Reconsiderando a questão demográfica e sua relação com a sustentabilidade
Professor Doutor José Carlos Milléo
Professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e
membro do Grupo de Pesquisa Metrópole, Justiça Territorial e Políticas Públicas
A reflexão proposta para a mesa da qual fiz parte foi o mesmo tema do fórum, ou seja,
a relação que podemos estabelecer entre a sustentabilidade e nossa prática cotidiana
dentro da sala de aula. Toda vez que nos defrontamos com tarefa semelhante sempre
ficamos imaginando a forma pela qual melhor poderemos contribuir. De nossa parte, o
que tentamos trazer aqui é o saldo de uma reflexão que inclui os aspectos básicos de
minha seara, no sentido de colaborar para avançarmos nesse cruzamento:
sustentabilidade e sala de aula. Nesse sentido, como geógrafo e como professor,
cremos que se pode fazer um convite à reflexão sobre como a questão sustentabilidade
vem se incorporando ao nosso dia a dia e vem deixando de ser apenas um tema
específico, um momento especial dentro da sala de aula, para começar a preencher todos
os espaços de nossa atividade docente. Na verdade, o tema sustentabilidade, qualquer que
seja a tradução que queiramos dar a ele, já transpõe o próprio limite da escola ou dos
círculos acadêmicos mais diretamente interessados, para transpassar o nosso próprio
cotidiano e, até mesmo, do cidadão mais comum e alheio a essas preocupações.
Nessa reflexão sobre essa transposição, sobre essa etapa vencida e a inauguração de
um novo momento, que deixa para trás a preocupação apenas residual com o meio
ambiente para se converter em exigência política, que considere essa questão em pé
de igualdade com outras, sobre esse novo momento da discussão, cremos ser possível
trazer alguma colaboração. Isso se dá porque estamos costumeiramente envolvidos
com um tema que durante muito tempo foi colocado no lado diametralmente oposto ao
do meio ambiente, qual seja: a população. Em nossa opinião a recolocação da questão
ambiental, nessa outra base, tem uma forte relação com a reconsideração deste que foi
seu par antitético.
46
A população, por certa parcela considerável de pesquisadores ou formadores de
opinião, era tida como a variável que acabava complicando tudo já que sua existência
terminava inapelavelmente por resultar em impacto ambiental, em consumo, em
agressão, em desequilíbrio e em mais um sem-número de consequências, todas
elas negativas ou pelo menos não muito positivas. Nesse ponto talvez estejamos
falando de boa parte das aulas que muitos de nós já devamos ter tido no ensino
fundamental, médio ou mesmo superior, e que colocavam a relação população versus
meio ambiente dentro desses termos. Pois bem, se para considerável parcela da
comunidade científica isso já vinha sendo superado desde o início da década de 1990,
mais ou menos, mais recentemente a exaustão dessa simplificação vem demonstrando
ser esta questão bem mais complexa.
Tentarei refletir sobre essa exaustão e sobre o papel que um acontecimento
absolutamente simples teve nesse esgotamento, especialmente no nosso caso, o
Brasil. Essa é a boa notícia, acreditamos, pois exige que o debate se qualifique
mediante novo raciocínio sobre a mesma questão.
Por outra parte, ao se obter o consenso de que o processo de degradação
ambiental deverá considerar, não exclusivamente, o crescimento da população, e
isso é válido para praticamente o resto do mundo, isso não quer dizer, pura e
simplesmente, que o meio ambiente sofrerá menor número de agressões por essa
redução no ritmo de crescimento. Muito ao contrário, o cenário torna-se mais
complicado com a adição de novas variáveis nessa equação e essa é, digamos assim,
a notícia que deve nos colocar em alerta.
Discorrendo inicialmente sobre a exaustão anteriormente aludida, acreditamos que
existe certo consenso sobre o fato de que coube a Thomas Robert Malthus, em 1798, a
inauguração desse debate que resume a questão demográfica à relação entre duas
variáveis principais: a população, seu processo reprodutivo, seu crescimento numérico
e a quantidade limitada de recursos passíveis de serem obtidos a partir do meio
ambiente. A partir, então, do final do século XIX, uma quantidade incontável de
trabalhos procurou se alinhar ou se contrapor a esse pensamento ajudando a postar a
questão demográfica dentro desses marcos, por mais que progressistas das mais
diversas cores se esforçassem em solapar qualquer autoridade cientifica nas
afirmações de Malthus. Para resumirmos o caminho percorrido nesse debate talvez nos
seja útil utilizar algo que ilustre e apresente a força da manutenção dessa relação ainda
no final dos anos 1960, pelo menos. Essa demonstração pode ser feita a partir do
próprio título, que ficou famoso em finais dos anos 1960, escrito pelo biólogo Paul
Ehrlich. Chamava-se o livro: A Bomba Populacional. Editado em 1968, essa obra
basicamente apresentava argumentos muito similares aos do reverendo Malthus e
anunciava um futuro nada promissor face ao crescimento demográfico vigente
na época.
47
Tomando-se agora os números mais recentes sobre o crescimento demográfico
mundial, podemos propor o mesmo exercício que o economista David Lam coloca a
seus alunos quando aborda esse assunto em suas aulas, na Universidade de Michigan,
e que recentemente foi reproduzido pelo jornalista Antonio Gois da Folha de São Paulo
de setembro de 2011. A tabela abaixo mostra a população mundial e o tempo
transcorrido para que ela dobre.
Tabela 01: População mundial e tempo transcorrido durante seu crescimento.
ANO
POPULAÇÃO
TEMPO TRANSCORRIDO PARA DOBRAR
40
187,5 milhões
1240
375 milhões
1240 anos
1740
750 milhões
500 anos
1890
1,5 bilhão
150 anos
1960
3 bilhões
70 anos
1999
6 bilhões
39 anos
A questão habilmente proposta por Lan é a seguinte: considerando o fato de que
alcançamos, em 2011, a marca
dos 7 bilhões de habitantes, quanto tempo
demoraremos para ganharmos mais 5 e dobrarmos, novamente, para 12 bilhões, em
relação a 1999? A resposta a essa interessante pergunta, se levarmos em conta as
projeções da ONU mais recentes é: provavelmente nunca.
Até o fim deste século, as projeções demográficas indicam algo em torno de 10 bilhões
de pessoas e, então, um acontecimento simples, mas absolutamente inédito na história
da humanidade irá se dar: a curva que mostra o crescimento demográfico passará a
sofrer uma contínua inflexão e iremos iniciar um processo de queda no número total da
população. Isto nos coloca diante de novas questões que vão, por sua vez, continuamente
ajudando a sedimentar um novo modo de encarar a questão demográfica.
48
Afastamos, por exemplo, o título que o livro de Ehrlich propõe, como uma espécie de
fantasma, e que começou a ser superado a partir de um famoso desafio que o
economista Julian Simon resolveu fazer a Ehrlich. Em 1980, Simon desenvolveu o
seguinte raciocínio: se a população continuasse a crescer, os preços das commodities
e da energia iriam sofrer uma ascensão inexorável à medida que se tornassem mais
escassas. Simon então, propôs a Ehrlich o seguinte desafio: o biólogo poderia escolher
quaisquer ações de commodities minerais, no valor de 1.000 dólares e esperar por 10
anos. Se os preços aumentassem, indicando que se tornaram mais raras, Simon lhe
pagaria o valor do aumento. Ehrlich topou o desafio e escolheu as ações de 5 metais
no valor total de 1.000 dólares. Em 1990 elas estavam valendo 424 dólares, ou menos
da metade do valor investido, e Simon havia ganho 576 dólares.
Ao se propor explicar como pudemos realizar essa proeza, dobrarmos a população
mundial em menos de 40 anos e, ao mesmo tempo, melhorarmos substancialmente as
condições de vida de parcela significativa da humanidade, o mesmo David Lam (citado
por Gois: 2011) aponta para a inovação tecnológica com um aumento impressionante
da capacidade da agricultura em fazer frente a essa demanda. Naturalmente a
consolidação de um mercado global de alimentos, acompanhada de uma ampliação
nas possibilidades de transferência de conhecimento entra também nessa conta. A
partir de 1970, por exemplo, a chamada Revolução Verde ampliou em muito a
capacidade de produção de alimentos especialmente em países como o Brasil que se
converteram, ao longo do tempo, em grandes produtores. Nesse sentido, Lan parece
se alinhar a Simon, para quem a fé nas técnicas e nos mercados sempre criará novas
possibilidades. O crescimento demográfico criaria, então, uma pressão sobre os
recursos que invariavelmente teria de ser respondida com inovações tecnológicas.
Conforme Daniel Hogan (2007) bem aponta, com esse raciocínio Simon renega o
caráter real dos problemas ambientais. “População seria “o último recurso”, e quanto
maior o número de seres pensantes, maior o número de boas ideias e de soluções para
qualquer problema” (Simon:1982, apud Hogan: 2007,15).
Num primeiro momento, cremos que é possível concluir que o esvaziamento da relação
mais simples entre crescimento demográfico e escassez de recursos tem um
parentesco estreito com a radicalidade do pensamento descrito acima. É bem verdade,
por exemplo, que a pobreza extrema tem sofrido redução no Brasil, assim com em
razoável parcela dos países em desenvolvimento, principalmente. Conforme dados do
IPEA (2010), em 1999 o percentual de pessoas economicamente ativas com renda
inferior a meio salário mínimo era de 40%. Já em 2000 esse percentual se reduz para
33%, aproximadamente.
49
Por outro lado, é preciso também anotar o papel exercido pelas mulheres no desarme
dos raciocínios mais alarmistas. Saímos, por exemplo, do patamar de uma média
mundial de 5 filhos por mulher em idade reprodutiva nos anos 1950 para uma média de
2,5 filhos por mulher nesta década e com forte tendência de queda. O caso do Brasil
nos parece bastante ilustrativo. Em 1990 nossa taxa de fecundidade era de 2,8 filhos
por mulher em idade reprodutiva. Hoje estamos já dentro de uma taxa de fecundidade
de menos de 2,2, ou seja, abaixo da linha de reposição populacional.
Em 1992, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada aqui, no Rio de Janeiro, ainda diagnosticava que havia muita gente para
consumir recursos, que eram limitados, e apontava a redução da população como uma
alternativa para lidar com essa situação. Colocava o documento final em seu princípio
número 8:
“Para atingir o desenvolvimento sustentável e mais alta qualidade de vida para
todos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção
e promover políticas demográficas adequadas.” (ONU,1992)
Mas esse diagnóstico, mesmo nessa época, já parecia soar cada vez mais anacrônico.
Desse modo, creio que a Rio+20, evento para o qual nos preparamos, deverá se
realizar dentro de um clima bastante diferente. Sempre haverá, é claro, lugar para
antagonismos que colocam de um lado posições mais alarmistas filiadas muitas vezes
ao pensamento ambiental na linha do raciocínio de Ehrlich. Há por exemplo uma
escalada bastante pronunciada no preço dos alimentos em tempos mais recentes
ocasionada, justamente, pelo aumento do mercado consumidor, em especial de países
como a China, a Índia ou mesmo o Brasil. Do mesmo modo é preciso lembrar que hoje
morrem, apenas de fome, cerca de um bilhão de pessoas por ano. Góis, 2011, que citei
anteriormente, foi bastante feliz ao lembrar que a aposta entre Ehrlich e Simom, se
tivesse sido feita nos dias de hoje e com base no preço dos alimentos seria vencida
pelo primeiro. Segundo a FAO, o preço dos alimentos cresceu em média 95% nos
últimos 10 anos, enquanto a população cresceu apenas 32%. Do outro lado sempre
haverá os partidários mais radicais da técnica e das possibilidades que ela cria à moda
do raciocínio de autores como Simon, já anteriormente aludido.
50
Suspeitamos, porém, que as discussões serão orientadas pela disseminação da
necessidade de uma reconsideração da questão ambiental e do desenvolvimento
através de um prisma que incorpore a complexidade resultante da adição de novas
variáveis ao cenário. Se o processo de crescimento demográfico deixa de ser alvo
preferencial das atenções na análise da sustentabilidade e suas questões atinentes, o
tema das formas como se dão as relações entre população e espaço passará também
a constar na nova agenda de discussões. Assim, por exemplo, Oneil, Mackeler e Lutz,
(2001, citados por Hogan, et al, 2010) propõem que o crescimento populacional não é a
variável mais indicada na análise e na projeção das emissões futuras de gases
causadores do efeito estufa ou no consumo de água. Para todos estes autores, a
evolução no número de domicílios, tendo como pano de fundo o próprio modelo de
desenvolvimento no qual está imersa nossa transição urbana é que poderia nos ajudar
bem mais na configuração desse quadro.
Ou seja, nosso padrão de crescimento urbano, além da óbvia transferência de
população, é caracterizado pela redução na área média ocupada por cada domicílio.
Essa redução, porém, não é acompanhada da correlata diminuição no consumo de
água ou de energia. Ao contrário, quanto mais nossa sociedade se urbaniza, se
densifica e reduz-se o número de pessoas morando em cada domicílio, tanto mais
exacerbado é o consumo de água ou de energia por domicílio.
Neste ponto talvez nos ocorra, justamente, a lembrança de notícias sobre o aquecido
mercado imobiliário aqui do Rio, que, por sua vez, em muito se parece com o mercado
imobiliário de qualquer grande região metropolitana do Brasil. De acordo com o IBGE, o
número de pessoas que vivem sozinhas saltou dos 2,4 milhões em 1990, para 6,9
milhões na atualidade.
Reportemo-nos, então, à taxa de fecundidade e sua redução a passos largos no
Brasil. Pois bem, essa é uma das muitas faces desse processo: o aumento de
mulheres e homens que vivem sozinhos e que agora passam a se transformar,
inclusive, num mercado já bastante promissor. Com isso estou querendo dizer também
que aumenta o potencial de consumo de cada indivíduo, pois, para ficarmos apenas na
manchete acima, entretenimento, viagens e tecnologia consomem recursos. Isso para
não falar nos novos modos de vida assumidos por essa parcela da população que
demanda mais recursos ainda.
51
Do mesmo modo, o processo de espacialização da população na cidade é uma
forma de introduzirmos as questões que pautarão a relação entre homem e meio
ambiente na contemporaneidade, para além da mera análise do aumento numérico.
Generaliza-se cada vez mais o oferecimento de loteamentos e condomínios fechados
que conferem ao espaço urbano a fragmentação e a dispersão cada vez maiores. Isso
encarece o fornecimento de serviços como o fornecimento de água e luz e essa conta é
dividida entre todos os habitantes da cidade, inclusive os mais pobres, que têm de
colaborar de alguma forma na cobertura de tais custos. O curioso é que o apelo para o
uso desses condomínios é justamente sua ênfase no acesso a um modo mais
sustentável de se viver.
Isso implicará na revisão, por exemplo, de nossos conceitos de modos de vida
sustentáveis. Um bom exemplo disso é o artigo que o ambientalista Stewart Brand
escreveu na Revista Prospect, em janeiro de 2010, com o instigante título Como as
favelas podem salvar o planeta:
“A mágica das favelas é que elas são melhoradas de forma constante e gradual pelos
próprios moradores. Aos olhos de um planejador urbano, essas favelas parecem
caóticas. Eu sou formado em biologia e, aos meus olhos, elas parecem orgânicas. As
favelas também são surpreendentemente verdes. Elas têm uma densidade máxima –
em algumas áreas de Mumbai, há 1 milhão de pessoas por milha quadrada (387,6
milhões de pessoas por quilômetro quadrado) – e têm um uso mínimo de energia e
material. As pessoas se locomovem a pé, de bicicleta, rickshaw ou táxi compartilhado.”
(Stewart:2010)
Esperamos ter deixado a mensagem aqui, com a qual inclusive concluímos, de que
esse novo momento no processo de crescimento e espacialização da população nos
convida a revermos nossas formas de observar as mesmas questões. Desobstruindo
nosso pensamento para que deixemos de ver determinadas coisas como meramente
antagônicas à sustentabilidade e, por outro lado, revisitemos alguns conceitos já
consagrados e associados ao que é racional, sustentável e desejável. Nesse sentido
talvez precisemos rever alguns conceitos como é o caso da pobreza que, em sua forma
de ocupar o espaço, talvez possa nos dizer algo. O que queremos dizer por fim é que o
próprio conceito do que seja um modo de vida sustentável terá de ser revisto pois acho
que ele será a meu ver a linha de chegada, o fruto de nosso contato e de nossa
abertura e não um ponto de partida, já perfeitamente acabado pois pressupõe que
temos tal fórmula mágica. Cremos que é com esse espírito que nossa atuação em sala
de aula deve se dar na nossa preparação à Rio +20.
52
Referências bibliográficas
AVES, José Eustáquio Diniz. O aumento do preço dos alimentos. Revista Cidadania
e
Meio
Ambiente.
30
de
junho
de
2011.
Disponível
em
http://www.ecodebate.com.br/2011/06/30/o-aumento-do-preco-dos-alimentos-artigo-dejose-eustaquio-diniz-alves/
BRAND, Stewart. How slums can save the planet. Prospect. N. 167. 27 de janeiro de
2010. Disponível em http://www.prospectmagazine.co.uk/2010/01/how-slums-can-save-the-planet/
EHRLICH, Paul. The Population Bomb. Ballantine Books, 1968.
GOIS, Antonio. Muvuca planetária. Folha de São Paulo, Caderno Ilustríssima, 14 de
agosto de 2011.
HOGAN, Daniel Joseph (Org.). Dinâmica populacional e mudança ambiental:
cenários para o desenvolvimento brasileiro. Núcleo de Estudos de PopulaçãoNepo/Unicamp: Campinas, 2007.
HOGAN, Daniel Joseph et al. População e Ambiente: desafios à sustentabilidade.
Ed. Blucher: São Paulo, 2010.
ONU. Rio Declaration, United Nations Conference on Environment and
Development. Rio de Janeiro, Brasil, junho de 1992. Disponível em
http://www.un.org/documents/ga/conf151/aconf15126-1annex1.htm
53
O socioambiental:
escola, casa e comunidade como unidades de partilha de vida
Professor e Mestre Lincoln Tavares Silva
Professor de Geografia do Colégio de Aplicação da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Doutorando da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP)
Para refletir sobre a educação, a ética e a sustentabilidade em contextos relacionais
como a casa e a escola, não podemos desconsiderar a crítica ao modelo de sociedade
globalizada no qual as relações socioambientais fundamentam-se, em muito, na
perspectiva dos interesses individuais e da competitividade. Ambas são reflexos da
concepção denominada por Milton Santos como globalitária e impactam sobre a
liberdade de organização social, econômica, política e cultural dos diferentes grupos e
comunidades. Concordamos com Edgar Morin & Anne Brigitte Kern, para quem as
questões socioambientais são interdependentes no tempo e no espaço, sendo preciso
mobilizar o todo para seu entendimento. Para esses autores, a fórmula complexa se
exprime pelo “acasalamento pensar global/agir local, pensar local/agir global”, também
discutida por José Eduardo dos Santos & Michele Sato como correspondente às
sustentabilidades: ecológica, social, política e individual.
As gerações anteriores legaram para as nossas uma difícil missão: a refundição das
cidades que elas ergueram na ignorância ou na incúria de todos os princípios da
salubridade pública. Ruas mal traçadas, construções tortuosas, estabelecimentos
mal ajeitados, casebres úmidos e sombrios invadindo a via pública, pavimentação
incompleta, sistemas defeituosos de distribuição e de escoamento das águas: tais
são os defeitos das antigas cidades. (Michel Lévy, 1869)
Não seria estranho que pensássemos o texto acima como pertencente a um estudioso
das cidades contemporâneas, notadamente de algumas de nossas cidades brasileiras
ou latino-americanas. Quem não consegue imaginar o ambiente descrito e as
condições de vida nele instaladas em imagens que vemos cotidianamente em nossas
andanças pela cidade ou nos noticiários da mídia? Estranho é que as condições
degradantes de vida e do meio ambiente existentes nas sociedades industriais em
constituição na época do Doutor Lévy, ainda se façam marcantes depois de 140 anos.
54
Neste ensaio, nos propomos a discutir em que bases o cenário predominante na
sociedade moderna se constituiu, assim como pretendemos tecer algumas das críticas
que podem e devem ser pensadas, a partir do espaço escolar e de outros espaços de
partilha de vida (BRANDÃO, 2005), no intento de buscar caminhos compartilhados de
sobrevivência digna e sustentável de nossa civilização.
Como seres autorreflexivos e únicos nesse sentido, também podemos entender que
somos responsáveis por ações e consequências para nós e para os outros seres. Tais
ações têm, necessariamente, implicações morais e não podem ser analisadas somente
pelos aspectos descritivos. A degradação ambiental é consequência de decisões e
de ações humanas, tecidas na sociedade, em diferentes culturas. Portanto, a
análise deste painel não pode centrar-se apenas nos termos descritivos, devendo levar
em conta, também, os aspectos normativos de sua efetivação.
Portanto, entendemos que qualquer apreciação que se faça sobre as relações da
sociedade com o ambiente deve possuir um aspecto formativo, que alie teoria e prática,
componentes necessariamente fundamentados na educação e na ética que ponham
em discussão os modelos que nos conduziram a tal escala e estado de injustiça,
degradação e risco.
Conforme já enfocamos, proporemos uma discussão pautada na crítica ao modelo de
sociedade globalizada, no qual as relações socioambientais têm se fundamentado na
perspectiva dos interesses individuais e da competitividade. Ressaltamos que a
abordagem concretizada na discussão das influências e determinações econômicas e
culturais, impostas verticalmente pela racionalidade hegemônica, reforçadas, em
tempos de globalização, pelas relações estabelecidas entre sujeitos transformados em
consumidores, admite constituir um retrato das estratégias dominantes e alienantes
utilizadas, assim como das possíveis “brechas” que permitirão ações de defesa da
cidadania e da vida nos diferentes lugares do planeta.
Na caracterização do sujeito contemporâneo, partimos de uma constatação inicial
básica, em concordância com Milton Santos (1993), acerca do consumidor e do
cidadão, inclusive do chamado consumidor verde:
Em lugar do cidadão, surge o consumidor insatisfeito e, por isso, voltado a
permanecer consumidor. Sua dependência em relação aos novos objetos limita sua
vocação para obter uma individualidade e reduz a possibilidade dos encontros
interpessoais diretos e enriquecedores, porque simbólicos em sua própria origem
(SANTOS, 1993, p. 17).
55
Nosso contexto comum...
O meio ambiente e as discussões ambientais não poderiam ficar de fora desta lógica
perversa. Eles passam, cada vez mais, a ser incorporados, não somente pelo capital
que degrada, mas pela suposta ação sustentável do mesmo que pleiteia “salvá-los”.
Estabelece-se na verdade outra forma para consumi-los.
Há a necessidade do estabelecimento de uma cultura que passe, primordialmente, por
“entender e buscar a difusão de condições básicas de qualidade de vida acessíveis
para todos, no interior de experiências de defesa ambiental, como condição intrínseca e
substantiva em sua concepção” (SPOSATI, 2001, p. 16).
Nesse contexto novo, ainda dificilmente interpretado e desvendado, a relação da
sociedade com a natureza permanece obscurecida. O distanciamento entre o
homem e a natureza impede a visualização daquilo que todos buscam. Acontece a
incorporação da natureza e a sua redução a um recurso natural, a uma mercadoria,
que em última instância passa a ser adquirida sob o signo da apropriação com
qualidade, servindo como uma “luva” para os discursos técnico-científicos atualizados,
viabilizando a geração “racional” da riqueza, assim como novas pesquisas
“politicamente corretas” sobre esses recursos.
Como agravante, Morin (2000) assinala que, nos círculos científicos, ainda somos
vítimas da enorme disjunção natureza/cultura, animalidade/humanidade, sempre
desmembradora de nossa natureza de ser vivo, estudada pela biologia, e de nossa
natureza física e social, estudada pelas ciências humanas e que a revolução das
recomposições multidisciplinares está longe de ser generalizada. Estas fragmentações
são derivadas, entre outros aspectos, da racionalidade científica baseada numa
concepção positivista e cartesiana a respeito da natureza “como sendo uma espécie de
mecanismo passivo, eterno e reversível, passível de se deixar desmontar e depois
relacionar sob a forma de leis.” (Fonseca, 2001, p. 40)
Em paralelo às fragmentações surgem tentativas humanas de recomposições. Assim
sendo, a natureza ressurge por meio dos desejos passíveis de consumo através das
decorações dos lares, da busca do descanso, dos paraísos ecoturísticos, atingindo um
afã ecológico que acentuou a procura do “natural” em todos os domínios, chegando até
a alimentação. Nem as paixões escaparam. Nelas tanto pessoas quanto lugares e
paisagens consomem e são consumidas depressa criando, paradoxalmente, amores
que se enfraquecem ao se multiplicarem, se fragilizando com o tempo, de tal modo,
que novos amores matam os antigos.
56
Como o cidadão imperfeito acaba alijado do entendimento do próprio quadro da vida,
da natureza e do entorno humano, carregado de significações sobrepostas, devemos
buscar o entendimento complexo desse quadro a fim de apreendermos que a
capacidade de utilizar o território não apenas divide como separa os homens, ainda que
eles apareçam como se estivessem juntos (SANTOS, 1993).
O processo de tomada de consciência é diferenciado segundo os lugares, as
classes sociais ou situações profissionais e os indivíduos. Todavia, para qualquer
mudança neste estado de coisas, todo cuidado é pouco, pois a consciência da
diferença pode conduzir simplesmente à defesa individualista do próprio interesse, sem
alcançar a defesa de um sistema alternativo de ideias e de vida. Não vamos aqui
confundir individualismo e individualidade¹. Tratamos de uma construção social
baseada na existência de individualidades fortes que ultrapassam a barreira da práxis2
repetitiva e se instalam em uma práxis libertária.
Em consonância com essas ideias, Kostrowichi (1988) já atentava que, qualquer que
seja nosso pensamento sobre o problema ambiental, devemos ter em mente que
este problema é, antes de tudo, social. Nesse sentido faz-se mister, por um lado, o
conhecimento das fontes psicológicas de avaliação relacionadas ao ambiente, aos
hábitos culturais, à receptividade, à informação, e de outro, às motivações biológicas
das escolhas. O conhecimento das bases psicofisiológicas tem um papel
particularmente importante no estudo dos problemas ambientais, porque sem integrar
os aspectos psicológicos e sociais no modelo de compreensão e “otimização” do meio,
nos arriscamos a construir ou propor soluções e mudanças que, embora sejam
plenamente justificáveis do ponto de vista científico, serão recebidas “friamente” ou
mesmo tratadas como “desumanas” e, por consequência, não serão aceitas pela
sociedade. Esta visão aproxima-se da elaborada por Guattari (1990), para quem é
essencial que se organizem novas práticas micropolíticas e microssociais, novas
solidariedades, uma nova suavidade, juntamente com novas práticas estéticas e novas
práticas analíticas das formações do inconsciente.
¹Não advogamos valorizar perspectivas individualistas. Ao contrário, foge-se do individualismo enquanto momento ilusório de
liberalização das individualidades para melhor dominá-las através do mercado e de outros instrumentos de dominação. Como
apontara Sawaia (1998, p. 100), realizada desta forma, a ação individualizadora cria um “Momento que reconhece a multiplicidade
entre os homens e a liberdade de ser diferente, mas impede a comunicação entre os diferentes e trabalha num sentido de
esmagamento uniformizante.” Sawaia. B. B. A falsa cisão retalhadora do homem. In: Martinelli, M. L., On, M. L. R. & Muchail, S. T.
(Orgs.) O Uno e o Múltiplo nas Relações entre as Áreas do Saber. São Paulo, Cortez, 1998, p. 96-109
²Ver práxis em Lefebvre, H. Critique de la vie quotidienne. Paris: Éditions l’Arche , V. I: “Introduction”, 1958, p.240.
57
Outro ponto destacado no trabalho de Kostrowichi (1988) se refere à educação³, em
seu sentido amplo, englobando a transferência e o trabalho com
as informações
sociais feitas por meios e formas dinâmicos, partindo de saberes pertinentes que
envolvam todo sistema educacional, indo para além dele, concentrando-se sobre
questões fundamentais, críticas e não periféricas.
Sem esperar pelo fim...
Como nos disse Ortega y Gasset (2001) “Yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a
ella no me salvo yo”4. Compete frisar que todas as mudanças necessárias só podem se
dar no mundo, do qual tomamos parte, não apenas como uma criação do espírito, pois
ele, o mundo, existe concretamente (SANTOS, 2000). É dele que devemos partir para
construir outra coisa, ou seja, outro mundo; um mundo melhor. O seu movimento faz
com que, no campo do conhecimento, cada saber se relacione com os demais e com
que as disciplinas se transformem. Caminhamos para superar a inadequação cada
vez mais ampla, profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados,
compartimentados entre disciplinas e, por outro lado, realidades ou problemas
cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais,
globais, planetários.
Tudo isto depende, porém, da possibilidade de fazermos parte do que é discutido, pois
compreendemos quando realmente fazemos parte do que é compreendido. É assim
que nos sentimos integrantes da Teia da Vida. Esta vida assume de fato valor absoluto
na medida em que acreditamos e agimos firmados na convicção de que todos os seres
que existem partilham conosco da experiência da vida, possuindo todos eles sentido e
valor em si mesmos (BRANDÃO, 2005).
³Nos agrada especialmente a acepção cunhada por Madeira & Alloufa sobre educação, em função de sua articulação à
cultura “... educação é um processo de construção pessoal e social das representações dos indivíduos e grupos. Ela é a
relação interpessoal e grupal do ensinar e aprender, na interação de um processo histórico, contextualizado em um
espaço e um tempo. Isto abre outra via para a consideração da cultura, em sua relatividade e em sua universalidade.”.
Madeira, M.C. & Alloufa, J. Representações sociais e Educação: que relação é esta? In: II Colóquio Franco-Brasileiro
Educação e Linguagem, Natal (RN), 1996. Anais... UFRN - Université de Caen. EDUFRN (RN), p. 11-15, 1997. Ainda
segundo Madeira, neste processo “... a cultura e o conhecimento são continuamente transmitidos e (re)construídos,
envolvendo a totalidade do sujeito em suas relações com o(s) outro(s).”. Madeira, M. C. Representações Sociais e
Educação: importância teórico-metodológica de uma relação. In: MOREIRA, A. S. P. (org.) Representações Sociais: teoria
e prática. João Pessoa, Ed. Universitária UFPB, 2001, p. 123-144.
4 Ortega y Gasset, J. Meditaciones del Quijote. Madrid: Alianza, 2001, 167p.
58
O autor nos insere como partícipes do círculo do dom da vida, na rede da existência
do dom da vida. Nessa rede emaranhada, somos frutos e sujeitos da experiência da
vida, em contato e com-vívio permanente e diversificado com unidades
diferenciadas de partilha de vida. Portanto somos nós mesmos integrantes de toda a
vida. É essa vida que cria e recria a Terra na Terra, dando-lhe também a vida. O que
Carlos Rodrigues Brandão nos convida a concluir é que na teia de trocas da vida,
tudo que existe está situado dentro, entre e em algum tipo de relacionamento com.
Portanto são os relacionamentos, os diálogos e as interconexões que dão à vida
uma consciência reflexiva de e sobre si mesma.
59
Referências bibliográficas
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A canção das sete cores: educando para a paz.
São Paulo: Contexto, 2005. 220p.
FONSECA, T. M. G. Epistemologia. Psicologia social contemporânea: livro-texto.
Petrópolis: Vozes, 2001. p. 36-48.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas: Papirus Editora, 1990. 56p.
KOSTROWICHI, Andrej S.. Problemas Sociais da Política do Meio Ambiente.
Rev. Geogr., São Paulo, 7, p.65-74, 1988.
LÈVY, Michel. Traité d’hygiène publuque et privée. 5ª ed., t.II, 1869.
MORIN, Edgar. A Cabeça Bem-Feita: reformar a reforma, reformar o pensamento.
São Paulo: Ed. Bertrand Brasil, 2000(a). 128p.
_______________. & KERN, A. B. Terra-Pátria. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.
163p.
ORTEGA Y GASSET, José. Meditaciones del Quijote. Madrid: Alianza, 2001,
167p.
SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel, 1993. 142p.
_______. Território e Sociedade - entrevista com Milton Santos. São Paulo: Ed.
Fundação Perseu Abramo, 2000. 128p.
SANTOS, J. E. & SATO, M. Universidade e Ambientalismo – Encontros não são
Despedidas. In: __________. (Org.). A Contribuição da Educação Ambiental à
Esperança de Pandora. São Carlos: RIMA, 2001. p. 31-50.
SAWAIA, Bader Burihan. Participação social e subjetividade. In: SORRENTINO,
Marcos. (coord.) Ambientalismo e participação na contemporaneidade. São Paulo,
EDUC: FAPESP, 2001, p. 115-134
SPOSATI, Aldaíza. Movimentos utópicos da contemporaneidade.
SORRENTINO,
Marcos.
(coord.)
Ambientalismo
e
participação
contemporaneidade. São Paulo: EDUC: FAPESP, 2001. p. 57-85.
60
In:
na
A sustentabilidade na escola – uma proposta prática
Professor Doutor Luiz Felipe Guanaes Rego
Professor do Departamento de Geografia e
Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
As questões ambientais norteiam as preocupações contemporâneas e expressam uma
nova realidade. Novos paradigmas produtivos caminham por incorporar no preço dos
produtos os custos dos serviços ambientais que porventura a sua produção ou descarte
comprometam. Surge um novo limite a orientar o mercado que move o mundo.
O novo mundo que se desenha é um mundo onde a base energética da sociedade é limpa e
se baseia nos potenciais naturais e sociais do local, representando uma oportunidade que se
lastra em princípios funcionais, garantindo o sutil equilíbrio dos sistemas de manutenção da
vida no planeta como o clima, as correntes oceânicas, os biomas entre outros.
O novo mundo precisa de transparência e de opções claras de comunicação, em que
a participação consciente é quesito para avaliar, decidir, implantar e controlar, em
sintonia com os potenciais naturais e socioculturais, a expressão da força do local.
Em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro sediará a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS). A Conferência marcará o 20º
aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula
Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável 2002 (WSSD), em Joanesburgo. É
fundamental aproveitarmos esta oportunidade para estimularmos nossos alunos a
refletirem sobre as questões ambientais da atualidade, criando um ambiente provocativo
na escola que estimule a mudança de comportamento em relação ao meio ambiente.
Neste tempo, o educar deve se permear de novos conceitos que, apesar de ainda estarem
se delimitando no seio da academia, já estão presentes no dia a dia das crianças, de suas
famílias e de sua comunidade. Meio ambiente, sustentabilidade, desenvolvimento
sustentável, consumo consciente, coleta seletiva, agricultura orgânica e vários outros
conceitos se impõem e demandam a nós, educadores, uma sistematização destes
conceitos para permitir que a criança, um futuro adulto, incorpore novos valores, tornandose um agente de transformação positiva da sociedade.
61
O centro do observar tem que ser o entendimento do local, posto que a
diferenciação do espaço geográfico se expressa em diferentes relações entre a
comunidade e seu meio, num diálogo singelo que pode permitir a potencialização das
relações, favorecendo transformações socioambientais.
A análise da sustentabilidade tem que ser multiescalar e dar conta da escola e de
seu entorno, ação pregada há décadas pela Agenda 21; do físico ambiental, a partir do
recorte espacial da bacia hidrográfica e do político no horizonte municipal, visando ao
entendimento das engrenagens político-administrativas das relações econômicas e
sociais. Essas escalas têm que se articular, permitindo um posicionamento políticoespacial e ambiental do aluno, construindo uma percepção integrada da realidade.
Na perspectiva da escola, o “emolduramento” dos conceitos de sustentabilidade ocorre
a partir da participação ampla e irrestrita de todos os agentes envolvidos no seu dia a
dia: alunos, funcionários e professores. A sustentabilidade é um processo e se
justifica e se realiza na cooperação e percepção do outro, tanto o outro humano,
como o outro vivo, meio natureza.
As ações de cooperação e transformação se centram na discussão e na mediação de
diferenças onde se constroem ações que devem ser empreendidas. O
comprometimento institucional da escola é fundamental para se obter coesão entre as
ações pretendidas. O coletivo, através de metodologias de discussão participativa,
deve produzir uma espécie de “Constituição Verde”, uma agenda ambiental que se
espalhe pelas várias dimensões da escola, subsidiando ações concretas e palpáveis,
empreendidas de forma coletiva por toda a comunidade. Vivemos uma crise de
horizontes em que o pessimismo, pelo gigantismo dos problemas ambientais, nos
congela. Devemos inverter este processo e agir a nível local, tornando possíveis novas
formas de compromisso e entendimento do meio ambiente. A própria escola tem que
se transformar num grande laboratório vivo participativo, em que a
sustentabilidade se construirá diariamente.
A sustentabilidade deve ser entendida como uma relação entre a sociedade e o meio
ambiente, baseada em condicionantes climáticas, geológicas, pedológicas,
geomorfológicas e biológicas que se interagem com condicionantes sociais, culturais,
econômicas, educacionais, de tal forma que o sistema se mantenha no tempo e no
espaço. As relações microespaciais determinam as possibilidades e as fragilidades
locais que devem embasar todo o processo de apreensão do entendimento da questão
da sustentabilidade. A escola se situa num ponto geográfico que se individualiza e
expressa de forma peculiar os macroproblemas derivados da crise de sustentabilidade:
mudanças climáticas, lixo, pobreza entre outros, sob uma ótica do particular.
62
A escola ocupando seu espaço no seu entorno, na sua bacia, no seu município com
sua cultura, com seu povo, com seu desenvolvimento econômico, deve ser objeto de
estudo e de análise de seus professores e alunos e de outras escolas das redondezas.
Este espaço geográfico tem que ser conhecido, suas relações discutidas e seus
gargalos percebidos.
O diagnóstico socioambiental do município pode ser empreendido pelos
professores multidisciplinares que lecionam as diferentes temáticas oferecidas no
Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Esta análise pode se transformar numa
poderosa ferramenta de entendimento e interpretação socioambiental do entorno,
criando um sentido de entendimento que pode orientar as ações em várias escolas ao
mesmo tempo, visando ao alcance de um fim, estimulando a noção de conjunto e a
participação ativa.
As peculiaridades municipais permitem diferentes arranjos que se autoestimulam, criando
uma onda de mudanças. Comprometimentos coletivos como a adoção de um parque, a
proposta de limpeza de um rio ou a revitalização de um terreno baldio podem se
transformar num forte elo que se autoenergetiza e estimula as mudanças e um ambiente
rico em termos de experiências que em muito contribuirá para a formação do aluno.
Neste contexto, não se pode esquecer da base das ações ambientais que devem ser
configuradas dentro de um contexto claro e ético, baseadas na transparência e no
processo participativo de tomada de decisões.
A Conferência da ONU, denominada RIO + 20, enfatiza dois aspectos: a economia
verde com erradicação da pobreza e a governança global do desenvolvimento
sustentável. Esses eixos devem se espelhar nas metodologias sugeridas tanto na
construção da Agenda Ambiental Escolar como no diagnóstico socioambiental
municipal, permitindo que o aluno incorpore esses valores e se habilite a participar, de
forma consciente, da construção de uma nova sociedade, baseada nos princípios já
consagrados de igualdade, liberdade e fraternidade, adicionados ao respeito ao meio
ambiente e aos serviços ambientais que ele nos gera, garantindo qualidade de vida
para as gerações atuais e vindouras.
63
Sugestões de leitura
- Agenda Ambiental da PUC-RIO, Rio de Janeiro, 2009.
(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/agenda-ambiental)
- Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício da
cidadania. Duque de Caxias, 2008.
(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/duque-de-caxias)
- Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício da
cidadania. Nova Iguaçu, 2009.
(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/nova-iguacu)
- Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício da
cidadania. Resende, 2009.
(http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/resende)
64
Fórum de sustentabilidades e a sala de aula:
valores éticos e formação cidadã
Professora Doutora Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu
Professora da Faculdade de Letras da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Questionando
A condição de cidadãos nos exige atitudes que pressupõem conhecimento de um
conjunto de responsabilidades e normas que devemos ter com nossos pares na
vida em sociedade. Este conjunto pode ser traduzido por duas palavras: direitos e
deveres, cujas realizações dependem não só dos nossos direitos civis e políticos,
mas também, de nossos direitos sociais. Temos, na condição de cidadãos, direito
à vida, à liberdade, à propriedade, ou seja, nossos direitos civis; temos, também,
direito ao voto, a votar e ser votado, por exemplo. Não se pode, entretanto,
assegurar a democracia, sem que tenhamos os nossos direitos sociais: o direito à
saúde, ao trabalho, ao salário justo. Por isso, quando se pensa em exercício
pleno da cidadania, deve-se
vislumbrar uma tríade de direitos, uma
engrenagem que precisa funcionar de forma harmoniosa:
65
Uma discussão muito importante nessa tríade é a questão socioambiental, as questões
de sustentabilidade do nosso planeta. Por se tratar de direito conferido ao cidadão, a
preservação do meio ambiente deve ser pensada criticamente e, sobretudo, em
relação as nossas atitudes perante a natureza. Estas questões são conferidas como
nossos direitos sociais. É exatamente nesse aspecto que devemos vislumbrar nossos
deveres. Embora seja um direito, não há como preservá-lo, mantê-lo para o usufruto de
muitas e muitas gerações, se não tivermos uma postura de cuidado, de dever cuidar.
Mediante essa tomada de consciência dos deveres que o direito ao meio ambiente
requer, deve-se perguntar que ações positivas e negativas praticamos frente ao meio
ambiente. Preservamos nosso meio ambiente? Deixamos o consumismo frente às
consequências que essa atitude pode causar no ambiente? De que forma essas
atitudes interferem ou são importantes para nossas vidas, para as próximas gerações,
para o planeta?
Contextualizando
Quando dizemos que cada ambiente constitui um sistema ou um ecossistema,
reconhecemos que há um ciclo de alimentos ou de energia que permite que o ambiente
se renove continuamente. Os processos evolutivos que alteram esses ambientes são
relativamente lentos, existindo em uma escala de tempo diferenciada da escala de
tempo histórico em que nos baseamos para entender a sociedade humana. Ainda que o
processo de alteração do ambiente seja natural, a intervenção do homem, atendendo a
necessidades diversas, causa a degradação ambiental, já que esta intervenção,
diferentemente da natural, ocorre em velocidade intensa, sem haver um retorno
satisfatório ao ambiente. Esta atitude de degradação é oposta à atitude dos animais,
por exemplo, que devolvem à natureza em forma de energia aquilo que dela tiraram.
O que diferencia os homens dos animais, para que nós possamos usufruir
positivamente do meio ambiente em que habitamos? A educação. Por isso, ao
falarmos de Educação, há de se falar em ética. Buscando ajuda na Filosofia, ÉTICA
pode significar o que é bom para o indivíduo e para a sociedade e seu estudo contribui
para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo-sociedade.
Especificamente, a disciplina ÉTICA, nova matéria da escola, daria conta de trabalhar,
com os alunos, de diversos níveis de escolaridade, noções básicas da vida em
sociedade, daria conta de discutir aspectos da Filosofia que, nos idos da década de 90,
não faziam mais parte do currículo da escola básica e também, por consequência,
ajudaria a resolver problemas de convivência dos jovens, dentro e fora da escola.
66
A disciplina foi criada em muitas escolas, mas os problemas continuam instalados nos
estabelecimentos de ensino. Para entender melhor, recorro ao dicionário. No Houaiss, encontro:
Ética – parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam,
distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente
a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em
qualquer realidade social.
Cidadania – condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo
de direitos que lhe permitem participar da vida política.
Da mesma forma, é mister entender a estreita relação que se pode estabelecer com o
conceito de sustentabilidade. Define-se por Desenvolvimento Sustentável um
modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar
e se difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado,
quando se constata que este é:
ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente
perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente
injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação
aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos
humanos e aos das demais espécies.
Propondo
Há vários conceitos para sustentabilidade, tais como: SUSTENTABILIDADE SOCIAL –
melhoria da qualidade de vida da população, equidade na distribuição de renda e de
diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular;
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA – setores públicos e privados, regularização do
fluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo,
equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e a tecnologia;
SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA – o uso dos recursos naturais deve minimizar
danos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da
poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de
maior
eficiência
e
regras
para
uma
adequada
proteção
ambiental;
SUSTENTABILIDADE CULTURAL – respeito aos diferentes valores entre os povos e
incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;
SUSTENTABILIDADE ESPACIAL – equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de
migrações, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais
inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas
67
e industrialização descentralizada; SUSTENTABILIDADE POLÍTICA – no caso do
Brasil, evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e
participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos
governos locais e descentralização da gestão de recursos; SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL – conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação
da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Abarca
todas as dimensões anteriores através de processos complexos.
O que se pode perceber, partindo dos diferentes conceitos até aqui expostos, é que se
trata de uma distinção entre o público e o privado. Na sociedade contemporânea, o
termo privado se refere àquilo que é próprio do indivíduo ou de uma pequena
coletividade como a família. Sendo assim, dizemos que o carro é um bem privado,
assim como o são a casa em que moramos, as roupas e os acessórios pessoais que
usamos. Em suma, privado é tudo o que remete ao espaço social mais restrito, mais
pessoal de nossa vida. Em contrapartida, o PÚBLICO é o que pertence ou é regido
pela coletividade, obedecendo aos interesses da comunidade. É o lugar onde o
interesse coletivo deve ser sobreposto ao individual, onde a sociedade se impõe sobre
o indivíduo e onde os interesses gerais se consolidam sobre as questões específicas.
Sendo assim, são públicos o Estado e suas normas, a vida coletiva e suas regras, os
patrimônios nacionais etc. Por isso, para nossa reflexão e uma tomada de consciência
das novas gerações, cabe à escola a plena conscientização do cidadão quanto ao
seu importante papel na construção dessa sociedade de forma mais justa, de
forma mais preservadora de nossos bens. Há de conscientizá-lo. A resposta a
esses questionamentos é muito importante: meio ambiente é um espaço público ou
privado? Como é utilizado? Como espaço individual ou coletivo? Os produtos que
consumimos devem considerar apenas os interesses de quem consome ou devem
considerar a sociedade como um todo?
O que verificamos em quase todos os casos é uma priorização do interesse privado em
relação aos interesses coletivos ou públicos, o que pode ser verificado em nosso
próprio comportamento. Quantos de nós, ao adquirir um produto ou serviço que irá
satisfazer uma necessidade individual, consideramos o impacto deste sobre o meio
ambiente? Até que ponto estamos preparados para abdicar de uma satisfação pessoal
em prol da conservação do ambiente público? Na maioria das vezes, o que podemos
observar é uma contradição entre nosso discurso sobre os problemas ambientais
e nossa prática em relação ao meio ambiente.
68
O meio ambiente é público, pois é parte da vida coletiva. Um problema ambiental
como a escassez de água afeta toda a coletividade e não apenas determinados
indivíduos. A maioria dos problemas ambientais que enfrentamos atualmente são
consequência de um consumo exagerado, da má utilização e conservação da água, da
quantidade de lixo produzido e da ineficácia em armazená-lo de maneira adequada e
da pouca atenção dada aos patrimônios ambientais, principalmente no momento da
ocupação e utilização do solo.
Nesse sentido, uma pergunta importante é: qual a função da ESCOLA no
desenvolvimento da consciência ambiental? Transformar o que é INFORMAÇÃO,
o que está no senso comum, veiculado na sociedade, em CONHECIMENTO, em
APROPRIAÇÃO, em INVESTIGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS, em REFLEXÃO, em AÇÃO
COLETIVA. Portanto, o reconhecimento dos espaços públicos como fóruns legítimos
para a discussão e proposição de ações cidadãs do ponto de vista ambiental deve
constituir um passo importante para que a nossa cidadania saia do papel e se torne
algo concreto. Repensar a nossa relação, em coletividade, com a natureza de que
fazemos parte, seus bens e seus processos, dada a complexidade dessas relações
presentes na natureza, pode resultar em consequências benéficas, as mais variadas,
previstas ou não, para todos nós, incluindo a redução da pobreza, com melhores níveis
de educação, saúde e participação na vida social para todos.
69
Empresas viáveis, cidades sustentáveis
Senhor Sérgio Basile
Administrador
Responsável pelas ações de sustentabilidade da Dataprev
No despertar de nova conscientização social, as empresas são fortes exemplos pela
influência que exercem nos comportamentos das pessoas e de outras empresas. O
envolvimento dos trabalhadores em ações sociais lhes dá satisfação pessoal e
motivação para o trabalho.
Grande empresa pública e de capilaridade nacional, a Dataprev é um desses exemplos
e atua baseada em princípios da Responsabilidade Social o que, em se tratando de
sustentabilidades, tornou-a uma empresa ambiental e socialmente responsável,
através de projetos como a Coleta Seletiva Solidária.
O Brasil vive o despertar de uma nova consciência social e, neste contexto
transformador, as empresas exercem grande influência na vida das pessoas, por meio
de seus exemplos, que auxiliam no estabelecimento de prioridades gerenciais e na
moldagem do próprio comportamento humano. Os conceitos e as práticas de
Responsabilidade Social vêm crescendo, a cada dia, no mundo dos negócios.
Empresas comprometidas com o progresso social, o meio ambiente e as boas práticas
corporativas a cada dia conquistam mais respeito de consumidores, fornecedores,
empregados e, enfim, de toda a sociedade.
Trabalhadores que se envolvem em ações sociais experimentam maiores níveis de
satisfação pessoal e de motivação para o trabalho, maximizando seu potencial de
criatividade, comunicação, eficiência, gestão inteligente de recursos e valorização do
trabalho em equipe.
Responsável pelo Sistema de Benefícios da Previdência Social, todos os meses a
Dataprev gera a folha de pagamento dos segurados e pensionistas do INSS, que
atende a mais de 25 milhões de beneficiários. A Dataprev conta com mais de três mil
empregados comprometidos com o uso da Tecnologia da Informação no
desenvolvimento do país, notadamente nas áreas sociais do Governo, contribuindo
para que as Agências da Previdência, espalhadas pelo país, dispensem atendimento
mais ágil a todos os que necessitam de seus serviços. Como empresa pública, a
Dataprev tem o dever de atuar em favor de programas que incitem a participação de
todos na criação de mecanismos para o combate à fome, para o exercício da inclusão
social no nosso país e para o respeito ao meio ambiente.
70
Os princípios da Responsabilidade Social são compromissos indeléveis, pactuados e
estabelecidos para orientar a organização no exercício de suas atividades internas e
externas, perante a sociedade. O ano de 2010 consolidou o crescimento da Dataprev
como empresa socialmente responsável, comprometida com o desenvolvimento social
e ambiental.
Como empresa pública que desenvolve soluções de tecnologia, informações e
comunicações para o êxito das políticas sociais governamentais, a Dataprev tem
compromisso direto com o desenvolvimento social e estabelece metas corporativas
anuais para implantação, implementação e disseminação de programas de Inclusão
Digital com parcerias e ética no ambiente corporativo, de Educação Ambiental e apoio à
Inclusão Social e às políticas de governo na redução das desigualdades.
Com o objetivo de expandir os canais de inclusão digital pela malha previdenciária, a
Dataprev estabeleceu parceria com o INSS e o Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão, viabilizando o acesso aos serviços da Previdência Social na Internet e a
disseminação da educação previdenciária, alinhados às diretrizes da Política de
Responsabilidade Socioambiental da Dataprev e ao Programa de Inclusão Digital do
Governo Federal.
Nas Oficinas de Inclusão Digital, a Dataprev, em parceria com o INSS, organizou
oficinas para disseminação do PEP – Programa de Educação Previdenciária – cuja
proposta principal é aproximar capacitadores, implementadores e técnicos envolvidos
em ações de inclusão digital.
A Empresa migrou aproximadamente três mil estações de trabalho para a plataforma
de software livre BrOffice, gerando economia significativa e, com isso, atendendo à
orientação geral de governo, na linha de migração de todas as plataformas públicas
para software livre. A Dataprev é um dos principais doadores de equipamentos de
microinformática para o Projeto Computadores para Inclusão (CI), que tem como
objetivo implantar, no país, uma rede nacional de recondicionamento de equipamentos
de informática descartados por órgãos públicos, empresas e também pessoas físicas.
Na busca da melhoria do passivo ambiental corporativo, focado no tripé da
inclusão social, da defesa ambiental e do combate ao desperdício, a Empresa já
concluiu o processo de destinação de resíduos às cooperativas em todas as suas
unidades nos estados, concluindo o processo de implantação do Decreto 5940/2006.
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Por seu trabalho, a Dataprev está citada no Portal do Governo Federal para Coleta
Seletiva Solidária como exemplo de Boas Práticas em relação à Coleta Seletiva na
empresa. A Política de Responsabilidade Socioambiental, adotada pela Dataprev, em
suas diretrizes gerais, se compromete a incorporar, às práticas empresariais, princípios
e valores essenciais ao cumprimento da missão institucional que lhe é confiada pela
sociedade e que se constitui em um dos pilares dos compromissos supremos do
Estado brasileiro com a defesa da dignidade humana, a proteção ao interesse público e
a promoção do bem comum. A ética, a inclusão social, a inclusão digital, a
acessibilidade, a qualidade de vida, as ações sociais, a coleta seletiva para reciclagem,
o consumo racional de recursos naturais e as doações são os alicerces que sustentam
a Responsabilidade Social de uma empresa.
As definições e orientações gerais da Organização estão em pleno vigor e são do
conhecimento geral da corporação, em todos os seus níveis hierárquicos. A presença
institucional da Empresa em todos os Estados, aliada à participação voluntária de seus
empregados, permite o suporte a projetos e campanhas que, ao mesmo tempo,
propiciam a disseminação de conhecimento das novas tecnologias, a conscientização
para a cidadania e a distribuição de produtos de consumo básico a cidadãos de baixa
renda cadastrados nos programas oficiais. A Dataprev apoia as campanhas sociais,
com ação voluntária de empregados e organização de programas multidisciplinares de
atendimento a comunidades.
Os resultados alcançados estão bem além dos limites do mero assistencialismo,
refletem-se nos lucros sociais alcançados, de forma direta ou por meio de parcerias,
que se inserem no objetivo maior do Governo Federal e seu compromisso de redução
das desigualdades sociais, combate à fome e eliminação da miséria. Nossa Política de
Responsabilidade Socioambiental poderá ser revisada ou alterada a qualquer tempo,
em busca de maior eficácia e amplitude, mas sempre será cumprida por todos, a partir
do exemplo e do apoio do corpo diretivo.
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Princípios Escolares para um mundo sustentável
A comunidade escolar da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, por meio de
seus professores, diretores, funcionários administrativos, alunos e pais, oferece a sua
contribuição no processo de reelaboração e reconstrução de hábitos e valores
inerentes ao ser humano, em direção a um mundo efetivamente sustentável, sob os
aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais.
Foram
elaborados
20
PRINCÍPIOS
ESCOLARES
PARA
UM
MUNDO
SUSTENTÁVEL, cuja proposta é que sejam incorporados às práticas escolares
durante os próximos anos.
Para cada um dos princípios corresponde um conjunto de ações a serem executadas
pela Secretaria Municipal de Educação.
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Princípio 1
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se comprometer a
envolver a comunidade escolar (professores, diretores, funcionários, alunos
e seus responsáveis), de forma sistemática, em atividades socioambientais,
responsáveis e sustentáveis, conectadas com a realidade local.
Princípio 2
Toda escola deve ter estrutura adequada, tanto na parte física quanto nos
aspectos humanos, para que suas atividades sejam sustentáveis e para que
ela se torne um polo disseminador da cultura da sustentabilidade.
Princípio 3
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve buscar a utilização nas
escolas, na medida do possível, de materiais, equipamentos e maquinários
que tenham sido produzidos por reciclagem ou reuso de material. Além
disso, cada escola deve procurar reduzir o desperdício e reutilizar os
materiais que tenham certificação ambiental, como o Selo Verde, por
exemplo, ajudando a promover o uso racional dos recursos naturais.
Princípio 4
Toda escola deve contemplar, em seu Projeto Político Pedagógico,
formulações teóricas e proposituras didáticas que direcionem as ações
escolares para ambientes sustentáveis, concretizando, em seu cotidiano
pedagógico, a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de
ensino, conforme legislação vigente.
Princípio 5
Toda escola deve implementar mecanismos de acompanhamento e avaliação
dos respectivos projetos e ações pedagógicas, promovendo seu constante
aperfeiçoamento e validando, assim, o conhecimento coletivamente
construído para um mundo sustentável.
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Princípio 6
Toda escola deve estar aberta ao diálogo permanente com instituições
sociais públicas, privadas e do terceiro setor que atuem na área ambiental e
que tenham, reconhecidamente, saberes teóricos e práticos, relativos à
cultura das sustentabilidades.
Princípio 7
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve promover ações que
envolvam, além da comunidade escolar, instituições públicas e privadas, em
projetos voltados à sustentabilidade.
Princípio 8
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve ser referência de
pluralidade cultural e de saberes, de modo que hábitos e valores (ética,
solidariedade, igualdade, tolerância e respeito à vida), cultivados entre os
membros da comunidade escolar, sejam voltados à busca de uma sociedade
mais justa, mais responsável e ambientalmente mais sustentável.
Princípio 9
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se constituir em um
espaço de construção coletiva de conhecimento, para que o mundo do
século XXI se torne, efetivamente, sustentável, em todos os aspectos. Deve
também desenvolver ações, a partir dos conhecimentos que constrói,
voltadas para um mundo sustentável e que transcendam seus muros físicos
e, especialmente, simbólicos.
Princípio 10
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve articular ao seu fazer
pedagógico ações voltadas à pesquisa, à discussão e à apresentação de
propostas de modificações em leis e atos normativos, oriundos das diversas
esferas de governo, incentivando o protagonismo infanto-juvenil e, assim,
tornando o aluno importante agente de mudanças sociais.
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Princípio 11
Toda escola deve desempenhar seu papel de agente socioeducativo,
voltando-se para ideias de cooperação, visando à integração das culturas e
das etnias, combatendo todas as formas de preconceito e intolerância.
Princípio 12
Toda escola deve contribuir para que os equipamentos de uso coletivo,
móveis ou imóveis, no campo ou na cidade, sejam acessíveis a todos. A
escola deve se perceber e atuar como parte de uma rede que promove
saberes, com vistas à construção de uma sociedade justa e sustentável.
Princípio 13
Toda escola deve atuar no sentido de contribuir para a melhoria da condição
humana, incentivando ações voltadas para um conhecimento efetivamente
gerador de práticas socioambientais sustentáveis.
Princípio 14
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se manter,
permanentemente, aberta à reflexão e à avaliação recorrente de seu
currículo, de modo a dotá-lo de atualidade conceitual, em consonância com
as novas culturas sociais.
Princípio 15
Toda escola deve incentivar ideias e práticas que visem a novos padrões e
formas de consumo mais cooperativos, no que se refere às relações
sociais, estimulando a produção de bens materiais que respeitem a
sustentabilidade ambiental.
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Princípio 16
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve adotar ações relativas à
sustentabilidade, com agilidade e com base no que for acordado pela
comunidade escolar.
Princípio 17
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá buscar, a partir das
diretrizes da administração, a formação continuada em Educação Ambiental
de seus profissionais de educação, a fim de que suas práticas curriculares
alcancem o êxito esperado.
Princípio 18
Toda escola deve construir, de forma participativa, sua Agenda Ambiental
Sustentável, incorporando-a tanto ao seu Projeto Político Pedagógico quanto
ao planejamento disciplinar e interdisciplinar dos professores.
Princípio 19
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá incentivar o
compartilhamento entre escolas, do conhecimento produzido no viés da
sustentabilidade, criando um ambiente de sinergia em práticas sustentáveis.
Princípio 20
A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá se comprometer em rever,
a cada 5 anos, os princípios aqui relacionados, com o objetivo de avaliar os
resultados e de reformular suas ações, caso necessário.
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Fórum de sustentabilidades e a sala de aula:
valores éticos e formação cidadã
(Rio de Janeiro, setembro/2011)
Palestras
Grupos de trabalho
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79
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Sumário - Prefeitura do Rio de Janeiro