0 PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO EDUARDO PAES SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CLAUDIA COSTIN SUBSECRETARIA DE ENSINO REGINA HELENA DINIZ BOMENY COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO MARIA DE NAZARETH MACHADO DE BARROS VASCONCELLOS COORDENADORIA TÉCNICA ELISABETE GOMES BARBOSA ALVES MARIA DE FÁTIMA CUNHA SANDRA MARIA DE SOUZA MATEUS ORGANIZAÇÃO BEATRIZ ALVES DOS SANTOS CARLOS FERNANDO GALVÃO MARIA DE FÁTIMA CUNHA REVISÃO ANTONIO AUGUSTO ALVES MATEUS FILHO LEILA CUNHA DE OLIVEIRA SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA CAPA ALDINEA SEVILHA JACQUELINE MAC-DOWELL MARIA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA ILUSTRAÇÕES ALDINEA SEVILHA JACQUELINE MAC-DOWELL 0 E/SUBE/CED/CT ANA PAULA LISBÔA. CARLA DA ROCHA FARIA. CLOVIS DE FIGUEIREDO NEVES FILHO. EDUARDA CRISTINA AGENOR DA SILVA LIMA. EDWIGES ARAÚJO REGO. ELISABETTH MARTINS FEIO BRANDT. EULÁLIA PIMENTA SOUZA DE OLIVEIRA. FÁTIMA BLANCO CAVALCANTI. GINA PAULA BERNARDINO CAPITÃO MOR. JANAINA CRUZ DA SILVA. JULIA YOLANDA PAES MENDES. LEILA CUNHA DE OLIVEIRA. LETÍCIA CARVALHO MONTEIRO. MARCIA CRISTINA FERREIRA GARCIA. MÁRCIA DA LUZ BASTOS. MARCO AURÉLIO PEREIRA VASCONCELOS. MARCO UBIRATAN MIRANDA DE CASTRO. MARIA ANGÉLICA PAMPLONA ALGEBAILE. MARIA DA PENHA MACEDO TOZZI. MARIA LÚCIA DE SOUZA E MELLO. MARTHA FRANCISCA DA SILVA. MOISÉS DE CARVALHO FILHO. MONICA DOS SANTOS MARINS SOARES. NATÁLIA VALÉRIA GASPAR NETO CORRÊA. NICANOR VIEIRA TRINDADE. NÚBIA VERGUETTI. PATRÍCIA LORENA QUITÉRIO. RENATA RAMOS SADER. RENATA SURAIDE SILVA DA CUNHA BRANCO. ROBERTO ANUNCIAÇÃO ANTUNES. ROSANGELA SANTORO FRANCISQUINI. ROSANIA RANGEL TEIXEIRA. SARA LUISA OLIVEIRA LOUREIRO. SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA. SONIA REGINA DA SILVA RODRIGUES. VALÉRIA BARBOSA ARAÚJO. WELLINGTON MARTINS MACHADO. MARCIA DA LUZ BASTOS. HAYDEE COSTA. ANDRÉA BARRETO M. POÇA. E/SUBE/CED/GEF ANA CRISTIAN THOMÉ VENENO. ARALCINEA DORJEHAH L. S. NOGUEIRA. MARIA CRISTINA DE LIMA. E/SUBE/CED/ACOMPANHAMENTO ELAINE OLIVEIRA DOS SANTOS. ELIZABETH DOS ANJOS COVAS. ENILDA MARIA SANTOS D’ALMEIDA. ROSEMARY MEDEIROS SABINO. SHIRLEY CUPOLILLO FERREIRA. SONIA FERREIRA LARRUBIA FOLENA. TÂNIA RANGEL DO SACRAMENTO. E/SUBE/CRE/GED VANA MARIA SILVA DE OLIVEIRA(E/SUBE/1ªCRE/GED). ROSIMERE DO NASCIMENTO LIMA GAMEIRO (E/SUBE/1ªCRE/GED). JACIRA DA PAIXAO FERNANDES (E/SUBE/2ªCRE/GAQ). ANDREA DA PAIXÃO FERNANDES (E/SUBE/2ªCRE/GED). PATRICIA SIROTHEAU DE ALMEIDA EICHLER (E/SUBE/2ªCRE/GED). MARIA LUCIA DA MOTTA MOSQUEIRA (E/SUBE/2ªCRE). TANIA MARIA FERREIRA TARGINO (E/SUBE/2ªCRE). MARIA INEZ ZAIN BRAZUNA (E/SUBE/2ªCRE). ELIANE MARIA FLORIANO DA PAIXAO (E/SUBE/3ªCRE/GED). PAULO JOSE DE ALMEIDA RIBEIRO (E/SUBE/3ªCRE/GED). MARIA DALVA DANTAS (E/SUBE/4ªCRE/GED). NOEMIA D. ALMEIDA OLIVEIRA (E/SUBE/4ªCRE/GED). ANA PAULA SIMOES PINTO (E/SUBE/4ªCRE/GED). JOSE HENRIQUE DE FREITAS AZEVEDO (E/SUBE/5ªCRE/GED). GUILHERME F. DE AZEVEDO DEGOU (E/SUBE/5ªCRE/GED). DESIREE CHAVES COSTA (E/SUBE/5ªCRE/GED). DENISE CRISTINA RIBEIRO DE SOUZA TOME (E/SUBE/6ªCRE/GED). CHRISTIANE MARIA COSTA CARNEIRO PENHA (E/SUBE/6ªCRE/GED). PRISCILA FRISONE COSTA (E/SUBE/6ªCRE/GED). ANA MARIA CARNEIRO ABRAHAO. (E/SUBE/7ªCRE/GED). MARIA DAS GRAÇA CAVALCANTI DE SÁ LIMA E/SUBE/7ªCRE/GED DIALA AZEVEDO (E/SUBE/8ªCRE/GED). SORAIA GALDINO ORNELAS DA COSTA (E/SUBE/8ªCRE/GED). MARCELO FERNANDES DO NASCIMENTO (E/SUBE/8ªCRE/GED). EDILENE RAMOS (E/SUBE/8ªCRE/GRH). JOSELIA PEREIRA BENTO (E/SUBE/9ªCRE/GED). LINDA LUIZA DE AZEVEDO MACEDO E/SUBE/9ªCRE/GED). DANIELE DE OLIVEIRA FRANCO ACUNA (E/SUBE/9ªCRE/GED). HELENA DORA WSTAZKA (E/SUBE/10ªCRE/GED). HUMBERTO OZORIO DE FIGUEIREDO FILHO (E/SUBE/10ªCRE/GED). ALVARO JORGE MADEIRA BORGES DE ALMEIDA (E/SUBE/10ªCRE). 1 E/SUBE/1ª CRE FABRICIA FIGUEIRA CRAVINHO - E/SUBE/CRE(01.01.001). HENRIQUE CYRILLO CORREA NETO E/SUBE/CRE(01.01.004). PAULO PEREIRA NUNES - E/SUBE/CRE(01.01.004). ANA LUCIA SOUZA DOS SANTOS -E/SUBE/CRE(01.01.005). LEONARDO SILVA CAMPOS - E/SUBE/CRE(01.01.007). ALINE BAPTISTA CASTANHEIRA - E/SUBE/CRE(01.01.008). JOSE CARLOS GONCALVE5 DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE (01.01.009). WILLIAM BARCELLOS - E/SUBE/CRE(01.01.009). ROSALINA PIRES DA LUZ E/SUBE/CRE(01.02.002). JORGE ALBERTO ALVES MESQUITA - E/SUBE/CRE(01.02.004). NATALIA GERASSO - E/SUBE/CRE(01.02.004). ELISABETE PINHEIRO COSTA - E/SUBE/CRE(01.02.005). CRISTIANE TIOZZO - E/SUBE/CRE(01.02.007). ANDRE DA SILVA CABRAL CORREIA - E/SUBE/CRE(01.02.007). RENATA TORRES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.02.501). FABIO GONCALVES NOGUEIRA - E/SUBE/CRE(01.03.001). TANIA REGINA DOS SANTOS BARBOSA - E/SUBE/CRE (01.03.004). MARCIA COUTINHO D. IPPOLITO BOMFIM - E/SUBE/CRE (01.03.004). MAURICIO AVILEZ VARGAS - E/SUBE/CRE(01.03.004). ANA SHIRLEY SA DE OLIVEIRA – E/SUBE/CRE (01.03.004). SUELI CARVALHO LANCETTA - E/SUBE/CRE(01.03.005). MARIA ALDINA DE JESUS PINTO - E/SUBE/CRE(01.03.005). SUELI MAURICIO LEAL FILHA E/SUBE/CRE(01.03.006). SIMONE FLORES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.07.001). FERNANDA MARIA CARDOSO DE OLIVEIRA AFONSO - E/SUBE/CRE(01.07.001). MARCIA ANDRADE DAMASCENO E/SUBE/CRE(01.07.001). DEBORA ANA DA SILVA JORGE - E/SUBE/CRE(01.07.001). ANTONIO JOSE MIRANDA PEREIRA - E/SUBE/CRE(01.07.002). ALEXANDRE ROQUE DE ARAUJO - E/SUBE/CRE(01.07.003). ANA VIRGINIA AYRES BARBOSA - E/SUBE/CRE(01.07.004). DENISE FERREIRA NUERNBERG E/SUBE/CRE(01.07.007). FILIPPE DE LIMA GOMES - E/SUBE/CRE(01.07.009). TATIANE DA CRUZ SILVA COELHO - E/SUBE/CRE(01.07.009). REGINA WEINERT LA BELA DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.07.011). ELIANE SOUZA PECANHA - E/SUBE/CRE(01.07.011). ANDREA SOARES BARBOZA E/SUBE/CRE(01.07.011). MARIA MARGARETH BARLETA ABREU - E/SUBE/CRE(01.07.012). BIANCA GOMES DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.07.502). EDNA MARIA AUGUSTO DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.21.002). ANDRÉLUIS DA SILVA JUNIOR - E/SUBE/CRE(01.21.002). DENISE DIAS BARIFOUSE E/SUBE/CRE(01.23.002). ORLANDO RODRIGUES DA SILVA - E/SUBE/CRE(01.23.002). AUDREY SANTOS E SANTOS - E/SUBE/CRE(01.23.002). LUIS HORÁCIO DUTRA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(01.23.002). FERNANDO JOSÉ CORREA - E/SUBE/CRE(01.23.002). REINALDO NUNES DO NASCIMENTO E/SUBE/CRE(01.23.004). WAGNER LUIZ G. MORAES - E/SUBE/CRE (01.01.001). CLAUDIA GRUBMAN E/SUBE/CRE (01.02.001). PAULO PEREIRA NUNES - E/SUBE/CRE 01.02.504. LUIZ GERALDO DOS SANTOS JR. - E/SUBE/CRE (01.07.002). MARIA DE FÁTIMA G. CASTRO - E/SUBE/CRE (01.07.002). ESTER MARIA MORA - E/SUBE/CRE (01.07.012). RICARDO P. LINHARES - E/SUBE/CRE (01.02.004). NEUZA DA SILVA ELIAS E/SUBE/CED (01.07.007). SOLANGE SIMÕES COMERLATO - E/SUBE/CED (01.07.004). ALEXANDRE ROQUE DE ARAUJO - E/SUBE/CED (01.07.003). 2 E/SUBE/2ª CRE ALFEU OLIVAL BARRETO JUNIOR E/SUBE/CED (02.06.020). EDNO PIENTZNAUER JUNIOR E/SUBE/CRE(02.04.001). VALERIA MARIA OLIVEIRA SANTOS SENRA - E/SUBE/CRE(02.04.004). ILDENIR SANTOS OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.04.011). LUCIA HELENA CAYRES MENESCAL - E/SUBE/CRE(02.04.014). SIMONE GEANE BERGER - E/SUBE/CRE(02.04.014). SANDRA SILVA COSTA - E/SUBE/CRE(02.04.014). ROSELI MARITAN DE ABOIM COSTA - E/SUBE/CRE(02.04.014). CLAUDIA LUCIA CABRAL DE ARAUJO E/SUBE/CRE(02.04.015). LUCIA INES DELPASSOS PAIVA - E/SUBE/CRE(02.04.017). CLAUDIA DA ROCHA VAZ - E/SUBE/CRE(02.05.004). VALERIA SIMEÃO DUARTE - E/SUBE/CRE(02.05.008). MARIA ALICE GOULART DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.05.009). ANDRE LUIS MARCONDES - E/SUBE/CRE(02.06.002). DEBORA DE SOUZA CORREA E/SUBE/CRE(02.06.003). ADRIANA SOARES MAGDALENO E/SUBE/CRE(02.06.004). CLAUDIA ANDREA LAFAYETTE PINTO - E/SUBE/CRE(02.06.005). ANDREA DE CARVALHO CONCEICAO - E/SUBE/CRE(02.06.006). BEATRIZ MANSO DUTRA E SILVA E/SUBE/CRE(02.06.008). RAQUEL LANA BRAGA COSTA - E/SUBE/CRE(02.06.010). ANA HELENA DA ROSA E SILVA ESTEVES - E/SUBE/CRE(02.06.015). FERNANDO SOUZA PAULO - E/SUBE/CRE(02.06.020). ROBERTA ESTEVES DA ROCHA - E/SUBE/CRE(02.06.020). LILIA MARCIA DE ALMEIDA SILVA - E/SUBE/CRE(02.08.002). NUBIA CERQUEIRA DO ESPIRITO SANTO - E/SUBE/CRE(02.08.003). MONICA REGINA SANTOS DE MACEDO - E/SUBE/CRE(02.08.004). MARIA CRISTINA DE ANDRADE MACEDO - E/SUBE/CRE(02.08.004). CARMEN LUCIA TAVARES POMPEU - E/SUBE/CRE(02.08.007). ROBERTA GEORGIA KURRIK - E/SUBE/CRE(02.08.007). MARCIA SCHIECK CHAVES LOPES - E/SUBE/CRE(02.08.008). TEREZA CRISTINA AROUCA FRAMBACH E/SUBE/CRE(02.08.009). REGINA BRASILIA DE ABREU OLIVEIRA SACRAMENTO - E/SUBE/CRE(02.08.010). ROSILANE RIBEIRO MARALHAS - E/SUBE/CRE(02.08.010). ALEXANDRE ANTONIO FRAMBACH E/SUBE/CRE(02.08.012). MARIA CRISTINA ZAMITH CUNHA - E/SUBE/CRE(02.08.012). SEBASTIAO VIEIRA E/SUBE/CRE(02.08.017). NORMA EUGENIA FERREIRA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.08.502). LENITA DE SOUSA VILELA - E/SUBE/CRE(02.08.502). MARCIA CARDOSO DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.08.502). VERA LUCIA AMPARO SANT ANNA - E/SUBE/CRE(02.09.001). DANIELE CATALDI FERNANDEZ E/SUBE/CRE(02.09.003). GUACYRA PEREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(02.09.008). ROBERTA RODRIGUES MATTOS DE ANDRADE ROJAS PEREIRA - E/SUBE/CRE(02.09.011). VERA NACIA DUARTE FRANCO E/SUBE/CRE(02.09.013). MARCELO MIRAGAYA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(02.09.020). RAFAEL CARDOSO REGO - E/SUBE/CRE(02.09.021). ANDRE LUIZ DA SILVA TEIXEIRA - E/SUBE/CRE(02.09.021). SILVANE DE CASTRO OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(02.09.023). MARIA DE LOURDES DE ATHAYDE COSTA CINTRA E/SUBE/CRE(02.09.026). JORGE DE ALMEIDA VARGUES - E/SUBE/CRE(02.09.026). SUSANA LOURENCO FERNANDES PINTO - E/SUBE/CRE(02.27.004). MARCUS VINÍCIUS DOS S. DELPHIM - E/SUBE/CED (02.06.012). ALEXANDRE A. FRAMBACH - E/SUBE/CED (02.08.012).MARIA CRISTINA Z. CUNHA E/SUBE/CED (02.08.012). WILSON SANTOS BRAGA - E/SUBE/CED (02.09.019). MARCELO DA CONCEIÇÃO SILVA - E/SUBE/CED (02.06.019). ADRIANA SOARES MAGDALENA - E/SUBE/CED (02.06.004).VALÉRIA SIMEÃO DUARTE - E/SUBE/CED (02.05.008). FÁTIMA AZAMOR DA COSTA - E/SUBE/CED (02.09.020). SILVANE DE CASTRO OLIVEIRA - E/SUBE/CED (02.09.023). DENISE V.G. NOVO - E/SUBE/CED (02.06.020). 3 E/SUBE/3ª CRE FERNANDO LUIZ AUGUSTO DE SOUZA FARIA - E/SUBE/CRE(03.12.006). DAYSE CRISTINA REIS LOPES ROCHA - E/SUBE/CRE(03.12.009). MARIA JOSELMA BRITO - E/SUBE/CRE(03.12.010). JENNY DA SILVA PIRES - E/SUBE/CRE(03.12.012). ANDRE DARINO DE OLIVEIRA BORGES - E/SUBE/CRE(03.12.016). MONICA SILVA DE ARAUJO - E/SUBE/CRE(03.12.016). CLAUDIA DO VALE MADEIRA TERRA POMAR E/SUBE/CRE(03.12.019). ROSE ELEN SANT ANNA VITORIANO - E/SUBE/CRE(03.12.030). ELISABETE GONCALVES NUNES - E/SUBE/CRE(03.12.031). MARCIO DA ROCHA FRANCELLINO E/SUBE/CRE(03.12.033). MARCO ANTONIO ANANIAS - E/SUBE/CRE(03.12.501). LUCIO FLAVIO CEDROLA LOURES - E/SUBE/CRE(03.12.503). MARIA ELIZABETE DE LIMA FERNANDES BORGES E/SUBE/CRE(03.13.002). CLAUDIA VALLE LAURENZANO - E/SUBE/CRE(03.13.002). ELIZABETE DE JESUS RODRIGUES - E/SUBE/CRE(03.13.008). VERA LUCIA FERREIRA MACHADO - E/SUBE/CRE(03.13.008). ELIZABETH BRIGIDO PEREIRA - E/SUBE/CRE(03.13.022). CRISTINA APARECIDA DA SILVA CARNEIRO E/SUBE/CRE(03.13.030). ANDRE LUIZ DOS PASSOS - E/SUBE/CRE(03.13.030). SONIA MARIA ALCANTARA DA CRUZ - E/SUBE/CRE(03.13.036). GEISA FERREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(03.13.037). ZORAIDA DORIA PEREIRA - E/SUBE/CRE(03.13.044). MARISA DA FONSECA SARMENTO - E/SUBE/CRE(03.13.044). TARCIO CORDEIRO RAMOS - E/SUBE/CRE(03.13.046). ELANE SILVEIRA CORREA - E/SUBE/CRE(03.13.050). MARCIA MOREIRA DA SILVA - E/SUBE/CRE(03.13.503). MARIETA PINTO MAROTTA - E/SUBE/CED (03.13.022). BIANCA GOMES BARBOSA DE SOUZA - E/SUBE/CED (03.12.603). GILDA MARTINS ROTTI - E/SUBE/CED (03.013.501). LEGNER WAGNER P. DE MATTOS - E/SUBE/CED (03.012.005). CLÁUDIA VALLE LAURENZANO - E/SUBE/CED (03.012.002). MARCELLY LESSA GONÇALVES - E/SUBE/CED (03.012.009). CELINA DA SILVEIRA RIBEIRO - E/SUBE/CED (03.13.052). FLÁVIA MACÊDO DA SILVA - E/SUBE/CED (03.13.044). JENNY DA SILVA PIRES - E/SUBE/CED (03.12.012). CLÁUDIA DO VALE MADEIRA - E/SUBE/CED (03.12.019). FERNANDO LUIZ AUGUSTO DE SOUZA FARIA - E/SUBE/CED (03.12.006). VÂNIA TEIXEIRA TALHADO - E/SUBE/CED (03.12.015). MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA DA ROCHA -E/SUBE/CED (03.12.501). E/SUBE/4ª CRE MARIANGELA ENNE MEDINA - E/SUBE/CRE(04.10.004). REGINA DE LIMA MENCARELLI E/SUBE/CRE(04.10.004). SUELI VIEIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(04.10.009). MARLI VIEIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(04.10.009). ELOA MACIEL GARCIA - E/SUBE/CRE(04.10.010). ALVARO CHIANELLI DE AZEREDO - E/SUBE/CRE(04.10.010). JORGE DE CASTRO MENDES - E/SUBE/CRE(04.10.010). RITA DE CASSIA PEREIRA PACHECO - E/SUBE/CRE(04.10.016). DENISE DE SOUZA FREITAS E/SUBE/CRE(04.10.018). LUIZ GERALDO DOS SANTOS JUNIOR - E/SUBE/CRE(04.10.018). RONALDO MIRANDA ARDENTE - E/SUBE/CRE(04.10.021). WALACE DA SILVA SOUZA - E/SUBE/CRE(04.10.022). MARILENE GUIMARAES DE SA MENDES - E/SUBE/CRE(04.10.023). SONIA REGINA PINTO BARBOSA E/SUBE/CRE(04.10.023). SONIA MARIA DA SILVA MACIEL - E/SUBE/CRE(04.10.025). LEANDRO FERREIRA DOS SANTOS DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.10.501). MARIA DE FATIMA GONCALVES CASTRO E/SUBE/CRE(04.11.008). HUMBERTO CAMELO DE FREITAS - E/SUBE/CRE(04.11.008). LUIZ ROBERTO CONGUNDES SALVADOR - E/SUBE/CRE(04.11.009). 4 E/SUBE/4ª CRE ANDERSON FELIX FERNANDES - E/SUBE/CRE(04.11.013). NEUDIMAR FERREIRA LEITE E/SUBE/CRE(04.11.202). SANDRA MARIA JARDIM SERRA PIRES - E/SUBE/CRE(04.11.202). MARIA ALEXANDRA DA PURIFICACAO LEVANDEIRA GONCALVES - E/SUBE/CRE(04.20.001). LILIAN CRISTINA ASSUMPCAO DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.001). LYZIA TOSCANO DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.004). TEREZINHA SILVA SEIXAS FILHA - E/SUBE/CRE(04.20.004). ALESSANDRA BRUNO E/SUBE/CRE(04.20.012). DANIEL SANTOS SOUZA - E/SUBE/CRE(04.20.012). ANA LUISA AMORIM PENEDO MACHADO - E/SUBE/CRE(04.20.013). EDNA CATARINA DE MELO ALVES E/SUBE/CRE(04.20.014). FERNANDO NEY DE OLIVEIRA LIMA TELLES - E/SUBE/CRE(04.20.015). EDVAR VASCONCELLOS - E/SUBE/CRE(04.20.017). MARCIA CRISTINA DO LIVRAMENTO FRAGA E/SUBE/CRE(04.20.020). NEZIO ENEAS NUNES - E/SUBE/CRE(04.20.020). LEONARDO DE FREITAS GONÇALVES - E/SUBE/CRE(04.20.020). ROSANA FERRANTE DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.021). ANGELICA SILVANA DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.023). CRISTIANE MARIANO LEITE E/SUBE/CRE(04.20.024). MARCELO DE SOUZA LEITE - E/SUBE/CRE(04.20.024). MARIA TEREZA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.20.029). KELLY LUIZ SOUZA DOS SANTOSM - E/SUBE/CRE(04.20.029). FRANCILEIDE MARIA GOMES MANNARINO - E/SUBE/CRE(04.20.030). VAGNER LUIZ BELCHIOR MESQUITA E/SUBE/CRE(04.20.030). MARCELE AUGUSTA PADILHA MONTEIRO ROCHA - E/SUBE/CRE(04.20.030). ANA PAULA DE MOURA BOURRUS SANTOS - E/SUBE/CRE(04.20.201). CELI CONCEICAO MAGALHAES ARAUJO - E/SUBE/CRE(04.20.501). EDILSON FERNANDES DA SILVA - E/SUBE/CRE(04.20.501). ELIZETE PEREIRA MAXIMO BARBOSA - E/SUBE/CRE(04.20.501). ANDRE LUIZ OLIVEIRA DA SILVA E/SUBE/CRE(04.30.002). LUIZ FILIPE - E/SUBE/CRE(04.30.005). TATIANA PEREIRA DE CARVALHO E/SUBE/CRE(04.30.503). GUILHERME MARINHO MOITA - E/SUBE/CRE(04.31.017). ANGELA MARIA SANTANNA FIGUEIREDO - E/SUBE/CRE(04.31.018). LUIZ CARLOS THOMAS COELHO E/SUBE/CRE(04.31.018). ROBERTO MUCHULI MARQUES BUSTO - E/SUBE/CRE(04.31.019). BARBARA ANDREZA MOREIRA DE ALCANTARA - E/SUBE/CRE(04.31.023). LUIZ HENRIQUE DE MELO ROSA E/SUBE/CRE(04.31.026). ITALA DE OLIVEIRA TAVARES - E/SUBE/CRE(04.31.026). MONIQUE DE JESUS ASSUNCAO - E/SUBE/CRE(04.31.026). JOYCE SANTANA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(04.31.027). PAULO ROBERTO FERREIRA - E/SUBE/CRE(04.31.502). MARIA JULIA DE ALENCAR DUARTE E/SUBE/CRE(04.31.502). ELOÁ MACIEL GARCIA – E/SUBE/CE (04.10.010). RICARDO NEVES – E/SUBE/CED (04.10.016). MAYARA NERES MATOS – E/SUBE/CED (04.10.018). MÔNICA P. DE MEDEIROS - E/SUBE/CED (04.10.501). RITA DE CÁSSIA BRAGA DE SOUZA - E/SUBE/CED (04.11.002). PATRÍCIA SANTOS DE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (04.11.005). TATIANA R. OLIVEIRA – E/SUBE/CED (04.11.009). LÍDIA SANTOS ARRUDA - E/SUBE/CED ( 04.11.020). MARIA DO CARMO PASTOR SALADICH - E/SUBE/CED (04.20.015). ELAYNE CRISTHINE F. CÉSAR SOUZA - E/SUBE/CED (04.20.012). LUIZ ANTONIO FERREIRA - E/SUBE/CED (04.20.012). VERA LÚCIA S. REIS - E/SUBE/CED (04.20.019). SÉRGIO HENRIQUE DE S. GUERRA E/SUBE/CED (04.20.029). MARIA DE FÁTIMA TEIXEIRA PEREIRA – E/SUBE/CED (04.30.003). LIZIE DE SOUZA CALMON - E/SUBE/CED (04.31.006). 5 E/SUBE/5ª CRE NILCE BARBOSA DE MATTOS - E/SUBE/CRE(05.14.011). ROSEMARY REZENDE GIMENES E/SUBE/CRE(05.14.011). ANA PAULA DA SILVA LESSA - E/SUBE/CRE(05.14.018). ISABELE DE OLIVEIRA NUNES - E/SUBE/CRE(05.14.019). ANDREA DUARTE FERREIRA DE SOUZA - E/SUBE/CRE(05.14.019). RENAN FERNANDES LOURO - E/SUBE/CRE(05.14.019). ERIKA FRANCO RIBEIRO - E/SUBE/CRE(05.14.019). ANA VALERIA ARSENIO DE ANDRADE - E/SUBE/CRE(05.14.027). SHIRLEI MACHADO E/SUBE/CRE(05.14.028). ANDREIA GREGORIO LOIOLA OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(05.14.029). CLAUDIA MARIA FERNANDES BREVES - E/SUBE/CRE(05.15.001). MARINALDO AVELINO DA SILVA E/SUBE/CRE(05.15.001). IENY COSTA BENTO - E/SUBE/CRE(05.15.001). CATIA MACANA FERNANDES E/SUBE/CRE(05.15.001). LEANDRO CARNEIRO - E/SUBE/CRE(05.15.001). AMAURY GOMES DE ALMEIDA E/SUBE/CRE(05.15.002). ROSEMARY APARECIDA DA COSTA GOMES - E/SUBE/CRE(05.15.010). MARCELLO RIBEIRO SALLE - E/SUBE/CRE(05.15.011). VANIA REGINA JORGE DA SILVA E/SUBE/CRE(05.15.011). RENATA BERNARDO ANDRADE - E/SUBE/CRE(05.15.012). CLAUDIA CRISTINA DA SILVA - E/SUBE/CRE(05.15.016). MICHELLE DA SILVA BOTELHO - E/SUBE/CRE(05.15.016). MARCIA CRISTINA DOS SANTOS PEREIRA - E/SUBE/CRE(05.15.020). DANIEL DE CASTRO DIAS E/SUBE/CRE(05.15.020). MARIA ANGELICA BARROS QUADROS - E/SUBE/CRE(05.15.021). DANIELE BLANCO CAVALCANTI - E/SUBE/CRE(05.15.025). SANTANA MARIA PAIVA CARVALHO E/SUBE/CRE(05.15.031). EMILIA LEITAO VARELLA DA SILVEIRA - E/SUBE/CRE(05.15.032). ISABEL CRISTINA DE OLIVEIRA MENDONCA - E/SUBE/CRE(05.15.032). JULIANA DE ABREU CORDEIRO E/SUBE/CRE(05.15.032). REGINA CELIA DUARTE COUTO - E/SUBE/CRE(05.15.038). ANGELA SANTOS FRANCA - E/SUBE/CRE(05.15.038). NILCEA ALMEIDA DA SILVA COUTO - E/SUBE/CRE(05.15.039). JOSEMILSON DA SILVA - E/SUBE/CRE(05.15.041). LUCIA REGINA DE PAULA DUARTE E/SUBE/CRE(05.15.041). JOSE AUGUSTO ORTIZ ALEXANDRE - E/SUBE/CRE(05.15.045). CATERINA RIZZO E/SUBE/CRE(05.15.045). SILVIO UBIRATAN CORREA - E/SUBE/CRE(05.15.045). MICHELLE TAVARES DE VASCONCELOS PAIVA E/SUBE/CRE(05.15.045). LILIANE HENRIQUES FERNANDES E/SUBE/CRE(05.15.045). NIVEA MUNHAO VILAS BOAS DE MAGALHAES - E/SUBE/CRE(05.15.045). MARIA AUXILIADORA PEREIRA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(05.15.047). LUCIANO PALMARES DE SOUZA E/SUBE/CRE(05.15.052). ANDERSON CARLOS DOS SANTOS BAPTISTA - E/SUBE/CRE(05.15.060). ADECI ALEXANDRE DE MESQUITA - E/SUBE/CRE(05.15.062). JOSÉ AUGUSTO ORTIZ ALEXANDRE - E/SUBE/CED (05.15.045). ALEXANDRE NEVES LOPES - E/SUBE/CED (05.14.022). SINARA GONÇALVES S. COLLODETTI E/SUBE/CED (05.14.032). REGINA CELIA DUARTE COUTO - E/SUBE/CED (05.15.038). ROSANE PRAÇA DE MATTOS - E/SUBE/CED (05.15.039). VANESSA DUPHEIM PINHEIRO - E/SUBE/CED (05.15.039). LUIZ CLÁUDIO ESPÍRITO SANTO DE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (05.15.055). 6 E/SUBE/6ª CRE MARCIA CRISTINA BRAHIM DA SILVA JUNQUEIRO - E/SUBE/CRE(06.22.002). ALBANETE REIS GONCALVES - E/SUBE/CRE(06.22.003). GILMAR DA SILVA COSTA - E/SUBE/CRE(06.22.005). EDNA ALVES CARNEIRO E/SUBE/CRE(06.22.005). LUIS CLAUDIO RANGEL SUHETT - E/SUBE/CRE(06.22.006). CHRISTIAN SILVA MOTTA - E/SUBE/CRE(06.22.006). NIVEA MUNIZ VIEIRA - E/SUBE/CRE(06.22.006). FABIO MELO GARCIA DA CRUZ - E/SUBE/CRE(06.22.007). LUCIANA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.22.007). MARIA CRISTINA CHAGAS LEITE - E/SUBE/CRE(06.22.008). LAURINEIDE DE FRANCA SOARES - E/SUBE/CRE(06.22.008). MARA IONE GOMES GALVAO PINTO - E/SUBE/CRE(06.22.008). ZULEIKA CARDOSO DEGANI E/SUBE/CRE(06.22.009). GLORIA MARIA DE SOUZA PADILHA - E/SUBE/CRE(06.22.011). JACQUELINE BENTO MARQUES PEREIRA - E/SUBE/CRE(06.22.014). SANDRA BIANCHI AGUIAR RAPOSO E/SUBE/CRE(06.22.014). ALICE VILAS SINTZ - E/SUBE/CRE(06.22.016). FATIMA FIGUEIRA CONTREIRAS E/SUBE/CRE(06.22.018). EDIMAR FERNANDES DA SILVA - E/SUBE/CRE(06.22.019). RENATA MARIA FERREIRA DA COSTA SANTOS - E/SUBE/CRE(06.22.020). SONIA MARIA DA SILVA OLIVEIRA E/SUBE/CRE(06.22.022). LUIZ OTAVIO CRUZ - E/SUBE/CRE(06.22.022). MARCELO MOURA FERREIRA E/SUBE/CRE(06.22.022). RAFAEL ALVES ROSSI - E/SUBE/CRE(06.22.024). CAROLINE RANGEL CHAVES E/SUBE/CRE(06.22.024). ELGA CONCEICAO DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(06.22.026). MEIRE CRISTINA LIMA LOBATO - E/SUBE/CRE(06.22.027). MARCIA SOUSA COELHO - E/SUBE/CRE(06.25.002). ROBERTO PEREIRA LIMA - E/SUBE/CRE(06.25.003). IVANIRA SOUZA LEITE - E/SUBE/CRE(06.25.005). REGINA DE FATIMA DE MATTOS LINS VAZ - E/SUBE/CRE(06.25.011). ANA CLAUDIA ABRANTES DA SILVA E/SUBE/CRE(06.25.016). BERNARDO REGIS GUIMARAES DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.25.018). MARIA IOLANDA MARANDOLA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(06.25.021). IURI RODRIGO DO NASCIMENTO E/SUBE/CRE(06.25.027).SUMARA DA COSTA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(06.25.027). LUCIENE PEREIRA MARTINS - E/SUBE/CRE(06.25.031). SIMONE PEREIRA DE SANTANA - E/SUBE/CRE(06.25.032). DOUGLAS DE SOUZA OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(06.25.205). ANDREIA COSTA MENEZES - E/SUBE/CRE(06.25.205). CLAUDIA QUEIROZ DE SOUZA SANTOS - E/SUBE/CRE(06.25.206). GISELE CARDOSO CORDEIRO E/SUBE/CRE(06.25.501). VÂNIA LÚCIA DE SÁ SOARES - E/SUBE/CED (06. 25.502). JOYCE CARVALHO DE SOUZA - E/SUBE/CED (06. 25.501). ROSÂNGELA DIAS LAMOGLIA BRANDÃO – E/SUBE/CED (06.25.204). JEANE TOSI SIQUEIRA - E/SUBE/CED (06.22.012). LAROZE PEREIRA LOPES - E/SUBE/CED (06.22.010). ALINE GONÇALVES CORRÊA - E/SUBE/CED (06.25.026). TATIANA SANTOS RABELLO - E/SUBE/CED (06.22.008). SIMONE GAMA DE ARAÚJO - E/SUBE/CED (06.25.004). MAURO LUIZ SILVA SANTANA E/SUBE/CED (06.25.031). LÍGIA ALVES DOS SANTOS SOUZA - E/SUBE/CED (06.22.007). VIVIAN E TEIXEIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CED (06.22.026). LUCIO MAURO DE SOUZA FRANCISCO - E/SUBE/CED (06.25.005). 7 E/SUBE/7ª CRE MICHEL VIEIRA DE LIMA E SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.027). FERNANDA MARTINS CORDEIRO ALVES E/SUBE/CRE(07.16.027). CARLA BISPO AZEVEDO - E/SUBE/CRE(07.16.028). KELLY CRISTINA BARBOZA DA SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.030). PATRICIA DOS SANTOS CORREA - E/SUBE/CRE(07.16.033). ADRIANA PIRES MARCIAL - E/SUBE/CRE(07.16.039). CARLOS JORGE DA SILVA - E/SUBE/CRE(07.16.046). PAULA FERREIRA FALHEIRO - E/SUBE/CRE(07.16.501). DORA HELENA PAPIER BANDEIRA DE MELLO E/SUBE/CRE(07.24.004). HELSON PATURY E SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.008). SILVINA MARIA LEAL DE SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.008). EVANILDA RODRIGUES SOUZA - E/SUBE/CRE(07.24.010). WANDA AURORA DE SOUZA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(07.34.502).DENISE MARIA CARVALHO BARBOSA E/SUBE/CED (07.16.033). FLÁVIA FRANCISCA DA SILVA - E/SUBE/CED (07.16.609). MARIANA CARDOSO ALVES DA COSTA FRANCO - E/SUBE/CED (07.16.210). SÔNIA IGNARRA - E/SUBE/CED (07.24.008). EVANILDA RODRIGUES SOUZA - E/SUBE/CED (07.24.010). DENISE REIS LIMA - E/SUBE/CED (07.16.048). ANDRÉ LOUREIRO RIBEIRO DE BARROS - E/SUBE/CED ( 257.062.0). MARYNÊS MEIRELLES - E/SUBE/CED (07.24.005). VALDEIRDA COSTA LOBO - E/SUBE/CED ( 07.16.040). VALÉRIA BRAUNS CAZELGRANDI SOUTINHO - E/SUBE/CED (07.16.003).MARIA GRACINDO CARDOSO GARCIA CONDE - E/SUBE/CED (07.24.014). E/SUBE/8ªCRE DAGOBERTO BUARQUE DE ASSIS - E/SUBE/CRE(08.17.012). LUCAS DA SILVA BARBOZA E/SUBE/CRE(08.17.012). SUELI CARDOZO ARRABAL FERNANDES - E/SUBE/CRE(08.17.013). MAICON DOS SANTOS DI CARLANTONIO DE CASTRO - E/SUBE/CRE(08.17.016). DANIEL DE CASTRO FERNANDES COELHO - E/SUBE/CRE(08.17.016). VANESSA BARRETO XAVIER - E/SUBE/CRE(08.17.019). CHRISTINA FERREIRA GONCALVES - E/SUBE/CRE(08.17.027). SELMA MELO DE PINHO - E/SUBE/CRE(08.17.035). ANA MARIA QUINTA NOGUEIRA - E/SUBE/CRE(08.17.041). DEBORA ASSIS DOS SANTOS E/SUBE/CRE(08.17.041). SIMPSON DE BRITO MELO BAUMANN - E/SUBE/CRE(08.17.048). MARIA INES FREITAS DA SILVA DANTAS - E/SUBE/CRE(08.17.048). AMANDA CARVALHAL RABELLO E/SUBE/CRE(08.17.050). NEUZA DE ANDRADE SILVA E/SUBE/CRE(08.17.054). FERNANDO TORRES DE ANDRADE - E/SUBE/CRE(08.17.056). MONICA DOS SANTOS MARINHO NUNES - E/SUBE/CRE(08.17.070). ANNA CAROLINA MENDONCA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.17.075). ELZA LUCIA MOREIRA DA SILVA E/SUBE/CRE(08.17.501). THAIS DO AMARAL E SILVA FERREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.001). VILMA SOUZA DA SILVA - E/SUBE/CRE(08.33.007). DANIELE CRESPO DE MORAIS - E/SUBE/CRE(08.33.011). MARILENE GIL PORTELLA LIMA DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(08.33.012). SIMONE FONTES DE SOUSA RIBEIRO E/SUBE/CRE(08.33.012). MONICA SILVA DO AMARAL - E/SUBE/CRE(08.33.012). MARCELUS SILVA DA SILVEIRA - E/SUBE/CRE(08.33.017). ANGELA CRISTNA DE QUEIROZ CHAVES - E/SUBE/CRE(08.33.018). MARISA COSTA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.021). MARIA CIDALIA PIRES PEREIRA MOTA CAMPOS E/SUBE/CRE(08.33.021). SANDRA MENDONCA DO NASCIMENTO - E/SUBE/CRE(08.33.022). ARLAN DA COSTA MARCELLO - E/SUBE/CRE(08.33.022). PAULO COUTO CORREA - E/SUBE/CRE(08.33.026). LUIS FERNANDO DIAS DA SILVA - E/SUBE/CRE(08.33.030). LUCIA BATISTA BANDEIRA - 8 E/SUBE/8ªCRE E/SUBE/CRE(08.33.031). EMILIA GIORDANO - E/SUBE/CRE(08.33.031). PAULO ROBERTO MONSORES DA MOTTA JUNIOR - E/SUBE/CRE(08.33.033). SILVIA REGINA D ASSIS SANTOS - E/SUBE/CRE(08.33.033). IRISNETE MENDONCA PEREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.034). SUZANA OLIVEIRA DE SOUZA E/SUBE/CRE(08.33.034). ALESSANDRA CARLA CARDOSO DE SOUZA - E/SUBE/CRE(08.33.040). ANA PAULA DA COSTA MOREIRA - E/SUBE/CRE(08.33.040). CHRISTINA SIMONIN LAURIANO E/SUBE/CRE(08.33.048). LEDA MARIA CIDONIO - E/SUBE/CRE(08.33.201). REJANE DA SILVA DE OLIVEIRA RODRIGUES DE ALVARENGA - E/SUBE/CRE(08.33.602). PAULO COUTO CORRÊA - E/SUBE/CED (08.33.026). ANA CLAUDIA T. BARCELLOS - E/SUBE/CED (08.17.503). VIVIANE MENEZES MAINENTI E/SUBE/CED(08.17021).REGINA M. FERNANDES - E/SUBE/CED (08.17.013). LEILA BRASIL COUTINHO E/SUBE/CED(08.33.018). MARIA LUIZA DE A. KRAFZIK - E/SUBE/CED (08.33.011).JOÃO RODRIGO MAGALHÃES VAZ - E/SUBE/CED (08.33.016). REGINA MARQUES FERNANDES - E/SUBE/CED (10.19.019). E/SUBE/9ª CRE ROSANA DE OLIVEIRA SILVA DE SOUTO - E/SUBE/CRE(09.18.002). SERGIO FERNANDES PICCOLI E/SUBE/CRE(09.18.006). URSULA DA CRUZ SANTOS - E/SUBE/CRE(09.18.006). CAMILE LAUDEAUZER DE CARVALHO ALVES - E/SUBE/CRE(09.18.006). ELIANE DA SILVA LIMA - E/SUBE/CRE(09.18.007). SERGIO VEIGA FERREIRA - E/SUBE/CRE(09.18.010). CATIA CRISTINA MOFATO FRADE DA SILVA E/SUBE/CRE(09.18.010). LUCI REGINA DA SILVA - E/SUBE/CRE(09.18.011). JULIO CESAR NOGUEIRA E/SUBE/CRE(09.18.013). SOLANGE DA SILVA GUIMARAES - E/SUBE/CRE(09.18.020). MARIA NAZARETH PONTES - E/SUBE/CRE(09.18.020). GISELI VIANA VAZ - E/SUBE/CRE(09.18.020). GLORIA REGINA DE SOUZA SANTOS MACEDO - E/SUBE/CRE(09.18.020). JORGE LUIZ RIBEIRO DE LIMA E/SUBE/CRE(09.18.026). ANA MARIA DOS SANTOS PINTO - E/SUBE/CRE(09.18.027). ROSANA HUGUENIN DOS SANTOS - E/SUBE/CRE(09.18.032). MONICA MENDES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.033). MARIA ELIANE PIMENTEL CORTES - E/SUBE/CRE(09.18.033). BRUNO GOMES HOSP - E/SUBE/CRE(09.18.034). LUIS FELIPE CHAGAS DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.036). LAURENTINA MENEZES VALENTIM E/SUBE/CRE(09.18.042). DANIEL SANTOS ALVES DA SILVA - E/SUBE/CRE(09.18.045). SABRINA DA SILVA MELLO - E/SUBE/CRE(09.18.048). VALDETE AMARAL BRITO DE AS - E/SUBE/CRE(09.18.049). ROSIMARY NUNES DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(09.18.050). CLAUDIA DOS SANTOS FERREIRA MATOS MESQUITA UBE/CRE(09.18.059). ALINE DA SILVA PASSAU - E/SUBE/CRE(09.18.061). ABRAHAO JOSE ALVES FILHO E/SUBE/CRE(09.18.070). ELISA FARIAS DE OLIVEIRA LIMA - E/SUBE/CRE(09.18.071). REINALDO SANTOS DE CARVALHO - E/SUBE/CRE(09.18.075). SHIRLEY RODRIGUES FERREIRA - E/SUBE/CRE(09.18.076). ARI DE BRITO BAPTISTA - E/SUBE/CRE(09.18.077). LOUYZE MARTINS GOMES - E/SUBE/CRE(09.18.077). JANE CORREA BRANDAO - E/SUBE/CRE(09.18.078). CRISTINA JOSE REIGOTO NUNES - E/SUBE/CRE(09.18.083). CARLOS EDUARDO DE SOUZA - E/SUBE/CRE(09.18.083). ALINE DE ALMEIDA MONTEIRO E/SUBE/CRE(09.18.086). FABIANA DOS SANTOS DE OLIVEIRA- E/SUBE/CRE(09.18.086). ROSANGELA MATTOS DE CARVALHO - E/SUBE/CRE(09.18.088) . VIVIANE CRISTINA DA SILVA DE OLIVEIRA - 9 E/SUBE/9ª CRE E/SUBE/CRE(09.18.205). CASSIA MARIA FERNANDES IZUMI - E/SUBE/CRE(09.18.501). JOAO RICARDO BRAGA DE PINHO - E/SUBE/CRE(09.18.504). PEDRO JERONIMO RODRIGUES BAPTISTA - E/SUBE/CRE(09.18.510). ANA CRISTINA MOREIRA DE OLIVEIRA - E/SUBE/CRE(09.18.803). WLADMIR D’ OLIVEIRA HERCULES - E/SUBE/CED(09.18.506). AMANDA TEIXEIRA DOS SANTOS E/SUBE/CED (09.18.032). SANDRA DA SILVA GUIMARÃES - E/SUBE/CED (09.18.061). DIENE EIRAS DINIZ - E/SUBE/CED (09.18.091). E/SUBE/10ª CRE PATRICIA MATOS IBRAHIM - E/SUBE/CRE(10.19.005). JORGE PAULO PEREIRA DOS SANTOS E/SUBE/CRE(10.19.007). LEILA FARAH ATALLAH - E/SUBE/CRE(10.19.008). MARILIA DE CASTRO ROSA TARGUETA - E/SUBE/CRE(10.19.016). RONISIA MORAES MACHADO DA SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.016). MARIA LUCIA DE OLIVEIRA DA CONCEICAO - E/SUBE/CRE(10.19.018). LUIZ PAULO DA SILVA E/SUBE/CRE(10.19.021). ZILDA GOMES DE SOUZA - E/SUBE/CRE(10.19.024). ANDRE LUIZ DE MACEDO E/SUBE/CRE(10.19.031). CLAUDIA DE SA AMARO - E/SUBE/CRE(10.19.037). ANA LUIZA KARAM DA COSTA MIGUEL ALVES MARQUES - E/SUBE/CRE(10.19.039). ANTONIO CARLOS BATISTA SUZANO E/SUBE/CRE(10.19.045).1010 MARLIZE RIBEIRO SILVA DA MATTA - E/SUBE/CRE(10.19.045). SINVALDO DO NASCIMENTO SOUZA - E/SUBE/CRE(10.19.047). ODAIR DA CUNHA GARCIA - E/SUBE/CRE(10.19.047). NORMA SUELI BATISTA DE SANTANA - E/SUBE/CRE(10.19.047). MARIA EDNA SANTANA E/SUBE/CRE(10.19.052). NADJA GARCIA MONTEIRO - E/SUBE/CRE(10.19.055). WAILA VIEIRA GOMES E/SUBE/CRE(10.19.057). JULIO CESAR REGADAS DE ASSUNCAO - E/SUBE/CRE(10.19.062). LEILA MARIA DA SILVA CUNHA - E/SUBE/CRE(10.19.062) - RENATA MACEDO MAIA DA SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.201). MARCOS ALEXANDRE PONTES DE MEDEIROS - E/SUBE/CRE(10.19.201). MARINA ISABEL BRESSANE RESENDE GUIMARAES - E/SUBE/CRE(10.19.202). CLAUDIA MEDINA DE ALMEIDA RIBEIRO E/SUBE/CRE(10.19.202). RAFAEL CARVALHO SILVA - E/SUBE/CRE(10.19.205). FERNANDA DO NASCIMENTO MAIA - E/SUBE/CRE(10.19.206). CARLA NUNES CURSINO - E/SUBE/CRE(10.19.210). ELIETE FERREIRA PIRES - E/SUBE/CRE(10.19.611). MARIA CELINA SILVA FREIRE GENTIL E/SUBE/CRE(10.26.001). MONICA MAZZA DE MATTOS - E/SUBE/CRE(10.26.008). KALIL MIGUEL SAAD NETO - E/SUBE/CRE(10.26.010). CARLOS ALBERTO DOS SANTOS RIBEIRO - E/SUBE/CRE(10.26.016). ALINE SCRIBELK DE C. MACIEL - E/SUBE/CRE(10.26.018). CLAUDENIR CAZATI PEREIRA E/SUBE/CRE(10.26.021). SIMONE PINTO DE ASSIS CORREA - E/SUBE/CRE(10.26.201). FABIANO SCANZI CASTELLO RIBEIRO - E/SUBE/CRE( 10.19.037). LUIZ FELIPE VIEIRA FERRÃO - E/SUBE/CRE (10.19.058). TEREZA HELENA NUNES FONSECA - E/SUBE/CRE (10.19.035). MÔNICA JORDÃO REIS DA SILVA E/SUBE/CRE (10.19.007). VÂNIA MARIA MACHADO DE ARAÚJO - E/SUBE/CRE (10.26.013). 10 Carta de Princípios Escolares para um mundo sustentável Com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, a Secretaria Municipal de Educação, por meio de discussões com as 1.069 escolas da rede municipal, elaborou a Carta de Princípios Escolares para um Mundo Sustentável. Com o objetivo de criar novos hábitos nos alunos, tornando-os cidadãos conscientes e preocupados com a questão da sustentabilidade, o documento lista 20 princípios que devem ser executados pela Rede nos próximos anos. Desde 2009, a Secretaria vem trabalhando o tema da sustentabilidade em todas as unidades da Prefeitura, por meio dos Cadernos Pedagógicos e das Orientações Curriculares, que são distribuídos para todos os professores e alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Em setembro de 2011, a Secretaria realizou o seminário Sustentabilidades e a Sala de Aula: Valores Éticos e Formação Cidadã, já como um processo de preparação para a Rio +20. Nesse contexto, foi também promovido um fórum de discussões com todas as escolas, a partir do qual foi elaborado um conjunto de ações para serem executadas pela Secretaria e por toda a comunidade escolar. Além disso, durante o mês de realização da Rio +20, os professores e alunos do 1º ao 5º ano receberão a Cartilha de Sustentabilidade. Já os professores do 6º ao 9º ano vão receber um documento, que consiste nos resultados do seminário Sustentabilidades e a Sala de Aula: valores Éticos e Formação Cidadã. Entendemos que é durante o Ensino Fundamental que os alunos constroem seus valores individuais e, por isso, todos os temas que dizem respeito a uma ética frente a nossos contemporâneos e às futuras gerações devem ser trabalhados. Mais do que garantir o acesso de nossas crianças às salas de aula, com uma educação de qualidade, queremos garantir que todas tenham direito a um futuro melhor, formando, assim, jovens autônomos, competentes e solidários. Claudia Costin Secretária Municipal de Educação 11 School Charter – Principles for a Sustainable World On the verge of Rio +20 United Nations Conference on Sustainable Development, Rio de Janeiro Municipal Secretariat of Education promoted a series of discussions gathering all schools run by the city government (a total of 1,069), which resulted in a document that sets forth 20 principles to be adopted and accomplished by the Municipal Educational System throughout the following years. This is called The School Charter – Principles for a Sustainable World and it aims at helping students adopt new habits and become citizens who are aware of how relevant an issue sustainability is. Since 2009, following the Curriculum Guidelines, all municipal schools have been discussing sustainability issues, which are included in the pedagogical materials developed for teachers and students from the 1st to the 9th grade. In September 2011, the Sustainability and the Classroom Seminar: ethical values and citizenship was held by Rio de Janeiro Municipal Secretariat of Education as a preparation for the main event, Rio + 20 United Nations Conference. During the seminar a discussion forum was established resulting in a set of actions to be implemented by the municipal schools in cooperation with the Municipal Secretariat of Education. Furthermore, in the month of Rio + 20 Conference, first to fifth grade teachers and their students will receive a handbook on sustainability. Likewise, The School Charter Principles for a Sustainable World, the approved document from Sustainability and the Classroom Seminar: ethical values and citizenship, shall be distributed to teachers and students from the sixth to the ninth grade. We all bear in mind that it is along Primary and Secondary Schools that pupils build up their moral values. Hence, all issues concerning ethical responsibility towards contemporary and future generations must be explored. Thus more than ensuring all children have access to basic education of high quality, we want to ensure their right to a better future. Our role is to improve young people's autonomy and strengthen their competences as well as to foster attitudes of solidarity. Claudia Costin 12 AGRADECIMENTOS O presente livro é resultado de um trabalho coletivo. De nada nos adiantariam, atuando em educação pública, todos os sonhos que acalentamos, todos os desafios que nos movem, não fosse a possibilidade de realizar sonhos e de vencer desafios que o trabalho coletivo permite. Este trabalho foi parte de nossos sonhos, foi desafio a enfrentarmos e vencermos. Hoje, é sonho realizado, mais uma etapa vencida, graças à força realizadora que tem o trabalho coletivo de produzir bens comuns. Este livro é um bem comum. Sonho realizado, desafio vencido, é hora de agradecermos. Nosso primeiro agradecimento, todo especial, vai para as Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, que, através de seus professores, alunos, pais e responsáveis, direção e funcionários, participaram da realização deste livro. Agradecemos aos colegas do Nível Central da Secretaria Municipal de Educação – SME pelo competente e indispensável apoio que deram à realização do fórum Sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã, ocorrido nos dias 13 e 14 de setembro de 2011. E, também, às Coordenadorias Regionais de Educação – CRE, parceiras em todos os momentos e neste, em especial, por intermédio de suas Gerências de Educação (GED), parceria fundamental sempre e especialmente em todas as etapas de concretização desse sonho. Agradecemos, ainda, a nossos valiosos colaboradores: • Revista Ciência Hoje, representada pela Profª Maria Del Carmen Guadalupe Chude, Diretora Pedagógica do Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação (PCHAE); • FIRJAN, por intermédio do Sr. Luiz Augusto Azevedo, Gerente de Meio Ambiente, da Srª Carolina Zoccoli Carneiro, da Equipe de Meio Ambiente e da Srª Cláudia do Canto Wilkoszynski, Analista de Projetos Especiais. Agradecemos, por fim, e de modo especialíssimo, aos palestrantes dos dois dias do fórum, Profª Anice Esteves Afonso, Prof. Dr. Haroldo Mattos de Lemos, Prof. Dr. Jacques Marcovitch, Prof. Dr. José Carlos Milléo, Prof. Lincoln Tavares Silva, Prof. Dr. Luiz Felipe Guanaes Rego, Prof. Dr. Manoel Martins de Santana Filho, Profª Drª Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu, Sr. Matthews Shirts, Prof. Dr. Sergio Besserman e Prof. Dr. Silvério de Paiva Freitas pelas ideias e pelas palavras que iluminaram as cabeças e confortaram os corações de todos os participantes. A todas e a todos o nosso reconhecimento pela realização e pela construção coletiva de um bem comum, pela renovação de nossa capacidade de sonhar e de enfrentar os novos desafios, para fazer o que se impõe ser feito. Que este bem comum se faça semente e que a semente germine e possa gerar seus bons frutos: outros bens comuns. Equipe da Coordenadoria de Educação 13 Sumário 1. Artigos 1.1 Integrando sustentabilidades: temas para um debate sobre Educação Ambiental ...................... 15 1.2 A sustentabilidade escolar fazendo escola nas sustentabilidades da vida .................................... 21 1.3 Desenvolvimento Sustentável ........................................................................................................ 25 1.4 Sustentabilidade ............................................................................................................................. 30 1.5 A construção da sustentabilidade em sala de aula ......................................................................... 41 1.6 Reconsiderando a questão demográfica e sua relação com a sustentabilidade ............................ 46 1.7 O socioambiental: escola, casa e comunidade como unidades de partilha de vida........................ 54 1.8 A sustentabilidade na escola – uma proposta prática ................................................................... 61 1.9 Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã ............................. 65 1.10 Empresas viáveis, cidades sustentáveis ........................................................................................ 70 2. Princípios Escolares para um mundo sustentável..................................................................................... 73 14 Integrando sustentabilidades: temas para um debate sobre Educação Ambiental Professora e Mestre Anice Esteves Afonso Professora da Faculdade de Formação de Professores/Departamento de Geografia e Doutoranda em Geografia no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) O debate acerca das responsabilidades escolares é amplo e a Educação Ambiental (EA) vem se firmando como mais uma delas. Não há, porém, um consenso entre os profissionais na escola sobre como isso deve ocorrer ou sob responsabilidade de quem. Proposta para ser inserida no currículo como tema transversal de caráter interdisciplinar, corre o risco de ser tratada a partir do senso comum, sem o necessário aprofundamento teórico e metodológico. O campo ambiental vem se consolidando como científico há décadas. Os discursos relacionados à causa ambiental estão associados a concepções e sensibilidades variadas. Alguns dos discursos intrínsecos ao campo ambiental derivam de influências culturais vindas de outros momentos históricos, grupos sociais distintos e suas formas de ver o mundo. Essas perspectivas foram sendo reelaboradas na medida em que as transformações no espaço natural e nas relações sociais criaram situações novas, reações sociais, rearranjos espaciais e de poder distintos. Nos últimos 50 anos, diversos eventos marcantes contribuíram para sustentar ações políticas cada vez mais estruturadas em relação à problemática ambiental. O caráter político do movimento ecologista se configurou mais claramente por volta dos anos 1960, especialmente nos países mais industrializados, em que o nível de degradação (sócio) ambiental era mais expressivo. No entanto, a dimensão e visibilidade das reivindicações ambientais se disseminaram no plano internacional rapidamente. Pressões sociais convergiram e levaram ao surgimento de organismos ambientais, legislação específica e associações civis voltadas à questão ambiental em todo o mundo. Tais pressões levaram a ONU, em 1972, a criar o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) que apoiou, desde então, as conferências internacionais sobre Meio Ambiente. A partir dos anos 1980, o discurso ambiental se tornou socialmente mais disseminado. Multiplicaram-se as chamadas Organizações Não Governamentais (ONGs) e partidos políticos ligados aos movimentos ambientalistas que passaram sistematicamente a denunciar problemas e a pressionar governos em defesa da causa ecológica. 15 Em 1987, foi apresentado o “Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum”, no qual foi introduzido o conceito de desenvolvimento sustentável. A ideia geral seria a de relacionar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, permitindo a habitabilidade da Terra às gerações futuras. Apesar de o conceito ser muito aceito, há quem o considere ineficaz por ter sido elaborado mais como uma estratégia para sustentar o ‘desenvolvimento’ do que para viabilizar a proteção da Natureza. Em função da pressão do movimento ambientalista internacional e interno, foi incluído, na Constituição Brasileira de 1988, um capítulo sobre o meio ambiente, no qual a Educação Ambiental (EA), em todos os níveis de ensino, passou a ser dever do Estado. Atualmente, as políticas públicas de EA vêm sendo construídas no MMA e MEC – ministérios do Meio Ambiente (perspectiva de EA não formal, a ser implementada por empresas públicas e privadas, organizações não governamentais etc.) e Ministério da Educação (perspectiva de EA formal, escolar). Em 1992, realizou-se, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Eco-92. Os países participantes elaboraram acordos internacionais para o controle das ações sobre o ambiente, entre os quais se destacam a Agenda 21, um amplo programa de ações sustentáveis relacionadas a diferentes aspectos ambientais, a serem implementadas durante o século XXI pelos países signatários. Do ponto de vista institucional, a Declaração da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi, ocorrida em 1997, é considerada um marco fundador da Educação Ambiental (EA) a nível internacional. Essas e outras conferências organizadas pela ONU e também no Brasil por instituições como o Ministério do Meio Ambiente e o da Educação, colocaram em evidência a importância de consolidar uma Agenda 21 Escolar, desde o nível nacional até o local. Os requisitos para implementar tal iniciativa incluem a participação de segmentos sociais ligados à coletividade escolar, para levantar problemas socioambientais relevantes e sugerir alternativas de intervenção a fim de minimizá-los, sempre buscando envolver o poder público, empresas, voluntários etc. Cabe ao educador ambiental o conhecimento prévio das condições naturais, sociais e culturais precedentes, a fim de não ser identificado como alguém com sugestões alienadas e impróprias. O educador ambiental teria, ainda, o papel de mediar a interação entre os participantes – alunos e membros da comunidade em geral – o que não é tarefa simples: requer preparo profissional, tempo e condições materiais. 16 A Lei Federal Nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estipula que a EA deva ser promovida em todos os níveis de ensino. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 1996 sugerem o tratamento do tema “Meio Ambiente” em abordagem transdisciplinar, considerando “os aspectos sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos” a fim de possibilitar uma visão integrada do ambiente da escala global à local. Em 1999, foi promulgada a Lei Nº 9.795 de Política Nacional de Educação (PNEA), instituindo a obrigatoriedade da EA em todos os níveis e modalidades de ensino, mas como uma prática educativa integrada, sem a inclusão de uma disciplina de EA nos currículos escolares. Percebe-se que, a nível institucional, a demanda pela EA vem se consolidando. Isso também ocorre em diversos segmentos da sociedade e entre educadores em diferentes níveis e meios. Tal demanda exige reflexões de caráter teórico e metodológico a fim de situar a prática docente em educação ambiental, um campo tão vasto quanto polêmico. Os que buscam atuar neste campo devem saber que são muitas as estratégias de abordagem do tema, metodologias de trabalho, práticas pedagógicas e/ou políticas, que variam conforme as concepções de Natureza, de Ambiente e mesmo de Educação dos envolvidos. Ponto de vista teórico- filosófico: reconhecem-se três perspectivas de maior influência no Brasil MARXISTA, representada por Carlos Frederico Loureiro e Carlos Walter Porto Gonçalves. FENOMENOLÓGICA, representada por Michele Sato. 17 HERMENÊUTICA, representada por Isabel Carvalho e Marcos Reigota. Do ponto de vista metodológico, destacam-se duas diretrizes que orientam as estratégias docentes de EA: a) na perspectiva comportamental, a ênfase é dada à realização de atividades práticas (individuais e coletivas) para mitigar ou resolver problemas ambientais: soluções técnicas como coleta seletiva e reciclagem de lixo, consumo ‘consciente’ de água e energia, reflorestamento, plantio de hortas, proteção de mananciais etc. b) na perspectiva atitudinal, prioriza-se discutir sociedade, ética e cidadania, o que inclui questionar modelos de produção e consumo, exploração socioeconômica, riscos e vulnerabilidade socioambientais, conflitos entre interesses privados e bens públicos, modelos de sustentabilidade social e ambiental. Essa perspectiva tem objetivos muito mais abrangentes e radicais, pois sugere novos atores políticos, sensibilizados, mobilizados e estruturados para transformar a sociedade e reverter o quadro de degradação socioambiental por ela gerado. Na prática, o tratamento dado ao tema nas escolas tem enfrentado grandes desafios. Do ponto de vista operacional, muitas das dificuldades resultam das características atuais do magistério na maior parte do país (falta de tempo, de recursos, obrigação de cumprir programas curriculares específicos, falta de apoio pedagógico e mesmo institucional etc.). No entanto, há que também considerar o despreparo metodológico e teórico de muitos educadores, já que, em sua maior parte, não possuem formação específica para atuar em EA. Isso talvez explique o predomínio do enfoque comportamental, ligado ao estímulo de procedimentos mecânicos como reciclar lixo, não “poluir” o “ambiente”, plantio de mudas etc – muitas vezes até bem sucedidos como modo de sensibilização para a questão ecológica. Cabe aqui a crítica em relação ao uso do termo ‘conscientização’ ambiental: geralmente, os educandos estão conscientes dos riscos e da gravidade da maior parte dos problemas ambientais, mas são absolutamente incapazes de reverter a situação, decorrente de modelos políticos e de produção de agentes hegemônicos. Acredito que toda ética e toda noção de cidadania pressupõem um conjunto de comportamentos pró-ativos, mas também algumas restrições a que nos submetemos em nome de algo maior ou de uma coletividade. A que ética ambiental e a que sustentabilidade seremos solidários? Por um lado, a ética ambiental pode exigir mais responsabilidade e mudanças de atitude no sentido de restringir padrões de consumo, exigir cuidados com dejetos, limitar a expansão de áreas edificadas e cultivadas a fim de preservar a biodiversidade, águas, ar e solos. Por outro lado, a 18 sustentabilidade ambiental pode estar associada a benefícios sociais imediatos, como redução de gastos com insumos – de energia e água a materiais de construção e papel –, melhorias na qualidade de vida e novas oportunidades de geração de emprego e obtenção de renda. Dessa relação cunhou-se a noção de sustentabilidade socioambiental. Assim, sustentabilidade ambiental e social são aspectos que podem – e devem – estar integrados. Ao apresentar uma parcela das concepções que envolvem educação ambiental fica claro que há grandes perspectivas para os educadores que acreditam poderem mobilizar transformações culturais, sociais e institucionais através da EA. O fato desta não ter um conteúdo programático pré-estabelecido e não estar inserida formalmente na carga horária de nenhuma disciplina cria dificuldades, mas abre oportunidades: a rigidez dos currículos oficiais não é tão grande que impeça o aproveitamento do volume e diversidade de informações disponíveis sobre o tema. Na escola (ainda) é possível estimular o pensamento crítico, a reflexão e a participação (cidadania). 19 Referências bibliográficas ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais: o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos Avançados. [online]. v. 24, n. 68. 2010. p. 103-119. CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias da Educação Ambiental no Brasil. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2001. p. 229. _______.Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 3 ed. São Paulo: Ed. Cortez. 2008. p. 256. LOUREIRO, Carlos Frederico; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza (Orgs.) Repensar a Educação Ambiental: um olhar crítico. São Paulo: Ed. Cortez, 2009. LOUREIRO, Carlos Frederico; TREIN, Eunice; TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos; NOVICKI, Victor. Contribuições da Teoria Marxista para a Educação Ambiental Crítica. Cad. Cedes, Campinas, vol. 29, n. 77, 2009. p. 81-97. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br PEDRINI, Alexandre de Gusmão. As Políticas Públicas Nacionais com Educação Ambiental no Brasil: evolução e perspectivas. (traduzido do inglês). In: AZEITEIRO, U., GONÇALVES, F & PEREIRA. M. (Eds) Alemanha: Peter Lang Ed., 2004. Disponível em http://www.cpd1.ufmt.br/gpea/pub/pedrini_pp_ea.pdf. Acesso realizado em junho de 2011. PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 2006. REIGOTA, Marcos; POSSAS, Raquel & RIBEIRO, Adalberto (Orgs.). Trajetórias e narrativas através da Educação Ambiental. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003. SATO, Michele & CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. pesquisa e desafios. Ed. Artmed. 2005. Educação Ambiental: SCOTTO, Gabriela; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura; GUIMARÃES, Leandro Belinaso. Desenvolvimento Sustentável. Petrópolis, Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2007. TRISTÃO, Márcia. A educação ambiental na formação de professores: rede de saberes. São Paulo: Ed. Annablume, 2004. 20 A sustentabilidade escolar fazendo escola nas sustentabilidades da vida Professor Doutor Carlos Fernando Galvão Geógrafo, Doutor em Ciências Sociais e Organizador do Fórum Sustentabilidades e a Sala de Aula: Valores Éticos e Formação Cidadã Professor de Geografia da Coordenadoria de Educação da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ) Desenvolver é uma palavra cujo significado remete tanto ao ato de tornar alguma coisa melhor, quanto ao ato ou efeito de suster algo ou alguém. Nesse sentido, termos como “exploração desenfreada” ou “consumo sem limites” não podem mais ser a base das ações e comportamentos das pessoas e das sociedades. A Secretaria Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro vem realizando uma série de ações para que a prática pedagógica do professor e a aprendizagem de seu conjunto de alunos, desde a Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental, contemplem a nova visão/percepção de mundo, originada do conjunto de ideias e estudos relativos às sustentabilidades. É o que mudará os comportamentos e é para isso que trabalhamos, pedagogicamente, em sala de aula, em particular, e na Secretaria Municipal de Educação, como um todo. Desenvolver, segundo o Dicionário Houaiss, tanto pode ser o ato de fazer crescer, tornar-se maior e/ou mais forte, mais volumoso, quanto pode ser o de tirar o que envolve ou cobre (algo). Sustentável, baseando-nos na mesma fonte, é aquilo que pode ser sustentado, o que é passível de sustentação – que, por sua vez, é o ato ou efeito de sustentar-se, também podendo ser considerado como o ato ou efeito de conservação. Em complemento, sustentáculo é o que sustém (algo), apoio ou suporte, ao passo que sustentar é o mesmo que suportar, suster ou carregar um peso. Isso posto, o que vem a ser “Desenvolvimento Sustentável” ou, como alguns preferem chamar, “Sustentabilidades” (assim mesmo, no plural)? Em que tal conceito se baseia? A quem beneficia? Quem dele deve fazer uso? 21 O termo Ecologia, vindo do grego e que quer dizer “estudo da casa” (eco = casa; logos = estudo), possui a mesma raiz filológica que Economia, “leis da casa” (eco = casa; nomos = leis). Foi cunhado por Ernst Haeckel no livro Generelle Morphologie der Organismen (1866). Haeckel era zoólogo, artista, escritor e professor de anatomia comparada, mas, apenas em 1972, durante a realização da Conferência de Estocolmo, Suécia, da ONU, o termo entrou, definitivamente, nas palavras de ordem dos organismos governamentais e dos movimentos sociais. Não obstante, foi o evento realizado na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, a “Eco 92”, que deu aos estudos e trabalhos ecológicos o seu impulso significativo. Vários eventos mundiais foram realizados desde então, tanto de modo indireto, como as conferências Habitat, da ONU, quanto de modo direto, como a “Rio + 10”, que teve lugar na África do Sul, em 2002. Neste ano, 2012, os olhares e as expectativas internacionais se voltam, uma vez mais, para o Rio de Janeiro, sede da “Rio + 20”, entre os dias 20 e 22 de junho. Os anos 1970 foram pródigos em ações na área ecológica, as quais, contudo, não eram muito bem vistas pelas sociedades em geral, senão apenas por seus militantes, posta a ignorância no sentido pleno da palavra, o de ignorar o quão importantes eram os estudos ecológicos e suas ações. Isso era tanto verdade que os militantes ambientalistas receberam, nesse período, a alcunha nada lisonjeira de “ecochatos”. Sim, talvez alguns fossem, talvez alguns sejam, afinal, a chatura é inerente ao ser humano. Mas... pensemos: todos os chatos são, realmente, “chatos”? Quer dizer, existe ao menos um tipo, comumente classificado como chato mas, que, na verdade, é um sujeito, não raro com uma visão de futuro mais apurada do que a média e que percebe, hoje, não o que vai acontecer no futuro, mas possibilidades de consequências futuras, pelo que estamos a fazer no presente? O futuro não é, ele se possibiliza, dizia o filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre e, na mesma toada, Paulo Freire afirmava que o mundo não é, está sendo. E quais são nossas possibilidades futuras, quer dizer, quais são as possibilidades de aprendermos, coletivamente, a usar racionalmente o planeta, tonando-o mais aconchegante e, ao mesmo tempo... sustentável, em todas as várias formas de sustentabilidade que podemos pensar e viver (econômica, cultural, política, ambiental etc.)? 22 Quem responde, socialmente, pela libertação de nossas mentes e corações de alguns supostos desígnios do Deus Mercado? Do apelo ao consumo desenfreado, inclusive e, às vezes, principalmente, do desejo por aquilo que não precisamos ter, o que só agrava a situação ambiental, em todas as suas acepções? Afinal, trabalhar sensorial e cognitivamente o Meio Ambiente é muito mais do que salvar as árvores! É isso, mas é também salvar as próprias condições de manutenção e renovação de todas as formas de vida do planeta, garantindo sua continuidade com qualidade. E, reforçando, é garantir as condições de existência da vida, posto que, se, num rompante de loucura, não alterarmos os caminhos que estamos trilhando, a situação ambiental da Terra tornar-se-á difícil, senão impossível ao sustento da vida, tal como a conhecemos, tal como a vivemos. Contudo, num laivo de sanidade, quem sabe as ações que resultaram nesse livro possam evitar o desastre dessa morte não desejada por ninguém, mas anunciada por muitos e tantas vezes? E que ações são essas? Retomando a discussão do próprio conceito de “Desenvolvimento Sustentável” ou de “Sustentabilidades” e considerando o desenvolvimento, inicialmente tomado em seu significado menos conhecido, o de desembrulhar, o de descobrir algo, retirando-lhe o envoltório, o que as sociedades humanas devem buscar é aquilo que, ambientalmente falando, ainda não existe: um jeito de usufruir do planeta sem destruí-lo, preservando, como dito acima, as condições de habitabilidade e vivência, e não apenas para nós, mas para todas as formas de vida, já que a ação antrópica, ou seja, do Homem, afeta a todos os demais seres vivos. Desde a Revolução Industrial, iniciamos um processo que julgávamos sem limites: o de extrair o que chamamos de recursos naturais, processá-lo industrialmente e vendê-lo comercialmente. Já vimos, porém, que esse modelo fordista, de produção em massa, para uma exploração em massa, não é sustentável sob qualquer aspecto em que seja analisado. Na pós ou na hipermodernidade tudo se fragmentou, inclusive o conhecimento. Sabe-se cada vez mais coisas, entretanto, talvez se saiba cada vez menos sobre elas. Concepções dialéticas dão lugar a linearidades que só empobrecem o debate e limitam as ações, superespecializadas que estão as ciências e as humanidades as quais, deste modo, veem muito bem uma árvore sem ter noção do que seja a floresta. Sem religarmos os saberes e sem que adotemos visões mais integradoras, continuaremos a propor soluções pontuais para problemas sistêmicos. Não vai dar certo, como não tem dado. O compromisso com as sustentabilidades não pode ser uma busca por novas produtividades e lucros, mas sim uma busca por um novo sentido de vida social, por um novo paradigma de satisfação das necessidades e desejos humanos, numa expressão: por um mundo sustentável (a vida). 23 Referências bibliográficas Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1 ed. Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia. Rio de Janeiro: 2001. GALVÃO, Carlos Fernando & MEFFE, Corinto. Democracia: do conceito à prática, da representação à participação. São Paulo: Editora Claridade, 2010. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Agenda 21 Local – Resultados Selecionados. Brasília, 2012. 24 Desenvolvimento Sustentável Doutora Glória Cristina da Silva Lemos Doutorando Ismael Lourenço de Jesus Freitas Professor Doutor Silvério de Paiva Freitas Setor de Plantas Daninhas e Medicinais do Laboratório de Fitotecnia do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) A exploração econômica irracional dos recursos naturais pelo homem e o crescimento rápido da população humana, especialmente nas regiões mais pobres, são os principais fatores responsáveis pela destruição ambiental. Isto porque o aumento demográfico e/ou o crescimento econômico no modelo atual predominante resulta em demanda cada vez maior de recursos naturais para a produção de alimentos, roupas, casas, transportes e tudo o mais relativo às necessidades da vida humana, cuja origem são matérias-primas extraídas da natureza. Consequentemente, os recursos primários disponíveis na natureza, resultantes de milhões de anos para se formarem, vão se esgotando em ritmo acelerado. Não se pretende, em absoluto, que o homem deixe de utilizar os recursos da natureza (isto nem seria possível). Pretende-se apenas que se faça utilização racional do meio ambiente, de modo a preservá-lo para as gerações que nos sucederão (Costa & Cjarup, 1992). No final do século XX, presenciou-se o crescimento da conscientização em relação à degradação do meio ambiente, decorrente do processo de desenvolvimento. O aprofundamento da crise ambiental, juntamente com a reflexão sistemática sobre a influência da sociedade neste processo, conduziu a um novo conceito – o de desenvolvimento sustentável. Este conceito alcançou destaque inusitado a partir da década de 1990, tornando-se um dos termos mais utilizados para se definir um novo modelo de desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento sustentável que teve sua origem no debate acadêmico iniciado em Estocolmo, em 1972, e consolidado, em 1992, com a realização da Eco-92, defende que a satisfação das necessidades das gerações atuais não pode comprometer a capacidade de satisfação das necessidades de gerações futuras (Louzada, A. 2008). 25 Entre todas as ocupações humanas, a agricultura tem lugar de destaque porque gera emprego e riqueza, além de produzir fibras, celulose, madeira e os alimentos necessários à produção da energia vital que garante a sobrevivência do ser humano, sua saúde e seu pleno desenvolvimento. Entretanto, todas as atividades agrícolas interferem no ecossistema de forma mais ou menos agressiva, e devem ser amenizadas pelo devido planejamento e emprego de tecnologias disponíveis, a fim de garantir recursos naturais para as próximas gerações. Todavia, o modelo econômico atual tem por base a exploração predatória dos recursos naturais e é sustentado pela ideologia pragmática do consumismo exacerbado, que chega a associar padrões de consumo com cidadania. Assim, a sociedade consumista é anticonservacionista e torna-se responsável pela degradação acelerada da natureza. O Informativo “Correio da UNESCO” no 7 de 1993, coloca uma preocupação quanto às consequências do desperdício de alimentos e de matérias-primas por parte das regiões mais ricas do Planeta Terra. O simples ato cotidiano de deixar a torneira aberta, enquanto se escova os dentes, resulta em agressão ao meio ambiente, pois a água para chegar até a torneira depende de infraestrutura de captação (mais represas), tubulação (produz poluição desde a extração da matéria-prima até a fase final da industrialização) e tratamento (produtos químicos), além dos processos de distribuição, requerendo energia em todas as etapas. O consumismo desenfreado das regiões industrializadas gera um desperdício prejudicial aos povos de regiões em desenvolvimento: cada habitante dos países ricos consome de 6 a 52 vezes mais carne; 10 a 35 vezes mais energia; 14 a 15 vezes mais papel que cada habitante dos países em desenvolvimento. Além disso, uma infinidade de objetos plásticos invade os rios e oceanos, matando, anualmente, cerca de dois milhões de pássaros e 100 mil mamíferos marinhos que são atingidos por tais objetos ou ficam presos neles (Almeida et al. 1986). No Brasil, além do desperdício de 20% da produção de grãos e 30% da produção de hortaliças e frutas, por causa de mau armazenamento, transporte inadequado e negligência, existe o exemplo clássico de desperdício que ocorre diariamente na mesa dos brasileiros. Supondo que durante uma refeição de 184 milhões de habitantes, cada pessoa deixa no prato um grão de arroz e um de feijão, tem-se um desperdício de 184 milhões de cada um dos grãos por refeição. 26 Considerando-se que um grama de arroz contém 32 grãos e um grama de feijão contém quatro, determina-se que a perda anual seja de cerca de 5.750kg de arroz e 46.000kg de feijão por refeição. Para manter esse desperdício durante 365 dias, observando-se a produtividade média dessas duas culturas, seria necessário cultivar pelo menos 915ha de arroz e em torno de 27.450ha de feijão. A energia entra em todas as etapas de produção, desde o preparo do solo até a colheita, além de produtos químicos como fertilizantes, corretivos e defensivos agrícolas, que são espalhados no ambiente (Costa & Cjarup, 1992). O Brasil produziu em 2010 cerca de 153 milhões de toneladas de grãos (CONAB, 2011), quando seriam necessários 180 kg de grãos hab-1 ano-1 para uma boa alimentação da população. Logo, bastaria destinar apenas 35 milhões de toneladas de grãos para alimentar a população atual do Brasil, que é de 190.755.799 pessoas, ou seja, menos de vinte e cinco por cento da produção de 2010 seria suficiente para que não houvesse fome em nosso país. O desenvolvimento sustentado associa a qualidade de vida de todos os seres humanos à qualidade do meio ambiente, mas para que isto seja possível é necessária a redução dos desperdícios e uma política de educação para todos, com uma política econômica que permita melhor distribuição de renda. Os produtores rurais, para atender à demanda de produtos exigidos pela população, têm que proteger as plantas cultivadas, nas diversas regiões agrícolas do planeta, de 30.000 espécies de plantas daninhas (1.800 causam sérias perdas), de 3.000 espécies de nematóides (100 causam severos danos), de 800.000 espécies de insetos (100.000 são devastadoras) e de 100.000 agentes causadores de doenças (fungos, bactérias, vírus etc.) (ANDEF, 2008). Outra preocupação que deve ser levada a sério numa agricultura racional é a conservação do solo e da água. Segundo Mazuchowiski & Derspsch (1988), a natureza leva, em média, 400 anos para formar um centímetro de solo. Assim, a terra arável (30cm de profundidade) levou pelo menos 12.000 anos para se formar e não se pode permitir que um manejo inadequado vá destruir essa riqueza em pouco tempo devido à erosão, contaminação por agrotóxicos e/ou por outros danos. O plantio direto surgiu como tecnologia alternativa para minimizar esses problemas. Contudo, o êxito da tecnologia depende do fator humano, verificando-se que, para obtenção da palhada usada no plantio direto, os produtores utilizam herbicidas sem a preocupação ou o conhecimento necessário à tecnologia de aplicação destes produtos. Os problemas aumentaram com a utilização das plantas transgênicas resistentes ao glyphosate e devido ao aumento indiscriminado no uso dos agrotóxicos. 27 Atualmente, o mercado brasileiro de agrotóxicos é um dos maiores do mundo, com 107 empresas aptas a registrar produtos, representando 16% do mercado mundial. Ressalta-se que a entrada desses produtos, em território nacional, aumentou 236% entre 2000 e 2007, dentre os quais do total de agrotóxicos utilizados na agricultura, 55% são de herbicidas, 22% de inseticidas, 15% de fungicidas e 8% de outros. O Brasil ocupa a terceira colocação no ranking mundial como consumidor de agrotóxicos, superado apenas pelos Estados Unidos e Japão (ANDEF, 2008). Os herbicidas, quando aplicados de modo indiscriminado, podem causar inúmeros problemas como intoxicação do trabalhador, do consumidor, das plantas cultivadas, contaminação do ar, do solo e da água, levar ao aparecimento de plantas daninhas resistentes que, por sua vez, vão requerer elevação das doses e/ou de novos produtos para o seu controle. A eliminação de inimigos naturais, de pragas, de doenças e de plantas daninhas até então sem importância pode se transformar em problemas sérios para a agricultura, por não terem mais seus competidores naturais e pela redução da biodiversidade. Esses problemas vêm preocupando pesquisadores do mundo inteiro, pois até o início de 2010, já foram identificados 346 biótipos de plantas resistentes aos herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Entretanto, devido à mega utilização do glyphosate no plantio direto, nas culturas transgênicas, resistentes ao glyphosate, na fruticultura e em áreas não agrícolas, como a capina química urbana, a resistência ao glyphosate passou a ser um sério problema no mundo, resultando, atualmente, em 19 espécies de plantas daninhas resistentes ao glyphosate. No Brasil, segundos dados do Conselho de Herbicidas – Consherb (2010), estima-se uma área de 5,6 milhões de hectares infestados com plantas resistentes ao glyphosate, das quais 3,3 milhões de ha com a Conyza spp (Buva), um milhão ha com Lolium multiflorum (Azevém), 0,03 milhão ha Digitaria insularis (Capim-amargoso), entre outras, onde os estados mais atingidos são Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Os critérios normalmente utilizados para analisar o desempenho dos projetos de pesquisa relacionados à produção agrícola são relação custo-benefício, produtividade e produção total, nem sempre considerados com a devida seriedade, nem com os aspectos relacionados com a saúde pública e com os impactos ambientais, resultando no surgimento de problemas sérios. Hoje, muitos projetos que foram considerados como modelos de produção se transformaram em contribuição negativa para o meio ambiente ou podem até mesmo se tornar uma catástrofe ecológica. 28 Na avaliação dos aspectos ecológicos, tanto a desconsideração como a supervalorização do impacto ambiental, não são benéficas ao desenvolvimento sustentável, uma vez que ambas analisam, exclusivamente, uma única face do problema. Isto pode ocorrer devido à falta de conhecimento, negligência, intenções destrutivas ou pelas consequências imprevisíveis das novas tecnologias. Assim sendo, o ensino, a pesquisa e a extensão devem estar direcionados e integrados na busca de alternativas viáveis para solucionar os problemas atuais em todos os setores da sociedade. Referências bibliográficas ALMEIDA, F. W.; YOKOMIZO, Y.; FERREIRA, M. S. F.; ÚNGARO M. T .S.; PUGA, F. R.; RüEGG E. F. Impacto dos agrotóxicos sobre o meio ambiente, a saúde e a sociedade. São Paulo: Editora Ícone Ltda. , 1986. 96 p. ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal, 2008. CONSHERB - Conselho de Herbologia da Syngenta, 2010. Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), 2011. COSTA, L.M.; CJARUP G. B. Agricultura e meio ambiente. Problemas ambientais causados pela agricultura no cerrado. Anais da Conferência Realizada pela Universidade Federal de Viçosa, 1992. KOGAN; PÈREZ J.A. Herbicidas: fundamentos fisiológicos y bioquímicos del modo de acción. Ediciones Universidad Católica de Chile, Santiago, Chile, 2003, 333p. LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil - terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. Plantarum, 4 ed., 2008, 640p. MAZUCHOWISKI; DERSPSCH. Plantio Direto no Paraná, 1988. 56p. RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. Guia de Herbicidas. 5 ed. Londrina, 2005. 591p. 29 Sustentabilidade Professor Doutor Haroldo Mattos de Lemos Presidente do Instituto Brasil PNUMA (Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) Professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Presidente do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT Superintendente do Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental ABNT/CB-38 Presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Associação Comercial do Rio de Janeiro 1. Problemas Ambientais Globais: Desafios do Século XXI Se fizermos um exercício de voltar no tempo, poderemos constatar as profundas modificações que a raça humana provocou na Biosfera nos últimos dois séculos. A população humana levou milhares de anos para atingir a marca de 1 bilhão de habitantes, em 1802. Cerca de cem anos depois, em 1900, a população humana já somava 1,5 bilhão, e cem anos após, em 2000, a população já tinha atingido 6,1 bilhões de habitantes. Isto é, aumentou seis vezes nos últimos 200 anos. A economia mundial aumentou 10 vezes entre 1950 e 20001 e a produção industrial nos anos 80 já era mais de sete vezes maior do que nos anos 50. A industrialização provocou uma acelerada urbanização: em 1900, a população urbana do mundo era inferior a 1/3 da população rural, mas em 2007 já era maior que a população rural. População (bilhões) 1 2 3 4 5 6 Ano 1802 1928 1961 1974 1987 1999 Anos até o próximo bilhão 126 33 13 13 12 ? Quadro 1 – A "explosão" populacional 30 Como consequência, a degradação do meio ambiente passou a produzir efeitos diretos e claramente identificáveis sobre as comunidades, como dificuldades para servir água potável à população, poluição dos rios e lagos pelos esgotos domésticos e industriais, poluição do ar pelos sistemas de transportes e pelas indústrias e necessidade de remover e tratar o lixo produzido pela população. O crescimento da economia e da produção industrial resultou num ritmo de consumo de recursos naturais maior do que o crescimento da população. Por exemplo, enquanto no Século XX a população foi multiplicada por 4, o uso de água para as atividades humanas cresceu 6 vezes. Como consequência, várias regiões do mundo enfrentam hoje o problema da escassez de água. A maioria dos pesqueiros mundiais estão sobre-explorados, isto é, estamos pescando mais peixes do que eles conseguem se reproduzir. Um relatório produzido pelo Banco Mundial e pela Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO, divulgado no dia 8 de outubro de 2008, confirma a depleção dos estoques. Pesqueiros e a frota pesqueira sobredimensionada são responsáveis por perdas significativas nas operações de pesca marítima nos últimos anos. Recentemente, o Canadá foi obrigado a fechar 40 mil empregos na área da pesca do bacalhau. Em consequência do crescimento da população e do uso acelerado dos recursos naturais, a humanidade vai enfrentar durante este Século XXI vários desafios ambientais globais. Entre eles: o aquecimento global e suas consequências como a elevação do nível dos mares; o esgotamento de recursos naturais importantes como o petróleo e água, particularmente nas regiões em desenvolvimento em que a população continua a crescer. 2. Desenvolvimento Sustentável O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi cunhado pela Comissão Mundial Independente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela Srª Gro Harlem Brundtland, ex-Primeira Ministra da Noruega, que divulgou e apresentou às Nações Unidas, em 1987, seu relatório final intitulado “Nosso Futuro Comum”. Nele, o desenvolvimento sustentável foi definido como "Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades". 31 O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito com o qual é fácil concordar, pois é puro bom senso, mas é extremamente complexo e controvertido quando se tenta aplicá-lo no nosso dia a dia. Para alcançarmos a sustentabilidade serão necessárias mudanças fundamentais na nossa forma de pensar e na maneira como vivemos, produzimos, consumimos etc. 3. A capacidade de suporte da Biosfera Vamos analisar o funcionamento da nossa Biosfera. Recebemos de fora do nosso sistema a energia solar, que é absorvida pelas plantas na terra e pelas algas no mar, sendo transformada pela fotossíntese em energia química contida na estrutura vegetal formada. A matéria orgânica vegetal e animal é um recurso renovável: alimentos como trigo e arroz, combustíveis como madeira e álcool, materiais para vestimentas como algodão. Na Biosfera temos recursos não renováveis como materiais (minério de ferro e outros) e combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) que, juntamente com os recursos renováveis da biomassa, são transformados em bens e serviços de que precisamos para a nossa vida diária (alimentos, transportes etc.). Ao produzir estes bens e serviços, geramos resíduos e poluição que, parcialmente tratados ou não, são jogados na Biosfera para que sejam absorvidos. A produção de bens e serviços também libera energia degradada em calor. A disponibilidade de recursos (renováveis ou não) para transformarmos em bens e serviços e a capacidade da Biosfera para assimilar resíduos e poluição formam o que chamamos de capacidade de suporte da Terra. 4. Os três grandes desafios para o desenvolvimento sustentável O que devemos fazer, na prática, para atingir o desenvolvimento sustentável? A nosso ver, existem três grandes desafios que precisam ser superados. a) Disponibilidade de Recursos Naturais O primeiro desafio é garantir a disponibilidade de recursos naturais que transformamos em bens e serviços necessários à nossa vida cotidiana. O alerta sobre a possibilidade do esgotamento de recursos naturais estratégicos – que aconteceria por volta de 2050 32 – nos foi apresentado pelo Primeiro Relatório do Clube de Roma, “Limites do Crescimento”, publicado em 1971, e confirmado pelo relatório “Além dos Limites", publicado em 1992. Com relação à disponibilidade de recursos naturais, precisamos fazer a distinção entre os recursos naturais renováveis e os não renováveis. É fácil entender que estaremos usando os recursos renováveis de acordo com o conceito de desenvolvimento sustentável, quando respeitarmos a velocidade de renovação (ajudada artificialmente ou não) destes recursos. Por exemplo, se plantarmos mais árvores do que cortarmos, ou se pescarmos, respeitando a velocidade de reprodução dos peixes, estaremos na direção do desenvolvimento sustentável. Com relação a estes dois exemplos, tanto no Brasil quanto no mundo, estamos no caminho contrário ao da sustentabilidade, pois a derrubada de florestas nativas continua e os estoques pesqueiros estão sendo drasticamente reduzidos. Quanto aos recursos não renováveis, não podemos simplesmente deixar de utilizá-los porque não são renováveis. Com o nível de consumo atual e com o crescimento projetado, o petróleo deverá acabar dentro de 50 anos. Devemos utilizar os recursos não renováveis de forma tal a permitir que tecnologias alternativas sejam desenvolvidas, em tempo, para substituí-los quando começarem a ficar escassos. Assim, antes de atingir o limiar de esgotamento do petróleo, já precisaremos dispor de alternativas e infraestrutura física instalada para substituir o petróleo e seus derivados combustíveis. b) Respeitar os limites da Biosfera para assimilar resíduos e poluição Significa não jogar sobre a Biosfera resíduos e poluição (decorrentes da produção e uso de bens e serviços) em quantidades e velocidade superiores à capacidade de autodepuração da Biosfera. Esta capacidade de autodepuração depende da biodegradabilidade do resíduo (quanto mais biodegradável, maior a capacidade de assimilação), das condições locais, da quantidade de resíduo sendo lançada. O alerta sobre este problema nos foi apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, em 1982, em virtude do aparecimento dos Problemas Ambientais Globais. De fato, as concentrações de vários tipos de resíduos e poluição estão crescendo, tanto no ar quanto na água e nos solos. 33 c) Questão social: necessidade de redução da pobreza O Terceiro Relatório do Clube de Roma, “Para uma Nova Ordem Internacional”, divulgado em 1976, concluiu que “antes de atingirmos os limites físicos do nosso planeta (significa a disponibilidade de recursos naturais e a capacidade da Biosfera para absorver resíduos e poluição), ocorrerão graves convulsões sociais provocadas pela grande desigualdade entre os países industrializados e os países pobres”. Se aceitarmos que os desafios básicos e fundamentais para atingirmos o desenvolvimento sustentável são os três mencionados acima, a definição dada pela Comissão Brundtland pode ser ampliada para: "aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades, respeitando a capacidade de suporte da Biosfera e reduzindo a pobreza em nível mundial.” Qualquer tipo de atividade humana pode ser analisado à luz destes três desafios, para verificar-se se está ou não na direção do desenvolvimento sustentável. 5. Ações importantes para o Desenvolvimento Sustentável Vamos discutir, a seguir, algumas ações estratégicas que são necessárias para iniciar a transição na direção do desenvolvimento sustentável: a) Estabilização da população mundial As Nações Unidas estimam que a população mundial cresça cerca de 50% até 2050, passando dos atuais 6.1 bilhões para 9.3 bilhões de habitantes (World Population Prospects, The 2000 Revision, Divisão de População, Departamento de Economia e Assuntos Sociais, Nações Unidas, Nova York, 2001). Como a população dos países desenvolvidos deve permanecer estável, todo o crescimento populacional até 2050 acontecerá nos países em desenvolvimento, isto é, cerca de 3 bilhões de habitantes adicionais. Se hoje, com pouco mais de seis bilhões de habitantes, já temos problemas com a possibilidade de esgotamento de recursos naturais estratégicos e com a quantidade de resíduos e poluição que jogamos diariamente na Biosfera, no futuro estes problemas tendem a se agravar significativamente. Embora existam grandes diferenças regionais, quanto mais rápido atingirmos a estabilização e quanto menor for esta população, melhor. 34 b) Melhoria da educação em todos os níveis Talvez a ação mais importante para nos ajudar a atingir o desenvolvimento sustentável seja a melhoria da educação em todos os níveis, particularmente nos países em desenvolvimento. Já vimos que a melhoria do nível de educação ajuda a reduzir o crescimento populacional. É também fundamental para possibilitar que os políticos possam adotar medidas de longo prazo, que muitas vezes impõem sacrifícios em curto prazo, indispensáveis para o desenvolvimento sustentável. c) Novo indicador de desenvolvimento Os índices utilizados nos atuais Sistemas de Contabilidade Nacional para medir o desenvolvimento econômico, como o Produto Interno Bruto, não refletem o esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente. Se o PIB de um país está "crescendo" em virtude da exploração cada vez mais rápida de sua única reserva mineral (minério de ferro, por exemplo), a realidade só será sentida quando houver esgotamento da reserva mineral, e a consequente queda do PIB. O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, associa outros fatores, como expectativa de vida, grau de alfabetização e mortalidade infantil ao PIB de um país, para evitar em parte o erro que pode acontecer com a análise do PIB isoladamente. Mas também não leva em consideração o esgotamento dos recursos naturais e a degradação do meio medindo, desde 2002, Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. São 60 indicadores de quatro áreas: econômica, ambiental, social e institucional. d) Colocar a economia a favor da sustentabilidade Significa fazer uma reforma tributária para taxar mais o que queremos reduzir (como uso de recursos naturais escassos e geração de resíduos) e taxar menos o que queremos aumentar (emprego e renda). Em 1994, a Noruega criou uma taxa sobre emissão de carbono de origem fóssil e reduziu a taxa sobre empregos. Aqui no Brasil temos o exemplo do ICMS Ecológico, cujo pioneiro foi o Estado do Paraná. 35 6. Conclusão Apesar dos avanços que já conseguimos, existem grandes desafios à frente. O Relatório "Planeta Vivo 2008", produzido pela WWF – Fundo Mundial da Vida Selvagem, alerta que a Humanidade consome atualmente 30% mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor. Levando em conta o crescimento populacional, a evolução tecnológica e o desenvolvimento econômico, até 2050 o homem consumirá o dobro da capacidade da Terra. O relatório afirma que, se a produção de alimentos e de bens de consumo não for aprimorada, já em 2030 a população começará a sentir uma queda considerável na qualidade de vida. O conceito de "Pegada Ecológica" (Ecological Footprint) foi criado por Willian Rees e Mathis Wackernagel, que publicaram em 1995 o livro Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth. É uma medida do que consumimos da natureza, em termos de água e terra produtiva que ocupamos para produzir todos os recursos que consumimos e para absorver todos os resíduos que geramos. O planeta dispõe de 10.8 bilhões de hectares produtivos, que é menos que 25% de sua superfície. A área produtiva disponível a cada habitante do planeta é cerca de 1,8 hectares (ha), mas hoje os norte-americanos já usam mais do que o quíntuplo, ou seja, 9,71ha. Um habitante de Bangladesh possui uma pegada de cerca de 0,5 hectares. Em 1961, a humanidade usava 70% da capacidade produtiva da Terra. Porém, a partir dos anos 80, com o crescimento populacional e o consequente aumento do consumo, a capacidade do planeta em fornecer os recursos necessários para as atividades humanas passou a ser insuficiente. Por volta de 1999 já consumíamos 25% a mais do que a capacidade de regeneração do planeta (pegada ecológica global per capita de 2,2 ha). Em outras palavras, o planeta precisaria de um ano e três meses para gerar os recursos usados pela humanidade num único ano. Criamos assim um déficit insuportável para as gerações futuras. Várias ONGs lançaram programas para cálculo da pegada ecológica, entre elas a Global Footprint Network (www.footprintnetwork.org). Alguns países, como o Brasil e Argentina, apresentam uma biocapacidade maior que sua pegada ecológica, ao contrário de outros, como México, Holanda, Japão e Estados Unidos. Se todos os habitantes da Terra tivessem o nível de consumo norte-americano, precisaríamos de três Terras semelhantes a nossa para garantirmos os recursos energéticos e materiais suficientes. 36 Herman Daly, Economista Senior do Banco Mundial durante a Rio 92, afirma em seu artigo “Economics in a Full World”, publicado na Scientific American em setembro de 2005: “A exploração de recursos naturais é tão intensa que não podemos mais fingir que vivemos em um ecossistema ilimitado. A humanidade precisa fazer a transição para uma economia sustentável – que respeite os limites físicos inerentes ao ecossistema mundial e garanta que continue funcionando no futuro. Se não fizermos essa transição, poderemos ser punidos com uma catástrofe ecológica que reduziria sensivelmente nosso padrão de vida.” Hoje, a sustentabilidade de qualquer região dentro do sistema global é altamente dependente da sustentabilidade de várias regiões distantes. Nenhum país ou região pode ficar independente nesta situação ou alcançar sustentabilidade sozinho. Pela primeira vez na história evolutiva da humanidade, o interesse individual a curto prazo e o interesse nacional não convergem com interesses de longo prazo da humanidade. Daí a importância do Relatório “Visão 2050 – A Nova Agenda para as Empresas” (Vision 2050 – The New Agenda for Business), lançado pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development – WBCSD), em fevereiro de 2010, baseado em estudos das Nações Unidas e outras instituições, como o Global Footprint Network – GFN. Ele foi produzido por 29 empresas do WBCSD, de 14 setores industriais e discutido em 20 países com centenas de outras empresas, instituições públicas e especialistas da sociedade civil. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) publicou, no final de 2010, sua tradução para o português, que está disponível no seu site. O relatório afirma que se mantivermos o mesmo padrão de desenvolvimento e o mesmo modelo de negócios (business as usual), em 2050, com 9 bilhões de habitantes na Terra, os serviços ambientais – produção de alimentos, regulação do clima, água e ar respirável – não atenderão à demanda. A sustentabilidade vai exigir decisões de longo prazo como, por exemplo, a melhoria da educação em todos os níveis. Mas a grande maioria dos governos toma decisões de curto prazo, voltadas para manter o poder nas próximas eleições. O Vision 2050 apresenta um planejamento de médio para longo prazos, de 2010 até 2050, e discute as condições e ações necessárias para que, em 2050, o mundo esteja caminhando para atingir a sustentabilidade. O objetivo final é que, em 2050, os 9 bilhões de habitantes que teremos na Terra vivam todos bem – com alimentos suficientes, moradia, água potável, saneamento, transporte, educação e saúde –, mas dentro dos limites do que este pequeno e frágil planeta pode oferecer e renovar a cada dia. 37 Para atingir a sustentabilidade, precisaremos adotar mudanças fundamentais nas estruturas de governança, na economia, nos negócios e no comportamento humano. Estas mudanças são necessárias, factíveis e oferecem grandes oportunidades de negócios para empresas que adotem a sustentabilidade como estratégia. Mas as mudanças não serão de responsabilidade apenas das empresas. O nosso futuro depende, como nunca antes na história, do que empresas, governos e cidadãos fizerem agora, de forma coordenada e integrada. As empresas que planejam a médio e longo prazos sabem que os recursos naturais deste pequeno e frágil planeta são limitados, e a humanidade já está usando mais recursos naturais do que o planeta é capaz de regenerar. Viver bem significa manter um padrão de vida que possibilite condições econômicas suficientes para que as pessoas tenham acesso à educação, saúde, mobilidade, alimentação básica, água de boa qualidade, energia, habitação e bens de consumo. Mas este padrão de vida deve ser baseado nos recursos naturais disponíveis, sem afetar a biodiversidade, o clima e os ecossistemas. Vision 2050 enfatiza que “business as usual” não vai atingir a sustentabilidade e nem assegurar prosperidade econômica e social. A sustentabilidade vai exigir mudanças radicais, começando agora. Uma das certezas que temos hoje é que, em 2050, a vida será muito diferente para a humanidade. Neste caminho para atingir sustentabilidade, a mudança de comportamento humano e a inovação social serão tão importantes quanto inovações tecnológicas. O WBCSD acredita que o mundo já tem o conhecimento, a ciência, as tecnologias, as habilidades e os recursos financeiros necessários para alcançar os objetivos do Vision 2050. As fundações para grande parte do que será necessário fazer deverão ser construídas já na próxima década. Em 21 de fevereiro de 2011, durante a 26ª sessão do Fórum de Ministros do Meio Ambiente e Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA foi lançado um estudo – “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza” – que mostra que um investimento de 2% do PIB mundial (cerca de 1,3 trilhão de dólares por ano) em dez setores estratégicos pode ser o início da transição rumo a uma Economia Verde com baixo carbono, gerar um desenvolvimento mais eficiente no uso de recursos naturais, além de combater a pobreza. Os dez setores são: agricultura, construção, abastecimento de energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transportes, manejo de resíduos e água. 38 O relatório mostra que o mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global em uma série de subsídios que, geralmente, prolongam a insustentabilidade do uso de recursos tais como combustíveis fósseis, agricultura e pesca. Afirma também que, a curto prazo, a queda dos níveis de emprego em alguns setores como o da pesca será inevitável caso não ocorra a transição rumo à sustentabilidade. Na realidade, em virtude dos subsídios dados às grandes frotas pesqueiras de países desenvolvidos, estamos retirando os peixes nobres do mar com uma velocidade superior à da sua reprodução. Um dos objetivos da Economia Verde seria criar um número de empregos "novos" – desde o setor de energia renovável até o de agricultura sustentável – que compensem aqueles perdidos na antiga economia de alto carbono. Um investimento anual de 1,25% do PIB mundial em eficiência energética e energias renováveis poderia reduzir a demanda global por energia primária em 9% em 2020 e em 40% até 2050, e a economia de capital e de gastos com combustível na geração de energia seria de 760 bilhões de dólares entre os anos de 2020 e 2050. Achim Steiner, Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, afirmou: “O mundo está de novo a Caminho do Rio, mas em um planeta muito diferente daquele da Cúpula da Terra que se realizou no Rio de Janeiro em 1992. A Rio 2012 surge em um contexto de rápida redução de recursos naturais e de alterações ambientais aceleradas – desde a perda de recifes de coral e florestas à crescente escassez de terra produtiva; desde a necessidade urgente de fornecer alimento e combustível às economias até os prováveis impactos das alterações climáticas descontroladas. Devemos avançar para além das polarizações do passado, entre desenvolvimento e meio ambiente, entre Estado e mercado e entre norte e sul. Com 2,5 bilhões de pessoas vivendo com menos de dois dólares por dia e com um aumento populacional superior a dois bilhões de pessoas até 2050, é evidente que devemos continuar a desenvolver e a fazer crescer as nossas economias. No entanto, esse desenvolvimento não pode acontecer à custa dos próprios sistemas de apoio à vida na terra, dos oceanos e da atmosfera que sustentam as nossas economias e, por conseguinte, as vidas de todos nós. Economia Verde é uma resposta à questão de como manter a pegada ecológica da humanidade dentro dos limites do planeta. Visa a relacionar as demandas ambientais para a mudança de rumo aos resultados econômicos e sociais – em particular, o desenvolvimento econômico, o emprego e a igualdade”. Em 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável será novamente realizada na Cidade do Rio de Janeiro – a Rio + 20, e seu tema será “Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza”. Reafirmando 39 a importância e urgência do tema, o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Kimoon, em seu discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), em 31 de janeiro de 2011, pediu uma “ação revolucionária” para alcançar o desenvolvimento sustentável, ao alertar que o consumo desatento de recursos do último século é “um pacto de suicídio global”. Alguns cientistas e autores já falam em “decrescimento econômico socialmente sustentável”. Nossa conclusão final: acabou a era da abundância, estamos entrando na era da escassez, e precisamos aprender a conviver com ela. Crescimento sustentável não pode existir. Mas lembro que a Humanidade pode se desenvolver sem necessariamente crescer em termos de consumo de energia e recursos naturais. Para atingir o desenvolvimento sustentável, será necessário investir na melhoria da educação, em todos os níveis, principalmente nos países subdesenvolvidos. Num mundo submetido a um rápido e profundo processo de mudanças e à crescente interdependência entre os países, a educação adquire a responsabilidade fundamental de contribuir efetivamente para o desenvolvimento de um espírito de solidariedade, cooperação e tolerância, ingredientes necessários para a construção de uma sociedade mais democrática, ambientalmente sustentável e socialmente mais justa. Referências bibliográficas Comissão Mundial Independente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1988. DALY, H. E.. Economics in a Full World. Scientific American. USA, September, 2005. DIAMOND, J.. Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Rio de Janeiro, São Paulo: Editora Record, 2005. LATOUCHE, Serge. Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. MEADOWS, D. et alii. Limites do Crescimento: A Atualização dos 30 anos. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2008. __________________, Os Limites do Crescimento. Editora Perspectiva, 1973. TIMBERGEN, J.. Para uma Nova Ordem Internacional. Livraria Agir Editora, 1978. 40 A construção da sustentabilidade em sala de aula Professor Doutor Jacques Marcovitch Professor da Universidade de São Paulo (USP), da qual foi reitor. A desinformação ambiental no Brasil é bem maior do que se pensa. Enquanto professores do ensino fundamental e médio chegaram a um nível de conhecimento do tema suficiente para o exercício da cidadania, a maioria dos alunos desconhece até mesmo o vocabulário básico para a sua compreensão. Aqui se propõe um exercício cognitivo centrado na métrica do desempenho ambiental, que os faça buscar o significado de palavras-chave, de modo que alcancem o que pode ser chamado de alfabetização ambiental. São exemplos algumas poucas palavras como ecossistema, biodiversidade, bioma, eficiência energética, uso racional da água, gestão de dejetos, gases de efeito estufa e sustentabilidade ambiental. Palavras-chave, pesquisadas em textos no universo da internet, podem levar os jovens a uma percepção que professores, na justa medida, aprofundarão em sala de aula. Tal jogo de aprendizado, remetendo a uma pesquisa sem complexidade, poderá render bons resultados. A cada semana, uma palavra. Desta forma, os vocábulos são trabalhados em diálogos e textos breves, podendo os professores dar os desdobramentos necessários. Como apoio à pedagogia da sustentabilidade ambiental em sala de aula, há uma promissora tendência em trabalhos acadêmicos e, de modo geral, nos estudos que apresentam a sustentabilidade como eixo temático. Vem acontecendo, neste segmento do saber, e deveria acontecer com maior celeridade, uma bem-vinda transição da retórica útil, mas insuficiente, para as métricas verificáveis. 41 Talvez o ponto de partida para estas novas formas de abordagem esteja no sempre lembrado relatório de Nicholas Stern que, lucidamente, insistiu na prevalência do fazer sobre o sonhar e quantificou, no caso das mudanças climáticas, os graves prejuízos da inércia. Mas a questão não se esgota no mero uso de cálculos para demonstrar situações de fato. Na administração de políticas sustentáveis, sejam públicas ou privadas, é preciso lidar mais rigorosamente com as informações. O Conselho de Segurança da ONU pediu, recentemente, ao secretário-geral Ban Ki-Moon, que todos os relatórios sobre o clima, no âmbito da Organização, incluam projeções confiáveis sobre os impactos causados pelo aquecimento global. Também no universo dos negócios aprofunda-se a noção de responsabilidade com uso de informações aos consumidores quando se anunciam determinados produtos e mesmo a imagem de uma corporação. Prevalece, hoje, no meio corporativo mundial, uma grande resistência às lacunas informativas na transmissão de dados à sociedade. O IIRC (International Integrated Reporting Committee), câmara constituída de lideranças empresariais e da sociedade civil, elegeu os seguintes princípios básicos do uso de indicadores em qualquer documento: relevância e verificação; acessibilidade às informações; compreensão e clareza; comparabilidade e consistência. Atualmente, porém, o uso de indicadores de sustentabilidade é voluntário e as empresas escolhem o que querem divulgar em seus balanços. Essa tendência mudará. As novas regras do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) incluem princípios indeclináveis na veiculação de anúncios: Veracidade – as informações ambientais devem ser verdadeiras e passíveis de verificação e comprovação; Exatidão – as informações ambientais devem ser exatas e precisas, não cabendo informações genéricas e vagas; Pertinência – as informações ambientais veiculadas devem ter relação com os processos de produção e comercialização dos produtos e serviços anunciados; Relevância – o benefício ambiental salientado deverá ser significativo em termos do impacto total do produto e do serviço sobre o meio ambiente, em todo seu ciclo de vida, ou seja, na sua produção, uso e descarte. Estes princípios levarão toda empresa que se gabar de ser sustentável em suas peças publicitárias a provar quais os diferenciais que as tornam verdes. Além disso, a análise de anúncios publicitários, pelo prisma destes princípios em sala de aula, contribui também para a construção da sustentabilidade ambiental. 42 Vários fatores, porém, tornam o ambiente para a inovação ainda mais favorável no Brasil. Para promover a sustentabilidade ambiental no Brasil, cabe priorizar as seguintes direções: - cumprir as metas anunciadas pelo Brasil em Copenhague que incluem a redução do desmatamento na Amazônia e a implantação do mecanismo REDD; - adotar métricas de sustentabilidade ambiental fixadas com clareza para que seja assegurada sua rigorosa verificação; - aumentar, nos currículos de todos os níveis de ensino, em especial das escolas técnicas e das faculdades de engenharias, o estudo da sustentabilidade ambiental e suas métricas de desempenho ambiental; - valorizar os processos de inovação que almejam o desenvolvimento de conhecimentos, de produtos e processos indutores da preservação dos recursos naturais e redutores da emissão de Gases de Efeito Estufa; - aprimorar os processos de registro de patentes no Brasil, adotando para as tecnologias verdes, um “fast track” para sua análise de pedidos de patentes. A métrica do desenvolvimento O Indicador de Desenvolvimento Humano 2011 mede dimensões básicas do desenvolvimento relacionadas à saúde, educação e renda. A saúde é medida pela expectativa de vida. A educação é medida pela média de anos de educação de adultos e também pela expectativa de anos de escolaridade para crianças. A renda é medida pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em PPP$ 2005 constante. Na classificação do IDH 2011 o Brasil obteve o índice 0,718, numa escala que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho. O IDH 2011 do Brasil tem obtido avanços significativos e permanentes, mas continua abaixo da média da América Latina (0,731). O desempenho brasileiro teria que melhorar para alcançar outros países latino-americanos como Chile (0,805), Argentina, (0,797), Uruguai (0,783), Cuba (0,776), México (0,770), Panamá (0,768), Peru (0,725) e Equador (0,720). Outras formas de mensuração do desempenho das nações também vêm sendo experimentadas. Quando se trata de refletir sobre o futuro global, vemos que estes novos exercícios relativizam o peso do Produto Interno Bruto na caracterização do desenvolvimento. E podemos considerá-los cada vez mais orientadores na complexa leitura do nosso tempo. 43 Cenário demográfico Métrica não específica da sustentabilidade ambiental, mas presente nela e, às vezes, decisiva em todos os desafios contemporâneos, a demografia é a grande bússola para medir o futuro. Em 2011, o mundo chegou aos sete bilhões de habitantes. Para o final do século, vários cálculos, inclusive o que aponta redução populacional, estão circulando nos estudos pertinentes. A Organização das Nações Unidas adotou o critério de trabalhar com a hipótese média, 10 bilhões de habitantes em 2100. Para isso considerou um viés de alta que levaria o mundo à cifra explosiva de 15,8 bilhões de moradores e um viés de baixa reduzindo o ritmo de queda populacional em todos os continentes (exceto a África). Este último, situando-se no patamar de 6,2 bilhões de indivíduos, seria inferior ao que atingimos no ano em curso. A média estimada pela ONU impõe todas as precauções lícitas, que incluem itens diversos, entre estes o controle da natalidade e a educação. Avultam, ainda, os esforços para garantir segurança alimentar e abastecimento de água às multidões vindouras. Todos os estudos defendem o encolhimento da população do mundo em que viverão os beneficiários das nossas preocupações ou as vítimas da nossa irresponsabilidade. E não basta simplesmente que se usem preservativos ou se estabeleça obrigatoriedade dos métodos contraceptivos. Embora o Brasil, nos últimos dez anos, tenha baixado a taxa de fecundidade, só em 2040 a população local vai efetivamente diminuir. Um especialista brasileiro em estudos populacionais, George Martine, deixou nos jornais uma advertência que serve de premissa para a adoção de métricas demográficas: “Planejamento familiar não tem efeito retroativo. Cerca de 80% do crescimento populacional projetado é inercial. Mesmo que a taxa de fecundidade caia abruptamente em todos os países, a população continuará crescendo por um bom tempo e temos que discutir como nos adaptar a essa nova realidade.” Conclusão Quando se trata de fixar objetivos para a construção da sustentabilidade ambiental, a métrica não é aposta e muito menos declaração de intenções. Deve relacionar-se, nestes casos, a todas as variáveis que cercam o tema. Depois, para medir os resultados, ela incorpora os mesmos fundamentos utilizados para fixá-las. A transparência deve ser um procedimento indeclinável. O mesmo se dá na composição e caracterização informativa de um projeto, produto ou serviço. Não há espaço, no mercado sustentável, para a chamada conta de chegar. 44 Abordar a sustentabilidade ambiental na escola significa transformar a sala de aula em espaço de construção de novos conhecimentos. Novos conhecimentos que contribuem, entre outros, para elevar a eficiência energética, racionalizar o uso da água, diminuir a geração de dejetos e promover o seu aproveitamento e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Trata-se de encontrar, junto com os estudantes, formas de viabilizar a melhoria do bem-estar humano, em harmonia com a natureza. Referências bibliográficas BESSERMAN, Sérgio. A lacuna das informações ambientais. In: TRIGUEIRO, André (Coord.). Meio Ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. Economist Intelligence Unit Report. Ranking of the World’s most Innovative Countries, Abril, 2009. Disponível em: http://graphics.eiu.com/PDF/Cisco_Innovation_Complete.pdf Environmental Performance Index (EPI), 2010. Ranking & Scores. Yale University, Disponível em: http://epi.yale.edu GOIS, Antônio. Muvuca planetária. In jornal Folha de São Paulo, 14, ago. 2011, p. 4/5, Ilustríssima. PNUD: Índice de Desenvolvimento Humano 2011 (IDH). Disponível em: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3837&lay=p de MARCOVITCH, Jacques. Para Mudar o Futuro: Mudanças Climáticas, Políticas Públicas e Estratégias Empresariais. São Paulo: Edusp/Saraiva, 2006. World Economic Fórum: http://www3.weforum.org/docs/WEF_GlobalCompetitivenessReport_2010-11.pdf 45 Reconsiderando a questão demográfica e sua relação com a sustentabilidade Professor Doutor José Carlos Milléo Professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Grupo de Pesquisa Metrópole, Justiça Territorial e Políticas Públicas A reflexão proposta para a mesa da qual fiz parte foi o mesmo tema do fórum, ou seja, a relação que podemos estabelecer entre a sustentabilidade e nossa prática cotidiana dentro da sala de aula. Toda vez que nos defrontamos com tarefa semelhante sempre ficamos imaginando a forma pela qual melhor poderemos contribuir. De nossa parte, o que tentamos trazer aqui é o saldo de uma reflexão que inclui os aspectos básicos de minha seara, no sentido de colaborar para avançarmos nesse cruzamento: sustentabilidade e sala de aula. Nesse sentido, como geógrafo e como professor, cremos que se pode fazer um convite à reflexão sobre como a questão sustentabilidade vem se incorporando ao nosso dia a dia e vem deixando de ser apenas um tema específico, um momento especial dentro da sala de aula, para começar a preencher todos os espaços de nossa atividade docente. Na verdade, o tema sustentabilidade, qualquer que seja a tradução que queiramos dar a ele, já transpõe o próprio limite da escola ou dos círculos acadêmicos mais diretamente interessados, para transpassar o nosso próprio cotidiano e, até mesmo, do cidadão mais comum e alheio a essas preocupações. Nessa reflexão sobre essa transposição, sobre essa etapa vencida e a inauguração de um novo momento, que deixa para trás a preocupação apenas residual com o meio ambiente para se converter em exigência política, que considere essa questão em pé de igualdade com outras, sobre esse novo momento da discussão, cremos ser possível trazer alguma colaboração. Isso se dá porque estamos costumeiramente envolvidos com um tema que durante muito tempo foi colocado no lado diametralmente oposto ao do meio ambiente, qual seja: a população. Em nossa opinião a recolocação da questão ambiental, nessa outra base, tem uma forte relação com a reconsideração deste que foi seu par antitético. 46 A população, por certa parcela considerável de pesquisadores ou formadores de opinião, era tida como a variável que acabava complicando tudo já que sua existência terminava inapelavelmente por resultar em impacto ambiental, em consumo, em agressão, em desequilíbrio e em mais um sem-número de consequências, todas elas negativas ou pelo menos não muito positivas. Nesse ponto talvez estejamos falando de boa parte das aulas que muitos de nós já devamos ter tido no ensino fundamental, médio ou mesmo superior, e que colocavam a relação população versus meio ambiente dentro desses termos. Pois bem, se para considerável parcela da comunidade científica isso já vinha sendo superado desde o início da década de 1990, mais ou menos, mais recentemente a exaustão dessa simplificação vem demonstrando ser esta questão bem mais complexa. Tentarei refletir sobre essa exaustão e sobre o papel que um acontecimento absolutamente simples teve nesse esgotamento, especialmente no nosso caso, o Brasil. Essa é a boa notícia, acreditamos, pois exige que o debate se qualifique mediante novo raciocínio sobre a mesma questão. Por outra parte, ao se obter o consenso de que o processo de degradação ambiental deverá considerar, não exclusivamente, o crescimento da população, e isso é válido para praticamente o resto do mundo, isso não quer dizer, pura e simplesmente, que o meio ambiente sofrerá menor número de agressões por essa redução no ritmo de crescimento. Muito ao contrário, o cenário torna-se mais complicado com a adição de novas variáveis nessa equação e essa é, digamos assim, a notícia que deve nos colocar em alerta. Discorrendo inicialmente sobre a exaustão anteriormente aludida, acreditamos que existe certo consenso sobre o fato de que coube a Thomas Robert Malthus, em 1798, a inauguração desse debate que resume a questão demográfica à relação entre duas variáveis principais: a população, seu processo reprodutivo, seu crescimento numérico e a quantidade limitada de recursos passíveis de serem obtidos a partir do meio ambiente. A partir, então, do final do século XIX, uma quantidade incontável de trabalhos procurou se alinhar ou se contrapor a esse pensamento ajudando a postar a questão demográfica dentro desses marcos, por mais que progressistas das mais diversas cores se esforçassem em solapar qualquer autoridade cientifica nas afirmações de Malthus. Para resumirmos o caminho percorrido nesse debate talvez nos seja útil utilizar algo que ilustre e apresente a força da manutenção dessa relação ainda no final dos anos 1960, pelo menos. Essa demonstração pode ser feita a partir do próprio título, que ficou famoso em finais dos anos 1960, escrito pelo biólogo Paul Ehrlich. Chamava-se o livro: A Bomba Populacional. Editado em 1968, essa obra basicamente apresentava argumentos muito similares aos do reverendo Malthus e anunciava um futuro nada promissor face ao crescimento demográfico vigente na época. 47 Tomando-se agora os números mais recentes sobre o crescimento demográfico mundial, podemos propor o mesmo exercício que o economista David Lam coloca a seus alunos quando aborda esse assunto em suas aulas, na Universidade de Michigan, e que recentemente foi reproduzido pelo jornalista Antonio Gois da Folha de São Paulo de setembro de 2011. A tabela abaixo mostra a população mundial e o tempo transcorrido para que ela dobre. Tabela 01: População mundial e tempo transcorrido durante seu crescimento. ANO POPULAÇÃO TEMPO TRANSCORRIDO PARA DOBRAR 40 187,5 milhões 1240 375 milhões 1240 anos 1740 750 milhões 500 anos 1890 1,5 bilhão 150 anos 1960 3 bilhões 70 anos 1999 6 bilhões 39 anos A questão habilmente proposta por Lan é a seguinte: considerando o fato de que alcançamos, em 2011, a marca dos 7 bilhões de habitantes, quanto tempo demoraremos para ganharmos mais 5 e dobrarmos, novamente, para 12 bilhões, em relação a 1999? A resposta a essa interessante pergunta, se levarmos em conta as projeções da ONU mais recentes é: provavelmente nunca. Até o fim deste século, as projeções demográficas indicam algo em torno de 10 bilhões de pessoas e, então, um acontecimento simples, mas absolutamente inédito na história da humanidade irá se dar: a curva que mostra o crescimento demográfico passará a sofrer uma contínua inflexão e iremos iniciar um processo de queda no número total da população. Isto nos coloca diante de novas questões que vão, por sua vez, continuamente ajudando a sedimentar um novo modo de encarar a questão demográfica. 48 Afastamos, por exemplo, o título que o livro de Ehrlich propõe, como uma espécie de fantasma, e que começou a ser superado a partir de um famoso desafio que o economista Julian Simon resolveu fazer a Ehrlich. Em 1980, Simon desenvolveu o seguinte raciocínio: se a população continuasse a crescer, os preços das commodities e da energia iriam sofrer uma ascensão inexorável à medida que se tornassem mais escassas. Simon então, propôs a Ehrlich o seguinte desafio: o biólogo poderia escolher quaisquer ações de commodities minerais, no valor de 1.000 dólares e esperar por 10 anos. Se os preços aumentassem, indicando que se tornaram mais raras, Simon lhe pagaria o valor do aumento. Ehrlich topou o desafio e escolheu as ações de 5 metais no valor total de 1.000 dólares. Em 1990 elas estavam valendo 424 dólares, ou menos da metade do valor investido, e Simon havia ganho 576 dólares. Ao se propor explicar como pudemos realizar essa proeza, dobrarmos a população mundial em menos de 40 anos e, ao mesmo tempo, melhorarmos substancialmente as condições de vida de parcela significativa da humanidade, o mesmo David Lam (citado por Gois: 2011) aponta para a inovação tecnológica com um aumento impressionante da capacidade da agricultura em fazer frente a essa demanda. Naturalmente a consolidação de um mercado global de alimentos, acompanhada de uma ampliação nas possibilidades de transferência de conhecimento entra também nessa conta. A partir de 1970, por exemplo, a chamada Revolução Verde ampliou em muito a capacidade de produção de alimentos especialmente em países como o Brasil que se converteram, ao longo do tempo, em grandes produtores. Nesse sentido, Lan parece se alinhar a Simon, para quem a fé nas técnicas e nos mercados sempre criará novas possibilidades. O crescimento demográfico criaria, então, uma pressão sobre os recursos que invariavelmente teria de ser respondida com inovações tecnológicas. Conforme Daniel Hogan (2007) bem aponta, com esse raciocínio Simon renega o caráter real dos problemas ambientais. “População seria “o último recurso”, e quanto maior o número de seres pensantes, maior o número de boas ideias e de soluções para qualquer problema” (Simon:1982, apud Hogan: 2007,15). Num primeiro momento, cremos que é possível concluir que o esvaziamento da relação mais simples entre crescimento demográfico e escassez de recursos tem um parentesco estreito com a radicalidade do pensamento descrito acima. É bem verdade, por exemplo, que a pobreza extrema tem sofrido redução no Brasil, assim com em razoável parcela dos países em desenvolvimento, principalmente. Conforme dados do IPEA (2010), em 1999 o percentual de pessoas economicamente ativas com renda inferior a meio salário mínimo era de 40%. Já em 2000 esse percentual se reduz para 33%, aproximadamente. 49 Por outro lado, é preciso também anotar o papel exercido pelas mulheres no desarme dos raciocínios mais alarmistas. Saímos, por exemplo, do patamar de uma média mundial de 5 filhos por mulher em idade reprodutiva nos anos 1950 para uma média de 2,5 filhos por mulher nesta década e com forte tendência de queda. O caso do Brasil nos parece bastante ilustrativo. Em 1990 nossa taxa de fecundidade era de 2,8 filhos por mulher em idade reprodutiva. Hoje estamos já dentro de uma taxa de fecundidade de menos de 2,2, ou seja, abaixo da linha de reposição populacional. Em 1992, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada aqui, no Rio de Janeiro, ainda diagnosticava que havia muita gente para consumir recursos, que eram limitados, e apontava a redução da população como uma alternativa para lidar com essa situação. Colocava o documento final em seu princípio número 8: “Para atingir o desenvolvimento sustentável e mais alta qualidade de vida para todos, os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e promover políticas demográficas adequadas.” (ONU,1992) Mas esse diagnóstico, mesmo nessa época, já parecia soar cada vez mais anacrônico. Desse modo, creio que a Rio+20, evento para o qual nos preparamos, deverá se realizar dentro de um clima bastante diferente. Sempre haverá, é claro, lugar para antagonismos que colocam de um lado posições mais alarmistas filiadas muitas vezes ao pensamento ambiental na linha do raciocínio de Ehrlich. Há por exemplo uma escalada bastante pronunciada no preço dos alimentos em tempos mais recentes ocasionada, justamente, pelo aumento do mercado consumidor, em especial de países como a China, a Índia ou mesmo o Brasil. Do mesmo modo é preciso lembrar que hoje morrem, apenas de fome, cerca de um bilhão de pessoas por ano. Góis, 2011, que citei anteriormente, foi bastante feliz ao lembrar que a aposta entre Ehrlich e Simom, se tivesse sido feita nos dias de hoje e com base no preço dos alimentos seria vencida pelo primeiro. Segundo a FAO, o preço dos alimentos cresceu em média 95% nos últimos 10 anos, enquanto a população cresceu apenas 32%. Do outro lado sempre haverá os partidários mais radicais da técnica e das possibilidades que ela cria à moda do raciocínio de autores como Simon, já anteriormente aludido. 50 Suspeitamos, porém, que as discussões serão orientadas pela disseminação da necessidade de uma reconsideração da questão ambiental e do desenvolvimento através de um prisma que incorpore a complexidade resultante da adição de novas variáveis ao cenário. Se o processo de crescimento demográfico deixa de ser alvo preferencial das atenções na análise da sustentabilidade e suas questões atinentes, o tema das formas como se dão as relações entre população e espaço passará também a constar na nova agenda de discussões. Assim, por exemplo, Oneil, Mackeler e Lutz, (2001, citados por Hogan, et al, 2010) propõem que o crescimento populacional não é a variável mais indicada na análise e na projeção das emissões futuras de gases causadores do efeito estufa ou no consumo de água. Para todos estes autores, a evolução no número de domicílios, tendo como pano de fundo o próprio modelo de desenvolvimento no qual está imersa nossa transição urbana é que poderia nos ajudar bem mais na configuração desse quadro. Ou seja, nosso padrão de crescimento urbano, além da óbvia transferência de população, é caracterizado pela redução na área média ocupada por cada domicílio. Essa redução, porém, não é acompanhada da correlata diminuição no consumo de água ou de energia. Ao contrário, quanto mais nossa sociedade se urbaniza, se densifica e reduz-se o número de pessoas morando em cada domicílio, tanto mais exacerbado é o consumo de água ou de energia por domicílio. Neste ponto talvez nos ocorra, justamente, a lembrança de notícias sobre o aquecido mercado imobiliário aqui do Rio, que, por sua vez, em muito se parece com o mercado imobiliário de qualquer grande região metropolitana do Brasil. De acordo com o IBGE, o número de pessoas que vivem sozinhas saltou dos 2,4 milhões em 1990, para 6,9 milhões na atualidade. Reportemo-nos, então, à taxa de fecundidade e sua redução a passos largos no Brasil. Pois bem, essa é uma das muitas faces desse processo: o aumento de mulheres e homens que vivem sozinhos e que agora passam a se transformar, inclusive, num mercado já bastante promissor. Com isso estou querendo dizer também que aumenta o potencial de consumo de cada indivíduo, pois, para ficarmos apenas na manchete acima, entretenimento, viagens e tecnologia consomem recursos. Isso para não falar nos novos modos de vida assumidos por essa parcela da população que demanda mais recursos ainda. 51 Do mesmo modo, o processo de espacialização da população na cidade é uma forma de introduzirmos as questões que pautarão a relação entre homem e meio ambiente na contemporaneidade, para além da mera análise do aumento numérico. Generaliza-se cada vez mais o oferecimento de loteamentos e condomínios fechados que conferem ao espaço urbano a fragmentação e a dispersão cada vez maiores. Isso encarece o fornecimento de serviços como o fornecimento de água e luz e essa conta é dividida entre todos os habitantes da cidade, inclusive os mais pobres, que têm de colaborar de alguma forma na cobertura de tais custos. O curioso é que o apelo para o uso desses condomínios é justamente sua ênfase no acesso a um modo mais sustentável de se viver. Isso implicará na revisão, por exemplo, de nossos conceitos de modos de vida sustentáveis. Um bom exemplo disso é o artigo que o ambientalista Stewart Brand escreveu na Revista Prospect, em janeiro de 2010, com o instigante título Como as favelas podem salvar o planeta: “A mágica das favelas é que elas são melhoradas de forma constante e gradual pelos próprios moradores. Aos olhos de um planejador urbano, essas favelas parecem caóticas. Eu sou formado em biologia e, aos meus olhos, elas parecem orgânicas. As favelas também são surpreendentemente verdes. Elas têm uma densidade máxima – em algumas áreas de Mumbai, há 1 milhão de pessoas por milha quadrada (387,6 milhões de pessoas por quilômetro quadrado) – e têm um uso mínimo de energia e material. As pessoas se locomovem a pé, de bicicleta, rickshaw ou táxi compartilhado.” (Stewart:2010) Esperamos ter deixado a mensagem aqui, com a qual inclusive concluímos, de que esse novo momento no processo de crescimento e espacialização da população nos convida a revermos nossas formas de observar as mesmas questões. Desobstruindo nosso pensamento para que deixemos de ver determinadas coisas como meramente antagônicas à sustentabilidade e, por outro lado, revisitemos alguns conceitos já consagrados e associados ao que é racional, sustentável e desejável. Nesse sentido talvez precisemos rever alguns conceitos como é o caso da pobreza que, em sua forma de ocupar o espaço, talvez possa nos dizer algo. O que queremos dizer por fim é que o próprio conceito do que seja um modo de vida sustentável terá de ser revisto pois acho que ele será a meu ver a linha de chegada, o fruto de nosso contato e de nossa abertura e não um ponto de partida, já perfeitamente acabado pois pressupõe que temos tal fórmula mágica. Cremos que é com esse espírito que nossa atuação em sala de aula deve se dar na nossa preparação à Rio +20. 52 Referências bibliográficas AVES, José Eustáquio Diniz. O aumento do preço dos alimentos. Revista Cidadania e Meio Ambiente. 30 de junho de 2011. Disponível em http://www.ecodebate.com.br/2011/06/30/o-aumento-do-preco-dos-alimentos-artigo-dejose-eustaquio-diniz-alves/ BRAND, Stewart. How slums can save the planet. Prospect. N. 167. 27 de janeiro de 2010. Disponível em http://www.prospectmagazine.co.uk/2010/01/how-slums-can-save-the-planet/ EHRLICH, Paul. The Population Bomb. Ballantine Books, 1968. GOIS, Antonio. Muvuca planetária. Folha de São Paulo, Caderno Ilustríssima, 14 de agosto de 2011. HOGAN, Daniel Joseph (Org.). Dinâmica populacional e mudança ambiental: cenários para o desenvolvimento brasileiro. Núcleo de Estudos de PopulaçãoNepo/Unicamp: Campinas, 2007. HOGAN, Daniel Joseph et al. População e Ambiente: desafios à sustentabilidade. Ed. Blucher: São Paulo, 2010. ONU. Rio Declaration, United Nations Conference on Environment and Development. Rio de Janeiro, Brasil, junho de 1992. Disponível em http://www.un.org/documents/ga/conf151/aconf15126-1annex1.htm 53 O socioambiental: escola, casa e comunidade como unidades de partilha de vida Professor e Mestre Lincoln Tavares Silva Professor de Geografia do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Doutorando da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) Para refletir sobre a educação, a ética e a sustentabilidade em contextos relacionais como a casa e a escola, não podemos desconsiderar a crítica ao modelo de sociedade globalizada no qual as relações socioambientais fundamentam-se, em muito, na perspectiva dos interesses individuais e da competitividade. Ambas são reflexos da concepção denominada por Milton Santos como globalitária e impactam sobre a liberdade de organização social, econômica, política e cultural dos diferentes grupos e comunidades. Concordamos com Edgar Morin & Anne Brigitte Kern, para quem as questões socioambientais são interdependentes no tempo e no espaço, sendo preciso mobilizar o todo para seu entendimento. Para esses autores, a fórmula complexa se exprime pelo “acasalamento pensar global/agir local, pensar local/agir global”, também discutida por José Eduardo dos Santos & Michele Sato como correspondente às sustentabilidades: ecológica, social, política e individual. As gerações anteriores legaram para as nossas uma difícil missão: a refundição das cidades que elas ergueram na ignorância ou na incúria de todos os princípios da salubridade pública. Ruas mal traçadas, construções tortuosas, estabelecimentos mal ajeitados, casebres úmidos e sombrios invadindo a via pública, pavimentação incompleta, sistemas defeituosos de distribuição e de escoamento das águas: tais são os defeitos das antigas cidades. (Michel Lévy, 1869) Não seria estranho que pensássemos o texto acima como pertencente a um estudioso das cidades contemporâneas, notadamente de algumas de nossas cidades brasileiras ou latino-americanas. Quem não consegue imaginar o ambiente descrito e as condições de vida nele instaladas em imagens que vemos cotidianamente em nossas andanças pela cidade ou nos noticiários da mídia? Estranho é que as condições degradantes de vida e do meio ambiente existentes nas sociedades industriais em constituição na época do Doutor Lévy, ainda se façam marcantes depois de 140 anos. 54 Neste ensaio, nos propomos a discutir em que bases o cenário predominante na sociedade moderna se constituiu, assim como pretendemos tecer algumas das críticas que podem e devem ser pensadas, a partir do espaço escolar e de outros espaços de partilha de vida (BRANDÃO, 2005), no intento de buscar caminhos compartilhados de sobrevivência digna e sustentável de nossa civilização. Como seres autorreflexivos e únicos nesse sentido, também podemos entender que somos responsáveis por ações e consequências para nós e para os outros seres. Tais ações têm, necessariamente, implicações morais e não podem ser analisadas somente pelos aspectos descritivos. A degradação ambiental é consequência de decisões e de ações humanas, tecidas na sociedade, em diferentes culturas. Portanto, a análise deste painel não pode centrar-se apenas nos termos descritivos, devendo levar em conta, também, os aspectos normativos de sua efetivação. Portanto, entendemos que qualquer apreciação que se faça sobre as relações da sociedade com o ambiente deve possuir um aspecto formativo, que alie teoria e prática, componentes necessariamente fundamentados na educação e na ética que ponham em discussão os modelos que nos conduziram a tal escala e estado de injustiça, degradação e risco. Conforme já enfocamos, proporemos uma discussão pautada na crítica ao modelo de sociedade globalizada, no qual as relações socioambientais têm se fundamentado na perspectiva dos interesses individuais e da competitividade. Ressaltamos que a abordagem concretizada na discussão das influências e determinações econômicas e culturais, impostas verticalmente pela racionalidade hegemônica, reforçadas, em tempos de globalização, pelas relações estabelecidas entre sujeitos transformados em consumidores, admite constituir um retrato das estratégias dominantes e alienantes utilizadas, assim como das possíveis “brechas” que permitirão ações de defesa da cidadania e da vida nos diferentes lugares do planeta. Na caracterização do sujeito contemporâneo, partimos de uma constatação inicial básica, em concordância com Milton Santos (1993), acerca do consumidor e do cidadão, inclusive do chamado consumidor verde: Em lugar do cidadão, surge o consumidor insatisfeito e, por isso, voltado a permanecer consumidor. Sua dependência em relação aos novos objetos limita sua vocação para obter uma individualidade e reduz a possibilidade dos encontros interpessoais diretos e enriquecedores, porque simbólicos em sua própria origem (SANTOS, 1993, p. 17). 55 Nosso contexto comum... O meio ambiente e as discussões ambientais não poderiam ficar de fora desta lógica perversa. Eles passam, cada vez mais, a ser incorporados, não somente pelo capital que degrada, mas pela suposta ação sustentável do mesmo que pleiteia “salvá-los”. Estabelece-se na verdade outra forma para consumi-los. Há a necessidade do estabelecimento de uma cultura que passe, primordialmente, por “entender e buscar a difusão de condições básicas de qualidade de vida acessíveis para todos, no interior de experiências de defesa ambiental, como condição intrínseca e substantiva em sua concepção” (SPOSATI, 2001, p. 16). Nesse contexto novo, ainda dificilmente interpretado e desvendado, a relação da sociedade com a natureza permanece obscurecida. O distanciamento entre o homem e a natureza impede a visualização daquilo que todos buscam. Acontece a incorporação da natureza e a sua redução a um recurso natural, a uma mercadoria, que em última instância passa a ser adquirida sob o signo da apropriação com qualidade, servindo como uma “luva” para os discursos técnico-científicos atualizados, viabilizando a geração “racional” da riqueza, assim como novas pesquisas “politicamente corretas” sobre esses recursos. Como agravante, Morin (2000) assinala que, nos círculos científicos, ainda somos vítimas da enorme disjunção natureza/cultura, animalidade/humanidade, sempre desmembradora de nossa natureza de ser vivo, estudada pela biologia, e de nossa natureza física e social, estudada pelas ciências humanas e que a revolução das recomposições multidisciplinares está longe de ser generalizada. Estas fragmentações são derivadas, entre outros aspectos, da racionalidade científica baseada numa concepção positivista e cartesiana a respeito da natureza “como sendo uma espécie de mecanismo passivo, eterno e reversível, passível de se deixar desmontar e depois relacionar sob a forma de leis.” (Fonseca, 2001, p. 40) Em paralelo às fragmentações surgem tentativas humanas de recomposições. Assim sendo, a natureza ressurge por meio dos desejos passíveis de consumo através das decorações dos lares, da busca do descanso, dos paraísos ecoturísticos, atingindo um afã ecológico que acentuou a procura do “natural” em todos os domínios, chegando até a alimentação. Nem as paixões escaparam. Nelas tanto pessoas quanto lugares e paisagens consomem e são consumidas depressa criando, paradoxalmente, amores que se enfraquecem ao se multiplicarem, se fragilizando com o tempo, de tal modo, que novos amores matam os antigos. 56 Como o cidadão imperfeito acaba alijado do entendimento do próprio quadro da vida, da natureza e do entorno humano, carregado de significações sobrepostas, devemos buscar o entendimento complexo desse quadro a fim de apreendermos que a capacidade de utilizar o território não apenas divide como separa os homens, ainda que eles apareçam como se estivessem juntos (SANTOS, 1993). O processo de tomada de consciência é diferenciado segundo os lugares, as classes sociais ou situações profissionais e os indivíduos. Todavia, para qualquer mudança neste estado de coisas, todo cuidado é pouco, pois a consciência da diferença pode conduzir simplesmente à defesa individualista do próprio interesse, sem alcançar a defesa de um sistema alternativo de ideias e de vida. Não vamos aqui confundir individualismo e individualidade¹. Tratamos de uma construção social baseada na existência de individualidades fortes que ultrapassam a barreira da práxis2 repetitiva e se instalam em uma práxis libertária. Em consonância com essas ideias, Kostrowichi (1988) já atentava que, qualquer que seja nosso pensamento sobre o problema ambiental, devemos ter em mente que este problema é, antes de tudo, social. Nesse sentido faz-se mister, por um lado, o conhecimento das fontes psicológicas de avaliação relacionadas ao ambiente, aos hábitos culturais, à receptividade, à informação, e de outro, às motivações biológicas das escolhas. O conhecimento das bases psicofisiológicas tem um papel particularmente importante no estudo dos problemas ambientais, porque sem integrar os aspectos psicológicos e sociais no modelo de compreensão e “otimização” do meio, nos arriscamos a construir ou propor soluções e mudanças que, embora sejam plenamente justificáveis do ponto de vista científico, serão recebidas “friamente” ou mesmo tratadas como “desumanas” e, por consequência, não serão aceitas pela sociedade. Esta visão aproxima-se da elaborada por Guattari (1990), para quem é essencial que se organizem novas práticas micropolíticas e microssociais, novas solidariedades, uma nova suavidade, juntamente com novas práticas estéticas e novas práticas analíticas das formações do inconsciente. ¹Não advogamos valorizar perspectivas individualistas. Ao contrário, foge-se do individualismo enquanto momento ilusório de liberalização das individualidades para melhor dominá-las através do mercado e de outros instrumentos de dominação. Como apontara Sawaia (1998, p. 100), realizada desta forma, a ação individualizadora cria um “Momento que reconhece a multiplicidade entre os homens e a liberdade de ser diferente, mas impede a comunicação entre os diferentes e trabalha num sentido de esmagamento uniformizante.” Sawaia. B. B. A falsa cisão retalhadora do homem. In: Martinelli, M. L., On, M. L. R. & Muchail, S. T. (Orgs.) O Uno e o Múltiplo nas Relações entre as Áreas do Saber. São Paulo, Cortez, 1998, p. 96-109 ²Ver práxis em Lefebvre, H. Critique de la vie quotidienne. Paris: Éditions l’Arche , V. I: “Introduction”, 1958, p.240. 57 Outro ponto destacado no trabalho de Kostrowichi (1988) se refere à educação³, em seu sentido amplo, englobando a transferência e o trabalho com as informações sociais feitas por meios e formas dinâmicos, partindo de saberes pertinentes que envolvam todo sistema educacional, indo para além dele, concentrando-se sobre questões fundamentais, críticas e não periféricas. Sem esperar pelo fim... Como nos disse Ortega y Gasset (2001) “Yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a ella no me salvo yo”4. Compete frisar que todas as mudanças necessárias só podem se dar no mundo, do qual tomamos parte, não apenas como uma criação do espírito, pois ele, o mundo, existe concretamente (SANTOS, 2000). É dele que devemos partir para construir outra coisa, ou seja, outro mundo; um mundo melhor. O seu movimento faz com que, no campo do conhecimento, cada saber se relacione com os demais e com que as disciplinas se transformem. Caminhamos para superar a inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados, compartimentados entre disciplinas e, por outro lado, realidades ou problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais, planetários. Tudo isto depende, porém, da possibilidade de fazermos parte do que é discutido, pois compreendemos quando realmente fazemos parte do que é compreendido. É assim que nos sentimos integrantes da Teia da Vida. Esta vida assume de fato valor absoluto na medida em que acreditamos e agimos firmados na convicção de que todos os seres que existem partilham conosco da experiência da vida, possuindo todos eles sentido e valor em si mesmos (BRANDÃO, 2005). ³Nos agrada especialmente a acepção cunhada por Madeira & Alloufa sobre educação, em função de sua articulação à cultura “... educação é um processo de construção pessoal e social das representações dos indivíduos e grupos. Ela é a relação interpessoal e grupal do ensinar e aprender, na interação de um processo histórico, contextualizado em um espaço e um tempo. Isto abre outra via para a consideração da cultura, em sua relatividade e em sua universalidade.”. Madeira, M.C. & Alloufa, J. Representações sociais e Educação: que relação é esta? In: II Colóquio Franco-Brasileiro Educação e Linguagem, Natal (RN), 1996. Anais... UFRN - Université de Caen. EDUFRN (RN), p. 11-15, 1997. Ainda segundo Madeira, neste processo “... a cultura e o conhecimento são continuamente transmitidos e (re)construídos, envolvendo a totalidade do sujeito em suas relações com o(s) outro(s).”. Madeira, M. C. Representações Sociais e Educação: importância teórico-metodológica de uma relação. In: MOREIRA, A. S. P. (org.) Representações Sociais: teoria e prática. João Pessoa, Ed. Universitária UFPB, 2001, p. 123-144. 4 Ortega y Gasset, J. Meditaciones del Quijote. Madrid: Alianza, 2001, 167p. 58 O autor nos insere como partícipes do círculo do dom da vida, na rede da existência do dom da vida. Nessa rede emaranhada, somos frutos e sujeitos da experiência da vida, em contato e com-vívio permanente e diversificado com unidades diferenciadas de partilha de vida. Portanto somos nós mesmos integrantes de toda a vida. É essa vida que cria e recria a Terra na Terra, dando-lhe também a vida. O que Carlos Rodrigues Brandão nos convida a concluir é que na teia de trocas da vida, tudo que existe está situado dentro, entre e em algum tipo de relacionamento com. Portanto são os relacionamentos, os diálogos e as interconexões que dão à vida uma consciência reflexiva de e sobre si mesma. 59 Referências bibliográficas BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A canção das sete cores: educando para a paz. São Paulo: Contexto, 2005. 220p. FONSECA, T. M. G. Epistemologia. Psicologia social contemporânea: livro-texto. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 36-48. GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas: Papirus Editora, 1990. 56p. KOSTROWICHI, Andrej S.. Problemas Sociais da Política do Meio Ambiente. Rev. Geogr., São Paulo, 7, p.65-74, 1988. LÈVY, Michel. Traité d’hygiène publuque et privée. 5ª ed., t.II, 1869. MORIN, Edgar. A Cabeça Bem-Feita: reformar a reforma, reformar o pensamento. São Paulo: Ed. Bertrand Brasil, 2000(a). 128p. _______________. & KERN, A. B. Terra-Pátria. Lisboa: Instituto Piaget, 1996. 163p. ORTEGA Y GASSET, José. Meditaciones del Quijote. Madrid: Alianza, 2001, 167p. SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel, 1993. 142p. _______. Território e Sociedade - entrevista com Milton Santos. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000. 128p. SANTOS, J. E. & SATO, M. Universidade e Ambientalismo – Encontros não são Despedidas. In: __________. (Org.). A Contribuição da Educação Ambiental à Esperança de Pandora. São Carlos: RIMA, 2001. p. 31-50. SAWAIA, Bader Burihan. Participação social e subjetividade. In: SORRENTINO, Marcos. (coord.) Ambientalismo e participação na contemporaneidade. São Paulo, EDUC: FAPESP, 2001, p. 115-134 SPOSATI, Aldaíza. Movimentos utópicos da contemporaneidade. SORRENTINO, Marcos. (coord.) Ambientalismo e participação contemporaneidade. São Paulo: EDUC: FAPESP, 2001. p. 57-85. 60 In: na A sustentabilidade na escola – uma proposta prática Professor Doutor Luiz Felipe Guanaes Rego Professor do Departamento de Geografia e Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) As questões ambientais norteiam as preocupações contemporâneas e expressam uma nova realidade. Novos paradigmas produtivos caminham por incorporar no preço dos produtos os custos dos serviços ambientais que porventura a sua produção ou descarte comprometam. Surge um novo limite a orientar o mercado que move o mundo. O novo mundo que se desenha é um mundo onde a base energética da sociedade é limpa e se baseia nos potenciais naturais e sociais do local, representando uma oportunidade que se lastra em princípios funcionais, garantindo o sutil equilíbrio dos sistemas de manutenção da vida no planeta como o clima, as correntes oceânicas, os biomas entre outros. O novo mundo precisa de transparência e de opções claras de comunicação, em que a participação consciente é quesito para avaliar, decidir, implantar e controlar, em sintonia com os potenciais naturais e socioculturais, a expressão da força do local. Em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS). A Conferência marcará o 20º aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável 2002 (WSSD), em Joanesburgo. É fundamental aproveitarmos esta oportunidade para estimularmos nossos alunos a refletirem sobre as questões ambientais da atualidade, criando um ambiente provocativo na escola que estimule a mudança de comportamento em relação ao meio ambiente. Neste tempo, o educar deve se permear de novos conceitos que, apesar de ainda estarem se delimitando no seio da academia, já estão presentes no dia a dia das crianças, de suas famílias e de sua comunidade. Meio ambiente, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, consumo consciente, coleta seletiva, agricultura orgânica e vários outros conceitos se impõem e demandam a nós, educadores, uma sistematização destes conceitos para permitir que a criança, um futuro adulto, incorpore novos valores, tornandose um agente de transformação positiva da sociedade. 61 O centro do observar tem que ser o entendimento do local, posto que a diferenciação do espaço geográfico se expressa em diferentes relações entre a comunidade e seu meio, num diálogo singelo que pode permitir a potencialização das relações, favorecendo transformações socioambientais. A análise da sustentabilidade tem que ser multiescalar e dar conta da escola e de seu entorno, ação pregada há décadas pela Agenda 21; do físico ambiental, a partir do recorte espacial da bacia hidrográfica e do político no horizonte municipal, visando ao entendimento das engrenagens político-administrativas das relações econômicas e sociais. Essas escalas têm que se articular, permitindo um posicionamento políticoespacial e ambiental do aluno, construindo uma percepção integrada da realidade. Na perspectiva da escola, o “emolduramento” dos conceitos de sustentabilidade ocorre a partir da participação ampla e irrestrita de todos os agentes envolvidos no seu dia a dia: alunos, funcionários e professores. A sustentabilidade é um processo e se justifica e se realiza na cooperação e percepção do outro, tanto o outro humano, como o outro vivo, meio natureza. As ações de cooperação e transformação se centram na discussão e na mediação de diferenças onde se constroem ações que devem ser empreendidas. O comprometimento institucional da escola é fundamental para se obter coesão entre as ações pretendidas. O coletivo, através de metodologias de discussão participativa, deve produzir uma espécie de “Constituição Verde”, uma agenda ambiental que se espalhe pelas várias dimensões da escola, subsidiando ações concretas e palpáveis, empreendidas de forma coletiva por toda a comunidade. Vivemos uma crise de horizontes em que o pessimismo, pelo gigantismo dos problemas ambientais, nos congela. Devemos inverter este processo e agir a nível local, tornando possíveis novas formas de compromisso e entendimento do meio ambiente. A própria escola tem que se transformar num grande laboratório vivo participativo, em que a sustentabilidade se construirá diariamente. A sustentabilidade deve ser entendida como uma relação entre a sociedade e o meio ambiente, baseada em condicionantes climáticas, geológicas, pedológicas, geomorfológicas e biológicas que se interagem com condicionantes sociais, culturais, econômicas, educacionais, de tal forma que o sistema se mantenha no tempo e no espaço. As relações microespaciais determinam as possibilidades e as fragilidades locais que devem embasar todo o processo de apreensão do entendimento da questão da sustentabilidade. A escola se situa num ponto geográfico que se individualiza e expressa de forma peculiar os macroproblemas derivados da crise de sustentabilidade: mudanças climáticas, lixo, pobreza entre outros, sob uma ótica do particular. 62 A escola ocupando seu espaço no seu entorno, na sua bacia, no seu município com sua cultura, com seu povo, com seu desenvolvimento econômico, deve ser objeto de estudo e de análise de seus professores e alunos e de outras escolas das redondezas. Este espaço geográfico tem que ser conhecido, suas relações discutidas e seus gargalos percebidos. O diagnóstico socioambiental do município pode ser empreendido pelos professores multidisciplinares que lecionam as diferentes temáticas oferecidas no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Esta análise pode se transformar numa poderosa ferramenta de entendimento e interpretação socioambiental do entorno, criando um sentido de entendimento que pode orientar as ações em várias escolas ao mesmo tempo, visando ao alcance de um fim, estimulando a noção de conjunto e a participação ativa. As peculiaridades municipais permitem diferentes arranjos que se autoestimulam, criando uma onda de mudanças. Comprometimentos coletivos como a adoção de um parque, a proposta de limpeza de um rio ou a revitalização de um terreno baldio podem se transformar num forte elo que se autoenergetiza e estimula as mudanças e um ambiente rico em termos de experiências que em muito contribuirá para a formação do aluno. Neste contexto, não se pode esquecer da base das ações ambientais que devem ser configuradas dentro de um contexto claro e ético, baseadas na transparência e no processo participativo de tomada de decisões. A Conferência da ONU, denominada RIO + 20, enfatiza dois aspectos: a economia verde com erradicação da pobreza e a governança global do desenvolvimento sustentável. Esses eixos devem se espelhar nas metodologias sugeridas tanto na construção da Agenda Ambiental Escolar como no diagnóstico socioambiental municipal, permitindo que o aluno incorpore esses valores e se habilite a participar, de forma consciente, da construção de uma nova sociedade, baseada nos princípios já consagrados de igualdade, liberdade e fraternidade, adicionados ao respeito ao meio ambiente e aos serviços ambientais que ele nos gera, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e vindouras. 63 Sugestões de leitura - Agenda Ambiental da PUC-RIO, Rio de Janeiro, 2009. (http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/agenda-ambiental) - Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício da cidadania. Duque de Caxias, 2008. (http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/duque-de-caxias) - Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício da cidadania. Nova Iguaçu, 2009. (http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/nova-iguacu) - Educação Ambiental: formação de valores ético-ambientais para o exercício da cidadania. Resende, 2009. (http://www.nima.puc-rio.br/index.php/pt/projetos/educacao-ambiental/resende) 64 Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã Professora Doutora Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Questionando A condição de cidadãos nos exige atitudes que pressupõem conhecimento de um conjunto de responsabilidades e normas que devemos ter com nossos pares na vida em sociedade. Este conjunto pode ser traduzido por duas palavras: direitos e deveres, cujas realizações dependem não só dos nossos direitos civis e políticos, mas também, de nossos direitos sociais. Temos, na condição de cidadãos, direito à vida, à liberdade, à propriedade, ou seja, nossos direitos civis; temos, também, direito ao voto, a votar e ser votado, por exemplo. Não se pode, entretanto, assegurar a democracia, sem que tenhamos os nossos direitos sociais: o direito à saúde, ao trabalho, ao salário justo. Por isso, quando se pensa em exercício pleno da cidadania, deve-se vislumbrar uma tríade de direitos, uma engrenagem que precisa funcionar de forma harmoniosa: 65 Uma discussão muito importante nessa tríade é a questão socioambiental, as questões de sustentabilidade do nosso planeta. Por se tratar de direito conferido ao cidadão, a preservação do meio ambiente deve ser pensada criticamente e, sobretudo, em relação as nossas atitudes perante a natureza. Estas questões são conferidas como nossos direitos sociais. É exatamente nesse aspecto que devemos vislumbrar nossos deveres. Embora seja um direito, não há como preservá-lo, mantê-lo para o usufruto de muitas e muitas gerações, se não tivermos uma postura de cuidado, de dever cuidar. Mediante essa tomada de consciência dos deveres que o direito ao meio ambiente requer, deve-se perguntar que ações positivas e negativas praticamos frente ao meio ambiente. Preservamos nosso meio ambiente? Deixamos o consumismo frente às consequências que essa atitude pode causar no ambiente? De que forma essas atitudes interferem ou são importantes para nossas vidas, para as próximas gerações, para o planeta? Contextualizando Quando dizemos que cada ambiente constitui um sistema ou um ecossistema, reconhecemos que há um ciclo de alimentos ou de energia que permite que o ambiente se renove continuamente. Os processos evolutivos que alteram esses ambientes são relativamente lentos, existindo em uma escala de tempo diferenciada da escala de tempo histórico em que nos baseamos para entender a sociedade humana. Ainda que o processo de alteração do ambiente seja natural, a intervenção do homem, atendendo a necessidades diversas, causa a degradação ambiental, já que esta intervenção, diferentemente da natural, ocorre em velocidade intensa, sem haver um retorno satisfatório ao ambiente. Esta atitude de degradação é oposta à atitude dos animais, por exemplo, que devolvem à natureza em forma de energia aquilo que dela tiraram. O que diferencia os homens dos animais, para que nós possamos usufruir positivamente do meio ambiente em que habitamos? A educação. Por isso, ao falarmos de Educação, há de se falar em ética. Buscando ajuda na Filosofia, ÉTICA pode significar o que é bom para o indivíduo e para a sociedade e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo-sociedade. Especificamente, a disciplina ÉTICA, nova matéria da escola, daria conta de trabalhar, com os alunos, de diversos níveis de escolaridade, noções básicas da vida em sociedade, daria conta de discutir aspectos da Filosofia que, nos idos da década de 90, não faziam mais parte do currículo da escola básica e também, por consequência, ajudaria a resolver problemas de convivência dos jovens, dentro e fora da escola. 66 A disciplina foi criada em muitas escolas, mas os problemas continuam instalados nos estabelecimentos de ensino. Para entender melhor, recorro ao dicionário. No Houaiss, encontro: Ética – parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Cidadania – condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe permitem participar da vida política. Da mesma forma, é mister entender a estreita relação que se pode estabelecer com o conceito de sustentabilidade. Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e se difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este é: ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies. Propondo Há vários conceitos para sustentabilidade, tais como: SUSTENTABILIDADE SOCIAL – melhoria da qualidade de vida da população, equidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular; SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA – setores públicos e privados, regularização do fluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e a tecnologia; SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA – o uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental; SUSTENTABILIDADE CULTURAL – respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais; SUSTENTABILIDADE ESPACIAL – equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas 67 e industrialização descentralizada; SUSTENTABILIDADE POLÍTICA – no caso do Brasil, evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de recursos; SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL – conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Abarca todas as dimensões anteriores através de processos complexos. O que se pode perceber, partindo dos diferentes conceitos até aqui expostos, é que se trata de uma distinção entre o público e o privado. Na sociedade contemporânea, o termo privado se refere àquilo que é próprio do indivíduo ou de uma pequena coletividade como a família. Sendo assim, dizemos que o carro é um bem privado, assim como o são a casa em que moramos, as roupas e os acessórios pessoais que usamos. Em suma, privado é tudo o que remete ao espaço social mais restrito, mais pessoal de nossa vida. Em contrapartida, o PÚBLICO é o que pertence ou é regido pela coletividade, obedecendo aos interesses da comunidade. É o lugar onde o interesse coletivo deve ser sobreposto ao individual, onde a sociedade se impõe sobre o indivíduo e onde os interesses gerais se consolidam sobre as questões específicas. Sendo assim, são públicos o Estado e suas normas, a vida coletiva e suas regras, os patrimônios nacionais etc. Por isso, para nossa reflexão e uma tomada de consciência das novas gerações, cabe à escola a plena conscientização do cidadão quanto ao seu importante papel na construção dessa sociedade de forma mais justa, de forma mais preservadora de nossos bens. Há de conscientizá-lo. A resposta a esses questionamentos é muito importante: meio ambiente é um espaço público ou privado? Como é utilizado? Como espaço individual ou coletivo? Os produtos que consumimos devem considerar apenas os interesses de quem consome ou devem considerar a sociedade como um todo? O que verificamos em quase todos os casos é uma priorização do interesse privado em relação aos interesses coletivos ou públicos, o que pode ser verificado em nosso próprio comportamento. Quantos de nós, ao adquirir um produto ou serviço que irá satisfazer uma necessidade individual, consideramos o impacto deste sobre o meio ambiente? Até que ponto estamos preparados para abdicar de uma satisfação pessoal em prol da conservação do ambiente público? Na maioria das vezes, o que podemos observar é uma contradição entre nosso discurso sobre os problemas ambientais e nossa prática em relação ao meio ambiente. 68 O meio ambiente é público, pois é parte da vida coletiva. Um problema ambiental como a escassez de água afeta toda a coletividade e não apenas determinados indivíduos. A maioria dos problemas ambientais que enfrentamos atualmente são consequência de um consumo exagerado, da má utilização e conservação da água, da quantidade de lixo produzido e da ineficácia em armazená-lo de maneira adequada e da pouca atenção dada aos patrimônios ambientais, principalmente no momento da ocupação e utilização do solo. Nesse sentido, uma pergunta importante é: qual a função da ESCOLA no desenvolvimento da consciência ambiental? Transformar o que é INFORMAÇÃO, o que está no senso comum, veiculado na sociedade, em CONHECIMENTO, em APROPRIAÇÃO, em INVESTIGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS, em REFLEXÃO, em AÇÃO COLETIVA. Portanto, o reconhecimento dos espaços públicos como fóruns legítimos para a discussão e proposição de ações cidadãs do ponto de vista ambiental deve constituir um passo importante para que a nossa cidadania saia do papel e se torne algo concreto. Repensar a nossa relação, em coletividade, com a natureza de que fazemos parte, seus bens e seus processos, dada a complexidade dessas relações presentes na natureza, pode resultar em consequências benéficas, as mais variadas, previstas ou não, para todos nós, incluindo a redução da pobreza, com melhores níveis de educação, saúde e participação na vida social para todos. 69 Empresas viáveis, cidades sustentáveis Senhor Sérgio Basile Administrador Responsável pelas ações de sustentabilidade da Dataprev No despertar de nova conscientização social, as empresas são fortes exemplos pela influência que exercem nos comportamentos das pessoas e de outras empresas. O envolvimento dos trabalhadores em ações sociais lhes dá satisfação pessoal e motivação para o trabalho. Grande empresa pública e de capilaridade nacional, a Dataprev é um desses exemplos e atua baseada em princípios da Responsabilidade Social o que, em se tratando de sustentabilidades, tornou-a uma empresa ambiental e socialmente responsável, através de projetos como a Coleta Seletiva Solidária. O Brasil vive o despertar de uma nova consciência social e, neste contexto transformador, as empresas exercem grande influência na vida das pessoas, por meio de seus exemplos, que auxiliam no estabelecimento de prioridades gerenciais e na moldagem do próprio comportamento humano. Os conceitos e as práticas de Responsabilidade Social vêm crescendo, a cada dia, no mundo dos negócios. Empresas comprometidas com o progresso social, o meio ambiente e as boas práticas corporativas a cada dia conquistam mais respeito de consumidores, fornecedores, empregados e, enfim, de toda a sociedade. Trabalhadores que se envolvem em ações sociais experimentam maiores níveis de satisfação pessoal e de motivação para o trabalho, maximizando seu potencial de criatividade, comunicação, eficiência, gestão inteligente de recursos e valorização do trabalho em equipe. Responsável pelo Sistema de Benefícios da Previdência Social, todos os meses a Dataprev gera a folha de pagamento dos segurados e pensionistas do INSS, que atende a mais de 25 milhões de beneficiários. A Dataprev conta com mais de três mil empregados comprometidos com o uso da Tecnologia da Informação no desenvolvimento do país, notadamente nas áreas sociais do Governo, contribuindo para que as Agências da Previdência, espalhadas pelo país, dispensem atendimento mais ágil a todos os que necessitam de seus serviços. Como empresa pública, a Dataprev tem o dever de atuar em favor de programas que incitem a participação de todos na criação de mecanismos para o combate à fome, para o exercício da inclusão social no nosso país e para o respeito ao meio ambiente. 70 Os princípios da Responsabilidade Social são compromissos indeléveis, pactuados e estabelecidos para orientar a organização no exercício de suas atividades internas e externas, perante a sociedade. O ano de 2010 consolidou o crescimento da Dataprev como empresa socialmente responsável, comprometida com o desenvolvimento social e ambiental. Como empresa pública que desenvolve soluções de tecnologia, informações e comunicações para o êxito das políticas sociais governamentais, a Dataprev tem compromisso direto com o desenvolvimento social e estabelece metas corporativas anuais para implantação, implementação e disseminação de programas de Inclusão Digital com parcerias e ética no ambiente corporativo, de Educação Ambiental e apoio à Inclusão Social e às políticas de governo na redução das desigualdades. Com o objetivo de expandir os canais de inclusão digital pela malha previdenciária, a Dataprev estabeleceu parceria com o INSS e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, viabilizando o acesso aos serviços da Previdência Social na Internet e a disseminação da educação previdenciária, alinhados às diretrizes da Política de Responsabilidade Socioambiental da Dataprev e ao Programa de Inclusão Digital do Governo Federal. Nas Oficinas de Inclusão Digital, a Dataprev, em parceria com o INSS, organizou oficinas para disseminação do PEP – Programa de Educação Previdenciária – cuja proposta principal é aproximar capacitadores, implementadores e técnicos envolvidos em ações de inclusão digital. A Empresa migrou aproximadamente três mil estações de trabalho para a plataforma de software livre BrOffice, gerando economia significativa e, com isso, atendendo à orientação geral de governo, na linha de migração de todas as plataformas públicas para software livre. A Dataprev é um dos principais doadores de equipamentos de microinformática para o Projeto Computadores para Inclusão (CI), que tem como objetivo implantar, no país, uma rede nacional de recondicionamento de equipamentos de informática descartados por órgãos públicos, empresas e também pessoas físicas. Na busca da melhoria do passivo ambiental corporativo, focado no tripé da inclusão social, da defesa ambiental e do combate ao desperdício, a Empresa já concluiu o processo de destinação de resíduos às cooperativas em todas as suas unidades nos estados, concluindo o processo de implantação do Decreto 5940/2006. 71 Por seu trabalho, a Dataprev está citada no Portal do Governo Federal para Coleta Seletiva Solidária como exemplo de Boas Práticas em relação à Coleta Seletiva na empresa. A Política de Responsabilidade Socioambiental, adotada pela Dataprev, em suas diretrizes gerais, se compromete a incorporar, às práticas empresariais, princípios e valores essenciais ao cumprimento da missão institucional que lhe é confiada pela sociedade e que se constitui em um dos pilares dos compromissos supremos do Estado brasileiro com a defesa da dignidade humana, a proteção ao interesse público e a promoção do bem comum. A ética, a inclusão social, a inclusão digital, a acessibilidade, a qualidade de vida, as ações sociais, a coleta seletiva para reciclagem, o consumo racional de recursos naturais e as doações são os alicerces que sustentam a Responsabilidade Social de uma empresa. As definições e orientações gerais da Organização estão em pleno vigor e são do conhecimento geral da corporação, em todos os seus níveis hierárquicos. A presença institucional da Empresa em todos os Estados, aliada à participação voluntária de seus empregados, permite o suporte a projetos e campanhas que, ao mesmo tempo, propiciam a disseminação de conhecimento das novas tecnologias, a conscientização para a cidadania e a distribuição de produtos de consumo básico a cidadãos de baixa renda cadastrados nos programas oficiais. A Dataprev apoia as campanhas sociais, com ação voluntária de empregados e organização de programas multidisciplinares de atendimento a comunidades. Os resultados alcançados estão bem além dos limites do mero assistencialismo, refletem-se nos lucros sociais alcançados, de forma direta ou por meio de parcerias, que se inserem no objetivo maior do Governo Federal e seu compromisso de redução das desigualdades sociais, combate à fome e eliminação da miséria. Nossa Política de Responsabilidade Socioambiental poderá ser revisada ou alterada a qualquer tempo, em busca de maior eficácia e amplitude, mas sempre será cumprida por todos, a partir do exemplo e do apoio do corpo diretivo. 72 Princípios Escolares para um mundo sustentável A comunidade escolar da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro, por meio de seus professores, diretores, funcionários administrativos, alunos e pais, oferece a sua contribuição no processo de reelaboração e reconstrução de hábitos e valores inerentes ao ser humano, em direção a um mundo efetivamente sustentável, sob os aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais. Foram elaborados 20 PRINCÍPIOS ESCOLARES PARA UM MUNDO SUSTENTÁVEL, cuja proposta é que sejam incorporados às práticas escolares durante os próximos anos. Para cada um dos princípios corresponde um conjunto de ações a serem executadas pela Secretaria Municipal de Educação. 73 Princípio 1 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se comprometer a envolver a comunidade escolar (professores, diretores, funcionários, alunos e seus responsáveis), de forma sistemática, em atividades socioambientais, responsáveis e sustentáveis, conectadas com a realidade local. Princípio 2 Toda escola deve ter estrutura adequada, tanto na parte física quanto nos aspectos humanos, para que suas atividades sejam sustentáveis e para que ela se torne um polo disseminador da cultura da sustentabilidade. Princípio 3 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve buscar a utilização nas escolas, na medida do possível, de materiais, equipamentos e maquinários que tenham sido produzidos por reciclagem ou reuso de material. Além disso, cada escola deve procurar reduzir o desperdício e reutilizar os materiais que tenham certificação ambiental, como o Selo Verde, por exemplo, ajudando a promover o uso racional dos recursos naturais. Princípio 4 Toda escola deve contemplar, em seu Projeto Político Pedagógico, formulações teóricas e proposituras didáticas que direcionem as ações escolares para ambientes sustentáveis, concretizando, em seu cotidiano pedagógico, a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, conforme legislação vigente. Princípio 5 Toda escola deve implementar mecanismos de acompanhamento e avaliação dos respectivos projetos e ações pedagógicas, promovendo seu constante aperfeiçoamento e validando, assim, o conhecimento coletivamente construído para um mundo sustentável. 74 Princípio 6 Toda escola deve estar aberta ao diálogo permanente com instituições sociais públicas, privadas e do terceiro setor que atuem na área ambiental e que tenham, reconhecidamente, saberes teóricos e práticos, relativos à cultura das sustentabilidades. Princípio 7 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve promover ações que envolvam, além da comunidade escolar, instituições públicas e privadas, em projetos voltados à sustentabilidade. Princípio 8 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve ser referência de pluralidade cultural e de saberes, de modo que hábitos e valores (ética, solidariedade, igualdade, tolerância e respeito à vida), cultivados entre os membros da comunidade escolar, sejam voltados à busca de uma sociedade mais justa, mais responsável e ambientalmente mais sustentável. Princípio 9 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se constituir em um espaço de construção coletiva de conhecimento, para que o mundo do século XXI se torne, efetivamente, sustentável, em todos os aspectos. Deve também desenvolver ações, a partir dos conhecimentos que constrói, voltadas para um mundo sustentável e que transcendam seus muros físicos e, especialmente, simbólicos. Princípio 10 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve articular ao seu fazer pedagógico ações voltadas à pesquisa, à discussão e à apresentação de propostas de modificações em leis e atos normativos, oriundos das diversas esferas de governo, incentivando o protagonismo infanto-juvenil e, assim, tornando o aluno importante agente de mudanças sociais. 75 Princípio 11 Toda escola deve desempenhar seu papel de agente socioeducativo, voltando-se para ideias de cooperação, visando à integração das culturas e das etnias, combatendo todas as formas de preconceito e intolerância. Princípio 12 Toda escola deve contribuir para que os equipamentos de uso coletivo, móveis ou imóveis, no campo ou na cidade, sejam acessíveis a todos. A escola deve se perceber e atuar como parte de uma rede que promove saberes, com vistas à construção de uma sociedade justa e sustentável. Princípio 13 Toda escola deve atuar no sentido de contribuir para a melhoria da condição humana, incentivando ações voltadas para um conhecimento efetivamente gerador de práticas socioambientais sustentáveis. Princípio 14 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve se manter, permanentemente, aberta à reflexão e à avaliação recorrente de seu currículo, de modo a dotá-lo de atualidade conceitual, em consonância com as novas culturas sociais. Princípio 15 Toda escola deve incentivar ideias e práticas que visem a novos padrões e formas de consumo mais cooperativos, no que se refere às relações sociais, estimulando a produção de bens materiais que respeitem a sustentabilidade ambiental. 76 Princípio 16 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro deve adotar ações relativas à sustentabilidade, com agilidade e com base no que for acordado pela comunidade escolar. Princípio 17 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá buscar, a partir das diretrizes da administração, a formação continuada em Educação Ambiental de seus profissionais de educação, a fim de que suas práticas curriculares alcancem o êxito esperado. Princípio 18 Toda escola deve construir, de forma participativa, sua Agenda Ambiental Sustentável, incorporando-a tanto ao seu Projeto Político Pedagógico quanto ao planejamento disciplinar e interdisciplinar dos professores. Princípio 19 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá incentivar o compartilhamento entre escolas, do conhecimento produzido no viés da sustentabilidade, criando um ambiente de sinergia em práticas sustentáveis. Princípio 20 A Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro irá se comprometer em rever, a cada 5 anos, os princípios aqui relacionados, com o objetivo de avaliar os resultados e de reformular suas ações, caso necessário. 77 Fórum de sustentabilidades e a sala de aula: valores éticos e formação cidadã (Rio de Janeiro, setembro/2011) Palestras Grupos de trabalho 78 79