ALTAR DOS JURAMENTOS •Origem da palavra Altar; •A história do Altar no Templo; •As diferentes localizações em Templos de diferentes ritos ou obediências. IIr Rafael Stumpf da Luz Gaspar, 15 de agosto de 2012 da EV SIGNIFICADO DE “ALTAR” • Castelani: “a palavra Altar é um substantivo masculino que provém do latim altare, significando a pedra destinada à celebração de sacrifícios, que se oferecem à divindade; é a mesa onde se celebra a missa” • Adoum: “diante do trono e à conveniente distância há um pedestal chamado Altar dos Juramentos. Era destinado ao sacrifício de animais durante o ofício religioso e sua forma representa os três altares ora presentes no tabernáculo, ele é símbolo da evolução: altar de bronze ou do sacrifício, altar do incenso e o altar de ouro”. O tabernáculo foi um local usado muito antes de existir a maçonaria. DISTORÇÕES • Adoum: “No altar de Bronze os judeus sacrificavam touros e cabras, ato que parece bárbaro porque a Bíblia diz terminantemente que Deus não deseja sacrifícios”. • Podemos entender perfeitamente onde começam a surgir distorções nas versões apresentadas sobre a história do Altar dos Juramentos e da Maçonaria como um todo. Como poderia a Ordem que prega Liberdade, Igualdade e Fraternidade e que busca a melhora do ser humano admitir em suas sessões o sacrifício de animais? Não poderia e não pode. O sacrifício de animais durante sessões existiu, mas em sessões religiosas, mais especificamente de praticas religiosas em tabernáculos. Seria o Templo um tabernáculo? Obviamente que não. HISTÓRIA DO ALTAR DOS JURAMENTOS • Castelani: “primitivamente, os Ritos Maçônicos só preconizavam um Altar – que era a mesa do Venerável – onde os compromissos ou juramentos eram tomados. Isso acontece, ainda hoje, com o Rito Schroeder, sempre, e no Rito de York em grande escala”. • Figueiredo: “o Altar dos Juramentos existe em todos os ritos, exceto no Rito Moderno (ARLS Luciano Lacombe (SP)) ou Francês”. HISTÓRIA DO ALTAR DOS JURAMENTOS • Varoli Filho: “rigorosamente, o Altar dos Juramentos é a mesa do Trono do Venerável. A comodidade e a imaginação levaram os maçons a usarem uma peça complementar, de madeira ou pedra, quadrada ou triangular. Isso decorreu de preciosismos. Daí surgiu a miniatura da mesa ou altar do Venerável”. • Castelani: “Altar dos Templos Maçônicos onde fica o Venerável Mestre e onde, na primitiva Maçonaria eram tomados os juramentos; posteriormente em alguns ritos, criou-se uma mesa auxiliar, considerada como extensão do Altar, fica no Oriente (embora algumas Obediências a tenham levado para o centro do templo, em desacordo com suas origens)”. HISTÓRIA DO ALTAR DOS JURAMENTOS • Varoli Filho: “em muitos rituais se adota colocar o Altar dos Juramentos fora do Oriente. Isso não obedece à regra tradicional. É o Altar dos Perfumes que se coloca no eixo longitudinal do Templo e entre a Grade (Balaustrada) e o Ocidente”. • Mas como pode haver um Altar dos Perfumes se o mesmo já estaria representado num dos lados do triângulo do Altar dos Juramentos? HISTÓRIA DO ALTAR DOS JURAMENTOS • Aslan: “no meio do templo, debaixo do ponto de interseção das diagonais que parte dos quatro cantos do Templo, está situado o Altar dos Juramentos”. • De acordo com visitas realizadas a Lojas de outras obediências, as Lojas do Grande Oriente do Brasil são as únicas que preservam o Altar dos Juramentos próximo ao Altar do Venerável. Tanto a Grande Oriente do Paraná quanto as Grandes Lojas colocam o Altar dos Juramentos como citado acima por Aslan. HISTÓRIA DO ALTAR DOS JURAMENTOS • A que conclusão chegar depois de ler diversos autores? – Os autores escrevem conforme os ritos de suas Obediências. Desta forma podemos desnudar a realidade que cada um vive dentro do Templo. Ainda que nada lhes impeça de escrever sobre Ritos que não praticam, creio que o fariam dentro de sua OBEDIÊNCIA. Pálio, Bastões e Espadas • Castellani “não há, no REAA, formação de pálio, com espadas – correto – ou bastões dos Diáconos e Mestre de Cerimônia. Isso é um enxerto, em qualquer Rito, em desacordo total com as origens dos Ritos. No original escocecismo, os Diáconos não portavam bastões e nem Espadas. O Mestre de Cerimônias, no REAA, assim como em todos os Ritos de origem francesa, não porta bastão, mas, sim, Espada. O uso do bastão é dos Ritos de origem inglesa”. Pálio, Bastões e Espadas • Baptista: “no Rito Escocês Antigo e Aceito, o Primeiro Diácono, que vem do Oriente para o Ocidente, traz em seu bastão a figura do Sol, símbolo masculino, a sabedoria fecundante. O Segundo Diácono sai do Ocidente para o Sul, levando em seu bastão a figura da Lua quarto crescente, para simbolizar a luz refletida, o elemento feminino, a beleza da criação. O Mestre de Cerimônias, que representa Mercúrio, em seu bastão traz o triângulo, símbolo da Força. Estes três elementos, em conexão, criam no centro do Universo Simbólico a abóbada que dá a proteção necessária ao Mestre Instalado que irá abrir o Livro da Lei”. Pálio, Bastões e Espadas • Baptista: “se o Altar dos Juramentos for triangular, as pontas deveriam ser dirigidas, respectivamente, para o Oriente, o Ocidente e o Sul. Mas ele pode ser também quadrado e, neste caso, os candelabros devem ser colocados de forma que o da Sabedoria fique do lado esquerdo da parte superior do Altar, que representa o Oriente, o da Beleza à direita da parte superior, indicando o Sul, o da Força, também à direita, mas na parte inferior, indicando desta forma o Oriente”. Pires, J.S. afirma que viu “no primitivo Ritual da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo que o Altar dos Juramentos, com a forma de um prisma triangular de um metro de altura e 66 centímetros em cada face”. O ALTAR E AS GRANDES LUZES • Originalmente o Altar dos Juramentos está “um pouco adiante do Altar” do Venerável, segundo o livro “Instrucções”, de Eduardo e Henrique Laemert, citado na obra de Pires, que afirma: “em cima, ficam o Livro da Lei, um compasso, aberto em 45 graus com as pontas voltadas para o Ocidente e um Esquadro. • Aslan: “encima do altar devem estar colocadas as Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso”. • Baptista: “filosoficamente, o Livro da Lei ilumina a mente, o Esquadro regula as ações e o Compasso mantém nos devidos limites os atos dos homens. O ALTAR E AS GRANDES LUZES • Baptista: “O Livro da Lei constitui a Lei Divina, o verbo, o “logos”, o GADU, podendo ser representado pela Bíblia cristão, a Thorá hebraica, o Alcorão muçulmano, o Avesta hindu, a Veddas para os bramanistas, ou qualquer livro sagrado... Nos Ritos denominados racionalistas ou adogmáticos (que rejeitam qualquer imposição sectário-religiosa) é utilizado o Livro da Lei Maçônica – as Leis Básicas da Obediência à qualquer pertence a Loja – que por sua vez, simbolizam o raciocínio crítico do homem. • Sem a presença do Livro da Lei, uma Loja não pode ser considerada Justa, Perfeita e Regular”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Adoum, J. “GRAU DE APRENDIZ E SEUS MISTÉRIOS”, Editora “Pensamento”, São Paulo. • Aslan, N., “COMENTÁRIOS AO RITUAL DE APRENDIZ”, Vol II, 1ª Ed., Editora “A Trolha”, Londrina, 1995. • Baptista A. A. Q. “O TRAÇADO DE UM CONSTRUTOR DE TEMPLOS”, Editora “A Trolha”, Londrina, 2006. • Baptista A. A. Q. “O DEBASTAR DA PEDRA BRUTA”, Editora “A Trolha”, Londrina, 2004. • Castellani J. “DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO MAÇÔNICO”, 1ª edição, Editora “A Trolha”, Londrina, 1990. • Castellani, J. “CURSO BÁSICO E LITURGIA E RITUALÍSTICA”, 3ª edição, Editora “A Trolha”, Londrina, 2003. • Figueiredo, J.G. “DICIONÁRIO DE MAÇONARIA”, 4ª Edição, Editora “Pensamento”, São Paulo. • Varoli Filho, T. “CURSO DE MAÇONARIA SIMBÓLICA”, Editora “A Gazeta Maçônica S.A.”, São Paulo.