PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GESTÃO E TECNOLOGIA AMBIENTAL José Costa Alencar DIAGNÓSTICO E INVENTÁRIO DE CICLO DE VIDA DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE IMPERATRIZ-MA Santa Cruz do Sul Abril de 2013 2 José Costa Alencar DIAGNÓSTICO E INVENTÁRIO DE CICLO DE VIDA DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE IMPERATRIZ-MA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental – Mestrado, área de Concentração em Gestão e Tecnologia Ambiental, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Diosnel Antonio Rodriguez Lopez Santa Cruz do Sul Abril de 2013 3 José Costa Alencar DIAGNÓSTICO E INVENTÁRIO DE CICLO DE VIDA DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE IMPERATRIZ-MA Esta Dissertação foi submetida ao programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental Mestrado, Área de Concentração Gestão Ambiental e Tecnologia Ambiental, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Dr. Jorge Diniz de Oliveira Universidade Estadual do Maranhão – UEMA/CESI Dr. Ênio Leandro Machado Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC Dr. Diosnel Antonio Rodriguez Lopez Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC Orientador Santa Cruz do Sul, Abril de 2013 4 Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias 5 AGRADECIMENTO Agradeço a DEUS por me dar inspiração, discernimento e capacidade de seguir sempre o caminho da verdade e poder contribuir com novas descobertas e conquistas a serviço da humanidade. A minha esposa e companheira Joselma Alencar, pela sua disponibilidade, colaboração incondicional e espontaneidade permanente, contribuindo inclusive nas orientações, pesquisas bibliográficas e levantamento de dados in loco, bem como aos meus filhos Gabriel Marx e Nathália Jeane Alencar Aos meus pais Espedito Costa Alencar (in memoria) Rita Costa Alencar, pelo exemplo de caráter, responsabilidade e firmeza nas decisões, mesmo sendo analfabetos contribuíram de forma decisiva em mais esta conquista profissional. Aos meus irmãos Antonio, David, Expedito Filho, Ivonilde, José Francisco e Maria das Neves Alencar, bem como ao amigo e parceiro Raimundo Batista de Oliveira. Ao grande amigo e professor Dr. Diosnel Antonio Rodriguez Lopez por sua capacidade, habilidade, sabedoria e profissionalismo, como mestre e orientador de trabalhos acadêmico e principalmente como cidadão. Ao amigo e pesquisador, professor Dr. Jorge Diniz de Oliveira, Universidade Estadual do Maranhão – Campus de Imperatriz – MA, pela disponibilidade de dados e orientações técnicas sobre resíduos sólidos urbanos da cidade de Imperatriz - MA. A todos os professores do Mestrado em Tecnologia Ambiental, por compartilharem seus conhecimentos e experiências profissionais e aos colegas da turma pela parceria seriedade e descontração. A Prefeitura Municipal de Imperatriz – MA, que através das Secretarias do Meio Ambiente, da Agricultura e Abastecimento e da Infraestrutura e Transporte, forneceu suporte técnico e informações sistêmicas sobre RSU – Resíduos Sólidos Urbanos do município, bem como à empresa LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda. pelos dados quantitativos dos serviços de geração, coleta, transporte e destinação final do lixo. Ao IFMA – Instituto Federal do Maranhão, pelo empenho na liberação dos servidores para a qualificação profissional. 6 RESUMO Encontrar soluções para o Gerenciamento do Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU) sempre foi um desafio para os gestores públicos. A falta de ferramentas de apoio e de profissionais capacitados nas prefeituras têm sido decisivos para dificultar a tomada de decisões sobre a sustentabilidade do sistema de gestão de resíduos da maioria dos municípios do Brasil. A cidade de Imperatriz no Estado do Maranhão não foge à regra. A mesma experimentou um crescimento populacional acelerado e conturbado passando de 39.367 para 277.440 habitantes entre 1960 e 1991, atingindo 250.063 habitantes em 2012 (IBGE, 2012). Este crescimento populacional, associado a um processo de urbanização desordenada, trouxe sérios problemas ambientais, em razão principalmente da ocupação de áreas periféricas e suburbanizadas, com infraestrutura básica inexistente. Dessa forma, o presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que buscou analisar de forma detalhada o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Município de Imperatriz – MA,utilizando a ferramenta tecnológica de Análise de Ciclo de Vida (ACV) baseado na ISO 14.040. A análise ambiental dos referidos cenários foi realizada com a aplicação do software IWM 2.5, cujos resultados referentes à análise de inventário de materiais e energia foram posteriormente tratados com o auxílio da ferramenta Excel, da Microsoft Office. A avaliação de impactos consistiu na transformação das intervenções ambientais obtidas no ICV, em categorias de impactos (efeitos ambientais potenciais) e foi orientada segundo a norma ISO 14042. A avaliação dos impactos foi realizada utilizando os fatores de impacto contidos no informe ReCiPe (2008), que por sua vez é utilizada no Software SimaPro 7.0. Para a realização dos ensaios foram analisados quatro cenários. O primeiro correspondeu à situação atual (coleta e disposição em lixão dos RSU coletados). A segunda simulou a utilização de um aterro sanitário como destino final dos resíduos coletados. O terceiro cenário correspondeu à introdução de um processo de triagem e reciclagem de papel, vidro, metais ferrosos e não ferrosos e plásticos. O último cenário trabalhado correspondeu às condições do cenário 3 mais a adição de um processo de compostagem de parte da matéria orgânica coletada. Os resultados mostraram que o cenário 01 foi o mais impactante, sendo que seu potencial de aquecimento global 7 (PAG), entre outros fatores, correspondeu a 160.000 toneladas equivalentes de CO2. Por sua vez, o cenário 4 apresentou o menor impacto, com um PAG de 34.815 toneladas equivalentes de CO2. Os resultados mostraram que o lixão é o maior causador de impactos no sistema de gerenciamento de resíduos, com um PAG superior entre 4 e 5 vezes a medida de proceder a compostagem. Palavras – chaves: gerenciamento de resíduos, lixão, passivo ambiental, potencial de aquecimento global, análise de ciclo de vida. 8 ABSTRAT Finding solutions for Municipal Solid Waste Management System has always been a challenge for policy makers. The lacks of supporting tools and trained professionals in city halls have been crucial to difficult decisions about sustainability of waste management system of most municipalities in Brazil. The city of Imperatriz in Maranhão. State is no exception. This city experienced a rapid population growth and troubled from 39,367 to 277,440 inhabitants between 1960 and 1991, reaching 250,063 inhabitants in 2012 (IBGE, 2012). This population growth, coupled with processes of unplanned urbanization brought serious environmental problems, mainly due to occupation of both outlying and under urbanized areas with basic infrastructure lacking. Thus, this paper presents the results of a study that seeks to analyze in a systemic way the municipal solid waste management system in the City of Imperatriz-MA using the technological tool of Life Cycle Assessment (LCA) based on ISO 14040. The environmental analysis of these scenarios was accomplished with the application of software IWM 2.5, the results of the analysis of materials inventory and energy were subsequently treated with the help of the tool Excel from Microsoft Office. The impact assessment consisted in transformation of environmental interventions obtained at LCI, in impacts categories (potential environmental effects) and was oriented according to ISO 14042. The impact assessment was performed using impact factors contained in the report ReCiPe (2008), which in turn is used by the software SimaPro 7.0. For the tests were analyzed four scenarios. The first corresponds to the current situation (collection and disposal of MSW collected in open dump). The second simulates the use of a landfill as the final destination of the waste collected. The third scenario corresponds to the introduction of sorting and recycling process of paper, glass, ferrous and non-ferrous metals and plastics. The last scenario corresponds to the working conditions of the scenario 3 plus the addition of a composting process of organic matter collected. The results showed that the scenario 01 is the most striking, and its global warming potential (GWP), among other factors corresponds to 160,000 tonnes of CO2 equivalent. In turn, scenario 4 has the lowest impact, with a GWP of 34,815 tonnes of CO2equivalent. In turn, scenario 4 had the lowest impact, with a GWP of 34,815 tonnes of CO2 equivalent. The results showed that 9 the landfill is a major cause of impacts on the waste management system, with a GWP higher than 4 to 5 times the measure to make compost. Keywords: waste management, landfill, environmental liabilities, global warming potential, Life Cycle Assessment. 10 LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS Abcv – associação brasileira de ciclo de vida Abinee – associação brasileira da indústria elétrica e eletrônica Abnt – associação brasileira de normas técnicas Abrelpe – associação brasileira de empresas de limpeza publica Acv – análise de ciclo de vida Ce – comunidade européia Cempre – compromisso empresarial para reciclagem Cesi – centro de ensino superior de Imperatriz Cnorp – cadastro nacional de operações de resíduos perigosos Conama – conselho nacional do meio ambiente Crea – conselho regional de engenharia e arquitetura e agronomia Ctfa – cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental Eca – ecotoxicidade aquática Fndct – fundo nacional de desenvolvimento científico e tecnológico Fnma – fundo nacional do meio ambiente Hca – fator de toxicidade humana relativo ao ar Hcw – fator de toxicidade humana relativo à água Ibge – instituto brasileiro de geografia e estatística Icv – inventário de ciclo de vida Ipea – instituto de pesquisa econômica aplicada Iso - international organization for standardization Mbp – pré-tratamento mecânico e biológico Mbt – tratamentomecânico e biológico Mncr – movimento nacional dos catadores de recicláveis Pa – potencial de acidificação Pag – potencial de aquecimento global Pdco – potencial de depleção da camada de ozônio P. Diário – Percurso diário Pe – potencial de eutrofização Pgirs – plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos Pgo – potencial de geração de ozônio 11 Pgrsu – programa de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos Pnad – pesquisa nacional por amostra de domicílio Prns – política nacional de resíduos sólidos Rsu – resíduos sólidos urbanos Setac – sociedade de toxicologia e química ambiental Sinima – sistema nacional de informação sobre meio ambiente Sinir – sistema nacional de informações sobre gestão de resíduos Sinisa – sistema nacional de informações em saneamento básico Sinmetro – sistema nacional de metrologia, normalização e qualidade industrial Sisnama – sistema nacional do meio ambiente Smads – secretaria municipal de assistência e desenvolvimento social Snis – sistema nacional de informações sobre saneamento Snvs – sistema nacional de vigilância sanitária Suasa – sistema unificado de atenção à sanidade agropecuária Th – toxicidade humana Ue – união européia 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1: As fases de uma avaliação de ciclo de vida (modificado de ISO 14040:1997). ........................................................................................................... 39 Figura 2: Mapa de localização de Imperatriz. .......................................................... 45 Figura 3: Evolução da massa de lixo coletada entre 2006-2012 ............................. 54 Figura 4: Geração média anual de lixo no Município de Imperatriz......................... 55 Figura 5: Consumo de energia nos quatro cenários simulados............................... 56 Figura 6: Resultados do PAG dos 4 cenários considerados.................................... 58 Figura 7: Comparação do potencial de acidificação dos cenários simulados. ........ 59 Figura 8: Resultados de PE nos 4 cenários simulados. .......................................... 61 Figura 9: Potencial de depleção da camada de ozônio nos cenários simulados. ... 62 Figura 10: Potencial de geração de ozônio dos cenários simulados. ...................... 63 Figura 11: Toxicidade humana dos 4 cenários trabalhados. .................................... 64 13 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Quantidade de RSU Gerado no Brasil ..................................................... 22 Tabela 2: Índice per capita de Coleta de RSU no Brasil .......................................... 22 Tabela 3: Distribuição da Quantidade Total de RSU Coletada (%) no Brasil. .......... 23 Tabela 4: Índice Evolutivo da Coleta de RSU (%) no Brasil .................................... 23 Tabela 5: Destinação final de RSU no Brasil (t/dia) ................................................. 24 Tabela 6: Quantidade de municípios por tipo de destinação adotada – 2011.......... 24 Tabela 7: Participação dos Materiais no total de RSU coletados no Brasil ............. 25 Tabela 8: Distribuição dos Municípios com iniciativas de Coleta Seletiva ............... 25 Tabela 9: Principais impactos ambientais da gestão de resíduos sólidos urbanos CH4 CO2 VOCS ........................................................................................................ 31 Tabela 10: Substâncias mais comuns e os respectivos fatores de impactos nas diversas categorias. ................................................................................................ 49 Tabela 11: Média de consumo de combustível e RSU coletado p/dia - 2006 a 2008 ................................................................................................................................ 51 Tabela 12: Média de consumo de combustível e RSU coletado p/dia - 2009 a 2011 ................................................................................................................................ 52 Tabela 13: Média de consumo de combustível e RSU coletado p/dia - 2012 .......... 52 Tabela 14: Valores de PA para cada etapa do cenário 03 em g/ano. ...................... 60 Tabela 15: Valores de PA para cada etapa do cenário 04 em g/ano. ...................... 60 Tabela 16: Uso do solo para aterramento dos RSU em cada cenário. .................... 65 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15 2 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................. 19 2.1 PANORAMA DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL ................................................................................ 19 2.2 IMPACTOS AMBIENTAIS DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. ............................................................... 28 3 2.3 LEGISLAÇÃO PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................. 31 2.4 ANÁLISE DE CICLO DE VIDA DA GESTÃO DE RSU ........................ 36 METODOLOGIA ........................................................................................ 43 3.1 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................... 43 3.2 CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS EM ESTUDO ....................................................................................................... 46 4 3.3 CENÁRIOS SIMULADOS ................................................................... 47 3.4 MODELO UTILIZADO E CÁLCULO DE IMPACTOS .......................... 47 RESULTADOS ........................................................................................... 50 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS URBANOS ATUAIS. ............................ 50 4.2 RESULTADOS DA COMPARAÇÃO DA SIMULAÇÃO DOS CENÁRIOS.55 5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 66 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 68 7 ANEXOS .................................................................................................. 72 15 1 INTRODUÇÃO A modernidade nos impõe cada vez mais desafios diante das inovações tecnológicas, das descobertas e contradições. A humanidade chega ao século XXI marcada pelo desperdício e por um desenvolvimento geralmente insustentável, onde os recursos da biosfera são utilizados na maioria das vezes como algo inesgotável, tendo inclusive que assimilar novos produtos, desconhecidos dos ciclos naturais, os quais, geralmente não conseguem realizar sua reciclagem dentro do tempo previsto, ultrapassando o limite dos fluxos naturais de matéria e energia. Considerando os diferentes cenários ambientais e, consequentemente o despertar da preocupação com a escassez de recursos naturais e com os problemas advindos de tal situação, a sociedade busca a construção de forma de vida orientada desde o ponto de vista da sustentabilidade. Atualmente, o sistema produtivo visa à implantação de processos capazes de atender, em tempo hábil, as necessidades da sociedade atual, sem, no entanto, comprometer a qualidade de vida e segurança ambiental de gerações futuras, promovendo ciclos produtivos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos e sustentáveis. Diante de tal situação, a sociedade contemporânea e cada vez mais consumista tem se confrontado com as dificuldades sem gerenciar seus resíduos, dos mais diferentes tipos. A destinação final de resíduos tem se apresentado como um dos principais problemas. Cada dia há uma maior necessidade de implementação de ações e medidas de forma a diminuir o impacto ambiental dessa etapa do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU). A curta duração do ciclo de vida dos produtos contribui para a busca cada vez mais acentuada pelo extrativismo descontrolado, contribuindo, portanto para a degradação do meio ambiente. Os subprodutos da sociedade são normalmente descartados rapidamente e com maior frequência, lançados na natureza sem nenhum controle e acondicionamento em conformidade com a legislação ambiental. Na verdade, grande quantidade de materiais e energia, contidos em produtos descartados é encaminhada de forma indiscriminada no fim do seu ciclo de vida para locais de 16 aterramento, sem considerar o seu potencial de reaproveitamento dentro do ciclo produtivo ou para co-produção de energia. Em muitos municípios brasileiros este problema geralmente é resolvido de acordo com o ponto de vista do menor custo. Analisando o modelo até hoje utilizado na gestão dos resíduos sólidos, pode se afirmar que o mesmo segue um modelo higienista, considerando apenas a retirada do lixo e seu descarte, sendo apenas a prefeitura responsável pelas ações do gerenciamento. Em decorrência das frequentes mudanças de comportamento da sociedade moderna, em relação à geração e disposição final dos resíduos urbanos, a solução proposta por muitos gestores públicos consistia em queimá-los ou depositá-los em ambientes distante do convívio social das cidades, normalmente em lixões a céu aberto. Entretanto, nos últimos anos, constatou-se que muitos problemas passaram a surgir em decorrência de tal metodologia, o que contribuiu para o surgimento de manifestações populares de cunho nacional e internacional. Consequentemente, mudanças e ajustes legais ocorreram, considerando a urgente necessidade de adequar a convivência da humanidade com o novo cenário por ela construído. Durante muito tempo, os resíduos sólidos urbanos foram tratados como um problema de caráter sanitário. A falta de saneamento foi um fator limitante na distribuição adequada da população nas cidades por séculos. Somente com o advento da Revolução Industrial, no final do século XVIII e, principalmente a partir do inicio do século XIX, época em que as cidades tiveram que absorver maior contingente demográfico, é que medidas sanitárias de construção de redes de esgotos e água tratada passaram a fazer parte das ações de Políticas Públicas nas regiões de maior industrialização. Hoje o desafio é implantar sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos capazes de promover a sustentabilidade, integrando deste modo: reciclagem de materiais e energia; manutenção da qualidade dos recursos naturais – água, ar e solo; geração de emprego e renda e propor novos mecanismos de sustentabilidade ambiental. No Brasil, mais de 80% da população vive em áreas urbanas, as infraestruturas e os serviços não têm acompanhado o ritmo de crescimento das cidades. Segundo Braga et al, (2003), o desenvolvimento das áreas urbanas e 17 industriais ocorreu sem planejamento, causando muita poluição e intensa degradação ambiental, que atingiram níveis tão elevados que começaram a causar impactos importantes sobre a saúde humana e comprometer a qualidade do ambiente. Os impactos do manejo inadequado de resíduos sólidos e os da limpeza urbana são enormes sobre a rotina da população, quer seja em relação à saúde pública e à qualidade ambiental ou em relação aos aspectos estéticos e de turismo. A forma mais comum de gerenciar resíduos sólidos se baseia no tripé coleta, transporte e deposição final. Algumas prefeituras introduziram pequenas variações neste modelo, como a inclusão do processo de triagem ou a compostagem da matéria orgânica contida nos resíduos, as quais podem ser consideradas como medidas isoladas e pontuais, sem realizar uma análise sistêmica de todo o processo, o que pode comprometer a viabilidade técnica e econômica dessas medidas adotadas. Um exemplo disto são as ações de muitas prefeituras, que na década de 90 implantaram programas de coleta seletiva, baseadas apenas em decisões políticas, sem o menor conhecimento das características básicas do lixo do município, como quantidade produzida, composição física dos mesmos, quantidade de material reciclável, áreas de geração, etc. A consequência disto foi o fracasso e encerramento de muitos dos programas de coleta seletiva devido ao alto custo envolvido, que não era compensado pelos resíduos coletados. Na maioria das prefeituras a questão do lixo continua sendo tratada como uma questão secundária, consequência do nosso estilo de vida, embora seja necessário um gasto elevado para seu gerenciamento, dinheiro que normalmente não é coberto pelos impostos cobrados para este fim, obrigando às prefeituras a desviar verbas de outras áreas para enfrentar estes custos. Outro problema comum é a falta de pessoal técnico qualificado, que possa ajudar na tomada de decisões para melhorar o sistema de gerenciamento de resíduos. A grande quantidade de resíduos sólidos produzidos, a diminuição das áreas adequadas para a disposição final e o aperto da legislação ambiental, tem levado às prefeituras a se confrontarem com sérias dificuldades perante a sociedade e ao poder público. Uma forma de analisar os impactos produzidos pelo sistema de gerenciamento de resíduos, que pode ajudar na tomada de decisões sobre esta temática é a ferramenta da Análise de Ciclo de Vida (ACV), baseada na ISO 14040. 18 A análise do ciclo de vida, ou ACV, é uma ferramenta capaz de fornecer informações necessárias para identificar os impactos causados por produtos e serviços, permitindo a tomada de decisão sobre o que fazer para minorá-los. Essa tomada de decisões se baseia na possibilidade que o ACV oferece em simular cenários diferentes da situação atual, permitindo a comparação dos impactos de todas as etapas consideradas. O ACV pode ser utilizado para analisar sistemas produtivos, processos ou serviços para com o meio ambiente, este último desde que seja possível parametrizar esse serviço. Coltro (2007), informa que empregando a ACV é possível avaliar a implementação de melhorias ou alternativas para produtos, processos e/ou serviços, sendo uma análise aplicada para obtenção de declarações ambientais e desenvolvimento de produtos de menor impacto ambiental (design for environment). Lemos & Barros (2006), corroboram com essa definição, informando que a ACV objetiva aumentar a eficiência produtiva, pois através dela é possível comparar diferentes processos de fabricação para um mesmo produto em termos de utilização de recursos naturais e emissões ambientais. O objetivo geral deste trabalho é realizar um estudo diagnóstico dos impactos ambientais decorrentes do sistema do gerenciamento de resíduos sólidos usando a técnica do ACV. Como objetivos específicos desta pesquisa têm se: • Analisar os impactos ambientais do sistema atual de Resíduos Sólidos Urbanos de Imperatriz – MA por meio do software IWM 2.5 para Inventário de Ciclo de Vida. • Simular e comparar as modificações dos impactos ambientais da introdução de novos cenários no sistema de gerenciamento de lixo dessa cidade, utilizando o Software IWM 2.5 e fatores de impacto no informe ReCiPe (2008), que por sua vez é utilizada no Software SimaPro 7.0. 19 2 2.1 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO PANORAMA DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL A revisão bibliográfica aqui apresentada está limitada apenas à questão dos resíduos sólidos urbanos (lixo). Outros tipos de resíduos, como os da construção civil, serviços da saúde, etc., não foram considerados, pois não é o foco desta dissertação. Um dos fatores que influencia a geração de lixo é a população urbana. Segundo o IBGE (2010), a região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do Brasil, apresentando um grau de urbanização de 92,9%, seguida pelas regiões Centro-Oeste (88,8%) e Sul (84,9%), enquanto as regiões Norte (73,5%) e Nordeste (73,1%) têm mais de 1/4 dos seus habitantes vivendo em áreas rurais. Rio de Janeiro (96,7%), Distrito Federal (96,6%) e São Paulo (95,9%) são as Unidades da Federação com maior índice de urbanização. Os estados que possuem os menores percentuais de população vivendo em áreas urbanas estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste, sendo o Estado Maranhão com (63,7%), Piauí (65,8%) e Pará (68,5%) apresentam índices abaixo de 70% (IBGE – 2010). De acordo com Lima (2004), muitos são os fatores que influenciam a origem e formação do lixo no meio urbano e a distinção destes mecanismos é uma tarefa complexa e de difícil realização. O autor cita alguns exemplos, dentre os quais enfatizamos: números de habitantes km²; área destinada à produção; hábitos e costumes da população; condições climatobotânica; variações térmicas e/ou sazonais; estrutura intelectual e acesso á renda. Segundo Grimberg e Blauth (1998), a análise da questão não pode ocorrer sem atentar para outros determinantes, tais como: capacidade de consumo associada aos diferentes grupos sociais; padrão de consumo de acordo com a origem produtiva das mercadorias, industrializadas ou não, nível e padrão de desenvolvimento econômico, este podendo apontar para a ação mais ou menos predatória na relação sociedade/meio ambiente. Neste mesmo ponto de vista, é 20 abordado ainda que estes aspectos variem entre países, entre as diferentes regiões de alguns países e mesmo entre estados e municípios que os formam. Para Santos (2000), o crescimento das cidades ligado á urbanização, (Brasil – segunda metade do século XX), às mudanças nos padrões produtivos e de consumo e a ampliação da compreensão dos problemas ambientais e da fiscalização neste setor, fizeram com que o desafio da gestão de resíduos ganhasse maior complexidade, colocando novos elementos para pensar, desafiando as antigas concepções sobre o lixo e os modelos de gestão até então existentes. Portanto, a importância de refletirmos sobre outros mecanismos de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. Um sistema de gestão sustentável de resíduos sólidos deve ser ambientalmente eficiente (reduzir ao máximo os resíduos gerados, bem como as emissões gasosas e líquidas), economicamente suportável (o sistema deve operar a custos que possam ser suportados por toda a sociedade) e socialmente aceite (o sistema de gestão deve operar de modo a ser aceite pela maior parte da comunidade, tendo em conta a educação e o desenvolvimento (McDougall, et al, 2001). Um sistema de gestão sustentável de resíduos deve ser integrado, com orientações para o mercado, flexível e socialmente aceitas. Um sistema integrado de resíduos sólidos deve procurar: • adequar eliminação dos resíduos de modo a garantir a qualidade ambiental e de vida das populações; • valorizar recursos associados aos resíduos sólidos; • permitir ao sistema de resíduos sólidos acompanhar e responder ao desenvolvimento econômico e social da região; • operar escala suficiente grande; • integrar soluções num quadro de ações que permita a concretização das prioridades estabelecidas; • tentar sempre reduzir os impactos ambientais e os custos. 21 As estratégias de gestão de resíduos obedecem a uma hierarquia de prioridades que se baseiam na prevenção (redução, reutilização e recuperação), seguida pela valorização (reciclagem material, tratamento biológico ou tratamento térmico) e, por último, a eliminação. De acordo com Leal et al, (2003), os problemas com o lixo também estão relacionados a fases anteriores à disposição, ou seja, o descarte feito pelos moradores, coleta e o transporte, que muitas vezes não estão estruturados de maneira eficaz, ou não são prestados adequadamente pelas administrações municipais ou empresas terceirizadas responsáveis pela execução do serviço. Os resíduos sólidos que não são coletados ou tratados de maneira adequada, em geral, também acabam sendo dispostos de forma e em áreas impróprias, conhecidas como lixões. Quando isso ocorre o lixo torna-se causador de grandes problemas ambientais, dentre os quais se destacam: • riscos à saúde das populações residentes nas proximidades, pois os lixões tornam-se criadouros de vetores de diversas doenças; • contaminação do solo e de águas superficiais e subterrâneas; • lixões situados nas proximidades das áreas urbanas envolvendo problemas com o mau cheiro, infestação por moscas, fumaça etc; • áreas rurais com disposição dos resíduos sem manejo adequado, sobretudo no que diz respeito ao aterramento em valas, também causa sérios problemas. Destaca-se a dispersão dos resíduos leves (por exemplo, sacolas e saquinhos plásticos), que podem vir a ser consumidos por animais (domésticos ou criados para comércio) e causar prejuízos econômicos aos seus proprietários. Na Tabela 1 estão apresentados os dados de geração de resíduos no Brasil no período 2010 – 2011. De acordo com a Tabela 1 a geração de RSU no país é bastante expressiva, considerando a análise demonstrativa de dados comparativos obtidos através de levantamento da Associação Brasileira de Empresa de Limpeza Pública, percebe-se um aumento de 0,8% no índice de geração per capita de RSU e um acréscimo de 1,8% na quantidade total gerada. Tais índices superam o crescimento da população urbana registrado de 2010 para 2011, que foi de 0,9%. 22 Tabela 1: Quantidade de RSU Gerado no Brasil Região 2010 Norte RSU Gerado (t/dia)/Índice kg/hab/dia) 12.920 / 1,108 Nordeste 2011 11.833.104 RSU Gerado (t/dia) 13.658 50.045 / 1,289 39.154.163 50.962 1,302 Centro-Oeste 15.539 / 1,245 12.655.100 15.824 1,250 Sudeste 96.134 /1,288 75.252.119 97.293 1,293 Sul 20.242 / 0,879 23.424.082 20.777 0,887 BRASIL 195.090 / 1,213 162.318.568 198.514 1,223 População Urbana (hab) Índice (kg/hab/dia) 1,154 Fonte: ABRELPE 2010 e 2011, PNAD (2001 a 2011) e IBGE 2011 De acordo com a ABRELPE (2011), o Brasil coletou 177.995 t/dia de lixo em 2011, o qual é 2,5% superior à massa de lixo coletada em 2010, que foi de 173.583 t/dia. A massa de lixo coletada em 2011 representa uma taxa de geração de 1,079 kg/dia.hab. Um resumo do índice de coleta por regiões do país está apresentado na Tabela 2. A quantidade de lixo coletada em 2011 representa 89,66% da massa gerada. Tabela 2: Índice per capita de Coleta de RSU no Brasil Região 2010 2011 RSU Coletado (t/dia) RSU Coletado Índice /Índice (kg/hab/dia) (t/dia) (kg/hab/dia) Norte 10.623 / 0,911 11.360 0,960 Nordeste 38.118 / 0,982 39.092 0,998 Centro-Oeste 13.967 / 1,119 14.449 1,142 Sudeste 92.167 / 1,234 93.911 1,248 Sul 18.708 / 0,804 19.183 0,819 BRASIL 173.583 / 1,079 177.995 1,097 Fontes: ABRELPE – 2010 e 2011 e IBGE 2011 A Tabela 3 apresenta a distribuição da quantidade de lixo coletada por regiões no Brasil. A tabela mostra que as regiões sul e sudeste são responsáveis por 64% de todo o lixo no país. 23 Tabela 3: Distribuição da Quantidade Total de RSU Coletada (%) no Brasil. Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul 6% 22% 8% 53% 11% Fonte – ABRELPE – 2011 A Tabela 4 apresenta a evolução da coleta de resíduos sólidos urbanos no Brasil na última década. Dessa Tabela pode ser observado que a região Nordeste apresenta a menor taxa de coleta entre as regiões do país. Tabela 4: Índice Evolutivo da Coleta de RSU (%) no Brasil Região 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Norte 88,12 88,67 66,71 69,07 71,28 73,56 78,70 80,12 82,22 83,17 Nordeste 65,69 66,96 66,73 67,86 68,68 69,51 73,45 75,37 76,17 76,71 Centro-Oeste 84,06 84,00 83,94 84,37 85,16 85,96 90,36 89,15 89,88 91,30 Sudeste 91,06 91,29 91,43 91,52 91,78 92,04 93,23 95,33 95,87 96,52 Sul 81,33 81,99 82,24 82,51 83,01 83,51 90,49 90,74 91,47 92,33 BRASIL 82,15 82,71 81,48 82,06 82,68 83,30 87,94 88,15 88,98 89,66 Fontes: PNDA – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios até 2010 – Censo 2010 para 2011 Embora a Tabela 4 mostre uma evolução expressiva da quantidade de material coletado, os sistemas de gerenciamento de lixo utilizados no Brasil se encontram atrasados em relação a outros países com maior grau de desenvolvimento (BARROS, 2012). Dentre os principais tópicos com precariedade destaca-se a disposição final descuidada. Segundo Barros (2012), poucos sistemas buscam a sustentabilidade e a gestão integrada dos RSU, que possa melhorar a qualidade de vida de uma comunidade. Analisando as informações da Tabela 5 que trata da destinação final dos RSU coletados no Brasil pode se observar que, em média, 58,1% do lixo coletado é enviado para o aterro sanitário (ABRELPE, 2011). Porém, uma parte importante ainda é destinada a aterro sem medidas de controle da poluição necessárias, como aterros controlados e lixões. É importante ressaltar neste ponto que muitos aterros controlados não passam de lixões com pequenas melhorias, sendo que seu impacto sobre o meio ambiente é comparável com a dos lixões. 24 Tabela 5: Destinação final de RSU no Brasil (t/dia) Período Aterro Sanitário Aterro Controlado Lixão 2010 99.919 57,6% 42.231 24,3% 31.433 18,1% 2011 103.335 58,1% 43.032 24,2% 31.628 17,7% Fonte: ABRELP 2010 e 2011 Esta questão se torna mais preocupante quando se analisa a destinação final por regiões. A Tabela 6 apresenta este detalhamento, no qual pode ser constatado que na região Nordeste a participação dos aterros controlados e lixões, como forma de deposição final dos RSU, atingem 1.348 municípios. Tabela 6: Quantidade de municípios por tipo de destinação adotada – 2011 2011 – Regiões e Brasil Destinação Final Norte Nordeste Sudeste Sul BRASIL 446 CentroOeste 154 Aterro Sanitário 88 808 698 2.194 Aterro Controlado 109 502 148 640 365 1.764 Lixão 252 846 164 220 125 1.607 BRASIL 449 1.794 466 1.668 1.188 5.565 Fonte: ABRELP 2011 De acordo com a ABRELPE (2011), os 1.794 municípios dos nove Estados da região nordeste geraram um valor médio de 50.452 toneladas/dia de RSU em 2011, das quais 76,71% foram coletadas. Seguindo tendência constatada em 2010, o índice de coleta per capita cresceu 1,6% em 2011 comparativamente ao ano anterior, sendo que a quantidade de resíduos coletados cresceu 2,6%, indicando um aumento real na abrangência destes serviços. O potencial de reaproveitamento de material dos RSU no Brasil é elevado. A Tabela 7 apresenta a participação dos diferentes materiais na composição física dos RSU. Analisando a Tabela 7 observa-se que 16,7% dos RSU têm potencial de serem reaproveitados como matéria prima. 25 Tabela 7: Participação dos Materiais no total de RSU coletados no Brasil Material Participação (%) Quantidade (t/ano) Metais 2,9 1.610,499 Papel, Papelão e TetraPak 13,1 7.275.012 Plástico 13,5 7.497.149 Vidro 2,4 1.332.827 Matéria Orgânica 51,4 28.544.702 Outros 16,7 9.274.251 TOTAL 100,0 55.534,440 Fonte: ABRELPE 2011 e PNRS – Versão pós Audiências e Consulta Pública para Conselhos Nacionais (Fevereiro/ 2012). Apesar do potencial de reciclagem que apresentam os RSU do Brasil, pouco tem se avançado no reaproveitamento desses materiais, com algumas exceções. As latinhas de Al, por exemplo, atingiram uma taxa de 90% de reciclagem (ABRELPE, 2011). No Brasil o processo de separação prévia dos materiais recicláveis ainda é tímido e, em se tratando das Regiões, Nordeste e Centro-Oeste, a situação é ainda mais preocupante, como podemos constatar na Tabela 8. Tabela 8: Distribuição dos Municípios com iniciativas de Coleta Seletiva Região Norte Nordeste Sim % 46,5 36,3 Não % 53,5 63,7 Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil 28,1 80,1 78,8 58,6 71,9 19,9 21,2 41,4 Fonte: ABRELPE - 2011 Embora a coleta seletiva seja uma das principais estratégias para a redução da quantidade de materiais enviada para aterros, a sua implantação deve ser avaliada de forma cuidadosa, uma vez que isso apresenta desafios importantes. Tal atividade deve seguir os princípios da sustentabilidade ambiental, social e econômica (BARROS, 2012). Em muitas cidades, grande parte dos resíduos recicláveis é retirada de antemão por catadores de maneira informal e não fazem parte das estatísticas oficiais. Segundo o Movimento Nacional dos Catadoresde recicláveis (MNCR), estima-se a existência de 20 mil pessoas envolvidas nessa 26 atividade e mais de 100 organizações desse ramo atuando na cidade de São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), em 2005, 31% da população de rua eram catadores (Silva & Ribeiro, 2009). A maioria dos catadores trabalha de forma independente, em condições precárias de segurança e de saúde nas ruas da cidade (JACOBI e BENZEN, 2011). Os resíduos domiciliares são dispostos na rua para a coleta em sacos plásticos, em sua grande maioria entre 30 e 100 litros de capacidade, porém é frequente que a população disponha de materiais aproveitáveis como jornais e papelão separadamente. Um número expressivo dos catadores usa carrinhos ou carroças com capacidade de carga média em torno de 500 kg, podendo chegar a 800 kg, e coleta nas regiões residenciais e comerciais que descartam mais recicláveis (Instituto Pólis, 2009). Por mais que muitos municípios tenham implantado a coleta seletiva, baseados apenas em decisões política, a sustentação da mesma só é possível com a injeção de dinheiro público. Este é o caso do Município de Vera Cruz – RS. De acordo com o diagnóstico realizado no município para a elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos foi verificado que todo o material coletado e vendido pela associação de catadores não seria suficiente para pagar a infraestrutura necessária para apoiar a atividade (PGIRS-VERA CRUZ, 2012). Logo, a prefeitura municipal deve retirar dinheiro do seu caixa para sustentar este programa. De todo o detalhado anteriormente pode ser visto que o gerenciamento de RSU no Brasil se baseia apenas na retirada do lixo das fontes geradoras e seu descarte mais rápido possível. Nenhum dos modelos estudados busca a sustentabilidade desta ação. De acordo com Jacobi e Besen (2011), os países ricos geram maiores quantidades de resíduos e de lixo, possuem maior capacidade de equacionamento da gestão integrada de RSU, por um somatório de fatores que incluem recursos econômicos, preocupação ambiental da população e desenvolvimento tecnológico. De acordo com estes mesmos autores, em cidades de países em desenvolvimento 27 com urbanização muito acelerada, verificam-se déficits na capacidade financeira e administrativa dessas em prover infraestrutura e serviços essenciais como água, saneamento, coleta e destinação adequada do lixo e moradia, e em garantir segurança e controle da qualidade ambiental para a população. Segundo o Cempre (2010), no aspecto financeiro, a coleta seletiva da cidade de São Paulo, custava R$ 192,00 por tonelada ou o equivalente a R$ 23.040,00/dia, e a R$ 691.200/mês. Enquanto a administração municipal investe cerca de R$ 725 milhões/ano (SNIS, 2010), ou 60,41 milhões mensais aproximadamente para coleta, transporte e aterramento, além do desperdício de matérias primas que acabam sendo enterradas, em vez de retornarem ao ciclo produtivo, investe irrisório 0,001% desse montante na coleta seletiva. De investimentos insignificantes e resultados insuficientes, considerando-se o potencial de material reciclável produzido por uma cidade global com padrões de consumo equivalentes aos de países desenvolvidos. Outro problema associado aos programas de coleta seletiva são a ineficiência e a baixa abrangência. Estes dois fatores causam perdas econômicas estimadas em R$ 749 milhões anuais em São Paulo (JACOBI e BESEN, 2011). Mais de um milhão de toneladas de papel, papelão, plástico, aço, vidro e alumínio são misturadas ao lixo convencional e aterradas quando poderiam ser separadas e enviadas para a reciclagem (IPEA, 2010). Segundo Jacobi e Benzen (2011), as questões técnicas, econômicas e institucionais dificultam aos municípios brasileiros realizar uma gestão integrada e sustentável dos resíduos de sua competência, tais como os resíduos urbanos e os da construção civil e de serviços de saúde produzidos pelas próprias municipalidades. Para estes autores, um dos aspectos não equacionados é a sustentabilidade financeira dos serviços prestados. No Brasil, mais de 50% dos municípios não cobram pelos serviços públicos de limpeza urbana, e, quando cobrados, esses valores são insuficientes para cobrir as despesas com a prestação dos serviços. 28 2.2 IMPACTOS AMBIENTAIS DOS SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. Os tipos de práticas de gestão de resíduos, adotados em cada país, são principalmente em função de fatores econômicos, mas também são um reflexo de aspectos técnicos, devido ao tipo de resíduos a ser tratado (GIUSTI, 2009). De acordo com este autor o aterramento de matéria orgânica gera gás e lixiviados que devem ser tratados de maneira adequados. Como a maioria dos aterros sanitários capta menos de 50% dos gases de efeito estufa produzidos (este percentual pode chegar até 90% quando os mesmos utilizam sistema de extração a vácuo para os gases), (WASSERMANN et al, 2005). Na Europa, a UE Diretiva 1999/31/CE relativa à deposição de resíduos tem estimulado o desvio de matéria orgânica para compostagem ou aterro especializado, especialmente na Holanda, Suécia, Dinamarca e Áustria (GIUSTI, 2009). A Incineração, para esse autor, não é uma opção para material orgânico, devido ao seu teor de água. Os sistemas de gerenciamento de resíduos apresentam impactos ambientais em todas as etapas dos processos (SCHÜLER, 2008). Segundo MUCELLIN e BELLINI (2008), entre os impactos ambientais negativos que podem ser originados a partir do lixo urbano produzido estão os efeitos decorrentes da prática de disposição inadequada de resíduos sólidos em fundos de vale, às margens de ruas ou cursos d’água. Essas práticas habituais podem provocar, entre outras coisas, contaminação de corpos d’água, assoreamento, enchentes, proliferação de vetores transmissores de doenças, tais como cães, gatos, ratos, baratas, moscas, vermes, entre outros. Some-se a isso a poluição visual, mau cheiro e contaminação do ambiente. Mas não somente o sistema de disposição final pode ocasionar impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente. O próprio sistema de coleta e transporte de RSU pode ser responsável por emissões importantes de gases, resultante da queima de combustíveis pelos caminhões destinados à coleta. De acordo com Schüler (2008) e Neto (2007), a idade da frota, a falta de manutenção adequada dos veículos e a qualidade dos combustíveis são responsáveis por 29 emissões de gases tais como CO2, CO, NOx, SO4, além de materiais particulados. Muitos desses impactam diretamente ao ambiente ou à saúde humana. Em muitos locais as usinas de triagem são utilizadas como pontos de separação de lixo e de unidades de transbordo do material coletado. Estas unidades geralmente acumulam o lixo, de forma temporária em suas instalações, podendo produzir lixiviados, odores e proliferação de vetores. Os lixiviados apresentam grande potencial poluidor uma vez que possuem elevadas cargas de matéria orgânica, metais pesados, micro-organismos, etc. Estes elementos podem afetar a qualidade do solo, das águas subterrâneas e superficiais, assim como comprometer a saúde dos trabalhadores destas usinas. Outro grande problema das usinas de triagem se verifica sobre a saúde dos operadores das linhas de triagem, que muitas vezes trabalham sem as condições mínimas de segurança. Para Giusti (2009), as questões de saúde são associadas a cada etapa do manejo, tratamento e disposição de resíduos, de forma direta: por meio de atividades de valorização e reciclagem ou outras ocupações no setor de gestão de resíduos, por exposição às substâncias perigosas nos resíduos ou às emissões provenientes de incineradores e aterros sanitários, vermes, odores e ruídos ou indiretamente, por exemplo, através da ingestão de água contaminada, solo e alimentos. As usinas de compostagem apresentam uma excelente alternativa para o gerenciamento de resíduos orgânicos, uma vez que elas transformam este material em húmus. Além do mais, o desvio da matéria orgânica para a usina de compostagem alivia a quantidade de material depositado nos aterros sanitários, contribuindo para diminuir a quantidade de gases de aterro produzidos e aumentar a vida útil dos mesmos (BOVEA et al, 2010, SHULER, 2008, NETO, 2007). Porém, a usina de compostagem deve ter infraestrutura adequada para evitar a contaminação de solos e emissão de odores. Segundo JUNKES (2002), os impactos ambientais da compostagem constituem-se na redução dos resíduos sólidos orgânicos de origem animal e vegetal que deixam de gerar gases e maus odores, líquidos percolados, atraem animais como as moscas, ratos e baratas que se instalam no ambiente de deposição, alimentam-se e proliferam-se nos restos orgânicos e são normalmente vetores de doenças humanas como: tifo, 30 leptospirose, peste bubônica, diarreias infantis e outras igualmente perigosas. Por meio da compostagem os resíduos orgânicos são decompostos, tornando disponíveis os nutrientes para as atividades agropastoris e de jardinagem. Dentre as etapas de gerenciamento de resíduos, o aterro representa a etapa com maior potencial poluidor (NETO, 2007). Diferente dos outros processos, o aterro pode estar presente por longo tempo, proporcionando um potencial poluidor por muitos anos. Os aterros sanitários apresentam uma série de medidas de engenharia destinadas ao controle da poluição do ar, do solo e das águas subterrâneas. Porém, os lixões a céu aberto são fontes de emissões de contaminantes para o meio ambiente (WASSERMANN, 2005). No passado, o desempenho de um grande número de aterros e incineradores tem sido bastante pobre, incluindo os aqueles construídos com uma barreira de contenção (coberturas com argila ou com uma membrana sintética). Roche (1996), apontou através de estudo sobre aterramento de resíduos que a frequência de falhas em aterro no Reino Unido foi bastante elevada, resultando na poluição das águas superficiais e subterrâneas, apesar do fato de que cerca de um terço dos 4.000 locais pesquisados tinha um revestimento de argila. Como resultado destas falhas técnicas, o público tem desenvolvido uma desconfiança das opiniões de políticos e assessores técnicos. Os planos para a construção de uma nova unidade de tratamento de resíduos ou estação de tratamento têm enfrentado normalmente feroz oposição da comunidade local, devido ao medo de possíveis efeitos adversos para a saúde, a associação dessas instalações com os odores, ruído, intrusão visual, e da redução de valor de terras e propriedades. A Tabela 9 mostra um resumo simplificado das principais emissões conhecidas e impactos ambientais das atividades de gestão de resíduos associados. As principais vias de exposição são a inalação (principalmente devido às emissões provenientes de incineradores e aterros sanitários), o consumo de água (no caso do abastecimento de água contaminada com chorume), a cadeia alimentar (especialmente o consumo de alimentos contaminados com bactérias e vírus através do espalhamento de esgoto e estrume, bem como de alimentos enriquecidos com substâncias químicas orgânicas persistentes que podem ser liberados por incineradores). 31 Tabela 9: Principais impactos ambientais da gestão de resíduos sólidos urbanos CH4 CO2 VOCS ÁGUA Atividade doaterro Incineração AR Lixiviados (metais pesados, compostos sintéticos) Queda-de poluentes atmosféricos Compostagem Lixiviados Espalhamento Bactérias, vírus, metais pesados Derrames de águas residuais SOLO PAISAGEM CLIMA CO2, CH4, odor, ruído, VOCS Metais pesados, Sintéticos, ecompotosorgân icos Efeito visual e vermes A pior opção para emissão de gases de efeito estufa SO2, NOX, N2O, CHI, HF, CO, CO2, dioxinas, furanos, PAHS, VOCS,odor, ruído CO2, CH4, VOCS , poeira, odor, bioaerossóis Bioaerossóis, Poeira e odor Poeira ,cinzas eescórias Efeito visual Gases de efeito estufa Menor impacto Efeito visual Deposição de resíduos em aterro Derramamentos Vermes e insetos Pequenas emissões degases de efeito estufa Menor emissão de gases de efeito estufa Contribuição significante de CO2 CO2, SO2, NOX, poeira, odor, ruido, derramamentos CO2 =dióxido de carbono; CH4 =metano; VOCs=compostos orgânicos voláteis; SO2=dióxidode enxofre; NOx=óxidos de nitrogênio; N2O=óxidonutrous; HCI=ácidoclorídrico; HF= ácidohidrofluoric; CO =carbonomnoxide; ePAHs=hidrocarbonetospolicíclicos aromáticos. Reciclageme transporte de resíduos 2.3 LEGISLAÇÃO PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS A recém-aprovada e regulamentada Lei nº 12.305/2010 estabelece os Planos de Resíduos Sólidos como instrumentos fundamentais para se alcançar a gestão sustentável e integrada dos RSU. Além dos PGIRSU são definidos: Plano Nacional de Resíduos Sólidos, os Planos Estaduais, os microrregionais, os de região metropolitana ou aglomerações urbanas, os planos intermunicipais, planos para grandes geradores e os de gerenciamento de resíduos sólidos. Até então, a falta de uma ação legislativa específica abordando diretamente a questão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), no país dava margem a grandes distorções na solução deste grave problema. Com efeito, a ausência de uma lei, regulando uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), fragiliza as unidades da federação em relação à livre iniciativa política para definir prioridades, 32 estabelecer restrições e incentivos a atividades empreendedoras. Tal liberdade acabou por provocar certo desequilíbrio entre os procedimentos adotados nos diferentes municípios e estados da federação, bem como no Distrito Federal. Com a publicação da Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, foram definidas as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos; às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. A PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada pelo Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, dispõe de forma ampla quanto aos pressupostos que estariam a ela sujeitos: as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. De acordo com Milaré (2011), a PNRS preencheu uma importante lacuna no arcabouço regulatório nacional. Essa iniciativa é o reconhecimento, ainda que tardio, de uma abrangente problemática ambiental que assola o País, problemática esta de proporções desconhecidas, mas já com diversos episódios registrados em vários pontos do território nacional, e que tem origem exatamente na destinação e disposição inadequadas de resíduos e consequente contaminação no solo, além da dificuldade de identificação dos agentes responsáveis. Ainda, para esse autor, esses registros indicam a gravidade de situações de contaminação do solo e das águas subterrâneas, com risco efetivo à saúde pública e à biota, além do comprometimento do uso de recursos naturais em benefício da sociedade. Com efeito, os episódios de poluição do solo têm como característica preponderante, o grande período de latência entre o fato causador, manifestação e consequente percepção de efeitos mais graves no meio ambiente e, em algumas vezes, na saúde da população do entorno, direta ou indiretamente exposta à contaminação. De acordo com levantamentos divulgados na imprensa à época da edição da Lei 12.305/2010, das 170 mil toneladas de resíduos produzidas 33 diariamente no País, 40% vão para lixões ou aterros irregulares, 12% não são coletados e 48% são destinados a aterros sanitários. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de forma clara, excluiu de seu campo de atuação os rejeitos radioativos, os quais são regulados por legislação específica e ressalvou a aplicação concomitante das Leis nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). A demonstração de que as normas isoladas pouco significam quando implementadas sem a participação da sociedade está no próprio setor de pilhas e baterias. Apesar da regulamentação da questão pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução nº 401, de 04 de novembro de 2008, em substituição a Resolução CONAMA nº 257/1999, estamos longe de alcançar patamares razoáveis de recolhimento dos respectivos resíduos dos mencionados produtos, essenciais ao estilo de vida eletrônico que a sociedade moderna vem adotando. Conforme a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – ABINEE, cerca de 1,2 bilhões de pilhas e 400 milhões de baterias de celular comercializadas por ano no Brasil, no entanto, o reaproveitamento é mínimo, limitase a aproximadamente a 6 milhões de pilhas e baterias por ano, menos de 1% do comercializado. De acordo com a Lei nº 12.305/2010 - PNRS: Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos a/o: • prevenção e a precaução; • poluidor- pagador e o protetor- recebedor; • visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; • desenvolvimento sustentável; • ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades 34 humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta; • cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; • responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; • reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; • respeito às diversidades locais e regionais; • direito da sociedade à informação e ao controle social; • razoabilidade e a proporcionalidade. A nova lei, no artigo 3º, IV, conceituou ciclo de vida do produto como uma série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final. Conforme o inciso XVII do artigo 3º da Lei nº 12.305/2010, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, são atribuições individualizadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos. De acordo com o capítulo III, artigo 8º, são instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, dentre outros: I – os planos de resíduos sólidos; II – os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos; III – a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; IV – o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; 35 V – o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; VI – a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos; VII – a pesquisa científica e tecnológica; VIII – a educação ambiental; IX – os incentivos fiscais, financeiros e creditícios; X – o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; XI – o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR); XII – o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA); XIII – os conselhos de meio ambiente e, no que couberem, os de saúde; XIV – os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos; XV – o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos (CNORP); XVI - os acordos setoriais; XVII - no que couberem, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões de qualidade ambiental; b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais; c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; d) a avaliação de impactos ambientais; e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA); f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta; XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos. 36 Dessa forma, o PNRS poderá permitir o resgate da capacidade de planejamento e de gestão mais eficiente dos serviços públicos de saneamento básico. Ela indica a responsabilidade dos geradores, poder público e dos consumidores. Consequentemente, do ponto de vista da lei, a gestão deixa de ser voluntária e passa a ser obrigatória, e deverá incluir nos planos a não geração, a redução da geração, a reutilização, a reciclagem, tratamento e disposição final. 2.4 ANÁLISE DE CICLO DE VIDA DA GESTÃO DE RSU O atual estado-da-arte da disposição de resíduos sólidos é baseada em o conceito degestão integrada. Oregulamento da União Europeia (UE,2006), as diretrizes da Lei nº 12.305/2010propõem um sistema hierárquico baseado em quatro níveis subseqüentes: (1) redução da produção de resíduos sólidos, (2)a recuperação de material, (3) recuperação de energia e (4)deposição em aterro. Segundo De Feo e Malvano (2009), a pesar dos avanços realizados nesta área, não há conhecimento suficiente sobre essa hierarquia para desenvolver um sistema de gestão adequado devido às variáveis relacionadas aos aspectos ambientais, sociais e econômicas juntamente com os aspectos técnicos.Na verdade, ao se escolher osistema de gestão de resíduos sólidos mais apropriadopara um determinado território, os tomadores de decisão terão que levar em conta não só os aspectos técnicos e os custos de implementação, mas também os impactos ambientais produzidos pelos processos de tratamento e eliminação, bem como a opinião das comunidades locais. Por uma questão de fato, o consenso da população local é um pré-requisito para a implementação posterior de um plano de gestão de resíduos sólidos (RAHARDYN et al, 2004; DE FEO et al, 2005). Variáveis ambientais, econômicas e sociais estão fortemente correlacionadas com o processo que leva à escolha do sistema de “melhor gestão” municipal de resíduos sólidos. Por exemplo, no local, a comunidade poderia facilmente aceitar um sistema de gestão que minimize os impactos ambientais e os custos de gestão (DE FEO et al, 2005). 37 Segundo Arena et al, (2003), a metodologia da avaliação de ciclo de vida (ACV) é um método internacionalmente padronizado que foi desenvolvido a partir de princípios de engenharia química e análise de energia. De acordo com Rebitzer et al, (2004), a ACV é um quadro metodológico para estimar e avaliar os impactos ambientais imputáveis ao ciclo de vida de um produto, tais como as alterações climáticas, esgotamento de ozônio estratosférico, criação do ozônio troposférico ("smog"), a eutrofização, acidificação, estresse toxicológico em saúde humana e ecossistemas, o esgotamento dos recursos, uso da água, utilização do solo, ruído e outros. A ferramenta ciclo de vida pode ser usada como instrumento de gestão de resíduos que avalia o desempenho de diferentes cenários para prover resultados quantitativos, facilitando a compreensão do problema, influenciando na tomada de decisão. Seus objetivos variam dos genéricos, por exemplo, testando a validade da hierarquia do lixo (Reduzir, reutilizar e reciclar respectivamente), ou específicos, comparando o desempenho ambiental de vários sistemas em uma comunidade particular. Alguns focam em determinar a opção com menor custo ambiental, econômico e energético. Outros usam estudos de caso para examinar as utilidades dos modelos de ACV e revelar as possibilidades e as limitações de ligá-los a informações econômicas (CLEARY, 2009). Segundo a ISO 14040 (2006), um estudo de ACV deve especificar claramente a função do sistema a ser estudado e quantificar o peso dos impactos ambientais durante o ciclo de vida do produto no contexto em que ele está inserido, com definidas características de desempenho. Em 1990, a Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental (SETAC), definiu o conceito de ACV como uma metodologia para a realização de estudos de ACV (AZAPAGIC, 1999). O termo ACV é usado com mais frequência para descrever tudos os impactos ou abordagens do berço ao túmulo de um produto (CURRAN, 1996). Muitas dessas ferramentas foram desenvolvidas separadamente por diferentes grupos de especialistas, a fim de apoiar a tomada de decisões no âmbito dos processosde gestão ambiental (SETAC, 1996). A metodologia do ACV, conforme definido pela SETAC ou pela ISO (International Organization for 38 Standardization), consiste de quatro etapas (CURRAN, 1996; SETAC, 1996): (1) definição objetivo e escopo, (2) análise de inventário, (3) avaliação de impacto e (4) avaliação de melhorias. O ACV pode ser útil e convenientemente aplicado apenas para o ciclo de vida referente à coleta, tratamento e deposição de sólidos. Neste caso particular, o fluxo de referência é dado pela quantidade de resíduos produzidos por uma comunidade, enquanto a saída é representada pela emissão de poluentes relacionadas às várias partes do sistema de gestão de resíduos sólidos urbanos. Portanto, as técnicas de ACV, aplicadas ao sistema de gestão de RSU, podem ser vistas como um instrumento para análise muito útil, que visa a avaliação de possíveis ações (De FEO et al, 2005). Existem duas normas ISO aplicadas a ACV que são usadas como guia para execução deste trabalho: • ISO 14.040: Environmental management – Life Cycle Assessment – Principles and framework (ISO 14040, 2006). • ISO 14.044: Environmental management – Life cycle assessment – Requirements and guidelines (ISO 14044:2006). • As normas acima substituíram as normas ISO 14040:1997, ISO 14041:1998, ISO 14042:2000, e a ISO 14043:2000. A primeira define os principais termos e descreve os princípios gerais para as etapas da ACV, que são: definição de objetivo e escopo; análise do inventário, avaliação de impactos e interpretação. A segunda norma explicita os requisitos e as diretrizes para os estudos de ACV e para as quatro etapas da ferramenta. No Brasil a ACV foi difundida através da internalização das normas da família ISO 14040, editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pelo desenvolvimento de estudos tanto de aplicação como de aprimoramento da ACV para as condições brasileiras, realizados por universidades e centros de pesquisas e pela criação da Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV) em 2003 (ROCHA, 2009). 39 As duas normas brasileiras publicadas pela ABNT, em vigor, que dispõem sobre ACV, são as seguintes: • ABNT NBR ISO 14040:2009 – Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e estrutura. • ABNT NBR ISO 14044:2009 – Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Requisitos e orientações. Segundo a ISO 14040, uma Avaliação do Ciclo de Vida consiste em quatro fases diferentes, mas relacionadas: • Definição de objetivo e escopo; • Análise de Inventário; • Avaliação de Impactos; • Interpretação; Estas fases estão ilustradas na Figura 1. OBJETIVO E ESCOPO ANÁLISE DO INVENTÁRIO AVALIAÇÃO DE IMPACTO Figura 1: As fases de uma avaliação de ciclo de vida (modificado de ISO 14040:1997). Por uma questão de fato, a estratégia temática da Comissão Europeia sobre a prevenção e reciclagem de resíduos descreve como adotar um ciclo de vida como perspectiva essencial para a gestão sustentável de resíduos (KONECKNY e PENNINGTON, 2007). 40 Nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, estudos sobre a ACV vêm sendo desenvolvidos pelos diferentes campos e instituições de pesquisas, através de trabalhos de mestrado e doutorado e por algumas empresas da iniciativa privada. Destacam-se também: o projeto em andamento da Rede LatinoAmericana de Ciclo de Vida, coordenado pela Universidade de Brasília (UnB); a Associação Brasileira de Análise do Ciclo de Vida (ABCV), sociedade sem fins lucrativos que foi fundada em 2002 com uma proposta de discussão dos primeiros trabalhos de Avaliação do Ciclo de Vida; a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que possui um subcomitê específico para discussão das normas sobre ACV. Na literatura nacional e internacioanl podem ser encontrados vários autores utilizando o ACV em diferentes países, para análises dos mais diferentes cenários. Por exemplo, Heilmann e Winkler (2005), consideraram a cidade de Dresden – Alemanha, com 480.000 habitantese estudaram as influências de diferentes sistemas de coleta de resíduos (coleta em conteineres e de porta em porta) sobre o desempenho ambiental do sistema municipal de gestão de resíduos em comparação com uma situação de incineração total dos resíduos sem seleção. Heilmann e Winkler (2005) descobriram que um sistema de coleta tipo conteiners é ecologicamente preferível a um sistema de coleta de porta em porta. Mesmo para baixas taxas de recuperação, o sistema de coleta por conteineres apresentou melhor desempenho do que o sistema de coleta porta em porta, exceto em termos de aquecimento global. Salhofer et al, (2005), consideraram uma comunidade semelhante na província de Salzburgo, na Áustria, e desenvolveram uma comparação entre quatro cenários de gestão que combinavam dois níveis de reciclagem (mais reciclagem e menos de reciclagem) com tratamento mecânico e biológico (MBT) e incineração. Salhofer et al, (2005), apontaram que na região analisada, onde uma taxa alta de reciclagem deveria ser alcançada, a reciclagem mostraria apenas pequenos benefícios ambientais. Wassermann et al, (2005), estudaram a relevância do impacto ambiental dos antigosaterros, fazendo comparação com os mais rescentes, após tratamento 41 biológico e mecânico (MBP), considerando sete categorias de impactos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Wassermann et al, (2005), demonstraram que os impactos ambientais das áreas com (MBP) são bastante baixos, perfazendo apenas uma pequena fração dos impactos produzidos por tipos antigos de aterros sanitários. Em trabalhos realizados por Neto (2007) e Schuler (2008), foram analisados diferentes cenários do sistema de gerenciamento de RSU das cidades de São Luiz Gonzaga e Santa Cruz do Sul respectivamente, ambas no Estado do Rio Grande do Sul. Os dois pesquisadores concluiram que o aterramento dos resíduos nos lixões acarretava muitos problemas para o meio ambiente e a saúde humana. Ainda, o trabalho destes pesquisadores demonstrou que a separação e reciclagem de materiais acarretavam muitos benefícios ambientais, inclusive uma grande economia de energia. Neto (2007) e Schuler (2008), também mostraram que os efeitos da introdução de um aterro sanitário, como forma de aterramento dos resíduos, foram muito importantes, principalmente em relação à diminuição do potencial de aquecimento global, associado aos gases emitidos pelos aterros. Mendes et al, (2004), compararam o impacto ambiental da incineração e da deposição em aterro de resíduos sólidos urbanos da cidade de São Paulo. Eles mostraram que uma mudança no tratamento de resíduos da deposição em aterro para a incineração diminuiria o impacto ambiental global e, ao mesmo tempo, permitiria a recuperação de energia. Ozeler et al, (2006), desenvolveram e compararam diferentes cenários de sistemas de gestão para os RSU de Ancara, na Turquia. Os resultados obtidos nestes estudos levaram os autores a concluir que o ACV pode ser aplicado com sucesso em sistemas de gestão de resíduos sólidos urbanos, como uma ferramenta de apoio decisiva. Morselli et al, (2005), consideraram uma unidade de incineração de RSU de médioporte, com três linhas de incineração, que queima cerca de 450 toneladas / dia de resíduos em Coriano (Rimini, Itália). 42 Morselli et al, (2005), enfatizaram que a ACV é uma abordagem útil para tornar-se ciente dos impactos mais importantes do processo de incineração, bem como dar informações essenciais sobre a sustentabilidade de um processo, em comparação com um conjunto de outras atividades alternativas, em particular na aplicação da gestão de resíduos. Viotti et al, (2005), propuseram um modelo para a implantação da gestão integrada de resíduos sólidos urbanos, bem como uma aplicação do modelo dirigida ao cenário específico que caracteriza o sistema de gestão RSU adotados atualmente no distrito de Frosinone (Lazio, Itália). Viotti et al, (2005), descobriram que os impactos mais severos estavam relacionados com o metano produzido no aterro e sugeriram que tais efeitos possam ser substancialmente reduzidos por meio de uma adequada política de controle de gás de aterro. Arena et al., (2003), realizaram uma comparação analítica entre três cenários selecionados, com referência a algumas categorias fundamentais de impactos, incluindo energia e materiais consumidos, as alterações climáticas, a acidificação do ar, água e emissões, bem como a produção de resíduos sólidos. Os resultados quantificaram o fraco desempenho do aterramento, se comparado com as alternativas existentes. Apesar de todas as vantagens que a ACV pode apresentar na avaliação de um sistema de gestão, esta ainda apresenta algumas limitações: • A natureza dos pressupostos adaptados na ACV pode ter um caráter subjetivo; • Os modelos utilizados para a análise do inventário ou para a avaliação de impactos ambientais são limitados pelos pressupostos adotados e podem não estar disponíveis para todas as aplicações de estudo; • O rigor dos estudos de ACV pode estar condicionado pela disponibilidade ou qualidade dos dados relevantes; • Considera apenas o critério ecológico, mas não os critérios econômicos e sociais (PEREIRA, 2005); • A fase de avaliação de impactos ainda tem um caráter subjetivo, não podendo servir de base para regulamentação legislativa sobre limite de emissões (PEREIRA, 2005). 43 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a realização deste trabalho consistiu, numa primeira fase, na identificação e caracterização da área geográfica objeto da dissertação, na pesquisa de inventário dos resíduos urbanos produzidos na Região de estudo ao nível das quantidades e tipologias. Numa fase seguinte foi concebido um conjunto de diferentes cenários de gestão, identificadas as infraestruturas de gestão e quantificado o sistema de coleta e transporte. Numa fase final foi realizada uma avaliação ambiental de mais três cenários com base numa aplicação informática para a realização do inventário de emissões para o ambiente e finalmente o cálculo dos impactes ambientais associadas a cada cenário, usando a metodologia de Análise de Ciclo de Vida (ACV). A seguir se detalha cada etapa da metodologia adotada. 3.1 LOCAL DA PESQUISA O local de realização desta pesquisa foi no Município de Imperatriz - MA. Essa unidade territorial está localizada na porção oeste do Estado do maranhão, na microrregião 38ª, tendo como limites os municípios de Cidelândia, São Francisco do Brejão, João Lisboa, Davinópolis, Governador Edilson Lobão e com o Estado do Tocantins. Situado entre as coordenadas geográficas –5°06' e 5°42' de latitude sul /– 47°24' e 47°54' de longitude oeste, com altitude média – 95 metros, área geográfica – 1.538,21 Km², região situado na Amazônia Legal, com clima tropical, influenciado pelas correntes atmosféricas: mTc – massa Tropical continental (quente e seca) e mEc – massa Equatorial continental (quente e úmida), pluviometria média de 1.450mm, duas estações do ano bem definidas, uma seca outro chuvosa, esta última com chuvas torrenciais, onde as temperaturas variam entre 200C e 380C, com pico de 400C. O relevo com formação tabular (planaltos e chapadas), solo latossolo vermelho e quartzoso associados a uma grande Bacia Hidrográfica – Tocantins/Araguaia, micro bacias secundárias no centro urbano e formações lacústricas, cobertura vegetal latifoliada e arbórea, além de campos e várzeas e de gramíneas. 44 A fundação do município de Imperatriz – MA ocorreu em 16 de julho de 1852 e, na segunda metade do século XX sofreu acelerado e conturbado crescimento populacional, o qual em 1960 sua população era de 39.367 habitantes. Com a construção BR 010 e, principalmente em razão da mineração (ouro e ferro) no centro leste do Estado do Pará, a população do município alcançou 277.440 habitantes em 1991 e, com a fragmentação do território a partir da década de 1990, houve uma desaceleração do processo demográfico, contribuindo, portanto para um novo cenário populacional, ou seja, em 2012 o município apresentou 250.063 habitantes, área territorial de 1.538,21 Km², PIB – Produto Interno Bruto em torno de R$ 2 bilhões de reais, distribuídos em serviços, indústria, agropecuária e tributos (IBGE, 2012). Na Figura 2 está apresentado um mapa da localização de Imperatriz. A estrutura urbana do município, apesar de apresentar ruas e avenidas latitudinais e longitudinais, dispõe apenas de 30% de redes de esgoto, que em sua maioria encontra-se obstruída, portanto, incapaz de suportar a drenagem das águas pluviais e efluentes domésticos, contribuindo, portanto, para a canalização de suas vertentes diretamente para o Rio Tocantins, sem nenhum tipo de tratamento dos resíduos. A maioria das empresas instaladas na cidade de Imperatriz – MA, bem com feiras livres e demais agentes geradores de resíduos sólidos urbanos, não apresentam proposta de acondicionamento e destinação final do lixo. É comum a presença de depósitos temporários de lixo no final de algumas ruas e, principalmente em praças e terrenos baldios, os quais atraem animais domésticos, abutres e catadores de materiais recicláveis, além é claro, servirem de vetores de doenças e odores. A empresa prestadora de serviços de limpeza urbana do município, LIMP FORT Engenharia Ambiental Ltda, destina parte da equipe de trabalho exclusivamente para recolher os RSU dos depósitos temporários, denominados de entulho, poda de árvores, arrastão e pontos negros, os quais representam cerca de 1/3 dos resíduos recolhidos diariamente pelo serviço de coleta, transporte e destinação final, que sempre é o lixão. 45 Figura 2: Mapa de localização de Imperatriz. Imperatriz convive com um lixão há mais de 30 anos, no qual são descartados todos os tipos de resíduos captados pelo sistema de coleta. Além dos RSU, também são descartados de forma indiscriminada resíduos da construção civil, pneus, resíduos de oficinas mecânicas e resíduos industriais, os quais aumentaram bastante a partir de 2010 e, principalmente a partir de 2012, em razão 46 da construção de novas vias de acessos a alguns bairros, bem como a ampliação da área de abrangência do serviço de coleta dos resíduos. Em 2010, com a aprovação do Código de Postura do Município e forte atuação do CREA – MA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Maranhão, regras foram estabelecidas para as novas edificações. Com isso, fica mais evidenciado o processo de verticalização do espaço urbano da cidade de Imperatriz no Estado do Maranhão. Até então, não havia nenhuma norma clara para definir e/ou autorizar a edificação e ocupação de um determinado espaço, o que contribuiu para a irregularidade na definição da dimensão mínima de cada lote de terreno na área urbano. Somente a partir deste novo cenário e, principalmente com a instalação de inúmeros estabelecimentos comerciais e industriais no município, é que o processo de definição de novos critérios técnicos para a edificação destes empreendimentos, bem como o licenciamento prévio e definitivo para ocupação e uso do espaço construído, é que de fato se pode constatar uma melhoria significativa da estrutura urbana da cidade de Imperatriz – MA. 3.2 CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS URBANOS EM ESTUDO Os dados usados para a simulação obtidos dos cenários de gerenciamento de RSU foram obtidos perante as Secretarias Municipais: Infraestrutura e Transportes, Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento da Cidade de Imperatriz – MA, bem como as informações complementares fornecidas pela empresa LIMP FORT – EngenhariaAmbiental Ltda, as quais disponibilizaram dados quantitativos referentes à coleta. Para a caracterização do sistema de transporte, coleta e destinação final dos resíduos sólidos, foram realizadas entrevistas com o gerente da Empresa responsável pelos serviços de limpeza pública desse Município. Os dados obtidos repesentam distância médias percorridas pelos veículos para a coleta e transporte 47 dos materiais até o lixão, consumo médio de óleo diesel, capacidade de carga e modelos de veículos utilizados. 3.3 CENÁRIOS SIMULADOS Para a realização deste trabalho foram utilizados 4 cenários. O primeiro cenário corresponde à situação atual do sistema de gerenciamento de resíduos. Para isso foram usados dados relacionados à coleta, transporte e destinação final de todo o material coletado para um lixão. O segundo cenário corresponde a uma modificação do cenário 1, introduzindo um aterro sanitário como forma de destinação final, com coleta de 90% do chorume produzido, tratamento biológico do mesmo com 85% de eficiência em relação à matéria orgânica contida, com coleta e queima de 50% (v/v) dos gases produzidos. Estes parâmetros foram escolhidos por serem valores típicos para o funcionamento de um aterro sanitário (BOVEA et al, 2010). O terceiro cenário corresponde ao segundo cenário, acrescido de uma usina de triagem onde haverá a separação dos materiais, os quais serão reciclados em indústrias distantes a 30 km do ponto de separação. As taxas de reciclagem simuladas correspondem a: papel – 50% (p/p), plástico – 50% (p/p), metais – 80%(p/p) e vidro – 80%(p/p). O quarto cenário equivale ao terceiro cenário mais a implantação do processo de compostagem de 70% (p/p) da matéria orgânica presente no lixo. 3.4 MODELO UTILIZADO E CÁLCULO DE IMPACTOS O modelo utilizado para as simulações das informações foi o softwaere IWM 2.5 que é uma ferramenta de gestão ambiental que permite realizar o Inventário de Ciclo de Vida de um sistema de gerenciamento de resíduos, calculando o inventário de emissões. 48 Nesse estudo, foi utilizado o programa IWM-2.5 (Integrated Waste Management Model 2) versão 2.5, desenvolvido por MC Dougall (2001). Esse modelo é um software baseado na ISO 14040, permite que sejam modeladas as etapas da coleta, tratamento, compostagem, incineração, reciclagem e disposição final dos resíduos sólidos municipais. O modelo prediz cargas ambientais totais do sistema de gerenciamento do resíduo municipal e inclui um parâmetro econômico paralelo. O mesmo foi projetado como uma ferramenta de suporte de decisão para gerenciadores de resíduo nos governos e na indústria, que precisam decidir entre várias opções diferentes de gerenciamento de resíduo. O fluxo dos resíduos sólidos através do seu ciclo de vida é seguido no modelo. Cada uma das fases do ciclo de vida de resíduos é representada por uma caixa contendo perguntas de entrada a partir das quais define o sistema de gestão de resíduos sólidos considerado. O modelo é alimentado com informações sobre o lixo, energia (combustíveis e energia elétrica) e outras matérias primas utilizadas. O modelo então totaliza o consumo e aprodução de energia, emissões ao arà água, volume da disposição final, recuperação de materiais e sua composição, a fim de produzir o inventário de ciclo de vida para o resíduo da região escolhida. Para definir a conversão dos valores obtidos no inventário de ciclo de vida em impactos ambientais foram realizadas simulações com base nos fatores de caracterização de impacto utilizados pelo Software SimaPro® da Pré Consultants e publicados no relatório ReCiPe 2008, versão 1.08, com valores revisados em fevereiro de 2013. Na Tabela 10 estão resumidos os valores dos fatores de impacto utilizados neste trabalho para os impactos ambientais considerados. 49 Tabela 10: Substâncias mais comuns e os respectivos fatores de impactos nas diversas categorias. Substâncias PAG (horizonte de 10 anos) [kg CO2equiv. ano-1] Categorias de impactos PA [kg SO2 equiv. PE [kg PO43 equiv. ano-1] ano-1] TH [ton tecido. ano-1] HCA Amoníaco (NH3) 1,88 Ácido clorídrico (HCl) 0,88 Ácido fluorídrico (HF) 1,6 HCW 0,35 Ácido sulfídrico (H 2S) 0,78 Arsênio (As) 4,7 1,4 Cádmo (Cd) 580 2,9 Cromo (Cr) 6,7 0,57 Cobalto (Co) 24 Cobre (Cu) 0,24 Chumbo (Pb) 160 Manganês (Mg) 120 Mercúrio ((Hg) 120 Níquel (Ni) 470 Estanho (Sn) 0,017 Vanádio (V) 120 Zinco (Zn) 0,033 Nitrogênio (N) 0,7 Dióxido sulfúrico (SO2) 1 0,13 0,78 1,2 21 Clorobenzenos (C6 H5 Cl) 0,19 Clorofenóis 11 Policlorobifenis (PCB) 370 Benzeno (C6 H6) 3,9 Benzopireno (C20 H12) 17 Naftaleno (C14H10) 0,7 Fenantreno (C14H10) 1,7 Dióxido de carbono (CO2) Monóxido de carbono (CO) Óxido nitroso (N 2O) 4,7 0,42 Oxido de nitrogênio (NOx) Metano (CH4) 0,179 32 1 0,012 270 Amônia (NH4) 0,33 0,002 Nitrato (NO3) 0,1 0,00078 1 0,000041 Fosfato ( PO43) DQO PA – potencial de acidificação; PE – potencial de eutrofização; PAG – potencial de aquecimento global TH – toxicidade humana; ECA – ecotoxidade aquática; HCA – fator de toxicidade humana relativo ao ar HCW – fator de toxicidade humana relativo à água 0,022 50 4 RESULTADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS URBANOS ATUAIS. O local de realização desta pesquisa foi no Município de Imperatriz – MA, localizado na porção oeste do Estado do maranhão, na microrregião 38ª, tendo como limites os municípios de Cidelândia, São Francisco do Brejão, João Lisboa, Davinopolis, Governador Edilson Lobão e o Estado do Tocantins. Está situado com altitude média – 95 metros, área geográfica de 1.538,21 Km², região situado na Amazônia Legal, com clima tropical, influenciado pelas correntes atmosféricas: mTc – massa Tropical continental (quente e seca) e mEc – massa Equatorial continental (quente e úmida), pluviometria média de 1.450mm, duas estações do ano bem definidas, uma seca outro chuvosa, esta última com chuvas torrenciais, onde as temperaturas variam entre 20ºC e 38ºC, com pico de 40ºC. Para a caracterização do sistema de coleta, transporte e destinação final foram realizadas entrevistas com o gerente da empresa LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda, o qual disponibilizou dados que repesentam, distância média percorrida pelos veículos para a coleta e transporte de resíduos até o lixão, consumo médio de óleo diesel, capacidade de carga e modelos de veículos utilizados. Os dados obtidos para consumo de combustível, tipo de caminhão utilizado, capacidade e distância percorrida estão apresentados nas Tabela 11, para o período 2006 a 2008. De acordo com os dados fornecidos pelas Secretarias Municipais: Infraestrutura e Transportes, Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento da Cidade de Imperatriz – MA, juntamente com a empresa LIMP FORT Engenharia Ambiental Ltda, responsável pelo sistema de limpeza pública, a produção diária atual de RSU do município é de 274 toneladas, o que equivale a 1,095 kg/habitante, superior à média nacional que é de 1,079 kg por habitante (ABRELPE, 2011). A partir dos dados apresentados a segui, diariamente são coletados e encaminhados para o lixão municipal todos os resíduos produzidos pela população 51 (lixo doméstico, industrial, hospitalar, etc.), sem nenhum tipo de tratamento, sendo usados caminhões compactadores e caçamba, os quais percorrem diariamente cerca de 88 km em cada viagem, abrangendo coleta e transporte até o lixão. Em média esses veículos percorrem 66 km dentro da cidade para a realização da coleta e 22 km em estradas estaduais para transportar o material coletado até o lixão. Tabela 11: Média de consumo de combustível e RSU coletado p/dia - 2006 a 2008 Und Equipamento 01 Compactador 01 Caçamba 01 Caminhão baú Finalidade Carga P. Diário - km Diesel – litros/dia Coleta domiciliar Coleta domiciliar Coleta hospitalar 10m3 12 x 88 = 1.056 1.056 / 1.8 = 587 6m3 9 x 88 = 792 792 / 2.2 = 360 4m3 1 x 22 = 22 22 / 2.2 = 10 Total de consumo diário / diesel 957 litros Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda/2012 Conforme apresentado na Tabela 12, durante o período de 2009 a 2011, o sistema de coleta dos RSU do município de imperatriz – MA mostrou uma elevação na quantidade, ou seja, foram transportados diariamente entorno de 140 toneladas de materiais através dos caminhões compactadores, percorrendo um total de 1.232 km, com consumo de 655 litros de diesel. Com o uso de caminhões caçambas foram percorridos 1.056 km para transportar 72 toneladas de lixo, consumindo 480 litros de combustível. Para o transporte de lixo hospitalar foi percorrido mais 44 km e consumidos 20 litros de diesel. Durante a segunda amostra de dados sobre o sistema de coleta de RSU do município de Imperatriz – MA ficou evidenciado um 52 percurso 2.232 km, realizado pelos veículos envolvidos nos serviços e consumo médio diário de 1.185 litros de diesel. Tabela 12: Média de consumo de combustível e RSU coletado p/dia - 2009 a 2011 Und Equipamento 01 Compactador 01 Caçamba 01 Caminhão baú Finalidade Carga P. Diário - km Diesel – litros/dia Coleta domiciliar Coleta domiciliar Coleta hospitalar 10m3 14 x 88 = 1.232 1.232 / 1.8 = 685 6m3 12 x 88 = 1.056 1.056 / 2.2 = 480 4m3 2 x 22 = 44 44 / 2.2 = 20 Total de consumo diário / diesel 1.185 litros Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda/2012 Durante o ano de 2012, em razão da abertura de novas vias de circulação, construção de novos bairros e ampliação do serviço de coleta de RSU do município de Imperatriz – MA, mesmo não havendo dados sobre a coleta de lixo hospitalar, o volume de lixo sofreu um acréscimo importante, conforme retrata a Tabela 13. Tabela 13: Média de consumo de combustível e RSU coletado p/dia - 2012 Und Equipamento 01 Compactador 01 Caçamba Finalidade Carga P. Diário - km Diesel – litros/dia Coleta domiciliar Coleta domiciliar 10m3 18 x 88 = 1.584 1.584 / 1.8 = 880 6m3 15 x 88 = 1.320 1.320 / 2.2 = 600 Total de consumo diário / diesel 1.480 litros Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda/2012 Os resíduos transportados pelos caminhões compactadores foram cerca de 180 toneladas, os quais percorreram 1.584 km e consumiram 880 litros de diesel. Para o transporte de 90 toneladas de toneladas de lixo de poda, entulho e arrastão, 53 foram necessários 15 caçambas com carga de 6 toneladas, percurso total de 1.320 km e consumo de 600 litros de diesel. Em 2012, foram percorridos 2.904 km diariamente e consumidos 1.480 litros de combustível. Um resumo dos dados entre 2006 e 2012, correspondentes às massas coletadas mensalmente de cada tipo de resíduos nesse período de tempo, está apresentada na Figura 1. Os materiais coletados e encaminhados para o lixão são caracteriazados como: domiciliar, podas, lixo de pontos de acumulação, de feiras e entulho. Da Figura 3também pode ser observada que a produção diária média aumentou no intervalo de 2006 até 2012, pasando de 158 t/d para 274 t/d respectivamente. Esta variação representa um aumento de 73% em relação ao ano de 2006. Na Figura 32fica ainda evidenciado que entre 2008 e 2009 houve uma redução da geração de lixo em comparação a 2007. Esta redução está associada ao encolhimento da economia do Brasil, em consequencia da crise financeira que se instalou no mundo. Tal observação está referendada no levantamento realizado pela ABRELPE (2011), que mostra uma retração da geração de lixo no Brasil neste mesmo període de tempo. De acordo com Bovea et al, (2010), dentre os fatores que determinam a taxa de geração de lixo se encontram o nível educacional, o poder aquisitivo da população, a renda per capita e a situação da economia, dentre outros. Em épocas de retração econômica é comum que os cidadãos restrigam seus gastos gerando, com isso, menos lixo. 54 300 250 Toneladas 200 150 100 50 0 2006 2007 2008 2009 Ano 2010 2011 2012 Figura 3: Evolução da massa de lixo coletada entre 2006-2012 Na Figura 3 mostra novamente a retração da produção de lixo em 2008 e 2009. Segundo o IBGE (2010), a população da cidade aumentou 7% entre 2006 e 2012. Logo, o aumento de 73% na taxa de geração de lixo é 10 vezes maior que a taxa de crescimento população no mesmo período. Esta elevação na taxa de geração de RSU não pode ser acreditada unicamente à situação econômica do país. Com base nas informações fornecidas pela Prefeitura Municipal de Imperatriz - MA e pela empresa LIMP FORT Engenharia Ambiental Ltda, esta responsável pelo serviço de limpeza pública, o aumento está alavancado, entre outros fatores, em razão da ampliação do serviço de coleta, das melhorias na infraestrutura da cidade, permitindo que bairros e áreas afastadas, que anteriormente não eram regularmente atendidas pelos serviços fossem incluídas. 55 120000 100000 Toneladas 80000 60000 40000 20000 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Ano Figura 4: Geração média anual de lixo no Município de Imperatriz. 4.2 RESULTADOS DA COMPARAÇÃO DA SIMULAÇÃO DOS CENÁRIOS. Os resultados do consumo total de combustíveis, dos quatro cenários trabalhados, estão apresentados na Figura 5, onde os valores em vermelho representam energia não consumida (negativos), os quais significam economia do recurso considerado. Segundo Moberg et al. (2005), valores negativos indicam impactos evitados. As tabelas com os resultados individuais dos Inventários de Ciclo de Vida obtidos em cada cenário estão apresentados no ANEXO II. 56 Energia Gasta (GJ) 50.000,0 0,0 (50.000,0) CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 (100.000,0) (150.000,0) (200.000,0) (250.000,0) (300.000,0) (350.000,0) Figura 5: Consumo de energia nos quatro cenários simulados A comparação dos valores mostra que não há diferença no consumo de energia entre os cenários 01 e 02, uma vez que a distância percorrida para a coleta e destinação final dos resíduos é a mesma nos dois cenários. No entanto, ao analisar os cenários 03 e 04 observa-se uma economia significativa de energia produzida pelos dois sistemas. No cenário 03 a coleta, triagem e aterro consomem um total de 28.590 GJ. Porém, a reciclagem dos materias triados mostra uma economia de 210.609 GJ. Esta economia ou ganho de energia está baseada na comparação entre a energia gasta na reciclagem de materiais secundários e a produção dos mesmos a partir de fontes primárias. No total, a introdução da triagem e a reciclagem de materiais valiosos como papel, plásticos e metais representa uma economia de energia de 180.595 GJ. Segundo Bovea et al, (2010), a reciclagem permite evitar as cargas de poluição e seus impactos ambientais, uma vez que evita o consumo de material virgem de acordo com a taxa de substituição de 1:1. Considerando a introdução da compostagem no cenário 04, a economia de energia é ainda superior a do cenário 03. A maior economia de energia se justifica em razão de grande parte da matéria orgânica coletada ser desviada do aterramento para a compostagem, o que significa uma economia de energia no 57 trasporte de material. Esta mesma observação foi realizada por Schüler (2008) e Neto (2007). No cenário 04 a economia de energia representa a quantia de 344.882,0 GJ no total, o que é 91,1% maior que a do cenário 03. Embora esta economia de energia não seja percebida no caixa da prefeitura, a mesma representa uma economia para a matriz energética do Brasil. O combustível consumido durante as etapas de triagem, transporte, coleta dos resíduos contribui para o impacto em todos os cenários que foram analisados, uma vez que não há como evitar qualquer impacto ambiental atribuível a esses processos. Os resultados do Potencial de Aquecimento Global (PAG) dos quatro cenários estão apresentados na Figura 6. Em função da falta de coleta e tratamento dos gases produzidos pelo lixão, o cenário 01 apresenta um PAG de 161.933.345 kgequiv de CO2/ano (ou 161.933 tonequiv de CO2/ano). Já a introdução de um aterro sanitário como meio de destinação final contribui para a diminuição do PAG em 38,8%, atingindo um valor de 99.046.402 Kgequiv de CO2/ano. A coleta e tratamento de 50% dos gases de aterro produzidos se mostra uma medida importante para a redução deste impacto. O impacto poderia ser redizido ainda mais se a perda de gases por difusão de dentro do aterro fosse diminuída. Esta perda por difusão é consequencia da forma de cobertura utilizada nos aterros do Brasil, onde a mesma é realizada apenas com camadas de argila e de terra. Ainda, a coleta de gases no aterro é realizada apenas por sistemas baseados na advecção de gases por diferença de pressão. O ponto crítico de um aterro é que o mesmo não é um sistema totalmente isolado ou totalmente inerte e que trabalha como um reator anaeróbio durante longo tempo. Muitos elementos emitidos pelos materiais aterrados transpassarão as barreiras do aterro sanitário, causando impactos negativos. 58 PAG [Kg equiv. CO2/ano] 180.000.000 160.000.000 140.000.000 120.000.000 100.000.000 80.000.000 60.000.000 40.000.000 20.000.000 0 CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 Figura 6: Resultados do PAG dos 4 cenários considerados. A introdução do processo de triagem e reciclagem no cenário 03 apresenta uma redução bastande expressiva em relação ao cenário 02. O PAG do cenário 03 atinge um valor final de 85.642.142 Kgequiv de CO2/ano, demosntrando portanto, que a retirada de materiais celulósicos (papel) do fluxo destinado ao aterramento, pode contribuir de maneira significante em relação ao controle deste parâmetro. Comparando o cenário 03 em relação ao cenário 01, o PAG sofre diminuição de 47%.Porém, o maior percentual de queda do PAG ocorre no cenário 04, em razão do material orgânico que é encaminhado para o processo de reciclagem. A redução é de 78% em comparação ao cenário 01. O valor do PAG represntado pelo cenário 04 é de 34.815.464 Kgequiv de CO2/ano. Em todos os cenários considerados a contribuição da coleta foi de 1.670.124 Kgequiv de CO2/ano, associado à queima de combustível fóssil. A comparação do Potencial de Acidificação (PA) dos cenários simulados estárepresentada na Figura 7. 59 PA [ Kg Equiv. SO2/ano] 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 Figura 7: Comparação do potencial de acidificação dos cenários simulados. De acordo com o exposto anteriormente o potencial de acidificação está relacionado à emissão de gases do tipo NOx, N2O, SOx, SO2, HCl e HF, além de amônia e sulfato, todos eles transformados em equivalentes grama de SO2. O potencial de acidificação do cenário 01 corresponde a 25.239,0 Kgequiv SO2/ano. Desse total, 23.436,8 Kgequiv SO2/ano refer-se à etapa de coleta e 1.802,4 Kgequiv SO2/ano à de aterramento. Os valores mostram que a queima de gases durante a coleta é o principal vilão da emissão de materiais acidificantes (92,8%), sendo que o lixão emite apenas o equivalente 7,2%. O principal gás responsável pelo PA deste cenário é o NOx, derivado da queima incompleta de combustíveis fósseis. A introdução do aterro sanitário, com coleta e queima de 50% dos gases gerados apresentou uma elevação do PA do cenário 02, em comparação ao 60 cenário 01. Este aumento se deve à queima incompleta dos gases no aterro, que acabam emitindo uma maior quantidade de NOx. As etapas de coleta e aterramento mostraram valores de PA de 23.436,8 e 2.044,4 Kgequiv SO2/ano respectivamente. Em comparação com o cenário 01, a coleta e queima dos gases no aterro sanitário apresentou um aumento de 13,4%, relativo à produção de gases do lixão. A introdução da triagem e reciclagem de materiais separados contribuiu para uma redução de 59,8% do PA do sistema, comparado ao cenário 01. Na Tabela 14 está apresentado um resumo dos valores de PA de cada etapa considerada no cenário 03. Tabela 14: Valores de PA para cada etapa do cenário 03 em g/ano. Coleta Triagem Aterro Reciclagem Total 23.436,8 149,0 1.900,4 (15.217,8) 10.268,5 Dos valores apresentados na Tabela 14, a coleta mantém o mesmo valor observado nos cenário 01 e 02. Porém, os valores negativos da reciclagem em decorrência da não emissão de SO2 e NOx por uso de material secundário, contribuiram como ganho ambiental do sistema, reduzindo o valor de PA do mesmo. Um resumo do PA do cenário 04 está apresentado na Figura 6. Tabela 15: Valores de PA para cada etapa do cenário 04 em g/ano. Coleta Triagem Compostagem Aterro Reciclagem Total 23.436,8 149,0 1.754,2 1.050,7 (15.217,8) 11.172,9 Os valores da Figura 7 mostram um aumento de 8,8% em relação ao cenário 03, uma vez que na compostagem existe emissão de gases que contribuem no potencial de acidificação do sistema. Mesma assim, o valor final de PA apresenta uma redução de 55,7%. Desde que o uso intensivo de combustíveis fósseis produz emissões caracterizadas por altos valores de PA (ou seja, NOx, SOx), produzir eletricidade a partir de outras fontes como os gases de aterro sanitário, bem como, 61 a recuperação de energia a partir de resíduos e aumentar a reciclagem de materiais, com economia de energia conseqüentes, pode ser particularmente interessante, a fim de reduzir a contribuição brasileira para esta categoria de impacto. A Figura 8 apresenta também os resultados referentes à categoria de impacto ambiental potencial de eutrofização, onde foram considerados os parâmetros fosfato, NO3, DQO e NH4+ (emissões líquidas), NOx e NH3 (emissões gasosas). PE [ Kg equiv. PO4/ano] 6.000 4.000 2.000 0 CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 -2.000 -4.000 Figura 8: Resultados de PE nos 4 cenários simulados. O principal gás a contribuir no PE do sistema é o gás NOx, uma vez que ele é emitido em grande quantidades na queima de combustível, entre outros. Na Figura 8 há ainda a demonstração de forma clarada importância do processo de reciclagem. O ganho ambiental do cenário 3 corresponde a uma economia de 2.836 Kg equiv de PO4/ano. Já a introdução da compostagem no cenário 04 mostrou uma diminuição do ganho ambiental, em razão das emissões de gases provenientes da compostagem, os quais também são responsáveis pela acidificação, como o NOx. 62 O impacto ambiental Potencial de Depleção da Camada de Ozônio (PDCO) está representado na Figura 9. Os principais compostos contribuintes para este impacto são os hidrocarbonetos clorados. Os valores graficados na Figura 9 mostram que o pior cenário é o número 01. A introdução do aterro sanitário com queima de gases e a reciclagem diminuiram em 38 e 40,1% respectivamente o PDCO associado aos cenários 02 e 03. A redução apresentada pelo cenário 03 está justificada pela queima de gases no aterro e pela reciclagem de material celulósico da massa de material aterrado. Porém, a compostagem, com o desvio de matéria orgânica do aterro, apresentou a maior diminuição deste potencial impacto ambiental, fazendo com que o a sua redução fosse equivalente a 68%. Depleção da Camada de Ozônio [Kg equiv. CFC-11/ano] 40 35 30 25 20 15 10 5 0 CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 Figura 9: Potencial de depleção da camada de ozônio nos cenários simulados. O potencial de geração de ozônio (PGO) de cada cenário está apresentado na Figura 10. Os principais contribuintes para este impacto ambiental são: CO, CH4, NOx, SOx e os hidrocarbonetos totais. 63 Geração de Ozônio [Kg equiv. NMVOC/ano] 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 -20.000 CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 Figura 10: Potencial de geração de ozônio dos cenários simulados. A Figura 9 mostra que o controle das emissões atmosféricas no cenário auxilaiam na diminuição no PGO de 113.891,7 para 73.937,0 Kg equiv NMVOC/ano. Isso se justifica pela queima dos gases coletados no aterro sanitário, diminuindo principalmente a emissão de CH4. O uso da triagem e reciclagem tambémcontribuem para a redução deste potencial no cenário 03. O maior ganho ambiental é apresentado no cenário 04, onde a compostagem retira uma grande quantidade de matéria orgânica do aterro, controlando com isso a produção de gases pelo processo aeróbio no aterro. Os resultados do impacto ambiental TH relacionados à emissão atmosférica estão apresentados na Figura 11: Os principais elementos neste impacto ambiental são o NOx, SOx e os hidrocarbonetos totais. 64 TH HCA [Kg equiv. Tecido/ano] ] 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 -20.000 CEN 01 CEN 02 CEN 03 CEN 04 -40.000 Figura 11: Toxicidade humana dos 4 cenários trabalhados. Como já foi constatado nos demais impactos, o cenário 01 é o pior em relação à toxicidade humana, devido à emissão sem controle dos gases produzidos no lixão. A introdução da coleta e queima de gases no cenário 02 reduz os valores de TH em 32%. Os impactos potenciais sobre a TH permanecem elevados com a introdução do aterro clássico usado no Brasil. Emissões de benzeno para a atmosfera, a partir da difusão pela cobertura do aterro de parte do gás produzido e dos compostos orgânicos voláteis no sistema de tratamento de gases dos aterros, são os principais causadores desse impacto. O tratamento de gás por meio da queima com “flares” ou em planta de reaproveitamento de gases removem uma grande fração do benzeno do gás de aterro, que conduz a um impacto reduzido substancialmente em comparação com a TH relacionada ao lixão. No entanto, os resultados mostram que os impactos sobre a TH permanecem como uma grande preocupação mesmo com a implementação dos aterros tradicionais. A cobertura superior de solo utilizado em todos os aterros no Brasil tem, de fato, uma eficácia relativamente baixa para remover/controlar o benzeno, e os outros gases causadores da TH. 65 A contribuição da reciclagem e da compostagem mostra ganhos ambientais maiores. No cenário 03, a reciclagem apresenta um ganho ambiental em relação à emissão de SOx e NOx, levando no contexto geral a uma redução de 80% no potencial de TH em relação ao cenário 01. Contudo, é a introdução do processo de compostagem, com a conversão de matéria orgânica em húmus, que maior ganho ambiental apresenta. Como já fora citado anteriormente, o desvio de matéria orgânica do fluxo que vai para o aterro, contribui para a redução das emissões atmosféricas, sendo, portanto, decisivo para a diminuição da TH associado ao processo. Analisando a quantidade de resíduos destinados ao aterro (vide Tabela 16) e utilizando um peso específico de material compactado de 1000 kg/m³, pode se calcular o uso de solo para o aterramento, considerando um espçocom 10 metros de altura. Tabela 16: Uso do solo para aterramento dos RSU em cada cenário. Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03 Cenário 04 10.643,9 m² 10.643,9 m² 8.284,8 m² 3.523,2 m² Os resultados mostram que a implementação de medidas como reciclagem e compostagem pode reduzir o uso do solo para o aterramento de lixo em 67%. 66 5 CONCLUSÕES Os resultados obtidos neste trabalho com a simulação de quatro cenários permitem concluir: De uma maneira geral os resultados mostraram que, a implantação de processos de triagem, reciclagem e compostagem associados a um aterro sanitário, apresentam menores impactos ambientais se comparados ao cenário atual, no qual todo o material coletado é encaminhado a um lixão. Em relação ao cenário 01, o cenário 04 mostra uma redução de 78% no PAG, 55,7% no PA, 100% no PE, 68% no PDCO, 100% do PGO, 100% TH e 67% do uso do solo para aterramento. Porém, é importante salientar outros resultados que este trabalho apresenta. A frota utilizada na coleta dos resíduos sólidos é responsável pela emissão de grandes quantidades de gases e consumo de milhares de litros de óleo diesel. Neste trabalho, a emissão de gases causadores do efeito estufa pela frota de veículos da empresa LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda em Imperatriz - MA, equivale a 10% do total calculado no cenário 01. Dessa forma a frota deve receber uma manutenção adequada e ser dimensionada para realizar a coleta e o transporte do lixo coletado com a maior eficiência possível, de modo a permitir economia de combustível e redução das emissões atmosféricas. Dentre as etapas de gerenciamento, a disposição final no lixão é a que apresenta os maiores impactos ambientais. Esses elevados impactos estão associados às emissões gasosas e de efluentes característicos dos lixões, que não possuem nenhum sistema de controle da poluição. Do ponto de vista ambiental o lixão apresenta elevado potencial de aquecimento global, de eutrofização, de acidificação, de geração de ozônio e de depleção da camada de ozônio, se comparado aos outros sistemas de gerenciamento simulados. Do ponto de vista humanitário, o seu elevado potencial de toxicidade humana é preocupante, uma vez que no lixão de Imperatriz – MA há um grande número de pessoas, que trabalham como prestadores de serviços (fiscais, monitores e motoristas), da Prefeitura Municipal e empresa LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda, assim como catadores de materiais recicláveis. 67 A utilização de um aterro sanitário como forma de destinação final, nos moldes utilizados no Brasil (cobertura final apenas com solo e captação de gases por diferença de pressão), embora apresente menores impactos ambientais se comparados com lixão, deve assegurar uma elevada eficiência de coleta dos gases de aterro e de lixiviados, uma vez que baixas taxas de captura comprometem o desempenho ambiental global do sistema de gerenciamento de resíduos. Outro fator importante associado à instalação do aterro como destinação final de lixo está relacionado ao tratamento de gases capturados nele. A simples queima de gases, na forma praticada no Brasil, embora diminua a emissão de CH4, pode aumentar a emissão de gases do tipo dioxinas e NOx. Este último gás pode elevar o potencial de eutrofização e de acidificação do sistema de gerenciamento de resíduos. Para um melhor aproveitamento dos gases de aterro, deve ser avaliada a instalação de sistema de extração forçada e o aproveitamento energético dos gases captados. A implantação de um processo de triagem e reciclagem permite desviar materiais recicláveis e reaproveitáveis do fluxo destinado ao aterro, contribuindo, com isso, para a economia de recursos naturais. Ainda, a reciclagem de materiais separados traz consigo economia de energia e de emissões atmosféricas importantes, que conduzem por sua vez a ganhos ambientais significativos. A decomposição anaeróbica da matéria orgânica presente no lixo produz grandes quantidades de CH4 e de CO2, mas também outros gases como hidrocarbonetos clorados, CO, N2O e outros causadores de vários impactos. A compostagem de parte da matéria orgânica contida no lixo contribui de forma importante na redução das emissões atmosféricas ocorridas no lixão e, conseqüentemente, na redução dos impactos ambientais associados ao sistema de uma forma geral. Além de contribuir para o controle das emissões atmosféricas, a compostagem, assim como a reciclagem, influenciam de forma direta, aumentando a vida útil do aterro, uma vez que evita a disposição de grandes quantidades dos materiais. No cenário 04, a necessidade de área para aterramento do lixo é 67% menor que a do cenário atual. 68 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública – Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, São Paulo, 186p, 2011. www.abrelpe.org.br ARENA, A. 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PONTO ARRASTÃO HOSPITALAR ENTULHO PODA Total Diário TOTAL - MÊS TON TON TON TON TON TON TON TON TON FEV 3164,87 150,20 372,06 29,11 0,00 178,78 129,84 3895,02 MAR 4214,00 251,18 224,85 19,44 356,93 101,12 172,25 5167,52 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - 2006 ABR MAI JUN JUL AGO 3812,26 4217,85 3643,20 3615,80 3726,26 423,69 391,83 0,00 123,35 76,76 229,58 217,43 119,96 325,01 431,77 24,93 31,97 28,77 23,78 29,66 58,21 345,30 0,00 0,00 0,00 217,18 183,18 130,74 234,97 143,36 158,87 179,59 130,76 144,09 146,93 4765,85 5387,56 3922,67 4322,91 4407,81 SET 3815,48 86,41 503,99 32,87 0,00 130,67 152,32 4569,42 OUT 4241,19 146,72 429,77 42,30 0,00 158,21 167,27 5018,19 NOV 4508,13 240,97 580,49 27,71 32,47 230,97 187,36 5620,74 DEZ 4755,49 424,27 657,73 29,63 0,00 256,74 204,13 6123,86 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda Anexo 01: (B) – Dados referentes ao sistema de gerenciamento de resíduos de Imperatriz – MA. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – 2007 TON JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ DOMICILIAR TON 4728,74 3992,04 4407,79 4154,43 4087,95 3848,04 3941,84 4058,21 3943,44 4208,46 4334,15 4892,31 L. PONTO TON 675,48 579,36 510,72 406,45 681,69 796,68 617,41 547,40 820,64 717,73 719,79 574,30 ARRASTÃO TON 501,63 449,02 606,45 565,27 279,98 40,87 0,00 19,32 4,76 0,00 3,53 0,00 HOSPITALAR TON 46,30 36,16 36,16 47,12 43,05 26,00 26,22 27,57 25,47 26,76 27,15 29,31 ENTULHO TON 0,00 97,55 18,73 30,63 53,96 236,26 2,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 PODA TON 268,76 297,90 279,11 341,29 224,66 172,06 770,83 721,43 2.978,15 1.058,13 1041,06 1.041,06 Total Diário TON 207,56 181,74 194,68 184,84 174,05 170,67 178,64 179,13 259,08 199,99 204,19 217,89 TOTAL - MÊS TON 6220,61 5452,03 5840,23 5545,19 5371,28 5119,91 5359,12 5373,93 7772,46 6999,99 6125,68 6536,98 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda 74 Anexo 01: (C) – Dados referentes ao sistema de gerenciamento de resíduos de Imperatriz – MA. DOMICILIAR L. PONTO ARRASTÃO HOSPITALAR ENTULHO PODA Total Diário TOTAL - MÊS TON JAN FEV MAR TON 4924,56 4397,50 4667,10 TON 468,92 866,86 764,59 TON 00,00 4,87 82,79 TON 31,98 27,28 28,47 TON 00,00 00,00 00,00 TON 00,00 00,00 00,00 TON 180,85 176,55 184,76 TON 5425,46 5296,51 5542,95 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - 2008 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV 4758,60 4590,85 3950,76 4359,05 4172,78 3923,78 4541,60 4293,95 1081,77 1008,09 779,15 804,74 1049,22 780,34 928,04 812,20 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 28,14 29,38 28,59 27,82 29,83 32,55 29,78 27,38 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 195,61 187,61 158,62 173,05 175,06 157,89 183,31 171,11 5868,51 5628,32 4758,50 5191,61 5251,83 4736,67 5499,42 5133,53 DEZ 4893,67 1235,39 00,00 30,84 00,00 00,00 20533 6159,90 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda Anexo 01: (D) – Dados referentes ao sistema de gerenciamento de resíduos de Imperatriz – MA. DOMICILIAR L.PONTO ARRASTÃO HOSPITALAR ENTULHO PODA Total Diário TOTAL - MÊS TON TON TON TON TON TON TON TON TON RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - 2009 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV 4536,45 3929,75 4461,20 4352,59 4255,68 4024,12 4004,03 4084,72 4550,34 4780,64 4586,42 1655,74 1124,75 1182,20 708,53 569,77 519,28 718,20 636,80 924,11 812,22 638,06 0,00 0,00 106,22 255,79 269,91 203,86 168,25 138,44 0,00 0,00 83,09 32,25 34,41 39,53 39,69 33,92 43,55 39,07 39,65 37,79 39,07 38,44 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 272,46 147,28 152,12 123,55 164,55 127,74 156,19 118,11 82,46 99,41 156,10 216,56 174,54 198,04 182,67 176,46 163,95 169,52 167,25 186,49 191,04 183,40 6496,90 5236,19 5941,27 5480,15 5293,83 4918,55 5085,74 5017,72 5594,70 5731,34 5502,11 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda DEZ 5375,10 695,35 0,00 40,50 00,00 150,56 208,71 6261,51 75 Anexo 01: (E) – Dados referentes ao sistema de gerenciamento de resíduos de Imperatriz – MA. TON DOMICILIAR TON L. PONTO TON ARRASTÃO TON HOSPITALAR TON ENTULHO TON PODA TON Total Diário TON TOTAL - MÊS TON RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - 2010 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 4865,35 4438,16 5125,90 4846,79 4860,68 4305,17 4874,79 5885,98 5968,68 6010,55 6142,85 6545,63 794,22 301,76 656,89 390,53 873,02 1786,85 734,85 702.06 608,04 805,21 808,68 533,58 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 41,01 34,99 44,39 40,30 44,15 40,32 45,74 55,55 51,78 54,33 51,97 53,60 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 120,14 97,71 141,81 112,72 104,67 116,07 117,83 247,52 214,61 231,54 224,98 242,82 194,02 162,42 198,96 179,67 196,08 208,28 192,44 229,70 228,10 237,414 244,15 244,06 5820,72 4872,62 5968,99 5390,34 5882,52 6248,41 5773,21 6891,11 6843,11 7122,42 7324,51 7322,03 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda Anexo 01: (F) – Dados referentes ao sistema de gerenciamento de resíduos de Imperatriz – MA. TON DOMICILIAR TON L. PONTO TON ARRASTÃO TON HOSPITALAR TON ENTULHO TON PODA TON Total Diário TON TOTAL - MÊS TON RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - 2011 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV 6116,32 5592,32 6194,37 6199,58 6914,02 6814,57 6725,75 6902,93 6990,93 7462,71 7755,39 860,14 879,37 803,18 760,28 798,85 774,67 601,11 698,45 688,58 617,70 549,96 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 49,30 57,30 61,64 59,87 49,47 25,00 26,29 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 212,44 248,64 407,22 390,16 294,80 228,10 200,94 214,78 234,13 93,35 100,47 241,27 226,021 248,88 246,99 268.57 261,41 260,07 260,53 263,78 272,45 280,19 7238,20 6780,63 7466,41 7409,89 8057,14 7842,34 7802,32 7816,16 7913,64 8173,76 8405,82 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda DEZ 7537,63 765,15 00,00 00,00 00,00 600,79 296,78 8903,57 76 Anexo 01: (G) – Dados referentes ao sistema de gerenciamento de resíduos de Imperatriz – MA. DOMICILIAR L. PONTO ARRASTÃO HOSPITALAR ENTULHO PODA Total Diário TOTAL - MÊS TON TON TON TON TON TON TON TON TON RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - 2012 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV 6116,32 6592,32 6894,37 6699,58 6984,02 6894,57 6925,75 6982,93 7990,93 7462,71 7755,39 860,14 879,37 803,18 860,28 898,85 874,67 801,11 898,45 888,58 817,70 749,96 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 00,00 252,44 258,64 407,22 493,16 395,80 348,10 308,94 384,78 364,13 99,35 110,47 240,96 257,67 270,15 268,43 275,95 270,57 267,86 275,53 308,12 279,32 287,19 7228,90 7730,33 8104,77 8053,02 8278,67 8117,34 8035,80 8266,16 9243,64 8379,76 8615,82 Fonte – LIMP FORT – Engenharia Ambiental Ltda DEZ - 77 Anexo 02: (A) – Simulação: Cenários 01 e 02 – Lixo Total Colunas1 Non-hazardous Hazardous Industrial-energy Industrial-bins Industrial-bags Leachate-treatment Recycling-credits Total Volume Units tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes m3 Collection 0,00 0,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00 2,00 Sorting 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Biological 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Thermal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Landfill 100025,00 0,00 0,00 0,00 0,00 338,00 0,00 100363,00 106437,00 Recycling 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total 100025,00 0,00 3,00 0,00 0,00 338,00 0,00 100366,00 106439,00 Sorting 6.371,0 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6.376,0 6.007,0 Biological 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 81.007,0 0,0 0,0 0,0 0,0 312,0 0,0 81.319,0 88.860,0 Recycling 0,0 0,0 (1.172,0) 0,0 0,0 0,0 (12.446,0) (13.618,0) (12.021,0) Total 87.378,0 0,0 (1.164,0) 0,0 0,0 312,0 (12.446,0) 74.080,0 82.848,0 Anexo 02: (B) – Simulação: Cenário 03 – Lixo Total Non-hazardous Hazardous Industrial-energy Industrial-bins Industrial-bags Leachate-treatment Recycling-credits Total Volume Units tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes m3 Collection 0,0 0,0 3,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 2,0 78 Anexo 02: (C) – Simulação: Cenário 04 – Lixo Total Non-hazardous Hazardous Industrial-energy Industrial-bins Industrial-bags Leachate-treatment Recycling-credits Total Volume Units tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes tonnes m3 Collection 0,0 0,0 3,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 2,0 Sorting 6.371,0 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6.376,0 6.007,0 Biological 29.101,0 0,0 26,0 0,0 0,0 0,0 0,0 29.128,0 31.353,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 16.201,0 0,0 0,0 0,0 0,0 175,0 0,0 16.377,0 17.897,0 Recycling 0,0 0,0 (2.125,0) 0,0 0,0 0,0 (20.103,0) (22.228,0) (19.937,0) Total 51.674,0 0,0 (2.090,0) 0,0 0,0 175,0 (20.103,0) 29.655,0 35.322,0 79 Anexo 02: (D) – Simulação: Cenário 01 – Efluentes BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc Units Collection Sorting Biological Thermal Landfill Recycling Total g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g 2,0 73,0 1415284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6532,0 0,0 63,0 0,0 13245611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467225,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 65795166,0 65795168,0 49936,0 47446,0 47442,0 24433,0 0,0 9014,0 1,0 498261,0 332,0 1,0 332,0 1644879,0 1423,0 1281,0 0,0 9251,0 2253751,0 1494,0 14,0 4033,0 0,0 0,0 8654,0 0,0 16130,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 65795168,0 65795241,0 1465220,0 47674,0 47442,0 24433,0 0,0 9014,0 55,0 504794,0 332,0 64,0 332,0 14890490,0 1424,0 1281,0 0,0 9251,0 2267677,0 1494,0 14,0 4033,0 17,0 1,0 475879,0 0,0 16131,0 80 Anexo 02: (E) – Simulação: Cenário 02 – Efluentes Units BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 2,0 73,0 1415284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6532,0 0,0 63,0 0,0 13245611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467225,0 0,0 0,0 Sorting 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Biological 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 9540299,0 9540300,0 29654,0 6883,0 6879,0 3543,0 0,0 1307,0 1,0 72351,0 48,0 1,0 48,0 448275,0 206,0 186,0 0,0 1341,0 327014,0 217,0 2,0 585,0 0,0 0,0 8654,0 0,0 2339,0 Recycling 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Total 9540301,0 9540373,0 1444939,0 7111,0 6879,0 3543,0 0,0 1307,0 55,0 78883,0 48,0 64,0 48,0 13693885,0 207,0 186,0 0,0 1341,0 340940,0 217,0 2,0 585,0 17,0 1,0 475879,0 0,0 2339,0 81 Anexo 02: (F) – Simulação: Cenário 03 – efluentes Units BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 2,0 73,0 1415284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6532,0 0,0 63,0 0,0 13245611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467225,0 0,0 0,0 Sorting 1,0 26,0 6028,0 938,0 0,0 0,0 0,0 1,0 5902,0 34,0 12,0 479,0 0,0 84993,0 59,0 30,0 0,0 0,0 1885,0 30,0 0,0 30,0 134,0 354,0 28222,0 0,0 59,0 Biological 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 9044967,0 9044968,0 26078,0 6360,0 6356,0 3273,0 0,0 1208,0 1,0 66843,0 44,0 1,0 44,0 401820,0 191,0 172,0 0,0 1239,0 302131,0 200,0 2,0 540,0 0,0 0,0 7560,0 0,0 2161,0 Recycling 5785149,0 -202353900,0 3992565,0 12907527,0 -2089726,0 609,0 0,0 -3162,0 -2119814,0 11155,0 -4499,0 -183882,0 -133,0 57404686,0 -22982,0 -6919,0 -5926094,0 -347,0 -214818,0 -11377,0 9,0 -11021,0 3667689,0 -38346,0 26185568,0 60,0 -21617,0 Total 14830119,0 -193308833,0 5439956,0 12915053,0 -2083370,0 3882,0 0,0 -1954,0 -2113857,0 84564,0 -4442,0 -183340,0 -88,0 71137109,0 -22732,0 -6718,0 -5926093,0 892,0 103124,0 -11147,0 11,0 -10450,0 3667840,0 -37992,0 26688575,0 60,0 -19397,0 82 Anexo 02: (G) – Simulação: Cenário 04 – Efluentes Units BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 2,0 73,0 1415284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6532,0 0,0 63,0 0,0 13245611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467225,0 0,0 0,0 Sorting 1,0 26,0 6028,0 938,0 0,0 0,0 0,0 1,0 5902,0 34,0 12,0 479,0 0,0 84993,0 59,0 30,0 0,0 0,0 1885,0 30,0 0,0 30,0 134,0 354,0 28222,0 0,0 59,0 Biological 2605568,0 4407077,0 90756,0 4804,0 0,0 0,0 0,0 3,0 30167,0 450793,0 61,0 2450,0 2,0 995441,0 303,0 151,0 2,0 0,0 10225,0 152,0 0,0 152,0 687,0 1810,0 164039,0 2,0 304,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 4713929,0 4713930,0 15325,0 3454,0 3484,0 1776,0 0,0 658,0 1,0 36086,0 24,0 1,0 24,0 234403,0 106,0 96,0 0,0 677,0 162849,0 109,0 1,0 299,0 0,0 0,0 4471,0 0,0 1185,0 Recycling 11239333,0 -191720219,0 463073,0 12854760,0 -2031861,0 851,0 0,0 -7477,0 -3123629,0 -11176,0 -6783,0 -283304,0 -142,0 51567389,0 -34974,0 -7471,0 -5926132,0 -548,0 -393519,0 -17790,0 19,0 -16698,0 3639348,0 -98540,0 21803841,0 90,0 -31817,0 Total 18558834,0 -182599114,0 1990467,0 12864184,0 -2028376,0 2627,0 0,0 -6816,0 -3087506,0 482268,0 -6686,0 -280311,0 -116,0 66127837,0 -34506,0 -7195,0 -5926130,0 130,0 -204634,0 -17500,0 20,0 -16216,0 3640186,0 -96375,0 22467798,0 92,0 -30268,0 83 Anexo 02: (H) – Simulação: Cenário 01 – Emissões Particulates CO CO2 CH4 NOx GWP N2O SOx HCl HF H2S TotalHC ChlorinatedHC Dioxins/Furans Ammonia Arsenic Cadmium Chromium Copper Lead Manganese Mercury Nickel Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g G Collection Sorting 671.353,0 0,0 8.936.251,0 0,0 1.628.484.312,0 0,0 1.982.305,0 0,0 29.303.645,0 0,0 1.670.124.918,0 0,0 39,0 0,0 2.454.067,0 0,0 3.330,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 1,0 0,0 Biological 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Thermal Landfill Recycling Total 0,0 12.435,0 0,0 683.788,0 0,0 384.802,0 0,0 9.321.053,0 0,0 15.536.434.535,0 0,0 17.164.918.847,0 0,0 6.891.751.672,0 0,0 6.893.733.977,0 0,0 542.777,0 0,0 29.846.422,0 0,0 160.263.219.870,0 0,0 161.933.344.788,0 0,0 1,0 0,0 40,0 0,0 45.455,0 0,0 2.499.522,0 0,0 1.140.319,0 0,0 1.143.648,0 0,0 228.051,0 0,0 228.052,0 0,0 3.508.484,0 0,0 3.508.484,0 0,0 35.084.839,0 0,0 35.084.839,0 0,0 613.985,0 0,0 613.985,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 98,0 0,0 98,0 0,0 12,0 0,0 12,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 89,0 0,0 90,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 1.316,0 0,0 1.316,0 84 BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection Sorting 2,0 0,0 73,0 0,0 1.415.284,0 0,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 0,0 6.532,0 0,0 0,0 0,0 63,0 0,0 0,0 0,0 13.245.611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13.926,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 16,0 0,0 1,0 0,0 467.225,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Biological 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill Recycling 65.795.166,0 0,0 65.795.168,0 0,0 49.936,0 0,0 47.446,0 0,0 47.442,0 0,0 24.433,0 0,0 0,0 0,0 9.014,0 0,0 1,0 0,0 498.261,0 0,0 332,0 0,0 1,0 0,0 332,0 0,0 1.644.879,0 0,0 1.423,0 0,0 1.281,0 0,0 0,0 0,0 9.251,0 0,0 2.253.751,0 0,0 1.494,0 0,0 14,0 0,0 4.033,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8.654,0 0,0 0,0 0,0 16.130,0 0,0 Total 65.795.168,0 65.795.241,0 1.465.220,0 47.674,0 47.442,0 24.433,0 0,0 9.014,0 55,0 504.794,0 332,0 64,0 332,0 14.890.490,0 1.424,0 1.281,0 0,0 9.251,0 2.267.677,0 1.494,0 14,0 4.033,0 17,0 1,0 475.879,0 0,0 16.131,0 85 Anexo 02: (I) – Simulação: Cenário 02 – Emissões Particulates CO CO2 CH4 NOx GWP N2O SOx HCl HF H2S TotalHC ChlorinatedHC Dioxins/Furans Ammonia Arsenic Cadmium Chromium Copper Lead Manganese Mercury Nickel Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection Sorting Biological 671.353,0 0,0 0,0 8.936.251,0 0,0 0,0 1.628.484.312,0 0,0 0,0 1.982.305,0 0,0 0,0 29.303.645,0 0,0 0,0 1.670.124.918,0 0,0 0,0 39,0 0,0 0,0 2.454.067,0 0,0 0,0 3.330,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 Thermal Landfill Recycling Total 0,0 50.151,0 0,0 721.504,0 0,0 7.292.130,0 0,0 16.228.381,0 0,0 25.012.498.742,0 0,0 26.640.983.054,0 0,0 3.445.894.195,0 0,0 3.447.876.500,0 0,0 1.419.898,0 0,0 30.723.543,0 0,0 97.376.277.053,0 0,0 99.046.401.971,0 0,0 1,0 0,0 40,0 0,0 264.736,0 0,0 2.718.803,0 0,0 675.445,0 0,0 678.774,0 0,0 114.210,0 0,0 114.210,0 0,0 1.757.136,0 0,0 1.757.136,0 0,0 18.068.692,0 0,0 18.068.692,0 0,0 394.704,0 0,0 394.704,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 49,0 0,0 49,0 0,0 6,0 0,0 6,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 45,0 0,0 45,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 659,0 0,0 660,0 86 BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection Sorting Biological 2,0 0,0 0,0 73,0 0,0 0,0 1.415.284,0 0,0 0,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 0,0 0,0 6.532,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 63,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13.245.611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13.926,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 16,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 467.225,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill Recycling 9.540.299,0 0,0 9.540.300,0 0,0 29.654,0 0,0 6.883,0 0,0 6.879,0 0,0 3.543,0 0,0 0,0 0,0 1.307,0 0,0 1,0 0,0 72.351,0 0,0 48,0 0,0 1,0 0,0 48,0 0,0 448.275,0 0,0 206,0 0,0 186,0 0,0 0,0 0,0 1.341,0 0,0 327.014,0 0,0 217,0 0,0 2,0 0,0 585,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8.654,0 0,0 0,0 0,0 2.339,0 0,0 Total 9.540.301,0 9.540.373,0 1.444.939,0 7.111,0 6.879,0 3.543,0 0,0 1.307,0 55,0 78.883,0 48,0 64,0 48,0 13.693.885,0 207,0 186,0 0,0 1.341,0 340.940,0 217,0 2,0 585,0 17,0 1,0 475.879,0 0,0 2.339,0 87 Anexo 02: (J) – Simulação: Cenário 03 – Emissões Particulates CO CO2 CH4 NOx GWP N2O SOx HCl HF H2S TotalHC ChlorinatedHC Dioxins/Furans Ammonia Arsenic Cadmium Chromium Copper Lead Manganese Mercury Nickel Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 671.353,0 8.936.251,0 1.628.484.312,0 1.982.305,0 29.303.645,0 1.670.124.918,0 39,0 2.454.067,0 3.330,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 Sorting 12.483,0 32.286,0 14.238.244,0 37.981,0 123.246,0 15.053.188,0 56,0 32.587,0 1.726,0 182,0 0,0 0,0 0,0 0,0 34,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,0 3,0 2,0 Biological Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 46.492,0 6.876.820,0 23.626.180.054,0 3.255.198.230,0 1.302.730,0 91.985.343.076,0 1,0 246.854,0 638.062,0 107.890,0 1.659.898,0 17.068.783,0 372.862,0 0,0 0,0 0,0 46,0 5,0 0,0 42,0 0,0 0,0 0,0 623,0 Recycling (4.837.093,0) (26.394.902,0) (7.840.896.895,0) (10.915.405,0) (29.928.616,0) (8.028.379.618,0) 134.648,0 (21.287.797,0) (36.197,0) 21.765,0 1.739,0 0,0 0,0 0,0 402.197,0 (76.503,0) (158,0) 62,0 335,0 64.431,0 0,0 8,0 (2.493,0) (243,0) Total (4.106.765,0) (10.549.545,0) 17.428.005.715,0 3.246.303.111,0 801.005,0 85.642.141.564,0 134.744,0 (18.554.289,0) 606.920,0 129.837,0 1.661.637,0 17.068.783,0 372.862,0 0,0 402.231,0 (76.503,0) (112,0) 68,0 335,0 64.474,0 1,0 9,0 (2.489,0) 382,0 88 BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 2,0 73,0 1.415.284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6.532,0 0,0 63,0 0,0 13.245.611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13.926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467.225,0 0,0 0,0 Sorting 1,0 26,0 6.028,0 938,0 0,0 0,0 0,0 1,0 5.902,0 34,0 12,0 479,0 0,0 84.993,0 59,0 30,0 0,0 0,0 1.885,0 30,0 0,0 30,0 134,0 354,0 28.222,0 0,0 59,0 Biological Thermal 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Landfill 9.044.967,0 9.044.968,0 26.078,0 6.360,0 6.356,0 3.273,0 0,0 1.208,0 1,0 66.843,0 44,0 1,0 44,0 401.820,0 191,0 172,0 0,0 1.239,0 302.131,0 200,0 2,0 540,0 0,0 0,0 7.560,0 0,0 2.161,0 Recycling 5.785.149,0 (202.353.900,0) 3.992.565,0 12.907.527,0 (2.089.726,0) 609,0 0,0 (3.162,0) (2.119.814,0) 11.155,0 (4.499,0) (183.882,0) (133,0) 57.404.686,0 (22.982,0) (6.919,0) (5.926.094,0) (347,0) (214.818,0) (11.377,0) 9,0 (11.021,0) 3.667.689,0 (38.346,0) 26.185.568,0 60,0 (21.617,0) Total 14.830.119,0 (193.308.833,0) 5.439.956,0 12.915.053,0 (2.083.370,0) 3.882,0 0,0 (1.954,0) (2.113.857,0) 84.564,0 (4.442,0) (183.340,0) (88,0) 71.137.109,0 (22.732,0) (6.718,0) (5.926.093,0) 892,0 103.124,0 (11.147,0) 11,0 (10.450,0) 3.667.840,0 (37.992,0) 26.688.575,0 60,0 (19.397,0) 89 Anexo 02: (L) – Simulação: Cenário 04 – Emissões Particulates CO CO2 CH4 NOx GWP N2O SOx HCl HF H2S TotalHC ChlorinatedHC Dioxins/Furans Ammonia Arsenic Cadmium Chromium Copper Lead Manganese Mercury Nickel Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 671.353,0 8.936.251,0 1.628.484.312,0 1.982.305,0 29.303.645,0 1.670.124.918,0 39,0 2.454.067,0 3.330,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 Sorting Biological Thermal 12.483,0 92.239,0 0,0 32.286,0 543.519,0 0,0 14.238.244,0 142.779.718,0 0,0 37.981,0 278.093,0 0,0 123.246,0 1.871.104,0 0,0 15.053.188,0 148.708.825,0 0,0 56,0 288,0 0,0 32.587,0 270.502,0 0,0 1.726,0 8.962,0 0,0 182,0 931,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 34,0 174,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 5,0 0,0 1,0 3,0 0,0 0,0 1,0 0,0 3,0 14,0 0,0 2,0 10,0 0,0 Landfill Recycling Total 25.780,0 (11.310.683,0) (10.508.828,0) 3.742.819,0 (39.269.063,0) (26.014.188,0) 12.836.287.104,0 (16.447.700.978,0) (1.825.911.600,0) 1.768.401.299,0 (16.578.059,0) 1.754.121.619,0 730.533,0 (68.932.205,0) (36.903.677,0) 49.972.714.493,0 (16.991.137.524,0) 34.815.463.900,0 0,0 (629.991,0) (629.608,0) 136.015,0 (25.175.828,0) (22.282.657,0) 346.632,0 (104.808,0) 255.842,0 58.611,0 23.622,0 83.347,0 901.746,0 (3.249,0) 898.498,0 9.272.686,0 0,0 9.272.686,0 202.559,0 0,0 202.559,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (53.416,0) (53.208,0) 0,0 (104.178,0) (104.178,0) 25,0 (230,0) (204,0) 3,0 87,0 90,0 0,0 471,0 471,0 23,0 87.955,0 87.985,0 0,0 0,0 4,0 0,0 3,0 5,0 0,0 (3.921,0) (3.904,0) 338,0 (496,0) (145,0) 90 BOD COD SuspendedSolids TOC AOX ChlorinatedHC Dioxins/Furans Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Cyanide Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Sulphide Zinc Units g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g g Collection 2,0 73,0 1.415.284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6.532,0 0,0 63,0 0,0 13.245.611,0 0,0 0,0 0,0 0,0 13.926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467.225,0 0,0 0,0 Sorting 1,0 26,0 6.028,0 938,0 0,0 0,0 0,0 1,0 5.902,0 34,0 12,0 479,0 0,0 84.993,0 59,0 30,0 0,0 0,0 1.885,0 30,0 0,0 30,0 134,0 354,0 28.222,0 0,0 59,0 Biological Thermal 2.605.568,0 0,0 4.407.077,0 0,0 90.756,0 0,0 4.804,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 0,0 30.167,0 0,0 450.793,0 0,0 61,0 0,0 2.450,0 0,0 2,0 0,0 995.441,0 0,0 303,0 0,0 151,0 0,0 2,0 0,0 0,0 0,0 10.225,0 0,0 152,0 0,0 0,0 0,0 152,0 0,0 687,0 0,0 1.810,0 0,0 164.039,0 0,0 2,0 0,0 304,0 0,0 Landfill 4.713.929,0 4.713.930,0 15.325,0 3.454,0 3.484,0 1.776,0 0,0 658,0 1,0 36.086,0 24,0 1,0 24,0 234.403,0 106,0 96,0 0,0 677,0 162.849,0 109,0 1,0 299,0 0,0 0,0 4.471,0 0,0 1.185,0 Recycling 11.239.333,0 (191.720.219,0) 463.073,0 12.854.760,0 (2.031.861,0) 851,0 0,0 (7.477,0) (3.123.629,0) (11.176,0) (6.783,0) (283.304,0) (142,0) 51.567.389,0 (34.974,0) (7.471,0) (5.926.132,0) (548,0) (393.519,0) (17.790,0) 19,0 (16.698,0) 3.639.348,0 (98.540,0) 21.803.841,0 90,0 (31.817,0) Total 18.558.834,0 (182.599.114,0) 1.990.467,0 12.864.184,0 (2.028.376,0) 2.627,0 0,0 (6.816,0) (3.087.506,0) 482.268,0 (6.686,0) (280.311,0) (116,0) 66.127.837,0 (34.506,0) (7.195,0) (5.926.130,0) 130,0 (204.634,0) (17.500,0) 20,0 (16.216,0) 3.640.186,0 (96.375,0) 22.467.798,0 92,0 (30.268,0) 91 Anexo 02: (M) – Simulação: Cenários 01 a 04 –Consumo de Combustível CENARIO I E II Elec-consumed Elec-generated Elec-recycling Petrol Diesel Nat-gas Total CENARIO III Elec-consumed Elec-generated Elec-recycling Petrol Diesel Nat-gas Total CENÁRIO IV Elec-consumed Elec-generated Elec-recycling Petrol Diesel Nat-gas Total Units kWh kWh kWh litres litres m3 GJ Units kWh kWh kWh litres litres m3 GJ Units kWh kWh kWh litres litres m3 GJ Collection Sorting Biological Thermal Landfill Recycling Total 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 540.020,0 0,0 0,0 0,0 10.003,0 0,0 550.023,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 27.133,0 0,0 0,0 0,0 503,0 0,0 27.636,0 Collection Sorting Biological Thermal Landfill Recycling Total 0,0 190.183,0 0,0 0,0 0,0 0,0 190.183,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (43.416.979,0) (43.416.979,0) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 540.020,0 1.902,0 0,0 0,0 8.738,0 28.330,0 578.989,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 27.133,0 1.018,0 0,0 0,0 439,0 (210.609,0) (180.595,0) Collection Sorting Biological Thermal Landfill Recycling Total 0,0 1.900.183,0 9.720.083,0 0,0 0,0 0,0 101.620.266,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 (7.807.140.092,0) (7.807.140.092,0) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5.400.020,0 10.902,0 320.593,0 0,0 50.167,0 430.458,0 6.230.140,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 270.133,0 1.018,0 6.353,0 0,0 260,0 (381.829,0) (344.882,0) 92 Anexo 02: (N) – Resultados da simulação de emissões atmosféricas do cenário 01 (em g/ano) Parâmetros (g/ano) Coleta Aterro Total Particulados 671.353,0 12.435,0 683.788,0 CO 8.936.251,0 384.802,0 9.321.053,0 CO2 1.628.484.312,0 15.536.434.535,0 17.164.918.847,0 CH4 1.982.305,0 6.891.751.672,0 6.893.733.977,0 NOx 29.303.645,0 542.777,0 29.846.422,0 PAG 1.670.124.918,0 160.263.219.870,0 161.933.344.788,0 N2O 39,0 1,0 40,0 SOx 2.454.067,0 45.455,0 2.499.522,0 HCl 3.330,0 1.140.319,0 1.143.648,0 HF 0,0 228.051,0 228.052,0 H2S 0,0 3.508.484,0 3.508.484,0 TotalHC 0,0 35.084.839,0 35.084.839,0 ChlorinatedHC 0,0 613.985,0 613.985,0 Cadmium 0,0 98,0 98,0 Chromium 0,0 12,0 12,0 Lead 0,0 89,0 90,0 Mercury 0,0 1,0 1,0 Nickel 1,0 0,0 1,0 Zinc 1,0 1.316,0 1.316,0 93 Anexo 02: (O) – Resultados da simulação de emissões aquosas do cenário 01 (em g/ano) Parâmetros (g/ano) Coleta Aterro Total BOD COD Suspended Solids TOC AOX ChlorinatedHC Phenols Aluminium Ammonium Arsenic Barium Cadmium Chloride Chromium Copper Fluoride Iron Lead Mercury Nickel Nitrate Phosphate Sulphate Zinc 2,0 73,0 1.415.284,0 228,0 0,0 0,0 0,0 54,0 6.532,0 0,0 63,0 0,0 13.245.611,0 0,0 0,0 0,0 13.926,0 0,0 0,0 0,0 16,0 1,0 467.225,0 0,0 65.795.166,0 65.795.168,0 49.936,0 47.446,0 47.442,0 24.433,0 9.014,0 1,0 498.261,0 332,0 1,0 332,0 1.644.879,0 1.423,0 1.281,0 9.251,0 2.253.751,0 1.494,0 14,0 4.033,0 0,0 0,0 8.654,0 16.130,0 65.795.168,0 65.795.241,0 1.465.220,0 47.674,0 47.442,0 24.433,0 9.014,0 55,0 504.794,0 332,0 64,0 332,0 14.890.490,0 1.424,0 1.281,0 9.251,0 2.267.677,0 1.494,0 14,0 4.033,0 17,0 1,0 475.879,0 16.131,0 94