IDENTIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DE UM SISTEMA MAGNETO-REOLÓGICO Alexandre Silva de Lima Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Engenharia Mecânica. Orientadores: Max Suell Dutra Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto Rio de Janeiro Setembro de 2011 1 2 Lima, Alexandre Silva de Identificação Experimental de um Sistema Magnetoreológico / Alexandre Silva de Lima. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011. XV, 105 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Max Suell Dutra Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de Engenharia Mecânica, 2011. Referências Bibliográficas: p. 92-97. 1. Projeto de Máquinas e Robótica. 2. Magnetoreológico. 3. Amortecedor Magneto-reológico. I. Dutra, Max Suell et. al.; II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Mecânica. III. Titulo. 3 iii Aos meus pais Aroldo e Aracy (in memoriam) 4iv AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus; aos professores Max Suell Dutra e Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto pelo entusiasmo e dedicação com que participaram deste trabalho; à minha família, ao meu irmão Júnior, e a minha companheira Cristina que sempre me apoiou, abdicando de momentos ao meu lado e sempre me incentivando nos momentos mais difícies; a todos os amigos do Laboratório de Robótica pela convivência amigável e pelo companheirismo; ao Laboratório de Vibrações; ao Programa de Engenharia Mecânica, especialmente Maysa Chaves, Vera Lucia e Tito; e a todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a execução deste trabalho; 5v Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.) IDENTIFICAÇÃO EXPERIMENTAL DE UM SISTEMA MAGNETO-REOLÓGICO Alexandre Silva de Lima Setembro/2011 Orientadores: Max Suell Dutra Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto Programa: Engenharia Mecânica A propriedade dos fluidos magneto-reológicos (MRs) de terem sua viscosidade alterada de forma reversível, permite a construção de sistemas semi-ativos de amortecimento e controle de vibrações com alto grau de aplicabilidade. Os amortecedores MR tem sido utilizados em sistemas de realimentação tátil, suspensões automotivas, amortecedores sísmicos, e até mesmo em próteses transfemorais. Considerando a aplicabilidade dos amortecedores magneto-reológicos em diferentes áreas da engenharia, este trabalho tem como objetivo a síntese e análise destes sistemas através de uma abordagem fenomenológica, que consistiu na análise dos resultados experimentais obtidos em três configurações diferentes. O modelo do amortecedor utilizado neste trabalho é baseado no modelo de viscosidade de Bingham, e com base no comportamento observado em cada um dos experimentos propostos, é realizada a identificação de parâmetros para o modelo do amortecedor. Para validação do modelo obtido são realizadas simulações cujos resultados foram comparados com os resultados medidos nos experimentos. 6vi Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.) EXPERIMENTAL IDENTIFICATION OF A MAGNETORHEOLOGICAL SYSTEM Alexandre Silva de Lima September/2011 Advisors: Max Suell Dutra Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto Department: Mechanical Engineering The property of the magneto-rheological fluids (MRs) to have its viscosity changed in a reversible way, allows the construction of systems of semi-active damping and vibration control with a high degree of applicability. MR dampers has been used in tactile feedback systems, automotive suspensions, seismic dampers, and even in transfemoral prosthesis. Considering the applicability of magneto-rheological dampers in different areas of engineering, this work aims to the synthesis and analysis of these systems through a phenomenological approach, which consisted on the analysis of experimental results obtained in three different workbench configurations. The damper model used in this work was based on the Bingham model for viscosity, and based on the behavior observed in each of the proposed experiments was conducted to identify the model parameters for the system. To validate the obtained model simulations were performed and its results were compared with the measured data from experiments. 7vii SUMÁRIO ÍNDICE DE FIGURAS...................................................................................................X ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................... XV 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1 1.1 Objetivo .................................................................................................. 4 1.2 Motivação ............................................................................................... 5 1.3 Grau de Inovação................................................................................... 5 1.4 Estado da Técnica ................................................................................. 5 1.5 Apresentação da tese............................................................................ 8 2 DISPOSITIVOS DE CONTROLE DE VIBRAÇÕES .............................................. 9 2.1 Dispositivo de Controle de Vibrações Passivo................................... 9 2.2 Dispositivo de Controle de Vibrações Ativo ..................................... 10 2.3 Dispositivo de Controle de Vibrações Semi-ativo ............................ 10 3 AMORTECEDORES MAGNETO-REOLÓGICOS............................................... 12 3.1 Amortecedores Magneto-reológicos ................................................. 15 3.2 Modelos Matemáticos do Amortecedor MR ...................................... 17 3.2.1 Modelo de Bingham................................................................................. 18 3.2.2 Modelo de Gamota e Filisko .................................................................... 19 3.2.3 Modelo de Bouc-Wen .............................................................................. 20 3.2.4 Modelo de Bouc-Wen Modificado ............................................................ 21 4 MODELAGEM EXPERIMENTAL........................................................................ 24 4.1 Configuração experimental 1 ............................................................. 24 4.1.1 Resultados .............................................................................................. 29 8viii 4.2 Configuração experimental 2 ............................................................. 37 4.2.1 4.3 Configuração experimental 3 ............................................................. 54 4.3.1 5 Resultados .............................................................................................. 40 Resultados .............................................................................................. 55 FORMULAÇÃO DO AMORTECEDOR MR ........................................................ 70 5.1 Obtenção do Parâmetro f0................................................................... 71 5.2 Obtenção dos Parâmetros fC e c0 ....................................................... 80 6 SIMULAÇÃO ...................................................................................................... 92 7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 98 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 100 9ix ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1 - Aplicação eletro-reológica.(Yang, 2001). ................................................... 1 Figura 1.2 - Suspensão automotiva MR do Cadillac Seville. (Lauwerys et. al., 2002). .. 2 Figura 1.3 - Amortecimento em assentos de veículos pesados (Lord CO.)................... 2 Figura 1.4 - Sistemas de amortecimento sísmicos (Ok, 2007 e Lord CO.). ................... 2 Figura 1.5 – Ponte Pênsil, China. Um par de amortecedores MR foi colocado em cada um dos cabos de aço de sustentação (Ko et. al., 2003) ........................................ 3 Figura 1.6 - Prótese inteligente (Carlson, 2001 e Lord Co.). ......................................... 3 Figura 1.7 - Sistemas de realimentação tátil (Cunha-Cruz et. al., 2003 e Lord CO.). .... 3 Figura 3.1 - Fluido MR na ausência de um campo magnético (Stutz, 2005). .............. 12 Figura 3.2 - Fluido MR na presença de um campo magnético (Stutz, 2005). .............. 12 Figura 3.3 - Modelo de visco-plasticidade de Bingham (Shames et. al., 1992)............ 13 Figura 3.4 - Modo de válvula (Carlson, 2000). ............................................................ 14 Figura 3.5 - Modo de cisalhamento (Carlson, 2000).................................................... 14 Figura 3.6 - Modo de esmagamento (Carlson, 2000). ................................................. 15 Figura 3.7 - Esquema do amortecedor magneto-reológico (Carlson, 2000). ............... 16 Figura 3.8 - Modelo de Bingham (Spencer, et. al., 1996). ........................................... 18 Figura 3.9 - Modelo proposto por Gamota e Filisko, 1991 (Dyke et. al. 1996)............. 19 Figura 3.10 - Modelo de Bouc-Wen. (Stanway, et al., 1985, 1987). ............................ 20 Figura 3.11 - Modelo de Bouc-Wen Modificado (Spencer, et. al., 1996)...................... 22 Figura 4.1 – Amortecedor magneto-reológico MR RD 1005-3..................................... 24 Figura 4.2 – Esquema da primeira bancada experimental. ......................................... 25 Figura 4.3 – Esquema do circuito conversor montado. ............................................... 27 Figura 4.4 – Circuito conversor de 0 a 5 Vcc para 150 a 800mA. ............................... 27 Figura 4.5 – Primeira bancada experimental............................................................... 28 Figura 4.6 – Detalhe da montagem............................................................................. 28 Figura 4.7 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 1Hz. ........................................... 29 Figura 4.8 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 1Hz. .............................. 30 Figura 4.9 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 1,5Hz.......................................... 30 Figura 4.10 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 1,5Hz. ......................... 31 Figura 4.11 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 2,0Hz........................................ 31 Figura 4.12 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 2,0Hz. ......................... 32 Figura 4.13 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 2,5Hz........................................ 32 Figura 4.14 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 2,5Hz. ......................... 33 Figura 4.15 – Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 3,0Hz....................................... 33 x Figura 4.16 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 3,0Hz. ........................ 34 Figura 4.17 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 3,5Hz........................................ 34 Figura 4.18 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 3,5Hz. ......................... 35 Figura 4.19 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 4Hz. ......................................... 35 Figura 4.20 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 4Hz. ............................ 36 Figura 4.21 – Suporte com comunicação via USB com as duas placas encaixadas. .. 38 Figura 4.22 – Segunda bancada experimental............................................................ 38 Figura 4.23 – Detalhe da montagem experimental da segunda bancada.................... 39 Figura 4.24 – Detalhe da fixação do acelerômetro através da sua base magnética.... 39 Figura 4.25 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 1Hz...................................................... 40 Figura 4.26 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 1Hz. ....................................... 40 Figura 4.27 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 1Hz...................................................... 41 Figura 4.28 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 1Hz. ....................................... 41 Figura 4.29 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 1Hz...................................................... 42 Figura 4.30 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 1Hz. ....................................... 42 Figura 4.31 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 1Hz........................................................... 43 Figura 4.32 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 1Hz. ............................................ 43 Figura 4.33 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 2Hz...................................................... 44 Figura 4.34 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 2Hz. ....................................... 44 Figura 4.35 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 2Hz...................................................... 45 Figura 4.36 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 2Hz. ....................................... 45 Figura 4.37 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 2Hz...................................................... 45 Figura 4.38 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 2Hz. ....................................... 46 Figura 4.39 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 2Hz........................................................... 46 Figura 4.40 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 2Hz. ............................................ 46 Figura 4.41 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 3Hz...................................................... 47 Figura 4.42 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 3Hz. ....................................... 47 Figura 4.43 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 3Hz...................................................... 48 Figura 4.44 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 3Hz. ....................................... 48 Figura 4.45 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 3Hz...................................................... 49 Figura 4.46 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 3Hz. ....................................... 49 Figura 4.47 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 3Hz........................................................... 49 Figura 4.48 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 3Hz. ............................................ 50 Figura 4.49 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 4Hz...................................................... 50 Figura 4.50 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 4Hz. ....................................... 51 Figura 4.51 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 4Hz...................................................... 51 Figura 4.52 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 4Hz. ....................................... 52 11 xi Figura 4.53 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 4Hz...................................................... 52 Figura 4.54 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 4Hz. ....................................... 53 Figura 4.55 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 4Hz........................................................... 53 Figura 4.56 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 4Hz. ............................................ 54 Figura 4.57 – Terceira bancada experimental. ............................................................ 54 Figura 4.58 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 1Hz........................................................... 55 Figura 4.59 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 1Hz. ........................................... 55 Figura 4.60 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 1Hz...................................................... 56 Figura 4.61 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 1Hz. ....................................... 56 Figura 4.62 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 1Hz...................................................... 57 Figura 4.63 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 1Hz. ....................................... 57 Figura 4.64 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 1Hz...................................................... 57 Figura 4.65 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 1Hz. ....................................... 58 Figura 4.66 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 1Hz........................................................... 58 Figura 4.67 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 1Hz. ............................................ 58 Figura 4.68 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 2Hz........................................................... 59 Figura 4.69 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 2Hz. ............................................ 59 Figura 4.70 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 2Hz..................................................... 60 Figura 4.71 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 2Hz. ....................................... 60 Figura 4.72 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 2Hz..................................................... 60 Figura 4.73 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 2Hz. ...................................... 61 Figura 4.74 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 2Hz..................................................... 61 Figura 4.75 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 2Hz. ...................................... 61 Figura 4.76 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 2Hz.......................................................... 62 Figura 4.77 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 2Hz. ............................................ 62 Figura 4.78 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 3Hz.......................................................... 62 Figura 4.79 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 3Hz. ........................................... 63 Figura 4.80 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 3Hz..................................................... 63 Figura 4.81 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 3Hz. ...................................... 64 Figura 4.82 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 3Hz..................................................... 64 Figura 4.83 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 3Hz. ...................................... 64 Figura 4.84 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 3Hz..................................................... 65 Figura 4.85 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 3Hz. ...................................... 65 Figura 4.86 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 3Hz.......................................................... 65 Figura 4.87 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 3Hz. ........................................... 66 Figura 4.88 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 4Hz.......................................................... 66 Figura 4.89 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 4Hz. ............................................ 66 12 xii Figura 4.90 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 4Hz..................................................... 67 Figura 4.91 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 4Hz. ...................................... 67 Figura 4.92 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 4Hz..................................................... 68 Figura 4.93 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 4Hz. ...................................... 68 Figura 4.94 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 4Hz..................................................... 68 Figura 4.95 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 4Hz. ....................................... 69 Figura 4.96 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 4Hz.......................................................... 69 Figura 4.97 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 4Hz. ........................................... 69 Figura 5.1 – Esquema do experimento para a obtenção do parâmetro fo................... 71 Figura 5.2 – Esquema da montagem do potenciômetro rotativo. ................................ 72 Figura 5.3 – Detalhe da fixação do potenciômetro rotativo. ........................................ 72 Figura 5.4 – Calibração do potenciômetro. ................................................................. 73 Figura 5.5 - Segundo potenciômetro - altura do degrau: 0,1259mV. ........................... 73 Figura 5.6 - Primeiro potenciômetro - altura degrau: 0,044mV.................................... 74 Figura 5.7 – Gráfico Força x Deslocamento 0A........................................................... 75 Figura 5.8 – Gráfico Força x Deslocamento 0,25A...................................................... 75 Figura 5.9 – Gráfico Força x Deslocamento 0,50A...................................................... 75 Figura 5.10 – Gráfico Força x Deslocamento 0,75A.................................................... 76 Figura 5.11 – Gráfico Força x deslocamento 1A. ........................................................ 76 Figura 5.12 – Gráfico Força x Deslocamento.............................................................. 76 Figura 5.13 – Linearização parâmetro f0 0A. ............................................................... 77 Figura 5.14 – Linearização parâmetro f0 0,25A. .......................................................... 77 Figura 5.15 – Linearização parâmetro f0 0,50A. .......................................................... 78 Figura 5.16 – Linearização parâmetro f0 0,75A. .......................................................... 78 Figura 5.17 – Linearização parâmetro f0 1A. ............................................................... 78 Figura 5.18 – Experimento para determinação dos parâmetros fc e c0........................ 80 Figura 5.19– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0A. V=0,001261m/s................. 81 Figura 5.20– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0A. V=0,001431m/s................. 81 Figura 5.21– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0A. V=0,001671m/s............... 81 Figura 5.22– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0A. V=0,001825m/s............... 82 Figura 5.23– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0,25A. V=0,000972m/s............ 82 Figura 5.24– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0,25A. V=0,001180m/s............ 82 Figura 5.25– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0,25A. V=0,001214m/s.......... 83 Figura 5.26– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0,25A. V=0,001626m/s.......... 83 Figura 5.27– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0,50A. V=0,000855m/s............ 83 Figura 5.28– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0,50A. V=0,001015m/s............ 84 Figura 5.29– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0,50A. V=0,001185m/s.......... 84 13 xiii Figura 5.30– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0,50A. V=0,001481 m/s......... 84 Figura 5.31– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0,75A. V=0,000578m/s............ 85 Figura 5.32– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0,75A. V=0,000789m/s............ 85 Figura 5.33– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0,75A. V=0,000953m/s.......... 85 Figura 5.34– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0,75A. V=0,001256m/s.......... 86 Figura 5.35– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 1A. V=0,000509m/s................. 86 Figura 5.36– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 1A. V=0,000698m/s................. 86 Figura 5.37– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 1A. V=0,000846m/s............... 87 Figura 5.38 - Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 1A. V=0,001131m/s. ............. 87 Figura 5.39 – Gráfico do parâmetro f0 por deslocamento. ........................................... 90 Figura 5.40 – Gráfico do parâmetro fC por deslocamento............................................ 90 Figura 5.41 – Gráfico do parâmetro c0 por deslocamento. .......................................... 90 Figura 5.42 - Gráfico da velocidade por força. ............................................................ 91 Figura 6.1 – Modelo da configuração experimental 2.................................................. 92 Figura 6.2 – Modelo da configuração experimental 3.................................................. 93 Figura 6.3- Interface de modelagem e programação do UM. ...................................... 93 Figura 6.4 - Interface de simulação do UM. ................................................................ 94 Figura 6.5 - Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,25A 1Hz E=16,18%. ....... 94 Figura 6.6 – Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,75A 1Hz E=4,34%. ........ 95 Figura 6.7 – Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,25A 3Hz E=4,82%. ........ 95 Figura 6.8 – Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,75A 3Hz E=16,60%. ...... 95 Figura 6.9 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,25A 1Hz E=5,46%. ........ 96 Figura 6.10 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,75A 1Hz E=9,09%. ...... 96 Figura 6.11 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,25A 3Hz E=9,17%. ...... 96 Figura 6.12 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,75A 3Hz E=5,26%. ...... 97 14 xiv ÍNDICE DE TABELAS Tabela 4.1 – Especificação do amortecedor MR RD 1005-3....................................... 24 Tabela 4.2 – Especificação do atuador hidráulico. ...................................................... 25 Tabela 4.3 - Especificação da célula de carga. ........................................................... 25 Tabela 4.4 - Especificação do potenciômetro.............................................................. 26 Tabela 4.5 - Especificação da válvula proporcional hidráulica. ................................... 26 Tabela 4.6 - Especificação da placa de aquisição de dados. ...................................... 26 Tabela 4.7 – Especificação do atuador pneumático. ................................................... 37 Tabela 4.8 - Especificação da válvula direcional pneumática...................................... 37 Tabela 4.9 - Especificação do acelerômetro. .............................................................. 37 Tabela 5.1 – Valores de f0 0A. .................................................................................... 79 Tabela 5.2 – Valores de f0 0,25A. ............................................................................... 79 Tabela 5.3 – Valores de f0 0,50A. ............................................................................... 79 Tabela 5.4 – Valores de f0 0,75A. ............................................................................... 79 Tabela 5.5 – Valores de f0 1A. .................................................................................... 79 Tabela 5.6 - Valores dos parâmetros obtidos para o amortecedor MR RD 1005-3. .... 89 xv 1 INTRODUÇÃO Os fluidos controláveis, também denominados inteligentes, são os sensíveis ou adaptáveis a alterações nas condições operacionais e ambientais, que visam manter o comportamento requerido do sistema. Os fluidos controláveis apresentam uma ou mais propriedades mecânicas que, devido à influência da variação de alguma grandeza física à qual estejam submetidos, como temperatura, campo elétrico, pressão, campo magnético, entre outras, sofrem alterações reversíveis (Yang et. al., 2002). Entre os fluidos controláveis os empregados em dispositivos de controle são: os fluidos magneto-reológicos e os fluidos eletro-reológicos. Os materiais inteligentes mais utilizados são: os piezolétricos, os eletro-estrictivos e os com memória de forma (Steffen et. al., 2004, Pons, 2005, e Banks et. al., 1996). Os fluidos eletro-reológicos (ERs) são dispersões coloidais de partículas sólidas em um meio fluido isolante, sendo as dimensões das partículas sólidas muito superiores às dimensões características das partículas do solvente (Ghandi, 1992). Quando submetidos a um campo elétrico, apresentam alterações em suas propriedades reológicas (viscosidade). Essas alterações permanecem até que seja aplicada uma tensão de escoamento maior que a tensão de cisalhamento do fluido ou então com a retirada do campo elétrico externo (Ghandi, 1992). A principal aplicação de fluidos eletro-reológicos está voltada para o desenvolvimento de transmissão e suspensão veicular (Yang, 2001). Na Figura 1.1a é ilustrado um esquema de um amortecedor eletro-reológico que fornece um controle de vibrações em suspensões automotivas e na Fig. 1.1b uma embreagem eletro-reológica. Figura 1.1 - Aplicação eletro-reológica.(Yang, 2001). 1 No amortecedor, varia-se o fluxo do fluido eletro-reológico amortecendo assim o choque. Já na embreagem, a variação de voltagem permite o acoplamento entre os dois discos (Yang, 2001). Os fluidos magneto–reológicos (MRs) existem há aproximadamente vinte anos (Yao, 1999), sendo amortecimento em empregados assentos em suspensões de veículos pesados automotivas (Fig. (Fig. 1.3), sistemas 1.2), de amortecimento sísmicos (Fig. 1.4 e 1.5), próteses inteligentes, (Fig. 1.6) e sistemas de realimentação tátil (Fig. 1.7). Figura 1.2 - Suspensão automotiva MR do Cadillac Seville. (Lauwerys et. al., 2002). Figura 1.3 - Amortecimento em assentos de veículos pesados (Lord CO.). Figura 1.4 - Sistemas de amortecimento sísmicos (Ok, 2007 e Lord CO.). 2 Figura 1.5 – Ponte Pênsil, China. Um par de amortecedores MR foi colocado em cada um dos cabos de aço de sustentação (Ko et. al., 2003) Figura 1.6 - Prótese inteligente (Carlson, 2001 e Lord Co.). Figura 1.7 - Sistemas de realimentação tátil (Cunha-Cruz et. al., 2003 e Lord CO.). Os fluidos magneto-reológicos (MRs) são fluidos que apresentam uma alteração reversível em suas propriedades reológicas: viscosidade, elasticidade e plasticidade, quando expostos a um campo magnético. Na presença de um campo magnético, o fluido MR varia sua reologia em função da intensidade desse campo. No 3 entanto o fluido se comporta como um fluido Newtoniano comum na ausência de campo magnético. Os fluidos MR são constituídos de partículas magneticamente polarizadas (óxido de ferro), suspensas em um fluido, como óleo mineral, óleo sintético ou silicone. Apesar dos fluidos ER terem chamado mais atenção dos pesquisadores nas décadas de 50 até 80, os fluidos MR, por serem superiores em vários aspectos atualmente são os mais utilizados. Abaixo são listadas quatro desvantagens dos fluidos ER segundo Carrera (2008): ▪ requerem tensões acima de 1kV, que exigem fontes de alta tensão relativamente caras, maiores cuidados com isolação e apresentam maiores riscos, principalmente em veículos onde circuitos de alta tensão teriam que compartilhar espaço com dutos de combustível, no caso de aplicação em suspensão automotiva; ▪ os dispositivos que utilizam fluidos ERs apresentam um alcance dinâmico em média dez vezes menor que os fluidos MRs, o que resulta em dispositivos menos eficientes. De acordo com Genç (2002), esta diferença ocorre devido as tensões de escoamento do fluido MR alcançarem valores mais elevados, o que está relacionado 2 ao fato da densidade de energia magnetostática, µ 0 H 0 , nos fluidos MRs ser maior 2 que a densidade de energia eletrostática, ε 0 E 0 , nos fluidos ERs; ▪ são altamente susceptíveis a contaminantes externos (por exemplo umidade), devido seu comportamento reológico depender em última instância do movimento dos íons ou cargas elétricas, facilmente afetados; e ▪ só podem operar em uma faixa estreita de temperatura, pois sua viscocidade apresenta grande influência da temperatura. Por outro lado, os fluidos MRs apresentam estabilidade relativa entre -40 e 150 ºC, portanto, o que os torna mais adequados a aplicações como amortecedores de automóveis que operam com uma variação térmica. 1.1 Objetivo O objetivo deste trabalho é o estudo do amortecedor magneto-reológico (MR) que consiste basicamente em um amortecedor, cujo fluido de trabalho apresenta uma resistência ao cisalhamento que varia de acordo com o campo magnético aplicado sobre o mesmo (conhecido como fluido magneto-reológico), permitindo, assim, que, através da aplicação de um campo magnético controlado, se possa controlar o amortecimento do dispositivo. 4 Como sua formulação matemática depende de parâmetros, este estudo é composto por uma modelagem experimental, capaz de obter os parâmetros necessários para compor o modelo matemático adotado. Para testar a modelagem matemática obtida, é apresentada uma simulação que compara o modelo matemático com os resultados obtidos através do comportamento experimental do amortecedor MR. 1.2 Motivação A motivação surgiu com a aquisição de um amortecedor MR pelo Laboratório de Robótica tendo em vista que pesquisas nessa área demandam avaliação experimental, o que se torna inviável sem este equipamento. Além disso, o fato de se trabalhar com uma tecnologia que permita um trabalho não só teórico, mas também experimental, contribuiu para a escolha desse tema. 1.3 Grau de Inovação A modelagem matemática dos amortecedores MRs é baseada em quatro modelos distintos: o Modelo de Bingham, o Modelo de Gamota e Filisko, o Modelo de Bouc-Wen, e o Modelo de Bouc-Wen Modificado. Cada uma dessas modelagens é composta por parâmetros cujos valores obtidos experimentalmente representam o comportamento do amortecedor. Através da revisão bibliografia, observa-se que trabalhos de pesquisa na área costumam se utilizar de valores já encontrados por outros autores ou ainda, não descrevem de maneira clara como conseguem obter tais valores Assim, este trabalho apresenta modelagens experimentais específicas para a obtenção de cada parâmetro necessário para compor a equação matemática do modelo de Bingham. Procedimento ainda não observado nos trabalhos nesta área. No trabalho, o amortecedor também é ensaiado com diversos valores de freqüência de excitação, fato inovador, pois os pesquisadores se limitam a usar apenas uma determinada freqüência. Observa-se que os pesquisadores não se preocupam com o comportamento do amortecedor em diferentes valores de freqüência. 1.4 Estado da Técnica 5 Em Stutz (2005), a pesquisa utiliza uma bancada experimental com o propósito de encontrar os parâmetros matemáticos para o equacionamento usando os modelos teóricos encontrados na literatura, como o de Bouc-Wen e Bouc-Wen modificado. O amortecedor MR é utilizado para absorção de vibrações em estruturas de engenharia civil, onde o autor apenas trabalha com um único valor da freqüência de excitação do seu experimento, não explorando assim diversas outras freqüências para observar o comportamento do amortecedor empregado. Além disso emprega uma montagem experimental com excitador mecânico (shaker) em vez de um atuador hidráulico. No trabalho de Spencer et. al. (1996), novamente o objetivo da pesquisa é o emprego do amortecedor MR em controle de vibrações em estruturas de concreto. Nesse estudo também é utilizada uma única freqüência de excitação do ensaio experimental, mas o experimento utiliza uma bancada com o uso de um atuador hidráulico em vez de um excitador mecânico. Novamente é observada a utilização da modelagem matemática encontrada na literatura para aplicação dos parâmetros experimentais. Essa modelagem matemática citada será apresentada no capítulo 3. Em Lai e Liao (2001), os autores têm como objetivo a aplicação em um sistema de suspensão automotiva, onde se utilizam de uma montagem experimental com freqüência única de excitação e com este propósito usam um excitador mecânico. Novamente é observado o emprego da modelagem matemática já conhecida entre os estudos nessa área. No trabalho de Yao et. al. (2001), os autores elaboram o seu estudo para uma aplicação em um sistema de suspensão veicular, onde a metodologia foi semelhante a empregada em Lai e Liao (2001), com a diferença que foi utilizado uma freqüência de excitação de 1Hz onde nos trabalhos analisados esse valor foi sempre de 2Hz. Pode-se observar que os pesquisadores apenas trabalham com valores de tensão de 0 a 2V, não observando assim o comportamento do amortecedor MR com outros valores de tensão. Este fato, ocorre pois apesar da caixa de controle que acompanha o amortecedor fornecer uma tensão de saída, o controle do campo magnético se dá através de valores de corrente até 1A. Logo os valores de tensão na saída da caixa de controle são proporcionais aos valores de corrente necessários para o controle do amortecedor. Muitos autores não montam bancadas para a modelagem experimental do amortecedor MR em questão. Eles referenciam trabalhos que já fizeram essa modelagem experimental e aproveitam os dados já publicados na sua modelagem teórica, como pode se observar em: Tusset (2008), Medina (2008), Deivys (2003), Carlson et. al. (2001), Villarreal (2005), Cho et. al. (2005), entre outros. O grande inconveniente de se extrair o comportamento fenomenológico de outros trabalhos está 6 em se encontrar um pesquisador que trabalhe com o mesmo modelo de amortecedor que se esteja trabalhando, já que se pode concluir que o comportamento experimental é único para cada tipo de amortecedor MR. Logo a construção de uma bancada experimental permite ensaiar vários tipos de amortecedores MR que se resolva pesquisar. No trabalho de Bombard et. al. (2000), é ensaiado um amortecedor MR cujo fluido MR foi formulado no Brasil. O ensaio é realizado em uma máquina universal de ensaios mecânicos, onde a conclusão dos autores é que o fluido formulado apresenta comportamento reológico podendo vir a ser empregado em amortecedores, porém descobrem que o seu protótipo utiliza mais energia do que o fluido comercial, provavelmente devido a sua menor magnetização, logo precisando de aprimoramentos. A desvantagem em se utilizar uma máquina universal de ensaios mecânicos é não se poder aplicar uma excitação senoidal no dispositivo magnetoreológico. Este tipo de máquina pode ser empregada na validação do fluido, mas não no amortecedor. Em Viota et. al. (2007), os pesquisadores também estudam a formulação de um fluido magneto-reológico, fazendo uma abordagem semelhante a Bombard et. al. (2000). Os trabalhos de formulação de fluidos reológicos são de grande importância, pois atualmente poucas empresas detem essa tecnologia a nível mundial. Pode-se observar que existe mais pesquisas relacionadas aos amortecedores do que a formulação do fluido magneto-reológico. Existem poucos trabalhos cuja aplicação do amortecedor MR seja em próteses transfemorais, mas podemos destacar os de Joshi e Anand (2005), Buckley et. al. (2007), Kim e Oh (2001). No estudo de Kim e Oh (2001), é utlizado em vez de um amortecedor MR convencional, um dispositivo magneto-reológico de rotação, projetado pelos pesquisadores. Porém, por não se tratar de um dispositivo comercial, torna-se mais caro, além de ser muito pesado para utilização em prótese, segundo os autores. Através da revisão bibliográfica pode-se concluir que a freqüência de excitação utilizada é sempre 2 Hz, apesar de se encontrar um trabalho que utiliza 1 Hz. Pode-se concluir que a análise fenomenológica do amortecedor MR em várias freqüências de excitação é mais interessante para se avaliar o seu comportamento em diversas circunstâncias de funcionamento e aplicação a qual ele pode ser submetido. Por isso neste trabalho são utilizados vários valores de freqüência de excitação. Em quase todas as pesquisas aqui apresentadas é utilizado um excitador mecânico na bancada experimental, porém optou-se em trabalhar com um atuador 7 hidráulico e um pneumático, devido a sua disponibilidade no laboratório, e devido o excitador mecânico disponível não atender a necessidade do ensaio experimental. Pode-se observar que os resultados experimentais não são influenciados pelo tipo de excitador mecânico utilizado. 1.5 Apresentação da tese No primeiro capítulo, são abordados a introdução, o objetivo, a motivação, o grau de inovação e o estado da técnica. No capítulo 2 são apresentados os dispositivos de controle de vibrações, a saber: passivo, ativo e semi-ativo. No capítulo 3, são estudados os fluidos magneto-reológicos, apresentando o amortecedor MR e seus modelos matemáticos. No capitulo 4 é abordado a modelagem experimental através das configurações e dos resultados obtidos. A formulação do amortecedor é apresentada no capítulo 5. No capítulo 6 são mostrados a simulação e os resultados. A conclusão e trabalhos futuros estão presentes no capítulo 7. 8 2 DISPOSITIVOS DE CONTROLE DE VIBRAÇÕES Os dispositivos de controle de vibrações são divididos em três grupos, de acordo com o modo de atuação: controle passivo, ativo e semi-ativo. Dentre as aplicações destes dispositivos pode-se destacar a atenuação de ruídos, o amortecimento de vibração e os sistemas de suspensão. 2.1 Dispositivo de Controle de Vibrações Passivo O dispositivo de controle de vibrações passivo é o mais antigo e simples dispositivo de controle. Ele não necessita de fonte externa de energia para atuar sobre o sistema a ser controlado. Este dispositivo atua no sistema através da aplicação de forças realizadas em resposta ao movimento sofrido por ele, ou seja, através do armazenamento ou dissipação da energia do sistema. A energia controlada passivamente em um sistema não pode ser variada pela ação do dispositivo. No entanto, este dispositivo depende do projeto inicial do sistema, ou seja, sua faixa de operação é restrita aquela para a qual as propriedades como elasticidade, rigidez e amortecimento, foram definidas sem permitir mudanças em tempo real. Suas principais vantagens são: a simplicidade, os baixos custos de implementação e manutenção, a estabilidade e a confiabilidade, por agir sobre o sistema em qualquer situação, uma vez que não depende de uma fonte externa de energia. Porém, atua em uma faixa bastante restrita de freqüências, não se adaptando a diferentes condições de operação. Os dispositivos de controle passivo são compostos por elementos como coxins, molas, amortecedores e freios cujas propriedades são constantes. Uma aplicação bem usual deste tipo de dispositivo é o sistema passivo de suspensão automotiva, onde os elementos passivos utilizados compreendem os amortecedores e as molas helicoidais ou de feixe. A grande desvantagem desta classe de dispositivos de controle de vibrações reside na sua incapacidade de adaptação, uma vez que suas propriedades são fixas. 9 2.2 Dispositivo de Controle de Vibrações Ativo Além da capacidade de armazenar ou dissipar energia como no dispositivo passivo, o dispositivo de controle ativo possui a capacidade de injetar energia no sistema que se deseja controlar. Logo, ele precisa de uma fonte de energia externa que forneça energia aos seus atuadores, permitindo que estes exerçam ações de controle sobre o sistema. Estas forças de controle podem ser usadas para reduzir a energia injetada no sistema por meio de excitação externa, ou ainda, pode ser usada para dissipar a energia do sistema controlado. Este dispositivo funciona a partir dos valores medidos de vibração no sistema, por isso além da fonte externa de energia, necessita também de sensores e atuadores. Apesar de possuir desempenho superior, quando comparado ao dispositivo passivo, o ativo apresenta alta complexidade, elevada demanda de energia externa, altos custos de implementação e manutenção e, ainda, uma menor confiabilidade por ser dependente de uma fonte externa de energia para atuar sobre o sistema. Os atuadores hidráulicos, pneumáticos e eletromagnéticos, são exemplos de dispositivos de controle ativo. A sua principal diferença do dispositivo de controle passivo é o fato de precisar de uma potência externa para iniciar uma ação de controle, porém esta característica torna este sistema vulnerável à falta de energia. O dispositivo de controle ativo difere do sistema passivo, em relação a adaptabilidade às condições do sistema, ou seja, apresenta um bom desempenho em uma maior faixa de freqüência. 2.3 Dispositivo de Controle de Vibrações Semi-ativo O dispositivo de controle semi-ativo compreende uma classe intermediária entre os dois tipos apresentados anteriormente. Ele apresenta tanto características do dispositivo passivo como do ativo. Neste tipo, a força de controle é gerada de forma passiva através da dissipação ou armazenamento da energia do sistema, assim como no dispositivo passivo. Porém, permite que a intensidade desta força seja controlada de maneira ativa por um sinal de controle. Em um amortecedor semi-ativo, a intensidade da força gerada por ele pode ser controlada, basicamente, ajustando suas propriedades mecânicas em tempo real. 10 Este dispositivo não injeta energia no sistema, ele simplesmente a dissipa de forma controlada, o que lhe confere estabilidade. Sua principal característica é a baixa necessidade de energia de atuação, desta forma, obtém-se um dispositivo de controle capaz de atuar em uma faixa de operação muito mais ampla que a do sistema passivo e a um custo energético muito menor que aquele apresentado pelo dispositivo de controle ativo. Outra característica importante é a confiabilidade do sistema, pois na falta de energia, o dispositivo de controle atua como um dispositivo passivo. No que diz respeito ao dispositivo de controle ativo, é apresentada a mesma estabilidade, mas com um menor consumo de energia e, além disso, caso seu sistema de controle falhe, ele se comporta como um sistema passivo. Em um amortecedor semi-ativo, por exemplo, a intensidade da força por ele gerada pode ser controlada alterando-se a viscosidade do fluido do amortecedor ou a abertura da válvula por onde passa este fluido. A viscosidade do fluido do amortecedor pode ser alterada através da exposição do mesmo a um campo magnético controlado. Um amortecedor semi-ativo com este princípio de funcionamento é denominado de magneto-reológico (Spencer et. al., 1996 e Sunakoda et. al., 2000), e será objeto de estudo neste trabalho. Os cilindros hidráulicos e pneumáticos com válvula de vazão controlável, sistema de frenagem controlável, sistema de rigidez variável, amortecedores de vibração semi-ativos, amortecedores de fluidos controláveis elétrica ou magneticamente são exemplos de dispositivo de controle semi-ativo. O dispositivo de controle semi-ativo apresenta um grande potencial para a aplicação prática e vem, recentemente, atraindo a atenção da comunidade científica. 11 3 AMORTECEDORES MAGNETO-REOLÓGICOS Os fluidos magneto-reológicos quando expostos a um campo magnético, mostram que suas partículas apresentam um momento de dipolo paralelo à direção das linhas de fluxo do campo magnético. Desta forma, as partículas, anteriormente dispersas, se alinham ao longo das linhas de fluxo do campo magnético, formando uma estrutura em forma de correntes, conforme é mostrado nos esquemas das Figs 3.1 e 3.2. Figura 3.1 - Fluido MR na ausência de um campo magnético (Stutz, 2005). . Figura 3.2 - Fluido MR na presença de um campo magnético (Stutz, 2005). Cada corrente de partículas formada ao longo de uma linha de fluxo apresenta uma resistência para sair desta configuração e o nível de resistência apresentado é proporcional à intensidade do campo magnético a que o fluido é exposto. O grau de mudança do fluido é proporcional à magnitude do campo magnético aplicado. Transições podem surgir como uma grande mudança na viscosidade efetiva do fluído e ocorrer em menos de poucos milisegundos. O modelo de visco-plasticidade de Bingham (Shames et. al., 1992) é utilizado para se descrever o comportamento dos fluidos MRs em função da intensidade do campo magnético. 12 Neste modelo, o fluido se comporta como um sólido até que a tensão cisalhante de escoamento τ 0 seja excedida e o fluido passa a exibir uma relação linear entre a tensão τ e a taxa de deformação γ& de cisalhamento, como pode ser observado na Eq. 3.1. τ = τ o (H ) sgn(γ& ) + ηγ& (3.1) onde sgn é a função sinal e η é a viscosidade plástica, definida como a viscosidade apresentada pelo fluido, após a ocorrência do escoamento. Para descrever a capacidade do fluido MR alterar suas propriedades reológicas, quando exposto a um campo magnético, a tensão de escoamento τ 0 é considerada como uma função da intensidade H do campo magnético. Na ausência de um campo magnético, H = 0, o modelo de Bingham se reduz ao modelo de visco-elasticidade de Newton e o fluido MR se comporta como um fluido Newtoniano comum. Na Figura 3.3, é apresentada uma interpretação gráfica do modelo de Bingham. Figura 3.3 - Modelo de visco-plasticidade de Bingham (Shames et. al., 1992). O fluido possui três modos distintos de aplicação que são: o modo de válvula (valve mode), o modo de cisalhamento (shear model) e o modo de esmagamento (squeeze model). O modo de válvula representa o modo de operação mais comum de um fluido MR. Neste modo, os pólos ou placas magnéticas são fixas, diferentemente dos outros dois modos de operação, e funcionam como válvulas. O fluido MR, confinado entre as duas placas fixas, é, então, pressurizado de modo a fluir entre os pólos. Com a exposição do fluido a um campo magnético, as estruturas de corrente originadas formam uma barreira ao fluxo do fluido. 13 Portanto, como conseqüência do aumento da intensidade do campo magnético, aumenta-se a resistência ao fluxo do fluido, com isso, conclui-se que a vazão do fluido é função da intensidade do campo magnético aplicado. O modo de válvula é esquematizado na Fig. 3.4 e é aplicado, geralmente, em: servo-válvulas hidráulicas, amortecedores e atuadores (Lord, 2007). Figura 3.4 - Modo de válvula (Carlson, 2000). No modo de cisalhamento, o movimento relativo entre os pólos (ou placas) magnéticos objetiva o cisalhamento de uma fina camada de fluido MR. O cisalhamento do fluido, por sua vez, tende a mover as estruturas de correntes em relação às linhas de fluxo do campo, que são ortogonais aos pólos (ou placas) magnéticos. Portanto, a resistência do fluido ao cisalhamento é aumentada com o aumento da intensidade do campo magnético. Basicamente, este modo é parecido como o modo de válvula apresentado anteriormente, com a diferença de uma das placas estar sujeita a um deslocamento relativo, mantendo-se a distância entre elas constante. Entre outras aplicações, fluidos MRs no modo de cisalhamento são utilizados em freios rotatórios e em amortecedores MR que operam com baixos níveis de força. Este tipo é observado na Fig. 3.5. Figura 3.5 - Modo de cisalhamento (Carlson, 2000). As aplicações mais usuais deste tipo são em embreagens, freios, amortecedores e compósitos estruturais (Lord, 2007). 14 No modo de esmagamento, uma fina camada de fluido MR é comprimida por pólos magnéticos móveis. Quando expostas a um campo magnético, as partículas do fluido formam uma estrutura de corrente paralela nas linhas de fluxo do campo magnético. Com uma força de compressão (força aplicada perpendicularmente) aplicada nos pólos, as estruturas de corrente formadas pelas partículas tendem a se desmanchar. A capacidade destas estruturas resistirem à deflexão é determinada pela intensidade do campo magnético a que o fluido é exposto. Ou seja, com o aumento da intensidade do campo magnético, aumenta-se à resistência à deflexão e, conseqüentemente, a resistência ao movimento relativo entre os pólos. O fluido confinado entre as placas é obrigado a fluir horizontalmente no espaço entre as placas. Este modo é mostrado na Fig. 3.6 e pode ser aplicado para controle de pequenos movimentos (Lord, 2007) Figura 3.6 - Modo de esmagamento (Carlson, 2000). 3.1 Amortecedores Magneto-reológicos A aplicação mais comum dos fluidos magneto-reológicos são nos amortecedores. A sua capacidade de alterar de maneira reversível a sua viscosidade fazem com que tenham uma grande potencialidade em aplicações de controle de vibrações. O esquema de um amortecedor magneto-reológico típico é apresentado na Fig. 3.7. 15 Figura 3.7 - Esquema do amortecedor magneto-reológico (Carlson, 2000). O cilindro principal do amortecedor contém o pistão, o circuito magnético (bobina), um acumulador e o fluido magneto-reológico. O fato do amortecedor ser magneto-reológico, o diferencia do amortecedor convencional pela presença da bobina em sua válvula, que tem por finalidade gerar o campo magnético que vai alterar as propriedades reológicas do fluido. O acumulador consiste de uma câmara contendo gás pressurizado, geralmente nitrogênio, e tem como finalidade prevenir a cavitação do fluido, compensar o volume de fluido deslocado pelo eixo do pistão, assim como uma expansão térmica do fluido. De um ponto de vista fenomenológico, o acumulador age como uma mola no amortecedor (Stutz, 2005). No amortecedor magneto-reológico, o fluido opera no modo de válvula, conforme pode ser observado na Fig. 3.4. O funcionamento do amortecedor basicamente é dado pelo movimento do pistão, onde o fluido magneto-reológico flui através da válvula do amortecedor de uma câmara a outra. Uma vez que um campo magnético é gerado perpendicular à válvula do amortecedor, criando uma região de ativação, as partículas magneticamente polarizadas do fluido apresentam um momento de dipolo paralelo na direção das linhas de fluxo do campo magnético. Desta forma, as partículas, anteriormente dispersas, se alinham ao longo das linhas de fluxo do campo magnético, formando uma estrutura de correntes, conforme esquematizado na Fig. 3.2, que age como uma barreira ao fluxo do fluido. Aumentando-se a intensidade do campo magnético, aumenta-se a resistência ao fluxo do fluido através da válvula, resultando na força do amortecedor MR (Carlson, 2000). Em um amortecedor magneto-reológico, a força é gerada de maneira passiva, sendo capaz apenas de dissipar energia do sistema ao qual ele esteja associado. No entanto, apesar de a força ser gerada de maneira passiva, sua intensidade pode ser controlada de maneira ativa, através da exposição do fluido MR a um campo magnético controlado. Por este motivo, os amortecedores magneto-reológico pertencem à classe dos atuadores semi-ativos. 16 Deve-se ressaltar que a energia demandada por um amortecedor magnetoreológico é relativamente baixa, quando comparada à energia demandada por um atuador ativo. Isto se deve ao fato da energia servir apenas para gerar o campo magnético apropriado para controlar a intensidade da força. Esta é uma característica importante para a aplicação em próteses, devido a qualquer sistema de controle que seja incorporado a uma prótese necessitar ser leve e de tamanho reduzido. 3.2 Modelos Matemáticos do Amortecedor MR Tanto os modelos não paramétricos, (Burton et. al., 1996, Ehrgott e Masri, 1992), quanto os paramétricos, (Gamota e Filisko, 1991, Spencer et. al., 1996, Kamath e Wereley, 1997, Stanway et. al., 1987), foram considerados para modelar o comportamento observado de amortecedores magneto e eletro-reológicos. Ehrgott e Masri, 1994, apresentaram uma abordagem não paramétrica para modelar os amortecedores ERs (Eletro-reológicos), presumindo que a força do amortecedor poderia ser escrita em função da velocidade e aceleração por polinômios de Chebychev. McClamroch e Gavin, 1995, seguiram um método similar, ao modelar um dispositivo ER. Uma das dificuldades nessa abordagem é que os modelos resultantes são, muitas vezes, muito complexos. Kamath e Wereley (1996) e Makris et. al., (1996), desenvolveram modelos paramétricos para caracterizar fluidos ERs (Eletroreológicos) e os dispositivos fluidos controláveis. Alternativamente, os modelos paramétricos, baseados em simples idealizações mecânicas foram considerados por (Stanway et. al., 1985, 1987, e Gamota e Filisko, 1991), para descrever o comportamento de fluídos controláveis e dos amortecedores fluidos controláveis. Os modelos paramétricos são modelos fenomenológicos geralmente construídos a partir da combinação de elementos mecânicos simples, como, por exemplo, molas, amortecedores e elementos de atrito. Nestes modelos, os parâmetros são ajustados de modo que se consiga reproduzir de maneira satisfatória os resultados observados experimentalmente. Existem duas abordagens distintas para o problema da modelagem matemática. Uma é a modelagem do fluido magneto-reológico e a outra é a modelagem do amortecedor magneto-reológico, levando-se em consideração que o modelo do amortecedor é um modelo fenomenológico, ou seja, é obtido através da observação experimental do comportamento de um sistema mecânico composto por um amortecedor cuja vazão em seu orifício é controlada através do campo magnético. 17 A seguir, são descritos os modelos paramétricos bastante encontrados na literatura. 3.2.1 Modelo de Bingham O comportamento da tensão de deformação do modelo visco-plástico de Bingham (Shames e Cozarelli, 1992) é, freqüentemente, usado para descrever o comportamento dos fluidos MR. Neste modelo, a viscosidade plástica é definida como a rampa da medida dos dados da tensão de cisalhamento versus a taxa da deformação por cisalhamento. Assim, para valores positivos da taxa de cisalhamento, γ& , a tensão total é dada pela Eq. 3.2. τ = τ y (campo) + ηγ& onde (3.2) τ y (campo) é a tensão de cisalhamento limite induzida pelo campo magnético e η é a viscosidade plástica do fluido. Com base neste modelo do comportamento reológico dos fluidos MR, Stanway, et. al. (1985) propuseram um modelo mecânico idealizado, chamado de modelo de Bingham, para o comportamento do amortecedor MR. O modelo de Bingham consiste em um elemento de atrito de Coulomb colocado em paralelo com o amortecedor viscoso, como mostrado na Fig. 3.8. Figura 3.8 - Modelo de Bingham (Spencer, et. al., 1996). Neste modelo, para velocidades do pistão diferentes de zero, x& , a força gerada pelo mecanismo é dado pela Eq. 3.3: F = f c sgn( x& ) + c 0 x& + f 0 (3.3) 18 onde x& é a velocidade relativa das extremidades do amortecedor, sgn( ) é a função sinal, c0 é a constante de amortecimento plástico, ou seja, é o coeficiente de amortecimento observada após o escoamento do fluido e f c é a força relacionada à tensão de escoamento do fluido. Uma parcela de força, f 0 , é incluída para os valores de força medidos devido à presença do acumulador no interior do amortecedor. Com base na Eq. 3.3, podemos concluir que, se em algum ponto, a velocidade do pistão for igual a zero, a força gerada pelo mecanismo, F , é igual a força interna do acumulador, f 0 (offset). Devido a sua simplicidade relativa, o modelo de Bingham é muito utilizado no desenvolvimento de amortecedores MR (Yang, 2001, Poynor, 2001) por fornecer um entendimento da influência dos parâmetros geométricos do amortecedor em seu desempenho. O modelo de Bingham é utilizado na análise numérica de um isolador semi-ativo de vibrações (Johnson et. al., 1998). Na Equação 3.3, observa-se que a força determinada pelo modelo de Bingham é descontínua com relação à velocidade, devido à função sinal não ser definida nos pontos de velocidade nula. 3.2.2 Modelo de Gamota e Filisko Gamota e Filisko (1991), propuseram uma extensão do modelo de Bingham, o qual consiste no elemento de atrito em paralelo com o amortecedor de fluido em série com um modelo padrão de sólido linear (Shames e Cozzarelli, 1992), como é mostrado na Fig. 3.9. Figura 3.9 - Modelo proposto por Gamota e Filisko, 1991 (Dyke et. al. 1996). As equações que governam este modelo estão descritas nas Eqs. 3.4 e 3.5. 19 F = k1 ( x 2 − x1 ) + c1 ( x& 2 − x&1 ) + f 0 = c 0 x&1 + f c sgn( x&1 ) + f 0 F > fc (3.4) = k 2 ( x3 − x 2 ) + f 0 F = k1 ( x 2 − x1 ) + c1 x& 2 + f 0 = k 2 ( x3 − x 2 ) + f 0 F ≤ fc (3.5) onde c0 é o coeficiente de amortecimento associado ao modelo de Bingham e k1, k2 e c1 estão associados com o material sólido linear. Quando F ≤ f c x&1 = 0. Segundo Ehrgott e Masri (1994), as Eqs. 3.4 e 3.5 são extremamente complexas, tornando este modelo mais difícil para se aproximar com a parte numérica. 3.2.3 Modelo de Bouc-Wen Um modelo que é numericamente tratável e tem sido usado freqüentemente para modelar sistemas com histerese é o modelo de Bouc-Wen (Wen, 1976). O modelo de Bouc-Wen é extremamente versátil e pode exibir uma grande variedade de comportamento de histerese. Um esquema deste modelo é mostrado na Fig. 3.10, onde é formado pela combinação em paralelo de um elemento de histerese de Bouc-Wen (Wen, 1980). Figura 3.10 - Modelo de Bouc-Wen. (Stanway, et al., 1985, 1987). A força neste sistema é dada pela Eq. 3.6. F = c 0 x& + k 0 x + αz + f 0 (3.6) 20 onde c0 é o coeficiente de amortecimento plástico associado ao modelo de BoucWen, x& é a velocidade relativa das extremidades do amortecedor, k0 e f0 contabilizam o efeito do acumulador, e z é a variável de estado que representa uma variável interna do sistema, chamada de deslocamento de histerese e é descrita pela Eq. 3.7. z& = −γ x& z z n −1 n − β x& z + Ax& (3.7) Pelo ajuste dos parâmetros do modelo, γ, β, A e n, pode-se controlar a linearidade na ausência de carga e a transição suave antes e depois do carregamento e forma da curva de histerese. A força f0 devido ao acumulador pode ser diretamente incorporada a este modelo como uma deflexão inicial x0 da mola linear k0. Aplicando estes valores na Eq. 3.7 tem-se: F = c 0 x& + k 0 ( x − x 0 ) + αz (3.8) O modelo de Bouc-Wen prediz o comportamento força-deslocamento do amortecedor e ele possui um comportamento força-velocidade muito parecido com os resultados experimentais (Spencer et. al., 1996). Contudo, foi observado (Spencer et. al., 1996), que ainda existe uma diferença quando em baixas velocidades para a relação força-velocidade, além da sua complexidade. 3.2.4 Modelo de Bouc-Wen Modificado Este modelo é empregado com o objetivo de melhorar a descrição da relação entre força e velocidade. Este modelo é formado por um amortecedor c1 em série com o modelo de Bouc-Wen de modo a fornecer o comportamento não linear existente entre a força e a velocidade (Spencer et. al., 1996). Uma mola k1 é adicionada em paralelo com o objetivo de contabilizar a ação do acumulador. É mostrado na Fig. 3.11 um esquema deste modelo. 21 Figura 3.11 - Modelo de Bouc-Wen Modificado (Spencer, et. al., 1996). A força do amortecedor é calculada utilizando a Eq. 3.9. (3.9) F = c1 y& + k1 x + f 0 A velocidade y& é dada na Eq. 3.10. y& = 1 {αz + c 0 x& + k 0 ( x − y )} (c 0 + c1 ) (3.10) A variável de estado z é descrita pela Eq. 3.11. z& = −γ x& − y& z z n −1 n − β ( x& − y& ) z + A( x& − y& ) (3.11) onde os parâmetros γ, β, A e n determinam a forma da curva de histerese. Neste modelo, a rigidez do acumulador é representada por k1 e o amortecimento viscoso de amortecimento para grandes velocidades é representado por c0. O amortecedor representado por c1, é incluído para compensar a distorção a baixas velocidades, k0 está presente para controlar a rigidez em altas velocidades, e x0 é o deslocamento inicial da mola k1 associada à força de amortecimento nominal devido ao acumulador. Segundo Spencer et. al. (1996), este modelo proposto atende bem ao comportamento do amortecedor em todas as regiões inclusive na região onde a aceleração e a velocidade têm sinais opostos e os valores de velocidade são 22 pequenos Porém possui uma grande complexidade para a obtenção dos seus parâmetros. Neste trabalho se adotou o modelo de Bingham, devido representar de maneira satisfatória o comportamento do amortecedor MR, além de permitir a obtenção de cada parâmetro da sua equação através dos ensaios experimentais. 23 4 MODELAGEM EXPERIMENTAL Neste capítulo são apresentadas as bancadas montadas para a modelagem experimental do amortecedor MR. No capítulo 5 são mostradas as variações dessas montagens que permitiram a obtenção dos parâmetros do amortecedor MR. O amortecedor MR objeto de estudo deste trabalho é o modelo MR RD 1005-3 produzido pela Lord Corporation e mostrado na Fig. 4.1 Figura 4.1 – Amortecedor magneto-reológico MR RD 1005-3. Na tabela 4.1 é mostrada a sua especificação. Tabela 4.1 – Especificação do amortecedor MR RD 1005-3. Modelo Comprimento com haste retraída Comprimento com haste estendida Diâmetro do corpo Diâmetro da haste Massa Características elétricas Forças amortecidas Carregamento máximo Tempo de resposta 4.1 MR RD 1005-3 0,155 m 0,209 m 0,041 m 0,010 m 0,8 kg Corrente de entrada máxima: 2 A Tensão de entrada: 12 VCC 0,05 m/s para 1A: => 226,8 kgf (2224 N) 0,20 m/s para 0A: =< 68 kgf (667 N) 453,57 kgf (4448 N) < 25 ms tempo para alcançar 90% do nível máximo variando de 0 a 1 A Configuração experimental 1 24 A primeira bancada montada utiliza um atuador hidráulico para a excitação do sistema e para medição de força e deslocamento uma célula de carga e um potenciômetro, respectivamente (Fig. 4.2). Figura 4.2 – Esquema da primeira bancada experimental. Nas Tabelas 4.2, 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6 são apresentadas às especificações do atuador hidráulico, da célula de carga, do potenciômetro, da válvula proporcional hidráulica, e da placa de aquisição de dados, respectivamente. Tabela 4.2 – Especificação do atuador hidráulico. Diâmetro do embolo Diâmetro da haste Curso Pressão máxima de trabalho Pressão de trabalho Força de avanço (P = 8 MPa) Força de retorno (P = 8 MPa) 0,032 m 0,014 m 0,200 m 10 MPa 8 MPa 670 kgf (6570,45 N) 207 kgf (2030 N) Tabela 4.3 - Especificação da célula de carga. Modelo Capacidade Nominal MS 200 Excel Sensors 200 kgf (1961,33 N) 25 Tabela 4.4 - Especificação do potenciômetro. Modelo Resistência B 10 K 10 KΩ Tabela 4.5 - Especificação da válvula proporcional hidráulica. Vias de trabalho Posições de comando Tipo de centro Acionamento elétrico Sinal de corrente Pressão máxima de trabalho Vazão máxima 4 3 Fechado Solenóide proporcional de 24 Vcc 150 a 800 mA 21 MPa -4 3 3,3 x 10 m /s Tabela 4.6 - Especificação da placa de aquisição de dados. Modelo Nº entradas analógicas Nº saídas analógicas Nº de canais digitais Tensão de saída Máxima taxa de saída USB-6009 8 2 12 0 a 5Vcc 150 Hz Como se pode observar através das tabelas apresentadas e do esquema da Fig. 4.2, a solenóide da válvula proporcional hidráulica opera com um sinal de 150 a 800 mA, enquanto que a placa de aquisição de dados trabalha com um sinal de 0 a 5Vcc. As Figs. 4.3 e 4.4, respectivamente, apresentam o esquema e o circuito montado para permitir a compatibilidade entre os sinais elétricos do solenóide e da placa. 26 Figura 4.3 – Esquema do circuito conversor montado. Figura 4.4 – Circuito conversor de 0 a 5 Vcc para 150 a 800mA. 27 Foram aferidos célula de carga e o potenciômetro linear. O primeiro com pesos conhecidos e o segundo usando um paquímetro digital. Na Figura 4.5 é mostrada a primeira bancada experimental. Figura 4.5 – Primeira bancada experimental. Na Figura 4.6 é mostrado o detalhe da montagem amortecedor MR, célula de carga, atuador hidráulico e potenciômetro. Figura 4.6 – Detalhe da montagem. Como se pode observar essa montagem é feita na horizontal através de suportes que foram fabricados para fixar o sistema amortecedor-célula de cargapotenciometro-atuador hidráulico a estrutura de Alumínio. 28 O objetivo do procedimento experimental é controlar o movimento do atuador hidráulico, através de um sinal senoidal gerado através do computador, para que este se movimente como um excitador mecânico. Ao mesmo tempo é medido a força e o deslocamento do amortecedor MR. Para permitir esta interface da válvula proporcional hidráulica, potenciômetro e célula de carga ao computador é usado além da placa de aquisição de sinais um programa desenvolvido em plataforma LabVIEW©. 4.1.1 Resultados A seguir são mostrados os resultados experimentais da configuração 1. Frequência 1Hz Força 60 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 40 20 0 Força(N) -20 -40 -60 -80 -100 -120 -140 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.7 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 1Hz. Pode-se observar o aumento gradual no valor da força com o aumento do valor da tensão que está sendo submetida ao amortecedor MR. Isso ocorre até o valor de tensão igual a 5V. A forma do gráfico é uma onda senoidal. 29 Frequência 1Hz Deslocamento 50 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V deslocamento(10-3m) 45 40 35 30 25 20 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.8 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 1Hz. O valor do deslocamento vai diminuindo de acordo com o valor de tensão aplicada. Isso ocorre até o valor de tensão de 5V. Além disso a forma da curva tem haver com o sinal senoidal de excitação gerado pelo atuador hidráulico. Frequência 1.5Hz Força 100 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 50 força(N) 0 -50 -100 -150 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.9 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 1,5Hz. Novamente o comportamento é semelhante ao gráfico com freqüência de 1Hz porém os valores de força são maiores devido ao aumento na freqüência de excitação. 30 À medida que se aumenta o valor da freqüência ocorre um aumento no valor da força, como se pode observar nos outros gráficos. Frequência 1.5Hz Deslocamento 36 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 34 deslocamento(10-3m) 32 30 28 26 24 22 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.10 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 1,5Hz. No gráfico deslocamento por tempo com a freqüência de 1,5Hz se pode notar uma diferença no formato da curva referente à tensão de 0V comparado com os gráficos da freqüência anterior. Esse comportamento ocorreu devido à resposta do amortecedor para essa faixa de freqüência. Frequência 2Hz Força 100 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 50 força(N) 0 -50 -100 -150 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.11 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 2,0Hz. 31 Pode-se notar uma mudança na forma da curva para os valores de tensão de 1V até 3V atribuída a uma folga muito pequena na bancada experimental. Frequência 2Hz Deslocamento 32 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 30 deslocamento(10-3m) 28 26 24 22 20 18 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.12 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 2,0Hz. Novamente é observado a saturação na variação das curvas a partir da tensão de controle de 5V. Frequência 2.5Hz Força 100 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 50 força(N) 0 -50 -100 -150 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.13 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 2,5Hz. 32 Frequência 2.5Hz Deslocamento 32 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 31 deslocamento(10- 3m) 30 29 28 27 26 25 24 23 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.14 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 2,5Hz. Pode-se observar um comportamento diferente para os valores de tensão de 3V e 6V. Frequência 3Hz Força 40 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 20 força(N) 0 -20 -40 -60 -80 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.15 – Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 3,0Hz. 33 Frequência 3Hz Deslocamento 26 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 24 deslocamento(10-3m) 22 20 18 16 14 12 10 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.16 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 3,0Hz. Pode-se notar uma resposta diferente do amortecedor através dos gráficos apresentados para a faixa de freqüência de 3Hz. Frequência 3.5Hz Força 40 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 20 força(N) 0 -20 -40 -60 -80 -100 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.17 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 3,5Hz. 34 Frequência 3.5Hz Deslocamento 25.5 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 25 deslocamento(10-3m) 24.5 24 23.5 23 22.5 22 21.5 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.18 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 3,5Hz. A leitura de deslocamento para a freqüência de 3,5Hz apresentou uma variação pequena comparado com as outras freqüências até esse momento apresentadas. Frequência 4Hz Força 20 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V 10 0 força(N) -10 -20 -30 -40 -50 -60 -70 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.19 - Gráfico Força x Tempo. Freqüência de 4Hz. 35 Frequência 4Hz Deslocamento 25 0V 1V 2V 3V 4V 5V 6V 7V 8V 9V 10V deslocamento(10-3m) 24.5 24 23.5 23 22.5 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 tempo(s) 0.7 0.8 0.9 1 Figura 4.20 - Gráfico Deslocamento x Tempo. Freqüência de 4Hz. Através da análise dos resultados obtidos se observa uma saturação no comportamento do amortecedor MR quando atinge a tensão de 5V. Acima desse valor não se consegue perceber variação significativa nos valores da força e do deslocamento medidos. Consultando a especificação do fabricante se encontra a informação de valor de força amortecida relacionada ao valor máximo de corrente de 1A, mas não é fornecido com qual tipo de sinal é feito o controle. A caixa de controle gera um sinal de saída em tensão para controlar o amortecedor MR. Mas analisando esse valor de 1A do manual se conclui que o controle é feito por corrente já que a tensão que ocorre a saturação é 5V que vale aproximadamente 1A. A partir do comportamento do amortecedor e dos resultados obtidos, e devido esta bancada não estar mais disponível para poder se repetir algumas medições, é pensado em uma segunda configuração experimental, onde o controle será feito pelo sinal de corrente. Através de medições feitas na caixa de controle do amortecedor se observa que ocorre uma variação no seu valor de saída. Com isso na próxima configuração experimental é usada uma fonte de alimentação gerando um sinal de corrente em vez da sua própria caixa de controle. 36 4.2 Configuração experimental 2 A segunda bancada montada utiliza um atuador pneumático para a excitação do sistema, já que o atuador hidráulico não estava mais disponível. Está sendo utilizado a mesma célula de carga do experimento anterior, e um acelerômetro em vez do potenciômetro linear. Nas Tabelas 4.7, 4.8 e 4.9 são apresentadas às especificações do atuador pneumático, válvula direcional pneumática e do acelerômetro, respectivamente. Tabela 4.7 – Especificação do atuador pneumático. Diâmetro do embolo Diâmetro da haste Curso Pressão máxima de trabalho Pressão de trabalho Força de avanço (P = 0.4 MPa) Força de retorno (P = 0.4 MPa) 0,030 m 0,012 m 0,080 m 1,03 MPa 0,4 MPa 28,83 kgf (282,82 N) 24,21 kgf (237,50 N) Tabela 4.8 - Especificação da válvula direcional pneumática. Modelo Vias de trabalho Posições de comando Avanço Retorno Acionamento elétrico Pressão máxima de trabalho Vazão máxima VT 145242 Belton 5 2 Solenóide Mola Solenóide de 12 Vcc 1,02 MPa -2 3 2,6 x 10 m /s Tabela 4.9 - Especificação do acelerômetro. Modelo Sensor Sensibilidade 353B03 PCB Quartz 2 10 mV/g (1,02 mV/m/s ) Para permitir a leitura do acelerômetro é usada uma placa da National Instruments, modelo NI 9234, que além da leitura do sinal fornece também a tensão de alimentação. Com o objetivo de se extrair o valor do deslocamento a partir da leitura do acelerômetro são realizadas duas integrações utilizando o bloco de integração do programa LabVIEW ©. O sinal da célula de carga é lido através de uma placa modelo NI 9219 que também fornece tensão de alimentação. 37 Essas duas placas são condicionadas em um suporte próprio que possui a interface de comunicação via USB com o computador, como é mostrado na Fig. 4.21. Figura 4.21 – Suporte com comunicação via USB com as duas placas encaixadas. Para permitir a leitura e gravação dos dados dos sensores é utilizado um programa em plataforma SignalExpress/LabVIEW©. O objetivo do procedimento experimental é movimentar o sistema através do atuador pneumático e medir os parâmetros de deslocamento, velocidade e força para valores de freqüência diferentes. Na Figura 4.22 é mostrada a segunda bancada experimental. Figura 4.22 – Segunda bancada experimental. 38 Na Figura 4.23 é mostrado em detalhe a montagem mecânica. Figura 4.23 – Detalhe da montagem experimental da segunda bancada. Como se pode observar nessa segunda montagem experimental são utilizados perfis de Alumínio da Bosch, de seção quadrada 45 x 45 mm. Na Figura 4.24 é mostrado o detalhe da fixação do acelerômetro através da sua base magnética. Figura 4.24 – Detalhe da fixação do acelerômetro através da sua base magnética. 39 4.2.1 Resultados A seguir são mostrados os resultados experimentais da configuração 2. 0,25A 1Hz 800 600 força(N) 400 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 tempo(s) Figura 4.25 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 1Hz. Pode-se notar no gráfico de força por tempo para freqüência de excitação 1Hz e corrente no amortecedor de 0,25A, que a sua forma está relacionada com a maneira como o atuador pneumático movimentou o sistema experimental da configuração 2. 0,25A 1Hz 0.02 deslocamento(m) 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 -0.02 -0.025 tempo(s) Figura 4.26 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 1Hz. O gráfico da Fig. 4.26 é o resultado de duas integrações da leitura da grandeza de aceleração efetuada pelo acelerômetro. 40 0,50A 1Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.27 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 1Hz. É observada não mais a forma de um bico como no gráfico da Fig. 4.25, e sim a formação de um patamar tanto na região de máximo como na de mínimo do gráfico de força por tempo para 0,50A de corrente e 1Hz de freqüência de excitação. 0,50A 1Hz 0.006 0.005 deslocamento(m) 0.004 0.003 0.002 0.001 0 -0.001 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.002 -0.003 -0.004 tempo(s) Figura 4.28 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 1Hz. Pode-se notar próximo dos instantes de 0,5, 1, 1,5, 2 e 2,5 segundos, uma região onde aparece uma oscilação no valor do deslocamento. Isto ocorre devido um fenômeno de stick-slip interno no amortecedor. 41 0,75A 1Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.29 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 1Hz. Aparece novamente uma região de patamar tanto no máximo como no mínimo do valor da força, porém pode-se observar devido ao aumento do valor da corrente do amortecedor, o valor medido da força está diminuindo em relação aos gráficos anteriores. 0,75A 1Hz 0.003 deslocamento(m) 0.002 0.001 0 -0.001 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.002 -0.003 -0.004 tempo(s) Figura 4.30 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 1Hz. Em relação ao gráfico da Fig. 4.30, a região de oscilação do deslocamento está presente, mas os instantes que essa variação aparece são diferentes do gráfico da Fig. 4.28. 42 1A 1Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.31 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 1Hz. 1A 1hz 0.003 deslocamento(m) 0.002 0.001 0 -0.001 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.002 -0.003 -0.004 tempo(s) Figura 4.32 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 1Hz. Nos dois últimos gráficos com a freqüência de excitação de 1Hz (Figs. 4.31 e 4.32) pode-se notar o mesmo comportamento dos gráficos anteriores exceto no de valor de corrente de 0,25A. Este fato demonstra que a partir de 0,50A, tanto para a força como para o deslocamento, o comportamento dos gráficos é parecido mudando apenas os valores medidos que são proporcionais ao valor de corrente que está submetido o amortecedor. A seguir são mostrados os gráficos para o valor de freqüência de excitação de 2Hz. 43 0,25A 2Hz 800.00000 600.00000 força(N) 400.00000 200.00000 0.00000 -200.00000 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400.00000 -600.00000 -800.00000 tempo(s) Figura 4.33 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 2Hz. Na Figura 4.33 novamente aparece os pontos em forma de bicos na região de valor máximo da força semelhante ao gráfico de 0,25A 1Hz. 0,25A 2Hz 0.02 deslocamento(m) 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 -0.02 tempo(s) Figura 4.34 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 2Hz. Para o valor de 0,25A e 2Hz não aparece à região de oscilação do valor do deslocamento. A partir do valor de corrente de 0,50A pode se observar nos gráficos de força por tempo o aparecimento do patamar para os valores de máximo e mínimo da força, e para os gráficos de deslocamento por tempo a oscilação no valor de deslocamento. 44 0,50A 2Hz 800 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.35 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 2Hz. 0,50A 2Hz 0.006 deslocamento(m) 0.004 0.002 0 -0.002 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.004 -0.006 -0.008 tempo(s) Figura 4.36 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 2Hz. 0,75A 2Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.37 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 2Hz. 45 0,75A 2Hz 0.008 deslocamento(m) 0.006 0.004 0.002 0 -0.002 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.004 -0.006 -0.008 tempo(s) Figura 4.38 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 2Hz. 1A 2Hz 600 400 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.39 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 2Hz. 1A 2Hz 0.004 0.003 deslocamento(m) força(N) 200 0.002 0.001 0 -0.001 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.002 -0.003 tempo(s) Figura 4.40 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 2Hz. 46 0,25A 3Hz 800 600 força(N) 400 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 tempo(s) Figura 4.41 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 3Hz. No gráfico da Fig. 4.41 já não aparece o ponto em forma de bico para a região de máximo e sim uma curva mais suave semelhante a que aparece na região de mínimo do valor da força. 0,25A 3Hz deslocamento(m) 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 -0.01 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.015 -0.02 -0.025 tempo(s) Figura 4.42 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 3Hz. No gráfico do deslocamento pode-se notar até o instante de 1,25 segundos a movimentação da haste do amortecedor em uma região positiva e após isso até o instante final, a variação do deslocamento da sua haste na parte negativa do gráfico. 47 0,50A 3hz 800 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.43 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 3Hz. Diferentemente do que ocorreu com os gráficos de 1Hz e 2Hz não aparece a região de patamar nos instantes de valor máximo e mínimo da força. 0,50A 3Hz 0.008 deslocamento(m) 0.006 0.004 0.002 0 -0.002 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.004 -0.006 -0.008 tempo(s) Figura 4.44 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 3Hz. No gráfico de deslocamento por tempo para 0,50A e 3Hz aparecem mais instantes que ocorre a variação do deslocamento, comparando com as freqüências de 1 e 2Hz. Isso demonstra que para valores de freqüência mais alta o fenômeno do stick-slip do amortecedor aparece mais vezes. 48 0,75A 3Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.45 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 3Hz. Novamente para os gráficos de força por tempo para os valores de 0,75A e 1A não aparece os patamares e sim pontos arredondados para os valores de máximo e mínimo da força. Comportamento este diferente do que é visto nos gráficos para 1 e 2Hz de excitação para o mesmo valor de corrente. 0,75A 3Hz 0.008 deslocamento(m) 0.006 0.004 0.002 0 -0.002 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.004 -0.006 tempo(s) Figura 4.46 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 3Hz. 1A 3Hz 800 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.47 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 3Hz. 49 1A 3Hz 0.004 deslocamento(m) 0.003 0.002 0.001 0 -0.001 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.002 -0.003 tempo(s) Figura 4.48 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 3Hz. No gráfico da Fig. 4.48 pode-se notar uma oscilação muito maior do deslocamento comparado aos gráficos anteriores. Esse aumento está relacionado ao valor da freqüência como também com a corrente de 1A que está submetido o amortecedor. A seguir são apresentados os resultados para o valor de freqüência de excitação de 4Hz. 0,25A 4Hz 800 600 força(N) 400 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 tempo(s) Figura 4.49 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 4Hz. No gráfico da Fig. 4.49 aparece uma curva bem homogênea principalmente nos valores de mínimo e máximo da força. 50 0,25A 4Hz 0.02 deslocamento(m) 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 tempo(s) Figura 4.50 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 4Hz. No gráfico de deslocamento aparece uma movimentação da haste do amortecedor tanto na região positiva como na negativa do gráfico. Além disso a amplitude do deslocamento é pequena devido ao valor de freqüência de excitação de 4Hz. 0,50A 4Hz 800 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.51 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 4Hz. No gráfico de força por tempo para 0,50A e 4Hz é bem nítido o formato do gráfico além do valor da amplitude da sua força. 51 deslocamento(m) 0,50A 4Hz 0.01 0.008 0.006 0.004 0.002 0 -0.002 0 -0.004 -0.006 -0.008 -0.01 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.52 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 4Hz. No gráfico de deslocamento para 0,50A ocorre o aparecimento de uma pequena oscilação no valor do deslocamento em vários instantes do tempo evidenciando assim o efeito stick-slip. 0,75A 4Hz 800 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.53 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 4Hz. No gráfico da Fig. 4.53 o formato da curva nos valores de mínimos e de máximo, está bem homogêneo assim como ocorre com no gráfico de força para 0,50A. 52 0,75A 4Hz 0.004 deslocamento(m) 0.003 0.002 0.001 0 -0.001 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.002 -0.003 -0.004 -0.005 tempo(s) Figura 4.54 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 4Hz. No gráfico de deslocamento para 0,75A e 4Hz aparecem oscilações do deslocamento em vários instantes de tempo, como já ocorreu com outros gráficos apresentados. 1A 4Hz 800 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 4.55 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 4Hz. O gráfico de força para 1A é parecido com os outros gráficos apresentados para essa faixa de freqüência, porém o gráfico de deslocamento possui oscilações de menor valor do que o gráfico de 0,75A. 53 1A 4Hz 0.006 deslocamento(m) 0.004 0.002 0 -0.002 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.004 -0.006 -0.008 tempo(s) Figura 4.56 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 4Hz. 4.3 Configuração experimental 3 A terceira bancada montada é mostrado na Fig. 4.57. Figura 4.57 – Terceira bancada experimental. As diferenças dessa bancada em relação a segunda são: ▪ a utilização de duas articulações que permitem com que os dois perfis se movimentem como um pêndulo duplo; ▪ a fixação do atuador pneumático ao perfil superior; ▪ a colocação de uma massa conhecida na extremidade do perfil inferior; e ▪ o conjunto amortecedor MR-célula de carga-acelerômetro está fixado na parte de fora da estrutura. 54 O procedimento experimental se dá através da movimentação do atuador pneumático que movimenta o perfil superior e este desloca o perfil inferior devido à massa que está fixada em sua extremidade. Quando ocorre este movimento dos dois perfis ocorre o deslocamento da haste do amortecedor MR A força, a velocidade e o deslocamento são medidos através da célula de carga e do acelerômetro utilizados na configuração anterior. 4.3.1 Resultados 0A 1Hz 2500 2000 força(N) 1500 1000 500 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1000 tempo(s) Figura 4.58 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 1Hz. Pode-se notar no gráfico de força por tempo para 0A e 1Hz, que a sua aparência é relacionada à excitação do amortecedor na bancada experimental da configuração 3. deslocamento(m) 0A 1Hz 0.05 0.04 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0 -0.02 -0.03 -0.04 -0.05 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.59 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 1Hz. 55 No gráfico de deslocamento podem ser observadas regiões de mínimo e máximo que foram visíveis durante o experimento. 0,25A 1Hz 1500 força(N) 1000 500 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -500 -1000 tempo(s) Figura 4.60 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 1Hz. No gráfico de força por tempo para 0,25A e 1Hz são evidentes os pontos de máximos e mínimos do valor da força. 0,25A 1Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 tempo(s) Figura 4.61 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 1Hz. No gráfico de deslocamento se pode notar a movimentação da haste do amortecedor tanto na região positiva como na negativa do gráfico. 56 0,50A 1Hz 2000 1500 força(N) 1000 500 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1000 -1500 tempo(s) Figura 4.62 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 1Hz. Tanto no gráfico de força para 0,50A como para 0,75A é bem nítido as regiões onde a força do amortecedor aparece durante o experimento. 0,50A 1Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 tempo(s) Figura 4.63 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 1Hz. 0,75A 1Hz 2500 2000 1500 força(N) 1000 500 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1000 -1500 -2000 tempo(s) Figura 4.64 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 1Hz. 57 deslocamento(m) 0,75A 1Hz 0.05 0.04 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0 -0.02 -0.03 -0.04 -0.05 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.65 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 1Hz. Os gráficos de deslocamento para 0,75A e 1A são semelhantes, aparecendo uma região de pequena oscilação no valor do deslocamento após os pontos de valor máximo. 1A 1Hz 250 200 150 força(N) 100 50 0 -50 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -100 -150 -200 tempo(s) Figura 4.66 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 1Hz. 1A 1Hz 0.04 deslocamento(m) 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.02 -0.03 -0.04 -0.05 tempo(s) Figura 4.67 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 1Hz. A seguir são apresentados os resultados para o valor de freqüência de 2Hz. 58 0A 2Hz 1000 800 600 força(N) 400 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 -800 tempo(s) Figura 4.68 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 2Hz. No gráfico da Fig. 4.68 são bem nítidos os pontos de máximos e de mínimos dos valores da força. 0A 2Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 tempo(s) Figura 4.69 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 2Hz. Novamente se observa uma movimentação da haste do amortecedor em uma região positiva e negativa do gráfico. Pode-se notar que de 0,25A até 1A os gráficos de força e de deslocamento se comportam de maneira semelhante apenas com uma variação no valor da amplitude de um valor de corrente para o outro. Essa variação realmente tem que ocorrer já que o valor da corrente de controle do amortecedor está aumentando. 59 0,25A 2Hz 150 100 força(N) 50 0 -50 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -100 -150 tempo(s) Figura 4.70 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 2Hz. 0,25A 2Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 tempo(s) Figura 4.71 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 2Hz. 0,50A 2Hz 2000 1500 força(N) 1000 500 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1000 -1500 -2000 tempo(s) Figura 4.72 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 2Hz. 60 0,50A 2Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 -0.08 tempo(s) Figura 4.73 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 2Hz. 0,75A 2Hz 2500 2000 1500 força(N) 1000 500 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1000 -1500 -2000 tempo(s) Figura 4.74 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 2Hz. 0,75A 2Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 tempo(s) Figura 4.75 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 2Hz. 61 1A 2Hz 2500 2000 1500 força(N) 1000 500 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -1000 -1500 -2000 tempo(s) Figura 4.76 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 2Hz. 1A 2Hz 0.08 deslocamento(m) 0.06 0.04 0.02 0 -0.02 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.04 -0.06 -0.08 tempo(s) Figura 4.77 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 2Hz. A seguir são apresentados os resultados para o valor de freqüência de excitação de 3Hz. 0A 3Hz 800 600 força(N) 400 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 tempo(s) Figura 4.78 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 3Hz. 62 No gráfico da Fig. 4.78 podemos reparar quatro regiões onde houve um pico no valor de máximo da força medida. Isto ocorre devido ao efeito de stick-slip interno do amortecedor. 0A 3Hz 0.02 deslocamento(m) 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 -0.02 tempo(s) Figura 4.79 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 3Hz. No gráfico de deslocamento por tempo pode-se notar um formato mais homogêneo, mas com movimentação tanto na parte positiva como na negativa do gráfico. força(N) 0,25A 3Hz 500 400 300 200 100 0 -100 0 -200 -300 -400 -500 -600 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.80 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 3Hz. No gráfico de força para 0,25A e 3Hz, diferentemente do que se pode observar no gráfico da figura 4.78, não aparece mais os pontos de pico do valor da força. 63 0,25A 3Hz 0.025 deslocamento(m) 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 -0.02 tempo(s) Figura 4.81 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 3Hz. Novamente se pode observar a variação tanto positiva como negativa do deslocamento da haste. Os gráficos de força e deslocamento para 0,50A, 0,75A e 1A são semelhantes, variando apenas o valor da sua amplitude. força(N) 0,50A 3Hz 600 500 400 300 200 100 0 -100 0 -200 -300 -400 -500 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.82 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 3Hz. 0,50A 3Hz 0.02 deslocamento(m) 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 -0.02 tempo(s) Figura 4.83 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 3Hz. 64 0,75A 3Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 tempo(s) Figura 4.84 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 3Hz. 0,75A 3Hz 0.015 deslocamento(m) 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 tempo(s) Figura 4.85 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 3Hz. força(N) 1A 3Hz 500 400 300 200 100 0 -100 0 -200 -300 -400 -500 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.86 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 3Hz. 65 1A 3Hz 0.015 deslocamento(m) 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 tempo(s) Figura 4.87 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 3Hz. A seguir são apresentados os gráficos para o valor de freqüência de excitação de 4Hz. 0A 4Hz 100 80 força(N) 60 40 20 0 -20 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -40 tempo(s) Figura 4.88 - Gráfico Força x Tempo. 0A - 4Hz. No gráfico de força aparece na região inicial e final do gráfico, pontos de pico do valor da força. 0A 4Hz 0.025 deslocamento(m) 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 -0.02 tempo(s) Figura 4.89 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0A - 4Hz. 66 No gráfico de deslocamento aparece uma região na parte positiva e outra na parte negativa, demonstrando assim como o amortecedor foi movimentando durante o experimento. força(N) 0,25A 4Hz 500 400 300 200 100 0 -100 0 -200 -300 -400 -500 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.90 - Gráfico Força x Tempo. 0,25A - 4Hz. No gráfico de força para 0,25A, não aparecem os pontos de pico na parte inicial e final do gráfico presentes no gráfico da Fig. 4.88. No gráfico de deslocamento da Fig. 4.91, a variação entre a parte positiva e negativa do gráfico é menor do que nos gráficos apresentados anteriormente. 0,25A 4Hz 0.015 deslocamento(m) 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 tempo(s) Figura 4.91 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,25A - 4Hz. 67 força(N) 0,50A 4Hz 500 400 300 200 100 0 -100 0 -200 -300 -400 -500 -600 0.5 1 1.5 2 2.5 3 tempo(s) Figura 4.92 - Gráfico Força x Tempo. 0,50A - 4Hz. No gráfico de força por tempo para 0,50A aparecem pontos de pico no valor mínimo nos instantes de tempo entre 1 e 2 segundos. 0,50A 4Hz deslocamento(m) 0.015 0.01 0.005 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.005 -0.01 tempo(s) Figura 4.93 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,50A - 4Hz. 0,75A 4Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 tempo(s) Figura 4.94 - Gráfico Força x Tempo. 0,75A - 4Hz. No gráfico da Fig. 4.94 aparecem pontos de pico no valor do mínimo da força entre os instantes de 1,5 e 2 segundos, como já havia acontecido no gráfico da Fig. 4.92. 68 0,75A 4Hz 0.015 deslocamento(m) 0.01 0.005 0 -0.005 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.01 -0.015 tempo(s) Figura 4.95 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 0,75A - 4Hz. 1A 4Hz 600 400 força(N) 200 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -400 -600 tempo(s) Figura 4.96 - Gráfico Força x Tempo. 1A - 4Hz. No gráfico de força (Fig. 4.96) aparecem pontos de pico no valor de mínimo da força na região central do gráfico. No gráfico de deslocamento (Fig. 4.97) aparece um trecho do gráfico mais evidente na parte negativa compreendida entre os instantes de 1,5 e 2,5 segundos. 1A 4Hz 0.008 deslocamento(m) 0.006 0.004 0.002 0 -0.002 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 -0.004 -0.006 -0.008 -0.01 tempo(s) Figura 4.97 - Gráfico Deslocamento x Tempo. 1A - 4Hz. 69 5 FORMULAÇÃO DO AMORTECEDOR MR Neste capítulo é apresentada a obtenção dos parâmetros necessários para a formulação matemática do amortecedor MR utilizado neste trabalho. Como já foi descrito, existem quatro modelos matemáticos capazes de descrever o comportamento não-linear do amortecedor MR. O modelo de Bouc-Wen modificado é citado muitas vezes, mas os autores associam a sua complexidade a um melhor resultado, o que não foi comprovado. É observado também, que os autores não explicam como obtém os parâmetros, independentemente do modelo adotado. Como esta formulação é fenomenológica, conclui-se que pode ocorrer variação nesses valores mesmo quando se trata de amortecedores do mesmo modelo, havendo assim a necessidade da análise do comportamento experimental para a obtenção dos parâmetros. Como a finalidade e a inovação deste estudo é a formulação experimental capaz de obter cada parâmetro que descreve o seu comportamento, é escolhido o modelo de Bingham que possui três parâmetros a se determinar, como é mostrado na Eq. 5.1. F = f c sgn( x& ) + c0 x& + f 0 (5.1) onde x& é a velocidade relativa das extremidades do amortecedor, sgn( ) é a função sinal, c0 é a constante de amortecimento plástico, ou seja, é o coeficiente de amortecimento observada após o escoamento do fluido e f c é a força relacionada à tensão de escoamento do fluido. Uma parcela de força, f 0 , é incluída para os valores de força medidos devido à presença do acumulador no interior do amortecedor. Com base na Eq. 5.1, podemos concluir que, se em algum ponto, a velocidade do pistão for igual a zero, a força gerada pelo mecanismo, F , é igual a força interna do acumulador, f 0 (offset). A seguir são mostrados como são obtidos cada um dos parâmetros. 70 5.1 Obtenção do Parâmetro f0 O parâmetro f0 representa na modelagem de Bingham a força devido à presença do acumulador interno do amortecedor magneto-reológico (Liao, 2011 e Lord, 2007). Esse valor pode ser considerado como um offset do sistema magnetoreológico. Para obter esse parâmetro é utilizada a montagem experimental mostrada na Fig. 5.1, que é uma variação da terceira bancada apresentada no capítulo 4. Figura 5.1 – Esquema do experimento para a obtenção do parâmetro fo. Após a movimentação do amortecedor para a posição fechada, é aplicado um valor de corrente elétrica no amortecedor. A partir dessa posição, o amortecedor é empurrado para baixo até chegar na sua posição totalmente aberto. Através da célula de carga é medida a força e com o uso de um potenciômetro rotativo é medido o deslocamento linear, através do esquema mostrado na Fig. 5.2. 71 Figura 5.2 – Esquema da montagem do potenciômetro rotativo. Na Figura 5.3 é mostrado em detalhe a fixação do potenciômetro rotativo. Figura 5.3 – Detalhe da fixação do potenciômetro rotativo. 72 O conjunto potenciômetro/disco foi calibrado através da relação do comprimento da circunferência do disco com a tensão medida entre os terminais do potenciômetro, sabendo que a tensão de alimentação aplicada é igual a 5V. Esse cálculo é mostrado no esquema da Fig. 5.4. Figura 5.4 – Calibração do potenciômetro. Pode-se notar que a leitura do potenciômetro apresenta vários degraus ao longo do tempo. Este comportamento também ocorre quando se movimenta o potenciômetro fora da montagem experimental. Logo se conclui que este fato é atribuído ao potenciômetro e não ao amortecedor ou a montagem experimental. Para tentar melhorar ou minimizar esse efeito é testado outro potenciômetro e constata-se que o segundo está tendo uma resposta pior do que o primeiro. Isso é mostrado nas Figs. 5.5 e 5.6, onde esse degrau é medido utilizando recurso do próprio SignalExpress/LabVIEW©. Figura 5.5 - Segundo potenciômetro - altura do degrau: 0,1259mV. 73 Figura 5.6 - Primeiro potenciômetro - altura degrau: 0,044mV. Com isso manteve-se na montagem experimental o primeiro potenciômetro. Além disso, esse patamar apresentado não afeta a medição devido a sua ordem de grandeza ser pequena em relação aos valores medidos. Para cada valor de corrente (0A, 0,25A, 0,50A, 0,75A e 1A) é realizado um ensaio e cada medição é feita três vezes. O resultado ideal para os valores medidos através do experimento apresentado é um gráfico força x deslocamento com patamares perfeitos que demonstram o valor constante da força que expressa o parâmetro f0, já que esse valor aparece independente da condição de movimento ou não da haste do amortecedor. Além disso, o f0 fica evidente quando a velocidade é igual a zero já que os outros termos da equação de Bingham se tornam nulos, como é demonstrado na Eq. 5.2. 0 F = Fc . sgn( x& ) + co.x& + fo = fo (5.2) Porém essa condição ideal encontrada na bibliografia não ocorreu no experimento, evidenciando assim um comportamento experimental diferente do teórico. Os resultados encontrados são apresentados nas Figs. 5.7, 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11 através do valor da média das três medições realizadas para cada ensaio. 74 parametro fo 0A 20 0 força(N) -0.01 -20 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 -40 -60 -80 -100 -120 deslocamento(m) Figura 5.7 – Gráfico Força x Deslocamento 0A. força(N) parâmetro fo 0,25A 140 120 100 80 60 40 20 0 -20 0.0000 -40 -60 0.0100 0.0200 0.0300 0.0400 0.0500 0.0600 0.0500 0.0600 deslocamento (m) Figura 5.8 – Gráfico Força x Deslocamento 0,25A. parâmetro fo 0,50A 200 150 força(N) 100 50 0 0.0000 -50 0.0100 0.0200 0.0300 0.0400 -100 deslocamento (m) Figura 5.9 – Gráfico Força x Deslocamento 0,50A. 75 parâmetro fo 0,75A 200 150 força(N) 100 50 0 -50 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.050000 0.060000 -100 -150 -200 deslocamento (m) Figura 5.10 – Gráfico Força x Deslocamento 0,75A. força(N) parâmetro fo 1A 250 200 150 100 50 0 -50 0.000000 -100 -150 -200 -250 0.010000 0.020000 0.030000 0.040000 deslocamento (m) Figura 5.11 – Gráfico Força x deslocamento 1A. Na Figura 5.12 são mostrados todos os gráficos obtidos através dos diferentes valores de corrente de controle do amortecedor. parâmetro fo 250 200 150 força(N) 100 0A 50 0,25A 0 -0.01 -50 0 0,50A 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0,75A 1A -100 -150 -200 -250 deslocamento(m) Figura 5.12 – Gráfico Força x Deslocamento. 76 Pode-se concluir que o f0, que na condição ideal seria um valor constante quando a velocidade é igual a zero, varia com a posição onde se encontra a haste do amortecedor, como ficou evidente nos gráficos obtidos experimentalmente. Devido essa variação do f0 com o deslocamento, se adota um procedimento para a sua determinação de acordo com duas faixas de deslocamento. Uma na região inicial do gráfico e outra em uma segunda região onde o valor da força tende a aproximadamente se estabilizar. Como uma maneira de se aproximar o gráfico da condição ideal, se adotou aplicar uma linearização nessas duas faixas distintas do gráfico. Com isso se determina o f0 para cada faixa de deslocamento considerada, através da equação da reta de cada linearização. Nas Figuras 5.13, 5.14, 5.15, 5.16 e 5.17 são mostradas a linearização para cada valor de corrente. Figura 5.13 – Linearização parâmetro f0 0A. Figura 5.14 – Linearização parâmetro f0 0,25A. 77 Figura 5.15 – Linearização parâmetro f0 0,50A. Figura 5.16 – Linearização parâmetro f0 0,75A. Figura 5.17 – Linearização parâmetro f0 1A. A partir desse procedimento é encontrado o valor do parâmetro f0 para cada valor de corrente. 78 Tabela 5.1 – Valores de f0 0A. Corrente: 0A Faixa de deslocamento(m) f0 (N) 0 ↔ 0,0146 3682,7(deslocamento)-86,983 0,0146 ↔ 0,0577 448,88(deslocamento)-41,04 Tabela 5.2 – Valores de f0 0,25A. Corrente: 0,25A Faixa de deslocamento(m) f0 (N) 0 ↔ 0,0146 11457(deslocamento)-26,98 0,0146 ↔ 0,0551 -303,2(deslocamento)+144,71 Tabela 5.3 – Valores de f0 0,50A. Corrente: 0,50A Faixa de deslocamento(m) f0 (N) 0 ↔ 0,0146 8726,92(deslocamento)-24,55 0,0146 ↔ 0,0551 -277,27(deslocamento)+106,95 Tabela 5.4 – Valores de f0 0,75A. Corrente: 0,75A Faixa de deslocamento(m) f0 (N) 0 ↔ 0,0146 1435,65(deslocamento)-10,697 0,0146 ↔ 0,0547 191,86(deslocamento)+7,4628 Tabela 5.5 – Valores de f0 1A. Corrente: 1A Faixa de deslocamento(m) f0 (N) 0 ↔ 0,0146 18700,72(deslocamento)-139,44 0,0146 ↔ 0,0552 1106,1(deslocamento)+119,20 79 5.2 Obtenção dos Parâmetros fC e c0 Analisando a equação de Bingham conclui-se que mesmo tendo determinado o f0 falta um procedimento capaz de extrair os valores de fc e c0, para valores de força e de velocidade conhecidos. Por isso é realizado um experimento semelhante ao usado para a obtenção do parâmetro f0. A partir da posição do amortecedor com a haste totalmente retraída (fechado), são pendurado pesos conhecidos e aplicado um valor de corrente. Após isso, através do potenciômetro é medido a velocidade de descida do amortecedor devido a ação do peso. Na Figura 5.13 é mostrada essa configuração. Figura 5.18 – Experimento para determinação dos parâmetros fc e c0. Portanto, conhecendo a força, tendo-se medido a velocidade, e já tendo determinado o f0, a equação de Bingham passou a ter apenas dois parâmetros a determinar: fc e c0. Como os gráficos obtidos de deslocamento por tempo possuem um comportamento linear, é possível se extrair os valores de velocidade através do cálculo do seu coeficiente angular. Os gráficos de velocidade por tempo, para cada 80 valor de corrente de controle (0A, 0,25A, 0,50A, 0,75A e 1A) relacionado a cada valor de peso (52,00 N, 70,00 N, 104,50 N e 122,20 N), são mostrados a seguir. 52,00N 0A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 30 tempo(s) Figura 5.19– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0A. V=0,001261m/s. 70,00N 0A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 30 tempo(s) Figura 5.20– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0A. V=0,001431m/s. 104,50N 0A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 30 tempo(s) Figura 5.21– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0A. V=0,001671m/s. 81 122,20N 0A 0.06 deslocamento(m) 0.05 0.04 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 tempo(s) Figura 5.22– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0A. V=0,001825m/s. 52,00N 0,25A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.23– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0,25A. V=0,000972m/s. 70,00N 0,25A 0.025 deslocamento(m) 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.24– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0,25A. V=0,001180m/s. 82 104,50N 0,25A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.25– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0,25A. V=0,001214m/s. 122,20N 0,25A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.26– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0,25A. V=0,001626m/s. 52,00N 0,50A 0.03 deslocamento(m) 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 30 tempo(s) Figura 5.27– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0,50A. V=0,000855m/s. 83 70,00N 0,50A deslocamento(m) 0.04 0.035 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.28– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0,50A. V=0,001015m/s. 104,50N 0,50A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.29– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0,50A. V=0,001185m/s. 122,20N 0,50A 0.05 deslocamento(m) 0.04 0.03 0.02 0.01 0 -0.01 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.30– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0,50A. V=0,001481 m/s. 84 52,00N 0,75A deslocamento(m) 0.02 0.015 0.01 0.005 0 0 5 10 15 20 25 -0.005 tempo(s) Figura 5.31– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 0,75A. V=0,000578m/s. 70,00N 0,75A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.32– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 0,75A. V=0,000789m/s. deslocamento(m) 104,50N 0,75A 0.045 0.04 0.035 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.33– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 0,75A. V=0,000953m/s. 85 122,20N 0,75A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.34– Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 0,75A. V=0,001256m/s. 52,00N 1A 0.012 deslocamento(m) 0.01 0.008 0.006 0.004 0.002 0 -0.002 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.35– Gráfico Deslocamento x Tempo 52,00N 1A. V=0,000509m/s. 70,00N 1A 0.025 deslocamento(m) 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.36– Gráfico Deslocamento x Tempo 70,00N 1A. V=0,000698m/s. 86 104,50N 1A 0.03 deslocamento(m) 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.37– Gráfico Deslocamento x Tempo 104,50N 1A. V=0,000846m/s. 122,20N 1A 0.035 deslocamento(m) 0.03 0.025 0.02 0.015 0.01 0.005 0 -0.005 0 5 10 15 20 25 tempo(s) Figura 5.38 - Gráfico Deslocamento x Tempo 122,20N 1A. V=0,001131m/s. Através dos gráficos obtidos, pode-se concluir que os valores obtidos experimentalmente para a velocidade são coerentes, já que em uma determinada faixa de corrente, à medida que o valor do peso aumenta a velocidade também aumenta, mas quando se passa para a faixa seguinte de corrente, o valor da velocidade diminui para cada valor de peso. Com isso, conhecendo o valor da força (F), o valor da velocidade ( x& ) e o valor do f0, é montado um sistema de equações lineares, a partir da manipulação da equação de Bingham. Para cada faixa de deslocamento e valor de corrente, são montadas quatro equações como é mostrado na Eqs. 5.3 e na 5.4. 87 F1 − f 01 = Fc .sign( x&1 ) + C 0 ( x&1 ) F − f = F .sign( x& ) + C ( x& ) 2 01 c 2 0 2 & & F − f = F . sign ( x ) + C ( x 01 c 3 0 3) 3 F4 − f 01 = Fc .sign( x& 4 ) + C 0 ( x& 4 ) (5.3) F1 − f 02 = Fc .sign( x&1 ) + C 0 ( x&1 ) F − f = F .sign( x& ) + C ( x& ) 2 02 c 2 0 2 F3 − f 02 = Fc .sign( x& 3 ) + C 0 ( x& 3 ) F4 − f 02 = Fc .sign( x& 4 ) + C 0 ( x& 4 ) (5.4) Onde: F1 = 52,00 N, F2 = 70,00 N, F3 = 104,50 N, F4 = 122,20 N, x&1 , x& 2 , x&3 e x& 4 são as velocidades relacionadas ao valores de corrente e de peso, obtidos através dos gráficos apresentados, e o f01 e o f02 são os valores dos extremos da faixa do parâmetro fo relacionado ao valor da corrente, obtidos na seção 5.1. Substituindo os valores nas Eqs. 5.3 e 5.4 e resolvendo os sistemas de equações através do método dos mínimos quadrados, se obtém os valores para fc e c0 relacionados ao valor de corrente e faixa de deslocamento. Na Tabela 5.6 são mostrados todos os parâmetros da equação de Bingham obtidos experimentalmente para o amortecedor MR RD 1005-3. 88 Tabela 5.6 - Valores dos parâmetros obtidos para o amortecedor MR RD 1005-3. 0A Deslocamento(m) f0(N) C0(N/m/s) fc(N) 0 ↔ 0,0146 -86,99 ↔ -34,68 118731,75 -182,26 ↔ -129,96 0,0146 ↔ 0,0577 -34,68 ↔ -15,13 118,731,75 -129,96 ↔ -110,41 Deslocamento(m) f0(N) C0(N/m/s) fc(N) 0 ↔ 0,0146 -26,98 ↔ 140,29 104694,00↔104709,30 -70,57 ↔ 96,68 0,0146 ↔ 0,0551 140,28 ↔ 128,00 104709,30 96,67 ↔ 84,39 Deslocamento(m) f0(N) C0(N/m/s) fc(N) 0 ↔ 0,0146 -24,55 ↔ 102,85 115934,92 -68,95 ↔ 58,44 0,0146 ↔ 0,0551 102,90 ↔ 91,56 115934,92 58,49 ↔ 47,16 Deslocamento(m) f0(N) C0(N/m/s) fc(N) 0 ↔ 0,0146 -10,69 ↔ 10,26 108584,06↔108590.02 -20,70 ↔ 0,25 0,0146 ↔ 0,0547 10,26 ↔ 17,95 108449,80↔108584,06 0,45 ↔ 7,94 Deslocamento(m) f0(N) C0(N/m/s) fc(N) 0 ↔ 0,0146 -139,44 ↔ 135,46 118064,13 -146,34 ↔ 128,55 0,0146 ↔ 0,0552 135,46 ↔ 180,25 118063,48↔118064,13 128,55 ↔ 173,34 0,25A 0,50A 0,75A 1A Analisando os valores encontrados pode-se concluir que apesar dos valores de fo e do fc variarem com o deslocamento o c0 se mantém constante, como é mostrado nos gráficos a seguir. 89 200 150 100 0A fo(N) 50 0,25A 0 -0.0023 -50 0,50A 0.0077 0.0177 0.0277 0.0377 0.0477 0.0577 0,75A 1A -100 -150 -200 deslocamento(m) Figura 5.39 – Gráfico do parâmetro f0 por deslocamento. 150 100 fc(N) 50 0 -0.0023 -50 0A 0,25A 0.0077 0.0177 0.0277 0.0377 0.0477 0.0577 0,50A 0,75A 1A -100 -150 -200 deslocamento(m) Figura 5.40 – Gráfico do parâmetro fC por deslocamento. 120000 118000 co(N/m/s) 116000 0A 114000 0,25A 112000 0,50A 110000 0,75A 108000 1A 106000 104000 102000 -0.0023 0.0077 0.0177 0.0277 0.0377 0.0477 0.0577 deslocamento(m) Figura 5.41 – Gráfico do parâmetro c0 por deslocamento. 90 Pode-se observar através do gráfico da Fig. 5.42 que ocorre uma variação linear quando a corrente é igual a 0A, evidenciando nessa condição o comportamento Newtoniano do fluido reológico, enquanto que nos outros valores de corrente se verifica o comportamento não linear. 0.002 0.0018 velocidade(m/s) 0.0016 0.0014 0A 0.0012 0,25A 0.001 0,50A 0.0008 0,75A 0.0006 1A 0.0004 0.0002 0 51.99 61.99 71.99 81.99 91.99 101.99 111.99 121.99 força(N) Figura 5.42 - Gráfico da velocidade por força. No próximo capítulo é apresentada uma simulação com o objetivo de comparar os resultados experimentas com os teóricos. 91 6 SIMULAÇÃO A simulação é desenvolvida em um programa de modelagem dinâmica de sistemas multicorpos chamado Universal Mechanism© (UM). Esse programa é baseado em métodos numéricos e permite geração automática das equações de movimento, análises numéricas além do tratamento dos resultados O uso desse recurso é facilitador pois permite definir de maneira automática o tensor de inércia e o centro de massa, a partir das especificações do material, tamanho e geometria do objeto gráfico associado ao corpo. Os modelos elaborados são baseados na configuração experimental 2 e 3. Os perfis usados na montagem do experimento, de seção 45 x 45 mm e de material Alumínio, são definidos dentro do UM. Como se trata de um perfil com ranhuras internas se utiliza à relação de comprimento-peso do seu catálogo a fim de chegar no valor do peso real do perfil utilizado. Nas Figuras 6.1 e 6.2 são mostrados os modelos referentes às duas configurações experimentais. Figura 6.1 – Modelo da configuração experimental 2. 92 Figura 6.2 – Modelo da configuração experimental 3. Os elementos em formato de mola são apenas elementos visuais e representam o atuador pneumático e o amortecedor MR, não tendo nenhuma característica mecânica de elemento mola. O atuador, assim como o amortecedor MR, são modelados através das suas equações matemáticas, permitindo assim o ajuste dos seus parâmetro para cada simulação executada. Na Figuras 6.3 e 6.4 são mostradas as suas interfaces de modelagem e de simulação. Figura 6.3- Interface de modelagem e programação do UM. 93 Figura 6.4 - Interface de simulação do UM. A seguir são apresentados gráficos da comparação entre a modelagem experimental e a simulação. 0,25A 1Hz 800 600 força(N) 400 200 experimento 2 0,25A 1Hz 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 simulação UM -400 -600 -800 tempo(s) Figura 6.5 - Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,25A 1Hz E=16,18%. 94 0,75A 1Hz 600 400 força(N) 200 experimento 2 0,75A 1Hz 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 simulação UM -400 -600 -800 -1000 tempo(s) Figura 6.6 – Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,75A 1Hz E=4,34%. 0,25A 3Hz 800 600 força(N) 400 200 experimento 2 0,25A 3Hz 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 simulação UM -400 -600 -800 tempo(s) Figura 6.7 – Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,25A 3Hz E=4,82%. força(N) 0,75A 3Hz 800 600 400 200 0 -200 0 -400 -600 -800 -1000 -1200 0.5 1 1.5 2 2.5 experimento 2 0,75A 3Hz simulação UM tempo(s) Figura 6.8 – Gráfico simulação x experimento config. 2 – 0,75A 3Hz E=16,60%. 95 0,25A 1Hz 2000 1500 força(N) 1000 500 experimento 3 0,25A 1Hz simulação UM 0 -500 0 0.5 1 1.5 2 2.5 -1000 -1500 tempo(s) Figura 6.9 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,25A 1Hz E=5,46%. força(N) 0,75A 1Hz 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 -500 0 -1000 -1500 -2000 experimento 3 0,75A 1Hz Seqüência2 0.5 1 1.5 2 2.5 tempo(s) Figura 6.10 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,75A 1Hz E=9,09%. 0,25A 3Hz 600 400 força(N) 200 experimento 3 0,25A 3Hz 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 simulação UM -400 -600 tempo(s) Figura 6.11 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,25A 3Hz E=9,17%. 96 0,75A 3Hz 600 400 força(N) 200 experimento 3 0,75A 3Hz 0 -200 0 0.5 1 1.5 2 2.5 simulação UM -400 -600 tempo(s) Figura 6.12 – Gráfico simulação x experimento config. 3 – 0,75A 3Hz E=5,26%. Os resultados experimentais foram comparados com as curvas geradas pela simulação e são satisfatórios. Entre os gráficos gerados experimentalmente, aqueles que mais se aproximaram da simulação são os mais próximos do comportamento ideal, isto é, as curvas que não sofreram influência de folga e vibrações entre os componentes. 97 7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS Os amortecedores MR tem um alto potencial para aplicações em sistemas de controle de vibrações e de controle de movimento abrangendo assim diversas áreas da engenharia. A proposta deste trabalho foi analisar e obter a modelagem matemática, através de uma abordagem experimental analisando para isso o seu comportamento fenomenológico através de ensaios experimentais. Como Bingham postulou o modelo para fluidos reológicos (comportamento não newtoniano), essa foi a primeira razão para a utilização do seu modelo para o amortecedor. A segunda foi devido as demais modelagens encontradas na literatura (modelo de Gamota e Filisko, modelo de Bouc-Wen e o modelo de Bouc-Wen Modificado) usarem a modelagem de Bingham como base, e a partir dela adicionarem mais parâmetros com a finalidade de melhor definir o comportamento do amortecedor. Mas para isso aumentam o grau de complexidade do equacionamento, o que tornaria uma abordagem apenas fenomenológica de grande dificuldade. Como foi elaborado um trabalho experimental a escolha da primeira configuração do ensaio se deu através do estudo dos trabalhos da área. As demais configurações foram desenvolvidas pensando em testar o amortecedor em uma situação próxima de uma aplicação (situação real), para com isso verificar seu comportamento nessas condições. Pode-se concluir que no caso ensaiado as suas curvas foram diferentes das curvas observadas nos demais trabalhos da área. A partir dos resultados foi observado que possíveis folgas e vibrações decorrentes da movimentação experimental influenciam as medições. A obtenção de parâmetros nessas condições permite obter valores para uma condição real, sujeita à influência de fenômenos mecânicos, como vibrações e atrito, presentes em qualquer mecanismo. Com a finalidade de modelar os parâmetros da equação de Bingham, além das três configurações montadas, foram formulados experimentos específicos visando a determinação de cada parâmetro separadamente. Foi descoberta uma variação dos valores dos parâmetros fc e f0 relacionada com a posição da haste do amortecedor. Além disso não foi notada uma variação nos valores dos parâmetros com a mudança da freqüência de excitação, e sim com o valor da corrente de controle. 98 Pode-se observar que os valores obtidos experimentalmente são satisfatórios, pois a sua variação ocorre de acordo com o funcionamento do amortecedor. Além disso através da simulação pode-se testar os valores obtidos experimentalmente e se conclui que os gráficos teóricos e experimentais são muito parecidos. As bancadas experimentais apresentadas permitem a utilização em mais estudos nessa área com esse mesmo amortecedor ou com outros modelos. As duas configurações experimentais baseadas no pêndulo simples e no duplo, foram pensadas visando um trabalho futuro de utilização do amortecedor em próteses transfemurais ou em suspensão automotiva. 99 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANG, W. L., LI, W. H. e DU, H., “Experimental and Modelling Approaches of a MR Damper Performance Under Harmonic Loading”, Journal of The Institution of Engineers, Vol. 44 Issue 4, Singapore, 2004. ARAÚJO, A. G. N., ANDRADE, L. M., BARROS, R. M. L., “Sistema para Análise Cinemática da Marcha Humana Baseado em Videogrametria”, Fisioterpia e Pesquisa, vol 11, número 1, janeiro–abril, São Paulo, 2005. BANKS, H. T., SMITH, C., WANG, Y., “Smart Material Structure. 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