ESTUDO SOBRE PERFIS PROFISSIONAIS EMERGENTES, NÍVEL II E III DE SAÍDA, NO ÂMBITO DA SAÚDE RELATÓRIO FINAL SETEMBRO DE 2012 PROMOVIDO POR: CO-FINANCIADO POR: ÍNDICE Índice…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… I. II. III. IV. V. 3 ENQUADRAMENTO DO ESTUDO ………………………………………………………………………………………………… 4 I.1. Objetivos ………………………………………………………………………………………………………………………………………. 6 QUADRO METODOLÓGICO ………………………………………………………………………………………………………… 8 II.1. Principais Etapas Metodológicas …………………………………………………………………………………………………… 8 II.2. Metodologias específicas ……………………………………………………………………………………………………………… 10 II.3. Limitações e constrangimentos verificados no desenvolvimento do estudo…………………………………. 18 SNS: EMPREGOS E COMPETÊNCIAS ……………………………………………………………………………………………. 21 III.1. Condicionalismos impostos pelo enquadramento jurídico …………………………………………………………… 21 III.2. Estrutura profissional do SNS de nível não superior ……………………………………………………………………. 28 III.3. Dinâmica profissional do SNS: factores, empregos e competências ……………………………………………. 34 III.4. Que perfis profissionais? ……………………………………………………………………………………………………………… 48 A FORMAÇÃO DIRIGIDA AOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL IV DO SECTOR DA SAÚDE ………………………… 53 IV.1. Caraterização da Oferta Formativa ……………………………………………………………………………………………… 53 IV.2. Análise da Oferta Formativa ………………………………………………………………………………………………………… 87 IV.3. Relação das entidades com a formação profissional ……………………………………………………………………. 93 IV.4. As necessidades de formação das entidades do SNS …………………………………………………………………… 102 IV.5. Elementos de reorientação da oferta formativa ………………………………………………………………………….. 109 FUNDAMENTAÇÃO REFERENTE À CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE COMPETÊNCIA E UNIDADES DE FORMAÇÃO ……………………………………………………………………………………………………………………………… 112 V.1. Construção das Unidades de Competência ……………………………………… 112 V.2. Construção das Unidades de Formação …………………………………………… 114 V.2. Articulação entre as Unidades de Competência e as Unidades de Formação……………………………… 116 VI. REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS E DE FORMAÇÃO …………………………………………………………………………… 123 VII. ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ……………………………………………………………………………………………………. 178 Anexos Guiões de Entrevista e Estudos de Caso Saberes (Referencial de Competências e de Formação) 3 I. ENQUADRAMENTO DO ESTUDO O Sector da Saúde humana compreende, em Portugal, um complexo e múltiplo conjunto de actividades prestadas por diversas entidades, na sua grande maioria públicas e Organizações Não Governamentais, mas, também, por empresas de natureza privada. Da actividade prestada por estas organizações resultam serviços de promoção de saúde (prevenção primária, secundária ou terciária), diagnóstico e tratamento de doenças (prevenção secundária) e reabilitação física e psicológica (prevenção terciária), que são a consequência natural da interpretação da definição de “saúde” da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que a “Saúde – é um estado de bem-estar físico, psíquico e social”. A maioria dos serviços que enquadram as actividades de saúde humana em Portugal estão inseridos no Serviço Nacional de Saúde seja através de cuidados e serviços próprios, seja através do exercício de convenções, relevando uma importante intervenção do Ministério da Saúde. O terceiro sector tem expressão assinalável, com destaque para as Misericórdias que detêm um papel extraordinariamente importante, p.e., em relação a serviços de apoio domiciliário; por outro lado, as ONGs têm actualmente um papel de relevo na prevenção primária (nomeadamente, SIDA e acidentes). Os serviços privados funcionam quer em complemento, quer no aproveitamento de nichos de actividade, não supridos pelo sector público, e, no passado recente, têm vindo a aumentar a sua influência, verificando-se uma tendência para a expansão, quer em aumento da complementaridade, quer até em concorrência ao Estado, a qual se expressa pelo aumento da actividade das seguradoras, pela gestão privada de hospitais públicos, pelo aparecimento de distribuidoras (UNIMED, MÉDIS, …) e pelos projectos de novos hospitais enquadrados por modelos de gestão privados ou mesmo de empresas privadas. Em termos de tendências de evolução, o Sector da Saúde tem sido alvo de reformas e reestruturações, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde que acarretou mudanças organizacionais com consequências ao nível do modelo de gestão (racionalização e optimização de recursos, modelos de gestão, qualidade de serviço, …) e efeitos na estrutura profissional do Sector da Saúde. Os factores de evolução referidos, apesar das implicações importantes em matéria de prestação de serviços e de mobilização de recursos humanos, devem ser contextualizados numa perspectiva mais vasta, na qual se incluem outros aspectos como: 4 − a evolução científica e tecnológica; − as tendências pesadas da evolução demográfica; − as necessidades de saúde dos cidadãos; − o aparecimento de novas doenças e de novas formas de diagnóstico; − a transição para uma sociedade em rede; − a transformação dos instrumentos de governação da saúde; e − os modelos organizacionais. De acordo com o Plano Nacional de Saúde 2004-2010, as tendências de evolução a que o Sector está sujeito acarretam a necessidade de rever o elenco de profissões de saúde, uma vez que os mesmos têm implicações no conteúdo funcional de algumas profissões, ao nível dos cuidados diferenciados e ao nível dos cuidados primários, e determinam novas carências de profissões até agora pouco utilizadas. Este documento determina, entre outras, como Orientações Estratégicas e Intervenções necessárias: − a definição de referenciais claros, que contemplem padrões de qualidade e de gestão para a formação, assim como competências profissionais gerais e específicas, articuladas em perfis de desempenho e adequadas ao exercício da actividade profissional; − o reconhecimento e valorização das profissões emergentes necessárias ao desenvolvimento da prestação de cuidados preventivos, curativos e de reabilitação com qualidade e efectividade, definindo-se de forma flexível e dinâmica o elenco de profissões que nela contribuem a cada momento e ao longo do tempo. O presente Estudo promovido pela ACSS, I.P. procurou dar resposta às orientações estratégicas do Plano Nacional de Saúde 2004-2010, no que se refere às qualificações de nível não superior (nível II e III), na medida em que permitiu constatar que não existem profissões em emergência (novas profissões) ou transformação. Todavia, identifica o surgimento de áreas de intervenção profissional em emergência e transformação, nomeadamente o Secretariado Clínico, para o qual é construído o Referencial de Competências e de Formação. 5 I.1. OBJECTIVOS O Estudo teve como objeto principal a Identificação de Necessidades de Qualificações Profissionais de nível não superior – níveis II e III – que intervêm no domínio da Saúde, tendo em vista dotar a ACSS de orientações e recomendações técnicas para auxiliar no processo de regulamentação e reestruturação das ofertas de formação para o Sector da Saúde. Decorrente deste objectivo geral, o Estudo tinha como objectivos específicos: Definir Perfis Profissionais; Construir Referenciais de Competências e de Formação associados aos Perfis Profissionais identificados; e Dotar a ACSS, I.P. de orientações e recomendações técnicas capazes de a auxiliar no processo de regulamentação e reestruturação das ofertas de qualificação para o Sector da Saúde. Em face do resultado preliminar da Caracterização do Sector da Saúde e do SNS: Empregos e Competências, que respondeu à Questão “Existem Perfis Profissionais Emergentes de nível não superior no âmbito da saúde” – a não existência de profissões em emergência (novas profissões) ou em transformação ao nível dos profissionais com qualificações profissionais de nível não superior que intervêm no domínio da saúde, a caracterização de empregos emergentes ou em transformação foi substituída pela caracterização da oferta formativa dirigida ao sector da Saúde e pela identificação de áreas de intervenção profissional nas quais possam estar a intervir profissionais de nível não superior – níveis II e IV –, que intervêm no domínio da saúde. Para a análise que permitiu a concretização destes objectivos, foram consideradas as actividades profissionais desenvolvidas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que se justifica, por um lado, pela impossibilidade de analisar a complexidade do sector privado, uma vez sinalizada oferta formativa dirigida a inúmeros perfis profissionais e divergentes qualificações, que demonstram, a eventual “desregulação” do sector privado ao nível da respectiva oferta formativa, e, por outro lado, pela necessidade de maior aprofundamento de áreas profissionais identificadas no SNS, na sequência da identificação de competências distintivas que devem ser formalizadas no sentido de uma melhor resposta às necessidades dos prestadores de cuidados de saúde. Assim, a caracterização do sector da saúde e do SNS à luz dos factores de evolução das qualificações e competências (em emergência, em transformação ou regressão), no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, e a identificação de áreas de intervenção profissional emergentes ou em transformação, nas quais participem profissionais do sector da saúde de nível de qualificação 6 não superior – níveis II e IV,, deu origem ao Referencial de Competências e de Formação, associado à(s) área(s) de intervenção profissional identificada(s), produto final do Estudo. O Esquema seguinte sistematiza tematiza a árvore de objectivos do Estudo: De salientar que a noção de Competência é central a este Estudo. É esta noção que sustenta o edifício das qualificações e possibilita a construção de projectos formativos modulares visando igualmente o seu reconhecimento e validação. É o elo que permite ligar actividades e módulos de formação, como se pode ver na figura seguinte: Emprego Competência Formação Profissão no sistema de trabalho Profissão na pessoa Profissão no sistema de formação MISSÃO E ACTIVIDADES COMPETÊNCIAS OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM Áreas profissionais e principais funções UC - Unidades de Competência UFCD - Unidade de Formação de curta duração 7 II. QUADRO METODOLÓGICO II.1. PRINCIPAIS ETAPAS METODOLÓGICAS O Estudo assentou numa metodologia etodologia de natureza, essencialmente, qualitativa, tendo como base um conjunto de instrumentos e formas de abordagem/análise abordagem/análise da realidade a investigar que são reportados neste capítulo. A Metodologia adoptada, considerada ajustada ao objectivo final de desenho de qualificações baseadas em competências, parte do presuntivo que o envolvimento dos diversos actores é essencial, não obstante a pertinência de incorrer-se incorrer na análise documental reportada ortada ao sector e às profissões nele integradas a nível nacional e internacional. Segundo este modelo de interacção e de envolvimento dos actores, actores a Equipa do Estudo incorreu numaa forte aposta na realização de Entrevistas semi-directivas semi directivas de carácter expl exploratório e de Estudos de caso, com o objectivo de recolher, recolher junto de fontes privilegiadas, informação rica para: (i) a caracterização dos empregos e competências de profissionais com qualificações de nível não superior; (ii) a identificação das áreas de intervenção intervenção profissional em emergência ou transformação no sector da saúde, de profissionais com qualificações de nível não superior; e (iii) alimentar o Referenciall de Competências e de Formação, com recomendações/orientações de operacionalização da Formação. o. 8 Neste capítulo são identificados os interlocutores que participaram no Estudo, reportando às fases de intervenção no mesmo, relativamente às quais deram os seus contributos para os objectivos em causa. Todavia, o envolvimento activo dos interlocutores não ficou somente pelas fases iniciais de recolha de informação, com as finalidades atrás identificadas. Os interlocutores foram convidados a validarem os produtos construídos, em particular as Unidades de competências. Em capítulo próprio, identificamos os interlocutores que participaram activamente no processo de validação e os preciosos contributos advindos desta participação. Esta forte componente metodológica de natureza qualitativa está patente nas fases II a IV do Estudo, cujas actividades e outputs são identificados no quadro seguinte. Faseamento FASE 1 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DA PROPOSTA METODOLÓGICA A DESENVOLVER NO ÂMBITO DO PROJECTO Actividades REUNIÃO Output ENTRE A EQUIPA TÉCNICA E A EQUIPA DA 1º RELATÓRIO ACSS, I.P. PARA CLARIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS DA PROPOSTA METODOLÓGICA. ANÁLISE DOCUMENTAL. APROFUNDAMENTO DA METODOLOGIA A SEGUIR NO ÂMBITO DO PROJECTO. DESENVOLVIMENTO ENTREVISTAS DA METODOLOGIA EXPLORATÓRIAS A DAS OBSERVADORES PRIVILEGIADOS. DESENVOLVIMENTO DA METODOLOGIA REFERENTE AOS ESTUDOS DE CASO. FASE 2 CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR DA SAÚDE E DOS EMPREGOS QUE INTERVÊM NO DOMÍNIO DA SAÚDE; IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO FASE 3 ANÁLISE DOCUMENTAL. ANALISE ESTATÍSTICA. REUNIÃO ENTRE A EQUIPA 2º RELATÓRIO TÉCNICA E A EQUIPA DA ACSS, I.P. PARA DISCUSSÃO DOS DADOS RECOLHIDOS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA FASE 2. EMERGENTES E EM TRANSFORMAÇÃO, DE NÍVEIS II E III; CARACTERIZAÇÃO DA REALIZAÇÃO OFERTA FORMATIVA DIRIGIDA AOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL II A IV DO SECTOR DA SAÚDE ANÁLISE DA OFERTA FORMATIVA. CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE COMPETÊNCIA E UNIDADES DE FORMAÇÃO, A ASSOCIAR ÀS REALIZAÇÃO ÁREAS DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EMERGENTES E EM TRANSFORMAÇÃO IDENTIFICADAS NA FASE 3, DE ACORDO COM AS PRIORIDADES DEFINIDAS PELA ACSS, IP DAS ENTREVISTAS EXPLORATÓRIAS A OBSERVADORES PRIVILEGIADOS (TRABALHO DE CAMPO E ANÁLISE). DE ESTUDOS DE CASO (TRABALHO DE CAMPO E ANÁLISE). IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO RELATÓRIO DOS EC; 3º RELATÓRIO PROFISSIONAL E DAS PRINCIPAIS FUNÇÕES ASSOCIADAS. IDENTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE COMPETÊNCIAS E UNIDADES DE FORMAÇÃO. REUNIÃO ENTRE A EQUIPA TÉCNICA E A EQUIPA DA ACSS, I.P. PARA DISCUSSÃO DOS DADOS RECOLHIDOS E DOS PRODUTOS ELABORADOS NA FASE 3 (REFERENCIAIS DE COMPETÊNCIAS E FORMAÇÃO). ENVIO DO REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS PARA 9 Faseamento Actividades VALIDAÇÃO POR PARTE DOS Output INTERLOCUTORES SELECCIONADOS, PARA POSTERIOR INCORPORAÇÃO DE CORRECÇÕES/ADAPTAÇÕES. REUNIÕES ENTRE OS INTERLOCUTORES QUE VALIDAM OS REFERENCIAIS E A EQUIPA DO ESTUDO, PARA RECOLHER INFORMAÇÕES MAIS DETALHADAS. APRESENTAÇÃO DA METODOLOGIA E RESULTADOS DO ESTUDO “REFERENCIAIS DE COMPETÊNCIAS E DE FORMAÇÃO - SECRETARIADO CLÍNICO” EM SEMINÁRIO ORGANIZADO PELA ACSS - “APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DE ESTUDOS FINANCIADOS PELO POAT – REFERENCIAIS DE APOIO À FORMAÇÃO CONTÍNUA”, NO DIA 5 DE JULHO DE 2012. FASE 4 APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS REUNIÃO ENTRE A EQUIPA TÉCNICA E A EQUIPA DA ACSS, IP PARA VALIDAÇÃO DOS PRODUTOS DO ESTUDO. VALIDAÇÃO DOS PRODUTOS DO ESTUDO PELO PAINEL DE ACOMPANHAMENTO RELATÓRIO FINAL; RELATÓRIO SÍNTESE O presente Relatório congrega os resultados sistematizados nos diversos outputs construídos até à fase III, inclusive, num esforço de disposição organizada da informação colectada e analisada e de apresentação de um produto global do Estudo. De acordo com esta lógica de apresentação da informação, nos sub-capítulos seguintes estão sistematizados os instrumentos de suporte e as limitações e constrangimentos verificados no desenvolvimento do Estudo sem respeito pela fase do Estudo em que foram utilizados/ verificados. II.2. METODOLOGIAS ESPECÍFICAS Nesta secção, descreve-se, de forma mais pormenorizada, as metodologias específicas adoptadas pela Equipa do Estudo, bem como os instrumentos de suporte ao desenvolvimento destas metodologias. Análise Documental Na fase de arranque do Estudo, a exploração de informação de carácter documental permitiu à Equipa do Estudo consolidar a informação sobre a temática de trabalho, nomeadamente informação sobre o sector e sobre as profissões nele integradas, a nível nacional e internacional. 10 Sobre estas matérias, destacam-se as seguintes fontes de informação: Estudos prospectivos e de diagnóstico de necessidades de formação; Referenciais profissionais nacionais (CPP, ANQ, SNCP, IEFP,…) e internacionais (Espanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Austrália, Brasil e Nova Zelândia) e Referenciais de formação e de certificação nacionais e internacionais. Relatórios nacionais e internacionais sobre o sector da saúde; Regulamentação sobre o sector da saúde e sobre as carreiras do SNS. Os capítulos III e IV processam parte relevante dos níveis de utilização deste acervo documental, com a sistematização de informação de carácter analítico-estatístico. A análise documental incidiu, também, na Oferta Formativa, de âmbito nacional, dirigida e apropriável pelo sector da saúde no que se refere aos profissionais de nível II a IV e abrangeu todas as áreas/actividades de formação relacionadas com as actividades de saúde desenvolvidas pelos profissionais alvo de estudo. A análise desta componente teve por objectivo operacional proceder à caracterização e análise da oferta formativa para o sector em estudo, processando informação relativa à formação inserida no sistema escolar e à formação inserida no sistema de emprego. As fontes de informação privilegiadas foram as seguintes: Planos de formação de Hospitais, Centros Hospitales, Unidades Locais de Saúde, Administrações Regionais de Saúde, Centros de Reabilitação, Institutos Portugueses de Oncologia, localizados de Norte a Sul de Portugal Continental, relativos aos anos de 2009 e 2010 (raras excepções de 2011); Oferta formativa enquadrada no Sistema Nacional de Qualificações, disponível no Portal da Iniciativa Novas Oportunidades. Oferta formativa disponibilizada na página das entidades acreditadas pela DGERT para as áreas da Saúde; e Relatório de formação profissional aplicado às Entidades Públicas do sector da Saúde da DGAEP de 2009. 11 Ainda, no âmbito desta metodologia específica, foi realizada a análise dos descritivos funcionais e referenciais de competências dos profissionais do Secretariado Clínico recolhidos junto das várias entidades contactadas. Este conjunto de instrumentos teve proveniência dos diferentes contextos dentro do SNS (dos cuidados diferenciados e cuidados primários e, em particular, das diferentes unidades e serviços associados a cada uma das estruturas, p.e. serviços de consultas externas, serviço de urgência, Unidades de Saúde Familiar,…). Já no que concerne à análise dos descritivos funcionais e referenciais de competências dos profissionais do Secretariado Clínico, esta incidiu nos perfis de emprego de actividades similares noutros países, contemplando referenciais de composição de funções e tarefas dos postos de trabalho e os requisitos-tipo considerados necessários ao preenchimento desses postos de trabalho. Estes documentos foram colectados nos websites de várias Agências Internacionais para a Qualificação e constituem-se como informação útil, quando no panorama nacional existe informação escassa a versar sobre as matérias em estudo (referenciais de competências e de formação dirigidas ao Secretariado Clínico). Análise Estatística A análise a um conjunto de indicadores estatísticos, arrolados de seguida, permitiu uma melhor leitura e caracterização do emprego no sector da saúde, nomeadamente: níveis de habilitações, níveis de qualificação, estrutura das profissões e, ainda, volume de emprego gerado. Foram utilizadas duas fontes de informação principais: Quadros de Pessoal dos estabelecimentos, GEP/MTSS, relativos aos anos de 2007 a 2009 para as CAE relacionadas com a Saúde (CAE 86 a 5 dígitos, 87100 e 87200) que reflectem a realidade do emprego do sector privado; e Balanço Social do Ministério da Saúde, relativos aos anos de 2007 a 2009 que apresenta os dados do emprego do sector público. O pedido de informação efectuado abrange o seguinte conjunto de indicadores: Número de estabelecimentos por actividade económica; Número de estabelecimentos por tipo de instituição; Número de pessoas por tipo de instituição; Número de pessoas por região; Número de estabelecimentos por actividade económica e dimensão da empresa; Número de pessoas segundo os grupos etários; Número de pessoas segundo e o sexo; 12 Número de pessoas segundo as habilitações; Número de pessoas segundo o grupo profissional; Número de pessoas segundo a relação jurídica com o emprego; Número de pessoas segundo a modalidade de vinculação; Número de pessoas segundo a antiguidade. Entrevistas semi-directivas de carácter exploratório O modelo de interacção e de envolvimento activo dos interlocutores foi aplicado desde a fase inicial de desenvolvimento do Estudo quando afigurou-se essencial realizar um conjunto de entrevistas de carácter exploratório com o objectivo de elucidar aspectos não contemplados na documentação analisada. A realização de entrevistas exploratórias teve como objectivo principal contribuir para, junto de um conjunto de interlocutores (privilegiados) do sector da saúde, identificar e caracterizar os empregos, de nível II a IV, emergentes ou em transformação, para que em conjunto com a análise documental nacional e internacional fosse possível identificar os empregos de nível não superior em emergência e transformação e consequentemente elaborar as Fichas de Caracterização desses empregos. Os interlocutores do sector da saúde (Administração central, Organismos públicos prestadores de cuidados de saúde e Organismos privados prestadores de cuidados de saúde) entrevistados no âmbito da fase inicial do Estudo são identificados no quadro seguinte. Estes interlocutores correspondem a um conjunto de indivíduos com um profundo conhecimento, reflexão e experiência de trabalho associado quer ao sistema de saúde quer à caracterização, tendências e factores de mudança neste sector. Tipo de Entidade Administração central (Serviços centrais ou periféricos directamente dependentes do membro do Governo) Organismos públicos Entidade Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados Alto Comissariado para a Saúde ACSS: Unidade Operacional de Coordenação e Regulação da Formação Profissional Unidade Operacional de Estudos e Planeamento em Recursos Humanos Unidade Operacional de Regulamentação Profissional e Regimes de Trabalho Hospital Professor Doutor Interlocutor Data da Realização da entrevista Dra. Helena Gomes 26/10/2010 Dr. Paulo Nicola 05/04/2011 Dra. Zelinda Cardoso Dra. Sandra Parreira Dr. Jorge Alves 15/03/2011 Dra. Zelinda Cardoso Dra. Sandra Parreira Dr. José Carlos Amaral 20/04/2011 Dra. Rosa Ribeiro 21/09/2010 13 prestadores de cuidados de saúde (p.e., Hospitais e Centros Hospitalares) Fernando da Fonseca, E.P.E. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E. Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E. Unidade Local de Saúde do Alto Minho, E.P.E. Organismos privados prestadores de cuidados de saúde (p.e., Hospitais e Centros Hospitalares) Santa Casa de Misericórdia de Lisboa Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão Dra. Sofia Oliveira Dra. Ana Cristina Alves 17/12/2010 23/11/2010 Dra. Maria José Jalôto 20/12/2010 Dra. Paula Monteiro 07/01/2011 Dra. Fernanda Marques Dra. Helena Marques Dra. Ana Maria Rego Enf. Rosa Novais Dra. Rosário Barros Dra. Clara Correia Dra. Isabel Carvalho 27/01/2011 Dr. Luís Araújo 04/03/2011 31/01/2011 08/02/2011 12/05/2011 As entrevistas, que tinham como principal objectivo identificar e caracterizar os empregos, de nível II a IV, emergentes ou em transformação, junto dos interlocutores, versaram sobre as seguintes cinco dimensões de análise: Caracterização da entidade – localização, ano da constituição, tipo de entidade e valências da entidade. Estratégia organizacional - políticas e estratégias definidas para a entidade com impacto na emergência de novas figuras profissionais e problemas centrais da gestão de recursos humanos. Estrutura Organizacional - estrutura profissional da entidade, formas de organização, profissões, empregos e postos de trabalho de nível não superior, níveis de escolaridade predominantes e à data do recrutamento, requisitos de recrutamento, dificuldades de recrutamento, rotação entre diferentes postos de trabalho, movimentos de declínio ou transformação de funções. Profissões e Necessidades de Formação – Adequação das competências dos recursos humanos e principais necessidades de formação. Oferta formativa – Formação realizada pela entidade (interna e externa), parcerias desenvolvidas, necessidades não cobertas. Em alguns casos, o Guião foi aplicado na sua generalidade e, noutros casos, foram abordadas apenas algumas das questões e/ou dimensões, de acordo com o tipo da entidade a entrevistar (administração central, organismos públicos prestadores de cuidados de saúde, organismos privados prestadores de cuidados de saúde). 14 Para a análise dos dados recolhidos nas Entrevistas, foi utilizado o método de análise de conteúdo, nomeadamente, os termos utilizados pelo interlocutor, a construção do discurso e o seu desenvolvimento constituíram fontes de informação preciosas a partir das quais se construiu o conhecimento. Este método ofereceu a possibilidade de tratar de forma metódica as informações e os testemunhos que apresentam um certo grau de profundidade e de complexidade, como é o caso das entrevistas. Estudos de Caso Dando prevalência ao modelo de interacção e de envolvimento activo dos interlocutores foram realizados Estudos de Caso, que revelaram-se da máxima utilidade para compreender quais os objectivos e as estratégias formativas para um futuro a curto/médio e longo prazo. Os Estudos de caso foram realizados junto de sete organismos prestadores de cuidados de saúde englobando um conjunto de 47 entrevistas – a responsáveis de recursos humanos e da formação, a gestores da formação e formandos, a chefias directas e a detentores de empregos – que incidiram em dois momentos distintos no desenvolvimento da Fase 3: em 2011, aquando da construção das Unidades de Competência e, em 2012, durante a construção das Unidades de Formação. A selecção das Entidades constituiu-se como passo essencial para o desenrolar do Estudo, tendo a equipa da ACSS proposto casos com base no conhecimento prévio das entidades, tendo outros sido propostos pelo IESE com base nos resultados da Fase 2 e ainda tendo como critérios: Tipologia de Entidade (Hospital, Agrupamento de Centros de Saúde – ACES, Centro Hospitalar); Âmbito de actuação (cuidados primários e cuidados diferenciados); e Existência de formação direccionada para as áreas funcionais a caracterizar. Com carácter complementar, realizaram-se entrevistas junto de interlocutores privilegiados da ARS Norte e ARS LVT e, ainda, do Grupo Técnico para o Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde Primários, com o propósito capital de aferir a adequabilidade das Unidades de Competência ao Secretariado Clínico a desempenhar funções no contexto dos Cuidados de Saúde Primários. O quadro seguinte apresenta o resumo das entrevistas realizadas (a equipa da ACSS acompanhou a equipa do IESE em algumas das entrevistas), com a identificação dos interlocutores entrevistados no âmbito da sua actividade profissional. 15 Organismo público prestador de cuidados de saúde Maternidade Dr. Alfredo da Costa Hospital Garcia de Orta, EPE ACES Grande Lisboa IV – Oeiras/ Carnaxide Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE IPOLFG - Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil Centro Hospitalar Lisboa Central ARS Norte ARS LVT Grupo Técnico para o Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde Primários Interlocutor Data da Realização da entrevista Mariana Gomes e Enfª Ana Garcia (Centro de Formação); Helena Tomás (Urgência); António Pereira (Gabinete de Planeamento e Controlo gestão); Ana Almeida (Gestão de Doentes); Jonas (Consulta obstetrícia); (Consulta ginecologia); (Serviço Imagiologia); (Serviço de Internamento); Fernanda Ruas (Unidade de Cirurgia Obstetrícia não programada) Dr. Alexandre Farinha (Administrador Hospitalar); Enfª Clara Rocha (Dep. de formação); Rosa Monteiro (responsável dep. formação); Lucrécia (responsável dep. RH); Silva Lopes (coord. Serviço Neuroradiologia dos MCDT); Teresa Fonseca (Unidade de Internamento e de Cirurgia de Pediatria); Paula Saldanha (Unidade de Internamento da Urgência e Urgência Geral); D. Antónia Aparício (coord. da Unidade de Apoio à Gestão); Cláudia Costa (coord. administrativa da USF); Nuno Silva (coord. administrativo da UCSP); Guiomar Alexandre (USF de Conde de Oeiras). Dra. Maria José Jalôto (coord. Dep. de formação); Dr. Luís Matos (coord. Executivo); Fernando salgado (Coord. da consulta externa); José Fernandes (Coord. Técnico do serviço de urgência) Dra. Sofia Oliveira (coord. Dep. de formação); António Marques (coord. Arquivo clínico e Internamento); Dalila Estêvão (Unidade de Urgência); Teresa Borrego (coor. MCDT); Cristina Barata (coord. dádiva de sangue). Paula Rodrigues (coord. dep. RH); Paula Roberto (coord. dep. formação); Rita Castanheira (Gestão de Doentes); Ana Margarida (coord. Unidade de Urgência e de Consulta); Fernanda Lopes (coord. Unidade de Internamento); Vera Rocha (Unidade de Urgência); Piedade Caixeiro (coord. Unidade MCDT); Amélia Florêncio (Unidade MCDT); Márcia Lela (Unidade de Consulta) 06/07/2011 19/07/2011 e 21 30/07/2011 Cristina Andrade (dep. formação) 24/07/2012 Dra. Elsa Ramos; Dra. Olívia Pinto; Engº Joaquim Dra. Rosa Gil Teresa Seixas 23/07/2012 12/07/2012 16/05/2012 e 27/07/2012 23/08/2011 e 29/08/2011 26/08/2011 02/09/2011 11/10/2011 09/09/2011; 25/11/2011 e 15/05/2012 11/11/2011; 15/11/2011 e 25/07/2012 Nas entrevistas decorridas na etapa prévia à construção das Unidades de Competência, pretendia-se que os profissionais descrevessem a estrutura organizacional da instituição que integram, as profissões existentes, as necessidades de formação dos profissionais, a oferta formativa existente e, identificassem as habilitações, formação e competências do Secretário 16 Clínico e elencassem as actividades e tarefas que constituem o seu trabalho. De forma mais pormenorizada, os guiões das entrevistas estavam estruturados com as seguintes dimensões de análise: Dimensões Elementos Caracterização da entidade Localização, ano da constituição, tipo de entidade e valências da entidade Estrutura Organizacional Estrutura profissional da entidade, formas de organização, profissões, empregos e postos de trabalho de nível não superior, níveis de escolaridade predominantes e à data do recrutamento, requisitos de recrutamento, dificuldades de recrutamento, rotação entre diferentes postos de trabalho, movimentos de declínio ou transformação de funções Profissões e Necessidades de Formação Adequação das competências dos recursos humanos e principais necessidades de formação Oferta formativa Formação realizada pela entidade (interna e externa), parcerias desenvolvidas, necessidades não cobertas Análise dos Empregos Designação da profissão; objectivo da profissão; tipo de trabalho; duração do trabalho; actividades específicas (que pertencem ao núcleo duro do emprego) realizadas por estes profissionais, bem como a documentação, ferramentas e utensílios, máquinas e equipamentos utilizados na sua execução; Competências associadas à realização das actividades específicas; condições gerais necessárias ao exercício do emprego e condições de trabalho penosas ou de risco No caso das entrevistas realizadas com o objectivo de recolher contributos para alimentar as Unidades de Formação, foi solicitado aos gestores da formação/formadores, bem como aos interlocutores privilegiados das ARS Norte e LVT, que se pronunciassem quanto a alguns elementos constituintes das Unidades de Formação, a saber: Duração prevista para o desenvolvimento das Unidades de Formação correspondentes às Competências a desenvolver pelo Secretariado Clínico (que correspondem sobremaneira às 11 Unidades de Competência construídas); Objectivos de aprendizagem e conteúdos programáticos de cada Unidade de Formação; e Recomendações associadas a cada Unidade de Formação, nomeadamente quanto a recursos de apoio à aprendizagem a utilizar, a metodologias formativas e de avaliação a desenvolver, a requisitos de certificação de formadores e/ ou operadores de formação, entre outros. 17 A informação recolhida nas entrevistas enquadradas nos Estudos de Caso foi complementada com a análise documental realizada aos documentos recolhidos junto das instituições contactadas nos Estudos de caso, previamente à realização destes (Referenciais de competências dos profissionais do Secretariado Clínico e Descritivos funcionais dos profissionais do Secretariado Clínico). II.3. LIMITAÇÕES E CONSTRANGIMENTOS VERIFICADOS NO DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO As limitações e constrangimentos verificados no desenvolvimento do Estudo estão associados (i) a uma metodologia participativa para a recolha de informação (Entrevistas e Estudos de caso) e para a validação dos produtos; (ii) ao acesso limitado a informação indispensável para a construção dos produtos do Estudo; e (iii) à natureza do sector no SNS e ao estado da arte de informação relativa à referenciais de competências e de formação no SNS. Estas limitações e constrangimentos verificados no desenvolvimento do Estudo são elencados de seguida. (i) Limitações e constrangimentos relativos à metodologia participativa para a recolha de informação (Entrevistas e Estudos de caso) e para a validação dos produtos − Atrasos na resposta, por parte dos Organismos seleccionados, ao convite da ACSS para participação no Estudo; − Dificuldades de contacto e de mobilização dos interlocutores privilegiados, por indisponibilidade dos próprios; − Indisponibilidade das entidades para participar no Estudo revelada depois de longos períodos de espera e insistência; − Alguns dos interlocutores entrevistados não tinham conhecimento do Estudo, aquando do primeiro contacto telefónico da equipa do IESE, tendo sido necessário reforçar o pedido de participação dos seus colaboradores junto das administrações dos organismos; − Alterações de agendamento das reuniões (particularmente, motivadas por motivo de férias); − Atrasos na constituição das equipas dos organismos interlocutores, para a validação dos produtos (Unidades de Competências e Unidades de Formação); e − Atrasos no envio do parecer de validação dos produtos (Unidades de Competências e Unidades de Formação) por parte dos interlocutores contactados para garantirem o processo de validação dos mesmos. 18 (ii) Limitações e constrangimentos relativos ao acesso limitado a informação indispensável para a construção dos produtos do Estudo − Atrasos no envio da informação solicitada, apesar do dispositivo de follow-up montado; − Inexistência de informação sobre os Sistemas Informáticos específicos do SNS actualizada sistematizada em Manual público e/ou a não disponibilização atempada desses Manuais por parte das entidades competentes; − A Oferta Formativa nacional disponível para consulta e análise pela Equipa do Estudo revelou-se desactualizada (datada de 2009 e 2010); − A qualidade da informação recolhida foi variável de entidade para entidade: nalguns casos, as unidades de saúde encontram-se bem organizadas, possuem definições de funções e desenvolvem formação específica para os profissionais alvo de estudo. Porém, foi detectada a inexistência e desconhecimento das mesmas, por parte dos responsáveis actuais. Esta situação condicionou, de alguma forma, a recolha de informação tendo surgido a necessidade de alargar os EC a outras entidades que não estavam inicialmente previstas (caso do IPO de Lisboa); − As instituições prestadoras de cuidados de saúde que têm Referenciais de competências e de formação devidamente sistematizados (estes referenciais têm vindo a surgir com a certificação de alguns serviços/unidades), estes Referenciais encontram-se organizados segundo a natureza das funções a desempenhar num serviço/unidade em particular; e − Os referenciais de competências e de formação estrangeiros são dirigidos para profissionais com qualificações de nível superior, embora possam ser uma boa base de trabalho os produtos do Estudo. (iii) Limitações e constrangimentos associados à natureza do sector no SNS e ao estado da arte de informação relativa à referenciais de competências e de formação no SNS − Um dos principais problemas para a concretização de um diagnóstico fidedigno no âmbito dos RH da Saúde reside no facto de em Portugal co-existirem várias fontes atendíveis de dados quantitativos sobre RH da saúde que procuram reflectir a mesma realidade mas que, todavia, têm limitações. Estas fontes utilizam critérios discrepantes e não apresentam resultados coincidentes. Esta situação é propiciada pelo facto de não existir uma entidade oficial que centralize e compatibilize os dados estatísticos do sector; e 19 − A diversidade de contextos de intervenção do Secretariado Clínico apresenta-se muito variável, o que implicou a mobilização de um número de interlocutores superior ao inicialmente previsto, bem como a recolha de um volume de informação bastante superior. 20 III. SNS: EMPREGOS E COMPETÊNCIAS III.1. CONDICIONALISMOS IMPOSTOS PELO ENQUADRAMENTO JURÍDICO A delimitação profissional realizada no trabalho circunscreve o objecto de estudo às actividades e empregos de nível não superior envolvidos na prestação e gestão de cuidados de saúde do SNS. A opção por esta delimitação fundamenta-se, por um lado, no próprio objecto do estudo (perfis profissionais emergentes de nível II a IV) e, por outro, no facto de, na generalidade dos casos as actividades de apoio como as actividades de higiene e manutenção de instalações, alimentação, tratamento de roupa, tratamento de resíduos e de segurança serem realizadas por entidades externas em regime de subcontratação, pelo que as figuras profissionais associadas a estas áreas de serviços não existem ou têm tendência para desaparecer no curto/médio prazo. A estrutura apresentada resulta da conjugação de três tipos de análise: (i) do enquadramento jurídico aplicado às profissões da Saúde; (ii) da delimitação profissional efectuada a partir da análise de diversos referenciais profissionais nacionais e internacionais; e (iii) da recolha de informação efectuada junto das entidades alvo de entrevista. Como referido anteriormente, a maioria dos serviços que enquadram as actividades de saúde humana em Portugal estão inseridos no Serviço Nacional de Saúde seja através de cuidados e serviços próprios, seja através do exercício de convenções, relevando uma importante intervenção do Ministério da Saúde, ainda que o sector privado se encontre em expansão. Neste sentido, a estrutura profissional do SNS encontra-se fortemente marcada pelo enquadramento jurídico aplicado aos funcionários públicos estabelecidos na Lei 12-A/2008 de 27 de Fevereiro, que define os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, define a existência de carreiras gerais e específicas e, ainda, descreve o conteúdo funcional das categorias associadas às Carreiras Gerais remetendo o descritivo das carreiras especiais para Leis especiais. Para enquadrar juridicamente as carreiras especiais existente no contexto da saúde, foram criadas leis específicas, a saber: • Decreto-Lei n.º 177/2009 de 4 de Agosto que estabelece o regime da carreira especial médica, bem como os respectivos requisitos de habilitação profissional. • Decreto-Lei n.º 248/2009 de 22 de Setembro que estabelece o regime da carreira especial de enfermagem, bem como os respectivos requisitos de habilitação profissional. 21 • Decreto-Lei Lei n.º 261/93 de 24 de Julho que regulamenta o exercício das actividades paramédicas. • Decreto-Lei Lei n.º 320/99 de 11 de Agosto que regulamenta as profissões técnicas de diagnóstico e terapêutica e cria o Conselho Nacional das Profissões de Diagnósti Diagnóstico e Terapêutica como órgão órgã de apoio ao Ministro da Saúde. • Decreto-Lei Lei n.º 564/99 de 21 de Dezembro que estabelece o estatuto legal da carreira de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica Terapêutica. • Decreto-Lei Lei n.º 414/91, de 22 de Outubro e Decreto-Lei Decreto Lei n.º 501/99 que estabelecem o regime legal dos Técnicos Superiores de Saúde dos serviços dependentes o ministério da Saúde e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Para além das carreiras gerais e das carreiras especiais da saúde, na estrutura profissional das entidadess que compõem o SNS é possível identificar outras carreiras especiais comuns a vários sectores de actividade, como ilustra o diagrama seguinte. Diagrama III. 1. Carreiras no SNS Carreiras Especiais da Saúde •Médico/a •Enfermeiro/a •Técnico/a Técnico/a Superior de Saúde •Técnico/a Técnico/a de Diagnóstico e Terapeutica Carreiras Gerais •Técnico/a Técnico/a Superior •Assistente Assistente Técnico/a •Assistente Assistente Operacional Outras Carreiras Especiais •Dirigente •Informático/a •Pessoal Pessoal de Investigação Científica/Docente •Educadores Educadores de Infância e Docentes do Ens. Básico e Secundário •Pessoal Pessoal de Inspecção 22 No que respeita às qualificações de nível não superior – objecto do presente Estudo -, e de acordo com a Lei 12-A/2008 (nº 2 do art. 49º) destacam-se duas carreiras gerais, a saber: Assistentes Operacionais e Assistentes Técnicos. A tabela seguinte identifica as categorias associadas a cada uma destas carreiras, assim como o respectivo conteúdo funcional. Tabela III.1. Categorias Gerais de nível não superior da Administração Pública CARREIRA CATEGORIA CONTEÚDO FUNCIONAL Coordenador técnico Funções de chefia técnica e administrativa em uma subunidade orgânica ou equipa de suporte, por cujos resultados é responsável. Realização das actividades de programação e organização do trabalho do pessoal que coordena, segundo orientações e directivas superiores. Assistentes Técnicos Execução de trabalhos de natureza técnica e administrativa de maior complexidade. Funções exercidas responsabilidade. Assistente técnico Encarregado geral operacional Assistentes Operacionais Encarregado operacional com relativo grau de autonomia e Funções de natureza executiva, de aplicação de métodos e processos, com base em directivas bem definidas e instruções gerais, de grau médio de complexidade, nas áreas de actuação comuns e instrumentais e nos vários domínios de actuação dos órgãos e serviços. Funções de chefia do pessoal da carreira de assistente operacional. Coordenação geral de todas as tarefas realizadas pelo pessoal afecto aos sectores de actividade sob sua supervisão. Funções de coordenação dos Assistentes Operacionais afectos ao seu sector de actividade, por cujos resultados é responsável. Realização das tarefas de programação, organização e controlo dos trabalhos a executar pelo pessoal sob sua coordenação. Substituição do encarregado geral nas suas ausências e impedimentos. Assistente operacional Funções de natureza executiva, de carácter manual ou mecânico, enquadradas em directivas gerais bem definidas e com graus de complexidade variáveis. Execução de tarefas de apoio elementares, indispensáveis ao funcionamento dos órgãos e serviços, podendo comportar esforço físico. Responsabilidade pelos equipamentos sob sua guarda e pela sua correcta utilização, procedendo, quando necessário, à manutenção e reparação dos mesmos. Fonte: Lei nº 12-A/2008 de 27 de Fevereiro. 23 Da análise ao enquadramento legal das carreiras especiais da saúde presentes no SNS, conclui-se que estas só são acessíveis a indivíduos detentores de habilitações de nível superior, o que as exclui de análise, de acordo com o âmbito do presente Estudo. Esta opção de condicionar o acesso a estas carreiras a profissionais com nível de habilitação superior teve por base questões relacionadas com a protecção da saúde dos cidadãos que só pode ser assegurada desta forma, já que apenas através da formação de nível superior e da diferenciação de profissionais de saúde é possível acompanhar a evolução científica e tecnológica na área das ciências médicas. A análise da Classificação Portuguesa de Profissões (CPP) coloca as profissões inseridas na carreira de TDT (Técnico de Diagnóstico e Terapêutica) no Grupo 3. Técnicos e profissões de nível intermédio o que corresponde ao nível de competências 3 da CITP/ISCO/2008 que, por sua vez, corresponde ao nível 5b Primeira etapa do ensino superior, B da CITE/ISCED/97. Embora, de acordo com a organização do Sistema Educativo em Portugal1, não exista correspondência entre o grau 5B da CITE/ISCED/97 e os graus de ensino em Portugal [o que não permite determinar o grau de ensino definido pela CPP para estas profissões] na realidade a classificação no grau 5B coloca-as no patamar do ensino superior. A análise comparativa do nível de formação dos TDT nos 27 países da União Europeia evidencia algumas diferenças nas 17 profissões que, em Portugal, constituem o grupo dos TDT, sendo que algumas destas profissões, nomeadamente o Técnico de anatomia patológica, citológica e tanatológica, Técnico de neurofisiologia e Técnico de cardiopneumologia, apenas foram identificados em Portugal. Contudo, a análise da tabela seguinte demonstra que em mais de metade dos países da Europa em que foi possível identificar estas profissões possui o mesmo nível de habilitação que o exigido em Portugal, i.e., licenciatura, com excepção das profissões de Técnico de audiologia e de técnico de prótese dentária que na maioria dos casos são exercidas por detentores de cursos profissionais. No caso do Técnico de Farmácia e do Higienista Oral, verifica-se uma distribuição bastante equitativa, já que cerca de metade dos países define que a profissão apenas é acessível aos licenciados ao passo que os restantes definem que estas profissões podem ser exercidas por indivíduos que frequentem cursos profissionais em farmácia e higiene oral, respectivamente. Relativamente ao terapeuta da fala, verifica-se que é a única profissão deste grupo para a qual em dois dos países da UE (Polónia e República Checa) o nível de habilitação exigido é superior à 1 Fonte: Eurodyce, 2007. 24 Licenciatura, ainda que a Alemanha, Finlândia e França apenas exijam a frequência de um curso profissional. A análise por país permite verificar que os países que apresentam diferenças mais significativas são a Alemanha e a República Checa, em que o nível de habilitação exigido a todos os TDT é um nível não superior (cursos profissionais). TACSP TAPCT Audiologia Cardiopneumologia Dietista Farmácia Fisioterapeuta Higiene Oral Medicina Nuclear Neurofisiologia Ortoptista Ortoprotésico Prótese Dentária Radiologia/ Radioterapia Terapeuta da Fala Terapeuta Ocupacional Saúde Ambiental Fonte: Site da Comissão Europeia. Legenda: Habilitações iguais Habilitações inferiores (cursos profissionais) Habilitações superiores Não identificado Embora, nalguns dos países da Europa seja possível identificar algumas das profissões de TDT como profissões nível não superior, os interlocutores privilegiados das entidades da Administração central (Serviços centrais ou periféricos directamente dependentes do membro do 25 SE RO CZ UK PL NL LU MT LT IT LV IE HU EL FI FR ES EE SI SK DK CY BG BE AT DE PROFISSÕES TDT PT Tabela III. 2. Nível de formação dos TDT nos Países U.E. Governo) entrevistado no âmbito das entrevistas exploratórias foram unânimes em considerar que a legislação que enquadra os profissionais de saúde, nomeadamente os TDT e TSS se encontra adequada, no que respeita aos níveis de habilitação escolar associados a estas profissões e que no contexto actual e tendo em conta o nível de exigência em termos de conhecimentos e capacidades exigido pelas actividades desenvolvidas por estes profissionais não é razoável que as qualificações sejam de nível inferior. No caso da carreira de informático, cujos profissionais detêm, na sua grande maioria, habilitações inferiores ao ensino superior, foi decidido que não seria contemplado no Estudo na medida em que todas as entidades contactadas foram unânimes em afirmar que a tendência actual e futura passa pela contratação deste tipo de profissionais com um nível de qualificação superior devido à forte exigência e complexidade das funções a desempenhar. A identificação e construção de uma tabela que permita identificar a estrutura profissional do SNS revelou-se um exercício de difícil operacionalização, na medida em que as unidades de saúde adoptaram a terminologia das carreiras e das categorias profissionais introduzidas pela Lei 12A/2008 e pela regulamentação das carreiras especiais e, na maioria dos casos, não identificam quais as profissões e/ou empregos associados a cada uma dessas carreiras/categorias. Este facto revela a existência de uma indiferenciação profissional que, não raras as vezes, não permite identificar os limites de cada uma das funções dos profissionais, principalmente quando se tratam das carreiras gerais de nível não superior. Esta situação está, no entanto, salvaguardada no caso das carreiras especiais para as quais existe esta delimitação profissional e, também, porque se tratam de profissões que possuem ordens ou associações profissionais que os defendem e salvaguardam os seus direitos. Não obstante, em algumas unidades de saúde, é possível identificar as profissões que existem em cada uma das carreiras presentes no SNS, sendo que as que se encontram a azul correspondem às que serão alvo de análise e caracterização no presente Estudo. 26 Tabela III.3. Carreiras e profissões no SNS CARREIRA Médico Enfermeiro Técnico de Diagnóstico e Terapêutica Técnico Superior de Saúde4 Técnico Superior Assistente Técnico Assistente Operacional PROFISSÃO 2 Médico 3 Enfermeiro Técnico de análises clínicas e de Técnico de medicina nuclear saúde pública Técnico de neurofisiologia Técnico de anatomia patológica, Ortoptista citológica e tanatológica Ortóprotésico Técnico de audiologia Técnico de prótese dentária Técnico de cardiopneumologia Técnico de radiologia Dietista Técnico de radioterapia Técnico de farmácia Terapeuta da fala Fisioterapeuta Terapeuta ocupacional Higienista oral Técnico de saúde ambiental Assessor de saúde Assistente de saúde Arquitecto Ergonomista Técnico Superior de Biblioteca, Engenheiro Informático Arquivo e Documentação Juristas Contabilista Técnico Superior de Higiene e Economista Segurança no Trabalho Engenheiro Electrotécnico Técnico Superior de Segurança Engenheiro Civil Contra Incêndios Engenheiro mecânico Assistente administrativo Técnico de biblioteca e Secretária documentação Técnico Administrativo Técnicos profissionais5 Assistente de projecção Impressor Artes Gráficas Auxiliar Administrativo Marceneiro Auxiliar de Acção Médica Mecanico-electricista Auxiliar de Acção Educativa Mecânico instrumentos de Auxiliar de Alimentação precisão Auxiliar de Apoio e Vigilância Mensageiros Fiel Armazém Monitor Auxiliar de farmácia Montador-electricista Barbeiro/cabeleireiro Motorista Caldeireiro Operador de subestação Canalizador eléctrica Carpinteiro Operador de central Carpinteiro de limpos Operador de central térmica; Carregador Operador de lavandaria Costureira Operador de reprografia Cozinheiro Operador subestação eléctrica Electricista Pedreiro Electromecânico Pintor Estucador Serralheiro civil Encadernador Serralheiro mecânico Fogueiro Soldador Fiscal de Obras Telefonista Maqueiros Transfusionista Jardineiro Trolha Tabela III.3. Carreiras e profissões no SNS (cont.) 2 Dentro da profissão existem várias áreas de especialização e categorias profissionais. Idem. 4 Ramos de Engenharia sanitária, Laboratório, Genética, Veterinária, Psicologia, Farmácia, Física Hospitalar e Nutrição. 5 Áreas de: Electricidade, electrónica, construção civil, desenho, laboratório, mecânica, gestão, contabilidade, etc. 3 27 CARREIRA Dirigente 6 Informático Pessoal de Investigação Científica/Docente Educ. Infância e Doc. do Ens. Básico e Secundário Pessoal de Inspecção Fonte: RHV, ACSS, 2011. PROFISSÃO Administrador Hospitalar Especialista de informática Técnico de Informática Consultor de informática Investigador7 Docente Educador de Infância Professor do Ensino Básico/ Professor do 1º Ciclo do Ensino /Secundário Básico Inspector III.2. ESTRUTURA PROFISSIONAL DO SNS DE NÍVEL NÃO SUPERIOR A estrutura profissional do SNS de nível não superior teve por base a delimitação definida e foi realizada de acordo com a informação recolhida nas entrevistas exploratórias realizadas junto das entidades do SNS e com a informação documental. Foram identificados cerca de 30 empregos, agrupados por tipo de serviços: • Serviços Administrativos • Serviços de alimentação e limpeza; • Serviços de apoio à prestação de cuidados de saúde • Serviços de suporte • Serviço de manutenção das infra-estruturas • Outros serviços Os empregos estão agrupados por tipo de serviço e classificados segundo a sua natureza. Isto é, consoante se trata de empregos específicos do SNS, comuns a este sector e outros com os quais este se relacione e empregos transversais à generalidade dos sectores de actividade. Foram identificados alguns empregos que apresentam conteúdos similares mas com designações diferentes. Nestes casos, optou-se por uma designação de entre as existentes ou concebeu-se uma nova designação que melhor se adapte aos conteúdos do emprego. Um exemplo são os empregos dos serviços administrativos, em que foram encontradas designações como assistente administrativo, técnico administrativo, secretário administrativo e que a Equipa do Estudo optou por designar de Técnico Administrativo. O que a estrutura apresentada permite verificar é que, embora exista um elevado número de empregos, com excepção do Auxiliar de Acção Médica, não existem empregos específicos da saúde, identificando-se apenas empregos transversais a vários sectores de actividade, como é o 6 7 Existem várias categorias associadas às profissões. Idem. 28 caso das profissões dos serviços administrativos, dos serviços de manutenção e infra-estruturas, dos serviços de alimentação e limpeza e de outros serviços. A maioria dos empregos identificados, remete para qualificações de nível II, existindo um menor número de empregos de nível III e IV. Tabela III. 4. Estrutura Profissional de nível não superior Serviços Empregos Serviços Administrativos − Responsável Administrativo − Técnico/a administrativo/a − Secretário/a (Secretária de Direcção/Unidade, Secretário/o Serviços de apoio à prestação de cuidados de saúde − Auxiliar de Acção Médica (Mensageiro e Maqueiro) Serviços de suporte Serviços de alimentação e limpeza Serviço de manutenção das infraestruturas8 Outros Serviços Legenda: Emprego Específico clínico e Assistente ao utente) − Telefonista − Auxiliar Administrativo − − − − − − − − − − − − − − − − − − − Auxiliar de Apoio e Vigilância Motorista (motorista e motorista de ambulâncias) Fiel Armazém/Auxiliar de armazém Cozinheiro/a Auxiliar de Alimentação Operador/a de lavandaria Costureira Electricista Carpinteiro/a Canalizador/a Pintor/a Fogueiro/a Operador/a de central térmica; Serralheiro/a Soldador/a Jardineiro/a Barbeiro/cabeleireiro Operador/a de reprografia Operador/a de Projecção Emprego transversal Serviços administrativos Na área dos serviços administrativos foram identificados seis empregos, Responsável Administrativo, Auxiliar Administrativo, Técnico/a administrativo/a, Telefonista, Secretário/a de Direcção/Unidade, Secretário/a Clínica e Secretário/a. Estes empregos são transversais aos vários sectores de actividade, já que a maioria das organizações de todos os sectores possui este 8 Os empregos identificados nesta área correspondem aos identificados nas unidades de saúde alvo de estudo, todavia, é possível que noutras entidades existam ainda outro tipo de empregos, nomeadamente outros operários. Como se tratam de empregos em regressão podem já não estar presentes em todas as unidades de saúde. 29 tipo de profissionais. No caso do responsável, auxiliar e técnico/a administrativo, verifica-se que são todos empregos que correspondem à mesma profissão mas com níveis hierárquicos diferentes, sendo que o auxiliar administrativo pertence à carreira dos Assistentes Operacionais e o responsável e o técnico/a administrativo pertencem à carreira dos Assistentes Técnicos. Assim, verifica-se que, com excepção do Assistente Administrativo e do Telefonista, os restantes empregos são acessíveis a indivíduos com o 11º ano de escolaridade, ainda que, na maioria das entidades, estes profissionais possuam o ensino secundário completo, enquanto os Assistentes Operacionais apenas têm de possuir a escolaridade obrigatória que é variável de acordo com a data de nascimento dos indivíduos. Relativamente aos Responsável Administrativo, Auxiliar Administrativo e Técnico/a administrativo/a, foi possível identificar um maior número de postos de trabalho, pois as competências nucleares não sofrem alterações, apenas têm de mobilizar conhecimentos específicos na respectiva área de trabalho, p.e. contabilidade, recursos humanos, formação, logística, entre outras. O outro emprego detectado nesta área é o de Telefonista que pode ser considerado um emprego comum ou até mesmo transversal, uma vez que, em grande parte dos sectores, é possível encontrar esta figura profissional, que possui como actividade nuclear o atendimento telefónico dos utentes, famílias e/ou cuidadores. Do mesmo modo, também em relação ao Secretário/a existem vários postos de trabalho associados: Secretário/a de Direcção/Unidade, Secretário/a Clínico/a e Assistente ao Utente que correspondem a áreas de especialização em que cada profissional desenvolve o seu trabalho. O Secretário/a Clínico/a é um posto de trabalho específico do sector da saúde, todavia, analisando o seu conteúdo funcional, bem como as competências necessárias para desenvolver as suas actividades, verifica-se que este corresponde ao mesmo emprego que o secretário/a geral ou secretário/a de direcção/unidade pois contribuem para o mesmo objectivo final, i.e., assegurar a organização e execução de actividades de secretariado no apoio à chefia/direcção de uma entidade. Todavia, pelo facto de desempenharem funções nos serviços e departamentos clínicos necessitam de mobilizar competências específicas na área da saúde, a destacar os conhecimentos sobre os serviços, patologias e exames complementares; sobre equipamentos e instrumentos utilizados nestes serviços, entre outros que lhes permitam transmitir aos utentes e às suas famílias/cuidadores informação útil e adequada. 30 O Assistente ao Utente constitui, igualmente, um posto de trabalho específico do sector da saúde, mas resulta da especialização de um secretário/a na área funcional de assistência ao utente, nomeadamente, na área de prevenção e mediação de conflitos e reclamações. Esta figura profissional não existe de forma isolada ou com a dimensão de posto de trabalho autónomo em todas as entidades analisadas, contudo, e por se tratar de uma área funcional em emergência e de extrema relevância, optou-se por o destacar na análise da estrutura profissional do SNS. Serviços de apoio à prestação de cuidados de saúde Relativamente a estes serviços, foi identificado um emprego específico: Auxiliar de Acção Médica, que se encontra integrado na carreira de assistente operacional, pelo que o nível de habilitação escolar é a escolaridade obrigatória (variável de acordo com a data de nascimento dos indivíduos). De um modo geral, os candidatos a estas funções possuem baixos níveis de escolaridade (igual ou inferior ao 3º ciclo do ensino básico) e não possuem formação ou experiência profissional específica, devido à ausência de formação profissional inicial. Paralelamente, pelo facto de esta ser uma profissão com um índice remuneratório baixo, logo pouco atractiva do ponto de vista financeiro, faz com que as dificuldades de recrutamento sejam bastante elevadas. Contudo, devido à realização de processos de RVCC escolar promovidos pelas unidades de saúde em parceria com Centros de Novas Oportunidades, muitos dos profissionais inseridos nesta categoria já viram as suas habilitações aumentarem do ensino básico para o ensino secundário. Todavia, prevalece o 9º ano de escolaridade como o nível que maior número de Auxiliares de Acção Médica possui. Tal como nos serviços administrativos, também nestes serviços encontramos vários postos de trabalho associados ao mesmo emprego, i.e., auxiliares de acção médica mas que desenvolvem as suas funções em áreas de especialização diferentes de acordo com o serviço ou unidade em que se encontram inseridos. Nestes casos verificou-se que não existem alterações ao nível do conteúdo funcional ou das competências a mobilizar, sendo apenas necessário possuir conhecimentos mais aprofundados na área em que se desenvolve a actividade (p.e., pediatria, medicina física e de reabilitação, bloco operatório, urgência, laboratório, ou consulta externa). A análise dos referenciais internacionais demonstra que, embora nalguns países seja possível identificar alguma especialização funcional a este nível (não superior), nomeadamente no que se 31 refere às funções de auxiliar de farmácia, assistente de fisioterapia ou auxiliares de laboratório, a análise das actividades e competências desempenhadas por estes profissionais estão muito próximas das do Técnico de Diagnóstico e Terapêutica (Técnico de Farmácia, Fisioterapeuta, Técnico de análises clínicas e de saúde pública) e não tanto das de um auxiliar, pelo que no contexto do SNS e tendo em conta a legislação das carreiras não se revela necessária esta especialização funcional. Paralelamente, em algumas das entidades alvo de estudo, foi evidenciada a existência de especializações destes profissionais, ou seja, apesar de, em sua grande maioria, apenas tenham sido identificados, nesta área, os Auxiliares de Acção Médica que desempenham todas as funções presentes no conteúdo funcional, foram encontrados profissionais a desempenhar outro tipo de funções mais específicas. De facto, registam-se casos em que os profissionais exercem exclusivamente as funções de mensageiro, i.e., a recolha, entrega e distribuição de todo o tipo de produtos, materiais, aparelhos, instrumentos e de pessoas e/ou de maqueiro que apenas transporta pessoas dentro da unidade de saúde. Serviços de suporte, serviços de alimentação e limpeza, serviços de manutenção de infra-estruturas e outros serviços Os restantes serviços que compõem a estrutura profissional de nível não superior do SNS possuem características semelhantes: − tratam-se de serviços presentes noutros sectores de actividade, pelo que os empregos associados são considerados transversais; − os empregos identificados actualmente pertencem à carreira de assistente operacional, pelo que em algumas entidades já não é possível encontrar empregos com estas designações; e − muitas das unidades de saúde, optaram, nos últimos anos, por externalizar alguns destes serviços como é o caso da segurança, alimentação, limpeza e manutenção, através da subcontratação de empresas especializadas em cada uma das áreas, o que contribui para o desaparecimento da algumas das figuras profissionais ainda identificadas. Os serviços de suporte incluem uma série de serviços essenciais para manter o bom funcionamento das unidades de saúde no dia-a-dia, como os serviços de segurança, os serviços de transporte ou o armazém. Nesta área, foram identificados três empregos distintos: Auxiliar de Apoio e Vigilância, Motorista e Fiel de Armazém. 32 O Auxiliar de Apoio e Vigilância tem como missão assegurar a manutenção da segurança das pessoas e bens dentro das unidades de saúde, bem como o controlo de entradas e saídas de pessoas, veículos ou mercadorias. Relativamente aos Motoristas, estes podem ser responsáveis pelo transporte de um conjunto variado de recursos ou pessoas, i.e., podem transportar profissionais do hospital, utentes equipamentos ou amostras e materiais para análise noutras unidades de saúde. Assim, é possível identificar dois postos de trabalho associados a este emprego: o de motorista e o de motorista de ambulâncias, presentes nas unidades de saúde que possuem serviços de transporte de utentes (com excepção dos que se encontram em situação de emergência). O fiel de armazém desenvolve funções que correspondem ao controlo de entrada e saída de mercadorias nos armazéns de todas as áreas funcionais, bem como a sua arrumação e conservação. Em algumas entidades, foi possível identificar a presença de auxiliares de farmácia, contudo, analisando o seu descritivo funcional verifica-se que estes desempenham as mesmas funções que os auxiliares/fiéis de armazém ou até que os auxiliares de apoio e vigilância (p.e., assegurar a limpeza, higienização e transporte de materiais, espaços e equipamentos, sob a orientação de TDT de Farmácia, assegurar actividades de apoio ao funcionamento da farmácia), pelo que não necessitam de possuir qualquer tipo de competências chave diferentes, correspondendo ao mesmo emprego apenas com uma denominação diferente e associada à área funcional. Os serviços de alimentação e limpeza contribuem para garantir um ambiente confortável em termos de higienização dos serviços e dos cuidados necessários com a alimentação. Embora, esta área se encontre em declínio, foi ainda possível identificar quatro empregos: Cozinheiro/a, responsável por assegurar a execução as operações necessárias à confecção dos pratos com base nas ementas previamente definidas pelos médicos/nutricionistas/dietistas; Auxiliar de Alimentação, que pode confeccionar pequenas refeições (p.e., lanches) e distribuir refeições junto dos utentes; Operador de Lavandaria, ao qual compete executar as tarefas de lavagem e tratamento de roupas, incluindo a preparação e funcionamento das máquinas de lavar; e as Costureiras, responsáveis pelo corte, costura, arranjo e aproveitamento das roupas. Os serviços de manutenção e infra-estruturas incluem uma série de serviços relacionados com a manutenção das instalações, dos edifícios, e das áreas adjacentes pelo que a variedade de profissionais afectos a estes serviços é bastante elevada e contempla essencialmente um conjunto de operários como: Electricista, Carpinteiro/a, Canalizador/a, Pintor/a, Fogueiro/a, 33 Operador/a de central térmica; Serralheiro/a; Soldador/a; e Jardineiro/a que efectuam tarefas de manutenção ou de resolução de problemas. Como referido anteriormente, pelo facto de as unidades de saúde estarem a adoptar estratégias de externalização deste tipo de actividades que não constituem o core da sua intervenção - a prestação de cuidados de saúde - faz com que estas profissões estejam presentes apenas em algumas das entidades entrevistadas. Contudo, a sua grande maioria, prevê que, nos próximos anos, estas possam desaparecer. Por fim, nos outros serviços encontramos empregos como Barbeiro/Cabeleireiro responsáveis pela execução de cortes de cabelo e barba aos utentes que se encontram internados nos serviços do SNS, o Operador/a de Reprografia e o Operador/a de Projecção, responsáveis pelo desempenho de tarefas administrativas. III.3. DINÂMICA PROFISSIONAL DO SNS: FACTORES, EMPREGOS E COMPETÊNCIAS 1. Evolução dos empregos: que desafios? Neste ponto, pretende-se identificar as alterações que estão a ocorrer ao nível dos empregos no SNS. O essencial da análise resulta da informação recolhida nas entrevistas feitas às entidades do SNS, bem como da sua conjugação com a análise teórica dos empregos, já que a análise documental realizada evidencia a ausência de uma política de Recursos Humanos ou de uma estratégia de recursos humanos em Portugal, verificando-se que os decisores políticos não valorizam o impacto que as suas decisões possam ter ao nível dos profissionais de saúde e que o Plano Nacional de Saúde não define explicitamente políticas e estratégias de recursos humanos. Para colmatar esta situação encontra-se em formulação um Plano integrado dos profissionais de Saúde do PNS para o período compreendido entre 2011 e 20169. As alterações registadas podem ser de duas naturezas: (i) alterações quantitativas que se traduzem num leque de empregos que estão em crescimento, que são característicos do SNS e são cada vez mais requisitados e empregos em recessão que correspondem a um conjunto de empregos que são cada vez menos solicitados pelo SNS; e (ii) alterações qualitativas que consubstanciam, empregos em emergência que são novos empregos que surgem no sector, ou empregos em transformação, i.e., empregos que vêm alterados os seus conteúdos ou as necessidades de competências a eles associados. 9 Dussalt, G e Fronteira, I (2010) Recursos Humanos para a Saúde (RHS) Plano Integrado no Plano Nacional de Saúde 2011-16 (Portugal). 34 Neste sentido, as mutações podem sugerir alterações em termos de volume de emprego, mas também no que se refere aos conteúdos funcionais dos empregos. As políticas e as estratégias definidas quer a nível nacional, quer a nível de cada uma das entidades, no que se refere à emergência de novas valências, novos serviços, introdução de novas tecnologias na prestação dos cuidados de saúde revelam impactos sobretudo na estrutura profissional de nível superior, não se registando movimentos significativos de emergência, transformação, crescimento ou declínio nas profissões de nível não superior. Contudo, é de realçar que, nos últimos anos, as unidades de saúde têm vindo a apostar na introdução de tecnologias de informação e comunicação e em novos modelos de organização e gestão, nomeadamente na empresarialização das unidades de saúde, com algum impacto nos empregos de nível não superior. A par destes novos mecanismos, identificaram-se outras tendências e constrangimentos que influenciam a estrutura profissional de nível não superior do SNS, nomeadamente: a tendência de envelhecimento da população; a crise económica vivida em Portugal; a alteração nas carreiras da função pública; a coexistência de vinculações diferentes associadas a diferentes diploma legais regulamentares (CTFP e CT privado); e, ainda, dificuldade de recrutamento de profissionais de nível não superior com competências específicas na área da saúde. Tal como referido anteriormente, as alterações regulamentares ao nível das carreiras gerais da administração pública introduzidas em 2008 pela Lei 12-A/2008 de 27 de Fevereiro, levaram à agregação numa mesma categoria de profissões muito diferentes, i.e., actualmente na carreira de assistente operacional coexistem profissões tão distintas como a dos Auxiliares de Acção Médica, todos os antigos operários (canalizadores, electricista, carpinteiro, pintor, etc.), auxiliares de apoio e vigilância, auxiliares administrativos, entre outros, mas com um descritivo funcional comum. Segundo a opinião dos entrevistados, esta agregação levou a que deixasse de existir diferenciação profissional, o que numa situação extrema permite que um canalizador pode passar a desempenhar as funções de um auxiliar de acção médica, já que estão enquadrados na mesma categoria profissional e possuem o mesmo descritivo funcional. De acordo com a informação recolhida, seria útil que as profissões de nível não superior, tal como as de nível superior, possuíssem ordens/associações profissionais auto-reguladoras das profissões ou das carreiras que defendessem os seus profissionais e definissem o seu âmbito de intervenção: as funções a desempenhar, o nível de habilitação escolar, o tipo de competências/formação necessárias para o desempenho das suas funções, entre outros. 35 As associações/ordens profissionais tem como objectivo principal a defesa dos interesses, no sentido mais amplo, dos seus representantes, impondo, a cada um deles, um conjunto de regras formais e deontológicas sobre o exercício das profissões e a definição e regulamentação do exercício das profissões que desempenham e de discriminação em relação a quaisquer actividades supostamente concorrenciais. Neste sentido, as associações ordens profissionais têm uma acção de controlo sobre o mercado de trabalho, p.e., podem regulamentar ou tentar regulamentar a formação que é ministrada e que garante a aprendizagem das profissões que representam; por outro, as ordens fazem "balançar" as exigências de acesso ao mercado de trabalho consoante situações conjunturais e excesso ou falta de profissionais que representam. Outro dos constrangimentos identificados diz respeito à coexistência de diferentes regimes de contratação dentro da mesma unidade de saúde (CTFP e CT privado), decorrentes do facto de as unidades de saúde E.P.E. terem liberdade de contratação dos seus funcionários e poderem ter vários tipos de vínculos jurídicos laborais. Esta situação tem dado origem a disparidades entre profissionais das mesmas categorias, nomeadamente ao nível das remunerações e da progressão na carreira, tendo sido revelado que os profissionais com CTFP não têm tido progressões e os que possuem Contrato Individual de Trabalho foram promovidos. Desta forma, é possível que dois profissionais que desempenhem as mesmas funções aufiram remunerações diferentes. Por fim, destacam-se as dificuldades de recrutamento sentidas pela maioria das unidades de saúde na contratação de profissionais de nível não superior, com especial destaque para os que auxiliam na prestação dos cuidados de saúde, i.e., os auxiliares de acção médica. As dificuldades resultam de um conjunto de factores dos quais se destaca o facto de esta profissão estar integrada na categoria de assistente operacional que corresponde a uma carreira com um índice remuneratório pouco atractivo e que exige um nível de habilitação escolar bastante baixo face ao aumento da complexidade de algumas das actividades desenvolvidas pelos mesmos (auxilio ao trabalho desenvolvido pelos enfermeiros). Paralelamente, como antes da publicação do perfil profissional e referencial de formação do Técnico/a Auxiliar de Saúde10, que data de 2010, não existia qualquer tipo de formação inicial dirigida para estes profissionais, a maioria dos candidatos aos recrutamentos promovidos pelas unidades de saúde não possuía formação e/ou experiência específica nesta área. Neste sentido, as entidades para integrar essas pessoas apostam em programas de formação para os dotar das competências-chave que os habilitem ao desenvolvimento das suas funções. Contudo, trata-se de 10 Publicado no BTE n.º32 de Agosto de 2010, entrando em vigor a partir desta data (para mais informações consultar www.cnq.gov.pt. 36 um processo que se revela bastante moroso e oneroso para as entidades, que na maioria dos casos realizam acções de formação em posto de trabalho. Quer isto dizer que o profissional é integrado numa equipa e acompanhado por um superior que o ensina a realizar as funções e complementarmente são realizadas acções de formação em sala para aquisição de competências de carácter mais teórico. No caso dos Assistentes Técnicos que desempenham funções de secretariado clínico, verifica-se uma situação semelhante, já que não existe formação inicial específica, todavia, o facto de esta carreira ser acessível apenas para indivíduos com o 11º de escolaridade e possuir um índice remuneratório superior faz com que as dificuldades de recrutamento sejam menores. Face aos constrangimentos identificados, as entidades em processos de recrutamento destes profissionais (AAM e Secretários/as Clínicos) valorizam, essencialmente, as capacidades de comunicação e relacionamento interpessoal, bem como a experiência anterior no desenvolvimento deste tipo de funções. No caso dos Assistentes Técnicos são, ainda, valorizados os conhecimentos e a formação na área do atendimento, da informática na óptica do utilizador e o domínio do software específico associados aos sistemas de saúde. Com base na análise destes factores, tendências e constrangimentos, foi possível identificar movimentos de crescimento, transformação e declínio de empregos na estrutura de nível não superior no SNS. A. Cuidados continuados e cuidados paliativos: uma área em crescimento Foi identificado um emprego em crescimento, em termos quantitativos, ou seja, um emprego que embora não seja encarado como novo porque já existe há algum tempo nas unidades de saúde, é um emprego que se encontra numa fase de expansão, e que regista uma crescente procura por parte de algumas entidades. O movimento de crescimento registou-se sobretudo na área da prestação de cuidados de saúde ao nível da assistência nas áreas dos cuidados continuados e dos cuidados paliativos, que constituem áreas que nos últimos anos foram introduzidas/desenvolvidas nas unidades de saúde do SNS a par da criação da RNCCI. Os factores que estão na origem deste crescimento estão relacionados com a diminuição da natalidade e da mortalidade, associados ao avanço tecnológico, e a uma melhoria do nível de saúde que em Portugal que se tem reflectido num progressivo envelhecimento da população, i.e., aumento progressivo da esperança média de vida e o aumento de pessoas vítimas de acidentes 37 ou com doenças de evolução prolongada e graves, e potencialmente incapacitantes, a par do aumento das doenças incuráveis e/ou grave e com prognóstico limitado (p.e., doenças oncológicas, SIDA,…), o que criou novas necessidades de cuidados de saúde em situação de dependência exigindo o acompanhamento contínuo de cuidados de saúde e de apoio psico-social. Neste sentido, foram criadas as unidades de cuidados continuados e as unidades de cuidados paliativos tanto dentro do SNS, como através da criação da RNCCI que funciona como uma forma de colmatar as dificuldades que o SNS tem em assegurar este tipo de serviços. A criação destas unidades exigiu a alocação de uma equipa profissional multidisciplinar nos quais também se incluem os auxiliares de acção médica. Na medida em que este tipo de serviços já era assegurado pelos auxiliares de acção médica dentro das unidades de saúde, logo já fazia parte do conteúdo funcional de muitos, não se verificam alterações qualitativas nos conteúdos profissionais, apenas uma especialização funcional na área de trabalho associada ao auxílio na prestação de cuidados de saúde a idosos, doentes crónicos ou doentes terminais. Assim, as competências-chave dos auxiliares de acção médica que desempenham funções nesta área de especialização são as mesmas que as de qualquer auxiliar de acção médica a desempenhar funções noutro serviço/unidade, na medida em que as actividades e tarefas desenvolvidas são semelhantes, sendo apenas necessário possuir conhecimentos sobre a população-alvo e as suas necessidades específicas. No que se refere às competências sociais e relacionais, ainda que estas sejam muito importantes no contexto do desenvolvimento da profissão de auxiliar de acção médica, no caso dos que desenvolvem funções nestas áreas específicas, essa importância assume contornos ainda mais relevantes, sendo necessário que estes indivíduos possuam por um lado sensibilidade para lidar com os problemas destes utentes que se encontram em situação de elevada vulnerabilidade, mas por outro lado capacidade de se distanciar dos problemas dos outros, de gestão de stress e de capacidade de lidar com a dor, o sofrimento e a morte. Embora se verifiquem estas necessidades de aumento de profissionais afectos às unidades de cuidados continuados e cuidados paliativos, verifica-se que o mesmo não tem ocorrido de forma a suprir as necessidades reais, já que devido à crise económica que Portugal atravessa actualmente, as contratações na Administração Pública, a este nível não superior, estão condicionadas, pelo que se tem assistido a movimentos de mobilidade interna de auxiliares de acção médica de um serviços/unidades para outros. 38 Este é, aliás, um dos principais problemas com que a gestão de recursos humanos das unidades de saúde se deparam, a estagnação da contratação na Administração Pública, que tem levado as entidades por um lado a promover movimentos de mobilidade profissional interna, deslocando os profissionais de umas unidades/departamentos/serviços para outros em função das necessidades identificadas e por outro a promover recrutamentos internos. B. Especialização funcional: determinante para o desempenho das unidades de saúde No contexto do SNS foram identificados alguns movimentos de transformação associados a estratégias de especialização funcional de alguns empregos que resultaram no aparecimento de postos de trabalho associados ao emprego principal, como é o caso do Mensageiro, do Secretário Clínico ou do Assistente ao Utente. A aposta na melhoria contínua da qualidade é uma preocupação das unidades de saúde que têm desenvolvido esforços para rentabilizar os seus serviços e atingir níveis de eficiência superiores. Neste sentido, e tendo em conta as necessidades dos vários departamentos/unidades/serviços algumas unidades têm adoptado estratégias de especialização funcional dentro de alguns dos empregos. O aparecimento do posto de trabalho de mensageiros é disso exemplo. Para rentabilizar e aproveitar os auxiliares de acção médica, limitando-os às tarefas internas dos serviços a que estão afectos (p.e., tarefas de limpeza e higienização e assistência ao utente), foi criado este novo posto de trabalho, libertando-os das funções de entrega, recolha e transporte de produtos, equipamentos, materiais ou informação, como o transporte de peças anatómicas, aparelhos/equipamentos (p.e., ecografo, aparelho portátil de RX, espigarde, heletrofax), medicamentos, materiais (p.e., balas de oxigénio), cadáveres e membros, que exigem o conhecimento de regras e protocolos de transporte. Ao dispor de uma equipa de mensageiros, as unidades de saúde garantem que os auxiliares de acção médica afectos a cada uma das entidades estão sempre no seu local de trabalho a desenvolver actividades de auxílio à prestação dos cuidados de saúde e que o serviço de entregas, recolha e transporte de qualquer tipo de bens, pessoas, produtos, materiais, correspondência e equipamentos, se encontra assegurado. Embora, o perfil profissional e respectivo referencial de formação do Técnico/a Auxiliar de Saúde contemple as competências e uma unidade de formação relativa às actividades desenvolvidas por estes profissionais (UFCD Circuitos e transporte de informação nas unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde), a análise dos conteúdos funcionais dos mensageiros que desenvolvem actividades nas unidades de saúde sugerem o alargamento das competências e a 39 integração de novos conteúdos programáticos, já que o tipo de “recursos” a transportar é mais diversificado e exige o conhecimento de normas, regras e procedimentos específicos. Caso o posto de trabalho de mensageiro venha a ser encarado como uma área específica de intervenção dentro do emprego de auxiliar de acção médica, é necessário intensificar e actualizar a formação na área dos circuitos de transporte de informação nas unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde e na área relacional e criar formação complementar de especialização para estes profissionais que desenvolvem as suas actividades nesta área de trabalho, já que os conhecimentos integrados no referencial de Técnico/a Auxiliar de Saúde são genéricos e não abrangem todos os tipos de “recursos” que o mensageiro tem de transportar e que em alguns casos exigem o conhecimento de protocolos e regras de transporte específicos. Na tabela seguinte identificam-se as principais necessidades de competências dos mensageiros. Prestação de Cuidados de Saúde - Necessidades de Competências Mensageiro/a Saberes-fazer Assegurar o transporte de produtos analíticos, medicamentos, cadáveres e membros, peças anatómicas, balas de oxigénio, aparelhos, etc., de acordo com os respectivos procedimentos e protocolos Assegurar a articulação entre as unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde Aplicar as normas de higiene e segurança aplicados ao transporte de produtos analíticos, medicamentos, cadáveres e membros, peças anatómicas, balas de oxigénio, aparelhos, etc., de acordo com os respectivos procedimentos e protocolos Identificar potenciais não conformidades associadas ao não cumprimento dos prazos, à troca de medicação, dos processos ou do objecto transportado, encaminhamentos para o destino errado, perda de objectos, entre outros. Garantir a satisfação dos clientes internos e a qualidade e eficácia do serviço Efectuar registos nos sistemas de informação da saúde Saberes Conhecimentos de: Procedimentos e protocolos no transporte de produtos analíticos, medicamentos, cadáveres e membros, peças anatómicas, balas de oxigénio, aparelhos, … Circuitos de informação e mecanismos de articulação entre unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde. Normas de higiene e segurança no trabalho Informática na óptica do utilizador Software aplicado ao sistema de informação na saúde Saberes sociais e relacionais 40 Capacidade de comunicação de forma clara e assertiva Capacidade de trabalho em equipa Capacidade de relacionamento interpessoal Capacidade de se distanciar dos problemas dos outros Autocontrolar-se em situações críticas e de limite Demonstrar compreensão, paciência e sensibilidade na interacção com os utentes Demonstrar interesse e disponibilidade na interacção com os utentes, familiares e/ou cuidadores Agir em função dos princípios de ética Capacidade de adaptação a diferentes públicos e culturas Nos serviços administrativos, foram identificadas áreas de especialização associadas ao emprego de Secretário/a, do qual se destaca o Secretário/a Clínico por se tratar de uma área funcional especifica da saúde. Os Secretários/as Clínicos correspondem aos profissionais que desempenham funções de atendimento, encaminhamento, informação, expediente, arquivo, organização e actualização de ficheiros, requisição de materiais administrativos, registos diários de entrada, transferência e alta de doentes e outras funções administrativas relativos aos processos clínicos, ou outras tarefas de natureza administrativa em cada uma das unidades/departamentos/ serviços clínicos, p.e, nas unidades de internamento, serviços de pediatria, cirurgia ou laboratório. A análise dos conteúdos funcionais destes profissionais revela que algumas das actividades desenvolvidas e competências requeridas são comuns ao dos Secretários/as, como é o caso das funções de atendimento, arquivo, organização de agendas, entre outras, ainda que no caso dos Secretários/as Clínicos sejam necessários conhecimentos específicos na área da saúde para o desenvolvimento das suas funções. Todavia, estes profissionais desenvolvem outras actividades/tarefas de natureza específica associada ao tipo de serviços prestados em contexto de saúde que exigem que possuam competências e conhecimentos específicos na área da saúde relacionados com: a legislação, regulamentação e organização da Rede Nacional de Cuidados de Saúde; o software específico da gestão de prestação de cuidados de saúde; termos e linguagem relativos à saúde (p.e. patologia e meios complementares de diagnóstico e terapêutica); bem como um conjunto de competências sociais e relacionais que permitam adoptar um comportamento eficiente no atendimento ao cliente assegurando a humanização dos cuidados de saúde e a qualidade dos serviços prestados. Os interlocutores privilegiados identificaram um conjunto de funções específicas para este emprego, a saber: • Admissão de doentes (organização diária do processo clínico, registo de informação no sistema informático, arquivo da documentação associada ao processo, cumprimento do 41 protocolo de levantamento e entrega de processos clínicos, …) • Apoio à gestão da lista de espera da cirurgia (recepção de propostas cirúrgicas e envio ao director de serviços para validação e reenvio das propostas validadas para o gabinete de gestão de doentes para registo informático, elaboração do calendário semanal cirúrgico com base nas informação do director de serviço e registo da informação da cirurgia no sistema informático (data de realização, eventual cancelamento e motivo associado, …). • Identificação e localização de doentes (solicitar informação do doente, registar informação sobre altas, transferências de serviços, saída de doentes, …) • Apoio ao utente (emitir declarações de presença ao doente/famílias, atendimento presencial e telefónico ao utente e família prestando as informações necessárias sobre a estadia do doentes, realização pedidos de transporte do doente de acordo com prescrição médica, …) • Registo de sessões/episódios (registar informaticamente o episódio, os medicamentos administrados, bem como a sua dosagem, os procedimentos clínicos efectuados, …) • Apoio ao serviço (apoia na gestão do stock de material clínico e administrativo, registo informático da entrada do material clínico e utilização por cada doentes, realização de pedidos de alteração de dietas com base na informação fornecida pelo enfermeiro, apoio à elaboração de relatórios médicos, requisição/entrega de processos clínicos ao arquivo, envio de documentos, por protocolo para outras áreas, …) • Marcação e registo de consultas e de meios complementares de diagnóstico e terapêutica (marcar de acordo com a prescrição médica MCDT, consultas e outros actos no hospital ou no exterior através do seu registo informático, encaminhar para o serviço de gestão de doentes o termo de responsabilidades, arquivar no processo clínico os resultados/relatórios dos MCDT, efectuar pedidos de transportes para a realização dos MCDT e consultas ao exterior…) • Processamento de notas de débito de taxas moderadoras (emissão de notas de debito de internamento e cirurgia e entregá-las aos doentes aquando da alta do doente, …) • Alta de doentes (efectuar registos de altas de doentes, recolha e arquivo de processos clínicos, requisição de pedidos de transporte para o domicilio por indicação clínica, emissão de declarações de período de internamento, organizar, conferir e enviar os processos clínicos dos doentes para o gabinete de codificação, validação de recitas médicas, organização de documentos relacionados com o óbito, …) Na tabela seguinte identificam-se as principais necessidades de competências do Secretário Clínico. 42 Serviços administrativos – Necessidades de Competências Secretário/a clínico Saberes-fazer Assegurar a recepção, orientação e encaminhamento dos utentes e seus familiares, nomeadamente aquando do internamento e no momento da alta Assegurar os procedimentos relacionados com o internamento e a alta administrativa do utente Assegurar os procedimentos relacionados com a marcação/desmarcação de consultas, exames e de meios de diagnóstico e terapêutica Transcrever, compilar e organizar informação e documentação de natureza clínica (relatórios médicos, histórias clínicas, etc.) Gerir a informação associada ao processo de alta e estabelecer a articulação entre as diferentes entidades intervenientes Gerir a informação associada aos processos clínicos Gerir conflitos decorrentes do relacionamento interpessoal Operar sistemas informáticos específicos da gestão de prestação de cuidados de saúde Seleccionar, recolher, organizar e tratar informação adequada às funções de secretariado, com recurso às tecnologias de informação e comunicação, garantindo a confidencialidade de toda a informação relativa aos utentes/doentes/clientes Assegurar a comunicação com os vários interlocutores, internos e externos (profissionais de saúde, utentes, familiares e acompanhantes, fornecedores, etc.), em língua portuguesa ou estrangeira Estabelecer uma relação de ajuda com o utente, a família e/ou seus cuidadores Saberes Conhecimentos de: Políticas e orientações no domínio da saúde Direitos e deveres do utente que recorre ao SNS (legislação em vigor) Orgânica do Sistema Nacional de saúde e organização do serviço Nacional de Saúde Rede Nacional de Cuidados de Saúde Unidades prestadoras de cuidados de saúde e tipo de estabelecimentos Mecanismos de acesso à saúde Sistema de segurança social e outros subsistemas de saúde Prevenção e controlo de infecções Línguas (Português, Inglês,…) escrita e falada, incluindo vocabulário da saúde Informática na óptica do utilizador Software aplicado ao sistema de informação na saúde Vocabulário e terminologia específica da área da saúde (p.e., patologias, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, etc.): compreensão e redacção. Básicos de classificação das doenças Básicos de medidas de emergência médica Sigilo profissional: sigilo, violação do segredo, sanções e punições Saberes sociais e relacionais Capacidade de comunicação de forma clara e assertiva Capacidade de trabalho em equipa Capacidade de relacionamento interpessoal 43 Capacidade de se distanciar dos problemas dos outros Autocontrolar-se em situações críticas e de limite Demonstrar compreensão, paciência e sensibilidade na interacção com os utentes Demonstrar interesse e disponibilidade na interacção com os utentes, familiares e/ou cuidadores Agir em função dos princípios de ética Capacidade de adaptação a diferentes públicos e culturas As unidades de saúde constituem entidades em que o risco de conflitos é um factor presente no dia-a-dia, já que são locais em que o ambiente pode atingir níveis de stress muito elevado, não só por prestarem cuidados de saúde a pessoas que se encontram doentes ou em estado de fragilidade física e emocional, mas também porque a nível organizacional nem sempre é possível responder de forma tão célere como os utentes e as suas famílias esperam. Os serviços de urgência e as consultas externas são, possivelmente, os locais em que o risco de ocorrerem este tipo de situações é ainda mais elevado. Para ultrapassar e/ou prevenir este tipo de situações de conflito ou reclamação, algumas unidades de saúde optaram por especializar alguns dos seus Assistentes Técnicos, na maioria dos casos os que desempenhavam funções na área do secretariado clínico, na área da assistência ao utente. Estes assistentes ao utente são, na prática, gestores de potenciais conflitos, profissionais que circulam no interior das unidades de saúde, nomeadamente nas áreas mais críticas com o intuito de detectar possíveis situações de tensão (p.e., atrasos nas consultas ou na entregas de exames que motivem elevados tempos de espera) que possam desencadear um conflito e/ou uma reclamação e proceder à realização de acções que permitam ultrapassar as situações de tensão, sejam elas identificar a fonte de tensão e posteriormente adoptar procedimentos que a possam resolver (p.e., deslocar-se ao laboratório para saber porque é que as análises não estão prontas e qual o tempo de espera) e, simultaneamente, conversar com o utente ou a família prestando-lhe informações sobre os motivos que estão a provocar a situação de tensão e comunicando-lhe os esforços que estão a ser desenvolvidos para os ultrapassar. Relativamente ao emprego de Secretário/a, o Assistente ao utente exige a introdução de um conjunto de funções e competências técnicas relacionadas com a gestão de conflitos, para além da necessidade de possuir elevadas capacidades de comunicação devido à introdução destas novas funções. Assim, a par das competências técnicas, a realização deste tipo de funções exige que quem as desempenha possua um conjunto de competências sociais e relacionais que lhes permita manter a calma em situações de tensão e limite, ao mesmo tempo que demonstram compreensão, paciência e sensibilidade na interacção com os utentes e as suas famílias. 44 No quadro seguinte identificam-se as principais necessidades de competências associadas ao desenvolvimento das funções de Assistente ao utente. Serviços administrativos – Necessidades de Competências Assistente ao Utente Saberes-fazer Assegurar o atendimento aos utentes prestando-lhe todas as informações solicitadas sobre tempos de espera, entrega de exames,… Gerir o tempo de espera, identificando situações de potencial reclamação, insatisfação ou conflito Mediar e gerir conflitos e ou reclamações Adoptar comportamentos que previnam situações de violência Encaminhar os utentes e as famílias para o gabinete do utente caso estes queiram proceder à reclamação Saberes Conhecimentos: Técnicas de negociação Prevenção e gestão de conflitos Métodos de resolução de conflitos Gestão do tempo e do stress Regras de cortesia e de humanização dos serviços Cumprimento das normas e valores da unidade de saúde e do SNS Direitos e deveres dos utentes (legislação em vigor) Diferentes manifestações de violência e agressividade Saberes sociais e relacionais Capacidade de comunicação de forma clara e assertiva Capacidade de trabalho em equipa Capacidade de relacionamento interpessoal Capacidade de se distanciar dos problemas dos outros Autocontrolar-se em situações críticas e de limite Demonstrar compreensão, paciência e sensibilidade na interacção com os utentes Demonstrar interesse e disponibilidade na interacção com os utentes, familiares e/ou cuidadores Agir em função dos princípios de ética Capacidade de adaptação a diferentes públicos e culturas 45 C. Estratégias de sub-contratação resultam no desaparecimento de funções complementares Para além do movimento de crescimento e transformação de alguns dos empregos da estrutura profissional de nível não superior do SNS, foi possível verificar um elevado movimento de regressão não só dos empregos como das próprias áreas funcionais/serviços a que os mesmos se encontram afectos. Nos últimos anos, e devido às estratégias de empresarialização das unidades de saúde do SNS, tem-se assistido a algumas alterações de funcionamento das mesmas que se tornaram mais flexíveis e com maior capacidade de autonomia face à administração central. Deste modo, as entidades possuem capacidade para definir as suas estratégias e tomar decisões ao nível da gestão que entre outros aspectos contribuem para uma maior racionalidade económica. Neste sentido, muitas das unidades de saúde do SNS optaram por estratégias de concentração das suas actividades no seu Core business, i.e, na sua actividade principal que consiste na prestação de cuidados de saúde, optando por externalizar todas as actividades secundárias sem implicação directa na prestação desses mesmos cuidados de saúde ou seja actividades de carácter complementar ou acessórios ao funcionamento das unidades de saúde. Esta tendência tem impacto quer na redução do emprego directamente contratado pelas unidades de saúde do SNS, quer na regressão dos empregos associados às funções acessórias e complementares (ou externalizadas). A subcontratação externa tem ocorrido em vários serviços dos quais se destacam os serviços de alimentação, higiene e manutenção de instalações, tratamento de roupa, tratamento de resíduos, segurança e serviços de manutenção das infra-estruturas. Na tabela seguinte encontram-se identificadas os serviços que em muitas entidades deixaram de ser da responsabilidade interna das unidades de saúde e os empregos associados aos mesmos que actualmente se encontram em regressão. Serviços Serviços de suporte Serviços de alimentação e limpeza Serviço de manutenção das infraestruturas Empregos em regressão − − − − − − Auxiliar de Apoio e Vigilância Cozinheiro/a Auxiliar de Alimentação Operador/a de lavandaria Costureira Electricista 46 Outros Serviços Serviços administrativos − − − − − − − − − − − Carpinteiro/a Canalizador/a Pintor/a Fogueiro/a Operador/a de central térmica; Serralheiro/a Soldador/a Jardineiro/a Barbeiro/cabeleireiro Operador/a de reprografia Auxiliar administrativo Os empregos identificados em declínio, por via da externalização dos serviços, correspondem a empregos que ainda podem ser encontrados na estrutura profissional de nível não superior do SNS. Todavia, estes acabarão por extinguir-se quando os profissionais que exercem estas actividades acabarem por sair do mercado de trabalho, devido a situações de reforma. Assim, verifica-se que não foram desenvolvidas quaisquer estratégias de reconversão, já que na maioria dos casos, estes indivíduos possuem competências muito especializadas em determinadas áreas de trabalho, como é o caso dos operários (p.e., canalizador, electricista ou carpinteiro) ou possuem graus de qualificação escolar muito baixos que não permitem essa requalificação. Como na maioria dos casos se tratam de pessoas perto da idade da reforma, a estratégia consiste em eliminar estes empregos quando estes indivíduos se reformarem. No caso dos empregos associados aos Outros serviços, o movimento de declínio não se encontra associado às estratégias de especialização das entidades, mas sim ao facto de terem deixado de ser necessárias no contexto do SNS. No caso do operador de reprografia, a diminuição da procura destes serviços associada à introdução de impressoras nos vários locais e serviços das unidades de saúde, ditou a sua extinção. Por último, nos serviços administrativos também é possível identificar um emprego em declínio, o de Assistente administrativo. Neste caso, a extinção deste profissional está relacionado com o facto de o conteúdo funcional destes profissionais ser demasiado limitado, já que apenas realizavam as tarefas simples associadas aos serviços administrativos, como recepção do expediente, assegurar o contacto entre serviços ou prestar informações verbais ou telefónicas e as entidades precisarem cada vez mais de pessoas polivalentes que possam assegurar um maior número de tarefas. Ao contrário dos empregos anteriores, no caso dos assistentes administrativos, algumas entidades adoptaram estratégias de reconversão e estão a transformar estes profissionais em 47 Assistentes Técnicos através da promoção de processos de RVCC que lhes permitam adquirir o 12º ano de escolaridade e desta forma integrar esta carreira. III.4. QUE PERFIS PROFISSIONAIS? No SNS, apenas foi possível identificar um emprego específico (Auxiliar de Acção Médica) e consequentemente um perfil profissional específico, o de Técnico Auxiliar de Saúde. Todas as outras profissões identificadas são transversais ou comuns a outros sectores de actividade. O perfil profissional de Técnico Auxiliar de Saúde corresponde a um perfil profissional cujo detentor deverá possuir habilitação escolar ao nível do ensino secundário (12º ano de escolaridade) e uma qualificação profissional de Técnico auxiliar de saúde que pode ser adquirida através da frequência de Cursos de Educação e Formação de Adultos ou Cursos de Aprendizagem. No Quadro seguinte identificam-se as competências principais do Técnico Auxiliar de Saúde que tem como missão auxiliar na prestação de cuidados de saúde aos utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e serviços de saúde, sob orientações do profissional de saúde. 48 Serviços de apoio à prestação de cuidados – COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS Técnico Auxiliar de Saúde Saberes-fazer Aplicar as medidas de prevenção, protecção e tipos de actuação no âmbito da higiene e segurança no trabalho Aplicar as técnicas de lavagem (manual e mecânica) e desinfecção aos equipamentos do serviço Aplicar as técnicas de tratamento de resíduos: recepção, identificação, manipulação, triagem, transporte e acondicionamento. Aplicar técnicas de armazenamento e conservação de material de apoio clínico, material clínico desinfectado/esterilizado Aplicar técnicas de apoio à eliminação manuseando os dispositivos indicados: cadeira sanitária; arrastadeira; urinol; fralda; saco de drenagem de urina (despejo) Aplicar técnicas preventivas de controlo e gestão do stress profissional nomeadamente em situações limite, sofrimento e agonia. Saberes Conhecimentos: Lavagem, desinfecção, esterilização: princípios, métodos e técnicas associadas Pele e sua integridade: estrutura, funções, envelhecimento e implicações nos cuidados de saúde, factores que interferem na cicatrização, conceito de ferida aguda e crónica Comunicação na interacção com indivíduos: em situações de vulnerabilidade com alterações sensoriais com alterações de comportamento, e/ou alterações ou perturbações mentais Direitos e deveres do Auxiliar de Saúde Equipamento de protecção individual (utilização e descarte) Anatomia e fisiologia do corpo Humano (noções gerais) Sistema circulatório, respiratório, nervoso, músculo-esquelético, urinário, genito-reprodutor, gastrointestinal, neurológico, endócrino e os órgãos dos sentidos: sinais e sintomas de alerta de problemas associados (noções gerais) Sistema integrado de emergência médica Tratamento de resíduos: recolha, triagem transporte e acondicionamento e manuseamento Sabres sociais e relacionais Agir em função de princípios de ética. Agir em função do estado de saúde do utente, segundo orientação do profissional de saúde. Agir em função dos aspectos culturais dos diferentes públicos. Assumir uma atitude de melhoria contínua. Trabalhar em equipa multidisciplinar. Comunicar de forma clara e assertiva. Demonstrar compreensão, paciência e sensibilidade na interacção com utentes. Demonstrar interesse e disponibilidade na interacção com utentes, familiares e/ou cuidadores. Demonstrar interesse e disponibilidade na interacção com os colegas de trabalho. Autocontrolar-se em situações críticas e de limite. 49 Os restantes perfis profissionais identificados no SNS correspondem a perfis transversais a outros sectores de actividade. Todavia, associados a alguns dos perfis foram identificadas áreas de especialização específicas da saúde como é o caso do Mensageiro/a, Secretário/a Clínico e o Assistente ao utente. Na tabela seguinte são identificados os perfis profissionais transversais a vários sectores de actividade e os respectivos referenciais onde se encontram definidas as competências e as actividades de cada um dos Perfis. Os referenciais utilizados são os inseridos no CNQ e a Classificação Portuguesa de Profissões. Os referenciais das profissões certificadas/homologadas pelo do IEFP não foram considerados, na medida em que foi extinta a SNCP e foi aprovado o projecto de decreto-lei que estabelece os princípios de um Sistema de Regulação de Acesso a Profissões (SRAP)11. Este sistema terá como função específica a produção de normas de acesso e exercício das profissões que, por autorização expressa da Assembleia da República e nos termos constitucionalmente previstos, sejam de acesso regulamentado por razões de interesse colectivo, obrigando à posse da necessária aptidão profissional. O SRAP será desenvolvido por uma comissão de constituição tripartida, contando para tal com o apoio técnico da Direcção -Geral de Emprego e das Relações de Trabalho, do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social; Naturalmente, trata-se de referenciais com diferenças assinaláveis em termos de adequação e de descrição de funções, actividades e competências. Os referenciais do CNQ são passíveis de uma utilização que implica apenas uma adaptação dos conteúdos ao sector, enquanto a CPP constitui um instrumento com informação pouco significativa no que se refere à possibilidade de transposição de um perfil profissional para um perfil de formação. Uma vez que se tratam de empregos transversais a vários sectores de actividade, é necessário que a sua leitura, análise e interpretação seja acompanhada de um exercício de adaptação dos conteúdos ao caso específico do sector em causa, neste caso, à saúde. 11 Resolução do Conselho de Ministros nº 173/2007 de 7 de Novembro - Aprova a Reforma da Formação Profissional; Aprova o projecto de decreto-lei que estabelece o Sistema Nacional de Qualificações e cria o Quadro Nacional de Qualificações, o Catálogo Nacional de Qualificações e a Caderneta Individual de Competências; Aprova o projecto de decreto-lei que estabelece os princípios do Sistema de Regulação de Acesso a Profissões. 50 Tabela III. 5. Empregos Transversais ao sector da saúde Empregos CNQ CPP Serviços Administrativos Responsável Administrativo Técnico/a administrativo/a Secretário/a (Secretário/a de Direcção/Unidade, Secretário/a clínico e Assistente ao utente) Supervisor do pessoal administrativo − Técnico/a Administrativo/a − Administrativos e secretários especializados − Técnico/a de Secretariado − Técnico de Secretariado Secretário da área de medicina Técnico de registos médicos e de informação sobre a saúde − − − Telefonista Auxiliar administrativo/a − − Operador de Central Telefónica Assistente Administrativo/a Serviços de apoio à prestação de cuidados Auxiliar de Acção Médica − Técnico/a de Auxiliar de Saúde − − Assistente de Médicos Auxiliar de Saúde Serviços de alimentação e limpeza Cozinheiro/a - Cozinheiro/a Auxiliar de Alimentação Operador/a de lavandaria Costureiro/a − − Alfaiate Costureiro/a Modista − Cozinheiro − − Preparador de Refeições Rápidas Ajudante de Cozinha − Lavadeiro e Engomador de Roupa − Alfaiate e Costureiro − Motorista de automóveis ligeiros, táxis e carrinhas − Empregado de Armazém Encarregado de Armazém Serviços de suporte Auxiliar de Apoio e Vigilância Motorista Fiel de Armazém/Auxiliar de armazém − Serviços de manutenção das infra-estruturas Electricista − Electricista de Instalações − − Técnico de Electricidade Electricista de construções e similares − Carpinteiro/a / Carpinteiro/a de Limpos − Carpinteiro de Limpos e de Tosco Canalizador/a − Canalizador/a − Canalizador Pintor/a − Pintor/a / Decorador/a − Pintor de Construções − Serralheiro/a Civil Serralheiro/a de Moldes, Cunhos e Cortantes Serralheiro/a Mecânico/a Serralheiro/a Mecânico/a de Manutenção − − Serralheiro Civil Serralheiro de Moldes, Cunhos, Cortantes e Similares − Soldador Carpinteiro/a − Serralheiro/a − − Soldador/a − Soldador/a 51 Tabela III. 5. Empregos Transversais ao sector da saúde (Cont.) Empregos CNQ CPP Serviços de manutenção das infra-estruturas Soldador/a Jardineiro/a − Soldador/a − Soldador − Operador/a de Jardinagem − Trabalhador não qualificado de jardinagem − Cabeleireiro e Barbeiro Fogueiro/a Operador/a de central térmica Outros serviços Barbeiro/a / Cabeleireiro/a − Cabeleireiro/a de Homem − Cabeleireiro/a de Senhora − Cabeleireiro/a Unissexo Operador/a de Reprografia Operador/a de Projecção Fonte: CPP, 2010 e CNQ. 52 IV. A FORMAÇÃO DIRIGIDA AOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL II A IV DO SECTOR DA SAÚDE IV.1. CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA FORMATIVA Este Capítulo procede à caracterização e análise da oferta formativa processando informação relativa à formação inserida no sistema escolar e à formação inserida no sistema de emprego. Procurou-se efectuar um levantamento da oferta formativa dirigida e apropriável pelo sector da saúde no que se refere aos profissionais de nível II a IV. A análise da oferta formativa procurou abranger todas as áreas/actividades de formação relacionadas com as actividades de saúde desenvolvidas pelos profissionais alvo de estudo. Porém, grande parte da formação identificada no sistema de formação escolar e profissional de nível II a IV não se encontra dirigida especificamente para as actividades de saúde, sendo apenas apropriável pelas mesmas. Estão, assim, implícitos no levantamento efectuado dois conceitos distintos: formação dirigida para o sector que contempla todas as ofertas que permitem qualificar profissionais para o exercício de funções nucleares e exclusivas das actividades de saúde (p.e., prevenção e controlo de infecção, suporte básico de vida ou cuidados continuados…); e formação apropriável pelo sector que contempla ofertas que permitem qualificar profissionais para o exercício de funções no contexto das unidades de saúde, mas cujas qualificações e funções não têm uma dimensão de exclusividade face ao sector (p.e., secretariado, higiene e segurança no trabalho e desenvolvimento pessoal). Em primeiro lugar importa realçar que a maioria da oferta de formação externa não é exclusiva deste sector, correspondendo a acções de formação comuns a outras actividades e sectores. Esta situação não é de todo surpreendente, uma vez que a maioria das profissões de nível não superior contempladas nesta actividade é, também, transversal aos de outras actividades e sectores, com excepção dos profissionais de apoio à prestação de cuidados de saúde. Neste caso, verifica-se que a formação inicial para estes profissionais é escassa ou inexistente e que a maioria da formação contínua desenvolvida é assegurada pelas próprias unidades de saúde. Ainda que se tenha procurado abranger toda a oferta formativa disponível para o nível II a IV do sector da saúde, apenas foram contempladas as entidades que regularmente dispõem de formação nesta área, deixando de parte as que apenas o fazem esporadicamente. 53 O levantamento da oferta formativa contemplou quer a oferta escolar quer a profissional12: • Formação profissional inserida no subsistema de ensino – formação ministrada pelas escolas profissionais e escolas básicas e secundárias; e • Formação profissional inserida no mercado de emprego – formação profissional disponibilizada pelas entidades privadas acreditadas pelo DGERT para as áreas da saúde, entidades acreditadas pela ACSS e a formação ministrada nos centros de formação de gestão directa e participada do IEFP. O processo de levantamento da oferta formativa foi efectuado através da consulta das páginas das entidades na Internet, da oferta formativa disponibilizada na página das Novas Oportunidades, na página do IEFP e da consulta dos planos de formação disponibilizados pelas entidades acreditadas pela ACSS para os anos de 2009, 2010 e 2011. Este não foi um processo fácil, pelo contrário revelou-se bastante moroso e complexo, já que nem todas as entidades que possuem páginas online colocam nos sites informação relativa à oferta formativa que disponibilizam e as que o fazem, raramente apresentam informação muito completa, indicado na maioria dos casos, apenas o nome do curso que vão realizar e o local onde este terá lugar, não identificando qual a duração, tipo e modalidade de cada uma das acções de formação a realizar. A formação desenvolvida pelas entidades acreditadas pela ACSS não se encontra, ainda, uniformizada e estruturada de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), pelo que cada entidade identifica as necessidades de formação e define quais as acções de formação a desenvolver, assim como, a carga horária e os conteúdos associados. No entanto, não obstante o elevado número de cursos encontrados no mercado, as designações, conteúdos e carga horária são semelhantes, pelo que a oferta formativa apresenta-se mais diversificada do que aquilo que realmente é. Relativamente à modalidade de formação e uma vez que a formação promovida pelas unidades de saúde acreditadas pela ACSS não se encontra associada a nenhuma modalidade formal, a Equipa do Estudo optou por classifica-la como formação de aquisição, actualização, e aperfeiçoamento de competências, já que estes constituem os objectivos principais do desenvolvimento destas acções de formação. A análise da oferta formativa registada para o sector da saúde permite verificar que a formação apropriável pelo sector é, sem dúvida, aquela que representa maior dimensão em termos de 12 A informação detalhada sobre cada uma das ofertas registadas encontra-se listada no Anexo II do presente Relatório. 54 áreas abrangidas (10): Serviços Domésticos; Desenvolvimento Pessoal; Direito; Enquadramento na Organização; Informática na Óptica do Utilizador; Línguas e Literaturas Estrangeiras; Protecção de Pessoas e Bens; Secretariado e Trabalho Administrativo; Segurança e Higiene no Trabalho; e Serviço de Saúde Pública. A formação dirigida para o sector da Saúde contempla as ofertas relativas à área da Saúde programas não classificados noutra área de formação, por se tratar de formação dirigida a profissionais de nível não superior que não se enquadrava em nenhuma das outras áreas de educação e formação definidas na área da saúde. Embora não correspondam a áreas de educação e formação, optou-se por autonomizar a área do Controlo de Infecção devido à sua dimensão no âmbito da oferta formativa promovida pelas unidades de saúde e agregou-se a restante oferta numa área a que se atribuiu a denominação de Prestação de Cuidados de Saúde. A oferta formativa dirigida ao sector da Saúde é, maioritariamente, promovida por Unidades de saúde quer seja por Centros Hospitalares, Hospitais, Administrações Regionais de Saúde ou Unidades Locais de Saúde. As áreas cuja oferta é organizada pelo sistema do IEFP e pelo sistema de ensino quer público, quer privado, correspondem maioritariamente a formação apropriável pelo sector da saúde e inserem-se nas seguintes áreas de educação e formação: Protecção de Pessoas e Bens - curso de Protecção e Prestação de Socorros; Secretariado e Trabalho Administrativo – curso de Práticas Administrativas, Técnicas Administrativas, Técnicas de Secretariado, Técnico de Secretariado; e Segurança e Higiene no Trabalho - cursos de Segurança e Higiene no Trabalho, Técnicas de Segurança e Higiene no Trabalho e, Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente. A excepção a este cenário ocorre com a área da Prestação de Cuidados de Saúde, nomeadamente no que diz respeito aos cursos de Técnico de Óptica Ocular, de Técnico Auxiliar Protésico e de Prestação e de Cuidados de Saúde. De sublinhar que o mercado de formação privado (entidades formadoras privadas) não tem expressão significativa na oferta deste sector. Associada a um panorama em que a oferta formativa é maioritariamente promovida por Unidades de saúde, verifica-se que esta é, na sua globalidade, de tipo contínua, desenvolvida com o objectivo de promover a aquisição, actualização e/ou aperfeiçoamento de competências dos diferentes profissionais do sector da saúde, já que na maioria dos casos estes não possuem 55 competências de base. Impera, assim, a necessidade das próprias entidades promoverem acções de formação para os dotar de competências e conhecimentos estratégicos para o desenvolvimento das suas funções. A formação desenvolvida nas áreas específicas do sector é maioritariamente dirigida para o grupo dos Assistentes Operacionais no qual se incluem os Auxiliares de Acção Médica, enquanto aqueles que recebem formação em áreas apropriáveis pelo sector, em particular Informática na Óptica do Utilizador e Secretariado e Trabalho Administrativo, são, em maioria, Assistentes Técnicos, i.e. Secretário/as Clínico/as e/ou de direcção/unidade e administrativos/as. No que concerne as áreas de Desenvolvimento Pessoal, Línguas e Literaturas Estrangeiras e Protecção de Pessoas e Bens verifica-se que o público-alvo dominante é o multiprofissional que inclui os grupos profissionais dos Assistentes Operacionais e dos Assistentes Técnicos, podendo ainda abranger profissionais dos grupos especiais da saúde, ou seja, médicos, enfermeiros, TDT e TSS. Já no que respeita às áreas do Direito e da Segurança e Higiene no Trabalho destacam-se os profissionais de nível não superior (Assistentes Operacionais e Assistentes Técnicos). Uma análise à duração dos cursos ministrados permite afirmar que se trata, maioritariamente, de pequenas unidades de formação características de uma modalidade de formação comum às Unidades de saúde. Contudo, neste âmbito, verifica-se a existência de cursos com a mesma designação a que correspondem cargas horárias diferenciadas. A distribuição regional da Oferta é feita de forma equitativa no panorama Nacional, dependendo do factor localização das Unidades de saúde. Como referido anteriormente, foi identificando um elevado volume de formação na área da Saúde - programas não classificados noutra área de formação, pelo que foi necessário criar subáreas que permitissem uma análise mais detalhada da mesma. Neste sentido, e devido à sua dimensão, a formação na área do controlo de infecção será analisada em separado. O Controlo de infecção constitui uma das preocupações de todas as unidades de saúde em Portugal, que reconhecem que as infecções associadas aos cuidados de saúde dificultam o tratamento dos doentes, constituindo uma das causas de morbilidade e mortalidade, a par de um consumo acrescido de recursos quer hospitalares, quer da comunidade. Neste sentido, nos últimos anos as unidades de saúde têm constituído Comissões de controlo de infecção e apostado na realização de acções de formação para todos os grupos profissionais, inclusivamente os de nível não superior. Com a realização de acções de formação na área de Controlo de Infecção, pretendendo-se capacitar os profissionais de saúde para a acção preventiva de infecções em meio hospitalar, cujo 56 portador tanto pode ser o doente como o profissional de saúde, sendo que na maioria dos casos compreendidos na primeira vertente, a infecção é causada por factores exógenos. Assim, para assegurar a diminuição de ocorrências de infecção nosocomial, através do seu controlo, é necessário informar e capacitar tecnicamente os diferentes profissionais de conhecimentos e competências sobre a infecção hospitalar, os cuidados e as medidas a adoptar para prevenir e controlar uma infecção. No âmbito desta oferta enquadram-se as áreas temáticas de Higienização das Mãos, Prevenção das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS) e o Controlo de Infecção Hospitalar, que representam uma parcela significativa da Oferta. O Quadro seguinte sintetiza a oferta registada neste domínio e permite concluir que: a oferta é ministrada na sua totalidade por Unidades de saúde que organizam, em pequenas unidades formativas (duração média dos cursos: 12 horas), conteúdos de formação pertinentes para suprir as necessidades ao nível dos conhecimentos e competências dos seus colaboradores; a formação registada é exclusivamente do tipo Contínua tendo como principal objectivo a aquisição, actualização e aperfeiçoamento de competências dos indivíduos nesta área; os destinatários são maioritariamente Assistentes Operacionais, o que se justifica por duas razões: estarem directamente associados à prestação do cuidado de saúde e desta forma estarem em contacto com os utentes e os materiais, produtos e equipamentos que podem constituir focos de infecção; e por não terem formação e conhecimentos de base sobre a matéria, na medida em que a maioria não possui qualquer tipo de formação inicial na área dos cuidados de saúde; os Assistentes Técnicos também são alvo de formação nesta área, no caso das entidades que adoptam uma abordagem integrada e multidisciplinar para a vigilância prevenção e o controlo das infecções associadas aos cuidados de saúde, já que uma vez inseridos em contexto hospitalar estes profissionais estão sujeitos a vários riscos decorrentes do contacto com os utentes e as suas famílias; e a oferta desta área é extensível a todos os outros profissionais de saúde, com nível de formação superior, com vista à actualização dos seus conhecimentos e competências em prevenção e controlo de infecção. 57 Tabela IV.1. Oferta Formativa na área de Controlo de Infecção Curso Tipo de Entidade 3º Encontro de Infecção Hospitalar A função do auxiliar de acção médica – noções básicas - controlo e prevenção infecção hospitalar Acondicionamento de Dispositivos Médicos Esterilizados Actualização em prevenção e controlo da infecção hospitalar e esterilização Ambiente Seguro no Bloco Operatório Auditorias e controlo de infecção Boas práticas na prevenção e controle da infecção Boas-Práticas no Controlo de Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde Comissões de Higiene e Infecção Hospitalar Conceitos de infecção hospitalar Controle de higiene e infecção 4 Controle de infecção para auxiliares Controle e infecção – gestão de resíduos hospitalares Controlo da infecção – EPI Controlo da infecção – isolamento Controlo da infecção associada a cuidados de saúde Controlo da infecção e higiene hospitalar Controlo de infecção Controlo de infecção - geral Controlo de infecção hospitalar Controlo de Infecção Hospitalar I Controlo de Infecção Hospitalar II Controlo de infecção hospitalar p/ auxiliares de acção médica Controlo de Infecção no Serviço de Esterilização Controlo e infecção – riscos biológicos e químicos Cuidados a adoptar face ao doente portador de doença infecto-contagiosa Unidade de Saúde Descontaminação de materiais Descontaminação e reprocessamento de dispositivos médicos Dias temáticos - comissão de controlo de infecção Esterilização Esterilização para A.O. no Hospital Gestão de risco e controlo de infecção Gestão de Riscos Hospitalares Gestão do programa nacional de prevenção e controlo de infecção associada a cuidados de saúde Higiene do ambiente e esterilização Higiene e controlo da infecção hospitalar Higiene e limpeza dos serviços de internamento Higienização das mãos Higienização das mãos - Nova estratégia Higienização dos serviços de saúde Campanha de Higienização Das Mãos A Higiene das Mãos Não é Uma Opção Controlo de Infecção - Higiene das Mãos Higiene das Mãos/Higienização do Ambiente Técnica da Lavagem das Mãos Higienização e controlo da infecção para AAM Importância e Competências das Comissões de Controlo de Infecção Hospitalar – Acções de Sensibilização – (CCIH) Imunodeprimidos/ infecto-contagiosos (isolamento) Infecção Associada a Cuidados de Saúde para Cuidados Primários Infecção associada aos cuidados de saúde para A.O. Infecção hospitalar Inquérito da prevalência da infecção Duração (horas) 4 Tipo de Formação Modalidade Destinatários A.O. 15 AO e AT - A.O. 40 A.O. 6 15 6 3 3 18 18 8 8 8 16 3 16 7 6 12 A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. Multiprofissional 21 9 16 32 32 16 1 8 12 35 2 14 6 25 4 8 Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. Multiprofissional A.O. 72 Multiprofissional 7 7 7 2 2 2 5 2 1,5 1 18 7 A.O. A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. Multiprofissional 2 A.O. 2 12 4 7 6 2 A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. A.O. 58 Tabela IV.1. Oferta Formativa na área de Controlo de Infecção (Cont.) Curso Tipo de Entidade Isolamento Isolamento de doentes Lavagem e desinfecção dos endoscópios - teórico e prático Medidas básicas de prevenção de infecção associada aos cuidados de saúde Medidas de protecção para profissionais de saúde do hospital no âmbito da gripe pandémica (h1n1) Noções básicas de prevenção e controlo de infecção hospitalar, saúde ocupacional e gestão de recursos humanos Normas e procedimentos em controlo da infecção hospitalar: actualização O papel do A.O. na prevenção das IACS Duração (horas) 2 2 7 Plano de contingência para a pandemia da gripe pelo vírus a (h1n1) Precauções Baseadas na Transmissão – Isolamentos de Contenção Precauções padrão e precauções baseadas nas vias de transmissão Prevenção da Infecção Associada aos Cateterismos Intra-Vasculares 1 3 40 30 - Prevenção e Controlo da infecção - sensibilização Prevenção e Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde – O Papel do Assistente Operacional Prevenção e controlo de infecções adquiridas Prevenção e controlo de infecção associada ao reprocessamento global de Unidade de dispositivos médicos Saúde Prevenção e controlo de tuberculose nosocomial Prevenção e Controlo do Acidente de Trabalho com Risco Biológico Prevenção e controlo da infecção associada aos cuidados de saúde Prevenção e controlo da infecção hospitalar Prevenção e Controlo de infecção Prevenção e controlo infecção hospitalar (básico) Procedimentos de risco em controlo da infecção hospitalar Protecção e segurança radiológica Qualidade em controlo da infecção hospitalar Regras Básicas de Prevenção das Infecções Cruzadas Risco e Infecção. Como Agir? Riscos biológicos no hospital Riscos físicos em meio hospitalar Riscos químicos Tuberculose em meio laboral Um Serviço de Esterilização Vigilância epidemiológica da infecção associada aos cuidados de saúde Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências 4 21 7 14 Prevenção de Agentes Infecciosos no Ambiente Hospitalar Prevenção de Infecção Associada aos cuidados de saúde - O papel do assistente operacional Prevenção do risco de exposição ocupacional a tuberculose Prevenção e controlo da infecção para A.O. Modalidade Destinatários Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. - Prevenção e Controlo da IACS para A.O. - Form. Inicial Prevenção das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde Tipo de Formação A.T. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. Inicial Aquisição de Competências A.O. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional A.T. A.O. A.O. - A.O. 16 54 3 A.O. A.O. A.O. - A.O. 12 A.O. 21 A.O. 3 16 3 7 8 14 15 21 24 2 8 42 7 4 12 16 24 2 9 7 7 7 12 12 4 6 3 8 1,5 7 7 - A.O. e A.T. Multiprofissional Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. Multiprofissional A.T. A.O. A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. Multiprofissional Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela 59 A área de Prestação de cuidados de Saúde reveste-se da máxima importância no sector em questão, dado ser esse o core da função dos profissionais ligados à Saúde. Assim, investe-se em acções de formação nesta área, com o objectivo de garantir a formação de profissionais que não adquiriram a formação de tipo Inicial (caso da maioria dos Assistentes operacionais) ou, ainda, a actualização dos conhecimentos e competências dos profissionais que frequentaram formação de nível superior. As principais áreas temáticas desta oferta formativa são: cuidados continuados e cuidados paliativos; formação específica no desenvolvimento de competências técnicas, com particular ênfase nas tarefas/funções desempenhadas pelo Auxiliar de Acção Médica das quais se destacam, os cuidados de saúde, a higiene e limpeza, ou a mobilização e transferência de doentes; e suporte básico de vida. O Quadro seguinte apresenta a formação registada nesta área, permitindo a seguinte leitura: as Unidades de saúde são as principais entidades responsáveis pela oferta nesta área, sendo que estas organizam, primordialmente, acções de formação do tipo contínuo, ainda que seja possível identificar algumas ofertas de formação inicial para Assistentes Operacionais, já que, como referido anteriormente, na maioria dos casos estes profissionais não possuem competências de base na área da saúde, na medida em que não existe formação inicial organizada pelo sistema de ensino público ou particular ou pelos Centros de Formação Profissional de Gestão Directa ou Participada do IEFP. A prevalência deste tipo de formação não é superior porque, não raras as vezes, as unidades de saúde apostam na realização de formação em contexto de trabalho, recorrendo a acções de formação em sala apenas quando é necessário adquirir conhecimentos de natureza teórica ou teórico/prática, uma vez que não dispõem de tempo e recursos para organizar acções de formação inicial para estes profissionais; os cursos são, na sua maioria, pequenas unidades de formação, associadas a um tipo de formação contínua. A excepção são os cursos que visam a formação específica para Auxiliares de Acção Médica, que apresentam uma duração média de 100 horas, cujo objectivo consiste em dotar estes profissionais de saberes, saberes-fazer e saberes sociais e relacionais com vista à sua integração na equipa de saúde; e a formação na área dos cuidados continuados e cuidados paliativos assume destaque nesta área de formação, associado ao facto de a medicina paliativa ser uma realidade premente, já que o número de doentes portadores de uma doença irreversível e de rápida evolução e degradação físicas aliadas ao sofrimento global continua a crescer. O desenvolvimento destes cursos de formação têm como principal objectivo o 60 desenvolvimento de competências que permitam assegurar a humanização e a qualidade dos cuidados prestados pelas equipas de assistentes, dotando-os de conhecimentos sobre as especificidades e melhores práticas a adoptar com os doentes, especialmente com aqueles que se encontram em fim de vida; o suporte básico de vida constitui outra das áreas em que se verifica uma elevada aposta por parte da maioria das unidades de saúde que consideram que todos os seus colaboradores, por trabalharem em unidades de saúde, podem deparar-se com situações de emergência, pelo que é necessário dotá-los de conhecimentos que lhes permitam adoptar comportamentos eficazes perante situações de emergência; a formação inicial é promovida quer por entidades do sistema de ensino, quer por entidades inserida no mercado de emprego, nomeadamente por Entidades de Formação Privadas, Escolas públicas secundárias e Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP; nos Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP verifica-se o desenvolvimento de Cursos de Educação e Formação de Adultos em Cuidados de Saúde. Esta é uma oferta ainda bastante residual, porque estes cursos existem apenas desde a criação do referencial de formação do Técnico/a Auxiliar de Saúde que data de 2010, pelo que é expectável o aumento desta oferta nos próximos anos. Para além dos cursos EFA, estes centros já se encontram a promover FMC referentes a algumas das UFCD do referencial de formação de Técnico/a Auxiliar de Saúde; as Escolas profissionais e as Escolas públicas oferecem formação inicial na modalidade de cursos profissionais de Técnicos de Óptica Ocular e de Técnico Auxiliar Protésico que têm uma duração de 3100 horas, o correspondente a um currículo de formação de três anos e que confere dupla certificação, i.e., certificação escolar ao nível do 12º ano de escolaridade e nível IV de qualificação profissional; e a oferta abrange todos os profissionais de saúde do sector, contudo a formação é maioritariamente desenvolvida para os Assistentes Operacionais que revelam maiores necessidades de formação pela inexistência de formação do tipo Inicial e porque são os profissionais que auxiliam na prestação dos cuidados de saúde. 61 Tabela IV.2. Oferta Formativa na área da Prestação de Cuidados de Saúde Curso Tipo de Entidade "Momentos de verdade" (Des)Nutrição Hospitalar A dor crónica A função do A.O. - Acolhimento e Integração A problemática sobre a violência doméstica Abordagem Multivítimas Acção de sensibilização relativa ao relato de incidente Acompanhamento de Doentes na Realização de Exames de Diagnóstico Actividades do Assistente Operacional em colaboração com Enfermeiros Actuação das AAM, perante o utente com obstrução das vias aéreas por corpo estranho Actualização para não clínicos Promoção do aleitamento materno Alimentação do Doente Hospitalizado Aperfeiçoamento profissional para A.O. Cuidados continuados integrados: saber para melhor cuidar Cuidados de convalescença Cuidados de saúde ao doente idoso internado Cuidados paliativos Cuidados paliativos – intervenção do assistente operacional Tipo de Formação Modalidade 12 8 4 5 2 1 16 Aleitamento materno Área de Actuação dos A.O. Bloco Operatório de Ginecologia: Funcionalidades dos Dispositivos Médicos Utilizados Boas práticas Assistente operacional Boas Práticas na prevenção e tratamento de feridas agudas e crónicas Boas práticas no transporte e movimentação de doentes Colaboração nas Tarefas de alimentação e hidratação e cuidados na eliminação Colaboração nos Cuidados de Higiene e Conforto do Doente Acamado Colaborar com o enfermeiro na prestação de cuidados nas actividades de vida ao doente que acorre ao SU Colheita de Hemoculturas – As Boas Práticas Competências dos auxiliares de acção médica na prestação de cuidados Competências em cuidados de saúde: formação específica para auxiliares de acção médica Componentes sanguíneas Comunicação de Más Noticias Consentimento Informado e Esclarecido Cuidados Alimentares em Meio Hospitalar Cuidados continuados Cuidados continuados - o AAM na sua optimização Cuidados continuados integrados em rede Duração (horas) Unidade de Saúde Destinatários A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.T Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. 2 A.O. 4 30 10 4 4 21 10 1 80 30 35 - A.O. e A.T. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. e A.T. 7 30 4 Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. Multiprofissional A.O. 12 A.O. 24 A.O. 6 A.O. 16 Multiprofissional A.O. 32 A.O. 2 1 60 21 7 60 60 12 4 21 30 21 - A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. 62 Tabela IV.2. Oferta Formativa na área da Prestação de Cuidados de Saúde (Cont.) Curso Tipo de Entidade Cuidados Paliativos em cuidados de saúde Cuidados paliativos nos cuidados continuados integrados Cuidados paliativos p/ auxiliares de acção médica Cuidados post- mortem: qual o papel da auxiliar de acção médica Unidade de Saúde Cuidados de saúde CFP de Gestão Directa do IEFP Curso básico de cuidados paliativos Curso de auxiliares de acção médica Curso de Socorrismo e Emergência Curso modular de emergência médica Desenvolvimento de competências para AAM Definição competências desempenho funções - assistente operacional Desfibrilhação automática externa Desfibrilhação automática externa - nível II Detecção VIH em utentes dos CSP Dietas terapêuticas e Segurança e Qualidade Alimentar Dispositivos de medição e calibração Doenças infecto-contagiosas: que cuidados? Dor crónica Dor Crónica no Doente Oncológico Emergência obstétrica Enfermagem perioperatoria Envolvimento dos familiares em cuidados paliativos Estilos de vida saudáveis - dia a dia e saúde Estratégias de Acção e Planeamento em Saúde Estratégias para Situações de Perda e Luto no Puerpério Form inicial - Mod I - actividades Form. Inicial - Mod II - prev. Controlo infecção Form. Inicial - Mod III - comunicação/relacionamento Formação inicial para A.O. Formação inicial - integração do AAM no HSA Formação contínua AAM Formação contínua para a. A. M. e A. A. D. Formação em Ecografia Obstétrica Formação específica para A.O. Formação específica para auxiliares de acção médica - cuidados de saúde Formação específica para auxiliares de acção médica - higiene e limpeza Formação para A.O. da UCI Formação para A.O. do Bl.Oper.Central HEM Gestão de Recursos Materiais no Serviço de Neonatologia / UCIN Gestão do Erro do Medicamento Hospital Amigo dos Bebés - Sensibilização para a Promoção do Aleitamento Materno na MAC I Curso de oncologia psicossocial para A.T Idoso - Que Cuidados de Saúde Integração da saúde mental contextualizada à unidade local de saúde do alto Minho Intervenção básica da saúde na violência doméstica para administrativos Luta contra a Tuberculose Medicina materno-fetal Medidas de Prevenção da Infecção Cruzada Medidas de prevenção da infecção respiratória Medidas de prevenção da infecção urinária Unidade de Saúde Duração (horas) 30 16 21 2 25 Tipo de Formação Contínua 50 1175 12 108 21 6 90 12 7 6 4 25 2 16 30 40 20 21 40 6 4 16 16 12 24 35 60 24 7 8 120 180 198 43 60 16 115 14 7 4 12 14 Inicial Contínua Modalidade Destinatários Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Formação Modular Certificada EFA - S3 - TIPO A Multiprofissional A.O. A.O. A.O. - Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Inicial Aquisição de Competências A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.O. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional 6 A.O. e A.T. 20 36 A.T A.O. e A.T. 30 A.T 6 20 40 - A.T Multiprofissional A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. e A.T. 63 Tabela IV.2. Oferta Formativa na área da Prestação de Cuidados de Saúde (Cont.) Curso Tipo de Entidade Metodologias de avaliação de risco clínico e gestão de relato de incidentes Métodos de IVG – Boas Práticas Nutrição Hospitalar: Prevenção, Diagnóstico e Controlo O AAM no apoio a situações de emergência O Assistente Operacional em Oncologia O Assistente Operacional no apoio a situações de emergência O assistente operacional perante doença infecciosa O auxiliar de acção médica nos cuidados de saúde O Doente Deprimido em Ambiente Hospitalar O auxiliar de acção médica – aquisição de competências essenciais para o desempenho O luto O papel do assistente operacional em brigada e posto fixo O papel do assistente operacional na área da alimentação O papel do assistente operacional no laboratório O primeiro socorro – SBV e abordagem de situações de doença e de trauma Obesidade – a epidemia do século XXI Pé diabético PELT – Programa Escolas Livres de Tabaco Perturbações do comportamento alimentar para A.O. Planeamento e gestão de altas Suporte básico de vida Tipo de Formação Modalidade 21 18 36 6 76 80 6 7 3 33 - Métodos e técnicas de melhoria contínua Posicionamento e transferência de doentes Preparação dos profissionais para a consulta da dor Prevenção da infecção no tratamento de feridas Prevenção da infecção VIH/sida em trabalhadores sexuais (TS) Prevenção da obesidade Prevenção da violência doméstica Prevenção das úlceras de pressão Programa de Formação em Saúde Mental Comunitária - Proform Programa de Rastreio do Cancro do Colo do Útero Promoção da Saúde - Auto Exame da Mama Promoção da Saúde: um quadro de referência para as boas práticas Promoção de Saúde no Trabalho Hospitalar Realização de ECG’s na pediatria Recepção/Armazenamento de DM e sua manipulação. Princípios de Descontaminação e Etapas do processo de Tratamento de DM Rede nacional de cuidados continuados integrados Rede nacional de cuidados continuados integrados - posicionamento correcto do utente e seus benefícios Redução de riscos e minimização de danos Requisição e fornecimento de refeições a doentes Ressuscitação cárdio-respiratória - suporte básico de vida para leigos Riscos do sedentarismo RNCCI - curso de formação para A.O. Saúde e Migrações Saúde mental na infância Saúde ocupacional Segurança em farmácia hospitalar Seminário de actualização para não clínicos Sensibilização: dispositivos de medição Síndrome geriátrico Sistema Nacional de Informação e Vigilância Epidemiológica - do diagnóstico à notificação Sistema Nacional de Informação e Vigilância Epidemiológica - Perfis das USP Socorrismo Duração (horas) Unidade de Saúde Destinatários Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional 62 A.O. 7 4 2 4 A.O. A.O. A.O. A.O. 25 A.O. 6 16 6 3 12 7 14 12 14 4 21 30 3 35 12 - A.O. A.O. Multiprofissional A.O. 14 A.T Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.T A.O. 14 A.O. 7 A.O. 60 12 4 4 7 7 16 18 6 7 3 16 Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.T A.O. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional 6 Multiprofissional 6 Multiprofissional 14 12 5 4 7 A.T A.O. 64 Tabela IV.2. Oferta Formativa na área da Prestação de Cuidados de Saúde (Cont.) Curso Tipo de Entidade Duração (horas) Unidade de Saúde 18 21 5 4 6 8 12 14 7 12 4 7 5 3 18 4 4 3 2 5 7 28 7 5 4 6 4 4 8 12 8 15 4 6 12 10 16 Suporte básico de vida Suporte avançado de vida Suporte Básico de Vida - Adultos Suporte básico de vida – algoritmo para leigos Suporte básico de vida 2 Suporte básico de vida adulto para leigos Suporte básico de vida adulto para profissionais de saúde Suporte básico de vida e primeiros socorros Suporte básico de vida para pessoal não técnico Suporte básico de vida para profissionais das unidades de saúde Suporte básico de vida pediátrico para A.O. Suporte básico de vida pediátrico para leigos Suporte de vida em neonatologia para não clínicos Suporte de Vida em Pediatria para Não Clínicos Suporte imediato de vida Técnica Banho Assistida em Duche Técnicas básicas de emergência Técnicas Básicas de Trauma Técnicas de mobilização de doentes Técnicas de Preparação do Corpo Pós-Morte Técnicas de transferência de doentes Técnicas de trauma para A.O. Técnico de Óptica Ocular Técnico auxiliar protésico Transferência de Utentes Transferências e Posicionamentos Transporte de doentes Transporte e encaminhamento de doentes Tratamento de feridas/ escala de Braden Tratamento e Prevenção do Tabagismo em CSP Tratamento não farmacológico da Diabetes e Educação Terapêutica Tratar a diabetes nos Cuidados Continuados Um sorriso pela sua Saúde V fórum diabetes norte – 2011 Violência doméstica Violência e maus tratos a pessoas vulneráveis Escola Profissional Escola Básica / Secundária Entidade Formadora Privada 3100 Unidade de Saúde 3 10 12 14 20 24 12 8 14 6 12 12 Tipo de Formação Modalidade Destinatários A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências 3100 A.O. e A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. A.O. - 3100 Inicial Cursos Profissionais - 3100 Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. 65 A área dos Serviços domésticos encontra-se associada à área do Controlo de infecção por se tratar, essencialmente, da higienização dos espaços das Unidades de saúde onde os profissionais desenvolvem o seu trabalho, contribuindo, assim, para a prevenção e controlo da infecção hospitalar. Esta oferta, é de natureza contínua e, cumpre o objectivo de capacitar, através de cursos de curta duração, os profissionais que trabalham no sector, principalmente os Assistentes Operacionais que têm no seu perfil a função de garantir a higienização dos espaços e equipamentos. O facto de a oferta nesta área não ser muito expressiva, pode estar relacionada com o facto de, em grande parte das unidades de saúde, as funções de limpeza e higienização dos espaços passarem a ser externalizadas, i.e., são desenvolvidas por entidades externas em regime de outsourcing, ou porque esses conteúdos se encontram, na maioria dos casos, inseridos na formação específica desenvolvida para auxiliares de acção médica, contemplada na área de formação analisada anteriormente (prestação de cuidados de saúde). Tabela IV.3. Oferta Formativa na área dos Serviços Domésticos Curso Higienização da Sala Operatória Higienização de instalações e equipamentos inquérito da prevalência da infecção Higienização de instalações e equipamentos e lavagem das mãos Higienização das Instalações e Equipamentos Higienização do ambiente hospitalar Higienização e desinfecção de ambiente hospitalar Higienização e Tratamento de Roupa Tratamento e Manuseamento da Roupa Precauções básicas / Limpeza das áreas Tipo de Entidade Duração (horas) - Tipo de Formação Modalidade A.O. e A.T. 2 Multiprofissional 7 Unidade de Saúde 12 15 18 12 2 Destinatários Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Multiprofissional A.O. A.O. A.O. A.O. A.O. Multiprofissional Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. A oferta formativa na área do Desenvolvimento pessoal enquadra cursos com conteúdos de formação de natureza transversal, dirigida a todos os profissionais do sector da saúde desde o topo até à base e está relacionada com a aquisição de competências pessoais, sociais e relacionais. Nesta área, destacam-se temas como a Comunicação, a Gestão de Conflitos, o Trabalho em Equipa e a Liderança. A qualidade dos serviços prestados pelas unidades de saúde depende directamente da qualidade do desempenho dos seus colaboradores, não só ao nível da prestação dos cuidados de saúde, como também ao nível do relacionamento com os utentes e as suas famílias. Neste sentido, é necessário assegurar que todos os profissionais mobilizam competências sociais e relacionais que 66 lhes permitam adoptar comportamentos e atitudes adequadas no contacto com o utente e a família, no sentido de humanizar os cuidados de saúde prestados. Importa ainda referir que embora esta seja uma área transversal a todas os sectores de actividade apenas foi considerada a oferta formativa dirigida aos profissionais da saúde. O Quadro seguinte sistematiza a oferta formativa nesta área e permite concluir que: a oferta formativa dirigida aos colaboradores do sector da saúde é da exclusiva responsabilidade das Unidades de saúde e tem como principal objectivo o aperfeiçoamento de competências que permitam: melhorar a comunicação entre os profissionais e os utentes e/ou a família; melhorar a qualidade de atendimento; projectar uma boa imagem da Entidade; e prevenir conflitos; a formação é do tipo contínua e desenvolvida em módulos de curta duração (média de 14 horas) dirigida aos diferentes profissionais do sector a desempenhar funções nas Unidades de saúde; quer na área da Comunicação, quer na área da Gestão de Conflitos verifica-se o desdobramento das acções destas temáticas consoante os conteúdos que compõe a formação. Por um lado, regista-se a necessidade de capacitar os profissionais para trabalharem em equipa, o que pressupõe uma interacção saudável, através de mecanismos e formas de comunicação e de gestão de conflitos apropriados e por outro lado, existe a necessidade de capacitar os mesmos para o atendimento dos utentes do serviço de saúde, adoptando mecanismos e formas de comunicação e de gestão de conflitos adequados ao público-alvo; e a ética e a humanização são outra das temáticas relevantes no âmbito desta oferta formativa dado que os destinatários são profissionais que estão em contacto directo e permanente com utentes e as suas famílias. Com estas acções, pretende-se desenvolver as competências relacionais e comunicacionais dos prestadores de cuidados de forma a aumentar o nível de satisfação dos utentes no que se refere ao seu bem-estar físicofisiológico, social e cultural e psicológico e espiritual. 67 Tabela IV.4. Oferta Formativa na área de Desenvolvimento Pessoal Curso Tipo de Entidade A Família do Doente Crítico – Que Necessidades? A Comunicação com o Doente e Família A comunicação com o doente: língua gestual A equipa de saúde e comunicação Assertividade Atitudes e comportamentos facilitadores do Assistente Técnico (AT) na relação de Atendimento ao Público Atitudes e comportamentos facilitadores na relação A.O./utente/ família/ Atitudes e comportamentos nos serviços Auto-estima: Boas práticas na prevenção de VIH e outras IST nos trabalhadores do sexo Coaching Coaching na Intervenção Psicossocial Como lidar com situações de violência Competências de comunicação na relação com o utente nos cuidados de saúde primários Compreender os sentimentos e as expectativas dos utentes Comunicação com o utente e atendimento Comunicação de excelência Comunicação e equipas de trabalho Comunicação e humanização Comunicação e relacionamento interpessoal Comunicação em saúde Comunicação escrita Coordenação de equipas e liderança Desenvolvimento de competências de comunicação com o doente e família Desenvolvimento de competências de profissionais de contacto das USF Desenvolvimento de competências de profissionais de contacto dos ACES Desenvolvimento de competências dos profissionais de contacto: atendimento a públicos vulneráveis Desenvolvimento de competências relacionais na equipa de saúde Diálogos de Ética Princípios éticos na profissão Estratégias motivacionais Ética e deontologia profissional Ética e Sigilo Profissional Ética em cuidados de saúde Ética em saúde: contributos para a humanização dos serviços Expressão e comunicação não verbal – o corpo Formação em igualdade de género com a comunidade cigana Gestão Conflitos (nível 3/2/1) Gestão das relações interpessoais Gestão de conflitos Gestão de conflitos e comportamento afirmativo no contexto hospitalar Gestão de conflitos e relações interpessoais Gestão de conflitos na melhoria da qualidade em saúde Gestão de conflitos nos profissionais de saúde Gestão de Conflitos/Gestão de Stress Gestão de situações de violência na saúde Gestão de stress nos cuidados de saúde primários Gestão do contacto e marketing relacional Gestão do tempo Unidade de Saúde Duração (horas) 15 21 4 Tipo de Formação Modalidade Destinatários A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional 21 A.T. 4 - A.O. A.O. e A.T. 6 Multiprofissional 4 14 4 Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional 12 Multiprofissional 30 6 28 16 20 18 12 3 - A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. e A.T. 12 A.O. e A.T. - A.T. A.T. A.O. A.O. e A.T. A.T. Multiprofissional 18 12 4 7 10 30 27 30 12 28 40 16 18 21 12 4 6 21 12 3 20 20 18 2 12 21 16 21 12 30 10 Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. A.T. Multiprofissional A.T. A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional 68 Tabela IV.4. Oferta Formativa na área de Desenvolvimento Pessoal (cont.) Curso Tipo de Entidade Gestão do tempo Gestão do tempo/produtividade Gestão emocional do acolhimento do doente Humanização dos cuidados prestados Humanização dos serviços de saúde Humanização e ética na prestação de cuidados de saúde Humanização no hospital de Magalhães Lemos – EPE Humanização-cuidados no serviço de urgência Humor nos Cuidados de Saúde (Nariz Vermelho) Imagem pessoal dos funcionários públicos e o comportamento dos clientes Importância da apresentação pessoal Indicadores Sociais de Risco Duração (horas) 18 16 12 12 12 2 Inteligência emocional Inteligência emocional em contexto de trabalho Inteligência emocional: gestão de stress e burn-out Inteligência social Intervenção Assertiva dos A.O. na Unidade de Cuidados Continuados Integrados Liderança e coaching Liderança e gestão das equipas no âmbito da estratégia nacional para a qualidade na saúde Modalidade Unidade de Saúde Relações interpessoais Relações Interpessoais e Comunicação Assertiva Relações inter-pessoais e gestão de conflitos Relações interpessoais na pluricompetência nas unidades funcionais - CSP Resiliência Resolução e prevenção de conflitos nos serviços Saber comunicar com pessoas difíceis Saúde (I)migração e Diversidade Cultural (ACIDI) Sensibilização: direitos e deveres do doente e família Team building – construir em equipa Técnicas de apresentação e comunicação Técnicas de comunicação Técnicas de comunicação em público Trabalho em equipa Trabalho em equipa - para a eficácia da prestação de cuidados Trabalho em equipa e cooperação entre profissionais Trabalho em equipa e gestão de conflitos em instituições de saúde Trabalho em equipa nos serviços de saúde Trabalho em equipa para eficácia da prestação de cuidados Treino de competências sociais na intervenção especializada em toxicodependências Destinatários A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional 30 A.T. 4 6 12 12 8 18 A.O. A.O. Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional 18 A.O. 10 Multiprofissional 12 A.O. 28 12 - Liderança e gestão de equipas Liderança e Gestão de Equipas: A Motivação com a Utilização do Coaching Liderança, comunicação e gestão de conflitos no âmbito da estratégia nacional para a qualidade na saúde Liderar, gerir e motivar equipas Linguagem gestual portuguesa - nível inicial A1 Noções Básicas de comunicação ao utente/ família Noções Sobre Protocolo e Etiqueta Empresarial: Saber Estar Orientação para o utente, princípios básicos da qualidade Promoção do desenvolvimento de competências parentais Promoção do trabalho em equipa Psicologia da gestão de conflitos Relação de ajuda Relacionamento interpessoal (doente/profissional) Relações com o Público na Administração Pública Tipo de Formação Multiprofissional Multiprofissional 16 A.O. 28 4 4 16 20 8 15 18 7 21 16 6 14 10 18 4 6 14 14 15 30 14 20 14 21 16 24 8 6 6,5 12 - Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. A.T. Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.T. 35 Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. 69 A área do Direito também se encontra representada na oferta formativa do sector da Saúde, o que pode ser justificado pela necessidade de os colaboradores actualizarem os seus conhecimentos no que concerne ao Novo Código do Trabalho. Estes colaboradores são, na sua maioria, Assistentes Técnicos que desempenham funções administrativas. Contudo, estas ofertas abrangem outros profissionais das unidades de saúde, já que o público-alvo das mesmas é multiprofissional, indicando que esta formação é acessível aos profissionais de outros níveis que necessitam de adquirir ou actualizar conhecimentos sobre a Avaliação de desempenho – SIADAP e sobre o Novo regime de vínculos, carreiras e remunerações nos serviços de saúde. Esta oferta é organizada em exclusivo pelas Unidades de saúde que, através de módulos de curta duração, visam suprir as necessidades diagnosticadas pelos seus colaboradores. Assim, este é um tipo de oferta contínua cujo objectivo principal consiste na actualização e aperfeiçoamento de competências. Tabela IV.5. Oferta Formativa na área do Direito Curso Tipo de Entidade Avaliação de desempenho – SIADAP Avaliação de desempenho /SIADAP 3 / Lei N.º 66 – B / 2007 de 28 de Dezembro Avaliação de desempenho e gestão por objectivos Avaliação e gestão do desempenho nas EPE (s) Código procedimento administrativo Como preparar-se para a avaliação de desempenho na qualidade de avaliado Contabilidade código do contrato das compras públicas Direito da saúde Direitos e deveres da função pública Estatuto disciplinar da função pública Ética e deontologia do serviço público Faltas e licenças do novo código do trabalho Formação kaizen (área comportamental e desenvolvimento pessoal) Gestão financeira para não financeiros Legislação laboral Legislação laboral - novo código de trabalho Legislação laboral nas EPE Nova legislação laboral Novas reformas legislativas na administração pública Novo código de trabalho/SGRH Novo código do trabalho Novo regime da contratação pública Novo regime de vínculos e carreiras Novo regime de vínculos, carreiras e remunerações Novo regime jurídico da contratação pública Novo regime jurídico do contrato de trabalho em funções públicas O avaliado como interveniente no processo de avaliação O contrato de trabalho em funções públicas O contrato individual de trabalho para profissionais de saúde O novo código da contratação pública O novo enquadramento jurídico da relação laboral O novo regime de vínculos, carreiras e remunerações nos serviços de saúde O novo SIADAP – avaliação e gestão do desempenho Os direitos e deveres dos trabalhadores - legislação Papel dos A.O. na equipe de saúde Planeamento e gestão por objectivos Unidade de Saúde Duração (horas) 7 3 6 Tipo de Formação Modalidade Destinatários Multiprofissional - A.O. e A.T. 14 12 24 14 20 4 7 35 18 24 8 18 30 12 50 16 20 15 8 32 12 4 21 2 7 14 18 14 35 20 4 12 Multiprofissional A.O. e A.T. A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional A.T. A.T. Multiprofissional A.T. A.T. A.T. A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.T. A.T. Multiprofissional A.T. A.T. A.T. A.O. e A.T. A.T. A.O. A.T. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências 70 Tabela 5. Oferta Formativa na área do Direito (Cont.) Curso Tipo de Entidade Protecção Social e Novo Regime de Parentalidade – Lei da Maternidade e Paternidade – Papel dos Avós - Mães Adolescentes Regime Contrato Trabalho em FP Regime de contrato de trabalho em funções públicas Regime de emprego na administração pública – enquadramento e principais alterações Regime de férias, faltas e licença SIADAP– Avaliação do desempenho por objectivos e competências Unidade de Saúde SIADAP – formação para avaliados Duração (horas) 6 4 24 8 Sigilo e ética profissional para os A.O. Sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho dos trabalhadores da administração pública (SIADAP 3) Sistemas de informação – indicadores de qualidade Vínculos, carreiras e remunerações Tipo de Formação Modalidade Multiprofissional A.T. Multiprofissional 3 14 5 7 4 4 Destinatários Multiprofissional Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. 3 Multiprofissional 7 12 Multiprofissional A.T. Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. Tal como na área de educação e formação analisada anteriormente, também a área de Informática na Óptica do Utilizador é transversal a todos os sectores de actividade. Todavia, foi utilizado o mesmo carácter restritivo de apenas considerar a oferta dirigida aos trabalhadores que desenvolvem actividades no contexto da saúde, já que apenas foram consideradas para a análise as entidades formadoras com certificação nas áreas de educação e formação da Saúde. A crescente utilização das tecnologias de informação e comunicação e da informatização das unidades de saúde tem criado necessidades de formação a todos os profissionais que trabalham com computador quer esporádica, quer regularmente. O principal objectivo destas acções de formação é optimizar o trabalho diário dos diferentes profissionais com recurso às ferramentas mais avançadas e complexas dos programas informáticos implementados nos serviços. A formação é essencialmente dirigida aos Assistentes Técnicos que, para além de necessitarem de competências associadas às ferramentas de trabalho do Office (p.e., Word, Excel, Access, Power Point), necessitam de ter competências ao nível do software específico da saúde, tais como o SONHO, o SIARS, o SIDC, o SIGIC, entre outros. Estas ferramentas específicas disponibilizam um ambiente de trabalho orientado para a actividade dos profissionais do sector, incluindo um conjunto de funcionalidades clínicoadministrativas decorrentes de iniciativas do Ministério da Saúde. Paralelamente, e porque a comunicação interna e externa das unidades de saúde se faz através do recurso ao email têm sido desenvolvidas várias cursos de formação sobre o Microsoft Outlook e a Internet. O Quadro seguinte sintetiza a oferta formativa identificada nesta área e permite a seguinte leitura: 71 a formação é oferecida em exclusivo por Unidades de saúde, embora, no que concerne a formação nas ferramentas do Office, esta possa ser encontrada em várias empresas privadas de formação. Contudo, a formação relativa às ferramentas específicas do sector é promovida exclusivamente pelas Unidades de saúde; a modalidade de formação mais utilizada é a aquisição, actualização e aperfeiçoamento de competências, que está associada a um tipo de formação contínua; a formação varia entre as 2 e as 90 horas, sendo que as acções mais curtas estão geralmente associadas a acções de reciclagem de conhecimentos e as de maior duração a acções de aquisição ou actualização de conhecimentos e competências de base; e embora a oferta vise essencialmente a qualificação dos Assistentes Técnicos, é possível identificar respostas formativas para o grupo multiprofissional que inclui todos os grupos profissionais do sector e, ainda que residualmente, formação exclusiva para Assistentes Operacionais (p.e., Internet e correio electrónico, nível básico de Office ou em aplicações informáticas especificas do software de gestão da saúde). Tabela IV.6. Oferta Formativa na área da Informática na Óptica do Utilizador Curso Tipo de Entidade A importância da qualidade dos registos na aplicação informática sonho Access ALERT - CONSULTA A TEMPO E HORAS ALERT PI ALERT® INPATIENT ALERT® ORIS ALERT® OUTPATIENT Aplicação da manutenção da c.d. nos serviços de saúde Aplicações informáticas (ALERT/p1/siglic) Aplicações informáticas (word, excel) Aplicativo Informático na Saúde Word/Excel/internet/ Sonho Arquivo digital para a área de recursos humanos As tecnologias e organização de trabalho na área administrativa Bases de Dados Access - acompanhamento Circulação de documentos nos serviços de saúde Consulta a tempo e horas Desmaterialização de documentos – arquivo digital Eficácia e efectividade através das TI’s – trabalhar melhor Eficácia e efectividade através das TI’s – aprendizagem e desenvolvimento pessoal Eficácia e efectividade através das TI’s – comunicar melhor Eficácia e efectividade através das TI’s – gerir melhor Eficácia e efectividade através das TI’s – suporte técnico a utilizadores Excel Unidade de Saúde Duração (horas) 15 30 50 15 24 24 3 4 3 4 3 4,5 3 14 24 14 14 5 12 6 14 Tipo de Formação Modalidade Destinatários A.T. Multiprofissional A.T. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.T. A.T. A.T. A.O. A.T. A.O. A.T. A.O. A.O. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. Multiprofissional A.T. A.T. A.T. A.O. 7 A.O. 14 7 7 16 21 18 16 14 12 A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.T. 72 Tabela IV.6. Oferta Formativa na área da Informática na Óptica do Utilizador (cont.) Curso Tipo de Entidade Excel Excel - iniciação Excel avançado Excel básico Excel fundamental Excel nível 1 Excel nível 2 Fases do Processo SIGIC/SIGLIC Folha de Cálculo Folha de calculo (Excel) Nível Iniciado / Intermédio Formação básica em Informática Formação SIIMA utilizadores - rastreio cancro colo útero GEADAP Gestão de Recursos do Outlook In - line - sistema para gestão de filas de espera Informática Informática intermédia Informática na óptica do utilizador Informática na óptica do utilizador - Word e Internet Iniciação à informática Iniciação à informática & uso básico do Excel Internet Internet – da informação à transacção electrónica Internet e correio electrónico Intra e internet e correio electrónico Introdução ao arquivo digital Microsoft Office – aplicações de informática de apoio ao secretariado (Sonho + Word + Excel) Microsoft Outlook 2003/2007 - organização e comunicação pessoal Ms project Noções básicas de informática nos cuidados continuados em saúde mental Novos gestores Sinus Novos sistemas de informação - e-delphyn, siima, siimaweb - requisição electrónica Novos sistemas de informação: siima, siima, siimaweb-requisição electrónica Office - nível base Informática – Office inicial Office 2007 Microsoft Office – utilização avançada Optimização do trabalho em Excel: formatação e gestão de dados Organização e comunicação pessoal com o Outlook PAI - Programa de Admissão e Integração ao CHLC PowerPoint Microsoft PowerPoint – nível básico Processador de texto (winword) Nível Avançado Processador de texto (winword) Nível Iniciado / Intermédio Processamento de texto Unidade de Saúde Duração (horas) 6 15 50 30 21 18 15 50 3 25 21 18 30 24 24 20 12 12 14 12 15 3 3 12 21 20 12 14 28 35 14 12 12 4 20 - Tipo de Formação Modalidade Destinatários Multiprofissional Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.T. A.T. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.T. A.T. A.T. Multiprofissional A.T. A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.T. A.T. A.O. A.T. A.T. - A.T. 18 A.T. Multiprofissional 15 A.T. 30 A.T. - A.T. - A.T. 21 35 12 30 15 16 90 15 25 18 30 21 30 A.O. Multiprofissional A.T. Multiprofissional A.T. A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.T. Multiprofissional A.T. A.T. A.T. Tabela IV.6. Oferta Formativa na área da Informática na Óptica do Utilizador (cont.) 73 Curso Tipo de Entidade Duração (horas) Processamento de relatórios clínicos com recurso ao MSWord e PowerPoint Processamento de texto - competências básicas Processamento Informatizado de Texto – Nível Avançado para a Produção de Relatórios Médicos Programa de rastreio do cancro do colo do útero – aplicativo informático Projecto SINUS - Administração/Gestão Qlikview - Designer I SAP - iniciação Secretariado clínico – novas tecnologias informáticas SIARS SIDC SIGIC SIGIC - Formação Estratégica Sinus Administrativo Sistema de informação integrado de atendimento e despacho em emergência médica (siiadem) - operadores do codu Sistema integrado de informação de informação hospitalar (sonho) Sistemas de informação em Enfermagem Sistemas de informação na saúde SONHO SONHO - BASE SONHO - Módulo Bloco Operatório SONHO - Módulo da Consulta Externa SONHO - Módulo do Hospital de Dia SONHO - Módulo da Urgência SONHO - Módulo do Internamento SONHO - RECICLAGEM Programa “sonho” - actualização SONHO – sistema integrado de informação hospitalar SONHO (identificação dos utentes e terceiros pagadores/taxas moderadoras) Unidade de Saúde SPSS - statistical package for the social sciences Tecnologias de Informação - Arquivo e documentos digitais Tecnológicas de Informação - OUTLOOK Tecnologias de Informação - Power Point Tecnologias de informação (Sonho; Web; RNU; SAPE – SAM – SAT; Registos de Informática via on-line; SAM; SAPE) Tecnologias de Informação e comunicação, sociedade de informação e administração electrónica WEB GDH WEB-OUTLOOK WINDOWS XP PROFESSIONAL - OPERAÇÃO WORD MICROSOFT WORD - o processador de texto Microsoft word 2003 – nível básico WORD avançado Word Básico Tipo de Formação Modalidade Destinatários 15 A.T. 10 A.T. 18 A.T. 6 30 8 21 16 6 3 3 4 12 A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.O. Multiprofissional A.T. - A.O. 21 7 10 2 4 2 A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. 7 Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.T. 28 15 18 12 18 A.T. A.T. Multiprofissional Multiprofissional - A.T. 12 Multiprofissional 18 7 18 16 21 12 15 50 18 21 30 24 A.T. Multiprofissional A.T. A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.T. Multiprofissional Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. À semelhança das áreas analisadas anteriormente, a área das Línguas e Literaturas Estrangeiras é uma área generalista e transversal a muitas áreas e sectores de actividade nas quais é necessário manter relações com públicos estrangeiros. A oferta formativa é promovida nas Unidades de saúde, e consiste na realização de cursos de formação maioritariamente de Inglês. Estes cursos de curta ou média duração, cumprem o 74 propósito de reforçar as competências dos colaboradores que, por contactarem com os utentes e familiares de origem estrangeira, necessitam de ter conhecimentos da língua universal (inglês) que lhes permita e/ou facilite a comunicação e, deste modo, assegurar um serviço de qualidade junto dos utentes estrangeiros. A oferta formativa para a área das línguas encontra-se sintetizada na Quadro seguinte e permite concluir que: − a formação é na sua totalidade do tipo contínua; − a oferta registada, na maioria dos casos, corresponde a acções de curta/média duração que visam a aquisição, actualização ou o aperfeiçoamento de competências em inglês; e − o público-alvo desta oferta é variado, sendo que esta poderá interessar tanto à classe médica como aos Assistentes Operacionais e Assistentes Técnicos que também contactam directamente com o utente e as suas famílias. Tabela IV.7. Oferta Formativa na área das Línguas e Literaturas Estrangeiras Curso Curso intensivo de inglês na saúde Igualdade e qualidade no atendimento - comunicação em inglês Inglês - nível 1 a 6 Inglês básico para atendimento ao público Inglês continuidade Inglês conversação Inglês inicial Tipo de Entidade Unidade de Saúde Inglês para contactos com o público Inglês técnico para Profissionais de Saúde Duração (horas) 90 21 60 60 50 20 40 50 36 18 21 60 Tipo de Formação Contínua Modalidade Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Destinatários Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.T. Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. A área da Protecção de Pessoas e Bens está directamente relacionada com a protecção e prestação de socorros a pessoas em casos de emergência no local de trabalho (p.e. incêndios). Nestes casos, todos os colaboradores das Unidades de saúde deverão estar informados dos procedimentos a adoptar de forma a assegurar uma evacuação rápida e segura de todos os profissionais, utentes e famílias dos diferentes locais das Unidades. Tabela IV.8. Oferta Formativa na área da Protecção de Pessoas e Bens Curso Emergência – Evacuação do Serviço de Neonatologia Acção de Sensibilização sobre o Plano de Emergência Interno Hospitalar Actuação em Caso de Incêndio Aspectos fundamentais da psicologia das catástrofes Brigada de incêndios Combate a incêndios com meios de 1ª intervenção Curso de Manuseamento de Extintores no Combate a Incêndios Curso de utilização de extintores portáteis Tipo de Entidade Unidade de Saúde Duração (horas) 1,5 8 8 3 4 1 Tipo de Formação Contínua Modalidade Destinatários Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional 75 3 3 21 3 4 4 6,5 8 7 3 10 4 1,5 Equipa de Evacuação de Doentes tipo A Equipa de Evacuação de Doentes tipo B Equipamentos de Protecção Individual Equipas de 1ª intervenção Equipas de 1ª. Intervenção no Hospital Equipas de combate a incêndios - 1ª intervenção Equipas de combate a incêndios - 2ª intervenção Equipas de evacuação Exercícios de avaliação da organização em emergência Formação básica do plano de emergência Formação técnica de prevenção e combate a incêndios Intervenientes para o plano de emergência interno Luta e Prevenção Contra Incêndios, Emergência e Evacuação Planeamento de emergência/segurança contra incêndios para as telefonistas Plano de Catástrofe Plano de Emergência - Actualização Plano de emergência e catástrofe Plano de Emergência Específico do Serviço Simulacro Plano de emergência interno Plano de Emergência Interno - Brigadas de Incêndio Plano de Emergência Interno - Equipas de evacuação Tipo A Plano de Emergência Interno - Plano de Evacuação Tipo A Plano de Emergência Interno - Plano de Evacuação Tipo B Plano de emergência interno – utilização de extintores Plano de Emergência Interno (PEI) – Director de Emergência / Chefe de Intervenção Plano de Emergência Interno (PEI) – Equipa de Apoio Logístico Plano de Emergência Interno (PEI) – Meios de 1ª Intervenção Plano de Emergência Interno (PEI) – Meios de 2ª Intervenção Plano de Emergência Interno Específico Protecção e prestação de socorros (UFCD) Revisão do Plano de Emergência – Evacuação em Caso de Incêndio Risco Eléctrico Segurança Contra Incêndios Segurança contra incêndios – formação prática Segurança contra incêndios – formação teórica Segurança contra Incêndios com Simulacro no Serviço Segurança de Pessoas e Bens Segurança Hospitalar Segurança hospitalar / segurança contra incêndios Sensibilização para o plano de emergência interno Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional 4 A.O. 9 1 12 4 3 2,5 2,5 4 Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional 3 Multiprofissional 3 3 12 1 Multiprofissional Multiprofissional CFP de Gestão Directa do IEFP 50 Unidade de Saúde 1,15 162 4 3 1,5 6 1 4 2 1,5 2 Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Formação modular certificada - Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. O Quadro anterior sistematiza a oferta formativa nesta área e permite concluir que: a oferta formativa é promovida pelas Unidades de saúde, ainda que seja possível identificar ofertas desenvolvidas por outras entidades, nomeadamente Entidades formadoras privadas, Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP e Escolas Públicas Básicas ou Secundárias. Todavia, optou-se por considerar apenas a 76 formação desenvolvida pelas unidades de saúde e a formação contínua desenvolvida pelas outras entidades do sistema de formação profissional e do sistema de ensino, não contemplando a formação inicial porque esta diz respeito à formação de Bombeiros através da realização de cursos de educação e formação de jovens ou de adultos; a formação é exclusivamente do tipo contínua e visa a aquisição, actualização e aperfeiçoamento de competências nesta área; a formação é dirigida para todos os profissionais, abrangendo desde o topo até à base da estrutura organizacional, já que todos devem dominar estes conhecimentos e técnicas; e as acções organizadas são, na generalidade dos casos, de curta duração. Contudo, é possível identificar a organização de acções de formação com uma carga horária superior a 150h, relacionada com o combate a incêndios. A formação em Segurança e Higiene no Trabalho surge como uma área transversal a todos os sectores de actividade, dado que visa o desenvolvimento de actividades de prevenção e de protecção contra riscos profissionais. Esta área revela-se de extrema importância no contexto hospitalar, nomeadamente porque este é um contexto de elevado stress e que envolve o manuseamento de cargas pesadas e ao qual está associado a exposição a variados riscos (p.e., doenças e radiações). Assim, as áreas temáticas mais representadas são a gestão de stress, a ergonomia e manuseamento de cargas e a prevenção de acidentes e riscos de trabalho. O aumento da oferta formativa registada nos últimos anos está, seguramente, relacionado com o facto de a Higiene e Segurança no Trabalho ser uma obrigatoriedade de todas as empresas em Portugal. Logo, são muitas as entidades que sentem a necessidade de formar os seus profissionais nesta área para assegurar que as regras de higiene e segurança são conhecidas e cumpridas por todos de forma a evitar riscos e prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho. O Quadro seguinte apresenta a formação registada nesta área da SHT, permitindo a seguinte leitura: − a oferta formativa para a área da Segurança e Higiene no Trabalho é maioritariamente do tipo contínua; − a formação inicial identificada tem como principal objectivo a formação de activos qualificados e corresponde ao nível de qualificação IV; − quanto à tipologia das entidades verifica-se que a formação inicial é disponibilizada, quer por entidades que pertencem ao subsistema de ensino, como as escolas profissionais, quer entidades inseridas no mercado de emprego, nomeadamente, entidades formadoras privadas e Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP; 77 − a oferta registada no sistema educativo é da responsabilidade das escolas profissionais e das Escolas básicas e secundárias que disponibilizam cursos de formação inicial de nível IV nas modalidades de Cursos profissionais ou Cursos de Educação Formação de Jovens, cujo objectivo é a qualificação inicial de Técnicos de Higiene e Segurança no Trabalho ou de Técnico de Higiene e Segurança do Trabalho e Ambiente; − a oferta registada nas entidades inseridas no mercado de emprego é desenvolvida por entidades formadoras privadas e Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP na modalidade de cursos de educação e formação de adultos de nível IV para a qualificação escolar (12º ano de escolaridade) e profissional de Técnico Profissional de Segurança e Higiene do Trabalho. Para além da formação inicial estas entidades também disponibilizam formação contínua na modalidade de formação modular certificada que corresponde ao desenvolvimento de UFCD nesta área temática; e − no caso da oferta organizada pelas Unidades de saúde, verifica-se que são cursos de curta duração, enquadrados na formação contínua, desenvolvidos com o objectivo de informar e capacitar os diferentes colaboradores do sector para a prevenção e protecção contra riscos profissionais. O público-alvo destes cursos é diversificado, englobando desde médicos a Assistentes Operacionais. A oferta formativa das unidades de saúde, nesta área de intervenção, corresponde a cursos de formação contínua, não dispondo de formação inicial para técnicos de higiene e segurança no trabalho. Onde a oferta destas entidades se apresenta com um maior valor acrescentado é nos domínios que não encontram resposta no restante mercado de formação. Sublinha-se, em particular, a oferta em domínios mais específicos relacionados com as actividades da saúde como é o caso dos cursos de Higiene e segurança em meio hospitalar, Prevenção do risco de exposição ocupacional a tuberculose, Como gerir o stress em saúde: contextos difíceis ou Riscos profissionais em ambiente hospitalar, entre outros. Tabela IV.9. Oferta Formativa na área da Segurança e Higiene no Trabalho Curso Tipo de Entidade Acidentes com objectos cortante e perfurantes Acidentes em serviço Acção de sensibilização para o adequado uso dos elevadores Como ligar com situações potencialmente agressivas Conceitos de qualidade, higiene, controlo da infecção, segurança e saúde no trabalho Conduta segura em meio hospitalar Unidade de Saúde Duração (horas) 2 14 2 1,5 4 12 Tipo de Formação Contínua Modalidade Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Destinatários A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.T. 78 Contenção física e quedas Cuidados com a Manipulação de alimentos - da concepção à ingestão Curso básico sobre radiações Curso de protecção e segurança radiológica para não radiologistas Curso teórico-prático em radioprotecção e controle de qualidade Doença Profissional – Factores de Risco e Medidas de Prevenção Ergonomia - Posturas e Manuseamento de Cargas Ergonomia dos postos de trabalho administrativos Ergonomia e biomecânica corporal Ergonomia e lesões músculo-esqueléticas 2 7 7 7 12 2 1,5 2 15 8 2 3 3 2 4 4 12 12 6 6,5 14 12 14 1,5 12 12 14 7 6 12 2 21 24 12 8 2 18 12 7 14 28 15 40 1,5 2 14 4 6 6 12 Ergonomia no posto de trabalho/ postura corporal Exposição a radiações ionizantes e radioprotecção dos profissionais Riscos da radiação ionizante para profissionais expostos Gestão de Risco Clínico/Não Clínico Gestão de stress Gestão do tempo e do stress Gestão do Stress nas Equipas de Saúde Gestão do stress no ambiente de trabalho Gestão de stress pessoal e profissional Riscos psicossociais - stress laboral Como gerir o stress em saúde: contextos difíceis Gestão do risco clínico Gestão do risco clínico Risco clínico / não clínico Gestão Preventiva de Riscos Psicossociais no Trabalho em Serviços Saúde Higiene alimentar Higiene e Segurança Higiene e segurança alimentar Higiene e segurança em meio hospitalar Higiene e segurança no trabalho Higiene e segurança no trabalho para pessoal auxiliar e administrativo Higiene e segurança no trabalho na área administrativa Higiene postural no trabalho Higiene, saúde e segurança Higiene, saúde e segurança na saúde Higiene, segurança e saúde no trabalho Higienização de superfícies: equipamentos e instalações Interacção com ecrãs de computador: precauções a adoptar Manuseamento de cargas (mobilização de doentes/doentes inertes) Manuseamento de dispositivos médicos nos serviços utilizadores Mecânica corporal no contexto de ergonomia Metas internacionais da segurança dos doentes Mobilização/manuseamento de cargas Movimentação manual de cargas A.O. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.T. A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. A.T. A.O. Multiprofissional A.O.e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. A.O. A.O. A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional Tabela IV.9. Oferta Formativa na área da Segurança e Higiene no Trabalho (cont.) Curso Noções, regras e normas da higiene e limpeza hospitalar Operacionalização das normas 0236_nor_pci e 001_nor_aam Papel do assistente operacional no cuidado de eliminação Prevenção das lesões músculo-esqueléticas Prevenção e monitorização de quedas de doentes em ambiente hospitalar Procedimentos na mobilização e transferência de utentes Prevenção de acidentes de trabalho com lesão musculo esquelética na movimentação e transporte de cargas Tipo de Entidade Unidade de Saúde Duração (horas) 12 8 3 4 Tipo de Formação Contínua Modalidade Destinatários Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. A.O. A.O. Multiprofissional A.O. A.O. A.O. 79 Prevenção de acidentes de trabalho por quedas Prevenção de lesões na transferência de doentes Prevenção de lmerts “posturas de trabalho e transportes de cargas” Prevenção de quedas em ambiente hospitalar Prevenção de riscos profissionais Prevenção do risco de exposição ocupacional a tuberculose Prevenção do risco de exposição profissional aos agentes químicos Prevenção do risco profissional na utilização de desinfectantes e esterilizantes Prevenção do risco profissional por exposição a radiações ionizantes Prevenção dos riscos associados ao trabalho com computador Prevenção e controlo da tuberculose pulmonar nos profissionais de saúde Prevenção e controlo do acidente por exposição percutânea e mucosa a agentes microbiológicos Prevenção e controlo do risco de exposição a gases anestésicos Prevenção e controlo dos riscos associados ao trabalho informatizado Procedimentos em Saúde no Trabalho Prevenção na origem de factores de risco de exposição a agentes físicos do trabalho Prevenção riscos profissionais - picadas acidentais Prevenções de lesões músculo-esqueléticas – movimentação manual de cargas / doentes e utilização de computadores Promover a saúde em meio laboral - motivação e satisfação no local de trabalho Qualidade e segurança em cuidados de saúde Riscos profissionais Riscos profissionais em ambiente hospitalar Riscos profissionais no trabalho e na saúde Saúde e segurança no local de trabalho Segurança do doente Segurança dos doentes 2 Entidade Formadora Privada CFP de Gestão Directa do IEFP Segurança e higiene no trabalho CFP de G do IEFP Associação Empresarial Outros Unidade de Saúde Segurança e saúde no trabalho Segurança e Saúde no Trabalho - Acidentes de Trabalho Segurança na instituição 1 Segurança na instituição 2 Segurança no Trabalho Unidade de Saúde 4 10 2 3 12 Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional 3 A.O. 3 12 12 A.O. Multiprofissional Multiprofissional 4 A.O. 3 3 - A.O. A.T. Multiprofissional 16 Multiprofissional - A.O. - A.O. - A.O. e A.T. 7 1,5 3 30 6 14 2 1870 1866 2045 1845 1480 1375 1880 1880 1873 1845 1270 25 50 25 1845 Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. e A.T. A.T. Multiprofissional Multiprofissional 1845 Inicial CEFA - Contínua FMC Inicial CEFA 1845 18 14 1 14 2 - A.O. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Tabela IV.9. Oferta Formativa na área da Segurança e Higiene no Trabalho (cont.) Curso Segurança, higiene e saúde no trabalho Semana da saúde e segurança no trabalho / prevenção Seminário sobre Segurança no Trabalho Seminário: Saúde do Trabalho Sensibilização à qualidade e segurança alimentar Sensibilização em Saúde e Segurança no Trabalho Sensibilização para a higiene, segurança e saúde no trabalho Sessão aberta: sensibilização do procedimento aos acidentes de trabalho Tipo de Entidade Unidade de Saúde Duração (horas) 30 3 2 4 2 - Tipo de Formação Contínua Modalidade Destinatários Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional 80 Stress e ansiedade: do adaptativo ao patológico Stress em meio laboral dos serviços de saúde Stress no trabalho Treino Observadores/Lavagem Mãos Utilização de Equipamento de Protecção Individual Violência contra os profissionais de saúde no local de trabalho Técnicas de Segurança e Higiene no Trabalho Técnico de Higiene e Segurança do Trabalho e Ambiente 12 21 2 18 3 CFP de GP do IEFP Escola Básica / Secundária Escola Profissional Escola Básica / Secundária A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. 1481 CEF 1380 Inicial - 3100 3100 Cursos Profissionais Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. A área do Secretariado e Trabalho Administrativo foi contemplada na análise da Oferta Formativa para o sector da Saúde, estando direccionada essencialmente para os Assistentes Técnicos que prestam o serviço de secretariado e de trabalho administrativo. As áreas temáticas mais representadas são o Atendimento ao público, Comunicação, Práticas Administrativas, Secretariado, Técnicas administrativas e Técnicas de secretariado. Os cursos abrangidos por esta Oferta são organizados quer por Unidades de saúde, quer por Entidades Formadoras Privadas, Escolas Profissionais, Sindicatos, Associações Empresariais, Centros de Formação Profissional do IEFP, Escolas Públicas Básicas ou Secundárias ou outras. Os cursos organizados pelas Unidades de saúde são de curta duração e dirigidos, preferencialmente, para Assistentes Técnicos que procuram adquirir, actualizar ou aperfeiçoar competências na área em domínios mais específicos relacionados com as actividades da saúde, como é o caso dos cursos relacionados com o atendimento ao público nos serviços de saúde, comunicação e atendimento em saúde, organização de processos clínicos ou secretariado clínico. Os cursos promovidos pelas restantes entidades (Entidades Formadoras Privadas, Escolas Profissionais, Sindicatos, Associações Empresariais, Centros de Formação Profissional do IEFP, Escolas Públicas Básicas ou Secundárias ou outras) possuem uma natureza mais abrangente, já que pretendem dotar os formandos de competências na área administrativa e secretariado em contexto geral, i.e., das competências chave que lhes permitam desenvolver as suas funções em qualquer sector de actividade. O Quadro seguinte sintetiza a oferta formativa identificada nesta área e permite a seguinte leitura: a formação inicial é da responsabilidade das Escolas Profissionais, das Escolas Básicas e Secundárias, dos Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP, das Associações Empresariais, Sindicatos e de Entidades Formadoras privadas, o que significa 81 que se encontra enquadrada quer pelo subsistema de ensino, quer pela formação inserida no mercado de trabalho; a formação inicial é realizada através de diferentes modalidades, cursos profissionais promovidos pelas Escolas profissionais, cursos de Educação e Formação de Jovens e cursos de Educação e Formação de Adultos desenvolvidos em todas as entidades referidas anteriormente, o que permite abranger diversos públicos, i.e., quer jovens, quer adultos; e os Centros de Formação Profissional de Gestão Directa do IEFP também desenvolvem acções de formação contínua através do desenvolvimento de UFCD sob a forma de formação modular certificada. Tabela IV.10. Oferta Formativa na área do Secretariado e Trabalho Administrativo Curso Tipo de Entidade Acolhimento / atendimento Acolhimento e humanização dos serviços de saúde Acolhimento, atendimento dos utentes da rede nacional de cuidados continuados integrados e da sua família Acolhimento, Atendimento e Encaminhamento de utentes Aperfeiçoamento das práticas no atendimento do utente Aperfeiçoamento para secretariado clínico Aperfeiçoamento profissional do secretariado clínico no atendimento ao utente Aprovisionamento e gestão de Stocks Atendimento - canal de comunicação privilegiado com o público Atendimento – optimizar a eficácia da comunicação com o utente Atendimento ao Público – Comunicação Atendimento ao público nos secretariados de apoio aos serviços de acção médica Atendimento ao Público nos serviços de saúde Unidade de Saúde Atendimento de público/utentes Duração (horas) 12 6 Tipo de Formação Modalidade Destinatários A.T. A.O. e A.T. 7 A.O. e A.T. 8 12 14 35 A.O. A.O. e A.T. A.T. A.T. 16 A.T. 28 21 18 30 7 A.T. Multiprofissional Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Multiprofissional A.O. e A.T. - A.T. 40 7 21 8 12 14 12 4 14 20 A.O. e A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional A.T. Tabela IV.10. Oferta Formativa na área do Secretariado e Trabalho Administrativo (Cont.) Curso Atendimento de público/utentes Atendimento de Públicos da Saúde com Observância do Dever de Sigilo Atendimento do utente com doença mental em contexto hospitalar Atendimento e comunicação com o doente Atendimento e relacionamento com o doente e família Atendimento e Relacionamento do Assistente Operacional com doente e família Atendimento em serviços de saúde Tipo de Entidade Unidade de Saúde Duração (horas) 21 18 12 7 12 12 16 Tipo de Formação Contínua Modalidade Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Destinatários A.T. A.T. A.O. e A.T. A.O. A.O. A.O. A.O. e A.T. 82 Atendimento personalizado Atendimento presencial e telefónico - relacionamento com clientes Atendimento telefónico Atendimento/Relacionamento com o Utente Automatização de processos administrativos Boas práticas de atendimento ao dador de sangue Boas Práticas no Atendimento do Centro Hospitalar Lisboa Norte Código do procedimento administrativo Comunicação e assertividade no atendimento ao público Comunicação e Atendimento em Saúde Comunicação e atendimento no contexto hospitalar Comunicação e atendimento no contexto hospitalar para auxiliares acção médica Comunicação e Gestão de Contactos para Secretários Clínicos Comunicação no atendimento ao público Comunicar para satisfazer o doente Comunicar, atender e acolhimento com qualidade Contabilidade analítica Contabilidade e técnicas orçamentais Controlo e organização documental Direitos dos Doentes e Humanização no Atendimento Documentação Desenvolvimento de competências para A.T. Desenvolvimento de competências técnicas: área de consulta externa Desenvolvimento de competências técnicas: área de internamento Desenvolvimento de competências técnicas: área de urgência Desenvolvimento de competências técnicas: área do hospital de dia Desenvolvimento de competências técnicas: área dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica Emigrantes - acesso a cuidados de saúde e facturação Estratégias para uma escrita eficaz Facturação migrantes - formulário e125 Formação para Auxiliares de Acção Medica da Rede CCI - Comunicação Gestão da mudança – estruturação dos ACES Gestão das listas de espera para cirurgia Gestão de arquivos administrativos e clínicos Gestão de reclamações – qualidade e satisfação dos utentes na saúde Gestão de stocks e logística Gestão dos stocks hospitalares Gestão e avaliação de projectos Gestão e controlo de stocks Gestão e Organização do local trabalho e Organização de Arquivo Módulo I / Modulo II Gestão financeira e orçamental POPC Gestão por processos Iniciação à contabilidade geral Lean - aprovisionamento Melhoria contínua e inovação nos processos de secretariado clínico Melhoria da qualidade no atendimento Noções básicas de secretariado O utente – tratamento de sugestões e reclamações em saúde Organização dos processos clínicos Organização e técnicas de arquivo Planeamento estratégico e gestão por objectivos Plano de Formação do Secretariado Clínico Qualidade e humanização no atendimento ao doente Qualidade e melhoria contínua - Secretariado avançado 18 26 16 30 14 21 21 14 25 20 A.T. A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.T. A.O. e A.T. A.O. A.T. A.O. A.T. A.O. e A.T. 20 A.O. 36 14 14 50 24 21 28 3 7 30 14 20 18 8 A.T. A.O. A.O. e A.T. A.O. A.T. A.T. A.T. A.O. e A.T. A.T. A.T A.T A.T A.T A.T 8 A.T 30 3 14 12 12 3 14 28 12 - A.T. A.T. A.T. A.O. A.T. A.T. A.T. A.T. A.O. e A.T. A.T. Multiprofissional A.O. e A.T. 14 A.T. 12 21 24 12 12 4 7 30 12 18 21 Multiprofissional Multiprofissional A.T. A.O. e A.T. A.T. A.O. e A.T. A.T. A.T. Multiprofissional A.T. A.T. Multiprofissional A.T. A.O. A.O. e A.T. A.T. Tabela IV.10. Oferta Formativa na área do Secretariado e Trabalho Administrativo (Cont.) Curso Tipo de Entidade Qualidade no atendimento Qualidade no atendimento “ on job” Qualidade no atendimento ao utente em contexto hospitalar Qualidade no atendimento e comunicação com o público Qualidade no atendimento para secretárias de unidade Registo e facturação de serviços de saúde Regras básicas de registo/facturação de actos Relação comportamental secretariado clínico/utente Unidade de Saúde Duração (horas) 18 20 14 14 20 15 3 Tipo de Formação Modalidade Destinatários Multiprofissional A.O. e A.T. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.T. Multiprofissional A.T. A.T. A.T. A.T. 83 Relações com o público: qualidade no atendimento Relações interpessoais e atendimento na administração pública Relações interpessoais e atendimento público Reorganização, inovação e criatividade nos serviços Secretariado administrativo Secretariado avançado Secretariado clínico Secretariado clínico - qualidade na prestação de serviço Secretariado clínico – técnicas de atendimento ao utente Secretariado clínico em interacção interdepartamental Secretariado de apoio aos serviços de acção médica Secretariado II (Gestão do Tempo e Gestão Reclamações) Secretariado/Gestão documental/Arquivo Sensibilização para o Registo de Notificações / Ocorrências Tec. Atendimento - follow-up Entidade Formadora Privada Outros Práticas administrativas Escola Profissional Sindicato Associação Empresarial CFP de Gestão Directa do IEFP 24 3 21 30 21 21 30 21 280 66 16 16 30 24 14 14 3,5 1960 2410 2251 2246 2233 2261 2226 2254 1200 2109 1367 2240 1388 1377 2226 1960 2247 2230 1960 1960 2109 1200 1960 2233 1960 2261 1960 2251 2244 1388 2226 2254 2209 825 885 255 50 825 A.T. Multiprofissional A.O. e A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.O. e A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.T. A.O. e A.T. CEFA CEF Inicial CEFA CEFA - CEF CEFA CEF CEFA CEF CEFA CEF EFA TIPO B3 Inicial Contínua CEF percurso tipo 2 FMC Tabela IV.10. Oferta Formativa na área do Secretariado e Trabalho Administrativo (Cont.) Curso Práticas administrativas Tipo de Entidade CFP de Gestão Participada do IEFP Escola Básica / Secundária Entidade Duração (horas) 1412 Tipo de Formação Inicial 825 Contínua 1200 2109 2127 1970 Modalidade Destinatários CEF EFA TIPO B3 - Inicial CEF CEFA 84 Formadora Privada Escola Básica / Secundária Outros CFP de Gestão Participada do IEFP CFP de Gestão Directa do IEFP Técnicas administrativas/secretariado clínico Técnicas de arquivo Técnicas de atendimento ao público Técnicas de atendimento e relacionamento com clientes Unidade de Saúde Técnicas de Secretariado Clínico Entidade Formadora Privada Escola Profissional Escola Básica / Secundária CFP de Gestão Directa do IEFP CFP de Gestão Participada do IEFP Escola Pública Básica / Secundária Escola Profissional Entidade Formadora Privada Técnicas de secretariado Técnico de Secretariado Treino prático no atendimento do utente Um atendimento ao público de qualidade e em tempo útil Um secretariado de excelência Unidade de Saúde 1605 1500 1970 CEF 1380 1970 1970 CEFA CEF 1685 1970 1945 25 1075 4 30 7 17 21 24,5 21 7 30 Contínua FMC - Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.T. A.T. A.T. A.T. A.O. e A.T. A.T. A.T. A.T. 1895 Inicial C EFA Inicial CEF 1895 1380 - 50 50 25 Contínua FMC Inicial CP - Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. e A.T. A.T. 1050 3100 3100 3100 14 - A.T. Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. A área do Enquadramento na Organização tem lugar na Oferta Formativa do sector dado ser relevante proceder a acções de formação de acolhimento e integração de novos colaboradores. Estas acções visam os diferentes públicos-alvo, profissionais nas Unidades de saúde. Estas entidades são, por isso, as organizadoras privilegiadas destes cursos, embora os Centros de Formação Profissional do IEFP também providenciem acções de Formação Modular Certificada nesta área. Todos os cursos enquadrados nesta área correspondem a acções de curta duração. Tabela IV.11. Oferta Formativa na área do Enquadramento na Organização 85 Curso Tipo de Entidade A integração de novos profissionais nos serviços de saúde Acolhimento a Novos Colaboradores Acolhimento dos AAM no HSA Adaptação à Vida Hospital As normas ISO 9000 e a qualidade dos serviços Auditorias da qualidade em Instituições de Saúde Auditorias em farmácia hospitalar Avaliação da Qualidade das Consultas de Cessação Tabágica nos CSP Certificação do CRSC - ISO9001:2008 Construir e renovar boas práticas – papel do auxiliar de acção médica Curso de integração de A.O. Formação e implementação o projecto 5s no hospital de Curry Cabral Formação integração novos colaboradores Funcionamento do gabinete do utente / cidadão Indicadores de Qualidade em Saúde Integração de A.O. Unidade de Saúde Integração de pessoal auxiliar Integração geral Integração para Novos Colaboradores Melhoria Contínua da Qualidade dos Serviços Métodos de melhoria da qualidade Nova configuração dos cuidados de saúde primários Os AAM na instituição hospitalar Programa de integração ao hospital de são marcos para profissionais Programa de integração hospitalar Qualidade e satisfação Qualidade em saúde Querer intervir para a melhoria da qualidade Querer intervir para a melhoria da qualidade Questões ambientais – sensibilização Sensibilização ao sistema de gestão ambiental Sensibilização à qualidade Temáticas de interesse geral em instituições de saúde Temáticas de interesse geral em instituições de saúde - reciclagem Técnicas de relações laborais CFP de Gestão Directa do IEFP Duração (horas) 28 12 4 28 21 12 40 24 6 4 30 28 1 7 12 108 42 12 14 10 21 24 4 24 7 7 25 25 2 2 2 6 3 50 25 Tipo de Formação Modalidade Destinatários Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências Contínua FMC A.O. A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional A.O. e A.T. A.O. e A.T. A.O. e A.T. Multiprofissional Multiprofissional A.T. Multiprofissional Multiprofissional Multiprofissional - Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. A oferta na área do Serviço de Saúde Pública é dirigida aos diferentes profissionais das Unidades de saúde, com o objectivo de os informar e capacitar para a Gestão de Resíduos Hospitalares. As acções de formação desenvolvidas nesta área visam a melhoria dos conhecimentos e competências dos profissionais no que diz respeito à gestão, manipulação e tratamento dos resíduos hospitalares, de forma a melhorar os procedimentos, que estão a montante da acção de empresas subcontratadas pelas Unidades de saúde responsáveis pela recolha e tratamento deste tipo de resíduos. Este é, possivelmente, um dos motivos para que a oferta seja tão limitada em termos de quantidade e diversidade de oferta, já que à semelhança do que acontece para os serviços de limpeza e higienização também no que respeita ao tratamento dos resíduos hospitalares a maioria das entidades de saúde optou por externalizar estas actividades através da contratação de entidades externas em regime de outsourcing. 86 O Quadro seguinte apresenta a formação registada nesta área do Serviço de Saúde Pública, permitindo a seguinte leitura: as acções realizadas são de curta duração (entre a 1 e as 14 horas) e do tipo contínuo e visam a aquisição, actualização e aperfeiçoamento de competências nesta área temática; e a formação é dirigida a todos os profissionais de Saúde, embora tenham sido identificadas acções dirigidas exclusivamente a Assistentes Operacionais. Tabela IV.12. Oferta Formativa na área do Serviço de Saúde Pública Curso Tipo de Entidade Gestão de resíduos hospitalares Gestão de resíduos hospitalares (p/auxiliares) Gestão e triagem de resíduos Normas de triagem de resíduos sólidos hospitalares Resíduos biológicos III e IV Resíduos hospitalares Resíduos sólidos hospitalares Triagem de resíduos hospitalares Unidade de Saúde Duração (horas) 2 14 1 2 14 2 1,5 2 1,30 9 7 2 Tipo de Formação Modalidade Destinatários A.O. Contínua Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional A.O. A.O. e A.T. Multiprofissional A.O. Multiprofissional Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. IV.2. ANÁLISE DA OFERTA FORMATIVA Neste ponto proceder-se-á à análise da oferta formativa no que se refere as áreas de formação, o tipo de entidade, a região, a modalidade, o tipo de formação e o tipo de destinatários. Foram registados 1.473 cursos de formação, sendo o Secretariado e Trabalho Administrativo (26,3%) a área que representa maior número de ofertas, seguida da Prestação de Cuidados de Saúde (18,7%). Todavia, se somarmos as ofertas relativas às duas áreas da Saúde (Prestação de cuidados de saúde e Controlo de infecção), verificamos que o número ascende a 404 ofertas, o que significa que a área da Saúde – programas não classificados noutra área de formação representa 27% do total das ofertas. As ofertas registadas, relativas à primeira área identificada, representam três vezes e meia o número de Cursos com a mesma designação. Este facto deve-se ao registo elevado de ofertas de nível Inicial, que se encontram regulamentadas e são promovidas por entidades formadoras privadas, Escolas públicas básicas/secundárias, Centros de Formação do IEFP, etc. A área da Prestação de cuidados de saúde, a par das áreas Segurança e higiene no trabalho, Informática na óptica do utilizador e Desenvolvimento pessoal, tem uma relação de uma vez e meia o número de Ofertas relativas ao número de Cursos, o que significa que existe uma elevada diversidade de 87 cursos associados a cada uma das áreas sugerindo falta de regulamentação e uniformização da oferta formativa. Gráfico IV. 1. Número de ofertas registadas, por área de formação 388 Secretariado e trabalho administrativo Prestação de cuidados de saúde Segurança e higiene no trabalho Informática na óptica do utilizador Desenvolvimento pessoal Controlo de infecção Protecção de pessoas e bens Direito Enquadramento na organização Serviço de saúde pública Línguas e literaturas estrangeiras Serviços domésticos 275 187 161 135 129 66 55 40 15 12 10 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. As áreas dos Serviços domésticos, Línguas e literaturas estrangeiras, Serviço de saúde pública, Enquadramento na organização, Direito e Protecção de Pessoas e bens correspondem a uma percentagem marginal das Ofertas registadas. A soma das ofertas ofertas nestas áreas representa cerca de um sétimo da oferta global. Tabela IV. 13.. Comparação do número de Ofertas registadas com o número de Cursos registados Área de Formação Número de Ofertas registadas Número de Cursos registados Serviços domésticos Línguas e literaturas estrangeiras Serviço de saúde pública Enquadramento na organização Direito Protecção de pessoas e bens Controlo de infecção Desenvolvimento pessoal Informática na óptica do utilizador Segurança e higiene no trabalho Prestação de cuidados de saúde Secretariado e trabalho administrativo Total 10 12 15 40 55 66 129 135 161 187 275 388 1473 10 10 8 35 46 50 100 101 109 106 181 105 861 % das Ofertas globalmente registadas 0,7% 0,8% 1,0% 2,7% 3,7% 4,5% 8,8% 9,2% 10,9% 12,7% 18,7% 26,3% 100,0% Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt. 88 A distribuição da Oferta segundo o tipo de entidade promotora permite verificar que mais de três quartos da oferta (76,6%) é organizada pelas Unidades de saúde,, facto que está aassociado à necessidade de suprir necessidades de conhecimentos e competências dos profissionais de saúde, decorrentes da escassa oferta de formação Inicial, através da realização de cursos de formação contínua que permitam aos profissionais adquirir, actualizar actualizar e aperfeiçoar as suas competências. Gráfico IV. 2. Número de ofertas registadas registadas, por tipo de entidade 1129 Unidade de Saúde Escola Pública Básica / Secundária Entidade Formadora Privada CFP de Gestão Directa do IEFP Escola Profissional CFP de Gestão Participada do IEFP Associação Empresarial Outros Sindicato 127 99 51 37 10 8 7 5 0 500 1000 1500 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e ww www.iefp.pt. Gráfico IV. 3. Número de ofertas registadas, registadas por modalidade 1129 Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de… 142 Cursos de Educação e Formação Cursos Profissionais 91 Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) 79 32 Formação Modular Certificada 0 200 400 600 800 1000 1200 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt;; e www.iefp.pt. Importa referir que as Escolas públicas básicas básicas/secundárias ecundárias desempenham um papel importante na organização da oferta porque, embora no cômputo total tenham um peso marginal não chegando a representar 10% da oferta, oferecem Cursos Profissionais (p.e., (p.e. Técnico auxiliar protésico, Técnico de óptica ocular, Técnico de higiene e segurança do trabalho e ambiente e Técnico de secretariado) e Cursos rsos de Educação e Formação (p.e., (p.e. Técnicas de segurança e higiene no trabalho e Técnicas de secretariado) que são expressivos da oferta de tipo Inicial. A par das Escolas públicas estão as Entidades Formadoras Privadas que, adicionalmente à oferta de Curs Cursos 89 de Educação e Formação de Jovens (p.e., (p.e. Práticas administrativas), organizam Cursos de Educação e Formação de Adultos (p.e., Segurança e higiene no trabalho) em número significativo. Tabela IV. 14. Distribuição da oferta fo formativa rmativa por tipo de entidade e modalidade Aquisição, Actualização e Aperfeiçoamento de Competências CEF EFA CP FMC Total Associação Empresarial 1 7 8 CFP de Gestão Directa do IEFP 10 11 30 51 CFP de Gestão Participada do IEFP 3 5 2 10 Entidade Formadora Privada 53 43 3 99 Escola Profissional 5 3 29 37 Escola Pública Básica / Secundária 66 2 59 127 Outros 7 7 Sindicato 4 1 5 Unidade de Saúde 1129 1129 Total 1129 142 79 91 32 1473 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e ww www.iefp.pt. Como referido anteriormente, a formação é predominantemente Contínua (79%), estando associada à modalidade de Aquisição, actualização e aperfeiçoamento de competências dos profissionais de saúde. A modalidade de Formações Modulares Certificadas é ainda residual (2%) e apenas promovida nos Centros de Formação Profissional de Gestão Directa e Participada do IEFP. A formação Inicial está a ser promovida sob a forma de três modalidades diferentes: Cursos de Educação e Formação, Cursos Profissionais e Cursos de Educação e Formação de Adultos e, abrangem quer os jovens no caso das duas primeiras modalidades, quer os adultos no caso da última. Gráfico IV. 4. Número de ofertas registadas por tipo de formação 309 Inicial 1164 Contínua Fonte: Planos dee Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt www.iefp.pt. Relativamente à formação organizada pelas Unidades de saúde, verifica-se se que esta é dirigida a diversos públicos-alvo, alvo, como está patente no gráfico seguinte, sendo o público multiprofissional, que engloba quer os médicos, enfermeiros, e outros técnicos com formação superior, quer os 90 Assistentes Operacionais e Assistentes Técnicos T com níveis de formação não superior superior, o principal destinatário dos cursos (28% da oferta). Os Assistentes Operacionais,, por serem o segundo maior grupo profissional (logo go a seguir aos Enfermeiros) na população profissional das Unidades de saúde e, por terem evidentes necessidades de formação Inicial, são o principal público público-alvo específico para quem são dirigidas as acções de formação (23% da oferta). Gráfico IV. 5. Número de ofertas registadas por tipo de destinatários 419 Multiprofissional Não definido 344 Assistentes operacionais 340 221 Assistentes técnicos 149 Assistentes operacionais; Assistentes técnicos 0 100 200 300 400 500 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt www.iefp.pt. No que se refere à distribuição da oferta pelo território nacional continental, constata constata-se uma concentração da oferta nas Regiões do Norte (36%), Lisboa (28%) e Centro (24%), motivada pela localização em maior número das Unidades de saúde nestas Regiões. A distribuição da oferta segundo as áreas de formação segue a mesma tendência. Contudo, destaca-se destaca se o número elevado da oferta de cursos na área do Secretariado e trabalho administrativo na região do Norte (31% no total da oferta da Região), o que pode ser determinado pela oferta expressiva desta área pelas Escolas Públicas básicas /secundárias que oferecem Cursos de Educação e Formação e Cursos Profissionais, de tipo Inicial. Gráfico IV. 6. Número de ofertas registadas, por Região Algarve, 60 Alentejo, 116 Norte, 529 Centro, 354 Lisboa, 414 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt www.iefp.pt. A Segurança e higiene no trabalho, Prestação de cuidados de saúde e Controlo de infecção são outras áreas com oferta de tipo Inicial, embora esta oferta não seja tão expressiva em termos de 91 números. Efectivamente, a oferta de tipo Inicial existe, essencialmente, para as áreas de formação transversais e apropriáveis pelo sector e que são organizadas, predominantemente, por Escolas públicas e Entidades formadoras privadas. Gráfico IV. 7. Distribuição da oferta formativa, formativa por área de formação e tipo de formação 10 15 Serviços domésticos Serviço de saúde pública Segurança e higiene no trabalho Secretariado e trabalho administrativo Protecção de pessoas e bens Prestação de cuidados de saúde Línguas e literaturas estrangeiras Informática na óptica do utilizador Enquadramento na organização Direito Desenvolvimento pessoal Controlo de infecção 126; 61 154; 234 66 262; 13 Contínua 12 Inicial 161 40 55 135 128; 1 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS e das entidades acreditadas pela DGERT nas áreas de educação e formação da saúde; www.novasoportunidades.gov.pt; e www.iefp.pt www.iefp.pt. A oferta formativa tem um enviesamento ao nível dos registos anuais, nomeadamente os relativos ao ano de 2011, porque nem todas as Unidades de saúde enviaram os Planos de Formação com a informação actualizada. Contudo, e após esta ressalva, importa referir que não são registadas alterações significativas do número de ofertas de formação, das diferentes áreas, no triénio. A excepção a assinalar, neste âmbito, poderá ser a que está relacionada com a área do Direito, uma vez que as alterações ao Código do Trabalho foram efectuadas no ano de 2009 e, por isso, a necessidade premente de nesse ano haver um maior investimento na actualização dos conhecimentos dos profissionais relativamente a essa matéria. Contudo, esse investimento veio a decrescer à medida que os anos do triénio passaram, o que é justificado pela diminuição da necessidade de formação diagnosticada pelas Unidades de saúde,, devido ao investimen investimento feito anteriormente na organização de cursos que visem formar os seus profissionais pouco qualificados. 92 Gráfico IV. 8. Distribuição da oferta formativa, formativa por área de formação e ano Serviços domésticos Serviço de saúde pública Segurança e higiene no trabalho Secretariado e trabalho administrativo Protecção de pessoas e bens 2011 Prestação de cuidados de saúde Línguas e literaturas estrangeiras 2010 Informática na óptica do utilizador 2009 Enquadramento na organização Direito Desenvolvimento pessoal Controlo de infecção 0 20 40 60 80 100 120 Fonte: Planos de Formação das entidades acreditadas pela ACSS. IV.3. RELAÇÃO DAS ENTIDADES COM A FORMAÇÃO PROFISSIONAL PROFI A análise das entrevistas exploratórias realizadas junto das entidades do sector da saúde permite concluir que a maioria demonstra uma preocupação elevada com as questões da for formação profissional dos seus trabalhadores, trabalhadores sendo que a maioria possui estruturas próprias de formação que organizam planos de formação anuais. Os dados de execução da formação realizada pelas entidades públicas do sector da saúde, fornecidos pela DGAEP em relação ao ano de 2009, 2009 corrobora esta situação evidenciando que 82,4% das 68 entidades que preencheram o relatório possui unidades de formação. Dos serviços que mencionam ter unidade de formação 17,5% são Direcções de Serviços, cerca de um oitavo são Divisões visões e 70,2% são de outro nível orgânico presumindo presumindo-se se que estes sejam, na maior parte dos casos, de nível orgânico inferior a divisão. 93 Gráfico IV. 9. Tipo de unidades de formação 18% 12% 70% Direcção de Serviços Divisão Outra Fonte: Resultados do Relatório de Formação Profissional P aplicado às Entidades públicas do sector da Saúde, DGAEP, 2009. A análise do perfil de entidades que não possui plano de formação é bastante diversificad diversificada, verificando que estão neste grupo tanto entidades da Administração Central (serviços centrais ou periféricos directamente dependentes do membro do Governo) como Institutos Institutos públicos integrados na Administração directa irecta do Estado e Organismos prestadores de cuidados de saúde. Neste sentido, verifica-se se que a maioria das entidades (83,8%) elabora planos de formação. Contudo, é interessante verificar que algumas das entidades que não possuem estruturas próprias de formação elaboram planos de formação e em contraponto algumas das entidades com unidades de formação ção própria não os elaboram. Todavia, de acordo com Decreto Decreto-Lei nº. 50/98, de 11 de Março a elaboração de planos de acção é obrigatória. As entidades que não possuem plano de formação apresentam apresenta um perfil diversificado, verificando-se se a existência de entidades entidades da Administração Central (serviços centrais ou periféricos directamente dependentes do membro do Governo) e de Organismos prestadores de cuidados de Saúde. De destacar que, muitas das entidades que apresentam plano de formação formal, o elabora com base se em diagnósticos de necessidades de formação, o que mais uma vez evidencia a importância que as mesmas atribuem à formação profissional e à necessidade de qualificação dos seus profissionais. De um modo geral, estes diagnósticos envolvem todos os intervenientes intervenientes através da auscultação dos vários departamentos/serviços e tendo em conta o plano de actividades desenvolvido para a entidade para esse ano. Paralelamente, na elaboração dos planos de formação são tidas em conta documentos estratégicos de nível nacional cional para a saúde como: Estratégias do Plano Nacional de Saúde; a 94 Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde; os Programas Nacionais de Saúde; e a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, entre outros. A análise dos planos de formação elaborados pelas entidades do sector da saúde revela que na maioria dos casos, os mesmos se encontram bem estruturados, não se limitando a arrolar uma lista com os cursos de formação. Pelo contrário, para cada curso de formação a desenvolver está associada uma ficha que possui a fundamentação para a realização do mesmo, os objectivos gerais e específicos, o número de acções a desenvolver com a indicação do início e fim da acção, os destinatários da acção, bem como a carga horária associada e o horário em que a mesma decorrerá. Possui, ainda, um campo com a indicação dos formadores, os principais conteúdos programáticos a desenvolver as metodologias de formação e avaliação e os recursos físicos e pedagógicos. De acordo com a informação recolhida nas entrevistas exploratórias e a análise dos planos de formação, a maioria da formação ministrada é do tipo contínua, ainda que se verifique a organização de formação inicial para os Assistentes Operacionais a desempenhar funções de Auxiliar de Acção Médica, porque na maioria dos casos os candidatos a este tipo de funções não possuem qualquer tipo de formação, já que não existe formação de base para estes profissionais, quer no sistema de formação escolar, quer no sistema de formação profissional. Esta, foi aliás, a grande crítica e chamada de atenção feita pelos entrevistados em relação à formação inicial disponível para o sector da saúde. Ao passo que para as profissões de nível superior, associadas à prestação de cuidados de saúde, existe formação inicial especializada em grande quantidade e qualidade, para as profissões de apoio existe a noção de que a formação inicial é insuficiente em termos numéricos mas que também se afasta das necessidades do sector em termos do seu conteúdo. Actualmente, a maioria dos profissionais que iniciam funções em unidades de saúde não recebe formação prévia. Neste sentido, as entidades recorrem à formação em serviço para dotar estes profissionais das competências necessárias ao desenvolvimento das suas funções, sendo que algumas realizam acções de formação inicial para a integração dos mesmos, já que os auxiliares de acção médica desempenham, cada vez mais, sob a supervisão dos enfermeiros, funções de prestação de cuidados de saúde pelo que é imprescindível a aquisição de algumas competências de base. Com a definição do perfil profissional de nível IV de Técnico/a Auxiliar de Saúde e o respectivo referencial de formação, é expectável que quer as entidades do sistema de educação, quer as entidades do sistema de formação profissional comecem a desenvolver formação inicial e contínua para estes profissionais, permitindo colmatar o défice identificado. 95 A ausência de formação inicial não n é um problema exclusivo dos Auxiliares de Acção Médica, M pelo contrário, todas as outras profissões de apoio se debatem com a ausência de formação inicial específica, nomeadamente adamente os Assistentes Técnicos T cos que desempenham funções de SSecretários/as Clínicos, quee na maioria dos casos apenas possuem formação na área do secretariado geral sem numa especificidade relacionada com os serviços de saúde, pelo que os entrevistados reclamam a necessidade de criação de unidades de formação inicial especificas para a área da d saúde nos referenciais de formação de secretariado. Os resultados do relatório de formação profissional aplicado às Entidades públicas do sector da Saúde pela DGAEP em 2009 corroboram corrobora esta informação, já que nove em cada dez formandos abrangidos por formação ação neste ano realizaram acções de formação contínua. Todavia, estes dados incluem quer os profissionais de nível superior, quer os de nível não superior não sendo possível identificar a distribuição dos formandos de nível nív II a IV pelo tipo de formação. Gráfico IV. 10. 10 Número de formandos, por tipo de formação 10% 90% Inicial Contínua Fonte: Resultados do Relatório de Formação F Profissional aplicado às Entidades públicas do sector da Saúde, DGAEP, 2009. De acordo com os dados da DGAEP relativos à formação desenvolvida em 2009 verifica verifica-se que esta tem abrangido maioritariamente os grupos profissionais de nível superior (enfermeiros – 35,1% seguidos dos médicos – 21,4%). Todavia, a formação para os grupos profissionais de nível não superior é relevante, 17,3% para os Assistentes Operacionais e 13,1% dos Assistentes Técnicos. A análise da distribuição por género evidencia uma taxa de participação das mulheres bastante superior à dos homens já que para os grupos profissionais de Assistente Técnico écnico e Assistente Operacional peracional mais de 80% do total de funcionários formandos é do género feminino.. A formação contínua desenvolvida pelas entidades entrevistadas tem abrangido, de um modo geral, todos os trabalhadores de todos os grupos profissionais, profissio inclusive os de nível II, III e IV. Relativamente à distribuição do volume de formação pelas entidades formadoras, formadoras verifica-se que a maioria da formação é ministrada pelo próprio serviço 78,4%, seguindo-se seguindo se a formação dada por 96 outras entidades com 7,3%. Para além das empresas de formação (5,5%), as restantes entidades apresentam valores pouco significativos, inferiores a 5%. Tabela IV. 15. Volume de formação, por tipo de entidade formadora Tipo de Entidade Formadora Volume de formação Nº % Própria Entidade 80.855 86,5 Outras 4.557 4,9 Empresa de Formação 4.227 4,5 Escolas ou Universidades 2.513 2,7 INA 595 0,6 Empresa Fornecedora de Equipamento/Instrumento de trabalho 564 0,6 Associação Sindical ou Profissional 163 0,2 CEFA 3 0,0 Total 1.153.773,85 100 Fonte: Resultados do Relatório de Formação Profissional aplicado às Entidades públicas do sector da Saúde, DGAEP, 2009. A informação recolhida no terreno em relação à utilização de entidades formadoras externas varia de entidade para entidade não existindo um comportamento padrão. Neste sentido, algumas das entidades entrevistadas referem que, para as profissões de nível não superio,r a formação é desenvolvida internamente, já que, actualmente, não existe no mercado externo de formação resposta para o desenvolvimento profissional destes dois principias grupos profissionais (Assistentes Técnicos e Assistentes Operacionais), ao passo que outras, embora desenvolvam maioritariamente a formação internamente, porque consideram que desta forma os resultados da mesma são mais eficazes, também recorrem a entidades externas ou a formadores externos sempre que internamente não possuem formadores com as competências técnicas adequadas, i.e., em áreas transversais como é o caso da área administrativa, a qualidade, comportamental ou o aprovisionamento, entre outras. Embora a formação possa ser realizada por entidades externas, sempre que possível as mesmas são realizadas internamente nas unidades de saúde, pelo que o peso do total da formação realizada fora das unidades de saúde é de apenas 7,4% dos formandos, como forma de garantir um maior nível de participação dos trabalhadores nas acções de formação. O tipo de horário de formação predominante (laboral – 95,4%) e o número de horas de formação por acção (a 51,6% das acções tem menos de 25h) também revelam esta preocupação por parte das estruturas de formação das unidades de saúde que referem que nos últimos anos optaram por diminuir a carga horária e realizar as acções maioritariamente em horário laboral com o objectivo de motivar os trabalhadores para a frequência das acções de formação. 97 Relativamente ao desenvolvimento de acções de formação para formandos externos às unidades de saúde, a maioria refere que esta não é uma prática corrente ainda que possam pontualmente aceitar formandos externos nas suas acções de formação. Todavia, estas situações ocorrem nas acções de formação dirigidas a profissionais de saúde de nível superior (p.e., médicos ou enfermeiros), de centros de saúde associados ou próximos dos hospitais, em áreas nas quais possuem competências muito específicas ou quando realizam seminários, não sendo uma prática para os profissionais de nível não II a IV. De acordo com os resultados do relatório de formação profissional aplicado às Entidades públicas do sector da Saúde pela DGAEP, em 2009 foram desenvolvidas acções de formação correspondentes a 20 das 26 Áreas de Educação e Formação13, demonstrado a presença de uma elevada diversidade de áreas. Todavia, a análise da tabela seguinte evidencia que mais de três quartos dos formandos frequentaram acções de formação na área da Saúde, seguida a uma distância muito significativa das áreas de Informática (6%), Serviços de segurança (5,6%), Desenvolvimento pessoal (4,3%), Ciências empresariais (2,7%), Direito (1,3%) e Ciências sociais (1,1%). As restantes áreas têm um peso bastante residual, na medida em que representam menos de 1% da totalidade dos formandos abrangidos. Tabela IV. 16. Número de formandos por Área de formação Área de Estudo Saúde Informática Serviços de Segurança Desenvolvimento Pessoal Ciências Empresariais Direito Ciências Sociais Desconhecido Programas de Base Protecção do Ambiente Humanidades Ciências da Vida Serviços Sociais Formação Professores Matemática e Estatística Serviços Pessoais Arquitectura e Construção Informação e Jornalismo Ciências Físicas Artes Engenharia Nº de Formando Nº % 71.886 76,9 5.589 6,0 5.246 5,6 4.016 4,3 2.492 2,7 1.236 1,3 1.012 1,1 752 0,8 529 0,6 354 0,4 90 0,1 79 0,1 57 0,1 53 0,1 36 0,0 22 0,0 8 0,0 7 0,0 5 0,0 4 0,0 4 0,0 13 As Áreas de Formação baseiam-se nas Áreas de Estudo da CNAEF - Classificação Nacional das Áreas de Educação e Formação. 98 Área de Estudo Nº de Formando Nº % Total 93.477 100,0 Fonte: Resultados do Relatório de Formação Profissional aplicado às Entidades públicas do sector da Saúde, DGAEP, 2009. Embora, não seja possível identificar quais as áreas de formação mais frequentadas pelos profissionais de nível não superior, porque não existem dados desagregados por grupo profissional, de acordo com a informação veiculada nas entrevistas realizadas às unidades de saúde foi possível verificar que as mesmas têm realizado formação nas seguintes áreas: − Saúde (p.e., prevenção e controlo de infecção, transferência e posicionamentos de doentes e suporte básico de vida); − Informática (p.e., Access, Excel, power point e SONHO); − Ciências Empresariais (p.e., secretariado / gestão documental/ arquivo e secretariado clínico); − Serviços de Segurança (p.e., treino e combate de incêndio e saúde e segurança no trabalho); − Desenvolvimento Pessoal (p.e., gestão do tempo, comunicação e atendimento ao público e assertividade e gestão de conflitos); − Direito (p.e., contratação pública e código do procedimento administrativo); − Humanidades (p.e., inglês para contacto com o público); e − Serviços Pessoais (p.e., Higienização e tratamento de roupa e higiene e limpeza). Porém, a área que tem tido maior procura, pela generalidade das organizações, tem sido a área da Saúde, já que, como referido anteriormente, é necessário dotar estes profissionais, sem competências de base na área da saúde, de competências técnicas a este nível que lhes permitam desenvolver o seu trabalho de forma eficaz, pelo que têm sido realizados investimentos no desenvolvimento de acções de formação para os Auxiliares de Acção Médica com vista à aquisição e desenvolvimento de competências técnicas, nomeadamente: cuidados de saúde, cuidados paliativos, transporte e movimentação de doentes e meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Paralelamente, verifica-se que a prevenção e controlo da infecção hospitalar é uma das áreas referida por todas as entidades. A variedade e a complexidade das situações passíveis de conduzir à propagação de infecções nos diversos serviços de saúde, determinam a necessidade de uma ampla difusão de informação sobre esta matéria, nomeadamente também entre os auxiliares de acção médica. 99 De facto, reconhecendo-se que os factores exógenos relacionados com a infecção são os mais passíveis de intervenção, torna-se importante conhecer os aspectos mais relevantes na prevenção, nos procedimentos de risco e de transmissão da infecção hospitalar, a fim de se definirem as medidas específicas para se reduzir a infecção, tendo em atenção as duas vertentes de protecção: doente e profissional de saúde e garantir a qualidade das unidades de saúde. Embora a formação desenvolvida nesta área seja muito diversificada e dirigida essencialmente aos Assistentes Operacionais, nos últimos anos, tem-se assistido a uma forte aposta das entidades na formação de todos os seus profissionais em cursos de suporte básico de vida, por forma garantir estes consigam adoptar os comportamentos eficazes perante situações de emergência. A área Secretariado e trabalho administrativo é também uma área que tem sido alvo de muitas acções de formação, na maioria das entidades analisadas. Nesta área que abrange essencialmente os Assistentes Técnicos, é possível identificar uma panóplia de cursos diversificada mas que versam, essencialmente, sobre as questões de atendimento e comunicação com o utente e a família e de competências técnicas associadas ao secretariado clínico, bem como acções relacionadas com os procedimentos e práticas administrativas de algumas áreas funcionais das unidades de saúde como gestão de stocks e logística, contabilidade ou recursos humanos. O investimento nesta área de formação está relacionado com a necessidade de aumentar a eficácia da função administrativa de suporte aos cuidados de saúde e o nível de conhecimentos dos elementos que diariamente, em primeira linha, têm contacto com o doente, uma vez que é necessário garantir uma melhoria contínua da qualidade dos serviços e cuidados prestados aos utentes. Neste sentido, é necessário dotar os Assistentes Técnicos de competências que lhes permitam aumentar a eficácia da comunicação a vários níveis, nomeadamente com os doentes e as famílias e com as equipas de saúde, bem como aumentar a rentabilidade do tempo despendido através de uma melhor organização pessoal com a finalidade de alcançar o melhor desempenho organizacional possível e dar o maior suporte à prestação de cuidados. Outra área fundamental de formação tem sido a Informática na óptica do utilizador motivada pela crescente utilização das tecnologias de informação e comunicação e da informatização das unidades de saúde. Actualmente, o computador é uma ferramenta indispensável no dia-a-dia das unidades de saúde pelo que é indispensável dotar os profissionais de nível II e IV de conhecimentos e competências nas ferramentas mais usuais no ambiente Windows, tais como o processador de texto (Microsoft Word), a folha de cálculo (Microsoft Excel) e o correio electrónico (Microsoft Outlook). 100 Paralelamente, as unidades de saúde têm introduzido sistemas de informação aplicados à área da saúde (p.e., SONHO ou SINUS) com vista à obtenção de uma melhor gestão da informação clínica e não clínica que valorize os aspectos clínicos em equilíbrio com os indicadores de produção e económicos. Neste sentido, têm sido desenvolvidas inúmeras acções de formação para dotar os Assistentes Técnicos de conhecimentos e competências que lhes permitam introduzir a informação não clínica de forma correcta e proceder ao registo dos diversos actos, sem erros. Relativamente ao financiamento da formação, verifica-se que a principal fonte de financiamento das entidades é o Orçamento de Estado (41,7%), seguido de perto pelas Receitas próprias (35,5%). O financiamento comunitário representa cerca de um quinto do total do investimento em formação, ao passo que as outras formas de financiamento assumem um peso muito residual (2,6%). De acordo com a informação recolhida nas entrevistas exploratórias e a análise dos seus planos de formação, a maioria das entidades recorre ao financiamento do POPH (medida 3.3 Qualificação dos Profissionais da Administração Pública Central e Local e dos Profissionais da Saúde e 3.6 – qualificação de profissionais de saúde), embora algumas das entidades refiram que financiam a totalidade da formação desenvolvida, demonstrando a preocupação em investir na formação. Paralelamente, ao esforço desenvolvido pelas estruturas de formação no sentido da qualificação profissional dos profissionais de nível II a IV, tem-se verificado um esforço de qualificação escolar por parte dos profissionais de nível II. As estruturas formativas das unidades de saúde têm realizado protocolos com Centros de Novas Oportunidades com o intuito de promover processos de RVCC escolar que permitam aos colaboradores adquirir níveis de qualificação escolar superiores, sendo que nalguns casos estes processos são realizados nas instalações das estruturas formativas tornando o processo mais atractivo e cómodo para os candidatos. De acordo com a informação recolhida nas entrevistas exploratórias, tem-se verificado uma forte adesão por parte dos colaboradores o que nos últimos anos permitiu um aumento das qualificações dos colaboradores principalmente do grupo dos Assistentes Operacionais. 101 IV. 4. AS NECESSIDADES DE FORMAÇÃO DAS ENTIDADES DO SNS As necessidades de formação identificadas pelas entidades entrevistadas correspondem a necessidades de formação de diferentes áreas e direccionadas para os vários profissionais de nível II a IV. Uma das áreas que merece maior consenso por parte da maioria das entidades é a área do Desenvolvimento pessoal relacionado com as competências pessoais, sociais e relacionais de todos os profissionais que desenvolvem funções nas unidades de saúde. Embora esta já seja uma das principais preocupações ao nível da formação de profissionais de saúde, é essencial que se garanta uma maior aplicação das competências ligadas à relação e ao atendimento dos utilizadores dos serviços. Esta é, aliás, uma necessidade transversal a todas as áreas das unidades de saúde, tornando-se fundamental melhorar o atendimento e a relação com os utentes, as famílias e os profissionais de saúde e desta forma humanizar os cuidados de saúde prestados. Nesta área, verifica-se a necessidade de uma clara aposta na formação, já que o nível de desempenho dos profissionais e trabalhadores da saúde condiciona em grande medida a qualidade dos serviços, pelo que importa assegurar que estes profissionais adoptam os comportamentos e atitudes adequados no contacto com o utente e as suas famílias, que quando recorrem a este tipo de entidades se encontram em situações de fragilidade física e/ou psicológica, quer com os próprios colegas. A afirmação dos direitos na saúde, das problemáticas de novas patologias, dos progressos da biologia e da medicina tornaram mais complexo e exigente a relação entre o utente, as famílias e os profissionais de saúde, bem como a relação entre a equipa de saúde, e a relação entre o profissional e a instituição. Este quadro de mudanças sociais, relacionais e estruturais originam necessidades de actualização e aprofundamento das competências ético-profissionais, comunicacionais e organizacionais da prática humanizante em cuidados de saúde como também as orientações no processo de decisão concertada entre cuidadores, prestadores de serviços e utentes. 102 Neste sentido, é necessária a aposta no desenvolvimento de acções de formação em várias temáticas que possibilitem aos profissionais adquirir conhecimentos e competências que permitam: melhorar a comunicação entre os profissionais e os utentes e/ou a família; melhorar a qualidade de atendimento; prevenir conflitos; fomentar uma comunicação c ação eficaz com os utentes; e melhorar a qualidade do atendimento e projectar uma boa imagem da Entidade. Desenvolvimento Pessoal • Comunicação com o doente e a família • Relacionamento interpessoal • Gestão de conflitos • Gestão de tempo e do stress • Saber lidar com a reclamação • Regras de cortesia e humanização dos cuidados • Lidar com a dor, sofrimento e a morte Para colmatar estas necessidades de formação, as unidades de saúde não adoptam nenhum referencial de formação existente no CNQ, pelo contrário definem definem os conteúdos e realizam as acções de formação à medida das suas necessidades, ou contratam entidades formadoras externas que adoptam uma metodologia semelhante, o que faz com que a diversidade de cursos nesta área seja muito elevada com os mais variados conteúdos e durações, quando na base dos mesmos estão geralmente as mesmas necessidades. Para além de não se encontrar uniformizada e regulamentada, regulamentada esta formação também não permite obter qualquer tipo de certificação profissional. Todavia, actualmente, para colmatar as necessidades de formação, formação as unidades de saúde podem recorrer à realização de FMC a partir do referencial de formação do Técnico/a Técnico Auxiliar de Saúde que contempla UFCD que permitem responder às necessidades de formação dos profissionais de nível não superior. Na tabela seguinte é realizada a relação entre as necessidades identificadas e as UFCD que integram o referencial de Formação do Técnico Auxiliar de Saúde na área do Desenvolvimento Pessoal. 103 Necessidades de formação UFCD do Referencial do Técnico Auxiliar de Saúde Comunicação com o doente e a família Relacionamento interpessoal Regras de cortesia e humanização dos cuidados Gestão de tempo e do stress Lidar com a dor, morte e sofrimento Comunicação na prestação dos cuidados de saúde Comunicação e interacção com o cliente, cuidador e a família Gestão do stress profissional em saúde Cuidados de saúde a pessoas em fim de vida e postmortem Gestão de conflitos Comunicação e interacção com o cliente, cuidador e a família Saber lidar com a reclamação Fonte: Entrevistas exploratórias, IESE, 2011 e Referencial de formação Técnico Auxiliar de Saúde. Embora esta formação seja dirigida para os Técnicos/as Auxiliares de saúde (Auxiliares de Acção médica) a mesma pode ser apropriável pelos restantes profissionais de nível não superior, fazendo as devidas adaptações em função das necessidades específicas de cada grupo profissional. Todavia, no caso dos Assistentes técnicos, especialmente daqueles que desempenham funções na área de assistência ao utente, i.e., na área de prevenção de conflitos e reclamações, é necessário apostar no desenvolvimento de uma formação específica nesta área que lhes permita antecipadamente identificar possíveis situações de conflito, adoptar comportamentos que promovam a gestão de desacordos e conflitos quer no atendimento aos utentes e acompanhantes, quer no seio da equipa de trabalho. Esta é uma área especialmente valorizada pelas entidades entrevistadas, já que o conflito é uma constante inevitável em qualquer Instituição e especialmente em locais onde o ambiente pode atingir níveis de stress muito elevado, como é o caso das unidades de saúde, sendo que algumas destas situações têm a ver com a agressividade gerada por parte dos utentes e familiares durante a permanência na Instituição. Este factor influência o comportamento dos profissionais o que se reflecte no trabalho de equipa e na comunicação para o exterior. Neste sentido é necessário apostar na realização de acções de formação que abordem os seguintes conteúdos: • Conceito de conflito • Identificação de situações de tensão e conflito • Identificação de tipos, formas e expressões dos conflitos • Prevenção de conflitos (os comportamentos preventivos de conflito) • Prevenção de situações de violência em contexto de trabalho • Técnicas de negociação • Métodos de resolução de conflitos 104 • Atitudes de comunicação • Técnicas para a evitação • Métodos para lidar eficazmente com a reclamação • Assertividade Por se tratar da área de actividade principal, a Saúde é referida por todos como uma das principais áreas que apresenta necessidades de formação. O facto de a maioria dos profissionais de nível não superior, que desenvolvem actividades de apoio à prestação de cuidados de saúde, não possuir qualquer tipo de formação inicial ou experiência prévia nesta área também acarreta maior necessidade de investimento de formação. Neste sentido, apesar do forte investimento que todos os anos as unidades de saúde saúde realizam na formação dos profissionais de nível não superior continuam a sentir necessidades de desenvolvimento de acções de formação nalgumas áreas temáticas, sistematizadas na tabela seguinte. Saúde • Controlo de infecção • Suporte básico de vida • Controlo de sintomas • Doente critico • Emergência • Esterilização A prevenção e o controlo da infecção constitui uma das principais temáticas de formação desenvolvidas pela generalidade das Unidades de Saúde nos últimos anos como evidenciam a análise da oferta formativa realizada nos pontos anteriores. Todavia, a maioria das entidades refere que é necessário dar continuidade ao trabalho de sensibilização dos profissionais e apostar no aprofundamento de conhecimentos e a permanente promoção de uma cultura de controlo da infecção que permita assegurar a qualidade da prestação ão dos cuidados mas também a qualidade de vida dos doentes e a segurança dos doentes e dos profissionais. De acordo com a OMS, a infecção adquirida pelos doentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde prestados dificulta o adequado e eficaz tratamento, sendo também uma causa importante de morbilidade e mortalidade, bem como de consumo acrescido de recursos hospitalares e da comunidade. 105 Para ultrapassar este problema, é necessário apostar na aquisição, actualização e aperfeiçoamento de competências técnicas de todos os profissionais, nomeadamente dos de nível não superior especialmente dos Assistentes Operacionais (Auxiliares de Acção Médica) na área de controlo de infecção hospitalar, visando a redução da incidência de infecções associadas a cuidados de saúde, em prol de uma efectiva melhoria da qualidade de cuidados e na promoção da segurança dos utilizadores. A variedade e a complexidade das situações passíveis de conduzir à propagação de infecções nos diversos serviços de saúde determinam a necessidade de uma ampla difusão de informação sobre esta matéria. De facto, reconhecendo-se que os factores exógenos relacionados com a infecção são os mais passíveis de intervenção, torna-se importante conhecer os aspectos mais relevantes na prevenção, nos procedimentos de risco e de transmissão da infecção hospitalar, a fim de se definirem as medidas específicas para se reduzir a infecção nosocomial, tendo em atenção as duas vertentes de protecção: doente e profissional de saúde. Associada à prevenção e controlo da infecção encontra-se a esterilização, já que a esterilização dos materiais e equipamentos é imprescindível para garantir e controlar a propagação de infecções. Contudo, quando as entidades referem necessidades ao nível da esterilização estão a referir-se a necessidades de conhecimentos e competências por parte dos Auxiliares de Acção Médica (Assistentes Operacionais) que desempenham funções no serviço de esterilização e que deverão conhecer os princípios e as técnicas associadas ao conceito de esterilização e que inclui tarefas de lavagem, preparação, empacotamento, esterilização e armazenamento. Tal como a prevenção e controlo de infecção, também o suporte básico de vida constitui uma das ofertas mais presente nos planos de formação das unidades de saúde. Todavia, esta continua a ser uma necessidade sentida pela generalidade das entidades entrevistadas que referem que é necessário que todos os profissionais que trabalham nas unidades de saúde devem possuir conhecimentos e competências básicas que permitam adoptar comportamentos eficazes, até à chegada dos profissionais de saúde, em situações de emergência. As necessidades de formação de controlo de sintomas e doente crítico constituem temáticas associadas à área dos cuidados continuados e cuidados paliativos que hoje em dia constituem áreas funcionais dos Auxiliares de Acção Médica (Assistentes Operacionais), exigindo a adequação das suas competências às necessidades do público-alvo, que no caso dos Cuidados Paliativos são indivíduos com doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, que necessitam de cuidados que permitam a prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e 106 tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais, enquanto os cuidados continuados se destinam a pessoas em situação de dependência associadas a doenças crónica o que exige a prestação de cuidados de saúde regulares. Como ilustra a tabela seguinte, as necessidades de formação identificadas junto das entidades alvo de entrevista encontram resposta no referencial de Formação do Técnico/a Auxiliar de Saúde, pelo que as unidades de saúde podem e devem recorrer à realização das UFCD relativas às suas necessidades, já que como referido anteriormente para além de qualificar os profissionais permite obter uma certificação profissional parcial que poderá ser combinada e posteriormente dar lugar a uma certificação total enquanto Técnico/a Auxiliar de Saúde. Necessidades de formação UFCD do Referencial do Técnico Auxiliar de Saúde Prevenção e controlo da infecção: princípios básicos a considerar na prestação de cuidados de saúde Controlo de infecção Prevenção e controlo da infecção na higienização de roupas, espaços, materiais e equipamentos Prevenção e controlo da infecção: esterilização Esterilização Suporte básico de vida Emergência Controlo de sintomas Doente crítico Prevenção e controlo da infecção: esterilização Abordagem geral de noções básicas de primeiros socorros Cuidados de saúde a pessoas em fim de vida e post mortem Cuidados na saúde no idoso Fonte: Entrevistas exploratórias, IESE, 2011 e Referencial de formação Técnico Auxiliar de Saúde. A terceira área identificada pelos interlocutores entrevistados é a área de secretariado e trabalho administrativo. Neste caso, foram identificadas necessidades de formação para os Assistentes Técnicos que desempenham funções de técnicos administrativos em áreas transversais como o aprovisionamento, a gestão de recursos humanos e o arquivo que poderão ser colmatadas através da realização de UFCD do referencial de Técnico/a administrativo de nível IV e presente no CNQ, os conteúdos de formação contemplados nestas UFCD possuem um carácter suficientemente abrangente que permite que as entidades formadoras os adequem às necessidades e realidade do seu público-alvo. Necessidades de formação Arquivo Recursos Humanos UFCD do Referencial do Técnico/a Administrativo Arquivo - organização e manutenção Recursos humanos - processos de recrutamento, selecção e admissão Recursos Humanos - processamento de vencimentos Função pessoal - legislação laboral Fonte: Entrevistas exploratórias, IESE, 2011 e Referencial de formação Técnico Auxiliar de Saúde. 107 Ao contrário do que seria de prever, prever as entidades entrevistadas não identificaram necessidades de competências ao nível do secretariado clínico, que é uma área para a qual não existe formação inicial. Uma possível explicação para este e facto pode estar relacionada com a aposta que as entidades, nos últimos anos têm realizado nesta área temática, estando, estando actualmente actualmente, as necessidades suprimidas. Secretariado e Trabalho Administrativo • Arquivo • Recursos Humanos Gestão de doentes/internamento •Gestão Neste sentido, apenas foi referia a necessidade de realização de formação na área da gestão de doentes/internamento que implica o desenvolvimento de acções de formação que permitam aos Assistentes Técnicos afectos à área da gestão de doentes adquirir competências associadas aos processos dos doentes (p.e., tipo de informação, formas de organização da informação), os procedimentos imentos e a legislação aplicável a esses processos, sistemas informáticos utilizados e de terminologias e conceitos da saúde. Para além destas três áreas foram ainda referidas referi necessidades de higiene e segurança no trabalho, motivada pelas exigências legais legais a este nível e pelo facto de as entidades quererem evitar riscos e prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho, já que os profissionais que trabalham nas unidades de saúde estão sujeitos a vários riscos quer físicos, quer psicológicos. Para colmatar esta necessidade,, as entidades podem desenvolver a UFCD de Higiene, segurança e saúde no trabalho no sector da saúde presente no referencial do Técnico/a Técnico Auxiliar de Saúde não só para os Auxiliares de Acção Médica (Assistentes Operacionais) como também pa para os assistentes administrativos adequando os conteúdos à realidade e necessidades desse grupo profissional. Por fim, identificam-se se necessidades ao nível da informática na óptica do utilizador relacionadas com as novas tecnologias de informação e comunicação comunicação resultante da crescente informatização das unidades de saúde que exige o trabalho regular dos profissionais com o computador, originando necessidades de formação tanto para níveis básicos como avançados, em domínios como Office, Internet, ou o envio de d emails. Como referido anteriormente, a introdução de sistemas de gestão da informação aplicados à área da saúde (p.e., SONHO ou SINUS) originou necessidades de formação nos Assistentes Técnicos 108 que necessitam de adquirir conhecimentos e competências que lhes permitam introduzir a informação não clínica de forma correcta e proceder ao registo dos diversos actos, sem erros. No caso das TIC, existem vários referenciais de formação no CNQ que possuem UFCD na área das TIC que poderão ser apropriados pelas entidades formadoras das unidades de saúde como forma de suprir as necessidades de formação a este nível, contudo, no que se refere aos softwares específicos da saúde é necessário apostar no desenvolvimento e definição de UFCD nesta temática. IV. 5. ELEMENTOS DE REORIENTAÇÃO DA OFERTA FORMATIVA A partir da informação recolhida nas entrevistas realizadas, da análise da oferta formativa, e da reflexão conduzida pela equipa ao longo do trabalho e do leque de competências fundamentais identificadas para os profissionais de nível não superior, é possível identificar um conjunto de elementos de reorientação ou enriquecimento da oferta formativa. O objectivo não reside apenas na identificação de necessidades de formação mas, também, dar sugestões ao nível organizativo da formação, dado que (i) existe uma fraca oferta de formação inicial e a formação contínua limita-se à fornecida pelas unidades de saúde e não se encontra uniformizada e harmonizada, e (ii) cada entidade define os cursos e os conteúdos em função das suas necessidades o que leva a que exista uma elevada diversidade de designações e cargas horárias para responder a necessidades de formação iguais ou muito semelhantes. Neste sentido, há elementos a considerar relacionados com a organização e gestão da formação e outros que têm a ver com os conteúdos e as ofertas. Em primeiro lugar, é preciso sublinhar a necessidade de profissionalização do sector e, neste âmbito criar ofertas de formação uniformizada, desenvolvidas com base nas novas metodologias e modalidades de formação inseridas no sistema de formação actual que permitam responder às necessidades identificadas e ao mesmo tempo obter uma certificação profissional. A definição e integração no CNQ do perfil profissional e respectivo referencial de formação do Técnico/a Auxiliar de Saúde responde a esta necessidade de regulamentação das ofertas formativas, já que através deste instrumento as entidades formativas passaram a dispor de uma oferta que pode ser utilizada quer para a formação inicial (Cursos de aprendizagem e EFA), quer para a formação contínua (Formações Modulares Certificadas), o que permite qualificar novos profissionais e paralelamente responder às necessidades de actualização, especialização ou reciclagem de conhecimentos e competências dos activos. 109 Todavia, é necessário apostar em campanhas de divulgação e marketing que apresentem às entidades que compõem o mercado interno da formação este instrumento e as mais-valias de dispor de um referencial comum com os conteúdos definidos e organizados mas com a flexibilidade suficiente para a adaptação às necessidades e realidade de cada unidade de saúde e que, simultaneamente, permite aos activos adquirir uma certificação profissional. Paralelamente, é necessário que as entidades responsáveis pela formação inicial, i.e., escolas profissionais, escolas secundárias, centros de formação profissional de gestão directa do IEFP e entidades formadoras privadas apostem nesta oferta formativa e desenvolvam cursos de educação e formação de adultos e cursos de aprendizagem que permitam formar Técnicos/as Auxiliares de Saúde para integrar as estruturas das unidades de saúde. Ainda, com o objectivo de requalificar a mão-de-obra não qualificada e com baixa escolaridade a exercer actividade profissional nas unidades de saúde, é necessário desenvolver um referencial de reconhecimento, validação e certificação de competências profissional associado ao referencial de Técnico/a Auxiliar de Saúde que as entidades de saúde possam promover. Na medida em que o referencial de Técnico/a Auxiliar de Saúde foi definido recentemente, não se verificam, à partida, necessidades de actualização dos conteúdos de formação. Todavia, devido ao movimento de especialização de alguns dos Auxiliares de Acção Médica nas funções de Mensageiros é necessário incluir na formação uma UFCD de especialização relativa às actividades desenvolvidas por estes profissionais ou reformular a UFCD Circuitos e transporte de informação nas unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde, inserindo-lhe novos conteúdos programáticos associados ao transporte de produtos, equipamentos, materiais ou informação não contemplada nesta UFCD, como o transporte de peças anatómicas, aparelhos /equipamentos (p.e., ecografo, aparelho portátil de RX, espigarde, heletrofax), medicamentos, materiais (p.e., balas de oxigénio) e cadáveres e membros, que exigem o conhecimento de regras e protocolos de transporte. No caso especifico da formação para o Secretariado clínico, afigura-se necessário desenvolver uma oferta de formação em domínios actualmente inexistentes de modo a responder às necessidades de formação identificadas para os profissionais que desempenham estas funções. Neste ponto de vista, este Estudo visa contribuir para o colmatar dessa lacuna, pelo que, de seguida, é proposto um instrumento-base de construção de Acções de Formação – o Referencial de Competências e de Formação. Como referido anteriormente, as competências chave do Secretário/a Clínico coincidem com as do Secretário/a geral, pelo que a formação de base pode ser apropriada do Referencial de 110 Técnico/a de Secretariado contemplado no CNQ. Contudo, pelo facto de desempenharem funções nos serviços e departamentos clínicos necessitam de algumas competências específicas na área da saúde, pelo que seria desejável definir módulos que abordariam aspectos relacionados com: a rede nacional de cuidados de saúde (p.e., legislação, regulamentação e organização da rede), a actividade profissional do secretário/a clínico (p.e., missão, tarefas, actividades, direitos, deveres, ética no desenvolvimento das funções, direitos e deveres do utente), os softwares específicos da gestão de prestação de cuidados de saúde, termos e linguagem relativos à saúde (p.e., patologia e exames complementares). Paralelamente, seria importante dotar estes profissionais de competências na área da prevenção de conflitos e reclamações que permita aos Assistentes Técnicos que desempenham funções na área de assistência ao utente, identificar possíveis situações de conflito e adoptar comportamentos que promovam a gestão de desacordos e conflitos no atendimento aos utentes e acompanhantes. Adicionalmente, verifica-se a necessidade de ajustar a Oferta Formativa às necessidades e limitações (essencialmente, de tempo) do Secretariado Clínico. Neste sentido, a Equipa do Estudo sugere a construção de Unidades de Formação de curta duração que permitam explorar os domínios da área de especialização de Secretariado Clínico. Nos capítulos seguintes descreve-se a construção das Unidades de Competências e Unidades de Formação relativas ao Secretariado Clínico, que compõem o Referencial de Competências e de Formação dirigido aos profissionais que dinamizam a formação dirigida ao Secretariado Clínico. 111 V. FUNDAMENTAÇÃO REFERENTE À CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE COMPETÊNCIA E UNIDADES DE FORMAÇÃO 1. CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE COMPETÊNCIA As Unidades de Competência são o produto do investimento num trabalho de terreno vasto, que incluiu entrevistas a cerca de 50 interlocutores com pertença a instituições dos diversos contextos do sector da saúde, e na análise de descritivos funcionais e de referenciais de competências nacionais e internacionais. O produto deste exercício de análise da informação recolhida quer nas entrevistas, quer dos documentos nacionais ou internacionais, deu origem a um conjunto de 11 Unidades de Competência, que têm uma relação próxima com as dimensões do trabalho desenvolvido pelo secretariado clínico. Estas Unidades de Competências foram organizadas segundo a natureza das competências (conhecimentos/saberes, saberes/fazer e saberes sociais e relacionais) que caracterizam a atividade desempenhada pelo Secretariado Clínico. Assim, classificam-se as competências em específicas, comuns e transversais. Competências específicas – aquelas que dizem respeito especificamente a uma determinada profissão e que são adquiridas em contexto de especialização profissional (formativo e de trabalho). Estas não podem ser transferíveis para outros contextos profissionais ou profissões, a não ser indiretamente, pelas capacidades adquiridas que possam ser readaptadas. Os conteúdos são ligados estritamente a uma especialidade ou profissão definida. Competências comuns – aquelas que são comuns a determinadas profissões ou empregos ou perfis profissionais; podem ser transferíveis diretamente para outros contextos profissionais ou profissões; os conteúdos estão ligados a um conjunto determinado de especialidades ou de profissão ou empregos definido. Competências transversais – aquelas que são transversais a diversas atividades profissionais, de uma forma mais ampla do que as competências comuns. Este tipo de competências permite a transferibilidade de um perfil profissional para outro ou para outros contextos profissionais. Os conteúdos são ligados a várias especialidades ou várias profissões, dado uma mesma capacidade poder ser importante para o desempenho de diferentes atividades profissionais. 112 UNIDADES DE COMPETÊNCIAS • UC1: Assegurar o Atendimento, Acolhimento, orientação e Encaminhamento, na entrada e saída dos utentes e famílias nos serviços de saúde, presencial ou telefónico, de acordo com procedimentos pré-definidos, pré utilizando equipamento telefónico ou correio electrónico quando necessário • UC2: Assegurar os Procedimentos administrativos de contacto directo com os utentes e famílias associados à Prestação de cuidados de saúde • UC3: Assegurar a gestão de procedimentos administrativos de retaguarda dos serviços de saúde • UC4: Arquivar documentação/Processos Clínicos e gerir o Arquivo • UC5: Assegurar a transcrição, compilação e organização de informação e documentação clínica (relatórios clínicos, MCDT,…) MCDT, • UC6: Gerir e mediar situações críticas e situações de conflito • UC7: Gerir de forma efectiva as situações críticas e de limite com impacto no desempenho profissional • UC8: Operar sistemas informáticos específicos da gestão e prestação de cuidados de saúde • UC9: Interpretar, Comunicar e redigir em língua inglesa • UC10: Utilizar as TIC para aceder e transmitir informação • UC11: Assegurar a ética e deontologia associada à Actividade profissional do secretariado clínico De acordo com a nomenclatura apresentada, as 11 Unidades de Competências foram, assim assim, UC3 UC8 UC1 UC5 UC11 UC TRANSVERSAIS UC2 UC COMUNS UC ESPECÍFICAS distribuídas: UC4 UC6 UC7 UC9 UC10 113 2. CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES DE FORMAÇÃO As Unidades de Formação surgem como forma de operacionalização do referencial de competências desenvolvido para a área de trabalho do Secretariado Clínico, cumprindo o objectivo de providenciar aos departamentos de formação/gestores de formação/formadores um instrumento base para o trabalho desenvolvido por estes. O exercício de construção das Unidades de Formação seguiu a mesma lógica do desenvolvimento das Unidades de Competência, tendo como base a análise documental nacional e internacional da oferta formativa e, ainda, a informação recolhida no terreno junto dos gestores/responsáveis de formação dos estabelecimentos de saúde, que participaram com tenacidade ativamente nos Estudos de Caso. A estrutura das Unidades de Formação integra alguns elementos-chave, apresentando a seguinte configuração: ESTRUTURA DA UNIDADE DE FORMAÇÃO Identificação da Unidade de formação; Contextualização; Identificação da Carga Horária de Referência – apresentada em intervalo de tempo devido à necessidade de deixar ao critério das entidades formadoras a possibilidade de escolha da duração mais adequada, aos conteúdos a desenvolver na formação (dentro do período de horas aconselhado); Identificação dos objectivos de aprendizagem e conteúdos programáticos de cada Unidade de Formação – em algumas situações é possível verificar a sua estruturação em sub-unidades devido à complexidade dos conteúdos programáticos relativos à Unidade de Formação; Elaboração de recomendações associadas a cada Unidade de Formação, com vista a facilitar a sua operacionalização (sugestão de estruturação das sessões de formação e de abordagem genérica aos conteúdos apresentados): recursos técnico-pedagógicos – recursos considerados como mais adequados, a mobilizar para o contexto de formação, tendo em conta os conteúdos e recomendações de operacionalização anteriormente sugeridos; metodologias formativas; metodologias de avaliação a desenvolver – tendo em conta as recomendações para operacionalização da formação, é sugerido um sistema de avaliação para a Unidade de formação, tendo em conta a avaliação das aprendizagens, avaliação da formação e da satisfação e, avaliação do impacto. requisitos de certificação de formadores e/ ou operadores de formação. 114 A informação recolhida junto dos gestores de formação levou a que se realizasse um esforço de simplificação dos conceitos e dos saberes sociais e relacionais sistematizados nas UCs, para serem abordados na formação. O resultado final do trabalho de construção das Unidades Unidades de Formação é representado pelo Referencial que se apresenta neste Estudo, no qual é providenciada uma contextualização das Unidades de Formação na sua relação com as competências a desenvolver pelo Secretariado Clínico. As Unidades de Formação que compõem compõem o Referencial são apresentadas de seguida. UNIDADES DE FORMAÇÃO •UF1. Atendimento, Acolhimento e Encaminhamento: Fases, Conceitos e Comunicação •UF2. Procedimentos Associados à Prestação de Cuidados de Saúde •UF3. Gestão de Procedimentos Administrativos de Apoio aos Serviços de Saúde •UF4. Arquivo Clínico •UF5. Vocabulário de Saúde •UF6. Gestão e Mediação de Situações Críticas e Conflitos em Saúde •UF7. Gestão do Stress profissional em Saúde •UF8. Sistemas Informáticos Específicos da Gestão e Prestação de Cuidados de Saúde •UF9. Inglês de conversação na área da Saúde •UF10. Tecnologias de Informação e Comunicação na Saúde •UF11. Ética e Deontologia associada à Actividade Profissional do Secretariado Clínico •UF12. Trabalho em Equipas Multidisciplinares •UF13. Rede Nacional de Cuidados de Saúde e Políticas da Saúde •UF14. Prevenção da Infecção •UF15. Higiene e Segurança no Trabalho (HST) •UF16. Sensibilização para a Qualidade na Saúde Do trabalho desenvolvido em torno da especificação das Unidades de Formação, surge a necessidade de clarificar a relação das Unidades de Formação com as Unidades de Competência associadas às funções do Secretariado etariado Clínico, uma vez que i) existem Unidades de Formação que 115 são comuns a diversas Unidades de Competência e ii) existem conteúdos formativos que são mobilizados para o desempenho de várias competências. Importa, então, clarificar os dois conceitos-chave associados à construção das Unidades de Formação: UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS UNIDADES DE FORMAÇÃO ESPECÍFICAS Unidades de Formação que estão directamente relacionadas com a natureza/especificidade das competências identificadas. Unidades de Formação que estão associadas a algumas Unidades de Competências, embora possam assumir o seu papel de específicas em UC cuja natureza/conteúdo esteja directamente relacionada com a UF. 3. ARTICULAÇÃO ENTRE AS UNIDADES DE COMPETÊNCIA E AS UNIDADES DE FORMAÇÃO Neste sentido, apresentamos em seguida, os fluxogramas individuais que serviram de suporte à construção das Unidades de Competência: UC1. ASSEGURAR O ATENDIMENTO, ACOLHIMENTO, ORIENTAÇÃO E ENCAMINHAMENTO, NA ENTRADA E SAÍDA DOS UTENTES E FAMÍLIAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE, PRESENCIAL OU TELEFÓNICO, DE ACORDO COM PROCEDIMENTOS PRÉ-DEFINIDOS, UTILIZANDO EQUIPAMENTO TELEFÓNICO OU CORREIO ELECTRÓNICO UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF1 Atendimento, Acolhimento e Encaminhamento: Fases, Conceitos e Comunicação UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS UF5 UF6 UF7 UF9 UF13 UF14 UF15 UF 16 UF11 A Unidade de Competência relacionada com o atendimento (UC1) constitui-se como uma das mais importantes áreas de competências a desenvolver pelo Secretariado Clínico no âmbito do seu trabalho, para a qual existe um manancial de informação já sistematizado em Manuais de procedimentos e referenciais de competências. Embora estas actividades de atendimento e encaminhamento sejam nucleares nas funções do Secretariado Clínico, as competências a elas associadas são comuns a outros profissionais a trabalhar noutros contextos e sectores. No capítulo VI apresentam-se os referenciais da UC1 e UF1, UF6, UF7, UF9, UF11, UF13, UF14, UF15 E UF16. 116 UC2. ASSEGURAR OS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DE CONTACTO DIRECTO COM OS UTENTES E FAMÍLIAS ASSOCIADOS À PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF2 Procedimentos Associados à Prestação de Cuidados de Saúde UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS UF1 UF5 UF7 UF9 UF11 UF12 UF13 UF14 UF15 UF16 UC3. ASSEGURAR A GESTÃO DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DE RETAGUARDA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF3 Gestão de Procedimentos Administrativos de Apoio aos Serviços de Saúde UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS UF4 UF5 UF8 UF10 UF12 UF13 UF15 UF16 UF11 As áreas que correspondem às actividades de front-office (UC2) e de back-office (UC3), correspondem às funções específicas do Secretariado Clínico. Contudo, no que se refere a estas duas Unidades, verificou-se a dificuldade de criar um instrumento que abrangesse a variedade de procedimentos adoptados pelas instituições de saúde para a realização das actividades de frontoffice e de back-office, na medida em que: • as instituições de saúde estão enquadradas em contextos distintos - cuidados primários, cuidados diferenciados e cuidados continuados -, com especificidades particulares ao nível da sua ação; • as práticas procedimentais adotadas pelo mesmo tipo de instituições de saúde são diferentes. Estas diferenças constatam-se não só no sistematizar das etapas relativas ao desenvolvimento dos procedimentos (saberes-fazer técnicos), como também relativamente aos instrumentos utilizados para executar as actividades (p.e., a utilização de diferentes Sistemas Informáticos). Com o intuito de clarificar os condicionalismos sentidos pela equipa do Estudo de construir unidades específicas de competência e de formação para estas áreas core do secretariado clínico, descrevem-se, de seguida, alguns exemplos das especificidades e diversidade das funções segundo a alocação aos serviços/unidades/valências: 117 Unidade de Internamento de Pediatria de uma Unidade Local de Saúde Entregar planos cirúrgicos no serviço de pediatria e afixá-los no ‘placard’ da sala de trabalho. Comunicar aos utentes a medicação e/ou outros bens pessoais esquecidos no serviço. Verificar as altas do fim-de-semana, rectificar os dados de identificação do utente, registar a próxima consulta e avisar o utente da respectiva data. Unidade de saúde familiar: Convocação de utentes para consultas médicas. Convocação e marcação de utentes do sexo feminino para Simma Rastreio. Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Registo de todos os utentes internados, com respectivo diagnóstico, número da cama e respectivo médico. Unidade Administrativa da Urgência Elaborar pedidos de alimentação para os doentes. Adicionalmente existem, também, diferenças de atividades/funções quando o Secretariado Clínico se encontra alocado à mesma valência/unidade/serviço em organismos diferentes. A título de exemplo, apresentamos três situações de atividades identificadas nos estudos de caso realizados: Organismos Valência/ procedimento Consulta Externa: Separação dos processos por médico e por sala e colocação nas respetivas salas Centro Hospitalar x Existe Centro Hospitalar y Não existe Consulta Externa: Devolução de faltosos aos Centros de Saúde Serviço de Obstetrícia: Comunicação de nascimentos ao Centro de Saúde Não existe Existe Centro Hospitalar z Não existe Existe Apesar de terem sido sinalizadas efetivas preocupações com a descrição de processos organizacionais, fruto da implementação de processos internos de certificação da qualidade, verifica-se, ainda, a necessidade de fomentar a explicitação de processos organizacionais no âmbito da gestão das unidades de saúde. Com efeito, perante a inexistência de estratégias de normalização de processos organizacionais ao nível dos diferentes organismos do SNS auscultados, não foi possível à equipa do estudo conceber propostas de UC e UF que dessem resposta às necessidades daqueles organismos. UC4. ARQUIVAR DOCUMENTAÇÃO/PROCESSOS CLÍNICOS E GERIR O ARQUIVO UNIDADE DE FORMAÇÃO UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS ESPECÍFICA UF8 UF11 UF12 UF13 UF15 UF16 UF4 Arquivo Clínico 118 No que concerne à Unidade de Competência do Arquivo (UC4), verificou-se que a forma de organização do organismo de saúde tem implicações nos procedimentos a adoptar ao nível do arquivo de processos clínicos, no sentido em que existem instituições que só têm arquivos gerais, outras só têm arquivos específicos a cada serviço, e, ainda, outras que têm um misto das duas situações. Contudo, as competências associadas ao arquivo, independentemente de serem transversais a outros profissionais a trabalhar noutros sectores, são essenciais para o Secretariado Clínico que maneia diariamente com processos clínicos organizados em arquivos específicos ou geral. No capítulo VI apresentam-se os referenciais da UC4 e UF4, UF11, UF12, UF13, UF15, UF16. UC5. ASSEGURAR A TRANSCRIÇÃO, COMPILAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO CLÍNICA (RELATÓRIOS CLÍNICOS, MCDT,…) UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF5 Vocabulário de Saúde UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS UF10 UF11 UF12 UF13 UF15 UF16 Em relação à atividade de transcrição de documentação clínica (UC5), os interlocutores entrevistados têm perceções divergentes, a saber: • No âmbito dos estudos de caso realizados pela equipa do Estudo, foram relatadas práticas de Secretariado Clínico integradas nas unidades de MCDT que, efectivamente, ouvem a gravação realizada pelo médico e têm a tarefa de transcrever o relatório médico/técnico para um formulário apropriado em suporte digital; razão pela qual é apontado como necessário o conhecimento (ainda que de forma superficial), bem como os conceitos associados às diferentes especialidades médicas, com o intuito de atenuar possíveis erros de digitação de vocabulário médico (termos específicos de cada especialidade médica). • No âmbito do processo de validação das unidades de competência, alguns interlocutores afirmam que esta área não se enquadra no âmbito de atuação/competência do Secretariado Clínico. 119 UC6. GERIR E MEDIAR SITUAÇÕES CRÍTICAS E SITUAÇÕES DE CONFLITO UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF6 Gestão e Mediação de Situações Críticas e Conflitos em Saúde UNIDADES DE FORMAÇÃO COMUNS UF10 UF11 UF12 UF13 UF14 UF16 A Unidade de Competência 6 é amplamente reconhecida como fundamental no exercício da atividade profissional do Secretariado Clínico. No capítulo VI apresentam-se os referenciais das UC6 e UF6, UF10, UF11, UF12, UF 13, UF14 E UF16. UC7. GERIR DE FORMA EFECTIVA AS SITUAÇÕES CRÍTICAS E DE LIMITE COM IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL UF7 Gestão do Stress profissional em Saúde UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA A Unidade de Competência 7 reporta-se à capacidade do profissional gerir as relações estabelecidas no local de trabalho quer com os seus colegas, quer com os utentes e familiares. Esta competência assume particular relevância na medida em, regra geral, deve manifestar-se num contexto de desempenho exigentes, daqui resultando fatores de stress. É esperado que o Secretariado Clínico assuma uma atitude preventiva de não envolvimento emocional nas situações vivenciadas pelos utentes e famílias; mantenha o autocontrolo em situações críticas e de limite; e antecipe e identifique situações de pressão e contrariedades e aplique soluções para a sua resolução. No capítulo VI apresentam-se os referenciais das UC7 e UF7. UC8. OPERAR SISTEMAS INFORMÁTICOS ESPECÍFICOS DA GESTÃO E PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF8 Sistemas Informáticos Específicos da Gestão e Prestação de Cuidados de Saúde De acordo o Plano Nacional de Saúde 2011-2016, as tecnologias de informação desempenham um papel fundamental para a melhoria da qualidade e segurança dos cuidados. O registo clínico eletrónico e a disponibilização de dados adequados ao nível da gestão permitem expandir e iterar a informação ao nível da prestação dos cuidados de saúde, aumentar a qualidade e reduzir custos, facilitando, ainda, a circulação do cidadão no sistema, que recebe cuidados nos níveis adequados. (Plano Nacional de Saúde 2011-2016 – Cuidados de saúde hospitalares, 2010). 120 No contexto de desenvolvimento do trabalho de Secretariado Clínico, esta área assume-se de sobeja importância na medida em que estes profissionais trabalham diariamente com vários Sistemas Informáticos específicos do SNS, estando os seus procedimentos de trabalho na dependência direta destes sistemas. Ora, desde de meados de Novembro de 2011, a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E.P.E. é responsável pela implementação e gestão dos sistemas integrados de informação no sector da saúde. A nova competência, detida anteriormente pela Administração Central de Sistemas de Saúde, I. P., foi atribuída pelo atual executivo através do Decreto-Lei nº 108/2011 de 17 de Novembro – “A SPMS (…) passa a ser a entidade responsável pelo desenvolvimento, manutenção e operação de vários sistemas integrados de informação na área do sector da saúde”. Na prática, caberá à SPMS, E.P.E. negociar, adquirir e garantir a uniformização dos sistemas informáticos sobretudo nos hospitais, de forma a conseguir maior rentabilidade, eficácia e proveitos financeiros para o Estado e cumprindo o objectivo assumido no referido diploma – “(…)Face ao compromisso assumido pelo Governo em assegurar, através da SPMS, “uma política de investimento em sistemas de informação, com vista à optimização dos processos de recolha de dados existentes de modo a produzir informação útil para a gestão e à melhoria das condições de acesso dos cidadãos ao sistema de saúde” (DL 108/2011), a equipa do estudo interrompeu a continuidade dos trabalhos iniciados no âmbito deste estudo relativamente à unidade de competência 8 e respetiva unidade de formação 8. UC9. INTERPRETAR, COMUNICAR E REDIGIR EM LÍNGUA INGLESA UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF9 Inglês de conversação na área da saúde A inclusão da UC9 justifica-se pela necessidade do Secretariado Clínico comunicar na principal língua do discurso internacional com utentes estrangeiros, em locais de maior afluência destes (p.e., região algarvia). Esta opção enquadra-se na lógica do objectivo subjacente à construção do presente referencial de Competência: ter um carácter transversal a todos os contextos e realidades. No capítulo VI apresentam-se referenciais da UC9 e UF9. 121 UC10. UTILIZAR AS TIC PARA ACEDER E TRANSMITIR INFORMAÇÃO UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF10 Tecnologias de Informação e Comunicação na Saúde A utilização das TIC (UC10) para aceder e transmitir informação é uma Unidade de competências transversais a outros administrativos que se encontram a trabalhar noutros sectores de atividade. Revela-se importante para os profissionais que intervêm na área do secretariado clínico na medida que necessitam de executar tarefas recorrendo a ferramentas informáticas (p.e., transcrevem relatórios clínicos em Word, criam tabelas em Excel com o mapa dos utentes internados,…). No capítulo VI apresentam-se referenciais da UC10 e UF10. UC11. ASSEGURAR A ÉTICA E DEONTOLOGIA ASSOCIADA À ACTIVIDADE PROFISSIONAL DO SECRETARIADO CLÍNICO UNIDADE DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA UF11 Ética e Deontologia associada à Actividade Profissional do Secretariado Clínico A Unidade de Competência 11 é uma outra das competências fundamentais para o desempenho correto das funções do Secretariado Clínico, muito embora esta Unidade de Competência seja comum a outros profissionais a exercer atividade no sector da saúde. No capítulo VI apresentam-se referenciais da UC11 e UF11. 122 VI. REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS E DE FORMAÇÃO Num cenário em que a formação dirigida ao Secretariado Clínico se encontra pouco sistematizada e organizada [resultado da análise realizada à Oferta Formativa, descrita em capítulo próprio deste Relatório], conjugado com o facto dos Referenciais de Competências concebidos pelos Organismos prestadores de Cuidados de saúde serem diferentes de organismo para organismo, a aposta no desenvolvimento do presente Referencial de Competências e de Formação afigurou-se a decisão acertada. O Referencial de Competências e de Formação, produto final do Estudo, constitui-se, assim, com um instrumento-base de trabalho de apoio aos profissionais que trabalham no sector da saúde, e em particular aos agentes dos departamentos de recursos humanos e de formação. Primordialmente, é um instrumento que agrega e sistematiza um conjunto de elementos essenciais para apoiar o departamento de formação na construção de formação à medida das necessidades do Secretariado Clínico, tais como: Contextualização da pertinência da Unidade de Formação para o desempenho profissional do público-alvo; Carga horária de referência para a operacionalização da formação; Objectivos de aprendizagem e conteúdos programáticos, sistematizados em sintonia com os saberes, saberes-fazer técnicos e saberes sociais e relacionais que constituem o leque de competências que o Secretariado poderá desenvolver para o desempenho das suas funções; e Recomendações para a operacionalização da formação (metodologias formativas, metodologias avaliativas, recursos técnico-pedagógicos,…). Este conjunto de elementos auxiliará os agentes de formação na tarefa de construção da formação, por exemplo pela identificação dos conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. Adicionalmente, o presente Referencial providencia um conjunto de informações essencial para apoiar quem procede à contratação do Secretariado Clínico dado nele constar o leque de actividades [os saberes-fazer técnicos constam em anexo deste Relatório] que se traduz nos descritos funcionais que estão na base do trabalho desenvolvido por estes profissionais. A estas actividades estão associados os critérios de desempenho, descritos em sede de Referencial, e as evidências de desempenho, descritas em anexo. 123 O Referencial de Competências e de Formação dirigido ao Secretariado Clínico visa identificar e estruturar um conjunto to de conhecimentos e de conteúdos formativos que permitirão reforçar/actualizar as competências dos profissionais que já estão integrados nos seus postos de trabalho, visando a melhoria da qualidade do trabalho prestado, pelo que é constituído por Unidadess de Formação com cargas horárias de referência de curta duração. Contudo, é, também, válido para os profissionais que venham a ser integrados na função, dado o carácter aprofundado dos conteúdos que o constituem. Na realidade, o presente Referencial foi construído visando o alinhamento das propostas formativas com as necessidades de formação do Secretariado Clínico, tendo em atenção a pouca disponibilidade que estes têm para participar em acções de formação, independentemente de estarem em período de integração gração ou de desenvolvimento de funções de trabalho. A estrutura do Referencial é representada no diagrama seguinte. 124 COD DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA ASSEGURAR O ATENDIMENTO, ACOLHIMENTO, ORIENTAÇÃO E ENCAMINHAMENTO, NA ENTRADA E SAÍDA DOS UTENTES E FAMÍLIAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE, PRESENCIAL OU TELEFÓNICO, DE ACORDO COM PROCEDIMENTOS PRÉ-DEFINIDOS, UTILIZANDO EQUIPAMENTO TELEFÓNICO OU CORREIO ELECTRÓNICO DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO Atividades sujeitas, por vezes, a um regime de horário por turnos ou a horários atípicos, na medida em que implica trabalhar noites, fins-de-semana e feriados. O trabalho com os utentes debilitados, fragilizados e em situações terminais implica resistência psicológica. A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. As atividades que envolvem o contacto direto com o utente podem implicar a exposição a situações de risco, tais como: − agressões físicas e verbais, − o perigo de contágio de doenças infecto-contagiosas. Adicionalmente, existem outras situações de risco a que os profissionais estão sujeitos: − doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e − acidentes (quedas, esforços). As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Acolhe o utente de acordo com procedimentos pré-definidos para a abordagem inicial, respeitando a imagem institucional. A1. Cumprindo as regras de apresentação e receção em contexto de saúde; A2. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de atendimento presencial; A3. Adequando comportamentos e o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias; A4. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente; A5. Respeitando as normas de segurança de informação; A6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde; A7. Cumprindo as regras e os requisitos de funcionamento das diferentes valências; A8. Respeitando as etapas e regras de acompanhamento de um utente dentro do Sistema Nacional de Saúde; A9. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos; A10. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão; A11. Respeitando a privacidade e a individualidade dos utentes; A12. Cumprindo as normas de higiene e segurança no trabalho; A13. Cumprindo a regulamentação e legislação vigente relativa aos diferentes estabelecimentos de 125 saúde. B. Atende telefonemas da rede interna e externa. B1. Cumprindo as regras de apresentação em contexto de saúde; B2. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de atendimento telefónico; B3. Adequando comportamentos e o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias; B4. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente; B5. Respeitando as normas de segurança de informação; B6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde; B7. Cumprindo as regras e requisitos de funcionamento das diferentes valências; B8. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos; B9. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão; B10. Respeitando a privacidade e a individualidade dos utentes; B.11 Cumprindo a regulamentação e legislação vigente relativa aos diferentes estabelecimentos de saúde. C. Executa tarefas relacionadas com a correspondência do serviço/ unidade de saúde, interna e externa, convencional ou eletrónica, e encomendas postais. C1. Respeitando as normas de segurança de informação; C2. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde; C3. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão; C4. Cumprindo os circuitos de documentação interna e externa; C5. Cumprindo as regras de registo e triagem da correspondência e de encomendas postais. D. Assegura a comunicação entre o utente e a enfermagem/médicos/ técnico D1. Respeitando as normas de segurança de informação; D2. Cumprindo as regras de apresentação e receção em contexto de saúde; D3. Adequando comportamentos e o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias; D4. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente; D5. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos; D6. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de atendimento presencial e telefónico; D7. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão; D8. Respeitando a privacidade e a individualidade dos utentes; D9. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde. RECURSOS EXTERNOS Cartões de Identificação; Legislação relativa ao pagamento de taxas moderadoras e situações de isenção; A Lei de Bases da Saúde; Software informático específico do sector, Requisição de exames, análises,…; Horários (dos médicos, do secretariado, …); Boletim do utente; Regras de autenticação dos documentos; Vinheta do médico; Carimbo hospitalar; Legislação, os regulamentos e as normas aplicáveis para a emissão de documentos; Base de contactos. (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 126 COD DA UNIDADE ATENDIMENTO, ACOLHIMENTO E ENCAMINHAMENTO: FASES, CONCEITOS DE FORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO A valorização do bem-estar dos utentes no atendimento e a promoção de um bom relacionamento entre os mesmos e as equipas de trabalho exige do secretariado Clínico a frequência de ações de formação para o desenvolvimento de competências ao nível da comunicação e atendimento presencial e telefónico. O desenvolvimento de competências nessas áreas poderá ser um forte contributo para a melhoria da qualidade no atendimento dos utentes, tal como para a diminuição de conflitos existentes entre estes. A estrutura desta Unidade de Formação procurou abordar conhecimentos, capacidades e competências de incentivo à análise e auto-avaliação das práticas profissionais dos elementos do Secretariado Clínico, com vista à melhoria contínua e aperfeiçoamento progressivo do desempenho enquanto profissional que está na linha da frente do atendimento nas instituições de saúde. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 18 e 21 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: Identificar as várias fases do atendimento; Saber transmitir, presencialmente e telefonicamente, a imagem da Instituição de Saúde orientada para o utente; Estruturar o processo de atendimento, aplicando as atitudes/comportamentos associados; Identificar a importância do atendimento ao nível da satisfação dos utentes; Treinar técnicas de comunicação utilizando em simultâneo a linguagem corporal, gestual e verbal em adequação às especificidades do utente, favorecendo o diálogo e adequada resposta às necessidades do utente, potenciando eficácia e eficiência do atendimento prestado; Identificar os elementos que compõem a comunicação e as barreiras à sua eficácia; Reconhecer a importância da comunicação na influência dos comportamentos de adesão e na satisfação dos utentes; Caracterizar a comunicação em saúde; Caracterizar os diferentes problemas de comunicação em saúde; Adequar a sua ação profissional a diferentes públicos e culturas. CONTEÚDOS Atendimento e acolhimento: − Direitos e limites − Enquadramento institucional da função de atendimento ao utente Comunicação em saúde e sua influência nos comportamentos de adesão e na satisfação dos utentes Conhecer a importância do atendimento para a imagem da organização: − o vestuário (apresentação cuidada), − as expressões verbais (correção linguística, clareza na exposição, expressões a utilizar e a evitar), − a colocação de voz. O perfil do cliente: o que ouvir, como ouvir e como avaliar a voz do utente (escuta ativa, saber colocar-se no lugar do utente) Adaptação às diferenças dos públicos 127 O poder do comportamento: estilos de comportamento/comunicação e respetivo impato nos interlocutores (empatia, simpatia, passivo, agressivo, assertivo) Técnicas e competências de relacionamento no atendimento e acolhimento verbal e não verbal Barreiras à eficácia da comunicação/ aspetos condicionantes e facilitadores da comunicação /problemas mais comuns de comunicação Fases do atendimento telefónico: fatores críticos de sucesso Fases do atendimento presencial Os direitos e deveres dos utentes Procedimento a adotar no encaminhamento de pessoas Acesso à saúde: Igualdade de direitos, Interculturalidade (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. ORES REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES Os formadores deverão cumprir, preferencialmente, os seguintes requisitos: − Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); − Experiência formativa em contexto de saúde; − Experiência formativa nas áreas de atendimento, comunicação, comportamento relacional. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que o método demonstrativo/participativo fosse predominantemente utilizado fazendo, no entanto, uma ponte com o método expositivo para apresentação dos conceitos-chave do atendimento, seja telefónico ou presencial. É fundamental que muitos dos conceitos principais sejam trabalhados em sala, recorrendo à análise de desempenhos gravados - voz/vídeo (através de, p.e. focus-group, debates em pequenos grupos); atividades de role-play; debate de estudos de caso. O trabalho prático é fundamental para que os formandos percebam a melhor forma de abordar os utentes e de se relacionarem no atendimento presencial/telefónico tendo em conta a sua postura (linguagem corporal, expressão comunicacional – voz, …). Em complemento, poderá realizar-se formação em contexto de trabalho a fim de trabalhar alguns procedimentos/normas/protocolos pré-estabelecidos pelo estabelecimento de saúde direcionados para esta área - atendimento. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais sobre o atendimento/Manual de boas-práticas do atendimento, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando. Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais desta Unidade de Formação. Procedimentos/protocolos/normas do estabelecimento de saúde associados ao atendimento. Vídeos gravados com o desempenho dos formandos propostos para a formação. Enunciados dos Estudos de caso/role-play aplicados nesta Unidade de Formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, seria aconselhável que o formador utilizasse as 128 atividades de role-play e a análise de alguns estudos de caso como base para a avaliação formativa. Poderia assim aferir a mobilização de saberes da formação. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostos deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de auto-avaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias de desempenho ao nível do atendimento presencial/telefónico. Aos formandos poderá ser solicitado um novo questionário de auto-avaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias assinaladas pelos mesmos no seu desempenho profissional. Numa perspetiva de avaliação a 360º, poderão realizar-se, ainda, duas situações extra: Cliente mistério para tentar perceber a evolução nesta área do atendimento na pós-formação; Questionário de avaliação colocado aos colegas de trabalho, avaliando o desempenho do formando nos meses que se seguiram à formação. 129 COD DA UNIDADE ARQUIVAR DOCUMENTAÇÃO/ PROCESSOS CLÍNICOS E GERIR O ARQUIVO DE COMPETÊNCIA DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. Existem situações de risco a que os profissionais estão sujeitos A doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e acidentes (quedas e esforços) As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Pede/devolve os processos ao arquivo central de acordo com as orientações recebidas e procedimentos pré-definidos A1. Utilizando as aplicações informáticas específicas do SNS de acordo com as orientações técnicas aplicáveis, A2. Respeitando as normas de segurança de informação, A3.Respeitando o circuito documental da informação, A4. Cumprindo o protocolo associado ao envio dos resultados para o arquivo, A5. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão, A6. Adequando comportamentos às situações de relacionamento com diferentes profissionais. B. Distribui diariamente os processos ao secretariado das consultas e MCDT de acordo com as orientações recebidas e procedimentos pré-definidos B1. Respeitando as etapas e regras associadas à distribuição dos processos ao secretariado das consultas e MCDT, B2. Respeitando o protocolo associado ao processo de envio e de entrega de documentação e informação para outros serviços, B3. Respeitando o processo comunicacional na relação com os outros prestadores de cuidados de saúde, B4. Utilizando as aplicações informáticas específicas do SNS de acordo com as orientações técnicas aplicáveis, B5. Respeitando a organização e a manutenção do arquivo, B6. Cumprindo as regras e requisitos de funcionamento das diferentes valências. C. Arquiva os processos no arquivo central de acordo com os procedimentos pré-definidos C1. Respeitando as etapas e regras associadas ao arquivamento dos processos no arquivo central C2. Respeitando as regras de registo, classificação, codificação, indexação e de arquivamento de informação C3. Respeitando o protocolo associado ao processo de envio/receção de documentação e informação para/de outros serviços 130 C4. Respeitando as funções, a organização e a manutenção do arquivo C5. Utilizando as aplicações informáticas específicas do SNS de acordo com as orientações técnicas aplicáveis C6. Cumprimento dos prazos de conservação dos documentos RECURSOS EXTERNOS Lei de Bases da Saúde; Software informático específico do sector Horários (dos médicos, do secretariado, dos serviços, …); Processo de internamento; Processo clínico. (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 131 COD DA UNIDADE ARQUIVO CLÍNICO DE FORMAÇÃO O arquivo geral e os arquivos específicos de cada unidade/serviço constituem-se como uma parte importante dos recursos físicos e informáticos das instituições de saúde pois neles constam os processos clínicos compostos de relatórios médicos, relatórios de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, entre outros. A gestão destes arquivos, desde o momento da sua criação, passando pela sua manutenção e incremento, é indubitavelmente da maior importância para todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais envolvidos no atendimento/tratamento de utentes, dado que estes arquivos são a base de dados dos processos de todos os utentes que passaram pelo SNS. Neste contexto, esta Unidade de Formação pretende proporcionar aos participantes métodos e técnicas de organização e gestão de arquivos, que permitam organizar e gerir um arquivo de forma eficaz. ONTEÚDOS DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 e 14 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Identificar e aplicar as regras de funcionamento do arquivo, de acordo com as técnicas de tratamento de informação documental. − Dotar os formandos de conhecimentos sobre arquivo digital. CONTEÚDOS Arquivo: conceitos, funções e características Arquivo: conceitos fundamentais Funções e características do arquivo: geral e específico do serviço Tipologia da documentação interna e externa (processos, registos) Arquivo como sistema de informação Organização e gestão do arquivo: − As unidades arquivísticas: constituição, ordenação e tipos − Operações com arquivos (p.e., recolha, separação, receção, registo, transferência/incorporação de documentos) − Técnicas e métodos de arquivo − Sistemas de classificação dos documentos/codificação − Formas de recuperação e controlo dos registos − Atualização do arquivo − Prazos de conservação de documentos (utilidade, legalidade e historicidade) expedição, (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES − Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); − Experiência formativa em contexto da saúde. 132 RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica trabalhada fosse predominantemente demonstrativa/participativa abordando os procedimentos préestabelecidos por cada estabelecimento hospitalar em matéria de arquivo de documentação e de processos clínicos. O recurso à formação em contexto de trabalho é uma alternativa bastante pertinente uma vez que, os formandos absorvem melhor a informação quando é transferida para a prática diária e não há nada como observar a aplicabilidade dos procedimentos e protocolos pré-estabelecidos pelos estabelecimentos de saúde. A formação poderá, também, conter alguns momentos de trabalho em sala, recorrendo a exercícios práticos sobre o processo arquivístico e com isso evitar uma abordagem demasiado expositiva. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais sobre o arquivo/unidades arquivísticas, Manual de boas-práticas do arquivo, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando; Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais dos protocolos e procedimentos relativos ao arquivo; Procedimentos do estabelecimento de saúde associados ao processo/unidades arquivísticas; Enunciados dos exercícios práticos aplicados nesta Unidade de Formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, seria aconselhável que o formador utilizasse alguns exercícios práticos sobre o processo e procedimentos arquivísticos para aferir a mobilização de saberes dos formandos. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de auto-avaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação façam um relatório sobre o desempenho do formando onde refiram o produto de uma aferição/controlo realizado ao número de erros verificados desde o período pré-formação até à avaliação do impacto da formação. Aos formandos, poderá ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de auto-avaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias assinaladas pelos mesmos no seu desempenho profissional. 133 COD DA UNIDADE GERIR E MEDIAR SITUAÇÕES DE CONFLITO DE COMPETÊNCIA DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO Atividades sujeitas, por vezes, a um regime de horário por turnos ou a horários atípicos, na medida em que implica trabalhar noites, fins-de-semana e feriados. O trabalho com os utentes debilitados, fragilizados e em situações terminais implica resistência psicológica. A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. As atividades que envolvem o contacto direto com o utente podem implicar a exposição a situações de risco, tais como: − agressões físicas e verbais; − o perigo de contágio de doenças infecto-contagiosas. Adicionalmente, existem outras situações de risco a que os profissionais estão sujeitos a doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e acidentes (quedas e esforços). As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Presta apoio ao utente que se encontra na sala de espera respondendo às suas necessidades de acordo com procedimentos pré-definidos A1. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente A2. Adequando o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias A3. Cumprindo as normas de higiene e segurança no trabalho A4. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de contacto presencial com o utente A5. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos A6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde A7. Cumprindo as regras de apresentação e receção em contexto de saúde A8. Respeitando a privacidade e a individualidade dos utentes A9. Respeitando as etapas e regras de acompanhamento de um utente dentro do sistema nacional de saúde A10. Respeitando as normas de segurança de informação A11. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão A12. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (português, inglês) A13. Assegurando os procedimentos de segurança aplicáveis à receção de utentes, familiares e outros visitantes 134 A14. Assegurando os procedimentos de referenciação adequados à situação A15. Assegurando a aplicação de estratégias para ultrapassar as barreiras na comunicação e interação com o utente A16. Assegurando a aplicação de estratégias promotoras do clima de confiança e de vinculação entre secretariado clínico e utentes A17. Assegurando a aplicação de estratégias de coping para situações adversas e de stress B. Identifica situações problema, no contexto da sala de espera, que possam resultar em reclamações B1. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente B2. Adequando o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias B3. Cumprindo as normas de higiene e segurança no trabalho B4. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de contacto presencial com o utente B5. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos B6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde B7. Cumprindo as regras de apresentação e receção em contexto de saúde B8. Respeitando as etapas e regras de acompanhamento de um utente dentro do sistema nacional de saúde B9. Respeitando as normas de segurança de informação B10. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão B11. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (português, inglês) B12. Utilizando de forma eficaz técnicas de avaliação das alterações dos estados emocionais B13. Assegurando a utilização de medidas preventivas em situação de incidente violento B14. Assegurando a aplicação de estratégias de coping para situações adversas e de stress B15. Assegurando os procedimentos de segurança aplicáveis à receção de utentes, familiares e outros visitantes B16. Assegurando o cumprimento dos procedimentos de encaminhamento para as reclamações/sugestões B17. Mantendo uma atitude calma e serena em situações de pressão e de adversidade B18. Demonstrando auto-conhecimento e consciência das suas capacidades e comportamentos em situação de pressão e perante adversidades C. Proteger-se contra situações de violência em contexto de trabalho C1. Atuando de acordo com o protocolo para situações de violência C2. Adequando a comunicação ao destinatário e às características de personalidade e especificidades culturais C3. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente C4. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de atendimento presencial C5. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de contacto presencial com o utente C6. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos C6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde C7. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão C8. Utilizando estratégias de controlo emocional C9. Assegurando a aplicação de estratégias de coping para situações adversas e de stress C10. Mantendo uma atitude calma e serena em situações de pressão e de adversidade C11. Demonstrando autoconhecimento e consciência das suas capacidades e comportamentos em situação de pressão e perante adversidades 135 D. Gere conflitos pessoais e/ou profissionais de acordo com procedimentos pré-definidos D1. Adequando a comunicação ao destinatário e às características de personalidade e especificidades culturais D2. Atuando de acordo com o protocolo para gerir situações de conflito D3. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de atendimento presencial D4. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de contacto presencial com o utente D5. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos D6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde D7. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão D8. Utilizando estratégias de controlo emocional D9. Assegurando a aplicação de estratégias de coping para situações adversas e de stress D10. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente D11. Demonstrando autoconhecimento e consciência das suas capacidades e comportamentos em situação de pressão e perante adversidades E. Escuta os elogios, sugestões e reclamações dos utentes e encaminha-os para o Gabinete do Utente de acordo com procedimentos pré-definidos E1. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente E2. Adequando o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias E3. Cumprindo as normas de higiene e segurança no trabalho E4. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de atendimento presencial E5. Cumprindo as normas internas e os regulamentos em matéria de contacto presencial com o utente E6. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos E7. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde E8. Cumprindo as regras de apresentação e receção em contexto de saúde E9. Respeitando as etapas e regras de acompanhamento de um utente dentro do sistema nacional de saúde E10. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão E11. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (português, inglês) E12.Assegurando os procedimentos de segurança aplicáveis à receção de utentes, familiares e outros visitantes E13.Assegurando a resolução de situações concretas com recurso à criatividade, inovação, espírito crítico e qualidade Assegurando a aplicação de estratégias para ultrapassar as barreiras na comunicação e interação com o utente E14. Utilizando estratégias de controlo emocional E15. Assegurando a aplicação de estratégias de coping para situações adversas e de stress E16. Assegurando as regras e etapas do Sistema de sugestões e reclamações em saúde E17. Assegurando o cumprimento das regras e etapas do gabinete do utente RECURSOS EXTERNOS Cartões de Identificação; Legislação relativa ao Gabinete ao Utente; A Lei de Bases da Saúde; Software informático específico do sector; Boletim do utente; Processo clínico; Vinheta do médico; Carimbo hospitalar; Legislação, os regulamentos e as normas aplicáveis para a emissão de documentos. (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 136 COD DA UNIDADE GESTÃO E MEDIAÇÃO DE SITUAÇÕES CRÍTICAS E CONFLITOS EM SAÚDE DE FORMAÇÃO Os conflitos surgem entre colegas e, no caso em particular do Secretariado Clínico, entre utentes e o grupo profissional. No primeiro caso, estes são uma consequência natural das diferenças de papéis nas equipas e da diversidade de perfis comportamentais. No segundo caso, são, p.e., fruto de mal-entendidos ao nível da comunicação estabelecida, situações de stress que os utentes vivem dado o estado fragilizado em que se encontram, falta de resposta imediata a situações para as quais os utentes chamam a atenção urgente,… Ambas as situações acarretam consequências sérias para os profissionais, para as equipas e para a forma como a instituição é percecionada pelo utente, pelo que assume especial relevância a forma como a gestão do conflito é realizada. O aprofundamento de conhecimentos e o treino de competências relacionais e de comunicação essenciais para lidar com as diversas situações, que ocorrem no dia-a-dia no contexto de trabalho e que requerem soluções negociadas e construtivas, poderão contribuir para o fomento de um clima de trabalho melhor. Esta Unidade de Formação surge com esse mesmo intuito, trabalhar atitudes comunicacionais e técnicas de gestão de conflitos a fim de se melhorar a qualidade do ambiente das equipas, e do serviço prestado pelo Secretariado Clínico perante as necessidades do utente. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 a 10 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Adequar a sua atitude comunicacional face a situações de conflito − Propor ações que permitam resolver uma situação de conflito − Aplicar estratégias e técnicas de gestão e mediação de conflitos − Aplicar medidas preventivas em situação de incidente violento Informar os utentes e/ou familiares sobre os procedimentos associados às reclamações e sugestões − Prestar apoio aos utentes e/ou familiares na redação de reclamações CONTEÚDOS Tipologias de conflitos e principais características comportamentais Diagnosticar e gerir situações de conflito Normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos Tipos de violência em contexto de trabalho e suas manifestações Medidas preventivas em situação de incidente violento Protocolo de atuação em situações de violência no trabalho Sistema de sugestões e reclamações em saúde Procedimentos associados ao Livro de reclamações e ao encaminhamento dos utentes para as reclamações/sugestões (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. 137 MADORES REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES − Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); − Experiência formativa em ambiente hospitalar; − Experiência formativa em gestão de conflitos. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse predominantemente o método demonstrativo/participativo recorrendo, sempre que necessário ao método expositivo para elucidar conceitos. Como complemento, o recurso a atividades de role-play e debate de estudos de caso (que poderão também ser gravações em vídeo de situações reais) é fundamental para imprimir dinâmica a esta Unidade de Formação que, aborda uma temática de trabalho mais direcionada para a formação em sala e que, com facilidade pode cair num campo demasiado teórico. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais sobre a temática abordada nesta Unidade de Formação, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando. Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais relacionados com a gestão de conflitos e do sistema de reclamações e sugestões na saúde. Normas internas do estabelecimento de saúde associadas à gestão de conflitos. Procedimentos do estabelecimento de saúde associados ao livro de reclamações. Enunciados e/ou gravações vídeo para estudos de caso que venham a ser utilizadas na dinâmica da formação. Enunciados de atividades de role-play para dinâmica das sessões de formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade desta Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de role-play para aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa, poderá ser utilizado a análise de estudos de caso como elemento avaliativo da formação. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias sentidas ao nível da gestão de conflitos e de aplicação dos procedimentos do livro de reclamações. Em alternativa, poderá optar-se pelo recurso a uma situação de cliente mistério para se averiguar as reações dos formandos a situações de conflito eminente. Aos formandos, poderá ser solicitado um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas pelos mesmos no seu desempenho profissional. 138 COD DA UNIDADE GERIR DE FORMA EFETIVA AS SITUAÇÕES CRÍTICAS E DE LIMITE COM DE COMPETÊNCIA IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO Atividades sujeitas, por vezes, a um regime de horário por turnos ou a horários atípicos, na medida em que implica trabalhar noites, fins-de-semana e feriados. O trabalho com os utentes debilitados, fragilizados e em situações terminais implica resistência psicológica. A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. As atividades que envolvem o contacto direto com o utente podem implicar a exposição a situações de risco, tais como agressões físicas e verbais e o perigo de contágio de doenças infecto-contagiosas. Adicionalmente, existem outras situações de risco a que os profissionais estão sujeitos a doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e acidentes (quedas e esforços) As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Estabelece uma relação com o utente e/ou família mantendo uma atitude preventiva de não envolvimento emocional nas situações vivenciadas pelos utentes e famílias A1. Adequando o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias A2. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente A3. Respeitando as normas de segurança de informação A4. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde A5. Respeitando as etapas e regras de acompanhamento de um utente dentro do Sistema Nacional de Saúde A6. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão A7. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (português, inglês) A8. Assegurando a manutenção de uma atitude calma e serena em situações críticas e de limite A9. Demonstrando a manutenção da capacidade de análise crítica A10. Demonstrando autoconhecimento e consciência das suas capacidades e comportamentos em situações críticas e de limite B. Mantém autocontrolo em situações críticas e de limite B1 Assegurando a manutenção de uma atitude calma e serena em situações críticas e de limite B2.Demonstrando a manutenção da capacidade de análise crítica B3. Demonstrando autoconhecimento e consciência das suas capacidades e comportamentos em 139 situações críticas e de limite C. Antecipa e identifica situações de pressão e contrariedades e aplica soluções para a sua resolução C1. Adequando o processo comunicacional às necessidades e características culturais, comportamentais e sociais dos utentes e famílias C2. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão C3. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente C4. Demonstrando autoconhecimento e consciência das suas capacidades e comportamentos em situações críticas e de limite C5. Assegurando uma resposta rápida perante situações de pressão C6. Cumprindo as normas internas e os regulamentos estabelecidos em matéria de gestão de conflitos C7. Respeitando o processo comunicacional na relação com os outros prestadores de cuidados de saúde RECURSOS EXTERNOS A Lei de Bases da Saúde. (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 140 COD DA UNIDADE GESTÃO DO STRESS EM MEIO LABORAL DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DE FORMAÇÃO DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 2 a 4 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Reconhecer diferentes estados emocionais, manifestações fisiológicas e comportamentais associadas às situações de stress e pressão; − Avaliar e resolver as situações de stress que surjam no decurso da atividade profissional; − Aplicar estratégias de gestão do stress em situações críticas; − Aplicar técnicas de prevenção e proteção para lidar com situações críticas. CONTEÚDOS Técnicas de relacionamento interpessoal Fatores condicionadores do relacionamento interpessoal: perceção, personalidade, comportamentos, gestos e atitudes Técnicas e Estratégias preventivas de controlo e gestão do stress profissional nomeadamente em situações de limite, sofrimento e agonia Modelos e aplicabilidades das estratégicas de coping para situações adversas e de stress Sinais e Sintomas de Stress (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES − Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); − Experiência formativa em contexto de saúde; − Experiência formativa em gestão do stress. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse o método demonstrativo/participativo recorrendo, sempre que necessário ao método expositivo para apresentar conceitos. O recurso a atividades de role-play e debate de estudos de caso é fundamental para imprimir dinâmica a esta Unidade de Formação que, aborda uma temática de trabalho mais direcionada para a formação em sala e que, com facilidade poderá cair num campo mais teórico. É sugerido, também, a aplicação de exercícios de relaxamento e de introspeção entre formandos, por forma a se criar um clima de confiança, de conhecimento do grupo e, explorar formas sensatas de agir perante situações de stress. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: 141 horários, sessões, conceitos principais, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando; Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais a serem abordadas na formação em sala; Enunciados de Estudos de Caso e de role-play que venham a ser utilizados na dinâmica da formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de role-play para aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso como elemento avaliativo da formação. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado a colaboração de um gabinete de psicologia que faça uma avaliação dos formandos ao nível da gestão do stress profissional na pós-formação. Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas no desempenho profissional. 142 COD DA UNIDADE INTERPRETAR, COMUNICAR E REDIGIR EM LÍNGUA INGLESA DE COMPETÊNCIA DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO Atividades sujeitas, por vezes, a um regime de horário por turnos ou a horários atípicos, na medida em que implica trabalhar noites, fins-de-semana e feriados. O trabalho com os utentes debilitados, fragilizados e em situações terminais implica resistência psicológica. A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. As atividades que envolvem o contacto direto com o utente podem implicar a exposição a situações de risco, tais como agressões físicas e verbais e o perigo de contágio de doenças infecto-contagiosas. Adicionalmente, existem outras situações de risco a que os profissionais estão sujeitos a doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e acidentes (quedas e esforços) As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Estabelece uma comunicação simples em língua inglesa de acordo as informações transmitidas A1. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (inglês) A2. Comunicando oralmente de forma bem estruturada e linguisticamente correta A3. Adequando o tipo de discurso e o registo de língua ao público-alvo A4. Cumprindo as regras da construção sintáxica A5. Utilizando o léxico e a terminologia adequada ao contexto da saúde B. Lê e interpreta e traduz textos em língua inglesa de acordo as informações transmitidas B1. Respeitando as etapas, regras e técnicas relativas à redação/elaboração/transcrição de documentos B2. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (inglês) B3. Garantindo a aplicação correta das estruturas gramaticais B4. Utilizando ferramentas e métodos adequados à tradução de textos B5. Utilizando o léxico e a terminologia adequada à natureza do documento e ao contexto da saúde B6. Cumprindo as regras da construção sintáxica B7. Utilizando ferramentas de tradução eletrónicas B8. Aplicação correta dos níveis de responsabilidade, de acesso e de partilha de informação (segurança da informação) C. Redige, transcreve e traduz textos em língua inglesa de acordo as informações transmitidas C1. Respeitando as etapas, regras e técnicas relativas à redação/elaboração/transcrição de documentos C2. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (inglês) C3. Utilizando o léxico e a terminologia adequada à natureza do documento e ao contexto da saúde C4. Garantindo a aplicação correta das estruturas gramaticais 143 C5. Utilizando ferramentas e métodos adequados à redação de textos C6. Cumprindo as regras da construção sintáxica C7. Utilizando as aplicações informáticas específicas do SNS de acordo com as orientações técnicas aplicáveis C8. Utilizando o processador de informação do Office adequado à tipologia de informação a processar C9. Aplicação correta dos níveis de responsabilidade, de acesso e de partilha de informação (segurança da informação) C10. Seguindo as orientações superiores relativas à redação, elaboração e transcrição de documentos RECURSOS EXTERNOS Cartões de Identificação; Legislação relativa ao pagamento de taxas moderadoras e situações de isenção; A Lei de Bases da Saúde; Software informático específico do sector Requisição de exames, análises,…; Horários (dos médicos, do secretariado, …); Boletim do utente; Regras de autenticação dos documentos; Legislação, os regulamentos e as normas aplicáveis para a emissão de documentos; Base de contactos; Relatórios médicos; Relatórios de MCDT; Registos diários; Atas; Documentos variados; Instruções sobre a preparação para os exames; Certificado de incapacidade temporária Processo de internamento; Processo clínico; Folha de enfermagem; Folha de Terapêutica; Ficha clínica; Relatório da equipa de enfermagem; Diário clínico. (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 144 COD DA UNIDADE INGLÊS DE CONVERSAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE DE FORMAÇÃO O Secretariado Clínico, enquadrado em Unidades de Saúde localizadas em locais de maior afluência de cidadãos estrangeiros (p.e., Algarve), necessita de comunicar em inglês com os utentes, dado ser esta a principal língua do discurso internacional. Assim, a aquisição de competências básicas ao nível da comunicação oral e escrita em língua inglesa tornase imprescindível para este profissional, que está na linha da frente do atendimento/receção dos utentes provenientes de outras nações. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: INTERPRETAR, COMUNICAR E REDIGIR EM LÍNGUA INGLESA: CONTACTO INICIAL COM A LÍNGUA DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 14 a 24 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: Usar estruturas frásicas simples e vocabulário de apreensão imediata; CONTEÚDOS INTERPRETAR, COMUNICAR E REDIGIR EM LÍNGUA INGLESA: CONTACTO INICIAL COM A LÍNGUA Iniciação ao Inglês Falado e Escrito Gramática Inglesa para principiantes Conversão Básica (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES − Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores) Certificação em Inglês (Proficiency - CPE) − Experiência formativa em contexto de saúde; Experiência formativa em Inglês de nível avançado; − Conhecimento de termos associados ao contexto hospitalar. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse um ponto de vista expositivo, de apresentação de expressões utilizadas no dia-a-dia e, expressões que são frequentemente utilizadas em contexto hospitalar. Além desta metodologia expositiva de apresentação de conteúdos, é recomendável que o formador consiga manter um equilíbrio nas suas sessões entre o método participativo/interrogativo, uma vez que desta forma poderá ir compreendendo as principais dificuldades dos formandos. Para a operacionalização da Unidade de Formação, o recurso a atividades de role-play na língua inglesa é fundamental, do ponto de vista da dinâmica que traz aos formandos e às sessões de formação proporcionando a experienciação dos conceitos trabalhados. 145 RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando; Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais a serem abordadas na formação em sala; Enunciados de Estudos de Caso e de role-play que venham a ser utilizados na dinâmica da formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de role-play para aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso como elemento avaliativo da formação. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado a colaboração de um gabinete de psicologia que faça uma avaliação dos formandos ao nível da gestão do stress profissional na pós-formação. Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas no desempenho profissional. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: ATENDIMENTO PRESENCIAL E TELEFÓNICO DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 a 12 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: Adquirir a linguagem própria de cada situação de modo a permitir o desempenho das funções em inglês, mais corretamente e com maior segurança; Dotar os participantes de competências que lhes permitam manter uma conversação eficaz e eficiente com o público; Fazer atendimento de “primeira linha” a cidadãos estrangeiros com uma qualidade de interação mínima, nomeadamente: − o solicitar informação relevante; − o orientar no espaço e no tempo (instalações da unidade de saúde; tempos de espera, etc.); − o acalmar/tranquilizar; − o auxiliar na identificação quem deve ser chamado para apoio linguístico. CONTEÚDOS Expressões úteis para falar ao telefone Receber/fazer um telefonema Deixar um recado ao utente 146 Dificuldades em estabelecer a ligação ou o contacto Solicitar identificação Fazer perguntas Orientar os utentes/ dar indicações (p.e., localização de sala de espera, Bar, WC, diversos serviços e unidades,…) Prestar informações (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES − Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores) Certificação em Inglês (Proficiency - CPE) − Experiência formativa em contexto de saúde; Experiência formativa em Inglês de nível avançado; − Conhecimento de termos associados ao contexto hospitalar. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse um ponto de vista expositivo, de apresentação de expressões utilizadas no dia-a-dia e, expressões que são frequentemente utilizadas em contexto hospitalar. Além desta metodologia expositiva de apresentação de conteúdos, é recomendável que o formador consiga manter um equilíbrio nas suas sessões entre o método participativo/interrogativo, uma vez que desta forma poderá ir compreendendo as principais dificuldades dos formandos. Para a operacionalização da Unidade de Formação, o recurso a atividades de role-play na língua inglesa é fundamental, do ponto de vista da dinâmica que traz aos formandos e às sessões de formação proporcionando a experienciação dos conceitos trabalhados. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando; Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais a serem abordadas na formação em sala; Enunciados de Estudos de Caso e de role-play que venham a ser utilizados na dinâmica da formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de role-play para aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso como elemento avaliativo da formação. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria 147 contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado a colaboração de um gabinete de psicologia que faça uma avaliação dos formandos ao nível da gestão do stress profissional na pós-formação. Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas no desempenho profissional. 148 COD DA UNIDADE UTILIZAR AS TIC PARA ACEDER E TRANSMITIR INFORMAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO Atividades sujeitas, por vezes, a um regime de horário por turnos ou a horários atípicos, na medida em que implica trabalhar noites, fins-de-semana e feriados. O trabalho com os utentes debilitados, fragilizados e em situações terminais implica resistência psicológica. A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. As atividades que envolvem o contacto direto com o utente podem implicar a exposição a situações de risco, tais como agressões físicas e verbais e o perigo de contágio de doenças infecto-contagiosas. Adicionalmente, existem outras situações de risco a que os profissionais estão sujeitos a doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e acidentes (quedas e esforços) As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Prepara documentos de trabalho utilizando aplicações informáticas de processamento de texto, de acordo com os procedimentos pré-definidos A1. Assegurando os requisitos de qualidade, de imagem e de formatação, definidos no serviço/ estabelecimento de saúde A2. Promovendo uma maior rapidez na utilização da aplicação informática facilitando as tarefas administrativas diárias de processamento de texto A3. Assegurando as necessidades de gestão de informação do serviço/ unidade de saúde A4. Utilizando as ferramentas TIC disponíveis, de acordo com as orientações técnicas aplicáveis A5. Utilizando aplicações informáticas de processamento de texto na preparação de documentação profissional da saúde A6. Respeitando as normas de segurança de informação A7. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde A8. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão B. Prepara documentos de trabalho de apoio à gestão das unidades/ serviços de saúde utilizando folhas de cálculo de acordo com os procedimentos pré-definidos B1. Assegurando os requisitos de qualidade, de imagem e de formatação, definidos no serviço/ estabelecimento de saúde B2. Assegurando as necessidades de gestão de informação do serviço/ unidade de saúde B3. Utilizando as ferramentas TIC disponíveis, de acordo com as orientações técnicas superiores aplicáveis B4. Utilizando aplicações informáticas (folhas de cálculo Excel) na preparação de documentação de trabalho de apoio à gestão das unidades/ serviços de saúde 149 B5. Respeitando as normas de segurança de informação B6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde B7. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão C. Produz apresentações profissionais em saúde utilizando recursos informáticos e multimédia, de acordo com os procedimentos pré-definidos C1. Assegurando os requisitos de qualidade, de imagem e de formatação, definidos no serviço/estabelecimento de saúde C2. Utilizando as ferramentas TIC disponíveis, de acordo com as orientações técnicas superiores aplicáveis C3. Utilizando aplicações informáticas e multimédia na preparação de apresentações profissionais em saúde C4. Adequando o tema da apresentação à tipologia de texto a produzir C5. Adequação a apresentação às necessidades e características dos destinatários C6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde C7. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão D. Comunica interna e externamente utilizando o correio eletrónico, segundo procedimentos prédefinidos D1. Cumprindo as normas e regras de gestão e segurança da informação D2. Aplicação correta dos níveis de responsabilidade, de acesso e de partilha de informação (segurança da informação) D3. Aplicando os procedimentos pré-definidos para a gestão do correio eletrónico D4. Utilizando com destreza e precisão o software de correio eletrónico, aplicando corretamente os critérios de prioridade, rapidez, eficiência (entrega ao destinatário correspondente) D5. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde D6. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão D7. Utilizando corretamente ferramentas linguísticas (português, inglês) E. Consulta e coleta informação através da internet para apoiar o desenvolvimento das atividades do serviço/ unidade de saúde, de acordo com os procedimentos pré-definidos E1. Cumprindo as normas e regras da gestão e segurança da informação E2. Respeitando as normas legais e éticas E3. Utilizando as ferramentas TIC disponíveis, de acordo com as orientações técnicas superiores aplicáveis E4. Utilizando a internet como ferramenta de consulta e coleta de informação, de acordo com as necessidades profissionais e as orientações superiores E5. Utilizando corretamente os navegadores de internet E6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde E7. Respeitando os princípios de ética e deontologia inerentes à profissão RECURSOS EXTERNOS Cartões de Identificação; Guia de solicitação de exame/ Requisição de exames, análises,…; Horários (dos médicos, do secretariado, …); Agenda do médico; Instruções sobre a preparação para os exames; Legislação, os regulamentos e as normas aplicáveis para a emissão de documentos; Processo de internamento; Processo clínico; 150 Mapa das taxas moderadoras recebidas; Listagem dos utentes internados; Lista de espera; Certidão de Nascimento; Agenda de consultas e MCDT; Certidão de óbito (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 151 COD DA UNIDADE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA SAÚDE DE FORMAÇÃO A necessidade de proporcionar competências básicas no domínio da informática ao Secretariado Clínico, nomeadamente, a informação fundamental para um melhor entendimento sobre as novas tecnologias e sobre algumas ferramentas do Microsoft Office, justificam esta formação. Neste sentido, e tendo em conta a grande expansão nos últimos anos da informática e da Internet torna-se importante a aposta na formação no Microsoft Office - Word, Excel, Outlook e na Pesquisa através da Internet, numa perspetiva de rentabilização dos recursos humanos, aumentando a sua produtividade e a qualidade do desempenho de determinadas funções. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: WORD DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3,5 a 6 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Dominar as técnicas associadas ao processamento de texto, formatação de documentos e elaboração de tabelas. CONTEÚDOS • Princípios e funcionalidades do Microsoft Word: Menu principal, Abrir e Guardar novos documentos, Imprimir e Pré-visualizar • Operações básicas de processamento e edição de texto (p.e., escrever, seleccionar, copiar, colar, cortar, …) • Revisão de texto com o verificador ortográfico • Formatação: − o Texto (cor, tipo de letra, tamanho, parágrafo, …); − o Tabelas (Estrutura, Esquema, dados inseridos); − o Página (orientação, margens, quebras, …). − Mailings: criação de documentos-modelo; criação automática de correio (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); Experiência formativa na área das TIC, principalmente com as ferramentas do Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a utilização de uma metodologia pedagógica francamente prática, recorrendo ao método demonstrativo/participativo para trabalho com os formandos. Impõe-se a utilização de casos práticos como elemento de formação, sejam eles exercícios ou 152 simulações pedagógicas com as ferramentas do Office. A existência de tutoriais básicos sobre as ferramentas do Office e sobre a Internet com exercícios que os formandos poderão realizar para treino fora do contexto da formação (casa, biblioteca, …) poderá ser uma hipótese a ter em conta pelo formador. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Computadores com acesso à Internet. Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, contexto de utilização de ferramentas do Office no local de trabalho, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando. Tutoriais sobre o Microsoft Office (Word, Excel, Outlook) criados à medida do que é desenvolvido em contexto de trabalho. Exercícios baseados em casos práticos para utilização do Word, Excel, Outlook e Internet. Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre a utilização das TIC. Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre segurança de informação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta as características desta Unidade de Formação, tendencialmente de desenvolvimento mais prática, seria aconselhável que o formador proporcionasse o desenvolvimento de simulações pedagógicas, com casos recorrentes do dia-a-dia de modo a aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa (ou como complemento), poderão ser realizados exercícios individuais preparados para o desenvolvimento no computador. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias verificadas ao nível, p.e., do processamento de texto, construção de tabelas, gestão de correio eletrónico, … Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas por estes relativamente ao desempenho profissional. Em alternativa, poderá voltar a aplicar-se alguns exercícios práticos realizados durante a formação. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: EXCEL DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3,5 a 6 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Utilizar a folha de cálculo do Excel, para introduzir ou alterar informação. 153 CONTEÚDOS • Princípios e funcionalidades do Microsoft Excel: Menu principal, Abrir e Guardar novas folhas de cálculo; Imprimir e Pré-visualizar • Operações básicas de folha de cálculo (inserir, copiar, mover, selecionar, ordenar, filtrar, … dados) • Fórmulas e funções do Excel • Formatação: − Células (Tipo de letra, Alinhamento, Número, Estilos, …); − Tabela (Estrutura, Esquema, dados inseridos); − Folhas de Cálculo (nome, protecção, …). − Gráficos: Criação e Edição − Gestão de permissões de acesso a informação no Excel (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); Experiência formativa na área das TIC, principalmente com as ferramentas do Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a utilização de uma metodologia pedagógica francamente prática, recorrendo ao método demonstrativo/participativo para trabalho com os formandos. Impõe-se a utilização de casos práticos como elemento de formação, sejam eles exercícios ou simulações pedagógicas com as ferramentas do Office. A existência de tutoriais básicos sobre as ferramentas do Office e sobre a Internet com exercícios que os formandos poderão realizar para treino fora do contexto da formação (casa, biblioteca, …) poderá ser uma hipótese a ter em conta pelo formador. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Computadores com acesso à Internet. Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, contexto de utilização de ferramentas do Office no local de trabalho, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando. Tutoriais sobre o Microsoft Office (Word, Excel, Outlook) criados à medida do que é desenvolvido em contexto de trabalho. Exercícios baseados em casos práticos para utilização do Word, Excel, Outlook e Internet. Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre a utilização das TIC. Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre segurança de informação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta as características desta Unidade de Formação, tendencialmente de desenvolvimento mais prática, seria aconselhável que o formador proporcionasse o desenvolvimento de simulações pedagógicas, com casos recorrentes do dia-a-dia de modo a aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa (ou como complemento), poderão ser realizados exercícios individuais preparados para o 154 desenvolvimento no computador. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias verificadas ao nível, p.e., do processamento de texto, construção de tabelas, gestão de correio eletrónico, … Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas por estes relativamente ao desempenho profissional. Em alternativa, poderá voltar a aplicar-se alguns exercícios práticos realizados durante a formação. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: OUTLOOK DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3,5 a 6 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Gerir a caixa de correio eletrónico nas suas diferentes modalidades; CONTEÚDOS • Princípios e funcionalidades do Microsoft Outlook: Menu principal, ferramentas adicionais (calendário, agenda, contatos, ...), impressão de mensagens • Normas de utilização do correio eletrónico: − Receção e envio de mensagens; − Riscos de segurança associados à sua utilização. − Organização e gestão de mensagens de correio eletrónico: − Triagem e distribuição; − Cópia, movimentação e eliminação. • Formatação de mensagens de correio eletrónico: Texto, Anexos, Hiperligações, Assinatura, … (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); Experiência formativa na área das TIC, principalmente com as ferramentas do Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a utilização de uma metodologia pedagógica francamente prática, recorrendo ao método demonstrativo/participativo para trabalho com os 155 formandos. Impõe-se a utilização de casos práticos como elemento de formação, sejam eles exercícios ou simulações pedagógicas com as ferramentas do Office. A existência de tutoriais básicos sobre as ferramentas do Office e sobre a Internet com exercícios que os formandos poderão realizar para treino fora do contexto da formação (casa, biblioteca, …) poderá ser uma hipótese a ter em conta pelo formador. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Computadores com acesso à Internet. Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, contexto de utilização de ferramentas do Office no local de trabalho, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando. • Tutoriais sobre o Microsoft Office (Word, Excel, Outlook) criados à medida do que é desenvolvido em contexto de trabalho. • Exercícios baseados em casos práticos para utilização do Word, Excel, Outlook e Internet. • Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre a utilização das TIC. • Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre segurança de informação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta as características desta Unidade de Formação, tendencialmente de desenvolvimento mais prática, seria aconselhável que o formador proporcionasse o desenvolvimento de simulações pedagógicas, com casos recorrentes do dia-a-dia de modo a aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa (ou como complemento), poderão ser realizados exercícios individuais preparados para o desenvolvimento no computador. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias verificadas ao nível, p.e., do processamento de texto, construção de tabelas, gestão de correio eletrónico, … Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas por estes relativamente ao desempenho profissional. Em alternativa, poderá voltar a aplicar-se alguns exercícios práticos realizados durante a formação. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: A INTERNET E O ACESSO À INFORMAÇÃO DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3,5 a 6 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: − Utilizar de forma eficiente os meios disponibilizados pela Internet, possibilitando a pesquisa de 156 informação. CONTEÚDOS Princípios e funcionalidades da World Wide Web Browsers: Tipos, características e funcionalidades Navegar na Internet: − funcionalidades de navegação; − segurança e gestão da informação; − técnicas de seleção de fontes de informação. Tratamento de informação retirada da Internet: − técnicas e procedimentos associados ao arquivo de informação; − Impressão de informação através de websites. (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); Experiência formativa na área das TIC, principalmente com as ferramentas do Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a utilização de uma metodologia pedagógica francamente prática, recorrendo ao método demonstrativo/participativo para trabalho com os formandos. Impõe-se a utilização de casos práticos como elemento de formação, sejam eles exercícios ou simulações pedagógicas com as ferramentas do Office. A existência de tutoriais básicos sobre as ferramentas do Office e sobre a Internet com exercícios que os formandos poderão realizar para treino fora do contexto da formação (casa, biblioteca, …) poderá ser uma hipótese a ter em conta pelo formador. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Computadores com acesso à Internet. Microsoft Office (Word, Excel, Outlook). • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, contexto de utilização de ferramentas do Office no local de trabalho, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando. • Tutoriais sobre o Microsoft Office (Word, Excel, Outlook) criados à medida do que é desenvolvido em contexto de trabalho. • Exercícios baseados em casos práticos para utilização do Word, Excel, Outlook e Internet. • Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre a utilização das TIC. • Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde sobre segurança de informação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta as características desta Unidade de Formação, tendencialmente de desenvolvimento mais prática, seria aconselhável que o formador proporcionasse o desenvolvimento de simulações pedagógicas, com casos recorrentes do dia-a-dia de modo a aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa (ou como complemento), poderão ser realizados exercícios individuais preparados para o 157 desenvolvimento no computador. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias verificadas ao nível, p.e., do processamento de texto, construção de tabelas, gestão de correio eletrónico, … Aos formandos poderá, também, ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas por estes relativamente ao desempenho profissional. Em alternativa, poderá voltar a aplicar-se alguns exercícios práticos realizados durante a formação. 158 COD DA UNIDADE ASSEGURAR A ÉTICA E DEONTOLOGIA ASSOCIADA À ACTIVIDADE DE COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DO SECRETARIADO CLÍNICO DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico LOCAL DO EXERCÍCIO Estabelecimentos do SNS: Rede de Cuidados Primários (ACES, CS, ULS/CS, USF e UCC); Rede de Cuidados Diferenciados (Centros Hospitalares, Hospitais, Hospitais Especializados, ULS e PPP); Rede de Cuidados Continuados Integrados. CONDIÇÕES DE CONTEXTO/ DE EXERCÍCIO Atividades sujeitas, por vezes, a um regime de horário por turnos ou a horários atípicos, na medida em que implica trabalhar noites, fins-de-semana e feriados. O trabalho com os utentes debilitados, fragilizados e em situações terminais implica resistência psicológica. A exposição prolongada a situações de stress (associadas a situações de dor, perda, morte, conflitos,…) conduz a elevado desgaste (burn out) do trabalhador. As atividades que envolvem o contacto direto com o utente podem implicar a exposição a situações de risco, tais como agressões físicas e verbais e o perigo de contágio de doenças infecto-contagiosas. Adicionalmente, existem outras situações de risco a que os profissionais estão sujeitos a doenças provocadas por esforços físicos e más posturas (lombalgias de esforço, hérnias, cifose,…), e acidentes (quedas e esforços) As atividades exigem o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente o uso de luvas, máscaras, toucas e batas. Exige-se, ainda, o cumprimento de normas deontológicas e de sigilo profissional. DESCRIÇÃO DA UNIDADE DE COMPETÊNCIA A. Assegura a confidencialidade da informação de acordo com as normas internas e os procedimentos estabelecidos em matéria de gestão e segurança da informação no estabelecimento de saúde A1. Cumprindo as normas internas e os procedimentos estabelecidos em matéria de gestão e segurança da informação no estabelecimento de saúde A2. Garantindo os procedimentos de gestão e tratamento da informação em suporte documental e informático no estabelecimento de saúde A3. Assegurando o cumprimento dos níveis de responsabilidade, de acesso e de partilha de informação aplicáveis à função exercida A4. Assegurando o respeito pelas áreas de competência de cada grupo profissional A5. Cumprindo o Código Deontológico da profissão A6. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres dos utentes/articulação com direitos e deveres profissionais A6. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde A7. Cumprindo as regras e os requisitos de funcionamento das diferentes valências B. Respeita as limitações de acesso ao processo clínico individual, do utente/ doente de acordo com as normas internas e os procedimentos estabelecidos em matéria de gestão e segurança da informação no estabelecimento de saúde B1. Assegurando o cumprimento dos limites de acesso ao Processo Clínico dos doentes B2. Cumprindo as normas internas e os procedimentos estabelecidos em matéria de gestão e segurança da informação no estabelecimento de saúde B3. Garantindo os procedimentos de gestão e tratamento da informação em suporte documental e 159 informático no estabelecimento de saúde B4. Assegurando o cumprimento dos níveis de responsabilidade, de acesso e de partilha de informação aplicáveis à função exercida B5. Assegurando o respeito pelas áreas de competência de cada grupo profissional B6. Cumprindo o Código Deontológico da profissão B7. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres dos utentes/articulação com direitos e deveres profissionais B8. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde B9. Cumprindo as regras e os requisitos de funcionamento das diferentes valências C. Atende todos o utentes e famílias de forma igualitária C1. Cumprindo o Código Deontológico da profissão C2. Assegurando o cumprimento dos direitos e deveres do utente C3. Cumprindo as orientações e normas em vigor no estabelecimento de saúde C4. Cumprindo as regras e os requisitos de funcionamento das diferentes valências C5. Cumprindo as regras de promoção da igualdade de oportunidades RECURSOS EXTERNOS Cartões de Identificação; Software informático específico do sector. Lei de Bases da Saúde; Requisição de MCDT,…; Horários (dos médicos, do secretariado, …); Boletim do utente; Vinhetas do médico; Carimbo hospitalar; Certificado de incapacidade temporária; Legislação, os regulamentos e as normas aplicáveis para a emissão de documentos; Processo de internamento; Processo clínico; Relatório médico; Folha de enfermagem; Folha de Terapêutica; Relatório de MCDT; Ficha clínica; Relatório da equipa de enfermagem; Diário clínico. (*) Recomenda-se a consulta do anexo (saberes) 160 COD DA UNIDADE ÉTICA E DEONTOLOGIA ASSOCIADA À ACTIVIDADE PROFISSIONAL DO DE FORMAÇÃO SECRETARIADO CLÍNICO O entendimento dos princípios de ética e deontologia pelos quais os profissionais que trabalham no contexto da saúde se devem reger é condição sine qua non para o desempenho da sua atividade profissional, para que compreendam não só os limites da sua intervenção, como os limites da informação confidencial que podem veicular a pessoas que não os próprios utentes. Neste sentido, é essencial que os profissionais saibam não só quais os princípios de ética e deontologia pelos quais se devem reger, bem como conhecer quais as consequências para o próprio e para o utente em caso de violação do sigilo. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 2 a 7 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Desenvolver comportamentos éticos no desempenho da sua atividade profissional; • Aplicar mecanismos e procedimentos de partilha de informação; • Garantir a confidencialidade na partilha de informação em função do seu nível de responsabilidade; • Agir ética e deontologicamente perante todas as pessoas do Sistema Nacional de saúde. CONTEÚDOS • Princípios de ética e deontologia inerentes à atividade profissional • Princípios e normas de conduta: distinguir atos lícitos e não lícitos no âmbito da atividade profissional • Sigilo profissional: noção de sigilo, violação do segredo, punições, sanções • Exigências éticas e deontológicas: colegas de trabalho; organização; público externo (privacidade, intimidade e individualidade dos utentes, limitações de acesso a processos clínicos…). (*) Para a preparação da Unidade de Formação, recomenda-se a consulta dos saberes anexos, o que auxiliará os agentes da formação na tarefa de identificar os conteúdos essenciais a transmitir aos formandos na Acção de Formação. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); • Experiência formativa em contexto de saúde; • Experiência formativa em ética e deontologia; Conhecimento sobre o funcionamento do Sistema Nacional de Saúde. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse os conteúdos de um ponto de vista demonstrativo/participativo recorrendo, sempre que necessário, ao método expositivo para apresentar conceitos. O recurso a atividades de role-play e debate de estudos de caso é fundamental para imprimir dinâmica a esta unidade de formação que, aborda uma temática de trabalho mais direcionada para a formação em sala e que, com facilidade pode cair num campo demasiado teórico. 161 RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta unidade de formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, indicação de procedimentos e protocolos fundamentais sobre a temática abordada nesta unidade de formação, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando; • Suporte multimédia (p.e., Powerpoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais para a formação em sala; • Enunciados de Estudos de Caso e de role-play que venham a ser utilizados na dinâmica da formação; Procedimentos e protocolos sobre Ética e Deontologia; • Procedimentos pré-estabelecidos no estabelecimento de saúde em matéria de gestão e segurança da informação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de role-play para aferir a mobilização de saberes por parte do formando. Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso como elemento avaliativo da formação. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias de desempenho no que respeita ao cumprimento do código de ética e deontologia inerente à função desempenhada. Aos formandos, poderá ser solicitado um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas pelos mesmos no seu desempenho profissional. 162 COD DA UNIDADE TRABALHO EM EQUIPAS MULTIDISCIPLINARES DE FORMAÇÃO O ambiente que se vive dentro das instituições espelha para o exterior as suas características e formas de atuação. Consolidar e reforçar a coesão, a participação e a responsabilização dos membros das equipas no SNS, estimulando a clareza e simplicidade dos circuitos de comunicação e das rotinas organizacionais é um objectivo do sector. Assim, é importante conjugar os esforços de trabalho individuais numa óptica de trabalho em equipas multidisciplinares, apostando na formação contínua do Secretariado Clínico nesta área onde frequentemente o trabalho em equipa é um fator obrigatório e cada vez mais uma aposta das instituições presentes no sector. Nesta lógica, a formação apresentada visa uma compreensão holística dos processos do trabalho em equipa e, em particular, das equipas multidisciplinares. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 e 21 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Dinamizar e Participar em situações de trabalho em Grupo; • Compreender a importância da sua atividade para o trabalho de equipa multidisciplinar; • Adequar as suas práticas profissionais às práticas de trabalho em equipa implementadas no sector; • Explicar/Compreender/ o impacte das suas ações na interação e bem-estar emocional de terceiros. CONTEÚDOS Linhas orientadoras para organizações de sucesso: o trabalho em Equipa O que é uma Equipa Dinâmicas de uma Equipa Benefícios e constrangimentos do trabalho em equipa Os objetivos partilhados em equipa Organização e complementaridade das tarefas no trabalho de equipa Razões das Dificuldades do Trabalho em equipa – Medidas Corretivas Liderança no trabalho em equipa: conceito, qualidades e estilos REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores) • Experiência formativa em contexto de saúde; • Experiência formativa na área comportamental ou do coaching de equipas; • Conhecimentos sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica predominante fosse o método participativo recorrendo, sempre que necessário ao método expositivo para elucidar conceitos. O recurso a atividades de focus-group, análise de estudos de caso e, situações de roleplay é fundamental para imprimir dinâmica a esta Unidade de Formação. A dinamização das sessões com recurso a exercícios da área de trabalho de equipa é fundamental para uma melhor transferência dos 163 conteúdos programáticos para o contexto real. A perspetiva da formação em contexto de trabalho é, de igual forma, válida para esta Unidade de Formação, quando utilizada pontualmente e como complemento a uma formação em sala. Em contexto de trabalho poderão ser testadas algumas dinâmicas de grupo fundamentais para o trabalho em equipa. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, orientações fundamentais para o trabalho em equipas multidisciplinares, entre outros documentos que se afigurem pertinentes para o formando; Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais abordados na formação em sala; Enunciados de estudos de caso e role-play que venham a ser utilizados na dinâmica da formação; Normas internas e regulamentos do estabelecimento de saúde em matéria de tarefas a serem desempenhadas pelas equipas multidisciplinares. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Seria aconselhável que o formador utilizasse os exercícios definidos para o trabalho em equipa, para aferir a mobilização de saberes por parte dos formandos. Em alternativa, as situações de role-play poderão ser desenvolvidas no final das sessões de formação como forma de avaliação dos saberes adquiridos. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação façam um relatório sobre o desempenho do formando e da sua equipa de trabalho no sentido de se entender as melhorias visíveis desde a formação. Aos formandos poderá ser solicitado o preenchimento de um novo questionário de autoavaliação (do impacto) e, numa perspetiva de avaliação a 360º, poderá ser solicitado o preenchimento de um questionário de avaliação, aos colegas de equipa avaliando o desempenho do formando nos meses que se seguiram à formação. 164 COD DA UNIDADE REDE NACIONAL DE CUIDADOS DE SAÚDE E POLÍTICAS DE SAÚDE DE FORMAÇÃO Ao longo dos últimos anos, o papel do Secretariado Clínico tem vindo a ganhar destaque no âmbito da formação. As suas atividades profissionais podem ter um âmbito bastante abrangente e, neste sentido, é fundamental que o profissional demonstre um conhecimento profundo sobre a organização e a regulamentação sobre a rede de cuidados de saúde. Além disto, a aposta na formação sobre as políticas de saúde orientadoras da prática deste profissional, é fundamental para um eficaz desempenho das suas funções. É neste sentido, e visando a melhoria da qualidade do serviço prestado, que esta Unidade de Formação surge, abordando áreas tão pertinentes como p.e., os Sistemas de Seguros de Saúde, área de trabalho onde a intervenção do Secretariado é exigida. Para a operacionalização desta Unidade de Formação, recomenda-se que os formandos frequentem as Subunidades de formação de forma faseada, isto é, adquirindo, primeiro, conhecimentos sobre políticas de saúde, seguidos dos conhecimentos sobre a rede nacional de saúde e/ou sistemas, subsistemas e seguros de saúde. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: POLÍTICAS DE SAÚDE DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 e 21 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Adequar o comportamento e ação profissional às Políticas de Saúde; • Prestar Apoio e Encaminhar os utentes dentro do Serviço Nacional de Saúde; • Caracterizar as estruturas da Rede Nacional de Cuidados de Saúde; • Conhecer os subsistemas do Sistema Nacional de Saúde. CONTEÚDOS POLÍTICAS DE SAÚDE Principais orientações europeias para a saúde: estratégias e orientações Política Nacional de Saúde: estratégias e orientações A Lei de Bases da Saúde: os direitos e deveres do utente que recorre aos serviços de saúde Política interna do estabelecimento de saúde: protocolos, regulamentos, normas, procedimentos REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores) • Experiência formativa em contexto de saúde; • Experiência formativa na área da Rede nacional de saúde; • Conhecimentos sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde, Políticas Nacionais e Europeias para a Saúde. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse o método demonstrativo/participativo recorrendo, sempre que necessário ao método 165 expositivo para elucidar conceitos. Como complemento, o recurso a sessões de focus-group, a análise de estudos de caso e, a simulações pedagógicas (essencialmente ligadas à simulação de situações de faturação com os sistemas de seguros de saúde, cumprimento de políticas e orientações nacionais, cumprimento dos direitos do utente, …) é fundamental para imprimir dinâmica a esta Unidade de Formação, que aborda uma temática de trabalho mais direcionada para a formação em sala e que, com facilidade pode cair num campo demasiado teórico. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de legislação sobre a rede nacional de cuidados de saúde, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais para o estabelecimento de saúde, entre outros. • Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais que acompanharão na formação em sala. • Lei de Bases da Saúde. • Regulamentos internos do estabelecimento de saúde: protocolos, regulamentos, normas, procedimentos gerais. • Folhetos informativos/ Legislação relativa ao Sistema Nacional de Saúde; ao Serviço Nacional de Saúde (SNS); e, ao Sistemas de Seguros de Saúde. • Documentação de suporte sobre as orientações nacionais e europeias para a saúde. Organograma sobre a rede de cuidados de saúde e, em particular, da instituição (ou ACES ou Centro hospitalar) onde o formando trabalha. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de simulação pedagógica para aferir a mobilização de saberes por parte do formando (simulando p.e., situações de faturação com os sistemas de seguros de saúde, …). Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso, como elemento base da avaliação do formando. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias sentidas na pós-formação ao nível dos processos específicos da rede nacional de cuidados de saúde, como p.e., o cumprimento de políticas e orientações específicas da saúde ou cumprimento dos direitos e deveres dos utentes. Aos formandos poderá, também, ser solicitado um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas pelos mesmos no seu desempenho profissional. Em alternativa, a estas avaliações de impacto (chefias e autoavaliação) poderá ser realizado um teste escrito com questões abertas, sobre os conteúdos abordados na formação. 166 SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: REDE NACIONAL DE SAÚDE: CONCEITOS, FILOSOFIAS E COMPOSIÇÃO DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 e 21 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Adequar o comportamento e ação profissional às Políticas de Saúde; • Prestar Apoio e Encaminhar os utentes dentro do Serviço Nacional de Saúde; • Caracterizar as estruturas da Rede Nacional de Cuidados de Saúde; • Conhecer os subsistemas do Sistema Nacional de Saúde. CONTEÚDOS Cuidados Diferenciados Cuidados Primários Cuidados Continuados/Integrados Cuidados Paliativos Articulação entre as diferentes estruturas do Sistema Nacional de Saúde REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores) • Experiência formativa em contexto de saúde; • Experiência formativa na área da Rede nacional de saúde; • Conhecimentos sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde, Políticas Nacionais e Europeias para a Saúde. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse o método demonstrativo/participativo recorrendo, sempre que necessário ao método expositivo para elucidar conceitos. Como complemento, o recurso a sessões de focus-group, a análise de estudos de caso e, a simulações pedagógicas (essencialmente ligadas à simulação de situações de faturação com os sistemas de seguros de saúde, cumprimento de políticas e orientações nacionais, cumprimento dos direitos do utente, …) é fundamental para imprimir dinâmica a esta Unidade de Formação, que aborda uma temática de trabalho mais direcionada para a formação em sala e que, com facilidade pode cair num campo demasiado teórico. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de legislação sobre a rede nacional de cuidados de saúde, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais para o estabelecimento de saúde, entre outros. • Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais que acompanharão na formação em sala. • Lei de Bases da Saúde. • Regulamentos internos do estabelecimento de saúde: protocolos, regulamentos, normas, procedimentos gerais. 167 • • Folhetos informativos/ Legislação relativa ao Sistema Nacional de Saúde; ao Serviço Nacional de Saúde (SNS); e, ao Sistemas de Seguros de Saúde. Documentação de suporte sobre as orientações nacionais e europeias para a saúde. Organograma sobre a rede de cuidados de saúde e, em particular, da instituição (ou ACES ou Centro hospitalar) onde o formando trabalha. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de simulação pedagógica para aferir a mobilização de saberes por parte do formando (simulando p.e., situações de faturação com os sistemas de seguros de saúde, …). Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso, como elemento base da avaliação do formando. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias sentidas na pós-formação ao nível dos processos específicos da rede nacional de cuidados de saúde, como p.e., o cumprimento de políticas e orientações específicas da saúde ou cumprimento dos direitos e deveres dos utentes. Aos formandos poderá, também, ser solicitado um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas pelos mesmos no seu desempenho profissional. Em alternativa, a estas avaliações de impacto (chefias e autoavaliação) poderá ser realizado um teste escrito com questões abertas, sobre os conteúdos abordados na formação. SUB-UNIDADE DE FORMAÇÃO: SISTEMAS, SUBSISTEMAS E SEGUROS DE SAÚDE DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 7 e 21 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Adequar o comportamento e ação profissional às Políticas de Saúde; • Prestar Apoio e Encaminhar os utentes dentro do Serviço Nacional de Saúde; • Caracterizar as estruturas da Rede Nacional de Cuidados de Saúde; • Conhecer os subsistemas do Sistema Nacional de Saúde. CONTEÚDOS SISTEMAS, SUBSISTEMAS E SEGUROS DE SAÚDE Sistema Nacional de Saúde Serviço Nacional de Saúde (SNS) Sistemas de Seguros de Saúde REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES 168 • • • • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores) Experiência formativa em contexto de saúde; Experiência formativa na área da Rede nacional de saúde; Conhecimentos sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde, Políticas Nacionais e Europeias para a Saúde. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para a operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável que a metodologia pedagógica utilizada abordasse o método demonstrativo/participativo recorrendo, sempre que necessário ao método expositivo para elucidar conceitos. Como complemento, o recurso a sessões de focus-group, a análise de estudos de caso e, a simulações pedagógicas (essencialmente ligadas à simulação de situações de faturação com os sistemas de seguros de saúde, cumprimento de políticas e orientações nacionais, cumprimento dos direitos do utente, …) é fundamental para imprimir dinâmica a esta Unidade de Formação, que aborda uma temática de trabalho mais direcionada para a formação em sala e que, com facilidade pode cair num campo demasiado teórico. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de legislação sobre a rede nacional de cuidados de saúde, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais para o estabelecimento de saúde, entre outros. • Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais que acompanharão na formação em sala. • Lei de Bases da Saúde. • Regulamentos internos do estabelecimento de saúde: protocolos, regulamentos, normas, procedimentos gerais. • Folhetos informativos/ Legislação relativa ao Sistema Nacional de Saúde; ao Serviço Nacional de Saúde (SNS); e, ao Sistemas de Seguros de Saúde. • Documentação de suporte sobre as orientações nacionais e europeias para a saúde. Organograma sobre a rede de cuidados de saúde e, em particular, da instituição (ou ACES ou Centro hospitalar) onde o formando trabalha. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, que por vezes poderá recair num plano demasiado teórico, seria aconselhável que o formador utilizasse as situações de simulação pedagógica para aferir a mobilização de saberes por parte do formando (simulando p.e., situações de faturação com os sistemas de seguros de saúde, …). Em alternativa, poderá ser utilizada a análise de estudos de caso, como elemento base da avaliação do formando. A participação ativa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e atividades propostas deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de autoavaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspetiva de melhoria contínua da mesma. Para a avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores diretos dos formandos que, 169 após 3 a 6 meses do término da formação, façam um relatório sobre o desempenho do formando e as melhorias sentidas na pós-formação ao nível dos processos específicos da rede nacional de cuidados de saúde, como p.e., o cumprimento de políticas e orientações específicas da saúde ou cumprimento dos direitos e deveres dos utentes. Aos formandos poderá, também, ser solicitado um novo questionário de autoavaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias sentidas pelos mesmos no seu desempenho profissional. Em alternativa, a estas avaliações de impacto (chefias e autoavaliação) poderá ser realizado um teste escrito com questões abertas, sobre os conteúdos abordados na formação. 170 COD DA UNIDADE PREVENÇÃO DA INFECÇÃO DE FORMAÇÃO O Secretariado Clínico contacta frequentemente com utentes e famílias que se encontram fisicamente fragilizados, sendo estes portadores de vírus e outras doenças transmissíveis através das vias respiratórias ou do contacto físico. A transmissão de doenças no local de trabalho está particularmente associada a condições de trabalho deficientes, como seja o caso de balcões abertos (sem protecção de vidro) que não permitem um isolamento mais eficiente do Secretariado Clínico em relação aos usuários do serviço. A formação proposta no presente referencial visa apetrechar os formandos de conhecimentos que lhes permitam identificar os factores de risco de infecção, minimizar a exposição aos mesmos e aplicar medidas de prevenção que os profissionais poderão adoptar para que não ocorram doenças infecciosas profissionais, sobretudo quando as actividades a desempenhar pelo Secretariado Clínico são no contexto de front-office. Estas medidas deverão basear-se no modo de transmissão dos agentes, ter como controlo a vacinação e, em caso de exposição, a profilaxia a adoptar. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3 e 5 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Esclarecer acerca do contributo do Serviço de Saúde Ocupacional (SSO) na prevenção dos riscos profissionais; • Conhecer os principais factores de risco, nos locais de trabalho, para profissionais do sector da saúde; • Clarificar alguns conceitos relacionados com acidentes de trabalho e doenças ligadas ao trabalho, no contexto de prevenção da infecção; • Conhecer as principais infecções profissionais; • Consciencializar para a necessidade de adopção de medidas preventivas, como seja a aplicação das técnicas de higienização das mãos, no âmbito das tarefas associadas à prestação de cuidados directos, de acordo com orientações, medidas e recomendações da OMS e Programas Nacionais. CONTEÚDOS - SSO: Missão, objectivos e áreas de intervenção; - Risco Profissional: o Noção de factor de risco e de risco; o Principais factores de risco no contexto do trabalho do Secretariado Clínico: Riscos biológicos profissionais por agentes que se transmitem por via aérea (ex. a tuberculose), por gotículas (ex. a meningite meningocócica), por contacto (ex. a escabiose) e por via percutânea (ex. a infecção HIV); o Programas de prevenção de riscos profissionais. - Acidentes de Trabalho: o Conceito de acidente de trabalho, doença profissional, doença relacionada e agravada pelo trabalho; o Procedimentos em caso de acidente de trabalho. - Controlo de infecções profissionais: o Principais infecções em contexto de saúde; 171 o o Modo de transmissão das infecções; Medidas/procedimentos de prevenção/segurança baseadas no modo de transmissão; Outras medidas de prevenção. REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); • Experiência formativa em contexto de saúde; • Experiência formativa na área de prevenção da infecção. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a combinação do método expositivo com o método participativo, aliando, assim, a exposição dos conceitos ao exercício prático dos procedimentos de prevenção. É fundamental que muitos dos conceitos principais sejam trabalhados em sala, recorrendo a actividades de role-play e debate de estudos de caso. O trabalho prático é fundamental para que os formandos percebam a melhor forma de abordar os utentes e de se relacionarem com estes quando contactam em situações de risco de infecção. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais sobre as medidas preventivas do risco de infecção, segundo as orientações, medidas e recomendações da OMS e Programas Nacionais. • Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais desta Unidade de Formação. • Enunciados dos Estudos de caso/role-play aplicados nesta Unidade de Formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, seria aconselhável que o formador utilizasse as actividades de role-play e a análise de alguns estudos de caso como base para a avaliação formativa. Poderia assim aferir a mobilização de saberes da formação. A participação activa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e actividades propostos deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de auto-avaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspectiva de melhoria contínua da mesma. Para avaliação do impacto poderá ser solicitado aos formandos, um novo questionário de auto-avaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias assinaladas pelos mesmos no seu desempenho profissional. 172 COD DA UNIDADE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO (HST) DE FORMAÇÃO Os acidentes de trabalho representam um custo económico elevado para as organizações, trabalhadores e sociedade em geral. Neste sentido, é premente dotar todos os profissionais com competências em Higiene e Segurança no Trabalho trabalhando, desta forma, para a prevenção dos acidentes e garantindo a segurança dos profissionais no seu local de trabalho. O Secretariado Clínico, tal como qualquer profissional, deve possuir conhecimentos sobre os parâmetros legais de actuação ao nível da Segurança e Higiene no Trabalho, por forma a uniformizar os métodos de actuação. Além disto, conceitos e actuações relacionados com ergonomia, acidentes de trabalho e prevenção de situações de risco também deverão ser conteúdos a transmitir e a reforçar, principalmente no contexto da saúde, tão exposto a situações críticas. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3 e 5 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Compreender a importância da HST e a contribuição desta para os objectivos estratégicos das organizações de saúde. • Identificar a legislação de enquadramento no âmbito da segurança, higiene e saúde no trabalho e sua aplicação no sector da saúde. • Identificar os conceitos básicos de segurança e higiene no trabalho. • Compreender a importância de cumprir as normas de segurança e higiene no trabalho, numa atitude preventiva e de antecipação dos acidentes de trabalho. • Compreender a problemática dos acidentes de trabalho. • Identificar o conceito de ergonomia. • Identificar os factores inibidores de bem-estar associados ao ambiente de trabalho. • Aplicar as medidas de prevenção, protecção e tipos de actuação no âmbito da higiene e segurança no trabalho. • Aplicar normas e procedimentos a adoptar perante uma situação de emergência no trabalho. CONTEÚDOS - Definições associadas à segurança e higiene no trabalho o Conceitos de perigo, risco, acidente, incidente, condições de trabalho, prevenção, protecção, avaliação de riscos, controlo de riscos o Princípios gerais de prevenção de acidentes de trabalho o Legislação de enquadramento da matéria no sector da saúde: Saúde Ocupacional; OSHAS 1800/NP4397 - Tipologia de riscos profissionais associados à Higiene e Segurança no Trabalho o Locais e postos de trabalho o Equipamentos de trabalho o Contacto com fontes eléctricas o Incêndio, inundação e explosão 173 - - Medidas de prevenção, protecção e tipos de actuação no âmbito HST o Sinalização de segurança no local de trabalho o Equipamentos de protecção individual e colectiva: tipos; utilização; precauções e recomendações o Plano de emergência o Situações de catástrofe (ex: incêndios, inundações, tremores de terra…) o Plano de evacuação o Higienização: princípios gerais; funções; responsabilidades; procedimentos Ergonomia o Conceito e objectivos o Factores ambientais inibidores do bem-estar no trabalho Ruído Ambiente térmico Qualidade do ar Sistema de iluminação o Prevenção de riscos ergonómicos: Posicionamentos REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); • Experiência formativa em contexto de saúde; • Experiência formativa na área de higiene e segurança no trabalho. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a combinação do método expositivo com o método participativo, aliando, assim, a exposição dos conceitos ao exercício prático dos procedimentos de prevenção e de reacção em caso de acidente. É fundamental que muitos dos conceitos principais sejam trabalhados em sala, recorrendo a actividades de role-play; debate de estudos de caso e, simulações de situações de incêndio, tendo por base o plano de evacuação, … O trabalho prático é fundamental para que os formandos identifiquem os factores de risco no seu local de trabalho e, fundamentalmente percebam como devem actuar em casos bastante específicos dentro deste âmbito da HST. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de procedimentos e protocolos fundamentais sobre as HST, plano de evacuação do local de trabalho, entre outras que se verifiquem pertinentes. • Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais desta Unidade de Formação. • Enunciados dos Estudos de caso/role-play/simulações aplicados nesta Unidade de Formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, seria aconselhável que o formador utilizasse as actividades de role-play e a análise de alguns estudos de caso como base para a avaliação formativa. A participação activa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios, simulações e actividades propostos deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. 174 Recomenda-se a aplicação de um questionário de auto-avaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspectiva de melhoria contínua da mesma. Para avaliação do impacto poderá ser solicitado, aos formandos um novo questionário de auto-avaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias assinaladas pelos mesmos no seu desempenho profissional. 175 COD DA UNIDADE SENSIBILIZAÇÃO PARA A QUALIDADE NA SAÚDE DE FORMAÇÃO A monitorização da Qualidade na saúde é preocupação transversal no sector da saúde, sendo que o Secretariado Clínico desempenha um papel activo nesta função. Importa que os profissionais compreendam as motivações e orientações associadas à monitorização activa do desempenho dos serviços e instituições para que desempenhem com eficácia e eficiência o seu papel. A sensibilização do Secretariado Clínico para esta temática é a função desta Unidade de Formação. DESTINATÁRIOS: Secretariado Clínico CARGA HORÁRIA DE REFERÊNCIA: Entre 3 e 5 horas OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM No final da formação o formando deverá ser capaz de: • Definir o conceito de qualidade em saúde. • Identificar os objectivos e princípios básicos da qualidade. • Identificar os princípios que orientam a implementação de uma cultura de qualidade na saúde. • Identificar algumas práticas de qualidade já implementadas ou em processo de implementação no sector da saúde. • Reconhecer a existência de diferentes sistemas de acreditação/ certificação na saúde. • Identificar as responsabilidades que pode assumir na implementação e continuidade da qualidade na sua unidade/ serviço/ organização enquanto profissional de saúde. • Definir um plano de acção de correctiva/melhoria relativamente a uma tarefa/ processo no qual intervenha enquanto profissional de saúde. • Reconhecer a importância de assumir uma atitude pró-activa na melhoria contínua da qualidade, no âmbito da sua acção profissional. CONTEÚDOS - Qualidade na saúde o Enquadramento: princípios orientadores, partes interessadas, o Objectivos e princípios básicos da qualidade Eficiência Eficácia na resposta às necessidades do utente e da instituição/serviço Satisfação das pessoas na organização o Os custos da não qualidade - A implementação da Qualidade o Manual da Qualidade, Indicadores e documentação de apoio para os registos o Sistemas de acreditação/certificação na saúde: objectivos, âmbito de aplicação e impacte na intervenção do/a Secretariado Clínico o Transição para uma cultura de qualidade na saúde: Motivação para a qualidade A melhoria contínua Acções correctivas e preventivas o O papel dos colaboradores: procedimentos a adoptar REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DOS FORMADORES 176 • • • Certificação enquanto formador (CAP/CCP - Formação Pedagógica Inicial de Formadores); Experiência formativa em contexto de saúde; Experiência formativa na área de gestão da qualidade. RECOMENDAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO Para operacionalização desta Unidade de Formação, seria desejável a combinação do método expositivo com o método participativo, aliando, assim, a exposição dos conceitos às actividades que deverão ser realizadas pelo Secretariado Clínico nesta área da qualidade. É fundamental que muitos dos conceitos principais sejam trabalhados em sala, recorrendo ao método expositivo e, também, ao método activo através p.e., da exploração de manuais e de indicadores de qualidade; do debate de estudos de caso relacionados com a temática; entre outros. Caso se justifique, consoante as funções desempenhadas pelo grupo de formandos no âmbito da monitorização da qualidade, a formação com recurso à prática simulada poderá ser uma opção válida para a operacionalização desta Unidade de Formação. RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS É recomendável que se recorram a alguns recursos de apoio à operacionalização desta Unidade de Formação, nomeadamente: • Guia de apoio ao formando, que integrará informação de vários níveis relacionada com a formação: horários, sessões, conceitos principais, listagem de procedimentos, protocolos e manuais fundamentais sobre a monitorização da qualidade existentes na instituição/serviço. • Suporte multimédia (p.e., PowerPoint) com a apresentação dos conceitos fundamentais desta Unidade de Formação. • Enunciados dos Estudos de caso, manuais e indicadores existentes no âmbito da qualidade e a ser aplicados nesta Unidade de Formação. ORIENTAÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO A avaliação da formação deverá ser processada pelo formador consoante o desempenho do formando. Tendo em conta a especificidade da Unidade de Formação, seria aconselhável que o formador utilizasse a análise de alguns estudos de caso como base para a avaliação formativa. Desta forma, poderia aferir a mobilização de saberes da formação. A participação activa do formando nas sessões de trabalho e nos exercícios e actividades propostos deverá ser tida em conta neste processo de avaliação. Recomenda-se a aplicação de um questionário de auto-avaliação ao formando, de modo a obter um feedback daquilo que o próprio considera ter sido aprendizagem útil ao seu desempenho profissional/pessoal. A aplicação de um questionário de avaliação da formação também é desejável, para a recolha da opinião do formando sobre o desenvolvimento da formação, numa perspectiva de melhoria contínua da mesma. Para avaliação do impacto, poderá ser solicitado às chefias/coordenadores directos dos formandos que, após 3 a 6 meses do término da formação façam um relatório sobre o desempenho do formando, e as melhorias de desempenho no que respeita à sensibilização para esta temática. Aos formandos poderá ser solicitado um novo questionário de auto-avaliação (do impacto), com o intuito de perceber as melhorias assinaladas pelos mesmos no seu desempenho profissional. 177 VII. ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES Um dos outcomes do Estudo consiste na apresentação de orientações e recomendações técnicas para auxiliar no processo de regulamentação e reestruturação das ofertas de formação para o Sector da Saúde. Este capítulo incide, precisamente, nessa componente, embora extravase do domínio da oferta de formação (incluindo a organização e gestão da formação, e os conteúdos das mesmas) para os domínios da organização do trabalho, da sistematização da informação documental, entre outros. Do ponto de vista da oferta de formação, o objectivo do Estudo não reside apenas na identificação de necessidades de formação mas, também, em dar sugestões ao nível organizativo da formação, já que, existe uma fraca oferta de formação inicial e a formação contínua limita-se à fornecida pelas unidades de saúde, que não se encontra uniformizada e harmonizada (cada entidade define os cursos e os conteúdos em função das suas necessidades). O cenário encontrado na análise realizada à oferta formativa é de existência de uma elevada diversidade de designações de formações e de cargas horárias para responder a necessidades de formação iguais ou muito semelhantes. Adicionalmente, a oferta dirigida ao Secretariado Clínico incide, em grande maioria, nas competências comuns e transversais (p.e., a gestão do stress, a resolução de conflitos, a Higiene e Segurança no Trabalho,…), evidenciando uma certa fragilidade da oferta formativa no que concerne as áreas chave – competências específicas – associadas ao trabalho de front-office e back-office desempenhado pelo Secretariado Clínico. A existência dessa formação específica também revela fragilidades, em particular porque a modalidade de formação adoptada é, essencialmente, ‘on-the-job’ (no local de trabalho), com deficiente estruturação ou documentação de suporte. Contudo, antes de avançar para a apresentação de recomendações relativas à área funcional específica do Secretariado Clínico, importa, agora, recordar algumas das orientações e recomendações técnicas sistematizadas no capítulo V.5. Elementos de reorientação da oferta formativa: necessidade de profissionalização do sector e, neste âmbito, criar ofertas de formação uniformizada, desenvolvidas com base nas novas metodologias e modalidades de formação inseridas no sistema de formação actual que permitam responder às necessidades identificadas e ao mesmo tempo obter uma certificação profissional. apostar em campanhas de divulgação e marketing que apresentem às entidades que compõem o mercado interno da formação este instrumento e as mais-valias de dispor de 178 um referencial comum, com os conteúdos definidos e organizados mas com flexibilidade suficiente para o adaptar às necessidades e realidade de cada unidade de saúde. necessário que as entidades responsáveis pela formação inicial, i.e., escolas profissionais, escolas secundárias, centros de formação profissional de gestão directa do IEFP e entidades formadoras privadas apostem na oferta formativa dirigida aos Técnicos/as Auxiliares de Saúde e desenvolvam cursos de educação e formação de adultos e cursos de aprendizagem que permitam formar estes Técnicos, para viabilizar uma integração com maior rapidez e qualidade nas estruturas das unidades de saúde. necessário incluir no Referencial de Técnico/a Auxiliar de Saúde uma UFCD de especialização relativa às actividades desenvolvidas por estes profissionais ou reformular a UFCD Circuitos e transporte de informação nas unidades e serviços da Rede Nacional de Cuidados de Saúde, inserindo-lhe novos conteúdos programáticos associados ao transporte de produtos, equipamentos, materiais ou informação não contemplada nesta UFCD, como o transporte de peças anatómicas, aparelhos /equipamentos (p.e., ecografo, aparelho portátil de RX, espigarde, heletrofax), medicamentos, materiais (p.e., balas de oxigénio) e cadáveres e membros, que exigem o conhecimento de regras e protocolos de transporte. Esta medida permitirá dar resposta ao movimento de especialização de alguns dos Auxiliares de Acção Médica nas funções de Mensageiro. No caso especifico da formação para o Secretariado clínico, e apesar do presente Referencial constituir uma resposta útil e válida à necessidade de estruturar as competências desenvolvidas pelos mesmos e a formação dirigida a este público, continua a ser necessário investir no melhoramento/aprofundamento do instrumento. As recomendações da Equipa do Estudo, que vão encontro dessa necessidade, são agora apresentadas: DIMENSÕES RECOMENDA-SE… O investimento na sistematização de informação documental ELEMENTOS DE CONSULTA que os agentes de formação possam consultar para a construção das acções de formação (p.e. entidades, referências bibliográficas, legislação, regulamentos,…). Aprofundamento dos conteúdos das Unidades de Formação 2, 3, 5 e 8. Este exercício depende, sobremaneira, da estabilização CONTEÚDOS das Unidades de Competência 2, 3, 5 e 8, para a qual é necessário o envolvimento activo das estruturas de recursos humanos e de formação da ACSS, das ARS, dos Hospitais, Ordem 179 DIMENSÕES RECOMENDA-SE… dos Médicos e Enfermeiros, SPMS, e tantos outros Organismos que possam contribuir para a discussão e para regulamentar a formação dirigida ao Secretariado Clínico. A criação de roteiros de trabalho, em particular de uma bateria de exercícios recomendados para a operacionalização da atividade (p.e., simulações pedagógicas, análise das práticas profissionais em visita ao posto de trabalho, situação de autoconfrontação pela visualização de um vídeo do indivíduo no seu RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS posto de trabalho,…). O investimento na criação de materiais de suporte para a operacionalização das actividades, a serem amplamente difundidos (p.e. através de mailing-list para os centros de formação dos hospitais, ARS,…). A sistematização de indicadores de monitorização: AVALIAÇÃO da qualidade da formação; dos impactos da formação na performance (i) dos formandos, e (ii) dos organismos. Do ponto de vista da organização da formação, é necessário investir num cenário em que o Referencial é amplamente difundido junto das entidades formadoras competentes, dado este ser facilmente adaptável às realidades dos Organismos, uma vez que está construído numa lógica de unidades de curta duração com cargas horárias estimadas em intervalos de tempo e, algumas unidades de maior dimensão são compostas de sub-unidades que podem ser desenvolvidas autonomamente. 180 PROMOVIDO POR: CO-FINANCIADO POR: 181