1 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Maurício Zart Arend Avaliação das Características Geométricas, de Impermeabilidade e Resistência ao Impacto das Telhas Recicláveis de Embalagem Longa Vida Santa Cruz do Sul 2014 2 Maurício Zart Arend Avaliação das Características Geométricas, de Impermeabilidade e Resistência ao Impacto das Telhas Recicláveis de Embalagem Longa Vida Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade de Santa Cruz do Sul para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientadora: Prof. Ms. Camila Crauss Santa Cruz do Sul 2014 3 Maurício Zart Arend Avaliação das Características Geométricas e Propriedades Mecânicas das Telhas Recicláveis de Embalagem Longa Vida Este trabalho de curso foi submetido à banca examinadora, abaixo nomeada, do Curso de Engenharia Civil, da Universidade Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Engenharia Civil. Ms. Camila Crauss Professor Orientador - UNISC Ms. Henrique Luiz Rupp Professor examinador – UNISC Ms. Christian Donin Professor examinador - UNISC Santa Cruz do Sul 2014 4 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Camadas da embalagem Longa Vida ................................................. 16 Figura 2 – Ciclo da embalagem............................................................................ 18 Figura 3 – Fluxograma de produção das telhas na empresa GLZ ....................... 22 Figura 4 – Tabela comparativa entre os materiais ............................................... 26 Figura 5 – Resultados do material exposto no intemperismo acelerado .............. 27 Figura 6 – Ensaio geométrico de medições ......................................................... 32 Figura 7 – Ensaio geométrico de espessura ........................................................ 32 Figura 8 – Ensaio geométrico do desvio do esquadro ......................................... 34 Figura 9 – Ensaio geométrico de passo da onda ................................................. 35 Figura 10 – Ensaio geométrico de altura da onda ................................................ 36 Figura 11 – Ensaio geométrico de altura da borda ............................................... 37 Figura 12 – Verificação de tolerâncias dimensionais ........................................... 38 Figura 13 – Ensaio mecânico de ruptura à flexão ................................................ 40 Figura 14 – Carga mínima de ruptura à flexão ..................................................... 41 Figura 15 – Massa de corpo mole, altura e energia de impacto ........................... 41 Figura 16 – Resistência a impactos de corpo mole de telhado ............................ 42 Figura 17 – Carga concentrada transmitida com o auxílio de cutelo de madeira . 43 Figura 18 – Ensaio de características físicas de impermeabilidade ..................... 44 Figura 19 – Análise gráfica dos ensaios de espessura telhas lote 01 .................. 47 Figura 20 – Análise gráfica dos ensaios de espessura telhas lote 02 .................. 47 Figura 21 – Análise gráfica dos ensaios de espessura telhas lote 03 .................. 48 Figura 22 – Representação gráfica dos resultados dos ensaios de largura ......... 49 Figura 23 – Dispersão dos resultados do ensaio de comprimento ....................... 51 Figura 24 – Resultado gráfico do ensaio de esquadro 1° ponto de todos lotes ... 53 Figura 25 – Resultado gráfico do ensaio de esquadro 2° ponto de todos lotes ... 53 Figura 26 – Medição da altura da onda ................................................................ 54 Figura 27 – Visualização do resultado do ensaios de altura de onda .................. 56 Figura 28 – Medição do passo da onda ............................................................... 56 Figura 29 – Resultado gráfico da média dos passos das ondas .......................... 58 Figura 30 – Ensaio de impermeabilidade ............................................................. 61 Figura 31 – Representação do protótipo de ensaio de desempenho mecânico ... 62 Figura 32 – Ensaio de caminhamento .................................................................. 63 5 Figura 33 – Ensaio de resistência a impacto de corpo mole ................................ 64 Figura 34 – Deformação devido ao ensaio de corpo mole aplicando 480J .......... 65 6 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resultados dos ensaios de espessura lote 01 ................................... 45 Tabela 2 – Resultados dos ensaios de espessura lote 02 ................................... 46 Tabela 3 – Resultados dos ensaios de espessura lote 03 ................................... 46 Tabela 4 – Resultados dos ensaios de largura lote 01 ......................................... 48 Tabela 5 – Resultados dos ensaios de largura lote 02 ......................................... 49 Tabela 6 – Resultados dos ensaios de largura lote 03 ......................................... 49 Tabela 7 – Resultados dos ensaios de comprimento lote 01 ............................... 50 Tabela 8 – Resultados dos ensaios de comprimento lote 01 ............................... 50 Tabela 9 – Resultados dos ensaios de comprimento lote 01 ............................... 50 Tabela 10 – Resultados dos ensaios de esquadro lote 01 ................................... 52 Tabela 11 – Resultados dos ensaios de esquadro lote 02 ................................... 52 Tabela 12 – Resultados dos ensaios de esquadro lote 03 ................................... 52 Tabela 13 – Resultados dos ensaios de altura da onda lote 01 ........................... 54 Tabela 14 – Resultados dos ensaios de altura da onda lote 02 ........................... 55 Tabela 15 – Resultados dos ensaios de altura da onda lote 03 ........................... 55 Tabela 16 – Resultados dos ensaios de passo da onda lote 01 .......................... 57 Tabela 17 – Resultados dos ensaios de passo da onda lote 02 .......................... 57 Tabela 18 – Resultados dos ensaios de passo da onda lote 03 .......................... 57 Tabela 19 – Resultados dos ensaios da altura da borda lote 01 .......................... 59 Tabela 20 – Resultados dos ensaios da altura da borda lote 02 .......................... 59 Tabela 21 – Resultados dos ensaios da altura da borda lote 03 .......................... 59 Tabela 22 – Resultados dos ensaios de pesagem lote 01 ................................... 60 Tabela 23 – Resultados dos ensaios de pesagem lote 02 .................................. 60 Tabela 24 – Resultados dos ensaios de pesagem lote 03 .................................. 60 7 LISTA DE ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CCDM Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais CTR Carga térmica radiante Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas ITGU Índice de tempartura de globo e umidade LMCC Laboratório de Materiais de Construção Civil NBR Norma Brasileira Regulamentadora NQA Nível de Qualidade Aceitável NR Norma Regulamentadora PEAD Plástico de alta densidade PEBD Plástico de baixa densidade THI Índice de temperatura e ambiente UFSM Universidade Federal de Santa Maria UNISC Universidade de Santa Cruz do Sul 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 1.1 Área ..................................................................................................................... 12 1.2 Delimitação do tema ............................................................................................ 12 2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 13 3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 14 3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 14 3.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 14 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15 4.1 História da Empresa Tetra Pak ........................................................................... 15 4.2 Matéria Prima ...................................................................................................... 16 4.3 Reciclagem.......................................................................................................... 19 4.4 Processos de Fabricação das Telhas.................................................................. 20 4.5 Telhas Tetra Pak ................................................................................................. 23 4.6 Revisões sobre Telhas Tetra Pak........................................................................ 25 4.7 Telhas Fibrocimento Ondulada ........................................................................... 28 5. METODOLOGIA .................................................................................................... 30 5.1 Características geométricas ................................................................................ 31 5.1.1 Medições .......................................................................................................... 31 5.1.2 Espessura ........................................................................................................ 32 5.1.3 Largura ............................................................................................................. 33 5.1.4 Comprimento .................................................................................................... 33 5.1.5 Esquadro .......................................................................................................... 34 5.1.6 Passo ............................................................................................................... 34 5.1.7 Altura da Onda ................................................................................................. 36 5.1.8 Altura da Borda................................................................................................. 36 5.1.9 Nível de Aceitação............................................................................................ 37 5.2 Propriedades Mecânicas ..................................................................................... 38 5.2.1 Carga de Ruptura à Flexão .............................................................................. 38 5.2.2 Resistência a Impactos de Corpo Mole ............................................................ 41 5.2.3 Determinação da Resistência ao Caminhamento ............................................ 42 5.3 Características Físicas ........................................................................................ 43 5.3.1 Impermeabilidade ............................................................................................. 43 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES: CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS ........... 45 6.1 Ensaios de Caracterizações Geométricas:.......................................................... 45 6.2 Ensaios de Espessura: ........................................................................................ 45 6.2.1 Resultados (mm): ............................................................................................. 45 9 6.2.2 Discussões: ...................................................................................................... 46 6.3 Ensaios de Largura: ............................................................................................ 48 6.3.1 Resultados (cm): .............................................................................................. 48 6.3.2 Discussões: ...................................................................................................... 49 6.4 Ensaios de Comprimento: ................................................................................... 50 6.4.1 Resultados (cm): .............................................................................................. 50 6.4.2 Discussões: ...................................................................................................... 51 6.5 Ensaios de Esquadro: ......................................................................................... 51 6.5.1 Resultados (mm): ............................................................................................. 51 6.5.2 Discussões: ...................................................................................................... 52 6.6 Ensaios de Altura da Onda:................................................................................. 53 6.6.1 Resultados (mm): ............................................................................................. 54 6.6.2 Discussões: ...................................................................................................... 55 6.7 Ensaios de Passo da Onda: ................................................................................ 56 6.7.1 Resultados (mm): ............................................................................................. 57 6.7.2 Discussões: ...................................................................................................... 57 6.8 Ensaios de Altura da Borda: ................................................................................ 58 6.8.1 Resultados (mm): ............................................................................................. 58 6.8.2 Discussões: ...................................................................................................... 59 6.9 Ensaios de Pesagem do Material: ....................................................................... 60 6.9.1 Resultados (kg): ............................................................................................... 60 6.9.2 Discussões: ...................................................................................................... 60 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES: ENSAIO DE IMPERMEABILIDADE................. 61 7.1 Ensaio de Impermeabilidade: .............................................................................. 61 7.1.1 Resultados: ...................................................................................................... 61 7.1.2 Discussões: ...................................................................................................... 61 8. RESULTADOS E DISCUSSÕES: DESEMPENHO MECÂNICO ........................... 62 8.1 Ensaios de Caracterização de Desempenho Mecânico: ..................................... 62 8.2 Ensaio de Caminhamento ................................................................................... 62 8.2.1 Resultados: ...................................................................................................... 63 8.2.2 Discussões: ...................................................................................................... 63 8.3 Ensaios de Resistência a Impacto de Corpo Mole. ............................................. 63 8.3.1 Resultados: ...................................................................................................... 64 8.3.2 Discussões: ...................................................................................................... 64 8.4 Ensaios de Carga de Ruptura à Flexão............................................................... 65 9. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 66 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 68 10 1. INTRODUÇÃO Historicamente, as telhas foram criadas com a finalidade de cobrir as residências e edificações, proporcionando ao mesmo tempo conforto e proteção para seus moradores. As principais características que as telhas deveriam apresentar para cumprir com suas finalidades eram possuir resistência contra intempéries e evitar a infiltração de água na moradia. O Brasil por ser um país colonizado por Portugal sempre seguiu as características dos telhados das colônias portuguesas que utilizavam as telhas cerâmicas apoiadas em estruturas de madeira. Estas telhas ainda são muito empregadas nos dias de hoje, tendo suas técnicas de fabricação e utilização aperfeiçoadas e padronizadas pela ABNT (NBR 15310:2009), que define a qualidade que o material comercializado deve apresentar. A região sul do Brasil, mais especificadamente a cidade de Santa Cruz do Sul, teve uma colonização alemã – em sua maioria – e estes povos adotaram os métodos arquitetônicos de suas regiões no novo território. Como vieram de regiões mais frias e estavam acostumados com neve, construíram suas casas com um nível alto de inclinação e utilizavam telhas de cerâmica para impedir a troca de calor tão rápida. Com a evolução tecnológica, outros materiais foram utilizados como matéria prima para a composição das telhas, tais como, cerâmica, cimento, amianto, fibrocimento, plástico, metálico e produtos recicláveis. Desta forma, foram introduzidos no mercado telhas com dimensões diferentes, características isoladas e normas de controles únicos para cada material. As telhas possuíam formatos e dimensões diferentes conforme as regiões em que eram fabricadas, então, a ABNT normalizou as especificações destas telhas. As telhas cerâmicas são produtos de argila queimada acima de 900°C, possuem um peso especifico alto e por isto necessitam ser suportadas por uma estrutura resistente (PATTON, 1978). Por outro lado, ela tem características ótimas em questões térmicas, de impermeabilidade e bom escoamento. As telhas de fibrocimento tiveram um grande destaque no mercado por possuírem dimensões maiores do que as antigas telhas cerâmicas e formas de execução mais econômicas e velozes. Por se destacarem de forma positiva no mercado elas acabaram sendo regulamentadas pela ABNT (NBR 7581-1:2012) 11 para terem as exigências necessárias para a comercialização adequada deste material. A construção civil como um todo é responsável por uma grande parcela de impacto negativo ao meio ambiente, no que diz respeito à extração de matérias primas não renováveis e também a emissão de gases de efeito estufa. De acordo com o professor Vahan Agopyan (2013) mais de 40% do consumo da matéria prima produzida no planeta é destinada para a construção civil e o consumo de cimento é maior do que de alimentos. Sendo que este impacto não se da apenas no momento da construção, mas também na utilização dos mesmos. Segundo dados das Nações Unidas (apud MOURA E MOTTA, 2013), a construção civil consome 40% de toda a energia produzida no planeta, 30% dos materiais extraídos do meio natural, gera 25% do total de resíduos sólidos e produz 1/3 do total de emissões de gases de efeito estufa. O crescimento populacional tem causado um aumento constante no consumo de materiais, ocasionando uma preocupação mundial referente ao uso dos recursos naturais, a emissão de poluentes durante a produção, assim como, a destinação final dos resíduos provenientes destes processos. Neste contexto, cada vez mais se procura por produtos alternativos que sejam autossuficientes ou recicláveis. Nos últimos anos a preocupação com estes impactos ambientais tem crescido e a busca por materiais que não agridam o meio ambiente, ou que ao menos minimizem estas agressões, é constante. Os materiais sustentáveis vêm sendo empregados nos mais diversos ramos da construção. A Universidade de São Paulo (USP) tem estudado técnicas que permitam uma diminuição em até 40% a produção de gás carbônico durante a produção de cimento. O método se baseia em realizar de forma mais racional o controle, seleção e combinação das matérias primas usadas na fabricação do cimento, substituindo em grande parte o material responsável pela emissão dos gases e aumentando a qualidade final do produto (BERNARDES, 2013). As adições de matérias primas, tais como fíler calcário, escórias de altoforno, matérias pozolânicos e sílica ativa, misturadas ao clínquer na fase de moagem, permitem a economia de matérias primas na fabricação de cimento. O uso de materiais cerâmicos de demolição como agregado em concreto; o uso de borracha de pneu como agregado para pistas de rolamento em estradas também 12 são outros exemplos de uso de materiais alternativos que minimizam os impactos ambientais, na tentativa de tornar a construção civil mais sustentável. Desta mesma forma, visando à redução do grande impacto ambiental que a humanidade esta causando, iniciou-se a produção de telhas ecológicas a partir de materiais recicláveis que teriam o seu fim em aterros sanitários ou lixões. Estas telhas têm como matéria prima as embalagens longa vida, as quais são compostas por papel, alumínio e plástico, mas na fabricação das telhas utiliza-se apenas o plástico e o alumínio. Elas seguem o mesmo molde e dimensões das telhas de fibrocimento e tem as mesmas finalidades. Materiais recicláveis são uma alternativa viável e sustentável, uma solução encontrada para a crescente escassez de matérias primas. Porém é preciso garantir que estes produtos apresentem as qualidades mínimas exigidas para que desempenhem as finalidades com quais se comprometem. As telhas recicláveis já estão no mercado, porém não possuem nenhuma norma que as enquadre, comprovando ou não, que possuem qualidade para resistirem às intempéries e proteger de infiltrações. Diante do que foi introduzido acima, este trabalho tem a finalidade de verificar, através de ensaios em laboratório, a qualidade das telhas produzidas com embalagens longa vida (Tetra Pak) para comprovar se os materiais reciclados podem ter um comportamento equivalente ao de fibrocimento. 1.1 Área A pesquisa foi desenvolvida na área de materiais de construção, com enfoque nas telhas recicláveis que utilizam o material Tetra Pak como sua matéria prima. O objetivo é definir as características que este material apresenta e se são aceitáveis para serem utilizadas na construção civil. 1.2 Delimitação do tema Serão utilizadas as telhas recicláveis produzidas pela empresa GLZ, situada na cidade de Santa Cruz do Sul. O objetivo será de analisar as características do material através dos testes exigidos pela ABNT 7581-2:2012 Versão corrigida: 2014 – Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios e a Norma de Desempenho de Edificações. 13 2. JUSTIFICATIVA A fabricação das telhas de fibrocimento com utilização de amianto tem em seu processo a utilização de minérios retirados da natureza, estes componentes além de não serem repostos ao meio ambiente, também são tóxicos aos seres humanos. Alguns fabricantes já procuram por outras matérias primas que substituam o amianto e utilizam em suas produções um substituto plástico que possui bom desempenho no produto final. Os componentes utilizados na produção da telha de fibrocimento com amianto são mistura de água, calcário, fibra de amianto crisólita, celulose, lama de cal e cimento artificial, composto, devido à adição de calcário. A técnica utilizada na fabricação é industrializada e mecanizada, com alguns processos realizados sob enclausuramento devido à toxicidade dos produtos. As empresas também se preocupam com seus funcionários por trabalharem com produtos extremamente tóxicos. As telhas Tetra Pak são produzidas a partir da reciclagem de embalagem de longa vida, tornando este produto altamente sustentável e não tóxicos. Apresentam uma leveza considerável em relação às telhas fibrocimento, facilitando na sua montagem e em estruturas de telhados mais econômicas. Os fabricantes (GLZ, Eco-lógica, Telha Pak, dentre outras) alegam que estes materiais possuem características tão boas ou melhores que as telhas fibrocimento, desta forma, seriam um produto alternativo viável na construção civil. Através do processo de conscientização da população para utilização de produtos recicláveis, torna-se possível proporcionar para as futuras gerações melhores condições de vida. O comprometimento na busca do desenvolvimento sustentável é essencial para almejar um planeta com qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, pois homem e natureza precisam reaprender a conviver pacificamente. 14 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral O presente trabalho tem por objetivo geral descrever e relatar as qualidades funcionais das telhas recicláveis produzidas de Tetra Pak em comparação as telhas de fibrocimento. Com estes resultados será possível verificar se este material atende a algumas das exigências nas Normas ABNT para as telhas de fibrocimento. 3.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos do trabalho são: - Realizar alguns testes exigidos pela ABNT para verificar a qualidade do material (Teste de resistência à flexão; Teste de impermeabilidade; Resistencia ao impacto de corpo mole; Possibilidade de caminhamento. geométricos); - Revisar as qualidades de um material reciclado; - Verificar e analisar os benefícios da sua utilização. Ensaios 15 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1 História da Empresa Tetra Pak Segundo o histórico disponibilizado no site da empresa, a Tetra Pak foi fundada em 1951, por Ruben Rausing em Lund, na Suécia, com o intuito de desenvolver uma embalagem para o leite que exigisse um mínimo de material, mas que oferecesse o máximo de higiene. Em 1983, o fundador Ruben Rausing faleceu, e nesta época sua empresa já era multinacional e possuía a capacidade de produzir 33 bilhões de embalagens cartonadas por ano. Ao passar dos anos, seu produto teve alterações para melhoria da qualidade e desde 2011 está presente em mais de 170 países. Atualmente sua produção gira em torno de mais de 167 bilhões de embalagens ao ano (TETRA PAK, 2014). As atividades em solo brasileiro tiveram inicio em 1957, tendo uma evolução devido às inovações que atendiam os mais diversos segmentos da indústria e perfis variados de consumidores. A Tetra Pak Brasil possui duas fábricas de embalagens e sete escritórios de vendas e assistência técnicas e é a segunda maior operação do Grupo Tetra Pak em volume de vendas e faturamento. As fábricas estão situadas nos estados de São Paulo e Paraná, sendo ambas certificadas por órgãos internacionais (TETRA PAK, 2014). A atuação da empresa no setor nacional esta vinculada ao desenvolvimento da indústria e do mercado de alimentação. Devido às inovações dos equipamentos de processamentos e seus novos conceitos de embalagens foi possível o desenvolvimento de novos mercados. A introdução dos leites longa vida foram possíveis devido à tecnologia UHT (Ultra High Temperature) que garantia a segurança do leite processado sem necessitar de refrigeração e permitiam que o leite chegasse a locais mais distantes sem estragar. Além de desenvolverem outras embalagens utilizadas em outros produtos tais como sucos prontos, água de côco, bebidas de soja e produtos culinários (TETRA PAK, 2014). A companhia é referência global em tecnologia, além de ser uma das empresas mais eficientes do mundo em seu setor, segundo o sistema World Class Management (TETRA PAK, 2014). 16 4.2 Matéria Prima O material utilizado na fabricação das telhas recicláveis são as embalagens longa vida. Estas são compostas por multicamadas que fornecem proteção para os alimentos nela armazenados. Conforme descrito no site da Tetra Pak, a composição do material é formado por três elementos básicos: papel (75%), polietileno (20%) e alumínio (5%) que são distribuídos em seis camadas que combinadas formam uma embalagem segura, leve e eficiente sem necessidade de refrigeração. Cada uma das camadas (figura 1) possui uma finalidade, que inclui desde a proteção contra agentes externos e conservação do produto até a rigidez da própria embalagem. Figura 1 – Camadas da embalagem Longa Vida Fonte: TETRA PAK, 2014. O papel utilizado nas embalagens é o duplex com uma camada branca que não utiliza cloro para o seu clareamento e suas principais funções são dar suporte mecânico à embalagem e receber a impressão. É importante ressaltar que é um recurso natural renovável e obtido de florestas replantadas e certificadas (TETRA PAK, 2014). A composição média de uma embalagem é 75% de papel duplex (fibra longa) tendo sua formação feita por duas camadas e unidas sem cola oferecendo 17 suporte mecânico e resistência a embalagem, além de receber a impressão dos rótulos (NASCIMENTO et. al, 2007). O alumínio representa cerca de 5% da embalagem e tem a importante função de proteger contra a entrada da luz, do oxigênio e de impedir a troca de aromas entre o alimento e o meio externo. Ele é extraído da bauxita e na embalagem fica entre várias camadas de plástico, não entrando em contato com o alimento (NEVES & GOMES, 2000). Este metal combinado com pequenas quantidades de outros produtos químicos desenvolve ligas que aperfeiçoam algumas características naturais. As suas características peculiares são a maleabilidade, leveza e a grande resistência à corrosão. Além de ser extremamente versátil, podem ser utilizado na confecção de panelas, papel de alumínio, painéis coletores de energia solar, entre outros (PAIVA et. al, 2012). O plástico usado nas embalagens longa vida é o polietileno de baixa densidade (PEBD) que é extraído do petróleo. Presente em quatro camadas na embalagem, suas funções são isolar o papel da umidade, impedir o contato do alumínio com o alimento e servir como elemento de adesão dos outros materiais presentes na estrutura (papel e alumínio) (TETRA PAK, 2014). Segundo Nascimento et al. (2007) o polietileno é um polímero que se define por ser um material macromolecular resultante da união de muitas subunidades que se repetem. Diferente do polietileno de alta densidade (PEAD), ele possui uma porcentagem maior de cadeias laterais, menos cristalino e menos denso o que o tornam razoavelmente flexível. Desta forma, é utilizado na produção de filmes plástico e, pelo fato de ser apolar não tem afinidade com água, o que é essencial para o uso em embalagens de alimentos. As embalagens, por exibirem uma composição com estes diferentes materiais, tornam-se difíceis de reciclar por apresentarem uma agregação de materiais com características químicas e físicas diferentes. Em 2004, 22% das embalagens longa vida no Brasil estavam sendo recicladas com processos bem estabelecidos, porém ainda grande parte destes materiais estavam sendo depositados em aterros sanitários (NASCIMENTO et al., 2007). O processo da fabricação e reaproveitamento das embalagens é demonstrado na figura abaixo: 18 Figura 2 – Ciclo da embalagem Fonte: TETRA PAK, 2014. A cadeia de reciclagem das embalagens longa vida possui uma logística criada pela empresa. Segundo Zuben (2005), o alumínio é vendido no formato de lingotes para uma empresa parceira do empreendimento, esta empresa transforma o alumínio em folhas que retornam para a produção de novas 19 embalagens, este processo gera uma significativa economia de energia elétrica durante a produção. No caso do plástico, após ser transformado em parafina, é comercializado para a indústria petroquímica nacional e o papel será reciclado por outra empresa em parceria ao projeto. Por fim, o plástico com alumínio que não foi segregado é comercializado para empresas produzirem chapas, telhas e vassouras (ZUBEN, 2005). 4.3 Reciclagem A reciclagem é um processo que transforma os materiais que seriam descartados em matéria prima reaproveitada. Esta é uma boa alternativa para reduzir o lixo urbano e materiais que iriam ser depositados na natureza e em aterros sanitários. Este processo traz benefícios para toda sociedade, tanto na forma de conscientização dos cidadãos, como em questões ambientais, menos gasto de energia na produção dos materiais e na limpeza das cidades (ARAGUAIA, s./ a). Depois de realizada a coleta das embalagens, normalmente realizada por cooperativas, o material coletado possui um grande valor econômico para as indústrias de papel e plásticos. A separação dos papéis é feita nas próprias fábricas que realizam a reciclagem, e desta separação utilizam como matéria prima o papel separado para a produção de alguns produtos (TETRA PAK, 2014). Assim como os demais componentes, plástico e alumínio, são utilizados em fábricas recicladoras de plástico na confecção de algumas mercadorias. Uma nova tecnologia de reciclagem separa o plástico e o alumínio da embalagem, no processo Plasma. Este processo foi totalmente desenvolvido no Brasil, após seis anos de estudos e testes, numa parceria da Tetra Pak com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) (TETRA PAK, 2014). As embalagens Tetra Pak possuem diversas tecnologias para a sua reciclagem. O material que compõem a embalagem, formado por fibras e plástico/alumínio são iniciadas nas fábricas de papel, realizadas pelo equipamento denominado hidrapulper, que tem a função similar a um grande liquidificador (TETRA PAK, 2014). 20 No hidraupulper são colocadas as embalagens e água sem a adição de produtos químicos. A agitação mecânica da mistura provoca a hidratação das fibras de papel, separando-as das camadas de plástico e alumínio. Depois deste processamento, a polpa é extraída por bombeamento e as demais camadas são lavadas em uma peneira rotativa. Após esta purificação das fibras este papel pode ser utilizado na confecção de caixas de papelão, tubetes, palmilha de sapato, papel toalha, entre outros. (NEVES & GOMES, 2000) O material composto de plástico/alumínio é reciclado através de processos de secagem, trituração, extrusão e injeção, este processo é realizado por fábricas de processamento de plásticos para onde o material é enviado. Ao final, a matéria originada deste trabalho tem diversas finalidades, como produzir peças plásticas, cabos de pá, vassouras, coletores e outros (CERQUEIRA, 2005). Outra possibilidade de reciclagem do plástico com alumínio envolve um processo de trituração que em sequência é prensado a quente. Como resultado deste processo obtem-se uma chapa com dimensões idênticas ao compensado de madeira, que pode ser usada na fabricação de divisórias, móveis, pequenas peças decorativas e telhas. Esses materiais têm grande aplicação na indústria de construção civil (TETRA PAK, 2014). No ano de 2013, o trabalho da Tetra Pak apresentou o seguinte resultado, apresentado em seu site: taxa de reciclagem global aproximou-se de 24,5%, ou seja, foram recicladas em torno de 43 bilhões de embalagens, sendo que este número chegou ao somatório de quatro bilhões a mais do que o ano anterior. Em 2013, no Brasil mais de 71 mil toneladas de embalagens da Tetra Pak foram recicladas, este volume representa um incremento de 9% se comparado a 2012. Entretanto, hoje, este indíce é limitado pela ausência de um número maior de programas de coleta seletiva no país (TETRA PAK, 2014). 4.4 Processos de Fabricação das Telhas Segundo Cerqueira (2005) o princípio do processo de fabricação das telhas e placas consiste na fusão do material sob pressão e posterior resfriamento. O processo da fabricação das telhas se inicia com o recebimento normalmente em fardos contendo a matéria prima (polietileno e alumínio). Estes materiais são comercializados pelas empresas papeleiras que fazem a 21 reciclagens das embalagens longa vida e fornecem o material triturado na forma de matéria prima. Em seguida este material é triturado em pequenos fragmentos usando moinhos de faca para que o material tenha seu tamanho reduzido para facilitar na fusão e proporcionar maior homogeneidade ao produto final (CERQUEIRA, 2005). Este material reduzido é depositado em formas de plástico, que em seguida serão alocadas em prensas que irão aquecê-los a temperaturas entre 160°C e 200°C. Durante este processo os pedaços de material irão se fundir criando um elemento único, uma chapa com as dimensões semelhantes a uma telha de fibrocimento. Após a fusão do polietileno, as placas ainda aquecidas são introduzidas em um processo de prensagem a frio com fôrmas onduladas, onde o material irá adquirir a geometria das telhas após o resfriamento. Normalmente este resfriamento demora em torno de 5 a 10 minutos (CERQUEIRA, 2005). Na cidade de Santa Cruz do Sul, a empresa GLZ produz as telhas recicláveis utilizando como matéria prima o material composto de plástico e alumínio Tetra Pak. A imagem da figura 3 apresenta o fluxograma de produção da empresa. A GLZ tem seu maior gasto com a compra da matéria prima que é fornecida pelas empresas papeleiras que realizam a reciclagem das embalagens Tetra Pak, onde utilizam o papelão para seu próprio consumo e comercializam a composição de alumínio e plástico. O processo de produção da GLZ é composto da pré-classificação da matéria prima realizada por seus funcionários, onde em seguida é colocada em um desagregador e então transferida para uma secadora, para realizar o processo de limpeza. Assim que o produto não se encontrar mais úmido, ele passa por um processo de trituração/moagem e então é depositado para a próxima etapa. 22 Figura 3 – Fluxograma de produção das telhas na empresa GLZ Fonte: GLZ, 2014. Em seguida, o material é colocado em quantidade necessária do produto armazenado, dentro de um plástico e deslocado para a prensa, neste momento irá ser aquecido por fusão e se tornará maleável. Depois do tempo necessário na prensa, o material é retirado e colocado na fôrma de molde para resfriar e obter o formato desejado. No final do processo, as rebarbas são cortadas para que o produto possua as medidas corretas. 23 4.5 Telhas Tetra Pak No mercado atual o setor da construção civil utiliza em grande demanda as telhas de fibrocimento por apresentarem um custo mais acessível e possuírem propriedades satisfatórias já comprovadas em ensaios. A Tetra Pak, por produzir uma quantidade enorme de embalagens, sempre investe em iniciativas que promovam a importância da coleta seletiva, além de desenvolverem tecnologias de reciclagem. Um projeto de sucesso foi à produção de placas de telhas a partir da reciclagem de embalagens longa vida pósconsumo. Esta ideia surgiu em 1999, quando a empresa percebeu que a composição de suas embalagens possuíam materiais nobres, caros e resistentes. Começaram a estudar maneiras de transformar esta composição em placas rígidas para diversos fins na construção civil. Deste momento para a criação de telhas foi apenas uma evolução da sua utilidade (RODRIGUES, 2010). O desenvolvimento e utilização deste material proporcionou a redução do consumo de matérias primas naturais, além de reaproveitar os resíduos descartados na natureza. No Brasil, em 2010, já existiam 17 fábricas que produziam telhas a partir desta tecnologia (RODRIGUES, 2010). A telha ecológica Tetra Pak por ser aluminizada, apresenta características de resistência e também atua na reflexão da luz solar, deixando o ambiente mais fresco e agradável, desta maneira minimiza o efeito estufa gerado pelas altas temperaturas. Comparada com as telhas de fibrocimento, as telhas Tetra Pak apresentam boas características de durabilidade e resistência. Elas também são mais leves, mais flexíveis, ajudam na acústica, não propagam fogo, além da possibilidade de fazer cortes em todas as direções, podendo ser empregadas tanto para cobertura quanto para fechamentos laterais (ARAÚJO, MORAIS & ALTIDES, 2008). A empresa Eco-lógica (2013) garante que, além da praticidade e originalidade, essas telhas estão removendo de aterros os materiais que não tinham outras finalidades e possuem um processo de produção que não gera nenhum tipo de efluente ou poluente atmosférico. Em relação à leveza, a telha reciclada de 6mm chega a pesar 14kg, peso bem inferior as de fibrocimento que chegam a pesar 24kg, resultando em uma 24 economia na estrutura da cobertura. As telhas possuem um fácil manuseio, fixação e aceita a penetração de pregos, parafusos e rebites (TELHA PAK, s. a.). Conforme artigo da empresa Construir Reciclável (2012, s. p.), Os principais benefícios da Telha Ciclo Aluminizada para as construções são: maior isolamento térmico do que as telhas de fibrocimento e galvanizadas; Isolamento acústico; Alta resistência; Uma das maiores durabilidades do mercado; Metade do peso do que as telhas de fibrocimento; Alta impermeabilidade e fácil instalação. Além disso, a cada telha produzida, a Ciclo retira em média, 1.500 embalagens de ''longa vida'' do mundo, que poderiam levar 450 anos para se decompor. Esse tipo de telha pode representar uma redução no gasto com mantas isolantes térmicas, o motivo está num dos elementos que formam a embalagem. O alumínio da telha, um isolante térmico natural, chega a isolar a temperatura de 30% a 40% comparada as de fibrocimento. Também é um eficiente isolador acústico, proporcionando maior conforto termo-acústico (TELHA PAK, s. a.). Praticamente inquebrável, faz com que as perdas no transporte e manuseio sejam reduzidas, além de ser resistente ao granizo e alto nível de resiliência. No canteiro de obras, é um ponto a favor: se alguma telha cair durante a colocação, ela não quebrará. Estas telhas são certificadas pelo Inmetro e possuem testes e laudos provenientes do IPT e do Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM) (GLZ, 2009). Segundo a Telha Pak (2014) as telhas produzidas de embalagens longa vida possuem qualidades tão eficientes quanto às de fibrocimento, quando comparadas, isto se deve ao fato destes materiais oferecerem alta resistência à flexão e a baixa absorção de água, em decorrência de sua origem plástica. Alguns modelos feitos a partir das embalagens de longa vida podem ser mais baratos que as de fibrocimento, porém apresentam-se em um único modelo e tamanho ao consumidor com dimensões de 2,20m x 0,92m ou até de 2,20 x 0,96 conforme fabricante, o que gera uma compra maior de unidades, portanto no momento da instalação, ela deverá ser cortada no tamanho desejado. Na região de Santa Cruz do Sul (RS) a empresa GLZ é responsável pela produção destas telhas ecológicas que tem também na sua linha de produção os laminados, que servem para várias finalidades, tais como divisórias, forros e tapumes. Com o mesmo material estão sendo fabricadas lixeiras, coletores e casinhas para cães. 25 4.6 Revisões sobre Telhas Tetra Pak A geração de um conceito de telha ecologicamente correta busca fornecer um parâmetro para análise das telhas existentes no mercado que subsidiam a escolha de um produto mais adequado, atendendo a requisitos técnicos, econômicos, ambientais e sociais. Com o surgimento das telhas Tetra Pak vem junto à dúvida de qual telha seria a melhor. Desta forma, a produção deste material constitui uma nova tecnologia que traz uma série de benefícios econômicos e sociais: menor custo de mercado e valorização; geração de empregos relacionados à coleta seletiva e ao processamento dos materiais; o resgate da cidadania dos envolvidos; e benefícios ambientais, ao proporcionar um melhor aproveitamento destes materiais evitando o descarte em lixões e aterros sanitários. Referente a avaliação do material resultante da reciclagem, alguns ensaios já foram realizados quanto as suas características mecânicas, de resisitência a tração e flexão, e também em ensaios quanto suas caracteristicas físico-química referentes a absorção de água e conforto térmico. Araújo, Morais e Altides (2008) realizaram ensaios comparando as características do material das telhas de fibrocimento com o material das telhas fabricadas com embalagem longa vida. Os métodos de ensaio desta pesquisa seguiram a norma ASTM D 698/9 quanto a resistência a tração, a norma ASTM D 790/98 quanto a resistência a flexão e as normas ASTM E97 e ASTM d-570 quanto a absorção de água. As telhas ecológicas tiveram em média uma absorção de água de 0,53% e as telhas de fibrocimento apresetaram em média uma absorção de água de 23,43%. Concluíram através dos ensaios que as telhas recicláveis podem substituir as telha de fibrocimento por apresentrarem resultados melhores tanto na caracterização mecânica como físico-química (ARAÚJO, MORAIS & ALTIDES, 2008). Cerqueira (2005) também realizou ensaios para definir as características do material das telhas ecológicas, os métodos de ensaios seguidos por ele foram os mesmo usados acima e todos ensaios realizados pelo IPT. Os resultados obtidos seguem abaixo: 26 Figura 4 – Tabela comparativa entre os materiais Fonte: Cerqueira (2005) A tabela demonstra as características do material conforme os ensaios realizados e o comparativo entre as telhas de fibrocimento e as telhas recicláveis. Conforme análise, as telhas recicláveis apresentaram caracteristicas de resistência á flexão e de absorção a água bem superiores que as de fibrocimento. O ensaio de absorção também apresentou diferenças de valores, onde o resultado médio encontrado por Araújo, Morais e Altides (2008) foi de 0,53%, enquanto o de Cequeira (2005) foi de 6,5%. Os resultado encontrados nos artigos apresentam valores distintos, mas ainda assim trazem resultados que enquadram o material reciclado Tetra Pak como aceitável no comparativo com o material fibrocimento. A empresa Tetra Pak solicitou ensaios ao CCDM para avaliar a influência do tempo de exposição no intemperismo acelarado para o comportamento mecânico do material das telhas recicláveis. O material foi avaliado através dos ensaios de tração e flexão(ASTM D 790-00) antes e após a exposição ao intemperismo acelarado em diferentes períodos de exposição, onde 1000 horas equivalem aproximadamente a um ano de envelhecimento natural (CCDM,2005). Os resultados seguem abaixo (figura 5). A tabela demonstra que o material sofre uma queda em suas características mecânicas conforme o tempo de exposição aumenta, demonstrando que o material tem suas propriedades reduzidas ao passar dos anos. 27 Figura 5 – Resultados do material exposto no intemperismo acelerado Fonte: CCDM (2005) .É importante ressaltar que nos estudos mencionados, com base nas normas Americanas, os ensaios são realizados em corpos de prova prismático de cada material, e não no produto telha. Entre outros ensaios caracterizando as telhas ecológicas, Fiorelli et al. (2009) analisam o conforto térmico das telhas ecológicas em comparação a outras. A metodologia se baseou em criar protótipos com dimensões de 8m x 4m, totalizando uma área coberta de 28 m², um pé direito de 3m e inclinação de 20%. As estruturas estudadas por Fiorelli et al. (2009) utilizaram quatro tipos diferente de cobertura: telhas ecológicas, cerâmica, cerâmica pintada de branco e telha fibrocimento. Dentro de cada protótipo foram instalados termômetros em duas alturas do piso (0,7m e 1,5m) e analisados durante um período de 90 dias. As coletas foram realizadas em quatro horários diferentes (às 10h, às 12h, às 14h, às 16h). Os índices ambientais analisados foram: índice de temperatura de globo e umidade (ITGU), carga térmica radiante (CTR) e índice de temperatura e ambiente (THI). 28 Os resultados encontrados pelos autores demonstraram que na maioria dos horários estudados as telhas tiveram comportamento semelhante e não apresentaram variação significativa maior que 5% de probabilidade. Este estudo comprovou que as telhas recicláveis apresentam um índice de conforto térmico tão bom quanto as outras telhas utilizadas (FIORELLI et al., 2009). 4.7 Telhas Fibrocimento Ondulada As telhas de fibrocimento surgiram por volta de 1895 em substituição aos telhados de ardósia natural utilizados na época, quando o austríaco Ludwig Hatschek descobriu a pasta de cimento amianto, uma mistura de cimento, calcário, amianto e água. As novas telhas eram apresentadas em pequenas placas com espessura reduzida e diversas formas (PETRUCCI, 1979). No mercado brasileiro sua inserção ocorreu em 1940, atualmente é amplamente usada pela construção civil, principalmente em cobertura de habitações populares, de galpões e de edifícios, embora não proporcionem adequado conforto, sobretudo térmico. O fibrocimento também é utilizado na fabricação de caixas d'água e peças acessórias para telhados. Esse material se desenvolveu rapidamente por ser econômico e devido as suas boas propriedades: baixa massa específica, alta resistência à tração e elevada resistência a agentes agressivos (PETRUCCI, 1979). Um problema apresentado é o envelhecimento que afeta as propriedades das telhas de fibrocimento que são diretamente influenciadas pelo ambiente ao qual estão expostas. Em atmosferas urbanas a carbonatação é a principal causa do aumento de porosidade (DIAS et al., 2008). As telhas de fibrocimento são fabricadas em diversas ondulações e dimensões, resultando em diversos modelos. Essa diversidade de modelos e tamanhos proporciona uma variedade de opções para o consumidor final. As telhas de espessura de 6 mm pesam 18 kg/m² e as de 8 mm pesam 24 kg (ETERNIT, s. a.). Segundo Azeredo (1997) as chapas onduladas são versáteis e podem ser instaladas sobre estruturas de madeira, aço ou concreto pré-moldado, podendo ser fixadas com parafusos, ganchos ou pinos, conforme indicação do fabricante. 29 De acordo com Ripper (1995), as telhas de fibrocimento podem ser usadas em coberturas, revestimentos externos de estrutura e em construções provisórias e auxiliares, as telhas de fibrocimento também devem atender as diversas normas que são estabelecidas. O uso desse material é muito criticado pelos defensores do meio ambiente, devido ao fato da sua composição conter minérios retirados da natureza, dentre eles o amianto, prejudicial à saúde humana e com uso banido em vários países do mundo. A telha de fibrocimento tem matéria prima mineral disponível em grandes jazidas no Brasil, entretanto, a extração dessas jazidas são controladas por órgãos de fiscalização pela possibilidade de esgotar o material, como aconteceu com a primeira mina brasileira de amianto, São Felix, localizada em Poções, na Bahia. Ela começou a ser explorada em 1939 quando a SAMA Mineração de Amianto S.A. (Sociedade Anônima de Mineração de Amianto) veio para o Brasil e teve suas reservas esgotadas em 1967, antes disso o Brasil importava todo o amianto que consumia (BRASIL, 2010). A extração deste tipo de matéria prima, além do esgotamento dos recursos minerais, traz outros prejuízos para o meio-ambiente, tais como a alteração da flora e da fauna local, decréscimo da qualidade de vida das comunidades, no que altera a qualidade do meio ambiente. Também é necessário considerar a gravidade dos impactos na saúde humana de quem trabalha neste processo (BRASIL, 2010). Algumas empresas, tais como a Brasilit, já se adaptaram na produção e fazem telhas sem amianto, elas estão substituindo este minério por cimento reforçado com fios sintéticos à base de polipropileno. Apesar das mudanças, as qualidades de seus materiais continuam atendendo as exigências determinadas pelas normas. 30 5. METODOLOGIA A realização da pesquisa busca identificar as características de desempenho que as telhas ecológicas (embalagem longa vida) possuem para as finalidades que são utilizadas. O procedimento adotado verifica as características geométricas e propriedades mecânicas das mesmas. Diferente de outros artigos publicados, este estudo utiliza as Normas usadas pela ABNT que regem as telhas de fibrocimento. Desta forma é possível comparar as características do produto final (telha) e não apenas do material de qual ela é feita. Neste sentido, pretende-se definir de que forma este material se comporta em situações reais de uso. A fabricação deste material na empresa situada em Santa Cruz do Sul tem um índice de produção diário médio de 60 telhas/dia. Por este fato serão realizados ensaios com telhas fabricadas em datas diversas para definirmos lotes distintos e verificar se a produção estabelece um padrão. Para o trabalho obter um resultado satisfatório foram realizados ensaios com quatro telhas, de três lotes, totalizando doze telhas para as realizações de todos os ensaios. Os ensaios geométricos foram executados em todas as telhas de todos os lotes, já os outros ensaios foram realizados apenas em duas telhas de cada lote. O critério de seleção para estas telhas levou em consideração as diferenças de peso, onde foram selecionadas as telhas mais leve e mais pesada de cada lote, para assim, analisar se o peso do material interferia em suas características físicas e mecânicas. Na ausência de normalização específica para este tipo de material, foram empregadas as normas utilizadas para as telhas de fibrocimento. O objetivo é verificar se as telhas ecológicas atendem aos mesmos requisitos definidos nas normas citadas. - ABNT NBR 7581-1: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 1: Classificação e requisitos - ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios 31 - ABNT NBR 15575 - 2: Edificações habitacionais – Desempenho parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013. - ABNT NBR 15575 - 5: Edificações habitacionais – Desempenho parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, 2013. 5.1 Características geométricas Todas as definições para os seguintes ensaios foram retiradas da ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios. Para os ensaios serão utilizados doze corpos de prova com as dimensões comercializadas das telhas de 2,20m x 0,92m, 7 – 8 mm de espessura e peso 16kg (informações do comerciante). Os ensaios de características geométricas terão as doze telhas verificadas por todos os requisitos solicitados pela norma. Serão realizados na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), conforme as instruções abaixo. 5.1.1 Medições Equipamento de ensaio Devem dispor de uma superfície plana, com dimensões superiores as dimensões da telha em ensaio. Posicionamento da amostra Colocar a telha sobre a superfície plana, conforme a figura 6: 32 Figura 6 – Ensaio geométrico de medições Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios 5.1.2 Espessura Equipamento de Ensaio: Medidor de espessura: Dispositivo com resolução mínima de 0,1mm composto de dois apalpadores de pontas semicilíndricas, acoplados a um arco. Procedimentos Devem ser tomadas medidas da espessura em seis pontos, sendo: três pontos em cristas e três pontos em cavas, conforme a figura 7. Figura 7 – Ensaio geométrico de espessura Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios Dessas seis medidas, três devem ser em cada uma das extremidades longitudinais. As seis medidas devem estar distribuídas em pelo menos 80% da 33 largura da telha As medidas devem ser efetuadas a uma distância mínima de 15mm da extremidade. Resultados O resultado deve ser a média de seis medições efetuadas em cada amostra e ser expresso em milímetro, com uma casa decimal. 5.1.3 Largura Equipamento de Ensaio Trena metálica graduada em milímetros e esquadro. Procedimentos Com o auxilio de dois esquadros posicionados nas extremidades laterais da amostra, efetuar três medições da largura, sendo uma no centro da amostra (±100mm do centro da telha) e as outras duas a uma distância compreendida entre 50mm e 100mm da extremidade para evitar cantos cortados (ver figura 8). Resultados Cada resultado deve ser a média de três medições efetuadas em cada amostra. Os resultados devem ser expressos em milímetros, arredondados ao inteiro mais próximo. 5.1.4 Comprimento Equipamento de Ensaio Trena metálica graduada em milímetros. Procedimento Efetuar três medições do comprimento, sendo uma no centro da amostra (±100mm) e as outras duas a uma distância compreendida entre 50mm e 100mm da extremidade, para evitar os cantos cortados (ver figura 8). As medidas devem ser tomadas com exatidão de 1mm. 34 Resultados O resultado deve ser a média das três medições efetuadas em cada amostra. O resultado deve ser expresso em milímetros, arredondado ao inteiro mais próximo. 5.1.5 Esquadro Equipamento de Ensaio Gabarito retangular: dispositivo de ângulos retos, concordante com o perfil da telha, ou qualquer outro dispositivo apropriado para verificar o esquadro das extremidades em relação às ondas, com exatidão de 1mm. Régua metálica graduada em milímetros. Procedimento Efetuar duas medições do desvio do esquadro, sendo uma em cada extremidade, conforme figura 8. Figura 8 – Ensaio geométrico do desvio do esquadro Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios Resultado Os resultados de cada medição devem ser expressos em milímetros. 5.1.6 Passo Equipamento de Ensaio Régua metálica com resolução mínima de 0,5mm. 35 Barras cilíndricas: Barras com no mínimo 50 mm de comprimento e diâmetro suficientemente grande para tocar os flancos das ondas, com pontas cônicas fincadas em seu eixo em uma extremidade, conforme figura 9: Figura 9 – Ensaio geométrico de passo da onda Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios Procedimentos Medir três passos de onda, na primeira e segunda cava, na última e penúltima cava e em duas cavas na região central. As barras cilíndricas devem ser apoiadas em duas cavas subsequentes, com a ponta cônica ultrapassando ligeiramente a borda da telha. Medir com a régua metálica a distância entre duas pontas cônicas consecutivas. Qualquer outro método que permita medir o passo com exatidão maior ou igual a 0,5mm pode ser utilizado. Resultado Deve ser a média das três medições, expresso em milímetros, com uma casa decimal. 36 5.1.7 Altura da Onda Aparelhagem Micrômetro de profundidade de ponta semiesférica, com resolução mínima de 0,1mm. Procedimento Em uma das extremidades da telha, efetuar as medições em três ondas completas, distribuídas uniformemente na largura. Medir com micrômetro de profundidade com resolução mínima de 0,1mm, conforme a figura 10: Figura 10 – Ensaio geométrico de altura da onda Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios Qualquer outro método que permita medir a altura de onda com exatidão maior ou igual a 0,1mm pode ser utilizado. Resultado Deve ser a média das três medições, expresso em milímetros, com uma casa decimal. 5.1.8 Altura da Borda 37 Aparelhagem Régua metálica graduada em milímetros ou qualquer outro dispositivo apropriado para a medição da altura de onda nas bordas ascendente e descendente, com exatidão de 1mm. Procedimento Medir em uma das extremidades da telha a altura de onda na borda ascendente (hod) e a altura de onda na borda descendente (h om). As medidas devem ser efetuadas conforme a figura 11, a uma distância mínima de 15 mm da extremidade e com exatidão de 1mm. Figura 11 – Ensaio geométrico de altura da borda Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios 5.1.9 Nível de Aceitação O nível de aceitação para estes requisitos devem ser do tipo II: Nível de Qualidade Aceitável (NQA) de 4% e um nível de inspeção S1, conforme ABNT NBR 5426 ou 5429. Onde definem a quantidade de amostras feitas por ensaios, e a quantidade que deve ser aceitável ou rejeitável para poder recusar o lote. Para verificar os valores medidos deve-se consultar a figura 12. 38 Figura 12 – Verificação de tolerâncias dimensionais Fonte: ABNT NBR 7581-1: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 1: Classificação e Requisitos 5.2 Propriedades Mecânicas As propriedades mecânicas foram analisadas conforme especificadas nas ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios; ABNT NBR 15575 - 2: Edificações habitacionais – Desempenho parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013; ABNT NBR 15575 5: Edificações habitacionais – Desempenho parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, 2013. Para os ensaios serão utilizados doze corpos de prova para os ensaios de ruptura à flexão, com dimensões de 1,20m x 0,92m. Os ensaios serão realizados no Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e com os resultados será possível calcular os valores de carga de ruptura e módulo de resistência à flexão. Em dez corpos de prova pretende-se descobrir os resultados e em outros dois pretende-se verificar se eles atendem a carga mínima de ruptura sem sofrer deformações plásticas. 5.2.1 Carga de Ruptura à Flexão Preparação da amostra 39 A amostra deve ser composta de telhas prontas, inteiras ou cortada transversalmente com no mínimo 1200mm de comprimento, nas condições de umidade e temperatura ambiente. Aparelhagem Máquina de ensaio de flexão: dispositivo com velocidade constante de carregamento ou com velocidade de deformação constante. O dispositivo deve ser composto pelos seguintes elementos: a) Dois apoios paralelos, fixos ou móveis, desde que permitam seu travamento durante execução do ensaio, dispostos no mesmo plano horizontal e de comprimento superior à largura do corpo de prova. A face superior de cada apoio deve ser plana com 50mm de largura; b) Uma viga de carregamento de 230mm de largura colocada paralelamente e a igual distância dos apoios, fixada ao mecanismo mediante uma junta flexível; c) Manta de material flexível com espessura mínima de 10mm e máxima de 30mm, de comprimento e largura iguais aos apoios e a viga de carregamento, para uniformizar a superfície de contato; d) Vão de 1100 mm sobre o qual deve ser realizado o ensaio. Procedimento O corpo de prova deve ser colocado sobre os apoios (face superior sem compressão) perpendicularmente à direção das ondas e deve ser carregado em seu centro pelo cutelo, com uma repartição uniforme da carga aplicada em seu centro, após interposição das mantas de material flexível. A carga de ruptura, que corresponde à carga máxima alcançada no decorrer do ensaio de flexão, deve ser obtida entre 10s e 45s após o início da aplicação da carga. Apresentação e interpretação dos resultados A carga de ruptura à flexão (PC), expressa em newtons por metro de largura, é dada pela equação: Pc = 𝑝 𝑤 40 Se o vão (l) for diferente de 1,10m, a carga de ruptura à flexão (Pc) relativa à largura, para comparação com os valores estabelecidos na ABNT NBR 7581-1, deve ser calculada pela equação: Pc = 𝑝 𝑤 x 1,10 𝑙 Onde, Pc = a carga de ruptura à flexão por metro de largura, expressa em newtons por metro(N/m); P = a carga de ruptura à flexão, expressa em newtons(N); w = a largura da telha, expressa em (m); l = o Vão livre, expresso em metro(m). Figura 13 – Ensaio mecânico de ruptura à flexão Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios Nível de aceitação Nível de aceitação: tipo I NQA de 4% e um nível de inspeção S3, conforme ABNT NBR 5426 ou 5429, que definem a quantidade de amostras feitas por ensaios, e a quantidade que deve ser aceitável ou rejeitável para recusar o lote. Para verificar os valores de carga mínima de ruptura à flexão deve-se consultar a figura 14. 41 Figura 14 – Carga mínima de ruptura à flexão Fonte: ABNT NBR 7581-1: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 1: Classificação e Requisitos 5.2.2 Resistência a Impactos de Corpo Mole De acordo com a ABNT NBR 15575 – 2: Edificações habitacionais – Desempenho parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais, este ensaio submete um trecho representativo do telhado a impactos de corpo mole, simulando a queda de uma pessoa. Deve ser aplicado um impacto na posição mais desfavorável, por meio de um saco de areia abandonado em queda livre. Estabelecendo valores de massa, altura e energia de impacto. Figura 15 – Massa de corpo mole, altura e energia de impacto Fonte: ABNT NBR 15575 - 2: Edificações habitacionais – Desempenho parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013 42 Figura 16 – Resistência a impactos de corpo mole de telhado Fonte: ABNT NBR 15575 - 2: Edificações habitacionais – Desempenho parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013. 5.2.3 Determinação da Resistência ao Caminhamento Conforme ABNT NBR 15575 - 5: Edificações habitacionais – Desempenho parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas, este ensaio consiste em submeter um trecho representativo do sistema de cobertura a uma carga concentrada passível de ocorrer durante a montagem do telhado ou mesmo durante operações de manutenção (próprio peso do telhadista, apoio de materiais ou ferramentas e outros). Aparelhagem Pórtico de reação, cilindro hidráulico para aplicação da carga e célula de carga ou anel dinamométrico com resolução igual ou melhor que 200g, ou pesos metálicos adequados com precisão de 200g para a aplicação de carga sobre o cutelo. O cutelo deve ser de madeira com densidade de 800kg/m³, com comprimento de 20cm e largura de 10cm. Procedimento A carga deve ser transmitida na posição mais desfavorável, por meio do cutelo de madeira, diretamente sobre a telha ou sobre dispositivos distribuidores de carga do tipo tábuas, pranchas e outras, especificados pelo fabricante ou construtor. O cutelo deve ser conformado para transmitir a carga na direção vertical, intercalando-se um berço de borracha ou outro material resiliente, de dureza Shore A entre 50 e 60, entre o cutelo e a telha, conforme mostrado na figura 17. 43 Figura 17 – Carga concentrada transmitida com o auxílio de cutelo de madeira Fonte: ABNT NBR 15575 - 5: Edificações habitacionais – Desempenho parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas. Rio de Janeiro, 2013 5.3 Características Físicas Este ensaio é baseado de acordo com a ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios. Serão utilizados doze corpos de prova para os ensaios de características físicas. Para os ensaios de impermeabilidade serão utilizados os corpos de prova com dimensões de 2,20m x 0,92m e para os ensaios de absorção de água serão utilizados doze corpo de prova com medições de 0,10m x 0,20m. Os ensaios serão realizados na UNISC, conforme instruções abaixo. 5.3.1 Impermeabilidade Segundo a ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento: Parte 2: Ensaios, as telhas submetidas aos ensaios não podem apresentar vazamentos ou formação de gotas na face oposta à ação da água, entretanto é tolerado o aparecimento de manchas de umidade. Preparação do corpo de prova O corpo de prova consiste em uma telha inteira, pronta para expedição, sem acondicionamento. Equipamento de ensaio Tubo de seção circular, reto, transparente ou translúcido, aberto nos extremos, com diâmetro interior de aproximadamente 35mm e altura suficiente para formar uma coluna de água de 250mm. 44 Procedimento Colocar o corpo de prova em posição horizontal e apoiar um dos extremos do tubo sobre a sua superfície, conforme a figura 18, de modo que o tubo fique vertical. Vedar com selante adequado a união entre o tubo e o corpo de prova. Encher o tubo com água até formar coluna de 250mm e deixar o sistema em repouso por 24h em ambiente coberto e ventilado. Após 24 horas, verificar a face inferior do corpo de prova. Figura 18 – Ensaio de características físicas de impermeabilidade Fonte: ABNT NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios Resultados Registrar se houve ou não manchas de umidade e formação de gotas. Deve ser emitido um relatório contendo: resultado do ensaio; data do ensaio; tipo de telha ensaiada quanto ao perfil e à espessura do corpo de prova; temperatura e umidade relativa do local de ensaio; e referência a esta norma. 45 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES: CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS 6.1 Ensaios de Caracterizações Geométricas: Os ensaios foram realizados em todas as telhas, sendo elas dividias em três lotes de três telhas cada, de dias distintos de produção. Desta forma foi esperado verificar a qualidade de produção em dias alternados do material. 6.2 Ensaios de Espessura: Este ensaio foi realizado em seis pontos distribuídos na telha, sendo três nas cristas e três nas cavas. A espessura foi medida a 2cm de distância do início da telha e a distribuição das medições foi realizada conforme a figura 7. O equipamento utilizado para a realização deste ensaio foi o micrômetro de resolução de 0,01mm. 6.2.1 Resultados (mm): O resultado de cada telha é consequência da média dos seis pontos medidos. Abaixo segue o resultado do ensaio. Tabela 1 – Resultados dos ensaios de espessura lote 01 Equipamento de Ensaio: Micrômetro Precisão: 0,01mm Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido 4 º ponto medido 5 º ponto medido 6 º ponto medido Resultado Desvio Padrão Fonte: Autor. Crista Cava Crista Cava Crista Cava Telha 1.1 7,35 7,42 7,14 6,22 6,35 7,20 6,95 0,52 Telha 1.2 7,50 7,80 7,40 7,70 7,90 7,90 7,70 0,21 Telha 1.3 9,05 8,02 8,40 7,27 8,10 6,48 7,89 0,90 Telha 1.4 8,14 7,38 7,21 7,89 7,24 7,68 7,59 0,38 46 Tabela 2 – Resultados dos ensaios de espessura lote 02 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido 4 º ponto medido 5 º ponto medido 6 º ponto medido Resultado Desvio Padrão Crista Cava Crista Cava Crista Cava Telha 2.1 6,03 6,31 7,03 6,75 6,40 7,07 6,60 0,32 Telha 2.2 6,20 6,29 5,60 6,75 6,05 6,24 6,19 0,37 Telha 2.3 8,61 8,50 8,64 7,10 7,15 6,74 7,79 0,88 Telha 2.4 7,88 7,83 7,00 8,09 8,33 7,26 7,73 0,51 Fonte: Autor Tabela 3 – Resultados dos ensaios de espessura lote 03 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido 4 º ponto medido 5 º ponto medido 6 º ponto medido Resultado Desvio Padrão Crista Cava Crista Cava Crista Cava Telha 3.1 8,63 8,61 8,87 8,15 7,05 7,52 8,14 0,72 Telha 3.2 9,24 8,77 8,74 8,64 8,09 7,08 8,43 0,75 Telha 3.3 8,85 8,89 8,22 7,18 7,70 7,14 8,00 0,78 Telha 3.4 7,78 7,96 8,14 8,55 7,36 8,03 7,97 0,39 Fonte: Autor 6.2.2 Discussões: Analisando os resultados das tabelas individualmente é possível verificar que as telhas produzidas no mesmo dia apresentam diferenças de até 1mm entre si e comparando com dias alternados pode-se verificar que esta diferença chega a quase 2mm. As espessuras medidas na mesma telha em alguns casos possuem um desvio padrão baixo (0,21mm) e em outros casos bem elevado (0,90mm), porém a norma de verificação apenas atributa o valor médio das seis medidas sem considerar o desvio padrão. Conforme a figura 12, que apresenta a tabela de tolerâncias aceitáveis, a espessura para telhas maiores de 6mm pode apresentar uma variação de 1mm, tanto para mais como para menos. Atribuindo que o material está sendo comercializado com a informação que possui espessura de 7 a 8mm, os resultados aceitáveis devem estar entre 6,5 e 8,5mm. 47 Os resultados de espessura das telhas do lote 01 e lote 03 estão aceitáveis conforme a norma. As telhas do lote 02 apresentaram uma telha com resultado não aceitável pela norma. Figura 19 – Análise gráfica dos ensaios de espessura telhas lote 01 Fonte: Autor Figura 20 – Análise gráfica dos ensaios de espessura telhas lote 02 Fonte: Autor 48 Figura 21 – Análise gráfica dos ensaios de espessura telhas lote 03 Fonte: Autor 6.3 Ensaios de Largura: Estes ensaios foram realizados em três pontos, sendo dois deles a 10cm de cada extremo e o último no centro da telha. Para a realização do ensaio foi utilizado a régua metálica com exatidão de 1mm. 6.3.1 Resultados (cm): Os resultados obtidos são a média das três medições. Abaixo seguem os resultados do ensaio. Tabela 4 – Resultados dos ensaios de largura lote 01 Equipamento de Ensaio: Régua Metálica Precisão: 1 mm Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Fonte: Autor Extremo Centro Extremo Telha 1.1 90,80 90,40 90,10 90,43 Telha 1.2 91,00 90,90 91,10 91,00 Telha 1.3 90,10 90,10 90,30 90,17 Telha 1.4 90,60 90,10 90,50 90,40 49 Tabela 5 – Resultados dos ensaios de largura lote 02 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Extremo Centro Extremo Telha 2.1 91,50 91,20 91,10 91,27 Telha 2.2 91,50 91,10 91,60 91,40 Telha 2.3 90,80 90,80 91,00 90,87 Telha 2.4 90,90 90,40 90,90 90,73 Fonte: Autor Tabela 6 – Resultados dos ensaios de largura lote 03 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Extremo Centro Extremo Telha 3.1 91,00 90,80 91,00 90,93 Telha 3.2 90,20 90,70 90,90 90,60 Telha 3.3 91,20 91,40 91,50 91,37 Telha 3.4 91,40 91,40 91,50 91,43 Fonte: Autor 6.3.2 Discussões: Analisando os resultados das tabelas é possível verificar que todas as telhas estão com medidas inferiores as fornecidas pelo comerciante, entretanto a figura 12 informa que a respeito da largura das telhas existe uma tolerância de 1cm. Desta forma, as telhas do lote 01 obtiveram apenas uma que se enquadrou e as telhas dos lotes 02 e 03 tiveram duas em cada lote. Figura 22 – Representação gráfica dos resultados dos ensaios de largura Fonte: Autor 50 6.4 Ensaios de Comprimento: Este ensaio foi realizado em três pontos, sendo dois deles a 10cm de cada extremo e o último no centro da telha. Para a realização do ensaio foi utilizado a trena metálica com exatidão de 1mm. 6.4.1 Resultados (cm): Os resultados obtidos são a média das três medições. Abaixo seguem os resultados do ensaio. Tabela 7 – Resultados dos ensaios de comprimento lote 01 Equipamento de Ensaio: Trena Metálica Precisão: 1 mm Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Extremo Centro Extremo Telha 1.1 219,90 220,10 219,90 219,97 Telha 1.2 220,10 219,90 220,20 220,07 Telha 1.3 220,20 219,90 220,00 220,00 Telha 1.4 219,50 219,00 220,00 219,50 Fonte: Autor Tabela 8 – Resultados dos ensaios de comprimento lote 01 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Extremo Centro Extremo Telha 2.1 219,50 219,00 220,00 219,50 Telha 2.2 220,10 220,30 219,00 220,10 Telha 2.3 220,00 220,10 220,00 220,03 Telha 2.4 220,00 220,10 219,90 220,00 Fonte: Autor Tabela 9 – Resultados dos ensaios de comprimento lote 01 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Fonte: Autor Extremo Centro Extremo Telha 3.1 220,10 220,20 219,90 220,07 Telha 3.2 220,00 220,20 220,00 220,07 Telha 3.3 220,10 220,30 220,10 220,17 Telha 3.4 220,20 220,20 220,10 220,17 51 6.4.2 Discussões: Analisando os resultados das tabelas é possível verificar que os resultados das médias estão bem próximos às medidas informadas pelo comerciante. A figura 12 estabelece a largura da telha com dimensões menores que 3,70m com tolerância aceitável de até 1cm, sendo assim, todas as telhas ensaiadas se enquadram neste ensaio. Figura 23 – Dispersão dos resultados do ensaio de comprimento Fonte: Autor 6.5 Ensaios de Esquadro: Este ensaio foi realizado medindo o desvio do esquadro de duas extremidades. Para a realização do ensaio foi utilizado o nível a laser com exatidão angular (ângulos entre 0 – 90°) + - 0,02mm/m. 6.5.1 Resultados (mm): Os resultados obtidos são a os resultados de cada medição. Abaixo seguem os resultados do ensaio. 52 Tabela 10 – Resultados dos ensaios de esquadro lote 01 Equipamento de Ensaio: Nível a Laser Precisão: 0,02 mm/m Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido Extremo Extremo Telha 1.1 11,50 10,70 Telha 1.2 9,00 8,50 Telha 1.3 18,00 12,60 Telha 1.4 10,80 11,40 Fonte: Autor Tabela 11 – Resultados dos ensaios de esquadro lote 02 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido Extremo Extremo Telha 2.1 2,00 7,20 Telha 2.2 5,00 2,30 Telha 2.3 18,70 15,00 Telha 2.4 15,00 11,40 Fonte: Autor Tabela 12 – Resultados dos ensaios de esquadro lote 03 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido Extremo Extremo Telha 3.1 12,00 11,50 Telha 3.2 17,70 12,20 Telha 3.3 10,00 8,60 Telha 3.4 8,80 9,50 Fonte: Autor 6.5.2 Discussões: Na análise dos resultados, das tabelas individualmente, é possível verificar que entre as telhas produzidas no mesmo dia existem diferenças de mais de 16mm de uma para a outra, em relação ao esquadro. Conforme a figura 12 em relação ao desvio de esquadro é aceitável até 10mm de desvio. Desta forma, as telhas do primeiro lote obtiveram apenas uma que alcançou o esquadro necessário e as telhas do lote 02 e 03 tiveram duas que se enquadram nesta tabela. 53 Figura 24 – Resultado gráfico do ensaio de esquadro 1° ponto de todos lotes Fonte: Autor Figura 25 – Resultado gráfico do ensaio de esquadro 2° ponto de todos lotes Fonte: Autor 6.6 Ensaios de Altura da Onda: Este ensaio foi realizado com uma régua metálica apoiada sobre duas cristas da onda e com o paquímetro mediu-se a altura da onda, conforme figura abaixo. 54 Figura 26 – Medição da altura da onda Fonte: Autor 6.6.1 Resultados (mm): Os resultados obtidos são a média das três medições. Abaixo seguem os resultados do ensaio. Tabela 13 – Resultados dos ensaios de altura da onda lote 01 Equipamento de Ensaio: Paquímetro Digital e Régua Metálica Precisão: 0,01 mm Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado Fonte: Autor 1 cava 1 cava 1 cava média 2 cava 2 cava 2 cava média 3 cava 3 cava 3 cava média Telha 1.1 52,20 49,42 49,31 50,3 50,32 49,91 51,34 50,5 50,90 51,32 50,13 50,8 Telha 1.2 46,85 49,35 51,20 49,1 49,49 49,87 51,26 50,2 52,55 52,75 52,72 52,7 Telha 1.3 44,28 47,80 53,08 47,40 49,52 50,51 53,70 51,2 49,08 49,56 49,58 49,4 Telha 1.4 51,11 50,95 51,44 51,2 50,83 51,14 50,48 50,8 46,12 50,01 52,29 49,5 55 Tabela 14 – Resultados dos ensaios de altura da onda lote 02 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 cava 1 cava 1 cava média 2 cava 2 cava 2 cava média 3 cava 3 cava 3 cava média Telha 2.1 45,76 49,00 50,95 48,6 51,31 51,73 51,50 51,50 48,49 48,40 49,59 48,8 Telha 2.2 46,21 45,82 49,91 47,3 50,29 54,19 53,84 52,8 46,63 46,31 47,16 46,7 Telha 2.3 50,56 52,25 50,70 51,2 50,70 51,35 50,88 51,0 49,18 50,32 51,10 50,2 Telha 2.4 47,94 48,16 53,27 49,8 48,27 49,64 51,09 49,7 48,24 50,43 51,16 49,9 Fonte: Autor Tabela 15 – Resultados dos ensaios de altura da onda lote 03 Material 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 º ponto medido 2 º ponto medido 3 º ponto medido Resultado 1 cava 1 cava 1 cava média 2 cava 2 cava 2 cava média 3 cava 3 cava 3 cava média Telha 3.1 50,64 52,29 53,78 52,2 51,99 50,12 51,75 51,3 50,15 51,03 51,27 50,8 Telha 3.2 48,13 48,44 52,82 49,8 49,74 49,66 51,83 40,4 49,47 50,18 50,50 50,1 Telha 3.3 49,73 51,39 51,68 50,9 50,46 49,17 49,73 49,8 51,21 49,39 51,52 50,7 Telha 3.4 47,87 50,97 53,40 50,7 50,85 51,99 50,09 51,0 50,07 50,63 50,27 50,3 Fonte: Autor 6.6.2 Discussões: Conforme a figura 12, em relação a altura da onda, altura maiores ou iguais a 40mm podem apresentar uma tolerância de 3mm entre as alturas da sua telha. Na análise das tabelas, os lotes 01 e 02 apresentaram uma telha em cada lote que não atendeu esta tolerância e o lote 03 teve todas suas telhas atendendo ao solicitado pela norma. 56 Figura 27 – Visualização do resultado do ensaios de altura de onda Fonte: Autor 6.7 Ensaios de Passo da Onda: Este ensaio foi realizado colocando sobre as cavas barras cilíndricas de pvc com o seu eixo central sendo definido pela intersecção de duas linhas. Foi medida a distância entre o centro de duas cavas subsequentes ao longo de todas as cavas da telha e utilizando o paquímetro verificado esta distância. Figura 28 – Medição do passo da onda Fonte: Autor 57 6.7.1 Resultados (mm): Os resultados obtidos são as médias das medições (mm). Abaixo seguem os resultados do ensaio. Tabela 16 – Resultados dos ensaios de passo da onda lote 01 Equipamento de Ensaio: Paquímetro Digital e Barra Cilíndrica Precisão: 0,01 mm Material 1 ᵃ média ponto medido 2 ᵃ média ponto medido 3 ᵃ média ponto medido 4 ᵃ média ponto medido Resultado Extremo Centro Centro Extremo Telha 1.1 170,43 175,03 172,72 171,85 172,5 Telha 1.2 171,14 169,00 174,00 168,35 170,6 Telha 1.3 175,03 173,40 169,54 175,30 173,3 Telha 1.4 173,59 171,88 168,88 171,50 171,5 Fonte: Autor Tabela 17 – Resultados dos ensaios de passo da onda lote 02 Material 1 ᵃ média ponto medido 2 ᵃ média ponto medido 3 ᵃ média ponto medido 4 ᵃ média ponto medido Resultado Extremo Centro Centro Extremo Telha 2.1 171,91 175,69 173,36 176,21 174,3 Telha 2.2 174,29 175,21 172,69 177,63 175,0 Telha 2.3 173,30 175,78 174,10 175,00 174,6 Telha 2.4 174,04 173,55 172,15 174,12 173,5 Fonte: Autor Tabela 18 – Resultados dos ensaios de passo da onda lote 03 Material 1 ᵃ média ponto medido 2 ᵃ média ponto medido 3 ᵃ média ponto medido 4 ᵃ média ponto medido Resultado Extremo Centro Centro Extremo Telha 3.1 170,93 172,92 167,82 171,89 170,9 Telha 3.2 173,58 170,11 171,53 172,76 172,0 Telha 3.3 172,76 172,51 173,44 174,34 173,3 Telha 3.4 171,18 173,36 172,27 174,06 172,7 Fonte: Autor 6.7.2 Discussões: De acordo com a figura 12, em relação ao passo da onda, é necessário verificar o intervalo que se encontra a unidade nominal indicada pelo fornecedor. Entretanto este material não possui uma unidade nominal indicada pelo 58 fornecedor, então, para arbitrar um valor foi calculada a média de todas as medidas realizadas, e assim definido esta média como unidade nominal (172,84mm). As telhas se encontram no intervalo entre 75 e 180, portanto a tolerância aceitável é de 2mm. Analisando os resultados dos ensaios pode-se verificar que as telhas, tanto do lote 01 como do lote 02, obtiveram uma telha em cada lote que não se enquadram na solicitação e todas do lote 03 foram aprovadas. Figura 29 – Resultado gráfico da média dos passos das ondas Fonte: Autor 6.8 Ensaios de Altura da Borda: Este ensaio foi realizado medindo em dois pontos para a altura ascendente e dois pontos para a altura descendente, com uma distância de 2cm do ponto inicial da telha, conforme figura 11. 6.8.1 Resultados (mm): Os resultados obtidos para altura ascendente e descente é a média de suas medições. 59 Tabela 19 – Resultados dos ensaios da altura da borda lote 01 Equipamento de Ensaio: Paquímetro Digital Precisão: 0,01 mm Material 1 º ponto medido (hod) Ascendente 2 º ponto medido (hod) Ascendente 1 º ponto medido (hom) Descendente 2 º ponto medido (hom) Descendente Resultado (hod) Resultado (hom) Telha 1.1 59,50 57,30 11,50 11,30 58,40 11,40 Telha 1.2 50,50 53,30 8,00 7,50 51,90 7,75 Telha 1.3 47,26 49,74 4,63 4,20 48,50 4,42 Telha 1.4 55,12 57,24 13,96 9,44 56,18 11,70 Fonte: Autor Tabela 20 – Resultados dos ensaios da altura da borda lote 02 Material 1 º ponto medido (hod) Ascendente 2 º ponto medido (hod) Ascendente 1 º ponto medido (hom) Descendente 2 º ponto medido (hom) Descendente Resultado (hod) Resultado (hom) Telha 2.1 50,39 44,43 3,40 2,10 47,41 2,75 Telha 2.2 49,14 43,35 3,15 1,87 46,25 2,51 Telha 2.3 55,08 49,47 6,19 6,93 52,28 6,56 Telha 2.4 46,82 46,77 8,35 5,12 46,80 6,74 Fonte: Autor Tabela 21 – Resultados dos ensaios da altura da borda lote 03 Material 1 º ponto medido (hod) Ascendente 2 º ponto medido (hod) Ascendente 1 º ponto medido (hom) Descendente 2 º ponto medido (hom) Descendente Resultado (hod) Resultado (hom) Telha 3.1 50,88 52,66 3,74 4,41 51,77 4,08 Telha 3.2 52,81 55,00 3,90 3,40 53,91 3,65 Telha 3.3 55,49 51,41 6,62 7,60 53,45 7,11 Telha 3.4 50,44 49,94 7,35 4,60 50,19 5,98 Fonte: Autor 6.8.2 Discussões: Na análise dos resultados, das tabelas individualmente, é possível verificar que entre as telhas produzidas no mesmo dia existe uma diferença de quase 1 cm em suas medições de altura ascendente, mas a maioria estabelece um padrão com medidas não tão distantes. Quanto à altura descendente todas apresentam alturas muito próximas. 60 6.9 Ensaios de Pesagem do Material: Este ensaio submeteu as telhas a pesagem em uma balança de precisão de 0,001kg. 6.9.1 Resultados (kg): Tabela 22 – Resultados dos ensaios de pesagem lote 01 Equipamento de Ensaio: Balança Digital Precisão: 0,001 kg Material Resultado Telha 1.1 16,250 Telha 1.2 18,650 Telha 1.3 16,900 Telha 1.4 16,950 Fonte: Autor Tabela 23 – Resultados dos ensaios de pesagem lote 02 Material Resultado Telha 2.1 14,850 Telha 2.2 14,150 Telha 2.3 16,850 Telha 2.4 17,000 Fonte: Autor Tabela 24 – Resultados dos ensaios de pesagem lote 03 Material Resultado Telha 3.1 18,300 Telha 3.2 18,850 Telha 3.3 17,800 Telha 3.4 18,300 Fonte: Autor 6.9.2 Discussões: Este ensaio não é exigido pela norma, mas foi realizado para verificar se as telhas estão sendo fabricadas conforme o peso informado pelo fornecedor (16,00kg). Conforme a análise dos resultados, as telhas produzidas em todos os lotes apresentam variações grandes entre seus pesos, e algumas chegam a pesar quase 2kg a mais ou a menos do peso indicado pelo fornecedor. 61 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES: ENSAIO DE IMPERMEABILIDADE 7.1 Ensaio de Impermeabilidade: O ensaio de impermeabilidade foi realizado em duas telhas de cada lote, totalizando seis amostras. O ensaio consiste em aplicar sobre a superfície externa da telha uma pressão de água de 250mm em tubo de diâmetro de 35mm por no mínimo 24 horas. Após este período deve-se examinar o lado inferior da telha e verificar se ocorreu passagem de água. Os resultados obtidos devem apresentar a face interna da telha sem escorrimento, gotejamento de água ou gotas aderentes, é aceitável o aparecimento de manchas de umidade, desde que restritas a uma área máxima de 35% das telhas. 7.1.1 Resultados: Foram ensaiadas duas telhas de cada lote e nenhuma deles apresentou qualquer ocorrência de água em sua face interna. Figura 30 – Ensaio de impermeabilidade Fonte: Autor 7.1.2 Discussões: Era esperado que este ensaio obtivesse um resultado positivo, devido ao material apresentar uma característica plástica na sua composição. 62 8. RESULTADOS E DISCUSSÕES: DESEMPENHO MECÂNICO 8.1 Ensaios de Caracterização de Desempenho Mecânico: Os ensaios de caracterização de desempenho mecânico foram aplicados em duas telhas de cada lote, totalizando seis amostras. Estes ensaios foram realizados com uma telha fixada por seis parafusos sobre uma estrutura de telhado com inclinação de 15° (27%), sendo esta a indicada pelo fornecedor para melhor aproveitamento e segurança do material. Desta forma a telha teve um vão livre sem apoios de 0,95m. Cada telha teve dois ensaios realizados, um de caminhamento e outro de resistência ao impacto de corpo mole. Estes ensaios foram feitos em duas telhas de cada lote, a primeira telha de cada lote teve o ensaio de caminhamento executado no vão de número 1 (figura 31) e o ensaio de resistência de corpo mole do vão de número 2 (figura 31), e a telha seguinte, do mesmo lote, teve os ensaios realizados nos vãos contrários. Figura 31 – Representação do protótipo de ensaio de desempenho mecânico Fonte: Autor 8.2 Ensaio de Caminhamento Este ensaio sofreu uma adaptação, pois não seria possível apoiar a carga sobre um cutelo de madeira apenas sobre uma das ondas. Se isto fosse feito, ela iria sofrer uma deformação para um dos lados e não seria possível colocar a carga sobre ela. De forma a simular a manutenção da telha, foram colocadas 63 anilhas de peso sobre duas ondas da telha, simulando onde o telhadista iria pisar. Foram colocados 125 kg sobre o centro do vão por 5 minutos e então verificado se ocorreu alguma danificação na amostra. Figura 32 – Ensaio de caminhamento Fonte: Autor 8.2.1 Resultados: As telhas ensaiadas de todos os lotes apresentaram uma pequena deformação pelo fato de ser um material plástico, mas esta deformação foi insignificante e quase imperceptível para afetar em sua finalidade de escoamento da água. 8.2.2 Discussões: As amostras não tiveram nenhuma danificação perceptível para afetar na sua funcionalidade. A deformação ocorrida foi insignificante e a manutenção sobre o telhado poderia ser realizada sem prejudicar o material e/ou causar riscos para o telhadista. 8.3 Ensaios de Resistência a Impacto de Corpo Mole. Neste ensaio a amostra foi submetida à energia de impacto de 180J e 480J, onde um saco de areia de 40kg foi largado a uma altura de 0,45m e 1,20m. 64 Este ensaio, por não ter equipamentos específicos, foi realizado de forma adaptada (figuras 33). Para sua realização utilizou-se o caibro de uma estrutura de telhado já existente, como uma roldana, e com ajuda de uma corda o peso foi elevado até alturas necessárias para os ensaios. Depois de medido a altura do ponto de impacto da telha até o saco, ele foi solto e causou um impacto na amostra. Figura 33 – Ensaio de resistência a impacto de corpo mole Fonte: Autor 8.3.1 Resultados: As amostras ensaiadas de todos os lotes não apresentaram nenhuma danificação aos impactos de 180J. Nos impactos de 480J as telhas não apresentaram fissuras, porém deformaram com o impacto. 8.3.2 Discussões: As deformações causadas pelo impacto de 480J não afetaram na funcionalidade da telha, pois a mesma continuou com caimento para frente, sem acumular água ou despejar para as laterais onde teve sua deformação. 65 Figura 34 – Deformação devido ao ensaio de corpo mole aplicando 480J Fonte: Autor 8.4 Ensaios de Carga de Ruptura à Flexão Este ensaio teve o intuito de submeter o corpo de prova a um carregamento de velocidade constante com uma repartição uniforme da carga aplicado em seu centro. Esta força seria aplicada uniformemente por todo o centro da amostra estando ela em dois apoios paralelos, fixos ou móveis possuindo um vão de 1.100mm. Desta forma seria possível calcular a carga de ruptura da amostra, porém por se tratar de um polímero é possível acreditar que ele teria uma carga de ruptura muito mais elevada que as telhas de fibrocimento, e assim, então seria calculado o limite de plasticidade do material. No entanto, com a falta de equipamento necessário e inviabilidade de adaptar as máquinas, este ensaio não foi realizado. 66 9. CONCLUSÃO Este trabalho apresentou como proposta verificar e relatar as qualidades das telhas recicláveis Tetra Pak, material que já se encontra comercializado. Para a realização do trabalho, utilizou-se como metodologia ensaios normalizados pela ABNT para as telhas de fibrocimento, as quais apresentam dimensões, formatos e características funcionais semelhantes. Durante o trabalho foram realizados diversos ensaios que caracterizaram geometricamente as telhas e ensaios que apresentaram seus desempenhos funcionais. Analisando os resultados geométricos, pode-se perceber que as telhas Treta Pak não possuem um padrão de fabricação, que o material produzido no mesmo dia ou em dias distintos apresenta uma significativa variação nas suas características. Esta falta de padronização se dá ao fato do processo de produção ser artesanal, e desta forma, apresentar um ciclo individual para cada telha produzida. Além do mais, a fabricação das telhas pode apresentar diversos fatores de interferência: tais como variações climáticas, onde o material pode apresentar maior nível de umidade; ou fatores operacionais, na parte da produção manual onde o funcionário poderia colocar menos ou mais matéria prima em cada telha produzida. Nos ensaios realizados a respeito das características geométricas, existiram telhas que passaram nos resultados, assim como também telhas que reprovaram. Isto demonstra que o material possui características aceitáveis para sua utilização, mas, devido sua produção artesanal apresenta variações que compromete seus produtos finais. Estas reprovações poderiam ser corrigidas através do aperfeiçoamento das formas de fabricação, tornando-as menos artesanais e mais industrializadas. Assim as telhas seriam mais padronizadas e teriam um controle de produção mais confiável. As características estruturais das telhas apresentaram resultados positivos em todas as amostras ensaiadas, demonstram assim, que apesar de sua produção não ter um controle muito rigoroso elas atendem as finalidades para as quais estão sendo produzidas. Este material tem um grande potencial para substituir outros ou encontrar seu próprio nicho no mercado, ele apenas precisa 67 ter sua produção mais automatizada e uma verificação nas características nominais do produto. Alguns ensaios não foram realizados neste trabalho e seguem como sugestões para futuros estudos de verificações mais profundas sobre as telhas recicláveis Tetra Pak. Estes ensaios e estudos seriam os de verificação de carga de ruptura à flexão e comportamento do material a um longo período exposto a intempéries. Estudos futuros de ruptura à flexão poderiam abranger além da verificação mínima de ruptura da telha, conforme a NBR 7581-2: 2012. Telha ondulada de fibrocimento Parte 2: Ensaios, também analisar as deformações plásticas que este material vai sofrer, a partir da aplicação de cargas e após o descarregamento verificar as deformações plásticas permanentes. Assim, teria um estudo sobre o comportamento plástico do material e uma normalização mínima necessária para produtos produzidos com esta matéria prima. O estudo de comportamento do material quando exposto a determinados períodos as intempéries seria interessante para verificar a influência do tempo na vida útil do material e o quanto isto afeta nas suas características de desempenhos mecânicos. Descobrindo assim um tempo necessário para troca das telhas instaladas para garantir mais segurança na sua funcionalidade. 68 REFERÊNCIAS AGOPYAN, V. Construção Civil consome até 75% da matéria-prima do planeta. Globo Ciência. 2013. Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2013/07/construcao-civilconsome-ate-75-da-materia-prima-do-planeta.html>. Acesso em 06 jun. 2014 ARAGUAIA, M. Reciclagem. Brasil Escola, sem ano. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/reciclagem.htm>. Acesso em: 23 abr. 2014. ARAÚJO, D. C.; MORAIS, C. R. S.; ALTIDES, M. E. D. Avaliação mecânica e físico-química entre telhas convencionais e alternativas usadas em habitações populares. Revista Eletrônica de Materiais e Processos. 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