A realidade como ela é SHEIKH JAFAR AL-HADI Elaboração e Supervisão: Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji Tradução e Revisão: Nasereddin Taleb Al-Khazraji e Furqan Ali Silva 1 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Al-Hadi, Jafar A realidade como ela é / Jafar Al-Hadi; elaboração e supervisão Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji ; tradução e revisão Nasereddin Taleb Al-Khazraji e Furqan Ali Silva. -- São Paulo : Centro Islâmico no Brasil, 2007 Bibliografia 1. Civilização islâmica 2. Cultura 3. Islamismo - Doutrinas 4. Islamismo - História 5. Realidade 6. Seitas Islâmicas I. Al-Khazraji, Taleb Hussein II. Título 07-1627 CDD-297.82 Índice para catálogo sistemático 1. Ahlul Bait (A.S.) : Xiitas : Islamismo 297.82 Tradução e Revisão: Nasereddin Taleb Al-Khazraji e Furqan Ali Silva Capa e Editoração: Flávia Roda e Nasereddin Taleb Al-Khazraji Impressão e Acabamento: Editora Marse (Tel.: 11 6292-3322 - [email protected]) Tiragem: 3.000 exemplares Publicado em: Abril de 2007 / Rabi al-Thani 1428 “...Deus só deseja afastar de vós a abominação, ó Ahlul Bait, bem como purificarvos integralmente”. Alcorão Sagrado, Surata al-Ahzab (33), Versículo 33 Editado por: Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (A.S.) Tel.: 55 11 3361-7348 - Fax: 55 11 3331-5077 [email protected] www.arresala.org.br Assembléia Mundial Ahlul Bait (a.s.) [email protected] www.ahl-ul-bayt.org É proibida a reprodução de parte ou da totalidade dos textos sem a autorização prévia. Todos os direitos2 são reservados. 3 Palavra da Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (a.s.) O Mensageiro de Deus (S.A.A.S) disse: “ Certamente que vos deixo duas coisas preciosas: o Livro de Deus e a minha descendência, Ahlul Bait. Vocês jamais se desviarão após a minha partida se permanecerem apegados a ambos”. Sahih Muslim, Edição egípcia, t. VII, páginas 122-123. Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (A.S.) 4 Em verdade o legado dos Ahlul Bait (A.S.), cujo foi guardado pela sua escola e protegido do desvio e da perdição pelos seus seguidores é considerado o mais amplo e abrangente para o conhecimento Islâmico. Esta escola conseguiu educar e ensinar grandes personalidades e sábios que se apegaram ao método do mensageiro dos Ahlul Bait (A.S.) colocando em consideração todas as dúvidas e perguntas de diversas seitas e visões, tanto dentro ou fora da civilização Islâmica, apresentando a elas as mais firmes e lógicas respostas durante todos os séculos. Partindo da responsabilidade que assumiu sobre si, a Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (A.S.) se propôs a defender a mensagem sagrada e sua verdade, cujo foi escondida por lideres de diversas seitas e tendências de pensamento hostis ao Islam, seguindo o método dos Ahlul Bait (A.S.) e dos seguidores desta sábia escola, que se preocupou em responder os grandes e contínuos desafios, sendo sempre constante nas linhas de defesa requeridas em cada época. 5 As experiências que são mencionadas nos livros dos sábios da escola dos Ahlul Bait (A.S.) são únicas, pois comprovam suas teorias baseando-se na razão e na lógica, e se afastam do fanatismo e dos interesses pessoais. Os lideres e os sábios falam uma língua cujo a razão aceita e o intelecto aprova. A Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (A.S.) preparou aos buscadores uma nova forma para o descobrimento destas realidades, através de coleções de estudos escritas por renomados estudiosos modernos, os quais são membros da escola dos Ahlul Bait (A.S.). Tudo isto não levando em consideração a inúmera quantidade de publicações da Assembléia, que beneficiam e dão de beber às almas dos que tem sede por realidade e verdade. Isto para que a escola dos Ahlul Bait (A.S.) possa se abrir ao mundo todo numa era na qual as razões se completam. Agradecemos profundamente ao eminente Sheikh Jafar al-Hadi por ter escrito este livro, e igualmente estendemos nossos cumprimentos a todos os demais irmãos que participaram na conclusão desta obra. Todos nos enchemos de esperança e desejo para que estejamos entre aqueles que apresentam um trabalho repleto de todo esforço e lealdade para com a mensagem do nosso grandioso Senhor que enviou Seu mensageiro com a orientação e a religião da verdade, para que fosse evidente ao mundo todo, e basta Deus por testemunha. Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (A.S.) SECRETARIA CULTURAL 6 Palavra do Centro Islâmico no Brasil Em nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Deus, que a paz e a sua benção estejam com o mensageiro de Deus e os seus Ahlul Bait, as melhores criaturas de Deus e seus seguidores até o dia do encontro com Deus. Depois de nos apoiarmos em Deus e em coordenação com a Assembléia Mundial dos Ahlul Bait (A.S.), o Centro Islâmico no Brasil iniciou a tradução do livro “A realidade como ela é”, de autoria de sua eminência o sábio Sheikh Jafar al-Hadi (H.A.), do idioma árabe para o idioma português. Isto para participarmos ativamente na divulgação da crença e das questões que se referem aos seguidores dos Ahlul Bait (A.S.), os quais os nobres ditos os nomearam de Xiitas. 7 Para podermos ampliar o beneficio deste material e divulgar a cultura islâmica, explicando aos queridos leitores, e a quem mais interessar, a palavra gentil e construtiva, o pensamento iluminado e o método que apenas beneficia, apresentamos esta obra à vossas mãos queridos e cultos leitores. E não devemos esquecer de transmitir os mais sinceros votos de agradecimento e consideração à equipe que supervisionou sua tradução e revisão, e aqui gostaríamos de mencionar especificamente o tradutor e educador Sr. Nasereddin Taleb al-Khazraji, pedindo para Deus, O Altíssimo, que este trabalho possa ser uma luz em seus caminhos e uma bagagem na eternidade, e que Deus aceite seus esforços e os de todos os trabalhadores pela Sua causa da melhor forma possível, pois Ele é o mais perfeito Senhor, que nos dá a vitória, e Ele é o nosso apoio. Louvado seja Deus, o Senhor do Universo. Sheikh Taleb Hussein al-Khazraji Centro Islamico no Brasil Rabi al-Awal 1428 Março de 2007 8 A necessidade do conhecimento mútuo. “... e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros...” (Alcorão Sagrado C. 49 - V. 13) O Islam foi revelado em uma época que os povos viviam imersos nas diferenças, e mais do que isto, viviam em confronto, mas a questão do confronto deu lugar ao reconhecer ao próximo, e ao auxilio no lugar da luta, e o contato no lugar do dar as costas. Isto se deu graças aos ensinamentos de união do Islam, então, o resultado foi o surgimento da nação grandiosa que apresentou dádivas civilizadas, ao mesmo tempo em que protegeu os seus povos de qualquer injustiça, e tal nação se tornou respeitada em todo o mundo sendo considerada um ponto de autoridade diante dos olhares dos tiranos e arrogantes. 9 E tudo isto não foi conquistado senão somente com a união, e a interligação de seus povos, que alcançaram este entendimento debaixo da sombra do Islam, mesmo com as diferenças de sexo, visão, cultura ou costume. Pois bastava se unir pelos princípios, bases, obrigações e deveres, pois a união é força, e a desunião é fraqueza. A questão foi se desenvolvendo até chegar ao ponto do reconhecer se tornar se ignorar, e do entendimento se tornar desacordo, e os grupos negavam uns aos outros, os grupos atacavam uns aos outros, e então a honra foi se abolindo, a força foi se acabando e a autoridade foi decaindo, os tiranos começaram a desvalorizar tal nação líder, até que dentro dela se infiltraram as raposas e os abutres, e se estabeleceram em seus lares os piores dos homens e os amaldiçoados por Deus, os mais malignos da humanidade, então, as suas riquezas foram tomadas, e seus santuários ofendidos, as suas mulheres passaram a ficar debaixo da vontade dos tiranos, e quedas após quedas e derrotas após derrotas vieram, em períodos antigos derrotas na Andaluzia, Bukhariam, Samarqand, Tashqand e Bagdad, e atualmente na Palestina e no Afeganistão. E se a nação pedir ajuda, ninguém a responde, e se pedir socorro, ninguém a socorre, já que o remédio está em outro lugar, pois como diz o dito do profeta (S.A.A.S.): “Deus não quer que tenham sucesso senão pelos seus próprios esforços.” Isso significa que os assuntos da nação devem ser resolvidos por ela mesma. E hoje, a nação islâmica enfrenta o pior dos ataques contra a sua autoridade e crença, contra sua união, este ataque se dá através da infiltração de divergências entre as suas seitas e suas diferentes opiniões. O perigo é que estes ataques estão dando frutos e resultados. Será que não chegou a hora de se unir mais e fortalecer os relacionamentos, mesmo tendo diferenças e diversidades nas opiniões? Se unir com base no Alcorão e na Tradição (Sunnah) como fontes de suas legislações, e também se unir com base na profecia, na fé e na crença na eternidade, assim como também com base na oração, no jejum, na peregrinação, no Zakat, no Jihad, na legislação que regula o lícito e o ilícito, e também na questão do amor ao profeta Mohammad (S.A.A.S.) e aos Ahlul Bait (A.S.) como exemplos e lideranças, e na desaprovação de seus inimigos (do Profeta e dos Ahlul Bait). Será que todas estão questões devem nos unir e nos fortalecer ou nos enfraquecer? Pois todas elas são iguais aos dedos das mãos, todos os dedos se originam da mão, mesmo tendo tamanho e grossura diferentes. Ou podemos dar o exemplo do corpo, ele tem diversos órgãos e partes, mas cada uma cumpre uma obrigação e todas elas são necessárias para formar a personalidade e a existência humana. E talvez, a comparação da nação islâmica a uma única mão, ou a um único corpo é a expressão da pura realidade. Os grandes líderes islâmicos de varias seitas viviam antigamente em harmonia lado a lado, sem confrontos e problemas, e muitas vezes auxiliavam-se e cooperavam uns com os outros. E um explicava o seu livro ao outro, fosse ele literal ou jurídico, e um foi aluno do outro ou guiou um ao outro, um apoiou um ao outro, e um autorizou o próximo a narrar dele ou 10 11 dos seus livros as regras da sua seita, um orou atrás do outro, e um foi líder do outro, um pagou o Zakat ao outro, e um reconheceu a seita do outro. E mais do que isto, todos os seguidores destas seitas viviam um ao lado do outro, com amor e harmonia, sem confrontos e problemas, mesmo tendo algumas críticas e diferenças, mas sempre eram criticas educadas, e respeitosas, e as respostas eram cientificas e racionais. Historicamente, há muitos fatos que comprovam esta realidade, a colaboração profunda e intensa entre as seitas. Os lideres islâmicos deram o mais alto grau de exemplos nestes fatos, na questão do auxilio na cultura e costumes islâmicos, da mesma forma que deram os maiores exemplos na liberdade das seitas, isto foi o que atraiu a confiança e o respeito de todo o mundo. Não é nada difícil que os lideres da nação se unam para dialogar em tranqüilidade e com muita objetividade, com dedicação e boa intenção, mesmo com a diferença entre eles, isso para conhecerem a fundo as diferenças e diversificações de cada seita e com isso conhecerem os motivos de tais diferenças. Da mesma forma que é muito importante e racional que cada seita expresse sua crença, suas posições e opiniões, jurídicas e teóricas, num ambiente de liberdade e sinceridade, para esclarecer tudo que a contradiz, seja em termo de acusações ou dúvidas, como intuito de que todos conheçam os pontos de concordância e discordância, e para que saibamos que os pontos que unem os muçulmanos são maiores em número do que os que os separam. E este trabalho é mais um passo nesta caminhada, para que seja evidenciada a realidade e todos a conheçam da forma que ela é, e todo êxito vêm apenas de Deus. 12 A seita Jafaria Imamiah 1) A seita Jafaria Imamiah é uma grande seita dos muçulmanos na época atual, composta de aproximadamente um quarto do número dos muçulmanos, e se origina historicamente no início do Islam, desde o dia em que foi revelado o versículo alcorânico: “Por outra, os fiéis, que praticam o bem, são as melhores criaturas”. (C. 98 - V.7). Em um dito é citado que: “O mensageiro de Deus pôs a sua mão sobre o ombro de Ali ibn abi Taleb (A.S.) na presença de seus companheiros e disse: “Ó Ali, esses são você e seus Xiitas (partidários), 13 no dia da Ressurreição vocês estarão contentes e Deus estará satisfeito com vocês.”1 E desde esta data esta seita, que está ligada ao Imam Jafar Assadeq (A.S.), pois segue suas interpretações e jurisprudências, foi denominada de Xiita. 2) Esta seita possui inúmeros seguidores no Irã, Iraque, Paquistão, Afeganistão e Índia, e são também presentes em grande quantidade nos paises do Golfo, Turquia, Síria, Líbano, Rússia, nos países da antiga União Soviética, e em diversos países europeus como Inglaterra, Alemanha, França, e igualmente em países das Américas como E.U.A., Canadá, Brasil, Venezuela, Chile, Argentina, assim como em países do continente africano e da Ásia. Em suas comunidades possuem mesquitas, centros científicos, culturais e sociais. 3) E eles se diversificam em suas nacionalidades, raças, idiomas e cores, e vivem lado a lado de seus irmãos muçulmanos de outras seitas, em paz e harmonia, cooperam com os mesmos em todos os campos, com sinceridade e baseando-se no versículo alcorânico: “Sabe que os fiéis são irmãos uns dos outros...” (C. 49 - V. 10), e no versículo: “auxiliai-vos na virtude e na piedade...” (C. 5 - V.2) e no dito do profeta Mohammad (S.A.A.S.): “Os muçulmanos são como um só corpo”. 4) Ao decorrer da história islâmica os Xiitas tiveram posições firmes e um histórico de muitas glórias e honra na defesa do Islam e da abençoada nação islâmica. Da mesma forma que possuíram governos e estados cujo serviram à civilização islâmica, e seus sábios e pensadores tiveram um grande papel no enriquecimento da tradição e da cultura islâmica, na edição e autoria de centenas de milhares de artigos e livros em diversos campos como o tafsir (interpretação), ahadith (ditos e narrações), crença, filosofia, ensinamentos, ética, governo e sociedade, letras e literatura, física, química, matemática, astronomia, economia e várias outras ciências da vida. E inclusive, tiveram um papel fundamental na fundação de grandes ciências.2 1 Consulte como exemplo: o Tafsir al-Tabari (Jame AL-Bayan), Dor Al-Manthur de autoria do sábio Assatuti Al-Shafei, Tafsir Ruh Al-Maani de autoria de Alusi Al-Baghdadi Al-Shafei na interpretação do versículo mencionado. 2 Consulte o livro “A fundação das ciências Islâmicas pelos Xiitas”. Al-Dhariah Ila Tasanif Al-Xiia de autoria do Aghah Barzak o qual é em 29 volumes. O livro Kashf Al-Dhunun de autoria do Afandi, livro Mujam Al-Mualifin de autoria do Kahalah, Livro Aian Al-Xiia, de autoria do Seyed Mohsen Al-Amin Al-Ameli, e outros. 14 15 5) Eles crêem em um Deus Único, O Absoluto, que jamais gerou ou foi gerado e ninguém é comparável a Ele. Eles renegam a idéia que Ele possua qualquer tipo de forma, posição, tempo, mudança ou outras questões que ofendam o grau de grandiosidade, santidade e perfeição de Deus. Eles crêem que a Ele deve ser direcionada toda a devoção e não a outro, e Ele é o Juiz e a legislação e a Shariah vem apenas Dele e não de outro, e qualquer tipo de associação a Ele, aparente ou escondida, é uma grande injustiça e um ato ilícito que nunca será perdoado. Para tudo que colocam em prática se baseiam no livro sagrado e na tradição profética verdadeira, independente de sua fonte. Neste aspecto, eles não colocam em consideração os falsos ditos que atribuem aparência humana a Deus, O Altíssimo, igualam-No às criaturas, ou ligam Ele à injustiça, opressão ou infidelidade, pois Ele, O Altíssimo está muito acima de tudo isto ou de ser relacionado com más atitudes e pecados capitais falsamente atribuídos aos purificados profetas, os homens infalíveis e perfeitos de Deus. 7) Eles crêem que Deus, O Altíssimo, enviou, com sabedoria e justiça, à humanidade, desde que iniciou a vida terrena, os profetas e os mensageiros, cujo se destacaram com a perfeição total e se ornamentaram com a sabedoria e o amplo conhecimento, que foi inspirado neles, através da Revelação Divina, e tudo isto para a orientação da humanidade e como uma orientação a ela, para chegar à obediência e perfeição desejada. Os profetas e mensageiros são os responsáveis pela orientação dos seres humanos para chegarem ao paraíso, e os prepara para a clemência de Deus e Seu agrado, e os mais destacados destes profetas são Adão, Noé, Abrãao, Jesus, Moisés e outros cujo foram mencionados no Alcorão Sagrado ou mencionados na tradição abençoada. 6) Eles crêem que Deus, O Altíssimo, é justo e sábio, criou com justiça e sabedoria, e nunca criou algo em vão, seja um objeto inanimado, uma planta, um animal ou um ser humano, esteja isto no céu ou na terra, pois a banalidade contradiz o principio da justiça e da sabedoria, e contradiz a condição divina de Deus, a qual implica afirmar que Ele, glorificado seja, possui absoluta perfeição e não possui nenhum defeito. 8) Eles crêem que quem obedecer a Deus e cumprir as suas ordens, praticando as suas leis nos mais diferentes aspectos da vida é salvo e merecerá o elogio e a recompensa, mesmo se for um escravo, e aquele que desobedecer a Deus, O Altíssimo, e praticar as leis e normas que não são divinas, perecerá e merecerá o castigo, mesmo se for um descendente da tribo coraixita, tal como diz a nobre tradição do profeta Mohammad (S.A.A.S.). Eles crêem que o lugar da recompensa e do castigo é o dia do juízo final, cujo será o juízo e a balança das ações, o paraíso e o inferno, e tudo isto depois de ter vivido o mundo do túmulo e do Barzakh (o estado de transição entre a morte e a ressurreição). E eles recusam a idéia de reencarnação pois isto foi negado no Alcorão e na Sunnah. 16 17 9) Eles crêem que o último dos profetas e mensageiros é o mensageiro de Deus Mohammad ibn Abdellah ibn Abdelmuttalib (S.A.A.S.), o qual foi protegido por Deus de qualquer erro e falha, e Deus o livrou de qualquer pecado, seja ele grande ou pequeno, antes do profeta receber a revelação ou depois, tanto nas questões ligadas à sua responsabilidade na divulgação ou outras. Deus revelou à Mohammad (S.A.A.S.) o Alcorão Sagrado para que o mesmo se torne a lei da vida humana para sempre, e então, ele (S.A.A.S.) divulgou a mensagem e cumpriu a obrigação e a responsabilidade com sinceridade e veracidade, e nesta caminhada sacrificou o valioso e o não-valioso. Os Xiitas se ocupam de forma exemplar e significativa no registro da história do mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e sua personalidade, atributos, virtudes e milagres são apresentados através de centenas e centenas de autorias e estudos.3 10) Eles crêem que o Alcorão Sagrado, que foi revelado ao mensageiro do Islam Mohammad (S.A.A.S.) através do anjo Gabriel, e que foi coletado por um grupo de companheiros cujo primeiro entre eles foi Ali ibn abi Taleb 3 Consulte os livros “Al-Ershad” de autoria do Sheikh Al-Mofid, “E’lam Al-Wara be A’lam al-hudah” de autoria de Tabrasi, a coleção “Behar AlAnwar” de autoria de Majlesi e recentemente a coleção “Rasul Al-Mustafa” de autoria de Seyyed Mohsen Khatemi. 18 (A.S.) na própria época do grandioso profeta Mohammad (S.A.A.S.), o que se deu sobre a sua própria ordem, orientação e supervisão. E o Alcorão também foi decorado em seus corações, passando de geração a geração, sendo este o Alcorão que os muçulmanos lêem todos os dias, não importando suas seitas, sem tirar ou acrescentar algo a ele, sem modificá-lo, e os xiitas possuem diversas autorias e obras sobre tal assunto.4 11) Eles crêem que o mensageiro de Deus Mohammad (S.A.A.S.), quando se aproximou de sua morte, nomeou Ali ibn abi Taleb (A.S.) como o seu sucessor e Imam sobre todos os muçulmanos, para que pudesse liderá-los politicamente, e orientá-los ideologicamente, solucionando seus problemas, ensinando-os e guiando-os. E tudo isso como uma ordem de Deus tornada oficialmente pública numa região que se chama Ghadir Khom no último ano de sua vida, durante a última peregrinação. Tudo isto perante um enorme número de muçulmanos que peregrinaram junto com o profeta (S.A.A.S.) e cujo os relatos os menciona em cerca de cem mil peregrinos. E esta ocasião foi revelada em diversos versículos 5 . 4 Consulte os livros “A História do Alcorão” de autoria de Zenjani, “AlTamhid fi Olum Al-Quran” de autoria de Mohammad Hadi Marefah, e outros. 5 O versículo da divulgação, Capítulo 5 – Versículo 67 e o versículo do complemento, Capítulo 5 – Versículo 3 e o Capítulo 70 – Versículos 1 e 2. 19 O profeta (S.A.A.S.) pediu para as pessoas que dessem voto de fidelidade a Ali (A.S.), e então, todos pegaram na mão de Ali e lhe prestaram fidelidade, e entre tais pessoas estavam os Muhajerin (Emigrados), os Ansar (Auxiliadores) e os companheiros mais importantes e destacados 6 . 12) Eles crêem que o Imam depois do mensageiro de Deus Mohammad (S.A.A.S.), já que teve toda a obrigação e responsabilidade do profeta (S.A.A.S.) e sua vida é dedicada à liderança, orientação, ensino, divulgação das jurisprudências, solução de pequenos problemas e de problemas sociais importantes, deveria ser alguém cujo todos possam confiar, isto para que o mesmo possa guiar a nação para a tranqüilidade. Ele se associa ao profeta no que tange a atributos, como a perfeição e o amplo conhecimento, pois ele participa com o profeta em suas decisões e responsabilidade porém não tem papel algum na questão da Revelação e Profecia, pois a profecia terminou com o profeta Mohammad ibn Abdellah (S.A.A.S.) e ele é o ultimo dos profetas e dos mensageiros, e a sua religião é a ultima, sua Shariah (Lei) é a ultima, seu livro é o ultimo livro, não havendo profeta após ele, nem religião, livro ou Shariah7 . 6 Consulte o livro “Al-Ghadeer” de autoria do sábio Amini sendo relatado por fontes islâmicas de interpretação e história. 7 Os Xiitas possuem nesta questão diversas autorias e coleções de livros. 20 13) Eles crêem que a necessidade da nação por um bom líder, um líder infalível, pregou que o único a ser escolhido como sucessor do mensageiro de Deus (S.A.A.S.) não fosse somente Ali (A.S.), mas sim, essa sucessão deveria continuar este laço de liderança e Imamato após certo período, ate que as raízes do Islam se firmassem e os princípios e pilares islâmicos fossem protegidos e preservados de qualquer perigo que ameaçasse a crença e o sistema divino. Isto para que fossem transmitidos aos Imames, que possuem diversos papéis mas apenas uma função, exemplos práticos e programas adequados para todas as situações que a nação islâmica poderia viver. 14) Eles crêem que devido a este motivo e pelo grau de sabedoria de Ali (A.S.) o profeta Mohammad ibn Abdillah (S.A.A.S.) escolheu, com a ordem de Deus, O Altíssimo, onze imames após Ali (A.S.), que junto com ele formaram o total de doze Imames, e cujo foi mencionado em diversos relatos que todos seriam de Quraish, e até mesmo seus nomes e atributos foram mencionados. Estes relatos foram registrados em livros de história como o Sahih al-Bukhari e o Sahih Muslim. Foi relatado que o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse: “A religião continuará elevada, firme e honrada até ter os doze príncipes, ou Califas, todos são de Quraish (ou filhos de Hashem, como foi relatado em diversos livros. Os nomes dos imames foram mencionados em diversas formas de literatura)”. 21 Estes ditos, mesmo que alguns não mencionem os nomes dos doze imames, somente poderão ser referência aos Xiitas Jafaritas, e não há nenhuma outra interpretação lógica e direta deste assunto8 . 15) Os Xiitas Jafaritas crêem que os doze Imames são: Imam Ali ibn abi Taleb (primo do mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e seu genro, pois foi casado com a sua filha, Fátima Azzahra (A.S.)). Imam Hassan e Imam Hussein (dois filhos de Ali e Fátima, e netos diretos do Mensageiro de Deus) Imam Zeinolabedin Ali ibnol Hussein (Assajad) Estes são os Ahlul Bait (A.S.) que com a ordem de Deus o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) os denominou como seus sucessores e líderes da nação islâmica. Isto devido à infalibilidade, pureza e amplo conhecimento que os mesmos possuíam, conhecimento este que foi herdado de seu avô, o mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Ele (S.A.A.S.) nos ordenou a amá-los e segui-los no versículo alcorânico: “Dize-lhes: Não vos exijo recompensa alguma por isto, senão o amor aos meus parentes”. (C. 42 - V. 23). Imam Mohammad ibn Ali (Al-Baquer) Imam Jafar ibn Mohammad (Assadeq) Imam Mussa ibn Jafar (Al-Kadhem) Imam Ali ibn Mussa (Al-Redha) Imam Mohammad ibn Ali (Al-Jawad Al-Taghi) Imam Ali ibn Mohammad (Al-Hadi Al-Naghi) Imam Al-Hassan ibn Ali (Al-Askari) E o Imam Mohammad ibn Al-Hassan (Al-Mahdi, o prometido e aguardado) 8 Consulte o livro: “Os Califas do Profeta” de autoria de Haeri al-Bahrani 22 E Deus também disse no Alcorão: “Ó fiéis, temei a Deus e permanecei com os verazes!” (C. 9 - V. 119)9 . 16) Os Xiitas Jafaritas crêem que estes Imames puros, sobre os quais a história não registrou nenhum tipo de fracasso ou pecado, tanto no dizer ou na prática, serviram à nação islâmica 9 Consulte os livros de ahadith e interpretação das diversas seitas. 23 com conhecimento amplo e belo, e enriqueceram a sua cultura com o conhecimento profundo e a visão correta em relação à crença, jurisprudência, ética, moral, interpretação histórica e visão de futuro. Eles (A.S.) também educaram e ensinaram, de uma forma forte e sábia, os melhores homens e mulheres os quais todos conhecem seus atributos, conhecimento e tradição. Eles crêem que infelizmente os Imames (A.S.) foram afastados do poder da liderança política, mas que ainda assim eles cumpriram sua mensagem teórica e social da melhor forma, pois protegeram os princípios da crença e os pilares das jurisprudências de qualquer perigo. E se a nação islâmica tivesse dado a eles o espaço para que pudessem cumprir os seus papeis políticos, papéis que o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) tinha lhes atribuído com a ordem de Deus, a nação islâmica teria conquistado a felicidade e a honra, e sua destacada grandiosidade, e continuaria sendo unida e equilibrada, sem nenhuma divisão, divergência ou inimizades, e principalmente, sem massacres, guerras e humilhação10 . 17) Baseando-se em muitos fatos lógicos e racionais presentes nos livros da crença eles crêem que é obrigatório seguir os Ahlul Bait (A.S.), praticando o seu método, pois é o mesmo método que foi desenhado pelo mensageiro de Deus (S.A.A.S.), sendo que o mesmo aconselhou a nação a praticálo e segui-lo. No dito de Thaqalain o profeta Mohammad (S.A.A.S.) disse: “Deixo entre vós duas coisas preciosas (Thaqalain). Uma é maior que a outra: o Livro de Deus, Imponente e Majestoso, o qual é um vínculo que se estende até o céu, e os meus Ahlul Bait. Saibam que ambos não se separam até que cheguem à minha fonte.” Este dito foi registrado por Muslim em seu livro de tradições e por outras dezenas de sábios de todas as épocas11 . A questão do califado e testamento sempre foi uma questão lógica e comum na vida dos profetas anteriores12 . 18) Os Xiitas Jafaritas crêem que a nação islâmica, que Deus a honre, deve dialogar e estudar estas questões, afastando-se de qualquer desacordo, acusações e coisas do gênero. Os sábios, líderes e pensadores de todas as seitas islâmicas devem se encontrar nos congressos e estudar com 11 Consulte “A mensagem do dito de Thaqalain” de autoria de Washani, o qual a Universidade de Azhar aprovou há três décadas. 10 Consulte o livro: “Imam Assadeq e as quatro seitas” de autoria de Asad Haidar, composto por três volumes. 12 Consulte o livro: “Firmar o testamento” de autoria de Masoudi. E outros livros de ahadith e interpretação da história ligados às duas seitas. 24 25 consciência e harmonia, irmandade e lógica, e devem escutar o que os seus irmãos xiitas jafaritas dizem e valorizam em seus princípios, princípios estes que se baseiam em suas teorias, que por sua vez têm como fonte o livro de Deus e os livros de registro da história da tradição do mensageiro de Deus, a razão, a história e a valorização política e social da época do mensageiro de Deus e da época posterior ao mesmo. 19) Os Xiitas Jafaritas crêem que os companheiros e todos que estiveram ao redor do mensageiro de Deus (S.A.A.S.), tanto homens ou mulheres, serviram o Islam e deram suas vidas e o que tinham de valioso neste caminho, tudo isto para divulgá-lo. Os muçulmanos devem respeitá-los e reconhecer seus serviços, assim como devem orar por eles. Mas isto não significa que todos são iguais de uma forma geral, ou que nenhum deles possa ou deva ser criticado. Pois eles são humanos que erram ou podem praticar o ilícito, e a historia registrou que alguns deles saíram do caminho até na própria época do mensageiro de Deus (S.A.A.S.). E mais do que isto, o Alcorão Sagrado registrou sobre esta questão alguns versículos e capítulos inteiros, como a Surata Munafequin, Surata Al-Ahzab, Surata Al-Tahrim, Surata Fath, Surata Mohammad e Surata Taubah. A crítica verdadeira sobre alguns companheiros, suas posições e decisões não é considerada ateísmo, pois as células da falta de fé e do ateísmo são claras e evidentes e suas 26 sementes são bem nítidas, elas são a negação da unicidade divina e de sua mensagem, a negação da lógica, da evidência e das obrigações religiosas, tais como a obrigação da oração, jejum, peregrinação, da proibição da bebida alcoólica e etc. Sim, é necessário preservarmos as nossas línguas das agressões e acusações, e proteger as nossas escritas destas questões também, pois isto não faz parte da verdadeira personalidade muçulmana, a personalidade que deve seguir a tradição do profeta Mohammad (S.A.A.S.), e além do mais, muitos dos companheiros são bondosos e merecem todo o respeito e consideração. O objetivo de modificar, reformar e solucionar alguns princípios é justamente para que possamos colocar em prática nossos posicionamentos perante a verdadeira Sunnah e tradição profética, pois há muita mentira divulgada sobre o profeta Mohammad (S.A.A.S.) após a sua morte, como todos sabem. E o próprio profeta (S.A.A.S.) disse que após ele iram aumentar os falsos dizeres e narrações, e isto fez com que todas as seitas islâmicas escrevessem livros muito valiosos, classificando os verdadeiros ditos da Sunnah do profeta (S.A.A.S.) e separando-os dos falsos. 20) Os Xiitas Jafaritas crêem na existência do Imam Mahdi (A.F.) o aguardado, e o conhecem através de diversas narrações relatadas pelo mensageiro de Deus (S.A.A.S.), as quais confirmam que ele é um dos filhos de Fátima (A.S.), e é o nono dos filhos de Hussein (A.S.), pois ele é o filho do oitavo 27 descendente de Hussein (A.S.), Imam Hassan Al-Askari (A.S.), que faleceu no ano de 260 Hejrita, que tinha somente um filho que o chamou de Mohammad, Imam Al-Mahdi, também conhecido como Abi Qasem. Um grande número de muçulmanos confiáveis o viram e noticiaram seu nascimento, seus atributos e seu Imamato, que foi transferido de seu pai. Ele desapareceu dos olhares quando tinha cinco anos de idade, pois os inimigos queriam matá-lo e acabar com ele. Deus, O Altíssimo, o guardou e protegeu, para a elevação do seu governo e estado islâmico justo e completo no final dos tempos. Ele (A.F.) tem a obrigação de purificar a terra da injustiça e da corrupção depois dela ter sido preenchida com tais mazelas. E não há o porquê de se estanhar ou se impressionar com a longa vida que ele possui, pois o Alcorão Sagrado mencionou que o profeta Jesus (A.S.) permanece vivo até este momento, depois de mais de 2000 anos de seu nascimento, e que o profeta Noé (A.S.) viveu entre seu povo por 950 anos, o convidando a Deus. E que Khidr (A.S.) está vivo até este momento. Deus tem o poder sobre qualquer coisa e a sua vontade está acima de todas as coisas, nada poderá detê-la. Ele disse sobre o profeta Jonas no Alcorão Sagrado: “E se não se tivesse contado entre os glorificadores de Deus, teria permanecido em seu ventre até ao dia da Ressurreição”. (C. 37 - V. 143 e 144) Um grande número de sábios grandiosos e líderes Sunitas reconheceram o nascimento do Imam Mahdi (A.F.) e a sua existência, e mencionaram o nome de seu pai e seus atributos em livros como: a) Abdel-Monem Al-Shablanji Al-Shafei em seu livro: “Nur Al-ABsar Fi managheb Al Beit Al-Nabi Al-Mukhtar”. b) Ibn Hajar al-Hitami Al-Makki Al-Shafei em seu livro: “Al-Sauaghe Al-Muharaghah”. Neste livro ele mencionou: “Abul Qasem Mohammad Al-Hujjah tinha cinco anos quando seu pai faleceu, mas Deus fez que ele fosse o sábio e o nomeou como o Aguardado”. c) Al-Ghanduzi Al-Hanafi Al-Bakhli em seu livro: “Yanabi Al-Mawaddah”. Edição editada em Astaneh na Turquia, no período do governo Otomano. d) Assayed Mohammad Sediq Hassan Al-Ghanuji AlBukhari em seu livro: “Al-Edhaah Lamma Kan wa ma yakun bein yadi al-saah”. Estes livros são os mais antigos. Os mais recentes são do Dr. Mustafá Al-Rafei em seu livro “Islamona”, que relata sobre o nascimento do Imam e esclarece todas as dúvidas sobre esta questão. 28 29 21) Os Xiitas Jafaritas rezam, jejuam e pagam a caridade e os tributos islâmicos, peregrinam à Casa Sagrada de Deus em Makkah, obrigatoriamente praticando a Omrah e a peregrinação uma vez na vida ou mais de uma vez como recomendado. Eles ordenam o bem e desaprovam o mal e seguem os súditos de Deus e de seu profeta, e são inimigos dos inimigos de Seu profeta, praticam o Jihad pela causa de Deus contra qualquer ateu que declara guerra contra o Islam ou que conspira contra a nação islâmica. Eles praticam suas atividades econômicas, sociais e familiares, como o comércio, aluguel, casamento, divórcio, herança, educação, hijab e etc... as quais estão sempre ligadas às jurisprudências da grandiosa mensagem do Islam, e se obtém acesso à estas jurisprudências através do Ijtihad (Aplicação) que os sábios e os lideres fiéis retiram dos verdadeiros livros da Sunnah e dos ditos dos Ahlul Bait, que se aliam à lógica e a união dos sábios referente a determinadas questões. 22) Eles crêem que cada uma das orações obrigatórias diárias possui um determinado momento e que são cinco no total: a oração da manhã, meio-dia, tarde, crepúsculo e da noite, e que a melhor coisa é praticar a oração no devido momento de sua realização. Eles juntam as duas orações do meio dia e da tarde e as orações do crepúsculo e da noite, pois o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) juntou estas duas orações sem motivo específico como doença, chuva, viagem, 30 como foi relatado no livro de Muslim e em outros mais, e acreditam que o Profeta (S.A.A.S.) fez isto para facilitar a oração sobre a nação, sendo isto algo natural da nossa época. 23) Eles fazem o chamado para a oração (Adhan) igual a todos os muçulmanos, mas depois da expressão Haiiah Ala AlFalah (Venham para o êxito) falam a frase Haiiah Ala Khair AlAmal (Venham para a melhor das ações), pois ela existia na época do profeta Mohammad (S.A.A.S.) e o califa Omar ibn Al-Khattab a retirou do Adhan baseando-se numa aplicação (Ijtihad) própria. Segundo ele, esta frase afastaria os muçulmanos do Jihad se eles descobrissem que a oração é o melhor dos atos (isto foi relatado pelo sábio Ghushaji Al-Ashari em seu livro Sharh Tajrid AlEteqad. Isto também foi relatado no livro Musannaf de autoria de Kendi e no livro de Kanz Al-Ommal de autoria de Kendi e outros). O califa Omar ibn Al-Khattab substituiu esta frase com a seguinte: Assalato Khailon menal Naum, que significa, a oração é melhor do que o sono. No entanto, esta expressão não existia na época do profeta Mohammad (S.A.A.S.)13 . Qualquer devoção no Islam necessita de uma ordem jurídica sagrada e da permissão para a sua prática. Significa que para a prática de qualquer ato relacionado à devoção necessita-se de alguma alegação ou fato, específico ou geral, tanto no Livro Sagrado quanto na Sunnah, para que possa 13 Consulte livros de história e ahadith. 31 ser praticado. De outra forma, o ato será considerado como Bidah (ato inventado ou inovado) e isto não será aceito e voltará ao seu praticante. Por isto, não é permitido que seja acrescentado e ou retirado algo das devoções, e de uma forma geral, de todas as devoções ligadas às jurisprudências. 24) Os Xiitas Imamitas se prostram sobre a terra, barro, pedra ou qualquer outra coisa que seja naturalmente da terra e não seja feita de tecido, carpete, algo que se come ou algo que seja de metal. Diversos livros Xiitas e Sunitas relataram que o mensageiro de Deus (S.A.A.S.) prostrava sobre a terra ou sobre o chão, e que ordenou os muçulmanos a que fizessem o mesmo. Certo dia, Bilal se prostrou sobre um pedaço de seu turbante para se proteger do calor do chão. O profeta (S.A.A.S.) tirou aquilo com as suas próprias mãos e disse: “Prostre-se sobre a terra, ó Bilal”. E certa vez também disse isto a Sahib e a Ribah: “Prostrem suas testas na terra, ó Sahib e ó Ribah14 ”. Também está relatado no Sahih Al-Bukhari que o profeta (S.A.A.S.) disse: “A terra para mim é purificação sobre a qual eu me prostro”. O motivo disso é que a prostração sobre a terra e o posicionamento da testa sobre o chão é mais virtuosa para 14 Consulte os livros “Bukhari”, “Kanz Al-Ommale” e “Mussanaf” de autoria de Abdel Razzaq Al-Sanei e também o livro “A prostação sobre a terra” de autoria de Kashef Al-Gheda. 32 Deus, pois há mais humildade e proximidade entre o servo e o seu Criador, e relembra o ser humano da sua origem de terra, Deus disse: “Dela vos criamos, a ela retornareis, e dela vos faremos surgir outra vez”. (C. 20 - V. 55) O objetivo da prostração é a submissão, e a mesma não vem através de uma prostração sobre tapete, carpete, tecido ou pedras preciosas, mas sim, é conquistada quando o local mais honrado de nosso corpo, que é a testa, é colocado sobre o menos valioso da existência, que é a terra15 . Sim, a terra deve ser pura e é por isto que os Xiitas carregam junto com eles um pedaço de barro (que é terra seca em forma de pedra ou algo semelhante) para ter certeza de sua pureza. Este barro poderá ser adquirido de terras abençoadas, como a terra de Karbala, local que testemunhou o martírio do Imam Hussein, neto do mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Da mesma forma que alguns dos companheiros pegavam algumas pedras de Meca para se prostrarem sobre elas em suas orações, abençoando-se16 . 15 Consulte o livro “Al-Yawaghit wal jauaher” de autoria de Shaarani alAnsari al-Mesri. Um dos sábios do século dez. 16 Consulte o livro “Al-Musannaf” de autoria de Sanei. 33 Mas, os Xiitas Jafaritas não insistem sobre esta questão e não se apegam sempre nela. Sem nenhum problema ou dúvida prostram-se sobre qualquer pedra pura e limpa, como as cerâmicas e os mármores da mesquita abençoada do profeta Mohammad em Medina ou sobre o chão do Masjedol Haram em Meca. Eles não colocam a mão direita sobre a esquerda em suas orações, pois o Profeta (S.A.A.S.) não fez isto. Isso pelo motivo que ele não registrou esta questão em nenhuma frase ou prática, e até os seguidores da seita sunita Maleki não praticam isto também17 . 25) Os xiitas se abluem lavando suas mãos desde os cotovelos até chegarem a seus dedos, e não ao contrário, pois praticam a ablução da mesma forma que os Ahlul Bait (A.S.) a praticavam, os quais pregam isto diretamente do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), e obviamente eles sabem muito mais sobre o que o seu avô praticava. O mensageiro de Deus (S.A.A.S.) se abluía desta forma. Eles interpretaram a parte “ilá” (até) do versículo sobre a ablução como “ma`a” (junto), tal como fez Shafei al-Sagir em seu livro “Nihaiat al-Muhtaj”. Eles passam as mãos molhadas em seus pés e cabeças e não os lavam em suas abluções pelo mesmo motivo que mencionamos. Baseando-se também no que foi dito por Ibn Abbas: “A ablução é formada de suas lavagens e duas passagens de mãos”18 . 26) Os Xiitas Imamitas afirmam a permissão do casamento temporário baseando-se no versículo sagrado que diz: “...Dotai convenientemente aquelas com quem casardes...” (C. 4 - V. 24) e pelo motivo que os muçulmanos o praticaram na época do profeta Mohammad (S.A.A.S.), e os seus companheiros também o praticaram até a metade do califado de Omar ibn Al-Khattab. Este casamento é um casamento legal e se liga ao casamento permanente em diversas questões entre elas: a) A mulher não deve ser casada e a proposta do casamento deve partir da mulher e a aceitação deve ser por parte do homem. 17 Consulte os livros “Al-Bukhari”, “Muslim” e “Sunan Al-Bihaghi”, e para consultar a opinião dos seguidores da seita Maleki consulte o livro “Bidaiat al-mujtahid” de autoria de Ibn Rashd al-Ghurtabi al-Maleki, e outros livros também. 18 Consulte o livro “Assunan ual masanid”, e consulte a interpretação do Alcorão de “Fakhr arrazi” na parte onde se menciona a interpretação do versículo da ablução. 34 35 b) O dote é obrigatório no casamento permanente, o qual no casamento temporário é denominado como recompensa, como foi mencionado no versículo alcorânico mencionado acima. A diferença entre o casamento permanente e o temporário é somente a estipulação do tempo entre o casal no momento do casamento, e a não obrigação do marido em sustentar a sua esposa temporária, sendo que não há nenhuma herança entre o casal e a não necessidade a divórcio já que podem simplesmente aguardar o momento do término do casamento para se afastarem um do outro ou o marido pode simplesmente presentear o tempo restante do casamento à sua esposa. A sabedoria na existência deste tipo de casamento é atender a necessidade do homem e da mulher de uma forma legal para aqueles que não possuem condições de realizar um casamento permanente, por qualquer motivo que seja. Este casamento reflete a necessidade de uma vida honrada e correta, pois a satisfação matrimonial é uma solução para um problema social grave e para que possamos evitar a existência de desvios e problemas maléficos na sociedade islâmica. E este tipo de casamento também poderá ser útil para um melhor conhecimento do parceiro antes do casamento, o que evita um relacionamento ilícito, o pecado, o Zena (relações extra-maritais), o celibato ou a utilização de outros meios ilícitos como a masturbação, por parte daqueles que não conseguem esperar por sua única esposa ou por parte daqueles que não se satisfazem com uma só esposa, e da mesma forma, não querem cair no pecado. De qualquer forma, este casamento está registrado e firmado no Livro Sagrado e na Sunnah, e os companheiros do profeta o praticaram por um certo período, e Deus nos perdoe por fazer essa suposição a título de esclarecimento, mas se o significado verdadeiro deste casamento for o Zena então, isso significa que o Alcorão, o profeta e os companheiros permitiram o Zena e todos os seus praticantes, na verdade, praticavam o Zena. E isto se soma ao fato que não há proibição declarada ou alegada no Livro Sagrado e na Sunnah, enfim, não há nenhuma questão direta ou indireta sobre a ilicitude desta questão. Mesmo que os Xiitas Imamitas permitam este tipo de casamento tendo em visão motivos muito claros e evidentes no Livro Sagrado e na Sunnah, eles sempre recomendam e indicam o casamento permanente para construir uma família, pois ela é a base de uma sociedade forte e saudável, 36 37 c) A mulher deve respeitar e colocar em consideração a Oddah após o afastamento do seu marido. d) E como a Oddah é obrigatória depois do afastamento do casal, caso haja filhos, o mesmo se liga ao pai, sendo que o marido deve ser apenas um, e não mais do que isso. e) Deverá ser respeitada a questão da herança entre o filho e o pai, e entre o filho e a mãe, e o contrário disso também. e não estimulam a prática de algo que chamam de casamento temporário, que é nomeado na Shariah como Mutah, mesmo sendo ele permitido, legal e lícito. Não devemos esquecer que os Xiitas Imamitas, baseando-se no Livro Sagrado, na Sunnah e nos ensinamentos dos Imames dos Ahlul Bait (A.S.) pregam, praticam e incentivam todo o respeito perante a mulher, e valorizam muito a elas, dando às mesmas um espaço importante e significativo em relação à sua posição, direitos, relações sociais e morais, casamento, divórcio, pensão, devoção, e etc. Da mesma forma que foi mencionado nos relatos dos Imames (A.S.) e em seus ensinamentos. 27) Os Xiitas Jafaritas proíbem o Zena, homossexualismo, cobrança de juros, assassinato e matança, a bebida alcoólica, jogos de azar, mentira, traição, roubo e usurpação, música e dança, acusação, maledicência, a prática do mal contra os fiéis, Ghibah, xingamentos, e muitos outros entre pecados grandes e pequenos. Eles sempre tentam se afastar disto, evitando praticálos e fazendo de tudo para combatê-los dentro da sociedade através de diversas formas como a publicação de literatura educacional, realização de palestras, seminários, congressos e sermões de sexta-feira, e etc. preocupam em ouvi-los, e para estas questões realizam palestras e encontros nas casas, mesquitas e salas de estudo, nos períodos de certas celebrações e comemorações ou em outros períodos aleatórios também. Eles se dedicam às súplicas grandiosas. Súplicas que foram narradas e relatadas pelo profeta Mohammad (S.A.A.S.) e os Imames (A.S.), como a Súplica de Kumail, a Súplica de Abi Hamzah AlThumali, a Súplica de Samat, a Súplica de Jaushan Kabir19 , a Súplica de Makarem al-Akhlagh ou a Súplica de Eftetah20 . Eles lêem estas súplicas abençoadas e rogam com espiritualidade e submissão, numa situação de extremo sentimento e arrependimento pelos pecados, pois tais súplicas atraem a pureza das almas e as aproxima de Deus21 . 29) Os Xiitas Imamitas se preocupam com os túmulos e santuários do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) e de seus purificados e abençoados Ahlul Bait (A.S.), que estão sepultados no Baqi em Medina, onde se localiza o túmulo do Imam Hassan Al-Mujtaba, Imam Zainolabedin, Imam Mohammad Al-Baquer e Imam Jafar Assadeq (A.S.). 19 Cujo contém mil atributos divinos. 20 Que é lida no mês abençoado de Ramadan. 28) Os Xiitas Imamitas se importam com as virtudes da ética e bondade, amam os bons ensinamentos e se 21 Estas súplicas estão no livro “O conjunto completo de Súplicas” o qual foi publicado recentemente, da mesma forma que estão relatadas nos mais renomados livros de súplicas. 38 39 E em Najaf Al-Ashraf onde está o santuário do Imam Ali (A.S.). E Karbala onde está o santuário abençoado do Imam Hussein (A.S.) e de seus irmãos, filhos, primos e companheiros que foram martirizados em Ashura. Em Samarra, onde está o santuário dos Imames Hadi e Al-Askari (A.S.). E em Cadhemiah, onde está o santuário dos Imames Jawad e Kadhem (A.S.). Tudo isto no Iraque. E na cidade de Mash-had, no Irã, onde está o santuário do Imam Al-Redha (A.S.). E nas cidades de Qom e Shiraz há os santuários e túmulos dos filhos e filhas dos Imames, e em Damasco está o santuário e o túmulo da corajosa de Karbala, Zainab, irmã do Imam Hussein (A.S.) E no Cairo há o santuário da Nafisah, que é uma das filhas dos Ahlul Bait (A.S.). E tudo isto é em respeito ao profeta Mohammad (S.A.A.S.) pois o homem é respeitado e preservado pelos seus filhos, sendo que respeitar a geração de um homem é um amplo respeito ao próprio homem, pois o Alcorão Sagrado elogiou a família de Omran, a família de Yasin, a família de Ibrahim e a família e Yaqub, e sempre os mencionou, sendo que alguns sequer foram profetas. O Alcorão disse: 40 “... Famílias descendentes umas das outras ... ”. (C. 3 - V. 34). O Alcorão não critica ou contradiz aqueles que fizeram mesquitas nos locais onde se encontram os profetas e os fiéis puros como os jovens da caverna que são mencionados no seguinte versículo: “...Erigi um templo, por cima da caverna!...” (C. 18 - V. 21). Deus não mencionou esta prática ou atitude como ateísmo ou associação à Ele. Pois o muçulmano fiel se prostra e se inclina somente perante Deus, e a sua devoção é somente a Ele, e ele pode praticar isto ao lado do túmulo ou santuário destes fiéis companheiros, sendo abençoados pelo local. Da mesma forma que o local de Ibrahim foi abençoado como está registrado no seguinte versículo: 41 “... Adotai a Estância de Abraão por oratório ...” (C. 2 - V. 125). Isto não significa que aquele que ora próximo a um túmulo ou local abençoado está devotando quem está sepultado ali, e nem que aquele que presta devoção a Deus na caminhada entre Safa e Marwa está realizando devoção às duas montanhas, mas sim, que Deus escolheu alguns locais para que Ele próprio fosse glorificado neles, pois são locais abençoados e sagrados. Alguns locais e dias são abençoados, como o Dia de Arafat, ou a terra de Mena ou Arafat, e o segredo de sua benção é porque Deus os denominou como abençoados. 30) E por este motivo os Xiitas Jafaritas, como outros muçulmanos cultos que reconhecem a posição do mensageiro de Deus e seus Ahlul Bait (A.S.), se dedicam a visitá-los e respeitá-los como uma atitude de consideração e para renovar seus votos de fidelidade para com eles, aprenderem deles as lições da vida e firmarem suas vontades em lutar e se martirizar por eles. Os visitantes destes abençoados santuários lembram as virtudes de seus companheiros, suas lutas, elevado nível espiritual, bons atos e todos os esforços que fizeram neste caminho. Acrescentado que eles, o profeta e os Imames, irão se alegrar com estas visitas e votos de fidelidade. Não foi o profeta quem disse sobre seu tio Hamzah: “Eu não conheço alguém que não chorou por Hamzah”? 42 E será que não foi ele quem chorou pelo falecimento de seu querido filho Ibrahim? E não foi ele que disse: “Visitem os túmulos, pois isso os recorda da outra vida”? Sim, na verdade a visita aos santuários e túmulos dos Imames dos Ahlul Bait (A.S.) e a relembrança de suas tradições e posições, lembra as próximas gerações dos grandes sacrifícios que estes grandiosos apresentaram e deram pela causa do Islam e dos muçulmanos. Estas visitas também plantam também o espírito da coragem, sacrifício e o martírio pela causa de Deus. A visita aos túmulos e santuários é uma atitude civilizada e racional, pois as nações relembram seus homens grandiosos, os fundadores de suas civilizações, pois isto leva ao orgulho e a honra, e faz que as nações possam se unir mais ainda ao redor de si mesma, de seus líderes e de seus princípios e valores. E foi isto que o Alcorão Sagrado desejava quando relatou sobre os profetas e fiéis companheiros em seus versículos. 31) Os Xiitas Jafaritas procuram pela intercessão do mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e dos seus Ahlul Bait (A.S.), e se apegam neles para chegar até Deus, O Altíssimo, para que Ele perdoe seus pecados, atenda seus pedidos e cure os enfermos, pois o Alcorão Sagrado mencionou esta prática e a permitiu quando disse: 43 “Disseram-lhe: Ó pai, implora a Deus que nos perdoe porque somos culpados!”. (C. 12 - V. 97) e aquele generoso e infalível profeta não os recusou e disse: “...Se, quando se condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de Deus, e o Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam Deus, Remissório, Misericordiosíssimo...” (C. 4 - V. 64) e também disse: “Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça”. (C. 93 - V. 5). Como Deus poderia dar a seu generoso profeta a posição de interceder pelos pecadores e agraciá-lo com a posição de ser o meio de ligação entre as pessoas e Ele e depois evitar que as pessoas peçam por sua intercessão e se abençoem desta posição!?! Será que não foi Deus que mencionou no Alcorão Sagrado que os filhos de Yaqub pediram a seu pai por intercessão e disseram: 44 “Disse: Suplicai pelo vosso perdão ao meu Senhor, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo.” (C. 12 - V. 98). E não há ninguém que possa alegar que o profeta e os Imames estão mortos e que sendo assim o pedido de súplica a eles não tem beneficio. Isto porque os profetas estão vivos, e especialmente o mensageiro de Deus (S.A.A.S.), cujo Deus disse sobre ele no Alcorão Sagrado: “E, deste modo, (ó muçulmanos), contribuímo-vos em uma nação de centro, para que sejais, testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro e será para vós”. (C. 2 - V. 143). 45 E disse também: “Dize-lhes: Agi, pois Deus terá ciência da vossa ação; o mesmo farão o Seu Mensageiro e os fiéis...” (C. 9 - V. 105). E este versículo é contínuo e se manterá até o Dia do Juízo Final, como a continuidade do sol e da lua, ou da noite e do dia. E também, pelo motivo que o profeta e os Ahlul Bait são mártires, e os mártires estão vivos, como Deus mencionou em mais de um versículo no seu abençoado livro. 32) Os Xiitas Jafaritas comemoram os nascimentos do profeta e dos Imames do Ahlul Bait (A.S.) e também realizam celebrações nas datas de seus falecimentos e martírios, relembrando nelas seus atributos e belas posições, que foram relatadas de uma forma correta, começando com o Alcorão que mencionou os atributos do mensageiro de Deus e outros mensageiros. O Alcorão também nos informou que devemos segui-los e aprender com eles, considerando-os como exemplos em nossas vidas. Sim, os xiitas se afastam de atos e atitudes ilícitos nestas celebrações e comemorações, como a mistura proibida entre os homens e mulheres ou a comida e bebida proibida, ou como o exagero no elogio e amabilidade22 e outras atitudes que contradizem o espírito da legislação e da sagrada Shariah Islâmica. São proibidas as atitudes que saem dos limites ou aquelas que não são baseadas em nenhum versículo alcorânico ou relato correto sobre o fato retirado da Sunnah. 33) Os Xiitas Jafaritas aproveitam dos livros que contêm os ditos do profeta Mohammad (S.A.A.S.) e dos Ahlul Bait (A.S.) como: “Al-Kafi” de autoria de Teghat al-Eslam AlKulaini, “Man la Haidoruhu al-Faqih” de autoria do Sheikh Assaduq, “Al-Estebsar” e “Al-Tahdhib” de autoria do Sheikh Al-Tusi, os quais são ricos no aspecto e questão dos ahadith. E estes livros, mesmo contendo ditos corretos, não são vistos por seus autores e nem pelos Xiitas Jafaritas como livros totalmente corretos. E por este motivo, os juristas e sábios xiitas não têm a obrigação de reconhecer todos os ditos, mas sim, reconhecer aqueles que eles provam sua autenticidade, e deixam de lado aqueles que eles não vêem como autênticos, e para isso se baseiam nas ciências de Diraya ou Rijal, nos princípios da ciência dos ahadith. 22 Um elogio exagerado é quando o elogiado é elevado ao grau divino, ou quando se crê que o mesmo pratica algo que é independente de Deus ou se dá sem a Sua permissão, como o que é feito pelos cristãos e judeus em relação aos profetas. 34) No aspecto da crença, da jurisprudência, da súplica e da ética, eles também utilizam outros livros onde neles foram relatadas narrações diversas sobre os Ahlul Bait (A.S.), como o livro: “Nahjul-Balaghah” (O Método da Eloqüência), que foi compilado pelo Seyyed Al-Radhi (K.S.) e cujo contêm os sermões, ditos e palavras do Imam Ali (A.S.). Ou “Risalotul-Ruquq” (O 46 47 Tratado dos Direitos) e o “Assahifa Assajjadiiah” escritos pelo Imam Zeinol Abedin Ali ibnol Hussein (A.S.), e também o “Assahifa Al-Alauiiah” do Imam Ali (A.S.) ou o “Oiun Akhbar Al-Redha”, “Attauhid”, “Al-KHesal”, “Elal Al-Sharae”, “Maani al-Akhbar” de autoria do Sheikh Assaduq. no passado quanto no presente é resultado de duas questões: 35) Os Xiitas Jafaritas também se baseiam em ditos autênticos do mensageiro de Deus (S.A.A.S.) que foram mencionados nos livros de seus irmãos Sunitas23 , sem radicalismo ou fanatismo. Isto é bem evidente, e são usadas tanto publicações recentes quanto as antigas, onde foram mencionados ditos do profeta Mohammad (S.A.A.S.), de suas esposas, de seus companheiros e dos maiores narradores como Abu Huraira, Anas e etc. Tudo isto com a condição de verificar a sua veracidade e que não seja algo contrário ao Alcorão e a razão, e é claro, os sábios deverão chegar a um único acordo e opinião. b) A divergência e a inimizade entre as seitas e os grupos islâmicos. 36) Os Xiitas Jafaritas acreditam que todo o sofrimento, desgraças e adversidades que acontecem aos muçulmanos tanto 23 Aqui devemos chamar a atenção dos queridos leitores para o fato que os Xiitas Imamitas também são Sunitas, já que eles praticam o que foi dito, praticado e aceito na Sunnah profética, e entre isto estão os conselhos e dizeres do profeta em relação aos Ahlul Bait (A.S.). Os Xiitas se apegam nestes ensinamentos de uma forma dedicada e integral. Suas crenças, jurisprudências e livros de ditos são as testemunhas disto. Recentemente foi publicada uma coleção com mais de 10 volumes que contêm os relatos e narrações do mensageiro de Deus (S.A.A.S.) com base nas fontes Xiitas. Esta coleção se chama: “Sunan Al-Nabi”. 48 a) Ignorar os Ahlul Bait (A.S.) como líderes, o que significa ignorar seus conselhos e orientações, e especialmente a interpretação do Alcorão Sagrado por parte dos Ahlul Bait. E por isto, os Xiitas Jafaritas trabalham e se dedicam sempre para a união das fileiras da nação islâmica, e estendem as mãos à todos com amor e irmandade, respeitando as diversas opiniões e aplicações dos sábios e líderes das diversas seitas. Também por isto, os sábios Xiitas Jafaritas procuram, desde os primeiros séculos islâmicos, mencionar e divulgar as opiniões de diversos sábios não-Xittas em suas publicações, autorias e interpretações como: “Al-Khelaf” que trata sobre a jurisprudência e é de autoria do Sheikh Al-Tusi, “Majma Al-Bayan” que aborda o aspecto da interpretação e é de autoria de Tabrasi. Este último foi elogiado e aprovado por muitos dos sábios da Universidade de Azhar, no Egito. Ou como o livro “Tajrid al-Eteqad” de autoria de Nasereddin Al-Tusi que fala sobre a crença e sobre o qual Alaeddin Al-Ghushaji Al-Ashari escreveu um extenso comentário. 37) Os destacados sábios Xiitas Jafaritas acreditam na importância do diálogo entre os sábios das seitas islâmicas em todos os aspectos e assuntos, como jurisprudência, crença e até 49 mesmo na historia, e acreditam na importância de tratar dos assuntos que interessam aos muçulmanos atualmente, sempre evitando e se afastando das acusações e do envenenamento do ambiente com acusações e coisas do gênero. Tudo isto para que seja preparado o ambiente para a aproximação entre as diversas massas da nação islâmica. Isto para podermos fechar o caminho dos inimigos dos muçulmanos e do Islam, que procuram uma pequena brecha para se infiltrarem entre nós e direcionar um ataque fatal contra todos os muçulmanos. E baseados nestes pontos os Xiitas Jafaritas não classificam como descrente nenhum dos povos que se direcionam à Quibla, seja qual for a sua seita, escola jurídica ou método doutrinal, com exceção daqueles que a maioria dos muçulmanos crê serem descrentes, e os Xiitas Jafaritas não tomam os demais muçulmanos como inimigos ou planejam males contra eles. Os Xiitas respeitam todas as opiniões e seitas islâmicas e vêem no ato daquele indivíduo já muçulmano, mas de outra seita, que porventura adentra a seita Xiita Jafarita como uma atitude de autoconscientização, pois é de sua responsabilidade estudar e analisar a verdade e a realidade. E se o indivíduo já estava praticando tudo anteriormente, como oração, jejum, peregrinação, casamento, caridade, divórcio, venda, compra e etc, tudo de acordo com a sua seita, tais atos estarão corretos e quando adentrar ao Xiismo não precisa pagar ou repetir suas orações ou devoções e nem necessita, por exemplo, repetir o seu casamento ou divórcio, pois o mesmo os praticou de acordo com a sua seita anterior. Os Xiitas convivem com seus irmãos muçulmanos em todos os locais, como se fossem irmãos e parentes. Mas, não aceitam seitas desviadas e implantadas como os Bahais, Qadianitas ou seitas semelhantes, argumentando contra elas e proibindo a associação com as mesmas. Em certos momentos os Xiitas utilizam a Taqiiah, que significa dissimular sobre a seita a qual pertencem, algo permitido no texto do Alcorão Sagrado e praticado por todas as seitas islâmicas em certos momentos de confrontos agudos, e pode ser ocasionada por dois motivos: O primeiro é a proteção de si mesmo e de seu sangue, para que o mesmo não seja derramado. O segundo é proteger a união entre os muçulmanos e não expô-la ao desmantelamento. 50 51 38) Os Xiitas Jafaritas acreditam que um dos motivos do atraso dos muçulmanos nos dias atuais é o subdesenvolvimento cultural, cientifico e tecnológico. A cura deste problema está na elevação do grau de conhecimento e cultura dos muçulmanos, sejam eles homens ou mulheres. Isto sedará através da criação de centros científicos como universidades e escolas técnicas, e com a utilização de todo o conhecimento atualizado para podermos diminuir dos nossos problemas econômicos, industriais, sociais, guiando todos à implantação da confiança entre os membros de uma única nação, levando-os ao campo de trabalho e atividade para que seja conquistada a auto-suficiência, acabando com a situação de dependência dos próximos e de humilhação perante eles. E por isto, os Xiitas Jafaritas fundam centros científicos e educacionais, e também escolas técnicas onde são formados especialistas de diversas ciências. Eles se conectam às universidades e escolas de todos os lugares e países, e nelas são formados sábios, cientistas e professores em diversos campos da ciências e da vida, que atingem os mais altos graus de avanço intelectual. 39) Os Xiitas Jafaritas se vinculam aos seus sábios e juristas através de um caminho que é chamado de Taqlid. Eles devem se dirigir a esses sábios com suas dúvidas e problemas jurídicos, e devem praticar as determinações de acordo com a opinião desses juristas em todos os aspectos de suas vidas, pois eles são os sábios, e na opinião dos Xiitas são os representantes dos Imames (A.S.) durante a ausência dos mesmos. E baseando-se no fato que os juristas e sábios xiitas não são sustentados por estados e governos eles preservam um elevado grau de confiança oriundo dos membros desta seita. As Hawzas, ou escolas religiosas, são as escolas que formam estes juristas, e financiam suas necessidades econômicas com as quantias obtidas pelos tributos e caridades que as pessoas pagam aos juristas voluntariamente, e que são obrigações religiosas como a oração e o jejum. Para os Xiitas Imamitas há a obrigação de pagar o tributo (Khoms) do lucro anual, e há diversas narrações e 52 relatos claros e evidentes da tradição profética registrados nos “Sihah y Sunan”24 dos irmãos sunitas. 40) Os Xiitas Jafaritas acreditam que é do direito dos muçulmanos gozar de governos e estados islâmicos que se regem de acordo com o Livro de Deus e a Sunnah, e protegem os direitos dos muçulmanos, elevando os relacionamentos justos e saudáveis com outros paises, protegendo suas fronteiras e garantindo a independência dos muçulmanos culturalmente, economicamente e politicamente, isto para que os muçulmanos possam ser honrados da forma que Deus quer que eles sejam quando diz: “...a potestade só pertence a Deus, ao Seu Mensageiro e aos fiéis...” (C. 63 - V.8) Deus, O Altíssimo, disse: “Não desanimeis, nem vos aflijais, porque sempre saireis vitoriosos, se fordes fiéis”. (C. 3 - V. 139). 24 Consulte o livro: “Mabhath al-khomos al-estedlali end fuqahah al-shia” 53 Os Xiitas acreditam que o Islam é a religião completa e perfeita, e contêm um método detalhado para um sistema de governo, e que os sábios da grandiosa nação islâmica devem se unir, se encontrar e dialogar, abordando as questões que servem à nação e a afasta dos problemas e males. Isto para tirar a nação da desgraça e da falta de lucidez frente aos problemas. E Deus é O Auxiliador, Ele é quem dá a vitória! “Ó fiéis, se socorrerdes á Deus, Ele vos socorrerá e firmará os vossos passos”. (C. 47 - V.7) Estes são as questões mais destacadas da crença e legislação dos Xiitas Jafaritas, que também são conhecidos como Imamitas, ou Imamitas Duodécimos. E hoje, os membros desta seita vivem lado a lado com seus irmãos muçulmanos em todos os países islâmicos, eles se preocupam com a preservação e proteção dos muçulmanos e sua grandeza, e estão prontos para oferecer suas vidas em sacrifício por este caminho. Louvado seja Deus, O Senhor do Universo! 54