Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída... As memórias de uma jovem drogada alemã. A reportagem que deu origem ao livro • Christiane F. foi descoberta em 7 de Fevereiro de 1978 pelo jornalista Horst Rieck. Juntamente com o fotógrafo Jürgen Müller-Schneck, ele estava trabalhando para a revista Stern em um documentário sobre a prostituição infantil, devido ao início do julgamento de um empresário de 55 anos que estava no quarto dos fundos de sua papelaria com uma menina de 13 anos em troca de heroína. Uma garota sentou no banco fora do tribunal, à espera de sua convocação como testemunha. Ela era completamente desconhecida, Christiane F., de 15 anos de idade. Rieck questionou se ela teria algo a dizer sobre o Babystrich (prostituição de menores) e Christiane disse firmemente: "Pode apostar que sim!". Na tarde do mesmo dia, Jürgen Müller-Schneck fez as primeiras fotos de Christiane F. no apartamento de Rieck em Berlim, aonde o repórter teve as primeiras conversas com ela. O que Christiane disse foi comovente e pronto para impressão. O que havia registrado na fita cassete era uma história tão incrível quanto verdadeira. Seu relatório foi publicado na edição 14 da Stern, em 1978, e apareceu com uma imagem de Christiane. • Suas revelações explodiram sobre os abismos da nossa sociedade, no que se referia ao "Babystrich", com a série sobre as crianças da Estação Zoo. Em suas outras conversas com Christiane, Rieck levou-a para um novo local, junto com Kai Hermann, editor da Stern. Os registros de fita editada dessas conversas e entrevistas com pessoas do ambiente Christiane transformaram os jornalistas em autores do best-seller mundial "Eu, Christiane F. 13 anos, drogada, prostituída...". Christiane F., pela artista FrancesDelaCo urt O início • O início da vida de viciada de Christiane começou em 1976, quando ela começa a frequentar a discoteca Sound junto com uma amiga, Kessi. Anunciada como "a mais moderna discoteca da Europa", pela descrição do livro não tinha nada de moderno. As duas passavam a frequentar também o Centro de Jovens (Evangelisches Zentrum Haus der Mitte). • Ela morava no Conjunto Gropius, próximo ao Muro De Berlim. Foto da placa que indica aonde estava localizado o Centro de Jovens “Era um lugar em que os jovens se reuniam sob a orientação da Igreja protestante. No subsolo havia uma espécie de discoteca, ‘o clube’.” Cartaz da inauguração da Sound, de 1976. “Quando lá dentro, por pouco não caio de costas. Não tinha nenhuma relação com o que eu imaginava. ‘A discoteca mais moderna da Europa’ era um porão, com o teto bem baixo, sujo e barulhento. As pessoas, cada uma por si, pulavam na pista de dança. Uma multidão sem nenhum contato entre si. Cheirava mal. O ventilador de vez em quando misturava os cheiros...” Sound nos anos 70 O vício • Na Sound, Christiane começa a usar as chamadas "drogas leves" (haxixe, LSD, comprimidos). Lá conhece a maior parte dos seus amigos, que mais tarde cairiam na heroína: Atze, Lufo, Axel, Babsi, Bernd e Stella. • Ainda na Sound conhece o seu futuro namorado: Detlef. Detlef "Voltei a pensar em Detlef, me lembrei dos seus cabelos encaracolados, seu lindo rosto, tão doce. Estava feliz pelo fato de alguém se interessar por mim, de alguém me amar verdadeiramente. E era Detlef." Christiane, ao começar a se drogar. “Enfim, minha querida, qual é a sua? Você só tem catorze anos. Uma menina tão jovem, tão bonita e já meio morta...” A nova coqueluche europeia, a heroína • Depois que as outras drogas não faziam mais efeito no seu organismo, Christiane foi para a heroína. Sua primeira dose foi após um show de David Bowie. • Primeiro, Detlef fazia um ou mais clientes para comprar a heroína de Christiane. Ele morava na casa de Axel, para onde Christiane ia passar os fins de semana. Ela dava diversas desculpas para sua mãe para poder dormir na casa de Axel. Só um pulo para o trottoir • Depois que o vício se instala, Christiane começa a se prostituir para completar o valor do "quarto" (quarenta marcos) na Estação Zoo, uma estação de metrô em Berlim. • Junto com Babsi e Stella, Christiane sai à caça de clientes dispostos a lhe pagar "quarenta marcos".Ditava as condições para os seus clientes. Stella, "demonstrando" como se injeta heroína "Peguei a seringa e injetei exatamente como deveria ser feito. A operação demorou apenas dois minutos." Detalhe da capa da primeira edição de "Christiane F.-Wir Kinder vom Bahnhof Zoo". "Frequentemente ia diretamente da escola à Estação Zoo." Fim do período áureo • Com as mortes de Atze, Axel e Babsi, Christiane começa a ficar com medo de ser a próxima. Se interna em diversas clínicas sem resultado. Chega a ficar "limpa", mas acaba retornando ao vício. Chega a se viciar em remédios para aguentar as síndromes de abstinência. Babette D., a Babsi (1963-1977) A chamada da primeira página: "Ela tinha só catorze anos". Compreendi imediatamente — Babsi! Pressenti-o, mas não consegui expressar qualquer reação. Tive a impressão de ter lido o anúncio da minha própria morte. Corri para o banheiro para me picar. Depois disso, finalmente as lágrimas apareceram. Não sabia se chorava por Babsi ou por mim. Deitei novamente. Fumei um cigarro para ter a coragem de ler o artigo inteiro. Estava redigido como um sensacional caso policial: "A seringa descartável, de plástico branco leitoso, ainda estava plantada na mão esquerda: Babette D. (catorze anos), colegial, morreu. A jovem, hoje a mais jovem vítima da droga, foi descoberta sem sentidos em um apartamento da Brotteroderstrasse. Nadjy R. (trinta anos) declarou à Polícia Judiciária que ele a tinha pego na Discoteca Sound, da Genthinerstrasse. Como ela não tinha onde dormir, ele a recolheu em seu apartamento. Babette é a quadragésima sexta vítima da droga em Berlim, desde o começo do ano", etc. ...” Adaptação para o cinema • Em 1981 o drama de Christiane virou um filme dirigido por Uli Endel. Na adaptação para o cinema, tem a participação do cantor David Bowie. • Retrata os "melhores momentos" do livro. Natja Brunckhorst e Thomas Haustein, respectivamente Christiane e Detlef