PEDOLOGIA
Entre os recursos naturais de nosso planeta, os
solos ocupam um lugar de extrema importância,
uma vez que, eles suportam os vegetais, dos quais
direta e indiretamente, nossa vida depende.
A Pedologia se dedica a estudar como os solos
se formam, e como são constituídos.
Histórico

Nos primórdios da existência do Homem, enquanto ele
era um caçador ou um apanhador de alimentos:
◦ O solo era visto apenas como alguma coisa abaixo da superfície
da Terra que fornecia suporte para a movimentação e habitação.

6000 a.C. quando o ser humano deixou de ser nômade
se fixou, ele começou a cultivar plantas, obtendo
alimentos e fibras.
◦ A Terra passou a ser encarada como algo que onde se podia
enterrar uma semente, que em condições favoráveis, germinaria,
cresceria e produziria fruto ou outra coisa útil à sua vida.
Histórico

Surgiu o conceito de solo como um meio de
desenvolvimento das plantas
◦ Determinadas terras eram mais produtivas, outras eram
encharcadas, arenosas endurecidas para que pudessem ser
cultivadas.
China (4500 a.C.)

As terras foram subdivididas em nove classes de produtividade.
Mesopotâmia (Iraque - 2500 a.C.)

Rios Tigre e Eufrates – documentos relacionavam a dependência da
produtividade à fertilidade do solo. Uma semente plantada levava a
produção de 86 ou 300 unidades.
Histórico
Grécia (800 a 200 a.C.)
500 a.C. Herodoto – atribuiu à FERTILIDADE em parte às
enchentes anuais dos rios.
 300 a.C. Theofastes – recomendava deixar a água o maior
tempo possível para permitir o acúmulo de SILTE.

◦ Observações de que certos solos não produziam satisfatoriamente.
◦ Na mitologia, Hércules a pedido do rei Augeas fez passar um rio por
dentro de um estábulo que continha esterco acumulado de 30 anos
fazendo que esses fossem distribuídos nas terras adjacentes. Augeas
não pagou Hécules e ...
◦ Poema grego Odisséia (Homero) faz menção a aplicação de esterco a
videiras.
Histórico
Theofastes recomendava uso abundante de esterco em solos
rasos, mas sugeria que solos ricos fossem menos adubados.
Sugeriu também que as plantas mais exigentes deveriam ter
maior requerimento de água.
 Atenas – canais coletores de esgoto para serem aplicados no
plantio de verduras e em oliveiras.
 Classificação dos estercos por ordem de riqueza em
nutrientes (humano, suíno, cabrito, ovelha, bovino e eqüino).

Histórico
Roma antiga (100 a.C.)
Vários documentos descrevem os meios para obter maiores
colheitas, misturando à camada arável cinzas de madeira e
esterco de animais.
 Atribuía-se a boa produtividade do solo à sua COR:

◦ Critério de fertilidade (preto fértil – cinza infértil)
◦ Quanto mais escuro melhor ele seria e, esta cor escura era
atribuída a uma substância orgânica que hoje é conhecida como
HÚMUS.
Mistura de diferentes tipos de solos com a finalidade de
corrigir os defeitos e adicionar força ao solo.
 Aplicação de margas (argila e calcário)
 Virgilio escreveu sobre as características do solo
(DENSIDADE).
 Analisou o solo (sabor : amargo ou salgado - pH)

Histórico
Era Cristã

Bíblia menciona o valor das cinzas para enriquecer o solo.
◦ Salitre (nitrato de K) livro de Lucas

Grande contribuição das civilizações árabe-islâmica
◦ Desenvolvimento da agricultura nas regiões semi-áridas.
Bernard Palissy (1563) publicou um livro no qual opinou que
os solos eram fonte de nutrientes minerais para a vida das
plantas.
 Von Helmont (1629) afirmou que as plantas alimentavam-se
exclusivamente de gás carbônico e água.


Tahaer e Von Wulfen (teoria do húmus)
◦ As plantas assimilam diretamente do solo restos decompostos
de plantas e animais.
Histórico
Progresso durante o século XIX

Theodre de Saussure
◦ demonstrou que as plantas absorvem O2 e liberam CO2
(respiram) e absorvem CO2 e liberam O2 na presença de luz. Se
as plantas fossem mantidas em ambiente livre de CO2 as plantas
morreriam.
◦ As membranas são seletivas, permitem a entrada de água mais
rapidamente que dos nutrientes.
◦ O C contido nas plantas vinha do ar (foi muito questionada)
Histórico
Justus Von Liebig (1803-1873)
Pai da química agrícola - Lei do mínimo (1862)
 Fez desabar o mito do húmus
◦ O húmus era um produto transitório entre as matérias
orgânicas e os nutrientes
◦ A maior parte do C nas plantas vem do CO2
◦ H e O vêm da água
◦ Os metais alcalinos são necessários para a neutralização
dos ácidos formados pelas plantas resultantes das
atividades metabólicas.
◦ Os fosfatos são necessários à formação das sementes.
Lei do mínimo
Importância do solo para as plantas
Histórico

No entanto, Liebig e seus seguidores supunham que os solos eram
meros corpos estáticos constituídos de fragmentos de
rochas e que armazenavam água e nutrientes.

Ainda não havia preocupação de estudar a origem e
desenvolvimento dos diferentes tipos de solo.

Dokoutchaiev (1877)
◦ Participou de uma expedição para analisar os efeitos de
uma seca catastrófica nas estepes da Ucrânia, na qual teve
a oportunidade de estudar detalhadamente os solos
daquela região.
◦ Anos mais tarde, foi convocado para um trabalho
semelhante nas florestas da região de Gorki, local de clima
mais úmido e situado a leste de Moscou.
Histórico
Comparando os solos destas duas regiões, ele constatou
que os solos eram bastante diferentes e concluiu que essas
diversidades eram ocasionadas pelas diferenças de clima.
 Verificou também que os solos eram compostos de uma
sucessão de camadas horizontais, que começavam na
superfície e terminavam na rocha subjacente.
◦ Ele reconheceu e interpretou essas camadas como
resultantes da ação conjunta de diversos fatores que
deram origem aos solos.
◦ Verificou que cada solo poderia ser caracterizado por uma
descrição detalhada dessas camadas.

Histórico

A PEDOLOGIA surgiu como um novo ramo da ciência

O solo foi então reconhecido como um corpo natural
organizado, que pode ser estudado separadamente
tal como as rochas, as plantas e os animais.
Pedologia e Edafologia

Existem dois modos de estudar o solo:
◦ Pedológico: como uma parte natural da paisagem e
tendo como maior interesse o estudo da sua origem,
evolução e classificação.
 Pedon = solo ou terra
◦ Edafológico: como meio natural para o
desenvolvimento das plantas.
 Edafos = terreno ou chão
Pedologia e Edafologia

Pedologia: interessa-se não só pela camada superficial mas
também pelas demais.
◦ Ciência básica.
◦ O solo é considerado um objeto completo que teve sua formação à
partir de uma rocha que se desagregou mecanicamente e se decompôs
quimicamente até formar o material solto, que com o passar do tempo
veio sustentar as plantas.

Edafologia: estuda o solo sob o aspecto da produção das
plantas cultivadas, em particular as fornecedoras de
alimentos e fibras.
◦ Ciência aplicada
◦ Procura analisar as características do solo visando entender suas
relações com a produção agrícola.
◦ O interesse é maior sobre a camadas superficial, onde se concentram as
raízes das plantas.
Conceitos

Para o Engenheiro de Minas
◦ Detrito que cobre as rochas ou minerais a
serem explorados.
Deve ser eliminado.

Para o Engenheiro Rodoviário
◦ Material sobre o qual será locada a estrada.
Se suas propriedades forem insatisfatórias,
deverá ser substituído por rocha ou cascalho.
Conceitos

Para o Engenheiro Cívil
◦ O solo é poroso (boa estrutura) ou o oposto
o solo é argiloso (duro)
Ênfase à viscosidade e aderência

Para o Fazendeiro
◦ O ambiente indispensável para o crescimento
das plantas
Se suas propriedades forem insatisfatórias,
deverá ser preparado e, ou manejado.
Conceitos

Para o Pedologista
◦ Corpo natural, produto sintetizado da
natureza e submetido ao intemperismo.
Estuda, examina e classifica o solo como são
encontrados na seu ambiente natural.

Para o Edafologista
◦ Viveiro natural para os vegetais
Procura descobrir as razões para a variação de
produtividade e também as maneiras para torná-lo
mais produtivo.
SOLO !
“Camada de material alterado
física, química e biologicamente que
recobre a rocha ou outros materiais
inalterados na superfície terrestre”
Funções

O solo é o meio natural onde crescem as plantas que o
homem utiliza como alimentos, madeira para construções,
fibras para confecção de papel e tecidos.

Do solo também se retira o material para a fundação das
casas e rodovias, construção de barragens até pequenos
vasos de cerâmica.
O solo é para a terra o que a casca é para a laranja.
Embora aceitável, deve ser destacado a grande
diversidade de solos na superfície terrestre
MORFOLOGIA DOS SOLOS

A morfologia tem como objetivo a descrição da forma de um
objeto, retratando-o com palavras e desenhos.

A morfologia do solos descreve sua aparência no meio
ambiente natural, segundo característica visíveis a olho nu.

Portanto, a morfologia corresponde à “Anatomia do solo”
PERFIL DO SOLO

Os solos evoluídos possuem várias camadas
sobrepostas, denominadas HORIZONTES.
O - caracterizado pelo acúmulo de matéria
orgânica (decomposta ou não) sobre o
solo mineral.
A - horizonte com elevada atividade
biológica, em que se encontra uma
mistura de matéria orgânica com frações
minerais.
B - Acúmulo de minerais de argila
C - Material inconsolidado, pouco afetado
pelos organismos, mas que pode estar
bem intemperizado (regolito).
R - Rocha (material de origem).
Estas camadas são formadas pela ação simultânea de
processos físicos, químicos e biológicos

Solo = ƒ (c, r, o, t, i...)





c : clima (água e calor)
r : rocha (material de origem)
o : organismos (vegetais e animais )
t : topografia (relevo)
i : Idade (tempo)
 O clima afeta a distribuição das plantas e animais
indiretamente através da sua influencia sobre o solo
MORFOLOGIA DOS SOLOS

Os solos distinguem-se entre si por:
◦ Constituição
◦ Cor
◦ Textura
◦ Estrutura
◦ Cerosidade
◦ Porosidade
◦ Consistência
◦ Profundidade
◦ Composição química.
◦ Pedoclima
◦ Pedoforma
Constituição do solo
ESPAÇO
DOS POROS
Ar
20 - 30%
Minerais
45%
Água
20 - 30%
Mat. Orgânica
5%
SÓLIDOS
DO SOLO
Fração Mineral
A fração mineral é constituída de partículas de
tamanhos variáveis:
Partícula
Tamanho (mm)
Matacões
>200
Calhaus
200 – 20
Cascalho
20 – 2
Areia grossa
2 – 0,2
Areia Fina
0,2 – 0,02
Silte
0,02 – 0,002
Argila
< 0,002
Granulometria
Argila
0,002
Silte
Areia
Fina
0,02
0,2
Diâmetro das partículas
Grossa
Cascalho
2 mm
Textura
Média
Arenosa
0
15
25
Argilosa
35
Muito argilosa
55
100
Textura
Solo Argiloso
Solo
Arenoso
Solo Barrento
Solo
Limoso

Nas frações areia e silte ocorrem minerais primários.
◦ Quartzo que é resistente ao intemperismo.
◦ Feldspatos, micas, magnetita e ilmenita.

Os minerais primários se decompõem em minerais de
argila.

A fração argilosa é composta de:
◦ Argilas silicatadas
◦ Sesquióxidos de Ferro e Alumínio.

As argilas silicatadas são formadas por duas unidades.
◦ Tetraedro de Si
◦ Octaedro de Al
Estrutura tetraédrica
Estrutura octaédrica
Caolinita (1:1)

A textura é uma das propriedades mais importantes do
solo, pois a QUANTIDADE e o TIPO de argila
◦ Influenciam o movimento e a retenção da água,
◦ Determina a superfície específica, afetando a atividade e
capacidade retenção de nutrientes.
◦ Condiciona o potencial erosivo do solo.
A fragmentação das rochas
- Bloco único de1 m de lado
-Volume = 1 m3
- Superfície específica = 6 m2
-8 fragmentos, de 0,5 m de lado
-Volume = ( 0,5 )3 x 8 = 1 m3
- Superfície específica = 12 m
Ruptura ao
longo de fraturas
A
fragmentação
das
rochas
aumenta
a
superfície exposta ao ar e
a água abrindo caminho
para
o
intemperismo
químico
O tamanho das partículas tem influência direta nas
propriedades físicas e químicas

No solo ocorre o fenômeno da TROCA CATIÔNICA
◦ A maioria dos solos são ELETRONEGATIVOS, ou seja,
possui maior número de cargas negativas do que positivas.
◦ As cargas negativas encontram-se principalmente nas
argilas e na matéria orgânica.
◦ As cargas negativas adsorvem íons com cargas positivas
(H+, K+, Na+, Ca++, Mg++, etc...) que podem ser
trocados um pelo outro.
◦ Capacidade de Troca Catiônica (mmolc dm3)
Capacidade de Troca Catiônica (T)
Teor de Minerais (N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Cu, Mn, Al)
-
K+ - - - Ca -
-
Mg - Ca K+ Mg -Mg
+
K -
K+
-
-
-
K+
- Mg
K+ - - Mg
- +
- K+
- - Mg-K
-- Ca
- K+
- - ++
K K
+
K - Mg
+
K
- Mg
+
K
- +
-K
+
- K +
+
K- - -K
+
K
- - -- Ca
Mg
-
Estrutura
Área
Capacidade de Troca
específica
(T) cmolc dm-3
m2/g
Caolinita
1:1
50 – 20
3 - 15
Haloisita
1:1
-
5 – 50
Ilita
2:1
100 – 200
10 – 40
Vermiculita
2:1
300 – 500
100 – 150
Montmorilonita
2:1
700 – 800
80 – 150
Silte
Areia
variável
<1
<0,1
Muito pequena
Sistema
Solo-Planta-Atmosfera
Volatilização
Absorção
M (atmosfera)
Volatilização
Intemperização
M (sólido)
Dessorção
M (lábil)
Imobiliização
Precipitação
Absorção
M (solução)
Adsorção
Perdas
irreversíveis
Ascenção
capilar
M (erosão)
M (raiz)
Excreção
Extrusão
Lixiviação
M (lixiviação)
Transporte a
longa distância
M (parte aérea)
Circulação
Redistribuição
Sistema
Solo-Planta-Atmosfera
M (atmosfera)
Absorção
M (sólido)
M (lábil)
M (solução)
Transporte a
longa distância
M (raiz)
M (parte aérea)
Circulação
Redistribuição
M (erosão)
M (lixiviação)
pH - POTENCIAL HIDROGENIÔNICO
pH = 14,0 Alcalino
pH = 7,0
pH = 1,0
Neutro
Ácido
1
pH 
log.H 
Solo Neutro
Ca+2
Mg+2
Mg Ca K
Ca+2
-
K
Ca
Mg+2
-K
-
Mg-
Ca
K+
K
-
Ca -
Mg+2
- Ca
Mg
H+
Al+3
Al Al H
H+
H
H
- H+
Al+3
H+
H H
-
Al-
-
Al
H
-
Al
Al+3
K
Mg
Solução do solo
Colóides do solo
-
-
Ca
K+
Ca+2
K+
Al
H
Al+3
-
Al H
- H H+
-
Al
-
-
K
K+
-
-
Mg -
K Ca
Solo ácido
H
H+
-H
- Al
H
H+
Al+3
H+
K+ - íon na solução do solo
Mg - íons adsorvidos aos coloídes do solo
Classificação da reação do solo
Extremamente ácido - < 4,3
Fortemente ácido - 4,3 - 5,3
Moderadamente ácido - 5,4 - 6,5
Praticamente neutro - 6,6 - 7,3
Moderadamente alcalino - 7,4 - 8,3
Fortemente alcalino - > 8,3
As classes de reação dos solos são denominações genéricas
aplicadas às descrições dos solos, não constituindo
característica distintiva de unidade taxonômica.
Disponibilidade de nutrientes em função do pH
Cor
É a característica mais fácil de ser percebida.
 Matéria orgânica (MO) e Ferro (Fe) são fatores
determinantes da cor do solo.


Alto teor de MO confere coloração mais escura ao solo

O Fe pode apresentar-se em forma reduzida, oxidada
hidratada e oxidada desidratada.
Fe2+

Fe3+

Fe3+
Cinza
Amarelo
Vermelho
FeO
excesso de água
FeOOH
Fe2O3
Goetita
Hematita


As cores são descritas por comparação com uma escala
padronizada.
Tabela de Munsell
Notação é feita considerando-se 3 elementos
◦ Matiz (cor fundamental do arco íris ou da mistura)
◦ Valor (tonalidade de cinza)
◦ Croma (proporção da mistura com a tonalidade de cinza)

Ex.: 2,5 YR 3/6 (vermelho escuro)
Matiz
Esquema demonstrando como são formados os matizes da carta de cores.
Valor (brilho)
Croma (mistura)

Carta de Munsel
Cor Valor/Croma
10 YR 3/6
Estrutura



As partículas (argila, silte e areia) geralmente se
encontram agrupadas, formando agregados ou torrões.
A agregação é determinada por substâncias que tem
propriedades de ligar as partículas umas as outras.
◦ Ácidos orgânicos
◦ Óxidos de Fe e Al
◦ Argilas
Quando a massa de solo não apresenta estrutura, diz-se
que o solo é MACIÇO se a massa for coesa e grãos
simples se a massa for solta.
◦ Ex.: Terra Roxa (lembra o pó de café), diz-se maciça, porosa de
grânulos muito pequenos.
Tipos de estrutura
Granular
Blocos
Laminar
Prismática
Cuneiforme
Colunar
Óxidos de Al (gipsita)
Óxidos de Fe (hematita, goetita)
Matéria Orgânica
Sais
Coluna  Prisma  Blocos  Grânulos
Sódio (Na)
Consistência
A coesão é a atração das partículas entre si e adesão é
a atração das partículas por um outro corpo.
 O comportamento da coesão e adesão num solo, sob
diferentes condições de umidade, recebe o nome de
consistência
 Os agregados são mantidos unidos por diferentes graus
de adesão.
 A consistência pode ser determinada em diferentes
condições de umidade.

Seco
Úmido
Molhado
Muito molhado
dureza
friabilidade
plasticidade
pegajosidade
Cerosidade


Refere-se ao revestimento de aspecto lustroso e com
brilho de um agregado.
Proporcionada pelas argilas que são trazidas dos
horizontes superficiais e são depositadas sobre os
agregados formando uma película ou filme de argilas.
◦ Auxilia na definição da classe de solo.
◦ Pela subjetividade, pode gerar controvérsias
dependendo do referencial de quem a interpreta.
Porosidade
macroporos
microporos
Porosidade
Refere-se ao volume do solo ocupado pela água e pelo ar.
Deverão ser considerados todos os poros existentes no
material, inclusive os resultantes de atividades de animais e
os produzidos pelas raízes.
 Para observação da porosidade deve ser usada lupa de
aumento de mais ou menos 10x.
 Quando o material não apresenta poros visíveis, mesmo com
lupa de aumento, usa-se a expressão “sem poros visíveis”.

Porosidade
No campo, a porosidade deve ser caracterizada quanto ao
tamanho e quanto à quantidade dos macroporos, usando-se
os mesmos critérios descritos anteriormente para raízes.
 Exemplos de horizontes genéticos e quantidade de poros:
◦ Poucos - horizonte B de Planossolo Nátrico;
◦ Comuns - horizonte B textural de textura argilosa
◦ Abundantes - alguns horizontes B latossólicos e
solos arenosos.
A descrição de porosidade deve constar do item
Observações, após a descrição de raízes.

Profundidade




Raso - < 50cm
Pouco profundo - > 50cm e < 100cm
Profundo - > 100cm e < 200cm
Muito profundo - > 200cm
Obs: As classes de profundidade dos solos são denominações genéricas
aplicadas às descrições dos solos, não constituindo características
distintivas de unidade taxonômica.
ÁGUA NO SOLO

A água é um dos principais componentes do solo,
ocupando juntamente com o ar, todo o espaço poroso
existente.

Na ausência da água, não é possível a vida vegetal ou
animal.

A água governa grande parte das propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo.

Para um bom desenvolvimento vegetal é indispensável á
presença de uma suficiente quantidade de água no solo.

Graças às irrigações aumentos da produção agrícola
tem sido conseguidos.
Água do solo ou Solução do solo?

A água atua como:
◦ Solvente universal
◦ Contém gases e nutrientes do solo dissolvidos
◦ Meio de transporte de nutrientes na planta.
“SOLUÇÃO DO SOLO”
“SEIVA BRUTA”
Eficiência de uso de água

As plantas evaporam de 500 a 1000 unidades de
solução do solo para poder formar uma única unidade
de substância seca.
Espécie
EUA (L H2O/ kgMS)
Cana-de-acúcar
500
Milho
1000
Soja
2000
Batata
1250
Eucaliptus
350

A água do solo contém, pelo menos em traços, todos os
elementos presentes no solo, susceptíveis de ionização,
solubilização ou suspensão.

A solução do solo é dinâmica, sofrendo continuas
flutuações em quantidade de líquidos, em sua
composição química e em sua concentração pois, os
iôns que nela se encontram estão permanentemente
passando para as partículas coloidais e vice-versa.

Como resultado desse fenômeno, a concentração em
torno das partículas do solo torna-se desigual; as
moléculas de água mais próximas da partícula
apresentam-se com maior concentração de sais do que
as que se encontram distantes.
Água

A água pode ser encontrada ocupando os vazios do
solo ou estar contida na estrutura cristalina dos
minerais.

Esta água de cristalização dos minerais está, em geral,
fortemente ligada à estrutura cristalina, não podendo
ser considerada como água do solo.

Alguns minerais podem liberar essa água a baixas
temperaturas, porém, a maioria só a desprende a
temperatura elevadas.

Convencionou-se ser água de adsorção a que uma
amostra de terra perde quando colocada em estufa a
1050 C e, água de cristalização, a que exige
temperaturas de 100 a 4000 C para sua remoção.
Classificação da água do solo

Água gravitacional, a que não seria retida pelo solo, depois
deste ser molhado até o encharcamento, drenado para as
camadas mais profundas pela ação da gravidade.

Água capilar, a que seria retida pelo solo devido à força da
tensão superficial, formando películas contínuas em torno
das partículas terrosas e nos espaços capilares.
◦ Tanto a água capilar como a gravitacional, movimentar-se-iam no
solo na forma líquida e seriam úteis às plantas, por serem
assimiladas pelas raízes.
◦ A água gravitacional, no entanto, teria, geralmente, duração
efêmera junta ás raízes.

Água higroscópica seria a fixada por adsorção na
superfície dos colóides do solo, movimentando-se apenas no
estado de vapor.
Solução do solo
Água higroscópica
Água capilar
Água gravitacional
Capilaridade
Coesão, adesão e tensão superficial originam um fenômeno
conhecido como capilaridade, movimento da água ao longo de um
tubo. Quanto menor o tubo maior a ascensão capilar.
h = 2  cos 
gr
r

R
parede
Onde:
: densidade da água
: tensão superficial da água
: ângulo de de contato
g: aceleração da gravidade
r: raio do tubo

h
A tensão gerada nas interfaces líquido-ar nas
paredes celulares em contato com o ar dos
espaços intercelulares desempenham papel
importante na ascensão da seiva.
Capacidade de água disponível (CAD)

A disponibilidade de água nos solos dependem de vários
fatores:
◦ Textura
◦ Estrutura
◦ Teor de matéria orgânica
◦ Mineralogia
◦ Gradiente textura
◦ Impedimentos físicos
◦ Profundidade
Capacidade de água disponível (CAD)
CAD (mm ) 
(CC  PMP )  Da  H (cm )
100  d
CC : capacidade de campo (% volume)
 PMP : Ponto de murcha permanente (% volume)
 Da : Densidade aparente do solo
 D : densidade da solução
 H : espessura do horizonte (cm)


A camada de água disponível de um perfil é obtida pela soma dos
resultados do valor encontrado para a camada de água disponível
(CAD) de cada horizonte que se deseja considerar.
Exemplo (horizontes Ap e B1):
Horizonte
Ap
B1
Prof.
cm
0-20
20-45
Cc
%
27
30
U.um
%
15
18

CAD (Ap) = (27 - 15) x 1,2 x 20 = 14,4 x 20 = 2,88 cm
100
100

CAD (B1) = (30 - 18) x 1,4 x 25 = 16,8 x 25 = 4,20 cm
100
100

CAD (Ap + B1) = 2,88 + 4,20 = 7,08 cm
Da
g/cm3
1,2
1,4
Curvas de retenção de água dos
solos de diferentes texturas
(adaptado de Dijkerman, 1981)
Disponibilidade hídrica esquemática em função da textura do solo
Valores médio em porcentagem do volume, de capacidade de campo
(CC: 1 a 3 atm) e ponto de murcha permanente (PMP: 15 atm) e de
dispnibilidade de água (CAD) em alguns solos dedo Brsil
Latossolo
Muito argiloso
(>35% argila)
Neossolo
Quartzarênico
(<15% argila)
O
O
A
C
A
30 litro de
água / m3 de
solo
Bw
75 litros de
água / m3 de
solo
ATRIBUTOS FÍSICOS

Cor
◦ Carta de Munsel

Textura
◦ Areia, silte e argila

Estrutura
◦ Laminar, prismátíca, blocos, granular

Porosidade
◦ Macro e Microporos
◦ Permeabilidade

Densidade (g cm3)
◦ Aparente e de partícula
ATRIBUTOS QUÍMICOS
pH
 Matéria Orgânica ( Carbono )
 CTC – Capacidade de troca catiônica
 Elementos minerais

◦
◦
◦
◦
◦
Macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S)
Micronutrientes (Fe, Zn, Cu, Mn)
Alumínio (Al)
Sílicio (Si)
Ouro (Au)
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Fertilidade do solo e Nutrição de Plantas