Enfermagem na Saúde do Homem
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
Quem é e por que estudá-lo?
Prof. Bruno Barbosa
POR QUE UMA POLÍTICA
VOLTADA PARA O HOMEM?
• Acesso contiuo a atenção especializada -fortalecer a atenção
primária.
• Porque o estereótipo de masculinidade compromete o acesso
aos serviços e a adesão ao tratamento, sobretudo devido à
crença na invulnerabilidade do homem.
• contribuir na ruptura da cultura da invulnerabilidade, da força do
sexo “forte” e do machismo.
• Pelos altos índices de morbimortalidade masculina sobretudo
quando se faz uma comparação com a morbimortalidade
feminina.
• Diminuir os agravos à saúde masculina e melhorar a qualidade
de vida desta população.
• Pela necessidade de qualificar a atenção integral à saúde da
população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que
resguardem a integralidade da atenção.
POR QUE UMA POLÍTICA
VOLTADA PARA O HOMEM?
• Por que em 2007 enquanto as mulheres somaram 16 milhões
de consultas ao ginecologista, os homens somaram 2 milhões
de consultas ao urologista (em que pese esse especialista
também atende a mulheres e adolescentes de ambos os
sexos).
• Em função das doenças crônica não transminssíveis (diabetes,
hipertensão, insuficiência cardíaca, tumores malignos e
benignos, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral,
enfisema pulmonar) a diferença dos números é alarmante e se
deve a um conjunto de fatores de risco, muito mais presente
entre os homens.
• Porque o tabagismo, o alcoolismo, a ingestão de alimentação
baseada em gorduras trans e carnes, a vida sedentária,o
alcoolismo no trânsito, a violência, as DST e a AIDS, a
hipertensão, a diabetes e os cânceres, acometem de maneira
mais geral a população masculina..
População Masculina
91 946 392
49,2%
População Feminina
93 513 055
50,8%
População Total do Brasil
184 184 074
População em destaque: 25 a 59 anos
37 414 895
41,3 % da população masculina
Fonte: Contagem da população IBGE / PNAD - 2006
PERCENTUAL DA POPULAÇÃO MASCULINA
DO BRASIL POR FAIXA ETÁRIA
50
40
30
41,3
20
10
0
30,9
20,1
0–9
Fonte IBGE/PNAD 2006
7,7
10 – 24
25- 59
mais de 60
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA
INSTRUMENTOS E ATORES SOCIAIS
•
Lançamento e Publicação da Política Nacional;(Agosto 2009)
• Assinatura de Portaria estabelecendo uma “Semana Nacional
de Promoção à Saúde do Homem”;
• Lançamento de campanha de mídia, rádio, TV, impressos para
a população em geral, manuais com conteúdos temáticos e
específicos para profissionais da atenção básica e de todo
Sistema Único de Saúde – SUS, com interlocução com a Agência
Nacional de Saúde Suplementar – ANS.
•
Estruturação da Área Técnica de Saúde do Homem
• Realização de 05 Seminários Nacionais Audiência Pública no
Congresso Nacional;
IDENTIFICAÇÃO DOS DETERMINANTES SOCIAIS
SOBRE A SAÚDE DO HOMEM
• Principal autor e vítima da violência.
• Vulnerabilidade ao uso abusivo de álcool, tabaco e
outras drogas.
• Preconceitos decorrentes da não adequação à
masculinidade hegemônica.
• Diferentes condições perpassam o ciclo de vida:
adolescência, vida adulta e velhice.
IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS AGRAVOS A
SAÚDE QUE OCORREM NA POPULAÇÃO
MASCULINA
Dados epidemiológicos evidenciam que cerca de 75% das
causas de morbimortalidade do Homem são devidas a:
•
•
•
•
Causas Externas (Acidentes e Agressões)
Doenças do Coração
Tumores malignos
Distúrbios gastrointestinais e respiratórios
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA
MORBI-MORTALIDADE
•Entre os Acidentes – destacam-se os Acidentes de Trânsito
com franca diminuição depois da Chamada “Lei Seca”.
•Das Doenças do Coração as Coronáriopatias responsáveis
por mais de 28% das mortes até os 59 anos e de 72% das
mortes após os 60 anos.
•Dos Tumores, o Câncer da próstata foi, em 2005, o que mais
causou a morte de homens, só superado pelo câncer de
pulmão. Alta morbidade pela hipertrofia benigna da próstata,
com péssima repercussão na qualidade de vida.
•Das Doenças Gastrointestinais foram as Doenças do
Fígado (sobretudo a Doença Alcoólica) as responsáveis por
mais de 70% das causas de morte.
•Das Doenças do Aparelho Respiratório tivemos em 2005
mais de 7.000 internações por Câncer de pulmão e de laringe
e algo como 89.000 internações por pneumonias e a asma.
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA
MORBI-MORTALIDADE
População privada de liberdade
Como conseqüência da maior vulnerabilidade dos homens à autoria da
violência, grande parte da população carcerária no Brasil é formada
por homens.
Alcoolismo e Tabagismo
No Brasil, as internações de mulheres por transtornos mentais e
comportamentais devido ao uso de álcool, segundo o DATASUS
(2006), representaram 2% de todas as internações por transtornos
mentais e comportamentais, enquanto os homens apresentaram um
percentual de 20%.
Em relação ao tabagismo, os homens usam cigarros também com
maior freqüência que as mulheres, o que acarreta maior
vulnerabilidade às doenças cardiovasculares, câncer, doenças
pulmonares obstrutivas crônicas, doenças bucais e outras.
PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA
MORBI-MORTALIDADE
Pessoas com deficiência
A pessoa com deficiência é muitas vezes infantilizada e
inferiorizada, encontrando-se em situação de vulnerabilidade
social que a expõe a riscos à saúde. A crença na
invulnerabilidade masculina é dissonante em relação à
deficiência física e/ou cognitiva, o que leva o deficiente ser
mais vulnerável à violência e exclusão.
Do total dos deficientes , aproximadamente, 11 milhões são
homens, dos quais 1.5 milhões têm deficiência mental e 900 mil
são deficientes físicos (falta de membro ou parte dele).
Analogamente, 166 mil pessoas se declararam incapazes de
ouvir (86 mil homens) e quase 900 mil têm grande e
permanente dificuldade de ouvir.
CAUSAS EXTERNAS
Principais Causas Externas de óbitos nas diferentes faixas etárias da
população masculina dos 25 aos 59 anos
35
30
25
20
15
10
5
0
25-29
30-34
35-39
Agressões
Fonte: MS/SVS/DASIS-SIM-2006
40-44
45-49
50-54
Acidentes de Trânsito
55-59
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Porcentagem de óbitos por Doenças do Aparelho
Circulatório, em 2005, na população masculina em geral
80
70
60
2005
Em cada 3 homens 1 morreu de
Doenças do Aparelho Circulatório
(Coronariopatias)
72,1
50
40
30
20
26,8
10
0
0,3
Infância
Fonte: MS/SVS/DASIS-SIM-2006
0,8
Adolescência
25-59
mais 60
TUMORES
Principais tipos de Tumores Malignos que ocorreram na população
masculina em 2005 e previsão percentual de incidência para o ano de
2008
90.000
80.000
70.000
60.000
85%
50.000
40.000
30.000
48%
20.000
10.000
73%
0
Previsão 2008
2005
Ap.Digestivo
Fonte: MS/SVS/DASIS-SIM-2006
INCA/2008
Ap.Respiratório
Ap.Gênito-Urinário
PRINCÍPIOS
1. Orientar as ações e serviços de saúde para a população
masculina, com integralidade e equidade, primando pela
humanização da atenção.
2. Mudar paradigmas no que concerne à percepção da população
masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e a saúde de sua
família.
3. Capacitar
tecnicamente os profissionais de saúde para o
atendimento ao homem.
4. Além da ênfase nos aspectos educacionais, os serviços devem
ser organizados de modo a acolher e fazer com que o homem sintase parte integrante deles.
5. Implementar a Política do Homem de forma integrada às demais
políticas existentes, priorizando a atenção primária como porta de
entrada de um sistema de saúde universal, integral e equânime.
PRINCIPAIS DIRETRIZES
1.Elaboração do Plano de Ação subordinado a esta Política
e pautado pelos princípios da integralidade, factibilidade,
coerência e viabilidade;
2. Entender a Saúde do Homem como um conjunto de
ações de promoção e prevenção, assistência e
recuperação, executadas com humanização e qualidade,
nos diferentes níveis de atenção;
3. Priorizar a Atenção Básica com foco na Estratégia de
Saúde da Família, porta de entrada do sistema de Saúde
integral, hierarquizado e regionalizado
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por que uma política voltada para o homem?