Revisão da Norma
ABNT NBR 14021:2005
ACESSIBILIDADE EM TRENS
URBANOS E METROPOLITANOS
Situação Atual e Impactos Futuros
Arq. Maria Beatriz Barbosa
Assessora Técnica Metrô-SP
Coordenadora do GT de revisão do texto da ABNT/NBR 14021:2005
Sumário
 Pesquisa ANTP 2002
 Revisão da ABNT NBR 14021:2005
 Benchmarks
 Sugestões de melhorias
 Impactos futuros
Pesquisa ANTP 2002

realizada pela ANTP / Comissão Metroferroviária

verificar as condições de acessibilidade em nove dentre treze sistemas
metroferroviários

apontar adequações existentes e previstas, considerando o percurso realizado pelos
usuários desde o acesso até o embarque na plataforma ou vice-versa, da plataforma
até a saída.

questões baseadas na legislação e nas normas técnicas vigentes à época, dentre as
quais se destacam a NBR 9050:1994 e a NBR 14021:1997.
― circulação externa
― circulação interna
― mobiliário
―
―
―
―
material rodante
via permanente
empregados
usuários
Pesquisa ANTP 2002
Itens totalmente
implantados
Itens
parcialmente
implantados
adequações em adequações sem
estudo
previsão de
estudo ou
implantação
circulação
externa
15
29
27
29
circulação
interna
33
17
17
36
mobiliário
18
10
16
56
material rodante
30
28
1
41
via permanente
19
9
14
58
empregados
48
0
15
37
usuários
33
4
16
47
Pesquisa ANTP 2002
circulação externa (percurso de entorno até o acesso às estações)
baixo grau de adequação e alto grau de ações em estudo.
circulação interna (percurso interno do acesso ao local de embarque)
resultados um pouco mais equilibrados  itens totalmente
adequados: “cancelas ou passagem acessível nas linhas de bloqueios” e
“painel de informações sobre o sistema” (baixo investimento e pouco
reflexo sobre a autonomia de mobilidade).
mobiliário (equipamentos e serviços de apoio) apresentou baixo grau
de adequação  itens totalmente adequados: sistema de audição
pública.
sem previsão: mapas táteis, instrução de uso de equipamentos e
dispositivos de comunicação para deficientes auditivos (telefone para
surdo), todos com tecnologia pouco desenvolvida no país.
Pesquisa ANTP 2002
material rodante (adequação do interior e exterior dos vagões)
resultados equilibrados  destaque para “implantação de
assentos reservados nos trens” (baixo investimento).
via permanente (adequação das passagens e saídas de
emergência) mais baixo grau de adequação  despreparo para
situações de emergência , quando há a necessidade de
evacuação de trem na via e a mobilidade é ainda mais
dificultada.
Não foram computados os sistemas de superfície que
consideraram as questões sem pertinência.
Pesquisa ANTP 2002
empregados (definição de diretrizes e capacitação dos empregados
para atendimento aos diversos tipos e graus de deficiência) apresentou melhores resultados, revelando baixo grau de autonomia
oferecido pelos sistemas (atuação dos empregados para garantir seu
uso de forma segura)
maior grau de adequação  “treinamento de empregados”, (baixo
preparo para atendimento a pessoas com deficiência auditiva).
usuários (ações de relacionamento com usuários com mobilidade
reduzida, entidades e demais usuários) - baixo resultado, poucas
iniciativas dirigidas especificamente às pessoas com deficiência, baixo
de investimentos em estratégias de comunicação para orientação deste
público.
ABNT/CB-40
Comitê Brasileiro de Acessibilidade
CE-02 Comissão de Estudo de Acessibilidade nos
Transportes
CE-40:002.05 Projeto de Norma para revisão
do texto base da NBR 14021:2005
NBR 14021:2005
Objetivos
 estabelecer os critérios e parâmetros técnicos a serem observados para
acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano, de acordo
com os preceitos do Desenho Universal.
 proporcionar à maior quantidade possível de pessoas,
independentemente de idade, estatura e condição física ou sensorial, a
utilização de maneira autônoma e segura do ambiente,
mobiliário,equipamentos e elementos do sistema de trem urbano ou
metropolitano.
 estabelecer os princípios e as condições mínimas para a adaptação de
estações e trens às condições de acessibilidade. Esta Norma deve ser
aplicada sempre que as adaptações resultantes não constituírem
impraticabilidade.
 a segurança do usuário deve prevalecer sobre sua autonomia em
situação de anormalidade no sistema de trem urbano ou metropolitano.
NBR 14021:2005
Aspectos legais e normativos
 Referências Normativas - normas ABNT elaboradas / publicadas
 Legislação Federal
 Lei Federal 10741/2003 Estatuto do Idoso
 Decreto 5296/2004 (Leis Federais10.048/2000 e 10.098/2000)
obs.: estabelece prazo até 2014 para implantação de ações de
acessibilidade em trens e estações
 Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU)
NBR 14021:2005
Processo de revisão
• Itens validados
• Itens modificados
• Itens excluídos
• Itens acrescentados
Realizadas 4 reuniões
presenciais
AGO/2012
NOV/2012
MAR/2013
JUN/2013
AGO/2013
NBR 14021:2005
Métodos de avaliação
• Contribuição das pessoas com deficiência:
– experiências
– dificuldades observadas
•
Consulta às bases de dados das empresas operadoras:
– manifestação dos usuários
– experiências e práticas bem sucedidas
– dificuldades observadas
• Contribuições dos fabricantes:
– experiências e práticas bem sucedidas
– dificuldades observadas
• Requisitos de Acessibilidade em normas e manuais
internacionais
– experiências e práticas bem sucedidas
– dificuldades observadas
NBR 14021:2005
Métodos de avaliação
• Contribuição das pessoas com deficiência:
– experiências
– dificuldades observadas
•
Consulta às bases de dados das empresas operadoras:
– manifestação dos usuários
– experiências e práticas bem sucedidas
– dificuldades observadas
• Contribuições dos fabricantes:
– experiências e práticas bem sucedidas
– dificuldades observadas
• Requisitos de Acessibilidade em normas e manuais
internacionais
– experiências e práticas bem sucedidas
– dificuldades observadas
Benchmark
ESTAÇÕES - configuração
– existência de elevador
– escadas com corrimãos em duas alturas
– prolongamento dos corrimãos no término de escadas e
rampas
– portas de fácil abertura
– postos de informação
– bloqueios acessíveis
– telefone para surdos
– assentos preferenciais / apoios isquiáticos / assentos para
obesos
– dispositivo para reduzir o vão e o desnível entre o trem e a
plataforma
Benchmark - ESTAÇÕES
Elevadores
― sinalização tátil em elevadores
― informações sonoras em elevadores
― alarme visual de abertura e fechamento de portas do elevador
― sinalização tátil nas botoeiras dos elevadores
― Identificação das botoeiras no pavimento e na cabine, em
função do ambiente da estação (acesso / saída, mezanino,
plataforma de embarque para....)
― texto/número/ letra em relevo + braille
― abertura e fechamento de portas
― caracterização das botoeiras de emergência /
intercomunicadores
Benchmark - ESTAÇÕES
― existência de corrimão em duas alturas
― prolongamento dos corrimãos no término de escadas e rampas
― sinalização braille dos pavimentos atendidos
― portas de fácil abertura
― assentos preferenciais
― apoios isquiáticos
― assentos para obesos
― dispositivo para reduzir o vão e o desnível entre o trem e a
plataforma
Benchmark - ESTAÇÕES
Sinalização tátil
- sinalização tátil de alerta no piso:
• alerta - borda de plataforma
• alerta - sinalização no início e fim de escadas e rampas
• alerta em escadas
• alerta de obstáculos
- sinalização tátil direcional:
• área de segurança para embarque e desembarque
• encaminhamento
• máquinas de bilhetes
• bilheterias, pontos de informações
Benchmark – ESTAÇÕES
sinalização tátil de alerta
sinalização tátil de alerta no
piso:
― alerta - borda de plataforma
― alerta - sinalização no início
e fim de escadas e rampas
― alerta em escadas
― alerta de obstáculos
Benchmark – ESTAÇÕES
sinalização tátil direcional
sinalização tátil
direcional:
― área de segurança
para embarque e
desembarque
― encaminhamento
― máquinas de
bilhetes
― bilheterias,
pontos de
informações
Norma específica sobre diretrizes de projeto para implementação
de sinalização tátil no piso
Benchmark – ESTAÇÕES
sinalização tátil direcional
sinalização tátil direcional:
― Deve estar associada a outros sistemas
de informação para orientar os
deslocamentos – informar onde o
usuário está e quais os caminhos /
percursos para atingir as opções de
destino.
Norma específica sobre diretrizes de
projeto para implementação de sinalização
tátil no piso
Norma específica para elaboração e
implementação de mapas táteis
Benchmark
ESTAÇÕES - sinalização
- sinalização tátil (Braille):
• sinalização tátil em corrimãos de escadas fixas
• mapas em relevo (mapa tátil) / mapas em Braille
- outros elementos / sinalização visual / sonora
• laços de indução em bilheterias e máquinas de venda
• sistema sonoro / visual para orientação de uso de máquinas automáticas
de venda de bilhetes
• sistema sonoro para identificação da direção das escadas rolantes
• sinalização visual em grande dimensão
• monitores / informações eletrônicas
Norma específica para sinalização de corrimãos (NBR 9050)
Norma específica para equipamentos de autoatendimento bancário
Sugestões de melhorias
ESTAÇÃO - configuração
1. redução do vão e do desnível entre o trem e a plataformas;
2. adoção de soluções técnicas deve priorizar a segurança dos usuários e
funcionários, em acordo com as normas regulamentadoras do Ministério do
Trabalho, outras normas ABNT e a legislação;
3. Instalação de bloqueios / catracas acessíveis e eliminação das cancelas como
equipamento de controle de acesso;
4. condições para execução de obras de serviços: realização de obras / reformas
parciais ou totais deve garantir rota acessível para embarque/desembarque;
5. requisitos e configurações de saídas de emergência na via, com caminhamento
pela via;
6. equipamentos e serviços de resgate entre estações;
7. características dos equipamentos de autoatendimento;
8. definição de áreas de acomodação e rota acessível entre diferentes modos de
transporte;
9. contrastes entre piso, paredes e corrimãos;
10.apoio isquiático nas plataformas;
11.Instalação de elevadores em todos os acessos, entre os acessos e mezanino e
entre o mezanino e as plataformas;
Sugestões de melhorias
ESTAÇÃO - sinalização
1. acessibilidade do sistema de bilhetagem;
2. padronização de botoeiras dos elevadores - dificuldades de
utilização dos elevadores em função da diversidade de
comandos dos equipamentos ou da existência de mais de um
equipamento servindo a plataformas distintas ou de elevadores
com mais de duas paradas.
3. indicação das conexões entre o sistema trilhos e outros modos
de transporte (rota acessível);
Sugestões de melhorias
TREM - configuração
1. inclusão de dados referentes aos parâmetros antropométricos
visando auxiliar o posicionamento da cadeira de rodas no trem;
2. configuração de balaústres no interior dos trens; acréscimo de
balaústres transversais nos trens;
3. configuração dos assentos preferenciais - altura;
4. configuração de trens com salão contínuo;
5. definição dos requisitos específicos para sistemas de monotrilho;
Sugestões de melhorias
TREM - sinalização
1. sinalização dos locais para cadeira de rodas;
2. requisitos e características dos painéis eletrônicos / mapas
dinâmicos no interior dos trens;
3. informação sonora no interior da cabine dos trens.
Sugestões de melhorias
REDE
1. Acréscimo dos carrinhos de bebê no público alvo;
2. Redundância das informações operacionais e institucionais
veiculadas, privilegiando a acessibilidade em todos os serviços
ofertados (comércio, exposições, espaços institucionais);
3. aspectos relacionados à divulgação dos serviços oferecidos e das
informações sobre acessibilidade pelas empresas;
4. identificação dos funcionários capacitados em LIBRAS;
Impactos
Acessibilidade deve ser tratada como uma questão transversal:
– Impactos no projeto
– Impactos na construção
– Impactos na manutenção
– Impactos na reabilitação / reforma de estações e de trens
– Impactos no serviço cotidiano e em situações de anormalidade
– Impacto nas estratégias e grandes eventos
– Impacto no treinamento dos funcionários (estação, tráfego e
segurança)
Impactos nas instalações
existentes
– Estabelecer condições diferenciadas para adequação das
instalações (trens e estações) existentes?
– Quais critérios devem ser aplicados às instalações existentes?
– Como conviver com trens antigos?
– Todos os acessos acessíveis, com elevador;
– elevadores com capacidade de atender à demanda
– equipamentos diferentes nas áreas livre e paga
– Acessibilidade dos equipamentos de autoatendimento
– máquina de vendas de bilhetes e produtos
– bloqueios
Impactos nas estações
existentes
– adaptação e sinalização dos acessos para pcd/pmr.
– um acesso vinculado à rota acessível externa e interna.
– priorização dos acessos com maior demanda ou integrados a
diferentes modos de transporte, ou ainda aqueles que atendam
a centros de serviço, de saúde, de reabilitação, educacional ou
cultural.
– passarelas ou passagens subterrâneas acessíveis, evitar travessia
em sistema viário complexo ou com tráfego intenso.
– implementação e sinalização de rota acessível interna.
– adaptação e sinalização de 1 bilheteria, 1 equipamento de autoatendimento (em cada conjunto), 1 equipamento de controle de
acesso, do local de embarque e desembarque preferencial nas
plataformas.
– implementação de dispositivos sonoros e visuais para veiculação de
mensagens e alarmes
Impactos nas estações
existentes
Na adaptação dos sistemas existentes, recomenda-se priorizar as
obras nas estações:
a) em ordem decrescente de demanda, considerando o total de
usuários que circulam nas estações a partir das informações
sobre entradas e transferências;
b) que tenham demanda significativa de pessoas com deficiência
ou com mobilidade reduzida;
c) de transferência ou transbordo, intermodais ou multimodais;
d) que atendam a centros de serviço, áreas densas de emprego,
centros educacionais, hospitais ou centros de reabilitação.
Impactos nos trens existentes
– adaptação dos carros destinados ao atendimento preferencial;
– adaptação e sinalização de área para usuários de cadeira de
rodas nos trens e da porta de embarque e desembarque;
– sinalização visual e sonora indicando o fechamento iminente das
portas do trem;
– dispositivos para veiculação de mensagens sonoras;
– dispositivo para reduzir o vão e o desnível entre o trem e a
plataforma
– sinalização de vãos acima de 10 cm e de desníveis acima de 8
cm nos demais locais de embarque e desembarque
Impactos na via
– adaptação das vias existentes entre estações
– procedimento de abandono e de utilização das facilidades
existentes em situações de emergência
– instalação de corrimão em áreas de circulação assistida de
usuários em situação de emergência, quando houver desnível
– adaptação das áreas de travessia de via
– sinalização e iluminação de emergência
Impactos futuros
O vão e o desnível entre o trem e a plataforma resulta das
tolerâncias de projeto e manutenção de:
― Via
― Plataforma
― Trem
 A redução do vão e do desnível impõem que sejam realizadas
alterações nos requisitos de projeto e nos processos e
procedimentos de manutenção ;
Impactos futuros
Sistema de informação deve considerar...
o público alvo:
̶ pessoas surdas
̶ pessoas cegas
̶ pessoa com baixa visão
̶ pessoas com deficiência física em
cadeira de rodas
̶ pessoas com deficiência física que
utilizam muletas
̶ pessoas idosas
̶ usuários habituais
̶ usuários eventuais
̶ estrangeiros
̶ analfabetos
a etapa da viagem:
̶ antes da viagem
̶ durante a viagem na estação
(embarcando, desembarcando)
̶ durante a viagem no trem
a mídia onde será veiculada a
informação (redundante):
– informação sonora
̶ sistema de audição pública com
laço de indução;
̶ informação visual
̶ Impressa, dinâmica, internet,
mídias sociais, bluetooth,
painéis eletrônicos, painéis fixos
̶ Informação tátil
̶ no piso
̶ nos painéis
Impactos futuros
Sistema de informação deve considerar...
intermodalidade:
̶ Áreas de transição entre o modo metroferroviário e os demais
modos de transporte;
Multifuncionalidade
̶ Espaços comerciais, culturais, institucionais e de serviços devem
atender às respectivas condições de acessibilidade;
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