The Construction of Virtual Identities:
online tribalism in Saudi Arabia and
beyond
Sebastian Maisel
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Anthropology of the future: Arab youth
and the state of the state
Suad Joseph
JUVENTUDE E NOVOS MEDIA
Trabalho realizado por:
Ana Cunha
Tiago Freire
Fernando Fabião
Irina Mamontova
Arábia Saudita
População: 28,83 milhões de habitantes (estimativa de 2013)
The Construction of Virtual Identities: online tribalism in
Saudi Arabia and beyond
Sebastian Maisel
-A Modernidade alterou o conceito de tribo devido à
conjugação das tribos com o modelo de governação política
presente na Arábia Saudita.
-Com as novas tecnologias da informação, a coesão tribal, ao
invés de se dissipar, reforçou-se através de uma revitalização e
actualização das formas de comunicação intra-tribais.
- Tribos são ainda organizações assentes no parentesco, mas com
novos papéis na sociedade, observados com estes
desenvolvimentos.
-A metodologia utilizada pelo autor centra-se em: 1) observação
participante; 2) entrevistas; 3) fontes documentais.
•Esquemas de interacções entre tribos são causa
de atenção pública na sociedade Saudita.
•Entre os temas essenciais tribais discutidos
encontram-se:
•- O papel da tradição em disputas legais.
•- A influência de valores tribais na narrativa
nacional.
•- Estratégias de casamento tribais.
•- Decisões de aumentar a participação politica
tribal.
-“Being a member of a tribe, large or small, noble or inferior, does
not guarantee wealth, success, or political power. However, it
provides the necessary backup in times of hardship, conflict, and
need. Even urbanized and liberal saudis remember and cherish
their kin network during trouble times.”
-Nas últimas décadas tem-se acentuado a tensão entre as tribos
e o poder central Saudita, sendo estas usadas como ferramentas
de construção de nação, pela sua história e o seu valor cultural;
- Devido à extrema familiarização quase inata da juventude com
novas tecnologias observa-se uma quebra de estatutos sociais e
novas formas de comunicação entre diferentes grupos etários e
tribais.
-Visto que aproximadamente 60% dos Sauditas tem menos de 25
anos, resulta deste facto que a maioria da população está mais
permeável à imersão nestas novas redes e realidades
tecnológicas/virtuais, acabando, por conseguinte, por modificar
toda a sociedade.
-Como a sociedade arábica é conservadora tanto a internet
como o seus conteúdos são filtrados pelo governo, que usam
o Corão para legitimar este acto.
-Com a introdução das novas tecnologias de informação as
tribos criaram várias plataformas de discussão dos mais
diversos assuntos;
- O autor aborda três tribos neste artigo: Mutayr, Shammar e
Anazah.
- Estas possuindo um estatuto nobre e elevado dentro da
hierarquia social.
-Entre os principais tópicos da discussão de
tribos temos estratégias de casamentos
específicos entre tribos, a enfâse em valores
tribais na criação de narrativas nacionais como a
honra, hospitalidade e poesia, etc.
-O autor expõe em profundidade fóruns virtuais
pertencentes às três tribos anteriormente
mencionadas :
•
www.shmmr.net/vb/
•
www.3nzh.com/vb/
•
www.mutir.com/vbvv/
Fórum Shammar
•Online desde Agosto de 2001.
•Cerca de 30000 membros.
•Um dos fóruns mais antigos com vários temas
de discussão, priorizando o uso de poesia como
ferramenta de comunicação.
•Poesia como popular dentro da comunidade
tribal e poetas como indivíduos respeitados.
Fórum Anazah
•Cerca de 23000 membros.
•Tópicos de discussão mais significantes são
acerca de genealogia e herança tribal, contendo
velhas histórias e documentos tribais.
Fórum Mutayr
•70000 membros registados.
•Tópicos populares revolvem herança e história
tribal, relações entre a tribo e o estado,
obituários e noticias gerais tribais.
Anthropology of the future: Arab youth and the state of
the state
Suad Joseph
População: 4.467 milhões de habitantes
-Primavera Árabe – começou em janeiro 2011 na
Tunísia mas moveu-se rapidamente para o Egipto,
Iémen, Bahrain, Líbia e Síria
-Foi um claro indício de uma reação contra o
autoritarismo governamental, corrupção, desemprego,
instituições educacionais inadequadas e falta de vontade
política dos lideres árabes para resolver os problemas
urgentes e reais da população
-A maioria dos protestantes eram jovens
“Arab Spring”
Arab Spring com o seu início em Janeiro de 2011 na Tunísia e que
posteriormente expandiu-se para Egipto, Yemen,Bahrain, Libia e Siria com
apoio de outras regioes do mundo. Este tempo carecterzou-se por corrupção,
estados autortários, desemprego,instituiçoes de educação degradados e
inadequados, bem como um vasto leque de reais e urgentes das populaçoes
habitantes nestes países. Como consequencia a maior parte dos protestantes
e líderes de posições extremas eram jovens.
As crianças e os jovens constituem dois terços da população árabe e
definem- se por apresentar o nível mais elevado das características
como a pobreza, iliteracia, desemprego e exploração. Os problemas de
saúde entre jovens e crianças são muito frequentes.
Esta imagem geral instalou-se desde a segunda Guerra Mundial quando
a maior parte destas regiões ganharam a sua independência, a sua
história de construção do Estado, onde o próprio termo de construção da
Estado-Nação tornou-se num sinónimo de falha. Os movimentos
violentos de populações com sentimentos de guerra e de luta,
sentimentos de incerteza económica foram interiorizados por jovens que
desafiam o sistema e o estado.
Apesar do facto dos países árabes terem o nível mais baixo de crime,
têm o nível mais elevado de guerras e violência política que aumentou
anos últimos anos. Mas a descrença no futuro como uma noção está nos
laços de parentesco.
Dados demográficos:
-As crianças e jovens árabes são 2/3 da população
-As crianças são definidas dos 0 aos 14 anos e os jovens dos 14 aos 25 ou dos
15 aos 29 anos.
-No mundo árabe a população dos 0 aos 14 anos é de 125 milhões (34% da
populaçao árabe) (ESCWA).
-Dos 15 aos 29 é de 100 milhões (30% da população árabe) (DHILLON /
YOUSEF)
-Nalguns países árabes, jovens e crianças constituem 75% da população
-População árabe: 1980 regista 173 milhões, em 2009 regista 352,2 milhões
(5,2 % da pop. Mundial), em 2020 expecta-se que sejam 428,4 milhões (5,6%
da pop. Mundial). Tem um crescimento annual de 6,2 milhões de pessoas.
A fertilidade na região árabe decresce devido ao crescimento do nível
da instrução das raparigas, devido a participação activa na produção e
na economia e devido ao casamento adiado das mulheres.
Segundo algumas pesquisas aproximadamente 30% dos árabes são iliterados.
Alguns países como Líbano, Palestina, Jordânia tem a percentagem da literacia
de 90%.
Como a percentagem de literacia não é um indicador absoluto e suficiente por si
só devemos mencionar o sistema educacional onde as escolas árabes não
preparam as crianças e jovens para mercado de trabalho ou pelo menos para a
sua auto-suficiência.
Ahmed Mohammed Lerkman, observou que o desemprego está no seu pior nível
e isto:
”threatens social harmony and national security, as it constitutes a source of
extremism, of terrorism and of desperation. It undermines trust between
government and the people”(Jones 2010).
A maioria dos regimes árabes eram monarquias, ditaduras militares ou regimes
civis/tribais/familiares. A participação da população de massas e dos jovens em
particular na cena polítca foi controlada e censurada com pequena margem para
debates ou discussões.
Isobel Coleman argumenta que:
“This is a dire mismatch between the skill sets companies are seeking and what
most regional high schools and colleges are producing… The result is an
explosive combination of millions of young people with high expectations and no
hope to fulfilling their dreams”.
Depois Coleman contribui com imagens de mass media e Tv americana:
“ We are exporting this hyper version of material success”.
O autor não argumenta que o sector dos jovens “causa” desordem civil
sobretudo porque estes países apresentam outros problemas como pobreza,
corrupção, as diferenças religiosas/étnicas, as instituições não democráticas,
etc…
O sumário disto tudo convence e puxa os actores políticos para ver jovens como
um “problema” em vez de uma oportunidade ou o futuro do país.
-Os governos autoritários, o desemprego, as inadequadas
instituições educativas, a falta de vontade política para
resolver os reais e urgentes problemas da população,
constituem uma sociedade desarmónica e criam o caos e a
desacreditação das instituições e do Estado: vive-se o
desespero social.
-Uma significativa parte da população procura uma solução
rápida e fácil que ponha termo ao desespero generalizado
que se instalou.
-O desespero dos jovens e adultos leva-os a aderir aos
discursos dos extremismos populistas e sectários,
legitimados por interpretações religiosas deformadas.
-Aumento da violência da repressão estatal/ aumento de
focos de resistência violenta.
Proposta de Debate
Conseguirá a sociedade tribal e tradicionalista árabe subsistir,
tal como é, depois da entrada das massas no mundo digital ?
Como serão os futuros adultos destas “gerações de guerra” ?
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Joseph.Maisel - direitos e humanos