DERMATOSCOPIA DE LESÕES PIGMENTADAS NÃO MELANOCITICAS ADRIANA LLAMAS AYALA LESÕES PIGMENTADAS NÃO MELANOCITICAS CBC (pigmentado) Ceratoses seborréicas Lesões vasculares Dermatofibroma Clinicamente podem simular uma lesão melanocítica Os componentes estruturais típicos das lesões melanocíticas estão ausentes: rede pigmentada glóbulos agregados estrias Seu diagnóstico individual esta baseado em: - Ausência dos componentes característicos das l. melanociticas - Detecção de critérios essenciais para diagnostico especifico CARCINOMA BASOCELULAR Neoplasia cutânea maligna mais freqüente Fatores de risco: pele clara, historia de exposição solar prolongada, radioterapia, uso de arsênico, cicatrizes... Crescimento lento, pode levar a destruição intensa do tecido subjacente Varias formas clinicas, sendo as mais comuns: Nodular ulcerado: mais freqüente Morfeiforme: placa plana, endurada, bordas mal definidas Superficial: mais freqüente no tronco Fibroepitelioma: lesão nodular pedunculada Pigmentado: pigmentação acastanhada ou enegrecida por hiperplasia de melanócitos. Dx dif com melanoma. HISTOPATOLOGIA: Ninhos de células basalóides que se dispõem na periferia conformando uma paliçada DERMATOSCOPIA DO CBC Dois padrões vasculares: • Presença de finos vasos ramificados de diâmetros iguais. • Presença de vasos mais calibrosos, de diâmetros variados e ramificados VASOS ARBORIFORMES Vasos vermelho brilhantes, de grande diâmetro (≥ 0,2mm) que se ramifica em capilares terminais finos DERMATOSCOPIA DO CBC PIGMENTADO • Geralmente apresenta um padrão global multicomponentes, globular ou inespecífico Seu achado mais característico: presença de ninhos ovóides que tendem a crescer em direção à pele normal formando estruturas semelhantes ao formato dos dedos das mãos ou da folha do bordo (maple leaf): “estrutura em folha” • • Eventualmente: presença de pontos/glóbulos azulacinzentados irregulares Menzies et al. (2000) definiram um modelo diagnostico para CBC pigmentado (S:93% e E:89-92%). CARACTERISTICA NEGATIVA Rede pigmentar não deve estar presente na lesão CARACTERISTICAS POSITIVAS: 1 ou mais das seguintes - Áreas em “raio de roda” - Grandes ninhos ovóides azul acinzentados - Múltiplos glóbulos azul-acinzentados - Áreas “em folhas de bordo” - Teleangiectasias arboriformes - Ulceração RAIO DE RODA DESCRIPCAO: projeções radiais bem delimitadas, castanhas ou azul-acinzentadas com eixo central mais pigmentado HISTOPATOLOGIA: crescimento radial de ninhos de células basalóides pigmentadas NINHOS OVOIDES AZUL-ACINZENTADOS DESCRIPCÃO: áreas pigmentadas maiores que os glóbulos. Alongadas ou ovóides, bem delimitadas; não estão conectadas intimamente ao corpo tumoral HISTOPATOLOGIA: agregados de células basalóides na derme superficial MULTIPLOS GLOBULOS AZUL ACINZENTADOS: podem estar dispersos dentro do corpo tumoral. AREAS EM FOLHA CBC DESCRIPCAO: extensões bulbosas acastanhadas ou azul-acinzentadas que assume aspecto de folha ou de dedo de luva. HISTOPATOLOGIA: agregados de células basaloides na derme papilar. CBC TELEANGIECTASIAS E ULCERACAO CASO CLINICO Paciente de 45 anos, com lesão pigmentada de 4 anos de evolução, com aumento de tamanho nos últimos 6 meses Teleangiectasias, múltiplos glóbulos azul acinzentados, ninhos ovóides e áreas em folhas CASO CLINICO Paciente de 76 anos com lesão nodular, pigmentada no couro cabeludo Ninhos ovóides azulados e teleangiectasias CERATOSE SEBORRÉICA Neoplasia epidérmica benigna, mais freqüente no tronco e na face Geralmente surge após a 4° década da vida Clinica: lesão bem delimitada, coloração amareloamarronzada-enegrecida. Podem ser únicas ou mais freqüente múltiplas, de alguns mm a alguns cm Inicialmente são planas de limites bem definidos, e quando evoluem se sobre-elevam e se tornam verrucosas. Alguns autores consideram CS plana = lentigo solar Quando traumatizadas podem inflamar com surgimento de crostas. HISTOPATOLOGIA: Lesões epidérmicas compostas por pequenas células basalóides, pigmentadas ou não, com um excesso na produção de queratina que tende a formar cistos córneos que não alcançam a superfície cutânea (pseudocistos) ou que si alcançam e se comunicam com ela (pseudoaberturas foliculares) DERMATOSCOPIA Os 2 critérios típicos e característicos das CS são: 1. Pseudo aberturas foliculares: 2. Pseudocistos córneos. HISTOPATOLOGIA: CS ACANTÓTICA CRITERIOS PARA CS CLÁSSICA PSEUDOCISTOS DESCRIPCÃO Estruturas arredondadas, coloração amarela ou branca, pequenas (0,1-1mm) HISTOPATOLOGIA Acúmulos de queratina intra-epitérmicos que não alcançam a superfície PSEUDOABERTURAS FOLICULARES Descrição: estruturas de cor amarelo, marrom claro, marrom escuro ou preto, arredondadas, pequenas que apresentam o aspecto típico de poro ou comedão. HISTOPATOLOGIA: acúmulos de ceratina intrepidérmica que alcançam a superfície cutânea. FISSURAS E CRIPTAS (GIROS E SULCOS) Têm aspecto característico que assemelha a superfície do cérebro PADRÃO VASCULAR Estruturas vasculares delicadas superficiais e bem demarcadas em forma de grampo de cabelo Vasos em grampo CRITERIOS PARA CS PLANA (LENTIGO SOLAR) ESTRUTURAS COM ASPECTO DE IMPRESSO DIGITAL Estruturas cor marrom, constituídas por linhas finas em forma paralela (similar a uma impressão digital) Observadas geralmente na periferia da lesão ROÍDO DE TRAÇA Borda côncava da lesão que simula uma mordedura de traça. SINAL DA GELÉIA Coloração marrom clara ou amarelada que simula uma camada muito fina de geléia que se secou sobre a superfície cutânea. CASO CLINICO Paciente masculino de 78 anos com historia de lesão pigmentado no dorso há 1 ano Psuedocistos e pesudoaberturas foliculares CASO CLINICO Paciente feminina de 62 anos com lesão pigmentada localizada na região malar Paciente feminina de 50 anos que consulta por lesão pigmentada e pruriginosa no dorso LESÕES VASCULARES HEMANGIOMAS Apresentam padrão lagunar característico: áreas arredondadas ou ovais, bem delimitadas de coloração vermelha, vermelhoazulada ou vermelho enegrecida (lagos). Geralmente são múltiplas, podem estar juntas ou dispersas e situadas sobre uma pigmentação vermelho azulada. Tonalidade mais enegrecida: presença de trombose nos vasos. Na superfície das lesões podem ser observadas crostas hemáticas (de limites bem demarcados a diferencia dos glóbulos). DERMATOSCOPIA Ausência de estruturas pigmentadas (rede pigmentada, glóbulos, estrias) Lagunas bem delimitadas sobre um fundo de pigmentação azulavermelhada Despigmentação cicatricial (ao redor dos espaços vasculares, delimitando as estruturas dos lagos) CASO CLINICO ANGIOCERATOMAS Dos 5 tipos descritos (de Fabry, de Mibeli, de fordyce, circunscrito e solitário), só o tipo solitário tem interes dermatoscópico por apresentar diagnostico diferencial com melanoma. Clinica: pápula de coloração vermelho-azulada ou enegrecida, superfície ceratósica, localizada mais freqüentemente nos membros inferiores. São assintomáticos, mas podem apresentar sangramento e crostas se sofrer traumatismo ou desenvolvem trombose. Dermatoscopia • Ausência de estruturas pigmentadas (rede pigmentada, glóbulos e estrias) • As lagunas estão menos limitadas que nos hemangiomas • Coloração branco-amarelada por acantose e hiperceratose • Periferia translúcida em forma de geléia. ANGIOCERATOMA ANGIOCERATOMA Trombose Laguna enegrecida Laguna vermelha Véu esbranquiçado DERMATOFIBROMA Neoplasia cutânea benigna de etiologia desconhecida, encontrada mais freqüentemente nos membros Clinica: pápula, placa ou nódulo, de alguns mm, coloração variável do amarelo ao marrom-enegrecido, endurecida e quando palpado apresenta uma leve depressão central “sinal da covinha” Diagnostico diferencial: DFSP, nevos e melanoma DERMATOSCOPIA Padrão global geralmente é inespecífico Achado mais característico: presença de uma placa branca central circundada por rede pigmentada fina periférica Eventualmente pontos/glóbulos acastanhados podem ser vistos na sua parte central. Outro achado: halo avermelhado periférico, provavelmente secundário a traumatismo local Representa uma exceção ao algoritmo melanocítico de Stolz . DERMATOFIBROMA DESCRIPCAO: placa branca central circundada por rede pigmentada fina periférica HISTOPATOLOGIA: proliferação fibrohistiocitaria do dermatofibroma, subjacente à epiderme acantósica e pigmentada ABORDAGEM DERMATOSCOPICA DAS LESOES PIGMENTADAS Lesão pigmentada 1° passo Lesão melanocítica: •Rede pigmentar •Glóbulos agregados •Estrias ramificadas • Padrão paralelo •Áreas azul homogêneas 2° passo Métodos analíticos Benigna Suspeita Alt. suspeita Lesão não-melanocítica C. seborréica, CBC, lesão vascular, dermatofibroma EM RESUMO.... Critérios de lesões pigmentadas não-melanociticas 1.CERATOSE SEBORRÉICA •Pseudocistos córneos •Pseudoaberturas foliculares •Padrão cerebriforme •Estruturas em formato de impressão digital 3. LESÃO VASCULAR •Lagunas vermelhoazuladas •Áreas homogêneas vermelho-azuladas 2. CBC •Vascularização arboriforme •Estruturas em folha •Raio de roda •Ulceração •Ninhos ovóides azul acinzentados •Múltiplos glóbulos azulacinzentados 4. DERMATOFIBROMA •Placa central esbranquiçada • Rede fina periférica Lesão não classificada ou inespecífica = lesão melanocítica 1 3 2 4 BIBLIOGRAFIA • Cabo H, Argenziano G, Carlos B et al. Dermatoscopia. Buenos Aires: Ediciones Journal, 2008. • Stolz W, Braun-Falco O, Bilek P et al. Atlas colorido de dermatoscopia 2° ed. 2002 • Gargantini RG, Costa B, Izar R. Atlas de dermatoscopia aplicada. São Paulo: livraria e editora Martiani, 2010. • Martins C, Barcaui C, Piñeiro-Maceira J. Dermatoscopia: aplicação clínica e correlação histopatológica. São Paulo: editora Atheneu, 2004. • Menzies S, Westerhoff K, Rabinivitz H, et al. Surface microscopy of pigmented basal cell carcinoma. Arch Dermatol 2000; 136: p 1012-6 • www.dermoscopyatlas.com • www.dermoscopic.blogspot.com • www.dermoscopy.org