Casa Grande e Senzala - Gilberto Freyre Construção do menino-homem-brasileiro De sua “primeira-infância” à “idade adulta” Criação conjunta com o menino-negro (moleque), construção da imagem do menino-diabo, criação informal e livre até os 10 anos de idade. “Em casa, até os cinco anos, notou que os meninos de família andavam nus do mesmo modo que os moleques; mais tarde é que vinham as roupas pesadas e solenes distinguir os filhos-família dos molecotes da senzala. Roupas de homem.“ Construção do menino-homem-brasileiro De sua “primeira-infância” à “idade adulta” Após a passagem de sua primeira infância eram instigados a transformarem-se precocemente em homens. Deixando o modo de vida livre para a inserção nas instituições e costume tradicionais de seu tempo (e seus dogmas): Escola, família e religião. Sexualidade (Sífilis) Para inserir-se nessa nova lógica do “mundo adulto” o garoto deveria adquirir essa ferida de guerra, comum aos homens brancos brasileiros da época. Sinal de virilidade e de inserção na vida sexual, como um “menino-adulto” deveria ser a partir dos 10 anos de idade. Escola Inserção em um modo de aprendizado formal, baseado em modelos franceses e britânicos da época; Modo de ensino rígido e inflexível, principalmente nos colégios e em relação às punições (herança do sadismo); Escolas de engenho e colégios (grandes centros); Mestres negros e brancos; Higiene e sexualidade; Roupas; Abertura do ensino para pardos; Sacerdócio Padres e frades brasileiros tinham características que os diferenciavam dos sacerdotes cristãos europeus. Diferente modo de encarar o celibato em função de ordens mais flexíveis quanto as leis portuguesas e leis divinas. Alguns chegavam a ostentar amantes, enquanto viviam a vida de casado com as "comadres", mostrando o enfraquecimento da instituição casamento no Brasil, permitindo a relação de concubinas. Eugenia positiva, mistura do homem culto do clero com a mulher negra e forte: Contribuição para o aumento da população, reproduzindo-se em filhos e netos de qualidades superiores. O Homem Branco Homem tirano e viril, que passava a maior parte do tempo em suas redes, sendo carregado por escravos e deitava-se com as mulheres negras. Sedentarização dos homens brancos: “cada branco da casa grande ficou com as duas mãos esquerdas, cada negro com duas mãos direitas”. O Homem Branco Em contraposição a essa visão sedentária, o brasileiro foi ao mesmo tempo quem expulsou os Holandeses e Franceses, que resistiu as tropas em suas fronteiras, enfrentou bravos guerreiros indígenas e mesmo assim conseguiu construir um país em terras hostis. Família patriarcal, o homem que denotava as atividades da mulher, capaz de matá-la caso a mesma não cumpra com as suas expectativas. Mulher Branca x Negra Assim como a sífilis, que representava o homem, as mulheres também possuíam as suas marcas distintivas, que eram por sua vez a sua castidade, vergonha, recolhimento, pejo (pudor), encolhimento, sisudez e modéstia. Herança de uma sociedade patriarcal, embasada nos conceitos cristãos. Relação entre a esfera pessoal e pública dentro da casa. Ou seja, as ações da mulher branca eram “vigiadas” tanto pelos “frades” (onipresença de Deus), quanto pelas negras e pelas sogras. “os olhos dos negros mais vigilantes elas podiam arrancar sob um pretesto qualquer. Mas os dos frades e das sogras eram mais difícil eliminação” Podiam lhes ser dados castigos caso os pressupostos morais não fossem obedecidos. Sendo eles desde um beliscão, por uma simples piscadela, até a morte por uma suspeita de adultério. Alimentação Criação da culinária Brasileira, que é diretamente relacionada a Africana. Riqueza dos doces embasados em açúcar, mel, coco, entre outros produtos que se fundiam com as tradições culinárias africanas. A principal mercadoria da época – a qual dava fundação ao regime escravocrata – o açúcar era o que gerava riqueza e ao mesmo tempo vícios ao homem branco, pois o deixava “molenga”. Criação da negra quituteira e de formas comerciais de venda destes produtos. Alimentação Antagonismo entre a culinária nacional e a culinária Francesa que denotava ares de “bom-tom” na casa. Ao mesmo tempo em que o Branco tem acesso a comida com mais requinte, a mesma não possuía maior teor nutricional, pois deixava de lado o consumo de verduras. Críticas a produção e ao consumo da comida produzida na Casa Grande: causa de doenças como indigestões, diarreias, disenterias, hemorroidas e todas as moléstias das vias digestivas; aplicou-se as palavras de Rasforil: “indigestão dos ricos vinga a fome dos pobres”.