Paleoclimas Condições ambientais num dado momento do tempo geológico A terra tem sofrido variações climáticas significativas desde a sua génese até à atualidade. Estas modificações resultam de uma lenta, mas constante, alteração geográfica que se deve, essencialmente á estreita relação entre a geodinâmica interna e externa do planeta. Fatores que influenciam o clima •Mecanismos Astronómicos •Mecanismos geoquímicos •Mecanismos da dinâmica terrestre Mecanismos Astronómicos Variações da órbita terrestre O clima da terra pode-se dever às variações da órbita terrestre que, ao influenciarem a quantidade de radiação que atinge a terra, influenciam o seu clima. A relação entre as glaciações do quaternário e as variações orbitais Têm como base a excentricidade ,obliquidade e a precessão. Mecanismos Geoquímicos O dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) são dois gases que contribuem para o efeito de estufa, pois retêm a radiação infravermelha na atmosfera, reduzindo as perdas para o espaço. Mecanismos associados à dinâmica terrestre Atividade Vulcânica Disposição dos continentes Alterações das correntes marinhas Inversões magnéticas Variações Climáticas Paleoclimas Testemunhos de Paleoclimas Biológicos Geológicos Mecanismos Astronómicos Geoquímicos Associados à dinâmica terrestre “Geometria” dos continentes e oceanos Atividade vulcânica Reconstrução dos paleoclimas com base no registo geológico É possível reconstruir os paleoambientes e as condições climáticas com base nos testemunhos biológicos e geológicos. Estes encontram-se presentes no gelo dos glaciares, nos sedimentos dos fundos oceânicos, em lagos, rios, desertos e nas rochas. São essenciais para prever a evolução do clima. A história da terra foi dividida em função das temperaturas registadas e da influência destas na distribuição dos glaciares e do nível médio dos oceanos. Períodos Glaciários Caracterizam-se por serem períodos frios, que permitem a expansão dos glaciares. São um fenómeno climático cíclico, no qual ocorre decréscimo da temperatura média, causando um aumento das áreas cobertas de gelo. Períodos Interglaciários O aumento da temperatura à superfície provoca um maior degelo, reduzindo a área ocupada pelos glaciares Período entre duas glaciações, caracterizado por temperaturas superiores e reduzem a área coberta de gelo. Os glaciares são uma enorme massa de gelo em terra firme, que apresentam provas de movimento. São formados por uma lenta acumulação e recristalização de camadas de neve. Existem dois tipos básicos de glaciares. São eles: os glaciares de vale ou alpinos e os glaciares continentais ou inlandsis. Glaciar de vale ou alpino Glaciares continentais ou islandsis Os glaciares de vale ou alpinos encontram-se a grandes altitudes, no cimo de montanhas, confinados a vales. Estes rios de gelo formam-se nas partes mais altas das cordilheiras montanhosas, onde a neve se acumula, geralmente em vales pré-existentes, fluindo ao longo dos mesmos. Os glaciares continentais situam-se a elevadas latitudes e ocupam extensas áreas. São muito maiores do que os de vale, constituídos por um manto de gelo extremamente lento e permanente. As glaciações ou eras do gelo, são fenómenos climáticos que ocorrem ao longo da história do nosso planeta. São períodos de frio intenso, dentro de uma era do gelo, quando a temperatura média da terra baixa. Durante os últimos milhões de anos existiram várias eras glaciares, ocorrendo com frequência de 40.000 a 100.000 anos, entre as quais se destacam: Glaciação de Donau, Günz, Mindel, Riss e Würm. Um glaciar forma-se quando existe abundante precipitação de neve durante o Inverno e esta não se derrete. A neve é gradualmente convertida em gelo. São necessárias duas condições essenciais: temperaturas baixas e quantidades adequadas de neve. As temperaturas devem ser suficientemente baixas para manter a neve durante todo o ano. Condições encontradas em altas latitudes e em elevadas altitudes. Nas zonas mais quentes são requeridas maiores altitudes e vice-versa. A formação de glaciares requer humidade e frio. Na Antártida, a pluviosidade é extremamente baixa mas como a temperatura também é, qualquer neve que caia é aproveitada. À medida que os cristais pequenos, delicados e soltos envelhecem no solo, eles encolhem tornando-se grãos equigranulares. A massa de flocos de neve é compactada, formando neve densa e granulosa. Com o advento de novos nevões, a neve anterior é soterrada e compactada pela superior. A neve adicionada a um glaciar anualmente corresponde à sua acumulação. Quando o gelo glaciário acumula, ele aprisiona e preserva valiosas relíquias do passado da Terra. Quando a camada é extremamente espessa o gelo começa a fluir. Este flui ao longo do declive sob ação da gravidade. O gelo pode descer por um vale de montanha ou pelas vertentes do domo. O glaciar acaba por entrar em altitudes mais baixas, com temperaturas mais elevadas. A quantidade total de gelo que um glaciar perde anualmente corresponde à sua ablação. •Degelo •Desprendimento de icebergues •Sublimação •Erosão eólica Quando o gelo se encontra com uma espessura suficiente consegue movimentar-se; Quando o glaciar se movimenta, o gelo vai deformando-se e flui lentamente, devido ao escoamento. Existe dois tipos de escoamento: •Escoamento laminar - movimento ordenado das partículas, sem que haja mistura entre elas ou cruzamento entre as linhas de fluxo; •Escoamento turbulento – movimento não ordenado das partículas, existindo cruzamento e mistura entre as linhas de fluxo; Os glaciares fluem devido a dois mecanismos: •Fluxo Plástico – o gelo deforma se e desliza internamente; •Deslizamento Basal – o gelo desliza ao longo da base do glaciar; Os cristais de gelo existentes dentro dos glaciares começam a deslizar curtas distancias, durante pequenos intervalos de tempo. Estes pequenos movimentos dos cristais de gelo, iram direcionar a massa de gelo, toda na mesma direção. Como estes cristais se formam enterrados num glaciar sobre muita tensão, os seus pequenos movimentos tornam se paralelos, aumentando assim a velocidade do movimento do glaciar. Este movimento predomina nas zonas mais gélidas, onde o gelo do glaciar se encontra abaixo do ponto de congelação, na base do glaciar. A quantidade e tipo de deslizamento basal varia, dependendo da temperatura entre o gelo e o solo em relação ao ponto de fusão do gelo. Gelo, na base do glaciar, encontra se com uma grande pressão devido ao gelo superior, e como o ponto de fusão do gelo vai diminuído com o aumento de pressão, o gelo da parte inferior irá fundir se criando água de degelo, que funciona como um lubrificante. Devido a este lubrificante formado com água do degelo o glaciar poderá movimentar-se. A temperatura de degelo da base de um glaciar, depende da temperatura da superfície do gelo e do calor do solo. O deslizamento basal, ocorre principalmente em glaciares “húmidos” , onde existe mais calor, proveniente do solo, fazendo com que ocorra mais degelo, causando o movimento. Por outro lado o fluxo plástico, ocorre em zonas mais “secas”, onde a temperatura a superfície, vai facilitar o movimento interno, devido á agua espalhada no interior do glaciar. Como as partes superiores dos glaciares têm pouca pressão, o gelo neste zona irá tornar se solido, rígido e frágil, quebrando se, por causa do fluxo plástico subjacente. Formam se fendas transversais, com o nome de crevasses, onde o gelo é quebrado, em blocos de varias dimensões. Isto ocorre em zonas de grande deformação, mais propriamente nas paredes e curvas do vale. Quando um glaciar de vale se encontra num grande período de imobilidade, pode ocorrer um movimento espontâneo e rápido durante um período de tempo, dando se o nome de vaga. Estes movimentos duram dois a três anos, podendo ganhando mil vezes mais velocidade que um glaciar comum. Isto deve se á acumulação de agua de degelo nos tuneis situados perto da base do glaciar. Dependendo do clima em que se encontram os glaciares, a pressão pode aumentar ou diminuir, existindo mais movimento das camadas de gelo na parte inferior do glaciar, e na parte superior o gelo move-se mais lentamente. Louis Agassiz mediu velocidades da ordem dos 75 m/ano (0,0024 mm/s, aproximadamente) num glaciar de vale. Este utilizou um método que consistia em cravar estacas numa linha recta transversalmente ao glaciar. O deslocamento do glaciar faria deslocar as estacas e Agassiz verificou que as estacas que estavam cravadas no meio da corrente glaciária se moviam mais depressa que as que se encontravam próximo das vertentes do vale. O gelo é um agente erosivo mais eficaz do que a água e o vento. O arrastamento de blocos contra o pavimento rochoso adjacente, vai fragmentar a rocha originando blocos grandes (do tamanho de casas), argilas e siltes, a estes materiais dá-se o nome de farinha glaciária. Um glaciar ao arrastar rochas ao longo da sua base, estas vão arranhar e sulcar o pavimento à medida que são arrastados contra os mesmos, isto denomina-se de abrasão, que provoca sulcos e estrias As moreias são o recuo de um glaciar e existem vários tipos que estão relacionados com a posição destes mesmos. Moreias laterais •Ocorrem paralelamente às paredes do vale glaciário Moreias centrais ou medianas Moreias centrais ou medianas •União de duas línguas glaciárias, passando a língua resultante a conter o conjunto dos tilitos que antes eram transportados lateralmente por cada uma das línguas. Moreias de fundo •Acumulação suavemente ondulada que se produz com consequência do recuo do glaciar (ablação >acumulação) Moreias frontais ou terminais •Acumulação de tilitos formada na região terminal do glaciar (Gelo glaciário: ablação = acumulação) Bibliografia http://geodinamica.no.sapo.pt/html/pagesgex/glaciare s.htm