O CORPO NA VIDA
COTIDIANA
Gonçalves, M.A.S.
Sentir, Pensar e Agir: corporeidade e educação. S.Paulo: Papirus, 2008.

Corporalidade ou corporeidade (sinônimos)

Maneiras de lidar com o corpo não são
universais e constantes, mas sim, uma
construção social, histórica.

O homem influencia e é influenciado pela
sociedade: modo de sentir, pensar e agir.

Cultura corporal: Cultura imprime suas marcas
no indivíduo.
Introdução

Contexto social: diferenças entre as sociedades e
entre as pessoas de uma mesma sociedade:
a) Técnicas
corporais: andar, pular, correr, nadar,
b) Movimentos corporais expressivos: postura, gestos,
expressões faciais (comunicação não-verbal)
c) A ética corporal: ideias e sentimentos sobre o
corpo: pudor, vergonha, ideais de beleza
d) Controle de estrutura dos impulsos e necessidades.
Introdução
O corpo e o processo de civilização

Sociedades mais estruturadas: corpo reprimido
> divisão do trabalho >menos espontaneidade

Homem primitivo: íntima relação com a
natureza: caça e aproximação do indivíduo >
vibrações do solo.

Povos africanos: abertura religiosa relacionada ao
homem e ao universo ao contrário do homem
ocidental que tem paixão de descobrir, de forçar e
de modificar a natureza. Corpos pintados, tatuados,
expressividade corporal por meio da dança e dos
rituais místicos.
O corpo e o processo de civilização
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Paulo Freire (Cartas a Guiné-Bissau): negro
africano em harmonia com a natureza.

Civilizações orientais: homem como ser corporal e
sensível.
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Civilizações ocidentais: visão dualista: homem
como corpo e espírito.

Pensadores: Elias, Foucault e Lippe: homem da era
industrial > descorporalização: controle dos afetos,
distanciamento entre o homem e a natureza.
O corpo e o processo de civilização

Sistema capitalista: movimentos corporais >
instrumentalizados visando aumento da produção

Esporte institucionalizado: ilimitada manipulação e
aperfeiçoamento do corpo principalmente visando a
competição.

Descorporalização: sociedades pré-industriais:
força, destreza, agilidade > domínio do poder pela
presença corporal (competições, torneios, ações
militares e políticos)
O corpo e o processo de civilização

Idade Média: Rittner > três características unem o corpo
aos fins da ação humana: a noção de tempo, de
personalidade e de economia.
a. Tempo:
estações do ano, crescimento das plantas, ritmo
de reprodução dos animais
b. Personalidade: sistema de castas, uma muralha dentro
da qual o indivíduo nascia e não tinha condições de
sair. Poucas possibilidades para impulsos individuais.
Identidade formava-se pelo princípio da unidade entre
trabalho, domínio e prazer.
c. Economia:
viver e sobreviver: satisfação de
necessidades básicas.
O corpo e o processo de civilização
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homem como parte do todo, atitude de profundo
respeito à natureza.
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Renascimento: homem descobre o poder da razão
para transformar o mundo de acordo com suas
necessidades.
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Séc. XVII: Razão como único instrumento válido de
conhecimento: corpo visto como objeto que deve
ser disciplinado e controlado. Fragmentação do
corpo pela ciência.
O corpo e o processo de civilização
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Visão positivista: manipulação científica: mundo físico,
observável, mensurável tornou-se a única verdade.

Civilização ocidental: trabalho manual (ex: escravos,
servos, artesãos, operários) menos valorizado que o
trabalho intelectual (classes dominantes)

Sociedade moderna: linha de produção > operário:
realiza tarefas isoladas e não tem visão do produto final
> gera corpo autônomo, desprovido de subjetividade.
O corpo e o processo de civilização

Foucault: poder disciplinador do corpo quer nas escolas, nos
hospitais, nas fábricas, nos quartéis > corpos dóceis.

Processo de civilização ocidental: poder que atua sobre o
corpo:
Diminuição de suas potencialidades de empatia
comunicação e determinação de formas específicas
comportar-se
2. O avanço da ciência e da tecnologia abre possibilidades
aperfeiçoamento quase ilimitado de suas habilidades,
conservação da saúde e prolongamento da vida.
1.
e
de
de
de
O corpo e o processo de civilização

Marcuse > a ciência não só possibilitou o domínio da
natureza, como também deu as ferramentas para sua
mais completa dominação e em alguns casos a
destruição por conta do avanço tecnológico.

A guerra nuclear, os desastres ecológicos, os produtos
químicos tóxicos ameaçam a qualidade de vida.

Crítica à tecnologia: o homem ao invés de libertar-se
torna-se muitas vezes escravo de sua própria criação.
O corpo e o processo de civilização

O homem modifica sua maneira de lidar com o
corpo de acordo com a sociedade que está
inserida. Isto está presente na maneira como
se veste, dança, pratica esporte, modifica a
natureza segundo suas necessidades.

Aposentadoria: homem sente a diminuição de
sua força de trabalho. A sociedade não o
valoriza mais.
O corpo e o processo de civilização
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O corpo na publicidade: agências de
publicidade associam o corpo saudável,
erotizado, a um determinado produto visando
aumentar o consumo. Isto provoca uma
preocupação excessiva com o corpo de acordo
com o que a mídia divulga como padrão de
beleza.
O corpo e o processo de civilização
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Rumpf:. O controle do corpo está nos regulamentos
da escola, no conteúdo das disciplinas, nos livros
didáticos e nos discursos e hábitos metodológicos
do professor, na distribuição espacial dos alunos,
na organização do tempo escolar. Professores que
se mostram com auto-controle de sentimentos,
mostrando-se impessoais nas relações com seus
alunos.
O controle do corpo na escola
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Crítica à escola: a aprendizagem de conteúdos é
uma aprendizagem sem corpo, pois contrapõe-se a
um mundo no qual o aluno vive e pensa com seu
corpo.

Na escola o conhecimento do mundo é feito de
forma fragmentada, abstrata, distribuído em
diferentes disciplinas, limitadas a um horário
prefixado e restrito. O aluno torna-se objeto de
mensurações quantitativas.
O controle do corpo na escola
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Borneman: em seu artigo Aprendizagem inimiga do
corpo pontua que a aprendizagem é um acumular
de conhecimentos abstratos, por meio de palavras,
fotografias, números e fórmulas e pouca
participação do corpo. Para ele, a agressividade e a
violência que surge na escola é fruto de uma
didática alienada, uma aprendizagem abstrata,
desligada da experiência dos sentidos, e as
absurdas exigências da memória.
O controle do corpo na escola
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Crítica às aulas de Educação Física: distante da
experiência de movimentos livres que o aluno
tem fora da escola conduzindo-o à passividade
e à submissão, desencorajando a criatividade.

Prática do desporto escolar, segundo Manuel
Sérgio, marginaliza os menos dotados e
distingue os superdotados.
O controle do corpo na escola
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Burguesia
X
Aristocracia:
normas
de
comportamentos sociais diferenciados: regras
de boas maneiras, hábitos alimentares e
sociais, vestimenta, posturas corporais.
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Guerreiros
livres:
sentimentos nas lutas
auto controle do corpo
gerando estresse e
psicossomáticas.
externalizavam
seus
corporais. Controle e
internaliza sentimentos
provocando doenças
O controle do corpo na escola
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Cultura corporal
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http://www.youtube.com/watch?v=EqOMI
JOdNPw
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O CORPO NA VIDA COTIDIANA