O medo causado pela
inteligência
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Formatação: Tânia Ribeiro
Quando Winston Churchill, ainda jovem,
acabou de pronunciar o seu 1.º discurso,
na Câmara dos Comuns, foi perguntar a
um velho parlamentar, amigo de seu pai,
o que tinha achado do seu desempenho
naquela Assembléia de vedetes políticas.
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O velho pôs a mão no ombro de
Churchill e disse-lhe em tom paternal:
“Meu jovem, você cometeu um
grande erro”.
Tânia Ribeiro
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Foi demasiado brilhante
neste seu primeiro
discurso.
Isso é imperdoável.
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Devia ter começado
um pouco mais na
sombra.
Devia ter gaguejado
um pouco.
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“Com a inteligência
que demonstrou
hoje, deve ter
conquistado, no
mínimo, uns trinta
inimigos.
O talento assusta".
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Ali estava uma das
melhores lições que
um velho sábio,
pode dar ao pupilo
que se inicia numa
carreira difícil.
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Isso, em Inglaterra.
Imaginem aqui, em
Portugal.
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Vale a pena lembrar
uma famosa trova
de Ruy Barbosa:
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“Há tantos burros a
mandar em homens
inteligentes que, às
vezes, penso que a
burrice é uma
Ciência.
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A maior parte das
pessoas
encasteladas em
posições políticas é
medíocre e tem um
indisfarçável medo
da inteligência.
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Temos de admitir,
por outro lado, que,
de um modo geral,
os medíocres são
mais obstinados na
conquista de
posições
importantes.
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Sabem ocupar os
espaços vazios
deixados pelos
talentosos,
displicentes, que não
revelam o apetite do
poder.
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Mas, há que ter em
consideração que esses
medíocres, oportunistas e
ambiciosos, têm o hábito de
defender bem as posições
conquistadas – como que com
verdadeiras muralhas de
granito por onde talentosos
não conseguem passar.
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Em todas as áreas
encontramos dessas
fortalezas inexpugnáveis a
quaisquer legiões de
lúcidos.
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Dentro deste raciocínio, que poderia
ser uma extensão do "Elogio da
Loucura", de Erasmo de Roterdã,
somos forçados a admitir que uma
pessoa precisa de fingir que é burra,
se quer vencer na vida.
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É pecado fazer sombra a
alguém, até numa conversa
social.
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Assim como um grupo de senhoras
burguesas, bem casadas, boicota,
automaticamente, a entrada de uma
jovem mulher bonita no seu círculo
(com medo de perderem os maridos),
também os encastelados medíocres se
fecham como ostras à simples aparição
de um talentoso jovem que os possa
ameaçar.
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Eles conhecem bem as suas
limitações, sabem como lhes
custa desempenhar tarefas que os
mais dotados realizam “com uma
perna às costas”...
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Enfim, na medida em que admiram
a facilidade com que os mais
lúcidos resolvem problemas, os
medíocres repudiam-nos para se
defenderem.
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É um paradoxo angustiante !
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Infelizmente, temos de viver com
estas regras absurdas que
transformam a inteligência numa
espécie de desvantagem perante a
vida.
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Como é sábio o velho conselho
de Nelson Rodrigues...
"Finge-te de idiota, e terás o céu
e a terra".
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O problema é que os inteligentes
gostam de brilhar!
Que Deus os proteja, então, dos
medíocres!...
Tânia Ribeiro
Fim.
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